2 ENTREVISTA . B. FOREST
B. FOREST
. ENTREVISTA 3
CARTAS NA MESA Avaliar o setor florestal em 2015 não é uma tarefa fácil, afinal diversos aspectos econômicos e políticos precisam ser considerados. A dificuldade existe porque a cada dia novos escândalos surgem e impactam diretamente a economia brasileira. A estagnação econômica e uma verdadeira guerra política fazem parte da realidade enfrentada todos os dias pelo empresário, que a todo custo luta para manter as contas em dia e a cada semana ou mês reavalia as possibilidades e traça novas estratégias para continuar atuando de forma competitiva. Mas a pergunta que não quer calar é, até quando? Até quando o empresário brasileiro terá que fazer uma verdadeira ginástica para se manter competitivo, terá que cortar custos ao invés de investir, terá que viver na insegurança e falta de apoio do próprio governo, que só pensa em aumentar impostos para pagar por sua incompetência. Até quando terá que restringir o seu mercado de atuação ao invés de ter novas perspectivas de crescimento? Motivos para desistir não faltam. Mas o que se percebe no setor madeireiro de base florestal é uma gama e união vista em raros momentos. Talvez porque a situação não esteja tão crítica, e falamos aqui dos índices de exportação de celulose, papel, compensados, que graças a valorização da moeda norte-americana alcançaram uma ligeira recuperação das vendas. Levando este contexto em consideração, o próximo ano é visto com cautela por profissionais diretamente ligados ao mercado. Em reportagem principal acompanhe a análise feita por alguns deles, que prospectam que o setor tende a ficar estagnado ou ter leve crescimento em 2016. Diretamente inserida neste cenário a Malinovski Florestal, empresa responsável pela publicação da Revista B.Forest manifesta seu apoio a todos os profissionais florestais que estão trabalhando por um pais melhor, mais forte, justo e competitivo! Vamos fazer a nossa parte, como um setor unido e atuante, e certamente passaremos por 2016.
4 ENTREVISTA EDITORIAL . . B.B.FOREST FOREST
Expediente: Diretor Geral: Dr. Jorge R. Malinovski Diretor de Negócios: Dr. Rafael A. Malinovski Editora: Giovana Massetto Jornalista: Amanda Scandelari Designer Responsável: Vinícius Vilela Financeiro: Jaqueline Mulik
Conselho Técnico: Aires Galhardo (Diretor Florestal da Fibria), Antonio Solano Junior (Gerente de vendas para América do Norte e do Sul da Caterpillar), César Augusto Graeser (Diretor de Operações Florestais da Suzano), Edson Tadeu Iede (Chefe Geral da Embrapa Florestas), Germano Aguiar (Diretor Florestal da Eldorado Brasil), José Totti (Diretor Florestal da Klabin), Lonard dos Santos (Diretor de Vendas da Komatsu Forest), Mário Sant’Anna Junior, Rodrigo Junqueira (Gerente de Vendas da John Deere Florestal), Sergio da Silveira Borenstain (Diretor Florestal da Veracel), Teemu Raitis (Diretor da Ponsse Latin America).
B.Forest - A Revista 100% Eletrônica do Setor Florestal Edição 15 - Ano 02 - N° 12 - Dezembro 2015 Foto de Capa: Rotobec
Malinovski Florestal +55 (41) 3049-7888 Rua Prefeito Angelo Lopes, 1860 - Hugo Lange - Curitiba (PR) – CEP:80040-252 www.malinovski.com.br / comunicacao@malinovski.com.br
© 2015 Malinovski Florestal. Todos os Direitos Reservados.
B. FOREST B. FOREST . . ENTREVISTA EDITORIAL 5
Feliz Natal e Um Ano Novo cheio de Sucesso! Em nossos 45 anos de histórias, repletos boas lembranças, gostaríamos de agradecer aos clientes e parceiros pela confiança e parceria sempre! Ponsse
PONSSE LATIN AMÉRICA LTDA Rua: Joaquim Nabuco, 115 Vila Nancy - Mogi das Cruzes / SP
6 ENTREVISTA . B. FOREST
A logger’s best friend www.ponsse.com
Foto: Divulgação
B. FOREST
. ENTREVISTA 7
PROFISSIONAL FIEL Renato Rostirolla Diretor florestal da CMPC Celulose Riograndense
D
o machadinho e motosserra até os
Ainda pequeno saí de Guaporé (RS) para
mais modernos Harvesters e Fellers
estudar. Com 14 anos entrei para um colégio
Buncher, a carreira de quase 45 anos
agrícola para realizar os estudos básicos.
de Renato Rostirolla permitiu ao profissional
Quando me formei, não tanto por vocação,
acompanhar o desenvolvimento dos sistemas
mas por oportunidade, aprendi a lidar com
de colheita no Brasil, assim como o cresci-
agricultura.
mento e solidificação do setor florestal. Rena-
Por volta de 1971, a Borrogaard, uma
to pode ser facilmente chamado de bairrista,
empresa norueguesa, se instalou no Brasil e
já que nasceu, estudou e trabalhou a vida toda
estava contratando técnicos agrícolas para
no Rio Grande do Sul. Seu primeiro empre-
compor o time de campo. Candidatei-me
go foi na Borrogaard, empresa que pertenceu
para fazer parte do grupo de corte e me
a vários donos até ser adquirida pelo Grupo
tornei o empregado mais jovem contratado.
CMPC, em 2009, e ganhar o nome de Celu-
A fábrica ainda estava em construção, mas
lose Riograndense. Precursor da terceirização
como as atividades florestais são iniciadas
das atividades florestais no Brasil, Renato é
antes, começamos a ser treinados. Nosso
hoje diretor florestal da Celulose Riogranden-
treinamento inicial foi descascando madeira
se. Em entrevista exclusiva à Revista B.Forest,
com machadinho. Brinco que foi o teste para
Renato conta como foi o começo da carreira,
ver quem fugiria da raia (rs). Na sequência,
mecanização florestal e avalia o setor florestal.
recebemos o curso de motosserrista e fui
Confira!
designado para trabalhar na sede de Triunfo, onde chefiava uma equipe de 60 pessoas.
Como começou sua carreira e a ligação com o setor florestal? 8 ENTREVISTA . B. FOREST
Trabalhei por dois anos lá, mas tinha o desejo de estudar, por isto, fui transferido para Guaíba,
Foto: Divulgação
“Hoje, o Brasil é um dos melhores países do mundo em termos de cruzamento genético da espécie e ninguém tem a produtividade maior que a nossa” B. FOREST
. ENTREVISTA 9
“Para mim, a terceirização é fundamental, embora tenham empresas que estão retomando a primarização” onde pude trabalhar como supervisor de
Em certos segmentos nenhum dia é igual ao
recebimento de madeira e cursar engenharia
outro, isso é empolgante porque cada dia é
de produção. Em 79, depois de formado, me
uma vitória. Meu desejo de crescer me trouxe
tornei chefe de departamento da área de
aonde estou hoje e quando olho para trás fico
transporte.
feliz por ter conquistado tudo o que conquistei.
Quais os principais ensinamentos que carrega
Mas esta escolha profissional também trouxe
deste período?
desafios...
Toda a minha vida profissional aconteceu
Sim.
E
eles
foram
muito
grandes,
dentro da mesma empresa. Já fui gerente
principalmente pelas mudanças de donos. As
em várias áreas, trabalhei com silvicultura,
frustrações também vieram e os sonhos de
picadores, transporte e hoje sou diretor
ampliação fracassaram. Uma por problemas
florestal. Nunca saí daqui e em maio completo
ideológicos, outra pela crise mundial em 2008,
45 anos. Foi meu primeiro emprego e posso
quando a então Aracruz ,já tinha iniciado o
afirmar que será o último.
projeto. Por fim, em 2009 a fábrica foi adquirida
Muitos dizem que as oportunidades de
pelo grupo Chileno CMPC e o sonho pode
crescimento surgem quando se muda de
ser realizado Hoje, com a nova fábrica já em
empresa. Eu não mudei, porém mudei de
ritmo. Ainda temos um grande desafio que é
CNPJ algumas vezes, então a cada mudança
a liberação de compra de terras por empresas
de dono precisei provar minha capacidade,
brasileiras com capital estrangeiro.
principalmente depois de conquistar cargos de chefia. A experiência que tenho trabalhando
De que forma esta proibição impacta a empresa?
sempre na mesma empresa me proporcionou
Com o parecer da AGU, mesmo empresas
grande crescimento e provou que é possível
brasileiras com capital estrangeiro não podem
crescer sem mudar. Além disso, a própria
adquirir terras e isso nos limita. Hoje, temos
área florestal é bastante ampla e diversificada.
autossuficiência pelas terras adquiridas antes
10 ENTREVISTA . B. FOREST
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B. FOREST
. ENTREVISTA 11
www.palfinger.com I epsilonbr@palfinger.com I Fone: (54) 3026.7000
da compra pelo Grupo CMPC e por parcerias.
uma certa dificuldade na área de silvicultura,
Entre os fatores de inibem o crescimento
que não evoluiu tanto quanto a colheita.
deste e de outros setores ou segmentos do
Acredito que é preciso dedicar esforços para a
agronegócio, está o parecer da AGU que
área de plantio.
impede o crescimento de empresas brasileiras controladas por capital estrangeiro de adquirir
Como
a
Celulose
Riograndense
terras no Brasil para propiciar o seu crescimento.
trabalhado com silvicultura de precisão?
tem
Silvicultura de precisão é uma realidade
Estima-se que este parecer estaria restringindo um volume de investimentos superior a 60
na
Celulose
Riograndense.
