HISTORY www.histor yforlife.com
Ano VII - Nº XVII - JUL 2011
FOR LIFE
Realmente a Batalha de Poitiers barrou a conquista muçulmana na Europa ?
Grupo Laocoonte Vercingetórix, o líder gaulês que desafiou Roma.
A dor representada no mármore
01 History for life
HISTORY SUMÁRIO
FOR LIFE
05 CARLOS MARTEL
Realmente esse grande líder dos Francos, ao contrário do que se vemos na atualidade não conseguiu barrar o avanço muçulmano na Europa.
08 GRUPO LAOCOONTE
Descubra o que causou o castigo de Laocoonte e seus dois filhos.
14 VERCINGETÓRIX
Saiba mais sobre o chefe gaulês dos arvernos que liderou a grande revolta gaulesa contra os romanos, mas que até hoje continua influênciando.
20 BREVE BIOGRAFIA
Expressar com palavras é praticamente.
History for life 02
H ISTORY www.historyforlife.com
FOR LIFE
DIRETOR GERAL Marcos C. Vasconcelos REDAÇÃO Marcos C. Vasconcelos EDITOR ASSISTENTE Marcos C. Vasconcelos FOTOGRAFIA Marcos C. Vasconcelos CONSULTORIA Marcos C. Vasconcelos ARTE E PRODUÇÃO Marcos C. Vasconcelos PRODUTOR GRÁFICO Marcos C. Vasconcelos REVISORES Marcos C. Vasconcelos CORREÇÃO Marcos C. Vasconcelos ACABAMENTO Marcos C. Vasconcelos
Referências
http://www2.uol.com.br/historiaviva/artigos/a_batalha_de_poitiers_barrou_uma_invasao_arabe__falso_.html http://3.bp.blogspot.com/_L-aIG-7AW7I/TEDbUhye0XI/ AAAAAAAAI18/24SRvwHAFuU/s1600/Carlos+Martel,+Saint+Denis.jpg http://3.bp.blogspot.com/_L-aIG-7AW7I/TEDbRSJPGkI/ AAAAAAAAI10/8Bddhs3N-s0/s1600/Batalha+de+Poitiers,+Steuben,+Ve rsailles.jpg http://pt.wikipedia.org/wiki/Grupo_de_Laocoonte http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/7e/Laoco%C3%B6n_ and_His_Sons.jpg http://4.bp.blogspot.com/_pquY1JTqTN0/TE4fKeDecxI/AAAAAAAACrQ/s7UlhjMZ9Iw/s1600/421+7+Laocoonte.jpg http://encontrandolalentitud.files.wordpress.com/2012/12/laocoon_pio-clementino_inv1059-1064-1067_n6.jpg http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/af/Laocoon_copy_3. jpg http://pt.wikipedia.org/wiki/Grupo_de_Laocoonte http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/7e/Laoco%C3%B6n_ and_His_Sons.jpg http://4.bp.blogspot.com/_pquY1JTqTN0/TE4fKeDecxI/AAAAAAAACrQ/s7UlhjMZ9Iw/s1600/421+7+Laocoonte.jpg http://encontrandolalentitud.files.wordpress.com/2012/12/laocoon_pio-clementino_inv1059-1064-1067_n6.jpg http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/af/Laocoon_copy_3. jpg http://pt.wikipedia.org/wiki/Vercinget%C3%B3rix http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/cd/F07_Alesia,_Statue_Vercingetorix.0043.JPG
03 History for life
CAPA: Laocoonte e seus filhos. Cópia romana de uma obra do século I d.C. representa Laocoonte e seus filhos. Museu do Vaticano. Vaticano, Itália
Por quê História ?
P
rimeiramente agradeço ao Eterno por mais uma edição da revista History for Life e a grande colega Keetrin que forneceu grande ajuda. A primeira vista, sempre vem a indagação “Por quê uma revista de História ?” Costumamos ouvir: Do passado se faz o presente, e do presente se faz o futuro, correto concondamos com isso. Mas História é muito mais que isso, é algo profundo, sentimental enraizado no recanto mais profundo da nossa alma, digamos um estilo completo de viver e um modo de vida. É até difícil representar apenas com meras palavras. Não basta alegarmos que gostamos de História só porque admiramos os feitos de Ramsés, Senaqueribe, admiração pelos Gregos, a grande civilização Romana, o Medievo, Revolução Francesa e até mesmo os triunfos de Hitler, assuntos esses nunca desafados mas muito comentados. A História em si, costumamos dizer que você nasce, cresce mas nunca morre junto com ela, pois a História é eterna, sempre haverá acontecimentos, fatos ou algo a estudar e é isso que chamamos de História, não apenas o que encontramos nas páginas dos livros. É algo que corre no nosso corpo desde o momento em que recebemos o sopro Divino.
