Matéria e os rastros na paisagem : Um terreno no Bixiga

Page 1

1


MatĂŠria e os rastros na paisagem : Um terreno no Bixiga

Trabalho de conclusĂŁo do curso de Arquitetura e Urbanismo. Escola da cidade - Dezembro, 2016. Aluno : Marcelo Venzon Orientador : Prof. Me. Eduardo Pereira Gurian


Índice

Introdução

1. Especulando o limite

2. Rastros

3. Cartografia do conflito

Bibliografia


Introdução


De modo geral, entende-se a matéria na arquitetura como um objeto estático gerador de um suporte físico e criador de espaços. Este campo de estudo compreende a técnica aplicada ao lugar como forma de estabelecer um diálogo concreto entre o desejo e nossas necessidades.No momento em que seu uso torna-se obsoleto ou indesejado, a construção deixa de exercer sua função para se tornar refém do tempo e da decomposição, presa à natureza. Através de um levantamento material a partir de fragmentos e preexistências encontradas no território do Bixiga, Bela Vista, na cidade de São Paulo1, articulo ideias a fim de evidenciar como nossas ações perante a matéria transformam a paisagem na cidade, deixando rastros sobre o território. O trabalho possui três etapas : a primeira constitui-se do reconhecimento físico do recorte de estudo, seu limite. O muro, definidor de limite na cidade é o objeto que separa e isola acontecimentos de distintas naturezas, potencializando a idéia de segregação. Exploro este elemente e sua representação na paisagem como uma primeira leitura de um campo desconhecido. Adentro o terreno num segundo tempo, me aproximando dos vestígios lá deixados como numa ação arqueológica. A matéria, que costumava criar espaços emancipa sua função no momento em que a deslocamos de contexto. O que até então mostrava-se como um borrão convecionalmente tratado como entulho, adquire categorias, classificações e interpretações ao deslocarmos a substância. A taxonomia criada, resultado da experiência empírica no local (STILGOE, 2015) evidencia a natureza da paisagem, consequência de ações ou ausência de atores. No terceiro momento, a presença do lote sugere uma série de transformações da malha urbana que, desde a décade de 1970 (marcada pelo início da construção do viaduto Júlio de Mesquita), é alvo de especulação imobiliária. Em contrapartida, é um espaço ocupado pelo grupo teatral Oficina

Uzyna Uzona, através de peças realizadas por vezes fora do limite físico do teatro. O lote, portanto, possui distintos interesses sendo uma área de especulação imobiliária para o grupo Sisan, por outro, símbolo de resistência e desejos direcionados do grupo teatral , ocupante do local desde sua formação, na década de 1960, além de fazer parte diretamente ou indiretamente do cotidiano de quem habita a região. Para a análise do terreno, me apoiarei nas ideias de Michael Baxandall, que, em seu livro Padrões de Intenção, a explicação histórica dos quadros (1985) analisa obras de arte e arquitetura a partir da intenção dos autores. “ O que pretendo sugerir é simplesmente que, entre as várias maneiras desarmadas e inevitáveis de pensar sobre um quadro, uma é considerá-lo como produto de uma atividade intencional e, portanto, como resultado de determinado número de causas.” (BAXANDALL, 2006: 27).

Nesta perspectiva, evidencio as intenções através dos conflitos de ocupação presentes no lote e na paisagem em que se insere. Como resultado desta etapa da pesquisa farei um mapa da área de estudo, articulando documentos e informações que justapostos evidenciam disputas de interesses entre agentes que modificam e moldam diretamente e indiretamente o local. Por fim, creio que este trabalho é um exercício de compreensão das escalas que constituem a cidade, tentando interpretar e decodificar informações como instrumento especulativo para o fazer arquitetônico que discuta a complexidade da paisagem urbana. Esta, considerada como uma representação cultural é vista como um território produzido pelas sociedades na sua história, como um complexo sistêmico articulando os elementos naturais e culturais, como um espaço de experiências sensíveis, um contexto de projeto (BESSE, 2014).

Minha aproximação com o local de estudo, o terreno, localizado em torno das ruas Abolição, Jacegaui e Santo Amaro e próximo ao baixio do

1

viaduto Júlio de Mesquita Filho deu-se através de uma vontade de entender materialmente as transformações daquele local que visivelmente deixa rastros pela cidade. Havia uma vontade de me conectar com a matéria e durante as primeiras investigações sobre o tema, Eduardo Gurian, meu orientador, me sugeriu levar os olhos para aquele lugar. O entulho, objeto de construção daquele espaço, constrói um imaginário de todas as ações sofridas por aquela “substância” ( aproprio-me aqui do termo análogo à matéria utilizado por Lina Bo Bardi ). Além disso, o trabalho visa responder alguns questionamentos pessoais sobre a apropriação material na cidade e como tal ação transforma a paisagem urbana.

