Ricardo Maturacá
Edição Abril/Junho 2019 - Órgão Oficial da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas
ENTREVISTA
15 anos de Expedicionários da Saúde: Dr. Afonso Ferreira Ação social na Amazônia com mais de 300 voluntários já cobriu área de mais de 500 mil km2 desde 2004 ESPECIAL
DESTAQUE
Prêmio Paes Leme
Clube de Campo
Professores Dr. Antonio Ortenzi e Dr. Jessé de Paula Neves Jorge são os homenageados do ano
Diretoria conclui reforma do 2º andar do Casarão com novos espaços e auditório
Prêmios Mérito Acadêmico e Científico Confira os vencedores de 2019!
DESTAQUE: SMCC É A PROTAGONISTA EM AÇÕES DO MAIO AMARELO, PREVENÇÃO AO SUICÍDIO, SEGURANÇA DO PACIENTE E CUIDADOS PALIATIVOS
SUMÁRIO EDITORIAL
03 Um NOVO Clube de Campo para os associados da SMCC A presidente da SMCC, Dra. Fátima Bastos, divulga melhorias entregues no Casarão
OPINIÃO
04 Coluna – Destaque Científico “Doenças Comuns no frio e prevenção”, pelo pneumologista Dr. Rene Penna Chaves Neto
05 Departamento Jurídico 06 Coluna – Medicina Baseada em Evidências Metanálises – Entendendo os resultados
08 Defesa Profissional Diretoria atua em prol de médicos junto ao poder público e imprensa
MEMÓRIAS SMCC
07 SMCC: Vocação para a ciência médica e a tecnologia SMCC ACONTECE
08, 09 e 10 Confira os eventos realizados pela SMCC e parceiros CLUBE DE CAMPO
11 Obras do 2º andar são entregues 12 Estrutura do Clube de Campo salva vida de visitante DESTAQUE
13
Maio Amarelo: SMCC promove três ações e atinge quase 1,8 mil pessoas
ENTREVISTA ESPECIAL
16 e 17 Expedicionários da Saúde e do AMOR ao próximo completam 15 anos
DESTAQUE
18 e 19 Entrega dos Prêmios Paes Leme, Mérito Científico e Acadêmico 20 Comitê Permanente de Prevenção ao Suicídio 21 Megaevento Intergastro & Trauma e II Jornada de Cuidados Paliativos 22 SMCC promove seu II Fórum de Segurança do Paciente 5º DISTRITAL
23 SMCC apoia regionais da APM para fortalecerem projetos ESPAÇO COLABORADORES
24 Conheça nossa Equipe Nesta edição: o Departamento de TI e Cadastro
ESPAÇO ACADÊMICOS
25 Depto. Acadêmico SMCC realiza a III Feira de Especialidades Superliga de Cirurgia reúne mais de 100 participantes
AGENDA SMCC & CLASSIMED
27 Confira Eventos e os Classificados disponíveis
02 | REVISTA MEDICAÇÃO | ABRIL/JUNHO 2019
Edição abril | junho/2019 Fundada em 1º de Dezembro de 1925 Filiada à Associação Paulista de Medicina Órgão de Utilidade Pública: Lei Municipal 04966/1979 Lei Estadual nº 6/1981 Rua Delfino Cintra, 63 • Centro • 13013-055 Campinas, SP • Fone/Fax: (19) 3231-2811 smcc@smcc.com.br | www.smcc.com.br sociedademedicinacirurgiacampinas smcccampinas Diretores Presidente Dra. Fátima Maria Ap. F. Bastos | 1º Vice Presidente Dr. José Roberto Franchi Amade | 2º Vice Presidente Dr. Waldir Favarin Murari | Secretário Geral Dr. Carlos Augusto Reis Oliveira 1º Secretário Dr. Sergio Masini Alarcon | Dir. de Finanças e Patrimônio Dr. Walter Maleronka | Dir. de Finanças e Patrimônio Adj. Dr. Luiz Inácio Quaglia Passos | Dir. Científico Dr. Julio Cesar Narciso Gomes | Dir. Científico Adj. Dr. Jorge Carlos Machado Curi | Dir. Eventos Dra. Carmen Sylvia Ribeiro | Dir. Eventos Adj. Dr. Irineu Francisco Debastiani | Dir. Administrativo Dr. Marco Aurélio Bussacarini | Dir. Administrativo Adj. Dr. Antonio Cesar Antoniazzi | Dir. Comunicação e Marketing Dr. Marcelo Amade Camargo | Dir. Comunicação e Marketing Adj. Dra. Andrea Dias T. Momente Dir. Defesa Profissional Dr. Flavio Leite Aranha Junior Dir. Defesa Profissional Adj. Dr. Ricardo Antônio Araújo Dir. Sede de Campo Dr. Donizete Cesar Honorato Dir. Sede de Campo Adj. Dr. Silvio Luis de Oliveira Delegados APM Dr. Francisco A. Fernandes Neto | Dr. Mauro Duarte Caron Dr. Sandor Dosa Acras | Dra. Silvia Helena R. Mateus Conselho Fiscal Dr. José Jorge Facure | Dr. José Martins Filho | Dr. Antonio Vanderlei Ortenzi | Dr. Arlindo N. de Lemos Junior | Dr. Eugênio Sergio Riani Casanova | Dr. Marco Antonio Beluzzo Comissão Editorial Dr. Marcelo A. Camargo | Dra. Fátima Maria Ap. F. Bastos | Dra. Carmen Sylvia Ribeiro | Dr. Julio Cesar Narciso Gomes | Carolina Rodrigues Stela Maia | Branca Braga Editor-Chefe: Dr. Marcelo A. Camargo Jornalista Responsável: Carolina Rodrigues (MTB 44791/SP) Analista de Comunicação: Branca Braga Projeto Gráfico: Skanner Projetos Gráficos Tiragem: 3.000 exemplares Periodicidade: Trimestral Fale com a redação: comunicacao@smcc.com.br A revista não se responsabiliza pelo conteúdo das matérias assinadas, entrevistas e nem pelos anúncios veiculados.
EDITORIAL
Um NOVO Clube de Campo para os associados da SMCC
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epois de um longo percurso entre projetos, planejamentos e reformas, concluímos as obras no Clube de Campo da SMCC. Totalmente revitalizado e expandido para atividades sociais, científicas e corporativas, o Clube ganhou muitas novidades. Nesta última etapa, o segundo andar do Casarão foi totalmente reformado nestes últimos meses. O esforço grande da Diretoria e associados contou com parceiros e profissionais dedicados. Já com o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) temos a segurança atestada para realização de eventos de vários tipos. E muitos deles já aconteceram no Clube, tendo sido a estrutura elogiada por todos os envolvidos. Nossa cozinha profissional serve até 500 refeições, os salões e o lobby acomodam mais de 100 pessoas e as novas salas multiuso oferecem espaço para acomodar eventos para até 40 pessoas em várias configurações de montagem (auditório, escolar, espinha de peixe, reunião). Já o novo auditório acomoda mais de 100 pessoas. Todas as salas contam com ar condicionado e amplas TVs completam os equipamentos para apresentações. Explorando uma forte demanda para nosso Clube, no segundo andar do Casarão foram concebidos espaços para o apartamento da noiva e madrinhas. São 80 m2 de área privativa com banheiro exclusivo com jacuzzi, e todo o espaço para a preparação para o casamento. Essa facilidade será muito útil para as noivas que não precisarão se preocupar com problemas de locomoção no dia do seu casamento. A escada monumental também ganhou nova pintura para servir de cenário para fotos. Esta fase das reformas atingiu também a quadra poliesportiva (desativada há muitos anos) e campos. Toda esta estrutura foi pensada para garantir uma opção real de Centro de Eventos para Campinas e região. É importante deixar claro que nossa intenção é viabilizar o Clube de Campo como uma fonte alternativa de recursos para nos ajudar a tornar o futuro da SMCC sustentável. A arrecadação com as locações dos espaços faz parte de uma estratégia planejada pela Diretoria para a manutenção das próprias instalações, que por muitos e muitos anos teve dificuldade de custeio, bem como incrementar a receita da entidade, como alternativa além do associativismo. Por isso, transformamos muitos sonhos em realidade e hoje já podemos respirar tranquilos por que o bom trabalho foi feito para garantir o futuro da Sociedade com renda própria e sustentável. Ainda temos muito que caminhar e este ano será fundamental para reforçar todos os projetos que saíram do papel e caminham em busca de se tornarem uma grata realidade. Obrigada a todos que estão nesta empreitada conosco! Vamos em frente!