Antiguidade Tardia Ocidental
A Batalha de Poitiers, realmente barrou a conquista muçulmana na Europa ? Realmente foi um famoso encontro travado entre os exércitos do líder dos francos, Carlos Martel (teoricamente Cristão) contra o muçulmano Abd Al-Rahman (trad. Servo do Misericordioso,) vindo de Córdoba que já então lhe pertencia. Porém quando ocorreu esse acontecimento histórico (732), a Batalha não obteve repercussão tão importante. Na realidade o que realmente foi deixado para a posteridade, foi a idéia dos cronistas carolíngios da época para engrandecer os feitos do avô do futuro imperador do Sacro Túmulo de Carlos Martel. Abadia de Império Romano-Germânico Saint Deni, França. (Carlos Magno). O que de fato aconteceu, segundo alguns historiadores nem pode ser considerado uma Batalha, mas sim um encontro de forças em que Carlos Martel barrou uma incursão de pilhagem e não propriamente denominada invasão árabe. Mas o que é muito importante citarmos é que o encontro ocorreu exatamente um século depois da morte do Profeta Muhammad (S.A.A.S), fato esse que influênciou muito os sahabas (companheiros do profeta) para a conquista de novos territórios baseados Moedas do Califado, cunhadas durante o no ardor da fé, podemos governo do califa Hisam II (final do século X). comprovar isso com a poMuseu Arqueológico Nacional de Madrid, lítica dos primeiros Califas, Espanha. denominados Khwlafá Rashydwm (Califas corretos, bem guiados: Abw Bakr 632-634, Ômar Ibn Al-Khattab 634-644, Othman Ibn Affan 644-656 e o primo do profeta (S.A.A.S) ‘Ali Ibn Abu Talib (A.S) 656-661). History for life 04
Batalha de Poitiers. Steuben, Versailles
Segundo as fontes, no início do séc. VIII a colônia árabe de Septimânia localizada no Sul do atual território francês foi palco de uma revolta liderada pelo berbere Munuza, em aliança com o Duque Eudes da Aquitânia ambos contra o poder do Emirado de Córdoba. Esse fato provocou a ira de Abd Al-Rahman, que em 732 esmagou o levante. Ocorridos esses fatos, Eudes teve que pedir ajuda aos seu inimigo o Rei dos Francos Carlos Martel, que no mesmo ano organizou um exército para enfrentar as forças árabes.
Segundo as fontes islâmicas da época no sagrado mês de Ramadan, o exércitos dos francos que iniciaram o ataque. Já que o mês de Ramadan por ser sagrado para os muçulmanos proibe qualquer combate como forma ofensiva. A batalha como todas as ocorridas nesses tempos foi confusa, mas que acabou provocando a morte de Abd Al-Rahman. Carlos Martel aproveitando da ocasião não perseguiu as tropas dos árabes, mas sim se apoderou do bispado de Loire e saqueou as região de Midi (Sul da França), fato esse que lhe causou o cognome de “Martel” (que lembra martelo, mais precisamente aquele que golpeia com um martelo forte, lembrando a idéia de força, poderio bélico.) Portanto podemos chegar a conclusão, através de uma análise que Carlos Martel
05 History for life
a Batalha de Poitiers não foi nada mais que uma estratégia, uma jogada de Carlos Martel para tomar o poder e enfraquecer o seu rival (Duque da Aquitânia, Eudes.) Podemos provar isso através do fato de que o poderio dos árabes nessa época continuou sendo superior ao dos europeus, pois as incursões dos árabes muçulmanas não se encerraram com esse fato, pelo contrário continuaram como podemos ver que após três anos (735), os árabes se apoderaram de Avignon e de Arles e saquearam Borgonha. Esses ataques só acabaram por completo com a tomada de Barcelona por Carlos Magno, em 801 nessa época já imperador. Muito tempo depois, mais precisamente no séc. XIX que esse acontecimento histórico começou a ter importância. Os franceses na época lançaram um olhar patriótico, nacionalista e colonialista, mas podemos dizer verdadeiramente ilusório, pois eles acreditavam na utópica superioridade do Ocidente sobre o Oriente em especial os muçulmanos. O encontro ocorrido mais de um milênio antes serviu mesmo para a monarquia francesa inicar sua severa conquista no Norte da África (muçulmano) em especial na Argélia.
