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Catálogo de monstros
Classificações
A diversidade de criaturas que habitam esse rico universo demanda estudos de diferentes áreas. Os pesquisadores assinalam diferenças e semelhanças, buscam origens e estabelecem classificações. São exemplares os inventários elaborados por Borges, Cascudo, Corso, Cascaes, entre outros. Nem sempre um ser monstruoso demonstra ser mal, assim como o belo não é sinônimo de bondade. Calabrese (1987) relembra o personagem literário que tem beleza física e um coração maldoso na obra O retrato de Dorian Gray (1891), de Oscar Wilde. O protagonista apresenta beleza e jovialidade, porém seu comportamento é cruel e cresce em perversidade à medida que envelhece; somente o retrato revela seu verdadeiro caráter e sua idade. O pesquisador aponta a sociedade como responsável por estabelecer as regras do ver e da valoração dos conceitos, que podem mudar em função do contexto e dos modismos. Salienta, ainda, que os mesmos monstros compreendidos como seres disformes, feios e maus podem vir a ser apreciados como perfeitamente belos. O cinema, a televisão, a literatura e a publicidade forjam uma impressionante galeria desses seres, exibindo suas complexidades com requinte de detalhes e explorando diferentes tipologias que permitem leituras e interpretações continuadas. Catalogar e classificar os monstros surgiu da necessidade de organizar um acervo de obras, com predomínio de desenhos, guardadas em uma Pasta Monstro. O estudo implicou na construção de um sistema que identifica características físicas e psicológicas, origem e mitologia. Utilizei o estudo desenvolvido para o jogo de RPG (role-playing game: jogo de interpretação em que os participantes assumem os papéis de personagens e criam narrativas onde interagem coletivamente) Dungeons & Dragons - livro dos monstros (2004), que organiza as criaturas segundo essas quatro ordens classificatórias: fisicalidade, origem, natureza e mitologia.
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Podemos observar que o quadro é amplo, porém não dá conta da variedade de monstros que surgem na contemporaneidade; contudo, serviu para estruturar meu próprio sistema. Para organizar os meus desenhos de monstros, escolhi a tipologia como categoria principal para classificar o acervo; as demais diferenciações aparecem como informações complementares nas fichas elaboradas, como referências literárias, folclore ou mito de origem. Quanto à natureza, não faço a distinção proposta pelos autores Gary Gygax e Dave Arneson (2004), pois conforme o conceito proposto, o meu universo é o do monstruoso sensível. Classificação do acervo a partir das tipologias selecionadas com o elenco de criaturas: