Saúde e Fiocruz
Ano 12 • Edição nº 624 www.focoregional.com.br
traçam cronograma para Volta Grande IV Página 11
Sul Fluminense • 17 a 23 de junho de 2013 • Distribuição dirigida toda segunda-feira | TRANSPORTE COLETIVO |
Proposta transfere para Câmara autorização de reajuste de tarifa U Foco Regional
Projeto Tarifa-P3.JPG
ma Proposta de Emenda à Lei Orgânica Municipal, apresentada pelo vereador Francisco Chaves, transfere para a Câmara a autorização para o reajuste das tarifas de ônibus em Volta Redonda. Aprovada em primeira votação – passou por um voto – a proposta provocou um acalorado debate. O autor diz que apresentou a medida “a pedido da população”. Paulo Baltazar, um dos que votaram contra, classificou a iniciativa de temerária. O reajuste da tarifa cabe ao Executivo.
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Julgamento de hackers é marcado em Barra Mansa Apresentação: Suspeitos conheciam o engenheiro, que foi morto a facadas dentro de casa, no Jardim Caroline, em Volta Redonda
Polícia apresenta suspeitos de assassinar engenheiro A polícia de Volta Redonda apresentou quatro suspeitos – três homens e uma mulher – do assassinato do engenheiro José Antônio Leal da Silva, de 50 anos, em março deste ano, no Jardim Caroline, no bairro Voldac.
Ele foi morto a facadas. Entre os presos, está o estudante de Direito Carlos Gomes do Carmo, de 22 anos, que era próximo da vítima, tanto que tinha até as chaves da casa do engenheiro. Página 10
Dejair Martins vê como normal disputa entre Pezão e Lindbergh O presidente do PT de Volta Redonda, Dejair Martins, afirmou que é legítimo o senador petista Lindbergh Farias postular a candidatura ao governo do estado no ano que vem, pois já abriu mão de concorrer em 2010. Lembrando que a eleição deve ser decidida em dois tur-
nos, ele considera como normal que PT e PMDB lancem candidatos. “Quem for para o segundo turno terá o apoio do outro”, diz Dejair. O PMDB, que lançará o vice-governador Pezão, tenta impedir a candidatura.
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Está previsto para esta terça-feira o julgamento dos suspeitos de integrar uma quadrilha que roubava dinheiro de contas correntes a partir da ação de hackers, que invadiam o sistema de uma grande rede bancária. O grupo foi desmantelado em janeiro deste ano pela Polícia Civil, que prendeu dez pessoas. Oito conseguiram autorização para responder em liberdade, mas os dois suspeitos considerados os líderes do bando permanecem reclusos.
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Sentimento
zana do Carmo de Oliveira Figueiredo.
Homenageado com a Medalha Tiradentes (leia mais na página 5), o bispo Francisco Biasin, da Diocese Barra do Piraí-Volta Redonda, ficou emocionado na sessão solene realizada na cidade do aço, na segunda-feira (10). E, num breve discurso, o religioso nascido na Itália revelou seu amor ao Brasil. Disse ele: “Meu avô morreu na I Guerra Mundial. Quando nasci, meu pai estava sendo preso em um campo de concentração da II Guerra Mundial. E eu nasci com um respeito muito grande pela paz, pela vida, pelas pessoas. A maior graça da minha vida depois de ter nascido e ter sido batizado filho de Deus, foi ter vindo ao Brasil, minha segunda pátria. Daqui não saio mais”.
Segurança II
Mulheres Dom Biasin também dedicou um tempo de sua fala para criticar o machismo e enaltecer o papel da mulher, inclusive e – principalmente – dentro da própria Igreja Católica: “O mundo sempre foi governado por homens, de uma maneira muito dura. Foi uma história de guerra, de luta, de poder e de rivalidade sem fim. Duvido que uma mãe mande seu filho matar o filho de outra mulher. Duvido que uma mãe despreze o fruto das suas entranhas e do seu amor. Eu creio que entregar o mundo, a história e o futuro à mulher seja um grande ganho para a Igreja e para a humanidade. E desta forma, a nossa Igreja deverá dar passos a mais para que as mulheres possam dizer a palavra com poder de decisão e que a Igreja seja, não somente o rosto de Deus Pai, mas também o rosto materno de Deus”.
Segurança I A Câmara de Volta Redonda aprovou projeto de lei de autoria de Paulo Baltazar (PRB) que determina o controle de entrada e saída dos alunos da primeira fase do ensino fundamental em todas as escolas públicas e particulares do município. Pelo texto, no ato da matrícula, os responsáveis pelas crianças deverão obrigatoriamente cadastrar na escola os nomes das pessoas, maiores de idade, autorizadas a retirar os estudantes. Segundo Baltazar, o objetivo é evitar qualquer coisa parecida com o que ocorreu em março deste ano, em Barra do Piraí, onde o menino João Felipe Eiras Santana Bichara foi retirado da escola e acabou assassinado pela manicure Su-
O vereador Gemilson Sukinho (PSD) vai encaminhar ofício ao comando do 28º BPM (Batalhão de Polícia Militar) pedindo mais segurança no Santo Agostinho. Ele contou à coluna que vem recebendo seguidas queixas de comerciantes de assaltos no bairro.
sos Minerais) possa vir o mais rápido possível realizar o estudo e, se tudo der certo, permitir que algumas famílias retornem – disse o prefeito. Ele assegurou que o plano para contenção da encosta já está sendo elaborado e que a prefeitura busca verba junto ao estado para a realização da obra. “Me comprometo a cuidar disso para que, até meados de 2014, a situação já esteja normalizada”, garantiu o prefeito aos moradores.
O secretário Ronaldo Alves sugeriu que a peça seja logo instalada no ponto ao qual se destina, o viaduto ferroviário da FCA (Ferrovia Centro-Atlântica), que passa exatamente sobre o ponto da rua onde ela foi deixada. A segunda opção é que, caso o Dnit não consiga adotar a providência até esta quinta-feira (20), a viga seja levada para um lugar onde não cause transtornos.
Juventude
Remoção
Está programado para esta quarta-feira (19), no auditório do Palácio 17 de Julho, em Volta Redonda, o 1º Encontro Regional de Conselhos de Juventude. A abertura está prevista para 9 horas da manhã. Participam a presidente do Conselho Estadual da Juventude, Adrielle Saldanha; o presidente do Conselho Nacional, Alessandro Melchior e o superintendente estadual de Políticas para a Juventude, Tiago Santana. Entre o final da manhã e o início da tarde haverá um painel com um Panorama das Políticas Públicas de Juventude. A previsão é de que o encontro seja encerrado às 17h30min.
