2 ENTREVISTA . B. FOREST
B. FOREST
. ENTREVISTA 3
VISÃO DE LONGO PRAZO O desenvolvimento do setor florestal depende de planejamento constante. Desde a implantação florestal, definição dos tratos culturais, construção de estradas de uso florestal, escolha do sistema de colheita mais adequado e, consequentemente, os equipamentos mais apropriados. Quando as estratégias envolvem o controle das pragas florestais, em especial as formigas cortadeiras, não é diferente. Afinal, os pequenos insetos podem gerar grandes perdas produtivas, se não forem corretamente controlados. No mesmo sentido, definir estratégias para minimizar as chances de lidar com máquinas paradas no campo é essencial, assim como, escolher entre peças genuínas ou remanufaturadas. Como exemplo de visão de longo prazo, a entrevista desta edição, conta um pouco da história da família Giacomet que tem mais de 100 anos de vínculos com o setor madeireiro. Em um bate-papo descontraído, conversamos com o Tarso Giacomet, acionista e ex-diretor da Araupel. Confira na página 07. Para fechar a edição, confira a programação completa do 2º Encontro brasileiro de Infraestrutura e Logística Florestal, que acontece no início de outubro em Curitiba. Saudações florestais!
4 ENTREVISTA EDITORIAL . . B.B.FOREST FOREST
Expediente: Diretor Geral: Dr. Jorge R. Malinovski Diretor de Negócios: Dr. Rafael A. Malinovski Executivo Comercial: Caio Cesar Editora: Giovana Massetto Estagiário de Jornalismo: Luciano Simão Designer Responsável: Vinícius Vilela Designer Gráfico: Bernardo Beghetto Financeiro: Jaqueline Mulik Revisão Técnica: Gustavo Castro
Conselho Técnico: Aires Galhardo (Diretor Florestal da Fibria), Antonio Solano Junior (Gerente de vendas para América do Norte e do Sul da Caterpillar), César Augusto Graeser (Diretor de Operações Florestais da Suzano), Edson Tadeu Iede (Chefe Geral da Embrapa Florestas), Germano Aguiar (Diretor Florestal da Eldorado Brasil), José Totti (Diretor Florestal da Klabin), Lonard dos Santos (Diretor de Vendas da Komatsu Forest), Mário Sant’Anna Junior, Rodrigo Junqueira (Gerente de Vendas da John Deere Florestal), Sergio da Silveira Borenstain, Teemu Raitis (Diretor da Ponsse Latin America).
B.Forest - A Revista 100% Eletrônica do Setor Florestal Edição 24 - Ano 03 - N° 09 - Setembro 2016 Foto de Capa: Divulgação Malinovski +55 (41) 3049-7888 Rua Prefeito Angelo Lopes, 1860 - Hugo Lange - Curitiba (PR) – CEP:80040-252 www.malinovski.com.br / comunicacao@malinovski.com.br © 2016 Malinovski. Todos os Direitos Reservados.
B. FOREST B. FOREST . . ENTREVISTA EDITORIAL 5
6 ENTREVISTA . B. FOREST
B. FOREST
. ENTREVISTA 7
Crédito: Divulgação
Crédito: Divulgação
Vínculo profundo Tarso Giacomet Acionista e ex-diretor da Araupel
A
vivência e relacionamento com
madeireiro no Brasil. O início se deu em
o setor industrial madeireiro são
1908 com o meu bisavô, na então Serraria a
características marcantes na fala
Vapor Guarani, localizada na serra gaúcha. A
de Tarso Giacomet, acionista e ex-diretor
minha experiência na área se deu na Araupel,
da Araupel. Afinal a história de sua família
que foi fundada em 1972 para produção de
está intimamente ligada ao histórico do
molduras, painéis, componentes de portas,
setor. Diferente de muitos empresários do
casas. Basicamente, voltada à indústria da
segmento, a busca pela inovação e tecnologia
construção civil, mais de 70% da produção se
sempre estiveram presentes no dia a dia do
destina a exportação. Trabalhei ao longo de 25
profissional e da empresa. Uma história de
anos na empresa, sendo dois no conselho de
conquistas, superação e equilíbrio marcam
administração e cerca de nove como diretor
a vida de Tarso, especialmente quando o
administrativo-financeiro
assunto envolve a invasão das terras da
florestal. Mesmo sendo uma empresa familiar,
empresa pelo MST. Em entrevista exclusiva,
ela é extremamente profissional. Hoje temos
ele falou sobre os problemas enfrentados
cerca de 1550 colaboradores, onde apenas
para a reintegração de posse, a inanição do
quatro são da família.
e
institucional
Governo e sobre o futuro do setor industrial madeireiro.
Quais são as suas principais recordações que guarda de todos os anos de dedicação
Como ocorreu o seu envolvimento com o setor industrial madeireiro?
à Araupel? Com muita felicidade lembro de alguns
A história da minha família, a Giacomet, se
fatos. Regressei à empresa no início de
confunde com a história do setor industrial
2008 como diretor, ela vinha de um grande
8 ENTREVISTA . B. FOREST
“Comparando ao estágio industrial da Alemanha, com toda a minha dose de otimismo, digo que provavelmente nunca chegaremos, pelo menos em
Crédito: Divulgação
médio prazo”
B. FOREST
. ENTREVISTA 9
prejuízo do ano anterior e os acionistas
invadidas por integrantes do MST, fato
estavam descontentes com os sucessivos
marcante para você e para a empresa. O
anos de baixa rentabilidade e dividendos.
que está invasão tem representado?
Definimos com a equipe um planejamento
A invasão gerou um intenso trabalho
de longo prazo, que foi aprovado pelo
de mobilização e conscientização das
conselho de administração e executado
autoridades envolvidas direta e indiretamente
com o crescimento da produção desde
no Paraná e Distrito Federal, assim como
então em mais de 11% ao ano. Com a
todo o setor empresarial, sociedade civil
redução dos acidentes de trabalho em 94%
organizada na defesa à propriedade e ao
e com a modernização da unidade industrial
emprego. Desde a invasão, começamos a
de Quedas do Iguaçu. Guardo com muito
circular o Estado em busca de apoio. Aqui
carinho o plano de capacitação da equipe
tivemos, logicamente, o apoio de toda a
que desenvolvemos como base para esta
nossa equipe e também do Doutor Leandro
expansão. Também foi definida, planejada
Salomão, nosso advogado, na busca pela
e implantada uma moderna unidade de
efetivação da reintegração de posse, que foi
produção em Guarapuava, que é a mais
determinada pela justiça e infelizmente até
moderna fábrica de molduras da América
o momento não foi cumprida pelo Governo
do Sul. Gerando nesta unidade, contrariando
Estadual, o que tem nos causado perdas.
todo o cenário nacional de desemprego e queda nos investimentos, entre 2015/2016,
Você falou sobre a postura omissa do
mais de 400 novos empregos. Outro fato que
Governo. Qual o impacto que ela trouxe e
me traz muita satisfação foi a consolidação
traz para o desenvolvimento empresarial?
de uma parceria com um importante fundo
Temos no quesito invasão de terras, duas
florestal norte-americano para a aquisição
origens de problemas. Uma da própria União
e implantação de áreas plantadas na região
que vinha trabalhando a favor da invasão de
de Guarapuava. Também participamos da
terras. Tivemos a informação do Ministério
edição do livro A Fauna na RPPN Corredor
do Desenvolvimento Social, que apenas no
do Iguaçu. Essa RPPN pertence à Araupel.
período de 2006 e 2011, um único líder semterra, recebeu em sua conta pessoal cerca de
Há dois anos, as terras da Araupel foram 10 ENTREVISTA . B. FOREST
11 milhões de reais. Fora isso, um segmento
do Incra tem atuado de má fé, criando um
Pode falar um pouco sobre a tecnologia
sentimento de insegurança no campo.
aplicada à fábrica de molduras, localizada
Já o Governo Estadual soma cerca de 60
em Guarapuava?
reintegrações de posse não cumpridas. No
Considero a fábrica o mais ousado
nosso caso, o Governo vem procrastinando a
e avançado projeto de base florestal
reintegração determinada pela justiça desde
implantado dentro do nosso segmento de
2014. Nós acreditamos que nos próximos
atividade no Brasil. Ele compreende um
meses deveremos ter uma postura mais forte
conjunto de máquinas e equipamentos
pelo Governo Estadual. Foram dois anos
atribuídos
em que a Araupel agiu de forma pacífica
scanners e softwares específicos. Representa
e republicana buscando encontrar uma
a melhor tecnologia disponível no mercado
solução para a situação, mas quem tem a
mundial para o processamento eficiente de
obrigação de encontrar a solução é a União,
toras finas, uma tendência no país devido a
destinando terras para quem realmente
redução dos ciclos e rotações dos plantios
necessita.
florestais. O resultado do investimento feito
com
tecnologia
de
ponta,
é um aumento considerável do rendimento Qual é a atual situação na região de Quedas do Iguaçu em relação às terras?
toras versus madeira serrada, com uma drástica redução de mão de obra, obtenção
O que temos na região é um balcão de
de madeira serrada com precisão e com
negócios, onde os primeiros assentamentos
acuracidade dimensionais inigualáveis. Sem
implantados já foram, quase na totalidade,
o investimento feito, a Araupel estaria com
comercializados. Fora isso, ocorre o roubo
o seu mercado limitado e com um futuro
de madeira. Hoje sabemos que algumas
decadente.
lideranças que estão em nossa região desejam continuar expandindo terras para o
Analisando os outros países como
oeste paranaense. Com isto, a falta de ação
a Alemanha e o Chile, em que patamar
do Governo Estadual faz com que se crie
acredita que o Brasil se encontra hoje no
um clima de insegurança. Quem trabalha
quesito tecnologia para o processamento
quer segurança para trabalhar, investir e
da
empreender.
demorar para chegar em um patamar
madeira?
Quando
B. FOREST
tempo
iremos
. ENTREVISTA 11
parecido? Comparando ao estágio industrial da Alemanha, com toda a minha dose de
empresas deverão investir cada vez mais na mecanização pela escassez de mão de obra. No
âmbito
industrial,
as
empresas
otimismo, digo que provavelmente nunca
precisam de um investimento permanente
chegaremos, pelo menos em médio prazo.
em tecnologia, capacitação e inovação. Vou
Antes de mais nada deveríamos desenvolver
dar um exemplo de uma visita recente que
produtos de origem florestal, principalmente
fiz para a Itália, em relação à valorização
aqueles de madeira sólida em conjunto com
preditiva da matéria-prima, segundo as
uma agressiva política de incentivo ao uso
características dos produtos que poderão
dos mesmos. Do contrário ficamos reféns do
ser obtidos a partir do seu aproveitamento
desenvolvimento tecnológico impulsionado
na serraria. Tive a oportunidade de ver
pelas empresas. Países como Alemanha
uma
são impulsionados ao desenvolvimento
tora, onde se podia observar qual o
pelo exigente mercado doméstico, mesmo
comportamento da medula da tora. Com
com os altos custos de matéria-prima.
certeza esse é um sonho para o industrial,
Comparando com o Chile, o Brasil também
saber antecipadamente o aproveitamento
está atrasado. Mas vejo que a aplicação da
da tora antes mesmo dela entrar na linha
tecnologia não é o bastante. Temos que
de produção e também servindo como
nos preocupar com o desenvolvimento de
subsídio para o produtor florestal, que
produtos e implantação de políticas setoriais
poderá determinar como conduzir melhor
adequadas.
o talhão ou qual o melhor manejo segundo
tomografia
computadorizada
da
o material genético original e com isso O que falta para o Brasil despontar na produção industrial madeireira? Quais são as perspectivas para o futuro?
valorizar toda a cadeia. O futuro é esse! Cada vez pensar mais em melhorias de processos, investimento
Pensando no âmbito florestal, creio que
em tecnologia, capacitação e lembrando-se
as parcerias com os fundos de investimentos
sempre da motivação da equipe, afinal são
devem crescer ainda mais, especialmente
eles que levam as empresas adiante. Pode-
se for revista a questão da compra de terras
se ter a melhor tecnologia, mas sem uma
por estrangeiros. No campo acredito que as
equipe motivada é perda de tempo.
