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Entrevista nuclear
A infertilidade é cada vez mais uma realidade da nossa sociedade, e ninguém melhor que o Dr. Luís Ferreira Vicente para falar e esclarecer dúvidas e questões que muitos casais guardam amargamente em si ate tomarem a decisão de procurar um especialista na área. Estive à conversa com um dos melhores especialistas em Infertilidade do nosso país e passo a transcrever tudo o que partilhou comigo.
QUAL É O DIAGNÓSTICO CHAVE PARA DETERMINAR UMA INFERTILIDADE NUM CASAL?
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A infertilidade acontece quando a gravidez não acontece após 1 ano de relações regulares e desprotegidas. A investigação das situações subjacentes pode ser iniciada antes disso, quando a idade se aproxima dos 40 anos, ou se existir algum factor que nos leve a suspeitar da sua ocorrência.(por exemplo uma história de um tratamento de quimioterapia prévio). Nessa altura, podemos procurar as razões a partir de 6 meses sem que a gravidez aconteça.
POR ONDE SE DEVE COMEÇAR O DESPISTE DE UMA SUPOSTA INFERTILIDADE?
Numa primeira consulta são avaliadas, pela história clínica, a existência de pistas que nos orientem para um diagnóstico das causas subjacentes. Avaliamos sempre os dois elementos. É errada a ideia antiga que, a mulher é a responsável “por não engravidar”.
Na história clinica, são avaliadas situações desde a regularidade dos ciclos menstruais, cirurgias anteriores, doenças médicas que possam condicionar a fertilidade ou o sucesso da gravidez. No homem são avaliados: o contacto com tóxicos, tabagismo, medicações, suplementos (dos ginásios, por exemplo).
SE O MOTIVO DA INFERTILIDADE NÃO É CLARO, QUAIS OS EXAMES DIAGNÓSTICOS RECOMENDADOS?
Muitas vezes, a história clinica leva-nos a fazer alguns exames dirigidos. Quando se comprova que existem ciclos ovulatórios, e a gravidez não ocorre, é preciso avaliar a permeabilidade das trompas e excluir a presença de um factor masculino, com a realização dum espermograma.
QUAL É A PROBABILIDADE DE QUE CADA UM DESTES TESTES ESCLARECER O DIAGNÓSTICO?
Como a trompas não se conseguem avaliar numa ecografia simples, é necessário utilizar um meio de contraste que permita avaliar a sua permeabilidade. Apesar de poder ser feita por ecografia, é habitualmente feita com um contraste opaco ao RX. Este exame, para além de diagnóstico, permite também, frequentemente desobstruir as trompas. Nesses casos, a gravidez ocorre nos 3 a 6 meses após o exame.
EXISTEM RISCOS ASSOCIADOS COM O EXAME?
O exame é desconfortável. Também só é feito, após exclusão dum factor masculino. Na presença dum factor masculino, o tratamento passa pela fertilização in vitro, em que a permeabilidade das trompas não é necessária ao tratamento, evitandose, deste modo, a realização desnecessária do exame.
ACONSELHA O PARCEIRO DA PACIENTE A FAZER EXAMES ADICIONAIS, ALÉM DO ESPERMOGRAMA?
De acordo com a avaliação clinica, poderá ser necessário outros exames médicos: análises ou ecografias.
QUE TIPO DE TRATAMENTO RECOMENDA TENTAR PRIMEIRO? SERÁ QUE ESTE TRATAMENTO ENVOLVE CIRURGIA, MEDICAMENTOS OU AMBOS? QUAIS SÃO OS RISCOS DO TRATAMENTO?
Nesta área, o tratamento é dirigido às causas encontradas, pelo que é personalizado ao casal. Por exemplo, na presença de um factor masculino, pode ser necessário partir directamente para tratamentos de fertilização in vitro. No extremo oposto, uma situação de