8

9


1 Especulando o limite


O limite que aqui especulo, o lote escolhido para o exercício, localiza-se hoje no distrito da República, subprefeitura da Sé, tendo seu perímetro e áreas alterados desde sua ocupação inicial. Apesar dessa divisão administrativa atual da cidade, popularmente o local de inserção desta paisagem é o do Bixiga ou Bexiga, localizado no bairro Bela Vista, região central da cidade de São Paulo. A formação heterogênea deste sub-bairro2 deriva de uma ocupação quilombola do final do século XIX às margens do Rio Saracura junto a chegada de imigrantes italianos na capital paulistana e posteriormente a vinda de migrantes nordestinos durante a década de 1970 (NASCIMENTO, 2014). Apesar de habitarem o mesmo território da cidade, a população liberta africana e os imigrantes europeus ocupavam distintas posições sociais e possuiam diferentes relações com a noção de limite , sendo o primeiro grupo refém de empregos domésticos tendo como limite seu corpo. Já o segundo grupo, dominava o mercado das atividades manufatureiras e artesanais, que cresciam com a expansão industrial da cidade (ROLNIK, 1989). Através de um recorte de mapas e imagens datando entre 1930 e 2016 irei primeiramente compreender a mudança física dos seus limites: ao observar as imagens satélites disponíveis (sequência de imagens da página 16 à 19) percebemse alterações da espacialidade e materialidade do local. Tais mundanças são indícios e testemunho de uma ocupação coletiva daquele lugar, afirmando a superfície terrereste como uma realidade espacial e temporal (BESSE, 2014). Como primeiro exercício sobre a paisagem em questão, proponho desenhar o elemento separador entre espaço público e privado, o muro.

li-mi-te4 substantivo masculino 1.linha que determina uma extensão espacial ou que separa duas extensões. "os l. de um terreno" 2.momento, espaço de tempo que determina uma duração ou que separa duas durações. "no l. da Idade Média e dos tempos modernos".v

Área de estudo

Limites do Bixiga

Limite Bela Vista

Imagem 01. Vista aérea do bairro Bela Vista e Bexiga, São Paulo. Fonte: Google Earth

2

Nascimento denomina a região como sub-bairro por ser hoje uma área com limites imaginários estando inscrita aproximadamente entre as

4

Definição utilizada do dicinário aurélio. Para além de um limite físico que se transformou ao longo dos anos no espaço da cidade, o terreno

ruas Maria Paula, viaduto Jacareí, Av. 9 de Julho, Praça 14 Bis, Rua Rocha e Av. Brigadeiro Luís Antônio.

pode ser compreendido à primeira vista como um local que possui tempos distintos. O muro, que antes era portão de entrada para as construções locais,

torna-se objeto que concretiza o limite entre duas áreas e anuncia ações que a matéria foi submetida ao longo do tempo.

3

Não aprofundarei a discussão sobre território negro no Bixiga, para maiores aprofundamentos, sugiro leitura do artigo “Territórios Negros

nas Cidades Brasileiras (etnicidade e cidade em São Paulo e Rio de Janeiro)” de Raquel Rolnik, 1989.

12

13


RepĂşblica

lim ite c

ada str al

ent re d istr ito s

Bela Vista

0

15

30

60m


74

745

5

755 761.22

REPÚBLICA SETOR 006

750

R.

XAVIER

COMEN. JOSÉ

RUA

MAJOR

752.44

GOUVEIA 745.46

75 0

RUA

DR. NESTORDE NATIVIDA ESTEVES

747.18 R.

JARDIM

CACILDA

NESTOR DR. ADE NATIVID

R.

753.27

761.40

R

752.93

760.38

FRANCISCO

DIOGO FRIAS

FRANCISCO

REPÚBLICA SETOR 006

759.82

DE

748.24 RUA

753.17 754.62

761.68

AGUIA

RUA

758.90

DO

BIXIGA

RUA

753.54 DO

MARCOS

760.42

760.26

BIXIGA

755 761.67

748.78

76

RU A

TO SAN

759.70

0 750.02

753.20

760.92 756.92

RUA

754.48

JARDIM

761.14 761.92

761.14

ABOLIÇÃO

A U R

759.20

756.67

HELOÍSA

758.97

762.19

750.56

761.26

756.1

755

761.14 762.12

755.67

JÚLIO

753.44 756.89

JACEGUAI

RUA STE

MESQ

758.67

UITA

763.09

758.68

JACE

GU

763.06

FILHO

753.54

PRAÇA PÉROLA

PROF.

RUA

760

LAERTE

763.06

RAMOS

763.38

DE

763.29

763.20

EIRO

RUA

763.14

RUA

757.68

763.26

CARVALHO

AVENIDA

AN

AMARO

IR

N

O

AD

754.62

763.22

AI

BYINGTON

755.60

IGAD

CARVALHO

BR

RAMOS

762.88

LESTE-OE

757.33 760.18

HUMAITÁ

760.32

V

S

ESTEVE

JAPURÁ

760.53 760.38

V

758.64

755.38

RUA

761.44

GENEBRA

753.70 760.98

FR AN CISC A

760

757.38

745.78

763.34

RUA

SA

BO

R

BA

CONDE

V

A

U

R

Na sequência 1-Mapa Sara Brasil, 1934 | 2-Mapa Vasp Cruzeiro, 1954 | 3-Mapa Gegran,1972 | 4- Mapa Digital da Cidade, MDC, 2004 | 5-Imagem google

