Ficha Técnica Coordenação-Geral Cassefaz Conteúdos e supervisão científica Mapa das Ideias Maria João Nunes
A Floresta não é só PAISAGEM | 2 Roteiro Pedagógico
Índice
A Floresta não é só PAISAGEM
4
Plano de montagem
5
Vamos conhecer a Floresta? Capítulo 1
6
A nossa Floresta. Capítulos 2 & 3
9
Fenómenos invisíveis. Capítulo 4
14
A Floresta não é só paisagem! Capítulo 5
16
Grandes ameaças. Capítulo 6
18
A Floresta é Tua. Capítulo 7
20
Floresta, fonte de inspiração. Capítulo 8
22
Desdobrável de APOIO
24
Actividades (Ponto de PARTIDA)
26
2.º Ciclo
27
1 Impressões Florestais 2 Vamos conhecer a nossa Floresta 3 Prevenir para proteger 3.º Ciclo
29
1 Em estado de alerta! 2 Na primeira pessoa 3 Sustentabilidade: realidade ou utopia?
Fontes de DOCUMENTAÇÃO
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Para ler
31
Para pesquisar
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Para visitar
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A Floresta não é só PAISAGEM | 3 Roteiro Pedagógico
A Floresta não é só PAISAGEM A Floresta é uma fonte de riqueza imensurável para o ser humano. Em 2011 comemora-se o Ano Internacional das Florestas e o seu significado suscita diferentes níveis de discussão: Na exploração da própria definição de Floresta, do seu papel, das espécies que a habitam, dos processos que nela ocorrem, dos recursos, das potencialidades e da preservação. No contexto da educação pela cidadania, no sentido que o conhecimento responsabiliza cada um de nós, formando cidadãos mais conscientes do papel do homem no mundo, contribuindo para uma ética e uma acção menos poluidora e mais responsável. No exercício do saber-fazer, partilhando conhecimento e, simultaneamente, formas de conduta. A 3ª edição do projecto Exposição na Escola é dedicada às Florestas Biodiversidade.
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A exposição Floresta não é só PAISAGEM! consiste num conjunto de painéis que focam conteúdos relacionados com a Floresta, como ecossistema e, também, na sua ligação com o nosso quotidiano e cultura. O projecto integra também um filme, que poderá ser utilizado em sala de aula ou como complemento da própria exposição, e, para cada aluno que visite a exposição, será distribuído um desdobrável de apoio com um desafio. Para potenciar o envolvimento da comunidade escolar, preparou-se um PowerPoint de Apresentação do Projecto, que apresenta perguntas de partida para a exploração do tema em sala de aula e, ainda, este roteiro pedagógico1, que disponibiliza: o plano de montagem da exposição; textos sobre a Floresta, em que se exploram os tipos de floresta, a floresta portuguesa, bem como a identificação das principais espécies que a habitam, os seus recursos, a sua preservação e a sua ligação com a sociedade e com a nossa cultura; propostas de actividades pedagógicas transdisciplinares, destinadas ao 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico; e fontes de documentação.
1
Este Roteiro Pedagógico está escrito de acordo com a antiga ortografia, assim como todos os materiais relativos a este projecto.
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Plano de MONTAGEM
Cartaz
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2 & 3
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A Floresta n茫o 茅 s贸 PAISAGEM | 5 Roteiro Pedag贸gico
Vamos conhecer a FLORESTA? Capítulo 1
A Floresta é uma fonte de riqueza imensurável para o constitui um dos mais importantes símbolos da Natureza. sua extraordinária biodiversidade, fundamental num mundo humanizado, a Floresta dá-nos um valioso conjunto económicos, energéticos e sociais.
ser humano e Para além da cada vez mais de recursos
As florestas caracterizam-se, em primeiro lugar, por serem áreas muito arborizadas, isto é, com uma grande densidade de árvores. Ocupam cerca de 30% da superfície terrestre, mas crê-se que no passado tenham chegado a cobrir cerca de 50%! São o habitat de incontáveis espécies de plantas e animais e a sua biomassa (massa total de organismos vivos num determinado espaço) por unidade de área é muito superior em relação a outros biomas (grandes categorias de ecossistemas). Por exemplo, no bioma de uma savana existem, por diversas razões ambientais, árvores que crescem isoladas e muito espaçadas entre si. Podem ser classificadas em diferentes tipos, de acordo com vários critérios. Um dos mais importantes é o clima, relacionado com o tipo de espécies de árvores que ali se desenvolvem. FLORESTAS FRIAS As florestas de climas mais frios situam-se, normalmente, no hemisfério norte, acima do Equador. Caracterizam-se, essencialmente, por dois tipos de árvores: Caducifólias São árvores de folhas caducas, longas e espalmadas, que caem durante o Inverno. Necessitam de climas temperados, onde ocorrem todas as estações do ano, para se desenvolverem. As florestas caducifólias têm entre duas ou três camadas: a copa (os topos das árvores), por vezes, uma zona de arbustos e, junto ao solo, plantas rasteiras como musgos, fetos e flores, durante a Primavera. Neste tipo de floresta, podemos encontrar: Choupos; carvalhos; nogueiras; castanheiros; olmos; faias; vidoeiros; entre outros. Pica-paus; esquilos; ouriços-cacheiros; raposas; lobos; lebres; salamandras; bichos-deconta; centopeias; escaravelhos e larvas; ou ainda, as minhocas.
A Floresta não é só PAISAGEM | 6 Roteiro Pedagógico
Minhocas
Estas pequenas criaturas, hermafroditas, que vivem em solos húmidos, desempenham uma importante função na decomposição do solo. No subsolo, escavam galerias e recolhem o seu alimento, essencialmente, detritos vegetais, que, após digeridos, os seus excrementos servem para adubar e enriquecer o solo.
Coníferas São árvores adaptadas à ocorrência de neve no Inverno e a sua forma em cone permite que esta deslize da sua copa até ao solo. As folhas – agulhas longas e finas – não caem durante o Inverno, são perenes. São árvores muito resistentes, detendo recordes de dimensão e longevidade. Cobrem cerca de um décimo dos continentes, essencialmente no Norte, formando um extenso anel de bosques nas zonas mais frias do Mundo. Neste tipo de florestas, podemos encontrar: Árvores do género Pinus, como os pinheiros da Europa; sequóias; abetos; cedros; ciprestes; araucárias; entre outras plantas resistentes ao frio como o azevinho e a hera. Alces; lobos; zibelinas; renas; linces; ursos; veados; coelhos; falcões; piscos; arminhos; leirões; entre outras espécies. Nestas zonas, devido ao frio, não se encontram répteis.
