Estruturalismo, espaço doméstico e pandemia.

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ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA Maria Clara Cabral

RECIFE 2021



Maria Clara Tadeu Cabral Alves

Estruturalismo, Espaço Doméstico e Pandemia: O Estruturalismo aplicado ao problema do Espaço doméstico na Era Pandêmica.

Trabalho Final de Graduação apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP) como requisito à obtenção do título de Arquiteta e Urbanista. Autora: Maria Clara Cabral. Orientadora: Professora Ana Luísa Rolim.

RECIFE 2021



A Deus; À Gracilete, Adriana, Verônica, Sandra e Andréa, todas Marias matriarcas que vieram antes de mim; A Bartolomeu; A José Luiz;

Ao futuro, que nele problemáticas sejam desafiadoras, não trágicas.


RESUMO

O trabalho consiste na aplicação do Estruturalismo arquitetônico ao problema do espaço doméstico na era pandêmica. A investigação acerca do histórico de pandemias no século XX mostrou que o isolamento em ambiente doméstico tem sido uma medida fundamental de prevenção e contenção de vírus. Por outro lado, argumenta-se que muitos protocolos cotidianos sanitários desejáveis, semelhante ao que hoje ocorre com o Covid-19, não foram considerados na proposição de soluções arquitetônicas para o ambiente domiciliar. Como uma alternativa de abordagem arquitetônica para esta situação, visando um melhor enfrentamento dos problemas relacionados ao ambiente doméstico em contextos pandêmicos, este trabalho propõe revisitar o movimento holandês do Estruturalismo. Aliando a valorização do espaço coletivo pensado a partir de padrões individuais a estratégias sanitárias habitacionais em combate às pandemias, pretende-se lançar um novo olhar sobre a produção do espaço habitacional no século XXI. Para tanto, o estudo objetiva o estabelecimento de um conjunto de normativas e diretrizes recomendáveis no enfrentamento e atenuação dos efeitos do vírus Covid-19 na escala de ambientes domésticos. Palavras-chave: Pandemia, Habitação, Estruturalismo, Espaço doméstico.


ABSTRACT

The work consists of the application of architectural Structuralism to the problem of domestic space in the pandemic era. Looking at the history of pandemics in the 20th century, isolation in the domestic environment proved to be a fundamental measure for the prevention and containment of viruses; On the other hand, it is argued that many desirable daily health protocols, similar to what occurs today in the Covid-19 era, have not been considered when proposing architectural solutions for the domestic environment. As an alternative to this situation and to better face the problems caused by the current pandemic, this work aims to revisit the Dutch architectural structuralism movement. Combining its approach, which aims at valuing the collective space conceived from individual standards, with the strategies of housing health in combating pandemics, This study launches a new look at the production of housing space in the 21st century. To this end, the study aims to establish a set of rules and guidelines recommended to face and mitigate the effects of the Covid-19 virus on the scale of domestic spaces environments.

Keywords: Pandemic, Housing, Structuralism, Domestic Spaces.




SUMÁRIO

1

4

INTRODUÇÃO

OBJETIVOS

2

NARRATIVA

3

2.1

Zeitgeist: contemporaneidade

3.1

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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

JUSTIFICATIVA

SARS e Gripe Espanhola: panoramas 3.1.1 Comparativo: panorama 1918 x panorama 2020 3.1.2 SARS, MERS e SARS-CoV2 3.1.3 Aumento de urgência em diretrizes mundiais anteriores ao Covid-19 3.2 Porque estruturalismo, porque habitação

6

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

6.1

Grupo de Risco x Necessidades Análise de diretrizes habitacionais para Covid-19 Habitação no Recife: pavimento tipo Pavimento tipo x Covid-19 Revisão Bibliográfica: estruturalismo O estruturalismo como didática na leitura da sociedade A pertinência do estruturalismo arquitetônico Sintetizando diretrizes estruturalistas Aldo Van Eyck e o lugar da imaginação

6.1.1 6.1.2 6.1.3 6.2 6.2.1 6.2.2 6.2.3 6.2.4


7

PRECEDÊNCIAS PROJETUAIS

7.1 Herman Hertzberger: casas diagonais

8

A PROPOSTA

Parte I: Partido 8.1 Introdução 8.2 Associação entre diretrizes estruturalistas e diretrizes pandêmicas Parte II: Forma 8.3 Essências 8.3.1 Lugar e Articulação 8.3.2 Biofilia 8.4 Dimensionando 8.5 Plantas tipo

CONSIDERAÇÕES FINAIS

BIBLIOGRAFIA


CONCEITUAÇÃO

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ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA


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CONCEITUAÇÃO

INTRODUÇÃO

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INTRODUÇÃO

Figura 02: Long-awaited cuddle, 2020, Lesley Garven.

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INTRODUÇÃO

A quarentena desencadeou ressignificados a sentimentos, relações, usos e ambientes. Neste panorama, a habitação como espaço de morar também sofreu mudanças em seu valor, funções e usos, ganhando intensidade com o confinamento: o que antes era apenas o lugar de morar, hoje carrega novas necessidades, estas processuais ou sanitárias e sociais. Ao observar o panorama da pandemia da gripe espanhola, é percebido como, passados mais de 100 anos, a proteção hospitalar, controle e estudos científicos de patógenos e o sistema de saúde mundial ainda contém brechas, que oportunizam o aparecimento de novas pandemias. A habitação foi convertida em uma espécie de instrumento de controle pandêmico, e, por isso, faz-se necessário contemplar também processos sanitários inéditos à grande parcela da população, sejam estes logísticos (manutenção do controle no espaço), acrescido de fatores relacionais (convivência contínua com os familiares), ou até mesmo a solidão. Ao se deparar com uma arquitetura que não satisfaz às mais recentes necessidades do século XXI, elencar uma corrente arquitetônica foi crucial para a compreensão de como esse espaço deve ser na prática. O estruturalismo arquitetônico foi então elencado, por potencial suprir necessidades. Assim, com isolamento em ambiente doméstico despreparado, a aplicação do estruturalismo arquitetônico ao problema do espaço doméstico, oportunizando conjunto de normativas e diretrizes que rejam a produção do espaço habitacional, considerando a condição pandêmica global atual.

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CONCEITUAÇÃO

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CONCEITUAÇÃO

NARRATIVA

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CONCEITUAÇÃO

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CONCEITUAÇÃO

Zeitgeist SUBSTANTIVO SINGULAR O zeitgeist de um determinado lugar durante um determinado período da história são as atitudes e idéias que são geralmente comuns lá naquela época, especialmente as atitudes e idéias mostradas na literatura, filosofia e política.

https://www.collinsdictionary.com/pt/ dictionary/english/zeitgeist

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NARRATIVA

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2.1 Zeitgeist: contemporaneidade

Os avanços e eventos do século XIX se mostram relevantes até os dias atuais. Com a revolução industrial e busca pela expansão das produções industriais diversas, crescimento e melhorias de modais de transporte, ele propicia as bases de ações e pensamentos globais fundamentais décadas e séculos depois. Com a revolução industrial, houve a propulsão do imperialismo, graças a um neo-colonialismo por busca de matéria prima barata e mercado consumidor para seus produtos, havendo atritos entre países que queriam mais domínio, gerando então a Primeira Guerra Mundial, uma difusora inicial do que viria a ser a gripe espanhola. Um mundo gerido pelos fundamentos e ferramentas da globalização da forma que foi constituída, como mostrou-se, é um terreno fértil para os sintomas do que é vivido atualmente pelo mundo. Viagens e avanços em modais de transporte são necessários, guerras e doenças existem em decorrência da existência da humanidade, mas mecanismos como a globalização funcionam como um catalizador para esses eventos no tecido temporal em que a história é contada, alimentando ciclos, sejam sociais (como guerras), sejam naturais (como pandemias).


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NARRATIVA

É interessante perceber como acontecimentos tecem a realidade: até 2019, o Zeitgeist dessa Era se via outro, com prioridades relacionais, profissionais, existenciais diferentes, geradas organicamente a partir de seu passado, os avanços e eventos desse passado; e como a distância temporal de pandemias passadas, ou incredulidade e despreparo para uma nova, transformaram o espírito do tempo atual: com a pandemia do Covid-19, juntamente à outras esferas sociais, como a política e privada por exemplo, o ano de 2020 será um marco suficiente para mudar até conceitos padrão, e por consequência, o Zeigeist da atualidade. Se antes havia a compreensão de relações, construções sociais, orientadas pelo sentimento de imprevisibilidade do que o futuro reserva, por consequência denotando fugacidade e fragilidade de ações e decisões (BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida.), atualmente já não sabe-se o resultado desse sentimento: o presente como parte de um ciclo natural global é um lembrete do tamanho de um ano e meio (até agora) de que sim, existem imprevisibilidades e fragilidades, mas que também existem pautas com possibilidades de prevenções: prevenir-se para não ter que gerir depois consequências mortais. É possível perceber também uma retenção, seja pela economia, seja pelas relações, de investimentos arrojados: em vez de fugacidade que sucede fugacidade, a incerteza agora atrai a necessidade de solidificação das relações sociais, sejam familiares, fraternais, amorosas ou até consigo mesmo. Na Era da informação, tragicomicamente as pessoas esqueciam-se de priorizar as cruciais, um hábito que provavelmente não será colocado de lado novamente tão cedo. Os avisos existiram. No TED 2015 e na Conferência de Munique no mesmo ano, Bill Gates palestra a respeito do surto de Ebola em 2014, e o despreparo para novas ameaças epidêmicas:

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NARRATIVA

Figura 04: Mulheres à Janela , Bartolomé Esteban Murillo/POA Estudio

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NARRATIVA

“A questão não foi que houvesse um sistema que não funcionava muito bem, a questão é que não tínhamos sistema algum. [...] não havia grupo de epidemiologistas prontos para agir, visto que era uma doença, visto o quanto tinha se espalhado. [...] Não havia ninguém lá para verificar as abordagens de tratamento, para avaliar o processo de diagnóstico com base nas crescentes dificuldades de infraestrutura sanitária e consequentes patologias já identificadas. [...] O fracasso de preparação pode permitir que uma próxima epidemia fosse drasticamente mais devastadora que o Ebola. [...] Pode haver um vírus que deixe o paciente aparentemente bem no estágio contagioso, a ponto dele conseguir viajar de avião ou ir ao mercado”. (informação verbal)².

“Seja por um acaso da natureza ou pelas mãos de um terrorista, epidemiologistas dizem que um patógeno aéreo de alta velocidade pode matar mais de 30 milhões de pessoas em menos de um ano. E eles dizem que há uma probabilidade razoável que o mundo sofra com uma epidemia do tipo nos próximos 10 a 15 anos.” (informação verbal)¹

Além de Bill Gates, Dr. Peter Daszak (presidente ecohealth alliance) Joel Montgomery da CDC, dentre outras figuras públicas já vinham falando a respeito da precariedade do sistema mundial de saúde, e da fragilidade para uma próxima pandemia.

¹ Fala de Bill Gates em palestra para Conferência de Munique, 2015 ² Fala de Bill Gates em palestra para TED2015, 2015.

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NARRATIVA

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Dentre figuras políticas, Giuseppe Conte em 30 de Janeiro de 2020 na Itália, Hassan Rouhani em 25 de fevereiro no Iran, Boris Johnson em 3 de Março no Reino Unido, e Jair Bolsonaro em 10 de Março no Brasil, foram a público para descredibilizar o potencial perigo de pandemia, sem levar em consideração previsões dos profissionais e figuras públicas de saúde. A quarentena desencadeou ressignificados a sentimentos, relações, usos e ambientes. Neste panorama, a habitação como espaço de morar também sofreu mudanças em seu valor, funções e usos, ganhando intensidade com o confinamento: o que antes era apenas o lugar de morar hoje carrega novas necessidades, sejam processuais/sanitárias, sejam sociais. A habitação foi convertida em uma espécie de instrumento de controle pandêmico, e por isso faz-se necessário contemplar também processos sanitários inéditos à grande parcela da população, sejam estes logísticos, de manutenção do controle no espaço, acrescido de fatores relacionais, sendo de convivência contínua com os familiares, ou até mesmo a solidão. É sabido que provavelmente o Coronavírus não será a última pandemia no século. Na verdade, o Sars-CoV-2, como o próprio nome já declara, é um vírus da família SARS, que provocou outros 2 surtos, em menor escala, já neste século. Dito isso, a prevenção e temporadas de quarentena devem fazer parte de um período significativo, até que as autoridades globais desenvolvam vacinas e melhor infraestrutura sanitária, seja para o Sars-CoV-2, seja para futuras pandemias.

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NARRATIVA

Desta forma, foi estabelecido um novo normal, que, passageiro ou perene, abre espaço para novas perspectivas acerca da arquitetura habitacional. Esse olhar redobrado para habitação em 2020 despertou uma consciência coletiva, que questiona os padrões normativos no ambiente doméstico. Tanto em escala individual, como em escala urbana, é inegável o impacto social, psicológico, ambiental, financeiro e principalmente sanitário que a quarentena tem causado: a maioria das pessoas por todo o mundo se viram obrigadas a abrir mão de realidades já conhecidas, encarando o desconhecido, adaptando-se a uma nova ótica normativa de mundo - a que o olha de dentro pra fora, retraduzindo a habitação e tornando-a numa espécie de nova paisagem da jornada de trabalho, da educação das crianças, das celebrações com amigos de forma remota, e tantos outros cenários que anteriormente percorriam escalas urbanas. Se antes as relações para além do núcleo familiar ocorriam, em sua maioria, fora das suas moradias, agora precisam ser alcançadas através das tecnologias disponíveis no ambiente doméstico. Além disso, pessoas precisam gerenciar dinâmicas familiares, o que gera uma maximização de tarefas e situações conflitantes, além de problemas psicológicos. A lacuna criada com a ausência do ambiente urbano no cotidiano é então preenchida com reinterpretações em escala habitacional - que vão de eventos e reuniões virtuais no home office e momentos de reflexão no jardim ou varanda, ao reavivamento de inteirações com vizinhos pelas varandas, novos hábitos culinários e momentos de autocuidado.

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CONCEITUAÇÃO

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CONCEITUAÇÃO

JUSTIFICATIVA

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JUSTIFICATIVA

3.1

SARS e Gripe Espanhola: Panoramas

“[...] then there is a very real threat of a rapidly moving, highly lethal pandemic of a respiratory pathogen [...]. The world is not prepared.” (GPMB, Setembro, 2019, p. 06)

Apesar da pandemia da Covid-19 ser uma situação única, ao se atribuir momento temporal com momento pandêmico, a humanidade já teve que reinventar-se antes devido a pandemias e surtos sanitários. O século XX coleciona 3 grandes pandemias: gripe espanhola, gripe asiática, e a gripe de Hong Kong, sendo a gripe espanhola a mais letal, matando 25 vezes mais que a Primeira Guerra mundial; além dessas, diversas epidemias e endemias. Observar o panorama da pandemia da gripe espanhola não apenas se torna um exercício comparativo utilitário, mas também demonstra como, passados mais de 100 anos, a proteção hospitalar, controle e estudos científicos de patógenos, e o sistema de saúde mundial contém brechas, que oportunizam o aparecimento de novas pandemias. Essas brechas, somadas ao comportamento da população perante enfermidades, terminam por evidenciar a necessidade de preparo em ofícios correlacionados - como a arquitetura e urbanismo - como suporte de contenção e prevenção de novas patologias, até que todo o sistema de saúde mundial faça avanços em tecnologias, pesquisas científicas, vacinas e protocolos de saúde, afim de tornar pandemias eventos mais raros e com menor letalidade.

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JUSTIFICATIVA

Figura 05: Marinheiros gargarejam em conjunto na Inglaterra em 1938


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CONCEITUAÇÃO

PESTE PULMONAR

HIV

EXTREMAMENTE MORTAL

PESTE BULBÔNICA

GRIPE AVIÁRIA EBOLA

MORTAL VARÍOLA PÓLIO

FEBRE TIFOIDE POUCO MORTAL

GRIPE ESPANHOLA CÓLERA

COVID-19 MENOS MORTAL

SARAMPO

GRIPE SUÍNA GRIPE NÃO CONTAGIOSA

CONTAGIOSA

MUITO CONTAGIOSA

Fonte: Information is Beautiful, 2018, tradução nossa. https://www.informationisbeautiful.net/visualizations/the-microbescope-infectious-diseases-in-context/

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EXTREMAMENTE CONTAGIOSA


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JUSTIFICATIVA

3.1.1 Comparativo: panorama 1918 x panorama 2020 Com três ondas, a gripe espanhola matou cerca de 50 milhões de pessoas, e durou entre 1918 e 1919, desaparecendo em 1920, sem haver uma cura propriamente dita, apesar da humanidade recorrer a várias práticas, como, por exemplo, ao gargarejo como prevenção (figura ao lado). Existem 2 teorias de locais onde possa ter surgido: Estados Unidos ou China. Sendo uma mutação zoonótica, o vírus Influenza (ou H1N1) passou de aves para seres humanos, e se espalhou rápido possivelmente pela soma de fatos: Há uma tese aceita de que inicialmente se espalhou na Europa através das tropas militares norte-americanas, devido a guerra; posteriormente, nos demais continentes graças às viagens de pessoas, e do transporte internacional de mercadorias. Aqui, no Brasil, chegou por meio de uma embarcação, que passou por Lisboa, Recife, Salvador e Rio de Janeiro; apenas locais remotos conseguiram escapar da pandemia da gripe espanhola. A gripe espanhola não teve um tratamento de cura: por ser uma época em que não havia avanços tecnológicos e de pesquisa na medicina suficientes, os tratamentos funcionavam com paleativos, sendo os procedimentos de prevenção grandes aliados à retenção da doença. Ficou também sem resposta o fato da doença acometer uma faixa etária em especial: jovens de de 20 a 30 anos. A doença fez sistemas de saúde entrarem em colapso por todo o mundo, forçou a medidas emergenciais, com a criação de hospitais improvisados, o uso de máscaras, e o isolamento social, havendo fechamento de diversos equipamentos urbanos, e em muitos municípios o extímulo a quarentena.

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JUSTIFICATIVA

Em Manhattan, a população diminuiu de 2,5 milhões, em 1920, para 1,5 milhão, em 1970. Além das mortes, outro efeito colateral da referida pandemia acontecera: o êxodo urbano, como busca de melhor qualidade de vida, que foi possível ver por todo o mundo. Seguindo um gráfico de mortalidade x contágio (na página ao lado), é possível encontrar a gripe espanhola bem próxima de outra doença: a Covid-19. Apesar de pertencerem a família de vírus diferentes, as duas pandemias trazem muitos aspectos em comum, como as medidas preventivas, efeitos colaterais sociais, e dificuldades sanitárias a serem vencidas. Ou seja, apesar da natureza de um vírus não ser semelhante a outra, as respostas da sociedade são, o que salienta a demora em mais de 100 anos para avanços básicos no sistema mundial de saúde, demandando a necessidade de propostas multidisciplinares auxiliares no controle e prevenção.

3.1.2

SARS, MERS E SARS-CoV2

O vírus SARS-CoV2 é apenas o vírus mais recente encontrado que faz parte de uma família de coronavírus infectável em humanos. Dentre os 7 vírus, 4 deles na verdade são bem comuns à humanidade, sendo causadores de até 1/4 dos resfriados comuns. Isso ocorre porque são menos letais, com um índice de contágil facilitado. Com isso, conseguem infectar mais pessoas, sendo cíclicos, algo interessante para sobrevivência de um virus. Porém, o SARS-CoV2 é diferente: junto ao SARS, e MERS, são vírus com um equilíbrio mais otimizado entre letalidade e contágio, ou seja, são mais letais, e ainda assim atingir um alto

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JUSTIFICAÇÃO

SARS-COVID19

Severe Acute Respiratory Syndrome

CORONA VIRUS DISEASE 2019

COROA

ESPÍCULAS

- LETAIS, + ABUNDANTES CAUSAM ATÉ 1/4 DOS RESFRIADOS COMUNS, IMUNIDADE TEMPORÁRIA HUMANA DE 1 A 2 ANOS

HCoV-OC43

HCoV-229E

HCoV-NL63

HCoV-HKU1

FAMÍLIA CORONAVÍRUS EM HUMANOS SARS-CoV2

MERS-CoV

SARS-CoV

Figura 07: Entendendo o vírus, Fonte: produção nossa.

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JUSTIFICATIVA

Habitação Humanista x Panoramas Pandêmicos

índice de contágio, não havendo uma previsão exata de quanto tempo um surto ou pandemia demoraria a ser extinta naturalmente, como a Gripe Espanhola de 1918, ou de quando irão evoluir e causar danos novamente a sociedade. Entre 2002 a 2003, houve um surto de SARS-CoV mundial, que resultou cerca de 8.000 casos, e 800 mortes; com início em 2014, novamente houve um surto mundial, agora de MERS-CoV. Compreendendo que estão sempre presentes (sejam os vírus mais abundantes e menos letais, sejam os que causam surtos com índice de mortes considerável), é importante trazer essa temática para outras disciplinas paralelas à saúde, como a arquitetura, principalmente no meio acadêmico, como medida de normalizar esse entendimento em pautas e projetos, tornando o discurso destes mais completo e fiel a problemáticas encontradas na sociedade.