Atualmente,
bilhões de reais.
possuímos um grupo de estudos focado no tema e um projeto piloto já implantado há
Tem mais de 40 anos de experiência
dois anos. Os resultados, até o momento, são
profissional.
principais
muito animadores e nos trazem a segurança
desenvolvimentos que você viu acontecer ao
para seguir firmes nesse caminho. Estabilidade
longo desses anos?
da qualidade das recomendações técnicas
Quais
foram
os
O desenvolvimento do setor foi incrível.
e rastreabilidade dos insumos se mostraram
Comecei na época do machadinho e vi o Brasil
os principais produtos dessa tecnologia
se tornar um grande site para celulose. Aqui
que reflete seguramente em uma maior
temos área, clima e as espécies de eucalipto
produtividade ao final do ciclo florestal. Para
de fibra curta que se desenvolveram muito
2016 implantaremos os sensores de precisão
bem.
em todas as máquinas de silvicultura.
As empresas brasileiras perceberam que era inviável abastecer uma fábrica de celulose
Você é precursor na terceirização da colheita
utilizando atividades manuais e que o único
de madeira no Brasil. Como avalia essa
caminho era a mecanização. Então, a partir de
atividade?
1992, passamos do sistema semi-mecanizado
A terceirização florestal começou aqui
para o mecanizado. Com isto, a produtividade
na Riocell. Na época, a terceirização era
aumentou e hoje não se imagina uma
vista como uma ameaça, porque muitas
fábrica utilizando atividades manuais para o
atividades deixariam de ser próprias e outras,
suprimento de madeira. No entanto, ainda vejo
até não mais existiriam. No entanto, para nós
12 ENTREVISTA . B. FOREST
a terceirização foi e é fundamental, embora
com o original australiano. O Brasil é um dos
tenham empresas que estão retomando
melhores países do mundo em termos de
a primarização. Quando a terceirização é
cruzamento genético da espécie e ninguém
bem feita e as empresa contratadas sólidas,
tem a produtividade maior que a nossa.
ambas ganham. Toda a nossa área florestal
Podemos perder em termos de logística, mas
é terceirizada, mantemos apenas o grupo de
a produtividade é incomparável e o custo da
gestores, o ‘núcleo pensante’. Temos tido um
celulose ainda é o melhor do mundo.
bom resultado, quer no controle de custos,
O que percebo é um excesso de
como no desenvolvimento tecnológico, tendo
burocracia, principalmente aqui no Rio Grande
nas empresas parcerias comprometidas.
do Sul. O licenciamento aqui é bastante
Como você vê as tentativas de primarização?
restritivo, as exigências para pequenos e
Não posso dizer exatamente quais são os
grandes produtores são as mesmas. Mas já
motivos que esta levando algumas empresas
temos grupos trabalhando junto aos órgãos
a retrocederem. Sei que existem casos em que
ambientais para adaptar a legislação de uma
o custo se elevou, que empresas contratadas
forma interessante para todas as partes.
não acompanharam a evolução tecnológica, a falta de fiscalização e controle também levou
Ainda tem algum sonho para realizar em sua
empresas a assumirem passivo das contratadas
carreira? Qual?
enfim, cada uma teve seus motivos para
É saber finaliza-la, parar, sem se sentir
primarizarem. A experiência que nós temos é
velho. Infelizmente a idade cronológica
sólida. Na terceirização a empresa contratada
acompanhou a profissional. E talvez a minha
é muito mais focada na sua atividade e precisa
maior dificuldade seja parar de um dia para
ser o melhor para se manter no mercado. Além
o outro. Não sei como vai ser minha rotina
disso, legalmente, os terceiros têm tantos
depois que me aposentar. Brinco, que nos
direitos como os contratados da tomadora
primeiros dias vou acordar cedo, me arrumar
de serviços. Nós exigimos isso das nossas
e vir para a fábrica até me barrarem na portaria
contratadas.
e dizerem que não trabalho mais aqui. Vai ser
Como você avalia o setor florestal brasileiro?
complicado encontrar uma rotina para me
Acredito que hoje já temos um eucalipto brasileiro que não tem mais tanta similaridade
ocupar. Espero, no mínimo, conseguir acordar mais tarde que hoje, às 05 horas da manhã. B. FOREST
. ENTREVISTA 13
2 0 1 5
NA BALANÇA O ano que se encerra foi complicado para o Brasil, é perceptível que a instabili-
dade econômica e política causaram insegurança em toda a cadeia produtiva nacional. No entanto, o ano também foi de muito trabalho e estratégia para dri-
blar e superar as dificuldades impostas. No setor florestal, pôde-se observar crescimento
em algumas áreas, principalmente na produção de celulose, já a desvalorização do Real proporcionou um índice maior de exportação dos produtos madeireiros. Para avaliar o setor e fazer um balanço de 2015, a Revista B.Forest consultou especialistas e profissionais florestais que contaram suas percepções e arriscaram palpites para 2016.
Foto: Divulgação 14 OPERAÇÕES BALANÇO . B. . FOREST B. FOREST
B. B. FOREST FOREST. .OPERAÇÕES BALANÇO 15
Desempenho Geral
“proteção de caixa”.
Para Marcio Funchal, diretor de consul-
Rômulo Sousa Lisboa, diretor de desen-
toria da Consufor Consultoria e Avaliações,
volvimento e qualidade da STCP Engenharia
2015 foi um ano muito duro para o setor de
de Projetos Ltda., avalia 2015 como um ano
base florestal no Brasil. Ele avalia que pratica-
de muita dificuldade para a sobrevivência
mente todas as cadeias de valor foram afeta-
empresarial, principalmente para as peque-
das em menor ou maior intensidade. “Vimos
nas e médias empresas que foram desca-
ao longo do ano um aumento exponencial
pitalizadas. “Houve uma redução geral do
dos custos de produção, achatamento das
consumo de produtos florestais/madeireiros
margens e redução da demanda”, explica. De
no mercado interno”, avalia.
acordo com ele, mesmo as exportações, ca-
Já Marcelo Schmid, diretor do Grupo In-
minho que até então funcionou muito bem
dex / Forest2Market do Brasil, tem uma visão
como saída para os produtores nacionais
mais favorável. “Este ano foi bom. Poderia
sem espaço para crescimento no mercado
ser melhor? Sim, mas em um ano econô-
interno, demonstraram perda de atrativida-
mica e politicamente adverso, conseguimos
de para o produto brasileiro, pois os preços
respirar e fazer ótimos negócios.” Para o
internacionais têm caído em Dólar e a de-
diretor, o principal ponto positivo foi o de-
manda internacional não tem aumentado na
sempenho geral do setor em um ano pouco
proporção necessária para impactar de for-
propício economicamente. O setor florestal
ma significativa as exportações brasileiras.
continuou apresentando índices positivos de
Marcio acredita que, com esse cenário, o
resultado, enquanto outros importantes se-
empresário brasileiro teve mais dificuldades
tores da economia recuaram. “Destaco tam-
para redirecionar estratégias. “As empresas
bém a evolução da discussão de algumas
de médio e pequeno porte do setor, em ca-
pautas importantes para nosso setor, como
ráter geral, fecharam o ano em certo ‘estado
a flexibilização das regras para aquisição de
de dormência’, esperando por dias melhores
imóveis rurais por grupos estrangeiros, o
em 2016/2017”, acrescenta. Já as de grande
que, se confirmado, deverá causar um gran-
porte estão, em geral, reorganizando as es-
de impacto positivo ao nosso setor”, acredita.
tratégias de consolidação já em andamento,
Jefferson Mendes, diretor da Pöyry Ma-
ou adotando um caráter mais agressivo de
nagement Consulting Business, também faz
16 OPERAÇÕES BALANÇO . B. . FOREST B. FOREST
Foto: Zig Koch
parte do grupo dos otimistas. “Apesar do
síveis de crescimento na discussão sobre o
contra ciclo da economia brasileira, o setor
Plano Nacional de Desenvolvimento de Flo-
florestal/madeireiro teve um bom desem-
restas com o MAPA, ainda em andamento.”
penho. O de celulose, que historicamente
Ela também conta que a indústria de pai-
é muito competitivo, foi consideravelmente
néis de madeira e de pisos laminados tem
favorecido pela desvalorização cambial. Os
sofrido significativamente com a retração da
segmentos de serrados e de laminados tam-
economia doméstica. Apesar dos esforços
bém obtiveram ganhos pelo mesmo motivo,
voltados para alavancar as exportações, o
mas em escala menor”, avalia.
mercado brasileiro ainda representa mais de
Em contrapartida, ele salienta que os se-
90% do volume de vendas.
