Sumário
Introdução
_______________ 3
Levantamento Histórico
_______________ 4
Levantamento Arquitetônico
_______________ 6
Localização
_______________12
Contexto Atual
_______________ 16
Proposta
_______________ 26
Referências Programáticas
_______________ 28
Legislação
_______________ 34
Evolução da Forma
_______________ 35
Zonas Funcionais
_______________ 36
Sistema Distribuitivo
_______________ 38
Perspectivas
_______________ 46
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO 2016.1 - MARCELLE SIMÕES LUZ
Introdução
Tombado em 1965 pelo INEPAC, o edifício da antiga sede do Automóvel Clube do Brasil demonstra sua imponência e beleza desde o início do século XIX, na atual Rua do Passeio, bairro da Lapa. Importante obra neoclássica possui um distinto salão de baile que presenciou inúmeros eventos de diferentes épocas da sociedade carioca, sendo palco de bailes dados pela Família Real, assim como congressos e comícios políticos. Sem uso desde 2004, seu valor histórico e artístico, desconhecido pela maior parte da sociedade, tende a ser perdido a cada dia devido à deterioração conseqüente do abandono. No contexto onde uma nova visão sobre como atividades ligadas à indústria criativa e a cultura podem conduzir o desenvolvimento de uma região, e o incentivo a ocupação de imóveis tombados ou preservados por esse tipo de atividade acontece como uma recente forma de política urbana de preservação do patrimônio da cidade, o edifício aparece como um elemento chave para que um bairro historicamente vinculado a cultura se introduza nesse cenário de produção cultural e o próprio edifício seja valorizado como parte do patrimônio e reinserido no contexto da cidade.
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 3
Contexto Histórico
1839 Residência Marquês de Barbacena, projetado pelo arquiteto Manoel de Araújo Porto Alegre
1845
1855
Cassino Fluminense
Baile da Família Real. 1a reforma e ampliação feita pelo arquiteto Luis Hoxse, passando a ter um terceiro pavimento, o salão de baile e a fachada em estilo neoclássico.
1920 2a reforma e feita pelo arquiteto Joseph Gire, onde foram acrescidos dois pátios internos e o portal metálico na entrada principal do edifício
1924
1925
1965
2004
Automóvel Club do Brasil
Sediou eventos históricos como a visita do professor Einstein ao Brasil e o último comício do presidente Jango antes do golpe de 64.
Tombado pelo INEPAC, com o intuito de proteger os valores artísticos e históricos do edifício, que estava sendo ameaçado de demolição
Entrou em decadência como posto do DETRAN e Bingo Imperial, sendo em 2004 arrematado em leilão pela prefeitura, esvaziado e fechado.
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O estado atual do edifício apresenta sua estrutura, telhado, pisos e adornos em estado de deteriorização devido a infiltrações, apesar de em 2012 ter recebido reforma do telhado e fachada. Através do levantamento feito pela RioUrbe para essa reforma, foi possível o acesso a plantas feitas pela Concrejato que foram utilizadas como base para o levantamento feito em duas visitas, conferindo as principais dimensões do edifício para dar início a elaboração dos desenhos técnicos. O edifício é composto por três pavimentos e ocupa todo o lote, possuindo dois pátios internos que permitem a iluminação e ventilação natural no interior do edifício. Foi criado posteriormente um pavimento intermediário nas salas junto ao pátio, mas hoje só existe acesso a uma. O hall de entrada (1) possui pé-direito duplo, dá acesso ao restante do térreo e ao segundo pavimento através de duas escadas opostas, com piso em mármore e azulejo preto e branco xadrez em perfeito estado, estando presente tanto no térreo como na escada e corredor do segundo pavimento. (2) O forro é quase inexistente, sobrando alguns elementos decorativos com perda de douramento, inclusive pilares, e paredes também decoradas com pintura escamando. O restante do térreo (3) não possui adornos ou decorações e está descaracterizado, possuindo várias alvenarias claramente posteriores ao projeto, com pouca profundidade e materiais atuais, como concreto e tijolo. Segundo documentos, na área embaixo do salão funcionava a antiga
SALAS LATERAIS
MEZANINO SALA DE MÚSICA
SALAS LATERAIS PALCO/JARDIM DE INVERNO SALÃO DE BAILE ANTIGO RESTAURANTE ANTIGO ARQUIVO
ANTIGA ADEGA/BAR PÁTIO INTERNO HALL DE ENTRADA Fotos Antigas: Acervo pessoal de Maria Elizabeth Parkinson
Relatório de Danos
01. Hall de entrada
02. Hall de entrada
03. Térreo
04. Hall Salão
Fotos Atuais: Marcelle Luz - fotos 01, 02, 03, 04, 05, 06, 10, 11, 12, 14, 18.
