Caderno tfc

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COMPLEXO DE RESSOCIALIZAÇÃO E AMPARO ANIMAL PARA A CIDADE DE CRAVINHOS/SP

MARCELA PULCINI CLAUDINO Orientadora: Prof. Alexandra Marinelli

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA


MARCELA PULCINI CLAUDINO

COMPLEXO DE RESSOCIALIZAÇÃO E AMPARO ANIMAL PARA A CIDADE DE CRAVINHOS/SP

Trabalho final de curso apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda para cumprimento das exigências para a obtenção do título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

RIBEIRÃO PRETO 2016


Dedicatória

Dedico a Maria Aparecida Leite Pulcini (in memorian), minha avó e para sempre minha fortaleza e exemplo de bondade e fé. A Luzia Pulcini, minha mãe que tanto sonhou com esse momento, minha amiga, o maior orgulho e amor da minha vida. E em especial a minha gata Melissa, que trouxe cor e ainda mais amor aos meus dias, sendo a fonte de inspiração para a relização deste trabalho.

Agradecimentos

É sempre um ato de reconhecimento grandioso, para a vida e para a alma humana, é fonte inesgotável de gratidão para com aqueles que fazem da nossa vida, um constante compartilhar de momentos únicos e insubstituíveis. A minha avó Maria Aparecida Leite Pulcini (in memorian) que caminhou junto a mim por boa parte dessa jornada, sempre me acalmando com sua doçura e orações. Meu exemplo de amor e bondade. Agradeço aos meus pais Antônio e Luzia, pela paciência, amor e cuidado dedicados a mim durante essa jornada, em especial a minha mãe, pelo amor e doçura infinitos, por guiar meus caminhos em meio as dificuldades durante estes cinco anos, enaltecendo sempre minha capacidade de conquista, sem nunca me deixar cogitar a desistência de meus sonhos e principalmente por me proporcionar com sua luta todas as condições necessárias para a conclusão desta etapa. Eu amo você. Ao meu irmão Celso, obrigada por toda sabedoria dividida e por ser um exemplo tão lindo para todos que vivem ao seu redor, principalmente para mim. Aos meus tios Otávio e Tereza Pulcini, que me protegem do mundo, me guiando por caminhos seguros para que alcance meus objetivos, agradeço todo o carinho, apoio e orações, a voçês meu eterno agradecimento e amor. Não poderia deixar de agradecer pelo companheirismo, carinho, amizade e simplicidade de um neguinho Marlon Miranda, que esteve ao meu lado, enchendo meus dias de luz e amor, me fazendo perseverar na fé diante das minhas descrenças e indecisões, mudando meu modo de enxergar a vida, para encarar assim as dificuldades com sorriso. A minha querida e doce orientadora Prof. Alexandra Marinelli, que acreditou desde o início em minha proposta, me incentivando e guiando com tanta sabedoria para o desenvolvimento deste trabalho, a minha linda avaliadora Prof. Fabiana Mori que me aconselhou com tanto carinho durante este ano. Aaos demais professores que muito contribuiram para minha formação. Todo meu agradecimento aos meus animais de estimação (Mel, Pingo, Kira, Amora e Apollo) que são o incentivo e entusiamo para minha caminhada. Especialmente a minha Melissa que em uma breve passagem pela minha vida pode me presentear com um amor inexplicável e inesquecível. Agradeço também aos meus amigos de curso, por tantos momentos e experiências compartilhadas e aos que nunca me deixaram desistir, em especial a minha Gangue (Rafaela, Stefânia, Regiane, Paula, Taina e Bianca). E finalmente agradeço ao meu Deus, por me proporcionar a chance de gratidão por todos que tornaram minha vida mais afetuosa, além de ter me dado uma família maravilhosa e amigos fieis. Deus, que me faz superar obstacúlos a cada dia sem deicar de sonhar.


Resumo

Abstract

O trabalho desenvolvido associa arquitetura a causa social em defesa dos animais, concebendo espaços de amparo com qualidade, a animais abandonados e fragilizados, espaços estes que possam promover bem estar e reestabelecer a relação entre homem e animal. A proposta também abrange o lazer acessível a toda a população através de uma praça que recebe de forma aconchegante seus visitantes, sejam homens ou animais.

This present study associates architecture to social causes in animal defense, conceiving high quality caring spaces to abandoned and vulnerable animals where well being can be supported, as well as reestablishing the relationship between man and animal. The proposal also embraces accessible leisure activities to the population through a square that can receive comfortably visitors; humans and animals.

Palavras chave: Animais, abandono, marquise, integração

Keywords: Animals, abandonment, marquee, integration


“Todas as coisas da criação são filhos do pai e irmãos do homem. Deus quer que ajudemos aos animais se necessitam de ajuda.” São Francisco de Assis


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APRESENTAÇÃO A Relação entre Homem x Animal e seus benefícios A dura realidade do abandono animal O terceiro setor e ONG´S Visitas

Referências Projetuais Tierheim Berlin, Alemanha Animals Protection Society - S.P.A; Brugheas, França Animal Refuge Centre, Holanda Clinica Veterinária Dra. Nanci Oyakawa Rosa

Parecer De Especialistas em Medicina Veterinária Área de Intervenção Área Escolhida Levantamentos do Entorno Legislação

Programa de Necessidades Organograma Fluxograma Organograma Fluxograma

Anteprojeto Projeto Referências


APRESENTAÇÃO O assunto escolhido para o trabalho de final de curso (TFC) de Arquitetura e Urbanismo refere-se à importância da arquitetura para com o bem-estar animal, através de um equipamento público, inserido na área de projeto de arquitetura. A escolha do tema deu-se pelo amor aos animais, pelo aprendizado agregado a partir da vivência com as dificuldades enfrentadas pela Associação Ambientalista Toda Vida da cidade de Cravinhos e por observações empíricas, visto que a população animal abandonada no meio urbano é diversificada, e a situação no Brasil é delicada, sendo esses animais recolhidos para espaços superlotados e inadequados. O número de animais fragilizados por algum tipo de violência, infelizmente, ainda é muito maior que o número de instituições preparadas para atendê-los. Os animais são seres especiais, que também sentem, desta forma exercem direitos. Santana, (2004, p.22) esclarece que Utilizando-se, de modo geral, a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, infere-se que o conceito de guarda responsável implica na conduta humana de dar ao integrante da fauna o devido respeito, não o submetendo a maus tratos e a atos cruéis, nem o explorando, muito menos promovendo o seu extermínio desnecessário ou cruel.

A lei que trata de ampla maneira a ética da proteção aos animais, o Decreto Federal nᵒ 24.645/1934 inclui no conceito de guarda responsável algumas condutas que dizem respeito à relação entre o ser humano e o animal, dentre elas estão: Não praticar atos de abuso ou crueldade em qualquer animal (inciso I); manter animais em lugares higiênicos que possibilitem a respiração, o movimento, o descanso, a circulação de ar e acesso à luz (inciso II);

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não golpear, ferir ou mutilar, voluntariamente, exceto em caso de castração e de operação visando o bem estar animal (inciso IV); não abandonar o animal doente, ferido, extenuado ou mutilado, oferecendo-lhe uma assistência humanitária (inciso V); comercializá-lo em condições dignas de higiene e comodidade (inc. XXIII); não expor os animais sob sua guarda a lutas com outros animais de sua espécie ou não (inciso XXIX). (SANTANA, 2004)

Santana, (2004, p.24) também argumenta que “São constantes as violências contra animais nas sociedades humanas, que desconhecem ou ignoram a dignidade animal, na qualidade de ser que sente, sofre, tem necessidades e direitos.” (...) “Portanto cabe ao Poder Público exercer controle sobre a guarda responsável” (SANTANA, 2004) Pequenas realizações e mudanças de posicionamento da população e dos Centros de Controle de Zoonoses, apoiados pela administração das cidades, minimizarão a problemática do abandono. É necessária, portanto, a realização de campanhas ambientais, sugerindo aos guardiões de animais que façam um planejamento de quantos animais a sua família suporta, através de um apoio a ser oferecido por centros de promoção da saúde animal implantados pela administração pública, em substituição ao já defasado conceito/ modelo dos Centros de Controle de Zoonoses (CCZ’s). (SANTANA, 2004, p.26)

Arquitetura e bem-estar quando relacionados e pensados em conjunto podem ser promotores de qualidade de vida. Broom e Molento (1986. Não paginado) definem que “Bem - Estar de um indivíduo é seu estado em relação às tentativas de se adaptar ao seu ambiente.” Eles defendem ainda que o termo bem-estar pode ser utilizado para humanos, sendo assim, também para os animais. Entre os efeitos acerca do bem-estar animal inclui-se aqueles resultantes de condições de alojamento, integração social, entre outros. Devemos definir o termo bem-estar de modo que permita imediata relação

com conceitos de sofrimento, necessidades, liberdade, felicidade, controle, dor, estresse e saúde. Sendo assim, fica claro que os espaços influenciam diretamente nas condições de vida, positivamente ou negativamente. Segundo Ross (2013 apud FONSECA et al., 2009) características inadequadas de um ambiente pode ser uma fonte potencial de desconforto e estresse, acarretando em distúrbios fisiológicos, comportamentais e de bem-estar, enquanto recintos com tamanhos adequados e enriquecidos arquitetonicamente são benéficos aos animais. Nas avaliações de bem-estar se faz necessário considerar as variações individuais ao se enfrentar contrariedades e as consequências que as contrariedades exercem sobre os animais. Um dos aspectos mais importantes sobre o bem-estar da maioria dos animais é a condição de vida com relação às instalações inadequadas, considerando-se assim que o bem-estar desses animais é ruim ou pior que em situações de sofrimento imediato. (BROOM; MOLENTO, 2004) Regan (1989. Não paginado) diz que Todos os seres possuem valor inerente e o direito de serem tratados com respeito porque são “sujeitos de uma vida” – são conscientes, têm uma identidade psicológica unificada e uma experiência de bem-estar que pode lhes correr melhor ou pior; são seres que têm valor para além de sua utilidade para outrem e, portanto, merecem tratamento respeitoso.

Araújo (2015. Não paginado apud FREITAS, 2015. Não paginado) diz que “Quero mudar a situação dos abrigos em geral. Deixar para trás a ideia de que para um cão basta um teto e um pote de comida. Eles precisam de muito mais, e podem ter muito mais” Sendo assim espaços arquitetonicamente pensados poderiam amenizar os problemas de bem-estar animal, que muitas vezes são invisíveis aos olhos da sociedade?


