Hist贸ria da SOGESP 25 anos de lutas e conquistas
Hist贸ria da SOGESP 25 anos de lutas e conquistas Oldair de Oliveira Patr铆cia Morgado
Copyright © 2014 Oldair José de Oliveira Morgado. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, mesmo que parcial, por qualquer meio e processo, sem a prévia autorização escrita dos autores.
Editor: Oldair de Oliveira Coordenação editorial: Patrícia Morgado Revisão: Ederson Gomes Benedicto Projeto gráfico e capa: Marco Murta Editoração: Farol Editora Tratamento de Imagens: Diego Garcia ISBN: 978-85-913455-2-6 Impresso no Brasil em abril de 2013
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Oliveira, Oldair de História da SOGESP : 25 anos de lutas e conquistas / Oldair de Oliveira, Patrícia Morgado. -- 1. ed. -- São Paulo : Ed. do Autor, 2014.
Bibliografia ISBN 978-85-913455-2-6
1. Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo – História 2. Obstetrícia – Medicina 3. Ginecologia – Medicina I. Morgado, Patrícia. II. Título. 13-04209 CDD-616.240608161 Índices para catálogo sistemático: 1. Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo : Medicina : História 616.240608161
Tel. +55 (11) 3884-7100 – www.sogesp.org.br Av. Brig. Luis Antônio, 2.729 – Cjs. 1001 a 1006 Jd. Paulista – 01401-000 – São Paulo, SP – Brasil
Apresentação A memória é a uma trilha para o passado, um caminho que leva ao encontro da História. Infe-
lizmente, é um bem finito e perecível, que vai desaparecendo com o passar dos dias, meses e anos. Vem daí a importância do resgate histórico e contextual, capaz de reenquadrar situações, pessoas e
acontecimentos que, se não for feito, estará irremediavelmente perdido. Com isso se revela a relevância deste projeto, desenvolvido com o fim de preservar incólume parte da memória da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp).
O caminho para se chegar até aqui não foi fácil. Ao longo deste itinerário foi necessário ouvir, investi-
gar, contextualizar, interpretar, entender e registrar. Muitas foram as entrevistas com alguns daqueles que são protagonistas desta história; atento foi o debruçar sobre alguns dos documentos que revelam fatos que ficaram restritos a um público pequeno; longas e repetidas foram as leituras do acervo completo da publicação que hoje é chamada de Revista Sogesp; além do acesso a outras levas bibliográficas.
Deste apanhado de fontes e fatos foi vindo à luz uma história das mais interessantes, construída
por homens que, muitas vezes, abriram mão de suas vontades pessoais para batalhar pelos interesses de uma coletividade formada por milhares de ginecologistas e obstetras. Isso tudo começa oficialmente no final dos anos 1980, com o dr. Marcelo Zugaib, o primeiro a colocar um tijolo nesta construção permanente, que está prestes a completar seu primeiro quarto de século de existência.
Nascida a partir da independência administrativa do antigo Departamento de Ginecologia e
Obstetrícia (DGO) da Associação Paulista de Medicina, a Sogesp foi fundada oficialmente em 1º de
agosto de 1989, a partir dos esforços de um grupo que tinha, entre outros, os drs. Sérgio Pereira
da Cunha, Salim Wehba, Abes Mahmed Amed e Marilza Vieira Cunha Rudge. A liderança coube a Zugaib, então presidente do DGO e primeiro presidente da imberbe associação. “Sonhei, outro dia, que os tocoginecologistas de São Paulo haviam se arregimentado, dando corpo a uma Sociedade
forte, voltada para os interesses científicos e sociais de seus membros, com os consequentes benefícios para toda a comunidade”, escreveu Zugaib em uma era pré-Sogesp.
E o sonho não só se fez real como foi compartilhado com outros que seguiram as pegadas do fun-
dador. Depois dele, ocuparam o cargo Salim Wehba, Sérgio Pereira da Cunha, Edmund Chada Baracat, Nilson Roberto de Melo, Francisco Prota, Krikor Boyaciyan, César Eduardo Fernandes e, a partir de
2014, Jarbas Magalhães. Assim, ano após ano, o trabalho de cada um foi edificando a Casa dos Tocoginecologistas paulistas, que amadureceu e inovou ao longo destes 25 anos, tornando-se um farol cujo
alcance superou as fronteiras do seu Estado de origem. É essa história, feita de homens e mulheres, lutas e conquistas que o leitor encontrará nas próximas páginas. E contá-la é uma justa homenagem à memória da Sogesp e daqueles que fizeram e fazem parte desta trajetória. Boa leitura!
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Prefácio Estamos muito orgulhosos em lançar este livro que comemora o 25o ano de fundação da nossa
querida SOGESP.
Uma sociedade de especialidade médica de âmbito estadual, mormente num estado populoso
e com forte poder econômico como é o estado de São Paulo, tem que ter como objetivo central a
qualificação do profissional médico que a ela se associa. Estes objetivos devem incluir, entre outros, a preocupação desde a formação do ginecologista e obstetra durante a sua residência médica, a sua
educação continuada, o seu aperfeiçoamento, as suas condições de trabalho, a sua remuneração, a sua dignidade no exercício da profissão e, sobretudo, o seu melhor preparo para bem atender às suas pacientes no âmbito da saúde pública, suplementar e privada.
Com estes objetivos desde os nossos fundadores, encabeçados na época pelo tenaz e realiza-
dor professor Marcelo Zugaib, até os dias atuais, a SOGESP perseguiu e persegue obstinadamente
a qualificação e o bem estar dos nossos associados. Não nos descuidamos, no entanto, em nenhum
momento, do legado das nossas antigas diretorias que construíram ao longo do tempo a elevada credibilidade que a SOGESP tem junto aos ginecologistas e obstetras.
A SOGESP sempre teve, desde os seus primórdios, consciência do seu papel no âmbito de sua
jurisdição estadual, nas parcerias construídas com as suas federadas coirmãs de outros estados e nas relações com a Federação Brasileira das Associações de Obstetrícia e Ginecologia (FEBRASGO). As
suas ações e os modelos por ela desenvolvidos sempre estiveram à disposição para serem compartilhados com os nossos parceiros e também com outras sociedades de especialidade médica.
Infelizmente, no entanto, não vivemos os melhores dias para o exercício da nossa especialida-
de. A valoração do nosso trabalho não mais nos pertence, e, neste momento, é exercida oportu-
nisticamente pelos órgãos governamentais reguladores e pelas operadoras do sistema de saúde suplementar. De igual modo, vivemos a mercê de políticas de saúde pública equivocadas em que o
interesse político eleitoreiro se sobrepõe aos interesses da população em receber serviços de bom nível através de médicos qualificados.
Este cenário, tornou o trabalho da SOGESP ainda mais desafiador. Fomos impelidos nos últimos
anos a ler com mais clareza o clamor dos nossos colegas para a sobrevivência da nossa agonizante
especialidade. Tivemos que arregaçar ainda mais as nossas mangas e concentrar esforços nesta luta por reconhecimento do nosso trabalho, por mais dignidade e pelo resgate do orgulho em ser ginecologista e obstetra. Assim nasceu a NOVA SOGESP, com respeito ao nosso passado mas com olhos voltados para o nosso futuro como especialistas em saúde da mulher.
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Prefácio
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Com as bandeiras históricas fincadas quando de sua criação e com as novas bandeiras edifi-
cadas sob a inspiração do anseio dos seus associados neste cenário dos tempos atuais, a NOVA SOGESP chega aos seu 25o ano de existência com muita robustez, vitalidade, energia e criatividade. Tem como seu maior patrimônio o respeito que conseguiu nestes anos dos seus associados que a
tem como a referencia maior de sociedade médica que responde às suas necessidades de educação continuada e de luta pela dignidade no exercício cotidiano de assistência à saúde das mulheres.
Está claro para todos que a NOVA SOGESP amadureceu. Está pujante e com os olhos voltados
para o futuro. Busca incansavelmente seus objetivos para que os ginecologistas e obstetras deem
uma atenção cada vez mais qualificada para as suas pacientes e que, por isso, sejam reconhecidos e valorizados pela sociedade como um todo e, particularmente, pelos gestores de saúde.
SOGESP! Apaixonante, determinada e compromissada! Assim fez, faz e continuará fazendo dife-
rença no cenário médico do estado e do Brasil.
Parabéns a todos que, de alguma forma, participaram desta saga, como se pode apreciar nas
páginas de “HISTÓRIA DA SOGESP – 25 ANOS DE LUTAS E CONQUISTAS”.
César Eduardo Fernandes
Presidente da Sogesp (2010-2013)
Sumário Capítulo 1
A metamorfose do DGO................................................................. 11
Capítulo 2
Anos de amadurecimento.............................................................. 27
Capítulo 3
Anos de transição............................................................................. 49
Capítulo 4
Surge a Nova Sogesp...................................................................... 75
Capítulo 5
A hora da virada............................................................................... 89
Capítulo 6
E avançam as negociações...........................................................103
Capítulo 7
Sob a mesma direção....................................................................117
Capítulo 8
A luta pelo parto personalizado...................................................127
Capítulo 9
Nova Sogesp high-tech.................................................................137
Capítulo 10
O congresso se agiganta..............................................................149
Capítulo 11
Um olhar para o futuro..................................................................161
Presidentes da SOGESP................................................................165
Regionais da SOGESP...................................................................184
Linha do tempo..............................................................................194
Bibliografia......................................................................................203
Índice onomástico..........................................................................205
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Sob a liderança do dr. Marcelo Zugaib, o então Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da APM foi convertido na Sogesp
CapĂtulo 1
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A metamorfose do DGO
Capítulo 1
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F
oi em uma terça-feira nublada e fria que nasceu oficialmente a Sociedade de Obstetrícia e
Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp)1. Era 1º de agosto de 1989, quando se reuniram
16 tocoginecologistas nas dependências da Associação Paulista de Medicina (APM), então sócios do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia (DGO) da APM, para formalizarem a criação da
nova entidade que passaria a congregá-los. Até então, tal papel cabia ao DGO, que estava subordinado administrativamente à APM e, ao mesmo tempo, era filiado à Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
1. Assembleia geral extraordinária de 17 de março de 2004, na gestão do Dr. Francisco Eduardo Prota, aprovou a adequação do Estatuto Social da Sogesp à Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002, que institui o novo Código Civil. Assim, a Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo passou a denominar-se Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo, mantendo a logomarca Sogesp.
A maioria dos presentes trabalhava na capital
paulista, inclusive aquele que capitaneava o grupo: o
proeminente professor titular da Clínica Obstétrica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Marcelo Zugaib. Há quase dois anos, ele
havia sido eleito presidente do DGO. Além dele, faziam parte da diretoria os doutores Sérgio Pereira da
Cunha (primeiro-secretário), Salim Wehba (segundosecretário), Abes Mahmed Amed (tesoureiro) e Maril-
za Vieira Cunha Rudge (coordenadora de promoção). Esse grupo, aliás, seria o mesmo que assumiria provisoriamente a direção da recém-criada Sogesp. E caberia a essas personalidades cuidar dos interesses da
entidade naquele momento de transição, até que a incumbência fosse entregue legalmente a outros por meio de eleição entre os sócios.
O agitado ano de 1989 é um marco para a histó-
ria do País. Começa com a instituição do Plano Verão,
pelo então ministro Maílson da Nóbrega, no governo
José Sarney, e termina com a eleição de Fernando Collor à Presidência da República. Entre um evento
e outro, assiste-se ainda à promulgação da Constituição (a primeira depois do fim da Ditadura Militar) e à disparada do custo de vida e da inflação. A situação econômica é tão ruim a ponto de o então
presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Mário Amato, considerar “tolerável” uma inflação de 25,76% ao mês (registrada em julho de 1989)2.
É neste cenário que emerge a Sogesp, com um atraso histórico de algumas décadas, visto que
muitas das sociedades estaduais de ginecologia e obstetrícia já estavam constituídas há muito tempo. Para efeito de comparação, a de Minas Gerais (Sogimig) fora fundada em 1945; a de Pernambuco
(Sogope), em 1948; a do Rio de Janeiro (SGORJ), em 1961. O número já era tão significativo que,
em 1959, na XI Jornada Brasileira da especialidade, em Belo Horizonte (MG), foi criada uma entidade para congregá-las: a Febrasgo.
2. FOLHA DE SÃO PAULO, 1º de agosto de 1989.
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A metamorfose do DGO
I Jornada Sogesp de Obstetrícia e Ginecologia do Vale do Paraíba, realizada de 15 a 17 de setembro de 1994, no Hotel Mont Blanc, em Campos do Jordão, SP
Capítulo 1
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Salim Wehba: o promotor da primeira jornada, em 1991
Muitos foram os fatores que desencadearam as condições propícias para a fundação da Sogesp
naquele final da década de 1980. Mas as condições que permitiriam aquele “grito de independência” em relação à APM começaram a ser formatadas em 9 de setembro de 1986. Essa foi a data em
que Zugaib venceu o concurso para professor titular da FMUSP, depois de uma disputa acirrada com a professora Lenir Mathias. Nascido em Marília, com apenas 38 anos e 20 anos mais jovem que sua
antagonista, ele representava naquele momento a aposta no novo. “Imaginava-se que o natural seria ela ganhar o concurso e eu acabei ganhando porque fui a aposta do novo”, recorda Zugaib.
Vencida aquela difícil e desgastante peleja acadêmico-profissional, o médico despertou o inte-
resse pelo associativismo, sendo levado, pelo prestígio que o novo cargo lhe imputava, a também
como adversária a professora Lenir, que, por sua vez, tinha o franco apoio do seu sobrinho, o professor doutor Roberto Simão Mathias, então secretário-geral da entidade. Naquele momento, Mathias
era considerado um dos principais professores de anestesiologia obstétrica do País e, outrora, tinha
sido também um colaborador ferrenho da tia em sua busca por conquistar a titularidade da clínica
obstétrica da FMUSP. Foi nesta situação de embate que o destino dele se cruzou com o de Zugaib, nascendo ali uma rixa histórica que continuaria a ser alimentada nas dependências da APM e que culminaria, posteriormente, com o nascimento da Sogesp.
Sob nova direção O auditório da Associação Paulista de Medicina estava repleto de especialistas naquele novembro
de 1987, quando seria escolhida a nova diretoria que comandaria o Departamento de Ginecologia e Obstetrícia. Além dos votos que foram recebidos pelo correio, muitos se dispuseram a ir pessoalmen-
te depositar sua cédula na urna que se encontrava na sede da APM. No dia da apuração, apoiadores e integrantes das duas chapas marcaram presença. E quando veio o voto que definitivamente trouxe a
vitória a Zugaib, um furor tomou conta das pessoas que ali estavam. “Lembro que ocorreu literalmente uma explosão de alegria no auditório. Havia ali muita gente lutando para que eu pudesse servir de líder para algo maior. E isso significava um embate pessoal, em que de um lado estava o secretáriogeral Roberto Mathias e (do outro) eu, como presidente do DGO e representante de uma instituição da grandiosidade da USP. Então se criou um clima e me
senti muito forte e motivado”,
ressalta Zugaib. O momento
foi tão marcante que, até hoje, ele lembra o nome do autor do voto decisivo: o médico Mucio
Diniz Pontes3, seu assistente na
época. Quem se lembra dessa data também é o dr. Edmund
Chada Baracat, que anos de-
pois seria eleito presidente
da Sogesp, entre os anos de 1993-1997. “Foi uma eleição
disputadíssima, muita gente se mobilizou”, rememora.
Mucio Diniz Pontes: autor de voto decisivo pró-Zugaib
Sérgio Pereira da Cunha: o vice-presidente da gestão Salim Wehba
3. Falecido em 30 de novembro de 2001, o Dr. Mucio Diniz Pontes foi o idealizador do curso preparatório para o exame de suficiência para obtenção do Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia (Tego)
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A metamorfose do DGO
concorrer à presidência do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do APM. Mais uma vez teria
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A metamorfose do DGO
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Doutor Marcelo Zugaib durante arguição em concurso para professor titular da FMUSP, em 1986
CapĂtulo 1
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Da esquerda para a direita: professores JosĂŠ Arnaldo, Laurival Antonio de Luca, Geraldo Rodrigues de Lima e Salim Wehba durante evento promovido pela Sogesp
tos começou cerca de um ano antes, em 1986. Em suas aulas e palestras, principalmente nas cidades do interior do Estado, sempre encontrava uma oportunidade para se apresentar como candidato à presidência do departamento da APM e solicitar apoio. Não estava sozinho. Trazia o respaldo das principais escolas paulistas, representadas por profissionais como Sérgio Pereira da Cunha (USP de Ribeirão Preto), Edmund Chada Baracat (Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo – Unifesp), Laurival Antonio de Luca (Universidade Estadual Paulista – Unesp de Botucatu), Salim Wehba (Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo), entre outros. Agora, a partir de sua eleição, era hora de dar novos rumos ao departamento, que até então era apenas um apêndice de uma instituição muito forte. Eclipsado diante da grandiosidade da sua entidademãe e sem força para alçar voos mais altos, o DGO, segundo Zugaib, era uma espécie de centro cultural e com pouca penetração entre seus sócios. Sua ação científica mais bem-sucedida era a Jornada Paulista de Ginecologia e Obstetrícia, criada em homenagem ao renomado professor Domingos Deláscio, que fora também presidente daquele departamento. Realizada a cada dois anos, sua primeira edição ocorreu entre 28 e 31 de agosto de 1985, no Centro de Convenções Rebouças4. “Existiam também reuniões sazonais, no período da noite, onde colocávamos um tema aos associados e discutíamos. Naquele momento éramos poucas pessoas que tentavam fazer aquele tipo de tarefa muito mais voltado para uma discussão de assuntos assistenciais para o dia a dia”, recorda Zugaib, que naquela oportunidade já antevia que era possível ir além, mas não na condição em que estava administrativa e financeiramente 4. Esse evento do DGO seria mantido com a futura sociedade a qual o departamento daria origem, inicialmente também com o nome de jornada, até se converter no atual Congresso da Sogesp, que, em 2013, atingiu sua 18ª edição.
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A metamorfose do DGO
Segundo Zugaib, seu trabalho para angariar vo-
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dependente da APM. “Naquela ocasião havia várias sociedades de obstetrícia e ginecologia e era um anseio que eu tinha, uma inveja boa. A gente não conseguia crescer, até porque faltava motivação e,
do ponto de vista de arrecadação de dinheiro, quase tudo ia para a Associação Paulista de Medicina”, relembra o então presidente. Ele se refere à mudança nas normas das anuidades da Febrasgo pela APM, que acabou praticamente anulando o quinhão que deveria ser repassado para o DGO.
Com a mudança, o valor da anuidade de 1989, o qual, segundo entendimento das partes, foi
fixado em 5 OTNs5, seria assim distribuído: 4,215 seriam enviadas para a Febrasgo; 0,510 ficaria
retida pela APM, “a título de 10%, para despesas administrativas e cobranças”; e 0,375 seria retida para pagamento de custos, como impressão, etiquetamento, postagens e programa de computador. Apenas o que sobrasse do referente ao montante de 0,375 OTN, depois de quitadas todas
essas despesas, seria repassado para o DGO. Insatisfeita com esse modelo, a diretoria do departamento, por sua vez, reclamava mudança na fórmula de divisão6.
A relação entre o DGO e a APM era cada vez mais tensa e já dava indícios de que trilhava para
um racha institucional. E a gota d’água aconteceu durante uma acalorada discussão entre o presidente do departamento e o secretário-geral. A certa altura, o dr. Roberto Simão Mathias diz: — Se não está satisfeito, saia! A frase soou como um grande clarão para Zugaib, que rapidamente percebeu que rumo aquele
diálogo poderia tomar, direção para o qual ele trataria de conduzi-lo.
— E você assume o que acabou de dizer? Você banca? Você mantém o que acabou de dizer?
— disse Zugaib repetidas vezes, como que desafiando o seu interlocutor a manter a palavra que
acabara de proferir. O secretário-geral olhou com ar de constrangido para o seu astuto interlocutor, como se buscasse uma saída honrosa para aquela situação. Não seria de bom tom voltar atrás e era honrado demais para fazer isso. — Eu banco, sim! Era a sentença de liberdade que Zugaib buscava. Imediatamente retrucou: — Então, eu vou sair! Àquela altura, já não havia mais nada a ser dito. Educadamente, cumprimentou o seu colega,
se despediu e foi embora. Tempos depois daquele diálogo, Zugaib já estava procurando um modelo entre as sociedades da área para se espelhar. Pegou o estatuto da Sogiba, pois, segundo ele,
tinha uma ligação muito forte com os professores de lá, como os doutores Domingos Machado,
José Maria Magalhães Neto e o filho do professor Domingos Machado, o médico Luiz Eduardo Machado. Gostou do que viu. Era hora de ir à luta e terminar aquela batalha.
5. A Obrigação do Tesouro Nacional, mais conhecida pela sua sigla, OTN, foi um importante fator de correção monetária naqueles tempos de descontrole inflacionário. 6. Conforme ofício 553/89, de 20 de fevereiro de 1989, enviado pela APM e assinado pelo dr. Roberto Simão Mathias ao professor Marcelo Zugaib.
A metamorfose do DGO
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Professora Lenir Mathias, ladeada pelo dr. Antonio Guariento (direita) e Pedro Augusto (esquerda), na III Jornada Paulista da especialidade
Enfim, a Sogesp! A partir dali foi necessário que Zugaib aprendesse o que era uma sociedade médica, uma vez
que era inexperiente neste assunto. E assim, se cercou do apoio de sua diretoria e se preparou para executar uma das missões das quais mais tem orgulho. “Se eu tiver que dizer qual é a menina
dos meus olhos – e eu sou um indivíduo que devoto 40 anos para a vida acadêmica – digo que é a Sogesp”, costuma dizer.
Imbuído de paixão e apegado à palavra do dr. Roberto Simão Mathias — “Se não está satisfeito,
saia!” —, Zugaib foi adiante, preparando-se para fechar aquele ciclo. Para se precaver, iniciou uma série
de correspondências com a secretária-geral da APM, nas quais, em muitas delas, se percebe a tempe-
ratura a que chegou aquele embate. Em carta datada de 2 de fevereiro de 1989, o professor titular da FMUSP comunica ao dr. Mathias que a diretoria do DGO da APM tinha a intenção de criar a Sogesp, “fundamentado em pedido de vossa senhoria”. Mas tudo ainda transcorria somente no campo das
intenções, não havendo uma data fixada para a concretização do projeto. Mas àquela altura, Mathias
já havia recebido um ofício reclamando a separação administrativa. Na mesma mensagem do dia 2 de fevereiro, Zugaib pressionava e lembrava-lhe que aquela diretoria ainda era parte integrante da APM, uma vez que não havia recebido “nenhum comunicado de desligamento”. Fez questão de deixar uma
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observação no fim da página, informando que cópia da carta havia sido enviada também ao professor doutor Nelson Guimarães Proença, então presidente da Associação Paulista de Medicina.
A situação entre o presidente do DGO e o secretário-geral da APM chegou a tal ponto crítico
que em carta de 23 de fevereiro de 1989 (em resposta ao ofício 553/89, datado de três dias antes),
dirigida a Mathias, Zugaib assim finaliza: “Receba os nossos protestos de nenhuma estima uma vez
não houve motivos até o momento para tanto.” E mais: “Lastimamos profundamente a visão de V.Sa., que temos a impressão não é necessariamente a de outros membros da diretoria da APM.”
Diante de uma conjuntura insustentável, veio enfim o aval da APM e os obstáculos administrati-
vos que levaria ao nascimento da Sogesp foram retirados. “Aquela situação (relação entre o DGO e a APM) me incomodava e tenho certeza que não fui o primeiro a me sentir assim. Acho que outros
também se sentiram, mas, ou não tiveram coragem de dizer “vamos fazer diferente”, “vamos sair disso”, ou foram sufocados”, analisa Zugaib, mais de duas décadas depois daqueles eventos.
E assim, nascia a Sogesp, graças à combinação de fatores institucionais (descontentamento com
a forma de divisão das anuidades e busca por independência administrativa) e conjunturais (divergências pessoais entre Zugaib e Roberto Mathias). Mas o próprio professor da FMUSP assegura que
o primeiro tenha sido consequência do segundo, ciente de que teve à disposição os motivos para agir e que estava no lugar e no momento certos para fazê-lo. “Eu tive a lucidez de pegar o dr. Roberto na palavra dele, em um momento de forte emoção. No fundo, o vetor político acabou sendo ele, que teve que ir ao presidente e à diretoria da APM com a minha carta e defender que o DGO fosse desligado, pois afinal, foi ele quem sugeriu. Ele fez e no fundo era tudo o que eu queria”, afirma Zugaib.
Em julho de 1989, o destino do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia já estava devidamente
definido e chegava a hora de participar e assinar a certidão de nascimento da Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo.
Para esse evento histórico, ocorrido em 1º de agosto de 1989, foram convidados os sócios
do departamento. Compareceram 16 pessoas, conforme assinatura na Ata da Constituição Pro-
visória da Diretoria – Instituição e Constituição. A reunião aconteceu dentro da sede da APM,
que, por sinal, continuaria a abrigar a recém-fundada sociedade até que tivesse condições que caminhar por si mesma.
E entre aquele pequeno grupo foram escolhidos os cinco que, provisoriamente, conduziriam a
entidade até que fossem realizadas suas primeiras eleições. Após aclamação geral, optou-se, de for-
ma unânime, pela manutenção dos mesmos que já formavam a diretoria do DGO, mudando apenas,
por questões estatutárias, a nomenclatura de alguns cargos. Se Zugaib e Amed se mantiveram como, respectivamente, presidente e tesoureiro, Sérgio Cunha passou de primeiro-secretário a vice-presi-
dente; Salim Wehba, de segundo-secretário para secretário-geral; e Marilza Vieira Cunha Rudge, de
coordenadora de eventos para diretora científica. E esta foi a constituição da primeira diretoria, que conduziu a Sociedade pelos próximos quatro meses, até que, no crepúsculo daquele ano de 1989, a entidade fosse entregue aos cuidados de um novo e já conhecido capitão: Salim Wehba.
Lista dos sócios-fundadores da Sogesp
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A metamorfose do DGO
1. Abes Mahmed Amed 2. Alfredo Carlos Simões Dornellas de Barros 3. Antonio Jorge Salomão 4. João Antonio Prata Martins 5. Marcelo Zugaib 6. Marilza Vieira Cunha Rudge 7. Mauro Sancovski 8. José Júlio de Azevedo Tedesco 9. Laurival Antonio de Luca 10. Ricardo Faccioli 11. Roberto Eduardo Bittar 12. Rosa Maria de Souza Aveiro Ruocco 13. Salim Wehba 14. Sérgio Pereira da Cunha 15. Soubhi Kahhale 16. Wilson Carrara
Notinha divulgada no Jornal da APM anunciando o advento da I Jornada Paulista de Obstetrícia e Ginecologia
Capítulo 1
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Eu tive um sonho* Sonhei, outro dia, que os tocoginecologistas de São Paulo haviam se arregimentado, dando corpo a uma Sociedade forte, voltada para os interesses científicos e sociais de seus membros, com os consequentes benefícios para toda a comunidade.
Sonhei que essa Sociedade era independente de outros órgãos colegiados, a eles se ligando apenas quando integralmente respeitadas suas próprias conveniências. Sonhei que seus dirigentes, ao longo do tempo, haviam sido fiéis cumpridores dos seus deveres, e por isso mesmo, detentores de autoridade afetiva, principalmente moral. Sonhei que os exercícios desta autoridade fizeram valer os direitos dos associados, massa gigante constituída por mais de 6 mil especialistas. Sonhei que a referida Sociedade era tão importante quanto São Paulo é.
Sonhei também que este peso específico influenciava positivamente a Febrasgo, sem que disso nascesse qualquer disputa ou protecionismo regional. Sonhei que o óbvio tornara-se rotina não contestada, ou seja, a Universidade desempenhava parte de seu papel através dessa Sociedade. Sonhei que todos se irmanavam pelo bem comum e que as lideranças, além de bastante representativas, nada tinham de demagógicas. Sonhei que não havia politiquice eleitoreira, nem democratite imobilizante.
Sonhei que a marginalia havia sido escanteada e que, do desprestígio, viera o realinhamento, com mútuo benefício. Sonhei que tudo começara com a criação da Sogesp em abril de 1989, na sessão inaugural do 3º Simpósio Nacional de Hipertensão Arterial na Gravidez e 1º Simpósio Nacional de Terapêutica do Câncer Ginecológico.
Ajudem-nos a tornar este sonho realidade.
(*) Editorial assinado por Marcelo Zugaib antes da oficialização da Sogesp. Extraído da Revista Sogesp, nov-dez de 2009, número 85.
CapĂtulo 2
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Anos de amadurecimento
Capítulo 2
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Salim Wehba, Edmund Baracat, Carlos Nicola Abbamonte e Sérgio Pereira da Cunha na III Jornada, no Guarujá, em 1995
Anos de amadurecimento
29
A
o terminar o seu mandato de dois anos à frente ao DGO, convertido posteriormente e legalmente em Sogesp, era esperado que o dr. Marcelo Zugaib se dispusesse a novamente enca-
beçar a chapa daquela que seria de fato a primeira eleição da Sociedade. Para espanto de alguns, ele recusou. Considerava que já havia dado sua cota de contribuição. “Hoje fica fácil entender que
eu entrei no DGO da Associação Paulista de Medicina (APM) com uma missão, não para iniciar uma
carreira associativa. E a conjuntura acabou ajudando”, afirma Zugaib, ao lembrar de sua única experiência como membro da executiva de uma entidade de classe.
Capítulo 2
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Como preparação para sair de cena e voltar a abraçar exclusivamente a sua vida acadêmica, o
então presidente ajudou a montar uma lista de candidatos que seria submetida à votação dos associados, marcada para 27 de dezembro de 1989. O prazo para inscrição das chapas foi encerrado
em 20 de novembro, sendo os sócios do antigo DGO convocados por nota publicada na edição de agosto-setembro do antigo boletim oficial do Departamento.
Apenas uma chapa foi inscrita, assim constituída: Salim Wehba (presidente), Sérgio Pereira da
Cunha (vice-presidente), Edmund Chada Baracat (primeiro-secretário), Donaldo Cerci da Cunha (segundo-secretário), Edson Possebom da Silva (tesoureiro) e Álvaro da Cunha Bastos (coordenador científico). E foi esse o grupo escolhido para guiar a Sogesp e seus membros naquele momento ainda pueril. Receberam 421 votos, sendo 21 de profissionais da capital paulista e o restante vindo do interior
do Estado, por correspondência. O processo foi supervisionado pelo professor Wilmon de Freitas1, como presidente da mesa, e pelo médico Luiz Henrique Gebrim, como secretário, ambos da Unifesp.
Contudo, antes de passar o bastão para a nova diretoria, o grupo anterior ainda teve tempo
de firmar dois importantes convênios: com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia
e Obstetrícia (Febrasgo) e com a APM. A partir deles ficou acertado que todos os sócios do antigo DGO passariam automaticamente a integrar o quadro da Sogesp e que a nova sociedade continuaria a ser o departamento científico de ginecologia e obstetrícia da APM. E assim, detentora da almejada autonomia jurídica, a Sogesp se credenciou como única representante dos tocoginecologistas paulistas, dando os primeiros passos rumo ao amadurecimento.
À frente da nova diretoria, caberia ao dr. Salim Wehba preparar os alicerces da sólida so-
ciedade que com ele estava emergindo. Àquela altura, já tinha 54 anos e há quase trinta havia se formado na Escola Paulista de Medicina. Mas sua carreira foi construída quase que completamente nas dependências da Santa Casa de São Paulo, entidade que o acolheu pouco tempo
depois de sua graduação. Ali, na secular casa, ganharia respeito de seu pares e, entre outras ações, seria o fundador do Setor de Ginecologia Endócrina e Climatério.
“Salim era um nome natural para suceder a Zugaib. Há muito tempo já vinha trabalhando pela
Sociedade. Além disso, era uma pessoa amável, amiga, leal, um paizão para todo mundo. Era de fato uma pessoa especial”, pondera Edmund Chada Baracat, médico que atuou com secretário-geral naquela gestão, que conduziria a Sogesp pelos próximos dois anos, até o fim de 1991.
Nascido em Duartina, cidade localizada na região central do Estado de São Paulo, próximo a
Bauru, Wehba se dedicaria a uma intensa vida associativa. Além de ajudar a Sogesp, participou de diversas entidades médicas tanto do Brasil quanto do exterior. “Ele emprestou sua inteligência e dina-
mismo como dirigente de inúmeras instituições, entre as quais estavam, além da Sogesp, a Febrasgo,
1. Natural de Passos (MG) e graduado pela Escola Paulista de Medicina, em 1975, o Dr. Wilmon de Freitas faleceu em 22 de junho de 2010, depois de uma batalha contra o câncer.
Anos de amadurecimento
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O dr. Edmund Chada Baracat exerceu o papel de primeiro-secretĂĄrio na gestĂŁo do dr. Salim Wehba
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Geraldo Rodrigues de Lima e Salim Wehba: mestres de uma geração de tocoginecologistas
a Sobrac2, a SBRH3 e a Sobrage4. Foi um homem à frente do seu tempo e fez uma legião de seguidores
e discípulos”, destacou o dr. César Eduardo Fernandes no artigo “A perda de um verdadeiro mestre”, publicado no Jornal da Sogesp, por ocasião da morte do colega, em 15 de julho de 20015.
Na mesma publicação, outro parceiro, Nilson Roberto de Melo, destacou o caráter batalhador de
Salim Wehba e de sua sede de saber e de ensinar. Chegou inclusive a viajar para a Inglaterra, quando já
tinha família constituída, apenas para estudar e se atualizar. “Como é típico dos grandes homens da Medi-
cina, o professor Salim trouxe para nosso País todo o conhecimento aprendido no exterior, com o intuito de passar esse aprimoramento a seus pares, formando novos profissionais nessa importante área de Ginecologia e criando uma das maiores escolas de Ginecologia Endócrina do Brasil”, escreveu Dr. Nilson6.
Como presidente da Sogesp, uma das primeiras iniciativas do médico de ascendência libanesa
(assim como seu antecessor, Zugaib) foi alugar um imóvel para servir de sede da entidade. Acabou encontrando um acanhado sobrado localizado no número 153 da Rua Doutor Álvaro de Menezes, na
região do Jardim Paulista. Aquele modesto imóvel seria a casa dos tocoginecologistas paulistas na
aurora dos anos 1990, onde ficaria por alguns anos, até passar para a Rua dos Bombeiros, na região da Avenida Paulista. O pequeno feito significou, na verdade, uma grande conquista para a Sociedade, que, de uma vez por todas, cortava o cordão umbilical que ainda a fazia dependente da APM.
2. A Associação Brasileira de Climatério (Sobrac) foi fundada em 1986 com a colaboração de Salim Wehba, que veio a presidi-la. 3. A Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), fundada em 1947, teve Salim Wehba como presidente no biênio 1993-1994. 4. Sociedade Brasileira de Ginecologia Endócrina (Sobrage), fundada em 1993, tal qual a Sobrac, surgiu com o apoio de Wehba, que foi um dos seus presidentes. 5. JORNAL DA SOGESP. Agosto de 2001, n. 29, p. 5. 6. O Dr. Nilson, ao lado dos Drs. Salim e César Fernandes, fundaria o Instituto de Saúde e Bem-Estar da Mulher (Isbem), em 1994.
Anos de amadurecimento
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Da esquerda para a direita: Luiz Chaguri, Newton Eduardo Busso, Edmund Baracat e Sérgio Pereira da Cunha, durante a III Jornada, de 1995
As jornadas do Guarujá Outra marca da gestão Salim foi a promoção da primeira Jornada Paulista de Obstetrícia e Gine-
cologia da Sogesp, realizada entre 27 e 30 de novembro de 1991 no Hotel Casa Grande, na cidade do Guarujá. Paralelamente ao evento principal, ocorreu ainda o 1º Fórum de Debate dos Residentes de Obstetrícia e Ginecologia do Estado.
Assim, aquela diretoria dava continuidade ao modelo de evento científico que teve início ainda
no DGO, em 1985, e que era bastante apreciado. Como outrora, optou-se pela realização a cada dois anos, uma vez que a concretização da jornada dependia de altos recursos, os quais a jovem entidade ainda não estava preparada para bancar. No entanto, diferente dos eventos do Centro de Conven-
ções Rebouças, voltados estritamente para o debate acadêmico, formulou-se uma receita em que ao conhecimento fossem ofertadas a possibilidade de lazer e a integração da família.
Foi a partir deste objetivo que se buscou um lugar para abrigar o evento, que seria, já nestes
primeiros tempos, o principal cartão de visitas da Sogesp. A escolha recaiu sobre o charmoso Hotel Casa Grande, no Guarujá. Fundado em 1973, o estabelecimento estava localizado a cerca de 70
Em pĂŠ, da esquerda para a direita: Jurandyr Moreira de Andrade, Luiz Alberto Ferriani, Edmund Baracat, Carlos Alberto Durante e Jarbas MagalhĂŁes; sentados, Francis de Assis Moraes Gomes (de bigode) e Antonio Luiz Chaguri
Anos de amadurecimento
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O presidente Edmund Baracat fala à plateia do Hotel Casa Grande, acompanhado pelos professores Bussamara Neme (à direita) e José Aristodemo Pinotti e Sérgio Pereira da Cunha
quilômetros da capital, em uma cidade que ainda é um dos principais destinos turísticos do Estado.
Ali, na Praia da Enseada, sua construção em estilo colonial cercada de palmeiras se destaca por sua beleza, intensificada pela cor esmeralda daquele pedaço do Atlântico. Tudo isso aliado à excelente
estrutura, que incluía um centro de convenções, fazia do Hotel Casa Grande um lugar ideal para receber bem os participantes da Jornada.
Por tudo isso, ainda é comum àqueles que participaram dos eventos no Guarujá lembrar com
certo saudosismo dos velhos tempos de ciência, lazer e confraternização. Um deles é o professor Edmund Chada Baracat, que acompanha a história da Sogesp desde os seus primeiros momentos
e foi um habitué da Jornada do Casa Grande. “Eu sinto saudades! Ficava todo mundo em um hotel, que, praticamente, era fechado para o evento da Sogesp. Então íamos com a família e tínhamos momentos científicos e de lazer. Eram tempos bons, tempos saudosos”, enfatiza o médico, que viria a ser o quarto presidente da entidade.
Ele próprio daria sua contribuição ao evento, ao criar um jantar no antigo Restaurante Aveli-
nos, na Praia do Perequê, que acabaria se tornando uma tradição. Inicialmente, a ideia era reunir apenas os professores, entretanto a entidade acabou por realizar um jantar para todos os congres-
sistas. “O Avelinos montou uma estrutura que chegou a receber 800 pessoas. Era um jantar para todos os congressistas, sem ônus nenhum, totalmente gratuito”, lembra o atual professor titular da disciplina de Ginecologia da FMUSP e Unifesp.
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Anos de amadurecimento
ReuniĂŁo com os representantes credenciados durante a III Jornada Paulista de Ginecologia e ObstetrĂcia, em 1995
Capítulo 2
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A preocupação em levar formação para os sócios de todo o Estado tem sido uma das marcas da Sogesp
Hora de descentralizar A experiência de Baracat também seria aproveitada na próxima diretoria, comandada pelo
médico Sérgio Pereira da Cunha, de Ribeirão Preto. Ele sucederia ao dr. Salim Wehba no biênio
1991-1993 e, ao dr. Baracat foi entregue o cargo de secretário-geral. Agora caberiam àqueles homens consolidar a estrutura sobre a qual seria construída a Sogesp e dar à entidade muito da fisionomia que tem atualmente.
Até ali, conforme lembra o próprio Sérgio Pereira da Cunha, couberam aos doutores Zugaib e
Salim a responsabilidade pela instalação física e burocrática da Sociedade. Restava-lhe o desafio de conseguir ampliar o número de sócios da Sogesp, que, na época, eram apenas 1 mil, e reforçar sua
presença no interior. Ele já havia diagnosticado o problema e conhecia a solução: era preciso levar a entidade aos seus associados, que se encontravam distante da capital, como ele próprio, que nas-
cera e trabalhava em Ribeirão Preto. A partir destas necessidades, idealizou-se a figura do delegado, que representaria a instituição em diversas cidades do Estado e, em um segundo momento, a criação de regionais, seguindo o exemplo da Associação Paulista de Medicina.
Pensado o projeto, era necessário encontrar alguém com o perfil para implementá-lo. Nesta
altura dos acontecimentos surge a figura do dr. Jarbas Magalhães, de Mogi Mirim. Ele era amigo
do médico Edmund Chada Baracat, que havia sido seu calouro nos tempos da Escola Paulista de Medicina, tendo inclusive trabalhado com o tio do então secretário-geral da Sogesp, o também tocoginecologista Fausto Baracat.
sos profissionais. Por sua vez, Baracat não desistiu, por conhecer o perfil de liderança característico do mojimirinense e dos vínculos que ele tinha com o interior. Pareceu-lhe o profissional certo para dar cabo daquela missão. E assim, diante daquela investida, Jarbas acabou se convencendo de que
poderia colaborar. “O professor Sérgio queria expandir a Sogesp. Então ele e o Baracat me pediram
um projeto de como a gente poderia fazer para atingir o interior. Foi daí que criamos os delegados”,
destaca Jarbas, lembrando de como se deu os primeiros passos dentro da Sogesp. “A concepção foi dos doutores Sérgio e Edmund. Eu fui o executivo”, faz questão de ressaltar o médico, graduado
pela EPM em 1975 e com residência no Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), sob a chefia do professor Geraldo Rodrigues de Lima7.
O primeiro trabalho do dr. Jarbas foi mapear as regionais da APM no Estado, ciente de que
em cada uma delas havia um ginecologista ou obstetra responsável por essa área. Em poder des-
tas informações, deu-se início a uma segunda fase, quando estes profissionais foram convidados para serem delegados da Sogesp em sua respectiva cidade de atuação. Com este modelo, a en-
tidade crescia e já com uma pequena rede de representantes, o dr. Sérgio se viu obrigado a criar um novo personagem na hierarquia administrativa da entidade, o coordenador dos delegados, pessoa que seria o elo entre eles e a Associação. Mais uma vez, a Jarbas foi dado o privilégio de
ser o primeiro a ocupar aquela função. “A gente fazia reuniões semestrais e, naturalmente, a ma-
lha da Sogesp aumentou muito porque começamos a levar educação continuada para as médias e pequenas cidades”, revela o médico.
Cada delegado foi imbuído da tarefa de levar o nome da Associação para territórios até então
pouco explorados. Tinham uma missão ainda mais clara, que era a de convencer os tocoginecolo-
gistas daquelas localidades de que era interessante e vantajoso estar filiado à Sogesp. E a recepção àquele modelo foi muito promissora, principalmente pelo interesse que despertaram os eventos voltados para educação continuada patrocinados pela entidade, que começaram a acontecer prin-
cipalmente nos pequenos municípios. E os profissionais dali, que até então tinham de se deslocar uma ou duas vezes para os grandes centros para se atualizarem, passaram a ter acesso a pequenos eventos em que marcavam presença reconhecidos nomes da especialidade em São Paulo.
Ainda era um tempo anterior às jornadas regionais, que atualmente fazem grande sucesso e
atraem grande número de profissionais. Naquela primeira metade da década de 1990, os encontros eram bem modestos, reunindo entre 15 e 20 médicos e com dois ou três conferencistas. Geralmente, ocorriam na sexta-feira à noite ou sábado de manhã em um restaurante ou na Casa do Médico, instituição comum em algumas localidades. Assim o processo foi crescendo, como a massa de sócios da Sogesp. E os mil associados do início da gestão do dr. Sérgio passariam a 4.810 (sendo 3.224 quites) ao final da gestão do professor Baracat, em um período de apenas seis anos.
7. Nascido em Casa Branca (SP) e formado pela EPM, em 1952, o professor Geraldo Rodrigues de Lima embarcou para a Inglaterra, onde ficou entre 1962 e 1963, se dedicando à Endocrinologia da Reprodução. No seu retorno ao Brasil, acabou ingressando no Hospital do Servidor Público, onde colocou em prática com que aprendeu como os especialistas ingleses Peter Bischop e Gerald Swyer.
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Anos de amadurecimento
Ao ser procurado pelo amigo, Jarbas resistiu em um primeiro momento, devido a compromis-
Capítulo 2
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As primeiras regionais Foi esse maior afluxo de membros que permitiu a criação daquela que seria a primeira regional da Sogesp, em Ribeirão Preto. “A ideia veio para ampliar as fronteiras da Sogesp e atuar no interior, que estava esquecido”, destaca o dr. Sérgio, que, além de nascer naquela importante cidade da região Nordeste do Estado, se formou na Faculdade de Medicina da USP local, em 1974, onde também fez sua residência. Quanto à regional ribeirão-pretana, só foi viável graças ao relevante apoio do diretor clínico da Maternidade Sinhá Junqueira, Luiz Alberto Ferriani, que acabou fazendo com que a nova ramificação da Sogesp funcionasse dentro daquela instituição de saúde. Dessa forma, foi natural que Ferriani fosse alçado à condição de primeiro presidente daquela regional. Acabaria permanecendo no cargo por outras duas gestões, passando o bastão, em 1997, para o colega Jurandyr Moreira de Andrade. Mais uma vez, a Sociedade dava um importante passo em direção ao seu futuro. O processo de descentralização que se iniciava naquele ano de 1992 se revelaria acertado, sendo que este se aprofundaria nas gestões seguintes. Com ele, finalmente a Sogesp se aproximava em definitivo de seus sócios do interior, fazendo com que a entidade ganhasse em visibilidade, representatividade e respeito. E assim, o médico Sérgio Pereira da Cunha entregaria o comando ao dr. Edmund Chada Baracat, que presidiria a Sogesp a partir do fim de 1993 até 1997. Além do próprio ribeirão-pretano, agora na condição de primeiro-vice-presidente, a diretoria era formada ainda por Marilza Vieira Cunha Rudge (segundo-vice-presidente), José Júlio de Azevedo Tedesco (secretário-geral), Sang Choon Cha (primeiro-secretário), Reny Volpato Bertazzo (segundo-secretário), Renato Martins Santana (tesoureiro) e Luiz Alberto Ferriani (primeiro-tesoureiro). Natural de Tupã, Edmund Baracat havia se graduado em 1976 na Escola Paulista de Medicina, e feito residência no HSPE, entre 1977 e 1980. Também bebeu da fonte do médico Geraldo Rodrigues de Lima, que o ajudou na preparação para vir a ser professor titular da EPM, fato consumado em 1993. Também de ascendência libanesa, Baracat vem acompanhando a história da Sociedade desde os tempos do antigo Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da APM. Ainda durante a presidência do dr. José Mendes Aldrighi (que antecedeu Marcelo Zugaib), aceitou colaborar na produção do extinto boletim informativo do DGO. Nesta condição, se uniria ao grupo liderado por Zugaib, que conduziria à emancipação do departamento e ao surgimento da Sogesp. Da Rua dos Bombeiros, número 40, na região próxima à Avenida Paulista, a diretoria capitaneada por Baracat fez uma importante alteração estatutária, que permitiu o prolongamento do mandato por quatro anos (sem direito à reeleição); e não dois como fora nas primeiras administrações, também sem direito à continuidade. “Entendeu-se que dois anos era um tempo curto para implementar projetos. No entanto, mudaram-se novamente os estatutos na gestão seguinte (do dr. Nilson Roberto de Melo) para o período de um biênio, porém desta vez com direito à reeleição”, explicou o Dr. Edmund Baracat. É dessa gestão a abertura de uma nova e importante regional: a de Campinas. O ano era 1994. Mais uma vez, Baracat procurou por Jarbas para que o amigo fosse o presidente daquela unidade. Desta vez, a recusa do amigo foi definitiva. “Eu falei que não queria, pois Campinas tinha duas
Anos de amadurecimento
41
Paulo Giraldo: o primeiro presidente da Regional Campinas, exercendo o posto entre 1994 e 1996
faculdades de Medicina e eu não estava ligada a nenhuma. Dessa forma, não ficava bem eu, de
Mogi Mirim, ser o presidente daquela regional”, justificou. No entanto, não faltavam bons nomes
a assumir o posto. Os principais eram os doutores Paulo César Giraldo e José Antônio Simões. Coube ao primeiro, então diretor do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Sociedade
de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC), o privilégio daquela presidência. Na sua diretoria (estabelecida entre 1994 e 1996), tinha ainda a companhia do próprio Jarbas Magalhães, como
secretário, Simões, como tesoureiro, e Sueli Chaves, como secretária. A condição de diretor da
SMCC permitiu que Giraldo conseguisse um espaço nas dependências desta entidade, localizada no centro da cidade, para que funcionasse como sede provisória da regional.
Giraldo estava convencido da força que aquela região detinha e trabalhou desde o primeiro
momento para alavancar o número de sócios na sua área de atuação. Com ele, já em 1994, a unidade começou a oferecer um curso preparatório para os interessados em realizar o Exame de Suficiência para obtenção do Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia (Tego). Para tanto,
entrou em contato com o médico Mucio Diniz Pontes, que pioneiramente já oferecia este recurso
na capital paulista. “O curso do dr. Mucio não tinha nenhum vínculo com a Sogesp. Assim, acabei convidando-o para fazer o mesmo em Campinas por intermédio de nossa regional”, afirma Giraldo.
Capítulo 2
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No formato campineiro, as aulas tinham início em março e seguiam até agosto, somente às
sextas-feiras, à noite, e sábado de manhã. Os resultados foram sempre animadores, mantendo nos
primeiros anos uma taxa de aprovação de 70%, contra uma média de 40% em âmbito nacional. “A ideia deu tão certo que o dr. Baracat também começou a fazer em São Paulo também, algo que durou vários anos”, destaca Giraldo.
Na diretoria seguinte (1997-1998), que teve Simões como presidente, uma importante conquis-
ta foi uma sede independente. Em abril de 1998, conseguiu-se alugar um imóvel na Rua Visconde
de Taunay, 420, no Jardim Guanabara, onde até hoje a unidade se encontra. Era o início de uma vida nova. Até então, as reuniões aconteciam ou na SMCC ou no auditório da Unicamp e, mais raramente, no auditório da PUC. O grupo de Campinas foi o primeiro a conseguir esse feito e serviu de modelo para as aspirações das demais regionais.
E assim, também ancorado nos seus eventos próprios, a Sogesp campineira crescia a olhos vistos.
Era uma fase de muita efervescência e a Ginecologia e Obstetrícia tomavam dimensões da importância da oferta de educação continuada. Além disso, favorecia-lhe o fato de estar localizada em uma
importante região metropolitana, com duas das principais escolas de Medicina do Estado. Navegando com vento a favor e conduzida por bons capitães, Campinas foi se tornando cada vez robusta e os
441 sócios do ano de sua criação aumentaram exponencialmente. Logo passaram de 1 mil, o que fez daquela regional a maior entre todas as demais da associação, posto que ainda mantém.
Também é da gestão de Baracat a criação da Regional de São José do Rio Preto, que foi fundada
em 21 de fevereiro de 1997, funcionando dentro da Sociedade de Medicina e Cirurgia local. Quanto
à primeira diretoria (biênio 1997-1998), teve como presidente a médica Reny Volpato Bertazzo, além dos doutores Alfeu Accorsi (tesoureiro), Osny Renato Martins Luz (secretário) e Antonio Hélio Oliani
(coordenador científico). A opção por esta unidade foi mais que acertada, devido ao potencial da região. Desde 1993, ali já vinha se realizando uma jornada, que se tornava cada vez mais sólida por
atrair um elevado número de participantes. Dessa forma, somando à regional da Grande São Paulo (que funcionava dentro da sede estadual) já eram quatro os núcleos da Sogesp espalhados por distintos pontos do Estado. Já dava para perceber a presença da entidade muito além da capital.
Se as regionais se desenvolviam, a Sogesp crescia junto e servia de espelho para outras so-
ciedades médicas de São Paulo e de outros Estados, que copiavam o modelo de administração
e descentralização. Mas era hora de intensificar esse processo, assim como o momento de Bara-
cat entregar a outro o bastão8. E, diferente dos exemplos anteriores, o novo líder não sairia das entranhas da diretoria que se encerrava. Vinha de fora, embora já fosse um parceiro e conhecido da Sociedade. Tratava-se do dr. Nilson Roberto de Melo, a quem caberia preparar a Sogesp para entrar em grande estilo no século XXI.
8. O Dr. Edmund Chada Baracat assumiria em seguida a presidência da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) por dois mandatos consecutivos: 1997-2001 e 2001-2005.
1. Nelson Gonçalves
12. Geraldo Rodrigues de Lima
2. José Luiz Rebello
13. Teresinha de Jesus Alves
3. Álvaro da Cunha Bastos
14. Angela Maggio da Fonseca
4. Marcelo Zugaib
15. Domingos Auricchio Petti
5. Roberto Hegg
16. Valdemar Mitsunori Inamoto
6. Luiz Henrique Gebrim
17. David Alperovitch
7. Sônia Maria Rolim Rosa Lima
18. Suely Karaguelian Alperovitch
8. Sandra Severino Matos
19. Edmund Chada Baracat
9. Silvio José Riso Alcântara
20. Newton Eduardo Busso
10. Nilson Donadio
21. Salim Wehba
11. Vilmon de Freitas (*) Ordem segundo documento original
Em 1994, aconteceu o 1º Curso Preparatório para o Tego, promovido pela Sogesp Campinas
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Anos de amadurecimento
Lista de eleitores da capital, na votação de 27 de dezembro de 1989*
CapĂtulo 2 44
Anos de amadurecimento
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O mestre de cerimônia Waldemar Kogos é seguido (a partir da esquerda) por Luiz Ferriani, Coríntio Mariani Neto, José Eduardo Nestarez, Edmund Baracat e Sérgio Pereira da Cunha (último), durante I Jornada do Vale do Paraíba, em 1994
O Dr. César Eduardo Fernandes em aula na III Jornada, em 1995
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O jantar no restaurante Avelino’s se tornou uma tradição durante as jornadas no Guarujá
47
O dr. Marcelo Zugaib recebe homenagem do presidente Nilson Roberto de Melo durante o VI Congresso Paulista de ObstetrĂcia e Ginecologia da Sogesp, em novembro de 2000, no ITM
Capítulo 3
49
Anos de transição
Capítulo 3
50
E
m novembro de 1997 tomou posse o quinto presidente da história da Sogesp: dr. Nilson
Roberto de Melo. Além dele, muita gente nova
estreia na diretoria executiva, embora alguns já transitassem em torno da Sociedade, principalmente atuando nas regionais. Era o caso do se-
gundo-vice-presidente Jarbas Magalhães; do
secretário-geral Krikor Boyaciyan; do primeiro e segundo-secretário, respectivamente, Rosiane Mattar e Paulo Cesar Giraldo; do tesoureiro
Roberto Junqueira Torquato; e do primeiro e
segundo-tesoureiros, Carlos Nicola Abbamon-
te e José Carlos Peraçoli, respectivamente Ao time se juntaram ainda os experientes Sérgio Pereira da Cunha (diretor científico) e Luiz Alberto Ferriani (primeiro-vice-presidente).
Assim, com o grupo definido, dr. Nilson
preparava-se para encarar os desafios que
os novos tempos impunham a uma entidade médica. Chegara até ali graças aos 1.410 sócios que se dispuseram a votar na chapa única por ele encabeçada, quase 40% do total que
podia exercer esse direito. Não queria decep-
cioná-los. Para isso, preparou uma pauta de cinco metas que incluíam: incentivo à criação
de novas regionais; ampliação dos cursos de educação continuada; aumento do número de
sócios; atuação na defesa profissional; compra de um imóvel para servir de sede para a So-
gesp. Falharia apenas nesta última. Em compensação teve fibra para promover um significativo reordenamento administrativo, elaborando e aprovando novos estatutos para a entidade.
Uma das mudanças foi a redução do tempo de gestão de quatro para dois anos, com direito
à reeleição. Outra foi a determinação de eleição direta dos representantes credenciados (como passaram a ser denominados os antigos delegados), que até então eram indicados. As novidades foram apresentadas durante o I Encontro da Diretoria, Regionais e Representantes Credenciados
da Sogesp, que aconteceu no segundo semestre de 1998, no Hotel Vacance, em Águas de Lindoia. A reunião tornou-se um marco pelo seu formato exclusivo. Ali, os participantes tinham como tarefas estabelecer metas, planos e prazos, além de elaborar um calendário de atividades. Tudo para auxiliar no crescimento da Sociedade.
Anos de transiçã0
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O presidente Nilson Roberto de Melo comanda reunião da diretoria na sede da Rua dos Bombeiros
As novidades também chegaram as regionais, que receberam autorização para procurar imóveis para se instalarem de maneira autônoma. Até então, com exceção da unidade de Campinas, todas as demais ainda se encontravam alocadas em espaços generosamente cedidos por universidades ou pela própria APM. Também se começou a trabalhar na criação das novas regionais. Seriam pelo menos duas no biênio 1997-1999 e três entre 1999 e 2001. A primeira desta fase foi a do Grande ABC, inaugurada em abril de 1998 e que passou a funcionar provisoriamente dentro da sede da própria Sogesp. Pouco tempo depois, fez festa ao se mudar para a rua Jurubatuba, 845, em São Bernardo. O evento foi prestigiado por cerca de 90 pessoas. Entre eles, os integrantes da primeira diretoria, que tinha Luiz Carlos João (presidente), Regina Maura Grespan (tesoureira) e Cristina Aparecida de Falbo Guazelli (coordenadora de eventos), além dos representantes credenciados Noemi Zanetti Amancio (Santo André) e Everaldo Porto Cunha (São Bernardo).
Capítulo 3
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Prédio que abriga, desde 1998, a sede da Regional Campinas
Anos de transiçã0
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Sob as bênçãos de um padre, membros da regional e da diretoria estadual prestigiam a inauguração da sede campineira
Posteriormente, foi a vez do Vale do Paraíba instalar a sua regional. A proposta surgiu a partir
de um evento realizado em São José dos Campos em 1998, para o qual foi convidado como palestrante o então presidente da Sogesp, dr. Nilson. Quem idealizou o encontro foram os médicos Lauro Mascarenhas Pinto e Sérgio dos Passos Ramos, que não se atentaram ao fato de ter jogo amistoso da
Seleção Brasileira, que estava em fase de preparação para a Copa do Mundo. O adversário da vez era a Argentina, em pleno Maracanã. Portanto, havia o receio de que pouquíssimos interessados se dispu-
sessem a ir até o hotel Novotel, onde aconteceria a aula. No entanto, para surpresa geral, a sala ficou lotada, recebendo naquele dia 104 médicos e residentes. Essa era uma prova mais que convincente
do potencial da região. Naquele mesmo ano seria inaugurado ali um braço Sogesp e, já em agosto, promovida uma Jornada Sogesp de Ginecologia do Vale do Paraíba, em Campos do Jordão.
Provisoriamente, a Regional do Vale do Paraíba, que teve como primeiro presidente José Eduardo
Nestarez, estava localizada na Rua Teopompo de Vasconcelos, 147, em São José dos Campos. A diretoria seguinte, empossada para o biênio 1999-2001, foi composta por Corintio Mariani Neto (presidente),
Lauro Mascarenhas Pinto (secretário), Orlando Freire de Faria Júnior (tesoureiro) e Gregório Lorenzo Acá-
cio (diretor de eventos). Neste período, foi alugado um imóvel na Rua Conselheiro Moreira de Barros, 159, conjunto 48, em Taubaté, que tempos depois foi substituído por outro espaço na Rua Engenheiro Fernando de Mattos, 134, também em Taubaté, cuja inauguração se deu em 12 de dezembro de 2001.
Capítulo 3
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Da esquerda para a direita: Luiz Carlos Zeferino, Aarão Mendes Pinto Neto, Nilson Roberto de Melo, não identificado, José Antonio Simões, Bussamara Neme, Edmund Chada Baracat, não identificado, não identificado e Jorge Carlos Machado Curi, durante congresso de Campinas e Região, no hotel The Royal Palm Plaza
Enquanto a regional do Vale do Paraíba apenas engatinhava, a de Campinas, nascida apenas
quatro anos antes, se destacava entre suas similares. Ainda no final de 1998, os campineiros bateram
à porta da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) solicitando que a cidade também fosse um dos locais de realização do Tego, como Ribeirão Preto já era desde
1995, além da Capital. O pedido foi aceito e, a partir de 1999, os médicos da região não precisavam mais se deslocar até a cidade de São Paulo para se submeter à prova.
Anos de transiçã0
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Novo modelo de regionalização Em 6 de fevereiro de 1999, uma proposta foi apresentada em uma reunião da diretoria da So-
gesp, no Hotel Panamericano, na capital. Tratava-se de um novo modelo de divisão e reordenamento
das futuras regionais. Até então, seguia-se o padrão herdado da APM, que já se mostrava inade-
quado às necessidades da Sociedade. O então secretário-geral, dr. Krikor Boyaciyan, defendeu um critério que aproveitasse o agrupamento conforme as Regiões Administrativas (RAs) do Estado, que, àquela altura, eram em número de 15.
Capítulo 3
56
Assim, ficaria fácil antever quais seriam as próximas unidades, a partir do desenvolvimento de
cada região previamente mapeada e identificada. Para tal bastava que cada uma delas atingisse o
número de 200 sócios para que ganhasse o direito de ser implementado ali um novo braço da So-
gesp. Os cerca de 80 participantes da reunião do Panamericano gostaram da ideia e a aprovaram. Naquele momento, já estavam em funcionamento cinco regionais (Ribeirão Preto, Campinas, São
José do Rio Preto, Grande ABC e Vale do Paraíba). Com a nova dinâmica, era fácil antever quais se-
riam as próximas: Presidente Prudente, Baixada Santista (então subordinada à São Paulo) e Sorocaba
-Botucatu-Vale do Ribeira (subordinada à Campinas). Evidentemente, tudo isso significava aumento
nos custos da entidade, ainda mais em um tempo em que as anuidades tinham peso significativo nas finanças da Associação e os diversos eventos realizados não eram, necessariamente, lucrativos.
Paralelamente, a Sogesp ainda investiu no processo de comunicação com suas regionais e as-
sociados. É desta gestão a informatização da secretaria da entidade e de todas as unidades e também a criação da página na Internet. Outra medida foi a transformação do então Boletim da Sogesp em Jornal da Sogesp1. Até aquele momento, o veículo oficial da Associação era muito similar ao seu
predecessor, o Boletim do DGO. Lançado em setembro de 1998, o jornal foi acompanhado de per-
to pelo médico Sérgio Mancini Nicolau, então membro da Comissão Editorial, composto pelos drs. Eduardo de Souza, Francis de Assis Moraes Gomes, Joel Pereira de Moura Júnior, Sophie Françoise Mauricette Derchain e José Antonio Marques.
