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REVISTA TOXICODEPENDÊNCIAS | EDIÇÃO IDT | VOLUME 16 | NÚMERO 1 | 2010 | pp. 29-46
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Epidemiologia do consumo de álcool entre os adolescentes escolarizados a nível nacional e nas diferentes regiões geográficas Fernanda Feijão
Artigo recebido em 17/06/09; versão final aceite em 22/02/10.
RESUMO Apresenta-se uma caracterização epidemiológica dos consumos de álcool entre os adolescentes, designadamente quanto à evolução dos consumos de cerveja e de bebidas destiladas; antecipam-se algumas questões que deverão ser respondidas através dos resultados do estudo a desenvolver no corrente ano. A caracterização é feita a partir dos resultados do inquérito INME realizado em 2001 e 2006 em amostras representativas, a diversos níveis geográficos, dos alunos que frequentavam o 3.º Ciclo do Ensino Básico ou o Ensino Secundário públicos. Apesar destes estudos se situarem no domínio da epidemiologia social, aqui apenas se referem resultados sobre a caracterização da dimensão dos consumos (prevalências) e padrões de consumo (frequência e locais de consumo) do álcool (globalmente), das bebidas alcoólicas (cerveja, vinho, destiladas e alcopops) e da ocorrência de situações de embriaguez. Palavras-chave: Bebidas Alcoólicas; Prevalências; Padrões de Consumo; Adolescentes.
ABSTRACT An epidemiological characterisation of the alcohol use situation from 2001 to 2006 among the Portuguese teenagers is presented here and trends particularly about beer and spirits use are analysed; questions attending to be answered by the results of the next survey (to be carried out this year) are anticipated. This characterisation is based on the results of the “National School Survey” (INME) carried out in 2001 and 2006, in samples representatives at different geographic levels, of students of that two school levels attending public schools either in 3rd Level of Basic School or in Secondary School, These surveys were developed under a social epidemiological appro ach but, only a description of the epidemiological variables regarding the dimension (prevalences) and patterns of use (frequency and place of use) of alcohol (globally), alcoholic beverages (beer, wine, spirits, alcopops), and drunkenness. Key Words: Alcohol Beverages; Prevalence; Patterns of Use; Teenagers
RÉSUMÉ On présente une caractérisation, du point de vue epidemiologique, de la situation de la consumation de l’alcool par des adolescents Portugaises, en particulier sur les consommations de bière e des boissons distillées ; on anticipe les questions d’ont on attend la réponse à travers les résultats de l’enquête à mener cette année. Cette caractérisation se fait à partir des résultats de l’enquête «Enquête National en Milieu Scolaire» (INME) réalisés en 2001 et 2006, dans échantillons représentatives, à divers niveaux géographiques, des élèves qui était à l’école, dans le 3ème Degrée du Basic ou dans le Secondaire (Baccalauréat), publiques. Ces études ont été développées dans le cadre de l’épidémiologie social mais, ici, ont fait référence seulement aux résultats concernant la caractérisation de la dimension de la consommation (prevalences), et des paternes de consommation (fréquence et places de consommation) l’alcool (globalement), des boissons alcooliques (bière, vin, distillés et alcopops), et de l’ivresse. Mots-clé: Boissons Alcooliques; Prevalences, Paternes de Consommation, Adolescents.
RESUMEN Se presenta una caracterización epidemiologica de los consumos del alcohol entre los adolescentes, sobre todo en cuánto a la evolución de los consumos de cerveza y bebidas destiladas; se anticipan algunas cuestiones que deberán ser contestadas a través de los resultados del estudio a desarrollar en el año actual. La caracterización es hecha a partir de los resultados de la encuesta “INME” realizada en 2001 y 2006, en muestras representativas, a diversos niveles geográficos, de los estudiantes de las enseñanzas Básica (3.º Grado) y Secundaria de la escuela publica. Aunque estos estudios hayan sido planeados de acuerdo con el con texto teórico de la Epidemiologia Social, aquí solamente se mencionan resultados relativos a la caracterización general de los consumos (prevalencias) y de los estándares de los padrones de consumo (frecuencia, lugares y edad media de iniciación en el consumo), del alcohol y de las bebidas alcohólicas (cerveza, vino, destiladas e alcopops) y de la ocurrencia de las “borracheras”. Palabras Clave: Bebidas Alcohólicas; Prevalencias; Padrones de Consumo; Adolescentes.
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Epidemiologia do consumo de álcool entre os adolescentes escolarizados a nível nacional e nas diferentes regiões geográficas
1 – Introdução A inclusão deste artigo na revista Toxicodependências, acontece na altura em que se aguarda a aprovação do “Plano Nacional para a Redução dos Problemas Ligados ao Álcool” (PNRPLA)1 que foi elaborado com a participação de técnicos de saúde e de representantes da sociedade civil, aproveitando quer a experiência adquirida em anteriores tentativas de desenvolvimento de um plano de intervenção nesta área2, quer a experiência do IPDT/ IDT na elaboração, implementação, desenvolvimento, avaliação e actualização da “Estratégia Nacional de Luta contra Droga e a Toxicodependência” de 20003, e do “Plano Nacional de Luta contra a Droga e as Toxicodependências” de 20054. Foram também tidas em conta quer as orientações propostas pela Comissão da União Europeia na comunicação “Uma estratégia comunitária para apoiar os Estados-Membros na minimização dos efeitos nocivos do álcool”5 relativas à intervenção nesta área e que se enquadram na “Orientação Estratégica para a Saúde”6 e no “Plano de Acção Comunitária no domínio da Saúde (2008-2013)”7, quer as das Nações Unidas que, através da Organização Mundial da Saúde, estão a preparar a aprovação de uma “Estratégia global para reduzir os efeitos nocivos do álcool” 8. A recente alteração das estruturas de coordenação do combate à droga e à toxicodependência que passam a integrar, também, as questões relativas aos problemas ligados ao consumo nocivo de álcool9, e a entrada em vigor daquele Plano, irão permitir o desenvolvimento de acções de prevenção, tratamento, redução de danos e reinserção social, relacionadas com o consumo nocivo esporádico excessivo, abuso e dependência - de álcool, em toda a rede de serviços do IDT. Assim, à semelhança do que já sucede com o consumo de substâncias psicoactivas ilícitas, vulgarmente designadas por “drogas”, estas intervenções poderão ser desenvolvidas, em todo o território nacional, de modo integrado e articulado com as acções realizadas pelos outros interventores nesta área (escolas, cuidados de saúde primários e secundários, instituições privadas de solidariedade social, etc.). Com efeito, na Europa (Muscat et al., 2008) e fora dela (Lima, 2008; Schuckit, 1995), está a decorrer o debate sobre as vantagens e desvantagens de reunir as abor-