O objetivo é propor um Centro de Amparo e Ressocialização para animais fragilizados com o abandono, proporcionando-lhes o bem-estar que merecem através de espaços que propiciam um adequado conforto ambiental, através da elaboração de ambientes arquitetonicamente pensados para animais; com o intuito de demonstrar que o espaço pode influenciar diretamente no bem-estar e qualidade de vida dos mesmos; identificando métodos construtivos, sistemas de ventilação e iluminação natural, capazes de gerar bem-estar e saúde; e finalmente refletirmos sobre as diversas formas de interação entre homem e animal e o quanto os ambientes podem aproximá-los.

bem-estar, ambiência, conforto térmico, estudos climáticos e métodos construtivos, possibilitem identificar formas relevantes para melhorar as condições dos animais, como também busca conscientizar o resgate do relacionamento de troca saudável entre homens e animais. Busca-se no âmbito social uma nova chance de ressocialização entre animais abandonados, outros animais e pessoas, promovendo também saúde pública, pois o animal abandonado tem suas defesas imunológicas diminuídas pela fome, tristeza, estresse e solidão, sendo presa fácil para inúmeras doenças, que podem ser transmitidas a humanos, Além disso, a ocorrência de acidentes de trânsito causado por animais pelas ruas e rodovias será reduzida.

A Organização Mundial da Saúde estima que no Brasil existam mais de 30 milhões de animais abandonados. No interior de São Paulo a situação não é muito diferente, já que em Cravinhos e Região o número de abandonos chega a 25% da população humana.

O animal é um ser vivo com total direto à vida, com necessidades a serem supridas, lembrando os inúmeros benefícios que sua relação com o homem pode oferecer, benefícios estes já comprovados por estudos. Espera-se que a proposta traga através de espaços criativos uma alternativa de mudança para o relacionamento entre homens e animais, possibilitando assim um novo ciclo saudável entre eles de respeito mútuo.

Dessa forma, se faz presente o trabalho de ONG’s, que perante a ausência de equipamentos voltados para o assunto nas cidades, buscam minimizar os malefícios gerados pelo número de animais errantes pelas ruas, resgatandoos e os abrigando em ambientes superlotados, insalubres e inadequados espacialmente, desfavorecendo dessa forma o bem-estar necessário para os animais e voluntários. As características de condições de espaços descritas acima são vivenciadas pela Associação Ambientalista de Cravinhos da qual acompanho o trabalho e observo as dificuldades em abrigar os animais resgatados, que muitas vezes após tratamento veterinário voltam para as ruas pela inexistência de um equipamento urbano para este fim e até mesmo pela baixa preocupação das pessoas para com o tema. A proposta da pesquisa acredita na importância da implantação de um local adequado arquitetonicamente, que com estudos voltados para a área de saúde animal,

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Este trabalho utiliza pesquisa descritiva, pois tem como objetivo formular uma estrutura teórica de embasamento através de leitura projetual, com foco no conforto dos espaços. É também bibliográfica a fim de sintetizar e conceituar a proposta e contará com levantamentos, através de entrevistas com especialistas da saúde animal, visitas técnicas a abrigos e centros específicos em busca de dados relevantes que enriqueçam o projeto. As Leis Federais de Proteção aos Animais e Posse Responsável e a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, serão o respaldo legal para defender a relevância da causa.


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animais estão os conhecidos; cão para caça, para guarda, pastores de rebanho, no trabalho policial, guia de portadores de necessidades especiais e novos papéis

A RELAÇÃO ENTRE HOMEM X ANIMAL E SEUS BENEFÍCIOS

ainda são objetos de estudos e discussões (SERPEL, 1993).

Segundo Berzins (2000), estudos mostram a convivência e relação entre animais e humanos desde a pré-história. Em antigos sítios arqueológicos foram encontrados animais domésticos enterrados em posições de destaque ao lado de seus donos, fato datado há aproximadamente 12 mil anos antes de Cristo. A relação dos humanos com animais domésticos é muito antiga, e as pessoas precisam dos animais em suas vidas. A maioria dos especialistas acreditam que os seres humanos e os cães já viviam juntos, porém uma pesquisa mais recente do DNA dos cães provou que seres humanos e cachorros podem estar convivendo há mais de cem mil anos (GRANDIN; JOHNSON, 2006, p.185-186). Como forma de evidenciar essa antiga relação, encontramos em escrituras religiosas depoimentos envolvendo animais, que recebem na igreja católica a proteção de São Francisco de Assis. O próprio contexto da crença católica evidência que São Tomás de Aquino considerava crueldade os atos criminosos contra animais, assim como São Crisóstomo e São Francisco de Assis, que cobravam respeito e as obrigações do homem para com os animais, promovendo desta forma harmonia na vida com a natureza. (CIMINO, 2001) Starling (apud VACCARI & ALMEIDA 2007, p. 112) aponta que desde os primórdios a humanidade já convivia com animais. Os cães ofereciam resguardo territorial ao protegerem as cavernas, além de ajudarem nas caçadas. Hoje, além de segurança, essa relação adiciona outras necessidades psicológicas. Entre os vários papéis representados pelos

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A relação entre homem e animal foi baseada na necessidade de sobrevivência do ser humano em se alimentar, se aquecer e se proteger. Cães vigiavam aldeias, ajudavam na caça e pastoreio e os gatos eram bem-vindos para exterminar ratos e outras pragas, além de sua notoriedade mística. Por conta disso os animais eram fundamentalmente prestadores de serviços. Hoje em dia esse caráter utilitário deixou de ser predominante na relação. O homem começou a se relacionar com os animais domésticos muito mais por uma necessidade emocional. Historiadores e médicos veterinários, como o Dr Egon José Fuck (diretor do S.O.S Animal), dizem que foi através da oferta de alimentos por parte dos homens que cães, gatos e aves se aproximaram das primeiras tribos nômades, permitindo a coabitação. O certo é que o afeto remodelou, ao longo dos séculos, os laços que nos ligam a cães e gatos. E continua a remodelá-los. É o que revelam pesquisas de comportamento ao mostrar que, mais até do que amigos, os bichos de estimação são hoje vistos como filhos ou irmãos em boa parte dos lares que os acolhem. Na Europa e nos Estados Unidos, o percentual de donos que consideram seus bichos como familiares já chega a 30%. No Brasil, de acordo com pesquisas da multinacional francesa Evialis, uma das maiores fabricantes de alimentos para animais de estimação do mundo, esse índice é de 10% - mas aponta para cima. (MARTHE. 2009).

A convivência com animais pode ajudar o homem a buscar a sua própria identidade, conhecer suas aspirações e a definir seus princípios. Pesquisas recentemente realizadas mostraram que essa relação resulta em uma significativa melhora psicológica e emocional nas pessoas. Os próprios proprietários de cães e gatos afirmaram que sua qualidade

de vida melhorou após adotarem essa rotina de convivência, sendo minimizado o stress causado por problemas diários, melhorando também a afinidade entre os membros da família, diminuindo as tensões entre eles, além de elevar o sentimento de compaixão com relação ao convívio social. (ALMEIDA et all, 2009) Atualmente os animais também são utilizados para fins terapêuticos. A Terapia Assistida por Animais pode ser aplicada em diferentes casos e resulta em significativas melhorias para os pacientes. Segundo o especialista em comportamento animal (Alexandre Rossi 2012); quando levamos cães em locais com pessoas doentes, em especial crianças, e idosos, constatamos a alegria que trazem. A relação é muito diferente se há apenas humanos nas visitas. (...) Ao contrário dos visitantes que se comovem com as histórias e muitas vezes não conseguem dar força às crianças e velhinhos, os cães trazem leveza ao ambiente. Os inúmeros benefícios da relação entre homens e animais ficam mais que claros, porém essa aproximação também teve como consequência alguns problemas, como esclarece o Dr Marcio Waldman (2013); a interação e dependência dos animais para com o homem trouxe também consequências negativas que crescem desordenadamente a cada dia; sendo elas o abandono e maus tratos, tornando comum nas ruas a presença de animais, sem o conforto que teriam em um lar cheio de amor. A aproximação no relacionamento homem e animal pode e deve ser harmônica, pois é uma convivência de trocas onde os animais são seres capazes de amar e sofrer, trazendo grandes vantagens e proporcionando vínculo afetivo, assim, se faz necessário a responsabilidade de trata-los dignamente e em sua defesa agir.


2 A DURA REALIDADE DO ABANDONO ANIMAL A Organização Mundial de Saúde, estima que no Brasil existam mais de 30 milhões de animais abandonados. “Somos sempre nós que abandonamos os cães, na natural ingratidão com que sacrificamos as melhores afeições aos interesses e conveniências. Não tenho notícia de cachorro que se houvesse, de vontade própria, separado do dono, abandonando o amigo por mais negra que fosse a miséria que com ele partilhasse. O homem é diferente. É a criatura que mais depressa e com a maior facilidade esquece as amizades. A natureza humana é muito ordinária. E ainda há gente que emprega a palavra “cão” como insulto, como injúria!” Vivaldo Coaracy (1882-1967: engenheiro, jornalista e escritor brasileiro). (FOLLAIN, 2014)

Em cidades grandes, para cada cinco habitantes há um cachorro, e destes, 10% estão abandonados. No interior, e em cidades menores a situação não é muito diferente, em Cravinhos, de acordo com levantamentos feitos pela ONG Toda Vida em parceria com a prefeitura municipal apontam que são abandonados no município em média de vinte à trinta animais por mês, número significativamente grande para 31.691 habitantes. O Brasil infelizmente ainda não possuí leis efetivas em defesa dos animais, principalmente referente a maus-tratos, ainda que seja crime qualquer violência a animais, isso dificulta ainda mais a diminuição do problema. Sendo assim, se faz mais que necessário o apoio vindo das ONG´s que trabalham incansavelmente pela causa. Em questão, os animais são abandonados por diversos motivos. A Médica Veterinária Schutz (2014) argumenta que Creio que os motivos sejam muitos, mas o principal deles: a grande falta de conhecimento das pessoas acerca do que representa de fato ter um animal

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em casa. Quando adquirimos um animal de estimação, seja ele da espécie que for, estabelecemos com ele um vínculo poderoso, e devemos estar preparados para uma relação duradoura de talvez, 15 a 20 anos. Outra atitude que normalmente acaba em abandono é a compra de animais por impulso, principalmente nas famosas feirinhas de filhotes ou pet shops. Os “maravilhosos” Pet Shops, com seus filhotes fofos e macios e ainda por cima por um precinho bem “camarada”, exercem fascínio sobre adultos e crianças, que acabam cedendo aos encantos dos pequenos. Assim, cães e gatos vão parar nas casas de milhões de brasileiros, enfeitados como presentes de Natal, Páscoa ou aniversário, como se fossem brinquedos bem elaborados. Porém, muita gente não sabe o que está por trás desse comércio abominável de animais. Filhotes vendidos em Pets Shops e feirinhas normalmente são provenientes de criações de fundo de quintal, ou seja, são animais sem o mínimo controle genético e que possivelmente darão muitas dores de cabeça aos seus guardiões. E por fim, o fator que contribui em grande parte pelo imenso número de cães e gatos abandonados é a reprodução indiscriminada desses animais, muitas vezes intermediada pelos próprios guardiões. Este problema poderia ser facilmente minimizado se as pessoas aceitassem castrar seus cães e gatos de companhia. Mas não é tão simples assim. Muitas pessoas ainda têm resistência acerca deste procedimento por desconhecerem seus inúmeros benefícios ou por acreditarem que o animal castrado sofre, é mutilado, engorda, tem alterações comportamentais, necessita cruzar pelo menos uma vez durante sua vida entre outros mitos. Sendo assim, colocam seus animais para cruzar sem nenhum critério e acabam originando várias ninhadas de filhotes fofos, mas que depois de desmamarem lutam por um lar que os acolha com amor e responsabilidade.