12 ENTREVISTA . B. FOREST
B. FOREST
. ENTREVISTA 13
ATAQUE ÀS FORMIGAS
C
apazes de infligir danos severos aos plantios florestais, resultando em prejuízos expressivos, as formigas cortadeiras representam uma preocupação constante para o
setor. Com o combate à praga assimilando novas tecnologias e se tornando cada vez mais especializado, como devem as empresas agir diante desta ameaça?
14 SILVICULTURA CERTIFICAÇÃO .. B. B.FOREST FOREST
Crédito: Divulgação / Unibrás B.B.FOREST FOREST . . CERTIFICAÇÃO SILVICULTURA 15
“Ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil”.
com substrato, um sauveiro durante um ano, em um total de uma tonelada de ve-
Apesar de dramática, esta frase, dita
getais. “É comum encontrar 4 formiguei-
pelo naturalista francês Auguste de Sain-
ros em um mesmo hectare, o que leva a
t-Hilaire há mais de 150 anos, reflete uma
danos em 344 árvores de eucalipto em 1
realidade ainda preocupante: a prolife-
ha, representando 22% das árvores cor-
ração de formigas cortadeiras – saúvas,
tadas”, detalha Augusto Tarozzo, gerente
do gênero Atta, e quenquéns, do gênero
comercial da Atta-Kill, empresa do Grupo
Acromyrmex – ainda pode acarretar gran-
Agroceres.
des prejuízos ao setor florestal, especial-
“Nas florestas plantadas, trata-se da
mente quando seu controle não é realiza-
principal praga em todas as fases do ci-
do de forma adequada.
clo. Na implantação florestal, as formigas
“Temos um alto impacto das formigas
cortadeiras podem consumir 100% das
cortadeiras na produtividade dos plantios.
mudas. Estudos verificaram que, na fase
Este impacto pode se dar no momento
de manutenção, um sauveiro por hecta-
do plantio das mudas, com a mortalidade
re pode reduzir o crescimento anual em
das mesmas e a necessidade de replan-
florestas de eucalipto e pinus em 5 e 10%,
tios, o que causa uma desuniformidade
respectivamente.
ou menor crescimento das plantas. Após
mostram que o prejuízo dessa praga em
o plantio e durante os primeiros anos de
florestas plantadas no Brasil pode atingir
crescimento, as plantas podem sofrer no-
US$ 9 bilhões anuais”, analisa Gabriel Bia-
vos danos causados pelo corte das folhas,
giotti, engenheiro florestal da Unibrás.
Algumas
estimativas
o que reduz a produtividade e, em alguns
Maurício Romano, diretor comercial da
casos, pode levar a árvore à morte”, expli-
Dinagro, corrobora: “São insetos vorazes
ca Norton Borges Júnior, pesquisador de
que provocam desfolhamento na planta
proteção florestal da CMPC.
de forma contínua e acentuada. O dano
As estatísticas comprovam o potencial
causado por formigas cortadeiras em flo-
ameaçador destas espécies. Estima-se
restas cultivadas é influenciado pela den-
que são necessárias 86 árvores de euca-
sidade de formigueiros na área e pelo ní-
lipto e 161 árvores de pinus para abastecer,
vel de desfolha. Este, por sua vez, impacta
16 SILVICULTURA . B. FOREST
negativamente a produtividade depen-
(plantas resistentes, rotação de culturas);
dendo da densidade de ninhos e da fase
biológicos (vírus, fungos e bactérias); e quí-
de desenvolvimento em que a planta sofre
micos (formicidas em pó ou líquidos, termo-
o ataque”. Entre as espécies de saúva no
nebulizáveis e iscas granuladas).
Brasil, Atta sexdens rubropilosa e Atta lae-
Entretanto, certos fatores, como custo
vigata são as mais importantes sob o ponto
elevado de aplicação, complexidade estru-
de vista econômico, pela ampla ocorrên-
tural dos formigueiros e alta periculosidade
cia, pelo tamanho do ninho e quantidade
ao aplicador (exigindo mão de obra espe-
de formigas nele existentes e pela intensa
cializada), inviabilizam o uso da maior parte
desfolha que provocam em culturas flo-
dos métodos. Por ser prático, econômico e
restais e agrícolas.
eficiente, o uso de isca formicida à base de sulfluramida é o mais indicado para o con-
Controle
trole da praga. “A sulfluramida é o princípio ativo mais
tadeiras em plantios florestais são diversos,
eficiente. É de grande eficácia e age por in-
e incluem: métodos mecânicos (escavação
gestão, e de forma lenta e gradativa, conta-
de ninho para retirada da rainha); culturais
minando assim todo o formigueiro. A mis-
Crédito: Gabriel Biagiotti / Unibrás
Os métodos de controle de formigas cor-
B. FOREST . SILVICULTURA 17
tura de atrativos (polpa cítrica) e inseticida
nulada. “Caso haja necessidade do corte de
com sulfluramida passa pelo processo de
mudas, realiza-se uma distribuição localiza-
peletização. A isca em forma de pellet é ide-
da de isca para o controle dos ninhos ativos.
al para o carregamento pelas formigas para
Posteriormente, são feitos monitoramentos
o interior da colônia. São aplicadas de forma
das plantas com um, seis e 12 meses de ida-
localizada nos ninhos, considerando a área
de para avaliação de danos. Após o primei-
de terra solta (murudum), e/ou de forma sis-
ro ano, os plantios são monitorados anual-
temática na área”, explica Biagiotti, da Uni-
mente”, diz Norton Borges Júnior, da CMPC.
brás.
O controle também depende das espé-
Quanto ao uso de iscas formicidas, é
cies em questão. “No caso das saúvas, re-
preciso conhecer o tempo correto para a
comenda-se aplicar 10 g de iscas por metro
aplicação para chegar ao controle ideal. “Ele
quadrado de terra solta ou uma dose única
deve ser realizado em conformidade com a
de 10 g de iscas por olheiro. No entanto, em
fase da floresta e a época do ano. O período
áreas muito infestadas com ninhos grandes,
mais indicado para o controle de formigas
recomenda-se a termonebulização, pois
cortadeiras com uso de isca formicida está
o controle localizado de saúvas com iscas
compreendido entre os meses de março a
granuladas requer mais atenção ao acom-
outubro. Na cultura do eucalipto, por exem-
panhar o impacto sofrido pelos ninhos tra-
plo, o controle é realizado nas fases de pré-
tados para reaplicações seguidas até o com-
-corte, pré-plantio, pós-plantio e manuten-
pleto controle”, esclarece Wilson Reis Filho,
ção”, salienta o diretor comercial da Dinagro.
pesquisador da Epagri/Embrapa Florestas.
Para Tarozzo, da Atta-Kill, “a indicação de
Para as espécies de quenquéns que pos-
como usar iscas formicidas para um contro-
suem ninhos superficiais com uma só câ-
le adequado é feita a partir da localização do
mara, o controle pode ser realizado com
formigueiro, determinando a área de terra
apenas 5 g de isca granulada por ninho. Re-
solta e distribuindo a quantidade necessária
comenda-se oferecer as iscas sem perturbar
na área encontrada”.
o ninho ou as trilhas.
Na CMPC, é realizado o controle durante o primeiro ano de plantio, por meio da dis-
Tecnologia
tribuição sistemática de isca formicida gra-
Inovações tecnológicas podem otimi-
18 SILVICULTURA . B. FOREST
“Estima-se necessárias
que 86
são
árvores
de
eucalipto e 161 árvores de pinus para abastecer, com substrato,
Crédito: Gabriel Biagiotti / Unibrás
um sauveiro durante um ano.”
B. FOREST . CERTIFICAÇÃO 19
zar os processos de controle de formigas
“Acreditamos que a tecnologia de apli-
cortadeiras nos plantios florestais. Além de
cação mecanizada é uma tendência que
avanços em softwares, a mecanização da
muito em breve estará disseminada e só-
silvicultura permite maior precisão e me-
lida e poderá ser tão ou mais precisa que
lhor direcionamento dos recursos de uma
a manual, conferindo segurança na apli-
empresa ao longo do tempo.
cação, eficiência e alto rendimento opera-
“Atualmente, a inovação envolve o uso de aparelhos para georreferenciamento,
cional”, conclui Maurício Romano, da Dinagro.
dada a preocupação de se conhecer onde
Aliado ao aprimoramento tecnológico,
as iscas foram localizadas na área, através
é importante que se tenha o conhecimen-
de operações tratorizadas de aplicação”,
to biológico da praga para o planejamento
relata Tarozzo.
do controle nos plantios florestais.
A Unibrás aposta no sistema de aplicação mecanizada para o controle de formi-
Biologia
gas cortadeiras. De acordo com Biagiotti,
“As formigas cortadeiras são insetos
engenheiro florestal da empresa, a aplica-
sociais que cortam e transportam material
ção manual de iscas formicidas deman-
vegetal para seus ninhos, onde cultivam
da muita mão de obra e baixo rendimen-
um fungo do qual se alimentam. Existem
to operacional. A aplicação mecanizada
há aproximadamente 12 milhões de anos
melhora a padronização das doses e os
e ocorrem somente nas Américas (exce-
rendimentos operacionais, podendo ser
to Chile, Canadá e algumas ilhas das An-
realizada em todas as etapas de controle,
tilhas)”, aponta Wilson Reis Filho, da Em-
desde que os operadores estejam habili-
brapa.
tados para tal operação. “Desenvolvemos
No Brasil, encontram-se nove das 17
metodologias eficientes e equipamentos
espécies de saúvas identificadas no mun-
precisos na aplicação das iscas, como o
do. Quanto às quenquéns, há 32 espécies
Atta Flex, que permite uma aplicação de
e 30 subespécies no mundo, sendo 24 es-
forma sistemática na área e/ou localizada
pécies e seis subespécies encontradas no
nos ninhos com alto rendimento opera-
Brasil.
cional (3 a 6 ha/hora máquina)”. 20 SILVICULTURA . B. FOREST
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B. FOREST . SILVICULTURA 21
“ATENÇÃO - CUIDADO” ANTES DE USAR LEIA AS INSTRUÇÕES DO RÓTULO.
algumas regiões, mas há formigas corta-
plantas”, aponta Mariane Aparecida Nicke-
deiras em todo o território nacional. Em-
le, pós-doutoranda da UFPR.
bora haja espécies de formigas que cortam preferencialmente plantas monocotiledôConfira no quadro a seguir as principais di-
essa distinção nos danos que causam às
ferenças entre saúvas e quenquéns!
Crédito: Gabriel Biagiotti / Unibrás
neas ou dicotiledôneas, outras não fazem
22 SILVICULTURA . B. FOREST
Operária de Atta (saúva) Nome popular: Saúva Gênero: Atta No Brasil: 9 espécies No mundo: 17 espécies Características: três pares de espinho no tórax; parte final do abdome lisa. Ninho: sempre no solo, apresentam terra solta, grande quantidade de câmaras a uma profundidade de até 8 m. Podem ser encontrados a partir de três meses de idade, da construção centímetros de profundidade.
