UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CURSO DE GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO VISUAL - DESIGN
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N A I R D E PAU L A S OA R E S
RIO DE JANEIRO | 2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CURSO DE GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO VISUAL - DESIGN
MARCELA NOGUEIRA
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NAIR DE PAULA SOARES
RIO DE JANEIRO | 2014
Agradecimentos À minha família, que sempre apoiou meus estudos mesmo quando eles não fazem sentido. Às minhas amigas, que me apoiavam de longe quando eu dizia que não poderia ver ninguém enquanto não tivesse resolvido alguma questão do projeto. À minha orientadora por ser uma ótima professora e sempre me motivar a dar o melhor de mim. Ao Carlos Veiga por ter sido tão solícito e apoiado meu projeto. Ao Flávio Chin Chan pelas conversas e ajuda com a monografia. Ao Caio Alves, sem o qual eu não saberia da existência do curso de Astrofísica Geral. E à todos que ainda estão ou que já passaram pela minha vida, contribuindo para quem eu sou hoje. À vocês, meu muito obrigada!
Resumo De um curso online inusitado, com um conteúdo incrível e um projeto gráfico não tão incrível assim, surgiu a ideia de transformar meu projeto final em apostilas que gostaria de ler. Sempre fui uma pessoa com interesses muito abrangentes e dentro da faculdade não foi diferente. Escolher o tema de meu projeto final foi uma questão pensada constantemente e que mudava a cada período. Eu queria que meu último projeto pudesse resumir o que aprendi e que eu pudesse aprender ainda mais ao me dedicar um semestre inteiro à ele. Enquanto fazia o curso a distância de Astrofísica Geral do Observatório Nacional senti falta de muitos conceitos visuais que estudei durante a faculdade e então surgiu a ideia de colocá-los em prática em uma situação real, com material textual abundante e suas limitações. Esta monografia tem por objetivo discorrer sobre o projeto de redesign do material didático oferecido pelo curso “EaD - Astrofísica Geral 2013”. Para isso será apresentado o conceito de redesign, um histórico do livro didático, da Educação à Distância e da Astrofísica seguido por uma análise do curso antes de adentrar nas minúcias do projeto em si. Palavras-chave: redesign; editorial; apostila; material didático; ead; astrofísica.
Abstract From an unusual online course with incredible content and a not so incredible graphic design, emerged the idea of turning my final project into booklets I would like to read. I've always been a person with wide-ranging interests and within college it was not different. Choosing the topic of my final project was an issue thought constantly and changed every period. I wanted my last project to summarize what I learned and to provide me learning even more as I would devote an entire semester on it. While taking the distance course General Astrophysics of the National Observatory I missed many visual concepts studied during college and so occured the idea of putting them into practice in a real situation, with abundant textual material and its limitations. This monograph aims to discuss the project of redesign of the didactic material offered by the course “Distance Education - General Astrophysics 2013”. For this purpose it will be presented the concept of redesign, a textbook, distance education and astrophysics history followed by na anallysis of the course before entering in the details of the project itself. Keywords: redesign; editorial; booklet; didactic material; distance education; astrophysics.
Sumário 11 Introdução 13 1 Conceito 15 16 19 23
1.1 Redesign 1.2 O Material Didático 1.3 Ensino à Distância 1.4 Astrofísica
25 2 Curso 25 29 31 32 33
2.1 A Pro cura 2.2 Cursos Análogos 2.3 Organização do Curso 2.4 Análise Crítica do Projeto Gráfico Atual 2.5 Propostas do Projeto
35 3 Projeto 37 40 41 42 43 45 46 50 50 52 54 56 57 60 62 64 70
3.1 Referências 3.2 Mind Map 3.3 Formato 3.4 Grid 3.5 Tipografia 3.6 Cor 3.7 Capas 3.8 Elementos Pré-Textuais 3.8.1 Folha de rosto 3.8.2 Ficha catalográfica 3.8.3 Sumário 3.8.4 Informações gerais 3.8.5 Capas de capítulo 3.8.6 Numeração de página 3.9 Miolo 3.10 Tabelas 3.11 Spreads
99 Conclusão 100 Referências Bibliográficas
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Introdução A astronomia é a ciência com maior número de adeptos amadores e provavelmente a primeira a ser observada pelo homem pré-histórico. Seu campo de estudo fascina. Entretanto não é fácil encontrar material online, gratuito, completo e confiável disponível, mesmo quando optamos por escolher um curso com apenas duas destas características. Por isso o EAD - Astrofísica Geral 2013 alcançou 25.453 alunos1, abrangendo 27 países além do Brasil. Em 3 de junho de 2013, foram abertas as inscrições para o curso a distância de Astrofísica Geral, oferecido gratuitamente pelo Observatório Nacional. Trinta capítulos seriam disponibilizados durante os cinco meses de curso, divididos em três módulos, cada um encerrado com uma prova cuja nota definiria quem receberia o certificado de conclusão de curso – concedido apenas para os que tirassem nota igual ou superior à sete. Seu objetivo era divulgar a ciência e introduzir amadores ao universo da astronomia. Um ótimo curso, mas que a meu ver possuía um único defeito. Seu material, todo em texto, poderia ser visualizado tanto online, através do website do curso, quanto off-line, através dos .pdfs disponibilizados, e nesses arquivos residia o problema. Este projeto de monografia tem como objetivo o redesign do material didático oferecido online gratuitamente pelo curso, também gratuito, EAD – Astrofísica Geral do Observatório Nacional que é destinado aos jovens e jovens adultos brasileiros e estrangeiros das mais diversas áreas unidos pelo interesse em astronomia amadora. A parte textual está dividida em três momentos. O primeiro, Conceito, trabalhará a elucidação de alguns conceitos básicos relacionados ao tema: redesign, material didático, ensino a distância e astrofísica. O segundo, Curso, discorrerá sobre o curso. O terceiro, Projeto, descreverá o processo criativo desde as referências até o produto final, mostrando todas as páginas diagramadas e alguns exemplos de antes e depois.
1 http://www.on.br/conteudo/noticias/noticia_ead_2013.html.
Acesso em: 25 de março de 2014.
R E D E S I G N
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C o n c e i t o
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1 Conceito
1.1 Redesign Redesign verb Redesign something to design something again, in a different way
Oxford Dictionary
Antes de falar de redesign, é necessário falar de design. Os autores divergem quanto ao início do design, se teria se iniciado com a Revolução Industrial ou com os primeiros objetos produzidos pela humanidade. Também divergem quanto à quando o termo passou a designar esta profissão. Independente de quando tenha se iniciado, segundo o Oxford Dictionary a primeira definição do termo “design” ocorreu em 1588, descrito como “um plano desenvolvido pelo homem ou um esquema que possa ser realizado” (BÜRDEK, 2010, pág. 13). Apesar de haver no Brasil a possibilidade de tradução do termo para “desenho industrial” (introduzido no Brasil na década de 1960 fazendo relação com a produção em massa dos produtos feitos por um designer), utilizamos hoje em dia a palavra inglesa “design” (substituído por votação no 5º ENDI, Encontro Nacional de Desenhistas Industriais, realizado em Curitiba no ano de 1988), isto porque a palavra inglesa retrata muito melhor a atividade do designer além fazer parte da história da profissão. Sua origem está na palavra em latim medieval designare, que pode ser traduzido literalmente como determinar. O verbo to design se refere ao ato de designar, esquematizar, projetar, encontrar uma solução visual para um problema. Deste modo, redesign é reprojetar, reesquematizar, reformular, achar novos meios para passar alguma informação. Este é o objetivo primordial do projeto e para isso foram usados conceitos de uma das diversas facetas do design: o design de informação ou infodesign, que lida com soluções visuais para apresentar informações da maneira clara e neutra para seu público. O design de informação se percebe presente no projeto nos momentos de análise de dados e planejamento de ações compatíveis ao usuário do material.
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1.2 O Material Didático
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Universidade de Nalanda existiu até 1197. Ela se dedicava principalmente a estudos budistas, mas também lecionava artes plásticas, medicina, matemática, astronomia, política e arte da guerra. Era uma universidade global, que atraia alunos de Coreia, Japão, China, Tibet, Indonésia, Pérsia e Turquia. Em seu apogeu, acomodou em seu alojamento cerca de 10.000 alunos e 2.000 professores.
3
Na cidade antiga de Taxila foi encontrado o primeiro centro de ensino superior registrado da Índia, datado do século V a.C., mas é discutível se ele pode ser considerado uma universidade.
4
A Tríplice Aliança Asteca, que governou de 1428 a 1521 no que é hoje o centro do México, é considerado o primeiro Estado a implementar um sistema de educação obrigatória universal. Contudo, não influenciou diretamente os outros países da época a considerar ampliar o alcance da educação em seus territórios.
O livro didático é um livro pedagógico que surgiu como complemento aos textos clássicos e para ajudar na alfabetização de crianças. Ele é um instrumento para o professor guiar o aluno através da matéria na qual se insere. Com o passar dos anos, a mudança nas necessidades dos alunos e na tecnologia disponível, o material didático se transforma, mas não deixa de existir como forma de educar e transmitir conhecimento. Sua origem tem relação direta com a história do livro, sua reprodução em massa e a ampliação do ensino. Primeiro houve o texto didático. Há registro de textos didáticos desde a antiguidade grega. A Grécia, inclusive, influenciou muito a escola como ela existe hoje. Sua dominação pelo Império Romano não significou a dissolução de sua cultura, mas a expansão da mesma para a Europa. Antes de surgirem as universidades como conhecemos hoje, eram os mosteiros estabelecidos pela Igreja Católica os detentores do conhecimento, onde os alunos aprendiam disciplinas relacionadas com a fé, como teologia e idiomas. Entrar para um mosteiro representava ter acesso aos livros que pertenciam às bibliotecas da Igreja, o que por sua vez significava acesso à um conhecimento mais profundo, acesso à história. Os textos didáticos também estavam presentes nos monastérios. A Universidade de Nalanda2, fundada em 427 em Bihar, na Índia, foi o mais antigo sistema educacional universitário de todo o mundo, no sentido moderno de "universidade”3 (GARTEN, 2006). No mundo ocidental, a Universidade de Bologna é a mais antiga, sendo fundada em 1088 e ainda em atividade, mas não foi possível acesso ao material usado por essas escolas. Tutores, professores particulares e autodidatas também usaram os textos didáticos como auxiliares na instrução, por exemplo para ensinar o alfabeto. A cartilha surgiu na Inglaterra em 1450 ou talvez até antes. O movimento de escolaridade obrigatória4 a partir do século XVI na Europa e o consequente crescimento de escolaridade, fez surgir a necessidade de livros didáticos. Eles se tornariam a primeira forma de alfabetização apenas no século XIX.
Miss Campiom segurando uma cartilha, imagem de 1661. Ao lado uma cartilha semelhante.
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Capa e página interna da Cartilha de Bitu, exemplo nacional utilizado no século passado.
Mas para falar em livros didáticos precisamos falar da história do livro. Os livros já haviam assumido o formato códice – ou códex – durante o Império Romano, quando decidiram passar a manusear o pergaminho dobrando-o e costurando-o em cadernos, mas eles ainda eram escritos à mão e reimpressos com o trabalho manual de copiadores, os monges copistas. Foi apenas com a invenção da prensa de tipos móveis por Gutemberg na década de 1450 que a reprodução em larga escala se tornou possível5. Este fato popularizou o livro, que antes tinha uma produção muito cara para ser acessível ao povo, o que tornou possível a criação dos livros didáticos. No brasil, até a vinda da família imperial em 1808 não era permitida a publicação de livros nacionais. Mesmo após sua chegada, a primeira lei em relação ao ensino primário, em 1827, não abrangia o material didático a ser utilizado. Os professores confeccionavam o próprio material ou utilizavam cartilhas portuguesas. Oficialmente, a preocupação brasileira com o livro didático começou com o decreto-lei 1.006 de 1938. Nele o presidente Getúlio Vargas considera como livro didático os compêndios – “livros que exponham, total ou parcialmente, a matéria das disciplinas constantes dos programas escolares” – e os livros de leitura de classe – “livros usados para leitura dos alunos em aula”6. O país foi liberado tanto para produzir quanto importar livros didáticos, porém seria necessário autorização do ministério da educação para serem adotados por escolas, salvo os livros universitários. No mesmo decreto, foi instituída a Comissão Nacional do Livro Didático que seria responsável, por exemplo, por examinar, estimular a produção e a importação de livros didáticos nas escolas preprimárias, primárias, normais, profissionais e secundárias. Outras comissões foram formadas ao longo dos anos, mas o processo de aquisição de novos livros continua lento e complicado, além de passar por questões políticas e editoriais. Para o ensino superior, o capítulo 1, Art. 3º parágrafo único explica que "Os livros didáticos próprios do ensino superior independem da autorização de que trata este artigo, nem estão sujeitos às demais
5
Bì Shēng, um engenheiro erudito, foi na verdade o primeiro a inventar a prensa de tipos móveis na China por volta de 1040. A tecnologia alcançou a Coreia no século XIII, mas foi na Europa que floresceu em 1450 devido as facilidades geradas pela menor quantidade de caracteres. Por isso, mesmo não tendo sido o primeiro a inventar esse método, Gutemberg foi o responsável pela sua reinvenção e popularização. 6
BRASIL. Decreto-lei nº 1.006, de 30 de dezembro de 1938.
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determinações da presente lei, mas é dever dos professores orientar os alunos, afim de que escolham as boas obras, e não se utilizem das que lhes possam ser perniciosas à formação da cultura". Após ser considerado um objeto menor em comparação com os outros livros, nas últimas décadas o livro didático vem atraindo a atenção de pesquisadores sobre sua função na educação contemporânea, crescendo os estudos relativos ao seu aperfeiçoamento e investimentos. O Programa Nacional do Livro Didático (PNDL), instituído em 1985, é hoje o segundo maior programa de livro didático do mundo, atrás apenas da China7. Na maioria das escolas brasileiras, o livro didático é o único material de apoio usado pelo professor, o que torna sua escolha uma decisão muito importante para os alunos. Para os alunos com acesso à internet e bibliotecas, incluindo os alunos de cursos à distância, as outras fontes de pesquisa não diminuem a importância do material didático oficial fornecido pelo curso, pois o mesmo constitui uma fonte confiável para o aluno, cujos conteúdos muitas vezes fragmentados para introduzir o assunto, servem como instigador para uma pesquisa mais profunda sobre o tema. Portanto, o material didático deve ser como uma raiz sólida para a construção da maturidade intelectual dos alunos, para que a partir dele o estudante possa tomar suas próprias decisões, desenvolvendo nele questionamentos e curiosidade para seguir estudando em sua própria linha de pensamento.
