R r beatrice paixão 03 paixão inesperada

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Ele sempre a viu como a irmã do seu melhor amigo. Ela sempre o viu como um segundo irmão. Ela é inteligente, meiga e linda. Ele é gostoso, galinha e mais velho. Conviveram por anos sem nunca se notarem como homem e mulher... Até que um beijo bêbado muda tudo e desperta um poderoso desejo. Um desejo que não será rapidamente saciado. Será que esse desejo ardente cfc entre Savannah e Justin se transformará em amor?

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Livro três da serie da paixão! Livros anteriores: Livro um – Paixão a Mil por Hora Livro dois – Paixão à Flor da Pele Contato da autora: r.r.beatrice@outlook.com www.facebook.com/beatrice.beatrice.9847 Livro no Skoob: http://www.skoob.com.br/autor/11707-r-r-beatrice

ATENÇÃO: Quem já leu os dois livros anteriores sabe que o terceiro livro seria “Paixão Sem Limites” narrado pelo Preston. Mas houve uma mudança e o livro do Preston e da Julia será lançado mais tarde.

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ÍNDICE 6 Sem Amarras 11 Tentação 27 Ressaca 38 A vingança é doce 52 Apenas mais um capítulo 63 Não deveríamos 78 Vince é um canalha 95 A proposta 112 Erros do passado 125 Dependência 139 Bastardo romântico 160 Invadindo um baile de formatura 176 Jealousy is a bitter bitch 203 Finalmente apaixonados 223

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Love sucks 252 Eu amo, tu amas, nós amamos 270 Nosso amor vale a pena 285 Despedida de solteiro 307 O casamento 327 O segredo de Jane 344 Seu passado nos condena 371 Isso não estava nos planos 386 Vermont 410 Retaliação 430 O maior dos amores 443 A fragilidade da vida 464 Epílogo 472 Agradecimentos 473 Playlist(zinha) 474 Álbum das crianças

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Sem Amarras Nove anos atrás... — Isso...Assim, baby... — Gemo enquanto a loira gostosa que me deu mole na festa da fraternidade, Carly ou talvez Casey, não lembro seu nome, chupa meu pau. Enquanto ela me leva profundamente em sua garganta eu chupo a deliciosa bocetinha da sua amiga. Não adianta nem me perguntar o nome dela, também não sei. O que importa é que são duas gostosas e não me deram trabalho nenhum para trazê-las até meu apartamento, então que diferença faz como se chamam? Eu praticamente só tive que fazer um movimento de cabeça e já tinha as duas me seguindo até minha caminhonete. Não vou ser modesto com você, falsa modéstia é perda de tempo, se você é bom em uma coisa é bobagem fingir que não é. E se tem uma coisa na qual eu sou bom é em conseguir mulheres, eu nem me esforço, eu mal tenho que falar com elas, a minha boa aparência se encarrega de tudo. Mamãe e papai fizeram direito, meus olhos azuis e cabelos negros chamam a atenção e se por um acaso isso não for o suficiente, eu apenas tenho que dar aquele meu sorriso que desarma as garotas e fazem suas calcinhas molhadas. Claro que meu corpo sarado também é um belo de um imã de garotas. Carly ou Casey mais parece um aspirador, ela me chupa com força enquanto me lambuzo com os fluidos da outra garota sentada na minha cara. — Isso, gata...Rebola na minha cara. Baby, gata, linda...É assim que eu as chamo, é muito mais fácil do que lembrar seus nomes, ajuda a evitar muita confusão também. Quando eu tinha 18 anos descobri de uma forma desagradável e dolorosa que a garota não gosta quando erramos seu nome enquanto estamos fodendo ela. Além de evitar um ataque violento ao meu amigo ali de baixo, chamalas assim me faz passar por carinhoso. Não que eu queira que elas me achem um cara sentimental e do tipo que se envolve, eu sou justamente o oposto disso, odeio toda essa baboseira de sentimentos, namoro e exclusividade mas um cara não pode se enganar, ele não pode ser totalmente frio e sem emoção, mesmo que ele só queira foder com a garota e nunca mais vê-la de novo, as mulheres não funcionam desse forma, mesmo se tratando de sexo sem compromisso.

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— Ah cara...De novo? — A porta se abre e a voz de um Seth muito irritado ecoa pela sala junto com os gemidos. Eu esqueci de mencionar, Seth Careton é meu colega de apartamento. Crescemos vizinhos e criamos uma amizade muito forte logo na infância, essa amizade dura até hoje. Temos a mesma idade e viemos estudar na Universidade de Dallas juntos, decidimos alugar um apartamento fora do campus e dividi-lo. Levanto o olhar e vejo Seth me olhando com nojo, como se ele fosse um santo. Seguro a cintura da garota para que ela não saia de cima de mim. — No sofá não, cara. Eu sento aí. — Seth diz indignado e olhando para o lado, evitando olhar para mim e as garotas. — Foi mal, cara. Eu ia para o quarto mas essas garotas...Sabe como é né, não deu tempo de chegar lá. — Eu digo sorrindo e vejo ele revirando os olhos. — Justin, nós já conversamos sobre isso. Cara, e se eu estivesse com a Jane? Você sabe o problemão que você ia me meter com ela? — Relaxe, gato. Você pode participar da nossa festinha se você quiser. A garota sentada em cima de mim diz, ela e sua amiga não parecem nem um pouco incomodadas com o fato de Seth estar aqui e elas estarem completamente nuas, e bem...Em posições bem explicitas. — Ótimo ideia, venha brincar com a gente, gostoso. — A garota que estava me chupando diz com um sorriso malicioso no rosto. — Urgh! Eu volto quando vocês tiverem terminado com...Isso. — Ele diz com uma mistura de nojo e raiva e sai, batendo com força a porta atrás de si. Eu encaro a porta por um momento e depois olho para as garotas. — Beleza, vamos continuar então. Me chupa gostoso, gata. — Digo dando de ombros e enterrando minha cabeça no meio das pernas da morena deliciosa.  — Quantas vezes eu falei, Justin? Quantas? Milhares...Eu já te pedi milhares de vezes. Se você quer foder todas as garotas da universidade isso é problema seu, mas não faça isso na nossa sala, ou na nossa cozinha, ou no nosso banheiro ou em qualquer outro lugar que não seja o seu quarto. — Seth esbraveja no meu ouvido enquanto eu pego uma cerveja e vou me sentar no sofá. — Qual é cara, não é nada demais. Relaxe.- Digo com os olhos focados no jogo de futebol na TV. — Nada demais? Nada demais? E se eu tivesse trazendo a Jane aqui? E se nós entrássemos e ela tivesse visto aquilo?

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— Qual o problema? — Pergunto sem entender o porquê o ataque de Seth. Esse cara virou uma menininha depois que conheceu Jane no Ensino Médio. Antes disso ele era igual eu, mas depois que ele colocou os olhos na doce e inocente Jane, a aluna nova do primeiro ano, ele mudou completamente. Virou um daqueles otários que faz tudo o que a mulher diz e sofre feito um cão por ela. Só os babacas se apaixonam e deixam que uma mulher controle suas vidas, é por isso que eu não me apaixono. Nunca. Nunca me apaixonei e nunca vou, jamais vou dar esse poder de me controlar para uma mulher, jamais me tornarei tão vulnerável. Eu tenho a vida perfeita, sem relacionamentos mas cheia de mulheres. O que mais eu posso querer? — Você está me escutando, seu babaca? — Uma almofada me acerta em cheio na cabeça e eu olho irritado para Seth. — Mas que porra, cara. Pare de dar ataque igual a uma menina. Que saco. — Justin, eu estou falando sério. Jane já não gosta que eu more com alguém com uma fama como a sua. Eu menti para ela e disse que você não traz garotas para o nosso apartamento, se ela descobrir que é mentira...Ou pior, se ela chegar aqui e você tiver fodendo alguém na sala...Essa merda vai chover em mim, cara. — Tá, entendi. Agora me deixe em paz. — Você entendeu mesmo? — Aham. — Digo dando um gole na minha cerveja. — Justin? — O tom de sua voz me faz virar a cabeça e olha-lo. — Eu estou falando sério, cara. A Jane é muito importante para mim, eu não posso perdê-la. Eu a amo, muito. Eu até acho que...Que é ela. — Que é ela o que? — Pergunto confuso. — Que é ela a mulher da minha vida, cara. É com ela que eu quero ficar...Tipo, para sempre. Levo a minha cerveja até a boca mas paro no meio do caminho quando eu ouço o que ele diz. Olho-o nos olhos e vejo que ele realmente quis dizer o que ele disse. E então eu caio na gargalhada. — Ah Deus...Você não pode estar falando sério. — Digo tentando parar de rir e me recompor. — Estou falando muito sério. — Ele diz cruzando os braços. — Mas cara, você tem só 20 anos. E vocês se conheceram na escola, todo mundo sabe que esses namoros de Ensino Médio não duram. — O nosso vai durar. Nós nos amamos de verdade. — Você é louco, isso sim. Se prender a uma mulher quando tem tantas com quem você pode se divertir sem ter o incomodo de ter alguém sempre pegando no seu pé.

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— Quando se ama você supera qualquer “incomodo” que possa surgir. — Ah Seth, Seth...O que aconteceu com você, meu amigo? Se prendendo a uma garota, quando você tem a atenção de metade das gostosas da universidade...Esse não é o Seth que eu conheço. — Eu me apaixonei, foi isso que aconteceu. Você deveria experimentar. Dessa vez eu rio mais alto. Eu, me apaixonar? Nunca vai acontecer. — Você sabe que isso nunca vai acontecer, cara. Eu não nasci para a monogamia. Eu gosto é de curtir a vida. Você não sabe o erro que está cometendo ao sair do clube dos solteiros convictos. — Não, você não sabe o erro que está cometendo. Se apaixonar é a melhor coisa que pode acontecer com alguém. — Ele diz com uma cara sonhadora. — Eu já acho que é a pior. Estou fora...Veja o que namorar com a Jane está fazendo com você. Você perdeu todas as festas mais quentes da universidade, que graça tem estudar se não pode participar das festas? Em todas que eu vou, pelo menos uma dúzia...Eu disse UMA DUZIA de meninas me perguntam de você. Você tem ideia que você poderia ter comido todas elas, não é? — Ah cara, não adianta, você não entende. — Ele passa a mão pelos cabelos e se senta no braço do sofá. — Realmente eu não entendo. Como se prender a uma garota pode ser bom? Se quando você está solteiro você pode ter todas as garotas que você quiser... — Aí é que está, Justin. Quando você ama alguém, você não quer estar com ninguém mais. É por isso que eu não ligo de perder essas festas, ou de não ficar com essas garotas...Elas não me interessam nem um pouco, a única garota que eu quero é a Jane, e por sorte ela me quer também. — Eu nunca vou entender isso. — Vai sim, um dia você vai se apaixonar. Um dia você vai encontrar alguém e essa pessoa vai virar seu mundo de cabeça para baixo. Ela vai retirar essa venda dos seus olhos e te mostrar que a melhor sensação do mundo é estar apaixonado, e não simplesmente estar apaixonado...Estar apaixonado por ela será a melhor a sensação do mundo, você vai perceber que não poderia ser nenhuma outra no lugar dela. Você vai sentir sua falta quando ela não estiver em seus braços, mesmo que você tenha acabado de abraça-la, você vai passar o dia esperando ansiosamente para encontra-la e quando alguma coisa boa ou ruim te acontecer, a primeira pessoa que virá a sua mente, aquela que você vai querer que comemore com você ou então te console, será ela. Seu mundo girará em torno dela e o seu maior medo será o de perdê-la.

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Engulo em seco e o olho admirado, ele realmente está apaixonado por Jane. Eu achei que era bobagem, que logo ele iria se cansar dela. Parece que eu estava errado. Eu acho que se apaixonar é para os tolos, então eu não me apaixono, mas quem sou eu para impedir que meu melhor amigo faça isso? Mesmo que eu ache que seja a maior burrada que ele poderia fazer, depois de ouvi-lo falar desse jeito não sou eu quem irá lhe dizer que se apaixonar por Jane é errado. — Não se preocupe, eu não vou mais foder ninguém fora do meu quarto. — Olho-o nos olhos e deixo que ele veja que estou falando sério e que eu respeito seus sentimentos por Jane, mesmo não concordando. — Valeu cara. — Ele agradece com um aceno de cabeça. — Sem problemas. — Levanto minha garrafa e dou um longo gole. Seth olha estranhamente para o canto do sofá e leva sua mão para pegar algo. Ele levanta o braço e pendurado em um só dedo, ele segura uma calcinha fio dental vermelha. Alguma das meninas deve ter esquecido. A expressão no seu rosto é hilária, eu sorrio maliciosamente e pego a calcinha, colocando-a no bolso da minha bermuda. — Essa vai para a minha coleção. — Digo com uma voz vitoriosa e escuto Seth soltando um suspiro ruidoso. — Quando você se apaixonar, eu não quero estar aqui para ver. — E por quê? Supondo que eu vá me apaixonar, porque você sabe que não tem chance. — Porque das duas uma...Ou você vai machucar o coração da pobre garota, ou ela esmagará o seu.

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Tentação Savannah Dias atuais... “Você é a pessoa mais burra do mundo, Savannah. Sua burra, idiota, idiota!” Estou com tanta raiva. Raiva dele, raiva de mim, raiva dela. Eu deveria saber que ele não seria capaz de manter as calças no lugar. Isso é culpa desses romances idiotas que me fizeram acreditar que ele poderia mudar por mim. Que ele se contentaria em ter só a mim e não procuraria outra. Como eu estava errada. É claro que ele não aguentaria, com todas aquelas vadias da universidade erguendo a saia e ficando de quatro quando ele passa, eu nunca seria capaz de fazê-lo ser fiel. Eu não fui boa o suficiente para ele. Assim como eu não fui para o Todd três anos atrás. Os dois me traíram, os dois quebraram meu coração. Depois de Todd eu tinha prometido a mim mesma que não iria mais me deixar envolver por esse tipo de cara, mas eu não fui forte o suficiente. O que eu posso fazer se eu me sinto atraída justamente pelos piores caras? Aqueles que são galinhas, safados e infiéis, mas irresistivelmente atraentes. Vince é assim, ele é capitão do time de futebol americano da universidade e é um colírio para os olhos. Cabelos ruivos, olhos verdes e um corpo sarado com aquelas sardas charmosas que as pessoas ruivas têm e que ficam lindas sob sua pele clara. Todo mundo sabe da fama dele, pelos corredores dos dormitórios feminino e masculino corre o boato que ele dormiu com metade das alunas da universidade, e os mais corajosos ousam dizer que ele já esteve com uma de suas professoras. Vince têm três professoras mulher, uma tem mais de 60 anos, a outra é feia e a terceira é jovem e linda, porém casada. Nem preciso dizer com qual os alunos acham que ele dormiu, como se dormir com uma professora já não fosse escândalo suficiente, o fato de ela ser casada só ajudou esse assunto a tomar proporções enormes. Claro que ninguém assumiu nada, Vince jurou para mim que tudo isso é uma mentira. Eu e ele nos conhecemos quando eu vim estudar aqui em Dallas. Mesmo achando ele irresistível e sabendo da sua fama, acabei permitindo que nos tornássemos amigos. Ele ficou um ano inteiro

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insistindo para que fossemos mais que amigos e eu sempre recusei, justamente por saber que ele era um galinha. Tirando isso ele sempre foi um bom amigo, e com o tempo eu fui perdendo a minha luta contra esse meu lado que se sente atraída pelos caras errados, acabei me deixando levar pela conversa doce de Vince e nós ficamos. Surpreendendo-me, pois eu sabia que ele nunca ficava com a mesma garota mais do que uma ou duas vezes, ele foi ficando mais próximo. Ficamos várias vezes, ele até me chamou para alguns encontros. Depois de um tempo nessa relação estranha, ele finalmente me pediu em namoro. Fiquei com medo devido à fama dele e as más experiências que eu tive no passado, falei isso para ele e ele me prometeu que estava apaixonado por mim e que só queria a mim. Que ele não ligava mais para as outras garotas, a única que ele queria era eu. E a burra aqui acreditou. Fui enganada por quase um ano. Um ano em que eu desperdicei com esse idiota, só para descobrir que ele tem me traído com a vadia que eu achava ser minha amiga. Eu sempre soube que Aletta é mais gostosa que eu e ela sempre chamou a atenção de todos os caras da universidade, ela é minha colega de quarto e eu achei que fosse minha amiga também. Eu achava isso até alguma hora atrás quando eu peguei Aletta e Vince transando no nosso dormitório. Eles acharam que eu iria passar o final de semana com a minha família, e eu iria, ou vou...Não sei mais. Mas quando percebi que havia esquecido meu celular pedi para Shanon dar meia volta e me levar de volta. Quando entrei no apartamento fui recebida por vários gemidos e gritinhos, reconheci a voz de Aletta e fui em busca do meu celular em silêncio para não atrapalhar ela e quem quer que estivesse com ela. Até que eu congelei quando escutei Aletta chamando o nome de Vince. Fiquei paralisada no lugar e não podia acreditar que o Vince que ela estava chamando era o meu. O homem por quem eu sou tão apaixonada. Quando abri a porta e vi os dois pelados na cama meu coração se quebrou imediatamente, lágrimas de pura tristeza nublaram minha visão. Aletta me olhou como se eu não tivesse pegado ela na cama com meu namorado, parecia que eu havia interrompido seus estudos pela sua expressão fria. Ela não parecia surpresa, envergonhada, com remorso ou qualquer outra coisa assim, mas acho que eu vi algo em seus olhos...Satisfação, alegria por me ver tão claramente sofrendo. E Vince...Bom, ele fez a cara que todos fazem quando são pegos em flagrante. Ele se cobriu com o lençol, ao contrário de Aletta que continuou com seu corpo deslumbrante zombando de mim, e quando ele começou a falar eu bati a porta e sai correndo daquele lugar. Corri sem saber para onde estava indo, não liguei para os olhares curiosos dos outros alunos que andavam pelo campus, simplesmente

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corri e quando não aguentava mais me escondi em um canto para poder chorar em paz. E estou aqui até agora. Por quê? Porque eu nunca sou boa o suficiente? Porque eu não consigo fazer um cara querer só a mim? Primeiro foi Todd, agora Vince. Só que agora está doendo muito mais do que doeu com Todd. Porque eu nunca senti o que eu sinto por Vince, ele roubou meu coração, ele fez eu me apaixonar perdidamente por ele só para me magoar profundamente depois. Encolho-me no canto, escondida de tudo e de todos, e choro descontroladamente. Tento fazer essa dor no meu coração parar, mas ela não para, ela continua zombando de mim. Eu nunca vou ser amada por alguém, eu nunca vou ser única e especial. Eu nunca vou ser boa o bastante para ser amada de verdade. Nunca, nunca, nunca...

Justin Apesar de morar e trabalhar em Dallas há pelo menos uns quatro anos, não consigo ficar longe da “Sweet Berry Farm.” Aqui é meu lar. Foi onde eu nasci, cresci e vivi muitos bons momentos. E mesmo eu gostando de morar numa cidade grande, eu sinto falta da tranquilidade de uma cidadezinha como Wills Point. Por isso, sempre que posso venho para cá, ficar com a minha família. Eles são a coisa mais preciosa para mim. Eu os amo demais. — Como está o emprego, filho? — Mamãe, a qual eu seguro em meus braços enquanto estamos sentados no sofá assistindo TV, me pergunta. — Tudo ótimo. Estou muito animado com essa promoção, quando eles me deram a noticia eu nem acreditei. Eles me deram um cargo de muita confiança, depois disso o próximo passo seria me tornar dono do lugar.Eu digo brincando e nós dois rimos. — Não tem nível mais alto do que estou para almejar. — Ah filho, estou tão feliz por você, e muito orgulhosa também. — Mamãe diz e eu abro um sorriso largo e sinto uma sensação de satisfação em meu peito. — Obrigado, mamãe. — Digo-lhe fazendo carinho em seus cabelos. — E pensar que aquele menino irresponsável que levava tudo na brincadeira e me dava muita dor de cabeça virou esse homem trabalhador e responsável. — Ela diz com admiração mas posso ouvir pelo seu modo de dizer que está sorrindo. — Ei, o que é isso dona Alyssa? — Pergunto com falsa indignação. — Ah Justin, você sabe que isso é verdade. — Pior que eu sei.

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— Vou confessar que teve uma certa altura da sua vida, quando você deveria ser um homem maduro mas continuava levando tudo na brincadeira, que eu comecei a realmente me preocupar que você não fosse crescer nunca. Acho que demorou, mas finalmente você é um homem. — Nossa mãe, muito obrigado. — Digo sarcasticamente. — Estou bem mais tranquila agora. Apesar que... — Ela começa a falar mas para, como se mudando de ideia e achando que é melhor permanecer calada. — Apesar que... — Incentivo-a a continuar. — Apesar que... — Ela levanta o olhar e me encara nos olhos. — Filho, quando você vai arrumar um relacionamento sério? Eu solto um suspiro frustrado e reviro os olhos. — Estou falando sério, Justin. Você logo vai fazer 30 anos e nunca nem sequer namorou. Você já não está cansado de só ter sexo sem compromisso? — MÃE! — Olho-o para ela como se lhe tivesse nascido uma segunda cabeça. Eu posso ter 30 anos mas eu ainda não vou ter essa conversa com a minha mãe. — O que? Não é como se eu não soubesse das coisas que você faz. Todo mundo sabe. — Eu sei, mas não precisa ficar falando. E além do mais, eu não sou mais assim, pelo menos não tanto. Eu aprendi a me controlar. — Mas isso, essa vida que você leva, uma mulher diferente a cada noite, isso não é...Vazio? Quer dizer, você não quer encontrar aquela mulher especial que vai te fazer o homem mais feliz do mundo? — Mãe, você sabe que eu não sou assim. Relacionamentos não são para mim. — Você quer dizer que nunca vai encontrar uma boa moça, casar, ter filhos e ter uma família? — Nada disso está nos meus planos, eu achei que você já tivesse aceitado isso, mamãe. — Eu achei que conforme você fosse amadurecendo você iria perceber que todo mundo precisa de alguém. Veja seu irmão, você não tem vontade de ter algo com alguém assim como ele tem com a Kim? Ela me olha nos olhos e eu reconheço muito bem esse olhar. Ela está a fim de falar sério e não vai deixar isso de lado até que tenhamos uma boa conversa acerca desse assunto. Eu apenas solto um suspiro cansado e desvio olhar.

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— Você não percebe o jeito que eles se olham? Você não quer olhar para alguém daquele jeito? Que alguém olhe para você como a Kim olha seu irmão? — Justin. — Ela chama quando eu não digo nada e eu volto meu olhar para ela. — Eu...Eu não sei mãe, não sei, ok? Eu nunca senti essas coisas que você, o Jax, o papai e milhares de outras pessoas vivem me dizendo. Eu nunca amei uma mulher, eu não sinto falta porque eu não sei do que supostamente é para eu sentir falta, entende? Eu não sei o que é amar uma mulher, quere-la ao meu lado para o resto da vida. Como eu vou sentir falta de algo que eu desconheço? Projeto meu corpo para frente e apoio os braços em meus joelhos. Logo sinto a mão de mamãe acariciando minhas costas. — Eu só consigo ver o amor como uma forma deliberada de nos machucarmos. Quando eu penso em amor, eu penso em corações partidos, dependência, tristeza. Não consigo ver essas coisas boas que tanto vocês falam...O que será que tem de errado comigo, mamãe? — Oh meu menino. Não tem nada de errado com você. — Então porque eu não vejo o amor como uma coisa boa, assim como todo mundo? Porque eu não consigo querer ter só uma mulher? — Talvez porque a mulher certa não tenha aparecido ainda. Solto uma risada sem humor nenhum. — Acho que ela está um pouco atrasada. — Filho, tenha paciência. E acima de tudo, tente mudar essa sua ideia errada sobre o que é o amor. É sofrimento sim, não vou mentir, mas também é alegria. E essa alegria é tão profunda e verdadeira, que compensa a parte ruim. Você tem tantos exemplos disso; Eu e o seu pai, mesmo depois de anos de casados somos felizes e apaixonados, os seus avós e até o seu irmão. — Não sei se consigo, mamãe. Eu quero querer me apaixonar, mas simplesmente não consigo. Eu já tentei. — Justin, a gente não tenta se apaixonar. Simplesmente acontece, muitas vezes quando menos se espera, e com quem menos se espera...Pense desse modo, se ainda não aconteceu com você, quer dizer que é porque o destino está te guardando uma bela surpresa. O maior dos amores. E ele está por vir, meu querido. Basta ter fé. 

Uma semana depois... — Sexta feira! Aleluia! — Tommy batuca na porta aberta do meu escritório enquanto diz animadamente.

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Eu desvio meus olhos dos papeis que estava organizando apenas por um segundo para olha-lo brevemente e depois volto meus olhos para os documentos. — Eaí, cara? Pronto para finalmente relaxar? — Ele diz parando em frente a minha mesa. — Estou atolado aqui, mas boa diversão para você. — Digo. — Vamos lá, Justin. É sexta. Final de semana. Todo mundo está indo para aquela nova casa noturna que abriu mês passado. — Ele se inclina sob minha mesa e sussurra. — Ouvi um pessoal do RH que já foram lá e parece que rola de tudo, cara. É o paraíso dos solteiros. — Talvez um outro dia. — Digo colocando os papeis na pasta. Tommy se afasta e vai até a porta. — Will? Will, vem cá! — Ele chama e volta a sua posição anterior, em frente a minha mesa. Logo Will aparece na porta, seu cabelo já meio desalinhado e sua gravata frouxa. — O que foi? — O Justin não está querendo ir com a gente ao Eros. Will abre os braços e faz uma careta. — O que é isso? Só porque foi promovido não anda mais com a ralé? — Não é isso, vocês sabem disso. — Então o que é? Vamos cara, você tem que ir. Vai ser divertido. Reclino-me na cadeira muito mais confortável que a do meu outro escritório e encaro os dois homens a minha frente. Eles me olham com expectativa. Passo a mão pelo rosto e decido que eles tem razão. Eu preciso me divertir. — Tudo bem. Vamos lá. — Digo me levantando e pegando meu paletó pendurado no encosto da cadeira. Tommy e Will sorriem e animados seguem para fora da minha sala. Nós três e mais alguns outros caras do trabalho chegamos ao Eros, sem muita dificuldade finalmente conseguimos entrar. O lugar é enorme e está cheio de pessoas. A musica é alta, a iluminação baixa e o ambiente abafado. Ainda bem que deixei meu paletó no meu carro. Seguimos para uma área onde não há tantas pessoas se empurrando e o som está abafado o suficiente para que consigamos conversar sem que precisemos gritar. Achamos uma mesa grande o suficiente para caber todos e vamos nos sentar nela. Assim que sentamos uma garçonete com um vestido preto curto e justo vem nos atender.

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— O que posso fazer pelo senhor? — Ela pergunta com uma voz sedutora e interesse nos olhos. Ela se inclina para frente um pouco ao fazer a pergunta, me dando uma bela visão do seu decote. — Uísque, por favor. Puro. — Peço. — Mais alguma coisa? — Sua voz quase um gemido. — Não. — Ela me olha intensamente e assente. Depois de pegar os pedidos ela se vira para ir e eu a acompanho com meus olhos. Sua bela bunda rebolando para um lado e para o outro, me deixando hipnotizado. — Cara, você tem que me ensinar como você faz isso. A voz de Will me tira dos meus devaneios sobre como seria ter aquela bela bunda montada em mim. — Sério, abre o jogo, Justin. Você já tem mulheres suficientes aos seus pés, não precisa de todas do maldito club. Eu sorrio para ele e dou de ombros. — Nasceu comigo, cara. É natural. Ou você tem ou não tem. — Digo desabotoando as mangas na blusa e dobrando até os cotovelos. — Filho da puta. — Ele xinga e eu rio, nessa hora a garçonete gostosa chega e nos entrega nossas bebidas. Ela coloca o copo a minha frente e num movimento que até poderia parecer casual, mas não é, ela passa a mão por meu braço. Ela sorri maliciosamente e novamente sai rebolando provocadoramente. “Ela está pedindo! Talvez mais tarde...” Pego meu copo preenchido até a metade com o liquido cor âmbar e tomo um gole. Os minutos se passaram e agora, com certo nível de álcool no sangue, me sinto mais relaxado. Essa semana foi tão cheia que eu realmente estava precisando disso, fico feliz que Tommy e Will tenham insistido para que eu viesse, normalmente eu não recusaria um convite para a balada, mas estava tão cansado que eu só queria a minha cama. Mas pensando melhor, agora que estou aqui, talvez eu possa ir para minha cama porém com alguma companhia. — Já estamos sentados aqui tempo demais. Hora de ir à caça, rapazes. Parecendo ler meus pensamentos, Will diz depois de tomar o último gole da sua bebida e se levanta. Imitando seu movimento, levantamos e seguimos para a pista de dança. Incontáveis pessoas mexem seus corpos ao som da batida contagiante da musica do DJ. Vejo os caras se misturando a essas pessoas e procurando mulheres que estejam sozinhas. Eu não preciso disso, basta eu sentar no bar que elas vêm até mim, é só uma questão de tempo, sempre foi desse modo, eu nunca precisei correr atrás de nenhuma mulher.

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Eu simplesmente fico parado e deixo que elas venham até mim, e elas sempre vêm. Quinze minutos depois estou avisando Will que estou indo para casa, ele reclama que ainda é cedo mas eu, sorrindo maliciosamente, aponto por cima do meu ombro e assim que ele vê que eu não estou voltando sozinho, sorri também. Volto até a mulher que veio falar comigo enquanto eu estava no bar e praticamente me implorou para leva-la para a cama. Até que é bonita, para relaxar deve servir. — Vamos, linda? — Pergunto envolvendo sua cintura com meu braço. — Claro. Abro caminho e a conduzo para fora do Eros. O segurança rapidamente passa seus olhos pelas pernas da minha acompanhante e eu vejo um pequeno sorriso se formar no canto de sua boca. Ela pode até não ser tão bonita de rosto, mas com certeza é gostosa e ter essas pernas envolta de mim vai ser uma maravilha. Avisto meu carro a poucos metros de nós e apertando o botão na chave, desligo o alarme. Quando vou abrir a porta para que ela entre, algo chama minha atenção. Escuto uns gemidos e olho na direção de onde eu acho que eles vieram. Olhando para o lado vejo dois caras com uma mulher no meio deles, eles estão beijando e lambendo o pescoço dela enquanto um deles está com a mão dentro da sua saia. Apesar de excitante, desvio o olhar, afinal tenho coisas mais interessantes para fazer. Como por exemplo, eu mesmo enfiar a mão dentro da saia da gostosa ao meu lado. Mas assim que eu desvio o olhar me sinto impelido a olhar de novo, tem algo me incomodando. Olho de novo para o trio e tem algo errado ali. Estreito os olhos e olhoos com curiosidade, aquela mulher, eu já vi esses cabelos castanhos quase loiros antes. Quando ela vira o rosto e posso vê-la melhor, meus olhos se arregalam e meu corpo gela. “Savannah? Mas que diabos...!” Não pode ser, eu devo ter bebido demais. A Savannah que eu conheço nunca estaria se agarrando com dois caras nos fundos de um club. Ela ainda é uma criança e aquela ali no meio dos dois caras com certeza não está fazendo algo que uma criança deveria fazer. Simplesmente não pode ser. Savannah deve estar em seu quarto no dormitório estudando para alguma prova, essa mulher deve ser alguém extremamente parecida com ela.

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— Então, gato? Vamos? — Olho para a mulher encostada em meu carro. Mas e se for ela? Não posso deixa-la aqui com esses caras se aproveitando dela. — Só um minuto. — Eu peço e sem esperar uma resposta me dirijo com passos firmes até o trio. Quando chego perto o suficiente para constatar que se trata mesmo de Savannah, eu paro em choque. Não pode ser. A irmãzinha do meu melhor amigo tem a mão de um cara dentro da sua saia. Eu vi essa menina crescer pelo amor de Deus. Não posso deixar que isso continue. A mão do homem mexe e Savannah solta um gemido alto. “Já basta!” — Ei, vocês! Larguem ela agora! — Eu digo furioso. Os dois caras me olham curiosos, provavelmente se perguntando por que estou acabando com a diversão deles. “Filhos da puta!” — Não escutaram? Soltem ela agora! — Digo me aproximando mais ainda deles, Savannah me olha e sorri, encaro seus olhos vidrados e percebo que deve estar bêbada. Isso só faz com que eu tenha mais raiva desses idiotas. — Porque você não dá o fora e nos deixa em paz? — Um dos caras diz todo confiante. — Porque você não cala a porra da sua boca e deixa ela em paz? — Pergunto engrossando a voz. — Olha aqui cara... — O outro homem diz levantando as mãos. — Não estamos fazendo nada que ela não tenha pedido, ok? — É verdade, eu pedi. — Savannah diz, claramente bêbada. — Ouviu? Então agora dê o fora daqui. — Seu filho da puta, o que eu ouvi é que ela está bêbada. Vou falar uma última vez antes que eu perca o pouco da paciência que ainda me resta. Deixem.Ela.Em.Paz. — Mas que porra, cara. Quem você pensa que é? — Eu sou o irmão dela. — Assim que eles assimilam minhas palavras parecem recuar um pouco. — Conta outra. — Um dos caras diz com um sorriso de escárnio no rosto. — Savannah, você me conhece ou não? — Pergunto olhando para ela, que parece que vai desabar a qualquer minuto.

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Ela dá alguns passos tontos em minha direção e na minha frente aproxima o rosto como se não tivesse conseguindo me enxergar direito. Ela me analisa por alguns segundo e então sorri. — Justin, você por aqui! — Sua fala enrolada e quase inteligível. Rapidamente envolvo meu braço em sua cintura para apoia-la. — Viram? Agora eu sugiro que vocês se mandem antes que eu me arrependa por não arrebentar a cara de vocês por mexerem com a minha irmã. — Digo olhando-os com raiva. Eles se olham e parecendo contrariados se vão. Passo o braço de Savannah por meus ombros e seguro-a firme em sua cintura fina. — Savannah, vamos. Vou te levar para casa. Ela não discute e me permite guia-la. — Justin! Você não é meu irmão. Você mentiu. — Ela diz rindo. — Eu sei. — Digo apenas. Carrego-a em direção ao meu carro. Mas o que diabos aconteceu com ela? Savannah não é assim. Encher a cara e se agarrar com qualquer um não combina com a Savannah doce, inteligente e engraçada que eu conheço. Por falar na Savannah que eu conheço, eu nunca havia visto-a usando uma roupa assim. Olho para suas pernas longas e torneadas que estão a mostra por causa da mini-saia, seus seios - desde quando ela tem seios?- saltando para fora da sua blusa justa e decotada. Engulo em seco. Não me lembro dela ter crescido desse jeito. Quando isso aconteceu? Ela sempre foi a menina engraçada e divertida, muitas vezes até fofa, mas eu não sabia que ela podia ser tão...Tão...Gostosa. Que Seth não me ouça, mas Savannah se transformou em uma mulher de deixar qualquer homem louco. Não me sinto bem de pensar nela nessa forma, parece algo pecaminoso, afinal ela é quase que uma irmã para mim. Eu, juntamente com Seth, sempre fomos os irmãos mais velhos da S&S. Faz um tempinho que não as vejo, mas elas não podem ter mudado tanto em pouco tempo. Elas devem ter crescido em algum momento antes disso e eu não me dei conta. Será que Shanon também está assim? Pobre Seth, vai ter muita dor de cabeça. Pensar nisso me fez lembrar de algo.

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— Savannah, a sua irmã por acaso não está lá dentro, não é? — Só que me faltava ter que resgatar também Shanon da mão de algum filho da puta safado. — Claro que não. Eu vim sozinha...Mas eu não estou indo embora sozinha. — Ela diz e ri. Quando chegamos ao carro a mulher ainda está me esperando, ela olha para Savannah e me lança um olhar confuso. — Desculpe, linda. Mas surgiu um imprevisto. — Ela olha para Savannah e cruza os braços. — Eu tenho que leva-la para casa, ela é irmã de um amigo. Não posso deixa-la aqui nesse estado. A mulher fecha a cara, me olha com raiva e sai pisando duro. Seus saltos fazendo barulho no asfalto. — Ela não ficou nem um pouco feliz. — Savannah diz quase caindo e eu tenho que segura-la. Apoio-a no carro e seguro seus ombros para que não caia. — Savannah, aqueles caras te embebedaram? — Pergunto sério. Ela me encara com seus olhos verdes e ri. — Claro que não. Eu bebi porque eu quis. — Porque? Você não sabe que é perigoso vir a um lugar como esse sozinha e ainda por cima ficar bêbada? Podem tentar se aproveitar de você, como aqueles filhos da puta. — Ah Justin... — Ela dá um passo em falso e eu a seguro pela cintura. — Cuidado. — Alerto-a. — Ninguém se aproveitou de mim. Eu queria ir para casa com aqueles caras. — Por um momento acho que entendi errado por causa da sua fala enrolada, mas ela realmente disse isso. — Savannah, o que aconteceu? Você não é assim. — Olho-a com preocupação. — O que? Porque tem que ter acontecido algo? Porque eu não posso sair e me divertir com vários caras? Porque só vocês homens podem ir numa festa e pegar todas as mulheres que quiserem? — Ela me pergunta agora parecendo com raiva. Olho-a confuso. Do que ela está falando? — Savannah, entre no carro. Vou te levar para casa. — Não! — Ela grita. — Não quero ir para casa. Quero me divertir. — Chega de diversão para você essa noite. — Digo afastando-a da porta para poder abri-la. — Não. Eu vim aqui para me divertir e você estragou tudo. — Savannah...

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— Aqueles caras iam me dar a diversão que eu estava procurando, mas você mandou eles embora...Agora você vai ter que me divertir. Ela diz e se joga em meus braços, seguro-a firme para que não caia. — Você até que é bonitinho. — Ela diz e antes que eu possa assimilar o que ela está prestes a fazer, antes que eu possa impedi-la, sua boca já está na minha. Surpreso tento afasta-la, mas ela envolve seus braços em meu pescoço e se segura firme. Tentando afasta-la sem machuca-la, sem querer eu pego em vários pontos do seu corpo, sentindo suas curvas delicadas. Sinto seus seios se esmagando contra mim e involuntariamente fico excitado. Não deveria, ela é a irmã de Seth, mas irmã dele ou não ela é gostosa. Mesmo minha mente dizendo que eu não deveria gostar, meu pau diz algo totalmente diferente. Ela abre a boca e sua língua acaricia meu lábio. Meio que como reflexo, eu abro a boca e sua língua a invade. Sinto gosto de álcool. Savannah devora minha boca e quando percebo estou fazendo o mesmo. “Não, Justin! Pare, pare agora! Ela não, você não pode!” Os protestos de minha mente são ignorados e como muitos dizem, a minha segunda cabeça passa a pensar por mim. Ignorando a grandiosidade do erro que estou cometendo, seguro Savannah fortemente e a puxo para mais perto de mim, até nossos corpos estarem tão grudados que os limites de onde começa um e termina o outro são confusos. Encosto-a no carro com um pouco de violência, tenho medo de tê-la machucado, mas ela solta um gemido que parece de desejo e não de dor. Passo minhas mãos por sua cintura fina e depois por seus quadris, depois subo e aperto um de seus seios, eles são firmes e redondos. Ela solta um gemido tão primitivo e tão sexual e ele faz sua viagem do meu ouvido direto ao meu pau, que está totalmente duro e pulsa em minhas calças. Nossas línguas travam uma batalha ferrenha e violenta. Seguro seus cabelos perto da raiz e puxo, fazendo com que seu pescoço se incline e fique a mostra. Afundo-me ali e deposito leves mordidas por toda a extensão da sua pele clara e macia. Ela geme em apreciação e eu sinto que vou explodir a qualquer minuto. “Que porra é essa?” Quando foi a última vez que o gemido de uma mulher me excitou tanto assim? Quando foi a última vez que eu estive tão próximo de explodir tão rápido?

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Não faço a mínima ideia. A única coisa que eu sei agora é que estou no paraíso. Essas curvas, esses lábios doces, essa pele macia, esse gosto – que apesar da bebida – é único e delicioso. Sinto as mãos de Savannah descendo do meu pescoço por meu peito, até meu abdômen. Ela desce mais e acaricia a saliência na minha calça. “Porra! Que delicia!” Eu já fui tocado assim antes, mas nunca foi tão gostoso. Não sei o que ela está fazendo, ou como está fazendo, mas seu toque é divino. Ela aperta e esfrega a mão sob minha calça e eu fico mais duro ainda. Mexo meu quadril sutilmente, esfregando minha ereção em sua mão. “Caralho, ela é tão gostosa! Como eu não reparei nesse corpo antes? Uma delicia...Será que eu tenho camisinha ou tenho que comprar?” Nesse momento a minha ficha cai. Eu vou transar com a irmã do meu melhor amigo? Não, eu não posso. Mas eu quero. E muito! Meu lado racional luta contra o meu lado que quer tirar sua roupa e mergulhar profundamente em seu corpo. Você não pode Justin! Não se trata só do Seth, ela está bêbada. Se vocês fizerem algo, você vai ser igual aqueles filhos da puta aproveitadores. Você tem que parar. “Eu tenho que parar! Agora!” Com a maior força de vontade que eu já tive que usar em toda a minha vida, eu seguro nos ombros de Savannah e a afasto. Ela me olha com seus lindos olhos verdes brilhando de luxuria, suas bochechas estão coradas e seus lábios inchados e vermelhos. Ela está tão sexy que sinto vontade de chorar por não poder usufruir de toda essa beleza. Seus peitos fartos sobem e descem na sua tentativa de recuperar o fôlego. Tento respirar profundamente e recobrar a razão. — Venha cá, estava tão gostoso! — Ela diz e vem querer me agarrar de novo, mas eu a impeço. — Não, Savannah! Isso é errado, temos que parar! — Se você não vai me dar o que eu quero então vou achar alguém que dê. — Ela tenta se afastar mas eu a seguro. — Está louca se acha que vou deixa-la sair por aí. Eu vou levar você embora, em segurança. — Eu não quero ir. Eu quero me divertir, eu mereço. Não é só ele que pode, eu também posso.

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— Do que você está falando? Ele quem? — Vince...Se ele acha que eu vou ficar sofrendo por causa dele, ele está muito enganado. Eu vou dormir com quantos caras eu conseguir e depois vou esfregar isso naquela cara idiota dele. E daquela vadia também. Ela disse Vince? Será aquele mesmo Vince que eu ouvi Seth comentando que era o namoradinho dela? — Savannah, não estou entendendo nada do que você está falando. Você não está bem e precisa descansar. — E eu preciso de um banho gelado. Congelando. — Venha, entre no carro...E não discuta. — Eu não quero...Justin, eu não quero...Não vou entrar no carro. — Ela protesta enquanto eu tento frustradamente enfia-la pela porta do carona. — Você vai entrar sim. Finalmente consigo coloca-la sentada no banco, fecho a porta e com medo que ela saia, eu corro até o outro lado e entro. Assim que faço isso tranco todas as portas para não correr o risco de ela tentar escapar. Coloco seu sinto e depois o meu, enfio a chave na ignição e ligo o motor. — Qual o seu dormitório? — Que dormitório? — Ela pergunta com a cabeça encostada no encosto do banco. — Seu dormitório, Savannah, onde você está morando pelos últimos dois anos. — Não sei. — Ela diz resmungando. Não adianta perguntar, ela está tão bêbada que é capaz de me falar o numero errado e eu vou acabar batendo na porta de outra pessoa. Talvez eu posso leva-la até lá e depois tentar achar alguém que possa me dar essa informação. Não. Isso não vai funcionar. E agora? Não posso leva-la até Wills Point, se a vissem nesse estado... Mas que droga. O único jeito é levar Savannah para meu apartamento. Conduzo o carro em direção ao meu prédio, Savannah parece meio desmaiada no banco ao lado. Dirijo no limite máximo da velocidade e dentro de alguns poucos minutos chegamos. Dou a volta no carro e abro sua porta, solto o sinto e tento puxa-la para fora do carro. — Savannah. — Chamo-a. Ela me olha com os olhos quase fechados, não sei se ela está consciente ou não. Puxo-a para fora e ela envolve seus braços no meu pescoço.

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Fecho a porta e ligo o alarme. Tento fazer com que ela de os próprios passos, mas ela está toda mole e não me responde. Solto um suspiro e me abaixando um pouco pego suas pernas e a levanto, carregando-a no colo. Quando o porteiro me vê, vem correndo abrir a porta para mim. — Obrigado, Carlos. — Por nada, senhor. Precisa de alguma ajuda? — Só aperte o botão no elevador para mim, sim? — Claro, senhor. Vou até o elevador e Carlos o chama para mim, assim que ele chega eu entro e Carlo entra junto, aperta o botão do meu andar e sai rapidamente. — Obrigado. Ele diz algo mas não escuto porque as portas se fecham. Quando chegamos ao meu andar, saio do elevador e vou até minha porta. Com muita dificuldade consigo pegar a chave e colocar na fechadura, quase deixo Savannah cair ao fazer isso. Ela resmunga algo, mas parece voltar a dormir. Adentro meu apartamento e fecho a porta com o pé. Vou direto em direção a meu quarto e coloco Savannah em minha cama. No momento que estou fazendo isso ela abre os olhos e encontra com os meus. Ela sorri e puxa minha cabeça para mais perto. — Faça-me esquecer dele. — Ela sussurra e me beija. Oh Deus, de novo não. Não sei se terei forças para recuar novamente. Seus lábios macios se fecham sobre os meus e suas mãos me seguram pela nuca. Seguro seus pulsos fortemente e me desvencilho do seu aperto, rapidamente me levanto da cama e me afasto. — É melhor você ir dormir. Ela se senta e tira os sapatos, jogando-os no chão. Se levanta e fica ao lado da cama, ela me olha com um sorriso malicioso e leva sua mão para a borda da sua blusa. — Savannah? — Pergunto com medo. Ela levanta os braços e sua blusa vem junto. “Ah merda!” Ela a joga no chão e seus dedos vão para o botão da curta saia. — Savannah, o que você está fazendo? Fique vestida...Por favor. — Imploro.

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Ela encaixa os dedos nos cantos e rebolando tira a saia, ficando parada na minha frente apenas de calcinha e sutiã azul bebê. “Caralho! Caralho! Caralho!” — Eu só quero esquecer. Faça-me esquecer. Ela pede de novo e eu não faço a mínima ideia do que ela quer esquecer, não consigo me concentrar em nada que não seja seu corpo maravilhoso. Meus olhos o percorrem com avidez, com desejo. Meu pau está doendo tanto, gritando por alivio. Mas eu não posso, tenho que ser forte. Ela caminha em minha direção e eu aos tropeços fujo para a porta numa velocidade impressionante. — Você pode dormir na minha cama. Tem um banheiro logo ali se você passar mal. Se estiver muito mal pode me chamar. — Digo a sentença rapidamente, tropeçando nas palavras e saio do quarto, fechando a porta e deixando uma Savannah seminua com cara de frustração para trás. Vou até o minibar e pego uma cerveja. “Cara, eu mereço uma medalha!”

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Ressaca Justin Dormir a noite inteira nesse sofá acabou com as minhas costas. Bem, dormir é modo de dizer, afinal se eu consegui fechar meus olhos e perder a consciência por mais de duas horas é muito. Demorou para que eu conseguisse desligar minha mente e finalmente conseguir dormir, e quando isso aconteceu não demorou muito para que os raios de sol atravessassem a janela e me despertassem. Eu paguei muito caro nesse sofá, pelo menos essa porra deveria servir para dormir. Mas tenho que ser honesto, o sofá não foi completamente culpado por eu não conseguir dormir na noite passada. A culpa disso está dormindo nesse exato momento na minha cama. Savannah Careton. A irmãzinha do meu melhor amigo. Aquela que eu vi crescer. Aquela que eu segurei em meus braços pela primeira vez quando tinha pouco mais de um mês de vida. Foi culpa dela que eu não conseguia desligar minha mente e ter uma boa noite de sono. Estou preocupado com ela. Ontem à noite, aquela Savannah que eu vi, não era ela. Se embebedar e se atracar com dois desconhecidos? De jeito nenhum que a Savannah que eu conheço faria isso. Mas talvez ela não seja mais a menina que eu conhecia. Depois que me mudei para Dallas e ela foi para a universidade nós perdemos contato. A cada dia no trabalho parecia que eu ganhava mais responsabilidades. A cada dia eu me tornava mais ocupado e para ver minha própria família demandava de muito esforço da minha parte. Mas eu nunca deixei de visita-los no final de semana, ou então, pelo menos ligar para conferir como todos tinham passado a semana. E é claro que nessas idas até a fazenda dos meus pais eu ocasionalmente via as gêmeas, mas era sempre breve. Apenas um “Oi, como tem estado?” “Bem, e você?” “Como está a faculdade?” “Ótima” “Que bom, tenho que ir, nos falamos qualquer hora.” Isso quando nos encontrávamos, era difícil simplesmente encontra-las por lá.

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Talvez durante esse tempo distante ela tenha mudado. Talvez com a influência - muito má - de alguma colega ela tenha se transformado da água para o vinho. Mas eu me recuso acreditar nisso. Savannah nunca foi uma menina influenciável, e das gêmeas, sempre foi a com personalidade mais forte. Algo fez com que ela agisse daquela forma. Ou melhor dizendo, alguém. Estou cada vez mais convencido que o Vince que ela comentou ontem durante sua falação bêbada, é o mesmo Vince seu namorado, é o mais provável. Ele deve ter feito algo muito sério para tirar Savannah do prumo dessa forma. Não quero força-la a nada, mas eu preciso saber se esse moleque que ela namora fez algo que obrigue eu e Seth a bater a merda fora dele. Levando em consideração que ela estava transtornada o suficiente para se embebedar e deixar dois caras desconhecidos toca-la daquela forma, eu diria que eu terei que ter uma conversa com esse tal de Vince. Uma que ele não vai gostar nem um pouco. A imagem da doce menininha que eu vi crescer, gemendo enquanto um cara estava com a mão dentro da sua saia, vai ficar gravada a ferro na minha mente para sempre. O que não é o maior dos meus problemas se levado em consideração o que aconteceu depois. Como eu pude deixar aquilo acontecer? Como eu pude ter sido tão leviano? Faz muito tempo que eu aprendi a me controlar quando se trata de mulheres. Admito que eu ainda tenho uma vida considerada bem promiscua, mas minha vida hoje em dia comparada com a de quando eu tinha vinte anos é praticamente a de um padre. Eu me esqueci de tudo quando eu senti os lábios dela nos meus, suas curvas femininas e delicadas contra mim, seu calor se misturando com meu calor. Foi uma sensação boa para caralho. Eu já troquei calor com muitas mulheres, muitas mesmo. Tantas que eu não posso nem imaginar, e nenhuma me fez sentir como quando eu tinha Savannah em meus braços. Eu não tenho noção do que isso quer dizer, mas não me parece algo bom. Parece-me que o melhor a fazer é ignorar aquela sensação, esquece-la por completo e continuar vivendo como se eu nunca tivesse beijado, tocado e desejado a irmãzinha do meu melhor amigo. Simples assim? Simples assim. Afinal, fazer isso não deve ser tão difícil. Não é como se ela fosse viciante.

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Levanto-me e não querendo entrar em meu próprio quarto, vou até a lavanderia e pego uma camisa que estava jogada lá por cima. Eu sempre durmo pelado. Roupas na hora de dormir me deixam desconfortável. Mas visto que eu estaria dormindo no sofá e Savannah estaria no meu quarto, podendo acordar a qualquer hora - apesar de que eu duvido que ela levantasse tão cedo - me obriguei a vestir pelo menos uma calça de moletom. Colocando a camisa sigo em direção à cozinha. Aquela menina vai estar com uma baita ressaca quando acordar e provavelmente não vai querer comer nada, mas eu estou morrendo de fome. Quem sabe eu posso preparar para ela uma daquelas bebidas magicas que eu aprendi a fazer e que curam as dores pós-bebedeira, aposto que ela vai precisar muito. Pego os ovos e o bacon na geladeira e vou preparar meu café da manhã. Ovos mexidos, bacon, torradas e suco de laranja. Coloco duas fatias de pão de forma na torradeira e enquanto espero ficar pronto quebro e misturo os ovos no pote arredondado de vidro. Fiz um pouco mais caso Savannah também queira, nunca se sabe. A torradeira apita e os pães torrados saltam para fora, coloco-os em um prato e coloco mais duas fatias para preparar. Em uma frigideira frito as tiras de bacon e em outra remexo os ovos. Pego as coisas no armário para arrumar a mesa, ocasionalmente verificando a comida para não queimar enquanto distribuo os pratos e talheres pela mesa. Viro-me e mexo os ovos e viro as tiras de bacon. Coço meu queixo e jogo o pano de prato em cima do ombro. Desligo o fogão e despejo a comida em meu prato, deixando um pouco na frigideira para ela. — Ahhhh. Escuto um grito vindo de longe, mas inconfundivelmente vem de dentro do meu apartamento. Coloco a frigideira no fogão e vou ver o que diabos fez essa menina gritar desse jeito, mas não é necessário. Escuto uma porta se abrindo e se chocando contra a parede com força e passos descalços batendo apressadamente contra o piso de madeira. Savannah aparece no meu campo de visão. Ela não está com uma cara nada boa, seu cabelo está todo bagunçado e ela está vestindo uma camisa minha. Graças a Deus ela cobre o suficiente de suas pernas e é larga o bastante para caber duas dela ali dentro. Ótimo, isso vai evitar distrações e pensamentos totalmente inapropriados e que eu não devo ter mais sobre ela. Savannah para na porta da cozinha com uma expressão de puro terror na cara. Seus olhos estão tão arregalados que eu acho que vão saltar das orbitas a qualquer segundo. — Por favor, me diga que nós não transamos! — Ela diz parecendo desesperada.

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Então ela está assim por que acha que nós transamos. Espera um segundo...Acho que pela sua reação eu deveria estar com meu orgulho ferido. Seria tão horrível assim acordar e descobrir que você havia passado a noite comigo? — Ei, calminha aí, Little Nips. — Chamo-a pelo seu apelido de infância. — Nós não transamos, ok? Ela coloca a mão na barriga e solta um alto e longo suspiro de alivio. — Como você está? — Pergunto me sentando em frente ao meu prato de comida. — Agora que você falou...Aí. — Ela diz levando a mão na cabeça e fazendo uma careta de dor. — Sente-se aí. — Não sei se consigo comer alguma coisa. Estou me sentindo péssima. Ela diz se sentando mesmo assim. — Depois do quanto você bebeu não é de se admirar. — Digo baixinho e empurro a caneca com bebida que eu preparei para ela. — O que é isso? — Ela pergunta fazendo uma careta para o conteúdo da caneca. — A aparência não é boa, e o gosto menos ainda. Mas te garanto que isso faz milagre contra a ressaca. Meio hesitante ela leva a caneca até a boca e toma um gole. — Urgh! Isso é horrível, a pior bebida que eu já tomei na minha vida. — Lembre-se disso da próxima vez que quiser encher a cara. — Digo em tom repreensivo. Ela abaixa a caneca e me olha com a testa franzida. — Justin, o que aconteceu ontem à noite? Como eu vim parar no seu apartamento? — Você não se lembra de nada do que aconteceu ontem à noite? — Pergunto desconfiado. — Não, quer dizer...Antes de eu começar a beber eu me lembro, mas depois é tudo muito nublado, como um borrão. Não sei se eu fico feliz ou não por sua afirmação. Talvez seja melhor dessa forma. Será mais fácil fingir que aquilo entre nós nunca aconteceu se ela não se lembrar. — Bom, eu fui ao Eros ontem à noite com alguns amigos meus. Quando estava saindo eu vi você com..Humm...Bem, com dois...Dois caras. Você estava caindo de bêbada e eles estavam querendo se aproveitar disso. Então eu te tirei de lá e te trouxe para meu apartamento.

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Ela apoia a testa em seu braço que repousa em cima da mesa e geme, soando doente. — Sinto muito, não queria estragar sua noite. — Não se preocupe com isso. Não podia deixar você lá com aqueles caras. — Não acredito que eu fiz isso. — Ela diz num gemido lamentoso. — Nem eu...Agora beba. — Digo e empurro a caneca até bater em seu braço. Ela levanta a cabeça e me lança um olhar zangado. — Não olhe para mim assim. Foi você que bebeu até não aguentar mais. Ela abre a boca para dizer algo mas permanece em silêncio, pega a caneca e fazendo uma careta bebe mais um gole. — É como lamber a blusa de um jogador do Dallas Cowboy depois de um jogo. — E como diabos você sabe disso? — Pergunto rindo. — Não enche. — Ela diz com um leve sorriso no canto dos lábios enquanto toma mais um gole. Ficamos em silêncio, ela ocasionalmente tomando da sua bebida, sempre fazendo caretas engraçadas, e eu fazendo meu dejejum. — Se mudar de ideia e quiser comer algo, deixei um pouco para você na frigideira. — Obrigada. — Ela diz parecendo meio tímida agora. — Por tudo. Ela me olha com seus doces olhos parecendo caramelo derretido e eu engulo em seco. — De nada. — Espero não ter feito ou dito nenhuma besteira para você ontem. — Ela diz bem quando estou bebendo meu suco e eu engasgo. — Oh não, eu fiz algo estupido, não foi? Por favor, me diga. — Ela diz me olhando com uma carrinha torturada. — Não, você não fez. — Decido mentir e não lhe contar tudo o que ela fez ontem, só serviria para constrangê-la e deixar um clima estranho entre nós. — Besteira você fez quando se embebedou daquela forma e deu bola para aqueles dois aproveitadores. Aquilo foi muito perigoso, Savannah. — Digo sério. Ela abaixa o olhar com vergonha e faz uma carinha que me faz ter vontade de aninha-la em meus braços e conforta-la até que se sinta melhor. — Eu sei, sinto muito. Eu fiz besteira. — Besteira é pouco, mas não importa mais. Você tem que me prometer que não vai mais fazer isso. Prometa. — Eu prometo. — Ela diz baixinho.

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— Prometa de verdade, Savannah. Dá próxima vez eu posso não estar lá para te proteger...Prometa que você nunca mais vai beber e sair com estranhos. — Eu prometo, prometo, ok? Respiro mais aliviado. É bom que ela tenha entendido o quão sério seus atos foram. Esse mundo está cheio de malucos, aproveitadores e pessoas muito más. — Você não pode simplesmente ir embora de um bar com uma pessoa que você não conhece. — Digo um pouco irritado depois de imaginar o que poderia ter acontecido com ela se eu não estivesse lá. Será que nunca ninguém disse para essa menina não falar com estranhos? Eu estava lá enquanto ela crescia, me lembro muito bem de tia Marie orientar as meninas sobre isso. Ela cruza os braços e me olha com as sobrancelhas levantadas, com uma expressão de acusação. — O que foi? — Pergunto confuso. — “Você não pode simplesmente ir embora de um bar com uma pessoa que você não conhece.” — Ela diz imitando minha voz e meu jeito de falar, o qual eu acho que ela está exagerando. — Qual é, Justin, não seja hipócrita. Você faz isso o tempo todo. Aliás, todos os homens fazem e ainda por cima depois se gabam com seus amigos sobre quantas pegaram na balada. — É diferente. — Digo tentando me justificar. — Ah é? Posso saber como? — Ela pergunta petulantemente. — É diferente porque eu sou homem e você...Você é...É... — Eu sou o que? Vamos, fale...É porque eu sou mulher, não é? Você é mais um daqueles idiotas que acham que só porque são homens podem fazer tudo, não é isso? Pois eu tenho uma novidade para você Justin Cord, as mulheres também podem ficar com quantos homens elas quiserem, elas também podem sair para beber e ficar com alguém que elas não conhecem só para ter sexo sem compromisso. Isso não é exclusividade de vocês homens idiotas, inúteis, infiéis que só pensam com a maldita cabeça de baixo. — Ela termina seu discurso gritando e em pé, com ambas as mãos apoiadas na mesa e o corpo curvado ameaçadoramente para frente. Só percebo que havia recuado com o corpo quando me endireito na cadeira. Olho assustado para ela e me pergunto de onde veio toda essa agressividade e raiva contra os homens. Então me lembro de algo que eu quero perguntar-lhe. — Savannah, acalme-se ok? Eu não quis dizer isso, é só que para os homens é menos perigoso. Vocês mulheres são fisicamente mais fracas que nós, e não me olhe assim...É a natureza. A não ser que você seja uma fisiculturista um homem será mais forte que você.

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— Você é um idiota, sabia? — Estou falando sério. Aqueles caras de ontem eram mais fortes que você, facilmente poderiam te forçar a fazer algo que você não quisesse, sem falar que eram dois. — Mas eu não vou ficar aqui discutindo com você sobre igualdade entre os sexos. O que eu quero mesmo que você me diga é o porquê você fez o que fez. — O que você quer dizer? — Ela me pergunta brava. — Porque você bebeu daquele jeito e resolveu ir embora com aqueles caras? Você não é assim, eu sei. Sua expressão muda para uma mais triste e ela desvia o olhar. — Me fale o que aconteceu para você agir daquela forma. — Peço. Ela continua encarando a caneca a sua frente e não diz nada. — Isso tem alguma coisa a ver com esse tal de Vince? — Assim que digo seu nome ela me olha surpresa, posso ver sofrimento em seu olhar também, como se ouvir esse nome lhe causasse dor. — Você disse o nome dele ontem. — Respondo a pergunta silenciosa estampada em seus olhos. — Ele não tem nada a ver com isso. — Ela diz pouco convincente. — Ah não? Então porque você disse o nome dele? — Não faço a mínima ideia. — Lembro-me muito bem de você dizer algo sobre se ele acha que você vai sofrer por ele, ele está muito enganado e sobre dormir com quantos caras você conseguir e depois esfregar isso na cara dele. E se não me engano tinha uma vadia no meio dessa história também. — Aparentemente eu falo muito quando estou bêbada. — Ela diz parecendo amargurada. Ela não tem ideia. E poderia dizer que ela faz muito também. — Anda logo Little Nips, fale de uma vez. — Não tem nada a ser dito. Eu realmente preciso ter um motivo para querer sair e me divertir? — Eu realmente espero que sim. Porque sair e fazer besteira com motivo já é burrice, agora sem um...Aí já é demais. Ela revira os olhos e solta um grunhido. — Eu vou embora. Obrigada por ontem e por essa bebida horrível. — Ela diz irritada e se levanta, mas eu sou mais rápido e a seguro pelo braço. — Espere. Não vá. — Peço. Ela, de má vontade, se senta novamente.

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— Eu só quero te ajudar. Eu me importo com você. Se estiver acontecendo algo, então quero saber. Por favor. Ela me olha fixamente e eu quase posso ver as engrenagens girando em sua cabeça, decidindo se me conta ou não. Por fim ela solta um suspiro, como se estivesse desistindo e me diz: — Tudo bem, eu vou contar. Mas só se você me prometer que não vai contar para ninguém, principalmente para o Seth. — Eu prometo. — É sério, Justin. Eu não contei isso para ninguém, e não quero que ninguém saiba. — Tudo bem, eu prometi, não vou contar nada. — Tudo bem então...Não sei se você sabe mas eu estava namorando com o Vince há um ano. — Seu irmão havia comentado algo um tempo atrás. — Digo. — Quando eu conheci ele, logo fiquei sabendo da fama que ele tinha na faculdade. Ele era um pegador. Já ficou com praticamente todas as meninas da universidade. Nós nos tornamos amigos e ficamos assim por um bom tempo. Bem, para encurtar a história, ele me disse que queria algo sério comigo, que havia mudado por mim e que não queria saber mais de nenhuma outra mulher. Eu acreditei. Deixei-me envolver e me apaixonei loucamente por ele...Uma semana atrás eu peguei ele na cama com a minha amiga, ou pelo menos eu achava ser, e que também é minha colega de quarto. Eles estavam no meu dormitório, eu abri a porta do quarto e os dois estavam... — Ela cobre o rosto com a mão e não termina a frase. Parece se engasgar com as palavras. Eu não conheço esse cara. Nunca o vi. Mas eu odeio-o. Como alguém pode trair uma menina tão doce, linda e maravilhosa como Savannah? Esse filho da puta. Se ele aparecer na minha frente eu vou arrebentar a cara do desgraçado. — Sinto muito. — Digo sem saber o que mais devo dizer. — Eu sei o que você está pensando. Que é um exagero minha reação, que amores vem e vão, não é? — Não estou pensando nada disso. E não acho que você esteja exagerando, quando uma pessoa que gostamos muito nos magoa profundamente...Bem, isso quebra nosso coração. É normal querer esquecer, e cada um tem o seu jeito. O seu foi enchendo a cara, não foi um bom jeito, mas foi o que você achou que te faria esquecer. Não te culpo por tentar. Agora o que ela me falou ontem a noite faz mais sentindo. Quando ela tirou a roupa e disse que queria que eu a fizesse se esquecer. Sinto um aperto no estômago e um gosto amargo na boca.

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O amor é tão perigoso, olha só o que ele pode fazer com quem se permite desfruta-lo. Ele pode destruir uma pessoa, acabar com ela por completo. Observando os olhinhos tristes de Savannah eu vejo que é exatamente isso que aquele filho da puta fez com ela. Fecho minhas mãos em punhos e tenho que lutar contra a vontade de bater em algo com toda a minha força. — Não foi a primeira vez que isso aconteceu. — Ela diz de cabeça baixa e com a voz não mais que um sussurro. — Como assim? — Eu tive um namorado antes do Vince, o Todd, lembra? Faço que sim com a cabeça. — Ele foi meu primeiro namorado. Ele me traiu também, foi por isso que nós terminamos, mas eu não contei para ninguém. Quando eu descobri terminei com ele na hora, mesmo me doendo muito. — Ela fixa o olhar em mim mas parece não me enxergar. Solta uma risada sem humor nenhum, uma quase amarga. — Ele disse para todo mundo que ele havia terminado comigo, e que ele havia me traído porque eu era muito...Frígida. Não achava que era possível ficar com mais raiva. Mas estava errado. Todd. Mais um nome na lista de caras que eu tenho que deixar em coma. — O que era mentira porque eu e Todd nunca chegamos a...Bem, você sabe, nós nunca transamos. Talvez seja por isso que ele tenha me traído, mas esse não é o caso com Vince. Tudo bem, imaginar que a minha Little Nips não é mais virgem não é algo que me agrade nem um pouco. Faço uma careta ao pensar sobre isso. — Talvez ele esteja certo. — Ela diz. — Quem? — Todd. Talvez ele esteja certo sobre eu ser frígida. Ele não tinha como saber, falou aquilo só para me atingir, mas talvez ele tenha acertado. Foi por isso que Vince precisou procurar outra mulher, porque eu não pude agrada-lo, não fui o suficiente. — Hey, calma aí. Nunca mais fale isso Savannah. Entendeu? Nunca mais fale isso. O que esses dois babacas fizeram não tem nada a ver com você. Eles são uns filhos da puta que não foram capazes de enxergar o tesouro que possuíam. — Tá bom. — Ela ri em deboche e parece não acreditar no que eu disse. — Estou falando muito sério, Savannah. A culpa dessas traições não foi sua. Qualquer cara teria muita sorte de ter você.

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— Então porque eles fizeram isso comigo, Justin? — Ela me olha com os olhos ameaçando transbordar em lágrimas. — Porque eles são uns ferrados. — Respondo. — Sabe o que é pior... — A voz dela tremula. — Eu realmente amo o Vince. — Ela não consegue mais segurar e as lágrimas escorrem livremente por sua bochecha rosada. Seus ombros começam a chacoalhar e ela cobre o rosto com as mãos. Foda. Foda. Foda. O que eu devo fazer quando uma mulher está chorando? Eu não sei como agir nessa situação. — Eu ainda o amo, muito...Meu coração está doendo tanto. — Sua voz abafada por sua mão que cobre o rosto. Nesse momento posso jurar que sinto dor física. Sinto meu coração se rachando e se quebrando. Um buraco em meu peito é aberto. Deus, como alguém pode fazer isso com ela? Sinto que faria qualquer coisa só para fazê-la parar de chorar e sorrir novamente. Estico meu braço e puxo seu corpo leve e pequeno para meu colo. Ela vem sem resistência alguma, se senta em meu colo e me envolve com os braços, sua cabeça escondida em meu pescoço. Abraço-a forte e acaricio seus cabelos. Seu corpo dá pulinhos em meu colo a cada soluço. — Tudo vai ficar bem, Little Nips. Tudo vai ficar bem. — Tento reconforta-la mas ela balança a cabeça discordando de mim. — Vai sim, você vai ver. Você vai esquecê-lo. — Mas eu não quero esquece-lo. Eu o amo. — Ela diz toda quebradiça. — Gostaria de ter as palavras certas para te dizer, para fazer tudo ficar melhor. Mas eu não as tenho. Ela diminui o choro e levanta a cabeça, me encarando nos olhos. Seu nariz e olhos estão vermelhos e sua expressão é tão triste, de tanta dor, que sinto como se tivesse levado um soco no estômago. — Não chore mais, ele não merece suas lágrimas. — Digo limpando as manchas que as lagrimas fizeram em sua bochecha. Acaricio sua pele macia com meu polegar e lhe ofereço um sorriso tímido. Não estou com nenhuma vontade de sorri agora, mas me esforço por ela. — Ele não te merece. Você é incrível Savannah, merece alguém muito melhor que ele. — Eu quero ele. — Ela diz ameaçando derramar as lágrimas que parece ter sob controle agora. — Ele não te merece. — Repito. — Mas eu quero ele. Eu preciso dele. — Ela diz fazendo um biquinho.

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— Você vai perdoa-lo então? — Eu...Eu não sei. O que ele fez me magoou demais, não sei se sou capaz de perdoa-lo. Mas eu sei que essa última semana tem sido um inferno, não aguento mais ficar longe dele. Queria perdoa-lo e que voltássemos a ser felizes como antes, mas também tem o meu orgulho que não me deixa. Não sei o que fazer. — Tenho certeza que logo você descobrira o que deve ser feito. — Espero que sim. — Sei que sim. Mas seja o que for, eu só quero que a sua decisão seja aquilo que for o melhor para você. Ok? — Ok. — Ela diz e eu até ganho um sorrisinho. Um caso imperceptível, mas mesmo assim não deixa de ser um sorriso. — Muito obrigada, Justin. Por ontem, por hoje...Por tudo. — Ela diz e me dá um beijo na bochecha. Por um segundo pude jurar que senti como se uma corrente elétrica estivesse passando por meu corpo, mas então seus lábios se afastaram e tão rápido como veio, a sensação foi embora. — De nada, Little Nips. Sempre que precisar.

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A vingança é doce Savannah Não é que ele tinha razão? O gosto daquela bebida era horrível, mas de fato ela me ajudou com minha insuportável dor de cabeça. E foi tão rápido que quando Justin estacionou seu carro na frente do meu dormitório a dor já havia diminuído consideravelmente. Tenho que pegar a receita com ele. Não que eu vá beber daquele jeito novamente, de qualquer forma. Quando entro em meu apartamento a primeira coisa que eu vejo, infelizmente, é Aletta parada em frente à janela com as mãos na cintura e um sorriso prepotente nos lábios. Só de olha-la já me sinto doente. Durante essa última semana tenho feito meu melhor para evita-la, nem sempre é possível, mas tenho feito um bom trabalho. E pensar que vou ter que dividir o apartamento com ela até me formar. Eu cheguei a marcar um horário com a Sra. Crosby, a orientadora do dormitório feminino, para pedir-lhe que me colocasse com outra menina. Qualquer outra. Mas o pensamento de que se eu fizesse isso estaria dando a impressão que ela me intimidou, me fez desistir. Cancelei meu compromisso com a Sra. Crosby. Eu posso não estar lidando com isso muito bem, mas tenho que pelo menos fingir. — Ora, ora. Resolveu aparecer? — Ela diz e eu apenas ignoro. Como

tenho feito quando as minhas tentativas de evita-la não funcionaram. Sem olha-la ou falar qualquer coisa sigo em direção ao meu quarto. — Rapidinha você, hein?

Seu comentário me faz parar. Lentamente viro-me para encara-la. — Faz uma semana que você terminou seu namoro de um ano e já está em outra? Acho que Vince não era tão importante, afinal. — Ela diz com

um sorriso que me faz ter vontade ir até ela, pegar seus cabelos e esfregar sua cara no asfalto até arranca-lo de lá. — Você não tem nada mais interessante para fazer do que ficar grudada na janela cuidando do horário que eu chego em casa? — Digo com

desprezo. — Não sei por que me tratar com tanta hostilidade. Afinal, depois de

hoje ficou muito claro que os seus sentimentos por Vince não são tão fortes quanto ele pensava. Coitado, e pensar que ele se sentiu culpado.

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Dou um passo ameaçador em sua direção e ela recua. Tento me controlar. Agredi-la só iria me prejudicar, é isso que ela quer. — Você não ouse falar sobre meus sentimentos por Vince. — Digo com

os dentes cerrados. — Estou falando alguma mentira? Se você o amasse não estaria

dormindo com o cara que te trouxe agora a pouco. — Eu não estou... — Começo a dizer mas me interrompo. Não devo

nenhuma explicação para essa vaca. Olho-a com nojo e me retiro para meu quarto. Uma vez lá dentro tranco a porta, fecho as cortinas e me jogo em minha cama. Cubro-me e puxo o edredom até meu queixo, sentindo um frio que arrepia meu corpo. Fecho os olhos e o rosto de Vince me vêm à mente, como todas as noites dessa semana infernal. A única vez que eu fui capaz de fechar meus olhos e não enxerga-lo foi ontem à noite. Apesar de que pode ter acontecido, afinal não me lembro de nada depois que entrei no Eros. Mas se eu pensei nele antes de dormir não me lembro, o que já é alguma coisa. Quem me dera poder esquecer as outras noites.  — Qual é sis. Vamos lá. — Shanon diz dando um puxão na minha

blusa. — Já disse que não estou a fim, Shanon. — Digo saindo para fora do

prédio no qual acabamos de ter aula. — Por favor, porfavorzinho, vamos. — Tenho que estudar, fica para uma próxima. — Digo tentando faze-la

largar do meu pé. — Você me disse isso na vez passada. Entendo que você esteja mal, mas

vamos lá, você tem que seguir com a sua vida, sis. Lanço lhe um olhar de “Não toque nesse assunto”. — Eu só estou preocupada com você, te ver infeliz me deixa infeliz

também. — Sinto muito, não queria te preocupar, mas estou bem. Sério. Só

preciso de um tempo. — Você não pode... — Ela começa a dizer mas alguém chamando meu

nome a interrompe. Olhamos para trás e vejo Vince vindo em nossa direção. Lindo como sempre. Seus cabelos ruivos desarrumados numa bagunça sexy, seus lindos olhos verdes e sua pele clara. Seu corpo grande e forte que vem até mim com passos rápidos e seguros.

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— Finalmente consegui te achar. Você vai falar comigo, não aceito não como resposta. — Ele diz quando para na minha frente. Sua postura e

seu tom de voz tão confiantes que me impedem de lhe dizer não. — Ann, bom, eu...Eu vou indo. Nos falamos depois. — Shanon diz e eu

levemente balanço minha cabeça para ela, pedindo-lhe que não. Não vá. Ela me lança um sorriso tímido de desculpas e levanta os ombros como se perguntando “O que eu posso fazer?” Olho desesperada ela ir cada vez mais longe. — Savannah. — A voz de Vince me chama. Sua rouca e sexy voz. Oh

Deus, me dê forças! Viro-me e encaro-o, tento não deixar transparecer o quanto sua presença me afeta. Depois que o peguei na cama com Aletta nós nos falamos apenas uma vez. Quando ele tentou se explicar mas eu não o deixei, afinal o que é que tinha para ser explicado? Tudo estava muito claro para mim, então terminei nosso namoro e disse que nunca mais queria vê-lo na minha frente. Depois disso fiz de tudo para não encontra-lo novamente, e deu certo, até agora. — Você tem me evitado. — Ele diz parecendo magoado.

Sou eu quem tem o direito de estar magoada, não ele. — Eu lembro claramente de ter dito que não queria vê-lo nunca mais, e muito menos falar com você. Então, com licença. — Digo friamente, o

tanto quanto eu consigo com aqueles olhos me encarando, e me viro. — Espera, Savy. — Ele diz segurando meu braço. — Não me chame mais assim. — Digo me livrando do seu aperto com

um puxão do meu braço. — Você sempre vai ser a minha Savy. — Ele diz e estende a mão,

colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. Sua mão permanece em mim e eu a tiro rudemente, fazendo o suspirar pesarosamente. — O que você quer? — Pergunto querendo acabar logo com isso. — Falei com Aletta ontem.

Solto um grunhido de raiva. — Você precisa mesmo me falar sobre isso? — Pergunto com raiva. — Não, não quis dizer desse jeito. Na verdade, ela veio falar comigo. — E o que eu tenho a ver com o que vocês dois conversam? — Ela veio me falar sobre você. Mais especificamente, veio rir de mim. — Não estou entendendo e sinceramente não ligo. — Ela veio me dizer que você já havia me superado, veio debochar de

mim porque eu fui esquecido sem nenhum esforço.

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Cruzo os braços e fico em silêncio, não sei o que ele espera que eu diga. — É verdade que você dormiu fora e quando voltou para casa um cara

te trouxe? — Isso não é da sua conta, Vince. Não mais. — Por favor, preciso saber. Você e esse cara, o que está rolando? Você

passou a noite com ele? — Você não tem esse direito, não pode exigir nada de mim, não depois

do que você fez. — Eu sei que eu errei, me perdoa. Foi um erro, eu me deixei levar, deixei que ela me seduzisse, mas eu te amo, Savy. — Ele diz com um

olhar de filhotinho abandonado e a minha vontade de abraça-lo e dizer que o perdoo é muito grande. Mas eu me controlo. — Eu te amo. — Ele repete.

Droga, ouvir isso não é nada fácil. Sinto que vou chorar, mas não posso, não na frente dele. — Acabou, Vince. — Digo e espero que tenha soado convincente para

ele, porque para mim não soou. — Só por causa de um deslize? — Você dormiu com a minha amiga, isso está muito longe de ser só um deslize. — Digo com raiva. — Esqueça isso Savy, me perdoe. Vamos ficar juntos de novo. — Não adianta insistir, Vince. Acabou, aceite isso. — É por causa do cara, não é? — Que cara? — O que te levou para casa no sábado. Vocês estão juntos, não é? Pode

falar. Quanta fixação. Não se pode mais receber uma carona sem que as pessoas levem para o lado errado? Imagina, eu e Justin, que ideia mais absurda. — Olha Vince, eu não lhe devo nenhuma explicação, mas eu vou lhe dar só para você para de me encher, ok? Eu e o Justin não... — Paro de

repente quando uma ideia me vem à mente. Será que eu devo? Seria muito infantil, sem falar que seria errado colocar o Justin no meio disso, mas...Seria bom para Vince aprender. Situações difíceis requerem medidas desesperadas. — Não somos um casal, mas estamos nos divertindo juntos. — Minto. — O que você quer dizer com se divertindo juntos? — Ele pergunta com

a voz baixa e ameaçadora.

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— Acho que você sabe muito bem o que eu quero dizer. Divertindo do

mesmo modo que você estava com Aletta. Ele passa a mão pelos cabelos e solta um grunhido, faz uma careta de raiva e solta um palavrão. — Mas que merda, Savannah. Aletta tinha razão, você foi rápida hein.

Meu queixo cai e eu o olho incrédula. O cara que me traiu acabou de me acusar por ficar com outro depois que terminamos? — Pelo menos eu esperei nosso namoro terminar para sair com outro, você fez isso enquanto ainda estávamos juntos. — Acuso-o indignada. — Mas que porra. — Ele xinga de novo. — Quem é esse cara? Como vocês se conheceram? — Ele pergunta com muita raiva. — Não te interessa. — Savannah... — Ele diz furioso e dá um passo ameaçador em minha

direção, me fazendo recuar automaticamente. — O nome dele é Justin, eu o conheço faz um tempo, somos amigos. —

Vince foi na minha casa em Wills Point algumas vezes, mas ele nunca viu Justin por lá e não me lembro de alguma vez ele ter escuta alguém falando sobre ele, então minha mentira deve funcionar. — Muito mais que amigos, eu diria. — Ele diz amargurado. — De novo, não é da sua conta. — Claro que é da minha conta. Minha garota está com outro cara... — Não sou sua garota, Vince. — Corto-o. — Vocês já tinham algo quando estávamos juntos?

Meu queixo cai pela segunda vez. Quanta audácia. — Claro que não. Não acredito que você disse isso. — Desculpa, eu não quis...É que saber que você está dormindo com

outro cara me deixa louco. — Eu estou solteira, posso dormir com quem eu quiser.

Ele dá um passo para frente e antes que eu possa recuar, segura meus braços e me puxa para perto de si. Muito perto. — Ele te faz sentir como eu faço? Ele sabe exatamente onde tocar e o que fazer para você gemer e ficar toda molhada? — Ele pergunta com a

voz baixa e rouca, me olhando bem nos olhos. Engulo em seco e sinto meu coração disparar. Perigosa, essa proximidade é muito perigosa. — Ele me faz sentir coisas que eu nunca senti antes. Ele é mais velho, mais experiente e sabe exatamente o que fazer comigo. — Minha boca

abre e não faço a mínima ideia de onde tirei isso ou de como eu consegui proferir uma sentença tão comprida com seu corpo tão perto assim do meu, me fazendo sentir coisas que eu não quero sentir.

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Vejo raiva e magoa em seus olhos e por um momento fico com pena, mas só por um breve momento, pois em seguida me lembro o que ele fez e sou eu quem sente raiva e magoa. — Agora me solte e me deixe em paz. Já respondi o que você queria saber, não me procure mais. — Me viro e vou embora, dessa vez ele não

me impede. Não sei se rio da sua cara ou se choro. Bem feito para ele, é bom que eu o tenha machucado com minhas palavras, mas ao mesmo tempo meu coração dói por estar longe dele. Só queria poder correr para seus braços e beija-lo sem parar. Porque, Vince? Porque você tinha que me trair?  A semana passou e foi mais uma para entrar para a história das piores semanas da minha vida. Vince tentou falar comigo mais algumas vezes, mas sempre que eu o via fazia o caminho contrario imediatamente. Machuca ficar tão perto assim dele. Ouvir sua voz, ver ele naquele uniforme de capitão do time de futebol, ou pior, ver ele sem o uniforme de capitão do time de futebol. Cometi o erro de ir assistir um jogo de futebol americano que teve na quarta. Achei que não faria mal, eu ficaria na arquibancada e ele no gramado, uma boa distância entre nós. Como estava errada. Não acho que ele tenha me visto no meio de tanta gente, mas eu com certeza o vi. Depois de o jogo terminar, com o nosso time derrotando o outro, Vince muito sensualmente retirou sua camisa e seus equipamentos de segurança, bem na borda do gramado, bem onde eu poderia vê-lo perfeitamente. Ele ficou lá com aquele torso sarado nu, me fazendo lembrar as vezes que eu percorri seu peito e seu abdômen com minhas mãos, com minha boca. Lambendo-o e beijando aquelas poucas sardas que ele tem espalhadas pelo peito. Deus, eu amo aquelas sardas. Ele quase não as tem no rosto, você tem que olha-lo muito de perto para ver um pouco em seu nariz. E em seu corpo, não há muitas também, mas o suficiente para ser sexy. Eu adorava beijar cada sarda do seu peito e depois lamber seu mamilo rosado. Não preciso dizer que sai de lá correndo. Não sei se serei capaz de assistir a outro jogo do time da universidade. Sei que prometi não beber mais, e eu não vou, não a ponto de ficar tão bêbada, mas eu preciso de alguma distração. Por isso estou nesse momento entrando na Eros. Vou tomar mais cuidado dessa vez, prometo. Depois de pagar minha entrada e passar pelo homem enorme vestindo um terno preto, vou direto para o bar. — Um Blue Margarita, por favor. — Peço ao bartender.

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Sento-me num lugar que acabou de ficar vago e espero minha bebida, o garçom pede meu cartão de consumação. Digita algo numa tela touch screen e me devolve o cartão, juntamente com minha bebida azul. — Obrigada. — Digo e tomo um gole, sentindo o gosto da tequila.

Viro meu rosto para observar as pessoas na pista de dança, que está lotada. Todos estão dançando ao ritmo da batida da musica eletrônica do DJ. Há várias mulheres dançando juntas e rindo, e pessoas que parecem não estarem dançando com ninguém especifico, mas há também vários casais dançando realmente muito juntos, se esfregando e se beijando. Tenho vontade de gritar para eles “Vão para um motel!” Casais estúpidos, precisam ficar me lembrando o que Vince fez comigo? Viro o resto do conteúdo do meu copo de uma só vez e peço mais um Blue Margarita. Quando esse chega viro o copo e deixo o líquido escorrer por minha garganta. Preciso de algo mais forte. Um Texas Tea, por favor. — Peço entregando meu cartão, o bartender me lança um olhar estranho mas não diz nada e vai preparar minha bebida. —

Assim que ele me entrega tomo um longo gole. Ah sim, uma bela mistura de tequila, rum, vodka, gin, uísque e licor. Talvez depois de uns três desse as coisas comecem a melhorar. Na metade do copo já me sinto mais leve, solta e feliz. Como se as preocupações não existissem e a dor estivesse amortecida. Mais um. — Peço depois de beber até a última gota. O bartender estende o braço para pegar meu cartão mas uma mão grande e masculina se fecha sob a minha e arranca o cartão da minha mão antes que o cara atrás do balcão pudesse pega-lo. —

— Ela não está mais bebendo hoje a noite. — Uma voz alta, grossa e

parecendo bem zangada diz. Olho para trás e para cima e vejo um Justin parecendo nada feliz me olhando com a cara fechada. “Oh merda.” — Você prometeu. — Ele sussurra em meu ouvido e sua respiração

quente tão perto me provoca arrepios. — Eu prometi não ficar bêbada, e não parar de beber. — Digo com a voz

fraca, mas de alguma forma ele conseguiu me ouvir mesmo com a musica alta pois faz uma careta. — E depois de duas Margarita e dois Texas Tea como você acha que iria ficar? — Ele pergunta cruzando os braços, olho meu cartão sumir

embaixo do musculo do seu braço assim como sua mão. — Você estava me espionando? — Pergunto incrédula. Como não

percebi que alguém me observava?

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— Eu estava ali o tempo todo. — Ele aponta para uma mesa em um

canto com um grupo de homens conversando e rindo, todos de camisa e calça social, assim como Justin está. Claro, seus amigos do trabalho. — Aquela mesa tem uma vista perfeita dessa parte do bar. Vi você

chegando e sim, fiquei te observando para ver se você iria cumprir sua promessa, e ao que tudo indica, não. Você não cumpriria. — Ele diz num tom que me faz olhar para baixo envergonhada. Mas que saco, ele não tem o direito de controlar a minha vida e me fazer sentir mal, como se eu estivesse fazendo algo muito errado e tivesse desobedecendo-o. Merda, ele não é meu irmão, ele não é nada meu. Amigo da minha família, só isso. — Você não tem o direito de controlar o que eu faço. Você não é meu irmão. — Digo tomando coragem e encarando seus olhos azuis. — Graças a Deus por isso. — Ele diz sério e vejo seu olhar vacilar um

pouco para baixo. — Ótimo. Já que estamos conversados, pode voltar para seus amigos. Mas antes, devolva meu cartão. — Peço e estendo a mão, a palma para

cima esperando que ele faça o que eu pedi. — Little Nips... — Ele diz e sua expressão se suaviza, assim como seu tom de voz. — Eu só estou te protegendo, você não é minha irmã mas é

a do Seth, e ele é meu melhor amigo. Além do mais, eu me preocupo com você, eu te vi crescer, tenho um carinho muito grande por você e por Shanon. Como posso ficar brava com ele depois disso? Quando evidentemente ele se preocupa de verdade comigo. — Naquela manhã do sábado passado eu achei que nós estivéssemos

ok. Você me confiou um segredo que não havia confiado a mais ninguém, fiquei honrado por isso, achei que pudéssemos considerar um ao outro como amigo. Estava errado? — Ele pergunta me fazendo sentir mal por trata-lo rudemente. — A minha amizade sempre foi mais forte com o Seth, mas eu sempre

achei que era pelo menos um pouco amigo de você e da sua irmã. Lembra as vezes que eu e Seth defendemos vocês na escola? Aquela vez quando você tinha 10 anos e perdeu o ônibus que te levaria naquela excursão que você estava louca para ir, e eu e Seth te levamos de carro até a Califórnia? Ou aquela vez quando você tinha 8 anos e estava triste porque não conseguia vender os biscoitos que você tinha feito e você queria muito ganhar o prêmio por vender mais, quem comprou todos os seus biscoitos? — Ele pergunta com um leve sorriso nos lábios. — Você. — Digo também com um leve sorriso ao me lembrar de como eu

fiquei feliz quando ele disse que levaria todos os biscoitos que eu tinha feito. — Eu não ligava para aquele prêmio, eu só queria ganhar da Tracy Willow. Ela disse que ninguém iria comprar meus biscoitos porque eles eram horríveis, e eu fiquei com muita raiva dela. Por sua causa eu ganhei, e uma das melhores sensações que eu tive na minha vida foi a

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que eu senti quando vi Tracy morrendo de raiva quando a professora anunciou que eu havia ganhado porque eu vendi 470 biscoitos. — Digo rindo e ele sorri largamente. — E aqueles biscoitos eram mesmo horríveis. — Ele diz e nós rimos. —

Até tentei comer alguns mas era intragável, nem os cachorros quiseram. — Ele diz parecendo se divertir por rir de mim. — Tudo bem, tudo bem. Já entendi que eu não tinha dotes culinários

naquela época. — Nem de perto. — Ele diz eu mostro a língua para ele, fazendo o rir

mais. — Mesmo meus biscoitos sendo horríveis, você comprava todos a cada

nova remessa que eu assava. Por quê? — Por que...Bem, porque a sensação de ver seus lindos e grandes

olhinhos brilharem quando eu dizia que compraria todos, o seu sorriso largo e verdadeiro...Faziam valer a pena. Ele diz me olhando profundamente nos olhos, nesse momento não falamos nada, apenas nos olhamos, ambos sorrindo um para o outro, criando algo poderoso, uma ligação forte. É claro que Justin é meu amigo. Como pude pensar de outra maneira? Ele não é só o melhor amigo do meu irmão, ele também é o herói de uma garotinha de 8 anos que queria muito vender mais biscoitos que a sua coleguinha malvada. Ele e Seth sempre estiveram lá por mim quando eu precisei, eu não tenho um irmão mais velho, eu tenho dois. — Por favor, me perdoa. Você tem razão, você só estava fazendo isso

pensando no que é melhor para mim, você sempre fez o que achava ser o melhor para mim e o que me faria feliz. Sinto muito se fui agressiva e rude com você. — Me desculpo sinceramente. — Não precisa se desculpar, Little Nips. É só prometer que vai se lembrar disso de agora em diante. — Ele diz acariciando minha

bochecha gentilmente com o polegar. — Eu prometo. E prometo também te compensar por te fazer comer

aqueles biscoitos. — Antes tarde do que nunca. — Ele diz ainda com a mão em meu rosto

e um sorriso brincalhão em seus lábios, o que me faz rir. Desvio o olhar para o lado e um cabelo cor de fogo chama minha atenção. Na mesma hora congelo e paro de rir. Não pode ser, ele não pode estar aqui. Esse lugar não é para universitários, então porque Vince está aqui com seus amigos? Droga. Retiro rapidamente a mão de Justin do meu rosto antes que Vince veja. Ele está em pé conversando com seus amigos e por um milagre ainda não me viu.

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— O que foi, Little Nips? — Justin pergunta depois do meu gesto

repentino de afasta-lo. — Ele está aqui...Vince. — Digo sem tirar meus olhos do sorridente

ruivo que ainda balança meu coração. — Onde? — Justin pergunta se virando na direção de Vince e eu puxo

sua camisa para impedi-lo. — Não olha agora. — Quase grito para ele, que se vira para mim

imediatamente.

— Quero saber quem é. — Ele diz voltando a sua expressão séria e

brava. — É o ruivo de camisa preta conversando em pé com aqueles dois caras ali. — Indico a direção com a cabeça discretamente.

Justin se vira e olha para Vince, observo seu perfil e vejo sua cara ficar mais séria, se transformando numa carranca e seu maxilar ficar tenso. — Ele é um moleque, quantos anos tem? — Pergunta voltando seu olhar

sério para mim. — Ele é dois anos mais velho que eu. — Digo. — 22 anos, uma criança ainda. Você deveria estar com alguém mais

maduro, que sabe como tratar uma mulher e não um moleque como ele. — Ele é mais velho que eu, e eu não estou com ele, não mais. — Mas queria estar, está estampado na sua cara para todo mundo ver. — Muito obrigada. — Digo sarcasticamente. — Sinto muito, mas é verdade. É só olhar na sua cara. Você vai acabar

perdoando esse idiota, não vai? Eu olho para ele e não digo nada, desvio meu olhar e encaro Vince com saudades. — É você vai, mais cedo ou mais tarde você vai acabar perdoando-o. Não gosto nada disso, Savannah. Você não deveria perdoar esse cara. —

Ele diz e eu me obrigo a desviar meu olhar de Vince e encarar Justin nos olhos. — Eu não posso evitar, eu o amo. E ele disse que me ama também, que

cometeu um erro e me quer de volta. Fui forte e não o perdoei, mas não sei mais por quanto tempo vou aguentar. — Mas que porra. — Justin xinga e esfrega o queixo. — Já que você vai perdoa-lo você tem que pelo menos o fazer rastejar

um pouco, fazer ele sofrer e se dar conta do tamanho da burrada que ele fez, para garantir que ele não vá fazer de novo. — Justin diz sério mas eu não posso evitar e sorrio. Eu gosto dessa ideia. É muito errado eu gostar dessa ideia? Quer dizer, seria muito imaturo e de baixo nível querer vê-lo sofrer um pouco por mim?

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— Mas como eu faria isso? — Pergunto interessada. — Não sei, o que mais afetaria ele? — Bom...Vince não gosta nem um pouco de perder, ele não lida nada

bem com isso. E é muito ciumento. — Então aí está sua vingança. Faça-o pensar que te perdeu, faça-o

sentir ciúmes até ele não aguentar mais e vir rastejando pedindo o seu perdão. Olho para Vince e imagino-o desesperado para me ter de volta, rastejando e implorando meu amor. Sim, isso me faria sentir vingada. Sinto um sorriso lento se espalhar por meus lábios enquanto observo o ruivo mais lindo que eu já vi. Se ele realmente me ama como diz que ama, vai ter que provar. Como se ouvindo meus pensamentos e sentindo meu olhar, Vince vira a cabeça e seu olhar se encontra com o meu. “Oh merda!” Escondo-me imediatamente atrás do corpo de Justin e o olho assustada. — Ele me viu. — Digo sussurrando como se com medo que Vince

pudesse me ouvir. Justin deve ter lido meus lábios porque ele se vira e encara Vince. Tenho medo de olhar para ele, mas minha curiosidade é maior e eu lentamente saio detrás do meu esconderijo para olhar para Vince. Ele está parado encarando seriamente Justin, que também está o encarando. Quase posso ver as faíscas saindo do olhar de ambos. — Ele está bravo de me ver com você. — Digo para Justin. — Deixe que fique. — Ele diz voltando seu olhar para mim. — E se ele vir aqui? — Pergunto com medo. — Daí eu cuido dele. — Ele deve achar que você e eu estamos juntos. — Digo me arriscando

em lançar mais um olhar na direção dele. Vince ainda nos encara com uma carranca no rosto. — Porque ele acharia isso? Só porque estamos conversando? — Justin

pergunta e com um olhar de desculpas o encaro. — Bem, pois é, sobre isso...Eu meio que posso ter dado a entender para ele que eu e você... — Com vergonha não consigo terminar a frase. — O que, Savannah? — Ele pergunta com um olhar que me faz

encolher. — Que você e eu estamos...Dormindo juntos? — Minha frase acaba

soando mais como uma pergunta do que como uma afirmação. — Porque você fez isso? — Ele arregala os olhos e pergunta surpreso.

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— Eu não sei, eu só...Não sei, urgh! Ele ficou sabendo que eu havia

dormido fora na sexta e que um cara havia me levado de volta para casa. Ele ficou todo enciumado e queria saber quem você era. Acabei dizendo que eu e você estávamos nos divertindo juntos, sabe, sexo sem compromisso. Ele não sabe que é você, ele não te viu, mas eu falei que era um cara mais velho e aposto que ele vai deduzir que é você. Eu só queria que ele não achasse que eu estava sofrendo por causa dele. — Digo olhando para baixo com vergonha e medo que Justin fique bravo por eu o ter colocado nessa situação. Mas quando escuto sua risada olho-o confusa. — Parece que você já tinha tido aquela ideia de fazer ciúmes bem antes

do que eu. E até colocou em prática. — Não, sinto muito, eu não estava pensando direito. Não queria te

envolver nessa história, eu ia acabar contando a verdade para ele, não queria que te visse e achasse que nós... — Está tudo bem, Little Nips. — Ele diz me cortando. — Você não está zangado? — Claro que não.- Ele diz com um sorriso. — Quando eu falei para você

fazer ciúmes para ele eu estava pensando em você pedir para alguém que estuda com você, algum amigo da faculdade. Mas já que você colocou na cabeça daquele moleque que nós estamos tendo algo, bom... — Um sorriso perversamente divertido surge em seus lábios. — Terei o maior prazer em te ajudar a fazer aquele idiota pagar pelo que fez. Olho-o sem saber muito bem o que dizer, mas as poucos seu sorriso vai me contagiando e sinto meus próprios lábios formarem um sorriso perverso. — Você faria isso por mim? — Ah, Little Nips, você ainda pergunta?

Ele diz e segura minha mão, me puxando e me colocando de pé na sua frente. — Venha. — Ele começa a andar em direção a pista de dança, me

puxando pela mão. Ele nos conduz até a borda da pista e para, se vira para mim e coloca suas mãos na minha cintura, puxa meu corpo de encontro ao seu até que estamos colados. — Coloque suas mãos no meu pescoço. — Ele pede dizendo com sua

boca em minha orelha. — O que estamos fazendo? — Pergunto envolvendo seu pescoço com

minhas mãos. — Estamos dando um show que aquele moleque não vai esquecer. —

Ele diz rindo.

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Sorrindo viro minha cabeça procurando por Vince, posso vê-lo perfeitamente, assim como ele pode nos ver. Ele está nos olhando com tanta raiva que eu até posso ver a fumacinha saindo de sua cabeça. Olho para Justin e sorrio largamente. Ele continua sendo meu herói. — Dance comigo, Little Nips. Dance até explodirmos a cabeça daquele

moleque de tanta raiva. Eu sorrio de orelha a orelha e Justin pisca para mim. Tem álcool suficiente no meu sangue para eu conseguir dançar na frente de tanta gente. Então começo a mexer meus quadris no ritmo da musica eletrônica. Fico com um pouco de receio e admito, vergonha, de dançar assim com Justin, mas logo me sinto mais confiante e me permito me divertir, pelo menos ele parece estar se divertindo também. Justin sorri e mexe o corpo talentosamente. Ele com certeza sabe dançar, acho que é uma necessidade quando se quer pegar mulheres na balada. Saber dançar bem é essencial, e Justin é um dançarino exímio. Com nossos corpos tão grudados quanto é humanamente possível, mexo meu quadril sensualmente enquanto Justin passa as mãos pelas minhas costas, que o vestido que estou usando deixa descoberta. A batida da musica é eletrizante e contagiante, me deixo levar por ela e sem constrangimento me esfrego em Justin. Pegando em seus braços, enfiando minhas mãos em seu cabelo e as vezes levando minha boca até sua orelha. Não digo nada para ele, mas é claro que Vince não tem como saber disso. Viro-me e grudo minhas costas na parte da frente do corpo de Justin, que leva suas mãos até minha cintura e me segura firme. Encontro o olhar de Vince e mexo meu quadril o mais sensualmente que consigo. Levanto os braços e levo minhas mãos até o pescoço de Justin, trazendo sua cabeça até meu pescoço, que eu exponho para ele. Ele pega a deixa e deposita um beijo suave na pele logo abaixo da minha orelha. O tempo todo eu sustento o olhar de Vince. Ele parece perto de explodir de raiva. Bom. Sorrio largamente quando vejo Vince praticamente jogando seu copo na mão de seu amigo e saindo dali em direção à saída parecendo possesso. Seus amigos parecem confusos e assim que eu o perco de vista me afasto de Justin e me viro para ele. — Ele foi embora, parecia furioso. — Digo com um sorriso de vitória. —

Muito obrigada, Justin. Pego sua mão e o puxo para fora da pista de dança, de volta ao bar onde estávamos antes. Acho um lugar livre e me sento na banqueta.

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— Isso foi incrível, você é um gênio. — Digo rindo mas paro quando vejo

a cara estranha de Justin. Droga, talvez eu tenha pegado pesado demais. Não deveria ter me esfregado nele daquele jeito, ele deve ter ficado super desconfortável em ter uma criança, como ele mesmo disse, se esfregando nele. — Desculpa se eu peguei pesado demais lá. Não queria te deixar

desconfortável, se você não quiser mais me ajudar nesse plano maluco eu vou entender. Ele me olha parecendo não assimilar minhas palavras, mas logo ele percebe sobre o que eu estou falando e sorri. — Sem...Ranran... — Ele limpa a garganta e passa a mão pelos cabelos. — Sem problemas. Fico feliz de poder ajudar. — E ajudou, você precisava ver o jeito que ele saiu daqui. Foi hilário. — Claro, que bom que nosso plano deu certo. — Você vai continuar me ajudando, não vai? Por favor, ele já me viu

com você, só preciso que ele veja mais algumas vezes e aposto que ele vai estar se roendo de ciúmes e pronto para implorar meu perdão. Por favor, Justin. — Peço olhando-o esperançosamente. Ele me olha parecendo estar participando de uma luta interior muito grande. — Por favooor. — Faço a minha melhor cara de filhotinho abandonado e

o olho fazendo biquinho. — Porra, tudo bem. Eu te ajudo. Mas eu preciso de uma bebida agora. — Isso. — Dou um gritinho de vitória e sorrio para ele.

Justin desvia o olhar e se dirige ao bartender. — Um uísque duplo, por favor...E puro. Estou precisando.

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Apenas mais um capítulo Justin — Dance comigo, Little Nips. Dance até explodirmos a cabeça daquele moleque de tanta raiva. — Savannah dá aquele seu sorriso lindo e eu

pisco para ela. Entrando no meu jogo, ela começa a mexer seu quadril com um pouco de timidez, mas logo parece se soltar. Mexo meu corpo junto com ela, estamos tão perto um do outro, mais perto impossível. Subo minhas mãos da sua cintura para suas costas nuas. Durante todo o tempo em que fiquei observando-a de longe sentada no bar, minhas mãos coçavam de vontade de acariciar a grande quantidade de pele exposta das suas costas. Uma mulher como ela usando um vestido desse deveria ser ilegal. Passo minhas mãos por suas costas, fazendo carinhos suaves e sentindo o quão macia ela é. Savannah mexe o quadril tão sensualmente que faz meu sangue ferver. Estou começando a achar que isso não foi uma boa ideia. Eu sou um belo de um masoquista de merda. Savannah vai ficando animada, seu corpo se esfrega no meu e ela passa suas mãos por meus braços. Eu confesso, forço-os para que meus músculos saltem e ao passar as suas delicadas mãos ela possa sentilos. Sua mão sobe até minha nuca e se enterra em meus cabelos, sua boca se aproxima da minha orelha e acho que ela vai me dizer algo, mas ela permanece em silêncio, a única coisa que ouço é sua respiração. De repente ela se vira e gruda suas costas no meu peito. “Oh não, isso não vai acabar bem.” Caralho, ela começa a rebolar e esfregar sua bunda em mim. Com o coração acelerado e um calor insuportável, coloco minhas mãos em sua cintura fina. Merda. Merda. Merda. Isso não é bom...Quer dizer, é maravilhoso, mas não é bom porque estou ficando excitado com a irmãzinha do meu melhor amigo, isso não deveria estar acontecendo, eu deveria apenas estar ajudando-a a fazer ciúmes para seu namorado. Tenho certeza que se Seth nos vise dançando dessa forma eu já estaria em um hospital há essa hora. Isso esta saindo do controle.

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Eu deveria afasta-la, mas inferno se eu tenho força de vontade suficiente para fazer isso. Ela levanta os braços e coloca suas mãos no meu pescoço, inclina a cabeça e expõe tentadoramente seu pescoço. Sua pele é tão clara e parece tão macia, assim como a das duas costas, suas mãos puxam minha cabeça para baixo e antes que eu possa me deter, deposito um beijo na pelo logo abaixo da sua orelha. Sua pele tem uma sensação muito boa sob meus lábios, seu perfume me invade e eu agradeço a Deus que a musica está alta o suficiente para que ninguém escute o gemido que eu acabei de soltar. A sensação de Savannah em meus braços é tão maravilhosamente indescritível, sinto que poderia ficar assim a noite toda. Fecho os olhos e me permito aproveitar dos sentidos do tato e do olfato. Sinto seu perfume inebriante e toco suas curvas excitantes. Bem quando estou pensando que isso poderia muito bem ser a descrição de como é o paraíso, Savannah se afasta. Ela vira para mim com um sorriso satisfeito no rosto. — Ele foi embora, parecia furioso. Muito obrigada, Justin.

Então pega minha mão e me puxa para fora da pista de dança. Eu apenas a sigo atordoado com o rompimento súbito e o termino da sensação maravilho que eu estava sentindo. Eu não estava pronto para deixa-la ir ainda, queria segura-la por mais algum tempo, prolongar a sensação de euforia que estava sentindo. Ela nos leva de volta ao bar. Ainda bem que o ambiente é escuro, caso contrario estaria extremamente envergonhado com a saliência na minha calça. O que eu diria para Savannah se ela olhasse para baixo e conseguisse ver como ela tinha me excitado? — Isso foi incrível, você é um gênio. — Ela diz se sentando num lugar

vago e rindo. Ela me olha nos olhos e seu sorriso diminui. — Desculpa se eu peguei pesado demais lá. Não queria te deixar

desconfortável, se você não quiser mais me ajudar nesse plano maluco eu vou entender. Ela diz mas não compreendo suas palavras, ainda me sinto tão atordoado. De repente suas palavras fazem sentido, sim, ela pegou pesado demais. Estou duro feito à porra de uma rocha. Dou um sorriso desconfortável e digo: — Sem...Ranran... — Limpo a garganta quando percebo que minha voz

falha e passo a mão pelos cabelos tentando lembrar o que eu queria lhe dizer. — Sem problemas. Fico feliz de poder ajudar. — E ajudou, você precisava ver o jeito que ele saiu daqui. Foi hilário.

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— Claro, que bom que nosso plano deu certo. — Só vai me custar

minhas bolas, mas é, feliz em ter ajudado. — Você vai continuar me ajudando, não vai? Por favor, ele já me viu

com você, só preciso que ele veja mais algumas vezes e aposto que ele vai estar se roendo de ciúmes e pronto para implorar meu perdão. Por favor, Justin. Ela me pede me olhando com esperança. Ah Deus, não. Se as outras vezes que ela precisar da minha ajuda eu acabar assim, vou ter um sério problema de bola azul. Deveria dizer para ela procurar outro para lhe ajudar com esse plano. — Por favooor. — Ela diz fazendo biquinho e me olhando com aqueles

olhos grandes e expressivos que parecem ser capazes de hipnotizar qualquer um. Alguém realmente consegue dizer não para ela? Sei que eu não consigo, não com ela me olhando assim. — Porra, tudo bem. Eu te ajudo. Mas eu preciso de uma bebida agora. — Digo já prevendo problemas. — Isso. —

Ela dá um gritinho e um pulinho no banco, fazendo seus peitos saltarem no decote do seu vestido. “Caralho. Onde eu fui me meter?” — Um uísque duplo, por favor...E puro. Estou precisando. — Peço

ao bartender. Eu sou mesmo um masoquista de merda! 

Savannah — Nossa, acho que é a primeira vez em duas semanas que eu vejo você sorrindo. — Shanon diz, me puxando de volta das minhas lembranças. Estava lembrando da noite de ontem, da cara de Vince. Foi perfeito. Aposto que em um mês ele vai implorar para me ter de volta. — Estou animada. — Digo me virando para ela. — Estou vendo. Posso saber o porquê? Por um acaso você e Vince voltaram? — Ela pergunta enquanto encara a estrada a sua frente. — Não, não voltamos...Ainda. — Digo com um sorriso travesso. — Ainda? Então vocês vão voltar. Mas porque eu tenho a impressão que eu deveria estar sentindo pena do pobre coitado? — Shanon pergunta

rindo. — Porque você deveria. Nós vamos voltar, mas não sem antes ele

aprender uma lição. — E você não vai mesmo contar para a sua irmãzinha aqui, o motivo de vocês terem terminado? — Sinto meu sorriso vacilar com sua pergunta,

mas por sorte ela está concentrada demais no transito e não percebe.

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— Não. Mas não importa. — Tudo bem, então, não quer contar não conte. Só quero que você

continue com esse sorriso no rosto, ok? — Não se preocupe, se os meus planos derem certo, eu vou estar rindo

a toa pelas próximas semanas. — É bom que você esteja animada, sei que todo mundo lá em casa

estavam preocupados com você também, eles não falaram nada para você porque queriam lhe dar o seu tempo. — Eu não queria preocupar ninguém. — Digo me sentindo culpada. — Eu sei, mas eles são família, é inevitável que eles se preocupem.

Todos nós sabemos como você é apaixonada pelo Vince, mas estamos todos torcendo para vocês voltarem. — Sério? Todo mundo? — Pergunto incrédula.

Papai e Seth não gostam de Vince, depois que Seth descobriu sobre a fama dele eles tentaram me fazer desistir do meu namoro, eu claro, defendi Vince com unhas e dentes. — Bem, você entendeu, não é? — Sim claro, sei como papai e Seth devem estar torcendo para que eu e Vince voltemos. — Digo sarcasticamente.

Atravessamos Wills Point e seguimos pela estradinha de terra que nos levara até nossa casa. Alguns minutos depois estamos estacionando o carro em frente a familiar casa de madeira de dois andares. Pegamos nossas bolsas que contem apenas o necessário para passarmos o final de semana e seguimos para a porta da frente. — Chegamos família. — Shanon grita. — Estamos na cozinha. — A voz de mamãe ecoa pela casa.

Vamos até a cozinha e somos recebidas com sons de risadas e cochichos. Mamãe, Jane e Kim estão limpando a bagunça que elas fizeram na cozinha. — Meninas, que bom que vocês chegaram. Estava com saudades. —

Mamãe limpa as mãos no avental e vem até nós com os braços abertos, abraça eu e Shanon ao mesmo tempo e dá um beijo na bochecha de cada uma. — Tudo bem por aqui? — Shanon pergunta. — Tudo ótimo, e a semana de vocês, como foi? — Mamãe quer saber.

Um inferno, tirando sexta à noite, sexta à noite foi demais. — Tudo ótimo também, tirando que estamos cheias de trabalhos para fazer e provas para estudar. — Shanon responde por nós duas. — Meninas, que bom ver vocês.

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— Bom ver você também, Jane. — Digo dando um abraço na minha

cunhada. — Kim. — Abraço minha prima e dou lhe um beijo na bochecha. — Parece que chegamos na hora certa. Que cheiro bom é esse? —

Shanon pergunta. — Ah, estávamos fazendo umas tortas. Acabamos de coloca-las no

forno. — Onde está papai e Seth? — Os meninos foram caçar com Mark e Jax, voltam só no final da tarde. — Temos a tarde toda para nós. — Jane diz. — Sabem o que isso significa, não é? Tarde das garotas, vamos comer doces, pintar as unhas uma das outras e colocar a fofoca em dia. — Kim

diz animada e todas concordam. Eu sorrio, como é bom estar em casa. 

Justin Dez anos atrás... — Já mandei você calar a boca, Justin. A minha irmãzinha está no banco de trás, pelo amor de Deus. — Seth sussurra mas seu tom

irritado não passa despercebido. — A Little Nips está dormindo, cara. Para que tanto estresse? —

Pergunto olhando para o banco de trás para verificar se ela está mesmo adormecida. Savannah está deitada no banco com um travesseiro e enrolada em uma coberta. — E se ela acordar e ouvir você falando sobre...Sobre a porra da garota que você fodeu? — O vejo apertando o volante até os nós dos seus dedos

ficarem brancos. — Ela cabotou ali atrás cara, pare de ser tão estressado. — Não, pare você de ser tão irresponsável. E além do mais, não quero ouvir como a garota te fez um boquete, não preciso dessa merda. — Ele

diz fazendo uma careta. — Cara, não foi só um boquete, foi o boquete. Foi tão bom que eu não

joguei o telefone dela fora, e estou até pensando em realmente ligar. — E quebrar a sua regra de ficar com a mesma garota só uma vez? — Você sabe que toda regra tem a sua exceção. Ei, ela tem uma amiga

bem gostosa, se quiser eu te apresento. — Qual é a porra do seu problema, cara? — Ele me olha com se eu fosse

de alguma espécie diferente. — O que?

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— Jane. Esse nome te diz alguma coisa? — Faço uma careta. Lá vem ele

de novo com essa de que ela é o amor da vida dele e que ele só tem olhos para ela e blá blá blá. Que saco. — Quantas vezes eu vou ter que falar para você parar te ficar tentando

arrumar uma transa para mim? Cara, eu não sou mais assim, vê se coloca isso nessa sua cabeça de merda, porra. — Quanto mau humor, nossa. Se não quer, não quer. Não tem

problema, eu fico com as duas. Posso chamar mais algumas amigas dela e fazer uma suruba, você é que vai sair perdendo. — O que é suruba? — A voz sonolenta de Savannah me assusta. Seth

imediatamente me lança um olhar mortal, seu rosto ficando tão vermelho que eu acho que ele vai explodir. — Não é nada não, Savannah. — Seth diz tenso. — Se o Justin vai fazer eu também quero. — Ela diz inocentemente e

Seth se engasga, eu só olho para ele e ele fala sem emitir som "Vou te matar". Viro-me para o banco de trás e vejo Savannah se levantando e esfregando os olhos enquanto boceja. — Hey, conseguiu dormir bem nesse banco desconfortável, Little Nips? — Pergunto tentando desviar sua atenção para que não pergunte mais

nada. — Consegui. Falta muito ainda? — Ela pergunta com seus olhinhos

ainda nublados pelo sono. — Não muito, só mais umas duas horas. Quer um doce? — Quero. — Ela diz sorrindo. — Não é hora dela comer doce, Justin. — Seth diz e o sorriso de

Savannah some. — O seu irmão é um desmancha prazeres. — Sussurro para ela e me

viro para frente. — Vou parar no próximo posto para abastecer. — Seth informa. Não

muito a frente avistamos um posto e ele enche o tanque. Quando ele desaparece dentro da loja de conveniência, eu abro o porta luvas e pego a barra de snickers que eu havia comprado na última parada que fizemos. — Ei, princesa. Toma. — Jogo para Savannah, que sorri. — Só, não deixa o chato do seu irmão ver. — Digo e pisco para ela, ganhando uma

risadinha.