dagens às questões relacionadas com o consumo nocivo de álcool e de droga nas mesmas instituições e de as enquadrar politicamente segundo o mesmo paradigma centrado sobre a prevenção da saúde e bem-estar dos cidadãos e das comunidades, no tratamento dos doentes e na promoção da respectiva reinserção na família, trabalho e sociedade, ou seja, numa perspectiva de saúde pública (Anderson & Baumberg, 2006; CSDH-WHO, 2007; Kickbusch, 2003; WHO-Europe, 2003). Depois de, em meados dos anos 60 do século passado, Fouquet ter criado o conceito de Alcoologia10 enquanto disciplina autónoma – visando uma abordagem integrada de todas as problemáticas relacionadas com o álcool – e de ao longo da segunda metade do mesmo, as dependências de drogas – toxicodependências - terem assumido uma enorme relevância social e política, fala‑se, agora, cada vez mais de “Adictologia”. Com efeito, a abordagem conjunta dos problemas colocados pelos consumos nocivos de substâncias psicoactivas (álcool, tabaco e drogas) e também das problemáticas adictivas relacionadas com os excessos de consumo de outra(s) natureza(s) (Internet, sexo, compras, exercício físico, comida, etc.), é cada vez mais frequente tanto a nível de publicações como de eventos científicos. O reconhecimento da existência de processos iguais ou semelhantes em várias fases de desenvolvimento das diversas dependências, veio promover o desenvolvimento desta disciplina que integra todos os conhecimentos relacionados com esta temática (Reynard, 2006). Paralelamente, as tendências conflituantes/complementares da globalização e do individualismo, na sociedade actual, vieram aumentar a sensibilidade para o “sofrimento psicológico” dos seres humanos que, consequentemente, está a ganhar maior visibilidade e a ser mais valorizado socialmente. As interrogações e a busca de respostas às questões levantadas pelas diversas formas de dependência (com e sem substâncias) aparecem cada vez mais referenciadas e na procura de métodos eficazes para as tratar, há grandes expectativas sobre os futuros contributos das neurociências ou da genética (Lejoyeux, 2007; Lesourne, 2007; Loas e Corços, 2006; Lowenstein, 2005; Lowenstein e Rouch, 2007; West, 2006). O papel dos consumos, e em particular o
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dos consumos de substâncias psicoactivas, continuará portanto na ordem do dia das agendas científicas. Em Portugal, desde meados dos anos 80, no IDT, IP ou nas instituições que o precederam, a promoção da investigação tem sido orientada para a monitorização da situação dos consumos de substâncias psicoactivas quer lícitas (bebidas alcoólicas, tabaco, medicamentos do tipo tranquilizantes ou sedativos e dos solventes/inalantes), quer ilícitas (cannabis, ecstasy, anfetaminas, cocaína, LSD, cogumelos alucinógenos, heroína, etc.). Actualmente promove-se a realização periódica de estudos que permitem acompanhar a evolução e caracterização destes fenómenos, ao longo do tempo e nas várias regiões do país, tanto na população adolescente escolarizada e na população geral, como na população reclusa. Os estudos mais recentes, designadamente os Inquéritos Nacionais à População Geral de 2001 (Balsa et al., 2003) e 2007 (Balsa et al., 2009), os Inquéritos Nacionais em Meio Escolar (INME) de 2001 (Feijão & Lavado 2003a, 2003b e 2004) e 2006 (Feijão, 2009a e 2009b), os Estudos sobre o Consumo de Álcool, Tabaco e Drogas (ECATD) de 2003 (Feijão & Lavado, 2006; Feijão, 2006) e 2007 (Feijão, 2009c), e os Inquéritos Nacionais nas Prisões de 2001 (Torres et al., 2002), e 2007 (Torres et al., 2009), respondem às necessidades de informação nessas áreas. A nível internacional também os estudos ESPAD - European School Survey on Alcohol and other Drugs de 1995, 1999, 2003 e 2007 (Hibell et al., 1997, 2000, 2004 e 2009) ou o HBSC – Health Behaviour in School-aged Children de 1998, 2002 e 2006 (Matos, 2008), realizados com apoio do IPDT/IDT, permitem a comparabilidade da situação das crianças e adolescentes portuguesas com as dos outros países. A estratégia de monitorização dos consumos de substâncias psicoactivas nesta população passa pela realização de estudos de âmbito nacional, a cada dois anos. Assim deverão ter lugar, alternadamente, o “Inquérito Nacional em Meio Escolar” (INME) e o “Estudo sobre os Consumos de Álcool, Tabaco e Drogas” (ECATD), ou seja, cada um deles deve realizar-se de 4 em 4 anos11. A realização dos estudos já efectuados contou com o apoio do Ministério da Educação. O INME tem o objectivo fundamental de fornecer in-
formação que possa ser útil ao nível das intervenções do terreno, pelo que a amostra global é composta por diversas subamostras que asseguram a representatividade dos dados aos níveis nacional, regional e local, para a população escolar do ensino público, quer do 3.º Ciclo do Ensino Básico (7.º, 8.º e 9.º anos de escolaridade) quer do Ensino Secundário (10.º, 11.º e 12.º anos de escolaridade). O ECATD tem o objectivo de fornecer informação representativa a nível nacional, para os alunos do ensino público de cada um dos grupos etários dos 13, 14, 15, 16, 17 e 18 anos. Paralelamente e porque consiste no alargamento a todos estes grupos etários do ESPAD European School Survey on Alcohol and other Drugs – que se realiza só no grupo etário dos 16 anos (Hibell et. al., 2009; Feijão, 2006) – fornece dados para este estudo. As metodologias de recolha e análise de dados do INME e do ECATD são idênticas, mas os questionários são diferentes fornecendo informação complementar. Neste artigo trata-se da epidemiologia descritiva do consumo de álcool entre os adolescentes escolarizados com base nos estudos INME desenvolvidos pelo IPDT/ IDT. Caracterizam-se prevalências (ao longo da vida, no último ano e no último mês), os padrões de consumo (frequências, locais e idades de início de consumo) e analisa-se a evolução da situação de 2001 para 2006 por grupo de escolaridade, nas diversas regiões geográficas para as quais as amostras garantem a representatividade. Antecipam-se ainda, as questões a que os resultados do próximo estudo – a realizar no corrente ano - deverão dar resposta. Embora este estudo seja desenvolvido numa perspectiva da epidemiologia social, as limitações de espaço não permitem mais do que uma síntese de algumas análises descritivas. Para análises mais detalhadas remetem-se os interessados para os relatórios ou para a informação disponível em http://www.idt.pt/PT/Investigacao/Paginas/Investigacao.aspx. 2 - METODOLOGIA A metodologia do primeiro ciclo de estudos INME/2001 está já descrita em artigos publicados anteriormente nesta revista (Feijão & Lavado, 2003 e 2004). Recorda-se
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Epidemiologia do consumo de álcool entre os adolescentes escolarizados a nível nacional e nas diferentes regiões geográficas
que se trata de um inquérito, de participação voluntária, anónima e confidencial, realizado com recurso a questionário auto-preenchido em sala de aula, em que cada aluno depois de responder, coloca o questionário dentro de um envelope de fecho inviolável, que ele mesmo fecha e que é depois devolvido ao IDT para informatização e análise. Relativamente ao que no INME/2006 difere do INME/2001 importa referir o que se segue.