tores de carvão e de painéis reconstituídos,
Para Paulo Roberto Pupo, superintenden-
como MDF e MDP, foram duramente atingi-
te da ABIMCI (Associação Brasileira da Indús-
dos pela crise econômica brasileira. “O pri-
tria de Madeira Processada Mecanicamente),
meiro, devido a uma forte retração da in-
2015 foi um ano de muito trabalho. A Asso-
dústria siderúrgica, e o segundo, por conta
ciação, como representante da indústria de
da freada dos investimentos na construção
madeira processada mecanicamente, con-
civil”, esclarece. Jefferson ainda acrescen-
centrou parte de seus esforços em macro
ta que, de um modo geral, para a silvicultu-
ações, como a necessidade da redução da
ra nacional o ano não foi bom, pois sofreu
carga tributária, simplificação da legislação,
com preços baixos decorrente do excesso
melhoria da infraestrutura e modernização
de oferta.
das relações de trabalho. “Conseguimos
Elizabeth de Carvalhaes, presidente exe-
avançar, mas o setor ainda reivindica, por
cutiva da Ibá (Indústria Brasileira de Árvo-
meio da entidade, a desoneração de vários
res) avalia que 2015 foi complicado, mas por
itens de produtos madeireiros, como as ta-
outro lado também teve muitas conquistas.
xas de importação em vários países e blocos
“Destaco a transferência do locus institucio-
econômicos, que atualmente recaem sobre
nal da atividade para o MAPA (Ministério da
alguns produtos brasileiros. Além disso, plei-
Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e o
teamos a desoneração do ICMS (Imposto
avanço em discussões importantes para o
Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços)
setor e para o Brasil, com os cenários pos-
sobre a transmissão da energia e medidas B. FOREST B. FOREST. ENTREVISTA . BALANÇO 17
que solucionem os entraves logísticos e bu-
união do setor, que, mais do que nunca, tem
rocráticos que impactam a competitividade
encontrado formas para superar os desafios.
da indústria”, afirma Pupo.
Como exemplo: a ação conjunta com o ob-
Ele acrescenta que o setor madeireiro de
jetivo de aumentar o consumo per capita de
base florestal enfrenta as mesmas dificulda-
madeira no mercado interno, em especial
des que grande parte do setor industrial: re-
pela construção civil.
flexo da estagnação da economia brasileira,
Elizabeth de Carvalhaes destaca que o
em virtude da política econômica adotada
setor de florestas plantadas evoluiu muito
pelo governo federal e todo o cenário que se
nos últimos anos no Brasil, tornando-se um
estabeleceu a partir das denúncias de cor-
dos mais relevantes no mundo. “Com uma
rupção no país. “A guerra política está para-
área de 7,74 milhões de hectares de árvores
lisando a economia e o setor produtivo está
plantadas, o setor é responsável por 91% de
pagando uma conta muito cara com todo
toda a madeira produzida para fins industriais
esse cenário”, avalia.
no País, além de ser um dos que apresen-
Para Pupo, tanto no mercado doméstico
ta maior potencial de contribuição para a
quanto no internacional, as empresas brasi-
construção de uma economia verde”, com-
leiras enfrentam a pior das concorrências: o
plementa.
abusivo Custo Brasil de produção, que mina
Outro fator importante foi uma melhor
a maioria das ferramentas positivas existen-
organização da pauta de defesa de interes-
tes para competir com principais países con-
ses macro do setor junto a governo e órgãos
correntes. “Essa atual política brasileira em
oficiais. Em termos de produção, por unani-
relação ao setor produtivo nacional, na ver-
midade, o segmento de celulose foi a estre-
dade está desindustrializando o país”, alerta o
la do setor em 2015, apesar da forte pressão
superintendente.
sobre seus custos. “Sem contar alta do Dó-
Pontos Positivos
lar, que foi muito favorável, houve também
Dos momentos difíceis nascem os maio-
o anúncio da ampliação da Fibria e da Eldo-
res aprendizados e, apresar de todos os en-
rado Brasil em Mato Grosso do Sul, duas das
traves, que são de conhecimento geral, 2015
maiores fábricas de celulose no Brasil, além
proporcionou motivos para comemorar. En-
da conclusão da ampliação da CMPC Celu-
tre os pontos positivos pode-se destacar a
lose Riograndense, no Rio Grande do Sul, e
18 BALANÇO . B. FOREST
A MARCA DA QUALIDADE
MIREX-S sempre esteve à frente em tecnologias e inovações de produto e serviços para o controle das formigas cortadeiras. Para isso investe continuamente em melhorias, com controle absoluto desde a qualificação de fornecedores até o recebimento de matérias primas, assegurando sempre os melhores componentes para fabricação. Seu princípio ativo, a Sulfluramida, é produzido sob as exigências e rigorosas normas de pureza e processo industrial da Atta-Kill.
A única empresa a conquistar a Certificação ISO 9001:2008 do seu processo de Gestão da Qualidade, com escopo para Desenvolvimento, Produção, Comercialização e Serviços Pós-Vendas.
da nova fábrica da Klabin, no Paraná”, explica
de celulose, de serrados e de laminados de-
Marcelo Schmid.
vem manter ou melhorar a competitividade.
E 2016?
Contudo, os segmentos de painéis reconsti-
Os especialistas afirmam que é difícil fa-
tuídos e de carvão devem continuar a sofrer
zer uma previsão para o mercado em 2016,
por conta da alta dependência do ambiente
principalmente por conta das incertezas po-
de negócios brasileiros. Ele acredita que os
líticas pelas quais o país vive, principalmen-
produtores do segmento de silvicultura, de
te agora com a situação real de pedido de
um modo geral, continuarão a ter um de-
impeachment da presidente da república.
sempenho neutro ou mesmo negativo. “É
“A cada semana ou mês o setor reavalia as
aqui que repousa nossa maior preocupação”,
possibilidades e traça novas estratégias para
alerta. “A silvicultura fundamenta a indústria
continuar atuando de forma competitiva, ga-
de base florestal, e se não houver uma rea-
rantindo a entrega dos produtos aos clientes
ção no curto prazo, veremos o impacto ne-
e na esperança de retomada do crescimento
gativo no médio e longo prazo”, acrescenta.
do mercado interno, o grande potencial para
Marcio Funchal, diretor da Consulfor,
o uso da madeira processada, tarefa nada fá-
comenta que em 2016 e 2017 serão deter-
cil”, afirma Paulo Pupo.
minantes para várias companhias do setor.
A presidente executiva da Ibá compartilha
“Temos uma agenda crítica pela frente, en-
de uma opinião semelhante. Para ela, o pró-
volvendo aspectos de crise política e eco-
ximo ano ainda inspira cautela, consideran-
nômica, o que afeta diretamente os rumos
do que as expectativas ainda são de recuo
da estabilidade do mercado interno e as ten-
no PIB brasileiro e inflação alta, pelo Boletim
dências para o médio e longo prazo.” Por-
Focus, do Banco Central, embora em menor
tanto, ele acredita que 2016, será um ano de
intensidade. “A expectativa para a inflação
muito trabalho para todo o setor, principal-
indica ainda mais impacto nos custos das
mente na adaptação das estratégias empre-
empresas, já prejudicadas pelo aumento de
sariais para retornar os negócios a patamares
preços deste ano”, acredita Elizabeth.
mais rentáveis.
Para Jefferson Mendes, diretor da Pöyry,
Marcelo Schmid, diretor do Grupo Index,
como setor, o PIB florestal vai continuar posi-
entende que para o ano que vem, o setor
tivo, mas aquém do potencial. Os segmentos
florestal deverá manter o ritmo observado
20 BALANÇO . B. FOREST
“Destaco também a evolução da discussão de algumas pautas importantes para nosso setor, como a flexibilização das regras para aquisição de imóveis rurais por grupos estrangeiros, o que, se confirmado, deverá causar um grande impacto positivo ao nosso setor”
Foto: Zig Koch B. FOREST . BALANÇO 21
em 2015, lento, mas evoluindo. “Nesse senti-
e lenta, recuperação do mercado interno a
do, afirmo que para o próximo ano é funda-
partir do segundo semestre de 2016.
mental acelerar o ritmo do desenvolvimento
De forma mais pessimista, Rômulo Lis-
de nosso setor: a tão esperada votação do
boa, diretor de desenvolvimento e qualidade
projeto de lei que irá alterar o parecer da
da STCP, enxerga um agravamento da crise
AGU (Advocacia Geral da União), que trou-
com continuidade de estagnação econômi-
xe à tona novamente as restrições quanto à
ca e sinais de recuperação apenas a partir de
aquisição de terras por grupos estrangeiros.”
2017/18/19. Além disso, ele acredita em uma
Ele acredita que também veremos o for-
retação do PIB, aumento na taxa de desem-
talecimento do setor de bioenergia em dife-
prego e redução na demanda por bens e
rentes unidades federativas e uma possível,
produtos.
