Caderno TGI-II - Marcela Ligabue Cacholla

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ENTRE CAMPO E CIDADE MORADIA, TRABALHO E LAZER EM ÁREAS PERIURBANAS

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TGI-II

ENTRE CAMPO E CIDADE MORADIA, TRABALHO E LAZER EM ÁREAS PERIURBANAS Marcela Ligabue Cacholla PROFESSORES CAP David Moreno Sperling Joubert Jose Lancha Lucia Zanin Shimbo Luciana Bongiovanni Martins Schenk PROFESSOR COORDENADOR DE GT João Marcos de Almeida Lopes INSTITUTO DE ARQUITETURA E URBANISMO UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO SÃO CARLOS | Novembro 2016

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Comissão de Acompanhamento Permanente Prof. Dr. David Moreno Sperling Prof. Dr. Joubert Jose Lancha Profa. Dra. Lucia Zanin Shimbo Profa. Dra. Luciana B. M. Schenk

FOLHA DE APROVAÇÃO

Profa. Dra. Lúcia Zanin Shimbo IAU - USP

Prof. Dr. João Marcos de Almeida Lopes IAU - USP

Conceito final: Data: 5


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AGRADECIMENTO

À família, especialmente aos meus pais, por todo amor e compreensão. Aos professores pelos ensinamentos compartilhados. Aos amigos por sempre estarem presentes. 7


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ÍNDICE

Inquietações

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Referências

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Lugar

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Referências Projetuais

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Diretrizes Projetuais

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Projeto

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Referências Bibliográficas

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RESUMO

O êxodo rural acentuado no final da década de 1970, no Brasil e a consequente expansão urbana resultou na ocupação de áreas periurbanas. Nos últimos anos, a intensificação dos programas de moradia social, especialmente o Minha Casa Minha Vida, acentuou este espraiamento urbano nas zonas periféricas. Em cidades interioranas de pequeno porte estes movimentos também podem ser observados. A questão da economia voltada para a agricultura, em especial o plantio de culturas de safras sazonais, levam ao desemprego no período entressafras, gerando problemas sociais, econômicos e de infraestrutura urbana. Assim, o projeto desenvolvido neste trabalho visa minimizar esses problemas e a consequente vulnerabilidade desses trabalhadores, buscando atenuar a tensão entre o rural e o urbano através de uma articulação entre moradia, trabalho, educação e lazer. O desafio desse TGI é transpor estas questões e pensar nestas áreas não somente como um espaço de conflito entre o urbano e o rural, mas também como uma oportunidade de diálogo entre estas duas esferas. O projeto em questão envolve habitação, trabalho e lazer em uma região periurbana que possui uma Área de Preservação Permanente (APP) e um lago, que oferecem possibilidades de se transformarem em áreas de lazer e em um parque de conservação. A área estudada foi dividida em cinco quadras que receberam equipamentos de uso da população, como uma praça, uma escola, uma cobertura que pode ser usada para feiras livres, na qual os produtos produzidos pela própria comunidade poderão ser comercializados. As outras quatro quadras foram divididas entre habitação e produção, com unidades de moradia, pomares e hortas comunitárias, e a cada duas quadras foi formado um núcleo de produção agrícola. Palavras-chave: habitação, áreas periurbanas, urbanismo

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INQUIETAÇÕES

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A dicotomia entre cidade e campo causa um grande desequilíbrio espacial e ambiental, tornando-se assim uma das chaves de discussão para um mundo mais sustentável. A necessidade de preservar o meio-ambiente, diminuir os impactos ambientais e melhorar a qualidade de vida estimula a discussão do distanciamento entre rural e urbano. Cidades e países de diferentes escalas e distintas realidades buscam maneiras de conectar a vida urbana com a produção do campo. Países como a Alemanha e Holanda investem fortemente em alternativas sustentáveis para a produção de alimentos em espaços reduzidos. Metrópoles como São Paulo e Nova York buscam soluções em fazendas urbanas, hortas verticais e terraços jardins para criar espaços verdes e produtivos em meio à aglomeração de edifícios, pessoas e caos urbano. O distanciamento entre essas duas esferas também se reflete nas cidades de pequeno porte. Essas por sua vez apresentam certas particularidades em relação ao tema quando comparada às cidades maiores. Apesar da separação física entre produção agrícola e vida urbana, nota-se que nas pequenas cidades interioranas, a memória e cultura ligadas à terra ainda estão presentes na vida dos moradores. Outro aspecto presente nas cidades pequenas é o espraiamento urbano. Esse crescimento horizontal das cidades implica em confrontos com áreas de preservação permanente e áreas rurais de produção agrícola. Dessa forma, as franjas urbanas, muitas vezes esquecidas nos planejamentos urbanos, demandam uma atenção especial, uma vez que propiciam a transição entre duas esferas diferentes. O panorama apresentado pelas cidades de pequeno porte diante das relações entre campo e cidade instiga a discussão sobre novas urbanidades e como trabalhá-las em diferentes escalas. Coloca-se em pauta como projetar espaços periurbanos que contemplem as necessidades de um usuário urbano mas que possua fortes raízes rurais, concomitantemente às necessidades do território e da paisagem.