Sequóia
As árvores começam a sua vida como plantas minúsculas, nascidas a partir de uma semente, mas podem chegar a atingir tamanhos de verdadeiros gigantes da Natureza. Por exemplo, em Portugal, a árvore mais alta é um eucalipto (Eucalyptus diversicolor) com 70 metros e pode ser encontrada na Mata de Vale de Canas, perto de Coimbra. Mas existem árvores que podem atingir mais do dobro destas dimensões: a árvore mais alta do mundo, uma sequóia californiana (Sequoiadendron giganteum) atinge os 115 metros de altura! FLORESTAS TROPICAIS
As florestas tropicais situam-se junto à linha do Equador. Podem ser encontradas, principalmente, em regiões como: África; América Central; América do Sul (Floresta Amazónica e Mata Atlântica); e Indo-Malaia. Apesar de se estenderem por cerca de 7% da superfície terrestre, o seu clima quente e húmido proporciona o habitat ideal para inúmeras plantas e animais, albergando mais de metade das espécies conhecidas mundiais. Estratificam-se em quatro camadas principais: a copa das árvores mais altas de toda a floresta; o dossel, constituído pela maioria das copas das árvores; as árvores baixas; e, por último, o solo. A maioria dos seres vivos que habitam estas florestas encontra-se, estranhamente, nas copas das árvores, pois é aqui que recebem mais sol. No caso dos animais, a sua locomoção é feita através do balanço, como no caso dos gibões ou dos orangotangos; da corrida e do salto, em que os macacos e os lémures utilizam a sua cauda como membro de apoio; do voo, feito pelas aves, ou pairando como a osga-voadora; ou ainda deslizando, no caso das cobras-voadoras. Nos troncos e ramos das árvores, de espécies bastante heterogéneas, crescem muitas plantas epifíticas, como bromeliáceas. As suas folhas possuem tecidos de armazenamento de água e canais de ar.
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Titi-pigmeu
Este mamífero é o macaco mais pequeno do mundo: o comprimento do seu corpo varia entre os 12 a 16 cm e não pesa mais que 100 a 120 gramas. Vive nos topos das árvores e alimenta-se, essencialmente, de insectos e fruta.
Junto ao solo, vivem as espécies que necessitam de pouca luz solar directa e gostam de humidade. É o caso dos caranguejos-dos-coqueiros que, para além de andarem pelo chão à procura de alimento, trepam às árvores; das borboletas transparentes; dos gorilas de montanha de dorso prateado; de répteis, como os camaleões e as jibóias; ou ainda de plantas, como a raflésia de Samatra ou a figueira estranguladora.
Raflésia de Samatra
Esta planta de aparência estranha é a maior flor do mundo. Também conhecida como flor-monstro, produz um cheiro podre que atrai os insectos que a polinizam. Estes ficam presos num líquido pegajoso, transformando-se na sua refeição! É uma planta parasita e cresce nos caules ou raízes de árvores, preferencialmente das plantas do género Tetrastigma, das quais extrai os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento. Podendo demorar cerca de um ano a desabrochar, dura apenas uma semana.
As florestas tropicais constituem ainda o bioma terrestre onde existem mais insectos: desde criaturas tão familiares como os louva-a-deus; várias espécies de borboletas, como a borboleta-morfo-azul ou a borboleta-rainha-alexandra, cuja envergadura de asas mede cerca de 28 cm; as formigas-cortadoras; os gorgulhos-girafa, com os seus pescoços compridos; os bichos-pau gigantes da Malária; os pesados escaravelhos africanos; até aos perigosos mosquitos.
Mosquitos
Apesar da sua pequena dimensão e do seu aspecto inofensivo, os mosquitos são considerados os insectos mais mortíferos por transmitirem a malária entre os seres humanos, através da sua picada. Esta doença provoca, em média, a morte de dois a três milhões de pessoas por ano.
Não existe
um limite para a idade que uma árvore pode atingir. Existem árvores que duram apenas semanas ou meses, mas também existem as que vivem durante muitos séculos: por exemplo, os carvalhos podem atingir 500 anos, as sequóias 3000 e alguns pinheiros norte-americanos podem viver mais de 4000 anos. A árvore mais velha do mundo, um pinheiro da espécie Pinus longaeva, existente no Estado do Nevada (E.U.A), contava 4864 anos, quando foi acidentalmente cortada, em 1964…
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A nossa FLORESTA Capítulos 2 & 3
As florestas possuem características que as tornam únicas e especiais, seja pela sua história, pela sua biodiversidade e riqueza natural ou ainda pelo seu valor científico e cultural. No nosso país, existem dois importantes biomas florestais: os bosques temperados caducifólios, predominantes na região do Minho e em algumas serranias do Centro; e os bosques mediterrânicos perenifólios, essencialmente no Centro e Sul do país. Ocupam cerca de 64% do território nacional, com uma área superior a 5,4 milhões de hectares!
PARQUE NATURAL DA PENEDA-GERÊS Onde é? Região montanhosa das serras da Peneda, Soajo, Amarela e Gerês. O que é? O Parque Natural da Peneda-Gerês estende-se por uma área de 72 000 hectares e é um dos últimos locais onde se podem ainda observar ecossistemas pouco alterados pelo Homem e bosques autóctones (espécies naturais do território português). Flora Podem encontrar-se espécies como o carvalho-alvarinho; carvalho negral; o castanheiro; o pinheiro-silvestre; o teixo; o vidoeiro; o padreiro; o azereiro; o azevinho; o pilriteiro; o medronheiro; a gilbardeira; e, ainda, matos de altitude como urzes, giestas e zimbro. Fauna A fauna deste parque é muito diversificada, podendo observar-se animais como: o corço; o lobo; o javali; a raposa; o texugo; a lontra; a águia-real; o falcão peregrino; a víbora; a importante população de garranos selvagens de raça luso-galaica; e, recentemente, a cabra montesa.
Espécies endémicas
No Parque Natural da Peneda-Gerês podem encontra-se espécies endémicas (espécies que ocorrem apenas no nosso país e em mais nenhum local no mundo) como: o lírio-do-gerês; o feto-do-gerês; o hipericão-do-gerês; a betónica; a Pinguicula vulgaris; e a uva-do-monte.
A Floresta não é só PAISAGEM | 9 Roteiro Pedagógico
SOUTOS DA TERRA-FRIA TRANSMONTANA Onde é? Região da hemi-bacia setentrional do Douro. O que é? Os soutos são matas de castanheiro e ocupam cerca de 60 000 hectares no nosso país, concentrados principalmente na Terra Fria Transmontana, onde o clima frio durante o Inverno favorece o seu desenvolvimento. O castanheiro é uma árvore caducifólia de grandes dimensões que desenvolve os seus frutos, as castanhas, no interior de ouriços, de elevado valor gastronómico, cultural e económico. Flora Sob a sua copa, junto ao tronco, desenvolvem-se alguns cogumelos comestíveis, dos quais o castanheiro retira muitos benefícios. Fauna Os soutos são visitados regularmente por animais como o javali; o coelho e a lebre; a raposa; o ouriço-cacheiro; o gaio; o pica-pau; ou a perdiz.
