2 ENTREVISTA . B. FOREST
B. FOREST
. ENTREVISTA 3
POSITIVIDADE NO AR Expectativas positivas dão o tom para o mês de agosto. Afinal a Ibá acabou de publicar o seu relatório anual, referente às áreas plantadas 2015. O resultado apresenta a estabilidade em relação a 2014, atingindo 7,8 milhões de hectares. Portanto, mesmo com as adversidades econômicas enfrentadas pelo país, pode-se afirmar que o setor figurou entre os poucos com resultados positivos. A receita bruta do setor totalizou R$ 69,1 bilhões em 2015, o que representa 6% do PIB Industrial e as exportações somaram cerca de US$ 9 bilhões, o equivalente a 4,7% das exportações brasileiras. Além disto, até o final do mês deve haver a definição do processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff e, finalmente, o Brasil deve retomar a recuperação. Na mesma onda de otimismo está o mercado do pinus, que mesmo com as áreas de plantio estáveis na região Sul, dia após dia, ganha produtividade com a aplicação do melhoramento genético. Na matéria de Silvicultura (p.16) saiba mais sobre as principais espécies plantadas e seus possíveis usos. Como fator preponderante para o sucesso dos empreendimentos florestais e de resultados ainda melhores, estão as estradas de uso florestal e, em especial, o planejamento da drenagem. Entenda mais a respeito na reportagem de estradas (p.46). Para completar a edição, conversamos com Maurício Bicalho de Melo, diretor geral da ArcelorMittal Bioflorestas e presidente da Associação Mineira de Silvicultura. O profissional acredita no desenvolvimento do setor florestal e aposta no uso da madeira para produção de energia! Saudações florestais!
4 ENTREVISTA EDITORIAL . . B.B.FOREST FOREST
Expediente: Diretor Geral: Dr. Jorge R. Malinovski Diretor de Negócios: Dr. Rafael A. Malinovski Executivo Comercial: Caio Cesar Editora: Giovana Massetto Estagiário de Jornalismo: Luciano Simão Designer Responsável: Vinícius Vilela Designer Gráfico: Bernardo Beghetto Financeiro: Jaqueline Mulik Revisão Técnica: Gustavo Castro
Conselho Técnico: Aires Galhardo (Diretor Florestal da Fibria), Antonio Solano Junior (Gerente de vendas para América do Norte e do Sul da Caterpillar), César Augusto Graeser (Diretor de Operações Florestais da Suzano), Edson Tadeu Iede (Chefe Geral da Embrapa Florestas), Germano Aguiar (Diretor Florestal da Eldorado Brasil), José Totti (Diretor Florestal da Klabin), Lonard dos Santos (Diretor de Vendas da Komatsu Forest), Mário Sant’Anna Junior, Rodrigo Junqueira (Gerente de Vendas da John Deere Florestal), Sergio da Silveira Borenstain, Teemu Raitis (Diretor da Ponsse Latin America).
B.Forest - A Revista 100% Eletrônica do Setor Florestal Edição 23 - Ano 03 - N° 08 - Agosto 2016 Foto de Capa: Kolecti Malinovski +55 (41) 3049-7888 Rua Prefeito Angelo Lopes, 1860 - Hugo Lange - Curitiba (PR) – CEP:80040-252 www.malinovski.com.br / comunicacao@malinovski.com.br © 2016 Malinovski. Todos os Direitos Reservados.
B. FOREST B. FOREST . . ENTREVISTA EDITORIAL 5
6 ENTREVISTA . B. FOREST
Crédito: Divulgação B. FOREST
. ENTREVISTA 7
Espírito Confiante Maurício Bicalho de Melo Diretor Geral da ArcelorMittal Bioflorestas e Presidente da AMS (Associação Mineira de Silvicultura)
C
om ampla vivencia com o setor siderúrgico mundial, o atual
Como iniciou seu relacionamento com o setor florestal? De
diretor geral da ArcelorMittal
Bioflorestas traz em sua bagagem a experiência produtiva fábril e de gestão de
formação
metalurgista, Iniciei
minha
sou
formado carreira
engenheiro pela
UFMG.
no
grupo
hoje conhecido como ArcelorMittal trabalhando na área de arames de aço.
pessoas. A atenção às florestas plantadas
Logo no início também fui trabalhar
hoje faz parte do seu dia a dia, afinal a
na Bélgica, por quatro nos, em um
empresa desponta no mercado como
centro de pesquisa, que fazia uma joint venture com a Belgo Bekaert. Quando
produtora de ferro gusa, o aço verde,
voltei trabalhei em Campinas, na área
mesmo com a crise vivida desde 2008.
de arames, retornei à fábrica em Belo Horizonte. Depois de seis anos fui para
Além disto, Maurício também está à frente da AMS (Associação Mineira de Silvicultura), uma das associações mais representativas
a Argentina, onde permaneci por mais oito, trabalhando inicialmente na parte de aço e depois siderurgia da Acindar, empresa recém comprada pelo grupo
do setor florestal brasileiro. Acompanhe a
Belgo Mineira. Quando retornei para
entrevista exclusiva, onde ele fala sobre a
o Brasil, já entrei na ArcelorMittal
realidade do setor em Minas Gerais e suas expectativas para o futuro.
8 ENTREVISTA . B. FOREST
Bioflorestas como diretor operacional, um ano depois assumi a presidência desta empresa.
“Minha experiência de vida tem me mostrado que sempre estamos gerindo pessoas. Ao gerilas é importante motivá-las para um propósito
Crédito: Divulgação
que elas estão desenvolvendo”
B. FOREST
. ENTREVISTA 9
Qual é a área plantada da empresa hoje e qual o uso da madeira?
verde, uma energia renovável e os custos estarem dentro do país, conseguimos
A ArcelorMittal Bioflorestas trabalha
explorar ao máximo essa produção.
hoje com 122 mil hectares, plantados
Não deixamos a produção ser reduzida,
com eucalipto destinado à produção de
realizamos a redução em outras plantas
carvão vegetal. Ele é consumido pela
quando
própria empresa, só vendemos algumas
assim exigem. Isso faz com que a nossa
sobras. O propósito principal é o uso em
produção de madeira e carvão fique
nossa usina de aço, localizada em Juiz
sempre no limite máximo. No momento,
de Fora, que consome o carvão como
não temos um projeto de expansão de
energia para produção do aço verde, ou
florestas, mas sim otimizações. Temos
seja, produzido com energia renovável.
plantado mais em áreas planas do que
as
condições
de
mercado
acidentadas devido à redução de custos. Como avalia a atual produção do aço verde no Brasil e pela empresa? A siderurgia tem sofrido muito desde
Temos trabalhado muito para melhorar a tecnologia para a produção do carvão e queima da fumaça. Contamos também
2008. O parque siderúrgico mundial
com
alguns
trabalhos
experimentais
mudou muito e hoje existe um volume
ainda, visando à redução da fumaça e
de aço ocioso, fazendo com que aja
queima da mesma, reduzindo assim os
uma pressão sobre preços e mercados.
impactos ambientais.
Estamos acompanhando esta situação e nos preocupando com a redução de
Você falou sobre a escolha de áreas
custos de produção para nosso grupo se
planas para o plantio, uma opção
manter competitivo em relação ao market
interessante
share, o carvão vegetal tem nos ajudado
mecanização da silvicultura. Quais são
neste processo. No caso específico da
as pesquisas que estão realizando nesta
ArcelorMittal temos uma única planta
área?
em Juiz de Fora, que consome nosso
Ainda
quando
precisamos
se
pensa
desenvolver
em
a
carvão e temos mantido a produção no
mecanização do plantio e preparo de
máximo potencial dela. Por ser um aço
solo.
10 ENTREVISTA . B. FOREST
Atualmente,
as
máquinas
são
muito rudimentares. Por meio da Ibá foi
a ele, se consolidou a importância
contratada uma consultoria para avaliar no
da gestão sustentável das florestas e
mercado mundial empresas interessadas
responsabilidade socioambiental. Pode
em desenvolver máquinas de plantio e
falar um pouco sobre esta forma de
preparo de solo mecanizado. Isso já está
gestão?
acontecendo e acredito que até o final
Somos certificados pelo FSC e acho
do ano já devemos ter um protótipo para
excelente termos alcançado esse selo,
testar no Brasil máquinas para o plantio
afinal ele nos ajuda a centrar nossas
mecanizado e automatizado.
atividades,
avaliando
os
aspectos
sociais e ambientais. Avaliamos desde Como está o projeto da ArcelorMittal
a qualidade das estradas que passam
Bioflorestas para reutilização da fumaça
no entorno das comunidades até a
da queima de carvão vegetal para a
medição do impacto da poeira gerada e
geração de energia?
ruído. Estamos sempre preocupados e
Este projeto foi desenvolvido em
entendendo que nossa responsabilidade
parceria com a Cemig. Ele foi um
não é só o fato de plantar a florestal e
sucesso e nos abriu a oportunidade para
utilizar a madeira, temos que deixar um
instalar unidades maiores e estamos em
legado social e ambiental.
um processo de adequação. Não temos ainda energia elétrica sendo produzida com este calor, mas estamos adequando
Quais são os desafios de gerir mais de 1.500 empregados em 5 regionais?
as nossas instalações para poder utilizá-
O desafio empresarial é interessante.
lo. Acredito que brevemente, dentro
Minha experiência de vida tem me
de um ano e meio, no máximo dois, já
mostrado que sempre estamos gerindo
seja possível transformá-lo em energia
pessoas. Ao geri-las é importante motivá-
elétrica.
las para um propósito que elas estão desenvolvendo.
Assim,
elas
poderão
A ArcelorMittal tem em sua história
entender o significado e suas funções
o pioneirismo na produção de carvão
no todo. Acredito que sempre somos
vegetal de florestas plantadas. Junto
modelos quando ocupamos posições B. FOREST
. ENTREVISTA 11
de liderança. Estamos sempre sendo
contos... estamos muito satisfeitos com
vigiados, acompanhados, seguidos e
o resultado deste programa, por resgatar
copiados em todas as oportunidades.
culturas, descobrir artistas.
Então devemos mostrar para as pessoas Qual
o que precisamos, queremos e como
o
potencial
brasileiro
na
gostamos que as atividades sejam feitas
produção de energia proveniente das
para que depois a empresa vá buscar
florestas?
um caminho e uma identidade que você
Vou
acaba imprimindo na organização.
começar
por
Minas
Gerais.