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REFERÊNCIAS

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Levantadas todas as questões acerca do tema proposto para este TGI e no intuito de se encontrar soluções e alternativas para o desenvolvimento do projeto final foi preciso buscar referências teóricas e projetuais para um estudo mais aprofundado. Neste caso, foram tomadas como referências teóricas de estudos:

MST Ainda durante a Ditadura Militar, especialmente no final da década de 1970, no Brasil, quando o modelo rural vigente se torna mais excludente, ressurgem as ocupações de terra. Em 1984, os trabalhadores rurais que protagonizavam essas lutas pela democracia da terra e da sociedade se convergem no 1° Encontro Nacional, em Cascavel, no Paraná. Ali, decidem fundar um movimento camponês nacional, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), com três objetivos principais: lutar pela terra; lutar pela reforma agrária e lutar por mudanças sociais no país tendo como orientação a ocupação de terra como forma de luta. Assim, são definidos os princípios do MST: a luta pela terra, pela reforma agrária e pelo socialismo e seu lema: “Terra para quem nela trabalha” e “Ocupação é a Única Solução”.

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AGROECOLOGIA COMO MODELO DE PRODUÇÃO Em seus assentamentos, o MST emprega os princípios da agroecologia. Ao invés de usar o método do agronegócio, quando a semente empregada é adaptada para a produção em escala, na agroecologia, o MST emprega a seleção e reutilização de sementes de acordo com as necessidades e padrões de alimentação da família, gerando sistemas agrícolas diversificados e, consequentemente, alimentos mais variados e saudáveis. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) a agroecologia alia a produção no campo com o uso e conservação dos recursos naturais, por meio de práticas ecologicamente adequadas, acesso à terra e valorização do conhecimento tradicional e produtos da sociobiodiversidade. A agroecologia busca também o elo entre o conhecimento tradicional e a tecnologia de várias áreas, valorizando as inovações tecnológicas que ajudam a enfrentar os problemas da produtividade, quanto o camponês como fundamental para o trabalho no campo. Isso tem como objetivo reestruturar socialmente a comunidade agrícola e a agricultura familiar. A agroecologia não utiliza produtos químicos, recicla totalmente seus componentes e prioriza o desenvolvimento da diversidade genética no espaço agrário.


AGROVILA É um núcleo de habitação social próxima à cidade, intermediária entre a moradia rural e a urbana. Possibilita ao trabalhador rural manter sua atividade agrícola e também exercer outra atividade econômica. O termo “agrovila” no âmbito governamental está associado ao processo de assentamentos de agricultores sem-terra. Definido o assentamento, a comunidade pode escolher entre agrovila ou lote. No segundo caso, as áreas são divididas em pequenas propriedades ou sítios, cada um com sua casa. No caso das agrovilas, as residências ficam agrupadas, formando uma pequena vila. Na agrovila, as roças são individualizadas e o trabalho também. Há agrovilas onde o trabalho é comunitário assim como o produto das roças, porém, fica garantido o direito de propriedade a cada associado, tendo definido qual é seu lote. Uma vez o associado optando por deixar a vila, ele terá de retorno seu lote original.

Agrovila Amigos do Bem

Ecovila Clareando ECOVILAS Para Flávio Januário José uma ecovila busca a implantação de sistemas dinâmicos e integrados harmonicamente com a natureza. Trata-se de uma comunidade que visa a sustentabilidade ambiental, econômica e até espiritual. São aglomerados onde vivem pessoas unidas por um propósito comum. Para atingir esta sustentabilidade, as ecovilas priorizam a produção local de alimentos orgânicos, sistema de energia renovável, construções ecológicas (solo-cimento, bambu, etc). Há também a criação de esquemas de apoio social e familiar, diversidade cultural, celebrações e danças circulares. Emprega a experiência com novos processos de tomada de decisão, utilizando técnicas de democracia profunda e facilitação de conflitos, visa a economia auto- sustentável, baseada nos conceitos de localização e simplicidade voluntária. Exemplo, Ecovila Clareando, em Piracaia / SP. 19


