Quantas vezes nós já paramos para pensar se vale a pena, ou não, permanecer casados?! Quando a gente se casa tudo é um jardim, mas logo vêm os espinhos da falta de tempo, comunicação e perdão. Começam a cair as folhas dos sonhos, das expectativas e fantasias. Também começam a aparecer os insetos das críticas, decepções e emoções negativas. E assim, passamos a entender que um “bom jardim” necessita de tempo e cuidados permanentes. É aí que o nosso amor é colocado à prova. Saber lidar com essa realidade, valorizar as qualidades e administrar as necessidades de um lindo jardim não é uma coisa fácil de fazer. No entanto, vemos que vale a pena investir quando contemplamos a beleza de cada botão que desabrocha em forma de amor. Entendo que, à semelhança da pintura de um quadro que consegue reproduzir a perfeição de uma flor, permanecer casado é uma arte. Espero que esta edição da Revista “Vida a Dois” nos inspire a sermos bons jardineiros em nosso próprio lar.
Um grande abraço,
A
mar. Este é o verbo mais conjugado nas canções e o mais citado nos poemas. Seguramente é o tema que mais inspirou a produção artística ao longo da história. Ele está entre os verbetes mais presentes na internet, mas continua ausente na maioria das relações humanas. Por isso, a vida se tornou uma experiência penosa e sem significado para muitas pessoas. O amor é essencial, principalmente na vida a dois. O casamento é uma experiência complexa, uma jornada heróica, repleta de alegrias e desafios, onde temos a oportunidade de aprender a arte de amar. É um aprendizado constante. Como alguém afirmou, “alcançar a devida compreensão da relação matrimonial é obra da vida inteira. Os que se casam ingressam numa escola onde nunca, nesta vida, se diplomarão.” Enquanto aprendizes do amor, precisamos estar abertos para aprender novas lições e reaprender as antigas. Isso é imprescindível para o nosso crescimento como casal. Não se atinge maturidade na cômoda posição de quem aprendeu o suficiente. É preciso reaprender a amar, continuamente. As pessoas buscam a felicidade, mas freqüentemente associam-na a coisas materiais. O consumismo e a superficialidade são a marca de nossos dias, gerando a cultura do descartável, até mesmo, nas relações sociais. A compreensão da importância dos relacionamentos em nossa vida auxiliará a prevenir a frustração e o vazio existencial de quem não ama adequadamente e não se sente amado. Amar é preciso. Reaprender a amar é fundamental! Como lidar com esse desafio? Existe alguma orientação segura? Por onde começar? Primeiramente é preciso compreender que só o autor do amor pode responder de forma segura a estas questões. Deus é amor, e é o maior interessado na felicidade de Seus
filhos, por isso Ele, generosamente, dotou cada pessoa com o potencial para amar de forma plena e legítima. Ele manifesta Seu amor em tudo o que faz como é possível perceber por meio de Seus atos na natureza e nas providências diárias. Mas nas páginas da Bíblia encontramos o registro da maior demonstração desse amor: o oferecimento de Sua própria vida em nosso lugar para que pudéssemos ter vida eterna. Esse é o ato extremo do amor – a entrega completa de si para realizar a felicidade do outro. Deus não precisava dizer mais nada. Esse ato, por si só, disse tudo o que precisávamos para compreender o que é o amor. Jesus ensinou, de forma clara, a essência da arte de amar nas seguintes palavras: “Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Lc 10:27). Nessas palavras Ele sintetizou a dinâmica do amor. Sinalizou, assim, os níveis de desenvolvimento e de manutenção de toda relação amorosa saudável. Jesus falou primeiro do amor a Deus. Ele enfatizou que essa relação deve envolver o ser todo, de forma afetiva (de todo o teu coração), espiritual (de toda a tua alma), física (de todas as tuas forças) e racional (de todo o teu entendimento). Para estarmos aptos a amar é necessário primeiro experimentar o amor de Deus em nossa vida. Ele fará os milagres necessários ao nosso crescimento espiritual e emocional, apagando as marcas do pecado, da culpa, da dúvida, do medo, do ressentimento e no lugar delas, colocando a paz, o perdão, a aceitação, o desejo de mudança e a força para recomeçar. Foi a compreensão deste amor que levou Paulo a exclamar: “... somos dominados pelo amor que Cristo tem por nós.” (2 Cor 5:14). Ele compreendia
sua dificuldade para amar as pessoas. Percebeu que o amor é um dom de Deus e que apenas Ele pode fazer-nos amar sempre e de forma genuína. A aceitação do amor de Deus nos capacitará a amá-Lo inteiramente. “Nós amamos porque Ele nos amou primeiro.” (1 Jo 4:19). Tentar amar a Deus sem antes ter experimentado o quanto Ele nos ama é buscar o impossível. A história está repleta de registros sobre civilizações e pessoas que buscaram fazê-lo e nada conseguiram. Só o amor gera amor. O amor de Deus em nós produz amor verdadeiro a Ele, que é o ponto de partida para expressarmos esse sentimento, a nós mesmos e aos outros. Depois de recebermos o amor de Deus em nossa vida e passarmos a amá-Lo, é preciso dar o segundo passo. Para tanto, precisamos retornar ao verso onde se encontra o ensino de Jesus a esse respeito. (Lc 10:27). Leia e responda: depois de amarmos a Deus, a quem deveríamos amar? Talvez a resposta pareça óbvia: nosso próximo. Entretanto, é isso que diz o verso? Ele diz mais que isso. Jesus disse qual o parâmetro para o amor ao próximo. Ele acrescentou que deveríamos amar o próximo como amamos a nós mesmos. Então, antes de amar o próximo, precisamos nos amar. Só assim teremos equilíbrio no amor ao nosso semelhante. Se a pessoa não se ama, é provável que não ame o próximo, mas tenha por ele outro sentimento, uma espécie de veneração e superdependência, que a leve a se anular para satisfazer o outro. Isso é doentio. A perda do padrão de justiça e respeito próprio, nesse caso, aparecem com nomes como auto-estima baixa, subserviência, etc.
Mas o que está na base de todo esse processo é a perda do amor-próprio. Precisamos nos amar para podermos amar o próximo. Só quando amamos a Deus e a nós mesmos é que atingimos o amor ao próximo de maneira inteligente, madura e justa. Amar demais Talvez você já tenha se perguntado por que algumas pessoas não se amam? Elas parecem não se cuidar, não colocam limites às exigências dos outros, ou à forma invasiva pela qual os outros se aproveitam delas. Permitem que os outros as explorem e, até, abusem delas. Parecem estar o tempo todo procurando exageradamente agradar os outros, e chegam a anular-se por completo para consegui-lo. As causas desse problema são muito complexas, mas resumidamente, pode-se afirmar que de forma geral elas estão ligadas a uma vida afetiva repleta de carências, principalmente na primeira infância. É possível encontrar na história dessas pessoas um ambiente hostil, no qual eram freqüentes a punição desproporcional ou negligência dos pais ou cuidadores em suprir-lhes as necessidades, principalmente as emocionais. Elas se vêem de uma forma muito depreciada, distorcida, por isso não se valorizam, tendem a ter uma auto-imagem negativa e não se amam. Sua experiência as ensinou a verem o mundo como uma constante ameaça de injustiças e perda de afetos. Elas só se encontram seguras quando manifestam uma grande dedicação à(s) pessoa(s) que julgam satisfazê-las. Por isso, geralmente
elas “amam demais” o outro e se anulam. Isto é um equívoco enorme, porém muito freqüente nos relacionamentos. O amor verdadeiro caminha no equilíbrio. Amar de menos Ainda sobre amar o próximo como a nós mesmos há outro extremo a ser evitado, que é o da supervalorização de nós mesmos em detrimento do outro. Muitos relacionamentos fracassam pela incapacidade que as pessoas têm de evitar esse perigo. O problema que enfrentam é não ter limites para o amor-próprio. Colocam-se acima dos outros e compreendem as interações sociais como um sistema no qual se encontram no centro de seu mundo tendo-os gravitando ao seu redor, obrigados a servi-los e fazer-lhes a vontade. Estão sempre com seu ego inflado, insaciável na busca de atenção e satisfação, desconsiderando os outros. Uma visão como essa produz muito prejuízo. Os relacionamentos duráveis e saudáveis são aqueles fundados na compreensão de que somos todos iguais. Sobre isso Deus nos dá uma orientação clara: “não pense de si mesmo além do que convém.” (Rm 12:3). Da mesma forma que não gostamos quando os outros nos desconsideram, eles também o sentem quando os desconsideramos e agimos como se fôssemos superiores a eles. No casamento o amor deve manifestarse, principalmente, por meio do respeito e consideração ao outro, o que é possível apenas quando agimos com humildade.
Quando as pessoas se casam, elas o fazem porque se cansam da solidão, do tédio, ou das demandas da vida de solteiro. Elas querem descanso de todos esses incômodos, mas só o encontrarão se forem a Jesus, pois Ele diz: “aprendei de Mim, que Sou manso e humilde de coração, e achareis descanso...” Portanto, o descanso verdadeiro só é possível quando aprendemos, a mansidão e a humildade de Jesus. Ele disse que o maior é aquele que serve, e que a humildade precede a honra. Ao contrário do pensamento contemporâneo, a grandeza está em manifestar um espírito manso, pacificador e atitudes humildes. Conclusão A vida a dois implica companheirismo e não competição. Quando o amor existe, ele faz com que o casal encontre o equilíbrio entre os desejos, as necessidades pessoais e o altruísmo, porque o amor não busca os seus próprios interesses. O prazer do marido será ver sua esposa feliz e o prazer dela será ver seu esposo da mesma forma. Reaprender a amar é ter a disposição de estar todo momento em constante aprendizado do amor de Deus por nós, em nós e por nosso intermédio, restaurando-nos e usando-nos como instrumentos para banhar de amor eterno os que nos rodeiam. A vida a dois encontra seu pleno significado na prática desse amor, na vivência de seus frutos, produzindo paz, harmonia e uma plena satisfação de fazer feliz a pessoa que Deus nos deu para constituirmos um lar.
FLOWERS, K. Las Familias de Dios. Doral, Flórida. Associación Publicadora Interamericana, 2005. KEMP, J. A Arte de Permanecer Casado. São Paulo, Editora Sepal, 2000. MATARAZZO, M. H. Amar é Preciso - Os Caminhos para uma Vida a Dois. São Paulo, Editora Gente, 1992.
Noel José Dias da Costa é Mestre e Doutorando em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo – USP e Mestre em Teologia pelo SALT. Atualmente é professor de Psicologia no UNASP.
S
ou casada há dez anos e nesse período houve grandes mudanças no relacionamento sexual com meu esposo. Inicialmente tínhamos relação com muita freqüência, porém com o passar do tempo, cada vez mais tenho sentido menos vontade de ter relação. Ele acha que eu não o amo mais, porém não é nada disso. Não sinto necessidade de ter relação e acho que isso não tem nada a ver com sentimento. Às vezes, finjo estar com dor de cabeça, com muito, sono e outras vezes, tenho relação só para agradá-lo. O DESEJO SEXUAL ou LIBIDO como também pode ser chamado é percebido em forma de sensações específicas que levam a pessoa a buscar ou sentir-se disposta para a relação sexual. É um “apetite” ou um impulso produzido pela ativação física de um sistema neurológico específico do cérebro, que é constituído por dois setores distintos, sendo um deles ativador do desejo e o outro inibidor do desejo. Essas áreas são ativadas ou inibidas por determinadas substâncias. Dentre estas destacamos as endorfinas, os hormônios estrógenos e a testosterona (que estimula o desejo sexual, tanto em homens como nas mulheres), também estão envolvidos no desejo, os neurotransmissores: a dopamina que exerce um efeito estimulante nos centros sexuais do cérebro, e a serotonina que
exerce efeito contrário, inibidor. Chamamos de Desejo Sexual Hipoativo (DSH) ao transtorno sexual que atinge, em média, 35% da população brasileira. Caracteriza-se por uma diminuição ou ausência completa de fantasias eróticas e do desejo de ter atividade sexual. Um termo usado erroneamente e que deve ser evitado é a palavra “FRIGIDEZ”, pois é muito vago e, às vezes, é usado no sentido depreciativo. O Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo em estágio mais grave é chamado de Transtorno da Aversão Sexual, que consiste em evitar a relação genital com o seu cônjuge. Cada vez mais as mulheres procuram ajuda quando se sentem desmotivadas sexualmente. Buscam apoio em amigas, profissionais da área da saúde como psiquiatras, psicólogos ou mesmo ginecologistas. Raramente abrem-se com seus parceiros por se sentirem ameaçadas na estabilidade de seu relacionamento. Muitas vezes, adotam a velha postura de “luta ou fuga”. Ou seja, combatem o seu problema insistindo na relação sexual, mesmo não prazerosa, fingindo ter orgasmo (o que deixa o parceiro de fora da realidade e excluído como apoio), ou fogem do contato sexual, queixando-se de dores de cabeça, cansaço e irritação, (evitando o apoio do parceiro, que geralmente se sente rejeitado). Para entender esse tema é importante que
compreendamos que a resposta sexual se divide em três fases: desejo, excitação e orgasmo. O Desejo é a primeira Fase da Resposta Sexual, onde se desperta a vontade de ter relação. É o momento da fantasia, onde a pessoa imagina se relacionar com o ser amado. O desejo e a sensualidade são experiências subjetivas que incitam o ser humano a buscar o envolvimento sexual. A Excitação é a segunda Fase da Resposta Sexual. Ela ocorre quando o corpo passa a responder fisiologicamente frente aos estímulos que disparam o desejo sexual. Ou seja, a excitação é a resposta do corpo ao desejo. Para a mulher, dificilmente esta fase ocorrerá sem a fase anterior, porém para o homem não é tão necessária. A principal mudança que ocorre no homem é a ereção do pênis e na mulher a lubrificação vaginal e enrijecimento do clitóris. O Orgasmo é a última Fase da Resposta Sexual. O orgasmo, o êxtase ou o ápice do prazer é atingido quando ocorre a liberação total das tensões antes retidas, acompanhada de uma contração muscular rítmica da parede vaginal na mulher e, no homem, nesta fase, ocorre a ejaculação.Vários fatores podem determinar o Desejo Sexual Hipoativo. A falta de conhecimento do próprio corpo está associada aos problemas sexuais de 54% das brasileiras, segundo pesquisa coordenada pela psiquiatra Carmita Abdo,
do Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas de São Paulo. Os distúrbios femininos mais comuns nessa área são falta de desejo, ausência de orgasmo, dificuldade para se excitar e dor durante o sexo convencional. O estudo ainda mostra que 30% das brasileiras não conseguem chegar ao orgasmo durante a relação sexual. Causas As causas mais comuns do Transtorno de Desejo Sexual Hipoativo podem ser: ORGÂNICAS: alterações hormonais, medicamentos e drogas, infecções vaginais e irregularidade menstrual. PSICOPATOLÓGICAS: estresse, depressão e transtornos de ansiedade. PSICOLÓGICAS: educação sexual e influências culturais negativas de que o sexo é pecado, é sujo e deve ser evitado. Lembranças ruins de experiências sexuais como abuso e violência. Medo de uma gravidez indesejada. Falta de afeto entre o casal. PSICOSSOCIAIS: preocupações em excesso com o que as pessoas pensam e com a vida em geral, incompreensão e agressividade por parte do companheiro e circunstâncias como a gravidez e o parto. Possíveis soluções: O Desejo Sexual Hipoativo é uma das disfunções mais difíceis de serem tratadas, pois geralmente acomete o indivíduo por longos anos, dado que as pessoas resistem muito em procurar ajuda profissional. Se o problema é orgânico o mesmo deve ser tratado com a terapia específica para cada doença. Se o problema é psicológico, grande parte das mulheres pode beneficiar-se de reeducação sexual, aprendendo
a se aceitar sexualmente e se conhecer por meio da terapia cognitivo-comportamental. Outras apresentam problemas mais profundos de auto-estima, de culpa e de repressões. Para esses casos, a psicoterapia de orientação analítica e/ou o psicodrama podem ajudar significativamente. Se o seu desejo sexual anda meio adormecido, aqui vão algumas dicas: a) Não permita que a monotonia tome conta da sua vida. Muitos momentos maravilhosos ainda podem ocorrer, se você procurar sair um pouco de sua rotina. Convide seu parceiro para sair por um ou dois dias. Procure algum lugar calmo e privado. Deixe seus filhos com alguém responsável para não trazer preocupações durante esse período. Não precisa se culpar por isso. Aliás, você deve manter a individualidade do casal perante seus filhos, já os educando para que estes também possam, no futuro, ter uma vida sexual saudável. Deixe os problemas financeiros e de trabalho em casa. Você está saindo para namorar. b) Busque em sua memória o que faz seu parceiro feliz. Um jantar especial, um passeio em um local que traga boas recordações. Faça isso. Passe uma tarde agradável, evitando tocar em assuntos que possam inibir a harmonia do casal. Comece a noite de forma branda, sem muitas atividades e sem fazer uma refeição pesada. Na intimidade de seu quarto, fique apenas de roupa íntima, você e seu parceiro. c) Acaricie o corpo de seu parceiro por uns vinte minutos, invertendo as posições para que você possa sentir o toque dele depois. Atenção: é proibido tocar nos genitais e mamas. Eleve o prazer, aguce os sentidos. d) Agora você poderá acariciar todo o
corpo, inclusive genitais e mamas, mas o orgasmo é proibido. Pode haver estimulação direta do clitóris e do pênis, mas o orgasmo ainda é vetado. Prolongue o prazer, espere um pouco. Não tenha pressa. A pressa é o fim do prazer. A intimidade não se faz só com toques, mas com o compartilhamento de sensações e de suas fantasias. Converse, confidencie para ele(a) os seus sonhos secretos. e) Finalmente é permitido o orgasmo. Mas não vá direto ao ponto. Quando você sentir que é quase inevitável, pare por completo, só por alguns instantes. Depois recomece vagarosamente. Pode interromper a iminência de seu orgasmo por umas duas ou três vezes até, aí sim, chegar ao clímax. Não precisa sair correndo para o banheiro para se lavar ou limpar a cama. Nada é sujo, o esperma e as secreções não são contaminados. Abrace a sua parceira e lhe certifique que o amor existe e que a cumplicidade pode ser renovada. Neste momento, a mulher necessita de ser acariciada e se sentir amada. Podemos considerar saudáveis as pessoas capazes de viver a vida de forma equilibrada entre a prudência e plena abertura para viver o prazer em suas mais diversas formas. Uma sexualidade plenamente desenvolvida predispõe as pessoas a viverem o desejo sexual de forma livre, rica, criativa e completamente destituída de culpa e vergonha. A rotina sexual de um casal é fator importante na manutenção do clima amoroso conferindo à vida uma fonte de troca e prazer de intensidade pouco comparável. O diálogo sincero e respeitoso é fundamental para que o casal cresça e melhore cada dia mais a sua intimidade.