A Secretaria de Planejamento de Barra Mansa solicitou ao Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) que seja removida a viga de ferro que, há cerca de dois anos, foi depositada na Rua Dario Aragão, na Estamparia. A peça interfere no trânsito de veículos e pedestres no local. E, como Deus é pai, felizmente (pelo menos até o fechamento desta edição), um acidente grave não ocorreu ali.
Você confia na qualidade do combustível dos postos onde abastece? Esta foi a pergunta que o FOCO REGIONAL fez aos leitores na internet, na semana passada. Nada menos que 92% dos 420 internautas que participaram até o fechamento desta edição respondem que não. Taí um extrato que a ANP (Agência Nacional do Petróleo) deveria levar em consideração para fiscalizar, com mais frequência e transparência, os postos da nossa região.
Enquete
Desalojados I O prefeito de Barra Mansa, Jonas Marins, se reuniu na quarta-feira (12) com famílias desalojadas, no início do ano, devido ao deslizamento de terra que atingiu o bairro. Das 15 famílias obrigadas a sair de casa, oito já estão inscritas no aluguel social. Mas a nova preocupação é com um suposto vazamento de esgoto no terreno que deslizou. O coordenador de Água e Esgoto do Saae,Adilson Cruz Souza, disse que o órgão tinha conhecimento da suspeita até a reunião da semana passada e que vai verificar o que precisa ser feito.
Desalojados II Na mesma reunião, algumas famílias quiseram saber do prefeito se poderiam retornar às casas que não foram afetadas pelo deslizamento. Jonas ponderou que é preciso um laudo atestando não haver riscos para que a volta seja permitida. - Vou pedir ao vice-governador (Luiz Fernando Pezãol) que agilize o processo para que uma equipe técnica no DRM (Departamento de Recur-
Publicação da Empresa Jornalística de Volta Redonda Ltda. • Redação: Av. Lucas Evangelista, nº 700 - sala 104 - Aterrado - Volta Redonda - CEP: 27215-070 - Tel.: (24) 3343-5229 • Administração: Rua 3, nº 336/202 - Lot. Vista Bela - Água Limpa - Volta Redonda - R.J. - CEP: 27250-020 - CNPJ: 04201594/0001-50 - Inscrição Municipal: 03886600-5
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Polêmica na Câmara de VR Proposta de alteração da lei daria a vereadores palavra final sobre reajustes da tarifa de ônibus
U
m projeto de emenda à Lei Orgânica Municipal (Pelom), de autoria do vereador Francisco Chaves (DEM), aprovado em primeira votação na terça-feira (11), provocou acaloradas discussões na Câmara de Volta Redonda. O projeto transfere para o Legislativo a autorização para reajustes de tarifa dos ônibus municipais, o que é prerrogativa do Poder Executivo. O autor da proposta justifica a alteração alegando que está atendendo “pedido da população”. Ainda segundo ele, os usuários não tem acesso às informações sobre os reajustes aplicados sem “prévio aviso”. Com 20 dos 21 parlamentares presentes à sessão, o Pelom foi aprovado com votação apertada – 16 votos a favor e quatro contra – o que irritou Chaves. Ele reclamou que conversara com os colegas a respeito e que apenas Paulo Baltazar (PRB) lhe antecipara que votaria contra. A proposta deve retornar ao plenário na próxima semana. Baltazar foi, realmente, enfático ao condenar a ideia de transferir para os vereadores a responsabilidade pela fixação do valor da passagem. - É uma temeridade – resumiu o parlamentar, acentuando não ser comum que caiba ao Legislativo fixar preço de tarifa de ônibus. A modificação na Lei Orgânica que Chaves pretende aprovar estabelece, no artigo 284, um inciso determinando que até 15 dias antes da entrada em vigor da tarifa, o Executivo encaminhe à Câmara as planilhas e outros elementos que servirão de base para a fixação do preço. No entanto, é o incisivo II do projeto que causou discussões. “O aumento da passagem depende de autorização prévia da Câmara Municipal”, diz o texto. “Sobre o Executivo enviar informações à Câmara concordo em gênero, número e grau. Mas trazer para esta Casa a discussão do valor é uma temeridade. Vai ser um inferno, sujeito a chuvas e trovoadas. Não é bom para o Legislativo”, criticou Baltazar. Ex-prefeito, ele lembrou das ocasiões, na própria cidade, em
Foco Regional
que o valor da tarifa acabou sendo fixado pela Justiça. “O aumento é um número técnico e não político. E esta é uma Casa política. Chamar esta responsabilidade para os vereadores é indevido”, acrescentou. Chaves retrucou afirmando que a Câmara não deve ter medo de assumir responsabilidades e chegou a acusar o colega de estar demonstrando medo de representar seu papel. “Se o valor fixado pelo Executivo for excessivo, poderemos reduzir”, defendeu o autor da proposta. O primeiro a se posicionar em plenário contra a obrigatoriedade de o aumento da tarifa ser aprovado pela Câmara foi Jari (PT). Ele antecipou que votará novamente contra se o inciso II for mantido, pois também entende que a iniciativa não tem que ser responsabilidade dos vereadores. “Também não estou convencido de que é uma boa opção. Tenho preocupação com o que isso pode significar para a imagem da Câmara”, reforçou Jorginho Fued (PDT). Outro que votou contra foi José Jerônimo (PSC). “Meu entendimento é que não se deve trazer este assunto para dentro da Câmara”, declarou. Entre os vereadores que votaram a favor, apenas Maurício Batista (PTN) saiu em defesa do projeto de Chaves. “Não é a Câmara que vai dar o aumento. Apenas vai dizer se o reajuste é adequado. Se for considerado alto, a Câmara terá o poder de reduzir”, declarou o parlamentar, embora o texto não deixe dúvidas de que, com a alteração, a palavra final caberá aos vereadores. Surpreendido com os votos contrários de mais três vereadores além de Baltazar, Chaves ficou irritado e chegou a cobrar publicamente Jorginho, que, segundo ele, tinha se comprometido em aprovar e por pouco o projeto não foi rejeitado – faltou apenas um voto. O pedetista admitiu que não tinha atentado para o quórum, mas justificou que havia se comprometido a aprovar o Pelom sem saber, contudo, que caberia à Câmara a autorização para o reajuste.