— Obrigada por me trazer, Justin. — Abaixo-me para dar um abraço em

Savannah.

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— De nada, princesa. — Digo dando-lhe um abraço e um demorado beijo na bochecha. — Vê se na próxima excursão não perde o ônibus, ok? — Pergunto com um sorriso brincalhão. — Ok. — Ela diz desviando o olhar e suas bochechas ficam vermelhas.

Ela é tão fofa. — Obrigada, Seth. — Seth pega a irmã no colo e a abraça forte. — De nada, minha linda. — Ele beija sua bochecha e recebe um beijo

em troca. — Desculpa fazer você vir até aqui. — Ela diz abraçando seu pescoço. — Não precisa se desculpar minha linda, eu iria até o fim do mundo para ver um sorriso nesse seu rostinho lindo. — Nesse momento um

sorriso largo domina o rosto de Savannah e seus olhos brilham. — Te amo, Seth. — Eu também te amo, minha princesa. Se comporte e obedeça a

professora, ok? — Eu vou, prometo. — Ela responde com confiança. — Essa é a minha menina. — Ele diz e a coloca no chão. — Bom passeio, Little Nips. — Digo. — Nos vemos quando você voltar, linda. — Seth se despede. — Tchau. — Ela acena e se vira, carregando sua mochila com desenhos

de cowboy e franjas ela corre em direção a professora que a espera no saguão do hotel. Quando saímos do hotel e estamos perto do carro, me pegando totalmente desprevenido, Seth me dá um soco no estômago. Imediatamente me dobro e sinto o ar deixando meus pulmões. — Isso é por fazer minha irmãzinha dizer que queria participar de uma

suruba. — Merecido. — Ainda inclinado e lutando para respirar eu respondo.

Estou acostumado, vivemos nos socando e batendo o tempo todo. Coisa de melhores amigos. — Bom é isso. Quer pegar um quarto antes de voltarmos ou já quer ir embora? — Seth pergunta como se não tivesse acabado de me dar um

soco, coloco minha mão na barriga e me apoio no carro, recuperando o fôlego aos poucos. — Nenhum dos dois. — Respondo. — O que você quer fazer, então?

Não respondo imediatamente, respiro mais algumas vezes e espero a dor passar. — Quero que você pegue o seu carro e nos leve para a cidade do pecado. — Ah não, você não está querendo ir para...

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— Sim. Las Vegas, baby. — Digo com um sorriso afetado pela dor no

rosto. — Cara, você está louco? Vamos pegar um quarto, dormir um pouco e

voltarmos para casa. — Seth, a cidade cheia de cassinos e gostosas peladas que ficam se

esfregando em você fica a menos de cinco horas daqui. Nós temos que ir. — Isso é falta de sono, só pode. — Ah qual é, o carro é seu, se você não for eu não posso ir. Por favor cara, é a cidade do pecado, do pecado cara. — Digo e até fico com água

na boca de imaginar todos aqueles tentadoramente para lá e para cá.

rabos

e

tetas

desfilando

— Se eu for para Las Vegas sem a Jane, ela me mata. — Você pode pegar um quarto e descansar para a viagem de volta. Não

precisa ir a nenhum lugar comigo se não quiser. Ele cruza os braços e vejo em seus olhos que está indeciso. — Mas você não tem 21 anos, não vai poder fazer nada naquele lugar. — Deixe isso comigo. — Sorrio largamente, ele me olha com a testa

franzida e depois que ele entendem o que quero dizer revira os olhos. — Você está com uma identidade falsa, não é?

Apenas sorrio e dou de ombros em resposta. — Seu filho da puta, você já tinha planeja de ir lá. Bem que eu achei

estranho que você tinha concordado rápido demais em fazer uma viagem de 24 horas só pela Savannah. Fecho a cara. Também não é assim, eu vim pela Little Nips também. — Porra cara, eu vim por ela, mas antes de sairmos eu pensei “Porque

não?” nós já íamos estar aqui mesmo. — Você é um fodido, não perde uma oportunidade, não é? — Ele

pergunta parecendo bravo comigo. Porque porra ele está bravo comigo? — Vamos ou não? — Tudo bem, eu te levo lá, mas eu vou direto para o quarto dormir. Não

quero que você me coloque em nenhuma enrascada com a Jane. — Você é o cara. Agora vamos. — Digo animadamente.

Entramos no carro e Seth pega a estrada em direção a Cidade do Pecado. Essa cidade foi feita para mim. Cinco horas depois chegamos em Las Vegas e paramos no primeiro hotel mais barato que vimos. Seth pega dois quartos, um do lado do outro. Ele vai para o seu dormir, e eu vou na minha caçada a um Club de Stripers.

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Não preciso procurar muito, não muito longe do hotel vejo um. Na entrada mostro minha identidade falsa, o segurança olha e nessa hora me da um frio na barriga. Ele encara o documento e depois eu, e para meu alivio me deixa passar. Ando pelo corredor de veludo vermelho e ouço a musica abafada passar pela porta no final do corredor. Outro segurança abre a porta para mim e eu entro. O ambiente é escuro, com várias decorações em neon. Várias garçonetes gostosas com quase nada de roupa passam por mim carregando suas bandejas. Pego um lugar no sofá bem em frente ao palco e me sento, logo veem me atender e eu peço uma cerveja. Na minha frente, no palco, uma morena com uma bunda enorme e com os peitos de fora faz pole dance. Esse lugar é a porra do paraíso. Logo minha cerveja chega e eu bebo enquanto observo a morena se esfregando e fazendo movimentos que deixam meu pau cada vez mais duro. Ela me vê babando por ela e sorri maliciosamente. Fica de quatro e vem engatinhando lentamente me encarando nos olhos. Ela chega na beira do palco e me chama com o dedo. Aproximo-me dela e ela enfia seus peitos deliciosos na minha cara. Meu pau pulsa. Ela se afasta um pouco e começa a brincar com seus peitos, ela segura um e abaixando a cabeça lambe o próprio mamilo. Caralho! Eu poderia ficar aqui a noite toda. Pego no meu bolso algumas notas e enfio na sua calcinha fio dental. Ela pisca para mim e se afasta lentamente, voltando ao poste e se esfregando nele. Depois de uma meia hora só observando não aguento mais, meu pau está duro pra caralho e eu quero a ação. Chamo uma loira para se sentar no meu colo. — Está sozinho, amor? — Ela pergunta se sentando no meu colo, seus

seios enormes a mostra. — Que tal você me fazer companhia? — Pergunto com um sorriso safado

enquanto seguro sua cintura. — Eu adoraria. Gosta do que vê, gostoso?

Passo minha mão por suas pernas e subo até seu peito firme, aperto e brinco com o mamilo. Ela se levanta e se senta em meu colo com as pernas abertas, de frente para mim, seus peitos na minha cara.

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Os seguro e aperto-os, levando a boca até um, chupo um depois o outro enquanto ela se esfrega no meu pau. — Que tal chamar uma amiga para se divertir com a gente? — Pergunto

ao pé do seu ouvido. Ela sorri e se levanta, segura minha mão e me puxa. Ela me conduz por um corredor e no meio do caminho uma morena se junta a nós. Ela abre uma porta vermelha e me puxa pela camisa para dentro. Rindo eu entro no quarto com as duas. A noite vai ser boa.

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Não deveríamos Savannah — Um cappuccino com creme e chocolate, por favor. — Peço para a garçonete que veio me atender. — Só um minutinho. — Ela diz depois de anotar meu pedido e se vai. Recosto-me na cadeira do aconchegante Café da universidade, um deles, o que fica mais perto da biblioteca e é o meu preferido. Esse final de semana que passei com a minha família em Wills Point foi revigorante, mas agora uma nova semana começou e eu tenho que compensar o meu lapso das duas últimas semanas, por isso passei a tarde toda hoje, depois da aula, na biblioteca estudando. Minhas notas sempre foram excelentes, mas depois que terminei com Vince alguns trabalhos que entreguei ficaram em um estado lastimável. Sei muito bem que não posso permitir que ele afete tanto assim minha vida, tenho que priorizar, mas é difícil. É difícil esquecer quando todo dia tenho que voltar para casa que divido com a mulher com quem meu namorado me traiu, é difícil me deitar em minha cama e imaginar que a poucos metros dali, logo no outro quarto, eu peguei Vince transado com outra. É por isso que acho que não estou me sentindo tão culpada quanto deveria com esse joguinho que eu e Justin estamos jogando. Vince merece sofrer um pouco para dar valor aos meus sentimentos por ele. Nada mais justo. — Aqui está seu cappuccino. — Muito obrigada. — Tomo um gole da bebida quente e deixo que ela ajude a me aquecer nessa tarde um pouco mais gelada. Olho distraidamente através da janela e observo os outros estudantes conversando e indo de lá para cá. Quando termino minha bebida pago a conta e me dirijo novamente para a biblioteca. Pego um lugar numa mesa vazia, deposito os livros em cima da superfície plana e retomo meus estudos. Não posso mais deixar o que aconteceu com Vince prejudicar meus estudos.  COWBOYS Vs. BUFFS GRANDE JOGO SEXTA FEIRA DIA 19

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Mais um jogo decisivo, como eu queria ir e ver Vince em ação, ele realmente merece ser o capitão do time, ele é bom. Será que meu coração aguentaria? Fico observando o cartaz com a cabeça inclina e um sentimento de saudades com um pouco de tristeza no coração. Só de lembrar o que aconteceu na última vez que eu fui assistir a um jogo na semana passada. Depois que eu sai correndo de lá fui direto para o apartamento. Levou horas para que o fogo se apagasse, eu tentava me concentrar em qualquer outra coisa, mas só o que vinha na minha mente eram as memorias que ver Vince sem camisa me trouxeram. Todas as vezes que sua boca percorreu meu corpo, desde o pescoço, passando pelos seios e por minha barriga, até... Não. Chega, Savannah, não pense nisso. Sinto meu corpo se arrepiar e um calor que começa no meio das minhas pernas se espalhar por todo meu corpo. Meu corpo sente falta do de Vince. Muito. Mas até essa saudade poder ser saciada ainda terei que esperar, me controlar. Sinto até um pouco de vergonha por estar tão...Sensível. Qualquer pensamento, qualquer imagem ou som sugestivo me deixam inquieta. Não sabia que eu era uma pessoa tão faminta sexualmente que apenas duas semanas de abstinência já seriam uma tortura. — Você vai ao jogo, Savy? — Uma voz sussurrada em meu ouvido me faz saltar de susto. Viro-me e praticamente dou de cara no peito de Vince. Ótimo, ele. Justo agora, bem quando meus pensamentos estavam me levando para um caminho perigoso. — Porque você quer saber? — Pergunto cruzando os braços para que ele não veja meus mamilos que marcam minha blusa. — Porque eu gostaria muito que você fosse. Você me deixa tranquilo, gosto de saber que você está me observando, ter minha garota torcendo por mim é um baita de um incentivo. — Eu não sou sua garota. — Qual é, linda. Até quando isso vai continuar? Eu sinto sua falta. — Ele coloca as mãos em minha cintura e eu me amaldiçoo por ter estremecido com seu contato. — Eu achei que tinha ficado claro na noite de sexta que eu não quero mais nada com você. — Ao ouvir minhas palavras sua expressão fica mais seria, sua testa franze levemente e vejo ele apertar e depois afrouxar o maxilar.

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— O seu showzinho com aquele idiota. Você realmente está saindo com aquele cara? — Já disse que sim, não disse? — Se ele tocar em você daquele jeito de novo, eu acabo com ele. — Ele diz, e apesar de sua expressão ser seria, eu rio. — É o Justin que acabaria com você, Vince. — O Justin... — Ele diz o nome fazendo uma careta. — Não teria chance comigo porque eu estaria brigando pela minha garota. — Eu não sou sua... — É sim, Savy. É sim. — Ele diz me cortando, seu tom serio me faz sentir borboletas no estômago. Ouvir Vince afirmar que eu sou sua garota quase me faz ter vontade de desistir desse plano maluco e ir pelo caminho mais fácil. Que seria simplesmente perdoa-lo, aqui e agora, e acabar com essa tortura. — Quando você vai aceitar que você me perdeu, Vince? — Enfatizo a palavra “perdeu”. Ele vai ficar puto. — Eu não perdi você, entendeu? — Ele diz mais irritadiço e eu tenho que segurar meu sorriso. Até que provoca-lo é divertido, ele é tão previsível em alguns aspectos. — Eu terminei nosso namoro, não pretendo voltar mais com você e estou com outro cara. Para mim isso é perder. — Digo provocando-o. Seu maxilar fica tenso, ele segura minha nuca com uma mão e com a outra coloca o dedo indicador na minha cara. — Eu já disse e vou repetir. Você é minha, e se esse tal de Justin for esperto o suficiente ele vai se afastar de você, ou eu mesmo vou força-lo a fazer isso, entendeu? Diga para o seu namoradinho que se ele tocar em você, eu vou atrás dele. — Ele não vai se deixar intimidar por você. — Digo. — Eu estou avisando, Savy. Ele está se aproveitando do nosso termino, mas acontece que isso é temporário, eu e você vamos voltar. Claro que vamos, mas antes quero vê-lo sofrer assim como eu sofri. Não digo nada e nós nos encaramos por um breve momento, vejo seu corpo relaxando e sua expressão voltar ao normal. — Te vejo no jogo sexta. — Ele beija minha bochecha e se afasta. Quando ele sai da minha vista, cambaleio para trás e me apoio na parede. Esse jogo vai ser divertido, mas também perigoso. Muito perigoso.

Justin Confiro se peguei minha carteira, celular e chaves antes de sair. Hoje é sexta, quase 19:30, e eu estou um pouco atrasado para ir me encontrar

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com Savannah, tive algumas coisas para resolver no escritório que levaram mais tempo do que eu achei que levaria. Entro na minha Trailblazer 4X4, dou partida no motor e sigo em direção a UTD. Ela me pediu que a acompanhasse nesse jogo dos Cowboys contra os Buffs. Vince é o capitão do time e ela achou que seria uma oportunidade perfeita para dar continuidade ao plano para fazer ele rastejar para tê-la de volta, já que eu havia prometido ajuda-la, estou indo a um jogo de futebol ao invés de ir ao Eros e procurar uma companhia para passar noite. Talvez eu possa fazer isso amanhã, ou posso depois do jogo voltar para casa, pegar meu celular e ligar para uma das dez mulheres que eu de fato guardei o numero de telefone. Acho que vou ligar para Brenna, ou talvez para Zara. Sim, definitivamente eu poderia ligar para Zara, ela é a que menos exige de mim e a que mais entende o meu estilo de vida. Mas primeiro, vamos assistir esse maldito jogo. Guio meu carro e devido ao transito bom, alguns minutos depois já estou no meu destino. Acho um lugar perto de onde devo encontrar com Savannah para estacionar. Desço, ligo o alarme e vou andando lentamente em direção ao campo da Universidade, Savannah havia me dito que quem chegasse primeiro deveria esperar logo na entrada numero 2, então é para lá que eu me dirijo. Passo por vários estudantes pintados de azul marinho e branco, e com roupas dessas cores também. As cores da Universidade. Lembro-me quando estudei aqui, não faz tantos anos assim. Momentos bons foram aqueles, muitas festas, bebidas e mulheres. Assim que avisto a entrada 2 para o campo, vejo também Savannah. Seu olhar se encontra com o meu e ela abre aquela largo sorriso que é lindo, e vem caminhando em minha direção. Oh droga, alguém tem que dar uma burca para essa mulher. Como ela consegue ficar tão sexy até mesmo para um simples jogo de futebol? Savannah está com uma saia jeans clara tão curta que poderia ser um cinto. Seth sabe que ela anda se vestindo assim? Por Deus, ela não pode mostrar tanto de suas belas pernas. Falando em suas pernas, como não reparar? São torneadas e tem uma cor dourada, um bronzeado natural muito tentador e de dar água na boca. São belas pernas para envolver em minha cintura e... Não. Não pense nisso Justin, você não pode ficar excitado aqui. Para completar ela está vestindo uma camisa estilo Jersey, justa e azul marinho, com detalhes na manga e no colarinho em branco. Na altura do peito, também em branco, está escrito “COWBOYS” e em baixo...Ah, porra. Sério que ela escolheu justo uma camisa com o numero 69? Isso me faz ter pensamentos que eu não deveria estar tento, envolvendo uma posição sexual, eu e Savannah. Droga, pare Justin, ela está se aproximando...

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— Oi, Justin. Obrigada por vir. — Ela diz e fica na ponta do pé para me dar um beijo no rosto. — Oi, Little Nips. Sem problemas, eu falei que te ajudaria, não falei? Mas está tudo bem eu aparecer por aqui? Quer dizer, a Shanon não vai estar aqui também? — Ah não se preocupe com isso. Shanon está se matando de estudar para uma prova difícil na semana que vem, e além do mais, ela odeia futebol. — E você não? Começamos a andar lado a lado em direção ao campo. — Agora não mais. Eu odiava no começo e comecei a assistir só por causa que o Vince é o capitão do time, mas depois de algumas partidas eu aprendi a gostar. E você? Quer dizer, você é homem, é claro que gosta, né? — Sim, eu aprecio uma boa partida de futebol de vez em quando. — Muito obrigada mais uma vez, sei que você provavelmente tinha algo mais interessante para fazer numa sexta à noite, mas o jogo não deve terminar tão tarde, talvez sua sexta não esteja completamente perdida. — Ela diz com um sorriso simpático. Sim, eu com certeza terei que ligar para Zara para ela dar um jeito nesse desconforto maldito no meu jeans. Entramos no campo, ele está exatamente como eu me recordava. É enorme, todo circundado por arquibancadas com quase todos os lugares já ocupados. Os postes com holofotes acessos iluminam o campo e a torcida, o placar acesso mostra o tempo restante até começar a partida. — Vamos nos sentar na primeira fila, o mais perto do campo para ter a chance de Vince nos ver. — Ela diz e segurando minha mão, me puxa por entre as pessoas na escadaria ainda tentando achar um lugar que lhes agrade. — Ali. — Ela aponta para dois lugares vagos e nós vamos abrindo espaço entre as pernas das pessoas sentadas. — Esse lugar é ótimo, se Vince olhar para esse lado com certeza nos verá. — Ela diz se sentando e com um sorriso de satisfação no rosto. Sento-me ao seu lado e tento com todas as minhas forças olhar para frente, e não para o decote de sua blusa que mostra uma boa quantidade dos seus seios. As próximas horas vão ser muito torturantes. Até o jogo começar, ficamos em silêncio, a ansiedade dela é perceptível. Suas mãos estão inquietas e ela olha para o placar o tempo todo, conferindo quanto tempo ainda falta para começar.

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Quando a banda começa a tocar e os jogadores fazem sua entrada, Savannah se levanta e começa a aplaudir os Cowboys, assim como todos ao nosso redor. O primeiro tempo passa e nenhum ponto é marcado, para nenhum dos dois times. — Ele nem olhou para cá. — Ela reclama parecendo decepcionada quando o time vai para o vestiário e Vince ainda não nos notou. A banda entra e começa a fazer seu show da hora do intervalo. Realmente deve ter algo errado comigo, porque as lideres de torcidas seminuas estavam o tempo todo pulando e fazendo suas aperturas e agachamentos perto o suficiente e eu não conseguia parar de pensar e querer olhar para as pernas de Savannah. Isso não pode ser um bom sinal. O time retorna a o segundo tempo começa. Vince ainda não nos percebeu. O jogo continua e depois de alguns minutos do começo do segundo tempo, os Buffs fazem um Field Goal e o técnico dos Cowboys pede tempo. — É agora, o Vince esta vindo falar com o técnico, ele tem que nos ver. Coloque o seu braço nos meus ombros...Coloque logo, Justin. — Tudo bem, tudo bem. Coloco meu braço em seus ombros e ela se aconchega em mim. Fico tenso quando ela me abraça por trás e coloca a outra mão na minha perna. Localizo Vince quando ele retira o capacete e eu posso ver seu cabelo cor de fogo todo bagunçado, o técnico fala com ele e com o resto do time e parece estar muito zangado. O técnico dispensa o time e Vince faz menção de colocar seu capacete novamente quando seus olhos passam rapidamente pelo nosso lado da arquibancada, vejo o exato momento que ele vê Savannah e eu. Ele congela no lugar e sua expressão se torna furiosa na hora. — Ele nos viu, ele nos viu. — Savannah resmunga quase sem abrir a boca. — Me beija. — Ela pede e seu pedido me pega desprevenido, olho-a surpreso. — Na bochecha, Justin, não precisa me olhar assim. Então faço o que ela me pede. A puxo para mais perto, abraço-a com ambos os braços e lhe dou um beijo na bochecha. Quando olho para Vince ele está me fuzilando com os olhos, se um olhar tivesse o poder de matar, eu estaria morto. Vince se vira, coloca o capacete e corre de volta para o campo.

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— Ele ficou furioso. — Comento. — Ficou. — Ela diz sorrindo e se afasta de mim, nesse momento um sentimento estranho me domina. Sentimento de perda. Seu corpo pequeno, delicado e quente estava tão deliciosamente aconchegado ao meu, não queria que ela tivesse se afastado. Logo os Buffs fazem mais um Field Goal, agora eles estão com 6 pontos e nós com 0. O jogo começa a ficar mais violento, os Cowboys estão desesperados para recuperar os pontos e os Buffs estão desesperados para manter a liderança. Quando Vince faz um touchdown e empata o jogo, o publico vai a loucura. Savannah principalmente, ela levanta, pula e grita. — Ele é tão bom, não é? — Ela diz com um olhar orgulhoso e isso me incomoda. Savannah está se esforçando tanto para ter de volta um cara que não a merece, eu aceitei ajuda-la porque não queria vê-la sofrendo, mas se eu pudesse escolheria um homem de verdade para ser seu namorado, ela merece mais. Como se Savannah já não achasse que Vince é o maioral, quando ele faz um Field Goal nos últimos segundos do jogo e dá a vitória aos Cowboys ela simplesmente enlouquece. Acho que ela esquece que está tentando fazer ciúmes nele e que precisa que ele acha que ela é indiferente a ele, e começa a gritar seu nome. — Você viu como ele é demais? Ele merece ser o capitão, não merece? — É, ele é bonzinho. — Digo por algum motivo incomodado com os elogios que ela faz a ele. — Bonzinho? Ele e incrível! Por causa dele nós ganhamos. — Ela diz toda animada. Tudo bem, dá para perceber que ela não entende muito de futebol, ele não foi incrível, qualquer um consegue fazer o que ele fez. Os Cowboys comemoram, os jogadores levantam Vince e o colocam no ombro. A torcida invade o campo e comemoram junto com os jogadores. Eles gritam: Vince, Vince, Vince... Qual é o problema de todos? Só eu aqui que vejo como ele é um idiota? Não sei o que Savannah viu nele. Depois que o time entra no vestiário e a maioria dos torcedores vão embora, Savannah e eu vamos também. — Onde você deixou seu carro? — Ela pergunta. — Naquele lado. — Respondo. — Eu te acompanho até lá, então. Acho que não está tão tarde, você ainda pode salvar sua noite. — Não quer que eu te acompanhe até seu dormitório? — Pergunto.

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— Ah não, sempre que nosso time ganha eles fazem uma festa de comemoração depois. Eu sempre ia com Vince, afinal eu era namorada dele, quero ir hoje e ver como ele vai reagir. — E você não vai querer que eu vá com você? — Não precisa, já tomei muito tempo da sua sexta. Pode ir se divertir. De repente a ideia de ir para casa e ligar para Zara não parece tão atraente, eu gostaria de ir nessa festa e ficar um pouco mais com Savannah. Mas claro que eu não vou confessar isso para ela. Seguimos em direção ao meu carro sozinhos, o lugar parece deserto, provavelmente todos devem estar comemorando a vitória com o time. Por isso quando escuto passos apressados atrás de nós, me viro curioso. Mal terminei de virar todo o meu corpo quando uma mão fechada vem em minha direção e me acerta a boca. Savannah grita e eu tonto, cambaleio para trás e me apoio em uma árvore. Confuso e sem saber o que está acontecendo, tento focar o olhar para ver quem é meu agressor. Consigo focalizar o olhar a tempo de ver Vince vindo furiosamente em minha direção.

Savannah — Vince, pare com isso! — Grito desesperada quando Vince acerta um segundo soco na cara de Justin. Mas ele não me escuta. Ele acerta um soco no estômago e Justin se inclina com falta de ar. Meu coração está acelerado e sinto lágrimas escorrerem por minhas bochechas. Preciso fazer algo para ajudar Justin. — Vince, por favor pare com isso. — Digo me jogando em cima dele para tentar impedi-lo. — Não se meta, Savannah. — Vince grita e me empurra para o lado. — Não encoste nela. — Justin grita e recebe mais um soco, ele tenta se estabilizar o suficiente para revidar os golpes mas ele está tonto e Vince não lhe dá brecha. Eu não vou conseguir para-lo, preciso de ajuda. Saio correndo procurando por ajuda mas não encontro ninguém. Vejo um carro manobrando e reconheço o motorista, é Guga, um amigo de Vince. Corro até o carro e bato no vidro ao seu lado. — Pelo amor de Deus, Savannah, que susto. — Ele diz abrindo o vidro. — Guga, por favor, você tem que me ajudar. — Digo sem fôlego pela corrida.

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— O que aconteceu? — Ele pergunta com a expressão preocupada. — O Vince, ele está brigando, você tem que impedi-lo. — Caralho. — Ele xinga saindo do carro. — Marc, venha comigo. — Ele diz e só agora reparo que tem outro cara com ele no carro. Nós três então saímos correndo em direção a Vince e Justin. — Vince, cara, pare com isso. — Guga grita assim que chegamos perto dos dois. Guga e Marc pulam em cima de Vince e o seguram, vou correndo até Justin para ampara-lo. — Vince, pare com isso cara. — Me solta, eu vou acabar com ele. — Vince grita tentando violentamente se soltar do aperto de Guga e Marc. — Cara, você está louco? Você deveria estar comemorando. — Marc diz para ele. — Eu vou, depois que eu ensinar uma lição para esse filho da puta. — Ele grita. — Justin, você está bem? — Pergunto servindo-lhe de apoio. — Estou. Mas é claro que ele está mentindo. Que pergunta mais idiota a minha, é claro que ele não está bem, sua cara está toda machucada. — Savannah, é melhor você tirar seu amigo daqui. — Guga diz mal conseguindo segurar Vince. Balanço a cabeça e olho para Justin. — Consegue chegar ao seu carro? — Pergunto e ele assente. — Isso é por mexer com a minha garota, filho da puta. Se você chegar perto dela de novo eu acabo com você, entendeu? Acabo com você. — Escuto Vince gritando conforme nos afastamos. Chegamos ao carro de Justin, ele me entrega a chave e eu o coloco no banco no passageiro, escuto ele soltando alguns gemidos de dor, mesmo ele tentando disfarça-los. Corro até o lado do motorista e entro. — Você quer ir para casa ou para um hospital? — Pergunto ligando o carro. — Para casa, hospital não. — Tudo bem. Aguente firme, ok? Já vamos cuidar de você. Piso fundo no acelerador e guio com pressa até seu apartamento. Depois de ter feito o caminho na metade do tempo e com certeza depois

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de levar uma ou duas multas por excesso de velocidade, chegamos ao endereço de Justin. Ajudo-o a sair do carro e a entrar no prédio. Assim que o porteiro nós vê seus olhos se arregalam e ele corre para nos ajudar. Assume meu lugar e escora Justin até o elevador, ele não faz nenhuma pergunta, talvez ele esteja acostumado a ajudar os moradoras nas mais diversas situações. — Ela cuida de mim a partir de agora, obrigado Carlos. — Justin diz quando entramos no elevador. — Sim, senhor. — Carlos me dá espaço e eu pego Justin, colocando seu braço no meu ombro e meu próprio braço em sua cintura. Quando chegamos em seu apartamento, levo-o direto para o sofá e o mais delicadamente possível o sento. — Você tem um kit de primeiros socorros? — No banheiro do meu quarto. Última gaveta da esquerda. — Ele diz parecendo estar com muita dor. Droga, isso tudo é culpa minha, tenho que ajuda-lo. Vou rapidamente até o banheiro e procuro pelo kit, assim que acho-o volto correndo para a sala. — Não se preocupe, vou limpar seus machucados. — Digo me sentando ao seu lado no sofá. Abro o kit e seleciono os objetos necessários para limpar seus machucados e tirar o sangue da sua cara. Enquanto preparo as coisas, observo Justin com a cabeça encostada e os olhos fechados. Ele está com um corte nos lábios e outro na sobrancelha e o canto do seu olha está ficando roxo. — Vai doer. — Digo e ele abre os olhos e se endireita. — Tudo bem. Aproximo-me mais dele e encosto o algodão com o remédio no corte de sua boca. — Porra. — Ele xinga e eu retiro o algodão no mesmo instante. — Desculpa. — Peço. — Tudo bem. — Ele diz e eu hesitante volto a colocar o algodão em seu machucado. Ele faz uma careta de dor mas não reclama dessa vez. Limpo seus cortes e retiro todo o sangue da sua cara, que estava dando-lhe um ar assustador e a impressão que seus ferimentos era muito piores do que realmente são. Ele permanece em silêncio o tempo todo, ocasionalmente fazendo caretas enquanto o limpo. — Foi sorte. — Ele diz. — O que? — Pergunto confusa. — Foi sorte. Ele me pegou desprevenido.

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Ah sim, claro que ele não vai querer admitir que apanhou de Vince. Tem a ver com aquele orgulho masculino. É melhor eu concordar. — Sim, claro, eu sei. — É sério, ele me pegou desprevenido, se não eu teria acabado com ele. — Tudo bem, Justin, agora fique quietinho para eu cuidar de você, ok? — Ok...Mas ele me pegou desprevenido. — Eu já entendi isso. — Digo com um sorriso no canto nos lábios. — Quão mal é? — Acho que não está tão mal quanto parecia. — Digo analisando seu rosto depois que já cuidei de seus ferimentos. — Você tem remédio para dor? — Tenho, está ai. — Procuro pelo remédio dentro da bolsa e lhe entrego assim que acho. — Vou buscar água. — Não precisa. — Ele diz e engole o remédio sem o auxilio da água. — Sinto muito, Justin. Eu não achei que ele fosse... — Está tudo bem. — Ele diz e se mexe, soltando um gemido. — Está tudo bem mesmo? — Pergunto preocupada — Justin, me diga onde você está com dor. — Minhas costelas, mas...Ei, o que você está fazendo? — Ele pergunta parecendo assustado quando levo minhas mãos para a barra da sua camisa. — Preciso ver se ele te machucou muito. Posso? Ele me olha por um breve momento e depois assente. Levanto sua camisa revelando seu abdômen sarado. — Acha que consegue tira-la? — Pergunto. — Se você me ajudar, acho que sim. Ajudo-o a retirar a camisa, expondo seu torso musculoso. Justin é muito forte, já dava para perceber só de olhar seu braço, mas agora vendo-o sem camisa...Ele é realmente muito forte. Começo a me perguntar se Vince realmente teve sorte. Os peitos de Justin são grandes e parecem ser duros como pedra, seu abdômen possui aqueles gominhos de barriga tanquinho e uma linha de pêlos segue tentadoramente logo abaixo do seu umbigo para dentro das suas calças. Forço-me a parar de encara-lo com tanta admiração. Deixo sua camisa de lado e pergunto: — Qual lado está doendo? — Esse. — Ele aponta para seu lado direito.

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— Não está roxo, acho que já é um bom começo. Posso? — Pergunto fazendo menção de encostar em suas costelas, ele me olha de um jeito estranho mas assente. Encosto meus dedos levemente na área das costelas e ele estremece. — Desculpe. — Peço e tento ir com mais cuidado. — Acho que não está quebrado, mas eu não sou a melhor pessoa para esse tipo de coisa, acho que você deveria ir ao hospital. — Não está doendo tanto assim. — Ele diz e eu não sei dizer se é verdade ou se ele está se fazendo de forte. — Justin...Sinto muito, é tudo culpa minha, como eu fui egoísta. — Digo abaixando minha cabeça com vergonha. — Não é culpa sua, Savannah. — E sim. Vince havia me dito que se ele me visse com você de novo ele iria acabar com você, mesmo assim eu quis te levar nesse jogo idiota para fazer ciúmes para ele. Não achei que ele seria capaz de...Mas eu estava errada, e agora você está assim e a culpa é toda minha. — Sinto uma lágrima escorrendo por meu rosto. — Me perdoa. — Peço e outra lágrima escorre. — Ei, linda. Não chore. — Ele diz pegando meu queixo e me fazendo olha-lo nos olhos. — Não tenho nada para te perdoar, ok? Você não tem culpa. — Mas ele me disse que ia... — Não interessa se ele disse ou não, eu não te culpo. Eu aceite te ajudar, eu aceitei a ir a esse jogo. Você não me obrigou a nada. — Mas... — Mas nada. — Ele me corta colocando seu dedo em meus lábios. — Não quero mais ouvir você se culpando pelo que aconteceu hoje, ok? — Ok. — Digo quase num sussurro, ele retira seu dedo dos meus lábios e leva sua mão até minha bochecha, limpando minhas lágrimas. — E não quero que você chore. — Ele diz com a voz rouca. — Estou chorando porque eu não queria que isso acontecesse, não queria que Vince fizesse isso com você. — Esse cara, Savannah...Ele não te merece, você é tão melhor que isso. Você merece alguém melhor, um homem. — Ele diz acariciando meu rosto. — E onde eu vou achar um homem? Na faculdade todos os caras são iguais a Vince. — Talvez você só tenha que procurar melhor, talvez esse homem esteja mais próximo do que você imagine. — Ele diz se aproximando, seus lindos olhos azuis encarando fixamente os meus.

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Seu polegar acaricia minha bochecha carinhosamente enquanto eu vejo confusa, seu rosto se aproximar do meu. Ele está tão perto agora, sua boca a centímetros da minha. — Justin. — Sussurro seu nome mas não sei mais o que dizer. — Savannah. — Ele sussurra meu nome e o modo como ele o diz, com a voz rouca e baixa, me provoca arrepios. Antes que eu possa assimilar seu último movimento, a boca de Justin encontra com a minha. Seus lábios macios permanecem parados, apenas sustentando o contato com os meus. Eu não sei o que fazer, estou tão surpresa com seu gesto que estou sem ação. Ele se afasta e me olha intensamente nos olhos, vejo algo em seu olhar que eu não reconheço, mas faz meu corpo esquentar. — Ah Savannah. — Ele diz meu nome novamente, sua mão desliza até minha nuca e ele me puxa, fazendo nossos lábios entrarem em contato novamente. Mas dessa vez eles os movimenta, acariciando meus lábios com os seus. Levo minha mão até seu pescoço e antes que eu possa ter consciência do que estou fazendo, abro minha boca e deixo que sua língua brinque com a minha. Meu coração começa a palpitar, meu corpo se arrepia e minha cabeça parece girar. O que está acontecendo comigo? Meu Deus, estou beijando Justin? Isso é...Isso é tão errado e tão...Bom. Seu gosto é tão delicioso e a sensação da sua língua na minha é tão maravilhosa que tenho vontade de gemer. Desço minha mão do seu pescoço para seu peito. Sim, ele é duro como pedra como eu havia imaginado. Sinto a mão de Justin na minha coxa, ele começa a subi-la lentamente, e sinto minha perna em chamas, como se sua mão fosse ferro quente e ele estivesse me marcando. Isso é tão errado, eu amo Vince não deveria estar beijando outro. Ainda mais Justin, ele é...Ele é como um irmão, eu não deveria estar gostando de beija-lo, isso tem que acabar. Colocando ambas as mãos em seu peito, empurro-o. — Justin, não. — Digo. Ele e se afasta e me olha quase que assustado, como se a consciência do que nós fizéssemos finalmente o atingisse. — Savannah eu...Eu sinto muito, eu não deveria ter... — Me beijado? Não, com certeza não devia. — Mas foi tão gostoso. — Sinto muito, por favor me perdoe. É que...Mas que droga, eu não sei o que deu em mim nesses últimos dias, eu estou sentindo algo com

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relação a você e que com certeza eu não deveria sentir pela irmã do meu melhor amigo. — O que? — Pergunto. — Tesão, desejo...Muito desejo. — Suas palavras me atingem e ao invés de me causar surpresa, repulsa ou qualquer outro sentimento, eu sinto um calor insuportável percorrer meu corpo. Justin sente tesão por mim? Mas como? Isso é tão estranho. — Mas nós somos praticamente irmãos. — Digo e ele solta um gemido quase de dor. — Não diga isso, por favor. Só vai me fazer sentir pior com relação ao que eu estou sentindo nesse momento. — Desvio meu olhar para seu jeans, e ofego quando vejo uma saliência enorme. Ah Deus, ele está excitado...Comigo? — Eu sei que isso é estranho, mas eu não posso controlar por quem meu corpo se excita ou não. Desculpe se eu passei dos limites ao te beijar mas...Eu não pude resistir, você é maravilhosa, Savannah. Você se transformou numa bela mulher e seria difícil para qualquer homem resistir a você, quem dirá eu. — Justin eu não sei o que dizer. Você é melhor amigo do Seth, você é praticamente meu outro irmão mais velho e, e eu amo Vince, apesar de tudo. Isso que aconteceu aqui é errado de tantas maneiras... — Eu sei, eu sei. — O que você sente é errado. — Eu sei, eu tenho me sentindo um tarado filho da puta por estar pensando em você desse jeito. Eu me senti horrível depois que eu me mastu... — Ele começa a dizer mas quando percebe o que vai dizer seus olhos se arregalam e ele para. Oh.Meu.Deus. Não posso acreditar que ele ia dizer o que eu acho que ele ia dizer. Levanto-me do sofá rapidamente e me afasto dele. — Você se... — Não consigo terminar a frase, é muito vergonhoso. — Pensando em mim? — Pergunto olhando-o espantada. Ele abaixa a cabeça com vergonha e não responde, mas não precisa, eu sei muito bem que a resposta é sim. Justin já se masturbou pensando em mim. Uma mistura de surpresa e choque me domina e de novo aquele calor maldito. Mas que diabos é isso? Porque esse calor infernal não me deixa? — Eu não queria, mas eu não aguentei. Por favor, não me odeie, Savannah. — Eu não te odeio. — Respondo.

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Claro que eu não o odeio, porque odiaria? No momento eu estou é assustada. Assustada por estar imaginando Justin se tocando, e mais assustada ainda por sentir um líquido escorrendo pelo meio das minhas pernas ao imaginar isso. — Justin, eu preciso ir. — Digo saindo correndo em direção a porta. Não sei o que está acontecendo comigo e não acho que seja seguro ficar perto dele com seu torso sarado a mostra enquanto estou sentindo esse desconforto na minha intimidade. — Não, Savannah, por favor espere. Paro em frente a porta e me viro para ele. Com um pouco de dificuldade ele se levanta, o que só piora as coisas porque novamente eu vejo seu ereção e me sinto pulsar lá embaixo. “Merda, tenho que sair daqui.” — Por favor, não fique com nojo de mim. — Ele pede parecendo torturado. — Eu não estou com nojo de você, Justin. — Muito pelo contrário, estou sentindo um desejo enorme e que cresce cada vez mais, e isso está me assustando pra caramba. — Então porque você está indo embora correndo? — Porque...Eu acho que é melhor a gente conversar outra hora. Agora não dá. Abro a porta e saio. — Savannah, espera eu... — Não escuto o que ele diz, bato a porta e saio correndo. Entro no elevador e aperto o botão do térreo. Encosto-me na parede e respiro fundo tentando assimilar tudo o que aconteceu. Justin me beijar, me desejar, se tocar pensando em mim...Isso tudo é errado. Ele não devia me desejar e com certeza eu não deveria gostar do seu beijo e nem de saber que ele me deseja e muito menos de saber que ele se tocou pensando em mim. Eu não deveria, mas a gente nem sempre faz o que se deve, não é?

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Vince é um canalha Justin — Savannah, espera eu... — Não consigo terminar minha frase, ela se foi. Fico encarando a porta por alguns segundos me perguntando se eu deveria ir atrás dela ou dar lhe um tempo. Escolho a segunda opção. Passo a mão por meu rosto e meus cabelos frustradamente. “Você é um idiota, Justin. Um idiota de primeira.” Não posso acreditar que eu confessei para Savannah que eu já me masturbei pensando nela, que tipo de idiota faz isso? Claro que foi sem querer, eu estava desesperado tentando me justificar e quando eu percebi já estava falando. Não terminei a frase, mas não precisei, ela entendeu. E a sua cara...Droga, ela deve estar com nojo de mim, me achando um tarado. Ela me vê como um irmão mais velho e eu pensando nela como mulher, mas que fodido. Você sabia que isso ia acabar em merda, Justin. Não devia tê-la beijado, mas eu simplesmente não pude evitar. Desde que nos beijamos pela primeira vez, naquela noite que ela estava bêbada, eu tentei fingir que não havia sido nada demais, tentei fingir para mim mesmo que eu não queria mais. Mas como eu queria. Eu deveria ter me afastado, deveria ter negado em ajuda-la. Eu deveria ter feito tanta coisa, mas não fiz. Essa vontade de sentir seus lábios, seu gosto, seu calor novamente foi crescendo a cada dia até que hoje eu não aguentei mais. E agora veja o que aconteceu! Ela nunca mais vai querer olhar na minha cara ou falar comigo. “Você ferrou com tudo, Justin.” Sento-me no sofá e começo apensar no que eu devo fazer para remediar essa situação. E obvio que eu não posso mais ficar perto de Savannah. Eu nunca senti esse tipo de necessidade, tão grande, por nenhuma outra mulher. Porque tinha que ser justo com uma que eu não posso ter? O jeito é me afastar dela. É isso que eu vou fazer. Isso e pegar tantas mulheres quanto eu conseguir, esse meu desejo tem que ser saciado, se não sinto que vou ficar maluco. Tenho que achar uma mulher com

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quem eu possa transar sem compromisso e sem sentir culpa nenhuma por isso, e que seja capaz de tirar esse desejo por Savannah do meu sistema. Tenho que achar alguém que eu possa ter e que tenha os lábios tão macios, o corpo tão delicado e o perfume tão inebriante quanto o dela. Só assim vou conseguir ter um pouco de paz. Mas primeiro eu devo me desculpar com Savannah por ser um filho da puta. Amanhã irei falar com ela, e depois manter a maior distância possível.

Savannah Olho para as várias chamadas perdidas no meu celular. Todas de Justin. Desde o dia seguinte aquele em seu apartamento ele tem me ligado constantemente e mandado mensagens, e eu tenho ignorado todas. Não sei como lidar com isso. Eu só tenho conseguido pensar em nosso beijo e em como eu gostei dele, e em como é errado eu ter gostado. É errado, não é? Quer dizer, Justin é totalmente proibido para mim. Primeiramente ele é muito mais velho, quase uma década inteira. Segundo, ele é o melhor amigo do meu irmão, o que leva a terceira coisa, ele é praticamente um segundo irmão para mim. Sempre o achei um homem atraente, mas nunca tinha pensado nele de fato como homem. Até ele ter me beijado e me confessado que me vê como mulher. Toda vez que eu me lembro da sensação dos seus lábios nos meus, da sensação da minha mão em seu peito e da sua em minha coxa, um calor infernal me domina. Mas que droga, o que eu devo fazer com isso? Eu não posso simplesmente me entregar a luxuria, posso? Não, claro que não. Se eu fizesse isso, se eu me deixasse levar por esse desejo recém-descoberto por Justin e dormisse com ele, o que aconteceria depois? Na outra manhã eu simplesmente iria embora como se nada demais tivesse acontecido, ou talvez ele nem permitisse que eu dormisse em sua cama. Conheço muito bem a fama de Justin. Ele transa com inúmeras mulheres, mas é só isso. Sem envolvimento emocional nenhum, depois de elas darem o que ele quer, elas devem ir. Seria eu capaz de aceitar isso somente para saciar meu desejo? Estaria disposta a arriscar nossa relação de amigos e criar momentos desconfortáveis, quando nos encontrássemos numa festa na fazenda, por exemplo? Não. Não vale a pena.

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E além de tudo isso, tem Vince. O que ele fez foi horrível, o ver batendo em Justin daquela maneira me fez pensar sobre algumas coisas, mas mesmo assim, eu tenho sentimentos por ele. Talvez eu não deveria, mas não se pode controlar o coração, exatamente como não se pode controlar nosso desejo. Por conta do que aconteceu depois do jogo, tenho evitado mais ainda de encontrar Vince. Parece-me que logo não poderei mais sair desse quarto, parece que de uma hora para a outra estou tendo de evitar todo mundo. Justin, Vince, Aletta. Eu deveria ser uma pessoa mais corajosa e enfrentar meus problemas de frente, e não simplesmente me esconder em meu quarto como uma garotinha assustada. Mas de novo, a gente nem sempre faz o que se deve.  — Bom turma, é só isso por hoje. Já estamos no horário então continuamos na próxima aula, mas por favor, não se esqueçam de antes de sair me entregar o trabalho. Não aceitaria outro dia. Guardo minhas coisas na mochila e levanto-me, indo em direção a mesa da professora. — Aqui está, Sra. Pecked. — Digo lhe entregando o trabalho que eu tanto me esforcei para fazer. — Obrigada, Savannah. Saio da sala com passos rápidos e o olhar baixo. Quero aproveitar que Aletta não deve estar no nosso apartamento ainda, e correr para lá e me trancar em meu quarto. Eu literalmente fico enjoada toda vez que sou obrigada a olhar para a cara daquela que um dia achei ser minha amiga. Saio do prédio e desviando de um aluno aqui, outro ali, sigo na direção de meu dormitório. Passo a tarde alguma coisa. provavelmente comprometido.

inteira lá dentro, saindo ocasionalmente para comer Por sorte Aletta não voltou para cá depois da aula, ela deve estar dando em cima de algum cara Nojenta.

Só de pensar como eu fui idiota de confiar nela, achar que ela era minha amiga, fico com tanta raiva. Não sei como farei até me formar, não queria me mudar e dar o gostinho da vitória para ela, mas também não posso mais viver assim. Escondendo-me, sempre com cautela, me privando de andar em meu próprio apartamento. Quando o final do dia chega e não consigo mais olhar para nenhum livro sem que minha cabeça doa, decido ir tomar um banho para

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relaxar. São 18:30, talvez depois eu possa pedir algo para comer, ou eu mesma fazer alguma coisa, não estou muito afim de sair hoje. Depois talvez escutar um pouco de musica para relaxar e então dormir para amanhã me matar de estudar novamente. Saio do banho e assim que escuto um barulho na cozinha congelo. A vadia está em casa. Vou direto para meu quarto e me tranco lá. Passo hidratante no meu corpo, penteio meu cabelo e o seco com o secador. Coloco meu pijama confortável de algodão e respiro fundo antes de destrancar a porta e ir para a cozinha pegar algo para comer. Chegando lá estranho ao ver várias sacolas em cima da mesa e Aletta mexendo nelas. — Veja só quem saiu do seu casulo. Sabe, você não precisa me evitar só porque eu dormi com seu namorado. — Ela diz rindo e sinto a vontade de pular em seu pescoço crescendo. — Não estou te evitando, mas se tivesse, o motivo teria mais ver com o fato que a sua cara parece com a do Grinch e me faz ter vontade de vomitar. — Nossa, não diria que você é um pessoa rancorosa, Savannah. Você tem que superar o fato de ter pegado seu namorado transando comigo, sabia? — Ela diz com um sorriso de vadia no rosto. Abro a geladeira e pego os ingredientes necessários para me fazer um sanduiche, queria comer alguma coisa de verdade, mas não suportarei ficar aqui com ela tempo suficiente para fazer alguma comida mais elaborada. — Porque você não vai rodar sua bolsa na esquina, que é o seu lugar? — Puta idiota, como eu queria bater nela até toda minha raiva se esvair de mim. Ela começa a rir escandalosamente. — Você realmente ainda não esqueceu o Vince, não é? Se não, não estaria com tanta raiva de mim. Mas sinto te informar que eu posso ter o Vince a hora que eu quiser, só preciso estalar os dedos e ele vem correndo, então é melhor você esquece-lo logo, se não seu pequeno e frágil coraçãozinho vai se machucar mais ainda. Não viro-me para ela ou respondo-a, jogo o conteúdo do sanduiche no pão com pressa e tento me controlar para que minhas lágrimas não escorram e eu me humilhe na frente dela. Preciso sair daqui. Pego meu prato sem ter colocado nem metade das coisas que eu gostaria e ainda sem olha-la, sigo para meu quarto e me tranco lá. Assim que a porta se fecha sinto as lágrimas transbordando de meus olhos, chegando até o canto da minha boca, me fazendo sentir o gosto salgado da tristeza e raiva.

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Termino de comer meu sanduiche e vou me deitar, pego meu Ipod da gaveta na cômoda de madeira ao lado da cama e coloco os fones de ouvido. Conforme as musicas vão trocando sinto meus olhos se fechando, e sem me dar conta do momento exato, eu adormeço.

Barulhos de risadas e musica alta me despertam. Sento-me confusa por causa do sono, meu Ipod está no chão, devo ter o derrubando na agitação do meu sono, pego-o e coloco em cima da cômoda, olhando para o relógio ao lado. São 10 da noite. Mas que merda, quem está fazendo tanto barulho a uma hora dessas? Algumas das meninas devem estar dando uma festa, só pode. Levanto-me apressadamente e vou até a porta, esfregando meus olhos para que a nuvem nublada do sono me deixe. Destranco a porta e a abro, imediatamente a musica alta chega aos meus ouvidos, as risadas menos abafadas, escuto muitas vozes conversando. Espera um minuto, isso está vindo do meu apartamento. Não acredito que aquela vaca está dando uma festa sem me consultar. Ando pelo corredor e vou até a sala, meu queixo cai quando vejo várias pessoas bebendo, dançando e conversando. Todos tão alheios em suas conversas que nem ao menos percebem minha presença. Eles estão fazendo tanto barulho que não sei como a Sra. Crosby não foi chamada ainda. — O que você está fazendo aqui? Vai atrapalhar minha festa, volte para o seu quarto. — A voz de Aletta me surpreende e eu olho para o lado, apenas para vê-la com um vestido curto e segurando duas garrafas de bebidas na mão. — Aletta, você tem que mandar essas pessoas embora agora. — Exijo e ela apenas ri e revira os olhos. — Até parece que eu vou fazer isso. — Esse apartamento também é meu, você não pode dar uma festa sem falar comigo. Na verdade, você não pode dar uma festa e ponto. É proibido. — Saia da minha frente e não me incomode com essas suas baboseiras, ok? — Ela possa por mim mas seguro seu braço. — Eu quero dormir, tenho que estudar amanhã. Acabe com essa festa agora, ou então leve-a para outro lugar. — Digo tentando controlar minha raiva. — Não. Você nunca ouviu o ditado “os incomodados que se mudem”? Então, ou vá embora ou fique no seu quarto quietinha. Mas não venha

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querer foder com a minha festa, ok? — Ela puxa o braço e vai rebolando até o grupo de pessoas que estão sentados no sofá. “Deus, dai-me forças para não acabar com essa vaca que chamam de mulher.” Pisando duro e desviando das pessoas e de um casal se pegando no corredor, entro em meu quarto novamente, bato a porta com força e a tranco. Vou para debaixo das cobertas e pego meu Ipod novamente. Coloco um som ambiente de chuva com uma flauta suave no fundo para ver se consigo dormir. Reviro-me na cama, aumento o volume, reviro-me de novo, fecho os olhos e tendo me desligar do barulho insuportável que vem do lado de fora do meu quarto. Fico assim pela próxima meia hora, mas não consigo dormir. Os amigos parasitas de Aletta são barulhentos demais. Desisto de tentar dormir e me levanto, vou até a janela e abro a cortina, observo a rua e as arvores iluminadas pelas fracas e amareladas luzes dos postes. A essa hora é difícil encontrar pessoas caminhando por aí, é tudo calmo e silencioso. Talvez eu pudesse sair e dar uma caminhada pelo campus. Decido que é isso que vou fazer. Visto uma calça legging e uma blusa regata, colo meus tênis de corrida e pego um moletom com as letras “UTD” bordadas na frente e visto, faço uma rapo de cavalo e pego minha chave, colocando no bolso do moletom, abro a porta e tento fazer o mais rapidamente possível o trajeto do meu quarto até a porta de saída. Felizmente, mas uma vez, ninguém parece perceber minha presença. Todos estão bebendo, dançando, e muitos casais estão praticamente fazendo sexo na minha sala. Ótimo, agora nunca mais vou poder sentar naquele sofá, ou encostar nas paredes, ou em qualquer outro móvel. Ainda bem que me lembrei de trancar meu quarto, só de imaginar um casal de namorados indo até lá e transando na minha cama como animais no cio me dá náuseas. Desço as escadas, digito o código da porta, que realmente é uma medida de segurança inútil porque todos sabem os códigos de cada dormitório, justamente para ocasiões como essas, quando precisam ir a alguma festa. Assim que coloco meus pés no lado de fora sinto o ar fresco e gelado da noite. Escondo minhas mãos no bolso e vou para a esquerda. Não tenho pressa, não tenho destino, então simplesmente ando calmamente pela calçada. Quando estou passando na frente do bloco do dormitório ao lado do meu, uma Trailblazer preta chama minha atenção, me fazendo parar. Ela está estacionada do outro lado da rua,

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por causa dos vidros escuros não consigo dizer quem está lá dentro. Vejo a placa e franzo a testa, um arrepio percorre meu corpo de repente. Será que é ele? Ando até o carro e dou duas batidinhas na janela do lado do passageiro, imediatamente o vidro se abaixa, revelando o homem que eu imagina que veria ali dentro. — Justin? O que você está fazendo aqui? — Pergunto confusa. — Você não tem atendido minhas ligações. — Ele diz com a voz fraca. Olho para baixo e solto um suspiro. Sim, eu tenho o evitado descaradamente de propósito, esperava que ele pegasse a dica e não me procurasse. Como vou enfrenta-lo depois do que aconteceu entre nós? Como vou olha-lo nos olhos depois de ter sonhado com ele me tocando de um modo nada fraternal? — Sinto muito. — Digo quase num sussurro. Forço-me a levantar os olhos e olhar para ele, Justin está me encarando intensamente com aqueles olhos azuis impressionantes. — Você está me devendo uma conversa, lembra? — Ele diz com um leve sorriso nos lábios. Um pouco hesitante levo minha mão até a porta e a abro, entrando timidamente no carro. Justin passa o olhar por minhas pernas e solta um suspiro, olha para a frente e resmunga algo. Não sei o que dizer então permaneço em silêncio, esperando que ele diga algo, mas ele também não o faz. Entrelaço meus dedos no colo e fico encarando minhas mãos. — Acho que precisamos conversar sobre o que aconteceu no outro dia. — Ele diz, eu balanço a cabeça ainda encarando minhas mãos. — Eu pensei que o melhor seria te deixar em paz, mas eu queria te pedir desculpas por te deixar desconfortável aquele dia, mas você claramente não queria falar comigo, sempre ignorando minhas ligações e mensagens. Olho para ele com um olhar de desculpas e volto minha atenção para minhas mãos em meu colo. — Savannah, eu sinto muito...O modo como agi, as coisas que eu falei...Entendo que possam ter te assustado, te pegado desprevenida. Acredite, eu fui pego desprevenido por...Isso. — Olho-o com o canto do olho e vejo que ele está indicando nós dois. — Por favor, diga alguma coisa. — Ele pede. O que eu posso dizer? Que eu fiquei sim surpresa com sua confissão, e que até aquele momento nunca havia pensado nele como homem, mas que depois do nosso beijo um desejo e um calor infernal tomaram posse de mim?

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Não posso confessar isso para ele, é difícil até mesmo de admitir isso para mim mesma. — Por que você está aqui? Quer dizer, é tarde e...Se eu não atendi suas ligações claramente não queria falar com você, então porque você veio mesmo assim? — Digo tomando coragem e encarando-o nos olhos. — Eu...Eu vim porque...Porque... — Ele desvia o olhar e parece nervoso, sinto sua tenção daqui. — Bem, eu vim te pedir desculpas, como eu falei. — Só por isso? — Pergunto. — Não. — Ele responde tão baixo, sua boca quase não faz movimento nenhum, que penso que posso ter imagino sua resposta. — Então o que mais você quer? — Pergunto e escuto um gemido, quase como um uivo torturado, saindo de sua garganta. Vejo suas mãos que seguram a base do volante, aperta-lo até os nós dos dedos ficarem brancos. Ele se vira para mim e sua expressão é machucada, como se ele estivesse sentindo algum tipo de dor física. Ele me encara com a testa franzida e a respiração irregular. — Você, eu quero você. — Ele diz quase que com um tom de desculpas, com a voz não passando de um sussurro. Meu corpo reage involuntariamente a suas palavras e a rouquidão de sua voz, se arrepiando todo. — Justin, nós não podemos... — Começo a dizer. — Eu sei. Eu sei muito bem que nós não podemos. Você é a irmãzinha do meu melhor amigo, é mais nova e me considera como um segundo irmão, eu sei de tudo isso. Mas... — Mas? — Eu nunca desejei outra mulher como eu desejo você. No começo achei que não era nada demais, achei que era algo que eu pudesse controlar, aguentar. Mas está ficando insuportavelmente doloroso a cada minuto que passa. Tentei fazer de tudo para acabar com isso, tentei me satisfazer de várias formas possíveis, mas quando acabava esse desejo ainda estava lá, crescendo mais forte e mais forte e mais forte e Savannah... — Ele aproxima seu corpo e me olha como se estivesse sendo torturado e quisesse minha ajuda para livra-lo da agonia do sofrimento. — Estou ficando louco, sinto que posso ficar literalmente louco se não tê-la. Esse meu lado que me diz que tocar em você é errado, e que me impede de agarra-la e possui-la vorazmente, está cada vez mais fraco. Achei que esses dias em que você vem me ignorando ajudariam, que a distância ajudaria, mas eu estava errado. E agora, aqui, tão perto de você...Sinto que não sou mais capaz de me controlar. Sua mão agarra meu pescoço e ele me puxa para mais perto de si, nossos narizes se encostando.

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— Seus lábios são de longe a coisa mais gostosa que já provei. — Ele sussurra para mim, sinto seu hálito quente em meu rosto. Meu coração bate fortemente em meu peito, sinto minha respiração ficando mais difícil a cada inspiração. Cubro a sua mão em meu pescoço com a minha, tentando tira-la de lá para me afastar, mas ele não me deixa. Ele leva sua outra mão até minha bochecha e a deixa lá, nesse momento sua boca vem faminta para a minha. Abro-a para ele e sua língua vem ansiosamente brincar com a minha, no primeiro contato escuto Justin gemer. Um fogo se acende em meu útero e parece queimar meu corpo de dentro para fora. Justin ataca minha boca com ferocidade, sua língua passeia pela minha boca deixando em cada canto seu gosto delicioso. “Oh Deus, isso é bom demais!” Justin beija, mordisca e chupa meu lábio, me fazendo choramingar. Desisto da ideia de tentar afasta-lo, não sou forte o suficiente para isso. Deslizo minha mão por suas costas, abraçando-o apenas com um braço. Justin faz o mesmo, desliza sua mão em direção as minhas costas e me abraça forte, me puxando mais ainda para perto de si, desconfortavelmente por causa do câmbio me deixo ser puxada para mais perto do calor do seu corpo. Passo minhas mãos freneticamente pelas costas de Justin, desejando que ao invés do tecido de sua camisa, eu pudesse sentir sua pele. Com minhas unhas arranho levemente sua pele por cima da camisa, ele geme mais e seu beijo fica mais desesperado. Sua mão desliza mais, saindo de minhas costas e fazendo seu caminho para minha coxa, quando ele chega lá, ele a aperta e passa sua mão por toda a extensão. Como estou um pouco de lado, não estou totalmente sentada no banco, Justin se aproveita e sua mão logo desliza para minha bunda, ele dá um tapa de leve e depois a aperta, me fazendo gemer alto. Meu gemido é acompanhado pelo seu, escutar Justin gemendo é muito mais excitante do que eu poderia imaginar. Quando eu escutava Vince gemendo não me provocava tanto calor assim, eu achava que o fato de saber que Vince me desejava me provocava um calor que eu nunca poderia sentir com outra pessoa, mas agora, com Justin...O jeito que ele me beija, quase me devorando, o jeito que suas mãos viajam por meu corpo, quase me reverenciando, isso tudo está me fazendo sentir mais quente do que jamais estive. Meu corpo todo está em estado de alerta, só o simples roçar da minha calcinha contra minha carne encharcada está me deixando louca. Meus mamilos estão tão duros que até doem, estou tão quente que sinto que posso entrar me combustão instantânea.

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Nunca senti isso antes, nem mesmo com Vince, esse calor e desejo arrebatadores são experiências novas para mim, e apesar de estar com medo e saber que o que estou fazendo é errado, não consigo querer parar. Nem mesmo a consciência que se Seth me visse assim com seu melhor amigo, na verdade, se todos me vissem assim com Justin, ficariam decepcionados e muito tristes, consegue me impelir para longe dos braços do moreno lindo de olhos azuis. Justin segura meu rabo de cavalo e puxa meu cabelo, sua boca dá uma trégua para a minha, me possibilitando de tentar recuperar o fôlego. Seus lábios macios beijam toda a linha do meu maxilar, depois vão descendo pelo meu pescoço, ele dá leves mordidas em toda a extensão de pele exposta. Eu gemo e aperto os olhos com força. Ele alterna entre mordiscar, beijar e lamber meu pescoço. Mas não importa o que ele faça, tudo me arranca gemidos necessitados. Sinto sua respiração em minha orelha, logo sinto seus lábios se fechando em meu lóbulo, ele o chupa e depois o puxa com os dentes. Sinto que estou me transformando para um estado liquido, que estou me desfazendo. Sinto o meio das minhas pernas ficar mais molhado e quente. — Vamos para meu apartamento. — A voz falhada de Justin sussurra diretamente em minha orelha. — Por favor, venha comigo, eu preciso de você. — Justin. — Só consigo gemer seu nome. — Meu corpo precisa mais de você agora do que do ar para respirar. Venha comigo. — Ele pede e continua beijando meu pescoço, fazendo com que formar qualquer pensamento racional seja muito, muito difícil. — Justin, eu...Ann...Nós não podemos ir tão...Tão longe. — Digo em meio aos suspiros que suas caricias arrancam de mim. — Eu tentei, Savannah. Eu tentei ser bom, mas estou cansado de resistir. Quero você, não importa as consequências. — Não podemos, Justin. — Sim, nós podemos. Nós precisamos. Você também me deseja, não é? — Ele pergunta ainda me atacando com suas caricias enlouquecedoras. — Sim. — Suspiro. — E você está com medo desse desejo, não é? — Sim. — Eu entendo, sei que tudo isso é fodido demais. Estamos sentindo desejo por uma pessoa que não deveríamos, mas por favor Savannah, tudo o que eu te peço é uma noite...Só uma noite.

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— E depois o que? Não podemos fazer isso sem prejudicar a sua relação com meu irmão, com minha família, comigo. — Digo me afastando um pouco para olha-lo nos olhos. Seu olhar me surpreende, escorre luxúria. Justin me olha tão fixamente, como só pudesse enxergar a mim. Ele não diz nada com relação a minhas palavras. Afasto-me mais, voltando a me sentar normalmente no banco, minha respiração ainda irregular e meu corpo ainda sofrendo com o desejo. Escuto a respiração pesada e barulhenta dele ao meu lado. — Você também sente desejo por mim, porque não podemos ficar juntos apenas por uma noite? Apenas para acabar com essa tortura? Ninguém precisa ficar sabendo, nem Seth nem nossas famílias. E a nossa relação só vai ficar estranha se a gente permitir, se a gente souber separar as coisas podemos continuar sendo amigos e... — Não. Pare agora, Justin. — Como ele pode falar isso? Como ele pode “negociar” uma noite comigo, tratar algo assim com tanta indiferença? Mesmo sendo apenas uma noite. Eu sei que ele é assim, sempre tratando todas as mulheres e todas as transas como sem importância, apenas interessado no prazer que elas vão lhe proporcionar. Não sou idiota, já escutei Seth, meus pais, Jax e até mesmo Kim comentando sobre a vida de libertino de Justin, já cheguei até mesmo há comentar um pouco sobre isso com Shanon. Mas ver esse lado dele em ação, ser tratada como apenas uma transa, apenas uma noite de diversão...Não sei se consigo lidar com isso. O único homem com quem eu já estive foi Vince, e eu só entreguei minha virgindade para ele depois que eu tinha certeza que o amava. Como eu me sentiria em fazer sexo com Justin sabendo que seria só isso, apenas sexo? Sem compromisso, sem sentimentos, sem nenhuma ligação emocional... Não sei se eu consigo tratar essa intimidade tão grande entre duas pessoas com tanta indiferença quanto ele. Será que eu deveria tentar? Eu desejo Justin, isso é um fato. Se eu fosse transar somente com a pessoa que eu amo, então eu nunca mataria meu desejo por Justin, porque me apaixonar por ele é totalmente impossível. O que devo fazer? Não sei, estou confusa. Mas eu sei que não gostaria nada de transar com Justin e depois ser tratada com tamanha indiferença com que ele trata suas transas. Não quero ser só mais um rosto, só mais uma noite, só mais um orgasmo. — Não quero ser só mais uma. — Digo encarando a noite através da janela a minha frente.

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— Savannah, eu te desejo como nunca havia desejado ninguém antes, é algo muito forte. Mas eu não posso te oferecer mais que isso, mais que a satisfação dos nossos desejos. Você é alguém com quem eu me importo muito, então é claro que você não seria só mais uma, mas se você está querendo algo como flores e balões então...Sinto muito, mas isso eu nunca poderei dar para ninguém. Não sei por que meus olhos se enchem de lágrimas. Luto para não derrama-las, evito olha-lo nos olhos. — Não sei se sou capaz de fazer isso, transar com você mesmo amando Vince. Nunca tive sexo sem compromisso, não sei como me sentiria com relação a isso. — Confesso. — Você não quer descobrir? — E se eu me deixar levar pelo meu desejo e me sentir um lixo depois? Não terá volta. — Ele não diz nada, ainda não consigo encara-lo nos olhos. — Vince não merece toda essa consideração e com certeza não merece o espaço que ocupa em seu coração. — Ele diz com a voz seria. — Eu e ele vamos resolver nossos problemas, acho que com a sua ajuda já fiz ele sofrer o suficiente. — Você não pode estar falando sério, Savannah. Você não pode voltar com aquele cara, ele não te merece. Sei que concordei em te ajudar no começo, até mesmo te dei essa ideia de fazer ciúmes, mas eu nunca achei que você e ele deveriam voltar. — Eu o amo, e quem ama perdoa, não é? — Eu sempre achei que você parecia ser uma pessoa forte, alguém que nunca perdoaria ser enganada de uma forma tão baixa como a que Vince te enganou. Olho para o outro lado, tentando esconder meu rosto para que Justin não veja a lágrima que escorre em meu rosto. Ele tem razão, perdoar Vince e voltar com ele como se nada tivesse acontecido vai me custar muito. Mas o que eu posso fazer? Eu o amo, quero ficar com ele. Mesmo sabendo que a sombra da sua traição sempre pairará sobre nós. — Eu o amo, é isso que importa. — Digo para ele mas mais como um modo de convencer a mim mesma. — Não quero mais que você me ajude, e não quero mais que você me procure. Acho que isso é o melhor para nós dois, já que esse desejo que sentimos é tão forte. — Você tem certeza? — Ele pergunta com a voz baixa. — Sim. — Tudo bem, não te incomodarei mais, mesmo que isso me custe muito.

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Ainda sem olha-lo nos olhos, abro a porta e saio. Ando de volta para meu dormitório sem olhar para trás. Só quero minha cama, mesmo com aquela festa maldita acontecendo lá, minha cama me parece o melhor lugar para estar agora.

 Alguns dias depois... Termino de me arrumar, olho-me no espelho conferindo se tudo está em ordem. Decidi que vou surpreender Vince na festa que vai ter hoje. Decidi também que será hoje que vou acabar com nosso sofrimento e que vou voltar com ele. Desde daquele incidente com Justin em seu carro, pensei nele tão constantemente quanto pensei em Vince, pensei também nas palavras de Justin sobre Vince, o que me fez ficar pensando sobre minha relação com meu ex e se realmente eu deveria perdoa-lo. Mas o fato é que meus sentimentos por Vince ainda estão muito fortes, se perdoar ele é um erro ou não, vou ter que descobrir dando-lhe uma segunda chance. Quando chego à festa, no bloco do dormitório masculino, vejo inúmeras pessoas, todas com copos vermelhos de plástico na mão. Vou me infiltrando por entre elas, pedindo passagem para conseguir subir a escada e chegar até os apartamentos, que é onde Vince deve estar. Quando finalmente chego ao corredor, a cena é a mesma, várias pessoas bebendo e conversando. Todos os apartamentos estão com as portas abertas, o que significa que todos os vizinhos decidiram participar da festa, e o acesso a qualquer apartamento está liberado. O que vai tornar um pouco mais difícil de achar Vince, mas tudo bem. Entro no primeiro apartamento e procuro por ele nos cômodos do lugar, mas Vince não está ali, e nem no próximo. Vou para a terceira porta, assim que entro decido perguntar para um grupo de pessoas se eles viram Vince. — Oi, vocês por acaso viram o Vince? — Todos na universidade o conhecem, então eles sabem exatamente de quem estou falando. — Acho que vi ele entrar no apartamento do Drake, é o último da direita. — Obrigada. — Digo, mas o cara que me respondeu já virou a cara e voltou a conversar com seus amigos. Sigo para o último apartamento do lado direito, entro e tento localizar a cabeça ruiva e linda de Vince no meio de tanta gente. — Ei, você viu o Vince? — Não.

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— Oi, você viu o Vince? — Recebo apenas um balançar de cabeça. Suspiro frustrada. — Ei, você está procurando por Vince? — Uma voz feminina me pergunta, viro-me e vejo uma garota encostada em uma parede. — Sim, você sabe onde ele está? — Acho que o vi indo em direção ao corredor um pouco antes de você entrar. — Ok, obrigada. Desvio do mar de pessoas e vou para o corredor, assim que viro para a esquerda a visão de Vince me faz congelar no lugar. Ele está prendendo com seu corpo uma mulher, que claramente é Aletta, contra a parede. Eles estão se beijando e sua mão está no seio dela, e as mãos dela estão enroscadas em seus cabelos. Eu gostava tanto de enfiar meus dedos por entre seus lindos cabelos cor de fogo, e agora ela é que está fazendo isso. Quero sair correndo daqui, mas meu corpo não responde. “Não, de novo não!” Sinto como se alguém estivesse com a mão dentro de meu peito, apertando meu coração com toda a força, esmagando-o sem dó nem piedade. Meus olhos rapidamente se enchem de água e as lágrimas escorrem por meu rosto maquiado. Vince coloca a mão em baixo da saia de Aletta e ela geme. Sinto que vou vomitar. Dou alguns passos, cambaleando para trás, me viro e saio correndo da li, coloco a mão na boca para impedir que os soluços e o choro saiam. Passo correndo, esbarrando em muitas pessoas na minha tentativa patética de ir embora. Desço as escadas com pressa e quase viro meu pé por causa desse salto maldito que eu coloquei para ficar bonita. Finalmente chego até a porta e corro para fora do prédio. Não há nada que eu possa fazer, tenho que aceitar que Vince não me ama e que ele não é a pessoa que achei que ele fosse. Ele disse que me amava, que me queria de volta, que tinha cometido um erro. Ele parecia realmente estar arrependido, mas agora...Agora vejo que ele mentiu, e ele sempre vai mentir. Ele sempre vai ser o mulherengo que eu achei que ele tivesse deixado de ser. Eu não fui capaz de ser boa o suficiente para que ele quisesse só a mim. Ando pela causada, mal conseguindo enxergar direito por causa da abundância de lágrimas que brotam em meus olhos. Envolvo-me com meus braços, tentando mandar embora o frio.

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O que eu farei agora? Vince é um canalha, mas eu o amo. Como suportar o fato que ele não presta e que está nesse momento com aquela vadia? Dói demais. Preciso fazer parar de doer, preciso encontrar alguém para me abraçar e me segurar em seus braços. Mas quem? Ninguém sabe sobre a traição de Vince...Paro de repente. Justin. Ele sabe, ele sabe de tudo e ele se importa o suficiente comigo para me consolar. E ele pode fazer muito mais do que isso, ele pode me fazer esquecer, nem que seja só por um tempo. Sim, eu preciso de alguém que seja capaz de me fazer esquecer Vince, amenizar a dor em meu coração. E se tem alguém que pode fazer isso é ele, mesmo que ele me queira apenas por uma noite, mas pelo menos por essa noite eu terei braços fortes e um corpo quente para me consolarem. Que se danem todas as preocupações que eu tinha com relação a dormir com ele. Que se dane tudo, só quero que a dor pare. Tenho que chegar a Justin o mais rápido possível.

Justin Coloco minha carteira e as chaves do carro dentro do bolso da jaqueta. Uma hora atrás liguei para Zara e pedi que me encontrasse no Eros. Definitivamente preciso de um pouco de diversão hoje, alguma coisa para me distrair, e Zara é a sortuda escolhida para essa noite. Espero que ela consiga me fazer relaxar, pelo menos um pouco, apesar de ser difícil. Meu corpo não quer Zara, ou qualquer outra mulher, ele quer ela. A minha frustração nas últimas noites tem me deixado de mau humor, nenhumas das mulheres que eu estive nos últimos dias conseguiram desviar minha mente da mulher que vem tirando meu sono, muito menos conseguiram saciar meu corpo. Estou morrendo de medo que ninguém consiga fazer isso, e se eu tiver que viver com esse desejo enlouquecedor para sempre? E quando tiver alguma festa, ou um jantar na fazenda com a família Cord e a família Careton, e eu ver Savannah, vou conseguir me controlar? E se eu vê-la ao lado daquele idiota cabeça de ferrugem, sabendo que ele tem algo que eu quero mas que nunca poderei ter, e que ainda por cima não merece? Porra preciso me encontrar com Zara logo e encher a cara. Uma batida na porta ecoa pelo apartamento silencioso. Franzo a testa, quem será? Não estou esperando ninguém, falei para Zara me encontrar lá e não aqui. Curioso vou abrir a porta. Quando vejo quem está do lado de fora, parada em frente a minha porta, sou pego de surpresa.

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Savannah está parada me olhando intensamente, seus cabelos estão levemente enrolados e ela está com uma maquiagem forte, algo que alguém usaria para ir a uma festa. Sua roupa nada mais é que um vestido preto muito curto, com sapatos de salto matadores para completar. Estou excitado e confuso. O que ela está fazendo aqui? Achei que tivesse dito que não queria mais contato comigo. — Savannah, o que você está... — Não tenho tempo de terminar minha pergunta, porque ela se lança para frente e se joga em meus braços, sua boca atacando a minha e me pegando completamente desprevenido. Mesmo surpreso, laço sua cintura com meus braços e correspondo ao beijo. — O que aconteceu? Achei que você não quisesse isso. — Digo sem fôlego devido ao seu ataque voraz. — Mudei de ideia. — Ela diz decidida. — Por quê? — Pergunto soltando um gemido quando ela começa a beijar meu pescoço. — Isso realmente importa? — Ela coloca a mão em meu peito e me empurra para trás, entrando no apartamento. — Estou aqui agora, vou te dar aquela noite que você pediu, vou te dar tudo o que você quiser. — Ela diz me olhando maliciosamente, tem algo diferente nela. Engulo em seco ao ouvir suas palavras, meu coração acelera e imediatamente o desejo incontrolável toma conta de mim, meu pau desperta em minhas calças. Foda-se o motivo dela ter mudado de ideia. Foda-se tudo. O que é importa é que ela está aqui, e o meu tormento irá acabar. Com um único passo quebro a distância que nos separava, envolvo sua cintura com meu braço e a puxo para mim, seu corpo pequeno batendo contra o meu, agarro seu pescoço e a empurro para trás. Fecho a porta com um chute e prenso seu corpo violentamente contra ela. Ataco sua boca como se ali estivesse todo o ar que eu preciso para sobreviver. Passo minhas mãos por suas curvas delicadas e que me deixam louco. Ela levanta a perna e envolve meu quadril, sinto a ponta do seu salto me cutucar. Meu sangue ferve. Empurro meu corpo mais para frente, quero sentir suas curvas contra as minhas. Minha mão vai para a sua perna que está em volta da minha cintura, acaricio rudemente toda a extensão da sua coxa nua enquanto lambo seu pescoço. Ela geme, me fazendo ficar mais duro. Esfrego minha ereção nela freneticamente, fazendo-a gemer mais. Deus, eu morri e estou no paraíso?

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Pego sua outra perna e a puxo para cima, fazendo com que ela também envolva minha cintura, impedindo que ela caia seguro em sua bunda. Ela aperta firme suas pernas em volta da minha cintura e seus braços em volta do meu pescoço. Deixo uma mão em sua bunda, sustentando-a, e a outra deslizo até sua bela coxa. Caralho, essas pernas estão me deixando louco. Aperto sua coxa e deslizo minha mão por debaixo da saia do vestido, pegando em sua bunda nua. Caralho! Porra! Foda! A mulher está usando uma calcinha fio dental! Eu estou mesmo no paraíso...Ou inferno! Deslizo a outra mão para debaixo da saia do vestido e seguro sua bunda nua com as duas mãos, aperto-a e dou lhe um tapa, pela sua reação no carro aquele dia acho que ela gostou disso. E por sua reação agora, tenho certeza. Dou mais um tapa, dessa vez um pouquinho mais forte. Ela geme de novo. Dou mais um tapa, ela geme mais alto. Eu estou tão duro, tão necessitado, se não estiver dentro dela nos próximos cinco minutos vou passar vergonha por explodir sem que ao menos ela me toque. Então, segurando-a forte para que não caia, sigo em direção a meu quarto. Vou dar-lhe motivos para não se arrepender de ter mudado de ideia. Vou dar-lhe motivos durante toda a noite.

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A proposta Savannah Agarro-me a Justin como se minha vida dependesse disso, me seguro firme em seu corpo enquanto ele nos leva até o quarto, sua boca devorando a minha no caminho. Meu corpo arde de desejo, Justin tem algo, não sei o que ou como ele consegue, mas tem algo em seu toque que desperta algo em mim que eu nunca sequer havia imaginado. Algo selvagem. A porta se abre e nós entramos, nossas bocas não desgrudam nem por um segundo, suas mãos apertando firmemente minha bunda. Justin me coloca no chão e dá um passo para frente, me fazendo recuar. Assim que dou um passo para trás minha perna bate na cama. É isso. Eu realmente vou transar com Justin Cord. Deus, nunca achei que isso aconteceria, isso nunca nem sequer passou por minha cabeça antes daquela noite em seu apartamento, mas surpreendentemente, eu quero muito isso. Eu quero que ele me ajude a esquecer Vince, mas eu também quero isso porque eu o desejo muito. Sem quebrar o beijo Justin se livra da sua jaqueta, arremessando-a para longe como se não pudesse suportar aquele pedaço de couro. Suas mãos vão para minhas costas, para os botões do meu vestido, ele começa a abri-los. — Merda, quantos botões esse maldito vestido tem? — Ele diz com seus lábios roçando os meus e não posso evitar sorrir com a urgência em sua voz. Seus dedos com muita dificuldade atingem o último botão, com minha ajuda o vestido tomara que caia desliza pelo meu corpo, parando em meus quadris. Interrompo o beijo para deslizar o vestido por minhas pernas, enquanto deixo o tecido preto cair até meus tornozelos Justin tira sua camisa, expondo seu corpo sarado de dar água na boca. — Caralho, você é gostosa demais. — Ele me puxa para perto de si novamente e ataca minha boca mais ferozmente do que antes, ele me espreme contra seu corpo duro, forte e quente e posso facilmente sentir a impressionante saliência na frente da sua calça. “Ele é enorme!” As mãos de Justin viajam por meu corpo freneticamente, como se ele quisesse aproveitar de cada curva, mas não soubesse por onde começar.

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Suas mãos vão até meus ombros e subitamente ele afasta o rosto e me joga na cama com força, eu caio bem no meio do colchão, fazendo a cama balançar. Essa urgência dele só me excita mais, minha respiração está difícil, falta oxigênio em meus pulmões e meu coração bate mais rápido que as asas de um beija-flor. O meio das minhas pernas pulsa e eu encaro Justin com o que tenho certeza, deve ser o mesmo modo que ele me encara. Com luxuria densa e pura, na sua forma mais concentrada, brilhando nos olhos. Ele leva as mãos até seu cinto e começa a desafivela-lo. — Agora vou te mostrar como um homem de verdade faz. — Ele diz e abre o zíper, abaixa a calça com a cueca junto, tudo num movimento rápido. — Deus. — Não posso evitar de exclamar quando ele se levanta e posso vê-lo em toda a sua glória. Foi uma exclamação sussurrada, quase inaudível, mas ele deve ter ouvido, pois ele sorri largamente e vem para cima de mim. Num movimento rápido e quase violento, ele arranca minha calcinha fora e com suas mãos abre minhas pernas, ele solta um gemido alto e fecha os olhos. — Porra. — Ele diz apenas. Isso é bom ou é mal? Será que ele gostou do que viu? Seu corpo pesado se deita sobre o meu, sinto a ponta do seu membro roçando minha entrada. — Diga que você está tomando a porra da pílula, pelo amor Deus. — Estou. — Respondo sem fôlego. — Obrigado, meu Deus. — Ele exclama e num único movimento, rápido e cru, ele me penetra por inteiro. — Ohh! — Exclamo quando todo seu comprimento impressionante me invade de uma só vez, me alargando de uma forma dolorosamente deliciosa. Justin está com cada braço em um lado da minha cabeça, se sustentando neles para não me esmagar com seu peso impressionante. Ele está com os olhos fechados e uma expressão de dor, ele também não se mexeu dentro de mim. Será que tem algo errado comigo? Ele não gostou de mim? — Justin, tudo... — Me interrompo quando ele abre os olhos. Ele me olha tão intensamente que minha capacidade de falar me abandona. Seu olhar...Nunca ninguém me olhou assim antes. — Porra, Savannah! Você é o paraíso, baby. A porra do paraíso, só para mim a noite toda. Sinto Justin se retirando de dentro de mim, só para logo em seguida me penetrar novamente, com força.

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Ele sai e depois retorna, com mais força. Ele sai e depois retorna, com mais força ainda. A cada estocada um grunhido reverbera do seu peito e ele aumenta a velocidade com a qual investe contra mim. A sensação ter o pênis dele me estimulando é quase enlouquecedora de tão deliciosa, gemidos escapam por entre meus lábios e não há nada que eu possa fazer para detê-los. Estabeleço minhas mãos nas laterais de suas costas e conforme o prazer vai se tornando arrebatador, aperto-o com força, penetrando sua pele com minhas unhas. Justin parece não se importar, ele geme sem pudor e aumenta mais o ritmo. Seu quadril com movimentos frenéticos fazem seu corpo se chocar contra o meu com violência, fazendo meu corpo balançar descontroladamente e os gemidos da cama se unirem aos meus e de Justin. — Oh Deus, Savannah...Porra, baby, porra... Ele começa a gritar meu nome e pequenos tremores tomam conta do seu corpo. No momento que Justin solta um grunhido animalesco, sinto seu sêmen sendo jorrado dentro de mim. Justin desaba em cima de mim, seu peito inflando e desinflando com dificuldade, tremores remanescentes ainda percorrendo seu corpo. Bem, isso foi rápido. Droga, eu estava tão perto de atingir o clímax, mas não importa, foi delicioso do mesmo jeito. Nunca senti tanto prazer na minha vida. — Isso foi incrível, Justin. — Digo a verdade. De repente sinto o corpo de Justin tremendo, mas dessa vez os tremores são provocados por sua risada. Porque ele está rindo? Vendo a confusão estampada em meu rosto, ele tenta se controlar. — Você acha que já acabou? — Ele pergunta encarando meus olhos e com um sorriso malicioso nos lábios. Franzo a testa e o olho sem saber o que dizer. — Ah Savannah, isso foi só o começo. Você nem gozou, como pode achar que eu tinha terminado? — Porque mesmo sem o orgasmo, foi incrível. — Respondo. — Assim você me ofende, baby. Acha mesmo que eu sou homem de deixar alguma mulher insatisfeita? A menção das outras mulheres com quem ele já esteve não é exatamente o que eu quero ouvir enquanto ele ainda está dentro de mim.

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— Eu não quis dizer... — Começo a dizer mas ele me interrompe, leva seu dedão a minha boca e brinca com meus lábios. — Menos conversa e mais ação, baby. — Justin se levanta mas não se afasta, sinto que seu membro continua duro feito pedra, o que me impressiona. — Quero você completamente nua, vamos tirar isso daqui. — Ele diz enfiando suas mãos entre minhas costas e o colchão para chegar ao fecho do meu sutiã. Arqueio um pouco as costas para facilitar seu trabalho. Rapidamente Justin o abre e atira o tecido de renda para longe de nós. Suas mãos se fecham imediatamente em meus seios e os apertam. Sentir o atrito da sua mão contra a pele nua dos meus seios me faz gemer. Justin os aperta e brinca com meus mamilos, rolando-os entre os dedos fazendo-os ficarem duros. — Você gosta disso? — Ele pergunta com um sorriso safado. — Sim. — Digo em meio aos meus gemidos. — E será que você vai gostar disso? — Ele se abaixa e sua boca se fecha em meu seio, me fazendo gemer mais alto. Ele abocanha o máximo que consegue do meu seio e chupa com força. Sua língua brinca com meu mamilo e depois seus dentes, dando leves mordidinhas. Sinto o liquido do meu desejo escorrer de mim, Justin sente também, pois ele levanta o olhar e sorri largamente, ele larga meu mamilo apenas para dizer: — Acho que isso é um sim. — Ele volta a me lamber, chupar e mordiscar. Logo passa para o outro seio e repete o processo de lambidas, mordidinhas e chupões. — Acho que eu estou te devendo um orgasmo, não é? — Ele levanta o corpo e com as mãos abre o máximo minhas pernas, se inclina um pouco para frente e segura meu quadril. Então lentamente começa a se retirar de dentro de mim, antes de se retirar por completo, ele me penetra novamente. Me penetra mais algumas vezes lentamente. — Porra, eu estou vendo o meu gozo escorrer dessa linda bocetinha, e isso é sexy pra caralho. Justin aumenta o ritmo das estocadas gradativamente, até que nossos corpos estão se chocando com violência novamente. A sinfonia de gemidos recomeça, agarro-me aos lençóis com força enquanto sinto que aquele meu orgasmo esquecido desperta e vem com força total.

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Quando repentinamente Justin sai de dentro de mim, me deixando com uma sensação de vazio e frustração pelo orgasmo não atingido, eu solto grunhidos de protesto. Com suas mãos fortes Justin rapidamente me vira, me fazendo deitar de bruços. — Quero ver essa bela bunda sua balançando enquanto eu meto forte dentro de você. — Suas palavras me fazem gemer. Nunca gostei quando Vince falava sujo na cama, algo nele falando aquelas coisas soava errado. Mas com Justin, soa mais que certo, e suas palavras me excitam em um nível incompreensível. — Por favor. — Sem fôlego imploro por ele, não aguento mais essa tortura, preciso dele novamente dentro de mim. Atendendo ao meu apelo, Justin me invade por trás. Ele deixa minhas pernas juntas e no meio das dele, se inclina levemente sobre minhas costas e mete com força. Agarro os lençóis e fecho os olhos com força, posso senti-lo tão fundo dentro de mim. Empino um pouco a bunda e Justin solta uma série de xingamentos, seu ritmo aumenta, exigindo mais de mim e da pobre cama, que balança e geme como se ela fosse a amante. Olho sobre meu ombro a tempo de ver a mão de Justin, que está acima da sua cabeça, descendo em direção a minha bunda com rapidez. O estalo que o choque entre a palma da sua mão e a minha bunda faz é alto, mas não tão alto quanto meu gemido. Nunca achei que levar um tapa me faria gemer assim, desde aquele dia no carro quando ele me bateu pela primeira vez, fiquei pensando sobre isso. Apanhar deveria ser associado a algo ruim, a dor, a punição. Não deveria ter espaço na cama entre dois amantes para algo assim, mas mesmo assim, quando sinto a mão de Justin se chocando com força contra minha pele, força o suficiente para arder e não de fato doer, a única coisa que eu sinto é o meu prazer sendo elevado a milésima potência. Meu corpo todo ardendo e em chamas, exatamente como o local em que ele bateu. — Mais. — Me pego dizendo sem nem ao menos me dar conta do que estou pedindo. Meu Deus, estou mesmo pedindo que ele me bata? Sua mão desce contra mim novamente, exatamente com a força exata, nem muito nem pouco. Sinto o ardor e a pele do local ficando febril, e eu gemo. — Mais? — Ele pergunta com a respiração difícil, seu membro entrando e saindo de mim sem cerimonia, me invadindo e me alargando com avidez.

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— Mais. — Digo choramingando e ele faz o que peço, desfere mais um tapa contra minha pele já sensível, ao sentir o contato eu grito e gemo. Justin começa a estapear minha repetidamente “mais...mais...mais...”

bunda

enquanto

eu

grito

Começo a gritar sem medo de que os vizinhos dele me ouçam, ficar quieta enquanto esse prazer arrebatador domina meu corpo é impossível. — Oh meu Deus...Justin...Mais...Mais... — Grito em meio aos gemidos, me contorço de prazer e agarro os lençóis. — Justin...Oh meu Deus... — Isso mesmo, grite o meu nome Savannah, grite. Sinto meu orgasmo crescendo dentro de mim, crescendo cada vez mais e até que chega no limite e...Explode. — JUSTIN! — Meu grito ecoa pelo quarto juntos com os gemidos dele. Esqueça o que eu disse antes. Agora eu posso dizer que nunca senti tanto prazer na minha vida.  Já passam das duas da manhã. Justin sai de cima de mim e desmorona ao meu lado, o colchão balança com o seu peso. Sinto-me exaurida, como se tivesse corrido uma maratona. Mas isso que acabou de acontecer aqui não deixa de ser isso, uma maratona. Só que uma maratona de sexo. Justin não estava brincando quando disse que ele me queria a noite toda. Nós transamos duas vezes na sua cama, depois fomos para o banheiro onde transamos uma vez na pia e outra debaixo do chuveiro, depois voltamos para o seu quarto e transamos no pequeno sofá de dois lugares encostado em sua parede, e por fim, voltamos para sua cama e transamos nela mais uma vez. Essa última vez acabou de acabar e sinto que não serei capaz de andar amanhã. Todas às vezes Justin me deu orgasmos indescritíveis, um melhor do que o outro. Agora, depois de horas transando, estamos ambos exauridos. Justin conseguiu o que queria, conseguiu matar esse desejo incontrolável que ele tinha por mim, e eu...Bom, eu não consegui o que queria, pelo menos não tudo. Meu desejo por Justin foi saciado assim como o dele por mim, mas eu me peguei várias vezes pensando em Vince. Mesmo que essas vezes que eu pensei nele tenham sido para comparar como eu me sentia durante o sexo com ele e com Justin, e Justin ganhou em todos os quesitos possíveis, mesmo assim...Eu pensei nele.

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Mesmo eu aproveitando o momento, mesmo está tendo sido sem duvida a melhor noite - sexualmente falando - da minha vida, a sombra de Vince estava lá, presente o tempo todo. Fecho os olhos e esfrego o rosto com as mãos. — Meu Deus, Savannah. Você foi incrível, sabia? Deus do céu, isso foi maravilhoso, não tenho nem palavras. O que eu devo fazer, se nem uma noite de sexo quente com Justin conseguiu me fazer esquecer de Vince? O que eu sei é que não posso perdoa-lo. Não mais. Já chega, ver ele daquele jeito com aquela vadia foi a gota d’água. Vince é um canalha. Ele sempre foi e sempre vai ser. Assim como todos os canalhas do mundo, não tem como muda-los, é quem eles são. Todd, Vince e até mesmo Justin...Ser assim faz parte deles, do que eles são. Nem eu e nem ninguém vai conseguir mudar isso. Aquelas histórias de caras como eles que se apaixonam e mudam por causa de uma mulher, só acontecem em livro e filmes. Tenho que encarar a realidade, se eu quiser fica com Vince, terei que dividi-lo, e nem o meu amor por ele vale a pena descer tão baixo. Por mais que eu vá sofrer, já tomei a minha decisão, está tudo acabado entre Vince e eu. Acabado para sempre. — Savannah? Ei, está me ouvindo? — A voz de Justin me puxa de volta dos meus pensamentos, abro os olhos e viro o rosto para olha-lo deitado ao meu lado. — O que foi? — Eu disse que você é incrível e que eu não tenho palavras para descrever o quanto eu gostei de estar com você. — Ah sim, eu também gostei de estar com você. Ele me olha com a testa franzida, parece incomodado. — Você gostou mesmo? Porque não está com cara de quem gostou. — Eu adorei, Justin, não se preocupe. Foi a melhor transa que eu já tive, você é sensacional. Nunca havia tido tantos orgasmos e todos eles foram de tremer o chão. — Ele sorri orgulhoso e me olha satisfeito. Meu corpo está tão exausto e minha carne tão sensível, espero que Justin não esteja planejando mais uma “rodada.” Sendo assim, não há mais nada a se fazer aqui. Levanto-me e vou até minha calcinha jogada em um canto longe, sinto os olhos de Justin por todo meu corpo acompanhando meus movimentos. Visto a calcinha e depois o sutiã, quando pego meu vestido e começo a vesti-lo, Justin pergunta: — O que está fazendo?

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— Me vestindo. — Respondo. — Por quê? — Porque eu não posso ir embora só de calcinha e sutiã. — Com dificuldade começo a fechar os botões do vestido. — Você não tem que ir embora. — Ele diz se apoiando nos braços e elevando o corpo um pouco. — Achei que você nunca deixasse uma mulher dormir aqui depois de uma transa. — Digo conseguindo abotoar o último botão. Justin se levanta parecendo zangado, pega sua cueca boxer e veste. — Savannah, eu te falei que você não é como as outras. É claro que você pode dormir aqui, não precisa ir embora. — Ele diz parado no meio do quarto com as mãos na cintura, me observa enquanto procuro meus sapatos. — Você viu meus sapatos? — Pergunto procurando perto da cama. — Você tirou quando fomos para o banho. Você ouviu o que eu disse? Você não precisa ir. Vou até o banheiro e bingo, meus sapatos estão jogados no chão. Pego o par e me apoio na porta para calça-los. — Obrigada, mas eu prefiro ir. — Tenho que ir para casa me encolher em minha cama e começar a tentar aceitar o fato de que eu nunca mais vou ter Vince. Isso se algum dia eu de fato cheguei a tê-lo. — Tem certeza que você não quer ficar? — Ele me olha parecendo um pouco magoado. — Tenho, mas obrigada pela oferta. — Tudo bem, vou me vestir. — Não precisa se incomodar. Eu pego um taxi. — Claro que não, Savannah. Eu te levo. — Sério, está tudo bem. Não tem problema nenhum em eu pegar um taxi...Bem, eu adorei nossa noite juntos, foi muito boa. Não precisa me acompanhar até a porta, a gente se vê depois, Justin. — Digo e me viro, deixando para trás um Justin com uma cara confusa. Sigo em direção à porta e saio. Sigo pelo corredor, meus saltos estalando no chão e minhas pernas ainda um pouco instáveis devido às investidas fortes de Justin.

Justin Mas que porra acabou de acontecer aqui? Savannah saiu correndo para longe de mim logo depois que transamos, é isso mesmo? Nunca nenhuma mulher fugiu de mim antes, sou eu quem fujo delas depois do sexo, não o contrário.

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Sento na cama ainda tentando entender o que acabou de acontecer aqui. Fiz algo errado? Ela não gostou? Não, não, impossível. Elas sempre gostam, sempre terminam satisfeitas. Isso é algo que eu garanto, mesmo que eu não tenha intenção de transar mais de uma vez com a mesma mulher, e muitas vezes eu nem vá vê-la outra vez, eu sempre garanto que elas sintam o máximo de prazer. Eu sou bom nisso e com certeza nunca deixei a desejar, nenhuma das minhas parceiras teve motivos para reclamar, nunca. Então deve ter sido outra coisa que fez Savannah sair correndo do meu apartamento. Mas o que?

Savannah Coloco tudo dentro de uma caixa. Cartões, cartas, a almofada de coração, o ursinho de pelúcia falante, cds, dois livros, a caixinha com o colar que ele me deu e nossa aliança de compromisso. Pego a caixa e desço as escadas, vou andando com ela em meus braços até o dormitório masculino. Espero que Vince esteja lá, assim posso falar tudo de uma vez e deixar as coisas bem claras. Subo as escadas do seu dormitório e paro em frente a sua porta. Equilibrando a caixa em um só braço, bato três vezes na porta. Escuto passos do outro lado, a chave girando na fechadura e alguém mexendo no trinco. A porta se abre e Vince, com uma camisa de futebol e calça jeans, me recebe. Ele abre um sorriso largo quando vê que é eu, mas seu sorriso some quando ele olha com confusão para a caixa que eu carrego. — Bom dia, Vincent. — Luto para soar o mais indiferente possível. — Vincent? Desde quando você voltou a me chamar assim? — Desde agora. Espero não estar te interrompendo. — Digo dando uma olhada para dentro do seu apartamento, o som de um jogo de futebol vem da direção da sala. — Ann, não, não está. — Ele parece confuso com meu modo de trata-lo. — Que bom, de qualquer forma, eu vou ser rápida. Só vim lhe trazer isso. — Digo e empurro em sua direção a caixa de papelão. — Que porra é isso? — Ele pergunta olhando o conteúdo com estranheza. Tento não demostrar a magoa por saber que ele não se lembra que foi ele quem me deu tudo isso.

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— Isso são todos os presentes que você me deu desde que começamos a namorar, bem, com exceção das caixas de bombom, que obviamente eu comi. Nossa aliança de compromisso está aí dentro também. Ele solta um suspiro e volta seu olhar para mim. — Savy, achei que você tinha desistido dessa ideia maluca de terminar comigo. — Eu tinha, eu vim na festa que teve ontem, vim para te dizer que estava disposta a te dar uma segunda chance. Mas então te vi se pegando com a vadia da Aletta no corredor do apartamento do Drake. Ele abre a boca para dizer algo, mas o interrompo antes que ele possa. — Não. Não negue, não tente se explicar...Eu vi muito bem o que você estava fazendo com ela. — Savy... — Ele chama meu nome me olhando com cara de filhotinho. — Acabou, Vincent. E agora eu realmente quero dizer que acabou tudo entre nós. Nosso namoro, nossa amizade, tudo. Achei que o melhor era te trazer tudo isso, já que você quem me deu, você decide o que fazer com isso, se quiser pode jogar fora ou colocar fogo. E não se preocupe, não precisa devolver os presentes que eu te dei. Até nunca mais. — Digo e me viro, ando rapidamente. Preciso sair daqui. Quando estou quase virando o corredor e ficando fora da vista de Vince, ele começa a falar. — Tudo bem, ontem eu fiquei com a Aletta, confesso, ok? — Suas palavras me fazem parar. -Mas eu só fiquei com ela por que você estava andando por aí exibindo aquele cara mais velho, você estava me rejeitando e eu sou homem, Savy...Eu só estava me aliviando até poder ter você de volta, não significou nada, nunca significou. Por favor, Savy, eu te amo. Suas palavras aquecem meu coração, sinto minha determinação fraquejar, mas somente por um breve instante. Lembro-me do que ele fez, de quem ele é e nunca vai deixar de ser. — Adeus, Vincent. — Digo com a voz fria, sem nem ao menos me virar e olha-lo nos olhos, então recomeço a andar, caminhando cada vez para mais longe dele enquanto Vince grita meu nome.

 Alguns dias depois... Ando por entre as prateleiras repletas de livros procurando por especificamente um. Aquele que eu espero que me faça entender melhor a matéria do Sr. Patterson. Assim que o localizo pego-o e retorno para meu lugar. Abro no capítulo que me interessa e tento fazer aquele amontoado de letras fazerem algum sentido para mim.

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Leio e releio o capítulo, depois pego minhas anotações da aula e comparo ambos. Depois de muito analisar chego a uma conclusão. Das duas uma; Ou o autor desse livro viajou bonito na hora de escrevê-lo, ou meu professor não sabe de nada. Fecho o livro frustrada e massageio minhas têmporas, acho que estudei tanto que meu cérebro virou geleia. Em meio ao silêncio da biblioteca, a voz de JJ Lawhorn começa a cantar, constrangidamente percebo que sua voz vem direto de dentro da minha bolsa. Alguns outros estudantes que também estão passando sua tarde estudando me olham com caras zangadas e a Sra. Lacey, a bibliotecária, me olha feio e faz “Shhh” para mim. Olho para ela com um olhar de desculpas e apressadamente abro minha bolsa e agarro meu celular. JUSTIN CORD chamando... — Alô? — Atendo sussurrando. — Alô, oi Savannah sou eu, Justin. — Eu sei, seu nome apareceu na tela. — Ah é, verdade. Então, como está? — Estou muito bem. — Que bom, eu estou bem também, caso queira saber. — Claro, desculpe. — Shhh. — Sra. Lacey faz ruidosamente. — O que você quer Justin? Estou um pouco ocupada agora. — Digo tentando falar mais baixo ainda. — Sinto muito, não queria atrapalha-la. Estou ligando porque gostaria que você jantasse comigo hoje. — Jantar? Com você? — Pergunto confusa, realmente não espera por esse convite. — Sim, hoje à noite. — Por quê? Você nunca me convidou para jantar antes. — Eu sei...Então, você está livre hoje a noite? — Ann sim, estou. — Ótimo. Que tal umas 8 horas, no meu apartamento? — Eu não disse que iria. — Digo mais rispidamente do que eu pretendia e se faz silêncio no outro lado da linha. — Por favor, Little Nips. — Ele pede com a voz mansa.

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— Tudo bem, eu vou. — Ótimo, estarei te esperando. Oito horas no meu apartamento, não se esqueça. — Certo, até lá então. — Até as oito, tchau. Encerro a ligação e guardo meu celular. Por que será que Justin me convidou para jantar? Que coisa estranha. Um movimento ao meu lado chama minha atenção, quando me viro dou de cara com a barriga da Sra. Lacey. Olho para cima, ela está com os braços cruzados e me lança um olhar repreensor. — Desculpe. — Digo e lhe dou meu melhor sorriso de desculpas.  Respiro fundo antes de bater a porta, estou quinze minutos atrasada. Bato três vezes na porta e dois segundos depois Justin a abre, tão rápido que me faz pensar se ele estava ao lado dela esperando. — Oi. — Justin diz percorrendo meu corpo com seus olhos, se demorando mais nas minhas pernas vestidas com meu jeans preto. — Oi, desculpa o atraso, foi o trânsito. — Sem problemas, o jantar acabou de ser servido, entre. — Ele diz com um sorriso largo no rosto. Ele abre espaço e eu entro em seu apartamento. A última vez que eu estive aqui, ele abriu essa porta e eu pulei em seu colo e ataquei sua boca, depois ele me levou até seu quarto e fez o melhor sexo da minha vida. Só de lembrar disso sinto meu corpo se aquecer. Entro no apartamento e um cheiro delicioso de comida me recebe, assim como uma musica baixa de fundo. — Que bom que você veio, obrigado por aceitar meu convite. — Claro, sem problemas. Obrigado você por me convidar. — A comida está na mesa nos esperando, podemos? — Ele pergunta fazendo gesto para que eu vá à frente. Sigo em direção à sala de jantar, quando entro vejo a mesa posta para dois. Alguns utensílios de porcelana fazem companhia para os pratos, os talheres e as taças. Um cheiro muito bom sai deles. — Por favor. — Justin diz puxando a cadeira para mim. — Obrigada. — Digo sentando-me. — Está faltando o vinho, volto em um minuto. — Tudo bem.

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Ele some pela porta, indo em direção à cozinha e logo retorna segurando uma garrafa na mão. Ele a abre e serve as duas taças até a metade, deixa a garrafa na mesa e se senta em seu lugar, na cabeceira da mesa. — Gostaria que eu lhe servisse? — Por favor. Ele pega meu prato e me serve, o cheiro delicioso e a aparecia suculenta da comida abrem meu apetite. Depois ele serve a ele mesmo e volta a se sentar. Ele sorri para mim e eu sorrio para ele, sem graça. — Espero que você goste. Pego os talheres, coloco uma pequena quantidade neles e levo até a boca. O gosto é tão delicioso quanto o cheiro e a aparência. — Está delicioso. — Digo limpando a boca no guardanapo. — Que bom, pedi para a Sra. Bennet caprichar. — Ele diz e toma um gole de vinho. — Quem? — Sra. Bennet, minha empregada. — Ah sim. Continuamos comendo em silêncio, mas não aquele silêncio confortável, e sim o muito desconfortável. Às vezes ele me olha e sorri sem graça e eu retribuo o gesto igualmente sem graça. Justin se mexe frequentemente na cadeira e parece inquieto, como se quisesse dizer algo. O que eu mais temia aconteceu, depois que transamos a relação entre nós dois ficou estranha, isso é obvio pelo silêncio constrangedor e a tensão pairando no ar. — Como vão as aulas? — Ele pergunta de repente. — Vão bem. — Digo e ele assente. Droga, devo me esforçar mais para termos uma conversa, ele está se esforçando. — Estou feliz que logo estarei formada, a experiência de fazer uma faculdade é maravilhosa, mas sinceramente não vejo a hora disso tudo terminar. — Digo e ele ri. — Eu pensava da mesma forma, acho que todos os universitários pensam assim. Não são todos que aguentam a pressão, se formar é algo grande. Fico feliz que você esteja no seu caminho para conseguir mais essa conquista na sua vida. — Obrigada. Mas e você, como está o trabalho?

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— Está muito bem, obrigado. Desde que fui promovido minhas responsabilidades triplicaram e o meu tempo para fazê-las parece que diminuiu, mas estou feliz. Gosto muito do que eu faço. — A chave para o sucesso. — Digo. — Com certeza. Terminamos nosso jantar conseguindo amenizar o clima, depois que conseguimos engatar uma conversa, o silêncio constrangedor não voltou a nos incomodar mais. — Gostaria de sobremesa? A Sra. Bennet preparou uma Mousse de chocolate deliciosa. — Adoraria. — Ótimo, eu vou buscar, por que não me espera sentada mais confortavelmente no sofá? — Claro. — Pego minha taça de vinho e sigo para a sala. Sento-me do sofá e deposito a taça na mesinha de centro. Alguns instantes depois, Justin volta trazendo minha sobremesa e sua taça de vinho reabastecida. — Não vai comer? — Pergunto ao ver que ele trouxe sobremesa apenas para mim. — Não, mas por favor, fique a vontade. Pego a colher e levo até a boca, sinto o gosto de chocolate e deixo a mousse derreter em minha língua. — Deliciosa mesmo, transmita meus parabéns a Sra. Bennet pelo jantar maravilhoso e por essa sobremesa divina. — Farei isso. — Ele diz com a voz rouca e baixa. Levo mais uma porção de sobremesa a boca, Justin observa todos os meus movimentos. Seguro entre meus dedos o morango grande, suculento e lambuzado de chocolate que enfeita a mousse e levo até a boca, mordo e solto um gemido de apreciação. — Tudo bem, já chega. — Justin diz impaciente. Ele deposita sua taça na mesa, perto da minha, e rapidamente tira das minhas mãos a sobremesa, também a depositando na mesa. — Olha Savannah, eu te chamei aqui hoje porque eu preciso falar com você. — Seu tom de voz é urgente. — Então diga. — A última vez que nos vimos... — Sua voz falha e seu olhar se torna selvagem, sei que assim como eu ele está lembrando da nossa noite juntos. — Bem, aquela noite foi muito intensa para mim, foi incrível, não consigo encontrar palavras que possam te dizer o quanto aquela noite mexeu comigo.

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Ele faz uma pausa, esperando que eu diga algo, quando permaneço em silêncio, ele continua. — Eu nunca senti aquilo antes, aquele desejo, aquela fome de você, aquela vontade incontrolável e enlouquecedora de te possuir...Eu nunca perdi o controle desse jeito com nenhuma mulher. Eu nunca senti que desejava tanto alguém que faria qualquer coisa para tê-la. Ele para de falar novamente e vem se sentar mais perto de mim, com esse movimento sinto meu coração saltar e meu corpo se arrepiar, só de tê-lo mais perto. — Lembra que eu havia te pedido apenas uma noite? Apenas uma noite para saciar meu desejo por você. — Lembro, e foi isso que eu te dei naquela noite que vim aqui. — Sim, você me deu o que eu pedi, mas o problema Savannah...É que eu quero mais. — Ele diz me olhando intensamente, seus lindos olhos azuis parecem aquecer meu corpo, e essa palavra, “mais”, me faz tremer levemente, só de pensar em ter outra noite daquelas com Justin. — Como assim mais? — Pergunto para saber o que esse “mais” implica. — Meu desejo por você não cessou com aquela noite, ele só aumentou. Depois que você foi embora e durante esses dias que ficamos sem nos falar, eu pensei sobre o assunto. Pensei no que eu estava sentindo e nas consequências disso, por isso que eu não te liguei ou fui falar com você durante dias, porque eu estava tomando uma decisão. — E o que você decidiu? — Pergunto começando a ficar ofegante. — Que eu quero você, não só por uma noite, duas ou três. Eu quero você na minha cama, todos os dias. Suas palavras surtem efeito diretamente no meio das minhas pernas, sinto um calor infernal. — Não acho que eu entendo, Justin nós... — Me escute, apenas me escute. — Ele se aproxima mais. — Savannah, eu percebi que meu desejo por você é forte demais para ser saciado com uma misera noite ou duas. Eu preciso de mais, muito mais. Por isso, eu gostaria de te fazer uma proposta. — Que proposta? — Pergunto curiosa. — Que a gente continue sendo amigos, mas amigos com um pouco mais de intimidade. — Você quer dizer amigos com benefícios? — Isso, exatamente isso que eu quero. Eu sei que você ama o Vince e disse que iria voltar para ele, mas depois daquela noite...Algo te fez mudar de ideia e vir até mim, posso presumir que aquela noite que tivemos significa que você e o Vince ainda não voltaram? Ouvir sobre Vince ainda é doloroso demais, então não respondo, só concordo.

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— E vocês ainda estão separados, certo? Concordo com um balançar de cabeça novamente. — E você ainda quer voltar com ele? — Não. A minha história com Vince acabou definitivamente. Eu ainda o amo, mas está tudo acabado entre nós. — Ele te fez algo ou... — Por favor, não pergunte, não quero falar sobre isso. — Tudo bem, não vou perguntar nada sobre esse assunto. Mas posso te perguntar qual é a sua resposta para minha proposta? — Sinceramente não tenho uma. Não sei o que pensar sobre isso. — Você me deseja? Sente tesão por mim? Quer que aquela noite se repita muitas e muitas vezes? — Ele coloca a mão em meu joelho e me pergunta. — Sim. — Respondo quase num sussurro. — Então, aí está sua resposta. Por favor, Savannah, diga que sim. — Eu...Eu não sei... — Sua indecisão é por causa do que você sente por Vince? — Não. — Respondo em um tom zangado. Por que ficar falando o nome dele? — Então por quê? Se eu te desejo e você me deseja... — Não sei, Justin. Como seria essa relação de amigos com benefícios? — Não tem muito mistério, nós continuaríamos amigos, porém faríamos sexo. Mas tenho que deixar claro duas coisas. Primeira coisa é que ninguém, ninguém pode ficar sabendo. Você sabe muito bem qual seria a reação das nossas famílias se descobrissem, não é? Sem falar que Seth me mataria por tocar na irmãzinha dele. — E a segunda? — Pergunto. — A segunda é que não pode haver, em hipótese alguma, envolvimento amoroso. Nós não seremos um casal, não pode existir entre nós mais do que amizade e respeito. O que eu quero dizer é que...Você não pode se apaixonar por mim, Savannah. Olho-o chocada. Quanta pretensão, como se eu fosse me apaixonar por ele. Já gastei minha cota de homens galinhas pelo resto da vida, aprendi minha lição, homens como Vince e Justin, nunca mais. — Isso não é problema. — Ótimo. Isso quer dizer que você aceita minha proposta? — Ele me olha com esperança. Aceito ou não aceito?

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Talvez se eu me envolver constantemente com um homem como Justin, esquecer Vince seja mais rápido. Além do mais, o jeito que Justin fala sobre o seu desejo por mim, infla meu ego. Minha autoestima está em queda depois da traição dos meus dois últimos namorados, talvez dormir com um homem sexy como Justin me ajude a me sentir mais confiante, e quem sabe ter mais experiência para garantir que meu próximo namorado não tenha que procurar outra mulher para satisfaze-lo. Olho nos fundos dos olhos de Justin e enxergo o tamanho da vontade dele de que eu aceite sua proposta. Pensando bem, não tenho nada a perder e muito a ganhar. Claro, se ninguém descobrir, porque se isso chegar aos ouvidos do meu irmão ou do meu pai, Justin é um homem morto e eu me tornarei uma prisioneira eterna. — Tudo bem, eu aceito. Ninguém fica sabendo e nenhum de nos dois se envolve emocionalmente, combinado? — Combinadíssimo, agora venha aqui. Justin me agarra e me puxa para seu colo, sua boca vem na minha furiosamente. Ele me beija desesperadamente e com suas mãos fortes aperta meu corpo. — Quarto. — Ele se afasta apenas o suficiente para proferir essa pequena palavra e volta a atacar minha boca. Levantamo-nos desajeitadamente, com ele ainda me segurando nos braços e sua boca ainda devorando a minha. Aos tropeços e gemidos seguimos para seu quarto. De repente Justin para e se afasta, caminha até o sofá e eu encaro suas costas confusa. — O que foi? — Pergunto. Ele se vira para mim e vem caminhando em minha direção com a mousse nas mãos e um sorriso largo e safado nos lábios. — Esquecemos a sobremesa.