É assustador os motivos alegados para o abandono de

animais. São banais e sem sentido. A estatística a seguir é da Revista veterinária “Journal of Applied Animal Welfare Science” – Pesquisa feita nos EUA em 12 abrigos, envolvendo 1984 cães e 1286 gatos. As somas passam de 100% porque um criminoso pode ter alegado mais de um motivo para abandonar seu animal (revista da Folha de 7 de janeiro de 2007). (FOLLAIN,2014) Fica evidenciado desta forma que soluções para minimizar a questão do abandono de animais devem ser tomadas, elas existem e são possíveis, embora ainda com dificuldades práticas. O primeiro passo seria a conscientização da população a respeito da guarda responsável, políticas governamentais, que compreendam a castração como medida para o controle populacional de cães e gatos, incentivando e promovendo o procedimento através de campanhas de castração a baixo custo, afirmando os benefícios proporcionados aos animais, além dos benefícios apresentados também com a diminuição da proliferação indiscriminada pelas ruas, bem como diminuição na transmissão de zoonoses.


A castração de animais envolve uma série de mitos e crenças mas, nos dias de hoje, esse procedimento é altamente recomendado pelos profissionais veterinários, principalmente para animais encaminhados para a adoção. Traz muitos benefícios também para os seus donos. Impedindo a procriação que como visto na imagem acima, um casal de animais (cães ou gatos) pode gerar, em apenas 10 anos, uma quantia exorbitante de filhotes: oitenta milhões, trezentos e noventa e nove mil, setecentos e oitenta. Eles se reproduzem em progressão geométrica: uma cadela ou gata tem filhotes, esses filhotes vão ter outros filhotes e assim por diante, chegando a esse grande número. O processo de castração é tido como um grande aliado para a diminuição do nível de abandono de animais. No entanto, as suas vantagens vão muito além disso. Enfim, controlar a população de animais acabaria com o abandono e a reprodução descontrolada desses seres nas ruas.

Fonte: Castração Ato de Amor 2016

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3 O TERCEIRO SETOR E AS ONG´S O termo terceiro setor é de origem americana, Third Sector, muito utilizado nos Estados Unidos, e o Brasil utiliza a mesma classificação. De acordo com Fernandes (1997, pg.27), o Terceiro setor é composto e representado por organizações, criadas e mantidas pela sociedade civil através de sua iniciativa e participação voluntária, oferecendo continuidade as práticas tradicionais da caridade, da filantropia e do mecenato. A sociedade civil é dividida em três setores, primeiro, segundo e terceiro. O primeiro setor formado pelo Governo, o segundo pelas empresas privadas (Mercado), e o terceiro setor são as associações sem fins lucrativos. O terceiro setor contribui no alcance de locais onde o Estado não conseguiu chegar, fazendo ações solidárias, possuindo assim um papel fundamental na sociedade. Cabe ressaltar que segundo Scarpelli (2004 apud MENEGASSO et al; 2001), o dito “Primeiro Setor” é representado pelo Estado e por instituições governamentais que caracterizam o espaço e o serviço público, constituindo-se de pessoa jurídica de direito público. O denominado “Segundo Setor” é representado pelo Mercado pertencente ao espaço jurídico de direito privado, caracterizado pelo comércio, ou atividades mercantis que visam lucro. Já o chamado “Terceiro Setor” nasce no espaço da Sociedade Civil Organizada, com instituições que não visam lucro, e que a partir do âmbito privado, perseguem propósitos de interesse público. Visando melhorias nas condições de vida o terceiro setor, trabalha questões sociais ligadas as diversas áreas como; saúde, educação, moradia, meio ambiente, defesa animal e outras. Ao Estado a existência desses tipos de organizações é interessante, além de não interferir diretamente em seu desempenho, incentiva a sua criação através de benefícios fiscais.

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Existem várias organizações que fazem parte do terceiro setor, como as ONGs (Organizações Não Governamentais) e OSCIPs (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público). O terceiro setor é composto também de mão-de-obra voluntária, e é mantido com iniciativas privadas e por incentivos do Governo, com repasse de verbas públicas. No Brasil, o terceiro setor não tem a mesma força que em outros países como os Estados Unidos da América, que possuí várias instituições e uma vasta rede de voluntários. Dentro do terceiro setor encontram-se as ONGs (Organizações Não Governamentais) que atuam no auxílio direto de causas sociais defasadas de cuidados. A expressão “Organização não Governamental” foi empregada pela primeira vez no ano de 1950, pela ONU (Organização das Nações Unidas), para fazer referência às organizações civis que não tinham nenhum vínculo com o governo. A partir dos anos 1960 e 1970, a questão da degradação ambiental passou a ser preocupação de muitas pessoas em todo o mundo. Como resultado disso, surgiram movimentos que deram origem as organizações não governamentais. Sendo assim nos anos 70, já haviam mais de 10 000 ONGs no Brasil. Dentre essas organizações é crescente o número de movimentos voltados para a proteção de animais, principalmente os que sofrem com o abandono. A missão das ONGs voltadas para essa defesa tem o difícil papel de minimizar o número de animais maltratados pelas ruas, além de exercerem a conscientização da população para ações como a castração, que podem mudar a situação do problema. Mesmo nas cidades em que o poder público tem atuado para proteger esses animais, o papel das organizações não governamentais é fundamental para auxiliar nesse trabalho. Quando a política voltada para os animais não se preocupa com o seu bem estar, limitando-se apenas ao controle de zoonoses, as ONGs

passam a ser a única esperança de vida para milhares de bichos abandonados pelas ruas. (JUNIOR, EDSON. 2011)

A Sociedade Mundial de Proteção Animal, conhecida pela sigla em inglês WSPA, é uma federação que reúne milhares de ONGs em todo o mundo. No Brasil, a entidade é sediada no Rio de Janeiro e conta com 103 ONGs filiadas. A WSPA atua através de suas filiadas ou diretamente, promovendo principalmente campanhas educativas. “No Brasil esse trabalho [de proteção] fica no sobressalto, não conseguimos dar uma estrutura de captação de recursos. Se a ONG é maior, pode contar com apoio de empresas, doações internacionais e convênios públicos. As pequenas usam a criatividade e promovem bingos, bazares e leilões. Vale tudo pelos animais”, explicou Marcos Ciampi (fundador da ONG Arca Brasil). Para ele, a responsabilidade precisa ser dividida entre a sociedade e a administração pública. “O poder público não pode ser inteiramente condenado. Se ele agir no plano de prevenção e cumprimentos de leis já existentes, cabe à sociedade a posse responsável” (GARCIA, CAROLINA. 2013)

A Arca Brasil (Associação Humanitária de Proteção e Bem-Estar Animal) é exemplo e está entre as maiores organizações da causa animal, atua a 22 anos, com projetos, eventos e outras ações, entidade não governamental sem fins lucrativos, independente e apartidária, inauguraram uma nova era de esperança e respeito aos direitos dos animais no país. Seu programa “Controle Ético das Populações de Cães e Gatos” é modelo nacional, reconhecido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e modelo para todo o país – incluindo a cidade de São Paulo, salvando centenas de milhares de vidas A UIPA (União Internacional Protetora dos Animais) é a associação civil mais antiga do Brasil, localizada em São Paulo, é responsável pela instituição do Movimento de Proteção Animal no país, no século XIX. Fundada em 1895, após o suíço Henri Ruegger dispôs- se a denunciar os maus-


tratos a que era submetido um cavalo, em plena área central de São Paulo, mas indignou-se ao tomar ciência de que inexistia, no país, entidade destinada à proteção dos animais. Inspirado por Henri Ruegger, o jornalista Furtado Filho publicou artigo sobre maus-tratos no “Diário Popular”, dando ensejo a inúmeras manifestações, conclamando a sociedade a erguer voz contra os maus-tratos infligidos aos animais. Lançou-se, então, a ideia de se criar no Brasil uma associação protetora dos animais. Constituiu-se uma comissão para criar a UIPA, fazendo vir das entidades estrangeiras as informações de base, enquanto se espalhavam as listas para a inscrição de associados, nas quais se liam os nomes de escritores, de educadores, de jornalistas e de honrados representantes do Poder Público

abriga 50, uma média de 5 cachorros por baia, o que evidencia a importância de ambientes adequados para o bem estar dos mesmos. O abrigo possui uma sala de cirurgia utilizada para as campanhas de castração, 22 baias de 3,50m x 1,50m parcialmente cobertas, uma pequena sala para armazenamento de medicamentos, espaço para banho e uma área verde mediana onde são soltos por um período da manhã para que as baias possam ser higienizadas. A associação conta com o auxílio de uma veterinária voluntária e uma clínica veterinária da cidade que atende a preço de custo. Corredor externo as baias

Sala de Castração

Área de banho e tosa

3.1 VISITAS Diante de grandes exemplos em prol da defesa dos animais foram realizadas visitas técnicas na região de Cravinhos, afim de conhecer mais de perto a história e funcionamento dessas organizações. Associação Anjos de Patas

Fonte: Arquivo pessoal, 2016

Baias

Fonte: Arquivo pessoal, 2016

Baias

Fonte: Arquivo pessoal, 2016

Área verde, livre para os animais

Visita realizada em: 23 de Fevereiro de 2016 Cidade: Brodowski – SP História Iniciativa tomada entre amigas em 2007, a prefeitura da cidade cedeu o espaço, localizado na zona rural e através de doações as acomodações do abrigo foram construídas. A organização mantém o trabalho de amparo aos animais com doações e a promoção de bazares de sobremesa, também são promovidos mensalmente mutirões de castração a baixo custo, afim de diminuir o número de animais abandonados.

