04/09/2015
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Odisseia de um velho tempo: memória poética de um centro urbano em travessia Da aurora de um novo dia ou do velho tempo tecido em banhomaria: Um espetáculo de imersão à poética urbana, pelo centro velho de uma cidade interiorana de São Paulo Marcio Moraes, do cmais+ 17/03/15 19:46 Atualizado em 19/03/15 10:32
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O espetáculo nasce de experimentações poéticas e míticas no centro velho de uma cidade do interior do estado de São Paulo. Atores e passantes criam a poesia deste caos urbano por dentre os prédios de um centro esquecido. (Foto: Adriano Sobral/Divulgação).
A partir deste sábado (21 de Março) iniciase uma jornada adentro da poética de um velho centro, o espetáculo Da aurora de um novo dia ou do velho tempo tecido em banhomaria. A memória, a arquitetura, fluxo e passantes de um centro urbano do interior paulista serve de pano de fundo para a elaboração de uma dramaturgia mítica, que se desdobra em grande odisseia por entre as ruas da cidade de Sorocaba, interior de São Paulo, pelo grupo Trupé de Teatro. Com direção de Carlos Doles e dramaturgia de Débora Brenga, o espetáculo é uma imersão poética pelo centro da cidade, como continuidade de um processo de pesquisa que começou em 2013, com o espetáculo Um dia o raio caiu e o baixo ventre da cidade se abriu, agraciado pela LINC (Lei de incentivo a cultura local). O público não é lançado a esmo nessa jornada, ele é, na realidade, dividido em quatro núcleos, correspondendo aos pontos cardeais, e assim, seguem assistindo o espetáculo; são quatro versões diferentes de Da aurora de um novo dia, “Queremos isso mesmo: lidar com a dinâmica da rua, que não nos permite saber de tudo. Todas as informações que temos quando estamos na rua são fragmentos. Um pequenino recorte de algo que teve um antes, um durante e um depois e que trará desdobramentos.” Diz a dramaturga Débora Brenga, em entrevista ao cmais+. É importante pensar estes desdobramentos ao longo da trama desenvolvida pelo grupo, onde personagens fictícios e reais se misturam, passeiam pelas ruas. É a partir desta relação que desenvolvemos essa sensação crucial de um passante, navegante de fragmentos de realidade, e é essencial perceber que a história é apenas um pano de fundo para uma discussão poética: paixões humanas e sua eterna busca pela perfeição. Na peça, um coro de Ulisses e Penélopes conduzem uma narrativa fragmentada de um Velho Tempo e narram singelas histórias de amor, imersos neste mundaréu urbano, a realidade do concreto armado, dos espaços que, outrora foram praças e, hoje são grandes desertos, dos prédios que se sustentam imponentes e silenciosos, a alma humana que dialoga com o espaço ao seu redor, no transitar. “Nossa cidade será mostrada como uma entre outras, presentes no mesmo espaço, porém,
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não no mesmo tempo... a memória é matéria tecida o tempo todo” acrescenta Débora. A Trupé é um coletivo formado por atorespesquisadores, onde, neste projeto de Odisseias pelo centro urbano, as cenas e histórias são criadas a partir de exercícios e preposições no espaço público, além de referências como “Odisseia” de Homero e “Cidades Invisíveis” de Ítalo Calvino, o que impulsionou o processo de criação colaborativa. O grupo é um dos coletivos da cidade de Sorocaba que verticalizam pesquisas no fazer teatral contemporâneo em relação ao ambiente urbano; como por exemplo, o Coletivo Cê e o grupo Nativos Terra Rasgada. A efervescência cultural regional é favorecida por atividades como essas, de grupos que pensam e repensam o fazer teatral buscando soluções para dialogar com este tempo caótico e tecnológico, que deixamos passar pelas ruas de nossas vidas, e atuam de forma contundente na construção de um panorama cultural diversificado, que vibra fora das grandes capitais e que é conectado com as tendências globais do teatro contemporâneo, cada vez mais presente fora da caixa preta, adentrando o espaço urbano. SINOPSE DO ESPETÁCULO Assim era no Velho Tempo. As três irmãs trabalhavam. Rosária tecia o fio da criação, Norma media o tamanho de cada trama e Fátima, a mais velha, cortava. Depois do corte, Caronte, o Violinista, transportava os restos da trama de um lado a outro do rio da vida. Norma e Caronte se apaixonam. Movida pela paixão, ela perde o fio da medida, dando metros e metros de fios para todos, logo Fátima pouco cortava. O barqueiro sentiu no bolso o peso dessa paixão e, para achar um jeito de recuperar seu negócio seduz Fátima, a implacável. Assim o transporte do Velho Tempo se normaliza. Quando Norma descobre a traição, Fátima para manter a ordem das coisas, corta o fio da irmã a qual passa a vagar até se livrar do embaraçado das paixões. Depois da partida de Norma, Fátima teve que assumir sozinha a tecelagem, visto que Rosária, muito triste com a partida da irmã, não consegue tecer mais nada além de seu manto. Manto tecido em banhomaria. Manto para receber de volta a poesia perdida pela ambição do comerciante transportador de carnes. É a partir do regresso de Norma que nossa tessitura é tramada. É a partir daí que nossa odisseia parte, em busca de novas míticas cidades reformas.
A atrizpesquisadora Laura Guedes, em processo na sede do grupo: A fiandeira, do mito grego, tem papel fundamental no desenrolar dos fios dessa trama. (Foto: Adriano Sobral/Divulgação).
SERVIÇO Da aurora de um novo dia ou do velho tempo tecido em banhomaria Quando: Dia 21 de Março à 19 de Abril Onde: Inicio na praça Frei Baraúna, s/n, Sorocaba/SP. Quanto: Gratuito. Informações: (15) 33422159
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No elenco estão: Carlos Doles, Daniele Silva, Hugo Muneratto, Ketlyn Azevedo, Laura Guedes, Vanessa Soares, Victor Motta, Adir Zen, Paulo Bolognesi, Drika Karol, Leandro Moraes, Rebeca Coutinho, Natália Martins, Larissa Alves, Joelma Manfio, Erik Azevedo, Bruna Lança, Tayná Fercondinni, Kalil Leão, Rhaab Coutinho, Mellanie Nascimento. Dramaturgia de Débora Brenga com colaboração de Carlos Doles Figurinos de Felipe Cruz Cenografia e Adereços de Jaime Pinheiro e Felipe Cruz Fotografia e Vídeo de Adriano Sobral Assessoria de Imprensa de Thiago Consiglio Contrarregragem de Guel Santos e Hugo Muneratto Preparação Vocal de Edmo Perandin Preparação Corporal de Melany Kern Preparação de Atores de Rodrigo Scarpelli Direção de Carlos Doles com assistência de Débora Brenga
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Iara Medeiros · UNIP Universidade Paulista Curti vem pra Sampa tb bjs!!! Curtir · Responder ·
1 · 18 de março de 2015 09:22
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