06 History for life
O castigo é representado no mármore. Por tráz do ideal de beleza do Período Helenístico há uma história trágica.
O
grupo escultórico é um dos mais conhecidos do Período Helenístico (a fusão e o contato das culturas Grega com a do Oriente). Porém por tráz de todo essa magnífica escultura há uma história com uma consequência trágica. O Grupo Laocoonte, também conhecido como Laocoonte e seus filhos é uma cópia romana em mármore de um original grego datado de aproximadamente da segunda metade do século I a.C. A estátua representa Laocoonte e seus dois filhos, Antífanes e Timbreu sendo estrangulados por duas serpentes marinhas.
História e o motivo do castigo. Relatado na Ilíada de Homero e na Eneida de Virgílio, este episódio dramático da Guerra de Tróia, nos diz sobre o sacerdote de Apolo ou Posêidon (Laocoonte) que foi o único que pressentiu o perigo que o Cavalo de Tróia poderia representar para a cidade (hoje conhecida com Tróade, Anatólia parte da atual Turquia), porém Laocconte foi contra a idéia de introduzir o cavalo para dentro das muralhas da cidade. Segundo a narrativa, (porém hoje acredita-se que a lenda foi baseada em fatos verídicos), episódios de uma guerra real entre os gregos do último Período Micênico, Posidão um deus que estava do lado dos gregos enviou então duas serpentes marinhas para acabar com a oposição de Laocoonte. O cavalo, por fim acabou por adentrar na cidade o que levou ao desastre dos Troianos.
07 History for life
O grupo de Laocoonte é desrito pelo escritor e enciclopedista romano Plínio, o Velho como uma obra de arte superior a qualquer pintura conhecida por ele mesmo. A escultura encontrava-se então no palácio do Imperador Tito. Segundo Plínio a autoria da obra se deve as três escultores da Ilha de Rhodes: Agesandro, Atenodoro e Polidoro. Através de informações da obra e o tempo de vida de cada um dos escultores, podemos datar o conjunto escultórico de aproximadamente a segunda metade do Séc. I a.C., mais provavelmente entre os 42 e 20 a.C. Segundo estudos o conjunto escultórico foi feito à pedido de um rico cidadão romano, porém não podemos saber de modo exato como foi parar nas mãos imperiais. Nós próximos 1400 anos o Grupo Laocoonte sai da cena histórica. Felice de Fredi, cidadão romano trabalhando na sua vinha descobriu a estátua no dia 14 de Janeiro de 1506, próximo as antigas termas do Imperador Tito. Esse fato influênciou tremendamente o ideal de beleza do período, podemos notar que aproximadamente nessa época: desde o final do Séc. XIV, o pensamenteo Renascentista já estava florescendo na Itália. Porém a escultura, até então desconhecida estava desfeita em cinco pedaços, mas todos os habitantes da Roma renascentista tinham conhecimentos mais que suficiente para reconhecer uma obra clássica. Quando a observaram, a escultura passou de Felice de Fredi para Giuliano de Sangallo (1445-1516), arquitecto do papa Júlio II. Sangallo apressadamente foi ao local da descoberta de imediato trazendo consigo o famoso escultor renascentista Michelangelo Buonarroti (1475-1564), que por coincidência estava almoçando na sua casa nesse dia. De imediato Sangallo e Michelangelo reconheceram a estátua desfeita como o grupo de Laocoonte descrito por Plínio e enviaram a notícia da descoberta a Júlio II, que comprou a estátua na hora por 4140 ducados. A redescoberta (pois na verdade o conjunto escultório já era conheicda por Plínio), o grupo de Laocoonte causou famosidade em Roma e a sua apresentação à cidade como parte da coleção dos jardins do Vaticano foi um acontecimento sociale importante para a époa. Felice de Fredi foi recompensado com uma pensão vitalícia de 600 ducados por ano e quando morreu, o seu papel na descoberta da estátua foi tão relevante que ficou mencionado no seu túmulo.
History for life 08
Um olhar mais profundo sobre o conjunto escultórico.