Fonte: Arquivo pessoal, 2016

Sala de medicamentos e administração

Fonte: Arquivo pessoal, 2016

Fonte: Arquivo pessoal, 2016

Área verde, livre para os animais

Baias

Fonte: Arquivo pessoal, 2016

Fonte: Arquivo pessoal, 2016

Espaço O abrigo tem capacidade para 30 animais, porém hoje

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Fonte: Arquivo pessoal, 2016


Hotel para cães – Ser Vivo Cidade: Ribeirão Preto

Vista das baias

Vista das baias

Visita realizada em: 09 de Março de 2016 Entrada principal do Hotel

Vista das baias

História É o primeiro e maior hotel especializado em cães de Ribeirão Preto, o hotel Ser Vivo foi fundado em 1998 pelos veterinários Laila Setton e Samuel Amâncio, que idealizaram um ambiente onde os cães ficassem hospedados sem stress, aliando conforto e segurança com liberdade e alegria. A filosofia do hotel Ser Vivo visa acima de tudo a felicidade do animal. Sabemos que um animal feliz, bem acomodado, com liberdade para brincar, tomar sol e fazer amigos, não sofre stress ou fica doente. Paralelo a isso, o Ser Vivo entende a extrema importância em oferecer um serviço com muito carinho e responsabilidade, pois sabe do amor compartilhado entre os donos e seus cães. Com isso, há tantos anos hospedando cães de Ribeirão Preto, Brodowski, Sertãozinho, São Paulo e até Brasília.

Fonte: Arquivo pessoal, 2016

Fonte: Arquivo pessoal, 2016

Vista externa das baias

Fonte: Arquivo pessoal, 2016

Vista interna das baias

Vista panorâmica das baias

Acomodações

Vista externa das baias

Fonte: Arquivo pessoal, 2016

Fonte: Arquivo pessoal, 2016

Fonte: Arquivo pessoal, 2016

Fonte: Arquivo pessoal, 2016

Área livre para convívio

Fonte: Arquivo pessoal, 2016

Área livre para convívio

Vista das baias

Hospedagem Os canis são rigorosamente individuais, espaçosos, grandes e arejados, voltados para o Sol nascente propiciando aos animais a entrada do Sol da manhã, excelente eliminador de germes. Dentro dos canis há estrados e casinhas de madeira para que as camas não entrem em contato direto com o chão. O cão tem acesso livre a área gramada adjunta ao canil (solário), podendo sair para fazer suas necessidades na grama, correr e tomar sol. Há ainda 2 áreas externas de recreação gramadas de 100 e 300 m2 para exercício, corridas e brincadeiras. Os cães de pequeno porte são socializados na área de lazer com o consentimento do dono para brincar e correr juntos. Os cães grandes não são soltos juntos para não haver risco de brigas, exceto cães da mesma casa.

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Fonte: Arquivo pessoal, 2016

Fonte: Arquivo pessoal, 2016

Solário

Fonte: Arquivo pessoal, 2016

Fonte: Arquivo pessoal, 2016

Administrativo

Fonte: Arquivo pessoal, 2016

Fonte: Arquivo pessoal, 2016


Associação Ambientalista Toda Vida Local: Cravinhos Vista realizada em: 13 de Março de 2016 De acordo com informações cedidas pela voluntária responsável pela a Associação Laura Damião, em 2005, um grupo de pessoas preocupadas com a situação em que os animais abandonados encontravam-se na cidade fundaram a Toda Vida. Porém na época a causa em defesa aos animais tinha pouca visibilidade, desta forma não foi possível alcançar ajuda do poder público, nem mesmo da população local, sendo assim, o grupo se desfez, fazendo com que a Associação Toda Vida sofresse uma espécie de hibernação. Em Maio de 2013, a responsável Laura Damião, tomou a frente do grupo, que iniciou uma retomada, desta vez com mais visibilidade para a causa, que hoje é tão discutida e divulgada, tornando possível a apresentação do trabalho ao poder público do município, firmando uma parceria junto a prefeitura. A partir de Setembro de 2014, a prefeitura passou a oferecer um repasse mensal para ser utilizado em atendimentos emergenciais, exames veterinários, tratamentos, alimentação, cirurgias e mutirões de castração, além de suporte a lares temporários, já que a cidade não possuí abrigo, Centro de Zoonose ou qualquer espaço destinado ao animal. Nos últimos quase três anos, a Toda Vida teve a possibilidade de salvar centenas de animais da morte certa, através de resgates, cuidados veterinários e doações de vários deles, chegando a várias vitórias e finais felizes, assim como houve inúmeros finais que não puderam ser tão felizes. São poucos os colaboradores, e a soma da ajuda chega a quantia de R$500,00 mensal, outros, colaboram com lares temporários e outros tipos de doações. Todos os locais utilizados para resgate e tratamento são por empréstimo. Desses locais, três são efetivos, sendo um espaço

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desativado que anteriormente funcionava uma pasteurização de leite, onde hoje a associação oferece os mutirões de castração mensais. Um corredor cedido pela prefeitura de 1x3m, onde são abrigados animais até a aparição de lar temporário ou adotantes e uma casa, oferecida por um colaborador, onde é possível ocupar o quintal também para cuidados e abrigo. O trabalho da Toda Vida consiste em gerenciar a página do facebook, divulgando os casos em busca de ajuda e principalmente adotantes, liberar atendimentos em uma clínica particular da cidade, pois na maioria dos casos os animais são encontrados em estado debilitado, em firmar parcerias com especialistas que oferecem tratamento a preços acessíveis e promover o programa de conscientização na internet, divulgando informativos sobre procriação descontrolada, os riscos da não castração, orientações sobre maus tratos, cuidados veterinários como vacinação e parasitas. Também é oferecido o mutirão de castração mensal afim de diminuir a proliferação acelerada de animais. Ainda segundo a voluntária Laura Damião, a associação não possuí condições de manter um abrigo, pois seria necessário a contratação de funcionários já que são abandonados em Cravinhos cerca de 20 a 30 animais por mês sem contar os que não chegam ao conhecimento da ONG, fora toda a estrutura necessária para que o abrigo não se torne apenas um simples depósito de animais e seja de fato como deve ser, bem planejado.


4 REFERÊNCIAS PROJETUAIS TIERHEIM BERLIN, ALEMANHA Autoria: Dietrich Bangert Localização: Falkenberg, Alemanha

Apesar de estar próximo ao centro urbano de Falkenberg, as áreas vizinhas são pouco ocupadas. Cercada de campos, um conjunto de casas são as construções mais próximas do abrigo. Seu terreno é plano e apesar do bom aproveitamento dos espaços, ainda existe uma grande quantidade de áreas verdes, impossibilitando conflitos com o seu entorno.

Número de pavimentos: Térreo Área construída: Dezesseis hectares Implantação – Tierheim Berlin

Foi projetado pelo arquiteto alemão Dietrich Bangert e inaugurado em 2001, o Tierheim Berlin pode ser considerado um dos maiores e mais modernos abrigos para animais no mundo. Ocupa uma área de dezesseis hectares em Falkenberg, distrito localizado na periferia de Berlim, na Alemanha. A obra custou em torno de 33 milhões de euros, sendo que a maior parte veio de doações feita pelos amantes de animais. A ASPCA (Associação Americana de Prevenção à Crueldade contra Animais, com sede nos Estados Unidos) coordena a Instituição, apoiada pela Sociedade Humanitária de Berlim e seus 15.000 associados. Para manter o local, são empregados cerca de 120 funcionários em tempo integral, incluindo 98 guardas, técnicos e funcionários de escritório, 15 veterinários e auxiliares de veterinária.

Partido Arquitetônico O Tierheim Berlin é pioneiro no mundo nessa modalidade e tema. Sendo assim, foi um grande desafio para o arquiteto, já que não contava com exemplos ou referências a serem seguidos. Em nenhum outro lugar existia um complexo semelhante para animais. Uma das diretrizes iniciais foi pensar em um complexo expansível, que se adaptasse conforme a demanda. Também procurou-se a abundância de espaços e luz nos ambientes, gerando o conforto concordante com o projeto. A partir daí, desenvolveu-se a composição formal do Tierheim. Acesso Principal Tierheim Berlin

Fonte: Google Earth Fonte: Tierschutz

Cenas do filme Aeon Flux

Acesso Principal Tierheim Berlin

No Tierheim Berlin se encontra o centro de recolhimento de animais oficial da cidade, além de ser o ponto de contato para os que são encontrados e os que estão perdidos. Tem capacidade para 1.400 animais de várias espécies. E por ano são cuidados no abrigo aproximadamente 12.000 animais que também são encaminhados a novos proprietários. O Tierheim Berlin é um marco da arquitetura contemporânea alemã, o espaço já foi cenário para o cinema e televisão.

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Fonte: An Urban Village Fonte: Google Earth


O abrigo deu início as suas atividades em 2001, com três casas de gatos, cinco casas de cães, uma casa para pequenos animais, uma casa de pássaros, uma gaiola gigante para aves de todos os tamanhos, uma moderna clínica veterinária e um enorme parque para cães. Em 2006 uma sala de aula ao ar livre foi inaugurada, dando ao abrigo um local de ensino sobre meio ambiente para os visitantes. Em 2008, foi implantado um espaço para animais da agricultura, tais como; ovelhas, porcos, cavalos, cabras e galinhas. No ano de 2009 foi criado um novo santuário para animais exóticos e répteis, uma casa para gatos idosos e um recinto ao ar livre para os chamados gatos de rua. Já em 2010 foi iniciado a construção de centro de reabilitação e treinamento de cães, preparando-os para a adoção. Nos fundos do terreno localiza-se o cemitério para animais com 4.500m², já na parte frontal (entrada), estão as áreas administrativas, o centro veterinário, juntamente com um auditório locável para reuniões, conferências e palestras. Direção do abrigo; entrega de animais, hall e café Centro médico; abrigo para pequenos animais (coelhos e hamsters) Complexo dos cães

Centro de adoção de animais Administração Posto de emergência para gatos; casa de pássaros e auditório Casa dos gatos Casa dos cães; centro de treinamento e reabilitação de cães; casa de gatos de rua; casa de adoção de gatos idosos; estação de animal exótico Bosque de eventos Animais de fazenda Casa para aves aquáticas Casa de pombos Cemitério

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Fonte: Tiershutzverein

Fonte: Tiershutzverein, 2016


Além disso, o projeto conta com extensões de águas, que somam cerca de 6.000m² e ficam em todo o entorno do complexo dos cães, recurso utilizado para ajudar a controlar o ruído dos latidos. A área é composta também por um bosque de carvalhos que proporcionam condições climáticas ideias para os exercícios dos cachorros e convivência do público.