05. Antigo restaurante
06. Hall Salão
Fotógrafo Fernando Pacheco - fotos 07, 08, 09, 13, 15, 16, 17, 19, 20, 21, 22.
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adega de D. Pedro II, e os pilares de concreto foram feitos em 1901, numa reforma que contemplou o salão e os telhados. No segundo pavimento está localizado o salão de baile. A partir da escada do hall de entrada, tem-se acesso ao hall do salão (4) e a duas salas laterais através de um corredor, que também podem ser acessadas pelo hall do salão. Na sala lateral direita, funcionava na época do Automóvel Club do Brasil o arquivo da instituição, que continha todo o registro e documentos relacionados ao edifício, incluindo arquivos históricos da Família Real e sua vivência no lugar. Com o passar dos anos e com as inúmeras mudanças de posse do edifício, esses documentos foram perdidos. A sala permanece com pintura escamada em azul nas paredes, com piso em madeira e forro destruídos. As portas do antigo elevador continuam de pé. Na sala lateral esquerda (5), funcionava o antigo restaurante. Possui adornos em tons de azul nas paredes e estão em estado deteriorado, mas ainda possível de identificação e recuperação. O piso em madeira está no mesmo estado da sala anterior e uma parte da laje rompeu, criando um pé-direito duplo com o telhado no terceiro pavimento. As esquadrias de madeira e vidro, assim como as demais do edifício, encontram-se bastante deterioradas, sem os vidros e com a madeira em alguns casos em estado irrecuperável. O hall do salão (6) é a sala mais conservada. Possui ornamentos nas paredes e muitos detalhes, com pintura escamada em tons rosados e beges, além do forro onde, apesar de ter metade
07. Pátio Interno
08. Cozinha Fotos Antigas: Acervo pessoal de Maria Elizabeth Parkinson
09. Banheiro
11. Salão de Baile
13. Salão de Baile
10. Salão de Baile
12. Salão de Baile
14. Palco
Fotos Atuais: Marcelle Luz - fotos 01, 02, 03, 04, 05, 06, 10, 11, 12, 14, 18.
Fotógrafo Fernando Pacheco - fotos 07, 08, 09, 13, 15, 16, 17, 19, 20, 21, 22.
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de sua área destruída, consegue-se identificar a unidade do desenho existente. O piso em madeira, assim como nas outras salas e estendendo-se ao salão, mezanino e salas no terceiropavimento, encontra-se em estado irrecuperável devido a água infiltrada das chuvas. É iluminado e ventilado por dois pátios internos (7) existentes, que também atendem ao salão e a antiga cozinha (8) e banheiros (9). Estas possuem azulejos decorados em tons de azul nas paredes, em perfeito estado, e pisos deteriorados. O salão de baile (10) é formado pelo grande salão de pé-direito duplo com mezanino sustentado por colunas inspiradas no estilo jônico, com douramento deteriorado, iluminado e ventilado por aberturas laterais no teto (11), além dos pátios internos, com janelas em arco pleno e adornos também com perda de douramento (12). As cores verde e laranja (13) são remanescentes da época em que sediou o Bingo Imperial, sendo possível descobrir as cores originais somente através de prospecção. Dá acesso ao palco (14), ou jardim de inverno como era chamado, devido a também ser iluminado por um vitral (15) em arco, por uma cúpula e por prismas com janelas nos quatro apoios da cúpula. Nele havia apresentações de música e da orquestra do Automóvel Club do Brasil, segundo relatos. O piso em azulejo branco e preto encontra-se em bom estado. O palco dá acesso a duas salas laterais que também podem ser acessadas pelo salão (16). A sala lateral esquerda perdeu completamente a laje, podendo ser vistas as vigas de peroba (17) rosa que foram cortadas e roubadas. As paredes possuem adornos como os do hall do salão em tons beges, em estado de conservação semelhante.