Leitura da Obra
O
09 History for life
grupo é composto por três figuras humanas sendo atacadas por duas serpentes marinhas (essas que os atacam por ordem do deus Posidão, que se enrolam em seus corpos. As figuras humanas são compostas por um homem adulto (Laocoonte, figura central), e dois jovens (seus filhos: Antífanes e Timbreu) que através da anatomia dos seu corpos podemos observar que estão na puberdade. Os três estão nus, contorcendo-se e demonstrando uma atitude desesperada para se livrar do ataque das serpentes. Integra o grupo também uma base quadrilátera (um pequeno pedestal de apoio), coberto parcialmente por tecidos, que podem representar as suas vestes retiradas às pressas ou que caíram por causa do ataque das duas serpentes. Laocoonte está situado no centro do grupo escultórico, com sua perna esquerda semi-esticada para a esquerda e para trás, como se estivesse no ápice do ato de tentar se levantar para ao mesmo tempo se livrar das serpentes. Seu dorso está levemente voltado para seu lado direito, constituindo assim uma linha diagonal. Seu
rosto possui barba e cabelo de comprimento médio e ondulados (podemos associar, digamos uma moda do período grego). Seu corpo mostra uma musculatura muito definida, passando-nos a idéia de tensão como já foi dito antes livrar-se das serpentes. Seu braço esquerdo está semi-esticado para baixo segurando uma das serpentes. Seu braço direito está voltado para cima e dobrado no cotovelo, com o antebraço voltado em direção ao seu rosto, estando cortado na altura do pulso e com a mão faltando. A tensão muscular contemplada por todo o corpo de Laocoonte dá conta nos transmite o seu estado de dor e sofrimento. A expressão facial é a mais fascinante e realmente prente muito a atenção do observador, entretanto mostra que esta dor é controlada e por enquanto suportada, sem levá-lo ao algum estado de desespero, podemos observar isso através da sua boca que está aberta porém não transmite a idéia de grito, pois não está aberta o suficiente para isso, podendo apenas estar emitindo algum lamento ou sussurro. Sua expressão, sugerida pela musculatura da testa e posição das sobrancelhas, demonstra mais uma aflição ou até mesmo tristeza, do que qualquer sentimento de raiva pelo seu destino. O jovem que se encontra ao lado direito de Laocoonte (seu filho) está inclinado para trás, como se estivesse prestes a cair de costas. Uma parte das serpentes está envolta na altura de seus joelhos e na perna direita de Laocoonte, apertando os joelhos do jovem contra a perna de seu pai e sendo, talvez essa a fonte do desequilíbrio que ameaça derrubá-lo no chão. A serpente se enrosca no corpo do jovem e o morde na lateral direita do seu dorso (próximo ao peito), enquanto ele tenta impedi-la com sua mão esquerda. O braço direito está voltado para cima, estando, porém, quebrado na altura do bíceps. Seu rosto está voltado para trás e para cima. É um jovem que está na puberdade com cabelos de comprimento médio e ondulado. Seu corpo possui uma anatomia (musculatura) menos definida que a do pai, mas também se encontra em estado de tensão. O jovem à esquerda de Laocoonte encontra-se em pé, curvado para frente, sustentando seu corpo na perna direita, que se encontra levemente dobrada. A perna esquerda está levantada e dobrada na altura do joelho, com o jovem ten-
History for life 10
tando retirar a parte final do corpo de uma das serpentes que está enrolada em seu tornozelo usando seu braço esquerdo. O braço direito está afastado do tronco e dobrado para frente e para cima. Há um corte na altura do pulso e falta sua mão direita. O tronco está levemente inclinado para sua esquerda e curvado para frente. Seu corpo possui uma musculatura mais definida que seu irmão, sugerindo que ele é mais velho, e encontra-se também em estado de tensão. Seu rosto está voltado para o lado direito, parecendo estar olhando para o pai. Essa posição pode sugerir, em sua expressão, uma espécie de pedido silencioso de ajuda dirigido ao pai, além dos sentimentos presentes no próprio Laocoonte. Possui cabelos de comprimento médio e ondulados e também está na puberdade. Apresenta ainda