Fonte: Embrapa Florestas
do primeiro olheiro, quando a única câmara está ainda a poucos
Operária de Acromyrmex (quenquém) Nome popular: Quenquém Gênero: Acromyrmex No Brasil: 24 espécies e seis subespécies No mundo: 32 espécies e 30 subespécies Características: menores que as saúvas, possuem quatro a cinco pares de espinhos no tórax, parte final do abdome rugosa. Ninho: pequenos, pouco profundos e com uma ou poucas espécies possuem ninhos cobertos de ciscos, enquanto outras constroem ninhos subterrâneos, ou mesmo na parte aérea das árvores ou no telhado de edificações. Difíceis de encontrar no campo, podem já ter mais de um ano de idade quando identificados.
Fonte: Embrapa Florestas
câmaras; terra pode estar solta na superfície do solo; algumas
B. FOREST . SILVICULTURA 23
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24 SILVICULTURA . B. FOREST
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B. FOREST . 10 ANOS PONSSE 25
26 PEÇAS DE REPOSIÇÃO . B. FOREST
Escolha certa!
T
er máquinas paradas no campo é uma das principais preocupações das empresas florestais que possuem metas específicas de entrega de madeira
no pátio das indústrias. Neste contexto, uma correta mensuração de peças para reposição se torna essencial para garantir o funcionamento das máquinas, assim como o alinhamento entre o conhecimento das empresas florestais e os
Crédito: Divulgação
fornecedores das peças de reposição.
B. FOREST . PEÇAS DE REPOSIÇÃO 27
U
m dos fatores de sucesso das ope-
muito mais afinada. Uma ação para se redu-
rações florestais envolve a correta
zir os estoques é trabalhar para elevar o nú-
quantificação, especificação e des-
mero de manutenções planejadas (também
tinação das peças de reposição mais utiliza-
conhecidas como preventivas)”, justifica.
das ou que sofrem maior desgaste. Aliado a
Quando as máquinas são adquiridas, pe-
tudo isto, operadores e mecânicos capacita-
ças originais e perfeitamente mensuradas
dos, garantem a eficiência mecânica e con-
para as operações as acompanham. Com
sequentemente, a operacional da colheita.
o uso, o desgaste acontece, assim como as
De acordo com o especialista em manuten-
quebras não programadas, exigindo a subs-
ção de máquinas florestais e diretor da 7DP
tituição. É neste momento que o produtor
Consultoria, José Eduardo Paccola, quanto
começa a avaliar a compra de peças ge-
mais avançada estiver a manutenção plane-
nuínas (originais) ou do mercado paralelo
jada da empresa menores serão os estoques
(remanufaturadas ou produzidas sobre de-
de campo e central. “Neste caso, o planeja-
manda), quando estes itens não fazem parte
mento e, portanto, a previsibilidade de uso, é
do atendimento full service.
PEÇAS GENUÍNAS X MERCADO ALTERNATIVO Genuína: aquela peça adquirida com o mesmo revendedor do equipamento, as chamadas peças ‘originais’. Mercado Alternativo: é o chamado “mercado paralelo”. Peças e componentes adquiridos em lojas de peças de reposição, que podem ser de primeira linha ou de qualidades inferiores, normalmente com preços menores do que a equivalente peça genuína.
28 PEÇAS DE REPOSIÇÃO . B. FOREST
De acordo com o gerente de operações
uma vez que o custo financeiro de um es-
de peças da John Deere, Marcos Mateus
toque é elevado. “É ideal possuir sistemas
Silva, para atender o alto nível de produti-
que fazem o controle dos estoques, com
vidade e disponibilidade dos equipamentos,
reposição automática conforme parâmetros
a empresa possui uma equipe especializa-
previamente definidos – estoque máximo,
da, que trabalha na análise e composição do
mínimo, ponto de reposição, quantidade a
estoque de acordo com a frota e modelo de
repor e itens obsoletos”, alerta Paccola.
máquina em cada região, considerando sua
Atualmente, observa-se a utilização de
vida útil. “Desta forma, podemos dimensio-
sistemas que fazem o controle dos esto-
nar o estoque, de acordo com o tamanho
ques, com reposição automática conforme
da frota e sua respectiva idade em horas.”
parâmetros previamente definidos e tendo
A definição das peças que deverão ser
como base o histórico de intervenções na
mantidas em estoque, segundo ele segue
frota. “A John Deere Florestal recentemente
um critério próprio. “Elas são classificadas
disponibilizou o JD Link aos clientes. Uma
em níveis de movimentação, de “A” até “E” e
ferramenta que, por meio de dados GPRS
o grau de criticidade. Essa classificação nos
e futuramente via satélite, envia a diversos
apoia no controle das metas de disponibili-
dados do equipamento, como temperatu-
dade de peças e na organização dos esto-
ras, processos de falhas e localização, entre
ques”, esclarece Marcos.
outras informações, para o escritório central
Já Marcelo Ferreira, gerente corporativo de peças da PESA, dealer da Caterpillar para
mais próximo”, detalhou Helber Lopes, supervisor de vendas de peças da empresa.
a região Sul do Brasil, conta que definição para eles é feita de acordo com o histórico
Realidade Nacional
de demanda dos últimos 12 meses. “A única
Geralmente, segundo especialistas de
exceção é quando temos lançamentos de
mercado, o que ocorre no Brasil é o uso de
modelos novos de máquinas. Neste caso fa-
peças genuínas durante o período de garan-
zemos um proteção antecipada dos itens de
tia do equipamento, que varia de 90 dias a
alto giro e fabrica os de médio e baixo giro.”
um ano após a aquisição, e, após isto, pas-
De maneira geral, todas as empresas
sa-se a buscar alternativas de fornecedores
adotam como premissa o “estoque mínimo”,
no dito mercado alternativo. B. FOREST . PEÇAS DE REPOSIÇÃO 29
Segundo Paccola, o uso de peças deste
ção mecanizada. Mas, é essencial ter em
mercado é uma opção adequada. “É pos-
mente um ditado comum, “cuidado com o
sível utilizar peças de primeira linha adqui-
barato que pode sair caro”. Tudo deve ser fei-
ridas no mercado alternativo. O fabricante
to de maneira estruturada e controlada, para
do equipamento não produz todas as peças
se evitar a “compra do mais barato” e levar
que utiliza para montar sua máquina. Muitos
a frota ao sucateamento por utilizar peças
conjuntos são adquiridos do mercado mes-
de baixa qualidade. O acompanhamento da
mo. Então, se identificarmos um fornecedor
durabilidade das peças alternativas deve ser
dessas peças que venda diretamente para
uma prática constante para as empresas que
nós consumidores, estamos simplificando a
pretendem obter esses ganhos.
cadeia de suprimentos e isto se traduz em redução de preço.”
O uso pontual, também é destacado por Gilson Santos, diretor superintendente da Cranab. Segundo ele, a relação custo-bene-
alternativo para aquisição de peças de repo-
fício tem que ser cuidadosamente estudada.
sição é um fator importante de redução nos
“Em diversos casos um item remanufatura-
custos operacionais dentro de uma opera-
do pode custar 60% do preço de um item
Crédito: Divulgação
Fato é que a existência de um mercado
30 PEÇAS DE REPOSIÇÃO . B. FOREST
Crédito: Divulgação/ Tajfun
novo, porém durar menos da metade, ou
que se deve buscar é uma redução no cus-
seja, custa mais caro por hora operada.”
to/hora referente a peças de reposição.”
Por outro lado, empresas como a Cater-
Além disto, alguns componentes são ex-
pillar, já oferecem peças remanufaturadas
clusivos do equipamento e a possibilidade
de fábrica. “Elas não concorrem com as pe-
de identificar um mercado alternativo para
ças novas e sim completam um pacote de
estes é pequena. Exemplo: componen-
opções que podemos oferecer aos nossos
tes eletrônicos (sensores, chicotes, teclado,
clientes. Estas peças têm a mesma qualida-
joystick, telas display, placas eletrônicas),
de e garantia de uma peça nova, o grande
elementos estruturais (colunas, braço, lan-
diferencial é o valor final mais atrativo aos
ça). Neste caso, a alternativa é adquirir dire-
nossos clientes”, destaca Marcelo Ferreira.
tamente do fornecedor do equipamento ou
Paccola recomenda que o mais impor-
da concessionária.
tante não é o valor unitário pago pela peça, mas o valor por hora trabalhada. “Eventual-
Experiência na prática
mente pode-se até pagar um valor maior,
Para garantir as operações diárias de co-
desde que a vida útil também seja maior. O
lheita, a International Paper utiliza apenas B. FOREST . PEÇAS DE REPOSIÇÃO 31
peças originais e avalia, caso a caso, o local
equipamento florestal e seus fornecedores,
de compra, levando em consideração fato-
que também possuem unidades no país, es-
res como a variação cambial, impostos, dis-
tabelecendo uma relação de fornecimento
ponibilidade dos equipamentos e tempo de
direto para os consumidores, com maior
entrega. Em geral, opta por comprar em re-
disponibilidade e preços mais competitivos”,
presentantes locais das marcas, mas em al-
sugere Possamai.
gumas situações opta pela compra da peça sobressalente direto do fabricante da mes-
Desafios Diários
ma, considerando que haja representante
Quando o assunto são peças de reposi-
no país, como por exemplo um rolamento.
ção, o mercado tem três desafios para supe-
“Para definir as peças em estoque, a com-
rar: a qualidade das peças remanufaturadas,
panhia conta com o apoio de controles pró-
os problemas logísticos nacionais e as tarifas
prios e externos. Um controle próprio como
alfandegárias.
exemplo é o sistema SAP. Para isso, são de-
No que tange a qualidade, o proprie-
finidos, entre outros quesitos, a listagem de
tário de máquinas precisa estar atento. “É
peças repostas com mais frequência e seus
frequente que a peça nacional original seja
períodos de vida útil, além do apoio dos for-
mais cara e de pior qualidade do que a im-
necedores/fabricantes que pelo conheci-
portada. Por outro lado, a importada con-
mento e histórico, estabelecem relações de
vive com câmbios desfavoráveis e com a
peças para estoque de cada equipamento.
burocracia alfandegária que obriga a manu-
As peças de reposição são armazenadas nos
tenção de estoques elevados, que também
almoxarifados das unidades de Mogi Guaçu
custam caro. Desta forma, é importante a
e Luiz Antônio”, conta o gerente de opera-
definição do que podemos ter acesso no
ções florestais, Eduardo Possamai.
mercado interno e o que necessariamente
Em relação à limitação do acesso às peças no Brasil, a empresa acredita que os fa-
tem que ser importado”, enumera o diretor superintendente da Cranab.
bricantes e representantes deveriam investir
O gerente de operações de peças da
em estratégias para tornar os preços mais
John Deere também destaca a malha viá-
competitivos. “Uma opção que poderia ser
ria brasileira. “Ela não favorece o transporte
criada seria a parceria entre o fabricante do
para regiões mais isoladas do país. Por isto,
32 PEÇAS DE REPOSIÇÃO . B. FOREST
trabalhamos constantemente com nossa
Independentemente da escolha, entre
base de transportadoras para minimizar este
peças genuínas ou do mercado paralelo, o
fator.”
fator preponderante deve ser a busca pela redução do custo por hora das peças. Com
sas também se deparam com a realidade da
uma manutenção planejada é possível ter
importação dos equipamentos. “Da mesma
previsibilidade de consumo e, assim, redu-
forma que as máquinas, a vasta maioria das
zir os estoques. “E ainda mais importante,
peças de reposição também são importa-
o técnico de manutenção não deve apenas
das, pelo menos no início das operações da
trocar as peças. Ele deve identificar quais fo-
marca no Brasil. Depois desta fase inicial,
ram os motivos que levaram a necessidade
gradativamente algumas peças podem ser
de substituição. Pois nem todas as peças são
nacionalizadas como: filtros, mangueiras,
substituídas no final da respectiva vida útil.
itens de caldeiraria etc. Este processo é mo-
Descobrindo as causas da troca, pode-se
roso e necessita cuidados adicionais para
atuar nelas e reduzir a frequência de trocas,
manter o padrão de qualidade de forma a
paradas de equipamentos, custos com a
não comprometer o desempenho dos equi-
compra das peças e estoques”, finaliza Pac-
pamentos”, explica Gilson Santos.
cola.