Irritado: Autor da proposta, Chaves foi surpreendido com número de votos contrários
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Drogas e internação compulsória ○
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Ronaldo L.B.Segundo
“Eis que o homem se tornou com um de Nós, conhecedor do bem e do mal” (Gênesis 3.22). A mais importante diferença entre o homem e os demais animais é o fato de ser aquele dotado da capacidade de fazer escolhas, característica conhecida pelo nome de “livre arbítrio”. Com base nessa capacidade foi construída a realidade cultural, forma encontrada pelo homem de adaptar o mundo material à sua própria imagem e semelhança, criando realidades diferentes daquelas legadas pela natureza. Em nosso país, a história e a cultura – geral e jurídica – propiciaram o surgimento de uma Constituição Federal que tem como um de seus pontos mais destacados um artigo – o quinto – a partir do qual é possível dar início ao estudo e a compreensão dos denominados Direitos Fundamentais, dentre os quais é possível indicar a liberdade como dos mais importantes. É essa mesma liberdade, ligada à ideia de livre arbítrio, o principal fundamento por meio do qual é possível proceder à análise e compreensão da questão envolvendo as propostas de internação compulsória de usuários de drogas – questão que vem ganhando mais e mais destaque no debate político contemporâneo – especialmente nos grandes centros urbanos, onde a questão é mais aguda e diz respeito, via de regra, ao uso de crack. Desde tempos imemoriais, o uso de substâncias capazes de alterar a percepção da realidade pode ser observado nas mais diversas culturas; se na maioria das vezes o consumo de tais aditivos estava associado a rituais religiosos nos quais se buscava fazer contato com o sobrenatural, ocorreu, com o passar do tempo, uma ampliação – e em certo sentido, banalização – do uso dessas substâncias. O resultado atual do “uso recreativo” dessas substâncias é de todos conhecido: uma legião de indivíduos severamente comprometidos física e psiquicamente pelo uso indis-
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criminado de entorpecentes, vivendo em condições precárias em regiões determinadas das grandes e médias cidades – conhecidas como “cracolândias”- e as inevitáveis consequências desta realidade, das quais o aumento da criminalidade associada ao vicio é a mais preocupante. As propostas para solucionar a questão são inúmeras, mas uma merece mais atenção por conta do risco embutido à liberdade individual: a possibilidade de internação compulsória. Vista por muitos como uma solução drástica, mas eficaz, deixa de considerar a dimensão da liberdade da qual são destinatários todos os seres humanos e cujo desrespeito não é justificável mesmo nas situações mais graves. Não parece razoável impor a alguém que não causou prejuízo a terceiros – nunca sendo demais lembrar a inexistência em nosso ordenamento jurídico da penalização da autolesão – seja obrigado a submeter-se de forma compulsória a um comportamento contrário à sua vontade, pois isso caracterizaria injustificável interferência na liberdade individual sem amparo no Direito, quando analisado a partir da perspectiva da Constituição Federal e dos Direitos Fundamentais. Isso não significa, por outro lado, entender estarem Estado e sociedade desobrigados de socorrer àqueles escravizados pela dependência química e desejosos de obter auxílio para superá-la, mas apenas respeitar – por mais dolorosa que seja a visão de vidas sendo consumidas – uma das dimensões essências da dignidade humana – a liberdade – sem a qual a própria ideia de humanidade resta comprometida. Por mais paradoxal que seja, internar compulsoriamente é desrespeitar a liberdade de um indivíduo conduzir sua vida como julgar mais conveniente – mesmo admitindo poder significar o exercício de tal liberdade, a médio ou curto prazo, o risco de extinção da própria vida. Ronaldo L.B.Segundo Advogado, mestre em Direitos e Garantias Fundamentais pela Faculdade de Direito de Vitória (FDV)
“É um clube pelo qual tenho um carinho especial e estou muito feliz em vestir novamente esta camisa”
“Estamos devendo uma revitalização total na Vila Santa Cecília e enquanto os projetos ficam prontos e as obras não são iniciadas, montamos essa força tarefa para fazer este trabalho no bairro”
(Goleiro Gatti, que jogou o Estadual pelo Voltaço e foi recontratado para a disputa da Copa Rio)
“Estamos cientes dos problemas de cada escola e vamos solucioná-los de acordo com as ordens de prioridades” (Lusia Melchíades, secretária de Educação de Barra Mansa)
• OBITUÁRIO: Eulivia de Lima Santos (90), de falência de múltiplos órgãos. Morava no distrito da Califórnia, em Barra do Piraí. Dia 10 João Irineu Filho (59), de AVC. Morava no São João. Dia 11 Namir Luiz Pinto (89), de falência de múltiplos órgãos. Dia 12 Ozenval Simões Ferreira (77), de pneumonia. Morava no Aero. Dia 12 Solange das Graças Cassimiro (61), de parada cardiorrespiratória. Morava no Eucaliptal. Dia 12 Vera Lúcia Silva dos Santos (58), de infarto. Morava no bairro Nova Esperança. Dia 12 Francisco de Paula Almeida, o “Bené” (89), de AVC. Morava no Jardim Amália II. Dia 13 Marília Barbosa de Barros (72), de falência de múltiplos órgãos. Dia 13 Márcio Luiz Laureano (36), de falência de múltiplos órgãos. Morava no Retiro. Dia 13
• PRESOS: Pela Patamo II integrada pelo 3º Sargento Araújo, o cabo Cavalcanti e o soldado Bastos, Magno Elias de Oliveira Silva, de 22 anos, e Maike da Silva Marques, de 18. A prisão foi na Rua Carlos Gomes, no Santa Inês. Foram apreendidos 42 trouxinhas de maconha e 12 sacolés de cocaína. Dia 12 Na Rua Nestório, no Belo Horizonte, Talles Amaral Cerqueira da Silva e Cleiton Marcelino, ambos de 18 anos, moradores do Coqueiros. Eles estavam num táxi que foi parado pelos policiais Alex Pereira e Gleidson Santos. Com Talles, os policiais apreenderam uma garrucha calibre 32. Os jovens chegaram a alegar que a arma seria para os dois se defenderem de um desafeto, mas acabaram confessando que pretendiam assaltar o taxista. Juntos, os suspeitos tinham apenas R$ 12 em dinheiro, sendo que a corrida já passava de R$ 20. Dia 12
• FERIDA: Com um tiro no joelho, uma menina de 7 anos,
