Gato de botas

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Charles Perrault Ilustrado por Marcos Galdino.

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Editora Latem & Goce Ilustração , projeto gráfico e diagramação: Marcos Paulo Galdino Texto: O Gato de Botas - Charles perrault. Projeto sem fins lucrativos; Trabalho acadêmico para as seguintes disciplinas de computação gráfica,design editorial e tipográfia do curso de Design gráfico da de ensino superior AESO Barros Melo Olinda,2018

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Prefácio

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que aconteceria se o filho do moleiro se encontrasse com uma entidade mística, um ser cósmico, um ser inexplicável, qual seria a aparecia desse ser? Talvez de um gato, que tal um gato de botas? O texto de Charles Perrault que atravessa os séculos e ainda hoje é o queridinho das crianças (e dos adultos também) por mostrar o quanto gostamos de gatos .

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O Gato De Botas

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SumĂĄrio

1. O filho do moleiro. 2. Botas e saco. 3. O encontro. 4. Princesa apaixonada. 5. Velocista felino. 6. Confrontando o ogro. 7. Um ratinho apetitoso. 8. O novo PrĂ­ncipe.

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ra uma vez um moleiro muito pobre, que tinha três filhos. Os dois mais velhos eram preguiçosos e o caçula era muito trabalhador. Quando o moleiro morreu, só deixou como herança o moinho, um burrinho e um gato.

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O moinho ficou p velho, o burrinho e o gato para o caçu muito descontente coube da herança,


para o filho mais o para o filho do meio ula. Este Ăşltimo ficou com a parte que lhe mas o gato lhe disse:

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Meu querido amo, compra-me um par de botas e um saco e, em breve, te provarei que sou de mais utilidade que um moinho ou um asno.

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e o rapaz assim foi qu inheiro que d o o d to u te conver s o par de bota d n li m u n ía possu seu gatinho. o ra a p o c a e num s tas e, pondo o b s a u o lç a O gato c ous, encaminh ta s o c s à o c a os havia uma e d n o io ít s se para um u, do ali chego n a u Q . a ir e coelh u-lhe uma te e m , o c a s uabriu o iúdo e deito m lo re fa e d porção e mor to. -s o d in g n fi o se no chã do farelo, o ir e h c lo e p rijo Exciitado seu esconde e d iu a s o lh to o coe o saco. O ga ra a p e -s iu e dirig e dirigiu ao s e o g lo -o u apanho ando lá, lhe g e h C i. re o castelo d disse:

E

bre marquês Senhor, o no ou que lhe d n a m s á b ra de Ca o. Guisado lh e o c te s e e s entregas to s será um pra a h n li o b e c com delicioso.

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! om lho, b e e Qu de co ro ! ? i o o elh muit zinhe a o C to co nc a s Go meu ue nu . Dig m he eg so ma cons nenhu e eu l s não nhar o qu s mai ntos. apa eu am s meu ecime t ao ndo o agrad e, o t ma eros n i u c egu anho sin s p ia u o d inho a levo nte e gat izes prese bás. d per como Cara o s dua o rei ês de mpo, ar ao u a as marq um te a lev nte, do rante inuou prese rte t Du o con utros da pa bás. gat ácio o ia ser Cara pal os diz ês de u tod Marq do

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m dia o gato convidou seu amo para tomar um banho no rio. Ao chegarem ao local o gato disse ao jovem: De hoje em diante seu nome será Marquês de Carabás. Agora, por favor, tire sua roupa e entre na água. O rapaz não estava entendendo nada, mas como confiava no gato, atendeu seu pedido. O gato havia levado o rapaz justamente no local por onde devia passar a carruagem real. O gato esperto, vendo uma carruagem se aproximando,começou a

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gritar: - Socorro! Socorro! - Que aconteceu? perguntou o rei, descendo da sua carruagem. - Os ladrões roubaram a roupa do nobre marquês de Carabás! Meu amo está dentro da água, ficará resfriado - disse o gato. O rei, então, mandou imediatamente uns servos ao palácio; voltaram daí a pouco com um magnífico vestuário feito para o próprio rei, quando jovem. 13


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dono do gato vestiu-se e ficou tĂŁo bonito que a princesa, assim que o viu, dele se enamorou. O rei tambĂŠm ficou encantado e murmurou:

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Eu era exatamente assim, nos meus tempos de moço.