MATA NACIONAL DO BUÇACO Onde é? Região da Serra do Buçaco, Luso e Mealhada. O que é? A Mata Nacional do Buçaco possui uma área de 105 hectares e constitui uma floresta de valor ímpar no nosso país pelo seu extraordinário património botânico, paisagístico e histórico. Flora Encontra-se, predominantemente, o cedro-do-buçaco – plantado, essencialmente, pelos Carmelitas Descalços, que viveram nesta mata de 1628 até 1834; a par de um conjunto de espécies exóticas como a araucária, o eucalipto; a pseudotsuga; a sequóia; entre outras. Fauna Existem mais de 150 espécies de vertebrados, entre diversos endemismos ibéricos e espécies protegidas, como a salamandra-lusitânica; o lagarto-de-água; e o morcego-ratogrande.
Salamandra-lusitânica
A salamandra-lusitânica (Chioglossa lusitanica) vive em ambientes muito húmidos e não poluídos de zona montanhosas. A sua forma de respiração é muito curiosa, uma vez que não tem pulmões: respira através da pele! Possui ainda uma característica invulgar entre os anfíbios: a capacidade de libertar a sua grande cauda alongada, quando ameaçada.
MATA NACIONAL DE LEIRIA Onde é? Região de Alcobaça, Marinha Grande, Leiria, Batalha e Porto de Mós. O que é? Esta Mata, também conhecida como Pinhal de Leiria, estende-se por uma área de 11 209 hectares, sobressaindo pela sua importância histórica e económica. Flora A espécie predominante é o pinheiro-bravo, podendo ainda observar-se: o chamado “pinheiro serpente” junto ao mar; o cipreste-comum; o eucalipto; a acácia; o abeto; o choupo; vários tipos de carvalho; o amieiro; entre outras. Fauna Entre as espécies animais, destaca-se: o coelho; a lebre; o ouriço-cacheiro; a lontra; o texugo; o toirão; a geneta; o sacarrabos; o pica-pau-verde; a coruja do mato; a felosa; ou o melro.
A Floresta não é só PAISAGEM | 10 Roteiro Pedagógico
Pinhal de Leiria
Apesar da origem deste pinhal remontar a tempos anteriores ao reinado de D. Dinis, foi este monarca que contribuiu decisivamente para a sua valorização. Para além de ajudar na fixação das areias do litoral - que prejudicavam a agricultura da região – a sua madeira desempenhou um papel muito importante na construção naval!
A TAPADA NACIONAL DE MAFRA Onde é? Região de Mafra. O que é? A Tapada Nacional de Mafra constitui a maior zona murada de Portugal, ocupando 1 187 hectares. É uma importante zona de caça e de lazer e tornou-se muito conhecida por ter sido o local escolhido pelos últimos monarcas portugueses para a prática destas actividades. Flora Os bosques desta floresta caracterizam-se por espécies como: o pinheiro-manso; o pinheirobravo; o eucalipto; o plátano; o carvalho-cerquinho; o sobreiro; a azinheira; o freixo; o choupo; o salgueiro; e o amieiro. Fauna As principais espécies que habitam a Tapada são: veado; gamo; javali; a raposa; o coelhobravo; o texugo; a geneta; o sacarrabos; a doninha; o ouriço-cacheiro; a águia-de-Bonelli; o bufo-real; o açor; o gavião; o pica-pau; entre outras. São ainda observados diversos tritões, salamandras, rãs, relas, sapos, cágados e diferentes espécies de cobras, algumas com estatuto de conservação raro.
Texugo
Apesar de ser um animal muito comum no nosso país, dificilmente observamos o texugo no seu habitat natural devido aos seus hábitos nocturnos. A sua presença é apenas detectada pelas suas pegadas ou por latrinas (conjunto de pequenos buracos escavados, com dejectos negros, cilíndricos e uniformes). Vive em grupo, dentro de tocas escavadas, e conhecem-se estranhos casos em que estes mamíferos morreram dentro das tocas e ali foram sepultados pelos restantes membros do grupo!
PARQUE NATURAL DE SINTRA-CASCAIS Onde é? Região de Sintra e Cascais. O que é? O Parque Natural de Sintra-Cascais, rico em espécies atlânticas e mediterrânicas, estende-se por uma área de 14 583 hectares. A beleza e a biodiversidade da sua paisagem, associada à riqueza natural e cultural das diferentes espécies que a ilustram, marcam a transição entre a vegetação do Norte e do Sul do país. Flora A flora deste Parque é marcada por espécies como: o pinheiro-bravo; o cedro-do-buçaco; o eucalipto; o sobreiro; o carvalho-cerquinho; o salgueiro; o freixo; o amieiro; o ulmeiro; o sabugueiro; o sanguinho; a salsaparrilha bastarda; o medronheiro; ou o folhado. Fauna Esta floresta é normalmente visitada por inúmeros animais como: várias espécies de morcegos, que se encontram ameaçadas; o musaranho-de-dentes-vermelhos; o ouriçocacheiro; a raposa; a doninha; a geneta; a rola-comum; o andorinhão-real; o pica-paumalhado-pequeno; o gavião da Europa; a águia-de-Bonelli; o falcão-peregrino; o tartaranhãoazulado; ou ainda anfíbios e répteis, como a salamadra, o tritão, o sapo e a rã.
A Floresta não é só PAISAGEM | 11 Roteiro Pedagógico
PARQUE NATURAL DA ARRÁBIDA Onde é? Região de Setúbal, Palmela e Sesimbra. O que é? O Parque Natural da Arrábida, que se estende por uma área de 10 821 hectares, é ilustrado por um património natural extraordinário. Possui microclimas (áreas em que as condições atmosféricas, como a temperatura ou a humidade, diferem da zona exterior) que, juntamente com o estado e as propriedades do solo, influenciam a vegetação. Flora Entre as espécies observáveis, sobressaem: o carvalho-cerquinho; o sobreiro; o pinheiromanso; o zambujeiro; a alfarrobeira; a aroeira; o alecrim; o lentisco-bastardo; o aderno; o espinheiro preto; ou o trovisco. Fauna As principais espécies que vivem nesta floresta, destacam-se: a raposa; a doninha; o toirão; a geneta; o coelho-bravo; o texugo; o gato-bravo; a fuínha; algumas espécies de morcegos como, por exemplo, o morcego-de-peluche ou o morcego-de-ferradura-mediterrânico; a águia-de-Bonelli; o falcão-peregrino; o bufo-real; a coruja-das-torres; o cuco-canoro; a cobrade-pernas-pentadáctila; a cobra-de-escada; a víbora-cornuda; entre outras.