Dra. Fátima Bastos Presidente da SMCC
ABRIL/JUNHO 2019 | REVISTA MEDICAÇÃO | 03
DESTAQUE CIENTÍFICO
Doenças comuns no frio e prevenção Rene Penna Chaves Neto Na época do frio, as pessoas se concentram mais em locais fechados, o que facilita a propagação de vírus e bactérias que causam doenças. O óbito geralmente decorre de infecção respiratória baixa ou de doenças cardiovasculares. No caso de sintomas de alguma doença, o médico deve ser procurado. Evite sempre a automedicação. RESFRIADO – Os patógenos mais associados aos sintomas do Resfriado comum são os rinovírus que causam, aproximadamente, metade de todas as rinossinusites virais agudas. Outros incluem os coronavírus e o vírus sincicial respiratório (VSR). O influenzavírus, o parainfluenza e o adenovírus podem estar associados a sintomas de vias aéreas superiores; entretanto, esses agentes costumam causar sintomas respiratórios de vias aéreas inferiores, além dos sintomas respiratórios superiores característicos do Resfriado comum. Pode durar de 04 a 05 dias ou se prolongar por até 02 semanas, causando coriza, obstrução das vias aéreas altas, febre baixa, espirros e dor de garganta. Tratamento: analgésicos e antitérmicos.Vítimas fáceis para resfriados são fumantes, profissionais que têm contato direto com o público e pessoas com imunidade baixa e/ou deficiências no sistema imunológico. A terapêutica antiviral específica não está atualmente disponível para o tratamento do Resfriado comum e os inibidores da neuraminidase, oseltamivir e zanamivir, têm um efeito modesto sobre a duração dos sintomas e, não são indicados no Resfriado comum. GRIPE – é causada pelo vírus influenza que pertencem à família Orthomyxoviridae, gênero Influenzavirus. A subdivisão em tipos A, B e C baseia-se nas diferenças antigênicas da nucleoproteína (NP) e da proteína de matriz (M1). A natureza RNA do genoma induz altas taxas de mutação durante a fase de replicação, em especial nos genes codificadores das glicoproteínas de superfície viral, a hemaglutinina (HA) e a neuraminidase (NA). Estas mutações ocorrem de forma independente e habitualmente provocam o aparecimento de novas variantes virais contra as quais a população ainda não apresenta imunidade. A infecção por vírus influenza tem sido associada a 15% a 20% de todas as doenças respiratórias. Cerca de 80% a 90% dos óbitos ocorrem em pessoas com mais de 65 anos de idade. Causa febre alta e abrupta, dores no corpo e fadiga. Pode provocar complicações se não for diagnosticada e tratada corretamente. Alguns testes para diagnóstico rápido de Influenza são: Directigen Flu A® (Becton Dickinson) – Vírus A: sensibilidade 67%– 96% e especificidade 88%–97%; ZstatFlu® (ZymeTx) – Vírus A e B: sensibilidade 65% (influenza A) e 57% (influenza B), especificidade 95%–100%; Flu OIA® (Biostar) – Vírus A e B: sensibilidade 77% e especificidade 93%; Quickvue® (Quidel) – Vírus A e B: sensibilidade73%–81% e especificidade 95%–99%. A imunização anual contra influenza tem sido a principal medida para a profilaxia da doença e redução da morbimortalidade. As vacinas são alteradas anualmente, com base nas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Elas contêm três cepas de vírus, sendo uma influenza A H3N2, uma influenza A H1N1 e uma B. Deve ser aplicada anualmente sempre nos meses de outono, antes do período epidêmico do vírus que geralmente ocorre no inverno. Tra04 | REVISTA MEDICAÇÃO | ABRIL/JUNHO 2019
tamento: analgésicos, antitérmicos, repouso e hidratação. Entretanto, pacientes de maior risco (idosos, crianças menores de cinco anos, portadores de pneumopatias crônicas, hemoglobinopatias, neoplasias, diabetes mellitus, insuficiência renal crônica, cardiopatia congênita) para complicações podem beneficiar-se da terapia antiviral. Oseltamivir é aprovado para tratamento e profilaxia em crianças acima de 01 ano, zanamivir acima de 07 anos e profilaxia acima de 05 anos. PNEUMONIA – infecção aguda dos pulmões, pode surgir após uma gripe ou crise grave bronquite ou asma. Tratamento: antibióticos. Prevenção: lavar as mãos com frequência, não fumar e verificar vacinação adequada. ALERGIAS – são causadas por reações do organismo a diversos elementos, como pêlos de animais, mofo, poeira, perfumes, etc. Causam inúmeros sintomas, como espirro, prurido nasal e tosse. Tratamento: específico para cada caso. Prevenção: ambientes ventilados, limpos e evitando o contato com substâncias. AMIGDALITE – causada por vírus ou bactérias, é uma inflamação das amígdalas que causa dor de garganta e ao engolir, mau hálito e febre. Tratamento: anti-inflamatórios e, em casos específicos, antibióticos. ASMA – inflamação crônica das vias aéreas inferiores. Mais comum em crianças. Sintomas: chiado no peito, tosse e sensação de falta de ar. Tratamento: corticoides inalatórios, associados ou não a broncodilatadores de longa ação. BRONQUITE – inflamação dos brônquios, impede a chegada do ar aos pulmões. Causa tosse seca com chiado seguida de tosse com catarro. Tratamento: antibióticos e corticoides, além de vigorosa hidratação. OTITE – causada por vírus ou bactérias que infectam a garganta e migram até o ouvido provocando dor e febre. É bastante comum em crianças. Tratamento: antibióticos e analgésicos. Prevenção: limpar as vias aéreas. RINITE – causada por irritação ou inflamação da mucosa do nariz, é uma das doenças alérgicas mais comuns. Causa espirros, coriza, coceira e entupimento do nariz. O tratamento é feito basicamente com corticoides tópicos nasais. Prevenção: aconselhável manter o ambiente limpo. SINUSITE – é a inflamação dos seios nasais, que são cavidades no crânio em torno do nariz. Provocada por alergias ou infecções por vírus ou bactérias, causa dor de cabeça, pálpebras inchadas, nariz entupido, secreção nasal e dor nos olhos. Tratamento: corticoides, descongestionantes e antibióticos no caso de infecção bacteriana. Prevenção: o descongestionante nasal pode ser usado por um curto período quando há coriza. Referências 1- Turner RB. Common Cold. In: Mandela, Douglas and Benett. Principles and Practice of Infections Diseases - 8th edition, 2016. 2- Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Influenza, histórico da doença [on line]. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/ portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=21725
DEPARTAMENTO JURÍDICO / DEFESA PROFISSIONAL
Direitos do médico e deveres do paciente Márcia Conceição Pardal Côrtes Lucas Selingardi Diariamente há o questionamento acerca dos direitos do médico no exercício de sua profissão, bem como sobre os desdobramentos de uma postura agressiva ou até mesmo descabida dos pacientes. Logo, quais seriam as diretrizes e regras desta relação? Há uma legislação extensa e diversificada sobre os direitos do médico e deveres do paciente, contudo neste artigo destacaremos os pontos mais importantes afim de que o profissional seja orientado quanto à sua postura profissional e diante do agir de seu paciente. Primeiramente, cabe destacar que o Código de Ética Médica descreve alguns direitos do médico, a saber: • Exercer a Medicina sem discriminação de religião, etnia, sexo, nacionalidade, cor, orientação sexual, idade, condição social ou de qualquer natureza; • Apontar falhas em normas, contratos e práticas internas das instituições em que trabalhe quando as julgar indignas do exercício da profissão ou prejudiciais a si mesmo, ao paciente ou a terceiros, devendo dirigir-se, nestes casos, aos órgãos competentes e, obrigatoriamente, à comissão de ética e Conselho Regional de Medicina; • Recusar-se a exercer sua profissão em instituições onde as condições de trabalho sejam indignas ou prejudiciais à sua própria saúde ou de terceiros; • Decidir, em qualquer circunstância, o tempo a ser dedicado ao seu paciente, evitando o acúmulo de encargos ou de consultas que venha a prejudicá-lo; • Exercer sua profissão com autonomia. Verifica-se que os pontos acima descritos são meramente exemplificativos e não taxativos, visto que há inúmeros outros direitos e especificidades relacionadas ao profissional médico. Em síntese, o
médico possui o direito de exercer sua atividade com segurança, com condições de trabalho dignas, com autonomia e sem qualquer restrição, desde que sua atuação não seja contrária a lei de um modo geral. Neste sentido, o médico não pode ser obrigado a executar atos contrários à sua consciência e tampouco em situações precárias ou prejudiciais e, em sendo constatado qualquer irregularidade, o mesmo deve buscar as orientações para cada caso, formalizar queixa perante a comissão de ética e inclusive recorrer ao Conselho Regional de Medicina para tomada das medidas cabíveis. Se não bastassem os exemplos acima elencados, o paciente também deve colaborar dentro desta relação e para isto deve cumprir com seus deveres, dos quais podemos destacar: • Zelar pelo seu estado de saúde, de forma a garantir o seu bem-estar e o seu restabelecimento; • Prestar as informações verdadeiras e relevantes para a obtenção do correto diagnóstico e adequada terapêutica; • Seguir as orientações e respeitar as prescrições que lhe são indicadas; • Respeitar as regras de funcionamento das instituições prestadoras de cuidados de saúde a que recorrer. Todos estes deveres também devem ser regularmente seguidos e qualquer descumprimento deve ser anotado em prontuário médico correspondente, ou ainda, poderá o médico dependendo da situação e não sendo caso de emergência/urgência, afastar-se do atendimento em preservação aos seus direitos e à sua autonomia profissional e até mesmo registrar o Boletim de Ocorrência em Delegacia de Polícia. Por fim, cabe comentar que a falta de colaboração do paciente também enseja, desde que devidamente comprovada, a sua responsabilidade quanto ao tratamento e a possível não responsabilização do agente médico por um desdobramento prejudicial.
Márcia Conceição Pardal Côrtes | Lucas Selingardi Advogados SMCC
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MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS
METANÁLISES – entendendo os resultados Dr. Milton Roberto Marchi Oliveira No artigo anterior foi apresentado um resumo sobre os fundamentos da metanálise, bem como sobre as técnicas estatísticas utilizadas para sua elaboração. Para nós, médicos que atendemos pacientes e consumimos informação científica, os resultados são a parte mais interessante e útil desse tipo de estudo. Em geral, numa metanálise convencional, os resultados são apresentados em formas gráficas conhecidas como “forest plot”. Em tradução: gráfico de floresta, gráfico em floresta. Podem ser chamados, entretanto com menor frequência, de blobogramas. Parecem ter sido utilizados pela primeira vez na década de 1970, tendo se popularizado apenas a partir dos anos 80. Há duas versões para o porquê deste nome: na primeira, uma referência irônica à verdadeira floresta de linhas produzidas para a composição do gráfico; na segunda, uma homenagem a um pesquisador do câncer mamário, de nome Pat Forrest (o gráfico às vezes costuma ser escrito como “forrest”, com dois erres). Embora possam exibir diversas variedades, nas duas últimas décadas os forest plots (vide Figura 1) têm sido apresentados na forma de duas colunas. A da esquerda exibe numa lista os nomes dos estudos utilizados na metanálise (em geral, ensaios randomizados controlados ou estudos
OR Smith et al. 1991
1.3 (0.5, 2.6)
Jones et al. 1993
2.1 (1.0, 3.4)
Smith et al. 1999
1.8 (0.9, 3.2)
Ng et al. 2004
2.3 (1.9, 2,7)
Chu et al. 2009
2.1 (1.8, 2.5)
Summary measure
2.2 (1.9, 2.4)
1.0
2.0 OR
3.0
Figura 1: um Forest Plot típico. Os nomes dos estudos são fictícios. Imagem reproduzida sob licença (Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0)
06 | REVISTA MEDICAÇÃO | ABRIL/JUNHO 2019
epidemiológicos). Estes estudos costumam ser listados em ordem cronológica, de cima para baixo, e também podem ser agrupados por autor. Já a coluna da direita exibe alguma medida de efeito para cada um dos estudos (no exemplo da Figura 1, a odds ratio – OR – ou razão de probabilidades, que é a razão entre a chance de um evento ocorrer em um grupo e a chance de ocorrer em outro grupo, em geral entre os grupos de teste e os de controle), acompanhada dos respectivos intervalos de confiança. A linha vertical (eixo y) refere-se à ausência de efeito (no exemplo, odds ratio ou OR=1). Ela poderia referir-se a qualquer outra medida de efeito avaliada. As linhas horizontais indicam o intervalo de confiança de cada estudo. Quanto mais longas as linhas, maiores estes intervalos e, por consequência, menos confiáveis tendem a ser os dados do estudo a que se referem. Sobre estas linhas há pequenas “caixas”, em forma de quadrado. Cada um destes indica, pelo seu tamanho (área), o “peso” ou a potência estatística que a casuística de cada estudo teve no resultado combinado da metanálise. Assim, estudos com maiores casuísticas e/ou menores intervalos de confiança exibem “caixas” de área bem maior que estudos com casuísticas menores. Caso uma linha horizontal cruze o eixo y da ausência de efeito, diz-se que os dados do estudo são insignificantes do ponto de vista estatístico. A distância horizontal que cada “caixa” ocupa em relação ao eixo y indica a diferença entre o teste e o controle em relação à ausência de efeito observável. A exibição metanalítica do efeito geral, ou seja, uma espécie de “soma ponderada” (tecnicamente não é soma e nem ponderada) dos resultados dos vários estudos, é representada graficamente como uma linha vertical tracejada (como na figura). No exemplo, a OR (odds ratio) foi de 2,2. Esta mesma medida metanalítica geral é representada como um losango, cujos pontos laterais representam o intervalo de confiança para a metanálise em questão.
Dr. Milton Roberto Marchi de Oliveira Médico anestesiologista, com graduação e especialização em Anestesiologia pela Unicamp. Foi Diretor de Comunicação da SMCC. Colaborador do Centro de Ensino e Treinamento (SBA) em Anestesiologia da Casa de Saúde Campinas. Possui interesse por temas relacionados à Saúde Baseada em Evidências
MEMÓRIAS SMCC
SMCC: Vocação para a ciência médica e a tecnologia
L
ogo na primeira diretoria da SMCC a entidade já se tornava muito representativa do dinamismo da cidade e de sua vocação para a ciência, contudo médica, e a tecnologia. No primeiro ano de atuação, a atualização científica contou com a apresentação de 28 trabalhos científicos de várias naturezas. Tendo sido assinados por nomes importantes na área médica como o próprio Dr. Francisco Betim Paes Leme (primeiro presidente da SMCC), Affonso Ferreira, Clóvis Monteiro Peixoto, Benedicto da Cunha Campos, Fabio Belfort de Mat-
Dr. João Penido Burnier
tos, Hermas de Carvalho Braga, J. Augusto Bastos, João Lech Junior, Marcos Lindemberg, Nestor de Barros Oliveira, João Penido Burnier, José Proença Pinto, Rollemberg Sampaio, Vicente Baptista e W. Belfort de Mattos.* Os temas trataram questões que inquietavam a saúde pública na época, como a tuberculose, a hanseníase e febre tifoide. Com a segunda diretoria, no período de 1926 a 1927, Hermas de Carvalho Braga era presidente e Arlindo de Lemos Júnior, o vice. Vinculado ao corpo clínico da Santa Casa de Misericórdia de Campinas, Dr. Hermas era muito atuante e também seria um dos sócios-fundadores do Rotary Club de Campinas, vereador (entre os anos de 1943 e 1951), além de diretor clínico do Hospital Vera Cruz. Nesta diretoria foram publicados 12 trabalhos científicos cobrindo áreas do conhecimento como dermoide sublingual, cesária, síndrome de Schmidt, Menière e Síndrome de Gradenigo; assim como estudos sobre os casos de leucemia e irisdiagnose. A sede, nesta época, funcionava na Francisco Glicério 986, ao lado do Largo da Catedral, onde também era a Delegacia Regional de Saúde, dirigida por Francisco de Arruda Roso. Este foi
Dr. Hermas de Carvalho Braga
muito atuante também; estruturando serviços e o orçamento da entidade tendo integrado uma comissão constituída para criar melhorias para os serviços da Santa Casa. *Trechos do artigo foram extraídos do Livro: “SMCC 90 anos na história da saúde em Campinas: memórias e legados”, de 2015, autoria de José Pedro Martins, coautor Paulo Cesar Nascimento.
ABRIL/JUNHO 2019 | REVISTA MEDICAÇÃO | 07
DEFESA PROFISSIONAL
Diretoria da SMCC pede explicações ao Secretário de Saúde de Campinas Encontro no dia 04/06 na sede da SMCC buscou garantir veto a emenda ao Projeto de Lei nº 116/19, que institui o “Programa Mais Médicos Campineiro”. Emenda dos vereadores Permínio Monteiro e Marcos Bernardelli que especificava que também poderiam participar do programa médicos brasileiros formados no Brasil ou no exterior e médicos estrangeiros, incluindo aqueles que participaram do programa “Mais Médicos” proposto pelo governo Federal. “Nós não faremos. É ilegal, é inconstitucional. Pra ser contratado tem que ter CRM, será feito concurso público e o Projeto discutido no Legislativo é um programa educacional”, disse o secretário. O Programa irá criar de 120 vagas (atualmente, Campinas conta com 79 profissionais do programa federal). “Nós convocamos o Dr Carmino por que nós não aceitamos que tenham médicos sem CRM para trabalhar em Campinas. Para defender a nossa classe”, falou a presidente da SMCC, Dra. Fátima Bastos.
Opinião compartilhada pelo Diretor de Defesa Profissional da SMCC, Dr Flávio Leite Aranha. “Não somos contra os médicos cubanos ou outros estrangeiros desde que estes façam o REVALIDA e obtenha o seu registro para praticar a medicina; assim como todos os médicos que estão associados a Sociedade de Medicina e atuando em Campinas”, argumentou.
Defesa Profissional da SMCC atua para defender ORTOPEDISTAS e OFTALMOLOGISTAS A Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC) através da Diretoria de Defesa Profissional e das Coordenações do Departamento de Ortopedia e Traumatologia e do Departamento de Oftalmologia entraram formalmente com pedidos de reavaliação de conteúdo em duas situações que ferem a prática da medicina. Para a área de Ortopedia notificou em 14/06 o Grupo RAC de Comunicação com pedido de direito de resposta e espaço para explicar considerações a respeito da reportagem veiculada no jornal Correio Popular, datada de 13/06/2019, intitulada “Deixa entortar, depois opera”, de autoria do fisioterapeuta Sr. Rodrigo Andrade. A SMCC entendeu que a matéria pode causar problemas de entendimento e prestação de serviços à comunidade uma vez que traz um título “alarmante e chocante” e,
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não adverte que apenas o médico pode diagnosticar patologias e indicar tratamentos, como considerou o Diretor de Defesa Profissional da SMCC, Dr Flávio Aranha. No dia 10/06, a SMCC entrou com pedido de arquivamento da votação do projeto de Lei Complementar do Vereador Fernando Mendes sobre Optometria em Campinas. A entidade dos médicos de Campinas entendeu que o projeto é inconstitucional pois já existe Decreto Federal regulamentado de número 20.931/32, no artigo 38, proibindo a instalação de consultórios para a prática. A SMCC protocolou carta de repúdio ao projeto. A SMCC compreende que somente o médico oftalmologista está habilitado para realizar exames e consultas referentes às patologias oculares.
SMCC ACONTECE
Coordenador do Departamento de Medicina Esportiva da SMCC lança livro Foi lançado durante o Congresso da Isakos, em Cancun (México), em maio, o Livro “The Sports Medicine Physician” com participação de médicos, professores e pesquisadores de mais de 20 países. O editor principal é o médico Dr. Sérgio Rocha Piedade, Coordenador do Departamento de Medicina Esportiva da SMCC e da área de exercício e medicina esportiva FCM/UNICAMP. Parte do tema do livro tem sido tratada nas reuniões do Departamento da entidade que chegou a sua 12ª reunião.
Encontros de APH discutem trauma de extremidades e surto psicótico Nos últimos meses aconteceram o 2º e 3º Encontros de Atendimento Pré-Hospitalar (APH) da SMCC com apoio da SBAIT. Na programação: “Os traumas de extremidades”, no dia 02/04, teve apresentação de caso clínico pela Rodovias CCR AutoBAn e aula ministrada por Dra. Camila Fahl Galego, do SAMU Campinas. Foi debatido o uso de torniquete, controle de hemorragia externa e imobilização de bacia. No encontro sobre surto psicótico no atendimento, no dia 04/06, o caso clínico foi do SAMU Hortolândia e aula do SAMU Campinas com o médico Dr. Gustavo Trindade que atende há 12 anos na área de Trauma.