15. Vitral
17. Sala lateral ao palco - vigas peroba rosa
16. Sala lateral ao palco
18. Sala lateral ao palco vista de cima
Fotos Antigas: Acervo pessoal de Maria Elizabeth Parkinson
Fotos Atuais: Marcelle Luz - fotos 01, 02, 03, 04, 05, 06, 10, 11, 12, 14, 18.
19. Sala de música
20. Sala de música - passarela improvisada Fotógrafo Fernando Pacheco - fotos 07, 08, 09, 13, 15, 16, 17, 19, 20, 21, 22.
20. Sala de música - cúpula
22. Sala frontal/ sala de música
No terceiro pavimento encontram-se as salas menos conservadas devido a maior exposição a infiltrações. O acesso a ele é feito somente por uma escada pequena localizada entre o salão, a antiga cozinha e o pátio interno esquerdo. Não há vestígios sobre a possibilidade de ter tido outro acesso. A mesma área no lado oposto do edifício está impossibilitada de ser acessada devido ao vão emparedado de acesso pelo salão e pela ausência da laje que conecta a ele no terceiro pavimento. Pelo mezanino, tem-se acesso às duas salas laterais (18) sob as que têm acesso pelo palco, e também a sala sob o hall do salão. Esta está atualmente em estado de perigo de desabamento, devido a laje e o piso quase inexistentes. (19) A conexão com a sala frontal, sob o hall de entrada, antigo restaurante e sala arquivos, está sendo feita com uma passarela improvisada pouco segura.(20) Pode-se ver no restante do teto uma segunda cúpula (21) com sua estrutura aparente, e nas paredes adornos em tons beges e amarelos deteriorados, mas sem perda de unidade. A sala frontal (22) possui o piso em madeira como o salão e as paredes lisas, também em tons de amarelo e o forro é inexistente. Segundo relatos, era utilizada como sala de música de câmara. Como diretrizes de restauro, devem ser recuperadas as pinturas em cores decididas através de um estudo feito após prospecções de cada sala, além do douramento das colunas e adornos que possuíam tal revestimento, pisos e azulejos que estão em estado recuperável e adornos que ainda possuem unidade possível de se reconstruir. As reconstruções devem ser feitas em materiais atuais e semelhantes ao existente. Os pisos de madeira devem ser retirados e novos em formato similar. 11
Localização
Lapa, Área Central do Rio de Janeiro Escala 1:1000
Lapa, Cinelândia e Passeio Público Escala 1:500
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Localização AUTOMÓVEL CLUB DO BRASIL
ARCOS DA LAPA
ESCOLA DE MÚSICA DA UFRJ
ESCOLA SUPERIOR DE DESENHO INDISTRIAL UERJ
PASSEIO PÚBLICO
Lapa, Área Central do Rio de Janeiro Escala 1:1000 O edifício está localizado numa posição estratégica, entre o largo da lapa e a Cinelandia, em frente ao passeio público, junto a escola de música de UFRJ e escola de desenho industrial da UERJ, que são duas áreas da indústria criativa com grande potencial pouco explorado. Juntos configuram o panorama de edifícios do centro histórico do Rio e conexão lapa-cinelândia.
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O Bairro da Lapa, historicamente ligado a atividades culturais, vem passando por um processo de revitalização devido a restauração de edifícios que pertencem ao patrimônio e o incentivo a um novo uso por atividades culturais como forma de atrativo turístico e desenvolvimento econômico. É considerado atualmente o maior cluster cultural do Brasil e faz parte de várias iniciativas que tem por objetivo explorar as vocações regionais como âncoras para processos de inovação e criatividade. Integra o Polo Novo Rio Antigo, que almeja o fortalecimento de conexões e o desenvolvimento das regiões da Cinelândia, Lapa, Rua do Lavradio, Praça Tiradentes e Largo de São Francisco, e dessa forma valorizar e produzir bens materiais e simbólcos que destaquem a identidade carioca, gerando desenvolvimento social e econômico. Também faz parte do Projeto Território Criativo, que aspira a viabilização da dimensão ecomômica da cultura através da promoção de ações de melhoria e integração de equipamentos culturais, e assim esses equipamentos já existentes junto a ambientes inseridos no contexto criativo tornam-se pólos de disseminação, encontros e intercâmbios culturais.