Acredito que o Estado, mesmo sem ter
uma
topografia
adequada
para
A empresa tem um trabalho social
uma produção extensiva de forma
chamado Bioflorestas Em Cena. Pode
mecanizada, tem um enorme potencial
falar um pouco sobre ele?
para produção de madeira para fins
Este projeto é fantástico! Em cada
energéticos. Se desenvolvermos um
cidade onde atuamos desenvolvemos
programa de incentivo a pequenos
trabalhos artísticos com a população
produtores para o plantio e própria
local. Com ele buscamos preservar a
produção
cultura local e que em alguns casos já
riqueza enorme. Hoje temos menos de
estava fadada a morrer. O trabalho em si
1% do território nacional com florestas
é desenvolvido por grupos artísticos de
plantadas, por isto, podemos falar em
teatro, música ou dança que ficam nas
duplicar ou quintuplicar a área plantada
cidades por cerca de 4 a 6 meses. Eles
do país e destinar esta madeira para
convocam os moradores para participar
a
de algum trabalho que tenha relação com
O eucalipto é um gênero que se
aquela comunidade. Neste período, eles
adaptou às condições edafoclimáticas
descobrem o que a cidade tem de riqueza
brasileiras, permitindo a geração de
cultural e passam a gerir um grupo que
biomassa em uma rapidez e eficiência
vai trabalhar aquela cultura. Com isto
dificilmente encontradas em outros
surgiram trabalhos espetaculares que
países. Temos essa possibilidade e
vão desde marionetes, dança, música,
devemos aproveitá-la.
12 ENTREVISTA . B. FOREST
geração
de
energia,
de
geraria
energia
uma
renovável.
B. FOREST
. ENTREVISTA 13
Você também é presidente da AMS.
da
madeira
de
florestas
plantadas.
Quais são as principais dificuldades que
Temos, a curto prazo, uma possibilidade
precisam ser superadas pelas empresas
de recuperação do setor de aço. Este
florestais no Estado?
setor tem ficado muito prejudicado
Temos 19 empresas associadas e trabalhamos
a
50% durante muitos anos, o que faz
Temos
com que o consumo de madeira fique
grupos de trabalho, um deles ambiental,
reduzido, assim como o seu preço. Estes
onde tentamos reduzir as burocracias
aspectos desincentivaram o aumento
e
setor
dos plantios. Tão logo o consumo seja
público com relação ao licenciamento
aumentado faltará madeira no Estado.
ambiental. Hoje em linhas gerais, acredito
Falando de um futuro mais adiantado,
que
em
acredito que a produção de energia
competitividade versus outros Estados
com biomassa florestal possa se tornar
porque
renovação
uma vocação para Minas Gerais. No que
são exageradas e fazendo com que em
tange o restante do país, acredito que
alguns casos seja impossível cumprir as
o setor caminha relativamente bem.
obrigações solicitadas, além da cobrança
O de celulose, principal consumidor,
de
está muito bem, o que faz com que
resolver
buscando
problemas
entraves
comuns.
solicitados
estamos as
auxiliá-las
com taxas de ocupação menores que
perdendo
exigências
algumas
pelo
taxas
muito
de
e
documentos
solicitados, deixando o exercício no
as
empresas
planejem
crescimento.
Estado mais custoso. Acredito que a
Também tenho boas expectativas em
AMS tem feito um bom trabalho com as
relação à situação política do país e,
empresas e as mesmas têm mantido uma
como consequência, a revogação da
proximidade conosco também.
lei que proíbe a compra de terra por estrangeiros. Se isto ocorrer, existem
Qual a sua visão para o futuro do setor florestal?
diversos investidores preparados para a compra de terras. Quero fortemente
Ela é muito otimista. O setor em
que essas mudanças aconteçam e que o
Minas Gerais tem seu futuro na área de
país possa festejar a entrada de capital
geração de energia elétrica por meio
estrangeiro na área florestal.
14 ENTREVISTA . B. FOREST
B. FOREST . CERTIFICAÇÃO 15
Versatilidade e Potencialidades do Pinus
A
s diversas espécies que compõem o gênero Pinus apresentam características próprias, e podem ser utilizadas na fabricação de diversos produtos essenciais, como a
celulose, chapas de partículas, madeira estrutural e resinas. Ao mesmo tempo em que o mercado brasileiro de pinus enfrenta diversos desafios e parece entrar em declínio, avanços tecnológicos e a diversificação do plantio com novas espécies podem fornecer nova vida ao setor.
16 SILVICULTURA CERTIFICAÇÃO .. B. B.FOREST FOREST
Crédito: Divulgação B.B.FOREST FOREST . . CERTIFICAÇÃO SILVICULTURA 17
A
pesar de originárias do hemisfério
de pinus proveniente de florestas plantadas
Norte, onde diferentes espécies
do mundo. Os plantios somam 1,6 milhão
proliferaram em terrenos distintos,
de hectares, de acordo com relatório
prosperando tanto em climas subárticos
anual 2016 da Ibá (Indústria Brasileira de
quanto
que
Árvores), e se concentram na região Sul,
compõem o gênero Pinus encontraram
com 42% dos plantios no Paraná e 34%
espaço de destaque no setor florestal das
em Santa Catarina, Estados de condições
mais diversas regiões do planeta – e o
edafoclimáticas mais similares àquelas das
Brasil, um dos líderes mundiais no setor
terras de origem de algumas das principais
das florestas plantadas, não é exceção.
espécies de importância comercial deste
Hoje o país é um dos maiores produtores
gênero.
tropicais,
as
coníferas
Áreas de árvores plantadas no Brasil por estado e gênero, 2015
AP
MA PA PI TO BA
MT GO
MG
MS
ES
SP PR
Representação da dimensão da área plantada
SC RS
Eucalipto
18 SILVICULTURA . B. FOREST
Pinus
Outros
Composição da área de árvores plantadas por segmento no Brasil, 2015 Distribuição em 2015
Evolução da área, 2010-2015 42%
4%
Milhão (ha) 0,8
8%
0,7 0,6 0,5 0,4
12%
0,3 0,2 0,1 0,0
34%
2010 PR
SC
RS
SP
2011
2012
2013
2014
2015
Outros
(*) As áreas detalhadas por estado são apresentadas nos anexos.
Especialistas apontam que o pinus
madeira, principalmente para a indústria
foi – e continua sendo – essencial para
de móveis de madeira maciça, e também
o desenvolvimento do setor florestal e
abastece as principais empresas fabricantes
madeireiro brasileiro, especialmente na
de embalagens do país. No Estado de Santa
região Sul. “Após sua introdução pelas
Catarina, é a principal fonte de madeira
indústrias de celulose e papel, a indústria
proveniente de floresta plantada para
madeireira se desenvolveu a partir desse
produtos de maior valor agregado”, relata
gênero e hoje o pinus é utilizado em
o engenheiro florestal, Mauro Murara Jr.,
toda a cadeia de produção”, explica
diretor executivo da ACR (Associação
Carlos Mendes, diretor executivo da APRE
Catarinense de Empresas Florestais).
(Associação Paranaense de Empresas de
No Rio Grande do Sul, por sua vez, o
Base Florestal). Além disto, a madeira de
eucalipto predomina. Ainda assim, de
pinus tende a tomar lugar deixado pela
acordo com a Ageflor (Associação Gaúcha
madeira proveniente de espécies nativas
de Empresas Florestais), são 184,6 mil ha
na construção civil
de plantios de pinus no Estado, com uma
“O que
pinus
é
proporciona
o
principal inúmeros
gênero fins
de
industrialização, com valor agregado à
produção de 1,25 milhão de m3 de painéis reconstituídos e 1,07 milhão de serrados em 2014. B. FOREST . SILVICULTURA 19
Quanto à produção nacional, em 2015,
alto com manutenção de estradas vicinais
de acordo com a Ibá, as florestas plantadas
(municipais e estaduais) por negligência do
de pinus foram responsáveis pela produção
poder público, que alega não ter recursos”,
de 8,34 milhões de m3 de celulose de fibra
corrobora Gilson Geronasso, diretor vice-
longa e papel, 6,86 milhões m3 de painéis
presidente da Remasa Reflorestadora S.A.
reconstituídos, 3,67 milhões m3 de lenha
A crise econômica pela qual passa o país
industrial, com outros 23,46 milhões m3
também é apontada como responsável pela
destinados à indústria madeireira e 0,13 mi
queda na demanda por produtos oriundos
m3 para outros usos.
do setor. “Em Santa Catarina, a expansão
Todavia, apesar do papel histórico que
virá no momento em que se equacionar o
o pinus desempenhou no Brasil, a Ibá
excedente de madeira oriunda do primeiro
explicita que seu plantio vem decaindo
desbaste em plantios comerciais com o
nos últimos cinco anos, a uma taxa
consumo – ou seja, quando a demanda
média de 2,1% ao ano. A principal causa
por madeira no mercado interno voltar a
apontada para essa queda é a substituição
crescer”, diz o diretor executivo da ACR,
constante desses plantios por eucalipto,
Mauro Murara Jr.
especialmente no Paraná.
Outra ameaça é a difusão de certas pragas que afetam especificamente as
Um gênero desafiador
árvores do gênero. “Podemos citar o
Porém, não é apenas o eucalipto que
ataque do macaco-prego, que hoje já
ameaça o futuro da silvicultura do pinus
pode ser considerado uma praga para as
no Brasil, que enfrenta diversos desafios e
florestas de Pinus taeda. Estamos há mais
demandas atualmente. “No momento, as
de 12 anos trabalhando em conjunto com
principais demandas são: financiamento
a Embrapa Florestas, mas infelizmente,
de custeio para execução dos desbastes;
sem nenhum sucesso até o momento”,
políticas públicas de incentivo a novas
relata Gilson Geronasso, da Remasa.
plantações; e um programa seguro e robusto de estradas vicinais”, explica o
Tecnologia e pesquisa
diretor executivo da APRE.
Para superar desafios como estes,
“Hoje as empresas do setor têm um custo 20 SILVICULTURA . B. FOREST
investimentos
em
novas
espécies,
“Temos hoje cerca de 24 mil ha de plantios com pinus, trabalhando com duas espécies: P. taeda e P. elliottii, que também são as espécies envolvidas no Programa
de
Melhoramento
Crédito: Divulgação / Embrapa
Genético da empresa”
B. FOREST . CERTIFICAÇÃO 21
tecnologias e linhas de pesquisa podem
possuem elevado potencial genético,
ser a solução. Segundo Gabriela Bassa,
oferecendo melhorias significativas em
diretora da ArborGen Tecnologia Florestal,
produtividade, uniformidade e rápido
o problema do aumento da produtividade
crescimento com ampla adaptação às
do pinus pode ser enfrentado por meio
condições edafoclimáticas para as áreas
do melhoramento genético. “Estamos
da
trazendo para o mercado de mudas de
gerente de pesquisa e tecnologia da
pinus com material genético de famílias
divisão florestal da WestRock.
de polinização aberta e polinização
empresa”,
Conscientes
detalha
da
Ricardo
Paim,
importância
da
controlada, além dos clones já disponíveis
inovação técnico-científica para o setor,
para
pesquisadores
venda.