PERMACULTURA

FAZENDA URBANA

A Permacultura é uma das principais ferramentas para se alcançar o desenvolvimento sustentável. Busca projetar ecossistemas humanos ao mesmo tempo produtivo e equilibrado, garantindo a permanência da cultura humana, social e agronômica. Este conceito foi desenvolvido pelo australiano Bill Mollinson, ganhador do Nobel de Sustentabilidade, e tem como objetivo otimizar espaços da zona rural ou urbana de maneira otimizada e relacionando de maneira integrada plantas, animais, edificações. A permacultura parte do abandono da crença de que o ser humano é superior ao seu meio e foca no conceito que todas as coisas estão relacionadas e integradas. Ela é empregada em uma série de sistemas produtivos que visa a sustentabilidade, como as ecovilas. Para Mollison, a ética da permacultura pode ser evidenciada pelo cuidado com a terra, do cuidado das pessoas e por fim, quando há tempo excedente, tempo ou dinheiro, após suprir suas necessidades básicas sem desperdício, poder expandir a sua influência e energia para ajudar os demais a atingirem esses objetivos, valorizando a colaboração em detrimento da competição.

As fazendas urbanas apresentam uma alternativa à agricultura convencional. Ela propõe ao invés de uma cultura extensiva no campo, a produção de alimentos em menor escala, com maior diversidade de produtos dentro das cidades, trazendo o alimento para mais perto do consumidor e facilitando sua comercialização. As fazendas urbanas são áreas que integram espaços que antes não tinham utilidade para a produção de alimentos. Elas unem espaço de concreto, como edifícios, com as áreas verdes para a produção agrícola.O conceito é recente no Brasil e está em crescimento. Ao contrário de países localizados na América do Norte e na Europa, aqui há o predomínio de hortas comunitárias.

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Projeto da Urban Farmers, na Suiça


COOPERATIVAS HABITACIONAIS URUGUAI Em meio a uma profunda crise econômica na década de 1960, um grupo de profissionais uruguaios articulou um modelo eficiente de construção de casas populares. Com base neste projeto foi desenvolvida a Lei Nacional de Habitação Uruguaia (Lei Nacional de Vivenda), de 1968, que é considerada uma vitória da classe operária organizada utilizando trabalho coletivo, apoiada por uma geração de arquitetos comprometida com a melhora da qualidade de vida da população. Na ditadura militar uruguaia, a iniciativa foi suspensa, impedindo assim o acesso ao financiamento a milhares de pessoas. Com a retomada da democracia, a produção voltou lentamente, reunindo novas modalidades como a reciclagem de construções existentes em áreas patrimoniais da cidade. O cooperativismo gerou ainda projetos de autogestão e habitar coletivo com um papel fundamental na construção de cidadania. 21


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LUGAR

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A cidade de Vargem Grande do Sul – “A Pérola da Mantiqueira” É preciso atenção para busca-la no mapa dentro do estado de São Paulo. Talvez por isso mesmo, quis trazê-la até aqui para que ficasse conhecida. A verdade, no entanto, é que Vargem Grande do Sul mora no meu coração e sendo filha sua, não quis desperdiçar a oportunidade de trazê-la à tona, revelar sua identidade e quem sabe algum dia, poder implantar nela as alternativas projetuais que este trabalho propõe, dando início a sua recuperação urbanística, afinal, como a maioria das cidades interioranas, Vargem segue à deriva, necessitada de um olhar mais aguçado por parte de seus governantes e da sociedade civil organizada, com políticas públicas mais eficazes que possam agregar desenvolvimento com qualidade de vida a seus habitantes. O lema da cidade é “Tudo Posso”. Talvez venha daí o impulso de fazer do sonho uma realidade urbana.

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Situada na região Nordeste do estado de São Paulo, próximo à divisa com o Estado de Minas Gerais e banhada pelos rios Jaguari, Verde e Fartura, a cidade de Vargem Grande do Sul encontra-se a 240 quilômetros da Capital, São Paulo. O acesso a ela se faz pelas rodovias SP-344 e SP-215. Vargem tem grande parte de sua população formada por descendentes de imigrantes, principalmente vindos da Itália, que trouxeram consigo muito da agricultura que até hoje é um dos principais eixos da economia local. Fundada em 1874, Vargem e seus municípios limítrofes, constituem uma pequena rede de cidades que têm como base econômica a agricultura e a pecuária. Como muitas outras cidades do interior do estado, investiu na produção de café no início do século XX, porém, com a crise cafeeira, em 1929, a cidade foi obrigada a alterar a sua produção. Atualmente, uma grande parcela da economia vargengrandense é constituída pela produção de cana, batata e milho.