3.1.3 Aumento de urgência em diretrizes mundiais anteriores ao Covid-19

Compreendendo a natureza única da situação atual, o CAU, ABAP, ABEA, AsBEA,FNA, IAB e FeNEA utilizaram a Carta “Nossas Cidades pedem Socorro”, lançada nas eleições de 2018, como ponto de partida para criação de uma nova carta, intitulada “CARTA-ABERTA À SOCIEDADE E AOS (ÀS) CANDIDATOS (AS) NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2020 – UM PROJETO DE CIDADES PÓS-PANDEMIA” na qual declara:

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Habitação Humanista x Panoramas Pandêmicos

JUSTIFICAÇÃO

Figura 08: HOME, Cinta Vidal, 2018


JUSTIFICATIVA

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“[...]A pandemia da Covid-19 escancarou essa triste realidade ao nos impor o refúgio em moradias que, dependendo da localização e condições construtivas e sanitárias, do mesmo modo se transformaram em ‘armadilhas’.

[...] Para garantirmos a sustentabilidade

econômica, ambiental e social, que assegurariam uma sociedade mais fortalecida e preparada para desafios futuros, é fundamental acelerarmos o cumprimento dos objetivos da Agenda 2030 e da Nova Agenda Urbana das Nações Unidas.”

A Agenda 2030 da ONU por sua vez tem como “Objetivo 11 Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis”, que toca ao tema e situação atual, enquanto a Nova Agenda Urbana das Nações Unidas diz:

‘26. Comprometemo-nos com o desenvolvimento urbano e rural que seja centrado em pessoas, que proteja o planeta e que seja sensível à idade e ao gênero, e a realizar todos os direitos humanos e liberdades fundamentais, facilitando a vida em coletividade, dando fim a todas as formas de discriminação e violência e empoderando todos os indivíduos e comunidades, além de promover sua participação plena e significativa. Comprometemonos, ademais, a promover a cultura e o respeito pela diversidade e igualdade como elementos fundamentais na humanização de nossas cidades e assentamentos humanos.’

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JUSTIFICATIVA

Como formular espaços, em um novo panorama mundial, centrados em pessoas? Como garantir a coletividade num momento de isolamento? Como tornar os usuários participantes significativos no processo projetual? É possível promover uma cultura projetual mais plural e ampla em projetos? Não apenas social, as problemáticas domésticas pandêmicas se mostram fundamentalmente arquitetônicas. Diante da leitura do cenário, por pessoas ou entidades, é compreendida e esperada uma busca por resoluções que venham contribuir com os questionamentos colocados anteriormente, com enfoque no ambiente doméstico, afim de enriquecer o debate, além de desenvolver propostas no campo do projeto arquitetônico.

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3.2

JUSTIFICATIVA

Porquê Estruturalismo, Porquê Habitação

Como recorrente tema em notícias gerais e publicações e concursos de arquitetura (como se percebe pelos recortes na página ao lado), a pandemia demonstra-se pauta a ser implementada daqui pra frente, não apenas em rotinas, mas no exercício da profissão. Coube então implementá-la como tripé base deste trabalho, juntamente com as outras pautas. Elencar o estruturalismo como um auxiliar na busca por respostas se deu por uma série de semelhanças conceituais positivas dentro do seu leque de projetos, e como elas detém potencial de suprir necessidades, lacunas, experienciadas na quarentena. Dentre elas, a se destacar: - A quebra de estereótipos habitacionais, até hoje em voga; - A compreensão da interação do usuário com espaço projetado, que recai na escolha por muitas vezes de não criar projetos fechados, i.e., que consideram e instigam o usuário a intervir a sua maneira; - A busca projetual por criar espaços com múltiplas interpretações pelo usuário; - O uso de diferenças como potencial projetual; - A leitura do território como único, i.e., que considera suas especificidades, utilizando-as como potencialidade no processo de criação, criando assim ao espaço o caráter de microcosmos. Em decorrência, os projetos se tornam únicos, ainda que abertos a intervenções; - Naturalmente, por não se enquadrar com ideais políticos-sociais de atuais figuras políticas no poder, i.e., é uma corrente com bases humanistas, tem um saudável caráter crítico, interessante para atualidade.

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JUSTIFICATIVA

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A escolha temática e temporal do escopo ocorreu principalmente pelas questões colocadas anteriormente: ser um dos principais usos com lacunas que estão sendo revisitadas constantemente pelos usuários. O uso habitacional, mais específicamente o entendimento de ambiente doméstico, é uma pauta inerente da pandemia: quem diria que uma das principais ferramentas num controle pandemico seria um invento tão primordial, da construção civil? Algo que já foi vivido com outras pandemias, mas que provavelmente seria pensado em segundo plano por uma sociedade inexperiente com a natureza da situação, em parte por já ser colocado antes nesses postos, devido a tantos fatores, como especulação imobiliária, visão por grande parte da sociedade da moradia como bem e não como direito, descredibilização do papel da(os) arquitetas(os) na sociedade, priorização pela maioria da sociedade da vivência pública e jornada de trabalho em comparação com a vivência e relações domésticas, entre outros. Por isso, não apenas afim de investigar soluções e próximos passos à situação pitoresca que é vivenciada globalmente, mas principalmente como reforço no discurso de importância da habitação para sobreviência da sociedade, o ambiente doméstico foi também um dos objetos alvos de proposição do presente trabalho.

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JUSTIFICATIVA

Figura 10: Crianças gargarejando como prevenção à gripe


CONCEITUAÇÃO

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CONCEITUAÇÃO

OBJETIVOS

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Figura 11: Corte isométrico do Centraal Beheer, Herman Hertzberger, Fonte: https://www. ahh.nl/ Edição: produção nossa.


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OBJETIVOS

OBJETIVOS

GERAL: - Propor um conjunto de normativas e diretrizes que rejam a produção do espaço habitacional, considerando a condição pandêmica global atual.

ESPECÍFICOS: - Explorar o conceito do Estruturalismo na arquitetura para elaborar soluções habitacionais; - Simular um conjunto de soluções estabelecidas para habitação, exemplificando como esses novos espaços podem ser dispostos no programa de Arquitetura.

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CONCEITUAÇÃO

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CONCEITUAÇÃO

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

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Figura 12: Casa diagonal, Herman Hertzberger. Fonte: https://www. ahh.nl/


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para atingir os objetivos propostos, o trabalho estrutura-se da seguinte metodologia investigativa: 1. Revisão Bibliográfica 1.1 Produções que discutam a arquitetura estruturalista (como por exemplo “An Architectural Theory of Relations Sigfried Giedion and Team X”, de Sarah Deyong); 1.2 Ambiente doméstico em perspectiva pandêmica (como pode ser verificado nos guias cruzados na conceituação temática); 1.3 Lições de arquitetura, de Herman Hertzberger. Com base nestas revisões, foram definidos objetos de análise, que auxiliam na construção do discurso. 2. Cruzamento de informações 2.1 Após definidos objetos de análise, esses foram cruzados, afim de se criar informações filtradas de acordo com os questionamentos postos em prova; 2.2 Com as informações filtradas é possível propor e questionar paradigmas colocados no trabalho; 3. Criação de designs normativos 3.1 Como produto resultante das etapas anteriores, as informações serão cruzadas de forma espacial, utilizando atribuições estruturalistas espaciais como ferramentas na busca de soluções à questões domésticas pandêmicas.

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CONCEITUAÇÃO

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CONCEITUAÇÃO

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

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CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

Figura 13: apartamento multifamiliar, Fonte: © Iwan Baan, 2020.

6.1

Grupo de risco x Necessidades

Segundo a OMS - Organização Mundial de Saúde, no grupo de risco é englobado asmáticos, fumantes, hipertensos, diabéticos, pessoas com problemas cardiovasculares e pessoas acima dos 60 anos. Devido a essas características, somadas ao potencial de contágio do vírus, a quarentena veio como ferramenta atenuadora do perigo à essa camada da população, além dos assintomáticos, onde 40% das transmissões do novo coronavírus ocorrem antes que as pessoas apresentem sintomas da doença (fonte: CNN Brasil). As novas necessidades espaciais, advindas do novo panorama, tem potencial para intensificar problemáticas imobiliárias já existentes pelo mundo, como por exemplo a má

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CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

qualidade de vida nas cidades grandes e capitais, o tamanho reduzido e má qualidade das unidades habitacionais, ou a falta de coesão social dos bairros. O novo panorama também impulsiona novas questões, como uma tendência ao êxodo urbano possibilitado pela não obrigatoriedade de proximidade física contínua ao trabalho. Sendo um exemplo dessas cidades, Recife apresenta uma homogeneidade de plantas baixas habitacionais multifamiliares, espécie de “pavimento tipo”, com aparente roteiro espacial replicado independente de construtora, bairro, orientação solar e outras variáveis, essa replicação, junto ao teor genérico dessas edificações resultam numa variedade de soluções inadequadas, por buscarem o genérico em lugar de uma qualidade espacial mais nichada e sensata. Levando em consideração a cidade do Recife como território que exemplifica as problemáticas imobiliárias citadas, e diante do empasse habitacional protagonista, seria a “planta tipo” da habitação multifamiliar no Recife receptiva para as referidas mudanças, ou essa genericidade deve ser revista em futuros projetos? Considerando uma variedade de guias de habitação para Covid-19 disponíveis, que estratégias tomar para essas mudanças? Com a maior abertura para o trabalho remoto, como fortalecer e estimular o morar no centro através do novo estilo de morar e viver?

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CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

Figura 14: apartamento multifamiliar, Fonte: © Iwan Baan, 2020.

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ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

6.1.1

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

Análise de diretrizes habitacionais para Covid-19

Com períodos de quarentena, atrelados ao período total da pandemia, até agora foram implementados à rotina da maioria da população uma série de protocolos, logísticas e reconsiderações espaciais, afim de minimizar riscos, ou trazer mais conforto ao dia a dia doméstico. Considerando futuras pandemias, faz-se pertinente uma boa cobertura dessas estratérgias, objetivando normalizar a nível projetual novas necessidades espaciais, tornando menos desconfortável e mais humanizada a passagem entre-quarentenas para quarentenas (e entre-pandemias para pandemias). Para tanto, foram elencados 6 guias, que exploram a habitação (dentre outros usos) e principais estratérgias no campo da arquitetura mundial frente à pandemia Covid-19. Em seguida, foram traçados principais eixos temáticos, com propósito de propor diretrizes e estratégias habitacionais para o Covid-19 nichadas, direcionadas (a seguir, tabela com cruzamento de guias, seguida das diretrizes por eixos temáticos). Posteriormente, breve investigação objetivando compreender novas tendências de morar e viver, e como servir-se delas para estimular e fortalecer o morar no centro.

55


Manual of Physical Distancing LTL Architects

Designing Spaces for Infection Control MASS Design

Designing Senior Housing for Safe Interaction MASS Design

Faça seus espaços respirarem melhor Fluxo sequencial através do espaço

Saliências externas acima das janelas, incorporadas ao projeto de fachadas.

Incentive as pessoas a irem ao ar livre Expanda o limite da unidade habitacional Projete para distância social, não isolamento social Projete para pessoas, não apenas contra patógenos

Aumente os protocolos de limpeza para superfícies de alto toque Reduza a pressão em locais de alto tráfego

Fonte: Manual of Physical Distancing - LTL Architects, Designing Spaces for Infection Control, Designing Senior Housing for Safe Interaction, Designing for Resilience: Adapting Facilities for the COVID Era - LS3P, Orientações da ARQUITETURA HOSPITALAR para o controle de contágio: COVID-19 - GEA- hosp, COVID Building type Multifamily Housing - AIA. Edição: a autora.

Repense a seleção de materiais e o tratamento de superfícies Janelas abertas para ventilação cruzada Exaustores ou sistemas mecânicos para puxar o ar para fora. Estratégias de purificação do ar, como Germicida Ultravioleta (GUV) para desinfecção do ar, ou filtros de ar

ventilação adequada e estratégias simples de fluxos de ar podem ajudar

Utilização de materiais porosos, como madeira, papelão,fibras, algodão e couro Os designs precisam respeitar usuário e preferências culturais e antecipar comportamentos naturais humanos; centrados no ser humano espaços podem inspirar confiança e esperança. Reduza o congestionamento e a dependência de espera em espaços comuns onde são infecciosos e pessoas saudáveis utilizam Sequenciar os fluxos de pessoas para limitar sobreposições desnecessárias.

Purificação e/ou renovação do ar

Iluminação

Desinfecção de superfícies

Comportamento do usuário e humanização


Orientações da Arquitetura Hospitalar para o controle de contágio: COVID-19 GEA-hosp

Designing for Resilience: Adapting Facilities for the COVID Era LS3P

Sugestão de luzes LED que cumprem duplo papel: iluminação e higenização Tecnologias de purificação de ar e sistemas de sanitização, como uso de Germicida Ultravioleta nos dutos, e sistema de deionização no manipulador de ar. criação e aplicação de protocolos comportamentais para moradores e visitantes escadas abertas e bem iluminadas, afim de que reduzir o uso de elevador. Para escadas fechadas, ventiladores de recirculação de ar, com filtros HEPA Projeto de climatização com nível superior de filtração para picos pandêmicos, utilizando filtros intercambiáveis para adaptar quando necessário Portas automáticas, com uso de cartão para passagem, reduzirão o toque Elevadores controlados por voz ou sem toque Para banheiros sociais (em térreo de edificações multifamiliares por exemplo) acionamento de elementos sem toque, com pias e sabonete, e sensores de ocupação para iluminação

Vestíbulos próximo à entradas podem exigir acesso a uma sala de saúde adjacente Sugestão de local para descarte de luvas e máscaras usadas

Recomenda-se também a colocação de algum mobiliário de apoio para higienização e bloqueio parcial do acesso. Nesta área serão colocados: caixa para sapatos ou bolsa de papel, porta bolsas ou maletas, porta-chaves, apoio de álcool em gel e álcool líquido 70% (INPM). Se houver um lavatório nas proximidades, este pode ser utilizado em substituição ao álcool em gel 70% (INPM).

Para lobbies e áreas de espera, circulação claramente marcada, com assentos individuais, e estações de desinfetante acessíveis,

Sugestão de sistema de triagem de febre infravermelho (IFSS) para entradas de edifícios Controles de estacionamento para reconhecimento de acesso, e tecnologias automatizadas em geral, reduzirão pontos de contato Revestimentos antimicrobianos, com íons de prata, cobre ou zinco

Pedir aos residentes que isolem e desinfetem as entregas, sapatos e EPI antes de traze-los para dentro de suas unidades. Limitar os ocupantes em elevadores com base na metragem quadrada e nas diretrizes de distanciamento físico Desinfecção de equipamentos, como lavadoras, secadoras, e bombas de bicicleta com freqüência ou após cada uso Limitar o número de visitantes que os residentes admitem em suas casas e comunidade de apartamentos Materiais, acessórios e acabamentos, dentro das unidades e ao redor do prédio, que sejam duráveis e fáceis de limpar.

Instalação de abridores de porta sem toque Higienizar o solado do sapato com água sanitária ou álcool 70% (INPM) ao entrar na unidade habitacional. Sofás e cadeiras não podem ser compartilhados.

Fluxos

No caso da existência de apenas um banheiro na residência, na sua entrada será estabelecida área de transição; recomenda-se a colocação de algum mobiliário para apoio e bloqueio parcial do acesso, enquanto paciente com diagnóstico positivo estiver utilizando o banheiro. No caso da residência possuir apenas um cômodo é recomendado estabelecer uma área de isolamento destinada ao morador com diagnóstico positivo para Covid-19.

Reformulações em layout

Fornecimento de estações de higienização das mãos e material de limpeza Lembrar os residentes de lavar as mãos regularmente, especialmente ao entrar e antes de deixar suas unidades. Incentivar os residentes a remover itens em torno da pia do banheiro, como uma escova de dentes e escova de cabelo, e armazená-los em outro lugar

Aumento do tamanho da sacada e do pátio para ampliar os espaços de estar, bem como varandascom telas e venezianas Parcelas de jardins mais amplas para uso do inquilino

Amplas tomadas elétricas internas e externas para USB e energia conexões, disponibilidade robusta de rede Wi-Fi, serviço celular aprimorado para eliminar zonas mortas e conectividade Bluetooth/ Wi-Fi para impressora comum /estações de scanner no prédio.

A área contaminada deve possuir ventilação e iluminação natural (janelas abertas)

Para unidade habitacionais com morador infectado, será criada área de transição na entrada do seu quarto, com mobiliário semelhante ao utilizado na entrada da residência.

Materiais e tecnologias

Recomenda-se deixar o espaço amplo com o mínimo de mobiliário, mantendo portas fechadas e janelas abertas, sempre que possível.

Em casas com apenas um quarto, os demais moradores devem dormir na sala, longe da pessoa com diagnóstico positivo para Covid-19.

Uso de tollkits para auxiliar no padrão de fluxo em lobbies

Fluxos mais seguros em circulações horizontais apresentam viagens unilaterais, e vias de entrada e saída separadas.

Deve-se escolher uma porta de entrada e estabelecer a área de transição em suas proximidades, no exterior ou no interior da residência. Todas as entradas e saídas da residência deverão ser centralizadas nesta porta.

COVID Buildin type Multifamily Housing AIA

Substituição de lixo, latas de reciclagem e outros itens comuns com equipamentos que sejam feitos de materiais fáceis de limpar, especialmente para alças, que são freqüentemente tocadas Sistemas de circulação de ar mais robustos e diferentes requisitos de zona para unidades e áreas comuns Troca dos filtros de ar em um cronograma recomendado pela ASHRAE ventilação de banheiro ou ambiente regular Instalação de lâmpadas que simulam a luz do dia para aumentar a serotonina e impulsionar saúde mental quando a luz solar é limitada.

Espaços em estilo suíte que permitem que os residentes se isolem, mesmo daqueles que eles viver com Criação de espaços temporários de trabalho ou jantar fora onde o espaço ao ar livre é disponíveis e distantes dos vizinhos Expansão das áreas de armazenamento do prédio para suprimentos de emergência de alimentos, PPE oumaquinário como uma comodidade para todos os residentes Espaços para desinfecção de embalagens fora da entrada do prédio ou unidade. Novo arranjo de espaços dentro de unidades e edifícios para facilitar o trabalho e a aprendizagem em casa, e novas maneiras de tornar espaços como cozinhas e salas de jantar multifuncionais com superfícies que se expandem, escondem ou de outra forma se transformam para atender às diferentes necessidades ao longo do dia.

Reformulações projetuais


FAÇA SEUS ESPAÇOS RESPIRAREM MELHOR

1

Janelas abertas para ventilação cruzada, natural, principalmente em ambientes contaminados.

2

Estratégias de purificação do ar e sistemas de sanitização, como Germicida Ultravioleta (GUV) para desinfecção do ar, filtros de ar, e sistema de deionização no manipulador de ar. Projeto de climatização com nível superior de filtração para picos pandêmicos, utilizando filtros intercambiáveis para adaptação quando necessário; para escadas fechadas, ventiladores de recirculação de ar, com filtros HEPA, além de troca dos filtros de ar em um cronograma recomendado pela ASHRAE.

!

Sistemas de circulação de ar mais robustos, com exaustores ou sistemas mecânicos, e diferentes requisitos de zona para unidades e áreas comuns.

LUZ COMO EXTIMULANTE À SAÚDE

1

Em caso de área contaminada, deve possuir iluminação natural (janelas abertas).

2

Instalação de lâmpadas que simulam a luz do dia para aumentar a serotonina e impulsionar saúde mental quando a luz solar é limitada.

1

Primordialmente Demais espaços do edifício

2

De forma complementar Para apartamentos e edifício como todo

!

Importante haver

Fonte: a autora

Escadas abertas e bem iluminadas, afim de extimular a redução do uso de elevador.


AUTO-LIMPEZA COMO FERRAMENTA PREVENTIVA

1

Aumento dos protocolos de limpeza para superfícies de alto toque.

2

Luzes LED que cumprem duplo papel: iluminação e higenização.

!

Local apropriado para descarte de luvas e máscaras.

Espaços para desinfecção de embalagens fora da entrada do prédio ou unidade habitacional.

PROJETE PARA PESSOAS, NÃO APENAS CONTRA PATÓGENOS

1 !

Criação e aplicação de protocolos comportamentais para moradores e visitantes. Os designs precisam respeitar usuário e preferências culturais e antecipar comportamentos naturais humanos; centrados no ser humano espaços podem inspirar confiança e esperança. Desinfecção de equipamentos, como lavadoras, secadoras, e bombas de bicicleta com freqüência ou após cada uso. Limitar ocupantes em elevadores, com base na metragem quadrada e diretrizes de distanciamento físico.

Fonte: a autora

Fornecimento de estações de higienização das mãos e material de limpeza.

1

Primordialmente Demais espaços do edifício

2

De forma complementar Para apartamentos e edifício como todo

!

Importante haver


REPENSE A SELEÇÃO DE MATERIAIS E O TRATAMENTO DE SUPERFÍCIES

1

Utilização de materiais porosos, como madeira, papelão, fibras, algodão e couro, além de revestimentos antimicrobianos, com íons de prata, cobre ou zinco.