D
iferentes hipóteses científicas sugerem o que ocorre no cérebro da pessoa quando se apaixona por outra. A neuroquímica do amor provoca comportamentos irracionais como os dos apaixonados que fazem loucuras em nome da paixão. Estes agentes neuroquímicos agem de forma semelhante ao que ocorre quando a pessoa está sob o efeito de drogas como a cocaína. Depois passa, pode vir outro estágio melhor, maduro, ou não. Cientistas verificaram que a dopamina, oxitocina, vasopressina e a feniletilamina (PEA) são substâncias envolvidas na química da paixão. Helen Fisher, pesquisadora da Rutgers University publicou um livro em 2004 chamado “Why We Love: The Nature and Chemistry of Romantic Love” (“Por que Nós Amamos: A Natureza e a Química do Amor Romântico”), no qual ela apresenta a teoria de que a dopamina está elevada na paixão romântica e diminuída na rejeição amorosa. Ela cita referências de estudos realizados com pessoas e animais, e mostra que há um paralelo muito forte entre comportamentos, sentimentos e substâncias químicas ligadas ao amor romântico e àqueles associados à dependência de drogas. Assim como o alcoólico, por exemplo, se sente compelido a beber, a pessoa apaixonada chora dizendo que irá morrer sem seu (a) amado (a). Como é que pessoas adultas e inteligentes ficam presas a paixões irracionais? Esta química complexa do cérebro explica em parte isso. Mas há algo mais profundo. Evidências de estudos mostram que quando os relacionamentos se aprofundam, a paixão diminui. O efeito da droga passa, e a realidade do amor maduro pode surgir. Andréas Bartels e Semir Zeki da University College, em Londres, no ano 2000 localizaram uma área no cérebro que é ativada pelo amor romântico. Eles examinaram estudantes que disseram estar muito apaixonados, fizeram ressonância magnética de seus cérebros, localizando uma pequena área muito ativada, diferente da que era ativada quando há só amizade normal. Viram, também, que esta área era diferente da ativada quando a pessoa sente outras emoções, como medo e raiva.
caliza em uma pessoa específica. É um estado caracterizado por sentimentos de estimulação e intrusão, além de pensamentos obsessivos para com o objeto da paixão. Alguns autores sugerem que este é um estado mental que compartilha características neuroquímicas semelhantes às que ocorrem na fase eufórica ou maníaca da Desordem Afetiva Bipolar. Dra. Fisher sugere que parece com algo do Transtorno Obsessivo-Compulsivo. Os estudos mostraram que a paixão, por ser instável, não é uma boa base para educar ou criar filhos. Mas, sim, o final estágio que pode vir após a atração sensual e a paixão, o terceiro tipo estudado pela Dra. Fisher, o amor de longo relacionamento, que permite aos pais poderem fazer um bom trabalho na criação dos filhos. Este estado, segundo ela, é caracterizado por sentimentos de calma, segurança, conforto social e união emocional.
As regiões do cérebro ativadas pelo amor romântico são também responsáveis pela euforia induzida por drogas como a cocaína. O estudo mostrou que o cérebro das pessoas apaixonadas não parece com o das pessoas experimentando sentimentos fortes, mas com o das que cheiram cocaína. A conclusão dos cientistas é que a paixão usa mecanismos do sistema nervoso que são ativados durante o processo de formar uma dependência química (adicção). Daí o Dr.Larry Young, pesquisador na área de ligações sociais na Emory University, em Atlanta, na Geórgia, falando das pessoas apaixonadas, disse: “Nós estamos literalmente adictos (drogados) ao amor.” Helen Fisher sugere que o amor, sob o ponto de vista neurobioquímico, ocorre em três “sabores”: sensual, romântico e de longo relacionamento. Há uma sobreposição neles, mas estes existem separadamente segundo os sistemas emocionais, motivacionais e neuroquímicos. O primeiro, claro, envolve uma fissura por sexo, e Jim Pfaus, psicólogo da Concórdia University em Montreal, diz que ocorre algo semelhante ao estado induzido pela ingestão de opiáceos. Aumenta o nível de serotonina, oxitocina, vasopressina e opiáceos endógenos (fabricados naturalmente pelo corpo e equivalentes à heroína). Estes químicos servem para relaxar o corpo, produzir prazer e saciedade. Em seguida, vem a atração romântica, a paixão ou “amor obsessivo”. Parece ser uma evolução da atração sensual que fo-
Quando alguém é movido pela paixão pode fazer muita besteira: destruir vidas, envolver-se em situações de adultério, às vezes, complicados, romper com sua família, tudo em nome de uma química disparada por decisões pessoais complexas que não tira da pessoa apaixonada a capacidade de escolher e tomar uma decisão racional. Nesse caso, de histórias tristes motivadas pela sensação do amor romântico, com rompimentos de relacionamentos familiares, a paixão é também uma droga. Há uma diferença entre paixão e atração. Quando uma pessoa se sente atraída por outra, num primeiro momento ela sente que algo tocou em suas emoções ao observar aquele indivíduo. Surge uma atração. Dependendo do que ela fará com a primeira atração, poderá surgir ou não a paixão. Um primeiro olhar, a tentação, não é o problema principal. Tudo depende do que a pessoa fará em seguida em sua mente e, depois, no contato social. Fábia (nome fictício) não se sentia amada por seu marido há muito tempo. Sendo uma pessoa fechada, ela não abria isso para ele. Em parte cria que as coisas poderiam ser resolvidas com o tempo, ou com poucas e não específicas reclamações. Nada mudou. Em seu trabalho havia um colega que ao elogiála despertou, pouco a pouco, um sentimento de apreciação que ela tanto esperava do marido. Fábia tinha muita dificuldade de abrir o coração, e com isso seu marido não “adivinhava” o que ela precisava. O tempo passou e ela se sentiu fortemente atraída pelo colega de trabalho. A paixão tomou conta de sua mente e ela deixou seguir livremente em seus pensamentos. Sentir falta de carinho, valorização, companhia, diálogo no casamento não é jus-
tificativa para a infidelidade. Explica, mas não justifica. Fábia traiu seu marido em termos afetivos. A carência que ela já havia trazido para dentro do casamento, mais a falta de manifestação de afeto por parte do marido, e os elogios do colega de trabalho foram suficientes para ela se apaixonar por ele e ficar fria e ríspida com o marido. Um ano e pouco depois desse “namoro” extraconjugal, algo começou a acontecer com Fábia e o colega. Surgiram problemas entre eles. Ela começou a ver que ele também tinha algumas dificuldades. E rompeu. Seu marido ficou sabendo da situação e abalou-se muito. Receberam ajuda com aconselhamento matrimonial, e agora estão bem melhor no casamento com perspectivas de bom amadurecimento como casal. A atração vira paixão quando a pessoa se deixa levar pela emoção, quando nutre o sentimento, quando não coloca nenhuma barreira para ele em sua mente. Daí fica difícil romper e administrar esse afeto tão forte, que pode virar uma obsessão. Uma pessoa casada pode ter um primeiro olhar de atração, mas pode ficar só nele e nada mais. Ou pode ir adiante, se ela alimentar o pensamento e o sentimento em seu coração. Há uma diferença entre ser tentado e cair em tentação. A paixão ocorre quando a pessoa já se deixou levar pela imaginação, nutriu sentimentos para com a outra pessoa, então fica presa. A razão é uma função executiva da mente humana e deve ser usada para auxiliar na administração dos sentimentos. Forte e madura é a pessoa que aprendeu a lidar com suas emoções de uma maneira que pode ter os sentimentos, mas que não deixa que eles a tenham.
J
á eram 9h da noite de sábado e fazia quinze dias que eu não via minha Rute, namorada há mais de quatro anos. Eu estava muito cansado, havia dado plantão no hospital em Santos, viajado à tarde e, apesar do sono e da chuva, resolvi atravessar a cidade de São Paulo para ver minha amada. Dei um jeito, achei tempo para vêla e fiz tudo de ônibus! É o amo-o-o-o-or! Quando cheguei à porta da casa dela eu estava “encharcado”. Ao me atender envolveu-me por um abraço longo e gostoso. Ainda abraçados sussurrei bem ao seu ouvido: ai, que saudades!... como sinto falta desse seu abraço... Ela, meio lacrimejando, disse baixinho a coisa mais deliciosa de se ouvir: eu te amo! - O que será que existe de mágico e de encanto no abraço, no beijo e no reencontro daqueles que se amam? - Que nome se dá àquela sensação inebriante que acontece no corpo, na alma, enfim, em todo o ser, quando podemos matar as saudades depois de um longo tempo de separação? Até hoje sinto essa coisa gostosa do abraço, depois de um dia inteiro sem nos vermos. Revigora, anima! Interessante como uma das necessidades básicas do homem, do nascimento à morte está ligada a coisas tão simples e, desgraçadamente, tão raras: sentir-se amado e valorizado. O “abastecimento” deve ser diário, a partir de cada manhã. E Deus, em Sua infinita sabedoria, escolheu a vida a dois para suprir essa necessidade de amar e ser valorizado de forma mútua. Deus não escolheu a minha vizinha, nem a minha colega de trabalho, nem mesmo o
pastor da minha igreja para suprir a minha carência diária. Portanto, em cada manhã, Rute acorda e tem uma responsabilidade e privilégio: fazer seu maridão, que sou eu, amado e valorizado. Nosso dia-a-dia é muito corrido. Apesar de trabalharmos juntos no Reviver (nossa clínica), é muito comum passar o dia sem nos vermos. Só sei que ela está atendendo porque conheço o aroma gostoso do seu perfume. Quando chega o dia da semana reservado para nós dois, nosso coração bate um pouco mais rápido, pois é dia de namorar. Saio às 8h da manhã e só paro às 16h. Começo, então, a me preparar: um banho demorado, uma roupa legal, perfume importado... E, lá pelas 20h, saímos para passear. É proibido falar de cliente, de filho, de parente, de doença. Conversamos sobre assuntos agradáveis, relaxamos e curtimos um ao outro. Às vezes, tenho que abrir mão de certos compromissos, mas geralmente só desmarcamos nosso encontro por algo muito emergencial, e aí vem aquela sensação ruim de perda do nosso momento especial a dois. É verdade que, durante a semana também temos pequenos namoros no sofá ou, até mesmo, assistindo a um filme no quarto. Mas, à pessoas muito importantes temos que dedicar, pelo menos, uma noite especial! Faz vinte e seis anos que, em cada mês de novembro, saímos sozinhos para viajar. Geralmente ficamos uma semana passeando e aí, a carência que, às vezes, não pôde ser suprida durante o ano, fica zerada. Houve um período atípico, quando não conseguimos o sogro, nem sogra, nem parente ou amigo para ficar com os nossos quatro maravilhosos filhos. Então, Rute teve a brilhante idéia de levá-los conosco em nossa viagem de “lua de mel”. Combinamos que chegando ao hotel ficaríamos em quartos separados, eles comeriam em mesas separadas e que faríamos de conta que não nos conhecíamos. Para eles, naquela época, com seis, cinco, quatro e três anos foi um tremendo sacrifício, mas se saíram muito bem. Hoje, passados dezessete anos, eles ainda recordam daquela viagem como uma tremenda experiência!
É triste, mas real – muitos casamentos têm acabado devido à maldita frase: “não tenho tempo!” Às vezes, fico filosofando: o mundo hoje está com 6,6 bilhões de habitantes. Deus me deu uma mulher, somente uma, para que eu a faça feliz. Se eu não conseguir “dar conta do recado” o mínimo que vão escrever na lápide do meu túmulo é: aqui jaz um incompetente! Não importa quantos milhões e bilhões de reais possamos acumular, nem de quantas empresas fomos presidentes, nem quanto sucesso profissional alcançamos. A frase vai continuar a mesma: aqui jaz um incompetente! Vamos mudar esse epitáfio? Se em cada manhã beijar minha esposa, separar tempo de qualidade para amá-la e ouvi-la de verdade, estar sempre atento para fazer um elogio, aí certamente em minha lápide vão poder colocar uma tremenda placa e escrever: AQUI JAZ UM VITORIOSO! Vou deixar aqui um conselho médico para a saúde do seu casamento: - Encontre sempre um tempo especial ... PARA NAMORAR SEU CÔNJUGE. É isso que significa, na vida a dois, cem tempos para você!
U
m jantar romântico é uma ótima oportunidade de demonstrar o quanto amamos e valorizamos nosso cônjuge. Alguns ingredientes são indispensáveis: um coração apaixonado, um punhado de criatividade e uma pitada de bom humor. O que tornará esse momento especial e singular será a sua disposição de demonstrar afeto. Um ambiente aconchegante e decorado proporcionará um sentido de acolhimento e bem-estar. Quem é surpreendido com esse cenário pode pensar: nossa tudo isso para mim! E como diz o ditado, a primeira impressão é a que fica, resumindo, você começará sua noite com o pé direito.
Algumas dicas para o jantar: - Um ambiente à luz de velas combina perfeitamente com essa ocasião especial, lembrando que o mais adequado são velas altas para que a iluminação venha de cima. As velas para o jantar nunca devem ser perfumadas, porque pode interferir na percepção do sabor do alimento. - A mesa é o ponto central na ornamentação de um jantar, por isso, use a sua criatividade para decorá-la da melhor forma possível. Arranjos de flores devem estar em vasos bem altos, ou em vasos pequenos para não atrapalhar a visão um do outro. Uma sugestão são pétalas de rosas sobre a mesa, o que produz um ótimo resultado. - Os talheres e pratos também contribuem para a harmonia da mesa. Os garfos devem estar ao lado esquerdo do prato, facas e colheres à direita, próximos do copo. Mas esta regra de etiqueta pode dar lugar à sua criatividade, afinal, o importante é criar algo diferente e especial dos jantares convencionais.
O que preparar para o jantar? Esperase algo especial, diferente do dia-a-dia, mas ao mesmo tempo é preciso tomar cuidado, alimentos exóticos demais podem até dar um charme ao prato, mas corre-se o risco de não serem apreciados. O ideal é que sejam pratos leves, pois nunca se sabe que emoções podem surgir após um jantar desses. Prefira refeições que não deixem um cheiro muito forte na casa e nas mãos. Alho e cebola, por exemplo, devem ser usados com moderação, pois ficar cheirando alho a noite toda pode atrapalhar o romance. A alguns alimentos são atribuídas propriedades afrodisíacas. Uma das explicações dadas é por se assemelharem a partes do corpo, como é o caso do pepino, aspargo e banana que lembram o membro fálico ou figo lembrando a anatomia feminina. Mas nem tudo é fantasia, ingredientes como catuaba, cacau, tomate, alecrim, hortelã e ginseng contêm feniletilamina, o mesmo neurotransmissor que é liberado durante o ato sexual, sendo responsável pela sensação de prazer. Algumas pesquisas demonstram que o
consumo de chocolate libera endorfinas e cria uma sensação de bem-estar além de ser fonte de feniletilamina, o que explica a sensação de prazer ao saboreá-lo. Porém, depois de uma ou duas horas, esse efeito passa e a pessoa começa a ficar com vontade de comer outro chocolate. É daí que vem o vício. Uma lenda relacionada ao chocolate é a do Imperador Montezuma que consumia chocolate quente aromatizado com baunilha e outras especiarias antes de entrar em seu harém de quase 600 mulheres!... Esse fato levou à crença de que o chocolate fosse um afrodisíaco. Existem estudos que relacionam os alimentos ao humor, ingrediente importante para um jantar romântico. Pesquisas citam vitaminas como o ácido fólico, presente no feijão e nos vegetais verde-escuros, como espinafre, aspargo e brócolis; a tiamina, encontrada no germe de trigo, gema de ovo e grãos integrais; e a vitamina E, presente nos óleos vegetais, nozes, amendoim, germe de trigo, gema de ovo e vegetais de cor verde. Os aminoácidos encontrados nos feijões, cereais, castanhas, ovos, dentre outros ajudam no bom funcionamento do sistema
nervoso. Os ácidos graxos essenciais são importantes na síntese de neurotransmissores e podem ser encontrados no óleo de linhaça, no azeite de oliva, nas nozes e peixes. Já o açúcar dá apenas uma sensação momentânea de bem-estar. De fato o que se sabe, com certeza, é que uma alimentação equilibrada que prestigie todos os nutrientes promove o bom funcionamento do corpo, proporcionando ao indivíduo desfrutar de todos os prazeres da vida. A sugestão é que sejam pratos leves e nutritivos. Saladas, sopas ou massa são opções consideradas. O mais importante para que um prato se torne afrodisíaco é que tenha boa aparência, bom cheiro e sabor agradável, estimulando os sentidos. O que beber no jantar? O ideal é não tomar líquidos às refeições, pois dificulta o processo digestório. Mas se o seu convidado chegar antes da refeição estar pronta, uma boa opção é oferecer água aromatizada com hortelã ou cascas de limão, um suco de uva também cai bem, pois estimula o corpo para o processo da digestão.
dos atributos da comunidade celestial: amor, harmonia, companheirismo, codependência. ... Vivendo dessa maneira, o homem fortaleceria a imagem de Deus, à qual fora criado, desenvolvendo-se e ampliando suas potencialidades. A natureza se manteria cercada da proteção e cuidados divinos, preservada dos possíveis desgastes do tempo. Enquanto a família humana estivesse em comunhão com o Altíssimo, o globo terrestre estava garantido contra os efeitos da lei da entropia, reinantes hoje. Como tudo isso acabou? A família estabelecida no Éden seria, portanto, o núcleo mais nobre e sagrado da presença de Deus, irradiando o amor divino. Esta verdade fica mais evidente, ao se perceber que, quando se afastaram um do outro, Adão e Eva tornaram-se vulneráveis. Tendo caído em pecado, toda a natureza sofreu os impactos dessa perda: espinhos e cardos se formaram, os animais tornaram-se hostis uns aos outros. Lamentavelmente com o afastamento de Deus e do Seu propósito original para a família, toda a humanidade foi afetada. Afirma-se que “no murchar da flor e no cair da folha, os primeiros sinais da decadência, Adão e sua companheira choraram mais profundamente do que os homens hoje fazem pelos seus mortos.”