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rei convidou o falso marquês para subir em sua carruagem.

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Será que a vossa majestade nos dá a honra de visitar o palácio do Marquês de Carabás? – perguntou o gato, diante do olhar aflito do rapaz.

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rei aceitou o convite e o gato saiu na frente, para arrumar uma recepção para ao rei e a princesa. O gato estava radiante com o êxito do seu plano; e, correndo à frente da carruagem, chegou a uns campos e disse aos lavradores:

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O rei está chegando; se não lhes disserem que todos estes campos pertencem ao marquês de Carabás, o rei mandará cortar-lhes a cabeça. Quando o rei perguntou de quem eram aquelas terras, os lavradores responderamlhe: - Do muito nobre marquês de Carabás. - Que lindas propriedades tens tu!- elogiou o rei ao jovem. O moço sorriu perturbado, e o rei murmurou ao ouvido da filha: - Eu também era assim, nos meus tempos de moço.

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Mais adiante, o gato encontrou uns camponeses ceifando trigo e lhes fez a mesma ameaça:

- Se não disserem que todo este trigo pertence ao marquês de Carabás, faço picadinho de vocês. Assim, quando chegou a carruagem real e o rei perguntou de quem era todo aquele trigo, responderam: - Do nobre marquês de Carabás. O rei ficou ainda mais entusiasmado O gato continuava a correr à frente da carruagem; atravessando um espesso bosque, chegou à porta de um magnífico palácio, no qual vivia um ogro muito malvado que era o verdadeiro dono dos campos semeados


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gatinho bateu à porta e disse ao ogro que a abriu:

Meu querido ogro, tenho ouvido por aí umas histórias a teu respeito. É certo que te podes transformar no que quiseres? Certíssimo - respondeu o ogro, e transformou-se num leão.

Isso não vale nada - disse o gatinho. - Qualquer um pode inchar e aparecer maior do que realmente é. Toda a arte está em se tornar menor. Poderias, por exemplo, transformar-te em rato?

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É fácil - respondeu o ogro, e transformou-se num rato.


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gatinho deitou-lhe logo as unhas, comeu-o e desceu logo a abrir a porta, pois naquele momento chegava a carruagem real. E disse: - Bem vindo seja, senhor, ao palácio do marquês de Carabás. - Que formoso palácio tens tu! disse o rei. O rapaz, entao, timidamente, ofereceu o braço à princesa e o rei murmurou-lhe ao ouvido: - Eu também era assim tímido, nos meus tempos de moço. Entretanto, o gatinho meteu-se na cozinha e mandou preparar um esplêndido almoço, pondo na mesa os melhores vinhos que havia na adega; e quando o rei, a princesa e o amo entraram na sala de jantar e se sentaram à mesa, tudo estava pronto.

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epois do magnífico almoço, o rei voltou-se para o rapaz e disse-lhe:

- Jovem, és tão tímido como eu era nos meus tempos de moço. Mas percebo que gostas muito da princesa, assim como ela gosta de ti. Por que não a pedes em casamento? Então, o moço pediu a mão da princesa, e o casamento foi celebrado com a maior pompa. O gato assistiu, calçando um novo par de botas com cordões encarnados e bordados a ouro e preciosos diamantes. E daí em diante, passaram a viver muito felizes. E se o gato às vezes ainda se metia a correr atrás dos ratos, era apenas por divertimento; porque absolutamente não mais precisava de ratos para matar a fome… FIM

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