7
http://educarparacrescer.abril.com.br/politica-publica/103-milhoes-livros-didaticos-431016.shtml. Acesso em: 27 de agosto de 2014.
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1.3 Ensino a Distância Existem hoje três modalidades de educação: a presencial, na qual alunos e professores se encontram regularmente em um local físico chamado sala de aula; semipresencial, ou seja, parte presencial e parte virtual ou a distância; e a modalidade a distância, no qual alunos e professores estão separados em espaço e/ou tempo (MORAN, 2002). O ensino a distância ganhou grande repercussão nas últimas décadas graças aos avanços da tecnologia, mas, na verdade, esta modalidade de ensino existe há muito mais tempo. No século XVII, época da Revolução Científica8, cartas começaram a ser enviadas como forma de divulgar os avanços da ciência e isso inaugurou uma nova forma de ensinar. Mas foi no século XIX que a educação a distância propriamente dita surgiu. A Gazeta de Boston9, na edição de 20 de março de 1728, publicou o anúncio mais antigo encontrado sobre EaD, no qual o professor Caleb Phillips oferecia "material para ensino e tutoria por correspondência". Depois disso, em 1833, encontrou-se no número 30 do periódico sueco Lunds Weckoblad a comunicação de mudança de endereço, durante o mês de agosto, para as remessas postais dos que estudam composição por correspondência. Em 1840, o professor inglês Issac Pitman ensinou os princípios da taquigrafia por cartões postais enviados a seus alunos. Ainda na Inglaterra, em 1843, foi criada a Phonografic Corresponding Society. Em 1856, em Berlim, Charles Toussaint e Gustav Langenscheidt fundaram a primeira escola por correspondência, destinada ao ensino de francês. A partir daí, muitos outros cursos passaram a usar cartas para levar o ensino àqueles que não poderiam ir até as cidades para frequentar as aulas, sendo o modelo copiado por vários países. No Brasil, há anúncios em jornais de época que mostram que, ainda antes de 1900, uma professora de datilografia dava aulas por correspondência. Em 1904, o Brasil passou a ter uma sede das Escolas Internacionais, um instituto americano que ainda hoje existe e que utilizava principalmente das ferrovias para entregar material didático para os alunos, abrangendo o setor de serviços e de comércio. Após o fim da Primeira Guerra Mundial, a demanda por educação e os avanços do sistema dos correios e transportes levou a União Soviética a precisar aprimorar essa modalidade de ensino. Em dois anos, seu novo método já atendia a 350 mil usuários. Com o surgimento do rádio como meio de comunicação, muitos países – principalmente da América Latina como Brasil, Colômbia, Venezuela e México – o incluíram em seus planos de ensino. Nos Estados Unidos, quando em 1922 a Universidade de Nova York colocou no ar sua própria estação de rádio, muitas outras universidades aderiram ao movimento, incluindo Columbia, Harvard, Kansas State, Ohio State, NYU, Purdue, Tufts, e as Universidades de
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A expressão Revolução Científica, criada em 1939 por Alexandre Koyré, diz respeito ao período que se estende desde o século XVI até o século XVIII. Ele marca a liberação dos crenças míticas da Idade Média, o início da ciência como conhecimento estruturado, não mais atrelado à filosofia. As principais causas da revolução foram: renascimento cultural, a imprensa, a reforma protestante e o hermetismo.
9
http://www.vdl.ufc.br/ catedra/telematica/cronologia. htm. Acesso em: 27 de julho de 2014.
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10
BRASIL. Decreto nº 5.800, de 8 de junho de 2006.
11
http://pt.wikipedia.org/wiki/ Educa%C3%A7%C3%A3o_a_ dist%C3%A2ncia. Acesso em: 26 de julho de 2014.
Akron, Arkansas, Califórnia, Flórida, Hawaii, Iowa, Minnesota, Nebraska, Ohio, Wisconsin, e Utah. Em 1923, foi fundada a Rádio Sociedade no Rio de Janeiro e a segunda fase no EaD se iniciou no Brasil. A rádio era uma iniciativa privada que, apesar de a princípio ter gerado dúvida entre governantes se o conteúdo não poderia ser considerado subversivo, teve êxito e muitos exemplos de programas educativos de sucesso. Após várias pressões e exigências de difícil cumprimento, a rádio passou, em 1936, para o Ministério da Educação e Saúde. A partir de 1937, agora com o nome Radiodifusão Educativa do Ministério da Educação, mais programas, principalmente privados, foram implementados e assim continuaram divulgando o saber até que, em 1969, a censura política praticamente liquidou a rádio. Na década de 1960, o áudio e o videocassete também foram incorporados à educação a distância. O Código Brasileiro de Telecomunicações, editado em 1967, determinou que as emissoras de televisão, o meio de comunicação com maior cobertura da época, deveriam ter programas educativos. Privilégios foram concedidos às emissoras com fins especificamente educativos e universidades receberam incentivos para a instalação de canais de divulgação nacional. Um dos mais conhecidos exemplos é o Telecurso criado pela Fundação Roberto Marinho que, na década de 1970, oferecia um curso supletivo para ensino fundamental e médio através da televisão. Na década de 1990, porém, as emissoras foram desobrigadas a dedicar horários à programação educativa. Com o surgimento da TV fechada, hoje existem alguns canais que se dedicam à educação – como a TV Escola, TV Cultura, as TVs Universidade –, mas esse não é mais o principal canal de comunicação. Em 2005, foi criado e instituído pelo Decreto 5.800, de 8 de junho de 2006, o sistema Universidade Aberta do Brasil - UAB - que funciona como um articulador entre governo federal e entes federativos apoiando 158 instituições credenciadas pelo Governo Federal a oferecerem cursos de graduação e de pós-graduação lato sensu por meio do uso da modalidade de educação a distância. A UAB foi criada para propiciar "o desenvolvimento da modalidade de educação a distância, com a finalidade de expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior no País"10, mas, se comparada com outros países latinos, demorou muito para ser criada. Na América Latina, o programa Universidade Aberta está inserido na Universidade Autônoma do México (criada em 1972), a Universidade Estatal a Distância da Costa Rica (1977), a Universidade Nacional Aberta da Venezuela (1977) e a Universidade Estatal Aberta e a Distância da Colômbia (1983). A Austrália11 é um dos países que mais investe em EaD. O país não tem nenhuma universidade especializada nesta modalidade, mas diversas possuem essa possibilidade de ensino. Nas universidades de Queensland,
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New England, Macquary, Murdoch e Deakin, a proporção de estudantes a distância é maior ou igual à de estudantes presenciais. Criada em 1985, na Índia, a Universidade Nacional Aberta Indira Gandhi12 – IGNOU, é a maior universidade do mundo com mais de 3 milhões de alunos e tem o objetivo de atender a demanda de ensino superior oferecendo apenas cursos a distância. Entretanto, a preocupação da Índia com o sistema educacional de nível superior começou muito antes. Como falado no tópico anterior do presente trabalho, a Índia tem uma história muito antiga e prestigiosa no ensino superior, pois isto sempre ocupou um espaço importante na política. A Índia se tornou uma nação independente em 1947 e logo em 1948 foi criada a Comissão de Educação da Universidade – University Education Commission – pelo então vice-presidente Dr. Sarvepalli Radhakrishnan para “para informar sobre a educação universitária indiana e sugerir melhorias e extensões que possam ser desejáveis para atender às necessidades atuais e futuras e as aspirações do país”13. Comprometidos em atender as demandas da juventude em ascensão mas, ao mesmo tempo, levando em consideração não tornar um fardo para o país o repentino boom de acessos ao ensino superior, o que também desprestigiaria o academicismo, resolvem pensar em alternativas. Neste contexto, na década de 1960, a Comissão de Planejamento da Índia – Planning Commission of India – propôs "além disso, para aprovisionar o plano de expansão das facilidades para o ensino superior, propostas de faculdades noturnas, cursos por correspondência e concessões de graduação no exterior estão no momento sob consideração" (Planning Commission, 1960-65). O governo indiano, então, criou um comitê formado por dez membros de diversas organizações, ministério da educação e seletas universidades, que sugeriu criar um projeto de educação por correspondência piloto na Universidade de Délhi, a princípio abrangendo apenas os cursos de arte da graduação, o qual começou em 1962. Poucos anos depois, o sucesso do projeto fez com que a Comissão da Educação que o projeto fosse “expandido o mais largamente possível e deveria incluir também os cursos de ciência e tecnologia” (KUMAR; RAO; RAO, 2004). Hoje, mais de quarenta universidades oferecem cursos por correspondência na Índia. Entretanto, foi em 1969, no Reino Unido, que foi criada a universidade que influenciaria todos os outros programas de Universidade Aberta. A Open University mudou o conceito de EaD, deixou para trás a associação de ensino a distância com correios e passou dos deméritos por oferecer cursos a distância para ser reconhecida mundialmente como uma universidade de ponta14, provocando grande repercussão nos ministérios de educação de todo mundo desde a década de 1970. Ela ficou em primeiro lugar no ranking de universidades na Inglaterra e País de Gales que mais satisfazem os alunos em 2005, 2006 e 2012 em
12
http://www.ignou.ac.in/ ignou/aboutignou/profile/2. Acesso em: 26 de julho de 2014.
13
http://en.wikipedia.org/ wiki/University_Grants_ Commission_(India). Acesso em: 28 de julho de 2014.
14
http://en.wikipedia.org/wiki/ Open_University. Acesso em: 26 de julho de 2014.
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15 Conectivismo é uma nova
teoria de aprendizagem proposta por George Siemens e Stephen Downes em 2008, que se baseia na premissa de que o conhecimento existe no mundo e não simplesmente na cabeça de cada indivíduo, enfatizando o aspecto social, o contexto cultural e as trocas de informação no aprendizado. Assim, o conhecimento que existe dentro dos sistemas é acessado através das pessoas que participam em atividades. Desse modo, é muito semelhante a Teoria do Aprendizado Social de Bandura (1963) que, resumidamente, propõe que as pessoas aprendem por contato social. A frase "uma teoria de aprendizagem para a era digital", como é conhecido, indica a ênfase que a teoria dá ao efeito que a tecnologia teve/tem no modo como as pessoas vivem, se comunicam, aprendem.
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Inteligência coletiva, também referida como inteligência simbiótica por Norman Lee Johnson e como Sabedoria das Massas por James Surowiecki, é um conceito da sociologia que descreve um tipo de conhecimento que surge da colaboração de vários indivíduos em suas diversidades.
pesquisa do governo britânico, e em segundo lugar em 2007. Entre 132 universidades e faculdades, a OU ficou em 43º na Times Higher Education Table of Excellence em 2008. Nacionalmente, entrou no grupo das top 40 e, globalmente, entre as top 500 universidades pelo Academic Ranking of World Universities em 2011. É também uma das três instituições de ensino superior britânicas a ser credenciada nos Estados Unidos pela Middle States Commission on Higher Education, uma agência de credenciamento institucional, reconhecida pela Secretaria de Educação dos Estados Unidos e pelo Conselho de Acreditação do Ensino Superior. O termo e-learning se aplica ao ensino realizado por intermédio da internet, sendo, então, mais uma possibilidade para o ensino a distância. MOOC – Massive Open Online Course, ou COMA, Curso Online Massivo e Aberto, em português – é um desenvolvimento recente no ensino que vem ganhando popularidade nos últimos anos por se tratar de aulas abertas a um grande número de pessoas de qualquer país e, geralmente, sem pré-requisitos. Este novo estilo de curso surgiu para atingir um público ainda mais amplo do que os métodos anteriores por não haver restrição a número de alunos por aula. Sua origem está no movimento dos Recursos Educacionais Abertos e no Conectivismo15. A primeira experiência se deu em 2008, quando George Siemens e Stephen Downes, para ampliar a discussão sobre a sua teoria, ofereceram um curso sobre Conectivismo e Conhecimento Conectivo e o abriram para além dos 25 alunos da classe na Universidade de Manitoba, Canadá, e então outros 2300 estudantes participaram das aulas gratuitamente pela internet. Essa iniciativa foi chamada de MOOC por Dave Cormier. 2012 ficou conhecido como o “Ano dos MOOCs”, pois foi quando as grandes iniciativas como Coursera e Udacity foram criadas logo após a Universidade de Stanford lançar três cursos online em 2011 que atingiram 100.000 inscritos, motivando grandes universidades a fecharem parcerias com estas e outras plataformas online, explorando todo potencial da inteligência coletiva16. Sempre como um método de superar as deficiências educacionais locais, a educação a distância continua evoluindo junto com os avanços da ciência e da comunicação para melhor atender as populações local e global. Apesar de já ter sido considerado sem credibilidade, hoje já se acredita que o que determina o aprendizado é o esforço e a dedicação de cada aluno, e que a educação a distância pode ser feita nos mesmos níveis que o ensino regular (MORAN, 2002). Com este trabalho, espero fomentar discussões sobre as mudanças na educação e a necessidade de investimento e atenção à ela, além de atentar sobre a resistência e o preconceito que se tem contra essa modalidade de ensino.