É
provável que tenhamos nos aproximado do casamento com uma idéia limitada, sem saber bem em que negócio estávamos nos metendo.
• No casamento um cuida do outro. E assim, a gente é mais feliz.
Talvez você tenha cogitado, como muitos de nós, algumas dessas razões para levar adiante o projeto do casamento: • Preciso me casar, quero ficar livre dos meus pais. Quero ter a minha própria vida! • Sou jovem e saudável, meus hormônios estão à ‘flor da pele’, se não me casar...! • Preciso ter alguém que cuide de mim, que me ame, essa vida solitária é sem graça!.. Somos práticos e procuramos razões que justifiquem nossas decisões. Não importam quais tenham sido os motivos iniciais que o levaram a assumir esse compromisso tão sério, quero lhe dizer que você entrou no melhor empreendimento da sua vida.
Porém, na prática, talvez você hoje esteja meio desanimado com os problemas decorrentes da vida conjugal... parece que são tantos conflitos... mil disputas, que nos “obrigam” a lançar mão de estratégias de guerra para “sobrevivermos”. Mas o casamento é muito mais do que isso! Quero convidá-lo a contemplar o que acontece nos bastidores dessas cenas que, nem sempre lhe trazem tanta satisfação, alegria e contentamento, como você pretendia. É que, por trás da “instabilidade do mercado”, existe uma grande possibilidade de desfrutar o que há de melhor na vida. O mercado de ações diz que, quanto mais arriscado o negócio, mais lucrativo ele pode ser. Então, vamos analisar mais profundamente nosso “negócio”?!
Mesmo que não tenha vislumbrado plenamente essa idéia desde o começo, na vida do ser humano o casamento é a maior de todas as oportunidades de ser feliz. Muitos, vendo alguns resultados práticos da vida a dois, reconhecem: • Só depois que me casei consegui organizar minhas finanças. • Vivendo a dois, a gente evita muitos exageros.
Propósito original do casamento Deus existe em comunidade: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. E é desse círculo perfeito que procedem o poder Criador, a harmonia plena, o amor verdadeiro, o livre arbítrio, o companheirismo... Ao estabelecer a família no contexto do primeiro casal, Deus formava um núcleo para a preservação e cultivo dessas características, o ambiente ideal para o exercício
Estaria tudo perdido definitivamente? As promessas de Deus foram apresentadas imediatamente. Após a queda, o homem despojado das características divinas estava agora subordinado ao mal, sendo então governado pelos impulsos carnais que brotavam de dentro de si. Deus então se pronuncia: ”Porei inimizade entre ti (a serpente) e a mulher (família humana)” (Genesis 3:15). É Deus quem vem em socorro do homem. Intervém na seqüência natural dos fatos “certamente morrerás” (Genesis 2:17) e oferece-lhe a oportunidade de voltar ao plano original. É Deus criando mecanismos que oportunizam à família caída o restabelecimento dos valores divinos no coração humano. Assim como originalmente a comunhão de nossos primeiros pais com Deus, quando ainda no Éden, era o meio pelo qual fluíam as bênçãos divinas para todas as criaturas e a criação, a união conjugal e familiar, hoje, é a única forma de fazer convergir para o Planeta Terra os raios do Sol da Justiça que expulsam do coração humano as trevas do mal. É no aprendizado da abnegação, do desprendimento, da paciência oportunizados pelo relacionamento conjugal e familiar, que as virtudes divinas desabrocharão em nossa vida. Unicamente em um convívio tão próximo e íntimo como o da família,
onde fica evidente nossa vulnerabilidade e claramente expostas nossas fragilidades, é que podemos ser edificados por Deus e restaurados à Sua imagem e semelhança. O casamento é, portanto, o meio eficaz usado por Deus, a fim de despertar o homem para a necessidade de ter em si os atributos do céu. É na administração das necessidades da família, na busca do bemestar do outro, no respeito pela sua personalidade, na resolução dos conflitos,... que vemos falidas as habilidades humanas, que vemos fracassar nossos esforços de exercer domínio próprio, de respeitar o outro, de amar verdadeiramente... É na família que nos chocamos com a maldade de nossos pensamentos e a crueldade e obstinação de nossos atos. Nosso eu é dominador, controlador da vontade do outro, impostor de nosso querer... E só então, ante a frustração e a infelicidade, ante a sensação de se estar só é que podemos despertar. É no contexto de um lar fracassado que reconhecemos a necessidade de mudanças radicais em nosso ser, uma transformação tal onde o altruísmo faça morrer nosso próprio “eu”, sacrifício para o qual não temos forças, mas de que precisamos a fim de permanecermos casados. Só quando nos sentirmos fracassados em nossas tentativas de melhora, quando nos percebemos perdidos em nossos esforços é que estaremos abertos para reconhecer a disponibilidade desse Pai que ama Seus filhos. Deus arregimenta os exércitos dos céus para socorrer àqueles que clamam por Seu auxílio. Agora salta diante de nossos olhos que, além de a união conjugal oferecer a segurança de companhia, de não se estar só nas caladas da noite, na velhice, de ter alguém que cuide, que seja solidário, expectativas muitas vezes frustradas... a vida a dois é
o meio usado por Deus para levar-nos a identificar que os artifícios humanos usados com bom resultado em relacionamentos profissionais: domínio, tirar proveito da autoridade, persuasão, habilidades de argumentação, que aparentemente funcionam bem no trabalho e na vida social, são completamente ineficientes para sustentar um relacionamento profundo e verdadeiro como é o casamento. O que nos resta então? O amor existe? Como permanecer casado? A restauração Os dividendos de alegria, compreensão, contentamento, solidariedade e companheirismo que nos levaram diante do altar em busca do amor verdadeiro, podem tornar-se realidade em nossa vida unicamente quando, esgotados em nossos esforços, decidimos buscar o amor em sua fonte genuína – Deus. É na busca de um relacionamento pessoal e profundo com Deus (I João 4:7 e 8), deixando morrer nosso insaciável “eu” (Mateus 16:24), é que estaremos nascendo para as características divinas em nosso ser. Só amor pode gerar amor. Só Deus presente em nosso coração, pode fazer brotar dentro de nós o amor, nos seus mais variados matizes: alegria, paz, paciência amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (Gálatas 5:22 e 23 NVI). Só a comunhão íntima com o Criador, poderá tornar a nossa vida e nosso relacionamento conjugal um santuário de santificação (João 4:13 e 14), abrindo-nos, assim, as portas do céu. A eternidade se descortinará a todo aquele que, ante a impotência dos esforços humanos para restaurar a família, busca nAquele que a instituiu, os segredos da Arte de Permanecer Casado.
N
inguém discute que o consumo regular de frutas faz um bem enorme para o corpo. Mas, você já parou para pensar em todos os benefícios que a banana pode trazer para a sua família? A banana é uma fruta apreciada por muitos, por isso comecei a pesquisar sobre ela e veja o que eu descobri: a banana tem vitaminas A, complexo B, C, ferro, cálcio, magnésio, fósforo, potássio, zinco, cobre, iodo, enxofre, manganês e, ainda por cima, é uma ótima fonte de carboidratos. E tem mais, pesquisas provam que apenas duas bananas fornecem energia suficiente para 90 minutos de exercícios extenuantes. Não é à toa que essa fruta é eleita a nº 1 pelos maiores atletas do mundo. Lembra do Gustavo Kuerten (Guga) comendo banana nos intervalos das partidas de tênis? Você sabia que existem mais de 100 tipos de bananas cultivadas em todo o mundo? Porém, os tipos mais conhecidos no Brasil são: a nanica, a prata, a da terra e a maçã. Também achei incrível o número de doenças que ela ajuda a curar ou prevenir. Veja só estes exemplos: * Anemia: contendo muito ferro, bananas estimulam a produção de hemoglobulina no sangue e ajudam nos casos de anemia. * Capacidade mental: 200 estudantes de uma escola em Twickenham (Middlesex) tiveram ajuda da banana para elevar sua capacidade mental. Pesquisas mostram que frutas com elevado teor de potássio ajudam alunos a aprender e manterem-se mais alertas. * TPM: mulheres, além das pílulas, comam banana. Pois ela contém vitamina B6, que regula os níveis de glicose no sangue, afetando o humor. * Enfarto: de acordo com pesquisa publicada no Jornal de Medicina de New England, comer bananas regularmente pode reduzir o risco de morte por enfarto em até 40%. O uso da banana também serve como antiestresse, no tratamento de verrugas, com-
bate à pressão alta, enjôo matinal e azia. A banana é remédio natural contra muitos problemas. Comparada à maçã, tem quatro vezes mais proteína, duas vezes mais carboidrato, três vezes mais fósforo, cinco vezes mais vitamina A e ferro e duas vezes outras vitaminas e minerais. Então, talvez, seja hora de somar “uma banana” ao ditado que diz: “uma maçã por dia dispensa o médico”. Como sabemos a banana é uma fruta muito popular no Brasil. Com ela é possível fazer desde uma simples banana split até pratos requintados. Por que não aproveitar esse gostoso, nutritivo e barato alimento? Quando minha irmã Rubinha chegou do internato, antigo ENA em Belém de Maria- PE ( e já faz muuuuiiito tempo) trouxe a receita de um delicioso pão de banana. Normalmente nunca faço só uma receita, sempre duas ou três e, assim, acabo presenteando amigos e vizinhos. E vou confessar, esse pão faz o maior sucesso, tanto pelo sabor quanto pela sua praticidade. Ficou curiosa? OK! Então teste esta receita e se prepare para os elogios. E bom apetite!
O
saudoso pastor e escritor George Vandeman costumava contar a história de um homem que ao completar bodas de ouro disse ter recebido de seu pai um presente que, segundo ele, explicava a durabilidade de sua união. Então mostrava um pequeno relógio de bolso e ao abri-lo para observar as horas, na parte interna, podia se ler a mensagem: Diga, hoje, alguma coisa bonita para Sara. Embora essa história revele um aspecto sublime do amor, dedicar boas palavras, não é o que ocorre na maioria dos lares. De maneira geral em grande parte dos lares é a censura e a recriminação que predominam sobre as manifestações de bondade e amabilidade. Em alguns casos parece ser verdade o que desabafou certa esposa: Casamento é trocar a admiração de vários homens pela crítica de um só. Um estudante de psicologia que acompanhou o dia-a-dia de muitos lares observou que 90% das referências de um para o outro no lar são feitas em estilo de crítica. A crítica é perniciosa porque destrói o amor nos relacionamentos. Muitos cônjuges vivem tristes e inseguros porque são alvos de críticas, ou do uso constante de palavras de reprovação em seu lar. A crítica destrói a autoconfiança e a segurança interior. Pude constatar essa realidade quando conversei com Isabel, uma jovem esposa que enfrentava algumas dificuldades em
seu casamento. A certa altura ela desabafou. Paulo, meu esposo, tinha o costume de me recriminar diante de outras pessoas. Certa vez, ele me criticou duramente na presença de convidados durante um jantar. Senti-me envergonhada e humilhada. Agora não posso me sentir segura na presença de outras pessoas, principalmente se meu marido estiver por perto. CRÍTICA: POR QUÊ? Não existe uma arma mais eficaz para destruir o amor e o respeito próprio no outro do que o uso constante de palavras de repreensão ou reprovação. Nesse aspecto a Bíblia revela grande sabedoria por meio do rei Salomão, quando afirma que a vida e a morte estão no poder da língua. Pv. 18:21. Lábios que se moldam apenas para criticar afastam os beijos, afirmou George Vandeman. Quase que em sua totalidade a crítica tem como base o orgulho e egoísmo. Aquele que critica quase sempre deseja mudar os outros segundo suas expectativas. Quando meus gostos, preferências e necessidades estão sempre em primeiro plano, então os outros podem ser vistos como inconvenientes e, por isso, posso me valer da crítica para atingi-los. A crítica, então, pode se tornar uma arma para enfraquecer ou desestabilizar a segurança, ou a autoconfiança alheia.
Alguém com um ego frágil e suprimido é mais facilmente influenciável e submisso. Por outras ocasiões a crítica nasce da inveja, ou da sensação de uma baixa autoestima. Emoções e deficiências que não aceitamos em nós mesmos são projetadas sobre os outros se tornando uma manifestação da própria rejeição. Existem quatro atitudes perigosas que, por vezes, desencadeiam ou servem de anteparo à crítica: 1) O QUE VOCÊ FALA PARA ELE OU PARA ELA Na intimidade da vida a dois, sobre o que apreciamos conversar com o outro? Na comunicação mútua, a respeito do que gostamos de conversar com o cônjuge? Apreciamos destacar as virtudes do outro, ou sempre nos apegamos aos defeitos? Há cônjuges que são muito tímidos quanto a fazer elogios, mas são hábeis felinos quando precisam criticar ou censurar. Há muitos que por orgulho, ou por timidez defensiva não manifestam palavras de aprovação. Preferem silenciar-se ou deixar as boas palavras subentendidas. A indiferença acaba por embotar e destruir o amor. Um bom exercício para muitos reativar o amor e o respeito mútuo, seria se disciplinar a passar dias sem destacar nenhuma qualidade negativa do outro. Não proferir nenhuma palavra de recriminação e censura, mas enfatizar apenas as atitudes positivas. Caso seja necessário devem fazer uma lista das boas qualidades do cônjuge para servir de guia. Tal atitude tende a fortalecer o amor e aumentar o respeito próprio. 2) O QUE VOCÊ FALA DELE OU DELA O que nós falamos a respeito do nosso cônjuge para os outros revela, em grande parte, nossos sentimentos por ele. Diante dos outros apreciamos destacar suas qualidades e virtudes, ou aproveitamos para censurá-lo? Quando têm oportunidade, muitos gostam de fazer deboches ou piadinhas mordazes e sarcásticas sobre seu parceiro para os outros. Alguns apreciam se queixar do parceiro para os outros, a fim de obter
simpatia ou ganhos secundários. Isso pode ser considerado uma espécie de traição, pois apaga o amor e cria desconfiança. Todo aquele, porém, que deseja investir no sucesso do seu relacionamento deveria cultivar o hábito de falar bem do outro, principalmente diante de outras pessoas. Ainda que o outro não seja possuidor de grandes virtudes, devemos enfatizar aquelas que podemos valorizar. Isso colabora para que o amor floresça e o vínculo se fortaleça entre os dois. 3) QUANDO VOCÊ USA: VOCÊ SEMPRE – VOCÊ NUNCA Estas expressões radicais são geralmente usadas quando numa discussão partimos para o ataque ou para a autodefesa. Elas quase sempre são injustas e exageradas e tendem a esquecer as boas qualidades do outro e as alegrias que já nos proporcionou. Se quisermos cultivar o amor e autoconfiança, não devemos fazer uso desses jargões que, além de agravar os conflitos, acaba por extinguir o amor em nossos relacionamentos.