(Prefeito Antônio Francisco Neto, sobre uma recauchutada num dos principais pontos comerciais de Volta Redonda, marcada para começar nesta segunda-feira, 17)
numa tentativa de homicídio numa praça do bairro 249. Os alvos do ataque, que partiu de dois homens em uma moto, seriam Vinícius Basílio Rodrigues, o “Vinicinho”, de 21 anos, Carlos Henrique Meira de Paula Araújo, o “Sereno”, de 19, e um menor de 14 anos. Eles não se feriram. A polícia conseguiu informações que levaram a um dos suspeitos do crime, um adolescente de 17 anos, que foi apreendido no bairro Mangueira, onde mora. Ele informou à polícia que conduzia a moto e que quem estava na carona e teria feito os disparos é Paulo Henrique Mesquita Silva, o “PH”, de 19 anos, que estava sendo procurado até o fechamento desta edição. Dia 11
• APREENDIDO: Um adolescente de 17 anos, com quatro sacolés de cocaína, na Rua Hebert Viana, no Ilha Parque. Na delegacia, de acordo com o boletim de ocorrência, ele confirmou que compra drogas para revender de um traficante que conhece apenas como Leo. Dia 11
• PRESOS: Na Rua 14, no Padre Josimo, Guilherme José do Espírito Santo, de 37 anos, e Reginaldo da Silva Camelo, de 20. Segundo o registro policial, no Gol KPV-9697, pertencente a Guilherme, foram encontrados quatro pinos de cocaína. Dia 11 Marcelo de Oliveira Silva Carvalho, de 22 anos, e Evanderson Pires da Silva, de 20, suspeitos de tráfico de drogas. Dois menores foram apreendidos. A ação foi na Rua 1, no Padre Josimo. Na jaqueta de Marcelo, foram encontrados dois sacolés de cocaína e R$ 100. Perto de Evanderson, que estava sentado num banco junto com os dois menores, os policiais apreenderam mais 29 sacolés da mesma droga. Dia 10
• ASSALTADO: O vendedor Pedro Teles Gonzaga, de 19 anos, que levava um malote contendo R$ 23,2 mil. O assalto, segundo a vítima, aconteceu na torre 2 do Shopping 33, na Vila Santa Cecília. O bandido que o rendeu tinha cobertura de um comparsa, que o aguardava, numa motocicleta, ao lado do edifício. Dia 10
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Comissão da Verdade é aprovada OAB-VR fica com a presidência, enquanto Câmara indicará vice e prefeitura o secretário geral
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pesar da resistência de alguns movimentos sociais, sob a alegação de que a iniciativa já tinha sido tomada por meio de um projeto de resolução aprovado em 2012, de autoria do exvereador Soró, a Câmara de Volta Redonda aprovou na semana passada o projeto de lei instituindo a Comissão Municipal da Verdade. O entendimento dos vereadores desta legislatura é de que o projeto de lei dá à comissão mais eficácia e legalidade. Além disso, sua composição, com apenas sete membros, permitirá mais celeridade nos trabalhos. Dos 20 parlamentares presentes na sessão de segunda-feira (10), foram 19 votos favoráveis e uma abstenção, de Paulo Baltazar (PRB). Conforme antecipou o FOCO REGIONAL na edição 620, a presidência da comissão ficará com a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), o advogado André Martins. Os demais componentes serão um vereador indicado pela Câmara, um representante do poder Executivo, indicado pelo prefeito, um representante do Sindicato dos Metalúrgicos, um do Conselho Municipal dos Direitos Humanos, um da Diocese Barra do Piraí-Volta Redonda e um do corpo docente do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da UFF (Universidade Federal Fluminense), polo de Volta Redonda. A comissão terá prazo de dois anos, a partir de sua instalação, para a conclusão dos trabalhos, a partir da data de instalação, que será feita em sessão solene na Câmara, no início do segundo semestre, segundo a previ-
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são de Martins. Antes, a lei terá de ser sancionada pelo prefeito Antônio Francisco Neto. Os trabalhos da comissão serão concentrados nos exames e esclarecimentos de episódios ocorridos na cidade entre 1964 e 1990. Alex Martins confirmou que serão apurados os crimes de torturas, perseguições políticas, desaparecidos e a greve de 1988 na CSN que resultou na morte de três operários, além da explosão do Memorial 9 de Novembro e a morte do prefeito Juarez Antunes. A sede oficial da comissão será na Ordem dos Advogados do Brasil, que ficará responsável pela estrutura física para o seu funcionamento. Ao final dos trabalhos, a comissão deverá apresentar um relatório, identificando e tornando públicas as estruturas, os locais, as instituições e as circunstâncias relacionadas às violações de direitos humanos ocorridas na cidade durante o período determinado de investigação. O presidente da seção local da OAB informou que a vice-presidência da comissão ficará com a Câmara e a secretaria geral com o membro indicado pela prefeitura. “Nossa expectativa é promover a primeira reunião de trabalho já em agosto”, disse o presidente da OAB de Volta Redonda. Para ele, o projeto de lei aprovado na semana passada é um marco histórico para Volta Redonda. “Vamos entregar para a cidade a sua verdadeira história, através do relatório conclusivo elaborado pela Comissão Municipal da Memória e da Verdade”, afirmou Alex.
Na plateia: Alex Martins (à dir.) acompanhou votação do projeto na Câmara
Homenagem a bispos lota a Câmara O plenário da Câmara de Volta Redonda ficou lotado na noite da segunda-feira (10), quando foi realizada sessão solene que homenageou o bispo da Diocese Barra do Piraí-Volta Redonda, Francisco Biasin, com a medalha do Mérito Tiradentes, a maior honraria concedida pelo estado do Rio de Janeiro. A inicia-
tiva foi da deputada estadual Inês Pandeló (PT), que homenageou também os bispos eméritos dom Waldyr Calheiros e dom João Maria Messi. Ambos receberam títulos de beneméritos. Embora não tenha comparecido por motivos de saúde, dom Waldyr foi aplaudido com entusiasmo quando houve referência ao seu nome. A homenagem
se deu em comemoração aos 90 anos da diocese. Estiveram presentes, entre outros, o vice-prefeito Carlos Roberto Paiva, o deputado federal Zoinho (PR), a secretária da Mulher, Glória Amorim, e o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Renato Soares, além de representantes de movimentos sociais.