Foto: Divulgação / Tropical Flora
22 BALANÇO . B. FOREST
MPENHO E S E D E Z E T S U MAIS ROB LA PARA DAR AQUE R O D U Ç ÃO FORÇA NA SUA P
C 0 7 8 R E L L FE
ontados ições brasileiras e ap nd co à s do ta ap ad te tos Totalmen orestal, os equipamen es para o segmento fl çõ op res lho el. me cb as como r exclusivo - A Tra eis em seu revendedo Tigercat estão disponív ra um consultor e descub Fale hoje mesmo com produção. podem fazer pela sua tos en am uip eq s se o que es
TIGERCAT É NA T
R AC B E L
Foto: Divulgação / Lwarcel 24 APOIO . B. FOREST
APOIO DE PESO
T
oda operação necessita de um apoio para que seja realizada da melhor forma possível. Estruturas bem montadas e geridas conferem menos quebra, menor tempo de manutenção e garantem mais produtividade.
B. FOREST . APOIO 25
P
rodutividade é uma palavra de ordem
Ele explica que com a redução no tempo
no setor florestal. A busca pela redu-
de parada das máquinas, eleva-se, automa-
ção dos custos e aumento da produ-
ticamente, a disponibilidade mecânica e a
tividade sem perder a qualidade é sempre
eficiência operacional e, consequentemen-
contínua nas empresas, independente do
te, obtêm-se uma maior taxa de utilização,
porte. Para que essa meta seja alcançada, as
ou seja, maior quantidade de horas traba-
estruturas de apoio são fundamentais. Es-
lhadas.
sas têm como principal função elevar a dis-
“A estrutura de apoio facilita o trabalho
ponibilidade dos componentes operacio-
da área administrativa, proporcionando ra-
nais, reduzindo ineficiências e aumentando
pidamente aos gestores e operadores infor-
o tempo de trabalho dos equipamentos.
mações e indicadores que visam aumentar a
“Além disso, serve também para proporcio-
agilidade e assertividade na tomada de ação
nar conforto aos colaboradores que atuam
gerencial”, afirma Ariel.
nas frentes de serviço no campo”, completa
Marcos Fabricio Burati, gerente executi-
Ariel Evandro Fossa, gerente de florestas da
vo de operações florestais do Grupo Santa
Lwarcel Celulose,
Maria, completa explicando que as estru-
Foto: Divulgação / Lwarcel 26 BALANÇO APOIO . B.. FOREST B. FOREST
B. FOREST
. ENTREVISTA 27
“Para
definição da estrutura, deve-se levar em
consideração as peculiaridades de cada operação e também a relação custo-benefício esperada, pois geralmente a implantação é cara e impacta diretamente no custo operacional da atividade que será Foto: Divulgação 28 APOIO BALANÇO . B.. FOREST B. FOREST
atendida”
turas de apoio facilitam a movimentação
to, tecnologia e valor agregado, o que gera
das operações do dia a dia no campo, for-
a necessidade de se obter o máximo ren-
necendo condições para que as operações
dimento, visto que o custo das máquinas
atinjam os seus objetivos e metas.
e equipamento ociosos é elevado. Nestas
De acordo com Thiago Petine, coorde-
operações, é rotina a adoção de regimes de
nador de manutenção, treinamento e de-
trabalho em turnos ininterruptos, em que
senvolvimento da Veracel, os serviços de
se opera efetivamente até 24 horas diárias
apoio operacional dão suporte às principais
em condições adversas e desgastantes, de-
atividades para o suprimento de madeira
mandando a realização da manutenção no
para a fábrica, tanto na produção florestal,
campo, o que evita ao máximo as perdas de
quanto na manutenção de equipamentos.
tempo por deslocamento ou movimenta-
“Tal suporte pode ser aplicado a qualquer
ção. Diante desse cenário, Ariel explica que
operação florestal, seja ela colheita, silvicul-
é recomendada para esse tipo de atividade
tura, transporte madeira ou estradas”, com-
a implantação de estruturas de apoio robus-
plementa Petine.
tas, com equipes de mecânicos trabalhando
Composição
24 horas; caminhões oficina que possibilitam
De acordo com Ariel, a composição da
a imediata manutenção dos equipamentos;
estrutura de apoio depende da atividade a
além de estoque de peças de reposição dis-
ser realizada, do grau de tecnologia aplica-
ponível na frente de serviço. “São necessá-
da e da eficiência operacional esperada da
rios também caminhões Munck para mo-
frota de equipamentos amparada pela es-
vimentação de materiais pesados, tratores
trutura em questão. “Para definição da es-
para apoio operacional e caminhões pipa
trutura, deve-se levar em consideração as
para a lavagem periódica dos equipamen-
peculiaridades de cada operação e também
tos, que na maior parte do tempo trabalham
a relação custo-benefício esperada, pois
em elevada temperatura”, acrescenta o ge-
geralmente a implantação é cara e impacta
rente de florestas da Lwarcel.
diretamente no custo operacional da atividade que será atendida”, acrescenta.
Além do apoio para manutenção mecânica, Ariel acrescenta, que é necessário es-
Na colheita mecanizada, por exemplo,
truturar também o apoio operacional, com-
são utilizados equipamentos de alto cus-
posto por caminhões comboio utilizados B. FOREST . APOIO 29
para abastecimento e lubrificação, cami-
truturas de apoio, Thiago Petine, coorde-
nhões prancha para transporte dos equipa-
nador de manutenção, treinamento e de-
mentos, além de veículos leves e caminho-
senvolvimento da Veracel, explica que estes
netes para deslocamento de mecânicos e
estão diretamente ligados ao tamanho da
transporte dos operadores para realização
frente operacional, a natureza da atividade
de trocas de turno, refeições e necessidades
(silvicultura, colheita, etc) e a complexida-
fisiológicas. “Visando proporcionar maior
de da logística externa de recursos, como a
conforto aos colaboradores, são disponibili-
distância de grandes centros ou das unida-
zados traillers especialmente adaptados para
des de produção da empresa, por exemplo.
realização das refeições e com sanitários
Na Florestal Gateados, cada uma das
móveis. Também é importante a disponibi-
estruturas de apoio possui o número de
lização de veículos de transporte coletivos
componentes de acordo com a demanda e
que proporcionem segurança e ergonomia
também postos de trabalho. “Por exemplo,
aos colaboradores”, completa.
caso haja aumento do parque de máquinas,
Sobre o tamanho e composição das es-
Foto: Divulgação
30 APOIO . B. FOREST
há a necessidade de mais mecânicos. Já em
períodos críticos quanto há risco de incên-
nhão pipa para lavagem e resfriamento dos
dio, há mais colaboradores brigadistas em
equipamentos. “É importante ressaltar que
sobreaviso integral”, destaca Eduardo Kenji
as estruturas de apoio devem ser planeja-
Araki, coordenador de apoio da empresa.
das e dimensionadas de forma a otimizá-las.
Já no Grupo Santa Maria, algumas es-
Em alguns casos, a mesma estrutura pode
truturas de apoio têm conjunto de compo-
atender mais de uma operação, desde que a
nentes para atender simultaneamente duas
logística permita, reduzindo o custo fixo de
áreas de atuação distintas, como colheita e
apoio da atividade”, salienta Ariel.
silvicultura. “O dimensionamento destas é
Não há uma fórmula ou padrão para tais
determinado conforme a demanda das áre-
estruturas. “Entre as estruturas e atividades
as. Por exemplo, se a colheita necessita de
abordadas na Veracel, as áreas de vivência
mais atenção para a manutenção de estra-
para apoio operacional possuem suas con-
das, o apoio se concentra nessa operação”,
dições mínimas determinadas pela NR 31,
esclarece Marcos.
que trata, sobretudo, das questões de segu-
Ariel aponta que na Lwarcel, para ativida-
rança e saúde do trabalhador rural”, destaca
des mais leves, ou que operam em jornadas
Thiago Petine.
menores, a estrutura pode ser mais modes-
Gestão
ta, não havendo necessidade de mecânicos
As estruturas de apoio devem ser geri-
com dedicação exclusiva e de caminhões
das com a mesma atenção empregada ao
oficina disponíveis no campo, em função do
restante da operação, visto que falhas na
baixo número de quebras. Como no prepa-
mesma, ou até mesmo seu uso inadequado
ro de solo, no qual as máquinas trabalham
pode reduzir a eficiência da atividade, fazen-
períodos mais curtos e em ambientes com
do com que a operação não alcance o re-
menos sujeira.
sultado esperado. Nesse sentido, os apoios
Já em atividades mais complexas, como
podem ser próprios da empresa, terceiriza-
a colheita mecanizada, na qual as máquinas
dos ou mistos. “Há empresas que adotam o
atingem altas temperaturas durante o traba-
modelo onde os equipamentos são próprios
lho e é observado o acúmulo de resíduos
e apenas os serviços são contratados. Estas
sobre os equipamentos, se faz necessária
podem ser agrupadas em centrais compar-
à disponibilização contínua de um cami-
tilhadas de serviços ou distribuídas por frenB. FOREST . APOIO 31
tes de trabalho”, exemplifica Petine.
dimensionamento e gestão adequados?