Ribeirão Preto

São Carlos

Campinas

São Paulo

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De acordo com os dados do último censo demográfico de 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população total de Vargem na época da coleta de dados era de 39.266 habitantes, sendo 37.274 moradores da área urbana e 1.992 moradores da zona rural. Neste mesmo período começam a ser cultivadas as terras improdutivas dos campos e cerrados vargengrandenses, gerando empregos, movimentando o comércio e proporcionando significativo aumento nas receitas do município. A cidade atrai novos moradores, vindos de cidades vizinhas, provocando uma acentuada expansão demográfica na sua área urbana. (Fonte: História da Câmara Municipal de Vargem Grande do Sul 1891-2010) A partir da década de 1980 houve um novo fluxo, agora migratório, com o desenvolvimento da agroindústria. E entre os anos de 1980 e 1990, quase duas mil famílias, vindas do sul de Minas Gerais, do Norte do Paraná e de estados do Nordeste, transferiram-se para o município, atraídas pela lavoura da cana. A população passaria de 20 mil para 30 mil habitantes em apenas 10 anos. Atualmente, em função dos fluxos imigratórios e migratórios, Vargem tem em torno de 42 mil habitantes. (Fonte: Vargem em Revista).

Produto Cana-de-açúcar Batata inglesa Milho Café Feijão Tomate Cebola Soja Laranja Limão

Quantidade produzida 542.000 toneladas 26.000 toneladas 24.500 toneladas 972 toneladas 3.200 toneladas 2.750 toneladas 2.250 toneladas 1.050 toneladas 1.700 toneladas 265 toneladas

Área colhida 7.200 hectares 800 hectares 3.968 hectares 617 hectares 1.286 hectares 50 hectares 90 hectares 500 hectares 75 hectares 14 hectares

Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2015. Rio de Janeiro: IBGE, 2016

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Rendimento médio 75.278 kg/hectare 32.500 kg/hectare 6.174 kg/hectare 1.575 kg/hectare 2.488 kg/hectare 55.000 kg/hectare 25.000 kg/hectare 2.100 kg/hectare 22.667 kg/hectare 18.929 kg/hectare

Valor da produção 28.726.000 reais 26.462.000 reais 9.916.000 reais 7.147.000 reais 6.336.000 reais 3.895.000 reais 1.704.000 reais 978.000 reais 505.000 reais 162.000 reais


Produção agrícola 29


Rodovia Vias principais

Mapa Vias Mapa Uso e Renda

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Vargem Grande do Sul apresenta um déficit de espaços livres. Apesar de possuir treze novas áreas livres decorrentes de novos loteamentos implantados na cidade, nenhuma delas foi efetivamente construída e a maioria localiza-se em franjas urbanas. Os espaços de lazer da cidade são constituídos principalmente por praças, o bosque municipal e a represa do município. Os três elementos atraem muitas pessoas durante todos os dias, no entanto, as praças funcionam como pequenas centralidades dos bairros, enquanto que o bosque e a represa atendem a uma escala municipal. A princípio, a represa não foi projetada para servir como um espaço de lazer para a cidade. O projeto visava suprir e auxiliar os problemas de tratamento e abastecimento de água do município, porém, a falta de espaços livres em Vargem somada a sua proximidade com o bosque municipal, sua vegetação e a marcante presença da água tornaram a represa um espaço convidativo e agradável para a permanência das pessoas. Desta forma, localizada no extremo nordeste da cidade, a represa configurou-se como o elemento paisagístico e espaço livre mais significativo do município.

Fotos: represa municipal

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Cultura

Mapa Cultura Mapa Ă reas Verdes

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Esporte

Hospital Posto de saĂşde

Mapa SaĂşde

Mapa Esportes

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O município apresentou um crescimento urbano lento e gradativo durante todo o século XX, no entanto, desde meados dos anos 2000 esse quadro vem sofrendo alterações. Entre os fatores que influenciaram esse crescimento abrupto está o incentivo de políticas públicas instituídos pelo governo federal, como o programa Minha Casa Minha Vida Nos últimos dez anos, doze novos loteamentos foram construídos. Oito deles, localizados na zona oeste da cidade, fazem fronteira com produções agrícolas, enquanto os outros quatro margeiam a Serra da Mantiqueira na porção leste do município. Outra diferença entre os dois grupos é que o primeiro possui lotes menores e visa a população de classe média e classe média baixa que podem ser atendidas pelo programa Minha Casa Minha Vida, já o segundo grupo investe em um mercado com renda superior, apresentam lotes maiores e mais caros para atender a classe média e classe média alta.

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Produção agrícola

Classe média e classe média baixa (MCMV)