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Lento processo de consolidação Regularização fundiária do Parque Nacional do Itatiaia deve levar 10 anos, prevê coordenador
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rimeiro parque nacional do país, criado em 1937, o Parque Nacional do Itatiaia só deverá concluir a sua regularização fundiária dentro dos próximos dez anos. A avaliação foi feita pelo analista ambiental Walter Behr, coordenador de regularização fundiária da unidade, em entrevista à Agência Brasil. Quando o parque de quase 12 mil hectares de área foi criado, as autoridades teriam que readquirir imóveis que tinham sido cedidos para um ex-núcleo colonial e, assim, regularizar a situação. O processo chegou a ser iniciado no período, mas uma série de pedidos de desmembramento de áreas travou a desocupação. Com a retomada das medidas de regularização fundiária há três anos, os administradores da unidade começam a vislumbrar o fim do impasse. O Parque Nacional do Itatiaia abrange os estados de Minas Gerais, do Rio de Janeiro e de São Paulo, no Maciço da Mantiqueira. “Acreditamos que em um horizonte até dez anos, as pendências fundiárias do PNI possam estar resolvidas. Hoje o PNI, que já é referência em diversas áreas, também caminha para?consolidar o seu território por meio da regularização fundiária”, afirmou Walter.? Em 2010, segundo ele, foram adquiridas, de forma “amigável”, as duas primeiras propriedades que pertenciam ao ex-núcleo colonial. Em 2011, os proprietários de outros dois imóveis assinaram o acordo com a administração do parque. Behr acrescentou que cinco propriedades estão em fase final de aquisição para serem incorporadas ao parque nacional. Outros seis processos foram abertos, uma vez que os proprietários do ex-núcleo colonial ofereceram suas áreas para aquisição. Com média de 98 mil visitantes por ano, o Parque Nacional do Itatiaia é apontado como unidade fundamental para a proteção de diversos cursos d´água, protegendo parte de 12 das principais bacias hidrográficas da região da
Divulgação
Serra da Mantiqueira. Além disso, a unidade abriga mais de 50 mil espécies de insetos, 60 espécies de anuros, 350 espécies de aves e mais de 50 espécies de mamíferos, entre eles duas espécies ameaçadas, como o macaco muriqui, maior primata das Américas, e a suçuarana. “Com a permanência de propriedades privadas dentro do parque, temos o constante problema de animais domésticos, sendo que a situação mais grave é com o gado e a tradição de renovação de pastagem pelo fogo. Ainda temos lixo, trânsito descontrolado de veículos e pessoas”, explicou Behr. Ele acrescentou que mesmo com o processo de regularização não concluído, “grande parte do PNI está preservada e exerce bem a sua função”. O trabalho de regularização fundiária das unidades de conservação vem sendo desenvolvido pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), que, na semana passada, divulgou a aquisição de quatro imóveis situados no Parque Nacional das Araucárias, no Paraná. A unidade tem 12,8 mil hectares e está localizado entre os municípios de Passos Maia e Ponte Serrada. A expectativa é de um gasto de R$ 1,3 milhão com as indenizações pela terra e pelas benfeitorias. Segundo o analista ambiental Juliano Rodrigues Oliveira, chefe do parque paranaense, como a área onde a reserva está situada é forte produtora de grãos, aves e suínos, a terra acaba sendo mais valorizada do que em outras regiões. Aliado ao escasso orçamento do ICMBio, que sequer tem uma parcela dos recursos destinada especificamente às unidades de conservação do país, esse tem sido um dos grandes desafios dos órgãos ambientais no esforço pela regularização de áreas destinadas à conservação da biodiversidade. A situação de unidades no bioma Mata Atlântica, que apresenta grande ocupação urbana e rural, é ainda mais grave, ele ressaltou.
Estrada no interior do parque do Itatiaia: Unidade foi a primeira criada no país
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Dejair diz que vez é de Lindbergh Presidente do PT em Volta Redonda considera natural que Pezão e senador disputem o governo
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presidente do Partido dos Trabalhadores em Volta Redonda, Dejair Martins, vê com naturalidade que o partido enfrente o PMDB nas eleições ao governo do estado no ano que vem. Apesar de o governador Sérgio Cabral estar manobrando de todas as formas para impedir que o senador petista Lindbergh Farias seja candidato, para que o partido apoie a candidatura do vice-governador Luiz Fernando Pezão, Dejair – que também é presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil – ressalta que, em 2010, o petista já abriu mão de concorrer com a garantia de ser candidato em 2014. “A vez é do Lindbergh”, afirma. Para ele, não há nada demais que PT e PMDB lancem seus candidatos, levando-se em conta que a eleição certamente será disputada em dois turnos. Lembra, inclusive, o que aconteceu na eleição municipal do ano passado, em São Paulo. “Lá o PT e o PMDB tiveram candidaturas, apesar da aliança nacional em torno do governo da presidente Dilma Rousseff. Por que não pode se repetir isso para o governo do estado do Rio?”, questiona Dejair: “O importante é quem for para o segundo turno ter o compromisso de receber o apoio do outro”. Apesar de toda a pressão de Cabral – segundo o qual a candidatura de Lindbergh ameaçaria a aliança nacional com o PMDB para a reeleição de Dilma – o presidente do PT em Volta Redonda considera difícil que haja uma interferência da cúpula nacional na escolha do partido no estado do Rio. “A não ser que a candidatura do Pezão, lá na frente, esteja arrebentando. Mas não acredito. Causaria um grande desgaste no partido, correndo-se ainda o risco de, se o PMDB for para o segundo turno – não ter o apoio integral do PT”, avalia Dejair. Ele comentou também um encontro realizado na terça-feira (11) entre dez dos onze prefeitos petistas no estado, a convite de Rodrigo Neves, de Niterói, que causou um grande mal estar no partido. É que, segundo a im-
Foco Regional
prensa da capital, o grupo – que teria se autodenominado “coletivo do PT” – teria também classificado de “equívoco” a pré-candidatura de Lindbergh, defendendo o apoio a Pezão. - Ainda estamos a mais de um ano da eleição. É muito difícil entrar no barco e já sair remando. Ninguém vai se desgastar agora com o governador – minimizou Dejair. Ou seja, na avaliação do presidente do PT na cidade do aço, a atitude dos prefeitos (entre eles estava José Arimathéa, de Pinheiral) é uma forma de continuar bem com o governo do estado, do qual os municípios dependem para solucionar seus problemas: “Agora, mesmo que não venham a apoiar o candidato do governador, não significa que os prefeitos estarão contra o governador. O PT do Rio considera que a aliança com o PMDB em nível nacional é importante, mas também não podemos deixar de lançar candidato no estado”. Dejair também não vê como anormal o PT ocupar cargos no governo peemedebista e ao mesmo tempo defender candidatura própria no ano que vem. “Se o partido fez a aliança com o PMDB, se apoiou a reeleição do Cabral, é até um ato de responsabilidade manter-se nos cargos”. ARIMATHÉA – Devido à repercussão do encontro convocado por Rodrigo Neves em Niterói, alguns dos dez prefeitos se manifestaram ao longo da semana sobre o tema central do encontro. Em entrevista ao Diário do Vale, José Arimathéa confirmou que a reunião tratou mesmo da eleição estadual, preocupados em manter a aliança PMDB-PT, mas que não teria se falado sobre composição de chapa. “A composição deve ser discutida depois, pelos diretórios estaduais dos dois partidos”, disse o prefeito de Pinheiral. Já Claudio Chumbinho, de São Pedro da Aldeia, em entrevista ao O Dia, também na sexta-feira (14), afirmou que a eleição de 2014 não teria sido discutida pelos prefeitos petistas “em nenhum momento”. - Nós discutimos ações para melhorar nossas cidades – alegou.
