Revista Viver Bem

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VIVER BEM

FALA, LEITOR!

Cynthia Fortuna conta sobre sua transição para uma rotina vegetariana

TIPOS DE VEGETARIANOS

Guia prático para aqueles que ainda têm dúvidas...

INDICAÇÕES DA EDIÇÃO

Indicações de filmes e documentários que irão te tirar da zona de conforto


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FALA, LEITOR!

E ser vegetariano, pode? Pode, sim!

De forma descontraída, a jornalista Cynthia Fortuna fala um pouco sobre como foi e está sendo sua transição para uma rotina vegetariana, e todos os percalços que vem enfrentando nesta longa jornada.

M

eu nome é Cynthia Fortuna, sou jornalista, tenho 39 anos e há pelo menos 3 anos venho tentando tornar-me vegetariana. Tem sido uma tarefa um tanto árdua, pois foram 36 anos dizendo para mim mesma “nunca conseguiria ser vegetariana, pois amo carne, gosto de ver o sangue escorrendo da picanha mal passada....”etc, etc. Nossa! Para você ver que não devemos dizer NUNCA. Já tinha na minha mente, porém, que a carne, de alguma forma faz um percurso muito estranho e “pesado” em nosso organismo, até a parte não aproveitável ser expulsa. Então, quando adolescente, mesmo gostando e comendo sem culpa, vez outra lembro que, ao sair com minha mãe para o Centro da Cidade (de Fortaleza) em tempos áureos – íamos muito e andávamos muito, durante todo o dia! – eu dizia, por impulso, mas ao mesmo tempo com propriedade: “Mãe, está na hora do almoço! Vamos fazer algo diferente? Hoje quero desintoxicar! Que tal aquele restaurante vegetariano?”, (e dizia aonde era o tal restaurante). Nesse tempo, minha mãe topava. Hoje ela revira a cara quando digo que não como carne – ainda não larguei de vez os frutos do mar (peixe,

camarão, etc...). Estou ainda na transição. Tudo em seu tempo – Como dito anteriormente, é uma tarefa árdua. Mas não é impossível. Não liguei muito para os sinais que a vida me apresentava o que seria para mim, mais tarde, meu estilo de vida “valendo”, que mudariam e muito alguns conceitos já formados na minha cabeça.


L O tempo passou, tornei-me mãe, terminei a faculdade, entrei para a vida adulta, digamos assim. Continuei na firmeza de desintoxicação esporádica, contudo visitava com mais frequência restaurantes e bistrôs mais alternativos, que me trouxessem o que na minha visão seria a tal da alimentação saudável. Apenas precisamos perceber que alimentação saudável é aquela que você sente-se bem, tem boa procedência, muitas vezes tem a recomendação médica ou de nutricionista. Entretanto, vegetarianismo/veganismo é muito mais que alimentação saudável. Digo isso, porque muitas vezes, ao afirmar que estou tornando-me vegetariana, que não quero comer carne, equivocadamente acham de dizer que estou de dieta e que APENAS quero emagrecer. ¬¬ Só percebi essa diferença quando entrei de vez nessa mudança, a qual seria – e é – para meu bem. Então, rótulos e preconceitos devem ser abandonados. Desses três anos, um ano inteiro decidi não comer carne alguma. E consegui! Como de fato eu comecei a necessitar retirar a carne de minha dieta? Explico: Eu já vinha sentindo-me pesada e sem energia e com muito inchaço, portando, algo em minha saúde estava afetado. Descobri que a carne me fazia sentir assim. Nessas muitas vezes em que quis “desintoxicar”, ficava muito bem, minha digestão era tranquila e associei o mal estar à minha alimentação desregrada, a base de carne, sal em exagero (um perigo!) e refrigerantes. Percebi que eu estava me maltratando, comendo e bebendo o que não devia. Até

“Então, rótulos e preconceitos devem ser abandonados.”

que, ao comer carne não me senti bem e meu estômago não segurou o alimento. Tive que chamar o “Hugo” (Risos). E em uma outra vez, não me caiu muito bem o alimento e tive dores no estômago, além de não conseguir dormir direito nesse dia. Comecei então a ler sobre o vegetarianismo e concomitantemente ir com frequência a um restaurante do gênero perto da minha casa, o que facilitou muito as coisas. Nesse restaurante eu também aprendi sobre toda uma cultura em cima do vegetarianismo. Uma cultura de compaixão pelos animais, por tudo o que é vivo e considerado APENAS alimento, pois, segundo essa filosofia (sim, isso pode ser considerado filosofia e é também um estilo de vida, AINDA alternativo) eles tem o direito de completar seu ciclo de existência, além de conhecer como são tratados desde o nascimento até o momento do abate, para serem consumidos. É desumano e cruel a forma de abate e condução de todo o processo. Esse ano inteiro o qual mencionei não comer carne de espécie nenhuma, segurei firme aguentando, inclusive, a surpresa dos amigos e familiares acerca de minha “repentina” mudança de hábito com questionamentos, piadinhas