2.1 - Instrumento O instrumento de recolha de dados foi um questionário idêntico ao usado no estudo anterior com pequenos ajustamentos: manteve-se inalterada a parte referente à caracterização dos consumos que constitui a primeira metade do questionário e, na segunda metade, houve alguma alteração das perguntas, o que, contudo, não afecta a comparabilidade entre as perguntas da primeira parte, que aqui se analisam. 2.2 - Amostras O INME tem 2 amostras independentes, uma representativa dos alunos do 3.º Ciclo do Ensino Básico público (ou seja, 7.º, 8.º e 9.º anos de escolaridade) e outra representativa dos alunos do Ensino Secundário público
(ou seja, 10.º, 11.º e 12.º anos de escolaridade). No estudo de 2006, estas amostras globais são compostas por diversas subamostras que asseguram a representatividade dos dados a diversos níveis geo gráficos. NUT I (Continente e Regiões Autónomas), NUT II (Regiões Norte, Centro, Lisboa (e Lisboa e Vale do Tejo), Alentejo e Algarve) e NUT III (28 sub-regiões das regiões anteriores), concelhos das sub-regiões da Grande Lisboa e Grande Porto; nas Regiões Autónomas a representatividade foi assegurada globalmente e para mais três subamostras no caso da Madeira e de mais quatro subamostras no caso dos Açores. A dimensão aproximada das amostras do INME/3.º Ciclo foi de cerca de 36 000 e a do INME/Secundário de cerca de 36 500 alunos. A grande dimensão destas amostras resulta do facto de a representatividade ser assegurada aos diversos níveis geográficos já referidos. 3 - Resultados Começa-se pela análise da evolução de 2001 para 2006 comparando-se a taxa de variação (acréscimo ou decréscimo)12 dos resultados de cada indicador, primeiro entre os alunos do 3.º Ciclo e depois entre os alunos do Secundário.
FIGURA 1 – INME–2001/2006– 3.º Ciclo e Secundário - ÁLCOOL. Prevalência de Consumo ao Longo da Vida (PLV) – PORTUGAL e por Região 100%
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Em 2006, os resultados das prevalências de consumo de álcool ao longo da vida (Fig. 1) - percentagem dos que referiram já ter experimentado pelo menos uma das bebidas alcoólicas - entre os alunos do 3.º Ciclo,
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globalmente (Portugal) evidenciam um decréscimo de cerca de 11% relativamente a 2001 (67% em 2001 e 60% em 2006); o decréscimo ocorreu em todas as Regiões com excepção do Alentejo que, tal como sucedia em
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2001, foi a região com maior percentagem de experimentação de álcool. Entre os alunos do Ensino Secundário, e tal como no 3.º Ciclo, houve também decréscimo a nível global (Portugal) mas de apenas 4% (91% em 2001 e 87% em 2006). Este valor foi obtido, principalmente, à custa da diminuição da percentagem de experimentação ocorrida nas regiões do Norte e Lisboa/Vale do Tejo (decréscimo de cerca de 6%).
A análise das prevalências de consumo de álcool ao longo da vida (experimentação) por NUT3, permite ter uma representação mais detalhada sobre as unidades territoriais (UT) com maiores percentagens de consumidores de álcool, em ambos os grupos de escolaridade (Fig. 2). De notar que a formação dos intervalos de resultados (classes) que correspondem às diferentes cores dos mapas foi feita pelo método “natural breaks” (Jenks) usado, por defeito, pelo Programa ArcGis913.
FIGURA 2 – INME/2006 - 3.º Ciclo e Secundário - ÁLCOOL. Prevalências de Consumo ao Longo da Vida, por NUT3
NUT3 INME-06_PLV_AL_3C 50,7-54,1 54,2-58,5 58,6-62,5 62,6-70,6 70,7-87,7
Quanto à evolução dos consumos ao longo dos últimos 12 meses anteriores à inquirição (P12M - consumos recentes), entre os alunos do 3.º Ciclo (Fig. 3), globalmente (Portugal) a variação foi irrelevante (decréscimo de 2%), embora ao nível de algumas regiões tivessem ocorrido variações relevantes: Norte (acréscimo de 18%), Centro e Lisboa/Vale do Tejo (decréscimos de 9%). Relativamente aos consumos recentes (P12M) entre os alunos do Ensino Secundário, globalmente (PT), hou-
NUT3 INME-06_PLV_AL_Sc 77,9-82,9 83,0-86,9 87,0-90,4 90,5-93,1 93,2-95,6
ve acréscimo de 4% (76% em 2001 e 79% em 2006) que corresponde a acréscimos nas regiões do Norte, Centro, Alentejo e Algarve e a decréscimos nas outras regiões de que se destaca a RA dos Açores (decréscimo de 14%). Em 2006, tal como em 2001, as regiões com menor percentagem de consumidores foram o Norte, no caso dos alunos do 3.º Ciclo, e a Região Autónoma da Madeira, no caso dos alunos do Secundário.