Na Florestal Gateados, o apoio é de res-
Uma estrutura de apoio bem dimensiona-
ponsabilidade da gerência de operações, na
da e gerida resulta em maior disponibilidade
qual há a presença coordenador organizan-
dos equipamentos para o trabalho, melho-
do as atividades e aprovando as solicitações.
rando a eficiência da atividade realizada. Isso
“Mas é imprescindível a presença do líder,
porque reduz as paradas e períodos impro-
responsável pela tomada de decisão dentro
dutivos, bem como a máxima utilização dos
das atividades que lhe são repassadas”, res-
recursos disponíveis nas frentes de trabalho.
salta Eduardo. De acordo com ele, o padrão
Além disso, há ganhos indiretos como qua-
para organização das atividades e todos os
lidade das operações e satisfação dos cola-
procedimentos operacionais dentro da em-
boradores.
presa são embasados dentro das NR 12 e
No caso da colheita, por exemplo, resul-
NR 31. “Os cursos e atualizações seguidos
ta em operações contínuas, estradas bem
à risca, para que todos os envolvidos este-
formadas, garantindo o escoamento da
jam devidamente preparados e habilitados
produção pelos caminhões, uma melhor
a cumprir suas funções, visando a realiza-
movimentação das atividades dentro das fa-
ção das atividades sempre com segurança e
zendas, agilizando os processos. Na silvicul-
qualidade”, acrescenta.
tura essa estrutura, fornece a possibilidade
Já no Grupo Santa Maria, a gestão da
de acesso das equipes em todos os talhões
estrutura de apoio é independente. Marcos
das fazendas, agilizando as atividades do dia
Burati conta que as áreas (colheita e silvicul-
a dia, ganhando rapidez no deslocamento,
tura) solicitam os serviços, e o gestor res-
proporcionando melhores condições, para
ponsável pelo apoio faz o dimensionamento
atingir uma maior produtividade das equi-
dos componentes para atender da melhor
pes.
forma possível a demanda dos setores, em
Investir em estruturas de apoio implica
analise in-loco por meio de microplaneja-
diretamente nos ganhos de produtividade,
mento.
otimização de recursos, geração de infor-
Resultado eficaz
mações utilizadas na gestão da atividade e,
Dada a importância das estruturas de
finalmente, redução nos custos operacio-
apoio, quais as vantagens e benefícios do 32 APOIO . B. FOREST
nais.
MELHORIAS NO MATERIAL RODANTE
Maior estabilidade da máquina e menor desgaste com redução dos custos de manutenção.
NOVO SISTEMA DE GIRO
Permite maior torque, com consequente menor tempo de parada e maior produtividade.
ESCAVADEIRAS FLORESTAIS O projeto, a fabricação e manutenção da Escavadeira Florestal 320D2 FM, possuem a qualidade Caterpillar para proporcionar uma máquina confiável e durável para as exigentes condições florestais. Construídas para atender as mais diversas aplicações, a Série D incorpora melhor desempenho, durabilidade e máxima produtividade.
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Foto: Divulgação / TMO
34 BALANÇO OPERAÇÕES. B. . FOREST B. FOREST
MOVIMENTAÇÃO GARANTIDA
P
or ser primordial para o funcionamento da fábrica, a descarga de madeira em pátio deve ser bem planejada e executa com precisão. Uma garantia para que essa operação não pare e comprometa as atividades da unidade é a utilização de maquiná-
rio qualificado. Nesse ponto, as garras são de extrema importância.
B.B.FOREST FOREST .. OPERAÇÕES ENTREVISTA 35
E
m toda a cadeia logística da madeira
feita por meio de escavadeiras de esteira,
a descarga em pátio é uma das mais
rodas ou estacionária (elétrica em pedestal).
importantes, pois é por meio dela que
Como também por pá carregadeira utilizan-
a fábrica é abastecida. A atividade consiste
do implementos como garra ou garfo, neste
na chegada do caminhão à unidade fabril e
caso o equipamento além de descarga pode
seu direcionamento ao processamento ou a
fazer a operação de movimentação da ma-
pilha para estoque. Esse processo, que ge-
deira no pátio.
ralmente acontece 24 horas sem parada, é
Para ganhar em produtividade, Luiz Fer-
fundamental, porque se alguma etapa fa-
nando Bona, especialista florestal da PESA,
lhar as operações podem ser paralisadas.
dealer da Caterpillar para o Sul do Brasil, ex-
Por esse motivo, Fernando Strobel, gerente
plica que a regra básica está no menor ma-
de vendas e marketing da Rotobec, acredita
nuseio da madeira. “Disponibilizar a madeira
que os maquinários utilizados, como má-
para a indústria com menor movimentação
quina base e garra, devem ser os mais con-
reflete em uma boa relação custo/produ-
fiáveis possível.
ção”, afirma. Todo esse processo exige um
A descarga da madeira em pátio pode ser
Foto: Divulgação / TMO Roder
36 OPERAÇÕES . B. FOREST
planejamento complexo, que deve ser bem
executado, uma frota bem dimensionada,
va é praticamente o mesmo que a diferença
operadores treinados e equipamentos de
de valores entre equipamentos de menor e
qualidade.
maior qualidade”, completa Fernando.
O dimensionamento correto da máquina
Yedo Tito Tortato Filho, diretor comercial
e da garra para a aplicação e o equilíbrio en-
da TMO, compartilha da mesma opinião.
tre o tempo de ciclos de descarga conferem
“Avarias em mangueiras, cilindros e/ou ou-
alta produtividade. “Devido a alta responsa-
tro componente da garra implica em parada
bilidade de não interromper a operação da
total do equipamento, sendo prejuízo certo.
fábrica, não se pode pensar em economia
Economia em custo de aquisição na garra e
na hora de comprar os componentes para a
componente de baixa qualidade implica em
movimentação de madeira em pátio. O cus-
prejuízo muito maior que a suposta econo-
to de uma parada para manutenção correti-
mia de aquisição”, afirma.
Fonte: Luiz Bona, especialista Florestal, na PESA
Componente de destaque A garra é um dos componentes de maior relevância na movimentação de madeira. O dimensionamento adequado aliado a força de agarre conferem produtividade a operação. De acordo com Fernando, a escolha do implemento deve seguir três fatores: raio de atuação, altura da pilha de madeira e capacidade de alimentação da máquina. Sendo assim, quanto maior a garra, menos ciclos de descarga são necessários, gasta-se menos B. FOREST . OPERAÇÕES 37
combustível e tempo, o que resulta em ga-
“O que muda é que acima de uma deter-
nhos na produção. “Quanto mais rápido for
minada capacidade da garra o modelo de
realizado um ciclo, menos folga vai haver
fabricação muda, pois para grandes cargas
entre a descarga de um caminhão e outro”,
é necessário usar um sistema de fechamen-
acrescenta. Geralmente, de acordo com
to ponta a ponta, com maior capacidade e
ele, as garras indicadas para movimentação
mais robusta”, esclarece.
de madeira em pátio têm entre 1,5 a 2 m².
Anderson de Souza, diretor de comércio
Finalidades diferentes
e serviço da J de Souza Equipamentos Flo-
Basicamente, existem quatro tipos de
restais, explica que a exceção é para as ma-
madeira: longa, curta, fina e grossa. As cur-
deiras chamadas “metrinho”, as quais para
tas e finas são indicadas para a produção
serem transportadas, independente da má-
de celulose, energia e carvão. Já as longas
quina base, não deve ultrapassar os 0,6 m².
e grossas tem sua finalidade mais voltada
Bona ressalta que madeira fina ou gros-
para serrarias e construção civil. Dyme Ro-
sa não determina o dimensionamento da
der, diretor de negócios da Roder Máquinas
garra. “É necessário saber qual o peso es-
e Equipamentos, explica que, geralmente,
pecífico da madeira e comprimento. Com
as garras para descarga em pátio são de
o valor da carga operacional para descarga
dimensões maiores e não existem diferen-
calculado, o mais importante é saber se o
ças entre garras para madeira fina e grossa.
equipamento possui a capacidade desejada
Foto: Divulgação / Roder
38 OPERAÇÕES . B. FOREST
Foto: Divulgação / Rotobec
“É
necessário saber qual o peso específico da
madeira e comprimento. Com o valor da carga operacional para descarga calculado, o mais importante é saber se o equipamento possui a capacidade desejada de carga operacional ” 40 OPERAÇÕES . B. FOREST
de carga operacional”, acrescenta.