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1.4 Astrofísica O fascínio causado pela imensidão do céu em uma noite limpa e escura é inegável. O ser humano em sua grande curiosidade vem observando o céu desde tempos muito remotos, mas não cessam as descobertas sobre ele. A astrofísica é a parte da astronomia que estuda a física do universo – as propriedades físicas (luminosidade, densidade, composição química, temperatura), os objetos (planetas, estrelas) e as interações entre eles –, sendo esta muito provavelmente a primeira ciência da humanidade. Ninguém sabe exatamente quando se iniciaram os estudos astronômicos, mas pode-se inferir que em algum momento, no tempo do homem pré-histórico, observou-se que não apenas o céu mudava um pouco todo o tempo como concomitantemente algo mudava na Terra. Durante o dia, existia uma relação entre a posição do Sol e a luminosidade, temperatura e clima. Os ciclos da Lua, o astro mais identificável da noite, coincidiam com os ciclos das mulheres e dos mares. Com o tempo, as conclusões foram se tornando mais sofisticadas. Os Egípcios perceberam que de tempos em tempos o Nilo inundava e que pouco antes disso acontecer era o melhor momento para se plantar. A “estrela do Nilo”, hoje conhecida como Sírius, anunciava esse momento. Registros antigos revelam como essas relações começaram a ser feitas. Entender o céu passou a ser sinônimo de entender a vida na Terra, passou a determinar a própria sobrevivência dos grupos. Hoje, os avanços da comunicação e a criação de um órgão internacional da astronomia – a IAU, Internacional Astronomical Union – fazem com que cada nova descoberta seja compartilhada e, assim, desenvolvida mais rapidamente. Isso também gerou um grande número de astrônomos amadores, pessoas de diversas áreas e idades que estudam e se interessam pela astronomia, o público-alvo deste projeto. Aliás, além de ser provavelmente a primeira ciência, também é a que possui o maior número de amadores. Astrônomos amadores, apesar de não serem graduados nem viverem da astronomia, não podem ser desprezados pois estes além de também fazerem descobertas também podem se tornar astrônomos em um futuro próximo. Um exemplo de amador que se profissionalizou é Neil deGrasse Tyson, popularmente conhecido por ser o apresentador do programa Cosmos, mas provavelmente todo astrônomo passou primeiro pelo amadorismo. No entanto, o conhecimento sobre esta ciência continua muito restrito e de difícil acesso.
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2 Curso
2.1 A Procura Para os que visam se tornar astrofísicos, o caminho é a faculdade de física seguida de especialização ou diretamente uma graduação de astrofísica. Para os amadores, existem alguns livros em português, cursos curtos presenciais e alguns cursos a distância fora do país, porém a maioria com temas específicos, para aqueles que já possuem conhecimentos gerais. Por isso a procura do curso EaD - Astrofísica Geral 2013 foi tão grande. Os 25.453 alunos oriundos de 27 países além do Brasil representam a maior procura até hoje nos cursos do Observatório Nacional, que anualmente oferece um curso a distância na área de astronomia e geofísica. Desde 2003 já foram tratados os temas Astrofísica Geral (2003 e 2013), Astrofísica do Sistema Solar (2004 e 2010), Astrofísica Estelar (2005 e 2007), Cosmologia (2006 e 2008), Evolução Estelar (2011) e Magnetismo da Terra (2012), somando ao todo 75.508 alunos alcançados pela educação a distância.
Gráfico da quantidade de alunos por ano de curso.
30000 25453
25000 20000 14827
15000
10095
10000
8155 4514
5000 1592
2482
3073
2795
2524
2007
2008
Astrofísica do Sistema Solar
Astrofísica Estelar
Cosmologia
Astrofísica Estelar
Cosmologia
2009
2010
2011
2012
2013 Astrofísica Geral
2006
Magnetismo da Terra
2005
Evolução Estelar
2004
Astrofísica do Sistema Solar
2003 Astrofísica Geral
0
Gráfico da quantidade de alunos por país no Ead 2013. Portugal
Estados Unidos
México
Peru
Itália
Índia
Uruguai
Chile
Turquia
Venezuela
Bélgica
República do Congo
França
Porto Rico
Argentina
Alemanha
Rússia
República Tcheca
Bolívia
África
Austrália
Canadá
Iraque
Suiça
África do Sul
Israel
Espanha
28
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Sinalização gráfica dos países abrangidos pelo curso do ON.
29
2.2 Cursos Análogos Após analisar a procura deste curso, surgiu a questão: o que levou o Observatório Nacional a ter tão grande participação em seus cursos? Em primeiro lugar, o aumento da participação também se deve ao fato deste último ter sido mais divulgado em redes sociais que os cursos anteriores e do uso da internet ter crescido exponencialmente desde 2003. Em segundo lugar, o curso possui quatro características que não são encontradas em outros cursos análogos, ele é: online, gratuito, completo e confiável. Online e gratuito são conceitos fáceis de se verificar; considero-o completo por abranger desde a história da astronomia até os dias de hoje, passando pelos avanços tecnológicos e análise dos objetos que há no céu; é confiável pois é oferecido por uma instituição prestigiosa fundada em 1827, uma das mais antigas instituições científicas brasileiras, e que até hoje é responsável por prestar serviços tecnológicos ao país e desenvolver pesquisas. No Brasil, não há outra opção de curso gratuito, online de astrofísica geral, com toda a abrangência de conteúdo oferecido e confiabilidade que um curso do Observatório Nacional representa. As alternativas restantes gratuitas, porém presenciais, são: • INPE - 27h/4 dias – XVII Curso de Introdução à Astronomia e Astrofísica • Universidade Fumec - 16h/2 meses – Introdução à Astronomia e Astrofísica • AEB (Agência Espacial Brasileira) – cursos pra professores, monitores e olimpíadas em escolas • As alternativas pagas, porém online, são: • Portal Educação - 60h/30 dias – Curso Online de Astronomia • Ensino Nacional - duração não disponível – Curso de Astrofísica Também existe, para os habitantes da cidade do Rio de Janeiro, cursos sobre astronomia no Planetário Rio, porém são todos cursos curtos e pagos. Em Portugal, segundo país com mais participantes no curso do ON com 14 alunos, existe opção do Observatório de Lisboa, que oferece um curso com mesmo tipo de conteúdo porém pago. Os Estados Unidos, com 11 alunos no curso do ON, oferecem alguns cursos gratuitos pela internet em universidades renomadas, porém o material é em vídeo ou áudio em todos os casos observados e não há provas e, consequentemente, certificado: • Diversos professores, áudio pelo iTunes – Astronomy 001 • MIT – Exploring Black Holes: General Relativity & Astrophysics • Universidade da Califórnia Berkeley – Introduction to General Astronomy • Universidade de Ohio – Astronomy 141: Life in the Universe • Universidade Yale – Frontiers and Controversies in Astrophysics
30
Dentre os demais países, foram encontrados canais de divulgação com vídeos sobre assuntos correlatos e troca de informação com estudantes nos sites da ASI (Agenzia Spaziale Italiana – Itália), ISRO (Indian Space Research Organisation – Índia), CNES (Centre National d'Études Spatiales – França) e DLR (Deutsches Zentrum für Luft- und Raumfahrt – Alemanha). Havia também no México, na Universidade de Sonora, o Curso Básico de Astronomía disponível online e presencial, ambos pagos. O presente tópico está resumido na seguinte visualização:
O n l i n e
G r a t u i t o
iTunes Portal Educação MIT Yale University Ohio University UC Berkeley Portal Educação
INPE
Universidade de Lisboa Universidad Sonora
Universidade FUMEC
Universidad Sonora C o m p l e t o
Planetário Rio C o n f i á v e l
No Brasil, há poucos cursos de astrofísica amadora, a maioria presencial e/ou pago. No exterior, cursos análogos são oferecidos principalmente nos EUA e RUN, porém na maioria dos casos com temáticas menos abrangentes e, portanto, direcionados à um público menos amador. Sendo assim, o Observatório contribui para a introdução científica local e internacional. Além das pesquisas em astrofísica e geofísica, o ON é responsável, há um século e meio, pela precisão técnica na determinação da Hora Legal Brasileira, sua conservação e disseminação no Brasil e exterior.
31
2.3 Organização do Curso
7.9
7.8 7.8.1
7.7.4
7.7.3
7.7 7.7.2
7.6
7.5
7.7.1 13.2
12.6 29.5
7.4
7.3 7.2.5.4
7.2.5.3
12.5 29.4
13.1
12.4 29.3
Capítulo 30
12.3
12.2 Capítulo 29
29.2
29.1
Capítulo 13 12.8
7.2.5 7.2.5.2
7.2.5.1
12.7
7.2.4.3
7.2.4 7.2.4.2
7.2.4.1
7.2.3
7.2 7.2.2
7.2.1
12.1 Capítulo 28
Capítulo 12 11.3 Capítulo 27
Capítulo 26
28.1
11.2
Capítulo 25
Capítulo 11 11.1
Capítulo 24
Capítulo 10 9.6
10.1
Capítulo 23
9.4.2 Capítulo 21
9.5
9.4 Capítulo 20
Capítulo 22
9.3
9.4.1 Capítulo 19 19.1
9.2 Capítulo 18
Capítulo 9 8.4 Capítulo 17
9.1 17.2
17.1
8.3 Capítulo 16
Representação dos capítulos do curso. Em lilás, os capítulos diagramados
Capítulo 7 7.1 7.1.2
6.4
7.1.1
6.3
Capítulo 6 6.2
6.1
Capítulo 5 5.2
5.1
Capítulo 3
Capítulo 4 4.2
4.1
3.1
Capítulo 2 2.2
2.1 8.2
Capítulo 8 8.1
M ó d u l o 3
Capítulo 15
M ó d u l o 2
Capítulo 14
M ó d u l o 1
Capítulo 1
O curso é dividido em três módulos e cada um deles termina com uma avaliação. No final do curso, receberá um certificado de conclusão aqueles que obtiverem nota igual ou superior à sete através da média aritmética das três provas. Por ser um curso à distância aberto para pessoas de qualquer país, não existe material didático físico, apenas online. Todo material é textual. O primeiro módulo compreende os capítulos 1 ao 7. Ele é disponibilizado para leitura e download no início do curso. As inscrições se encerram no primeiro dia de prova. Após a primeira prova, é liberado o segundo módulo, que vai do 8º ao décimo 13º capítulo. O terceiro módulo só é liberado após a segunda prova e é formado pelos capítulos 14 ao 30. Cada capítulo, subcapítulo e subdivisões possuem dois links, um para download de arquivo .pdf e outro para visualização em página da web, conforme o diagrama a seguir. Foi feita a diagramação dos capítulos 1 a 7.2.4.1 do primeiro módulo e as primeiras páginas dos módulos 2 e 3 além das respectivas capas, totalizando 91 páginas impressas de miolo mais 12 páginas de capas (3 capas de módulo, 7 capas dos capítulos do módulo 1, 1 capa de capítulo do módulo 2 e 1 do módulo 3). Esta grande quantidade de layouts foi necessária devido à variedade das necessidades de cada capítulo (alguns apresentam muitas tabelas, alguns nenhuma, alguns têm muitas imagens) e para que fosse visto na prática a diagramação e seus usos. Foi diagramado até o grau máximo de hierarquia presente no curso, 4 dígitos de subdivisão de capítulo.
32
2.4 Análise Crítica do Projeto Gráfico Atual Páginas em branco representando as páginas que não constam no projeto gráfico atual.
Antes de propor uma nova diagramação, foi necessário imprimir todo o material e relê-lo em busca das situações que poderiam ser resolvidas através do design. Isso se fez necessário principalmente pelo fato de eu ter lido o material online enquanto fazia o curso. Elementos editoriais não presentes: • Capa, importante para diferenciar o material de outras apostilas; • Sumário, existe apenas no site, importante para situar o aluno; • Informações Gerais, existe apenas no site, possui informações relevantes relativas à logística do curso, entre os quais o cronograma; • Abertura de capítulo, importante para os que, ao invés juntar todo o material em uma apostila, dividirão o curso por capítulo, a abertura funcionaria como capa; • Itemização numérica dos títulos, existe apenas na página inicial do site, crucial para entender os capítulos.
• • • • • • •
As demais situações problematizadas foram as seguintes: Grande quantidade de .pdfs, o que atrapalha na hora de fazer download e/ou imprimir; 26 dos 96 arquivos têm dois nomes, aparece um na página inicial do curso e outro dentro do capítulo; Imagens, tabelas e textos cortados na virada de página; Imagens que não aparecem no .pdf; Imagens que aparecem parcialmente (.gifs que não estão no seu formato final); Links que são .pdfs de capítulos, mas não parecem ser por não terem nomenclatura de capítulo (7.1, 7.5); Links que não estão em nenhum .pdf (nem todo conteúdo está dentro dos arquivos .pdf, alguns são anexos que são visualizados apenas quando abrimos o capítulo o qual fazem parte).
33
2.5 Propostas do Projeto Após reler o material e identificar seus problemas partindo do ponto de vista do aluno, algumas soluções foram pensadas. • Propor layout para os elementos editoriais ausentes. Demais layouts correspondem ao conteúdo intrínseco do curso, procurando sempre manter a quantidade de páginas do material original; • Renomear os capítulos com mais de um nome e, se necessário, alterar a lógica da divisão dos capítulos. Isso deve ser feito antes de se realizar a diagramação; • Incluir o conteúdo dos links sem .pdf nos capítulos onde aparecem; • Transformar .gifs em imagens estáticas para não haver perda de conteúdo na conversão; • O manejo do conteúdo .pdf é dificultado pela grande quantidade de arquivos e que, ao mesmo tempo, não abrangem todo o conteúdo que está disponível no site. Uma solução seria disponibilizar um .pdf por capítulo (o que, no total, resultaria em 30 .pdfs), mas pensar no material (na questão da paginação) dividido em módulos. Atualmente, capítulos e subcapítulos têm links para adquirir o .pdf, o que torna tanto o download quanto a impressão mais lentos, além de haver grande desperdício de papel devido aos subcapítulos pequenos que ocupam menos de uma página; • Como o curso é dividido em três etapas, a criação de uma identidade visual poderia seguir essa mesma lógica. O material passaria a ter ao mesmo tempo consistência visual durante todo o curso e frescor, com elementos que mudassem na passagem de módulo lembrando os alunos da mudança de fase; Dessa maneira, chegou-se a conclusão de que o melhor meio seria os .pdfs passarem a ser disponibilizados por capítulo, cada capítulo com uma capa, sendo que o primeiro capítulo de cada módulo começaria com a capa do módulo e sumário daquela unidade. O objetivo principal do projeto é ordenar as informações do curso sem confundir a hierarquia interna. São muitos capítulos, com distintas chaves e subchaves numéricas que contêm, em linhas gerais, os seguintes elementos didáticos: textos corridos, imagens (fotos, mapas, esquemas ilustrados, etc) e tabelas (com distintos níveis de complexidade). A inclusão das capas, folha de rosto e índice ao .pdf é importante em vários aspectos. Primeiro, ele divide e ordena o conteúdo exibido. Segundo, é um momento de preocupação estética do material, tornando mais agradável e memorável cada etapa do curso.