1

Amplas tomadas elétricas para USB e energia, disponibilidade robusta de rede Wi-Fi, e conectividade bluetooth/wi-fi para impressora comum/estações de scanner no prédio.

1

Materiais, acessórios e acabamentos, que sejam duráveis e fáceis de limpar; substituição de itens comuns por homônimos que sejam feitos de materiais fáceis de limpar, especiamente para alças, que são frequentemente tocadas.

1

Instalação de abridores de porta sem toque ou automáticas, com uso de cartão; para bwc no térreo elementos sem toque, e sensores de ocupação para iluminação; elevadores controlados por voz; controles de estacionamento para reconhecimento de acesso, e tecnologias automatizadas em geral.

1

1

Fluxo sequencial através do espaço: reduza a pressão em locais de alto tráfego.

1

Reduza o congestionamento e a dependência de espera em espaços comuns onde são infecciosos e pessoas saudáveis visitam.

1

Fluxos mais seguros em circulações horizontais apresentam viagens unilaterais, e vias de entrada e saída separadas

1

Uso de tollkits para auxiliar no padrão de fluxo em lobbies e áreas compartilhadas

1

Limitar o número de visitantes/apartamento.

Primordialmente Demais espaços do edifício

2

De forma complementar Para apartamentos e edifício como todo

!

Importante haver

Fonte: a autora

SEQUENCIAR FLUXOS PARA LIMITAR SOBREPOSIÇÕES DESNECESSÁRIAS


NOVOS ARRANJOS, COM LAYOUTS MULTIFUNCIONAIS

1

Novo arranjo de espaços dentro de unidades e edifícios para facilitar o trabalho e a aprendizagem, se possível ao ar livre e distante dos vizinhos; novas maneiras de tornar espaços multifuncionais com superfícies que se expandem, escondem ou de outra forma se transformam para atender diferentes necessidades ao longo do dia.

1

Deve-se escolher uma porta de entrada e estabelecer a área de transição em suas proximidades. Todo acesso para o hall deverá ser feito por ela.

1

Para lobbies e áreas de espera, circulação marcada, com assentos individuais, e estações de desinfetante

PROJETE PARA DISTÂNCIA SOCIAL, NÃO ISOLAMENTO SOCIAL

1

Expanção dos limites da unidade habitacional antes usuais.

1

Criação de espaços em estilo suíte, que permitem que os residentes se isolem quando necessário, mesmo daqueles que vivem com ele.

1

Aumento do tamanho da sacada, do pátio e dos jardins, para ampliar os espaços de estar privados e comunitários, bem como varandas com telas e venezianas, incentivando as pessoas a irem ao ar livre. Saliências externas acima das janelas, incorporadas ao projeto de fachadas.

Fonte: a autora

Vestíbulos próximos à entradas podem exigir acesso a uma “sala de saúde” adjacente.

1

Primordialmente Demais espaços do edifício

2

De forma complementar Para apartamentos e edifício como todo

!

Importante haver


CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

Manual of Physical Distancing - LTL Architects Não apenas focado na habitação, o manual trás uma rica leitura de principais estudos e pesquisas acerca da pandemia, que tem relação direta ou indireta com a arquitetura, e posteriormente, além de estudos de caso, apresenta estratérgias projetuais e logísticas com eficiência de proteção contra o vírus. Designing Spaces for Infection Control & Designing Senior Housing for Safe Interaction - MASS Design Com ênfase na habitação (mas com medidas pertinentes a outros usos também) o primeiro manual propõe diretrizes e estratégias com acertividade, se tornando na maioria das diretrizes aqui colocadas; já o segundo manual trabalha direcionado para a 3ª idade, no qual pertence ao grupo de risco, e que por isso se torna de grande importância haver representatividade, mesmo que geral, de suas necessidades espaciais frente à pandemia. Como neste em específico foram utilizadas plantas baixas de casas de apoio a idosos para propostas, foram selecionadas diretrizes que satisfaçam necessidades homônimas a este público no uso habitacional multifamiliar.


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

Designing for Resilience: Adapting Facilities for the COVID Era LS3P Compreendendo o térreo ativo como parte importante no controle pandêmico, por se tratar da planta baixa intermediária entre o espaço público e o privado, foi elencado também o guia em questão, que coloca uma série de sugestões a respeito. Orientações da ARQUITETURA HOSPITALAR para o controle de contágio: COVID-19 - GEA- hosp É importante também considerar produções informativas nacionais. O guia criado pelo Grupo de Estudos em Arquitetura e Engenharia Hospitalar - GEA-hosp cumpre esse papel: direcionado aos moradores, ele ilustra como organizar o espaço em situações com e sem moradores diagnosticados com Covid-19. COVID Building type Multifamily Housing - AIA O American Institute of Architects disponibilizou uma série de estratérgias e documentos de apoio relacionados à pandemia. Por se tratar de uma organização com relevância nos Estados Unidos, país que vem apresentando um aumento de casos, a leitura e coleta das diretrizes colocadas se torna importante.

63


CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

64

ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

Diretrizes habitacionais pandêmicas Ao fim, se chegam em 8 diretrizes, que somadas trazem consigo 33 estratégias habitacionais pandêmicas pertinentes a serem implementadas, em projetos a serem construídos ou já construídos. Mediante essas diretrizes será possível avaliar o nível de adaptabilidade das habitações recifenses multifamiliares frente à situações pandêmicas e quarentenas, e até que ponto o discurso de habitação genérica como “flexível” a uma variedade de públicos é condizente com necessidades reais de adaptação.

65


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

Gabriel Bacelar

Pernambuco Construtora

Queiroz Galvão

Duetto

Arcos da Aurora Prince

Maria Emília

Jardim Apipucos

Engenho Prince

Maria Lígia

Saint Marie

Duetto

Maria Nina e Maria Nara

Engenho Prince

Saint Marie

Maria Lígia Maria Nina e Maria Nara

Duetto Engenho Prince Maria Nina e Maria Nara

Edifício com dois apartamentos do mesmo edifício Edifício com tamanho médio de apartamentos Edifício com tamanho pequeno de apartamentos

Figura 21: Fluxograma escolha de apartamentos, Fonte: a autora.

66

Moura Dubeux


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

185 | 140 | 126 | 82 | 81 | 81 | 79 | 64 | 62 | 61 | 58 | 56 | 56 | 56 | 52 | 44 | 33

Gabriel Bacelar

Duetto

56m² - Torreão

Jardim Apipucos 140m² - Apipucos

Saint Marie 58m², 61m² - Encruzilhada

6.1.2

Pernambuco Construtora Queiroz Galvão

Moura Dubeux

Arcos da Aurora Prince

Maria Emília

Alta Vista

126m² - Aurora

56m² , 81m² - Boa Viagem

Engenho Prince

Maria Lígia

Beach Class

Maria Nina e Maria Nara

Jardim das Acácias

52m², 64m² - Caxangá

56m² , 81m² - Boa Viagem

62m² - Cordeiro

79m² , 82m² - Rosarinho

Figura 22: acima: listagem de apartamentos por m², em busca da mediana, Fonte: a autora. abaixo: tabela construtoras Fonte: a autora.

33m² , 44m² - Jaqueira

185m² - Boa Viagem

Habitação em Recife: pavimento tipo

Em pesquisa foram elencadas 4 construtoras em destaque no mercado: Gabriel Bacelar, Moura Dubeux, Pernambuco Construtora e Queiroz Galvão; com projetos em construção, lançamento ou prontos, variação de localização na cidade, dentre outras variantes. A partir destas foi feito um processo de seleção: optouse por selecionar 3 das 4 construtoras, afim de ter um valor ímpar de construtoras, como instrumento de desempate para impasses espaciais, e posteriormente 2 apartamentos de cada construtora selecionada, usando como requesitos: utilização de dois apartamentos contidos no mesmo edifício, afim de especular possibilidade de variação num mesmo empreendimento; um apartamento que estivesse na mediana em ordem de grandeza de m² por apartamento, representando um apartamento médio; um representante para apartamentos pequenos, por serem uma demanda cada dia mais vista em empreendimentos pela cidade. Interessante reparar que os 3 apartamentos finais escolhidos também estão em bairros diferentes pela cidade, ou seja, entorno urbano e demandas variantes.

67


Figura 17: plantas baixas escolhidas.

VARANDA SALA

ÁREA DE SERVIÇO

COZINHA

LOCAL COND.

COZINHA

CIRCULAÇÃO

QUARTO

JANTAR BWC

BWC

ESTAR

CIRC. QUARTO 1 BWC

SUÍTE ÁREA SERVIÇO

SUÍTE 1

DEPÓSITO

VARANDA

BWC

LAJE SPLIT

Maria Nina e Maria Nara

LAJE SPLIT

JANTAR

ÁREA SERVIÇO

BWC

Maria LÍgia

ESTAR

VARANDA

COZINHA

JANTAR

BWC

BWC COZINHA

CIRCULAÇÃO ESTAR

QUARTO

ÁREA SERVIÇO

QUARTO

BWC

CIRCULAÇÃO

SUÍTE

VARANDA

LAJE SPLIT

QUARTO

SUÍTE

LOCAL P/ A. SPLIT

ÁREA DE SERVIÇO

BWC SUÍTE

COPA/COZINHA JANTAR

BWC SOCIAL SUÍTE

ÁREA SERVIÇO SUÍTE 2

SUÍTE 1 BWC SOCIAL

CIRCULAÇÃO

COZINHA

ESTAR

SUÍTE

BWC SUÍTE

JANTAR

QUARTO

VARANDA

ESTAR

VARANDA

Duetto

Saint Marie

Fonte: websites das referidas construtoras. Edição: a autora.

Engenho Prince

Engenho Prince


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

Os apartamentos escolhidos foram: Maria Nina e Maria Nara; Engenho Prince; e Duetto, referenciados na página ao lado. Posteriormente, em busca do potencial roteiro de ambientes que configuram um “pavimento tipo padrão” da cidade, foi realizado cruzamento dessas 3 plantas, da seguinte forma: as 3 plantas são somadas uma acima da outra, como camadas; depois são buscadas semelhanças, como maneira em que ambientes são postos em planta, tamanhos, forma e proporções desses ambientes. Como ponto origem foi selecionada a porta de entrada, por ser o delimitante entre espaço privado e espaço semi-privado (hall do andar), condição a ser levada em conta principalmente em épocas pandêmicas. Rotações e espelhamentos totais em plantas (ou seja, sem excluir cômodos) foram realizados, afim das portas de entrada estarem justapostas.

69


Figura 24: Soma de plantas baixas, Fonte: a autora.

ÁREA DE SERVIÇO

COPA/COZINHA JANTAR

BWC SOCIAL

CIRCULAÇÃO

ESTAR

SUÍTE

BWC SUÍTE

QUARTO

VARANDA

Figura 25: Resultado final soma de plantas baixas, Fonte: a autora.

Eixo abertura na fachada Eixo de aberturas internas e espaços conectados


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

O cruzamento (que pode ser visto na página ao lado) demonstra algo já expeculado anteriormente: independente de bairro, construtora, m² de apartamento, público-alvo, valor do empreendimento, orientação solar, entorno urbano e tantas outras condicionantes, o roteiro ao adentrar o apartamento é praticamente o mesmo, havendo alterações mínimas. Ao abrir a porta de entrada é possível ver sala de jantar e sala de estar, integradas, e posteriormente a varanda; a cozinha sempre está a direita ou esquerda da porta de entrada, seguida da área de serviço e laje para split; Ao sentar no sofá, na sala de estar, é visível a circulação de acesso aos quartos, com variações mínimas (em algumas plantas o ambiente final do corredor é a suíte, em outras, o banheiro social). Até aberturas na fachada seguem uma lógica de repetição, estando na maioria das situações nas mesmas arestas dos ambientes, e muitas vezes próximas dos mesmos vértices. O layout segue o mesmo modus, com variações mínimas, sendo inclusive vista variação de escala (em algumas plantas há mudança de escala real do mobiliário). É considerável então compreender os pavimentos tipo das habitações multifamiliares no Recife, seguindo essa investigação, como um pavimento tipo único, genérico, restando poucas alterações, como espelhamento e adequação da planta ao lote, demonstrando-se uma perda significativa de oportunidades para arquitetura e vivência na cidade, dentre tantas questões, principalmente pela não exploração de potencialidades características de bairros e entornos urbanos imediatos, e da negação à condicionantes.

71


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

6.1.3

Pavimento tipo x Covid-19

Foi visto que existe um pavimento tipo único que comanda a construção de habitações multifamiliares pelo Recife, que esse pavimento é genérico, ou seja, que ignora condicionantes e potencialidades de locais, e que há uma perda significativa à cidade e sua arquitetura por esse modus operandi ocorrer. Porém, um argumento a ser colocado em prova é o da busca pela arquitetura genérica afim de haver uma potencial flexibilidade do espaço construído: afinal, contendo espaços com flexibilidade de layout e/ou ambientes é possível abrir o leque de público-alvo. Como forma de analizar essa questão, e ainda averiguar se a planta tipo habitacional da cidade está preparada para situações pandêmicas e quarentenas, é proposto então o cruzamento deste pavimento tipo habitacional com as diretrizes e estratégias concebidas anteriormente. A planta baixa a seguir é uma leitura do cruzamento de plantas tipo anterior, e vai auxiliar como base, para melhor compreensão espacializada das diretrizes.

72


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

LAJE SPLIT

ÁREA DE SERVIÇO

1,75 m²

CONCEITUAÇÃO

Figura 26: Pavimento tipo padrão do Recife, Fonte: a autora.

COZINHA 7,63 m²

2,90 m²

JANTAR

7,00 m²

BWC SOCIAL 2,90 m²

CIRCULAÇÃO 3,00 m²

ESTAR

6,00 m²

SUÍTE

QUARTO

10,30 m²

9,60 m²

BWC SUÍTE 2,60 m²

VARANDA 2,60 m²

73


Faça seus espaços respirarem melhor

Janelas abertas para ventilação cruzada, natural, principalmente em ambientes contaminados

LAJE SPLIT

ÁREA DE SERVIÇO

1,75 m²

LAJE SPLIT

COZINHA 7,63 m²

2,90 m²

Projeto de climatização com nível superior de filtração para picos pandêmicos, utilizando filtros intercambiáveis para adaptação quando necessário

ÁREA DE SERVIÇO

1,75 m²

COZINHA 7,63 m²

2,90 m²

JANTAR

JANTAR

7,00 m²

BWC SOCIAL 2,90 m²

7,00 m²

BWC SOCIAL

CIRCULAÇÃO

CIRCULAÇÃO

2,90 m²

3,00 m²

3,00 m²

ESTAR

ESTAR

6,00 m²

SUÍTE

6,00 m²

QUARTO

10,30 m²

SUÍTE

9,60 m²

QUARTO

10,30 m²

9,60 m²

BWC SUÍTE

BWC SUÍTE

2,60 m²

2,60 m²

VARANDA

VARANDA

2,60 m²

2,60 m²

Em situações onde não há morador isolado há possibilidade de ventilação cruzada, porém, considerando isolamento físico nos quartos, a ventilação cruzada é inviabilizada Uma solução seria criação de mais aberturas nas fachadas

Estratégias de purificação do ar e sistemas de sanitização, como Germicida Ultravioleta (GUV) para desinfecção do ar e filtros de ar. s2 s2

s2

LAJE SPLIT

LAJE SPLIT

COZINHA

1,75 m²

Sistemas de circulação de ar mais robustos, com exaustores ou sistemas mecânicos, e diferentes requisitos de zona para unidades e áreas comuns

7,63 m²

ÁREA DE SERVIÇO 2,90 m²

ÁREA DE SERVIÇO

1,75 m²

COZINHA 7,63 m²

2,90 m²

JANTAR

JANTAR

7,00 m²

s2 BWC SOCIAL

CIRCULAÇÃO

2,90 m²

2,90 m²

3,00 m²

s2

7,00 m²

BWC SOCIAL

s2

CIRCULAÇÃO 3,00 m²

s2 ESTAR

ESTAR

6,00 m²

s2

6,00 m²

SUÍTE

QUARTO

SUÍTE

9,60 m²

10,30 m²

QUARTO 9,60 m²

10,30 m²

BWC SUÍTE 2,60 m²

BWC SUÍTE

2,60 m²

VARANDA

VARANDA

2,60 m²

2,60 m²

Uma solução seria instalar lâmpadas Germicida Ultravioleta

Fonte: a autora.

Uma solução seria instalar exaustores nos cômodos onde não há ventilação cruzada


Luz como extimulante à saúde

Em caso de área contaminada, deve possuir iluminação natural (janelas abertas)

Instalação de lâmpadas que simulam a luz do dia para aumentar a serotonina e impulsionar saúde mental quando a luz solar é limitada. s2

LAJE SPLIT

ÁREA DE SERVIÇO

1,75 m²

LAJE SPLIT

COZINHA 7,63 m²

2,90 m²

ÁREA DE SERVIÇO

1,75 m²

COZINHA 7,63 m²

2,90 m²

JANTAR

JANTAR

7,00 m²

BWC SOCIAL

CIRCULAÇÃO

2,90 m²

7,00 m²

BWC SOCIAL

CIRCULAÇÃO

2,90 m²

3,00 m²

s2

3,00 m²

ESTAR

ESTAR

6,00 m²

SUÍTE

6,00 m²

QUARTO

10,30 m²

SUÍTE

9,60 m²

QUARTO

10,30 m²

9,60 m²

BWC SUÍTE

BWC SUÍTE

2,60 m²

2,60 m²

VARANDA

VARANDA

2,60 m²

2,60 m²

As aberturas mínimas nas fachadas tiram oportunidade de maior entrada de luz natural

Instalação principalmente em ambientes distantes das fachadas

Uma solução seria haver maires aberturas nas fachadas

Auto-limpeza como ferramenta preventiva Espaços para desinfecção de embalagens fora da entrada do prédio ou unidade.

Local para descarte de luvas e máscaras usadas LAJE SPLIT

ÁREA DE SERVIÇO

1,75 m²

LAJE SPLIT

COZINHA 7,63 m²

2,90 m²

ÁREA DE SERVIÇO

1,75 m²

COZINHA 7,63 m²

2,90 m²

JANTAR

JANTAR

7,00 m²

BWC SOCIAL 2,90 m²

7,00 m²

BWC SOCIAL

CIRCULAÇÃO

2,90 m²

3,00 m²

CIRCULAÇÃO 3,00 m²

ESTAR

ESTAR

6,00 m²

SUÍTE

QUARTO

10,30 m²

SUÍTE

9,60 m²

QUARTO

10,30 m²

9,60 m²

BWC SUÍTE

BWC SUÍTE

2,60 m²

2,60 m²

VARANDA 2,60 m²

Fonte: a autora.

6,00 m²

VARANDA 2,60 m²


Projete para pessoas, não apenas contra patógenos

Os designs precisam respeitar usuário e preferências culturais e antecipar comportamentos naturais humanos; centrados no ser humano espaços podem inspirar confiança e esperança. LAJE SPLIT

ÁREA DE SERVIÇO

1,75 m²

LAJE SPLIT

COZINHA 7,63 m²

2,90 m²

Fornecimento de estações de higienização das mãos e material de limpeza ÁREA DE SERVIÇO

1,75 m²

COZINHA 7,63 m²

2,90 m²

JANTAR

JANTAR

7,00 m²

BWC SOCIAL

CIRCULAÇÃO

2,90 m²

7,00 m²

BWC SOCIAL

CIRCULAÇÃO

2,90 m²

3,00 m²

3,00 m²

ESTAR

ESTAR

6,00 m²

SUÍTE

6,00 m²

QUARTO

10,30 m²

SUÍTE

9,60 m²

QUARTO

10,30 m²

9,60 m²

BWC SUÍTE

BWC SUÍTE

2,60 m²

2,60 m²

VARANDA

VARANDA

2,60 m²

2,60 m²

Necessidade de maior interação visual com ambiente externo

Uma solução seria criação de mais aberturas nas fachadas

Criação e aplicação de protocolos comportamentais para moradores e visitantes

Situação 1: moradores em quarentena chegando em casa

LAJE SPLIT

ÁREA DE SERVIÇO

1,75 m²

LAJE SPLIT

COZINHA 7,63 m²

2,90 m²

Situação 2: morador infectado ÁREA DE SERVIÇO

1,75 m²

COZINHA 7,63 m²

2,90 m²

JANTAR

JANTAR

7,00 m²

BWC SOCIAL 2,90 m²

7,00 m²

BWC SOCIAL

CIRCULAÇÃO

2,90 m²

3,00 m²

CIRCULAÇÃO 3,00 m²

ESTAR

ESTAR

6,00 m²

SUÍTE

QUARTO

10,30 m²

6,00 m²

SUÍTE

9,60 m²

QUARTO

10,30 m²

9,60 m²

BWC SUÍTE

BWC SUÍTE

2,60 m²

2,60 m²

VARANDA 2,60 m²

Fluxo logístico dos moradores

VARANDA 2,60 m²

Fluxo logístico morador infectado Fluxo logístico demais moradores

Fonte: a autora.