Na tabela de dimensionamento do programa de necessidades e no organograma do Tierheim Berlin foi incluído somente o áreas destinadas aos cães e gatos e suas salas de apoio.

Podemos qualificar o Tierheim Berlin do seguinte modo: Eixo: está caracterizado pela circulação e disposição dos ambientes Simetria: é radial, se refere ao arranjo equilibrado de elementos semelhantes, irradiados. Hierarquia: por formato, onde é possível tornar uma forma ou um espaço visualmente dominante, diferenciando suas características dos outros elementos da composição.

A Sudoeste está o acesso principal, que conduz ao bosque. O bosque é o núcleo receptor, um espaço de permanência e convívio com bom conforto térmico proporcionado pela vegetação existente. A comunicação visual desde a entrada é bastante interessante, tudo é muito bem sinalizado, indicado e informado, além do paisagismo funcional e o contato direto com a natureza.

Ritmo: se refere a qualquer movimento caracterizado por uma recorrência padronizada de elementos, a intervalos regulares ou irregulares, no caso do Tierheim Berlin se deu através de seus pilares, árvores e aberturas.

Acesso Principal

Fonte: Tierschutzverein, 2014

ORGANOGRAMA Fonte: Tiershutzverein. 2016

Bosque (Área de convívio)

Na área de formato em “L” estão abrigados a maioria dos animais e a ala administrativa. Os cães e gatos, encontramse no círculo central como mostrado anteriormente, sendo que ali estão somente os gatos idosos e os “não domesticados”, os demais ficam abrigados na área sudoeste do terreno. A área circular conta com 210m de diâmetro. Os cães ficam em cinco casas nomeadas, cada uma com três grupos e cada grupo com doze baias em formato de fatias. Essas casas possuem aberturas zenitais, proporcionando um espaço bem iluminado, além de permitir que os visitantes interajam com os animais através da circulação na borda. Porém, sua orientação solar variável pode ser um pouco inadequada para o bem estar dos cachorros já que as baias recebem o sol mais intenso da tarde.

A área dos gatos possui formas retilíneas, com aberturas zenitais e nomeações para as baias. Os corredores internos possuem fechamento em vidro e os externos em grades, ambos permitem boa integração e visualização dos visitantes para com os felinos. Fonte: Tiershutzverein, 2016

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Fonte: Tiershutzverein, 2016


Com espaço amplo e bem iluminado, outro ponto que chama atenção na Casa de Gatos do Tierheim Berlin é a enorme quantidade de brinquedos e produtos existentes dentro dos ambientes, tudo isso com o intuito de garantir o bem estar do animal. Esses objetos são utilizados para reduzir estados emocionais negativos e para promover também agregação desses animais para com o espaço em que vive.

Estrutura e detalhamento construtivo Exibe técnicas construtivas modernas, a edificação construída em concreto aparente e vidro conseguiu aliar estética e funcionalidade. A criatividade pode ser observada principalmente em suas mais de 200 colunas circulares personalizadas, onde seu formato foi elaborado com diferentes alturas, algumas formas achatadas, ou semicirculares, e ensaios truncados refletem a necessidade dos mais altos padrões de qualidade.Apesar da estrutura marcante, suas colunas não se sobressaíram em relação a forma da edificação, ao contrário, auxiliou justamente na composição almejada, como um grande aliado para o sucesso do partido projetado.

Interior da casa dos gatos

Solário

Fonte: Tiershutzverein, 2016

Corredor interno área dos gatos

Fonte: Tiershutzverein, 2016

Área de Convívio dos cães Téncicas construtivas do Tierheim Berlin

Análise Esquemática do Tierheim Berlin Fonte: Tiershutzverein, 2016 Fonte: Site Peri, 2016

Colunas personalizadas

Fonte: Tiershutzverein, 2016 Fonte: Site Peri, 2016

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ANIMALS PROTECTION BRUGHEAS, FRANÇA

SOCIETY

S.P.A;

Este projeto foi contratado pela SPA (Sociedade para proteção dos animais), é um dos mais novos e criativos já realizados para animais abandonados, concebendo um novo espaço de vivência e melhorando as condições dos animais, principalmente no interesse de higiene e conforto. O projeto é um modelo “piloto” ou “padrão” que será repetido em vários locais da França.

estar acessível ao público ou não, respeitando seu momento de descanso em um local de baixa luz e sem interferências do exterior, garantindo autenticidade ao projeto. De cunho positivo também observa-se a utilização restrita a funcionários do corredor interno, evitando expor ao público as manutenções realizadas no local.

Vista posterior dos canis – Acesso restrito a funcionários

Vista interna das casas “caixa” Corredor de serviços Fonte: Tiershutzverein, 2016

Vista de um dos pavilhôes

Vista posterior dos canis (caixa) – Acesso restrito a funcionários

Este abrigo “piloto” está implantado em meio a uma floresta com trilhas para os visitantes, fato este que contribui para a relação com a natureza, tanto do público, quanto dos animais abrigados, relação está fundamental para o conceito projetual. Em sintonia com o meio ambiente e a paisagem o abrigo está organizado em três pavilhões modulares em madeira reciclável. Cada um desses pavilhões é fracionado em ambientes “caixa”, onde vivem cerca de 30 cães. O diferencial do projeto foi o design produzido para o canil/gatil individual, as chamadas “caixas”, que possuem acesso para o solário na parte frontal, possibilitando desta maneira a aproximação e interação com os visitantes que passam pelas trilhas da floresta, e a parte posterior é reservada e com baixa luminosidade para proporcionar aos animais melhores condições de descanso. A área posterior da “caixa” está voltada para um corredor de serviços, onde o acesso é restrito permitindo que os funcionários façam a higienização dos espaços e a alimentação dos animais.

Fonte: Tiershutzverein, 2016

Vista frontal dos espaços caninos - passeio reservado aos visitantes com acesso direto as trilhas

Projeto inicial do canil modelo caixa

Canil modelo caixa

Fonte: Tiershutzverein, 2016 Fonte: Tiershutzverein, 2016 Vista dos espaços caninos em projeto

O projeto apresenta uma visão diferenciada comparado aos atuais abrigos de animais, pois apresenta grande preocupação em manter uma relação com a natureza de seu entorno. Acima de tudo, o abrigo apresenta preocupação com o bem estar dos animais, demostrado através da criação de canis individuais que possibilitam a escolha do animal entre Fonte: Tiershutzverein, 2016

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Fonte: Tiershutzverein, 2016

Vista dos pavilhões e setor administrativo a direita

Fonte: Tiershutzverein, 2016


Corte transversal de um dos pavilhões

Estruturação em madeira

Fonte: Tiershutzverein, 2016

Estrutura e método construtivo Estrutura com conceito de desenvolvimento sustentável, consistirá em um sistema de baixa energia e o projeto contará com um estabelecimento para o tratamento de águas residuais. O projeto conta com uma estrutura reservada para a administração que incorporará escritórios, uma clínica veterinária e um espaço dedicado para gatos. Principal Material: Madeira reciclável (Glulam) – É um composto de madeira formado de tal maneira que as fibras ficam orientadas segundo o mesmo eixo, garantindo uma madeira com resistência superior à matéria prima que é produzida em florestas geradas de forma sustentável.

Estruturação em madeira

Fonte: Tiershutzverein, 2016

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Fonte: Tiershutzverein, 2016


ANIMAL

REFUGE

CENTRE,

HOLANDA

Autoria: Arons em Gelauff Architecten Localização: Amsterdã, Holanda Número de pavimentos: 2 pavimentos Área construída: 5.800 m² Ano: 2006 – 2007 Localizado em Amsterdã, na Holanda, e com um custo de 4,1 milhões de euros, o projeto dos arquitetos Piso Arons e Arnoud Gelauff, da Arons en gelauff architecten, foi construído entre 2006 e 2007. O projeto surgiu da necessidade de unir dois abrigos de cães e gatos que existiam na cidade, o que resultou no maior do país. Com capacidade para 180 cães e 450 gatos, o Animal Refuge Centre o espaço é cuidado por 30 funcionários.

Localizado na periferia da cidade, o lugar escolhido para implantar o novo abrigo de Amsterdã, possui formato de cunha, aparentemente impróprio para implantar o projeto, pois não caberiam as funções necessárias para abrigar cães e gatos. Porém, os arquitetos conseguiram aproveitar bem o formato do terreno, solucionando as dificuldades impostas. Apesar do seu entorno mais próximo estar cercado por vegetação apenas, ainda assim, o abrigo está localizado em uma região com residências e grande movimento nas ruas. Desta forma, os arquitetos projetaram o edifício voltado para o interior com o objetivo de reduzir os níveis de ruídos excessivos emitidos pelos animais. Outra característica importante do terreno é o córrego que o margeia, auxiliando também na diminuição dos ruídos e latidos.

Função e Forma A composição formal do projeto surgiu principalmente da necessidade de adaptação ao formato irregular do terreno, além da tentativa de minimizar os ruídos sonoros gerados pelos animais. O Animal Refuge Centre para atender suas necessidades conta com dois pavimentos. O Animal Refuge Centre oferece uma variedade completa de serviços. Os animais recolhidos recebem atendimento médico, quando preciso, e são colocados em quarentena, durante esse período são avaliados sobre possíveis problemas comportamentais e doenças crônicas. Caso não seja diagnosticado nada de relevante e for considerado apto, é colocado à disposição para adoção. Maquete de implantação do Animal Refuge Center

Implantação

Animal Refuge Centre

Fonte: Arch2o, 2016 Localização do Projeto

Acessos

Fonte: Arch2o, 2016

Fonte: Arch2o, 2016

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Animal Refuge Centre margeado pelo córrego

Programa – Primeiro pavimento do Animal Refuge Centre

Margeado pelo rio (Intuito de inibir ruídos)

Fonte: Arch2o, 2016

Programa e Acessos – Térreo do Animal Refuge Centre

Ao unir o corredor de serviço e canil, foi criada uma faixa longa e estreita como edifício, o seu caminho longo e sinuoso e acompanha as margens do córrego, resultando em formas retas e curvas. Essa configuração gerou duas grandes áreas internas de convivência para os animais. O canil foi distribuído em duas alas, sendo que a da região nordeste possui um segundo pavimento onde se encontra o gatil, outro recurso pensado para funcionar como um tampão de som para o mundo exterior. O abrigo possui 180 canis individuais e 24 gatis coletivos com capacidade para 20 gatos cada. Tanto o canil quanto o gatil contam com solários e espaços abertos, que garantem o bem estar do animal, sendo esses ambientes totalmente fechados para o exterior, naturalmente ventilados e iluminados. Os gatis e os canis da região sudoeste contam com dutos de exaustão.