Sérgio Nicolau, graduado em Medicina em 1980 pela Universidade Federal de São Paulo (Uni-
fesp), se tornaria o coordenador da comissão a convite do dr. Nilson Roberto de Melo, após ter sido indicado para compor aquele grupo pelo médico Edmund Chada Baracat. Já a edição de todo o material ficava por conta do jornalista Reinaldo Mestrinel, que assumiu essa função apenas a partir da edição número 3.
A publicação seria usada, inclusive, para a convocação dos sócios a eleição da diretoria que co-
mandaria a entidade no biênio 1999-2001. Mais uma vez, a única chapa a concorrer seria a “União,
Participação e Ética”, encabeçada pelo então presidente, mas com algumas mudanças com relação à
diretoria anterior. Saía da executiva o médico Luiz Alberto Ferriani (então 1º presidente). Ele deu lugar ao colega Sérgio Pereira da Cunha, que, até aquele momento, era o diretor científico; Paulo Cesar Giraldo
(então 2º secretário, que se encontrava nos Estados Unidos devido ao seu pós-doutorado) deu lugar ao dr. Wagner de Matos Rezende; e José Carlos Peraçoli (então 2º tesoureiro) foi substituído pela médica Iracema de Mattos Paranhos Calderon. Já o cargo de diretor científico ficou com o dr. Soubhi Kahalle,
que já fazia parte do Conselho Científico. O médico Krikor Boyaciyan, então secretário-geral, passou a ser tesoureiro, no lugar do dr. Roberto Junqueira Torquato e, para o cargo de secretário-geral, foi escolhido o médico Sérgio Roucourt. Durante o processo, pela primeira vez, também poderiam escolher
os representantes credenciados. Na contagem final, dos 4.577 sócios com direito a voto, 2.159 (47%) escolheram a chapa apresentada, sendo a posse marcada para ocorrer durante o V Congresso.
1. Ao final da primeira gestão do dr. Nilson (1997-1999), o Jornal da Sogesp contava com uma tiragem de 5 mil exemplares.
Anos de transiçã0
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Corredores lotados no centro de exposição do Casa Grande Hotel, no Guarujá, durante o V Congresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia da Sogesp, em dezembro de 1999
Adeus, Guarujá! Para encerrar 1999 com chave de ouro, foi preparado o V Congresso Paulista de Obstetrícia e
Ginecologia da Sogesp (como a antiga jornada passou a ser chamada), que aconteceu de 8 a 11 de
dezembro. O evento marcaria a despedida do Guarujá. Como uma espécie de punição por tamanha ousadia, choveu diuturnamente durante os quatro dias de evento na cidade praiana, que normalmente estava acostumada a receber os participantes com dias firmes e ensolarados.
Ao todo, o centro de exposição do hotel Casa Grande recebeu 1,2 mil tocoginecologistas.
Um deles foi o dr. José Aristodemo Pinotti, responsável pela conferência inaugural, e Manuel Neves-e-Castro, presidente da Sociedade Portuguesa de Menopausa e membro da executiva da
Sociedade Internacional de Menopausa. Outros foram os 58 novos representantes credenciados
que, assim como a nova diretoria, tomaram posse ali. Além do aspecto científico, dois dos problemas da especialidade debatidos foram a eterna batalha contra os honorários pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e o seguro de responsabilidade civil profissional. Este último, que ficou
conhecido como seguro mal práxis, foi uma das principais lutas da Sogesp no final da década de 1990, sendo tema de diversos congressos e encontros.
Capítulo 3
58
O ITM Expo, na capital paulista, que em 2001 recebeu 49º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, abrigou, um ano antes, pela primeira vez, o Congresso da Sogesp
Painéis expostos durante o VI Congresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia, que teve como tema A Mulher do Novo Milênio
Anos de transiçã0
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O dr. Nilson (primeiro à direita) acompanha os ex-presidentes Baracat, Wehba e Zugaib, homenageados durante o VI Congresso, em 2000, no ITM
O congresso chega à capital Foi neste contexto que o encontro se despediu do hotel Casa Grande. O editorial da edição
de janeiro-fevereiro de 2000 trazia o seguinte título: “Próximo congresso da Sogesp será realizado
em São Paulo”. A transferência já tinha inclusive novo local definido: o International Trade Mart (ITM), mais conhecido como Centro Têxtil, localizado na Marginal Pinheiros. O local oferecia mais
espaço e melhor infraestrutura que o anterior e, além da perspectiva de crescimento, a entidade também levou em conta os custos para se fazer o evento no balneário, que estava se tornando
insustentável. O evento ainda era deficitário. Dessa forma, a entidade tinha de se manter apenas com o valor da anuidade paga pelos sócios, que, por sua vez, mantinha-se inalterado há três anos em R$ 100, mesmo com inflação acumulada de 30% neste período.
Outro anúncio feito naquele editorial foi a antecipação do congresso de 2001 para 2000.
O motivo para a mudança foi o fato de o 49º Congresso Brasileiro de GO, realizado pela Febrasgo e organizado pela Sogesp, já estar agendado para aquele ano, em data próxima ao
evento da sociedade paulista. “Nem nossa Sociedade, nem os obstetras e ginecologistas pau-
listas teriam fôlego para suportar dois eventos dessa envergadura na mesma época”, justificou dr. Nilson, em texto de sua autoria.
Capítulo 3
60
Os doutores César Eduardo Fernandes e Salim Wehba (a partir da direita): pupilo e mestre juntos no VI Congresso
Se a ideia era crescer, a decisão de trazer o evento para São Paulo resultou-se na mais acertada.
Já na edição de 2000, a sexta, que aconteceu de 11 a 14 de novembro, o número de participantes
saltou de 1.200 para 1.712. Para dar conta da organização daquela celebração científica, a Sogesp terceirizou este árduo trabalho, entregando-o à Carve Marketing & Promoção.
O VI Congresso foi plenamente bem-sucedido, merecendo elogios até mesmo daqueles que
foram contra a ideia de tirá-lo do Guarujá. Entraria para a história como o primeiro que não ficou no “vermelho”. Como símbolo do agradecimento aos ex-presidentes, foram preparadas homenagens
aos drs. Marcelo Zugaib, Salim Wehba e Edmund Baracat, que, com trabalho e dedicação, vieram antes pavimentando o caminho que a Sogesp havia tomado. Na parte científica, um dos destaques foi o pesquisador húngaro Andrew Czeizel, que, em sua conferência, falou sobre a suplementação vi-
tamínica na gestação. Sua pesquisa sobre ácido fólico lhe rendeu o Prêmio Internacional de Pesquisa Científica da Fundação Joseph P. Kennedy Jr., em agosto daquele mesmo ano2. E, por fim, terminada aquela missão, era hora de pensar nos próximos atos.
2. O prêmio foi instituído em 1962 e entregue ao pesquisador húngaro durante o 11º Congresso Mundial da Association for the Scientific Study of Intellectual and Developmental Disabilities, em Seattle. A distinção é oferecida a cada cinco anos aos cientistas que contribuíram de forma relevante na melhoria ou na prevenção de doenças congênitas.
Anos de transiçã0
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O pesquisador húngaro Andrew Czeizel (1o. à esquerda), falou sobre a suplementação vitamínica na gestação, durante o VI Congresso
Novas regionais – A segunda gestão do dr. Nilson O ano 2000 foi marcado pela abertura de novas regionais. A primeira inaugurada na nova
gestão do dr. Nilson foi a de Presidente Prudente-Marília-Bauru, em 18 de fevereiro de 2000 e contou com o trabalho dos doutores Edgard Guariento e Nereu Oguido, que seriam respectiva-
mente presidente e tesoureiro da primeira diretoria. A eles se juntaram José Petrônio Lourenço
(secretário) e Marco Antonio Mazzetto (diretor de eventos). Em seguida foi a vez de Santos ter a sua regional, fundada em 25 de abril daquele mesmo ano. A inauguração foi celebrada na Associação
dos Médicos de Santos (AMS), local que abrigaria a unidade. Naquele dia, cerca de 100 pessoas se reuniram ali. Entre eles, os doutores Carlos Nicola Abbamonte, então primeiro-tesoureiro da Sogesp, e Sônia Maria Ferrero, que se tornaria sua primeira presidente. Foram deles os principais
esforços para fazer com que aquele projeto se tornasse possível. A última regional seria a de Sorocaba-Botucatu-Vale do Ribeira, oficialmente inaugurada em 14 de setembro de 2001, durante o 2º Encontro de Ginecologia e Obstetrícia de Sorocaba.
Com as novas regionais, a Sogesp chegava a oito subsedes. Também crescera o número de
representantes credenciados (RCs), que, àquela altura, já era 58, marcando presença em 24 cidades,
Capítulo 3
62
além de diversas faculdades e serviços de residência. “Esse número evidencia claramente a interio-
rização da Sogesp e, com isso, temos a Sociedade mais próxima dos tocoginecologistas”, disse à época Luiz Alberto Ferriani, então coordenador dos RCs, cargo que manteve de 1999 a 20033.
Outra importante inovação decidida na gestão do dr. Nilson ainda tinha a ver com o congresso,
que a partir de 2002 passaria a ser anual, como vem sendo desde então. Era uma prova que a Sogesp já tinha musculatura para viabilizar um projeto que demandava muita dedicação e altos custos.
Mas este não seria um esforço ou investimento a ser realizado por aquela diretoria e sim por um
novo grupo, comandado pelo médico campineiro Francisco Eduardo Prota. O trabalho já tinha data
para começar, 15 de dezembro de 2001, dia que marca a posse da nova diretoria que conduziria a Sogesp pelo biênio seguinte.
A gestão de Francisco Prota A caminhada de Francisco Eduardo Prota junto à Sogesp começou em 1994, durante o sur-
gimento da Regional Campinas. Como professor do Departamento de Ginecologia da Pontifícia
Universidade Católica (PUC) de Campinas, acompanhou de perto todo o processo de fundação da
subsede da Sociedade. E, na divisão de papéis, tornou-se o representante credenciado da cidade,
cargo que ocupou até 1997. Posteriormente, passou a coordenador de eventos da regional e só então alçou voos mais altos na sua carreira associativa.
O primeiro degrau desta escalada foi a presidência da Regional Campinas, cargo que herdou de
José Antonio Simões4. Embora tivesse assumido um mandato de dois anos, com encerramento no final de 1999, Simões deixou antecipadamente o posto para fazer pós-doutorado no Presbyterian St.
Luke’s Medical Center, da Rush University, de Chicago (EUA). O comunicado – tanto do desligamento
quanto de quem seria seu substituto – foi feito oficialmente durante reunião trimestral da diretoria da Sogesp, dentro do VI Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Região Sudeste da Febrasgo5.
Curiosamente, Simões assumira em condição análoga a presidência da regional, em 1997. Na épo-
ca, quem teve de deixar precocemente o cargo foi o dr. Paulo César Giraldo, para também seguir para os EUA, onde ficaria por dois anos para cursar o pós-doutorado na Universidade de Cornell. Ali estudou no New York Hospital, na Ilha de Manhattan, e aprendeu com o imunologista Steven Witkin e o ginecologista William Ledger.
Foi na condição de presidente da maior regional da Sociedade que Prota se credenciou a um
posto dentro da própria diretoria da Sogesp estadual. Assim, quando em 10 de setembro de 2001
3. JORNAL DA SOGESP. Nov-dez. de 2001, n. 33, p. 7. 4. O professor da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, José Antonio Simões, faleceu precocemente em 4 de dezembro de 2008, aos 48 anos, depois de uma profícua carreira, tendo publicado 66 artigos científicos e 101 trabalhos em anais de eventos. Receberia cinco prêmios entre 1999 e 2005, incluindo o Prêmio de Reconhecimento Acadêmico Zeferino Vaz, auferido pela Unicamp. 5. O congresso aconteceu do dia 28 a 31 de julho de 1999, no hotel Transamérica, em São Paulo. A reunião da diretoria da Sogesp foi realizada já no primeiro dia do evento.
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O dr. Francisco Prota, que iniciou sua caminhada associativa na regional Campinas, presidiu a Sogesp entre 2001 e 2003
se encerrou o prazo para a apresentação de chapa para a formação da nova diretoria para o biênio 2001-2003, tinha apenas uma postulante e era encabeçada justamente pelo campineiro. Batizada
de “União, Participação e Ética”, manteve o mesmo nome da chapa das duas eleições anteriores, que levou o dr. Nilson à presidência. A escolha do nome era também uma homenagem ao amigo
dos tempos de Residência no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo (HC- FMUSP), no período entre 1978 e 19816, e que o havia influenciado a iniciar na vida associativa. “Eu comecei de fato porque o Nilson Roberto de Melo me convidou e me instigou para
que eu participasse e me envolvesse. Daí eu me interessei pelo assunto e, na verdade, tomei gosto e não saí mais deste caminho”, afirma Prota.
6. A turma de Francisco Prota no HC-FMUSP foi a primeira a se submeter a um período de Residência de três anos. Até então eram apenas dois anos.
Capítulo 3
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Os drs. Francisco Prota e Marilza Vieira Cunha Rudge, durante prova para obtenção do Tego
comissão eleitoral, presidida pelo dr. Luiz Henrique Gebrim, computou 2.122 votos recebidos,
sendo 2.086 direcionados à “União, Participação e Ética”7. A chapa tinha ainda, além de Prota como presidente, Jurandyr Moreira de Andrade (primeiro-vice-presidente), Jarbas Magalhães (segun-
do-vice-presidente), Rosiane Mattar (secretária-geral), José Antonio Simões (primeiro-secretário), Reny Volpato Bertazzo (segundo-secretário), Krikor Boyaciyan (diretor-tesoureiro), Carlos Nicola
Abbamonte (primeiro-tesoureiro), Nereu Oguido (segundo-tesoureiro) e Nilson Roberto de Melo (diretor científico). Também foi reconduzido ao cargo Luiz Alberto Ferriani, na condição de co-
ordenador dos representantes credenciados. A posse para essa nova turma foi dada em 15 de dezembro daquele mesmo ano. A partir dali, teriam dois anos para trabalhar para o fortalecimento da entidade e em benefício de seus associados.
Batalhas classistas O novo presidente dispunha de cenário favorável para executar um bom trabalho, já que estava
“recebendo a Sogesp em ótimas condições”, como destacou na época o mesmo Prota. Trazia como bandeira seguir os passos do seu antecessor, principalmente no que dizia respeito a intensificar o
processo de interiorização da entidade e investir no desenvolvimento do congresso. Mas, além das próprias questões administrativas da entidade, teria de lidar com os problemas que interferiam na
vida dos seus associados, como baixos salários, péssimas condições de trabalho e aumento do número de escolas de Medicina em detrimento da boa formação.
A crítica à abertura indiscriminada de faculdades de Medicina, que ocorria desde o fim da
década de 1990, persistia naquele princípio de século XXI. Em 2001, já eram 23 escolas apenas no
Estado de São Paulo, sendo 16 privadas. Apenas no período entre 2002-2005, em que Prota ficou à
frente da Sogesp, viu-se o surgimento de outras cinco, sendo apenas uma pública, a Universidade
Federal de São Carlos (UFSCar). Juntas, já formavam quase 3 mil médicos8. O consenso era que esse processo só favorecia as empresas intermediadoras de serviços de saúde, que, com um mer-
cado maior de médicos disponíveis, poderiam forçar o barateamento da mão de obra. Naquele momento, já existiam cerca de 85 mil médicos ativos no Estado de São Paulo, ou um profissional
para um grupo de 457 habitantes. Na capital, a concentração era ainda maior, com um médico
para cada 264 habitantes, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera como ideal um médico para cada grupo de mil9.
7. Os 2.086 votos recebidos representaram 40,7% dos 5.126 sócios ativos e aptos para votar. Tiveram ainda 15 votos em branco e 21 nulos. 8. PARA CREMESP HOUVE MANOBRA DO MEC E OMISSÃO DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE NA ABERTURA DE CURSOS. Disponível em www.cremesp.org.br/?siteAcao=SaladeImprensa&acao=sala_imprensa&id=139. Acesso em 28 ago. 2013. 9. SANT’ANNA JÚNIOR, Octacílio. Medicina: compromisso social. Jornal da Sogesp, edição 54, setembro-outubro de 2004, p. 8.
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Anos de transiçã0
E não houve surpresa na apuração do dia 9 de novembro de 2001. Ao final da contagem, a
Capítulo 3
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Já no final de 2003, o cenário não era muito diferente do que vinha sendo evidenciado nas últi-
mas décadas, com dificuldades decorrentes da baixa remuneração, alta tributação e sucateamento
do Sistema Único de Saúde (SUS). Mas um alento de esperança foi o advento da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). Em 7 de agosto, o Conselho Federal de Medi-
cina (CFM) publicou a Resolução nº 1.673/03, determinando que a CBHPM (lançada oficialmente em 15 de julho daquele ano, em Vitória – ES) fosse adotada como padrão mínimo e ético de remuneração dos procedimentos médicos para o Sistema de Saúde Suplementar. A partir dela, não seria mais aceitável o pagamento de qualquer profissional com base em valor inferior ao previsto no documento.
Desenvolvida a partir de uma parceria da Associação Médica Brasileira (AMB), CFM, Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (Fipe) e Sociedade de Especialidades, a classificação representou uma grande conquista em termos de defesa profissional, definindo
parâmetros para uma remuneração digna e eliminando possíveis distorções. E a gestão Prota dava
sinais de que estava em sintonia com as demais entidades. Na batalha por fazer valer a classificação, a Sogesp buscou esclarecer e orientar seus associados, promovendo duas Reuniões Estratégicas para a Implementação da CBHPM, em Campinas e São José do Rio Preto. Essas experiências seriam
usadas posteriormente para a realização do I Fórum Estadual para a Implantação da CBHPM junto aos Tocoginecologistas. Esse evento fez parte do IX Congresso, que aconteceu de 19 a 22 de agosto
de 2004 e atraiu 4600 tocoginecologistas ao ITM. Como forma de pressão, em alguns momentos, chegou-se a paralisar o atendimento a usuários de alguns planos de saúde que resistiam em acatar o documento. E assim, aos poucos, a classificação foi se tornando uma realidade.
E o congresso cresce A gestão de Francisco Eduardo Prota teve o desafio de realizar com periodicidade anual o Con-
gresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia, que aconteceria de 15 a 18 de agosto de 2002, no International Trade Mart. Para dar conta do trabalho, grande foi a dedicação do dr. Nilson Roberto de Melo, diretor científico da entidade, e Soubhi Kahalle e Antonio Jorge Salomão, que, respectivamente, coordenaram as áreas de Obstetrícia e de Ginecologia. Naquela edição, além das atividades
já tradicionais, foram introduzidas inovações como discussões interativas de casos clínicos com vota-
ção eletrônica, as sessões de ponto e contraponto e cursos intracongressos. Também foi preparada uma programação voltada a outras vertentes, como administração e marketing em saúde, informática médica e curso para as secretárias de consultório.
Em 2002 também aconteceu pela primeira vez o Curso-Teórico-Prático em Endoscopia Gineco-
lógica, uma atividade intracongresso idealizada por Luiz Cavalcanti de Albuquerque Neto e Nilson
Donadio, que, na época, eram respectivamente presidentes das Comissões Nacionais de Vídeo-Histeroscopia e de Videolaparoscopia da Febrasgo. Assim, o evento se firmava ainda mais como uma
referência na área médica e atraía número significativo de participantes. Naquela edição foram 3.008
inscrições. A área comercial também cresceu proporcionalmente ao número de congressistas, ampliando 120% em relação ao evento de 2000.
Anos de transiçã0
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Encontro da Diretoria, Regionais e Representantes Credenciados da Sogesp durante a presidência do dr. Francisco Prota, realizado em Pouso Alegre (MG)
As mudanças se seguiam com Prota na presidência. Em 2002, houve a transferência para a So-
gesp da responsabilidade de realizar o curso de preparação para o Tego. Isso se fez necessário a partir da morte do dr. Mucio Diniz Pontes, em 30 de novembro de 2001. Até então, ele organizava aquela preparação. Inicialmente, a parte didática ficou por conta dos drs. Eduardo Sérgio Borges da
Fonseca e Rossana Pucinelli Vieira Francisco, ambos da Divisão Clínica Obstétrica do HC-USP e que já vinham trabalhando com o dr. Mucio desde 1997, ministrando as aulas no interior e na capital10.
Nas questões pontuais, o Jornal da Sogesp foi submetido a remodelagem gráfica e mudança de
nome. A partir de novembro (edição 42) passou a se chamar Revista da Sogesp11 e a coordenação foi entregue à jornalista Priscila Figueiredo. O número de edições foi reduzido de dez para seis, passando
a ser bimestral. A medida estava relacionada não a problemas financeiros, mas à necessidade de economizar para realizar o sonho da compra da sede, alimentado desde a primeira gestão do dr. Nilson.
No campo das mudanças estruturais, em janeiro de 2003 ficou estabelecido que toda a organiza-
ção do congresso ficaria centralizada com a própria Sogesp. Segundo Prota, revolveu-se tomar essa
inciativa em função do custo elevado que a terceirização daquele serviço significava. “Preferimos criar esse setor dentro da nossa estrutura para ter mais agilidade e economia”, justificou.12 O primeiro desafio deste grupo de trabalho foi organizar o VIII Congresso, que aconteceu de 14 a 17 de agosto de 2003.
10. Em 2002, a prova para o Tego aconteceu em 25 de agosto, com o exame acontecendo simultaneamente na Capital (Liceu Pasteur), Ribeirão Preto e Campinas. 11. Com a edição 77 (julho/agosto de 2008), a publicação de novo muda ligeiramente de nome, passando a ser apenas Revista Sogesp. 12. REVISTA DA SOGESP. Jan-fev. 2003, n. 44, p. 16.
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Naquela altura dos acontecimentos, a Sogesp já era a segunda maior sociedade de especiali-
dade do Estado de São Paulo. Dessa forma, estava mais que na hora de pensar em ter sua casa pró-
pria. Apesar de antigo, aquele era um desejo que ainda não havia sido possível viabilizá-lo. Mas isso
estava prestes a mudar. Durante o discurso de encerramento do VIII Congresso, Prota anunciou que sua diretoria mantinha o mesmo sonho das anteriores e que batalharia por sua concretização. “Com
5.500 sócios ativos, ao final de 18 meses de gestão, a Sogesp duplicou o seu numerário de caixa, o que permitirá a compra de um terreno para a construção da sede própria”, disse. Mas, embora próximo, ainda seria necessário esperar um pouco mais.
Últimos atos de Prota A chance para que Prota e sua diretoria continuassem o trabalho por mais dois anos foi dada no
final de 2003, quando, em 28 de novembro, a chapa única – “União e Trabalho” – venceu as eleições
da Sogesp. O pleito, realizado pelo correio, resultou em 2.268 votos a favor, montante que repre-
sentou 40,6% dos sócios ativos da entidade naquele momento. A diretoria foi sutilmente alterada, sofrendo as baixas de Jurandyr Moreira de Andrade, Jarbas Magalhães, José Antonio Simões e Reny Volpato Bertazzo. Entre saídas e chegadas, o grupo teve, além de Prota (presidente) a seguinte formação: Nilson Roberto de Melo (primeiro-vice-presidente), Rui Alberto Ferriani (segundo-vice-pre-
sidente), Rosiane Mattar (secretária-geral), Alberto Lian (primeiro-secretário), José Ricardo Volpato Bertazzo (segundo-secretário), Krikor Boyaciyan (diretor-tesoureiro), José Ricardo Paciência Rodri-
gues (primeiro-tesoureiro), Carlos Nicola Abbamonte (segundo-tesoureiro), Roberto Eduardo Bittar (diretor-científico) e José Roberto Erbolato Gabiatti (coordenador dos representantes credenciados). Teriam muito trabalho pela frente. Mas o sucesso do Congresso garantia à estabilidade das
finanças, permitindo, inclusive, que fosse criada uma reserva especial a destinada à compra da
futura sede. Tanta economia na gestão do dr. Francisco Prota resultou na elevação do capital da
Sociedade, como ele próprio fez questão de assegurar aos associados, em editorial da Revista
da Sogesp. “Contabilizando o superávit do nosso evento, aumentamos em quatro vezes o nosso numerário de caixa, se comparado ao início da nossa gestão. Isso nos permitirá comprar a nossa tão sonhada sede própria.”13
Ao final de 2005, Prota passaria o comando da Sogesp para o médico Krikor Boyaciyan, seu
diretor-tesoureiro, depois de duas gestões à frente da presidência. A partir dali, passaria a empregar
seus esforços na Febrasgo, onde foi eleito secretário-executivo de uma diretoria encabeçada pelo dr. Nilson Roberto de Melo. Em seu último editorial como presidente da Sogesp antecipava uma boa
notícia: “Gostaria de comunicar que estamos operacionalizando a compra da nossa tão sonhada sede própria – 06 conjuntos comerciais, 176,10 m2, 06 garagens, situada na Avenida Brigadeiro Luiz
13. REVISTA DA SOGESP. Jul-ago. 2005, n. 59, p. 4.
gestão com chave de ouro, tornando a nossa Sogesp ainda mais forte.”14
Sim. Todos os esforços e trabalhos – verba necessária, busca do imóvel e negociação – já haviam
sido feitos e a missão de fato fora cumprida. Neste quesito, restaria à diretoria seguinte viabilizar a documentação e inaugurar a sede. E dessa forma, depois de pouco mais de 16 anos de sua funda-
ção nas dependências da Associação Paulista de Medicina, entidade que a abrigara inicialmente, a Sogesp mudaria para seu quarto endereço, mas desta vez, para sua casa própria.
Uma casa para os tocoginecologistas “Entendo que, para uma associação, obter sua sede própria é o mesmo que um cidadão realizar o
sonho da casa própria.” Foi com essa frase emblemática que o dr. Krikor Boyaciyan resumiu o significa-
do da inauguração da nova e moderna sede da Sogesp, em 20 de dezembro de 2006, quase um ano depois da aquisição do imóvel da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio. Naquele dia, dezenas de pessoas significativas na história da entidade, incluindo os ex-presidentes, se fizeram presentes e se alegraram junto com
o então presidente da Sogesp, por ver aquele sonho de décadas finalmente realizado. Até ali, a Sogesp já cumpria muito bem sua natureza de mola propulso-
ra da ciência e do conhecimento tocoginecológico, característica que a acompanhava desde seu nasci-
mento e na qual se superava a cada ano. No entanto, a inauguração de sua casa própria serviria de marco definitivo do amadurecimento que a entidade havia atingido, além de sinal claro de sua robustez econômica.
A gestão do médico Krikor Boyaciyan começou
em 20 de dezembro de 2005, junto com a nova dire-
toria que conduziria o próximo biênio. O grupo de 11 homens, que fizeram parte da chapa “Ética, Unidade e Trabalho”, chegou até ali graças aos 3.096
votos recebidos, conforme apuração de 7 de novembro15. Além do dr. Krikor Boyaciyan (presidente),
o grupo era composto pelos médicos Rui Alberto
Ferriani (primeiro-vice-presidente), Rosiane Mattar
O dr. Krikor Boyaciyan tomou posse da presidência da Sogesp em 20 de dezembro de 2005, se mantendo por dois biênios
14. Idem. Nov-dez. 2005, n. 61, p.4. 15. A apuração foi acompanhada pelo dr. Luiz Henrique Gebrim, então presidente da Comissão Eleitoral da Sogesp.
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Anos de transiçã0
Antonio, 2.729 – Condomínio Torre Brigadeiro – 10º andar. Essa aquisição certamente fecha a nossa
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(segundo-vice-presidente), Rossana Pulcinelli Vieira Francisco (secretária-geral), João Bortoletti Filho (diretor-tesoureiro), José Roberto Erbolato Gabiatti (primeiro-tesoureiro), Roseli Mieko Yama-
moto Nomura (segundo-tesoureiro), Wagner José Gonçalves (diretor-científico) e Danilo Kfouri Ennes (coordenador dos representantes credenciados)16.
Agora, a missão desses profissionais seria fechar as últimas questões referentes à compra do imó-
vel da Avenida Brigadeiro Luís Antônio e, posteriormente, transladar a sede da Rua dos Bombeiros
para seu novo endereço. Em 3 de março de 2006, ocorreu a assinatura da escritura do imóvel. Em meio às obras seguiam paralelamente as preocupações com o XI Congresso, que aconteceria de 17 a 19 de
agosto no ITM. Este evento foi marcado pela presença do presidente da Federação Internacional de
Ginecologia e Obstetrícia (Figo), Arnaldo Acosta. Foi a primeira vez que aquela entidade enviou um
representante para prestigiar e acompanhar uma reunião da Sogesp. Quem também esteve no ITM foi José Antônio Martinez de Oliveira, presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia.
Superado o desafio de realizar o congresso, as atenções se voltaram à mudança para o novo
endereço. Para isso, aproveitou-se o feriado prolongado do Dia da Independência. Dessa forma, de
7 a 10 de setembro (entre quinta-feira e domingo) foi feita toda a transferência do aparato adminis-
trativo para o edifício Torre Brigadeiro; e já no dia seguinte (11) iniciavam-se as atividades da Sogesp naquele imóvel17. Só faltava a finalização dos anfiteatros, o que justificou que a inauguração da sede só acontecesse mesmo no final de dezembro daquele ano.
Com relação ao congresso, estavam reservadas algumas mudanças a partir de 2007. Uma
delas foi a terceirização da organização comercial do evento, que foi entregue à BM2 Eventos e
Promoções e manteria a responsabilidade até o evento de 2009. Já naquela décima segunda edi-
ção, que ocorreu de 16 a 18 de agosto, foi ampliada a área de exposição comercial, que passou de 5.276 metros quadrados para 9.247. A organização científica continuou sob os cuidados da Sogesp,
tendo os doutores Luiz Henrique Gebrim e Sérgio Valério Borges da Fonseca como coordenadores do programa de Ginecologia e de Obstetrícia, respectivamente. Dessa forma, surgiram inovações
como o “Café da Manhã com Professores”, em que os participantes puderam esclarecer suas dúvidas com 35 renomados docentes durante o café no restaurante do congresso. Também foram introduzidos os julgamentos simulados do Cremesp durante os cursos pré-congresso.
Na sessão de encerramento do XII Congresso, o presidente Krikor surpreendeu aos presentes
ao anunciar que aquele seria o último evento da Sogesp a ser realizado no ITM-Expo, depois de sete
edições (2000, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006 e 2007). O motivo foi a locação daquele espaço pelo antigo Unibanco. Diante deste fato inesperado, a partir de 2008 o congresso teria casa nova e mais
ampla: o Transamerica Expo Center, um dos melhores centros de convenções e exposições do País. Ali se consolidaria como principal encontro científico de ginecologia e obstetrícia do Brasil.
16. Dos 11 membros da diretoria anterior, seis foram renovados. Deixaram a diretoria Nilson Roberto de Melo, Rui Alberto Ferriani, Alberto Lian, José Ricardo Volpato Bertazzo e José Ricardo Paciência Rodrigues. 17. O imóvel da Rua dos Bombeiros foi devolvido oficialmente em 26 de setembro de 2006.
Anos de transiçã0
71
Desde 2008, o Transamerica Expo Center tem sido a casa do principal evento da Sogesp
Sedes próprias para as regionais Foi no Encontro Sogesp com diretores e representantes credenciados de 2007 que o presi-
dente Krikor apresentou uma proposta inovadora. O evento ocorreu entre os dias 4 e 6 de maio, em Águas de São Pedro (SP) e uniu cerca de 100 associados. “É hora de planejar a aquisição de
sedes próprias para nossas regionais”, revelou. Esse foi um ponto de consenso naquela reunião e que agradou aos participantes.