Repense a seleção de materiais e o tratamento de superfícies

Utilização de materiais porosos, como madeira, papelão, fibras, algodão e couro, além de revestimentos antimicrobianos, com íons de prata, cobre ou zinco LAJE SPLIT

ÁREA DE SERVIÇO

1,75 m²

Substituição de itens comuns por homônimos que sejam feitos de materiais fáceis de limpar, especialmente para alças, que são freqüentemente tocadas LAJE SPLIT

COZINHA 7,63 m²

2,90 m²

ÁREA DE SERVIÇO

1,75 m²

COZINHA 7,63 m²

2,90 m²

JANTAR

JANTAR

7,00 m²

BWC SOCIAL 2,90 m²

7,00 m²

BWC SOCIAL

CIRCULAÇÃO

2,90 m²

3,00 m²

CIRCULAÇÃO 3,00 m²

ESTAR

ESTAR

6,00 m²

SUÍTE

6,00 m²

QUARTO

10,30 m²

SUÍTE

9,60 m²

QUARTO

10,30 m²

9,60 m²

BWC SUÍTE

BWC SUÍTE

2,60 m²

2,60 m²

VARANDA

VARANDA

2,60 m²

2,60 m²

Instalação de abridores de porta sem toque ou automáticas, com uso de cartão, e tecnologias automatizadas em geral; Amplas tomadas elétricas para USB e energia, disponibilidade robusta de rede Wi-Fi, e conectividade Bluetooth/ Wi-Fi para impressora comum /estações de scanner no prédio.

LAJE SPLIT

ÁREA DE SERVIÇO

1,75 m²

COZINHA 7,63 m²

2,90 m²

JANTAR

7,00 m²

BWC SOCIAL 2,90 m²

CIRCULAÇÃO 3,00 m²

ESTAR

6,00 m²

SUÍTE

QUARTO

10,30 m²

9,60 m²

BWC SUÍTE 2,60 m²

VARANDA 2,60 m²

Fonte: a autora.


Sequenciar os fluxos para limitar sobreposições desnecessárias

Fluxo sequencial através do espaço: reduza a pressão em locais de alto tráfego LAJE SPLIT

ÁREA DE SERVIÇO

1,75 m²

LAJE SPLIT

COZINHA 7,63 m²

2,90 m²

Reduza o congestionamento e a dependência de espera em espaços comuns onde são infecciosos e pessoas saudáveis utilizam ÁREA DE SERVIÇO

1,75 m²

COZINHA 7,63 m²

2,90 m²

JANTAR

JANTAR

7,00 m²

BWC SOCIAL

CIRCULAÇÃO

2,90 m²

7,00 m²

BWC SOCIAL

CIRCULAÇÃO

2,90 m²

3,00 m²

3,00 m²

ESTAR

ESTAR

6,00 m²

SUÍTE

6,00 m²

QUARTO

10,30 m²

SUÍTE

9,60 m²

QUARTO

10,30 m²

9,60 m²

BWC SUÍTE

BWC SUÍTE

2,60 m²

2,60 m²

VARANDA

VARANDA

2,60 m²

2,60 m²

Demolição de paredes para maior amplitude espacial

Novos arranjos, com layouts multifuncionais

LAJE SPLIT

ÁREA DE SERVIÇO

1,75 m²

LAJE SPLIT

COZINHA 7,63 m²

2,90 m²

Novo arranjo de espaços dentro de unidades e edifícios para facilitar o trabalho e a aprendizagem, se possível ao ar livre e distante dos vizinhos, e novas maneiras de tornar espaços como cozinhas e salas de jantar multifuncionais com superfícies que se expandem, escondem ou de outra forma se transformam para atender às diferentes necessidades ao longo do dia ÁREA DE SERVIÇO

1,75 m²

COZINHA 7,63 m²

2,90 m²

JANTAR

JANTAR

7,00 m²

BWC SOCIAL 2,90 m²

7,00 m²

BWC SOCIAL

CIRCULAÇÃO

2,90 m²

3,00 m²

CIRCULAÇÃO 3,00 m²

ESTAR

ESTAR

6,00 m²

SUÍTE

QUARTO

10,30 m²

6,00 m²

SUÍTE

9,60 m²

QUARTO

10,30 m²

9,60 m²

BWC SUÍTE

BWC SUÍTE

2,60 m²

2,60 m²

VARANDA 2,60 m²

Deve-se escolher uma porta de entrada e estabelecer a área de transição em suas proximidades, no exterior ou no interior da residência. Todas as entradas e saídas da residência deverão ser centralizadas nesta porta.

Fonte: a autora.

VARANDA 2,60 m²

Necessidade de maior interação visual com ambiente externo


Projete para distância social, não isolamento social

Saliências externas acima das janelas, incorporadas ao projeto de fachadas

Expanda o limite da unidade habitacional LAJE SPLIT

ÁREA DE SERVIÇO

1,75 m²

LAJE SPLIT

COZINHA 7,63 m²

2,90 m²

ÁREA DE SERVIÇO

1,75 m²

COZINHA 7,63 m²

2,90 m²

JANTAR

JANTAR

7,00 m²

BWC SOCIAL

CIRCULAÇÃO

2,90 m²

7,00 m²

BWC SOCIAL

CIRCULAÇÃO

2,90 m²

3,00 m²

3,00 m²

ESTAR

ESTAR

6,00 m²

SUÍTE

6,00 m²

SUÍTE

QUARTO

10,30 m²

9,60 m²

QUARTO

10,30 m²

9,60 m²

BWC SUÍTE

BWC SUÍTE

2,60 m²

2,60 m²

VARANDA

VARANDA 2,60 m²

Aumento do tamanho da sacada, do pátio e dos jardins, para ampliar os espaços de estar, bem como varandas com telas e venezianas, incentivando as pessoas a irem ao ar livre LAJE SPLIT

ÁREA DE SERVIÇO

1,75 m²

Criação de espaços em estilo suíte que permitem que os residentes se isolem, mesmo daqueles que eles viver com ele LAJE SPLIT

COZINHA 7,63 m²

2,90 m²

2,60 m²

ÁREA DE SERVIÇO

1,75 m²

COZINHA 7,63 m²

2,90 m²

JANTAR

JANTAR

7,00 m²

BWC SOCIAL 2,90 m²

7,00 m²

BWC SOCIAL

CIRCULAÇÃO

2,90 m²

3,00 m²

CIRCULAÇÃO 3,00 m²

ESTAR

ESTAR

6,00 m²

SUÍTE

QUARTO

10,30 m²

6,00 m²

SUÍTE

9,60 m²

QUARTO

10,30 m²

9,60 m²

BWC SUÍTE

BWC SUÍTE

2,60 m²

2,60 m²

VARANDA 2,60 m²

Proposta de volume da lâmida inferior

Potenciais espaços de descompressão a serem criados, varandas privativas que possibilitam atividades físicas, recreativas, entre outras, aproveitando a luz solar e a conexão visual com espaço externo

Fonte: a autora.

VARANDA 2,60 m²


CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

As estratégias ilustradas tem naturezas diferentes (algumas são protocolos de convivência, enquanto que outras implicam em maior comprometimento projetual), mas é possível perceber diversas indo de contra com a planta tipo atual: a atual tem aberturas na fachada que não oportunizam bom aproveitamento da luz solar; viabilizam ventilação cruzada apenas com portas abertas na unidade habitacional, ou seja, sem considerar um potencial isolamento social por algum dos moradores; com a fachada lisa, a oportunidade de 7% da exaustão do apartamento inferior adentrar com aerossóis infectados é oportunizada, além da perda de socialização entre vizinhos quando desejável, que poderia ser explorada pela variação de volumetrias ritmadas na fachada, criando varandas para ambientes por vezes também privativos, dando espaço que faltava para o morador se exercitar, ter uma melhor interação com a paisagem, tomar sol, entre outras práticas. Analizando essas implicações é possível ver que batem de frente com questões projetuais encrustadas na essência do pavimento tipo habitacional do Recife: fachadas em sua maioria com pastilhas, sem exploração de volumetrias acrescentadas e subtraídas; ambientes privativos que não levam em consideração potenciais mudanças de planta baixa; janelas e vazios nas fachadas que desconsideram ventilação cruzada para ambientes com necessidade de independência, e demais fatores de conforto ambiental; e principalmente, a soma de todas essas insuficiências, que tornam possível ser classificável a construção habitacional multifamiliar no Recife como uma arquitetura sem personalidade definida, genérica, podendo serem justificadas como uma busca por um projeto que mira amplitude no leque do público-alvo, mas demonstra que na verdade dificulta a ocupação e a busca por necessidades mínimas, usuais a grande parte da população da cidade.

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ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

Essa superficialidade no desenho, estimulada também pela forma como é regida a legislação construtiva da cidade (através de valores e cálculos numéricos, em lugar de volumetrias e normativas espaciais) deixa explícito a importância de formulações e noções normativas espacializadas. Se o CUT garante uma “otimização” construtiva, um design normativo garante conformidade com as necessidades do propósito final da construção: a moradia com suas necessidades e potencialidades a favor do morador. A nível mundial, a arquitetura habitacional enfrenta problemáticas específicas, locus a locus, e apesar de não compreender mesmo desenho de pavimento tipo genérico, é possível deparar-se com situações semelhantes à de Recife.

Fugere urbem Engarrafamentos, extímulos a patologias psicológicas, arquitetura genérica, baixa e cara qualidade de vida. Com a pandemia e a não obrigatoriedade de presença física no trabalho (ao menos não constante), pontos negativos em se morar na cidade grande foram colocados como extímulo ao aumento de uma tendência anterior à pandemia: o êxodo urbano. De maneira mais contida, essa prática já vinha ocorrendo por várias camadas da sociedade brasileira, em destaque pelos millenials, que iam em busca principalmente de uma vida melhor e mais barata, em regiões periféricas. Em entrevista recente, o CEO do Airbnb, Brian Chesky, afirmou acreditar que após a pandemia pode haver um aumento no número de nômades digitais:

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CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

“Muitas pessoas estão percebendo que não precisam estar conectadas a uma cidade. Então, você verá mais pessoas que escolherão viver viajando pelo mundo, passando alguns meses em lugares diferentes”

Em Nova York, Peru, Índia, Reino Unido, Madagascar, Quênia e Costa do Marfim, também é possível notar uma movimentação crescente. No Brasil, o índice de pessoas em trabalho remoto passou de 3,8 milhões para 8 milhões após a pandemia de COVID-19. Com a tecnologia como facilitadora para o trabalho, o crescimento dos neorrurais e de fuga para cidades mais periféricas se torna mais palpável. Mas afinal, como isso pode moldar a forma de pensar, locar e projetar habitação?

Um novo Arcadismo: Neorurais

Para compreender o ambiente e habitante neorural, é interessante antes compreender o significado e origem das palavras urbano, cidade, campo e rural. Curiosamente, o prefixo “ur” dá nome a uma das primeiras cidades da história; ainda sobre, em alemão significa origem, tornando a associação algo recorrente no século 19. Esse prefixo que também compõe a palavra “urbano”, do latim urbanus, palavra que adjetiva, ou seja, qualifica, traz consigo implicitamente o sentimento de sociedade e coletivo, construídos desde o grego antigo, com sua polis e civitas, se trespassando com o significado de cidade; além de se qualificar quem é urbano como “cortês”, palavra sinônima a delicadeza, gentileza, refinamento. Sobre “cidade”, é posta como local geográfico com desenvolvimento de atividades sociais, econômicas, industriais,

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urbano

Etimologia

adjetivo 1.dotado de urbanidade; afável, civilizado, cortês. "modos u." 2.relativo ou pertencente à cidade, ou que lhe é próprio. "política u." 3.que tem caráter de cidade. "ajuntamento u." 4.adjetivo substantivo masculino que ou o que vive na cidade, tem ocupação e hábitos típicos da vida da cidade. "população u."

cortês

Do Latim, urbānus,a,um 'da cidade, urbano; polido, cortês' Ur e Uruk, primeiras cidades de que se tem notícia, construídas na Mesopotâmia por volta de 3.200 a.C., detém o radical da palavra "urbano"; "ur", em alemão, é origem; a associação do "ur" germânico ao "Ur" mesopotâmico é clássica.

adjetivo

1. Relativo a corte. 2. Que é educado ou civilizado; polido, refinado. 3. Que é delicado ou gentil nas atitudes.

cidade substantivo

Etimologia Do Latim, civitatem

1.Grande aglomeração de pessoas em um área geográfica circunscrita, com inúmeras edificações, que desenvolve atividades sociais, econômicas, industriais, comerciais, culturais, administrativas etc.; urbe. 2.O conjunto de habitantes dessa área geográfica. 3.O centro comercial. 4.O local mais antigo ou mais central de um complexo urbano.

campo substantivo 1.Terreno extenso e plano; terreno plano, extenso, com poucas árvores; campina.

Etimologia Do Latim, campus,i 'planície, terreno extenso fora do povoado'

2.Área de terreno limpo, plano e extenso, usada para agricultura ou pastagem. 3.Terreno cultivado ou plantado; plantação. 4.Área em que predomina a vegetação rasteira, povoada principalmente com plantas herbáceas, e caracterizada pela ausência de árvores ou arbustos; campina, pradaria, relvado. 5.Região situada fora dos limites urbanos, distante do litoral, explorada para atividades agropecuárias; zona rural.

rural adjetivo 1.Relativo ou pertencente ao campo; campestre. 2.Que é próprio do campo; campestre. 3.Situado no campo; campestre. 4.Que é rústico; selvático.

Etimologia Do Latim, rurālis 'rural, rústico, campestre'


CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

culturais, etc; ou seja, o objeto em si urbano. Contrastando, “campo”, do latim campus, é o lugar fora do povoado, usado para agricultura, cultivável, que fica fora dos limites urbanos. O qualificando, o adjetivo “rural” traz o pertencimento de quem ou que está nesse “campo”, e ratifica o contraste com a cidade e o urbano, sendo sinônimo de “rústico” e “selvático”. É interessante trazer todos esses significados, pois talvez por causa deles se implantou a impressão condicionada a séculos de que apenas na cidade habita o urbano, de que apenas esse urbano é civilizado, cortês, refinado, e que por decorrência de aparentar a primeiro momento contraste, o campo e o rural são os ambientes desprovidos dessas qualidades e elencos. Justapondo, existe o significado de “natureza”: o cenário e condição original, natural, não civilizada do ser humano. A natureza é o objeto ou local que não foi modificado pela mão humana, que por se tratar de ambiente vegetativo, montanhoso, dentre outras qualidades passíveis do ambiente rural, se confunde à compreensão do que é rural ou campestre. Talvez por grosso modo, nas civilizações antigas, serem sinônimos. Mas hoje, em escala mundial, essa equivalência caiu por terra: são raros os campos essencialmente naturais. Em lugar, se encontra uma série de icógnitas e questionamentos, possíveis ver em “Countryside” de Rem Koolhaas, ou em sua exibição homônima no Guggenheim, em 2020. Apesar de ampla discussão, o que se pode constatar é que o ambiente rural hoje detém características urbanas, citadinas, sejam sociais, econômicas, construtivas ou culturais. Uma revolução “silenciosa”, que tem capacidade de aliar a biofilia que a natureza propicia e desenvolvimento social de conglomerados humanos, e que por isso vem atraindo há algum tempo as pessoas.

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ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO

Figura 34: Exemplo de Pink farm.

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ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

O êxodo urbano Com o periférico como preferível, o centro se torna o abandonável. A grosso modo, o esvaziamento do centro das cidades traz consequências danosas a médio e longo prazo: com menos pessoas há menor sensação de segurança, desvalorizando pouco a pouco o território, retroalimentando um ciclo de repulsão das pessoas a esse território. Junto a tendência de bairrismo, por fortalecimento do papel dos indivíduos em comunidades locais às suas moradias (que a princípio é algo muito bem vindo à cidade) isso pode criar uma desassociação da comprensão de cidade como unidade. O centro, além de tantas outras atribuições, é um elo importante, tanto entre territórios quanto a essência da cidade, já que é território origem desta. Contudo, essas novas compreensões de viver e morar podem tornar-se ferramentas úteis na ruptura do pavimento tipo multifamiliar do Recife, como um desafio que força a construção civil a se reinventar. O principal esforço a ser feito, afim de freiar o esvaziamento do centro, é a utilização desse conceito de melhor e mais justa qualidade de vida como diretrizes a se levar em conta ao projetar em um território.

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CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

Dentre eles, destacam-se: - Proximidade de conveniências, mercadinhos, restaurantes, para abastecimento em geral; - Proximidade ou criação de espaços arborizados, oportunizando a sensação de refúgio urbano; - Espaços anexos (na planta baixa térrea, ou em usos no entorno urbano) que possibilitem flexibilização de usos, como as ruas fechadas para moradores em Nova York por exemplo; - Maior integração do ambiente externo com o interno, sem abrir mão da privacidade domiciliar; - Maior integração do ambiente externo com o interno, sem abrir mão da privacidade domiciliar; - Uso da arquitetura como uma ferramenta de fortalecimento da comunidade local. - Lugar como ferramenta da identidade, tanto dos moradores quanto da arquitetura proposta.

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ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

6.2

Revisão Bibliográfica: Estruturalismo “Estruturalismo é a crença de que os fenômenos da vida humana não são inteligíveis exceto por suas inter-relações. Essas relações constituem uma estrutura e por trás das variações locais nos fenômenos superficiais existem leis constantes da cultura abstrata”. BLACKBURN, Simon.

Tomado à frente por jovens arquitetos em reação contrária ao CIAM e ao pensamento funcionalista em declínio, o estruturalismo foi uma corrente na arquitetura que oportunizou principalmente a exploração positiva da cultura do lugar e indivíduo como condicionantes projetuais, sendo um extímulo à busca da essencialidade do lugar e seus usuários no projeto. O estruturalismo abrange uma rica gama de estudos e compreensões na arquitetura; apesar de ser usualmente dividido em dois polos (“estética do número”, de Aldo Van Eyck, e “arquitetura de variedade animada”, de John Habraken) em busca de uma variação desse formato, o presente trabalho irá focar na obra “Lições de Arquitetura”, do arquiteto holandês Herman Hertzberger (1991), como ferramenta de leitura do espaço, etapa importante e anterior à proposição projetual num processo de produção, trazendo assim ricas diretrizes estruturalistas projetuais. Essa compreensão é um potencial mecanismo de proposição projetual, e irá proporcionar soluções bem vindas a serem implementadas na habitação multifamiliar em contexto pandêmico. Introduzindo a compreensão inicial do estruturalismo, nas próximas páginas, serão explicados seus conceitos introdutórios na linguística e antropologia.

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ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

Figura 35: Desenho “by us for us”, Fonte: Aldo + Hannie van Eyck foundation, 2020.

6.2.1 O estruturalismo como didática na leitura da sociedade e arquitetura Através de estudo, Ferdinand de Saussure indagou e investigou na linguística que, apesar de múltiplas línguas existentes, haviam estruturas universais, existentes em todos os povos (como palavras e frases por exemplo), demonstrando haver semelhanças quanto a essencialidades linguísticas. Além da descoberta de um universalismo, também houve a percepção de elementos específicos e elementos gerais nas línguas - como o fato de que várias palavras formam uma frase, e que várias frases formam um texto. Essas duas características explanadas que fundamentam o estruturalismo linguístico perpassam para as outras disciplinas, que dialogam cada uma a sua maneira, focando no objeto de análise e sua relação com a sociedade para proposições e posicionamentos.

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CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

Claude Lévi-Strauss, como esforço analítico, vai demonstrou em “Antropologia Estrutural.”(1958) dentro da diversidade humana, a existência de estruturas universais, que prevalecem na sociedade, independente de espaço e tempo, como a cultura por exemplo; também aborda, anteriormente, em “As estruturas elementares do parentesco”(1949) embate que essa cultura demonstra travar com a natureza - vale ressaltar que Lévi-Strauss propõe a cultura como um estado de regramento humano, e natureza como algo anterior a isso, anterior a hominização - para Lévis-Strauss, a cultura é um produto da natureza, não uma antagonista. O discurso não se envolve particularmente na ideia usual de igualar espaços rurais como ambientes naturais, propondo essa natureza mais como espaços, atitudes ou relações onde o homem não entrelaçou regramentos, não impôs ordem comportamental. Também compõe o discurso de elementos específicos e elementos gerais, porém sem uma hierarquização obrigatória, dispensando e criticando uma antropologia mais darwinista. Essa base de entendimento estruturalista é pertinente como didática de compreensão e proposição dentro do panorama atual porque:

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ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

É perceptível que ela usa como vetor de medida estruturas, não de teor genérico, mas estruturas humanas - Línguistica, Antropologia, Arquitetura e Urbanismo, dentre outras;

Desta forma, tornando toda a didática na verdade como uma lupa humanista, ela termina tecendo teor atemporal, já que não se debruça em conceitos fechados em si, em definir o que é humano, mas sim investigar e propor em decorrência do que já se é definido por humano e de como essa humanidade é exercida, a partir da É análise das relações, e a favor interessante principalmendas necessidades dessa te a utilização dessa didática de humanidade; leitura num panorama neoliberalista, onde, devido a valorização excessiva privada, muitas vezes o valor da humanidade é mensurado em formato mais mercadológico, sendo as relações e as interirações algo não primordial, se tornando então uma boa ferramenta de Ou proposição de qualidades espaciais seja, se tornando satisfatórias, interessantes e um aporte pertinente democráticas. inclusive em panoramas complexos, onde se encontram questões que fogem inicialmente de um lugar comum antes conhecido, como pandemias;

Figura 36: Diagrama com principais contribuições de Levi-Strauss, Fonte: a autora.

