Brota, ó poço! entoai lhe cânticos!

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O Caminho da Graça

Brota, ó poço! Entoai-lhe cânticos! Caio Fábio

Nós vamos ler em Números 21:10-20...

A narrativa desse texto faz parte daquela jornada de Israel pelo deserto, que durou quarenta anos. Eles agora já estão chegando cada vez mais perto da terra de Canaã, que veio a se tornar a terra de Israel. E os problemas não cessam. Miriã havia morrido e no capítulo anterior se diz que Moisés tinha caído em tentação por causa da água. Água é sempre um problema no deserto; e de vez em quando não havia água e eles esperavam que Moisés fosse o provedor de água para eles – através de uma mediação de Moisés junto a Deus. E quando eles chegaram em Meribá, novamente não havia água, e eles reclamaram de Moisés e de Arão, dizendo: “Antes tivéssemos perecido quando expiraram nossos irmãos perante o Senhor! Por que trouxestes a congregação do Senhor a este deserto, para morrermos aí, nós e os nossos animais? E por que nos fizestes subir do Egito, para nos trazer a este mau lugar, que não é de cereais, nem de figos, nem de vides, nem de romãs, nem de água para beber?”. E naquela ocasião Moisés buscou a Deus e o Senhor disse a ele: Toma a tua vara, ajunta o povo, tu e Arão, teu irmão, e diante do povo falai à rocha (falai à rocha) e ela dará água. Assim, lhe tirareis água da rocha e dareis a beber à congregação e aos seus animais.

Nesse processo morre Arão, eles lutam algumas guerras, sucumbem em alguns pecados, experimentam algumas situações de destruição contra eles mesmos. Praticamente é um passo de vitória, um passo de derrota, um passo de vitória, um passo de derrota, a jornada desse pessoal indo na direção da terra que o Senhor lhes prometera. E na passagem que vamos ler, como eu disse, eles já se avizinham do final da jornada. E não esqueçam: o episódio da água havia marcado a vida de Moisés definitivamente, algum tempo antes. E agora falta água outra vez.

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Acontece que, em vez de fazer o que Deus disse (que fora apenas: Fala à rocha e ela dará água), em vez de falar à rocha, Moisés levantou a mão, pegou da sua vara e com ela feriu a rocha duas vezes. O salmo 106, no verso 33, nos diz que Moisés agiu mui precipitadamente, porque o coração dele estava tomado de ira, de zanga, de mau humor. Ainda assim, porque o Senhor é bom e a sua misericórdia dura para sempre, saíram muitas águas da rocha e bebeu a congregação e os seus animais. Mas o Senhor disse a Moisés e a Arão: “Visto que não crestes em mim, para me santificardes diante dos filhos de Israel, por isso não fareis entrar este povo na terra que lhe dei”. Então, Moisés vê a terra de cima, das montanhas de Moabe, mas nela não penetra. Esse encargo é transferido para Josué, que faz o povo entrar na terra de Canaã, que veio a ser chamada de terra de Israel.


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“Então, partiram os filhos de Israel e se acamparam em Obote. Depois, partiram de Obote e se acamparam em Ijé-Abarim, no deserto que está defronte de Moabe, para o nascente. Dali, partiram e se acamparam no vale de Zerede. E, dali, partiram e se acamparam na outra margem do Arnom, que está no deserto que se estende do território dos amorreus; porque o Arnom é o limite de Moabe, entre Moabe e os amorreus. Pelo que se diz no Livro das Guerras do SENHOR: Vaebe em Sufa, e os vales do Arnom, e o declive dos vales que se inclina para a sede de Ar e se encosta aos limites de Moabe. (Isso aqui lido em português, e para quem não conhece a geografia, não faz sentido algum. Mas em hebraico, vale dizer, o que está dito aqui equivale a uma poesia). Dali partiram para Beer; este é o poço do qual disse o SENHOR a Moisés: Ajunta o povo, e lhe darei água. (Beer, que para nós parece ser apenas o nome de um lugar, em hebraico significa “poço”. Partiram para um poço. Esse é um poço que passou a ter esse nome, mas ele não existia antes. Eles andaram na direção de um lugar que, depois, ganhou esse nome). Então, cantou Israel este cântico: Brota, ó poço! Entoai-lhe cânticos! Poço que os príncipes cavaram, que os nobres do povo abriram, com o cetro, com os seus bordões . (O povo cantou este cântico naquele lugar onde não havia água, mas apenas a projeção da expectativa de um poço. Também não é bonito, em Português. Em hebraico é pura poesia, com rima; tudo isso era rimado, no hebraico; era uma canção bonita.).