Lapa
Largo da Lapa
Sala CecĂlia Meirelles
Rua do Lavradio
Grande Hotel Bragança 17
Ao mesmo tempo, a região do Porto e da Praça Tiradentes utilizam a mesma estratégia de restauração do patrimônio e de sua nova ocupação com usos relacionados a produção cultural e empresas da industria criativa como tentativa de sua consolidação como um distrito criativo. A Praça Tiradentes passa atualmente por intervenções de revitalização, contemplando a restauração de edifícios históricos assim como a reurbanização da praça e seu entorno. O Centro Carioca de Design, criado em 2014, e o recentemente inaugurado Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro, entre outras inetituições voltadas para o uso criativo, atuam como elementos dinamizadores da área e funcionam como atrativos ecoômicos e sociais. O Distrito Criativo do Porto esté em frase de estruturação desde 2012 e atualmente com mais de 250 profissionais começa a atuar oficialmente. A antiga fábrica da Bhering foi a pioneira nesse contexto e, devido ao projeto de revitalização do Porto Maravilha, tem suas atividades cada vez mais integradas ao contexto do distrito.
Porto e Praรงa Tiradentes
Antiga Fรกbrica da Bhering
Centro Sebrae de Artesanato Brasileiro
Cais do Valongo
Centro Carioca de Design 19
Espaços Criativos
Esses três pólos são considerados pelo mundo como parte de uma rede que tem o potencial de intercâmbio de práticas ligadas às áreas de empreendedorismo, educação e cultura. Fundado em 2004. os Dristitos dde Criatividade reunem 13 das regiões mais criativas e inovadoras do mundo, e o Rio de Janeiro está entre elas. Acreditam que a combinação entre criatividade e empreendedorismo resulta na principal fonte de crescimento econômico e social.
Centro Carioca de Design
Antiga Fábrica da Bhering 21
Patrimônio: Abandono
Porém, nessas três áreas ainda existem inúmeros imóveis abandonados, que se refletem como um problema tanto pela falta de uso como pela gradual perda e degradação do patrimônio da cidade. É o caso da antiga sede do Automóvel Clube do Brasil, localizado na rua do passeio, que possui um valor desconhecido pela maior parte da população.
Casarão histórico em frente aos Arcos da Lapa
Edifício de direitos autorais da Escola de Música UFRJ
Casarões históricos junto ao CREAB
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Lapa na Rede Distritos Criativos A proposta consiste na restauração do edifício e na adaptação a um novo uso com o objetivo de salvaguardar o bem histórico e mostrar o seu valor para a sociedade, reinserindo-o nesse contexto pelo qual a cidade vem passando e utilizando-o como um espaço ligado a cultura e a industria criativa. Dessa forma o Rio poderá inserir-se nesse rede global expondo seus projetos e cultura, beneficiando a economia e os potenciais criativos locais e abrindo o edifício e expondo o seu valor. Para acomodar o novo programa, um novo edifício anexo ao histórico irá existir como elemento que se integre ao conjunto arquitetônico da rua a agregue um novo significado ao antigo. Esse terreno era de servidão pública até 2014 e foi passado para a escola de desenho industrial, mas até então continua a não ser utilizado.
DC NETWORK
Baseado nas propostas e iniciativas recorrentes no bairro, na cidade e no mundo, o projeto resulta numa incubadora de empresas voltada para áreas da indústria criativa, formada por espaços que são voltadas principalmente para as áreas de música e desenho industrial, que são potenciais criativos locais, como forma se inserir-se nesse contexto de forma singular e tornar-se exemplo de como a preservação e valorização do patrimônio funciona como medida de reestruturação urbana.