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CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

6.2.2 A pertinência do Estruturalismo Arquitetônico O estruturalismo na arquitetura utiliza dos mesmos códigos e signos - traduzidos de forma espacial - que a Antropologia Estruturalista, carregando consigo uma compreensão humanista de propor arquitetura e espaço. É perceptível que o estruturalismo usa um filtro de análise, não de realidade, e por tanto tem como ponto de partida as próprias produções e apreensões humanas. Diferente, outras correntes como o modernismo (principalmente em sua época de declínio), usam um filtro de realidade (mediante diretrizes/conclusões) - havendo recorte de realidade que é humana, porém não tendo necessariamente compromisso com questões humanistas - para gerar uma forma de analisar, e por consequente, criar. O resultado final é que o primeiro caso é superado quando indagações humanas em questão forem superadas, enquanto o segundo é superado quando a corrente arquitetônica for. A maneira estruturalista de fazer arquitetura se torna uma interessante escolha para novos paradigmas contemporâneos, e se relaciona diretamente com questões habitacionais nas cidade s e nas novas compreensões pandêmicas: O estruturalismo extimula a busca por uma arquitetura que seja condizente com a cultura na qual é inserida, logo, sua utilização é importante e pertinente ao Recife por exemplo, por ser antagônica a arquitetura genérica amplamente imposta no tecido urbano, anterior à Covid-19, e que teve seus efeitos negativos potencializados devido a pandemia.

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ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

Diretrizes/ Conclusões

Análise

Produto pontual

Análise

Diretrizes/ Conclusões

Produto essencial

Ao mesmo tempo, o estruturalismo se torna oportuno também pela potencial multiplicidade de interpretações do usuário a respeito do espaço, tornando agente da construção desse espaço no decorrer do tempo. Ou seja, objetiva espaços com uma polivalência arquitetônica, que acomoda até mesmo mudança de ambientes, acompanhando a evolução da vida do(s) morador(es), e, no caso de situações pandêmicas, necessidades e mudanças espaciais emergentes. O estruturalismo opõe-se a estudar elementos isolados, e tem origem e ponto inicial como método, um discurso teórico de valor prático, operacional, propondo diretrizes que fomentam e criam uma dinâmica de análise. Fundamentalmente, o pensamento estruturalista não é sobre a construção da resposta aprazível, mas principalmente da pergunta necessária.

Figura 37: Diagrama comparativo, Fonte: a autora.

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CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

Antecedentes do Estruturalismo Arquitetônico

No artigo de Sarah Deyong, “An Architectural Theory of Relations Sigfried Giedion and Team X”, as lacunas que intercalam precedentes e origem de ideais da corrente – antes mesmo de ser nomeada – são preenchidas (Figura 30), sendo elencados aspectos deste trabalho para criar uma linha lógica de acontecimentos e construção do raciocínio da corrente no campo da arquitetura. “Eu sou um produto do Team 10.” - Herman Hertzberger.

É de comum conhecimento que Aldo van Eyck e Jakob Bakema foram arquitetos integrantes de uma segunda geração do Congresso Internacional da Arquitetura Moderna (CIAM), posteriormente compondo o Team X, e adiante, sendo peças importantes no estruturalismo. Porém, o teórico Sigfried Giedion, apesar de membro da velha guarda do CIAM, parece despertar a atitude de questionamento nos jovens arquitetos: com seu discurso introdutório no CIAM 6 “The Synthesis of the Arts”, numa “perca de fé na era moderna da industrialização” criticou indiretamente a direção que o CIAM seguia, falando a respeito de um “racionalismo unilateral”, com base no filósofo e matemático inglês, Alfred North Whitehead²: “Already twenty years ago, Alfred North Whitehead—the great scientist and far-sighted philosopher—showed us the fallacy of the opinion that aesthetic values exist only within the personal and private sphere. It is Herbert Read who, in one of his essays, points again to Whitehead’s² arguments where he has shown that this erroneous belief can be traced

² Alfred North Whitehead foi um filósofo, lógico e matemático britânico. Fundador da escola filosófica conhecida como a filosofia do processo, ele defendia uma cosmologia capaz de perceber um mundo em formação, ou seja, no processo de transformação constante; também defendia o pensamento de que, ao se passar para além da abstração, seja pelo emprego mais sutil dos sentidos, seja pela solicitação de significados e coerência de pensamentos, se desfazia a antiga construção racional da realidade, que fundamentava o pensamento ocidental desde a renascença, e que detinha uma falsa noção da realidade.

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ESTRUTURALISMO

CIAM

Van Eyck & Bakema

Sigfried Giedion

TEAM X

Figura 38: Representação sintática da correlação entre grupos e agentes intermediários essenciais, Fonte: a autora.


CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

back to Descartes. It was Descartes who first divorced science from philosophy. After that philosophy took over the charge of the cogitating mind and science took charge of the materialistic nature. This divorce was the start of a one-sided rationalism. It split the world in two: on the one side the cogitating mind, [and] on the other … the whole sphere of emotional expressions.”

A proposta de Sigfried Giedion era promover “conscientemente outro passo”, agora em direção a problemáticas arquitetônicas estéticas da expressão. Giedion acreditava que dois estados de espírito moldavam de forma alternada o estilo cultural de uma época: pensar e sentir. Assim, era um momento interessante para repensar o modernismo em termo de relações. Em paralelo, Aldo van Eyck se posicionou à questão: “The old struggle between imagination and commonsense ended tragically in favour of the latter. But the scales are turning: CIAM knows that the tyranny of commonsense has reached its final stage, that the same attitude which, 300 years ago, found expression in Descartes’ philosophy … is at last losing ground. … During the last 50 years or so a few, ranging from poet to architect, from biologist to astronomer, have … turned our senses to a new dimension.”

Sigfried Giedion conhecia Aldo Van Eyck desde a época universitária, quando o jovem arquiteto era aluno da esposa de Sigfried Giedion, podendo ser especulada desde então uma conexão, mesmo que distante, entre os dois; Já com o casal de arquitetos ingleses, Allison e Peter Smithson, integrantes da ala britânica do Team X, a conexão formal se deu apenas a partir do CIAM IX (1953); porém, é percebido em diversos momentos, mesmo que de forma não intencional, alusões a Giedion nas falas e/ou propostas de Van Eyck e dos Smithsons no CIAM e assuntos

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ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

correlatos, e em resposta às ações do Team X, Giedion aparentava sempre jogar a favor dos jovens arquitetos, seja na crítica projetual positiva de projeto dos mesmos, seja no discurso formal, seja em proposições e direcionamentos administrativos/organizacionais no CIAM. Em conversa com Whitehead, a respeito de uma proposta de conteúdo teórico rejeitado para o jornal de arte da UNESCO, Giedion demonstra uma intenção originária de todas essas posteriores movimentações: “The reason I will not compromise … is that I have picked out what I regarded as the most hopeful forces in the younger generation and am not willing to do less than we expect of them.”

Esse comentário não apenas fundamenta os posteriores esforços de Giedion alinhados com o Team X como também expõe na verdade que a utilização dessa força jovem era um fator inicial traçado por Giedion para alcançar o objetivo esboçado desde o princípio, no discurso introdutório do CIAM 6. Sigfried Giedion pode então ser considerado como influente sujeito na criação do Team X, e consequentemente, do estruturalismo; Aldo Van Eyck e Jakob Bakema viriam a ser exponentes chave na materialização do Team X e do repertório estruturalista. Como artifício de elucidar os acontecimentos graficamente, foi elaborada uma linha do tempo (nas próximas páginas), sinalizando as principais movimentações de Sigfried Giedion, Team X (e membros) e CIAM (enquanto elo entre o Team X e a criação do Estruturalismo).

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1953

1947

Membros

CIAM do Team X se 9

conhecem

ICA

1954 12/49 - 01/50

Fundação do Team X

01/1954

“The Synthesis of the Arts” de Sigfried Giedion

Doorn, Países Baixos

10/1954

CIAM 6

Van Eyck & Bakema

“Statement on Habitat”

“Draft Framework 3”, co temas: “a realidade ma porta ”,“ a estética do n ”,“ crescimento emudan a abordagem ecológic

1949

08/01/51

1955

Exposições de “40,000 Years of Modern Art” baseadas em 2 dos tópicos que Giedion propôs p/ a UNESCO

1948

12/07/48 31/07/48

Livro

Victoria and Reunião MARS + ICA Albert Museum

“Mechani“The zation Takes Interrelation Command” of the Arts” de Sigfried de Sigfried Giedion Giedion

Exposição 40 Anos de Arte Moderna, organizada por Read

Giedion escreve a Edward Carter, Diretor do departamento de Atividades Culturais da UNESCO

Reunião MARS + Giedion

Ensaio de Giedion no ICA

"Art [,] a Fundamental Experience ”

1951 CIAM 8 Van Eyck apresenta seus playgrounds, e Giedion elogia nos anais do congresso Bakema escreve ensaio sobre o núcleo urbano, que definiu em termos de “a relação entre os homens ecoisas ”, seguindo as ideias de Giedion.

Ensa dos Smit son


Giedion se move para dissolver o CIAM para o Team X recomeçar, livre de uma bagagem institucional.

Transcrição de Aldo Van Eyck - “Story of Another Idea”

Centraal Beheer de Herman Hertzberger

Orfanato Municipal de Amsterdã

Aldo Van Eyck - "The Med-icine of Reciprocity Tentativamente Illustrated Bakema - “Team X Primer” Sigfried Giedion - “The Eternal Present: The Beginnings of Art”

Apeldoorn, Países Baixos

1968 - 72

O CIAM se dissolve

1961

1959

Team X se dilui

09/1959

CIAM 10

1957 1955 - 60

aio s “The Built th- World” ns

1956

om os aiorda número nça ”e“ ca ”.


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇAO TEMÁTICA

Figura 40: P. Blom, Housing as a general urban roof, 1965. Fonte: Coleção Het Nieuwe Instituut.

6.2.3 Sintetizando diretrizes estruturalistas

Faz-se pertinente o levantamento de principais diretrizes (que vão de questões projetuais, como tipos de acesso e usos, a elementos arquitetônicos, como as soleiras holandesas) que guiam/compõem processo e projeto, que funcionam como ferramenta integrante na construção da proposição, e que portanto são articuladores de identidade/compreensão analítica-espacial projetual da corrente.

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ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

O estruturalismo de certa forma busca por soluções para um modernismo, após a metade do século XX, atribuído a práticas que adotavam o funcionalismo pelo funcionalismo. Correntes do segundo pós-guerra, como o Team X, combatem produções formuladas erroneamente pelo modernismo, porém, foram germinadas graças ao movimento, e detém conexões na modulação do processo ou dos objetivos, sejam veladas sejam explícitas. Partindo para concepção de espaço, forma e projeto, o estruturalismo busca então objetivos abstratos equivalentes ao modernismo, mas detém a eles novas palavras e significados: uma maneira de buscar respostas positivistas e humanistas. O que o modernismo busca tendencionando seus espaços a flexibilidade e tornando-os o mais neutros e por decorrência genéricos, o estruturalismo busca também, mas com prerrogativa de identidade fortalecida, criando então uma arquitetura na qual nominam polivalente. O modernismo acredita na arquitetura globalizada, e o estruturalismo num forte senso de universalidade, que alinhava as arquiteturas pelo globo, mas que oportuniza a elas terem suas diferenças. No modernismo, a estrutura aprisiona, no estruturalismo ela liberta: a urdidura é trabalhada de forma a ser polivalente, pensando no pós ocupação como uma trama acima dessa urdidura, que se apropria dela para expressar sua ideologia e identidade. A obra “Lições de Arquitetura”, do arquiteto holandês Herman Hertzberger, 1991, cumpre bem o papel de explica-las. A seguir, uma versão reduzida com as principais:

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PÚBLICO & PRIVADO

ACESSO

RESPONSABILIDADE

Figura 41: Diagrama sobre público & privado, Fonte: a autora.

SUPERVISÃO

USUÁRIOS

PADRÃO ROJETUAL

O GRAU DE ACESSO DETERMINA

MATERIAL

MOTIVOS ARQUITETÔNICOS

ARTICULAÇÃO

FORMA

ORDENAMENTO PROJETUAL

INTRODUZINDO

ASPECTOS

DE ACESSO Figura 42: Passage Pommeraye (Nantes)

DEMARCAÇÕES DE ÁREAS ESPECÍFICAS E A QUEM SE DESTINAM


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

PÚBLICO E PRIVADO Na referida obra, Herman Hertzberger defende a ideia de público e privado como noções correlatas: São demarcações territoriais, e qualidades espaciais que referem-se ao acesso, responsabilidade, relação entre a propriedade privada e a supervisão de unidades espaciais específicas. É decorrência de como estes fatores são trabalhados e comparados com o geral: um pátio ou passagem interna pode ter forte senso de público se comparado a outros espaços do mesmo complexo construído (ver Figura 42); essa liberdade de apropriação traz vínculo com o espaço, o que remete a sensação de responsabilidade e supervisão por quem a habita. Essa inversão de papéis se torna benéfica porque fecha uma lacuna criada pela formalização espacial dos lugares: a divisão entre publico e privado. Ao se mitigar problemas públicos ou privados em projetos, de modo geral são elencadas diretrizes que tem características contrárias ao que o espaço é nominado formalmente, como forma de se chegar a uma completude: como diretrizes para espaços privados por exemplo, geralmente se procura a captação de fruição, conexão entre espaços como estímulo a relações humanas (sejam elas físicas ou visuais), espacialidade que permita trocas entre unidades habitacionais como forma de gerar sentimento de vizinhança, variedade de módulos habitacionais para gerar uma habitação democrática, etc; em contra partida, no espaço público há um apelo para que um senso de pertencimento seja estabelecido pela população, elencando elementos que seriam de propriedade privada. Seguindo os preceitos do estruturalismo, essa lacuna que inviabiliza uma completude acontece justamente porque os espaços são criados desde o início de maneira separada, sempre só públicos ou só privados.

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ACESSO

RESPONSABILIDADE

SUPERVISÃO

USUÁRIOS

ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO

PADRÃO ROJETUAL O GRAU DE ACESSO DETERMINA

MATERIAL

MOTIVOS ARQUITETÔNICOS

ARTICULAÇÃO

FORMA

ORDENAMENTO PROJETUAL

INTRODUZINDO

Figura 43: Diagrama sobre padrão projetual, Fonte: a autora.

ASPECTOS DE ACESSO

Figura 44: Centraal beheer

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DEMARCAÇÕES DE ÁREAS ESPECÍFICAS E A QUEM SE DESTINAM


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

PADRÃO PROJETUAL Hertzberger elabora a ideia de padrão projetual, como uma junção de disciplinas: forma, articulação, motivos arquitetônicos e material, introduzindo um ordenamento projetual. O autor ainda defende que, havendo um bom ordenamento, cria-se uma unidade de vocabulário e de método de construção. Para isso, as disciplinas precisam “conversar” entre si, de forma que haja uma unidade de pensamento, ou, em outras palavras, uma linguagem projetual unificada, identificável compondo o todo.

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O GRAU DE ACESSO DETERMINA

MOTIVOS

MATERIAL CONCEITUAÇÃO ARQUITETÔNICOS

ARTICULAÇÃO

FORMA

ORDENAMENTO

PROJETUAL ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

INTRODUZINDO

ASPECTOS DE ACESSO

DEMARCAÇÕES DE ÁREAS ESPECÍFICAS E A QUEM SE DESTINAM

Figura 45: Diagrama sobre mapa de diferenciação territorial, Fonte: a autora.

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ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

MAPA DE DIFERENCIAÇÃO TERRITORIAL As gradações de diferenciações territoriais propõem que os aspectos de acesso são importantes na composição de usos e usuários, a ideia destas gradações existirem com um leque maior por si só já demonstram um olhar mais cuidadoso na criação do projeto. Hertzberger propõe um mapa de gradações do projeto, como forma de intensificar ou atenuar forças.

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CONCEITUAÇÃO

ASPECTOS DE ACESSO

ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

DEMARCAÇÕES DE ÁREAS ESPECÍFICAS E A QUEM SE DESTINAM

Figura 46: Diagrama sobre o intervalo, Fonte: a autora.

Figura 47: Exemplo de diferenciação territorial e espaço como intervalo.

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ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

O “INTERVALO” As gradações espaciais tocam de certa forma também na temática do espaço-entre, ou como ele nomina, do “intervalo”. Hertzberger exemplifica falando da importância da soleira como elemento intermediário entre áreas de ordens diferentes, sendo um elo entre polos. Como forma de “esticar” essa propriedade ao espaço, ele propõe espaços de ocupação vinculados a elos projetuais. De maneira contrária, provavelmente o “intervalo” que não é bem atribuído projetualmente aparenta vir a ser o que nominam hoje como espaço residual. Ao se propor gradações espaciais, indiretamente é proposto também espaços-entre, que fazem o equivalente ao trabalho de portais, estando entre espaços polares, mas que ao mesmo tempo, na qualidade de espaço, freiam a sensação de polaridade entre os espaços circundantes.

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USO FORMA

EXPERIÊNCIA

Figura 48: Diagrama correlação entre forma, uso e experiência, Fonte: a autora.

ESTRUTURA

OCUPAÇÃO

COLETIVO

INDIVIDUAL

Figura 49: Jardim do rockfeller center no verão, Fonte: https://twitter.com/rockcenternyc

Figura 50: ardim do rockfeller center no inverno, Fonte: https://travel.sygic.com/


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

A FORMA A variedade de soluções deve estar contida na forma como proposta inerente. A forma pertinente abriga consigo possibilidade de receber novos usos futuros, mesmos que esses sejam inimaginados na criação do projeto, o que recai sobre outra qualidade: por ser polivalente, a forma tem possibilidade de abrigar passivamente diferentes interpretações, sendo estas produto da experiência do usuário. Desta maneira, a forma está intimamente ligada com uso e experiência.

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ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO

ESTRUTURA

OCUPAÇÃO

COLETIVO

INDIVIDUAL

Figura 51: Diagrama correlação entre estrutura, ocupação, coletivo e individual, Fonte: a autora.

Figura 52: Antes e depois da ocupação na Quinta Monroy, Fonte: https://arquitechne.com/

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ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

ESTRUTURA E OCUPAÇÃO Estrutura e ocupação são outros fatores intimamente ligados. A estrutura funciona como o suporte bem planejado para criar uma liberdade de ocupação, uma expressão coletiva, unificada, para abrigar expressões espaciais individuais (ou seja, um conjunto fixo de regras que não restringe a liberdade mas, pelo contrário, cria liberdade). É uma potencialidade que pode ser explorada em diversos níveis e linguagens: pode ser a construção que possibilita acréscimos posteriores identitários (Quinta Monroy de Aravena por exemplo), ou a super estrutura que abriga variedade de público, e em decorrência, de expressão individual no espaço (Fort l’Empereur, de Le Corbusier por exemplo).

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ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO

Figura 53: Representação Urdidura e Trama, Fonte: a autora.

Figura 55: Central Behher, Amsterdã

ESTRUTURA

INDIVIDUAL OCUPAÇÃO 114

COLETIVO

Figura 54: Escola montessoriana de Herman Hertzberger


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

URDIDURA E TRAMA Essa relação de estrutura e ocupação, coletivo e individual, é ilustrada por Hertzberger como a relação entre urdidura e trama: a urdidura determina o grau de pressão, de espaçamento, o ordenamento básico, enquanto a trama dá cor, padrão e textura, personalidade. Uma não pode viver sem a outra, e cada uma empresta à outra seu objetivo.

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ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO

POLIVALÊNCIA

FLEXIBILIDADE

ARQUITETURA COM IDENTIDADE

ARQUITETURA NEUTRA = AUSENTE DE IDENTIDADE

A MUDANÇA É FATOR CONDICIONANTE E ESTÁTICO

RESULTA EM VARIEDADE DE SOLUÇÕES INADEQUADAS

FORMA MÍNIMA CAPACITADA P/ VARIEDADE DE SOLUÇÕES APROPRIADAS

X

LIBERDADE IDENTIDADE COLETIVIDADE

FORMA E PROGRAMA PRODUZEM-SE MUTUAMENTE

Figura 56: Fluxograma Arquitetura Polivalente x Arquitetura Flexível, Fonte: produção nossa.

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A SOLUÇÃO APROPRIADA NÃO EXISTE

POLARIZAÇÃO MONOTONIA SEGREGAÇÃO


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

POLIVALÊNCIA X FLEXIBILIDADE Como comentado anteriormente, o estruturalismo trabalha objetivos que podem ser vistos na agenda do modernismo, porém com outras definições e métodos no processo, como forma de fugir das resoluções modernistas. Propor uma gama de possibilidades futuras de uso para um projeto em questão é um desses objetivos. Porém, o estruturalismo aparentemente aprendeu com o modernismo, e toma cuidado ao moldar e propor essa gama. Flexibilidade significa tratar uma máxima de condicionantes com um mínimo de escopo, o que a primeiro momento aparenta trazer saldo positivo ao projeto, porém, isso termina gerando uma arquitetura neutra, genérica, que se adequa a uma grande gama de soluções sempre inexatas ao problema a ser solucionado, por essência do processo na qual foram concebidas. Em contrapartida, o estruturalismo concebe o que nomina como arquitetura polivalente, na qual estabelece desde o início a prerrogativa da arquitetura com identidade, atrelada a mudança como fator estático, gerando uma forma capacitada para atender uma variedade de soluções apropriadas, denotando ao projeto liberdade, identidade e coletividade, esta última como fator positivo (em contrapartida à segregação produzida pelo modernismo). O produto final é forma e função produzindo-se mutuamente, ou seja, um projeto que não termina na entrega para o cliente, mas que leva a consciência de que cresce e se corresponde com diferentes momentos e vivências de seus usuários. Para tanto, o estruturalismo defende que o projeto precisa “deixar espaço” para a colaboração de criação com o cliente, i.e., torná-lo parte tanto do processo quanto do pós processo, como agente ativo.