R E F E R Ê N C I A S
+
+
M I N D M A P
F O R M A T O
+ C O R
+
T I P O G R A F I A
+
G R I D
+
M I O L O
+ C A P A S
+
E L E M E N T O S P R É - T E X T U A I S
+ +
S P R E A D S
P
r
o
T A B E L A S
j
e
t
o
37
3 Projeto
3.1 Referências Para realizar este trabalho, foi necessário primeiro me acercar do universo visual deste tema, usando para isto um mood board, ou painel semântico, uma forma de cartaz preenchido com imagens e referências com o intuito de auxiliar no desenvolvimento do conceito de um projeto. As informações levantadas poderiam ser aproveitadas para o projeto. A fim de tornar melhor a visualização do mood board, foi separado alguns tópicos: • O álbum Biophilia da Bjork foi a primeira referência pesquisada. Toda a identidade visual dos produtos (site, capa do álbum, imagens para redes sociais e divulgação) segue um padrão de grandes espaços escuros como um céu a noite com linhas e círculos claramente representando constelações. Grandes espaços vazios é o que mais há no universo e também um dos conceitos básicos mais difíceis de assimilar. O projeto teria áreas brancas de respiro;
• A IAU também utiliza pontos e linhas para representar constelações. As ilustrações de constelações antigas mostram a passagem do belo e desnecessário para o pragmático, e assim também deveria ser a diagramação. Apesar da astronomia possuir muitas imagens graciosas, elas não podem atrapalhar a informação e devem ter um fim educativo informacional mais do que meramente ilustrativo;
Fotos de divulgação do álbum.
Orion no Atlas estelar de Alexander Jamieson, 1822, e na divisão oficial da IAU, 1930.
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Algumas capas da revista. À esquerda, capa da 1ª edição, 1845.
• A Revista Scientific American possui um layout sério e conciso, facilmente inteligível e sem muito espaço para elementos inúteis que dificultem a compreensão geral do texto, porém com poucos espaços livres, algo útil em uma apostila na qual o aluno poderiam fazer anotações ou até mesmo para aliviar visualmente a grande massa de informação que se forma em textos longos;
Capa do álbum, álbum e imagem da Voyager em filme.
• A capa do disco The Sounds of Earth, levada junto com a nave Voyager para o espaço a fim de apresentar a Terra à qualquer ser vivo que a encontrasse, traz elementos geométricos em um grid de duas colunas levemente “descomportado”, os elementos gráficos do trabalho também deveriam ser menos presentes que a informação contida neles;
Elenco da terceira temporada (1968–1969) e símbono da franquia.
• O conjunto de imagens que formam a franquia de entretenimento Startrek reforçaram a ideia de cor que será defendida mais à frente;
39
• Por fim, a série de livros O Guia do Mochileiro das Galáxias foi o último elo das minhas referências. A fonte auxiliar teria espaço para ser mais do que simplesmente legível, ela traria em si uma expressão de ficção científica, com letras geométricas seria a responsável pela personalidade do texto. Além disso, o livro representa um sentimento que gostaria de despertar em mim com o projeto, a lembrança do porquê me interessei em estudar astrofísica.
Máxima famosa na série, capa do primeiro volume e box com os livros.
40
3.2 Mind Map O mind map é uma ótima ferramenta para entender os conceitos de um projeto. Mind map ou mapa mental é um tipo de diagrama usado para organizar visualmente informação. Neste caso, foi utilizado como ferramenta de brainstorming. Jogando todas as palavras relacionadas com astrofísica que pude lembrar durante o semestre de tcc, chegou-se ao seguinte mind map. As palavras destacadas são os conceitos principais do projeto: espaço e vazio representarão o próprio céu e ciência é o que não se deve esquecer enquanto se diagrama, para que a beleza das imagens não crie a armadilha de se produzir um livro de arte ao invés de uma publicação científica.
41
3.3 Formato O curso disponibiliza duas opções de leitura de seu material: online, através do site, e offline, através do download de .pdfs. O meio principal é o online, no qual podem ser oferecidos facilmente links para outros sites relevantes além de mais opções de visualização de imagem (os recursos do flash em imagens interativas, .gifs animados mostrando etapas de uma ação, vídeos) e som. É necessário então uma reflexão sobre os motivos de existência do arquivo para download antes de qualquer proposta. Um .pdf pode existir: • Para locais com acesso limitado à internet; • Para alunos que prefiram ler o material impresso; • Para os que queiram guardar o material como livro para consulta e/ou recordação. Tendo a possibilidade da impressão em mente, algumas restrições foram adquiridas pelo projeto. O trabalho passou a ser pensado para ser impresso em papel ofício branco em uma impressora caseira. Logo, optou-se pelo formato retrato tamanho A4. Tomou-se o cuidado de não deixar nenhuma imagem sangrar para além da margem de impressão para que houvesse maior semelhança possível entre o arquivo na tela e impresso, visto que imagens sangradas passam a ter uma margem quando impressas sem refilar.
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3.4 Grid “As vantagens de trabalhar com um grid são simples: clareza, eficiência, economia e identidade”. (SAMARA, pág. 22) O grid foi proposto e ajustado algumas vezes antes de sua versão final. Foi escolhido um grid composto por oito colunas, no qual as cinco do centro da página-dupla seriam destinadas ao texto e as três restantes das beiradas serviriam para imagens, tabelas, legendas e para destacar nome e número do capítulo. Os números 3, 5 e 8 formam uma sequência de Fibonacci (na qual cada número é a soma dos dois números imediatamente anteriores na própria série: 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8...), gerando uma proporção áurea de colunas. Esta divisão em colunas foi necessária para suavizar o volume de texto. Linhas muito compridas tendem a dar a impressão ao leitor de que o texto é maior e, portanto, mais cansativo. Assim, além de diminuir a linha e melhorar a leitura longa, também criou-se vários espaços vazios que possuem diversas vantagens: aumentam a visibilidade do número do capítulo, dão um respiro a mais ao texto, criam áreas para anotações, constituem um espaço perfeito para adicionar imagens, etc.
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3.5 Tipografia “Portanto, a primeira tarefa do tipógrafo é ler e entender o texto; a segunda é analisá-lo e mapeá-lo. Só então a interpretação tipográfica pode começar”. (BRINGHURST, pág. 27) Fonte para texto: Minion Pro Com o volume de informação textual presente no curso, a melhor maneira de apresenta-lo é com uma fonte serifada, pois facilitam longas leituras. A primeira edição desta fonte desenhada por Robert Slimbach foi editada em 1989 pela Adobe. Neste trabalho, foi usada sua versão OpenType. Escolhida entre 10 fontes serifadas selecionadas devido a sua boa legibilidade para compor o texto – Minion Pro, Joanna Mt Std, Scala, Adobe Caslon Pro, Bell MT, Sabon Lt Std, ITC Legacy Serif Std, Times Lt Std, Bembo Std e Garamond –, a Minion, particularmente, possuiu um ótimo aproveitamento de espaço além de combinar com a essência do texto por seu uma fonte neo-humanista17, assim como a fonte auxiliar. A Minion foi utilizada principalmente nos textos corridos e legendas.
Aa Bb Cc Dd Ee Ff Gg Hh Ii Jj Kk Ll Mm Nn Oo Pp Qq Rr Ss Tt Uu Vv Ww Xx Yy Zz 0123456789 ()[]{}““*#@&%!?;. Fonte auxiliar: PMN Caecilia Editada em 1991 pela Linotype, a fonte desenhada por Peter Matthias Noordzij faz uma ótima dupla com a Minion. Apesar de suas terminações retangulares sérias e retas, é graciosa e traz um elemento tipográfico mais contemporâneo e lúdico que a Minion, dando mais personalidade ao livro. Possui uma itálica verdadeira, inclinada levemente a 5º, vários pesos, versaletes e algarismos de texto, perfeita para um projeto gráfico com muita hierarquia. A Caecilia foi utilizada na maioria dos títulos e nas tabelas.
Aa Bb Cc Dd Ee Ff Gg Hh Ii Jj Kk Ll Mm Nn Oo Pp Qq Rr Ss Tt Uu Vv Ww Xx Yy Zz 0123456789 ( ) [ ] { }““ * # @ & % ! ? ; .
17
Neo-humanistas ou modernistas líricas são fontes do século XX que se referem às fontes do Renascimento Italiano: traço modulado, eixo humanista [oblíquo], serifas e terminais precisos, como se feitos com pena, itálico parcialmente independente do romano.
44
A hierarquia dos títulos e textos seguem a estrutura a seguir: O título de 2 dígitos sempre aparece no início da página Títulos internos têm espaço antes, não depois.
Citações curtas têm espaço maior nas laterais para atingir duas linhas
Tópicos apresentam espaço antes e depois, a não ser que antes tenha um título.
O título de 3 dígitos se parece com o de 2, mas o corpo do texto é menor
Para os títulos de 4 dígitos, se optou por usar Minion caixa alta e baixa para diferenciar das outras hierarquias.
•• ••
45
3.6 Cor A cor foi o elemento gráfico escolhido para indicar a mudança de módulo. Para definir quais seriam as cores, o próprio texto do curso foi analisado em busca de alguma utilização de cores em astrofísica. Para chegar às três cores, foi escolhido esmiuçar a classificação espectral de Harvard – O B A F G K M L T Y, que classifica as estrelas de acordo com suas linhas espectrais através da análise da sua luz. As letras indicam uma escala de composição e temperatura. As letras também indicam cores – por exemplo o Sol é uma estrela amarela classificada como G2, ou seja, formam uma escala que representa também as cores das estrelas: ultravioleta; azul; branco; amarelo; laranja; escarlate; magenta; preto. A tabela da classificação espectral de Harvard pode ser observada abaixo.
Tabela retirada da página < http://en.wikipedia.org/wiki/ Stellar_classification>
Optou-se por dividir o espectro em três regiões. A primeira, destinada ao primeiro módulo, teria uma cor entre o violeta e o azul. A segunda, segundo módulo, entre o amarelo claro e o laranja. A terceira, terceiro módulo, entre o escarlate e magenta. As três cores teriam também uma opção mais clara para os diversos usos necessários. Deste modo, a paleta cromática final ficou do seguinte modo:
C 20 M 15 Y 10 K 0
C 0 M 10 Y 50 K 0
C 10 M 10 Y 30 K 0
C 50 M 45 Y 5 K 0
C 0 M 40 Y 100 K 0
C 10 M 90 Y 70 K 0
46
3.7 Capas de módulo Nas capas dos módulos e dos capítulos foi mantido o limite do projeto quanto a imagens vazadas, portanto todas as capas têm margem branca – a capa dos capítulos seguindo a margem interna, a dos módulos, um pouco menor. As capas dos módulos possuem uma grande imagem do universo com um filtro de cor compatível à cor do módulo. O título vazado é adotado de forma logotipada com diagramação blocada nas laterais e kerning aberto. Um rodapé com a cor chapada que representa o módulo foi acrescentado às capas para abrigar as marcas responsáveis pelo curso: Observatório Nacional e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Há uma numeração que indica o módulo.
Capas dos três módulos.
Ao lado e nas páginas seguintes, as capas em tamanho real.
47
E
A
D
A F G
-
S Í
2
T S
E
I R
0
1
3
R
O
C
A
A
L
#1
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E
A
D
A F G
-
S Í
2
T S
E
I R
0
1
3
R
O
C
A
A
L
#2
49
E
A
D
A F G
-
S Í
2
T S
E
I R
0
1
3
R
O
C
A
A
L
#3
50
3.8 Elementos Pré-Textuais 3.8.1 Folha de rosto Apresenta as mesmas informações da capa sem a imagem do fundo e sem cor no rodapé. O logotipo criado para o curso se posiciona no mesmo local onde estava na capa, mas na cor de seu respectivo módulo. A folha de rosto pode servir como capa para os que não queiram gastar tinta imprimindo a capa.
As três folhas de rosto.
Ao lado, a folha de rosto do 1º módulo em tamanho real.
51
E
A
D
A F G
-
S Í
2
T S
E
I R
0
1
3
R
O
C
A
A
L
#1
52
3.8.2 Ficha catalográfica Uma ficha catalográfica foi criada de maneira simplificada para explicar o projeto e a imagem da capa. Em uma situação real, seriam acrescentadas informações de publicação como número de ISBN.
As três fichas catalográficas.
Ao lado, ficha catalográfica do 1º módulo em tamanho real.
53
Redesign do material didático do curso “ead - Astrofísica Geral - 2013” ministrado pelo Observatório Nacional. Este projeto foi produzida como trabalho de conclusão de curso de Comunicação Visual Design na ufrj em 2014 sob orientação da designer Nair de Paula Soares. A fonte utilizada em textos e legendas é a Minion Pro. Títulos foram compostos em Caecilia lt std. Imagem da capa do 1º módulo O Violento Nascimento de Uma Estrela Esta imagem do Hubble mostra IRAS 14568-6304, uma estrela jovem que está envolta em uma névoa de gás e poeira dourada. A região escura onde está é conhecida como a nuvem molecular Circinus, cuja massa é cerca de 250000 vezes a do Sol, e está cheia de gás, poeira e estrelas jovens. Dentro dessa nuvem estão duas regiões importantes e enormes conhecidas coloquialmente pelos astrônomos como Circinus-Oeste e Circinus-Leste. Cada um desses aglomerados tem uma massa de cerca de 5000 vezes maior que a o Sol, os lugares mais proeminentes na nuvem para formação de estrelas. IRAS 145686304 está dentro de Circinus-Oeste. IRAS 14568-6304 é especial porque está dirigindo um jato protoestelar, que aparece aqui como a “cauda” abaixo da estrela. Este jato é o gás de sobra e poeira que a estrela tirou de sua nuvem pai, a fim de se formar. Embora a maior parte deste material forme a estrela e seu disco de acreção - o disco de material em torno da estrela, que pode formar planetas um dia - em algum ponto no processo de formação a estrela começou a ejectar uma parte do material a uma velocidade supersónica através do espaço. Este fenômeno não é apenas bonito, mas também pode nos fornecer pistas valiosas sobre o processo de formação das estrelas. Os cientistas chegaram a sugerir chamar o Circinus-Oeste de “ninho de saídas moleculares”, em homenagem a esta atividade. Fotografia feita em 26 de maio de 2014. Crédito: ESA/Hubble & NASA Agradecimentos: R. Sahai (Jet Propulsion Laboratory), Serge Meunier
54
3.8.3 Sumário No sumário é reproduzido a imagem da capa reduzida e todos os capítulos do presente módulo, elemento importante para situar o aluno que entraria pouco no site.