TERRENO ESDI SENDO UTILIZADO COMO CANTEIRO DE OBRAS DO CINE PLAZA
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Rio Criativo
SALÃO PRINCIPAL Como exemplo de espaços desse tipo, existe no Rio a Rio Criativo, que fica na Praça XI, que existe como uma entidade pública de iniciativa da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, em parceria com a secretaria de cultura e outras instituições, que tem por objetivo incentivar e estimular empreendimentos da economia criativa e o seu desenvolvimento econômico e social através da cultura. Funciona como um centro de inovação, onde são oferecidas atividades de formação, apoio, geração de negócios para empresas, que estimulam o fortalecimento
AUDITÓRIO e a sustentabilidade dos empreendimentos da economia criativa do estado do Rio de Janeiro e o seu desenvolvimento econômico e social através da cultura. As empresas interessadas em fazer parte do programa entram a partir de editais e apresentam suas propostas para avaliação. Acolhem diversos estágios de assessoramento de novos empreendimentos, desde aqueles ainda em fase inicial aos mais consolidados. Para isso, seus espaços são formados por salas de pré-incubação, onde acontece o amadurecimento de uma ideia que tem potencial para se tornar
INCUBADORA um empreendimento, por salas de incubação, onde as empresas permanecem incubadas por um ano e meio e recebem todo o apoio e infraestrutura necessária para se tornarem autônomas e se inserirem no mercado de trabalho, e por salas de coworking, onde uma empresa que já passou pelo processo de incubação pode continuar a usufruir da infraestrutura dada pela incubadora. Além disso, possui um auditório para a realização de eventos específicos e um salão central, onde os eventos mais importantes, internos ou abertos ao público, acontecem. Nesse espaço central acontecem palestras,
COWORKING workshops e diversos encontros de temas ligados a cultura criativa, sendo um espaço flexível e adaptável a esses diversos tipos de eventos. Atualmente, o Projeto Incubadora Rio Criativo conta com 17 empreendimentos sob incubação: 13 na Capital, 1 na Baixada Fluminense e 3 à distância. Essas ações visam a disseminação da cultura empreendedora e a qualificação em planejamento e gestão para os empreendimentos criativos e iniciativas culturais no Estado, com o intuito de fortalecer o ambiente de negócios e de inovação para o setor. 27
Portomídia
ARMAZÉM DA CRIATIVIDADE Outra incubadora também parte da Rede Incubadoras Brasil Criativo, é a Portomídia, que faz parte de uma ação do programa Porto Digital, no Recife, que tem como objetivo contribuir para a criação de um polo da economia criativa relevante internacionalmente. Oferece infraestrutura de laboratórios voltados para as áreas de audiovisual, música, fotografia, design e games. Os incubados podem utilizar os estúdios e laboratórios, participar de cursos e eventos de qualificação oferecidos e utilizar a galeria de artes digitais, espaço destinado a exposição das produções realizadas pelos
LABORATÓRIO DE EDIÇÃO DE ÁUDIO E IMAGEM incubados e pelo mercado local. O espaço conta com infraestrutura que permita ao público experienciar todos os pontos da sala para os fins da exposição, através de displays, sensores, tablets, fones de ouvido, entre outros. A incubadora possui quatro eixos principais de atuação: o de capacitação, onde cursos e workshops são ministrados a fim de impactar positivamente na qualidade dos serviços e produtos gerados no mercado local. Para isso, conta com salas de treinamento equipadas com computadores e demais itens necessários;
LABORATÓRIO DE PROTOTIPAGEM E FABRICAÇÃO DIGITAL
LABORATÓRIO DE CORREÇÃO DE COR E MIXAGEM
o de empreendedorismo, onde treinamento e assessoria são oferecidos aos incubados, além de infraestrutura como pontos de trabalho, salas de reunião e estrutura de escritório; o de experimentação, onde há a possibilidade de fazer todo o processo de pós-produção audiovisual através dos laboratórios, e assim apoiar esse tipo de atividade altamente custosa para que uma empresa individualmente possa suportar. Os laboratórios destinam-se as áreas de design e fotografia, animação, edição e finalização de imagem e áudio, entre outros; e o de exibição, formado pela galeria de artes digitais.