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CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

Figura 57: um dos pátios do orfanato de amsterdã Fonte: Archdaily

6.2.4 Aldo van Eyck e o lugar da imaginação Através dos antecedentes estruturalistas foi possível perceber a influência e o papel chave de Aldo Van Eyck, como membro do CIAM, membro criador do Team X, e como exponente do estruturalismo. Por ser agente ativo em tantas esferas - e compreendendo o potencial impacto da soma destas, foi trazido seu repertório projetual como forma de análise das diretrizes estruturalistas recolhidas. Expoente fundamental no estruturalismo e na arquitetura holandesa, Aldo van Eyck tem como ponto alto de sua trajetória a habitação para crianças e adolescentes, parques infantis, templos religiosos e projetos urbanos, havendo em comum em todas essas produções principalmente a atitude de repensar de forma projetual o “considerado anteriormente normal” para essas tipologias, e da construção e afetividade do espaço por parte de seus habitantes. Como forma de análise de seu repertório serão comentados três principais projetos, em três usos distintos, como forma de exemplificar projetualmente de forma sintática as estratégias levantadas anteriormente, além de estabelecer uma linguagem do arquiteto.

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ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

Figura 58: planta baixa orfanato de amsterdã, Fonte: Archdaily

Orfanato de Amsterdã Principais temas: Geral & específico, diferenciação territorial. Projeto iniciado um ano após a criação do Team X, e finalizado posteriormente a sua dissolução, o Orfanato de Amsterdã é um exemplo claro de uma busca de espaços articulados em substituição à ideia normativa de linearidade no programa disposto na planta. Van Eyck descentraliza os usos através da planta livre, tornando-a então um espaço não hierárquico, e explora a experienciação do espaço por parte do usuário, tornando o roteiro do ponto A ao ponto B uma oportunidade de ligação entre interior e exterior, com trechos cobertos, trechos descampados, riqueza de elementos arquitetônicos e fluxos e acessos variados, uma gradação de espaços intermediários defendida pela ideia da diferenciação territorial; também é vista uma clara interpretação da ideia de geral e específico, através da criação de uma volumetria fractal unificada, na qual se utiliza de duas modulações base para

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CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA TEMÁTICA

ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

criar os dormitórios e espaços comuns, porém com um desenho final único. Na prática, se alcança uma planta com especificidades, através do emprego de uma modulação geral na casca, uma uniformidade de linguagem que não aprisiona, mas sim cria pertencimento e apropriação do espaço por parte dos usuários.

Figura 59: coberta orfanato de amsterdã Fonte: Archdaily

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ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

Figura 60: Maquete Igreja protestante em Driebergen, Fonte: http://

Igreja protestante em Driebergen Principais temas: Intervalo, estrutura e ocupação, a forma. Neste projeto que recebeu inúmeros prêmios, dentre eles o RIBA Royal Gold Medal, Van Eyck faz uso de formas simples no desenho da planta para gerar vários intervalos projetuais, com uso mínimo de paredes como divisoras desses intervalos: diferentemente do usual, estes são criados através da intercessão dessas formas no desenho, sendo estas os elementos criadores de gradação. A espacialização do programa também é peculiar para a tipologia: o local do discursor (pastor) é introduzido no centro e junto aos ouvintes, criando um relacionamento mais intimista para oratórias. Esta não separação também cria uma experiência de significados, onde quem escuta não está voltado apenas para quem discorre, mas também consegue ver os demais ouvintes: uma simbologia indireta de unificação, de que ao se ouvir e/ou se falar, todos são iguais. A planta também traz uma variedade de interpretação dos usos nos espaços, onde os locais dos assentos podem ser facilmente reconfigurados ao fim desse uso, sendo então a urdidura uma ferramenta de liberdade da ocupação. Essas duas características principais cocriam a ideia da forma atrelada ao uso e a experiência.

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CONCEITUAÇÃO TEMÁTICAMÁTICA

Figura 61: esquema de fluxos da Igreja protestante em Driebergen Fonte: http://

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ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

Figura 62: Planta baixa Casa Humbertus, Fonte: http://

Casa Humbertus Principais temas: Estrutura e ocupação, público e privado A Casa Humbertus tem por objetivo ser o lar de pais solteiros e seus filhos, e utiliza um padrão de encaixe no lote que, aliado com os demais cria um pátio interno, ideal para socialização e interação das crianças entre si e com a arquitetura. O programa também se espalha além do lote de acesso, criando uma linguagem projetual própria, sendo uma releitura do entorno já construído. Além disso, é utilizada uma linguagem de cores que não ignora os usuários mais jovens, tratando arquitetura então como uma disciplina passível de leitura e apreensão independente de idades. Permitindo que os usuários sejam os agentes do projeto, a Casa Humbertus utiliza-se de uma estruturação limpa e irreverente, possibilitando uma variedade de interpretação do espaço por parte do usuário, o que o tornando aberto às idades e preferências de uso. Por se desenvolver como uma massa perimetral à um pátio no centro de quadra, é gerado um nível de interação pública e privada, de forma que os pais sempre têm acesso visual à vida social de seus filhos alimentada pelos momentos de brincadeiras no pátio interno.

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CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

Figura 63: mosaico de fotografias da Casa Humbertus, Fonte: http:// vaneyckfoundation. nl/

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ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

Figura 64: mosaico de fotografias da Casa Humbertus, Fonte: http:// vaneyckfoundation. nl/

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Figura 65: classificação de edificações, Fonte: a autora.

ORFANATO MUNICIPAL DE AMSTTERDAM

IGREJA PROTESTANTE EM DRIEBERGEN

CASA HUBERTUS

UNIDADE

UNIFICADA

UNIFICADA

COMPOSTA

LINHAS DE FORÇA

GEOMETRIA

FRACTAL

CIRCULAR + QUADRILÁTERA

OCTOGONAL

PADRÃO

RAMIFICAÇÃO

SIMÉTRICO

SIMÉTRICO

VARIEDADE

MOVIMENTO

CRESCIMENTO ILIMITADO

EXPANSIVO

IMPLOSIVO


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

-É possível perceber uma valorização democrática dos espaços, tocando nas temáticas de sociedade aberta, espaço total e sensação de pertencimento do usuário ao espaço, por exemplo;

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA

Figura 66: Diagrama com contribuições da Arquitetura Estruturalista, Fonte: a autora.

A temática de elementos específicos e elementos gerais é traduzida espacialmente, através de uma variadade de grids, que vão do grid mais cartesiano à grids com objetos finais assimétricos, trazendo certa liberdade no desenho e experienciações espaciais interessantes;

Acima de tudo uma valorização e busca por espaços mais humanistas e democráticos, criando extímulo as relações e a apreensão do espaço por parte do usuário;

Outra forma de tratamento dessa temática é a leitura de espaço público e espaço privado não como elementos isolados, mas como elementos que se relacionam.

Considerando uma rápida classificação Gestalt, o trabalho de Aldo Van Eyck então se pauta principalmente por unidades compostas, denso grid de linhas de força, geometrias variadas, padrões em maioria simétrico, curta variação de elementos no desenho, e movimento de expansão. Já o estruturalismo arquitetônico como todo demonstra um leque de possibilidades, utilizável em diferentes lugares e culturas, e mesclável com as diretrizes sanitárias antes identificadas. Afim de resumir visualmente esta etapa, seguem nas próximas páginas tabelas das diretrizes reunidas.

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ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO

DIRETRIZES SANITÁRIAS

ESTRATÉGIAS

Projete para distância social, não isolamento social

Expansão de limites da unidade habitacional; criação de ambientes em estilo suíte; ampliação de espaços que conectam com a paisagem urbana; cuidado com fachadas; e “salas de saúde”.

Faça seus espaços respirarem melhor

Janelas abertas para ventilação cruzada natural; estratégias de purificação de ar; projetos de climatização com nível superior de filtração para situações de picos pandêmicos; e sistemas de ar mais robustos.

Luz como extimulante à saúde

Iluminação natural para áreas contaminadas; caso não haja pssibilidade, instalação então de lâmpadas que simulam a luz do dia; e escadas abertas e bem iluminadas afim de diminuir uso de elevadores.

Auto-limpeza como ferramenta preventiva

Aumento de protocolos de limpeza para superfícies com alto toque; luzes LED que iluminam e higienizam; local apropriado para descarte de luvas e máscaras; e espaços para desinfecção de embalagens fora da entrada do prédio ou unidade habitacional.

Projete para pessoas, não apenas contra patógenos

Criação e aplicação de protocolos comportamentais para moradores e visitantes; designs que respeitem usuários e inspirem confiança e esperança; desinfecção de equipamentos; limitação de ocupantes em elevadores; e fornecimento de estações de limpeza.

Repense a seleção de materiais e o tratamento de superfícies

Uso de materiais porosos e revestimentos antimicrobianos; variedade e melhoria no uso de automação em ambientes, redes, variedade de tomadas, e tecnologias equivalentes; e materiais e acabamentos fáceis de limpar.

Sequenciar fluxos para limitar sobreposições desnecessárias

Fluxo sequencial através do espaço; redução de congestionamento em espaços potenciais contagiosos; fluxos horizontais com viagens unilaterais, e vias de entrada e saída separadas; uso de tollkits em áreas compartilhadas; e limitação de visitantes/apartamento.

Novos arranjos, com layouts multifuncionais

Novos arranjos espaciais afim de facilitar atividades, se possível ao ar livre e distante de vizinhos, além de espaços multifuncionais através de superfícies que expandem; uma porta de entrada única para unidades habitacionais; e para lobbies e áreas de espera, circulação marcada e assentos individuais.

Proximidade de conveniências, mercadinhos, restaurantes, para abastecimento em geral; Proximidade ou criação de espaços arborizados, oportunizando a sensação de refúgio urbano;

DIRETRIZES CONTRA FUGERE URBEM

Espaços anexos (na planta baixa térrea, ou em usos no entorno urbano) que possibilitem flexibilização de usos, como as ruas fechadas para moradores em Nova York por exemplo;

Maior integração do ambiente externo com o interno, sem abrir mão da privacidade domiciliar; Uso da arquitetura como uma ferramenta de fortalecimento da comunidade local. Lugar como ferramenta da identidade, tanto dos moradores quanto da arquitetura proposta.

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ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

DIRETRIZES ESTRUTURALISTAS

CONCEITUAÇÃO

DEFINIÇÃO

PÚBLICO E PRIVADO

Qualidades espaciais que referem-se ao acesso, responsabilidade, relação entre a propriedade privada e a supervisão de unidades espaciais específicas.

PADRÃO PROJETUAL

Junção de disciplinas: forma, articulação, motivos arquitetônicos e material, introduzindo um ordenamento projetual.

GRADAÇÃO

Os aspectos de acesso são importantes na composição de usos e usuários.

O INTERVALO

Elo entre polos.

A FORMA

A forma está intimamente ligada com uso e experiência.

ESTRUTURA X OCUPAÇÃO

A estrutura funciona como suporte bem planejado para criar uma liberdade de ocupação.

URDIDURA E TRAMA

Uma não pode viver sem a outra, e cada uma empresta à outra seu objetivo.

POLIVALÊNCIA

arquitetura com identidade, atrelada a mudança como fator estático, gerando uma forma capacitada para atender uma variedade de soluções apropriadas.

Figura 67: Diagrama com contribuições da Arquitetura Estruturalista, Fonte: a autora.

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CONCEITUAÇÃO

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ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO

PARTE 2

MANUAL DE POSSIBILIDADES

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PRECEDÊNCIA PROJETUAL


CONCEITUAÇÃO

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ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

PRECEDÊNCIAS PROJETUAIS

O estudo de caso a seguir colabora para a proposta na medida em que além de ser um ícone da Arquitetura Estruturalista habitacional, aborda questão além de seu tempo, referida neste trabalho: uso da distância física, não social. Também questões atemporais, como a casa à disposição do amadurecimento dos moradores, layout multifuncional, arquitetura aberta (i.e., preparada para modificações pelos próprios usuários), entre outros. Essa linha de raciocínio projetual será utilizada no ato de criação de plantas, no item 8.5 do capítulo a seguir.

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CONCEITUAÇÃO

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ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA Figura 68: entrada principal. Fonte: https://www.ahh.nl/


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

PRECEDÊNCIAS PROJETUAIS

Ficha técnica Casas diagonais, Delft Arquitetos: AHH Architecture Ano de construção: 1967-1970 Endereço: Gebbenlaan 38, 2625 KB Delft

De acordo com a instituição criada posteriormente, para documentação e preservação das casas (https://www. diagoonwoningdelft.nl/), o projeto é um dos mais importantes da carreira de Herman Hertzberger, e na verdade é um fragmento do que antes estava planejado para serem 324 casas, que foram inviabilizadas por questões financeiras. A ideia por trás do projeto das Casas Diagonais era trazer mais poder de influência para as pessoas sobre o projeto de suas próprias casas e seu modo de viver. Elas foram também uma crítica a habitação pública padrão pós 2ª guerra, e oportunizam um conceito revolucionário de moradia e vivência doméstica. A proposta de serem projetos “inacabados”, i. e., em que o morador será posterior agente da construção do espaço, demonstra uma grande diferença dos modelos genéricos vistos no Recife que podem ser adjetivados homonimamente, de uma forma negativa. As casas diagonais de Herman Hertzberger em vez disso oferecem diferentes pontos de partida espaciais e funcionais, entregando uma experiência espacial única, através Figura 69: isométrica de situação. Fonte: https:// www.ahh.nl/

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PRECEDÊNCIAS PROJETUAIS

ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

do design escultural de andares escalonados em torno de um átrio central. É um espaço contínuo com zonas claras e escuras, altas e baixas, abertas e fechadas, manchas grandes e pequenas que dão origem a uma rica paleta de associações espaciais. Seguindo a lógica da arquitetura de variedade de John Habraken, a casa funciona como uma casca, uma urdidura estrutural na qual os moradores criarão uma trama de ambientes, posicionando-os da forma que lhes forem pertinente,possibilitando modificações posteriores no layout, sem obrigatoriedade de obras e novos custos, acompanhando de forma otimizada etapas das vidas dos moradores; é um espaço fechado e aberto por ser uma clara estrutura fechada, mas que em seu núcleo cria aberturas para iluminação zenital; e graças a formulação do espaço distribuída em camadas (pavimentos), é possível criar uma unidade aos espaços, que se integram através da permeabilidade visual; com tudo, apesar de ser uma arquitetura polivalente na promoção de variedade de layouts sem mudanças estruturais, a casa também deixa em aberto a possibilidade de crescimento do programa,

Figura 70: corte transversal. Fonte: https://www.

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Figura 71: integração entre ambientes internos. Fonte: https://www.ahh.nl/

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PRECEDÊNCIAS PROJETUAIS

ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

Figura 72: Variação de layout. Fonte: https://www.diagoonwoningdelft.nl/

Garagem

1º Pavimento

2º Pavimento

3º Pavimento e Coberta

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ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

PRECEDÊNCIAS PROJETUAIS

i. e., caso acordado pelos vizinhos, é uma estrutura pronta também para crescimento longitudinal e vertical, graças à formulação a partir dos seus 2 eixos, que abrigam o mínimo fixável: circulação vertical de um lado e área molhada de outro. Desta maneira, a casa torna todas as demais decisões de ambientação e design (como posicionamento de aberturas e fechamentos na fachada) a favor do morador, sendo um exemplo construtivo interessante inclusive para o teor pandêmico do presente trabalho.

Figura 73: isométrica dos eixos fixos, Fonte: https://www.diagoonwoningdelft.nl/

Figura 74: vistas e corte longitudinal. Fonte: https://www.diagoonwoningdelft.nl/

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CONCEITUAÇÃO

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ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO

A PROPOSTA

143


Padrão projetual

Polivalência

A natureza de serem disciplinas projetuais - comuns a todo e qualquer projeto de arquitetura, que trazem a possibilidade das Diretrizes Estruturalistas serem hierarquizadas (figura acima) e ordenadas de forma a compor um método de projetar (figura abaixo). Esse pequeno esforço traz oportunidade futura, ainda que básica e não obrigatória, de projetar, desde o modelo de processo até a execução, considerando elucidações estruturalistas.

HIERARQUIA

ASSOCIAÇÃO ENTRE DIRETRIZES

PARTIDO

Figura 75: Diagrama do método projetual, Fonte: a autora.

LUGAR E ARTICULAÇÃO

BIOFILIA

FORMA

POSSIBILIDADES ESPACIAIS A SEREM SIMULADAS


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

8.1

A PROPOSTA

Introdução

Uma vez discutido o conteúdo apresentado até então, aqui serão introduzidas as diretrizes projetuais, mencionadas anteriormente. A intenção principal é estabelecer uma lógica hierárquica na operação destas diretrizes. Para tanto, será feito um cruzamento entre os conceitos estruturalistas e as recomendações para contextos pandêmicos que mostramos nas seções anteriores. Nesta elaboração serão elencados modos de organização do espaço doméstico, inclusive considerando princípios biofílicos, para, então chegar-se à ideia de dimensionamento de ambientes, conforme as necessidades observadas em contextos pandêmicos. Esta metrificação converte-se por meio de plantastipo, que oferecem potencial para sofrerem alterações por parte dos usuários, o que as caracteriza como polivalentes.

145


A PROPOSTA

Figura 76: Diagrama de associação entre diretrizes, Fonte: a autora.

146

ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

8.2

A PROPOSTA

Associação entre diretrizes estruturalistas e diretrizes

pandêmicas

Aqui serão estabelecidas associações entre as recomendações para contextos pandêmicos e conceitos estruturalistas. Para tanto, estes conceitos (e subcomponentes) serão vinculados às referidas recomendações a partir de temáticas em comum. Ao final, espera-se chegar ao que chamamos de diretrizes estruturalistas-pandêmicas, possível ponto inicial para concepções projetuais, que poderiam ser customizadas, conforme condicionantes locais. É importante salientar, entretanto, que não serão associadas todas as diretrizes e estratégias pandêmicas aqui associadas, serão excluídas aquelas que possuem um cunho mais técnico, (como tipos de equipamentos, filtros de ar ou lâmpadas) ou de natureza ligada à materialidade, pois entende-se que estas diretrizes constituem um universo próprio de resoluções mais passíveis à personalização, portanto ligadas a cada projeto criado). A seguir estas relações são apresentadas em tópicos (figuras 77 a 82), de modo a esclarecer objetivamente o que envolvem, seguindo como estrutura geral: (1) público x privado, (2) padrão projetual, (3) gradação, (4) intervalo e (5) estrutura e ocupação. No primeiro grupo (público e privado), tem-se os subcomponentes: (1.1) acesso; (1.2) responsabilidade; (1.3) usuários e (1.4) supervisão. No segundo grupo (padrão projetual), temse: (2.1) forma; (2.2) articulação e (2.3) motivos arquitetônicos. Os demais grupos não comportam sub-componentes. Cada cor empregada na escala de vermelho claro a escuro indica uma diretriz sanitária diferente, e apontam quais mais utilizadas nas associações.

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Reformulações projetuais Purificação e/ou renovação do ar Iluminação Desinfecção de superfícies Comportamento do usuário e humanização Fluxos

1 Público e privado | 1.1 Acesso Uma sequência passo-a-passo de áreas que intervalam coletivo e privado

- Provida de ventilação e iluminação satisfatórias - Fluxo sequencial através do espaço, reduzindo o congestionamento e a dependência de espera - Limitação do número de visitantes/apartamento, com viagens unilaterais - Acessos térreos (lobbys e áreas de espera) com circulação marcada, assentos individuais, e estações de desinfecção - Com aplicação de protocolos comportamentais para moradores e visitantes (tornando protocolos de limpeza e cuidados naturais à gradação).

Reformulações em layout

1 Público e privado | 1.2 Supervisão Instrumento de uso coletivo, potencializado através

Figura 77: Diretrizes, Fonte: a autora.

148

- Fluxo unido ao grau de supervisão através de elementos espaciais: quanto mais íntimo mais restrita a supervisão - Programa disposto nos andares de forma inteligente, possibilitando maior aberturas na fachada, enquanto a privacidade consegue ser preservada através da variação de planta. - Composição de fachadas, para conjuntos habitacionais principalmente, que oportunizem socialização entre vizinhos de mesmo edifício ou edifício distintos, em momentos pertinentes. - Aliado a concepção do espaço de desinfecção, planejamento da disposição do mesmo no hall ou corredor do andar, gerando sentimento de apropriação e responsabilidade coletiva do espaço, expandindo os limites de supervisão da unidade habitacional.