4) QUANDO VOCÊ TENTA MACHUCAR BRINCANDO Em muitas ocasiões podemos nos valer de gracejos e da ironia para magoar e ferir. Alguns usam do escárnio para dizer de forma despretensiosa grandes verdades que deprimem e machucam. Quase sempre a desculpa para a reparação é a mesma: Mas eu estava brincando! Por vezes, grandes verdades são ditas em forma de brincadeiras, mas nem por isso diminuem seu impacto e destruição. Ser cuidadosos e sensíveis com as emoções do outro é fator crucial para o bom relacionamento. Se quisermos fortalecer o amor devemos ser prudentes e contenciosos quanto a esse aspecto. O CAMINHO DA RESTAURAÇÃO Aquele que deseja manter relacionamentos duradouros e confiáveis não deve abdicar da arte de fazer elogios. O psicólogo e escritor George W. Crane afirmou que o
elogio é o primeiro passo na arte de amar as pessoas. Em seu livro: Sete Necessidades Básicas da Criança, John Drescher relata como Benjamim West, tornou-se pintor. Certo dia, sua mãe o deixou em casa com a irmã Sally. Ele encontrou alguns vidros de tinta e decidiu pintar o retrato de Sally. Enquanto fazia isso sujou toda a cozinha. Quando a mãe retornou não disse nada sobre a cozinha. Apanhando o papel em que ele desenhava, ela exclamou: Veja! É Sally e lhe deu um caloroso beijo. West contou que o beijo de sua mãe naquele dia fez dele um pintor. Nas relações familiares o uso de boas maneiras e palavras amáveis têm um poder infinitamente mais eficaz do que a crítica, e alcança resultados mais duradouros. A crítica degrada, deprime e desestimula, mas o elogio é um bom alimento. Há no coração humano um desejo intrínseco e natural de ser apreciado. Quando começamos a admirar e elogiar, abrimos um vasto caminho para o amor.
E
xistem alguns casais que vivem brigando com freqüência, apesar de orar, de ler a Bíblia e de se amarem. Geralmente por qualquer bobagem se desentendem. E assim, podem chegar ao ponto de se agredirem mutuamente por meio de palavras proferidas com raiva e ressentimentos. O apóstolo Paulo faz a seguinte advertência: “Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede que não sejais mutuamente destruídos.” – Gálatas 5:15. À luz da Bíblia pode-se afirmar que é possível discordar sem brigar, discutir sem se ferir, falar a verdade sem magoar. Portanto é necessário que o casal reconheça que possui maus hábitos na maneira de conversar (às vezes, herdados imperceptivelmente de outras pessoas) e comece um processo espiritual de colocar em prática algumas dicas bíblicas de comunicação em sua vida conjugal. 1) NÃO FALAR O QUE ESTÁ ACONTECENDO CONSIGO “Então, lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui e vigiai comigo.” – Mateus 26:38. O exemplo de Cristo em comunicar Seus mais íntimos sentimentos elucida a importância psicoemocional do diálogo sincero e aberto em nossos relacionamentos. No tocante ao casamento, entendemos que a comunicação pode fluir de forma íntima e verdadeira se houver entre o casal uma base sólida de companheirismo, compreensão, cumplicidade e confiança a ponto de poder expor para o outro, sem ter medo, o que está acontecendo em sua mente e coração. Esse é o nível mais íntimo de comunicação que um casal pode atingir em seu relacionamento: A revelação do que está acontecendo consigo. Essa liberdade de expressão é fundamental para se saber como fazer o outro feliz. Ao comemorar as bodas de ouro, certo casal foi entrevistado por um repórter que desejava saber o segredo de um casamento tão duradouro. Então, sentindo-se orgulhoso, o marido respondeu: - Você conhece o pão-bengala? A parte da qual mais gosto é o bico desse pão, mas desde que nos casamos, eu o corto e dou para minha mulher. Essa atitude simboliza um princípio do amor que sigo: primeiro ela. Por sua vez, a esposa respondeu: Eu não sabia disso. Eu não gosto dessa parte do pão, e durante cinqüenta anos tenho comido por amor a ele. Agora que estamos sabendo, finalmente, vamos comer a parte da qual mais gostamos do pão. 2) VIVER MENTINDO E RECLAMANDO “Deixando, pois, toda malícia, e todo engano, e fingimentos, e invejas, e todas as murmurações.” – 1 Pedro 2:1.
O amor, a confiança e a verdade geram intimidade. Isso é um princípio: não existe intimidade num casamento sem verdade. Quando um dos cônjuges começa a mentir e enganar o outro, às vezes, por medo de ofendê-lo, pouco a pouco vai se metendo em situações cada vez mais difíceis. Por isso, Ralph W. Emerson disse: “Aquele que profere uma mentira não pode avaliar em que enrascada se meteu, pois precisará inventar mais vinte mentiras para encobrir a primeira.” E assim, transformará sua vida conjugal em uma teia de mentiras, a qual mais cedo ou mais tarde se romperá de forma dolorosa. O casal que não vive reclamando, e nem esconde nada um do outro atinge um excelente nível de segurança e satisfação no relacionamento. Pois, a liberdade de falar a
ele está dizendo) e pelo coração (o que ele está sentindo). Desenvolva a habilidade de ouvir seu cônjuge com interesse. Pare o que está fazendo e preste atenção no que ele está dizendo, ainda que você esteja assistindo a uma partida de futebol na televisão, ou seu seriado predileto (risos). Demonstre atenção por meio dos olhos e da expressão facial e corporal. Ele vai se sentir amado, valorizado, compreendido, aceito e apoiado. Essa atitude, ouvir mais e falar menos, vale por mil “eu te amo!” Se, de repente, não for possível ouvir o outro naquele momento, diga-lhe: “Eu sinto muito não poder dar a atenção que você merece agora, mas a gente pode conversar melhor tal hora.” Mulheres, para evitar falar com as paredes, lembrem-se desta dica: De acordo
verdade, com amor, proporcionará ao casal uma comunicação plena e saudável.
com o terapeuta de casais Steve Stephens, geralmente a atenção de um homem dura três minutos, depois disso é aconselhável fazer-lhe perguntas e tocar nele com carinho, a fim de que ele mantenha a atenção no que você diz.
3) NÃO PARAR PARA OUVIR “Todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar.” – Tiago 1:19. Quando temos pouca disposição para ouvir nosso cônjuge transmitimos a impressão de que o que ele pensa e sente não são tão importantes para nós. E assim, quem não quer ouvir se aborrece e quem quer falar se sente desvalorizado e rejeitado. Se isso acontece com você, use um cronômetro mental e procure investir mais tempo para ouvir seu cônjuge de duas formas: Por meio dos ouvidos (você ouve o que
4) FALAR COM RAIVA “Irai-vos e não pequeis; não se ponha o Sol sobre a vossa ira.” – Efésios 4:26. A única forma de não pecar por causa da ira que está sentindo é estabelecer como hábito a prática espiritual de nunca falar ou fazer alguma coisa com raiva. Pois, 99,99% das vezes que falamos ou fazemos qualquer coisa com raiva erramos. Por isso, dê sempre um tempo, pois
a ira vem, mas passa se você não alimentá-la em seu coração por meio de pensamentos e palavras. Lembre-se do que a Bíblia afirma: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.” – Provérbios 15:1. Suscita a ira tanto no coração de quem ouve como de quem fala. Conta-se que depois de muitos anos de economia, certo rapaz comprou seu primeiro carro. Ele cuidava daquele carrinho “velho-novo” com muita dedicação. Um dia, ele foi passar o final de semana na casa da namorada que morava em outra região do país. Quando retornou viu que seu carro não estava como ele havia estacionado, e mais, havia um arranhão em uma das portas e o pneu estava baixo. Ficou mais irado ainda, quando descobriu a causa de tudo: seu irmão havia usado o
carro, escondido. A fúria foi tão grande que ele decidiu ir ao encontro do irmão que estava na faculdade. Ao tomar conhecimento, seu avô o chamou à parte e lhe disse: Você se lembra quando pegou o sapato emprestado de seu irmão e o sujou todo de lama? Você queria lavá-lo imediatamente, mas eu recomendei que esperasse o barro secar, pois assim ficaria mais fácil limpá-lo? Então, espere a raiva secar e depois vá falar com seu irmão. Dessa forma evitaremos briga em família. E as brigas, meu querido neto, muitas vezes não resolvem os problemas, agrava-os ainda mais. 5) FALAR OU RESPONDER COM RISPIDEZ E AGRESSIVIDADE
“A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um.” – Colossenses 4:6. Em qualquer situação esse é o princípio que deve reger nossa comunicação na vida a dois. A maneira como falamos ou respondemos ao nosso cônjuge é mais importante do que o que e como ele fala. Se a sua palavra ou resposta sempre for agradável e temperada com pitadas de sal de sabedoria, de compreensão e mansidão dificilmente haverá retaliação, feridas emocionais e ódio. Por isso, prefira sempre falar ou reagir com sabedoria e delicadeza, ao invés de rispidez e agressividade. Certo dia, o Sol e o vento estavam discutindo diante da natureza sobre qual deles era o mais forte. De repente, surgiu um velhinho
que estava caminhando em direção a sua casa. O vento decidiu desafiar o Sol dizendo: - Aposto que consigo tirar o casaco daquele velhinho mais depressa do que você. A natureza pegou o cronômetro e o Sol se escondeu por trás de uma nuvem. Então, o vento começou a soprar e quanto mais forte soprava, mais o velhinho se encolhia embrulhando-se no casaco. Quando o vento quase ia se transformando em furacão a natureza disse: - Basta! Assim você vai matar o velhinho. Por sua vez, o Sol saiu, olhou e sorriu para o velhinho. E este foi logo tirando o casaco e enxugando o suor da testa com o lenço. Assim não só ficou provado que o Sol é mais forte do que o vento, mas que a deli-
cadeza é melhor do que a fúria. 6) FALAR SEM AVALIAR PRIMEIRO O QUE VAI DIZER “As pessoas sábias pensam antes de responder, as pessoas más respondem logo, porém as suas palavras causam problemas.” – Provérbios 15:28 (Nova Tradução na Linguagem de Hoje). Não se precipite! Exerça domínio próprio a ponto de ouvir, com equilíbrio emocional, tudo o que seu cônjuge tem para lhe dizer. Não cometa o erro de interrompê-lo porque isso poderá deixá-lo irritado. Não peça, impaciente, que ele fale com calma porque isso é uma incoerência. Avalie sempre o que vai dizer. Não use o silêncio como resposta porque isso poderá fazer com que ele pense que está certo, ou que você o está menosprezando. É necessário falar, mas é importante avaliar primeiro sobre o impacto que suas palavras irão causar no coração dele. Por isso, o apóstolo Paulo aconselha: “Não digam palavras que fazem mal aos outros, mas usem apenas palavras boas, que ajudam os outros a crescer na fé e a conseguir o que necessitam...” – Efésios 4:29 (Nova Tradução na Linguagem de Hoje). 7) AMEAÇAR, CENSURAR, CRITICAR E CONDENAR QUANDO O OUTRO ERRA “Irmãos, se alguém for surpreendido em alguma falta, vós, que sois espirituais corrigi-o, com o espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado.” – Gálatas 6:1. Quando um dos cônjuges erra, não precisa que o outro lance contra ele as pedras da crítica, censura, condenação e ameaças porque sua própria consciência já o apedreja. Por isso, corrija-o, espiritualmente, com a brandura da sabedoria e do perdão, a fim de que ele se sinta encorajado, por amor, a vencer seu erro. Experimente essa fórmula bíblica, e você verá que ao plantar uma flor de brandura no coração de seu cônjuge, surgirá um jardim de paz no seu casamento. Creio que estas dicas funcionam, no entanto, faz-se necessário que vocês: 1) Orem. O salmista afirma: “Ainda a palavra me não chegou à língua, e Tu, Senhor, já a conheces toda.” – Salmo 139:4. Uma vez que é assim, clame do íntimo de seu coração, quando sentir-se tentado a falar de uma forma que não deveria: “põe guarda, Senhor, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios.” – Salmo 141:3. 2) Memorizem e recitem: “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.” – Provérbios 25:1. 3) Pratiquem. Pois, a Bíblia afirma o seguinte: “Se alguém entre vós cuida ser religioso e não refreia a sua língua, antes, engana o seu coração, a religião desse é vã.” – Tiago 1:26.
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etornei cansado, após uma semana de viagem a trabalho e, enquanto examinava o volume de correspondência acumulada, uma logo me chamou a atenção. De: Vanessa, Para: Dr. Nicolas com muita urgência. Vanessa..., Vanessa..., logo me lembrei. Era a garota preocupada e chorosa que me havia procurado dias antes após uma programação. De sua carta um tanto longa, destaco alguns pontos: Prezado Dr. Nicolas: Desde aquela vez que conversamos um tanto apressadamente, não me foi possível lhe narrar por completo todo o drama que estou vivendo. Estou indecisa, desesperada e preciso de alguma orientação. Casei-me muito nova, com apenas dezessete anos contra a vontade de meus pais e há quase nove anos estou vivendo com Jorge, meu esposo. Embora casada eu sempre tive o desejo de crescer e progredir em todos os níveis. Meu esposo, porém, se tornou um homem acomodado, caseiro, retraído e insociável. Ele se descuidou da aparência e do desejo de progredir. Atualmente trabalha apenas como ajudante geral numa empresa e se sente satisfeito em continuar assim. Eu voltei a cursar faculdade e descobri novos amigos e amigas. Ele, então, passou a ter ciúmes de mim e a fazer ameaças. Quer que eu pare de estudar e há alguns dias durante uma discussão até me agrediu. Hoje, eu não sinto mais nada por ele a não ser pena. Eu o rejeito e o recuso e sofro até em pensar em intimidades, ou que ele me toque. Isso o torna ainda mais inseguro e agressivo. Quero me separar, mas temo a reação da igreja, dos meus pais tão religiosos e, principalmente, de provocar algum trauma em minha filha de apenas cinco anos. Sinto que não mais o desejo, muito embora eu tente por causa da religião. Não posso esquecer sua agressão. Quero termi-
nar esse casamento, mas tenho medo. Estou realmente desesperada, e já cheguei a pensar que a morte seria uma boa solução. Por favor, me ajude Dr.Nicolas. Resposta: Ao ler a carta de Vanessa meus pensamentos reviveram uma fábula que aprendi na infância. A de um grupo de sapos que, durante anos, viviam alegres e unidos em sua bela lagoa distante do mundo e de todos. Um dia, porém, uma forte tempestade arrastou um daqueles sapinhos para uma região nova. Ele então passou a descobrir novos lugares e indivíduos. Suas idéias a respeito do mundo mudaram e tudo se tornou mais deslumbrante. Um dia, porém, decidiu retornar à sua antiga lagoa, mas logo percebeu que ela havia perdido a beleza e o encanto e que ele não mais podia se adaptar a ela. Ele, então, insistiu para que seus antigos colegas aceitassem suas novas idéias e sua visão de mundo mais viva e colorida. No entanto, eles o rejeitaram, taxando-o de exaltado, desigual, rebelde, e ameaçaram matá-lo. Sem um ambiente receptivo o pobre sapinho, decepcionado, decidiu que tinha de partir, pois suas idéias e visão de mundo já não mais se adaptavam aos antigos padrões de seus companheiros. Vanessa e Jorge ao se casarem embarcaram juntos numa viagem nova e desconhecida. Por algum tempo caminharam unidos em um mundo igual e fascinante. Vanessa prosseguiu. Jorge, porém, se acomodou. Viajando sozinhos foram se tornando cada vez mais estranhos, até perceberem que não possuíam mais nenhuma afinidade um com o outro. Ao perceber a estagnação do esposo, Vanessa passou a rejeitá-lo como companheiro de viagem e isso despertou sua ira e agressividade. É um erro pensar que o vínculo de amor e aceitação são virtudes que se mantêm
perenes em uma relação. Relacionamentos são coisas vivas, por isso necessitam de doação e investimento. Quando cessa o desejo de continuar crescendo não se facilita a aceitação e a admiração. A falta de investimento pessoal gera falta de aceitação e se não existe aceitação é praticamente impossível experimentar o amor. Aquele que abre mão de crescer e de investir em si mesmo pode estar decretando seu próprio processo de rejeição. O corpo não pode sentir o desejo, quando não mais existe a aceitação na mente e no coração. Visões de mundo muito diferentes causam distanciamento. Mundos separados e desiguais não são solos férteis para o crescimento do amor. Por outro lado, todo processo de rejeição e indiferença machuca, causa tristeza e desânimo. Para Vanessa existem caminhos e escolhas, mas estas sempre trarão empenho e sacrifícios. Ela poderia colocar um fim provisório nessa relação até que, ambos repensassem e reavaliassem seus desejos e necessidades. Existe, também, a possibilidade de colocar um fim definitivo nessa relação perigosa, pois, ameaça e agressão são danosos para todos, principalmente para sua filha. No entanto, há também a grande possibilidade de perdão e recomeço. Por mais que uma relação esteja destruída e desgastada, ela pode ser reconstruída se ambos desejarem investir. Quando se deseja dar uma nova oportunidade para o amor nunca é tarde para perdoar. Um diálogo franco em que ambos possam expor seus motivos, medos e, acima de tudo, reconhecer erros pode ajudar nesse processo. Logicamente não existe uma saída fácil, mas qualquer escolha deve ser feita com prudência, coragem e segurança. Vanessa, no entanto, terá que escolher seu caminho. Ninguém poderá fazê-lo por ela.