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Erros do passado Justin Oito anos atrás... Decido deixar a porta aberta, assim não terei que ficar indo abri-la para alguém a cada cinco minutos. Não sei de onde está brotando tanta gente, pelo que eu me lembre, eu havia convidado metade das pessoas que estão aqui. Provavelmente a outra metade seja formada por acompanhantes e penetras. Vejo mais duas amigas gostosas entrando pela porta e dou de ombros. Para mim não importa, quanto mais pessoas melhor, afinal essa é uma festa, mas não qualquer uma, é a porra da minha festa de aniversário. Isso aí, 21 anos, baby! Retorno da cozinha com uma cerveja e me apoio na parede enquanto tomo um gole da bebida gelada. Observo todos com um sorriso no rosto, eles estão dançando, conversando, se pegando...Isso sim é que é uma festa. O pessoal vai falar a semana inteira. Meu sorriso some de meu rosto quando um Seth com uma expressão confusa entra em nosso apartamento, ele olha todas as pessoas com uma cara estranha e assim que me avista, sua expressão muda para uma carranca. — Você. — Ele diz parecendo bravo enquanto se aproxima. — Hey, cara. Quer uma cerveja? — Digo despreocupadamente. — Justin, o que está acontecendo aqui? — O que parece, uma festa. — Não me diga, gênio. Eu quero saber o que todas essas pessoas estão fazendo aqui, você tinha dito que iria convidar poucas pessoas. — Ele cruza os braços e faz cara feia, como se ele fosse o pai e eu a criança que o desobedeceu e agora deve se explicar. — Eu convidei, mas não tenho culpa que essas pessoas convidaram outras pessoas e essas outra pessoas mais pessoas. — Justin, deve ter umas 30 pessoas aqui. — Ele diz parecendo indignado enquanto observa o ambiente. - E a maioria é mulher. Você não presta mesmo, não é?

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— Ah qual é, cara. Por que em vez de você ficar aí com essa cara feia e reclamando de tudo, você não pega uma cerveja e aproveita a minha festa de aniversário? — De jeito nenhum, sei muito bem como essa festa vai ficar depois de mais umas cervejas, ou vou é para o meu quarto. — Como queira, mas não sabe o que está perdendo. Não esquece que depois você vai ter que me compensar por perder a festa do seu melhor amigo. — Digo com um sorriso brincalhão enquanto ele se afasta. — Ah, claro. Pode deixar que eu vou fazer isso mesmo. — Ele diz debochadamente e some no corredor que leva aos quartos e banheiro. Já faz quase duas horas que a festa começou e ela está com tudo. Já avistei cinco possíveis candidatas a se divertir comigo em meu quarto depois. Talvez eu leve as cinco, já que está difícil de decidir. Sim, as cinco gostosas e eu daria uma bela after party. Quando estou bebendo mais um gole da minha cerveja, sinto mãos frias tocando meu braço. Viro-me e me deparo com um sorriso malicioso enfeitando uns lábios carnudos que eu conheço muito bem. — Eva. — Justin. — Ela me cumprimenta chegando mais perto. — Não sabia que você estava na minha festa. — Cheguei agora a pouco. Sabe, fiquei magoada por você não ter me convidado. Mas acho que eu entendo, essa relação de ex namorados é complicada mesmo. — Eva, pela última vez, nós nunca fomos namorados. Eu não faço isso e você sempre soube muito bem disso. Eva McKenna é uma das mulheres mais gostosas que eu já tive o prazer de provar. Não, na verdade, ela é a mulher mais gostosa. Cabelos negros e sedosos, olhos azuis tão claros que até dói olha-los, rosto fino, nariz empinadinho e lábios carnudos. E é claro, um corpo sensacional, de deixar qualquer um louco. Conheci Eva há uns nove meses, tivemos uma noite louca de explodir o cérebro. Ela parecia um animal voraz, não sabia se era eu quem a estava comendo ou o contrário. Depois disso nos encontramos mais algumas vezes – ela com certeza não era mulher de uma vez só – ela sempre vinha até mim com um apetite insaciável. Quando me dei conta, já estávamos nesse lance a mais de quatro meses. Eu nunca havia transado tantas vezes com uma única mulher antes, mas Eva era mais velha e uma loucura na cama, então eu decidi que tudo bem manter relações sexuais com ela frequentemente. Obviamente ela sempre soube que não podia esperar mais de mim do que orgasmos de enlouquecer a mente, ela tinha concordado com meus termos.

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Só que o tempo foi passando e sem me dar conta, a nossa relação foi se tornando cada vez mais exclusiva, chegou a um ponto que eu não estava vendo mais ninguém a não ser Eva. No começo eu não me importei muito com isso, afinal ela satisfazia meus desejos e não me cobrava em nada. Mas tudo que é bom chega a um fim, e o nosso acordo de prazer mútuo não foi diferente. Eva começou a ficar grudenta e muito ciumenta, e quando ela começou a agir como se fosse minha namorada um alerta vermelho soou em alto e bom som na minha cabeça. Eu tinha que dar o fora. Por mais que eu fosse sentir saudades do seu corpo maravilhoso e dos orgasmos deliciosos que ela me deu, eu sabia que tinha que acabar com aquilo antes que se tornasse algo que eu absolutamente não queria. Um relacionamento sério. A ideia de namorar, mesmo que uma gostosa como Eva, me deixou em pânico. Afinal eu não sentia nada por ela, nada além de tesão, e com certeza eu não queria renunciar a minha liberdade de poder enfiar meu pau onde eu bem entendesse. Então eu cortei relações com ela, parei de atender seus telefonemas, parei de responder suas mensagens, parei de lhe dar atenção. Só a constatação de quão perto eu havia chegado de ter uma relação de verdade, deixou meu estômago doente. Depois de uma semana sem noticias de Eva, alivio me inundou por saber que ela tinha se tocado e que tudo estava acabado. Pena que eu estava enganado. Eva não aceitou muito bem a rompimento do que quer que tenha sido o que tivemos, então assustadamente comecei a perceber por suas ações e conversas, que ela realmente achava que éramos namorados, ela ignorou completamente meus avisos quando nos conhecemos e começou a agir como uma mulher age no fim de um relacionamento. Agora faz semanas que ela não larga do meu pé, sempre tentando reatar um namoro que nunca existiu. — Ah Justin, você sabe muito bem que o que tínhamos era algo especial. Tínhamos um relacionamento tão confortável, estava funcionando para ambos os lados. Sem falar que o sexo era ótimo. Estou com saudades de você, docinho. — Nós não tínhamos um relacionamento, Eva. Pelo menos não do jeito que você acha que tínhamos. — Digo tomando um gole da minha cerveja e olhando desesperadamente para os lados, implorando com os olhos que alguém venha me salvar. — Docinho, pare com isso, pare de falar isso. Pare de ser tão teimoso e volte para mim, prometo ser uma namorada muito compreensiva, você pode até dar umas escapadinhas de vez em quando, podemos até dividir algumas das suas putinhas. O que você acha?

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Droga, agora ela conseguiu me deixar ligado. Só de pensar em Eva e mais alguma gostosa me chupando quase, quase me faz ter vontade de desistir dessa ideia de afasta-la. Mas é melhor não arriscar, Eva já se mostrou ser uma mulher difícil de desgrudar, não posso ceder à tentação, por mais difícil que seja. — Sinto muito, baby. Não vai rolar. Nesse momento certo movimento me chama a atenção. Uma mulher vinda da direção do quartos passa correndo por todos, indo em direção a porta. As pessoas resmungam, mas abrem caminho para ela. Quando, para desviar de um casal, a mulher se vira levemente em minha direção, reconheço-a. — Jane? — Chamo a namorada do meu melhor amigo. O que será que ela está fazendo aqui? Como ela ficou sabendo da minha festa? Ela vira o rosto e procura pela voz que a chamou, seus olhos se encontram com o meu e foda...Seu lindo rosto está machado de lágrimas, sua expressão é uma mistura de nojo e tristeza. Ela não diz nada para mim, retoma sua corrida e sai pela porta. — Jane, espera. — Um Seth despenteado vem da mesma direção que Jane veio alguns segundos atrás. — Jane, por favor, meu amor. — Ele grita e vai tirando as pessoas do caminho com violência. Passa pela porta correndo atrás da namorada, escuto seus gritos abafados pela musica chamando por ela. “Droga, que porra será que aconteceu?” — Segura aqui, gata. — Digo empurrando minha cerveja para Eva. — Docinho, onde você vai? — Ela pergunta me olhando confusa, mas não me dou o trabalho de respondê-la e vou correndo atrás da Seth. Quando abro a porta do prédio e saio para o ar gelado da noite, vejo Seth alcançando Jane e a fazendo olha-lo segurando em seu braço e virando-a para ficarem frente a frente. Vou correndo até eles e paro alguns passos longe com medo de invadir o espaço dos dois. — Me solta, Seth. — Jane grita tentando se livrar das mãos fortes de Seth. O rosto dela está coberto de lágrimas. — Não, você tem que me ouvir, por favor, meu amor. — Não me chame mais assim, nunca mais me chame assim. Deixe-me em paz.- Jane está descontrolada, não para de chorar. — O que você quer dizer com “nunca mais”? — Seth pergunta e posso ouvir medo em sua voz, ele vai lentamente soltando os braços de Jane. “Será que devo interferir? Ir embora? E se eu precisar me meter no meio dos dois?”

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— Você entendeu perfeitamente, Seth. Está tudo acabado entre nós. Caralho! — Não! — Seth diz soltando um gemido de dor ao mesmo tempo em que fala. — O que está acontecendo? — Pergunto, mas os dois me ignoram. — Jane, por favor, não faça isso comigo. Eu te amo. — Seth diz parecendo pronto a cair de joelhos e implorar. Jane solta uma risada sem humor nenhum, repleta de magoa e dor, os mesmos que eu observo em seus olhos que brilham e estão vermelhos por causa das lágrimas. — Não minta mais para mim, Seth. Se você dando uma festa que mais parece uma orgia. estaria beijando aquela garota seminua no seu falha no final da frase e ela leva a mão até soluços.

me amasse não estaria Se você me amasse não quarto. — A voz de Jane a boca para segurar os

“Opa, espera aí! O que ela falou que o Seth estava fazendo? Devo ter entendido mal, não pode ser.” — Meu amor, não é assim, você tem que acreditar em mim. Aquela mulher apareceu no meu quarto, ela se jogou em cima de mim. — A voz de Seth está desesperada assim como a expressão em seu rosto. Jane solta uma risada de escárnio como quem não acredita. — Essa desculpa já é velha, Seth. Pelo menos seja homem suficiente e admita o que você fez. — Mas eu não fiz nada. Eu te amo e só quero você, meu amor. — Ele tenta levar sua mão até o rosto dela, mas Jane recua um passo. — Não me toque. — Ela diz com uma cara de nojo e vejo uma dor profunda se estabelecer nos olhos de Seth. — Jane, pelo amor de Deus, me deixe explicar. Eu sei o que parece... — Sim, eu também sei o que parece. Parece que eu me enganei com relação a você, você não é quem eu achava que era. Você é egoísta, você só pensa em sexo, em diversão, você é...Você é...Você é igual a ele. — Ela aponta rapidamente para mim e me lança um olhar de nojo misturado com pena. O que me faz recuar um passo. Seth nem faz menção em se virar para mim, ele olha para Jane fixamente e só para ela. — Minha linda, não fala assim, você me machuca. Eu te amo, eu juro por tudo que é mais sagrado que a única mulher que eu quero é você. Eu não fiz nada com aquela mulher e nem com nenhuma outra depois que eu conheci você. Eu não sabia dessa festa, na verdade eu sabia mas não era para ser uma festa assim, era para ser só uma pequena comemoração, as coisas saíram do controle, meu amor. Acredite em mim.

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— Como eu fui burra. Fui tão burra em achar que você na faculdade, com todas aquelas mulheres gostosas lá, iria ser fiel a mim, uma garota do ensino médio. Eu sou mais uma dessas garotas que se tornam tolas por estarem apaixonadas, que não enxergam o óbvio. Mas eu não vou mais ser assim. — Ela diz secando as lágrimas e parecendo ter acabado de tomar uma decisão interna. — Jane, por favor... — Não, Seth. Chega. Se é isso que você quer, se é assim que você quer viver... — Ela faz um aceno com a cabeça em direção ao nosso apartamento. — Então seja muito feliz fodendo qualquer uma por aí. Por que eu quero um homem que queira só a mim, quero um homem que me ame e que queira se casar comigo, não quero alguém que só pensa no prazer e não percebe que existem coisas mais importantes do que sexo. Eu não quero falar com você nunca mais, e muito menos te ver. Esqueça que eu existo, vá viver a sua vida desregrada e me deixe em paz. Adeus. — Ela se vira e começa a caminhar para longe, Seth está meio curvado, como se estivesse sentindo uma dor muito forte no peito. — Não, pelo amor de Deus, não vá embora meu amor. Não me deixe. — Seth vai até Jane e tenta segura-la, mas ela se esquiva violentamente e olha para ele com fogo nos olhos. — Já disse para não me tocar, não quero suas mãos em mim, Deus sabe onde elas estiveram e o que fizeram. Deixe-me em paz, Seth. Acabou tudo entre nós e eu não quero mais saber de você. Eu vou sofrer no começo, mas sei que vou superar, eu vou te esquecer. Vai ser fácil, vai ser só lembrar do que eu vi hoje. Seth solta um grunhido que vem do fundo do peito, um grunhido de quem está com a alma quebrada. Ele cai de joelhos na frente de Jane a agarra suas pernas, ele chora igual a uma criancinha. Diante de tamanho desespero, sinto meus próprios olhos umedecerem. — Não, Jane. Por favor, não faça isso comigo. Não sei viver sem você, meu amor. Eu sou quem você sempre achou que eu era, eu sou o homem certo para você, eu quero me casar com você...Deus, eu quero viver o resto da minha vida com você, então não me deixe. Jane coloca as mãos no rosto e seu corpo começa a tremer violentamente. — Eu te amo tanto, Seth. Por que você fez isso comigo? — Sua fala é quase inteligível devido a quantidade de soluço e choro que ela produz. — Eu também te amo, meu amor. Eu não fiz nada, nada, eu juro. Acredite em mim. — Seth se agarra firmemente as pernas de Jane e chora enquanto implora que ela não vá. Olho ao redor do estacionamento, mas não vejo mais ninguém observando a cena. Sinto-me um invasor, não deveria estar aqui, isso é intimo demais, mas não sei o que fazer. Talvez Seth precise de um ombro amigo, talvez eu possa ajudar de alguma forma.

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— Não aguento mais isso, está doendo muito. Preciso sair daqui, me solte. — Jane diz se desvencilhando do aperto de Seth. Ele relutantemente e lentamente afrouxa os braços e Jane dá um passo para trás. — Não me procure mais. — Ela solta em meio aos soluços e sai dali andando apressadamente. Mesmo com ela se afastando posso ver seus ombros balançando violentamente. — Não, Jane, não me deixe. Jane...Jane...Meu amor... — Seth grita para ela, mas ela não volta. Ele apoia as mãos no asfalto e chora. Com meu coração doendo por causa do sofrimento do meu amigo, com cuidado me aproximo dele. — Seth, venha. Você tem que sair daqui, venha irmão. — Paro ao seu lado e lhe estendo a mão. Ele controla o choro e gradualmente seus soluços param. Ele lentamente levanta o olhar em minha direção, e o que eu vejo ali me provoca arrepios. Ele me olha com puro ódio. — Você. — A palavra reverbera em seu peito e sai como um rugido, um olhar assassino me encara. — É tudo culpa sua, tudo culpa sua e dessa sua festa desgraçada. — Ele diz se levantando e eu recuo um passo. — Seth, cara, calma. — Digo com medo. — Calma? Olha só o que você fez! — Ele grita e sua voz ecoa no estacionamento vazio. — Por sua culpa a mulher que eu amo me deixou. Você convidou essas pessoas para a nossa casa, você convidou aquela mulher nojenta e olha o que ela fez! Ela acabou com a minha vida, vocês dois acabaram com a minha vida. — Ele grita a plenos pulmões, seu rosto fica vermelho devido à raiva, uma veia salta de seu pescoço devido pressão. — É tudo sua culpa, seu filho da puta. Por que você tem que ser esse idiota de merda que você é? Por que você tem que ser um prostituto do caralho? Por que você fez isso comigo, hein? — Ele se exalta mais se isso é possível – e se aproxima mais de mim, com passos ameaçadores. — É tudo a sua culpa. — Ele repete e com um passo fecha a distância entre nós, suas mãos se fecham em minha camisa e ele me puxa com violência para perto, nossos rostos a centímetros um do outro. — Se a Jane não acreditar em mim, se ela não voltar para mim, eu juro que eu vou acabar com você. Se ela não voltar, eu juro, Justin, eu vou te matar seu desgraçado. — Ele diz com os dentes cerrados e os olhos vermelhos pelo choro e pela raiva. E a única coisa que eu consigo pensar agora é: “Você ferrou com tudo, Justin. Você ferrou com tudo, seu pedaço de merda.” 

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Pego uma cerveja na geladeira e caminho até o sofá, ligo a TV e deixo no canal de esportes. Ao me sentar uma dor incomoda atinge minhas costelas, levanto minha camisa e observo os hematomas. Há alguns dias deixaram de ser roxos e agora estão meio amarelados. Pois é, Seth cumpriu sua palavra. Obviamente ele não me matou, mas fez um belo de um estrago na minha cara e em algumas outras partes do meu corpo. Uma semana depois do meu aniversário, Jane ainda não queria ver Seth nem pintado de ouro, então ele veio para cima de mim com toda a sua raiva e me deu uma bela de uma surra. Eu não revidei em nenhum momento, apenas fiquei deitado no chão deixando que ele me batesse. Eu não poderia bater em Seth, nem mesmo para me defender, quando eu sabia que ele tinha razão em estar furioso comigo. Ver a dor nos olhos dele durante toda aquela semana e saber que era culpa minha, doeu mais do que seus golpes. Ele e meu melhor amigo, e eu o amo. E mesmo agora, um mês depois de Jane terminar com ele, ele ainda anda por aí com aquele olhar triste nos olhos e aquela expressão desolada no rosto. Toda vez que eu olho para ele, tenho vontade de pedir que ele me bata de novo. Nunca imaginei que Seth ficaria assim com o termino de seu namoro, ele deve amar Jane de uma forma que eu nunca vou compreender. Por sorte, ele não deixou de falar comigo. Claro que nossa amizade não está mais como antes, as coisas estão estranhas entre nós, mas pelo menos ele não olhou em meus olhos e disse que nunca mais queria falar comigo. Não sei se eu aguentaria isso, Seth e eu somos amigos desde antes de ambos sabermos falar direito, ele não é só um amigo, é meu irmão. Espero com todo meu coração que ele consiga fazer Jane acreditar em sua inocência, porque do contrário, não tenho certeza que Seth vá algum dia me perdoar. Numa noite algumas semanas atrás, quando eu não estava conseguindo dormir por causa das dores dos meus hematomas, eu fui até a cozinha buscar um analgésico, chegando lá ouvi o barulho da TV vindo da sala. Quando espiei pela porta, vi Seth sentado no sofá encarando a TV, mas sem realmente assistir o que estava passando, e com um engradado de cerveja como companhia. Seus olhos estavam vermelhos e inchados e ele parecia uma merda. Aproximei-me meio hesitante e me sentei na poltrona longe do seu alcance, ele não olhou em minha direção. Ficamos sentados em silêncio por um tempo, logo ele começou a falar sobre aquele dia e eu apenas fiquei em silêncio, escutando-o. Era a primeira vez que ele tomou a iniciativa de me contar o que aconteceu naquela noite.

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Ele estava em seu quarto, a musica da minha festa chegando aos seus ouvidos mesmo com a porta fechada, impedindo-o de se concentrar em seus estudos para as prova finais. Ele havia se esquecido de trancar a porta. Uma loira platinada com uma bunda enorme e um peito igualmente grande (eu já havia provado ambos um mês antes, eram deliciosos) chamada Candy entrou em seu quarto achando que era o banheiro, ou pelo menos foi isso que ela lhe disse. Seth indicou a verdadeira direção do banheiro, mas Candy apenas sorriu para ele e fechou a porta atrás de si. “O que você está fazendo aqui sozinho, gato?” Ela lhe perguntou. Seth disse que tentou dispensa-la sem ser rude, porque algo na postura dela fez um alarme soar em sua cabeça, ele sabia que ter ela em seu quarto não era algo bom, mas ela se mostrou muito interessada nele e não parecia que iria sair dali tão cedo. Seth ficou desconfortável e só queria que ela fosse embora, não queria ser rude com ela desnecessariamente, mas estava praticamente expulsando-a do seu quarto. “Um gato como você não deveria estar sem companhia. Que tal se eu te distrair um pouco?” Nessa hora ele percebeu que claramente ela estava disposta a deitar na cama e abrir as pernas para ele, um cara totalmente desconhecido para ela. Ele se levantou e disse que tinha namorada. “E daí? Ela não está aqui, não é? Será o nosso segredinho.” Ela se aproximou dele e acariciou seu peito, ele se afastou. “Que foi, gato? Vem aqui, você pode ter o que quiser de mim.” Ela disse maliciosamente e segundo Seth, ele ficou enojado na hora. “Não. Por favor, acho melhor você ir embora e procurar alguém que queira te dar o que você quer.” Seth foi firme, e ela riu. “É tão fofo você ser fiel, mas nenhum homem é sempre fiel. Todos possuem um limite, qual é o seu?” Seth ficou a encarando sem saber o que dizer, ela se aproximou mais e encostou seus peitos nele. “Talvez esse seja o seu limite?” Ela perguntou e surpreendendo Seth, agarrou a barra da sua blusa e tirou a camisa. E não é que a vadiazinha estava sem sutiã?! Ela ficou lá com aquelas peitões a mostra e Seth estava chocado demais para dizer ou fazer algo. Ela o agarrou e jogou-o na cama, subindo em cima dele e atacando sua boca enquanto se esfregava nele. Nesse exato momento Jane abriu a porta e viu ele “beijando” Candy, e anda por cima ela estava nua da cintura para cima. É claro que ela achou que Seth sabia da festa e que estava a traindo com aquela loira que estava com ele na sua cama. E o fato de ela ter passado pela sala e pelo corredor e presenciado várias pessoas se

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pegando e praticamente fazendo sexo na sua frente, só colaborou para que ela pensasse que Seth frequentemente estava a enganando e que nós sempre fazíamos festas orgásticas. Jane saiu correndo de lá e Seth foi atrás, e as cenas seguintes foram as que eu acompanhei. Durante todo esse mês que se passou, Seth vem tentando convencer Jane que ele não fez nada com Candy, e que foi ela que se jogou em cima dela. Mas como eles estavam no quarto dele, deitados na cama, às bocas coladas e ela estava praticamente nua, é claro que Jane não acreditou nele. — Filho da puta! — Seth entra em nosso apartamento parecendo extremamente furioso e bate a porta com força. Ele começa a andar de lá para cá passando as mãos pelos cabelos e murmurando xingamentos e ameaças. Por um momento tenho medo, mas então percebo que sua fúria não é dirigida para mim. Ele parece tão transtornado e furioso que tenho medo perguntar o que aconteceu. Mas uma coisa é certa, se ele está tão afetado assim, o que quer que tenha acontecido tem a ver com Jane. — Eu vou matar aquele filho da puta, eu juro que vou mata-lo. Se ele pensa que vai ficar com ela, está muito enganado. Ela é minha, se ele encostar nela eu vou acabar com ele...Quem ele pensa que é? Se fazendo de prestativo, carregando a mochila dela... — Ele resmunga para si mesmo, solta um grunhido de raiva e dá um soco com força na parede, quando ele soca a parede com toda sua força de novo eu me levanto. — Ei cara, calma, você vai se machucar. O que aconteceu? — Pergunto com cautela. Ele se vira e me olha como se só agora tivesse percebido minha presença. — Aquele filho de uma puta aconteceu. — Ele diz descontrolado. — Que filho da puta? — Pergunto confuso. — O filho da puta do Ryan Johnson. — Ele diz o nome fazendo uma careta de nojo. — Quem é esse? — Esse é o moleque que está afim da minha Jane. Ele sempre gostou dela, quando eu a conheci eles estavam tendo um lance, mas ela acabou ficando comigo, só que esse filho da puta do Ryan sempre gostou dela. Eles são colegas e ela sempre me disse que eles eram só amigos, mas eu sei muito bem que ele quer algo mais. — E o que esse cara fez para te deixar nesse estado? — Eu fui até o colégio da Jane, queria tentar falar com ela de novo, faze-la acreditar em mim. Fiquei dentro da minha caminhonete esperando ela sair, acontece que quando ela estava saindo para ir embora, ela não estava sozinha. O Ryan “Filho da puta” Johnson a

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estava acompanhando, carregando a mochila dela e falando alguma coisa que fez ela rir. Ele a levou até o seu carro e ela entrou, você acredita nisso? — Ele me contava o que havia acontecido quase gritando, continuava andando de lá para cá, não conseguindo ficar quieto. Parecendo pronto para saltar no pescoço da pessoa mais próxima – infelizmente para mim, essa pessoa sou eu – e estrangula-la com as próprias mãos. — É claro que eu os segui, e sabe aonde o desgraçado levou ela? No cinema...Você acredita que esse idiota levou a minha Jane no cinema? E ela foi com ele de bom grado, estava sorrindo para ele e os dois estavam andando juntinhos. E eles foram assistir a um filme romântico, a porra de um filme romântico. Caralho, isso é foda. O que será que eu devo dizer para ele? Não faço a mínima ideia, nunca estive nessa situação antes. Nunca senti ciúmes em toda a minha vida, de ninguém. Nem mesmo da minha mãe quando meus irmãozinhos, Holly e Jax, chegaram e ela deu toda a atenção para eles. Completamente desconheço esse sentimento, então não sei como ajudar meu amigo. — E eu não falei a pior parte. Eu fui falar com a Lucy, a melhor amiga da Jane, para perguntar o que está rolando entre a Jane e esse cara. Ela estava tão furiosa comigo quanto à própria Jane, ela quase me bateu por achar que eu tinha traído a amiga dela. E jogou na minha cara que a Jane vai ao baile de formatura com o Ryan. Ele a convidou semana passada e ela aceitou, Lucy disse até que elas saíram procurar por vestidos e que Jane estava animada...Eu é que ia levar ela ao baile. Ela tinha que estar animada procurando vestido para ficar bonita para mim, e não para ele. — Ele grita e dá mais um soco na parede. — Calma, Seth. Você precisa se acalmar ou vai acabar derrubando o apartamento. — Digo. — Me acalmar? E como você acha que eu vou conseguir fazer isso? Me diga, como? — Ele se vira para mim e me olha com seus olhos injetados de raiva. Recuo um passo, não é uma boa ideia faze-lo redirecionar sua raiva para mim, ainda estou me recuperando da última vez que isso aconteceu. — Cara, não fique com raiva de mim, eu só estou tentando te ajudar. — Digo erguendo ambas as mãos em sinal de paz. — Humpf! Você já fez mais que o suficiente. — Suas palavras são frias como gelo. Seth senta-se no sofá e esconde o rosto nas mãos, ao fazer isso observo que os nós de seus dedos estão bem machucados. — Não acredito que a perdi. — Seu tom glacial parece ter ido embora, agora está mais para um tom de derrota. — Você não a perdeu, Seth. Jane te ama, sei que vocês vão acertar tudo logo. — Digo tentando anima-lo. — Mas ela não acredita em mim, ela acha que eu e a estava traindo. Deus, e eu não posso nem ficar magoado por ela não acreditar em mim.

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A cena que ela presenciou, aquela mulher com os seios nus se esfregando em mim...Droga, se a situação fosse ao contrário, eu também teria reagido como ela. — Você vai conseguir provar que não fez nada. Ela tem que acreditar em você, meu Deus, se tem alguém incapaz de trair, esse alguém é você. É só olhar na sua cara para ver o quanto a Jane significa para você, não tem como acreditar que você faria uma coisa dessas. Isso está mais parecido com algo que eu faria. — Jane acredita. Ela realmente acredita que eu a trai, ela não quis nem me deixar explicar, ela disse que uma imagem vale mais do que mil palavras. — Talvez ela só precise de mais tempo. — Sugiro. Apesar que um mês já deveria ter sido tempo suficiente para ela esfriar a cabeça. — Mais tempo? Mais tempo para que? Para ela ficar saindo com ele e se esquecer de mim? — Ele me olha desolado, sua voz agora não passa de um sussurro sem esperança. — E o que você pretende fazer? Desistir dela e deixar aquele filho da puta ficar com a sua garota? Olha Seth, você sabe muito bem que esse negocio de se apaixonar não é comigo, mas se eu fosse apaixonado por alguém e estivesse na mesma situação que você, o inferno que eu ia desistir tão facilmente assim e deixar outro ficar com o que é meu. Você tem que lutar, cara. — Eu não sei o que fazer, Justin. Eu já tentei de tudo, mas ela não quer me ouvir. Parece que ela não pode nem me olhar, todas as vezes que eu fui tentar falar com ela, sua expressão se transformava em nojo. Você tem noção do que é isso, cara? A mulher que eu amo tem nojo de mim. — Suas últimas palavras quase não saem, lágrimas de tristeza escorrem pelo seu rosto. Nesse momento, pela primeira vez, mesmo sabendo que Jane não é a culpada nessa história e eu sou, fico com raiva dela. Raiva dela por fazer meu melhor amigo, meu irmão, sofrer dessa forma. Tenho raiva de mim também, é claro, mas também tenho raiva dela e até desse tal de Ryan. Seth solta um suspiro de fazer doer à alma e se levanta, caminhando com passos arrastados, segue em direção ao seu quarto. — Seth? — Chamo-o. — Hum? — Você vai desistir? Ele se vira em minha direção e me olha parecendo sem vida. — Não, eu não vou. Eu só preciso pensar o que eu tenho que fazer para tê-la de volta, e eu farei...Qualquer coisa. — Ele diz e volta a caminhar em direção ao quarto.

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Sento-me no sofá e tomo um gole da minha cerveja esquecida. Odeio ver Seth assim, tanto furioso como quando ele entrou aqui, como todo deprimido. Não sei de qual dos dois Seths eu tenho mais medo. Sei que é um pensamento egoísta, mas ainda bem que isso nunca aconteceu comigo...Me apaixonar quero dizer. Não sei se eu aguentaria passar por isso que ele está passando. Não aguentaria se alguém destruísse meu coração. É por isso que eu o mantenho muito bem guardado, e nunca o darei para ninguém. Ninguém. Nunca.

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Dependência Justin Deixo meu corpo cair na cama. — Meu Deus. — Fecho os olhos e tento estabilizar minha respiração. — Se isso não é o paraíso, então não sei o que poderia ser. — Digo sinceramente e escuto uma risadinha ao meu lado. Abro meus olhos e admiro a bela mulher deitada a minha direita. Savannah está deitada de lado, me observando. Ela segura o lençol branco na altura do peito, escondendo suas curvas delicadas, seus cabelos estão espalhados pelo travesseiro, parecendo uma capa de veludo. Suas bochechas estão coradas, seus lábios inchados devido aos meus beijos incessantes e seus olhos brilham com satisfação. “Deus, como ela é linda!” Viro-me de lado para ficarmos frente a frente. Não resisto à tentação de tocar sua pele perolada e macia, então estico minha mão e acaricio a pele nua de seu ombro. — Então? — Pergunto dando-lhe um sorriso de canto. — Acha que eu cumpri com o prometido? — Pergunto subindo minha caricia para seu pescoço. Ela faz uma cara brincalhona, fingindo avaliar a situação, e então sorri largamente e solta um suspiro. — Sim, sua promessa foi mais que cumprida. — Chego mais perto, aproximando nossos corpos, e estico meu braço. Savannah deita-se nele e se aconchega em mim, sua mão indo até minhas costas e fazendo carrinhos circulares com seus dedos. — Então você teve o melhor orgasmo da sua vida? — Pergunto com um sorriso convencido no rosto enquanto passo minha mão pelas curvas do seu corpo. — Sim, mas acho que você já sabe disso, não é? Você e provavelmente todos os seus vizinhos. — Ela dá um sorriso tímido e um tom rosado se espalha por suas bochechas. Deus, ela é tão adorável. Como ela consegue ser uma mulher extremamente sexy, ávida e sensual numa hora, e na outra ser tão tímida, delicada e encantadora? — Hey, não tem com que se envergonhar, eu gosto de te ouvir. Uma mulher que não tem medo de mostrar o quanto está sentindo prazer na cama, é muito sexy e excitante. Eu adoro os barulhos que você faz, me deixam louco.

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Ela sorri timidamente com minhas palavras e morde o lábio inferior, fazendo um arrepio percorrer todo o meu corpo e indo direto para meu pau. “Ah, esse lábios!” — Mas e os seus vizinhos, você acha que eles ouviram alguma coisa? — Ela pergunta franzindo a testa, fazendo um vinco de preocupação se formar ali. — Não se preocupe, as paredes são grossas. E além do mais, se alguém ouviu, eles devem se considerar uns bastardos sortudos. — Justin! — Ela diz em tom indignado e esconde o rosto em meu peito. Eu rio e acaricio seus cabelos. — É brincadeira, baby. Ninguém te ouviu, fique tranquila, não deixe isso te impedir de gritar meu nome quando estiver gozando. Eu fodidamente adoro isso. Não posso ver seu rosto, mas a certeza de que ela está corando me faz sorrir. Adoro o jeito que ela fica quando está sem graça. É a coisa mais fodidamente cativante que eu já vi. É engraçado, quando Savannah e eu estamos transando, ela adora que eu fale sujo. Ela nunca me disse isso com todas as letras, mas eu percebo o quanto ela fica excitada quando eu sussurro em seu ouvido. Mas quando eu falo coisas assim em outros momentos, ela se comporta como uma virgem, ficando tímida. Eu acho isso extremamente excitante. Essa mistura perfeita que ela tem de uma mulher recatada e uma mulher voraz, me deixa tão duro. Ficamos um bom tempo assim, calados e com as pernas e os braços entrelaçados. Já estamos tão confortáveis com essa situação de “amigos com benefícios” que nenhum dos dois sente a necessidade de preencher o silêncio conversando sobre qualquer besteira. Estamos confortáveis assim. Eu nunca fiquei assim, abraçado, com mulher nenhum depois que transamos. Nem mesmo com...Nem mesmo com ela. É bom, eu gosto. Nas primeiras noites foi um pouco estranho para mim, mas agora eu gosto muito, eu até anseio por esse momento em que logo depois de ter um orgasmo maravilhoso, Savannah se aconchega em mim. Eu gosto muito de sentir suas curvas contra o meu corpo, o atrito da sua pele com a minha, e até mesmo seus cabelos que insistem em ir na minha cara quando estamos dormindo, eles cheiram tão bem. Gosto também das nossas conversas antes de dormir, muitas noites estamos cansados demais para conversar ou até mesmo sem assunto, então aproveitamos do silêncio confortável, mas há noites em que passamos horas conversando. Às vezes desabafando um com o outro, contando algo de bom que aconteceu naquele dia ou revivendo nossas

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memórias preferidas, compartilhamos.

preferencialmente

as

memórias

que

Como naquela vez quando Savannah tinha 14 anos e teve o seu primeiro encontro. Lembro que Seth ficou louco quando soube que seus pais tinham deixado sua irmãzinha sair em um encontro com um cara dois anos mais velho. Sem contar para ninguém, ele e eu seguimos Savannah e Luke. Ficamos observando enquanto ele a levava para jantar e depois iam ao cinema. Claro que Seth comprou duas entradas para a mesma sessão, então entramos sorrateiramente na sala quando as luzes já tinha se apagado e sentamos cinco filas atrás de Luke e Savannah. Ficamos uma hora inteira praticamente deitados em nossas cadeiras para não correr o risco que eles nos vissem. Mas quando Luke abraçou Savannah e estava prestes a beija-la na boca, Seth se levantou rapidamente e arrancou o pobre coitado de cima da irmã. Seth ficou lá exigindo explicações enquanto o coitado do garoto se borrava nas calças e tentava gaguejando explicar o que ele estava querendo fazer com a irmãzinha dele. Nós quatro fomos expulsos do cinema, Savannah ficou tão furiosa com Seth e eu por arruinarmos seu primeiro encontro. Ela ficou duas semanas inteiras sem falar conosco. Enquanto revivíamos essa memória, ela tentou fingir que ainda não havia me perdoado completamente por aquela noite, mas logo desistiu e começou a gargalhar comigo. Savannah está tão quieta em meus braços que acho que ela adormeceu, mas então ela se mexe e se levanta, sentando na cama. Cobrindo a parte da frente do seu corpo com o lençol, mas deixando suas costas totalmente nuas, para o meu deleite. — Você me dá uma carona? — Ela pergunta e eu franzo a testa. — Carona para onde? — Pergunto confuso. — De volta para meu dormitório. — Ela diz se levantando e levando consigo um dos lençóis, se enrolando nele. — Como assim? Achei que você fosse dormir aqui, como nas outras noites. — Digo fazendo uma carranca. Durante todo esse mês que Savannah e eu estamos nos relacionando, ela dormiu aqui todas as noites. Todas. Sem exceção. No meu banheiro até tem uma escova de dente para ela e alguns daqueles produtos pósbanho para as mulheres que eu decidi comprar depois que fazia duas semanas que ela estava dormindo no meu apartamento. Também desocupei uma gaveta e um espaço no meu guarda roupa para ela deixar algumas roupas quando ela deu a desculpa que não poderia mais dormir aqui todas as noites porque era muito trabalhoso ficar trazendo mudas de roupas para se arrumar no dia seguinte. — Eu sei, desculpa, mas hoje não vai dar. — Ela diz colocando a roupa. — Por que não? — Pergunto bravo.

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— Eu tenho uma prova muito difícil semana que vem, o semestre está acabando e a semana de provas se aproxima. Combinei de me encontrar com as meninas da minha turma amanhã na biblioteca, logo de manhã, às 7 horas. Vamos passar a manha toda estudando, depois almoçamos e voltamos para estudar mais. — Não vejo o porquê você não pode dormir aqui. — Se eu dormir aqui, para chegar a tempo no horário que eu marquei com elas, eu teria que acordar cedo demais. Além do mais, você sabe muito bem que o horário que eu acordo não é o mesmo que eu me levanto, não é? — Ela me olha com uma expressão acusadora. Não tenho culpa que ela acorda sexy pra caralho todas as manhãs. — Você não precisa ir, eu prometo que não encosto um dedo em você quando acordar e te levo em tempo recorde até a universidade. Você vai chegar super a tempo de se encontrar com suas colegas, prometo. — Tento soar despreocupado, como se não estivesse implorando. — Obrigada, mas acho melhor eu dormir no meu apartamento essa noite, faz tantas noites que eu não durmo lá. Acho que vai ser bom dormirmos sozinhos às vezes. Pense assim, você não vai ter ninguém para dividir a cama, vai ter essa King Size só para você. — Ela diz sorrindo, eu retribuo sorriso mas sem vontade, decido não dizer mais nada para não parecer desesperado e concordo com ela, tentando não parecer tão desapontado quanto estou. De má vontade levanto-me e me visto. Ela pega sua bolsa e se encaminha para a porta. De mau humor pego minha carteira e as chaves do carro e descemos.  Ajeito o travesseiro e deito. Viro para o outro lado e puxo o edredom até meu pescoço. Não fico nem cinco minutos assim e me viro para o outro lado, puxo o edredom para baixo, deixando-o em minha cintura. Fecho os olhos e tento desligar minha mente de tudo para que eu consiga dormir. Não funciona. Viro, ficando de barriga para baixo, aperto os olhos com força e solto um suspiro. Preciso dormir, daqui a poucas horas vou ter que levantar e ir trabalhar. Viro-me de novo, deitando de costas. Olho para o relógio e vejo que são 1:30 da manhã. Eu tenho que acordar às 6h. Ótimo. Eu sempre dormi como uma pedra, então porque porra eu estou me revirando na cama faz horas sem conseguir dormir? Que saco. Percebendo que não vou conseguir dormir tão cedo, decido me levantar e trabalhar um pouco. Vou até meu escritório, sento-me na poltrona de couro e ligo o notebook. Começo a trabalhar na nova proposta que vou ter que apresentar para os acionistas da Thompson Reuters Company, na semana que vem.

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Peixe grande. Se eu fechar esse negócio, meu chefe vai beijar a sola do meu sapato. Será um dos maiores contratos já assinados por nossa empresa. Sem falar que ter a Thompson Reuters Company na nossa lista de clientes irá atrair muitas outras empresas e companhias de renome para nós. Já tenho a apresentação toda na minha cabeça, comecei a trabalhar nela alguns dias atrás e tenho mais essa semana para deixa-la perfeita. As horas vão passando, continuo trabalhando na minha proposta enquanto nas minhas costas Dallas pulsa com sua vida noturna selvagem. 

Savannah Visto uma roupa confortável, calça cargo verde musgo e uma regata branca. Desligo o secador e arrumo meu cabelo em um rabo de cavalo funcional. Graças a Deus que quando voltei da minha maratona de estudos com as meninas, Aletta não estava em casa. Assim pude tomar meu banho tranquilamente e agora, vou poder comer alguma coisa na mais completa paz. Estou tão cansada para fazer algo mais elaborado, então decido fazer apenas um sanduiche. Depois de comer vou cair na minha cama e desmaiar até amanhã. Se fosse por Justin, eu estaria fazendo meu caminho para sua casa agora mesmo. No final da tarde, quando eu ainda estava na biblioteca me matando de estudar, recebi uma mensagem dele. Ele queria saber se eu estaria lá no horário de sempre. Respondi dizendo que hoje não poderíamos nos encontrar, pois depois de estudar o dia inteiro, estava sem energia e a única coisa que eu queria era a minha cama. Ele demorou em responder, e quando o fez, foi um curto e grosso “tudo bem, nos vemos amanhã.” Muito diferente da sua primeira mensagem, que parecia mais animada. Talvez ele tenha ficado chateado por não tê-lo avisado antes, mas se for isso, ele está exagerando. Nós passamos o último mês inteiro nos vendo todos os dias, além de eu ter dormido todas as noites em seu apartamento. Um ou dois dias sem sexo não deve mata-lo. Caminho até a cozinha, mas paro no meio do caminho quando escuto alguém batendo na porta, então vou abri-la. Quando abro a porta, o ruivo do outro lado dela era a última pessoa que eu esperava ver. Desde o dia em que eu joguei aquela caixa em seus braços e disse que tudo entre nós havia terminado definitivamente, Vince não me procurou mais, até hoje.

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— Oi Savy. — Ele me cumprimenta com aquele sorriso que eu tanto amava, surpreendentemente, percebo que ele já não me afeta tanto quanto antes. — O que você está fazendo aqui? Aletta não está. — Eu não vim aqui por ela, vim falar com você. Posso entrar? — Olha, Vincent, se eu me lembro bem, eu havia dito que não queria mais te ver. Então, adeus. — Digo fechando a porta, ele estica o pé, me fazendo abri-la de novo. — Espere, Savy. — O que foi?- Pergunto apoiando uma mão em minha cintura e outra na porta. — Você gostou das minhas flores? — Ele pergunta e eu o olho com confusão. — Que flores? — Pergunto. — Eu te enviei um buquê de rosas vermelhas. Você não recebeu? — Agora ele é quem parece confuso. — Um momento, o buquê era para mim? — Como assim? — Três dias atrás Aletta recebeu um buquê de rosas vermelhas, mas ela disse que era para ela. — Explico. — Mas que vadia. — Ele sussurra para ele mesmo enquanto esfrega o queixo. — Não era para ela coisa nenhuma, era para você. Eu tinha até escrito um cartão com o seu nome. Pedi que o garoto da floricultura estregasse somente para você, mas que idiota. — Bem, então obrigada pelas flores. Mas você não deveria ter feito isso, não estamos mais juntos. — Sinto muito que você não tenha recebido meu presente. Eu sei muito bem que não estamos mais juntos, mas isso não me impede de continuar pensando em você, Savy. Eu te amo. — Por favor, não comece. — Peço. — Estou com tanta saudade de você, linda. Diga-me o que eu posso fazer para te ter de volta. — Vincent, eu já disse, acabou. — Dizer essas palavras não doeu tanto como na última vez. É claro que eu não superei Vince completamente, ver ele ainda mexe comigo, mas fico aliviada em constatar que ele não me afeta tanto quanto antes, apesar de ainda provocar algumas reações em meu corpo. — Savy, minha linda, não seja tão dura comigo, por favor. Eu me arrependi de ter feito o que fiz, eu nunca mais vou olhar para outra mulher, eu prometo. Volte para mim e vamos continuar de onde nós paramos. A gente sempre se deu tão bem, a gente se ama tanto, não deixe Aletta atrapalhar isso.

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— Acontece que não dá, Vincent. Eu não consigo esquecer o que você fez, a magia acabou. Mesmo que voltássemos, não seria como antes. Não insista em tentar reviver algo que está definitivamente morto. — Surpreendendo a mim mesma, minhas palavras saem calmamente. Ele dá um passo para frente e chega muito perto de mim, sua mão vem para o meu rosto, ele acaricia minha bochecha e seu toque já não me provoca mais arrepios. — Eu quero voltar a ser só Vince para você, quero escutar de novo você me chamando de “meu amor,” quero voltar a passar a maior parte do dia ao seu lado, quero voltar a fazer amor com você, Savannah. Oh caramba! Agora ele conseguiu alguma reação perceptível do meu corpo. Fazer amor...Eu sinto falta disso. Por mais que as minhas noites com Justin seja arrebatadores e inesquecíveis, o que nós fazemos em sua cama é sexo, e eu sinto falta de fazer amor. De ter essa intimidade com alguém que eu ame e que me ame de volta. Ser selvagem, mas apaixonado ao mesmo tempo. O sexo com Justin é selvagem, feroz, necessitado, mas nunca suave, terno, carinhoso ou apaixonado. Eu não quero me esquecer de como é isso, não quero só fazer sexo sem amor. Talvez eu possa ter isso de novo, algum dia. Mas infelizmente, não será com Vince, mesmo que eu me sinta tentada a ceder. — Sinto muito, mas não tem mais volta para nós. Realmente acabou tudo. Quanto antes você aceitar isso, melhor. Só tente não cometer o mesmo erro com a próxima garota pela qual você se apaixonar, ok? — Eu sou apaixonado por você, só por você. E eu vou provar isso, vou te mostrar que eu te amo e vou conseguir você de volta, você vai ver. — Ele diz parecendo determinado. — Adeus, Vincent. — Adeus não, Savy. Até logo. — Ele diz e então se afasta, me dá um sorriso um pouco triste e se vai. Fecho a porta e apoio minha testa nela, fechando os olhos os aperto com força. Depois de alguns segundos me dirijo ao meu quarto. Perdi a fome.  Assim que termino de guardar meus materiais na bolsa escuto meu celular tocando, saindo da sala de aula olho para o visor e sorrio ao ver quem está me ligando. — Alô? — Olá, baby. — A voz sexy de Justin diz do outro lado da linha. — Não estou te atrapalhando, não é? Está em aula? — Não, não. Minha aula acabou de terminar.

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— Estou te ligando para avisar que eu vou sair um pouco mais tarde do trabalho hoje, então teremos que nós encontrar uma ou duas horas depois do horário de sempre. Ele diz e eu paro. Droga esqueci de avisa-lo. Fico em silêncio tentando descobrir como dizer para Justin que pela terceira noite consecutiva, não irei dormir em seu apartamento. — Ainda está aí, baby? — Sim, estou aqui. — Algum problema? — Não, é só que...Eu meio que tenho um compromisso hoje a noite, então não poderemos nos ver. — Ah de novo, Savannah? Mas que porra. — Ele parece bravo. — Sinto muito, amanhã nos vemos, prometo. — Eu quero te ver hoje, droga. Não dá para você cancelar seu compromisso? — Não, sinto muito. — Mas o que de tão importante você vai fazer, afinal? — Ele pergunta e pelo tom de sua voz posso apostar que nesse momento ele está com uma carranca na cara. — Hoje a noite terá uma exposição no museu Meadown de 62 pinturas raras pintadas por Van Gogh, Monet, Homer e Seurat. A mulher daquele filantropo, Paul Mellon, doou as pinturas depois que ele morreu e será a primeira vez que elas serão expostas ao publico. — Você vai me trocar por algumas pinturas, é isso? Por que você não vai outra noite? — Porque essa é a única noite de exibição aberta ao publico. Amanhã os quadros vão para o museu da Califórnia. Combinei com minhas colegas de irmos juntas na exposição. — Você não precisa ir. — Rio do seu tom de voz. — Claro que eu preciso, Justin, eu estudo História da Arte. — Urgh! Tudo bem. Eu te ligo amanhã então, ok? — Ele diz de mau humor. — Tudo bem, até amanhã, tchau. — É, tanto faz, tchau. — Ele diz e desliga, não posso evitar e sorrio com o seu jeito. Esse mau humor todo é só porque não vamos nos ver de novo hoje? Nossa!  Eu e as meninas chegamos ao museu Meadown cerca de uma hora depois da exposição ser aberta. O local não estava lotado, mas também não estava exatamente tranquilo, várias pessoas vieram aproveitar,

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assim como nós, para ver essas pinturas magnificas que nunca tinham sido expostas ao publico. Eu, como uma apaixonada estudante da História da Arte, estou me sentindo deslumbrada com essa oportunidade de ver tão de perto tais pinturas. Zoey, Britt, Darla e eu andamos lentamente, parando em frente a cada caixa de vidro, protegida atrás de uma corda vermelha, que guarda as valiosas obras de arte. — Amei esse, olhe como é maravilhosamente simples. — Digo observando uma pintura de uma paisagem bucólica, com várias pessoas em suas roupas de camponês e uma casa vermelha e simples ao fundo, cercada por colinas verdes. — Meninas? — Pergunto quando não obtenho resposta ao meu comentário. Viro-me e percebo que perdi de vista Zoey, Britt e Darla. “Droga, onde essas meninas foram? Não acredito que me perdi delas.” Acho que eu estava tão absorta com a beleza simplista do quadro que não notei que elas seguiram em frente. Mas que seja, não me importo de ficar sozinha se isso significa que eu posso seguir meu ritmo e admirar os quadros o tempo que eu quiser. Lentamente, levando o meu tempo, vou passando de quadro em quadro. Admirando, absorvendo a arte e deixando que ela me inspire. Não gosto de simplesmente passar o olhar pela tela e seguir para a próxima. Não. Eu gosto de observar cada detalhe, cada pequeno e mínimo detalhe, que para mim, faz toda a diferença e só ajuda a me mostrar o porquê isso é considerado um obra de arte. As pessoas que fizeram isso tinham um dom, e não serei eu quem passará apressadamente por cada uma das obras sem dar o devido valor. Aproximo-me o máximo que posso da corda vermelha que delimita até onde podemos ir, me curvo um pouco sobre ela na esperança de conseguir chegar mais perto da pintura e observa melhor os pequenos detalhes. — Deus, baby, será que você faz parte da exposição? Porque estou percebendo muitos olhares em você esta noite. — Uma voz sexy sussurra em meu ouvido, me fazendo dar um pulo e me desequilibrar. Antes que eu me enrosque na corda vermelha e caia para o outro lado dela, mãos fortes seguram meus braços e me puxam para junto de um corpo firme. Viro-me e meu olhar cruza diretamente com os olhos azuis mais lindos que eu já vi, olhos que eu conheço muito bem. — Justin? O que faz aqui? — Pergunto surpresa enquanto o moreno me encara com um sorriso malicioso nos lábios. Suas mãos ainda me seguram e nossos corpos estão colados. Posso sentir o frescor do aroma do seu sabonete e perfume, seus cabelos pretos estão levemente

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molhados, penteados numa bagunça tão sexy que faz o meio das minhas pernas pulsar. Deus, esse homem poderia facilmente ser considerado um Deus grego, só que muito mais bem dotado do que as estatuas de mármore que eu vi. — Vim ver a exposição, não é óbvio? — Ele diz e dá uma piscadinha para mim, aliviando o aperto de suas mãos em meus braços. Dou um passo para trás, essa proximidade é perigosa demais, se ele continuar me olhando da forma que ele está nesse exato momento vou acabar me esquecendo de que temos publico e vou pular em seus braços. — Esse não é o motivo. Você não estava nem aí para a exposição quando eu te falei dela mais cedo. — Digo cruzando os braços, desconfiada. — Mudei de ideia. Pensei sobre ela e me pareceu tão interessante. Estou curioso para ver os tais quadros de Van Gogh e não sei mais quem. — Ele diz fazendo um maneio de mão, apontando para as obras expostas. — Ah sim, posso perceber que você está exalando interesse. — Digo revirando os olhos. — Vejo que não acredita em mim. Mas estou falando a verdade, por que mais eu viria a um museu se não para ver as obras expostas? — Ele pergunta com ar inocente. Por um momento penso em respondê-lo e dizer que acho que ele veio atrás de mim. Mas refreio minha língua, não quero fazer papel de idiota, é óbvio que não deve ser esse o motivo. Ele deve ter ficado realmente curioso com a exposição, ele não veria até aqui somente para me ver, não é como se ele não conseguisse aguentar mais e precisasse me ver imediatamente. “Que idiota, Savannah. Você nunca foi o tipo de mulher irresistível.” — Está certo então. Aproveite a exposição. — Digo dando-lhe um sorriso e saindo para o lado, mas logo a mão de Justin me segura pelo cotovelo, me fazendo virar novamente para ele. — Ei, espera um minuto. Já que nós dois estamos aqui, por que não aproveitamos da companhia um do outro? — Tenho que achar minhas amigas, eu me perdi delas. — Digo. — Tenho certeza que elas estão bem com você ficar um pouco comigo. Venha, eu não entendo nada de arte, talvez você possa me ensinar alguma coisa. Como, por exemplo, por que diabos as pessoas ficam admiradas com um quadro de algumas frutas em cima da mesa. — Ele diz e eu não aguento, jogo minha cabeça para trás e solto uma gargalhada. Rapidamente me recomponho quando várias pessoas próximas a nós me olham de cara feia, sinto minhas bochechas pegarem fogo. — Tudo bem, vamos então. Justin e eu seguimos observando as pinturas, em todas elas eu tinha que lhe explicar o porquê daquilo ser algo tão admirado pelas pessoas,

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tentava lhe fazer enxergar como aquilo na nossa frente era algo belo. Ele insistia em dizer que eu era a obra de arte mais linda ali, e que ele preferia ficar observando a mim, então eu ria e seguíamos para a próxima pintura. Quando estou observando a sétima pintura depois da chegada de Justin, escuto ele soltando um gemido ao meu lado. — Mas que inferno, não aguento mais isso. — Como é?- Viro-me para ele e pergunto. Ele se aproxima e encosta sua boca em minha orelha. — Venha comigo. — Ele sussurra numa voz sensual e meu corpo todo se arrepia ao sentir seu hálito quente. Antes que eu possa respondê-lo, Justin entrelaça seus dedos nos meus e me puxa consigo, me guiando para Deus sabe onde. — Justin, espera. Onde estamos indo? — Ele anda com tanta pressa, me puxando com sigo, que tropeço algumas vezes e esbarro em algumas pessoas. Meus pedidos de desculpas ficando para trás enquanto Justin me conduz com demasiada pressa. — Onde estamos indo, Justin? — Pergunto mais uma vez. — Tenho que achar um lugar. — Um lugar para que? — Pergunto e ele para abruptamente, quase me fazendo me chocar contra suas costas. Ele se vira e o que eu vejo em seu olhar faz com que uma corrente elétrica de pura excitação percorra todo meu corpo, desde o topo da minha cabeça até o dedão do pé. — Acho que não é preciso dizer o óbvio, mas você estava certa, eu não vim aqui pelas obras de arte. Eu vim para te convencer a ir para casa comigo. — Justin, eu já te disse que eu realmente quero ver essa exposição. Não estou saindo daqui. — Digo determinada e fazendo um biquinho emburrado. Ele sorri e se aproxima de mim para sussurrar algo. — Eu sei, baby. Por isso e por causa da minha pressa de estar dentro de você, eu tive que mudar meus planos. Não estamos mais indo para meu apartamento, estamos indo achar um canto nesse lugar onde eu possa levantar seu vestido e me enterrar fundo dentro de você. — Escuto suas palavras com a boca entreaberta e um baixo gemido escapa por meus lábios. — Isso mesmo, baby. Venha, vamos fazer sexo selvagem no museu. — Ele começa a me puxar novamente e dessa vez eu permito sem nenhum protesto. Suas palavras me deixaram em chamas, sinto o liquido da minha excitação escorrendo entre minhas pernas.

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Justin vai nos guiando por entre os corredores, quanto mais para o norte da construção nós vamos, menos pessoas encontramos. Até que paramos em frente a uma porta com uma placa e com os dizeres: ATENÇÃO! ACESSO RESTRITO APENAS FUNCIONÁRIOS — Perfeito. — Ele diz e olhando para os dois lados do corredor, abre a porta e me puxa para dentro da sala mal iluminada. — Justin, não deveríamos entrar aqui. E se alguém nos achar? — Por algum motivo estou sussurrando. — Não se preocupe, linda. É só não fazermos barulho. — Ele fecha a porta e eu observo a sala que entramos. Está iluminada apenas por fracas luzes amarelas fixadas nas paredes, vejo algumas estátuas, vasos e pinturas. Deve ser alguma exposição ainda não aperta ao publico. Justin vem faminto para cima de mim, seu braço enlaça minha cintura e puxa meu corpo para junto do seu enquanto sua outra mão sobe até meu pescoço. Sua boca desce na minha e ele ataca meus lábios, beijando-os, mordiscando-os e lambendo-os. Arrancando-me gemidos com seu ataque voraz a minha boca e sem quebrar o beijo, Justin me arrasta até um canto e me encosta na parede com violência. Deus, eu adoro essa pressa dele, faz me sentir tão desejada. Sua mão viaja por minhas curvas e para em minha coxa, ele puxa minha perna para cima e eu enlaço sua cintura com ela, puxando seu quadril de encontro com o meu. Sinto sua ereção se esfregando contra minha carne molhada e necessitada, e gemo. Justin aperta e acaricia rudemente minha perna que está em sua cintura e com a outra mão aperta meu seio. Seus beijos desesperados descem por meu maxilar até meu pescoço. Ele lambe minha pele desde minha clavícula até o lóbulo da minha orelha, que ele morde provocando uma pontada aguda de dor. — Justin, por favor. — Imploro sem fôlego em meio aos meus gemidos. — O que você quer, Savannah? Você quer que eu te foda contra essa parede enquanto todas aquelas pessoas estão lá fora, é isso que você quer, baby? — Ele pergunta voltando a atacar minha boca, sua língua provocando a minha. Apenas gemo em resposta. Escuto o barulho de algo sendo rasgado e percebo o tecido frágil de minha calcinha jogado no chão ao lado. Levo minhas mãos até os cabelos de Justin e enfio meus dedos entre os fios macios, fazendo com ele gema profundamente.

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Justin desabotoa a calça e sem qualquer aviso, dá uma estocada forte contra mim. Sinto seu membro grande e grosso forçando sua entrada pelo meu canal apertado e gemo com a dor sublime. Justin joga sua cabeça para trás e geme alto, seu gemido ecoa pela sala e tenho medo que alguém possa ter escutado. Tento escutar atentamente par ver se alguém se aproxima, mas os únicos sons que escuto são os da união de nossos corpos e os gemidos de Justin. Segurando minha coxa com uma mão e com a outra apertando meu seio, Justin investe contra mim num ritmo frenético e repetidas vezes. Sua boca viaja por todo meu pescoço, me lambendo e mordendo. Seguro seus ombros com força e gemo com a sensação deliciosa que é o sentir entrar, se retirar e entrar de novo em mim, repetidas vezes. — Oh meu Deus, Justin, não pare. — Fecho os olhos e gemo descontroladamente. — Não vou parar, baby, não vou, quero que você goze bem gostoso para mim. — Oh Justin, estou tão perto, estou tão perto. — Ele aumenta o ritmo, fazendo seus quadris se chocarem com força contra os meus. — Isso, baby, isso...Oh Deus Savannah, você é deliciosa, não aguento mais, vou gozar, baby. — Ele diz e nesse momento sinto meu orgasmo explodindo dentro de mim. Justin cobre minha boca com a sua para que eu não grite e goza enquanto continua me penetrando. Ficamos um minuto abraçados sem nos mexermos, tentando recuperar o fôlego. Então ele se afasta e sai de dentro de mim, me deixando com uma sensação de vazio. Sinto meus joelhos fraquejarem e arrumo meu vestido. Justin fecha a calça e arruma a camisa, depois passa a mão pelos cabelos que eu baguncei ainda mais. Faço o mesmo, tendo a certeza que meus cabelos devem estar uma bagunça delatora. Ele se abaixa a pega minha calcinha, levando-a até seu nariz. — Você cheira tão bem. — Ele guarda a calcinha no bolso da calça, mas não sem antes eu conseguir ver uma mancha molhada enorme. Olhe a que ponto esse homem consegue me excitar. Meu Deus! — Não tenho certeza se consigo andar. — Digo com a voz ainda um pouco rouca, Justin sorri maliciosamente e vem me beijar. Seus lábios acariciam os meus, mas dessa vez não tão desesperados. — Venha, vamos terminar de ver essa exposição para podermos ir para minha casa para o segundo round. — Ele diz me puxando em direção da porta.

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— Primeiro preciso ir ao banheiro. — Digo sentindo o gozo de Justin escorrendo por minha perna. Ele me olha com um sorriso largo e orgulhoso, eu reviro os olhos e passo pela porta que ele abre para mim.

Justin Acaricio levemente o braço nu de Savannah enquanto observo-a dormir. Ela parece um anjo, tão inacreditavelmente linda. Ela adormeceu logo depois de transarmos pela segunda vez essa noite, dessa vez mais confortavelmente em minha cama. Mas tenho que confessar que àquela hora no museu, em pé e contra a parede, foi incrível. Savannah estava tão necessitada quanto eu, ela me desejava tanto quanto eu a desejava, e apesar de ser desconfortável para ela, encostada naquela parede fria e dura, eu não pude resistir, não estava aguentando mais. Precisava dela naquele exato momento ou ficaria louco. Deito-me atrás dela, colando a frente do meu corpo com suas costas. Encaixo seu corpo com o meu, meu pau esfregando em sua bunda. Abraço sua cintura e deito minha cabeça perto da dela, seus cabelos veem na minha cara, fazendo cócegas no meu nariz e eu inspiro profundamente seu perfume. Abraço-a apertado, ela geme e se mexe um pouco, colocando seu braço em cima do meu que descansa na curva de sua cintura. Entrelaço nossos dedos e com um sorriso no rosto fecho os olhos. Aos poucos sinto minha consciência deslizando em direção ao sonho. Sinto-me tranquilo e relaxado, o sono vem facilmente. Eu sei o que você está pensando, eu também notei isso. Mas eu vou fingir que não percebi que a minha insônia dos dois últimos dias se deve ao fato de que Savannah não dormiu comigo. Vou fingir também que o fato de estar me sentindo incrivelmente em paz e feliz nesse momento, não tem nada a ver com ela estar aconchegada em meus braços. Vou fingir, porque não quero pensar no que isso significa. Não agora.

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Bastardo romântico Justin — Não, você não fez isso. — Savannah me encara com a boca aberta e

uma expressão perplexa no rosto, a qual só me faz gargalhar mais ainda. — Sim, eu fiz baby. — Justin, não acredito. Você era mesmo um pestinha quando criança hein, coitada da tia Alyssa. — Ela diz rindo e esse som, eu juro, é o mais

relaxante que eu já ouvi. A risada dela faz coisas comigo, com meu corpo, e faz com que eu tenha vontade de faze-la rir o tempo todo. — Não se esqueça que o seu irmão estava junto comigo nessa. — Mas quem que foi “o cabeça” e planejou tudo? — Ela pergunta

levantando uma sobrancelha e me olhando desconfiada. — Tudo bem, admito que foi eu. Eu arrastei o pobre Seth comigo nessa,

mas se serve de consolo quando a gente foi pego, eu levei toda a culpa por ele. — Isso foi antes de eu nascer, não foi? — Foi, eu tinha uns 6 ou 7 anos.

É tão estranho quando eu paro para pensar que a mulher ao meu lado, a mulher com quem eu venho mantendo relações sexuais muito frequentemente, é a mesma pessoa que eu vi crescer. Deus, eu segurei ela ainda bebê, isso é estranho demais. Praticamente uma década de diferença. — Savannah, você não liga para a minha idade? — De repente pergunto,

pegando-a de surpresa. — Como assim, o que você quer dizer? — Eu sou bem mais velho que você, você não liga para isso? — Você liga? — Eu? Não sei, na verdade não. É que com você é diferente. Acho que

com outras mulheres da sua idade não seria tão estranho, é que quando eu penso que vi você crescer... — Eu não me importo nem um pouco com a nossa diferença de idade,

Justin. Admito que foi um pouco estranho no começo, você me viu crescer e eu te vi como o melhor amigo do meu irmão mais velho a minha vida toda, muitas vezes te via como um segundo irmão. O mais estranho para mim é isso, eu acho, o fato de um dia eu ter o considerado como um irmão e não os 9 anos que nos separam.

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— Entendi. Sabe, eu estou gostando muito do tempo em que estamos

passando juntos. Digo, não só o sexo, que é incrível por sinal, mas eu aprecio os momentos como esse também. — Digo encarando o Jardim Botânico de Dallas onde estamos fazendo um piquenique. — Eu também, sinto pela primeira vez que somos próximos de fato.

Amigos. Eu gosto de pensar em você como um amigo, acho que em algum momento a nossa relação foi cortada totalmente, e nenhum de nós dois percebemos. Mas eu gosto que estejamos retomando isso, só espero que quando esse lance de amigos com benefícios acabar, que ainda possamos manter a parte do amigos. — Ela diz me encarando com um sorriso amigável no rosto. Não sei o porquê, mas com a menção da palavra “acabar” um mal estar tomou conta do meu estômago. Não quero que isso acabe, ainda não, minha necessidade por ela ainda é grande demais. — Claro que sim. Não vamos mais nos afastar como fizemos antes, ok?

Mesmo quando a parte do beneficio acabar, vamos continuar saindo e conversando como agora. — Digo e deposito um beijo suave em sua mão. — Eu adoraria isso, Justin.

Nesse momento uma bola de futebol americano aterrissa perto dos pés de Savannah, fazendo-a dar um pulinho de susto. Olho na direção que a bola veio e vejo um cara vindo correndo até nós. Ele usa uma bermuda e uma regata branca, deixando a mostra seus braços fortes. — Hey, foi mal, acho que eu não medi muito bem minha força. — O loiro

estilo surfista diz com um sorriso no rosto quando para em frente de Savannah, ela olha para cima com a mão na testa e os olhos semi fechados e o nariz franzido por causa da luz do sol. — Sem problemas. — Ela diz, o cara se abaixa, pega a bola e coloca-a

em baixo do braço. Ele dá um passo para o lado, ficando de perfil para mim e protegendo Savannah do sol. — Espero que não tenha te acertado. — Ele diz dando-lhe um sorriso

que eu conheço muito bem. “Oh não cara, ela não vai cair na sua.” — Não se preocupe, não acertou. — Savannah retribui o sorriso e eu

juro que vi os joelhos do moleque vacilarem. Filho da mãe, seus olhos viajam por Savannah avaliando-a, e seu sorriso fica maior. Não posso culpa-lo por isso, ela com esse vestido de verão com suas belas pernas de fora é de chamar a atenção de qualquer um. No momento que ela apareceu em meu apartamento eu tive vontade de cancelar o piquenique e leva-la direto para meu quarto. — Tudo bem então, a gente se vê por aí. — Ele diz e pisca para ela.

“Aposto que você gostaria disso, idiota.”

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— Tudo bem.

O mala sem alça me ignorou o tempo todo, nem se dignou a olhar para mim, se virou e correu de volta para o seu grupo de amigos. Savannah pega um morango e leva até a boca, mordendo um pedaço. Observo-a mastigando e ela percebe meu olhar sob ela, então sorri. Ela não faz a mínima ideia do quanto é atraente. Ela nem percebeu que o aspirante a Andrew Brees ali jogou a bola nessa direção de propósito. Aposto que se ela quisesse, ela facilmente conseguiria ter qualquer cara fazendo o que ela pedisse. Droga, ela conseguiu me convencer a vir até aqui, sentar ao lado desse jardim colorido de tulipas e fazer um piquenique, e ela só precisou me olhar com seus lindos, grandes e expressivos olhos verdes e dizer a palavra “por favor” e eu já estava igual a um idiota arrumando a porcaria de uma cesta de vime. Mas devo admitir, isso não esta nada mal, na verdade, ficar aqui sem fazer nada, conversando com ela e sentindo o frescor do vento e admirando o céu azul é bem gostoso. Sinto-me relaxado como não me sentia a um bom tempo. Savannah está sentada tão perto de mim, enquanto ela olha para cima e observa os desenhos das nuvens – um hábito que ela tem desde pequena – eu a observo. Seus cabelos sendo jogados para trás pelo vento, sua pele se eriçando com o frio de final de tarde, o sol que faz seu caminho para se pôr e ilumina seu rosto, fazendo com que ela pareça um ser divino, iluminado, tão inconcebivelmente belo. “Preciso capturar esse momento. Para sempre.” Sem que ela perceba, pego meu celular e tiro uma foto sua de perfil. Ao ouvir o barulho que o celular fez, Savannah se vira e rapidamente cobre o rosto com a mão. — Justin, o que você está fazendo? — Ela pergunta indignada. — Tirando uma foto sua, não é obvio? — Ela abaixa sua mão do rosto,

olha para mim com uma sobrancelha erguida e parecendo brava agarra meu pulso e abaixa minha mão, eu a levanto de novo e tento tirar mais uma foto dela, mas ela não deixa. — Não, Justin. — Ela diz e vira o rosto para o outro lado. — Só mais uma foto, vamos lá Little Nips. Vamos guardar a lembrança

dessa tarde para sempre. — Não, eu não gosto de tirar foto. — Ela diz ainda com o tronco virado

parcialmente para o outro lado. — E o porquê disso? — Pergunto curioso. — Eu só não gosto...Minhas fotos sempre ficam estranhas. — Claro que não, já vi várias fotos de você com o seus irmãos e seus

pais, você estava linda em todas. Ela não diz nada mas vejo sua cabeça balançando, ela discorda de mim.

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— Ah é, está discordando do senhor-sabe-tudo aqui? — Pergunto em

um tom divertido. — Senhor-sabe-tudo? — Ela se vira e me pergunta rindo. — Vou te mostrar que sempre tenho razão. — Digo e tento tirar mais

uma foto dela, mas ela diz não e me pede para parar. Seguro seu braço e tento faze-la se virar para mim. — Não, Justin. Chega. Para com isso.

Jogo meu peso em cima dela, fazendo-a se desequilibrar e cair deitada para trás em cima da toalha, ela solta um gritinho que me faz rir. Não lhe dou tempo de se levantar, sento-me em cima dela, tomando o cuidado de sustentar a maior parte do meu peso com minhas pernas para não esmaga-la. — Justin Cord, saia de cima de mim agora mesmo. — Ela diz em um

tom autoritário, o que só me faz rir mais ainda dela. — Depois que eu tiver a minha foto, baby. — Digo levantando o celular e

tiro a foto. Olho na tela, a foto teria ficado perfeita se não fosse a mão de Savannah cobrindo a maior parte do seu rosto. — Qual é, Little Nips. Você me conhece, eu não vou desistir. — Se eu deixar você tirar uma foto, só uma, você vai sair de cima de

mim?

— Vou. — Respondo. — Tudo bem. — Ela diz e tira a mão da frente do seu rosto. — Vai logo

com isso. Por um momento, um breve momento, sinto que não consigo me mexer. A visão de Savannah deitada com seus cabelos espalhados para todos os lados, seus olhos verdes parecendo mais claros do que nunca, suas bochechas coradas e seus lábios rosados me faz perder o fôlego. — Anda logo com isso Justin. — Ela diz e só então eu percebo que

estava segurando minha respiração, deixo o ar sair lentamente enquanto tento me controlar para que as batidas do meu coração voltem ao normal. — Não se mexa, ok? Eu já volto. — Digo saindo de cima dela. — Justin? — Fique assim, não se mexa nem um milímetro. — Digo me levantando

e indo até o jardim bem perto de onde estamos. Arranco uma tulipa roxa do jardim e volto para onde Savannah ainda está deitada, como eu pedi. Sento-me em cima dela novamente e coloco a tulipa roxa atrás da sua orelha esquerda, lentamente deslizo minha mão e sutilmente acaricio seu rosto macio, Savannah solta um suspiro e fecha os olhos.

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— Sorria. — Eu peço. Ela abre os olhos e dá um sorrisinho tímido para

meu celular, tiro a foto e mostro para ela. — Viu? Nem um pouco estranha. — Ficou bonita. — Ficou mesmo. — Concordo admirando a tela do meu celular. Guardo-

o no bolso e sorrio para ela, ela sorri e então distraidamente morde seu lábio inferior. “Ah Deus, esse lábios!” De repente sou tomado por uma vontade incontrolável de beija-los. Me curvo sobre Savannah, me abaixando lentamente, a deixando saber qual é a minha intenção. Ela não me impede, apenas me encara intensamente, abre um pouco os lábios, num convite silencioso. Passo meu dedo por sua bochecha, fazendo um carinho gentil, e então quebro a distância que nos separava e a beijo. Seus lábios são tão macios, tão gostosos de serem provados. Tão lentamente quanto vou mexendo meus lábios contra os dela, vou deslizando meu corpo, para que toda a extensão do meu corpo esteja encostando no dela. Ela abre a boca e eu a invado, sua língua vem de encontro com a minha e uma brinca com a outra. Savannah geme e o som viaja por todo meu corpo, me causando sensações que até então, eram desconhecidas para mim. Sinto a necessidade de aprofundar o beijo, e bem quando eu vou fazer isso, um estrondo alto rompe a bolha de sensações estranhas mas boas em que estávamos. Savannah treme em baixo de mim e eu relutantemente afasto nossos lábios, olho para cima e deixo uma maldição sair. Cinco minutos atrás o céu estava limpo e o sol estava brilhando fazendo seu caminho para se pôr, agora o céu está cheio de nuvens cinzas e o sol está escondido atrás delas. De repente, escuto mais um estrondo de trovão e saio de cima de Savannah. — Droga, acho que vai cair um temporal. É melhor irmos. — Digo me

levantando. — De qualquer forma logo já iria escurecer mesmo. — Ela diz e começa

a me ajudar a guardar as coisas na cesta. Guardamos tudo e vamos em direção a onde estacionei meu carro, quase chagando lá a chuva começa a cair. Savannah e eu corremos a distância que falta, pego a chave e destravo as portas, quando entramos no carro ela começa a rir. — Isso foi divertido, acho que eu não me molhava toda assim com chuva

faz muito tempo.

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— Vamos trocar de roupa antes que você acabe pegando uma pneumonia. — Digo colocando a cesta no banco de trás e ligando o

carro. — Exagerado. — Ela diz sorrindo, reviro meus olhos e guio o carro até

meu apartamento. No tempo em que chegamos ao meu prédio, a alegria de Savannah já tinha me contagiado e estávamos ambos conversando e rindo enquanto entravamos na recepção. — Boa tarde, Carlos. — Digo sorrindo para ele. — Boa tarde, senhor. — Ele diz mas me olha de uma forma estranha.

Savannah e eu subimos até meu andar, vejo-a tremer então envolvo seu corpo com meus braços. Quando entramos no apartamento deixo a cesta de piquenique em cima do primeiro móvel que vejo e puxo Savannah comigo. — Vamos nos secar antes de ficarmos doente.

Levo-a até meu banheiro e começo a tirar minhas roupas. — O que você esta fazendo? — Tirando minhas roupas. Não podemos tomar banho vestidos,

podemos? Entro no box e faço sinal para que ela me acompanhe. Seus olhos lentamente viajam por meu corpo nu e param na minha ereção. Ela morde o lábio inferior e quando seus olhos voltam a encarar os meus, vejo desejo neles, fazendo meu pau pulsar. Ela começa a tirar a roupa e eu a observo atentamente, como um leão faminto observa sua presa, ansioso para devora-la. Ligo o chuveiro na água quente e quando ela entra no box, puxo-a para debaixo da água comigo. Suas curvas delicadas se encaixam perfeitamente com meu corpo. Beijo-a como se fosse a última vez, quase a devoro. Suas mãos viajam por minhas costas e apertam minha bunda, nesse momento perco meu controle e a espremo contra a parede, levanto sua perna e deslizo para dentro do calor do seu corpo. Ela geme, eu gemo, e nós dois nos perdemos um no outro. Termino de me secar e coloco uma calça de moletom, Savannah vai direto ao espaço no guarda-roupa que eu liberei para ela e começa a pegar uma calça, eu vou até ela e tiro a calça da sua mão. — Nada de roupa, baby. Quero você andando pela minha casa como veio ao mundo. — Digo sorrindo maliciosamente.

Ela me olha de um jeito que me faz ter vontade de me enterrar nela novamente. A seguro na cintura e puxo seu corpo para junto do meu,

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seus seios nus roçando contra os meus. Essa é uma porra de sensação deliciosa. — Quero você de novo, Savannah. — Sussurro para ela.

Savannah agarra meu pescoço e ataca minha boca, gemo enquanto deslizo minhas mãos por todo seu corpo. A conduzo até minha cama e a deito, depositando vários beijos por seu pescoço. — Justin. — Ela suspira meu nome e levanta o quadril, ansiosa para me

ter dentro dela. Suas mãos vão até minha calça e começam a abaixa-la, mas então uma batida forte na porta nos para. Caralho! “Eu vou matar quem quer que seja!” — Ah merda! — Savannah reclama. — Shh, vamos ficar quietos, quem quer se seja vai embora logo. —

Sussurro para ela e então outra vez a pessoa bate na porta. — Acho melhor você ir atender. — Ela diz e eu solto um suspiro

frustrado. — Nem pense em mexer seu corpinho nu daqui. Vou dispensar quem quer que seja e volto logo para continuarmos de onde paramos. — Dou-

lhe um beijo rápido nos lábios e me levanto, arrumando minha calça. Furioso com quem quer seja que esta do outro lado da porta por interromper meu momento com Savannah, vou abrir a porta de cara feia. “Tenho que falar com Carlos, para ele interfonar antes de deixar alguém subir.” Abro a porta e a imagem de Seth parado ali, bem na minha frente, me congela no lugar. Olho para ele com os olhos arregalados e meu coração começa acelerar. Seth? O que diabos você está fazendo nervosamente depois que me recupero do susto. —

aqui? —

Pergunto

— Nossa, isso é jeito de tratar o seu melhor amigo? — Desculpa, é só que você me pegou de surpresa. — Digo implorando

mentalmente para que Savannah fique no quarto e bem quieta. Se Seth pegar sua irmã na minha casa, na minha cama, e ainda por cima nua...Sou um homem morto. Ele nunca entenderia que ela é uma adulta e que consentiu com tudo que aconteceu entre nós. Ele ainda vê as gêmeas como duas crianças. — Está tudo bem, cara? Você está meio pálido. Cheguei em um mal

momento? — Na verdade sim.- Digo fechando um pouco a porta e bloqueando a

visão do meu apartamento com meu corpo. Será que Savannah deixou algo dela à vista? Deus, Seth tem que ir embora agora.

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— Sinto muito, mas eu preciso conversar com um amigo, vai ser rápido. — Ele diz abrindo caminho e entrando no apartamento.

Merda! Merda! Merda! — Então Seth, me fale o que aconteceu. — Digo quase gritando para que

Savannah me escute e se esconda. Ele se senta no sofá e esfrega o rosto, vou me sentar com ele. — Eu e a Jane tivemos uma briga. — Qual o motivo? — Pergunto. — Filhos. — Seth diz tristemente. — Ela quer começar uma família, esse é o problema? — Pergunto e Seth

ri sem humor nenhum. — Antes fosse. É justamente o contrário, cara. Eu acho que já está na

hora de termos um filho, mas ela quer esperar mais. Você sabe que eu sempre quis formar uma família com ela, meu sonho é ver a barriga dela crescer e saber que uma vida está se formando lá dentro, uma vida que nós dois criamos juntos. Eu quero tanto isso, cara, mais que tudo. Então uns meses atrás eu toquei no assunto com ela. — E ela? — Ela disse que é cedo ainda, que ela quer muito ter filhos comigo só

que não agora. Eu venho tentando conversar com ela desde então, mas ela sempre diz que não, que devemos esperar mais, que ainda não é o tempo certo e um monte de desculpas. Mas eu não quero esperar mais, cara. Eu quero ter um filho com a mulher da minha vida, mas ela não quer. — Calma, Seth. Vocês vão ter filhos na hora que for para ser, não se

preocupe com isso. — E se ela não quiser mais ter filhos comigo, e se ela estiver usando isso de não ser a hora certa apenas como desculpa? — Ele me olha com

preocupação nos olhos e eu tenho que rir da sua insegurança. — Por favor, Seth. Você e a Jane, junto com o pé no saco do meu irmão

e a Kim, são os casais mais apaixonados que eu conheço. O jeito que vocês se olham, cara, não precisa dizer mais nada. É óbvio que a Jane te ama, e eu sei que ela sempre quis ser mãe. Vocês tem que sentar com calma e conversar sobre isso, sem brigar. — Mas eu tentei conversar com ela, ela está irredutível. Ela disse que

quer esperar pelo menos mais uns dois ou três anos até pensarmos em filhos. — Três anos não é muito. — Digo e me arrependo na hora que as

palavras saem da minha boca, Seth me olha parecendo estar prestes a perder a paciência. — É muito para mim. Sei que você não é capaz de entender esse

sentimento, mas eu quero mais do que tudo ter um filho para ensinar a

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pescar, caçar, jogar futebol...Ou uma menina, para mima-la e ser a minha princesa para sempre. Eu quero ter isso com a Jane, eu a amo e quero que o nosso amor de frutos. Mas é claro que você não entende, nem sei o porquê eu vim aqui. — Ele diz irritado e se levanta, indo em direção à porta. — Hey, calminha aí cara. Eu sou o seu melhor amigo, você pode sempre

contar comigo, você sabe disso. Ele pare de andar e se vira para mim, colocando as mãos na cintura e parecendo muito frustrado. — O que eu faço, Justin? Eu quero ter uma família com ela mais do que

tudo. Nós estamos casados há um tempo agora, aproveitamos esse tempo só nós dois e foi maravilhoso, mas eu estou pronto para ter filhos, eu quero muito ter filhos. — Seth, eu não sei exatamente qual o melhor conselho...Mas eu acho

você deve deixar a poeira abaixar um pouco e então vocês dois tentarem resolver isso juntos, como um casal. Não deixem que algo que seria um motivo de alegria para vocês seja o motivo de vocês se afastarem um do outro. Seth passa a mão pelos cabelos e lentamente concorda com a cabeça. — Soa como algo sensato a se fazer. — Ele diz olhando fixamente o chão. — Acho que eu vou fazer isso. — Ótimo. E se você precisar de mais conselhos sábios é só me pedir.

Seth solta uma gargalhada e vem me dar um abraço. — Valeu, cara. Sempre soube que apesar dos pesares, eu posso contar

com você. — Sempre, irmão. — Digo dando dois tapas em suas costas. — Bom, obrigado por me escutar, acho que agora eu vou deixar você

voltar para a sua garota. — Como assim? — Pergunto olhando assustado e Seth solta mais uma

gargalhada. — Ah cara, é óbvio, não? Você atendeu a porta com uma baita ereção.

Sinto muito se atrapalhei vocês, mas eu realmente precisava conversar. Olho para ele e abro a boca, mas não sei o que dizer. Deus, se ele soubesse quem é que está no meu quarto...Não gosto nem de pensar na sua reação. Ele se sentiria traído, e com toda razão, se eu não desejasse tanto Savannah que chega até a doer, eu nunca faria isso com ele. Às vezes eu me sinto tão culpado quando eu penso no que estou fazendo, mas é mais forte do que eu. — Sem problema, cara. — Seth olha para além de mim com a testa

franzida, depois dá um sorriso brincalhão. — Piquenique? — Ele aponta para algo, me viro e vejo a cesta de

piquenique. Droga!

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— Levando ela em um passeio antes de para sua cama? Nossa, quem é

você e o que você fez com o meu amigo? — Muito engraçado, Seth. — Digo empurrando ele para a porta.

Assim que ela está fora do meu apartamento fecho a porta e encosto-me nela. — Cara, não acredito que isso acabou de acontecer. — Digo para mim

mesmo. — Ele já foi? — Escuto a voz sussurrada de Savannah vindo do

corredor. — Sim, ele já foi. — Ah me Deus, não acredito que ele veio aqui enquanto a gente estava... — Ela aparece enrolada no lençol e vem até mim. — Eu sei. Você precisava ter visto a minha cara quando eu abri a porta.

Quase morri de susto. — Coitado do meu irmão, eu sei que ele sempre quis ter um filho com a

Jane. — Você ouviu nossa conversa? — Só um pouco. — Ela diz envergonhada. — Pois é, mas infelizmente isso só eles podem resolver, não podemos

fazer nada. — Eu sei mas...Não gosto de ver ele sofrendo. — Ela diz com uma

carinha triste e sinto imediatamente vontade de consola-la. — Hey, não fique assim. Sei que aqueles dois vão resolver tudo logo, logo. — Digo abraçando-a. — Espero que sim, eu ia adorar ter um sobrinho ou uma sobrinha. —

Ela diz e eu sorrio ao imaginar Savannah segurando um bebê. Sei que ela seria uma tia maravilhosa, assim como ela será uma mãe maravilhosa algum dia. Tudo o que ela quiser ser, ela será maravilhosamente bem. — Que tal voltarmos para a cama agora, hein? — Ela se afasta e me dá

um sorriso safado. — Excelente ideia.

Savannah Não consigo parar de encarar Seth durante todo o jantar. Coitado do meu irmão, eu sei o quanto ele ama Jane e o quanto ele quer uma família com ela. O pior é que eu não posso nem ao menos lhe oferecer uma palavra de apoio, se ele soubesse como eu descobri sobre a briga entre ele e Jane, bem, então eu teria que dizer que eu era a mulher com quem Justin estava naquela tarde. Isso com certeza seria uma tragédia.

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Ele e Jane estão sentados um ao lado do outro, como sempre, mas a tensão entre eles é perceptível, todos na mesa devem estar sentindo também. — Então Kim, como estão os preparativos para o casamento? — Mamãe

pergunta. — Nossa tia, nem comecei a ver nada ainda. Minha formatura foi semana passada, preciso descansar um pouco. — Ela diz rindo e

tomando um gole do seu suco. — Mas vocês querem se casar daqui a dois meses, temos pouquíssimo

tempo para preparar tudo. Temos que começar a providenciar as coisas o mais rápido possível. — Mamãe diz ansiosa. Olho para Shanon e nós duas sorrimos uma para a outra. Nós duas sabemos que o grande sonho de mamãe é ajudar nos preparativos do nosso casamento, ver suas menininhas se casando, mas como isso está bem longe de acontecer ela está direcionando todas as suas expectativas e animações para a coitada da Kim. — Vocês vão querer se casar aqui na fazenda, não é mesmo? Eu tomei a

liberdade de comprar algumas revistas com decorações lindas para casamentos ao ar livre, você tem que ver Kim, dá vontade de fazer vários casamentos só para poder usar aquelas decorações, você vai amar. — Mamãe e Kim passam o jantar todo conversando sobre os preparativos para o casamento dela e de Jax, e Shanon, Jane e eu acabamos sendo recrutadas para ajudar. Depois do jantar mamãe serviu a sobremesa, torta de maça. Algo mais tradicional impossível. Mas ninguém ousa reclamar, a torta de maça da dona Marie é a melhor de todo o Texas. Digo boa noite para papai e mamãe, Seth e Jane, e Kim, eu e Shanon subimos e quando vou me despedir dela e entrar em meu quarto ela segura meu braço e entra no quarto comigo. — O que foi, Shanon? — Ela fecha a porta e vai se sentar na minha

cama. — Preciso falar com você, sis. — Agora? Estou com sono, conversamos amanhã, pode ser? — Ah Savannah, eu preciso mesmo falar com a minha irmã e melhor

amiga, por favor. — Tudo bem, desembucha de uma vez. — Digo me sentando ao seu lado

na cama. — É que eu conheci um cara. — Ela diz com um sorriso apaixonado. — Ah meu Deus, Shanon, isso é demais. Quem é ele? Eu conheço? —

Pergunto animada pela minha irmã. — Sabe o Colin Bailey que está no time de baseball da faculdade? — Ela

pergunta animada e eu faço uma cara de nojo.

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— Ah não, Shanon, você está apaixonada pelo Colin? Aquele cara é nojento. — Digo indignada, como minha irmã pode se apaixonar por

aquele cara? — Urgh! Claro que não, Savannah. Colin é um idiota. — Então por que você disse... — Quer deixar eu terminar, fazendo o favor? — Ela diz irritada. — Tudo bem, tudo bem. — Então, umas três semanas atrás eu estava sentada no jardim do

campus, embaixo daquela árvore que fica perto do prédio de anatomia. Eu estava lendo e o idiota do Colin estava treinando arremessar e pegar a bola com algum amigo dele ali perto. Acontece que aquele filho da mãe acertou aquela maldita bola de baseball em mim, bem no meu olho. Abro a boca e xingo Colin e suas últimas três gerações. Aquele desgraçado acertou minha irmã? Mas isso não vai ficar assim. — Calma, Savannah, posso ver daqui a fumacinha de raiva saindo da

sua cabeça. — É claro que eu estou com raiva, aquele idiota te acertou com uma

bola, e no olho. — Não foi nada realmente, quer dizer, na hora doeu para caramba e até

ficou um pouco roxo mas... — Ficou roxo? Mas como é que eu perdi um olho roxo? Eu não te vi com

nenhum hematoma. Você passou maquiagem? — Você teria visto se você não andasse tão ocupada fazendo Deus sabe-

se lá o que no último mês e não tivesse me ignorado completamente. Mas agora não é hora de falar disso, foco aqui Savannah. Sinto-me um pouco mal por que sei que é verdade, eu tenho ignorado minha irmã e até alguns dos meus amigos por causa do tempo que eu tenho passado com Justin. Eu até deixei de visitar minha família alguns finais de semana por que estava com ele, se não fosse Shanon insistir eu estaria com ele agora e não na fazenda passando o fim de semana com minha família. Eu sou uma péssima filha e irmã! — Tudo bem, desculpe. Continue. — Então, como eu estava dizendo...Na hora doeu muito e eu até achei

que tinha ficado cega. O idiota do Colin veio me pedir desculpas e dizer que tinha sido sem querer, aham sei. Enfim, eu fiz ele me levar até a enfermaria para darem uma olhada no meu olho. Achei que iria ter que enfrentar a assustadora Marta quando chegasse lá, mas fazer o que, estava doendo muito. Acontece que quando eu cheguei lá, Savannah, não era a Marta que estava na enfermaria para atender os alunos. — Ela diz com um sorriso de orelha a orelha.

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— Não? Então quem estava lá? — Pergunto ansiosa. — Era o novo enfermeiro...Ah Savannah, quando eu vi ele eu...Eu me

esqueci de tudo. Da dor, do meu nome e até mesmo de respirar. E quando ele falou comigo então, meu Deus achei que iria morrer. Aquela voz sexy dele é de matar qualquer uma. — Ela diz ainda sorrindo e com um brilho nos olhos que eu nunca tinha visto até então. — Shanon do céu, me conta tudo sobre esse cara. Como ele se chama? — Pergunto dobrando minhas pernas e sentando em cima delas, quase

pulando em cima de Shanon de tanta empolgação. — O nome dele é Miguel Villareal. Acho que ele deve ser descendente de

mexicano, espanhol ou alguma coisa do tipo. Ele é lindo, Savannah. Tem cabelos pretos enrolados, olhos âmbar e pele dourada. E quando ele tocou meu rosto para examinar meu olho, eu achei que iria desmaiar. — Nossa, sis...Acho que eu não te vejo animada assim por causa de um

cara desde, bem, eu acho que nunca te vi animada assim por causa de um cara. — Digo rindo para ela. — Eu sei, eu sei. Não sei o que está acontecendo comigo, só sei que não

aguentava mais e precisava falar com você. Desde daquele dia na enfermaria eu fico tentando arrumar desculpas para aparecer por lá. Eu já até fingi torcer o tornozelo e uma dor de estômago só para ir lá ver ele. — Mas por quê? Se você gosta dele não precisa ficar arrumando

desculpas para vê-lo, apenas convide-o para sair. — Não sei se eu consigo. E se ele tiver namorada? E se ele disser não? Ah meu Deus. — Ela diz colocando as mãos no rosto. — Ele demostrou algum interesse em você? — Pergunto. — Não sei, quer dizer...Ele sempre é muito gentil e amável, ele sempre

sorri quando eu apareço lá, e faz piada e diz que eu sou desastrada e frequento mais a enfermaria do que a sala de aula, e ele me olha de um jeito diferente. Mas não sei, pode ser tudo coisa da minha cabeça. — Eu acho que você tem que parar de ser uma menininha, seja uma

mulher e vá lá e pergunte se ele quer sair com você, se ele disser que não, você sai de lá com o queixo erguido como se não fosse nada demais. — Mas vai ser demais, não sei se eu consigo ser rejeitada por ele. E se ele disser que tem namorada acho que eu vou passar mal. — Ela diz

mexendo as mãos impacientemente. — Não seja medrosa, Shanon. — Não implique comigo. Se a situação fosse o contrário você também

não teria coragem de ir falar com ele. — Claro que teria. — Digo indignada e ela apenas levanta uma

sobrancelha e cruza os braços.

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— Todo bem, eu também não teria. Mas não estamos falando de mim, e

sim de você. Se você gosta dele tem que tentar, sis. — Eu não sei, Savannah. Toda vez que eu chego perto dele me dá uma

coisa estranha na barriga, não sei se conseguiria convidar ele para sair. Eu iria gaguejar, passar a maior vergonha e depois sair correndo de lá. — Shanon você não... — Paro de falar quando escuto meu celular. Pego

ele e vejo que é uma mensagem de Justin. Tento não demostrar nenhuma emoção para que Shanon não perceba. Justin: Olá, Little Nips, só queria te desejar uma boa noite. Vou sair com alguns amigos do trabalho então a gente se fala na segunda. Até lá, bjos! Franzo a testa ao ler a mensagem dele. Sair com os amigos? O que ele quis dizer com isso, será que ele vai sair para se embebedar e ficar com alguém, algum mulher? Pensar nele com outra mulher me faz ficar imediatamente com raiva. Sei que a gente não falou nada sobre ser exclusivo, mas eu achei que estava implícito no nosso acordo. Eu não estou nem um pouco a fim de dividir o Justin com alguma dessas vadias que ele encontra nas suas noitadas. O que nós temos é só sexo, ok eu entendi e aceitei isso, mas eu não vou dividir a cama dele com outra, ou outras. E porque nos falamos só na segunda? Por acaso ele vai estar ocupado o domingo todo brincando com a vadia que ele vai pegar hoje na balada? — Urgh! — Digo jogando meu celular na cama. — O que foi, sis? Algum problema? — Shanon pergunta e eu tento

desfazer a minha cara emburrada. — Não, não é nada.

— Você parece bem frustrada para ser nada. — Ela comenta me olhando

desconfiada. — Não é nada, é sério. — Ok, é assim então? Eu aqui abrindo meu coração para você e você aí

escondendo coisas da sua própria irmã? — Shanon, não faça drama, não é nada, sério. — Tudo bem, então. — Ela diz se levantando. — Hey, onde você vai? — Eu vou dormir e ter um sonho muito agradável com o meu enfermeiro

lindo. — Você vai chama-lo para sair ou vai ficar só no sonho? — Pergunto.

Ela não diz nada, apenas me dá um sorriso fraco e então vai embora. Essa minha irmã...Ela pode parecer não ter um pingo de vergonha e ser super extrovertida, mas quando se trata de um cara que ela gosta, não

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somente está interessada, mas um que ela realmente gosta, ela fica mais tímida do que eu. Espero que ela tome a iniciativa e convide esse tal de Miguel para sair. Levanto-me e vou me preparar para dormir, coloco meu pijama e vou ao banheiro escovar os dentes. Quando volto para meu quarto vejo a luz do meu celular piscando, indicando que tenho uma mensagem. Pego o celular achando que pode ser alguma coisa do Justin, mas quando vejo o nome de Vince paro um momento antes de abri-la. Vince: Pensando em você... Não acredito. Quando passa alguns dias sem noticias dele e eu começo a pensar que ele esqueceu da minha existência, boom, ele aparece de novo. Qual é a do Vince? Quer dizer, se ele me amasse mesmo ele não teria feito o que fez, por que ele continua insistindo nisso, ele não percebe que isso me faz mal? É inevitável, por mais que meus sentimentos por ele agora não estejam nem perto do que eram antes, eu ainda sinto uma tristeza por tudo o que aconteceu. Eu ainda não consegui bloquear totalmente os momentos incríveis que tivemos juntos, assim como não consegui bloquear a imagem dele com Aletta. Ainda machuca, não tanto, mas machuca. Deixo o celular na cômoda ao lado da cama e me deito, apago o abajur e fecho os olhos tentando relaxar. Quando estou quase adormecendo escuto meu celular apitar indicando mais uma mensagem. Maldição. Minha curiosidade é maior que meu sono, então estendo o braço e agarro o aparelho. Vince: Ainda pensando em você... Logo em seguida vem outra mensagem. Vince: Savy, por favor, me responda. Vamos conversar. Olho a mensagem e por um momento me sinto tentada a responde-lo. Deixo o celular descansando em meu peito enquanto encaro o teto fixamente. Alguns minutos se passam e outra mensagem chega. Vince: Quando penso em você me sinto flutuar, me sinto alcançar as nuvens, tocar as estrelas, morar no céu... Tento apenas superar a imensa saudade que me arrasa o coração, mas, que vem junto com as doces lembranças do teu ser.

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É através desse tal sentimento, a saudade que sobrevivo quando estou longe de você. Ela é o alimento do amor que encontra-se distante... Tudo isso acontece porque amo e penso em você... Leio sua mensagem e sinto um calor se espalhar por meu peito e um frio na barriga. Isso não é justo. Várias imagens dos momentos felizes que eu passei com Vince invadem minha mente. Eu amei tanto ele, tanto. Se ele não tivesse me traído, se ele não tivesse matado meu amor por ele...Ah Vince! Sinto uma lágrima solitária escorrendo por meu rosto. Seguro meu celular e clico em responder. Fico encarando a tela por alguns minutos, para então finalmente digitar uma resposta. Savy: Citando Shakespeare? Nunca achei que esse dia chegaria! Aberto em enviar antes que eu possa mudar de ideia. Menos de um minuto depois recebo uma resposta. Vince: Para você ver o que você faz comigo, Savy. Pelo menos fez com que você me respondesse ;) Savy: Só respondi pq fiquei surpresa. Achei que alguém poderia ter pegado o seu celular e estar mandando msgs românticas! Vince: Tão difícil assim de acreditar que era eu? Eu sempre fui romântico com você, Savy! Savy: Não me faça rir... Vince: Ai, assim você machuca meu pobre coração, e olha que ela já está bem judiado. Como assim? E aquela vez que eu paguei para o vigia do planetário deixar a gente entrar depois do horário? Eu te mostrei todo o universo naquela noite, isso pra mim é super romântico. Sinto minhas bochechas pegarem fogo e um pequeno sorriso se formar em meus lábios. Eu lembro muito bem daquela noite. Vince me levou até o planetário, estendeu uma coberta no chão e nós dois ficamos horas deitados olhando para cima vendo as projeções dos planetas. Depois fizemos amor lenta e apaixonadamente enquanto a imagem de várias estrelas giravam em nossas cabeças. Savy: Ok, admito, aquilo foi muito romântico. Vince: Eu nunca vou me esquecer daquele dia, de nenhum dia em que passamos juntos. Como eu queria voltar no tempo, garantiria que eu não seria um idiota e não te perderia. Savy: Infelizmente o que está feito está feito, não tem como voltar atrás.

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Vince: Você está em Dallas? Savy: Wills Point. Vince: Que pena, queria tanto te ver, estou com tanta saudades :( Savy: É melhor continuarmos mantendo distância, assim as coisas ficam mais fáceis. Vince: Não tenho certeza sobre isso, as coisas estão bem difíceis para mim, Savy. Não fique com dó dele, Savannah, não fique. Foi ele quem provocou isso, foi ele quem causou esse sofrimento todo, não você. Vince: A gente poderia pelo menos voltar a se falar, a se ver...Você está me matando me afastando da sua vida assim, Savy. Savy: Você me magoou muito... Vince: Eu sei, e você não tem ideia do quanto eu me odeio por isso! Savy: O que está feito está feito. Vou dormir agora, boa noite! Vince: Espera! Vince Deixa eu te pergunta uma coisa... Savy: O que? Vince: Se eu fosse romântico, tipo, muito romântico mesmo, eu teria alguma chance de voltar com você? Savy: Não. Vince: Não? Assim, sem dó nem piedade? Um talvez teria machucado menos. Savy: Mas teria sido uma mentira. Vince: O quão romântico é um cara aparecer na janela do quarto da garota que ele ama a noite, com toda a sua família dormindo, e recitar Shakespeare? Savy: Muito romântico, pq? Vince: Vá até a sua janela, Savy! “O que, como assim?” Jogo meu celular e saio correndo da cama, me embolando na coberta. Chego até a janela do meu quarto, que fica no lado da casa, e a abro. — Ah meu Deus! — Exclamo surpresa quando eu vejo alguém lá

embaixo. Está muito escuro, mas o cara iluminado pela luz da lua e que segura um buquê de flores é, sem sombra de duvidas, Vince. — Deus do céu, o que você está fazendo aqui? — Sussurro rezando para

que meus pais não acordem. — O meu amor eu guardo para os mais especiais. Não sigo todas as regras da sociedade e às vezes ajo por impulso... — Ele começa a dizer. — Shhh, você vai acordar meus pais.

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—...Erro, admito. Aprendo, ensino. Todos erram um dia: por descuido,

inocência ou maldade... — Se meu pai ver você aqui ele vai te matar, cala essa boca. —...Conservar algo que faça eu recordar de ti seria o mesmo que admitir que eu pudesse esquecer-te. — Ele fica em silêncio por um momento e se

aproxima mais da casa. — Eu nunca vou te esquecer Savannah. Eu te amo.

Ah meu Deus. Ah meu Deus! Esse filho da mãe traidor sabe como fazer uma garota ficar balançada. Mas que droga. — Vince, isso foi lindo. Mas você tem que ir, se meu pai te pegar aqui

ele... — Você me chamou de Vince. — Ele diz com um sorriso e só então

percebo que o chamei pelo apelido carinhoso e não por seu nome, Vincent. — Chamei. — Admito. — Venha aqui embaixo ou eu subirei até aí. — Ele diz. — O que? Não, você tem que ir embora. Como você entrou aqui, aliás? — Nada é impossível para um homem apaixonado.

Maldito bastardo romântico! Mas que droga, não caia nessa, Savannah. — Então, devo subir até aí?

Desvio meu olhar dele e olho para além, para o horizonte distante e penso por alguns minutos. — Eu estou descendo. — Digo e fecho a janela antes de poder ouvir sua

resposta. “Não acredito que estou fazendo isso! Vou descer apenas para dizer que ele vá embora, nada mais.” Calço minha bota ugg e desço as escadas o mais silenciosamente possível. Acendo a luz da varanda e destranco a porta. Quando abro a porta vejo Vince parado no final da escada, eu fecho a porta atrás de mim e ele sobe os degraus e para na minha frente. Seus olhos viajam pelo meu corpo, olho para baixo e percebo que estou apenas de pijama, um short curto e uma regata de algodão. Ele lambe o lábio e me olha com desejo, cruzo os braços da frente do meu peito e me sinto desconfortável. — Você não deveria estar aqui. — Digo-lhe. — Talvez, mas eu precisava te dar isso. — Ele estica o braço e me

entrega o buquê de rosas vermelhas. — Sinto muito que você não tenha recebido o anterior. — Ele diz com

aquele sorriso que ele sabe que faz meus joelhos fraquejarem.

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— Você poderia me entregar segunda na faculdade. — Digo cheirando as

rosas. — E perder a chance de agir como os mocinhos dos livros românticos que você lê? — Ele diz e eu não consigo evitar que um sorriso tímido se

espalhe por meu rosto. — Elas são lindas, obrigada. — De nada. — Ele diz e acaricia meu rosto. — Não, por favor. — Peço e ele afasta a mão com um olhar triste nos

olhos. — Sinto muito. — Ele sussurra e olha para baixo. — Por tudo. Espero

que algum dia você não me odeie mais. — Vince, eu não te odeio. — Digo sentindo pena dele. — Não? — Ele levanta o olhar e me encara. Sinto meu coração

amolecendo cada vez mais. — Não. Eu te odiei quando eu abri aquela porta e vi você na cama com

ela, eu te odiei naquela festa quando eu vi você com ela de novo, mas agora, eu não te odeio mais. O que eu sinto agora é tristeza...Tristeza pelo que poderia ter sido, mas nunca será. — Ainda pode ser, Savy, ainda pode ser. — Não, Vince. Não pode. — Por favor, me dê mais uma chance. — Eu não posso...Não consigo. — Digo e sinto meus olhos se enchendo

de lágrimas, forço-as a não se derrabarem. — Eu te amo. — Respiro fundo, lutando para não quebrar na frente

dele. — É melhor você ir agora. — Por favor, Savy. — Vince...

Ele coloca as mãos no bolso da jaqueta e assente tristemente algumas vezes. — Entendi, você não vai mesmo me dar uma segunda chance, não é? — Sinto muito. — Será que podemos voltar a ser amigos? Ou pelo menos conversar de

vez em quando? — Talvez, não posso prometer nada. — Acho que já é um começo, algo para eu ter esperança. — Ele diz com

um sorriso fraco. Ele se aproxima e me dá um beijo rápido na bochecha e então se afasta, indo embora.

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— Vince? — Chamo-o e ele se vira. — Sim? — A gente se fala segunda, na faculdade, pode ser? — Pergunto e vejo

um brilho em seu olhar que rapidamente identifico como esperança. — Só como amigos, quero dizer. — Rapidamente acrescento, mas o

brilho no seu olhar ainda está lá e lentamente um sorriso alegre se espalha pelo seu rosto. — Claro. Até segunda então. — Obrigada pelas flores, de novo. — O prazer é meu, Savy. — Ele diz e então se vira e começa a caminhar

para longe, provavelmente para seu carro que deve ter ficado na estrada, já que a porteira sempre fica fechada a noite. Observo-o até ele ser tragado pela escuridão da noite. Entro em casa e tranco a porta, me encosto nela e solto um suspiro. Mas que droga. O que acabou de acontecer aqui? Eu perdoei Vince? Estou disposta a voltar a ser sua amiga? Porcaria. Fecho os olhos e os esfrego com os dedos. Quando olho para cima vejo Shanon me olhando com um sorriso reconfortante. — Você estava aí o tempo todo, hein? — Pergunto. — Quase. Mas ouvi uma boa parte da conversa, sinto muito. — Tudo bem, antes você do que papai ou mamãe. — Porque você não me contou que o motivo de você e o Vince

terminarem foi porque ele te traiu? — Não queria que ninguém soubesse, acho que fiquei com vergonha,

com medo que vocês me dissessem “eu te avisei”. — Ah sis, ninguém diria isso. — Ela diz e vem me abraçar. — Sinto muito mesmo que ele tenha feito isso com você. Mas me

parecesse que ele está mesmo arrependido. — Você acha? — Foi o que pareceu. — Eu não sei o que fazer, Shanon. — Acho que retomar a amizade com ele aos poucos pode ser um bom

começo, desde que isso não vá machucar você, é claro. Agora se você não conseguir ser amiga dele novamente, então é só me falar que eu o faço ficar longe de você. Ninguém mexe com a minha irmã. — Ela diz toda protetora e eu rio. — Eu te amo, Shanon. — Eu também te amo, sis. Faça o que você acha que é o certo, não

importa o que seja, eu sempre vou te apoiar. Sempre.

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Escuto suas palavras e meu coração se enche de amor por ela, mais do que eu já sentia antes. Eu amo tanto minha irmã, Seth e meus pais. Preferiria morrer a machuca-los. Eles são as únicas pessoas que eu tenho certeza que nunca vão me trair.

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Invadindo um baile de formatura Justin Oito anos atrás... — Você tem certeza que quer fazer isso? — Pergunto. Quando ele não

me responde viro-me e o vejo encarando fixamente a porta do ginásio. — Seth, cara, você está me ouvindo? — O que? — Ele pergunta parecendo sair de algum tipo de transe e seu

olhar encontra com o meu. — Você tem certeza quer ficar? Quer dizer, são 9 horas ainda, eles só

vão sair lá pela meia noite, ou mais tarde. — Tenho certeza. Não vou sair daqui até que eles saiam também. — Ele

diz voltando a observar através do vidro do carro quem entra e quem sai do ginásio. — Tudo bem, você quer ficar aqui e bancar o perseguidor, tudo bem para mim, mas eu estou dando o fora. — Antes que eu possa sair, sua

mão pesada repousa sobre meu ombro. — Nem pense em ir embora, você causou isso então você vai me ajudar

a concertar. — Cara, o que a gente pode fazer se ela quiser fazer alguma coisa com ele? — Seth vira a cabeça lentamente e eu juro que nunca vi um olhar

tão assassino em seu rosto como agora. — Ela.Não.Vai.Fazer.Nada.Com.Ele. — Ele diz com os dentes cerrados e

as mãos fechadas em punho. — Tudo bem, então o que estamos fazendo aqui? Você acha que ele vai

tentar algo com ela e você espera ir lá, salva-la e se tornar o seu herói? — Mais ou menos isso. — E se ele não tentar nada? — Pergunto e Seth dá uma risada seca. — Ele vai tentar. Ela é linda, ele é um moleque que só tem uma coisa na

cabeça e hoje é a noite da formatura deles. Todos os garotos lá dentro estão esperando transar depois do baile e você sabe muito bem disso. — Tudo bem, então você vai garantir que ele a leve direto para casa depois do baile. — Ele apenas assente. — E vai ser só isso, não é? Você

não vai se meter em nenhuma confusão, vai? — Meu Deus, Justin, quando foi que você virou uma garota? Achei que

você corresse em direção de problema, e não corresse dele.

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— Isso é ferrado, cara, só digo isso. — Digo soltando um suspiro de

derrota e me reclinando mais no banco do carro. Ficamos alguns minutos em silêncio, imersos no completo e absoluto tédio, até que Seth começa a resmungar. — Ele deve estar nesse momento dançando com ela, segurando na sua

cintura e sussurrando em seu ouvido. Bastardo. Eu que deveria estar com ela lá dentro...Maldito Ryan Johnson. — Aposto que ele está imaginando como vai se dar bem hoje a noite,

idiota, a única coisa que ele vai ganhar hoje se tentar algo com ela é um olho roxo. — Não acredito que estou perdendo esse momento da vida dela, eu

queria estar com ela lá dentro, dançando juntos uma musica romântica, pegando ponche quando ela estivesse com sede, emprestando meu paletó quando saíssemos e ela estivesse com frio. Levar ela para algum lugar e faze-la se sentir amada. — Eu que deveria estar lá dentro com ela. — Ele diz mais uma vez e eu

reviro os olhos com impaciência. Deus do céu, não aguento mais ouvi-lo reclamando e não fazendo nada. — Então entre lá. — Digo de saco cheio. — Como assim? — Ele me olha curioso. — O que você quer dizer? — Isso que você ouviu. Entre lá e dê um chega para lá naquele garoto e

dance com a sua garota. — Ela não quer me ver nem pintado de ouro, Justin. Ela nunca vai

largar ele para dançar comigo, ela foge toda vez que me vê. — Você não parou para pensar o motivo dela fugir e não querer ficar perto de você? — Ele me olha confuso e eu continuo. — Ela sabe que se

ficar tempo suficiente perto de você, ela vai ceder. Ela te ama e quem ama é fraco. — Ela não me quer por perto porque ela não me suporta, ela está

magoada. — Cara, entre lá dentro e a faça te escutar por pelo menos cinco

minutos. Ela nunca te deu chance de explicar o que realmente aconteceu. Já passaram meses desde a festa, ela está de cabeça fria agora. Se você insistir, ela vai ceder. — Mas na festa de formatura dela? Você está dizendo para eu

simplesmente entrar lá e arranca-la dos braços daquele moleque e obriga-la a me escutar? — Exatamente isso que eu estou dizendo. — Muito cavalheiro. Não vai funcionar, não tem como eu ir lá, afastar o

idiota e faze-la me escutar. — Bem, nisso você tem razão. Você tem que conversar com ela longe do

idiota.

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— Só se você me ajudar com isso. — Ele diz me olhando com um sorriso

lento e diabólico surgindo em seus lábios e iluminando seu rosto. — Como assim te ajudar? Ajudar como? — Vamos entrar lá, localizar os dois e esperar o melhor momento. Então

quando chegar a hora, você arranca o moleque de lá e leva para algum lugar, o banheiro, os fundos do ginásio, amara ele e joga na caçamba de lixo...Sei lá, qualquer coisa que vá mante-lo afastado dela tempo suficiente para que eu a convença a me escutar. — Cara, isso vai dar merda. — Digo tendo uma sensação ruim sobre

isso. — Você me deve essa, Justin. — Ele joga na minha cara e a culpa por

ter dado aquela maldita festa onde tudo aconteceu me atinge como um soco no estômago. — Tudo bem, vamos nessa. — Digo saindo do carro. — Se eu soubesse que iriamos invadir a festa tinha me vestido melhor. — Seth diz arrumando a camisa de flanela verde e passando as mãos na

calça jeans. “Depois eu que sou menina.” Passamos pela porta e andamos pelo corredor, mas paramos quando vemos uma mesa com duas garotas bem ao lado da porta fechada que leva para a festa. — Merda, sujou. Só entra quem tem ingresso. — Seth diz virando para

mim e passando a mão pelos cabelos. — E agora? — Pergunto.