Dejair: Eleição em dois turnos favorece entendimento, avalia presidente do PT
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Sul Fluminense • 17 a 23 de junho de 2013 • Ano 12 • Edição nº 624
Sem perder a atualidade Qualidade da obra e espólio inédito mantêm interesse sobre Fernando Pessoa nos 125 anos de seu nascimento Reprodução
A qualidade da obra faz de Fernando Pessoa um dos autores mais festejados da língua portuguesa. A avaliação é de Fernando Cabral Martins, professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, um dos maiores especialistas sobre o escritor. “A grande poesia tem essa capacidade. Os grandes poetas são todos atuais no sentido que interessam ao leitor, a nós, da mesma maneira que interessaram aos que os conheceram à sua época”, destaca Martins. No caso de Pessoa, a existência de textos inéditos alimenta o fascínio. “Há uma produtividade que parece escapar às leis da natureza. Apesar dos 125 anos (de nascimento), Pessoa continua a publicar e, melhor ainda, vai continuar a publicar nos próximos anos”, diz o acadêmico em referência ao espólio literário guardado na Biblioteca Nacional de Portugal. No acervo, estão guardadas 27.543 folhas de papel escritas por Fernando Pessoa, compradas por Portugal em 1969, e mais 249 documentos também escritos pelo autor e adquiridos a partir de 1980. Todo o conjunto foi digitalizado e es-
tará disponível ao público a partir do ano que vem. A poesia do heterônimo Alberto Caeiro, os originais do livro Mensagem e 29 cadernos de Fernando Pessoa depositados na biblioteca já podem ser vistos e lidos na internet. Grande parte dos papéis ainda precisa ser estudada e classificada. Especialistas apontam que há textos sobre diversos assuntos – desde astrologia à sociologia –, mas não sabem
com exatidão o que é de natureza literária e o que poderá vir a ser publicado. A expectativa, no entanto, é que não haja mais poemas desconhecidos. “Nessas coisas é melhor não sermos categóricos, mas eu não creio que haja dentro do espólio poesia inédita”, opina Fátima Lopes, responsável na Biblioteca Nacional de Portugal pelo Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea onde estão os papéis de Fernando Pessoa. Segundo Fátima, a prin-
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tima Lopes. Segundo ele, “é difícil ler os manuscritos de Pessoa”. Cabral Martins ressaltou que as letras do poeta são legíveis em determinados documentos. Em outros, no entanto, pela rapidez com que escrevia, “tornase um problema terrível de adivinhação”. A Agência Brasil teve acesso a alguns textos manuscritos. Assim como as dificuldades da leitura, chama a atenção o caráter não sistemático das anotações. Em um mesmo papel é possível ver desenhos e cálculos de mapa astral, anotações e comentários do cotidiano, assim como apontamentos para incluir no Livro do Desassossego em meio a rasuras. “Ele era múltiplo na escrita e na prática cotidiana”, explica Fernando Martins ao assinalar que além do vasto repertório de assuntos, o escritor dos três heterônimos “era variado e não obedecia a ideia de coerência. Ele não se sentia obrigado a dizer a mesma coisa”. Parte da obra publicada de Fernando Pessoa no Brasil está disponível gratuitamente na internet nas páginas do Domínio Público (Ministério da Educação): http://www. dominiopublico.gov.br.
cipal dificuldade de identificação está na letra do escritor. “Há uma infinidade de documentação que tem que ser estudada ao pormenor, por investigadores que conheçam Fernando Pessoa e consigam ler a letra. Por vezes, é preciso um esforço muito grande para conseguir decifrar a letra corrida”, diz. Fernando Cabral Martins, que pesquisou documentos originais do espólio literário, concorda com as argumentações de Fá-
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Rodrigo Faro conseguiu o que tanto sonhava: um programa nas tardes de domingo. Com a saída de Gugu Liberato, o apresentador do “Melhor do Brasil” entrou na briga que reúne Faustão (Globo), Eliana (SBT) e Silvio Santos (SBT) no dia mais chato da TV aberta.
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Quanto ao Gugu, há muita especulação sobre seu futuro, mas, seja lá qual for, seu insucesso na Record veio a comprovar que a saída do SBT, em 2009, foi um passo equivocado. Ele não conseguiu repetir o sucesso que alcançou quando trabalhava com SS no SBT.
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CASA NOVA
Divulgação
Finalmente o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Sul Fluminense conseguiu marcar a data de inauguração da reformada sede da instituição: será dia 17 de julho, no aniversário de Volta Redonda. A intenção do presidente Dejair Martins era de fazer a festa de entrega no dia 24 de março, no aniversário do sindicato, mas a obra atrasou. Pensou-se, então, em 1º de maio, mas nem chegou a haver tal possibilidade. A sede acanhada de antes está deu lugar, após 16 meses de obras, a outra muito mais adequada, oferecendo melhores condições de atendimento aos trabalhadores do setor e também de trabalho aos diretores.
MUTIRÃO Principal centro comercial de Volta Redonda, a Vila Santa Cecília recebe a partir desta segunda (17) uma atenção especial da prefeitura. Serão feitos trabalhos voltados para limpeza, desratização, capina, sinalização e até instalação de uma câmera de segurança na Praça Japão, que se tornou um ponto de venda e consumo de drogas. A iniciativa visa a dar uma recauchutada no bairro. A Vila ainda passará por uma revitalização, informou o prefeito Antônio Francisco Neto. Segundo ele, os projetos estão em andamento.
ENQUANTO ISSO... Quem deve estar morrendo de inveja da Vila é a Avenida Beira Rio, que, em toda a sua extensão – quase seis quilômetros – está dando desgosto ver. Lâmpadas queimadas, pisos soltos no calçamento, buracos e afundamento na ciclovia, mato alto e árvores necessitando de poda formam um cenário que vem gerando uma série de reclamações de moradores dos bairros cortados por ela. Caminhadas noturnas, por exemplo, poucos têm se arriscado a fazer.
Paraíso de Cima, em Barra Mansa: Área de assentamento tem fotos reunidas em livro
OLHAR Nesta terça-feira (18), o grupo Amigos na Cultura recebe a visita do fotógrafo argentino Martin Rosenthal, que está desenvolvendo um livro com imagens do bairro Paraíso de Cima, em Barra Mansa. Ele fica até o dia 28. Com o nome provisório de “Meu Paraíso”, a publicação reunirá trabalhos de alunos da oficina de fotografia do Núcleo de Formação de Agente Cultural da Juventude Negra – Nufac, material este produzido sob a orientação de Rosenthal em oficinas, que este ano estão sendo realizadas em três etapas: março, junho e outubro. Segundo Martin, os alunos foram divididos em grupos para fotografar temas específicos, que retratam a realidade das famílias que vivem no assentamento do bairro.
NOVELINHA
COTIDIANO
Esta história da compra da CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico) pela CSN não se resolve da noite para o dia, é claro. Afinal, não se trata de um empreendimento simples, muito pelo contrário. Mas que em alguns momentos se assemelha a outras investidas de Benjamin Steinbruch, que pareciam definidas e acabaram se revelando um estrondoso fracasso, não restam dúvidas.