Entre os componentes que formam a
Fernando Strobel, acrescenta que um
garra, os mais importantes são as chapas,
dos fatores mais importantes é a força de
que precisam ser de alta resistência, assim
fechamento da garra. “Geralmente, o que
como fios e buchas; rotator, que de acor-
varia na descarga de madeira é o peso. Prin-
do com Anderson de Souza, é fundamen-
cipalmente para as madeiras longas é ne-
tal que seja de boa qualidade para o bom
cessário assegurar que a garra tenha força
andamento da operação e é indicado tam-
de fechamento para que a madeira não caia
bém que tenha uma “sobra” de capacidade
durante a operação”, explica. De acordo
de peso em relação a carga total a ser mo-
com ele, algumas garras não têm força su-
vimentada.
ficiente ou são mal reguladas e não fecham
O cilindro deve ser bem dimensionado,
direto. Assim, algumas toras podem ficar
com vedações e aços de qualidade; uma
frouxas dentro da garra e dependendo da
boa montagem das mangueiras com apli-
umidade e do encaixe, elas viram um “sa-
cação de proteções é necessária. Já o pis-
bão” e podem cair com o movimento.
tão, segundo Fernando Strobel, é essencial
Conjunto completo
para a operação e deve ter capacidade sufi-
De modo geral, o conjunto completo de
ciente para carregar entre 8 e 10 toneladas
todos os itens que compõe o equipamento
por ciclo.
de descarga de madeira é de extrema im-
Mas todos concordam que o ponto
portância para a qualidade da operação.
mais importante na construção das garras
Tanto a garra quanto a máquina base preci-
é um projeto robusto e com boa qualidade
sam estar ajustadas para que o trabalho seja
nas uniões soldadas. “Estes itens formam o
efetivo.
conjunto em operação e cada um tem sua
O diretor da Rotobec, explica que por
importância, sendo que todos tem que ser
ser uma operação de grande porte, é indi-
bem dimensionados entre si para que o
cado que a descarga de madeira em pátio
equipamento tenha a melhor disponibili-
seja feita com máquinas de mais de 25 to-
dade mecânica possível. Não adianta uma
neladas de capacidade. As garras e os com-
garra superdimensionada para um rotator
ponentes que a formam também precisam
inferior a capacidade da mesma, ou vice e
estar adequadas ao peso da carga.
versa”, afirma Dyme Roder. B. FOREST . OPERAÇÕES 41
TECNOLOGIA DE GESTテグ Softwares e sistemas online otimizam o controle e a gestテ」o florestal
Foto: Divulgaテァテ」o
42 TECNOLOGIA ENTREVISTA . .B.B. FOREST FOREST
A
gestão é um ponto fundamental
desenvolvem sistemas informatizados para
para a qualidade das operações,
o planejamento e o controle de máquinas
é por meio dela que as empresas
e plantações, e na extração de relatórios
conseguem avaliar seus processos e diag-
e indicadores gerenciais para a tomada de
nosticar falhas. Independentemente do
decisão mais rápida dos nossos clientes”,
porte e atividade, todas precisam realizar
explica José Roberto Pereira Jr, diretor da
esse processo de forma adequada para po-
Kersys.
tencializar sua produção.
Ele afirma que entre os benefícios de
Cada ramo de atuação, tamanho e for-
uma boa gestão por meio dos softwares
ma de administração exige uma estratégia
personalizados estão a qualidade das in-
de gestão, por esse motivo, não existe um
formações obtidas, segurança de acesso,
padrão ideal de como essa atividade deve
facilidade de auditorias, confiabilidade no
ser realizada. Mas é comum a todas as em-
armazenamento de dados e fácil análise
presas o levantamento de dados e análise
dos indicadores, e visualização dos dados
de informações. Nesse ponto, a tecnologia
em mapas. “A Kersys possui ferramentas
tem se mostrado uma forte aliada. Softwa-
com elevado grau de flexibilidade, agilidade
res e programas online para tablets e smar-
e qualidade na customização de suas solu-
tphones são ferramentas que auxiliam e fa-
ções, possibilitando atender plenamente as
cilitam este levantamento e diagnóstico das
necessidades dos clientes com total efici-
tarefas realizadas.
ência”, afirma.
Uma das empresas focada nestas solu-
José Roberto conta que, basicamente,
ções para o mercado florestal, é a Kersys,
a empresa foca sua atividade em duas áre-
uma empresa de base tecnológica, sediada
as de atuação. A primeira é de tecnologia
em São José dos Campos – SP, integrante
e desenvolvimento de software, na qual a
do APL Tecnológica da informação e Co-
Kersys disponibiliza um sistema composto
municação do Vale do Paraíba – TICVale.
por 15 módulos customizados de acordo
“Somos especializados em prover solu-
com a necessidade do cliente. Entre eles
ções para otimizar a gestão florestal e do
estão: cadastro, clima, operações, colhei-
agronegócio. Contamos com uma rede de
ta, custos, estoque de insumos e madei-
profissionais altamente experientes, que
ra, fomento, viveiro, pesquisa, máquinas, B. FOREST . TECNOLOGIA 43
além de visualizador de mapas e aplicações
planejado X realizado, visualização dos da-
para tablets e smartphone. “Neste mode-
dos em mapas.
lo, o objetivo é fazer com que o software
A segunda área de atuação é a de qua-
se adeque ao processo e a necessidade do
lidade da informação. Grandes empresas,
cliente e não o contrário. Fazemos reuniões
muitas vezes, têm em sua grade um depar-
de levantamento e definição dos processos
tamento específico para a gestão florestal,
onde discutimos junto com o cliente as ne-
outras encarregam um ou mais colabora-
cessidades e as formas em que o sistema
dores de cada área para essa atividade. Mas
funcionará”, explana.
as pequenas e médias também necessitam
Além de customizar softwares, a Kersys
de um bom plano de gestão e investimen-
esta lançando o Kersys - SaaS, um sistema
to em recursos para manter seus sistemas
padrão de gestão florestal. Com este mo-
atualizados. Pensando nisso, a Kersys vol-
delo, a empresa utiliza uma ferramenta de
tou suas forças para proporcionar aos pe-
alta tecnologia com total disponibilidade de
quenos e médios produtores florestais as
acesso e segurança das informações pela
condições necessárias para fazer o geren-
internet, por um valor mensal, sem preci-
ciamento de suas operações.
sar comprar o software, como nos modelos
De acordo com José Roberto, algumas
tradicionais, e sem a necessidade de investir
empresas com quadro reduzido e rotativi-
em infraestrutura. “O investimento para uti-
dade de funcionários, encontram dificulda-
lização do Kersys - SaaS é definido confor-
des para manter atualizados os dados nos
me os planos de funcionalidades e o tama-
programas. Sendo assim, a Kersys desen-
nho da área de cada cliente”, explica José
volveu um novo serviço em que auxilia e
Roberto.
mantém as informações dos clientes atu-
Com o Kersys – SaaS é possível ter o Ca-
alizadas de forma correta no sistema, ga-
dastro florestal, com registros de plantios
rantindo assim a qualidade e agilidade dos
e colheita, ocorrências e análises de solo,
relatórios e indicadores sem exigir muito
realizar planejamento e controle das ope-
tempo da empresa contratante.
rações, controlar contratos e pagamentos com prestadores de serviço, extrair relató-
Para mais informações:
rios gerencias e indicadores comparativos
www.kersys.com.br/
44 TECNOLOGIA . B. FOREST
Foto: Divulgação / Tracbel
B. FOREST . TECNOLOGIA 45
ANÁLISE MERCADOLÓGICA pinus são temas do Boletim Informativo feito pelos profissionais da STCP
Foto: Divulgação
O
atual cenário econômico e uma avaliação sobre as ofertas de toras de eucalipto e
46 ANÁLISE ENTREVISTA MERCADOLÓGICA . B. FOREST . B. FOREST
Indicadores Macroeconômicos • Perspectivas Econômicas: No início de Dez/2015, o BCB (Banco Central do Brasil) revisou novamente a previsão do PIB brasileiro com estimativa de queda. As projeções são de -3,50% em 2015 e -2,31% em 2016. Caso se confirme, será o pior resultado em 25 anos e a primeira vez em que o país registrará dois anos consecutivos de contração na economia. O país segue em recessão econômica com a retração do PIB em -1,7% no segundo trimestre de 2015 em relação aos três meses anteriores. • Inflação: Em Nov/2015, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) apresentou aumento de 1,01%, maior alta para o mês desde 2002. O resultado foi influenciado principalmente pela alta no preço dos combustíveis, alimentos e bebidas e nas tarifas de transporte (ônibus). O IPCA acumulado entre Jan-Nov é de 9,62% e nos últimos 12 meses de 10,48%, maior índice desde 2003 e significativamente acima do teto da meta de inflação do BCB, que é 6,5%. A estimativa do BCB é que o ano de 2015 encerre com IPCA acumulado em 10,44% e em 2016 com 6,70%, novamente acima do teto da meta. • Taxa de Juros: O COPOM manteve a taxa Selic em 14,25% na última reunião do ano. É a terceira vez consecutiva que a comissão mantém estável a taxa de juros. A recessão e o desemprego elevados podem ter pesado na decisão. Economistas preveem que a Selic será elevada em 0,5 ponto percentual em Jan/2016, com início a um ciclo de aumento da taxa básica de juros que deve levá-la a pelo menos a 15,75%. • Taxa de Câmbio: Em Nov/2015 a taxa média cambial encerrou em BRL 3,78/USD, resultando em queda de -2,7% em relação à média de Out/2015. Porém, o dólar fechou o mês de novembro com alta de 1,0% (30/Nov em relação ao primeiro dia útil do mês), influenciada por preocupações com novos desenvolvimentos do cenário político brasileiro. Projeções do BCB indicam estimava de taxa cambial de BRL 3,95/USD no encerramento de 2015 e BRL 4,20/USD no final de 2016.