Os três sumários.
Ao lado, sumário do 1º módulo em tamanho real.
06
Informações Gerais
09
01 Os Objetos de Estudo da Astronomia
21
02 Usando Números Muito Pequenos e Números Muito Grandes
26
2.1 Realizando Operações com Potências de 10
27
2.2 Os Prefixos Usados para as Potências de 10
29 33 35
03 A Escala do Universo: Comparando Tamanhos 3.1 O Domínio de Estudo da Astrofísica 04 A Escala do Universo: Comparando Distâncias
41
4.1 Distância dos Planetas so Sol
42
4.2 Relação [Aproximada] entre Potências de Dez e a Escala de Distâncias
45
05 Astronomia Esférica
47
5.1 A Esfera Celeste
50
5.2 Sistema de Coordenadas Equatoriais
51
06 Conhecendo o Céu
53
6.1 As Constelações
57
6.2 Como as Constelações Foram Surgindo no Céu
60
6.3 Dados Gerais Sobre as Constelações
63
6.4 As 88 Constelações
155
55
07 Descobrindo o Universo: Uma Rápida História da Astronomia
157
7.1 A Astronomia Megalítica
168
7.2 A Astronomia Antiga
191
7.3 A Astronomia Indiana
193
7.4 A Astronomia dos Maias
195
7.5 A Astronomia Islâmica
197
7.6 A Astronomia Medieval
198
7.7 A Astronomia da Renascença
199
7.8 A Astronomia Moderna
206
7.9 A Astronomia do Século XX
S u m á r i o Módulo 1
56
3.8.4 Informações gerais A aba das Informações Gerais foi mesclada com a aba de Cronograma do Curso e diagramada seguindo a mancha gráfica do miolo.
57
3.8.5 Capas de capítulo As capas internas preservam as margens brancas e também levam um filtro sobre a imagem como as capas de módulo, porém são todas imagens de dentro da atmosfera terrestre (ou da atmosfera marciana, como ocorre no capítulo 18) e essa imagem ocupa a área do grid interno. No momento de escolha da imagem, levou-se em conta o conteúdo do capítulo o qual representa e o céu sempre está presente, noturno ou diurno. Conceito imagético de cada capa: • O capítulo 1 explica as diferenças entre os diversos objetos celestes, na imagem está presente um cometa – o Halle-Bopp, um dos elementos apresentados durante o capítulo; • O capítulo 2 explica conceitos matemáticos que ajudam a denominar números muito pequenos ou muito grandes – a notação científica, por isso foi escolhida uma imagem com muitos elementos, um céu estrelado chileno; • O capítulo 3 compara os tamanhos citados no capítulo anterior, por isso se escolheu uma imagem de um observatório chileno que possui o maior telescópio óptico do mundo na atualidade (será ultrapassado pelo E-ELT quando for terminada sua construção), seu interferômetro efetua medidas de ângulos e distâncias; • O capítulo 4 compara as distâncias do universo, para ilustrá-lo foi escolhida mais uma foto de céu extremamente estrelado chileno e provavelmente mostra as galáxias Pequena e Grande Nuvem de Magalhães (não havia explicação quanto aos elementos presentes no céu da foto no site onde estava disponível a imagem); • O capítulo 5 explica esfera celeste e conceitos como solstício e eclíptica, para este capítulo uma imagem da Lua crescente foi escolhida, pois as fases da Lua se relacionam com os movimentos da Terra e do Sol; • O capítulo 6 fala sobre constelações, uma imagem do céu para a capa; • O capítulo 7 conta a história da astronomia em várias civilizações, foi escolhida uma foto de Stonehenge durante o dia para ilustrar o capítulo; • No módulo 2, foi escolhido o capítulo 12 para simular como seriam suas capas. Para este capítulo, que explica os telescópios, foi usada uma visão artística de como será o E-ELT quando estiver pronto; • No módulo 3 o capítulo 18 traz uma imagem do pôr-do-sol em Marte para anunciar o início do capítulo que disserta sobre o Sol. A parte escrita se resume em número do capítulo, sempre grande e vazado em uma das laterais, e nome do capítulo alinhado ao segundo algarismo do número do capítulo. A posição destes elementos varia pelo baseline da folha.
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Todas as capas de capĂtulos diagramadas. Ao lado, a capa do capĂtulo 4 em tamanho real.
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04 A Escala do Universo
Comparando Dist창ncias
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3.8.6 Numeração de página Ocorre sempre na base inferior externa das páginas. É composta por número do módulo mais número de página nas páginas ímpares e número de capítulo mais número de página nas páginas pares. Nenhuma imagem ou tabela pode cobrir a numeração de página segundo o projeto gráfico proposto.
Numeração em página dupla com grid.
142 | Capítulo 6
Módulo 1 | 143
Ao lado, numeração de página em tamanho real.
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M贸dulo 1 | 143
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3.9 Miolo
Dois exemplos de abertura de capítulo, capítulos 1 e 4.
Durante a diagramação interna, buscou-se sempre manter aproximadamente a quantidade de páginas do original. Algumas imagens não puderam ser reaproveitadas, pois suas resoluções não permitiam ampliação para distinguir melhor as informações contidas. As 180 páginas originais do 1º módulo apresentavam muita variação de estilos para serem resumidas em poucos exemplos de layout, por isso foi necessário ampliar a quantidade de exemplos chegando, no final, às 112 páginas de layout com exemplos do 1º módulo (capítulo primeiro à meados do sétimo capítulo) e primeiras páginas de elementos editoriais mais uma página de conteúdo do 2º e 3º módulo. Os inícios de capítulo, além da capa, apresentam no topo da primeira página seu número e nome, para os que não quiserem imprimir a capa ainda poderem diferenciar facilmente os vários capítulos. É preservado um espaço duplo abaixo do nome do capítulo a partir do qual imagens não devem penetrar (o capítulo 6 é um exemplo de aproximação máxima). Hierarquias de até dois dígitos sempre começam no início da páginas, as demais hierarquias (que ocorrem principalmente no primeiro módulo) poderão ocorrer em qualquer ponto da página, logo após o término do subcapítulo precedente.
Ao lado, abertura do capítulo 6 em tamanho real.
6.1 As Constelações Vimos ao tratar da história da astronomia que, há cerca de 4000 anos, os antigos astrônomos começaram a estudar o céu, embora sem compreendêlo. Foram os sumérios e os babilônios, povos que habitavam a região da Mesopotâmia, os primeiros a dividir o céu em regiões contendo grupos razoavelmente distintos de estrelas. Estas foram as primeiras constelações que, embora fossem diferentes das que conhecemos hoje, formaram as bases para os estudos atuais. Os mais antigos textos cuneiformes, escritos na segunda metade do segundo milênio antes de Cristo, nos mostram as constelações descritas pelos sumérios. Nesta mesma época os babilônios deram às constelações nomes, e inventaram histórias associadas a elas, possivelmente com o objetivo de fazelas mais fáceis de serem lembradas. A mais antiga referência sistemática às constelações é encontrada no texto Phaenomena, escrito por Aratus no terceiro século antes de Cristo. Neste texto, Aratus, que era um poeta, descreveu 43 constelações e deu nome a cinco estrelas. Outros escritos se seguiram a isto. Hipparcos, em 129 a.C., compilou um catálogo de constelações incluindo 850 estrelas. No entanto, foi Ptolomeu, que viveu no segundo século da nossa era, que fez a mais importante lista de estrelas e constelações da antiguidade. Na sua coleção astronômica, mais conhecida pelo nome árabe de Almagesto, Ptolomeu agrupou 1022 estrelas em 48 constelações. Após a morte de Ptolomeu muito pouco progresso foi feito na astronomia durante séculos. Os árabes resgataram este estudo, em particular Al-Sufi (903-986) que escreveu o Livro das Estrelas Fixas no qual acompanhava os escritos de Ptolomeu com pequenas modificações. No entanto, somente em 1540 é que seria feita a primeira impressão de um atlas estelar, o Libro Delle Stelle Fisse, feito por Piccolomini, onde ele apresentava as 48 constelações de Ptolomeu. O primeiro catálogo estelar só iria surgir em 1665. Em 1596, os navegadores Pieter Dirksz Keyser e Frederick de Houtman, membros da primeira expedição holandesa às Indias Orientais, adicionaram 12 novas constelações pertencentes ao céu do hemisfério sul. Os nomes dados por eles a estas constelações em geral se referiam a pássaros exóticos que eles haviam conhecido no novo mundo tais como Tucano, Pavão, Fênix. Em 1603 surgiu o mais ilustre de todos os atlas celestes antigos, o Uranometria do astrônomo alemão Johann Bayer. Este texto serviu como base para todos os atlas estelares que se seguiram. Ele continha 51 cartas estelares, incluindo as 48 constelações tradicionais de Ptolomeu e as constelações recentemente descobertas no hemisfério sul por Dirksz e Houtman. O Uranometria foi feito de maneira bastante refinada. Por exemplo, as posições das estrelas não foram tiradas do catálogo de Ptolomeu mas sim do catálogo de Ticho Brahe, uma compilação muito mais precisa que tinha circulado sob a forma manuscrita em 1590 e que só foi impresso em 1602. Os desenhos das constelações apresentados no Uranometria são belíssimos como podemos ver ao lado, onde mostramos as constelações Touro e Andrômeda. Muitos anos mais tarde, o astrônomo alemão Johannes Hevelius apresentou no seu famoso livro Prodromus Astronomiae que continha um preciso atlas do céu chamado Firmamentum Sobiescianum sive Uranographia, mais conhecido hoje simplesmente como Uranografia, sete novas constelações no hemisfério norte, incluidas nos espaços vazios entre as descrições das constelações de Ptolomeu. Elas eram o Scutum Sobiescianum (Escudo de Sobieski) (que, em 1922, teve o nome simplificado para “Scutum” pela União Astronômica Internacional - IAU), Canes Venatici (Cães de Caça), Lacerta (Lagarto), Leo Minor (Leão Menor), Lynx (Lince), Sextans (Sextante), e Vulpecula (Raposa). Exemplos deste seu belíssimo livro são mostrados na página seguinte. O astrônomo Nicolas Louis de Lacaille, após a sua visita ao Cabo da Boa Esperança em 1750, apresentou 14 novas constelações no hemisfério sul. Foi Lacaille que dividiu a grande constelação Argo Navis, criada por Ptolomeu e
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Conhecendo o Céu
Sagitário e Capricórnio em um manuscrito árabe não identificado.
Touro e Andrômeda em Uranometria. Módulo 1 | 53
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3.10 Tabelas Além de texto corrido e elemento editoriais, outros componentes são necessários em livros didáticos. Além das capas, são nesses componentes que as cores aparecem no trabalho, e eles são: as tabelas (das mais comuns às mais complexas, passando por boxes de fórmulas e boxes das constelações), boxes de pergunta e mapas. Neste capítulo será apresentado a evolução da tabela, que originou os outros componentes. Voltando ao mind map e às referências buscadas antes de se iniciar o projeto, a mais forte referência imagética pesquisada, a que as pessoas primeiro se lembram ao ouvir o tema do trabalho, são as constelações. Em suas representações oficiais, são compostas basicamente de pontos e retas em fundo com uma cor que a destaque do entorno. Essa ideia foi aproveitada nos estilos de tabela presentes. Começando com tentativas de tabelas com itens divididos por traços finos, passou-se para tabelas formadas por alternâncias de linhas preenchidas e linhas vazias até se chegar à tabela dentro de uma área e cujas linhas alternas em preenchidas (de brando) e não preenchidas (permanecendo com a cor box na qual está inserida). Exemplos de tabela em tamanhos reais:
Exemplo de tabela comum. Não há linhas verticais, o próprio alinhamento à esquerda cria a divisão em colunas.
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Exemplo de tabela com chaves.
Exemplo de tabela para f贸rmulas.
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Exemplos de tabela especial para o capítulo das 88 constelações.
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Exemplo de mapa usando a mesma l贸gica das tabelas.
Exemplo de box de pergunta.
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EAD - Astrofís í ica Geral 2013 ís
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O refixos uusados sados ppara ara aass ppotências otências ddee 110 0 Oss pprefixos O sistema de unidades que usaremos em todo este text x o é a fo xt f rma internacional do sistema métrico que está em uso, conhecido pela expressão francesa Sy S stè t me IInte tè t rn r atititio ional ou simplesmente sistema SI. A As grandezas fís íís icas neste sistema são expressas pelas unidades fundamentais metro, quilograma, segundo.
Prefixos de Potências de 10 (Sistema Internacional) Múlti ttiip iplo l de d 10
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Sím í bolo ím l lo
1000000000000000000000000
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Página do projeto gráfico atual à esquerda.
Acima, um dos testes preliminares para novo layout de tabela. Abaixo, a versão final.
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3.11 Spreads Para que se tenha uma visão geral do projeto, é apresentado a seguir todos os spreads layoutados e, logo após, páginas em tamanho real de antes e depois.
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Os Objetos de estudo da Astronomia Olhando para o céu em uma noite escura podemos ver um incrível número de estrelas. Incrível? Nem tanto. Um pouco mais de 5000 objetos entre os 400 bilhões de estrelas que moram na nossa Galáxia, a Via Láctea. Nossa curiosidade vai aumentando à medida que observamos com cuidado o céu que parece nos envolver. Nele podemos distinguir muitos objetos completamente diferentes. Alguns são brilhantes (por quê?), outros são difusos (por quê?). Alguns cintilam (por quê?), outros parecem ter uma luz fixa (por quê?). Nem todas as estrelas parecem ter a mesma cor (por quê?). Algumas regiões parecem indicar ausência de estrelas, mostrando-se muito escuras (por quê?) e se destacando entre regiões brilhantes. Em algumas épocas um cometa aparece no céu, com sua estranha cauda (de onde vêm? Por que são tão diferentes das estrelas?). Subitamente, um risco luminoso no céu chama a nossa atenção (o que foi isso?). Se uma simples observação a olho nu nos mostra uma variedade tão grande de corpos a serem estudados imagine o que é revelado quando usamos potentes telescópios. Em todo o Universo, seja qual for a distância considerada, encontramos corpos celestes com propriedades diferentes. A física que ocorre nestes corpos, e que é a responsável pelas propriedades que observamos, é a mais ampla possível. A astronomia incorporou todas as áreas da física. É esta enorme riqueza da astronomia que nos obriga a estudar os vários corpo celestes com equipamentos e técnicas cada vez mais sofisticadas e completamente diferentes. Cada objeto traz uma pergunta, cada pergunta uma surpresa, e cada surpresa a certeza de que ainda sabemos muito pouco sobre o Universo.