Para Krikor, após a compra da sede própria da Sogesp, havia chegado o momento de avançar
um pouco mais. Mas este processo ainda iria precisar de um ano e meio para ser desencadeado.
Antes disso, uma nova eleição com chapa única18 confirmou o médico na presidência. A diretoria que comandaria o biênio 2007-2009 seria basicamente a mesma do período anterior, se não
fosse a entrada de dois novos personagens: os médicos Júlio Elito Júnior (primeiro-secretário), e
César Eduardo Fernandes (secretário-geral). Permaneciam na diretoria executiva os doutores Rui Alberto Ferriani (mantido como primeiro-vice-presidente), Rosiane Mattar (mantida como segundo-vice-presidente), Gregório Lorenzo Acácio (que passou de primeiro para segundo-secretário),
João Bortoletti Filho (mantido como diretor-tesoureiro), Carlos Nicola Abbamonte (que passou de segundo-secretário para primeiro-tesoureiro), Roseli Mieko Yamamoto Nomura (mantida como
segundo-tesoureiro), Wagner José Gonçalves (mantido como diretor científico) e Danilo Kfouri Ennes (mantido como coordenador dos RCs).
18. A apuração da eleição foi realizada em 7 de novembro de 2007 e o resultado foi homologado em 20 de dezembro, durante Assembleia Geral da Sogesp, quando foi dada posse à nova diretoria.
Capítulo 3
72
E, finalizada a corrida eleitoral, começaram, a partir do iní-
cio de 2008, os esforços para procurar e negociar os imóveis que serviriam de sedes para as regionais. Uma das primeiras
ações foi a reunião de 17 de março com os presidente das oito
regionais, quando foram debatidas questões práticas da rea-
lidade das subsedes. Estavam presentes Denise Cristina Mos Vaz (São José do Rio Preto), Douglas Bernal Tiago (Campinas),
Fernando Barreiros (Presidente Prudente/Marília/Bauru), Francisco Cândido dos Reis (Ribeirão Preto), Hélcio Andrade (Vale
do Paraíba), José Ricardo Paciência Rodrigues (Sorocaba/Bo-
tucatu/Vale do Ribeira), Noemi Amâncio (Grande ABC) e Rita Kátia Pereira Machado (Santos e Baixada Santista).
Depois disso, em 19 de maio, foi a vez da diretoria da
Sogesp discutir assuntos estratégicos da entidade. Um deles foi a aprovação da obtenção de imóveis para sede das
regionais, que, sem exceção, ocupavam imóveis alugados ou salas cedidas por entidades médicas. E assim foi feito
um planejamento para as aquisições e a primeira a ser beneficiada foi a do Grande ABC, cuja oficialização da com-
pra foi concretizada em 30 de setembro daquele mesmo ano. Também seria a primeira a ter seu espaço inaugurado, quase cinco meses depois, em 18 de fevereiro de 2009.
Durante o evento, o presidente também se comprometeu a entregar as sedes das demais regionais, em pleno funcio-
namento, até o final daquela gestão. E quase conseguiria, se não fosse pela falta com as unidades de Sorocaba-Botucatu-Vale do Ribeira e Campinas.
Depois da compra da sede do ABC iniciou-se uma cor-
rida contra o tempo para atender às demais demandas. Em seguida, foi a vez de Santos (aquisição em 21 de novembro
de 2008 e inauguração em 18 de março de 2009), Ribeirão
Preto (aquisição em 23 de março de 2009 e inauguração em
27 de março do mesmo ano), São José do Rio Preto (aquisição em 17 de julho e inauguração em 21 de setembro), Vale do Paraíba (aquisição em 28 de agosto e inauguração em 20 de novembro) e a
última a ser contemplada, Presidente Prudente/Marília/Bauru, cuja compra do imóvel se deu em 30 de setembro, com evento de entrega em 27 de novembro.
O evento simples de inauguração realizado em Presidente Prudente, em plena sexta-feira,
foi um dos últimos gestos oficiais do dr. Krikor à frente da presidência da Sogesp. Na segunda-
Anos de transiçã0
73
Corpo diretivo da Sogesp e suas regionais se reúne durante um dos encontros promovidos pela entidade
feira (30 de novembro) estava marcada a apuração dos votos para a escolha da próxima diretoria, que comandaria a entidade pelo biênio seguinte. Desta vez, de forma inédita na trajetória da entidade, houve a formação de uma chapa de oposição. E seria justamente ela que, com quase 60% dos votos, sairia vencedora. E assim tinha início uma nova fase na história da jovem entidade, com novos protagonistas, ideias e bandeiras. Até ali muito já havia sido construído, mas havia chegado a hora de dar um passo além.
Dr. César Eduardo Fernandes, eleito com 58,73% dos votos válidos para comandar o biênio 2010/2011
CapĂtulo 4
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Surge a Nova Sogesp
76
Com o advento da Nova Sogesp, entram em cena os protagonistas Newton Eduardo Busso, Jarbas MagalhĂŁes, CĂŠsar Eduardo Fernandes e Corintio Mariani Neto
Congresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia, em junho de 2009, no Transamerica Expo
Center, uma conversa informal entre os médicos César Eduardo Fernandes e Jarbas Magalhães mudaria de forma permanente os rumos da Sogesp. A associação, que em 2009 chegava aos 20 anos, já havia trilhado um longo caminho de conquistas desde 1989, quando o prof. dr.
Marcelo Zugaib e seu grupo fundaram a entidade. De lá para cá, coube a seus sucessores a tarefa de não só mantê-la, mas fazê-la crescer de forma consolidada. E foi assim que a entida-
de delineou seus pilares e estabeleceu a rotina das jornadas com Salim Wehba; aumentou o número de sócios e fortaleceu a presença no interior nas gestões de Sérgio Pereira da Cunha,
Edmund Baracat e Nilson Roberto de Melo; e edificou sua relevância com a compra e opera-
cionalização da sede própria nas gestões de Francisco Eduardo Prota e Krikor Boyaciyan. Tudo isso em apenas duas décadas.
Jarbas Magalhães conhecia de perto boa parte desta história. Formado pela Escola Pau-
lista de Medicina da Unifesp em 1975, filou-se à Sogesp tão logo soube de sua formação. Mas foi durante a gestão de Sérgio Pereira da Cunha (1991-1993) que sua trajetória associativa
teve, de fato, início. Convidado pelo secretário-geral Edmund Baracat a integrar o grupo que liderava a entidade naquele momento, recebeu dos colegas uma árdua missão: ajudar a Associação a expandir no interior. “O Baracat havia sido meu calouro na Escola Paulista de Medicina e a gente tinha uma amizade muito grande. Lembro que um dia ele falou: ‘Estou precisando de você! Queria que viesse para a Sogesp, você vai nos ajudar porque tem esse caráter de
liderança no interior!’”, recorda Jarbas, que aceitou o desafio e, junto com o grupo, criou na
época a figura dos delegados, embriões dos atuais representantes credenciados, que hoje se espalham por todo o Estado de São Paulo.
Graças à boa repercussão de seu trabalho, o nome do dr. Jarbas Magalhães continuou entre as
lideranças da Sogesp, participando das duas gestões do dr. Nilson de Melo e da primeira gestão
do dr. Francisco Prota. Em 2004 afastou-se da diretoria paulista e continuou investindo forte na carreira acadêmica, tornando-se uma referência na área de anticoncepção.
O dr. César Eduardo Fernandes, que, na ocasião da conversa no Transamerica, era o secretá-
rio-geral da diretoria presidida por Krikor Boyaciyan, há muito conhecia a perspicácia de Magalhães. Ambos iniciaram uma amizade ainda nos tempos de pré-vestibular, no cursinho Objetivo,
em São Paulo. E apesar de terem estudado em faculdades diferentes – César na Faculdade de
Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e o Jarbas na Escola Paulista de Medicina – sempre se encontravam em congressos e eventos científicos. Por isso, quando o então secretário-geral encontrou o amigo entre o vaivém de congressistas e professores em um dos corredores daquele
pavilhão de exposição, naquele junho de 2009, aproveitou a ocasião para propor a Jarbas Ma-
galhães uma ideia que, havia algum tempo, vinha amadurecendo em seus pensamentos: montar uma chapa de oposição para concorrer às próximas eleições da Sogesp.
77
Surge a Nova Sogesp
E
nquanto centenas de tocoginecologistas atualizavam seus conhecimentos durante o 14º
Capítulo 4
78
Com ampla experiência acadêmica e associativa, César tinha passagem pela
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP) e, naquele momento, era professor da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC). Também
havia sido presidente da Sociedade Brasileira do Climatério (Sobrac) em duas gestões, de 1997 a 2003. Com tal histórico e know-how, sentia que poderia fazer mais para o crescimento da entidade e da classe tocoginecológica. No entanto, apesar de sua experiência, o secretário-geral estava ciente que não seria nada
fácil conquistar o seu propósito. Isso porque, caso suas ideias fossem levadas adiante e a chapa realmente se consolidasse, essa seria a primeira vez, em toda a história da Sogesp, que haveria uma chapa de oposição. “Lembro que (quando
conversamos) o César falou: ‘Você acha que dá?’ E eu respondi: ‘Tenho certeza que dá!’ Na verdade, a Nova Sogesp saiu de nós dois”, afirma Jarbas Magalhães.
A partir daquela rápida conversa, a dupla passou a se reunir semanalmente
e a se falar quase todos os dias. Tudo para criar uma chapa forte, e encontrar
como mote de campanha algo que realmente fizesse a diferença entre os associados. “Eu disse então para o César: ‘Sinto que existe um hiato muito grande.
A entidade é praticamente só educação científica, não tem participação societária nenhuma, não ajuda o médico nas questões econômicas, lutando por melhores condições de trabalho. Acho que a bandeira principal tem de ser essa.
E não podemos deixar de lado a parte científica. Temos sim, que fortalecer esta parte, deixando-a maior do que ela é, mais organizada’”, sugeriu Magalhães.
Newton Eduardo Busso, secretário-geral nos biênios 2010-2011 e 2012-
2013 também recorda com clareza da fase pré-eleição. “Fizemos um brainstorming com toda a diretoria e realizamos uma série de discussões levantando o que poderíamos modificar na Sogesp para apresentar como plataforma
política. E dessas reuniões, não só com membros da diretoria, mas com várias lideranças acadêmicas e de sociedades médicas de especialidades, costura-
mos uma série de ações que deveríamos colocar em prática se ganhássemos a eleição”, explica Busso. Após alguns meses de campanha e intenso trabalho, a chapa 2, “Nova Sogesp”, foi a ganhadora do processo eleitoral do biênio 2010-2011, em eleição realizada em 30 de novembro de
2009. Recebeu 1.887 votos, 58,73% dos válidos frente à chapa 1, “Cada vez melhor”, encabeçada pelo Dr. Jurandyr Moreira de Andrade1. A apuração coube à comissão eleitoral, composta pelos doutores Roberto Torquato (secretário) e Prescilla Chow (presidente), tendo como fiscais Airton Gomes (chapa 1) e Paulo Nicolau (chapa 2).
1. A chapa 1 – Cada vez melhor – era composta pelos doutores Jurandyr Moreira de Andrade (presidente); Eliana Martorano Amaral (1ª vice-presidente); Antonio Pedro Flores Auge (2º vice-presidente); Eduardo de Souza (secretário-geral); Roseli Mieko Yamamoto Nomura (1º secretário); Iracema de Mattos Paranhos Calderon (2º secretário); Danilo Kfouri Ennes (diretor tesoureiro); Reginaldo Guedes Coelho Lopes (1º tesoureiro); Thyrso Camargo Ayres Filho (2º tesoureiro); Edmund Chada Baracat (diretor científico); Douglas Bernal Tiago (coordenador dos representantes credenciados)
Surge a Nova Sogesp
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O diretor-tesoureiro, dr. Corintio Mariani Neto, discursa sob o olhar atento da dra. Marcia Fuzaro Terra Cardial
A partir dali, era preciso começar a colocar em prática as promessas que haviam direcionado
toda a campanha. Entre elas, as principais eram: manter a qualidade do congresso cada vez mais elevada; melhorar as condições de trabalho, dignidade profissional e qualidade de vida dos
tocoginecologistas; e engajar a entidade nas lutas de classe alinhada com outras entidades representativas, como a Associação Paulista de Medicina (APM), Associação Médica Brasileira (AMB),
Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp).2
2. REVISTA SOGESP. Nov-Dez. 2009. n. 85, p. 7.
CapĂtulo 4
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Ao lado, o dr. CĂŠsar Eduardo Fernandes, no dia da posse, e, acima, junto com membros da diretoria Newton Busso, Marcia Fuzaro Terra Cardial, o expresidente Krikor Boyaciyan e o dr. CorĂntio Mariani Neto, diretortesoureiro
Primeiras mudanças Em 5 de janeiro de 2010, a nova diretoria tomou posse. A entrega do documento de trans-
missão de cargos e a cerimônia oficial foram realizados dentro da própria sede, na Avenida
Brigadeiro Luís Antônio, na capital paulista. Além de César Eduardo Fernandes (presidente) e Jarbas Magalhães (primeiro vice-presidente) faziam parte da diretoria os doutores José Antonio Marques (segundo vice-presidente); Paulo Cesar Giraldo (diretor-científico); Newton Edu-
ardo Busso (secretário-geral); Marcia Fuzaro Terra Cardial (primeira-secretária); Sérgio Floriano de Toledo (segundo-secretário); Coríntio Mariani Neto (diretor-tesoureiro); Maria Rita de Souza
Mesquita (primeira-tesoureira); Alexandre Vicente de Andrade (segundo-tesoureiro) e Francisco Eduardo Prota (coordenador dos representantes credenciados). As regionais Sogesp – naquele
momento em número de oito – também ganharam novos presidentes: João Bosco Miziara (Ribeirão Preto); Lúcia Helena Simões da Costa Paiva (Campinas); Regina Maria Volpato Bedone (São
José do Rio Preto); Fernando Sansone Rodrigues (Grande ABC); Lauro Mascarenhas Pinto (Vale
do Paraíba); José Renato Sampaio Tosello (Presidente Prudente/Marília/Bauru); Ricardo Zechetto Saez Ramirez (Santos e Baixada Santista) e Carla Muniz de Carvalho da Silva César (Sorocaba/ Botucatu/Vale do Ribeira). A estes novos líderes uma grande missão: fortalecer e estreitar ainda mais os laços dos sócios com a Sogesp.
Ciente de que havia muito a ser feito, a nova diretoria tratou de não perder tempo. E a mo-
vimentação foi sentida nos primeiros dois meses de gestão, conforme lista César Eduardo Fer-
nandes em seu primeiro editorial, escrito para a Revista Sogesp, de janeiro-fevereiro de 2010. “Constituímos comissões para elaborar políticas de
cultura e lazer, de ensino e estágios, de honorários e defesa profissional, entre outras. Estamos investindo na reformulação completa do nosso portal para que
ele seja uma ferramenta útil ao
associado e aos cidadãos. Muda-
mos o layout e o conteúdo editorial
da Revista Sogesp. Simultaneamente,
abrimos frente de conversação com en-
tidades coirmãs, em busca de novas van-
tagens para os ginecologistas e obstetras.
Certamente, teremos de caminhar bastante,
mas temos convicção de que não faltará ação,
responsabilidade e compromisso, além do seu apoio, que nos é mais caro e importante.”
Capa da edição de janeiro-fevereiro de 2010 da Revista da Sogesp
Surge a Nova Sogesp
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Capítulo 4
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Os canais de comunicação ganharam destaque nesses primeiros meses.
A Revista Sogesp passou a ser coordenada por um conselho editorial, que tinha
Luciano de Melo Pompei como líder e trazia em seu staff os especialistas Arícia
Helena Galvão Giribela, Cassiana Rosa Galvão Giribela, Corintio Mariani Neto, Jarbas Magalhães, Leopoldo de Oliveira Tso, Nucélio Luiz de Barros Moreira
Lemos, Paulo Martin Nowak e Patrícia Rossi. A tarefa do grupo – que de imedia-
to achou por bem apresentar um novo projeto editorial – era ser responsável por todo o andamento da publicação, do conteúdo jornalístico à gráfica e distribuição. A edição da revista passou para as mãos do jornalista Chico Damaso
– integrado a Acontece Comunicação e o projeto gráfico para a Tess Editorial. “Quando entrei no conselho editorial começamos a bolar um novo formato de
revista e eu quis fazer uma coluna de informática, porque existe um monte de ferramentas superúteis que muitos não sabem usar”, explica o dr. Nucélio. Dou-
tor em Ginecologia pela Santa Casa de São Paulo, além de pós-doutorando e responsável pelo Setor de Neurodisfunções Pélvicas do Departamento de Ginecologia da Unifesp-EPM, ele explica que a revista foi totalmente reestruturada, do texto à linguagem gráfica. Prova disso pode ser visto já em maio de 2010,
quando a Associação ganhou uma nova logomarca, que pode ser conferida já na edição de maio-junho da Revista Sogesp. “Todo ano damos uma repagina-
da no visual dela e ela está ficando cada vez mais leve, eficiente, moderna e interativa. Agora chegamos a um formato de revista que está se equiparando
ao formato do portal. Isso é uma outra coisa que vem acontecendo, que é essa integração da comunicação visual dentro da Sogesp”, assinala Nucélio.
Já o portal (www.sogesp.com.br) trouxe, inicialmente, o que o dr. César
chamou de ajuste paliativo, com a inserção de notícias e serviços, tais como a
cotação do dólar e o painel sobre o tempo. Em junho de 2010, a grande mudança, com a reformulação completa de estrutura e conteúdo. Notícias gerais e
específicas da especialidade, acesso a ferramentas para educação continuada
e a possibilidade de cada sócio criar um blog dentro do portal foram as primeiras novidades. Para o
público em geral, um link especial que direcionava ao Canal Saúde Mulher, com vídeos tutoriais de
vários especialistas da Ginecologia e Obstetrícia falando sobre diversos temas. “A gente quer que
a mulher use o portal da Sogesp como referência”, justifica o dr. Coríntio Mariani Neto, responsável pelo portal na gestão 2010-2011. “Nós tínhamos um portal que foi transformado em um verdadeiro
portal e o enriquecemos muito, criando uma série de áreas que não existiam”, afirma.
Ao médico Paulo Nicolau foi destinada a coordenação do Núcleo GO de Lazer, que tinha como
meta oferecer aos associados parcerias com restaurantes, casas noturnas, empresas de turismo e ou-
tros estabelecimentos ligados ao entretenimento. Paralelo a tudo isso, Nicolau D’Amico Filho, assessor de relações institucionais da Associação e diretor de marketing da Associação Paulista de Medicina
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Membros do Conselho Editorial da Revista Sogesp, liderado por Luciano M. Pompei (1º à direita). Na sequência, os drs. Jarbas Magalhães, Leopoldo de Oliveira Tso, Paulo Martin Nowak, Nucélio Luis de Barros M. Lemos e Arícia Helena Galvão Giribela
(APM), acompanhava de perto o andamento da parceria Sogesp-APM, que tinha como propósito
oferecer aos parceiros diversos serviços e vantagens, como assessoria jurídica e contábil e desconto
em compras e viagens. Após uma série de negociações, em outubro de 2010 a APM ofereceu aos
associados Sogesp, durante dois meses, livre acesso ao Clube de Benefícios. “Estamos construindo uma nova Sogesp. Queremos e devemos ser mais atuantes em todas as áreas. Fora o congresso de
qualidade, que é uma marca da Associação, viabilizaremos nossos serviços e benefícios”, ressaltou na época César Eduardo Fernandes.3
3. REVISTA SOGESP. Jan-fev. 2010, n. 86, p. 16.
Capítulo 4
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O vice-presidente, Dr. Jarbas Magalhães, durante o 15º Congresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia, em 2010
Surge a Nova Sogesp
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Dr. Fernando Sansone Rodrigues: presidente da regional do Grande ABC
Dr. Paulo Giraldo: diretor científico da Sogesp
Dr. Leopoldo de Oliveira Tso: membro ativo do Conselho Editorial
Dr. José A. Marques (Magro): segundo vice-presidente
Dr. Celso Borelli: foco na educação continuada
Dr. Newton Busso: coordenador da Comissão de Educação Continuada junto com Borelli
que especial. Por conta disso, foi criada, logo no primeiro bimestre de gestão, a Comissão de Ensino e Estágios (CEE). Tendo como coordenadores os doutores Celso Luiz Borelli e Newton Eduardo Busso, trazia entre seus membros os médicos Marcos Roberto Ymayo, Eduardo Cordioli, Marcia Fuzaro
Terra Cardial, Maria Rita de Souza Mesquita, Cristiano Eduardo Busso, Giuliano Borelli e Fábio Cabar. A comissão, já no primeiro semestre, instituiu a elaboração de cursos teóricos itinerantes, que, ne-
cessariamente, deveriam acontecer nas sedes das regionais e, posteriormente, estariam disponíveis aos sócios sem nenhum custo adicional. Nesta parceria, à Sogesp caberia arcar com os custos da elaboração do curso e deslocamento do palestrante, enquanto a regional ficaria responsável pelo
espaço físico do curso, bem como pela divulgação e oferta de vagas aos interessados. “É uma ideia ousada e essencial para a qualificação contínua”, disse Borelli, na ocasião.
Mas esse era apenas o início da caminhada. Dados os primeiros passos, era hora de mirar alguns
assuntos que mexiam com a valorização e dignidade dos profissionais de Ginecologia e Obstetrícia. Dessa forma, a Associação tratou de trazer à luz, por meio de campanhas e ações práticas, os temas e as bandeiras pelos quais iria lutar. E não demorou muito para que seus associados percebessem que a Sogesp estava sob nova direção.
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Surge a Nova Sogesp
Como não poderia deixar de ser, o trabalho envolvendo a educação continuada ganhou desta-
Tocoginecologistas se unem em 17 de agosto de 2010 no Conjunto Nacional, em S達o Paulo, para o Protesto do Bem
CapĂtulo 5
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A hora da virada
Capítulo 5
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Dra. Márcia Fuzaro Terra Cardial é entrevistada durante o Protesto do Bem
A
valorização profissional, tão ressaltada durante toda a campanha da chapa Nova Sogesp, recebeu atenção primordial. E coube à dra. Maria Rita de Souza Mesquita a responsabilidade
de coordenar as ações que seriam desenvolvidas pela Comissão de Valorização Profissional e de Honorários e Convênios. Formada em 1985 na Universidade de Santo Amaro (Unisa), Maria Rita
atuava até então em duas frentes: em seu consultório, situado na zona oeste da capital paulista, e na área acadêmica da Escola Paulista de Medicina (EPM), onde trabalha desde 1988. Com a diretoria, tomou posse em 2010, e estreava na vida associativa em grande estilo, tendo como missão hastear
e destacar a bandeira da valorização profissional. “A partir da primeira reunião da nova diretoria foi destinada a mim a responsabilidade inicial das atividades voltadas a este assunto. E devo isso à perspicácia e percepção do dr. César Eduardo Fernandes, que apesar de me conhecer há pouco tempo, visualizou em mim este outro lado que até então eu não tinha enxergado”, afirma.
pedir que cada regional indicasse um representante para participar dessas reuniões de valorização
profissional. Logo seu grupo contava com o auxílio dos doutores Carlos Alberto Politano (Campinas), Eliane Terezinha Rocha Mendes (ABC), Helena Takako Sato (Ribeirão Preto), Juvenal Barreto Borriello
de Andrade (Capital); Ricardo Zecchetto Saez Ramirez (Santos), Sandra Léa Bonfim Reis (São José do Rio Preto), Sérgio dos Passos Ramos (Taubaté), Tácito Cortes de Carvalho e Silva (Presidente Prudente) e Thyrso Camargo Ayres Filho (Sorocaba).
Para diagnosticar e saber quais os principais problemas que afligiam os tocoginecologistas pau-
listas foram realizados fóruns de valorização profissional em cada regional da Sogesp no Estado de
São Paulo. A comissão então iniciou, em fevereiro de 2010, uma rotina de reuniões mensais, que vem
se mantendo até hoje com a mesma periodicidade. “A partir destes fóruns começamos a trabalhar pela valorização da especialidade dentro da saúde suplementar. Isso porque percebemos que era
preciso haver uma valorização dos honorários pagos pelas operadoras de saúde aos ginecologistas e obstetras, para a especialidade como um todo. Então os grandes objetivos não eram só resgatar a dignidade e valorizar o profissional dentro da especialidade e do cenário da saúde suplementar, mas também melhorar a qualidade de assistência à população”, destaca a dra. Maria Rita.
A primeira campanha publicitária de valorização profissional promovida pela Nova Sogesp
ocorreu em 26 de maio de 2010 e foi veiculada em revistas e jornais de grande circulação do País.
Formulada pela Contexto Propaganda e apoiada pela Associação Paulista de Medicina (APM), Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e pelo Sindicato dos
Médicos de São Paulo (Simesp), a campanha trazia a imagem da barriga de uma grávida e, em cima
desta, um selo de R$ 200. Ao lado, a seguinte mensagem: “Alguns planos de saúde pagam esse valor aos médicos por um parto. É injusto. A saúde das mães e dos bebês valem muito mais.” Uma
outra peça mostrava um ventre feminino e em cima deste um selo de R$ 25 próximo da seguinte
mensagem: “Alguns planos de saúde pagam esse valor aos médicos por uma consulta ginecológica. É injusto. A saúde da mulher vale muito mais.” A pretensão era chamar a atenção da população
e mostrar à população não só a realidade do que acontecia em relação à consulta ginecológica, mas quanto o ginecologista obstetra era mal remunerado frente às suas responsabilidades, tanto em relação à mãe quanto em relação à criança.
A repercussão foi imediata. Assim que começou a aparecer em revistas de circulação nacio-
nal, bem como em outdoors, rádios e jornais de grande circulação, o assunto tomou conta da mídia. Uma coletiva de imprensa promovida pela entidade ajudou a alavancar o assunto, que
ganhou destaque em mídias como os jornais Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário de
S.Paulo e nas redes de televisão Globo, Record e Bandeirantes. No interior, mais de 50 veículos
de comunicação deram destaque ao assunto, ressaltando dois pontos primordiais: a valorização
do tocoginecologista e a qualificação da assistência à mulher. A situação, segundo o presidente da Sogesp, César Eduardo Fernandes, afetava não só a sobrevivência da especialidade, mas a qualidade do atendimento à população.
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A hora da virada
Inicialmente, a comissão contava com cerca de cinco membros. Porém, logo se achou por bem
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Com a palavra, a dra. Regina Maria Volpato Bedone (acima), presidente da Regional de São José do Preto, durante o 1º Fórum de Defesa Profissional e Valorização do Médico Tocoginecologista, realizado na cidade. À direita, dra. Maria Rita de Souza Mesquita
“O jovem médico hoje, quando chega ao mercado, não quer ficar atendendo paciente por con-
ta da baixa remuneração. Então, identificamos o problema e tentaremos resgatar isso. A gente tem de ter muito cuidado porque a população pode ver isso como um movimento corporativista, e não
é isso. É a sobrevivência da especialidade tal qual ela foi praticada. Afinal, quando a paciente vai a um consultório, quer ser acolhida com dignidade, que o médico olhe para ela, pergunte mais que o nome, mas que tenha tempo para ela”, relata a dra. Maria Rita.
Na opinião da coordenadora, essa campanha significou um grande passo dado pela Sogesp
em direção à valorização profissional. A partir dela, deu-se início a negociações junto às operadoras
de saúde para que houvesse uma melhoria dos honorários para a especialidade. Segundo ela, a
Sogesp tornou-se um marco neste quesito, não só para categoria que representa, mas para toda
A hora da virada
93
classe médica. E, graças a essa iniciativa, entidades regionais e nacionais também passaram a criar
um movimento visando ao aumento dos honorários. “Quem começou esse grande movimento foi a Sogesp. Ela e a Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia de Minas Gerais (Sogimig) deram o pontapé
inicial para as ações que têm acontecido desde 2010, voltadas para a valorização dos médicos dentro da saúde suplementar”, frisa.
Apesar de a campanha ter ressaltado e colocado como foco o valor do parto, a pretensão não
era só melhorar os honorários das consultas ginecológicas e obstétricas, mas sim em todos os procedimentos da área de GO inclusos na Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). Assim, aos poucos, a Sogesp adentrava por um caminho sem volta, que estava apenas começando a ser trilhado e que tinha muito a ser desbravado.
Capítulo 5
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A Comissão de Honorários e Convênios, encabeçada pela dra. Maria Rita de Souza Mesquita (centro). A partir da direita, os drs. Helena Takako, Eliane Mendes, Sérgio dos Passos Ramos, César Eduardo Fernandes, Tácito Cortes e Juvenal Barreto
A hora da virada
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A campanha publicitária de valorização profissional ganhou repercussão nacional em jornais, revistas, sites, rádio e TV
Capítulo 5
96
A ações do Protesto do Bem ocorreram em várias cidades do Estado de São Paulo. Na capital, panfletagem e divulgação junto ao público que passou pelo Conjunto Nacional, na Avenida Paulista
Protesto do Bem Enquanto a campanha publicitária e a repercussão da imprensa colocavam a questão da valoriza-
ção dos tocoginecologistas em debate, a Sogesp trabalhava na criação de um calendário de ações para 2010, que contemplava: fóruns regionais, Dia do Protesto do Bem, Dia de Luto e a paralisação junto aos planos de saúde, em 30 de novembro, data que ficou conhecida por “Um Dia por Mais Respeito”.
O Dia do Protesto do Bem aconteceu em 17 de agosto de 2010 e mobilizou tocoginecologistas
de todo o Estado de São Paulo. Em várias regiões do País, ginecologistas e obstetras distribuíram
panfletos, esclareceram dúvidas sobre diversos assuntos da especialidade e colocaram a popula-
ção a par do descontentamento dos médicos frente à questão da saúde suplementar. “Neste dia, médicos de todas as regionais da Sogesp se propuseram a fazer um atendimento para a população mostrando de alguma maneira a nossa indignação em forma de uma ação”, explica Maria Rita.
Na capital paulista, por exemplo, o Dia do Protesto do Bem aconteceu dentro do Conjunto Nacio-
nal, na Avenida Paulista; na cidade de São José dos Campos, o cenário escolhido foi um movimentado
A hora da virada
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shopping da região; e em São José do Rio Preto o público-alvo foi composto por 350 estudantes da rede pública.
A partir do Dia do Protesto do Bem, representantes da Sogesp
passaram a participar de algumas ações que corriam em conjunto com outras entidades médicas. Isso porque, ao mesmo tempo em que o movimento em prol dos tocoginecologistas ganhava
força, havia um estímulo para um movimento nacional de valo-
rização, encabeçado por entidades como a Associação Paulista
de Medicina (APM), Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo (Simesp) e Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). Em cada mobilização, a proposta defendi-
da pela Sogesp tornava-se mais pujante, tanto entre a população quanto entre influências estaduais e nacionais.
Um dos muitos apoiadores do movimento pró-valorização
profissional foi o deputado estadual Fernando Capez. Procurador de Justiça licenciado, ele denunciou ao Ministério Público Federal do Estado de São Paulo o desrespeito das operadoras
de saúde frente aos ginecologistas e obstetras. “Os dados sobre
a remuneração da especialidade são estarrecedores. A continuar a situação de hoje, há risco de inviabilidade do exercício da ginecologia e obstetrícia, um ônus grave à população. É algo inad-
missível”, destacou Capez, durante a apresentação no I Fórum de Honorários Médicos, ocorrido no dia 3 de setembro de 2010, durante o XV Congresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia.