Ele vira a cabeça discretamente e observa as duas garotas que estão conversando. — Você tem que ir lá e persuadi-las a nos deixar entrar. — Com persuadi-las você quer dizer... — Quero dizer dar em cima delas. Mas isso não vai ser um problema,

não é? Você vive para isso. — É, mas em cima de garotas gostosas, essas daí... — Olha para as

duas garotas com seus vestidos estranhos. Seth sabe que quem fica encarregado de recolher os ingressos na entrada são as pessoas que não receberam nenhum convite para ir ao baile. Ou seja, normalmente garotas estranhas que nenhum cara quer ser visto com. — Ou você faz isso ou não vamos conseguir entrar. — Vamos tentar a porta dos fundos. — Digo com esperança. — Você sabe que a porta dos fundos do ginásio só abre por dentro. Você já estudou nesse colégio, cabeção. — Ele diz me dando um tapa na

parte de trás da cabeça. — Tudo bem então, e se oferecermos dinheiro? — Sugiro outra opção.

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— Elas tem cara de quem vão gostar mais de um cara bonitão como você dando em cima delas do que de algumas notas, meu amigo. — Ele

diz com uma cara divertida. Ele está se divertindo as minhas custas. Filho da mãe. — Porque não vai você falar com elas, você também é bonitão, amigo. —

Digo com raiva contida. — Eu sou um homem comprometido. Não vou dar em cima de outra

mulher enquanto a mulher que eu amo está do outro lado da porta. — Você é um fodido mesmo, sabia? — Pergunto e começo a caminhar

em direção à mesa com as duas meninas, posso ouvir a risada de Seth e tenho que me lembrar de que só estamos nessa situação por culpa minha, e que eu devo isso para ele. Paro em frente da mesa com o meu melhor sorriso “arranca calcinha”, as duas param de conversar quando percebem minha presença e se viram em minha direção. As duas abrem a boca e me olham como se quisessem me devorar. Sinto um arrepio e o meu sorriso vacilar, mas disfarço e continuo sorrindo para elas. Apoio ambas as mãos na mesa e me inclino para frente. — O que moças tão lindas estão fazendo aqui que não estão lá dentro se

divertindo? Elas se olham com sorrisos tímidos no rosto, as bochechas da loirinha se transformam com tons de vermelho e sua amiga, a morena, abre a boca e gagueja: — Esta-tamos recolhendo-do os ingressos. — É, porque nenhum garoto nos convidou para o baile. — A loira diz

olhando para baixo e com um tom de voz que faz me sentir mal. Sua amiga morena rapidamente tenta a cutucar disfarçadamente repreendendo-a por ter contato o fato vergonhoso. — Pois eu acho que é eles que saíram perdendo. — Digo com a voz baixa

e sedutora e pisco para elas. Elas soltam risinhos e não conseguem me olhar direto nos olhos. — Acho que vocês deviam largar o posto, ir lá dentro e mostrar para aqueles idiotas o que eles estão perdendo. — Digo e acaricio a bochecha

da morena e depois da loira. Quando as toco dão a impressão que estão prestes a entrar em combustão ali mesmo, bem em frente aos meus olhos. — Todos os garotos já possuem um par, não teríamos ninguém com quem dançar. — A loira diz e me dá um sorriso triste. — Qual é o nome de vocês, lindas? — Pergunto. — Sandy. — A morena responde.

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— Amber. — A loira responde em seguida. — Muito bem, eu vou dizer o seguinte Sandy e Amber, eu dançarei com

vocês, o que acham? — É sério isso? Você vai dançar com nós duas? — Sandy pergunta com

um sorriso animado. — Você não estuda aqui, não é? Você é mais velho. — Amber diz me

olhando curiosa. — Não, linda, não estudo. Eu estudo na UTD. — Você está na faculdade! — As duas exclamam juntas e eu tenho que

rir. Garotas de ensino médio sempre terão esse fetiche com caras da faculdade. — Isso mesmo, lindas. — E o que você esta fazendo no nosso baile? — Amber pergunta. — E se oferecendo para dançar conosco? — Sandy complementa. — Estão vendo aquele cara ali? — Viro-me parcialmente e aponto para

Seth, que está com as mãos no bolso da calça e olha em nossa direção, quando ele vê as meninas o observando sorri para elas. Quando me viro para elas de novo, vejo que estão praticamente babando enquanto olham para Seth. — Podem tirar o cavalinho da chuva, lindas, aquele ali tem namorada. E

é por isso que eu estou aqui. Aquele ali é o meu melhor amigo, ele se chama Seth e namora uma garota que estuda aqui. Resumindo a ópera, os dois brigaram e ele quer fazer uma surpresa para ela hoje a noite, acontece que ela está lá dentro. — Aponto para a porta fechada de onde uma musica abafada ecoa. — E eu precisava muito mesmo que vocês deixassem nós dois entrarmos, mesmo sem um convite. As suas se olham com um misto de desconfiança e medo. — Não sei não. — Sandy diz parecendo indecisa. — Nós não temos permissão de deixar ninguém entrar sem convite ou que não estude aqui. — Amber complementa. — Ah, por favor, lindas. Vocês tem a chance de ajudar o meu amigo de

coração quebrado e vocês realmente não vão fazer isso? Não custa nada. Olhe, nós entramos lá, ele e a Jane se reconciliam e depois nós três dançamos até não aguentarmos mais, o que vocês me dizem? — Espera um momento, você disse Jane? — Jane Mahler? — Amber pergunta. — Essa mesma, vocês a conhecem? — Conhecemos. — Elas respondem juntas. — As meninas daqui sempre são umas vadias com a gente, menos a

Jane, a Jane sempre é legal.

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— Então, deixem Seth e eu entrarmos. A Jane vai ficar muito feliz.

Elas ficam em silêncio um momento enquanto decidem, depois de alguns segundos sorriem e assentem com a cabeça. — Tudo bem, mas não vão fazer nada que vá nos colocar em confusão,

ok? — Ok. — “Não posso prometer nada”. Penso.

Viro-me para Seth e faço sinal para que ele se aproxime, ele caminha em minha direção com um olhar determinado. — Essas lindas liberaram para entrarmos. — Digo para Seth e ele lhes

dá um sorriso de agradecimento. — Muito obrigado.

Elas ficam tímidas e apenas sorriem como resposta para ele. — Obrigado, lindas. — Digo e dou um beijo na bochecha de cada uma,

seguindo Seth para dentro do ginásio sem ficar para ver a reação delas. Deixo a porta se fechar atrás de mim e observo o ambiente. O local está lotado de adolescentes dançando ao ritmo da musica tocada por uma banda também de adolescentes, que se encontra no palco do outro lado do ginásio. A decoração me lembra Mardi Gras, acho que esse deve ser o tema. Há balões por todo lugar, muitas cores e a maioria das pessoas estão usando máscaras. — Fique de olho, se você ver ela me avise. — Seth grita no meu ouvido e

eu apenas concordo com a cabeça. Depois de alguns minutos passando os olhos pelo local e sem obter sucesso, finalmente localizo Jane e...Merda! Ela está dançando com o idiota. Os dois estão de máscaras, mas eu sei que são eles. Tenho que avisar Seth que os localizei, mas ele não ficará nem um pouco feliz quando ver os dois dançando juntos, mas que droga, a musica é animada então porque esse idiota está espremendo Jane contra seu corpo? Bato no ombro de Seth e aponto para a pista de dança, na direção dos dois. Assim que Seth os vê sinto-o ficar tenso. — Calma. — Digo em seu ouvido. Ele observa os dois dançando com um

olhar muito zangado e fico com medo que ele decida encher o cara de porrada na frente de todo mundo. — Eu vou tirar o cara daqui e você pega o lugar dele. Dança com ela e vê se pelo amor de Deus fazem as pazes logo, ok? — Ele apenas assente,

então nos encaminhamos para onde os dois estão dançando. Vou na frente e Seth vem logo atrás de mim, tomamos o cuidado para que Jane não nos veja antes da hora. Chego por trás dela e a seguro pelos braços, sem dar tempo dela ou do idiota reagirem, puxo-a

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rapidamente dos braços dele e a giro, jogando-a nos braços de Seth que está atrás de mim. Não fico para ver o que acontece, com um aperto firme agarro Ryan e o empurro para fora daquele amontoado de adolescentes. Ele começa a se debater e a tentar se soltar e começa a me xingar, mas não o escuto claramente por causa da musica, algumas pessoas nos encaram rapidamente com curiosidade mas logo voltam sua atenção para seu par. O arrasto sem maiores dificuldades até a porta dos fundos, abro-a e o jogo para fora do ginásio, ele cambaleia e quase cai no chão. Saio para o ar fresco e ameno da noite e deixo a porta se fechar atrás de mim. — Você está louco, cara? Quem diabos é você? — Ele pergunta bravo e

retira a máscara preta que cobria apenas metade do seu rosto. — Justin Cord, amigo do Seth, muito prazer. — Digo me divertindo com

a situação. — Posso saber por que você me arrastou aqui para fora, idiota? — Para o Seth poder dançar com a Jane em paz e para que eles façam as pazes sem ter a sua presença apaixonada para incomoda-los. — Digo

com um sorriso falso. — Seu idiota, a Jane está comigo agora. — Ele diz e pelo bem estar do

coração de Seth e pelo bem da cara desse moleque, espero que ele não esteja se referindo a ela estar com ele como namorada. — Ele a traiu e agora vem querer ela de volta? Bom, é tarde demais. Ela

merece alguém melhor. — E esse alguém melhor seria você? — Pergunto rindo. — Seria sim. A Jane estava começando a se curar e eu estava a ajudando, não vou permitir que ele a machuque de novo. — Ele diz todo

corajoso e começa a caminhar para a frente do ginásio. — Epa, onde você pensa que vai? — Digo dando um passo grande e o

segurando pelo braço. — Me solta, otário Eu vou voltar para a minha garota. — Ele diz

tentando se livrar do meu aperto de aço. Jogo minha cabeça para trás e solto uma gargalhada, sinto algumas lágrimas escorrerem dos meus olhos de tanto rir. Quando me recupero olho-o seriamente. — Olha aqui babaca, primeiramente, ela não é a sua garota. Ela é do

Seth e sempre será, porque aqueles dois nasceram para ficarem juntos, ok? E olha que eu estar dizendo essa palhaçada toda é um grande negocio, porque eu não acredito muito nisso, mas enfim...Segunda coisa, ele não traiu ela, não que eu tenha que dar alguma satisfação para você, mas ele nunca faria isso. E terceiro, acho melhor, para o seu próprio bem, você ficar longe dela. O Seth é um cara ciumento e se você continuar dando em cima da garota dele, não vai ser nada bonito. — Você está me ameaçando?

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— Eu não, estou apenas te avisando, dando um conselho se preferir. O

Seth e a Jane se amam, muito mesmo. De um jeito tão forte que eu nunca vou ser capaz de compreender, e apesar de eu ser muito cético com relação a essas baboseiras de amor e achar que isso é sinônimo de problema, o meu amigo não acha. Ele acredita no amor e se entregou de corpo e alma nessa relação com a Jane. Demorou um pouco para eu entender e até mesmo aceitar essa relação deles, e mesmo ainda não compreendendo muito bem, eu respeito. Ela faz o meu amigo feliz então o que me importa se eu acredito no amor ou não? Seth está feliz, então eu estou feliz, e qualquer um que quiser atrapalhar essa felicidade, vai ter que se ver com o Seth e comigo. Você está entendendo o que eu estou dizendo, bro? — Acabo falando mais do que deveria, mas pelo menos acho que atingi o resultado esperado. Vejo o idiota engolindo em seco e parecendo amedrontado. Sorrio internamente. Ninguém vai atrapalhar a felicidade do meu melhor amigo. Seth não é meu irmão de sangue, mas é de coração, e depois de ver ele se transformar em um lixo ambulante com o termino do namoro, meio que caiu a minha fixa. Prometi para mim mesmo que apesar de achar que o amor o transformou em uma menininha chorona e que ele deveria estar pegando o maior número possível de mulheres ao invés de uma só, eu não faria mais piadas sobre isso, ou diria como ele esta cometendo um grande erro ou ainda brincar com ele e dizer que se ele quisesse eu poderia arrumar um rabo gostoso para ele para dar uma variada. Não farei mais isso. Vou respeitar a escolha do meu melhor amigo, se ele quer se amarrar a só uma garota apenas com 21 anos, então vou dar apoio total. E se alguém ameaçar esse relacionamento, eu brigarei como se a causa fosse minha. Porque afinal, é isso que irmãos fazem um pelo outro. — E se ela não quiser se afastar de mim? — Ele pergunta. — Não me interessa, é melhor você se afastar dela, porque se você

continuar essa amizade com segundas intenções, eu acabo com você. E sim, isso sim foi uma ameaça. — Será que você pode me soltar? — Se você tentar ir lá dentro e atrapalhar o dois você vai se arrepender. — Digo e solto o idiota.

Alguns minutos se passam e eu continuo do lado de fora do ginásio vigiando o Ryan “babaca” Johnson. Ele não tentou fugir nenhuma vez, mas mesmo assim por precaução, fico perto dele e de olhos bem abertos e atentos. — Não acredito que estou perdendo meu baile de formatura. Qual é,

cara, me deixe voltar lá para dentro. — Para que? Para você ir lá dentro e atrapalhar os dois? Nem sonhando.

Se o Seth ou a Jane não deram sinal de vida ainda significa que ele conseguiu pelo menos conversar com ela. Nós vamos esperar aqui até que Seth apareça, se tivermos que esperar a noite toda, esperaremos.

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Ele solta um grunhido de frustração misturado com raiva e chuta a parede. — Será que eu vou ter que gritar pedindo ajuda? — Ele me lança um

olhar raivoso e eu sorrio maliciosamente. — Igual a uma donzela em perigo? — Provoco-o e ele fica vermelho de raiva. — Além do mais, pode gritar, ninguém vai te ouvir com o barulho

da musica lá dentro. Mais alguns poucos minutos passam até que a porta pela qual saímos abre e uma Jane sem máscara aparece. Ela sai e anda em nossa direção, vejo Seth vindo logo atrás dela. Pela sua cara posso começar a cantar vitória, Seth parece mais relaxado, mais feliz e aquele antigo brilho está de volta em seus olhos. O velho e bom Seth está de volta. Graças a Deus. — Olá, Justin. — Oi, Jane. — Cumprimento-a sorrindo. Ela olha para Ryan e lhe dá

um sorriso tímido, como se desculpando-se. Não me passa despercebido que Seth passa seu braço em volta dos ombros de Jane possessivamente quando ela se dirige a Ryan. Ele está deixando claro para o idiota a quem ela pertence e eu acho isso engraçado, obviamente não rio, mas por dentro me divirto e começo a me questionar como será isso. Como deve ser sentir ciúmes de alguém, como será agir possessivamente? Esse sentimento é um campo totalmente desconhecido para mim e sinceramente eu acho tão engraçado quando eu presencio alguma cena de ciúmes de um cara com a sua garota. Quer dizer, tem tantas mulheres por aí, porque ter medo de ficar sem aquela se é só procurar outra caso ela vá embora? — Ryan, sinto muito ter deixado você só com o Justin, aqui fora. — Ela

me lança um olhar mas logo se vira para o idiota de novo. — Jane, o que está acontecendo, você voltou com esse cara? — Ele

pergunta olhando para Seth com uma expressão de nojo, que não é muito diferente de como Seth está encarando ele. — Sim, Seth e eu voltamos. — Ela confirma. — Isso. — Dou um grito vitorioso e um soco no ar, animado. Eu já tinha

percebido, mas ouvi-la confirmando é muito melhor. Os três me olham. O idiota com raiva, Jane com estranheza e Seth com diversão. — Foi mal. — Digo dando um sorriso tímido e eles voltam a conversar. — Você vai mesmo voltar com esse cara depois do que ele fez? — O

idiota pergunta parecendo indignado e vejo a mão de Seth que pende ao lado do seu corpo se fechar em punho, mas ele se controla e não diz anda. — Ryan, eu e Seth conversamos e eu acredito nele...

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— Não é possível. — Ele a corta. — O cara te trai e você o perdoa? Você

não tem amor próprio, Jane? — Não ouse falar assim com ela, seu merdinha. — Seth retira seu braço

dos ombros de Jane e avança para cima do idiota, mas Jane toca nele e lhe olha com olhos suplicantes. Seth recua imediatamente. — Olha Ryan, eu vim aqui para me desculpar por te deixar esperando e

por não poder mais ser a sua companhia hoje à noite, eu vim aqui por que eu te devo isso. Mas eu não te devo explicações de nada mais. Eu amo Seth e ele me convenceu que é inocente, eu acredito nele e acho que fiz uma enorme burrada ao duvidar dele. Então sim, eu voltei com ele e você não tem nada a ver com isso. — Jane diz com a voz controlada e calma e Seth nem tenta disfarçar o sorriso enorme que domina seu rosto, ele laça a cintura dela e lhe dá um beijo no topo da cabeça. — Não tenho nada a ver com isso? Tudo bem, talvez você tenha razão.

Mas você já se esqueceu qual ombro amigo estava lá quando você precisou? Quem te ouviu quando você precisava desabafar e quem te abraçou e te ajudou a ajuntar os cacos quando você estava despedaçada? — O sorriso de Seth desaparece e uma expressão de raiva e náusea passa por suas feições. — Não, eu não me esqueci, Ryan. Você sabe muito bem que eu sou

muito grata por você ter estado lá por mim. Eu não quero que a nossa amizade termine assim, eu me importo com você. — Ao ouvir isso Seth aperta o maxilar e seu corpo todo fica tenso. — Mas eu amo Seth e é com ele que eu quero ficar para sempre. Gostaria muito que você pudesse aceitar isso e que nós continuássemos sendo amigos. O idiota solta uma risada debochada e passa a mão pelos cabelos. Ele balança a cabeça devagar enquanto encara o chão e fica em silêncio alguns segundos. — Se você prefere acreditar nesse cara, que assim seja. Mas na próxima

vez que ele te machucar, não venha correndo para mim. Seth solta um grunhido e Jane rapidamente lhe lança um olhar, pedindo silenciosamente que ele não se exalte. O idiota se vira e sai caminhando, Jane encara suas costas com tristeza, certamente lamentando a perda de um amigo. Começo a respirar mais aliviado, finalmente as coisas estão bem de novo, e nenhum sangue foi derramado. — Só mais uma coisa. — O idiota para e diz, se vira e caminha de volta

até nós, mas dessa vez parando mais longe de nós três do que ele estava antes. “Merda, cedo demais para falar.” — O que foi, Ryan? — Jane pergunta.

O idiota coloca as mãos no bolso da calça social preta e encara Seth com um sorriso diabólico no rosto.

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“Merda, isso não vai prestar.” — Você pretende contar para o seu namoradinho tudo o que aconteceu entre nós? — O super, mega, idiota sem noção pergunta. — Do que você está falando? O que aconteceu entre vocês? — Seth

pergunta se virando para Jane. Ela o olha assustada e segura em seus braços. — Calma, Seth. Não aconteceu nada. — Ela diz. — Como não? Jane, está se esquecendo daquela noite em que... — Cala a boca, Ryan. — Ela diz irritada. — Não, cala a boca por quê? Deixe ele falar. Que noite? O que aconteceu? — Seth diz tremendo de raiva. — Não é nada, não significou nada. — Jane diz se desculpando. — Ah então aconteceu alguma coisa? — Ele pergunta e meu corpo todo

fica em alerta. Se o Seth se exaltar eu vou ter que apartar a briga ou se não esse idiota vai acabar indo para o hospital, não que eu pessoalmente queira evitar isso, por mim ele podia ir para o raio que o parta, mas Seth teria sérios problemas. — Sim, quer dizer não, quer dizer, mais ou menos. — Jane se enrola e

está claramente nervosa. Droga. Por favor Deus, que ela não tenha feito nada com o idiota, ou ele é um homem morto. — O que aconteceu, Jane? — Seth pergunta sem paciência, se exaltando

um pouco e fazendo Jane recuar um passo. — Eu e...Bom, foi uma noite que eu estava muito mal e...A gente acabou meio que... — Ela tenta explicar mas sem conseguir formar uma frase

compreensível, começa a gaguejar e os olhos se enchem de lágrima e eu tenho vontade de chorar também. “Estava tudo indo tão bem, se não fosse esse filho da puta. Eu vou acabar com ele.” — Não consegue? Tudo bem, eu conto. Eu e Jane dormimos juntos. — O

idiota diz com um sorriso presunçoso no rosto. Antes que eu posso fazer qualquer coisa, antes que Jane possa abrir a boca para se defender e sem mesmo perguntar se aquilo era verdade, Seth desfere um soco bem no queixo do idiota. Jane solta um grito e cobre a boca com as mãos, o idiota grita de dor e cambaleia para trás com a mão no queixo e Seth sem dar tempo para que ele se recomponha, parte para cima com uma fúria sanguinária. Seth acerta socos e chutes no idiota, que tenta revidar, mas não consegue acertar Seth nem uma única vez. O meu amigo é o melhor lutador não profissional que eu conheço. Jane grita e pede que Seth pare.

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— Seth, por favor, pare com isso...Seth, é mentira, eu e ele não dormimos juntos, pare por favor. — Jane pede desesperada e assim que

ouve as palavras, Seth para, deixando o idiota muito machucado caído no chão. — Como assim? Você não dormiu com ele? — Ele pergunta com

confusão e raiva misturados no olhar, e Jane balança a cabeça. — Então sobre o que você estava tão nervosa? O que aconteceu que você não estava conseguindo me contar? — Ele pergunta se

aproximando dela. — Seth, meu amor...Eu e o Ryan não dormimos juntos, pelo menos não do jeito que ele deu a entender e que você acha que foi. — Ela diz

enxugando as lágrimas do rosto. — Como assim? — Seth pergunta frio como gelo. — Eu e ele dormimos juntos, mas não desse jeito, nós literalmente dormimos na mesma cama. — Ela explica e vejo as expressões duras do

meu amigo se transformarem em alivio. — Não se esqueça de contar o que aconteceu antes, querida. — O idiota

diz quase como um gemido, Seth vira para ele e antes que a pancadaria recomece eu vou até o idiota caído no chão e o levanto puxando-o pelo colarinho da camisa e o coloco de pé. — Cale essa porra dessa boca se você não quiser que ele te mate, filho da puta. — Digo, eu mesmo querendo dar uma lição nesse cara para ele

deixar de ser tão otário. — O que aconteceu antes? — Seth pergunta com um misto de ansiedade

e medo na voz. — Foi numa noite, fazia umas cinco semanas que a gente tinha

terminado e eu estava muito mal. Tinha encontrado uma foto nossa, daquele feriado que a gente passou na Florida, lembra? Aí eu procurei o Ryan, precisava conversar com alguém e ele estava me ajudando tanto nas últimas semanas. A gente foi para o quarto dele e ficamos deitados na cama escutando a chuva enquanto eu alternava entre chorar e desabafar. Seth escuta atentamente cada palavra de Jane, ele não se mexe nem um milímetro, toda sua atenção no que ela está contando. Provavelmente está decidindo se ele vai matar ou não o idiota, que por sorte está de boca fechada. — A gente ficou horas daquele jeito, conversando ou então em silêncio

enquanto eu chorava. Eu estava tão triste, eu estava morrendo de saudades e queria correr de volta para os seus braços, mas sempre que eu pensava em fazer isso a imagem de você com aquela mulher seminua se beijando voltava a minha cabeça. Várias vezes eu pensei se eu teria me precipitado em não te ouvir, talvez você realmente fosse inocente, pensando bem, eu sabia que aquele cara não era o Seth de verdade. Mas eu estava machucada demais somente com a possibilidade de ter me enganado tanto com relação a você e aquela imagem de vocês dois

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no seu quarto não saia da minha cabeça. — Jane começa a chorar e Seth a puxa para seus braços, ele a abraça firme e apoia o queixo no topo da sua cabeça. — Shhh, baby, está tudo bem. Eu te amo. — Ele diz para ela e ela chora

mais. Quando ela se recompõe, se afasta e limpa as lágrimas, respira fundo e continua. — Logo nossa conversa foi indo em outras direções, Ryan foi me

distraindo da minha dor e era por isso que eu estava andando muito com ele nas últimas semanas, ele sempre conseguia me distrair nem que fosse por um momento. Fomos conversando sobre diversos assuntos até que em um momento, não sei exatamente como, surgiu um clima. Nós nos aproximamos e ele me beijou, fiquei surpresa mas não o afastei, e acabei retribuindo. O beijo foi se tornando cada vez mais intenso e menos inocente, até que quando me dei por mim, eu estava deitada de costas na cama e o Ryan estava em cima de mim me beijando. Seth e eu escutamos o relato de Jane sem emitir som nenhum, os dois muito interessados em saber o que de fato aconteceu entre eles. — Mesmo pensando que você tinha me traído, eu estava me sentindo

péssima, muito culpada por estar beijando outro. Quando ele começou a me acariciar eu me senti doente, sabia que não podia continuar com aquilo, então pedi que ele parasse. Ele parou e eu pedi desculpas por ter deixado aquilo ir longe demais, ele pediu desculpas e disse que tinha sido um momento de fraqueza e que não queria se aproveitar do meu estado, mas que não pode resistir. Eu disse que estava tudo bem, mas o problema era que eu ainda te amava. E foi isso, depois disso eu deitei em seu braço e nós conversamos até ambos cairmos no sono. — Um nos braços do outro? — Seth pergunta com dor na voz. — Sim. — Jane diz tão baixo que mal a escuto, ela olha para o chão

envergonhada. — Sinto muito, Seth. Mas eu te amo, por favor, me perdoe.

Seth encara o chão e não diz nada. — Seth...Você vai me deixar? — Jane pergunta engasgando com as

próprias lágrimas. O silêncio perdura, o ar carregado com tensão. — Acho melhor você ir embora, antes que eu me arrependa por não acabar com você por ter beijado e acariciado a minha noiva. — Seth diz e eu, o idiota e Jane o olhamos com os olhos arregalados em surpresa. — Noiva? — O idiota e Jane perguntam ao mesmo tempo. Mas eu

rapidamente compreendo o que ele quer dizer. Seth já havia falado diversas vezes sobre a vontade de pedir Jane em casamento. Ele disse que queria comprar um anel lindo e fazer algo

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especial, e que isso seria muito em breve, mas aí todo esse mal entendido aconteceu. Acho que o meu amigo não quer perder mais tempo. — Sim, noiva. Quer dizer, se você aceitar se casar comigo, é claro. —

Jane cobre a boca aberta em surpresa com as mãos e começa a chorar, mas dessa vez de felicidade. Ela começa a balançar a cabeça freneticamente e pula nos braços de Seth. — Sim, sim, sim, sim...Mil vezes sim, meu amor. Eu aceito me casar com você, Seth. Eu te amo tanto. — Ela diz apertando-o forte e

descendo sua boca na dele. Seth a envolve com seus braços e a beija tão intensamente e apaixonadamente que eu sinto a necessidade de desviar o olhar. — Ah meu Deus, estou tão feliz. — Jane diz sem fôlego quando eles

param de se beijar. — Eu também, meu amor. O que eu mais quero é que você seja minha mulher para sempre. Eu te amo mais que tudo, Jane Mahler. — Eles

sorriem um para o outro e se beijam apaixonadamente de novo. Por um momento, e eu disse apenas por um momento, sinto uma dor aguda no peito. Por um momento, por um breve momento, que assim como rapidamente surgiu rapidamente foi embora, eu senti no fundo da minha alma o desejo de ter aquilo que Seth e Jane tinham, junto com o desejo veio à dor, por saber que eu nunca encontraria aquilo. A verdade é o seguinte; Eu vivo falando que não acredito no amor, mas na real, eu acredito. Eu digo que não porque eu tento convencer a mim mesmo que eu sou o único normal e o resto do mundo é que tem algum problema. Mas isso é uma grande e deslavada mentira. Eu sou o que tem problemas. O fato é, eu simplesmente não entendo o amor, e não consigo senti-lo – o amor que um homem sente por uma mulher, eu quero dizer – porque é claro que eu amo meus pais, irmãos e amigos. Eu não consigo querer amar alguém, o que eu quero mesmo é desejar o sentimento de querer amar alguém. Dá para entender? Eu sei, é confuso. Eu também muitas vezes não entendo. E apesar de 99% do tempo eu estar bem com o fato de não conseguir amar uma mulher e ter um relacionamento sério, de não sentir falta disso e achar que tudo bem se eu nunca me apaixonar, tem 1% do meu tempo, quando eu presencio momentos como esse entre meus pais, ou os pais de Seth, ou meus tios, ou meus primos ou meus amigos, que eu sinto uma dor muito forte em meu peito. Uma dor que dói não pela falta de amor, mas por ser uma pessoa incapaz de amar, ou de pelo menos sentir falta de possuir a capacidade de ter esse sentimento. Seth se afasta de Jane e se vira, encarando o idiota. Limpo as lágrimas dos meus olhos antes que elas caiam me denunciando ou que alguém

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perceba meus olhos marejados. Agradeço a Deus por a dor sempre chegar e ir embora tão rápido, não sei se aguentaria ela por mais que um breve instante, e morro de medo que um dia ela chegue e não vá mais embora. Não sei se tenho mais medo dessa dor, ou da dor que eu sentiria se eu pudesse amar e tivesse meu coração despedaçado, como Seth. Talvez essa incapacidade de amar seja uma benção disfarçada de desgraça. — Pelo amor de Deus, Justin. — Seth diz meu nome me trazendo de volta à realidade. — Tire esse cara da minha frente antes que eu mude

de ideia e termine o que eu comecei. — Você ouviu. Se mande, cara. — Digo me abaixando para pegar a

máscara do idiota e lhe entregando. Acompanho-o até um pedaço do caminho e depois volto para ficar ao lado de Jane e Seth. Olho para ver se o idiota está mesmo indo embora e alivio percorre minhas veias quando vejo que ele de fato se foi. — Você tem certeza que quer casar? Você não precisa tomar essa

decisão agora e... Seth a cala com um beijo, quando se afasta aposto que Jane não se lembra mais o que estava falando. — Eu quero me casar com você, quero muito. E eu não decidi isso

assim, de uma hora para outra. — Ah não? — Ela pergunta enlaçando seu pescoço e sorrindo

apaixonadamente. — Não. Já faz um tempo que eu venho pensando nisso, eu até cheguei a

olhar alguns anéis, e só não comprei um porque não achei nenhum que fosse perfeito o suficiente para você. — Oh Seth. Eu não preciso de nada disso, você pode amarrar um barbante em meu dedo que eu serei a mulher mais feliz do mundo. —

Ela diz e o beija de novo. “Talvez eu deva ir embora.” — Nada disso, você terá o anel mais lindo do mundo, e eu não medirei

esforços para encontra-lo. Sinto muito não poder te dá-lo agora, sinto muito também por esse pedido nada romântico. Eu estava planejando algo muito mais perfeito, mas eu meio que tive que improvisar. — Ele ri e a beija na ponta do nariz. — Ah meu amor, isso foi perfeito, pode apostar. — Quer curtir o resto do seu baile, só que com o acompanhante certo dessa vez? — Seth lhe pergunta. — Eu gostaria. Você faria isso por mim? — Minha Jane, você ainda não percebeu que eu faço tudo por você? —

Ele pergunta a olhando com amor enquanto acaricia sua bochecha.

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— Percebi, mas eu ainda pergunto por que às vezes acho que estou

sonhando, e que alguém tão perfeito como você só pode ser fruto da minha imaginação. Seth ri e a abraça. Já estava com saudades da risada do meu amigo, fazia muito tempo que não a escutava. — Então vamos. Vou rodar você por aquela pista até você ficar tonta. —

Ele repousa o braço nos ombros dela e ela enlaça a cintura dele com o braço. — Justin, você vem ou vai ficar parado aí a noite toda? — Jane para, se

vira e me pergunta. Seth me olha e o sorriso no rosto dele é contagiante. Permito deixar pela primeira vez em alguns meses o peso da culpa escorregar de meus ombros e cair no chão. Sinto-me muito mais leve. Eu não arruinei a vida do meu melhor amigo para sempre. Ele está feliz de novo, e eu ajudei isso acontecer. Sorrio largamente para os dois e pisco para Seth quando digo: — Eu vou com vocês. Tem duas garotas a quem estou devendo uma

dança.

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Jealousy is a bitter bitch Justin Acordo e a primeira coisa de que tenho consciência é do corpo quente aconchegado em mim. Ainda com os olhos fechados, aperto o meu braço que esta repousado na cintura dela e a abraço apertado. Enterro meu rosto no seu pescoço e inalo o delicioso aroma que ela tem enquanto esfrego minha ereção em sua bunda. Savannah geme ainda dormindo e eu me esfrego mais nela. Lembro que no começo eu fiquei apavorado com o fato dela estar dormindo tão frequentemente aqui em casa que até precisava de um espaço para suas coisas. Lembro também que naquela primeira manhã, quando eu acordei e fui ao banheiro e vi a sua escova de dente junto com a minha, eu achei que ia pirar. Fui até o guarda-roupa, depois abri a gaveta na cômoda e fiquei uns bons 15 minutos encarando as roupas e os pertences dela enquanto ela dormia a menos de 5 metros de mim. Eu achei que ia começar a surtar, até então minha ficha não tinha caído, Savannah estava praticamente se mudando para meu apartamento. Ok, tudo bem, se mudando é exagero afinal ela só trouxe algumas poucas mudas de roupas para ter que evitar o transtorno de sair daqui de manhã com a mesma roupa do dia anterior. E foi eu quem trouxe essa ideia a tona, na hora eu só estava ansiosa para faze-la aceitar dormir comigo sempre e não pensei no que de fato isso significava. Caralho! Nenhuma mulher, com exceção de Eva Mckenna dormiu – no sentido de dormir mesmo - comigo. E mesmo ela, nunca teve nenhum espaço só dela dentro do meu antigo apartamento. Savannah é a segunda mulher com quem eu tive relações sexuais mais de três vezes e é a primeira a conseguir me fazer baixar a guarda a ponto de deixar que ela juntasse sua escova de dente com a minha. Pensando nisso agora, não sei como isso foi acontecer, e ela ainda conseguiu me enfeitiçar de tal modo, que foi eu quem insistiu para que ela fizesse isso. Deus, essa mulher é uma coisa! Não sei exatamente que coisa, mas ela é. Mas tenho que ser justo aqui, depois do meu ataque de pânico e com o passar dos dias, eu percebi que Savannah não é nenhuma Eva. Ela não vai dar ataque e me perseguir quando esse nosso lance terminar, igual Eva fez. Esse pensamento me fez relaxar e eu me permiti a aproveitar a presença constante de Savannah no meu apartamento.

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E agora, depois de tantos e tantos dias com ela dormindo na minha cama a noite toda, eu não podia estar mais feliz com a minha decisão de deixa-la ficar aqui comigo. Acordar sentindo o calor do seu corpo no meu, seu cheiro único e inebriante, ver seu sorriso lindo que me deixa de bom humor logo pela manhã e ouvir sua voz rouca me dizendo “bom dia” me provoca uma porra de uma sensação maravilhosa. Sem contar o bônus de ter sexo logo pela manhã, o que deixaria qualquer um com um ótimo humor, e Savannah sempre acorda tão sexy. É uma delicia. Levanto sua blusa do pijama e espalmo minha mão em sua barriga lisa, lentamente a deslizo para dentro do seu short de algodão. Não sei qual é a desses pijamas velhinhos e de algodão dela, mas eles me dão um tesão enorme. Imediatamente acho o que estava procurando e começo a acariciar seu clitóris com os dedos. Savannah se remexe e geme, mas não acorda. Como essa mulher gosta de dormir, meu Deus, estou para ver alguém com o sono tão pesado e que durma tanto. Continuo a estimulando pacientemente com os dedos enquanto começo a depositar beijos suaves em seu ombro e pescoço. Savannah geme de novo e eu sei que ela está despertando. — Acorde, baby. — Digo quando sinto que estou perdendo a batalha

contra seu sono e que ela está adormecendo novamente. Enfio dois dedos dentro dela enquanto continuo acariciando o clitóris com o dedão. Savannah abre os olhos, muito desperta agora. — Bom dia. — Ela diz com a voz rouca e com aquele sorriso capaz de

iluminar até o dia mais nublado. — Bom dia. — Dou-lhe um sorriso malicioso e continuo a penetra-la

lentamente com os dedos. — Humm, Justin. — Ela geme e diz meu nome. Ela morde o lábio

inferior e fecha os olhos, começando a mexer os quadris. — Sabe, toda vez que eu fico com saudades de dormir no meu

apartamento eu lembro a mim mesma que acordando lá eu tenho que enfrentar aquela vadia, enquanto que quando eu acordo aqui, eu tenho isso. — Ela mexe os quadris provocadoramente e sorri maliciosamente. — Acho que esse pensamento não te deixa em duvida sobre onde você deve passar a noite. — Digo. — Nem um pouco. — Ela sorri e eu lhe dou um beijo. O beijo logo passa

de algo morno para quente como o inferno. Sinto meu pau doendo de tanto desejo. Retiro minha mão de dentro do seu short e deslizo-a por baixo de sua blusa, logo alcanço seu seio nu. Savannah gosta de dormir de pijama, mas sempre sem calcinha ou sutiã. “Obrigado, meu Deus.”

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Aperto seu seio e brinco com seu mamilo duro enquanto a beijo intensamente, os gemidos que ela solta enquanto nossas línguas brincam uma com a outra percorrem todo meu corpo, me deixando louco. Rapidamente deito em cima dela e puxo sua blusa, interrompemos o beijo apenas para tirar a blusa e joga-la no chão. Faço meu caminho da sua boca até seu pescoço, traçando uma linha molhada de beijos. Ela suspira e acaricia minhas costas com uma mão enquanto a outra se perde em meus cabelos. Vou beijando-a lentamente até alcançar a parte superior de seu seio. Seguro os dois com as mãos e sinto-os, aperto-os e brinco com ambos os mamilos enquanto olho em seus olhos verdes, lindos e hipnotizantes como uma esmeralda. — Caralho, eu adoro esse dois. Tão grandes, redondos e durinhos. E esses mamilos rosadinhos, humm, são de dar água na boca. — Digo

antes de colocar minha boca em um dos seus mamilos e lambe-lo. — Justin. — Ela geme meu nome. Eu adoro quando ela faz isso.

Lambo o outro sutilmente, apenas provocando-a e ela resmunga. Sorrio e começo a chupar seu seio, intercalando minha atenção entre os dois. Chupo, lambo e dou leves mordidinhas, fazendo com que ela se contorça em baixo de mim. Lambo o vale entre seus seios e traço um caminho de beijos até seu monte de Vênus, deposito um beijo ali e levanto o olhar, encarando Savannah com um sorriso provocador nos lábios. — Justin, por favor. — Ela pede.

Passo o dedo por seus lábios inchados e molhados. — Essa bocetinha é muito gulosa. — Digo e Savannah geme enquanto brinca com seus seios. — Você quer que eu te faça gozar com a minha

boca, baby? — Por favor, por favor. — Ela implora choramingando. — Oh meu Deus. — Ela exclama quando minha língua a toca. Lambo-a

desde sua entrada até seu clitóris, várias vezes. Concentro minha atenção no clitóris, acariciando-o com minha língua enquanto a penetro com dois dedos. — Justin...Oh Deus...Por favor. — Ela geme e eu sinto que posso gozar

só de ouvi-la. Os gemidos de Savannah são tão sexys, ela não solta aqueles gemidos exagerados e que são tão falsos quanto uma nota de 3 dólares, mas também não tem vergonha de mostrar que está sentindo prazer. Seus gemidos são excitantes e me deixam tão duro que eu sempre tenho medo de passar vergonha e gozar sem nem ao menos ela me tocar. Quando a sinto pulsando envolta dos meus dedos, chupo-a mais intensamente. Savannah geme e se contorce com seu orgasmo.

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Não dou-lhe tempo para se recuperar, deslizo meu corpo para cima ficando em cima dela, tomo sua boca com a minha e a penetro com um único golpe. Rápido e duro. Ela arfa e arranha meus braços com as unhas. Estou tão desesperado para conseguir minha libertação, que lhe penetro com força, nossos corpos se chocando e estalando. Nossos gemidos preenchendo o quarto. Transar com Savannah é tão bom. Ficar dentro dela é uma delicia, o seu gosto é uma delicia, as curvas do seu corpo, os sons que ela faz, a forma apaixonada e voraz que ela se comporta na cama mesmo sendo uma pessoa tímida, tudo é sexy, excitante e delicioso. Quando sinto meu orgasmo caminhando cada vez para mais perto da liberdade, aumento o ritmo e agarro seu seio, apertando-o rudemente. Quando meu orgasmo chega, é de fazer o chão tremer. Ele vem como uma forte onda, me arrasta e eu me deixo levar. Afogo-me nesse mar de novas sensações que só Savannah me faz sentir. — Vou tomar um banho. — Ela diz depois que meu corpo para de

tremer e nossas respirações voltam ao normal. — Tudo bem, vou fazer nosso café da manhã. — Digo e me retiro de

dentro dela. Pego minha calça de moletom e vou até a cozinha. Como estamos atrasados, não faço nada de especial. Arrumo a mesa com algumas frutas; Morangos, uvas, bluberry, melão em cubos e amoras. Iogurte, leite, suco de laranja, café, pão, pão integral, torradas e cereal. Alguns minutos depois Savannah aparece de banho tomado, toda arrumada e com sua mochila pendurada em seu ombro. — Estou faminta. — Ela diz se sentando e se servindo de iogurte com

cereal, amora, morangos e bluberry. — Está tudo bem? Normalmente você não é tão quieto assim no café da manhã. — Ela comenta antes de levar uma colherada da sua mistura de

café da manhã até a boca. — Não é nada, é só que hoje eu tenho uma reunião muito importante,

tenho que apresentar uma proposta que se aceita, trará um contrato de muitos milhões de dólares para a empresa. — Você podia ter treinado a apresentação comigo. Eu teria sido super imparcial e honesta. — Ela pisca e sorri. Não posso evitar sorrir

também. Ela é tão adorável. — Obrigado. Mas na verdade eu já apresentei essa proposta, para os

acionistas da empresa. Eu tinha que convence-los para que eles convencessem o Sr. Thompson que valia a pena marcar uma reunião comigo. Vou me encontrar com ele hoje à tarde e se ele ficar tão impressionado quanto os outros, esse contrato entre nossas empresas será assinado logo, logo. — Entendi. Bom, boa sorte então, não que você precise de sorte.

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— Obrigado. Acho que dessa vez toda ajuda é bem vinda, um pouquinho

de sorte não vai fazer mal nenhum. Terminamos nosso café da manhã e eu vou tomar um banho super rápido, Savannah decide ficar me esperando mesmo já estando bem atrasada. Depois do banho me visto rapidamente e dentro de poucos minutos estamos entrando no elevador juntos. Aperto o botão e assim que as portas se fecham eu a puxo para junto de mim e lhe dou um beijo. Quando a porta do elevador se abre separo nossos lábios e ambos saímos ofegantes. Entramos no carro e eu ligo o radio, está tocando Lady Antebellum, “Just a Kiss” e Savannah começa a cantarolar a musica. I know that if we give this a little time (Eu sei que se dermos tempo ao tempo) It will only bring us closer to the love we wanna find (Só iremos nos aproximar do amor que queremos encontrar) It's never felt so real (Nunca foi tão real) No, it's never felt so right (Não, nunca pareceu tão certo)  Saio da sala de reuniões muito mais tranquilo do que quando entrei. Tudo saiu exatamente como eu havia planejado, a apresentação saiu perfeitamente. Apesar de eu já tê-la apresentado para os acionistas há duas semanas, hoje a apresentação seria diferente, eu teria que ficar durante uma hora dentro de uma sala apenas com outro homem, e não um homem qualquer. Carlson William Thompson, o fundador e maior acionista da Thompson Reuters Company, e o meu verdadeiro alvo. Se eu conseguisse acerta-lo em cheio com a minha proposta então esse contrato já estaria no papo. E pela expressão em seu rosto durante toda a apresentação, pelos comentários e interesse que ele demostrou, estou mais que confiante que ele ficou impressionado com a minha proposta, muito bem impressionado. Tento não deixar o meu sorriso vitorioso se espalhar por meu rosto, ainda não. Até o segundo antes dele assinar o contrato, tudo pode acontecer. — Justin, estou realmente muito impressionado com a sua proposta. —

Ele diz enquanto caminha ao meu lado pelo corredor em direção aos elevadores. — Quando Robert me disse que a proposta era digna da minha atenção,

eu não imaginava que seria algo tão bem elaborado e com tanta probabilidade de funcionar. Admito que estou muito impressionado com seu desempenho e estou tentadíssimo a fechar esse contrato com vocês. — Ele diz e eu tento controlar a minha animação, mas é muito difícil, se

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esse contrato realmente sair e eu for o intermediário, vai ser uma das melhores coisas que poderia acontecer com a minha carreira aqui na Townsend. — Fico extremamente feliz de ouvir isso, Sr. Thompson. Seria um prazer

para a Townsend ter uma parceria com vocês, e tenho certeza que seria muito vantajosa para ambos os lados. — Digo e chamo o elevador, quando ele chega entramos e continuamos nossa conversa sobre negócios até chegarmos ao térreo. Acompanho-o até a porta e nos despedimos: — Foi um imenso prazer finalmente conhece-lo Sr. Thompson. — Digo

lhe estendendo a mão. — Igualmente Justin. — Ele aperta minha mão. — Gostaria de convida-

lo para almoçar na semana que vem para discutirmos alguns detalhes do contrato, seria possível? — É claro, seria um prazer esclarecer qualquer duvida que possa ter

permanecido. Estou à disposição. — Maravilha, nesse caso então, minha secretaria liga para sua para

combinarmos o horário. — Perfeito. Tenha uma boa tarde.

Ele entra no seu Rolls Royce cinza e eu observo o carro com um sorriso no rosto até ele sumir de vista. Tudo esta correndo perfeitamente. Não quero me precipitar e cantar vitória antes da hora, mas só se uma merda muito grande acontecesse para esse contrato não ser fechado.

Savannah Durante o caminho todo até a enfermaria eu fico me perguntando se isso é o certo a se fazer. Talvez o melhor seja deixar ela resolver isso, eu não deveria estar me metendo na vida da minha irmã desse jeito. Mas droga, eu tive uma conversa com ela e a medrosa da Shanon me disse que não pretende convidar Miguel para sair e que não vai deixa-lo saber que ela está caindo de amores por ele. A garota se apaixonou perdidamente a primeira vista, fica sonhando acordada com o cara o tempo todo mas está morrendo de medo de chama-lo para sair e deixalo saber do seu interesse. Eu sei que o que eu estou prestes a fazer pode deixa-la muito, mas muito furiosa. Se ela fizesse o mesmo comigo acho que provavelmente ficaria meses sem falar com ela. Mas...Eu só quero que ela seja feliz, e além do mais, se ele disser não eu nem conto para ela o que eu fiz, e se ele disser sim, ela vai acabar me agradecendo no fim das contas. Paro em frente à enfermaria e a encaro. Entro ou não entro? Faço isso ou não faço?

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Eu quero tanto ver a Shanon feliz, todos merecem encontrar uma pessoa legal e se apaixonar, eu quero que ela tenha isso. E se depender dela, ela vai deixar a oportunidade de ter isso com o Miguel passar sem fazer nada. Decido que eu vou fazer, não importa que ela fique furiosa depois, então entro na enfermaria rapidamente antes que eu perca a coragem. Quando entro olho direto para a mesa na entrada, está vazia. — Miguel? — Chamo um pouco hesitante. Escuto um barulho na sala

ao lado e logo um homem alto, moreno e muito gato sai de lá de dentro. “Meu Deus, a Shanon tinha razão quando disse que ele é lindo.” — Oi. — Digo um pouco sem graça. Deus, eu estou mesmo fazendo

isso? Vou me passar pela minha irmã? Nós já fizemos isso antes, mas quando éramos crianças. — Shanon? — Ele me olha com a testa franzida. — Sim, sou eu, a Shanon. — Minha voz sai tão falsa e trêmula. Droga,

ele vai sacar que eu não sou minha irmã. — Você está meio...Diferente. — Ele diz ainda me olhando com um

pouco de estranheza. Merda! Eu e Shanon somos gêmeas idênticas, como é que ele percebeu alguma diferença? — Estou? — É a única coisa que eu consigo responder. — É, não sei o que é...Mas deixa para lá. — Ele diz balançando a cabeça

e abrindo um sorriso enorme, ele se aproxima um pouco e sua postura delata seu nervosismo. Ah sim, esse cara está totalmente na da minha irmã. Olha só o jeito que ele olha para ela, quer dizer, para mim, mas ele acha que é ela então dá no mesmo. — Não me diga que você se machucou de novo? Eu te falei, você deveria

andar com um trevo de quatro folhas, uma ferradura e um pé de coelho. — Ele diz rindo. — Um trevo, uma ferradura e um pé de coelho? — Pergunto levantando

as sobrancelhas e rindo. — É, dão sorte, assim talvez você se machucaria menos. — O pé de coelho não deu sorte para o coelho. — Digo cruzando os

braços e ele ri. — Verdade. Estou apenas implicando com você, sei que é meio estranho

dizer isso, e por favor não me leve a mal, mas eu gosto que você seja desastrada. — Ele diz se apoiando na mesa e me lançando um olhar tímido. — Ah é? E o porquê disso? — Pergunto.

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— Porque assim você vem bastante aqui, e eu posso te ver. — Ele me dá

um sorriso tímido e eu sorrio para ele. “Ah meu Deus, a Shanon tem que sair com esse cara, ele é um fofo.” — Sinto muito te decepcionar, mas hoje eu não estou aqui pelos seus cuidados médicos. — Digo. — Não? — Não. — Então o que te trouxe até aqui? — Ele pergunta com um olhar de

flerte. — Eu vim saber se você por acaso quer sair comigo algum dia desses. —

Pergunto e por um momento ele parece surpreso, como se não esperasse que eu fosse ser tão direta. Acho que a minha irmã esteve agindo muito timidamente perto dele, essa não é uma Shanon que ele esperava ver, com certeza. Ele abre a boca mas parece não saber o que dizer. Droga, será que eu interpretei mal os sinais e ele irá me dizer não? — Eu...Ann...Eu quero sim. Na verdade, eu quero muito sair com você, Shanon. — Ele diz sorrindo largamente. — Ótimo. — Sinceramente, eu já estava querendo te convidar desde daquela vez

que você veio aqui com aquele olho roxo, mas não tive coragem. Fico feliz que você tenha me convidado, porque se dependesse de mim ia demorar. Eu sou tão tímido quando se trata de chamar uma garota para sair. — Ele diz encarando o chão e parecendo envergonhado. — Para falar a verdade, eu também sou muito tímida quando eu conheço um cara novo. Mas eu quero mesmo sair com você, então... —

Deixo o resto da frase morrer no ar. — Será que você pode me dar o seu numero de telefone para eu te ligar

e combinarmos o dia? — Claro. — Respondo.

Vou até a mesa, parando do seu lado e anoto o número do celular de Shanon, quase que escrevo o meu número por engano. — Prontinho, aqui está. — Entrego o papel para ele. — Perfeito. Eu te ligo então. — Vou estar esperando. — A gente se vê então. — Certo, até depois. — Até, tenha uma boa tarde. — Ele diz e se aproxima, segura minha

mão e a beija.

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“Ah meu Deus, minha irmã encontrou um cavalheiro. Estou tão feliz por ela.” Sorrimos uma última vez um para o outro e eu vou embora. Uma vez fora da enfermaria, respiro mais aliviada, não tinha certeza se isso ia funcionar e muito menos se ele iria aceitar o convite. Mas ele aceitou, e disse que queria convidar ela para sair desde a primeira vez que eles se viram. Cara, eu preciso contar isso para a Shanon. Sigo caminhando pelo campus com um sorriso no rosto. O que eu fiz não foi totalmente correto, mas acabou dando certo, agora a minha irmã e o cara que ela está caidinha tem um encontro. Certamente ela não vai ficar zangada comigo quando eu contar que ele aceitou, ou vai? Continuo caminhando enquanto penso como contar para Shanon o que eu fiz e imaginando diversas reações da parte dela, quando escuto alguém chamando meu nome. — Savy.

Olho para trás e vejo Vince fazendo sinal com a mão e sorrindo para mim. Curiosamente, a visão dele já não me provoca mais borboletas no estômago. Claro que ele continua lindo e gostoso, mas essa beleza não tem mais o mesmo efeito que tinha antes. — Oi. — Digo quando ele para na minha frente. — Oi, eu te procurei por toda parte. Fui falar com você depois que sua

aula acabou mas você já tinha saído. — É, foi mal. Estava na enfermaria. — Você está bem? — Rapidamente seu olhar muda para preocupação. — Sim, está tudo ótimo comigo. É só que eu tinha que...Fazer uma coisa. — Digo com um sorriso envergonhado. Ainda não acredito que eu

fingi ser minha irmã e marquei um encontro para ela. — Que susto, achei que tinha acontecido algo com você. Que bom que você está bem. — Ele diz chegando mais perto e exagerando na

preocupação e principalmente na invasão do meu espaço. — É, estou. Inteira. Nada de errado. — Olho desconfortavelmente para

ele e lhe dou um sorriso nervoso. — A gente se vê por aí. — Digo e me viro, mas Vince me segura pelo

braço e vem ficar na minha frente. — Espera, achei que você tinha falado que a gente ia se ver hoje. — Ele

diz. — Acabamos de nos ver. — Digo e tento ir embora mas ele me segura de

novo. — Tem alguma coisa errada? Você parecia disposta a ser pelo menos

minha amiga quando conversamos na sua varanda.

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— Não tem nada errado. — É aquele cara? — Ele pergunta fazendo uma careta de poucos

amigos. — Que cara, Vince? — O idiota que eu dei uma surra. Como é o nome dele mesmo? — Justin. — Isso, Justin. É por causa dele que você ainda está fugindo de mim? Seu namoradinho não te deu permissão para você ser minha amiga? —

Ele pergunta ríspido. — Você está louco se acha que algum dia vou permitir que um homem

me diga de quem eu devo ou não ser amiga. Além do mais, o Justin não é meu namorado. E foi bom você tocar nesse assunto, porque eu ainda estou com aquela briga de vocês dois entalada na garganta. — Digo cruzando os braços e fazendo cara de brava. — Foi para ele aprender a não mexer com a garota dos outros, espero

que ele tenha aprendido. Vocês ainda estão saindo? — Isso realmente não é da sua conta. — Digo ficando irritada com sua

atitude. — Quer saber, não importa. Eu só quero que a gente deixe para trás

tudo isso, ok? Se você não vai voltar comigo, quero pelo menos voltar a ser seu amigo. Pode ser? — Não sei se isso vai dar certo, Vince. — Por quê? — Você não traiu minha confiança só como namorada, mas como amiga

também. A amizade que nós tínhamos antes de começar a namorar, simplesmente não sei se tem concerto, entende? — Acho que sim. Mas e se fossemos devagar? Retomando ela aos

poucos? — Talvez, quem sabe. — Vamos fazer isso, por favor? Não quero que você saia da minha vida,

Savy. Encaro seus lindos olhos verdes, que são quase na mesma tonalidade do que os meus, só que muito mais penetrantes. Encaro com saudades o rosto do homem que até pouco tempo atrás eu amava com todo meu coração. — Tudo bem, Vince. Nós podemos ser amigos, ou pelo menos, tentar. —

Ele abre um sorriso do tamanho do Texas e me abraça. Hesito um momento mas acabo retribuindo o abraço. Ele me puxa para mais perto e eu posso sentir toda a extensão firme e forte do seu corpo contra o meu.

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— Que tal nós irmos almoçar para comemorar? — Ele se afasta e

pergunta animado. — Comemorar? — Pergunto sorrindo com a sua empolgação infantil. — Sim, venha, vamos comer. — Ele agarra meu braço e começa a me

puxar. — Tudo bem, vamos almoçar então. Quer ir ao restaurante universitário

ou... — Mas é claro que não. Vamos comer comida de verdade, eu conheço

um restaurante fora do campus que é uma delicia. Não digo nada e deixo que ele me segure pela mão e me leve até seu carro.  — Savannah Careton, me diga que você não fez isso. — Shanon diz num

tom baixo e moderado, mas muito ameaçador, depois que ela para de tossir e limpa a bebida que ela derramou em sim mesma quando cuspiu. Acho que fiz bem em lhe contar o que eu fiz em um lugar publico. Assim ela não pode pular no meu pescoço, não com todas essas testemunhas. — Foi mal, sis. Eu fiz. — Digo me encolhendo na cadeira do restaurante

enquanto ela me fuzila com os olhos. — Não. Não posso acreditar que você fez isso. Me diga que você não fez. — Eu fiz, mas eu fiz pensando na sua felicidade. — Você não tinha esse direito. — Shanon se descontrola por um

momento e grita. As pessoas nas mesas a nossa voltam nos olham com repreensão. Shanon fecha os olhos, aperta o nariz e respira fundo. — Você não tinha o direito de se meter na minha vida dessa forma. — Mas Shanon... — Sem essa de Shanon. Não acredito que você foi tão intrometida,

egoísta e agora eu te odeio Savannah. — Não você não odeia. Eu sei que eu não devia ter me passado por você,

mas você não iria convida-lo para sair mesmo estando louca por ele, eu só queria que você desse uma chance para esse sentimento. — Não acredito que você me fez passar por idiota. Eu confiei em você e

você me traiu. — Não, Shanon. Por favor não fale assim.

Ela permanece em silêncio encarando o prato. Dou-lhe o seu tempo e não falo nada. — Qual foi a resposta dele? — Ela pergunta depois de alguns minutos,

ainda encara o prato, talvez com medo da resposta. Abro um sorriso enorme, é agora que ela vai me perdoar.

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— Ele disse que sim. — Digo e ela imediatamente levanta o olhar e me

encara com um misto de surpresa e animação. — Ele aceitou? — Aceitou. E não foi só isso. — Não? O que mais ele falou? Anda, me conta tudo. — Ela se remexe na

cadeira impacientemente. — Ele disse que queria te chamar para sair desde o primeiro dia,

quando vocês se conheceram. Mas ele é tímido demais quando se trata de garotas. — Ah meu Deus. Ele queria me chamar para sair esse tempo todo? —

Eu apenas balanço a cabeça com empolgação. — Mas e aí, o que aconteceu depois? — Eu dei o número do seu celular, ele disse que iria ligar.

Ela caça o celular desesperadamente dentro da bolsa e olha a tela. — Não tem nenhuma chamada. — Ela diz decepcionada. — Calma, Shanon. Eu falei com ele ontem, logo ele vai ligar, você vai

ver. — Não acredito que eu vou sair com o Miguel. — Ela diz com um olhar

apaixonado e um sorriso involuntário surgindo no rosto. Mas logo ele some e ela me encara seriamente. — Mas eu ainda não te perdoei e estou furiosa com você, hein. — Ela diz

me apontando o dedo. — Mas não me odeia mais, não é? — Pergunto com um sorriso de vitória

no rosto — Odeio só um pouco. — Ela diz tentando esconder o sorriso que se

forma em seus lábios. — Acho que eu posso conviver com isso. — Digo e ambas rimos.

 Alguns dias depois... — O que você acha desse Kim? — Pergunto lhe mostrando um arranjo

de flores. Ela caminha até mim e segura o arranjo na mão, analisandoo. — É lindo Savannah. Uma boa opção.

Kim, Shanon, tia Alyssa, mamãe e eu estamos andando a manhã toda pelo centro de Dallas e seus arredores para escolhermos as flores do casamento. Já estramos em tantas floriculturas e eu já cheirei tantas flores, que meu nariz está vermelho e coçando. — Ah Kim, olha esse arranjo de flores Calla. É lindo. — Tia Alyssa grita

do outro lado da loja.

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Não sei quem está mais empolgada com esse casamento; Tia Alyssa, mamãe ou Kim. Poderia colocar nessa equação a tia Bárbara, mas a mãe da Kim infelizmente não está participando de todo o processo já que ela mora em outro estado. Vamos até tia Alyssa para ver as flores que a deixaram tão animada. Mas eu fico mais afastada dela, me escondendo atrás de Shanon. Não sei explicar, mas não estou me sentindo confortável perto dela. O que é muito estranho, já que ela é minha tia. Bom, não tia de verdade, tipo de sangue, mas é de coração. Ela esteve presente em toda a minha infância e eu amo ela como uma segunda mãe. Mas toda vez que ela se aproximou de mim hoje, que ela me olhou nos olhos, eu me senti impelida a me afastar. É como se ela fosse capaz de enxergar através de mim e pudesse descobrir meu segredo; Que eu estou dormindo com o filho dela. Só o pensamento das duas famílias descobrirem sobre o meu envolvimento casual com Justin me deixa inquieta. Deus, seria uma confusão enorme. — Savannah? — A voz de mamãe me puxa de volta de onde quer que eu

estava. — Hum? — Filha, onde você estava? — Ah desculpa, estava distraída. — Então, o que você acha dessas flores Calla? Perfeitas, não? — Kim diz

com um sorriso animado.

— Sim, sim, são lindas. Mas você não pretende que a decoração toda

seja feita com elas, não é? — Por quê? Achei que você tinha gostado. — O sorriso de Kim se

desmancha. — Elas são lindas, prima. Mas encher o casamento com elas, não sei não. — Digo fazendo uma careta. — Você pode fazer o buquê das madrinhas e o seu com essas flores, e a decoração com outro tipo de flor. — Sugiro e o sorriso volta ao seu rosto.

Alyssa e mamãe concordam com a cabeça entusiasmadas. — Sim, ótima ideia, filha. Kim, ficaria lindo, querida. O seu buquê

de Callas rosas ou roxas e o das meninas laranja ou amarelo. Oh ficaria uma maravilha. Todas soltam gritinhos animados e batem palmas. Eu sorrio. Amo tanto a minha família. Elas se afastam e vão continuar sua caçada pela flor perfeita para os arranjos e a decoração, eu fico para trás, olhando algumas flores que parecem esquecidas e que não recebem atenção de ninguém. Elas com certeza não são apropriadas para um casamento, mas são lindas.

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— Hey sis. — Shanon para ao meu lado. — Hey. — Algum problema? — Não, nenhum. Por quê? — É só que parece que toda hora que eu olho para você, você está

divagando ou algo assim. Tem algo te preocupando? — Não, na verdade não. Não é nada demais.

“Só não consigo ficar perto da tia Alyssa porque estou dormindo com o Justin.” Como eu queria de fato dizer isso em voz alta. Contar para alguém sobre o Justin e eu. Sei que o que nós temos não é nada demais, mas eu estou sentindo uma necessidade enorme de desabafar com alguém nos últimos dias. Os últimos dias...Não sei o que, mas sinto que algo dentro de mim vem mudando dos últimos dias para cá. Sinto-me estranha quando estou com Justin, e me sinto mais estranha ainda quando não estou com ele. Eu não consigo parar de pensar nele, nas noites que passamos juntos, nas conversas que tivemos, nos sorrisos que ele me deu, nos toques quase carinhosos que trocamos durante o café da manhã. É uma sensação estranha, não sei o que pode ser. Quando estamos longe um do outro me pego esperando ansiosamente nosso próximo encontro, e quando ele finalmente chega, eu me esqueço de tudo e me entrego a essa descarga de sensações quase místicas, tão incompreensíveis e únicas. — Tem certeza que está tudo bem? Você sabe que pode sempre contar

comigo, não é? — Sei sim. — Não é aquele idiota traidor do Vince te incomodando de novo, não é? — Ela pergunta agressivamente e eu rio. — Não, ele não está me incomodando nem um pouco. Na verdade, a

gente tem conversando na faculdade nesses últimos dias, e tem sido bem legal. Estamos retomando nossa amizade devagar. — Então você decidiu perdoar mesmo ele, hein? É isso mesmo que você quer, ser amiga do Vince de novo? — Ela me pergunta e eu não a

respondo por vários minutos. — Acho que sim, não sei se isso é o certo a se fazer. Mas você sabe que

eu tenho um coração de manteiga, não é? Ele disse que quer pelo menos ser meu amigo, já que a nossa relação de namorados está perdida para sempre. — Você ainda sente algo por ele? — Ela pergunta. Dou-lhe um olhar de

aviso, não quero falar sobre meus sentimento pelo Vince agora.

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— Porque se você ainda o ama, não sei se essa amizade é algo bom para

você. Nem para ele na verdade. Mas se você já o superou, bem, então eu fico mais tranquila com essa reaproximação de vocês, porque sei que você não corre o risco de se machucar. — Eu ainda não tenho certeza quais são meus sentimentos por ele. Mas

eu não o amo mais, Shanon. Ele me machucou demais, acho que a dor foi lentamente matando o amor que eu sentia. Passei por vários estágios desde o dia que eu vi ele com ela. Desespero, magoa, raiva, tristeza, raiva de novo, indecisão, mais magoa, até que eu cheguei ao ponto que estou agora. Não sinto mais nada disso, eu estou pronta para esquecer tudo e perdoa-lo de verdade, tentar recuperar um pouco do que tínhamos como amigos. E eu sei que não o amo mais, mas ainda sinto algo por ele. Entende? Isso soa tão confuso, eu sei... — Não, acho que eu entendo sim. Acho que talvez essa reaproximação

de vocês sirva para te dar uma luz e te fazer perceber o que você realmente sente por ele. — Talvez...Então você acha que eu estou certa em permitir que ele se

reaproxime? — Acho que sim, sis. Apesar de eu estar morrendo de raiva dele e

querer arrancar suas bolas pelo que ele fez...Acho que você tem que resolver isso de uma vez por todas. Sorrio para minha irmã e abro os braços, chamando-a para um abraço. — E pensar que sempre diziam que eu era a mais sensata, com a cabeça no lugar. — Digo rindo. — Hey, quem dizia isso? Eu sempre fui muito sensata. — Ela diz

indignada e eu rio. Acaricio seus cabelos e a abraço forte. Shanon e eu sempre tivemos uma ligação muito forte. Não sei se é pelo fato de sermos irmãs, gêmeas ou simplesmente porque entendemos e apoiamos uma à outra. Só sei que eu a amo com todo meu coração, e quero sempre o melhor para ela, assim como sei que ela quer o melhor para mim. — Ah meu Deus, eu sou uma péssima irmã. Esqueci-me de te perguntar como foram as coisas com o Miguel ontem a noite. — Digo. — Ah Savannah! Foi in-crí-vel! — Ela diz com os olhinhos brilhando.

Ontem foi a segunda vez que Miguel marcou um encontro com ela em menos de uma semana, sem falar que eles se viram todos os dias na faculdade nesses últimos dias. — Ele é tão romântico, tão fofo, tão inteligente, tão bem humorado, tão...Tão perfeito. — Ela sorri de orelha a orelha. — Ele te beijou? — Sussurro para ninguém nos ouvir. Ela balança a

cabeça e quase posso ver os fogos de artificio enquanto ela comemora. — Foi maravilhoso. Eu estava encostada no carro dele, estávamos

conversando. Eu estava falando nem me lembro mais sobre o que e ele

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só ficava lá me olhando com um sorriso bobo no rosto. Eu perguntei o que ele estava olhando e ele disse “a mulher mais linda na qual eu já repousei meus olhos” e eu não conseguia respirar, ele se aproximou e me puxou para si, ele ficou acariciando meu rosto enquanto nos olhávamos profundamente nos olhos. Eu juro, Savannah, eu senti como se ele estivesse olhando minha alma, nunca me senti daquela forma. Então ele me beijou, tão lentamente e tão apaixonadamente que eu achei que iria morrer de felicidade. — Ela me conta praticamente dando pulinhos de alegria e meu coração se enche e transborda de amor e felicidade por ela. — Shanon, estou tão feliz por você. Quando que ele vai lá em casa,

quando ele vai conhecer papai e mamãe? — Não sei, nós não falamos sobre namoro, conhecer os pais nem nada

disso. Mas Miguel é um cara das antigas, sei que ele não estaria dizendo e fazendo essas coisas se não quisesse algo sério. Então logo vai acontecer. — Shanon, isso é demais! Tenho certeza que papai e mamãe vão

aprovar ele. — Você acha mesmo? — Tenho certeza. — Ah Savannah, estou tão feliz, você não pode nem imaginar o quanto.

 Olho para o relógio quando escuto uma batida na porta. Quem será a essa hora? Tiro todos os papeis e livros que me cobriam e levanto do sofá. Quando abro a porta vejo Shanon toda produzida na minha frente. — Shanon, o que você está fazendo aqui e porque está vestida assim? —

Digo apontando para seu vestido tomara que caia verde escuro. — Eu estou aqui, querida irmã, porque hoje é sexta e eu, você, o Miguel e o Ben vamos sair para nos divertimos. — Ela diz e passa por mim,

entrando no apartamento como um furacão. Fecho a porta com uma expressão confusa no rosto. — Quem é Ben? E como assim vamos sair? — Ben é um amigo do Miguel, e vamos sair saindo, ué. — Ela diz

sentando no único espacinho do sofá que não está ocupado com o meu material de estudo. — Aquela vadia da Aletta, está aí? — Não. Aquela lá vive mais fora do que aqui, graças a Deus. — Ótimo, então vá se arrumar que eu te espero aqui, mas não demore,

ok? Temos que encontrar com os meninos daqui quarenta minutos. Olho para ela como se minha irmã tivesse perdido a sanidade. Do que essa mulher está falando? Eu não posso sair, tenho que estudar para a

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prova de segunda, esse é o motivo de eu estar aqui solitária nesse apartamento e não nos braços de Justin. — Shanon, eu não posso sair hoje, não sei se você percebeu, mas eu estou estudando. — Digo apontando para os livros ao seu lado. — Sim, eu percebi isso, essa pequena biblioteca no sofá e na mesa me

deram uma bela dica disso. Parece que eu vim para te salvar, então. — Salvar do que, sua avoada? — De ter uma sexta completamente solitária e tediosa. De nada, sis. — Ah mas eu não começaria a te agradecer agora, sis. — Pois devia, porque eu não estou simplesmente te salvando do tédio

absoluto. Eu estou te levando de encontro a um cara super, mega fofo e gato. Quando eu conheci o Ben pensei em vocês dois juntos na hora, ele é tão a sua cara, sis. Então tomei a liberdade de marcar um encontro de casais para hoje à noite. Agora vá se arrumar. — Shanon, primeiro; Eu não preciso de você me arrumando encontros,

eu não quero sair com nenhum cara, ok? E segundo; Eu tenho que estudar, por mais que eu fosse adorar sair com você e o Miguel, tenho prova na segunda logo no primeiro horário. — Desculpa, mas só o que eu ouvi foi blá, blá, blá, estudar, blá, blá,

adorar sair, blá, blá, blá. Cruzo os braços e a olho de cara feia. — O que foi? — Ela pergunta. — Divirtam-se e mande um olá para o Miguel.

Ainda me dá vontade de rir quando eu lembro a primeira vez que o Miguel viu Shanon e eu juntas, ela não havia contado que era gêmea. Foi hilário, e ele ainda não sabe que quem o convidou para sair fui eu e não Shanon. — Nada disso, você vai comigo Savannah Careton, nem que eu tenha

que te arrastar. O Ben vai estar te esperando, você não vai ter coragem de dar um bolo num cara fofo como ele, não é? — Mas eu nem marquei nada com ele, foi você. — Acuso-a. — Igual você fez comigo e com o Miguel. — Ela diz com um sorriso

diabólico. — Ah, então isso é a sua vingança? Não é justo, eu sabia que você

gostava do Miguel, eu nem conheço esse tal de Ben. — Não é vingança, até poderia ser, mas não é. Eu só quero que você

conheça um cara legal e saia para se divertir. Desde que você terminou com o Vince você não saiu com ninguém. Mas que droga, eu conheço minha irmã muito bem, ela vai continuar insistindo até que eu ceda. Não posso ir a um encontro, eu estou com Justin. Bem, não estou com ele no sentido de estar mesmo com ele, estamos só transando, mas mesmo assim. Nunca chegamos a conversar

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sobre exclusividade, e por mais que eu quisesse tocar nesse assunto, eu nunca disse nada. Se ele tem dormido com outras enquanto estamos nesse lance, não quero saber, não sei por que mas isso me deixaria muito puta da cara. — Não dá, Shanon, sério. É melhor você ir antes que se atrase. — Savannah, eu não vou sair desse apartamento sem você comigo. E

você sabe que eu estou falando muito sério, vou ficar aqui e não vou deixar você estudar. Esfrego o rosto e solto um suspiro de frustração. Pior que ela vai fazer exatamente isso que ela disse. Vou ter que ir, não tem jeito. — O que você tem planejado? — Nada demais. Vamos jantar e depois talvez ir beber alguma coisa,

dançar um pouco. — Tudo bem, eu vou. Mas eu não estou interessada em ter nada com

esse tal de Ben, ouviu? Não me importa o quanto ele é fofo e não sei mais o que. Não estou interessada. — Tudo bem, tudo bem. Entendi. — Certo. Vou me arrumar e você faça o favor de arrumar essa bagunça

de livros e papeis, ok? — Ok.

Vou em direção ao banheiro e antes de fechar a porta ouço Shanon gritando: — Vista algo bem quente!

Reviro os olhos e vou tomar um banho super rápido. Quando saio do banheiro com a toalha enrolada no corpo e vou até meu quarto, Shanon está tirando um vestido do armário e colocando em cima da cama. — Não vou poder nem escolher minha roupa? — Já escolhi por você. Você vai ficar muito gata nesse vestido. — Eu estava pensando em usar algo menos...Curto e decotado. — Digo

olhando para o vestido repousado em cima da cama. — Estamos sem tempo, então vista isso que eu escolhi porque temos

que fazer a maquiagem ainda. Não querendo discutir com minha irmã, já que é inútil mesmo, visto uma calcinha e depois o vestido tomara que caia com lantejoulas prata que eu comprei há algum tempo, mas nunca usei. Ela pega meu par de sapato peep toe preto e joga para mim, eu os calço. Shanon me ajuda com a maquiagem e depois faz algo com o meu cabelo, deixando ele cair em ondas por minhas costas. — O Ben vai pirar. — Ela diz me observando com um sorriso malicioso

nos lábios.

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— Shanon! O que foi que eu disse? — Agora é tarde demais, vamos. — Ela me puxa, pego minha bolsa e

saímos.

— Olha, aquele ali é o Ben. — Ela aponta para uma mesa quando

paramos na entrada do restaurante. Olho na direção que ela indica e logo vejo Miguel e outro cara sentados numa mesa para quatro, conversando. — Eu disse que ele é um gato. — Ela sussurra para mim e me puxa,

sem muita escolha eu a sigo. Assim que paramos do lado da mesa, Miguel e Ben nos olham. Tenho vontade de rir quando vejo que os dois arregalam os olhos e nos olham com admiração. — Shanon. — É só o que o pobre coitado do Miguel consegue dizer. Ben

se levanta e Miguel imita o amigo. — Ben, deixa eu te apresentar a minha irmã, Savannah. Seu par essa noite. — Ela diz com diversão na voz e eu tenho vontade de chuta-la.

Sorrio com vergonha e estendo a mão, para meu alivio percebo que ele também está nervoso. — Savannah, esse é Ben Harper, o amigo do Miguel do qual eu te falei.

Trocamos um aperto de mãos e algumas palavras tímidas, ele sorri para mim e parece desconfortável. Shanon tinha razão, Ben é um homem bonito. Na faixa dos 25 anos, alto, cabelos loiros e olhos cor de mel e um sorriso extremamente fofo. — É muito bom ver você de novo, Savannah. — Miguel me diz com um

sorriso simpático, depois que eles puxam nossas cadeiras e nos sentamos. — Muito bom ver você também, Miguel. — Retribuo o sorriso.

O garçom vem até nossa mesa e anota nosso pedido. Conversamos, Shanon e Miguel mais soltos e despreocupados e Ben e eu ainda muito tímidos, até que nossa comida chega. Está deliciosa. Esse restaurante é um dos melhores da cidade e me surpreendi quando cheguei aqui. Parece que Miguel está querendo mesmo impressionar minha irmã. Apesar de me sentir desconfortável por estar vestida mais para uma balada do que para um restaurante desse tipo, e por causa da proximidade de Ben, consigo aproveitar a deliciosa comida e vou me soltando aos poucos.

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As poucas vezes que direcionei meu olhar para Ben, ele estava me observando. Toda vez que eu o pegava me encarando, ele desviava o olhar envergonhado por ter sido pego. É, parece que será uma longa noite.

Justin Não acredito que deixei o pessoal do escritório me arrastar de novo para o Eros. Estou cansado, com dor de cabeça e ainda por cima de mau humor porque Savannah vai ficar no seu apartamento hoje à noite e eu vou ter que dormir sem ela. Assim que achamos uma mesa peço um copo de uísque. Uma hora. Só vou ficar por uma hora, só para que esse babacas que eu chamo de amigos não me encham o saco. — Mas que cara é essa, Justin? Até parece que está em um velório. —

Tommy diz. Apenas solto um grunhido, mas acho que por causa da musica alta ele não ouviu, e viro o uísque. Solto um suspiro impaciente quando quarenta minutos depois, uma grupo de amigas vem até nossa mesa. Cada uma parece ter um de nós como alvo. Eu sou o alvo de uma morena gostosa com silicone, ela logo vem ficar ao meu lado e tenta começar uma conversa. — Posso me sentar, gato? — Fique à vontade. — O lugar não é meu, de qualquer forma.

Ela se senta perto demais, suas coxas nuas encostam na minha perna e ela esfrega seus seios no meu braço. — Eu sou Veronica. — Justin. — Digo de mau humor e tomo um gole de uísque. — Você não se importa se eu te fizer companhia, não é Justin? — Ela se

esfrega mais em mim e apoia o braço em meu ombro. “Que mulher chata. Como eu queria estar em casa enterrado bem fundo em Savannah.” Sinto os dedos de Veronica acariciarem minha nuca e depois se afundarem em meu cabelo. Rapidamente pego sua mão e a coloco em seu próprio colo. Ela me olha confusa. — Qual o problema, gato? — Não encoste em mim. — Digo rudemente e ela joga sua cabeça para

trás e ri. — Estava querendo um pouco de diversão hoje à noite, que tal a gente ir para um lugar mais reservado? — Ela diz e desliza sua mão pro minha

perna e aperta meu pau.

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Levo um susto e me afasto dela. — Não estou interessado. Pode ir procurar outro. — Digo lhe lançando

um olhar zangado. — Ah, Justin, vamos lá, prometo que você não vai se arrepender. — Ela

vem e sussurra em meu ouvido. “Deus, dai-me paciência.” Tento usar a tática de ignorar. Olho para o lado fingindo que essa mulher chata não está ao meu lado. Vejo Tommy e Will com as duas amigas de Veronica, trocando caricias e sinto um enjoo. — Estou sem calcinha e toda molhada. Vamos para o banheiro e eu

chupo o seu p... — Chega, ok? — Afasto sua boca da minha orelha e a olho com nojo.

Será que essa mulher não tem um pingo de respeito próprio? Fica se esfregando e falando essas coisa para um completo desconhecido, e se eu fosse um psicopata, um tarado que fosse machucar ela? Meus olhos viajam por seu corpo. Ela é gostosa e sabe disso. Enquanto observo-a, imagens dela de joelhos no banheiro desse lugar me chupando vem a minha mente. Contrariando tudo que eu achei que soubesse de mim mesmo, tudo que eu achei que fosse, não me sinto excitado. Pela primeira vez sinto nojo ao imaginar transar com uma mulher cuja a única coisa que eu sei é o nome. Olho para Tommy e Will com as garotas e sinto meu estômago se revirando. Porque dessa vez é diferente? Porque dessa vez estou com nojo e não excitado? Não sei. Só sei que tenho que sair desse lugar. Levanto-me abruptamente, pego algumas notas e jogo na direção de Will. — Pague a minha conta para mim, por favor. Estou indo embora. — Tão cedo?

Não me dou ao trabalho de responder e caminho para longe deles. Não vejo a expressão de Veronica ao deixa-la sozinha e também não me importo se ela ficou ofendida ou não. Espero nunca mais vê-la. Vou desviando da multidão de pessoas tentando chegar até a saída. Vejo a porta e só preciso me livrar desse bando de bêbados para chegar até ela e estar livre para ir para casa e ficar em paz. Paro de andar quando dois casais cruzam a porta rindo. “Mas que porra ?” Olho atônito Shanon e Savannah com dois caras irem em direção a uma mesa vazia. O moreno que estava segurando na cintura de Shanon se senta ao lado dela e o loiro ao lado de Savannah. Fico encarando aquela cena sem conseguir desviar o olhar.

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“Que porra Savannah está fazendo aqui?” Observo ainda sem conseguir desviar o olhar ou me mover, enquanto eles pedem algo para a mulher que foi atende-los. O loiro apoia seu braço em volta da cadeira de Savannah e diz algo para ela. Ela se aproxima dele e ele diz algo em seu ouvido. Ela ri e parece concordar. Sinto um fogo crescendo dentro de mim, sinto calor, como se não tivesse mais sangue correndo em minhas veias, e sim lava quente. Uma vontade enlouquecedora de ir lá e arrancar o braço do loiro surge. Tenho vontade de chegar até ele e empurra-lo no chão para bem longe de Savannah. O que ela está fazendo com ele, afinal? E quem é ele? Os quatro conversam e a bebida chega. Que porra está acontecendo ali? O cara ao lado de Shanon acaricia sua bochecha e lhe dá um beijo suave. Olho para seu amigo para ver se ele vai fazer o mesmo com Savannah. Eu juro que se ele encostar nela eu vou lá e acabo com ele. Que caralho! Obviamente Shanon e o moreno estão juntos. Será que Savannah está com aquele cara? Mas que porra! Foda-se! Eles estão num encontro duplo, deve ser isso. Sinto minha raiva crescendo cada vez mais forte. Savannah está em um encontro. Ela não pode estar em um encontro, ela é minha. Eu vou acabar com a festa deles e é agora. Caminho com raiva pura exalando de todo meu corpo, mas rapidamente me detenho. Não posso fazer isso, não posso ir até lá sem que Shanon saiba o que está acontecendo entre Savannah e eu. Porra! Não acredito que Savannah está saindo com aquele cara. Não acredito que ela mentiu para mim. Droga, estou sentindo tanta raiva que tenho vontade de quebrar toda a merda desse lugar. Se ela está transando com ele ao mesmo tempo em que esta comigo, eu juro que eu vou...Eu vou...Vou matar esse filho da puta. Passo a mão por meus cabelos e percebo que ela está tremendo. Encaro minhas mãos tremulas de raiva. Observo Savannah se levantando e se afastando da mesa, fecho minhas mãos em punho e aperto-as até que os nós dos meus dedos fiquem brancos.

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“Ela mentiu para mim. Ela mentiu para mim para poder encontrar com aquele idiota.” Mas isso não vai ficar assim. Não vai mesmo. Vou atrás de Savannah e vejo-a entrando no banheiro. Paro em frente da porta por um minuto e sem pensar duas vezes entro no banheiro das mulheres. O banheiro está vazio, tem algumas cabines e apenas uma está ocupada. Encosto-me na pia e cruzo os braços, tento controlar os tremores de pura raiva. Encaro a porta da cabine fechada fixamente, como se eu quisesse que ela sentisse meu olhar fulminante. E espero que ela esteja sentindo mesmo. Escuto a descarga e a tranca da porta se abrindo, Savannah sai da cabine distraída e quando me vê parado na sua frente dá um pulo. — JESUS! — Ela leva a mão até o peito e se apoia na cabine. Olho-a

com raiva, tenho vontade de ir até ela e chacoalha-la e gritar com ela. — Deus do céu, que susto! O que na terra você está fazendo aqui? — Ela

pergunta ainda se recuperando do seu susto. — Eu poderia fazer a mesma pergunta. Só que eu já sei a resposta. —

Digo tentando me controlar para não gritar. Aperto os músculos do meu braço e os deixo cruzados com força em frente ao meu peito para que eu não de um soco na parede ou em alguma outra coisa. — Não estou entendendo, Justin. O que está acontecendo, você está

com uma cara tão estranha. Mas como ela é fingida! Tem coragem de se fazer de inocente na minha cara. Não suporto mais isso e sinto minha raiva saindo do meu controle. Em um único passo chego até ela e dou um soco na estrutura da cabine ao lado dela, o som alto ecoa pelo banheiro e Savannah dá um pulo, levando a mão até a boca. — Meu Deus, você está louco? — Não sei, me diga você, Savannah. Porque eu me lembro bem de você

ter me dito que iria passar a noite estudando, será que eu estou ficando louco ou entendi mal, hein? Talvez você estivesse se referindo a estudar a anatomia humana, quem sabe? Talvez você tenha pedido ajuda ao seu amiguinho loiro sentado naquela mesa agora mesmo. — Digo a centímetros do seu rosto, o maxilar cerrado e as palavras malmente saindo de meus lábios. — Eu posso explicar, você entendeu tudo errado. — Mas é claro que você pode me explicar. Você pode e você vai. Quero saber quem é aquele cara e o que vocês estão fazendo juntos. — Seu

olhar confuso muda e vejo raiva em seus lindos olhos verdes.

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— Espera aí um minuto. Eu não te devo explicação nenhuma, eu te dou

se eu quiser, você não tem direito de exigir nada de mim. Eu posso sair com quem eu quiser a hora que eu quiser. — Ela afunda seu dedo no meu peito, me fazendo recuar um passo. — É claro que você me deve satisfações, eu não vou permitir que você

durma comigo e ao mesmo tempo durma com outro. Sua boca abre em choque e ela me empurra. — Eu não estou dormindo com ele, seu idiota. Ele é amigo do namorado

da Shanon, só isso. — Não parece nem um pouco que é só isso. Não parece que você está

vestida para “só isso” parece que você está vestida para provocar um ataque cardíaco no cara. — Digo olhando seu vestido colado ao corpo. Olho suas pernas nuas, subo o olhar passando por seu quadril e sua cintura fina, terminando no decote que molda seus seios perfeitamente. “Merda, Justin! Suba o olhar, suba a porra do olhar.” Sinto meu corpo se arrepiar e a excitação percorrer meu corpo. Aí eu lembro que ela se vestiu assim para ele e a minha raiva volta com força total. — Você nega que você e sua irmã estão em um encontro duplo? — Não nego mas... — Então você mentiu para mim que iria estudar só para sair com aquele

filho da puta. Por acaso ele vai te dar algo que eu não te dou? Laço sua cintura e puxo seu corpo para junto do meu. Minha excitação se misturando com minha raiva e me deixando confuso. Não sei se grito com ela ou se a beijo. Seus lábios são tão irresistíveis, então encolho a segunda opção. Puxo seu pescoço e sua boca se choca contra a minha. Beijo-a violentamente, ainda morrendo de raiva por ela estar com aquele cara. — Não quero te beijar. — Ela diz me empurrando para longe. — Porque não? — Pergunto sem fôlego. — Porque você esta agindo como um idiota e eu estou furiosa com você. — Você está furiosa comigo? Você está furiosa? Essa é boa, sou eu

quem tem o direito de estar furioso aqui. — Posso saber que direito é esse? Nós não temos nada, se eu quiser

ficar com ele ou qualquer outro, eu posso. Só de imaginar ela com aquele cara ou outro, me deixa cego de fúria. Agarro-a pelos braços e olho fundo em seus olhos. — Você não vai ficar com ele, entendeu? Você vai embora comigo agora. — O inferno que eu vou. Você não manda em mim, Justin. — Olha aqui Savannah, se você pensa que... — Nesse momento a porta

se abre e uma mulher entra, ela para quando vê nós dois.

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— Humm, está tudo bem aqui? — Ela diz olhando para minhas mãos

segurando os braços de Savannah. — Está sim. — Respondo. — Eu estava falando com ela, bonitão.

Percebo que eu devo estar parecendo um louco violento, então solto Savannah e tento suavizar minha expressão. Deus, será que essa mulher pensou que eu iria bater em Savannah? Eu nunca bateria numa mulher, nunca. Mas pelo seu olhar eu devo ter dado essa impressão. Meu Deus! Eu nunca seria capaz, é só que eu fiquei tão furioso, mas se eu fosse bater em alguém seria no loiro idiota, não nela. — Está tudo bem sim, obrigada. — Savannah diz e a mulher assente, se

vira e vai embora, desistindo de usar o banheiro. — Viu o que você fez? Fez eu parecer um louco violento. — Digo. — Eu fiz? Eu fiz? Você fez isso sozinho. E você é louco mesmo se por um

momento achou mesmo que eu iria para casa com você. — Você não pode ficar aqui com aquele cara. — Justin, eu já falei, não tem nada acontecendo entre eu e o Ben. Não

tem motivo para você ficar com ciúmes. — Ciúmes? Quem disse que eu estou com ciúmes, eu não sinto ciúmes.

Nunca senti e não iria começar a sentir por você. — Ah não, então porque você está agindo assim? — Porque eu não quero ficar com você sabendo que outro cara está te

tocando também, nenhum homem gostaria disso. Não é ciúmes, se você quer ficar com outros caras então me diga agora e a gente acaba o nosso lance e ambos ficamos livres. Se for isso que você quer então me diga, porque eu acabei de recusar uma morena gostosa e talvez de tempo de ir atrás dela. Antes que eu possa assimilar qualquer coisa, a mão de Savannah vem em minha direção e acerta meu rosto, causando um estalo e uma ardência instantânea. — Você é um filho da mãe mesmo. Pode ir atrás da sua morena gostosa,

eu não ligo. Pode fazer o que quiser que eu não ligo. Não quero mais falar com você, seu idiota. Não me procure mais, entendeu? Ela diz furiosa e sai do banheiro pisando duro. Droga. Droga. Droga. Não, merda! Não era isso que eu queria. Tenho que ir atrás dela e explicar que eu só falei de Veronica porque estava com raiva. — Savannah, espera. — Saio do banheiro rapidamente, quando abro a

porta dou de cara com um homem enorme de terno e ele me segura pelo colarinho.

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“Oh merda!” — Então você é o filho da puta que está incomodando as minhas

garotas? — O que? Não. — Ah não? Vai me falar também que entrou no banheiro errado sem

perceber? — Não, eu...Hey, espera aí. — Digo enquanto ele começa a me arrastar

para fora. — Eu não fiz nada, é sério. Me solta.

O cara gigante continua me arrastando para fora enquanto as pessoas olham. Ele chega na porta de saída e me joga para fora, quase perco o equilíbrio e caio. — Rock, esse filho da puta estava no banheiro feminino, não quero mais

ver a cara dele aqui, entendeu? Rock, outro segurança/montanha ambulante, me olha com raiva. — Entendido. Quer que eu cuide dele? — Não perca seu tempo, só não deixe mais ele entrar aqui. — Eu não fiz nada, me deixe explicar o que aconteceu...

Rock avança para cima de mim e mete o dedo na minha cara. — Se eu ver o seu rosto por aqui de novo, eu vou te arrebentar filho da puta. Agora se manda. — Ele diz e me empurra. Desisto de tentar

explicar o que aconteceu, eles não vão acreditar em mim de qualquer forma. Vou até meu carro, chuto uma lata de lixo no caminho, depois chuto o pneu do carro antes de entrar nele. — Porra! — Passo a mão pelos cabelos e aperto os olhos. Não acredito

em tudo que acabou de acontecer. Savannah não pode estar falando sério sobre não querer mais me ver, certo? Certo? Merda! E agora eu não posso voltar lá dentro e me explicar para ela, pedir desculpas. Tenho uma pequena sensação que ela não vai atender se eu ligar. Não acredito, vou ter que esperar para falar com ela amanhã. Vou me explicar e tudo vai voltar ao normal. Que porra deu em mim? Nunca me senti tão não no controle assim. É como se algo estivesse me controlando, não consegui controlar meus atos e o que saia da minha boca. A única coisa que eu sentia era a raiva borbulhando dentro de mim. Eu fiz o certo, não é? Que homem gostaria de saber que a mulher com quem ele está dormindo também está dormindo com outro?

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Eu sei o que você está pensando. Eu nunca liguei para isso antes, é verdade. Mas com Savannah é diferente, não suporto a ideia de outro também estar tocando nela. Mas isso não é o que ela falou. Eu não estou sentindo isso. Eu absolutamente não estou com ciúmes dela. Ter ciúmes implica sentimentos que eu não sou capaz de sentir. Eu só não quero que ninguém toque nela enquanto eu estiver tocando, só isso. É só isso.

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Finalmente apaixonados Justin Acordo e a primeira coisa que faço, antes mesmo de abrir os olhos, é procurar aquele corpo macio e quente que eu conheço tão bem. Tateio a cama ao meu lado procurando por ela, mas minha mão encontra apenas com o lençol frio. É nesse momento que minha ficha cai e eu me lembro do que aconteceu sexta à noite. Ela não está aqui, como não estava ontem e nem sábado, mas minha mente continua insistindo em me fazer de idiota e me fazendo procurar por ela quando acordo. Terceira noite seguida, isso já está começando a me dar nos nervos. Venho tentando falar com Savannah o final de semana todo, até fui à faculdade, mas chegando ao seu apartamento me encontrei com sua desagradável colega de quarto e ela disse que Savannah estava passando o final de semana em Wills Point com a família. Eu não poderia procura-la lá. Liguei várias vezes, enviei diversas mensagens e até deixei um recado no seu correio de voz. E ela não deu sinal de vida, não me respondeu nem ao menos para me mandar parar de procura-la. Isso está me deixando louco, não só pelo fato de sentir saudades dela, mas também por causa da culpa que está me corroendo. Eu não devia ter agido tão violentamente, aos olhos de Savannah eu devo ter aparentado ser um cara descontrolado e violento, e eu não sou assim, pelo menos não com mulheres. Levanto-me e caminho até o banheiro para cuidar das minhas necessidades básicas e nesse meio tempo tomo uma decisão. Hoje na hora do almoço eu vou até a UTD e vou fazer Savannah conversar comigo, vou me desculpar e nós vamos nos entender e hoje mesmo vou poder ter ela novamente em meus braços.  Não espero ela sair do prédio, sei exatamente qual aula ela está tendo agora e em qual andar, então entro no prédio e vou esperar Savannah sair da sua aula, vou ficar ao lado dos elevadores onde sei que ela tem que passar para poder sair daqui. Saio no andar dela e fico encostado em um canto onde eu tenho uma boa visão de ambos os lados do corredor, como não sei de qual lado ela virá, observo ambos, atento para qualquer sinal de sua presença. Depois de poucos minutos eu a vejo. Ela vem andando pelo corredor a minha esquerda, sozinha e olhando para os próprios pés.

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Não espero ela chegar até mim e vou a encontrar no meio do caminho. — Savannah. Ao ouvir seu nome levanta a cabeça, quando ela me vê uma expressão zangada surge em seu belo rosto. — Não acredito, o que você está fazendo aqui? — Ela pergunta parando de andar e cruzando os braços. Paro em frente dela, como sou mais alto uns bons centímetros, ela tem que levantar um pouco a cabeça para me encarar nos olhos. — Eu vim para conversar com você. — Não temos nada para conversar. Porque você não vai conversar com a morena gostosa de sexta e me deixa em paz? — Ela diz com amargura e sai andando. Rapidamente me viro e a seguro pelo braço, puxando-a de volta para ficarmos frente a frente. — Eu não estava falando sério sobre isso. Se você tivesse atendido pelo menos uma vez das centenas que eu te liguei, já teríamos conversado e você saberia que eu falei aquilo somente porque estava nervoso. Ela não diz nada, apenas me olha com uma expressão impaciente. Aproveito a brecha e falo tudo que eu queria. — Olha, Little Nips, aquela noite eu falei coisas que eu não deveria e agi de uma forma que eu não queria. Estou o final de semana todo tentando falar com você para me desculpar por tudo que aconteceu. Eu já tinha bebido um pouco e quando vi você com aquele cara interpretei da maneira errada. Achei que você poderia estar se encontrando com ele ao mesmo tempo em que estava comigo, e isso me deixou puto. Mas se eu tivesse parado um pouco para pensar...Eu deveria saber que você não é assim, você não dormiria com ele e comigo ao mesmo tempo. Sinto muito se te ofendi com a minha desconfiança, eu perdi a cabeça e isso não vai mais acontecer. Por favor, me desculpe, por tudo. Vejo sua expressão se suavizar com meu discurso de desculpas e aproveito para dar o tiro de misericórdia. — Sério, eu realmente sinto muito. Sei que eu errei e estou me sentindo péssimo, não quero que as coisas acabem assim entre nós, na verdade, eu não quero que elas acabem. — Dou-lhe aquele sorriso que eu sei que mexe com ela e vejo o resto da sua raiva se dissipar dos seus traços. — Também não quero que o nosso lance acabe, eu não falei sério quando disse que não queria mais te ver. Eu estava nervosa também. — Eu sei, e com razão. — O que você fez foi muito errado. — Eu sei. — Eu fiquei muito brava com você, e eu ainda estou um pouco. Mas se você realmente se arrepende, então eu te desculpo. — Não consigo segurar o sorriso que se espalha por meu rosto.

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— Então estamos bem? Quer dizer, voltamos com o lance de amigos com benefícios? — Pergunto dando-lhe o meu outro sorriso que as mulheres gostam, sexy mas inocente ao mesmo tempo. Vejo algo mudando em seus olhos e ela leva a mão até seu rosto, colocando nervosamente uma mecha do seu cabelo para trás da orelha. — Tudo bem, mas temos que conversar sobre algo antes. — Ela diz parecendo nervosa. — Sobre o que? — Sobre sermos exclusivos nesse nosso lance. Eu sei que o que temos é apenas...Sexo sem compromisso. — Ela sussurra as últimas palavras e olha pelo corredor para ver se alguém a escutou. — Mas eu acho que nós deveríamos estabelecer se podemos sair com outras pessoas ou não, porque se a gente já tivesse conversado sobre isso antes, no começo, teríamos evitado o seu ataque de ciúmes de sexta a noite e... — Ei, espera um minuto. — Suas palavras me pegam de surpresa e leva um segundo para eu absorve-las, ela se interrompe e me encara com seus grandes e lindos olhos verdes. — Só para deixar claro, mais uma vez, o que aconteceu sexta não tem nada a ver com ciúmes, ok? — Ela revira os olhos e me olha parecendo impaciente. — Foi ciúmes sim, porque é tão difícil de admitir isso? Não tem nada demais em sentir ciúmes dos outros. — Ela pergunta com uma expressão confusa. — Eu admitiria, se eu realmente tivesse sentido ciúmes, mas eu já te disse que o que aconteceu sexta foi por que... — Ah por favor, Justin. Nem comece com aquela baboseira, aquilo foi muito mais do que orgulho masculino bobo. Se realmente fosse o que você diz ser, você teria esperado para falar comigo no outro dia, ou até poderia ter ido tirar satisfações comigo ali mesmo, mas você nunca teria ficado tão nervoso daquele jeito. Você ficou com ciúmes sim, admita de uma vez. — Ela diz se exaltando um pouco. — Porque eu mentiria sobre isso? Eu estou falando sério, eu não senti ciúmes. Porque você continua insistindo nessa ideia? — Pergunto indignado com sua teimosia. — Só porque é a verdade. Aquela noite você disse que não sentia ciúmes e não iria começar a sentir por mim, aquilo foi cruel se você quer saber, e agora o mínimo que você pode fazer, além de pedir desculpas, é admitir que você agiu sob efeito do ciúmes que você sentiu ao imaginar que eu estava me relacionando com Ben. — Ela diz como se fosse a coisa mais lógica do mundo. Eu realmente nunca vou entender como funciona a cabeça das mulheres. — Eu não vou dizer que eu senti algo que eu não senti só porque você quer. É melhor você desistir dessa ideia ou não vamos poder retomar o nosso lance — Digo cruzando os braços e olhando-a de um modo que ela possa perceber que eu estou falando muito sério.

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— Ótimo, se é assim que você quer, que assim seja. — Ela diz e sai pisando duro. — Ei, espera, onde você está indo? — Seguro-a novamente pelo braço e faço-a se virar para mim. — Você disse que ou eu desistia da ideia que você ficou com ciúmes de mim ou esse lance de dormirmos juntos não iria mais funcionar, não foi isso? — Sim, mas... — Então, ou você admite que sentiu ciúmes do Ben ou acabou. — Como assim? — Pergunto com um leve sentimento de desespero se instalando em minha garganta, impedindo que minha voz saia alta e clara. — É isso que você ouviu. Só vamos voltar com o lance de amigos com benefícios quando você admitir o que você sentiu aquela noite. “Mas que merda! Do que essa mulher está falando? Ela ficou maluca? Mas que porcaria!” Abro minha boca para tentar dissuadi-la dessa ideia maluca, mas nesse momento ambos nos assustamos com uma exclamação vinda detrás de mim: — Ah meu Deus! Savannah e eu viramos na direção daquela voz e quando eu vejo quem está atrás de nós congelo no lugar, escuto Savannah ofegar. Ambos ficamos encarando Shanon sem saber o que fazer. Deus, o quanto da nossa conversa ela escutou? Mas devido a sua expressão, acredito que ela tenha ouvido o suficiente. Olho para Savannah e ela olha para mim, seu olhar cheio de desespero e medo. Voltamos nosso olhar para uma Shanon muito surpresa, ela fica alternando seu olhar entre eu e sua irmã enquanto seu queixo está no chão. — Shanon, eu posso explicar. — Savannah finalmente diz, mas sua voz sai trêmula e fraca e ela não continua. — Ah meu Deus! — Shanon diz outra vez, pronunciando cada palavra lentamente. Ela pisca várias vezes, leva uma mão até a cabeça e a balança incrédula. — Vocês...Vocês...Vocês dois estão...Ah meu Deus. — Shanon parece desnorteada, continua alternando entre olhar para mim e para Savannah, ela nos olha como se estivesse vendo duas aberrações, seus olhos e sua expressão revelam o tamanho do seu choque. — Shanon, tenha calma, por favor. — Peço para ela. — Calma? Como você pode me pedir calma quando eu descubro que minha irmã está...Está...Oh Deus, que ela está dormindo com você. Justo com você. — Ela diz ‘você’ fazendo uma careta,

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parecendo que para ela a ideia de se referir a mim, a Savannah e dormir juntos na mesma sentença é algo inimaginável. — Eu sei que você está surpresa... — Surpresa? Eu não estou surpresa Savannah, eu estou chocada. Eu estou sem palavras, eu...Eu não...Eu... — Shanon não consegue concluir seu pensamento, fica gaguejando e repetindo as palavras, então leva a mão até a boca e começa a resmungar coisas que não consigo entender. — Calma, Shanon. Não é grande coisa... — Começo a dizer mas paro quando ela me olha como se eu tivesse lhe dado um tapa na cara. — Como não é grande coisa? É claro que é. Você é o melhor amigo do Seth, você é amigo dele a tanto tempo que é praticamente da nossa família, e você tem a idade dele, você estava lá quando nós duas estávamos crescendo pelo amor de Deus. Além disso, você é tipo um prostituto, todo mundo sabe disso. Sinto a raiva crescer dentro de mim em questão de segundos. Entendo que ela está surpresa pelo que descobriu, mas não tem o direito de me insultar. — Shanon, não fale assim dele. — Savannah me defende antes que eu tenha a oportunidade de fazer isso eu mesmo. Ela repreende a irmã com a voz severa e Shanon a olha – se possível – mais chocada ainda. — Mais é a verdade e você sabe muito bem disso, Savannah. Não posso acreditar que você está se envolvendo com ele sabendo como ele é. Amigos com benefícios, é sério isso Savannah? Você pirou de vez, não é? — Não, Shanon. Eu sei que parece algo ruim agora e eu não queria que você tivesse descoberto dessa forma, mas... — Ele te seduziu, foi isso? Só pode ter sido. Não acredito que ele não perdoou nem a irmã do melhor amigo. — Ela se vira para mim e me lança um olhar zangado, aponta o dedo para mim e diz: — Você deveria ter vergonha de você mesmo. Como você pode? Não acredito. Mas se você acha que vai usar a minha irmã como todas as outras, você está muito enganado, ouviu? Eu vou contar para Seth e ele vai quebrar essa sua cara de conquistador barato. — Ela diz quase partindo para cima de mim. — Não, por favor, Shanon, você não pode contar para Seth nem para ninguém. Por favor, sis. — Savannah pede suplicante. — E porque não? Isso é loucura, Savannah. Ainda não posso acreditar que você está prestando um papel desses. Nossa família precisa saber para acabar com essa palhaçada. — Ela diz e se vira, indo em direção aos elevadores. — Droga. Não se preocupe, eu vou atrás dela e vou garantir que ela não conte nada. — Savannah diz e apressadamente vai atrás de Shanon.

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E eu fico ali parado, meu cérebro tentando assimilar que se Savannah não conseguir convencer Shanon a ficar quieta, eu serei um homem morto. “Ah meu Deus! Seth vai me matar.”

Savannah Saio do elevador correndo, procuro por Shanon desesperadamente, mas não a vejo. Droga, ela já deve ter saído do prédio. Não consigo acreditar que isso está acontecendo, Deus, se ela contar para nossa família o que ela descobriu...Não consigo nem imaginar as consequências disso tudo. Tenho que impedi-la. Tenho que convence-la a não contar nada. Saio do prédio e procuro por ela freneticamente, quando a vejo grito seu nome: — Shanon, espere! Ela me escuta e para, vira para trás e me observa com uma cara muito zangada enquanto corro até ela. — Espera, por favor. Temos que conversar sobre isso. — Savannah, essa loucura tem que parar. Você sabe muito bem como o Justin é. A gente cresceu ouvindo as fofocas sobre ele, como você pode ficar com ele sabendo que você é só uma brincadeira, um meio de ele conseguir prazer? Se você queria um pouco de diversão depois do que aconteceu com Vince, procurasse em outro lugar, tem tantos caras loucos por você, mas você definitivamente não deveria ter buscado distração na cama dele, alguém que supostamente deveria ser nossa família, nosso amigo, praticamente nosso irmão... — Eu sei, eu sei. Fique calma, ok? Podemos conversar sobre isso antes que você vá correndo contar para nossa família? Ela cruza os braços e me olha com severidade. — Por favor? — Tudo bem. — Ela diz de má vontade. — Será que podemos conversar no seu dormitório? A Azul está lá? — Não, ela ia almoçar com alguns amigos e depois sair com eles. — Ótimo, então vamos para lá. Não quero correr o risco de irmos para o meu apartamento e de Aletta atrapalhar nossa conversa. — Que seja. — Ela diz emburrada, e então seguimos para seu dormitório. Caminho ao seu lado, ambas em silêncio, porém respiro mais aliviada. Tenho a chance de evitar uma tragédia, tenho que conseguir convence-la a não falar nada sobre Justin e eu, ou então tanto ele como eu estamos ferrados.

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Chegamos ao seu dormitório e felizmente ela tinha razão, sua colega de quarto, Azul, não está em casa. Sento-me no sofá enquanto Shanon, ainda muito inquieta, fica andando de lá para cá. — Muito bem, pode começar a me explicar essa loucura toda. Como tudo isso começou? Respiro fundo, e então começo a lhe contar tudo. Desde daquele dia em que flagrei Vince e Aletta na cama e como eu sofri e fique transtornada com a traição dele. Como comecei a me comportar diferente por causa do meu sofrimento, como comecei a sair à noite e a beber, e como teve uma noite em que eu bebi tanto que nem eu mesma me lembro de tudo o que aconteceu. E que na manhã seguinte a essa noite eu acordei no apartamento de Justin e ele me deu uma bronca, fui contando todo o resto. Contei tudo que aconteceu desde aquela manhã e como eu me senti, tanto com Justin como com Vince. Quando termino de lhe contar tudo, Shanon está sentada ao meu lado no sofá me olhando atônita. — Por favor, diga alguma coisa. — Peço. — Se isso começou logo depois que você terminou com Vince, então você e Justin estão...Nisso há... — Um pouco mais de dois meses, sim. — Digo. — Meu Deus, Savannah. — Ela coloca a mão na testa e apoia o braço no joelho. — A conversa que eu ouvi...Vocês estavam brigando, não é? Pelo que ele fez sexta no Eros. — Sim, pelo ataque de ciúmes que ele teve. — Por isso que aquela noite você voltou do banheiro parecendo tão nervosa...Então pelo que entendi, ele não quer admitir que sentiu ciúmes, é isso? — Sim, ele tem algum problema em admitir o que sentiu naquela noite, como se fosse grande coisa. — E porque você quer tanto que ele admita ter sentido ciúmes? Por que é tão importante para você? — Ela pergunta. — Por que...Bem, porque ele disse coisas naquela noite no Eros que me magoaram. Eu só quero que ele para de mentir para mim e para si mesmo e admita o que sentiu. — Mas não é só isso, não é? Tem algo mais. — Ela diz me olhando nos olhos, com uma expressão desconfiada. Desvio o olhar com medo que ela possa ler em meus olhos a verdade. Ou pelo menos o que eu acho que é a verdade, nem eu sei direito o que está acontecendo comigo, estou tão confusa. Passei o final de semana inteiro pensando e pensando sobre meus sentimentos e a conclusão que cheguei é assustadora demais, não quero admitir para mim mesma, quem dirá para outra pessoa.

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— Não, é só isso. Ele feriu meu orgulho e eu sei que ele estava com ciúmes, você precisava ter visto o jeito que ele agiu. Só quero que ele admita a verdade. Shanon me lança seu olhar analisador e eu me encolho um pouco. Odeio quando ela faz isso, ficar me analisando para ver se estou mentindo ou não. Não sei se é porque somos gêmeas ou porque somos muito amigas, mas uma sempre, ou pelo menos quase sempre, sabe quando a outra está mentindo e quando está falando a verdade. — Não, não é só isso, eu posso ver em seus olhos. Tem algo que você não está me contando. Droga. Essa não podia ser uma daquelas vezes que ela não consegue me decifrar? — Não, é só isso mesmo, o que mais seria? — Pergunto dando uma risada nervosa e soando falsa até para mim mesma. — E eu é que sei? Me diga você. Porque esse desespero para que ele assuma que teve ciúmes de você? — Shanon, eu não estou desesperada, e eu já falei, só quero que ele assuma a verdade. Ela cruza os braços e levanta uma sobrancelha. — Fala logo. — Não é nada, é sério. — Digo me levantando e ficando de costas para ela, na esperança que isso dificulte para ela descobrir meus sentimentos. Envolvo meus braços em volta do meu corpo e me aperto, esfregando as mãos em meus braços. Não quero dizer em voz alta, não quero porque ao dizer em voz alta vai parecer mais real, mais assustador. E além do mais, estou confusa sobre isso, talvez não seja nada, talvez eu esteja apenas confundindo meus sentimentos. Fecho os olhos e aperto meu nariz. — Savannah? Respiro fundo e me viro para ela, e o que eu vejo em seus olhos me faz ter vontade de vomitar. Eu vejo compreensão e pena em seus olhos verdes tão parecidos com os meus. — Por favor, me diga que eu estou errada. — Ela sussurra. Não consigo mais olha-la nos olhos, então desvio o olhar e encaro o chão com um olhar triste. — Ah não! É isso, não é? Você...Você está apaixonada por ele, não está? Fecho os olhos e os aperto com força, abro a boca, mas não consigo emitir nenhum som, a não ser o gemido que me escapa, seguido pelas lágrimas que eu jurei não derramar. — Ah meu amor. — Shanon se levanta rapidamente e me abraça, eu retribuo o abraço e envolvo seu corpo com meus braços, apertando-a

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forte. Não consigo mais segurar e as lágrimas deslizam livremente por meu rosto. — Sinto muito. — Eu digo. — Pelo que? Você não tem que se desculpar por estar apaixonada, a gente não controla essas coisas, sis. — Eu sei. — Sua mão acaricia minhas costas e a outra meus cabelos. — Você gosta mesmo dele? — Ela pergunta e eu posso sentir o medo em sua voz. Ela está com medo por mim, está com medo que eu me machuque mais uma vez. E eu também. — Acho que sim, eu não sei. — Como assim você não sabe, ou você gosta ou não. — Então acho que eu gosto. Eu não consigo parar de pensar nele, não consigo parar de querer ficar com ele. Eu queria tanto que ele sentisse alguma coisa também, queria tanto que ele me dissesse que ele também não cumpriu o nosso trato e se apaixonou por mim. — Meu amor, minha queria, não é fácil isso que eu tenho para te dizer, mas...Você sabe que isso não vai acontecer, não é? Você sabe como ele é. — Eu sei, eu sei muito bem. Ele nunca namorou, nunca se amarrou a ninguém, nunca amou nenhuma mulher. Talvez ele não tenha mesmo sentido ciúmes de mim, talvez seja algo da minha cabeça, talvez seja eu me iludindo porque eu sei que se ele admitir ter ficado com ciúmes, na minha cabeça maluca eu vou ter esperança que ele possa sentir alguma coisa a mais por mim — Não diga isso, você não é maluca, sis. Você é inteligente, simpática, uma boa pessoa e muito linda. — Sorrio ao ouvir sua tentativa de me fazer sentir melhor. — Muito linda? Você só diz isso porque você é igualzinha a mim. — Ela ri e me aperta mais forte em seus braços. — Não importa, é a verdade. Nós somos super lindas. Eu já tenho o Miguel, e sei que logo você vai ter alguém especial também, alguém que vai saber te dar o devido valor. Mas infelizmente esse alguém não é o Justin, sei que isso pode te machucar agora, mas o quanto mais cedo você acabar com essa maluquice e se afastar dele, melhor. — Eu não quero me afastar dele. — Digo num sussurro. — Mas não era isso que você estava prestes a fazer hoje? Eu ouvi muito bem você dizendo que ou ele admitia o que sentiu com relação ao Ben ou vocês não dormiriam mais juntos. — Eu sei o que eu disse. Mas eu falei aquilo com esperança que ele cederia. Eu sei que ele não tem sentimentos por mim como eu tenho por ele, mas eu tinha esperança que pelo menos ele gostasse o suficiente de dormir comigo para não querer que isso acabasse por enquanto.