Viajando até o fim (?) do Universo Vamos fazer uma viagem saindo da Terra e passando por alguns dos corpos celestes que são objetos de estudo dos astrofísicos
Lua
Ao sairmos da Terra passamos pelo único satélite natural do nosso planeta, a Lua. Este é o único corpo celeste já visitado, pessoalmente, pelo ser humano. Várias missões feitas pela agência espacial norteamericana NASA durante o projeto Apollo levaram homens e veículos para investigar o solo lunar. O astronauta norteamericano Neil Armstrong foi o primeiro ser humano a pisar no solo lunar.
Rua General José Cristino, 77 – Rua General Bruce, 586 – Bairro Imperial de São Cristóvão – Rio de Janeiro – RJ Brasil * CEP 20.921-400 * Tel.: (21) 2580-6087 – Fax.: (21) 2580-6041 – dir@on.br - www.on.br
Olhando para o céu em uma noite escura podemos ver um incrível número de estrelas. Incrível? Nem tanto. Um pouco mais de 5000 objetos entre os 400 bilhões de estrelas que moram na nossa Galáxia, a Via Láctea. Nossa curiosidade vai aumentando à medida que observamos com cuidado o céu que parece nos envolver. Nele podemos distinguir muitos objetos completamente diferentes. Alguns são brilhantes (por quê?), outros são difusos (por quê?). Alguns cintilam (por quê?), outros parecem ter uma luz fixa (por quê?). Nem todas as estrelas parecem ter a mesma cor (por quê?). Algumas regiões parecem indicar ausência de estrelas, mostrando-se muito escuras (por quê?) e se destacando entre regiões brilhantes. Em algumas épocas um cometa aparece no céu, com sua estranha cauda (de onde vêm? Por que são tão diferentes das estrelas?). Subitamente, um risco luminoso no céu chama a nossa atenção (o que foi isso?). Se uma simples observação a olho nu nos mostra uma variedade tão grande de corpos a serem estudados imagine o que é revelado quando usamos potentes telescópios. Em todo o Universo, seja qual for a distância considerada, encontramos corpos celestes com propriedades diferentes. A física que ocorre nestes corpos, e que é a responsável pelas propriedades que observamos, é a mais ampla possível. A astronomia incorporou todas as áreas da física. É esta enorme riqueza da astronomia que nos obriga a estudar os vários corpo celestes com equipamentos e técnicas cada vez mais sofisticadas e completamente diferentes. Cada objeto traz uma pergunta, cada pergunta uma surpresa, e cada surpresa a certeza de que ainda sabemos muito pouco sobre o Universo.
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Os Objetos de Estudo da Astronomia
Viajando até o Fim (?) do Universo Vamos fazer uma viagem saindo da Terra e passando por alguns dos corpos celestes que são objetos de estudo dos astrofísicos.
Lua Ao sairmos da Terra passamos pelo único satélite natural do nosso planeta, a Lua. Este é o único corpo celeste já visitado, pessoalmente, pelo ser humano. Várias missões feitas pela agência espacial norte-americana NASA durante o projeto Apollo levaram homens e veículos para investigar o solo lunar. O astronauta norte-americano Neil Armstrong foi o primeiro ser humano a pisar no solo lunar. A Lua vista da Terra e detalhe de suas crateras.
Vênus Caminhando na direção do Sol chegamos a Vênus, o planeta mais quente do Sistema Solar. Sua atmosfera ácida e a enorme pressão na sua superfície têm dificultado bastante o seu estudo.
Mapa topográfico de Vénus por radar, feito pela sonda Magellan (cor falsa) e posição orbital e rotação de Vénus, mostradas em intervalos de 10 dias terrestres entre 0 e 250 dias. A posição do ponto da superfície que era o ponto anti-solar no dia zero é indicada por uma cruz. Módulo 1 | 11
Vênus
Caminhando na direção do Sol chegamos a Vênus, o planeta mais quente do Sistema Solar. Sua atmosfera ácida e a enorme pressão na sua superfície têm dificultado bastante o seu estudo.
Mercúrio
Chegamos a Mercúrio, o segundo menor planeta do Sistema Solar e o mais próximo do Sol. Sua superfície é coberta de crateras o que lhe dá um aspecto bem parecido com a nossa Lua.
Sol
Atingimos agora a estrela mais próxima de nós, o Sol. Ele é um dos principais responsáveis pela vida no nosso planeta. Uma estrela normal, como tantas outras, alaranjada, que está evoluindo e que um dia se encarregará de destruir todo o sistema planetário que a acompanha.
Marte
Saindo do Sol, voltamos a cruzar as órbitas de Mercúrio, Vênus e da Terra e nos dirigimos ao planeta vermelho, Marte. Certamente é o planeta mais estudado, até agora, pelos astrônomos e também o mais visitado por sondas espaciais. Sua superfície árida ainda esconde muitos segredos. Embora menor que a Terra, Marte se impõe pela geografia exuberante, onde é marcante o maior vulcão do Sistema Solar.
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Mercúrio Chegamos a Mercúrio, o segundo menor planeta do Sistema Solar e o mais próximo do Sol. Sua superfície é coberta de crateras o que lhe dá um aspecto bem parecido com a nossa Lua.
Superfície de Mercúrio à esquerda e fotografia da Mariner 10 à direita.
Sol Atingimos agora a estrela mais próxima de nós, o Sol. Ele é um dos principais responsáveis pela vida no nosso planeta. Uma estrela normal, como tantas outras, alaranjada, que está evoluindo e que um dia se encarregará de destruir todo o sistema planetário que a acompanha.
Vênus passando pelo Sol em 2004 à esquerda e imagem de proeminências solares à direita.
Marte Saindo do Sol, voltamos a cruzar as órbitas de Mercúrio, Vênus e da Terra e nos dirigimos ao planeta vermelho, Marte. Certamente é o planeta mais estudado, até agora, pelos astrônomos e também o mais visitado por sondas espaciais. Sua superfície árida ainda esconde muitos segredos. Embora menor que a Terra, Marte se impõe pela geografia exuberante, onde é marcante o maior vulcão do Sistema Solar. Marte e, no detalhe, o vulcão Monte Olimpo, de 27 km de altura.
Cinturão de Asteróides Situados entre as órbitas de Marte e Júpiter estes fragmentos de rochas são resíduos da formação do Sistema Solar. Conhecemos as órbitas bem determinadas de cerca de 50000 asteróides e com menor precisão de mais 100000 deles. Quantos existirão nesta região? Estão eles tão próximos uns dos outros a ponto de oferecer perigo para uma espaçonave, como aparece nos filmes de ficção?
Asteróide 243 Ida e seu satélite o asteróide Dactyl, o primeiro satélite de um asteroide a ser descoberto. 12 | Capítulo 1
22/08/13
Astrofisica Geral
EAD - Astrofísica Geral 2013
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Telescópios Astronômicos Desde a sua invenção por Galileu, há quatro séculos, o telescópio tem se revelado como a ferramenta mais importante do astrônomo. Muitas descobertas foram feitas a partir da simples utilização de um telescópio. Já no seu primeiro uso, Galileu descobriu que a superfície da Lua era coberta de crateras e que Júpiter possuia satélites. Usando um telescópio podemos ver objetos astronômicos, extremamente fracos, muito mais claramente do que seria possível a olho nú. Os telescópios são essenciais porque eles nos dão imagens maiores, mais brilhantes e mais nítidas dos objetos astronômicos distantes do que os nossos olhos são capazes de fazer. O ato de olhar para o céu por meio de um telescópio aumentou enormemente o nosso conhecimento, e as nossas dúvidas, sobre os elementos integrantes do Universo. Hoje os astrônomos profissionais praticamente não "olham" para o céu: eles o medem. Para issso, os astrônomos utilizam detectores cada vez mais sofisticados que, acoplados aos telescópios, permitem que a física do Universo seja desvendada. No entanto, estes detectores sozinhos não conseguem nos dar nenhuma informação sobre o céu. Somente ao serem acoplados a um telescópio é que os detectores conseguem realizar as funções para as quais foram projetados. Isto mostra que o telescópio ainda é o elemento principal da astronomia. Tradicionalmente os telescópios têm sido usados para detectar a luz visível. Hoje, no entanto, todo o espectro eletromagnético pode ser estudado fazendo-se uso de detectores especiais capazes de registrar fótons nos mais diversos comprimentos de onda. Seja qual for a região espectral que você deseja estudar, o procedimento geral é sempre o mesmo: por meio de lentes ou espelhos a radiação proveniente de um objeto distante é levada a um foco onde a imagem resultante é vista ou fotografada ou registrada por meio de equipamentos digitais. A função de um telescópio Ao contrário do que muitos pensam, a principal função de um telescópio astronômico não é ampliar o tamanho de objetos mas sim coletar radiação eletromagnética. A ampliação é grandemente secundária. Embora algumas vezes ela seja útil, a grande ampliação produzida nos maiores telescópios traz enormes problemas técnicos para os construtores de instrumentos astronômicos. Tipos de telescópios Podemos classificar os telescópios de várias maneiras. De modo geral, é importante saber: onde ele está situado como ele captura as informações Segundo a sua localização os telescópios podem ser:
telescópios qualquer tipo de telescópio, óptico ou radio, de qualquer tamanho, terrestres situado sobre a superfície da Terra
file:///R:/DAE3/WEB/EAD_2013/site/conteudo/cap12-telescopios/telescopios-geral.html
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12.1 Telescópios Astronômicos Desde a sua invenção por Galileu, há quatro séculos, o telescópio tem se revelado como a ferramenta mais importante do astrônomo. Muitas descobertas foram feitas a partir da simples utilização de um telescópio. Já no seu primeiro uso, Galileu descobriu que a superfície da Lua era coberta de crateras e que Júpiter possuia satélites. Usando um telescópio podemos ver objetos astronômicos extremamente fracos muito mais claramente do que seria possível a olho nú. Os telescópios são essenciais porque eles nos dão imagens maiores, mais brilhantes e mais nítidas dos objetos astronômicos distantes do que os nossos olhos são capazes de fazer. O ato de olhar para o céu por meio de um telescópio aumentou enormemente o nosso conhecimento, e as nossas dúvidas, sobre os elementos integrantes do Universo. Hoje os astrônomos profissionais praticamente não “olham” para o céu: eles o medem. Para isso, os astrônomos utilizam detectores cada vez mais sofisticados que, acoplados aos telescópios, permitem que a física do Universo seja desvendada. No entanto, estes detectores sozinhos não conseguem nos dar nenhuma informação sobre o céu. Somente ao serem acoplados a um telescópio é que os detectores conseguem realizar as funções para as quais foram projetados. Isto mostra que o telescópio ainda é o elemento principal da astronomia. Tradicionalmente os telescópios têm sido usados para detectar a luz visível. Hoje, no entanto, todo o espectro eletromagnético pode ser estudado fazendo-se uso de detectores especiais capazes de registrar fótons nos mais diversos comprimentos de onda. Seja qual for a região espectral que você deseja estudar, o procedimento geral é sempre o mesmo: por meio de lentes ou espelhos a radiação proveniente de um objeto distante é levada a um foco onde a imagem resultante é vista ou fotografada ou registrada por meio de equipamentos digitais.
12 Como Observamos as Estrelas: os telescópios
A Função de Um Telescópio Ao contrário do que muitos pensam, a principal função de um telescópio astronômico não é ampliar o tamanho de objetos mas sim coletar radiação eletromagnética. A ampliação é grandemente secundária. Embora algumas vezes ela seja útil, a grande ampliação produzida nos maiores telescópios traz enormes problemas técnicos para os construtores de instrumentos astronômicos. Tipos de Telescópios Podemos classificar os telescópios de várias maneiras. De modo geral, é importante saber: • onde ele está situado; • como ele captura as informações. Classificação Segundo a Sua Localização Telescópios terrestres Qualquer tipo de telescópio, óptico ou radio, de qualquer tamanho, situado sobre a superfície da Terra
Very Large Telescope (VLT) da ESO enquanto o sol nasce em Paranal no Deserto do Atacama no Chile. Crédito: John Colosimo/ESO
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A trof As o isica Geral of
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O utras eestruturas struturas M egalííttiicas cas Outras Megalít Muitas estruturas megalítítíicas têm sido encontradas em todo o mundo. Como ilustração citamos aqui algumas que parecem ter associação com a astronomia.
Ilhas Britânicas Esta estrutura megalítítíica ffoi encontrada em Callanish, na ilha de Lewis, na latitude um tanto alta
de 58,2o. Neste local estão 13 megalitos em pé, com 3 ou 4 metros de altura, fformando um círculo um pouco achatado e com, aproximadamente, 15 metros de diâmetro. O centro do círculo é dominado por um megalito grande, com cerca de 5 1/2 metros de altura. Uma fila de 6 megalitos dirige-se para o sul a partirr deste círculo. Uma outra fileira de 4 megalitos dirigese para oeste ao mesmo tempo em que uma fileira de 4 megalitos dirige-se um pouco para o norte da direção leste. Duas linhas paralelas, com dez megalitos em uma e nove na outra, fformam uma avenida com 8 metros de largura que se dirige ligeiramente para o leste da direção norte.
Escócia f ram encontradas em Loanhead of Daviot e em Croft fft Moraig, na Escócia. Construções em fforma de U também fo A f Moraig, embora muito menores do que Stonehenge, têm As s construções de Croft ft fferenças bem interessantes. algumas similaridades e dife Ela ffoi reconstruida ao longo dos anos, passando de madeira para pedra. Croft fft Moraig apresenta megalitos dispostos na fforma de um U que se abrem na direção sul-sudeste. Este megalitos estão dentro de um círculo de pedras que está situado dentro de uma outra barreira circular. fft Moraig tinha pilares, presumivelmente marcando uma entrada, mas estes Croft estavam situados no leste e não na abertura do U. Oposta a esta abertura estava a e de pedra. O alinhamento do U está afa ffastado demais na colocada uma longa laj aj direção sul para conseguir marcar um nascimento do Sol. No entanto, ele aponta, grosseiramente, na direção do nascer da Lua mais ao sul.