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Epidemiologia do consumo de álcool entre os adolescentes escolarizados a nível nacional e nas diferentes regiões geográficas
FIGURA 3 – INME-2001/2006 - 3.º Ciclo e Secundário – ÁLCOOL. Prevalência de Consumo nos Últimos 12 Meses (P12M) – PORTUGAL e por Região 100%
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Por fim, quanto aos consumos actuais à data da inquirição – prevalências nos últimos 30 dias anteriores à inquirição (P30D) - os resultados evidenciam um aumento generalizado das percentagens de consumidores (acréscimo de 28%), entre os alunos do 3.º Ciclo: os mais acentuados ocorreram no Norte, Algarve e Madeira (iguais ou superiores a 50%) e os menores no Centro e Lisboa/Vale do Tejo (15%). Em síntese, de 2001 para 2006, a percentagem de alunos com consumos actuais passou de 1/4 para 1/3 (Fig. 4). A análise deste tipo de prevalências (P30D) entre os alunos do Ensino Secundário mostra que houve, tam-
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bém, um aumento generalizado das percentagens de consumidores (globalmente, um acréscimo de 29%) e que as regiões com maiores percentagens de consumidores nos 30 dias anteriores à realização da recolha de dados, continuaram a ser o Alentejo e o Algarve e a região com a menor percentagem, continuou a ser a Madeira. Quanto às variações, os acréscimos maiores ocor reram no Algarve (39%), no Alentejo, no Norte (35%) e no Centro (32%) e os menores nos Açores, Madeira (24%) e Lisboa/Vale do Tejo (22%).
FIGURA 4 – INME-2001/2006 - 3.º Ciclo e Secundário – ÁLCOOL. Prevalência de Consumo nos Últimos 30 Dias (P30D) – PORTUGAL e por Região 100%
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Passando agora à análise dos consumos por substância, entre os alunos do 3.º Ciclo (Fig.5), constata‑se que as bebidas destiladas foram o tipo de bebidas em que houve maior variação na percentagem de consumidores, tanto ao longo da vida (PLV) - decréscimo de 28% - como nos últimos 12 meses (P12M) - decréscimo de 21%. Por outro lado, a cerveja – apesar do decréscimo de 6% na experimentação (PLV) – voltou a ser a bebida
mais experimentada e a que teve maior percentagem de consumidores recentes (P12M). De assinalar também que cerca de 14% dos alunos afirmaram já se ter embriagado e que 11% o fizeram nos últimos 12 meses antes do estudo; por outro lado, cerca de 1/3 dos alunos já tinha experimentado alguma bebida do tipo alcopops (mistura sumo/refrigerante com bebida alcoólica).
FIGURA 5 – INME-2001/2006 - 3.º Ciclo – SUBSTÂNCIAS. Prevalências ao Longo da Vida (PLV) e nos Últimos 12 Meses (P12M) – PORTUGAL 100%
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Entre os alunos do Secundário (Fig. 6), relativamente à experimentação (PLV) só as bebidas destiladas apresentaram um decréscimo (9%), sendo estáveis as percentagens de experimentadores de cerveja ou de vinho. No entanto, quanto aos consumos recentes (P12M) aumentaram as prevalências da cerveja (acréscimo de
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11%) e do vinho (acréscimo de 27%) e manteve-se o nível de consumo das destiladas. De referir, também, que cerca de 2/3 dos alunos já tinham consumido alcopops e que 1/3 já se tinha embriagado (29% dos alunos tinha-o feito nos últimos 12 meses).
FIGURA 6 – INME-2001/2006 - Secundário – SUBSTÂNCIAS. Prevalências ao Longo da Vida (PLV) e nos Últimos 12 Meses (P12M) – PORTUGAL 100%
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Epidemiologia do consumo de álcool entre os adolescentes escolarizados a nível nacional e nas diferentes regiões geográficas
A análise das prevalências ao “Longo da Vida” por Região, entre os alunos do 3.º Ciclo, para o caso da cerveja (Fig. 7) evidencia que, o decréscimo global (PT) de 6% (54% em 2001 e 51% em 2006) ocorreu à custa de todas as regiões, com excepção do Alentejo e
da Madeira onde se manteve praticamente na mesma. Entre os alunos do Secundário, com excepção da Região Norte (decréscimo de 7%) a percentagem de alunos que já tinha experimentado cerveja também se manteve praticamente na mesma.
FIGURA 7 – INME-2001/2006 - 3.º Ciclo e Secundário – CERVEJA. Prevalência de Consumo ao Longo da Vida (PLV) – PORTUGAL e por Região 100%
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Relativamente à evolução dos consumos recentes (P12M) de cerveja, por Distrito (Fig. 8) constata-se que entre os alunos do 3.º Ciclo, o acréscimo global (PT) de 5% (de 38% para 40% - Fig. 5) reflecte o facto de na maior parte dos distritos as variações terem sido pouco
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. . .
RAM RAA 87 80 87 81
relevantes; nos outros casos com excepção do Distrito de Viana do Castelo (onde diminuiu), houve aumento da percentagem de consumidores, em particular nos Distritos do Alentejo.
FIGURA 8 – INME-2001/2006 - 3.º Ciclo e Secundário – CERVEJA. Prevalência de Consumo ao Longo da Vida (PLV) – PORTUGAL e por Região 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 3c-01 3c-06
VC 36 30
BR 32 38
PT 32 34
VR 41 44
BRG 45 44
. . .
AV 36 39
VS 45 44
GR 44 44
CB 44 44
Já entre os alunos do Ensino Secundário (Fig. 9), o acréscimo global (PT) de 11% (de 57% para 63% - Fig. 5) nos consumos recentes (P12M) de cerveja, reflecte
Cb 39 43
Lr 42 41
. . .
Lx 36 39
Str 49 48
Set 37 37
. . .
Prl 53 61
Ev 51 55
Bj 52 61
. . .
fr 40 44
idêntica evolução em todos os Distritos, de que se destaca o de Setúbal com um acréscimo de 42% (de 43% para 61%).
37
REVISTA TOXICODEPENDÊNCIAS | EDIÇÃO IDT | VOLUME 16 | NÚMERO 1 | 2010 | pp. 29-46
FIGURA 9 – INME-2001/2006 - 3.º Ciclo e Secundário – CERVEJA. Prevalência de Consumo nos Últimos 12 Meses (P12M) – Distritos 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Sec-01 Sec-06
VC 50 55
BR 50 59
PT 47 53
VR 59 68
BRG 67 76
. . .