Crédito: Divulgação/ Jhon Deere
Não bastasse estes aspectos, as empre-
B. FOREST . PEÇAS DE REPOSIÇÃO 33
Do viveiro ao campo, crescenDo sem interferências. Capture 400 EC é o inseticida-acaricida da FMC que protege o eucalipto por inteiro e nos períodos mais críticos. Com aplicação terrestre e aérea, pode ser utilizado tanto no viveiro quanto no campo, destacando assim sua eficácia e garantindo um crescimento saudável, livre do percevejo-bronzeado e da vespa-da-galha.
34
ntra o c ão eV esp a-da-galha
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Com Capture 400 EC, nada segura a produtividade.
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Leia atentamente e siga rigorosamente as instruções contidas no ções estaduais para os alvos descritos na bula de cada produto. a a utilização do produto por menores de idade. Faça o Manejo produto.
CONSULTE SEMPRE UM ENGENHEIRO AGRÔNOMO. VENDA SOB RECEITUÁRIO AGRONÔMICO. fmcagricola.com.br B. FOREST . ESTRADAS 35
36 MERCADO . B. FOREST
Como Financiar Empreendimentos Florestais?
P
ara que continuem a se desenvolver, projetos voltados ao setor brasileiro de árvores plantadas precisam obter investimentos, seja para financiar a compra de
máquinas, terras e insumos, ou para a construção e manutenção de infraestrutura. Conheça e saiba como funcionam as principais linhas de financiamento direcionadas
Crédito: Gustavo Castro / Malinovski
ao mercado florestal!
B. FOREST . MERCADO 37
A
pesar da situação macroeconô-
vamente o desenvolvimento socioeconô-
mica do país, o setor brasileiro de
mico das regiões produtoras de madeira,
árvores plantadas permanece em
afetando até mesmo o IDH (Índice de De-
pleno desenvolvimento, apresentando um
senvolvimento Humano) destas áreas. Contudo, para que o setor florestal pos-
te ano em relação ao mesmo período de
sa crescer e prosperar ainda mais, é preciso
2015. Além de desempenhar um importan-
que seus projetos obtenham investimentos
te papel ao contribuir positivamente para a
para financiar os custos envolvidos em suas
balança comercial do Brasil, este setor di-
operações. Para tanto, existem instrumen-
namiza a economia e alavanca significati-
tos econômicos governamentais voltados
Crédito: Gustavo Castro / Malinovski
crescimento de 7,2% de janeiro a julho des-
38 MERCADO . B. FOREST
especificamente a este segmento. Trata-se
Além das linhas de financiamento flo-
de linhas de crédito mantidas por agentes
restal ligadas ao FINEM e ao PRONAF (Pro-
financiadores oficiais como o Banco Cen-
grama Nacional de Fortalecimento da Agri-
tral do Brasil, o Banco do Brasil e outras ins-
cultura Familiar), ambos ofertados pelo
tituições credenciadas pelo BNDES (Banco
governo federal, pode-se também obter
Nacional de Desenvolvimento Econômico
crédito para operações florestais via Fun-
e Social).
dos Constitucionais Regionais. Encaixam-
De fato, é por meio do BDNES que são
-se nesta categoria os Fundos Constitucio-
realizados os principais investimentos no
nais de Financiamento do Nordeste (FNE),
setor. Entre 2007 e 2015, as linhas de cré-
do Norte (FNO) e do Centro-Oeste (FCO).
dito do BDNES auxiliaram diretamente na
Os agentes financiadores que operam estes
realização de projetos de plantio para fins
fundos são o Banco do Nordeste do Brasil,
industriais em uma área total de 1,3 milhão
o Banco da Amazônia e o Banco do Brasil.
de hectares.
Os Fundos Constitucionais financiam o
São linhas de financiamento como o FI-
plantio de florestas para fins industriais vi-
NEM (Financiamento a Empreendimentos),
sando ao abastecimento da demanda por
cujos programas florestais contam com
carvão, energia, celulose e outros insu-
prazos adaptados para o tempo de forma-
mos derivados da produção florestal, assim
ção de florestas plantadas para fins indus-
como prioriza o reflorestamento de RL (Re-
triais. Inclusive, este tempo de formação é
servas Legais) e APPs (Áreas de Preservação
destacado pelo BDNES como um dos fato-
Permanente). Da mesma forma, as linhas de
res contribuintes para a resiliência do setor
crédito nacionais também apresentam este
e das linhas de crédito à crise econômica:
foco no desenvolvimento e manejo susten-
“Como a formação da base florestal é fun-
táveis das florestas plantadas.
damental para a manutenção da produção
A seguir, conheça as principais finalida-
da celulose, painéis de madeira e papéis, e
des de cada um destes programas, suas li-
deve ser plantada cerca de 7 a 10 anos an-
mitações, e as condições de cadastramen-
tes do seu corte para posterior uso na linha
to e obtenção de financiamento.
industrial, não houve alterações relevantes”, relatou o Banco por meio de assessoria. B. FOREST . MERCADO 39
FINEM O programa de Financiamento a Empreendimentos do BDNES opera em escala nacional, realizando, somente no último ano, investimentos de R$ 486,8 milhões (entre 2000 e 2015, foram investidos via FINEM R$ 4,88 bilhões no país). Para o setor florestal, as linhas de crédito disponibilizadas dividem-se em BNDES Florestal e BDNES FINEM – Meio Ambiente, ambos visando ao manejo florestal sustentável, recuperação de APP e RL, silvicultura etc. As taxas de juros variam de 3,9% a 7,7%.
BNDES Florestal Financiamento a partir de R$ 1 milhão para projetos voltados ao reflorestamento, uso sustentável de áreas nativas, e à conservação e recuperação florestal. Podem associar-se ao BDNES Florestal pessoas jurídicas de direito privado e público, empresários individuais, associações e fundações. Mais informações aqui.
BNDES FINEM – Meio Ambiente Financiamento a partir de R$ 20 milhões para investimentos em ecoeficiência, recuperação e conservação de ecossistemas e biodiversidade, sistemas de gestão e recuperação de passivos ambientais. Podem obter financiamento sociedades com sede e administração no Brasil, empresários individuais, associações e fundações, e pessoas jurídicas de direito público. Mais informações aqui.
40 MERCADO . B. FOREST
PRONAF O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – cujas linhas de crédito de interesse ao setor florestal são mantidas pelo BNDES, pelo Banco do Brasil e pelo Banco Central – opera em escala nacional e oferece diversas frentes por meio das quais o setor pode obter financiamento. As principais são: PRONAF Florestal, PRONAF ECO, PRONAF Agroecologia e PRONAF Agroindústria. Podem beneficiar-se destes programas agricultores familiares enquadrados nas diretrizes gerais do PRONAF. As taxas de juros variam de 1,0% a 5,5%.
PRONAF Florestal Crédito para investir em sistemas agroflorestais, exploração extrativista ecologicamente sustentável, plano de manejo e manejo florestal, recomposição e manutenção de áreas de preservação permanente e reserva legal e recuperação de áreas degradadas, além do enriquecimento de áreas que já apresentam cobertura florestal diversificada. Teto para Sistemas Agroflorestais: até R$ 38,5 mil, dependendo do empreendimento financiado e do grupo no qual o beneficiário está enquadrado. Prazo/carência: Até 20 anos com até 12 anos de carência - quando destinados exclusivamente para projetos de sistemas agroflorestais. Mais informações aqui.
PRONAF Eco Financiamento a partir de R$ 20 milhões para investimentos em ecoeficiência,
B. FOREST . MERCADO 41
recuperação e conservação de ecossistemas e biodiversidade, sistemas de gestão e recuperação de passivos ambientais. Podem obter financiamento sociedades com sede e administração no Brasil, empresários individuais, associações e fundações, e pessoas jurídicas de direito público. Mais informações aqui.
PRONAF Agroindústria Financiamento a agricultores e produtores rurais familiares (pessoa física e jurídica) e a cooperativas, para investimento em beneficiamento, armazenagem, processamento e comercialização agrícola, extrativista, artesanal e de produtos florestais; e para apoio à exploração de turismo rural. Taxa de juros de 5,5% a.a., respeitado o limite de R$ 45 mil por associado. Mais informações aqui.
PRONAF Agroecologia Financiamento para agricultores e produtores rurais (pessoas físicas) para investimento em sistemas de produção agroecológicos ou orgânicos, incluindo-se os custos relativos à implantação e manutenção do empreendimento. Taxa de juros de 2,5% a.a. Mais informações aqui.
42 MERCADO . B. FOREST
Crédito: Gustavo Castro / Malinovski
“Linhas de financiamento como o FINEM contam com prazos adaptados para o tempo de formação de florestas plantadas para fins industriais”
B. B. FOREST FOREST .. MERCADO ESTRADAS 43
ABC O Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) oferece linhas diversas para investimentos no setor florestal, com foco em recuperação de áreas degradadas, redução das emissões de gases de efeito estufa, redução do desmatamento e ampliação da área de florestas cultivadas. O ABC Florestal, ABC Integração e ABC Ambiental são de especial interesse para o setor de florestas plantadas. Mais informações aqui.
ABC Florestal Destinado à implantação, manutenção e melhoramento do manejo de florestas comerciais, inclusive aquelas destinadas ao uso industrial ou à produção de carvão vegetal, podendo ser financiados, desde que vinculados a projeto técnico que ateste o enquadramento do crédito aos objetivos e às finalidades da linha. Beneficiário: Produtor rural, pessoa física ou jurídica e cooperativas. Teto financiamento para florestas comerciais: R$ 3 milhões para produtores com até 15 módulos fiscais, R$ 5 milhões para produtores com mais de 15 módulos fiscais, e R$ 2,2 milhões para os demais. Taxa de juros de 8,5% a.a. Prazo: até 15 anos, a depender da finalidade.
ABC Ambiental Adequação ou regularização das propriedades rurais frente à legislação ambiental, inclusive recuperação da reserva legal, de áreas de preservação permanente; recuperação de áreas degradadas e implantação e melhoramento de planos de manejo florestal sustentável.
44 MERCADO . B. FOREST
ABC Integração Destinado à implantação e melhoramento de sistemas de integração lavoura-floresta, pecuária-floresta ou lavoura-pecuária-floresta e de sistemas agroflorestais, podendo ser financiados, desde que vinculados a projeto técnico que ateste o enquadramento do crédito aos objetivos e às finalidades da linha.
Fundos Constitucionais Regionais Os Fundos Constitucionais Regionais oferecem linhas de crédito regionais que podem financiar projetos voltados ao setor de florestas plantadas, como foco na preservação e desenvolvimento sustentável, ao mesmo tempo em que visa suprir a demanda por insumos oriundos da produção florestal. Destacam-se o FNE Verde, FNO Biodiversidade, FNO Amazônia Sustentável e FCO Programa ABC (ligado diretamente ao Programa Agricultura de Baixo Carbono).
FNE VERDE O Programa de Financiamento à Sustentabilidade, Conservação e Controle do Meio Ambiente financia empreendimentos que propiciem a preservação, conservação, controle e/ou recuperação do meio ambiente, com foco na sustentabilidade e competitividade das empresas e cadeias produtivas. Mais informações aqui.