Fonte: Arch2o, 2016

A posição central do átrio de entrada, junto com os outros ambientes de apoio resulta em um projeto fluído, com acessos e circulações muito bem resolvidos, que separam as áreas adequadamente e restringem os locais necessários. A posição central do átrio de entrada, junto com os outros ambientes de apoio resulta em um projeto, com

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Ambiente central - Térreo Ammbiente central - Primeiro pavimento

Fonte: Arch2o, 2016

Fonte: Arch2o, 2016

acessos e circulações bem resolvidos, que separam as áreas adequadamente e restringem os locais necessários, dando-lhes privacidade. Todos os ambientes são bem iluminados, com iluminação natural vinda das janelas e de suas aberturas zenitais. O partido arquitetônico do Animal Refuge Centre é marcante, e busca servir adequadamente aos cães e gatos, é também um atrativo para a população frequentar o local, promovendo atenção para a causa animal e fomentando a educação quanto ao tema. Eixo: está caracterizado pela circulação e disposição dos ambientes Simetria: radial, onde se refere ao arranjo equilibrado de elementos semelhantes, irradiados. Hierarquia: por localização e formato, evidenciando o espaço do canil e gatil.

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Ritmo: alcançado pela disposição dos canis e gatis, além de suas aberturas. O desenvolvimento do projeto orienta com as soluções dadas pelos arquitetos quanto à diminuição dos ruídos sonoros, com o gatil acima do canil e voltado para o interior. Além, de sua inserção dentro do terreno proposto, seguindo as curvas do córrego e com a fachada inspirada na vegetação do local, fazendo com que não destoe, mas se insira na paisagem e entorno. Os seus ambientes bem solucionados e adequados a proposta do lugar também são referência. O Animal Refuge Centre possui estrutura em concreto e chama atenção pelo seu revestimento externo. São painéis com 1,5 mm de aço zincado com um comprimento máximo de 5,40 m. A pintura é em pó, e segue doze tons de verde, guiado por um padrão de pixels escolhidos a partir da fotografia de um pedaço da grama das margens do córrego do terreno.

ORGANOGRAMA

Fonte: Arch2o, 2016


Esquema de definição do revestimento externo do Animal Refuge Centre

Fonte: Arch2o, 2016

Maquete Eletrônica do Animal Refuge Centre

Fonte: Arch2o, 2016

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CLÍNICA VETERINÁRIA Dra. Nanci Oyakawa Rosa Local: São Paulo, SP Projeto: Estúdio Brasil Arquitetura e Urbanismo Data: 2009 Projeto de ampliação e reforma da clínica que se localiza em Osasco. A Estúdio Brasil procurou trazer contemporaneidade para a forma e flexibilidade para os espaços atendendo com qualidade não só as necessidades dos visitantes, mas principalmente dos animais ali atendidos. Maquete Eletrônica – Clínica Veterinária

Fonte: Estúdio Brasil Arquitetura e Urbanismo, 2016

Planta Pavimento Térreo

Fonte: Estúdio Brasil Arquitetura e Urbanismo, 2016

Maquete Eletrônica – Clínica Veterinária

Fonte: Estúdio Brasil Arquitetura e Urbanismo, 2016

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Marquise Parque Ibirapuera

Atividades desenvolvidas ao longo da marquise

Com um perímetro de cerca de 1.700 m e uma área de 28 mil m2, sua largura varia de 6 metros nas extremidades até 75 metros na porção central, a distância entre pilares variando de 12 metros a 28 metros, podendo na sua porção central uma medida na diagonal entre dois pilares atingir respeitáveis 44 metros. Além dos oito pilares em V situados nas suas quatro extremidades, é sustentada por 106 pilares circulares com diâmetro constante de 50 cm - apesar da variedade dos vãos e cargas, variando de 75 a 275 toneladas por pilar. Esbelta, a cobertura em laje nervurada com caixões perdidos dispõe de vigas longitudinais de altura de 80 cm e vigas transversais de altura variável, atingindo na borda 25 cm de espessura. O pé-direito é variável, de 3 metros a 4,25 metros, “em curva e em declive” - como orgulhosamente a apresentavam seus construtores. E foi concretada em apenas 120 dias. Mas com os anos, a marquise passou a ser ela mesma. Sem sair de onde estava, tornou-se independente

Fonte: parqueibirapuera.org, 2016

Marquise do Ibirapuera

Croqui de estudo

Fonte: parqueibirapuera.org, 2016

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PARECER DE ESPECIALISTAS EM MEDICINA VETERINÁRIA

para descanso e sono, separados fisicamente em distâncias consideráveis, além de espaços coletivos e que possibilitem a interação com humanos.

Complexo de Ressocialização e Amparo Animal

Foram realizadas entrevistas com especialistas de medicina veterinária, buscando aprofundamento em questões de bem estar animal. Médico(a) Veterinária(o): Gelson Genaro CRMV: SP - 6123 Formação e Especializações: Graduado pela UNESP/ Jaboticabal com Mestrado, Doutorado e Pós-Doutoramento em Fisiologia pela FMRP-USP. Atualmente é Docente do Centro Universitário Barão de Mauá (Fisiologia e Bem Estar Animal), também, parecerista da FAPESP. Tem experiência na área de: Comportamento e Fisiologia Animal, atuando principalmente nos seguintes temas: Bem Estar Animal, Fisiologia e Estresse

Com relação a canis e gatis, seria benéfico se projetados individualmente, com espaços de convívio coletivo separadamente ou coletivos com a possibilidade de residir mais de um animal? Resposta: As duas opções são importantes (coletivos e individuais), pois temos animais que não são sociáveis, portanto deverão ser mantidos isolados, e outros são mais sociáveis então seu isolamento não é interessante. Quais medidas o abrigo pode apresentar para colaborar com a diminuição de animais abandonados nas ruas e como incentivo a adoção? Resposta: Sendo um espaço concebido especialmente para eles pode-se apresenta-los em melhores condições, com possível melhoria nas adoções. A castração e reeducação da população são as medidas primordiais para a diminuição de animais nas ruas

Como conhecedor(a) da área e as necessidades dos animais, você acredita que a arquitetura, um projeto que adeque espaços para animais pode melhor a situação triste que observamos nos abrigos? Quais seriam os benefícios na sua opinião? Resposta: Sim, melhoraria com certeza adequando os espaços às necessidades destes animais.

Para a região seria relevante a implantação de um novo conceito de abrigo? Poderia de fato minimizar os problemas de abandono e principalmente de bem estar? Resposta: Sim, com certeza. Os animais assim como nós precisam de ambientes salubres e tranquilos para efetivamente desfrutarem de qualidade de vida.

Sobre o programa de necessidades de um abrigo (ambientes), quais espaços são importantes e necessários de fato para que se possa promover qualidade de vida aos animais? Resposta: Os ambientes deverá ser ajustados (como citado acima) à necessidades destes, por exemplo, concebendo um local par alimentação, eliminação de fezes/urina e local

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Médico(a) Veterinário(a): Amanda Cristiane Ondani CRMV: 22153 Formação e Especializações: Graduação em Medicina Veterinária pela UNESP (Jaboticabal), Residência em Clínica Médica de Pequenos Animais pela UNESP e especialização em Medicina Felina pela Universidade Católica de Salta e Equalis/

São Paulo.

Como conhecedor(a) da área e as necessidades dos animais, você acredita que a arquitetura, um projeto que adeque espaços para animais pode melhor a situação triste que observamos nos abrigos? Quais seriam os benefícios na sua opinião? Resposta: Sim, sobretudo para gatos que são um pouco mais exigentes do que cães nesse sentido. Para os gatos, ter locais de descanso no alto (plataformas/prateleiras), tocas, locais para afiar as unhas (materiais com textura diferente), é essencial para o bem – estar. Além disso, como abrigos geralmente submetem os animais a viver em ambientes superlotados, a presença de plataformas em locais como corredores pode evitar a ocorrência de brigas, ao permitir uma passagem alternativa. No caso dos cães é essencial uma área de solário por exemplo, mas também deve haver uma área coberta, projetada com materiais de fácil limpeza e desinfecção.

Sobre o programa de necessidades de um abrigo (ambientes), quais espaços são importantes e necessários de fato para que um abrigo possa promover qualidade de vida aos animais? Resposta: Área de descanso/fuga, solário/área de eliminação(fezes/urina), lembrando que gatos necessitam de local com substrato. No caso dos cães, está área deve ser de fácil lavagem (facilitar o escoamento de dos dejetos), área de alimentação, a qual não deve ficar junto à área de eliminação. Para os gatos, a colocação de fonte de água corrente enriqueceria o ambiente, lembrando que gatos necessitam de superfícies verticais para descansar no alto e locais para afiar as unhas (o que pode ser junto a área de descanso).

Com relação a canis e gatis, seria benéfico se projetados individualmente, com espaços de convívio coletivo separadamente ou coletivos com a possibilidade de residir mais


de um animal? Resposta: Canis e gatis nunca devem ser construídos um ao lado do outro. Gatos se estressam com barulhos altos, sobretudo latidos, além do cheiro de um possível predador ao lado e o stress em gatos é um ponto chave para o desenvolvimento de várias doenças. Cães vivem em matilha, sendo possível mantê-los em coletivo nos abrigos. Gatos, no entanto são solitários, desenvolvendo vários problemas quando forçados a conviver com outros indivíduos. Apesar de difícil, o ideal para gatos seriam gatis individuais, ou pelo menos, com poucos animais e que se aceitem bem. Espaços de convívio coletivo para gatos não devem ser feitos.