AV 56 63
VS 64 70
GR 69 77
CB 67 78
Por outro lado, os resultados do INME/2006, por NUT3 (Fig. 10) mostram que, particularmente entre os alunos do Secundário, é em toda a parte Leste de Portugal e
Cb 63 69
Lr 59 68
. . .
Lx 56 61
Str 65 69
Set 43 61
. . .
Prl 72 76
Ev 68 81
Bj 74 80
. . .
fr 62 70
a Sul que as percentagens de consumidores recentes (P12M) de cerveja, são mais elevadas.
FIGURA 10 – INME/2006 – 3.º Ciclo + Secundário – CERVEJA. Prevalências de Consumo nos Últimos 12 Meses, por NUT3
NUT3 INME-06_P12M_Cer3C 29,6-30,1 30,2-37,6 37,7-45,6 45,7-54,2 54,3-64,6
NUT3 INME-06_P12M_CerSc 51,5-55,1 55,2-59,9 60,0-68,2 68,3-72,9 73,0-81,4
38
Epidemiologia do consumo de álcool entre os adolescentes escolarizados a nível nacional e nas diferentes regiões geográficas
Quanto ao consumo de bebidas destiladas (Fig.10), entre os alunos do 3.º Ciclo, a análise global (PT) da experimentação (PLV) evidencia decréscimo de 28% (50% em 2001 e 36% em 2006) e a análise por Região mostra
que este ocorreu em todas as regiões, com excepção da Madeira onde se manteve praticamente na mesma. Os decréscimos mais acentuados (superiores a 30%) ocorreram nas regiões Norte, Centro e Lisboa/Vale do Tejo.
FIGURA 11 – INME-2001/2006 - 3.º Ciclo e Secundário – DESTILADAS. Prevalências de Consumo ao Longo da Vida (PLV) – PORTUGAL e por Região 100%
100%
90%
90%
80%
80%
70%
70%
60%
60%
50%
50%
40%
40%
30%
30%
20%
20%
10%
10%
0% 3c-01 3c-06
PT 50 36
. . .
N 47 33
C 49 34
LVT 51 36
Alj 61 52
Alg 55 43
. . .
A 54 48
0%
M 41 40
Sec-01 Sec-06
Entre os alunos do Ensino Secundário (Fig. 11), globalmente também ocorreu uma diminuição da percentagem de experimentação (PLV) de bebidas destiladas, mas muito menor que no 3.º Ciclo: decréscimo global (PT) de 9% principalmente à custa das Regiões de Lisboa/Vale do Tejo (decréscimo de 11%) e Norte (decréscimo de 8%). Nas Regiões Autónomas não ocorreram variações relevantes.
PT 81 74
. . .
N 77 71
C 79 77
LVT 83 74
Alj 87 86
Alg 87 83
. . .
A 81 81
M 71 73
A análise dos consumos recentes (P12M) das bebidas destiladas por Distrito (Fig. 12) mostra que, entre os alunos do 3.º Ciclo, o decréscimo global (PT) de 21% (38% para 30% - Fig. 5) reflecte um decréscimo generalizado em todos os Distritos e em especial nos de Viana do Castelo e Bragança (decréscimos de 44% e 32%, respectivamente)
FIGURA 12 – INME-2001/2006 - 3.º Ciclo – DESTILADAS. Prevalências de Consumo nos Últimos 12 Meses (P12M) – Distritos 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 3C-01 3C-06
VC 41 23
Br 35 28
Pt 30 25
VR 38 33
Brg 47 32
. . .
Av 34 26
Vs 37 27
Gr 36 31
CB 44 33
Quanto à evolução dos consumos recentes de destiladas entre os alunos do Ensino Secundário (Fig. 13), embora globalmente não tenha havido variação (67% em 2001 e
Cb 38 29
Lr 40 30
. . .
Lx 38 30
Str 46 33
Set 38 30
. . .
Prt 48 48
Ev 50 43
Bj 51 51
. . .
fr 41 36
2006 – Fig. 6), a análise a nível distrital mostra alguma variabilidade, tendo a maior ocorrido no Distrito de Évora (acréscimo de 11%: de 72% em 2001 para 80% em 2006).
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REVISTA TOXICODEPENDÊNCIAS | EDIÇÃO IDT | VOLUME 16 | NÚMERO 1 | 2010 | pp. 29-46
FIGURA 13 – INME-2001/2006 - Secundário – DESTILADAS. Prevalências de Consumo nos Últimos 12 Meses (P12M) – Distritos 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Sec-01 Sec-06
VC 63 62
Br 62 69
Pt 63 60
VR 62 65
Brg 70 69
. . .
Av 61 65
Vs 61 62
Gr 69 72
CB 70 75
Por outro lado, os resultados do INME/2006, por NUT3 (Fig. 14), mostram que as maiores percentagens de consumidores recentes (P12M) de Destiladas ocorreram
Cb 68 68
Lr 69 69
. . .
Lx 69 66
Str 71 71
Set 70 67
. . .
Prt 77 76
Ev 72 80
Bj 78 82
. . .
fr 74 76
na metade Sul do País (com excepção da Grande Lisboa e da Península de Setúbal) e na zona de fronteira com Espanha na região Centro.
FIGURA 14 – INME 2006 – 3.º Ciclo + Secundário – DESTILADAS. Prevalências de Consumo nos Últimos 12 Meses, por NUT3
NUT3 INME-06_P12M_Dst3C 22,5-25,2 25,3-29,5 29,6-34,0 34,1-42,5 42,6-55,5
NUT3 INME-06_P12M_DstSc 58,2-62,2 62,3-65,2 65,3-70,8 70,9-75,5 75,6-82,7
40
Epidemiologia do consumo de álcool entre os adolescentes escolarizados a nível nacional e nas diferentes regiões geográficas
O conhecimento das frequências de consumo de cerveja e de bebidas destiladas, nos Últimos 30 Dias antes da realização do estudo, permite caracterizar melhor os padrões de consumo à data da realização dos inquéritos e ter uma ideia sobre o grau de nocividade que lhes estará associado. Entre os alunos do 3.º Ciclo, os dois gráficos da Fig. 15,
mostram um padrão semelhante que evidencia que o aumento da percentagem de consumidores neste período de tempo se traduziu no aumento das percentagens daqueles que consumiram “menos que 1 vez por semana”, cerveja (passou de 7% para 18% - acréscimo de 157%) ou bebidas destiladas (passou de 7% para 14% - acréscimo de 100%).