Encontro de Atualizações Terapêuticas O Departamento de Psiquiatria Clínica da SMCC fez o encontro em 22/04, com o tema “Farmacogenética na psiquiatria: conceitos, aplicabilidade e discussão de casos”. Entre os palestrantes estavam a Dra. Carolina Martins do Prado que é Farmacologista do Laboratório do Centro de Genomas, co-fundadora e docente do BIPP e o Médico Psiquiatra Dr. Daniel Augusto Corrêa Vasques que é Prof. Instrutor de Psiquiatria da Santa Casa de SP, Coordenador da Pós-Graduação Lato Sensu em Psiquiatria da FCM da Santa Casa de SP e Consultor do Centro de Genomas.
“A tontura na unidade de emergência: como abordar?” No dia 22/04 foi realizado o evento como parte da programação da Semana da Tontura da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF). Mais de 50 pessoas participaram. O evento foi coordenado pelos médicos otorrinolaringologistas Dra. Raquel Mezzalira, Dra. Guita Stoler, Dra. Vanessa Rocha, Dra. Márcia Bilécki, Dr. Mário Greters e Dr. Guilherme Mangabeira; com colaboração do neurologista Dr. Danilo dos Santos Silva.
ABRIL/JUNHO 2019 | REVISTA MEDICAÇÃO | 09
SMCC ACONTECE Congresso Brasileiro MédicoEstudantil de Habilidades Médicas (COBHAM) foi realizado com 100 estudantes no Clube de Campo O II Congresso Brasileiro Médico-Estudantil de Habilidades Médicas (COBHAM) aconteceu entre os dias 15 e 17/03, no Clube de Campo. Mais de 100 estudantes de medicina de todo o Brasil vieram para o evento da Federação Internacional das Associações de Estudantes de Medicina do Brasil (IFMSA Brazil), uma instituição nacional presente em 146 escolas médicas. A SMCC apoiou o evento oferecendo a infraestrutura para as atividades que aconteceram nas novas instalações do Centro de Eventos. Em troca, figurou entre os patrocinadores do evento.
SMCC já distribuiu mais de 700 carteirinhas a novos médicos A SMCC já entregou 774 carteirinhas do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, o CREMESP – Regional Campinas, na sede da entidade entre os anos de 2017 e 2019. Os eventos já são tradicionais. Os últimos foram em 27/03 e 25/04, neste último 32 profissionais receberam o documento.
SMCC na mídia
Seção História da Medicina traz Prof.Dr. Rubens Bedrikow O encontro foi em 24/04, na SMCC, com o médico que é Docente do Departamento de Saúde Coletiva da FCM/Unicamp e membro do Grupo de Estudos de História das Ciências da Saúde. A Seção tratou de Manoel de Abreu e a abreugrafia.
Grupo Campinas ofereceu plantão de dúvidas sobre IR para médicos
Endocrino Dr. Danilo Villagelin falou sobre tireóide na TV Doutor no mês de maio.
Sócio e responsável pelo Departamento Contábil da Pando, Gustavo Bortoletto, o sócio e consultor financeiro do Grupo Campinas, Guilherme Dogani, e os sócios do Grupo Campinas Marco Antônio Luciano e Gustavo Henrique Scafi.
A Pando Private Finance Planner, empresa do Grupo Campinas, promoveu plantões de dúvidas sobre a declaração do Imposto de Renda 2019 na sede da SMCC, especificamente para médicos, em dois encontros: nos dias 21/03 e 10/04. Nas oportunidades, os médicos presentes tiveram um atendimento personalizado para suas dúvidas em questões envolvendo a declaração. O Grupo Campinas ainda planeja oferecer conteúdo na área de investimentos e planejamento para associados SMCC.
10 | REVISTA MEDICAÇÃO | ABRIL/JUNHO 2019
Presidente da SMCC, Dra Fátima Bastos, deu entrevista à TV Bandeirantes sobre o novo comportamento das pessoas com idade acima dos 60 anos.
CLUBE DE CAMPO
Entregue 2º andar do Casarão com auditório e apartamento da noiva
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segundo andar do Casarão do Clube de Campo está totalmente revitalizado. Há um novo auditório para até 100 lugares com sala de apoio. Um apartamento para noiva com sala anexa para as madrinhas também é uma das possibilidades no novo espaço. A área é privativa e tem banheiro exclusivo com comunicação com o quarto da noiva, jacuzzi e toda a estrutura para a preparação para o casamento. Assim, noiva e madrinhas podem se preparar no mesmo lugar da festa. Um primeiro casamento já foi realizado no Clube. O novo Centro de Eventos com as últimas reformas já estava com parte da área corporativa pronta. No Salão principal, espaço para 62 pessoas e o lobby para até 45 pessoas (somando 107 lugares), além das salas com opções de 25 a 37 cadeiras. As locações dos espaços é uma estratégia pensada pela Diretoria como uma nova fonte de recursos para a manutenção das próprias instalações e fonte de receita da entidade como alternativa ao associativismo. O Diretor de Finanças e Patrimônio da SMCC, Dr. Walter Maleronka, comenta que o Setor de Compras da SMCC conseguiu um valor de desconto significativo. “Ficamos na busca dos melhores orçamentos, descontos e prazos. E, em negociação com a empreiteira e com fornecedores. Do valor previsto conseguimos reduzir os gastos em mais 9%”, comentou. Para o Diretor de Comunicação e Marketing, Marcelo Amade Camargo, com estas obras o Clube está pronto para locações. “Com a finalização desta etapa das reformas, o casarão se transforma em um centro para eventos de diferentes portes. Além de oferecer novos espaços para os Departamentos e Comitês Científicos da SMCC, tanto empresas quanto os associados poderão locar os espaços para reuniões, simpósios, jantares, festas e até casamentos durante a semana e aos finais de semana”.
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CLUBE DE CAMPO
Estrutura do Clube de Campo aliada a ação rápida de associados salva uma vida
A foto de Nestor Amâncio Alves Júnior (ao centro) com o grupo de amigos médicos no Clube de Campo foi tirada dias após sua saída do hospital, onde passou por cateterismo e angioplastia. Na ocasião, comemorava-se o atendimento bem sucedido que contou com a agilidade dos colegas associada à estrutura do Clube que possui um DEA (Desfibrilador Externo Automático) disponível e um bombeiro / salva-vidas. Nestor, 57 anos, passou mal e desmaiou subitamente durante uma partida de futebol no Clube no dia 20/04. O diagnóstico: uma parada cardiorrespiratória (PCR). O cardiologista Dr. Oswaldo Riguetti Sobrinho juntamente com outros colegas médicos que frequentam o Clube perceberam a gravidade do ocorrido e iniciaram as manobras de ressuscitação cardiopulmonar. Um dos colegas, Dr. Rodrigo, sabia que havia o desfibrilador no Clube e o instalou. “Sem dúvidas, o Desfibrilador fez toda a diferença. Salvou uma vida. Se não fosse o desfibrilador acho que não teríamos conseguido por que o tempo que leva uma ambulância para chegar lá é muito grande. É fundamental a presença do desfibrilador e mais do que isso tendo o
salva-vidas com a rapidez de mostrar o desfibrilador pra nós”, contou o médico. O salva-vidas do Clube, De Paula, comentou a importância de ter um DEA no momento da ocorrência. “Sou bombeiro do Estado há 13 anos e não poderia estar em local mais seguro do que o Clube para este socorro. O DEA resolveu praticamente a ocorrência, além disso, todos da nossa equipe sabem agir em situações como estas. Estamos preparados para acionar o socorro e logo que ele (paciente) voltou, acionamos todos os meios, incluindo o helicóptero Águia. Tivemos a ajuda dos associados médicos. O SAMU chegou rapidamente.” comentou De Paula. “Ressuscitei no sábado pela aquisição do DEA desfibrilador que a SMCC adquiriu. Também contei com a ajuda de amigos anjos médicos que atuaram rapidamente e me trouxeram de volta em menos de cinco minutos. Também foi rápido o atendimento do SAMU e muito eficiente. Com a graça de Deus estou bem! Com sequelas a recuperar, mas normal para a situação vivida. Gratidão eterna a todos!” comemora Nestor.
A conquista do DEA no Clube de Campo O DEA do Clube de Campo foi uma doação do Grupo Campinas e Porto Seguro Seguros para a SMCC. Dr. Marcelo Amade Camargo, que esteve à frente das negociações para a doação do aparelho, celebra o desfecho do caso. “Todos os médicos deveriam saber prestar atendimento a uma parada cardíaca. E dispor de um DEA numa ocorrência dessas é fundamental. Estamos muito felizes por termos feito a diferença na vida de uma família”. Sócio do Grupo Campinas, Marco Antônio Luciano, anun-
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ciou a doação de um segundo equipamento DEA à SMCC. “Uma vida tem um valor imensurável, por esse motivo, ficamos muito contentes de que o desfibrilador que o Grupo Campinas doou ao Clube dos médicos da SMCC tenha tido utilidade no momento em que alguém precisou. Uma das coisas que o Grupo Campinas tem em comum com os médicos é o zelo e respeito pela vida humana, assim, acreditamos que pequenos gestos, podem ter grande significado na vida de muitas pessoas. O Grupo Campinas tem muito orgulho da parceria com a SMCC. Contem conosco!”
DESTAQUE
SMCC no Maio Amarelo 2019: Simulado, Motocheck Up e Pedágio
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rês grandes ações dentro do Movimento MAIO AMARELO (para promover a segurança no trânsito) tiveram o envolvimento da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC) juntamente com diversos parceiros em 2019: o simulado de múltiplas vítimas, a ação “motocheck up” e o pedágio de conscientização. As três ações somaram 1.780 pessoas envolvidas.