46 MERCADO . B. FOREST
FNO BIODIVERSIDADE Linha de crédito destinada a empreendimentos voltados para a regularização e recuperação de áreas de reserva legal e áreas de preservação permanente degradadas/alteradas das propriedades rurais. Mais informações aqui.
FNO AMAZÔNIA SUSTENTÁVEL Financia a implantação, ampliação, diversificação, modernização, reforma e relocalização de empreendimentos não rurais, localizados na Região Norte, com recursos do FNO (Fundo Constitucional de Financiamento do Norte).
Crédito: Gustavo Castro / Malinovski
Mais informações aqui.
B. FOREST . MERCADO 47
48 ESPAÇO 10 ANOS EMPRESARIAL PONSSE . B. FOREST . B. FOREST
Manejo integrado de formigas cortadeiras em reflorestamentos Por Engenheiro Florestal, Dr. Gabriel Biagiotti, Depto. Técnico Unibrás Agro
Crédito: Divulgação / Unibrás
Química Ltda.
B. FOREST B. FOREST . ESPAÇO . 10 ANOS EMPRESARIAL PONSSE 49
O
manejo integrado de formigas cor-
zo igual ou maior que o custo de seu controle.
tadeiras é uma ferramenta da silvi-
Na determinação do NDE deve ser levado em
cultura e uma exigência dos pro-
consideração o conhecimento da biologia da
gramas de certificação de produtos de base
praga e os potenciais prejuízos à cultura.
florestal. Esse é definido por um conjunto de
Para a determinação do nível populacional
técnicas que visam identificar os possíveis da-
da praga (grau de infestação) são realizados
nos da praga na cultura e criar estratégias de
levantamentos do número e tamanho dos ni-
controle. Dentro desse programa de manejo,
nhos. Alguns estudos determinaram equações
o monitoramento é uma das atividades que
para estimar a velocidade de crescimento des-
busca avaliar o grau de infestação da praga e
ses ninhos4,5, entretanto, essas equações são
definir metodologias de controle.
utilizadas em regiões diferentes das que foram
Essas técnicas visam reduzir os impactos
desenvolvidas. As extrapolações podem oca-
ambientais causados pelo uso indiscrimina-
sionar erros na quantificação da área dos for-
do de formicidas e os custos envolvidos no
migueiros e na tomada de decisão de controle.
controle. O monitoramento permite estimar a
Com isso, devem ser realizados estudos mais
densidade e o tamanho dos ninhos (monte de terra solta), bem como as espécies de formigas cortadeiras por hectare de floresta plantada. Estes parâmetros auxíliam na decisão de intervenções como o controle químico da praga. Diversos estudos verificaram que as desdos ninhos de formigas cortadeiras em plantios florestais promoveram perdas significativas no crescimento das plantas e na produção de madeira1,2,3. Os aspectos econômicos e a relação custo-benefício de controlar esta praga são determinados pelo NDE (Nível de Dano Econômico). Esse índice aponta a densidade populacional da praga capaz de causar prejuí50 ESPAÇO EMPRESARIAL . B. FOREST
Imagens: Divulgação / Unibrás
folhas nas plantas de eucalipto e a densidade
desfolhas nas plantas de eucalipto e a densidade dos ninhos de formigas cortadeiras em plantios florestais promoveram perdas significativas no crescimento das plantas e na produção de madeira.”
B. FOREST B. FOREST . ESPAÇO . TECNOLOGIA EMPRESARIAL 51
Crédito: Divulgação / Unibrás
“Diversos estudos verificaram que as
especificos, considerando as características
os ninhos no interior da unidade amostral são
ambientais locais e assim obter melhorias nas
identificados, mensurados e extratificados em
estimativas do monitoramento.
classe de tamanho para estimar a densidade
No monitoramento de formigas cortadeiras
da praga (m2 ha-1).
é fundamental o conhecimento da distribuição
O plano de amostragem bem como o NDE
espacial dos ninhos. Essa refere-se à disposi-
deve ser determinado por região, idade e obje-
ção dos formigueiros no campo. Em florestas
tivo da floresta plantada. A densidade e tama-
plantadas a distribuição dos ninhos é ao aca-
nho dos ninhos de formigas cortadeiras apre-
so6, ou seja, eles se instalam e crescem sem ter
sentaram correlações negativas com o volume
uma posição pré-definida. Em talhões de eu-
de madeira de forma proporcional ao poten-
calipto verifica-se uma distribuição de ninhos
cial produtivo do sitio10.
iniciais, re-infestantes, concentrados nas bor-
O controle das formigas cortadeiras é re-
das7. Uma explicação para este acontecimento
alizado principalmente com uso de iscas for-
é que após o vôo de reprodução, as formigas
micidas granuladas à base de sulfluramida. Es-
rainhas (Iças) não conseguem atingir o centro
sas possuem elevada eficácia e segurança na
dos talhões e acabam se estabelecendo nas
aplicação. São aplicadas de forma localizada
extremidades dos mesmos. Outro fato veri-
nos ninhos ou de forma sistemática na área,
ficado é que a densidade dos ninhos diminui
independente da localização dos ninhos. Essas
com o aumento de seu tamanho6. Isso pode
técnicas de aplicação podem ser realizadas de
ser explicado pela competição intraespecífica,
forma manual e ou mecanizada, assim o custo
pela ação de inimigos naturais e pelas condi-
do controle está relacionado com a forma de
ções ambientais de nidificação.
aplicação, rendimento operacional e o custo
Considerando o padrão de distribuição das
do formicida. Com a mecanização nesse pro-
formigas cortadeiras, o plano de amostragem
cesso os rendimentos operacionais aumenta-
segue metodologias para estimar o grau de in-
ram e os custos reduzidos5,11.
festação da praga na área. Os principais méto-
Com base nessas informações devemos
dos de amostragem são parcelas aleatórias e
avaliar de forma criteriosa a relação custo-be-
transectos, mas recentemente tem-se estuda-
nefício das intervenções de controle químico
do o uso do método de quadrantes8 e da geo-
das formigas cortadeiras em relação às perdas
estatística9. Em todas as metodologias, todos
de produtividade causada pela praga.
52 ESPAÇO EMPRESARIAL . B. FOREST
REFERÊNCIAS: 1 MATRANGOLO, C.A.R. et al. Crescimento de eucalipto sob efeito de desfolhamento artificial. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 45, p. 952–957 2010. 2 ZANETTI, R.; JAFFE, K.; VILELA, E.F.; ZANUNCIO, J.C.; LEITE, H.G. Efeito da densidade e do tamanho de sauveiros sobre a produção de madeira em eucaliptais. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Jaboticabal, v. 29, n.1, p. 105, 2000. 3 ZANETTI, R.; ZANUNCIO J.C.; VILELA E.F.; LEITE H.G.; JAFFÉ K.; OLIVEIRA A.C. Level of economic damage for leafcutting ants (Hymenoptera: Formicidae) in Eucalyptus plantations in Brazil. Sociobiology v. 42, p. 433-444. 2003 4 GRANDEZA, L.A.O.; MORAES, J.C.; ZANETTI, R. Estimativa do crescimento externo de ninhos de Atta sexdens rubropilosa Forel e Atta laevigata (F. Smith) (Hymenoptera: Formicidae) em áreas de reflorestamento com eucalipto. Anais Sociedade Entomológica do Brasil, v. 28, n. 1, p. 59-64, 1999. 5 REIS, M.A. Avaliação e aperfeiçoamento de programas de manejo de formigas cortadeiras (Hymenoptera: Formicidae) em eucaliptais. 2009. 66 p. Tese (Doutorado Entomologia) - Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG 6 CALDEIRA, M.A.; ZANETTI, R.; MORAIS, J.C.; ZANUNCIO, J.C. Distribuição espacial de sauveiros (Hymenoptera: Formicidae) em eucaliptais. Cerne, Lavras, v. 11, n. 1, p. 34-39, 2005. 7 SOSSAI, M.F.; ZANUNCIO, J.C.; LEITE, H.G.; ZANETTI, R.; SERRÃO, E. Transects to estimative the number of leafcuting ant nests (Hymenoptera: Formicidae) in Eucalyptus urophylla plantations. Sociobiology, Chico, v. 46, n. 3, p. 667-676, 2005. 8 REIS, M.A. ZANETTI, R.; SCOLFORO, J.R.S; FERREIRA, M.Z.; ZANUNCIO, J.C. Sampling of leaf-cutting ant (Hymenoptera: Formicidae) nests in eucalyptus plantations using quadrant and prodan methods. Sociobiology, Chico, v. 50, p. 1-7. 2007. 9 LASMAR, O.; ZANETTI, R.; DOS SANTOS, A.; FERNANDES, B.V. Use of geostatistics to determine the spatial distribution and infestation rate of leaf-cutting ant nests (Hymenoptera: Formicidae) in Eucalyptus plantations. Neotropical Entomology, Londrina, v. 41, n. 4, p. 324-332, 2012. 10 SOUZA, A.; ZANETTI, R.; CALEGARIO, N. Nível de dano econômico para formigas-cortadeiras em função do índice de produtividade florestal de eucaliptais em uma região de Mata Atlântica. Neotropical Entomology, Londrina, v. 40, n. 4, p. 483-488, 2011.
Crédito: Divulgação / Unibrás
11 REIS, M.A.; CUNHA, J.P.A.R.; ZANETTI, R.; FERNANDES, B.V.; REIS, J.M.R. Aplicação sistemática mecanizada de isca formicida granulada em eucaliptais em fase de manutenção. Cerne, Lavras, v. 21, n. 3, p. 423-428, 2015
B. FOREST . ESPAÇO EMPRESARIAL 53
54 INFRAESTRUTURA 10 ANOS PONSSE E. LOGÍSTICA B. FOREST . B. FOREST
2° Encontro Brasileiro de Infraestrutura e Logística Florestal
E
m outubro, a segunda edição do evento reunirá novamente em Curitiba (PR) profissionais de empresas de base florestal e de instituições públicas para
Crédito: Valterci Santos
discutir temas relacionados à cadeia produtiva florestal
B. FOREST B. FOREST . INFRAESTRUTURA . 10 ANOS E LOGÍSTICA PONSSE 55
N
os dias 06 e 07 de outubro, a ca-
A logística envolvida no processo tam-
pital paranaense receberá o 2º En-
bém é de primordial importância, pois é por
contro Brasileiro de Infraestrutura
meio dela que é feita a gestão de recursos e
e Logística Florestal. O evento, organizado
equipamentos, além do gerenciamento, ar-
pela Malinovski, irá dar continuidade ao su-
mazenagem e movimentação de produtos
cesso da primeira edição, realizada em 2013,
florestais. A sinergia criada entre a logística e
que contou com a presença de mais de 220
a infraestrutura florestal garante o sucesso do
profissionais e 18 palestrantes com alto nível
empreendimento florestal.
de conhecimento técnico. Na ocasião, foram
É por este motivo que o termo “logística”
ministradas palestras sobre temas como cer-
foi incorporado ao nome do evento nes-
tificação de estradas para uso florestal, van-
ta segunda edição. As palestras ministradas
tagens de um bom planejamento, técnicas,
no 2º Encontro Brasileiro de Infraestrutura e
novas tecnologias, custos e políticas públicas,
Logística Florestal serão divididas em quatro
garantindo que o Encontro suprisse uma la-
blocos principais (seguidos de sessões de de-
cuna no conhecimento técnico do segmento
bate).