e frases clichê do tipo “Meu Deus, você não come carne? O que você come o que, então?” “Você não come carne, que pena, então vou deixar a salada para você!” “Sou nem lagartixa, pra só comer folha!” “Não faz mal comer carne uma vez ou outra, mesmo de dieta!” “Menina, vai te faltar a proteína!”... ¬¬ ... Dá vontade de responder à altura, mas minha educação “ELIZABETANA” não me permite ir além (risos). Dá vontade de dar altas respostas para esses incautos interlocutores. Os anos seguintes forma mais difíceis, confesso. Sucumbi à abstinência e pouquíssimas vezes caí na tentação e comi carne. Não a carne vermelha, mas a branca (frango e os frutos do mar). Muuuiiittto pouco, mas não consegui resistir. Mas esse não era o problema e sim, a culpa logo após consumir o “alimento”. Não sei se já assistiram ao filme “As aventuras de Pi” (olha o spoiler, pra quem não viu). Tem uma cena que o protagonista está no meio do oceano, com fome, juntamente com o tigre que todos os dias ameaçava comê-lo e que, graças à esperteza do rapaz, seguia em sua companhia, mas doutrinado e em estado de alerta permanente. Em determinado momento, o rapaz consegue pegar um peixe enorme, que daria para alimentá-lo e a seu “amigo da onça” (desculpe o trocadilho, não resisti rsrs), pelo menos por algum tempo. Então, ele bate na cabeça do pobre infeliz que já arquejava. Percebendo

sua atitude, digamos, “desumana” e anti-religiosa (sua religião não permite que coma carne alguma), ele pede perdão ao infeliz o qual, àquela altura, já estava com a alma nos braços de Shiva. É mais ou menos por aí. Eu comia, pedindo que o bicho me perdoasse. Louco, né? Mas pra nós faz sentido, porque vem todo o histórico que o animal passou até ali. Agora era aquilo que me fazia mal. Pra completar, acredito que as coisas quando tem que acontecer, elas não desviam a sua rota. Sou fã dos Beatles e sabendo da “condição alimentícia” de um de seus eternos integrantes, - Paul McCartney para ser mais específica -, e reconhecendo-o como um fervoroso divulgador e defensor da causa, fui atrás de ver um documentário o qual ele mesmo apresenta, que chama-se “Se os abatedouros tivessem paredes de vidro, seríamos todos vegetarianos” ou simplesmente “Glass Walls”. Deus do céu! Já tinha ouvido falar, mas como não tinha coragem de assistir, pois meu egoísmo carnívoro não deixava, resolvi tentar esse realizar esse feito. Fiquei mais abalada e querendo mandar às favas até minha abstinência, porque você tem toda a noção de tudo. A mente abre mais ainda sobre o assunto. Mas o fato é que, para resumir tudo: a alimentação dos seres humanos, não necessariamente precisa de carne de animais para sobreviver, pois tudo pode ser encontrado nos vegetais, raízes, grãos, etc.


A questão é COMO é feita a distribuição de todos os nutrientes, horários de se alimentar, lembrando de sempre estar com acompanhamento de um nutricionista especializado, para que o corpo não sinta falta, contribuindo assim para a boa saúde. Não entrei nessa por conta de moda, de desespero ou qualquer outra coisa. Para mim, é uma questão séria, que ainda envolve impacto ambiental, além de ética para com outros seres vivos. Porém, existe ainda muita polêmica, falta de informação a respeito do assunto, falta principalmente de interesse das pessoas em geral, pelo simples fato de assim como eu, anteriormente, acharem que deixar de comer carne é bobagem e que preferem uma boa picanha ou um torresmo. Muitos podem até dizer “prefiro mesmo”, mas quando a gente pára pra pensar, estamos fazendo mal a nós, porque não estamos apenas de passagem nesse planeta. Nós somos o planeta! Tudo é uma questão de tempo, mas não o nosso, o que a gente quer. Cada organismo é um, cada pensamento também é único. Até tudo tornar-se harmônico, não é fácil, mas não é impossível. Daí, para o vegetariano tornar-se vegano é mais outro passo, outra batalha. É preciso força, apoio da família e dos amigos, consciência ecológica, pensamento menos voltado para o lucro (empresas) e todos pensando no bem comum, principalmente dos animais. Só o tempo mesmo.

Se os abatedouros tivessem paredes de vidro, seríamos todos vegetarianos” ou simplesmente “Glass Walls”. Deus do céu! Já tinha ouvido falar, mas como não tinha coragem de assistir, pois meu egoísmo carnívoro não deixava, resolvi tentar esse realizar esse feito. Fiquei mais abalada e querendo mandar às favas até minha abstinência, porque você tem toda a noção de tudo. A mente abre mais ainda sobre o assunto.