O presidente, César Eduardo Fernandes (acima, no centro), fez frente a todas as manifestações da Sogesp. Abaixo, ações realizadas pela regional de Sorocaba
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Ao lado do Dr. César Eduardo Fernandes, o deputado estadual e Procurador de Justiça licenciado Fernando Capez, importante apoiador das ações de valorização profissional
Durante este fórum foi promovido dentro do Transamerica Expo Center, palco do congresso,
o chamado Dia de Luto. Na ocasião, muitos especialistas transitaram pelo evento com um jaleco preto, forma de demonstrar, publicamente, a indignação com relação à valorização dos honorários
e as precárias condições de trabalho. Mas o descontentamento frente às operadoras de saúde não foi representado somente pela vestimenta. Durante a reunião, centenas de médicos não só ouviram atentamente as palestras que envolviam problemas da profissão, como também deixaram sua contribuição, sugerindo novas iniciativas e soluções para os problemas existentes.
Ao final do encontro, além dos aplausos, a criação da Banca de Negociação da Sogesp, que tinha
como objetivo a repactuação dos honorários médicos junto à saúde suplementar. Inicialmente, representantes da banca – composta de médicos, advogados e consultores – fizeram uma proposta mínima
para que se iniciassem as negociações, tanto para a melhoria dos honorários da consulta quanto dos procedimentos. Pouco mais de um mês depois, em 26 de outubro, 23 cartas direcionadas a várias
empresas e cooperativas de saúde solicitavam soluções para a questão dos honorários. No mesmo dia, em Brasília, representantes da Associação participavam da Mobilização Nacional pela Valorização do Médico e da Assistência em Saúde no Brasil. Eles se juntaram ao outras cerca de 300 lideranças médicas de todo o Brasil e juntos representavam mais de 350 mil médicos que atuam no País. Com os
dizeres: “Ginecologistas Paulistas Presentes” escritos em uma grande faixa preta, colocavam o nome
da entidade em evidência, deixando claro aos líderes da saúde suplementar que a luta por uma remuneração mais digna e com melhores condições de trabalho estava apenas começando.
A hora da virada
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As insatisfações dos tocoginecologistas foram amplamente divulgadas pela imprensa. Acima, Dr. César Eduardo Fernandes concede entrevista durante o congresso de 2010
Dra. Maria Rita de Souza Mesquita, que comandou, a partir de 2010, as ações de valorização profissional
Dra. Carla Muniz P. de Carvalho da Silva César, presidente da então regional Sorocaba/Botucatu/Vale do Ribeira
Dr. José Renato Sampaio Tosello, de Presidente Prudente: grande apoiador
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Médicos de Jacareí paralizaram o atendimento eletivo e aderiram a campanha de valorização promovida pela Sogesp, em 30 de novembro de 2010
bro, o protesto “Um dia por mais respeito”. Nessa data, tocoginecologistas da capital e do interior
paulista paralisaram os atendimentos eletivos provenientes de seguradoras e planos de saúde. A ação movimentou todo o Estado de São Paulo: cerca de 80% dos especialistas da capital e 70% do
interior paulista fizeram parte do movimento, amplamente noticiado pela imprensa. Em algumas
cidades, inclusive, a participação da classe chegou a quase 100%, caso dos municípios de Jacareí, Mirassol, Araçatuba e Tanabi. Muitos, com faixas e panfletos, foram às ruas mostrar os motivos de suas reivindicações: honorários justos e qualidade na assistência a mulher. “Isto evidencia que não estamos para brincadeira e que iremos lutar até o fim por remuneração adequada e dignidade pro-
fissional”1, disse na época o presidente da Sogesp, César Eduardo Fernandes. Outra iniciativa que marcou positivamente o fim de 2010 refere-se aos Cursos de Educação Continuada (CEC). Devido à grande procura, a entidade resolveu repetir a dose em 2011, com a possiblidade, de inclusive, ofere-
cer o curso para nas regionais. E foi assim, cheia de metas e expectativas, que a diretoria da Sogesp adentrou 2011, já certa de que aquele seria um ano de importantes conquistas.
1. REVISTA SOGESP. Nov-dez. 2010, n. 91, p. 3.
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A hora da virada
Para encerrar 2010 com chave de ouro, a diretoria da Sogesp agendou, para o dia 30 de novem-
Na luta por melhores honorários e condições de trabalho, especialistas decidem pela suspensão do atendimento entre os dias 1º e 3 de setembro de 2011
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E avançam as negociações
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remuneração mínima de R$ 78,71 para consultas, e de R$ 763,64 para realização do parto,
além da adoção da CBHPM 2010 para todos os procedimentos. Ao final de 2011, 49 operadoras de saúde foram procuradas. Destas, 19 iniciaram contatos regulares com a Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo para debater o tema e chegar a um acordo. As Unimeds de São José do Rio Preto e Presidente Prudente foram as primeiras a elevar o valor das consultas: a primeira passou a pagar R$ 72, enquanto a segunda, R$ 70. Mais para o final do ano, em 24 de outubro de 2011, a Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi) informou que aumentaria de forma escalonada, a partir daquela data, o valor de consultas e procedimentos realizados por tocoginecologistas. As consultas passariam de R$ 50 a R$ 60 e as quatro últimas consultas do último mês de gestação passariam a ser remuneradas. O pagamento dos atendimentos referentes ao último mês de gestação também foi acatado pela Unimed de Ribeirão Preto. De olho em toda esta movimentação, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) acabou por reconhecer justo e obrigatório, pelas operadoras, o pagamento para os médicos da colocação e retirada do dispositivo intrauterino (DIU), bem como o pagamento do anestesista participante do processo de colocação deste contraceptivo, quando a presença do profissional for necessária. E em meio a tantas conquistas um impasse: a Porto Seguro não se dispôs a negociar e foi acionada judicialmente pelos advogados da Sogesp, que solicitou, por meio de liminar, reajuste de 65% dos honorários. A iniciativa, no entanto, pouco alterou as decisões da operadora. Em outubro, a empresa aumentou para R$ 56 a consulta de alguns de seus planos (bem inferior ao mínimo de R$ 78,71 estabelecido como mínimo) e redigiu um texto ao Tribunal de Justiça de São Paulo onde afirmou, entre outros pontos, que as consultas tiveram alta de 117% entre 2003 e 2011. Disposta a ir até as últimas consequências para defender os interesses da classe, a Sogesp não só respondeu à contestação da Porto Seguro como reiterou todas as solicitações anteriores. Em 7 de abril de 2011, Dia Mundial da Saúde, representantes da Sogesp participaram de uma paralisação nacional que uniu toda a classe médica na busca por melhores honorários frente aos planos de saúde. Novamente, tocoginecologistas trajaram os jalecos pretos em forma de protesto e com faixas, cartazes e autofalantes juntaram-se a outros especialistas da saúde igualmente descontentes. Concentrados em frente à sede da APM, o grupo seguiu em passeata até a Praça da Sé, no centro da capital paulista. Cerca de 70% dos médicos de todo o País participaram da paralisação, segundo cálculos da Associação Médica Brasileira, Conselho Federal de Medicina (CFM) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam). Paralelo a isso, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instaurada pela Assembleia Legislativa e baseada no requerimento do deputado estadual Fernando Capez, tinha com propósito investigar a remuneração paga aos médicos pelos planos de saúde. Em 10 de maio de 2011, a briga por melhores honorários e qualidade na assistência a mulher foi representada por uma audiência pública realizada em Brasília, que uniu autoridades e os seguintes representantes da Sogesp: o médicos César Eduardo Fernandes, Maria Rita de Souza Mesquita, Sérgio dos Passos Ramos e a advogada Karina Grou.
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A
Banca de Negociação da Sogesp iniciou 2011 com novidades. Entre a pauta de reivindicações,
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Liderada pelo dr. César Eduardo Fernandes (à esquerda), a Sogesp fez frente à paralisação nacional por dignidade na saúde suplementar, em 7 de abril de 2011
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Mais de 70% dos médicos de todo o Brasil participaram do movimento. Abaixo (a partir da esquerda), os doutores Juvenal Barreto Borrielo de Andrade, Maria Rita de Souza Mesquita e Cid Célio Jayme Carvalhaes (presidente do Simesp)
Jorge Nahás Neto
José Eduardo Nestarez
Sérgio dos Passos Ramos
Enquanto a Comissão de Valorização Profissional e Honorários Médicos defendia os in-
teresses dos tocoginecologistas, outras iniciativas em favor do associado movimentavam a Ginecologia e Obstetrícia Paulista. No interior, a região Centro-Oeste ganhou sua própria regional, com sede em Bauru. Tendo como líder o médico Jorge Nahás Neto, trazia como metas
a busca pela valorização da classe e o investimento em educação continuada, com jornadas aos sábados e reuniões pontuais durante a semana. Já na capital paulista, cinco programas de
atualização fizeram parte da grade dos Cursos de Educação Continuada (CEC) da Sogesp: Ur-
gências e Emergências Obstétricas – dr. Eduardo Cordioli; Infertilidade Conjugal – dr. Newton
Eduardo Busso; Mamografia – drs. José Eduardo Nestarez e Maria Del Carmem Garcia Molina; Teórico e Prático de Cirurgia de Alta Frequência (CAF) – dr. Celso Luiz Borelli e Suporte Avançado de Vida em Obstetrícia (Also) – dr. Marcos Ymayo.
Outra novidade importante refere-se à Comissão de Representantes Hospitalares, criada pela
Sogesp entre os meses de maio de junho de 2011. O objetivo era expandir os tentáculos da entidade
dentro dos hospitais paulistanos. A iniciativa destinava-se à realização de eleição de representantes em hospitais que tivessem, no mínimo, 50 sócios da entidade, residentes na capital paulista e com
as mensalidades em dia. A missão era comandada pelos médicos Marcos Ymayo e Lister Leandro de
Macedo. Segundo Ymayo, o representante teria as seguintes tarefas: “Defender os direitos profissio-
nais, esclarecer dúvidas e levar a debate questões ligadas às condições de trabalho, a fim de valorizá -las cada vez mais”, afirmou na época o especialista, que complementou: “Queremos unir a entidade médica e as instituições, fazendo com que a Sogesp atue dentro dos hospitais e vice-versa”1. 1. REVISTA SOGESP. Mai-Jun. 2011, n. 94, p. 28
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Na área de comunicação, o portal Sogesp ganhava, a cada dia, uma novidade. Além das constan-
tes atualizações do Canal Saúde Mulher, o endereço eletrônico trazia links para os profissionais fazerem as suas atualizações científicas e, se quisessem, podiam denunciar, de forma anônima, as opera-
doras de saúde que tivessem atuando de forma irregular ou desrespeitosa. Informações gerais sobre a especialidade, bem como o conteúdo completo da Revista Sogesp também estavam à disposição.
Atendimento suspenso Diante da falta de ação das operadoras de saúde, uma nova paralisação foi programada para os
dias 1º, 2 e 3 de setembro de 2011. A data não foi escolhida por acaso, já que estes seriam também
os dias do 16º Congresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia. Mais uma vez, somente o atendimento eletivo proveniente dos planos de saúde seria suspenso. Por isso, para não causar transtornos aos pacientes, os médicos foram orientados a conversar com suas pacientes e ver a possibilidade de
transferir o atendimento para outros dias. Mais do que falar sobre a questão dos honorários, os tocoginecologistas tinham como meta lutar pelo reajuste anual nos contratos das operadoras de saúde
e assegurar atendimento de qualidade à população, sem interferências com relação a pedidos de exames e procedimentos. A adesão ao movimento chegou a 80%, de acordo com a Sogesp.
Empenhados, especialistas compareceram em peso ao estande montado dentro do congresso
para o Fórum de Honorários Médicos. Quem passava por ali recebia pedaços de pizza com dizeres bem familiares: “Seguradoras”, “Cooperativas”, “Autogestão” e “Medicina de Grupo”. Esta forma despojada e, ao mesmo tempo, presencial, traduzia a seguinte mensagem: “o dinheiro pago pelas
operadoras hoje mal dá para pagar uma pizza”2. E a movimentação dos tocoginecologistas estava apenas começando. No segundo dia do congresso, 2 de setembro, o fórum uniu, para um bate-papo acalorado, os drs. César Eduardo Fernandes, Maria Rita de Souza Mesquita e Sérgio dos Passos
Ramos (que representavam a Sogesp) junto com as seguintes personalidades: Humberto Jorge Issac
(Federação Nacional de Saúde Suplementar – FenaSaúde), José Cechin (Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS), Bruno Sobral de Carvalho e pessoas ligadas à Federação das Unimed do Estado
de São Paulo (Fesp). Aos participantes do fórum, uma certeza: mais do que nunca, era preciso que o movimento não esmorecesse e continuasse cada vez mais forte e determinado. Porém, muito do que seria feito dali por diante dependeria dos rumos que a Sogesp tomaria nos meses subsequentes, já que as eleições para o biênio 2012-2013 estavam chegando.
2. REVISTA SOGESP. Set-Out. 2011, n. 86, p. 4.
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Participação ativa dos tocoginecologistas durante o II Fórum de Honorários Médicos, no XVI congresso, em 2011
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Protesto no II Fórum de Honorários Médicos trouxe sacadas inteligentes, como a distribuição de pedaços de pizzas com nomes familiares. A ideia era ressaltar que o valor pago pelas operadoras de saúde mal dá para pagar uma pizza
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O Dr. Wilmon de Freitas (de jaqueta azul) foi um importante elo entre a Nova Sogesp e o Sindicado dos Médicos (Simesp); na foto, está na companhia do dr. César Eduardo Fernandes e Geraldo Rodrigues de Lima
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A paralisação dos dias 1º, 2 e 3 de setembro de 2011, decidida no auditório da APM teve a adesão de 80% dos tocoginecologistas
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Capítulo 7
A diretoria encabeçada pelo dr. César Eduardo Fernandes foi reeleita no final de novembro de 2011 para mais uma etapa à frente da SOGESP
Sob a mesma direção
Capítulo 7
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Dr. Corintio Mariani Neto, diretor-tesoureiro das gestões 2010-2011 e 2011-2013 ajudou a fortalecer os canais de comunicação da Sogesp
P
restes a encerrar o biênio 2010-2011, a diretoria encabeçada pelo dr. César Eduardo Fernandes se preparou para o próximo período eleitoral. E, como não houve concorrentes, acabou reelei-
ta no final de novembro, com mais de 90% dos votos. “Mesmo que se tenha uma chapa única, a
eleição precisa acontecer de qualquer maneira”, explicou o presidente reeleito, que, durante sua gestão, mudou o sistema do pleito para a versão digital. “Quando chegamos aqui, nossa eleição era
no papel e isso trazia preocupação pela lisura. Podia-se enviar por correio também, mas na época, por segurança, pedimos uma urna inviolável, que só era aberta com a presença dos fiscais de cada
chapa. Depois que fomos eleitos criamos a eleição digital, foi feito um regimento e uma mudança no estatuto, com controle, senha e tudo”, relata.
Dias após a confirmação da vitória, em 3 de dezembro de 2011, a diretoria da Associação com-
pareceu em peso à inauguração da regional Centro-Oeste, que ocorreu na cidade de Bauru, no
Centro de Pesquisa do Hospital Unimed. Foi a única iniciativa neste sentido daquela diretoria duran-
te os quatro anos que esteve à frente da entidade, surgida a partir da reorganização das regionais de Sorocaba e Presidente Prudente. Para a diretoria da nona subsede, foram escolhidos os médicos
Jorge Nahás Neto (presidente), José Petrônio Lourenço Dias (secretário), Cláudia Garcia Magalhães (diretora científica) e Fábio Sgarbosa (tesoureiro).
sentou nova energia ao grupo, que se sentiu fortalecido. “Seguramente, há dois anos, nós fomos unani-
midade. Agora, sem concorrência, tivemos mais de 2.000 votos, pessoas que sabiam que só havia uma chapa, mas foram lá e a referendaram. Isso deu legitimidade para continuarmos o segundo mandato”,
comenta o especialista. Para ele, a personalidade do dr. César foi fundamental para o desencadeamento das ações que hoje movem a entidade. “O César é dinâmico e deu outro gás à Sogesp. Ele é um líder
e fez acontecer”, afirma. Seu pensamento é compartilhado pelo médico Coríntio Mariani Neto, diretor tesoureiro das gestões 2010-2111 e 2012-2013. “O dr. César é um grande agregador. Ele, como pre-
sidente, poderia muito bem tomar decisões sozinho, mas tem uma qualidade difícil de ser encontrada nos líderes de hoje: saber ouvir. Além disso, é um grande empreendedor”, ressalta.
Apesar do resultado da eleição ter sido confirmado em novembro de 2011, a posse da diretoria
que comandaria a entidade no biênio 2012-2013 aconteceu em 4 de janeiro, no primeiro dia útil de 2012, durante Assembleia Geral realizada dentro da própria sede. Nesta data, também houve
definição do Conselho Fiscal, coordenado a partir de agora pelos médicos Paulo Arthur Machado Padovani (Piracicaba), Nelson Antunes Júnior (São Paulo) e Francis de Assis Moraes Gomes (Amparo).
Para ajudar a dar seguimento às atividades da nova gestão e saber quais pontos deveriam ser
trabalhados, foi decidida a contratação de uma nova pesquisa pela qual os tocoginecologistas pu-
dessem listar os principais problemas da especialidade. Também foi definido que o site passaria a
oferecer, muito em breve, informações jurídicas referente à defesa profissional, supervisionadas pela advogada e assessora jurídica Andrea Lazzarini Salazar. O e-mail medicos@sogesp.org.br continuaria na ativa, mantendo aberto o canal de dúvidas e sugestões dos associados.
A advogada Andrea, aliás, teria seu nome envolvido em uma importante comissão criada pela So-
gesp: a de Valorização Profissional no Sistema Único de Saúde (SUS). Coordenada pela dra. Maria Rita de Souza Mesquita, era formada pelos médicos Bráulio Sanches de Oliveira Zorzella, César Eduardo Fernandes, Jefferson Delfino, João Prata Fernandes Júnior, Márcia Maria de Aquino e Paulo Nicolau.
A primeira reunião do grupo ocorreu em 1º de fevereiro de 2012 e contou com a participação de
Carlos Bezerra Júnior, ginecologista e deputado estadual. Assim como se procedeu na luta da saúde suplementar, as solicitações dessa nova comissão envolviam melhores condições de trabalho dentro da saúde pública, melhor posicionamento médico da especialidade e melhor atendimento à mulher,
bem como um projeto de educação continuada permanente1. Também ficaria a cargo da comissão a luta para que a União passasse a investir 10% de sua Receita Corrente Bruta no SUS.2
Dois meses depois desta primeira reunião da comissão, em 4 de abril, o deputado Carlos Bezerra
Júnior também marcou presença no I Fórum Sogesp – Características Regionais do SUS. O encontro
reuniu diversas personalidades e listou os principais entraves enfrentados pelos tocoginecologistas
1. REVISTA SOGESP. Jan-Fev. 2012, n. 98, p. 9. 2. Receita Corrente Bruta é o somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, sem qualquer tipo dedução.
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Sob a mesma direção
A reeleição da chapa Nova Sogesp, segundo o secretário-geral, dr. Newton Eduardo Busso, repre-
Capítulo 7
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dentro do serviço público. Entre eles, falta de cursos de reciclagem e equipamentos, ausência de planos de carreira e baixa remuneração (com salários a partir de R$ 400 e pagamentos de R$ 75 por plantão de 12 horas)3. Também foi a partir do fórum que a entidade levantou algumas bandeiras que seriam defendidas a partir de então: busca por um salário mínimo de R$ 9.188,22, criação de um pla-
no de cargos e carreiras e a confecção de um documento oficial que listaria os principais problemas dos GOs dentro da saúde pública paulista.
“Os trabalhos estão um pouco mais vagarosos porque dependemos muito de outras entidades.
O sistema de saúde público é difícil. Quer dizer, não é só o médico que pode brigar, depende de
outras áreas governamentais. Então temos tentado junto a alguns deputados fazer algum tipo de trabalho voltado à população nesse sentido. Não vou dizer que seja fácil, porque quando você mexe com outras entidades governamentais fica meio de mãos atadas, porque não depende só da especialidade”, ressalta a dra. Maria Rita de Souza Mesquita. Mas esta é uma batalha difícil de ser travada
e que exige muito empenho da Associação. Na opinião do dr. César, é um processo que está apenas engatinhando. “Ainda somos devedores na questão do SUS, porque na verdade a Sogesp tem de es-
tar alinhada com aquilo que é mais problemático com o seu associado. E identificamos, claramente, que o grande problema do médico atual estava na saúde suplementar”, complementa o presidente. A partir do I Fórum Sogesp, a questão do SUS passou a ser levada para as ruas, junto com as campa-
nhas de saúde suplementar. Na passeata realizada em 25 de abril, na Avenida Paulista, no chamado Dia Nacional de Advertência contra os Planos de Saúde, a Associação trouxe faixas como “Sogesp em defesa do SUS, dos médicos e dos pacientes”. Cerca de mil médicos de todo o Estado de São Paulo e de diversas especialidades compareceram ao protesto, que contou com o apoio da Associação Paulista de Medici-
na (APM), Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Sindicato dos Médicos
e Academia de Medicina de São Paulo. O saldo do protesto começou a aparecer no mês seguinte, em maio, quando a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) tornou obrigatório para as operadoras de saúde, por meio da Instrução Normativa 49, a prescrição do índice e da periodicidade dos reajustes
dos honorários em contrato. No Dia do Médico de 2012, comemorado em 18 de outubro, foi divulgada outra boa notícia para os profissionais que tinham interesse em trabalhar na saúde pública. O então governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, juntamente com o secretário de Estado da Saúde
de São Paulo, Giovanni Guido Cerri, informou que o Projeto de Lei Complementar 39/2012 havia sido encaminhado à Assembleia Legislativa. A PL trazia, entre outros pontos, a criação da carreira de médico de 40 e 20 horas. A primeira era destinada àqueles que trabalhassem exclusivamente para o SUS paulista,
com remuneração que variava de R$ 13,9 mil a R$ 18,5 mil, após 15 anos trabalhados. A segunda cate-
goria (20 horas) era voltada para aqueles que já trabalhavam no SUS estadual ou que tinham, além do SUS, outro local de trabalho. Neste caso, a remuneração seria de R$ 6 mil, podendo chegar R$ 7,5 mil4.
3. REVISTA SOGESP. Mar-Abr. 2012, n. 99, p. 9. Os valores informados foram comprovados por holerites, segundo a reportagem ‘Fórum SOGESP confirma: ginecologistas e obstetras estão sem condição de trabalhar na saúde pública em São Paulo’ 4. MÉDICOS SERVIDORES ESTADUAIS TERÃO CARREIRA INÉDITA. Disponível em www.apm.org.br/noticias-conteudo.aspx?id=8707. Acesso em 9 set. 2013.
Sob a mesma direção
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Integrantes da reunião que tratou da saúde pública da mulher no Estado de São Paulo, com a presença do médico e deputado estadual Carlos Bezerra (4º a partir da esquerda)
Na primeira fileira, da direita para a esquerda, o prof. Marcos Felipe Silva de Sá, o deputado estadual Carlos Bezerra e os drs. César Eduardo Fernandes e Maria Rita de Souza Mesquita
CapĂtulo 7 122
Sob a mesma direção
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Sogesp se reúne em 30 de novembro de 2012 para analisar o Parecer CMF 39/12, sobre a cobrança de honorários por médicos obstetras pelo acompanhamento presencial ao parto
Capítulo 7
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Dr. Paulo César Giraldo, diretor científico nas gestões 2010-2011 e 2011-2013 que inovou a forma de se pensar no congresso
O secretário-geral Newton Eduardo Busso: educação continuada e ações conjuntas que fizeram a diferença no crescimento da Sogesp
César Antonio Saviolo Damaceno, da regional do Vale do Paraíba
Clube de Benefícios Uma grata surpresa fez parte da rotina dos tocoginecologis-
tas associados à Sogesp em março de 2012. Foi quando entrou
em funcionamento o Clube de Benefícios Sogesp, criado jun-
tamente com a administradora de benefícios 1000 Vantagens. Por meio do clube, os associados teriam acesso a descontos em
produtos e serviços de mais de 100 empresas localizadas no Estado de São Paulo. Faziam parte do programa empresas como Polishop, Le Postiche, Submarino, Ricardo Eletro e Saraiva.
Sob a mesma direção
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Mudança de paradigma: O Conselho Federal de Medicina, por meio do parecer 39/12, considera, a partir de 2012, ĂŠtico e legal que o obstetra cobre para estar disponĂvel durante o trabalho de parto
CapĂtulo 8
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A luta pelo parto personalizado
Capítulo 8
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F
oi entre a gestão 2010-2011 que a bandeira referente à cobrança do acompanhamento presencial do trabalho de parto começou a ganhar força. A questão, encampada pela Associação de
Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo, teve um encarte especial na edição 97 da Revista
Sogesp, de novembro-dezembro de 2011, explicava porque o médico obstetra que faz o pré-natal não é obrigado a fazer o parto da paciente. O encarte ressaltava, entre outros pontos, que já na pri-
meira consulta o especialista deveria informar sobre essa questão à paciente e deveria dar a ela as seguintes opções: fazer o parto com o médico cadastrado no hospital credenciado ou, caso quisesse realizar o parto com o mesmo médico do pré-natal, acertar os honorários diretamente com ele.
Logo, o tema tomou conta de todo o Estado e, a partir de uma série de encontros e reuniões, os
obstetras foram aos poucos sendo esclarecidos sobre como deveriam proceder frente a este novo panorama. Mais do que informar à paciente na primeira consulta, era preciso:
• celebrar com a paciente um contrato de prestação de serviço e pedir que ela assinasse um
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), parecido com os termos propostos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM);
• cobrar os honorários definidos apenas da paciente, não devendo ser emitida uma guia de cobrança para a operadora de saúde, para que isso não caracterizasse dupla cobrança, isto porque a cobrança pelo acompanhamento presencial refere-se à disponibilidade integral do médico no último mês de gravidez, não apenas pela realização do parto;
• caso a paciente opte por fazer o parto com o plantonista, é dever do tocoginecologista
que estiver fazendo o acompanhamento do pré-natal fornecer ao médico obstetra que realizará o parto todas as informações da gestante e do bebê. Além disso, a paciente deve
ser acompanhada até que o parto aconteça e encaminhada com uma carta de orientações ao hospital credenciado ao plano de saúde.
A cidade de Jacareí foi uma das primeiras a adotar o novo procedimento, a partir de 4 de junho
de 2012. Em 25 de setembro, a Sogesp e o Procon de São José do Rio Preto firmaram o que foi chamado de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Por meio deste, o Procon reconhece que o médico pode cobrar pela disponibilidade, desde que a gestante fique sabendo disso com antecedência. Para garantir que a informação ficasse acessível a todos, a diretoria da Sogesp distribuiu car-
tazes aos seus associados com a seguinte mensagem: “A legislação e o contrato de plano de saúde
não obrigam o médico que acompanha a gestante durante o pré-natal a realizar o parto. Por isso é
juridicamente aceitável que o médico estabeleça honorários por sua disponibilidade para atender à gestante. Nesta hipótese, deverá ser firmado um contrato no qual conste o valor do serviço de
disponibilidade do médico e demais condições. Mas a gestante pode também optar por não pagar pela disponibilidade e realizar o parto com o obstetra plantonista”.
Assim que o termo foi firmado, a cidade de São José do Rio Preto tornou-se referência com re-
lação à discussão do assunto. Enquanto isso, os municípios de Ribeirão Preto, Bauru, São José dos Campos, Santos, Pindamonhangaba e Campinas tiveram importantes avanços.
A luta pelo parto personalizado
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A campanha publicitåria em prol a cobrança pelo acompanhamento presencial ao trabalho de parto teve ampla repercussão e ganhou påginas de jornais e revistas
Capítulo 8
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Em pé (da esquerda para a direita): Lorival de Matos Rodrigues, Neiw Oliveira Iamada, Giuliano Tavares Tosello, José Renato Sampaio Tosello, Edvar da Costa Galvão Filho, Fernando Antonio Mourão Valejo, Luís Antonio Gilberti Panucci, Mary Martins Nery, Álvaro Anzai, Ademar Anzai, Neusa Jeronimo Peres Fingerhut; sentados (da esquerda para a direita), Juvenal Barreto Borrielo de Andrade, Andrea Lazzarini Salazar (advogada), Sizuvo Iamada, Graciela Longo Tofano, Cátia Fernanda Pavani, Renata Maria Bottino Vizzotto, Yoshino Ayabe Gomes e Renato Luz Furquim, durante reunião, em 2012, em Presidente Prudente
Assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta, em 25 de setembro de 2012, realizada em São José do Rio Preto. Da direita para a esquerda: José Luís Esteves Francisco, Sandra Léa Bonfim Reis, diretor do Procon de São José do Rio Preto, José Luís Crivellin (de branco) e João Luiz Carvalho
mos uma consulta formal ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp),
nossa proposta de cobrança foi considerada antiética e ilegal. A partir daí, o dr. César Eduardo Fer-
nandes contatou o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Sogesp teve a oportunidade de ser representada pelo seu presidente dentro da plenária do CFM para fincar nossas bandeiras em torno deste assunto”, explica a médica Maria Rita de Souza Mesquita.
A reunião plenária do Conselho Federal de Medicina aconteceu em 10 de janeiro de 2013.
No mesmo dia e horário, outra reunião uniu especialistas na sede da Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS). Ambas tiveram como destaque o mesmo assunto: a cobrança pela disponibili-
dade obstétrica. Enquanto o CFM – por meio do Parecer 39/12 – caracterizou como ética e legal a cobrança de honorários pelo acompanhamento presencial do trabalho de parto, a ANS deu outro
parecer, ressaltando que o médico só teria direito de cobrar pelos honorários se alterasse o con-
trato que mantinha com a operadora1. “Hoje, com os contratos em vigor e do jeito que eles estão escritos, redigidos e configurados na saúde suplementar, não é aplicável o parecer do CFM na
saúde suplementar. As regras atuais preveem que os planos de saúde devem oferecer cobertura
do pré-natal, do acompanhamento do parto e do parto. Os contatos devem ser cumpridos, caso haja descumprimento, cabe punição”, disse na época à Agência Brasil a gerente de regulação assistencial da ANS, Martha Oliveira.
Assim que a ANS manifestou a sua posição, o CFM emitiu uma nota de esclarecimento do Parecer
39/12. No texto, o conselho afirmava que o honorário do médico deveria ter origem de apenas uma
fonte: ou da paciente ou do plano de saúde e frisava que a mulher poderia escolher quem faria seu parto e, caso pagasse pelo acompanhamento presencial, poderia, com o recibo, entrar com pedido de ressarcimento junto ao convênio ou utilizar para dedução no imposto de renda. “Sabiamente, o texto libera médicos e pacientes para tomarem suas decisões, valorizando suas autonomias”, diz o parecer.
“É uma mudança de paradigma. A questão vai se alastrando e é um exemplo para outros Esta-
dos, pois conseguimos uma aprovação do CFM para que entendessem que a disponibilidade do médico para a realização do parto tem de ser remunerada”, assinala o dr. Newton Eduardo Busso.