operacional florestal. Nesta segunda edição, o tema será desenvolvido ainda mais, pois permanece de vital importância. Afinal, ao serem implantadas, as culturas florestais necessitam de uma infraestrutura abrangente, que envolve desde a construção das estradas para acesso aos
BLOCOS DE ASSUNTOS DO EVENTO:
• Cenário Econômico Atual - Tendências e Perspectivas para a Logística e Transporte Florestal
talhões onde ocorrerá a implantação flores-
• Desafios em Logística de Produtos
tal à manutenção para o futuro escoamento
Florestais
da produção. Além do investimento financei-
• Técnicas de Planejamento, Construção
ro envolvido na construção, a infraestrutura
e Manutenção de Estradas
de um empreendimento florestal provoca modificações quase irreversíveis ao ambiente e, quando não mantida de forma adequada, pode causar grande impacto ambiental. 56 INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA . B. FOREST
• Interface Entre Estradas e Produção Florestal
Cenário Atual
As duas outras palestras deste bloco são:
O primeiro ciclo de atividades, a ser realiza-
“Panorama Econômico do Brasil e o Impac-
do no dia 06 de outubro, pela manhã, contará
to para o Setor Florestal”, ministrada por Flávio
com quatro palestras voltadas às principais ten-
Castelo Branco, gerente executivo de políticas
dências e perspectivas para a logística e trans-
econômicas da CNI; e “Melhorias Objetivando
porte florestal.
a Redução de Custos do Transporte de Produ-
Mario Sant’Anna, diretor da MRP3 Consultoria Empresarial, abordará a “Gestão de Inovação
tos Florestais”, por Domingos Raimundo Filho, da logística da Suzano.
em Logística”, apresentando uma reflexão acer-
Desafios
ca dos aspectos logísticos do Brasil atual. “Não
Os desafios em logística de produtos flores-
importa o setor: os grandes gargalos logísticos
tais serão debatidos no segundo ciclo de ativi-
do Brasil consistem, basicamente, na pouca
dades do Encontro. A primeira palestra, intitu-
flexibilidade dos nossos modais (rodoviário, fer-
lada “Planejamento, Previsão e Otimização do
roviário, aquaviário e dutoviário). Não consegui-
Transporte de Madeira”, será proferida por Dar-
mos mudá-los a curto prazo, pois dependem
lon Orlamünder de Souza, gerente de logística
de políticas públicas para que tenhamos, por
florestal do Paraná da Klabin.
exemplo, um modal ferroviário mais intenso. O
O segundo tema, “Modais Integrados Para
que realmente podemos fazer é inovar os pro-
Transporte de Produtos Florestais”, será desen-
cessos de gestão”, frisa.
volvido por Mauro Birro, coordenador de logís-
Outro tema a ser discutido será “Novos
tica e infraestrutura florestal da Cenibra.
Horizontes de Investimentos em Logística e
Henrique Amabilini, gerente de colheita flo-
Transporte Florestal”, em palestra ministrada
restal da Floresteca, discutirá “Gerenciamento,
por Mario Stamm, doutor em engenharia de
Armazenagem e Exportação de Toras em Con-
transportes e consultor da FIEP. “Vivemos no
tainers”, abordando o modelo da venda e do
momento um grande desafio, que é o de en-
armazenamento, a otimização do volume es-
contrar a forma de viabilizar os investimentos,
tufado, o ajuste dos volumes ao longo do ano
implementar infraestrutura logística e baixar
e a importância da qualidade do carregamento.
custos de transporte. É necessário pensar e tra-
Por fim, Adriano Thiele, diretor executivo
balhar um novo modelo a fim de viabilizar tudo
da JSL, apresentará o “Programa de Gestão de
isso”, alerta o palestrante.
Pessoas e Ambientes de Riscos”, respondendo B. FOREST . INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA 57
a questionamentos cruciais como, por exem-
Imperpav, encerra o bloco abordando a “Espe-
plo, como garantir segurança em um ambiente
cificação de Parâmetros Técnicos Para Definir
de alto risco.
a Qualidade das Camadas Construtivas das Es-
Técnicas
tradas Florestais”. Interface
No dia 07, as técnicas de planejamento, construção e manutenção de estradas domi-
Por fim, as últimas atividades do segundo
narão as discussões pela manhã. As atividades
dia do Encontro têm como foco a interface en-
terão início com palestra de Luiz Geraldo Go-
tre estradas e a produção florestal. O palestran-
essler, gerente de logística florestal e operações
te Benno H. W. Doetzer, diretor presidente do
florestais da Fibria no ES/BA, sobre “Gerencia-
Instituto de Florestas do Paraná, inicia este ciclo
mento de Aspectos Socioambientais do Pro-
de discussões discorrendo sobre a “Mitigação
cesso de Construção de Estradas e Apoio ao
de Impactos Ambientais na Construção e Ma-
Transporte”.
nutenção de Estradas Rurais”.
Em seguida, o tema será o “Controle de
Com a finalidade de compartilhar procedi-
Qualidade na Construção e Manutenção de
mentos praticados em estradas florestais e mi-
Estradas de Uso Florestal”, em palestra de Thia-
cro planejamento de colheita e transporte na
go Petine, coordenador de estradas, transporte
Duratex Florestal, Robson Rodrigues Resende,
e pátio de madeira da Veracel. Nela, o profissio-
gerente florestal da companhia em MG, aborda
nal abordará desde os princípios da qualidade
o “Valor da Infraestrutura na Produção Flores-
operacional à importância da padronização das
tal”.
operações e ganhos embutidos na melhoria
A “Logística para Transporte de Insumos In-
dos processos construtivos de estradas flores-
tegrada à Mecanização da Silvicultura” é o foco
tais.
de Germano Aguiar, diretor florestal da Eldora-
A “Adequação de Malha Viária” é o assunto
do Brasil, enquanto Marcelo Araújo, especialista
da palestra de Sebastião da Cruz Andrade, dire-
em processos de sistemas florestais da CMPC
tor florestal da Ferbasa, que apresenta um case
no RS, ministra a última palestra do evento, so-
de elaboração de Plano Diretor Viário, após
bre “Sistema Integrado de Logística Florestal”.
análise técnica e econômica para a readequação da malha viária interna da empresa. Fernando Augusto Garcia Júnior, diretor da
A programação do evento já está completa e pode ser vista nas próximas páginas. Para fazer sua inscrição clique aqui.
58 INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA . B. FOREST
B. FOREST . ESPAÇO EMPRESARIAL 59
60 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST
B. FOREST
. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 61
PROGRAMA MACACO-PREGO: Protegendo os plantios de Pinus no Brasil
D
entre os principais problemas atuais do cultivo de Pinus no Brasil estão os danos causados pelo macaco-prego (Sapajus nigritus), tema abordado na entrevista
com a pesquisadora e coordenadora do Programa Macaco-Prego da Embrapa Florestas, Sandra Bos Mikich.
62 ESPAÇO ANÁLISE DA MERCADOLÓGICA PESQUISA . B. FOREST . B. FOREST
Crédito: Divulgação B. FOREST B. FOREST . ANÁLISE . ESPAÇO MERCADOLÓGICA DA PESQUISA 63
Por que o macaco-prego causa danos ao pinus?
Como detectar se um talhão tem danos? Uma dica é buscar lascas das cascas que
Porque na região Sul, durante o inverno
ficam acumuladas na base da planta ataca-
e a primavera, há baixa disponibilidade de
da. A partir daí o monitoramento deve ser
frutos nativos – o principal alimento do ma-
realizado anualmente nas parcelas de inven-
caco – e a espécie complementa sua dieta
tário florestal já instaladas, preferencialmen-
com a seiva de espécies nativas e exóticas
te logo após o período de descascamento
(como bracatinga, araucária e eucaliptos).
(junho a dezembro), quando os danos do
No entanto, o macaco-prego prefere a seiva
ano ainda estão bastante evidentes. Do con-
de pinus, principalmente Pinus taeda, além
trário, é provável que o dano só seja detec-
de P. elliottii. Essa preferência tem a ver com
tado quando as copas amarelarem e caírem.
composição e quantidade de seiva, além de facilidade de obtenção.
As populações do macaco-prego estão crescendo nas regiões com plantios de
Quais são os danos às árvores e à produção?
pinus? Não. Na região Sul, onde se concentram
As árvores são descascadas no terço su-
os plantios de pinus no Brasil, o inverno é
perior em padrão de janelas ou anéis, sen-
rigoroso e há longos períodos com baixa
do este mais grave, já que o crescimento da
oferta de frutos na floresta com araucária.
árvore praticamente cessa e pode causar a
Esses fatores, somados à mortalidade por
sua morte. Os ataques iniciam entre cinco e
febre amarela e à predação por inimigos
seis anos de idade e serão tanto mais graves
naturais, limitam o crescimento das popula-
quanto mais novas forem as árvores dani-
ções de macaco-prego.
ficadas. O descascamento compromete a qualidade da madeira, reduz a produtivida-
Por que o macaco-prego não pode ser
de do plantio e provoca prejuízos econômi-
tratado como uma praga e diretamente
cos significativos, cujos valores para plantios
manejado?
com e sem desbaste serão disponibilizados em breve.
Porque é espécie listada como “quase-ameaçada” na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza
64 ESPAÇO DA PESQUISA . B. FOREST
O RH engajado na sustentabilidade do negócio
Sheraton São Paulo WTC Hotel Espaço Vivaldi • São Paulo – SP
as empresas responderem às expectativas dos seus públicos de interesse. Por impactar a cultura e a liderança das organizações, o desafio de equilibrar resultados econômicos, sociais e ambientais só será superado com o efetivo envolvimento dos colaboradores. E a área de Recursos Humanos é parte essencial deste processo. Atenta às constantes transformações, a ABRH-Brasil promove o II Fórum de Sustentabilidade. O evento irá reunir executivos de RH e gestores de pessoas de vários setores para discutir o tema e inspirar novas práticas.
A educação como vetor de mudança cultural
Desafios da sustentabilidade e da formação de líderes na visão do CEBDS
Marisa Eboli
Marina Grossi
Coordenadora do curso de extensão em Gestão da Educação Corporativa da FIA – Fundação Instituto de Administração.
Presidente do CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável).
Venha debater as formas de atrelar a gestão do capital humano à sustentabilidade dos negócios. Palestras, análise de cases de sucesso e painéis com especialistas irão compor o dia, promovendo intensa troca de ideias.
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B. FOREST . ESTRADAS 65
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Colocar a sustentabilidade como eixo central de suas ações tem se mostrado uma poderosa estratégia para
2015; goza de proteção legal como espécie
Como a Embrapa Florestas está abor-
nativa pela Lei 9605 de 12/02/1998; e apre-
dando a questão dos prejuízos causados
senta densidade populacional baixa nas áre-
pelo macaco-prego ao setor de florestas
as consideradas problema. Portanto, alter-
plantadas?
nativas de manejo que busquem o controle
Em reconhecimento à gravidade do pro-
populacional de macacos-prego para solu-
blema para o setor, a Embrapa Florestas
cionar o problema dos danos aos plantios
criou o Programa Macaco-Prego, que atua
florestais, como o abate, a translocação ou
em parceria com o setor produtivo na bus-
a esterilização, são tecnicamente inadequa-
ca de alternativas para minimizar os preju-
das.
