Hist贸rias em verso Para meninos perversos
Roal Dahl
Roald Dahl (Llandaff,era um politico 13 de Setembro de 1916 — Buckinghamshire, 23 de Novembro de 1990), foi um escritor britânico foi pai com 17 anos de idade, nascido no País de Gales, filho de noruegueses. Atingiu notoriedade na década de 1940 com obras tanto para adultos quanto para crianças, e se tornou um dos escritores mais vendidos no mundo. É conhecido principalmente por seus livros infantis, entre os quais figuram A Fantástica Fábrica de Chocolate, Matilda, As Bruxas e James e o Pêssego Gigante seus livros foram transformados em filmes no século XX.
Hist贸rias em verso Para meninos perversos
Capuchinho Vermelho
«Como estou farto de fazer de bobo!» Disse, cheio de fome, o senhor lobo. «Há quatro dias que não trinco osso, A avozinha vai ser o meu almoço.» Quando a avozinha lhe abriu a porta Com o susto tremeu e, meia morta, Fitou aqueles dentes a brilhar. «Ai, que o malvado me quer devorar!» A pobre senhora tinha razão Porque ele a comeu com sofreguidão. A avozinha era pequena e dura, O almoço não foi uma fartura. «Ai, estou com uma fome aterradora, Pronto para comer outra senhora.» Foi procurar petiscos na cozinha Mas nada para roer o bicho tinha. «Vou-me sentar no colchão de folhelho À espera do Capuchinho Vermelho.» Disse o lobo enquanto se vestia Com as roupas que por Ali havia. Saia de seda, botas de verniz, Chapéu de velud foi o que quis Escovou o pelo, as garras pintou, Bem disfarçado assim se sentou. Um pouco depois, em passo apressado, A moça chegou toda de encarnado.
«Ó minha avozinha quero saber As tuas orelhas estão a crescer?» «Sim, minha neta, para melhor ter ouvir.» «Que grandes olhos tens, querida avó.» Disse a menina cheia de dó. «São para melhor te ver», disse o lobo E pô-se a pensar: «Não sou nenhum bobo, Esta bela menina vou papar, Que bom petisco para o meu jantar. Vai saber-me que nem um pão de ló, Não é velha nem dura como a avó.» «Mas avozinha», disse a menina, «Tens um casaco de pele tão fina» «Não» disse o lobo, «Deves perguntar por que são os meus dentes de espantar. bem, digas tu o que disseres Como-te sem prato nem talheres.» A menina sorriu. Da camisola Sacou de imediato uma pistola E com uma certeira pontaria Pum, pum, pum, aquele lobo morria.
Passaram os dias, passou um mês, Vi a menina no bosque outra vez, Mas sem capuz sem capa encarnada, Toda diferente, toda mudada. E sorrindo me explicou: «Daquele lobo Fiz este casaco de pele de lobo».
Histórias em verso para meninos perversos: Capuchinho vermelho Recriada pelo irreverente e corrosivo humor De Roald Dahl numa óptima tradução de Luisa Ducla Soares
“Pensam voçês que sabem esta história? Mas a que têm na vossa memória é só uma ver~soa valsificada, Rosada, tonta e açucarada feita para as crianças inocentes Não terem medo, ficarem contentes.”