Também existe um sítítíio megalítíítico mais típico em Ballochroy, na Escócia. Este
sítítíio está a uma latitude de 55,7o. Nele, três megalitos, respectivamente com 4 metros, 4 metros e 2 metros de altura, separados por 3 ou 4 metros, permanecem em linha reta. Esta linha aponta para um pico proeminente na direção que corresponde a uma declinação de -23,9o, a declinação do Sol no meio de inverno A pedras são laj a es colocadas de que tangencia o pico à medida que ele se põe. As aj lado, a do meio sendo particularmente fina e elas fo f rmam ângulos retos com a linha
7.1.2 Outras Estruturas Megalíticas Muitas estruturas megalíticas têm sido encontradas em todo o mundo. Como ilustração citamos aqui algumas que parecem ter associação com a astronomia. Ilhas Britânicas Esta estrutura megalítica foi encontrada em Callanish, na Ilha de Lewis, na latitude um tanto alta de 58,2°. Neste local estão 13 megalitos em pé, com 3 ou 4 metros de altura, formando um círculo um pouco achatado e com, aproximadamente, 15 metros de diâmetro. O centro do círculo é dominado por um megalito grande, com cerca de 5 ½ metros de altura. Uma fila de 6 megalitos dirige-se para o sul a partir deste círculo. Uma outra fileira de 4 megalitos dirigese para oeste ao mesmo tempo em que uma fileira de 4 megalitos dirige-se um pouco para o norte da direção leste. Duas linhas paralelas, com dez megalitos em uma e nove na outra, formam uma avenida com 8 metros de largura que se dirige ligeiramente para o leste da direção norte.
Escócia Construções em forma de U também foram encontradas em Loanhead of Daviot e em Croft Moraig, na Escócia. As construções de Croft Moraig, embora muito menores do que Stonehenge, têm algumas similaridades e diferenças bem interessantes. Ela foi reconstruida ao longo dos anos, passando de madeira para pedra. Croft Moraig apresenta megalitos dispostos na forma de um U que se abrem na direção sul-sudeste. Este megalitos estão dentro de um círculo de pedras que está situado dentro de uma outra barreira circular. Croft Moraig tinha pilares, presumivelmente marcando uma entrada, mas estes estavam situados no leste e não na abertura do U. Oposta a esta abertura estava colocada uma longa laje de pedra. O alinhamento do U está afastado demais na direção sul para conseguir marcar um nascimento do Sol. No entanto, ele aponta, grosseiramente, na direção do nascer da Lua mais ao sul.
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f ceis: Temos duas outras regras também muito fá regra 1 Se um número está escrito na notação científífíica, cada vez que a vírgula se desloca uma casa para a direita, o expoente de 10 aumenta uma unidade.
regra 2 Se um número está escrito na notação científífíica, cada vez que a vírgula se desloca uma casa para a esquerda, o expoente de 10 diminui uma unidade.
Comparando potências de 10 primeira regra: Se os expoentes são positivos, o maior número será o que tiver o maior expoente. 1075 é menor do que 1076 (porque 75 é menor do que 76) segunda regra: Se os expoentes são negativos, o maior número será aquele com o menor valor numérico como expoente (sem considerar o sinal). 10-75 é maior do que 10-76 (o expoente negativo menor significa que o número tem menos "zeros" depois da vírgula, ou seja, ele está mais "próximo" da unidade. Voltemos agora, novamente, ao nosso texto inicial desta vez escrito com a notação científica: "...como, por exemplo, o nosso Sistema Solar que tem um diâmetro aproximado de 1011 metros. E isto é muito pequeno se comparado com o tamanho da Galáxia onde vivemos com seus incríveis 1020 metros de diâmetro. No entanto, ao lembrarmos que o Universo visível deve ter cerca de 1026 metros de diâmetro, vemos que tamanhos assombrosos estão incluídos no estudo da Astronomia. Daí pensamos, é melhor estudar biologia pois a molécula do DNA tem apenas 10-7 metros, muito mais fácil de lidar. O problema é que a astronomia não é uma profissão perigosa enquanto que a biologia... Imagine que os biólogos têm a coragem de lidar com vírus que medem apenas 10-9 metros e são terrivelmente mortais. E se, por uma distração, um biólogo deixa um destes vírus cair no chão do laboratório? Nunca mais irá encontrá-lo!....". Muito mais simples, não é? Com certeza você conseguiu lê-lo em menos de 30 segundos e teve muito mais facilidade em comparar os tamanhos pois bastou comparar os expoentes de 10.
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que se encontram entre as duas vírgulas. Este será o expoente (negativo) de 10. Veja o exemplo ao lado. Temos duas outras regras também muito fáceis: 1ª regra Se um número está escrito na notação científica, cada vez que a vírgula se desloca uma casa para a direita, o expoente de 10 aumenta uma unidade. 2ª regra Se um número está escrito na notação científica, cada vez que a vírgula se desloca uma casa para a esquerda, o expoente de 10 diminui uma unidade. Comparando Potências de 10 1ª regra Se os expoentes são positivos, o maior número será o que tiver o maior expoente. 1075 é menor do que 1076 (porque 75 é menor do que 76). 2ª regra Se os expoentes são negativos, o maior número será aquele com o menor valor numérico como expoente (sem considerar o sinal). 10-75 é maior do que 10-76 (o expoente negativo menor significa que o número tem menos “zeros” depois da vírgula, ou seja, ele está mais “próximo” da unidade). Voltemos agora, novamente, ao nosso texto inicial desta vez escrito com a notação científica: “...como, por exemplo, o nosso Sistema Solar que tem um diâmetro aproximado de 1011 metros. E isto é muito pequeno se comparado com o tamanho da Galáxia onde vivemos com seus incríveis 1020 metros de diâmetro. No entanto, ao lembrarmos que o Universo visível deve ter cerca de 1026 metros de diâmetro, vemos que tamanhos assombrosos estão incluídos no estudo da Astronomia. Daí pensamos, é melhor estudar biologia, pois a molécula do DNA tem apenas 10-7 metros, muito mais fácil de lidar. O problema é que a astronomia não é uma profissão perigosa enquanto que a biologia... Imagine que os biólogos têm a coragem de lidar com vírus que medem apenas 10-9 metros e são terrivelmente mortais. E se, por uma distração, um biólogo deixa um destes vírus cair no chão do laboratório? Nunca mais irá encontrá-lo!...”.
0,0000000478 = 478 x 10-10 10 algarismos
0,0000000478 = 47,8 x 10-9 9 algarismos
0,0000000478 = 4,78 x 10-8 8 algarismos
0,0000000478 = 0,478 x 10-7 7 algarismos
Regra para escrever um número qualquer.
0,000478 = 0,00478 x 10-1 0,000478 = 0,0478 x 10-2 0,000478 = 0,478 x 10-3 0,000478 = 4,78 x 10-4 0,000478 = 47,8 x 10-5 0,000478 = 478 x 10-6 1ª regra para números muito pequenos.
0,000478 = 478 x 10-6 0,000478 = 47,8 x 10-5 0,000478 = 4,78 x 10-4 0,000478 = 0,478 x 10-3 0,000478 = 0,0478 x 10-2 0,000478 = 0,00478 x 10-1 2ª regra para números muito pequenos.
Muito mais simples, não é? Com certeza você conseguiu lê-lo em menos de 30 segundos e teve muito mais facilidade em comparar os tamanhos pois bastou comparar os expoentes de 10.
Módulo 1 | 25
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Como as constelações foram surgindo no céu Muito tempo passou até que tivessemos a descrição do céu, em termos de constelações, como conhecemos hoje. Apoiando-se nos trabalhos feitos pelos povos mais antigos, os astrônomos foram criando as figuras celestes das constelações à medida que aumentavam o seu conhecimento do céu. Uma das primeiras listas de constelações foi feita por Eudoxus de Knidos. Conhecemos o trabalho de Eudoxus a partir dos textos deixados por Aratos, uma vez que nenhum trabalho de Eudoxus sobreviveu até os dias de hoje.
A lista de constelações apresentadas por Eudoxus de Knidos Andromeda Aquila Auriga Boötes Cassiopeia Cepheus Corona Borealis Cygnus Delphinus constelações do norte
Draco Hercules Lyra Ophiuchus Pegasus Perseus Sagitta Triangulum Ursa Major Ursa Minor Aquarius Aries Cancer Capricornus Gemini Leo
constelações centrais
6.2 Como as Constelações Foram Surgindo no Céu Muito tempo passou até que tivessemos a descrição do céu, em termos de constelações, como conhecemos hoje. Apoiando-se nos trabalhos feitos pelos povos mais antigos, os astrônomos foram criando as figuras celestes das constelações à medida que aumentavam o seu conhecimento do céu. A Lista de Constelações Apresentadas por Eudoxus de Knidos Uma das primeiras listas de constelações foi feita por Eudoxus de Knidos. Conhecemos o trabalho de Eudoxus a partir dos textos deixados por Aratos, uma vez que nenhum trabalho de Eudoxus sobreviveu até os dias de hoje. Andromeda
Aquarius
Aquila
Aries
Auriga
Cancer
Boötes
Capricornus
Cassiopeia
Gemini
Cepheus Corona Borealis
Constelações do Norte
Leo Constelações Centrais ou Zodiacais
Libra
Cygnus
Pisces
Delphinus
Pleiades
Draco
Sagittarius
Hercules
Scorpius
Lyra
Taurus
Ophiuchus
Virgo
Pegasus Ara
Perseus
Argo
Sagitta
Canis Major
Triangulum
Centaurus
Ursa Major
Cetus
Ursa Minor
Corvus Constelações do Sul
Crater Eridanus Hydra Lepus Orion Piscis Austrinus
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C omparando ttamanhos amanhos nno o nnosso osso U niverso Comparando Universo O nosso Universo engloba tudo: do muito pequeno ao muito grande, das bactérias às supergaláxias. Por este motivo a astrofís ís í ica engloba, em suas áreas de pesquisa, praticamente tudo, das bactérias (verificando a possibilidade de vida em outros planetas) até as supergaláxias (estudando a fís í ica e a distribuição em larga escala dos maiores componentes individuais do Universo) ís O universo da astrofís í ica vai, portanto, das partíc ís í ulas fundamentais às superestruturas cósmicas (superaglomerados de galáxias) íc Por que partíc í ulas fundamentais? Porque elas são os elementos fo íc f rmadores de toda a matéria que existe no Universo. Muitos processos fís ís í icos que ocorrem no interior dos astros são devido às interações entre partíc ííc ulas elementares. Por exemplo, o Sol emite energia porque está ocorrendo um processo de interação de partíc ííc ulas elementares no seu interior, processo este que pode ser explicado usando-se a fís í ica nuclear. ís
Comparando tamanhos O muito pequeno tamanho do quark (uma das partículas fundamentais da natureza)
menor que 10-18 metros
tamanho do elétron
menor que 10-18 metros
tamanho do próton
10-15 metros
tamanho do núcleo do átomo
10-14 metros
tamanho do átomo de hidrogênio
10-10 metros
tamanho da molécula do hidrogênio
10-9 metros
tamanho dos vírus
20 a 300 x 10-9 metros
tamanho da molécula do DNA
10-7 metros
tamanho da célula
10-4 metros
tamanho de uma pulga
10-3 metros
O muito grande diâmetro da Terra
12,756 x 106 metros
diâmetro do Sol
14 x 108 metros
diâmetro do Sistema Solar
1011 metros
diâmetro da nossa Galáxia
~1021 metros
diâmetro do Grupo Local de Galáxias
~1022 metros
diâmetro do superaglomerado de Virgo
~1023 metros
diâmetro do Universo visível
maior que 1025 metros
O nosso Universo engloba tudo: do muito pequeno ao muito grande, das bactérias às supergaláxias. Por este motivo a astrofísica engloba, em suas áreas de pesquisa, praticamente tudo, das bactérias (verificando a possibilidade de vida em outros planetas) até as supergaláxias (estudando a física e a distribuição em larga escala dos maiores componentes individuais do Universo). O universo da astrofísica vai, portanto, das partículas fundamentais às superestruturas cósmicas (superaglomerados de galáxias). Por que partículas fundamentais? Porque elas são os elementos formadores de toda a matéria que existe no Universo. Muitos processos físicos que ocorrem no interior dos astros são devido às interações entre partículas elementares. Por exemplo, o Sol emite energia porque está ocorrendo um processo de interação de partículas elementares no seu interior, processo este que pode ser explicado usando-se a física nuclear.