POVOAMENTOS DE PINHEIRO-MANSO Onde é? Região de Álcácer do Sal. O que é? Os povoamentos de pinheiro-manso encontram as melhores condições para se desenvolverem em solos de areia solta. Tal é o caso da região de Alcácer do Sal, concentrando 60% dos 78 000 hectares que constituem a área de pinheiro-manso do país. Aqui vivem os melhores exemplares desta espécie, pelo que é também chamado de Solar do Pinheiro Manso. Flora O pinheiro-manso tem uma copa muito larga e achatada, em forma de “guarda-sol” e as suas sementes, os pinhões, são muito nutritivas. Esta espécie suporta bem o calor e a secura e precisa de muita luz. Resistente ao vento, é sensível ao frio. É um pinheiro mediterrânico por excelência. Fauna Nas plantações de pinheiro-manso, encontramos o coelho-bravo, que nestes solos arenosos encontra boas condições para escavar as suas luras (tocas). Junto a esta espécie, vivem também diversos predadores, como o lince-ibérico – com um estatuto de conservação muito delicado - e algumas espécies de aves de rapina.
POVOAMENTOS DE SOBREIRO E AZINHEIRO Onde é? Bacias do rio Tejo e do rio Sado. O que é? O sobreiro é a árvore-símbolo de Portugal. Além do seu grande porte e longevidade, está espalhado por todo o território – é a nossa segunda espécie florestal em área - e tem uma enorme importância na paisagem, na história, na cultural e na economia do nosso país. Produz uma matéria-prima de características únicas: a cortiça. Flora O sobreiro e a azinheira são espécies mediterrâneas sóbrias e muito resistentes (mesmo ao fogo) e adaptam-se bem a solos pobres. Proporcionam diversos produtos de elevado valor económico, como a cortiça, junto aos quais se desenvolvem plantas aromáticas e medicinais e cogumelos. Fauna As florestas de sobreiro demonstram uma grande biodiversidade natural em fauna selvagem, contando com 24 espécies de répteis e anfíbios, mais de 160 espécies de aves – com destaque para a coruja-do-mato, a cotovia-dos-bosques ou o pisco-de-peito-ruivo – e 37 espécies de mamíferos, como a lebre, a doninha, o lobo, o javali, o veado ou ainda o ameaçado lince-ibérico. A Floresta não é só PAISAGEM | 12 Roteiro Pedagógico
FLORESTAS DOS AÇORES Onde é? Arquipélago dos Açores. O que é? As Florestas dos Açores fazem parte da Macaronésia e são consideradas verdadeiros “dinossauros vivos” do mundo vegetal. Podem observar-se espécies endémicas, a par de uma enorme variedade de espécies exóticas, recriando ambientes que proporcionam momentos únicos de ligação com o meio natural aos seus visitantes. Flora É constituída por espécies únicas, resultantes de anos de isolamento, como as florestas laurifólias e de ilex; as faias; os zimbrais; e os urzais. A espécie que ilustra estas florestas com maior expressão é a Criptoméria japónica (originária do Japão), introduzida no território durante o final do século XIX. Podem ainda observar-se várias espécies de pinheiros; acácias; eucaliptos; e, ainda, matas de incenso. Fauna Entre as várias espécies que habitam estas florestas, como o milhafre, o corvo, o canário-daterra, o pombo-da-rocha, o pombo-torcaz, o cagarro, o Garajau, destaca-se o priolo, uma pequena ave que se pensava extinta, mas que foi redescoberta na Serra da Tronqueira, em São Miguel. Pode também observar-se outros animais como a doninha, o furão, o ouriço-cacheiro ou o coelho bravo.
FLORESTA LAURISSILVA DA MADEIRA Onde é? Arquipélago da Madeira. O que é? Na Ilha da Madeira encontra-se a maior concentração e a mais bem conservada floresta laurissilva da Macaronésia, estendendo-se por uma área de cerca de 15 000 hectares. Além da visível diversidade biológica, uma das maiores riquezas desta floresta é a água. Recolhida e encaminhada por canais, as conhecidas “levadas”, é utilizada no consumo doméstico, na agricultura e na produção de energia, em centrais hidroeléctricas. Flora Podem observar-se árvores da família das Lauráceas, como o loureiro, o til, o vinhático ou o barbusano; o pau-branco; o folhado; o aderno; entre outras espécies como a uveira da serra, o isoplexis, o massaroco, as estreleiras, os gerânios, o ranúnculo, a orquídea-da-serra ou a rara orquídea-branca. Fauna A fauna existente nesta floresta é muito rica: abriga mais de uma centena de endemismos de moluscos terrestres, duas raras espécies de morcegos, o pombo-trocaz, a manta, o tentilhão e o bisbis.
Floresta Laurissilva
Desde
A laurissilva é um tipo de floresta que remonta ao período Terciário (há mais de 20 milhões de anos!) e abriga espécies que existem desde esse período e outras que evoluíram desde então. Trata-se de um exemplo único das formações florestais que, até à Era Glaciar, ocuparam grandes áreas do Sul da Europa. A palavra Laurissilva provém do Latim Laurus (loureiro, lauráceas) e Silva (floresta, bosque).
tempos
muito remotos que o castanheiro desempenha um papel muito importante para o homem. Também conhecida como “árvore do pão”, o seu fruto, a castanha, alimento muito nutritivo, foi a base da alimentação europeia até à Época dos Descobrimentos. Só com a importação de novas espécies, como, por exemplo, a batata e o milho, é que a castanha foi sendo gradualmente substituída na alimentação. A Floresta não é só PAISAGEM | 13 Roteiro Pedagógico
Fenómenos INVISÍVEIS Capítulo 4
São incontáveis os fenómenos que ocorrem no interior de uma floresta, sem que demos por isso… Alguns deles são invisíveis aos olhos do ser humano, mas desempenham funções fundamentais para a vida na Terra.
A fotossíntese, com o processo de transformação de energia luminosa em energia química (constituinte dos seres vivos), inicia a maior parte das cadeias alimentares no meio natural. Os animais e outros organismos heterotróficos seriam incapazes de sobreviver, pois a base da sua alimentação reside nas substâncias orgânicas proporcionadas pelos organismos autotróficos.
Organismos autotróficos
Os organismos autotróficos são seres vivos capazes de produzir compostos orgânicos a partir de substâncias minerais, utilizando a energia luminosa (luz) ou a energia química (o dióxido de carbono). Não necessitam, por isso, de substâncias orgânicas previamente formadas no meio natural para se alimentarem: estes produzem o próprio alimento.
1 Tal como todas as plantas, as árvores necessitam de água para sobreviver, extraindo-a do solo graças às suas longas raízes. Esta flui através dos caules sob a forma de seiva bruta, transportando sais minerais dissolvidos extraídos do solo. Nos troncos e ramos mais largos, são os anéis mais exteriores (como o borne) que transportam este fluxo.
2 Quando a seiva bruta chega às folhas, começa o processo de fixação do carbono, ou seja, a conversão de compostos carbónicos leves e simples em estado gasoso em compostos carbónicos pesados e complexos em estado sólido, como a glucose e derivados: celulose, lenhina, proteínas e lípidos.