1 Público e privado | 1.3 Responsabilidade Construção do sentimento de lugar mediante

- Antecipação de comportamentos naturais humanos no projeto - Novo arranjo de espaços dentro de unidades e edifícios com áreas ao ar livre e distante dos vizinhos - Espaços que atendem diferentes necessidades ao longo do dia - Expansão dos limites da unidade habitacional antes usuais - Aumento do tamanho da sacada, do pátio e dos jardins, para ampliar os espaços de estar privados e comunitários - Incentivos espaciais às pessoas irem ao ar livre

Reformulações projetuais Purificação e/ou renovação do ar Iluminação Desinfecção de superfícies Comportamento do usuário e humanização Fluxos Reformulações em layout

1 Público e privado | 1.4 Usuários A demarcação territorial por parte do usuário, fortalecida a partir - Protocolos de limpeza integrados ao espaço, oportunizando confiança no uso longo prazo - Etapas intuitivas para os protocolos de limpeza, trazendo mais dinamicidade à rotina - Espaços que ofereçam interação do indivíduo com a arquitetura, criando sentimento de apropriação e conexão - Fluxos sequenciais conectados com as etapas dos protocolos de limpeza - Arranjos espaciais polivalentes, reversíveis de acordo com as necessidades do usuário, tornando-o colaborador do projeto (também) no pós-ocupação - Mobiliários e layouts multifuncionais, descompressores da rigidez atribuída a adaptação de novas etapas (ou situações) da vida dos moradores - Oportunizar geminação ou divisão de ambiente de demais, aumentando o poder e possibilidades do morador sob o espaço

Figura 78: Diretrizes, Fonte: a autora.

149


Reformulações projetuais

2 Padrão projetual | 2.1 Forma Acomodar variações de programa

Purificação e/ou renovação do ar Iluminação Desinfecção de superfícies Comportamento do usuário e humanização Fluxos

- Facilitadora de variações de fluxos e novas possibilidades de articulações, através de resoluções modulares - Circulação marcada através da diferença de cota de nível, pé esquerdo, e demais táticas que trabalhem alturas relativas num mesmo invólucro - Unidades habitacionais com potencial de expansão e retração espacial, sem necessariamente precisar de reformas

Reformulações em layout

2 Padrão projetual | 2.2 Articulação Alcance da equivalência e proporção dos espaços

Figura 79: Diretrizes, Fonte: a autora.

150

- Equivalência entre ambientes como ferramenta atenuadora na sensação de protocolo sanitário, tornando-o mais natural às pessoas - Uso da proporção, em áreas totais de pisos, e na variação nas alturas, como ferramenta de distanciamento social sem perda de socialização - Localização inteligente de escadas e demais variações de circulações verticais - Circulação marcada através de toolkits, revestimentos ou desenho de projeto - Sequenciar fluxo para limitar sobreposições desnecessárias - Portas sem toque, ou projeto que possibilite desuso de portas sem ferir a intimidade


2 Padrão projetual | 2.3 Motivos arquitetônicos

Novos usos criados pelos usuários informalmente

- Elementos que constituem a fachada - Escadas e rampas abertas e bem iluminadas, que possam funcionar como assentos - Com favorecimento do contato social não-físico - Que auxiliem com segurança situações com aumento de fluxo ocupante em espaços de espera - Demarcando e repetindo-se no espaço, desempenhando possibilidade de funcionar como “tollkits volumétricos e/ou gráficos” em épocas de pandemia - Com funções de mobiliário alternativo - Saliências externas acima das janelas incorporadas ao projeto de fachada, que possibilitem uso como prateleiras para vazos de plantas

Reformulações projetuais Purificação e/ou renovação do ar Iluminação Desinfecção de superfícies Comportamento do usuário e humanização Fluxos Reformulações em layout

3 Gradação Quanto + íntimo +

- Ventilado e iluminado - Circulações com viagens unilaterais horizontais - Controle de densidade - Agilidade dos fluxos em espaços comuns - Saliências externas nas fachadas - Polivalência das disciplinas projetuais inseridas no ambiente - Polivalência de layout Figura 80: Diretrizes, Fonte: a autora.

151


CONCEITUAÇÃO

Reformulações projetuais

ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

4 O intervalo Como

Purificação e/ou renovação do ar Iluminação Desinfecção de superfícies Comportamento do usuário e humanização

- Respiro e luz entre ambiente íntimo contaminável e gradação mais externa - Local de desinfecção de embalagens - Respiro em fluxos sequenciais horizontais - Contribuinte na distância (e não isolamento) social - Expansor dos limites da unidade habitacional - Conector entre sacadas e terraços

Fluxos Reformulações em layout

5 Estrutura e ocupação Grid polivalente desenvolvido com

- Levando em conta aberturas para ventilação e iluminação generosas - Que possibilite readequação dos módulos habitacionais quando necessário, como aumento de varandas, geminação entre unidades, ou até crescimento da edificação posterior a construção - Dando preferência a malhas que proporcionem unidades com grandes vãos livres

Figura 81: Diretrizes, Fonte: a autora.

152


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO

1.1 Acesso

1.2 Supervisão

1.3 Responsabilidade

Uma sequência passo-a-passo de áreas que intervalam coletivo e privado

Instrumento de uso coletivo

Construção do sentimento de lugar

1.4 Usuários

2.1 Forma

2.2 Articulação

A demarcação territorial por parte do usuário

Acomodar variações de programa

Alcance da equivalência e proporção dos espaços

2.3 Motivos arquitetônicos

3 Gradação

4 O intervalo

Quanto mais íntimo, mais

Como ferramenta

Novos usos criados pelos usuários informalmente

5 Estrutura e ocupação

Figura 82: Resumo diretrizes, Fonte: a autora.

Grid polivalente

153


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

A PROPOSTA

8.3 Essências

As próximas considerações, sobre a relação estruturalista entre “lugar e articulação”, consideram elementos de desenho abstraídos ao mínimo (ou seja, empregandos de maneira menos específicas, e menos complexas). A respeito da biofilia, esta é definida pela presença de elementos naturais essenciais, que compõem, caracterizam e moldam o projeto. Um exemplo é a iluminação natural, cuja origem remonta à abóboda posicionada acima da linha de terra. Neste estudo, este aspecto trata de como será o formato das aberturas laterais e superiores, dos espaços gerando distintos efeitos de luz, dependendo de como são combinados forma e altura destas aberturas. Outra questão é a sobre como a luz natural se relaciona com o vazio e o construído: um dado elemento construído, pode, por exemplo, ser horizontal ou vertical, e, exposto à luz, cria sombra, cobertura, ou contraste; já a luz natural incidindo sobre um vazio gera um espaço com muita luz, e, por isso, mais integrado ao exterior. Estes dois tipos de elementos essenciais - os de Lugar e Articulação, e os Biofílicos) serão qualificados posteriormente pelas diretrizes obtidas na associação que estabelecemos, de forma que evoquem suas qualidades através do espaço.

154


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

Lugar e Articulação

A PROPOSTA

Figura 83: Diagrama ilustrativo. Fonte: a autora.

Vazio

Construído

Biofilia

Iluminação natural

Ventilação Ventos principais

Vegetação Natural | Introduzida

155


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

A PROPOSTA

8.3.1 Lugar e Articulação Como base para as diferentes articulações e volumetrias, uma planta hipotética genérica foi criada. É importante aqui ressaltar sua desvinculação com uma planta de algum contexto específico, como, por exemplo, o mercado Imobiliário do Recife. Esse cuidado é válido pois o que mais comumente ocorre neste caso são plantas que desprezam as possibilidades de articulação entre ambientes, ao invés de levarem em consideração arranjos que possibilitem diferentes configurações espaciais por pavimentos e fachadas diversas, que reflitam justamente estas diferenciações. Aqui, a ideia é que as experimentações estejam vinculadas a roteiros e suas gradações, nas quais, tomadas as medidas mínimas, as configurações dos espaços possam adaptar-se a diferentes aspectos, como tipos de terreno e orientação climática.

Figura 84: Diagrama de concepção da planta hipotética, Fonte: a autora.

Legenda

Gradação entre ambientes Limite unidade habitacional Sentido da gradação Demarcação inicial dos ambientes

156

9 3


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

A PROPOSTA

A seguir serão expostos os modelos criados a partir das somas de espaços construídos e espaços vazios (figura 85), a sequência do percurso, e variações da forma construída (curvas e quinas). O sentido do percurso é indicado pela seta; os círculos brancos indicam o local da visada; as nomeclaturas nas enumerações (figuras 85 e 86) explicitam as relações obtidas, e os ícones de soma quais elementos e de que forma estão sendo situados no modelo. Essas considerações de como constituir ambientes será utilizada posteriormente nas plantas tipo concebidas nesse trabalho, apresentadas na seção 8.5.1.

157


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

A PROPOSTA

Figura 85: vistas tridimencionais dos modelos e suas nominações, Fonte: a autora.

1

2

Gradação marcada

4

3

Continuidade espacial

5

6

Continuidade

7

10

Início ou Continuação

9

Possibilidades

11

Fim suave

158

Bifurcação

8

Início ou Divisão

Roteiro direcionado

Fim

12

Fim

Fim suave


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

1

2

3

4*

5

6

7

8

9

10

11

12

*

Vazio

Quina

Construído

Curva

A PROPOSTA

Figura 86: somas de elementos e plantas esquemáticas resultantes, Fonte: a autora.

0

2

5m

A soma de um vazio com outro implica na infinitude espacial, ou compreensões

espaciais que fogem da ideia de vedações verticais, ao menos até dada distância limite.

159


8.3.2 Biofilia Representando este tópico, são consideradas as questões de iluminação natural, ventilação natural e vegetação, itens indispensáveis na concepção de projetos. A iluminação e ventilação, em especial, serão trabalhadas conjuntamente, pelo fato de, via de regra, serem ambas concebidas por meio de fenestrações.

8.3.2.1 Ventilação e iluminação naturais Seguindo a lógica de controle térmico e refrigeração apresentada na publicação “Da Casa Passiva à Norma Passivhaus” (WASSOUF, 2017) para o Brasil (utilizam-se da cidade Rio de Janeiro como exemplo para aplicação dos testes qualitativos), para uma orientação solar favorável são pertinentes os seguintes itens: elementos de sombreamento fixos (como cornijas) com cerca de 2m de profundidade, uso de elementos de sombreamento reguláveis, materiais construtivos com alta capacidade de absorção de vapor d’água, cores claras para paredes e coberturas, aberturas menores à norte, leste e oeste, favorecendo o fluxo de ventilação vindo à sul, e volumes arquitetônicos com reentrâncias e saliências. Com base nesta referência, foi elaborado um esquema que demonstra onde (orientação fachada) e como criar aberturas em unidades habitacionais (ver figuras 88 e 89). Com relação aos elementos de sombreamento fixos, uma alternativa, para além das cornijas, é o uso da própria laje do pavimento superior, principalmente em orientações solares desfavoráveis, através da movimentação, acréscimo ou supressão dos sólidos nos estudos volumétricos iniciais. Já a respeito de reentrâncias e saliências, a depender do objetivo volumétrico final da edificação, estas podem ser trabalhadas, não apenas com variação de plantas, mas também acréscimo ou supressão de unidades habitacionais por pavimento, que, aliadas ao programa, podem levar a melhor qualidade espacial, gerando pátios e/ou grandes pés esquerdos, criando, assim, espaços coletivos ou privativos com vivacidade.

160


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

-

A PROPOSTA

+

Lateral

Zenital

Zenital

Figura 87: Aberturas para iluminação natural propostas, Fonte: a autora.

161


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO

7m

7m

7m 3m

Sul Sudeste

Norte Noroeste

Uso de aberturas com sua dupla função ventilação/iluminação. Aberturas zenitais mais próximas ao centro dos espaços espalham e oferecem mais luz ao ambiente, aliadas com aberturas nas fachadas, enquanto que janelas altas também são soluções interessantes, se utilizadas em zona de pressão oposta às demais, podendo ser trabalhadas as opções de aberturas na zona positiva de pressão.

162


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

7m 3m

Sul Sudeste

CONCEITUAÇÃO

Norte Noroeste

7m 3m

Figuras 88 e 89: Diagramas ventilação chaminé e suas possibilidades e ventilação cruzada suas possibilidades, Fonte: a autora.

163


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

A PROPOSTA

8.3.2.2 Vegetação Denominadas genericamente de “áreas verdes”, estas trazem não necessariamente pisos com tratamento adequado e utilização de grama, podendo serem marcadas pela presença de vasos de piso ou aéreos, contribuindo de forma equivalente ao propósito, que é o uso da vegetação como condicionante do arranjo espacial. Foram criadas 3 classificações em planta baixa: concentrada, pulverizada e perimetral. Elas levam em conta como a área verde é distribuída na planta, e suas potenciais variantes (ver figura 90). 1 Concentrada: Trata-se de grandes zonas, que podem ser representadas como jardins ou hortas domésticas. A opção que oferece mais abundância de area verde (1.3) torna inevitável se estar em algum ambiente da unidade sem contatos com a vegetação, mesmo que apenas visuais.

2 Pulverizada: A partir de uma zona central (2.1), evoluída em suas opções posteriores de forma a se espalhar pela planta baixa (2.4), pode ser compreendida como espaços agregados, com vazos de plantas de altura média, que desempenham algum protagonismo no espaço, misturando-se com os ambientes onde se encontram, trazendo sensação amena à eles. 3 Perimetral: Oportuniza que ambientes lineares tenham um plano de fundo natural, acompanhando o passeio pelo espaço.

164


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

1 Concentrada

-

A PROPOSTA

3 Perimetral

2 Pulverizada

1.1

2.1

3.1

1.2

2.2

3.2

1.3

2.3

3.3

2.4

3.4

+

Área construída Área verde Limites da unidade habitacional 0 1 2

5

10m

Figura 90: Propostas de arranjos espaciais condicionados pelas áreas verdes, Fonte: a autora.

165


CONCEITUAÇÃO

ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

8.4 Dimensionando: Formulando possibilidades com medidas e proporções Medidas e possibilidades mínimas para ambientes demandam mudanças devido a pandemia. O Estruturalismo trabalha com forma, mas a pandemia trabalha com números (distâncias mínimas) e possibilidades espaciais mínimas que os flexibilizem; por isso, foram elencadas soluções guias, que podem ser ajustadas para de acordo com cada projeto uma vez respeitada a essência de cada solução.

8.4.1 Distâncias físicas entre pessoas Contextos e distâncias ideais É possível notar uma diferença de significado da ideia de “distanciamento físico entre pessoas” antes e depois da culminação da pandemia. Esse comparativo pode ser ilustrado pelas considerações do Neufert (1976) e da publicação do American Institute for Architects (AIA, 2020), intitulada “ReOccupancy Assessment Tool v3” . As propostas aqui concebidas consideram além de contextos pandêmicos, necessidades futuras de readequação dos espaços: momentos pós-pandêmicos, nos quais hábitos de segurança sanitária serão inseridos em rotinas, o que demanda alterações no arranjo espacial das unidades habitacionais. Essa ideia geral se expressa através de soluções com uso de mobiliário multifuncional, a volta (ou solidificação) de ambientes como o home office, ou a criação de espaços de desinfecção, nominados aqui como Genkan, pela semelhança base na função dos referidos. A seguir, serão demonstradas as mudanças das mencionadas “distâncias físicas”, e posteriormente ambientes que solicitam mudanças devido às mudanças sociais ocasionadas com a pandemia. Por fim, será apresentada a concepção de área mínima por ambiente, e medidas mínimas de mobiliários elencados. 166


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO

8.4.2 8.4.2 Contexto Contexto não não pandêmico: pandêmico: Em Em contextos contextos nãonão pandêmicos pandêmicos o ideal o ideal coletivo coletivo parapara dimensionamentos dimensionamentos de espaços de espaços é a édea alta de alta densidade densidade urbana: urbana: os os limites limites físicos, físicos, visuais visuais e sociais e sociais na na cidade cidade já são já são incontáveis, incontáveis, tornando tornando bembem vindos vindos espaços espaços queque recebam recebam a oportunidade a oportunidade de de encontros encontros de públicos de públicos diferentes. diferentes.

Aglomeração Aglomeração

2m 2m

Otimização Otimização = = o mínimo o mínimo de de m²/pessoa m²/pessoa possível possível

2m 2m

Figura 91: Situação de aglomeração, Fonte: Neufert, 1976, editado por autora.

Distância Distância mínima mínima recomendada: recomendada: 0,330,33 metros metros

Situação Situação usual usual

Otimização Otimização = = o mínimo o mínimo de de m²/pessoa m²/pessoa confortável confortável

Distância Distância pertinente: pertinente: 0,500,50 metros metros

Figura 92: Situação usual não pandêmica, Fonte: Neufert, 1976, editado por autora.

1,87m* 1,87m* *Para*Para pessoas pessoas em movimento em movimento aumentar aumentar a largura a largura dum dum valor valor >10% >10%

167


CONCEITUAÇÃO

ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

8.4.3 Contexto pandêmico: Há a necessidade de equilibrar proteção e sobrevivência, com o mínimo de interação social.

Situação usual

2m

Figura 93: Situação usual pandêmica, Fonte: AIA, 2020, editado por autora.

2m 2m 2m

Otimização = o mínimo de segurança sanitária para cada pessoa

Distância mínima recomendada: 2 metros estático, 4 metros em movimento

Situação de interação social mínima

3,5m Figura 94: Situação de interação social mínima, Fonte: informações por GEHL, 1936, ilustrado por autora.

Otimização = interação social mínima com segurança sanitária

7m

3,5m

Distância máxima pertinente: 7 metros* *Segundo GEHL, 1936

168


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

A PROPOSTA

8.4.4 Ambientes e novas necessidades: 8.4.4.1 Genkan

Na tradição japonesa, desde as moradias vernaculares à contemporânea, o espaço de entrada da unidade habitacional é um importante intervalo entre a casa e seu exterior, diferenciado por um desnível, ideal para que a sujeira trazida pelos calçados não adentre a moradia, já que estes são também deixados na entrada. Conhecido como Genkan, o espaço de desinfecção, considerando a composição habitacional predial, não precisaria estar situado obrigatoriamente no interior da unidade, podendo ser amparado por meio de pequenas peças de mobiliários de armazenamento, acentos, e lugar acessível para alcool em gel e alcool para limpeza de objetos.

169


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

A PROPOSTA

É possível visualizar na situação 1 (Figura 96) proposta de dimensão ideal um genkan, com corredores de 3m de largura, distância entre portas de 1,10m, possibilitando a instação do mobiliário, sem que haja perda de espaço para um genkan de 1m². Na situação 2 (Figura 96) variação da situação 1, com espaço para pia coletiva, totalizando ao total 3,5m de comprimento. Para situação 3 (Figura 96), proposta de genkan para hall de 6m de distância porta à porta, possibilitando ser mais aberto para circulação horizontal, e com distância curta entre portas vizinhas (30cm).

Figura 96: possibilidades para Genkans, Fonte: a autora.

Banco

Banco

3m de distância da porta dos vizinhos

Situação 1

Genkan

Genkan

entre 20cm a 40cm

1,10m

0 0,2 0,5 1m

2m

Banco

Banco

3m de distância da porta dos vizinhos

Situação 2

Genkan

Genkan entre 20cm a 40cm

3,5m

0 0,2 0,5 1m

2m

6m de distância da porta dos vizinhos

Situação 3

Banco

Banco

Genkan

Genkan

entre 20cm a 40cm

30cm

0 0,2 0,5 1m

170

2m


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

8.4.4.2 Corredor ou Hall Espaço que reúne o fluxo das unidades habitacionais de um pavimento, havendo necessidade de atenção em suas medidas. A depender do desenho (um corredor ou hall), tem-se, em geral, espaços mais estreitos, buscando economia no saldo de área construída total. O contexto do qual se trata este trabalho pede para que tal proporção seja revisitada, para que seja possível locar um Genkan da unidade habitacional: assim, o espaço não é subtraído da unidade em si, trazendo mais segurança a mesma, pois ja da porta de entrada, estarão melhor resguardadas de doenças e sujeiras. Além disso, é interessante a instalação de pias comunitárias nesses espaços: o álcool tem eficácia contra o vírus da COVID-19, mas considerando futuros surtos e pandemias, torna interessante adotá-las de modo permanentes, pois em contextos não pandêmicos, reforçam a higiene dos moradores e visitantes. Na situação 1 (Figura 97) observa-se um espaço com a forma de corredor. A largura adotada é de 3 metros, suficiente para implantação de genkans, sem comprometer o espaço de circulação. Cabe considerar o diâmetro de segurança de 4 metros para cada pessoa em movimento. Tomando este parâmetro, a largura não seria suficiente, como é possível notar no mesmo exemplo. Porém, com uma simples mudança de leiaute na situação 2 (Figura 97), o mobiliário serve como barreira a quem senta-se para a descontaminação, diminuindo os riscos por aerossóis produzidos por terceiros.

A PROPOSTA


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

A PROPOSTA

Situação 1

Figura 97: possibilidades para corredores, Fonte: a autora.