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ecebi Carlos e Márcia em meu escritório; um casal jovem, casados há pouco mais de dois anos, bons cristãos, aparentemente um casal modelo. O que ninguém sabia era que eles estavam vivendo em pé de guerra. Carlos era um sujeito extrovertido, brincalhão, boa praça. Márcia era reservada, quase introvertida e um pouco ciumenta. Conversei com os dois por algum tempo e concluí que os dois precisavam de uma terapia espiritual que lhes ajudasse a viverem amavelmente com suas diferenças. O problema desse casal era o seguinte: Carlos exigia que Márcia se comportasse e reagisse como se fosse ele e, Márcia, exigia que Carlos pensasse e sentisse como se fosse ela. Ao longo de muitos anos lidando com casais em tempo de crise, descobri que os casais “brigam” menos quando sabem lidar com suas diferenças e “brigam” mais quando pretendem ser iguais. Essa atitude, às vezes, leva o casal a uma vida de constantes decepções. Todo casal precisa entender que suas diferenças são normais e previsíveis, e que elas serão fontes de ressentimento e rejeição ou canais de oportunidade para aprofundar a intimidade e aumentar o amor, o carinho e a confiança. Recomendei que Carlos e Márcia gastassem cinco minutos de oração juntos, orando um pelo outro no começo e no fim de cada dia. Duas semanas depois voltei a conversar com o casal, eles estavam completamente felizes. Carlos disse: “A oração faz milagres”. Márcia disse: “A oração nos aproximou, nos uniu, fortaleceu nossa convivência, afastou nossas cobranças, enfim, nos transformou.” Recomendei que o casal continuasse com o tratamento, uma vez que estava descobrindo, juntos, a dimensão transcendente do casamento. Continuo, ainda hoje,
acompanhando mesmo a certa distância a convivência desse casal. Hoje, eles têm dois filhos e parece que estão mais maduros e confiantes. Continuam praticando os momentos de oração intercessória, juntos. Segundo eles, esta é a chave para a solução de seus problemas conjugais. Foi em razão dessa experiência que resolvi escrever sobre os benefícios da oração na vida a dois. Para todos nós, segurança é um pré-requisito essencial, não uma emoção facultativa. Mas, como podemos proporcionar segurança para nosso casamento? Devemos dizer que há, pelo menos, uma coisa que todo casal precisa fazer diariamente para manter seu relacionamento seguro: orar juntos. Essa é a dimensão transcendente do casamento. Existem muitos meios importantes para produzir segurança no casamento, mas esse tem um benefício amplo. Não apenas constrói efeitos positivos no relacionamento, mas também ajuda a afastar grandes dores da vida e nos ensina a lidar com as imperfeições presentes na natureza humana. O casamento é pluridimensional, mas, sem dúvida, a dimensão espiritual é a mais importante. Creio que só existe segurança para o relacionamento conjugal quando o casal ora. Quando os cônjuges oram, abrese um mundo de transformações diante deles, as reações mudam, o temperamento muda, os sentimentos mudam. Só há uma coisa que eu nunca vi a oração mudar: a beleza física. Mesmo assim, a oração muda os olhos de quem a vê. Porque quem ora, enxerga mais. O segredo da verdadeira segurança conjugal é tornar Deus o centro do casamento por meio da oração. Podemos mudar a história da nossa vida conjugal conversando com Deus, pois a oração é uma força
capaz de restaurar a afetividade em nossos corações, fazendo com que estendamos os braços para abraçar, abramos os lábios para dizer: “eu te amo” e melhoremos a expressão do nosso rosto para transmitir amor e perdão. O dia-a-dia, o estresse, as preocupações e as ansiedades trazem ao cotidiano conjugal uma aridez, um desencantamento e, às vezes, certo desânimo. Sem oração é difícil suportar qualquer relacionamento. A oração torna a vida a dois uma união estável, gera maior espiritualidade propiciando no lar um ambiente caracterizado pela ternura e compreensão, ajuda o casal a expressar da melhor maneira possível o que sente. A presença da oração faz da vida conjugal algo mais dinâmico, suave e prazeroso. A oração é como um tempero no casamento. É como um molho que dá mais sabor ao prato conjugal. Quando a dimensão transcendente do casamento não é satisfeita, duas sensações nos incomodam: (1) Sensação de Vazio: passamos a viver com uma impressão persistente de que nos falta algo importante. (2) Sensação de Desânimo: essa sensação gera reações de cobrança, frustração e dúvida. Todos nós precisamos de oração. Algo dentro de nós reclama por isso. Ainda que tentemos esquecer, negar, sublimar, há dentro de nós uma imensa necessidade de orar. Quando não nos alimentamos, nosso estômago reclama; quando deixamos de beber água, nossos rins sofrem; quando deixamos de orar, nossa alma adoece. Mas, quando os casais encontram tempo para buscar o Senhor duas vezes por dia encontram, nessa busca, uma saudável maneira de viver a dois.
“A maior felicidade da vida é a convicção de que somos amados; como nós somos, ou melhor, apesar de como nós somos.” Victor Hugo.
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esta frase, Victor Hugo expressa o nível de amor que deve ser alcançado no relacionamento a dois: amor incondicional. Somente este tipo de amor nos proporcionará a inteligência emocional de que tanto necessitamos para expressar, com sabedoria, nossas emoções. Na vida a dois nos deparamos com momentos que dá vontade de dizer: “Eu não te falei?”, “Eu sabia que iria dar nisso!” quando o seu conselho não foi atendido. A vontade é de expressar indignação com ironia e sarcasmo. Segundo Everett Worthington, no casamento, parceiros sempre ferirão um ao outro, mas “a principal habilidade cotidiana para sobreviver e crescer no matrimônio chama-se reconciliação” e isto envolve perdão. Segundo a Associação Americana de Psicologia, perdão é o processo mental e/ou espiritual de deixar de sentir ressentimento, indignação e revolta contra a outra pessoa, ou deixar de exigir punição ou restituição. Parece um pouco complicado deixar de nos ressentir quando somos ignorados e enganados, magoados uns cem números de vezes, quando promessas não são cumpridas, quando sofremos decepções, quando nossa vida perde o sentido e roubam nosso sorriso, quando parece que o mundo acaba em decorrência do que alguém fez conosco. Talvez, a dor seja menor quando isso acontece com alguém que não é do nosso convívio diário, mas a grande questão é quando uma ou mais dessas atitudes são praticadas por alguém que está ao nosso lado 24 horas por dia. O resultado vai desde um afastamento cada vez maior até uma explosão verbal que causa dor, desentendimento e sofrimento, ficando uma situação insustentável para ambos. Como expressar suas emoções diante de tal situação? Em uma carta escrita no ano de 1901
para um casal que estava pensando em se separar devido à incompatibilidade de temperamentos que gerava conflitos, a autora sugere o seguinte: “marido e mulher devem cultivar respeito e afeição um pelo outro. Devem guardar o espírito, as palavras e as ações a fim de que nada seja dito ou feito que irrite ou moleste. Deve cada um ter cuidado do outro, fazendo tudo em seu poder para fortalecer sua mútua afeição... deixe que a lei da bondade esteja em teus lábios. Podes e necessitas mudar de atitude.” Somente assim eles poderiam salvar seu casamento. Segundo Kay Kusma, em seu livro Criando Amor, as emoções negativas (gigantes emocionais que precisam ser encolhidos) são as principais causas de nossa incapacidade de controlar a ira e as críticas. Segundo ela quando você não gosta do que alguém faz, e se sente usado ou perseguido é impossível tratar essa pessoa com respeito e muito menos cuidar das necessidades dela com amor, pois você está fervendo por dentro e nutrindo ressentimento, amargura e sentimento de vingança. É preciso expressar esse sentimento, mas de forma a não magoar. Kusma se refere às emoções a seguir como negativas e problemáticas: aborrecimento, aflição, agitação, agressividade, amargura, ansiedade, cansaço, carência, ciúme, condenação, confusão, crueldade, culpa, depressão, desalento, desânimo, desapontamento, desaprovação, desconforto, des-crédito, desdém, desespero, desinteresse, desorganização, desprezo, desvalorização, nojo, estar sempre na defensiva, explosividade, frieza, frustração, fúria, histeria, hostilidade, humilhação, impaciência, inadequação, incompetência, insatisfação, insegurança, inutilidades, ira, irracionalidade, irritação, mágoa, maldade, mau humor, medo, melancolia, ódio, opressão,
pessimismo, preguiça, raiva, rancor, rebeldia, remorso, ressentimento, rudeza, sobrecarga, solidão, suspeita, tédio, tentação, terror, timidez, tirania, tormento, tristeza, vaidade, vergonha, vingança, violação, volubilidade, zanga. Ufa! 75 itens, quanta coisa!... Uma pessoa que sinta uns cinco itens desta lista, com certeza, expressará suas emoções com raiva e, assim, provavelmente usará suas palavras para ferir o outro. De acordo com Kusma, se estas emoções tomarem conta de você por muito tempo elas serão negativas, mas há uma maneira delas se tornarem positivas: é fazendo com que não durem mais que 30 segundos, pois é o tempo suficiente para você perceber que está experimentando um sentimento desconfortável, e escolher fazer alguma coisa para que esse sentimento não continue crescendo. É a famosa estória de não deixar o passarinho fazer ninho em sua cabeça, já que não há como impedi-lo de voar sobre ela. É preciso muito esforço, pois não é coisa fácil ter o desejo de “soltar os cachorros” e falar tudo que está sentindo, sem ferir o cônjuge.
Se você não está sobrecarregado com as emoções negativas, pode falar diretamente sobre o assunto que está lhe incomodando com serenidade e objetividade. Mas com discórdia, as emoções se incendeiam e o problema começa quando alguém levanta a voz e bate o pé. Se não agir rapidamente, entregando suas emoções negativas a Deus, elas o controlarão. Por isso, antes de falar e agir, sempre converse com Deus sobre suas emoções para que sejam subjugadas pelo poder do Espírito Santo.
lha muitas vezes é o tom acusatório na hora de se resolver um problema. Mesmo na afirmação com as três partes, deve-se ter o cuidado para não dar opinião, ao invés de expressar o sentimento. A afirmação passa de expressão de sentimento para opinião no momento em que eu coloco “eu sinto que você...” e não “eu me sinto...”.
Após essa entrega completa a Deus o sentimento precisa ser expresso de maneira serena e sem ressentimento, mas para isso é preciso lembrar o que você está sentindo, portanto deve iniciar com a afirmação constituída de três partes: a) eu me sinto, na qual será definida claramente a emoção negativa que está sentindo (quanto mais específica, melhor); b) quando, na qual será colocada a situação da qual a emoção decorre; e por fim c) porque, na qual será colocada a razão pela qual você está se sentindo assim.
Esta estratégia do “eu me sinto” serve para expressar o sentimento em quaisquer relacionamentos: com o cônjuge, com os filhos, amigos etc. e ela é uma forma de fazer com que os outros saibam o que vai dentro de nós. Os sentimentos positivos também precisam ser expressos. Quanto mais expressões de emoções positivas, mais resistente contra emoções negativas você será, então quando estiver feliz, aliviada, contente, diga assim: “eu me sinto aliviada quando chego a casa e a encontro limpa, porque prefiro gastar meu tempo com você a ficar fazendo o trabalho doméstico.” Ele se sentirá valorizado e valorizará você também. E os dois serão felizes para sempre!...
Então, como resolver a situação sem que ninguém saia magoado e para que não passe dos 30 segundos? A palavra de Deus diz: “tudo que é puro, tudo que é amável, tudo que é de boa fama... seja isto o que ocupe o vosso pensamento.” Fil. 4:8. Então, quando uma dessas emoções lhe afligirem, imediatamente troque-a por um verso da Palavra de Deus, ou por um pensamento bom, ore pedindo paciência e o socorro divino.
Então vamos escolher uma emoção negativa da lista para fazermos a frase completa: numa situação em que os dois trabalham fora e quando chegam a casa a esposa vai para a cozinha preparar o jantar e lavar a louça e o marido fica vendo TV. Sentimento: frustração – “eu me sinto frustrada quando você não me ajuda a lavar a louça, porque não é justo eu lavá-la sozinha, pois também trabalhei o dia inteiro.” Zanga – “eu me sinto zangada quando ouço rumores de que você falou mal de mim, porque eu prezo por minha reputação.”
KUSMA, Kay. Criando Amor. 2ª edição. São Paulo, Centro Adv. De Artes Gráficas, 2004 WORTHINGTON, Everett. Aconselhamento Conjugal. 2ª edição Brasília-DF. Palavra, 2007
É necessário clamar para que Deus retire as coisas ruins do seu coração e as substitua pelo perdão. Kusma sugere que a comunicação consistente e amorosa é uma necessidade.
É claro que antes de expressar esta última é necessário ouvir o outro para saber se, de fato, o rumor tem fundamento e para isto é preciso realmente perguntar com serenidade, sem tom de acusação. O que atrapa-
Erenita Costa é Pedagoga e Mestranda em Psicologia Experimental pela Universidade de São Paulo – USP. Atualmente é professora nas licenciaturas do UNASP.
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m pai de família estava arando o campo junto a um canal de irrigação, enquanto seu filho brincava na beira do canal. Repentinamente o menino gritou: “Pai me ajuda. Estou caindo no canal!” O pai levantou a cabeça e viu o filho segurando em uma pequena árvore que crescia junto ao canal. “Espera um pouco, filho!” respondeu o pai, “suporta um pouquinho até que eu termine o que estou fazendo.” Incrível, não é verdade? Sem dúvida alguma! Que pai deixaria seu filho lutando sozinho contra a força da água?
Como podemos ajudar nossos filhos contra as correntes de água que atingem suas vidas? Correntes de crenças, influências e valores distorcidos. Como socorrê-los rapidamente? Os pais têm, dentre outras, uma ferramenta eficaz de influência para transmitir os valores cristãos. A criação de um ambiente de sociabilidade e companheirismo no próprio lar. A “Noite da Família” é uma boa maneira de construir esse ambiente saudável e interativo. Separar uma noite durante a semana para uma reunião formal da família pode
Como planejar a “Noite da Família”? 1. Escolher uma noite específica da semana reservada estritamente para vocês. 2. Evitar qualquer possibilidade de interrupção. 3. Conscientizar os membros de sua família que esse tempo é de grande valor.
ajudar a fortalecer os laços familiares como de nenhuma outra forma. Geralmente os pais perdem ótimas oportunidades de ser envolver com os filhos e atraí-los para si. Ao retornar do trabalho, devem considerar um privilégio o prazer de investir algum tempo significativo no relacionamento com eles. Sugiro que façam um plano. É impossível edificar uma casa sem planejamento. Para edificar uma família baseada no amor e na unidade, é necessário planejar, juntos.
Programa sugestivo: Apesar de ter uma agenda, deve ser informal e pode conter os seguintes aspetos: 1. Oração de mãos dadas. 2. Leitura de um pensamento ou texto sobre a vida em família. 3. Conversar sobre: férias, lazer, compras, estudos, futuro, relacionamento, vida religiosa, problemas familiares, deveres domésticos e outros assuntos que sejam do interesse de algum membro da família. 4. Avaliação das metas estabelecidas, pontuações e premiações. 5. Momento de confissão. As confissões espontâneas feitas nesse momento conferem ao membro da família o direito de não ser criticado, nem penalizado. Assim, a família cria um ambiente terapêutico de abertura, compreensão, aconselhamento e apoio. 6. Momento de louvor e oração intercessória. A família orando por suas próprias necessidades e por outras famílias. 7. Momento de recreação. 8. Jantar especial. Os pais são responsáveis por liderar essa iniciativa. O fato de separar um tempo com sua família traz uma mensagem poderosa muito maior do que as palavras. É importante a participação espontânea dos mem-
bros do lar. É bom que a reunião não seja muito longa. Os pontos que não forem tratados por falta de tempo podem ser incluídos na agenda da semana seguinte. A idéia de uma reunião formal, por semana, cria uma atmosfera de verdadeiro amor, ajuda a integração da família e proporciona um clima de crescimento, paz e harmonia. A maioria dos fatos que ocorrem no lar geralmente não são discutidos formalmente pela família. Por exemplo: a compra de um carro, às vezes, surge da iniciativa do pai que acha que já está na hora de trocar o carro, compartilha em algum momento com a esposa e no momento que se apresenta a oportunidade faz a compra. Não é assim? Que bom seria colocar na agenda da reunião familiar o assunto para ser discutido com todos os componentes. Mesmo que as crianças sejam pequenas podem ser informadas sobre a cor, marca e preço. Pode, também, explicar aos membros da família a forma do financiamento e, talvez, as economias que juntos terão que fazer. E assim, todos participam do processo da compra. Já pensaram o que acontecerá em sua família a partir do momento que começarem a desfrutar dessa noite? Quantos problemas serão evitados, quantas barreiras serão removidas, quantas vitórias serão alcançadas? Então conversem e definam um dia para a “Noite da Família” em sua casa. Será realmente uma bênção!