A aposentada Alair Lopes Moura de Oliveira, de 76 anos, moradora de Bananal, registrou na delegacia de Barra Mansa, na terça-feira (11), o furto de seu carro, um Palio, que deixara estacionado na Avenida Joaquim Leite. O carro, no entanto, tinha sido rebocado porque estaria estacionado, irregularmente, nas proximidades de um posto de gasolina.
OFICINA A partir de julho, a exemplo do que já acontece em Volta Redonda, a Guarda Municipal de Barra Mansa já estará atuando para a confecção do Brat (Boletim de Registro de Acidente de Trânsito) e preenchimento do auto de infração de competência estadual (multas até então só aplicadas pela Polícia Militar). Com a finalidade de se preparar para a nova atribuição, agentes da Guarda de Barra Mansa participaram de uma instrução na Guarda de Volta Redonda, na quarta-feira (12). As instruções foram ministradas pelo inspetor Valdo. Segundo o comandante de Barra Mansa, Milson Brandão Sodré, a partir da capacitação todos os guardas municipais estarão em condições de realizar abordagem de condutores para verificação de todas irregularidade previstas no Código de Trânsito Brasileiro CBT). Ele recorreu à Guarda Municipal de Volta Redonda tendo em vista que a instituição já é experiente nessas atuações, tanto na confecção do Brat quanto no preenchimento de auto na competência estadual . Segundo o inspetor Valdo, a Guarda de Volta Redonda já realizou quase 11 mil Brats desde agosto de 2009.
. . . . . RAPIDINHAS Será nesta quarta-feira (19), em
Volta Redonda, o lançamento do livro “Pare de Conjugar o Verbo Sofrer”, escrito pelo professor e pastor Ariovaldo Ramos. A partir das 16 horas, o autor convida para uma tarde de autógrafos na Livraria Veredas, no Pontual Shopping, na Vila. Às 19h30min, Ariovaldo fará uma apresentação da obra na Comunidade Projeto Vida, na Beira Rio. O show “Os Avacalhados” será apresentado na sexta-feira (21) e sábado (22), no Teatro Gacemss, em Volta Redonda. André Pateta, Fábio Nunes, Diego Becker e Lucas Sales (convidado especial) estarão no palco, nos dois dias, às 20 horas.
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Hackers vão a julgamento em BM Grupo é suspeito de desviar dinheiro de banco e foi preso em janeiro na operação Black Hat Arquivo (20/01/2013)
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té o fechamento desta edição, na sexta-feira (14), estava confirmado para esta terça (18), a partir das 13 horas, em Barra Mansa, o julgamento dos suspeitos de integrarem uma quadrilha especializada em desviar dinheiro de uma grande rede bancária através de operações fraudulentas pela internet. O julgamento será conduzido pelo juiz da 2ª Vara Criminal, Maurício Magnus. As prisões foram realizadas pela Polícia Civil de Barra Mansa nos dias 18 e 19 de janeiro, na operação Black Hat (chapéu preto). Ao todo, foram presas dez pessoas. Dois suspeitos não conseguiram autorização judicial para responder em liberdade, pois são considerados os cabeças do esquema: Richard Lucas da Silva Miranda, de 22 anos, e Jordan José Pessegueiro Brum, de 23 anos. O primeiro era o hacker que invadia as contas bancárias para fazer transferências a pessoas que cediam a conta ao bando. O segundo era seu homem de confiança. Parte da quadrilha foi presa em Búzios, numa mansão alugada, segundo a polícia, por R$ 90 mil mensais (R$ 3 mil por dia). A opera-
Dia da apresentação: Polícia prendeu suspeitos de desviar dinheiro de contas correntes
ção na casa cinematográfica de frente para o mar foi acompanhada pelo Fantástico, programa da TV Globo, que exibiu a reportagem no dia seguinte. Também naquele mês, o FOCO REGIONAL teve acesso exclusivo ao depoimento de Lucas, morador da Volta Grande II, em Volta Redonda. Ele admitiu que tem “profundo conhecimento em invasão de sistemas” e que, através de páginas falsas do banco, conseguia obter os dados necessários para fazer as
transferências. Segundo Lucas, o que foi confirmado na denúncia do Ministério Público, Jordan ficava encarregado de encontrar correntistas dispostos a entregar suas contas para o furto se consumar. “Eu repassava ao Jordan 30% do valor e ele acertava com os correntistas”, disse Lucas à época, alegando não saber ao certo quanto seu principal cúmplice dava a quem cedia a conta: “Acho que 15%”. No mesmo depoimento, o hacker revelou à polícia que o dinheiro ob-
tido com os golpes era gasto com viagens e drogas, principalmente. Sobre o aluguel da mansão na Região dos Lagos, o hacker negou que fosse pelo período de 30 dias, admitindo apenas que a reserva tinha sido feita para uma semana – o que daria R$ 21 mil. A descoberta da quadrilha se deu a partir de um golpe aplicado em Barra Mansa. Até hoje o delegado Ronaldo Aparecido, que conduziu as investigações juntamente com seu adjunto, Michel Floroschk, não deu detalhes de como o nó começou a ser desfeito para se chegar ao cabeça. O próprio Lucas relatou que adquiria junto ao localweb vários servidores remotos, ou seja, IPs diferentes, para dificultar sua identificação pelo sistema de segurança do banco. Foi neste ponto que ele garantiu à polícia que só conseguia invadir o site do Santander, pois a instituição foi a última entre os bancos a adotar um módulo de segurança. O desmantelamento do esquema acabou custando o emprego de chefe do posto do Detran de Pinheiral a Elaine Pires Vieira. Ela teria cedido a conta para um dos depósitos fraudulentos.