Classe média e classe média alta


Os Bairros Analisados os dados históricos, econômicos e sociais da cidade, foi identificada uma área do município cujo perfil reproduz toda a problemática que este trabalho aborda: uma área periurbana, com a transição conflituosa do espaço urbano para o espaço rural, a urbanização por meio de novos loteamentos especialmente com o desenvolvimento de projetos de habitação social, como o “Minha Casa, Minha Vida” e a falta de equipamentos públicos, principalmente de lazer, para atender esta população, que também em muitas vezes, se trata de uma população que embora resida na cidade, em sua maioria trabalha nas culturas sazonais e ainda está ligada, pelo menos economicamente, ao campo. A região escolhida compreende os bairros Jardim do Lago I, Jardim Cristina II e Jardim do Lago II, que se localizam na área oeste do município, bem na fronteira com a lavoura de cana de açúcar, o que também caracteriza um movimento excludente de levar a população cada vez mais para as bordas dos municípios, causando a segregação espacial da população de baixa renda. O espraiamento urbano é visível nestes bairros, formado por lotes pequenos e com moradias construídas por meio de financiamento junto ao Minha Casa Minha Vida, uma iniciativa que visa combater o sério problema do déficit habitacional, que em Vargem Grande do Sul está em cerca de 5 mil unidades,de acordo com dados divulgados pela Prefeitura Municipal, embora dificilmente consiga atender as necessidades habitacionais desta população. Embora sejam bairros relativamente novos, com infraestrutura básica, como rede de escoamento de água pluvial, esgoto sanitário, iluminação pública, abastecimento de água, entre outros, ainda faltam equipamentos públicos, como escolas, unidades de saúde e especialmente áreas de lazer nesses novos empreendimentos urbanos.

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O quadro formado pelas relações urbanas na cidade de Vargem Grande do Sul revelam uma área de grande interesse de intervenção. A gleba formada por três novos loteamentos na porção sudoeste da cidade fomenta a discussão a respeito de urbanidades projetadas nas franjas urbanas e a transição entre campo e cidade, ativando as áreas habitacionais concomitantemente com as áreas de produção e áreas verdes.

Mapa: localização da área de intervenção 36


O projeto elaborado para o loteamento do Jardim do Lago I, Jardim Cristina II e Jardim do Lago II, correspondente à área de intervenção, prevê a construção de uma praça em uma área institucional de 1.210,00 m² e de uma creche em um terreno de 3.426, 68 m². Um lago de 28.901,96 m², área verde de 20.496,25 m² e área de preservação permanente de 16.802,81 m² também compõem a área de intervenção. Atualmente existem 22 habitações construídas ou em construção na área. As famílias já instaladas no loteamento serão realocadas para as novas habitações propostas no projeto de intervenção.

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Vista da plantação sentido área de intervenção


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Fotos da área de internveção

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REFERÊNCIAS PROJETUAIS

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Concurso: projeto “La Comunidad”

Ambos os projetos trazem referências de pátios de convivência e unidades de vizinhança 44

Concurso: projeto “Morar Carioca” - Base urbana


Projeto: Regen Villages - EFFEKT

Exemplo de articulação entre moradia e produção de alimentos.

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DIRETRIZES PROJETUAIS

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Foi notório desde o início desse trabalho a importância da questão proposta e a necessidade de amplas pesquisas que teriam que ser feitas, dada a riqueza dos elementos que a constituía. Afinal, a questão campo e cidade e todo o contexto que envolve vem sendo o centro de discussões há milhares de anos, pois uma se entrelaça com a outra. Isso é de fácil constatação à partir do momento em que o homem pôde, através da agricultura, abandonar a vida nômade e estabelecer laços com a terra. Essa nova conquista da humanidade propiciou o surgimento de povoados, vilas e posteriormente de cidades. Conforme estas cidades foram crescendo, foram agregando novas funções, serviços e relações para suprir as necessidades do homem e com isso a agricultura perdeu espaço dentro do organismo da cidade e a produção de alimentos ficou concentrada nas zonas rurais dos municípios. E o campo, como as cidades, sofreu mudanças, expandiu-se e aprimorou-se para suportar uma crescente produção agrícola. O ponto que surge, preocupante e gerando muitas discussões é sobre o trecho de terra que fica entre o rural e o urbano formando uma franja urbana, totalmente frágil e sem planejamento. Apontada a questão, se fez necessário levantar as causas e suas futuras resoluções através de um projeto com soluções arquitetônicas, ambientais, sociais, econômicas, de planejamento; funcionais e de impacto para a sociedade.

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Precisamente neste ponto, as informações se juntaram e fortaleceram a impressão de que todo este problema, vivido em várias cidades interioranas, também é vivido na cidade de Vargem Grande do Sul. Bastava agora, escolher a área em que poderia ser feita a intervenção. Mais pesquisas, imagens fotográficas, entrevistas... E as ideias foram se delineando. Era evidente que a área em questão apresentava traços de vulnerabilidade ambiental. Como ocupar esses territórios frágeis, minimizando os impactos antrópicos? Como trabalhar a área de transição entre o rural e o urbano, ativando as áreas habitacionais concomitantemente com as áreas de produção e áreas verdes? Como desenvolver espaços de uso coletivo para o convívio das pessoas, uma vez que a maioria dos equipamentos públicos se concentra no centro da cidade? As respostas que surgiam, invariavelmente se apresentavam diferentes dos conceitos pré-estabelecidos instigando a busca de alternativas e testando a coragem imposta para este TGI. O caminho seria propor um sistema integrado de habitação, trabalho e lazer. As quadras existentes foram reorganizadas e ampliadas, totalizando cinco quadras. Destas, quatro quadras foram destinadas à moradia e produção de alimentos e uma quadra à construção de uma praça.