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uantas mulheres não sonharam com um príncipe encantado, trazendo aquele sapatinho de cristal que era perfeito? E quantos homens não sonharam com uma linda princesa, entrando em sua festa e se apaixonando perdidamente por eles. Assim sendo, vou tentar fazer uma alegoria e comparar o casamento com um sapato. Paquera é quando vamos olhar as vitrines. Ali estão moças e rapazes, todos bem cheirosinhos, penteadinhos, as simpáticas garotas desfilando com lindas roupas. Você já reparou que geralmente nas vitrines só tem um pé de calçado? Na época da paquera a gente não coloca as unhas de fora. Todos tentam mostrar só um lado, e sem dúvidas, o lado bom. Mas alguns não se consideram sapatos de valor, não se colocam numa vitrine, não se valorizam. Ficam expostos em bancas e acham que podem ser calçados, apalpados por quantos quiserem, e deixados de lado sem nenhum compromisso. E falando em compromisso, penso que o namoro deve ser o momento em que a gente entra na loja e vai experimentar o sapato. Veja, você pode calçar o sapato, mas não pode pisar no chão, tem de andar em cima do tapete pra ele não sujar, não pode correr com ele, ou sair na chuva. Você só pode usá-lo depois de pagar o seu preço. Muitos, hoje, acham que não há nada de mal em FICAR com um sapato que ainda não é seu. E no que implica esta expressão: FICAR? Queridos jovens, a qualidade do seu futuro casamento, a profundidade do relaciona-
mento de seu futuro lar depende dos elos de confiança formados durante o namoro. Algumas pesquisas mostram que os casamentos em que se preservou a intimidade física, são aqueles que possuem elos de cumplicidade, que conseguem resistir às crises e se mantém em crescimento e gratificação com o passar dos anos. Na realidade, eu não acredito que casar seja tão fácil como comprar um par de sapatos, porque o casamento, no plano de Deus, não deve ser um objeto descartável que ao começar a dar calo, você encosta e troca por outro. O casamento, no plano de Deus, é uma aliança para a vida toda. Por isso, a escolha do seu parceiro, de sua parceira, deve ser feita com muita oração. Aliás, penso que neste assunto, devemos permitir que Deus nos ajude a escolher, pois nosso coração é enganoso, e nós não podemos conhecer o outro profundamente. SÓ DEUS pode! No entanto, mesmo com a ajuda de Deus, continuamos alimentando expectativas em relação ao casamento. Sempre pensamos em: Alguém que supra às nossas necessidades. Alguém que nos ajude a conquistar nossos ideais e sonhos. Alguém que nos proteja e nos motive quando estamos desanimados. Alguém que nos traga um desjejum na cama. Alguém que invista o dinheiro nas coisas que valorizamos. Alguém que ache tudo que fazemos lindo, maravilhoso. Alguém que nos ache bonita e especial. Alguém que, sem despesas com emprega-
da, nos livre de recolher roupas sujas, levar o lixo pra fora, lavar a louça cheia de gordura, etc, etc, etc. As expectativas nos fazem pensar que teremos aquele sapato confortável, macio, lindo e moderno. Acho que os rapazes pensam no casamento como um lindo par de tênis Nike, ou Reebok, daqueles que não têm nem cadarço. Você coloca, gira um botão e está calçado. As moças, talvez, pensem num scarpin daqueles que você se sente nas nuvens. E por mais que todos digam que casamento tem seus problemas, a verdade é que todos nós desenvolvemos expectativas, sonhos, às vezes, grandes ilusões e, até, fantasias em relação à vida conjugal. Os anos vão passando e você percebe que ninguém se preocupa tanto com suas necessidades. - Às vezes, o homem pensa que não pode realizar seus sonhos porque tem uma família para sustentar e filhos para criar. Por outro lado, a mulher se sente em segundo plano, porque entende que deve estar na sobra dos sonhos do seu marido. - Nada do que você faz é apreciado. - A vizinha da esquina parece ser bem mais bonita do que você. - E por mais que você queira escapar, sempre tem uma pia com louças lhe esperando em vários momentos do dia. Depois de alguns anos você olha para aquele par de sapatos, e percebe que ao invés de um tênis, ou um scarpin, você tem um coturno, lhe empacando de andar. E alguns quando se dão conta que têm esse coturno, aí é que relaxam. Nem pra passar uma graxinha.
Deixam seu casamento de qualquer jeito. Vão como dizem: empurrando com a barriga! Você olha para a pessoa que está ao seu lado e pensa: onde eu estava com a cabeça. Esta pessoa não tem nada a ver comigo. É o meu avesso. E pior ainda, como você orou e pediu a Deus que o ajudasse a escolher, então cobra dEle. Mas Senhor, eu não Lhe pedi uma pessoa que pudesse me ajudar e como é que o Senhor me apronta uma dessas. Eu confiei e agora? Talvez alguns estejam vivendo momentos de crise e perguntem: Você quer que eu continue com esse terrível coturno? Primeiramente, precisamos olhar o casamento de forma diferente. Ele não é um “coturno”, mas sim, um presente maravilhoso instituído por Deus, especialmente para você. Sim, esse sapato é uma bota ortopédica, desenhada pelo melhor Ortopedista do Universo. Um Ortopedista que conhece muito bem os seus defeitos, sabe que não é fácil corrigi-los. E sabe, também, que com esses defeitos você está PERDIDO. Dentro da bota tem uma palmilha. Quantos de vocês já tiveram que usar uma palmilha? Os primeiros dias são horríveis! Depois de duas horas o pé dói tanto, que você não agüenta, tem de tirar um pouquinho. Mas se você desistir, o seu pé vai ficar torto. Tirar um pouco a palmilha nos momentos de crise é arejar a cabeça. Saia do foco das discussões e peça a Deus que o ajude a ouvir o que o outro está falando por trás das simples palavras. Tente perceber se o que o seu parceiro está tentando dizer não é como uma palmilha nova que incomoda, e você não está querendo ouvir. Ouvir significa: Mudar, abrir mão de seus conceitos, da sua forma de pensar e ver a vida, talvez até reconhecer que suas verdades não são tão impecáveis. É reconhecer que, apesar de ter pais maravilhosos, eles não são perfeitos e os conceitos que lhe ensinaram também podem não ser tão perfeitos. Os outros modos de ser e ver a vida têm suas virtudes! Se você reconhece que Deus instituiu o casamento e sabe o que é melhor para você, avalie o que Ele está tentando trabalhar em você nessa relação: a fé, abnegação, o altruísmo, o domínio próprio, a paciência, a humildade ou o perdão? Deus, em Sua infinita bondade, permite que atravessemos crises para um propósito especial. Alguém com muita propriedade disse: “As dificuldades que tornam a vida cheia de trabalhos e ansiedade, foram permitidas por Deus para o bem das pessoas. Fazem parte do Seu plano, como um aprendizado necessário que ajuda a tirar o ser humano da ruína e degradação que o pecado pro-
vocou.” Em minha vida pessoal orei muitas vezes pedindo que Deus me livrasse da cruz que meu casamento representava. Até que decidi, com Ele, que iria aproveitar ao máximo as incompatibilidades para trabalhar o meu caráter, para crescer, para ser uma pessoa melhor e me preparar para a vida eterna. Diante de cada dificuldade desvie o seu olhar dos defeitos enormes que você vê no outro e se concentre em suas fragilidades. Por que você perde a calma? Por que se incomoda tanto com as manias e costumes do outro? Por que se afeta tanto com algumas de suas atitudes? Por que se sente tão deixada de lado por outras prioridades? A partir de então, você vai começar a perceber muitas falhas, carências e necessidades em você, que independente de quem seja seu cônjuge, elas estão aí e precisam ser trabalhadas. Comece então a utilizar cada crise, cada dificuldade como um treinamento para as suas mudanças. Deixe de pensar ardentemente em querer outra pessoa na pessoa de seu cônjuge e comece a procurar outra pessoa, dentro de você mesma. Decida que aproveitará, ao máximo, todas as provas para ser a melhor pessoa do mundo, ainda que o outro não entenda e não valorize as suas atitudes. Você tem por quem lutar: por você, seus filhos, e por que não, por seu casamento? Aceitar a bota ortopédica, insistir em usála, ainda que seja pesada, desconfortável e incômoda é o único caminho para corrigir os defeitos do seu próprio pé! Eu tenho um sapato ortopédico com uma palmilha que uso há mais de três anos. No início foi difícil me acostumar com esse calombo que magoava os ossos dos meus pés. Hoje, troco qualquer tênis ou scarpin para ficar com essa palmilha. Ela é uma delícia. O carocinho me dá um conforto semelhante a uma boa massagem nos pés e tem a vantagem de estar corrigindo meus defeitos. Não existe mágica que possa transformar o casamento em um conto de fadas. Mas existe a recompensa de esforços persistentes na busca do altruísmo, do perdão, abnegação, paciência, tolerância e busca de transformações interiores. A solução não está no outro. O outro pode mudar, mas isso é com ele e Deus. Você não pode fazer isso. Essa mudança de atitude não deve ser interpretada como uma abnegação tipo a da “Amélia”. Por mais que um homem ache que a mulher de verdade é a do tipo “Amélia” ela não é uma mulher valorizada, amada e admirada. Mesmo na música, apesar de reclamar, não é com a “Amélia” que o cantor está. Ela já foi deixada por uma mais exigente. Mudar o foco de interesses não quer dizer que você deve engolir as coisas erradas que
seu cônjuge faz, ou aceitar seu egoísmo. Não, porque nós também temos uma parte a desempenhar no crescimento do outro. Afinal, você é a palmilha do outro. Calce sua bota ortopédica, engraxe-a, mantenha-a limpa e bem cuidada. Como? Como? Como? Só há uma maneira de se conseguir isto: amando. E amar é: ESCOLHER! Escolher cuidar das necessidades do outro. Isto é amor. Escolher tratar o outro com respeito, mesmo quando ele não merece. Isto é amor. Escolher demonstrar aceitação incondicional. Isto é amor. Escolher perdoar, independente do arrependimento da pessoa. Isto é amor. Escolher não deixar vir à tona os acontecimentos dolorosos, e substituir as lembranças ruins por coisas positivas. Isto é amor. Escolher calçar o sapato do outro. Isto é amor. Você pode, porque o amor é poder. E o que vai acontecer é que assim como aquele tênis ou o scarpin no decorrer do tempo se transformou em coturno, com o passar dos anos, diante da sua persistência e, acima de tudo, sua comunhão diária com Deus transformarão seu casamento em um sapato encantado. A verdade é que com a ajuda de Deus seu casamento poderá se transformar em uma relação de afetividade e companheirismo. E assim, sua vida conjugal poderá se tornar aquele chinelo confortável que você passa o dia inteiro esperando para calçá-lo quando chega a casa!
E
ra um jovem cheio de idéias, um empreendedor. Acreditava que poderia ficar rico e para realizar seu sonho, fez um grande empréstimo. Todavia, à medida que o negócio crescia suas dívidas, também, aumentavam. Não adiantava a esposa dizer que tivesse cuidado com tantas dívidas, ele acreditava que sabia o que estava fazendo! E, realmente, parecia que estava prosperando. Um dia, descobriu que embora estivesse crescendo, precisava de mais dinheiro. Suas dívidas já eram muito grandes, mas ainda assim, resolveu procurar o homem mais rico da cidade, um poderoso rei, e lhe pediu um empréstimo. Apresentou seus planos, ofereceu como garantia tudo o que possuía, pois tinha certeza de que conseguiria liquidar em pouco tempo aquele débito. Mas as coisas não aconteceram como ele esperava. Muitas coisas deram erradas, sua dívida cresceu além de sua capacidade de pagamento. Já não tinha o mesmo ar confiante. Irritava-se com os filhos, frequentemente. Não conseguia mais dar atenção à esposa. Esta reclamava que não recebia atenção do marido e os filhos, por sua vez, reclamavam que o pai só andava de mau humor. Perdeu o apetite e o sono. Sua vida estava um caos. Tudo o que pensava era como saldaria aquele compromisso. Uma das questões mais sensíveis nos relacionamentos modernos refere-se às finanças: dificuldade financeira uma das principais causas de problemas conjugais. Um dia, recebeu um mensageiro que o fez ir à presença de seu credor. Suava frio! Diante da exigência do pagamento de sua dívida, ele teve que reconhecer o fracasso
de dizer que não tinha como pagar. Nunca se sentira tão mal, pensava. Mas as palavras seguintes do credor foram mais difíceis ainda. Ele ordenou “que fossem vendidos ele, sua mulher, seus filhos, e tudo o que tinha, e que se pagasse a dívida” (Mateus 18:25). Descobriu que esse problema ia afetar toda a família. Somente ele era o responsável por aquela situação e, agora, toda a família experimentaria as conseqüências de seu erro. Ele se humilhou como nunca. Algo aconteceu naquele momento, ele recebeu o perdão de sua dívida! Estava livre daquele tormento dali para frente. Poderia retomar sua jornada ascendente, poderia dar tempo para a família e os negócios com a mesma força e empenho de outros tempos, quando ainda não tinha uma dívida absurda para administrar. Estava radiante. Contava os minutos para chegar a casa e relatar para a sua esposa as boas novas. Todavia, ainda no caminho, não soube lidar com a liberdade que o perdão lhe proporcionara. Encontrou alguém que lhe devia alguns poucos reais. Ao invés de oferecer-lhe o mesmo perdão que experimentara, agiu com extrema dureza e arrogância, chegando mesmo a sufocar a pessoa com as mãos, tamanha era a ira com aquele homem que estava demorando para saldar o compromisso firmado. Como a pessoa não tinha como pagar, o jovem lançou-o na prisão, com a condição de que deveria permanecer lá até que pagasse o montante devido. Finalmente chegou ao lar. A boa notícia do perdão ficou sufocada pelo desgosto daquele desagradável encontro. Algumas pessoas que presenciaram a cena
reclamaram ao rei da severidade com que o jovem tratara alguém que tinha uma dívida tremendamente menor do que aquela que o rei lhe perdoara. Novamente o rei o chama. Desta vez ele vai cheio de si, sem imaginar o que lhe reservava. Ouve duras palavras e, por seu comportamento, o rei revoga o perdão e o leva à prisão, deixando a família desguarnecida de sua presença (Leia o relato em Mateus 18:23-35). Embora o foco de Cristo nesta parábola seja o perdão, ela também ilustra uma grande verdade: nossos atos influem na dinâmica familiar. Não é possível entendê-la sem compreender a vastidão dos contextos que podem influir na ordem familiar. Nesse caso, o problema econômico gerou uma desagregação familiar, primeiro quase escravizando todos os membros da família depois, gerando uma separação. E isso acontece ainda hoje. Claro que não só as dívidas, mas a perda da saúde de um dos membros, o luto, a interferência de parentes, a insegurança, o acesso à educação e oportunidades de emprego e renda, a cultura, a religião, etc., podem interferir na dinâmica familiar, positiva ou negativamente. Mas diante de todos esses problemas, o perdão é o elemento chave na regulação dos relacionamentos. O perdão viabiliza nossos relacionamentos imperfeitos em um mundo imperfeito, em meio a circunstâncias imperfeitas. Precisamos constantemente de libertação e reconciliação. De fato, precisamos de perdão em cada momento de nossa vida, mas precisamos muito mais conceder perdão às pessoas
que nos causam mágoas. É ele que nos permite avançar, sem estarmos presos àquelas situações que nos magoaram. Um pai que abandonou um filho, um esposo, um amigo, etc., pessoas importantes para nós, das quais jamais esperamos certos comportamentos. Quando estes traem as nossas expectativas surge a mágoa, e ela passa a estar presente em nossa vida. Há pessoas que, apesar de decorrido muito tempo, ainda sentem a dor emocional no mesmo nível de quando o problema ocorreu. Nos últimos anos tem crescido o número de psicólogos e profissionais da saúde que têm reconhecido a importância do perdão para a saúde emocional e física. De tema religioso passou também a ser tratado como uma questão de saúde. Um estudo realizado pelo Centro Médico da Universidade Duke demonstrou que indivíduos com problemas crônicos nas costas sentem menos dores quando conseguem perdoar as pessoas que as magoaram, além de experimentarem menos problemas psicológicos como o ódio e a depressão, do que aqueles que não perdoaram. Um outro estudo da Universidade Estadual de Idaho ligou o perdão a uma baixa na pressão sanguínea e no nível de cortisol (resultante de uma resposta do corpo ao estresse e enfraquecimento do sistema imunológico), a partir de um grupo de 98 pessoas de camada social e econômica média e baixa e que buscou ser o mais heterogêneo possível em termos raciais. “O perdão é um recurso psicológico e social que regula as relações humanas.” (John Berecz). Não perdoar é manter o papel de vítima que não permite o crescimento. É manter a raiva, mágoa, o rancor, pois mantém uma situação do passado, que influencia o presente e compromete não só o futuro, mas as relações de maneira geral, fazendo com que os laços afetivos que os une enfraqueçam. Geralmente as pessoas com dificuldade de pedir perdão ou perdoar, tendem a ser rígidas, inflexíveis, críticas com o outro e, principalmente, consigo mesmas. É o perdão que permite que um casamento e que uma amizade tenham continuidade depois de um conflito, ou que as relações de trabalho sobrevivam em meio aos desentendimentos que costumam ocorrer em ambiente profissional. Jesus nos traz algumas lições práticas para entendermos o perdão: 1. Quem não compreende a dimensão do perdão que Deus concede, nunca aprenderá a perdoar. 2. O que de graça recebemos de graça devemos conceder! A chave para o verdadeiro perdão é deixar de focalizar o que os outros nos fizeram, e começar então a
olhar para aquilo que Deus fez e faz por nós. 3. Quem perdoa coloca as pessoas em primeiro lugar. É preciso diferenciá-las das coisas ou de suas ações. Os relacionamentos devem estar em primeiro lugar. Não é porque seu filho fez algo que você não gostou que ele não pode mais ser amado! É justamente aí que ele mais precisa do seu amor, até mesmo para dizer que ele deverá assumir as conseqüências de suas decisões equivocadas. 4. Quem não oferece o perdão torna-se vítima do próprio ódio. Quando não perdoamos, por mais prejuízos que possamos ter, o maior deles é viver mal consigo mesmo e com seus sentimentos. Pior ainda é alguém lhe pedir perdão e por orgulho ou superioridade você negar. Seja humilde, releve. Mas depois que perdoou, olhe para frente sem ficar remoendo o que aconteceu ou voltando ao assunto na primeira discussão. 5. As pessoas que nos amam sofrem quando não conseguimos perdoar, mesmo que não estejam envolvidas na situação. A fragilidade da saúde, o distanciamento, os maus sentimentos cultivados por quem vive preso a uma mágoa, causam danos a quem compartilha a vida conosco. 6. O perdão tem seu preço. Quando o rei perdoou o servo, ele abdicou de uma grande soma em dinheiro. Todo perdão exige que alguém tome sobre si algum tipo de prejuízo. 7. O perdão não livra automaticamente das conseqüências. Embora o servo tenha sido perdoado, isso não significa que ele pudesse agir de qualquer modo, nem que o rei voltaria a ser credor novamente. Uma coisa é o perdão, aquele sentimento de estar livre da mágoa que alguém lhe causou, outra é o nível de reconciliação que se permitirá, ou não. Se eu não posso mudar o que aconteceu... O perdão exige mudança de atitude. É preciso reformular, ver algo sob uma nova luz. Enquanto continuarmos presos às magoas que nos causam, jamais seremos capazes de superá-las. A parábola que Jesus contou fornece-nos algumas pistas pelas quais trilhar, se desejamos experimentar o perdão libertador: 1. Saiba exatamente como você se sente sobre o que ocorreu para ser capaz de expressar o que há de errado na situação. Havia uma dívida, este era um fato. O problema é que o servo do rei tomou a pequena dívida em termos pessoais a ponto de agir com extrema ira com o seu devedor, esquecendo-se do perdão maior que recebera há pouco. 2. Comprometa consigo mesmo a fazer o
que for preciso para se sentir melhor. O homem achava que se sentiria melhor colocando o devedor na cadeia, fazendo-o sofrer. A vingança não é capaz de produzir alívio. O perdão deve encontrar espaço porque é importante para você. 3. Entenda seu objetivo. Perdoar não significa, necessariamente, reconciliar-se com a pessoa que o perturbou, nem se tornar cúmplice dela. O rei ao perdoar o servo não disse que continuaria sendo credor do mesmo. 4. Tenha uma perspectiva correta dos acontecimentos. Reconheça seus sentimentos, foque-os no problema e não nas pessoas. Ao lançar o devedor na cadeia, este ficaria impossibilitado de trabalhar e, portanto, de saldar a dívida. O devedor ficaria preso e o credor continuaria preso aos maus sentimentos que nutria por conta da dívida. 5. Quando você se sentir aflito, aprenda a controlar o estresse. Focalize em Jesus, Ele perdoou você muito mais do que qualquer mágoa que alguém lhe tenha causado, a ponto de entregar-Se à morte de cruz por você. 6. Não espere dos outros, coisas ou ações que elas não escolheram ou não podem dar a você. Lembre a si mesmo que você pode esperar saúde, amizade e prosperidade e se esforçar para consegui-los. Porém você sofrerá se exigir que essas coisas aconteçam quando você não tem o poder de fazê-las acontecer. O devedor não tinha como pagar seu débito. Ao invés de focar no perdão recebido há pouco, o homem deixou que sentimentos de ira e avareza dominassem sua vida. Ao invés de escrever a história de suas mágoas, comece reeditando sua vida a partir da experiência libertadora do perdão. Alguém me feriu, mas pelo amor de Deus, pelo meu amor a mim e pelo amor aos outros, no poder dAquele que é Amor, você será capaz de perdoar. Um bom caminho é começar orando a cada dia para que Deus lhe dê poder para perdoar o seu ofensor. É claro que em algum momento alguém já lhe machucou. Talvez você ainda não tenha conseguido superar tal situação. O que Jesus ensina por meio desta parábola não é somente que você deve perdoar, mas que Ele lhe dará forças para isso. O Seu perdão deve ser o ponto de partida para que finalmente você tenha essa experiência libertadora em sua vida. Seus relacionamentos agradecerão! “Ao causar um dano ao seu inimigo, você se torna inferior a ele; ao se vingar dele, você se iguala a ele; ao perdoá-lo, você se torna superior a ele.” Benjamin Franklin.