ízos, levando em conta que essa espécie é protegida por lei e presta diversos serviços
Aumentar a densidade dos seus predadores naturais não seria uma alternativa? Seria, mas há que se considerar que os
ambientais importantes, inclusive para a produção florestal, como o controle de populações de insetos.
predadores naturais do macaco-prego são
Dentre os muitos resultados já gerados
grandes gaviões e felinos de médio e grande
pelo Programa Macaco-Prego (disponíveis
porte. Aumentar artificialmente a densidade
em https://www.embrapa.br/florestas/pro-
desses animais pode aumentar os riscos de
grama-macaco-prego/) estão descrições
acidentes com pessoas, animais de criação
dos efeitos de tipos e intensidades de da-
e domésticos, já que nenhum deles se ali-
nos no crescimento e produção dos povo-
menta exclusivamente de macacos. Além
amentos, desenvolvimento de um aplicati-
disso, os fatores que levaram essas espécies
vo (Macaco_Prego Calc) que permite fazer
ao declínio populacional ou à extinção local
a prognose e o planejamento da produção
precisam ser removidos a priori para a rein-
considerando o nível dos danos, além da
trodução tenha sucesso. Soma-se a isso o
quantificação dos danos a diferentes espé-
fato de que as densidades do macaco-pre-
cies de pinus.
go em mosaicos florestais não são elevadas a ponto de justificar o investimento nessa alternativa.
Quais seriam hoje as recomendações da Embrapa Florestas para minimizar os danos?
66 ESPAÇO DA PESQUISA . B. FOREST
“Buscamos alternativas para minimizar espécie é protegida por lei e presta diversos serviços ambientais importantes, inclusive para a produção florestal, como o controle de populações de insetos.”
B. FOREST . ESPAÇO EMPRESARIAL 67
Crédito: Divulgação
os prejuízos, levando em conta que essa
Primeiro, realizar o inventário de danos e
Qual o foco atual do Programa
coletar os seguintes parâmetros: tipo, altura e
Macaco-Prego?
comprimento do dano de cada árvore. Estes
Atualmente, a pesquisa tem quatro fren-
serão utilizados pelo aplicativo Macaco_Pre-
tes principais: manejo florestal, em parceria
go Calc, que possibilita que o software Sis-
com a Celulose Irani; uso de espécies alter-
Pinus estime o crescimento e a produção de
nativas e enriquecimento ambiental, ambas
povoamentos de P. taeda e apresente opções
em parceria com a WestRock; e o isolamen-
de manejo florestal em função de diferentes
to de potenciais substâncias repelentes, em
níveis de ataque do macaco-prego e idade
conjunto com a Embrapa Agroindústria Tro-
de ocorrência dos mesmos. Uma publicação
pical.
sobre como fazer o inventário e utilizar esse
Informações detalhadas sobre os resulta-
aplicativo será disponibilizada ainda este mês.
dos do Programa Macaco-Prego, incluindo
Em áreas com elevada incidência de da-
as publicações, aplicativo Macaco_Prego
nos, recomenda-se o plantio de Pinus patu-
Calc, orientações para amostrar os danos,
la, que não é danificado por macacos-pre-
vídeos, notícias e projetos em andamento,
go. Cabe destacar, no entanto, que o uso de
podem ser acessados na página:
aceiros ou cercas vivas de eucaliptos ou P. https://www.embrapa.br/florestas/progra-
ataques é inócuo.
ma-macaco-prego/
Crédito: Divulgação
patula cercando talhões de pinus sujeitos a
68 ESPAÇO DA PESQUISA . B. FOREST
B. FOREST . MANGUEIRAS E VEDAÇÕES 69
Análise Mercadológica novo cenário político e diretrizes econômicas em curso.
Crédito: Divulgação
A
indústria de base florestal ainda aguarda as reações do mercado diante do
70 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST
Indicadores Macroeconômicos • Perspectivas Econômicas: A expectativa do crescimento do PIB brasileiro em 2016 continua negativa em 3,15%, segundo estimativa recente do BCB (Banco Central do Brasil). Por sua vez, a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) calcula que o PIB do país cairá 3,3% neste ano em relação a 2015. Se confirmado, será a primeira vez que o país registrará dois anos consecutivos de alta contração na economia. Para 2017, a estimativa de crescimento do PIB está em +1,36% segundo o BCB e de -0,3% segundo a OCDE. • Inflação: Em Agosto/2016, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) atingiu 0,44%, abaixo de 0,52% de Julho. No entanto, a inflação acumulada nos últimos 12 meses aumentou para 8,97%, significativamente acima do teto da meta anual de inflação de 6,5%, definida pelo BCB. A estimativa do Banco Central é que o IPCA acumulado de 2016 encerre em 7,34% e de 2017 em 5,12%. • Taxa de Juros: : No final de Agosto, o COPOM manteve pela nona vez consecutiva a taxa Selic em 14,25%, maior patamar de juros desde outubro de 2006. Esta foi a primeira decisão da equipe econômica no novo governo do presidente Michel Temer. Continua em aberto a possibilidade de redução da taxa Selic em Outubro/2016, dependendo da evolução da inflação. A estimativa é que a Selic encerre 2016 em 13,75% ao ano e 2017 em 11,00% ao ano (Boletim Focus). • Taxa de Câmbio: Em Agosto/2016, a taxa média cambial encerrou em BRL 3,21/USD, resultando em valorização do Real em relação à média de Julho/2016 (+2,00%). A média cambial na primeira quinzena de Setembro/2016 foi de BRL 3,25/USD, com oscilação entre BRL 3,19 e 3,28/USD e perspectiva de alta influenciada pela possibilidade de elevação das taxas de juros nos Estados Unidos e a queda do preço internacional do petróleo. Analistas de mercado estimam taxa cambial média de BRL 3,30/USD no final de 2016 e de BRL 3,45/USD em 2017. Economistas de mercado veem melhoria nas perspectivas para a economia brasileira após as recentes mudanças no cenário político. A retomada de crescimento ainda será lenta até 2018, permanecendo o atual governo como uma administração de transição, na tentativa de atenuar a atual crise econômica. A expectativa do mercado é que somente após as eleições de 2018 deverão ocorrer reformas mais profundas.
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B. FOREST
. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 71
Índice de preços de madeira em tora no Brasil Índice de Preço Nominal de Toras de Eucalipto e Pinus no Brasil (Base Jan-Fev/14 = 100)
Tora de Eucalipto:
Tora de Pinus:
Nota de Sortimentos de Tora: Energia: < 8 cm; Celulose: 8-15 cm; Serraria: 15-25 cm; Laminação: 25-35 cm; e Laminação Especial: > 35 cm. Preços de madeira em tora R$/m³ em pé. Fonte: Banco de Dados STCP e Banco Central do Brasil (IPCA).
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72 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST
B. FOREST
. ENTREVISTA 73
“A retomada de crescimento ainda será lenta até 2018. A expectativa do mercado é que somente após as eleições de 2018 deverão ocorrer reformas
Crédito: Divulgação
mais profundas.”
74 ANÁLISE ENTREVISTA MERCADOLÓGICA . B. FOREST . B. FOREST
Índice de preços de madeira em tora no Brasil Índice de Preço Real de Toras de Eucalipto e Pinus no Brasil (Base Jan-Fev/14 = 100)
Tora de Eucalipto:
Tora de Pinus:
Nota de Sortimentos de Tora: Energia: < 8 cm; Celulose: 8-15 cm; Serraria: 16-25 cm; Laminação: 25-35 cm; e Laminação Especial: > 35 cm. Preços de madeira em tora R$/m³ em pé. Fonte: Banco de Dados STCP (atualização bimestral).
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B. FOREST
. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 75
• Comentários - Tora de Eucalipto: A indústria de base florestal ainda aguarda as reações do mercado diante do novo cenário político e diretrizes econômicas em curso. Com relação às toras de eucalipto, permanece alta a oferta de madeira de menor diâmetro (energia e processo) na região Sul, segundo relato de algumas empresas. Devido a este cenário, produtores florestais estão tentando manter estável o preço da tora, porém têm sentido pressão para manutenção ou redução. Na região Nordeste, a demanda por madeira fina pode aumentar no longo prazo, pois investidores chineses pretendem investir em um projeto de grande porte na produção de aço no Maranhão, sem ainda possível data para a concretização do investimento. Em Agosto, as exportações de celulose caíram 4% em valor e 7% em volume em relação à Julho. Cerca de 80% das exportações de celulose são de fibra curta (eucalipto). Esta queda pode, entre outro, estar relacionada com a valorização do Real frente ao Dólar Americano nos últimos meses. Entretanto, em 2017, a demanda por tora fina deve aumentar na região Centro-Oeste, devido start-up de uma nova fábrica de celulose. Com relação ao mercado de tora grossa, a oferta para sortimentos de maior diâmetro está relativamente mais escassa. Empresas integradas de painéis de madeira, que comercializam madeira grossa na região Sudeste, relatam que a procura por toras de maior diâmetro continua maior que a oferta. Algumas empresas têm conseguido repassar parte da inflação no preço deste tipo de tora, enquanto outras optaram por manter os preços estáveis no último bimestre, apesar do aumento de alguns custos de produção no período.
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76 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST
• Comentários - Tora de pinus: Os preços de madeira fina de pinus apresentaram aumento nominal no bimestre (Jul-Ago). A demanda por este sortimento tem aumentado no setor de celulose. Com a entrada recente de uma nova linha industrial de empresa de painéis reconstituídos na região Sul, mais precisamente no estado de Santa Catarina, há a expectativa de aumento da demanda por madeira fina. Além disso, com a entrada em operação nos últimos meses de nova unidade fabril de celulose no Paraná, o mercado regional tem estado mais aquecido para este tipo de tora. A demanda por toras de pinus acima de 18 cm continua aquecida nas regiões SulSudeste. Algumas empresas que ainda não tinham aumentado os preços da madeira em tora, aumentaram no último bimestre ajustando pelo menos parte da inflação do período. No curto prazo, as serrarias indicam dificuldade em reajustar o preço da madeira serrada de pinus, pois as indústrias de construção civil e de móveis, por exemplo, enfrentam desafios diante dos problemas macroeconômicos no país. Algumas empresas destes segmentos passaram por férias coletivas, reduzindo a atividade econômica. Apesar da valorização do Real frente ao Dólar nos últimos meses, as empresas com vendas orientadas ao mercado externo continuam com o ritmo ativo de produção e de compra de toras. No entanto, muitas empresas já relatam dificuldades em comercializar sua produção e esperam que as exportações alcancem os mesmos níveis, em volume, de 2009.
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B. FOREST
. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 77
O FUTURO DO PINUS
C
om “Manejo para uso múltiplo – a árvore de Pinus do futuro” como tema central, o 4º Workshop promovido em parceria pela APRE (Associação Paranaense de Empresas de
Base Florestal) e a Embrapa Florestas foi realizado nos dias 14 e 15 de setembro, na sede da Embrapa Florestas, em Colombo (PR). Acompanhando os mais de 120 participantes que compareceram aos dois dias de evento, a equipe da B.Forest teve a oportunidade de conferir de perto a troca de informações entre empresas experientes nos assuntos abordados, temas estes que poderão ser de grande valia para ajudar os profissionais do setor em suas operações. As palestras do Workshop foram divididas em quatro blocos temáticos principais. O primeiro abordou as “Tendências do mercado da madeira”, com palestras voltadas, por exemplo, à demanda por madeira na construção civil. O segundo tema foi “Formação de florestas de alto rendimento”, e discutiu o planejamento de sistemas de manejo, mudanças climáticas e o
Crédito: Giovana Massetto
melhoramento como ferramenta para o aumento da produtividade.