SIMULADO NOTURNO TEVE COMITÊ DE CIRURGIA DO TRAUMA DA SMCC COORDENANDO EQUIPES
O simulado de atendimento a múltiplas vítimas de trauma em Campinas foi realizado no dia 14/05 com um cenário simulado muito próximo dos casos reais de acidentes: um motorista embriagado que dirigia em alta velocidade perde controle do veículo ao atender o celular, caindo do viaduto “Laurão”, atingindo duas motocicletas e um ciclista. O roteiro tem as três principais causas de acidentes em Campinas – velocidade, álcool e celular. E para dificultar o ambiente de atendimento, o simulado, pela primeira vez em Campinas, ocorreu no período noturno. Foam mais de 100 pessoas entre voluntários e profissionais. Horas antes do simulado começar, alunos de medicina e enfermagem fizeram a maquiagem de ferimentos e lesões na SMCC e, pela primeira vez, residentes do 3º ano de Medicina de Emergência e de Cirurgia do Trauma da UNICAMP foram “sombreados” por profissionais que já atuam no ambiente pré-hospitalar. “A experiência foi enriquecedora e mostra a necessidade contínua de aprimoramento e integração entre as equipes. Este ano foi de importante iniciativa ter a participação dos residentes, sendo treinados em um cenário complexo, desafiando os seus conhecimentos muitas vezes restritos somente ao ambiente hospitalar” comenta Dr. Thiago Calderan, membro do Comitê de Cirurgia do Trauma da SMCC e ainda coordenador do Comitê
Brasileiro de Ligas do Trauma e membro da Diretoria SBAIT. O simulado contou com a organização da Disciplina de Cirurgia do Trauma da Unicamp, SMCC e EMDEC/SETRANSP. Apoio SBAIT, Corpo de Bombeiros de Campinas, Grupo de Resgate – GRAU, SAMU Campinas, Unimed Campinas e Concessionária Rota das Bandeiras.
NA SEDE DA SMCC: MOTOCHECK UP ATINGE 180 PARTICIPANTES
No dia 21/05, a ação inovadora se destinou aos motociclistas, frequentemente envolvidos em acidentes de trânsito com um circuito montado onde os motociclistas receberam treinamento e orientações de médicos e acadêmicos sobre a conduta diante de acidentes de trânsito. Enquanto isso, suas motocicletas passaram por um check up técnico de itens de segurança ligados à parte mecânica e elétrica gratuito. Houve distribuição de antenas “corta-cerol” e um brinde da SMCC (um power bank exclusivo) paraos que fizeram o treinamento e postaram a #motocheckupnasmcc. Foram sorteados entre os participantes: 03 capacetes, 10 pares de luvas e 50 vouchers para troca de óleo da motocicleta. A ação realizada pelo Comitê de Cirurgia do Trauma da SMCC teve o apoio da Liga do Trauma da UNICAMP, Instituto Terzius, SBAIT, COBRALT, EMDEC, Concessionária Rodovias do Tietê, Sabin, Unimed e Madia Motosport.
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ENTREVISTA
Expedicionários da SAÚDE e do AMOR ao Próximo completam 15 anos
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m grupo de amigos fazia caminhada pelo Pico da Neblina, ponto mais alto do Brasil, com 2.994 metros de altitude, localizado na fronteira da Amazônia com a Venezuela. Acostumados as caminhadas pelo mundo estavam em sete pessoas, quatro deles médicos. Na volta, uma visão da realidade da saúde indígena na aldeia de Maturacá de etnia Yanomami, faria nascer há 16 anos a Organização Humanitária Expedicionários da Saúde. Entre estes estava o médico ortopedista de Campinas, Dr. Ricardo Affonso Ferreira que acaba de chegar de uma das expedições. A mais recente foi em abril deste ano. Ao todo já foram 42 expedições. Hoje presidente da EDS conta com a ajuda de 300 voluntários e apoio das Forças Aéreas Brasileiras, Funai, Federação das Organizações Indígenas, Associação Floresta Protegida, UNICAMP e Centro Médico de Campinas. Tem patrocinadores do projeto, para equipamentos, medicamentos, insumos e serviços. Como foi trabalhar no início do projeto sem estrutura? Comecei devagarzinho. Comecei operar a luz de lanterna. Ficamos quatro ou cinco anos fazendo várias expedições dentro da própria região, depois expandiu. Sempre tem dificuldade financeira, mas agora tem muitos parceiros. Hoje estamos com mais reconhecimento. A gente tem mais de 9 mil cirurgias, mais de 50 mil atendimentos e a mesma coisa com voluntários. Tem padrinhos de dinheiro. É uma coisa que vai acontecendo. Quanto mais a gente se incorpora, mais divulga, as pessoas gostam e voltam. Atendimento humanitário no Brasil poderia envolver número maior de médicos? Com certeza! Por que pra tudo tem muita carência. Acho que a gente tem que fazer mais do que a gente anda fazendo. Se preocupar menos com o umbigo e se preocupar com os outros. No mundo onde a solidariedade já não é mais altruísmo, é uma questão de sobrevivência, ou a gente vai ser solidário ou nossos filhos estão perdidos.
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Quais doenças comuns entre os indígenas? Catarata e hérnia. Agora, catarata é o básico. Como eles moram na região equatorial a doença se desenvolve mais cedo por volta dos 50 e pouco. E, é uma cirurgia que a gente faz e, em 15 minutos a pessoa volta a enxergar. É muito rápido! Como os pajés acham que é doença de branco a gente fica junto deles e como eles não conseguem cuidar a gente se associa e diminuímos a medicação. Ele dá a fumaça e faz o chamarismo dele e nós gastamos menos antinflamatório e analgésico. De uns dois anos pra cá nós começamos a cuidar das mulheres. A Ginecologia que vinha nos acompanhando há algum tempo começou a descobrir qual o foco da Gineco. O foco é a lesão de colo de útero que é pré-cancerígena e retiramos antes de espalhar como câncer; fazendo uma erradicação da doença. Como é o pós-cirúrgico? É um dia só. Não tem muita coisa. Qualquer problema que tenha a gente sempre tem back up. Eles sabem e, se precisam eles vem pra cá. O índice de complicação nosso é bem pequeno. É menos de 1%. Lá já damos medicação e tem enfermeiro e caso precise o Centro Médico de Campinas ajuda muito, tem também um Hospital em Brasília e em São Paulo. Já houve a ideia de expandir para outras regiões do Brasil? A gente está focado na região da Amazônia por que somos pequenos. Temos três funcionários e se não focarmos em alguma coisa e começarmos a atirar para todos os lados não vai dar certo. O que fazemos é associar saúde com meio ambiente, cuidando da vida e preservando a floresta. Única época que houve uma mudança foi quando houve o terremoto do Haiti onde fui primeiro e depois equipe. Lá abrimos um mini hospital onde ficamos seis meses. Existem novas etapas que você quer alcançar com Expedicionários? Nunca esteja contente com o que você tem. Queira sempre mais. Não ache que você está tão bonito assim que você não está! Não existe nada que não possa melhorar.
ENTREVISTA Como é a relação dos médicos com os índios? Fazemos tudo o que precisa no período que estamos lá. É um privilégio que temos para poder cuidar e ir embora sem interferir na vida de ninguém. Eu não gosto nem que os médicos que ficam centrados ali onde a gente fica no complexo hospitalar fiquem passeando muito para não interferir na vida dos índios. Eu não fico esperando agradecimento, nem nada. Já falo para os médicos. É o jeito deles. A gente faz e acabou. Nós, à princípio estamos sempre errados por que a casa é deles. Cozinha a gente alimenta 500 pessoas por dia. São três
cozinhas. Uma para os indígenas, outra para os funcionários do Ministério da Saúde que moram lá e para os médicos de São Paulo. Se misturar comida você vai deixar todo mundo doente. Os índios tem medo dos médicos? E, vocês deles? Nós não, mas eles morrem de medo. Mas, o índio quando tem medo fica simplesmente em silêncio. A criança índigena não grita, não chora, não berra, não tem manha, nada disso. Eles se colocam no lugar deles. E, quando vão se entregam mesmo.
O Centro Cirúrgico dos Expedicionários Do início a luz de lanternas hoje a cada expedição, são três por ano, 15 toneladas de equipamentos, insumos e medicamentos são transportados de Campinas para às mais distantes regiões da Amazônia Legal. Engenheiros voluntários desenvolveram novas tecnologias para a estrutura com barracas infláveis que minimizam a contaminação e aumentam a eficiência do ambiente cirúrgico. Com forma modular mais fácil e leve de carregar, o Centro tem salas de cirurgia oftalmológica, cirurgia geral, pequenos procedimentos, conforto médico, sala de espera para os pacientes, vestiário e Centro de Material e Esterilização (CME). Os equipamentos são de última geração. São facoemulsificadores, eletrocautérios, monitores multiparamétricos de sinais vitais, ultrassom portátil, aparelhos de ar-condicionado com filtros EPA, além das de autoclaves, destiladoras de água, lavadoras ultrassônicas, seladoras e incubadora de teste biológico do CME. Toda a energia consumida é fornecida por um grupo de geradores, que totalizam 100kva.
Expedicionários em Números 8.356
CIRURGIAS REALIZADAS
58.893
ATENDIMENTOS REALIZADOS
87.428
EXAMES E PROCEDIMENTOS
2.981 ÓCULOS DOADOS
Qual momento marcou o doutor? “Em especial foi uma meninha que estava com 6 anos. Aos 4 ela ficou totalmente cega. Eu a conheci quando chegou com o pai. Operou e colocou o curativo. Horas depois ela começou a enxergar. É lógico que vai melhorando ao longo dos meses. Mas, ela começou a enxergar na nossa frente. Ver o pai dela, a cor da rede” O médico mantém a foto da garotinha pendurada na parede do consultório em Campinas.
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DESTAQUE
Premiações SMCC: Noite de festa e homenagem Foram entregues os Prêmios Paes Leme, Mérito Acadêmico e Científico A cerimônia de entrega aconteceu no Clube de Campo da SMCC, no sábado (15/06), com mais de 100 convidados entre familiares dos homenageados, associados, diretores, docentes, convidados, e representantes oficiais da Associação Paulista de Medicina (APM), das Distritais da APM e de Faculdades de Medicina como PUC Campinas, São Leopoldo Mandic e Grupo Educacional Polis.