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— Eca. Por favor, não diga mais nada. Só de pensar na minha irmã fazendo sexo com o cara que eu sempre considerei parte da família...Simplesmente eca. — Eu te amo, sabia? — Pergunto. — É claro que eu sei, e eu também te amo, sis. Muito. E é por isso que eu me preocupo tanto com você, eu não quero que ninguém te faça sofrer. Por favor, se afaste dele, não deixe que ele quebre o seu coração, estou te implorando, por favor se afaste dele. — Ela separa nossos corpos e me diz seriamente enquanto olha no fundo dos meus olhos. — Eu não posso fazer isso. — Você tem. — Não sei se eu consigo. Ele é como uma droga para mim, não consigo ficar sem. — E lá vai aquele olhar de pena de novo, não gosto que sintam pena de mim. Shanon acaricia minha bochecha e me dá um sorriso triste. — Então pelo menos tente. — Acho que eu posso fazer isso. — Bom, então tente. Eu sei que você vai conseguir. É só você lembrar que ele não é assim, que ele não é o tipo de cara que você quer. Ele não é capaz de sossegar com uma mulher só, mesmo que você conseguisse começar algum tipo de relacionamento mais sério, ele acabaria te traindo. Você não quer aquela história do Vince tudo de volta, não é? — Não, não quero. — Digo dando um suspiro derrotado, sei que ela tem razão, por mais que doa, ela tem razão. — Ótimo. E sempre que você precisar de alguém para conversar sobre isso, pode contar comigo. Apesar que eu acho que você só pode contar comigo, a não ser que mais alguém saiba sobre vocês dois. — Não, você é a única que sabe. Quer dizer, tirando o Vince que acha que eu e Justin somos namorados, mas ele não sabe que Justin é o melhor amigo de Seth. — Certo. — Você não vai falar nada, não é? Por favor, não conte para ninguém o que você descobriu. — Tudo bem, não vou contar. Só tenha cuidado, por favor. — Eu terei, prometo.  Sentindo-me ao mesmo tempo triste e feliz por ter confessado meus sentimentos por Justin para Shanon, volto para meu apartamento. Toda essa comoção me fez perder o apetite, vou comer qualquer coisa em casa mesmo. Enquanto subo as escadas digito uma mensagem para Justin.

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Savannah: Problema resolvido, conversei com S. e ela guardará nosso segredo. Quase imediatamente recebo uma resposta. Justin: Bom. Agora temos que resolver o nosso outro problema. Temos que conversar. Assim que leio a mensagem desligo o celular, sei que assim que ele perceber que eu não irei respondê-lo ele ficará me ligando igual a um louco. Sei muito bem qual é o problema que ele quer resolver. Ele quer continuar com esse lance de amigos com benefícios, a verdade é que eu também quero. Claro que eu gostaria de ter muito mais dele do que apenas sexo sem compromisso, mas eu não posso ter mais, e mesmo que ele me ofereça pouco, é tudo o que eu tenho. Não sei se consigo abrir mão disso. Jogo-me no sofá desanimada. “Como Savannah, como você se deixou se apaixonar por Justin?” É uma excelente pergunta, para a qual eu não tenho uma boa resposta. Simplesmente aconteceu. Quando eu me dei conta, Justin já tinha se apossado do meu coração. E tudo foi acontecendo tão sorrateiramente que eu não percebi até ser tarde demais. Justin é um homem muito lindo, provavelmente o mais lindo que eu já vi em toda a minha vida. Fico me perguntando como eu não o notei antes. Claro que antes de tudo isso eu já havia notado o quão lindo ele é, afinal, ele não teria centenas de mulheres aos seus pés se não fosse, eu já tinha até chegado a achar ele muito atraente, mas nunca imaginei algo acontecendo entre nós. Nunca tive fantasias ou algo do gênero com ele. Mas agora...Agora que eu sei como ele realmente é, e eu não digo apenas fisicamente – apesar que a visão dele nu é impactante o suficiente para fazer uma garota começar a ter fantasias – mas eu conheci ele por dentro também. E apesar dele ter muitos defeitos, ele é uma boa pessoa. É tão lindo por dentro como é por fora, arrisco-me a dizer até que ele é mais lindo por dentro. O seu maior defeito, e o que mais me incomoda, é o fato dele não parar com uma mulher só. Mas mesmo levando uma vida promiscua, ele continua sendo uma pessoa honesta, porque pelo que eu sei, ele nunca iludiu uma garota prometendo algo que ele sabia que não poderia dar. Ele fez isso comigo também, antes de começarmos a nos envolver, ele deixou muito claro o que tudo aquilo seria. “Você não pode se apaixonar por mim, Savannah” foi o que ele disse. Eu achei que aquilo não seria problema algum, nunca imaginei que...Mas agora é tarde demais. Eu descumpri a minha parte no acordo. Eu me apaixonei por Justin Cord e agora, de uma forma ou de outra, estou ferrada.

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Justin Alguns dias depois... — Justin, o que está errado com você, cara? — Will diz entrando em minha sala sem nem ao menos bater. Levanto o olhar dos papeis que estava lendo e vejo ele se aproximando com uma carraca na cara e uma pasta na mão. — O que você quer, Will? Estou trabalhando. — Que bom que você está fazendo isso agora, porque quando você estava revisando isso aqui... — Ele diz jogando a pasta que segurava em cima da minha mesa. — Você podia estar fazendo muitas coisas, menos trabalhando. — Do que você está falando? — Estou falando dos números da Global Networks. — Abro a pasta e me deparo com os papeis que eu revisei ontem. — Eu dei uma olhada nisso ontem, o que tem de errado? — Ah não é nada demais, só praticamente toda a tabela da página 23. — Isso é impossível, aquela estagiária montou a tabela e eu conferi, estava tudo certo. — Não, Justin, não está tudo certo. Tem alguns números errados e os que estão certos foram colocados nas sessões erradas. Você deveria ter percebido o erro quando você supostamente “conferiu” os papeis. — Ei, calma, ok. Não estou gostando nada do seu tom de voz. Foi um erro, acontece. — Me desculpe se eu estou nervoso, mas erros como esse não podem acontecer, Justin. Você liberou os papeis para serem enviados para o vice-presidente da Global Networks e eles estavam piores do que se uma criança de 8 anos os tivesse feito. Você já imaginou se eu não tivesse decidido dar uma última olhada rápida? Eles teriam papeis assinados por você e com os dados completamente errados. Acabei de salvar a sua bunda, de nada. Encaro a tabela da página 23 e não acredito. O cretino do Will está certo, os erros são absurdos. — Esse é o mesmo documento que eu examinei ontem? — Pergunto cético, sem acreditar que eu deixei passar tantos erros. — É sim, veja ali embaixo, é a sua assinatura. — Não acredito, isso está horrível. Ainda bem que você percebeu esses erros antes de enviar os papeis. — Pois é, já imaginou o problema que isso geraria? Agora o que me preocupa muito mais que esses papeis, são os que você me entregou da Asian Systems.

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— O que tem eles? — O gráfico que foi anexado estava desatualizado. — Não é possível, eu conferi aqueles papeis duas vezes na segunda. — Pois eu estou te falando, o gráfico estava errado. — Mas que merda. — Me xingo mentalmente por ter sido tão estupido e ter cometido erros tão primários. Eu não cheguei até aqui à toa, eu sempre fui muito bom no que eu faço e levo meu trabalho muito a sério. — Agora eu te pergunto, como isso foi acontecer? Dois erros monumentais na mesma semana. — Ele me questiona com as mãos na cintura. — Eu não sei, eu...Achei que tinha feito tudo certo. Que droga. — Fecho os olhos e apoio as mãos no rosto, como se estivesse rezando. E talvez eu devesse mesmo, talvez eu devesse pedir a minha concentração e a minha sanidade de volta, porque nos últimos dias sinto que estou perdendo ambos. — Talvez se você esteja com algum problema, seja melhor pedir uma licença ou algo do tipo. — Will comenta. — Não, não há necessidade para tanto. É só que estou tendo uma semana um pouco difícil, só isso. — Tudo bem, eu entendo, todos temos problemas. Mas você não pode deixar isso afetar seu trabalho, principalmente porque você tem muita responsabilidade nessa empresa. Não quero pegar no seu pé, apenas estou te dando um toque como amigo. — Sim, eu sei, Você tem razão. Isso não vai mais acontecer, eu prometo. — Digo me levantando e colocando meu paletó. — Vai sair? Onde você vai? — Vou resolver o problema que tem me distraído. — Respondo passando por ele e saindo do escritório.  Determinado a não desistir, volto para o carro para esperar que alguém apareça. Quase derrubei a porta do apartamento de Savannah de tanto esmurra-la, pelo visto nem ela e nem a colega de quarto estão em casa hoje. A última notícia que eu tive diretamente de Savannah foi a mensagem solitária que ela me enviou dizendo que tinha resolvido o problema com Shanon. Depois disso parece que ela simplesmente sumiu do mapa. Hoje é quinta- feira da semana seguinte, ou seja, dez dias sem Savannah. Liguei, enviei inúmeras mensagens, vim procura-la em casa várias vezes em vários horários diferentes e ela nunca estava. É como se ela soubesse que eu tentaria contata-la de qualquer maneira e ela propositalmente estivesse se mantendo o máximo possível fora de casa.

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Pelo menos hoje eu não tive o desprazer de encontrar com a sua colega, Aletta. Que mulher mais desagradável. Mas dessa vez eu vou esperar até que ela volte para casa. Eu vou falar com ela e de hoje não passa. Não posso mais permitir que essa situação continue, eu estou no limite entre a sanidade e a loucura, e essa merda está afetando meu trabalho. Não posso permitir que erros como aqueles aconteçam novamente, nunca. Isso tudo é culpa de Savannah, dela e dessa teimosia irritante dela. Mas hoje ela vai finalmente conseguir o que quer. Vou admitir que eu senti ciúmes dela com aquele babaca do Ben. Depois de tanto lutar, depois de tanto nadar, vou morrer na praia. Mas se esse é o único jeito de ter aquela teimosa de volta, que assim seja. Depois de tantos dias sem ela, honestamente, estou disposto a implorar para que ela volte para mim. Eu cheguei a um certo ponto emocional, que realmente me deixou preocupado. Savannah sumiu, mas as poucas coisas que ela mantem no meu apartamento continuam lá. Algumas poucas peças de roubas, um calçado, alguns produtos de higiene, nada demais. Mas o suficiente para me lembrar constantemente dela, como se eu precisasse disso, como se eu precisasse de algo para me lembrar a falta que ela me faz. Quatro dias atrás, creio eu, cheguei ao ápice do meu desespero. Fiz algo que eu nunca, mas nunca vou admitir para alguém. Dormi abraçado com uma blusa de lã usada que ela deixou jogada em cima do sofá. “Deus do céu, o que está acontecendo comigo?” Eu ainda não acredito que eu fiz mesmo isso, e para piorar, eu tenho dormido com ela desde então. Não é a mesma coisa que ter a verdadeira Savannah, de carne e osso, comigo, mas ajudou um pouco. A blusa ainda possuía o seu cheiro, uma mistura perfeita do seu perfume com o seu cheiro natural. Uma fragrância divina e altamente viciante. Mas acho que de tanto cheirar a blusa, seu cheiro foi sumindo, o que me fez procurar desesperadamente por outra peça de rouba usada que ela tenha deixado por lá. Mas foi em vão, tudo estava limpo e com cheiro de amaciante. Todos esses dias torturantes sem sua risada, sem seu sorriso, sem sua voz, sem seus beijos e sem seu calor me fizeram pensar. Pensar muito. Eu acho que eu, talvez, possa estar...Sentindo algo por ela. Eu realmente não sei como lidar com isso, com esse bolo de sentimentos que reviram meu estômago e embolam minha garganta.

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Eu estou com tanto, mas tanto medo. Eu nunca me apaixonei, como já é de conhecimento de todos há muito tempo, eu não tenho a experiência necessária para detectar em mim mesmo os sintomas de se estar apaixonado. Eu nem achei que isso seria possível de acontecer comigo, não depois de tanto tempo. Eu não sei se isso que eu estou sentindo é paixão ou algum outro sentimento confuso. E eu estou muito assustado, porque seja o que for, é forte demais e eu não estou conseguindo administra-lo muito bem. Estou torcendo com todas as minhas forças para que não tenha acontecido, que eu não tenha finalmente me apaixonado. Porque se isso for verdade, eu vou sofrer como nunca antes em toda a minha vida. Savannah não gosta de mim dessa forma. Eu ainda acho que ela gosta do Vince, na verdade, no fundo eu tenho certeza que ela ainda tem sentimentos por ele. Ela pode até me enxergar como um homem, pode sentir tesão por mim e gostar do nosso tempo juntos, mas ela nunca vai me ver como eu a vejo. Ela nunca vai sentir a minha falta como eu sinto a dela. Porque ela é capaz de se apaixonar e se desapaixonar, como qualquer outra pessoa normal. Eu não. Essa é a primeira vez em trinta anos, trinta logos anos, que eu sinto algo assim e eu não tenho certeza se poderia sentir novamente por outra pessoa. Dormir com ela escondido é uma coisa, agora assumir para todos que eu posso estar sentindo algo a mais por ela é outra totalmente diferente. A família dela não aprovaria, a minha não aprovaria e Seth me mataria. Sem falar no aspecto merecedor. O fato é simples e claro como água. Eu não sou merecedor de possuir o coração de alguém como Savannah. Ela é perfeita, inexperiente porém apaixonada, doce e possuidora de uma beleza angelical. E eu sou sujo, já estive com tantas mulheres e fiz tantas coisas com elas que muitos, se soubessem de tudo, teriam nojo de ficar perto de mim. Eu não fui forte o suficiente para ficar longe dela, porque se eu tivesse pelo menos um pingo de força, autocontrole e dignidade, não teria nem tocado nela para começo de conversa. Não teria sujado seu corpo deixando que ela se deitasse com alguém tão “usado” como eu, mas a carne é fraca e eu não pude resistir, mas isso ainda tem concerto, é só ela achar um cara digno. Agora, eu seria capaz de deixar ela me levar para dentro do seu coração e assim se sujar de uma vez por todas com a minha bagagem de vida? A resposta desanimadora é sim, eu sou covarde e egoísta o suficiente para permitir isso. Por favor, que Deus queira que eu esteja apenas confuso e não apaixonado, e que Savannah seja esperta e não sinta nada por mim.

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As horas passam e eu espero. Eu e meus pensamentos. Sei que estão me esperando no escritório, mas não posso sair daqui sem uma solução para minha angustia. Decidi que por hora, vou manter em segredo a minha descoberta, sobre a minha possível paixão por Savannah, e vou apenas lhe dizer sobre meu ciúmes. Afinal, uma confissão é o suficiente por agora. Perdido em meus pensamentos quase não percebo quando Savannah vai caminhando pacificamente até seu dormitório. Observo-a distraidamente entrar no prédio e sumir de vista. Meu coração acelera devido a sua breve visão e a ansiedade toma conta de mim. Saio do carro e caminho até o prédio. A porta tem um sistema de segurança de código, mas é tão fácil entrar que é como se não tivesse. É só esperar alguém chegar ou sair, nenhum morador se importa de deixar uma pessoa claramente que não tem o código e nem estuda aqui entrar. Dou sorte e no momento que chego à porta, tem duas meninas saindo. Seguro a porta antes que se feche e entro, subo os degraus enquanto repasso tudo o que quero dizer em minha cabeça. Quando paro em frente a sua porta, sinto um nervoso, e se ela não quiser mais esse lance de amigos com benefícios? O que eu vou fazer, roubar mais roupas usadas? “Nossa, você é doente, Justin.” Bato na porta e espero, desabotoo o paletó, os botões da manga e o colarinho, na tentativa de conseguir respirar mais facilmente e ficar mais confortável. Bato novamente e espero. Quando escuto o barulho da chave na fechadura, apoio um braço no batente da porta e respiro fundo. A porta se abre e pela primeira vez em dez dias vejo-a novamente. “Deus, ela ficou mais linda nesses últimos dias! Como isso é possível?” Savannah me olha assustada e começa a fechar a porta, eu estico a mão e a seguro, impedindo que se feche na minha cara. — Espere, por favor, apenas me escute. Ela abre a porta e se apoia nela, me olhando intensamente. Olho no fundo dos seus olhos e deixo as palavras emboladas pela pressa saírem como uma enxurrada de minha boca. — Você tinha razão. Eu admito, eu estava com ciúmes de você. — Uma tristeza súbita aparece em seus olhos, me deixando confuso. Mas não era isso que ela queria, que eu admitisse que ela estava certa? De qualquer forma, continuo: — Eu não tive intenção de te insultar sugerindo que você e aquele cara estavam dormindo juntos, eu sei que você não dormiria comigo e

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também com ele, mas eu estava cego pela raiva. Fiquei com medo porque quando eu vi você com ele, foi como um lembrete. Um lembrete de que a qualquer minuto você pode encontrar alguém e se apaixonar, e então me deixar. Não que estejamos juntos, eu sei, mas é que eu não estou pronto para não ter você na minha cama, para deixar você ir, ainda não. Por favor, me perdoe por ser tão idiota. Eu agi e falei coisas guiado pela raiva, pelo ciúmes e pelo medo. Será que podemos, por favor, voltar a ter o nosso...Lance? Ela permanece em silêncio, pensando. Mas porque a demora? Será que ela não quer mais saber de mim? Vejo em seus olhos uma grande indecisão, ela está ponderando, se decidindo, isso quer dizer que ela não tem certeza e que sua resposta pode ser um ‘não’. “O que eu farei se ela disser não?” — Tudo bem. — Sua voz sai tão baixa e fraca que penso ter escuta mal. — Podemos voltar para o nosso...Lance. Um sorriso enorme, maior do que o Texas, surge sem que eu possa impedi-lo, dou um passo para frente quebrando a distância que nos separa e agarro Savannah, envolvendo seu corpo com meu braço e cobrindo sua boca com a minha. “Deus, como eu senti falta disso”. Com a outra mão seguro seu pescoço e aprofundo o beijo. Quando ela geme, acho que vou me desfazer ali mesmo. Não vou aguentar muito mais. Entro no apartamento sem me separar dela e com um chute fecho a porta. Abandono sua boca com relutância e desço até seu pescoço, sinto seu perfume e a aperto mais contra meu corpo. “Mil vezes melhor do que cheirar a maldita blusa”. Beijo seu pescoço e deposito leves mordidas por sua pele clara, Savannah geme e suas mãos vão até minhas costas, me aranhando sobre a grossa camada de roupa. Chupo o lóbulo da sua orelha e volto a atacar sua boca, sua mão viaja até meus cabelos e ela os puxa, me deixando louco. Em um movimento rápido a levanto e a carrego, ela envolve as pernas na minha cintura e eu sigo em direção ao seu quarto. Chegando lá, a deito na cama e tiro o paletó e a camisa, junto novamente nossos corpos e recomeço o ataque voraz a sua boca. Beijo-a quase com violência, tentando matar a saudades acumulada de dias num único instante. Pego a barra de sua blusa e a puxo, nossas bocas se separam apenas para eu poder tirar e arremessar aquele pedaço de pano idiota para bem longe.

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Preciso dela, preciso agora, mais do que qualquer coisa, preciso sentila, preciso do seu calor. Levo minha mão até o botão de sua calça e desabotoo-o, tiro a calça e também a jogo para longe. Começo a acaricia-la por cima do tecido fino da calcinha, me pegando de surpresa e me deixando confuso, ela para meus movimentos colocando sua mão sobre a minha. — O que foi, algo errado? — Pergunto sem fôlego, preocupado que ela tenha mudado de ideia. — Quero fazer isso diferente. — Ela diz também com dificuldade para respirar. — Como? — Devagar. — Ela sussurra. — Baby, não acho que eu consiga ir deva... — Num movimento rápido ela sai de baixo de mim, me virando e invertendo a posição. Agora estou deitando de costas e ela está em cima de mim, sua bunda se esfregando na minha ereção. — Savannah. — Suspiro seu nome. — Shhh apenas aproveite. Quero te mostrar algo, então fique quietinho. — Ela sussurra, seus lábios roçando levemente os meus. — Tudo bem. — Concordo com o coração quase saltando pela boca. Ela encosta seus lábios nos meus, dando-me um beijo suave. Sua língua morna acaricia meu lábio inferior, minhas mãos viajam lentamente por suas curvas. “Isso é o paraíso, definitivamente o paraíso”. Seus beijos viajam pelo meu maxilar até meu pescoço, sinto que posso explodir a qualquer segundo. Quero dizer para ela ir rápido porque não sei mais quanto tempo vou aguentar, mas ela quer fazer isso devagar, e se é isso que ela quer é isso que ela terá, mesmo me custando muito para não pressiona-la embaixo de mim e me enterrar rápido e forte dentro dela. Suas delicadas mãos vão até minha calça e roçam minha ereção, sinto meu pau pulsar. Isso é uma tortura, mas ao mesmo tempo uma delicia. Ela desabotoa a calça e eu levanto o quadril para ajuda-la, ela puxa a calça com a boxer junto e minha ereção salta livre, dura como uma pedra. Ela tira meus sapatos, minhas meias e joga minha calça junto com as outras roupas no chão. Ela fica parada em pé ao lado da cama observando meu corpo com um olhar faminto. Quando ela leva as mãos até as costas tenho a impressão que meu coração para uma batida, quando seu sutiã cai no chão, revelando seus seios perfeitos, sinto meu autocontrole vacilar.

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Ela engata os dedos na calcinha e a puxa para baixo, tenho que fechar os olhos por um momento, respirar fundo e tentar me acalmar. Mas é difícil, faz tantos dias. Abro os olhos novamente quando sinto ela subindo em cima de mim, cada perna em um lado do meu corpo, ela senta no meu colo e se abaixa para me beijar. — Linda, não aguento mais. — Digo num tom de suplica. Quanto Savannah toma minha ereção nas mãos, tenho certeza que vou gozar ao menor movimento dos seus dedos. Ela eleva o corpo e posiciona minha ereção na sua entrada, então lentamente, muito lentamente, vai descendo com o corpo. Ela solta gemidos baixinhos enquanto a penetro como ela queria, devagar. Sinto suas paredes estreitas, molhadas e quentes me envolvendo e gemo. Savannah sobe e desce lentamente, me provocando. Ela joga a cabeça para trás e segura os seios. — Justin. — Suspira meu nome. Como, como posso me controlar diante dessa visão? Ela parece uma deusa. A deusa da sensualidade, da feminilidade, da luxúria e da paixão. Ela deita seu corpo sobre o meu, seus seios nus roçando minha pele e me beija intensamente. Acaricio suas costas suavemente enquanto ela me beija e me faz penetra-la. Quando ela para de se mover assumo o controle. Levanto o quadril e abaixo-o, levanto e abaixo-o. Não consigo manter esse ritmo tão lento, então aumento um pouco a velocidade, mais ainda assim a penetro lentamente, quase dolorosamente. À medida que nosso orgasmo vai se construindo, nossos gemidos ficam mais alto, nossos beijos mais desesperados e a nossa ligação mais rápida. Quando sinto Savannah pulsar em volta de mim e seus gemidos se transformarem quase em gritos, seguro-a forte e a beijo. Meu orgasmo chegando enquanto ela ainda se recupera do seu, jorro minha libertação dentro dela enquanto gemo contra sua boca. Quando nossos tremores cessam, ela repousa a cabeça em meu ombro, escondendo seu rosto na curva do meu pescoço. Escuto ela suspirar e sorrio. Isso foi tão intenso, tão maravilhoso, tão perfeito. O melhor orgasmo da minha vida. Enquanto acaricio a pele macia das curvas delicadas do corpo de Savannah, sinto uma paz invadir meu espirito, uma felicidade tranquila invadir meus pensamentos e meu corpo, sinto um sentimento mais forte do que sou capaz de compreender, invadir meu coração.

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Sei que o fato de eu nunca ter sentido isso dificulta a identificação e a compreensão de um sentimento tão complexo e poderoso, mas de alguma forma agora eu sei, não me restam mais dúvidas. Estou apaixonado por Savannah Careton. Completamente apaixonado.

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Love sucks Justin — Esse lugar é muito chique. — Savannah comenta observando o ambiente. — Você merece. — Digo dando-lhe um sorriso nervoso. “Isso e o que mais você quiser”. — Se eu soubesse que veríamos a um lugar como esse, teria me vestido melhor. — Ela diz com um sorriso tímido. — Não sei do que você está falando. Você está linda, como sempre. — Digo e vejo suas bochechas corarem um pouco. Depois de tudo que já fizemos juntos, era de se esperar que ela não sentisse mais vergonha, e o fato de ela ainda corar quando eu a elogio me fascina. Estou tão nervoso, sinto praticamente todas as partes do meu corpo suando. Savannah e eu estamos em um encontro - mas ela não sabe disso - e eu nunca estive em um antes, ela acha que foi só um convite para jantar, mas para mim é a chance de mostrar como eu me sinto através das minhas atitudes. Eu não faço a mínima ideia de como contar para ela como eu me sinto, então resolvi tentar mostrar. Acho que ela já deve ter percebido que dos últimos dias para cá, eu venho a tratando diferente. Eu realmente espero que ela tenha notado a diferença. Se ela percebesse o que eu sinto sem tem que me fazer falar seria uma maravilha, porque só de pensar em me declarar para ela, sinto uma dor no estômago e minha garganta se fechando. Quando levanto a mão para pegar a taça de vinho, percebo vergonhosamente que ela está tremendo um pouco, pego a taça rapidamente para que ela não veja o tremor e na minha pressa, ao trazer a taça em direção à boca, eu a bato no meu prato, provocando um alto barulho agudo e fazendo com que alguns casais nas mesas mais próximas virem o pescoço para me encarar. — Justin, está tudo bem com você? — Ela pergunta me olhando analisadoramente. — Sim, sim está tudo ótimo. Porque a pergunta? — Sei lá, você parece um pouco...Nervoso. Está tudo bem mesmo? — Não, bobagem, porque eu estaria nervoso? — Faço uma pergunta retórica e sorrio nervosamente. — Garçom. — Chamo-o ansioso para mudar de assunto. “Merda! Se controle, Justin.”

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— Estamos prontos para fazer o pedido. — Sim, senhor. Fazemos nossos pedidos. Eu escolho a plancha de grelhados do mar com aspargos frescos, cogumelos e batatinhas na manteiga de limão com alho crocante, e uma salada caprese. Savannah pede ravióli de queijo gruyére com picadinho de mignon e cogumelos paris, e uma salada pomodori. Para sobremesa pedimos uma Tarte Tartin caramelizada de maçã com sorvete de baunilha para dois. — Então, como está o trabalho? — Savannah pergunta depois que o garçom se afasta da nossa mesa. — Está indo muito bem. — “Tirando o fato de eu ter cometido erros horrendos porque não parava de pensar em você”. — E aquela proposta da qual você havia me falado, ocorreu tudo bem? — Ela pergunta parecendo genuinamente interessada e eu me surpreendo dela ainda se lembrar sobre isso. — Ah sim, a proposta da Thompson Reuters. Foi melhor do que eu esperava. — Sabia que você ia conseguir. — Ela me diz dando um sorriso orgulhoso. — Você assinou o contrato, então? — Ainda não. Carlson Thompson, o dono da Thompson Reuters, é quem tem que assinar o contrato. Ele me pediu para adiar o fechamento da nossa parceria até que ele voltasse da Bélgica. Vou me encontrar com ele essa semana. — Isso é ótimo, Justin. Deve ser maravilhoso conseguir ser bem sucedido fazendo aquilo que se gosta. — De fato, é sim. Tenho certeza que você será a melhor aluna graduada em História da Arte que a UTD jamais viu, então você vai ver por si mesma o quão gratificante é. Aposto que você vai trabalhar em vários museus ao redor do mundo e vai ser a profissional mais solicitada. — Ela começa a rir antes mesmo de eu terminar de falar. — Está bem... — Ela diz revirando os olhos. — Não, é verdade. Você sempre se dedica com afinco a tudo o que faz, além do mais, pela quantidade de noites que você me trocou pelos livros, é melhor que você seja boa mesmo. — Digo dando-lhe um sorriso malicioso e me sentindo relaxado pela primeira vez na noite. — Ah é, se não você vai fazer o que? — Ela pergunta rindo. — Se não vou ter que te castigar. Quem sabe, talvez amarra-la na cama e lhe dar alguns tapas. — Digo mudando o tom de voz, dizendo as palavras provocantes em um tom mais baixo e grave, de um modo sensual, e olhando-a maliciosamente. Seus olhos adquirem um brilho faminto, seus lábios se separam e sua respiração fica difícil, como se o ar de repente tivesse se tornado mais denso.

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Olhamos um nos olhos do outro, e nesse momento sinto que nos conectamos de alguma forma, fico em transe, hipnotizado por suas duas belas esmeraldas. Sinto meu desejo por ela aumentando, me deixando com um calor infernal e uma vontade enlouquecedora de lhe arrancar a roupa. — Aqui está, senhor...Senhora. — A mágica do momento é quebrada quando o garçom traz nossos pratos, ele reabastece nossos copos com vinho e nos deixa a sós. — Bom apetite. — Obrigado. — Savannah e eu dizemos ao mesmo tempo. Durante o jantar, eu fui me permitindo me sentir mais a vontade, mas a chama inicial do nervosismo ainda estava presente. É como se depois do que eu descobri, eu tivesse perdido completamente a capacidade de simplesmente ficar perto de Savannah, agora que eu sei que eu gosto dela, me sinto nervoso e desesperado para provar algo, eu só não sei o que exatamente. Quando estamos comendo a sobremesa Savannah tenta disfarçar um bocejo, mas percebo pelos seus olhos cansados que está na hora de ir. Pago a conta e seguimos lado a lado e em silêncio para o estacionamento. Ela caminha tão perto de mim, seu corpo quase se encostando ao meu. Meu olhar se concentra na sua mão pendendo livremente ao lado do corpo, e então sutilmente eu entrelaço nossos dedos. Minha atitude inocente parece assusta-la, ela afasta a mão e me olha com um olhar indecifrável. — O que você está fazendo? — Nada. — Respondo constrangido com a rejeição. Eu sou bom o suficiente para dar-lhe orgasmos, mas aparentemente não para segurar sua mão em público, percebo com tristeza. Só queria toca-la. Toca-la sem que isso necessariamente leve-nos a fazer sexo, queria apenas poder sentir seu calor, beija-la na frente de todos e dizer a todos que estamos juntos. Mas não estamos. Não do jeito que eu gostaria. Ótimo, a parte do sofrimento de se estar apaixonado já começou, quando a parte boa vai vir? Será que eu finalmente comecei a sentir algo por alguém, apenas para não ser correspondido? Isso seria uma bela de uma sacanagem do universo. Quando estaciono em frente ao dormitório de Savannah, um desânimo enorme se infiltra em mim. — Não tem mesmo como você passar a noite comigo hoje? — Pergunto numa última tentativa patética de salvar minha noite. — Sinto muito.

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— Tudo bem. — Não está tudo bem, não. — A gente se vê amanhã, então. — Certo, até amanhã. — Ela abre a porta e faz menção de sair, mas para quando sente minha mão em seu ombro. Deslizo minha mão para seu pescoço e a puxo para um beijo. Tento transmitir todos os meus sentimentos por ela nesse beijo; Paixão, carinho, necessidade...Espero que ela sinta. — Boa noite, Little Nips. — Sussurro, nossos lábios ainda se encostando. — Boa noite, Justin. — Ela diz com a voz rouca. Percebo com felicidade que ela parece sim, afetada pelo nosso beijo. Observo ela sair do carro e subir os degraus de pedra do prédio. Antes de passar pela porta se vira e me olha por um segundo. Não sorri ou acena, apenas me olha com uma tristeza que me pega desprevenido e me angustia. Mas então ela entra no prédio e me deixa encarando a porta com a testa franzida. “O que será que a está incomodando?”

Savannah Tenho que subir as escadas até meu apartamento me apoiando nas paredes. O que foi aquilo que acabou de acontecer? Aquele beijo... Por um momento parecia que, bem, parecia que ele estava querendo me dizer alguma coisa, parecia que havia sentimento ali. Foi tão intenso e cheio de paixão que eu ainda sinto minhas pernas fracas. Quase parecia que ele gostava de mim, depois daquele beijo eu até poderia acreditar nisso, se não fosse pelo fato que é do Justin Cord que estamos falando. Ele simplesmente não é assim, como Shanon fez muita questão de ressaltar. Falando nela, Shanon vai me matar quando descobrir que eu e Justin voltamos com o nosso...Lance. Abro a porta e entro no apartamento escuro, encosto-me à porta fechada e traço com os dedos o sorriso bobo que se forma em meus lábios. Pode até ter sido coisa da minha cabeça, mas o beijo foi bom de qualquer forma. Acho que eu seria a mulher mais feliz do mundo se o Justin realmente tivesse me beijado com algo a mais, se ele estivesse começando a desenvolver sentimentos por mim. Mas que porcaria, porque ele tem que ser tão viciante? Eu sei que para evitar me machucar em um futuro muito próximo, quando ele me der um pé na bunda, eu mesma tinha que parar com isso agora, mas eu não consigo. Sei que pode parecer degradante, mas eu preciso

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aproveitar o que ele me dá e pelo tempo que ele quiser, não consigo simplesmente me afastar agora só porque é o certo a se fazer. Se eu soubesse que ia acabar me apaixonante justo por ele, não teria aceitado a proposta que ele me fez alguns meses atrás. Mas agora é tarde demais, eu estou tão apaixonado por Justin como eu nunca estive antes. Nem mesmo com Vince, que eu tenho certeza ter sido o cara pelo qual eu mais me apaixonei antes de Justin. Mas agora, o que eu sentia por Vince parece brincadeira de criança, se comparado com o que estou sentindo por Justin. Vou até meu quarto e tranco a porta, vou até a mesa de madeira e ligo meu computador. Respondo alguns e-mails e dou uma olhada em algumas promoções que eu recebi. Nada que me interesse, a não ser por um e-mail especifico de uma loja de noivas. Eu sou uma das damas de honra de Kim, juntamente com Shanon, Gwen – a melhor amiga da minha prima – e Mitchie, outra amiga de Kim. E como é o nosso dever ajudar em tudo que tem relação a esse casamento e garantir que tudo seja perfeito, desde que ela me fez o convite para ser sua madrinha eu estou de olho em tudo que envolve casamentos; Buffets, floriculturas, spas, lojas de noiva, loja de tecidos, decoradores, ofertas de passagem aérea para a lua de mel, etc. Cadastrei meu e-mail em pelo menos trinta e dois sites diferentes para receber ofertas e novidades. E esse e-mail que eu recebi de uma loja de Austin especializada em vestidos de noiva me deixou bem empolgada, eles receberam alguns modelos novos e eu tenho certeza que isso vai animar Kim. O casamento é em mais ou menos um mês, e tudo já está pronto ou quase pronto. Como Jax estava desesperado para se casar logo, o gênio marcou a data para apenas dois meses depois da formatura de Kim, é claro que como não é ele quem está tendo de organizar tudo, para ele apenas dois meses soou um tempo muito razoável. Eu, Shanon, mamãe, Alyssa, Mitchie, Bárbara e Kim temos feito o que podemos para organizar esse casamento a tempo, até Gwen e Bárbara, que moram em outro estado tem ajudado como podem, fazendo telefonemas e mandando os convites eletrônicos por e-mail. O fato de tanto o noivo como a noiva quererem algo simples, também é de grande ajuda. Conseguimos organizar um casamento lindo e do jeito que Kim queria em muito pouco tempo, agora só falta alguns pequenos ajustes, mas o essencial já está pronto. Quer dizer, menos uma coisa, e justamente uma das mais importantes. O vestido de noiva da Kim. A coitadinha está quase arrancando os cabelos por ainda não ter achado o vestido perfeito. Ela ficou louca porque alguém tinha dito para ela que todo o casamento gira em torno do vestido de noiva, e como ela não achou o dela ainda...Bem, tivemos que mudar um pouquinho as

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coisas, pois se esperássemos achar o vestido perfeito para depois encomendar as flores e a decoração para ficarem em harmonia com o vestido, Kim se casaria daqui há seis meses, não um. Todas as madrinhas estão empenhadíssimas em ajuda-la a encontrar “o vestido”, aquele que no momento em que ela se olhar no espelho vestida com, lágrimas de genuína felicidade transbordarão de seus olhos e sinos começarão a tocar. Ou é pelo menos isso que esperamos. Não adianta encaminhar o e-mail para Kim, em Wills Point dificilmente as pessoas lidam com computadores, tablets ou qualquer coisa mais tecnológica do que um celular e uma TV. Então anoto o endereço da loja e o telefone, amanhã mesmo irei falar com Kim sobre isso. Escuto o familiar barulho que meu celular faz quando recebo uma mensagem e vou checar para ver quem pode ser à uma hora dessas. Olho a tela e vejo que é uma mensagem de Vince. Quando abro-a, leio: Vince: Campo de futebol. Preciso de você, por favor. Nossa, faz mesmo muito tempo que eu não recebo uma mensagem dessas. Isso é meio que um código nosso, ou era. Vince é um cara sempre muito confiante em si e nas suas habilidades, mas às vezes ele tem problemas e incertezas como qualquer um, e normalmente o lugar que ele vai para tentar clarear a cabeça e resolver esses problemas, é o campo de futebol da faculdade. Quando namorávamos, e antes disso também, quando ele realmente estava confuso ou com algum problema que o estava incomodando muito, ele me mandava uma mensagem parecida com essa. Quando eu a recebia sabia que era coisa séria, porque Vince não é o tipo de cara que normalmente expõe suas fraquezas, então eu sempre ia correndo até ele. Mas agora a questão é; Devo ir atrás dele? Quer dizer, se ele me enviou essa mensagem a essa hora, algo deve estar mesmo o incomodando, e se eu realmente estou voltando a ser sua amiga, eu deveria ir, não é mesmo? Afinal, é para isso que os amigos servem, ajudar uns aos outros. Decido ir, talvez ele esteja mesmo precisando de alguém para conversar. Quando chego à porta tenho a visão desagradável de Aletta, vestindo apenas um robe transparente, parada em nossa pequena sala de TV. — Nossa, já vai sair de novo? — Ela pergunta com aquela voz debochada dela. — Não vejo como isso possa ser da sua conta. — Você nunca recolhe as suas garras, não é mesmo?

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— Com você por perto, não mesmo. Nunca se sabe quando vai dar o bote. — Digo e abro a porta, quando ela entende o que eu quis dizer que eu a chamei de cobra - começa a me dizer algo, mas eu bato a porta e não a escuto. “Deus do céu, como foi que ela e eu fomos amigas por dois anos antes disso?” Quando estou na metade do caminho, e estremeço por causa de uma brisa gelada, percebo que eu não troquei de rouba. Estou vestida com a rouba com a qual fui jantar com Justin. Calça jeans skinning preta, uma blusa de seda fina e ankle boots preta. Quando chego ao campo, logo localizo Vince, além de ser porque não há mais ninguém aqui, ele sempre se senta no mesmo lugar. Na parte de cima da arquibancada, bem no meio do campo. Aproximo-me dele, está com os braços apoiados no joelho e o queixo apoiado nas mãos, sua expressão é pensativa, concentrada, como se ele estivesse assistindo a um jogo que só ele vê. — Oi. — Digo me sentando ao seu lado. Ele me olha e parece um pouco surpreso, mas um sorriso contido surge em seus lábios. — Oi. Obrigado por vir, não tinha certeza. — É isso que amigos fazem, não é? — Pergunto e aperto seu ombro. — É. É sim. — Ele responde de uma forma triste, voltando seu olhar para o campo iluminado pelos fortes holofotes. — Então, o que é que está te incomodando? — Sabe o próximo jogo, de sexta? — Ele pergunta ainda encarando o campo. — Sei sim. — Então, Steve Tischy vai estar aqui. Você acredita que ele vai assistir o jogo? — Ele pergunta se virando para mim, eu o olho com confusão. — Você sabe quem ele é, certo? — Sorrio timidamente e balanço a cabeça. — Meu Deus, garota. — Ele diz fingindo estar exasperado e eu rio. — Hey, não sou eu a viciada em futebol aqui. — Defendo-me. — Ele é o presidente do New York Giants. — Ah meu Deus, Vince, ele está vindo para dar uma de olheiro? — Pergunto empolgada. — Não, não na verdade. Mas ele vai assistir o jogo, e quem sabe se alguém jogasse bem o suficiente para chamar a atenção... — Você é o capitão do time, ele vai acabar notando você. — Eu sei.

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— Imagina se ele se interessasse por você, muitos jogadores famosos foram descobertos assim, não é? Em jogos de colégio e faculdade. — Sim. — Ele diz apenas. — Você está nervoso, é isso? — Pergunto e ele balança a cabeça. — É isso mesmo o que você quer, jogar futebol profissionalmente? — É o que eu mais quero. — Ele responde me encarando seriamente. — Então arrase no jogo de sexta. Ele ri parecendo desanimado. — Não é tão fácil assim, Savy. — Claro que é. É só você jogar como sempre, você é muito bom Vince. — Chego mais perto dele, nossas coxas se encostam, coloco minha mão em sua perna e lhe dou um apertão. — Eu confio em você, na sua habilidade, na sua capacidade. Você não é o capitão à toa, você é o jogador que mais faz gols nesse time. — É touchdown, linda. — Ele diz com um sorriso divertido no rosto. — Tanto faz. Gols ou touchdowns, não importa, você faz muito deles e é isso que esses caras querem, não é?. — Ele ri e segura minha mão que está em sua perna. — Estou com medo. Não é que eu ache que eu não jogo bem, mas tenho medo de não jogar bem o suficiente para me tornar profissional. — Você joga, Vince. Aliás, eu não sei como você não foi contratado ainda. Esse idiotas não sabem o bom jogador que estão perdendo. Ele me olha com as expressões parecendo mais tranquilas, acho que falar sobre isso o ajudou. Seus olhos viajam pelo meu corpo e brilham com admiração. — Você está muito linda. Alguma ocasião especial? — Ele quer saber. — Não, nada demais, só sai para jantar. — Tento parecer casual para que ele não pergunte mais nada sobre o assunto. Ele balança a cabeça levemente e parece querer dizer algo, mas permanece em silêncio um momento. — Desculpe se eu atrapalhei alguma coisa. — Ele diz por fim. — Eu tinha acabado de chegar quando você enviou a mensagem, está tudo bem. — Obrigado por vir até aqui e ficar escutando minhas besteiras. — Ele aperta minha mão levemente. — Não é nenhuma besteira. E não se preocupe, é normal ficar nervoso. — Os Giants sempre foram meu sonho. — É mesmo? — Ele balança a cabeça como resposta.

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— Eu sei que você vai conseguir, mas se por um acaso não for dessa vez, não desanime. Essa é a primeira oportunidade de várias que você terá para mostrar seu talento, tenho certeza. — Você acha mesmo? — Acho. — Você vai assistir ao jogo sexta? Por favor, você sabe que a sua presença me dá sorte. — Tudo bem, eu estarei aqui sexta, torcendo por você. — Digo com um sorriso amigo. — Obrigado, isso é importante para mim. — Não há de quê. — Sei que eu não mereço sua amizade e seu apoio, não depois do que eu fiz com você. — Ele diz abaixando a cabeça envergonhado. Quando ele a levanta novamente e me encara, seus olhos brilham cheios de lágrimas não derramadas. — Eu sinto...Tanto. — Sua voz falha e uma lágrima rebelde escapa e escorre por sua bochecha. Sinto meu coração se apertando. Ele entrelaça os dedos da nossa mão que ainda está junta repousada em sua perna. — Ter perdido você será o grande arrependimento da minha vida. — Ele diz, agora mais lágrimas caindo de seus olhos. — Vince... — Minha voz sai fraca, quase um sussurro. Sinto um desconforto enorme do estômago e um aperto na garganta. — Eu já te perdoei, estamos voltando a ser amigos, vamos simplesmente tentar esquecer isso, ok? — Não dá. Como esquecer toda a dor que eu te causei? Como esquecer que eu te perdi? Eu ainda te amo, Savannah, e é muito doloroso. — Sua voz falha de novo, e mais lágrimas são derramadas, sinto meus olhos ficarem marejados. — E sabe o que é o pior? A culpa é toda minha. Não tem ninguém a quem culpar, a não ser eu mesmo. Eu não sei por que eu fiz aquilo, eu nem a desejava... — Vince, por favor, não. — Peço, sinto uma lágrima escorrendo por meu rosto e rapidamente a limpo. Eu não o amo mais, mas as feridas ainda não estão cicatrizadas completamente, e elas ainda podem doer. Doer não por mim, mas pela Savannah que já foi muito apaixonada por ele. — Por favor, eu preciso falar...Eu não a desejava, Savy, eu juro. — Então, por quê? — Sinto mais uma lágrima escapando. Ele me olha, o verde dos seus olhos mais claros por causa das lágrimas. — Eu não sei. Talvez porque eu seja o cara mais idiota do mundo? Eu estava com a garota mais especial que eu conheço e a magoei sem nem ao menos saber o porquê eu fiz isso.

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— Vince, você já tinha... — Paro e respiro fundo, essa dúvida me atormenta desde o primeiro momento. — Você já tinha me traído antes disso? — Consigo ouvir o medo em minha própria voz. A princípio ele não me responde e nem olha em meus olhos, quando ele vira o rosto e nossos olhos se encontram ele começa a chorar. — Sinto muito, eu realmente sinto. Sinto uma dor horrível, como se além dele fazer novas feridas em meu coração, ele tivesse acabado de reabrir aquelas que estavam cicatrizando. Escuto um gemido e percebo que saiu da minha garganta. Vince chora mais ainda. — Quantas vezes? — Pergunto num sussurro. — Duas. Com Aletta e a outra, com uma garota numa festa de comemoração depois do jogo. — Mas eu fui com você em todas as festas. — Digo horrorizada me afastando dele. — Eu sei. — Ele me encara visivelmente com dor no olhar. — Ah meu Deus. — Digo me levantando e colocando uma mão no peito. Acho que não consigo mais respirar. — Meu Deus, você fodeu uma garota qualquer enquanto a sua namorada estava a poucos metros de você? Qual é o seu problema? — Pergunto gritando, minha visão nublada pelas incessantes lágrimas que escorrem por meu rosto. — Perdão, por favor, me perdoa. — Ele diz, seu corpo chacoalhando com o choro forte. Não consigo acreditar nisso, sinto que vou vomitar a qualquer segundo. Sinto tanto nojo, tanta raiva, tanta magoa que chega a me deixar desnorteada, dou alguns passos cambaleando para trás. Sinto uma dor tão excruciante que apenas respirar é difícil, parece que o ar se recusa a entrar em meus pulmões. — Me perdoa, mas eu precisava te contar tudo, se nós vamos ser amigos eu tinha que... — Nós não vamos ser amigos, não depois disso! — Grito para ele com raiva e vejo-o se encolhendo. — Não, por favor. Eu sei que eu não mereço, mas não consigo viver sem ter você por perto. — Então você vai ter que aprender. — Digo e me viro, e saio correndo. — Não, Savannah, por favor espere. — Ele corre atrás de mim e me alcança, sua mão se fecha em meu braço e ele me puxa, me virando para si. Suas mãos seguram firmemente meus braços e não consigo me soltar.

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— Me solta, eu não quero... — Minha frase é interrompida por seus lábios. Ele aperta meu corpo contra o seu e sua língua consegue invadir minha boca. Seu beijo é desesperado, ansioso, rude. Com algum esforço consigo empurra-lo, dou um passo para trás e estico o braço, impedindo que se aproxime novamente. — Não. — É tudo o que digo, e então me viro e corro para longe dali. Entro no apartamento correndo e me tranco em meu quarto. Jogo-me na cama e trago meus joelhos até meu peito, abraçando minhas pernas, querendo me encolher o máximo possível. E fico assim até os soluços e os tremores cessarem.

Justin Estaciono a caminhonete em frente à casa, saio do carro e minhas botas de cowboy provocam estalos quando piso nos cascalhos no chão. Subo os degraus, abro a porta e assim que entro o familiar e reconfortante cheiro de lar me recebe. — Mãe, pai, Jax? Tem alguém em casa? — Grito. Escuto passos no andar de cima e logo vejo mamãe descendo as escadas com uma expressão confusa no rosto. — Justin, o que você está fazendo aqui? — É muito bom ver você também, mamãe. — Digo enquanto a puxo para um abraço e um beijo. — Sim, claro, é bom ver você também, lógico. Mas você não deveria estar no trabalho, filho? É dia de semana. — Sim, eu sei. Mas hoje eu não tinha muito trabalho no escritório então sai um pouco mais cedo e resolvi vir ver se tinha algo que eu pudesse fazer por aqui. — Mamãe me dá aquele olhar desconfiado dela, espero que ela não perceba que estou mentindo, mas a dona Alyssa sempre percebe quando seus filhos estão mentindo para ela. — Que bom que você veio, então. Acho que poderíamos usar um par de mãos extras em muitas coisas aqui. — Tudo bem, talvez ela não perceba sempre. — Onde está Jax e papai? — Seu pai está lá fora concertando a cerca, e Jax foi...Bem, ele foi visitar sua irmã. — Jax foi visitar Holly? — Pergunto surpreso. Essa é uma parte na história da nossa família e que é muito triste, minha querida irmã Holly – que atualmente está com 21 anos – sofre de bipolaridade e ciúmes patológico, ou pelo menos sofria, agora graças a Deus ela está muito melhor. Mas infelizmente, alguns anos atrás essa doença – que nós ainda não sabíamos que ela tinha – fez com que ela

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fizesse coisas muito horríveis. Ela era apaixonada pelo nosso irmão adotivo, Jax, mas acho que a palavra que se encaixa melhor é obsessiva. Para encurtar a estória, ela sequestrou Kim, a namorada de Jax, e iria realmente mata-la se não fosse Jax chegar no momento certo. Infelizmente as coisas saíram mais ainda do controle e ela acabou atirando nele, felizmente não foi nada muito grave, mas Holly foi presa e depois diagnosticada, sendo mandada assim para se tratar em um hospital psiquiátrico em Austin. Como Kim não prestou queixas e foi comprovado que Holly estava doente, ela não foi condenada há passar vários anos na cadeia, mas Jax nunca a perdoou, ou era isso o que eu pensava até agora. — Eu sei, também fiz essa cara quando ele me falou que iria vê-la. Mas como eu venho querendo que esse reencontro aconteça a tanto tempo, não discuti com ele. — Mas ele foi sozinho? Mamãe, você lembra o que aconteceu a última vez que ele foi vê-la, anos atrás, não sei se isso é uma boa ideia. — Calma, aquela vez ele ainda estava muito bravo com ela, foi errado o forçarmos a ir vê-la. Mas dessa vez é diferente, parece que Kim o convenceu a perdoa-la, e ela foi com ele até Austin para conversarem com sua irmã e resolverem isso de uma vez por todas. E eu estou muito feliz se você quer saber, quero minha família reunida novamente. — Ah mamãe, eu também quero. Muito. Só estou com um pouco de medo, só isso. — Sua irmã está muito melhor agora, Justin. Ela está tomando os remédio, indo as consultas com os psiquiatras, você saberia disso se a visitasse com mais frequência. — Hey, não precisa disso, dona Alyssa. Só estou preocupado, mas se você diz que está tudo bem, eu acredito. Mãe sempre sabe de tudo mesmo. — E não se esqueça disso, mocinho. — Ela diz dando um tapa na minha bunda e eu rio. — Acho que eu vou ir ajudar papai com aquela cerca. — Ele está perto do cercado dos bois. — Ela diz e eu saio. Vou andando e alguns instantes depois vejo papai ao longe, concertando a cerca, vou até ele meio nervoso, vir para Wills Point especialmente para conversar com meu pai é o meu verdadeiro objetivo. — Oi, pai. — Digo chegando por trás dele e pegando-o de surpresa. — Ah, Justin, meu filho. Que surpresa, não esperava te ver por aqui durante a semana, você não deveria estar no trabalho? — Ele diz enquanto trocamos um abraço rápido. — Deveria, mas não tinha tanto trabalho assim hoje, sai mais cedo e resolvi dar uma passada por aqui.

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— Que bom que você veio, já falou com a sua mãe? Ela vai ficar muito feliz se você ficar para o jantar. — Já falei sim, ela disse que o senhor estava aqui e vim saber se eu posso ajuda-lo. — Ah mas é claro, ajuda é sempre bem vinda, ainda mais para um velho como eu. — O senhor não está velho, papai. — Digo rindo e dobrando as mangas da minha blusa xadrez. — Mas não estou novo também. — Ele me diz com aquele sorriso de quem sabe das coisas. Vou até a sua camionete estacionada ao lado da cerca e pego um par de luvas e as coloco. — Porque o senhor não descansa um pouco enquanto eu continuo com isso daqui? — Pergunto pegando da sua mão o martelo. — Acho que eu vou fazer isso, já não sou tão resistente como há vinte anos. — Ele diz e vai se sentar na parte detrás da caminhonete, na caçamba aberta. Continuo o concerto de onde ele parou e começamos a conversar sobre amenidades. — Pai, como é mesmo a história de quando você e mamãe se conheceram? — Pergunto depois de termos ficando em silêncio por alguns minutos. — Não esperava por essa. — Ele diz. — Como assim? — Pergunto confuso. — Eu percebi que você queria me perguntar alguma coisa quando você chegou, uma pergunta que estava te deixando nervoso, só não esperava que fosse sobre como sua mãe e eu nos conhecemos. Você já sabe essa história, já contamos várias vezes para vocês. — Sim, eu sei que quando vocês se conheceram ela estava com o seu melhor amigo, mas vocês acabaram se apaixonando e ficaram juntos, mesmo com os seus pais não aprovando ela. Mas eu quero saber mais, o que vocês sentiram, como você se sentiu por se apaixonar pela namorada seu melhor amigo, como vocês contaram para todo mundo que estavam juntos, qual foi a reação de todos, essas coisas. — Ah sim. Bem, é uma história um pouco longa. — Eu tenho tempo, se você tiver. — Digo. Ele fica com o olhar vidrado, olhando em minha direção, mas sem me ver de fato. Parecendo estar voltando para a noite que se conheceram há tantos anos atrás. Ele permanece em silêncio por tanto tempo que acho que não vai me contar, mas então ele começa a falar: — Foi numa noite de agosto, há um pouco mais de trinta anos atrás. Jacob Daniels e eu fizemos o ensino médio e a faculdade juntos, aonde

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íamos éramos conhecidos como Jacob e Mark, os amigos inseparáveis. — Ele dá uma risada saudosa, porém triste. — Depois que Jacob e eu nos formamos, ele se mudou para uma cidade no estado de Nova York, mas nós sempre nos comunicávamos por telefone. Passado um pouco mais de ano depois que ele havia se mudado, ele me convidou para ir visita-lo. Eu ainda não tinha um emprego fixo então fui para passar um mês lá, já com a mentalidade de quem sabe arrumar um emprego para mim também. Ele foi me buscar no aeroporto e matamos a saudade, ele disse que queria me mostrar a cidade e que no dia seguinte iria me apresentar para seus novos amigos e para sua namorada. “Então na noite do dia seguinte ele me levou até um bar em que ele e seus amigos sempre se reuniam. Quando nós aproximamos da mesa cheia de pessoas conversando e rindo, eu a vi. Sua mãe. Meus olhos pareciam ter sido puxados para ela, foi a primeira pessoa em quem eu reparei e a única. Eu fiquei momentaneamente sem reação, senti algo estranho acontecendo dentro de mim, foi uma sensação muito estranha, as coisas ao meu redor pareciam ter sumido, meu coração começou a bater tão rápido como se eu tivesse acabado de correr uma maratona. A mulher mais linda que eu já tinha visto em toda a minha vida, e quando ela me viu sorriu, e meu filho...Que sorriso.” Papai diz com um brilho emocionado nos olhos e um sorriso apaixonado no rosto, o que me faz sorrir também. — Quando Jacob me apresentou a ela e disse que aquela era a famosa Alyssa, sua namorada, eu senti uma coisa horrível em meu peito. Uma das maiores decepções que eu já senti foi saber que eles estavam juntos, foi como correr para abrir os presentes em baixo da árvore na manha de natal e descobrir que seu irmão ficou com todos os brinquedos que você queria e você ganhou só roupas sem graça. — Ele ri da sua própria analogia. “Não conversei com ela naquela noite mais do que o essencial, ela estava curiosa sobre mim porque ao que parece, Jacob tinha ficado muito animado com a minha visita e tinha falado muito sobre nossa amizade para ela. Ela foi muito simpática, mas eu não conseguia ser muito amigável com ela porque a cada vez que eu a olhava, eu a achava mais linda. Enfim, aquele mês passou e eu descobri que não queria voltar para o Texas, que eu queria ficar lá, e mais assustadoramente, eu percebi que era por causa dela. Eu não queria sair de perto de Alyssa, mesmo que ficar lá significava ter que vê-la com Jacob. Eles pareciam muito apaixonados, estávamos juntos há dez meses, e toda vez que ele a beijava era como um soco no meu estômago, a única coisa pior era ver ela beijando ele.” Paro de mexer na cerca e vou me sentar ao seu lado na caminhonete, hipnotizado por suas palavras. Papai nunca tinha sido tão detalhista e aberto com relação aos seus sentimentos sobre essa história antes, ele e mamãe nunca a contaram com detalhes, apenas superficialmente.

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— Eu acabei voltando para o Texas no final daquele mês, mesmo querendo ficar. Mas eu sabia que tinha que ir embora, tinha que voltar para casa, para minha família e tinha que me afastar de Alyssa porque eu estava apaixonado por ela, desde daquele primeiro momento no bar, e bem, ela era a namorada do meu melhor amigo e os dois estavam apaixonados. Por mais que eu quisesse ficar perto dela, conversar com ela, escutar sua risada e conhece-la melhor, aquilo tudo era muito doloroso. Eu nunca tinha sentido aquilo antes, por nenhuma outra mulher e eu estava com muito medo. Sabe, eu acho que é assim que a gente sabe que é a pessoa certa. — Como assim? — Pergunto. — Alguns dizem que é quanto você só quer ficar perto dela, ou quando você só pensa naquela pessoa, ou então quando você imagina viver com a pessoa para sempre e isso não te deixa com medo. Pois eu acho que quando a gente encontra a pessoa certa, quando a gente ama de verdade, o maior sinal é o medo. — Medo? — Pergunto confuso. — O medo, sim. Medo do sentimento, sabe? Porque ele é tão forte, tão grande, tão poderoso, tão confuso que é extremamente assustador. Eu fiquei apavorado quando conheci sua mãe, porque eu fui dominado por um sentimento que eu não conhecia e eu não tinha nem sequer a chance de tê-la. Era visível que ela era apaixonada por Jacob e eu não tinha a menor chance. Então para mim, isso é a maior característica do amor. Se o cara, por mais durão que seja, morre de medo do que sente pela garota, então ele a ama de verdade. “E eu tinha muito medo mesmo, e quanto mais o tempo passava, mais eu tinha medo, porque eu já tinha voltado para o Texas fazia meses e não tinha nem um único dia em que eu não pensava na sua mãe. Eu tentei procurar outras mulheres capazes de me fazerem sentir algo mais poderoso do que eu sentia por Alyssa, é claro que eu fui idiota e não tinha percebido que eu nunca iria sentir aquilo de novo por outra, mas eu tentei. Tentei me apaixonar por outra.” — Mamãe me disse uma vez que a gente não tenta se apaixonar, simplesmente acontece. — Comento lembrando da conversa que eu tive com mamãe sobre me apaixonar. Papai ri e passa a mão pelos cabelos. — E ela tem razão, como sempre. Mas eu não sabia disso naquela época, e eu estava apavorado para arrancar a namorada do meu melhor amigo do meu coração, então... — Você se envolveu com outras. — Sim, muitas. Não com tantas quanto você já se envolveu na sua vida, é claro. — Hey, muito obrigado. — Digo sarcasticamente e ele ri. Pelo jeito a minha reputação vai me perseguir para sempre, onde quer que eu vá, ela estará lá. — Mas o que aconteceu? Como você e mamãe se reencontraram?

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— Bom, é óbvio que a minha tentativa de esquecê-la não deu certo, mas pelo menos eu consegui ir pensando menos nela. E quando eu estava achando que eu poderia estar me esquecendo dela, o destino resolveu brincar comigo. De uma forma bem cruel, devo acrescentar. — O que aconteceu? — Pergunto curioso. — Ela e Jacob vieram para Dallas, visitarem os parentes dele e anunciarem que estavam noivos. — Meu queixo cai involuntariamente e eu olho chocado para papai. — Eu não sabia que mamãe já tinha sido noiva, quer dizer, antes de você. — Ele ri e continua. — Pois é, mas ela foi, e quando eu fiquei sabendo...Nem sei descrever o que eu senti, e quando eu a vi novamente depois de tantos meses, percebi derrotadamente que aquilo de ter a esquecido era apenas uma ilusão. Eu continuava loucamente apaixonado, bastou apenas um olhar para eu perceber como eu tinha sido idiota em achar que iria conseguir esquece-la. E a novidade não era só que eles iriam se casar, Jacob tinha recebido uma oferta de trabalho em Dallas e Alyssa tinha acabado de se formar e tinha conseguido uma vaga para fazer uma pós na UTD. Então eles estavam de mudança para cá. Iriam comprar um apartamento e morar juntos. — Nossa, você deve ter...Bem, deve ter sido bem complicado para você, não? — Complicado é pouco. Eu fiquei com muito mais... — Medo. — Termino sua frase e sorrio para ele. — Bem, com eles vindo morar para cá nós três começamos há passar muito tempo juntos. Descobri várias coisas em comum com sua mãe e descobri também que ela era uma boa amiga. Começamos uma amizade bem forte, e eu sempre guardando comigo aquele segredo. Era tão sufocante. “Eu sei muito bem como é ser sufocado por um segredo”. Penso sobre o meu segredo de estar dormindo com Savannah e principalmente sobre o fato de eu ter descoberto que eu estou perdidamente apaixonado por ela. As vezes eu tenho vontade de gritar para todo mundo, mesmo sabendo que ela não sente o mesmo. — Meu sentimento por ela só crescia, e nossa amizade também. Jacob logo foi promovido e começou há passar muito tempo trabalhando, e eu e Alyssa passávamos cada vez mais tempo juntos. Acho que eu era meio masoquista, mas não conseguia lhe dizer não quando ela me ligava para ir encontra-la porque Jacob estava trabalhando até mais tarde. Queria passar cada segundo que eu podia com ela. — Eu entendo. — Digo sem pensar e me recrimino. Papai me olha com uma cara estranha, mas não pergunta nada.

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— Comecei a perceber alguns sinais de que ela também estava sentindo alguma coisa, mas então Jacob aparecia e ela parecia estar super apaixonada por ele. Eu ficava tão confuso, não sabia se aquele interesse por parte dela era só coisa da minha cabeça ou de fato ela gostava de mim. Talvez ela gostasse de nós dois. Teve uma noite que saímos para jantar nós três, mas Jacob recebeu uma ligação do trabalho e teve que ir, então ficamos só ela e eu. Jantamos, conversamos e rimos muito. Na hora de ir embora eu perguntei se ela não gostaria de passear um pouco, ela disse que ainda não conhecia muito bem a cidade e que queria sim. No meio do nosso passeio eu senti que...Como é que vocês jovens dizem mesmo? Rolou um clima. “Eu estava cansado de não saber se ela gostava de mim ou não, estava cansado dos seus sinais confusos e não aguentava mais não ter ela para mim. Então sem pensar eu a beijei, e para minha surpresa ela retribuiu. Mas depois se afastou, disse que aquilo era muito errado e nós fomos embora. Não consegui dormir naquela noite, só consegui pensar nos seus lábios nos meus. Era enlouquecedor. Alguns outros beijos aconteceram depois daquele, em todos ela parecia querer também, mas sempre se afastava e falava como aquilo era errado. Eu achava que ela estava apaixonado por mim, mas estava com...Medo. Decidi tomar a iniciativa e me declarei para ela, contei que eu a amava desde da primeira vez que eu a vi.” — E ela? — Ela disse que estava apaixonada por mim, muito. Só que ela não queria magoar Jacob, ela estava confusa e não sabia o que fazer. Mas acabou que nosso amor foi maior que tudo isso, então ela terminou o noivado para podermos ficar juntos e saiu do apartamento que dividia com Jacob. — Como Jacob reagiu? — Como você acha? Primeiro ele ficou confuso, querendo saber por que ela estava terminando com ele. Quando ela disse que nós estávamos apaixonados, ele ficou louco. Veio atrás de mim e nós brigamos feio, ele me bateu, mas eu não conseguia bater de volta, apenas tentava me proteger. Acho que era porque eu estava me sentindo muito culpado, ele amava muito ela e eu sabia disso. — Deve ter sido difícil escolher entre seu melhor amigo e a mulher que você ama. — Foi, mas eu sabia quem seria minha escolha. Eu amava muito sua mãe, na verdade ainda amo demais, e apesar de ter me doido muito, muito mesmo magoar Jacob dessa forma e perder sua amizade, eu sabia que conseguiria viver sem ele na minha vida, mas não sem sua mãe. Então ficamos juntos mesmo magoando Jacob, nenhum de nós dois ficamos feliz de fazer isso com ele, mas estávamos muito apaixonados um pelo outro e não conseguíamos mais ficar separados. E mesmo que não ficássemos juntos, sua mãe me ama e não amava mais ele, de qualquer forma ela acabaria não se casando com ele. Ele achava

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que eu tinha feito tudo de propósito, que eu tinha tramado tudo isso pelas suas costas, eu tentei explicar que simplesmente tinha acontecido, mas ele não queria me escutar. Ele disse que me odiava e que nunca iria me perdoar, e nunca perdoou. — Vocês nunca mais se falaram? — No começo eu tentei, mas ele dificultava muito as coisas, chegando até a me agredir várias vezes em que eu tentei falar com ele, então eu desisti. Depois de alguns anos de casado, quando você era bebê, eu o procurei e descobri que ele tinha se mudado para Montana, entrei em contato e ele me disse para nunca mais o procura-lo. A última vez que eu tentei fazer contato foi há uns dez anos atrás, ele ainda estava morando no mesmo lugar em Montana, então eu o escrevi uma carta, e ele nunca respondeu. — Sinto muito, por ter perdido seu melhor amigo. — Eu também, mas todo dia que eu acordo e vejo sua mãe ao meu lado, eu penso “valeu a pena”. — E como vocês lidaram com o fato da sua família não gostar de mamãe? — Na verdade não era bem a minha família, só a minha mãe. Todos ficaram um pouco receosos por mim, pelo modo como tínhamos acabado ficando juntos , eles tinham medo que sua mãe fizesse a mesma coisa comigo que ela fez com Jacob. Mas logo todos perceberam que nós estávamos mesmo apaixonados. — Menos vovó. — Menos a sua vó. Ela achava que Alyssa era uma vadia, e chegou a falar isso para ela em várias ocasiões. Ela não se conformava pelo que tínhamos feito ao pobre Jacob, mas eu ela perdoou, mas a aproveitadora que seduziu seu filho e o fez trair seu melhor amigo, não. Foi difícil no começo. Sua avó não foi no meu casamento. — Sério? — Pergunto espantado. — Isso é muito triste, sinto muito, pai. — Foi muito triste não ter ela comigo naquele dia tão especial. E foi mais triste porque eu tive que me afastar dela. — Por causa da mamãe? — Sim, sua avó tratava muito mal Alyssa. Sua mãe não me contava nada, não querendo me fazer ficar com raiva da minha própria mãe, mas quando eu descobri que ela estava infernizando a vida da minha esposa eu parei de falar com ela. Ficamos um tempo assim, até que Alyssa ficou grávida de você, então sua avó quis se reaproximar. Ela e sua mãe realmente conversaram, acho que pela primeira vez, e acabaram se entendendo. Eu diria que minha mãe tinha passado de odiar Alyssa para suporta-la, algo que eu não tinha conseguido que ela fizesse, mas você conseguiu. Tinha jeito com as mulheres mesmo antes de nascer, rapaz. — Ele diz e ambos rimos.

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— Mas quando eu era criança eu me lembro de vovó tratando mamãe super bem, ela até parecia preferir ela a você. — Papai ri novamente. — Elas ficaram amigas depois, e sua vó passou a amar sua mãe como se fosse sua própria filha. Fico em silêncio por um momento, repassando em minha cabeça toda a história de amor dos meus pais. — Essa é toda a história. Tem algo mais que você queria saber? — Ele pergunta. — O amor de vocês era meio que...Impossível, não é? — Esse é um jeito de ver as coisas. Mas eu te digo uma coisa filho, não existe amor verdadeiro que não seja capaz de transformar as coisas impossíveis em possíveis. — Então você acha que todo amor é mais forte do que as situações impossíveis em que ele se encontra? — Pergunto olhando-o nos olhos. — Todo amor verdadeiro, sim. Tenho certeza. — Como você pode ter tanta certeza? Acho que você está sendo romântico demais, pai. Infelizmente existem amores, que mesmo sendo sinceros, não são possíveis. Ela encara o horizonte por vários minutos, calado, seu olhar pensativo e compenetrado. — Justin, você está apaixonado, filho? — Ele me pergunta e eu percebo que ele tenta soar normal, mas há uma certa ansiosidade por detrás de suas palavras. Demoro para responde-lo, eu não admiti isso para ninguém, apenas para mim mesmo, e não foi algo fácil. Abro a boca mas não consigo fazer isso, não consigo admitir em voz alta, é mais difícil do que imaginava. É como se eu estivesse tentando fazer algo contra a minha natureza. — Sim. — Digo com uma voz fraca, é a única palavra que eu consigo dizer. Meu pai me olha com um sorriso enorme, aposto que ele está pensando “finalmente”, mas quando vê minha expressão seu sorriso morre. — É um amor impossível? — Não sei se é amor, mas e impossível. — Respondo, e é verdade, eu estou apaixonado por Savannah, mas ama-la? Se a teoria de papai estiver certa, se o amor verdadeiro é identificável pelo medo que sentimos dele, então eu...Eu acho que eu posso ama-la sim. Porque eu estou completamente apavorado pela enormidade e pela força do que eu sinto por Savannah. — Por quê? — Por vários motivos. — Digo tentando me esquivar de sua pergunta.

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— Quais? — Não posso ser completamente sincero com ele, se não ele vai descobrir de quem eu estou falando. Mas bem que eu queria finalmente colocar tudo para fora e contar para alguém essa história maluca entre Savannah e eu. Capaz de meu pai ter um ataque do coração se ele descobrisse que a mulher que estamos conversando é Savannah Careton. — O fato de eu ser conhecido por todo mundo como um prostituto. — Digo me lembrando de como Shanon me chamou quando descobriu sobre Savannah e eu. — Um cara que nunca se apaixona e vive com uma mulher diferente a cada noite, mesmo que eu não seja mais como há alguns anos atrás, a reputação me persegue, e a verdade é que até muito pouco tempo atrás eu continuava dormindo com várias mulheres, eu parei de fazer isso quando eu comecei a me envolver com ela. Mas mesmo assim, eu sempre vou ter essa reputação, e é ela que faz com que a família dela não vá me aceitar, isso e outras coisas também. — Entendo. — Ele diz pensativo. — E tem o fato dela ser mais nova também. — Mais nova quanto, Justin? — Ele me dá aquele olhar desconfiado, e de quem está prestes a me dar um sermão. — Calma, pai. Ela é maior de idade, não se preocupe. — Como ela se sente com relação a você? Ela corresponde ao seu sentimento? — Eu acho que não. — Digo tristemente. — Como assim acha que não? — Eu não contei para ela, para ninguém na verdade, você é o único que sabe. — Então quando você disse que começo a se envolver com ela, você estava falando de sexo e não romanticamente? — Sim, tudo começou como algum tipo de relação sexual casual em que ambos concordamos. Ela se sentia atraída por mim e eu estava louco de desejo por ela, como nunca havia sentido por outra mulher na minha vida. Ficamos nesse lance casual por alguns meses, ainda estamos na verdade, mas eu acabei me apaixonando e não sei o que fazer. — Conte para ela como você se sente, é claro. — Mas eu acho que ela ainda gosta do ex namorado. Ele a magoou muito, mas ela ainda o amava quando a gente começou esse lance, na verdade acho que foi um dos motivos dela querer se envolver casualmente comigo. Ela não demostra ainda ama-lo, mas eu vi como ela o amava muito somente há muito pouco tempo atrás, ela me disse com toda as letras que o amava muito quando começamos a nos envolver. — E mesmo assim você aceitou ficar transado com ela? — Ele pergunta com aquele tom de reprovação que só um pai sabe fazer.

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— Não é como se eu tivesse me aproveitado dela. — Digo me defendendo. — Na verdade, é isso mesmo. Ela estava frágil e magoada com o namorado, claramente ainda o amava e mesmo assim você a convenceu a se envolver nisso só porque você a desejava como nunca havia desejado outra mulher. Isso foi muito egoísta, filho. — Eu não a forcei a fazer nada. — Mas eu fiquei a perseguindo. Droga, será que eu me aproveitei mesmo da fragilidade de Savannah? Mas que porra, não quero ser um aproveitador. — Tudo bem, não precisa ficar bravo comigo. — Desculpe. É só que isso que eu sinto, nunca senti antes, você sabe que eu nunca me apaixonei e eu só estou com muito... — Medo. — Ele termina minha frase assim como eu havia feito com ele e me dá um sorriso condescendente. — Sim, estou apavorado. Apavorado porque eu nunca gostei de ninguém antes e de repente eu percebi que eu gosto dela demais, apavorado que ela não goste de mim, apavorado que ela seja o amor da minha vida e eu não seja o dela. — Se ela for mesmo o amor da sua vida, ela vai gostar de você, mesmo que ainda não goste, ela irá um dia. Isso ou você está enganado e ela não é o amor da sua vida. Você já pensou que todo esse medo que você está sentindo pode ser só porque ela é a sua primeira paixão, e não porque você a ama? — Você acha? Eu não sei, pode ser. O que você quis dizer com mesmo que ela não goste ela irá? — Porque se ela for mesmo o seu amor verdadeiro, você será o dela. Não existe amor verdadeiro não correspondido, o que existe são pessoas que acham que amam de verdade e não são correspondidas, mas então elas vão lá e se apaixonam de novo e pensam “agora sim, ela é o amor da minha vida”. Isso não existe filho, as pessoas são muito levianas com esse assunto, acham que qualquer paixão é amor verdadeiro. Mas acontece que quando realmente é, ele é para sempre, você não simplesmente esquece a pessoa e acha outro amor verdadeiro, as coisas não funcionam assim. — E quando a pessoa morre e o outro se apaixona de novo. Você está dizendo que essa segunda pessoa nunca vai ser o amor verdadeiro da primeira pessoa? — Para mim, não. Ela pode até amar de novo, mas verdadeiramente e de todo coração, não. Sempre existirá um espaço especial para o amor verdadeiro que morreu no coração. Eu mesmo, se sua mãe morresse... — Ele faz uma careta como se só pensar nisso o machucasse. — Eu nunca amaria outra mulher, nem menos, nem mais e nem igual ao quanto eu amo ela. Simplesmente não consigo me imaginar amando outra mulher, nem que seja só um pouco.

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— Então você está me dizendo que se ela for a mulher da minha vida, eu também serei o homem da vida dela, se não, eu estou sendo leviano e apenas estou confundindo uma paixãozinha com amor? — Exatamente isso que eu estou dizendo. Talvez você só esteja confuso e como essa é a primeira vez que você se apaixona, não saiba lidar com esse sentimento. — Ou talvez ela só foi capaz de me fazer me apaixonar, porque ela é a mulher da minha vida. — Talvez. Mas eu nunca ouvi falar de uma pessoa que nunca se apaixonou antes de conhecer o amor da sua vida, com exceção àqueles sortudos que os encontram logo de cara. Mas não ache que só porque ela conseguiu mexer com você e as outras não, que ela é para sempre. — Acho que você pode ter razão, faz sentido até. Mas é difícil me imaginar sentindo algo mais forte do que isso por outra mulher, mas como você mesmo disse, ela é minha primeira paixão, eu não sei realmente muita coisa sobre esse assunto. Eu posso estar muito errado. — Mas uma coisa nessa história toda é certa e clara como água. — O que? — Você tem que contar para ela como você se sente. — E se ela não sentir o mesmo, como eu faço para saber que eu devo insistir ou que eu devo recuar porque ela não é mesmo o amor da minha vida. — Isso só depende de você. Você vai sentir quando a hora de desistir chegar, e se vocês forem mesmo feitos um para o outro, ela se apaixonará antes de você desistir. — Mas e se eu insistir, ela se apaixonar mas não for o amor da minha vida? — Eu acho que você faz perguntas demais, meu filho. E infelizmente eu não sei a resposta para todas elas. Mas o que as pessoas normais costumam fazer, é arriscar. — Ele diz com um sorriso divertido, zombando de mim. — Então acho que eu tenho que arriscar. — Eu acho que sim. Você vai me dizer quem é a mulher que finalmente conquistou o coração inalcançável do meu filho? — Sinto muito, mas eu não posso, ainda não. É complicado. — Tudo bem, apesar de que agora eu estou muito curioso para saber o porquê do mistério todo. Mas eu vou confiar em você e não vou te pressionar a me contar nada. E saiba que não importa o quão complicado ou impossível às coisas possam parecer entre vocês dois, eu vou sempre te apoiar, e no que eu puder te ajudar, é só pedir.

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— Obrigado, pai. Obrigado por me escutar e me aconselhar, eu vou dizer tudo o que eu sinto para ela. — Dou lhe um abraço meio desajeitado. — Que bom, meu filho. Espero que vocês dois se ajeitem e que eu e sua mãe possamos conhecê-la logo. Sua mãe vai ficar louca quando descobrir que você finalmente se apaixonou. Ela se preocupa muito com você e que você nunca vá sossegar. — É, eu sei. — Rio. — Será que você pode guardar segredo por enquanto? Eu queria muito falar para mamãe sobre isso, mas sabia que ela iria pirar e ficar animada, e você era a minha melhor escolha para me abrir. — Pode deixar, não vou contar para ninguém. E obrigado pela confiança em mim. Agora acho melhor você terminar essa cerca antes que o sol se ponha. — Está certo. — Pulo da caçamba e volto até a cerca. Mesmo morrendo de medo de como Savannah vai reagir, eu decido que eu devo contar como me sinto. Talvez ela nem esteja mais apaixonada por Vince e mesmo que ela não goste de mim, eu posso convencê-la a me dar uma chance. Eu só não posso mais ficar reprimindo o que eu sinto quando estou perto dela, preciso lhe dizer que estou apaixonado e que não quero mais que sejamos amigos com benefícios, e sim namorados. Se ela aceitar, depois eu vejo como lidar com Seth e a reação de nossas famílias. Pego o martelo e começo a concertar o restante da cerca. — Então, você vai ficar para o jantar, filho?  Não sei por que não estou conseguindo falar com Savannah. A última vez que eu falei com ela foi antes de ontem. Ontem de dia eu tentei entrar em contato, mas seu telefone estava desligado, imaginei que pudesse estar estudando então não liguei mais, então de noite eu estava em Wills Point jantando com minha família depois de ter uma longa e esclarecedora conversa com meu pai, lhe enviei uma mensagem dizendo que passaria a noite na fazenda e só voltaria para Dallas pela manhã, mas ela não me respondeu. E agora isso, estou o dia todo ligando para ela e seu celular continua desligado, não sei o número do seu apartamento e nem se ela tem telefone fixo, nunca perguntei. Por isso, assim que sai do trabalho fui direto para UTD. Preciso saber se aconteceu alguma coisa, porque nós estávamos bem e ela não tem motivos para estar me ignorando. E também estou louco para finalmente lhe confessar que eu estou apaixonado por ela, e estou ansiosa para ver qual será sua reação. Acho que se ela me dissesse que também gosta de mim eu explodiria de felicidade.

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Bato na porta do seu apartamento e infelizmente sua desagradável colega abre a porta. — Olá, bonitão. Você de novo por aqui? — Ela abre um sorriso lento e predatório quando me vê parado a sua frente, e eu juro que sinto um frio na espinha. — Olá, Savannah está? — Está, mas não sei se ela vai querer falar com você. — Ela diz colocando a mão na cintura. — É que aquela lá não sai do quarto a dois dias. Nem para ir ao banheiro ou tomar banho. — Ela diz fazendo uma careta de nojo. — Como assim não sai do quarto? Ela não foi as aulas, não comeu? — Não que eu saiba, eu não a vi sair do quarto nem uma única vez. — Mas o que aconteceu, ela está bem? — Pergunto e sinto a preocupação e o medo de que algo a tenha acontecido me deixando desesperado. — E como é que eu vou saber? — Ela pergunta com descaso. — Você não foi verifica-la? E se ela está desmaiada lá dentro ou algo assim? — Pergunto indignado com a falta de sensibilidade e querendo estrangular essa mulher. Se algo aconteceu com Savannah eu vou mata-la por não ter a ajudado. — Vou vê-la. — Passo por ela e entro no apartamento mesmo sem ser convidado. Ela dá um passo desiquilibrado para trás e então fecha a porta. — Não sei o que alguém como você está fazendo com ela. — Ela diz, me fazendo parar no meio do caminho. — O que? — Pergunto me virando para ela. — Você é gostoso demais, merece alguém melhor do que ela. Você sabe que eu poderia te oferecer muito mais diversão, não é? — Ela diz ronronando, numa tentativa patética de ser sensual, e se aproxima de mim. Se fosse em outros tempos, eu provavelmente teria aceitado sua proposta. Mas agora ela só me enoja, e eu me pergunto se foi assim que ela seduziu Vince e fez com que ele traísse Savannah, ou talvez ela nem precisou ter trabalho com ele, aquele cara é um filho da puta e é nojento igual a essa mulher. Eles se merecem. — Não existe nada, absolutamente nada que você possa me oferecer. E você está errada, ela é quem merece alguém melhor do que eu. E merece uma colega de quarto melhor também, uma que não seja uma vadia louca e nojenta que fica se oferecendo para o primeiro cara que encontra. — Digo e me afasto, mas não sem antes ver sua expressão de choque pelas minhas palavras. Vou até o quarto de Savannah e bato na porta. — Savannah, você está me ouvindo? Sou eu Justin.

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Alguns segundo se passam e eu bato de novo. — Vá embora. — Um sopro de voz vem de dentro do quarto. — Savannah, você está bem? Abra a porta, você precisa comer. Nenhuma resposta. — Savannah, se for verdade o que aquela mulher disse, você não sai daí de dentro há dois dias. Você precisa abrir a porta e me dizer o que está acontecendo, baby. — Só vá embora, por favor. — Ela responde. — Não, Savannah. Você precisa me dizer o que está acontecendo, estou tentando falar com você desde antes de ontem, mas seu celular só dá desligado. Converse comigo, me conte o que aconteceu. Por favor. Dessa vez ela não responde. — Por favor, estou ficando preocupado. Escuto um barulho vindo de dentro do quarto, depois a chave na porta e então silêncio de novo. Giro a maçaneta e entro no quarto escuro, procuro pelo interruptor e acendo a luz. Meus olhos viajam pelo quarto e encontram Savannah encolhida na cama. Fecho a porta e vou correndo até ela, sento-me da beirada da cama e a olho. Seus cabelos estão desgrenhados e seus olhos vermelhos, como se ela tivesse passado esse dois dias chorando. Sua aparência está abatida e suspeito que seja pela falta de alimento. — O que aconteceu, baby? — Pergunto com a voz calma e baixa, já que ela parece tão frágil, como se fosse se quebrar a qualquer momento. — Não quero falar sobre isso, só me deixe sozinha. — Ela diz com fiapo dolorido de voz e isso corta meu coração. Sou capaz de fazer qualquer coisa para tira-lhe a dor e faze-la voltar a ser aquela Savannah sorridente e alegre. — Isso está fora de questão. Conte-me o que aconteceu e quem sabe eu possa ajuda-la, hum? — Digo e acaricio seus cabelos. — Você não pode, ninguém pode. — Ela sussurra. — Diga, o que aconteceu? Você está me preocupando, baby. — Digo agora acariciando sua bochecha. Só quero puxa-la para meu colo e ficar segurando-a e protegendo-a de tudo que possa machuca-la. — Foi ele. — Ela diz e eu mal consigo ouvi-la. — Hã? Ele quem? — Vince. — Ao ouvir esse nome congelo. Retiro minha mão de seu rosto e trago-a novamente para junto do meu corpo.

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Vários sentimentos me dominam. Raiva, ciúmes e medo são os mais dominantes. — Ele te fez alguma coisa? — Pergunto com ódio. — Ele me confessou que Aletta não foi a única mulher com quem ele transou quando estava comigo. Ele confessou que ficou com uma garota na mesma festa em que tínhamos ido juntos, ele me deixou sozinha e foi transar com outra, e a idiota aqui achando que ele tinha ido conversar com os amigos. — Ela começa a chorar. — Filho da puta. — Sinto meu ódio por esse cara crescendo cada vez mais. Fecho os punhos e os aperto com raiva, mas aí um sentimento muito mais desagradável me domina quando percebo uma coisa. Eu estava certo. Savannah ainda gosta de Vince, não estaria desse jeito se não gostasse. Ciúmes e um enjoo horrível tomam conta de mim, tão forte que conseguem até sobrepor a raiva que estou sentindo daquele pedaço de merda. — Por que ele foi te dizer isso justo agora? — Pergunto tentando com todas as minhas forças não demostrar a tristeza que estou sentindo. — Ele disse que queria ser honesto comigo para que possamos ser amigos. — E dá onde ele tirou essa ideia que vocês seriam amigos? Que idiota. — Digo debochando dele. Esse cara é um fodido mesmo, que ódio. — É porque nós meio que já éramos amigos de novo. — Ela diz e parece um pouco envergonhada ao dizer isso. Suas palavras me pegam de surpresa, e parece que eu acabei de levar um soco no estômago. Mais raiva, ciúmes e tristeza vêm como uma onda. — Como assim? — Pergunto com medo. — Ele me procurou um tempo atrás e disse que queria que voltássemos a ser amigos. E eu aceitei. “Ela tinha voltado a ser amiga dele esse tempo todo? Conversando e saindo com ele de novo?” Ah meu Deus, isso dói. É claro que ela ainda ama ele, eu fui tão idiota de achar que não. Mesmo ele sendo um filho da puta e magoando-a, ela o ama. Ela só está me usando para tentar esquece-lo, é claro. Como eu sou idiota. Ela ama ele, não eu, ela nunca vai sentir nada por mim. Luto para que as lágrimas que eu quero tanto derramar não caiam, não posso chorar na frente dela. Não posso mostrar que me importo e que saber dessa amizade me machuca tanto assim. — Ah. — É a única coisa que eu consigo dizer sem quebrar e começar a chorar.

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— Desculpa, eu sei que isso pode te incomodar, por causa daquela vez que ele te bateu. — Tudo bem. — Digo desviando o olhar dela, sabendo que se eu mentisse olhando em seus olhos eu não aguentaria. Ela acha que o único motivo para eu me importar é por causa daquela noite que o canalha me atacou - noite, aliás, que terá volta – mas nem passou por sua cabeça que eu não gostaria de vê-la com ele porque eu sentiria ciúmes, por que eu gosto dela. Ela não entendeu nenhum dos meus sinais. — Não vamos falar dele, vamos falar de você. Você tem que voltar para as aulas, tem que sair desse quarto e tem que comer, Savannah. — Digo depois que consigo me controlar o suficiente para não correr o risco de chorar na sua frente. — Eu não estou com fome. — Ela diz desanimada. — Savannah... — Me deixa tão triste vê-la sofrendo, ainda mais sabendo que é por causa dele. — Eu só quero ficar sozinha agora. Prometo que amanhã eu volto a ir para a aula. — Tudo bem, mas você tem que comer alguma coisa agora. Eu vou preparar algo para você. — Não, não quero nada... — Sem discussão. Você vai comer alguma coisa, vai sair desse quarto e amanhã vai voltar a assistir as aulas e a sua vida normal, entendido? — Entendido. — Ótimo, eu vou preparar algo para você comer e enquanto isso você vai tomar um banho. — Mas... — Sem mas, vá logo. Você não pode ficar trancada nesse quarto para sempre. — Seu chato. — Ela diz se levantando da cama. — Sou chato por que me preocupo com você. — Você podia se preocupar menos. — Ela diz indo para o banheiro e fechando a porta. “Eu poderia ‘menos’ muitas coisas com relação a você, Savannah. Poderia te amar menos, por exemplo. Deveria te amar menos. Assim não seria tão doloroso.” Vou até a cozinha e graças a Deus não encontro com Aletta, a cobra deve estar de volta ao seu ninho, também conhecido como quarto. Vasculho a geladeira e os armários e decido que como ela não come há dois dias, é melhor preparar algo leve e sem gordura. Então faço um sanduiche natural.

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Quando Savannah sai do banho sua expressão está um pouco melhor e seus olhos não mais tão inchados. Faço-a comer na cozinha e me prometer que mais tarde, quando eu já tiver ido embora, ela vai comer mais alguma coisa. Sirvo um copo cheio de suco de laranja e a observo comer e beber tudo. — Você não precisa ficar me observando para ver se eu vou comer tudo, como uma criança. — Eu sei, mas eu gosto de te ver comer. — Digo sem querer e ela me olha estranhamente por um segundo. Se ela soubesse que eu gosto de observa-la fazendo qualquer coisa. Principalmente comendo, rindo, dormindo e o melhor de todos, gozando. — Prontinho, comi tudo, viu? — Ela diz de forma petulante mostrando o prato e o copo vazios. — Essa é a minha garota. Agora tenho que ir. Mas não se esqueça, você me prometeu comer algo mais tarde e a voltar a ir as aulas amanhã. Mas como eu sou muito chato, vou te ligar para garantir que você faça as duas coisas. — Ela revira os olhos e me acompanha até a porta. — Tenha uma boa noite, a gente se vê amanhã. E se precisar de alguma coisa, me ligue, qualquer horário, ok? Não deixe aquele filho da mãe fazer isso com você. — Dou-lhe um beijo na testa e vou embora, com o coração pesado como uma âncora.  A manhã toda passou muito devagar. Assim que acordei liguei para Savannah para garantir que ela tinha comprido sua promessa e tinha ido para a aula. Fiquei feliz ao ouvir vozes no telefone e uma Savannah mal humorada dizendo que estava no meio da aula. Fiquei mais tranquilo por ela não estar mais trancada, mas ainda assim, triste pelo motivo de tê-la deixado naquele estado de ontem. Constatar que a mulher que você ama, ama outro, não é algo muito agradável e me tirou o sono ontem à noite. Fique abraçado com o travesseiro que tem o seu cheiro, mas nem isso acalmou a tempestade que estava minha mente e meu coração. Agora já é quase hora do almoço e tenho que ir me encontrar com Carlson Thompson. Espero que ele finalmente marque um dia para assinar esse maldito contrato. Mesmo não sendo hoje o dia de assinarmos os papeis, ele pediu para que eu levasse algum advogado da empresa, que ele levaria o seu. Assim poderíamos discutir o que quer que seja que o está segurando com relação a essa parceria. Então entro em meu carro e sigo na direção do caro restaurante onde temos uma mesa reservada. O advogado que eu escolhi foi Will, além de ser meu amigo é o melhor advogado que a Townsend possui, mas essa

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manhã ele está resolvendo alguns assuntos fora do escritório e deve nos encontrar no restaurante. Por causa do transito chego apenas alguns minutos antes do horário marcado, e torço para que o Sr. Thompson não esteja adiantado alguns minutos. Deixa-lo esperando não é algo nada bom. — Olá, estou aqui para encontrar uma pessoa. — Digo para a recepcionista do luxuoso restaurante. — Possui reserva, senhor? — Sim, está no nome de Carlson Thompson. Ela confere o nome no seu aparelho eletrônico, levanta seu olhar novamente para mim com um sorriso de desculpas. — Sinto muito, mas a mesa ainda não está pronta. Gostaria de esperar no bar, temos as melhores bebidas. — É claro. — Quando sua mesa estiver pronta, mando chama-lo, senhor. — Tudo bem, obrigado. — Digo e sigo em direção ao bar. O bar está praticamente vazio, também, é hora do almoço. Sento-me no banco de madeira envernizada e com acento de couro, e como estou aqui a trabalho e sei que provavelmente terei que tomar vinho no almoço, peço apenas uma dose de Martini. Rapidamente o garçom entrega minha bebida e eu a bebo calmamente, olhando o relógio de vez em quando, e procurando o Sr. Thompson e Will, mas nenhum dois chegou ainda. Deposito o copo vazio em cima do balcão e como a azeitona que veio junto com o drink. Escuto alguns barulhos de salto alto no mármore do chão, que são mais evidentes porque como havia dito, o bar está quase deserto e está muito silencioso. — Quanto tempo, docinho. — Escuto uma voz feminina atrás de mim. Congelo na hora ao reconhecer aquela voz doce e sensual e tão, tão familiar. Viro-me e dou de cara com ela. A louca perseguidora que eu não via há anos, e que está sorrindo maliciosamente para mim. Eva McKenna.

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Eu amo, tu amas, nós amamos Justin Oito anos atrás... Deixo meu corpo exaurido cair na cama, e assim como o cansaço, o arrependimento toma conta de mim e me deixa sem reação. Eu prometi para mim mesmo que isso não iria mais acontecer, e eu estava indo tão bem, tinha até conseguido recusa-la na minha festa de aniversário. Ah, se Eva não fosse tão gostosa... — Docinho, você é incrível, sabia? — Ela diz se apoiando nos cotovelos, não se preocupando em cobrir seus peitos com o lençol. — Sim, eu sei. — Digo de forma arrogante, e ela solta uma gargalhada. — Por isso que eu gosto de você. Somos tão parecidos. — Acho que não, baby, não somos nada parecidos. — Você que se engana, somos mais parecidos do que você pensa, e é exatamente por isso que devemos ficar juntos. — Você é maluca, não é? Só pode. Eu já disse que eu não me comprometo com nenhuma mulher, nunca. E eu já havia dito que todo esse lance de fazermos sexo toda hora e sairmos estava acabado. — Mesmo assim, aqui estamos. Na sua cama, no seu quarto, no apartamento que você divide com seu amigo. Acabamos de fazer sexo delicioso e selvagem, mesmo você tento me chamado de louca perseguidora e dito que não queria mais me ver. — Isso é porque eu sou fraco quando se trata de mulheres como você, e você sabe disso. Mas essa foi a última vez. — Ela solta outra gargalhada. — Foi isso que você disse na vez passada, e na outra, e na outra e na outra... — Tudo bem, eu já entendi que autocontrole e força de vontade não são o meu forte. Mas estou falando sério dessa vez. — Claro que está. Porque você não vê de uma vez por todas que nós fomos feitos um para o outro e devemos ficar juntos para sempre, docinho? Ótimo, tudo de novo. Porque é que eu tive que ceder a tentação? Essa mulher nunca vai me deixar em paz, que saco! Mesmo o sexo sendo sensacional, ela é maluca e eu tenho que ser mais forte na próxima vez que ela começar a arrancar as roupas fora e se esfregar em mim.

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— Olha, Eva, se tem alguém aqui que tem que ver alguma coisa, é você. Eu não sinto nada por você além de tesão, bom, na verdade, depois que você começou a me perseguir e bancar a louca, também sinto um pouco de raiva. Mas é só isso. Não te amo, não quero ter um relacionamento com você e não quero mais te ver. Vá embora agora. — Mas eu te amo, docinho. E eu amo o suficiente por nós dois. — Ela começa a beijar meu peito, seguro-a e a jogo para o lado. Levanto-me e visto minha calça, então pego suas roupas e joga para ela. — Vista-se e de o fora, rápido. Ela solta um suspiro, mas levanta-se e começa a se vestir como eu mandei. — Você vai acabar percebendo que eu tenho razão, e vamos ficar juntos no final. É só uma questão de tempo, você vai ver. — Nem me dou ao trabalho de respondê-la. Toda vez é a mesma merda, a mesma ladainha maluca. — A gente se vê depois, não precisa me acompanhar até a porta. — Ela me dá um beijo rápido nos lábios e se encaminha para a porta. — Eu não ia mesmo. Deus do céu, que mulher maluca, gostosa, mas muito maluca. Porque ela não aceita que não tem nada entre nós e parte para outra? A última coisa que eu preciso ou quero é uma mulher grudada no meu pé.  — O que foi? Parece que viu um fantasma, docinho. — Eva diz com evidente satisfação por sua súbita aparição ter me deixado sem fala. — Eva...O que você está fazendo aqui? Faz tanto tempo. — Seis anos, quase sete. Eu sei. Senti sua falta, Justin. Você sentiu a minha? — Ela pergunta sugestivamente. Eu ainda a olho sem conseguir acreditar que ela está mesmo na minha frente, depois de todos esses anos. Meus olhos viajam por seu corpo, ela não mudou nada. A não ser que agora está muito mais elegante, com ar e uma postura refinados, e com um enorme anel de diamantes no dedo. — Você é casada? — Pergunto incrédulo encarando seu anel. — Muito bem casada, por sinal. Não vai ficar com ciúmes, não é? Você teve a sua chance. Deus do céu, isso é algo que eu nunca imaginaria. Eva casada! Quem será o pobre coitado? — Ah, Justin, vejo que já conheceu minha esposa. — Carlson Thompson surge atrás de Eva vindo de Deus sabe onde.

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Observo abismado seu braço ir até a cintura de Eva e permanecer lá. Isso não pode ser verdade, eu devo estar sonhando. Eva McKenna é a esposa de Carlson Thompson? Esse mundo é mesmo muito pequeno. Sabendo que tenho que manter a postura profissional, me recomponho e coloco um sorriso no rosto. — Ah sim, Sr. Thompson. Acabei de conhecer sua esposa, é um prazer senhora. — Digo voltando meu olhar para Eva e sorrindo. — O prazer é todo meu, acredite. — Ela diz sugestivamente, e na hora olho para seu marido, mas ele parece alheio aos olhares de sua esposa para mim e sua forma provocadora de falar. Nesse instante um funcionário do restaurante vem nos dizer que nossa mesa está pronta. — Com licença, senhores, senhora. A mesa está pronta, queiram me acompanhar, por favor. Seguimos o funcionário e nesse momento vejo Will chegando, bem a tempo. — Desculpe o atraso, o trânsito está uma loucura. — Will diz ao se aproximar. — Sem problemas. Sr. Thompson, esse é Will Stuart, um dos advogados da Townsend, o melhor devo acrescentar. — Muito prazer, Sr Thompson. — Ele e Will trocam um aperto educado de mãos. — Muito prazer. Essa é Eva McKenna Thompson, minha esposa e minha advogada. Will cumprimenta Eva, mas vejo seu sorriso presunçoso quando ela percebe minha reação ao descobrir que ela é a advogada. Tudo bem, esse dia está muito bizarro. Eva ter se casado já é algo espantoso, com o dono da Thompson Reuters Company é mais ainda, agora, ela ser a advogada dele? Quando eu a conheci ela já tinha idade para ter se formado, mas ela não estava nem na faculdade e gritava para quem quisesse ouvir que nunca iria atender as expectativas da sua família e fazer direito. — Bom, vamos nos sentar? Todos concordamos e voltamos a seguir o homem que estava pacientemente no canto esperando as apresentações para poder nos guiar até nossa mesa. Não sei não, mas essa aparição de Eva não está me cheirando bem. É melhor eu ficar de olhos bem abertos, porque se ela ainda for pelo menos um pouco tão louca como era alguns anos atrás, vai me causar muita dor de cabeça.

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Savannah Ainda me sentindo um pouco eufórica, mas sobretudo relaxada, depois dos orgasmos maravilhosos, deito no peito nu de Justin e deixo que seu calor me reconforte. Acho que ficar em seus braços é uma das dez melhores coisas na vida, e das outras nove, pelo menos seis tem a ver com Justin. É incrível como ele conseguiu se infiltrar para dentro de mim, sobre minha pele. Justin é uma grande parte da minha vida agora, e ele nem sabe. Ele tem uma importância, que chega a ser patética, se você parar para pensar na nossa “relação”. Ele é tudo para mim, e eu sou nada para ele. E podem falar o que for, Justin não é só um rostinho bonito, eu já sabia isso, mas depois do modo que ele agiu comigo quando eu estava deprimida, tive certeza. Ele foi tão fofo, na hora eu o tratei mal, mas depois que ele se foi e eu parei para pensar no seu modo carinhoso, meu coração se aqueceu. Eu sei que ele não é assim com todo mundo, por isso seu gesto significou mais ainda. Eu meio que entrei em um lugar escuro depois da minha conversa com Vince. Eu fiquei tão magoada, tão dolorida por dentro, foi horrível. Não porque eu ainda sinto algo por Vince, a cada dia que passa eu tenho mais certeza que ele não está mais em meu coração, mas foi muito dolorido descobrir que ele tinha feito aquilo enquanto eu ainda o amava. Eu senti uma dor enorme por saber que enquanto eu o amava com todo o meu coração, ele me traia. Eu sofri não por amar ele, mas pelo amor que um dia eu senti, porque só eu sei o quanto ele significou para mim. Mas depois de Justin ir me salvar e me puxar para fora daquele buraco escuro no qual eu estava, eu percebi que Justin tinha razão, eu não podia deixar Vince fazer aquilo comigo. — Você está quieta hoje. — Justin comenta enquanto acaricia meu ombro nu. — Isso tem a ver com...Com aquele cara? Você ainda está assim por causa dele? — Não. — É só isso que eu recebo? Um ‘não’? — Sorrio. Apoio-me em meu braço e levanto a cabeça. — Isso não tem nada a ver com Vince. Isso tem a ver com a minha família. — Como assim, aconteceu alguma coisa? — Ele pergunta preocupado. — Ah Justin, eu não sei ao certo. Parece que as coisas não estão indo nada bem para Jane e Seth. — Ainda aquela história da Jane não querer ter filhos?

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— Acho que é mais complicado que isso. Não era para eu ou Shanon ficarmos sabendo, mas ela escutou uma conversa e me contou. Parece que Jane anda muito estranha ultimamente. — Estranha como, baby? — Ela começou a vir para Dallas com muito mais frequência, e quando Seth lhe perguntou sobre isso ela lhe deu uma desculpa que depois Seth descobriu ser uma mentira. Ela anda irritadiça e meio distante. — Será que ela está com algum problema? Seth tentou falar com ela? — Parece que sim, mas não adiantou nada. Na conversa entre Seth e mamãe que Shanon ouviu, Seth disse algo que...Ele disse que acha que Jane está tendo um caso. — Digo tristemente e a reação de Justin foi igual a minha reação quando Shanon me contou. Espanto. Incredulidade. — Não. Jane não faria isso, não posso acreditar que seu irmão realmente pense que Jane o trairia. Eles se amam tanto, me recuso a acreditar nisso. — Seth não comentou nada com você? — Não, nós nos falamos por telefone algumas vezes depois daquela vez que ele veio aqui, mas ele não me falou nada sobre isso. — Achei que talvez ele tivesse falado, ou pelo menos comentado alguma coisa, afinal vocês são melhores amigos. — Talvez seja algo que ele queira manter só entre vocês. — Estou tão preocupada, Justin. Nem por um segundo eu achei que Jane pudesse estar traindo meu irmão, mas ela tem estado estranha mesmo. — Linda, não se preocupe com isso. Sei que Seth e Jane vão resolver isso tudo, eles se amam demais. — Espero, não gosto de ver meu irmão triste e infeliz. — Deito-me novamente em seu peito e envolvo sua cintura com meu braço. Em momentos como esse, é tão fácil fingir que Justin sente o mesmo que eu. Que ele me ama. — O que você vai fazer amanhã? — Ele pergunta. — Eu falei com Kim hoje, amanhã passaremos o dia todo em Austin a procura do vestido de noiva perfeito. — Ela ainda não comprou um vestido? Mas eles vão se casar em semanas. — Eu sei. — Rio. — E isso a está deixando maluca. Acho que, sem brincadeira, ela já deve ter provado uns 40 vestidos, e não gostou de nenhum. — Quem vai com vocês? — Shanon, Mitchie, sua mãe e a minha.

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— Mas vocês voltam ainda amanhã? — Não sei, Kim disse que se precisar, dormiremos lá, porque ela não vai sair daquela cidade sem um vestido. — Nesse caso, já que possivelmente eu não vou te ver amanhã, vou ter que começar a matar a saudades agora. — Ele diz com uma voz sexy e me vira na cama, me deixando de costas, e sobe em cima de mim. Eu rio enquanto ele beija várias vezes meu rosto. Ele finalmente chega a minha boca e me beija com tanto desejo, que me aquece instantaneamente. — Justin. — Seu nome me escapa por entre os lábios em forma de suspiro. Suas mãos viajam por meu corpo e sua essência se mistura com a minha. É como se fossemos um só.  Infelizmente aquela loja da qual eu havia recebido um e-mail não agradou Kim. Ela experimentou vários vestidos e não gostou de nenhum. Ou tinha renda demais, ou era espalhafatoso demais ou simples demais. E depois de passarmos a manhã toda caçando o vestido perfeito e só recebermos negativas em troca, eu e as meninas começamos a ficar frustradas. — Nunca imaginei que seria tão difícil, queria que minha mãe estivesse aqui. — Kim diz meio chorosa quando nos sentamos na mesa do Perla’s para almoçarmos. — Calma Kim, nós vamos encontrar o vestido perfeito, não se preocupe. — Alyssa tenta reconforta-la e segura à mão de Kim. — Estamos todas aqui a sua disposição, vamos encontrar esse vestido, nem que tenhamos que rodar Austin inteira, não é meninas? — Mamãe diz e todas concordamos. Kim faz um sinal com as mãos e balança a cabeça. — Não quero mais falar sobre vestidos agora. Mitchie, Aaron te falou alguma coisa sobre o que os meninos planejam fazer na despedida de solteiro? — Não, ele não comentou nada comigo. — Mitchie responde. — Mas você perguntou para ele? — Mitchie balança a cabeça negativamente. — Ah Mitchie, mais atitude menina. Você está encarregada de descobrir o que os meninos vão aprontar. — Como você sabe que eles vão aprontar alguma coisa? — Alyssa pergunta rindo. — Desculpa, Alyssa, mas você conhece seus filhos. Principalmente o Justin... — A menção do nome dele meu corpo todo se arrepia. —

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Aposto que ele e o tarado do primo do Aaron, Jason, vão querer levar todos em algum clube duvidoso. — Kim! — Mamãe a repreende. — Tudo bem, Marie. Você tem razão, Kim. Mas o Jax não vai aceitar isso, e o Justin, por incrível que pareça, está mais comportado agora. — Ela diz rindo e um leve sorriso no canto dos meus lábios me escapa. Ela não falaria isso se soubesse o que o Justin anda fazendo e com quem. Como se sabendo que estamos falando dele, recebo uma mensagem: Justin: Como vai a caça ao vestido perfeito? Acha que consegue voltar a tempo de dormir aqui? Minha cama fica tão vazia sem você!! Sorrio ao ler sua mensagem e respondo-o imediatamente. Savannah: Infelizmente as noticias não são boas, sem sorte na nossa caçada. Não sei se voltaremos para Dallas hoje :/ — Savannah, você está me escutando? — A voz de Kim me traz de volta dos meus pensamentos sobre Justin. — Oi? — O que você vai querer, menina distraída. — Mamãe diz e só agora percebo que tem uma moça ao lado da nossa mesa anotando os pedidos. — Ah sim, eu vou querer... — Pego o menu e peço o primeiro prato que vejo. — Esse Perla’s Bouillabaisse. Depois do almoço fomos a mais três lojas e agora estamos na quarta. Kim já está provando seu terceiro vestido, estou começando a pensar que teremos que partir para uma quinta loja quando Alyssa pede que Kim experimente um modelo que ela particularmente achou lindo. Kim faz uma careta como se não gostando muito do vestido, mas Alyssa insiste e ela cede. — Ah meu Deus. — Escutamos a voz de Kim vinda de dentro do provador e todas paramos de conversar na hora. — Kim, querida, está tudo bem? — Mamãe pergunta, mas não obtém uma resposta. Alguns instantes depois Kim aparece e seu rosto está cheio de lágrimas. Todas nós nos levantamos quando vemos Kim com o vestido. Ela está linda. Está tão perfeita e radiante, que ficamos em silêncio por um momento, apenas a encarando. — Acho que é esse. — Kim diz emocionada. Vejo mamãe e Alyssa enxugando suas próprias lágrimas.

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— Kim, você está linda. — Mamãe diz com admiração na voz. — Perfeita, minha querida. — Alyssa complementa o elogio. O vestido não tem nada demais, na verdade é bem simples, mas é lindo em toda a sua simplicidade e combina perfeitamente com Kim e o estilo do casamento. Ao ar livre e sem muita pompa. O vestido é longo e tem uma pequena calda, mas não é armado, o tecido cai livremente perto do corpo. Na frente tem algumas flores rendadas e a renda se estende até a parte que cobre os seios, com um decote modesto e tiras que sobem e se mesclam com o detalhe em renda dos ombros. Kim se vira e eu posso ver que a parte de trás tem um enorme e ousado decote em “v” que termina em um laço, expondo uma grande quantidade da pela clara de suas costas. — É perfeito, prima. — Digo sorrindo para ela. — Pela sua reação, é esse mesmo? — Sim, ele é simples, mas perfeito. É lindo e é como eu queria. — Kim diz com um sorriso enorme. — Então a caçada ao vestido de noiva perfeito está oficialmente encerada? — Shanon pergunta parecendo um pouco mais animada do que deveria. — Sim, é esse. Tenho certeza. — Ela diz e todas nossas aplaudimos e a abraçamos, rimos e choramos. Esse casamento vai ser tão lindo. Jax e Kim se amam tanto e vai ser maravilhoso presenciar a união desses dois.

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O dia foi divertido, mas estou exausta e feliz por não ter precisado dormir em Austin e estar de volta ao meu pequeno apartamento em Dallas. Mas feliz ainda por chegar aqui e Aletta não estar presente empesteando o ar com sua presença fétida. Depois que achamos o vestido, decidimos ficar mais algumas horas na cidade e fazer algumas outras compras. Fomos ao shopping e apesar de Kim já ter comprado lingerie suficiente para umas quatro luas de mel, ela quis comprar mais, o que foi uma experiência meio estranha se levando em consideração que Alyssa, mãe de Jax, estava junto. Aproveitei um momento de distração das meninas e escolhi algumas lingeries sexys para mim. Justin vai pirar quando ver o que eu comprei. Batemos perna no shopping mais um pouco e compramos algumas outras coisas. Levamos menos tempo nas compras do que havíamos pensado anteriormente, então cheguei em casa por volta das 19 horas. E assim que cheguei em casa uma ideia me veio a mente. Justin acha que eu vou dormir em Austin hoje, ou então chegar tão tarde que não poderemos nos ver, mas ainda é cedo e eu sei que ele vai gostar se eu aparecer no seu apartamento para lhe fazer uma surpresa. E eu posso fazer aquilo que eu estava querendo mas sempre me esquecia. Perfeito. Vou até a cozinha e verifico se tenho todos os ingredientes necessários. Em uma das nossas conversas Justin admitiu que comera os meus biscoitos mesmo sendo horríveis, claro que eu era só uma criança e não

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sabia cozinhar, mas eu prometi recompensa-lo por isso, e como agora, modéstia a parte, eu cozinho muito bem...Isso vai ser perfeito. Vou aparecer em sua casa com uma fornada de biscoitos quentinhos e deliciosos e com uma lingerie sexy por baixo das roupas. Uma bela opção para quem passaria a noite sozinho. Sorrio animada e separo todos os ingredientes para fazer a fornada de biscoitos, depois que os coloco no forno e aciono o timer vou tomar um banho. “Justin vai ter uma surpresa bem gostosa hoje à noite.” Penso maliciosamente.

Justin Escuto alguém a porta e vou atender. Quando abro vejo Patrick e Suzana parados com um sorriso animado no rosto. — Patrick. — Justin, quanto tempo, cara. — Nos abraçamos animadamente. — E essa é a pequena Suzana? Nossa, como você cresceu. — Digo lhe cumprimentando com um beijo no rosto. — Entrem, por favor. — Peço e abro caminho para que um dos meus grandes amigos da época da faculdade e sua irmã mais nova entrem. — Quanto tempo, cara. — Patrick comenta. — Pois é. Venham se sentar, fiquem a vontade. — Digo encaminhandoos para o sofá. — Como estão as coisas em Washington? — Maravilhosas. Mas sabe como é, uma vez cowboy sempre cowboy, sinto muita falta desse lugar. — Você que quis se mudar assim que se formou. — Lembro-o. — E me levou junto. — Suzana comenta com ar divertido. — Você adora Washington, não finja que não. — Eu adoro mesmo. — Aceitam algo para beber? Vinho, uísque, cerveja? — Eu aceito um uísque. Suzana não bebe, não tem idade para isso. — Patrick diz protetor e vejo sua irmã revirando os olhos. — Um suco então? — Pergunto. — Não, mas obrigada. — Ela diz sorrindo amigavelmente. Levanto-me e busco dois copos com uísque, um para ele e outro para mim. — Vou te falar Patrick... — Digo lhe entregando o copo e sentando-me novamente. — Quando você me ligou hoje dizendo que estava em Dallas e perguntando se poderíamos jantar, fiquei muito surpreso. Reencontrei

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outra pessoa daquela época uns dias atrás, mas devo dizer que você é uma companhia muito mais agradável. — Digo e ele ri. — Então, o que te trás de volta? — Negócios. E aproveitei para trazer Suzana, ela estava com saudades de alguns velhos amigos. — Fico feliz que você tenha me ligado. Você tem noticias de algum dos rapazes de antigamente? — Tenho o telefone do Peter e do Derek, mas raramente nos falamos, o que é uma pena. Seth ainda está por aqui? — Está sim, ele e a esposa, Jane. — Ainda casados? — Ainda casados e mais apaixonados do que nunca. — Digo mas então me lembro do que Savannah me contou. Não. Tenho certeza que eles vão conseguir passar por isso, o amor deles é forte o suficiente. O amor deles é daqueles que são raros de se encontrar, seja o que for que estiver acontecendo com Jane, eles vão superar isso, juntos. — Quem diria, não é que esse namoro de ensino médio durou? Que sorte ele tem. Eu me divorciei recentemente. — Ele diz e vejo um pouco de tristeza brilhar em seus olhos. — Que pena, sinto muito. — Digo. — Tudo bem, não era para ser. Mas e você, ainda o mesmo Justin que morre de medo de relacionamentos que eu me lembro? — Pergunta divertido e bebe o uísque. Na hora penso em Savannah e em como eu gostaria de ter um relacionamento sério com ela, e um sorriso me vêm aos lábios. — Hum, devo deduzir que esse sorriso bobo é um não? — O que eu posso dizer, as pessoas mudam. — Digo sorrindo de canto. — Mas olha, por essa eu não esperava. Como é o nome da operadora de milagres? Porque fazer Justin Cord se apaixonar é um verdadeiro milagre, com certeza. — É segredo. — Mistério, não é? Gostei, apimenta a relação. — Ele diz com um olhar conspiratório e uma voz malandra. — Patrick! Estou bem aqui. — Suzana diz. Ela estava tão quieta que por um momento até havia me esquecido que estava presente. Patrick apenas ri e dá de ombros. — Espero que estejam famintos, pedi para a Sra. Bennet caprichar porque teríamos convidados muito especiais. Vou ver se está tudo pronto, só um minuto. — Sra, Bennet, está tudo pronto? — Pergunto enfiando minha cabeça pela porta da cozinha.