Pessoa em movimento

Intercecção ocorrida entre perímetros

Pessoa parada

0 0,2 0,5 1m

2m

Situação 2

Pessoa em movimento

Intercecção ocorrida entre perímetros

Pessoa parada

0 0,2 0,5 1m

172

2m


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

8.4.4.3 Home office Com a pandemia, muitas empresas adotaram o formato de trabalho remoto para seus funcionários, intensificando o estilo de vida de trabalhar em casa, o que torna a opção mais palpável à realidade da população. Muitas empresas já confirmaram adoção de formato híbrido de trabalho (dias remotos e dias presenciais) pós pandemia, o que deve modificar a forma como é projetado o ambiente de trabalho coletivo, e que muito provavelmente demandará mudanças também nos arranjos das residências. É possível visualizar na situação 1, encontrada na figura 98, proposta ideal de ambiente home office, separado dos demais ambientes da casa, com acesso próprio ao hall (facilitando visitas de colaboradores a moradores), copa e isolamento acústico satisfatório. Já na situação 2 (figura 98), proposta de home office usando parte de outro ambiente, separados entre si por portas de correr. Nesse exemplo propõe-se um espaço mais compacto, para um usuário, oportunizando a posterior retirada das portas de correr e reintegração dessa porção ao ambiente. Na situação 3 (figura 98) a proposta é uma alternativa de home office para ambientes já construídos, usando o espelho da cama como divisória, encostando à mesa de trabalho. É importante salientar a necessidade de uma distância mínima de 1,72m para parede oposta. Situação 4 (figura 98) é uma variação da proposta anterior, desta vez posicionando o mobiliário encostado à parede. Para a situação 5 (figura 98), proposta de mobiliário home office, que pode ser inserido em ambientes, podendo ser fechado ao término do uso. São demonstradas no exemplo duas possíveis opções de leiaute. Finalizando as opções de home office, na situação 6 (figura 99) é proposta bancada generosa que integra os espaços de jantar e estar. Ideal para usuários em que a rotina não solicita isolamento acústico para home office.

A PROPOSTA


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

A PROPOSTA

Situação 2

Situação 1

1,40m

60cm

Figura 98: possibilidades para home office, Fonte: a autora.

2m 2,50m

0 0,2 0,5 1m

0 0,2 0,5 1m

2m

Situação 3

2m

Situação 4 1,72m

72cm

0 0,2 0,5 1m

2m

0 0,2 0,5 1m

Situação 5

0 0,2 0,5 1m

174

2m

4m

2m

50cm


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

Situação 6 Impressora Tela PC

Cadernos e escrita

Livros

Livros

TV

0 0,2 0,5 1m

2m

A PROPOSTA

Figura 99: possibilidade para home office, Fonte: a autora.

4m

8.4.4.4 Salas Com a pandemia, as pessoas viram necessidade das salas de estar serem multiuso, comportando variações de leiaute, além da usual função de assentos para ver televisão. As propostas consideram a usual integração entre salas de estar e jantar (Figuras 100 e 101).

Situação 1 | Layout ateliê

Figura 100: possibilidade para salas, Fonte: a autora. 2,30m

72 cm 80 cm

0 0,2 0,5 1m

2m


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

A PROPOSTA

Situação 2 | Layout encontro

0 0,2 0,5 1m

Situação 2 | Layout atividades físicas

80 cm

2,30m

Figura 101: possibilidades para salas, Fonte: a autora.

2m

0 0,2 0,5 1m

2m

8.4.4.5 Suítes Segundo o referid odocumento publicado pela AIA (2020), a metragem ideal para um dormitório num cenário pandêmico é de 50 pés, ou, aproximadamente 15m². Seguindo esse parâmetro, o modelo suíte seria o ideal para atender as necessidades de usuários convalecidos. A proposta (figura 102) é que o ambiente seja usado pelo usuário que esteja infectado, auxiliado pela bancada para aquecer e realizar refeições, e proximidade de banheiro próprio, dificultando propagação para outros moradores, além de maior conforto ao convalecido. Também é importante o cuidado na oferta de ventilação e iluminação natural, essenciais ao conforto ambiental do cômodo.

176


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

Situação 1

Situação 2

N

N

0 0,2 0,5 1m

2m

0 0,2 0,5 1m

2m

8.4.4.6 Dormitórios Os demais dormitórios não sofrem grandes alterações para logística pandêmica, se não pelo acréscimo de uma cama, proposta aqui no modelo pullman, ou seja, de embutir (figura 103). Numa situação de usuário infectado na casa, este fica convalecido na suíte, sendo necessária uma outra cama em algum dos demais dormitórios, para aqueles que antes dormiam na suíte e não o faria nessa fase. Em situação não pandêmica, torna-se ideal para visitas que dormirão na casa, podendo liberar espaço ao fim do uso.

A PROPOSTA

Figura 102: possibilidades para suítes, Fonte: a autora.


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

A PROPOSTA

Figura 103: possibilidades para demais dormitórios, Fonte: a autora.

Situação 1

0 0,2 0,5 1m

Situação 2

2m

0 0,2 0,5 1m

2m

8.4.4.7 Banheiros Como reforço sanitário, a colocação dos banheiros próximo às entradas das unidades habitacionais facilita a limpeza individual ao se chegar no ambiente doméstico, seja num contexto pandêmico ou não. São propostas duas situações de implantação: Próximo à entrada, sendo divisa entre zona privativa e zona coletiva (situação 1, figura 104). Ao lado da entrada, criando um ambiente de chegada auxiliado por armário (situação 2, figura 104).

178


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

A PROPOSTA

Situação 1 Figura 104: possibilidades para banheiros, Fonte: a autora.

0 0,2 0,5 1m

2m

4m

2m

4m

Situação 2

0 0,2 0,5 1m


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

A PROPOSTA

A seguir, medidas dos mobiliários exemplificados nas situações anteriores, elencados por ambiente e respectivas situações:

Genkan

Home office |

Situação 2

70 cm

1m

Figura 105: ambientes, suas situações e mobiliários, Fonte: a autora.

5 pares de sapato tamanho 42

4 80cm

1m

5

40 cm

60 cm

0

2 ou 4 bolsas c/ 60cm comprimento

2

60cm

3 3 0,25

Home office |

0,50

9 10

6 11 12

6

1m

7 8 9 10 12 1,23m 1,93m

0,25

0,50

1m

0,25 0,50

1 Alcool e auxiliares 2 Bolsas 3 Sapatos 4 Tela PC 5 Impressora 6 CPU 7 A4 8 Escrita 9 Gadgets 10 Cadernos 11 Livros

6

70cm

0

Legenda

Situação 3

4

5 70cm

8

Portas de correr 35cm largura 0

180

7

2m

Portas de correr 35cm largura

70cm

4 ou 8 bolsas c/ 30cm comprimento

0

1m

20cm

2 ou 4 bolsas c/ 20cm lado

1

0,25 0,50

50cm

4 ou 8 bolsas c/ 10cm lado

4 pares de sapato tamanho 42

2m

1m

2m


Home office |

8

10 11

9

Home office |

Situação 4

Situação 5

12

Figura 106: ambientes, suas situações e mobiliários, Fonte: a autora.

Portas de correr 50cm largura

4

57

Portas de correr 1m largura

Portas de correr 35cm largura 1,40m

70cm

6

1m

2m

4

5

10 9 7 12

0

5

11

15

Portas de correr 50cm largura

6

6

8 14

9

6

11

10

6

0,25 0,50

1m

12

0,25 0,50

1m

4 Tela PC 5 Impressora 6 CPU 7 A4 8 Escrita 9 Gadgets 10 Cadernos 11 Livros 12 Arquivos 13 Copa 14 Material copa 15 Armazenamento

15

15

12 0

6

Legenda

13 15

12

70cm

30cm

4

11

5 72cm

11

4

17cm 40cm

11

Situação 1

42cm 30cm

Home office |

0,25 0,50

1,70m

0

2m

181


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO

Figura 106: ambientes, suas situações e mobiliários, Fonte: a autora.

Home office |

Situação 6

11

4

8 10

5

12

16 11

Acento informal

6

Legenda 4 Tela PC 5 Impressora

6 CPU 8 Escrita

10 Cadernos 11 Livros

0

12 Arquivo 16 TV

0,25 0,50

1m

2m

Salas

0

182

0,50

1m

2m


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO

8.4.5 Áreas mínimas por ambiente Criando área total da unidade mínima Considerando as mudanças de planta mínima por ambiente, é possível se chegar em uma área total por unidade habitacional, tendo como média base a área total que um apartamento ou casa solicita, que pudesse ser garantida a segurança sanitária mínima.

TABELA 02 - PROGRAMA MÍNIMO IDEAL Ambiente

Área

Genkan

-

Home office

3,5m² (unitário) a 9m²

Salas (estar + jantar)

18m²

Suíte

16,20m²

Demais dormitórios

12,60m²

Bwc

3,60m²

*Cozinha + serviço

12m²

*Valor usualmente utilizado para o ambiente

TABELA 03 - RELAÇÃO ENTRE Nº MORADORES E ÁREA TOTAL IDEAL Número de moradores/unidade

Área total/unidade

1

38,30m²

1a2

62,40m²

2a4

75m²

3a6

87,60m²

183


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO

Cabe deixar claro que os valores obtidos não levam em consideração metragem para circulação horizontal ou vertical (para duplex por exemplo), que em estudos feitos de arranjos possíveis variaram de 5m² a 34m². Esses valores são decorrência das proporções entre ambientes que variam, criando corredores, ou da necessidade de metragem horizontal mínima para vencer vãos, no caso de circulações verticais. É importante também salientar que os ambientes tiveram como base inicial dimensões gerais encontradas em Neufert (1976).

8.4.6 Comparação com mercado imobiliário Questionamento da metragem imposta São consideradas, agora, medidas encontradas de apartamentos - de padrão normal, conforme a ABNT NBR 12721:2006 - no mercado imobiliário da cidade do Recife, usando websites das imobiliárias selecionadas. Utiliza-se as encontradas neste mesmo trabalho, escolhidas empíricamente pelos critérios mencionados no item 6.1.2:

TABELA 04 - Nº MORADORES/ ÁREA TOTAL DA UNIDADE EM RECIFE

184

Número de moradores/unidade

Área total/unidade

Nome do edifício

2a4

62m²

Maria Nina & Maria Nara

2a3

52 m²

2a4

56m²

Engenho Prince Duetto


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO

Estas são medidas totais, já incluindo circulações horizontais. Percebe-se a clara flexibiliazação de área total, provavelmente em razão do potencial preço cobrado por m². Indagações são lançadas: circulações e ambientes domésticos mínimos são flexibilizados para além do mínimo confortável, tecnologias construtivas para redução de gastos em obra são utilizadas, arquitetura urbana é flexibilizada (negativamente), enquanto os preços por m² de imóveis parecem crescer. Desta forma, caberiam estudos futuros para evolução do pensamento específico deste tópico, com suas efetivas respostas, mas como provocação fica o questionamento: se a flexibilização ocorresse nos processos e tecnologias construtivas, áreas residuais não questionadas (como garagem por exemplo), ou em como se concebe a forma de projetar para mercado, objetivando alcançar real qualidade espacial ao morador, será que não seria possível considerar metragens mais humanizadas?

185


8.5

Plantas iniciais

A metrificação conduziu a uma etapa de experimentação de possibilidades de arranjos e ambientes conformando uma unidade habitacional. O que foi percebido é que, mesmo sobrepondo plantas a partir de ambientes (como área molhada sobre área molhada, e quartos acima de salas por exemplo), seguir a rigor as dimensões recomendadas anteriormente, não apenas cria uma unidade volumétrica distante dos princípios estruturalistas, como também de arquitetura contemporânea. Os arranjos espaciais - gerados a partir de dimensões mínimas, geram corredores que ampliam a area total construída, sem necessariamente levar a uma melhor utilização dessa área. Além disso, a intenção é que o fator “mudança + tempo” seja levado em conta: que os ambientes possam sofrer alterações, seguindo necessidades dos moradores em cada etapa da vida. “Fincando” esses ambientes como metragem específica, locada em parte específica da planta, desde o início na construção do espaço total, inviabiliza readequações futuras por parte dos usuários, seja por acréscimo ou supressão de paredes. Dito isso, além do estudo apresentado no capítulo 7 e as considerações feitas até aqui, a proposta a seguir nivela as àreas por ambiente, ao mesmo tempo que não ignora a metragem total recomendada para unidades seguras sanitariamente: com isso, a arquitetura torna-se aberta, ou seja., tem possibilidade de ter seu leiaute modificado por moradores no decorrer da vida. Além disso, áreas fixas para circulação horizontal são eliminadas, sendo predispostas pelo layout apresentado, mas ofertando poder de escolha de como serem percorridas pelos moradores. A supressão, acréscimo ou modificação (no caso de criação de área verde fixadas em pisos por exemplo) de módulos entre unidades habitacionais seria possibilitada pós-ocupação, passíveis de acordo com proprietários de imóveis, e com auxílio de profissionais da construção, também são possíveis.


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

A PROPOSTA

Figura 107: Variedade de arranjos espaciais para unidades habitacionais, Fonte: a autora.

Quartos Banheiros Salas Home office Cozinha Circulação vertical Genkan Area verde 0 1 2

5

10m

187


A PROPOSTA

ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

Considerando que o Estruturalismo adota a compreensão de que o bom arranjo espacial é concebido a partir de porções equivalentes, proporcionais entre si, a planta começa a ser concebida, antes de tudo, através dos vínculos básicos entre ambientes como condição dos arranjos iniciais, não ignorando, contudo, areas totais que auxiliem na criação de espaços confortáveis e seguros sanitariamente. Esses vínculos básicos são: (1) quarto e (2) banheiro, criação de espaço coletivo sempre entre (3) quartos, e (4) cozinha como módulo complementando o volume final. Isso constitui um modelo base que pode ser utilizado para inúmeras combinações, variando conforme quantidade de moradores. e inclusive o item 8.3 deste trabalho, que discorre sobre lugares e articulações, e biofilia. A proposta de divisória para essa modulação são portas de correr pivotantes, com tratamento acústico, que, quando necessário podem ser recolhidas, eliminando o gasto de área voltada à circulação horizontal no projeto, isso também oferece a possibilidade de modificação da residência apenas com a mudança de layout, inclusive facilitando a adequação de usos futuros para o edifício. Os espaços de salas nesta planta conseguem comportar duas camas retráteis de solteiro, enquanto possibilitam o protocolo sanitário entre quartos em situação de quarentena, acomodando mais pessoas na casa em situação pós-pandêmica. Com isso, o leque de público alvo aumenta também, pois é disposto o acréscimo de um potencial quarto sempre que um módulo de sala é lançado em planta, tornando-se uma escolha dos moradores, ao invés de imposta desde a venda do imóvel. A respeito do home office, foi visto neste volume que o mais oportuno é um espaço próprio para tal. Considerando o layout fluído das unidades habitacionaisàs potenciais necessidades pós pandêmicas dos moradores receberem seus clientes/ colaboradores, é pertinente que este módulo esteja alheio a unidade habitacional.

188


1 87cm

2 87cm Comprimento

1

3

1

padrão para portas de correr pivotantes

1

3

2

4

1

3

1

2

4

2

5

5

1

3

1

3

1

2

4

5

4

2

Figura 108: Vínculos entre ambientes e possibilidades de plantas, seguindo a quantidade de moradores por unidade, Fonte: a autora.

A proposta, para unidades com até dois quartos seriam espaços já oferecidos para o uso de trabalho. Acima de dois quartos, propõe-se que seja criado um módulo específico na unidade habitacional, tendo o cuidado para que este fique vinculado ao corredor de acesso às unidades, ofertando uma divisão entre fluxos a partir do acesso (de moradores e de colaboradores/clientes).

189


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

A PROPOSTA

1

2

1

3

2

4

Figura 109: Planta baixa de cada ambiente proposto, Figura 110: unidades habitacionais tipo 1, tipo 2 e tipo 3, Fonte: a autora.

5

0

190

1

2

3m


1

3

2

4

1

3

1

2

4

2

1

3

1

3

1

2

4

5

4

2

191


Figura 111: vista tridimensional quarto Fonte: a autora.

192


Figura 112: isométrica e corte longitudinal, Fonte: a autora.

193


CONCEITUAÇÃO

Figura 113: vista tridimensional quarto Fonte: a autora.

194

ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO

195


A PROPOSTA

ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CIRCULAÇÃO VERTICAL

ESCALA: 1:200

Figura 114: proposta 1 de planta tipo Fonte: a autora.

196


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

A PROPOSTA

CIRCULAÇÃO VERTICAL

ESCALA: 1:200

Figura 115: proposta 1 de planta tipo Fonte: a autora.

197


CIRCULAÇÃO VERTICAL

Figura 116: proposta 2 de planta tipo Fonte: a autora.

i = 3%

ÁREA VERDE ESCALA: 1:250

CIRCULAÇÃO VERTICAL

198


CIRCULAÇÃO VERTICAL

Figura 117: proposta 2 de planta tipo Fonte: a autora.

i = 3%

ÁREA VERDE ESCALA: 1:250

CIRCULAÇÃO VERTICAL

199


200


CONSIDERAÇÕES FINAIS

201


CONSIDERAÇÕES FINAIS

ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

O presente trabalho foi desenvolvido conjuntamente com a evolução do cenário pandêmico no Brasil, e é interessante antes de tudo salientar como vivenciar isso moldou a visão, compreensão e definição dos conceitos abordados. Vivenciar abre margem para especular e propor inclusive ao desconhecido, considerando que as resoluções efetivas ideais se encontram no futuro, e que as situações-exemplo hoje tem mais de cem anos de distância, no passado. Ainda assim, há um certo valor agregado em viver, pesquisar e propor em situações emergenciais comuns simultaneamente à humanidade: não apenas propulsoras de resoluções a desafios (alguns já antigos estagnados), e representantes do pensamento coletivo de uma época, elas fincam na história. Se tornam lembrete, que se bem utilizado no futuro, previnem decaimentos ou estagnação da evolução da humanidade. Outro ponto geral que é explicitado no trabalho é o fato de que a arquitetura não é a solução de problemas fundamentais da humanidade, como já reconhecido há algum tempo no pensamento coletivo da classe, mas tem sim valor e utilidade agregáveis na busca por resolvê-los. Arquitetura então não é solução, mas ferramenta que colabora a alcançá-la. Considerando duas etapas de desenvolvimento, em sua primeira, o trabalho oportunizou o discurso e busca por soluções a respeito de uma compreensão de ambiente doméstico não passível, que considera a necessidade de adaptação como uma demanda constante, afim de trazer um espaço habitável coerente com a realidade e morador. Além de inserção da temática pandêmica na academia, e não conformação em como a habitação vem sendo proposta na cidade do Recife, é principalmente um convite a repensar as obviedades disfuncionais no ambiente doméstico, e habitação de maneira geral.

202


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tais conceituações são intimamente ligadas com a compreensão da arquitetura estruturalista, do potencial construtivo, social e propositivo da corrente. Na compreensão do sítio como toda a cidade do Recife, foi levado em conta as possibilidades que esse potencial cria na construção habitacional, além das novas demandas latentes da população de maneira geral, na hora de se propor um entorno interessante de se ter, para uma habitação da terceira década do século XXI. Em sua segunda etapa, houve associação de diretrizes habitacionais pandêmicas com diretrizes estruturalistas, alcançando questões em comum. Criar essas diretrizes híbridas não apenas roteiriza (como partido) na concepção de espaços, como possibilita que, ao ser concebidos objetivando questões arquitetônicas, consequentemente serão concebidos com uma segurança sanitária, e vice-versa. Houve também elementos, compreendidos como essenciais, elencados como condicionantes no arranjo espacial: a biofilia e o aspecto volumétrico das vedações verticais (paredes e divisórias em geral). Sendo condicionantes, eles oportunizam variações para as plantas tipo propostas. Ou seja: as plantas tipos funcionam como bases, enquanto as variações das essências funcionam como moduladoras do espaço. Conceber áreas totais modelos por unidade habitacional, desde a construção das dimensões dos ambientes também foi importante, pois trazem questionamentos interessantes de serem investigados futuramente, além de criar áreas totais embasadas na atualidade e suas demandas sociais e operacionais. Isso é importante, pois é a partir das necessidades de uma época que se compreende ou modifica a dimensão dos espaços, tornandoos realmente úteis e pertinentes aos usuários finais.

203


CONSIDERAÇÕES FINAIS

ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

Por fim, as plantas-tipo em sua totalidade são simultaneamente propostas e provocações aos espaços domésticos recifenses prediais. Ainda que simples e “genéricas”, diferente das vistas no Recife, consideram o amplo “partido” criado por todo trabalho presente, não destituindo do morador a importante qualidade que deveria ser mensurada, desde a concepção projetual, à venda de imóveis: o poder de ter o espaço a serviço de suas necessidades no decorrer da vida, e não o contrário.

204


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONSIDERAÇÕES FINAIS

205


CONCEITUAÇÃO

206

ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA


ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

CONCEITUAÇÃO

BIBLIOGRAFIA

207


BIBLIOGRAFIA

ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

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BIBLIOGRAFIA

ESTRUTURALISMO, ESPAÇO DOMÉSTICO E PANDEMIA

WASSOUF. Da Casa Passiva à Norma Passivhaus. 1. ed. [S.l.: s.n.], 2017. p. 1-1.

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