Na sequência 13- Imagem google earth 19/07/2010 | 14- Imagem google earth 12/09/2010 | 15- Imagem google earth 20/02/2011 | 16- Imagem google

earth 08/06/2002 | 6-Imagem google earth 31/07/2004 | 7-Imagem google earth 04/08/2004 | 8- Imagem google earth 06/10/2005 | 9- Imagem google

earth 15/07/2011 | 17- Imagem google earth 26/09/2011 | 18- Imagem google earth 12/08/2012 | 19- Imagem google earth 23/08/2012 | 20- Imagem

earth 21/06/2007 | 10- Imagem google earth 14/12/2008 | 11- Imagem google earth 20/12/2009 | 12 - Imagem google earth 21/12/2009.

google earth 24/08/2012 | 21- Imagem google earth 09/03/2013 | 22- Imagem google earth 19/04/2013 | 23 - Imagem google earth 07/09/2013 | 24Imagem google earth 25/10/2013.

16

17


Na sequĂŞncia 25- Imagem google earth 29/01/2014 | 26- Imagem google earth 11/06/2014 | 27- Imagem google earth 12/06/2014 | 28- Imagem google

Na sequĂŞncia 37- Imagem google earth 17/07/2015 | 38- Imagem google earth 26/07/2015 | 39- Imagem google earth 01/08/2015 | 40- Imagem google

earth 16/06/2014 | 29- Imagem google earth 24/06/2014 | 30- Imagem google earth 25/06/2014 | 31- Imagem google earth 16/10/2014 | 32- Imagem

earth 02/08/2015 | 41- Imagem google earth 29/08/2015 | 42- Imagem google earth 14/04/2016 | 43- Imagem google earth 16/04/2016.

google earth 08/04/2015 | 33- Imagem google earth 19/04/2015 | 34- Imagem google earth 08/05/2015 | 35- Imagem google earth 05/06/2015 | 36Imagem google earth 28/06/2015.

18

19


1954

1930 7577 m

3179 m

2

2002 2731 m

1543 m2

2004 3389 m

2

2009

2008 4272 m2

2

2010

aproximadamente 9.865 m

2

20

1972 2

área : aproximadamente 11.000 m2

sobreposição de limites

21


Imagem 02. Vista superior para o muro, local de

Imagem 03. Vista superior da rua jaceguai partir do

Imagem 04. Vista superior da rua jaceguai para

Imagem 05. Vista para a rua abolição.

Imagem 06. Vista com acesso de uma das entradas

estudo. Rua abolição a partir do Viaduto Júlio de

Viaduto Júlio de Mesquita. Acervo pessoal,

o Teatro Oficina a partir do Viaduto Júlio de

Acervo pessoal, setembro, 2016.

do terreno, utilziado como estacionamento, pela

Mesquita. Acervo pessoal, setembro, 2016.

setembro, 2016.

Mesquita. Acervo pessoal, setembro 2016.

22

rua santo Amaro. Acervo pessoal, setembro, 2016.

23


r ua

r ua

r ua

24

sant o am aro

uai

g jace

abo li

ção

25


Elevação das ruas Abolição | Jaceguai | Santo Amaro Escala 1.100

Rua Abolição

grafite*

fissuras

vegetação

colonização biológica

*as legendas utilizadas no desenho foram baseadas na representação gráfica criada por Antonella Negri e Jacopo Russo para categorizar patologias em edifícios a serem preservados.

0

1

2

5

Buraco A

Buraco B

ver página 50

ver página 52

dimensões ~ 25 x 35 mm

dimensões ~ 30 x 80 mm

10 m


Rua Abolição

Buraco C

Buraco D

ver página 54

ver página 56

dimensões ~ 80 x 35 mm

dimensões ~ 80 x 40 mm


Rua Abolição | Rua Jaceguai

Buraco E ver página 58 dimensões ~ 180 x 120 mm

esquina


Rua Jaceguai


Rua Jaceguai

acesso terreno via estacionamento


Rua Jaceguai


Rua Jaceguai


Rua Jaceguai


Rua Jaceguai | Rua Santo Amaro


Rua Santo Amaro


Rua Santo Amaro


Após o levantamento e identificação de elementos conformadores do limite físico, o muro, me aproximo do objeto seguinte, o buraco . Segundo Besse : “A paisagem seria uma vista emoldurada e, em todo caso, uma invenção artística. A janela, escreve Victor Stoichita, desempenha um ‘papel catalisador’ na invenção deste novo gênero pictural do Renascimento, que é a paisagem. ‘É o retângulo da janela’, acrescenta, ‘que transforma o lado de fora em paisagem’, pois ativa uma dialética do interior e do exterior, isto é, instaura uma condição indispensável da paisagem na história da pintura: a distância.” (BESSE, 2014, p. 15).

Ao trocar o objeto de estudo, altero sua escala e a forma como o represento. Neste caso, o buraco, produzido pela retirada do material ativará uma relação entre lugares distintos, o terreno e o seu entorno imediato. O muro vira suporte material para carregar a representação da paisagem confrontada frente ao observador. Por último, finalizo este capítulo com um mapa de visibilidades (páginas 60 e 61), contendo os eixos e áreas visíveis a partir do perímetro da área investigada, uma vez que não havia entrado na área até o momento.