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— Ah sim, está tudo pronto. — Aquela senhora de meia idade, que me lembra aquelas vovós corujas, me responde. — Ótimo, obrigado. — O jantar está pronto. — Digo ao voltar para a sala. Vamos até a mesa de jantar e o cheiro delicioso proveniente da cozinha atiça meus convidados. — Hum, que cheiro maravilhoso. — Suzana comenta. — Muito, se o gosto for pele menos a metade que é o cheiro, a comida estará divina. — Patrick diz. — Acredite, o gosto estará melhor. A Sra. Bennet é uma cozinheira de mão cheia. Então o jantar é servido e Patrick e Suzana podem comprovar que eu falava muito sério. A comida estava espetacular como sempre. — Ah Patrick, deixe-a tomar um gole de vinho. — Digo ao meu amigo quando ele não deixa sua irmã experimentar o excelente vinho que escolhi para o jantar. — Sim, só uma taça. — Suzana pede. — Meia taça, e só. — Ele diz lhe dando aquele olhar severo de irmão mais velho e por um momento sinto uma saudade enorme de Holly. Mamãe está certa, tenho que visita-la com mais frequência. Suzana prova o vinho e sorri. — Delicioso. — Ela toma todo o conteúdo de sua taça e eu a reabasteço antes que Patrick possa dizer algo. — Se não fosse por sua mulher misteriosa, diria que está tentando embebedar minha irmãzinha. — Patrick diz e ri. Estou pronto para lhe dar uma resposta à altura, mas sou interrompido quando Suzana sem querer deixa derramar quase todo o vinho em seu vestido claro. — Ah droga, meu vestido novo! — Ela exclama se levantando rapidamente e tentando limpar a mancha com o guardanapo, o que só deixa-a pior. — Não tente limpar, se não vai ficar pior. — Digo. — Não acredito, esse vestido é novo e muito caro, agora é inútil. — Ela diz tristemente. — Calma, se agirmos rápido pode ser que tenha salvação. Tire o vestido que eu peço para a Sra. Bennet tentar dar um jeito nisso, ela conhece vários truques domésticos para tirar manchas. Uma vez derrubei vinho no tapete, e ela tirou facilmente. — Tirar o vestido? E você quer o que, que ela fique nua? — Patrick pergunta levantando a sobrancelha, me questionando.

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— Claro que não. Venha, Suzana. Vou lhe emprestar alguma roupa minha enquanto a Sra. Bennet cuida do seu vestido. — Digo levantando-me e ela timidamente me segue. — Sinto muito mesmo, Justin. Sou uma atrapalhada. — Ela diz com as bochechas coradas de vergonha. — Não se preocupe. — Dou-lhe um sorriso simpático. — Acidentes acontecem. Levo-a até meu quarto e por um segundo me pergunto se Savannah se importaria se eu emprestasse alguma roupa sua para Suzana, mas decido que é melhor não, afinal são suas roupas e ela não está aqui para consentir, então pego uma calça de moletom com elástico e uma camisa minha e entrego para ela. — Pode vestir isso, é meu e provavelmente ficará grande, mas é só até limparmos seu vestido. — Muito obrigada, Justin. E desculpe, de novo. — Sem problemas. Fique a vontade. Mas troque-se rápido para ter mais chances de salvar seu vestido. — Tudo bem. — Ela diz. Fecho a porta do quarto e volto para a companhia de Patrick. Assim que me sento na mesa de jantar, escuto uma batida na porta. “Quem será?” — Só um minuto, Patrick. Com licença. — Digo e vou receber a pessoa inesperada. Quando abro a porta, me pegando desprevenido pois não esperava vê-la essa noite, Savannah me encara com um sorriso largo e um pouco safado no rosto. Seus olhos brilham com excitação, e por um momento, a visão do seu belo rosto me deixa sem palavras. — Oi, Justin. — Savannah? O que você está fazendo aqui? — Pergunto confuso pois achei que ela ficaria até tarde em Austin fazendo compras. — Voltamos mais cedo. Isso é para você. — Ela diz e só agora percebo que carrega um prato envolto em papel filme e cheio de biscoitos com gotas de chocolate e que parecem deliciosos. — Eu disse que iria te compensar por você ter comido aqueles biscoitos horríveis anos atrás. Queria lhe fazer uma surpresa, está surpreso? — Ela pergunta ainda sorrindo como se estivesse tramando algo. — Bem, estou. Não esperava vê-la hoje à noite. — Mas não estou reclamando, de forma alguma. — E eu tenho outra surpresinha para você, embaixo da minha rou... — Savannah se interrompe bruscamente e olha para além de mim, seu sorriso morrendo nos lábios e o brilho do seu olhar se apagando.

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Olho para trás e vejo Suzana vinda da direção do meu quarto, usando minha calça e minha camisa, que ficam enormes nela, e seu vestido manchado nas mãos. — Ah, pelo visto você já tem companhia. — Ela diz com rancor, sua voz trêmula. Olho novamente para ela para pergunta-lhe o que ela quis dizer com isso, e me deparo com seus olhos cheios de lágrimas. — Bom, não quero atrapalhar a sua diversão. Adeus. — Ela empurra o prato na minha direção, e se eu não tivesse bons reflexões ele teria se espatifado no chão, se vira e sai andando tão rápido que praticamente está correndo. Depois de um segundo tentando entender o que acabou de acontecer aqui, minha ficha caia. Olho para Suzana vestida com as minhas roupas, vinda do meu quarto e que me olha com confusão no olhar. “Ah merda, Savannah achou que eu e Suzana...Porra”. — Segura aqui. — Dou o prato com os biscoitos que Savannah fez para mim para Suzana e saio correndo do apartamento. Não posso deixar Savannah pensar que alguma coisa estava acontecendo entre Suzana e eu. De repente a ideia de ela achar que eu estava dormindo com outra me causa náuseas. E medo. Se ela soubesse que eu só tenho olhos para ela. Olhos e todo o resto, tudo é só dela. — Savannah, espera, eu posso explicar. — Grito, mas é tarde demais. As portas do elevador se fecham com ela dentro, só tive tempo de ter um vislumbre de seu rosto manchado por lágrimas. Caralho. Quase quebro o botão chamando o elevador, quando ele finalmente vem, aperto o botão do térreo e juro por Deus, esse elevador nunca pareceu tão lento. Por sorte ele não parou em nenhum andar. Saio para a recepção e procuro por ela, mas não consigo acha-la. Um desespero angustiante começa a tomar conta de mim, como aqueles que precedem algo de muito ruim. Preciso acha Savannah e dizer que ela entendeu tudo errado. Percebendo que ela não está mais por aqui, saio correndo para fora do prédio. Graças a Deus consigo acha-la. Ela está tentando colocar as chaves na porta do carro, mas posso ver que suas mãos tremem. Vou correndo até ela, desesperado para esclarecer o mal entendido. — Savannah, espere, por favor. Quando ela escuta minha voz, se vira imediatamente, e sua expressão é um misto de raiva e magoa. — O que você está fazendo aqui? Devia estar lá em cima com sua...Amiga. — Ela diz fazendo uma careta.

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Paro na sua frente e me corta o coração ver seu rosto manchado pelas lágrimas. — Você entendeu tudo errado, me deixe explicar. — Imploro com o coração batendo a mil por hora em meu peito. — Eu entendi tudo perfeitamente. Eu não estaria na cidade para te divertir então você achou outra, não é? Tudo bem, se é isso que você quer, vá em frente. — Ela diz com magoa e percebo que tenta se controlar para não chorar mais, mas seu lábio treme e seus olhos se enchem com mais lágrimas não derramadas. — Não, Savannah. Não é nada disso que você está pensando. Suzana e eu não... — Quer saber? — Ela me corta, parecendo muito furiosa agora. — Eu achei que a gente tinha combinado que seriamos exclusivos, mas acho que eu fui muito idiota de achar que você se contentaria em ficar só comigo. — O que? Não, não Savannah. Me deixe explicar. — Não tem nada para ser explicado. Eu cansei disso, Justin. Eu cansei desse nosso lance, cansei de aceitar as migalhas da sua atenção, cansei de me machucar e me iludir achando que algum dia você pudesse mudar, e eu definitivamente cansei de sentir o que eu sinto por alguém como você, que nunca vai corresponder aos meus sentimentos. — Ela está praticamente berrado. Ela se vira para entrar em seu carro, mas eu a seguro pelo braço ainda me sentindo tonto com suas palavras. Ela disse o que eu acho que disse? Eu imaginei a parte em que ela gritou e admitiu que tem sentimentos por mim? Ah meu Deus, acho que não consigo respirar. — O que você disse? — Pergunto desesperado para que ela repita, mas ela não diz nada. Seguro seu outro braço e a puxo para perto de mim, aproximo meu rosto do seu e luto para controlar essa onda de sentimentos que bate fortemente em mim, vinda de todos os lados. — O que você disse, Savannah? — Minha voz sai mais aguda devido ao desespero. — Que eu estou cansada do nosso lance. — Ela responde, apesar da raiva e da magoa ainda estarem lá, sua voz vacila. — Não, a outra coisa, sobre sentimento. O que você quis dizer? — Falo rápido, minhas palavras atropelando umas as outras. Preciso que ela repita, preciso saber se eu imaginei aquilo, se eu interpretei mal suas palavras, ou se ela realmente quis dizer o que eu acho que ela disse. — Nada, não foi nada. Agora não importa mais. — Ela diz aparentando estar um pouco mais calma, mas as lágrimas escorrem livremente pelo seu rosto.

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— Ah Savannah... — Sinto meus próprios olhos lacrimejarem e o peso do meu amor por ela esmagar meu coração. Assim tão perto dela, a única coisa que eu quero é beija-la e abraça-la tão apertado e nunca mais solta-la. Eu não aguento mais isso. — Se você não tem nada a me dizer sobre sentimentos, eu tenho. Eu estou cansado também, sabe? Cansado de mentir, de guardar esse segredo. Eu não me importo mais se você não sente o mesmo, não me importo com seu irmão ou nossas famílias. Eu simplesmente não aguento mais guardar algo tão grande e poderoso dentro de mim, isso está me consumindo, eu tenho vontade de gritar para o mundo todo ouvir. — Do que você está falando? — Ela me olha confusa. — Eu te amo. — Falo de uma vez. Seus olhos se arregalam e sua boca abre em espanto. Sinto um alivio tão grande por finalmente admitir isso em voz alta, que um sorriso se forma em meus lábios. Afrouxo um pouco o meu aperto em seus braços, já que ela não está mais se debatendo, e puxo-a para mais perto, nossos corpos pressionados um contra o outro. — Eu te amo com todo o meu coração, com toda a minha alma. Eu te amo com todas as forças do meu ser, com cada suspiro, com cada pensamento, com cada fôlego. Cada pedacinho de você, eu amo por inteiro. Eu amo tudo o que você toca, tudo o que você ama, tudo o que você pensa, tudo o que você é, eu amo o mundo só porque você está nele. Eu amo você, Savannah, e não quero ninguém além de você. — Sinto uma lágrima escorrendo por minha bochecha. —Tudo o que está em meu coração e em meus pensamentos é você, você meu amor, você e mais ninguém. E não quero que sejamos amigos com benefícios, que tenhamos um lance ou nada disso. Eu quero você para mim e só para mim, eu quero que você seja minha, quero ter um relacionamento sério com você como eu nunca quis nada em toda a minha vida. Eu quero você, eu preciso de você. — Minha voz falha, quase não consigo ver Savannah e sua reação devido as lágrimas que agora escorrem livremente de meus olhos. Mas ela parece chocada, isso eu posso garantir. — Mas...Mas eu...Eu achei que você não sentia esse tipo de coisa, e aquela mulher lá em cima...Ela estava... — Não é nada disso que você está pensando. Suzana é a irmã de um amigo meu, amigo que aliás está lá em cima também, ele veio me visitar e estávamos jantando. Ela derramou vinho em seu vestido e eu lhe emprestei algumas roupas, só isso. — Limpo as lágrimas de meu rosto com uma mão, mas continuo segurando-a por perto com a outra, e então limpo suas lágrimas e aproveito para acariciar seu lindo rosto. — E você está certa, eu não sentia esse tipo de coisa. Não até pouco tempo atrás, não até começarmos a nos envolver e eu me apaixonar perdidamente por você. Ela começa a balançar a cabeça e posso ver que está se esforçando para entender tudo o que eu lhe disse.

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— Eu sei que você ainda ama Vince, mas ele não presta Savannah, e se você me der uma chance eu juro que eu... — Eu não amo Vince. — Ela me corta e diz com confiança. — Não? — Pergunto. Agora eu que estou confuso. É claro que ela o ama, eu vi como ela ainda se importa com ele. — Não, eu não o amo, Justin. — Mas...E aquela noite, eu vi você sofrendo por ele, eu achei que...Você estava tão mal e eu achei que... — Agora é a minha vez de não conseguir formular uma frase decente devido à confusão. — Não. Aquilo que aconteceu, o modo como eu me comportei...Não teve nada a ver com o que eu sinto por Vince, tinha a ver com o que eu sentia. É complicado e não tem importância, o que importa agora é que, eu não amo Vince, eu amo você, Justin. Tudo bem, esse deve ser mais um daqueles meus sonhos super realistas em que ela diz que me ama. Não posso acreditar que seja real, tudo o que eu tenho sonhado há semanas é ouvi-la dizer que me ama. Ela realmente disse isso? Meu Deus, não consigo falar, não consigo me mover, não consigo nem respirar. Tenho medo de fazer qualquer coisa que possa me acordar desse sonho. Eu não quero acordar, quero ficar nesse lugar para sempre, um mundo de sonhos onde Savannah acabou de confessar que me ama. — Você ouviu o que eu disse? Você está me ouvindo, Justin? — Diga de novo. Diga, por favor. — Seguro seu rosto com ambas as mãos e imploro com lágrimas de felicidade transbordando de meus olhos. — Diga que você ama, por favor. — Eu te amo, Justin. Eu estou completamente, perdidamente e irrevogavelmente apaixonada por você. E eu quero ser sua tanto quando você quer que eu seja. Ah meu Deus! Sinto uma descarga tão grande de alivio, euforia e pura felicidade que sinto meus joelhos vacilarem por um segundo. — Ah Savannah. Você não sabe o quanto eu sonhei em te ouvir dizendo isso, baby. Eu também te amo, muito, muito, muito. — Digo-lhe e sem demora aproximo nossos rostos e junto nossos lábios. Deixo que toda a alegria e amor que estou sentindo passem de mim para ela, através de nossos lábios. Sinto tanta paixão emanando dela quanto de mim mesmo. É tão mágico, tão puro, tão verdadeiro. Eu nunca me senti tão bem e tão feliz em toda a minha vida. Sinto como se tivesse passado todos esses 29 anos em um martírio, e agora estivesse finalmente livre. Finalmente vivo.

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Agarro Savannah e a espremo contra mim, agarro-a, acaricio-a e a beijo freneticamente. E ela, tão igualmente desesperada, me abraça forte e devora minha boca com paixão. Quando ficamos sem fôlego, nos afastamos somente o suficiente para deixarmos um pouco de ar entrar em nosso pulmões e voltamos a nos beijar ferozmente. E ficamos assim não sei por mais quanto tempo, e sinceramente não me importo com mais nada, nem com Patrick e Suzana me esperando lá em cima, nem com as pessoas na rua, nem com as pessoas que não aprovarão nosso amor, nem com Vince e nem com ninguém. A única pessoa que importa é ela. Ela, e somente ela. “Savannah me ama, ela realmente me ama!”

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Nosso amor vale a pena Justin — Eu te amo. — Digo pela milionésima vez, e digo de coração. Não sei, mas sinto como se todos esses ‘eu te amo’ não ditos ao longo desses anos, estivessem desesperados para se libertarem. Estou bombardeando Savannah com uma enxurrada de palavras e gestos carinhosos, e para minha felicidade, ela não parece se importar. Depois da nossa declaração e de me livrar dos meus convidados na sexta à noite, eu “raptei” Savannah e nós dois ficamos o final de semana inteiro juntos, trancados em meu apartamento. — Eu também te amo. — Ela responde e dá um beijo em meu peito nu, depois volta a se deitar em meu braço e eu não consigo tirar esse sorriso bobo da minha cara, e não tenho certeza se eu ao menos quero. Estou me sentindo tão bem e tão feliz. Aperto meus braços em volta do seu corpo quente e delicado e beijo seus cabelos. Ficamos em silêncio por vários minutos seguidos, mas não precisamos mais tanto de palavras, nossas caricias, beijos e sorrisos falam por si só. Savannah começa a rir sozinha e eu lhe pergunto o que é tão engraçado, ela me diz que não é nada. — Conta, o que foi? — Pergunto quando ela ri de novo. — É só que...Não era para eu me apaixonar, lembra? — Ela diz e eu posso sentir o sorriso em seus lábios. Eu sorrio ao me lembrar daquela noite em que eu lhe fiz aquela proposta e deixei claro que nenhum sentimento amoroso poderia surgir da nossa relação casual, o que na época parecia algo absurdo para mim, e tenho certeza que para ela também. Ela garantiu com tamanha veemência que não corríamos esse risco, e eu sabia, ou pelo menos achava que sabia, que aquilo não era um problema para mim também. Mas aqui estamos nós, ambos descumprimos nosso acordo, e eu não poderia estar mais feliz por isso. — Fico contente que você tenha feito. — Digo acariciando levemente suas costas. — O que acontece agora? — Ela pergunta com um tom mais sério, preocupado eu diria. — O que você quer dizer? — Pergunto e ela levanta a cabeça, apoia o queixo em meu peito e me encara com seus lindos e hipnóticos olhos preciosos.

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— O que acontece agora, com nós... — Como assim o que acontece agora? Agora nós vamos ficar juntos, muito juntos. E vamos contar para todo mundo que estamos namorando. — Você sabe que nossas famílias não vão reagir muito bem. — Sei. — E Seth provavelmente será o pior de todos. — Ela diz com pesar. — Sei disso também, mas não importa, eu não posso mais ficar longe de você. Gostaria muito de ter a aprovação de todos, principalmente de Seth, mas eu não vou deixar nada atrapalhar essa felicidade que eu estou sentindo. Nem mesmo meu melhor amigo. Ela fica quieta e com o olhar distante, então uma pergunta muito importante se forma em minha mente e eu a pergunto: — E você, vai? — Não, claro que não. Eu também quero muito ficar com você. Mas eu tenho medo da reação de todos, eu os amo muito e não queria desaponta-los. Sinto um aperto no peito com suas palavras, o fato dela achar que me namorar vai desapontar sua família me magoa um pouco, mas no final ela está certa, se eu fosse Seth ou Mark, não iria querer um cara como eu para ser o namorado de alguém como Savannah. — Desculpe, eu não quis dizer assim... — Ela diz quando percebe minha reação. — Eu não acho que ficar com você seja motivo par desapontar meus pais, mas algo me diz que eles sim. — Eu sei, eu não sou exatamente o melhor pretendente, alguém que eles iriam querer para você. Eu entendo isso. — Mas não importa. Eu te amo e quero ficar com você, vai ser complicado, mas eles vão ter que acabar aceitando, porque eu não quero mais ninguém. — Ela sorri carinhosamente e me beija. Suas palavras me fazem sentir melhor, mas ainda sinto um certo desconforto e sei que dias difíceis estão a caminho. — Mas tem uma coisa. — Ela diz mordendo o lábio inferior. — O que? — Acho que devemos esperar o casamento de Jax e Kim e toda essa crise no casamento do meu irmão passar, para só então contarmos para eles sobre nós. — Ela diz com cautela, observando atentamente minha reação, que não poderia ser diferente. Fico indignado. — Mas claro que não. Savannah, eu quero contar para todo mundo sobre nós o mais rápido possível. Essa semana ainda. Quero que o mundo todo saiba que estamos juntos. — Justin, não podemos jogar uma noticia dessas, que pode abalar a relação entre nossas famílias, semanas antes do casamento do seu

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irmão e quando o meu próprio irmão está passando por um momento delicado com Jane. — Olha, eu entendo que você esteja preocupada com a reação de todos e também com o casamento de Seth e Jane, mas nós não podemos colocar as necessidades deles na frente das nossas. — Mas não estamos fazendo isso, Justin. Não estou falando para mantermos nosso relacionamento em segredo para sempre, só por um tempo, só até as coisas não estarem tão complicadas. Quero dizer-lhe que isso é uma ideia absurda e que não faz sentindo, quero convence-la que esperar é perda de tempo e que devíamos contar tudo agora, mas minha frustração é tão grande que não consigo dizer nada. Savannah fica me encarando com seus olhos grandes e pedintes e sinto todos os sentimentos ruins que nossa conversa me provocou irem embora. Olhando seu rosto lindo, sentindo seu corpo junto ao meu. Saber que ela me ama, bem, é isso que importa, eu sei que ela me ama e ela sabe que eu a amo, os outros não tem importância para mim, pelo menos por agora posso conviver com o fato de namorarmos em segredo, eu acho. Posso tentar. — Tudo bem. Se é isso que você quer, então manteremos tudo em segredo. — Obrigada. — Ela abre um sorriso largo. — Mas... — Digo em um tom de alerta. — Não por muito tempo, ok? — Ok. — Agora vem cá. — Puxo seu corpo para cima do meu e junto nossas bocas para mais um beijo apaixonado.

Savannah — Sis, onde é que você esteve esse final de semana? Estou tentando falar com você e não te encontro. — Shanon me diz e me dá um beijo no rosto, depois se senta na minha frente na mesa do barzinho. — Aconteceu alguma coisa? — Pergunto encarando-a e tentando decifrar sua expressão. — Aconteceu muita coisa. Eu fui passar o final de semana em Wills Point para finalmente conversar com papai e mamãe para que eles conheçam o Miguel, ele já está me enchendo com isso e quer conhecer nossos pais logo. Mamãe marcou um jantar lá em casa, amanhã, e eu quero que você vá, ok? — Mas é claro que eu vou. — Digo um pouco magoada que ela tenha pensado que eu poderia me recusar a ir. — Mas você não está toda agitada desse jeito só porque queria me contar sobre o jantar, não é? — Não, tem outra coisa, uma bem menos agradável. — O que foi?

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— É Seth e Jane. Eles foram almoçar lá em casa no sábado, o clima entre eles estava tenso, mas até aí tudo bem. Acontece que do nada eles começaram a brigar, tipo, brigar mesmo. Eles gritaram e Seth até quebrou algumas coisas. Mamãe ficou furiosa com ele. — Meu Deus, isso é uma merda. — Sinto um aperto no coração pelos dois. O que será que está acontecendo, eles sempre foram tão carinhosos, amorosos e apaixonados. — Foi um horror, nunca vi Seth tão bravo e revoltado. Mas o que mais me assustou foi Jane, nunca a vi daquele jeito, nem parecia ela. Quando Seth começou a gritar com ela, ela ficou descontrolada, começou a chorar e a gritar. Não sei não Savannah, acho que algo muito sério está acontecendo com Jane e ela não está contando para ninguém, nem para Seth. — Você acha que pode ser verdade, quero dizer, que ela está traindo ele? — Pergunto com medo. Apesar de eu acreditar com todas as minhas forças que isso é impossível, que Jane nunca faria isso, ainda tem aquela parte minúscula, aquela pontinha de duvida, que me faz pensar “mas e se...”. — Não, não acredito nisso e não entendo como Seth pode pensar que isso seja uma opção. Ele jogou isso na cara dela durante a briga, ele disse que ela estava traindo ele e era por isso que estava agindo tão estranha. Ela parecia verdadeiramente indignada quando ele falou isso e disse que era um absurdo. Mas então mais uma vez, ele perguntou se não era isso, então porque todas as mentiras e os segredos sobre o que ela vem fazendo nas últimas semanas. E ela não disse nada, é por isso que eu acho que algo grave está acontecendo com Jane. — Mas que droga, Shanon. Não tem nada que possamos fazer para ajudar os dois? Estou muito preocupada com eles. — Eu sei, eu também. Mas infelizmente não sei se podemos fazer alguma coisa, papai conversou com Seth e mamãe com Jane, mas não sei se vai resolver muita coisa. — Queria tanto poder ajudar, me sinto tão impotente vendo Seth sofrendo e não podendo fazer nada. — Talvez, deveríamos conversar com Jane, tentar descobrir o que está acontecendo com ela. — Ou, talvez, devêssemos seguir ela numa dessas vezes que ela sai e não diz para onde realmente está indo. Assim podemos descobrir de uma vez por todas o que está acontecendo. — Você acha? Seguir Jane, não é algo muito...Radical? — Pode ser, mas se queremos mesmo ajudar...Não acho que se conversarmos com ela, Jane vai nos contar o que está acontecendo, ela não contou para ninguém, não vai contar para nós. — Nisso você tem razão. Mas não sei, estaremos invadindo a privacidade dela.

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— É o único jeito de nós fazermos algo. É isso ou ficar sentada esperando que os dois resolvam tudo sozinhos, mas aí pode ser tarde demais. — Não, tudo bem, você tem razão. Vamos fazer isso, vamos seguir Jane. Pedimos uma bebida e alguns petiscos para comermos. — Mas agora eu quero saber de você. Onde esteve o final de semana inteiro que não atendeu nenhuma das minhas ligações? Mamãe me perguntou o porquê você não foi para Wills Point comigo e eu não tinha ideia. A menção do final de semana meus lábios se abrem em um sorriso involuntário, só de lembrar das palavras de Justin e do jeito carinhoso e apaixonado que ele me tratou sinto um calor em meu peito. — Pelo sorriso bobo no rosto, tem homem no meio. Deixe-me adivinhar, Vince? — Ela pergunta e assim que escuto o nome de Vince, meu sorriso morre e uma carranca se forma em meu rosto. — Claro que não, porque você acha que é ele? — Pergunto emburrada e Shanon parece momentaneamente surpresa por minha reação. — Eu só achei que...Deixa para lá. Mas você passou o final de semana com alguém, e se não é ele, quem é? Sei que Justin e eu combinamos segredo sobre nosso relacionamento, mas Shanon já sabe sobre nós, que tivemos um lance de sexo casual. Ela ficou furiosa e preocupada, porque temia que eu me machucasse, talvez se eu contar para ela que meus sentimentos são correspondidos, ela mude de opinião e nos apoie. Seu apoio ajudaria muito na hora em que formos contar para nossas famílias. — Shanon, não surte ok? Mas eu passei o final de semana com Justin. — Assim que digo seu nome sua expressão muda e percebo a raiva começando a irradiar dela, ela me fuzila com os olhos e aponta o dedo na minha cara. — Você prometeu, você disse que iria ficar longe dele. Não acredito, Savannah, porque você está fazendo isso consigo mesma? Você não vê que ele... — Ele me ama. — Digo bruscamente e ela para seu sermão e me olha confusa. — O que você disse? — Ele me ama, Shanon. Ele se declarou para mim, e as coisas que ele disse... — Um sorriso apaixonado surge em meus lábios. — Ele se apaixonou por mim, sis. — Justin se apaixonou por você? — Ela pergunta levantando uma sobrancelha e soando descrente. Eu apenas balanço a cabeça. — Justin? Justin Cord? Esse Justin? — Que outro seria? — Pergunto rindo com sua reação.

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— E ele disse com todas as letras que está apaixonado...Por você? — Sua falta de fé que até então era engraçada, agora está me irritando profundamente. — Porque você acha tão difícil acreditar que ele se apaixonou por mim? — Pergunto na defensiva. — Não é isso, o que eu realmente acho muito difícil de acreditar é que ele tenha se apaixonado, ponto. De repente o mau humor vai embora, e a lembrança das palavras de Justin naquela noite trazem o sorriso de volta aos meus lábios. — Você tinha que ter visto como ele agiu comigo o final de semana inteiro... — Não tenho certeza que seja algo que eu gostaria de ter visto. — Ela diz fazendo uma careta. — Estou falando sério, Shanon. Aquele não era o Justin que achávamos que conhecíamos. Ele foi romântico, carinhoso e não parava de falar que me amava. — Digo quase saltando em cima de Shanon de tanta felicidade. Ela me olha com várias emoções confusas e demora até dizer algo novamente. — Me desculpa, mas eu não faço a mínima ideia do que pensar sobre isso. — Sei que é inusitado, mas eu estou tão apaixonado por ele, Shanon. E eu vi nesse final de semana que ele sente o mesmo. Estamos namorando e eu realmente gostaria do seu apoio. — E o Vince? — Ela diz como se ele fosse sua última esperança. — Eu odiava ele, mas com a perspectiva de você e Justin juntos...Bem, Vince não parece tão ruim agora. — Meu queixo cai e a olho espantada. — Você não pode estar falando sério. — Entre as famas ruins que os dois tem, a de Vince é menor, além do mais, acho que ele gosta mesmo de você. Meu queixo cai de novo. Como ela pode falar isso? — Não acredito que você está me falando isso. Vince é um canalha, Shanon. — Minha voz sai estridente. — Justin também. E não me olhe com essa cara, sinto muito dizer isso, mas você sabe que é verdade. Eu amo o Justin, como um irmão, mas ele definitivamente não é o cara que eu gostaria para você, sis. Na verdade, nem Vince...Já o Ben é outra história, ele é lindo, inteligente, do tipo fiel e romântico e ele já perguntou sobre você várias vezes e... — Não. Ben de novo, não. Por favor. — Savannah, ele é um fofo e eu sei que ele ficou muito impressionado com você. Você devia parar de ignorar ele.

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— Você deveria parar de me ignorar. Shanon, você não ouviu uma palavra do que eu disse? Eu amo Justin, ele me ama e nós começamos a namorar. Quer você, Seth ou qualquer outro goste ou não. — Que seja, eu só estou preocupada com você. Mas pelo visto não existe nada que vá fazer você enxergar as coisas como elas são, uma pena. Como sua irmã, é meu papel te alertar quando eu acho que você está fazendo uma burrada, assim como é meu papel te apoiar se você não me der ouvidos. Então, eu só posso desejar que ele esteja sendo sincero, e que não vá te magoar. — Ela faz seu discurso impaciente, se reclinando na cadeira e parecendo frustrada, como se estivesse falando com uma criança. — Muito obrigada, sis. —Digo, sentindo como se um peso tivesse sido retirado de meus ombros. Alcanço sua mão por cima da mesa e a seguro, lhe dando um sorriso agradecido. — Como é que você pretende contar? — Na verdade, você será a única a saber por uns tempos. Decidimos não falar nada, por causa do casamento da Kim e desse problema com Seth e Jane. — Sei, isso foi ideia dele? — Ela pergunta e posso ver as desconfianças e as acusações se formando em sua mente. — Não, foi ideia minha. Por ele, gravaríamos uma mensagem falando sobre nosso namoro e tocaríamos pela cidade toda no alto falante de um carro. — Me lembro da sua reação a minha ideia de manter tudo escondido por um tempo. Ele parecia tão afoito em contar tudo, como se com medo de explodir com a pressão do nosso segredo. — Sério isso? — Sim, é isso que eu estou tentando te falar, sis. Quando você ver o jeito dele, você vai acreditar, não tem como ele estar mentindo sobre o que sente por mim. Estou tão feliz. — Minhas bochechas doem de tanto sorrir, mas não consigo parar. — Bem, acho que vou ter que ver esse milagre com os meus próprios olhos. Mas eu realmente espero que você esteja certa e eu errada. Quero tanto que você seja feliz, sis. Ela diz mas eu vejo a desconfiança e incredulidade brilhando em seu olhar. Ela vai ver. Ela vai ver que Justin está sendo sincero. Ele me ama. Eu senti isso em seus beijos e no jeito que ele me olhou. Eu vi as lágrimas escorrerem por seu rosto enquanto ele abriu seu coração para mim. “Ele me ama, ele me ama e ele me ama.” Ai que vontade de sair pulando e cantando por aí.

Justin — Bom dia.

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— Bom dia, Sr. Cord. — Bom dia, Diana. — Bom dia, Sr Cord. Entro no elevador e assim que saio no andar do meu escritório vejo Mia, minha secretária, trabalhando em sua mesa. — Bom dia, Mia. — Digo com o mesmo sorriso de orelha a orelha com o qual eu cumprimentei qualquer pessoa que passou por mim hoje. Mia me olha surpresa, mas logo faz questão de disfarçar. Eu nunca fui um chefe ruim, mas também nunca fui daqueles caras sorridentes que parecem sempre de bem com a vida e de bom humor. Com certeza eu estou parecendo ser um deles hoje. Mas como poderia ser diferente? Estou mais feliz do que em toda a minha vida. — Bom dia, Sr. Cord. Como está? — Estou ótimo, perfeito. E você? — Ela parece ser pega de surpresa de novo pela minha resposta animada. — Tudo ótimo. — Ela me dá um sorriso tímido. — Esses são seus recados dessa manhã. — Ela me entrega alguns papeis com nomes e números de telefone para que eu retorne as ligações. — Muito obrigado, vou cuidar disso agora mesmo. — Digo e vou até minha sala. Retiro meu paletó e penduro na cadeira, sento-me a frente de minha mesa e o sorriso continua em meu rosto. Savannah. É tudo por causa dela. Meu Deus, como é bom estar apaixonado, eu não fazia ideia que o sentimento de gostar de alguém e ser correspondido fosse tão descomunalmente grande e capaz de fazer alguém se sentir assim, a sensação é tão boa que pode ser comparada a se estar drogado. Sinto-me bem, feliz, eufórico, agitado, com o coração batendo rápido toda vez que eu penso nela. Quer saber, preciso falar com ela, ouvir sua voz. Pego meu celular e ligo para Savannah. — Alô? — Oi, linda. — Me reclino na cadeira sentindo meu corpo todo se arrepiar com o simples som de sua voz. — Ah, oi...Ann...Rebeca. — Ela diz com a voz estranha. “Rebeca?” — Ah, você está com alguém conhecido por perto, não é? — Digo entendendo a situação. — Isso mesmo, estou com Kim e Shanon experimentando pela última vez o vestido de dama de honra.

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— Ah entendi. Será que podemos almoçar juntos hoje? — Sinto muito, Rebeca, mas acho que vou acabar almoçando com as meninas. — Posso sentir por sua voz que Savannah está desconfortável. — Ah, tudo bem. — Digo e não escondo meu desânimo. — Mas nos vemos hoje a noite, não é? — Claro. — Ótimo, porque já estou com saudades. — Eu também. — Tudo bem, vou ir trabalhar e deixar você experimentar seu vestido. Até mais tarde, te amo. — Sim, até mais tarde, um beijo. Desligo e jogo o celular em cima da mesa. O sorriso, ao pensar me Savannah, ainda está em meu rosto, o sentimento maravilhoso ainda aquece meu peito, mas esse súbito desespero de querer estar perto dela está me consumindo, me provocando uma sensação ruim de urgência. É tão estranho, nunca tive tanta vontade de ver e estar com alguém, acho que é uma sensação boa e ruim ao mesmo tempo. Passo pela manhã de trabalho com um único desejo em minha mente e coração; Que a noite chegue logo e eu possa ver Savannah. Apesar da ansiedade que eu venho sentindo, consigo me concentrar nas obrigações que tenho e até consigo passar pelas partes chatas e burocráticas sem estragar o meu humor. Bem, isso até Mia me dar uma noticia que acabaria com o bom humor de qualquer homem sensato. — Sr. a senhora Thompson está aqui e gostaria de vê-lo. — Mia diz ao telefone. Sinto o meu bom humor me escapando pelos dedos e solto um xingamento depois de desligar o telefone e autorizar a entrada de Eva. Segundo depois, Mia abre a porta e Eva, vestida em um terninho feito sobre medida, entra com sua presença prepotente de sempre. Acho que certas coisas nunca mudam. Faço um maneio de cabeça para que Mia nos deixe a sós, ela fecha a porta deixando apenas Eva e eu. — Sra. Thompson. — Digo e não podia me sentir mais desconfortável. Não sei se devo levar em consideração nossa intimidade do passado e chama-la de Eva ou não, então opto pela formalidade. E pela sua gargalhada foi a opção errada. — É bom saber que você ainda consegue me fazer rir depois de tantos anos. — Ela diz vindo em direção as duas cadeiras em frente a minha mesa, e se senta em uma delas. — Como tem passado, docinho? — Pergunta cruzando as pernas.

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— O que você quer, Eva? — Pergunto desistindo do tratamento formal. — Vim convida-lo para almoçar hoje, para falarmos de negócios. — Seu marido vai também? — Pergunto desconfiado. — Carlson está ocupado hoje, então será somente eu e você. — Ela diz com um sorriso sugestivo. — Obrigado, mas creio que terei que recusar sua oferta. Não acho uma boa ideia ficarmos sozinhos. — Porque, tem medo de não resistir a mim? — Pergunta empinando o nariz e é minha vez de gargalhar. Ela continua maravilhosa, é verdade, mas não me atraí como quando eu era novo e irresponsável. Agora eu tenho Savannah, muito mais linda e perfeita. — Não se preocupe, tenho um bom controle sobre mim mesmo. — Então venha almoçar comigo. Precisamos conversar sobre sua proposta, você precisa me convencer, porque Carlson não vai fechar contrato nenhum sem a minha aprovação. — Você está brincando, não é? — Não, falo muito sério. Além de ser sua advogado sou sua esposa, ele sempre pede minha opinião, tanto profissional como pessoal, sobre seus negócios. — Não dá para acreditar. — Digo encarando-a incrédulo. — Nunca ouviu falar que atrás de um grande homem sempre há uma grande mulher? — Não quero almoçar com você, mas se é para falar sobre essa parceria acho que não tenho escolha. — E não tem mesmo. — Um sorriso lento e vitorioso surge em seus lábios. — Muito bem, então vamos. — Digo. Meu bom humor todo indo para o ralo.

Savannah — Estou me sentindo a personagem principal em um filme de espionagem muito ruim. — Digo para Shanon. — Uma das personagens principais você quis dizer, não é? — Estou com medo do que vamos descobrir. — Confesso enquanto esperamos escondidas dentro do carro, que Jane saia do mercado. — A essa altura, eu só quero é descobrir o que está acontecendo. Se for coisa boa ou não, depois a gente lida com isso, só sei que não podemos deixar que eles continuem brigando e se afastando cada vez mais. — Eu sei, mas...Olha, a Jane está saindo. — Digo quando a vejo saindo do mercado com várias sacolas de compras.

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Shanon liga o carro e esperamos alguns segundos até sair do estacionamento e continuar seguindo Jane. — Tem certeza que ela não vai ver o nosso carro indo trás dela, não é? — Não se preocupe, estou mantendo uma boa distância. Além do mercado, Jane parou na farmácia e em algumas lojas, não se encontrou e nem falou com ninguém. Quando pegou a única estrada que liga Dallas a Wills Point, concluímos que ela estava voltando para casa e paramos de segui-la. — Acho que teria sido fácil demais se tivéssemos descoberto o segredo logo no primeiro dia. — Shanon diz como um consolo para nosso fracasso. — É. — Digo desanimada. Estou tão ansiosa para descobrir qual é o problema de Jane, sei que não deveríamos estar nos metendo na vida dela e de Seth, mas eu sinto que algo grave está fazendo Jane agir dessa forma que não lhe é característica. — Não desanime, sis. Vamos continuar de olho, e ei, talvez nem precisemos nos envolver, vamos torcer para que eles acabem resolvendo isso por conta própria. — Shanon diz, mas ambas sabemos, sentimos, que a coisa é muito mais complexa do que isso. Shanon guia o carro pelo campus até o estacionamento perto do seu dormitório. Nos despedimos quando me afasto de seu carro. — Não se esqueça do jantar para apresentar Miguel amanhã à noite. — Pode deixar, estarei lá. — Digo e me viro completamente para o outro lado, indo em direção ao meu próprio dormitório. Chegando perto do familiar prédio de pedra com estilo gótico, vejo Vince e na mesma hora me viro e começo a fazer o caminho oposto, torcendo para que ele não perceba minha presença. — Savy. — Não, não tenho sorte. Nunca pensei que fosse sentir isso, mas já está me irritando essa perseguição de Vince, o cara está se transformando em um verdadeiro stalker. — Espera, Savy. — Escuto seus passos apressados e caminho mais rápido, fingindo que não é comigo. — Hey, espera. — Ele entra na minha frente, me fazendo parar abruptamente para não trombar nele. — Me deixe em paz, Vince, eu já disse que aquele lance de tentarmos ser amigos já era. Me esquece. — Digo sem receio de ferir seus sentimentos, isso é, se ele de fato sente algo por mim, o que eu duvido, se não ele teria dado mais valor ao nosso relacionamento ao invés de sair me traindo por aí. — Eu já disse que não consigo. — Ele diz tentando parecer apaixonado, mas só conseguindo me deixar mais impaciente ainda. Reviro os olhos e passo por ele, mas ele segura meu braço me fazendo parar.

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— Você não foi ao jogo, você disse que iria mas não foi. Nós perdemos. — Eu fiquei sabendo. — Digo friamente. — Eu disse que sua presença me dava sorte. — Agora é culpa minha que vocês perderam, é? — Digo me virando para ele e cruzando os braços. — Não, claro que não. Eu só...É que...Olha, Savy, eu te amo, ok? Não sei mais o que eu posso fazer ou falar para te provar isso. — Ah, você já fez demais, pode ter certeza. — Digo sarcasticamente. Vejo magoa em seus olhos, e por um segundo apenas, sinto pena. Mas ela logo vai embora. — O que eu posso fazer, me diga, eu faço qualquer coisa para ter você de volta...Qualquer coisa. — Vince, olha...Eu estou namorando, ok? Eu segui em frente, e acho que você deveria fazer o mesmo. — Vejo magoa, tristeza, ciúmes e raiva passarem por seu rosto. — Namorando? Com quem? — Ele assume uma postura que até me dá um pouquinho de medo. — Com... — Tudo bem, meu namoro com Justin era para ser segredo. Merda, você e essa boca grande, Savannah. — Não te interessa com quem. — Não precisa dizer nada, eu já faço ideia de quem seja...Parece que aquela cara não ouviu meu conselho, não é? Acho que vou ter que dar uma surra nele de novo. — Vince diz ameaçador. — Ah, me poupe. Você o pegou desprevenido. — Repito o que Justin havia defendido com tamanha veemência naquela noite. Ele garantiu que se não fosse o elemento surpresa, ele teria acabado com Vince. — Esse é o único motivo de você ter conseguido acerta-lo. Agora, me deixe em paz, ok? Eu e o Justin. Estou falando muito sério, Vince. — Digo fazendo a cara mais seria que consigo e vou embora, dessa vez para meu alívio, ele não me segue ou tenta me impedir. “Meu Deus, esse cara precisa de uma namorada. E rápido.”  Mal digo oi quando a porta se abre, e Justin me agarra e me puxa para dentro. Sua boca vem desesperada de encontro com a minha, como se não nos beijássemos há semanas. — Meu Deus, o que é isso? — Pergunto sem fôlego quando ele finalmente dá uma trégua a minha boca e começa a depositar seus beijos apaixonados por toda a extensão de meu pescoço. — Senti sua falta. Preciso de você para salvar meu dia. — O que aconteceu? — Pergunto aproveitando de suas caricias e envolvendo seu corpo com meus braços.

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— Problemas na empresa. Uma certa pessoa querendo ferrar com meu contrato com a Thompson Reuters Company. — Sua voz sai estranha e abafada por que sua cabeça está enterrada em meu pescoço. — Qual o proble... — Começo a perguntar, mas sua boca volta a atacar a minha. — Não quero falar disso agora, não quando tenho você em meus braços e uma utilidade muito melhor para minha boca. Justin me arrasta em direção ao sofá da sua sala, sem nunca quebrar o contato entre nossos corpos e nossa boca. Suas mãos viajam freneticamente pelo meu corpo, me apalpando, me acariciando e me apertando. Minhas mãos também viajam por seu corpo, sinto os músculos do seu peito forte e os gominhos do seu abdômen sarado, depois escorrego minhas mãos até sua bunda perfeita e aperto com força, o que faz com que Justin solte um grunhido primitivo e cheio de desejo. Ele me joga no sofá e agarra minhas pernas, num movimento tão rápido que parece ensaiado, Justin tira minha calça e minha calcinha. Quando o vejo se ajoelhando diante do sofá, começo a tremer em antecipação. Ele segura minhas coxas e me obriga a abrir minhas pernas o máximo possível. Normalmente ele gosta de me provocar, começando suas caricias com a boca bem devagar, mas não dessa vez. Ele enterra sua cabeça entre minhas pernas e assim que sinto o primeiro contato de sua língua contra meu sexo, solto um grito misturado com gemido. “Isso é bom demais.” Como tudo que Justin faz, ele é o melhor. Ele faz os movimentos certos, na velocidade certa e nos pontos certos, não podendo me provocar outra reação se não me agarrar ao sofá e gemer sem pudor algum. Enfio meus dedos em seus cabelos escuros e macios e os puxo diante da intensidade do meu prazer. Os barulhos provenientes do que sua boca está fazendo comigo são tão eróticos, tão excitantes, que juntamente com as caricias de sua língua morna, me levam até a borda. — Justin...Vou gozar. — Gemo para ele. Justin intensifica as lambidas e os chupões e sinto meu orgasmo desabrochando lindamente como uma flor na primavera, e me atingindo com força suficiente para me deixar sem ar. Arqueio as costas, abro a boca em uma suplica gloriosa e silenciosa e vejo tudo ao meu redor fora de foco. Meu corpo treme e meu coração bate acelerado, logo aquele bem estar pós-orgástico domina meu corpo e sinto todos os meus músculos relaxando. Fecho os olhos e tento fazer o ar voltar a entrar normalmente em meus pulmões.

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“Caramba, esse foi dos bons!” Claro que com Justin, todos os meus orgasmos são de me fazer querer subir pelas paredes, mas tem vezes que eu acho que ele consegue se superar. Quando escuto o barulho de um zíper se abrindo, espio com um olho e vejo Justin já completamente nu vindo para cima de mim. Seu corpo se encontra com o meu, me cobrindo como um cobertor quente e muito gostoso. Sua boca captura a minha e a ponta de sua ereção se encaixa em minha entrada. — Eu te amo, Savannah. — Ele sussurra para mim e então me penetra, mas apenas um pouco. — Eu te amo. — Ele repete e me penetra mais um pouco. Sua ereção me invadindo dolorosamente devagar. — Eu te amo, eu te amo, eu te amo... — Quando ele está todo dentro de mim, Justin fecha os olhos com força e solta um gemido. — Deus, eu queria ficar aqui para sempre. Você é o paraíso, o meu paraíso. — Seus olhos azuis tão lindos se abrem e me encaram com tanto amor que sinto um arrepio percorrer meu corpo e uma sensação estranha, porém gostosa, se acomodar em meu estômago. — Eu te amo, Justin. — Digo e percebo que minha voz sai rouca pela emoção. O que está acontecendo aqui é tão simples, mas eu juro que sinto o amor de Justin irradiando até mim, e ele é tão poderoso. Sinto algo em meu coração que me faz ter vontade de chorar. É como se algo dentro de mim estivesse despertado pela primeira vez. A percepção assustadora do que eu sinto por Justin é algo além da minha capacidade de compreensão, algo além do que se é possível exprimir em palavras, e mesmo assim, diante de algo tão grande a apavorante, me sinto leve, em paz. Sentindo Justin me penetrando lentamente, percebo o que ele está querendo me dizer, mesmo sem as palavras exatas. Não estamos transando, fazendo sexo ou qualquer outro nome que você queira chamar. E também não estamos só fazendo amor, é muito além. Estamos nos conectando, fundindo nossos corpos e nossos corações para nos tornarmos um só. Sentindo as investidas de Justin contra mim e os beijos apaixonados ao longo do meu pescoço e meu rosto, e depois de perceber algo tão importante sobre nossos sentimentos, não consigo mais controlar e permito que algumas lágrimas escorram pelo meu rosto. — O que foi, meu amor? — Justin pergunta suavemente quando percebe que estou chorando. — Eu nunca achei que fosse me sentir tão feliz como agora. — Digo, minha voz parecendo o sopro fraco do vento.

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— Eu nunca achei que fosse amar alguém, obrigado por me mostrar que eu estava errado. Obrigado por me amar de volta. — Ele diz e percebo que está falando sério e de fato me agradecendo por retribuir seus sentimentos. — Justin. — Seu nome sai de meus lábios em um sussurro um segundo antes dele me beijar. Eu nunca tive tanta certeza antes na minha vida como a que eu amo Justin. E tenho certeza agora também, que eu vou enfrentar quem quer que seja que for contra nosso amor. Não vou deixar ninguém me tirar dos braços de Justin e vou lutar por nós dois, mesmo que seja contra minha família. Nosso amor vale a pena.

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Despedida de solteiro Savannah — Nós temos tão pouco tempo, logo vou ter que voltar para o escritório, não atenda. — Justin diz puxando meu corpo nu para junto do seu, me impedindo de chegar até meu celular que toca estridentemente. Meus protestos são silenciados por seus lábios gentis. Suspiro de prazer e me perco em suas caricias, o celular e aquele que me liga logo esquecidos. Quando a pessoa do outro lado insistentemente liga mais uma vez, Justin solta um suspiro exasperado e me solta. — Atenda e depois desligue esse aparelho maldito. Pego o celular e atendo sem olhar o visor. — Alô? — Aleluia, sis. Porque você não atendeu quando liguei a primeira vez? — A voz de Shanon chega aos meus ouvidos com interferência. — Oi, Shanon... — Me deito na cama segurando o aparelho com uma mão e o lençol, cobrindo meus seios, com outra. — É que eu estava...Humm...Ocupada. — Olha, te liguei por causa de Jane, ela está vindo para a cidade. Se você chegar até aqui nos próximos vinte minutos conseguiremos seguila e... — Sinto muito, mas eu não vou poder fazer isso hoje. — Sorrio e bato na mão de Justin quando ele tenta puxar meu lençol para deixar exposto meus seios. Ele não gosta que eu me cubra, diz que eu sou linda e que gosta de me observar, o que me deixa um pouco sem graça, é estranho ter ele olhando meu corpo o tempo todo. — Shanon, já estamos nisso há uma semana e não descobrimos nada, a não ser a frequência com que Jane vai ao supermercado e a farmácia. — Digo assim que minha irmã começa a protestar. — Talvez você tenha razão, talvez não. Você não acha que ela percebeu que estamos a seguindo e vem nos despistando a semana inteira, acha? — Será? É possível, mas acho que não. — Respondo. — Tudo bem, de qualquer forma, vou segui-la sozinha hoje, se não acontecer nada que indique o porquê do comportamento estranho de Jane, essa história de segui-la acaba aqui. — Por mim tudo bem, apesar de me deixar triste que não tenhamos conseguindo descobrir nada para ajudar Seth.

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— Eu sei, eu também. — Ela responde com uma voz triste. — Espero que se acertem sozinhos. — Qualquer novidade me avisa, ok? — Tudo bem, até mais sis. — Até. — Encerro a chamada e devolvo o celular para o seu lugar. — Que conversa estranha foi essa? — Justin me puxa para seus braços e eu descanso minha cabeça em seu peito. — Você vai rir, ou não. Mas eu e Shanon temos seguido Jane para tentar descobrir o que está acontecendo com ela. — Sério isso? — Muito sério. Eu te disse o quanto queria ajudar meu irmão, mas infelizmente não descobrimos nada seguindo Jane. E pelo que eu sei, as coisas não estão muito melhores entre ela e Seth. — Digo com pesar. — Sinto muito por isso, linda. — Sorrio ao ouvi-lo me chamando de linda. Ah, como eu adoro quando ele me chama de linda, amor, princesa ou esses outros apelidos carinhosos. Justin tem se mostrado um namorado muito atencioso, carinhoso e romântico. Certa vez quando estávamos na cama, um nos braços do outro logo depois de fazermos amor, ele me confessou que estava muito inseguro e com medo de não saber me tratar como eu merecia, que devido a sua falta de experiência nesse quesito, não sabia como ser um bom namorado, mas estava mais que disposto a aprender se eu tivesse paciência com ele. Difícil acreditar em suas palavras quando eu me sinto a mulher mais feliz e amada do mundo, para mim sua dedicação compensa sua falta de experiência em namoros, e ele tem se saído maravilhosamente bem em ser meu companheiro. Claro que Justin tem seus defeitos, e que às vezes provocam alguns atritos, mas todos somos assim. — Espero que com o casamento da Kim e do Jax, eles se acalmem o suficiente para resolverem os problemas sem brigar mais. — Nossa, não acredito que o meu irmãozinho vai se casar. Estou tão feliz por ele. — Justin diz com orgulho na voz. — Ele e a Kim formam um casal tão bonito, não é? Também estou muito feliz que eles finalmente vão se casar. — Quando é mesmo que vocês vão buscar o pessoal no aeroporto? — Amanhã. Gwen e Aiden e a tia Bárbara devem chegar no começo da tarde. Titio vai chegar um dia antes do casamento, junto com um amigo de Kim, Preston. — Droga. — Justin diz ao ver que horas são. — Preciso voltar para o escritório. Sinto falta do seu contato, do seu calor, no mesmo instante em que ele se levanta apressadamente da cama.

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Observo com um sorriso travesso quando ele volta do banheiro, com o cabelo ainda molhado do banho, e se veste. Justin tem um corpo maravilhoso, toda vez que ele começa a tirar as roupas na minha frente, meu coração bate mais rápido pelo desejo e pela necessidade de vê-lo em toda sua glória. Mas devo admitir, nunca achei que vê-lo se vestir fosse tão excitante quando vê-lo se despir. Justin é absolutamente sexy em tudo que faz, até mesmo quando está cobrindo aquele corpo feito para o pecado.

Justin — Senhor, a Sra. Thompson está aqui e deseja vê-lo. Era só o que me faltava agora. O que será que ela quer dessa vez? Pelo menos pior que aquele almoço maldito não pode ser, ainda não acredito que ela tenha me dito aquelas coisas. — Tudo bem, pode deixa-la entrar. — Digo com muita má vontade. Quando Eva entra, faço questão de mostrar meu aborrecimento por vêla, deixando a expressão carrancuda. Ela senta-se em uma das cadeiras a minha frente sem ser convidada, age como se fosse dona do lugar e isso me irrita pra caralho. — O que você quer? — Digo sem rodeios e sem me preocupar se estou sendo grosseiro. — Vim saber qual é a sua resposta, afinal você não me procurou ou me telefonou. — Eu já te disse a minha resposta naquele almoço, onde você me fez aquela proposta infame. — Sei disso, mas achei que talvez você quisesse reconsiderar, afinal é a sua carreira que está em jogo. — Ela diz com um sorriso satisfeito que embrulha meu estômago. Não acredito que ela tenha vindo aqui para falar daquela proposta, não, chantagem é a palavra mais correta, depois de tudo o que eu disse naquela tarde. — A minha resposta é a mesma. — Você tem consciência que se sua resposta continua sendo não, eu vou persuadir Carlson a assinar o contrato com outra empresa, e não com a Townsend, não é? — Você foi muito clara quando me chantageou na primeira vez, e como eu disse minha resposta continua sendo não. — Digo decidido. — Você vai perder um dos maiores contratos, se não o maior, por causa desse seu orgulho bobo e daquela mulherzinha que... — Não ouse falar nela, ok? — Digo com raiva quando ela coloca Savannah no meio.

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Como o meu relacionamento com Savannah ainda é segredo, a única coisa que eu contei para Eva era que eu estava apaixonado e muito feliz com uma mulher só, claro que ela não aceitou a minha recusa a ceder a sua chantagem muito bem. — Nossa, quanta disposição em defender a mulher misteriosa. Nunca achei que esse dia chegaria, você esta mesmo apaixonado, Justin? — Eva lança-me um olhar cético. — Eu a amo com todas as minhas forças, é por isso que eu arriscaria tudo, inclusive um contrato milionário, por ela. — Digo com ferocidade. — Você tem certeza disso? Aposto que seu chefe não vai gostar nada de você ter perdido o contrato para a concorrência. — Nós não vamos perder. Você pode até tentar persuadir seu marido a assinar com outros, mas Carlson é um homem de negócios, ele sabe que nós somos a melhor escolha. — Você não está mesmo levando a sério o meu poder de influencia-lo, não é? Muitos contratos já foram fechados por minha causa, assim como muitos não foram. Eu sou a advogada dele, e caso meus argumentos como profissional não consigam o que eu quero, você pode imaginar que eu tenho outros meios para persuadi-lo. Você mesmo já experimentou alguns deles, e devo dizer que eu melhorei muito com os anos. Sinto meu estômago se revirar com as lembranças que suas palavras me trouxeram. Quem me dera eu pudesse tirar tudo de sórdido que eu fiz no passado, com ela e com todas as outras. — Acho que vou arriscar. Se for só isso que você veio fazer aqui, pode ir. — Levanto-me de minha cadeira e aponto para a porta, num convite nada amistoso para que ela suma de uma vez. Eva se levanta, mas não se encaminha para a porta, ao invés disso dá a volta na mesa e se aproxima, meu corpo fica tenso na hora e dou um passo para o lado oposto. — Ela realmente vale tudo isso? Duvido que ela concorde em fazer todas as coisas que eu fazia e que eu sei que você adora. — Ela diz num ronronar sedutor, sua mão alisando minha gravata azul escuro que combina com meus olhos. — Ela vale mais do que você possa imaginar, não tem nada que eu não faria por ela, e principalmente, não tem nenhuma chance de eu fazer algo que vá magoa-la e machuca-la. — O que os olhos não veem, o coração não sente. — Ela diz com aquele sorriso predatório, que um dia, há muito tempo atrás, me excitava. Mas não mais. Seguro sua mão que agora começava a deslizar de minha gravata para meu peito. — Eu a amo. Aceite isso e vá ser feliz com seu marido, e me deixe em paz.

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— Ah Justin, você já se esqueceu como é estar comigo. Garanto que uma vez que você se lembre, não vai mais ficar fazendo declarações para essa mulher que você acha que ama, e vai voltar para mim rastejando, desesperado pelo tipo de prazer que só uma mulher como eu pode te oferecer. — Isso não tem a menor chance de acontecer. Agora, faço o favor de se... — Não tenho tempo para terminar minha frase, porque Eva se atira em meus braços tão subitamente que meu tempo de reação é mínimo, dando-lhe uma brecha para juntar sua boca com a minha. Seguro seus braços e tento afasta-la, mas suas mãos se entrelaçam em meu pescoço e a mantem firmemente colada a mim. Sendo assim, tento livrar meu pescoço de suas garras, mas até que consiga sua boca continua na minha, me provocando tanto nojo e repulsa que sinto que posso vomitar a qualquer instante. Quando finalmente consigo me livrar dela, a empurro sem pensar nas consequências de uma possível queda, ela de fato se desequilibra mas se mantem em pé e não cai. Esfrego minha boca com força tentando me livrar de qualquer resquício de Eva, havia prometido a mim mesmo quando me descobri apaixonado por Savannah, que meus lábios – assim como eu por inteiro – seriam apenas da minha linda Little Nips. Sinto muita raiva de Eva por me fazer quebrar minha promessa. — Saia daqui! Agora! — Grito tão alto que tenho certeza que todos no andar ouviram. Eva parece surpresa e por um momento, assustada com minha reação. É bom mesmo que ela sinta medo, que ela veja o quão sério estou falando. Vendo que ela nem ao menos saiu do lugar, agarro-a pelo braço de uma forma rude e que deve estar machucando-a e a arrasto até a porta. — Diga o que quiser ao seu marido, não me importo. Só não quero ter que ver sua cara novamente. — Esbravejo com fúria, quando abro a porta e a jogo para fora. A surpresa inicial dá lugar a raiva, e Eva me fuzila com os olhos. Ainda mais por ter algumas pessoas no corredor e que acabaram de testemunhar sua expulsão, deixando-a humilhada e furiosa. — Você vai se arrepender disso, Justin. — Ela diz com os dentes cerrados. — Esse contrato vai ser a primeira coisa que você vai perder. Depois será seu emprego, depois sua vadiazinha e por último sua dignidade, quando você vir me procurar rastejando e implorando para que eu o perdoe e aceite de volta. Você vai se arrepender amargamente por essa humilhação e por todas as outras que me fez passar no passado. Se ela pretendia dizer algo mais, não sei, pois bati a porta com força em sua cara.

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Fecho e abro os punhos repetidas vezes, sento-me novamente a mesa e tento com todas as minhas forças me acalmar, mas essa mulher conseguiu me fazer explodir. Depois de alguns minutos, quando percebo que minha raiva não se abrandou, sei que só tem uma pessoa que pode me fazer esquecer de Eva e de minha raiva. — Oi, meu amor. — A voz animada de Savannah me recebe assim que ela atende a ligação. Um sorriso imediato se forma em meus lábios, e como se fosse milagre, sinto a raiva se apaziguando dentro de mim. “Meu Deus, o que essa mulher faz comigo!” — Oi, minha princesa. Pela sua recepção posso presumir que está sozinha? — Estou, mas não por muito tempo, logo teremos que buscar o pessoal no aeroporto. — Ah é verdade, não quero te atrapalhar, mas estava com saudades, precisando ouvir sua voz. — Digo recostando a cabeça na cadeira e fechando os olhos, imaginando ela segurando o celular e conversando comigo, com aquele sorriso lindo no rosto. — Que bom que você ligou, também estava com saudades. — Vamos nos ver hoje à noite? — Pergunto apesar de sempre nos vermos, por isso quando ela excita, pressinto que hoje a noite será diferente. — Não sei, amor. Agora que a Gwen vai vir para cá, a Kim vai querer sair, ter uma noite de meninas ou sei-la. E ainda tem a despedida de solteiro amanhã. Falando nisso, você sabe o que os meninos pretendem fazer? — Nada está definido ainda, que eu saiba. — Você vai? — Ela diz com a voz menos animada. — Bem, é a despedida do meu irmão, então vou sim. — De repente, quando percebo o que está por trás de sua pergunta, sinto um sorriso ainda maior se espalhar por meu rosto. — Porque, está com ciúmes? — Humm, isso depende de onde será essa tal despedida. — Eu rio. — Não se preocupe, não sei exatamente os planos de Jax, mas duvido que seja algo que vá desagradar minha princesa ciumenta. — Mitchie escutou uma conversa de Jason com Aaron, eles estavam falando sobre a despedida de Jax ser num clube de stripers. E a Kim também acha que vocês vão aprontar. — Ela diz com certo desconforto na voz. — Acho muito difícil que Jax vá concordar com isso de stripers, amor. Você e Kim não precisam se preocupar. — É, na verdade isso tem mais a cara do Jason mesmo.

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— Mas e vocês, tenho que me preocupar com essa despedida de solteiro? — Eu não faço a mínima ideia do que a Kim pretende, ela foi muito vaga. Apenas disse que ela mesma iria organizar a despedida, porque se dependesse de nós tudo seria muito sem graça. — Bem, se tratando da Kim, eu espero qualquer coisa. O que me deixa tranquilo, é que se ela quiser fazer qualquer coisa mais maluca, o Jax vai botar um freio nela. Mas de qualquer forma, tenha juízo amanhã. Ela ri e meu bom Deus, parece com a risada de um anjo, um som quase divino e que arrepia meu corpo. Será que algum dia isso vai mudar, vou me acostumar a ela e essas sensações? — Você também, hein. — Pode ficar tranquila, linda. Mas agora, vou desligar, tenho que trabalhar. Se você conseguir escapar de qualquer programa que a Kim tenha em mente para hoje à noite, apareça para me fazer uma surpresa. — Infelizmente não tenho mais nenhuma lingerie nova com que te surpreender. Acho que vou ter que ir sem nada por baixo, então. — Ela diz com a voz baixa, e imagens de Savannah nua invadem minha mente e eu gemo. — Baby, não faça isso comigo. Como você espera que eu vá para a minha reunião com uma baita ereção? — Se vire, bonitão. — Ela diz rindo. — Cuide disso você mesmo por agora, e eu prometo que na próxima vez que nos virmos, eu cuido para você. Gemo de novo ao telefone. Como, como ela consegue ser essa mistura perfeita de uma mulher sensual e tímida? Isso me enlouquece! — Você está me provocando, linda. Vou ter que cuidar de você mais tarde. — Digo maliciosamente. — Estou contando com isso. — Ela diz e simplesmente desliga, e me deixa encarando o celular, me perguntando como é possível que a cada dia eu a ame mais.

Savannah — Lá estão eles. — Kim dá um grito animado e sai correndo em direção a sua melhor amiga, Gwendolyn, e seu marido, Aiden. Eu já havia visto Gwen uma vez, mas seu marido é a primeira vez que vejo. Quanto mais me aproximo dele, mas percebo como ele é incrivelmente lindo. Loiro, olhos claros, e um corpo que pelo que dá para perceber, é forte e rijo. Ele está usando uma calça jeans surrada, uma camisa social preta com as mangas dobradas, expondo algumas tatuagens, e um coturno. Sua postura é intimidante, diz claramente “não mexa comigo” e admito, é

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muito sexy esse estilo bad boy. Antes de Gwen se afastar dele para abraçar Kim, seu braço estava protetoralmente ao redor da esposa. Não a muito que dizer da melhor amiga da minha prima, ela é linda. Cabelos castanho escuro e traços lindos e suaves, como eu me lembrava. Gwen e Aiden formam um casal lindo, e somente pelo jeito que se portam perto do outro, posso dizer que são completamente apaixonados. Shanon se aproxima comigo do casal recém chegado, assim que Kim solta Gwen eu e Shanon a cumprimentamos, e em seguida Aiden nos é apresentado. Contrastando com sua aparência intimidadora, ele nos dá um sorriso lindo e charmoso. É, Gwen é uma garota de sorte. Tia Bárbara diz algo sobre Kim ter corrido abraçar Gwen primeiro e não ela, Kim diz algo para sua mãe, parecendo provoca-la e então a abraça. Depois é a vez de Shanon e então finalmente a minha. Colocamos as malas no porta malas do carro e seguimos para a fazenda. Aiden e Gwen ficarão na casa dos Cord, enquanto os pais de Kim ficarão lá em casa. Quase uma hora depois, quando chegamos à fazenda, mal estacionamos o carro e mamãe sai correndo de casa e segura sua irmã em um abraço apertado. Muita conversa, abraços e apresentações seguem. Mamãe havia preparado um verdadeiro café, com tudo que se tem direito, para nossos convidados. No final da tarde Shanon e eu nos despedimos de todos e pegamos o carro, guiando de volta para Dallas. Ela parece muito diferente agora que estamos sozinhas e confinadas no ambiente pequeno do carro, ela está quieta demais e com um olhar preocupado. — Algo errado, sis? — Pergunto depois de mais de meia hora de silêncio. — Eu ainda não sei, talvez. — Como assim? Você e o Miguel brigaram, é isso? — Não, Miguel e eu estamos ótimos. O problema é a Jane. — O que aconteceu, você finalmente descobriu algo? Fale logo. — Digo me empertigando no banco, minha voz soando urgente demais até para mim. — Eu não sei se é relevante, se tem algo a ver com o problema entre ela e Seth, provavelmente não. Mas quando eu a estava seguindo ontem, bem, ela foi para o posto de saúde, e ficou um bom tempo lá dentro. — Ela pode ter tido uma consulta médica rotineira, nada demais. — Comento.

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— Poderia ser, se ela não tivesse saído de lá aos prantos. Não a segui até lá dentro, estacionei o carro perto o suficiente para ver quando ela saísse, mas para que ela não me enxergasse. Quando ela saiu do posto de saúde estava visivelmente abalada, chorando muito apesar de tentar disfarçar, e tremia também. Derrubou as chaves e mal conseguiu abrir o carro de tanto que tremia. Ela ficou uns bons vinte minutos dentro do carro chorando. Fique tão preocupada, Savannah, queria ir até lá e falar com ela, perguntar o que estava acontecendo. Mas acabei não indo, então de repente ela se recompôs e seguiu o caminho de volta para Wills Point. — Você acha que... — Engulo as palavras amargas, mas elas voltam e me obrigam a proferi-las. — Você acha que tem algo de errado com Jane? Que talvez ela esteja doente? — Não faço ideia, mas algo aconteceu, com certeza. Mas sabe que faz sentindo, se ela está com algum problema grave de saúde, seria motivo suficiente para ela agir estranhamente. E as suas idas misteriosas até Dallas, talvez ela esteja indo em consultas médicas. — Mas, porque não contar para Seth, para todos nós? Assim poderíamos apoia-la no que quer que seja. — Shanon balança a cabeça tristemente e minha pergunta paira no ar, sem resposta. Por favor, Deus, que não tenha nada de errado com Jane. Por favor. — O que você acha que devemos fazer com essa informação? Confessar para Jane o que você viu e exigir uma explicação? — Talvez? — Ela me lança um olhar questionador e percebo que ela não faz a mínima ideia do que devemos fazer agora. — Acho que sim, devemos falar com ela. Nos metermos no casamento dos outros não é nada agradável e educado, mas talvez se conversarmos com ela e blefarmos, se dizermos que sabemos que tem algo de errado com sua saúde e que queremos ajuda-la, então talvez ela conte tudo de uma vez. — Mas que merda, ela tinha que contar tudo para Seth, não para nós. Não quero ficar numa posição difícil com Jane, muito menos com Seth. — Mas é o que temos que fazer, se ela não procura ajuda da família, então teremos que ajuda-la na marra. Seja o que for, ela não pode enfrentar isso sozinha. — Concordo. E além do mais, pode ser que não seja nada disso, não é? Ela pode estar saudável como um cavalo e nós é que estamos vendo coisas. — Franzo a testa com sua comparação, e torço para que ela tenha razão, mas algo no meu coração diz que não é nada disso, que Jane está com algum problema de saúde e alguma noticia perturbadora a fez chorar escondida em seu carro ontem. — Temos que falar com ela, logo depois do casamento de Jax. — Digo com uma voz sombria, e com o coração pesado de preocupação. 

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— Isso seria divertido. — Com certeza. — Kim concorda com Gwen enquanto descemos as escadas rindo. Alyssa e Mark organizaram um grande almoço para juntar as duas famílias antes do casamento, mais para um momento de descontração, e alguns amigos foram convidados também. Como Mitchie e o namorado Aaron, Jason – primo de Aaron – além de é claro, Gwen, Aiden e Miguel. Shanon, Mitchie, Kim, Gwen e eu fomos para cima depois do almoçar para fofocarmos e tentarmos arrancar de Kim, o que ela pretende para sua despedida de solteiro, hoje à noite. É claro que são as damas de honra que deveriam cuidar disso e fazer uma surpresa para a noiva, mas como com Kim nada é convencional, ela é quem nos surpreenderá. Quando estamos chegamos ao pé da escada, escutamos a voz de um Jason muito indignado vindo da sala ao lado. — Não acredito que vocês vão cortar meu barato. Qual é, isso é uma despedida de solteiro ou o que? — Hey, o que está acontecendo? O que vocês fizeram para deixar esse menininho emburrado? — Kim curiosa entra na sala e pergunta, bagunçando o cabelo de Jason como se ele fosse uma criança. O que às vezes eu acho que ele é. Jax, sentado no sofá ao lado de Justin, estende a mão e quando Kim a segura, ele a puxa para sentar em seu colo. Aaron puxa Mitchie para seus braços e Gwen se aproxima de Aiden, que também está na sala, e abraça sua cintura. Shanon vai se sentar ao lado de Miguel, no outro sofá, e ele funga em seu pescoço, a fazendo rir e se encolher. Não consigo me segurar e meu olhar se volta para Justin, ele me encara disfarçadamente e eu lhe dou um sorriso rápido e tímido. Olhando em seus lindos olhos azuis, posso até adivinhar o que ele está pensando agora, com todos esses casais e suas demostrações de afeto. Ele queria me puxar para si e me abraçar, ele queria poder demostrar nosso amor na frente de todos, como nossos amigos. Ao invés disso, temos que ficar separados, fingindo estarmos indiferentes com a presença um do outro. “Em breve, em breve contaremos a todos.” O casamento de Kim é amanhã, depois disso falaremos com Jane e tentaremos faze-la confessar qual é o problema, para tentarmos ajudala e ao meu irmão. E logo,logo mesmo, quando nossas famílias estiverem menos alvoroçadas com essa história de casamento e brigas conjugais, vamos contar para todos. Não vamos mais esconder nosso amor, e ele vai poder me abraçar em público sempre que quiser. — Não é nada meu amor, é só o Jason...Bem, sendo Jason. — Jax diz para Kim.

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— Aposto que se eu conversasse com a Kim, ela seria muito mais compreensiva do que vocês, idiotas. — Jason diz e vejo a curiosidade nos olhos da minha prima. — Então fale de uma vez. — Ela diz encarando Jason. — Cara, não. Deixa para lá. — Jax diz em um tom menos amistoso. — É, Jason. Esquece, se você quer ir, vá sozinho. — Aaron diz. — Ah meu Deus, fale logo. — Kim reclama. — O negocio é o seguindo, gata. — Jason começa a dizer com aquele jeito tão característico dele. — Eu quero dar ao seu noivo, uma verdadeira despedida de solteiro, uma que ele nunca irá esquecer, acontece que esses perdedores estão barrando minha ideia. — Ele aponta para os “perdedores” na sala. — E como seria uma verdadeira despedida de solteiro? — Kim pergunta com um sorriso divertido. — Num bar de stripers, é óbvio. — Jason responde como se Kim fosse idiota. — Mas nós já falamos para ele que não vai rolar, ele só não entendeu isso ainda. — Jax se apressa em explicar. — Porque não vai rolar? — Kim pergunta e Jax a olha confuso, como se fosse óbvio e ela não precisasse perguntar. — Ann, porque é um bar de stripers. — Ele diz a palavra lentamente, como se testando se Kim realmente sabe o significado. — Onde mulheres ficam nuas, algumas até se esfregando e você e, hum, outras coisas acontecem. — Desde que seja só para olhar, não vejo problemas. — Kim diz naturalmente, e a reação que vem a seguir é de puro espanto, todos olham para ela parecendo por um momento em choque. Jax a olha como se ela tivesse acabado de lhe dar um tapa. — Você está dizendo que por você tudo bem irmos a um lugar para ver mulheres peladas? — Ele parece não acreditar na compreensão da noiva, na verdade nem eu. — Desde que seja só para ver. Jax fica sem saber o que dizer, os meninos se olham com confusão e Jason começa a rir. — É por isso, cara... — Ele aponta o dedo para Kim. — Que eu amo a sua noiva. É isso aí, essa noite será épica. — Ele diz dando um soco no ar com demasiada empolgação. — Você está falando sério, Kim? — Justin pergunta, ainda surpreso pelo inesperado rumo daquela conversa. — É claro, cunhadinho. Mas, bem, tem uma pequena condição. — O que? — Jax pergunta curioso.

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— Ah não é nada demais, só que se vocês meninos vão se divertir, nós meninas também merecemos ter uma, como Jason disse, verdadeira despedida de solteiros. Vocês vão ver algumas stripers e eu e as meninas alguns gogo boys. — É claro que não! — Justin praticamente grita e todos olhamos para ele surpresos com a veemência e ferocidade que ele diz essas palavras. — Nossa irmão, você não acha que tinha que deixar essa reação para alguns de nós que de fato precisamos nos preocupar? Não é a sua namorada que está propondo ir ver caras pelados. Justin me encara e eu o olho assustada. Ele está começando a ficar vermelho e me lança aquele olhar determinado, me dizendo sem precisar de palavras “sem chance”. Ele está dando bandeira, agindo como um namorado ciumento na frente dos outros. “Droga, Justin. Pare de me encarar, agora.” — Faço das palavras de Justin as minhas. É claro que não. — Aiden que até então estava quieto, diz parecendo de mau humor. — De jeito nenhum. — Aaron diz puxando Mitchie para mais perto. — Nem pense nisso, Shanon. — Miguel diz para minha irmã. — Bem, então nada de stripers para vocês também. — Kim diz e a cara de Jason vai até o chão. — Mas...Mas...Qual é, é uma condição muito razoável, caras. — De jeito nenhum, elas não vão ir ver alguns filhos da puta marombados tirando a rouba. — Aiden diz sério, quase bravo. — De acordo. — Miguel e Aaron dizem, e vejo Justin balançando a cabeça em concordância. Mas o que ele está fazendo? Vão perceber alguma coisa. Tento mandar algum sinal discreto para que ele para de agir assim, mas ele está concentrado demais na negociação da despedida de solteiro para me notar. — Não acredito que você teve essa ideia, Kim. Achou mesmo que isso ia funcionar? Não gostei nada disso. — Jax diz sério, num tom de clara repreensão. — É justo. Se vocês vão fazer, nós também podemos. — Não, ninguém aqui vai fazer nada...Eu disse nada, Jason. — Jax diz duramente para Jason que começou toda essa conversa que culminou em vários namorados enciumados. Jason não me parece nem um pouco feliz quando percebe que essa ele já perdeu, não adianta discutir. — Ótimo, vamos fazer algo sem graça então. — Ele diz emburrado. Deus, ele é mesmo uma criançona. 

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— Ann...Kim? — Sim? — Você tem certeza que é aqui? — Pergunto olhando o lugar com desconfiança enquanto descemos do carro. — Certeza absoluta. — Ela responde com um sorriso largo. Oh não, eu conheço esse sorriso. As meninas logo percebem também e todas encaramos Kim. — O que foi? — Ela pergunta inocentemente. — Kim, isso é um bar de stripers. — Gwen diz o óbvio apontado para o bar que fica do outro lado do estacionamento. — Eu sei exatamente o que é, Gwen. Mas obrigada pelo comentário observador. — Mas eu achei que fossemos a um bar, sabe...Normal. — Mitchie diz. — Ah meninas, vamos nos divertir. Essa é a minha despedida de solteira, afinal. — Kim, se os meninos descobrirem sobre isso...Todos nós tínhamos combinado que hoje a noite não envolveria pessoas nuas, nem para eles nem para nós. — E vocês acham mesmo que eles vão ir a um bar e apenas beber e conversar? Qual é, vocês conhecem os homens melhor do que isso. Eles estão com Jason e Justin, os dois maiores pegadores que eu conheço, essa noite vai ser cercada por peitos e bundas. — Desvio o olhar ao escutar pegador e Justin na mesma frase. “Não se esqueça que ele mudou, Savannah, e ela não sabe disso, ninguém sabe, mas ele mudou.” — Você está dizendo que eles vão ver stripers mesmo depois do que combinamos? — Gwen pergunta. — Como você pode ter certeza? — Já disse, eles estão com Jason e Justin. Merecemos nos divertir também, essa noite será nosso segredinho, lembrem-se, o que acontece na despedida de solteiro, permanece da despedida de solteiro. — Kim dá um sorriso triunfante e marcha em direção a entrada do bar, cheia de mulheres. Ela vai andando rebolando com seu vestido marrom escuro curtíssimo, que combina perfeitamente com sua pele clara e seus cabelos cor de fogo. Gwen, com seu vestido prata com lantejoulas, Shanon com um verde na cor dos seus olhos, Mitchie com um bordô lindo de morrer e eu com meu vestido azul soltinho, porém curto, muito curto. Tenho que dizer, estamos sexys pra caramba, quem nos vê acha que sabíamos o tempo todo para onde estávamos vindo, e nos arrumamos assim de propósito. Mas a verdade é que Kim nos pegou de surpresa, espero que isso conte

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em nossa defesa se essa nossa vinda até aqui nos causar problemas mais tarde. Vamos para a fila de mulheres formada ao lado de uma parede com vários cartazes com caras musculosos e os dizeres “Noite das Mulheres”. Quando finalmente entramos, me sinto desnorteada pela musica alta e a iluminação precária, tenho que caminhar olhando para o chão para não tropeçar em algo e cair, ainda mais com esses saltos enormes. O lugar está lotado e achar uma mesa vai ser um verdadeiro milagre, procurando por um lugar para nós sentarmos vejo que há mulheres de várias idades, dos 18 aos 50 e todas estão bebendo e falando alto tentando serem ouvidas por suas amigas por cima da música. Localizo uma mesa em um canto, é pequena demais para nós cinco, mas vai ter que servir. Chamo a atenção das meninas e vamos até a mesa antes que outro grupo de amigas a alcance antes de nós. Assim que nos sentamos um homem usando uma calça social preta e nenhuma camisa vem até nossa mesa com um sorriso atraente no rosto. — Vão querer beber o que, senhoritas? — Seus olhos flertando com todas nós, algo que ele deve ter sido instruído a fazer com todas as clientes. — Champanhe, estamos comemorando. — Kim diz batendo palmas animadas. — Excelente, posso perguntar o que belas mulheres como vocês estão comemorando hoje? — Estamos comemorando que há essa hora amanhã, eu serei a senhora Cord. — Ela grita e levanta os braços, animada. Tudo bem, se ela já está assim agora, ninguém dê champanhe para ela, por favor. — Uma despedida de solteiro? Então vocês não podem ficar sentadas aqui atrás, venham comigo que eu as levarei ao melhor lugar da casa. Nós nos entreolhamos e um pouco hesitantes seguimos o garçom, ele nos conduz até um espaço vazio bem em frente ao palco onde não há uma mesa, somente um sofá em formato de “U” de couro vermelho sangue com alguns apoios para copos. — Por favor, fiquem à vontade que em um minuto eu lhes trago o champanhe. — Muito obrigada. — Kim agradece. Kim se senta bem ao meio do sofá, com eu e Gwen a sua esquerda e Shanon e Mitchie a sua direita.

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— Meu Deus, se esse é o nível dos garçons, só posso imaginar como serão os caras que farão as apresentações. — Shanon diz seguindo nosso garçom com olhos gulosos. Yeap, aparentemente uma rápida visão de um cara gostoso é sudiciente para ela esquecer os protestos contra nossa noite de luxúria. O garçom volta rapidamente e entrega uma taça de champanhe para cada uma. — Vocês desejam mais alguma coisa? — Ele pergunta solicito. — Não, por enquanto é só isso, obrigada. — Se precisarem de alguma coisa, me chamo Tony, é só me chamarem que eu venho imediatamente atender as suas necessidades...Qualquer uma que seja. — Ele diz sugestivamente passando seu olhar por todas nós, mas se demorando em Gwen. Ela sorri sem graça e coloca uma mecha atrás da orelha, ele pisca para ela e vai embora. — Está com tudo em Gwen. — Kim diz provocadoramente. — Eu sou uma mulher casada. — Isso não te faz menos atraente para os outros homens. — Kim diz. — Mas faz os outros homens menos atraentes para mim. — Gwen rebate. Passamos a próxima meia hora conversando e bebendo, além de nos divertirmos com os flertes de Tony e o desconforto de Gwen sob os olhares inconvenientes do garçom sarado. — Então Tony, quando que o show começa? — Shanon pergunta quando Tony vem nos trazer mais uma rodada de champanhe, percebo que ela já está meio alta. — Daqui alguns minutos. Tenham paciência meninas, tenho certeza que vocês vão se surpreender com nosso show de hoje. — Ele sorri e tenho a impressão que ele está falando sobre algo além, como se soubesse de algum segredo. Deus do céu, ao mesmo tempo em que é excitante estar aqui – admito – me sinto nervosa por causa de Justin. Kim disse que os meninos estão aprontando, mas e se eles não estiverem? Ou se eles estiverem mesmo vendo stripers, mas Justin decidiu não fazer parte por respeito a mim? Droga, estou me sentindo uma traíra, devia arrumar uma desculpa e ir embora. Será que elas acreditariam em uma dor de barriga? Do nada o bar inteiro fica no escuro e a música para. Uma única luz surge no centro no palco, bem a nossa frente, forte e quase nos deixando cegas. “Oh merda! Vai começar.” As mulheres ficam todas em silêncio encarando o palco com expectativa, a luz do palco diminui e fica mais fraca, o silêncio é

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rompido pelo barulho do aparelho que solta muita fumaça e as mulheres aplaudem e assoviam. Uma música começa a tocar no mesmo instante que uma silhueta aparece no centro do palco, o homem está com uma roupa de policial, óculos escuros e um quepe, sua cabeça está baixa. A mulherada grita, assovia e bate palma. Kim seguindo o exemplo, praticamente pula do sofá, gritando e aplaudindo. Gwen e eu nos olhamos e ela me dá um sorriso, Shanon não faz movimentos bruscos, mas não tira os olhos do homem no palco, Mitchie coitada, parece desconfortável e não consegue olhar para o homem por mais de cinco segundos seguidos sem desviar o olhar. A música é sexy e tem um ritmo contagiante, a letra é explicita e fala sobre ficar nu e ter uma noite suja. O policial dança provocativamente no ritmo da música, a cada movimento sugestivo as mulheres conseguem se superar e gritar mais alto. Ele leva as mãos aos botões da camisa enquanto mexe seus quadris e as mulheres ficam loucas, algumas se levantam e vão ficar mais perto do palco. Vejo algumas jogando notas de dinheiro para o homem. De um jeito muito sexy, ele vai desabotoando a camisa lentamente, seu sorriso largo e safado indicando que ele está se divertindo em ver todas essas mulheres loucas de tesão por ele. Faltando metade dos botões ele puxa a camisa num movimento rápido e expões seu torço sarado e depilado. As mulheres deliram e até mesmo minhas amigas não se controlam, Mitchie que é a mais tímida do grupo, não consegue esconder o sorriso de apreciação e devora o striper com os olhos. Tenho que admitir que até mesmo eu estou ficando um pouco excitada com os movimentos sugestivos, sinto um incomodo crescente no meio de minhas pernas. Esse homem certamente sabe como mexer o corpo, e que corpo ele tem. Não é nada exagerado ou artificial, é natural e bem defino como o de um bom trabalhador braçal. Ele tira a camisa e me surpreende ao joga-la em nossa direção, a camisa cai na cara de Kim e ela rapidamente a tira e fica segurando. Ele aponta para uma mulher sentada em uma mesa e a chama com o dedo, ela vem rapidamente até a beira do palco, sua cabeça ficando na altura da braguilha da calça do policial. Ele se mexe sensualmente e ela passa a mão pelo seu corpo e depois prende uma nota no cós da calça. Quando consigo tirar meus olhos do peito musculoso e me concentrar na cara do homem por mais de um minuto eu sinto que já o vi antes. Mesmo com os óculos e o quepe ocupando boa parte do seu rosto, a fumaça e a iluminação baixa, sinto que já o vi antes.

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Tento forçar meu cérebro a se lembrar, a reconhece-lo. Tenho certeza que eu não conheço nenhum striper, mas a sensação ainda está lá, me alfinetando. A música e a dança erótica continuam, o homem coloca a mão no botão de sua calça como se fosse abri-la, mas não o faz. Ele pula do palco para o chão e continua sua dança mais perto das mulheres excitadas. Ele para de dançar e tira o quepe, jogando-o para uma mulher que o agarra e grita enlouquecida. Lentamente ele caminha em nossa direção, eu o olho melhor e antes mesmo dele retirar os óculos eu já o reconheci. Meu queixo simplesmente cai até o chão. Não, não pode ser, impossível. Devo estar imaginando. — Kim? — Chamo-a hesitante, por favor que mais alguém esteja vendo isso e eu não esteja maluca. Viro-me para minha prima, ela e as meninas estão igualmente surpresas, queixos caídos e olhos arregalados. Jax com certeza se divertindo com nossa reação, ri. “O policial striper sexy é na verdade Jax? Mas que merda é essa?” Olho para Gwen e ela parece tão surpresa quanto o resto de nós. Jax se aproxima e para na frente de Kim, ela o olha como se ele fosse de outro planeta. Pelo sorriso de satisfação na cara dele essa era a reação exata que ele esperava. — Ouvi dizer que a senhorita veio até aqui procurando por diversão porque irá se casar amanhã. — Sua voz é abafada pela música, mas ainda assim audível. Kim não consegue tirar a expressão de perplexidade da cara e quando ela não diz nada, Jax coloca as mãos na cintura e lhe olha intensamente. — Eu preciso saber se isso é verdade senhorita, pois eu tenho ordens para fazer um show exclusivo para a noiva. Se não for você terei que fazer o show para outra. — Ele diz provocativamente erguendo uma sobrancelha e algumas mulheres mais perto de nos gritam “aqui”, “me escolhe”, “faz um show só para mim delícia”. — Sim, sou eu. Vou me casar amanhã. — Kim balança a cabeça várias vezes e continua olhando para Jax como se ele fosse alguém famoso e ela não acreditasse que ele está ali falando com ela. — Perfeito. Só espero que seu noivo não se importe. — Ele dá um meio sorriso sexy. — Ele não vai, eu garanto. — Kim diz entrando no jogo de Jax, seja lá qual for. Jax se aproxima mais e colocando uma perna em cada lado se senta de frente no colo de Kim. As mulheres gritam, eu vou mais para o canto do

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sofá, chegando mais perto de Gwen. Kim visivelmente respira com dificuldade, parece hipnotizada pelos olhos de Jax. A essa altura a música já mudou e agora está tocando “Mo Cash”, Jax recomeça seus movimentos sensuais com o quadril e se esfrega sem vergonha alguma em Kim. Eu coloco a mão na boca em surpresa com seus movimentos explícitos, eles estão praticamente transando em público. Do outro lado, vejo Mitchie e Shanon também se afastando e parecendo desconcertadas. Kim parece que está pronta para entrar em combustão a qualquer momento, seu peito sobe e desce com dificuldade enquanto ela olha fixamente nos olhos de Jax, quase posso ver as faíscas. É errado eu me sentir excitada com os movimentos do noivo da minha prima? Pior, irmão do meu namorado? Porque Deus, está muito calor aqui e eu não consigo desviar o olhar. Jax pega um punhado de cabelo da parte detrás da cabeça de Kim e puxa, forçando a cabeça dela para trás. Mesmo com a música alta, posso jurar que a ouvi gemendo, ele lambe seu pescoço e depois ataca sua boca. As mulheres assoviam e gritam incentivos, vejo a língua de Jax invadindo a boca de Kim, eles se beijam tão intensamente e de um modo puramente carnal e sinto que sou alguma voyeur ou algo do tipo. Tomo um longo gole da minha bebida e pelo canto do olho vejo Gwen se remexendo no lugar. Kim empurra Jax violentamente e respira com dificuldade, Deus até eu estou com a respiração difícil quem dirá ela. Jax sai do seu colo e ela se levanta, suas pernas fraquejam e Jax a apoia, sem dizer nada ou sequer olhar para nós ou qualquer outra pessoa, Kim o puxa pelo braço em direção à saída. Eu e todas as meninas nos olhamos confusas, não sabemos se devemos ir embora também ou não. — Devemos... — Pergunto. — Não, não acho que seja uma boa ideia sair agora. Corremos o risco de ver algo que não gostaríamos. — Gwen diz. — Eles devem estar indo direto para casa, ou talvez não aguentem tanto tempo e vão para um motel. — Shanon diz com um sorriso malicioso. — Eu aposto que eles só vão aguentar esperar até chegar ao carro. Lembrem-me de nunca mais pegar carona com esses dois. — Gwen diz fazendo uma careta. — Wow, que show certo meninas? — Outro cara seminu aparece no palco e diz no microfone. — Vocês querem mais? — Todas gritam em resposta. — Foi o que eu pensei. Imagino que vocês estejam pegando fogo, eu tenho o cara certo para cuidar de vocês, garotas. Conheçam Eric. — Ele diz e a luz se apaga de novo, apenas para logo em seguida acender e revelar um cara vestido de bombeiro parado no palco, a música agitada

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começa e o homem começa a dançar. Olho bem para ele para ver se não é mais algum conhecido e com alivio percebo que não o conheço. — Devemos ir embora? — Mitchie pergunta parecendo ansiosa para sair daqui. — Acho melhor. Já que a Kim se foi não tem o porquê ficarmos. — Gwen responde. — É, isso não é bem verdade, não é, Gwen? — Shanon diz apontando para o “bombeiro” com os músculos a mostra. — Para mim tem um motivo muito convincente, mas tudo bem, vamos embora. — Se o Jax fez essa surpresa para a Kim é porque ele sabia que ela pretendia vir para cá, e se ele sabia os meninos também sabem. — Gwen diz o óbvio, mas que ninguém havia notado além dela. “Merda, é verdade. Justin vai me matar.” — Ótimo, agora vou ter um grande problema com Aiden. — E o Aaron...Ele parece quieto e tímido, mas tem ciúmes até da própria sombra. Estou tão ferrada. — Mitchie diz esfregando o braço e com uma cara de medo. Tenho certeza que todas nós estamos com medo das consequências dessa noite. Levantamo-nos, pegamos nossa guia e entramos na fila para pagar. — Meninas, não tem motivo para todas ficarem na fila. Se quiserem eu pago e vocês podem esperar no carro. — Gwen diz. — Tudo bem, nos vemos lá fora. — Eu digo para ela e eu, Shanon e Mitchie seguimos para fora do bar. Saímos do bar e somos recebidas pelo ar fresco da noite. — Que loucura, não acredito no que acabou de acontecer. Jax fez mesmo aquilo? — Shanon diz. — Eu sei, sis. Estamos todas tão chocadas quanto você. — Estou ferrada, ferrada. — Mitchie diz colocando a mão na testa. — Sorte sua Savannah, que não vai ter ninguém para brigar com você por ter vindo nesse bar maldito. “Rá, você que pensa, amiga”. Shanon, a única que sabe sobre Justin e eu, me lança um olhar cúmplice. Seguimos distraidamente em direção ao carro, e nós três paramos de andar ao mesmo tempo quando percebemos quatro corpos grandes encostados em uma caminhonete estacionada ao lado do nosso carro. Aiden, Aaron e Miguel estão nos olhando com uma expressão séria e com os braços cruzados na frente do peito. Justin está ao lado deles tentando parecer indiferente a situação, mas posso ver fúria em seus penetrantes olhos azuis.

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Ele me olha de um jeito que me faz ter vontade de correr. Seus olhos viajam pelo meu corpo, e vejo a expressão de desaprovação quando ele vê meu vestido. Eu e as meninas nos olhamos e a expressão em nossos olhos dizem tudo. Sabemos que estamos encrencadas. — Podemos explicar. — Mitchie se adianta em explicar. — Tenho certeza que podem. — Aaron diz numa voz fria. Tento não manter meus olhos em Justin porque seu olhar é intenso demais, ele não tira os olhos de mim e não de um modo bom, ele não parece nem um pouco feliz e se alguém perceber o jeito que ele me olha, vão sacar tudo na hora. Ainda bem que todos estão distraídos demais para observar Justin e perceber como ele parece aborrecido. — Saindo tão cedo, não quer curtir o resto do show, Mitchie? — Aaron pergunta acidamente enquanto olha para ela de uma forma que a faz se encolher. Ela não estava brincando, Aaron é mesmo muito ciumento. — Meninos... — Eu chamo com uma voz mansa, Justin levanta uma sobrancelha como se esperando minha explicação. — As meninas não têm culpa. — Digo na esperança que Justin entenda que eu também não tenho culpa. — Nós não sabíamos que a Kim nos traria aqui. Não foi nada planejada, da nossa parte pelo menos. — Eu não acho que ela tenha obrigado ninguém a entrar. — Justin não se contém e diz algo pela primeira vez, sua voz tão gelada como um iceberg. Dou-lhe um olhar de “não coloque mais lenha na fogueira” e ele continua com a mesma expressão. — Não, mas... — Não sei como defender as meninas e a mim mesma, e isso é frustrante demais, onde estão as palavras certas quando se precisa delas? Quando não continuo, Justin me dá um olhar de “foi o que pensei”. — Onde está Gwen? — Aiden pergunta com uma expressão nada amigável, perceptivelmente ele está tentando controlar o tom de voz mas mesmo assim sua pergunta sai de uma forma ríspida. — Ela ficou lá dentro...Para pagar a conta. — Rapidamente acrescento quando vejo sua expressão mudar rapidamente para uma muito, mas muito furiosa. Sem dizer nada ele marcha em direção ao bar. — Acho melhor irmos embora. — Miguel diz e de todos, ele parece o menos incomodado por saber onde a namorada estava, mas isso não significa que ele está totalmente despreocupado, vejo o jeito que ele olha para Shanon, ela também terá problemas. — Claro, se as meninas já tiverem terminado o que vieram fazer aqui. — Aaron dá um sorriso cínico e escuto Mitchie soltar um suspiro. — Aaron...

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— Agora não, Mitchie. Vamos conversar depois. — Ele diz firme, e ela não insiste. Shanon pega a chave e vai abrir o carro, os meninos se dispersam e agora parecem menos tensos. — Vocês vão na frente e nós vamos com nosso carro seguindo vocês atrás, está muito tarde e a estrada para Wills Point é mal iluminada. — Justin diz protetoramente. — Aiden, fique calmo por favor. — Todos viramos a cabeça quando escutamos a voz de Gwen. Ela está andando rápido tentando alcançar o marido, Aiden segue em nossa direção parecendo transtornado. — Vamos embora logo. — Ele diz quase gritando para nós. — O que aconteceu, cara? — Miguel pergunta. — Aconteceu porra nenhuma, agora vamos. — Vejo que Miguel abre a boca para falar algo, mas a expressão de Aiden o faz ficar quieto. — Meu amor. — Gwen chama pelas costas dele e ele passa a mão pelo rosto. — Gwen, vamos voltar agora. — Aiden... — Gwen...Por favor, só vamos voltar, ok? Ela suspira, mas concorda. — Vamos meninas. — Digo tentando disfarçar o silêncio tenso que se instalou no ambiente, e todas nós entramos no carro. — Vamos estar logo atrás de vocês. — Aaron diz e bate a porta do nosso carro. Ninguém diz nada e o silêncio é intenso, Shanon liga o motor e arranca. O caminho todo o carro dos meninos nos acompanham de perto, não consigo mais aguentar o silêncio e pergunto para Gwen: — Gwen, está tudo bem? — Está sim. — Ela responde olhando pensativamente pela janela. — O que aconteceu lá dentro para deixar o Aiden daquele jeito? — Mitchie pergunta. Ela demora tanto para responder que eu acho que ignorou a pergunta. — Aiden chegou bem quando Tony estava falando comigo. — O garçom foi falar com você? — Foi, ele nos viu saindo e veio falar comigo. Aiden chegou quando ele me entregava o número do seu telefone e cochichava no meu ouvido. — Isso não é bom. — Eu digo.

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— Não. Eu tive que segurar Aiden para não pular em cima do Tony. Claro que ele viu isso não como uma tentativa de evitar que eles brigassem, mas sim como se eu estivesse defendendo Tony. Cara, eu vou ter muito trabalho quando chegarmos. — Ela diz apoiando a cabeça no banco. — Não entendo, como eles sabiam que a gente tinha vindo nesse bar? — Shanon expressa nossas dúvidas em voz alta. — Acho que Jax conhece a noiva que tem. — Mitchie diz. Passamos o resto do caminho em silêncio, quando chegamos à fazenda, Aiden não diz nada quando o carro para, ele apenas desce e passa direto por nós, seguindo o caminho que liga nossa fazenda com as do Cord, ele desaparece na escuridão sem dizer uma palavra e Gwen corre atrás dele. Acho que ela terá mais problemas do que todas nós. Despedimo-nos de Mitchie e ela entra com Aaron no carro dele estacionado em frente à casa. A pobre coitada parece apavorada. — Bom, eu vou entrar. Boa noite. — Digo, deixando Shanon e Miguel sozinhos, além de um Justin visivelmente tentando com todas as forças parecer calmo. Eu o conheço e sei que está se esforçando para não tirar satisfações comigo agora mesmo, e aproveitando que ele não pode falar nada agora, fujo para dentro da casa. Vou até o quarto onde estou dormindo com Shanon, para ter espaço para nossos hospedes, e me jogo na cama. Sei que não vai acontecer, mas qualquer barulhinho que escuto pelos próximos 15 minutos, acho que é Justin vindo até mim com aquele seu olhar zangado. Shanon ainda não subiu, se ela está brigando com Miguel ou fazendo as pazes, não sei dizer. Quando começo a me acalmar e perceber – com alivio – que o confronto com Justin ficará para amanhã, ou possivelmente por causa do casamento, para depois, meu celular vibra indicando uma mensagem recebida. Olho a tela e meus temores se confirmam. É uma mensagem de Justin. Justin: Esperando aqui fora. Preciso falar com você, AGORA!!! “Oh merda, estou tão ferrada!”

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O casamento Savannah Finalmente o grande dia chegou. Minha prima se casará hoje numa linda cerimônia ao ar livre no final da tarde. As meninas e eu acordamos muito cedo para podermos chegar a Dallas a tempo do horário marcado no spa. Eu com certeza vou precisar de um tratamento especial, pois quase não dormi ontem a noite e estou com olheiras horríveis. Tudo isso por culpa e uma pontinha de medo, porque ontem eu não fui me encontrar com Justin. É, eu sei, sou uma covarde. E admito, ontem eu fui mesmo. Mas você também sentiria medo se Justin Cord tivesse te olhado do modo como ele me olhou quando os meninos foram nos buscar no bar de striper. Quando ele percebeu que eu ainda não havia descido para me encontrar com ele, recebi outra mensagem muito zangada, achei que talvez o melhor fosse ignorar, mas depois mudei de ideia e lhe enviei uma mensagem dizendo que estava cansada e depois conversaríamos. Desliguei o celular e tentei dormir, mas uma parte de mim estava morrendo de medo que Justin entrasse na casa e viesse até meu quarto, mais furioso do que nunca por eu não ter ido falar com ele. Claro que isso não aconteceu, ele deve ter percebido que eu realmente não iria descer e foi embora. Mas soltando fumaça pelas ventas, eu aposto. Agora, eu e as meninas estamos recebendo uma massagem relaxadora e dividindo uma com a outra, as consequências da nossa pequena travessura de ontem. — Ah meu Deus, Vick. Você tem mãos de anjo. — Kim geme enquanto, Vick – sua massagista – lhe aperta nos pontos certos das costas. — Mas, continue Mitchie, o que aconteceu depois? — Shanon pergunta curiosa. — Bom, então, depois que eu o convenci a não dormir no sofá, nós continuamos discutindo por pelo menos mais uma hora. E sabe como é, não discutimos só sobre ontem, outras questões mal resolvidas aparecerem e quando me dei conta, estávamos discutindo sobre coisas que aconteceram há mais de um ano atrás. — Mas vocês resolveram tudo, certo? — Mitchie me dá um sorriso tão largo que não é preciso respostas.

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— Sexo de reconciliação é o melhor. — Ela diz e vejo suas bochechas corarem em seguida. Ela esconde o rosto, como se não acreditando no que acabou de falar e nós rimos. — E você, Gwen? Realmente espero não ter feito você e o Aiden brigarem. Eu sei como ele é explosivo. — Ontem a noite foi...Complicado. Não podíamos gritar um com o outro, afinal não estávamos na nossa casa e nem sozinhos. Ele deu tudo de si para tentar se manter calmo, mas o Aiden é muito ciumento, ele ficou falando e falando durante tanto tempo. Tive que repetir um milhão de vezes que eu não sabia onde iriamos, e no final, acho que ele acreditou porque te conhece Kim e sabe como você é meio maluca. Mas mesmo acreditando em mim, ele ainda queria satisfações por causa do Tony. Ele pegou o papel com o telefone dele, e literalmente, o deixou em pedacinhos. Só depois disso que ele foi se acalmando e então nós, bem, fizemos as pazes...Vocês sabem. E você, Shanon? — Ah, o Miguel não foi tão difícil assim de dobrar. Ele ficou chateado, tivemos uma pequena discussão e fizemos as pazes, e sim Mitchie, você tem razão...Sexo de reconciliação é o melhor. Ótimo, todas se deram bem ontem a noite, menos eu. — E você Kim? Como foi sua noite com Jax “o striper”? — Shanon pergunta sorrindo maliciosamente. — Deus, ainda não acredito que ele fez aquilo. — Ela exclama fechando bem os olhos e balançando a cabeça. — Foi tão... — Quente? — Eu ia dizer surpreendente, Shanon. Mas sim, foi quente. Quer dizer, eu sempre soube que o Jax é um homem sexy, mas ontem...O jeito que ele dançou, o modo como falou comigo. Eu sou sortuda, ou o que? — Imagino então, que não houve discussão por causa de termos ido ao bar. — Comento. — Não, na verdade, Jax e eu não tivemos muito tempo para conversar, se é que vocês me entendem...Mas ele me contou que tinha certeza que eu levaria vocês até um desses bares, ele supôs que nós iriamos no mais badalado da cidade e subornou o gerente para deixa-lo se apresentar. Ele não pareceu ter ficado muito bravo, mas ele disse que a próxima vez que eu passar perto de uma bar de striper ele vai me deixar de castigo. — Ela diz sorrindo largamente e com um ronronar vindo do fundo da garganta, tenho a impressão que ela tomou o que ele disse mais como uma promessa do que como uma possível punição. — Ah meninas, vocês tiraram um peso das minhas costas. Estava com medo que eu tivesse provocado uma discussão mais séria entre vocês e os meninos. Afinal fui eu quem as levou até o bar, fico feliz que tudo tenha acabado bem para todas. Pois é, não diga nada ainda prima. Ainda tenho que enfrentar a minha fera ciumenta, e não sei como as coisas vão ocorrer com ele.

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— Tudo vai bem quando termina bem. Agora só tenho que me preocupar em ficar perfeita para me casar com meu cowboy. — Kim diz em meio aos gemidos que as mãos habilidosas de Vick lhe provocam.  — Hey, prima. Já faz meia hora que você não diz nada, está tudo bem? — Pergunto enquanto as cabeleireiras trabalham em nossos penteados. — Sim, é que...Está chegando a hora, estou nervosa. — Está tudo bem, amiga. É normal ficar nervosa, afinal você vai se casar hoje. — Não sei não, Gwen...Sinto que eu vou ter um ataque de pânico a qualquer segundo. — Gwen ri e balança a cabeça. — É assim mesmo, você não lembra o meu estado no dia do meu casamento? Eu achei que ia desmaiar e estava tremendo inteira. É super normal você se sentir assim. — Minha barriga está doendo. — Kim reclama em um gemido e todas nós rimos. — Não tem graça, meninas. Isso deveria ser agradável, não me fazer passar mal. — Vai passar, não se preocupe. — Assim espero, não quero me casar com dor de barriga. — Dessa vez nem mesmo a cabeleireira aguenta e todas rimos da cara de Kim. — Tem alguma coisa que eu posso fazer por você, para te ajudar a ficar mais calma? — Pergunto. — Na verdade tem sim...Me alcance meu celular, por favor. Eu e as meninas nos olhamos curiosas, mas eu faço o que me pede e pego o celular da sua bolsa e lhe entrego. — Com licença. — Kim pede para as moças que estão cuidando dela e levanta desajeitadamente. Para não borrar suas unhas recém-pintadas, ela anda parecendo um pinguim até um canto e liga para alguém. — Para quem você acha que ela está ligando? — Shanon sussurra. — Não sei. — Mitchie responde também em um sussurro. Ficamos em silêncio enquanto Kim conversa no telefone, ninguém querendo demostrar, mas todas tentando escutar a sua conversa. Mas ela está falando baixo e a única coisa que escutamos são múrmuros indistintos. Depois de alguns minutos ela desliga e solta um suspiro aliviado, ela volta a se sentar no seu lugar e nós ficamos a encarando com um olhar curioso no rosto. — Estou mais tranquila agora. Obrigada. — Ela diz me entregando o seu celular.

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Ok, seja qual foi conversa que ela acabou de ter, parece que funcionou e ela está se sentindo melhor. Ainda bem, porque a última coisa que queremos é uma noiva com os nervos à flor da pele.

Justin Jax está terminando de se arrumar, mas mais parece que é para um funeral do que para seu casamento. Desde que ele recebeu aquela ligação há umas duas horas, sua empolgação cedeu lugar para uma carranca de preocupação. E agora ele está de frente para o espelho há pelo menos 15 minutos tentando acertar o nó da gravata. — Ah meu Deus, filho. Deixe que eu faço isso. — Papai se cansa da enrolação e vai dar o nó ele mesmo. — O que está acontecendo, filho? Você não parece feliz. — Papai diz enquanto arruma Jax como se ele fosse uma criança. — Você não está reconsiderando, não é? — Pergunto mesmo sabendo não ser o caso. — Mas é claro que não, Justin, que ideia. Eu espero por esse dia a muito tempo. — Então o que foi, tem algo errado? — Aiden, o marido da melhor amiga de Kim que também está aqui para ajudar, pergunta. — Não é nada, só estou nervoso. — É mais que isso, eu te conheço, irmão. Você ficou estranho depois daquele telefonema. — Digo cruzando os braços e me encostando na parede. — Que telefonema, filho? — Papai pergunta preocupado. Jax passa o olhar pelos três homens na sala e então solta um suspiro e esconde as mãos no bolso da calça. — Era a Kim, que me ligou mais cedo. Ela estava nervosa, começou a falar sobre o futuro e sobre não sei mais o que. Ela não estava parecendo muito com quem queria se casar, acho que ela pode estar reconsiderando. — Ele diz com um vinco de preocupação se formando em sua testa. — Mas que besteira, é claro que ela quer se casar com você, não sei o porquê, mas ela quer. — Digo aproveitando para provoca-lo. — Ela disse alguma coisa sobre cancelar, adiar? — Não, pai, ela não disse. Mas ela não parecia feliz, sua voz estava diferente. Vocês acham que é possível que ela mude de ideia? — Claro que não, aquela mulher te ama, meu filho. Se ela está estranha, é apenas por causa do nervosismo, é normal.

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— Você acha mesmo? Você e mamãe ficaram nervosos também, é mesmo normal, não é? — Claro que sim, ambos ficamos nervosos a ponto de tremer perceptivelmente, mas nem por um segundo pensamos em mudar de ideia. — Eu também fiquei nervoso, cara, e muito. E não é para menos, é o dia mais feliz da sua vida, é claro que você vai ficar tenso e nervoso. — Aiden diz. — O dia mais feliz da sua vida até seus filhos nascerem. — Papai corrige sorrindo para Aiden. — Bom, isso eu ainda não posso dizer. — Ele sorri. — Não se preocupe com nada, filho. Apenas termine de se arrumar, porque é a noiva que sempre chega atrasada. Vamos lá que está quase na hora. Quando Jax finalmente fica pronto, ouvimos uma batida na porta, logo em seguida a cabeça de Aaron aparece. — Tudo certo por aqui? — Ele pergunta. — Tirando o fato que eu estou quase tendo um infarto...E estou suando horrores. — Jax diz puxando o colarinho da camisa. — Filho, pare de ficar desarrumando o que eu acabei de arrumar. — Foi mal. Está difícil de respirar. — Ele diz inspirando e expirando lentamente. — Fique calmo. Não há razão para se preocupar. — Papai o tranquiliza. — É cara, fique calmo, vai dar tudo certo. — Aiden diz. — Falar é fácil...Os dois homens casados do recinto, algum conselho? — Sim. Aproveite todos os momentos dessa noite, mas principalmente aprecie o momento que a música começar e a Kim começar a caminhar lentamente até você. Esse momento, você nunca vai esquecer. É aí que você vai ter que se segurar para não cair de joelhos e chorar como uma menina. Porque quando você ver a mulher que você ama vestida de noiva, parecendo um anjo caminhando em sua direção, você vai ter vontade de fazer exatamente isso. Se ajoelhar, chorar e agradecer aos céus por ser tão sortudo. — Aiden diz com um sorriso nos lábios, mas os olhos seriamente fixados em Jax. — Exatamente, aproveite esse momento, meu filho. Aproveite para admira-la, não tire seus olhos dela. Eu lembro como se fosse ontem quando a sua mãe fez o seu caminho até mim, ela estava perfeita. A mulher mais linda que eu já vi em toda a minha vida...E ainda é. Jax assente e se olha no espelho, vejo um sorriso escorregando por seus lábios, lentamente tomando forma. — Finalmente chegou a hora. — Ele diz sorrindo ainda encarando seu reflexo.

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— Uma vez um garoto de 11 anos me disse que tinha encontrado a mulher com quem iria se casar... — Digo me aproximando de Jax. — Eu ri e achei que era mais uma daquela estupidez inocente de criança, cheguei até a tirar sarro da cara daquele garoto. Hoje ele está parado na minha frente, e não é mais o mesmo garotinho que eu me lembro, ele é um homem. E o mais impressionante, ele está indo se casar com aquela tal garota que ele havia me falado há 14 anos atrás. Jax, meu irmão...Por favor, seja feliz, é só isso que eu te peço e te desejo. Jax me dá um sorriso emocionado e me abraça forte, retribuo e o envolvo com meus braços, dando alguns tapas em suas costas. — Obrigado, Justin. Obrigado, irmão. — Ann...Está na hora pessoal, Jax tem que descer porque logo a noiva estará aqui. — Aaron diz meio sem graça e Jax e eu nos afastamos. Aaron, Aiden, Jax, papai e eu descemos e seguimos para o local da cerimônia, que será na propriedade dos Careton, não muito afastado da casa, perto da divisa com a fazenda da minha família. Há um caminho enfeitado com tochas e flores que nos guiam da casa até o local da cerimônia, ando lentamente pelo caminho, observando a bela extensão plana de terra que eu chamo de lar e sentindo o ar fresco e revigorante que acaricia minha pele. Depois de uma breve caminhada, chegamos ao local onde foi arrumado tudo. Mais de cem cadeiras estão distribuídas pela grama, cruzadas por um caminho enfeitado com flores e velas e que termina na mesa onde o juiz realizará a cerimônia. Kim e Jax decidiram se casar apenas no civil. Um arco com flores enfeita o local onde os noivos ficarão no momento em que o juiz realizará a cerimônia. Eu e os outros padrinhos ficaremos em pé ao lado direito da mesa, e as damas de honra ao lado esquerdo. As cadeiras estão na extremidade direita do terreno, próximos a cerca de madeira que delimita a propriedade. Nessa cerca a um portão, que está aberto e deixa livre a passagem para a nossa fazenda, onde será realizado o jantar. A maioria das cadeiras já estão ocupadas, e aqueles que ainda não se sentaram estão no seu caminho. Paramos para cumprimentar nossos conhecidos e seguimos para onde devemos estar. Todos os padrinhos – Aaron, eu e mais dois amigos de Jax – ficamos esperando no nosso canto. — Jax... — Preston, outro amigo de Kim, chama. — O juiz chegou. — Ah meu Deus, agora está quase, só falta a Kim. — Jax diz com um misto de empolgação e nervosismo. — Seu pai já está pedindo para que todos se sentem, e então ele trará o juiz aqui e é só esperar a noiva chegar para podermos começar.