CVV ENTIDADE ESCOLHIDA PARA PAES LEME 2019
Jubilados Ligia Vera Montali Da Assumpção, Waldemar Antônio F. Da Assumpção, Lamartine Martins Oliveira Junior, Dra. Fátima M. Ap. Bastos (Presidente SMCC) e Dr. Jose Roberto F. Amade (1º Vice Presidente)
HOMENAGEADOS PAES LEME O Prêmio Paes Leme é concedido anualmente a médicos e entidades pela contribuição de seu trabalho para a medicina e a comunidade. Dr. Jessé de Paula Neves Médico ginecologista e obstetra, o professor aposentado da PUC e UNICAMP recebeu o prêmio das mãos do Diretor Científico, Dr. Júlio César Narciso Gomes. Dr. Júlio foi residente do Dr. Jessé e ainda divide consultório com ele até hoje. “Por ser dos colegas de profissão já é diferente. Mas, pra ser franco eu não vejo grandes necessidades disso. Por que eu só fiz o que deveria fazer. Meu pai sempre me falava que deveríamos fazer nossa obrigação. Mas, é claro que fiquei muito feliz ainda mais de receber do Dr Júlio”, agradeceu Dr. Jessé. Dr. Antônio Vanderlei Ortenzi O anestesiologista também professor e ainda atuante em eventos médicos e aulas recebeu a homenagem das mãos do vice-presidente da SMCC, Dr. José Roberto Franchi Amade. “Desde a notícia até o instante de receber hoje o prêmio foram tantas emoções. É um misto de muitas emoções, difíceis de descrever. Agradecer a generosidade e, dizer que cada colega da diretoria tem méritos para receber este prêmio”, contou Dr. Ortenzi.
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A presidente da SMCC, Dra. Fátima Bastos, entregou o Paes Leme aos representantes do Centro de Valorização da Vida (CVV). Entre eles estava o fundador do Grupo em Campinas, Frederico Resende Resende Abreu. A entidade conta com 28 voluntários. “Foi sensacional. Nos sentimos muito honrados por esta homenagem. Temos gratidão pela Sociedade de Campinas desde o começo quando começou a nos ajudar com um tema que não será tabu e que valorizaremos a vida. Juntos chegaremos mais longe”.
PRÊMIOS MÉRITO ACADÊMICO Também foram anunciados os vencedores dos Prêmios Mérito Acadêmico SMCC 2019 que, ao todo, levaram para casa R$2 mil em prêmios. A acadêmica da PUC Campinas, Aline Akel Ferruccio, conquistou o terceiro e o primeiro lugares. Um dos trabalhos dela foi sobre a importância da revisão histopatológica de biópsias em pacientes com câncer de próstata. “É um reconhecimento entre os colegas e incentivo de investir na área científica. Ver que o estudo é gratificante! Não acreditava que venceria o prêmio, menos ainda em duas colocações. Aproveito para elogiar o apoio científico dado pelo Departamento da SMCC”. Renato Lazarin Ricci ficou com o segundo lugar no Prêmio Mérito Acadêmico pelo trabalho de avaliação de níveis séricos em paciente com Doença de Crohn no Gastrocentro da UNICAMP. “Eu não imaginava que seria selecionado. Trouxe minha família e estava esperançoso porque o nível do trabalho era muito bom e o Departamento de Coloproctologia da Unicamp ajudou muito e pensava, mas não imaginava”.
DESTAQUE PRÊMIO MÉRITO CIENTÍFICO Concorreram ao Grande Prêmio 19 finalistas selecionados pela Banca Examinadora. Venceram os médicos Dr. Alfonso Eduardo Alvarez, Dra. Renata Rigacci Abdalla e Dr. Tiago Henrique de Souza que levaram ao todo R$ 6 mil em prêmios. Psiquiatra Renata Rigacci Abdalla pelo artigo de doutorado “Associação entre uso de cocaína e violência”. “É um reconhecimento por que é difícil fazer pesquisa. Então, quando a gente sabe que tem repercussão e, que será útil, fico bem feliz”, comemorou ela. O médico Tiago Henrique de Souza é da área de Medicina Intensiva Pediátrica na UNICAMP, onde após 30 anos de assistência aos pacientes implantou tratamento do paciente grave, tendo o uso de ultrassom para cauteterização de veia central. “A taxa de sucesso subiu de 60 para 95%. Não esperávamos ser premiados por estar chegando agora em um ambiente científico tão grande como é a Sociedade de Campinas”, comentou Dr. Tiago. Prof. Dr. Alfonso Eduardo Alvarez, Pneumologista Pediátrico ganhou o prêmio pela pesquisa sobre Bronquiolite Viral Aguda. “Fiquei extremamente honrado e feliz. É um prêmio de enorme importância, que já é uma tradição na cidade, e de uma entidade muito respeitada e admirada por todos!!! É um reconhecimento à uma pesquisa realizada com muito esforço, dedicação e carinho.Fruto de um trabalho em equipe, que envolveu muitas pessoas e diferentes especialidades”, falou o médico. Os estudos também servirão para as revistas científicas mais importantes do meio médico, algumas delas internacionais.
Vencedores por Especialidade Os autores dos trabalhos finalistas por especialidade também receberam certificados na noite de premiação. Dr. Gil Guerra Junior (pelos Departamento de Endocrinologia e Metabologia e de Pediatria) Dra. Andrea Trevas Maciel Guerra (pelo Departamento de Urologia) Dr. Alfonso Eduardo Alvarez (pelo Departamento de Pneumologia) Dra. Renata Rigacci Abdalla (pelo Departamento de Psiquiatria) Dr. Tiago Henrique de Souza (pelo Departamento de Medicina Intensiva Pediátrica) Dr. Jose Alexandre Mendonça (pelo Departamento de Reumatologia) Dr. Jose Luis Braga de Aquino (pelos Departamentos de Cirurgia Cabeça e Pescoço e Nutrologia) Dra. Rebecca Maunsell (pelo Departamento de Otorrinolaringologia) Dra.Taíse Tognon (pelo Departamento de Oftalmologia) Dr. Roberto Jose Negrão Nogueira (pelo Departamento de Clínica Medica) Dr. André Nepomuceno (pelo Departamento de Cirurgia Plástica) Dra. Susana Oliveira Botelho Ramalho (pelos Departamentos de Ginecologia e Obstetrícia e Cirurgia Geral) Dr. Roberto Jose Negrão Nogueira (pelo Departamento de Geriatria) Dr. Aguinaldo Gonçalves (pelo Departamento de Medicina da Família e Comunidade) Dra. Paquel Leal (pelo Departamento de Coloproctologia) Dr. Sérgio Rocha Piedade (pelo Departamento de Medicina Esportiva)
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NA SMCC
Comitê Permanente de Prevenção ao Suicídio Encontros estreiam com Psiquiatra Neury Botega e homenagem ao CVV Campinas
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s Encontros do Comitê criado neste ano para expandir as ações de prevenção ao suicídio protagonizadas pela SMCC em 2018, já tiveram duas edições. Referência no tema do suicídio no Brasil, o Professor Dr. Neury Botega, escolhido como patrono do Comitê, esteve no auditório da entidade no dia 19/03 com palestra e debates moderados pelo psiquiatra e professor Colaborador da FMC/UNICAMP, Dr. Carlos Filinto da Silva Cais. Ao final foi servido um coquetel para os presentes com a agradável apresentação da Banda de Jazz Dopamine. “Este momento é muito importante para trazer aos profissionais que atuam na área a leveza, a alegria necessárias para seguir adiante cuidando de um tema tão pesaroso”, comentou a psiquiatra Dra. Carmen Sylvia Ribeiro, responsável pela organização do evento juntamente com o também psiquiatra Dr. Fábio Fonseca, Coordenador do Comitê. A equipe foi apresentada pelo Coordenador do Departamento de Psiquiatria da SMCC, Dr. Eduardo Teixeira. A SMCC foi pioneira no ano passado ao dar visibilidade institucional ao debate sobre como enfrentar o tema, como estruturar serviços e atendimentos, a orientação multiprofissional e idealizou uma campanha bem sucedida de Prevenção ao Suicídio. Foi a maior mobilização de uma entidade médica voltada para ações educativas, atualização científica, orientação de educadores, jornalistas e força-tarefa em praça pública dirigida à sensibilização da comunidade em geral.
“Para onde encaminhar esta pessoa? É preciso indicar aos profissionais para onde levar por que se eu receber alguém no hospital eu não sei para onde encaminhar. Uma lista de entidades talvez seria muito útil”. Estudante de Psicologia da Faculdade São Francisco, Bruna Adriana Garcia de Melo “Eu acho que este evento é importante para a gente entender como funciona este fenômeno e como funciona o comportamento suicida para se preparar e falar com a população; com quem sofre com isso. No caso do grupo de adolescentes com quem eu converso, eles tem muita curiosidade. A gente precisa se preparar, ser uma referência que os ajudem a procurar ajuda”. Psicóloga Taís Tasso 20 | REVISTA MEDICAÇÃO | ABRIL/JUNHO 2019
II Encontro com homenagem ao CVV O Comitê se reuniu novamente do dia 07/05 com auditório lotado. A noite contou com duas palestras e a presença dos voluntários do Centro de Valorização da Vida, o CVV. O grupo realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo de forma voluntária e gratuita pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias.
“A atitude da Dra. Carmen foi facilitadora para organizar estes encontros. Tem sido muito importante e, por isso, estamos todos nós aqui hoje. Quanto mais falar do tema, melhor será para todos” O Coordenador do Comitê Permanente de Prevenção ao Suicídio da SMCC, Dr. Fábio Martins A palestra foi da psiquiatra Dra. Ticiana Paiva. A Psicóloga é mestre e doutora em Psicologia pela PUC Campinas e professora da UNISAL e falou sobre a temática: Primeiros Socorros Psicológicos: como ajudar pessoas em crises seguindo o Protocolo Psychological First Aid (PSP).
