Sumário
4 - Florânia 6 - Sempre tinha onde ficar 10 - Minha fotografia mudou e isso não foi ruim
Sempre há um lugar novo a se explorar. Sempre! Viajar e fotografar, a união dos dois pode trazer resultados que não esperamos. E a PASSEI traz a proposta de passar por várias cidades e lugares retratando histórias que ali se passam, mostrando esse resultado muitas das vezes inesperado. Com uma câmera na mão e um olhar atento à tudo aquilo que pode se tornar uma boa história, vou viajando em busca de quadros que me tragam satiusfação ao olhálos e que principalmente me levem aquele local quando eu rever aquelas fotos anos depois.
Edição, projeto gráfico, fotografia e textos de: Manoel Paulo
17 - PASSEI 18 - Quem faz a passei? 19 - Outros projetos
Com pouco mais de 11 mil habitantes, a cidade de Florânia fica a cerca de 230Km da capital do Rio Grande do Norte. Apesar de ter viajado para a cidade por diversas vezes, Florânia é uma cidade que não conheço muito bem. Pra ser sincero, é uma cidade onde só conheço o cemitério e a casa de uma prima. Fui muito a Florânia enquanto minha avó era viva e com saúde. As lembranças das viagens da época são pequenas, eu era muito novo quando ia com certa frequência e sempre dormia na viagem. Lembro que meu pai me acordava muito cedo, por volta das quatro horas da manhã para irmos pegar minha avó em Natal e seguir viagem. Geralmente viajávamos em novembro, próximo ao dia de finados, levávamos minha avó para visitar o túmulo onde estavam enterrados meu avô e meu tio.
SEMPRE TINHA ONDE FICAR Em Florânia meu avô nasceu, e enterrouse antes mesmo que eu pudesse pensar em existir, e lá ainda mora a última irmã dele (acredito que seja o parente mais distante que tenho). Falei, no ínicio da revista, que só conheço o cemitério justamente por essa minha tia morar ao lado dele, pouco mais de 50 metros de distância, acredito eu. E era nesta casa em que ficávamos. Lembro-me de um fogão a lenha, do famoso banho de cuia e de ficar horas e horas ouvindo meus primos e tios conversando debaixo de uma árvore que ficava de frente a casa. Ia ao cemitério sem entender muito o que era ter um parente morto, naquela época eu não sabia exatamente o que era a morte. Depois que vi minhas avós morrerem as coisas mudaram um pouco e não fiquei muito familiarizado com cemitérios e/ou esse costume de irmos aos cemitérios prestar homenagens aos mortos deixando flores próximos a seus túmulos. Não sei explicar muito bem, mas acredito mais no diálogo mental com aquele parente que com a ida à um túmulo. Por esse
motivo nesta última viagem que fiz à cidade de Florânia eu preferi usar meu tempo para tentar registrar algumas cenas que me pareciam agradáveis e me faziam me sentir bem em meio a todo aquele clima de dia de finados. E foi desse tempo “livre” e das fotografias que fiz lá que surgiu a ideia de criar a PASSEI.
Minha fotografia mudou e isso não foi ruim. Recentemente fui olhar minhas fotos antigas, as que eu fiz por conta própria e não por ter sido contratado, e percebi uma mudança grande no meu olhar e também em relação à composição das imagens. Acredito que tudo isso seja fruto do meu tempo gasto em estudo e alguns cursos/workshops que tenho participado, além de conversas com outros fotógrafos e mudanças nas referências que eu tinha. Mas ainda tem muita coisa a aprender. Cada palavra, cada filme, e cada dia vivido pode te servir de inspiração para aquilo que te motiva a continuar clicando, ou que vai te fazer levantar de uma cadeira e ir na rua fotografar. Nos últimos tempos tenho tido mais coragem para fotografar na rua, carregar a câmera do meu lado e disparar. Fotografar aquilo que me satisfaz e não necessariamente
o que vende. Ser o meu principal crítico; me faz bem fazer tudo isso e melhor que isso, faz eu sentir que cresço profissionalmente e me dar mais confiança no meu trabalho. Fuja do padrão e saia da sua zona de conforto, eu fiz isso e é a melhor sensação que tive, fotografando, nos últimos anos. Ir pra rua com minha câmera me vez perceber que há mais possibilidades de contar histórias, registrar momentos e cria oportunidades. A fotografia é um universo e só estou visitando primeira galáxia agora. Há muito caminho para percorrer e está sendo cada vez mais satisfatório essa jornada. Não perca tempo demais planejando. Cria coragem, mete a cara e faz. Se der certo, ótimo! Se não der, paciência e aprende com o teu erro, esse é um dos teus melhores professores.
A revista PASSEI tem como proposta mostrar os mais variados lugares através da fotografia como uma forma de expressão artística, como também contar histórias de vida e compartilhar conhecimento a respeito da fotografia. A PASSEI é um projeto de Manoel Paulo, e complemento do site Brainstorm Diário. A revista ainda está tomando forma e sua primeira edição tem o intuito de promover a ideia e servir como experiência para as próximas edições.
Quer saber mais sobre o projeto? Acesse www.brainstormdiario.esy.es
Quem faz a PASSEI? Oi, eu sou Manoel Paulo e sou eu quem faço a PASSEI. Em meados de 2015 comecei a escrever em um blog que criei chamado Brainstorm Diário. Comecei escrevendo sobre desing, minha área de formação, e também sobre fotografia, onde hoje atuo.
As coisas foram crescendo e sendo modificadas. O conteúdo que eu publicava não estava me satisfazendo, foi então que decidi fazer uma mudança no blog. Ele deixou de ser um espaço pra falar de trabalho e se tornou um deposito de pensamentos
meus a respeito do que me viesse a cabeça. Então comecei a criar sempre novos projetos que me satisfizessem, junto a textos que fossem expressivos o suficiente para mim. O blog me serviu de váuvula de escape. Hoje sou fotógrafo e tenho como objetivo fotografar momentos revelando emoções, indepente dos sentimentos que estejam ali presentes.
Outros projetos Além do Brainstorm Diário e do PASSEI tenho um outro projeto, também relacionado a fotografia, chamado OBSERVANDO O UM. Onde a essencia do projeto é capturar imagens onde tem sempre alguém que se destaca em meio a multidões ou de
estar no mesmo lugar, mas jamais farei parte.”
O projeto está lá no instagram, alguma forma está chamando conheça. mais atenção, seja por está fazendo algo grandioso ou simplismente por está ali, sentado pensando. Uma frase determina muito bem o projeto: “A impressão que tenho é que sou óleo onde todo mundo é àgua: eu posso @observandooum