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— Certo. — Jax balança a cabeça vezes demais, abre e fecha as mãos e respira fundo. Posso ver o brilho do seu suor na testa. — Jax, lembre-se, relaxe, ok? — Coloco minha mão no ombro dele e lhe dou um aperto encorajador. — Tudo bem, relaxar. Relaxar. Preciso relaxar. — Ele fica repetindo para si mesmo e eu sorrio. “Será que eu vou ficar assim tão nervoso quando for me casar?” Uou! De onde veio esse pensamento? Calminha aí, um passo de cada vez, Justin. Ainda é cedo demais para pensar nisso, acabei de começar com esse negócio de relacionamento sério e monogamia. Eu amo Savannah, mas será que estou disposto a me casar com ela? Bem, eu sei que eu não quero que ela se case com outro, e eu sem dúvida não quero outra mulher, mas...Casar? Essa palavra é meio assustadora. Acho melhor parar de pensar sobre isso, porque mais assustador que a própria palavra, é o fato de eu estar imaginando Savannah vestida de noiva andando lentamente a caminho de se tornar minha esposa e estar gostando disso. Papai chega trazendo o juiz, ele e Jax conversam e espero que isso distraia Jax do fato de Kim estar um pouquinho atrasada. O que é perfeitamente normal, eu sei, mas vai falar isso para o senhor nervoso ali. Quando passa 15 minutos do horário que era para Kim chegar, começam as brincadeiras de que noiva tem que sempre se atrasar, quando passa 30 minutos vejo Jax se remexendo e com uma expressão preocupada no rosto, quando o atraso chega há 45 minutos, ele quase arranca meu braço quando me puxa para longe da mesa e do juiz. — Alguma coisa está errada. — Jax, ela só está atrasada, logo ela estará aqui, não se preocupe. — Não. É quase uma hora de atraso, aconteceu algo...Ela percebeu que não quer mais se casar comigo, é isso. — Ele diz parecendo estar prestes a chorar. — Claro que não, Jax. — Digo esfregando o rosto. Lá vem o papo de desistência de novo. — É sim, eu percebi que ela estava hesitante ao telefone quando conversamos. Ela desistiu, ela vai me abandonar no altar, ela não me quer mais. E agora, o que eu faço se ela não me quiser mais? — Ele me lança um olhar desesperado e se não fosse por isso, eu juro que dava um murro nele. Ele começa a passar a mão pelos cabelos nervosamente e a andar de um lado para o outro. — Ela não quer mais se casar comigo, ela não me quer mais. Minha vida acabou.

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Reviro os olhos e sinto minha paciência acabando. Seguro Jax pelos ombros e o chacoalho com força para ver se ele acorda. — Ela. Só. Está. Atrasada. Entendeu? Agora se recomponha homem de Deus, você parece uma menina chorona. — Ele me olha sem dizer nada e então volta para seu lugar. — Jax, as meninas chegaram. — Aaron vem correndo nos dizer. — A Kim também, né? — Jax pergunta estupidamente. — Sim, ela também. — Aaron responde rindo. — Graças a Deus. — Jax solta um suspiro alto e ruidoso. Vou para meu lugar ao lado dos outros padrinhos e espero. Logo Gwen, Shanon e Mitchie surgem. Todas com o mesmo modelo de vestido – mas em cores diferentes – e botas de cowboy. E logo atrás delas, eu vejo Savannah. “Ah meu Deus!” Como alguém pode ser tão perfeito? Deus, se eu ao menos tivesse reparado antes como ela é linda, todos esses anos com ela aqui, bem ao meu lado. Todos esses anos achando que eu nunca seria capaz de amar, que eu nunca acharia uma mulher capaz de me fazer sentir essas coisas que eu sinto com Savannah, todo esse tempo tudo o que eu mais precisava estava bem diante dos meus olhos. Achei que nada pudesse me distrair da raiva que eu estava sentindo depois da noite de ontem naquele maldito bar, mas a visão de Savannah com seu vestido amarelo até os joelhos e botas de cowboy marrom muda o meu foco, me fazem esquecer toda a raiva e o ciúmes. E a ver caminhando até aqui, segurando um buquê de flores laranja, só faz com que minha mente vá novamente para aquela fantasia de minutos atrás onde a imaginei andando por um corredor como esse para se tornar minha esposa. Porque meu coração está tão acelerado? Porque essa sensação maravilhosa dentro de mim ao me imaginar colocando um anel na sua mão? Meu Deus, eu não estou pronto para isso, mas que a perspectiva de passar o resto da vida ao lado de Savannah está me deixando eufórico, isso está. Ela se aproxima, mas não me olha nem uma única vez, quando passa por mim abaixa a cabeça e segue para seu lugar ao lado das outras. Então quando tudo está pronto, a música começa e todos viram suas cabeças para trás, ficando em pé. De repente eu a vejo, Kim aparece segurando o braço do seu pai. Ela está sorrindo largamente e está visivelmente tentando não quebrar e começar a chorar. Ela anda lentamente ao ritmo da marcha nupcial, olho para Jax e vejo-o sorrindo como um bobo, seus olhos focados em

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Kim. Uma lágrima escorre por sua bochecha e ele parece feliz como nenhum outro homem na face da terra. Diante de um momento repleto de evidente amor, não posso evitar em ficar sentimental. A minha vontade de virar a cabeça e olhar para Savannah está me matando, ela ainda está encrencada, mas eu a amo e a quero. Quero poder admirar sua beleza e beijar seus doces lábios a hora que eu quiser, sem me preocupar se alguém vai descobrir. Isso tem que acabar, temos que revelar nossa relação para todos, não quero mais esperar. Kim então finalmente chega aos braços de Jax, e o juiz dá inicio a cerimônia. Na hora certa, os noivos trocam declarações de amor e todos choram diante do poder e da sinceridade das palavras. Jax faz um discurso muito emocionante e que arruína a tentativa de Kim de não chorar. Na hora do beijo, Jax segura Kim bem apertado em seus braços e a beija tão intensamente, tão apaixonadamente, que posso jurar ter escutado alguns suspiros femininos. Todos aplaudimos enquanto eles alternam entre se beijarem, limparem as lágrimas e sorrirem para os convidados. Logo a fila para dar parabéns para os recém-casados se forma, vou até Jax e lhe puxo para um abraço. — Parabéns, irmão. Que você e sua esposa sejam muito felizes. — Kim, parabéns, cunhadinha. Cuide bem do meu irmão e sejam felizes. E caso ele não se comporte, me avise que eu vou dar um puxão de orelha nele, ok? — Digo abraçando seu corpo pequeno e ela ri. — Muito obrigada, Justin. Logo um grupo se forma mais para o lado, enquanto os outros parabenizam os noivos. Eu, Aiden, Aaron, Preston, Miguel, Mitchie, Shanon e Gwen. Vejo impotente Savannah deliberadamente não se juntar a nós, e começo a achar que ela está me evitando. — Ah meu Deus, não acredito que a minha melhor amiga acabou de se casar. Foi tudo tão lindo. — Gwen diz, seus olhos vermelhos pelo choro. — Foi lindo mesmo. A coisa mais linda que eu já vi. — Mitchie diz. Conversamos mais um pouco e então seguimos pelo portão de madeira e logo estamos na propriedade da minha família. A decoração do lugar está incrível. Várias mesas redondas com cadeiras distribuídas pela grama, todas com toalha branca e tecidos enfeitando as cadeiras. Louças caras repousando em cima das mesas. Tendas para os músicos, para a comida e para os convidados espalhados pelo lugar. Mais a frente, uma plataforma não mais alta que um degrau onde será o local para dançar. Tochas, velas e pequenas luzes iluminando o ambiente, sem falar que quando o dia tiver totalmente ido embora, teremos a lua e as estrelas para nos iluminar.

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Depois que Jax e Kim e nossas famílias se sentaram a mesa principal, chega a hora dos discursos. Muitos amigos e familiares de ambos falaram e emocionaram muita gente, até eu arrisquei um pequeno discurso. Depois de todos falarem, foi mostrado um vídeo no telão. O vídeo era feito por montagens de fotos de Jax e Kim e algumas filmagens. Várias fotos lindas dos dois juntos apareciam enquanto uma musica romântica tocava, em todas elas os dois estavam sorridentes e obviamente felizes e apaixonados. Algumas filmagens foram mostradas, como uma em que eles estavam de férias em uma praia na Califórnia. Alguém estava filmando enquanto Jax e Kim brincavam juntos na água do mar, eles jogavam água um no outro e riam, Jax foi pegar ela mas Kim desviou e começou a correr na areia, Jax a alcançou e segurou firme, a girando no ar junto com ele. Outra filmagem era de um natal em que passamos todos juntos em uma estação de esqui. Kim tentando permanecer em pé na prancha e falhando terrivelmente, levando um belo tombo e caindo de bunda no chão. Eu me lembro disso, fui eu quem filmou ela caindo. Todos os convidados riem nessa parte, assim como o Jax da filmagem, mas ele logo vai ajuda-la a se levantar, enquanto eu fico segurando a câmera e rindo. Quando a montagem em vídeo acaba todos aplaudem e o casal que é o centro das atenções de hoje se beijam e se olham apaixonadamente. Durante o jantar foi tempo para todos se recuperarem de tanto choro, conforme o tempo passava todos se descontraiam cada vez mais, as risadas foram tomando conta das mesas. Depois teve o bolo, Jax e Kim tiraram aquela famosa foto dos noivos cortando o bolo juntos, eles distribuíram os pedaços e a festa seguiu noite adentro. Na hora da dança, como é costume, a primeira foi exclusiva dos noivos. Que dançaram lindamente uma musica lenta e romântica. Logo outros casais se juntam a eles, fico morrendo de vontade de tirar Savannah para dançar, afinal não teria nada demais nisso e ninguém desconfiaria, mas pelo modo como ela parece estar me evitando o casamento inteiro, não acho que ela aceitaria. E além do mais, ela está dançando com Preston agora, então só me resta admira-la disfarçadamente.

Savannah Eu juro que podia sentir os olhares de Justin queimando minha pele durante toda a noite. Eu venho evitando-o o casamento inteiro, e graças a Deus ele teve o bom senso de não se aproximar, mas não sou ingênua ao ponto de acreditar que estou livre de quaisquer consequências e que eu posso evita-lo para sempre, na verdade nem quero, imagine ficar fugindo do

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homem que eu amo? É só até eu ter certeza que ele está mais calmo, talvez amanhã já possamos conversar. Pelo menos ele não está mais me olhando daquele modo aterrorizante de ontem à noite. Faço o caminho de volta para minha mesa, sento-me e a visão de um grupo de pessoas chama minha atenção. Kim, Jax, Justin, Alyssa, Mark, Holly e Diana estão conversando. É tão bom ver essa cena, é maravilhoso que os pais de Jax tenham aceitado que Diana – a mãe biológica dele – faça parte das suas vidas agora. E Holly, fico muito feliz pelos Cord em vê-la recuperada. Sei que foi muito difícil para toda a família, se Jax – Deus me livre – tivesse morrido, ou então Holly tivesse atirado e matado Kim, a dor seria imensurável. Mas graças a Deus ela se tratou e Jax e Kim foram capazes de perdoa-la. É bom ver a família reunida, me dá uma sensação de paz e felicidade, mas também me faz pensar em como a noticia do meu namoro com Justin vai afetar essa união. Será que os Careton e os Cord vão continuar amigos, como será que nossos pais reagiram a noticia? A festa continua até que finalmente chega a hora dos noivos se despedirem e irem para a Lua de Mel. Quando chego na cada dos pais de Justin, todos os convidados que ainda não foram embora estão parados em volta da pick-up de Jax, que está com os vidros pintados com a frase “Recém casados”. Jax aparece na porta da casa, e segura a mão de Kim que vem logo atrás. Todos os convidados começam a gritar, assoviar e bater palmas. Kim está linda com um vestido curto e soltinho cor de vinho. Os recém-casados descem os degraus da varanda de mãos dadas enquanto algumas pessoas jogam arroz nos noivos. Jax puxa Kim para debaixo do seu braço e com a mão protege seu rosto dos pequenos grãos brancos que são atirados neles sem trégua. Quando chegam ao carro as pessoas se aquietam e param de bombardeá-los. Os pais de Kim logo vão abraça-los e desejar boa viagem, depois é a vez dos pais de Jax. Diana o abraça e vejo-a enxugar o rosto. Sally, a irmãzinha de Jax, dá um pulo no colo dele quando Jax se abaixa para abraça-la, ele ri e a segura no colo enchendo-a de beijos no rosto. Ele a coloca no chão e continua se despedindo dos parentes e amigos mais próximos. Logo chega a vez de Gwen e ela começa a chorar e não larga mais a amiga, em seguida Aiden se despede. Depois Mitchie, Aaron, Shanon, eu, Justin, Jane, Seth...Todos desejando felicidades ao casal. Mais algumas despedidas, acenos de mão para aqueles não tão próximos da família e que ficaram assistindo de longe e os dois entram na pick-up. Acenamos para eles enquanto o carro lentamente se afasta e antes de desaparecer totalmente de vista Jax buzina.

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Então eles se vão. Fico observando o local em que o carro desapareceu no horizonte com um sorriso bobo no rosto. Poucas horas depois de os noivos terem partido todos os convidados que ainda estavam aproveitando a festa, vão embora. Sobrando apenas os Careton e os Cord, além do pessoal contratado para fazer a limpeza de toda essa bagunça. Papai e mamãe ficam conversando com os pais de Justin, assim como Seth e Jane, que ainda estão em uma situação tensa entre eles, mas felizmente hoje aparentam estar melhores. Talvez esse clima de casamento tenha apaziguado um pouco as constantes brigas. Não vejo Justin em lugar algum e acho que assim é melhor, me despeço de todos e faço meu caminho de volta para nossa fazenda. No caminho passo pelos vários homens e mulheres desarmando as tendas e retirando a mesa onde estávamos pouco tempo antes. Sigo pelo caminho iluminado por tochas de volta para minha casa, ando despreocupadamente olhando para cima e observando as estrelas e a lua. Até que um outro farfalhar na grama indica que não estou tão sozinha quanto imaginava. Olho para trás e vejo Justin vindo perigosamente tentador em minha direção. Ah, o que ver esse homem de terno faz comigo! — Finalmente a sós. — Ele diz e tento decifrar seu tom para descobrir o quão encrencada estou. Justin se aproxima lentamente, as mãos no bolso da calça, o paletó desabotoado, sem gravata e com o colarinho aberto, mostrando uma boa extensão de pele. Ser tão sexy assim deveria ser proibido. Não sei se fico com medo ou excitada. — Acho que temos que conversar sobre algo, mas não me lembro o que é...Ah sim, lembrei. É sobre o fato de você ter me enganado e ter ido naquele bar para ver homens ridículos tirarem a roupa. — Ele diz sarcasticamente, parando intimidadoramente na minha frente. — Eu não te enganei. — Minha voz sai baixa. — Ah não? — Ele levanta uma sobrancelha. — Eu não sabia, nenhuma das meninas sabia, foi ideia da Kim. — Me defendo. — Não duvido. Mas a pergunta é, depois que você chegou lá e viu o que ela tinha em mente, porque você não foi embora? Você queria ver outros homens pelados, é isso, Savannah? Achou que eu nunca iria descobrir? — Ele diz e dá um passo para frente, diminuindo mais ainda a distância entre nossos corpos. — Não, não é isso. Eu...Eu não sei. Todas as meninas entraram e eu acabei indo junto, não sabia que desculpa eu poderia dar para sair dali.

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— Se eles já soubessem sobre nós, nenhuma desculpa seria necessária. — Ele diz sério. — Eu sei, eu sei. — Temos que contar, Savannah. Amanhã. — Amanhã? — Pergunto surpresa. — Sim, não aguento mais isso. Seth e Jane parecem longe ainda de se entenderem, não vai dar para esperar mais. Vamos contar amanhã. — Ele diz firme, me fazendo acreditar que a decisão já foi tomada e não há nada o que eu possa fazer. — Tudo bem, amanhã nós contamos para todos. Podemos organizar um almoço antes que o pessoal vá para o aeroporto e então damos a noticia. — Perfeito. — Ele diz e ficamos em silêncio. Seus olhos azuis e analisadores percorrem meu corpo. Imediatamente sinto um fogo crescer dentro de mim. — Você está muito, muito linda. — Ele diz numa voz baixa e rouca e que arrepia todo o meu corpo. — Você está muito bravo sobre ontem? — Pergunto estranhando que ele não tenha agido tão explosivamente como eu havia imaginado. — Estou, quer dizer, estava. Ontem eu estava furioso, hoje estou bem menos. É difícil me concentrar em qualquer outra coisa quando a única coisa que eu quero é arrancar esse seu vestido e me enterrar fundo em você. — Ele segura minha cintura e me puxa de encontro ao seu corpo forte. — Justin...Aqui não. Alguém pode nos ver. — E daí? Vamos contar para eles amanhã mesmo. — Ele diz enterrando a cabeça em meu pescoço e depositando vários beijos carinhosos. — Mas não quero que eles descubram dessa forma, vendo nós dois assim. — Não consigo conter um suspiro devido suas caricias. Ele já me conhece tão bem, sabe me desarmar por completo. — Preciso de você agora, Savannah. — Ele sussurra para mim e então ataca minha boca. — Justin, não...Alguém vai...Nos ver. — Tento dizer entre as tentativas dele de retomar o beijo. — Então venha comigo. — Ele segura minha mão e me puxa. — Para onde você está me levando? — Para o celeiro, você vai receber sua punição por ontem à noite. Chegamos ao celeiro vermelho e branco, Justin acende a luz e deixa a porta aberta. Ele me pega e me empurra contra a parede, espremendo meu corpo com o seu.

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— Você está tão sexy nessas botas. — Ele puxa uma perna e coloca em volta da sua cintura. Sua ereção pressiona contra o meio das minhas pernas. Ele levanta me vestido e acaricia minha coxa. Com uma mão fica segurando minha perna enquanto que com a outra segura firmemente meu pescoço e me beija ferozmente. Ele se aperta mais contra mim e eu gemo, levo minhas mãos até se cabelo e me perco na macies de seus cachos escuros. — Eu te amo. — Ele sussurra e começa a beijar e morder meu pescoço. Gemo mais alto e o aperto forte. Suas mãos vão para a alça do meu vestido e ele as abaixa. Puxa o tecido amarelo para baixo, até minha barriga, expondo meu sutiã de renda branca. Ele fecha uma mão em meu seio e o aperta. — Justin. — Gemo seu nome. Preciso do seu toque. — Você é tão linda, eu te amo tanto, Savannah. — Também te amo, Justin. Muito. Sua boca volta a atacar a minha, sua língua brincando e provocando a minha. Sua mão acariciando e apertando meu seio por cima do tecido fino, fazendo meu mamilo ficar duro e pronto para sentir sua língua provoca-lo. Beijamos-nos desesperadamente, precisando cada vez mais um do outro. Eu o amo tanto, como pode, não é? É muito engraçado as brincadeiras que o universo prepara para gente. De todos os homens do Texas, do mundo até, quem diria que eu me apaixonaria justo por Justin? Ele que sempre me tratou como uma irmãzinha, ele que é tão errado para mim, mas ao mesmo tempo tão certo. Justin esfrega sua ereção enorme em mim e eu gemo em sua boca enquanto sua língua não me dá trégua e seus lábios massageiam os meus. “Isso é perfeito.” — Mas que porra é essa? Solte-a agora seu filho da puta. — Um grito feroz e que ecoa no silêncio da noite nos assusta. Sinto meu coração disparar e dessa vez não tem nada a ver com Justin e suas caricias. Nós dois olhamos para a direção do grito e vemos Seth parado na porta do celeiro, vermelho e com ódio brilhando no olhar. “Oh não, não, não!” Justin dá um passo para trás, se desvencilhando da minha perna que estava em sua cintura. Rapidamente abaixo a saia do vestido e subo o tecido e recoloco as alças no ombro, escondendo meus seios. — Seth, calma, cara. Eu posso explicar. — Justin fala e eu posso ouvir o desespero em sua voz.

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— Explicar o que, porra? Que você estava abusando da minha irmã? Você é um filho da puta mesmo, mexer com ela foi longe demais até para você, seu merda. — Seth grita como eu nunca havia escutando antes. — Eu vou acabar com você, seu desgraçado. — Ele parte para cima de Justin com seu rosto vermelho de raiva e um olhar assassinado nos olhos. Atiro-me na frente de Justin, protegendo-o com meu corpo e fazendo com que Seth tenha que parar bruscamente para não bater em mim. — Não. — Digo para ele. — Savannah, saia da frente. — Seth ordena com uma voz que me dá arrepios. — Não, Seth. Não vou deixar que você machuque ele. — Eu vou fazer mais do que apenas machuca-lo, eu vou matar esse desgraçado. Agora saia. — Ele segura meu braço e me empurra para longe, cambaleio mas não caio. — Não toque nela. — Agora é o grito de Justin que preenche o ambiente. — Filho da puta, você que não deveria tocar nela, você nunca deveria ter tocado nela. — Seth esbraveja e em um moviemento rápido demais para assimilar, ele acerta um soco certeiro no queixo de Justin. Justin cambaleia para trás com a mão no queixo e Seth aproveita e lhe dá um soco no estômago, fazendo Justin se dobrar de dor, lutando para recuperar o ar nos pulmões. — Não, pare! — Grito estérica para Seth. — Vá embora, Savannah. Isso não vai ser bonito. Seth se prepara para atacar Justin mais uma vez, mas eu me jogo novamente ente os dois e me inclino sobre Justin, que ainda está indefesso e curvado, tentando se recuperar do soco no estômago. — Pare de machuca-lo, por favor. — Peço e sinto uma enxurrada de lágrimas descerem dos meus olhos e deslizarem por minhas bochechas. — Saia daqui, Savannah, eu já falei. Eu vou acabar com esse tarado nojento. — Não, não. Você não entende, ele não me forçou a fazer nada. Foi tudo consentido, eu aceitei tudo, ele não me obrigou. — Justin endireita a postura, mas sua cara ainda é de dor. — Você é uma criança, ele te manipulou porque é um filho da puta que não perdoa nem a própria irmã do amigo. Ele é um nojento pervertido, eu já devia ter notado isso antes, devia ter percebido como ele é, mas nunca achei que ele fosse capaz de fazer isso. Ele tem que pagar Savannah. — Seth, eu não estou me aproveitando dela, eu a... — Cala a boca! Cala a porra dessa boca, desgraçado.

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— Eu a amo. Eu amo Savannah, Seth. — Justin diz confiante, sem se intimidar pelos berros de Seth. Seth dá um passo para trás e nos olha incrédulo. — Não acredito que você está fazendo isso com a minha irmã, que você chegou a esse ponto. Iludi-la dizendo que a ama para leva-la para a cama. — Eu a amo. — Você não ama ninguém, você e eu sabemos disso. — Seth grita a plenos pulmões, olhando a expressão em seu rosto agora, eu realmente, realmente estou com medo dele. Sinto meu corpo tremendo e me encolho. — Você está assustando Savannah. — Justin diz saindo detrás de mim e ficando ao meu lado, envolvendo meus ombros com seu braço, me consolando. — Não encoste nela. — Seth segura Justin pela camisa e o arrasta até a parede. Jogo-me contra Seth tentando liberar Justin. Desestabilizo meu irmão e com toda a minha força empurro seu peito, fazendo cambalear para trás. — Não chegue perto dele, Seth. Não vou deixar você encostar um dedo sequer nele. Eu o amo, e eu acredito que ele me ama também, nós vamos ficar juntos quer você goste ou não. — Digo chorando. — Ele está te enganando, Savannah. Meu Deus como você é burra, você não vê? — Ele grita na minha cara e eu me encolho. — Grite com ela mais uma vez e você vai se arrepender. — Justin diz ameaçador. — Não precisa fingir que se importa com ela. Ou você está fingindo porque ainda não conseguiu o que queria, hein? Você conseguiu, Justin, você fodeu minha irmãzinha? Sinto como se o meu mundo todo tivesse se desmoronado. As palavras de Seth me machucam e me fazem sentir vulgar e apenas mais uma na vida de Justin. Coloco a mão no coração e me curvo com a dor que sinto. Numa inversão de papeis, Justin é quem segura Seth pela camisa e lhe dá um soco. — Nunca mais fale assim da sua irmã, ouviu? Eu juro por Deus que se você falar isso de novo eu vou perder a cabeça. Seth se recupera do soco e estranhamente vejo magoa em seu olhar. — Eu achei que você fosse meu amigo. — Ele diz esfregando o lugar onde Justin lhe acertou. — Eu achei que sempre pudesse contar com você. Eu nunca imaginei que você fosse esse tipo de pessoa, que você me trairia dessa forma. Meu Deus, como eu pude me enganar tanto a seu respeito? Eu sempre perdoei as suas falhas, até te perdoei quando

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você quase me fez perder a mulher que eu amo. Mas isso...Isso eu nunca vou perdoar. — Seth, por favor, não diga isso... — Digo sabendo que as palavras de Seth têm mais poder de ferir Justin do que seus socos. Eu sei o quanto Justin gosta de Seth, toda essa raiva deve estar magoando-o muito. — Justin mudou, ele não é mais o mesmo. Ele me ama. — Ele é exatamente o mesmo, Savannah, exatamente. Você não o conhece como eu, você não sabe as coisas que eu sei, você não viu as coisas que eu vi. Ele não tem concerto, ele nunca será capaz de fazer você feliz e te amar como você merece, você não vê isso? — Não é verdade. — Digo balançando a cabeça enquanto lágrimas incessantes caem dos meus olhos. — Não posso permitir isso, não posso permitir que ele te use mais ainda. — Eu já falei, porra, não fale assim dela. — Justin explode ao meu lado e tenho que me enfiar na sua frente e segura-lo para não partir para cima de Seth. — Ou o que? Você vai me bater? Pode vir. Agora ou depois, não importa, eu vou acabar com você pelo que você está fazendo. Ela não vai poder te proteger para sempre. — Savannah, vá para casa. — Dessa vez a ordem vem de Justin. — O que? — Olho-o com medo. — Vá para casa, seu irmão e eu temos que resolver isso, meu amor. — Quando Justin me chama de meu amor, escuto Seth soltar um grunhido. — Não, não posso, vocês vão acabar se matando. — Falo desesperada. — Por favor não, Justin, por favor. — Vá para casa, Savannah. Você nunca mais vai ver esse pedaço de merda. — Seth diz. — Não, não, não. Parem vocês dois. Vocês não vão brigar e você não vai me impedir de ver Justin. — Vá para casa, Savannah. — Seth diz sombrio. — Eu preciso fazer isso. Seth rapidamente e sem me dar tempo para reagir, me empurra novamente para longe. Dessa vez não tenho tempo de tentar interferir, eles se atacam como animais e não a nada que eu possa fazer. — Não, por favor, parem. — Grito para os dois. Justin não acerta muitos socos em Seth, ele tenta apenas se defender e somente acerta meu irmão quando necessário. Imagino que ele não queira de fato brigar com o melhor amigo. Já Seth não. Ele tenta acertar Justin de todas as maneiras, e infelizmente, meu irmão briga muito bem.

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— Pare, Seth. Pare. — Meus gritos não surtem efeito nenhum, então saio correndo do celeiro em busca de ajuda. Corro o mais rápido que minhas pernas conseguem. Me pego correndo pela segunda vez para salvar a bunda de Justin, mas eu sei que Seth é capaz de fazer muito mais estragos que Vince. — Me ajudem, por favor, me ajudem. — Grito quando chego perto da casa dos Cord. Entro correndo na casa e dou de cara com o peito forte de Aiden. — Você que estava gritando? O que aconteceu? — Ele pergunta assustado. Logo Aaron, Preston, Miguel, Mark, Shanon, Mitchie, Gwen, Jane, Alyssa, papai e mamãe aparecem, todos confusos e assustados com a minha gritaria. — Vocês tem que parar ele, ele vai acabar matando-o. — Quem? — Aiden segura meus ombros e pergunta. — Seth. Seth está espancando Justin no celeiro, vocês tem que para-lo. Demora apenas um segundo para que todos compreendam minhas palavras e saiam correndo da casa. Logo as mulheres ficam para trás, não conseguindo alcançar os homens e eu que corremos a toda velocidade. Aiden é o primeiro a entrar no celeiro, eu entro bem quando ele está em cima de Seth arrancando-o de cima de um Justin caído no chão e cheio de sangue. Ver ele daquele jeito me desespera e eu grito, vou correndo até o homem que eu amo no chão, quase inconciente. É preciso Aiden, Aaron e papai para segurar Seth. — Me soltem, eu vou matar esse desgraçado. As mulheres ficam assistindo tudo chocadas demais para falar ou fazer algo, e enquanto os homens tentam segurar e acalmar Seth, eu choro por Justin. — Meu amor. — Digo bem baixinho e passo a mão por sua testa. Seu nariz está cheio de sangue, seus dois olhos inchados e um corte profundo logo acima do olho. “Não, meu amor, meu amor. Pobre, Justin. Meu amor.” Sinto uma mão em meu ombro e quando olho para cima vejo Miguel, ele se ajoelha ao meu lado. — Deixe-me ajuda-lo. Graças a Deus que ele é enfermeiro. — Ele vai ficar bem, não é? — Pergunto com medo.

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— Vai sim, mas acho que devo leva-lo para o hospital, ele pode ter batido com força na cabeça e ter causando uma concussão. Sinto a raiva crescendo dentro de mim, a essa altura já levaram Seth para fora do celeiro. Levanto-me sentindo muito ódio de Seth e vou para fora. — Se alguma coisa acontecer com ele, eu nunca vou te perdoar, ouviu? — Grito na cara de Seth. — Ele mereceu. Isso e muito mais. — Seth não está mais sendo segurado, mas os meninos ainda estão cercando-o, impedindo que volte para dentro do celeiro. — O que é que está acontecendo aqui? — Mark questiona com um tom de autoridade impressionante. — Porque você bateu no meu filho, Seth? — Alyssa pergunta chorando, quase tão desesperada quanto eu. — Porque o seu filho não presta. Ele estava se aproveitando da minha irmã. Aquele filho da puta lá dentro seduziu Savannah. — Seth grita para todos ouvirem. Só queria que um buraco se abrisse agora e me engolisse para dentro. — Que história é essa? — Papai pergunta encarando Seth e eu. Todos ficam em silêncio, esperando uma resposta minha. — Eu...Eu e o Justin...A gente...A gente está... — Minha voz sai trêmula por causa do choro e não consigo falar. — Ele estava agarrando ela lá dentro. Ela acha que ele a ama, porque aquele desgraçado está enganando ela para poder leva-la para cama. — Seth diz. O que vem a seguir são várias exclamações, sussurros, olhares espantados e incrédulos. — Isso é verdade? — Papai pergunta com raiva. — Não, claro que não. Justin e eu nos apaixonamos, ele mudou e ele não está se aproveitando de mim. Nós nos amamos de verdade. — Oh meu Deus. — Escuto mamãe exclamando. Todos se olham sem saber o que fazer, parecendo perdidos e sem saber como reagir. Se acreditam em Seth ou em mim. — Uma ajudinha aqui. — Miguel surge apoiando Justin. Aaron sai correndo e ajuda a escorar o corpo fraco de Justin. Seth faz menção de partir para cima de Justin de novo, mas o seguram. — Não deixem ele se aproximar. Precisamos levar Justin para o hospital. — Miguel diz. — Vou buscar a caminhonete. — Mark diz e sai correndo. Rapidamente ele volta e Miguel e Aaron colocam Justin dentro da caminhonete com cuidado.

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Vou em direção ao carro, mas a mão de Seth segurando meu braço me impede de continuar. — Onde você pensa que vai? — Eu vou para o hospital com ele. — Digo me livrando do seu aperto. — Nem pensar. Você fica aqui. — Você não pode me impedir. — Digo-lhe. — Mas eu posso. Você fica. — Mas papai... — Lanço-lhe um olhar suplicante. — Até eu descobrir se esse cara está ou não se aproveitando de você, você não chega perto dele, entendeu? Olho-o tristemente e começo a chorar. — Ele não está se aproveitando, papai, eu juro. Deixe-me ir com ele, preciso ficar perto dele. — Não, você não vai chegar perto dele até Justin e eu termos uma conversa. — Balanço a cabeça e escondo meu rosto nas mãos e choro. Miguel, Aaron, Mark e Alyssa entram na caminhonete com Justin e vão embora para o hospital. Observo a caminhonete se afastar e meu coração dói, porque eu queria estar com Justin, com meu amor. Olho para todos que sobraram ali, parados, mas especialmente para papai e Seth. — Vocês nunca vão me afastar dele, ouviram? Nunca. — Grito e então saio correndo em direção a minha casa. Corro com todas as minhas forças, corro enquanto as lágrimas escorrem e o vento chicoteia minha pele e meu coração dói. Entro em casa, subo as escadas e corro para meu quarto. Bato a porta com força e a tranco. Então me jogo na cama e choro com a cabeça enterrada no travesseiro. Choro muito.

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O segredo de Jane Justin Desvio meu olhar da janela do hospital quando escuto uma batida na porta. A cabeça de papai aparece e ele entra, fechando a porta atrás de si. — Que bom que já está acordado, filho. — É meio impossível dormir muito por aqui. Enfermeiras entrando e saindo, barulhos no corredor, pessoas gemendo. Isso aqui é assustador. — Você estará em casa antes do almoço. — Papai diz vindo se sentar na beirada da minha cama. — Não entendo porque tive que passar a noite aqui. Eu deveria estar em casa trabalhando, tenho coisas importantes para resolver para segunda. — Você acha mesmo que estaria em condições de trabalhar hoje? Sei que você adora seu emprego, mas vai ter que pegar leve pelos próximos dias. — Queria estar em casa. — Reclamo. — Você ouviu o que o médico disse ontem. Você não tem nada sério, mas ele queria que você passasse à noite para ter certeza que não sofreu nenhum trauma nessa cabeça dura. — Ele diz batendo de leve na minha cabeça. — Como está se sentindo hoje, filho? — Melhor, mas ainda com dor. E por causa desse maldito olho inchado, só consigo enxergar parcialmente. Eu não devo estar nada bonito, não é? Ele segura meu queixo e vira meu rosto, analisando meus machucados. — Realmente, ele não pegou leve com você. Mas nada que não esteja melhor daqui a alguns dias. — Acho que vou ter que trabalhar em casa, então. Passam-se alguns minutos sem que digamos nada, papai está inquieto, eu o conheço e sei que tem algo que ele quer me dizer. Deixo que tome o seu tempo, porque eu já faço uma boa ideia sobre o que ele vai querer falar. — Filho, eu não falei nada ontem porque sua mãe estava aqui, mas eu gostaria de te fazer uma pergunta. — Pode perguntar, acho que já sei sobre o que é.

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— Aquela tarde que você me procurou para perguntar sobre mim e sua mãe...Naquela tarde quando você admitiu estar apaixonado. O amor impossível que você disse que estava vivendo, era com Savannah, não é? — Era sim, era ela. Entende agora o porquê eu não podia falar nada? Era complicado, ainda é. — Coloca complicado nisso. — Ele diz esfregando o queixo. — Se eu me lembro bem, você havia dito que o relacionamento de vocês começou com...Bem, com sexo casual. — Sim, foi assim que tudo começou. — Então você estava transando com a irmã do seu melhor amigo, sem intenção nenhuma de levar aquilo a sério. — Isso não foi uma pergunta e o seu tom desaprovador não me passou despercebido. — Você falando assim até soa como algo ruim. — Digo desviando meu olhar com vergonha. — Mas é, Justin. Você se apaixonar por ela não, mas o modo como começou...Como você vai explicar como tudo começou para Hank, para Seth? Você cometeu um erro em se deixar levar, filho, e agora você... — Eu não vou me afastar dela, se é isso que você vai dizer. — Digo ferozmente. Não importa se ele, mamãe ou qualquer um me pedir para me afastar, dizer que isso é o certo a se fazer, eu não vou deixar Savannah. — Calma, eu não ia dizer isso. Eu só ia dizer que você terá que enfrentar as consequências de um mau começo. — Eu vou enfrentar qualquer coisa por ela. — Digo seriamente olhandoo nos olhos. Papai franze a testa e me olha com aquele seu olhar analisador. — Você realmente gosta dela, não é? Quero dizer, realmente gosta dela. — Eu a amo mais que qualquer coisa, pai. Ela se tornou tudo para mim, tudo. Todo o meu mundo. — Eu posso ver em seus olhos, que você está sendo sincero. — Por favor, não me diga que eu devo me afastar dela. — Eu nunca diria isso, meu filho. Não depois de claramente ver que você a ama. Eu sei que você está sendo sincero com relação aos seus sentimentos e eu vou apoia-lo. Uma onda de alívio enorme percorre meu corpo, tranquilizando pelo menos um pouco minha alma. — Que bom que você acredita. Estava com medo que você fosse ficar cético como Seth. — Eu não. Acredito em você, filho, e sua mãe também. — É mesmo?

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— Sim, eu e ela conversamos sobre isso. Ela sabe que você não seria capaz de fazer o que Seth disse, e ela viu como Savannah reagiu ontem. Ela estava desesperada, defendendo você ferozmente das acusações do irmão. Claramente vocês se amam. — Um largo sorriso se forma em meus lábios ao ouvir suas palavras. — Nos amamos mesmo, pai. Muito. Ela me faz tão feliz que acho que vou explodir. — Eu não poderia estar mais feliz por você. E sua mãe, está radiante com a ideia de você finalmente ter se apaixonado. Contudo, peço que você tenha cuidado, filho. Os Careton são nossos amigos há anos, e Savannah é uma menina muito especial, cuide bem dela. — Eu vou, pai. Preferiria morrer a magoa-la. — Você sabe que vai ter que ter uma conversa com a família dela, não é? E Seth...Realmente não sei como as coisas vão ser com ele, mas você tem que estar preparado para a possibilidade de ter que escolher entre seu melhor amigo e a garota que você ama. Acha que pode fazer essa escolha? — Eu já fiz. Eu amo Seth como um irmão, não guardo nenhuma magoa pelo que aconteceu ontem e gostaria muito que pudéssemos acertar tudo, mas se ele dificultar as coisas, é ela quem eu vou escolher. E ele não vai me impedir de ficar com a mulher que eu amo. Ninguém vai. — Papai sorri e vejo que me olha com algo muito parecido com orgulho. — Fico feliz que você esteja tão decidido a correr atrás da sua felicidade, meu filho. É só isso que sua mãe e eu queremos, que você seja feliz. — Obrigado, pai. Isso significa muito para mim. — Digo segurando sua mão. — Bem, você está com fome? Quer que eu compre algo para você comer? — Ele oferece mudando de assunto. — Ah, por favor. Estou faminto e a comida daqui é horrível. — Granny’s? — Não se esqueça das rosquinhas. — Digo e ele ri. — Tudo bem, não vou esquecer. — Ele diz indo em direção à porta. Quando ele sai e fecha a porta, fico repassando em minha cabeça nossa breve conversa. Meu pai é incrível mesmo, o melhor de todos. Ele sempre esteve disposto a me apoiar, mas sabia ser duro também, quando necessário. Mas sempre foi muito carinhoso, e saber que mais uma vez ele está ao meu lado, principalmente por se tratar de um assunto tão importante, significa o mundo para mim. Alguns minutos depois, quando alguém bate a porta, me pergunto se papai teria sido tão rápido assim em me conseguir meu café da manhã. Mas quando a porta se abre, é Hank Careton quem entra. — Posso entrar, Justin?

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— Claro, por favor. Um pouco hesitante ele se aproxima da minha cama, faz uma careta quando vê meu rosto machucado de perto. — Como você está? — Bem, só com alguns hematomas. — Digo apontando para meu rosto. — Sinto muito, por Seth ter feito isso com você. Mas não posso dizer que se eu estivesse no lugar dele, teria feito diferente. — Ele diz e eu o olho surpreso. — Bem, você deve entender, ela e minha filha, é irmã dele, faríamos qualquer coisa para protegê-la. — Eu entendo isso, Hank. — É por isso que eu vim aqui, Justin. Eu preciso saber quais são as suas intenções com a minha filha. Preciso ouvir de você, o que é que está acontecendo. — Eu posso garantir, minhas intenções com Savannah são as melhores possíveis...Ela não veio com o senhor? Queria vê-la. — Não. Eu gostaria que vocês não se vissem até eu ter essa conversa com você. Ela é minha filha, Justin, preciso saber o que você está fazendo com ela. — Posso ver o medo por Savannah estampado em seu rosto, o desespero em sua voz. Meu Deus, será que aos olhos dele eu sou um destruidor de coração que não pensaria duas vezes em magoar sua filha? Por favor, ele me conhece a vida toda, eu entendo que esteja preocupado, mas magoa ver que eu tenho tão pouco crédito com pessoas que eu considerava amigas. Mesmo ainda sentindo um pouco de dor na área das costelas, me sento na cama, para olha-lo do mesmo nível. — Pois eu vou te falar o que está acontecendo então, senhor. Como você já deve muito bem ter consciência, sua filha é linda, engraçada, inteligente, simpática e tem um coração maravilhoso. Acontece que eu me apaixonei perdidamente por ela. Eu carrego em meu coração mais amor por ela do que sou capaz de suportar. Eu a amo com todas as minhas forças, e nunca, jamais, seria capaz de engana-la e magoa-la. Eu entendo o seu medo e o do Seth, afinal eu nunca fiz questão de esconder o meu disinteresse em ter um relacionamento sério, mas eu juro Hank, que isso mudou. Eu amo sua filha, e só quero ela. Termino de falar e espero pela reação de Hank, mas ele simplesmente fica parado, me olhando, e não diz nada. — Você...Você realmente está falando sério. — Ele diz em um sussurro para ele mesmo, parece incrédulo. — Eu amo Savannah, Hank. E significaria muito para mim, e para ela também eu sei, se você nos apoiasse. — Ele passa a mão pelos cabelos e vai até a janela.

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— Nunca imaginei que vocês dois...Ela é uma criança, e você é tão mais velho. — Hank, eu sei que você quer acreditar que ela vai ser para sempre a sua garotinha, mas Savannah não é mais uma criança. Ela tem 20 anos. — É que...Eu não quero que ela se machuque. Quando você tiver uma filha, você vai entender. — Eu te prometo, eu nunca vou fazer algo que possa magoar Savannah. — Ele permanece em silêncio por alguns instantes, sempre encarando a paisagem lá fora e nunca os meus olhos. Então ele finalmente solta um suspiro e se vira em minha direção. — Acho que não a nada que eu possa fazer, não é? Como você mesmo disse, ela não é mais uma criança e eu não posso impedi-la de ficar com quem ela quiser. Você pareceu muito sincero sobre gostar dela, e pelo que eu pude perceber, ela também gosta muito de você. Vou ser franco com você Justin, não estou completamente confortável com vocês dois juntos como um casal, mas vou te dar o meu voto de confiança. Não vou ser contra o relacionamento de vocês, e pelo pouco que eu conversei com Marie ontem, acredito que depois que eu lhe contar o que você me disse hoje, ela também não vai ficar contra. — Muito obrigado, Hank. Eu... — Mas vou te dizer uma coisa...Magoe a minha filha com esse seu estilo de vida liberal, e eu vou chutar a sua bunda com tanta força que você vai parar em Oklahoma. — Ele diz com aspereza. — Eu não vou. Mas se isso acontecesse, eu teria o maior prazer em deixar você chutar minha bunda, senhor. — Ótimo, acho que estamos conversados então.

Savannah Droga. Foi tão difícil conseguir dormir ontem, e quando eu finalmente o fiz, já era muito tarde. Como resultado acabei dormindo demais, preciso me apressar se eu quiser chegar a Dallas antes do horário de visita do hospital acabar. Escutei eles conversando ontem que Justin estava bem, mas passaria a noite em observação. Arrumo-me apressadamente, pego minha bolsa e as chaves do carro e saio correndo escada a baixo. — Filha? — Paro bruscamente quando ouço a voz de mamãe. — Filha, o café está na mesa, venha comer... — Ela para de falar quando me vê parada perto da porta. — Onde você vai? — Estou indo para o hospital, preciso ver ele, mãe. — Seu pai disse que não queria você perto dele até os dois conversarem.

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— Papai não está aqui agora. — Tem razão, ele está a caminho do hospital agora mesmo. — Ela diz colocando as mãos na cintura. — O que? — Ele saiu faz meia hora. — Porque vocês não me avisaram para eu ir junto? — Você não ouviu o que eu disse? Seu pai não quer você perto do Justin até ele saber quais são as intenções dele com você. — Ah meu Deus. — Digo esfregando a testa. — Isso é ridículo. Eu tenho que ir ver como ele está. — Giro a maçaneta da porta. — Savannah, espere. — O que foi, mamãe? — Pergunto me virando para ela. — Como...Como isso foi acontecer? Quero dizer, você e o Justin? Isso é tão estranho e... — Olha mãezinha, eu sei, e eu vou explicar tudo mais tarde, ok? Agora eu preciso mesmo ir. — Vou até ela e lhe dou um beijo na bochecha, então saio correndo até o carro. Preciso chegar logo naquele hospital e impedir que papai estrague tudo com Justin. — Oi, bom dia. Gostaria de saber em qual quarto Justin Cord está. — Digo para a moça atrás do balcão. — Só um minuto... — Ela digita algo no computar e então diz: — Quarto 633. O horário de visita acaba em dez minutos. — Tudo bem, obrigada. — Digo e vou apressadamente procurar o quarto de Justin. Passo pelo quarto 625, 626, 627 e tão distraída procurando o número certo que estou, só vejo papai pouco antes de me esbarrar com ele. — Savannah, o que você está fazendo aqui? Eu não tinha dito que... — Você viu ele? Como ele está? — Pergunto preocupada. — Ele está bem, um pouco dolorido, mas bem. — Preciso vê-lo. O que vocês conversaram? Você não estragou tudo, não é papai? — Calma, menina. Justin e eu conversamos, e eu acredito que ele goste mesmo de você. — Sério? — Pergunto com um sorriso se formando em meus lábios. — Sim, não vou ser contra vocês ficarem juntos, mas vou ficar de olhe nele, hein? E se ele fizer alguma coisa para você que eu não gostar...

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— Ah papai. — Não deixo que termine de falar, pois me jogo em seus braços e lhe dou um abraço apertado. — Isso significa muito para mim, obrigada. — Só quero que você seja feliz, minha princesa. — Ele diz acariciando meus cabelos. Estou tão feliz que poderia explodir. Estava com tanto medo que a conversa entre papai e Justin fosse mal e que ele quisesse me proibir de namorar Justin, claro que isso não me impediria, mas assim as coisas vão ser bem mais fáceis. Ter o apoio dele me faz sentir mais leve, mais tranquila e menos culpada. — Vou vê-lo, o horário de visitas já está acabando. — Digo me desvencilhando de seus braços. — Tudo bem, vá. — Até logo, e obrigada de novo, por entender. — Viro-me e vou até o bendito quarto 633. Abro a porta devagar, sem fazer barulho. Justin está deitado na cama, olhando para a janela. — Posso entrar? — Assim que ouve minha voz, ele se vira rapidamente e abre um sorriso largo. — Meu amor. — Tento sorrir, mas a visão do seu rosto machucado faz com que o sorriso fique preso nos lábios e meu coração fique pesado, dolorido. — Justin. — Sussurro seu nome. Caminho até a cama e fico ao seu lado. — Meu amor, que bom que você está aqui. Acabei de falar com seu pai, e ele... — Eu sei. Encontrei com ele no corredor, ele me disse. — Digo tentando lhe dar um sorriso reconfortante. — E o meu pai também entendeu, ele disse que vai nos apoiar. — Isso é maravilhoso, meu amor. — Digo segurando sua mão. — Acho que não foi tão ruim quanto havíamos imaginado, quer dizer, com Seth foi. Mas nossos pais, acho que eles estão reagindo melhor do que esperávamos. — Ele diz sorrindo animadamente, mas não consigo retribuir o sorriso, não quando ele está deitado em uma cama de hospital todo machucado por minha culpa. — O que foi, amor? Você não está feliz? — Ele pergunta. — Ah meu amor, é claro que eu estou feliz. Ter o apoio de papai significa muito, mas...Você está aí, todo machucado. Não acredito que Seth tenha te batido dessa maneira. — Sinto meus olhos começarem a se encherem de água. — Ei, não fique assim. Nós dois sabíamos que ele não reagiria bem.

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— Eu sei, mas eu achei que ele fosse gritar, ficar bravo, até te dar um soco. Não imaginei que ele te mandaria para o hospital. — Está tudo bem, eu estou bem. — Está mesmo? Você não parece muito bem, não está doendo? — Pergunto acariciando de leve seu rosto. — Dói só um pouco, mas estou bem, juro. — Sinto muito. — Uma lágrima traidora escorre por minha bochecha. — Sabe o que você pode fazer para eu me sentir melhor? — Ele pergunta. — O que? — Primeiro, pare de chorar. — Ele estica o braço e limpa minha bochecha. — E segundo, você pode me dar um beijo. — Não consigo evitar e sorrio. Inclino-me sobre ele e deposito um beijo carinhoso em seus lábios. Quando faço menção em me afastar, sua mão vai até meu pescoço e me mantém no lugar. Seus lábios são tão macios, reconfortantes e familiares. Permito-me perder a noção de tudo que não seja Justin, por isso me assusto quando escuto alguém limpando a garganta atrás de nós. Afasto-me num pulo e me viro, dando de cara com um Mark muito desconcertado. — Desculpe, não queria interromper, mas trouxe sua comida, filho. — Ele diz levantando uma caixa de padaria e uma caneca do que, pelo cheiro, presumo ser café. — Tudo bem, pai. — Oi, Savannah. — Mark me cumprimenta com um sorriso tímido. — Oi, Mark. — Digo também um pouco envergonhada. Ele se aproxima e entrega a comida a Justin. — Sinto muito, filho, mas vou ter que ir, o horário de visita já acabou e logo vão aparecer para nos tirar daqui. — Tenho que ir também. — Digo. — Claro, tudo bem. Daqui uma hora eu devo ter alta, você vai voltar comigo até meu apartamento, não é? — Ele dirige sua pergunta para mim. — É claro, meu amor. — Respondo. — Ótimo. — Até logo. — Me despeço. — Hey, e o meu beijo? — Olho para ele e depois para Mark, sem graça. Tudo bem, isso ainda é um pouco estranho.

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Dou um beijo de despedida em Justin, e então eu e Mark seguimos para fora do quarto. Caminhamos lado a lado pelo corredor branco e largo. Olho-o de canto e vejo um pequeno sorriso nos lábios de Mark. — Feliz? — Pergunto. — Muito. Em 29 anos nunca vi aquele brilho nos olhos do meu menino. O jeito que vocês se olham...Me lembra muito de mim e Alyssa. — Sorrio com suas palavras. Se ao menos Seth conseguisse ver o que parece que todos estão conseguindo.

Justin Finalmente em casa. Sei que passei apenas algumas poucas horas no hospital, mas foi suficiente para me deixar angustiado e louco para voltar para o conforto do meu apartamento. Quando finalmente tive alta, papai e Savannah me acompanharam até em casa, logo mamãe também se juntou a nós. Os três ficaram me fazendo companhia por várias horas, até que foram embora, pouco tempo atrás. Agora estou sozinho, anestesiado pelos comprimidos para dor que o médico me receitou. Gostaria que papai e mamãe não tivessem se demorado muito, queria ficar a sós com Savannah, temos tanto para conversar. Quero saber melhor sobre como ela está se sentindo com relação a como o nosso relacionamento foi revelado, e confesso que queria que ela fosse a minha enfermeira. Adoro quando ela se preocupa comigo, quando cuida de mim. Até poderia ter pedido para que ela dormisse aqui, mas não quero forçar a barra, tenho certeza que mesmo aprovando nosso namoro, Hank vai querer conversar com a filha, assim como provavelmente Marie. Espero que Seth esteja mais calmo e não pegue pesado com Savannah. Sei que mesmo Seth achando que eu estava errado nessa situação toda, ele não deveria ter me agredido, mas não consigo ficar com raiva dele. A verdade é que eu me sinto culpado pelo modo como as coisas entre eu e Savannah começaram. Eu sei que ela é uma mulher adulta, capaz de tomar as próprias decisões, mas se a situação fosse ao contrário, não importa quantos anos minha irmã tivesse, eu ficaria muito puto se o meu melhor amigo estivesse tendo uma amizade colorida com ela. E depois de tudo que eu já disse e fiz na presença de Seth todos esses anos, eu entendo seu receio de deixar sua irmã namorar comigo. Mas a parte em que ele gritou para quem quisesse ouvir que eu estava me aproveitando dela, magoou. Ele é meu melhor amigo, ele deveria saber que eu nunca seria capaz de dizer para Savannah que eu a amo apenas para dormir com ela. Isso está anos-luz além do que eu seria capaz de fazer. Tenho muito medo que Seth não entenda e não aceite o meu relacionamento com Savannah. Tenho medo que ele a influencie contra

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mim, afinal, eu sei o quanto ela ama o irmão e o quanto sua opinião é importante para ela. Também tenho medo de perder a amizade dele, muito medo. Espero não precisar chegar ao ponto de ter que escolher ou um ou outro. Claro que eu escolherei Savannah, mas sem Seth, para sempre vou ter um vazio em meu peito. Eu o conheço há tanto tempo, uma vida inteira. Mesmo na memória mais antiga, dos meus mais tenros anos, Seth era uma figura sempre presente. Como tínhamos a mesma idade, éramos vizinhos e os únicos meninos em um raio de vários quilômetros, o forte laço que criamos logo no começo de nossas vidas era algo inevitável. Nós sempre tivemos personalidades contrastantes, completavam. Contávamos tudo um para o outro.

mas

que

se

Eu dormia em sua casa e ele na minha, às vezes acampávamos, sempre perto da casa, porque tínhamos medo de ir muito para longe nos limites escuros e silenciosos da fazenda. Claro que nenhum dos dois admitia ter medo de acampar no escuro. Quando chegou certa idade, começamos a conversar sobre meninas, beijos e amassos e mais tarde sobre sexo. Falávamos sobre tudo, contávamos tudo, estávamos sempre juntos. A iminência do fim de tudo isso, é desoladora. Mas se tem algo que me consola, é que no final vai valer a pena. É tudo por ela. Minha princesa, minha linda, meu amor. Minha.

Savannah Sei que tem algo errado assim que abro a porta de casa. É como se eu pudesse sentir a mudança no ar, ficando mais denso, mais pesado. Fecho a porta cuidadosamente, escutando atentamente para tentar discernir as vozes vindas da sala. Uma é de Shanon, outra de papai, mamãe também está presente e alguém usando um tom severo...Seth. Agora reconheço sua voz. Caminho em direção à sala e encontro todos com caras sérias. Eles param de falar assim que eu chego, vejo que Jane também está presente, mas sem participar da discussão. — Onde você estava? — Seth se vira para mim e pergunta, colocando as mãos na cintura. Não gosto do seu tom autoritário, então levanto a cabeça, encaro-o nos olhos e digo com confiança. — Estava com Justin. — Como assim estava com Justin? Eu disse que você nunca mais veria aquele cara. — Ele diz elevando a voz.

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— Sua recomendação foi devidamente anotada, mas eu escolhi ignorala e continuar vendo meu namorado. — Digo cruzando os braços e com um sorriso de escárnio nos lábios. — Não acredito nisso. Aquele desgraçado conseguiu mesmo fazer sua cabeça, não é? — Seth... — Digo tentando apelar para a razão. — Você conhece Justin a sua vida toda, você sabe que ele nunca seria capaz de me enganar. Ele é o seu melhor amigo, acha mesmo que ele faria algo tão cruel comigo? — Uma coisa certa você disse, eu o conheço a minha vida inteira. E eu sei que suas raízes estão fundas demais nesse estilo de vida, para ele larga-lo agora. — As pessoas mudam. — Digo começando a perder a paciência. — Sim, as pessoas mudam. — Ele grita, me fazendo dar um pulo com sua mudança súbita de tom. — Quando elas entram na vida adulta, quando elas estão no começo dos seus vinte e poucos anos, quando elas têm que crescer e começar a agir como gente grande. Elas não mudam aos 30 anos, Savannah. Ele não mudou até agora, não vai ser depois de ter vivido metade da sua vida que ele mudará. — Isso é besteira. Todos tem o direito de mudar. — Ok, ele mudou. — Ele balança as mãos no ar. — Vamos imaginar que ele tenha mesmo mudado. Você acha mesmo que ele vai conseguir fugir de anos e anos de hábito? Não importa o quanto ele queira mudar – isso se ele realmente quiser mudar – no final, ele vai acabar agindo segundo as vontades do seu pau, como ele sempre fez. — Seth! — Papai repreende Seth com uma voz autoritária. — Ela tem que saber como as coisas são, pai. Por mais feia que a verdade seja, ela precisa ser dita. É melhor ela saber agora, quando ainda dá tempo dela sair disso tudo sem se magoar, do que depois, quando ele fizer alguma merda com ela. — Controle as palavras, filho. — Papai adverte. — Você pode até conhecer o Justin há anos, mas você só conhece o velho Justin. O novo, o apaixonado, carinhoso e que me ama, você não conhece. — Savannah...Minha irmã. Eu te amo com todas as minhas forças, eu não posso deixar você se meter em algo em que você claramente vai sair devastada. Tudo o que eu faço é para o seu bem. — Foi para o meu bem que você espancou o seu melhor amigo? — Ele não é mais o meu melhor amigo. — Eu deveria nunca mais falar com você depois do que você fez com Justin. Mas eu te amo demais para fazer isso. Mas o meu amor por você não é maior do que o que eu sinto por Justin, e mesmo me doendo muito não ter o seu apoio, eu não vou me afastar dele.

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— Meu Deus, como você é teimosa. — Ele se aproxima e esbraveja em meu rosto. Fico desconcertada com suas mudanças bruscas de humor. — E você arrogante, não quer admitir que está errado. — Isso porque eu não estou errado. — Seu melhor amigo e sua irmã estão apaixonados, e você não consegue aceitar isso. Fica querendo arrumar desculpas e pretextos para nos separar. — O que eu estou fazendo é para o seu próprio bem, eu sou seu irmão mais velho e tenho que cuidar de você. — Eu não sou mais uma criança, você não precisa cuidar de mim. — Aparentemente eu preciso sim, já que você está agindo pior que uma criança. Você está sendo mimada e burra.— A essa altura já estamos gritando um com o outro. Abro a boca, surpresa por suas palavras. Sinto a raiva crescendo cada vez mais dentro de mim. — Não se atreva a me chamar de mimada e burra... — Grito dando de dedo em seu peito. — E não venha descontar as frustrações do seu casamento no meu relacionamento. Você não é feliz com Jane e não quer que ninguém mais seja, não é de admirar que ela não te queira mais. Nessa hora várias coisas simultâneas acontecem. Papai se levanta de onde estava sentado e grita meu nome, Shanon e mamãe levam à mão a boca em surpresa, Jane arregala os olhos e parece envergonhada, e Seth dá um passo para trás e me olha tão chocado como se eu tivesse acabado de lhe dar um tapa. E eu me arrependo das palavras cruéis, tenho vontade de retirar o que eu disse, mas é tarde demais. — Já chega, essa discussão já foi longe demais. — Papai diz olhando para Seth e eu. — Savannah, o que acontece no casamento do seu irmão só diz respeito a ele e Jane, e ninguém aqui tem o direito de se meter. — Nesse momento lanço um olhar para Shanon, ela me olha e sei que também está pensando sobre o fato de termos seguido Jane. Ainda temos que falar com ela e contarmos que sabemos que tem algo muito errado acontecendo, provavelmente com sua saúde, isso eu ainda não sei ao certo. — E Seth, você está certo sobre ser o irmão mais velho e ter que cuidar das meninas. Mas existem certos momentos em que temos que saber quando recuar, e esse é um deles. Eu fui pessoalmente conversar com Justin hoje de manhã, ele me disse como se sente com relação a sua irmã, eu acreditei nele e na verdade dos seus sentimentos. Savannah tem a minha permissão para namorar Justin, não que ela precisasse de qualquer maneira, sua irmã já é uma mulher adulta. — O que? — Seth olha para papai como se tivesse acabado de lhe nascer uma segunda cabeça. — Você vai permitir que ela continue com aquele cara, você está louco?

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— Seth, tenha mais respeito com seu pai. — É a vez de mamãe entrar na briga. — Não posso acreditar que você vai deixar isso acontecer. — Seth diz incrédulo olhando para papai. — Mesmo que eu quisesse fazer algo, não tenho mais completa autoridade sobre a vida dos meus filhos, vocês já são todos adultos. — Mas... — Sem mas, filho. Justin merece uma chance, eles merecem uma chance de nos provar que estamos errados e que se amam. Espero que você não interfira mais no relacionamento da sua irmã. — Papai diz firmemente e eu lhe dou um leve sorriso. Seth olha para todos na sala, procurando por apoio, mas ninguém – nem mesmo Jane – se manifesta em seu socorro. Então ele sai da sala furioso e sem dizer mais nenhuma palavra, segundos depois escutamos a porta da frente batendo com força, e mais alguns segundos depois, o barulho de sua caminhonete arrancando violentamente.

Jane Não consigo ficar parada por mais do que poucos segundos. Ando de um canto para o outro remexendo as mãos nervosamente. Já são onze horas e Seth ainda não voltou para casa. Estou tão preocupada, ele saiu tão transtornado depois da discussão com Savannah, tenho medo que ele acabe fazendo alguma besteira. Dizem que só nos lembramos de Deus nos maus momentos de nossa vida, que ninguém se lembra de agradecer as coisas boas e só querem saber de reclamar e pedir. É verdade, infelizmente. Nunca fui uma pessoa muito religiosa, mas nos últimos dias, depois de ter recebido aquela noticia da minha médica, comecei a rezar todas as noites. Sento-me no sofá e junto minhas mãos, começo a rezar para que Seth esteja bem, e que volte para mim são e salvo. Perto da meia noite, escuto um barulho na fechadura e logo depois a porta sendo aberta. Levanto-me e vou confrontar Seth, nos encontramos na porta da sala, ele para na minha frente e me olha parecendo surpreso. — O que você está fazendo acordada? — Ele pergunta e eu sinto o bafo de bebida. — Estava te esperando. Você andou bebendo? — Talvez. — Ele responde passando por mim. Fecho os olhos e respiro fundo. Essas últimas semanas tem sido tão difíceis, grande parte por minha culpa, se eu tivesse sido honesta desde o começo, mas simplesmente não tive coragem. — Onde você estava, Seth? — Viro-me para ele. Ele para de andar e me olha com a testa franzida.

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— Você se importa? — É claro que eu me importo, você é meu marido. — Achei que você ficaria feliz se eu ficasse fora por mais tempo, assim quem sabe, você até poderia trazer seu amante para cá e se divertir um pouco. Abro a boca para respondê-lo, mas consigo me conter a tempo. É preferível não dizer nada, já que negar não é suficiente para ele, e nossas brigas sempre começam assim. Não posso culpa-lo por criar diversos cenários para justificar minhas mentiras, mas magoa demais saber que ele pensa que eu ter um amante é uma possibilidade. Eu o amo mais que minha própria vida, depois que o conheci nenhum outro homem sequer teve espaço em minha mente e em meu coração. Seth é todo o meu mundo, e ele tem me destruído com todas as desconfianças e palavras duras. — Foi o que eu pensei. Agora se você me dá licença, estou exausto. — Você estava com outra? — Pergunto com a voz trêmula de medo. Seria razoável deduzir que já que Seth acha que eu tenho um amante, que ele poderia fazer o mesmo para se vingar. — Porque, só você tem o direito de se divertir? Você trair os votos que fizemos no dia em que nos cassamos está tudo bem, mas se eu quiser fazer o mesmo, não posso, é isso? — Você...Você estava com outra mulher, sim ou não? — Minha voz fica presa na garganta, sinto meu estômago se embrulhando e o medo crescendo dentro de mim. Se Seth tiver beijado outra, dormido com outra mulher, eu juro que posso morrer de tristeza. Ele me olha apenas por um momento, mas que para mim pareceu uma eternidade. — Não, eu não estava com outra mulher. Ao contrário de você, eu ainda sou fiel ao nosso casamento. — Pare, por favor, pare com isso. Eu já disse mil vezes que eu nunca te trai, me machuca tanto que você pense isso de mim. — E o que você queria que eu pensasse, hum? Você tem ficado tardes inteiras fora e mentido sobre onde estava, tem agido estranha, tem me afastado, não me quer mais por perto. — Eu sei, mas eu não tenho um amante, eu juro. Não é sobre isso que se trata tudo. — Então sobre o que é? Diga-me, se você não tem um amante, qual o motivo de tudo isso?

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Abro a boca mas as palavras não veem, é tão difícil juntar a coragem necessária. E se ele não me quiser mais depois que eu lhe contar a verdade? Eu quero contar, mas não consigo. — Quer saber, esquece. Vou pegar minhas coisas e dormir no sofá. — Ele diz e se vira. Cada passo que ele dá para mais longe de mim, mais eu sinto que nosso casamento está indo por um caminho sem volta. Sinto que estamos ficando cada vez mais distantes, rumando para a separação que eu sei que no fundo nenhum de nós quer. “Você pode impedir isso, Jane, apenas conte. Conte de uma vez...Ande, conte logo. Conte! Não seja covarde, conte!” — Eu tenho um tumor. — As palavras jorram por entre meus lábios. Seth congela no lugar, sinto meus olhos ficarem embaçados pelas lágrimas não derramadas. — No útero...Eu tenho um tumor no útero. Está em um estado muito avançado, não tem outra alternativa se não a cirurgia. Minha médica disse que como demorei em ser diagnosticada, é possível que o tumor tenha me tornado...Tenha me tornado infértil. Quando eu mentia sobre onde eu estava, era porque eu estava no médico, ou em algum outro lugar, chorando. — Digo sem mais conseguir segurar as lágrimas. Seth continua parado, olho ansiosamente suas costas, esperando sua reação. Mas ele não diz nada e sai. Apenas vai embora. Nesse momento sinto algo dentro de mim se quebrando, talvez seja meu coração, já que ele está doendo muito. Minhas pernas fraquejam e eu tenho que ir me sentar no sofá. Sinto como se algo tivesse apertando meu peito, tornando a respiração difícil. Escondo o rosto nas mãos e choro violentamente, fazendo todo o meu corpo tremer. Sinto o peso esmagador da solidão, sinto frio, muito frio. Até que braços quentes me envolvem, reconfortantemente. Não preciso olhar para saber que é Seth, então permaneço com o rosto enterrado nas palmas de minhas mãos. Ele me puxa para si e me abraça com força, sinto toda a rigidez dos seus músculos e o calor familiar de seu corpo. — Me perdoa. — Ele sussurra. Levanto a cabeça e olho em seus olhos. Seu rosto está coberto por lágrimas. — Me perdoa, meu amor, por favor. — Ele esconde o rosto em meu pescoço e chora ruidosamente. — Por favor, me diga que isso não vai te tirar de mim. Me diga que você vai ficar bem. Por favor. — Eu vou ficar bem. — Digo levando minha mão até seus cabelos e acariciando-os. — Não quero te perder. — Sua voz sai abafada pelo meu pescoço.

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— Você não vai. — Tento me controlar e parar de chorar, mas é difícil. — Sinto muito, me perdoe por ter sido um idiota, por ter sido um péssimo marido. Eu sinto tanto. — Seu corpo treme e eu o abraço forte. — Me perdoe por não poder te dar um filho, acredite, é o que eu mais queria. — Sussurro para ele. — Não me peça perdão, você não tem por que. — Tenho sim. Eu sei que o quanto você quer um filho, e eu não posso te dar, eu não posso fazer de você o homem mais feliz do mundo, porque eu não sou fértil. — Eu já sou o homem mais feliz do mundo. — Ele diz e me beija. Não é um beijo apaixonado e cheio de desejo, e sim carinhoso e completo de adoração e amor. Aquece meu coração. — Você é maravilhosa, eu te amo tanto e você me faz muito feliz. Sinto muito por não ter percebido que algo tão sério estava acontecendo, sinto muito por ter pensado o pior de você, sinto muito por todas as palavras duras que eu disse e a maneira fria que eu te tratei. Espero que um dia você possa me perdoar. — Eu já te perdoei, meu amor. Eu te amo tanto, que mesmo você machucando meu coração, ele ainda quer ser seu. — Jane, você é minha vida, não sei o que eu faria sem você, por isso eu agi como um idiota. A ideia de você estar com outro, de você amar outro...Me matava lentamente todos os dias. Sei que eu deveria ter confiado em você, mas...Eu sou um idiota, o maior dos idiotas e não mereço alguém como você. — Eu te amo, Seth. Por favor, me beije. Ele atende ao meu pedido e mais uma vez junta seus lábios com os meus. Sua língua invade minha boca e acaricia a minha, me fazendo gemer. Seth me puxa para seu colo e eu vou de bom grado. Nos beijamos com toda a força do nosso amor. — Vai dar tudo certo, você vai ver. — Ele diz quando nossos lábios se desgrudam. — Você vai fazer essa cirurgia e eu estarei lá ao seu lado. Você vai voltar a ficar saudável e nunca, nunca vai me deixar. — Ele me aperta em seus braços e eu me aconchego nele. — Estou com medo. — Admito. — Tudo bem. Tudo bem ter medo, mas você é uma mulher forte, tenho certeza que vai passar por isso. — Mas e se esse tumor realmente tiver me deixado com problemas e eu nunca poder ter um filho? — Então adotaremos um. — Ele diz limpando as lágrimas do meu rosto. — Você faria isso? — Mas é claro, eu sou capaz de fazer qualquer coisa se você estiver ao meu lado. E tenho certeza que seriamos tão felizes com essa criança

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como se ela fosse realmente nossa, e eu a amaria como se ela tivesse nascido daqui. — Ele diz espalmando a mão em minha barriga. Sinto meus olhos se encherem de água de novo, mas dessa vez de alívio e amor. “Eu amo tanto esse homem, meu Deus.” — Seja o que for que aconteça, enfrentaremos isso juntos. — Juntos. — Repito. — Será que você pode me perdoar por ter sido um idiota completo e me dar outra chance? — É claro, meu amor. — Digo e depois o beijo. Ele me segura firme e então se levanta do sofá, me carregando em seus braços. — O que você está fazendo? — Pergunto quando ele começa a andar comigo no colo. — Vou te levar para o quarto e vou fazer amor com você à noite inteira.— Ele diz sem tirar os olhos dos meus. — Te amo, sabia? — Encosto minha cabeça em seu peito e digo com um pequeno sorriso nos lábios. — Eu também te amo, muito. Vou te mostrar o quanto.

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Seu passado nos condena Savannah Um mês depois... — Obrigado mesmo por ir comigo nesse jantar. — Justin me agradece novamente enquanto olha concentrado a estrada a sua frente. — O prazer é todo meu, meu amor. — Já disse que você está linda nesse vestido? — Ele pergunta com um sorriso malicioso surgindo no canto dos lábios. — Só umas vinte vezes. — Respondo sorrindo. — Você está linda nesse vestido. — Ele segura minha mão e leva até a boca, beijando-a. — E você está muito sexy nesse terno. — Mordo o lábio inferior e admiro como a roupa preta se molda em seu copo perfeitamente. O luxuoso Violethold Palace Hotel é o nosso destino nessa noite amena. Uma vez por ano a família Pinkerton, dona da imponente e poderosa Voltlin & Pinkerton Company, organiza um jantar beneficente e convida todas as companhias e empresas associadas. Todos os fundos arrecadados são revertidos para instituições de caridade. — Esqueci-me de te perguntar antes, como está indo Jane? — Justin quer saber. — Ela está surpreendentemente calma, a cirurgia foi marcada para semana que vem. — Respondo. Pobre Jane, ainda não acredito em tudo isso que está acontecendo com ela. Quando ela e Seth reuniram a família e contaram que Jane tinha um tumor no útero e que precisaria operar, todos foram pegos de surpresa. E quando ela chorando disse que como resultado ela poderia nunca conseguir engravidar, todos ficaram em um silêncio pesaroso. Naquele dia Shanon e eu finalmente entendemos o motivo de Jane ter saído do consultório chorando, acabou que nem precisamos falar com ela e admitir que havíamos seguido-a. Ela mesma resolveu contar a verdade, e ainda bem que ela fez isso, pois agora Seth e ela voltaram a se dar bem. — Coitado do Seth, sei o quanto ele queria ter um filho com Jane. Ainda tem chance dela conseguir engravidar, não é? — O tumor pode deixar ela infértil, não é certeza, então eu diria que sim, ela ainda pode engravidar. Tudo vai depender de como a cirurgia ocorrerá e do tratamento que ela vai fazer depois disso.

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— Queria poder estar ao lado de Seth e apoia-lo. — Justin diz tristemente. Encaro seu perfil, seus traços perfeitos e sua pele levemente dourada devido ao forte sol texano. Não sobrou nenhum resquício da luta entre ele e Seth, ele voltou a ser perfeito, e pelo que me parece, não há resquícios nenhum da briga no coração de Justin também. Tenho a impressão que ele nem leva o ataque brutal de Seth em consideração, ele fala sobre meu irmão com saudades e tristeza, nunca com raiva ou mágoa. E mesmo depois do que Seth fez com ele naquela noite, naquele celeiro, Justin consegue se preocupar genuinamente com meu irmão cabeça dura e teimoso. Já faz um mês que estamos juntos abertamente, sem mais esconder e mentir, e tudo tem ido muito bem, devo dizer. Nossas famílias já parecem estar acostumadas com a ideia de nos dois juntos, as coisas voltaram ao normal, não é mais aquele choque e desconforto quando alguém dos Cord ou Careton nos pegam aos beijos. Papai e Justin até já saíram para um final de semana de pescaria juntos, o que eu achei super demais. Não sei o que aconteceu naquele final de semana, só sei que os dois voltaram unha e carne, desde então papai parece idolatrar Justin como ele nunca havia feito antes, e Justin adora papai, sempre fala nele como se fossem bons e velhos amigos. Já me passou pela cabeça que talvez Justin esteja tentando colocar papai para substituir Seth, o que faz meu coração doer por ele, apesar de também me deixar feliz que dois, dos três homens mais importantes da minha vida, estejam se dando tão bem. Mamãe também quebrou o preconceito inicial contra nosso namoro e tem tratado Justin muito bem. Alyssa me trata como uma filha muito querida, é até engraçado de ver. Sempre que estamos sozinhas, ela me agradece por fazer do seu Justin um homem feliz, isso sempre me deixa envergonhada e emocionada ao mesmo tempo. Jax, que ficou sabendo sobre seu irmão e eu somente quando voltou da Lua de Mel, é o único que ainda não se acostumou muito com a ideia, não que ele não nos apoie, porque ele o faz, mas ele confessou que ainda acha muito estranho quando vê Justin e eu nos beijando e nos abraçando. Mas apesar da estranheza, posso ver a felicidade pelo irmão em seu rosto. — E como Seth tem te tratado? Ele continua te ignorando? — Justin pergunta com a testa franzida. — Não completamente, mas não estou levando muito para o lado pessoal. Ele meio que tem ignorando todo mundo depois da noticia do problema de Jane, ele tem cuidado tanto dela, é lindo. Esses dias ela estava ajudando mamãe a carregar umas caixas pesadas, quando ele a viu fazendo força saiu correndo igual a um louco e pegou a caixa dos braços dela. Depois brigou com mamãe dizendo que ela não podia carregar peso. Mamãe e Jane riram da cara dele, Jane disse: “Amor, eu tenho um tumor no útero, não uma criança. Posso carregar peso normalmente.” É claro que Seth não achou nenhuma graça.

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— Jane parece estar levando toda essa história de tumor muito bem. — Justin comenta. — Parece que os papeis se inverteram. No começo Jane estava uma pilha de nervosos e era Seth quem tinha que acalma-la. Agora Jane está calma e confiante e Seth está todo paranoico, ele fica vigiando todos os passos de Jane, cuidando pessoalmente de tudo que ela precisa. Fico feliz que Jane tenha alguém para cuidar dela nessa situação difícil. — É, mas quem está cuidando de Seth? Ele precisa de um amigo nessas horas, se ele me deixasse eu podia... — Ele não termina a frase. — Eu me sinto péssima por vocês não serem mais amigos. Queria tanto que ele entendesse e aceitasse nosso namoro. — Eu também, minha princesa, eu também. — Acho que talvez se dermos a ele mais tempo, talvez ele se acostume com a ideia e venha atrás de você para pedir desculpas, aí tudo vai voltar a ficar bem. — Digo com esperança. — É, talvez. — Justin diz com um sorriso fraco, tentando me passar confiança, mas falhando terrivelmente. Sei que para ele essa amizade já está perdida, ele não tem esperanças de que Seth o perdoe. — Eu queria mesmo é que ele te pedisse desculpas. Ele não tem mais falado besteira para você, não é? — Não, não tem. — Desvio o olhar para as luzes da cidade lá fora. Não posso permitir que Justin veja a mentira em meus olhos. Eu não quero e nem tenho coragem de contar para ele que nas poucas vezes em que Seth vem falar comigo, ele se aproxima apenas para tentar me envenenar contra Justin. Ele conta, mais detalhadamente do que eu gostaria, todas as coisas sórdidas do passado de Justin. Tenho que ignora-lo e sair de perto, porque é doloroso demais. É muito difícil tentar afastar da minha mente as imagens das situações que Seth me descreve. Sei que em algum lugar da cabeça confusa de Seth, ele acha que está fazendo o que é melhor para mim, mas me sinto horrível quando ele começa a me dizer que eu tenho que me afastar de Justin e procurar alguém melhor, quando ele começa a me contar sobre as orgias e festas que Justin deu na época da faculdade. É difícil olhar para seu rosto lindo e não me perguntar quantas foram. Mais de 50? Mais de 100? Sempre que esses pensamentos me vêm à mente, tento bloquea-los com as memórias que eu tenho do novo Justin. Aquele que é carinhoso, romântico, que me ama e é fiel a mim. — Bom, não quero ele falando merda para você. Se ele fizer ou falar qualquer coisa que nos envolva, eu gostaria que você me dissesse, ok? — Tudo bem. — Respondo desconfortável, me sentindo péssima por estar mentindo para ele. Mas será que algum bem resultaria em eu dizer para Justin que Seth tem me contado toda a sua vida sexual? Só

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iria constrangê-lo e servir para deixar um clima estranho entre nós, sem contar que provavelmente ele iria querer saber o que Seth me contou, e não sei se tenho coragem de repetir tudo aquilo. É nojento. — Já disse que você está linda nesse vestido? — Ele pergunta rindo, aliviando a pressão que a conversa sobre Jane e Seth havia posto no ar. — Eu sei que é difícil para você lembrar o que já disse ou não, sabe, por causa da sua idade...Por isso vou relevar esse seu lapso. — Digo brincando. Justin abre a boca surpreso o que me provoca uma gargalhada. — Você está me chamando de velho, é? — Ele diz sorrindo. — Então você vai ver. — Ele enfia a mão embaixo da minha coxa e começa a fazer cócegas na parte detrás do meu joelho. Solto um grito na hora e tento ao mesmo tempo tirar sua mão e me afastar dele, o que obviamente não dá por causa da maldita porta. — Não, Justin, você sabe que eu não gosto. — Depois que ele descobriu o ponto onde eu mais tenho cócegas, tem sido uma tortura. — É isso que quem me chama de velho recebe. — Ele diz e eu continuo me contorcendo e rindo. — Pare, por favor, você vai bater o carro...Justin, pare, você vai acabar matando nós dois. — Ele finalmente para, mas minhas bochechas já estão doendo de tanto rir, ele volta a segurar o volante com as duas mãos, rindo da minha cara. — Idiota, você fez eu amassar o meu vestido. — Digo e lhe dou um tapa no braço. Alguns minutos depois chegamos ao Violethold, assim que estacionamos em frente ao hotel, um homem de terno abre a porta para mim, saio do carro tomando cuidado com meu vestido longo e agradeçolhe a ajuda. Justin entrega a chave para o manobrista e logo ele some com o carro. Justin caminha até o meu lado e me oferece o braço. — Sabe, eu vou ter sérios problemas para me concentrar em qualquer coisa hoje a noite que não seja em como você está sexy com esse vestido. — Ele diz analisando meu vestido longo e preto, elegante porém com um toque sexy, devido a fenda em uma das pernas e a alça de um ombro só de tecido transparente. — Sorrio para ele e encaixo meu braço no seu. — Trate de se comportar hoje à noite, ouviu? — Tudo bem, eu vou ser um bom menino, mas só se você prometer ser uma garota muito má quando chegarmos em casa. — Ele sussurra para mim e meu corpo todo se arrepia na hora. — Você não presta, Justin Cord, sabia disso? — Meu sorriso denuncia o quanto eu gostei da sua proposta.

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— Mas você me ama do mesmo jeito. — Ele diz com um sorriso convencido. — Amo mesmo. — Respondo e ele me beija rapidamente nos lábios. Seguimos para a recepção do hotel, onde nos informam que o jantar está acontecendo no salão principal. Chegando lá, temos que parar na entrada para informarmos nossos nomes. — Justin Cord e acompanhante. — O segurança verifica se o nome de Justin está na lista e então nos deixa passar. O salão é grande, e quando eu digo grande não estou brincando, é enorme. As paredes são cor de gelo com detalhes em dourado, há diversas colunas de pedra branca perfeitamente lisa e do teto abobadado pende um lustre de cristal enorme, com mais três lustres menores ao redor. Bem ao fundo no salão vejo um palco que obviamente não pertence à decoração original, deve ter sido montado especialmente para os leilões de hoje à noite. Além do palco, no fundo encontram-se as grandes mesas redondas, cobertas com toalha de seda branca, porcelana e cristais. No meio de tudo isso estão inúmeros homens e mulheres, todos vestidos com esmero. E se movimentando habilidosamente por entre esses homens e mulheres de negócio, estão os garçons. Os sapatos de todos estalando sobre o chão de mármore. — Venha, vamos conhecer os abutres. — Justin diz. — Abutres? Justin, eles estão aqui para a caridade. — Não, eles estão aqui para se autopromover. Ter a imagem de sua empresa ligada a caridade é tudo o que eles querem, eles não ligam realmente se estão ou não ajudando alguém. — Que horror, mas pelo menos nessa tentativa de se autopromover, eles de fato arrecadam dinheiro e ajudam instituições beneficentes, não é? — Sim, pelo menos isso. — Andamos pelo salão lado a lado, Justin cumprimenta com um aceno de cabeça e um sorriso simpático aqueles que se dignam a olhar em nossa direção. — Justin. — Uma voz grave soa atrás de nós. Quando nos viramos vejo um homem baixo e corpulento, sem boa parte dos cabelos, mas com uma expressão amigável no rosto. — Sr. Marcos, como está? — Justin o cumprimenta com um aperto de mão. — Estou ótimo, obrigado. E você? — Melhor impossível. — Justin responde com um sorriso largo. — Permita-me apresentar minha bela namorada, Savannah Careton.

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Um pouco tímida e me sentindo completamente um peixe fora d’água, cumprimento o homem a minha frente. — Muito prazer, Sr. Marcos. — Oh, mas o prazer é todo meu. Uma bela mulher de fato, meu amigo. Você deve ser um homem de muita sorte. — Sou mesmo. — Justin diz passando a mão em volta de minha cintura. — Maravilha. E como vão as coisas na Townsend? Ouvi dizer que você perdeu aquele contrato com a Thompson Reuters Company, uma pena, de fato. — Sr. Marcos diz e eu o olho confusa, imediatamente lanço meu olhar confuso para Justin, mas ele finge não notar, porém percebo que fica desconfortável. Eu não sabia que Justin tinha perdido o contrato, ele não me disse nada. Que estranho. Ele estava tão animado e com tanta certeza que a sua proposta tinha impressionado, o que será que saiu errado? E porque ele não comentou nada comigo? Essas perguntas me deixam curiosa, mas agora não é o momento para tentar obter uma resposta. — Ah sim, é uma pena realmente, mas somos uma empresa muito capaz e tenho certeza que outras ótimas oportunidades surgirão. — Justin diz claramente tentado se esquivar do assunto. — Tenho certeza que sim. Agora, se vocês me dão licença...Acho que acabei de ver Frederic Salazar e gostaria de lhe dar um olá. — Ele diz se despedindo com um sorriso e deixando Justin e eu a sós. — Porque você não me disse que havia perdido o contrato? — Pergunto encarando seus olhos azuis, que agora estão sérios. — É complicado, não é assunto para discutirmos agora, tudo bem? — Ele acaricia meu braço e eu aceno condescendente. — Venha, quero te apresentar para algumas pessoas. — Deixo que ele me conduza para o amontoado de pessoas completamente estranhas. Passo a próxima hora sendo apresentada e conversando com várias pessoas, algumas interessantes e outras nem tanto, na maior parte do tempo deixo que Justin os distraia e só falo quando falam comigo, ou ocasionalmente quando tenho segurança o suficiente para não achar que vou falar alguma besteira. Assim que o chatíssimo Sr. Pecked nos deixa a sós, pego uma taça de champanhe do garçom e bebo metade do conteúdo em um único gole. — Sinto muito por fazer você ter que aturar essas pessoas. — Tenho certeza que você vai saber como me recompensar depois. — Digo e pisco, Justin abre um sorriso lento e safado, daqueles que faz coisas engraçadas com o meu corpo e me deixam inquieta.

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— É uma pena que eu prometi me comportar. Mas tenho certeza que a espera vai valer a pena. — Sinto meu desejo despertando e tenho que morder o lábio para não gemer. — Justin, que bom que você pode vir. — De repente uma voz de mulher me tira dos meus pensamentos pecaminosos com relação ao meu namorado delicioso. Justin se vira e vejo-o ficar pálido na hora, como se tivesse visto um fantasma. Seu corpo fica tenso e ele assume uma postura defensiva. Olho com curiosidade para a mulher que provocou essa reação. Ela é alta, cabelos negros e olhos azuis, tão claros que parecem irreais, lábios cheios assim como seus seios, que praticamente estão saltando para fora do seu vestido vermelho sangue. Aparenta estar na casa dos 30, não mais que 35 anos. Ela alterna seu olhar entre Justin e eu, talvez seja impressão minha, mas ela parece estar se divertindo com a reação estranha dele. Justin continua olhando-a, branco como papel. — Não vai nos apresentar? — Ela pergunta para ele erguendo uma sobrancelha. Justin continua sem reação, parecendo uma estátua. — Muito bem, então. Eva McKenna Thompson. — Ela diz estendendo a mão com unhas tão compridas que parecem garras. — Savannah Careton, muito prazer. — Savannah, nome interessante. — Ela diz, o sorriso nunca deixando seus lábios. — Você e Justin estão juntos? — Sim. — Justin responde antes de mim, seu braço me envolvendo protetoramente. — Estamos juntos. — Ele diz seriamente, de um jeito que me faz pensar que há algo a mais por detrás de sua declaração. — Nunca achei que veria esse dia. Justin Cord amarrado a uma só mulher. — Ela diz e sinto um frio na espinha na hora. Ela conhece Justin, não só na vida profissional, mas na pessoal também. Agora eu percebo, o modo como ela o olha, seu comentário, sua postura superior. Ela está querendo me intimidar, ela foi uma das muitas mulheres com quem Justin dormiu. Droga, essa que é provavelmente uma das mulheres mais bonitas que eu já vi, já dormiu com meu namorado. Isso não é legal, nem um pouco. Porque ela tinha que ser tão gostosa e perfeita? Agora a reação de Justin faz todo o sentido do mundo. — Vocês se conhecem há muito tempo? — Não consigo refrear minha curiosidade. — Ah sim, uns 8 anos, não é Justin? — Mais ou menos. Se você nos der licença... — Justin diz ríspido e sai puxando o meu braço. Ele nos leva até um canto afastado. — Savannah, tem algo que eu preciso te contar, mas é complicado demais para dizer agora e...

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— Eu sei, já entendi. Você e aquela mulher já...Já dormiram juntos, não é? — Pergunto com a voz baixa. Justin solta um suspiro e demora um instante para responder. — Sim, é isso. Eva e eu já nos envolvemos. Sinto muito, não achei que ela estaria aqui essa noite, deveria ter imaginado. — Você tem mantido contato com ela todos esses anos? — Não, até a alguns meses atrás eu não tinha notícias dela fazia seis anos. — E depois de seis anos o que fez vocês entrarem em contato de novo? — Você não vai acreditar nisso, mas...Ela é casada com Carlson Thompson. — O mesmo Carlson Thompson da Thompson Reuters Company? — Esse mesmo. — Isso que é coincidência. — Foi por isso que eu perdi o contrato. Eva fez o seu marido assinar com a concorrência para me punir. — Punir pelo que? — Porque eu me recusei a dormir com ela de novo, porque eu estava apaixonado por você. — Arregalo os olhos e abro a boca em choque. — Ela queria dormir com você mesmo sendo casada? Mas que vadia. — Xingo. — Eu sei. E ela é louca também, olha...Eva foi a única mulher, além de você, com a qual eu dormi várias vezes. Mas isso foi há muito tempo atrás, na época da faculdade. Quando eu quis terminar tudo, ela não aceitou muito bem e começou a me perseguir. Foi difícil mas depois de um tempo eu consegui me livrar dela, eu fique anos sem saber dela, até que uns meses atrás ela apareceu como a esposa do dono da empresa com quem eu estava fazendo negócio. Ela quis um “recordar é viver” mas eu nunca tocaria nela de novo, então ela prometeu se vingar, e fez. Eu perdi o melhor contrato que eu poderia conseguir em toda a minha carreira, perdemos milhões e milhões de dólares. Não disse nada sobre a volta dela porque não queria te chatear, mas sinto muito, sei que eu deveria ter te contado. — Tudo bem, se você fosse me contar toda vez que você vê uma mulher com quem dormiu, teríamos um problema. — Digo mais rudemente do que pretendia, vejo magoa nos olhos dele e me arrependo do que disse imediatamente. Justin enfia as mãos no bolso da calça e abaixa à cabeça, seu olhar ficou tão triste de repente que eu sinto vontade de me bater. — Sinto muito, não deveria ter dito isso. — Digo querendo voltar cinco minutos no tempo e começar tudo isso de novo. — Tudo bem, não tem problema. — Ele diz me dando um sorriso fraco.

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— Olha, eu não estou brava que você não me contou sobre Eva. Vamos esquecer esse assunto. Sinto muito que ela tenha prejudicado seu trabalho, mas isso também significa que você não vai ter nenhuma ligação com ela, o que sinceramente me enche de alívio. — Eu não suporto a ideia de nem ao menos ver ela, ela é maluca e não vale nada. Quero distância de Eva assim como eu quero que você fique longe dela, ok? Nada de bom pode vir dela então se ela tentar se aproximar de novo, vamos apenas ignora-la, pode ser? — Será um prazer. — Ótimo, não vamos deixa-la estragar nossa noite. Venha, o jantar logo vai ser servido. — Ele segura minha mão e nos encaminhamos para nossa mesa. O jantar estava ótimo, a comida uma delícia e só os melhores vinhos. Fico me perguntando se eles percebem que o dinheiro gasto para organizar essa festa, deve ser pelo menos ¼ do que eles arrecadam a noite inteira. Enfim, depois do jantar deu-se início aos leilões. Muitos dos aqui presente cederam boa parte do que se estava sendo leiloado. Um vinho Napa Valley 1941 foi vendido por incríveis 24.675 dólares. Um Cheval Blanc 1947 foi arrematado por 33.781 dólares. Esse pessoal vai mesmo beber esses vinhos? Porque se fosse eu a compradora, não teria coragem de beber tantos mil dólares. Um final de semana em uma ilha particular na Tailândia – quem é que compra uma ilha? E na Tailândia! – foi vendido por, pasmem, 267 mil dólares. Quem vê tudo isso, até pode achar que eles estão mesmo preocupados em ajudar as crianças e os doentes das instituições beneficiadas. O teatro é bem convincente, devo admitir. O leilão seguiu e muitas coisas foram vendidas por presos absurdos, mas a maioria aqui é milionária, então acho que gastar 200, 300, 500 mil para eles não é nada. Quando Justin levantou a placa e arrematou um monomotor Cirrus SR20 por 483 mil dólares, me engasguei com meu vinho. Rindo da minha reação ele sussurrou em meu ouvido que a Townsend sempre lhe dá dinheiro para comprar o que quiser nesses leilões, e que obviamente as coisas adquiridas por ele são propriedades da empresa e não de Justin. Por isso estranhei quando Justin deu o lance inicial para comprar um final de semana em uma cabana de luxo nas montanhas de Vermont. O que a Townsend vai fazer com um final de semana em uma cabana? Talvez presentear o melhor funcionário? Séria uma boa tática para incentivar seus empregados.

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— Sete mil dólares. — Outro homem dá o lance pela cabana de Vermont. — Dez mil dólares. — Justin rebate. — Onze mil. — O mesmo homem diz. — Doze mil. — Justin oferece. — Treze mil. — O homem insiste. — Vinte mil. — Justin diz com um tom de voz autoritário, como se desafiando o homem a superar seu lance. O homem nada diz, por sua expressão parece aceitar a derrota. Apenas um final de semana em uma cabana em um pequeno estado dos Estados Unidos não parece apetecer mais ninguém, então o leiloeiro diz: — Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três... — Ele bate o martelo. — Vendido para o cavalheiro por vinte mil dólares. Todos aplaudem e o próximo item é apresentado. — O que a Townsend vai fazer com um final de semana em Vermont? — Pergunto curiosa. — Eles não vão fazer nada, porque fui eu que comprei, não a empresa. Já eu, pretendo fazer muitas coisas em Vermont...Com você. — Ele diz me olhando tão intensamente e com um sorriso tão safado, que sinto o meio das minhas pernas ficar completamente molhado. Engulo em seco e tenho que me lembrar de onde estamos para não começar a gemer com as imagens que sua promessa me provocam. — Volto em um minuto. — Sussurro para ele e me levanto. Preciso ir ao banheiro, tenho que fazer xixi e verificar se minha calcinha não está encharcada ao ponto de manchar o tecido do vestido. Não que minha excitação fosse ficar visível no tecido escuro, mas não quero andar por aí com uma mancha úmida. Abro a porta do banheiro e o encontro vazio, vou até uma das cabines e cuidando com o vestido, sento-me e faço o que tenho que fazer. Olho para minha calcinha e como eu já imaginava, ela está com uma mancha enorme. Culpa de Justin, porque ele tem que me excitar apenas com um olhar, ou com um sorriso, ou com o seu jeito de falar? Me limpo e arrumo o vestido, abro a porta da cabine e vou lavar minhas mãos na pia. Quando estou terminando de seca-las, a porta do banheiro se abre. Pelo espelho vejo Eva, meu corpo fica tenso na hora. Ela me lança um sorriso largo e predatório, caminha lentamente até parar ao meu lado. — Olá. — Ela diz. — Oi. — Você por acaso não teria um batom, teria? — Ela pergunta se olhando no espelho e fingindo ajeitar o cabelo.

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Droga, ela é tão linda. É maravilhosa, posso ver claramente o porquê Justin a quis, qualquer homem iria querer. — Não. — Respondo e me viro em direção a porta, mas ela segura meu pulso e pede que eu pare. — Preciso conversar com você. — Ela diz. — Não sei se temos algo para conversar. — Ela me segura de novo. — Temos sim, temos que conversar sobre Justin, tenho que alerta-la. — Desisto de tentar ignora-la, paro na sua frente com os braços cruzados, numa posição defensiva. — Eu entendo você, entendo o porquê você está com Justin. Sejamos sinceras, que mulher em sã consciência não aceitaria as migalhas de atenção de um homem tão viril e atraente como ele, não é mesmo? Basta uma palavra dele que esquecemos todo nosso autorrespeito e caímos aos seus pés. Foi isso que aconteceu com você, não foi? Aconteceu comigo também. — Ela se encosta da pia e inclina a cabeça, me lançando um olhar analisador dos pés a cabeça. — Não entendo, eu tento compreender, mas não consigo. — Ela comenta. — O que? — Pergunto. — O porquê ele estar com alguém como você. Quando ele me disse estar apaixonado, eu imaginei que seria por uma mulher de verdade. Abro a boca e infelizmente o choque de sua palavras é grande demais para me permitir lhe dar uma resposta a altura. — Ah, não me olhe assim, você sabe que é verdade. Justin é um tipo único de homem, ele merece muito mais do que você pode oferecer, ele precisa de muito mais do que você pode oferecer. — Eu posso lhe dar tudo o que ele precisa. — Respondo confiante. — É mesmo, tem certeza disso? No momento em que eu coloquei meus olhos em você, eu percebi que você não faz o tipo de Justin. Ele tem necessidades muito singulares, e não é toda mulher que é capaz de atendê-las. Você certamente não é. — E você é? — Pergunto soltando uma risada de escárnio. — Obviamente. — Você é maluca mesmo, você não tem nada a oferecer a Justin, nada que ele queira ou precise. — Não era isso que parecia quando ele me chamava até o seu apartamento para me foder. Ele parecia estar gostando muito do que eu tinha a oferecer. — Ela sorri ao me ver vacilar. — Isso foi há muito tempo, Justin mudou. — Eu não acho, não. Justin sempre teve uma certa inclinação se tratando de sexo, uma inclinação muito forte, é algo que faz parte dele e nunca irá embora.

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— Seja o que for, eu posso cuidar dele. — É mesmo? Então talvez eu tenha me enganado com relação a você. Talvez você só aparente ser uma garota inexperiente, inocente e cheia de pudor, mas por dentro você é uma devassa tanto quanto eu. Digame, você não adora os sons que Justin faz quando você está chupando ele? Ou então como ele fica excitado quando você está de quatro e deixa-o fazer sexo anal? Ah sim, eu adorava quando ele me comia por trás. Mas nada supera o prazer que eu sentia quando participávamos de uma orgia. Ele parecia uma criança numa loja de doces. Adorava quando eu e alguma outra mulher chupávamos seu pau como se fosse um pirulito. — Ela joga a cabeça para trás e ri. — Deixe eu te contar sobre a vez que ele me fodeu com mais outras três desconhecidas que nós encontramos em um bar... — Chega! — Grito. Sinto meus olhos se encherem d’água e luto com todas as minhas forças para não derrama-las, não posso chorar, não na frente dela. Sinto meu estômago ficando doente, me sinto enojada ao imaginar Justin, Eva e outras mulheres, todos juntos na mesma cama. Sinto que posso vomitar a qualquer momento. — Se você nem aguenta escutar sobre, com certeza ainda não fez essas coisas com ele, não é mesmo? Uma pena, porque se você não fizer, se você não for esse tipo de mulher, ele não vai te querer. Justin não gosta de mulherzinhas inocentes e que são extremamente entediantes na cama, ele gosta de ação. Ele gosta de sentir prazer sem pudor, sem restrições, ele gosta de algemar, amarrar, bater, dividir, ele gosta de sexo na sua forma mais suja, mais impura, ele gosta de se enfiar em todos os buracos que você tem e não de fazer amor. — Cala a boca. — Digo com os dentes cerrados. — Você está assim porque sabe que é verdade. Ou você se transforma no que ele precisa, faz o que ele realmente gosta, ou sai do caminho e deixa uma mulher de verdade cuidar do seu homem. Sinceramente, eu não acho que você seja capaz de ser o tipo de mulher que ele gosta, então na verdade você só tem duas opções. Ou você se afasta de Justin agora, deixando o caminho livre para mim, ou você fica com ele mais, o que? Um, dois meses? Que é o tempo que eu estimo que vá levar até ele se cansar de você e te dar um pé na bunda, e sai dessa história sem dignidade alguma. Não importa, qualquer que seja o caminho que você escolher, vai acabar com você sozinha e Justin na minha cama. E sabe por quê? Porque eu sou o tipo de mulher que Justin gosta, e ele é o tipo de homem que eu gosto. E quando eu quero algo, eu tenho, custe o que custar. Ela se vira para o espelho, arruma o cabelo e esfrega os lábios um no outro. — Considere-se avisada, queridinha. — Ela diz e passa por mim, saindo do banheiro. Assim que a porta se fecha vou até a pia e me apoio nela, respiro fundo e não consigo mais prender as lágrimas.

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Assusto-me quando a porta se abre novamente. Mais uma vez vejo Eva pelo espelho, viro meu rosto rapidamente para ela não ver que estou chorando. — Ah, já estava esquecendo. Só para o caso de você achar mesmo que ele te ama...Eu e Justin nos beijamos mês passado, no escritório dele. Tenho quase certeza que ele não te contou isso, não é? Só não transamos porque fomos interrompidos. Não se iluda, criança, ele não te ama. — Ela diz e fecha a porta, me deixando sozinha novamente. Fecho os olhos com força e levo a mão até a boca, para abafar os barulhos que saem. Sinto uma forte náusea subindo rapidamente, só tenho tempo de correr até a cabine mais próxima e me jogar no chão. Vomito todo o jantar dentro do vaso sanitário. Espasmos fortes percorem meu corpo enquanto coloco tudo para fora. Quando finalmente não tenho mais nada no estômago, levanto-me e puxo a descarga. Vou até a torneira e enxáguo a boca, percebo com alívio que o hotel tem um kit para uso dos hóspedes e convidados. Procuro por um enxaguante bucal e encontro um pequeno frasco, coloco na boca e faço um gargarejo. O tempo todo com lágrimas escorrendo por minhas bochechas. Quando finalmente tiro o gosto ruim da boca, me olho no espelho. Meu Deus, minha boa aparência já era, estou horrível. Sinto vontade de me sentar no chão e ficar encolhida, chorando, a noite inteira. Não quero sair daqui e ter que enfrentar todas aquelas pessoas. Sinto um vazio no peito que é muito doloroso. Sinto medo, não quero perder Justin, eu o amo tanto. Todas as palavras de Eva ficam se repetindo e se repetindo em minha cabeça, me machucando cada vez mais, toda vez que eu as escuto novamente. Muitas imagens de Justin fazendo aquelas coisas que ela disse surgem em minha mente, se somando a aquelas que Seth já tinha colocado lá. Tento bloquea-las com a força das minhas memórias boas com Justin. Todos os momentos carinhosos e cheios de amor. Mas as imagens sórdidas resistem bravamente, imagens do velho Justin lutando com as do novo Justin. Tento me lembrar se alguma vez Justin demostrou estar insatisfeito com nossa vida sexual. Para mim sempre é tão bom, tão perfeito, não poderia ser melhor. Mas e para ele? Será que ele acha que eu sou muito sem graça, muito...Frígida? Se eu não consegui satisfazer nem Todd nem Vince, levando-os a ter que me trair, como eu espero conseguir satisfazer um homem como Justin? Ele é muito mais intenso, mais experiente, tem expectativas mais altas.

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Eva tem razão, eu nunca fiz aquelas coisas. Meu Deus, eu nunca nem sequer fiz sexo oral em Justin. Foi algo que eu simplesmente não me lembrei. Eu já fiz isso com Vince, e eu até que gostava, mas eu só fazia quando ele pedia, a iniciativa nunca partia de mim. Não havia percebido que eu nunca fiz isso por Justin, ele já me deu prazer tantas vezes com a boca, e eu nunca retribui. “Meu Deus, ele deve achar um tédio quando transamos.” Sinto minha cabeça girar um pouco, levo a mão até a testa e me apoio firme da pia para tentar focar a visão. Eu tenho que fazer algo, não posso perder Justin. Se ele tiver que ir atrás de Eva ou qualquer outra mulher para satisfazer seus desejos, eu não vou aguentar. Se ele me deixar, não sei como me recuperar dessa vez. O que sinto por ele é único, nunca senti por ninguém mais. Seria devastador se ele não me quisesse mais. Mas o que mais machuca, o que não sai da minha cabeça de jeito nenhum é: Ela e Justin realmente se beijaram quando nós estávamos juntos? Ou ela está tentando me enganar? Será que eles se beijaram mesmo? Ele ia transar com ela se não tivessem sido interrompidos? Ah meu Deus, eu preciso ir embora, eu quero ir embora desse lugar. Preciso voltar para lá antes que Justin venha me procurar. Já demorei demais. Só quero que essa noite termine logo. Pego uma toalha de papel e limpo as manchas de lágrimas no rosto, ainda bem que minha maquiagem é à prova d’água. Tento voltar a estar pelo menos apresentável, arrumo o cabelo e o vestido, respiro fundo e tento me controlar, mas sei que estou quebradiça por dentro, não posso baixar a guarda e quebrar na frente de todos. “Se controle, Savannah, você lida com isso depois.” Inspiro e expiro algumas vezes e tomo coragem para voltar para a mesa. Assim que abro a porta do banheiro vejo Justin caminhando na minha direção. — Ah, aí está você. Já estava ficando preocupado, você demorou. Está tudo bem? — Ele pergunta parando na minha frente. Só de olhar em seus olhos já sinto vontade de desmoronar e chorar. — Sim, desculpe, está tudo ótimo. — Forço-me a sorrir. Ele me olha franzindo a testa. — Tem certeza que está tudo bem? — Sim, tenho. Vamos. A próxima hora foi um verdadeiro martírio, e quando Justin perguntou se eu queria ir embora, foi com grande alívio que eu respondi que sim.

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Permaneci quieta todo o caminho de volta, o que não passou despercebido para Justin. — Você está tão quieta, encarando a janela como se quisesse derreter o vidro com o olhar. Está realmente tudo bem, amor? — Só estou com um pouco de dor de cabeça. — Minto. — Deveria ter me dito, teríamos ido embora antes. — Você estava lá a trabalho, não queria atrapalhar. — Você nunca atrapalha, amor. Pode confiar em mim sempre para falar qualquer coisa. — Sei que ele está se referindo a dor de cabeça, ou qualquer outra coisa no geral, mas minha mente vai direto na direção de Eva. Eu deveria contar para ele sobre a visita que ela me fez no banheiro? Deveria contar que eu sei sobre o beijo, ou espero ele me confessar? Já faz um mês, se ele não disse nada até agora não vai dizer mais. O que isso significa? Se eu confronta-lo, ele irá negar? Oh Deus, são tantas perguntas que aquilo de estar com dor de cabeça já não deve ser mais uma mentira. Quando chegamos ao seu prédio, Justin vem abrir a porta para mim e me ajuda a descer do carro. Subimos até seu apartamento, no elevador Justin me agarra e me espreme com seu corpo, sua boca desce até meu pescoço e me provoca arrepios. — Que tal você me deixar curar essa sua dor de cabeça? — Ele sussurra com a sua voz rouca e sexy. — Tudo bem. — Eu cedo. Quando paramos no seu andar, ele me puxa para fora do elevador com pressa. Entramos em seu apartamento e imediatamente sua boca ataca a minha. — Finalmente vou poder arrancar esse vestido de você. — Ele diz, suas mãos abrindo o zíper da minha roupa. Ainda no corredor a caminho do quarto, eu perco meu vestido e Justin seu paletó. Chagando no quarto, Justin tira a camisa e os sapatos. Depois tira meu sutiã. Ele me joga na cama e suas mãos vão até o botão de sua calça. Quando ele a abaixa, sua ereção salta livre, me fazendo pulsar com desejo. Ele deita-se em cima de mim e me beija apaixonadamente, sua mão desliza por minha barriga e entra em minha calcinha, ele começa a me acariciar com seus dedos habilidosos e eu gemo. “Ah sim, eu adorava quando ele me comia por trás. Mas nada supera o prazer que eu sentia quando participávamos de uma orgia.” A voz de Eva ecoa em minha cabeça e eu a mando para longe. — Meu Deus, como eu te amo. — Ele diz, me beijando, me acariciando. “Ele gosta de sentir prazer sem pudor, sem restrições, ele gosta de algemar, amarrar, bater, dividir, ele gosta de sexo na sua forma mais

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suja, mais impura, ele gosta de se enfiar em todos os buracos que você tem e não de fazer amor.” Saia da minha cabeça, Eva. Saia! “Justin sempre teve uma certa inclinação se tratando de sexo, uma inclinação muito forte, é algo que faz parte dele e nunca irá embora.” Nunca irá embora, nunca irá embora, nunca irá embora. As palavras se repetem em minha mente. “Só para o caso de você achar mesmo que ele te ama...Eu e Justin nos beijamos mês passado, no escritório dele.” Não é verdade, não pode ser verdade. Justin não faria isso comigo. Ele começa a puxar minha calcinha para baixo, sua boca se fecha em meu seio. “Diga-me, você não adora os sons que Justin faz quando você está chupando ele?” Eu não sei os sons que ele faz, eu nunca fiz isso por ele. Mas ela sabe, muitas e muitas mulheres sabem, muitas já viram ele gozando. Como ele fica lindo quando está gozando, várias mulheres já lhe deram prazer, chuparam ele. Eu não. — Justin... — Chamo seu nome. — Eu sei, amor. — Ele diz se encaminhando para o meio das minhas pernas. — Não. Eu quero...Não, espere. Pare, Justin. — Digo e ele para na hora, encontra com meu olhar e me olha confuso. — O que? O que foi? — Não faça isso. É a minha vez. — Ele se levanta e eu o empurro para o colchão, ele cai de costas e eu monto em cima dele. Eu não posso oferecer tudo o que ele gosta, não posso dividir ele com nenhuma outra mulher, não suportaria. Mas isso eu posso fazer. Começo a beijar seu peito, passo a língua por seus mamilos, Justin geme. Vou descendo cada vez mais, beijando a região de suas costelas, lambendo e mordendo-o. Cada vez que eu deslizo minha boca mais para baixo, mais sua respiração fica irregular. — Savannah. — Ele geme meu nome. Seguro sua ereção em minha mão, fazendo um movimento de vai e vem. Aproximo-a de meus lábios, fechando minha boca na ponta de sua excitação. — Ah meu Deus...Isso. Chupo-o e levo-o mais fundo, brincando com a minha língua por todo o seu comprimento.

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Sempre que eu chupava Vince, ele parecia ficar louco, sempre me dizendo como eu era boa nisso, como ele foi o meu primeiro, foi ele quem me ensinou tudo o que eu sei. No começo ele foi me instruindo, dizendo o que gostava e o que não, até que eu aprendi tudo o que ele gostava. Não sei como Justin gostaria que eu fizesse com ele, mas ajo por instinto, chupando-o e lambendo-o, e ele parece estar gostando. Suas mãos estão agarradas ao lençol, sua respiração está acelerada e ele faz sons muito eróticos. Sem contar que ele está duro como uma pedra, então acho que devo estar fazendo isso certo. — Savannah...Meu amor... — Você gosta disso? — Pergunto prendendo seu olhar no meu, lambendo-o da base até a ponta. — Ah Deus, sim, sim eu gosto, muito. Chupo-o avidamente até que ele me impede. — Não quero gozar agora. — Ele diz quando eu protesto e tento leva-lo novamente em minha boca. Ele me puxa e me deita na cama. — Isso foi uma delícia, meu amor. Essa sua boca linda parece o paraíso, você toda parece. — Suas mãos começam a percorrer todo o meu corpo. — Você é tão linda, tão gostosa, eu te quero mais que qualquer coisa, Savannah. — Eu também te quero, Justin. — Suspiro enquanto suas mãos me acariciam. Ele segura minhas pernas e as abre ao máximo, então abaixa a cabeça no meio delas e quando sinto sua língua meu mundo todo se desfaz. Só sobrou o prazer, puro e concentrado, e eu me perco completamente nele.

Justin Não tem como meu humor estar melhor hoje. Vou admitir sem vergonha alguma que eu estava completamente errado, se apaixonar é algo extraordinário, maravilhoso. Eu amo tanto Savannah e esse amor me dá forças para todo. Sinto-me mais feliz, mais leve, mais capaz de enfrentar os problemas, sinto que finalmente tenho um propósito na vida. Um rumo, uma direção. Savannah é a minha bússola, sem ela estaria perdido. Nunca serei capaz de deixar de ama-la, e espero que ela sinta o mesmo. Estaciono o carro na frente da Bachendorf’s. Entro na joalheria e vou direto falar com uma moça atrás do balcão de vidro. — Olá, senhor. Como posso ajuda-lo?

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— Eu vim buscar um relógio que eu havia deixando aqui para que concertassem. — Qual o seu nome? — Justin Cord. — Só um momento, Sr. Cord. — Obrigado. — A moça sorri e some em uma porta no fundo da loja. Enquanto espero que a moça volte com meu relógio, algumas peças na vitrine chamam minha atenção. Há uns colares e pulseiras muito bonitos, passo os olhos por eles, mas um item em especial chama minha atenção. Um anel princesa com vários pequenos diamantes. — Aqui está, senhor. — A moça volta e me entrega uma caixa de veludo negro. — Obrigado. — Gostaria de vê-lo de perto? — Ela percebe que estou olhando o anel e pergunta. Não sei, eu gostaria de ver o anel de perto? É um anel de noivado, mas só ver não faz mal, não é? — Sim, eu gostaria, por favor. — A vendedora sorri e vai buscar o anel. Ela pega uma chave, destrancando a vitrine e pegando o anel que eu admirava. — Esse é um clássico anel com corte princesa, de 2.5 quilates. — Ela informa enquanto me entrega o anel. — É muito bonito. — Digo admirando-o. — Nós temos alguns outros modelos que acabaram de chegar, se o Sr. quiser ver. — Ela oferece. — Eu gostaria de ver alguns, por favor. A vendedora se vai por alguns instantes e volta carregando uma caixa aveludada. Ela deposita a caixa no balcão e a abre, retira um anel de dentro e me entrega. — Temos esse. O diamante maior é de 2 quilates, a faixa de platina também possui diamantes menores, é outro clássico de lapidação princesa. Analiso o anel e o devolvo. É lindo, mas não consigo imaginar Savannah usando-o, não combina com ela. Então a vendedora me mostra outro modelo, e depois outro, e mais outro. — Temos esse daqui. Possui 3 quilates e... — É esse. — Interrompo-a no meio da frase e arranco o anel de sua mão, ávido para olha-lo mais de perto. — É perfeito. — Sussurro para mim mesmo.

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Admiro o lindo anel. Ele possui três pedras de diamante em formato oval. A maior está no centro, e nos dois lados há mais duas pedras menores. Ficaria perfeito na mão delicada de Savannah. — É esse, é perfeito. Vou levar. A vendedora abre um sorriso largo, com certeza muito contente com a comissão que vai ganhar por essa venda. — Pois não, vou guarda-lo para o Sr. Ela guarda o anel dentro de uma caixa quadrada de veludo azul escuro e coloca dentro de uma pequena sacola, assim como a caixa com meu relógio. Ela me entrega o certificado de autenticidade do anel e eu lhe entrego meu cartão de crédito. Depois de pegar meu cartão me despeço da vendedora e volto para meu carro. Uma vez lá dentro, pego a caixinha com o anel e a abro. Eu não pretendia comprar um anel de noivado quando vim aqui, comprei-o meio que por impulso. Não é só porque eu o comprei que eu tenho que pedi-la em casamento, posso esperar se eu quiser. Posso deixar o anel guardado até que a hora certa chegue. Guardo o anel e ligo o carro, guio de volta para meu apartamento, só imaginando a cara de Savannah quando a hora chegar e eu pedi-la em casamento.