Esses
materiais
trazem
da
Embrapa
Florestas
flexibilidade ao produtor de madeira em
atuam em conjunto com o setor privado
termos de escolha do material genético
em diversas frentes de pesquisa com o
a ser plantado, além da possibilidade de
potencial de trazer grandes benefícios
aumento do volume de madeira a ser
à silvicultura do pinus no Brasil. Além
produzido por hectare”, explica.
do PCMP (Programa Cooperativo de da
Melhoramento de Pinus), as linhas de
WestRock (antiga Rigesa), que comemora
pesquisa da Embrapa incluem softwares
os 60 anos de sua divisão florestal com a
de simulação de manejo de precisão
implantação do primeiro Pomar Clonal de
para
Sementes de Pinus de 3ª Geração do País.
capazes de reduzir em 50% o custo do
“O pomar foi estabelecido utilizando-se
controle biológico da vespa-da-madeira,
a técnica de propagação vegetativa por
a principal praga de pinus no país.
A
genética
é
também
foco
plantios
florestais
e
inovações
enxertia, clonando plantas superiores,
Fato é que as empresas da região Sul
selecionadas geneticamente com alta
já estão apostando na clonagem do pinus
intensidade. Este método confere maior
como opção para proporcionar maior
exatidão e eficiência ao melhoramento,
homogeneidade do plantio e respectivo
havendo
mais
aumento de produtividade. No Chile,
elevado, apesar de demandar mais tempo.
esta técnica já sendo utilizada em larga
As mudas provenientes deste pomar
escala.
um
ganho
genético
22 SILVICULTURA . B. FOREST
B. FOREST . SILVICULTURA 23
Realidade dos plantios
da divisão florestal da Berneck.
Apesar de existirem diversas espécies
“Temos hoje cerca de 24 mil ha de
de Pinus com alto potencial para a
plantios com pinus, trabalhando com duas
silvicultura no Brasil, cada qual com suas
espécies: P. taeda e P. elliottii, que também
características
principais
são as espécies envolvidas no Programa
regiões e empresas do setor utilizam, em
de Melhoramento Genético da empresa”,
sua maioria, as mesmas espécies. “No
reitera Ricardo Paim, da WestRock.
próprias,
as
Paraná, a Berneck possui uma área de 23,3
Confira no quadro a seguir algumas
mil ha de pinus. Em Santa Catarina, são 7,3
das características específicas, vantagens
mil ha. A grande maioria do que plantamos
e desvantagens de outras espécies e
é de P. taeda, com pouco P. elliottii”, detalha
seu potencial para os setores florestal e
Maurício Nadolny, gerente de suprimentos
madeireiro do Brasil!
Pinus taeda
Ocorrência natural: sul e sudeste dos EUA. Características: P. taeda pode atingir de 30 a 40 m de altura; acículas de 15 a 20 cm com coloração verde-escura, presentes em agrupamentos de três; casca acinzentada com rachaduras características; sementes aladas de pequeno porte e fácil dispersão. No Brasil: espécie mais plantada de Pinus, especialmente na região Sul, para produção de celulose de Vantagens: disponibilidade no mercado de sementes e mudas com melhoramento genético; resistência a invernos frios e geadas. Desvantagens: baixa resistência a deficiência hídrica; para produção de resina, inferior a P. elliottii e outras espécies; sementes de fácil disseminação podem torná-la espécie invasora em áreas indesejadas. Recomenda-se: regiões com clima fresco, invernos frios e umidade constante.
24 SILVICULTURA . B. FOREST
Fonte: Embrapa Florestas
fibra longa (e derivados), madeira serrada, madeira reconstituída.
Pinus elliottii
Ocorrência natural: sul dos EUA. Variedades: Pinus elliottii var. elliottii e Pinus elliottii var. densa (mais rara, madeira mais densa e de crescimento mais lento). abundante de resina. No Brasil: var. elliottii no Sul e Sudeste (em escala muito menor do que P. taeda) para produção de madeira para processamento mecânico e goma resina. Vantagens: produção de madeira adulta inicia-se mais cedo do que P. taeda; em regiões de baixa altitude, apresenta maior crescimento do que P. taeda; maior resistência a deficiência hídrica. Desvantagens: incremento volumétrico geralmente inferior ao P. taeda. Recomenda-se: plantio no Sul e Sudeste; para melhor produção de resina, regiões com verão mais prolongado.
Fonte: Embrapa Florestas
Características: similar ao P. taeda, porém com acículas mais densas, longas e escuras, e exsudação mais
Pinus oocarpa
Ocorrência natural: México e América Central em altitudes de 200 a 2.500 m. Características: madeira com tonalidade amarelada, dureza média e alta resistência; cones globosos ou ovoides de 6 a 10 cm. No Brasil: plantio para produção de madeira para processamento mecânico nos planaltos tropicais; produção Vantagens: madeira de alta qualidade para uso em construção civil; alta produção de sementes; resistência a geadas moderadas. Desvantagens: alta vulnerabilidade a doenças bacterianas nas acículas na região Amazônica; baixa qualidade de desenvolvimento na mesma região. Recomenda-se: região do planalto tropical apresenta melhor desenvolvimento; devido à resistência às geadas moderadas, também pode se desenvolver no Sul; evitar região Amazônica (doenças bacterianas).
B. FOREST . SILVICULTURA 25
Fonte: Embrapa Florestas
de chapas, madeira reconstituída e resina em quantidade economicamente viável.
Pinus caribaea
Ocorrência natural: América Central. Variedades: P. caribaea var. hondurensis, var. bahamensis e var. caribaea. Características: P. caribaea var. hondurensis: crescimento em torno dos 30 m (podendo atingir os 45 m), 80 cm de DAP (podendo atingir até 135 cm), tronco reto e geralmente pouco ramificado. P. caribaea var. caribaea: fuste retilíneo, ramificação fina e numerosa. P. caribaea var. bahamensis: crescimento intermediário entre P. elliottii e P. caribaea var. hondurensis, madeira mais densa e de maior qualidade do que as outras duas variedades, baixa produção de sementes. produção de madeira e resina no Sudeste. Vantagens: madeira de grande utilidade geral; produção de resina economicamente viável; ampla extensão geográfica adequada para plantio no Brasil; crescimento rápido. Desvantagens: baixa resistência a geadas; em altitudes elevadas ou muito distintas dos locais de procedência, var. hondurensis apresenta deformações; alta incidência de má formação específica (fox tail ou rabo-deraposa) em var. hondurensis e var. bahamensis (quase nula para var. caribaea). Recomenda-se: plantio em toda a região tropical brasileira, e partes da região Sul com geadas menos severas.
Crédito: Divulgação
26 SILVICULTURA . B. FOREST
Fonte: Embrapa Florestas
No Brasil: a var. hondurensis é a mais plantada na região tropical do país; var. bahamensis é utilizada para
Pinus maximinoi
Ocorrência natural: Sul do México, El Salvador, Guatemala e Honduras. 5 a 8 cm e distribuídas em cinco por fascículo; madeira resistente e de coloração clara. No Brasil: silvicultura em fase experimental, mas com alto incremento volumétrico; possível alternativa para produção de madeira em regiões tropicais e subtropicais, de alta qualidade para processamento mecânico e produção de celulose. Vantagens: Madeira resistente e de alta qualidade. Desvantagens: baixa resistência a geadas, alta incidência de fox tail em baixas altitudes. Recomenda-se: regiões de clima tropical e subtropical.
Fonte: Embrapa Florestas
Características: P. maximinoi atinge até 35 m de altura e 100 cm de DAP; acículas finas, flexíveis e pendentes, de
Pinus patula
Ocorrência natural: México. Características: acículas verde-pálidas, finas e pendentes; casca espessa com fissuras verticais na base do tronco, casca fina, escamosa e marrom-avermelhada na parte superior; sementes pequenas. No Brasil: possível alternativa para P. taeda ou P. elliottii para produção de madeira para processamento mecânico e celulose em regiões favoráveis ao seu crescimento.
maior produtividade de madeira do que P. taeda; madeira de qualidade para processamento e produção de celulose; em condições favoráveis, crescimento maior do que P. taeda ou P. elliottii. Desvantagens: baixa resistência a geadas severas (em especial as mudas); plantio em regiões de temperatura e altitude maiores que às de origem resulta em baixa qualidade e crescimento; vulnerável ao ataque de lagartas (gênero Glena), fungos Recomenda-se: regiões de grande altitude (900 m ou mais), sem invernos excessivamente chuvosos, que tornam P. patula vulnerável a geadas.
B. FOREST . SILVICULTURA 27
Fonte: Embrapa Florestas
Vantagens: em certas regiões, como a Serra da Mantiqueira (MG) e nordeste de São Paulo, P. patula tem
Pinus tecunumanii
Ocorrência natural: Sul do México à Nicarágua. Características: P. tecunumanii atinge até 50 m de altura, apresenta casca espessa na parte basal e mais fina, de coloração marrom-avermelhada após os 4 m, e tem acículas finas e flexíveis verde-claras ou No Brasil: silvicultura em fase experimental, possível alternativa a P. taeda e P. elliottii para regiões mais quentes. Vantagens: alta produtividade, madeira de alta qualidade para processamento mecânico. Desvantagens: espécie tropical com baixa resistência a geadas; silvicultura em fase experimental no Brasil, com alta variabilidade de qualidade no material genético disponível no mercado; alta incidência de fox tail em baixas altitudes. Recomenda-se: regiões Sudeste e Centro-Oeste.
Crédito: Divulgação
28 SILVICULTURA . B. FOREST
Fonte: Embrapa Florestas
verde-amareladas.
Finale®, a solução contra invasoras indesejáveis.
Finale® é um herbicida pós-emergente de ação total, indicado para o controle de plantas daninhas de folhas largas e estreitas. Principais características: • Eficaz contra plantas daninhas resistentes ao glifosato com rápida ação de controle; • Seguro, devido ao seu modo de ação ser localizado, o risco de fito toxicidade na aplicação é menor.
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Fuja da Gambiarra
A
disponibilidade mecânica que as máquinas florestais têm apresentado hoje permite a realização de três turnos de trabalho ao dia. Mas para que o resultado
máximo seja alcançado, diversos elementos precisam estar equilibrados e adequados, se um deles falhar, pode ocasionar a parada das máquinas, caso clássico que ocorre
Crédito: Divulgação / Komatsu
com as mangueiras e vedações.