“Esta inciativa do Comitê da Sociedade é essencial. Torna-se um espaço de informação continuada para que as pessoas possam vir a ter um conhecimento correto, científico, e que desmistifique muitas ideias sobre o suicídio e prevenção” Psiquiatra Dra. Ticiana Paiva
DESTAQUE
Departamentos da SMCC integram megaevento que incluiu o Intergastro & Trauma EVENTO CONTOU COM 1,550 MIL PARTICIPANTES
O
megaevento CAMPINAS 2019 aconteceu no Royal Palm Hall no período de 29/05 a 01/06, reunindo quatro grandes eventos de saúde: o INTERGASTRO & TRAUMA 2019 (IG&T), o 9th World Congress of the Abdominal Compartment Society (WSACS), o XIII Simpósio Internacional da SOBED e o XI Congresso Estadual de Videocirurgia da SOBRACIL-SP. Estiveram envolvidos os Departamentos Científicos de Cirurgia Geral, Gastroenterologia, Coloproctologia, Endoscopia e Cirurgia do Trauma da SMCC na organização e realização do evento. O evento Multiprofissional contou com dezenas de cursos teórico-práticos. Foi realizada a Prova de Título de Especialista da SOBED em Campinas, o Simpósio da ACESP; IX Jornada de Enfermagem em Aparelho Digestivo e Trauma; IX Jornada de Nutrição em Aparelho Digestivo e Trauma; VI Jornada de Gastroenterologia Pediátrica e Trauma e o II EnDIA – Encontro de Diagnóstico por Imagem em Abdome e Radiologia Intervencionista. A realização e promoção foi da SMCC em conjunto com a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), a Sociedade Brasileira de Cirurgia Minimamente Invasiva e Robótica - Capitulo São Paulo (SOBRACIL-SP), a Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado (SBAIT), WSACS, Hospital Mário Gatti , PUC Campinas e UNICAMP. Com o apoio de 15 faculdades no Interior SP e sociedades de especialidades.
NÚMEROS DO “CAMPINAS 2019” Ao todo foram cerca de 1.550 participantes, vindos de 256 cidades dos 26 estados do Brasil, além de estrangeiros de mais de 25 países. A programação científica contou com 411 convidados, sendo 64 internacionais, 300 do Estado de São Paulo e 47 de outros Estados.
FATOS INÉDITOS Inovações e realizações inéditas marcaram essa edição do evento, como o primeiro Damage Control Ressuscitation Symposium no mundo, a primeira turma do European Trauma Course no Brasil, além do International Fuid Academy Day ter sido feito pela 1a vez também no Brasil. Um dos maiores detaques do evento ocorreu no dia 01/06, na sala da SOBRACIL-SP, quando a 1ª transmissão ao vivo em 3D de uma cirurgia robótica no país foi realizada com sucesso.
HISTÓRICO Criado há 10 anos em Campinas o INTERGASTRO começou como uma pequena reunião para os médicos da SMCC e residentes da Unicamp, PUC Campinas e Hospital Municipal “Dr. Mário Gatti”. Em 2010, novas áreas foram agregadas ao evento, várias entidades
parceiras passaram a apoiá-lo e foi então que passou a ser denominado INTERGASTRO & TRAUMA – Programa Interdisciplinar de Atualização em Aparelho Digestivo e Trauma), reunindo profissionais de medicina, enfermagem e nutrição, em diversas especialidades. Em sua última edição, em 2017, o IG&T foi promovido em conjunto com outros dois grandes eventos (World Society of Emergency Surgery Congress e o Congresso Brasileiro das Ligas de Trauma), reunindo mais de 1.200 participantes de 198 cidades, 41 deles convidados internacionais.
II Jornada de Cuidados Paliativos recebeu 300 pessoas O público superou a expectativa no dia 30/03, no auditório Monsenhor Salim – Campus II da PUC Campinas. Uma realização da SMCC, através da coordenação do Dr Antonio Antoniazzi, em conjunto com a Liga de Tanatologia e Cuidados Paliativos da Unicamp e do Departamento de Clínica Médica da PUC Campinas. Os temas abordados: Panorama das Políticas Públicas no Brasil em Cuidados Paliativos (Dra. Ana Regina Borges Silva, Enfermeira da UNICAMP) Luto familiar (Psicóloga da PUC Campinas Nely Nucci) Contribuição do fonoaudiólogo (Dra. Cristiane Freitas do Amaral Sampaio do Hospital Israelita Albert Einstein) Impasses jurídicos (Juiz de Direito e professor da PUC Campinas, Dr. José Henrique Rodrigues Torres) Formação acadêmica (Profa da. Faculdade de Medicina de Itajubá-MG Dra. Maria das Graças Mota Cruz de Assis Figueiredo) Luto dos profissionais (Hospital Regional do Câncer de Passos, Dr. Leonardo de Oliveira Consolim) Mesa redonda: Desafios e intervenções em Cuidados Paliativos com Juliana Nalin de Souza Passarini – Fisioterapeuta graduada pela PUC Campinas e doutorada pela UNICAMP; Luciana Regina Morais - Assistente Social na Maternidade de Campinas; Maria Ester Januário - Nutricionista da UNICAMP e Pâmela Coimbra Argenton Puga - Terapeuta Ocupacional da UNICAMP. Na programação final teve dinâmica e interação da plateia com o Mestre Francisco Carlos Gomes Psicólogo, da PUC-SP.
PRÓXIMOS ENCONTROS DO GRUPO DE CUIDADOS PALIATIVOS DA SMCC
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DESTAQUE
SMCC promove II Fórum de Segurança do Paciente As palestras e debate foram concentradas no tema: Cirurgia Segura, no dia 01/06, no Royal Palm Hall, durante o megaevento CAMPINAS 2019
C
om coordenação do Diretor de Defesa Profissional da SMCC, Dr. Flávio Leite Aranha e do Diretor Científico Adjunto da SMCC, Dr. Jorge Carlos Machado Curi. “Esse formato de Simpósio é fundamental! As apresentações foram excelentes e o debate muito focado na cirurgia segura. Acho que tudo isso vem para contribuir para diminuir o número de eventos adversos que está alarmante. Uma questão mundial de saúde pública com ocorrências até fatais maiores do que câncer e acidentes de trânsito. A ideia é mudar a cultura e diminuir riscos para pacientes”, falou Dr. Flávio Leite Aranha. O Diretor Científico Adjunto da SMCC, Dr. Jorge Carlos Machado Curi, falou sobre a mudança cultural que o debate tem intenção de criar. “É o de melhorar a cultura, mas também montar ações efetivas em relação a segurança do paciente como montando os núcleos, trocando informação para otimizar as ações. É visível a percepção que tem muitas instituições se organizando e as que não estão, estão sendo pressionadas positivamente para criar seus núcleos”. A advogada da SMCC, Márcia Conceição Pardal Cortes, contou sobre a experiência do Departamento da entidade com os casos que se tornam processos na Justiça. “Toda semana temos cinco médicos com processos novos na SMCC. É alarmante! O que vejo é que os processos estão banhados de mágoa. Os pacientes reclamam de falta de tempo dos médicos”. Coordenador em Campinas da Rede Mário Gatti, Dr. Marcos Euripedes Pimenta acrescentou as apresentações exemplos da complexidade dos serviços públicos.
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Alyne Aschar (Sollen), Dr. Antonio Capone Neto (Albert Einstein), Marcia Pardal Cortes (SMCC), Dr. Jorge Curi (SMCC), Dr. Marcos Pimenta (Rede Mário Gatti) e Dr. Antonio Gonçalves (HC/UNICAMP)
Gerente Médico da Qualidade e Segurança do Paciente do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. Antonio Capone Neto, também proferiu palestra. “Esse é um processo demorado; longo. Tem que dar um primeiro passo. Mas, você não muda nada com um só passo. Não muda uma cultura com um projeto, por causa de uma ação. É um conjunto”. A programação contou com o tema Acreditação ONA em Clínica e Endoscopia Digestiva: foco na segurança do paciente pela representante da Sollen, a Enfermeira Alyne Domingues Gonçalves Aschar e, o médico Dr. Antonio Gonçalves representou o Hospital das Clínicas da UNICAMP. O médico reforçou a importância da SMCC ter sido protagonista no tema. A primeira edição do Fórum ocorreu em 03/08/2018, quando a programação abordou a busca por compreender os chamados eventos adversos, erroneamente citado como “erro médico”. Existe previsão de uma nova edição do Fórum ainda para este ano.
5ª DISTRITAL
SMCC apoia regionais da APM para fortalecerem projetos
Dra. Fátima (Presidente SMCC), Dr. José Roberto Amade (Vice-Presidente da SMCC), Dr. José Carlos Leite de Carvalho (Jundiaí), Dr. Roberto Pavani (Amparo), Dr. Clovis Machado (Diretor da 5º Ditrital), Dr. Carlos Eduardo Gzvitauski (Mogi Mirim), Dr. Antonio José Gonçalves (Secretário Geral APM), Dr. Jorge Curi (3º Vice-presidente APM) e Paulo Cezar Mariani (1º Secretário APM)
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ntre os objetivos principais dos representantes das regionais da Associação Paulista de Medicina (APM) estão o suporte para serviços e a ampliação do número de associados. Desafios atuais que merecem atenção para melhorias na gestão e na concretização de parcerias. Em evento no último dia 29/03, representantes das regionais de Campinas, Jundiaí, Mogi Mirim e Amparo estiveram na entidade para um almoço no terraço. O encontro serviu de reunião técnica e teve a presença de representantes da Associação Paulista de Medicina (APM), os médicos Paulo Cesar Mariani e Antonio Gonçalves. A Presidente da SMCC, Dra. Fátima Bastos também participou. “ A reunião foi muito proveitosa! É extremamente importante ter esses espaços para conhecer as realidade das outras cidades e assim conseguir propor novas estratégias”, afirmou. Para o Diretor da 5° Distrital, Dr Clovis Machado, a SMCC tem condições de ancorar os grupos regionais. “Queremos trazer os presidentes e diretores das regionais com a
intenção de nos unirmos para ver quais as necessidades e as prioridades; aumentando o número de associados”. O vice-presidente da SMCC, Dr. José Roberto Amade, defendeu que o trabalho precisa atingir os novos médicos. “Eles não se sentem representados pelas instituições, dado confirmado pela APM que afirma que apenas 25% do médicos da região da 5º Distrital se associam as entidades”. A integração de serviços com as regionais é proposta do 3º vice presidente da APM, Dr. Jorge Cury. “As grandes regionais, poderiam formar, uma rede associativa de troca de informações e serviços como atualização científica e defesa profissional com as menores”. Para o representante da Regional de Amparo, Dr. Roberto Pavani, a proposta atingiria parcerias. “Propor para que planos de saúde e outras empresas como Unimed ou as prefeituras façam uma parceria para amenizar os custos das regionais com funcionários e manutenção dos espaços”. Um cronograma de encontros está sendo criado para reuniões semelhantes nas várias cidades da 5º Distrital da APM.