03 A Escala do Universo: Comparando Tamanhos
Comparando Tamanhos O Muito Pequeno
Tamanho em Metros
Quark
menor que 10-18
(uma das partículas fundamentais da natureza)
Elétron
menor que 10-18
Próton
10-15
Núcleo do átomo
10-14
Átomo de hidrogênio
10-10
Molécula do hidrogênio
10-9
Vírus
20 a 300 x 10-9
Molécula do DNA
10-7
Célula
10-4
Pulga
10-3
O Muito Grande
Diâmetro em Metros
Terra
12,756 x 106
Sol
14 x 108
Sistema Solar
1011
Nossa Galáxia
~1021
Grupo Local de Galáxias
~1022
Superaglomerado de Virgo
~1023
Universo visível
maior que 1025
Comparando Tamanhos no Sistema Solar Corpo Celeste
Raio Equatorial (multiplicar por 106 m)
Sol
696,000
Júpiter
71,492
Saturno
60,268
Urano
25,559
Netuno
24,766
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07/ 7 06/ 7/ 6 13 6/
A trof As o isica Geral of
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O hineses Oss cchineses A mesmo tempo que os Babilônios desenvolviam a sua astronomia, os chineses também fa Ao f ziam seus registros astronômicos. Curiosamente, a astronomia na China era um serv r iço governamental. rv Os mais antigos registros conhecidos da astronomia chinesa são as inscrições nos ffamosos "ossos do oráculo" provenientes de A yang, a partir de 1500 a.C. Estes registros fformam uma achado ffantasticamente importante pois neles estão marcadas as "estrelas An visitantes", eventos de novas, supernovas e cometas brilhantes que fforam observ r ados pelos antigos chineses. rv No entanto, não é muito fá f cil estudar a antiga astronomia chinesa. Para isto seria necessário, em primeiro lugar, um curso sobre as unidades de comprimento e tempo usadas pelos chineses (estamos supondo que todos os participantes deste curso fa f lam chinês fluentemente!). A ciência dos Chineses A civilização chinesa inventou o tipo móvel, a pólvora, o fo fo rv f guete, a bússola magnética, o sismógrafo f , bem como realizou observ r ações sistemáticas e registros do céu. A astronomia dos chineses Os chineses descreviam as posições das estrelas no céu dividindo a esfe f ra celeste em 28 partes. Estas partes, semelhantes a "fa fe f tias fa de laranja", iam de um polo ao outro e não tinham a mesma largura. Os segmentos eram chamados de xiu i e cada um deles tinha o iu nome de uma constelação que ele continha. Os nomes dos xiu i eram: iu
Jia i o ia
chifre
K i Ku
perna
Gang
pescoço
Lou
laço
Di
raiz
W i We
barriga
F ng Fa
quarto
Mao
estação
Xin Xi in
coração
Bi
rede
W i We
cauda
Zui
tartaruga
Ji
cesta
Shen
investigador
Nan to t u
concha do sul
Jin iing
poço
Niu i iu
boi
Gui
ffantasma
Nu
garota
Liu iiu
salgueiro
X Xu
vazio
Qi xin i g in
sete estrelas
W i We
telhado
Z ang Zh
rede
Shi
casa
Y Yi
asa
Bi
parede
Z en Zh
estrado da carruagem
www ww ww.on.br/ead_2013/ 3 site/ 3/ e conteudo/ e/ o cap7-historia/ o/ a astronomia-antiga/ a/ a chineses/chineses.html a/
1/2
levou alguns estudiosos a acreditarem que os egípcios já tinham calendários em épocas tão remotas quanto o seu Velho Reinado. O Relógio de Água O relógio de água, também chamado clepsidra é importante por permitir que a hora possa ser medida de dia ou de noite. Ele é construido tendo como parte principal um recipiente projetado de tal modo que a água passa através dele enchendo um segundo recipiente, segundo uma taxa estacionária, durante um período de 24 horas. O segundo recipiente era marcado com pelo menos 24 linhas, de baixo até em cima, cada linha representando uma hora do dia. Em alguns casos 48 linhas eram marcadas de modo que meias-horas poderiam ser determinadas. Muito provavelmente também foram fabricados relógios de água com marcações que permitiam medir quartos de hora.
7.2.3 A Astronomia Chinesa Relógio solar do século XIII a.C. encontrado por equipe da Universidade de Basel no Vale dos Reis, Alto Egito.
Ao mesmo tempo que os Babilônios desenvolviam a sua astronomia, os chineses também faziam seus registros astronômicos. Curiosamente, a astronomia na China era um serviço governamental. Os mais antigos registros conhecidos da astronomia chinesa são as inscrições nos famosos “ossos do oráculo” provenientes de Anyang, a partir de 1500 a.C. Estes registros formam uma achado fantasticamente importante pois neles estão marcadas as “estrelas visitantes”, eventos de novas, supernovas e cometas brilhantes que foram observados pelos antigos chineses. No entanto, não é muito fácil estudar a antiga astronomia chinesa. Para isto seria necessário, em primeiro lugar, um curso sobre as unidades de comprimento e tempo usadas pelos chineses. A Ciência dos Chineses A civilização chinesa inventou o tipo móvel, a pólvora, o foguete, a bússola magnética, o sismógrafo, bem como realizou observações sistemáticas e registros do céu.
Esquema do funcionamento de um relógio de água.
178 | Capítulo 7
A Astronomia dos Chineses Os chineses descreviam as posições das estrelas no céu dividindo a esfera celeste em 28 partes. Estas partes, semelhantes a “fatias de laranja”, iam de um polo ao outro e não tinham a mesma largura. Os segmentos eram chamados de xiu e cada um deles tinha o nome de uma constelação que ele continha. Os nomes dos xiu eram: Jiao
Chifre
Kui
Perna
Gang
Pescoço
Lou
Laço
Di
Raiz
Wei
Barriga
Fang
Quarto
Mao
Estação
Xin
Coração
Bi
Rede
Wei
Cauda
Zui
Tartaruga
Ji
Cesta
Shen
Investigador
Nan tou
Concha do sul
Jing
Poço
Niu
Boi
Gui
Fantasma
Nu
Garota
Liu
Salgueiro
Xu
Vazio
Qi xing
Sete estrelas
Wei
Telhado
Zhang
Rede
Shi
Casa
Yi
Asa
Bi
Parede
Zhen
Estrado da carruagem
07/06/13
Astrofisica Geral
"Que astronomia é possível fazer sem conhecer a escrita?"
Certamente o não conhecimento da escrita coloca fortes limites sobre o conhecimento astronômico. Basta lembrar que sem ela fica muito mais difícil (mas não impossível) realizar uma das tarefas mais elementares (e importantes) da astronomia: o registro de ocorrências astronômicas. Na verdade, alguns fatos astronômicos diários podem ser registrados sem que seja necessária a intervenção da escrita. Por exemplo, existem evidências de que alguns povos primitivos observavam cuidadosamente as fases da Lua e registravam isto fazendo entalhes em uma vara de madeira ou arranhões em um osso. Este mesmo processo de registro tornou possível que vários povos contassem o número de dias em um ano sem que dominassem a escrita. Muitos outros acontecimentos astronômicos podiam ser observados sem o auxílio da escrita. Qualquer povo primitivo podia encontrar as direções do nascimento e do ocaso das estrelas, ou então as direções do nascimento e do ocaso, mais ao norte e mais ao sul, do Sol e da Lua sem necessitar escrever. Entretanto, não existe qualquer evidência de que algum povo pré-histórico tenha encontrado o dia exato do nascer do Sol mais ao norte, e embora hoje os turistas, informados pela mídia, invadam os sítios megalíticos, como por exemplo Stonehenge, para festejar este data. Pelo que nós sabemos, na época megalítica, possivelmente, as pessoas se reuniam nestes locais vários dias antes ou depois do dia do solstício. Mesmo assim é engraçado ver pessoas fantasiadas de "druidas" (embora ninguém saiba como eles se vestiam), com velas na mão, andando em círculos (embora ninguém saiba detalhes de como era a religião destes povos) próximos a estes locais nesta época do ano. Bem, o carnaval existe em épocas diferentes em muitos lugares do mundo.
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O fato mais importante a notar é que, na época em que os megalitos foram construídos, as pessoas não conheciam a escrita. Deste modo, a pergunta fundamental passa a ser:
“Que astronomia é possível fazer sem conhecer a escrita?” Certamente o não conhecimento da escrita coloca fortes limites sobre o conhecimento astronômico. Basta lembrar que sem ela fica muito mais difícil (mas não impossível) realizar uma das tarefas mais elementares (e importantes) da astronomia: o registro de ocorrências astronômicas. Na verdade, alguns fatos astronômicos diários podem ser registrados sem que seja necessária a intervenção da escrita. Por exemplo, existem evidências de que alguns povos primitivos observavam cuidadosamente as fases da Lua e registravam isto fazendo entalhes em uma vara de madeira ou arranhões em um osso. Este mesmo processo de registro tornou possível que vários povos contassem o número de dias em um ano sem que dominassem a escrita. Muitos outros acontecimentos astronômicos podiam ser observados sem o auxílio da escrita. Qualquer povo primitivo podia encontrar as direções do nascimento e do ocaso das estrelas, ou então as direções do nascimento e do ocaso, mais ao norte e mais ao sul, do Sol e da Lua sem necessitar escrever. Entretanto, não existe qualquer evidência de que algum povo préhistórico tenha encontrado o dia exato do nascer do Sol mais ao norte, e embora hoje os turistas, informados pela mídia, invadam os sítios megalíticos, como por exemplo Stonehenge, para festejar este data. Pelo que nós sabemos, na época megalítica, possivelmente, as pessoas se reuniam nestes locais vários dias antes ou depois do dia do solstício. Mesmo assim é engraçado ver pessoas fantasiadas de druidas (embora ninguém saiba como eles se vestiam), com velas na mão, andando em círculos (embora ninguém saiba detalhes de como era a religião destes povos) próximos a estes locais nesta época do ano. Bem, o carnaval existe em épocas diferentes em muitos lugares do mundo.
Pedaços do monolito Grand Menhir Brisé.
7.1.1 Stonehenge
160 | Capítulo 7
Nenhum lugar tem gerado tanta especulação e teorias extravagantes como as enormes e solitárias pedras que permanecem eretas na planície de Salisbury, em Wiltshire, Inglaterra, desafiando-nos com o seu mistério. A simples visão da estrutura não usual do antigo monumento de Stonehenge intriga a todos aqueles que o conhecem. Quem o fez e para que? Por mais de 5000 anos ele tem permanecido em uma vigília silenciosa sobre aquela região. Stonehenge foi construida entre 3100 e 2000 antes de Cristo na planície de Salisbury, Inglaterra. Este monumento megalítico já foi escavado, medido, pesquisado, já o fotografaram com raios X e, a despeito de tudo isto, o seu propósito ainda permanece um dos grandes mistérios do mundo. Quase tudo já se disse sobre Stonehenge. Teorias e “teorias” em profusão tentam explicar algo que nos intriga. As três perguntas de sempre: quem, por que e para que,
Este capítulo só existe online no atual projeto gráfico do curso.
Estrelas Mais Brilhantes
α And
Alpha And ou alpha Andromedae • outros nomes: Alpheratz ("quarto dianteiro do cavalo"), Sirrah ("umbigo do cavalo"); • ela é uma estrela branco-azulada, com magnitude 2,06 e de tipo espectral B8IVpMnHg; • esta estrela tem seu nome em árabe associado a partes de um cavalo porque, anteriormente, ela pertencia à constelação Pegasus, com o nome Delta Pegasi. A constelação Pegasus é vizinha à constelação Andrômeda. Hoje a estrela alpha And marca a cabeça da filha real, a princesa.
β And A n d r o m e d a Nome Latino
Andromeda
Genitivo
Andromedae
Abreviatura
And
Significado
“A dama acorrentada”; “a princesa”.
Origem
Andrômeda quer dizer “a princesa”, a filha de Cassiopéia na mitologia.
Nome em Outros Idiomas
Português Andrômeda Inglês Andromeda Alemão Andromeda Francês Andromède Espanhol Andrómeda Japonês Andromeda Islandês Andrómeda Fjötrameyjan
Beta And ou beta Andromedae • outro nome: Mirach ("avental de cocheiro"); • é uma estrela binária de magnitude 2,1. Ela pode ser facilmente resolvida em suas duas componentes com o auxílio de um pequeno telescópio.
γ And
Gamma And ou gamma Andromedae • outros nomes: Alamak/Almach ("lince do deserto"); • é um espetacular sistema triplo de estrelas. Este conjunto de estrelas foi identificado como um sistema duplo em 1788. Somente em 1842, Otto Struve observou que a estrela secundária também formava um par binário; • as duas componentes mais brilhantes são facilmente separáveis mesmo quando vistas em telescópios pequenos. A estrela mais brilhante é uma gigante alaranjada de magnitude 2,2 e sua companheira secundária mais fraca, uma estrela branca de magnitude 5,0. Elas estão separadas por quase 10"; • a terceira componente do sistema é uma estrela de magnitude 6,6 que forma um par binário com a estrela branca secundária. A órbita deste sistema binário é muito excêntrica, com um período orbital de cerca de 61 anos. Sua separação máxima é de apenas 0,7".
δ And
Delta And ou delta Andromedae
μ And
Mi And ou mi Andromedae
χ And
Localização
Hemisfério Norte
Ascenção Reta
De 2 horas 36 min a 22 horas 56 min
Declinação
+21o a +53o
π And
Família de Constelações
Pertence à família de constelações de Perseus
56 And
Chi And ou chi Andromedae • outro nome: Adhil Pi And ou pi Andromedae • é um sistema de estrelas binárias, mais fraco do que gamma And. Suas duas estrelas são de sexta magnitude.
Outros Objetos Presentes na Constelação Aglomerados Abertos NGC 752 NGC 7686 Aglomerados Globulares G1, Mayall II: Andromeda’s Globular 64 | Capítulo 6
99
Conclusão Design não tem apenas uma função estética. Design tem uma responsabilidade visual de transmitir informação correta e precisa do transmissor ao receptor. Para isso, o designer deve treinar seus olhos e usar sua habilidade de identificar problemas para propor soluções. Nesse sentido, design e ciência não estão tão distantes a medida que ambos precisam ter olhos atentos para gerar informação empírica. No livro Beautiful Evidence, Edward Tufte discorre sobre o acidente com o ônibus espacial Columbia em 2003 e como uma falha na comunicação terminou por causar a morte de seus sete tripulantes. Houve um possível acidente em seu lançamento, engenheiros rapidamente prepararam três relatórios, totalizando 28 slides de PowerPoint, para explicar as incertezas acerca do acidente. Os relatórios foram entendidos como otimistas, nenhuma investigação mais profunda foi realizada e Columbia viajou por mais 16 dias com um grande buraco desconhecido em sua asa que causaria seu incineramento na reentrada na atmosfera terrestre. Uma análise mais direta e uma visualização objetiva talvez pudesse ter salvo aquelas vidas. O objetivo primordial deste trabalho de conclusão de curso era reordenar as informações para serem entendidas mais facilmente. Entretanto, durante os preparativos para se iniciar o projeto percebeu-se que muito mais poderia ser feito pela forma para evidenciar o conteúdo. Este foi um projeto de análise estrutural e empatia com o público-alvo, um exercício com uma situação real e abordagem acadêmica. Melhorar o aspecto visual é apenas a consequência da melhoria estrutural proposta, da beleza interna do conteúdo do curso que externa com um projeto gráfico. Buscar realizar um projeto apenas belo gera uma beleza superficial, mas procurar fazê-lo de forma completa (pensando em todos os aspectos e implicações) gera uma beleza madura, capaz de ajudar no ensino estimulando o pensamento. Isto é design.
100
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