E, aí, a vida prossegue, eles enfrentam o rei de Esbom e vencem. Vencem Ogue, rei de Basã, que era um dos remanescentes dos refains, filhos dos Nephilins; e que era um gigante que dormia numa cama de ferro de cinco metros e vinte por dois e oitenta de largura. Até que, enfim, eles entram na terra. Mas o que eu quero conversar com vocês é sobre a peculiaridade dessa solução de água que Deus trouxe para o povo de Israel nesse momento da jornada e da caminhada deles. Porque Moisés é um ser marcado pela sina da água. O nome dele – Moisés – já significa “Tirado das águas”; então, ele já carrega desde o nascimento

essa dor, esse problema com água: quase morre nas águas – puseram na água o cestinho onde ele, bebê, estava; quando é retirado de lá, ele ganha esse nome, “Tirado das águas”. Esse era o nome dele. – como vai, como é o seu nome? Meu nome é Tirado da Águas. E tudo, na vida adulta dele, nessa caminhada de quarenta anos com o povo de Israel, teve a ver com água. Ele começa tendo que ferir as águas do rio Nilo, que se tornaram em sangue. Depois, tem que abrir as águas do Mar Vermelho, e lá vai ele. Mais adiante, problema do povo com sede, aí, lá vai o povo a Moisés: Escuta, Moisés, você foi tirado das águas, então, entende de água; já fez a água do Nilo virar

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Do deserto, partiram para Mataná. E, de Mataná, para Naaliel e, de Naaliel, para Bamote. De Bamote, ao vale que está no campo de Moabe, no cimo de Pisga, que olha para o deserto (Pisga ou Pisgá, na verdade não é um nome, mas o ponto mais alto de qualquer lugar. Em hebraico, o ponto mais alto de um lugar se chama Pisgá. Foram, em Moabe, para o ponto mais alto, que olha para o deserto)”.


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E de tanto que pediram por água e reclamaram por outras coisas a esse homem – que todas as vezes que lhe chamavam pelo nome ele ouvia o nome de água –, ele já estava que não aguentava. Estava velho, chegando perto dos cento e vinte anos de idade, quando, mais uma vez, disseram: Ô da água, cadê a água?! Aí o Senhor disse: Fala à rocha, Moisés, e ela vai te dar água. E Moisés, em vez de falar, pegou a vara dele e partiu para as cabeças: Vocês querem água?! E bateu com a vara na rocha. Aí, a água jorrou. E Moisés foi embora fulo, deixou a água jorrando, lá. Então, o Senhor o chamou e disse: Porque agiste assim, aleivosa, precipitada, iradamente, e não honraste o meu nome, e não me deste glória, tu não entrarás nessa terra que eu estou dando a esse povo (onde haveria mais uma fronteira de água, a do Jordão. E foi Josué quem, posteriormente, a atravessou, a pé enxuto, com a Arca do Senhor e as trombetas cantando adiante do povo). Mas antes que isso tudo acontecesse, que esse desfecho final da vida de Moisés viesse a se dar, com ele morrendo diante de Deus, lá em Pisga, lá no monte mais alto das montanhas de Moabe, havendo o Senhor mesmo o sepultado; antes que isso acontecesse, houve este episódio sobre o qual lemos, depois de Meribá. Moisés estava traumatizado com essa história de água, e lá vem o povo de novo, dizendo: Não tem água, Moisés. E o Senhor disse: Moisés, eu vou te tirar a sina da água; apenas reúne o povo, mas tu não vais mais resolver problema de água para ninguém.