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ESPAÇO COLABORADORES A SMCC reconhece a dedicação e o trabalho de seus colaboradores. Por isso, reserva aqui um espaço para o associado conhecer cada um dos profissionais ligados direta ou indiretamente ao atendimento. Nesta edição conheça a responsável pelo novo setor de TI e Cadastro da SMCC
Guilherme Godoy Nunes Guilherme Godoy Nunes chegou recentemente à SMCC para o cargo de TI e Cadastro. Responsável pelos projetores e microfones é quem garante o funcionamento dos equipamentos para os eventos. O profissional passou pelas empresas NET e Sanasa. Serviu o Exército de 2011 a 2015; tendo feito o curso de formação de cabo e se tornado engajado no Exército, mas não seguiu carreira militar. Cursou administração e está com 26 anos.
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ESPAÇO ACADÊMICO
III Feira de Especialidades da SMCC amplia discussões Evento com alunos das Faculdades aconteceu nos dias 17 e 18/05
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m sua sua terceira edição, a Feira de Especialidades da SMCC contou com a participação de 64 estudantes. O evento na sede da entidade promoveu palestras e interatividade com médicos de diferentes especialidades. Algumas novas discussões foram apresentadas aos estudantes de medicina, nesta edição. Além da apresentação das especialidades, outras opções de formação na carreira médica foram debatidas, como a Pesquisa. Além disso, dentro dos aspectos de perfil e ambientes de trabalho, foi debatido como os profissionais adaptaram rotina, locais e abordagens de acordo com perfil e preferências pessoais. Na programação, estiveram presentes médicos especialistas e atuantes em clínica médica, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia, pediatria, oncologia, ortopedia, urgência, anestesiologia, medicina legal e geriatria. O Professor de Embriologia Humana na UNICAMP, Prof. Dr. Luis Antonio Violin, fez um caminho diferente do habitual no início da carreira. Fez mestrado em biologia celular e depois doutorado em patologia. O que não se requer uma especialidade médica propriamente dita. “Desde o primeiro ano de faculdade nas primeiras disciplinas como embriologia e fisiologia eu percebi que eu gostava muito de entender como o corpo humano funcionava. Sempre fui muito curioso. No terceiro ano fui lidar com os pacientes e percebi que eu gostava mais da ciência do que do atendimento”, contou o médico.
João Vitor Cordeiro Mergulhão que está no 2º ano da UNICAMP comenta que esperava realmente entender como seria sua rotina por que aprender somente o conteúdo não ajuda a decidir. “Não adianta ir na aula e aprender sobre medicação e outras coisas por exemplo e você não sabe se vai querer sua vida como um anestesiologista. Precisa ver se você vai querer aquela rotina ou vai aguentar mesmo a residência que não é fácil. Só na Faculdade não dá pra decidir! É muito insuficiente!”, explicou João.
Superliga de Cirurgia trouxe tema cirurgia robótica No dia 21/05, no auditório da SMCC, mais de 100 alunos acompanharam a aula pessoalmente. Enquanto isso, outros 30 acadêmicos acompanharam ao vivo, através de videotransmissão, na Faculdade de Medicina de Jundiaí. O palestrante foi o Dr. João Pádua Manzano, urologista e professor do Departamento de Cirurgia da Escola Paulista de Medicina. A aula contemplou o surgimento da cirurgia robótica e suas aplicações técnicas no momento atual da medicina. O tema atraiu muito a atenção dos acadêmicos, que quiseram saber mais sobre o impacto desta tecnologia na atuação profissional deles, quando concluírem a faculdade.
A primeira aula do ano foi sobre “Como dar más notícias”, ministrada pelo Neurologista professor da UNICAMP, Dr. Luís Antônio da Costa Sardinha. A próxima aula da Superliga de Cirurgia da SMCC será em 06/08, a partir das 20h, o tema proposto é “Cirurgia Plástica para o Cirurgião Geral” com o cirurgião plástico Dr. Rodrigo Gimenez. As aulas da Superliga são exclusivas para ligantes das Ligas Acadêmicas participantes (já são mais de 10 ligas de 4 faculdades) e associados acadêmicos da SMCC. Informações sobre as atividades: Depto Científico da SMCC – cientifico@smcc.com.br
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ENOTURISMO
A Cabernet Franc em Alta Bruno Vianna, DipWSET Presidente da SBSomm Professor, Jornalista de Vinhos Jurado, Consultor e Palestrante em Vinhos
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Cabernet Sauvignon é a casta mais famosa do mundo. Tão famosa, que muitos se esquecem da “outra Cabernet”, que recentemente tem encontrado uma revitalização em muitos países e passa a ser mais demandada pelos consumidores. A Cabernet Franc de fato é uma das castas mais importantes para a vitivinicultura, a começar por ter gerado filhas ilustres, como a Cabernet Sauvignon, Merlot e Carmenère. Em 1997, descobriu-se pelo exame de DNA que a Cabernet Sauvignon era resultado do cruzamento de Cabernet Franc x Sauvignon Blanc, abrindo uma nova era no mapeamento genético das variedades de uva. Do cruzamento com a Magdeleine Noire des Charentes, surgiu a Merlot; com a própria neta, Gros Cabernet, deu origem à familiar Carmenère. A Cabernet Franc é conhecida por diversos nomes, como Achéria (País Basco), Bouchet, Bouchet Franc ou Gros Bouchet (Saint-Émilion e Pomerol), Bouchy (Madiran), Breton (Vale do Loire), Cabrunet (Pomerol), Carmenet (Médoc), Vidure (Graves), etc. É a terceira nos vinhedos de Bordeaux, com 9,5%. Lá, é tradicionalmente plantada como uma espécie de seguro do viticultor, por brotar e amadurecer em época diferente da Merlot e Cabernet Sauvignon. Tem maior presença nos vinhedos mais frescos da margem direita da Gironde, onde amadurece muito melhor que a Cabernet Sauvignon, estando quase sempre presente nos cortes de Saint-Émiliion e dominante no ícone Château Cheval Blanc, no qual atinge uma de suas melhores expressões. Com taninos elegantes, coloração de média intensidade, aporta frescor e complexidade aromática aos cortes, com notas de framboesa e violeta, finesse e bom potencial de envelhecimento. Apesar de indissociável de Bordeaux, os estudos apontam sua origem um pouco mais ao sul, no País Basco espanhol, de onde teria migrado para Bordeaux e de lá para o Vale do Loire. No Vale do Loire, atinge a maior superfície plantada mundial e alto nível de reconhecimento; passa de coadjuvante a ator principal, forjando o principal estilo de vinhos tintos da região. Está presente principalmente nas denominações Chinon, Bourgueil, Saint-Nicolas de Bourgueil, Saumur, Saumur-Champigny e Anjou-Villages. É também encontrada no sudoeste da França e no Languedoc-Roussillon. A Itália figura em segundo lugar como área plantada, concentrada no Friuli e na Toscana. No Canadá, o maior destaque é o Ice Wine, em suas 3 uvas tradicionais: Vidal, Riesling e Cabernet Franc. Na Argentina, vem acontecendo uma verdadeira febre pela Cabernet Franc, que ainda não tem uma grande área plantada, mas caiu na graça de excelentes e experientes enólogos, que lhe dedicam especial atenção, a ponto de Alejandro Vigil, enólogo 26 | REVISTA MEDICAÇÃO | ABRIL/JUNHO 2019
da Catena Zapata, ter montado um projeto à parte, junto com a Adrianna, filha mais jovem de Nicolás Catena, para exploração dessa variedade – El Enemigo. Fenômeno parecido acontece no Chile, onde a busca pelo terroir nas vinícolas mais avançadas se dá em toda a extensão do território. O Brasil está 4 décadas adiantado na descoberta da Cabernet Franc, que era a casta predominante nos anos 1970’s, quando eu iniciava no mundo do vinho. Infelizmente, o material genético à época estava contaminado por vírus e as parreiras foram sendo eliminadas, o que coincidiu também com o movimento mundial querendo Cabernet Sauvignon, cepa que passou a ser plantada indiscriminadamente em todo o mundo na década de 1980-90. Muito tempo se passou até admitir que a Cabernet Sauvignon não faz sentido em um clima que só tem condição de levá-la à maturação plena em poucos anos por década, até que se decidiu substituí-la pela Merlot. Exemplares interessantes de Cabernet Franc vêm reaparecendo em diversos terroirs brasileiros, como Serra Gaúcha, Serra do Sudeste e até mesmo na Serra da Mantiqueira. Nas Avaliações Nacionais anuais, esta casta tem sido sempre um destaque entre os 8 vinhos tintos eleitos, contando com 2 exemplares em 2018, 2 em 2017 e 1 em 2016.
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