Ambas as incubadoras possuem um espaço central onde acontecem eventos, workshops e reuniões com o intuito de se criar um espaço dinâmico, compartilhado e colaborativo, e assim se tenha o intercâmbio entre diferentes áreas. A proposta é que o projeto seja um híbrido dessas duas incubadoras, onde esse novo uso que será visto como a fase atual do edifício retome a vitalidade que sempre residiu em seus espaços e o integrará ao dinamismo e a produção cultural existente no bairro. 29
CRio
A CRio, Festival Internacional da Criatividade, é um exemplo de evento que acontece na incubadora. Abrangendo diversos setores da economia criativa, abriga encontros de coletivos, grupos e outras redes colaborativas da cidade com a intenção de tornar permanente as ideias e trocas surgidas no festival. O evento reúne nomes nacionais e estrangeiros para uma rica discussão sobre as potencialidades de desenvolvimento do setor criativo e sua importância no norteamento de políticas públicas.
Galeria de Artes Digitais
A Galeria Digital da Incubadora Portomidia também abriga diversos eventos, sendo configurada como um espaço flexível para diferentes tipos de atividades voltadas para exposições e intercâmbio entre elementos relacionados a cultura.
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Referências Projetuais Ginger Recording Studios - Cremorne, Australia.
St Paul’s Creative Centre - Adelaide, Australia. Esses lugares foram utilizados como exemplo de espaços voltados aos usos presentes no projeto. O St. Paul’s Creative Center aparece como exemplo de espaços voltados para coworking e música. Também foi criado a partir de iniciativas de preservação do patrimônio e com o objetivo de se tornar um espaço central na
cidade, transformando o espaço em criatividade e atraindo dinamismo ao lugar. O Ginger Recording Studio funciona como um espaço flexível voltado para música, design e fotografia. Surgiu da adaptação de um local sem uso para se criar um espaço de produção musical. Os demais projetos pertencem ao Clive Wilkinson
Clive Wilkinson Architects - The Barbarian Group , Nova Iorque.
TGLG Global Headquarters, Nova Iorque
Clive Wilkinson Architects - FIDM Annex Studio, Los Angeles.
The Disney Store Headquarters, California.
Architects e consistem em diferentes espaços de trabalho organizados de acordo com a necessidade de cada lugar. A criação de um espaço criativo despertou a necessidade de procurar soluções criativas para o novo espaço a ser projetado. 33
Legislação Segundo a legislação da APAC corredor cultural, onde estpa situado o edifício, o ATE passa a ser fixado pelo plano de alinhamento, que determina a altura de 19m para o terreno ao lado, que corresponde o fim do frontão, e taxa de ocupação de 70%. Os usos devem ser mantidos, assim como as características artísticas que compõem as fachadas e telhado..
LEI 1139/1987 – CORREDOR CULTURAL Art. 2º - A Zona Especial do Corredor Cultural fica subdividida em 2 (duas) subzonas denominadas de preservação ambiental e de renovação urbana, que se acham representadas diferencialmente nas plantas do PAA de número reservado 10.600 e no PAL 41.632. § 1º - Na Subzona de Preservação Ambiental: I - serão mantidas todas as características, artísticas e decorativas que compõem o conjunto das fachadas e coberturas dos prédios existentes na área, inclusive clarabóias e suas projeções, e retirados os elementos que comprometem a morfologia original das edificações, tais como empachamentos e marquises; II - serão permitidas modificações internas desde que garantam a acessibilidade às janelas e sacadas dos mesmos;
LEI 1139/1987 – CORREDOR CULTURAL Art. 3º Corredor
-
Na Zona Especial do Cultural ficam ainda:
I - obrigatoriamente mantidos os usos; a capacidade e a localização no pavimento térreo das salas de espetáculos das edificações existentes, os quais prevalecerão mesmo nos casos de reconstrução;
§ 2º - Na Subzona de Renovação Urbana:
II - proibidas as construções de prédios com uso exclusivo de garagem ou daqueles em que haja predominância de pavimentos-garagem;
I - qualquer edificação a ser erguida, reconstruída ou reformada deverá obedecer a projeto integrado ao conjunto arquitetônico ao qual pertence, respeitadas as alturas máximas determinadas no PAA e no PAL;
III - isentos de vagas de garagem os imóveis localizados nas Subzonas de Preservação Ambiental ou na Subzona de Renovação onde a altura das edificações não ultrapassar 4 (quatro) pavimentos;
Evolução da Forma
A implantação foi feita de modo que permitisse o contato permanente com o exterior, sendo o novo edifício projetado junto a uma das divisas para que uma área livre fosse criada, possibilitando a obtenção da iluminação e ventilação natural em todos os pavimentos.