6- EU TOMARIA MAIS TEMPO PARA SORRIR Tenho percebido que o mau-humor e as preocupações excessivas são combinações perniciosas que podem azedar muitos relacionamentos. Em muitas ocasiões levamos a vida tão a sério, que a angústia e os aborrecimentos tornam a convivência um fardo insuportável. Muitas vezes, carregamos para os nossos lares todos os dissabores de cada dia e, nem sequer, nos olvidamos em deixar transparecer nosso desprazer e descontentamento. Transferimos nossas zangas para nossos familiares de modo que todos são afligidos e contaminados. Esquecemos que relaxar, brincar e sorrir são os bálsamos que podem alegrar e restaurar muitas casas tristes e silenciosas. Lembrome do meu caçula quando nos inocentes anos da infância se atirava em meu colo antes de dormir e me pedia: - Papai conteme uma história engraçada para que eu possa rir quando estiver dormindo. Se eu pudesse ter um lar outra vez, eu riria mais, pois já descobri que muitas situações que por vezes nos levam ao nervosismo e ao mau humor poderiam ser aliviadas, apenas, com uma boa gargalhada. É gostoso conviver com pessoas alegres e engraçadas, mas é tão difícil conviver com aquelas que levam tudo tão a sério, que têm a resposta pronta para tudo, e que sempre se defendem com justificativas e racionalizações. Se eu pudesse ter um lar novamente, eu pensaria em mais histórias engraçadas para contar à minha esposa e aos meus filhos, ao invés de só retalhar falhas ou deveres. Riria do bolo queimado que ficou duro como uma pedra e do arroz papa que saiu sem um pingo de sal. Riria quando as crianças se amontoassem em meu colo depois de um dia de trabalho e me pintassem o rosto com tinta guache. Riria quando ao abrir minha
mala no hotel descobrisse que ela se esqueceu de colocar minhas peças íntimas e, ao invés disso, as trocou pelas dela. Riria quando tropeçasse e caísse diante de todas as crianças ainda que doesse um pouco. Eu riria mais, e assim as coisas se tornariam menos aflitivas e oprimentes e a convivência passaria a ser mais cheia de alegria e significado. 7- EU LHES FALARIA MAIS SOBRE DEUS Em muitas ocasiões, em nossos lares, podemos nos tornar tímidos e indiferentes no que diz respeito aos assuntos espirituais que praticamente os extinguimos de nossas relações familiares. Se eu pudesse ter um lar outra vez faria de Deus um constante aliado na direção de minha família. No mundo atual criar uma criança sem fé e sem religião é como soltá-la, sem bússola e sem remo, no oceano da vida. Ela será séria candidata para fracassar no amor e na vida. Creio que a maior tentação no mundo, hoje, é a de nos tornarmos tão preocupados e absortos com os assuntos do dia-a-dia e com a busca do próprio bem-estar, que perdemos o senso da dependência de Deus. Deixamos de compartilhar momentos de oração e meditação e nos tornamos tímidos em dedicarmos tempo para orarmos unidos em família. Se eu, porém, pudesse reconstruir o meu lar outra vez, gastaria mais tempo em comunhão com Deus, ao invés de lutar com as minhas próprias forças para superar problemas ou prover necessidades. Convidaria mais vezes minha esposa e meus filhos para que orassem comigo e, acima de tudo, ensinar-lhes-ia o sobre amor de Deus. Se deixarmos o coração de nossos filhos vazios de uma fé e de religião, eles poderão preenchê-lo com
danosos substitutos, que não restará mais lugar para Deus. Um dia uma professora fez uma bela descrição para a sua classe sobre o amor e o caráter de Deus. No final, um pequeno menino ergueu a mão e disse: - Professora, Deus é igualzinho ao meu pai. Se eu pudesse ter um lar outra vez era isto o que eu queria ser. UM NOVO COMEÇO? Após me falar todas essas palavras, Carlos abaixou sua cabeça e permaneceu algum tempo calado e reflexivo. Seus olhos foram se fechando e uma pequena lágrima apareceu. Esperei com paciência e novamente lhe dirigi a palavra. - Carlos, por que você não procura outra vez seus familiares e tenta dar uma nova oportunidade ao amor? Como você mesmo disse, o mais difícil na reconstrução de um lar assolado é deixar prevalecer o orgulho e o egoísmo. São essas as mazelas que nos impedem de nos humilharmos e procurarmos o diálogo e o perdão. Podemos ter todas as soluções em nossa mente, mas nada mudará se não tomarmos uma atitude e a colocarmos em ação. Por que não toma essa decisão, hoje? Nesse momento, ele se levantou e saiu, desaparecendo no final do comprido corredor. Fiquei, por alguns instantes, calado e refletindo. Como um homem que compreendia todas essas verdades poderia estar vivendo uma situação como essa? Nesse momento pensei em Deus. Talvez, seu aparente fracasso familiar fora apenas uma oportunidade para que ele aprendesse grandes verdades e sábias lições para o seu amadurecimento. Compreendi que o nosso Pai Celestial é sempre o Deus da segunda chance e que “Suas misericórdias não têm fim, novas se fazem a cada dia que amanhece.” Lm. 3: 22, 23.
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essas últimas décadas, precisamos entender como as mudanças sociais, morais e econômicas, pelas quais o mundo tem passado, afetaram profundamente a imagem da família. O sociólogo e historiador Carle Zimmerman em seu livro FAMÍLIA E CIVILIZAÇÃO (1947) publicou suas profundas observações sobre a relação existente entre a desintegração de várias culturas, paralelamente ao declínio da vida familiar das mesmas. Sete características específicas no comportamento doméstico determinam a queda de cada cultura estudada por ele: • Casamentos que perdem sua qualidade de “sagrado” freqüentemente terminam em divórcio. • O significado tradicional da cerimônia do casamento é perdido. • O desrespeito público aos pais e autoridades em geral. • O aumento da delinqüência juvenil, promiscuidade e rebelião. • Relutância e, até mesmo, recusa em aceitar os padrões tradicionais para o casamento e a responsabilidade familiar. • Crescente desejo de aceitação do adultério. • Interesse, cada vez maior, por perversões sexuais. Aumento dos crimes relativos à sexo. Parece que esse homem publicou suas profundas observações sobre a família, não em 1947, mas no início deste milênio. Quando perguntam minha opinião sobre a atual situação da decadência social e moral da família afirmo que a principal causa é espiritual. Caso você tenha alguma dúvida sobre isso, dê uma olhada nas seguintes estatísticas: • Até o final do século XX, um em cada dois casamentos terminou em divórcio. • Hoje à noite, mais de dois milhões de meninas praticarão prostituição para sustentar alguma criança gerada fora do casamento, ou, algum vício. • Mais de 50% dos adolescentes e jovens brasileiros evangélicos são sexualmente ativos. • 89% dos jovens brasileiros, em geral, se casarão sem ser virgens (de acordo com uma pesquisa da Revista VEJA). • Cinco milhões de abortos são praticados anualmente, dos quais, a grande maioria é feita clandestinamente. • Uma criança que assiste duas horas de televisão por dia, até atingir a maioridade, terá contato com 15.184 piadas sobre sexo, 96.798 cenas de nudez e mais de 163.000 tiros, além de ter presenciado mais de 130.000 assassinatos. Quais são alguns fatores que têm contribuído para este retrato da família no Brasil? 1. Ausência de Deus na educação e no estilo de vida da família. 2. Ausência dos pais no lar.
alidade, que por sua vez gera a exacerbação do egoísmo, motivado pela realização pessoal, busca dos prazeres e obsessão pelo material, intensificados pelos conceitos humanistas que influenciam profundamente a sociedade em que vivemos. À luz dessa triste situação chegamos à conclusão de que a família, em nossa cultura, encontra-se seriamente abalada. Nós precisamos cuidar, com urgência, de nossas famílias. As Escrituras ensinam que a família é essencial na existência de uma sociedade e, como parte dela, pais e filhos devem conhecer o propósito de Deus e aprender a se relacionar suprindo mutuamente, por amor, suas necessidades. Por isso, invista em sua família para que ela seja: Uma fonte de suprimento Observando a proposta divina para o relacionamento familiar vemos, claramente, que o ideal é que no lar cada um deve procurar suprir as necessidades do outro. Suprindo não somente às necessidades básicas, mas, também, as emocionais e sociais. As mais variadas agências governamentais e particulares que existem, como asilos, casas para mães solteiras, orfanatos, etc..., têm o objetivo de fazer o papel que a família, por incapacidade ou desinteresse, não assume. O apóstolo Paulo afirma: “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos de sua própria casa, tem negado a fé...” – I Timóteo 5:8.
3. Falta de diálogo aberto entre pais e filhos. 4. A presença de vários programas oferecidos pelos diversos veículos de comunicação que propagam falsos valores e incentivam o consumismo e a prática da imoralidade. Essas coisas têm contribuído para o desenvolvimento de um comportamento social e moral influenciado pelo Humanismo (o homem é o centro da vida) e o Secularismo (negação da existência de Deus). Tornamo-nos uma sociedade onde pais e filhos buscam obsessivamente a autorealização por meio do Hedonismo (busca pelo prazer) e do Materialismo (a aquisição de bens). Em decorrência disso quantas vezes temos ouvido frases como esta: “Não sinto mais nada por minha esposa. Vou procurar outra pessoa que me complete emocional e fisicamente!” Se o homem é o centro de sua vida, então voltará somente para si suas atenções, considerando-se o mais importante de tudo. Por isso, se o cônjuge deixa de satisfazê-lo, simplesmente troca por outro! Portanto, vejo que o problema fundamental da família, hoje, é a falta de espiritu-
Um centro de convivência saudável A família deve ser um centro de convivência saudável onde devemos aprender a nos relacionar em cada esfera da vida. Essa proposta está muito clara em I Timóteo 5.12: “Não repreendas ao homem idoso, antes exorta-o como a pai; aos moços, como a irmãos; às mulheres idosas como a mães; às moças, como a irmãs, com toda pureza.” Se, como adultos, temos dificuldades em nossos relacionamentos interpessoais, provavelmente não aprendemos no lar o que deveríamos ter aprendido. Quando Deus instituiu a família, afirmou: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea.” – Gênesis 2:18. Dessa forma Ele estabeleceu a relação conjugal com o propósito de suprir às necessidades do ser humano no contexto familiar, pois, nos tornamos melhores e mais realizados quando suprimos nossas necessidades por meio do que recebemos de nossos cônjuges, filhos, pais, etc. Jaime Kemp é diretor da Sociedade Religiosa Lar Cristão e doutor em Ministério Familiar. Foi missionário da Sepal durante 31 anos e fundador da missão “Vencedores Por Cristo”. É palestrante internacional e autor de 50 títulos. Casado com Judith, é pai de três filhas e avô de dois meninos.
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a revista Veja de 23 de abril, foi publicada uma entrevista com o título “A família está acabando”. O entrevistado é o psicanalista francês Charles Melman, de 76 anos, principal herdeiro de Freud na França. Ele usa os conceitos da psicanálise para interpretar as mudanças em curso na sociedade atual, como a dissolução do núcleo familiar. “Pela primeira vez na história, a instituição familiar está desaparecendo, e as conseqüências são imprevisíveis”, constata. Melman se diz surpreso com a quantidade de jovens (entre 18 e 30 anos) que hoje procuram a psicanálise. “Eles não procuram o psicanalista pelo fato de reprimirem seus desejos, mas porque não sabem o que desejam”, afirma. Melman também afirma que a busca do prazer pelo prazer está criando uma geração insatisfeita, porque “esses momentos de prazer, que proporcionam uma satisfação profunda, são vividos, mas não organizam a existência, nem o futuro. Ou seja, a existência é feita de uma sucessão de momentos sem nenhuma projeção no futuro”. Mais uma vez fica claro que é o prazer no contexto certo que traz a verdadeira satisfação. Segundo pesquisas recentes, o sexo sem compromisso pode levar à depressão, baixa auto-estima e até, em alguns casos, à anorexia. Por quê? Porque no fundo ninguém gosta de se sentir um objeto para ser usado e descartado. Fomos criados para relacionamentos estáveis, baseados no amor, no respeito e no compromisso.
Segundo pesquisa da Universidade da Califórnia, publicada no site BBC Brasil (19/03/2008), pessoas apaixonadas se tornam mais indiferentes aos “encantos” de pessoas estranhas ao relacionamento. Diz a matéria: “A teoria de que emoções profundas são capazes de ‘cegar’ os casais românticos sugere que o amor tem uma função distinta do desejo em um relacionamento.” “Mostramos que sentir amor por um parceiro romântico facilita a supressão de pensamentos em parceiros atraentes”, escreveram os pesquisadores, em artigo na revista científica Evolution and Human Behavior. Conclusão: o amor, e não o desejo sexual resultou em maior compromisso com o parceiro durante o estudo. Então, a solução para os relacionamentos, e especialmente o casamento, está (grande novidade!) no amor. É preciso investir no amor e não nas aventuras. É o amor romântico que satisfaz. Prova? Estudo liderado por James Coan, neurocientista da Universidade de Virgínia, mostrou que mulheres casadas que estejam estressadas sentem alívio imediato – comprovável em imagens do cérebro – ao segurar a mão do marido, desde que tenham um bom relacionamento com ele. “Sabemos há uma década que estar num bom relacionamento faz lesões se curarem mais rápido, faz com que as pessoas fiquem menos doentes e até vivam mais”, disse Coan à agência de notícias Reuters. “Mas a questão principal desse estudo é que
ninguém tinha conseguido quantificar os benefícios mentais de um relacionamento próximo em termos de melhora na saúde”, disse ele. Os filhos também são afetados pela vida dos pais. Bem, isso igualmente não é novidade. Novidade é a pesquisa conduzida por pesquisadores norte-americanos (publicada na revista especializada Brain, Behavior and Immunity) que sugere que filhos de pais estressados ou deprimidos são mais vulneráveis a doenças e a infecções. E como um mau relacionamento gera estresse e depressão, um casamento infeliz também afetará a saúde física (além da emocional) dos filhos. Segundo o portal G1 (matéria publicada em 19/03/2008), especialistas da Universidade de Rochester acompanharam 169 crianças ao longo de três anos durante os quais os pais registravam a incidência de doenças nos filhos, reportando-as a psiquiatras a cada seis meses. Conclusão: a ocorrência de doenças era maior entre crianças cujos pais tinham altos níveis de “estresse emocional”. Assim, a esperança da família está na disposição firme de buscar os conselhos daquele que estabeleceu essa instituição lá no Éden. Na Bíblia, Deus deixa claro Seu interesse em nos ajudar a manter firmes as relações familiares. É simples: “Deus é amor” (1Jo 4:8). O segredo do bom casamento é o amor. Deus = amor. O segredo do bom casamento é... Deus!