um tecido pendendo de seu ombro esquerdo, provavelmente suas vestes. O corpo das serpentes marinhas percorre as três figuras, enroscando-se nelas, e possuindo espessura variável. Consegue-se perceber a continuidade dos corpos das serpentes em algumas partes, principalmente onde se enroscam nas pernas das três figuras humanas, mas em outros momentos essa continuidade fica difícil de ser percebida, como nas partes juntas aos braços dos personagens. Uma das serpentes está mordendo o jovem à direita de Laocoonte na parte lateral-direita do seu dorso, e a outra está prestes a morder Laocoonte em seu quadril esquerdo. A sinuosidade de seus corpos parece dialogar com as posições contorcidas das figuras humanas, reforçando a sensação de movimento da cena. 11 History for life
03 History for life
O estilo da obra remete ao período helenístico grego, sendo possível verificar a presença de vários elementos que tipificam a arte daquele período. A carga dramática presente na cena e a grande expressividade dos personagens envolvidos são alguns desses elementos. O sofrimento demonstrado por Laocoonte e seus filhos é fortemente notado e ressalta aos olhos. Além disso, possui um virtuosismo também típico daquele período, com figuras em posições de difícil execução, demonstrando muita perícia técnica. O virtuosismo também se destaca na execução do corpo das cobras, sinuosos e irregulares, bem como no panejamento dos tecidos que aparecem em cena. O naturalismo realista também é uma das características do grupo, que apresenta uma correta anatomia corporal, usada para destacar o sentimento de dor presente à cena. Nesse contexto, cabe ressaltar que, aliado aos seus aspectos formais, o prestígio que a peça desfrutava em Roma também pode ser medido em termos da relevância de seu tema no imaginário coletivo da cidade, o que vai ao encontro do relato de Plínio de que a obra ornamentava a própria residência do Imperador romano Tito. Nos anos seguintes, a obra se tornou célebre no mundo da arte e uma das peças mais preciosas da coleção do Vaticano. Cabe ainda ressaltar a sua grande influência na obra posterior do artista Michelangelo, bem como a de sua estética helenística para os caminhos que a arte trilharia nos séculos seguintes.
History for life 12
Antiguidade Clássica
Vercingetórix
13 History for life
O líder gaulês que desafiou o poder de Roma, e continua com forte influência
O
seu nome já é uma tríplice junção, Vercingetórix em gaulês significa Ver (" acima de", "supremo" ou "grande"); Cingéto ("guerreiro") e Rix (vem de Rex "o rei" ou "o chefe"). Segundo pode se considerar que o Ver se aplica a rei ou aos guerreiros, tem-se "o chefe supremo dos guerreiros", ou "o chefe dos grandes guerreiros". Só através desses três conceitos já podemos saber a grande personalidade que estamos citando. Filho de Celtill, Vercingetórix serviu no exército romano de Júlio César, em 56 a.C.
A revolta na Gália A conquista da Gália (hoje em dia grande parte da França) pareceu simples, de alguns fracassos do lado dos germanos, do lado dos bretões da Inglaterra e dos venenses da atual Bretanha. Durante o primeiro semestre do ano 53 a.C., aldeias foram incendiadas, povos foram massacrados, sobretudo entre os belgas. Júlio César fingiu acreditar que a Gália estava novamente pacificada, Detalhe da estátua de Vercingetórix mas esperava pelo pior, e isso aconteceu em 23 de janeiro de 52 a.C., quando, na floresta de Orleães, no território dos carnutos, foi decidida, por ordem dos druidas e dos chefes gauleses finalmente reunidos, uma insurreição geral da Gália. Essa insurreição revelou-se necessária a seus chefes quando estes, bem-informados, seja por prisioneiros romanos, seja por espiões gauleses presentes em Roma. Os carnutos, em 13 de fevereiro de 52 a.C., massacraram então os cidadãos romanos de Orleães e a notícia foi transmitida a toda a Gália por homens postados de distância em distância nas colinas e nas árvores; para a grande estupefação de César, atravessou
centenas de quilômetros em algumas horas, de modo que todos os gauleses foram informados em pouco tempo. Os avernos estavam sob a chefia de Vercingetórix.