Como foi reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina, a medida acabou beneficiando na-
cionalmente a classe ginecológica. Por conta disso, representantes da Sogesp já estiveram nos Estados da Bahia, Goiás e Paraná para falar sobre o assunto. “É a grande conquista da Sogesp com relação aos honorários: O CFM tornou ético e legal que o obstetra cobre para estar disponível no
momento do trabalho de parto. Isso foi uma conquista da nossa Associação”, afirma a dra. Maria Rita.
Sua afirmação faz coro com a do dr. Corintio Mariani Neto, diretor-tesoureiro da gestão 2012-2013. “A principal atitude desta diretoria em benefício do médico ginecologista e obstetra, particularmente, o obstetra, foi ter batalhado e conseguido isso”, comemora.
1. Segundo informações da Agência Brasil, publicadas em 17 de janeiro de 2013. Disponível em http://agenciabrasil.ebc.com.br/ noticia/2013-01-17/cfm-vai-avaliar-posicao-da-ans-sobre-cobranca-de-honorario-para-acompanhar-parto. Acesso em 9 set. 2013.
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A luta pelo parto personalizado
Um entrave no andamento das ações, no entanto, preocupou a comissão da Sogesp: “Ao fazer-
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Empenhada, dra. Maria Rita de Souza Mesquita coordenou a Comissão de Valorização Profissional e de Honorários e Convênios
Valorização Já! E é nesse movimento de resgate e valorização profissional que a diretoria da entidade lançou,
meses depois, o Ranking Sogesp das Operadoras de Saúde, que ficou conhecido pela sigla Rasgos.
Com base em informações coletadas durante o ano vigente, o ranking indica aos GO´s quais operadoras pagam os melhores (e os piores) honorários frente a diversos procedimentos. A iniciativa inédita repercutiu não só entre a classe tocoginecológica, mas entre todo o sistema de saúde paulista.
Em 2012, além da consulta, foram avaliados os valores pagos pelos procedimentos de cesárea,
exérese de nódulo mamário, ooforectomia, curetagem pós-abortamento, parto vaginal e histerectomia. A classificação listou 44 operadoras e os dados foram compilados a partir de informações vindas
das operadoras e dos próprios profissionais, que mandaram valores e comprovantes de pagamentos. Pelo Rasgos de 2012, a Petrobras ficou em primeiro lugar no quesito Melhor pagamento de
consulta (R$ 100), enquanto a Unimed Jundiaí figurou no último lugar (R$ 25,20). Já no quesito procedimentos (juntando todos os seis pesquisados), a Unimed Jaú ficou com a melhor posição, enquanto, mais uma vez, a Unimed Jundiaí amargou o último lugar. “O Rasgos, na verdade, foi a
forma de tornarmos visível para a população e a área médica o quanto somos mal remunerados. O ranking mostra, efetivamente, o quanto as operadoras pagam, da pior para a melhor”, explica a dra. Maria Rita. Junto a este levantamento, um outro trabalho, encomendado pela Sogesp ao instituto Datafolha, mostrava que 13% dos 451 tocoginecologistas ouvidos no Estado de São Paulo
deixaram de atender a Obstetrícia. Além disso, por conta da baixa remuneração, a pesquisa des-
As campanhas publicitárias permearam todo o trabalho da Sogesp de valorização profissional
tacou que o médico da área tinha uma carga horária de trabalho semanal de aproximadamente 55 horas (11 horas a mais do que a carga horária padrão no Brasil, de 44 horas semanais). “Você tem duas pontas: o usuário e o prestador. No meio, o operador de sistema. E não se cobra pouco
do usuário, ao contrário. Mas é que isto não está chegando ao médico, está ficando no meio do
caminho. São custos administrativos, operacionais, exames, internações para pagar o hospital. O médico fica só com 8%”, esclarece o dr. César Eduardo Fernandes.
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Capítulo 8
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A Campanha contra o HPV Para divulgar, prevenir e combater a prolifera-
ção do vírus HPV, a Sogesp iniciou, em 2012, uma intensa campanha em todo o Estado de São Paulo.
Tendo como coordenadora a médica Márcia Fuzaro Terra Cardial, a ação apostou em várias frentes.
Uma delas ocorreu dentro do Shopping Ibirapuera,
na capital paulista, quando ginecologistas falaram
sobre o assunto a cerca de 3 mil transeuntes que passaram por ali. Coube aos especialistas tirar as
dúvidas da população e prestar esclarecimentos sobre diagnósticos e tratamentos e distribuir preservativos e folhetos informativos. Posteriormente, o dr.
César teve a oportunidade de falar sobre o assunto no Programa do Jô, de 9 de abril de 2012, transmitido pela Rede Globo. “A população precisa se mo-
bilizar e, junto aos médicos, entender a importância desta imunização. Devemos vacinar sem esquecer do uso do preservativo e dos exames de prevenção
contra o câncer. A vacina já está disponível no Brasil
desde 2007, mas, em geral, na rede privada” , disse 1
na época a dra. Márcia2. A divulgação do tema tam-
Dra. Márcia Fuzaro Terra Cardial coordenou a campanha para prevenir e combater o HPV
bém foi abordada nos seminários de Prevenção e
Combate ao HPV. O segundo simpósio, que ocorreu em 11 de março de 2013, no auditório
da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, contou com a presença de mais de 100 pessoas. Dois meses depois, em 27 de maio, o simpósio ainda era alvo de comentários na Assembleia Legislativa. “O seminário proporcionou o debate e a formação de cidadãos de
todo o interior paulista”, afirmou na ocasião a deputada estadual Ana Perugini, autora do Projeto de Lei que institui o dia 11 de março como o Dia Nacional de Combate e Prevenção ao Câncer de Colo do Útero – HPV.
1. REVISTA SOGESP. Mai-Jun. 2012, n. 100, p. 11. 2. O Ministério da Saúde já informou que a vacina contra o HPV será incorporada ao calendário nacional de imunização do SUS em 2014. Segundo a Febrasgo, o vírus é responsável por 98% dos casos de câncer de colo do útero no Brasil.
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Devido ao sucesso do I Simpósio em HPV e a grande demanda por parte dos 250 inscritos, a SOGESP dará continuidade ao evento que trata do tema Atualidades na Prevenção do Câncer Genital, com muitas novidades que serão divulgadas em breve. Reserve a data em sua agenda e não fique de fora desta grande oportunidade de atualização profissional.
Data: 6 de outubro de 2012 Local: Renaissance Hotel São Paulo Coordenação Geral: César Eduardo Fernandes Moderador: Paulo César Giraldo Organização: José Antonio Marques e Marcia F. Terra Cardial
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informatização esteve entre as preocupações
centrais da Nova Sogesp. Por isso, o site da entidade (www.sogesp.com.br), foi, aos poucos, transformando-se em uma importante ferramenta de interatividade e informação, com recursos voltados para o público e conteúdo destinado exclusivamente aos associados. Este, aliás, foi percebendo, mês a mês, que o endereço eletrônico tornava-se cada dia mais útil e fundamental ao seu dia a dia, seja na busca por notícias da especialidade, seja no acesso a cursos de reciclagem e programas voltados a tornar sua vida mais fácil. Com tantas mudanças, o número de acessos, que no início de 2010 girava em torno de 5 mil/mês foi multiplicado em pelo menos dez vezes em meados de 2013. E se, no início da de 2010, a mudança de conteúdo, o blog para os associados e o Canal Saúde Mulher foram os grandes destaques, em 2013 a entidade trouxe para o portal três grandes inovações: o Programa de Educação Continuada (PEC), a reformulação do portal e o Consultório Digital. O PEC Sogesp entrou em ação no início de 2013, com o propósito de oferecer cursos de reciclagem por meio de videoaulas, que ficam à disposição dos internautas. Para os associados em dia com as anuidades, o conteúdo é gratuito. Já para os interessados que não são sócios, o acesso está disponível a partir do pagamento de uma assinatura. Com duração de 15 minutos, as aulas são divididas em 18 módulos. “Não é uma entrevista, é a gravação de uma aula mesmo, com todos os tutoriais, muito bem editado”, explica o médico Paulo Cesar Giraldo, diretor-científico nas gestões 2010-2011 e 2012-2013. Segundo
No ar desde 2013, o PEC Sogesp tem entre seus coordenadores o dr. Paulo César Giraldo (foto_, e disponibiliza cursos de reciclagem por meio de vídeoaulas no site da entidade
ele, as aulas on-line abrangem quase todos os assuntos de Ginecologia e Obstetrícia. Até o momento já foram gravadas mais de 100 aulas e o intuito é que o conteúdo seja atualizado de dois em dois anos.
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esde o início da primeira gestão, em 2010, a
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Dr. Corintio Mariani Neto, que junto com os drs. César Eduardo Fernandes e Paulo César Giraldo escolhe os temas que serão trabalhados no PEC Sogesp
Além de Giraldo, os doutores César Eduardo Fernandes e Coríntio Mariani Neto vão defi-
nindo as pessoas e os assuntos que serão gravados para o conteúdo do PEC Sogesp, que tem
reconhecimento da Comissão Nacional de Acreditação e dá ao profissional da área pontuação para a revalidação do Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia (Tego). “A Sogesp não
podia se restringir ao congresso, então fomos criando situações de educação continuada, como o PEC, o PEP (Programa de Educação Presencial) e o Proap (Programa de Educação Prática).
Paralelo a isso, a Associação criou o Canal Saúde Mulher, voltado para o público em geral, com
vídeos compostos de depoimentos curtos, de dois a três minutos, sobre perguntas mais comuns de diversas áreas da GO”, destaca o dr. Giraldo.
Gravados em congressos e eventos científicos, os vídeos do Canal Saúde Mulher já ultrapassa-
ram, em 2013, a marca de 300 tópicos. O canal atrai cerca de 800 pessoas ao mês, com média de 3,7 mil reproduções, segundo o Google Analytics. O conteúdo audiovisual também está disponível no formato de texto, facilitando a busca pelo nome do médico, pela palavra-chave e pelo tema.
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Campanhas sobre as vรกrias ferramentas digitais oferecidas pela Sogesp entre os anos de 2010-2013
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O conteúdo da TV Sogesp é gratuito aos associados e transmite assuntos de vários temas ligados ao universo feminino
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Dr. Jarbas Magalhães tomou à frente dos trabalhos para a criação do software Consultório Digital
Já o Consultório Digital foi a grande novidade de 2013 no que se refere a informatização. Desen-
volvido dentro da Sogesp e coordenado pelo médico Jarbas Magalhães, é um software de gerenciamento de consultório multiplataformas, com o qual é possível personalizar e acessar, de qualquer
lugar do mundo onde exista computador e conexão à Internet, agenda, diagnósticos e histórico dos pacientes. Tudo de maneira simples, rápida e personalizada. “Queremos oferecer um software que
atenda ao médico na sua consulta e em tudo o que ele faz, no seu diagnóstico, no dia a dia geral, de forma rápida e fácil, sem inserir itens que ‘travem’ a máquina”, explica o dr. Jarbas Magalhães.
Segundo o médico Anderson Moura, um dos envolvidos no projeto, Por meio do software
também é possível imprimir o seu próprio receituário e mandar para as pacientes lembretes sobre a consulta, via SMS, e-mail ou mensagem privada no Facebook. O sistema também gera gráficos de praticamente tudo, então é muito interessante utilizar a plataforma para acompanhar a evolução da paciente.
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Com o portal renovado, o Clube de Benefícios Sogesp disponibiliza aos associados vantagens e benefícios especiais
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Dr. Nucélio Luiz de Barros Moreira Lemos: familiaridade com informática auxiliando na modernização do portal e na integração das plataformas
O trabalho de Anderson é acompanhado de perto pelos olhos atentos do dr. Nucélio Luiz de
Barros Moreira Lemos, coordenador da Comissão de Informática da Sogesp, assunto, aliás, com
o qual tem familiaridade desde pequeno. Natural de São José dos Campos (SP), passou parte da infância na empresa de informática do pai, que prestava serviço para gigantes como a Embraer e Ericsson. Ali, viu centenas de computadores serem montados e desmontados. Acabou tomando
gosto pelas novidades da área e fez da tecnologia sua aliada. Mas, apesar do fascínio que a infor-
mática lhe proporcionava, quis o destino que o rumo profissional que Nucélio tomaria o conduzisse
para a Ginecologia. Filho da também especialista na área dra. Nereusa Martins de Barros Moreira Lemos, sempre acompanhava a mãe em congressos e eventos científicos. E foi nestes encontros
que conheceu pessoas que, tempos depois, fariam parte de sua convivência rotineira, como os médicos César Eduardo Fernandes, Francisco Eduardo Prota e Newton Eduardo Busso. “Eu me lembro
que quando tinha 15 anos o dr. Newton organizou um congresso em um navio. Aquilo foi uma festa, todo mundo ficou amigo. Então eles me conhecem desde aquela época”, recorda.
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Alinhado com a diretoria Sogesp desde 2010, quando, por afinidade, auxiliou a Chapa 2 a ser
eleita, Nucélio esteve presente nos trabalhos referentes à modernização do portal da entidade e
durante aquela gestão assumiu uma importante tarefa: integrar todas as equipes e ferramentas
que compõem o endereço eletrônico da associação. “Com o tempo foi-se criando uma série de benefícios, como o PEC, Canal Saúde Mulher, o Clube de Vantagens e o Consultório Digital. Tudo
isso foi sendo trazido para a plataforma do portal Sogesp, cada um sendo desenvolvido por uma equipe distinta, que não se falava. Minha grande função tem sido integrar estas equipes, fazer com que uma ferramenta seja compatível com a outra. E eu quero criar por trás todos os softwares de
gestão, trabalhar neste desenvolvimento e criar uma ferramenta que comporte tudo dentro dela”, explica o especialista, que, no segundo semestre de 2013, apresentou aos associados a nova pla-
taforma do portal Sogesp, totalmente compatibilizada com as máquinas de busca e com recursos para facilitar a leitura e a localização do que se procura.
Com a nova plataforma, o portal traz a tiracolo a TV Sogesp. Destinada aos tocoginecolo-
gistas que quiserem oferecer um conteúdo diferenciado na sala de espera do seu consultório,
a programação estará disponível gratuitamente ao associado ativo e exibirá assuntos diversos, não só envolvendo a Ginecologia e a Obstetrícia, mas temas gerais do universo feminino, como
moda, beleza, entretenimento, qualidade de vida. O conteúdo será dividido em dois blocos de 15 minutos cada, que serão atualizados quinzenalmente. “Vai ser um canal com programação
especial on-line, que o interessado vai poder sintonizar tendo o decodificador”, descreve o mé-
dico Coríntio Mariani Neto. “O associado só precisará comprar um adaptador, mais nada. O resto dos custos a Sogesp banca”, complementa. Mas engana-se quem pensa que as inovações se restringiram somente ao portal. As alterações puderam ser sentidas também no principal evento
organizado pela Sogesp, o Congresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia, que, passou por intensa reformulação. Com isso, a reunião se abriu para a tecnologia e deste feliz encontro surgiram elementos que mudariam positivamente a relação do congressista com o conhecimento científico. Contudo, esta é uma outra história.
TV Sogesp: conte煤do especial para a sala de espera do consult贸rio
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O congresso se agiganta
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Ferramentas tecnológicas e metodologia mais dinâmica garantiram o sucesso ainda maior do congresso
O congresso se agiganta
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A
fama de qualidade do congresso anual promovido pela Sogesp já era histórica entre seus associados. Considerado o grande evento do ano da entidade, sempre atraiu um alto número de
tocoginecologistas, que dispunham naqueles três dias de encontro de informações privilegiadas e
de conhecimentos valiosos para o desenvolvimento e rotina profissional. A partir de 2010, com o advento da Nova Sogesp, o desafio tornava-se ainda maior. Era preciso destacar que a questão da
valorização profissional – um dos pontos fortes da campanha – não atrapalharia ou deixaria de lado
a parte científica. Ao contrário disso, o congresso visava a manter a qualidade que sempre teve e crescer cada vez mais, trazendo aos participantes novidades e inovações. Era preciso surpreender e
reinventar. “Não poderíamos deixar escapar que partiríamos só para a questão da valorização profissional e deixaríamos de lado a parte científica. Tínhamos sim de fortalecê-la e torná-la maior do que ela é, mais organizada”, explica o dr. Jarbas Magalhães.
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Ficou nas mãos do médico Paulo Cesar Giraldo, de Campinas, a tarefa de pensar e organizar o
congresso de 2010. Na sua 15ª edição, seria o primeiro programado pela nova diretoria e aconteceria entre os dias 2 e 4 de setembro no Transamerica Expo Center. Como diretor-científico da Sogesp,
estava entre as atribuições de Giraldo: a elaboração do programa de distribuição de carga horária para cada assunto; a coordenação da comissão científica no sentido de convidar e dar sugestões dos nomes que comporiam esta coordenação; a formalização e distribuição de horários das atividades;
o convite e substituição de professores, caso fosse necessário. Este trabalho contava com o apoio
do presidente, dr. César Eduardo Fernandes, juntamente com toda a diretoria, visto que as ações envolvendo a entidade sempre eram feitos em equipe.
professores que gostariam de ver no evento. Por meio do endereço eletrônico (centraldeeventos@
sogesp.com.br) também poderia definir a forma como gostaria que o assunto fosse apresentado. “O congresso sempre foi considerado de peso, só que estava muito repetitivo. Para você ter uma ideia teve ano em que o programa científico foi cópia do anterior”, explica Giraldo. A primeira atitude administrativa tomada no que se refere ao congresso foi abolir a terceirização e trazer para dentro
da Sogesp as negociações referentes aos patrocinadores do congresso. Até então, a organização da parte comercial do evento era de responsabilidade da empresa BM2. Com isso, esta tarefa passaria para as mãos da Central de Eventos Sogesp.
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O congresso se agiganta
O associado foi chamado a participar desse processo, podendo enviar sugestões de assuntos e
Capítulo 10
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Já do ponto de vista científico, o primeiro investimento foi a mudança de metodologia. A pre-
tensão era tornar o congresso mais dinâmico, trazendo as melhores pessoas para discorrerem sobre diversos assuntos do universo da Ginecologia e Obstetrícia. Foi formalizada então a criação de uma Comissão Científica, que elegia os temas mais importantes e ia atrás de palestrantes de ponta.
Naquele ano, os escolhidos como coordenadores das áreas de Ginecologia e Obstetrícia foram os
doutores Sérgio Peixoto e Geraldo Rodrigues de Lima. A coordenação dos pôsteres ficou nas mãos dos Drs. Luiz Otávio Sarian (Ginecologia) e Silvana Quintana (Obstetrícia).
Os pôsteres, aliás, ganharam destaque especial em 2010. Tudo porque a Associação, além de
simplesmente reconhecer, como fazia até então, passou também a premiar os melhores trabalhos apresentados. Ao todo eram dez prêmios, totalizando R$ 32 mil. O valor de R$ 10 mil seria pago aos
primeiros lugares, tanto na Ginecologia, quanto na Obstetrícia. Os segundos lugares de cada área
ganhariam R$ 5 mil, os terceiros R$ 1 mil e os quartos e quintos lugares de cada especialidade rece-
beriam menções honrosas. O melhor relato de caso também ganharia uma menção honrosa. Estes trabalhos, juntamente com os outros 20 melhores, também teriam a oportunidade de serem apre-
sentados especialmente dentro do congresso. “Isso incentivou muito a participação dos médicos. Temos em torno de 350 a 400 pôsteres por ano de trabalhos inscritos”, comemora Giraldo.
A partir de 2010, os melhores trabalhos passaram a ser premiados. E, em 2012, ganharam a versão digital
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Com a Agenda Pessoal do Congressista, os participantes passaram a reservar antecipadamente seus lugares nas palestras de interesse
E a boa nova não se restringiu aos congressistas. A partir de 2010, os palestrantes, que até então
não recebiam para ministrar suas aulas, passaram a ganhar uma ajuda de custo por participarem do congresso. A 15ª edição do evento também serviu de marco de estreia do I Fórum de Honorários Mé-
dicos. Na ocasião, além do debate referente à valorização profissional, foi realizado o protesto Dia de Luto e criada a Banca de Negociação Sogesp, responsável por lutar, junto às operadoras, por melho-
res valores de honorários. Em meio a tudo isso, ainda sobrava espaço na agenda para o jantar de gala para os professores no tradicional restaurante Leopolldo e uma festa de confraternização no Moinho Santo Antonio, em 3 de setembro, com a Sogesp arcando com 2/3 do valor do convite.
Nova metodologia A participação unilateral dos professores palestrantes foi, aos poucos, dando lugar a uma nova
metodologia. O congresso até então tinha em sua programação muitas conferências, que duravam de 40 a 50 minutos e nas quais somente o palestrante falava sobre determinado assunto. Este formato, em 2010, deu lugar aos “top temas”, onde cinco professores falam por aproximadamente 10 minutos cada um e, posteriormente, discutem uns 40 minutos sobre aquele assunto. Nesse momento,
os congressistas podem fazer perguntas, falar sobre sua experiência e discutir o assunto em questão
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com os docentes. “O congresso deixou de ser um palco para exposição de professores e passou a
ser um evento de discussão de ideias entre os congressistas. Dessa maneira, os professores passaram a falar menos e a discutir mais”, argumenta Giraldo.
Após o balanço final da 15ª edição do congresso, que contou com 6.229 inscritos, era preciso já
pensar na edição de 2011. A data e o local já haviam sido escolhidos: 1º a 3 de setembro no Transa-
merica Expo Center. A confraternização ficaria sob coordenação do dr. Lister de Macedo Leandro, da Comissão Social da Sogesp, que já tinha o roteiro pré-determinado: um jantar dançante no Espaço Noah, voltado a congressistas e professores convidados. Também foi decidido que o evento contaria, durante toda a sua duração, com o sorteio de brindes, como os iPads.
Já o conteúdo do congresso seria voltado, em sua grande maioria, a assuntos pertinentes ao dia
a dia do tocoginecologista. A alteração de formato, somada à confirmação prévia e à interação entre
os organizadores, minimizou consideravelmente os imprevistos de última hora, como a falta e subs-
tituição de professores. Um problema, entretanto, ainda precisava ser resolvido: a superlotação das salas. Apesar do congresso usar salas amplas – sendo duas com capacidade para 800 pessoas – havia
momentos em que a procura por determinado tema ultrapassava a capacidade física. Para sanar este
entrave, foram criadas em 2011 duas salas de transmissão simultânea. Elas serviriam de opção aos congressistas que não conseguissem entrar na sala desejada, por conta da superlotação. A ideia foi utilizada por dois anos, sendo abolida somente na edição 2013 do congresso.
A edição 2011 – a 16ª – ocorreu entre os dias 1º e 3 de setembro (também no Transamerica
Expo Center) e veio acompanhada de uma paralisação proposta pela Sogesp, nestes mesmos três dias, ao atendimento eletivo da saúde suplementar. Na ocasião, o Fórum de Honorários
Médicos debateu, no dia 2, a questão da remuneração junto a especialistas e diversos represen-
tantes de classe. No total, foi registrada a presença de 6.367 congressistas durante os três dias, sendo aproximadamente 30% de outros Estados do País. Essa abrangência tem sido um motivo de orgulho para o dr. César Eduardo Fernandes, então presidente da entidade. “O congresso
percorre quase toda a Ginecologia e Obstetrícia e ganhou grande respeitabilidade, extrapolando as fronteiras do Estado”, comemora.
Uma das novidades da 17ª edição, realizada entre os dias 30 de agosto e 1º de setembro de
2012, foi a introdução da Agenda Pessoal do Congressista (APC), que permitiu que o participante do congresso personalizasse o seu programa de acordo com os temas de seu interesse. O aplicativo,
desenvolvido especialmente pela Sogesp, mostrou-se de imediato como sendo uma ferramenta inovadora e útil, ao oferecer aos seus usuários conforto, agilidade e um grande leque de informações. A
partir dele, se tornou possível organizar antecipadamente a agenda para os eventos do congresso, com inscrição prévia para as palestras de maior interesse e admissão imediata no dia da conferência, sem passagem por fila. O APC também dá acesso ao perfil dos professores, horário de todas as atividades, possibilita conhecer virtualmente a feira comercial, além de apresentar facilidades do entorno do pavilhão, como dicas de restaurantes e transporte.
então, todos eles eram impressos e expostos em um determinado local do congresso. A partir de 2012 eles passaram a ser apresentados no formato digital, em cerca de 20 terminais com telas de
LCD de 42 polegadas. “A pessoa pode escolher o pôster que quer ver pelo autor, pelo assunto,
pela palavra-chave, por áreas da Ginecologia. Ela escolhe a área, identifica, abre o pôster e consul-
ta”, explica o médico Paulo Cesar Giraldo. A categoria Iniciação Científica também passou a fazer parte das premiações concedidas pela Sogesp em 2012. Dois deles (um da Ginecologia e outro
da Obstetrícia) passariam a ganhar como “Melhor Trabalho” e seus autores teriam a oportunidade de apresentá-los oralmente no congresso.
E pensando cada vez mais no dia a dia do tocoginecologista (tanto no que se refere à parte
científica quanto à prática) a Sogesp investiu em assuntos pontuais durante o congresso de 2012. Fó-
runs sobre qualidade de vida e simpósio sobre a qualidade de vida administrativa do ginecologista (como gerenciar o consultório, quais os problemas éticos, como abrir firma, qual a melhor maneira para gerenciar as secretárias) estiveram na pauta e tiveram grande procura. O mesmo ocorreu com
as sessões interativas. “Todos os congressistas ficam com um aparelhinho de votação e escolhem as melhores alternativas para discussão. Listamos assuntos práticos, com sessões são de 50 minutos, e os participantes podem, além de escolher os assuntos, fazer perguntas”, afirma Giraldo.
Inédita também foram as ações da valorização profissional dentro do congresso. Durante uma
coletiva de imprensa, no dia 30 de agosto, divulgou-se uma pesquisa encomendada pelo Instituto
Datafolha os problemas envolvendo os tocoginecologistas junto às operadoras de saúde. O debate
movimentou os dias do congresso e colocou em âmbito nacional as principais demandas da categoria. As ferramentas de interatividade que inovaram a edição de 2012 retornaram na edição 2013,
que aconteceu entre os dias 5 e 7 de setembro, no Transamerica Expo Center. Após alguns ajustes pontuais, o congresso apostou ainda mais no destaque ao congressista e suas demandas. E entre os
fóruns, simpósios e top temas, o 18ª congresso trouxe ao Brasil o dr. Harald Zur Hausen, médico ale-
mão ganhador do Prêmio Nobel de Medicina de 2008, graças ao estudo aprofundado do papiloma vírus humano (HPV). “Eu tentei trazê-lo em 2012 e ele não tinha agenda. E este ano a gente insistiu e ele topou”, explica Giraldo.
Por conta dessas novidades e iniciativas que envolveram a entidade, o dr. Jarbas Maga-
lhães acredita que todas as metas prescritas pela diretoria, desde 2010, foram ultrapassadas,
tanto do ponto de vista científico quanto no que se refere à organização societária e melhoria de qualidade do trabalho do obstetra. “Foi muito mais do que a gente imaginava. Estamos
deixando de terceirizar muita coisa. Hoje o departamento de organização do congresso, o portal e agora o Consultório Digital estão dentro da Sogesp, com profissionais treinados para
o trabalho. A Sogesp está muito mais organizada”, ressalta o médico. Segundo César Eduardo
Fernandes, as metas só foram atingidas graças à afinidade e dedicação de todo o grupo que
compôs a diretoria. “Esse grupo construiu uma nova sociedade. Então considero que a minha missão à frente da Sogesp foi cumprida”, finalizou.
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O congresso se agiganta
Outra inovação tecnológica deste período ficou por conta da apresentação dos pôsteres. Até
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O dr. Gerson Lopes fala para a plateia que lotou um dos audit贸rios do Transamerica Expo Center, durante o XV Congresso Paulista, em 2010
Parceria internacional Paralelo ao congresso, a diretoria científica chegou à conclusão que a reciclagem
profissional não poderia se restringir ao congresso. Por isso, começou a investir nos cursos presenciais e on-line. Desde essa tomada de consciência, surgiram o Programa
de Educação Continuada (PEC), o Programa de Educação Presencial (PEP) e o Progra-
ma de Atualização Prática (Proap). E, para desenvolver também a parte internacional da
Sogesp, a entidade firmou, em 2012, um convênio de boas intenções com a Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia de Buenos Aires (Sogiba). “A intenção é abrir as portas da Sogesp e para seus membros tanto para ir quanto para vir”, diz Paulo Cesar Giraldo.
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CapĂtulo 11
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Um olhar para o futuro
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Dr. Jarbas Magalhães, que há muito acompanha a história da entidade, comandará a Sogesp no biênio 2014/2015
destes 25 anos, a história da Sogesp prova que a entidade sempre vem
se ajustando para ir além. As mãos habilidosas e experientes do obstetra Marcelo Zugaib, em 1989, trouxeram à luz uma associação inicialmente frágil,
porém que rapidamente ganhou solidez e maturidade. E neste momento, ao
comemorar o 25º aniversário, mostra a todos que se tornou uma referência, não só paulista, mas nacional.
Para que a entidade chegasse até aqui, numerosos foram aqueles que
deram a sua colaboração, doando ideias, tempo, dedicação. Em 2010, a partir do advento da Nova Sogesp e a chegada do dr. César Eduardo Fernandes
à presidência, o processo de conquistas e transformações ganhou corpo e novas prioridades. As batalhas em favor da defesa da especialidade invadiram as ruas. Não demorou muito para que um movimento, que começou com a valorização dos tocoginecologistas, revelasse um problema maior, que
descontentava toda a classe médica. De repente, todas as carências do siste-
ma público e privado vieram à tona. Desde então, foram muitas as reuniões,
passeatas e protestos. E, pouco a pouco, as reivindicações passaram a ser atendidas. Além da melhoria de honorários junto às operadoras de saúde, o parecer 39/12 do Conselho Federal de Medicina tornou ética e legal a cobrança pelo acompanhamento presencial ao parto. Este feito beneficiou não
só os profissionais do Estado de São Paulo, mas todos os obstetras do Brasil. Quanto ao Congresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia, que sem-
pre foi considerado um grande evento, ganhou contornos diferenciados.
Trouxe interatividade, reconhecimento a palestrantes e aos melhores trabalhos, artifícios tecnológicos e digitais e os principais nomes de tocogine-
cologia. Ao longo deste processo, buscou-se também incansavelmente por
uma metodologia que favorecesse a troca de conhecimento e experiência entre palestrantes e congressistas. O resultado das mudanças pode ser percebido nos números do evento, que, em três dias, reúne cerca de 500 professores e 6,5 mil congressistas. Mas a preocupação com a formação não se
resume ao congresso paulista. A ele se soma a série de programas PEC, PEP
e Proap. Também não foi menosprezado o poder das ferramentas digitais, cujo universo de possibilidades se expande a cada momento, criando um cenário positivo para o advento de ideias e medidas voltadas à promoção do conhecimento. “Sem nenhuma demagogia ou modéstia, acredito que este grupo construiu uma nova sociedade mesmo. Então considero a minha missão cumprida aqui na Sogesp”, afirma o dr. César, ressaltando a importância de toda a diretoria.