48


Buraco A

Buraco A

Acervo pessoal escala 1:1

Sem escala

51


Buraco B

Buraco B

Acervo pessoal

52

escala 1:1

Sem escala

53


Buraco C

Buraco C

Acervo pessoal

54

escala 1:1

Sem escala

55


Buraco D

Buraco D

Acervo pessoal

56

escala 1:1

Sem escala

57


Buraco E

Buraco E

Acervo pessoal

58

escala 1:1

Sem escala

59


rua japurá

rua abolição

rua santo amaro

rua jaceguai


2 Rastros



Neste capítulo, mapeio as edificações demolidas no local entre 1930 e 2016, sobrepondo mapas e imagens disponíveis (páginas 16 à 19). Rastreio a trajetória da matéria encontrada no sítio a fim de entender quais rastros físicos das construções do passado ainda se encontram no local. Quais são os agentes responsáveis por esses rastros deixados, quais são seus interesses?

“A paisagem não é, portanto, um simples conjunto de

espaços organizados coletivamente pelos homens. É também uma sucessão de rastros, de pegadas que se superpõem no solo e constituem, por assim dizer, sua espessura tanto simbólica quanto material.” ( BESSE, 2014: 33).

Assim como sugere Besse em O gosto do mundo, o conceito de paisagem é discutido de forma a compreender a palavra não só como a superfície moldada com alguma finalidade, mas estendendo seu propósito para a experiência e descoberta do lugar. Como sugere Stilgoe em What is landscape? (2015), ações simples como olhar, reparar, nomear, são percepções que gratuitamente podemos realizar sem a necessidade de guias ou mapas. Em seu trabalho denominado No. 235 Encyclopedia of an Allotment, (ver página 64), a holandesa Anne Geene provoca o leitor numa interpretação de um lote urbano através de categorias criadas para redefinir limites e interpretações daquele local. Através de um extenso levantamento fotográfico a artista mostra que os 245 m2 extrapolam uma área física pré-determinada, ampliando nossa visão territorial de forma quase científica num passeio de escalas evidenciado pelos sensíveis detalhes captados. Após dois dias de vivência percebi que o local possuía alguns padrões, informações e comportamentos que se repetiam ao longo de um exaustivo percurso. Decidi então empilhar essas imagens em grupos, numa taxonomia criada de acordo com minha experiência. O entulho, grupo homogêneo de

Imagem 7. Livro No. 235 Encyclopaedia of an allotment (GEENE, 2014). Disponível em burovanbaar.nl/?vvbpost=peceel-235-anne-geene Acesso em outubro, 2016.

66

67


materiais mais presente no contexto local, começa a ser separado, expondo as partes que o compõe: placas de concreto, peças metálicas, vergalhões, cacos, pedras, entre outras substâncias. Inicia-se então um processo de resgate de suas memórias. Em alguns casos, matéria e memória podem se desconectar. É o exemplo do pós trajédia do 11 de setembro de 2001, em Nova Iorque, EUA. A seleção de objetos realizada por instituições museológicas indicam a intenção de narrar uma história de objetos do cotidiano (ver página 71) que possuem uma história excepcional. Criou-se uma plataforma digital (http://amhistory. si.edu/september11/) por onde temos acesso ao acervo da coleção. No artigo The Perfume of Garbage: Modernity and the Achaelogical, os autores apontam a relação direta existente entre a seleção de artefatos realizada por arqueólogos e a curadoria realizada pelos museus. There is an intimacy here in the material artifact and its testimony to an everyday event (going to work at the World Trade Center) that became historical. The quotidian becomes the materialization of a historical moment. This is a process of archeological metamorphosis: mundane things come to carry the baggage of history; they become allegorical.” (...) “The question of what stuff to keep is one of the conservation, of value and choice: it is profundly archaelogical, relating to the systems of classification at the core of museology. (SHANKS; PLATT e RATHJE, 2004).6

Imagem 8. Foto aérea de Staten Island Fresh kills Disponível em: http://www.gettyimages.in/detail/news-photo/an-aerial-view-shows-thesite-where-workers-sift-through-news-photo/1367317?#an-aerial-view-shows-the-site-

where-workers-sift-through-debris-from-picture-id1367317 Acesso em 20 de novembro, 2016.

6

“Existe aqui uma intimidade entre o artefato material e o testemunho do evento cotidiano (ir ao trabalho no World Trade Center) que torna-

Recorte de matéria retirado do jornal eletrônico NY daily news : “The hills contain household trash and about 1 million tons of World Trade

se histórico. O cotidiano torna-se a materialização de um momento histórico. Este é um processo de uma metamorfose arqueológica: objetos mundanos

Center material — including 200,000 tons from the first 32 days after the attacks that we believe was never sifted.”. “As colinas contêm lixo doméstico e

carregam a bagagem de uma história, tornam-se alegóricos.(...) A questão do que deve ser mantido é uma questão de conservação, de valor e escolha:

aproximadamente 1 milhão de toneladas de material do World Trade Center - incluindo 200 mil toneladas dos primeiros 32 dias após os ataques que

profundamente arqueológico, relativa ao sistema de classificação no núcleo da museologia”. (Tradução pessoal).