30 MANGUEIRAS ANÁLISE MERCADOLÓGICA E VEDAÇÕES . . B.B.FOREST FOREST
B.B. FOREST FOREST .. ANÁLISE MANGUEIRAS MERCADOLÓGICA E VEDAÇÕES 31
U
m dos piores pesadelos de um
no momento da falta da mangueira original
produtor florestal é ter a máquina
optam pela compra de um produto total-
parada em campo, afinal além da
mente inadequado”, detalha.
queda de produtividade, ela representa o
O fato é que quando se pensa nos cus-
aumento dos custos da operação e riscos
tos de operação, o valor das mangueiras e
para garantir a entrega de madeira confor-
conexões nem sempre é calculado, afinal
me cronograma estabelecido. Por isto, hoje
o que ele representa quando comparado
se investe muito na manutenção preventiva
ao valor de uma máquina florestal? A res-
dos equipamentos, mas nem sempre a de-
posta é óbvia, mas o transtorno que o mau
vida atenção é dada para as mangueiras e
dimensionamento pode causar pode gerar
vedações. Segundo os principais fabricantes
valores muito superiores. Robson May, dire-
e revendedores nacionais, os problemas são
tor comercial da Hidramave, destaca que o
constantes e impactam significativamente
correto dimensionamento do conjunto, as-
os custos.
sim como a qualidade da vedação, está liga-
O diretor da Specma do Brasil, Bruno San-
do diretamente à vida útil do equipamento e
tos conta que são três os principais proble-
isto, alinhado a um programa de manuten-
mas que geram paradas: uso de manguei-
ção preventiva, garante o mínimo de impac-
ras e vedações mal dimensionadas; uso do
to ao meio ambiente.
conjunto de marcas diferentes; e o uso de mangueiras genéricas, fabricadas em empresas não autorizadas ou com pouco co-
Vida Útil das Máquinas X Durabilidade das Mangueiras
nhecimento do esfoço por elas exigido em
A vida útil das mangueiras em campo é
máquinas florestais. “Uma mangueira é boa
relativa e dependente de um grande con-
quando ela tem uma montagem adequada,
junto de variáveis. As mangueiras hidráulicas
ou seja, quando se casa a marca da man-
têm sua durabilidade testada e determina-
gueira com os terminais. É muito comum no
da em laboratório, por meio da resistência
mercado ver fabricantes, que para uma de-
a um determinado número mínimo de pul-
terminada pressão colocam terminais mais
sos de pressão, aplicados de forma dinâ-
baratos porque sabem que todo terminal
mica em bancadas de teste. James Pfiffer,
tem um limiar de segurança ou mesmo que
gerente técnico da Hansa-Flex, conta que a
32 MANGUEIRAS E VEDAÇÕES . B. FOREST
B. FOREST . ESTRADAS 33
empresa faz experimentos com o fluído de
de das mangueiras. “Estudos já foram fei-
teste aquecido até a temperatura máxima
tos e hoje sabe-se que 80% das quebras de
de trabalho para garantir que as mangueiras
mangueiras no campo acontecem devido à
estão dentro das normas de pressão exigi-
operação. É muito comum ouvir relatos de
das. “Em nossa linha Premium, por exemplo,
que o operador enroscou a mangueira em
as mangueiras precisam atender cerca de 1
algum galho ou mesmo que a abrasividade
milhão de pulsos de pressão, com modelos
da operação em si levou ao rompimento”,
de mangueiras que chegam a 2 ou até 3 mi-
detalha Bruno. Exatamente pelo excesso
lhões de pulsos”. Esses resultados de testes
de uso ou vulnerabilidade das mangueiras,
são referência para uma análise de vida útil,
sabe-se que os rompimentos mais comuns
mas na prática as mangueiras ainda estão
ocorrem nos cabeçotes harvester e feller.
sujeitas a diversos fatores influentes sobre o seu desempenho, como por exemplo, as
Características Técnicas
condições de instalação, atrito, colisões, in-
A fabricação das mangueiras deve seguir
tempéries, etc.
as orientações de normas ISO e DIN. Elas
A vida útil da mangueira também vai de-
determinam a temperatura, pressão, trama
pender muito de onde ela está instalada na
de aço, raio de curvatura adequadas para
máquina. “Se aplicadas em locais fixos, sem
suportar a atividade da máquina florestal.
movimentação e variações bruscas de pres-
Aliada a estas, as orientações da fabricante
são (picos de pressão), elas costumam ter
das máquinas florestais também são essen-
uma durabilidade muito grande, podendo ter
ciais para que as operações ocorram dentro
a mesma vida útil da máquina (considerando
do padrão de qualidade e segurança.
o tempo médio dos equipamentos), porém
No que diz respeito à fabricação das man-
em uma aplicação onde se tem movimen-
gueiras, as tramas e bitolas devem seguir al-
tos intensos, variações bruscas de pressão
guns padrões. “Os modelos de mangueiras
e contato com algum tipo de superfície da
mais utilizadas são as de 2 tramas de aço nas
máquina, a vida útil diminui drasticamente”,
bitolas de 1/4”, 3/8” e 1/2” e de 4 espirais de
elucida Robson.
aço nas bitolas de 3/4” e 1”. Para o segmento
A operação adequada dos equipamentos
florestal, indicamos as mangueiras de gran-
também impacta diretamente a durabilida-
de flexibilidade (menor raio de curvatura) e
34 MANGUEIRAS E VEDAÇÕES . B. FOREST
“O correto dimensionamento do conjunto, assim como a qualidade da vedação, está
Crédito: Divulgação / Malinovski
ligado diretamente a vida útil do equipamento”
B.B. FOREST FOREST .. ANÁLISE MANGUEIRAS MERCADOLÓGICA E VEDAÇÕES 35
Fonte: Hidramave
Tabela de referência de pressão em relação as tramas e espirais:
com camada externa de borracha resisten-
que a mudança tenha acontecido devido
te a abrasão”, explica o diretor comercial da
aos vazamentos. Hoje entrega-se terminais
Hidramave. A pressão de trabalho de cada
ORFS com face plana. Neste caso não há
mangueira vai depender da norma e cons-
mais aquela angulação, quando se olha por
trução da mesma, conforme a norma.
dentro do terminal a face é plana e a con-
A gerente comercial da Hansa-Flex, Ute
tra peça tem um anel que permite a veda-
Rauscher, explica que a avaliação do raio
ção perfeita. Para altas pressões também é
de curvatura das mangueiras também é es-
comum o uso de flange, que não tem ros-
sencial. “Com raios de curvatura reduzidos,
cas e usa braçadeiras que são parafusadas
adequados a pequenos espaços de monta-
a peça. Neste caso, não há uma rosca para
gem e a alta resistência a pulsos de pres-
dar conexão.”
são, as mangueiras possuem características
O casamento perfeito entre as manguei-
determinantes para o máximo desempenho
ras e vedações é essencial para que haja
nas aplicações florestais.”
estanqueidade e mínimo atrito possível,
Bruno Santos, explica que era muito co-
gerando assim baixo desgaste das mesmas
mum na fabricação das mangueiras o uso
e no equipamento a ser aplicado. “Isso au-
do JIC, que tem uma angulação interna
menta a vida útil dos reparos, gerando pou-
do terminal de 37° para poder fazer a ve-
cas paradas de manutenção para troca de
dação com contra peça exata. “Acredito
vedações e minimiza a perda de fluidos hi-
36 MANGUEIRAS E VEDAÇÕES . B. FOREST
dráulicos proporcionando à máquina gran-
acaba parando no filtro ou bomba hidráu-
de eficiência no seu trabalho dia a dia”, jus-
lica da máquina. Quando isto ocorre, pode
tifica Robson.
gerar um custo muito superior ao de uma mangueira original”, explica Bruno Santos.
Entraves do Mercado
Fato é que a falta de conhecimento das empresas florestais em relação às manguei-
da balança quando se faz os apontamentos
ras e vedações pode ocasionar problemas
dos custos da manutenção no campo por-
consideráveis às operações, que vão desde
que muitas vezes as empresas com grandes
custos para reposição de peças como filtros
frotas acabam decidindo utilizar serviços
ou bombas, contaminação do solo devido a
não autorizados para não deixar a máquina
vazamentos até acidentes envolvendo ope-
parada até a autorizada realizar a entrega. “O
radores quando as peças se soltam. Seguir
problema é que quando a mangueira é ins-
as normas e orientações dos fabricantes é
talada dará conta do recado, mas ela pode
sempre a melhor opção para se alcançar a
ser de uma qualidade muito ruim, poden-
produtividade almejada com a segurança
do soltar a camada interna de borracha que
adequada.
Crédito: Divulgação / Hidramave
Fato é que as mangueiras podem ser o fiel
B. FOREST . MANGUEIRAS E VEDAÇÕES 37
38 ESTRADAS . B. FOREST
B. FOREST . ESTRADAS 39
40 TECNOLOGIA 10 ANOS PONSSE . B.. FOREST B. FOREST
Melhoramento Florestal Sustentável
E
nfrentar as adversidades da natureza tais como: mudanças climáticas; surgimento de novas doenças; impacto e mudanças na cadeia alimentar de insetos e animais;
entre outros fatores, reforçam a real necessidade das empresas florestais conservarem suas bases genéticas. Neste contexto, o desenvolvimento de novos materiais genéticos por meio de seleções, cruzamentos controlados e testes contínuos, despontam como
Crédito: Divulgação / kolecti
solução preventiva e sustentável para a obtenção de plantas adaptadas e produtivas.
B. FOREST B. FOREST . 10. ANOS TECNOLOGIA PONSSE 41
O
Brasil desponta no cenário flores-
são a longo prazo quanto à conservação da
tal mundial graças às condições
variabilidade genética das espécies flores-
edafoclimáticas e ao melhora-
tais. “É com este princípio que será possível
mento genético que vem sendo aplicado
avançar e ter sucesso no melhoramento.
nos dois principais gêneros plantados, Pinus
Não podemos desconsiderar que estamos
e Eucalyptus. Os programas de melhora-
convivendo com mudanças climáticas, sur-
mento de Pinus, por exemplo, foram inicia-
gimento de novas doenças, mudanças na
dos na década de 70, trazendo consigo o
cadeia alimentar de insetos e animais e vá-
tradicional programa de melhoramento dos
rios outros fatores que reforçam a real ne-
EUA, o qual perpetua na grande maioria até
cessidade de as empresas estarem prepa-
hoje para algumas espécies, a exemplo do
radas com novos materiais genéticos para
Pinus taeda. Já com o Eucalyptus, as em-
poderem enfrentar as adversidades da na-
presas têm adotado seus próprios mode-
tureza”, justifica o sócio-gerente da Kolecti,
los e técnicas de melhoramento, devido à
Julio César Soznoski.
maior facilidade em algumas espécies de propagação e enraizamento de estacas.