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Um olhar para o futuro
M
esmo diante de tantas vicissitudes políticas e econômicas ao longo
Capítulo 11
164
Ainda não é possível saber quais serão as demandas dos próximos anos. Uma certeza é que
novas questões e necessidades surgirão e caberá à entidade liderar seus associados, agora tendo no comando o dr. Jarbas Magalhães, nome já conhecido entre os tocoginecologistas. A partir de 2014
ele herda uma grande associação e tem, entre suas prioridades, a missão de fazer com que a Sogesp
continue a crescer de forma equilibrada, oferecendo cada vez mais benefícios e ferramentas úteis aos associados. “O nosso número de sócios aumentou muito nos últimos anos como reflexo daquilo que
a Sogesp oferece, como Revista Sogesp, Consultório Digital e o portal, que agrega uma gama consi-
derável de informações e serviços. Mas também porque a Associação se faz presente na vida dos seus
associados e defende de maneira muito clara e aguerrida os seus interesses. Posso dizer que esta casa cresceu por esta construída sobre bases cada vez mais sólidas e sob seus pilares tem sido abrigada
uma família cada vez maior.”, destaca Jarbas. E este parece uma caminho sem volta, que dá a certeza de que a Sogesp continuará a lutar e a cumprir o papel de legítima representante dos obstetras e ginecologistas, como vem fazendo dignamente e com sucesso há um quarto de século.
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Presidentes da SOGESP
1989
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Marcelo Zugaib Até a adolescência, ser médico não estava entre os planos do dr. Marcelo Zugaib. Natural de
Marília (SP), de 26 de abril de 1948, estudou na cidade natal até os 16 anos, quando partiu para São
Paulo já com uma ideia na cabeça: ser arquiteto. A Medicina era um sonho do pai, Bechara Zugaib,
que teve de deixar a graduação por ser arrimo de família. “Ele transferiu o desejo dele para mim, mas nunca pressionou e sempre me deu o direito de escolha. E a única coisa que eu não queria ser de jeito nenhum era médico”, recorda.
Quis o destino, porém, que a trajetória do dr. Zugaib tomasse outro rumo. Após ser repro-
vado nas provas eliminatórias de Arquitetura de duas universidades, ele resolveu atender os anseios do pai e optou pela Medicina. A escolha foi acertada e, em 1967, passou tanto na Facul-
dade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo quanto na Escola Paulista de Medicina da Unifesp. Optou pela segunda opção mas nunca lhe saiu da cabeça seu desejo de estudar na
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Por conta disso, em 1972, participou do processo seletivo de vagas remanescentes para a Residência. Naquele ano eram somente duas, e Zugaib ficou com uma delas, iniciando, em 1973, sua trajetória dentro da instituição.
Quatro anos depois, já como médico assistente, foi abordado em um dos corredores da USP pelo professor Bussâmara Neme, que lhe fez uma proposta irrecusável: mandá-lo para a Univer-
sidade da Califórnia, em Los Angeles (EUA), para passar uma temporada como pesquisador com o dr. Nicolau Assali, referência da Obstetrícia naquele momento.
Tudo perfeito se não houvesse um impasse: Assali tinha restrição a receber brasileiros. Zu-
gaib então passou a trocar uma série de correspondências com ele. A insistência valeu a pena e
muitas cartas depois chegou a resposta tão esperada pelo brasileiro: “Não me resta outra alter-
nativa senão aceitá-lo”, respondeu. “Fiquei ali por aproximadamente três anos. Assali me adotou como filho científico e costumava dizer que o serviço dele teve dois momentos: antes e depois
do Zugaib, tamanha importância que me dava”. Convidado para ser professor nos EUA, recusou
a proposta e voltou ao Brasil e para a USP, onde fez Mestrado, Doutorado, chegou à Livre-Docên-
cia, Professor Adjunto e Professor Titular. Em 1989, como presidente DGO da Associação Paulista de Medicina, desvinculou o departamento de Obstetrícia e Ginecologia da APM e fundou a So-
gesp. “É algo que me orgulho demais, eu acho a Sogesp ‘a sociedade’”, afirma Zugaib, que hoje contabiliza a publicação de aproximadamente 20 livros e mais de 450 artigos científicos.
Presidentes da Sogesp
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1989-1991
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Salim Wehba Foi por volta dos 13 anos que Salim Wehba deixou a cidade natal, Duartina (SP), onde nasceu
em 1935, e partiu rumo à capital paulista, para continuar os estudos. Primogênito de uma família com cinco filhos de ascendência libanesa, foi enviado pelos pais para passar uns tempos na casa do tio,
Said. Ali conheceu Nádia, sua prima de primeiro grau, com quem se casaria anos depois e teria três filhos: André, Silvia e Renata. Antes disso ocorrer, porém, focou seus esforços na formação intelectual, estudando no Colégio Bandeirantes e, posteriormente, na Escola Paulista de Medicina da Unifesp.
Formado em 1960, tomou gosto pela Obstetrícia e especializou-se em Ginecologia Endócrina,
área que poucos ousavam explorar. E apesar de ter feito graduação, pós-graduação e doutorado na
EPM, foi na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo que desenvolveu a vida profissional, chegando
a liderar por vários anos o Departamento de Ginecologia da irmandade. Estudioso e dedicado, chegou a passar alguns meses em Edimburgo, na Escócia, em 1970, para atualizar seus conhecimentos.
Anos depois, resolveu se especializar nas áreas de Climatério, Reposição Hormonal e Reprodução Humana, onde se tornou referência. “Ele era uma pessoa que estudava e trabalhava muito, sempre se entregou de corpo e alma a tudo o que fazia, pois adorava a Medicina”, relembra o filho, André.
No currículo de Salim, há passagens pelas presidências da Sociedade Brasileira de Reprodu-
ção Humana, Sociedade Brasileira de Ginecologia Endócrina e a Associação Paulista de Obstetrícia
Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp), entidade que ajudou a fundar e que comandou dos anos 1989 a 1991. Foi um dos fundadores também, junto com os drs. César Eduardo Fernandes
e Nilson Roberto de Melo, do Instituto de Saúde e Bem-Estar da Mulher (Isbem). Com a parceria deles escreveu ainda o livro A travessia: como a mulher pode viver melhor aos 40 anos, além de outros livros de autoria própria.
Reservado e exigente, cativava as pessoas a sua volta pela paixão que tinha pelos estudos e
mostrava-se brincalhão somente aos amigos mais íntimos. Em 15 de julho de 2001, um sábado,
Salim retornou de um evento científico em Campinas e, como havia dirigido por um longo tempo e se sentia bastante cansado, resolveu descansar. No dia seguinte não acordou, falecendo em decorrência de um infarto. Tinha 66 anos.
Presidentes da Sogesp
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1991-1993
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Presidentes da Sogesp
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Sérgio Pereira da Cunha Graduado em Medicina pela Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto (FMRP), cidade
onde nasceu, o Dr. Sérgio Pereira da Cunha traz em seu currículo uma longa trajetória acadêmica e associativa. Sempre integrado à FMRP, fez ali a residência em Ginecologia e Obstetrícia. Também foi em uma das salas daquela imponente universidade que defendeu a tese de
Doutorado, passando rapidamente para o Pós-Doutorado e Livre Docência. Professor titular do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina, cargo que ocupou por mais de 30 anos, levou toda a sua experiência universitária para as
associações onde atuou. Junto com os médicos Marcelo Zugaib, Salim Wehba, Edmund Chada Baracat fez parte do grupo responsável pela criação da Sogesp, entidade em que atuou como presidente entre os anos de 1991 e 1993.
Disposto a ampliar as fronteiras da entidade e aumentar a participação da Associação no in-
terior paulista, criou, em sua gestão, a ideia das regionais. A primeira cidade a receber a novidade foi Ribeirão Preto, região que conhecia muito bem. “Queríamos ampliar o número de sócios
e reforçar nossos laços com o interior. E nossa principal conquista foi fazer com que os sócios se mantivessem fiéis”, afirma o dr. Sérgio, que emprestou o seu know-how a outras importantes
entidades da especialidade. Entre elas, foi integrante da Câmara Técnica de Saúde da Mulher do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), além de conselheiro fiscal da Associação Paulista de Medicina (APM). Em 2007, ganhou menção honrosa da Sociedade
Brasileira de Bioética com o trabalho: Ética e Pesquisa em Seres Humanos: Análise do Fluxo de
Informação na Aplicação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido nas pesquisas realizadas no HCFMRP-USP, local onde atua como permissionário até os dias de hoje, além de ser coordenador e professor-convidado.
1993-1997
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Presidentes da Sogesp
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Edmund Chada Baracat O último dia da residência de Edmund Chada Baracat, no Hospital do Servidor Público Esta-
dual, foi duplamente comemorado. Além de estar iniciando uma nova fase na vida profissional, ele
escolheu a data para realizar o seu casamento, em janeiro de 1980. Formado pela Escola Paulista de Medicina, foi contratado pela instituição em 1982. Ali fez Mestrado, Doutorado e Livre Docência, em 1991. Sua trajetória na Sogesp começou antes de sua fundação. Ligado à Associação Paulista
de Medicina, era componente do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia (DGO) da Associa-
ção Paulista de Medicina e um dos responsáveis pelo Boletim da APM. Em 1989, junto com os drs. Marcelo Zugaib, Sérgio Pereira da Cunha e Salim Wehba,
Baracat foi um dos fundadores da Associação Paulista de Obstetrícia e Ginecologia do Esta-
do de São Paulo (Sogesp), entidade que presidiu entre os anos de 1993 a 1997. Em sua gestão, continuou o trabalho iniciado anteriormente por Sérgio Pereira da Cunha, investindo na criação
das regionais da Sogesp no interior do Estado. “Elas estão localizadas em regiões importantes,
onde conseguimos aglutinar os médicos. Cada uma delas é uma mini-Sogesp estruturada”, explica Baracat, que, na sequência de sua gestão na Sogesp, presidiu a Federação Brasileira das Associa-
ções de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) por duas gestões consecutivas, entre os anos de 1997-2001 e 2001-2005. Professor titular da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal de São Paulo, tem quase 600 artigos publicados e 35 premiações/menções honrosas. Seu nome
também está listado entre as diretorias científicas da Associação Médica Brasileira (AMB), Associa-
ção Brasileira de Climatério (Sobrac), Sociedade Brasileira de Ginecologia Endócrina (Sobrage) e Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp).
1997-2001
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Presidentes da Sogesp
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Nilson Roberto de Melo A política associativa faz parte da trajetória do dr. Nilson Roberto de Melo. Desde que se
graduou na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (1977) vem dividindo o seu tempo entre a vida acadêmica e a contribuição com diversas entidades de classe. Neste pro-
cesso já presidiu a Sogesp por duas gestões (1997-1999 e 1999-2001), além da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Sociedade Brasileira de
Reprodução Humana (SBRH), Federação Latino-Americana das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Flasog) e Federação Latino-Americana das Sociedades de Climatério e Menopausa (Flascym). Também ajudou na fundação de outras, como Sociedade Paulista de Endoscopia em Ginecologia (Sopegi) e Sociedade Brasileira de Ginecologia Oncológica (Sobragon). Paralelamente a esse caminho, construiu uma sólida carreira de docente, pavimentada a partir do
doutorado em Medicina (obstetrícia e ginecologia) pela USP (1988) e, finalmente, conquistando a livre-docência pela mesma instituição, em 2000.
À frente da Sogesp, dr. Nilson – nascido na cidade de Martinópolis, no Noroeste paulista, a 35
quilômetros de Presidente Prudente – promoveu uma série de mudanças administrativas e impulsionou a duplicação do número de regionais, aproximando em definitivo a entidade dos sócios
do interior. Foi em sua gestão também a iniciativa de tirar o Congresso Paulista de Obstetrícia e
Ginecologia do Guarujá trazendo-o para a Capital. Em 2000, o evento passou a ser realizado no In-
ternational Trade Mart (ITM). Também ficou estabelecido que a partir de 2002 o principal evento da Associação passaria a ser anual e não mais a cada dois anos, como era até então. Outras inovações foram a criação da página da Sogesp na Internet e o lançamento do Jornal da Sogesp (atualmente Revista Sogesp), produzido de forma profissional.
2001-2005
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Presidentes da Sogesp
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Francisco Eduardo Prota Assim que terminou a Residência Médica no Hospital das Clínicas da FMUSP, em 1981, o dr.
Francisco Eduardo Prota viveu um dilema que muitos médicos que vêm de outras cidades e se especializam na capital enfrentam: manter-se em São Paulo ou fazer carreira na cidade natal. Naquele
momento, Prota – que nasceu em Campinas, em 12 de abril de 1952 – havia sido admitido no Hos-
pital Universitário da USP. E apesar das circunstâncias indicarem que seu futuro profissional já estava traçado, um convite para atuar como docente na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PU-
C-Campinas) falou mais alto. E foi ali, em terras campineiras, que cursou Mestrado e Doutorado na Unicamp, no Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, e fincou suas raízes profissionais.
Filiado à Sogesp desde a fundação, enveredou para a vida associativa graças aos conselhos
do dr. Nilson Roberto de Melo, que foi seu colega na residência e com quem até hoje mantém grande amizade. “Ele me convidou e eu me interessei pelo assunto, tomei gosto e não saí mais”,
recorda. Seu primeiro cargo associativo foi em 1994, como representante credenciado de Campinas. Em 1998, foi coordenador de eventos da regional campineira para, em 2000, ser alçado
ao posto de presidente daquela unidade. A boa atuação em Campinas foi vista com bons olhos pelos colegas, e em 2002, Prota chegou à presidência da Sogesp estadual, cargo que ocupou
até o final de 2005. “Na minha gestão aprimoramos muito o Congresso Paulista de Ginecologia e Obstetrícia e criamos a Central de Eventos Sogesp, que ficou responsável por toda organização
de nosso principal evento. A iniciativa trouxe uma economia brutal para a entidade. Também realizamos a compra da sede, localizada na Avenida Brigadeiro Luiz Antonio. O pagamento foi du-
rante os últimos dias da minha gestão e a operacionalização da estrutura e a inauguração ocorreu
na gestão seguinte, do dr. Krikor Boyaciyan”, explica Prota, que entre os anos de 2010-2013 atuou como coordenador dos representantes credenciados.
2005-2009
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Presidentes da Sogesp
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Krikor Boyaciyan Sétimo presidente da Sogesp, Krikor Boyaciyan nasceu na cidade de Istambul, na Turquia, em
25 de fevereiro de 1948. É filho de imigrantes armênios (sendo o pai compositor), que desembarcaram no Rio de Janeiro em 1955, a bordo do navio Corrientes. Apesar da chegada em terras
cariocas, a família Boyaciyan escolheu São Paulo para se estabelecer, mesma cidade onde Krikor graduou-se pela Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) em 1972. Na mesma instituição, poste-
riormente, conquista o título de mestre e doutor. Também é na Unifesp que inicia a vida acadêmica e torna-se professor assistente do Departamento de Obstetrícia.
Dentro da Sogesp, as atividades de Krikor Boyaciyan começam como secretário-geral, na pri-
meira gestão do dr. Nilson Roberto de Melo (1997-1999). Nas diretorias seguintes (segunda do
dr. Nilson e duas do dr. Francisco Eduardo Prota) ocupa o posto de tesoureiro. Até que em 2005 é eleito presidente, cargo que ocupa por duas gestões (2005-2007) e (2007-2009). Durante os
quatro anos em que esteve à frente da Sogesp, operacionalizou a compra da sede, que teve o seu endereço mudado da Rua dos Bombeiros para a Avenida Brigadeiro Luiz Antonio. Também foi
durante o seu mandato que foi estimulada a compra de sedes para as regionais, feito que acabou contemplando seis da oito unidades existentes até o final de sua gestão. As mudanças também se
fariam presentes no Congresso Paulista de Obstetrícia de Obstetrícia e Ginecologia, que mudou de endereço pela segunda vez, após sete edições no ITM. Dessa forma, em 2007, o evento estrearia em casa nova, no Transamerica Expo Center, e cresceria em tamanho físico e em número de
participantes. Outra novidade foi a terceirização da organização da feira comercial. Entre os anos de 2007 e 2009 esta tarefa ficou a cargo da BM2 Eventos.
2010-2013
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César Eduardo Fernandes Natural de Araçatuba (SP), o dr. César Eduardo Fernandes nasceu em 1º de outubro de 1950,
em um parto realizado pelo tio, médico obstetra daquela cidade. Porém, toda a infância e adolescência foi passada em Martinópolis, cidade da região Noroeste do Estado São Paulo. Foi ali que
estudou até o final do curso científico, quando partiu para a capital paulista com um propósito: cursar Medicina. “A escolha se deu pela relevância que o médico tinha naquela pequena cidade que eu vivia. Eu e minha família considerávamos esse profissional como um indivíduo que fazia o bem
para as pessoas e era muito respeitado”, recorda. Graduado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, em 1975, fez ali também a especialização em Ginecologia, até 1978, sob a inspiração do professor Salim Wehba. “Ele me influenciou demais na época, pela sua inteligência
e perspicácia. Foi o orientador do meu mestrado e doutorado e chegamos a construir juntos o Instituto de Saúde e Bem-Estar da Mulher (Isbem), que também contava com o trabalho do dr. Nilson Roberto de Melo”, explica. Profissionalmente, atuou na Santa Casa até o ano 2000, quando mudou
de ares e passou a trabalhar como docente da Faculdade de Medicina do ABC, onde, desde 2010, é professor titular de Ginecologia e Obstetrícia. E graças ao bom trabalho foi incentivado pelos
colegas a trilhar pela área associativa. Seu primeiro cargo na Sogesp foi em 2008, quando atuou como secretário-geral. No final de 2009, disputou a presidência da entidade com a chapa 2 – Nova Sogesp, ganhando com 58,73% dos votos válidos.
Reeleito para o biênio 2012-2013, trabalhou fortemente – juntamente com toda a diretoria
– pela valorização profissional, tanto na saúde suplementar quanto no Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, foi durante a sua gestão que a Associação conseguiu que o Conselho Federal
de Medicina (CFM) reconhecesse como ética, pelo parecer 39/12, a cobrança pelo acompanhamento presencial ao parto. Paralelamente, sua gestão investiu na profissionalização e moderni-
zação da entidade, criando o Clube de Benefícios, o novo portal Sogesp, o Canal Saúde Mulher, o Consultório Digital, a TV Sogesp e os Programas de Educação Continuada (PEC), Educação Presencial (PEP) e Aprendizado Prático (Proap). “O grande mérito dessa gestão foi mostrar que
a Sogesp tem papel relevante e age para a valorização profissional e, com isso, fazer com nossa classe volte a ter orgulho de ser ginecologista e obstetra. Estamos em um processo de resgate e temos muito a acertar”, resume.
Presidentes da Sogesp
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2014 ...
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Jarbas Magalhães Filho de Ernani e Ruth Magalhães, o dr. Jarbas Magalhães nasceu em 1º de abril de 1952 em
Cajobi, cidade de aproximadamente 10 mil habitantes localizada na região Norte do Estado de São
Paulo. Aos sete anos, por conta da carreira do pai, um coletor federal, fixou morada em Mogi Mirim, onde reside até hoje. Cursou a Escola Paulista de Medicina(Unifesp), graduando-se em 1975. “Lá tive uma formação clínica e humanitária excepcional e esse aprendizado norteou toda a minha vida médica. Considero a formação na Escola Paulista de Medicina o meu maior título, meu maior orgulho”,
resume com carinho. Na residência no Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) conviveu com o prof. dr. Geraldo Rodrigues de Lima, que considera o médico que mais o influenciou na carreira
médica. Foi do dr. Geraldo, a ideia de indicar o dr. Jarbas para a PUC de Campinas. Ali, junto com
os doutores Milton Shim Ithi Nakamura e Fausto Baracat, foi um dos criadores do Departamento
de Ginecologia e Obstetrícia daquela universidade. A trajetória promissora, porém, teve um revés inesperado. “Naquela época, o professor Nakamura realizou o parto do primeiro bebê brasileiro
nascido por fertilização in vitro (de proveta) da América Latina. Na época, o arcebispo metropolitano de Campinas demitiu em um mesmo dia o departamento inteiro de GO, pois não admitia pesquisa
com embriões em uma universidade católica. “Foi um baque em uma geração inteira de jovens professores”, relembra com tristeza.
Percebendo a sua crescente paixão pela pesquisa e convites cada vez mais frequentes para
palestras, resolveu aprofundar seus conhecimentos em metodologia científica. Concluiu o Mestrado em 1998 e o doutorado em 2001, na Unicamp, estudando a Anticoncepção em Mulheres Infecta-
das pelo HIV. Em 2002, criou o Setor de Ginecologia do Centro Corsini de Campinas, referência no atendimento a pessoas convivendo com HIV, onde permaneceu até o ano de 2012. No campo
associativo, iniciou com uma intensa participação na criação dos Representantes Credenciados da Sogesp, com o apoio dos drs. Sérgio Pereira da Cunha e Edmund Chada Baracat. No ano de 2008,
no Congresso da Sogesp, encontrou-se com um velho amigo de cursinho e de palestras medicas, o dr. César Eduardo Fernandes. Conversaram demoradamente e, no final da conversa, o dr. César
lançou a dr. Jarbas um grande desafio: formar uma chapa de oposição para concorrer à próxima eleição da Associação. Com uma chapa forte, jovem e disposta a trabalhar muito, formam um grupo
coeso e disputam a eleição de 2009 com uma campanha propositiva e inovadora. No final de 2009, a chapa “Nova Sogesp” vence as eleições e inicia seu trabalho em 2010. Durante quatro anos, dr.
Cesar Fernandes e toda a sua diretoria desenvolvem um trabalho sério e inovador. No final de 2013, estimulado por sua família (sua esposa Roberta e seus filhos Leandro e Vânia) e pelos colegas de diretoria e fora dela, o dr. Jarbas Magalhães candidata-se a futuro presidente da Sogesp para o biênio 2014-2015, entidade que vem ajudando a construir há mais de duas décadas.
Presidentes da Sogesp
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Regionais da SOGESP
Ribeirão Preto ostenta o título de primeira regional da Sogesp. Nasceu quando a entidade esta-
dual tinha pouco mais de dois anos, em 1992, a partir do esforço do também ribeirão-pretano Sérgio Pereira da Cunha, então presidente da Associação. Naquele mesmo ano realizou sua primeira jornada de Ginecologia e Obstetrícia, que cresceu e se tornou uma referência na região. Seu primeiro presi-
dente foi o médico Luiz Alberto Ferriani, que ficou à frente da subsede por três gestões (1992-1997), passando em seguida o comando para o colega Jurandyr Moreira de Andrade (1998-2001). Em 11 de
fevereiro de 1999, a regional inaugurou sua sede em um imóvel alugado na Rua Garibaldi, 1.471, no Jardim Sumaré. Até então funcionava dentro da Maternidade Sinhá Junqueira e Hospital das Clínicas
da FMUSP de Ribeirão Preto. A sede própria foi conquistada e inaugurada em 27 de maio de 2009, graças ao suporte financeiro da matriz, onde se encontra desde então, na Avenida Antônio Diederichsen, 400, sala 601. Ainda em 1995, Ribeirão Preto se tornou a primeira localidade do interior a realizar o concurso para a obtenção do Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia (Tego). Até aquela
data, o exame acontecia apenas nas capitais. Naquele ano, o professor Sérgio Pereira da Cunha, na
ocasião vice-presidente da Sogesp, foi o coordenador do concurso na cidade. Em 2002, dr. Sérgio também substituiria o dr. Jurandyr na presidência da regional. Depois dele vieram os médicos Geraldo
Duarte (2004-2007), Francisco José Cândido dos Reis (2008-2009) e João Bosco Meziara (2010-2013).
Atualmente, a regional é composta de 44 cidades, possui quase 800 associados e promove simpósios, cursos, congressos e jornadas nas cidades de Araraquara, Franca, São Carlos e Ribeirão Preto.
Acima, grupo de professores de Ribeirão Preto durante a III Jornada Paulista de Obstetrícia e Ginecologia, realizada em 1995, no Guarujá; à esquerda, o presidente João Bosco Meziara (2010-2013) se confraterniza com um dos representantes Sogesp
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Regionais
Ribeirão Preto: a pioneira
Regionais
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A supremacia de Campinas A cidade de Campinas foi a segunda a receber uma regional da Sogesp, ainda em 1994, quando
era presidente da Associação o médico Edmund Chada Baracat. Seu primeiro presidente foi Paulo César Giraldo (1994-1996), que, na época, era diretor do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Sociedade de Medicina local (SMCC). Aliás, como não dispunha de sede própria, a regio-
nal campineira funcionou até fevereiro de 1998 na Rua Delfino Cintra, 63, em espaço cedido pela própria SMCC. Naquele ano, quando José Antônio Simões (1997-1999) era presidente – e já tendo condições de alugar um imóvel com recursos próprios – a regional mudou para a Rua Visconde de
Taunay, 420, sala 25, onde se encontra até o hoje. Desde sua criação, esta subsede promovia um curso preparatório para o Tego e, a partir de 1998, passou a pleitear junto à Febrasgo a realização deste
exame na cidade. A reivindicação foi ouvida pela Federação e, já no ano seguinte, Campinas se juntava a Ribeirão Preto como as únicas localidades que não eram capitais estaduais a aplicar a prova.
Em 1999 (ainda na gestão Simões), promoveu-se, entre os dias 14 e 17 de abril, no hotel The
Royal Palm Plaza a primeira Jornada de Obstetrícia e Ginecologia e o Encontro de ex-Residentes de
GO de Campinas e Região, que contou com mais de 600 congressistas e 125 palestrantes, entre eles Sebastian Faro, da Rush University de Chicago (EUA). Naquela oportunidade, foram homenageados
os doutores Bussâmara Neme, Gilberto Azenha, José Alfio Piason, Eduardo Lane e Kazue Panetta. Depois de Simões, a presidência da regional foi ocupada por Francisco Eduardo Prota (1999-2001), José Roberto Erbolato Gabiatti (2002-2003), Júlio César Narciso Gomes (2004-2005), Antonio dos
Santos Carvalhinho Neto (2006-2007), Douglas Bernal Tiago (2008-2009), Lúcia Helena Simões da
Costa Paiva (2010-2011) e Carlos Alberto Politano (2011-2013). Atualmente, a Sogesp Campinas compreende 88 cidades e conta com cerca de 1,5 mil sócios e sete representantes credenciados.
Acima, os doutores Douglas Bernal Tiago, Carlos Politano e Cristina Laguna Pinto, durante a IX Jornada de Campinas; ao lado, três ex-presidentes da Sogesp (a partir do 2º à esquerda, Nilson Roberto de Melo, Francisco Prota e Edmund Baracat) prestigiam a II Jornada de Campinas e Região, realizada de 12 a 15 de abril de 2000
Regionais
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Acima, vislumbram-se a abertura da XII Jornada de São José do Rio Preto (à esquerda) e o I Fórum Regional de Defesa e Valorização do Médico Tocoginecologista. Ao lado, confraternização de membros da regional e da diretoria da Sogesp
São José do Rio Preto: a última fronteira A regional São José do Rio Preto, no Noroeste paulista, foi fundada em 21 de fevereiro de
1997, quando era presidente da Sogesp o dr. Edmund Chada Baracat. Inicialmente, ocupou um
espaço nas dependências da Sociedade de Medicina e Cirurgia local (SMC), sendo a primeira dire-
toria (biênio 1997-1998) formada pelos médicos Reny Volpato Bertazzo (presidente), Alfeu Accorsi (tesoureiro), Osny Renato Martins Luz (secretário) e Antonio Hélio Oliani (coordenador científico).
As gestões seguintes foram presididas por Antonio Oliani (2000-2002 e 2006-2007), Edilberto de
Araújo (2003-2005), Denise Cristina Mos Vaz (2008-2009), Regina Maria Volpato Bedone (2010-
2011) e José Luís Crivellin (2012-2013). Em 2009, na presidência da dra. Denise Cristina Mos Vaz, a regional conquistou a sede própria, com aquisição de um imóvel na Rua General Glicério, 3.173, 7º
andar, sala 71, cuja inauguração aconteceu em 21 de setembro. Contando atualmente com cerca de 300 sócios ativos e englobando 141 cidades, a unidade São José do Rio Preto tem como principais
atividades as Reuniões Científicas Mensais e a Jornada de Ginecologia e Obstetrícia, cuja origem é
anterior à própria regional. Este evento aconteceu pela primeira vez em 1993, e, desde então, vem sendo realizada anualmente com grande sucesso.
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Evento realizado pela regional ABC na Câmara de Santo André referente à campanha de prevenção ao HPV e ao câncer de colo do útero; ao lado, o edifício Elaine, sede da regional
Grande ABC: o marco de uma nova fase Em abril de 1998 foi inaugurada a regional Grande ABC, a quarta na estrutura da Sogesp e a
primeira de uma série de cinco que entrariam em funcionamento durante as duas gestões do dr.
Nilson Roberto de Melo. A primeira diretoria era composta pelos médicos Luiz Carlos João (presidente), Regina Maura Zetone Grespan (tesoureira) e Cristina Aparecida Falbo Guazzelli (coorde-
nadora de eventos). Dois anos depois, entre os dias 3 e 6 de maio de 2000, a regional realizou a primeira jornada e o primeiro Encontro de ex-Residentes de GO da Faculdade de Medicina do ABC
(FMABC), no Centro de Convenções da Uniban, em São Bernardo do Campo. Além dos Cursos de Educação Continuada, a regional vem desenvolvendo uma série de eventos voltados ao público leigo. Entre eles, as campanhas de prevenção às DSTs, ao câncer de mama e a campanha de incentivo
ao aleitamento. Em 2008, a regional deixou São Bernardo do Campo, onde se encontrava desde sua criação, e migrou para um imóvel próprio na vizinha cidade de Santo André, onde continua
sediada. Atualmente, a regional conta com mais de 260 sócios ativos distribuídos pelos sete municípios que a compõem: Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá,
Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. De 2010 a 2013, a Sogesp Grande ABC foi presidida pelo
dr. Fernando Sansone Rodrigues. Antes dele, ocuparam o cargo, nesta ordem, os doutores Noemi
Zannetti Amancio (2008-2009), Cristina Aparecida Falbo Guazzelli (2004-2007), Eliano Arnaldo José Pellini (2002-2003), além de Luiz Carlos João (1998-2001).
Desde os tempos de Edmund Chada Baracat havia o interesse de se criar uma regional no Vale
do Paraíba, com sede em Taubaté ou São José dos Campos. No entanto, o projeto esbarrava na
pequena quantidade de associados locais. Naquele momento, essa batalha era liderada pelo gine-
cologista José Eduardo Nestarez e pelo obstetra Coríntio Mariani Neto. Embora paulistanos, ambos
atuavam como delegados da Associação na faculdade e no hospital universitário da Universidade de Taubaté (Unitau). Engajados, sempre buscavam prospectar mais membros na região e atingir o número mínimo de 200 sócios, conforme exigia o estatuto da Sogesp.
Essa barreira foi vencida em 1998, quando foi fundada a regional do Vale do Paraíba, que
teve como primeiro presidente o dr. José Eduardo Nestarez e o dr. Coríntio Mariani Neto como
diretor de eventos. Originalmente, teve como sede um espaço em São José dos Campos, sendo transferida, na diretoria seguinte (entre 1999-2001, com Coríntio na presidência), para Taubaté.
Posteriormente, a regional foi presidida por Gregório Lorenzo Acácio (por duas gestões, entre 2001 e 2005), Sérgio dos Passos Ramos (2005-2007), Hélcio Andrade (2008-2009) e Lauro Mascarenhas Pinto (2010-2013). Quanto ao número de sócios, hoje são cerca de 300, distribuídos
pelas 39 cidades que compõem a Sogesp Vale do Paraíba. Anualmente, a regional oferece quatro cursos de Educação Médica Continuada em diferentes cidades de seu setor e a cada dois
anos promove o seu congresso na cidade de Campos do Jordão, que, em 2013, chegou à décima edição e costuma reunir mais de 300 congressistas.