Eu acho de uma delicadeza extraordinária que essa palavra de Deus seja depois daquele tropeção final de Moisés na sina prevalente da sua história, que tinha a ver com água desde o seu nascimento. Moisés é um indivíduo que viaja nas águas, é chamado por um nome de água, é um solucionador de problemas de água no deserto, e sucumbe à tentação da água, em razão de que viera aquela palavra de Deus dizendo que ele não entraria na terra, apenas a veria de longe. Aí surge este novo problema com água, e a delicadeza divina diz: Moisés, tu estás livre desse mal; agora tu vais ensinar o povo a, eles próprios, lidarem com o problema da água. Reúne o povo; tu não vais mais ser o mediador da água. Porque mesmo o indivíduo que carregue a consciência de um Moisés corre o risco de ficar tão acossado, tão oprimido, tão pressionado por demandas tão exigentes, tão extravagantes, tão contínuas, tão desumanas, tão imponderadas e tão ferinas, que perde a sobriedade – como se deu com Moisés. E aí, vem, agora, essa delicadeza divina que diz: Tu vais ser levado e eles vão continuar. E antes que tu partas, tu mesmo verás, com os teus olhos, como eles vão ter que aprender a lidar com o problema da água. Assim, apenas reúne o povo. Então, Moisés os reuniu e os ajuntou. E eles ficaram esperando uma providência de Moisés, com aquela famosa vara, que ferira o Nilo, abrira o Mar Vermelho, fizera tantos outros sinais e prodígios, no curso daquele período. Mas agora a vara está quietinha, ao lado de Moisés; e ele, calado, olhando para o povo. E a voz de Deus no coração de Moisés apenas diz o seguinte: Reúne o povo e à frente dele põe os príncipes das tribos de Israel – todos os príncipes, todos

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sangue, já abriu as águas do Mar Vermelho; e agora a gente está com sede; cadê a água, Moisés?! Aí, Moisés vai... água aqui, água ali...


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Enquanto eles assim faziam, as águas começaram a brotar. Daí o lugar se chamar Beer, que significa “poço”. O nome do poço passou a ser Poço. Não é de Mataná. É Poço. Porque o que aconteceu ali foi um poço; que brotou do nada; evocado pelo louvor, pela poesia, pelo cântico, pela gratidão. E essa era uma das últimas lições de Deus a Moisés e de Moisés ao povo, antes que Moisés mesmo se retirasse. Porque essa é uma das últimas lições da consciência humana no deserto desta existência. Há tempos em que a gente precisa de alguém que fira a água e nos traga livramentos; que abra mares e nos ajude a passar; que ore e Deus faça vir provimentos, codornizes, livramentos e

manás; que indique caminhos, que mostre soluções. Mas mesmo esse que seja o mediador de tantas coisas importantes da graça de Deus na vida do povo é somente um ser humano, tem o seu limite; carrega, nas soluções que traz, a sua própria tentação e a sua própria sina; carrega, na graça que produz, a sua própria fragilidade. Na mesma medida em que ele é instrumento das águas, ele é tentado por elas. Na mesma perspectiva em que ele traz soluções pelas águas, ele traz complicações pessoais, pelo cansaço de trazer água mas ele mesmo não ter, jamais, a sua sede dessedentada pelo descanso. E na sua canseira ele tropeça nas soluções que traz. Isso, do ponto de vista de Moisés. Do ponto de vista do povo, chega a hora em que cada um tem que aprender a fazer evocações ao chão do deserto, com o coração nos céus e os olhos no chão; tem que aprender a desenvolver a inspiração que não depende de ninguém nem de um terceiro. Que é o crescimento da consciência individual e coletiva, e que tem que chegar nesse nível capaz de aprender a fazer poços no deserto; e a fazê-los sem que os batize com nome especial; e a fazêlos com a consciência de que no deserto a gente só faz poço cavando com louvor e gratidão. No deserto a gente só faz poço cavando com louvor e gratidão. Muitos de nós nos acostumamos a ter sempre ajuda de pessoas – e isso é natural; a ter a ajuda de alguém mais sábio, alguém mais maduro, alguém mais experiente, alguém mais enraizado na fé, alguém com mais consciência, alguém com mais história, alguém com dons indicativamente específicos, de uma certa liderança e visibilidade que produz encaminhamento. Tudo isso é normal, mas tudo isso tem um tempo. Todo Moisés morre. Todo ser tirado