Tendo esta visão de mercado, a Kolecti coloca à disposição das empresas de base
Todos estes trabalhos se tornaram ne-
florestal a experiência em resgate de ma-
cessários, a partir do momento que as em-
teriais genéticos (ramos, pólens, sementes),
presas começaram a observar que plantas
instalações de bancos, pomares e jardins
com crescimentos superiores à média es-
clonais, coleta de sementes, polinização
tariam mais adaptadas às nossas condições
controlada, instalação de experimentos e
edafoclimáticas em relação aos países de
medições de testes. Este conjunto de ações
origem, e que, além disto, o potencial de
faz da empresa uma especialista em servi-
crescimento poderia ser significativamente
ços de melhoramento genético florestal no
maior com programas de melhoramento
país.
com base nestes indivíduos.
Nas atividades realizadas, existe sempre
De lá para cá, muitos aspectos evoluíram
a preocupação com o aprimoramento, co-
e entende-se que para um plano de melho-
locando em prática novas formas de ava-
ramento ter sustentabilidade genética é pri-
liação e técnicas de coleta. “Na coleta de
mordial que as empresas tenham uma vi-
sementes temos o cuidado de realizá-la no
42 TECNOLOGIA . B. FOREST
momento exato da maturação resultando
Quando a Kolecti é contratada por uma
em ganho de volume coletado e aumento
empresa florestal, disponibiliza mão de
da germinação. Na polinização, trabalha-
obra especializada focada na segurança de
mos muito nos estágios da floração para
seus funcionários com todos treinamentos
um maior sucesso na fecundação”, explica
e exames necessários, ferramentas e equi-
Julio.
pamentos para realização das atividades.
Atualmente, a empresa tem uma parce-
“Atendemos em todas as fases e etapas do
ria com o USDA (Serviço Florestal America-
melhoramento florestal, desde o resgate de
no), o qual tem muita experiência em coní-
material genético, instalação de banco, po-
feras e tem auxiliado com o aprimoramento
mar ou jardim clonal com uso de técnicas
de técnicas. Também vem sendo testado o
de enxertia e a manutenção dos mesmos,
uso de drones para monitoramento dos es-
colheita e beneficiamento de sementes,
tágios das plantas, o qual será uma ferra-
polinização controlada, instalação e medi-
menta essencial para evolução dos traba-
ção de experimentos”, detalha o sócio-ge-
lhos.
rente da empresa. RESULTADOS ALCANÇADOS EM 3 ANOS
Coleta de Sementes: 8.000 Kg de Pinus sp coletadas. Em Eucalyptus as coletas de sementes e pólens são continuas, entre as principais espécies E. grandis, E. dunnii e E urophylla. Polinização controlada: 190.000 isolamentos na espécie Pinus taeda para a geração de sementes melhoradas MCP’s para plantios comerciais e para testes de dialelos. Enxertia: 6.000 enxertos para o gênero Pinus e 2.000 enxertos para com o gênero Eucalyptus. Poda de árvores de Pomares: 1.200 árvores podadas para condução de pomares de Eucalyptus sp. Instalação de testes genéticos: 40 testes genéticos instalados aproximadamente com acompanhamento e medições.
B. FOREST . TECNOLOGIA 43
44 INCÊNDIOS . B. FOREST
Imagens: Divulgação / kolecti
B. FOREST . 10 ANOS PONSSE 45
Verdadeiras Obras de Arte
A
importância das estradas de uso florestal é indiscutível para as empresas que precisam garantir a entrega de madeira para as indústrias. Planejá-las é essencial,
mas além disto, qual a importância da correta construção das vias e obras de arte? Fotos: Gustavo Castro / Malinovski
46 ESTRADAS INCÊNDIOS. . B.B.FOREST FOREST
B.B.FOREST FOREST . . INCÊNDIOS ESTRADAS 47
Q
uando se trata de uma implanta-
tada por ele e sua distribuição no terreno,
ção de rede viária, não é exagero
a ausência de defeitos no leito da estrada
afirmar que o sistema de drena-
processos erosivos e do transporte de sedi-
gem é um dos elementos mais importantes
mentos para áreas adjacentes. “Há também
para a garantia de trafegabilidade, vida útil
o aspecto de proteção dos taludes de corte
do corpo estradal e conservação ambiental
e aterro, o quanto ele está contribuindo com
do entorno. Em muitos casos, um adequado
o desprendimento de solos e a lixiviação de
sistema de drenagem torna-se tão ou mais
materiais, nesse sentido é necessária uma
importante do que o revestimento da pista
avaliação prévia para aplicação de prote-
de rolamento.
ção vegetativa. Outro quesito importante na
Por se tratar de elementos que passam
avaliação é a condição de limpeza das cana-
despercebidos aos olhos dos usuários da
letas, bueiros e saídas d’água. Esses elemen-
via, a escolha do sistema a ser empregado
tos devem estar totalmente desobstruídos”,
está ligada diretamente com a sua eficiên-
detalha Marcos Ferreira de Jesus, engenhei-
cia, com isso os elementos de drenagens
ro civil da Cenibra.
são avaliados levando em conta a velocida-
Por este motivo, especialistas afirmam
de, quantidade e volume de água intercep-
que diversos fatores devem ser levados em
48 ESTRADAS . B. FOREST
B. FOREST . ESTRADAS 49
consideração no momento da construção
braterr, empresa especialista na construção
das estradas de uso florestal. Entre eles estão:
das estradas, explica que as atividades são
os climatológicos, topográficos, geológicos
desenvolvidas levando em consideração os
e o tipo de solo, uma vez que a suscetibili-
impactos ambientais. “O trabalho das em-
dade à erosão das áreas atingidas pelo tra-
presas florestais hoje é voltado para a sus-
çado da estrada determina as diretrizes que
tentabilidade, portanto a consciência am-
devem ser tomadas para a ação de dispo-
biental é fundamental. Por isto, todas as
sitivos tecnicamente eficientes. No caso da
nossas atividades são planejadas para mi-
Cenibra, que está localizada em uma região
nimizá-los e evitá-los. Dependendo do tipo
onde há grande variação de relevo, a pro-
de ondulação que encontramos definimos
cura pela implantação de sistemas de dre-
se a lombada será mais alta ou baixa, assim
nagem eficientes é primordial para garantir
como as distâncias para a saída de água, por
a operacionalidade da rede viária. “Quando
exemplo.”
se planeja a construção de uma nova estra-
O procedimento para construção de um
da são feitas análises prévias que vão des-
adequado sistema de drenagem resume-se
de a capacidade de suporte do solo local,
na construção de bueiros e pontes como
onde é determinado o tipo de pavimento a
primeira etapa, que devem ser executadas
ser construído, volume estimado de tráfego,
antes da terraplanagem. Na segunda etapa,
traçado ideal para minimizar impactos, tipo
vem a construção dos drenos, sarjetas e va-
climático, relevo e tipo de modal de colhei-
las de proteção junta e imediatamente após
ta. Estas análises definem diretrizes deter-
a terraplanagem. Nos cortes das estradas,
minantes para implantação de um sistema
após a execução da terraplanagem, deverão
de drenagem ideal para cada tipo de relevo”,
ser executadas sarjetas de proteção ao lon-
explica Marcos. Ele detalha ainda que nas
go da crista de corte em locais onde o terre-
áreas de relevo ondulado, onde a veloci-
no permitir ou houver exigência do mesmo
dade do escoamento superficial é maior, a
no projeto de drenagem. No processo de
drenagem é concebida em quantidades e ti-
construção emprega-se basicamente equi-
pos necessários para a condução segura das
pamentos como a retroescavadeira, beto-
águas procurando reduzir o lixiviamento.
neira, vibrador para concreto e compacta-
Kleiton Barreto Bento, supervisor da Em50 ESTRADAS . B. FOREST
dor manual.
B. FOREST . ESTRADAS 51
Impactos da Condução Inadequada
eles, pode-se citar a distância entre elemen-
Quando o transporte das águas não é fei-
tos drenantes, pois se diminui a quantidade
to de forma adequada, visando a proteção
do escoamento e velocidade entre elemen-
do corpo estradal e do meio ambiente, afeta
tos evitando erosões ou perdas de agrega-
diretamente a capacidade de uso da via, po-
dos; proteção do talude de corte; e aterro
dendo ocasionar depressões, trilhamentos,
para não haver desmoronamentos sobre a
erosões e mesmo rompimento dos bordos
estrada. Uma inclinação longitudinal aceitá-
da estrada. Para garantir que a drenagem
vel também é importante para que não haja
seja eficiente e não ocasione estes proble-
problemas com processos erosivos futuros,
mas, o engenheiro civil da Cenibra conta
saídas d’água e dissipadores de energia evi-
que alguns cuidados são tomados. “Dentre
tando danos ambientais.”
Princípios Básicos para Uma Boa Drenagem Desenvolver traçados próximos aos divisores de água; Remover da pista toda a água sem danificar a estrada ou sua estrutura, o mais rapidamente possível; Reduzir a velocidade da água, bem como a distância que esta deve percorrer ao longo da estrada; Utilizar-se de drenagens transversais, onde necessário; Adotar tanto quanto possível plataforma cujas larguras e altura dos cortes e aterros, produzam um mínimo de perturbações; Evitar a construção das estradas em áreas úmidas, instáveis ou com fortes rampas; Revegetabilizar os cortes e aterros; Remover a água subterrânea, quando necessário, caso de trechos de estradas em cortes onde o tráfego componha-se de veículos pesados; Reduzir a velocidade da água e conduzi-la para a drenagem natural sem riscos de erosão. Fonte: Livro Estradas Rurais – Técnicas Adequadas de Manutenção/ Malinovski
Mesmo quando as estradas já estão so-
ponto crítico, minimizando assim, o impacto
frendo com os processos erosivos, Kleiton
da erosão. Depois disso, iniciam-se trabalhos
elucida que ainda é possível reverter a situa-
de conservação e preventivos, no sentido de
ção. “Em mais de 90% dos casos é possível
se evitar a ocorrência de nova erosão no novo
resolver os problemas. A primeira providên-
desvio, porém não se pode deixar de tratar a
cia tomada é sempre desviar a enxurrada do
erosão que já está lá.”
