Horta Pedagógica Agroecológica CJ

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Cartilha da “Horta Pedagógica Agroecológica” Centro da Juventude Elaine Viviane

Núcleo Multidisciplinar Integrado (NuMI)UFSCar

São Carlos – SP 2016


Apresentação Essa cartilha foi desenvolvida pela equipe da Linha de Produção de Alimentos do Programa de Segurança Alimentar e Nutricional realizado pelo NuMI (Núcleo Multidisciplinar Integrado), da UFSCar – São Carlos, inserido nas Linhas de Ação Desenvolvimento Territorial e Educação, Saúde e Cidadania Esse projeto fala sobre Agroecologia, Economia Solidária, Desenvolvimento Territorial, Agricultura Urbana, entre outras coisas então vamos conversar um pouco mais sobre esses temas e perceber a riqueza desse projeto! Todas as informações contidas nessa cartilha podem ser divulgadas livremente.


A Horta do CJ A Horta Pedagógica Agroecológica fica localizada no bairro Monte Carlo no Centro da Juventude Elaine Viviani, e atende os bairros Jardim Gonzaga, Jardim Cruzeiro do Sul, Vila Conceição, Vila Santa Madre Cabrini e Pacaembú, formados nos anos de 1970 a partir da ocupação de famílias de migrantes trabalhadores do campo(Rosa, T. 2008).

É um projeto que desenvolve atividades de plantio de hortaliças nos moldes da produção agroecológica e atividades de formação e socialização de conhecimentos sobre alimentação saudável, técnicas agroecológicas de produção de alimentos, gestão de resíduos orgânicos, etc. A Horta do CJ faz parte de um projeto que se pauta no protagonismo dos atores locais na perspectiva de desenvolvimento territorial e garantia da Segurança Alimentar Nutricional. Atualmente a horta conta com a participação da Dorotéia, Sr. João, Cema e com a participação da equipe do NuMIEcoSol Leandro, Marina, Lian, Larissa, Anna, Isa, Rodrigo e Nathalia.


Nosso trabalho é baseado nos princípios da Economia Solidária e Agroecologia. Valorizar as pessoas e seus conhecimentos, experimentar novas técnicas, trocar saberes, cuidar do nosso meio ambiente e promover saúde e cidadania são ações compartilhadas por essas duas áreas.

Economia Solidária A Economia Solidária, em contraposição ao modelo de economia capitalista, propõe que trabalhadoras e trabalhadores se organizem em cooperativas ou empreendimentos estruturados com base na democracia e autogestão visando a cooperação e respeito mútuo, igualdade de gênero e racial e a luta de classes. Além de promover o acesso a saúde, educação e tecnologias que possibilitem condições de trabalho dignas e o bem viver de toda a comunidade.


Economia Solidária Para alcançarmos esses objetivos e construirmos em conjunto, precisamos da participação da comunidade para conquistarmos junto ao poder público um espaço de produção para a socialização desses conhecimentos e possibilidade de estruturação de cooperativas e empreendimentos solidários e a formulação de políticas públicas que favoreçam essa forma de produção que considera o meio ambiente, a saúde, o consumo responsável e o trabalho digno


Práticas para um Consumo mais responsável

- Compre produtos localmente em feiras, mercadinhos de artesãos e produtores de seu bairro ou da cidade. Assim você favorece a melhoria de vida dessas pessoas.

- Participe de grupos de consumo responsável

-Cobre políticas locais de seu bairro. - Cuide da água e do meio ambiente


Ciclo Construtivo da Agroecologia

A Agroecologia apresenta a partir da visão sistêmica das relações entre natureza, sociedade, cultura , economia e política, através de diversas áreas do conhecimento, técnicas de manejo sustentáveis, a valorização o conhecimento popular, o incentivo a agricultura familiar, fortalecimento dos movimentos sociais e a garantia da segurança alimentar (Caporal, et. al, 2009)


Preste atenção! O alimento orgânico pode não ser agroecológico pois apesar de não utilizarem venenos ou não serem de sementes transgênicas, esse modo de produção pode continuar a ser uma monocultura ou não considerar princípios sociais da agroecologia.