FIGURA 15 – INME 2001/2006 – 3.º Ciclo – CERVEJA e DESTILADAS. Frequência de Consumo nos Últimos 30 Dias (F30D) – PORTUGAL CERVEJA Todos os dias ou quase
0,8 1,1
Vários dias por semana
1,6 2,7
Pelo menos 1 dia/semana
5,9 5,2
Menos que 1 dia/semana
7,3
3c-06 3c-01
0,5 0,8
Vários dias por semana
1,1 2,1
13,6
Menos que 1 dia/semana 73,6
Não bebeu 40%
60%
80%
6,5 79,8 85,8
Não bebeu
83,8 20%
3c-06 3c-01
5 4,8
Pelo menos 1 dia/semana 18,1
0%
DESTILADAS Todos os dias ou quase
100%
Entre os alunos do Ensino Secundário (Fig. 16), as frequências de consumo de cerveja e de destiladas mostram que o aumento da percentagem de consumidores neste período de tempo, se fez principalmente à custa de consumos “menos de 1 vez por semana” – acrésci-
0%
20%
40%
60%
80%
100%
mos de cerca de 93% na cerveja (de 14% para 27%) e de 88% nas destiladas (de 17% para 32%) – e também um pouco à custa de consumos “pelo menos 1 vez por semana” – acréscimos de 20% tanto na cerveja como nas destiladas (de 10% para 12%).
FIGURA 16 – INME 2001/2006 – Secundário – CERVEJA e DESTILADAS. Frequência de Consumo nos Últimos 30 Dias (F30D) – PORTUGAL CERVEJA
SEC-06 SEC-01
Todos os dias 0,8 ou quase 0,8 2,6 3,5
Vários dias por semana
Vários dias por semana 12 10,2
Pelo menos 1 dia/semana
57,2
Não bebeu 20%
31,5
40%
60%
80%
16,6 54,9
Não bebeu
71,1 0%
11,9 10,2
Menos que 1 dia/semana
14,4
100%
Passando agora aos resultados sobre a ocorrência de embriaguez, a análise por NUT2 e Regiões Autónomas
SEC-06 SEC-01
1,4 1,8
Pelo menos 1 dia/semana 27,4
Menos que 1 dia/semana
DESTILADAS Todos os dias 0,4 ou quase 0,4
70,9 0%
20%
40%
60%
80%
100%
(Fig. 17), mostra que a menor percentagem, tanto “ao longo da vida” como nos “últimos 12 meses”, surgiu na
41
REVISTA TOXICODEPENDÊNCIAS | EDIÇÃO IDT | VOLUME 16 | NÚMERO 1 | 2010 | pp. 29-46
região Norte quer para os alunos do 3.º Ciclo quer para os alunos do Secundário. Por outro lado, as maiores percentagens ocorreram uma vez mais na Região do
Alentejo, logo seguido pelos Açores, também em ambos os grupos de escolaridade.
FIGURA 17 – INME/2006 - 3.º Ciclo e Secundário – EMBRIAGUEZ. Prevalências ao “Longo da Vida” e “Últimos 12 Meses” – PORTUGAL e por Região 50% 45% 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% PLV-3C P12M-3C
PT 13,5 11,4
. . .
N 11,3 9,2
C 14,5 12,3
LVT 12,3 10,5
Alj 26,1 22,5
Alg 16,8 14,5
A 22,4 17,4
M 17,9 13,8
Quanto à ocorrência de embriaguez nos “30 dias anteriores à data da realização do estudo”, por NUT3, (Fig. 18), os resultados mostram que as regiões que apresentaram maiores percentagens de ocorrência destes com-
50% 45% 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% PLV-Sec P12M-SEC
PT 34 28,8
. . .
N 27,1 22,5
C 37,3 31,9
LVT 33,7 28,2
Alj 52,2 47,3
Alg 44,8 39,2
A 48,7 42,2
M 36,4 30,6
portamentos de consumo excessivo foram as do interior do País junto à fronteira de Espanha, em particular no Alentejo e nas Beiras.
FIGURA 18 – INME/2006 – 3.º Ciclo e Secundário – EMBRIAGUEZ. Prevalências de Consumo nos Últimos 30 Dias, por NUT3
NUT3 INME-06_P30D_Bc_3C 3,8-5,0 5,1-6,5 6,6-9,2 9,3-11,6 11,7-20,5
NUT3 INME-06_P30D_Bb_Sc 7,8-10,8 10,9-14,7 14,8-18-5 18-6-27,5 27,6-39,0
42
Epidemiologia do consumo de álcool entre os adolescentes escolarizados a nível nacional e nas diferentes regiões geográficas
Passando à análise da frequência com que ocorreram as “bebedeiras”, nos 12 meses que antecederam o estudo de 2006 (INME/2006), em alunos de ambos os grupos de escolaridade (Fig. 19) verifica-se que, dos perto de 12% de alunos do 3.º Ciclo que declaram ter‑se embriagado, 8% tê-lo-ão feito “só uma vez por
outra”, 2% em “algumas semanas” e outros 2% em “muitas semanas”. Já entre os alunos do Secundário, dos cerca de 30% que se embriagaram, neste período de tempo, 20% tê-lo-á feito “só uma vez por outra”, 6% em “alguma semanas” e 4% em “muitas semanas”.
FIGURA 19 – INME/2006 - 3.º Ciclo e Secundário - EMBRIAGUEZ. Frequência de Consumo nos Últimos 12 Meses (F12M) – PORTUGAL e Regiões 30%
30%
3º Ciclo - P12M - Bebedeiras
25%
25%
20%
20%
15%
15%
10%
10%
5%
5%
0% Só uma vez por outra Algumas semanas Muitas semanas
PT 7,9 1,9 2,1
. . . .
N 5,5 1,3 1,8
C 7,5 1,6 2,3
LVT Alj Alg 6,3 13,5 8,5 1,5 3,5 3,8 1,5 3,4 1,4
A 10,8 2,8 2,6
0%
M 9,4 2 1,8
Só uma vez por outra Algumas semanas Muitas semanas
O INME/2006 permite ainda o conhecimento dos locais onde os alunos declararam ter bebido até ficarem embriagados, nos “últimos 12 meses” (Fig.20). A nível nacional, constata-se que as discotecas, os bares/
Secundário - P12M - Bebedeiras
PT 19,6 5,6 4,2
. . . .