acreditamos que nunca foram peneirados”. (Tradução pessoal). Disponível em: www.nydailynews.com/opinion/9-11-victims-not-left-fresh-kills-dumpfamilies-article-1.307359. Acesso em 20 de novembro, 2016

68

69


Apesar da direta relação existente entre a matéria e lugar, muitos dos objetos selecionados pelos museus vieram do aterro criado em Staten Island Fresh kills - utilizado para depositar os escombros da tragédia (imagem 8), colocando em risco a legitimidade do projeto arqueológico, evidenciado por escolhas sobre o que de fato deveria ser conservado e apagado. Como podemos pensar o plano da paisagem na cidade que ainda repete um plano moderno seguido de construções e demolições? A paisagem urbana está em constante transformação, um processo intrínseco a sua natureza (SOUZA, 2014). Apesar disso não seríamos nós, arquitetos, geógrafos, arqueólogos entre outros responsáveis em ler o território a fim de encontrar nele pistas sobre possíveis formas de ação? Encontro nesses objetos catalogados a seguir uma repetição de padrões que denunciam conflitos de ordem não só espacial, porém ideológica de uma paisagem reconstruída constantemente.

Imagem 9. Disponível em http://amhistory.si.edu/september11/ Briefacse recoverd from World Trade Center Acesso em 6 de novembro, 2016.

70

71


Rastros da matéria desenhados a partir de imagens satétiles disponíveis no google earth.

Edificações demolidas entre 2002 e 2016.


Arranjos : a reconquista

75


Família Polygonaceae - Polygonum capitatum Buch.-Ham. ex D. Don

Família Asteraceae - Emilia sonchifolia (L.) DC. ex Wight

Família Asteraceae - Adenostemma brasilianum (Pers.) Cass

Família Polygonaceae - Polygonum capitatum Buch.-Ham. ex D. Don

Família Asteraceae - Bidens pilosa L.

Família Polygonaceae - Polygonum capitatum Buch.-Ham. ex D. Don

Família Polygonaceae - Polygonum capitatum Buch.-Ham. ex D. Don

Família Polygonaceae - Polygonum capitatum Buch.-Ham. ex D. Don

Família Asteraceae - Conyza canadensis (L.) Cronquist

Família Poaceae - Melinis repens (Willd.) Família Poaceae - Melinis repens (Willd.) Zizka Zizka

Família Nephrolepis - Nephrolepis pectinata

Família Urticaceae - Pilea microphylla (L.) Liebm.

Família Verbenaceae - Duranta erecta L. Família Amaranthaceae - Amaranthus deflexus

Família Asteraceae - Taraxacum officinale

Não identificado Família Moraceae Ficus hispida

Família Asteraceae - Bidens pilosa L.

Não identificado

Família Poaceae - Sporobolus indicus (L.) R. Br.

Família Asteraceae - Bidens subalternans DC. Família Asteraceae - Bidens subalternans DC. Família Poaceae - Melinis repens (Willd.) Zizka Família Poaceae - Melinis repens (Willd.) Zizka

Família Poaceae - Melinis repens (Willd.) Zizka Família Asteraceae - Bidens subalternans DC. Família Asteraceae - Bidens subalternans DC.

Família Euphorbiaceae - Cnidoscolus angustidens Torr.

Família Asteraceae - Bidens pilosa L.

Família Asteraceae -Bidens pilosa L.

76

Família Polygonaceae - Polygonum capitatum Buch.-Ham. ex D. Don

Não identificado

Família Asteraceae - Bidens pilosa L.

Família Poaceae - Melinis repens (Willd.) Zizka

Não identificado

Não identificado

Não identificado

Família Moraceae - Ficus baileyana

Família Polygonaceae - Polygonum capitatum Buch.-Ham. ex D. Don

Família Polygonaceae - Polygonum capitatum Buch.-Ham. ex D. Don

Não identificado

Família Asteraceae - Conyza canadensis (L.) Cronquist

Família Poaceae - Brachiaria plantaginea

Não identificado Família Asteraceae - Bidens subalternans DC. Família Poaceae - Melinis repens (Willd.) Zizka

77


Família Poaceae

- Brachiaria plantaginea

Família Asteraceae - Taraxacum officinale Família Marattiaceae - Angiopteris evecta

Família Malvaceae - Sida acuta Burm. f.

Família Malvaceae - Sida acuta Burm. f.

Família Malvaceae - Sida acuta Burm. f.

Os arranjos, nomenclatura dada ao conjunto de plantas encontradas no terreno, em sua maior parte ervas daninhas, mostram-se como fator temporal presente na paisagem. Atravessando os limites construtivos do território, sua manifestação não possui início nem fim, potencializando a idéia de um lugar em constante transformação. Tais jardins, não planejados, e construídos pelo acaso, remetem a idéia de uma perda do controle sobre o terreno. Para Clément (2012), terrenos baldios, que na concepção geral entende-se por uma área não cultivada, são áreas de vida extrema. Lugar esse, rico com espécies da flora selvagem - jardins do acaso - gerados por ação do vento e da fauna, onde a noção de ordem e forma são negadas. Segundo o autor, em seu artigo El jardín en movimiento:

Família Asteraceae - Emilia sonchifolia

Família Asteraceae - Emilia sonchifolia

El orden del jardín es visual.