Em habitação a ideia foi alterar a conformação presente na área. Foi proposto que as moradias fossem constituídas por unidades unifamiliares sobrepostas, com gabaritos de até três pavimentos, a fim de dialogar com o gabarito da cidade, composto majoritariamente por casas térreas e sobrados. Buscou-se também dispor as habitações a fim de formar unidades de vizinhança, uma alternativa à questão que envolve os espaços gerados pela implantação lote a lote, comumente utilizado nas habitações de interesse social. Com relação ao trabalho, o recurso usado foi a criação de uma área para a produção de alimentos com um núcleo de produção formado por estufas, armazéns, viveiros de mudas, além de hortas e pomares para atender as necessidades de consumo dos moradores e como fonte de renda para os mesmos, através de sua comercialização. Também foi proposta uma escola técnica para o ensino voltado às práticas agrícolas e uma cobertura criada para a realização de feira para a comercialização de produtos

cultivados na área, encontros entre pessoas, exposições e como área de alimentação com produtos naturais ali cultivados. Todos estes elementos seriam construídos numa praça central que serviria como elo entre as demais quadras. Sobre o lazer, a praça comentada anteriormente funcionaria como espaço de lazer e contemplação, dada à sua localização central e sua implantação numa cota mais elevada em relação à cota em que se localiza a área verde, possibilitando uma vista do lago ali existente, juntamente com a Área de Preservação Permanente (APP). O lago e a APP formariam um parque de conservação. Finalmente, conectando todas as quadras da área de intervenção, de leste a oeste do terreno, seria criado um caminho de pedestres, mais expressivo, que passa pelas áreas de produção e seus principais elementos. Esse caminho foi projetado para ser o elemento de união da proposta e criar uma identidade de percepção para o pedestre.

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PROJETO

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Constituído em três momentos e escalas diferentes, o projeto parte da ideia de sistema para gerar diferentes níveis de urbanidade. Há um primeiro momento formado pelas unidades das quadras, essas, por sua vez, compõe um sistema maior através das relações estabelecidas entre elas e, por fim, esse conjunto associado à área de APP responde a uma demanda de escala da cidade.

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Implantação


1 5

6

6

1

4

3

1 4

1

6

2 6

7

6

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6

5 9 1 6

5 6

11

4 3 4

5 6

10

1

2

1 Habitação 2 Centro de Convivência 3 Armazém 4 Estufa / viveiro 5 Pomar 6 Horta 7 Escola 8 Marquise 9 Cobertura

12

10 Lago 11 Parque de Conservação 12 Plantação / Área rural

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Tendo em vista uma melhor compreensão do projeto foi proposto um recorte na área de intervenção, abrangendo a praça e uma quadra destinada à moradia e produção.

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O projeto relaciona questões de transformação urbana, arquitetura e agricultura urbana, e explora as possibilidades de cultivo urbano na cidade e como este pode integrar-se à construção de comunidade. Além de reconectar os moradores da cidade à natureza e à experiência manual do cultivo, as hortas urbanas possibilitam uma oferta de alimento mais sustentável e acessível.

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Habitação A produção de alimentos dividi espaço nas quatro quadras com as habitações projetadas. 56


Com uma localização central, a praça tem papel fundamental na articulação do território, configurando-se como uma zona comercial, institucional e de sociabilidade. Além de conter uma escola que incorpora os ensinamentos da permacultura e a ligação do homem com a terra em seus ensinamentos, a praça também possui uma área com cobertura posicionada no caminho principal, marcando um espaço para a realização de feiras livres nos finais de semana para a comercialização dos alimentos produzidos na área de intervenção e outros tipos de apropriação.

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As quadras são interligadas por um caminho principal, voltado para o pedestre e faz a ligação entre os núcleos de produção e a cobertura da praça. 58


Por fim, foi projetado um parque de conservação ao redor do lago na área de APP. O parque proposto e a represa localizada no extremo oposto da cidade formam um eixo praça, juntos com as outras praças da cidade e com a represa formam um eixo de espaços livres a fim de suprir a carência de espaços livres para atender a demanda. 59


Corte quadra habitacional e de produção 60


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Corte Praรงa

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MORADIA UNIDADES DE VIZINHANÇA As habitações estão dispostas de maneira a conformar pátios internos que favorecem o convívio entre os moradores. Os acessos das residências estão voltados para esse pátio concentrando o fluxo de pessoas nesse ambiente. Todas as unidades de vizinhança geradas por essa implantação possuem aberturas no nível do térreo que permitem a interação entre elas.