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ma deputada da Alemanha propôs uma lei segundo a qual casamentos valeriam por, apenas, sete anos e teriam que ser renovados depois desse período. O argumento da deputada é de que “vários casais só continuam juntos porque têm medo da separação”. Ela defende a idéia de que os casais deveriam ficar juntos por amor e não por comodidade ou interesse. Será que ela tem razão? A separação seria mesmo o melhor remédio para quando o amor acaba? Acho que sete anos para quem não ama mais é muito tempo. Você já imaginou ter de conviver sete anos com alguém de quem não gosta? Ainda mais em um mundo humanista como o nosso, em que o eu é divinizado e, no qual, as pessoas só fazem o que gostam, se gostam e quando gostam? E
por que sete? Por um aspecto ela tem razão. Alguns casais só ficam juntos por medo das conseqüências da separação. Outros têm medo da sogra (risos)... Outros, ainda, continuam a péssima relação por causa dos filhos, ou, como no caso dos Clinton, em razão de interesses que talvez sejam questionáveis. Não cabe, a mim, julgar. A deputada está certa quando afirma que os casais deveriam ficar juntos por amor e não por comodidade, ou, interesse. Mas quando ela propõe um prazo de validade para uma relação estremecida, é bem razoável supor que esteja participando de um dos enganos mais comuns sobre este assunto: a suposição de que possa haver amor, sem compromisso. Como se sabe, o sucesso de um casamento depende, em grande parte, de algo que
acontece bem antes dele – o namoro. Bons casamentos surgem de namoros bem-sucedidos, e vice-versa. Talvez, a principal razão pela qual o casamento esteja experimentando uma falência tão acentuada sejam os namoros mal conduzidos. Existe por aí uma idéia de que um dos ingredientes principais do namoro devem ser os beijos, abraços e outras “cositas más”, e o resultado é que, de tanto abraçar e beijar e de manter relação sexual, o casal acaba conhecendo muito do corpo do outro, e pouco das idéias, valores, hábitos e caráter da outra pessoa. É que essas coisas a gente só descobre conversando. E quem é que vai querer conversar, quando até uma propaganda de televisão há pouco tempo sugeria: “Pega logo”, ou seja, vá direto ao que interessa: sexo! Beijos, abraços e sexo
produzem um prazer tão deslumbrante que pouca gente vai querer ficar perdendo tempo com conversa, não é verdade? Carícias e sexo não fazem parte do plano de Deus para o namoro, simplesmente porque vão prejudicar algo muito mais importante – o casamento. Nessa fase, o casal precisa desesperadamente de algo que, pelo menos, aparentemente, pode ser meio sem graça: conversar. Quando um casal de namorados tem envolvimento físico íntimo (mesmo quando não termina sempre em sexo), as emoções são tão fortes, ligam tanto um ao outro, que a Bíblia diz que se tornam “uma só carne”, pelo menos emocionalmente falando. É nesse ponto que as emoções assumem as rédeas da relação e a razão sai de cena. O arroubo das emoções causado pelo contato físico deixa a pessoa virtualmente despreparada para pensar e avaliar racionalmente a conveniência da relação e, então, ela perde a cabeça entrando num casamento que nunca deveria ter acontecido. E se esse foi o seu caso, o que fazer? Deus considera o casamento uma instituição tão sagrada, que mesmo depois da queda espiritual do ser humano, permaneceu fazendo parte da vida das civilizações juntamente com o ciclo semanal. Portanto, o casamento, o ciclo semanal e o dia de descanso são heranças da Criação (ver Gênesis 1:26-28; 2:24 e 2:1-4). Deus sempre desejou que a continuidade do casamento dos cristãos, que aquele “até
que a morte os separe” fosse um modelo para o mundo, para os filhos deles e para as outras pessoas, do tipo de relação que Ele quer ter conosco, que também somos pessoas defeituosas e sujeitas a errar. Apesar de sermos o que somos, Ele diz: “Nunca te deixarei; jamais te abandonarei.” E diz mais: “Aquele que vem a Mim, jamais o lançarei fora.” O amor de Deus (assim como deveria ser o nosso) não se baseia apenas em sentimentos, mas em um princípio – e isso a deputada alemã certamente não sabe. Amor, como é ensinado pela Bíblia, não é um sentimento volúvel, que nos torna reféns dos desvarios de um coração inconstante e pecaminoso. Amor é uma decisão da vontade que é fortalecida, diariamente, pelo Espírito Santo. É por isso que para amar a gente precisa de Deus. O amor não mora aqui em baixo com os seres humanos. Amor é algo que a gente recebe de Deus para repartir com quem dorme na mesma cama, mora na mesma casa, trabalha ou habita na mesma cidade. E esse tipo de amor já não depende tanto de como a outra pessoa é, o que ela faz ou deixa de fazer. É certo que existem casos em que a continuidade do casamento é quase impossível e seria mais prudente encerrar a relação, como acontece, por exemplo, quando o marido abusa sexualmente de uma filha. Mas mesmo quando se faz necessário uma separação, pode haver amor. Em todo o caso, o amor passa a ser uma escolha de alguém que é livre para deci-
dir e que resolve não estar sujeito às escolhas ou ações do outro. É livre para amar como Jesus, que decidiu amar mesmo àqueles que não O amavam e chegou ao ponto de morrer por eles. Neste mundo, num contexto de pecado não existe amor sem sofrimento, sem dor, sem negação do eu. E isso é cristianismo, e não humanismo. Quando Cristo vive em mim, vivo não mais eu. Mas Seu Espírito coloca dentro de mim o amor que não possuo. Por isso, quem quiser experimentar as alegrias do amor vai ter que, eventualmente, aprender com Deus a fazer como Ele, suportar as dores do amor e amar, talvez, a quem não mereça esse amor. Na Bíblia, para aqueles que aceitam a Deus como o Senhor de sua vida, o amor não é uma opção, mas um mandamento: “Um novo mandamento vos dou...” Para Deus, não amar é rebelião, deputada! Mas ela quase tem razão. O casamento precisa mesmo ser renovado, periodicamente. Mas não a cada sete anos – isso seria tempo demais. Ele precisa ser renovado toda manhã, quando cada um comparece sozinho à presença de Deus, pede e recebe a dose de amor daquele dia para compartilhar com o cônjuge. Ele também é renovado quando a família toda comparece, diariamente, à presença de Deus, por meio do culto familiar e reconhece que depende dEle para continuar juntos. No coração de famílias assim, sempre vão existir amor, perdão, bondade, fidelidade e compromisso como presentes diários de Deus. E isso
N
enhuma outra missão é mais desafiadora do ponto de vista moral, social e espiritual do que “SER PAI”. Quanto tempo uma pessoa estuda para ser um advogado, um administrador de empresas, médico ou dentista? Para ser um bom médico, dependendo da área em que se vai atuar, entre a universidade e uma especialização os estudos podem durar até dez anos. O que é mais difícil, ser um “bom médico” ou um “bom pai”? Se você respondeu que é ser um “bom pai”, faça uma pesquisa entre cem pais e veja quantos destes se prepararam dez anos para “exercer a paternidade”. É por causa dessa falta de preparo que os pais cometem a maioria dos seus erros com o primeiro filho, super-compensam com o segundo e, finalmente, acertam com o terceiro - isto é, quando acertam. O que dizer de pais que só tiveram um ou dois filhos, será que deu tempo para aprender? Ser pai é como ser um escultor, que pega uma madeira bruta e dela faz uma linda “obra de arte” que enche os olhos de todos. Esta não é uma tarefa simples, fácil e comum, pelo contrário, é uma missão que exige aptidão, devoção, entrega, sacrifício, renúncia, amor e muita dedicação. É comum ver, após as minhas palestras sobre: “o desafio de criar filhos em um mundo conturbado”, pais com os olhos cheios de lágrimas, dizendo: “Por que eu não escutei tudo isso há trinta anos? Se tivesse ouvido, com certeza, não teria cometido os erros que cometi e teria sido um pai melhor”. Diante desse desafio, a pergunta que você pode estar fazendo, é: “Como se preparar para a paternidade responsável?” Primeiro – Aprendendo com as experiências dos seus pais. Meus pais criaram nove filhos, quatro homens e cinco mulheres. Do processo de educação de todos eles, muitas coisas devem ser copiadas e, outras, devem ser evitadas. Aprendemos também com os erros que os nossos pais cometeram. Hoje eu compreendo que meus pais tentaram acertar. Segundo: Ouvindo outros pais que foram bem-sucedidos em sua missão. Quando os meus filhos ainda eram pequenos, em uma das minhas viagens fiquei hospedado na casa de um pastor durante uma semana. Foram dias de aprendizagem. A minha esposa e eu ficamos impressionados com a educação, com o respeito, o carinho e a submissão daqueles filhos para com os pais, e vice-versa. Durante todo o tempo que passamos ali, deu para perceber o quanto aqueles pais foram bem-sucedidos em sua missão de educar. Antes de viajar de volta para a nossa casa eu o chamei, à parte, e perguntei: - Querido, qual é o segredo para se ter filhos assim? Qual é a receita para formar filhos com esse perfil? Eu ainda estava no começo e não queria errar na missão de ser pai. Tivemos um bom tempo juntos, onde ele me deu uma “aula” inesquecível de “como educar filhos” para que sejam fontes de alegria dentro e fora
de casa. A minha esposa e eu aplicamos aqueles princípios. Já faz mais de dezesseis anos que isso aconteceu e ainda somos gratos a esse amigo que nos ensinou a sermos melhores pais. Terceiro: Participando de simpósios sobre “Família”. Sempre que encerro um seminário para famílias, dias depois, recebo muitos e-mails de homens e mulheres testemunhando as mudanças provocadas pelo esclarecimento por meio das minhas palestras. Quando Jesus disse: “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, (1) isso tem a ver com a “libertação da ignorância” a fim de que sejamos pessoas melhores em todas as áreas da nossa vida. Pais que fazem a diferença na vida dos filhos são aqueles que têm fome de conhecimento e sempre buscam aprender para exercerem a paternidade de acordo com o que foi planejado por Deus. Nunca deixem de participar de simpósios, seminários, congressos e palestras sobre família. Isso fará de vocês melhores pais. Quarto: Lendo bons livros que tratam sobre este tema. A maioria das pessoas desconhece o poder que há na leitura de bons livros. Pais que lêem muito sobre a sua missão no lar, sempre serão melhores do que aqueles que não se importam com a leitura. Freqüentemente sou impactado com a leitura de um bom livro. Em uma das minhas viagens, li um livro que impactou a minha vida em algumas áreas, inclusive, no que diz respeito aos meus filhos. Foi tão forte o que aconteceu que, ao chegar a casa, comecei a mudar muita coisa que estava sendo feita de forma errada. Busque ler bons livros e revistas com o propósito de melhorar nas áreas que você sabe não ter habilidade. Quinto: Busque sempre na Palavra de Deus as respostas que são necessárias para o exercício da paternidade responsável. A Bíblia é o “manual do fabricante”, ninguém melhor do que Deus para dizer como deve funcionar a família. Os livros sobre relacionamento são importantes, porém a Palavra do Senhor é vital, indispensável e soberana. Tudo precisa passar por ela. A Bíblia é o nosso prumo, nossa lâmpada, nossa balança fiel, nossa base sólida (rocha), mapa, bússola, nosso pão, nossa água, fonte de esperança, alegria, paz, fé, amor e confiança. Jesus disse que, qualquer pessoa que edifica seu projeto de vida tendo como base a Sua Palavra, é inteligente e vive com segurança, pois mesmo vindo a tempestade, esse projeto não terá problema – porque está firmado naquilo que é inabalável, a Palavra do Senhor. Porém, Ele também afirma que, aqueles que desprezam a Palavra de Deus, ou não a levam muito a sério, constroem seu projeto de vida sobre uma base frágil, inconsistente, vulnerável, por isso não suportarão a força dos ventos quando vier a tempestade. (2) Lembre-se, nossos filhos nos dão a oportunidade de sermos os pais que gostaríamos de ter.
O que é? É um plano missionário anual para a igreja alcançar 100 lares por meio de 100 assinaturas da revista Vida a Dois.
Qual é o propósito desta revista?
Trata-se de um exemplar trimestral preparado por teólogos, psicólogos, filósofos, jornalistas, médicos, nutricionistas e terapeutas familiares, cujo propósito é fazer com que o casal melhore seu relacionamento à luz da Bíblia.
Como fazer o Plano M 100?
O Ministério da Família da igreja local deve formar uma equipe patrocinadora composta de, no mínimo, 10 casais. Essa equipe receberá 100 revistas Vida a Dois, por trimestre, para alcançar 100 casais que participam da rede de amizades dos membros da igreja tais como: familiares, amigos, vizinhos e colegas de trabalho. a. E-mail: vidaadois@uol.com.br b. Fax: (61)-3597-3910 de segunda a sexta-feira das 9 às 17h c. Carta: VIDA A DOIS, Caixa Postal: 8072, CEP: 70.673-970, Sudoeste - Brasília-DF
Quanto custa?
O preço do exemplar avulso é R$ 7,99 (sete reais e noventa e nove centavos). No Plano M 100 passa a custar R$ 3,90 (três reais e noventa centavos). Dessa forma, cada casal colabora com, apenas, quatro parcelas mensais de R$ 39,00 (trinta e nove reais) referentes aos quatro trimestres do ano. É importante lembrar duas coisas: a. Trata-se de um projeto missionário patrocinado por uma equipe de, no mínimo, dez casais. b. O valor normal de cada parcela seria de R$ 799,00 (setecentos e noventa e nove reais). Mas, no Plano M 100 cai para menos da metade do preço, ou seja, R$ 390,00 (trezentos e noventa reais). O pagamento pode ser realizado por depósito, transferência, ou boleto bancário até o dia 10 de cada mês num período de quatro meses. Em caso de depósito ou transferência, deverá ser feito para o Banco Bradesco, em nome da Dínnamis Edição de Revistas e Livros LTDA, Agência 2918-1, Conta Corrente 6667-2 e, logo após, enviar cópia do comprovante ou o número do terminal e da transferência via correio, fax ou e-mail.
Como as revistas serão entregues?
1. A Dínnamis enviará para o endereço do coordenador da equipe patrocinadora (frete gratuito). 2. Em cada trimestre, os participantes do Plano M 100 entregarão as revistas aos seus interessados. 3. Assim sendo, vários contatos serão feitos, durante o ano, oportunizando a quem está trabalhando com o respectivo casal, convidá-lo para assistir a eventos sociais e evangelísticos da igreja, tais como, Encontros de Casais, Palestras, Seminários, Semana de Oração da Família, etc. A igreja pode adquirir o DVD de palestras, em Power Point, contendo os artigos da revista, de cada trimestre, para ser usado nos eventos promovidos pelo Ministério da Família por apenas R$ 10,00 (dez reais). Para ter uma idéia da qualidade do referido material entre no site: www.vidaadois.net 4. A experiência mostra que cada revista entregue é lida por três a quatro pessoas. Por isso, o Projeto M 100 tem potencial para alcançar de 300 a 400 pessoas. 5. Se algum membro da igreja desejar que a revista seja entregue via correio, na casa de algum casal de seu interesse particular, pode fazer a assinatura anual, individualmente, via site no valor de R$ 29,90 (vinte e nove reais e noventa centavos).
Planos Alternativos:
PLANO M 50 (50 revistas): 4 parcelas de R$ 195,00 (cento e noventa e cinco reais). Cada casal colabora com R$ 19,50 (dezenove reais e cinqüenta centavos) por mês. PLANO M 30 (30 revistas): 4 parcelas de R$ 117,00 (cento e dezessete reais). Cada casal colabora com R$ 11,70 (onze reais e setenta centavos) por mês. Sabemos que em toda a história do mundo os lares cristãos nunca estiveram passando por tantas tentações como nos dias de hoje. Entendemos que este projeto beneficiará os casais da igreja em seu crescimento espiritual, emocional, social e missionário, pois em cada trimestre, a revista estará chegando aos lares com temas, dicas e propostas que fortalecerão o amor e a fé no relacionamento familiar. Desejamos que Deus continue abençoando e usando as famílias no cumprimento da Sua missão.
CADASTRO (Esse cadastro deve ser enviado junto com o comprovante de pagamento da 1ª parcela) Plano M100
Plano M50
Plano M30
Nome do coordenador da equipe patrocinadora: __________________________________________________________________________ Endereço:____________________________________________________________________________________________________________ Cidade: __________________________________ Estado: _________________ CEP: _____________________________________________ Igreja: _________________________________________ Distrito: ______________________________Campo: ________________________ Função na igreja: ____________________________________________ E-mail: __________________________________________________ Fone/celular: (
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