3 O ar que entra no interior das folhas, por meio dos estomas, possui uma quantidade ínfima de dióxido de carbono: apenas 0,03%. Na presença de luz, fonte indispensável de energia para este processo, este gás combina-se com a água para formar açúcares – os hidratos de carbono que servirão de matéria-prima e combustível para todo o metabolismo que se segue.
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Clorofila
A fotossíntese é possível graças a uma extraordinária molécula: a clorofila. Esta é responsável pela absorção de energia luminosa. É a sua coloração esverdeada que dá a tonalidade à esmagadora maioria das folhas das plantas.
4 Os hidratos de carbono são transportados das folhas para o resto da planta, sob a forma de seiva elaborada. Esta flui em direcção aos órgãos não-fotossintetizantes, através do floema – graças ao qual todos os órgãos da árvore, incluindo as raízes, recebem os hidratos de carbono de que necessitam. Estes desempenham duas importantes funções: fornecem matéria-prima para todos os tecidos, incluindo a madeira, pois são compostos de carbono; e alimentam o metabolismo em geral – ao combinarem-se com o oxigénio por meio do processo respiratório, decompõem-se em dióxido de carbono e libertam a energia essencial à vida. Estima-se que as florestas de todo o mundo armazenem 283 Giga toneladas de carbono!
Respiração
Todos os órgãos de uma planta, quer os aéreos quer os subterrâneos, respiram durante o dia e durante a noite. É por este motivo que uma planta pode morrer asfixiada em solos pouco arejados, com excepção de espécies providas de outros meios de sobrevivência, como, por exemplo, o amieiro ou o salgueiro.
Os fungos
existem por toda a floresta. Geralmente invisíveis, encontram-se escondidos no solo. Só os conseguimos detectar quando, aparentemente durante a noite, se erguem no chão e assim se mantêm durante dias. São os únicos organismos, além das bactérias, que podem digerir madeira, libertando os nutrientes nele contidos.
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A Floresta não é só PAISAGEM! Capítulo 5
A importância da Floresta não se esgota na riqueza natural, assegurando a produção, a protecção e conservação de um património extraordinário.
A produção da madeira (papel e mobiliário), da cortiça, da biomassa para energia (lenha e carvão), de frutos e sementes (pinhão, castanha, noz medronho ou alfarroba), entre outras matérias vegetais e orgânicos (resinas, folhagens ou plantas medicinais e aromáticas).
Cortiça
A cortiça é única: flutua, é elástica, não tem cheiro nem apodrece e é um excelente isolador, para além de ser ecológica! Portugal é o maior produtor, transformador e exportador a nível mundial.
A protecção da Floresta é, muitas vezes, pouco valorizada. No entanto, a protecção da rede hidrográfica, a protecção contra a erosão do vento e da água, a protecção ambiental e contra os incêndios ou a recuperação de solos degradados são determinantes na manutenção do meio natural. A conservação da biodiversidade, genética, e de outros recursos valiosos não renováveis. Destacam-se habitats classificados, caso dos carvalhais de Quercus faginea ssp. broteroi e das florestas de laurissilvas dos Açores e da Madeira; entre muitos casos.
Espécies ameaçadas
Existem espécies ameaçadas com estatuto especial de protecção como o lince-ibérico, o priôlo, a águia-de-bonelli ou a salamandra-lusitânica. Também temos espécies de flora como alguns carvalhos e a laurissilva.
A silvopastorícia (a produção de carne, leite, lã ou peles), a caça ou a pesca (em águas interiores) também valorizam a Floresta. Numa sociedade cada vez mais urbana, o recreio e o lazer são fundamentais. Espaços de fruição ambiental têm vindo a ser criados, contribuindo para a protecção e valorização do património natural.
As plantas
medicinais, muitas cultivadas nas nossas hortas e quintais, fazem parte de uma prática tradicional, muito antiga. Considera-se planta medicinal aquela que contém um ou mais princípios activos que lhe conferem, no seu todo, actividade terapêutica. Actualmente, em muitas formulações farmacêuticas aparecem extractos totais de plantas, isolados ou associados a outros. Tal é o caso de algumas espécies como: a erva-cidreira A Floresta não é só PAISAGEM | 16 Roteiro Pedagógico
(Melissa monogyna), a valeriana (Valeriana officinalis), o pilriteiro (Crataegus monogyna), o lúpulo (Humulus lupulus) ou o maracujá (Passiflora ssp.).
A Floresta não é só PAISAGEM | 17 Roteiro Pedagógico
Grandes AMEAÇAS Capítulo 6
A Floresta enfrenta grandes ameaças e riscos ambientais, fruto do desenvolvimento da nossa sociedade, mas também da acção, muitas vezes destruidora, do homem… Os incêndios florestais são uma grave ameaça para o ecossistema de uma Floresta. Para além do desaparecimento de massa florestal, são responsáveis pela destruição do habitat de inúmeras espécies. A maior parte das causas dos incêndios florestais (98%!) são de origem humana, sendo apenas 2% provocados por causas naturais. Para além de actos criminosos, o descuido humano provoca, em média, mais de 7000 incêndios todos os anos…
Fogo
Estranhamento, o fogo é um factor muito importante em muitos ecossistemas, especialmente nos mediterrânicos. A vegetação encontra-se adaptada às condições bioclimáticas destes ecossistemas (Verões muito secos e quentes e Invernos húmidos e frios), mas também à ocorrência de fogo. Tal é o caso de espécies da família Quercus, como o carrasco, a azinheira ou ainda do sobreiro.
As pragas e doenças são responsáveis por muitos estragos nas espécies que habitam as florestas, provocando o seu enfraquecimento ou até mesmo a sua destruição total. No nosso país, o Nemátodo da Madeira do Pinheiro (NMP) é considerado um dos mais perigosos. Este verme ataca as árvores coníferas, principalmente as do género Pinus, e o pinheiro-bravo é a espécie florestal com maior expressão territorial em Portugal.
Pragas e doenças
Para além do NMP, existem outros agentes bióticos que ameaçam a Floresta: o plátipo, a Phytophtora ou carvão do entrecasco, que atacam sobretudo o sobreiro; a processionária do pinheiro, que afecta as espécies de Pinus e Cedrus; o cancro resinoso do pinheiro, pode infectar todas as espécies de Pinus; o pulgão dos carvalhos; ou ainda o cancro do castanheiro.
A desertificação constitui outra importante ameaça à preservação da Floresta. A degradação da terra é um problema mundial que afecta cerca de 3600 milhões de hectares da superfície terrestre e mais de 250 milhões de pessoas. O desaparecimento de grandes áreas florestais, provocado pela desflorestação, constitui um dos mais graves problemas que assombram a Floresta. A destruição de incontáveis ecossistemas, bem como a redução da capacidade de absorção de dióxido de carbono e o agravamento do problema do aquecimento global são algumas das consequências mais preocupantes desta ameaça. A Floresta não é só PAISAGEM | 18 Roteiro Pedagógico
A poluição dos ecossistemas florestais, através da contaminação do ar, da água e dos solos, provoca efeitos devastadores. A biodiversidade é gravemente afectada, com diminuição ou a extinção de muitas espécies da fauna e flora mundiais.