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os líderes – e manda que eles cantem olhando para o chão; que eles façam uma poesia à terra, que eles façam uma poesia à aridez, que eles façam uma poesia à secura; que eles componham um cântico à poeira, que eles façam brotar de seus corações um manancial poético e de louvor, com rima e com gratidão; e que eles cantem aos céus olhando para o chão e que entoem um cântico que diga: “Brota, ó poço! Entoai-lhe cânticos! Brota, ó poço! Entoai-lhe cânticos!” E a canção ainda prosseguia em outro verso, que dizia: “Poço que os príncipes cavaram, que os nobres do povo abriram, com o cetro dos seus bordões”. E Moisés quieto, segurando a sua vara, assistindo aquela multidão, com os príncipes em círculo, bem adiante do nada, da poeira do deserto, de coisa alguma, apenas cantando aos céus e fazendo poesia para o chão, dizendo: “Brota, ó poço! Entoai-lhe cânticos! Poço que os príncipes cavaram, que os nobres do povo abriram com o cetro dos seus bordões. Brota, ó poço! Entoai-lhe cânticos!”.


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Eu não estou dizendo isso para nos desagregar. Não estou dizendo isso para gerar um espírito de individualidade autônoma e distante, entre nós. Ao contrário: quanto mais nós tenhamos prazer em nos ajuntarmos e nos reunirmos, tanto mais devemos desenvolver a consciência de que nos reunimos não por causa da nossa necessidade essencial, seja da reunião ou seja daquele que a preside ou que nela fala. Porque, do contrário, a convergência de todas as coisas para um só se torna algo esmagador, tentador, enfraquecedor, destruidor para aquele que seja o objeto dessa convergência. Quando, na verdade, nós já entramos numa era onde nenhum ser humano é chafariz de todos os demais; onde nenhum Moisés, de tanto que serviu, se canse de servir e peque, no ato de servir. Nós já entramos num tempo e numa era em que está dito que cada um daqueles que creem em Jesus, segundo a Escritura, do seu interior fluirá Beer, o poço, a fonte das águas da vida. Mas eu sei que é muito difícil a gente aprender isso na hora do deserto, do desertão da vida. Como eu sei que há pessoas aqui atravessando um deserto horrível: gente carregando uma espada na cabeça, uma sentença perigosa, de

doenças sérias em si ou na família. Há alguns aqui que vivem rotinas de sobrevivência difíceis, pesadas, que a maioria de nós não suportaria enfrentar com tanto carinho nem bom humor. Há alguns aqui que voltam para casas muitos boas e confortáveis, mas há outros que voltam para lugares pequenos, para cortiços, praticamente, para lugares sem conforto nenhum, de teto baixo, de telhado de amianto, irradiando um calor horrível sobre suas moleiras; lugares onde o suposto calor deste lugar em que estamos agora se torna ar-condicionado. Há alguns aqui que voltam para casa e abrem uma geladeira cheia; há outros que voltam e têm um minibar vazio, em casa. Há uns que voltam para um abraço, para aconchego, para beijo, para carinho, para dormirem numa cama onde há um companheiro ou uma companheira amorosos; outros voltam para um quarto onde há um companheiro ou uma companheira hostis. Alguns voltam para o aconchego de uma família; outros voltam para uma situação de solidão, de solitude, de ouvirem os seus próprios pensamentos de maneira gritada, de tão silenciosa que é a noite deles. Há muita gente que sai daqui e vai para um oásis. Mas há uma grande maioria que sai daqui e continua andando num deserto – pessoas para as quais o oásis é aqui. E aí, meu irmão, minha irmã, eu não posso ir com você. E mesmo que eu pudesse, eu correria o risco de que o meu nome, que já é Caio, se cumprisse veementemente como uma sina, e eu caísse, e caísse, e caísse; porque eu sou apenas um homenzinho de nada. A lição à qual nós estamos sendo introduzidos desde julho deste ano, na nossa quinta etapa existencial nesses sete