A rendição de Vercingetórix Júlio César foi voluntariamente lacónico sobre a rendição daquele que o enfrentou durante um ano e que conseguiu reunir os povos da Gália, o que era inimaginável para um romano. Ele não quis fazer de Vercingetórix um herói nem um mártir. Outros historiadores relataram a cena que forneceu o tema de muitos quadros de pintores de História, sobretudo no século XIX. Foi Amédée Thierry, irmão esquecido de Augustin Thierry, que, levando em conta informações antigas sobre esse encontro último e trágico entre César e Vercingetórix, especialmente as de Dião Cássio e de Plutarco forneceu o melhor relato, em sua "História dos Gauleses": Vercingetórix não esperou que os centuriões romanos o arrastassem de pés e punhos atados até os joelhos de César. Montando um cavalo ajaezado como para um dia de batalha, vestindo ele próprio sua mais rica armadura, saiu da cidade e atravessou a galope a distância entre os dois acampamentos, até o lugar onde estava o procônsul. Fosse pois que a rapidez da corrida o levasse muito longe, fosse porque estivesse cumprindo apenas um cerimonial antiquado, ele girou em círculo em volta do tribunal, saltou do cavalo e tomando a espada, o dardo e o capacete, lançou-os aos pés do romano, sem pronunciar uma palavra. Esse gesto de Vercingetórix, seu brusco aparecimento, seu porte elevado, seu rosto orgulhoso e marcial causaram entre os espectadores uma comoção involuntária. César ficou surpreso e quase assustado. Guardou o silêncio por alguns instantes. Mas em History for life
14
seguida, explodindo em acusações e invectivas, censurou o gaulês por “sua antiga amizade, por seus benefícios que ele havia retribuído tão mal”. Depois, fez um sinal a seus lictores para que o atassem e o arrastassem pelo acampamento. Vercingetórix sofreu em silêncio. Os lugares-tenentes, os tribunos, os centuriões que cercavam o procônsul, mesmo os soldados, pareEstátua de Vercingetorix, Clermont-Ferrand. ciam vivamente comovidos. O espetáculo de um tão grande e nobre infortúnio falava a todas as almas. Somente César permaneceu frio e cruel. Vercingetórix foi conduzido a Roma e lançado num cárcere infecto, onde esperou durante seis anos que o vencedor viesse exibir no Capitólio o orgulho de seu triunfo. Pois somente nesse dia o patriota gaulês haveria de encontrar, sob o machado do carrasco, o fim de sua humilhação e de seus sofrimentos. Após sua rendição, Vercingetórix foi levado prisioneiro a Roma e jogado em uma cela. Sobreviveu até o triunfo final de César, e muito provavelmente morreu estrangulado na prisão Mamertina em 46 a.C. Mas aqui vale ressaltar que esse grande líder gaulês praticamente desafiou o homem mais Cerco de Alesia Vercingetórix e Júlio César. 15 History for life
poderoso da época, César causando-lhe derrotas em algumas batalhas. Mesmo se entregando como mostrado acima Vercongetórix é lembrado como um héroi, motivo esse que continua influenciando muito a mídia até hoje. Tem sido a inspiração para a criação de Asterix, personagem francês de história em quadrinhos e desenho aniRestos arqueológicos celtas, objetos em bronze o capacete mado. A influência Gaélica, Celta e Bárbara podemos de bronze era utilizado em desfiles e não em batalhas. observar é ainda muito forte entre alguma bandas, em especial européias que propagam a cultura antiga através do chamado Espírito Folk.
16 History for life
Ambiente da Universidade: da direira para a esquerda pedaço do Jairo (grande ilustrador), Marcos no centro e Jéssica M. (grande na personalidade.)
Breve biografia
M
arcos nasceu em uma cidade pacata do interior do estado de São-Paulo (mais precisamente Regente-Feijó), motivo de orgulho. Apaixonado desde o momento que o Eterno lhe soprou o Ruach (espírito de vida) por História, Religiões, Filosofia, História da Arte, etc... Iniciou sua vida acadêmica na UFPR onde começou graduação de História, Memória & Imagem, porém não gostou do curso, pois o mesmo não abordava totalmente História, mesclava-se com Cinema e Mídia (fato que não o agradou e acabou levando-o a abandonar o curso). Atualmente está cursando Design Gráfico na UTFPR, mas já sonha conquistar sua Pós-Graduação em História da Arte. Além dos vários assuntos que lhe interessam, Marcos relata que gosta de estudar muito Segunda Guerra Mundial, Medievo, Religiões, Mistérios dos Povos, Parapsicologia, Filosofia do Judaísmo etc... Costuma dizer que há três personalidades com quem gosta de conversar, trocar idéias e filosofar sobre os intéperies da vida. O que mais gosta de fazer sem sombra de dúvida nas horas vagas, e sempre onde há um espaço para poder ficar em pé é LER.
“ O melhor exemplo de vida com o qual procuro me espelhar é o do Mashiach” 17 History for life