52 ESTRADAS . B. FOREST
“Em mais de 90% dos casos é possível resolver os problemas. A primeira providência tomada é sempre desviar a enxurrada do ponto crítico, minimizando assim, o impacto da erosão.”
B. FOREST . ESTRADAS 53
Drenagem Eficiente
Fator que comprova a importância da
Nada melhor do que avaliar uma estrada
construção e manutenção dos sistemas de
depois dela ter sofrido a ação da precipitação,
drenagem é o valor investido pelas empresas.
só assim será possível confirmar se a drena-
“Atualmente, a Cenibra mantém uma média
gem está sendo realmente eficiente ou se
de 14% do valor do orçamento de estradas
pode ser observado algum tipo de defeito que
voltado para estas atividades”, pondera Mar-
esteja ameaçando a estrutura do pavimento
cos.
ou dos taludes. Nesse contexto, tornam-se
A porcentagem investida é coerente quan-
imprescindíveis inspeções periódicas nos ele-
do se avaliam os impactos ambientais que a
mentos drenantes e seus entornos. “Essas po-
erosão pode trazer. O investimento em uma
dem ser feitas depois dos períodos de chuva,
possível readequação das estradas também
onde são realizadas correções em trechos em
deve ser computado, assim como, a eminên-
que o sistema implantado não teve eficiência
cia de se prejudicar a trafegabilidade da estra-
total ou depois da colheita de madeira onde
da. O correto planejamento das estradas e a
o carregamento de materiais finos e resíduos
definição de Plano Diretor Viário evitará des-
provenientes dos talhões sobrecarregam os
perdícios e garantirá o abastecimento fabril. O
elementos drenantes”, justifica Marcos Ferreira
inimigo número um da estrada é a água e o
de Jesus, engenheiro civil da Cenibra.
número dois também!
54 ESTRADAS . B. FOREST
INOVAÇÃO EM APRENDER Durante as últimas 4 décadas a Ponsse tem se dedicado a melhorar os seus produtos e serviços dia a dia. A maior prova é que hoje somos referência no que existe de mais moderno no mercado florestal mundo afora. O fato de estarmos sempre em busca do moderno e do novo é algo que começou lá em nossos primeiros dias, e que permanece forte em nosso DNA até hoje. A Ponsse nunca encarou a mudança como uma ameaça, mas sim como uma grande oportunidade. A oportunidade de mudar, de melhorar, de ir além, a chance de estar sempre se reinventando, de criar coisas novas e de manter o seu espírito jovem e vivo em sintonia com o mercado. A Ponsse caminha para o futuro com a certeza que está ao lado de seus clientes sempre, acompanhando a evolução humana, tecnológica e do mercado. Trazendo sempre o melhor para o mundo florestal.
.
PONSSE BRAZIL - R: Joaquim Nabuco, 115 – Vila Nancy – Mogi das Cruzes/ SP – CEP: 08735-120 Tel: (11) 4795-4600 • www.ponsse.com/pt • www.facebook.com/ponssebrasil
Análise Mercadológica M
ercado de pinus e eucalipto se mantém estável, com leve aumento em segmentos como tora grossa de eucalipto. Estes são os destaques do boletim
Crédito: Divulgação
mercadológico elaborado pelos profissionais da STCP.
56 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST
Indicadores Macroeconômicos • Perspectivas Econômicas: A expectativa do crescimento do PIB brasileiro em 2016 continua negativa em 3,20%, segundo estimativa recente do BCB (Banco Central do Brasil). Se confirmado, será a primeira vez que o país registrará dois anos consecutivos de alta contração na economia. Para 2017, a estimativa de crescimento do PIB está em +1,10%, segundo o mesmo BCB. Estas projeções estão sujeitas às incertezas do cenário político que devem ser definidas entre agosto-setembro. • Inflação: Em Julho, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) atingiu 0,52%, bem acima do índice de 0,35% do mês anterior. Ainda assim, a inflação acumulada nos últimos 12 meses desacelerou para 8,74%, porém, permanece acima do teto da meta anual de inflação de 6,5%, definida pelo BCB. A estimativa do Banco é que o IPCA acumulado de 2016 encerre em 7,31% e de 2017 em 5,14%. • Taxa de Juros: Em meados de Julho, o COPOM manteve pela oitava vez seguida a taxa Selic em 14,25%, apesar da pressão do governo interino e do setor produtivo pelo corte da taxa de juros. Essa foi a primeira decisão sob o comando da nova diretoria da instituição. Entretanto, o mercado financeiro ainda espera uma redução da taxa Selic de 0,25% em Outubro. A estimativa é que a Selic encerre 2016 em 13,75% ao ano e 2017 em 11% ao ano (Boletim Focus). • Taxa de Câmbio: Em Julho, a taxa média cambial encerrou em BRL 3,27/USD, resultando em valorização do Real em relação à média de Maio (+4,36%), influenciada principalmente pelo anúncio da meta fiscal de 2017. A média cambial na 1ª quinzena de Agosto foi de BRL 3,19/USD, com oscilação entre BRL 3,13 e 3,27/USD e perspectiva de alta influenciada pela possibilidade de elevação das taxas de juros nos Estados Unidos em setembro, como anunciado pelo FED. Economistas estimam taxa cambial média de BRL 3,30/USD no final de 2016 e de BRL 3,50/USD em 2017. Os indicadores conjunturais começam a demonstrar sinais de melhoria do cenário econômico nacional em relação aos índices de igual período de 2015, mas conforme indicativos da FGV o ritmo de retomada será mais lento se comparado com as outras crises que o país já enfrentou. O mercado financeiro prevê que a recessão deve terminar ainda este ano e poderá voltar a crescer em 2017. Analisando países que tiveram dois anos de contração na economia, estes conseguem, em média, recuperar os níveis de produção pré-crise em aproximadamente cinco anos.
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B. FOREST
. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 57
Índice de preços de madeira em tora no Brasil Índice de Preço Nominal de Toras de Eucalipto e Pinus no Brasil (Base Jan-Fev/14 = 100)
Tora de Eucalipto:
Tora de Pinus:
Nota de Sortimentos de Tora: Energia: : < 8 cm; Celulose: 8-15 cm; Serraria: 15-25 cm; Laminação: 25-35 cm; e Laminação Especial: > 35 cm. Preços de madeira em tora R$/m³ em pé. Fonte: Banco de Dados STCP e Banco Central do Brasil (IPCA).
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58 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST
B. FOREST
. ENTREVISTA 59
“De modo geral, os preços de madeira fina de pinus se apresentaram estáveis no período de Julho-Agosto. A demanda por este sortimento também tem se mostrado constante, e mesmo aumentado no setor de celulose.”
60 ENTREVISTA . B. FOREST
Foto: APPA
Foto: André Kasczeszen
Índice de preços de madeira em tora no Brasil Índice de Preço Real de Toras de Eucalipto e Pinus no Brasil (Base Jan-Fev/14 = 100)
Tora de Eucalipto:
Tora de Pinus:
Nota de Sortimentos de Tora: Energia: < 8 cm; Celulose: 8-15 cm; Serraria: 16-25 cm; Laminação: 25-35 cm; e Laminação Especial: > 35 cm. Preços de madeira em tora R$/m³ em pé. Fonte: Banco de Dados STCP (atualização bimestral).
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B. FOREST
. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 61
• Comentários - Tora de Eucalipto: No momento, a indústria de base florestal ainda aguarda definições conjunturais na esfera político-econômica e perspectivas favoráveis de mercado para a tomada de decisões em relação aos preços dos produtos. No setor florestal, continua alta a oferta de madeira fina de eucalipto na região Sul, conforme indicado por produtores florestais. Com a demanda sem crescimento e em alguns casos em retração, alguns reflorestadores precisaram reduzir os preços da lenha de eucalipto; chegando a 10% para reduzir o estoque acumulado. Na região Sudeste, mais especificamente em Minas Gerais, a expectativa por parte dos consumidores é que a demanda por madeira fina se eleve no médio prazo, pois a pior fase da baixa demanda por aço já passou e o consumo aparente da siderurgia não tem espaço para cair mais em 2016, devendo crescer em 2017. Em Julho, as exportações de celulose estiveram praticamente constantes em relação à Junho. Cerca de 80% das exportações de celulose são de fibra curta (eucalipto). Apesar da valorização do Real frente ao Dólar Americano nos últimos meses, as exportações indicam que a produção de celulose no país permanece nos mesmos patamares do período em que o dólar estava valorizado. Com relação ao mercado de tora grossa, para serraria e laminação, observouse tendência de pequeno aumento nos preços médios nos últimos meses. Empresas integradas de painéis de madeira, que comercializam madeira grossa na região Sudeste, mencionaram que a procura por toras de maior diâmetro continua maior que a oferta. Produtores florestais da região têm conseguido repassar parte da inflação de custos no preço da tora grossa devido à relativa escassez. Na região Centro-Oeste, particularmente em Mato Grosso do Sul produtores florestais esperam que o mercado de eucalipto para
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62 ANÁLISE MERCADOLÓGICA . B. FOREST
serrados cresça, uma vez que não há oferta de Pinus suficiente para atender a demanda das serrarias da região.
• Comentários - Tora de pinus: De modo geral, os preços de madeira fina de pinus se apresentaram estáveis no período de Julho-Agosto. Na região Sul, produtores florestais indicam que a oferta de madeira fina continua estável, pincipalmente no estado do Paraná. A demanda por este sortimento também tem se mostrado constante, e mesmo aumentado no setor de celulose. Com a entrada recente de uma nova linha industrial de empresa de painéis reconstituídos na região Sul, há a expectativa de aumento da demanda por madeira fina, com possíveis impactos na dinâmica de preços em nível regional. Algumas empresas aproveitaram a demanda aquecida por toras acima de 18 cm e conseguiram repassar no preço da madeira parte do aumento no custo de mão de obra e de inflação dos últimos meses. Na região Sudeste, alguns reflorestadores realizaram ajustes entre +2 e +6% no preço de toras acima de 18 cm. Em algumas empresas da região Sul, houve reajuste de +6% no preço de toras entre 18 e 34 cm e de até 10% para toras acima de 35 cm. Ainda na região Sul, a venda de toras acima de 25 cm voltou a reagir e aumentou a procura, após um período de desaquecimento. No entanto, a inadimplência continua alta para empresas que atuam no mercado interno. Para as que trabalham com o mercado externo, ainda continuam com o ritmo ativo de produção e de compra de toras. Todavia, mesmo diante do cenário de câmbio relativamente favorável (acima de R$3,20/US$), algumas empresas estão relatam dificuldades em comercializar sua produção. Os preços no mercado externo têm se mantido, no geral, reduzido para madeira serrada, compensados, molduras e outros, comparativo aos últimos anos.