Família Asteraceae - Conyza Bilbaoana

Es comprensible por su forma. El vocabulario relacionado con los jardines es muy preciso: remates, setos, parterres, alamedas, entoldado, etc., y su objetivo es aislar elementos que, en la naturaleza, se entremezclan de forma confusa. Família Poaceae - Melinis repens (Willd.) Zizka

Família Asteraceae - Conyza Bilbaoana

De este modo, el orden es, al mismo tiempo,

Família Asteraceae - Conyza Bilbaoana

una aparencia, un contorno de las formas, una superficie o una arquitectura (CLÉMENT, 2006).8

Família Asteraceae - Galinsoga quadriradiata Ruiz & Pav.

Família Asteraceae - Conyza Bilbaoana Família Asteraceae - Conyza Bilbaoana

Família Asteraceae - Conyza Bilbaoana

Família Asteraceae - Conyza Bilbaoana

Família Asteraceae - Conyza Bilbaoana

À revelia das disputas socio-economicas e culturais travadas ao longo de 30 anos pelos os mais diversos agentes, o caráter do terreno se tranformou de maneira mais potente graças aos rastros e cicatrizes da ação humana. A partir deles, as plantas ocuparam o espaço.

8

A ordem do jardim é visual. É compreendida pela sua forma. O vocabulário relacionado com os jardins

é muito preciso: remates, setos, parterres, alamedas, entoldado, etc., e o seu objetivo é isolar elementos, que em sua natureza, coexistem de forma confusa. Deste modo, a ordem é, ao mesmo tempo, uma aparência, um contorno de formas, uma superfície ou uma arquitetura. (Tradução pessoal).

78

Não identificado

Não identificado

Família Poaceae - Melinis repens (Willd.) Zizka

79


ceae - Conyza Bilbaoana Família Poaceae Sporobolus indicus (L.) R. Br.

aceae - Taraxacum officinale

Família Asteraceae - Conyza canadensis (L.) Cronquist

Não identificado

Família Asteraceae Tridax procumbens L.

Família Poaceae

ceae - Conyza Bilbaoana

ae

Família Asteraceae - Taraxacum officinale

- Brachiaria plantaginea

- Brachiaria plantaginea

Não identificado

Família Asteraceae - Conyza canadensis (L.) Cronquist

Família Poaceae

- Brachiaria plantaginea

Não identificado

Família Urticaceae - Pilea microphylla (L.) Liebm.

Família Asteraceae - Conyza Bilbaoana

Família Asteraceae - Emilia sonchifolia

Família Asteraceae - Conyza canadensis (L.) Cronquist

Família Asteraceae - Emilia sonchifolia

Família Asteraceae - Emilia sonchifolia

Família Urticaceae - Pilea microphylla (L.) Liebm.

Família Poaceae

Família Urticaceae Pilea microphylla (L.) Liebm.

Família Poaceae

Família Asteraceae - Conyza Bilbaoana

Família Asteraceae - Conyza Bilbaoana

Família Asteraceae - Taraxacum officinale

Família Asteraceae - Emilia sonchifolia

- Brachiaria plantaginea

- Brachiaria plantaginea

Família Asteraceae - Taraxacum officinale

Família Asteraceae - Bidens alba

80

Família Asteraceae - Conyza Bilbaoana

Não identificado

Não identificado

Família Poaceae

- Brachiaria plantaginea

Família Euphorbiaceae communis L.

Família Asteraceae - Conyza Bilbaoana

Família Poaceae - Melinis repens (Willd.) Zizka

Família Asteraceae - Porophyllum ruderale (Jacq.) Cass.

Não identificado

Família Asteraceae - Tridax procumbens L.

- Ricinus

Família Urticaceae - Pilea microphylla (L.) Liebm.

Família Asteraceae - Taraxacum officinale

Família Poaceae

- Brachiaria plantaginea

Família Poaceae - Melinis repens (Willd.) Zizka

Família Asteraceae - Taraxacum officinale

Família Asteraceae - Taraxacum officinale

Família Poaceae - Melinis repens (Willd.) Zizka

Família Asteraceae - Conyza Bilbaoana

Galinsoga quadriradiata Ruiz & Pav.

Família Euphorbiaceae - Ricinus communis L.

Família Asteraceae - Taraxacum officinale

Família Oxalidaceae - Oxalis oregana Família Asteraceae Galinsoga quadriradiata Ruiz & Pav.

Família Cyperaceae -Cyperus rotundus

81


Camuflados

83


84

85


Texturas


88

89


Objetos

91


92

93


94

95


96

97


Cacos


100

101


3 Cartografia do conflito


Neste capítulo abordarei como os conflitos e interesses manifestam-se diretamente e indiretamente no terreno e na paisagem local. Através de um mapa sobreponho informações coletadas a fim de relacioná-las e entender como as dinâmicas influenciam a forma de percepção do lugar. Assim como Baxandall sugere que um quadro poderia ser fruto de determinadas vontades ou intenções, poderíamos analisar a cidade de tal maneira, sendo esta produto de agentes com distintos projetos? Para John Brinckerhoof Jackson, a consequência é clara: A paisagem é “uma composição de espaços criados pelo homem no solo” e “o primeiro objeto que deve procurar aquele que estuda as paisagens é a forma como o espaço foi organizado pela comunidade. Ler a paisagem é perceber modos de organização do espaço.” ( apud BESSE, 2014: 31).