N 15 3,6 2,9
C 21,3 6 4,6
LVT Alj Alg A M 17 27,5 24,6 25,4 21,8 5,5 9 7,9 9,3 5,2 3,9 6,9 6 6,3 3,3
pubs e as festas privadas, foram os locais em que mais alunos se embriagaram, tanto para os alunos do 3.º Ciclo como do Secundário.
FIGURA 20 – INME/2006 – Secundário – EMBRIAGUEZ. Locais de Consumo até Embriaguez, nos Últimos 12 Meses, por NUT3 60%
3C SEC
50% 40% 30% 20% 10% 0%
Discoteca
Bar/ Pub
festa Privada
Casa de Amigo
Restau- Concerto rante
Rave
Assim, sumariamente, os resultados aqui apresentados indicam que, de 2001 para 2006, ao nível nacional: 1 - Tanto no 3.º Ciclo como no Secundário, as percentagens de alunos que referiram já ter experimentado alguma bebida alcoólica, diminuíram; as percentagens
Outro Local
festival Rock
Rua/ Parque
Casa Própria
festa Transe
Perto Escola
Escola
dos que referiram consumos recentes (últimos 12 meses) mantiveram-se mais ou menos estáveis (ligeiro aumento no secundário); e as percentagens dos que declaram consumos actuais à data do estudo (últimos 30 dias) aumentaram. Para além disto:
43
REVISTA TOXICODEPENDÊNCIAS | EDIÇÃO IDT | VOLUME 16 | NÚMERO 1 | 2010 | pp. 29-46
2 - Entre os alunos do 3.º Ciclo, a - A evolução por substância mostrou que: i - As percentagens de alunos que já tinham experimentado (PLV) cerveja e vinho baixaram ligeiramente e as das bebidas destiladas baixaram muito; ii - As percentagens de alunos com consumos recentes (P12M) de cerveja e vinho mantiveram-se e baixaram as referentes às bebidas destiladas; iii - As percentagens de alunos com consumos actuais (P30D) de cerveja e vinho aumentaram e mantiveram-se as referentes às bebidas destiladas; b - Quanto às mudanças na frequência de consumos, foram muito relevantes os aumentos nas percentagens de alunos que referiram consumos actuais de cerveja ou destiladas, menos que uma vez por semana; c - Em 2006, as “bebedeiras” recentes (últimos 12 meses) ocorreram para cerca de 12% dos alunos (frequência: “só uma vez por outra” – 8%; “algumas semanas” – 2% e “muitas semanas”– 2%) que indicaram como locais mais frequentes de consumo excessivo de álcool, as discotecas, bares, festas e a casa dos amigos; 3 - Entre os alunos do Secundário, a - A evolução por substância mostra que: i - As percentagens de alunos que já tinham experimentado (PLV) cerveja e vinho mantiveram-se e baixaram as referentes às bebidas destiladas; ii - As percentagens de alunos com consumos recentes (P12M) de cerveja e vinho aumentaram e mantiveram-se as referentes às bebidas destiladas; iii - As percentagens de alunos com consumos actuais (P30D) de cerveja e vinho aumentaram muito e as referentes às bebidas destiladas, aumentaram menos; b - Quanto às mudanças na frequência de consumos, foram muito relevantes os aumentos nas percentagens de alunos que referiram ter consumido cerveja ou destiladas menos que uma vez por semana; c - Em 2006, as “bebedeiras” recentes (últimos 12 meses) ocorreram para cerca de 30% dos alunos (frequência: “só uma vez por outra” – 20%; “algumas semanas” – 6% e “muitas semanas”-4%) que
indicaram como locais mais frequentes de consumo excessivo de álcool as discotecas, bares e as festas; 4- DISCUSSÃO Perante estes resultados importa fazer evidenciar as tendências. Assim, entre os aspectos a reter há o decréscimo acentuado da percentagem de consumidores recentes (P12M) de bebidas destiladas no 3.º Ciclo e o facto de a cerveja ter voltado a ser a bebida com maior percentagem de experimentação no Secundário, apesar de não ter conseguido o mesmo quanto ao consumo recente. Outro aspecto muito relevante é a constatação do generalizado aumento das prevalências de consumos actuais (últimos 30 dias), facto que pode traduzir o aumento do número de alunos com consumos regulares. Os resultados dos indicadores relativos à ocorrência de “bebedeiras” são preocupantes, em especial em algumas regiões do País, apesar de, para a maioria dos alunos que as declaram, elas terem acontecido “apenas uma vez por outra” nos “últimos 12 meses”. Importará averiguar as razões pelas quais existem assimetrias geo gráficas tão grandes nas prevalências de embriaguez. Os dados deste estudo não permitem aceder à informação sobre as quantidades consumidas nem sobre os policonsumos (a não ser globalmente, em termos de tipo de bebidas consumidas nos três períodos de tempo estudados: Longo da Vida, Últimos 12 Meses e Últimos 30 Dias). Assim, não é possível avaliar melhor a gravidade dos consumos. Estas perguntas existem no Inquérito ESPAD/ECATD, mas só fornecem dados a nível nacional. Como é sabido, os indicadores referentes a ocorrências nos “últimos 30 dias”, por serem particularmente sensíveis às variações decorrentes da existência de ocasiões especiais de consumo (festas, festivais, etc.) - que podem alterar o padrão “normal” dos comportamentos no período temporal em análise - não são muito adequados para estabelecer comparações. Assim, o facto de a maioria dos alunos que referiram consumos de cerveja ou destiladas neste período, o ter feito “menos que 1 dia por semana” poderá sugerir a associação do consumo a situações especiais pontuais (festas esporádicas) ou regulares (idas a bares ou discotecas 2 ou 3 vezes por mês, por exemplo).