Quais medidas o abrigo pode apresentar para colaborar com a diminuição de animais abandonados nas ruas e como incentivo a adoção? Resposta: Campanhas de castração ajudam sim, porém o que seria realmente efetivo é a educação da população. Educar a população no sentido de que animais também são vidas e que, a partir do momento que adotamos/compramos tornam-se nossa responsabilidade até a morte é essencial. Educar também, no sentido de prevenção de doenças, ensinandose que o animal bem nutrido, vacinado, vermifugado e sem ectoparasitas dificilmente adoecerá e transmitirá doenças. Ensinar às pessoas que o animal não deve ter acesso à rua pois é de lá que traz doenças para casa, ou causa acidentes (automobilísticos, mordidas, etc). O incentivo à adoção em locais de alta circulação de pessoas funcionam quando os animais tomam “banho de pet shop”, estão limpos, tosados, perfumados e enfeitados. O efeito visual sim influência na capacidade de um animal ser adotado. Porém, locais muito movimentados também sujeitam principalmente os filhotes a adquirir doenças. Para a região seria relevante a implantação de um novo conceito de abrigo? Poderia de fato minimizar os problemas de abandono e principalmente de bem estar? Resposta: Não acredito que a implantação de um

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abrigo solucionaria, acredito que seria apenas um local específico onde pessoas sem responsabilidade abandonariam animais. Porém um local adequado que os tire das ruas traria melhorias na questão de bem estar. O que realmente irá reduzir o abandono (e vários outros problemas da sociedade) é a educação das pessoas com relação ao que foi dito anteriormente (posse responsável, controle de zoonoses, etc), juntamente com a castração.

Médico(a) Veterinário(a): Raquel Andrade e Silva

além dos benefícios que o carinho e amor promovem. Com relação a canis e gatis, seria benéfico se projetados individualmente, com espaços de convívio coletivo separadamente ou coletivos com a possibilidade de residir mais de um animal? Resposta: A natureza do animal é viver em matilha, por isso é importante espaços coletivos, porém também é importante a separação por idade e temperamento, evitando dominâncias e até mesmo briga.

CRMV: 30676 Formação e Especializações: Clínica Médica de Pequenos Animais Como conhecedor(a) da área e as necessidades dos animais, você acredita que a arquitetura, um projeto que adeque espaços para animais pode melhor a situação triste que observamos nos abrigos? Quais seriam os benefícios na sua opinião? Resposta: Um projeto que adeque os espaços para animais pode melhorar a situação, evitando superlotação, além de separar os animais por espécie, idade e temperamento, facilitando o manejo dos animais.

Sobre o programa de necessidades de um abrigo (ambientes), quais espaços são importantes e necessários de fato para que um abrigo possa promover qualidade de vida aos animais? Resposta: No abrigo é importante evitar a superlotação, que pode gerar brigas e disseminação rápida de doenças, além de dificultar a limpeza e higiene local. Portanto, é importante que o local tenha espaços para proteger o animal do sol, da chuva e do frio, um local para alimentação, disponibilidade de água fresca e limpa, um local para o animal defecar e urinar, além de uma área para “brincadeira”, evitando o sedentarismo e depressão, que podem ocorrer nos animais, e que essa área permita o contato com pessoas para tornar os animais sociáveis,

Quais medidas o abrigo pode apresentar para colaborar com a diminuição de animais abandonados nas ruas e como incentivo a adoção? Resposta: É muito importante realizar a castração de todos os animais resgatados, além da identificação se possível por microchip. Desenvolvimento de programas de posse responsável, com banco de dados digitais dos animais e adotantes e os adotantes devem estar cientes que serão responsabilizados judicialmente por abandono e/ou maus tratos.

Para a região seria relevante a implantação de um novo conceito em abrigo? Poderia de fato minimizar os problemas de abandono e principalmente de bem estar? Resposta: Para a região seria muito importante, desde que realizado as medidas acima citadas, principalmente programas de posse responsável.

Conclusão As entrevistas possibilitaram conhecimentos de bem estar e comportamento animal, auxiliando a criação de espaços interativos, criativos e adequados que possam suprir as necessidades animais e promover qualidade de vida a eles.


6 ÁREA DE INTERVENÇÃO

Está localizado a aproximadamente 297 km da capital São Paulo e a 22 km de Ribeirão Preto. Distrito Industrial da Cidade de Cravinhos Área total do terreno: 29.640m² Localizado entre as Ruas: Santo Pierini, Manoel Gomes dos Santos e Manoel Fontoura

Fonte: Google Maps

Em 1876, a fazenda Cravinhos foi comprada pelos irmãos Querino por ser uma região propicia ao plantio do café. Em 27 de abril de 1893, Cravinhos foi criado como distrito do município de Ribeirão Preto, sendo desmembrado de Ribeirão Preto em 1897, instalado no ano seguinte como vilarejo do café. Nos dias de hoje tem sua economia destacada pelas indústrias de diversos segmentos e pela lavoura de cana-de-açúcar. População Estimada 2015 (IBGE): 34.110 habitantes.

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Fonte: Arquivo - Prefeitura Municipal de Cravinhos

Fachada Oeste

Fachada Leste

Fonte: Arquivo pessoal, 2016

Fonte: Arquivo pessoal, 2016

Fachada Norte

Fachada Sul

Fonte: Arquivo pessoal, 2016

Fonte: Arquivo pessoal, 2016

LEVANTAMENTOS DO ENTORNO Mapa de Uso do Solo Mapa de Hierarquia Viária Mapa de Equipamentos Mapa de Topografia


USO DO SOLO O mapa de uso do solo demonstra que o local de projeto encontra-se afastado das áreas residenciais e tem seu entorno predominantemente vazio por estar localizado no Parque industrial da cidade, ainda em desenvolvimento. A escolha da área de intervenção levou em consideração todos esses fatores e obedece as normas da Vigilância Sanitária e FUNASA que orientam o afastamento, impedindo problemas com ruídos provocados pelos latidos e qualquer incomodo a população.

Comércio Serviço Indústria Residência Vazio Área Verde Área de Intervenção

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HIERARQUIA VIÁRIA

A área margeada por uma via principal de fluxo rápido, que da acesso a Rodovia Anhanguera, porém sem conflitos. A hierarquia coletora e local atendem adequadamente o fluxo exigido pelas industrias, que se torna mais intenso somente nos horários de pico. Desta forma a acessibilidade do projeto não fica prejudicada.

Via Arterial (Marginal) Coletora Local Ponto de Ônibus Rodovia Área de Intervenção

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EQUIPAMENTOS

Clínicas Veterinárias Área de Intervenção

50

200 100

500

A área projetual apesar de afastada conta com adequado apoio dos equipamentos e circulação de ônibus por toda suas extensão, desta forma receberá o apoio necessário.

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TOPOGRAFIA

Escoamento de Água

A topografia do terreno é plana com um leve declive

Área de Intervenção D = V/H x 100 D = 2/105,4 x 100 =~ 1.9% de inclinação

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fachada principal da edificação e o lateral na fachada secundária. ÁREA ESCOLHIDA Art. 40 - Os afastamentos mínimos entre as edificações projetadas para um lote ou conjunto de lotes serão de:

6.3 LEGISLAÇÃO Legislação de Cravinhos que compreende orientações, com relação ao uso e ocupação do solo IV. Zona Industrial B (ZIB): A Zona Industrial B (ZIB) compreende as áreas de uso predominantemente Industrial com nível de interferência ambiental baixo e médio. Coeficiente definido pela

de aplicação

dos

Aproveitamento: índices abaixo:

Taxa de Ocupação máxima: 70% Taxa de Permeabilidade mínima de 20% (incluso o Índice de Cobertura Vegetal mínimo de 10%) USO COMERCIAL, SERVIÇO OU DE Afastamentos em metro

INSTITUCIONAL, USO MISTO

N° de Pavimentos Frontal Laterais Fundos De 1 a 3 0 1,5 2 De 4 a 6 5 2,5 2,5 Acima de 6 Não Permitido D

o

s

A

f

a

s

t

a

m

e

n

t

o

s

Art. 35 - Edificações de uso comercial, serviço e misto, com atédez metros de altura, poderão alinhar-se na calçada. Art. 36 - Nos lotes de esquina, a definição dos afastamentos levará em conta a designação de uma das faces do terreno como frontal e a outra como lateral as quais deverão constar do projeto arquitetônico a ser aprovado pela Prefeitura Municipal. Art. 37 - Os únicos elementos construtivos que poderão avançar sobre o alinhamento frontal são as marquises e os beirais. Parágrafo único. As edificações com altura menor que 10,00 (dez) metros poderão ter afastamento lateral e de fundos igual a 0 (zero) desde que a face sem afastamento não possua aberturas. Art. 39 - Os afastamentos citados nos artigos acima são válidos para lotes de esquina, aplicando-se o afastamento frontal na

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I. 3,00 (três) metros para edificações de até 2 (dois) pavimentos, com abertura em qualquer um dos planos confrontantes; II. 5,00 (cinco) metros para edificações de 3 (três) até 6 (seis pavimentos), com abertura em qualquer um dos planos confrontantes; III. Altura (H) dividido por 4,00 (quatro) – (H/4) para edificações com mais de 6 pavimentos, com abertura em qualquer um dos planos confrontantes; IV. 1,5 edificações

(um de

vírgula até 2

cinco) metros para (dois) pavimentos,

V. 2,5 (dois vírgula cinco) metros para metros para edificações de 3 (três) até 6 (seis pavimentos), sem abertura em nenhum dos planos confrontantes; VI. Altura (H) dividido por 8 (oito) para edificações com mais de 6 pavimentos, sem abertura em nenhum dos planos confrontantes. Parágrafo 1°. A altura referida nos Incisos IV e VI deste artigo refere-se à distância do nível médio do terreno até a laje de piso do último pavimento. Art. 45 - Da distância de afastamento frontal das edificações verticais acima de 6 pavimentos o equivalente a 2/3 ( dois terços) deverá se configurar em espaço público contíguo ao passeio, devendo os muros e outros aparatos de segurança dos edifícios localizar-se após este recuo.


7 PROGRAMA DE NECESSIDADES

8 ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA ORGANOGRAMA

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FLUXOGRAMA


9 ANTEPROJETO

Setor de Serviços e Administrativo Localizados juntos estrategicamente por serem espaços de apoio. Oferecem informação e cuidam do funcionamento do Centro.

Canis e Gatis Dois módulos para cães, com baias individuais e um módulo coletivo com capacidade para até 5 cães. Clinica Veterinária e Pet Shop

Gatis com maior afastamento evitando possíveis problemas de convívio. Todos os gatis são individuais, obedecendo orientações sugeridas nas entrevistas de levantamento de dados.

A clínica localiza-se mais centralmente afim de atender os animais do Centro de Ressocialização e também os animais da população. No andar superior está o pet shop e banho e tosa como forma de arrecadação para manutenção do Centro. O espaço possui área de convívio com vista privilegiada para a praça e os canis.

Os solários voltados para leste afim de promover bem estar aos animais.