Faixa dá as boas-vindas aos participantes da II Jornada do Vale do Paraíba, realizada em Campos do Jordão, que teve as presenças dos drs. José Eduardo Nestarez, Coríntio Mariani Neto e Luiz Alberto Ferriani
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Vale do Paraíba: conquista suada
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Presidente Prudente-Marília: rumo ao Oeste A inauguração da regional Presidente Prudente-Marília-Bauru foi realizada em 18 de fevereiro
de 2000, em assembleia no auditório da Sociedade de Medicina de Presidente Prudente e Região (SMPP). E foi exatamente dentro da SMPP que o novo braço da Sogesp passou a funcionar, graças à
autorização do dr. Régis Ricardo Assad, então presidente daquela filiada da APM. Na ocasião, cerca de 250 pessoas compareceram à cerimônia, iniciada ao som do Hino Nacional. Entre eles estavam
os responsáveis por aquela realização: os médicos Edgard Guariento Guimarães e Nereu Oguido.
Eles ocupariam, respectivamente, os cargos de presidente e tesoureiro daquela primeira diretoria, que tinha ainda José Petrônio Lourenço Dias (secretário) e Antonio Mazzetto (diretor de eventos).
Depois de Edgard Guariento Guimarães (2000-2003), assumiram a presidência os drs. Nereu
Oguido (por duas gestões, entre 2004-2007), Fernando Augusto Barreiros (2008-2009) e José Renato Sampaio Tosello (2010-2013). Logo após a fundação, a regional promoveu a primeira
Jornada de GO, que reuniu, em junho de 2000, mais de 300 participantes, 38 palestrantes e um convidado internacional, o professor italiano Carlo Tantini, da Universidade de Florença. Além
deste evento, que segue acontecendo a cada mês de maio, é realizado anualmente o Curso de
Condutas Atuais em Mastologia (agosto), os Simpósios de Reprodução Humana (setembro) e de Uroginecologia (outubro), além do Curso de Atualização em Obstetrícia (novembro). No final de
2011, devido a um reordenamento administrativo, Bauru foi desmembrada do grupo, passando
a fazer parte da nova regional Centro-Oeste. Agora, como Regional Presidente Prudente-Marília, ocupa uma sala da APM de Presidente Prudente (Casa do Médico), onde normalmente acontecem os cursos de atualização e reuniões mensais.
Evento de inauguração da então Regional Presidente Prudente-Marília-Bauru, em 2000, no auditório da sociedade de medicina local; ao lado, um dos eventos organizados pela regional
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A regional, inaugurada em março de 2009, em três momentos: a inauguração de sua sede própria e na promoção de sua 4ª (acima) e 2ª Jornadas de Obstetrícia e Ginecologia
Santos e Baixada Santista: às margens do Atlântico Foi durante a segunda gestão do dr. Nilson Roberto de Melo à frente da Sogesp que foi inaugu-
rada a regional Santos e Baixada Santista, em 25 de abril de 2000. Teve como sede a Associação dos
Médicos de Santos (AMS), localizada na Avenida Ana Costa, 388, onde funcionaria por nove anos. Durante a solenidade de fundação também foi empossada sua primeira diretoria (biênio 2000-2002), que
tinha Sônia Maria Ferrero (presidente), Vanessa Maria Soares Peralta (secretária), Sérgio Floriano Toledo
(tesoureiro) e José Carlos Gaspar Júnior (diretor de eventos). O evento foi prestigiado por cerca de 100 pessoas e contou com uma conferência proferida pelo dr. Edmund Chada Baracat, sobre síndrome dos ovários policísticos. Quanto à estruturação da regional, foi resultado dos esforços conjunto dos
médicos Carlos Nicola Abbamonte e Sonia Maria, que se empenharam naquele projeto, que abrangia
oito municípios: Santos, Cubatão, Guarujá, Bertioga, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe. Já em 2001 foi realizada a 1ª Jornada de Obstetrícia e Ginecologia desta regional, que vem se repetindo
a cada dois anos desde então, sempre com grande sucesso. Em 21 de novembro de 2008 foi finaliza-
do o processo de aquisição de sua sede própria, no oitavo andar de um prédio localizado na avenida
Goiás, 225, em Santos. A inauguração deste espaço ocorreria cerca de quatro meses depois, em 18 de março de 2009. Além da dra. Sônia Maria, ocuparam a presidência da regional santista Sérgio Floriano
de Toledo (2002-2003), Natal Marques da Silva (2003-2006), Rita Kátia Pereira Machado (2007-2009), Ricardo Zecchetto Saez Ramirez (2009-2011) e Cláudio Marcellini (2012-2013).
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Desde o seu nascimento em 2001, a regional Sorocaba-Vale do Ribeira investe pesadamente em educação continuada e vem se destacando por tomar esta direção
Sorocaba-Vale do Ribeira: sonho realizado Ao estabelecer um novo mapa para o reordenamento das regionais, em 1999, a Sogesp esta-
beleceu a criação da unidade que uniria Sorocaba-Botucatu-Vale do Ribeira. A partir daquela data a meta era superar a barreira mínima de 200 sócios. Isso foi conquistado e, em 14 de setembro de
2001, o sonho era concretizado durante o 2º Encontro de Ginecologia e Obstetrícia de Sorocaba, a
partir de um desmembramento da subsede de Campinas. Para compor sua primeira diretoria foram escolhidos Luiz Ferraz de Sampaio Neto (presidente), Alfredo Bauer (secretário), Antonio Mauá Neto
(tesoureiro) e José Ricardo Paciência Rodrigues (diretor científico), que, naquele momento, representavam um grupo de 243 sócios.
Inicialmente, a regional funcionou dentro da Sociedade Médica sorocabana, graças ao apoio
hipotecado pelo dr. Thyrso Camargo Ayres Filho, então presidente daquela entidade. Continuaria na SMS até a gestão de Alfredo Bauer (2003-2005), mudando em seguida, em 24 de maio de
2006, para a Associação Paulista de Medicina de Botucatu, na presidência do dr. José Ricardo Pa-
ciência Rodrigues (2006-2009), conforme pré-estabelecido. No entanto, ao final de 2011, depois de um processo de reorganização administrativo, Botucatu deixou de fazer parte daquela regional, passando a integrar a nova unidade Centro-Oeste. Atualmente, a regional Sorocaba-Vale do
Paraíba encontra-se sediada na Rua Luiz Pessutti, 183, sala 32, em Sorocaba, e, desde sua origem,
vem se destacando no processo de levar educação continuada aos colegas das cidades próximas por meio do projeto Pé na Estrada. No período de 2010 a 2013 foi presidida pela dra. Carla Muniz de Carvalho da Silva César.
Para otimizar e dinamizar as ações das suas subsedes, a diretoria da Sogesp resolveu reordenar
duas de suas regionais: Sorocaba-Botucatu-Vale do Ribeira e Presidente Prudente-Marília-Bauru. Assim, partir de 2009, as cidades de Bauru e Botucatu foram desmembradas de suas formações originais para se alinharem à nova subsede que estava surgindo: a Regional Centro-Oeste. Para viabilizar
o projeto, que teria como sede Bauru, os nomes escolhidos foram os dos drs. Jorge Nahás Neto (na época, diretor de eventos de Sorocaba-Botucatu-Vale do Ribeira) e José Petrônio Lourenço Dias (en-
tão secretário de Presidente Prudente-Marília-Bauru). Após meses de intenso trabalho, foi realizada a inauguração oficial, em 3 de dezembro de 2011, na qual compareceram diretores da Sogesp estadu-
al, incluindo o presidente César Eduardo Fernandes e o primeiro-vice-presidente Jarbas Magalhães.
A primeira diretoria ficou assim composta: Jorge Nahás Neto (presidente), José Petrônio Lourenço Dias (secretário), Cláudia Garcia Magalhães (diretora científica) e Fábio Sgarbosa (tesoureiro). Foram também eleitos representantes credenciados para as cidades de Botucatu, Avaré, Jaú e Lins, permitindo assim maior descentralização da região e maior enfoque na educação continuada, com destaque
para sua primeira Jornada de GO, que aconteceu em maio de 2012. Atualmente, a regional compreende 68 cidades e está localizada na Rua Luso Brasileira, 4-44, Bairro Estoril IV, em Bauru.
Diretores da Sogesp e da regional Centro-Oeste se encontram durante inauguração em Bauru; abaixo, participantes do I Fórum de Valorização Profissional naquela região, em maio de 2013
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Centro-Oeste: a caçula
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Linha do tempo 1989 É realizada a primeira cirurgia videolaparoscópica no Brasil, com a retirada de um cisto de ovário de uma paciente, sem a necessidade de grandes incisões: bastaram quatro cortes de um centímetro cada.
1º DE AGOSTO: é fundada a Sogesp, a partir de um trabalho liderado pelo dr. Marcelo
Zugaib, então presidente do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Associação Paulista de Medicina (APM).
27 DE DEZEMBRO: realizada eleição para escolha da diretoria da Sogesp e dr. Salim Wehba é escolhido presidente.
1990 NOVEMBRO: é publicado na Lancet o estudo Nuchal fluid accumulation in trisomy-21 detected by vaginosonography in first trimester, de J. Szabó e J. Gellén, que correlacio-
nou a translucência nucal (TN) com anomalias cromossômicas, malformações fetais e síndromes genéticas.
1991 27 a 30 DE NOVEMBRO: realizada, durante a gestão do dr. Salim Wehba, a primeira Jornada Paulista de Obstetrícia e Ginecologia da Sogesp, no Hotel Casa Grande, na cidade do Guarujá.
FINAL DE 1991: Sérgio Pereira da Cunha é eleito terceiro presidente da Sogesp, substituindo a Salim Wehba.
Na gestão do dr. Sérgio Pereira da Cunha é inaugurada a regional de Ribeirão Preto, a primeira da Sogesp. Para presidente desta subsede foi escolhido Luiz Alberto Ferriani.
1993 Salim Wehba assume a presidência da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH) e ajuda a fundar a Sociedade Brasileira de Ginecologia Endócrina (Sobrage).
FINAL DE 1993: dr. Sérgio Pereira da Cunha entrega o comando da Sogesp ao Edmund Chada Baracat, que ocupará o posto de presidente até 1997.
1994 A portaria 663/94 instituiu o Dia 28 de maio como o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna. No Brasil, ocorriam 114 mortes para cada 100 mil nascidos vivos, segundo dados não oficiais.
É fundada a regional Campinas, durante a presidência do dr. Edmund Chada Baracat. Os drs. Salim Wehba, César Eduardo Fernandes e Nilson Roberto de Melo fundam o Instituto de Saúde e Bem-Estar da Mulher (Isbem).
1995 Ribeirão Preto se torna a primeira cidade do interior a realizar o concurso para a obtenção do Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia (Tego).
1996 29 DE OUTUBRO: morre o professor Paulo Goffi, fundador e primeiro professor titular da cátedra de obstetrícia e ginecologia da Faculdade de Medicina de Taubaté.
1997 Criado o Núcleo Multidisciplinar de Patologias Infecciosas na Gestação (Nupaig), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
21 DE FEVEREIRO: criada a regional de São José do Rio Preto.
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1998 INÍCIO DE 1998: é lançado o website da Sogesp, cujo esforço de realização foi coordenado pelo dr. Francis de Assis Moraes Gomes, de Amparo (SP).
12 DE FEVEREIRO: resolução do Ministério da Saúde definiu o óbito materno como evento de Notificação Compulsória para a Vigilância Epidemiológica. ABRIL: criada a regional do Grande ABC. 14 A 17 DE ABRIL: acontece o Congresso de Ginecologia e Obstetrícia de Campinas. SEGUNDO SEMESTRE: criada a regional do Vale do Paraíba. 13 A 15 DE AGOSTO: foi realizada a Jornada de Ginecologia e Obstetrícia da Sogesp – Regional São José do Rio Preto.
20 A 22 DE AGOSTO: acontece a II Jornada Sogesp de Ginecologia e Obstetrícia do Vale do Paraíba, em Campos do Jordão.
29 DE AGOSTO: acontece a prova para obtenção do Tego, cujo exame é realizado pela primeira vez na cidade de Campinas, além da Capital e Ribeirão Preto.
1999 10 DE FEVEREIRO: é publicada a Lei 9.787/99, que introduz os medicamentos genéricos no Brasil, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.
FEVEREIRO: a regional de Ribeirão Preto inaugura sua sede própria. 8 A 11 DEZEMBRO: acontece a quinta edição da Jornada paulista de Obstetrícia e Ginecologia da Sogesp, a última a ter como palco o Hotel Casa Grande do Guarujá. A próxima edição seria no ITM-Expo, na capital.
2000 Revogada a Convenção Regional sobre Reconhecimento de Estudos, Títulos e Diplomas
de Ensino Superior na América Latina e Caribe, que previa o reconhecimento dos diplomas expedidos pelos países signatários.
18 DE FEVEREIRO: fundada a regional Presidente Prudente-Marília-Bauru. 25 DE ABRIL: fundada a regional Santos e Baixada Santista. 3 A 8 DE MAIO: a regional Grande ABC realiza sua 1ª Jornada de Obstetrícia e Gineco-
logia e o 1º Encontro dos ex-Residentes de GO da FMABC, no campus da Uniban de São Bernardo do Campo. Na época, era presidente o Dr. Luiz Carlos João.
Vale do Paraíba e o 1º Encontro dos ex-Residentes de GO da FM de Taubaté, no Hotel Orotur Garden. Na época era presidente da regional o dr. Corintio Mariani Neto.
11 A 14 DE NOVEMBRO: o Congresso da Sogesp, em sua sexta edição, estreia no ITM -Expo, na cidade de São Paulo.
2001 5 A 7 DE ABRIL: realizada a 1ª Jornada de Obstetrícia e ginecologia da Regional Baixada Santista.
10 DE ABRIL: é publicada no Diário Oficial de União a Resolução 1616 do Conselho Fe-
deral de Medicina (CFM) que proíbe o descredenciamento indiscriminado e arbitrário de médicos por operadoras de planos de saúde.
6 A 9 DE JUNHO: 1ª Jornada de Obstetrícia e Ginecologia da regional Presidente Prudente-Marília-Bauru, quando Edgard Guariento e Nereu Oguido (membros da comissão organizadora) eram respectivamente presidente e tesoureiro da regional.
15 DE JULHO: morre o professor Salim Wehba, segundo presidente da Sogesp. 14 DE SETEMBRO: é inaugurada a regional Sorocaba-Botucatu-Vale do Ribeira. 30 DE NOVEMBRO: morre dr. Mucio Diniz Pontes, assistente da clínica obstétrica da FMUSP, e idealizador do Curso preparatório para o Tego.
2002 A partir deste ano, o Curso do Tego passou a ser de responsabilidade da Sogesp. MARÇO: médicos da arábia saudita anunciam, a partir de artigo científico publicado na International Journal of Gynaecology and Obstetrics, a realização do primeiro transplante de útero do mundo, em uma paciente infértil de 26 anos.
8 DE MAIO: realizado em todo o território nacional o Dia Nacional de Mobilização contra as Piores Operadoras de Planos de Saúde do País, com o apoio de diversas entidades da área de saúde, como CFM, Cremesp e AMB.
15 A 18 DE AGOSTO: acontece o VII Congresso da Sogesp no ITM. A partir dele, o evento passou a ser anual.
NOVEMBRO: o Jornal da Sogesp sofre remodelagem gráfica e passa a se chamar Re-
vista da Sogesp a partir da edição 42. Em seguida (edição 77, de julho/agosto de 2008), esta nomenclatura sofreria nova interferência, passando para Revista Sogesp.
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9 A 12 DE AGOSTO: acontece a 3ª Jornada de Obstetrícia e Ginecologia da Sogesp-
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2003 15 DE JULHO: durante evento realizado em Vitória (ES), é lançada a Classificação Brasi-
leira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), como padrão mínimo e ético de remuneração.
28 DE NOVEMBRO: realizada nova eleição para a Sogesp e a chapa única “União e Trabalho”, encabeçada pelo dr. Francisco Prota, é confirmada para o biênio 2003-2005.
2004 AGOSTO: Antonio Fernandes Moron conquista a vaga de professor titular do departamento de Obstetrícia da EPM.
SETEMBRO: o Ministério da Saúde inaugurou a primeira rede de bancos públicos de células-tronco de cordão umbilical do país, denominada Brasilcord.
2005 16 DE FEVEREIRO: Resolução CFM nº 1.763, firmado entre o Conselho Federal de Me-
dicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB) e a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) estabelece que a Medicina Fetal é uma área de atuação da ginecologia e obstetrícia.
2006 18 DE JANEIRO: foi concluída a compra da sede da Sogesp, na avenida Brigadeiro Luiz Antônio, 2729.
20 DE FEVEREIRO: publicação da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 33, que dispôs sobre o funcionamento de bancos de células e tecidos germinativos (BCTG). 3 DE MARÇO: assinatura da escritura da nova sede da Sogesp.
2007 18 A 21 DE ABRIL: acontece a 1ª Jornada de Obstetrícia e Ginecologia da FMUSP e 1º
Encontro dos Ex-Residentes do Departamento de Obstetrícia e ginecologia da FMUSP.
Prova do Tego deixa o Liceu Pasteur e passa a ser realizada na Faculdade das Américas, na rua Augusta, 973. Consolação.
29 DE ABRIL: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei nº 11.664, que asse-
gura às mulheres com 40 anos ou mais, entre outros benefícios, o direito de realizar o exame de mamografia pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
24 E 25 DE OUTUBRO: aconteceu a I Jornada de ginecologia Endócrina de Bauru e Re-
gião e a Jornada de Defesa profissional do Tocoginecologista, promovida pela APM de Bauru, pela Sogesp Regional Presid. Prudente-Marília-Bauru e pela Delegacia Regional do Cremesp de Bauru.
2009 18 DE FEVEREIRO: inaugurada a sede própria da regional Grande ABC, a primeira de uma série que será entregue a quase todas as representações da Sogesp.
29 DE AGOSTO: aprovado o então Novo Código de Ética Médica (CFM), durante a IV
Conferência Nacional de Ética Médica (IV Conem), no Esporte Clube Sírio, em São Paulo, que revogou o anterior, de 1988.
30 DE NOVEMBRO: pela primeira vez duas chapas concorrem à diretoria da Sogesp, saindo vencedora a Chapa 2 – Novas Sogesp, presidida pelo dr. César Eduardo Fernandes.
2010 5 DE JANEIRO: posse da nova diretoria Sogesp, biênio 2010-2011, tendo como presidente o dr. César Eduardo Fernandes.
JANEIRO: criação do conselho editorial para reformular a Revista Sogesp, composta
pelos Drs. Luciano de Melo Pompei, Arícia Helena Galvão Giribela, Cassiana Rosa Gal-
vão Giribela, Jarbas Magalhães, Leopoldo de Oliveira Tso, Nucélio Luis de Barros M. Lemos, Paulo Martin Nowak e Patricia de Rossi.
18 DE MARÇO: reunião da Comissão de Honorários, composta pelos drs. Maria Rita
de Souza Mesquita, Carlos Alberto Politano, Eliane Terezinha Rocha Mendes, Helena
Takako Sato, Juvenal Barreto Borriello, Ricardo Zecchetto Saez Ramirez, Sandra Lea Bonfim Reis, Sérgio dos Passos Ramos, Tácito Cortes de Carvalho e Silva e Thyrso Camargo Ayres Filho.
17 DE ABRIL: encontro com representantes credenciados, membros das regionais e diretoria da Sogesp reúne mais de 100 pessoas em Campinas.
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26 DE MAIO: Sogesp lança campanha publicitária para denunciar os valores irrisórios pagos de honorários e realiza coletiva de imprensa para falar sobre o assunto.
JUNHO: entra no ar o novo portal Sogesp, com reformulação de design e editorial. A
entidade também faz parceria com a ELP – Rede Nacional de Advogados Especializados. 1º DE JUNHO: cerca de 50 pessoas acompanham o 1º Fórum sobre Formação e Valori-
zação do Médico da Faculdade de Medicina do ABC.
17 DE AGOSTO: Dia do Protesto do Bem, mobilização que aconteceu em várias regiões
do Estado de São Paulo. Na capital paulista, a ação ocorreu no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista.
3 DE SETEMBRO: durante o I Fórum de Honorários Médicos, dentro do 15º Congresso da Sogesp, acontece o Dia de Luto. Na mesma data, é criada a Banca de Negociação.
26 de OUTUBRO: Representantes da Sogesp participam, em Brasília, da Mobilização
Nacional pela Valorização do Médico e da Assistência em Saúde no Brasil. No mesmo dia, a Sogesp encaminha cartas às operadoras de saúde para discutir a questão dos honorários.
30 DE NOVEMBRO: protesto Um Dia por Mais Respeito paralisa atendimento eletivo à saúde suplementar mobiliza tocoginecologistas de todo Estado de São Paulo.
2011 4 DE JANEIRO: Dr. Giovanni Guido Cerri assume a Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo.
30 DE MARÇO: uma ação judicial movida pela Sogesp contra a Porto Seguro reivindica honorários dignos aos tocoginecologistas.
7 DE ABRIL: no Dia Mundial da Saúde, integrantes da Sogesp participam da mobilização nacional que uniu médicos paulistas de várias especialidades. A adesão ao movimento foi de 70% em todo o País.
13 E 14 DE MAIO: sob o comando do Dr. José Renato Sampaio Tosello, Regional Presidente Prudente realiza a 1ª Jornada de Ginecologia Endócrina, que reúne 135 participantes.
JUNHO: criação da Comissão dos Representantes Hospitalares da Sogesp. No mesmo mês, a entidade coloca em seu site (www.sogesp.com.br) o Clique Denúncia, para que os associados possam expor suas queixas com relação às operadoras de saúde.
1 A 3 DE SETEMBRO: 16º Congresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia acontece no Transamerica Expo Center. Nos mesmos dias, é promovida suspensão ao atendimento
eletivo ao sistema de saúde suplementar. Enquanto isso, dentro do congresso, Sogesp e a TV Saúde Brasil firmam parceria.
2011, é o novo professor titular de Ginecologia da Faculdade de Medicina do ABC.
22 DE OUTUBRO: Durante o I Simpósio Atualidades na Prevenção do Câncer Genital Inferior é lançada pela Sogesp a Campanha contra o HPV.
24 DE OUTUBRO: Sogesp e Cassi assinam acordo onde a Cassi prevê aumento escalonado em todos os procedimentos voltados a Ginecologia e Obstetrícia.
NOVEMBRO: Sogesp lança encartado, dentro da Revista Sogesp de Novembro/Dezembro um caderno especial falando sobre o parto personalizado.
3 DE DEZEMBRO: é inaugurada oficialmente a regional Centro-Oeste, com sede na cidade de Bauru.
9 E 10 DE DEZEMBRO: acontece no Hotel Tivoli Mofarrej, na capital paulista, o VII Congresso Paulista de Medicina Reprodutiva e Climatério.
2012 4 DE JANEIRO: diretoria da Sogesp é reeleita para o biênio 2012-2013. Posse ocorre durante 1ª Assembleia Geral de 2012. Na mesma data, novo Conselho Fiscal é escolhido.
1º DE FEVEREIRO: Sogesp realiza primeira reunião da recém-criada Comissão de Valorização Profissional no SUS, coordenada pela dra. Maria Rita de Souza Mesquita.
MARÇO: Sogesp cria seu clube de benefícios com administradora 1000 Vantagens e passa a oferecer aos associados parcerias com mais de 115 empresas.
4 DE ABRIL: I Fórum Sogesp: Características Regionais do SUS ocorre em São Paulo, levantando os principais problemas e encaminhamentos da entidade em prol da especialidade.
9 DE ABRIL: O presidente César Eduardo Fernandes vai ao Programa do Jô, da Globo, esclarecer ações de prevenção e combate ao HPV.
25 DE ABRIL: protesto do Dia Nacional de Advertência Contra os Planos de Saúde. Em São Paulo, passeata reúne mais de 1000 médicos.
4 DE JUNHO: na cidade de Jacareí, tocoginecologistas passam a cobrar pelo acompanhamento presencial ao parto.
30 DE AGOSTO A 1º DE SETEMBRO: acontece o 17º Congresso Paulista de Obstetrícia
e Ginecologia, no Transamerica Expo Center, trazendo inovações como a Programação Cientifica Individualizada e os pôsteres digitais.
25 DE SETEMBRO: Sogesp e Procon de São José do Rio Preto firmam acordo ao assinar o Termo de Ajustamento de Conduta.
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17 DE OUTUBRO: Dr. César Eduardo Fernandes, presidente da Sogesp biênio 2010-
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18 DE OUTUBRO: o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, anuncia a criação da carreira de médico no serviço público
8 DE NOVEMBRO: parecer 39/2012 do Conselho Federal de Medicina (CFM) é favorável à reivindicação da Sogesp, ao destacar que é legal e ética a cobrança de honorários por médicos obstetras pelo acompanhamento presencial do trabalho de parto.
DEZEMBRO: Sogesp divulga o 1º Ranking Sogesp das Operadoras de Saúde (Rasgos).
2013 JANEIRO/FEVEREIRO: Revista Sogesp passa a estampar em sua capa, a partir da edi-
ção 105 (março/abril de 2013), o Número Internacional Normatizado para Publicações Seriadas (ISSN), usado para identificar e individualizar publicações em todo o mundo.
6 A 8 DE JUNHO: 10ª Jornada de Obstetrícia e Ginecologia do Vale do Paraíba acontece no Orotur Garden Hotel, Campos do Jordão.
28 E 29 DE JUNHO: 5ª reunião com Diretores Regionais e Representantes Credenciados acontece em Santos (SP).
5 A 7 DE SETEMBRO: acontece no Transamerica Expo Center o 18º Congresso da So-
gesp, que teve a presença do Nobel de Medicina Harald zur Hausen, agraciado em
2008 por ter descoberto o vírus do papiloma humano (HPV), causador do câncer de colo uterino.
30 DE NOVEMBRO: novas eleições definem a diretoria que comandará a Sogesp pelo biênio 2014-2015.
Bibliografia
A REVOLUÇÃO FEMININA NA SAÚDE. Disponível br/?siteAcao=Revista&id=431. Acesso em 5 set. 2013.
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CHAIB, Julia; MARIZ, Renata. SUS vai incluir a vacina contra HPV no calendário nacional de 2014. Disponível em www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2013/04/25/interna_brasil,362408/ sus-vai-incluir-a-vacina-contra-hpv-no-calendario-nacional-de-2014.shtml. Acesso em 17 set. 2013. CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Disponível em www.cfm.org.br. FOLHA DE S. PAULO. São Paulo, Empresa Folha da Manhã, 1º de agosto de 1989. GAMA, Júnia. Relator defende destinação de 10% da Receita Corrente Bruta da União para o SUS. Disponível em http://oglobo.globo.com/pais/relator-defende-destinacao-de-10-da-receitacorrente-bruta-da-uniao-para-sus-9561347. Acesso em 16 set. 2013. GERALDO RODRIGUES LIMA. Disponível em http://www.unifesp.br/centros/cehfi/bmhv/index.php/ documentacao/doc_download/21-geraldo-rodrigues-lima. Acesso em 12 jul. 2013. HISTÓRICO CBHPM. Disponível em http://www.portalmedico.org.br/remuneracao/index. asp?opcao=cbhpm&link=historico. Acesso em 28 ago. 2013. JORNAL DA APM. São Paulo: Associação Paulista de Medicina, 1985-1995. JORNAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REPRODUÇÃO HUMANA. São Paulo: SBRH, nº 4, dezembro de 2009. JORNAL DA SOGESP. São Paulo: Sogesp, 1988-2002. LEAL, Aline. CFM vai avaliar posição da ANS sobre cobrança de honorário para acompanhar parto. Disponível em http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-01-17/cfm-vai-avaliar-posicao-da-anssobre-cobranca-de-honorario-para-acompanhar-parto. Acesso em 9 set. 2013. MARQUES FILHO, José (coord.). Cremesp, uma trajetória. São Paulo: Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, 2004. MÉDICOS FAZEM MOBILIZAÇÃO NACIONAL EM DEFESA DA SAÚDE. Disponível em http://www. crmpr.org.br/Medicos+fazem+mobilizacao+nacional+em+defesa+da+saude+11+4542.shtml. Acesso em 15 set. 2013. MÉDICOS SERVIDORES ESTADUAIS TERÃO CARREIRA INÉDITA. Disponível em www.apm.org.br/ noticias-conteudo.aspx?id=8707. Acesso em 9 set. 2013. OLIVEIRA, Oldair de; MORGADO, Patrícia. História da Sociedade Paulista de Radiologia: uma jornada em construção. São Paulo: SPR, 2013.
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Bibliografia
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PARA CREMESP HOUVE MANOBRA DO MEC E OMISSÃO DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE NA ABERTURA DE CURSOS.Disponível em www.cremesp.org.br/?siteAcao=SaladeImprensa&acao=sala_ imprensa&id=139. Acesso em 28 ago. 2013. REVISTA DA SOGESP. São Paulo: Sogesp, 2002-2008. REVISTA SOGESP. São Paulo: Sogesp, 2008-2013. ZANVETTOR, Rafael. PL destina 10% da receita bruta da união para a saúde. Disponível em http:// carosamigos.terra.com.br/index/index.php/cotidiano/3432-saude-pl-de-iniciativa-popular-pede10-da-receita-bruta.
Lista de entrevistados André Wehba César Eduardo Fernandes Corintio Mariani Neto Edmund Chada Baracat Francisco Eduardo Prota Jarbas Magalhães Marcelo Zugaib Maria Rita de Souza Mesquita Newton Eduardo Busso Nucélio Luiz de Barros Moreira Lemos Paulo César Giraldo Sérgio Pereira da Cunha
Sobre os autores
Oldair de Oliveira, jornalista e historiador Mineiro de Umburatiba, é formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero (2000)
e licenciado em História pela Universidade Cruzeiro do Sul (2009). Entre os trabalhos mais
recentes está a biografia O Mestre das Sombras – um raio X histórico de Manoel de Abreu
(2012), sobre esse médico e radiologista paulistano. No currículo constam ainda passagens pelo antigo Diário Popular (hoje Diário de São Paulo); revista HOSP e Hotelaria, da Editora Suprimentos; MetrôNews; revistas Chiques&Famosos e Universo Masculino, da Editora Símbolo, na condição de editor e editor-chefe; além de colaborações para diversas publicações, incluindo Leituras da História, da Editora Escala.
Patrícia Morgado, jornalista e historiadora É formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero (2002) e licenciada em História
pela Universidade Cruzeiro do Sul (2009). Tem passagens pelas redações do Diário Popular (atual Diário de São Paulo), Shopping News, DCI (Diário Comércio e Indústria), Revistas Chega
Mais! e Chiques&Famosos, da Editora Símbolo, e revista Bom Gosto em Negócio. Foi a ganhadora, em 2003, 2004 e 2005, do 1º, 2º e 3º Prêmio Fecomercio de Jornalismo, promovido pela
Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), com as matérias “Alimentação já é 35% da receita dos cinemas”, “O varejo invade as academias de ginástica” e “Varejo cria roteiros para vender a turistas”, todas publicadas no DCI.
Impressão e acabamento: Pancrom Indústria Gráfica – São Paulo, SP
Capa dura, revestida com papel couchê fosco 170g, com aplicação de laminação BOPP fosca e veniz high gloss (reserva). Guardas em papel Color Plus preto (Los Angeles) 180g. Miolo impresso em couchê fosco 90g, veniz base d‘água fosco total. Formato fechado: 21 x 28 cm Fontes: Avenir Next (texto) e Museo (títulos)