POSSIBILIDADES DE IMPLANTAÇÃO
IMPLANTAÇÃO JUNTO À DIVISA
CONEXÃO ENTRE O HISTÓRICO E O ATUAL
VENTILAÇÃO E ILUMINAÇÃO NATURAL
Devido a isso, as áreas de circulação vertical e horizontal são abertas, permitindo uma conexão visual para com o edifício histórico. A disposição dos pavimentos acontece de forma a manter uma relação com as proporções da fachada antiga e também de forma permitir a conexão entre os dois edifícios. A nova forma possui duas alturas, onde a fachada principal acompanha o corpo do edifício antigo e o fundo é alinhado com o fim do frontão.
esdi
passeio público
ÁREA LIVRE COMO ESPAÇO PÚBLICO = PERMEABILIDADE E CONEXÃO
RELAÇÃO ENTRE ESCALAS CRIAÇÃO DE NOVO CONJUNTO ARQUITETÔNICO 35
O programa consiste em salas de incubação, onde as empresas ficam alocadas por um determinado período de tempo para desenvolver seus empreendimentos, salas de pré-incubação para o auxilio da fase inicial das empresas, a sala de coworking coletiva, que existem para as empresas no período pós-incubação, e além disso os laboratórios de conteúdos digitais e fabricação digital, que existem como auxílio a produção das empresas nos diversos estágios do empreendimento. O primeiro voltado para a área de música, conta com estúdios de gravação, sala de edição de áudio, sala de pré-mixagem e sala e mixagem e finalização de vídeo, e o segundo possui as oficinas de prototipagem e de fabricação digital, que contam com maquinas para a criação de produtos. O antigo salão de baile será utilizado como um espaço de encontro e intercâmbio de idéias, sendo o principal espaço para os eventos que acontecerão na incubadora. Também será criada a galeria criativa, que terá exposições sobre a história do edifício e a história da cultura na Lapa, e também exposições sobre os produtos que serão criados na incubadora, mostrando ao público as diversas fases da história do edifício. O sistema distributivo se dá através do acesso principal que é pelo hall, que dá acesso ao laboratórios de música e aos estúdios, que fica no térreo e se conecta ao novo edifício, e também ao hall do segundo pavimento, que dá acesso ao salão e a galeria criativa, que fica nas antigas salas de música no terceiro pavimento. A circulação vertical do novo edifício, que permite a conexão entre os edifícios no térreo e no terceiro pavimento, e dá acesso a um auditório, que foi criado como forma de suprir a necessidade de um espaço com tratamento acústico, visto que no salão seriam necessárias muitas intervenções que descaracterizariam o espaço que é formado por ele.
ÁREA TÉCNICA
ADMINISTRAÇÃO INCUBADORA MEZANINO GALERIA CRIATIVA
PALCO/COXIA/CAMARIM SALÃO CRIATIVO/MULTIUSO FOYER/CAFÉ/EXPOSIÇÃO LAB. CONTEÚDOS DIGITAIS PRÉ-INCUBAÇÃO/ENSAIO INCUBADORAS/ESTÚDIOS HALL DE ENTRADA/LOJAS
INCUBADORA SALÃO/GALERIA CRIATIVA ESPAÇO PÚBLICO
Também dá acesso ao espaço público que possui um restaurante e lojas que podem ser ocupadas pelas próprias empresas que residem na incubadora.