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B. FOREST
. ANÁLISE MERCADOLÓGICA 63
APRE PROMOVE CURSO DE COMBATE ÀS FORMIGAS CORTADEIRAS
C
om o objetivo de transmitir aos técnicos as informações geradas pelas pesquisas realizadas, a APRE (Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal) promoveu, do dia 23
de agosto, a 3ª edição do Curso “Combate às Formigas Cortadeiras em Florestas de Pinus e Eucalyptus”. Por meio do curso, a APRE buscou aprimorar o entendimento e monitoramento da formiga cortadeira, assim como a compreensão do impacto de suas ações sobre as florestas plantadas, visando a uma redução dos custos de controle da praga. A Associação disponibilizou 30 vagas para a participação de empresas associadas e não-associadas. O curso foi realizado no município da Lapa, na Fazenda Álamos, unidade da Berneck. Ministrado pelo Dr. Wilson Reis Filho, pesquisador da Embrapa e da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), o curso foi dividido em um módulo teórico, desenvolvido pela manhã, e um módulo prático no campo, realizado à tarde. O tema geral foi abordado em cinco etapas: Aspectos Gerais; Formigas Cortadeiras; Identificação de Formigas Cortadeiras; Prejuízos e Danos Causados por Formigas Cortadeiras; e Controle de Formigas Cortadeiras.
64 ESPAÇO NOTAS .DAS B. FOREST ASSOCIAÇÕES . B. FOREST
SANTA CATARINA É A MELHOR REGIÃO DO MUNDO PARA INVESTIMENTOS FLORESTAIS, SEGUNDO A ACR
J
ornalistas, empresários e profissionais ligados ao setor florestal estiveram reunidos com o presidente e representantes da diretoria da ACR (Associação Catarinense de Empresas
Florestais), no dia 04 deste mês. O Café com o Presidente ocorreu na sede da associação, na cidade de Lages (SC). Segundo o presidente da ACR, Ali Abdul Ayoub, as melhores florestas de pinus do mundo estão em áreas catarinenses. “Temos as melhores florestas do mundo. Aqui estão as maiores taxas de produtividade. O potencial da indústria madeireira e florestal catarinense é fantástico e nosso objetivo é alavancar essa potencialidade”, afirmou Ayoub. O diretor executivo da ACR, Mauro Murara Junior, lembrou que os números do II Anuário Estatístico de Base Florestal para o Estado de Santa Catarina, publicado pela ACR este ano, confirmam a observação do presidente da associação. “No Brasil, uma floresta de pinus cresce em média 25 a 35 metros cúbicos por hectare/ano. A média em Santa Catarina é 40% acima do índice nacional. Isso é reflexo não só do material genético, mas de todo o trabalho desenvolvido em nosso Estado nessa cultura ao longo dos últimos 60 anos”, explicou o diretor executivo da ACR. Dados de 2015 mostravam Santa Catarina com 660 mil hectares de florestas plantadas, de pinus e eucalipto. A estimativa atual é que somando com os pequenos produtores seja quase um milhão de hectares. “Queremos agregar valor ao que a gente já faz bem, para engrandecer o nosso Estado e nosso país”, concluiu o presidente.
B. FOREST . ESPAÇO B. FOREST DAS ASSOCIAÇÕES . NOTAS 65
NOVO TIGERCAT 570
O
cabeçote Tigercat 570 utiliza muitos dos benefícios de performance hidráulica e estrutural do modelo maior, o Tigercat 575. O corpo do implemento foi projetado com
foco na visibilidade e proteção dos componentes, garantindo fácil acesso para a realização de reparos. Um novo conjunto integrado de válvulas aumenta a performance e também facilita a manutenção graças ao número menor de mangueiras e conexões, garantindo a confiabilidade do implemento. Facas de dupla função (para colheita e processamento), com lâminas e pontas substituíveis, vêm com cilindros independentes, uma solução ideal para troncos tortos ou com muitos galhos. Os cilindros permitem que as facas acompanhem o perfil do tronco, otimizando o controle e a qualidade do desgalhamento. O 570 é flexível e configurável, com facas opcionais com pontas mais curtas para maior agilidade na colheita, além de opções de rodas e motor disponíveis para customizar a performance de acordo com o uso. O cabeçote alcança índices de produtividade máxima com árvores de 15-50 cm de diâmetro. Embora seja ideal para a série H845 de harvesters Tigercat, o 570 também foi projetado para as
Crédito: Divulgação / Tigercat
séries H822 e H855 ou escavadeiras florestais de 20-25 toneladas.
66 NOTAS . B. FOREST
Crédito: Divulgação / Tigercat
FLORESTAS MONITORADAS
A
Eldorado Brasil está investindo na adoção de câmeras de alta definição para monitorar focos de incêndio nas áreas onde possui florestas de eucalipto em Mato Grosso do Sul.
Até o momento, o trabalho era realizado por funcionários em oito torres de 45 metros de altura. Com a adoção do sistema de câmeras, o acompanhamento das fazendas da empresa passa a ser feito 24 horas por dia, por meio de uma central de monitoramento em três turnos, com o apoio de uma equipe de vigilância patrimonial, que faz rondas terrestres por todas as florestas. “Um monitoramento assertivo é uma das etapas mais importantes da cadeia de controle e prevenção de incêndios. A tecnologia favorece a detecção precoce de focos de incêndio, reduzindo os impactos econômicos que um acidente como este pode causar em nossas operações”, afirma Germano Vieira, diretor florestal da Eldorado. “Além disso, garantimos uma exposição menor de funcionários a riscos relacionados ao trabalho em altura e a intempéries.” O
sistema
da
empresa
sul-africana
Working On Fire, está em processo de imCrédito: Divulgação
plantação, com conclusão prevista para o fim deste mês. Com o plantio de novas florestas (em uma área que deve chegar a 350 mil hectares em alguns anos), a Eldorado vai expandir a cobertura, com a instalação de outros dispositivos. B. FOREST . ESPAÇO B. FOREST DAS ASSOCIAÇÕES . NOTAS 67
5º FÓRUM SUSTENTABILIDADE E GOVERNANÇA
É
possível ser sustentável em tempos de crise? Com o objetivo de responder a esta pergunta, a quinta edição do Fórum de Sustentabilidade e Governança está sendo realizada em Curitiba
(PR), nos dias 23 e 24 de agosto. No evento, cuja primeira edição ocorreu em 2012, busca-se fomentar discussões e tendências de vanguarda em: sustentabilidade e governança nas corporações; desenvolvimento e sustentabilidade sob a influência do Acordo de Paris; critérios, mecanismos, restrições e riscos em investimentos; e inovações, novos mercados e tendências na gestão da sustentabilidade. Contando com diversas palestras, debates e apresentações de cases corporativos, as atividades do Fórum de Sustentabilidade e Governança estão divididas em quatro painéis temáticos principais. O primeiro, “Tendências em Sustentabilidade e Governança”, conta com apresentação de cases da Bayer, Vivo e do BRDE. Já o segundo, “Capital Natural e Sustentabilidade”, lida com temas como o valor e o preço do carbono, do clima e da biodiversidade. Por sua vez, o terceiro painel, “Gestão da Sustentabilidade e Comunicação Institucional: Imagem Pública e Realidade Corporativa”, trata da construção do marco legal e do papel da publicidade na construção da imagem corporativa sustentável. Por fim, o quarto painel, “Energia e Sustentabilidade”, traz palestras sobre inovação em suprimento de energia e na geração de energia elétrica, além de abordar os aspectos regulatórios e sua relação com o desenvolvimento sustentável. Mais informações: www.sustentabilidadegovernanca.com.br
68 NOTAS ESPAÇO .DAS B. FOREST ASSOCIAÇÕES . B. FOREST
B. FOREST . ESPAÇO DAS ASSOCIAÇÕES 69
EXPOFOREST 2018
D
70 NOTAS ESPAÇO .DAS B. FOREST ASSOCIAÇÕES . B. FOREST
Crédito: Divulgação / Malinovski
ois anos depois da realização do maior evento florestal das Américas, a próxima edição da Expoforest – Feira Florestal Brasileira está programada para os dias 11, 12 e 13 de abril de 2018, na região de Ribeirão Preto (SP). Segundo a Malinovski, empresa organizadora da feira, o local e data foram definidos após um amplo estudo. “Analisamos todos os aspectos essenciais para a realização da Expoforest, como os logísticos (rodovias e aeroporto) e a rede hoteleira da região”, justifica Jorge R. Malinovski, diretor geral da Malinovski. A princípio, a Expoforest seria realizada de 3 em 3 anos, porém com o seu crescimento e internacionalização, o calendário foi ajustado para 4 em 4 anos. Esta decisão teve como embasamento dois aspectos: o calendário internacional de feiras florestais dinâmicas e a solicitação do Conselho Gestor da Expoforest, formado pelas empresas Caterpillar, John Deere, Komatsu Forest e Ponsse. O alinhamento com a International Paper também foi essencial para o planejamento da edição 2018. “Quando definimos o ano de realização, a International Paper se mostrou disposta a nos auxiliar novamente a encontrar o melhor local. Visitamos diversas áreas da empresa até definir que a área de 207 hectares, localizada nas proximidades de Ribeirão Preto, era a mais indicada. Com toda a certeza, uma parceria que se fortalece a cada edição”, afirma o diretor geral da Malinovski. Em 2018, a Expoforest será a maior e melhor feira florestal mundial. É com este objetivo que a organização inicia desde já o seu planejamento. Para a equipe da Malinovski, a quarta edição mostrará novamente a força do mercado florestal brasileiro, que ano a após ano, se mostra mais tecnológico, produtivo e promissor. A comercialização das áreas de exposição para a edição 2018 serão iniciadas em novembro deste ano, durante o lançamento da feira. Empresas interessadas poderão entrar em contato com a Malinovski pelo email: expoforest@malinovski.com.br
B. FOREST . ESPAÇO DAS ASSOCIAÇÕES 71
PLANTIO COM ALTA TECNOLOGIA
A
Fibria será a primeira empresa do setor de celulose a implantar um processo de produção totalmente automatizado em um novo viveiro de mudas de eucalipto, localizado na unidade
de Três Lagoas (MS). Com inauguração prevista para o início de 2017, o viveiro seguirá conceitos de sustentabilidade e contará com a aplicação de tecnologias holandesas de última geração. A utilização de robôs para a plantação de mudas de eucalipto permitirá realizar essa primeira etapa do processo, normalmente manual, de forma automatizada, o que acarretará melhor preservação da integridade das mudas. As novas estufas irão ocupar aproximadamente 48 mil m², com automação nos processos de transporte, manuseio, seleção, irrigação, nutrição e controle meteorológico. Já na segunda etapa, na qual é realizada a seleção das mudas para acomodá-las em espaço adequado ao seu crescimento, o novo sistema de máquinas do viveiro, com visão 3D, vai monitorar a evolução das mudas e gerar eficiência no cultivo das plantas. Dessa forma, o novo equipamento fornecerá estatísticas de material genético e do desenvolvimento de cada planta que garantirão à Fibria maior controle de qualidade das mudas que serão plantadas no campo. Além da otimização das atividades dentro do viveiro, o uso da nova tecnologia apresentará melhorias também para a qualidade de trabalho dos operadores, fornecendo benefícios ergonômicos. A expectativa é que o viveiro atinja a capacidade de produção de 43 milhões de mudas de eucalipto por ano, que serão destinadas ao plantio e formação das florestas para abastecer a unidade da Fibria em Três Lagoas e o Projeto Horizonte 2, segunda linha de produção de celulose da empresa no município, que entrará em operação no último trimestre de 2017.