O atual modo de produção convencional – Agronegócio - surge com a Revolução Verde na metade da década de 1960 e realiza a chamada produção intensiva, fazendo uso de agrotóxicos, OGM’s (transgênicos), grandes extensões de terras, e maquinário pesado que danifica o solo, causando danos a Natureza e a Saúde Humana


Práticas Agroecológicas As práticas agroecológicas permitem manter a saúde do solo e da cultura sem utilizar insumos minerais solúveis, agrotóxicos e plantas geneticamente modificadas, além de possibilitarem uma visão integrada da Natureza a partir da observação dela! Para isso, algumas técnicas são utilizadas e serão brevemente citadas.


O solo é vivo! O solo deve ser visto como o elemento essencial para geração de vida e consequente produção. Sem ele, seria impossível produzir nossos alimentos, portanto, devemos ter um grande cuidado e preocupação com a sua manutenção. O Solo de um cultivo agroecológico está sempre coberto com matéria seca, permitindo que se mantenha úmido por mais tempo.

A adubação do solo é orgânica, por meio de um composto produzido por composteiras e minhocários. Esterco de animais tratados sem antibióticos também é bem vindo nesse solo!


Compostagem O Lixo orgânico (Cascas de frutas, legumes, restos de verduras, saquinhos de chá, papel filtro com café, etc) pode ser compostado e transformado em adubo

Adubação Verde Consiste no plantio de espécies que ajudam a nutrir o solo, acumulando nitrogênio e recuperando sua capacidade produtiva, como feijão guandú, mamona, crotalária.


Plantas Indicadoras São plantas espontâneas que nos dizem sobre as necessidades nutricionais do solo.


Rotação de Culturas Essa prática proporciona a reposição de alguns elementos do solo utilizados pela cultura anterior. As plantas da mesma família não devem ser plantadas próximas, vejamos alguns exemplos de famílias e algumas espécies representantes: Solanáceas: Batata, Berinjela, Jiló, Pimentão e Tomate Curcubitáceas: Abóbora, Chuchu, Maxixe, Moranga, Melancia, Melão, Pepino Crucíferas: Agrião, Brócolis, Couve Flor, Couve, Mostarda, Nabo, Repolho, Rúcula Liliáceas: Alho, Alho-poró, Cebola, Cebolinha Apiáceas: Cenoura, Aipo, Funcho


Plantas companheiras São plantas pertencentes a espécies ou famílias que se ajudam e complementam mutuamente, não apenas na ocupação do espaço e utilização de água, luz e nutrientes, mas também por meio de interações bioquímicas chamadas de efeitos alelopáticos. Estes podem ser tanto de natureza estimuladora quanto inibidora, não somente entre plantas, mas também em relação a insetos e outros animais.


Espiral de Ervas Proporciona sombra e umidade, diferentes de acordo com o local e altura.


Sazonalidade agrícola

Respeitar a época de cada alimento é essencial para uma boa produção, possibilitando diversidade alimentícia e qualidade nutricional.


Participe de uma Horta Comunitรกria!


Referências Caporal , F. R . Agroecologia: uma nova ciência para apoiar a transição a agriculturas mais sustentáveis – Brasília: 2009. 30 p.; Caporal , F. R ; Costabeber, J. A.; Paulus, G. Agroecologia : uma ciência do campo da complexidade– Brasília : 2009 111 p. Cartilha Horticultura Orgânica: a cidade como espaço educador – visita à horta municipal / Secretaria Municipal de Educação e Cultura; Fundação Pró-Memória; Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento – São Carlo, 2008 Rosa, Thaís Troncon. Fronteiras em disputa na produção da cidade: a trajetória do “Gonzaga” de favela a bairro de periferia / ThaísTroncon Rosa. - - Campinas, SP : [s. n.], 2008.


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