Ouvimos
muitas
vezes falar em chuva ácida, mas nem sempre conhecemos o perigo que representa para a Natureza e para o ser humano! Este fenómeno refere-se à elevada acidez presente na água da chuva, provocada pela poluição atmosférica, com os gases emitidos pelas indústrias e pelos veículos motorizados. Para além de ser responsável pela destruição de ecossistemas de importantes florestas, como é o caso da Floresta Negra na Alemanha, afecta também os solos e a água dos lagos, rios e oceanos, bem como todas as espécies que os habitam…
A Floresta não é só PAISAGEM | 19 Roteiro Pedagógico
A Floresta é TUA Capítulo 7
Da mesma forma que uma pequena semente cresce e se transforma na mais extraordinária árvore, também os pequenos gestos são capazes de grandes transformações! A preservação da Floresta está à distância das nossas mãos e do nosso conhecimento.
O QUE PODEMOS FAZER PARA A PROTEGER? Reduzir, reutilizar e reciclar! A reciclagem reduz os desperdícios e evita a procura de matérias-primas como, por exemplo, o abate de árvores para a produção de papel. Podes dar largas à tua imaginação e aproveitar embalagens, jornais e revistas velhas para fazer prendas criativas. Não deitar lixo para o chão. Devemos recolhê-lo, separá-lo e depositá-lo no contentor mais próximo. Manter as florestas limpas é o primeiro passo na prevenção contra os incêndios! Evitar a utilização de produtos descartáveis, pois são materiais de difícil degradação no meio ambiente. Não comprar ou usar produtos que prejudiquem o ambiente, como por exemplo, sprays que contenham CFC. Em passeios pela Floresta ou em piqueniques, nunca fazer fogueiras. Basta uma pequena faísca e um pouco de vento para provocar um grande incêndio… Evitar todo o tipo de poluição - do ar, da água e dos solos -, principalmente em zona naturais protegidas. Para além da destruição de habitats, constitui uma das maiores ameaças para a biodiversidade dos biomas florestais. Ter muito cuidado para não pisar ou arrancar plantas… Podem ser únicas! Devemos andar sempre nos trilhos destinados às caminhadas. Participar em acções de reflorestação, principalmente de espécies autóctones. Para além de uma oportunidade única de contacto com a Natureza, estamos a contribuir para a sua renovação. Reduzir o consumo de papel. Os truques são muitos e variados: optar pela utilização de papel reciclado; ler directamente no ecrã do computador ou, caso seja imprescindível, imprimir os documentos em frente e verso; reutilizar as folhas usadas apenas de um lado como papel de rascunho; ou ainda usar papel de gramagem inferior. A Floresta não é só PAISAGEM | 20 Roteiro Pedagógico
Comprar, sempre que possível, produtos florestais certificados. Assim, garante-se que a sua exploração foi feita de acordo com critérios ambientais e sociais. Evitar o consumo energético desnecessário. Não existe produção de energia sem impacto ambiental. Devemos comprar lâmpadas e electrodomésticos eficientes e usar a luz natural sempre que possível. E nunca deixar as luzes acesas! Reduzir, sempre que possível, a utilização de veículos a motor. Para além de estarmos a contribuir para a protecção do meio ambiente, cuidamos do nosso bemestar físico. Que tal desafiar os pais e amigos para uma caminhada? Reduzir o consumo de água. É um bem essencial para a vida de todos os seres vivos, que não deve ser desperdiçado. Banhos rápidos…e nunca deixar as torneiras a pingar!
A floresta tropical da Amazónia é um dos biomas mais ameaçados do mundo, apesar de concentrar uma importante reserva de ecossistemas e de património genético do planeta. A sua destruição, em grande parte devido à desflorestação, relaciona-se com questões económicas e políticas, nomeadamente a exploração, muitas vezes ilegal, de madeira. Entre 1977 e 2007, a Amazónia perdeu cerca de 570 000 km2 de floresta - seis vezes mais que a área territorial de Portugal…
A Floresta não é só PAISAGEM | 21 Roteiro Pedagógico
Floresta, fonte de INSPIRAÇÃO Capítulo 8
A relação do Homem com a Floresta inspiração e criação artística.
é
uma
fonte
inesgotável
de
Uma folha de árvore, pegue-se em cem mil outras da mesma espécie, da mesma árvore, e não haverá duas perfeitamente idênticas. Pierre-Auguste Renoir (pintor)
A Floresta, como espaço de fruição e bem-estar, possibilita a realização de incontáveis actividades ao ar livre, ilustradas por paisagens extraordinárias. De desportos a passeios, caminhadas e piqueniques, a imaginação é o limite! Desde muito cedo, a partir do século XV, que a pintura se inspira na Floresta. Pintores importantes como Constable ou Turner, passando por Renoir, Picasso ou Van Gogh, descobriram na natureza uma variedade de temas para as suas telas. No nosso país, podes descobrir as obras de artistas como Tomás da Anunciação, Alfredo Keil ou Dordio Gomes.
Ar-livre
Na segunda metade do século XIX, as tintas de óleo passaram a ser vendidas em tubos e bisnagas. Este pequeno avanço tecnológico permitiu que os pintores pudessem sair dos seus ateliês e vir para o exterior pintar. Foi uma grande transformação!
E a literatura? Em prosa ou em poesia, muitos foram os autores que escreveram sobre as belezas que habitam as florestas, como Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Miguel Torga, Sophia de Melo Breyner Andresen ou Eugénio de Andrade. Muitas das histórias e lendas da nossa infância, como a Branca de Neve, o Capuchinho Vermelho ou as aventuras do herói Robin Hood, tiveram como cenário este espaço misterioso… Fernando Pessoa
“Arroio, esse cantar, jovem e puro, Busca o oceano por achar; E a fala dos pinhais, marulho obscuro, É o som presente desse mar futuro, É a voz da terra ansiando pelo mar.” Excerto de D. Dinis.
Compositores famosos como Beethoven e Vivaldi também criaram músicas inspiradas na natureza e na Floresta. Mas sua influência na música não se fica por aqui. A Floresta também fornece a matériaprima (madeira) para a construção dos mais diversos instrumentos musicais e produz o papel sobre o qual se desenha, escreve e pinta! A Floresta não é só PAISAGEM | 22 Roteiro Pedagógico
Em Portugal, no Museu da Fundação da Casa de Bragança de Vila Viçosa, existe um quadro único, inspirado na Floresta: O Sobreiro, de D. Carlos I. O Rei, um reconhecido artista, fez uma pintura a pastel de um velho sobreiro da Tapada de Vila Viçosa, que ficou como um ícone.