ÁREA TÉCNICA
ÁREA CONVÍVIO/COPA TERRAÇO JARDIM
INCUBADORAS/REUNIÃO COWORKING
INCUBADORAS/REUNIÃO LAB. FABRICAÇÃO DIGITAL
HALL/CIRCULAÇÃO/AUDITÓRIO ESPAÇO PÚBLICO RESTAURANTE/BAR
No novo edifício estão as salas de incubação, reunião, coworking e laboratório de fabricação digital, que ocupam o espaço em diferentes níveis a fim de permitir a conexão entre os edifícios e também a relação de proporção entre as fachadas. Nos últimos pavimentos foi criada uma copa e área de convívio, que se conecta com a cobertura que abrigará um jardim. Quanto a materialidade, as novas cores do salão foram decididas de acordo com algumas cores presentes no próprio edifício, sendo que um estudo deve ser feito após a prospecção das salas para se chegar numa solução concreta. A cor azul, por estar presente em vários adornos e azulejos , foi escolhida para compor os pilares do salão junto com o douramento que estava se perdendo. A cor de fundo clara foi escolhida de acordo com a cor presente nas salas do terceiro pavimento, e as salas do segundo pavimento e terceiro permaneceram com as cores rosada e bege. A fachada possuirá o mesmo azul do salão, e segundo relatos, a cor da fachada sempre teve tons azulados. O novo edifício terá sua estrutura em perfis metálicos e alvenaria em blocos de concreto, com acabamento em concreto aparente. Em ambas as fachadas será aplicada proteção antipichação, visando a durabilidade dos materiais e um maior tempo para manutenção do edifício. A fachada do edifício novo também será composta por brises e painéis móveis, a fim de controlar a insolação que atinge as salas no verão. Toda a estrutura debilitada do edifício antigo será reconstruída com materiais atuais, assim como a recomposição do piso, parede, teto e adornos, conforme seja possível a identificação se sua unidade potencial. Todas as esquadrias serão restauradas ou refeitas conforme existente. 37
ÁREA TÉCNICA
PALCO
CONCENTRAÇÃO
SALÃO CRIATIVO
ESTÚDIOS
GALERIA CRIATIVA exposição 2
GALERIA CRIATIVA exposição 1
GALERIA CRIATIVA exposição 3
HALL ENTRADA
CONVÍVIO
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ÁREA TÉCNICA
SALÃO CRIATIVO
LAB. EDIÇÃO DE ÁUDIO
ESTÚDIO
INCUBAÇÃO
TERRAÇO JARDIM CONVÍVIO/ COPA
SALA DE INCUBAÇÃO
SALA DE INCUBAÇÃO HALL/ CIRCULAÇÃO
AUDITÓRIO
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ÁREA TÉCNICA
HALL/ CIRCULAÇÃO
HALL/ CIRCULAÇÃO
HALL/ CIRCULAÇÃO
HALL/ CIRCULAÇÃO
RESERVATÓRIO ÁGUA
RESERVATÓRIO REUSO
ESPAÇO PÚBLICO
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ÁREA TÉCNICA
CONVÍVIO/ COPA
SALAS DE REUNIÃO
INBUBADORAS
BANHEIRO
AUDITÓRIO
I
SAÍDA INCÊNDIO
TERRAÇO JARDIM
COWORKING
LAB. FABRICAÇÃO DIGITAL
RESTAURANTE
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FACHADA
FACHADA
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SALÃO CRIATIVO
SALÃO CRIATIVO
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SALAO CRIATIVO
GALERIA CRIATIVA - EXPOSIÇÃO 01
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GALERIA CRIATIVA - EXPOSIÇÃO 01
GALERIA CRIATIVA - EXPOSIÇÃO 02
53
GALERIA CRIATIVA - EXPOSIÇÃO 03
LABORATÓRIO CONTEÚDOS DIGITAIS
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ESTÚDIO
ESPAÇO PÚBLICO
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RESTAURANTE/BAR
AUDITÓRIO
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FACHADA/ESPAÇO PÚBLICO
CIRCULAÇÃO EDIFÍCIO NOVO
61
SALA DE INCUBAÇÃO
SALA DE REUNIÃO
63
LABORATÓRIO DE FABRICAÇÃO DIGITAL
LABORATÓRIO DE FABRICAÇÃO DIGITAL
65
COWORKING
COWORKING
67
COPA/CONVÍVIO
FACHADA
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