78 ESPAÇO DAS ASSOCIAÇÕES . B. FOREST
B. FOREST . NOTAS 79
Crédito: Divulgação No segundo dia, as atividades tiveram início com discussões sobre “A importância da pesquisa florestal empresarial”. O prof. Dr. Dartagnan Baggio Emerenciano, da UFPR, ofereceu a visão da FUPEF (Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná), enquanto Edson Tadeu Iede, chefe-geral da Embrapa Florestas, discorreu sobre a visão da Embrapa. Por fim, o último bloco teve como tema “Pesquisa – o estado da arte do melhoramento florestal”, com palestrantes da West Rock, Mobasa e ArborGen discutindo o atual estágio do material genético de pinus. Também foram apresentados cases de empresas do setor e o programa de melhoramento de pinus da própria Embrapa. O evento contou também com a apresentação e visão de investidores institucionais no manejo florestal. Para Carlos Mendes, diretor executivo da Apre, o evento foi um sucesso. “Acertamos os temas, acertamos os palestrantes e o evento serviu para nos mostrar qual caminho devemos seguir. Vamos ter muito trabalho pela frente, mas algumas coisas acenderam. Vamos buscar a reflexão sobre tudo isso, mas sabemos que o Workshop tem que continuar. Precisamos entender como fazer essa rede de conexão para que possamos buscar alternativas e também sermos proativos para nos adaptarmos às novas condições”, avalia. 80 NOTAS . B. FOREST
DEPUTADOS DO RS CRIAM A FRENTE PARLAMENTAR DA SILVICULTURA
R
eestruturar e regularizar o plantio de florestas plantadas no Rio Grande do Sul são as metas da Frente Parlamentar da Silvicultura da Assembleia Legislativa criada no último dia 13,
com o deputado Elton Weber na presidência. AGEFLOR, FARSUL, FETAG-RS, FIERGS SARGS e SINDIMADEIRA-RS foram as entidades responsáveis pela demanda. Foram coletadas 29 assinaturas. De acordo com o deputado, a burocracia no licenciamento ambiental e a crise econômica de 2008, dentre outros fatores, frearam o avanço da produção, o que deixou o Estado sem condições de garantir o suprimento de matéria-prima para as indústrias de papel e celulose, madeira para a construção civil, serrarias e uso nas propriedades rurais, dentro outros. “Se nada mudar, corremos o risco de um apagão florestal no Rio Grande do Sul”, alerta Weber. Paralelamente à criação da Frente, o deputado concluiu seu parecer favorável ao Projeto de Lei nº 145/2016 que será apresentado na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa em sua próxima reunião. Uma das modificações previstas em relação às normas atuais é que o cadastramento garantirá o licenciamento automático de atividades de pequeno porte. Dados setoriais mostram a importância dessas iniciativas: toda a cadeia de base florestal no Estado é responsável pela geração de 326 mil empregos diretos e indiretos nos diversos setores
Crédito: Divulgação
industriais e ainda por um faturamento anual de R$ 8,2 bilhões.
B. FOREST . NOTAS 81
ACORDO DE PARIS
O
s compromissos de baixa emissão de carbono assumidos pelo Brasil no Acordo de Paris – assinado em abril deste ano pelo Brasil e outros 174 países – foram ratificados pelo
presidente da República, Michel Temer, no último dia 12. Visando a uma redução nas emissões mundiais de GEE (gases do efeito estufa) e consequente mitigação das mudanças climáticas, o Acordo tem como meta impedir que o aumento na temperatura média global ultrapasse 1,5ºC em relação aos tempos pré-industriais. Dentre os países que assinaram o tratado, o Brasil é o terceiro grande emissor mundial a ratificá-lo, reiterando oficialmente os compromissos assumidos. O setor árvores plantadas tem um papel essencial a desempenhar para que o Brasil implemente uma verdadeira economia de baixo carbono. Dados estatísticos comprovam a importância deste segmento: os plantios florestais no Brasil, que ocupam uma área de 7,8 milhões de hectares, estocam aproximadamente 1,7 bilhão de toneladas de carbono equivalente. Sobre a relação entre as metas do Acordo e o setor, Elizabeth de Carvalhaes, presidente da Ibá, discorre: “Com uma base 100% renovável, estima-se que o potencial de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas é diretamente proporcional à capacidade de criação e aproveitamento de mecanismos de mercado de carbono, e as políticas públicas integradas e coordenadas”. De acordo com a presidente da Ibá, ações futuras que deverão ser tomadas incluem políticas que considerem a biomassa como um produto de carbono neutro (quando obtida por meio do manejo sustentável), e o reconhecimento das contribuições positivas das florestas e seus produtos (como celulose, painéis de madeira e pisos laminados) para que o país alcance a meta
Crédito: Divulgação
proposta.
82 NOTAS . B. FOREST
B. FOREST . ESPAÇO DAS ASSOCIAÇÕES 83
SALDO POSITIVO
O
setor brasileiro de árvores plantadas apresentou, até julho deste ano, um crescimento de 7,2% em relação ao mesmo período do ano passado, com um saldo positivo de US$ 3,8
bilhões. No atual cenário político-econômico do Brasil, trata-se de um setor cuja contribuição positiva para a balança comercial desempenha um papel crucial. Dentre os fatores mais importantes para esta marca, destacam-se os R$ 4,4 bilhões gerados em 2016 pela exportação de celulose (7,5 milhões de toneladas, crescimento de 12,7%), papel (1,2 milhão de toneladas, crescimento de 5,1%) e painéis de madeira (500.000 m3, crescimento de 56%). A China permanece um mercado consumidor de especial importância para as exportações brasileiras, consumindo 37% da celulose nacional exportada, o que equivale a US$ 1,1 bilhão, assegurando a posição do país como o principal importador da celulose brasileira. A América Latina, por sua vez, é o maior destino da produção brasileira de papel e painéis de madeira, sendo os países do continente responsáveis por 58% das exportações de primeiro insumo e 54% do segundo. Quanto à produção nacional, os números são igualmente expressivos, com mais de 10 milhões de toneladas de celulose produzidas (aumento de 8,9%). Foram produzidas 6 milhões de toneladas de papel, das quais 3 milhões foram comercializadas no mercado doméstico. Em de 5% em relação ao mesmo período de 2015. Crescimento do Setor Florestal US$ 3,54 bilhões
US$ 3,8 bilhões
Exportação do Setor Florestal 7,5 6,65
milhões de
milhões de toneladas toneladas
12,7%
1,14
1,2
milhões de milhões de toneladas
toneladas
5,1%
2015
2016 *
* Todos os valores são referentes ao período de JAN -JUL.
84 NOTAS . B. FOREST
2015
2016 *
celulose
2015
2016 *
papel
Crédito: Luciano Simão / Bernardo Beghetto
contrapartida, a venda de painéis de madeira atingiu os 3,6 milhões de m³, registrando queda
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SUSTENTABILIDADE EM FOCO
N
o atual cenário econômico brasileiro, há um grande risco de que os três eixos do chamado tripé do desenvolvimento sustentável (pessoas, planeta e rentabilidade) sejam ainda mais
negligenciados no planejamento do futuro do país. Em momentos de crise, tende-se a priorizar o fator rentabilidade, ignorando a igual importância dos outros dois lados do tripé: humano e ambiental. Situações de crise exigem soluções criativas, com foco em inovação, para que se possa superar os principais desafios, como aqueles oriundos da escassez de recursos naturais nãorenováveis. Contudo, a crise pode ser vista como um fator motivador para impulsionar a criação de soluções que equilibrem as preocupações ambientais, econômicas e sociais. Serve também para que se possa evidenciar o papel da sustentabilidade como um conceito além do âmbito empresarial, no qual não deve ser apresentada como solução máxima para todos os problemas
Crédito: Divulgação
encontrados.
86 NOTAS . B. FOREST
É por este motivo que a STCP Engenharia de Projetos e a Milano Consultoria e Planejamento organizaram a edição 2016 do Fórum Sustentabilidade & Governança, realizado nos dias 23 e 24 deste mês, na FAE Business School, em Curitiba (PR). As atividades do Fórum tiveram início com uma palestra ministrada por Pavan Sukhdev, presidente e fundador da consultoria GIST Advisory, reconhecido pela Universidade de Yale como um dos líderes mundiais do desenvolvimento sustentável. Sukhdev abordou o papel dos serviços ecossistêmicos e da biodiversidade no mundo após a Conferência do Clima (realizada em Paris, em 2015). Como nas edições anteriores, quatro painéis estruturaram o restante do Fórum: no primeiro deles, Tendências em Sustentabilidade e Governança”, cases corporativos da Vivo, da Bayer e do BRDE retratarão tendências em sustentabilidade e governança. FPor sua vez, o segundo painel teve como tema “Capital Natural e Sustentabilidade”. No segundo dia, o terceiro e quarto painéis trataram da comunicação institucional, abordando aspectos do marco legal e da publicidade, e de fontes de energia. Também ocorreram debates e uma palestra sobre regulação, controle estatal e sustentabilidade corporativa, proferida pelo engenheiro florestal José Carlos de Carvalho, ministro do Meio Ambiente no governo de Fernando Henrique Cardoso.
B. FOREST . NOTAS 87
A POLÊMICA CONTINUA
A
aquisição de terras agrícolas em território brasileiro por investidores estrangeiros, tema polêmico que voltou ao cenário político após Michel Temer assumir a Presidência, continua
marcada por intenso debate jurídico. Proferido em agosto de 2010, um parecer da AGU (Advocacia-Geral da União) sobre a Lei 5.709, de 1971, mantém proibido o controle de propriedades agrícolas por grupos internacionais no Brasil. Desde 2012, tramita no Congresso um projeto de lei que visa alterar esta restrição. A Frente Parlamentar de Silvicultura, presidida pelo deputado federal Newton Cardoso Jr. (PMDB-MG), busca alterar e aprovar este projeto, mantendo um limite de 100 mil hectares por empresa (excluindo-se fundos soberanos e ONGs do processo). Além disso, o Governo Federal haveria sugerido a inclusão de outras condições no projeto de lei, como a necessidade de aquisição de 10% adicionais de terras cujo destino seria a reforma agrária para a liberação da venda. Para Cardoso, o resultado destas alterações seria expressivo, podendo destravar investimentos de R$ 50 bilhões em áreas agrícolas e florestais no Brasil. O debate ocorre não somente a nível nacional, mas também na esfera estadual. No último dia 1º, o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Melo deferiu uma liminar suspendendo o parecer da Corregedoria Geral de Justiça de São Paulo que afastaria as restrições para aquisição de imóvel rural por estrangeiros. Com esta liminar, ficam suspensas no Estado de São Paulo as operações de aquisição de imóveis rurais por pessoas jurídicas brasileiras cuja maioria do capital social se encontre em
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poder de estrangeiros residentes fora do Brasil ou de pessoas jurídicas com sede no exterior.
88 NOTAS . B. FOREST
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. FOTOS 91
92 VÍDEOS ENTREVISTA . B. FOREST . B. FOREST
B. FOREST B. FOREST . ENTREVISTA . VÍDEOS 93
AGENDA
B.FOREST
SETEMBRO
27
17th St. Petersburg International Forestry Forum Quando: 27 a 30
Onde: Petersburg (Rússia)
Informações: http://spiff.ru/en
OUTUBRO
06
2° Encontro Brasileiro de Infraestrura e Logística Florestal
12
Expo Forestal
17
Florestas online
25
ABTCP
26
4° Encontro Painel Florestal de Executivos Florestais
13
Brasil Log – Feira Internacional de Logística
Quando: 06 a 08
Onde: Curitiba (PR)
Informações: http://www.infraestruturaflorestal.com.br/
Quando: 12 a 14
Onde: Guadalajara (México
Informações: http://www.expoforestal.gob.mx/portal/
Quando: 25 a 27
Informações: http://www.florestasonline.com.br/
Quando: 25 a 27
Onde: São Paulo (SP)
Informações: http://abtcp2016.org.br/pt/930-2/
Quando: 26
Quando: 26 a 28
Onde: Campo Grande (MS)
Onde: Jundiaí (SP)
Informações: http://www.feiradelogistica.com/
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