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MORADIA

TECTÔNICA

O sistema estrutural empregado nas habitações foi o wood frame, devido à facilidade de obtenção de matéria prima (madeira) na região para confeccionar o painel das estruturas. Vargem Grande do Sul conta também com diversas serrarias, onde esses painéis podem ser montados. Além disso, o wood frame se trata de uma obra limpa, com agilidade em sua execução e com o emprego de poucas pessoas durante seu processo de construção. A construção é composta de painéis modulados de 1,20m e recebem reforços de pilar de madeira de dimensões de 9cm x 9cm, a cada 3,60m, para receber a carga dos módulos sobrepostos. Cada um desses painéis tem montante de 9cm x 4cm espaçados a cada 30cm. Nas esquadrias, o revestimento interno e externo dos painéis é composto de placas de OSB de 12mm x 1,20m. Já os painéis de vedação possuem revestimento interno de OSB de 12mm x 1,20m e externo de siding de 1cm de espessura, 20cm de altura e 2,40cm de comprimento, com espaçamento de 1 cm entre cada um deles. OSB Estrutura OSB Impermeabilizante Ripa 2cm x 4cm Siding

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Painéis 1,20m x 2,80m


Com relação ao piso, ele é formado por longarinas de 5cm x 15cm e transversinas de 3cm x 10cm. As longarinas são espaçadas a cada 2,40m. No entanto, quando há existência de carga entre esse espaçamento por conta da unidade residencial sobreposta, a estrutura piso receberá outra longarina para receber essa carga. As transversinas serão colocadas a cada 60cm.

Os terraços gerados a partir do deslocamento das habitações recebem uma estrutura de deck de madeira, conformam os acessos das unidades sobrepostas e são compostos pela trama de longarinas e transversinas de mesma dimensão dos pisos, telha sanduíche (telha metálica revestida por isopor), pontaletes apoiados nas transversinas, transpassando a telha e servindo de apoio para as terças onde as peças do deck serão fixadas. 67


PRODUCED AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT O projeto apresentaBY três tipologias de unidades habitacionais, buscando atender diferentes composições familiares. Uma delas se trata PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT de um sobrado, onde o térreo e o primeiro pavimento, ambos com 7,47m x 7,47m, são deslocados e apresentam a metragem total de 111,6m² e composto por três quartos. A outra é de apenas um pavimento, medindo 55,8m², com dois quartos, podendo estar tanto no térreo quanto sobreposta ao módulo comum (lavanderia, sala de jogos). E a terceira, de 28,2m², é constituída de apenas um quarto e encontra-se sempre no segundo pavimento.

7,47

primeiro pavimento

1 pavimento

1,20

,09

,09

1,20

1,20

1,20

1,20 1,20

,09

1,20 1,20

térreo

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,09 1,20

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1,20 7,47

térreo

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,09 1,20

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,09

1,20

RODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

7,47

,09 1,20

PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

unidade - 3 dormitórios


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unidade - 1 dormitรณrio

PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

unidade - 2 dormitรณrios

PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

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Plantas mobiliadas PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

térreo

térreo

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PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

ODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

unidade - 3 dormitórios (sobrado)

primeiro pavimento

1 pavimento


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unidade - 1 dormitรณrio

PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

unidade - 2 dormitรณrios

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TRABALHO HORTAS E POMARES

Espaço onde serão cultivados alimentos para o consumo dos moradores e também para a comercialização. O plantio seguirá a sazonalidade de cada planta, respeitando seu ciclo natural, a rotação de culturas e garantindo a produção de alimento durante todo o ano. É preciso programar o plantio de várias espécies durante o ano e em cada canteiro, deixando ainda canteiros em repouso. A cada colheita deve-se alternar, no mesmo canteiro, o plantio de folhas e de tubérculos para que o solo possa se renovar sempre. Para o plantio, é adequado preparar o solo com matéria orgânica e garantindo uma baixa acidez. As plantas produzidas na horta, em sua maior parte, precisam de seis horas de sol. Com relação ao pomar, as espécies de árvores frutíferas a serem plantadas devem ser escolhidas entre as que melhor se adequem às condições de clima e solo do local e que tenham maior aceitação e melhor aproveitamento da fruta ao natural ou transformada em suco, geleia, compota, e outros. A maioria das plantas frutíferas produz em uma época específica do ano. Assim, é importante que sejam cultivadas espécies diversas para se ter uma produção durante o ano todo. 74


NÚCLEO DE PRODUÇÃO

Compostos por viveiros, estufas, centro de convivência e armazém, cada núcleo de produção serve duas quadras. 75


VIVEIROS E ESTUFAS

Para garantir a arborização de todo o espaço, o viveiro produzirá mudas de árvores nativas e também de plantas alimentícias destinadas não somente aos moradores do local, mas também para a venda ao público. Haverá ainda uma parte do viveiro sem cobertura, para a produção de alimentos neste espaço aberto. Já na estufa, que se trata de um ambiente climatizado, serão cultivadas as plantas que exigem manejo com adequação de temperatura e luminosidade. Tanto o viveiro quanto a estufa terão cobertura de sombrite, para o controle de luminosidade e a mesma planta. O sombrite da cobertura da estufa terá uma gramatura menor que a do viveiro, devido à necessidade de maior controle de luminosidade.