R: Manoel Gomes dos Santos

Praça de Eventos Área destinada a feiras e eventos que promovam a adoção e arrecadação de recursos para o Centro de Ressocialização e Amparo Animal

Corte BB

Corte AA

40

Nascente

Praça A praça é o partido de toda proposta, busca proporcionar integração entre homem e animal e promove a dinâmica do espaço.


Cobertura A ligação entre o setor de apoio e a Clínica Veterinária acontece através de cobertura metálica vazada

Fonte: Pinterest 2016

Espaços de Leitura/Descanso Áreas verdes promovem o conforto ambiental, estrategicamente posicionadas afim de não delimitar espaços de caminhada e encontro. Referência: Coyoacán Corporate Campus, by DLC. Cidade do México Espaços de Leitura/Descanso

Fonte: Pinterest 2016

Espaços de Leitura e descanso que acolham os visitantes. Referência: Projeto em Copenhagen Acesso Visitantes Acesso funcionários/Carga e Descarga

Espelho D´água Além de ser um elemento estético promove o conforto ambiental do espaço. Referências: Burle Marx

Fonte: Pinterest 2016

41

Agility Animal

Fonte: Pinterest 2016

Espaço destinado a integração dos cães, afim de promover qualidade de vida e aproxima-los do convívio social.

50

200 100

Fonte: Pinterest 2016

500


10 PROJETO

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IMPLANTAÇÃO

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PLANTAS - CLÍNICA VETERINÁRIA E CENTRO DE ADOÇÃO ANIMAL FACHADA C

FACHADA A

FACHADA D

FACHADA B

FACHADA B

FACHADA D

FACHADA D

FACHADA B

FACHADA C

FACHADA A

FACHADA A

Planta baixa - Clínica Veterinária / Pet Shop e Centro de Adoção Animal Escala 1. 150

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FACHADA C


PLANTAS GATIS

Planta Baixa - Gatis Escala 1. 150

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PLANTA CANIS

FACHADA D

FACHADA C

FACHADA B

FACHADA A

FACHADA C

FACHADA D

FACHADA B

FACHADA A

FACHADA

FACHADA C

FACHADA B

FACHADA A

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Planta Baixa - Canis individuais e Canil coletivo. Escala 1. 150


PLANTA CLINICA E SERVIÇOS - COTAS

ESCALA 1.200 47


PLANTA CANIS - COTAS

48

ESCALA 1.200


LOCAÇÃO DOS PILARES

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PILAREAS LOCADOS A CADA 6M - 30X30


CORTES E CORTES ESQUEMÁTICOS

Escala 1. 200

Arranhador com toca

Prateleiras

Drywall

Gatis recebem equipamentos que estimulam os gatos a prática de atividades e promovem diversão, evitando problemas como o stress. O espaço possue arranhadores e prateleiras, acessórios preferidos dos felinos. Paredes internas recebem Drywall impermeabilizado adequadamente para suportar contato com água. Além da eficiência témica e acústica o drywall evita entulhos de disperdicíos; além de permitir mudança nos espaços quando necessário.

50

Gatis


Escala 1. 200

Detalhamento clínica veterinária, mostra ambientes de atendimento oferecido a população e aos animais do Complexo. Marquise também está presente no detalhamento mostrando possiblidades de passeio e maior conforto sob seu sombreamento.

51

Gatis


Escala 1. 200

Telha Termoacústica (sanduíche)

Telha sanduíche usada nos canis e gatis, por pois reúne propriedades que isolam a temperatura e som, diminuindo assim os ruídos e protegendo de forma mais eficiente os animais. A madeira esta presendo nos tabalhados para descanso dos animais, é um isolante natural que pode reduzir a quantidade de energia necessária na climatização do espaço.

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Tablado de madeira

Canis


DETALHAMENTO CONSTRUTIVO E PAISAGÍSTICO

Pau Brasil

A árvore alcança entre dez e quinze metros de altura e possui tronco reto, com casca cor cinza-escuro, coberta de acúleos, especialmente nos ramos mais jovens.

Visão do cão e gato Todas as cores utilizadas no paisagismo foram pensadas a partir da possibilidade de visão de cães de gatos. Justifica-se assim as espécies em tons azulados e amarelos. Pilares locados a a cada 6m.

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Oiti

A espécie é de fácil adaptação e já é conhecida dos projetos urbanos por gerar uma sombra boa e com crescimento mediano, que pode passar dos 10 metros de altura.

Ipê Rosa

Ipê Amarelo

Atinge 3,5 metros, pode atingir até 35m. Prefere climas mais quentes, porém num Inverno seco e ameno, ela oferece também uma linda florada no começo da Primavera. Ideal para áreas isoladas, ou paisagismo.

Árvore de 6 a 14 m de altura, com tronco tortuso Flor: Julho a Setembro, com a planta totalmente despida de sua folhagem. Fruto: Setembro a Outubro

Jacarandá

Quaresmeira

Atinge cerca de 15 metros. De copa rala, arredondada a irregular, folhagem delicada. No inverno, o jacarandá-mimoso perde suas folhas, que dão lugar às flores na primavera. Suas flores são duráveis, perfumadas e grandes, de coloração azul ou arroxeada, em forma de trompete e arranjadas em inflorescências do tipo panícula. A floração se estende por toda a primavera e início do verão. Os frutos surgem no outono.

A Quaresmeira, muito admirada por sua beleza e amplamente utilizada para arborização urbana e paisagismo. Floresce geralmente duas vezes ao ano, em junho-agosto e dezembro-março, sendo, entretanto nesta última época mais abundante. Os frutos amadurecem de junho até agosto e abril-maio. Atinge, aproximadamente, 8 a 12 metros de altura. Temos Quaresmeiras nas opções rosa e roxa.


ELEVAÇÕES E PERSPECTIVAS ELEVAÇÕES CLÍNICA VETERINÁRIA E PET SHOP

FACHADA A

FACHADA D

FACHADA B

FACHADA E

FACHADA C

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FACHADA F


ELEVAÇÕES CANIS E GATIS

FACHADA A

FACHADA B

FACHADA C

FACHADA D

FACHADA A

FACHADA B

FACHADA A

FACHADA B

FACHADA C

FACHADA G

FACHADA D FACHADA D

55


56


57


58


59


MEMORIAL JUSTIFICATIVO E DESCRITIVO Memorial Justificativo

Memorial Descritivo

O desenvolvimento do Complexo de Ressocialização e Amparo Animal concebeu-se após análise da problemática do abandono na cidade de Cravinhos e região e visitas a abrigos e hotéis de animais para estudo. A proposta tem como objetivo proporcionar ambientes que devolvam o bem estar animal e reintegrem a relação com o homem, além de acomoda-los em espaços com qualidade, findando-se a imagem de prisão que abrigos representam. O projeto tem como partido as áreas de convívio e integração, tornando o local acessível a todos de forma prazerosa e principalmente reestabelecendo a presença do homem, no cotidiano dos animais fragilizados. O Complexo está divido em área pública, onde localiza-se a praça; semi público onde estão dispostos a clínica veterinária com atendimento 24 horas por dia para promover proteção e dinamismo ao local, pet shop, centro de adoção e os canis; de cunho privado temos o administrativo do complexo juntamente a área de serviço. O complexo é abraçado por uma marquise que torna o caminhar pelos espaços mais agradável, a marquise recebe uma área de eventos, onde são feitas arrecadações para potencializar o trabalho realizado e feiras de adoção responsável; possui ainda mobiliários para descanso e um playground infantil. Próximo aos canis está o Agility Animal, que consiste em equipamentos para atividade animal, proporcionando melhor qualidade de vida aos mesmos. Por fim a praça recebe paisagismo pensado a partir da sensibilidade de visão dos animais, com espécies amarelas e azuladas, oferecendo espaços confortáveis de descanso e caminhada, permitindo aos visitantes a experiência de permanência, não apenas de passagem.

O Complexo está localizado na área industrial da cidade de maneira a não provocar incomodo a população local, porém é de fácil acessibilidade, recebe ponto de ônibus em seu acesso. Os canis e gatis são divididos de forma que os solários fiquem localizados a leste, privilegiando-se do sol da manhã que trás benefícios a saúde dos animais, sendo assim após estudos de volumetria chegou-se a conclusão de que em fitas melhor se posicionam. Os gatis são todos individuais e os espaços recebem adequações que favorecem a qualidade de vida felina, que diferentemente dos cães não necessitam de espaços coletivos, desta forma internamente os gatis recebem mobiliário interativo como prateleiras altas que instigam a reação felina de escalada, arranhadores, tocas para que descansem e brinquedos para exercício. O gatil recebe também solário telado, com área higiênica que recebe areia e inclinação de 5% e grelha contínua, otimizando a salubridade do ambiente. Os canis são divididos em três módulos, sendo dois com baias individuais e um módulo coletivo com capacidade de quatro cães por baia. Ambos recebem amplo solário com gramado, os canis também possuem piso inclinado e grelha para higienização. Internamente as baias apresentam áreas de descanso elevadas com tablado em madeira para proporcionar sensação térmica adequada aos animais, mantendo-os aquecidos. O setor animal é estruturado em concreto e divisionado por paredes em drywall com chapa verde feitas com hidrofugante para aumento de resistência em contato com a água, as partes inferiores recebem impermeabilização com cimento polimérico. O drywall foi escolhido pela sua eficiência acústica, para possíveis modificações de espaço e quase que total ausência de desperdícios e entulhos. A clinica veterinária fornece atendimento 24 horas por dia, afim de manter a dinâmica local e atender a população de Cravinhos que precisa se descolar até cidades próximas em busca de atendimento. A clinica possuí completa estrutura de atendimento. Ao lado localiza-se o pet shop com banho e tosa, que também são fontes de arrecadação para manter a ajuda aos animais. Ambos com sistema construtivo também em concreto e laje impermeabilizada que recebe a marquise. O setor de serviços acomoda o centro de adoção animal, área administrativa, almoxarifados e setor de funcionários. Está diretamente ligado aos demais espaços através de pérgola em concreto. Todos os setores são ligados por uma marquise em concreto armado com pilares de sustentação 30x30 locados a cada 6 metros. As aberturas na marquise proporcionam ventilação e iluminação para a caminhada dos visitantes e atividades realizadas, como a feira de adoção, bazares e palestras educativas. A marquise recebe também um playground infantil para tornar o lazer ainda mais divertido. Mobiliários de descanso e bebedouros em escala animal. O paisagismo recebe espécies coloridas em função do espectro de cores da visão canina e felina que são capazes de enxergar o azul, verde, violeta, amarelo e diversos tons de cinza. Desta forma fica priorizado a vida animal que também pode ser melhor qualificada a partir da arquitetura.

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