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das águas pode tropeçar nas águas. Nenhum de nós é chamado para ficar dependendo de um único, pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo, homem. E também porque Jesus nos disse: “Aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai”. E já dissera também: “Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva”. Do seu interior fluirão rios de água viva.


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anos do Caminho da Graça (nós entramos numa quinta era, aqui entre nós), hoje eu anuncio explicitamente a vocês. Com essa divisão de grupos, de diaconias, de ministérios, o que é que eu estou tentando fazer? Eu estou tentando me des-Moiseificar para a consciência de vocês. Não porque eu e minha mulher estejamos pretendendo nos retirar para algum lugar. Se for da vontade de Deus, eu pretendo morrer em Brasília; mas eu espero que muito antes que esses dias cheguem para a minha vida eu tenha a alegria de poder olhar e dizer que os príncipes do povo, todos, se reuniram; e que o povo todo aprendeu a se reunir; e que todo o povo de Deus aprendeu a cantar juntos: Brota, ó poço! Entoai-lhe cânticos! Brota, ó poço! Entoailhe cânticos! Poço que os príncipes do povo abriram, que os nobres do povo, com os seus cetros, abriram. Brota, ó poço! Entoai-lhe cânticos! Que cada um aprendeu, pela fé, a abrir poços, com canções, com poesia, com louvor; com essa fé que faz um cetro sair da nossa boca, das palavras da positividade do nosso ser grato e confiante na providência de Deus. Que por tal cetro de palavra e de fé, de alegria, de gratidão e de confiança, cada um de nós aprenda a cantar para os céus, fazendo uma poesia que rasgue o chão. E que do chão da nossa vida, conforme a nossa necessidade, brote o poço da misericórdia de Deus, bem diante de nós. Em nome de Jesus.

quando os cava com louvor, com gratidão, com confiança desamargurada, com alma cheia de poesia aos céus. Em nome do Senhor Jesus.

A minha oração é esta: que o Espírito Santo nos mostre essa visão; que o Espírito Santo nos internalize essa mensagem, essa palavra, essa imagem, essa certeza, essa profecia, essa consciência. Que cada um de nós, que está aprendendo, possa aprender hoje; possa começar a exercitar agora, quando o povo está reunido, a entender que no deserto a gente só abre poços

Em todas as circunstâncias da nossa vida – e a vida tem fartura de circunstâncias – nós vamos aprender a cavar poços com cânticos, com louvor, com alegria, com gratidão, com confiança, com fé. Sem ansiedades, com uma boa atitude, com positividade, com alegria. Sem nos isolarmos e continuando a nos reunir com os irmãos. Sabendo que eu

Era somente isso que eu tinha para dizer aqui. Agora, brota, ó poço, entoai-lhe cânticos! Você vai voltar para o seu deserto? Vá, meu irmão; vá cantando. E não fique cantando apenas para dentro, tenha a coragem de cantar para fora, também. Nós ficamos muito politicamente corretos; nós tivemos uma overdose de música gospel tão perversa, que hoje em dia nós achamos até que é um mico, cantar. Vamos parar com isso! Louve! Louve na mente, louve com a boca, louve com o coração, louve com atitudes, louve com pensamentos: Brota, ó poço! Brota, ó poço! Entoai-lhe cânticos! Reúna-se com os irmãos e juntos digam: Brota, ó poço, entoai-lhe cânticos! Brota, ó poço!