Crédito: Malinovski 72 NOTAS . B. FOREST
ENCONTRO FLORESTAL
N
o mês de julho, a equipe da Revista B.Forest acompanhou as atividades do II Dia de Campo da Agência da Madeira, realizado no município de Tibagi (PR), evento que contou com o
apoio da prefeitura do município, Klabin, Sindimatel e Embrapa Florestas. Ainda, a colaboração da Cranab Fassi do Brasil, TMO, Tajfun, Reserva Legal, 2Tree Consultoria e Motoqueiros de Cristo também foi essencial para o sucesso do dia. 115 foi o número de profissionais presentes na Fazenda Trindade, local de realização do II Dia de Campo. O público foi composto, em sua maioria, de produtores florestais e consumidores de toras. Junto com os participantes, tivemos a oportunidade de nos atualizar e conhecer as últimas novidades no campo da colheita florestal para pequenos proprietários. Na parte técnica do evento, pudemos assistir a palestras proferidas pelo Dr. Emiliano Santa Rosa, especialista da Embrapa Florestas, sobre sistemas agrossilvipastoris, e pelo diretor da 2Tree Consultoria, o engenheiro Vinícius, sobre certificação florestal. Outra importante atividade da qual tivemos a chance de participar no II Dia de Campo foi a demonstração ao vivo de máquinas da Cranab Fassi, um harvester e um forwarder, realizada na floresta adjacente ao local. A principal novidade das máquinas apresentadas é sua capacidade de trabalhar em áreas de primeiro desbaste.
Crédito: Divulgação B. FOREST . NOTAS 73
74 NOTAS . B. FOREST
IBÁ PUBLICA RELATÓRIO ANUAL 2016
A
Crédito: Divulgação
Ibá (Indústria Brasileira de Árvores) divulgou no início deste mês, o Relatório Anual 2016 do setor brasileiro de árvores plantadas, com informações que demonstram a crescente importância do segmento no desenvolvimento social, ambiental e econômico do Brasil. Os capítulos do relatório também trazem análises sobre os principais desafios do setor, gestão de paisagem, gestão de recursos hídricos e mudanças climáticas. De acordo com os levantamentos estatísticos disponíveis no documento, a área total de árvores plantadas no Brasil totalizou 7,8 milhões de hectares em 2015 e garantiu a proteção de 5,6 milhões de hectares de áreas naturais na forma de APPs (Áreas de Preservação Permanente), de RL (Reserva Legal) e de RPPNs (Reserva Particular do Patrimônio Natural). O relatório aponta que o setor de árvores plantadas figurou entre os poucos com condições para atravessar o período, enfrentar as dificuldades e atenuar o resultado desfavorável da economia brasileira. Entre os resultados apresentados, constata-se que: a receita bruta do setor totalizou R$ 69,1 bilhões em 2015, o que representa 6% do PIB (Produto Interno Bruto) industrial; as exportações somaram cerca de US$ 9 bilhões, o equivalente a 4,7% das exportações brasileiras; e que o setor é responsável por cerca de 3,8 milhões de empregos diretos, indiretos e resultantes do efeito renda. Para acessar o relatório na íntegra, clique aqui!
B. FOREST . NOTAS 75
DIA DE CAMPO FLORESTAL
N
o último dia 17, a Revista B.Forest acompanhou as atividades do 12º Dia de Campo Florestal, realizado em Botucatu (SP). O evento, organizado pela Faculdade de Ciências
Agronômicas da Unesp, abordou o setor de forma mais abrangente do que edições anteriores, tratando de temas ligados ao eucalipto, bambu, mogno africano, teca e cedro australiano. Mais de 250 participantes estiveram no campo experimental da Fazenda Lageado e puderam assistir às palestras e atividades do evento. As palestras do turno da manhã lidaram com temas como planejamento florestal, comportamento humano e o mercado de bambu, assim como apresentação de estudo sobre aplicação de logo de esgoto em florestas comerciais. À tarde, tivemos a experiência de ver de perto a realização de dinâmicas como a aplicação de herbicida à desrama com tesouras elétricas, o combate às formigas, o desdobro de toras em serraria móvel, o plantio de teca e manutenção em florestas de cedro australiano e mogno africano, e o plantio de eucalipto com um sistema de irrigação integrado.
Crédito: Malinovski 76 NOTAS . B. FOREST
ASPEX BAHIA FLORESTAL: 28 EXPOSITORES CONFIRMADOS
O
Aspex Bahia Florestal, evento promovido pela Aspex (Associação dos Produtores de Eucalipto do Sul e Extremo Sul da Bahia), já movimenta a cidade de Eunápolis (BA) mesmo
antes do início das atividades, que ocorrerão de 31 de agosto a 02 de setembro. São 28 os expositores já confirmados para o evento, que inclui como apoiadores institucionais a própria Aspex, Veracel, Proden, a Prefeitura de Eunápolis, Sebrae, Senar e Seagri. Estarão presentes: John Deere, H-Fort, Ponsse, Mirex-S, Dinagro, Unibras, KTM, Sollum, Trevo, Working on Fire, 2Tree Consultoria, Banco do Nordeste, Projex, Bahia Produtos de Madeira, Serraria Portátil, Pessin Gestão de Pessoas e Checon Distribuidora. A Abaf (Associação Baiana das Empresas de Base Florestal) também comparecerá, apresentando em seu estande o programa de combate à lagarta parda. Além disso, ao menos oito empresas devem estar presentes no espaço da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de Eunápolis. Mais informações: www.aspexbahiaflorestal.com.br
Crédito: Divulgação B. FOREST . NOTAS 77
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78 NOTAS . B. FOREST timberforestequipamentos
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FLORESTAS ONLINE
O
Primeiro Congresso Florestal Online do Brasil foi idealizado no fim de 2015 com o principal objetivo de levar conhecimento relacionado ao setor ao maior número possível
de pessoas de forma online. “A proposta é levar informação privilegiada e de qualidade ao maior número de interessados possível, principalmente aos profissionais que trabalham ou que estão ingressando na cadeia produtiva de florestas plantadas no Brasil”, destaca Paulo Cardoso, da Paulo Cardoso Comunicações, idealizador do evento. Para Cardoso, a sinergia entre os Estados é essencial para que todo o setor florestal brasileiro esteja a par do que ocorre em outras regiões do país, conhecendo melhor os desafios, inovações, oportunidades e realidades vigentes em todo o Brasil. “Mais do que isso, é importante que saibam que a informação existe e que está disponível online 24h por dia para que possam desfrutar e com certeza contribuir para o engrandecimento da sua carreira profissional. Para os produtores rurais e silvicultores, é uma ferramenta para a tomada de decisões importantes”, explica. O congresso Florestas Online acontece de 17 a 22 de outubro de 2016. Serão mais de 30 palestrantes de renome, que conversarão ao vivo com cada participante via vídeo ou chat, com quatro novos palestrantes anunciados a ada semana.
Crédito: Divulgação
As inscrições gratuitas já podem ser feitas pelo site www.florestasonline.com.br
B. FOREST . NOTAS 79
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81 FOTOS . B. FOREST
B. FOREST
. FOTOS 81
82 VÍDEOS ENTREVISTA . B. FOREST . B. FOREST
B. FOREST B. FOREST . ENTREVISTA . VÍDEOS 83
AGENDA
B.FOREST
AGOSTO
17
12º Dia de Campo Florestal
17
III Reforest - Simpósio Nacional Sobre Restauração Florestal
22
World Conference on Timber Engineering
23
Fenasucro & Agrocana
23
Fórum de Sustentabilidade e Governança
31
Aspex bahia florestal
Quando: 17
Onde: Botucatu (SP)
Informações: https://diadecampoflorestal.com.br/
Quando: 17 a 19
Onde: Viçosa (MG)
Informações: http://www.sif.org.br/@reforest2016/
Quando: 22 a 25
Onde: Áustria
Informações: http://wcte2016.conf.tuwien.ac.at/home/
Quando: 23 a 26
Onde: Sertãozinho (SP)
Informações: http://www.fenasucro.com.br/
Quando: 23 e 24
Onde: Curitiba (PR)
Informações: http://www.sustentabilidadegovernanca.com.br/
Quando: 31 a 02
Onde: Eunápolis (BA)
Informações: http://www.aspexba.com.br/
SETEMBRO
01
Finnmetko Quando: 01 e 03 Informações: http://www.finnmetko.fi/
84 AGENDA . B. FOREST
Onde: Jämsä (Finlândia)
03
Eko-Las
13
Fórum Agronegócio Florestal
13
ExpoSucata
17
Florestas online
22
Demo International
22
Feria Forestal Argentina
27
17th St. Petersburg International Forestry Forum
Quando: 03 a 05
Onde: Lubelski (Polônia)
Informações: http://ekolas.mtp.pl/en/
Quando: 13
Quando: 13 a 15
Onde: Campo Grande (MS)
Onde: São Paulo (SP)
Informações: http://www.exposucata.com.br/
Quando: 17 a 22 Informações: http://www.florestasonline.com.br/
Quando: 22 a 24
Onde: Canadá
Informações: www.demointernational.com
Quando: 22 a 25
Onde: Posadas (Argentina)
Informações: http://www.feriaforestal.com.ar/
Quando: 27 a 30
Onde: Petersburg (Rússia)
Informações: http://spiff.ru/en
OUTUBRO
27
X Simpósio Sobre Usos Múltiplos e Manejo Florestal Quando: 27 e 28
Onde: Piracicaba (SP)
Informações: http://fealq.org.br/informacoes-do-evento/
B. FOREST
. AGENDA 85
86 ENTREVISTA . B. FOREST