44
Epidemiologia do consumo de álcool entre os adolescentes escolarizados a nível nacional e nas diferentes regiões geográficas
Constata-se porém, que o mercado da diversão tem vindo a desenvolver-se bastante e que a promoção de festas, concertos, etc. é cada vez mais frequente e generalizada a todas as regiões do País, sendo os incentivos à participação nesses eventos cada vez mais apelativos para os adolescentes e difíceis de ignorar. Por outro lado, não sendo formalmente o motivo para a festa ou para o espectáculo, o consumo de álcool é uma parte essencial desses momentos de celebração, que são, aliás, promovidos quer pelos industriais que possuem locais de diversão, quer pelos fabricantes de bebidas alcoólicas. Os resultados do estudo mostram claramente que os principais locais de consumo excessivo são as discotecas e os bares. Assim, o generalizado agravamento dos padrões de consumo de álcool, entre os alunos mais velhos (a frequência com que ocorrem os consumos e os locais de consumo) sugerem a associação às saídas à noite com os/as amigos/as a bares ou discotecas. Este tipo de comportamentos desempenha, entre outras, a função de promover a socialização dos adolescentes, o processo de autonomização relativamente aos pais, e o desenvolvimento das suas capacidades de gestão da vida individual no confronto com os inúmeros desafios que o “mundo real” coloca. O recurso ao consumo de substâncias psicoactivas, na adolescência, tem que ser entendido, no quadro global em que ocorre o processo de desenvolvimento do adolescente. A aprendizagem dos limites do que se é, do que se pode, do que se deve e do que se quer, gera naturalmente incerteza, insegurança e ansiedade que, consoante os resultados das decisões que vão sendo tomadas e das acções praticadas, encontrarão apaziguamento ou se intensificarão (Braconnier & Marcelli, 1998; Matos, 2002; Rufo, 2007 e Rufo & Choquet, 2007). O resultado dessa aventura, embora bastante condicionado pelo passado de cada adolescente - herança genética, características biológicas, contextos em que se desenvolveu, estilo de vida, subcultura juvenil em que está inserido, etc. (Comas et al., 2003; Jessor et al., 1991; Matos, 2008; Pais, 1993) - vai resultar também, em grande parte, do investimento e das capacidades do próprio adolescente.
A pressão do mercado continuará a tirar partido dos desafios e das inseguranças da adolescência para tentar aumentar o consumo de álcool. Sendo certo que não há aprendizagem sem erros, o papel da prevenção do consumo das substâncias psicoactivas, será o de ajudar os adolescentes, em particular os mais vulneráveis, a atravessar este período de forma a evitar os eventuais danos provocados pelo consumo destas substâncias. Importará, pois, ir acompanhando a evolução destes consumos com vista a avaliar os efeitos das políticas de prevenção do consumo nocivo de álcool, que não poderão ignorar o importante papel da socialização na adolescência. Existe particular expectativa quanto à evolução da experimentação e do consumo recente de destiladas (continuarão a diminuir entre os mais jovens?), e quanto à regularidade dos consumos entre os que consomem (continuarão a aumentar as frequências de consumo?). Os resultados do INME/2010 permitirão perceber as alterações, em todo o território nacional, das prevalências e dos padrões de consumo e servirão de base à futura avaliação das acções dirigidas a este grupo alvo, a implementar no âmbito do próximo Plano Nacional para a Redução dos Problemas Ligados ao Álcool.
Contacto: Fernanda Feijão
Responsável do Núcleo de Estudos e Investigação Instituto da Droga e da Toxicodependência, IP Praça de Alvalade, 7, 6.º 1700-036 Lisboa fernanda.feijao@idt.min-saude.pt NotaS: 1 – O anteprojecto deste Plano esteve em discussão pública em Março/Abril. O documento foi depois revisto e enviado para o Gabinete da Senhora Ministra da Saúde para prosseguimento das etapas seguintes com vista à sua aprovação em Conselho de Ministros. 2 – Resolução do Conselho de Ministros n.º 166/2000, de 20 de Novembro de 2000 – “Plano de Acção contra o Alcoolismo”. 3 – Resolução do Conselho de Ministros, N.º 46/1999 de 26 de Maio de 1999 – “Estratégia Nacional de Luta contra a Droga”.
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REVISTA TOXICODEPENDÊNCIAS | EDIÇÃO IDT | VOLUME 16 | NÚMERO 1 | 2010 | pp. 29-46
4 – Resolução do Conselho de Ministros, N.º 115/2006 de 18 de Setembro de 2006 – “Plano Nacional contra a Droga e as Toxicodependências”. 5 – “Uma estratégia comunitária para apoiar os Estados-Membros na minimização dos efeitos nocivos do álcool” - COM (2006) 625 final. Comunicação da Comissão das Comunidades Europeias ao Conselho, ao Parlamento Europeu, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões.
Balsa, C., Vital, C., Urbano, C. & Pascueiro, L. (2009). Inquérito nacional ao consumo de Substâncias psicoactivas na população geral - Portugal – 2007. Lisboa: IDT. Baudelaire, C. (1860). Les paradis artificieles. Paris: Gallimard (édition de 1977). Braconnier, A. & Marcelli, D. (1998). L’adolescence aux mil visages. Paris: Ed. Odile Jacob. (Versão portuguesa: 2000. As mil faces da adolescência. Lisboa: CLIMEPSI Editores).
6 – “Together for Heath: A Strategic Approach for the EU 2008-2013” - COM(2007)630 final.
Comas, D. et al. (2003) Jóvenes y estilos de vida. Valores e riscos en los jovenes urbanos. Madrid: FAD e INJEVE.
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9 – Decreto-Lei que procede à alteração do Decreto-Lei n.º 1/2003, de 6 de Janeiro, modificando a composição e denominação do “Conselho Interministerial do Combate à Droga e à Toxicodependência” que passa a designar-se “Conselho Interministerial do Combate à Droga e à Toxicodependência e ao Uso Nocivo do Álcool”, de forma a abranger os novos domínios de intervenção - Conselho de Ministros de 14-01-2010. 10 – O termo alcoologia surgiu pela primeira vez, em França, num artigo de Pierre Fouquet publicado em 1967, na revista “Alcool et Santé”. 11 – Por motivos conjunturais de ordem institucional, até agora não foi possível seguir esta periodicidade. Espera-se, no entanto, que a partir do próximo ano, seja possível normalizar esta situação. 12 – Taxa Variação (acréscimo ou decréscimo) = (Prevalência 2006-Prevalência 2001)/Prevalência 2001. 13 – Método de formação das classe, usado por defeito no Programa ArcGis 9 e em que as classes formadas correspondem a agrupamentos naturais dos valores dos resultados (os que estão mais próximos uns dos outros). Referências bibliográficas Anderson, P. & Baumberg, B. (2006). Alcohol in Europe. A public health perspective. London: Institute of Alcohol Studies. Balsa, C., Farinha, T., Urbano, C. & Francisco, A. (2003). Inquérito nacional ao consumo de Substâncias psicoactivas na população portuguesa – 2001. Lisboa: IDT.
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