INFORME-SE

Os vários tipos de vegetarianos EXISTENTES por aí GUIA PRÁTICO PARA AQUELES QUE AINDA TÊM DÚVIDAS...

Ovovegetariano: Ovolactovegetariano: Basicamente são os indivíduos que deixam de ingerir qualquer tipo de carne. Os alimentos que entram neste regime são: ovo, leite e vegetais (leguminosas; cereais integrais e derivados).

Lactovegetariano: Como o próprio nome diz, são os indivíduos que ainda ingerem alimentos advindos do leite. E descartam, portanto, tudo que tenha carnes e ovos em sua composição.

Ao contrário do anterior, indivíduos que se enquadram neste regime alimentar não se alimentam de leite, mas incluem ovos em sua alimentação.

Vegetariano: Quando o indivíduo consegue retirar todos os alimentos advindos de animais de suas refeições, ele já pode se autoafirmar vegetariano. Vegetarianos não têm ovo, leite ou qualquer tipo de carne em suas refeições. Eles alimentamse, basicamente, daquilo que a natureza dá e de tudo aquilo que não vem de animais (reafirmando).


E ONDE FICAM OS VEGANOS? “O veganismo é uma forma de viver que busca excluir, na medida do possível e do praticável, todas as formas de exploração e de crueldade contra animais, seja para a alimentação, para o vestuário ou para qualquer outra finalidade. Dos veganos junk food aos veganos crudívoros – e todos mais entre eles – há uma versão do veganismo para todos os gostos. No entanto, uma coisa que todos nós temos em comum é uma dieta baseada em vegetais, livre de todos os alimentos de origem animal, como: carne, laticínios, ovos e mel, bem como produtos como o couro e qualquer produto testado em animais.” Definição criada pela The Vegan Society, da Inglaterra, mais antiga entidade vegana do mundo. www.sejavegano.com.br

Veganos não sobrevivem de “mato”, como pessoas que tem pouco conhecimento sobre a causa costumam dizer. Segundo, veganos querem, sim, mudar o mundo. Ser vegano vai muito além de abdicar do prato de comida preenchido por alimentos que vieram de animais. Ou retirar

do guarda-roupa a roupa ou calçado feita de couro animal. É uma filosofia de vida: uma nova forma de enxergar o mundo com bons olhos, sem especismo. Abdicando-se de quaisquer que sejam os preconceitos e quebrando as amarras que nos prendem ao mundo de forma tão violenta e dolorosa.



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A GENTE INDICA

INDICAÇÕES DA EDIÇÃO

Uma coluna feita para indicações de filmes e documentários que irão te tirar da zona de conforto.

BLACKFISH - FÚRIA ANIMAL

É um documentário que conta a história da orca Tilikum, mantida em cativeiro por vários anos e utilizada como atração em shows no parque SeaWorld. Partindo desta premissa, o documentário cria diversos questionamentos, tendo como alguns deles: por que manter animais em cativeiro? Por que não deixá-los viver em seu habitat natural, e não interferir em sua natureza?


L GLASS WALLS (PAREDES DE VIDRO)

Dirigido e narrado por Paul McCartney, conta, de forma curta, grossa, verossímil e brutal a realidade por trás dos abatedouros e toda essa indústria que envolve a cultura do “tirar de outra espécie para favorecer a minha”. É um soco muito bem dado no estômago, que todos devem receber pelo menos em um momento de suas vidas.

COWSPIRACY - O SEGREDO DA SUSTENTABILIDADE

Assim como Blackfish, é um documentário que analisa os impactos de algo sobre algo e nos alerta sobre fatos que ocorrem ao redor do mundo (e de nós) e nos passam despercebidos. O documentário analisa o impacto da pecuária e da pesca no meio ambiente. É conscientizador e todos devem assistir. E, no fim, nos deixa uma baita reflexão.


C CURIOSIDADES

CELEBRIDADES QUE ABRAÇAM A CAUSA VEGETARIANA E VEGANA Lista com nome de celebridades que adotaram as causas e hoje dizem-se satifesfeitos por suas escolhas.

VEGANOS

Jared Leto

Pink

Ellen Page

Anne Hathaway


R VEGETARIANOS

Dianna Agron

Paul McCartney

Ariana Grande

Leonardo DiCaprio

ref: http://capricho.abril.com.br/famosos/veja-quem-sao-celebridades-vegetarianas-787818.shtml


“Se os matadouros tivessem paredes de vidro, todos seriam vegetarianos. Nós nos sentimos melhores com nós mesmos e melhores com os animais, sabendo que não estamos contribuindo para o sofrimento deles.”

―- Paul McCartney.

Criadores de conteúdo: Marcelo Rocha e Serena Miyazaki Professor: Aldo Marcozzi FA7 - Semiótica - 2016.1


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