Apresentados suspeitos de assassinar engenheiro A Polícia Civil de Volta Redonda apresentou na sexta-feira (14) quatro suspeitos de envolvimento no assassinato do engenheiro José Antônio Leal da Silva, de 50 anos. O crime foi no dia 4 de março deste ano, no Jardim Caroline, na Voldac, e foi registrado como latrocínio (roubo seguido de morte). Segundo o delegado Antônio Furtado, as investigações – conduzidas pelo adjunto Márcio Figueroa – apontaram que o carro da vítima, um Cross Fox, foi roubado, assim como uma “grande quantia em dinheiro”. O valor, no entanto, não foi divulgado. Os presos – todos com mandados judiciais – são o estudante de Direito Carlos Gomes do Carmo, de 22 anos; a namorada dele, Renata Maria de Sá, de 24 anos, auxiliar de escritório; o vendedor Marcelo Eurides Freitas de Oliveira, também de 24, e o operador de informática Tiago Batista do Carmo, de 33 anos. Na apresentação, nenhum deles quis falar com a imprensa, mas, segundo o delegado, menos de uma
hora depois Carlos teria confessado o crime, alegando que agiu sozinho. Segundo Furtado, todos os suspeitos conheciam a vítima, mas Carlos era mais do que conhecido de José Antônio. O engenheiro tinha para com ele a consideração de um filho. A vítima morou com o pai do suspeito e o ajudava financeiramente, segundo a polícia. A ajuda continuou mesmo depois da morte do pai de Carlos. O estudante tinha até as chaves da casa de José Antônio – que foi morto a facadas. Na ocasião do crime, a polícia logo considerou que os assassinos eram conhecidos do engenheiro, porque não havia sinais de arrombamento na residência, onde ele foi encontrado morto. O caso começou a ser desvendado a partir da forma como o Cross Fox do engenheiro foi encontrado. “A polícia estava procurando o carro do engenheiro havia três dias, e de repente, durante o enterro de José Antônio, Carlos saiu, aparentemente perturbado, dizendo que
iria encontrar o veículo e voltou cinco minutos depois com o Cross Fox”, relatou o delegado, para quem seria impossível alguém que não soubesse da localização encontrar o veículo tão depressa. Renata Maria, disse o delegado, confirmou a versão do estudante de que o carro teria sido abandonado na Avenida Beira Rio. A polícia, porém, diz que antes disso, Tiago (primo de Carlos, que também conhecia a vítima e tem passagem por tráfico) foi visto estacionando e saindo do veículo, acompanhado de mais três pessoas, que não foram identificadas. Marcelo, no entanto, seria uma delas. O vendedor também era amigo de José Antônio. Segundo a polícia, ele teria admitido em depoimento ser “garoto de programa” e que o engenheiro seria um de seus clientes. As investigações apontaram ainda que Marcelo ligava constantemente para a vítima lhe pedindo dinheiro, embora nem sempre fosse atendido.
Outro fato que pesa contra Marcelo é que, apesar de ele ter informado aos policiais que perdeu o celular há seis meses, o sinal do aparelho dele foi registrado no dia do crime nos mesmos lugares onde o carro roubado de José Antônio foi detectado pelos registros policiais. “O crime foi no dia 4 e, no dia 5, o carro foi multado duas vezes na região de São Gonçalo. Durante todo o caminho feito pelo veículo, o sinal do celular de Marcelo foi registrado pelo sistema”, contou Furtado, para quem essa é uma prova inquestionável de que Marcelo estava no Cross Fox roubado do engenheiro. Os documentos de José Antônio foram encontrados na Ponte RioNiterói. Suspeita-se de que os criminosos tentaram jogar a carteira com os documentos no mar, mas não perceberam que ela caiu no asfalto. O Cross Fox foi registrado retornando a Volta Redonda no dia 6, mesma data em que Carlos e Renata disseram ter encontrado o veículo abandonado na Beira Rio.
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Cronograma na reta final Fiocruz e Secretaria de Saúde de Volta Redonda começam a definir trabalho na Volta Grande IV
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inguém se arrisca a fixar datas, mas a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e a Secretaria Municipal de Saúde de Volta Redonda devem definir até o mês que vem quando começam os exames a que serão submetidos os moradores do Conjunto Habitacional Volta Grande IV. O bairro foi erguido num terreno cedido pela CSN ao Sindicato dos Metalúrgicos, mas durante um tempo considerável serviu de lugar de descarte de resíduos da produção de aço da Usina Presidente Vargas. O terreno foi contaminado por substâncias nocivas à saúde e o que se pretende é verificar a extensão dos danos à saúde dos moradores. Na terça-feira (11), técnicos da Fiocruz se reuniram com funcionários da Secretaria de Saúde e com representantes dos moradores. Eles informaram que outra reunião, eminentemente técnica, acontecerá nesta quartafeira (19), no Rio, e que uma terceira, já no dia 25, novamente na cidade do aço, deverá servir para dar às famílias um retorno das medidas que deverão ser adotadas. Uma das que já estão definidas é a necessidade de se atualizar o cadastro da população do bairro. Segundo Marta Gama de Magalhães, assessora de gabinete da secretaria, esta iniciativa será feita pela própria unidade de saúde do bairro. Quanto aos exames que deverão ser feitos, tanto ela quanto os técnicos da Fiocruz garantiram que não há nada definido. A informação, inclusive, contraria o que foi divulgado no início do mês, em Barra Mansa, pelo secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc. Ao visitar a cidade, no último dia 4, ele disse que, antes de deixar o Rio, tinha se reunido com a direção da Fiocruz e que esta já havia decidido pelo menos seis tipos de avaliações pelas quais os moradores deverão passar. - Não há exames específicos definidos. Estamos ainda na fase de definição – assegurou Marcelo Moreno, da Fiocruz. Tito Canha, outro técnico da Fiocruz, explicou que, até o mo-
Foco Regional
mento, estão sendo procuradas maneiras de se estabelecer mecanismos para que os principais interessados, que são os moradores, possam acompanhar tudo de forma que compreendam completamente o processo. “Esperamos apontar um cronograma, porque não temos o direito de errar. A gente tem que terminar com certezas”, afirmou Canha. Certeza, para a Fiocruz, será poder determinar se há risco para a saúde viver na área que foi contaminada por resíduos tóxicos da produção de aço. E, se houver risco, como monitorar a saúde dos moradores pelos próximos anos. Na coletiva que concederam na Secretaria de Saúde, o FOCO REGIONAL insistiu mais uma vez em saber se haverá exames capazes de determinar se doenças comprovadas pelos moradores têm relação direta com o lugar onde eles vivem. Isso porque a CSN – que responde judicialmente pela cessão da área – vem sustentando que não há comprovação neste sentido. - O nexo causal é difícil de estabelecer – reconheceu Marcelo Moreno. Mesmo assim, segundo ele, o que vai se buscar é determinar se as pessoas que moram na Volta Grande IV apresentam doenças relacionadas com as substâncias que foram depositadas na área, pois a possibilidade de apresentarem sintomas serão bem maiores do que em pessoas que nunca estiveram expostas às mesmas substâncias. O presidente da associação de moradores, Edson França, um dos participantes da reunião da semana passada, disse que as famílias estão sendo informadas do andamento dos encontros entre a secretaria e a Fiocruz. “Acredito que na medida em que as iniciativas forem definidas, todos vão colaborar”, afirmou sobre o fato de que muitos dos que residem na área não se conformam com o vulto que a questão ganhou, temendo sair prejudicados. Afinal, investiram tudo de suas vidas ao adquirir os imóveis onde vivem e estarem passando por um momento de incerteza.
Discussões: Marta Magalhães, da secretaria de saúde, com Tito Canha, da Fiocruz
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