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APOIO ARMAZÉM

CENTRO DE CONVIVÊNCIA

Uma segunda construção foi criada para servir de armazém da produção agrícola, dos produtos da horta e para guardar equipamentos e ferramentas agrícolas. Localiza- se próximo a via para facilitar a entrada de veículos e o transporte de produtos.

Há uma estrutura criada para abrigar um centro de convivência provido de cozinha, banheiros e uma área de descanso.

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COBERTURA CENTRAL Atualmente, Vargem Grande do Sul conta com apenas uma feira livre, que é realizada nas manhãs de domingo. Ela funciona precariamente, sem área coberta e não oferece estruturas mínimas, como banheiros, nem para feirantes, nem para clientes. A feira livre de Vargem Grande do Sul ainda é realizada em uma rua em espaço aberto, sem cobertura, de maneira muito precária. No entanto, mesmo sem uma estrutura adequada, a feira é bastante procurada pela população, servindo como ponto de encontro informal aos domingos e de lazer. O espaço da cobertura central pode abrigar uma feira livre, proporcionando uma estrutura bem mais adequada, com banheiro, melhor utilização do espaço e de abrigo para chuva, oferecendo um período maior para a comercialização dos produtos. Os quiosques oferecem maior comodidade para os visitantes da feira, que podem consumir ali produtos frescos ou os tradicionais petiscos feitos na hora. A área coberta da feira proporciona uma ligação maior entre o produtor e os clientes e como todo o seu mobiliário é composto de objetos móveis e fáceis de montar e desmontar, este espaço é utilizado para outros fins nos dias em que não há feira. 78


TECTÔNICA

Foi empregada a mesma estrutura de cobertura para a escola, os apoios e a cobertura central. Ela é composta por uma viga de madeira laminada colada bi-apoiada em pilares de madeira com dimensões de 20cm x 40cm e alturas distintas, devido à inclinação da cobertura, coberta com telhas sanduíches. 79


Planta de cobertura - cobertura central

Corte longitudinal cobertura central

Corte transversal cobertura central 80


Corte tranversal escola

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LAZER A praça central também é um espaço de lazer e convívio, uma vez que reforça a cultura de cidades típicas do interior, onde proporciona os encontros e vivências entre os moradores. Além disso, pela sua posição mais elevada e por conta de sua cobertura, que proporciona um lugar agradável, também oferece uma área de contemplação do parque e do lago ali existentes.

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A falta de espaços livres na cidade evidencia a necessidade de uma nova centralidade paisagística no território municipal. A presença do lago e sua APP apresentam um forte potencial para o desenvolvimento de um parque de conservação. A área foi divida em três faixas de vegetação – cerrado, cerradão e mata atlântica – que se complementam para formar o parque. Por ter um caráter de conservação, o acesso da população é restringido a um caminho que percorre todo o perímetro do lago por entre a vegetação. Foi projetada uma faixa livre entre o lago e a praça com o intuito de criar um eixo visual entre os dois elementos formando, assim, um espaço de contemplação. O parque também foi projetado para compor um sistema de espaços livres junto com as praças da cidade e a represa. Assim, nas duas extremidades do sistema e também da cidade estão posicionados o parque de conservação e a represa, e a ligação entre eles é feita através das praças do município. 83


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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LIVROS BARAVELLE, José Eduardo. O cooperativismo uruguaio na habitação social de São Paulo. 2006. 170 f. Tese (Pós-gradução) - Curso de Arquitetura, Universidade de Sâo Paulo, São Paulo, 2006. CARNEIRO, Orlando. Construções Rurais. São Paulo: Livraria Nobel S.a., 1982. GEHL, Jan. Cidades para pessoas. São Paulo: Perspectiva, 2010. JOSÉ, Flávio Januário. Diretrizes para o desenvolvimento de Ecovilas Urbanas, 2014 MOLLISON, Bill. Introdução à permacultura, 1991. SEYMOUR, John. O Livro da auto-suficiência. S, 1981. SITES www.baseurbana.arq.br www.effekt.dk www.gazetavg.com.br www.ibge.gov.br www.itaconstrutora.com.br www.ryerson.ca www.thecompetitionsblog.com/results/083_02/ www.usina-ctah.org.br www.zedfactory.com

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