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B. FOREST
. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 47
Índice de preços de madeira em tora no Brasil Índice de Preço Nominal de Toras de Eucalipto e Pinus no Brasil (Base Abr/14 = 100)
Tora de Eucalipto:
Tora de Pinus:
Nota de Sortimentos de Tora: Energia: < 8 cm; Celulose: 8-15 cm; Serraria: 15-25 cm; Laminação: 25-35 cm; e Laminação Especial: > 35 cm. Preços de madeira em tora R$/m³ em pé. Fonte: Banco de Dados STCP e Banco Central do Brasil (IPCA).
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48 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST
“Como desafio para 2016, produtores florestais mantêm a expectativa de conseguir repassar o aumento ocorrido no custo de produção nos últimos meses aos preços das toras”
Foto: Divulgação B. FORESTB. FOREST . ANÁLISE MERCADOLÓGICA . ENTREVISTA 49
Índice de preços de madeira em tora no Brasil Índice de Preço Real de Toras de Eucalipto e Pinus no Brasil (Base Abr/14 = 100)
Tora de Eucalipto:
Tora de Pinus:
Nota de Sortimentos de Tora: Energia: < 8 cm; Celulose: 8-15 cm; Serraria: 16-25 cm; Laminação: 25-35 cm; e Laminação Especial: > 35 cm. Preços de madeira em tora R$/m³ em pé. Fonte: Banco de Dados STCP (atualização bimestral).
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50 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST
• Comentários - Tora de Eucalipto: O cenário de recessão econômica continua afetando o consumo de toras no mercado doméstico e consequentemente o nível de produção do setor florestal-madeireiro. Somado a isso, a época de chuvas, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, tem afetado na colheita florestal, deixando alguns produtores florestais sem estoque de madeira. Como havia sobre oferta de toras finas no mercado, a chuva tem regulado estes volumes em algumas regiões e pressionado os preços momentaneamente. A procura por toras acima de 25 cm de diâmetro continua em alta, e com as chuvas, a oferta se encontra abaixo da demanda, o que pode acarretar em pressão positiva sobre os preços no curto prazo. Em função da dinâmica de oferta e demanda e como desafio para 2016, produtores florestais mantêm a expectativa de conseguir repassar o aumento ocorrido no custo de produção nos últimos meses aos preços das toras. Por outro lado, empresas com produtos beneficiados voltados ao mercado externo, como as do segmento de celulose, têm ampliado a exportação e aumentado a demanda de mercado por tora fina. De acordo com o MDIC, o Brasil exportou entre Jan-Nov/2015 o total de 11,0 milhões t (USD 5,1 bilhões) em celulose, o que representa crescimento de 9,2% em volume e 4,9% em valor, em relação ao igual período de 2014. Entretanto, em Nov/2015 a receita com exportação de celulose totalizou USD 445 milhões (943,5 mil t), apresentando queda de 24,4% em valor (-19,8% em volume) em relação a Out/2015, quando o câmbio se encontrava mais favorável às vendas ao mercado externo.
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B. FOREST
. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 51
• Comentários - Tora de pinus: Devido à sobre oferta de tora fina de pinus na região Sul do Brasil, onde estão concentrados os plantios deste grupo de espécie, os preços praticados estão inviabilizando a atividade. Algumas empresas mais distantes do mercado consumidor têm procurado trabalhar com toras de diâmetro acima de 14 cm, já que as mais finas não viabilizam suas operações. Outras empresas não têm corrigido os preços da madeira para processo há alguns meses e continuam sem expectativa de aumento no curto prazo. A procura por madeira em tora grossa (maior que 35 cm) continua acentuada. Os preços de sortimentos maiores tendem a se manter em patamar elevado em função das exportações brasileiras de serrado e compensado estarem em alta, com a taxa cambial favorável e o mercado doméstico desaquecido. Entre Jan-Nov/2015, o segmento de compensado de pinus exportou 1,19 milhões de m³ (USD 395,2 milhões), com crescimento de 12,6% em volume, mas apenas 0,1% em valor, comparado a igual período de 2014. Isto evidencia que, mesmo com o Dólar valorizado, não se observa ganho em valor, dada a pressão por importadores pela redução nos preços. No caso do serrado de pinus, as vendas ao exterior totalizaram USD 261,9 milhões (1,17 milhões de m³) nos primeiros 11 meses do ano, ocorrendo aumento de 24,8% em valor e 29,9% em volume sobre igual período do ano passado.
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52 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST
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. ENTREVISTA 53
Av. Juscelino K. de Oliveira 3545, Cid. Industrial, Curitiba - PR | CEP: 81270-200 Telefone: (41) 3317-1414
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vento em Curitiba reunirá empresários, industriais e demais profissionais do setor para potencializar o uso da biomassa florestal para geração de energia
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vento técnico que compõe a SIM - Semana Internacional da Madeira, o Encontro Brasileiro de Energia da Madeira tem como objetivo promover e incentivar o uso da biomassa florestal como fonte energética nas indústrias brasileiras. Desde o final de
2014, o Brasil vive a pior crise hídrica do país, na qual os reservatórios chegaram a percen-
tuais alarmantes. Com este cenário adverso as indústrias se viram dependentes de um sistema que tem as hidroelétricas como principal fonte de energia. Como consequência, essa situação despertou o interesse de empresários e industriais pela biomassa, afinal a água não é a única fonte limpa e renovável abundante no país. No entanto, as ações e o conhecimento sobre novas fontes energéticas são escassas. O setor industrial estava carente por um evento que levasse a público informações e cases de sucesso de empresas que já utilizam a madeira como fonte de energia. Além disso, a legislação e as formas de comercialização da energia produzida não são claras. Percebendo essa carência no país, e principalmente no setor industrial madeireiro, a Malinovski Eventos, com a copromoção do Instituto Paranaense de Florestal, realizará o Encontro Brasileiro de Energia da Madeira. Nos dias 10 e 11 de março de 2016, empresários, técnicos, estudantes, professores, entidades governamentais e demais profissionais que trabalham no segmento energético e madeireiro, assim como interessados em mudar o atual cenário brasileiro, se reunirão em Curitiba (PR), para discutir temas relacionados e potencializar o uso da madeira como fonte energética. Jorge Malinovski, diretor geral da Malinovski Eventos, destaca que o Encontro Brasileiro de Energia da Madeira surge justamente para promover e incentivar o uso da madeira como fonte energética nas indústrias do país, apresentando soluções para processamento da madeira e posterior queima, como também as questões legais e políticas públicas envolvidas. “O objetivo do Encontro é atender a demanda dos profissionais do segmento industrial madeireiro, que buscam por soluções para a redução do custo energético fabril e que apostam
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na utilização da madeira como fonte de energia”, acrescenta. De acordo com Benno Doetzer, diretor-presidente do Instituto de Florestas do Paraná, a iniciativa da realização de um evento na área de bioenergia voltado exclusivamente para o setor florestal é pioneira e tem tudo para ser um sucesso. “Pelo que observamos no setor, tanto no de produção florestal como na indústria, que buscam alternativas de utilização, redução de custos e segurança na condução de suas atividades, mas que não dispõem de informações suficientes e seguras para a tomada de decisão, o tema deve ser bem aceito e debatido pelos participantes”, acredita o diretor-presidente. Da forma como foi concebido, o evento irá proporcionar uma visão geral de toda a cadeia florestal voltada para a geração de energia. Benno acredita que a oportunidade de enxergar todo o processo, com certeza, irá contribuir para a abertura de novas perspectivas de negócios no setor. O Encontro Brasileiro de Energia da Madeira será dividido em quatro blocos: Energia elétrica da madeira, Biomassa florestal, Produtos para geração de energia da madeira e Transformação de energia da madeira na indústria, e abordará temas como: panorama energético brasileiro, legislação de conexão e transmissão de energia, produção de florestas para geração de energia, controle de qualidade de cavaco – interação floresta e indústria, coogeração de energia utilizando a madeira, entre outros. O evento, que será realizado no Auditório Caio Amaral, na FIEP (Federação das Indústrias do Paraná), tem vagas limitadas. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas pelo site: http://www.energiadamadeira.com.br/inscri--es.html Data: 10 e 11 de março Horário: 08h às 13h Local: CIETEP - Avenida Comendador Franco, 1341 – Curitiba (PR) Informações: www.energiadamadeira.com.br
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58 SIM . B. FOREST
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PADRÃO PARICÁ
A
ABIMCI (Associação Brasileira da In-
plano de ação para divulgação do docu-
dústria de Madeira Processada Me-
mento, que padroniza e define categorias,
canicamente) lançou em novembro o Ca-
leva informação ao consumidor, pré-qua-
tálogo Promocional do Compensado de
lifica o produto, agrega valor às marcas,
Paricá. O evento em Rondon do Pará (PA)
orienta quanto ao uso e aplicações, além
marcou o lançamento deste instrumento
de reforçar o espírito associativo. Entre as
de trabalho que pretende ser o ponto de
ações planejadas para a divulgação está
partida para uma série de ações visando
a distribuição para clientes que já usam o
a promoção do produto. Nas versões im-
compensado de paricá com o objetivo de
pressa e digital, o catálogo já está disponí-
reforçar o uso e padronizar as informa-
vel para download no site da ABIMCI [www.