A Floresta não é só PAISAGEM | 23 Roteiro Pedagógico
Desdobrável de APOIO
Com os materiais de apoio disponibilizados, cada aluno receberá um desdobrável que, para além de um cartão com acesso a comunicações gratuitas Yorn (no âmbito do apoio da Vodafone), apresenta um DESAFIO! PARA UMA AULA DIFERENTE! Este pode ser realizado individualmente ou em grupo, na sala de aula. O objectivo é que, a partir das pistas fornecidas no desdobrável, os alunos descubram as palavras relacionadas com a FLORESTA PORTUGUESA (painéis 2 & 3) na sopa de letras. PISTAS…
1
Área com grande densidade de árvores.
2
Espécie que só existe nesse local.
3
Espécie natural de um determinado território.
4
Felino mais ameaçado do mundo, com uma população de 220-225 indivíduos, em 2009.
5
Árvore abundante na Mata Nacional do Buçaco. Nome enganador, uma vez que é um cipreste.
6
Semente comestível produzida pelo pinheiro-manso, de excelente paladar.
7
Matéria-prima produzida pelo sobreiro. Portugal é o maior produtor, transformador e exportador a nível mundial.
8
Anfíbio que vive em ambientes muito húmidos e não poluídos de zonas montanhosas. A sua grande cauda alongada liberta-se quando presa.
9
Parque situado no Norte do país, onde existem garranos selvagens.
10 Importante pinhal, plantado com o objectivo de ajudar na fixação das areias do litoral. 11 Tipo de floresta, existente na ilha da Madeira, que remonta ao período Terciário (há mais de 20 milhões de anos).
12
Árvore-símbolo do nosso país, de grande porte e longevidade, com a designação científica de Quercus suber.
A Floresta não é só PAISAGEM | 24 Roteiro Pedagógico
Soluções 1 Floresta 2 Endémica 3 Autóctone 4 Lince-ibérico 5 Cedro-do-buçaco 6 Pinhão 7 Cortiça 8 Salamandra-lusitânica 9 Peneda-Gerês 10 Pinhal de Leiria 11 Laurissilva 12 Sobreiro.
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A Floresta não é só PAISAGEM | 25 Roteiro Pedagógico
Actividades(Ponto de PARTIDA)
Porque celebramos o Ano Internacional das Florestas? Utilize esta pergunta como o ponto de partida para introduzir o estudo deste tema e o PowerPoint de 2 Apresentação do Projecto como suporte visual e converse com os seus alunos sobre tópicos como:
O que é uma Floresta? O que é um ecossistema? E um bioma? Que florestas existem em Portugal? O que é a fotossíntese? E as plantas respiram?! Que espécies ameaçadas conhecem? Porque é importante preservar a Floresta? A Floresta é uma fonte de inspiração?
2
Enviado através de email.
A Floresta não é só PAISAGEM | 26 Roteiro Pedagógico
Actividades 2.º CICLO
1 Impressões Florestais A Floresta é um espaço repleto de formas, texturas, cores e cheiros. Como todos são diferentes, merecem ser observados com muita atenção e registados ao pormenor! Desafie os seus alunos para uma visita a uma área florestal próxima da escola. Na sala de aula, cada aluno deverá preparar o material necessário, reunindo, num dossier, folhas A4 de papel cavalinho ou cartolina (brancas ou coloridas), lápis de cera e lápis de carvão. Organizados em grupos temáticos – por exemplo, flores, folhas, troncos, sementes e frutos – 3 os alunos partem à descoberta de texturas, através da técnica de frottage . Simultaneamente, poderão desenhar à vista cada espécie observada. Após recolhida a impressão e o desenho, os alunos deverão identificar em cada folha a espécie decalcada ou desenhada. De regresso à sala de aula, cada grupo apresenta aos colegas as recolhas realizadas e que poderão ser reunidas num álbum comum, organizadas por espécies (por exemplo, a forma do Quercus suber, a textura do tronco e das folhas e a bolota).
E ainda…
Sugira aos seus alunos que levem uma caixa para recolher amostras de elementos secos ou caídos no solo. Mais tarde, na sala de aula, cada elemento poderá ser estudado, transformando-se num carimbo. Aplique uma fina camada de tinta num elemento, inteiro ou seccionado, e pressione-o numa folha. Poderá explorar a forma, o tamanho e a textura!
2 Vamos conhecer a nossa Floresta? No nosso país, existe uma grande diversidade de florestas, nas quais habitam diferentes espécies de fauna e flora. Algumas delas ocorrem naturalmente apenas em Portugal como, por exemplo, o zimbro ou o sanguinho, tornando imperativa a sua valorização! De entre as inúmeras espécies apresentadas nos painéis 2 & 3, organize os seus alunos em pequenos grupos. Cada um deverá eleger uma espécie de fauna e outra de flora, sobre as quais realizará uma pesquisa que inclua os aspectos como: identificação e características; distribuição geográfica; condições ambientais; habitat; alimentação; reprodução; ameaças; locais favoráveis à observação; utilização; e outras curiosidades. Toda a informação recolhida deverá organizada em fichas de espécie e apresentadas aos colegas com imagens ilustrativas!
E ainda…
Desafie os seus alunos a criarem um pequeno documentário com a informação recolhida que poderá ser exibido para todo o público escolar!
3
Técnica de decalque, na qual se esfrega o lápis de cera ou de carvão numa folha colocada sobre a textura a recolher. Em folhas coloridas, escolha lápis de cera de cores contrastantes.
A Floresta não é só PAISAGEM | 27 Roteiro Pedagógico
3 Prevenir para Proteger Os incêndios florestais consomem milhares de hectares de Floresta todos os anos… Aprender a proteger e preservar este espaço natural contra esta ameaça é uma tarefa essencial e que está ao alcance de todos. Desafie os seus alunos e organize uma visita ao quartel de bombeiros mais próximo da escola. Tendo como objectivo ficar a conhecer os principais agentes na prevenção e combate dos incêndios florestais – os bombeiros –, pretende-se que os alunos investiguem aprofundadamente as principais estratégias utilizadas na gestão das áreas florestais do concelho a que pertencem. Para isso, distribuídos em pequenos grupos, os alunos deverão consultar mapas das áreas florestais do município, conhecer e explorar os equipamentos e técnicas utilizados, entrevistar os responsáveis pelas equipas de intervenção no terreno sobre as principais formas de prevenção contra os incêndios e de protecção da Floresta.
E ainda…
Sugira a cada grupo de alunos que, com a informação recolhida, elaborem um artigo para publicar no jornal ou no blogue da escola!