Ao longo do trabalho me deparei com a dificuldade de representar as informações vindas de interesses distintos e coloca-las num formato que pudesse ser compreendida. Um mapeamento mostrou-se como uma ferramenta possível de tradução de vontades perantes discurssos divergentes.Uma vez concebido, mapas tornam-se construções sociais do mundo e segundo Harley : “Longe de ser um simples espelhamento da natureza, verdadeira ou falsa, mapas reescrevem o mundo, como nenhum outro documento, em termos de relações de poder, práticas culturias, preferências e prioridades. ” Dessa forma, a ação de cartografar acontecimentos, impulsos, documentos, ações, planos e outras manifestações culturais faz-se uma ferramenta de descrição necessária para a explicação do surgimento daquela paisagem.

104

Imagem 10. Foto do viaduto Júlio de Mesquita a partir da divisa com a rua jaceguai. Acervo pessoal, 2016.

105


Entre as décadas de 1960 e 1970, acompanhada de uma expansão rodoviarista na cidade de São Paulo, iniciam-se obras públicas como a Radial leste-oeste. Estima-se que no Bela Vista cerca de mil casas, entre eles barracos e vivências foram demolidos numa extensão de 50 metros por um quilômetro para dar lugar ao viaduto (NASCIMENTO, 2014).

Em 2015 a prefeitura abriu uma concorrência pública para concessão de uso onerosa e

O baixio do viaduto Júlio de Mesquita é ocupado por moradores. A requalificação do viaduto através da proposta sugerida pela prefeitura poderia expulsar a comunidade.

requalificação dos baixios do viaduto, com o intuito de cedê-lo à inicitiva privada, podendo ocupá-lo em até 65%. Disponível em : https:// observasp.wordpress.com/2016/02/01/ ao-publico-o-que-e-publico/


Proposta de Torres Habitacionais Ano: 2014. Autor: Gil Carvalho Arquitetos Empreededor : Grupo Sisan A proposta contém 3 torres com aproximadamente 84 metros de altura. O grupo Sisan, que possui posse legal sobre o terreno teve seu último projeto negado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat).


O processo de tombamento do bairro Bela Vista, iniciado em 1992, pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) conta com aproximadamente 932 imóveis.

Duas edificações que faziam parte do processo de tombamento pelo Conpresp (1992) foram demolidas sem autorização prévia do órgão. O responsável, grupo Sisan, pagou uma multa no valor total de R$409.530,00.

O teatro Oficina possui tombamento e proteção pelos órgãos, respectivamente em ordem cronológica: Condephaat, 1982; Conpresp, 1991 e Iphan, 2010. Apesar disso, a área de envoltória a ser protegida vai além do teatro, uma vez que existem outros bens tombados e quaisquer projetos que impactem na suas relações com o bairro deveriam ser criteriosamente avaliados.


Projeção do rio Bixiga, retificado e canalizado

O sambaqui, elemento composto por entulho das edificações demolidas e vegetação, foi batizado pelo Teatro Oficina e é utilizado para ritos e peças teatrais. A área foi cedida do para uso do teatro pelo grupo Sílvio Santos durante o tempo em que a obra das torres não iniciam.

Áreas de maior densidade vegetativa, com árvores de grande porte estão presentes nas áreas de topografia mais acentuadas do lote.


O loteamente tipo “linguiça” no bairro, estreito e comprido, trazido junto a uma ocupação territorial dos imigrantes se faz do bairro hoje um dos mais densos (26.715 hab/ km2) da capital.

A partir da décade de 1980, o grupo Silvio Santos (SISAN) iniciou a compra de diversos lotes da região. Desde então,as constru;cões adquiridas foram demolidas e os lotes foram sendo remembrados, conformando hoje uma das maiores áreas não construídas no centro da cidade.


rua do bixiga

rua japurá

rua francisca miquelina

rua santo amaro

Como forma contínua de uma especulação imobiliária, hoje o lote é utilizado como estacionamento durante os dias da semana.

rua abolição

rua jaceguai

rua humaitá rua major diogo


Entrevista 01 - Marion | assistente social | 46 anos Baiana por nascença, vive no Bixiga há 30 anos, onde mora e trabalha. Possui um pequeno comércio de bijuterias. Ela não se recorda o que havia no terreno antes de considerá-lo como vazio. Gostaria que o terreno contemplasse um local para idosos. Marion comentou que o bairro possui um grande número de moradores da terceira idade e gostaria que a cidade pudesse ser mais adaptada a necessidade de todos.

Feira realizada na rua santo amaro aos domingos.