ções; uma maior atuação junto às reven-
abimci.com.br]. Em breve estará disponível
das de madeira e materiais de construção e
também a versão em inglês do catálogo.
uma ação mais ampla para também aten-
Durante o evento, autoridades locais e os empresários do setor conheceram o
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der empresas do segmento da construção civil.
B. FOREST . NOTAS 61
CENIBRA REINICIA CAPTAÇÃO DE ÁGUA PARA PRODUÇÃO DE CELULOSE
A
pós iniciar a implantação de medidas alternativas para minimizar os impactos gerados pelo comprometimento da qualidade da água do Rio Doce, a Cenibra reiniciou o processo de captação e tratamento de água, e a produção de celulose está sendo restabelecida na linha de produção 2. A empresa afirma que outros ajustes estão em andamento para permitir o aumento do volume de água captada de forma sustentável, viabilizando as condições necessárias para restabelecer também a operação na linha de produção 1.
PROGRAMA POUPANÇA FLORESTAL
P
ara auxiliar e levar informação aos produtores interessados em plantas eucalipto, a Fibria lançou o portal Programa Poupança Florestal. Pelo site, os interessados terão acesso a
dicas técnicas, orientações sobre cultivo, legislação ambiental e sobre o funcionamento do programa. Com essa ferramenta, a Fibria busca estreitar o relacionamento com os produtores rurais. “O portal vai facilitar o acesso à informação por parte do produtor que tenha interesse na cultura do eucalipto. A expectativa é que o site funcione também como um portal de conhecimento sobre silvicultura. “Postaremos vídeos, publicações, dicas e informações atualizadas sobre essa atividade tão importante para o agronegócio brasileiro”, explica Carlos Nassur, gerente geral florestal da Fibria no Espírito Santo, Bahia e Minas Gerais. Acesse: www.poupancaflorestal.com.br
62 NOTAS . B. FOREST
TECNOLOGIA NA SILVICULTURA Eldorado Brasil, adotou medidas para
A
restal da Eldorado, comenta os ganhos com
simplificar e automatizar o processo de
implantação da solução: “A cada dia a dispo-
apontamentos de operações de silvicultu-
nibilização e a coleta de informações ope-
ra diretamente no campo. De acordo com
racionais e gerenciais no campo se tornam
a empresa, hoje todas as atividades realiza-
mais relevantes para o incremento de com-
das no campo são registradas por meio de
petividade e qualidade das atividades das
um smartphone, garantindo mais rapidez ao
empresas. A praticidade no registro e trans-
processo e eliminando antigas inconsistên-
missão dos dados direto do campo irá gerar
cias de digitação de formulários preenchi-
uma grande economia de tempo, além de
dos manualmente.
tornar o processo mais assertivo”
A equipe responsável passou a utilizar
A ferramenta foi implantada em outubro
este tempo para monitorar as operações e
e mais de 500 colaboradores já foram trei-
analisar melhor os indicadores operacionais.
nados para a utilização dos aparelhos e do
Carlos Justo, gerente de controle flo-
sistema.
B. FOREST . NOTAS 63
TECNOLOGIA CONTRA A ILEGALIDADE
O
Instituto BVRio lançou um apli-
que construtoras, serrarias, fabrican-
cativo
compradores
tes de móveis e atacadistas que com-
de madeira possam verificar se estão
pram madeira brasileira, verifiquem
comprando madeira legal ao passar o
com rapidez e segurança se seus for-
smartphone sobre o código de barras
necedores estão vendendo madeira
da Guia Florestal apresentada.
de origem legal. O novo sistema será
para
que
O Sistema de Verificação da Lega-
útil para exportadores, que precisam
lidade da Madeira está disponível no
se adequar às normas dos mercados
website do iBVRio, na Apple Store e
americano(US LaceyAct) e europeu
no Google Play. Seu uso vai permitir
(EU Timber Regulation).
64 NOTAS . B. FOREST
B. FOREST . NOTAS 65
CODORNADA FLORESTAL 2015
F
inalizar o ano com a reunião dos profis-
Biomassa. Os brinquedos serão entregues
sionais do setor florestal em momentos
para a comunidade no dia 19 de dezembro,
de descontração é o que a Codornada Flo-
no presépio da prefeitura de Ponte Alta do
restal tem conseguido ano após ano, desde
Norte.
2005. Em sua décima edição, o evento or-
A Codornada teve o patrocínio de 18 em-
ganizado pela NP Transportes e Biomassa,
presas (PESA, Geoforest, Laminados Itália,
contou com a participação de cerca de 500
Dinamac, HBMax, Komatsu, Breitkopf, Minu-
pessoas, em Ponte Alta do Norte (SC).
sa Forest, Log Max, Planalto, Timber Forest,
A reunião com cunho beneficente tem
Tipler, NP Cargas, RC Florestal, Morbark,
sempre como objetivo arrecadar brinque-
Posto Serrano, Schadeck Pneus e Fogaça)
dos para doação para as crianças carentes
e 2.200 codornas assadas. Durante a Cor-
da cidade. “Esse ano, conseguimos mais de
dornada Florestal, as empresas aproveitaram
1.600 brinquedos! Gostaria de agradecer
para apresentar máquinas e equipamentos
imensamente aos participantes e patrocina-
que fizeram parte dos lançamentos de 2015
dores que vestiram a camisa da Codorna-
e mostrar a tecnologia disponível para o
da e provaram que o setor florestal é unido,
mercado florestal brasileiro.
forte e apoia uma causa social”, comemora
A próxima edição ainda não tem data de-
Fábio Calomeno, organizador da Codorna-
finida, mas segundo Fábio Calomeno, já está
da Florestal e diretor da NP Transportes e
confirmada. Foto: Divulgação
66 NOTAS . B. FOREST
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
B. FOREST . NOTAS 67
68 FOTOS ENTREVISTA . B. FOREST . B. FOREST
B. FOREST B. FOREST . ENTREVISTA . Vテ好EOS 69
70 Vテ好EOS ENTREVISTA . B. FOREST . B. FOREST
2016
JAN
JANEIRO Truck Loggers Association Convention.
13
Quando: 13 a 15 de Janeiro de 2016 Onde: Vancouver (Canadá). Informações: www.tla.ca/convention
2016
FEV
22
FEVEREIRO Montreal Wood Convention 2016. Quando: 22 de Fevereiro a 14 de Março de 2016 Onde: Montreal (Canadá). Informações: http://montrealwoodconvention.com/en/
2016
MAR
MARÇO Wood Trade Brasil.
08
Quando: 08 de Março de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.woodtradebrazil.com
2016
MAR
MARÇO Lignum Brasil
09 2016
MAR
09
Quando: 09 e 11 de Março de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.lignumbrasil.com.br
MARÇO 2ª Expo Madeira & Construção – Construções Sustentáveis com Madeira de Floresta Plantada. Quando: 09 e 11 de Março de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.expomadeira.com.br
B. FOREST
. AGENDA 71
2016
MAR
MARÇO Encontro Brasileiro de Energia da Madeira.
10
Quando: 10 e 11 de Março de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.energiadamadeira.com.br
2016
ABR
07
ABRIL 4° Curso de Aperfeiçoamento Técnico em Custos Florestais Quando: 07 e 08 de Abril de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.malinovski.com.br
2016
ABR
11
ABRIL AUSTimber2016 Quando: 11 a 16 de Abril de 2016 Onde: Traralgon (Austrália). Informações: www.austimber.org.au
2016
ABR
12 2016
MAI
12
ABRIL EUCALIPTO 2016 – Simpósio sobre Tecnologias de Produção Florestal. Quando: 12 a 14 de Abril de 2016 Onde: Uberlândia (MG). Informações: www.sif.org.br
MAIO 2º Curso de Aperfeiçoamento Técnico de Gestão Socioeconômica e Ambiental em Atividades Florestais. Quando: 12 e 13 de Maio de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.malinovski.com.br
72 AGENDA . B. FOREST
2016
JUN
09
JUNHO 3º Curso de Aperfeiçoamento Técnico em Silvicultura de Florestas Plantadas. Quando: 09 e 11 de Junho de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.malinovski.com.br
2016
JUN
09
JUNHO KWF Tagung – Alemanha. Quando: 09 a 12 de Abril de 2016 Onde: Alemanha. Informações: www.kwf-tagung.org/en/kwf-tagung/kwf-expo.html
2016
ABR
11
ABRIL AUSTimber2016 Quando: 11 a 16 de Abril de 2016 Onde: Traralgon (Austrália). Informações: www.austimber.org.au
2016
AGO
18
AGOSTO 3° Curso de Aperfeiçoamento Técnico em Microsoft Excel Florestal. Quando: 18 e 19 de Agosto de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.malinovski.com.br
2016
SET
SETEMBRO II Encontro Brasileiro de Infraestrutura Florestal.
22
Quando: 22 a 23 de Maio de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.malinovski.com.br
B. FOREST
. AGENDA 73
2016
OUT
20
OUTUBRO 6° Curso de Aperfeiçoamento Técnico em Gestão de Manutenção de Máquinas Florestais. Quando: 20 e 21 de Outubro de 2016 Onde: Curitiba (PR). Informações: www.malinovski.com.br
74 AGENDA . B. FOREST
B. FOREST
. ENTREVISTA 75