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Nós vamos cavar poços com as nossas canções, nós vamos cavar poços com as nossas confissões, nós vamos cavar poços com a nossa adoração. Nós vamos cavar poços com a nossa alegria prévia, nós vamos cavar poços no auge da seca, nós vamos cavar poços quando não haja nuvens de chuva, mas apenas essas nuvens meio apocalípticas dentro de nós (como essa que Adriana e eu vimos hoje encobrindo um sol tão lindo e avermelhado, mas que estava avermelhado pela tintura da poeira de nuvens secas).


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E agora eu quero convidar você a orar. Você que está atravessando aquele desertão e sabe que também chegou a hora de você aprender essa lição: de não depender mais de Moisés, de aprender a depender de Deus, e entender, de uma vez para sempre, que nós temos um sumo sacerdote que pode se compadecer das nossas fraquezas. Porque ele mesmo disse “Tenho sede”. Porque ele mesmo nos ensinou a cavar poços com louvor, conforme está dito que depois de anunciada a sua traição, ele cantou um hino e foi para o jardim do Getsêmani para ser manietado e levado para a morte (é o único lugar onde explicitamente se diz que Jesus cantou); nas horas anteriores a ser preso ele enfrenta o julgamento com uma canção. Quero convidar você, que está andando nesse desertão de doença física, de escassez financeira, de avidez afetiva (você sabe qual é o seu chão) mas quer mudar o paradigma e parar de se queixar, de se amargurar, de dizer: Cadê Moisés, cadê Fulano, cadê Beltrano; e decidir que você mesmo será agente dessa escavação – você, com a sua boca, você, com o seu louvor, você, com a sua fé, você, com a sua confiança, você, transformando lamúrias em poesias, em rimas; você, não mais se entregando à pressão das dores nem dos

humores, mas você mesmo molhando com as suas lágrimas o chão onde pisa, enquanto canta com gratidão: Brota, ó poço, eu estou cantando para a terra; terra, obedece à voz do meu louvor, vira água, em nome do Senhor! Brota, ó poço! Entoai-lhe cânticos! Cantai ao poço que vem, cantai à água que vem, cantai à solução que já chega. Fazei poesias antecipadas ao poço que já é, pela fé. Porque o Senhor é bom e porque a sua misericórdia dura para sempre. Se você quer orar, venha até aqui para orarmos juntos. E você vai orar por você. Você vai falar com o seu chão, com o seu poço. Fale você, com o seu chão. Cantai ao poço, que ainda não existe, mas que vai ser construído em louvor, em fé, em confiança, em adoração. Brota, ó poço! Nós cantamos a tua canção. Pense qual é o poço, o seu poço, que tem que ser aberto; qual é o seu poço personalizado. Pense. E faça o seu pensamento voar, pela fé, para o trono da graça do Deus eterno. Não tem que atravessar o cosmos, é só um movimento que vai da boca ao coração; confessa com a boca e crê no coração, e tudo chega diante do trono da graça. Dê nome ao seu poço particular. O nome desse aqui é “Poço”, porque cada um sabe o nome do seu. E, então, com fé, confesse com a boca e creia com o coração: Brota, ó poço, dá a água da minha necessidade. Brota, ó poço, eu louvo ao Senhor porque, para mim, tu já és realidade. Em nome de Jesus.

Mensagem ministrada em 11/09/2011 Estação do Caminho - DF

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individualmente cavarei os meus poços; e sabendo que nós, conjunta e coletivamente, também nos reuniremos para cantar aos céus, olhando para o chão da realidade; e, juntos, abrirmos poços de louvor que vão dessedentar a sede de todos nós, em nome de Jesus.


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