A Floresta não é só PAISAGEM | 28 Roteiro Pedagógico
Actividades 3.º CICLO
1 Em estado de alerta! Em Portugal, existem várias espécies que carecem de um estatuto especial de protecção por se encontrarem em perigo de extinção. Tal é o caso do lince-ibérico, do priôlo, da águia-de-Bonelli ou da salamandra-lusitânica. Apostar na divulgação pode ser o primeiro passo! Proponha aos alunos que se organizem em pequenos grupos e escolham duas espécies portuguesas em vias de extinção. Para tal, poderão consultar os Livros Vermelhos do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (http://portal.icnb.pt/ICNPortal/vPT2007/) e realizar uma pesquisa detalhada na biblioteca da escola, do município e na Internet sobre cada uma das espécies seleccionadas: identificação e características; distribuição geográfica; condições ambientais; habitat; alimentação; reprodução; ameaças; locais favoráveis à observação; utilização; e outras curiosidades. A partir da informação recolhida por cada grupo, pretende-se que os alunos criem um blogue onde dêem a conhecer cada uma das espécies ameaçadas, bem como pequenas pistas que ajudem na sua conservação.
E ainda…
Desafie os seus alunos a visitarem parques naturais onde possam conhecer de perto algumas das espécies que estudaram!
2 Na primeira pessoa A Floresta assegura a produção, a protecção e conservação de um património extraordinário. Conhecer de perto as pessoas que trabalham diariamente neste espaço natural é, por isso, importante. São inúmeras as profissões relacionadas com a Floresta: o engenheiro agrónomo, guardaflorestal, o biólogo, o arquitecto, o bombeiro, o artista, o artesão, o fotógrafo, o escritor, entre outros. Convide os seus alunos, organizados em grupo, criar um guião de entrevista e a aplicá-lo a um profissional ligado a este espaço natural, descrevendo as funções e um dia típico na sua actividade. No final, cada grupo deverá apresentar aos colegas a informação adquirida através da sua entrevista.
E ainda…
Caso exista essa possibilidade, proponha aos seus alunos a filmagem da entrevista e a sua apresentação em sala de aula, através de montagem de vídeo.
A Floresta não é só PAISAGEM | 29 Roteiro Pedagógico
3 Sustentabilidade: realidade ou utopia? A Floresta, que representa cerca de 30% da superfície terrestre, dános recursos económicos, energéticos e sociais. Actualmente, a gestão sustentável dos recursos naturais está na ordem do dia. O que fazer? Proponha aos seus alunos que se dividam em três grupos. A partir dos temas “Recursos económicos gerados pela Floresta”, “Os recursos energéticos fornecidos pela Floresta” e “Os recursos sociais da Floresta”, promova a discussão! Cada grupo ficará responsável por um dos temas e terá de o apresentar e defender num debate moderado pelo professor. No final, poderão escrever um artigo colectivo com as principais conclusões obtidas.
E ainda…
Sugira aos seus alunos a publicação do artigo no jornal ou blogue da escola e, porque não, o seu envio para uma revista da especialidade!
A Floresta não é só PAISAGEM | 30 Roteiro Pedagógico
Fontes de DOCUMENTAÇÃO
Para ler AA.VV. (1994). Enciclopédia Visual – Árvores. Lisboa: Verbo. Andresen, S. (2004). A Floresta. Porto: Figueirinhas Editora. Attenborough, D. (1995). A Vida Privada das Plantas. Lisboa: Gradiva. Baker, W. & Haslam A. (1992). Experimenta! As Plantas. Lisboa: Edição «Livros do Brasil». Bingham, C. & Morgan, B. (2006). Primeira Enciclopédia da Natureza. Porto: Civilização Editores. Borràs, L. (2004). Atlas Básico de Botânico. Lisboa: Didáctica Editora. Burnie, D. (1995). Dicionário Escolar da Natureza. Porto: Civilização Editores. DESA – Divisão de Educação e Sensibilização Ambiental (2005). Guia Ilustrado de Vinte e Cinco Árvores de Lisboa. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa. Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular (2006). Guia de Educação Ambiental: conhecer e preservar as florestas. Lisboa: Ministério da Educação. Humphries, C. J. (2005). Guia de Campo das Árvores de Portugal e Europa. Fapas. Losa, I. (2000). Beatriz e o Plátano. Lisboa: Edições Asa. Magalhães, A. M. & Alçada, I. (2005). Há Fogo na Floresta. Lisboa: Editorial Caminho. Naturibérica (coord.) (1991). Roteiros da Natureza – Região de Lisboa e Vale do Tejo. Lisboa: Círculo de Leitores. Nicholson, S. (2002). Floresta Tropical. Porto: Porto Editora. Silva, J. S. (coord.) (2007). Floresta e Sociedade. Uma história em comum. Lisboa: Público, Comunicação Social, SA., Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento. Silva, J. S. (coord.) (2007). Guia de Campo. As árvores e os arbustos de Portugal continental. Lisboa: Público, Comunicação Social, SA., Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento. Wilkes, A. (1991). O Meu Primeiro Livro da Natureza. Porto: Civilização Editores.
A Floresta não é só PAISAGEM | 31 Roteiro Pedagógico
Para pesquisar PT Agência Portuguesa do Ambiente http://www.apambiente.pt/Paginas/default.aspx
Arborium – Atlas de Árvores de Leiria http://www.arborium.net/ Árvores e Arbustos de Portugal http://arvoresdeportugal.free.fr/ Associação Florestal de Portugal http://www.forestis.pt/ Autoridade Florestal Nacional http://www.afn.min-agricultura.pt/portal Associação Nacional de Fitossociologia http://www3.uma.pt/alfa/checklist_flora_pt.html Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade http://portal.icnb.pt/ICNPortal/vPT2007/?res=1280x800 Liga para a Protecção da Natureza http://www.lpn.pt/ Naturlink – A Ligação à Natureza http://naturlink.sapo.pt/ Portal da Biodiversidade dos Açores http://www.azoresbioportal.angra.uac.pt/ Quercus – Associação nacional de Conservação da Natureza www.quercus.pt/
ING Internacional Year of Forests http://www.un.org/en/events/iyof2011/index.shtml World Forestry Center Online http://www.worldforestry.org/ WWF – For a Living Planet http://wwf.panda.org/
A Floresta não é só PAISAGEM | 32 Roteiro Pedagógico
Para visitar Visite as Áreas Protegidas de Portugal! Para mais informações, espreite em: Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade http://portal.icnb.pt/ICNPortal/vPT2007/?res=1280x800
Centro de Ciência Viva da Floresta | Proença-a-Nova Moitas, 6150-345 Proença-a-Nova Castelo Branco Tel.: (+351) 274 670 220 Fax.: (+351) 274 670 228 Email: info@floresta.cienciaviva.pt http://ccvfloresta.com
Museu de História Natural | Universidade de Lisboa Rua da Escola Politécnica, 58 1269-102 Lisboa Tel.: (+351) 213921825; (+351) 213921808 E-mail: geral@museus.ul.pt http://www.mnhn.ul.pt/
Tapada Nacional de Mafra Portão do Codeçal 2640-602 Mafra Tel.: (+351) 261 817 050 (dias úteis) | (+351) 261 814 240 (Fins-de-semana e feriados) Fax: (+351) 261 814 984 Email: geral@tapadademafra.pt | informacoes@tapadademafra.pt http://www.tapadademafra.pt/
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