Entrevista 02 - Ivo Dias | lojista Morador de Itaquera, trabalha no Bixiga há 15 anos. Não se recorda muito das transformações do terreno. Vê uma movimentação pelo teatro Oficina, porém nunca participou de nenhum evento. Acha que o bairro é carente de escolas e gostaria que o terreno contemplasse uma área com esse uso. Entrevista 03 - Rosângela | 44 anos Nasceu e cresceu no Bixiga, onde habita e trabalha atualmente. Acha o posicionamento do teatro muito radical o que afasta os moradores. Observa a disputa de interesses como uma luta política. Para ela, a ociosidade do terreno prejudica o entorno e a própria comunidade do bairro. O projeto do shopping cultural, ideia de inicial ocupação do terreno lhe parece interessante.

A forma como a população do Bixiga participa das atividades no entorno deveriam ser pautadas de forma mais contundente nos projetos de impacto, visto que a área, hoje num processo de especulação imobiliária, corre o risco de perder uma de suas principais características, um local misto com uma horizontalidade preservada.

O teatro realizou algumas peças no terreno, como por exemplo Macumba Antropófaga e Dionisíacas, utilizando estruturas temporárias no local.


O terreno enconttra-se numa ZOE - Zonas de Ocupação Especial. Porções do território destinadas a abrigar predominantemente atividades que, por suas características únicas, como aeroportos, centros de convenção, grandes áreas de lazer, recreação e esportes, necessitem disciplina especial de uso e ocupação do solo.



Bibliografia BAXANDALL, Michael. Padrões de intenção: a explicação histórica dos quadros. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. 197 p. BESSE, Jean-marc. O gosto do mundo: exercício de paisagem. Rio de Janeiro: Editora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2014. 234 p. CLÉMENT, Gilles. El jardín en movimiento. Barcelona: Gustavo Gili, SL, 2012. 112 p. GEENE, Anna. No. 235: Encyclopedia of an allotment. Rotterdam, The Netherlands: HEF publishers, 2014. 191 p. LORENZI, Harri; SOUZA, Hermes Moreira De. Plantas ornamentais no Brasil: arbustivas, herbáceas e trepadeiras. 4 ed. Nova Odessa, SP: Plantarum, 2008. 1120 p. MOREIRA, Henrique José Da Costa; BRAGANÇA, Horlandezan Belirdes Nippes. Manual de identificação de plantas infestastes: Hortifrúti. Campinas: FMC, 2011. 1017 p. NASCIMENTO, Larissa Aparecida Camargo Do. Entre sambas e rezas: vivências, negociações e ressignificações da cultura afro-brasileira no Bexiga. São Carlos: [s.n.], 2014. 217 p. SHANKS, Michael; PLATT, David; RATHJE, William L.. The Perfume of Garbage: Modernity and the Archaeological. MODERNISM / modernity, Baltimore, Maryland, EUA, v. 11, n. 1, p. 61-83, 200./nov. 2016. Disponível em: <https://muse.jhu.edu/article/53097>. Acesso em: 06 nov. 2016. SOUZA, Rafael De Abreu E. Arqueologia na metrópole paulistana. Habitus, Goiânia, v. 12, n. 1, p. 23-44, jun. 201. Disponível em: <http://revistas.ucg.br/ index.php/habitus/article/viewFile/3925/2260>. Acesso em: 03 dez. 2016.

124

125


Anexos


Este anexo de fotografias faz parte da produção pessoal realizada durante os dias que passei no terreno, contando com algumas fotos do entorno seguido de imagens com vistas da parte interna do mesmo.

128


131


132

133


134


136

137



140

141


Este trabalho é uma reflexão a respeito das transformações materiais na cidade a fim de compreender como relacionamos corpo, espaço, e memória. Creio que muitos dos questionamentos e entendimentos que aqui escrevo fizeram parte de um repertório adquirido diretamente e indiretamente com meus colegas, amigos e mestres durante estes quase 8 anos de curso. Agradeço ao meus pais e a minha irmã pelo apoio de sempre. Meus amigos, principalmente ao Guilherme Bravin, Guilherme Pardini, Larissa Stein, Livia Baldini, Marcella Arruda, Pedro Henrique Bergi que estiveram ao meu lado por todo esse período de aprendizado. Ao Otávio, pelo carinho. Obrigado aos amigos e mestres da Universidade Federal do Espírito Santo, em especial ao Gustavo Donadia, Giovani Goltara, Camila Mioli, Thiara Lucas e Karoline Leite pela amizade que nunca se esgotará. Aos amigos de São Paulo, principalmente da Escola, que me acolheram de forma única. Ao Cnpq pelo intercâmbio cultural e acadêmico feito em 2014/2015 na Academie van Bouwkunst Amsterdam - AHK. Ao orientador e colega Eduardo Gurian. Aos mestres Francisco Fanucci e Daniel Corsi por terem acompanhado este trabalho, ao mestre Mario Figueroa pela amizade e aprendizado. Agradeço também as conversas frutíferas proporcionadas por Paulo Zanettini, Renato Bolelli, Flavia Mielnik e Marília Gallmeister que influenciaram diretamente e indiretamente neste trabalho.

142

143


Formato 18,5 x 25,5 cm Tipologia: Minion Pro Papel: Pรณlen Soft Natural 80 g/m2 e Marfim 240 g/m2 (capa)

144

Grรกfica Fรกvio Motta


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.