Savannah Termino de almoçar e me encaminho para meu dormitório. Tenho uma prova difícil daqui a dois dias e tenho que usar todo o tempo vago que tenho para estudar para ela. Caminho pelo campus distraidamente. Chego ao meu prédio e subo as escadas lentamente, quando viro em meu corredor, levo um susto com a quantidade de flores que estão na frente da minha porta. Chego bem na hora em que Justin está amarrando vários balões em formato de coração na maçaneta da minha porta. — Justin? — Ele se assusta quando o chamo, mas sorri assim que me vê. — Ah, oi amor. Como foram as aulas essa manhã? — Bem, obrigada...Ann, Justin, porque o meu corredor está parecendo uma floricultura? — Pergunto me aproximando dele, ainda encarando os diversos vasos e buquês de flores espalhados pelo chão. Têm rosas brancas e vermelhas, margaridas, tulipas coloridas e flores do campo. Sorrio ao perceber um ursinho grande no meio de todas essas flores, ele segura um coração que diz “eu só tenho olhos para você”. Justin se aproxima e laça minha cintura, me puxando para junto de si. Ele segura meu pescoço e junta sua boca com a minha. Me dá um beijo tão apaixonado, tão cheio de amor que eu me esqueço de tudo o que

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vem me atormentando desde aquele jantar maldito. Esqueço-me sobre o tal beijo entre ele e Eva – o qual eu ainda não tive coragem de questiona-lo – esqueço-me de todas as mulheres com quem ele já esteve, esqueço-me de tudo que é ruim. Nesse momento só existe Justin e eu. Quando ele se afasta estou ofegante e com os joelhos fracos. Só ele para ser capaz de me fazer sentir isso apenas com um beijo. — Uma vez eu te disse que nunca poderia te dar flores e balões. Eu só queria que...Queria que você soubesse que eu mudei. — Ele diz e eu sinto meu coração inchar, tanto que eu acho que vai explodir. — Ah, Justin. — Digo sorrindo e acariciando seu rosto. — Eu te amo, Savannah, e pretendo me comportar como o idiota apaixonado que sou. Vou te dar flores, balões, ursinhos e tudo o que você quiser. Qualquer coisa para te provar que eu mudei e que eu te amo com todas as minhas forças. Ele segura a mão que acariciava seu rosto e lhe dá um beijo. — Justin, por favor, me leve para dentro daquele apartamento e faça amor comigo. — Peço em um sussurro. — Tudo o que você quiser, minha linda, tudo o que você quiser.  — Savannah, você pode levar isso lá para fora e colocar na mesa? — Mamãe pede. — Claro. — Pego a travessa de vidro e me encaminho para a grande mesa com bancos de madeira que foi colocada atrás da casa, ao ar livre. Hoje é domingo e decidimos fazer um grande almoço em família. Os Careton e os Cord, todos reunidos para um farto almoço junto das pessoas que amamos. Papai está sentado na varanda bebendo cerveja com Seth. Shanon está com Miguel – já o consideramos parta da família – e eu, mamãe e Jane estamos terminando de arrumar a mesa. Alyssa, Mark, Justin, Jax e Kim ainda não chegaram. Estou colocando a travessa de salada de batatas na mesa quando escuto o barulho de rodas nos cascalhos na frente da casa. Justin. Sorrio e saio correndo para recebê-lo. Quando chego à frente da casa e vejo Vince saindo do carro, congelo no lugar. Não pode ser, eu devo estar imaginando. Que diabo ele está fazendo aqui? — Vince, o que você pensa que está fazendo aqui? — Pergunto furiosa enquanto me aproximo de seu carro. Não acredito que ele teve a cara de pau de vir até a minha casa.

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— Você deve ir embora, agora. — Digo olhando-o severamente. — Ele não vai a lugar algum, ele é meu convidado. — Escuto a voz de Seth atrás de mim. — Como é que é? — Viro-me olhando chocada. Eu só posso ter entendido errado. — Eu o convidei. — Seth repete. — Como assim você o convidou, você está louco? — Seth se aproxima sem se deixar abalar pelo olhar fulminante que estou lançando para ele. — Vocês me obrigam a ter que aceitar que aquele filho da mãe que você chama de namorado se sente na mesma mesa que eu. Então ele vai ter que aceitar que o meu convidado se sente nela também. — Você não pode fazer isso. Isso aqui é um almoço de família. — Digo histérica. — Eu tinha pedido para papai e mamãe se eu podia convidar um amigo, eles permitiram. — Mas aposto que eles não sabiam que era Vince, não é? E desde quando você o considera um amigo? Você sempre o odiou, você só está fazendo isso para provocar Justin. — Digo dando com o dedo em seu peito. — Não importa meus motivos, ele é meu convidado e ele fica. — Ele volta seu olhar para Vince, que assiste nossa discussão quieto. — O pessoal está lá atrás, pode ir até lá Vince, sirva-se de cerveja e o que você quiser, fique à vontade. — Obrigado, Seth. — Vince diz e se dirige para a parte dos fundos da casa, eu apenas o olho se afastar com a boca aberta, ainda não acreditando no que Seth está fazendo. Não posso acreditar que ele esteja agindo dessa maneira. Meu Deus, alguém abduziu meu irmão e colocou esse clone incrivelmente idiota no lugar? — Você tem que falar para ele ir embora, agora. — Emprego o máximo de autoridade na voz que consigo. — Não. Ele fica. — Porque você está agindo dessa maneira? Você não acha que deveria estar mais preocupado com a cirurgia da sua mulher do que agir como uma criança? — Eu estou preocupada com ela, e estou cuidando para que ela tenha tudo o que precisa. Não precisa se preocupar. — Seth, por favor. Você sempre odiou Vince. — Eu não vou mudar de ideia, Savannah. — Ele diz se afastando. — Vince me traiu. — Digo e ele para. — Foi por isso que eu terminei com ele, porque eu o peguei na cama com a minha colega de quarto. — Vejo raiva passar por seus olhos.

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— E ele já tinha me traído antes disso também. Eu odeio ele, Seth. Você convidou um cara que me fez sofrer, para perturbar um cara que me ama de verdade e só tem me feito feliz. Ele me olha, mas não diz nada. — Por favor, faça Vince ir embora antes que Justin chegue. Pare de ser tão hostil, tão teimoso e tão infantil. Todos têm agido como adultos com relação à Justin e eu, menos você. Você tem agido como uma criança mimada que está emburrada porque as coisas não saíram como queria. — Ele fica. — Ele diz teimosamente. — Eu vou falar com papai, ele vai fazer Vince ir embora. — Ameaço. — Ele não vai expulsar um convidado meu. — Eu não vou mais falar com você, você já magoou demais Justin. Ele é seu amigo e está sofrendo com todo esse seu ódio, aí você pega e convida aquele cara para uma reunião de família, uma tarde que era para ser cheia de alegria, só porque você é egoísta e quer machucar o homem que eu amo. Eu não vou te perdoar por isso, esse não é o Seth que eu amo e admiro. — Digo magoada com sua atitude irracional e vou em direção aos fundos da casa. Chegando lá vejo Vince com uma cerveja na mão, sozinho em um canto, olhando para os lados parecendo desconfortável. Papai me olha com um olhar de desculpas, mamãe e Jane estão fingindo que tudo está perfeitamente bem e Shanon me olha confusa assim que entro em seu campo de visão. Caminho determinada até Vince. — Você tem que ir embora. Agora. — Seu irmão me convidou, tenho o direito de estar aqui. — Você não tem direito nenhum. — Digo elevando a voz. — Você sabe que ninguém te quer aqui, nem mesmo Seth, ele te convidou só para provocar Justin. — Sabe, eu não gostava do seu irmão tanto quanto ele não gostava de mim, mas depois que eu fiquei sabendo que ele deu uma bela de uma surra no seu namoradinho, acho que ele até que é um cara bem legal. — Como é que você...Esquece. Você é um idiota, não acredito que eu cheguei mesmo a amar você. — Vejo seu rosto murchar e magoa passar pelo seu olhar. Poderia até sentir pena dele, se ele não fosse um idiota traidor. — Você quer mesmo ficar em um lugar que você sabe não ser bem vindo? — Eu quero ficar no mesmo lugar que você, não importa onde isso seja. — Ele diz dando um passo em minha direção e colocando sua mão em meu rosto, que eu rapidamente retiro. — Vince, só vai embora, por favor.

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— Eu te amo, Savy. — Eu não te amo mais, Vince. — Eu posso fazer você voltar a amar. — Não, não pode. Entenda isso de uma vez por todos e pare de agir como um perseguidor, vá viver sua vida. — Eu não consigo tirar você da minha cabeça, eu penso em você o tempo todo. Eu sei o quanto eu te machuquei, eu sei o quanto eu fui um filho da puta, mas se você pudesse me dar só mais uma chance... — Não, Vince não dá. Eu amo o Justin, estou completamente apaixonada por ele, não quero mais ninguém além dele. E se você me ama tanto quanto você diz, você vai embora agora. Ele me olha tristemente, leva sua mão até meus cabelos e os acaricia. — Você não está sendo justa, você sabe que eu te amo de verdade. — Então vá embora, agora. Ele toma um gole da sua cerveja e deixa a garrafa na mesa. — Tudo bem, eu vou, para mostrar que eu te amo. Me leve até o meu carro. — Tudo bem. — Digo revirando os olhos e o acompanho de má vontade. — Tchau. — Digo quando chegamos ao seu carro e me viro para voltar para minha família. — Espera. — Ele segura meu braço. — O que foi? — Pelo menos me de um beijo de despedida. — Então você vai parar de enrolar e vai embora? — Pergunto. — Vou, prometo. — Solto um grunhido impaciente. Minha intenção é lhe dar apenas um beijo rápido na bochecha, mas quando meus lábios encostam-se na sua pele, ele me abraça e segura minha nuca. Vira o rosto e faz com que nossos lábios se encontrem, tudo em um movimento rápido demais para que eu possa reagir. Sua língua tenta invadir minha boca e eu a mordo, fazendo-o me soltar e falar um palavrão enquanto leva a mão até a boca. — Seu idiota, vá embora e não me procure mais. — Suas mãos seguram meus braços e ele me puxa com força para junto de si, nossas bocas separadas por poucos centímetros. — Você não pode fazer ou dizer nada para que eu desista de você. — Mas eu posso. — Escuto a voz grave de Justin e me viro em sua direção. Ele está a poucos metros de nós e escutou tudo, Jax e Kim estão logo atrás dele. — Largue a minha namorada, agora. — Ele diz com uma voz assustadora. Vince me solta e encara Justin com um olhar arrogante.

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— Sua por pouco tempo. — Ele diz sorrindo. Justin quebra a distância com dois passos largos e agarra Vince pela camisa. “Oh não! Meu Deus, porque Justin tem sempre que se meter em alguma briga?” — Se você chegar perto dela de novo, se você falar com ela ou olhar para ela, eu vou atrás de você, entendeu? — Justin diz numa voz sombria. Jax se aproxima do irmão cauteloso, pronto para apartar uma briga se necessário. — E eu vou estar te esperando. — Justin. — Chamo-o e coloco uma mão em seu braço, ele me olha e suaviza a expressão imediatamente. — Solte-o. — Peço e ele larga Vince no mesmo instante, dando um passo para trás e me puxando para perto de si, envolvendo meus ombros com seu braço. — Saia daqui, antes que eu perca a paciência com você. — Tudo bem, já estou de saída, mas por que ela pediu e não porque você quer. — Vince abre a porta do carro, mas antes de entrar se vira para mim. — O que nós tínhamos era especial demais para você me esquecer tão facilmente... — Humpf. — Bufo e solto uma risada sem humor nenhum. — Esquecer você foi tudo, menos fácil. — Eu sei que em algum lugar aí no fundo você ainda me ama. Você vai voltar a ser minha, nossa história não acabou, Savy. — Filho da... — Justin parte para cima de Vince, mas eu o seguro a tempo. — Por favor, Justin. Não aqui. — Ele me ouve e recua, Vince entra no carro. — Até depois, minha linda. — Vince diz e arranca com o carro. — Filho da mãe. Quem ele pensa que é para te chamar de Savy, de minha linda? Deus, eu quero matar esse pedaço de merda. — Justin diz vermelho de raiva. — Calma, cara. — Jax diz colocando a mão em seu ombro. — Calma nada, eu vou acabar com ele isso sim. O que ele estava fazendo aqui? Porque você deixou ele chegar tão perto? — Justin diz redirecionando sua raiva para mim. — Hey, calma. Foi Seth quem convidou Vince. — Seth? — Kim pergunta confusa. — É, ele o convidou só para provocar Justin. — Mas Seth não odiava Vince?

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— Pelo jeito ele me odeia mais. — Justin diz encarando o chão, a raiva em sua voz sumiu e foi substituída por magoa. Ele não olha para ninguém e vai em direção a casa, sumindo pela porta da frente. — Droga, eu vou atrás dele. — Digo e saio correndo para dentro. — Justin, espere. — Ele para e se vira, com as mãos na cintura. — O que foi? — Não fique assim, por favor. — Como você quer que eu fique? Eu chego aqui e vejo a minha namorada nos braços do ex e ainda por cima descubro que o meu melhor amigo me odeia ao ponto de convida-lo apenas para me atingir. — Eu não estava nos braços de Vince. — Estava sim, vocês estavam quase se beijando. — Obviamente agora não é uma boa hora para admitir que Vince me beijou. — Amor... — Acho melhor eu ir embora. — Ele diz. — Não, não fale besteira. Não deixe que os idiotas do Vince e do Seth estraguem nosso dia. Vamos mostrar para Seth que não há nada que possa nos separar, que estamos felizes juntos e que nos amamos. — Não posso acreditar que ele me odeie tanto assim. — Justin diz passando a mão pelos cabelos. — Uma hora ou outra ela vai acabar entendendo. E mesmo que ele não entenda, isso não vai nos separar. Eu não vou permitir que Seth nos atrapalhe, a partir de hoje não vou mais falar com ele, agora sou eu quem vou ignora-lo. — Não quero que você se afaste do seu irmão por minha causa. — Não é por sua causa, é por causa dele mesmo. Ele que tem agido como um idiota. — Chamar Vince não foi a primeira coisa que ele fez, foi? Ele tem feito outras coisas que você não me contou, não é? — Justin...Deixa isso para lá, não importa. — Importa para mim, o que ele tem feito? Ele tem te tratado mal? — Não exatamente. — Então o que é? — Ele tem tentado me convencer a te deixar, ele tem...Ele fica me contanto coisas. — Que tipo de coisas? — Ele pergunta com um leve tom de desespero na voz. — Coisas que você fez no passado, com outras mulheres. Ele fica me dizendo que você é nojento e que eu mereço coisa melhor. Ele me

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contou sobre as festas de troca de casais que você deu no apartamento que vocês dividiam na faculdade, sobre as vezes que ele pegou você com mais de uma mulher transando na sala, das vezes que ele não conseguia dormir por causa dos gemidos. E da vez que...Da vez que você transou com um homem. — Assim que digo isso Justin fica branco como papel e rapidamente desvia o olhar, com vergonha. Ele se vira, ficando de costas para mim. — Eu estava bêbado, foi só uma vez. — Eu não estou julgando, Justin. — Eu sinto muito que tudo isso seja verdade. — Justin, olhe para mim. — Peço e ele balança a cabeça em negativa. — Tenho muita vergonha de tudo o que eu fiz. — Não tenha, por favor, olhe para mim. — Ele lentamente se vira, quando vejo as lágrimas escorrendo de seus lindos olhos azuis, sinto uma vontade enorme de chutar a bunda de Seth. Definitivamente eu não estou mais falando com ele. — Ele tem razão, você merece coisa melhor. — Hey, não fale uma coisa dessas. — Digo abraçando-o. — Eu não gosto nem um pouco do seu passado, não vou mentir. Odeio que você tenha estado com tantas outras pessoas, mas seu passado faz parte de quem você é agora, e eu te amo. — Ele me abraça forte. — Se eu soubesse...Se eu soubesse que iria encontrar esse sentimento tão puro e bonito, o nosso amor, eu teria feito tudo diferente. Não teria encostado em nenhuma outra mulher, teria esperado por você. — Queria ter esperado por você também. — Digo. — Só de imaginar que você já dormiu com outro homem, me deixa cego de ciúmes, mesmo tendo sido apenas um. Não posso nem imaginar como você se sente sabendo de tudo o que eu fiz. Sinto muito meu amor, que você tenha que aguentar isso. — Não quero mais falar sobre isso, por favor. Vamos esquecer tudo isso, pelo menos por hoje, vamos fingir que nada disso com Vince aconteceu e vamos aproveitar o dia juntos. — O que você quiser, meu amor. Mas eu não vou me esquecer dele, se Vince chegar perto de você de novo, não vai ter nada que vá conseguir me impedir de dar uma lição nele. E com relação à Seth, eu também não vou permitir que ele continue te envenenando contra mim. Ele não quer aceitar nosso namoro, muito bem então, mas ele não tem o direito de tentar atrapalha-lo. — Não vamos deixar ele nos atrapalhar. — Digo. — Não vamos deixar ninguém nos atrapalhar, promete? — Prometo. — Respondo.

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— Ótimo, eu prometo também. Vamos permanecer firmes, meu amor, e juntos. Haja o que houver.

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Isso não estava nos planos Justin — Com licença Sr. Cord. — A recepcionista do prédio onde trabalho me chama quando passo por ela logo no começo da manhã. — Sim, Marilu? — Ann...Tem uma mulher aqui que gostaria de falar com o senhor. — Quem? — Eva Thompson, senhor. Ela tentou subir no seu andar, mas foi impedida pelos seguranças porque sua secretária disse que tinha ordens para não deixa-la subir, porém, não podemos impedi-la de ficar lhe esperando no saguão. — Ela me diz com um sorriso de desculpas. — Entendi. Obrigada, Marilu. — Dou lhe um sorriso desanimado, meu dia já azedou. Viro-me na direção do saguão onde vejo algumas pessoas em pé e algumas outras sentadas nos sofás de couro. Não demora muito e eu reconheço os cabelos negros de Eva, solto um suspiro impaciente e vou em sua direção. — O que você está fazendo aqui? — Paro na sua frente e tento perguntar com uma voz contida, mas é difícil disfarçar a raiva que sinto. Ela levanta o olhar e um sorriso venenoso se espalha por seus lábios, ela levanta-se do sofá, deixando seu corpo muito próximo do meu. Dou um passo para trás, o que parece diverti-la ainda mais. — Vim falar com você, docinho. — Deus, meu estômago embrulha toda vez que ela me chama assim. É impressionante como as coisas mudam, no passado ela costumava me excitar como nenhuma outra, agora ela me enoja como muitas outras. — Você já se esqueceu da conversa que tivemos aquele dia no meu escritório? Eu não quero te ver nunca mais, Eva. — Como eu poderia me esquecer daquele dia? Do nosso beijo... — Ela diz com um sorriso dengoso, sua mão alisando meu terno. — Não existe isso de ‘nosso’ beijo. Você me beijou a força e foi horrível. — Você gostava tanto dos meus beijos antes. Principalmente quando eu te beijava aqui embaixo... — Ela diz escorregando sua mão em direção à braguilha da minha calça. Seguro sua mão com força e a afasto de mim. Olho para os lados para ver se alguém percebeu seu movimento ousado. — Pare com isso, Eva.

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— Docinho, não precisa fingir que você não gosta disso. — É mais do que não gostar, eu odeio isso, e eu te odeio. Você me lembra de um passado que eu luto diariamente para esquecer. — Por um breve momento vejo magoa passar por seus olhos, mas logo ela disfarça e aquele brilho impertinente retoma seu lugar. — Muito bem, você definitivamente quer isso do jeito difícil, não é? Eu te dei todas as chances possíveis, Justin, mas você insiste em me recusar, em me humilhar, como naquele dia no seu escritório. É, eu me lembro bem daquele dia, me lembro também que eu lhe fiz uma promessa, e eu sempre cumpro com o que eu prometo. — Você já teve a sua vingança infantil, você prejudicou minha carreira, agora me deixe em paz. — Agora quem parece que não se lembra daquele dia é você. Já se esqueceu do que eu te disse? Isso apenas começou Justin, aquele contrato foi a primeira coisa que você perdeu. — Você não pode mais me prejudicar. — Digo confiante, mas é apenas uma fachada, a verdade é que eu estou com medo. Medo porque Eva está com aquele olhar determinado de quando ela quer algo e não há ninguém que possa impedi-la. — Vamos ver o que eu posso fazer quanto a isso... — Ela diz remexendo em sua bolsa, olho curioso para ver o que ela procura. Ela sorri parecendo empolgada quando retira um celular da bolsa enorme que pende do seu antebraço. Fico mais curioso ainda, descanso as mãos na cintura e olho impacientemente para Eva. — Diga-me Justin, o que você acha que a sua namoradinha irá pensar quando ela ver... — Ela vira o celular na minha direção. — Isso. — Ela parece se deliciar com as palavras. Olho a tela do celular, uma filmagem está passando. O ambiente é escuro e não consigo ver muita coisa, mas consigo distinguir vários corpos nus. Uma musica, tão alta que chega até meus ouvidos completamente distorcida, sai do aparelho que Eva segura na altura do meu peito. Quem está filmando está andando pelo que parece ser uma festa de swing, não sei por que meu corpo todo se arrepia, sinto meu coração batendo rapidamente e um nó em meu estômago se forma. Algumas das pessoas dançam e outras fazem sexo, no sofá, no chão, em todo lugar. Começo a sentir um mal estar e sinto que estou suando frio. A pessoa que filma anda, parece seguir por um caminho restrito, ela para em frente a uma porta e a abre, entra em um ambiente claro o suficiente para que eu veja que é um quarto. Com o barulho da musica alta abafada no quarto, os gemidos são audíveis. Uma sinfonia de gemidos sai do celular, estou tão horrorizado que não me importo se as

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pessoas mais próximas de nós também estão escutando o que parece o áudio de um filme porno. Ao se aproximar de uma cama, a filmagem mostra claramente dois homens e três mulheres. Quando reconheço o homem de joelhos na cama, comendo uma das mulheres que está de quatro com a cabeça enfiada no meio das pernas de uma segunda mulher, levo à mão a boca como se isso pudesse impelir a bile de subir. Sou eu nessa filmagem. Sou eu fodendo aquela mulher de quatro. De repente sinto um medo terrível, o que mesmo que Eva disse, mostrar isso para Savannah? Oh Deus não, ela não pode ver isso. As coisas no vídeo começam a ficar mais ‘pesadas’, mas não consigo desviar o olhar, é como em um acidente de carro. Quando eu começo a fazer algo que eu não tenho coragem nem ao menos de falar, arranco o celular da mão de Eva e pauso o vídeo. Olho para os lados e vejo algumas pessoas nos olhando com vergonha, curiosidade ou choque. É, acho que elas escutaram os gemidos obscenos Pela expressão triunfante de Eva, a minha reação era a que ela estava esperando. — Como você conseguiu isso? — Minha voz não sai tão irritada quanto eu queria porque ainda estou muito abalado com a ideia de Savannah ver esse vídeo. — Uma das festinhas que frequentávamos. Eu sabia que filmar você me serviria para alguma coisa algum dia. Raiva, vergonha e medo começam a queimar dentro de mim, provocando uma chama muito perigosa. Aperto no botão de deletar, nunca mais quero ver essa filmagem na minha vida. — Pode deletar, é claro que eu tenho outras copias. — Ela diz pegando o seu celular de volta. — O que você quer? — Pergunto com os dentes cerrados, tenho medo de abrir a boca e acabar gritando com todas as minhas forças. — Você ainda precisa perguntar? — Ela ri. — Eu quero você. — Não acredito que você guardou durante todos esses anos esse vídeo, você é uma vadia louca, sabia? — Eu sabia que me seria útil em algum momento. E esse é o momento perfeito. — Porque agora? Se você tinha isso com você todo esse tempo, porque me chantagear só agora? — Porque antes não teria adiantado nada. Diga-me, se eu tivesse aparecido com esse vídeo alguns anos atrás, e tivesse ameaçado de

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mostrar para a sua família ou colocar na internet se você não ficasse comigo, o que você teria feito? — Teria rido da sua cara. — Respondo sem pensar. — Exatamente. Porque você não se importava com que os outros pensavam de você. Mas agora, você se importa, não é? Agora você está apaixonado e não quer que sua namoradinha veja com seus próprios olhos como você é pervertido, não quer que os pais dela vejam, estou certa ou não, Justin? — Juro por Deus que o que eu mais quero no momento é tirar seu sorriso de vitória aos socos. Mas calma, Justin, você não bate em mulheres, mesmo nas vadias como Eva. E você está no seu emprego, se acalme. Fecho os olhos e respiro fundo, tentando controlar esse mar de diferentes emoções que se agita dentro de mim. — Eu não sei o que você quer que eu diga. — Digo sentindo aquele sentimento horrível de impotência. Ela está certa, não posso conceber a ideia de Savannah ver esse vídeo. Uma coisa é falarem para ela o que eu fazia, outra bem diferente é ela ver com seus próprios olhos. Eu não suportaria se ela desistisse de mim, se decidisse que eu não valho a pena, se ela percebesse que o meu passado é um fardo pesado demais para se carregar. — Eu quero... — Ela guarda o celular e pega um pedaço de papel. — Que você me encontre nesse endereço, sexta às 21 horas. Ela me entrega o papel, que vejo se tratar de um dos seus cartões de visita, com um endereço rabiscado em sua letra. — Se você não estiver lá às 21 horas em ponto, eu vou fazer com que Savannah e toda a sua família vejam aquele filmagem. A decisão é sua. Até logo, docinho. — Ela se inclina e beija meu rosto. Estou tão aturdido que não reajo a sua aproximação, encaro-a fixamente enquanto se afasta e vai embora. Quando ela está fora do meu campo de visão sinto como se uma tonelada estivesse sobre meus ombros, me empurrando para baixo, sento-me no sofá e esfrego meu rosto com força onde ela me beijou. Sinto tanto nojo, como eu nunca senti antes em toda a minha vida. “Deus, como eu pude me envolver com alguém como ela? Onde eu estava com a cabeça?” Observo com pesar o cartão em minha mão. Não posso ceder e ir encontrar com Eva, mas também não posso deixar Savannah ver aquelas cenas nojentas. Ela é tão inocente, tão pura, tão delicada, não posso a expor a esse tipo de coisa. Ah meu Deus, o que eu faço? Descanso a cabeça no sofá, encarando o teto decorado a cima de mim e tentando controlar o embrulho em meu estômago.

Savannah

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— Não sei qual comprar. — Leve um de cada, sis. — Tudo bem. — Pego um teste de gravidez de cada marca e coloco na cesta de plástico azul. Eu vou fazer todos eles, mas somente para provar para Shanon que ela está errada, porque é óbvio que eu não estou grávida. Eu não posso estar grávida. Ela se fixou nessa ideia desde que eu comentei que estava tendo alguns sintomas estranhos nas últimas semanas. As coisas começaram naquela noite do jantar beneficente, depois das ameaças e revelações de Eva me senti muito mal, a ponto de vomitar todo o jantar. Achei que tivesse ficado enojada com as coisas que ela me disse. Mas então me senti mal no dia seguinte também, e no outro, estranhei, afinal, fazia tempo que não ficava doente. Depois de alguns dias sem enjoos e me sentindo ótima, cheguei à conclusão que o meu mal estar tinha se dado graças a algum vírus. Mas então em uma certa manhã, subitamente um enjoo fortíssimo me atingiu ao sentir o cheiro de café da manhã enquanto eu passava por uma padaria. E foi nesse dia que os enjoos voltaram com força total, junto com tontura e sonolência. Achei que talvez fosse o estresse, afinal estava acontecendo tanta coisa; Os problemas de Seth com meu namoro, a presença de Eva, a cirurgia de Jane – que aliás, foi um sucesso, agora ela só precisa se cuidar – e também as provas na faculdade. Estava tão preocupada com essas coisas, que não havia notado que eu estava atrasada uma semana. Juntando todos os pontos, Shanon anunciou com grande certeza que eu estava grávida, mas apesar de todos os sintomas apontarem para a confirmação dessa suspeita, eu me recuso a perder as esperanças. Eu não posso estar grávida. Chego ao caixa e a moça me lança um olhar estranho ao ver as cinco caixas de teste de gravidez, ela tenta me dar um sorriso reconfortante, mas não adianta, meus nervos estão à flor da pele. Pago pelos testes e ando apressadamente para o carro. — Podemos fazer isso no seu apartamento? — Pergunto. — Aletta? — Exatamente, não quero correr o risco de ela estar lá. — Tudo bem, vamos. Shanon liga o carro e seguimos para seu dormitório. Ambas em silêncio, ela dirigindo e eu rezando, tem que ser um alarme falso. “Por favor, meu Deus, eu prometo que se eu não estiver grávida, eu nunca mais vou transar sem camisinha.”

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— Savannah, pare com isso. — Shanon diz retirando minha mão da boca. — Desse jeito você não vai mais ter unha para roer daqui a pouco. — Estou nervosa, nunca imaginei que cinco minutos pudessem demorar tanto. — Digo balançando minha perna impacientemente. — Calma, não adianta nada ficar nervosa agora. — Shanon, não acredito que isso está acontecendo comigo. — Digo esfregando o rosto com as mãos. — Você e o Justin não usam camisinha? — Não, eu disse para ele que não tinha problema, eu estou tomando pílula. — Ah Savannah, você sabe muito bem que pílula e camisinha não são completamente seguros, por isso tem que usar os dois juntos, sem falar nas doenças sexualmente transmissíveis... — O Justin está limpo, com isso você não precisa se preocupar. Ele disse sempre fazer os exames a cada dois meses, quando começamos a nos envolver, ele tinha acabado de fazer um. — Bom, pelo menos ele não era um prostituto irresponsável...Oh, desculpe. — Ela diz ao ver a minha reação à palavra ‘prostituto’. — Tudo bem. — Digo tristemente. Ele meio que era mesmo, a única diferença é que ele não cobrava. — Foi mal mesmo, sei que você não gosta dessa palavra. O Justin mudou, eu acredito nisso agora, sinto muito ter chamado ele assim. Apenas lhe ofereço um sorriso fraco e volto a roer minhas unhas. Olho o relógio, e pelo amor de Deus, ainda falta dois minutos. Levanto-me da cama e começo a andar pelo quarto de Shanon, de um lado ao outro. Depois do que pareceu uma eternidade, ela diz: — Cinco minutos, sis. — Ah meu Deus. — Estava tão ansiosa para ver o resultado, e agora que está lá, não consigo ter coragem para ir ver quantos malditos risquinhos tem no maldito palito branco. Sinto uma náusea no estômago, aquele mal estar típico de quando se está sobre grande pressão, sinto as palmas da minha mão suando. Não consigo fazer isso, definitivamente não consigo. — Quer que eu veja? — Shanon pergunta ao ver o meu olhar de pânico. Apenas balanço a cabeça em sinal afirmativo. Ela se vira e vai na direção do banheiro, tendo um segundo pensamento, eu seguro-lhe o braço e a paro. Tenho que ser corajosa, eu é que tenho que ver. — Não, espera. Eu tenho que fazer isso. — Digo, ela me dá um sorriso de incentivo, respiro fundo e vou em direção ao banheiro. Chegando lá fecho a porta atrás de mim e encaro os potinhos com urina e os palitinhos que repousam dentro. Cinco testes, cinco resultados, os

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cinco vão conter apenas um risco e então eu vou poder respirar aliviada e rir disso mais tarde. Acho que é melhor fazer isso rápido, simplesmente pegar o teste e olhar. Mas não consigo, eu o pego, mas não consigo encara-lo, fico observando o meu reflexo no espelho. Não vou conseguir forçar meus olhos a olhar para baixo, então viro o teste para o espelho e vejo o resultado pelo reflexo. Sinto que meu coração parou uma batida, então ele começa a bater mais rápido que as asas de um beija-flor. Por um segundo sinto como se o chão tivesse se abrido aos meus pés e eu estivesse caindo. Sinto um frio na barriga, sinto aquela familiar sensação que sempre acontece pelo menos uma vez na vida de todos, a sensação que você está em um mundo paralelo e que aquilo que está acontecendo não está de fato acontecendo. Meus olhos viajam rapidamente para baixo, e eu confirmo o que eu vi pelo espelho...Dois risquinhos. “Não! Não pode ser”. Jogo o resultado na pia, como se ele tivesse me queimado. Com medo e hesitante, pego o segundo, dois risquinhos. Pego o terceiro teste, também dois risquinhos, pego o quarto, um risco, vejo o quinto e último...Dois risquinhos. Apoio-me na beirada na pia, acho que estou entrando em pânico. Não consigo respirar, ah meu Deus, não consigo respirar. Respiro profundamente e solto o ar lentamente, mas não está ajudando em nada, o ar continua entrando preguiçosamente em meus pulmões, me sufocando. Minha visão está ficando embasada, minhas pernas estão fraquejando, acho que vou desmaiar. — Shanon. — Chamo por minha irmã, mas minha voz não sai nada mais do que um sussurro. — Shanon. — Tento de novo, dessa vez minha voz sai alta o suficiente para ela escutar, porém trêmula, o que deve ter denunciado meu estado, pois Shanon abre a porta com um olhar preocupado. Ela não pergunta nada, eu não digo nada. Ela vê em meus olhos tudo o que precisa saber, ela leva a mão até a boca. — Ah meu Deus, eu vou ser tia? — Ela pergunta com um sorriso enorme se formando nos lábios. Ela está rindo? Por acaso isso parece engraçado? Balanço a cabeça negativamente várias vezes, agravando a minha tontura. Quase caio, mas Shanon me ajuda a tempo e me ajuda a ir sentar no vaso sanitário. — Como assim, você está grávida ou não? — Ela pergunta ansiosa. Não consigo parar de olhar para o azulejo a minha frente. Será que estou em

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estado de choque? Ainda não consigo respirar direito. Sinto meus olhos se encherem d’água, não foi assim que eu imaginei, quando acontecesse era para eu estar formada, casada, não na situação em que eu me encontro agora. — Um deu negativo. — Digo com a voz baixa. — Um? Mas e os outros quatro? Abro a boca mas não consigo emitir nenhum som, não consigo dizer em voz alta que eu estou...Que eu estou...Oh Deus, eu não consigo nem pensar nas palavras. — Fale logo, Savannah. — Ela simplesmente não consigo lhe dizer.

pede

com

urgência,

mas

eu

Ela se irrita com o meu silêncio e vai até a pia, olhando os resultados por si só. — Ah meu Deus, sis...Você está grávida. — Shanon diz com uma voz emocionada. — Não! — Digo categoricamente. — Um deu negativo. — Digo como se o fato de apenas um resultado ter dado negativo anulasse os outros quatro positivos. — E quatro deram positivo, é claro que você vai ter que fazer o exame de sangue para ter certeza, mas...Exames de farmácia são bem seguros, sis. Não acredito que eu vou ser titia. — Ela diz dando pulinhos de alegria. Será que ela perdeu o pouco juízo que tinha? Porque ela está feliz, ela não vê que isso é uma tragédia? — Porque você está com essa cara, sis? Você está grávida, deveria estar feliz. — Ela diz ficando de joelhos na minha frente, um sorriso bobo em seus lábios. — Isso é uma tragédia. — Ela parece pessoalmente ofendida com as minhas palavras. — Como você pode falar isso, Savannah? Tem um bebezinho aí dentro, seu filho e do Justin, é uma benção, não uma tragédia. — Você não entende, Shanon. — Digo ainda em um estado meio catatônico. — Não entendo mesmo, achei que você sempre quis ter filhos. — E eu queria, eu quero...Mas não agora, eu tenho 20 anos, ainda não me formei, não estou casada e...Meu Deus, não posso contar isso para o Justin. — Como não? Ele é o pai, ele tem que saber. — Ele vai surtar, Shanon. Ele vai me culpar, porque eu disse que tudo bem não usarmos camisinha. Será que ele vai achar que eu fiz isso de propósito?

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— Tudo bem, agora você está começando a falar muita besteira, sis. Primeiro que você não fez essa criança sozinha, Justin não é burro e sabe muito bem os riscos de transar sem camisinha, mesmo com você tomando pílula. E é claro que ele não vai achar que você fez isso de propósito, que ideia maluca é essa? — Ah Shanon, ele vai surtar, ele vai sair correndo no momento em que contar. — Claro que não, ele te ama. — Como eu vou contar para ele que ele vai ser pai? Até ontem ele tinha medo de apenas namorar, não posso chegar e jogar uma bomba dessas nele. Ele vai sair correndo e me deixar. — Apoio a cabeça nas mãos e começo a chorar. Sinto a mão de Shanon acariciando minhas costas e isso me dá algum conforto. — Ele não vai te deixar. Isso pode ter sido um pouco inesperado, mas Justin nunca te deixaria grávida e sozinha. Ele está tão mudado, que acho que é até capaz dele te pedir em casamento quando souber da criança. Ele amadureceu e é um homem de verdade agora, todo mundo viu as mudanças em seu comportamento. — Ah meu Deus, você acha que ele faria isso, me pediria em casamento? Eu não quero isso, não quero que ele se sinta obrigado a se casar comigo só porque estou grávida. — Eu não quis dizer... — Se ele pedir, eu não vou aceitar. Não quero me casar só porque fiquei grávida. — Deus, essas palavras ainda saem tão estranhamente de meus lábios, sinto como se não fosse comigo, como se eu tivesse assistindo a cena de longe, e outra pessoa fosse a protagonista. — Calma, Savannah, eu não quis dizer isso...Droga. Você tem que se acalmar, e depois temos que marcar uma consulta para você, o médico vai pedir um exame de sangue para confirmar e se você estiver mesmo grávida, ele vai nos dizer o que devemos fazer. — Você vai à consulta comigo? — Mas é claro, se você quiser eu vou. — Eu quero, não posso fazer isso sozinha. — Você não precisa, conte para o Justin amanhã mesmo e ele pode ir ao médico com você. — Não! Não vou contar para ele, não vou contar para ninguém, você tem que me prometer que não vai falar nada. — Digo me levantando rapidamente e me afastando de Shanon. — Savannah, você tem que contar. Justin é o pai, ele tem que saber para estar ao seu lado quando precisar, e nossos pais...Você não acha que eles vão fica felizes em saber que serão avós?

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— Não posso contar agora. Justin acabou de começar a aceitar a ideia de estar um relacionamento, e nossa família...Não posso contar agora, não depois do que aconteceu com Seth e Jane. — O que eles tem a ver com isso? — Jane acabou de fazer uma cirurgia para retirar um tumor, ela pode nunca conseguir ter filhos e isso é o que ela mais quer, como você acha que ela e Seth vão se sentir quando eu falar que estou grávida? Não posso contar nada agora. — Savannah, Seth e Jane vão ter que aceitar, você não pode viver sua vida em função do que os outros vão pensar, do que eles vão sentir. Você tem que contar para Justin o mais rápido possível, e depois para papai e mamãe. — Não. — Savannah... — Ela me chama com aquele tom reprovatório. — Não, Shanon. Não posso dizer nada por enquanto, não até ter certeza absoluta. Depois do exame de sangue, se eu estiver realmente grávida, eu conto. — Mas... — Sem mas, é assim que vai ser. — Digo decidida. — Tudo bem, se é isso que você quer. — Ela diz, claramente não concordando com minha decisão. Como eu vou contar para Justin que ele será pai? Ele vai se sentir sufocado, assustado, vai sair correndo direto para o seu antigo estilo de vida. Todas aquelas coisas que Eva disse. Ele ainda está se acostumando com a ideia de um relacionamento, levou anos até que ele conseguisse ter coragem para se envolver seriamente com alguém, se eu disser agora que estou grávida, todo o seu progresso vai por água abaixo. Ele vai se sentir preso e vai fugir, mesmo Shanon dizendo que ele não me abandonaria, eu sei que ele vai se sentir assustado o suficiente para correr para bem longe. Mesmo que depois o seu senso de dever lhe devolva a razão e ele volte, mas vai ser por causa da criança e não por minha causa, ele vai querer continuar comigo por causa do bebê e eu não posso permitir isso. Não posso permitir que ele se sinta obrigado a ficar comigo, não quero que ele se sinta infeliz e preso a mim, sempre desejando estar em qualquer outro lugar.  — Então, o que diz aí, doutor? — Pergunto ansiosa para o homem de cabelos grisalhos sentado do outro lado da mesa. — Parabéns, você está grávida. — Ele diz dobrando os papeis do exame de sangue que eu fiz e me dando um sorriso verdadeiro. Então é isso, eu estou mesmo grávida. Sinto a mão de Shanon apertando a minha, olho para o lado e ela me lança um daqueles seus sorrisos de apoio.

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Sinto meus olhos se enxerem d’água, meus pensamentos giram como um redemoinho, confusos, dentro de minha cabeça. Agora é real, agora é certeza, isso está mesmo acontecendo. — Você tem o apoio do pai da criança, querida? — O doutor me pergunta observando meu rosto machado pelas lágrimas. — Ele não sabe ainda, eu não contei. — Digo com a voz fraca. — Entendo, caso você precise de ajuda, nós temos ótimos programas para mães solteiras. — Ele diz me entregando alguns folhetos. — Essas mulheres são maravilhosas, você sempre encontrará alguém para apoia-la nesses grupos. — Ela tem quem apoia-la. — Shanon diz de repente, soando ofendida. — Nossos pais vão apoia-la e eu também. E o Justin também vai, tenho certeza, Savannah. — Ela diz essa última parte se dirigindo a mim. — Obrigada. — Sorrio para ela e enxugo as lágrimas. O doutor começa a nos explicar quais deverão ser meus passos a partir de agora. Tenho que marcar uma consulta e começar a fazer o pré-natal imediatamente, para garantir que tudo está bem com meu filho. Meu filho...Isso ainda é tão estranho de pensar. Não acredito que estou mesmo grávida, que eu vou ser mãe. Isso tudo é muito surreal. Deixo que Shanon preste atenção nas recomendações do doutor e fico imaginando em minha mente as diversas reações de Justin quando eu lhe contar. Ele vai gritar? Vai sair correndo sem dizer nada? Vai me culpar? Ou vai enfrentar tudo como um homem, porém nem um pouco feliz? Não quero ser a causa da infelicidade de Justin, eu sei que ele não está pronto para ser pai ainda, nem sei se algum dia estará. Mas agora não tem mais volta, a criança já está aqui dentro, a sementinha já está crescendo dentro de mim. Uma criação de Justin e minha, algo que fizemos juntos. Se as circunstâncias fosse outras, eu estaria chorando de emoção, de felicidade, se eu tivesse certeza que é isso o que Justin quer, eu seria a pessoa mais feliz do mundo. Coloco a mão em minha barriga e a acaricio. O filho de Justin está aqui dentro, mesmo que ele me deixe, mesmo que tudo o que Eva me disse for verdade, eu vou para sempre ter um pedaço do homem que amo comigo. Essa ideia é o suficiente para colocar um sorriso em meu rosto.

Após ficar uns bons minutos convencendo Shanon de que estou bem e não preciso mais de sua companhia, ela finalmente me deixa sozinha em frente ao meu dormitório.

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Sei que o doutor disse que todo esse cansaço é normal, mas me sinto exausta tanto fisicamente como emocionalmente, e preciso urgentemente da minha cama. Subo as escadas até meu andar quase me arrastando, um sono vindo do nada de repente tomou conta de mim e não paro de bocejar. Abro a bolsa e procuro por minhas chaves, ao virar em meu corredor sou surpreendida por ver que tem alguém sentado no chão, ao lado da minha porta. Os cabelos ruivos não me deixam errar, penso em dar meia volta e fugir, mas Vince levanta o olhar e me vê parada no começo das escadas. Ele rapidamente se levanta e vêm até mim, ignorando-o passo por ele e vou abrir minha porta. — Savy. — Por favor, hoje não, Vince. Não estou legal. — Digo colocando a chave na fechadura e destrancando a porta. — O que você tem, está bem? — Ele pergunta, a preocupação genuína em sua voz não me deixa dispensa-lo com aspereza. — Estou sim, apenas cansada, obrigada. — Digo olhando-o nos olhos e dando-lhe um sorriso gentil. Abro a porta e entro no apartamento, quando me viro vejo Vince entrando sem ser convidado. — Vince, eu já disse, por favor, não estou com paciência para você hoje. Vá embora. — Você diz que está bem, mas sua carinha diz o contrário. — Ele diz segurando meu queixo e analisando meu rosto. — Eu estou bem, já disse. — Aquele cara não te fez nada, não é? — A essa altura já sei muito bem a quem ele se refere sempre que diz ‘aquele cara’. — Não, Justin não me fez nada. Vá embora, por favor. — Aponto para a saída. — Você não está com uma cara boa, acho melhor não te deixar sozinha. — Ah ótimo, me livrei de Shanon apenas para que Vince ocupasse seu lugar, o que eu tenho que fazer para ficar sozinha com meus pensamentos? Pior é que eu não estou nem com forças de discutir com ele e expulsa-lo daqui. — Vince, quando você vai entender que eu não te quero mais na minha vida? Você está me exaurindo com essa sua insistência. — Ótimo, assim fica mais fácil de você ceder. — Ele diz fechando a porta. Solto um suspiro cansado e logo em seguida um bocejo. — Você parece bem cansada mesmo, porque não se senta confortável no sofá e eu te preparo um chá? — Ele pergunta com um sorriso inocente no rosto. Vince se ofereceu mesmo para me fazer um chá? Tem

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como esse dia ficar mais surreal? Descubro que estou mesmo grávida e meu ex namorado obsessivo quer me fazer um chá, a vida tem um senso de humor estranho. — Obrigada, mas acho melhor você ir embora. — Respondo me jogando nas almofadas macias. — Por quê? — Humpf, você ainda pergunta? Nós não somos namorados e não somos amigos, Vince. Sei que você está tentando reatar nosso namoro, mas agora mais do que nunca isso é impossível. — O que você quer dizer com agora mais do que nunca? — Ele pergunta se aproximando. — Nada, eu só quis dizer que agora eu me apaixonei por outro, sinto muito, mas essa sua perseguição tem que parar. Se Justin descobrir que você está aqui ele vai... — Foda-se ele. — Vince me interrompe e vem se sentar ao meu lado no sofá. — Foda-se o seu namorado, eu não vou desistir de você, Savy. — A questão aqui não é só ele, é eu também. Eu de verdade não quero mais nada com você, Vince. Não tem nada que você possa fazer para mudar isso. — Tem que ter alguma coisa, tem que ter algo que eu possa fazer. — Sinto muito, mas não há nada. Acabou, para sempre. — Eu te amo. — Engraçado, porque será que esse amor todo só apareceu depois que você me perdeu? — Eu sempre te amei. — Ele responde magoado. — Se isso é verdade, então porque você fez o que fez? — Ele abre a boca, parece pronto para responder, mas então se detém. — Acho que isso que você pensa ser amor, é apenas uma obsessão. Você devia parar com isso, para o seu próprio bem. — Meus olhos estão cada vez mais pesados, encosto a cabeça no sofá e fecho os olhos. — Você deve ir agora. — Digo no meio de um bocejo. — Feche a porta quando sair. Sinto o sofá se mexendo quando Vince se levanta, o esgotamento emocional e o sono vão me vencendo e finalmente adormeço.

Minha consciência desperta, mas está tão gostoso aqui que me recuso a abrir os olhos. Estou deitada, mas pelo que eu me lembro, eu dormi sentada no sofá. Estou sentindo uma coberta em cima de mim, quem foi que me cobriu?

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Mexo-me e sinto uma mão em minha cintura, abro os olhos assustada e dou de cara com o rosto de Vince me observando. Solto um grito de susto e se não fosse por seu braço me segurar, teria caído do sofá. — Hey, calminha, sou eu. — O que diabos você está fazendo aqui? — Pergunto analisando a situação. Estou deitada no sofá com Vince deitado ao meu lado, perto demais. Percebo que estou deitada em seu braço direito e o outro ainda está em minha cintura. A luz que entra pela janela da sala é fraca e não ilumina nada, deixando-nos em um ambiente escuro. Meu Deus, já deve estar escurecendo, quanto tempo eu dormi? Faço menção de me levantar, mas Vince me abraça, me segurando no lugar. — Não quis deixar você sozinha, você não parecia bem. Só queria cuidar de você. — Então você me deitou, me cobriu e depois veio dormir comigo? — Digo deixando-o ouvir em minha voz que eu não gostei nada disso. — Foi. — Me solte Vince, quero levantar. Você não deveria ter ficado, vá embora agora. — Ele não me escuta e continua me segurando em seus braços. — É tão bom ficar com você assim, tão pertinho de mim. — Me solte, Vince. — Você lembra quando costumávamos ficar assim na minha cama, abraçados logo depois de fazermos amor? — Vince... — Sinto falta disso. — Ele diz em um sussurro, sua boca se aproxima e ele me rouba um beijo. Na tentativa de me desvencilhar dele, acabo caindo no chão. — Ai, que droga. — Digo sentindo a dor do meu tombo. — Savy, você está bem? — Ele se levanta do sofá rapidamente e me estende a mão, eu dou um tapa nela e me levanto sozinha. — Você é tão idiota, Vince. E burro, qual a parte de eu não te quero mais que você não entendeu? Que coisa, me deixe em paz. Você fica me perseguindo implorando para voltarmos, tenha um pouco mais de amor próprio. Vá procurar outra e me deixe em paz. — Despejo minha frustração em cima dele, tento ignorar a dor na minha bunda. Ele fica parado sem dizer nada, então vou até a porta e a abro.

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— Saia agora, e se você voltar a me procurar, eu juro por Deus que eu vou pedir um mandado de restrição na justiça. — Encaro-o com a porta aberta. — Eu só queria cuidar de você. —Ele diz bravo. Ele pega sua jaqueta no encosto do sofá e sai do apartamento rápido e destrutivo como um furacão. Bato a porta com força e me dirijo à cozinha para beber um como d’água. Tenho tantas coisas em que pensar agora, a última coisa que eu preciso é me preocupar se magoei os sentimentos de Vince, principalmente depois que ele foi tão leviano com os meus. Espero que ele tenha entendido agora, de uma vez por todas, que eu não quero mais nenhum tipo de relação com ele. Bebo minha água, agarro minha bolsa em cima do balcão e vou para meu quarto. Apesar de o cochilo ter renovado minhas forças, ainda me sinto um pouco cansada. Sento-me na cama e procuro pelo papel dentro da bolsa. Quando o encontro desdobro-o e leio mais uma vez o resultado. Tenho que começar a refazer meus planos, essa criança vai mudar tudo, nada vai ser como era antes. E apesar de saber que eu tenho pessoas que me apoiarão, sinto medo. Queria que meu primeiro filho chegasse alguns anos depois de já estar casada com um homem carinhoso e que me amasse, não quando estou namorando com um cara tão assustadiço e escorregadio como Justin. Eu acredito que ele realmente me ama, esse não é o problema, mas...Será que ele ama o suficiente? É isso que em breve eu vou descobrir, porque agora que eu tenho a certeza, eu vou ter que contar para ele. Contar que nós fizemos um outro ser humano juntos, criamos uma vida que irá alterar o curso da nossa própria para sempre.

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Vermont (DICA: PROCURE NO GOOGLE IMAGENS POR - MONTPELIER VERMONT IN FALL)

Savannah — Savannah, baby...Você está me escutando? — A voz de Justin me trás de volta dos meus pensamentos. — Ann, sim, estou. — Minto. — Então, o que você acha? — Sobre o que? — Ele solta um suspiro e quando me viro para ele, está me olhando com uma cara séria. — Você não estava me escutando, não é? O que está acontecendo com você, faz uns três dias que você está agindo de uma forma estranha, parece sempre distante. — Não é nada, está tudo bem. — Então me diga, o que você acha de irmos passar aquele final de semana em Vermont amanhã? — Amanhã? Mas é muito em cima da hora. — Mas não é como se fosse uma viagem que precisa de semanas de preparo. Eu gostaria muito de estar bem longe daqui nesse final de semana. Podemos ir amanhã depois que você sair da aula e voltamos no domingo à noite. — Mas e o seu trabalho, você não precisa trabalhar amanhã? — Não se preocupe com isso, eu já resolvi tudo. — Ah então já está decidido que vamos amanhã? — Bem, não, se você não quiser não precisamos ir. Mas eu gostaria muito de ir. — E tem que ser amanhã? — Pergunto notando que ele parece ansioso para ir logo para Vermont. — Tem. Por favor, vamos? Penso um pouco a respeito, eu não quero ir passar um final de semana romântico em uma cabana no humor em que eu tenho estado ultimamente, mas se for pensar bem, talvez essa possa ser uma ótima oportunidade para lhe contar sobre o bebê. — Tudo bem, se é importante para você, podemos ir amanhã. — Ótimo. — Ele parece aliviado. Acho estranho, mas não questiono, ele tem os seus motivos para querer ir parar Vermont e eu tenho os meus. 

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Depois de um voo de cinco horas, finalmente chegamos à cidade de Montpelier, em Vermont. O segundo estado menos populoso dos Estados Unidos. No aeroporto Justin e eu pegamos um táxi que nos levou até uma loja de aluguel de carros. Lá, Justin me explicou que precisaríamos alugar uma caminhonete 4x4, porque é o único jeito de conseguirmos subir pelo caminho difícil que nos levará até a cabana. E sem um carro para podermos ir e volta da cidade quando quiséssemos, ficaríamos sem ter como voltar para Montpelier caso acontecesse alguma coisa. Então colocamos nossas coisas no porta malas e Justin assume o volante. Para chegarmos ao caminho de acesso à cabana, temos que atravessar a pequena cidade de 7.850 pessoas. O lugar é absolutamente adorável, as casas são construídas em um estilo clássico, há muito verde e poucos prédios. Possui o típico estilo calmo e pacato de uma cidade rural. E as cores, ah as cores...Estamos no auge no outono, como em Dallas quase sempre parece que estamos no verão, já havia me esquecido como um lugar pode ficar lindo nessa época do ano. Muitas folhas secas amarelas, laranjas, vermelhas e algumas verdes enfeitam o chão e os galhos das árvores e arbustos. Como já passa das sete horas da noite, a cidade está banhada com as luzes artificiais amarelas dos postes e das casas, dando um ar quase mágico para a cidade. Observo as pessoas andando pelas causadas, algumas famílias, alguns casais, alguns grupos de amigos, algumas pessoas estão sentadas nos bancos com um copo de plástico de onde sai um vapor quentinho, que combina perfeitamente com o clima um pouco mais gelado. Logo Justin sai da cidade e guia o carro por uma estrada com cercas de madeira em ambos os lados, com apenas alguns postes com fracas luzes. Seguimos por um caminho e logo chegamos à pequena estrada de chão que leva a cabana. Seguimos por essa estrada que logo começa a ficar íngreme, e logo percebo que graças a Deus estamos com uma caminhonete, caso contrário não conseguiríamos subir a montanha. Cerca de meia hora depois, finalmente chegamos a um portão de ferro grande e imponente. Justin desce do carro para abrir o portão e seguimos viagem. Mais uns dez minutos seguindo por uma estrada, dessa vez sem chacoalhar tanto, e avistamos a cabana. Tudo bem, cabana não é o nome apropriado, mansão seria mais adequado. Quando Justin estaciona na frente da casa, desço do carro rapidamente e olho para a construção impressionante. A “cabana” tem três andares e é suficientemente larga para que um caminhão não consiga esconde-la. Ela é construída toda com uma madeira escura e tem muitas janelas. — Uau, isso é bem mais do que eu esperava. — Justin comenta parando ao meu lado.

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— Com certeza, esse lugar é incrível. — Digo com um sorriso empolgado. — Vamos ver se é igualmente impressionante por dentro? — Ele pergunta com um sorriso tão animado quanto o meu. Então seguimos para a grande porta da frente. Justin que tem a chave, destranca-a e a abre para mim. Quando entramos é simplesmente...Uau. Acho que alguém – o caseiro ou algo do tipo – sabia que viríamos, então as luzes de fora e de dentro já estão acessas. Justin fecha a porta e vem se juntar a mim para contemplar a luxuosa decoração. — Venha, vamos fazer um tour. — Justin me puxa consigo. Percorremos os três andares, cada cômodo nos deixando mais perplexos do que o último. A mansão denominada erroneamente de cabana, possui quatro quartos e três suítes, cinco banheiros, uma cozinha enorme, uma sala de jantar e duas salas de estar, uma menor e outra maior, com lareira e um vidro enorme substituindo a madeira no lugar da parede. Além de uma sauna, uma piscina externa, uma pequena academia com três paredes inteiras de vidro com uma vista impressionante, uma sala de jogos e uma área grande de lazer nos fundos. Ah, e ainda tem o lustre. Meu Deus, quem coloca um lustre enorme de vidro numa “cabana”? — Eu vou pegar nossas malas e depois que tal tomarmos um banho e jantarmos? — Parece perfeito. — Respondo. — Ótimo, pode escolher qual das suítes você quer que fiquemos, eu já volto. Quando Justin volta com nossas malas, subimos até o quarto e ele nos prepara um banho. Depois de ficarmos pelo menos uma hora na banheira nos beijando e acariciando, saímos e fomos até a cozinha. A geladeira e os armários estavam cheios, e eu e Justin preparamos juntos nosso jantar. A noite teria sido perfeita, se as duvidas e preocupações que eu trago comigo tivessem ficado em Dallas, e não enraizadas em meu coração.  Tão exaustos que estávamos por causa da viagem, dormirmos assim que deitamos na enorme cama de casal. Os primeiros raios de sol da manhã de sábado nos despertou. Durante toda a manhã Justin agiu um pouco estranho, parecendo tenso e nervoso. A hora mais estranha foi quando ele insistiu que eu desligasse meu celular, que incrivelmente tinha sinal aqui em cima, e ele também desligou o seu. Ele disse que não queria que ninguém nos incomodasse, mas senti que tinha um motivo oculto por detrás do pedido aparentemente normal.

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Apesar de Justin alegar que queria passar o final de semana apenas ele e eu, isolados na montanha, não aguentamos e decidimos ir logo depois do almoço para Montpelier, a cidade é pequena e acolhedora demais para resistirmos. Passamos a tarde toda conhecendo a cidadezinha, e me apaixonei por ela mais do que já havia ontem, quando passamos rapidamente por aqui. Visitamos as pequenas lojinhas, comemos em um delicioso restaurante e tiramos fotos da igreja, da prefeitura e outras construções lindas. A tarde foi tão agradável que por um momento eu esqueci tudo o que me preocupava e me concentrei apenas em Justin. Quando voltamos para nossa cabana, Justin insistiu em me preparar um banho de banheira com sais enquanto ele – sozinho, que fique registrado – preparava o jantar. Claro que ele na cozinha não poderia acabar muito bem, mas ele estava sendo tão fofo que não disse nada e deixei que ele cuidasse de mim. Tomei meu banho atenta a qualquer sinal de fumaça ou cheiro de comida queimada. Mas surpreendentemente quando sai do banheiro um cheiro muito bom me recebeu, me troquei rapidamente e quando cheguei à sala de jantar, Justin estava terminando de servir a mesa. — Humm, que cheiro bom. — Você parece surpresa, devo me sentir ofendido? — Ele pergunta com um sorriso brincalhão nos lábios. — Não, é só que eu não sabia que você tinha tais dotes culinários. — E eu não tenho, mas fiquei horas assistindo aqueles programas culinários da TV a cabo, queria cozinhar algo para você. — Você assistiu aqueles programas chatos por minha causa? A maior prova de amor que pode existir. — Digo brincando e rimos. — Vai rindo, vai...Você vai ver só quando provar da minha comida, acho que tenho jeito para a coisa. Jantamos e admito, a comida estava deliciosa, talvez ele tenha jeito para a coisa mesmo. Depois do jantar tiramos a mesa e colocamos os pratos na máquina de lavar. Ainda na cozinha, Justin me agarrou e me beijou de um jeito que parecia querer tirar todo o ar dos meus pulmões, meus joelhos vacilaram e ele me segurou, me carregando até o quarto no colo. Uma vez lá, tiramos as roupas um do outro e nos deitamos nus, nossos corpos entrelaçados, na cama. Justin me penetrava com paixão, com desejo. Nossos corpos se encaixando perfeitamente, como se tivessem sido feitos um para o outro. A uma certa altura, não consiguindo mais bloqueá-la, a voz de Eva volta a assombrar meus momentos com Justin.

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“Ah, não me olhe assim, você sabe que é verdade. Justin é um tipo único de homem, ele merece muito mais do que você pode oferecer, ele precisa de muito mais do que você pode oferecer”. Amaldiçoo-me por ser tão fraca e não conseguir impedir que as palavras de Eva ecoem em minha mente. Elas sempre veem em momentos como esse, como que para me lembrar que eu nunca serei capaz de satisfazer Justin. “Justin não gosta de mulherzinhas inocentes e que são extremamente entediantes na cama, ele gosta de ação”. “...ele gosta de se enfiar em todos os buracos que você tem...”. Será que sou capaz de fazer isso? Talvez eu devesse me esforçar mais para satisfaze-lo ao invés de julgar suas preferências, com certeza tem coisas que eu não posso fazer, por isso tenho que me esforçar para conseguir aquelas que estão ao meu alcance. Eu vou provar para ele que eu posso fazer as coisas que ele gosta, que o sexo comigo não precisa ser sempre passional. — Justin. — Seu nome sai junto com um gemido. — Sim, meu amor. — Posso te pedir uma coisa? — Digo as palavras com insegurança. Estou morrendo de medo, nunca fiz isso antes, nem sequer pensei em fazer. — Você pode me pedir o que quiser, meu amor, qualquer coisa e eu faço por você. — Ele diz beijando meu pescoço e investindo contra mim, fazendo com que seja difícil pensar em qualquer outra coisa além de como é bom senti-lo dentro de mim. — Me... — Fecho os olhos com vergonha das palavras que estou prestes a dizer. — Me come por trás. — Digo mais baixo que um sussurro. Ele para de se mexer imediatamente e levanta o corpo um pouco, me olhando confuso. — Você quer dizer, de quatro? — Eu quero dizer... — Ah meu Deus, porque é que ele já não entendeu? Ele vai mesmo me fazer dizer as palavras? Sinto meu rosto pegando fogo, desvio o olhar e digo com a voz fraca. — Eu quero sentir você dentro de mim, mas no outro lugar, você sabe. — Ah meu Deus, que vergonha. Eu devo estar fazendo um papel ridículo. Você é tão estupida Savannah. Ele parece realmente muito surpreso com meu pedido, ele se levanta e sai de dentro de mim, me deixando com uma sensação de vazio. — Você está falando sério, sexo anal? — Ele me olha incrédulo. Aposto que ele nunca esperava isso de mim, mas eu vou provar que posso me transformar, pelo menos um pouco, no tipo de mulher que ele gosta. — Sim.

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— Você tem certeza? — Algo estranho passa por seu olhar. — Tenho. — Não. — Eu quero. — Não, você não quer. — Ann...Tudo bem. Você já...Já fez isso antes? — Ele pergunta fazendo uma careta. — Não, nunca fiz. Quero experimentar isso com você. — Ele parece aliviado com minha resposta. — Tudo bem, então espere aqui. — Ele levanta e vai em direção ao banheiro, observo sua bunda linda e mordo o lábio. Os caras que acham que mulher também não repara na bunda estão redondamente enganados, e a de Justin é perfeita. Quando ele volta, está carregando uma camisinha e um frasco. — O que é isso? — Pergunto. — Camisinha e um óleo, já que não temos lubrificante. — Ele diz colocando os objetos na mesinha ao lado da cama. — Você quer mesmo isso? — Ele pergunta uma última vez. Eu não quero, estou com medo, mas eu tenho que fazer isso. Por ele. Talvez seja até gostoso. — Sim, eu quero. — Digo tentando não deixar transparecer o medo em minha voz. — Então se vire. — Ele manda e eu me viro, deitando de barriga para baixo. — Levante um pouco o quadril. — Eu faço como ele me pede e ele enfia uma almofada em baixo do meu estômago. — Por que isso? — Pergunto com a bunda levemente elevada por causa da almofada. — Essa é a melhor posição para a primeira vez. — Ele explica. Não quero nem começar a pensar como meu namorado sabe qual a melhor posição para o sexo anal. Espanto as imagens inconvenientes e respiro fundo. Meu pulso está acelerado e sinto que estou tremendo. — Relaxe, meu amor. — Ele diz com uma voz suave. — Feche os olhos e relaxe, eu vou te fazer uma massagem primeiro. Fecho os olhos e tento controlar minha respiração. Você tem que fazer isso, Savannah, não é para você é para ele, é para o Justin sentir prazer. Sinto o colchão afundar e Justin subir em cima de mim, uma perna em cada lado do meu corpo. Sinto sua ereção roçando em mim e pulso com o desejo. Sinto algo gelado se derramando na base da minha coluna, e um cheiro gostoso tomar conta do ambiente. Justin espalha o óleo com ambas as mãos por minhas nádegas. Ele pede que eu abra um pouco as pernas e eu faço, ele me massageia, arrancando suspiros de mim. Derrama mais óleo e continua sua massagem, suas mãos subindo por minhas costas. Eu gemo mais. — Isso é tão bom. — Suspiro.

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Ele me suja com mais óleo, e dessa vez suas mãos deslizam até o meio das minhas pernas, ele massageia meu clitóris e me penetra com dois dedos. Seguro os lençóis e fecho os olhos com força. — Meu Deus, isso é muito sexy, meu amor. Estou tão duro. Ele continua me massageando e me penetrando, até que eu não me importo com mais nada, tudo já esquecido devido o prazer que ele me proporciona. Sinto meu orgasmo crescendo, ele começa a me penetrar mais rápido, acrescentando o terceiro dedo. Agarro-me aos lençóis e grito quando meu orgasmo me atinge com força. Escuto o barulho de plástico sendo rasgado, olho por cima do ombro e vejo Justin colocando a camisinha. É agora, meu coração volta a bater rápido e eu tremo, e isso não tem nada a ver com o orgasmo incrível que eu acabei de ter. Justin derrama óleo em sua ereção e em mim, lambuçando ambos. — Tudo bem, amor, apenas relaxe, ok? — Ok. — Fecho os olhos e mordo o lábio. Sinto sua ereção forçando entrada em um lugar que eu nunca imaginei ser invadida. Sinto uma pressão forte, sinto como se estivesse sendo rasgada, e dói muito mais do que eu imaginava. Mesmo estando toda lambuzada de óleo, o progresso na penetração é mínimo, e cada milímetro mais para dentro que Justin empurra, mais dói. É quase insuportável. — Relaxe, minha linda, relaxa que vai mais fácil. — Mordo com força meu lábio e tento suportar a dor sem soltar grunhidos angustiados. Tento relaxar o corpo, mas é difícil quando estão te penetrando por trás. — Está doendo? — Ele pergunta preocupado. — Bem pouquinho. — Minto. Eu não sou muito de falar palavrão, mas...Caralho, está doendo muito! Sinto ele derramando mais óleo e empurrando mais para dentro. Não consigo segurar e gemo de dor, só espero que ele ache que é de prazer. — Tem certeza que não está doendo? — Tenho. — Respondo com a voz mais parecida com um choro. — Continue. — Acho melhor não, se você quer mesmo isso, podemos comprar alguns plugs anais e começar com um bem pequeno. — Não, não. Continue. — Ele não entende, eu preciso conseguir fazer isso, preciso provar que eu posso fazer isso. Ele continua empurrando lentamente e a dor é dilacerante. Sinto lágrimas de dor escorrerem por meu rosto e a dor só vai aumentando até chegar em um nível que eu não aguento mais, mordo o lençol para não gritar para que ele pare.

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— Amor, acho melhor parar. — Ele diz e eu balanço a cabeça em negativa. — Savannah, eu vou parar. — Não, Justin, não pare. — Savannah... — Não, Justin, não. — Grito quando sinto ele retirando o pouco que havia penetrado em mim. — Ah meu Deus, está sangrando, que droga, Savannah. — Ele rapidamente sai de cima de mim. — Está saindo sangue, merda, merda... — Ele começa a xingar. — Merda, eu machuquei você. — Ele diz com desespero na voz. Sinto uma dor horrível e me viro para ver a quantidade de sangue que está saindo. — Não, não se mexa. — Justin diz parecendo não saber o que fazer. Ele pega a sua cueca box e some no banheiro, segundos depois ele volta – vestido com a cueca – e começa a me pegar no colo. Agarro-me ao seu pescoço e gemo com a dor provocada por sua invasão. — Calma, amor, eu vou cuidar de você. — Ele me carrega ao banheiro e vejo que a torneira da banheira está aberta, enchendo-a. Ele cuidadosamente me coloca na água quente e barulhos por causa da dor escapam da minha garganta. — Isso deve ajudar. A água está muito quente? — Não. — Ah meu Deus, está ardendo e doendo muito, e a água quente só parece piorar tudo. Justin se afasta da banheira e passa a mão pelos cabelos, parecendo transtornado. — Pelo amor de Deus, Savannah, porque você não me pediu para parar? — Ele não está gritando, mas seu tom de voz é severo, me fazendo encolher na banheira. — Eu não queria que você parasse. — E você simplesmente ia aguentar a dor calada? Saiu sangue, Savannah, você entende isso? Eu te machuquei pra caralho, porra. — Ele dá um soco na parede me assustando. — Sinto muito. — Digo abraçando minhas pernas, meu lábio inferior começa a tremer e tento segurar o choro. — Fique um pouco aí para ver se a dor passa, se continuar saindo sangue ou doendo muito, me chame. — Ele diz desligando a torneira, sua voz fria como gelo. Quando ele vai se afastar eu seguro seu braço. — Justin. — Ele puxa o braço e não me olha nos olhos. — Não. — É tudo o que diz e então se vira e sai, batendo a porta com força.

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Apoio à testa em meus joelhos e choro. Eu sou uma inútil mesmo, eu deveria ter aguentado, Eva tem razão, eu não consigo ser o tipo de mulher que Justin quer. Mesmo a água estando quente, sinto meu corpo tremendo, choro até soluçar. Não sei quanto tempo fico sentada chorando na banheira, só sei que a água já está gelada e eu ainda não tenho coragem de sair daqui e enfrentar Justin. Ele parecia tão bravo. Quando não aguento mais o frio, levanto-me e me enrolo na toalha. Dou alguns passos e a dor volta a me incomodar. Tenho que dar passos pequenos e lentos, porque mesmo a água quente tendo me ajudado um pouco, ainda dói. Abro a porta do banheiro e vejo Justin de costas, só de cueca olhando através da janela. Quando ele me escuta se vira, sua expressão séria e dura. Ele pega um roupão de pano branco em cima da cama e caminha até mim. Ele tira minha toalha e joga no chão, então começa a vestir o roupão em mim, ele dá um nó apertado e me pega no colo, me depositando na cama. Ele puxa as cobertas e me cobre. — Aqui, um remédio para a dor. — Ele me entrega uma capsula e um copo d’água. — Obrigada. — Digo e tomo o remédio. Ele deposita o copo na mesinha perto da cama e se senta na beirada. Ele me olha fixamente nos olhos pela primeira vez desde que brigou comigo no banheiro, fica em silêncio, parecendo me analisar. — Como você está? — Bem. — Não minta para mim de novo, Savannah. — Ele diz rapidamente e eu olho para baixo envergonhada. — Está doendo um pouco, mas o banho ajudou. — Respondo com a voz fraca. — Bom. Agora me diga, o que diabos você estava pensando quando insistiu para eu continuar mesmo quando você não estava mais aguentando a dor? — Seu tom ríspido de voz me dá vontade de chorar. — Eu...Eu não sei...Eu só queria tentar isso. — Não, tem algo mais, não é? Você estava desesperada pedindo para eu não parar, mesmo doendo. Por quê? — Eu já disse, eu queria fazer isso com você. — Respondo abraçando minhas pernas em um modo protetor. — Essa parte eu entendi, o que eu não entendi é o porquê você querer tanto isso ao ponto de suportar uma dor dessas?

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— Eu só...Eu só... — Não consigo inventar nenhuma desculpa, minha voz vai sumindo e eu começo a chorar ruidosamente. — O que está acontecendo, Savannah? — Eu só queria que você pudesse fazer comigo as coisas que você gosta. — Digo fungando e limpando o nariz no roupão. Quando ele assimila minhas palavras, fica branco como papel. — De onde veio isso? — Fecho os olhos e respiro fundo, então olho para ele e lhe digo. — Ela disse que eu precisava fazer essas coisas se eu quisesse que você continuasse comigo. — Ela quem? — Ele pergunta confuso. — Eva. — Digo baixinho, apoiando o queixo em meu joelho. Justin arregala os olhos e levanta da cama num pulo, como se tivesse acabado de levar um choque. — Como assim, quando você falou com ela? — Ele pergunta furioso. — Ela me abordou no banheiro, naquela noite no leilão. — Confesso. — Então foi por isso que você demorou, e foi por isso que você estava estranha. — Ele coloca as mãos na cintura. — E ela te disse que se você não fizesse isso eu ia te deixar? — Sim. — Filha da...Urgh...Eu vou matar aquela mulher. — Justin começa a ficar descontrolado, ele passa as mãos pelos cabelos e anda de um lado para o outro. — Eu juro que se ela aparecesse na minha frente agora eu a matava. Vadia louca da porra. — Ele começa a gritar e de repente um vaso com flores se estilhaça na parede, me fazendo dar um pulo e me encolher mais embaixo das cobertas. Justin começa a xingar como eu nunca havia ouvido antes, nunca havia o visto tão nervoso. — O que mais aquela coisa te disse? — Ele pergunta finalmente parando em um só lugar, em pé ao lado da cama, sua respiração irregular e seu olhar fulminante. — Me diga tudo e não omita nada, Savannah. — Ele diz com autoridade. Então eu conto, suas palavras ainda estão muito bem gravadas em minha memória, então reproduzo fielmente nosso diálogo daquela noite, as reações de Justin são diversas. Raiva, indignação, vergonha – quando repito as palavras de Eva sobre o que eles faziam juntos – todo momento ele profere ameaças a Eva. — Não acredito que você fez isso, não acredito que você achou que eu fosse te deixar caso você não fizesse essas coisas. Eu te amo, porra. Eu não vou te deixar nem que você queira, eu não posso mais viver sem você, não consigo, você não entende isso?

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— Justin, ela disse outra coisa também. — Agora é a hora da verdade. — O que? — Que ela foi ao seu escritório e vocês se beijaram, e quase...Quase transaram. — E você acreditou nela? — Ele pergunta com um tom acusatório. — Não...Sei, talvez, sei lá. — Isso é culpa minha, eu deveria ter te falado sobre a visita que ela me fez. — Ele vem se sentar na beirada da cama, estende o braço e segura minha mão. — Ela foi até meu escritório, queria que eu voltasse a me relacionar com ela, mas eu recusei. Ela partiu para cima de mim e me beijou, mas eu juro que não correspondi, meu amor. Eu a afastei e expulsei-a do escritório. Dei ordens para não deixarem mais ela entrar lá. — Então é verdade, vocês se beijaram? — Pergunto sentindo uma dor no coração. — Não, ela me beijou, eu não a beijei. Eu a afastei, a única que eu quero beijar é você, ninguém mais, acredite em mim. — Ela disse que vocês só não transaram porque alguém os interrompeu. — É mentira, aquela vadia louca está mentindo. Depois que eu a empurrei para longe, eu a arrastei para fora e a expulsei, foi nessa hora que ela ameaçou me tirar o contrato e disse que iria nos separar. É isso que ela quer, meu amor, nos separar, não deixe que ela faça isso, por favor. — Porque você não me contou antes? — Desculpa, eu devia ter contado, eu só não queria aborrece-la lhe contando sobre Eva, e eu estava com medo também, e vergonha. Por ter um dia me envolvido com uma pessoa como ela. — Não minta mais para mim. — Peço engasgando com o choro. — Eu prometo, nunca mais vou esconder nada de você. Prometo meu amor. — Você está bravo comigo? — Com você? Não, nunca. — Ele suaviza a voz e chega mais perto, me puxando para seus braços. — Mas por favor, nunca mais faça isso. Eu te amo, Savannah, e quando estamos juntos, fazendo amor, é a melhor sensação da minha vida. Eu amo o que nós fazemos e amo o jeito que nós fazemos. Se algum dia você quiser fazer algo, pode me pedir, mas desde que seja porque você quer, e não porque você acha que tem que fazer. O sexo e para ser algo bom para nós dois, não só para um ou outro, eu cuido das suas necessidades e você das minhas, mas desde que as coisas que fazemos estejam boas para os dois. Prometa-me que

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você nunca mais vai mentir e me pedir para fazer algo que você não quer. — Prometo. — E prometa que você nunca mais vai dar ouvidos a Eva e que vai ficar longe dela. — Prometo. — Digo me aconchegando em seus braços. — Eu te amo, minha linda. Só você, e para sempre, o que você faz ou deixa de fazer na cama nunca vai mudar isso. Eu amo cada segundo que eu passo com você.  Acordo sentindo o corpo de Justin entrelaçado com o meu. Levanto-me e deixo-o dormindo. Vou tomar um banho de chuveiro bem rápido e quando saio do banheiro ele já está acordado. — Bom dia. — Ele diz e eu respondo, ainda estou envergonhado pelo que aconteceu ontem. — Vou tomar um banho. — Ele diz indo até o banheiro, parando para me dar um beijo na testa. Escuto a água do chuveiro e me visto. Vou escovar os dentes e pentear o cabelo, tento não ficar observando Justin ensaboar aquele corpo perfeito, se não é capaz de eu voltar para dentro do box. Deixo Justin tomando banho e me dirijo para a sala, a enorme com lareira e a parede de vidro. Sento-me no sofá e a dor me faz lembrar o quão eu fui ridícula ontem à noite. Insistir para que ele continuasse, mesmo quando eu não estava mais aguentando a dor, foi estúpido. Mas o pior foi o motivo, não acredito que eu deixei mesmo que Eva entrasse em minha cabeça desse jeito. Por causa dela Justin ficou chateado comigo, e com ele também, apesar de que o que aconteceu ontem não foi sua culpa, apenas minha. Mas ele está mal por ter me machucado. Agora eu entendo o porquê o sofá de couro marrom está posicionado de frente a essa parede, mesmo que isso faça com que a sala fique parecendo desorganizada, é simplesmente porque a vista dessa grande parede feita inteiramente de vidro é de tirar o fôlego. Imagino que de todas as estações do ano, Montpelier fique mais linda no outono. Observo as montanhas no horizonte e as árvores com suas folhas frágeis caindo devido à época do ano. Essa paisagem me passa uma sensação de serenidade, de paz, de conforto. Permito-me absorver cada detalhe dessa paisagem natural digna de uma pintura. Levo um pequeno susto ao sentir uma mão deslizando por meu ombro até meu pescoço, levanto a cabeça e vejo Justin me olhando fixamente, mas não mais sério como ontem, apenas intensamente. Ele contorna o sofá e senta-se, deixando o espaço de um assento entre nós. — Tenho duas coisas que eu gostaria de lhe dizer. — Ele diz olhando para frente. Viro-me para ele, encolhendo as pernas e puxando-as para debaixo de mim.

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— Diga. — Prometi nunca mais mentir para você, então devo te contar sobre o que aconteceu entre Eva e eu, alguns dias atrás, e como isso tem a ver com a minha pressa em vir para cá. Olho-o confusa, com um vinco na testa, mas deixo que continue sem interrupções. — Eu sei que preciso te dizer, e eu pretendia fazer isso, só não sabia quando. Mas acho que não devemos guardar segredos um do outro, eu me arrependi por não ter te contado sobre o beijo e não quero cometer esse erro de novo. — Ele faz uma pausa, respira profundamente e então se vira, seu olhar encontrando com o meu. — Nossa vinda para cá, justo nesse final de semana, tem dois motivos. O primeiro, eu lhe digo mais tarde, o segundo, é porque Eva foi até a Townsend me chantagear. Como eu já te disse, ela é louca e ela me perseguiu por muito tempo anos atrás, quando eu decidi que não queria mais nada com ela. Ela tentou me obrigar a voltar a me envolver com ela, e ela usou um...Um vídeo para isso. Uma filmagem na qual eu faço coisas que gostaria de não entrar em detalhes, mas que é da época da faculdade, quando eu e ela ainda nos envolvíamos. Ela me disse que se eu não a encontrasse em um quarto de hotel, sexta feira, ela mostraria o vídeo para você e para sua família. — Ele abaixa o olhar, parecendo envergonhado. Tento digerir suas palavras. Tudo bem, Eva possui um vídeo de Justin, um com o conteúdo que pelo que ele deu a entender, é íntimo. E ela tentou chantageá-lo, tentou obriga-lo a dormir com ela para que não vazasse o tal vídeo. Apesar do desconforto de saber que Eva tem um vídeo íntimo do meu namorado, não posso evitar que um pequeno sorriso surja em meus lábios. Porque no dia em que ele deveria se encontrar com ela, ele estava viajando comigo. Ele não cedeu à chantagem, e ele está me contando, está sendo honesto mesmo que isso o envergonhe. Ele teve a chance de me trair, eu provavelmente nunca iria descobrir – a menos que Eva viesse se vangloriar como ela fez com o beijo – mas ele não o fez, ele escolheu me contar, mesmo correndo o risco dela liberar um vídeo constrangedor. Ele escolheu ser fiel a mim. — Então você decidiu fugir para cá, comigo. — Sim. Só queria te tirar de lá, onde ela pudesse lhe mostrar aquele... — Ele faz uma careta de nojo e não termina a frase. — Qual o segundo motivo para você querer vir para cá? — Pergunto curiosa. — Ainda não, baby. — Ele me olha com um sorriso fraco nos lábios. — Precisamos conversar sobre a ameaça de Eva. — Tudo bem.

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— Obviamente eu não cedi à chantagem, isso significa que ela vai ficar muito brava. Provavelmente ela deve estar me procurando ou te procurando para mostrar a filmagem agora mesmo. Eu tinha que te alertar sobre isso, porque meu amor...Quando voltarmos para Dallas, é provável que sua família já tenha visto, e ela vai querer te mostrar também, talvez ela até coloque na internet, não sei. Eu tinha que te contar para que você esteja preparada. — Ele diz com uma voz triste. Só de imaginar meus pais vendo o tal vídeo...Será que isso vai faze-los mudar de ideia com relação a aprovar meu namoro? Realmente espero que não. — Não veja, por favor, não veja o vídeo. — Ele pede com um tom torturado. — Não quero que você fique com aquelas imagens gravadas na memória para sempre. Ignore-a, não olhe para o vídeo, por favor, me prometa que você não vai assistir. — Ele está quase implorando, a angustia em seu olhar está me matando. — Não vou, eu prometo que não vou ver. — Tento tranquiliza-lo. Ele fecha os olhos e solta um suspiro aliviado. Quando ele me olha novamente, o mar antes revolto de seus lindo olhos azuis, está calmo. Ele se aproxima, quebrando a distância antes imposta por ele mesmo. Segura minha mão, e o calor que passa para o meu corpo através do seu é reconfortante. — Sinto muito, eu não faço ideia do que nos espera quando voltarmos a Dallas. Desculpa por toda a vergonha que você vai passar com sua família, e com os outros se ela resolver compartilhar o vídeo online. Eu queria não ter sido quem eu fui, queria ter sido capaz de ver o que eu vejo agora. Desculpa por tudo o que ela te disse no leilão, desculpa por não ter te passado confiança o suficiente para que você não acreditasse nas palavras dela. Desculpa por ter feito você acreditar que precisava fazer o que você fez ontem para que eu ficasse com você. Desculpa não ser alguém de quem você tem orgulho em apresentar para seus pais, desculpa ter feito você brigar com seu irmão. Desculpa pelo modo que eu te tratei no começo, por ter te feito aquela proposta, eu não deveria, você é especial e merecia muito mais do que eu te ofereci. — É com um aperto no coração que eu vejo as lágrimas escorrerem por suas bochechas. Levo minha mão até seu rosto e limpo-o. — Não me peça desculpas, nada disso que você disse importa. O que importa, é quem você é agora, as atitudes que você tem hoje, o homem que você é quando está comigo. E tenha certeza, esse homem me dá muitos motivos para que eu tenha orgulho dele. Eu te amo, Justin, e sou eu quem deve lhe pedir desculpas por ter deixado Eva fazer minha cabeça e por não ter confiado em nós dois. — Eu te amo, Little Nips. — Sorrio ao ouvir o apelido, ele me chamava assim quando eu era criança. Quem diria que anos depois daquelas tardes onde ele brincava comigo e com Shanon, estaríamos aqui, ambos perdidamente apaixonados um pelo outro.

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— Eu também te amo, meu amor. — Justin se aproxima mais, fazendo nossos narizes roçarem um no outro. — Não deixe mais que Eva te faça duvidar de mim, por favor. — Ele pede em um sussurro. — Não vou. — Eu te amo, Savannah, e pelo amor de Deus, nunca duvide disso, nunca pense, nem por um segundo sequer, que isso possa mudar. — Não consigo dizer nada, não consigo lhe prometer coisa alguma, porque eu sei que as coisas estão prestes a mudar. Justin diz isso agora, mas e quando souber sobre nosso filho? Como ele vai se sentir sobre isso? Minhas duvidas são deixadas momentaneamente de lado, quando seus lábios macios encontram com os meus. Meus medos com relação à chantagem são esquecidos quando sua língua se encontra com a minha. Minhas inseguranças com relação a sua reação a chegado do bebê se desfazem quando ele me puxa para seu colo e nossos corpos se encaixam com perfeição. Meu mundo se desfaz quando ficamos nus e ele começa a fazer amor comigo, lenta e apaixonadamente.  — Qual era a segunda coisa que você queria falar comigo? — Pergunto e Justin ri. Ainda estamos deitados preguiçosamente nos braços um do outro depois de fazermos amor. — Você é realmente muito curiosa, hum? Mas para satisfazer sua curiosidade, precisamos nos vestir e ir lá para fora. — Levanto a cabeça que descansava em seu peito e olho-o curiosa. — Não dá para falar aqui e agora? — Não. — Tudo bem, então. — Levanto-me e começo a me vestir. Justin ri com minha pressa. Ele pede que eu lhe espere do lado de fora, na entrada para o bosque nos fundos da cabana, então é para lá que eu vou. Alguns instantes depois ele aparece. Vestido com uma calça jeans e bota marrom, uma camisa de flanela xadrez azul e um cachecol de caxemira cinza pendendo do seu pescoço. Avalio-o e mordo o lábio inferior, talvez eu não esteja tão curiosa assim e prefira voltar lá para dentro e arrancar suas roupas, de novo.

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Ele sorri ao me ver avaliando-o e segura minha mão, entrelaçando nossos dedos. A situação tensa por causa do episódio de ontem totalmente esquecida. — Vamos? — Ele pergunta com um sorriso largo. — O que você quer me falar precisa ser dentro do bosque? — Pergunto levantando uma sobrancelha. O que será que ele está aprontando? — Sem perguntas, apenas relaxe e vamos passear um pouco. Há dois quilômetros daqui, tem um lago muito bonito. — Ele diz e começa a caminhar, me puxando consigo. Então entramos no bosque, um vento gélido sopra em nossos rostos e eu me aconchego nos braços de Justin, mesmo estando de casaco.

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— Isso aqui está lindo demais. — Exclamo olhando a paisagem e encantada com as altas árvores de troncos grossos e arbustos, todos com as folhas amarelas e laranjas. A cada passo dado em cima das folhas secas, o chão farfalha. Graças ao outono, forma-se um lindo tapete de folhas de um amarelo queimado. — Adoro o silêncio daqui. Só o barulho do vento e dos animais. — Justin diz parecendo muito feliz em contato com o ar fresco e puro da montanha. — Também, adoraria ter uma casinha em um lugar como esse, onde eu pudesse passar os feriados e os finais de semana. — Comento. — É mesmo? — Aham. — Respondo. — Eu também, estou adorando esse lugar. Não me importaria de ter uma cabana aqui. — É um ótimo lugar, e Montpelier é uma cidadezinha tão, mas tão linda. Continuamos nossa caminhada lentamente, aproveitando do contato com a natureza e conversando sobre diversas coisas. Justin me guia por um caminho que logo nos leva até uma pequena, rústica e adorável ponte de madeira escura que nos permite atravessar um córrego cheio de pedras verdes de limo. Depois do córrego, andamos por cerca de mais uns 20 minutos, até que Justin anuncia que estamos chegando. Conforme andamos, percebo que ele fica mais quieto e mais tenso ao meu lado. Parece nervoso. Assim que tenho o primeiro vislumbre do lago, descubro o porquê. Um sorriso lentamente se espreguiça por meu rosto e eu corro para ver tudo de perto. A beira do lago está igualmente cheia de folhas caídas, as águas estão calmas e parecem com um grande manto azul, que reflete a cor do céu. Em baixo de uma árvore grande há alguns poucos metros da margem, está uma toalha estendida no chão, com algumas almofadas e uma cesta de vime repousando nela. Várias pétalas de rosa vermelha estão jogadas no chão ao redor da toalha, contrastando com a cor das folhas. — Justin, como você...Quando você...Ah meu Deus, é lindo. — Digo encarando o cenário digno de um filme de romance. — Surpresa. — Ele sussurra em meu pescoço, seus braços me envolvendo por trás. — Esse era o outro motivo pelo qual eu queria te trazer aqui. Eu queria um tempo só para nós, longe de tudo e de todos, longe de Seth e de quem mais quisesse atrapalhar nosso amor. — E qual é a segunda coisa que você quer falar comigo? — Pergunto ansiosa.

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— Ainda não. — Sinto o sorriso em sua voz. — Venha. — Como você preparou tudo isso? Quando? — Eu tenho meus contatos. — Ele diz e pisca para mim. Sento-me em uma almofada macia e de um tecido azul escuro, Justin se senta na minha frente, a cesta entre nós. Ele a abre e começa a tirar o seu conteúdo e deposita-los em cima da toalha. Uvas, morangos, amoras, queijo, geleia, pão, biscoitos, bolo e por fim, uma garrafa de vinho e duas taças enroladas em guardanapos de pano. — Meu Deus... — Digo me esticando para olhar para dentro da cesta. — Isso aí é como aquela bolsa da Hermione. — Digo e ele ri. — Gostou das minhas escolhas? — Amei, tudo parece delicioso. — Digo sem conseguir tirar esse sorriso bobo do rosto. — Que bom. — Ele diz me entregando as duas taças. Justin abre o vinho tinto e despeja em ambas as taças até a metade, deixando a garrafa de lado pega a sua bebida e a levanta no ar. — Um brinde a mim, você e esse lugar onde podemos fingir estarmos em nosso próprio mundo e nos amarmos em paz. — Um brinde a nós, meu amor. — Digo encostando nossas taças de leve. Disfarço e dou apenas um gole bem pequeno em meu vinho, mas é o suficiente para saborear o gosto delicioso. Começamos a comer todas as coisas deliciosas que ele trouxe, estou com uma fome monstro, mas tenho a desculpa de estar comendo por dois. Isso me faz lembrar que tenho algo muito importante para lhe contar, mas não agora, depois. Passo geleia em mais um pão e como. Tudo está tão perfeito, não quero correr o risco de estragar contando para Justin sobre o bebê e ele sair correndo. Então decido fazer isso depois de comermos. Passamos agradáveis momentos, nos deliciando com a comida e conversando sobre amenidades, nos permitindo esquecer todos os problemas que nos cercam. Permitindo-nos a fantasiar com um mundo só nosso, num lugar lindo e isolado como esse, apenas Justin e eu...Bem, e o nosso filho também. Depois de comermos e acharmos padrões nas nuvens enquanto estávamos deitados nas almofadas, Justin se levanta e me estende a mão. — Já quer ir embora? — Pergunto deixando que ele me ajude a levantar. — Não, quero conversar a tal segunda coisa com você. — Oh...Tudo bem. — Não sei porque fico nervosa, talvez seja pela seriedade com que ele profere essas palavras e a forma intensa com que me encara.

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— Eu também tenho algo sobre o qual gostaria de conversar com você. — Digo sem pensar duas vezes, para não perder a coragem. É agora, eu vou contar. — Tudo bem, mas eu posso falar primeiro? — Ele segura minha mão e me arrasta em sua caminhada. Deixo que ele me guie e caminho na margem do lago junto com ele. — É que o que eu tenho para te falar é muito importante. — Digo. — Eu também. — Ele me olha de uma forma tão séria, como ele nunca havia me olhado antes, então decido o deixar falar primeiro. — Tudo bem, fale. — Sinceramente, nem sei por onde começar. — Ele respira fundo e seguimos caminhando lentamente. Alguns momentos passam e quando eu acho que ele desistiu de falar, ele começa: — Acho que não tem como fazer você entender a grandiosidade da paz e da alegria que você me faz sentir, porque você não sabe como eu me sentia antes de você. Então vou tentar lhe explicar de uma forma bem simples. Eu não sentia nada... — Ele diz olhando para frente e eu sigo olhando o seu rosto de perfil. — Eu sempre amei meus pais, meus irmãos, meus avós, até mesmo alguns poucos amigos, mas mesmo assim, eu sentia que faltava algo. O amor que eu sentia por eles era meio que mecânico, como se fosse algo que tivesse que sentir, entende? É meio difícil de explicar e imagino que seja mais ainda de entender, mas a questão é que eu na maioria da minha vida, me sentia vazio, sentia como se algo estivesse faltando. É um sentimento horrível esse, sabe...Eu olhava o mundo a minha volta e via que apesar dos pesares, todos pareciam acabar encontrando o seu rumo, menos eu. Eu sentia como se fosse um barco à deriva, tinha uma força que me empurrava e empurrava mas que nunca me levava a lugar algum. O mar estava feroz, me balançando, me golpeando com suas fortes ondas, como se quisesse me afundar, me carregar para baixo, e eu resistia, mas com muito medo dele conseguir. Eu me sentia desesperado para chegar até terra firme, para achar um lugar seguro, uma salvação, uma redenção...Você consegue imaginar o tamanho da minha agonia? — Ele olha para mim com um olhar torturado, não deve ser fácil para ele falar sobre isso. Balanço a cabeça em sinal positivo, sim, eu posso imaginar. Meu Deus, só pelo jeito dele falar já me sinto sufocada, para ele que de fato passou anos se sentindo assim, deve ter sido um inferno. — Nunca imaginei que você se sentia assim, você sempre pareceu uma pessoa...Feliz. — E em certos momentos eu até era, mas em outros esse vazio que eu sentia era grande demais para ignorar. Nos primeiros anos da minha adolescência essas sensações sombrias eram mínimas, mas o tempo foi passando e eu fui crescendo. Fui vendo meus amigos se apaixonarem, começarem a namorar, e eu simplesmente não conseguia sentir o que

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eles me descreviam. Imaginei que era porque eu não havia encontrado a pessoa certa, passeia a imaginar que talvez aquele vazio fosse a falta dessa pessoa especial. Que quando eu a encontrasse, tudo ficaria bem. Mas eu nunca a encontrava, eu nunca nem sequer me interessava por uma garota além de sexualmente, pensar em ficar com uma mesma garota, ter que agir como os meus colegas apaixonados? Não, aquilo me dava pânico. Comecei a perceber os sinais e cheguei à conclusão que alguma coisa deveria estar errada comigo, quanto mais os anos se passavam e eu só conseguia olhar para as mulheres como meros objetos sexuais, fui chegando a conclusão que o problema era com os outros. É muito mais fácil admitir que os outros é quem tem problemas e não você. Conclui que todos a minha volta eram idiotas iludidos, acreditando em algo como amor, monogamia, relacionamentos, e eu era o único que conseguia enxergar que essas coisas não existiam. Afinal, devia eu acreditar em algo que eu nunca havia sentindo e só ouvido falar? O problema é que, todos a minha volta acreditavam nesse sentimento, todos estavam vivendo ele, e ao mesmo tempo em que eu agradecia por não ser mais um idiota apaixonado...Eu queria ser um idiota apaixonado, eu ainda precisava de alguma coisa para preencher esse vazio que eu sentia. Eu queria sentir aquilo que todos diziam sentir, o frio na barriga, a vontade louca e incontrolável de querer ficar com aquela pessoal especial, os sorrisos bobos e a risada frouxa, eu queria muito saber como era sentir isso, mas eu não...Simplesmente não conseguia. — Então você escolheu ignorar esse sentimento e preencher o vazio com o seu estilo de vida...Ann...Não muito ortodoxo. — Exatamente. — E funcionava? Quero dizer, o vazio ia embora? — Na hora sim, mas depois ele voltava, com mais força. Em algum momento do caminho, eu simplesmente me perdi, Savannah. Já não sabia mais o que estava fazendo. Não sabia o porquê era do jeito que eu era. Eu cresci em um lar carinhoso, com pais amorosos, com família e amigos também amorosos. Eu tinha tudo para ser um romântico incorrigível. Sem que eu me desse conta, acabamos nos afastando muito do lugar onde havíamos feito nosso piquenique, olhei para trás e não conseguia mais ver a toalha onde havíamos sentado. O lago, então percebi, era muito maior do que eu imaginava. De repente eu reparei em algo que não havia visto antes, estava tão absorvida pela confissão angustiante de Justin, que não havia visto que há poucos metros de onde estávamos, havia um pequeno cais de madeira em forma de “T”. — Sinto muito que você tenha passado por tudo isso. — Digo, mas ele permanece em silêncio. Justin parece também ter reparado no pequeno cais, porque ele nos guia em sua direção. Chegamos lá e subimos, a madeira escura e velha rangendo sobre nossos pés. A água calma, apenas com ocasionais ondulações. Fico na

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beira, caso caindo na água, e observo o horizonte. Posso ver as diversas montanhas ao longe, e a vegetação variada que se estende dessa montanha até as outras. O sol está se pondo atrás de uma delas, banhando-me com os últimos raios quentes antes da escuridão da noite chegar. — Foi você. — Escuto a voz sussurrada de Justin. — O que? — Olho para meu lado esquerdo, onde ele está parado de olhos fechados e cabeça erguida, também saboreando o conforto que o calor do sol proporciona. — Foi você... — Ele vira o rosto e me olha. — Você é a minha terra firme, foi você quem me livrou da agonia de ser uma pessoa constantemente com algo faltando. Você é a minha pessoa especial. — Sinto meus olhos se enxerem rapidamente d’água. — Justin... — Minha voz sai rouca pela emoção. — Isso é a coisa mais linda que alguém já me disse. — Savannah... — Ele vira o corpo e eu imito o movimento, ficando cara a cara com ele, o sol iluminando apenas um lado dos nossos rostos agora. — Você é tudo para mim, meu amor. Eu não sei o que eu faria se te perdesse, nunca vou poder te agradecer o suficiente pela alegria que você me faz sentir. Eu morro de medo de te perder, eu nunca senti tanto medo em toda a minha vida. Imaginar um futuro sem você é como imaginar a terra sem o sol, tudo se tornaria frio, sombrio e sem vida. — Ele segura minhas mãos na sua e as aperta. — Eu me arrependo de como as coisas entre nós começaram, porque você merecia muito mais do que aquela proposta, mas ao mesmo tempo não consigo me arrepender totalmente, porque foi por causa daquela proposta que começamos há passar mais tempo juntos e acabamos nos apaixonando. Uma vez minha mãe me disse que a gente não pode tentar se apaixonar, que isso simplesmente acontece, e que muitas vezes é quando e com quem menos se espera. E que se isso não tinha acontecido comigo ainda, era porque o destino estava me guardando o maior dos amores... O que eu posso dizer? As mães sempre estão certas, não é? — Eu rio. — Ela tinha razão, e agora eu sei o porquê eu nunca me apaixonei antes, era porque eu estava esperando você. — Ouvir suas palavras e ver uma lágrima escorrendo do seu rosto é demais para mim, começo a chorar. Quero dizer algo, preciso dizer algo depois de tudo o que ele me disse, mas não consigo, a emoção fechou minha garganta e eu fico igual a uma boba chorando e encarando-o nos olhos. — Gostaria de lhe pedir algo, meu amor. Lembra quando eu lhe pedi apenas uma noite? Bem, eu vou ser mais ganancioso agora, e vou lhe pedir todas as noites, pelo resto de nossas vidas. — Ele leva a mão até o bolso da calça e pega algo, observo incrédula ele se abaixando e ficando de joelhos. Levo a mão até a boca e sinto as lágrimas jorrando por meus olhos.

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— Savannah Careton, você me daria à honra de ser minha esposa? — Ele pergunta segurando um anel lindo, com três pedras ovais de diamante. É perfeito. Olho-o ainda sem acreditar que isso está acontecendo. Eu não suspeitei de nada, não achei que ele estivesse pronto para dar um passo desses, estamos juntos há pouco tempo e...De repente percebo uma coisa. Isso está indo rápido demais, o Justin que eu conheço, mesmo estando apaixonado, não iria me pedir em casamento apenas alguns meses depois de começarmos a namorar, a não ser que...Mas como, como é que ele descobriu? Shanon lhe contou? — Como é que você descobriu? — Pergunto-lhe, a imensa felicidade que eu sentia indo embora pelo fato de descobrir que ele só está me pedindo em casamento por causa do bebê. — Descobri o que? — Ele pergunta franzindo a testa. — O que eu ia te contar hoje. — Digo quase histérica. — Amor, do que você está falando? — Ele continua de joelhos, mas abaixa a mão estendida que segurava o anel. — Você está me pedindo em casamento porque você descobriu o que eu iria te contar hoje, não foi? Foi a Shanon que lhe contou? — A Shanon...Mas do que você está falando? Ela não me contou nada, eu não faço a mínima ideia do que você pretende me contar. — Vejo a sincera confusão em seus olhos. “Oh merda, acho que eu acabei de estragar o meu pedido de casamento”. — Não? — Não. Mas agora estou curioso... — Ele diz se levantando. — O que é que você tem para me contar que você acha ter o poder de me fazer te pedir em casamento? “Merda, merda, merda! Agora é a hora”. — Ann...É que...Humm... — Fico balbuciando e não consigo lhe dizer. É muita informação passando em minha cabeça. Se Justin não sabe sobre a criança, então isso quer dizer que ele realmente quis me pedir em casamento. E eu estraguei o momento mais romântico da minha vida, parabéns Savannah. E ainda por cima, ele vai ficar bravo quando perceber que eu insinuei que ele se casaria comigo só por causa do nosso filho. E não vamos esquecer a sua reação ao fato de ser pai, ele estar pronto para casar significa que ele não vai reagir tão mal assim a noticia da gravidez? — Savannah, fale de uma vez porque você está me deixando assustado. O que está acontecendo, o que você tem para me contar? — Justin, você...Você vai... — Deus, porque isso é tão difícil? Eu sou tão covarde! — Eu vou... — Ele me incentiva a continuar.

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— Você vai ser...Pai. — Digo baixinho, quase em um tom de desculpas. Encolho-me prevendo sua explosão, mas os gritos não vêm, ele apenas fica parado como uma estátua. Sua única reação perceptível foi os olhos arregalados, e talvez e leve palidez que tomou conta do seu rosto. Ele fica vários segundos sem se mexer ou falar algo, e eu com medo de deixa-lo mais nervoso, fico quieta, apenas desejando que um buraco se abra e me engula. — Eu...Eu vou ser...Pai? — Sua voz sai rouca, mas com nenhum sinal de que ele está bravo comigo. — Sim. — Ah meu Deus, não acredito nisso. — Ele diz se curvando e apoiando as mãos no joelho, respirando com dificuldade. — Sinto muito, Justin, eu estava tomando pílula e...Por favor, não brigue comigo, eu sei que você não deve querer um filho agora, desculpa mas... — Como assim, desculpa? Você está me dizendo que sente muito por me dar a noticia mais maravilhosa da minha vida? — Ele endireita a postura e parece respirar mais uniformemente agora. Um sorriso largo se espalha por seu rosto e seus olhos se enchem de lágrimas. — Savannah, meu amor...Meu Deus, você está mesmo grávida? — Estou. — Respondo olhando confusa com sua reação. Ele está em choque? — Ah meu Deus. — Ele esconde o rosto nas mãos e começa a chorar. — Você está...Feliz? — Pergunto hesitante. Ele enxuga o rosto na blusa e me olha confuso, mas ainda com um sorriso no rosto. — Você não? Meu amor, nós vamos ter um filhinho, meu Deus do céu, feliz é pouco para descrever o que eu estou sentindo. — Ele ri e chora mais. Ele se ajoelha novamente, mas dessa vez é para beijar minha barriga. Ele abraça minha cintura e espalma a mão em meu estômago, por baixo de minhas roupas. — Um filho...Oh meu deus, ou uma filha, pode ser uma menina. A minha princesinha. É isso, nós vamos ter uma princesa, meu amor, tenho certeza, é uma menina. — Justin, não tem como saber ainda. — Respondo sorrindo aliviada e emocionada com seu jeito carinhoso. — Eu sei, eu sinto...Tem uma princesinha crescendo aqui. — Ele levanta minha blusa e beija minha barriga várias vezes. — Nós vamos ter uma filhinha, meu amor, e ela vai ser linda como você. — Ele levanta o olhar, encontrando-o com o meu, ambos sorrimos e choramos.

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Acaricio seus cabelos enquanto ele beija e acaricia minha barriga. Rio quando ele começa a se apresentar como sendo o pai, é estranho ter ele assim de joelhos e se apresentando para a minha barriga. — Eu sou seu pai, minha princesa. E eu vou cuidar de você para sempre, nunca vou deixar ninguém te fazer mal. — Justin fica muitos minutos assim, ajoelhado, abraçando e beijando minha barriga. Quando ele finalmente se levanta, me puxa para um abraço e me beija com tanto amor e adoração, que sinto meu coração inflar e bater descompassado. — Meu amor, ah meu amor... — Ele enche meu rosto de beijos. — Obrigado por me fazer o homem mais feliz do mundo. Eu prometo que vou cuidar de vocês duas para sempre, não vou deixar que nada de mal aconteça com a minha família. Vocês são todo o meu mundo, eu te amo, e já amo essa criança com todo o meu coração. Obrigado, Savannah, obrigado. Envolvo meus braços bem apertados envolta dele e beijo o homem da minha vida. Estou tão feliz com a reação de Justin, depois disso, estou me sentindo tão boba por ter ficado paranoica com como ele reagiria. — Eu te amo, Justin. Desculpa ter estragado o seu pedido de casamento. — Eu também te amo, meu amor. Não precisa pedir desculpas, você me deu a melhor noticia do mundo, eu estou radiante. — Ele se afasta um pouco e me olha com o seu sorriso de gato Cheshire. — Mas você não me respondeu, então vou pedir de novo. — Você quer se casar comigo, meu amor? — Ele pergunta se ajoelhando pela terceira vez, estendendo mais uma vez o anel. Sorrio e balanço a cabeça. É claro que eu quero me casar com Justin, ele é o homem da minha vida, aquele que eu quero ao meu lado para sempre. — Sim, eu quero mais que tudo me casar com você, Justin. — Ele solta uma exclamação aliviada e eu rio, ele se levanta e coloca o anel em meu dedo, não tenho tempo para observar como ficou em minha mão, pois Justin mais uma vez me enlaça e me puxa para um beijo apaixonado. Deus, eu posso jurar que de uma hora para a outra eu fui transportada para o paraíso. Não quero que esse momento acabe nunca.

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Retaliação Savannah Nunca vi Justin tão animado como agora. Estamos arrumando as malas para – infelizmente – deixarmos Montpelier e retornarmos a Dallas, e enquanto ele coloca suas coisas dentro da grande e retangular mala, não para de falar excitadamente sobre contar as novidades para nossas famílias, sobre marcar logo uma data para o casamento, sobre ir comigo na minha próxima consulta, etc. Ele parece estar a um passo de sair saltitando como uma gazela pelo quarto...Tudo bem, essa imagem me faz soltar uma gargalhada, meu Deus, não sou nada romântica. — Você está rindo de mim, futura Sra. Cord? — Ele para o que estava fazendo e me olha com a sobrancelha levantada. — Oh não, eu não ousaria. Só estou feliz que você esteja tão animado. Quando nos afastamos do lago e decidimos voltar para a cabana, Justin me carregou nas costas o caminho todo, ele falava mais euforicamente sobre nossos planos para o futuro do que agora. Eu estava radiante com a sincera e evidente felicidade em seu rosto e no seu modo de falar. Passei tanto tempo sentindo medo da sua reação, cheguei até a conjecturar hipóteses absurdas, mas que para mim, naquela hora, pareciam razoáveis. E quando eu finalmente contei o que vinha me angustiando, sua reação não poderia ter sido melhor. O peso que foi tirado de cima de mim era esmagador. Voltamos para a cabana e Justin imediatamente nos levou para cima, deitou-me na cama e fez amor comigo. É difícil acreditar quando ele diz nunca ter feito isso antes – amor eu quero dizer – pois ele consegue misturar perfeitamente o fazer amor com fazer sexo. Foi suave e ao mesmo tempo rude, foi selvagem e ao mesmo tempo passional. Passamos algumas horas nos braços um do outro, ele me fazendo contar sobre quando eu descobri que estava grávida, quem estava comigo, como eu me senti, tudo. Me abri com ele e conversamos sobre as minhas inseguranças. É claro que essa conversa só serviu para eu me sentir mais ridícula ainda sobre em algum momento ter pensado que Justin fugiria ou se casaria forçado comigo. Felizmente ele não se magoou por eu ter pensado dessa forma, ou pelo menos não demostrou estar magoado. Quando eu cheguei aqui, somente há dois dias, eu estava com medo, insegura e me sentindo triste. Agora estamos fazendo as malas e planos para o futuro, sem conseguir manter as mãos longe um do outro por mais de cinco minutos. Parece que eu fui transportada direto de um pesadelo para o melhor dos sonhos.

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— Então, o que você acha? Como vamos chegar a Dallas amanhã bem de manhã, podíamos contar as novidades para eles na hora do almoço, ou talvez no jantar. — Acho que um jantar seria ótimo, mas...Não acha que estamos esquecendo de algo? — Pergunto hesitante, o assunto é delicado. — O que? — O vídeo de Eva. — Seu sorriso some na hora e eu me sinto mal por estar estragando sua alegria. Mas é um assunto que precisa ser discutido. — Eu até tinha me esquecido disso. — Ele responde abaixando a cabeça. — Será que eles já viram? — Pergunto com traços de medo na voz. — Não sei. Estamos isolados aqui, não sabemos o que esta acontecendo na fazenda. Talvez ela já tenha mostrado, talvez não. Ela é maluca e eu não sei como ela pretende agir. Dobro minha blusa e guardo com as outras, me sinto culpada pelo clima pesado que se instaurou no quarto. — Você acha que isso pode fazer os seus pais reagirem mal a noticia do nosso casamento? — Talvez. — Respondo sinceramente. — Eu consegui conquistar a confiança deles, eles me deram uma chance, e agora aquela vadia vai estragar tudo. — Ele diz irritado. — Eu vou conversar com papai e mamãe, eles vão entender que o Justin da filmagem não é o mesmo que vai se casar comigo. Vai ficar tudo bem, meu amor. — Digo indo abraça-lo. — Promete? — Ele pergunta envolvendo seus braços em mim. — Prometo. Nós prometemos não deixar nada nos atrapalhar, lembra? Não vai ser isso que vai nos fazer descumprir a promessa. E tenho certeza que depois que eles ouvirem a palavra ‘avós’ vão esquecer qualquer outra coisa. Sinto um sorriso se formando em seus lábios, a alegria de volta em sua voz quando ele diz: — Minha mãe vai ficar louca, ela sempre quis tanto um netinho. — Sorrio ao imaginar a cara de Alyssa quando contarmos, imagino a cara de todos. Com exceção de Seth, imagino que todos vão ficar felizes por nós. Pensar em Seth me entristece um pouco, mas o nosso afastamento não é culpa de ninguém além dele mesmo. Só espero que com a noticia do casamento, ele perceba o quão injusto tem sido com Justin e peça perdão.

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Terminamos de fazer as malas e as colocamos no chão. Uma de Justin e uma minha. Vamos tomar banho e fazemos amor novamente, embaixo da água quente do chuveiro. Procuramos deixar à cabana tão em ordem como a encontramos, apesar de certamente ter alguém que vá vir limpa-la assim que sairmos. Enquanto Justin leva as malas para o carro, encaro meu celular. Estou com medo de liga-lo. Será que Eva me mandou o vídeo como mensagem? Será que se eu ligar o aparelho vou receber inúmeras mensagens de Shanon dizendo que nossos pais estão loucos atrás de Justin e mim porque ele viram o tal vídeo? Decido que o melhor é que o celular continue desligado, vou deixar para lidar com tudo pessoalmente. Vou até a grande parede de vidro da sala admirar a bela paisagem uma última vez. Mas logo minha atenção é prendida por algo mais belo. Meu anel de noivado. Elevo a mão na altura dos meus ombros e observo o anel. É maravilhoso, deve ter custado uma fortuna. Fico feliz e agradecida pela consideração de Justin em me comprar algo assim, mas se ele tivesse me pedido em casamento com um barbante amarrado no lugar, teria sido perfeito do mesmo modo. Tão distraída que estou admirando a joia que simboliza nosso compromisso, que não escuto Justin se aproximando, tomo consciência da sua presença apenas quando ele envolve seus braços em minha cintura e me abraça por trás. — Não me diga que está reconsiderando. Porque eu não vou permitir que você me escape, você é minha. — Como se para confirmar suas palavras, ele me puxa para mais perto e me abraça mais apertado. — E eu não gostaria que fosse diferente, meu amor. Estou admirando, de forma alguma reconsiderando. — Vou sentir falta dessa vista. — Justin diz depois de alguns minutos de silêncio. Ambos olhamos admirados para as enormes montanhas banhadas pelo escuro e denso manto da noite. Por mim ficaríamos mais uma semana, apenas um final de semana é muito pouco para desfrutar de uma cidadezinha tão adorável como essa. Mas infelizmente temos responsabilidades, uma vida, problemas que necessitam de nossa atenção. Falando em problemas...A imagem de Vince surge em minha mente imediatamente. Justin foi tão corajoso em me contar sobre a chantagem de Eva, deve ter sido difícil e muito vergonhoso, mas ele honrou nosso acordo de sem mais omitir nada um do outro. Eu devo honra-lo também. Tenho que lhe contar sobre o que aconteceu entre Vince e eu, não quero estragar mais ainda o seu humor, mas infelizmente falar sobre Vince e Eva é necessário. — Amor... — Chamo-o apreensiva, não sei como ele reagirá.

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— Sim, linda? — O fato de você ter sido honesto comigo sobre o que te fez vir correndo para cá, significa muito para mim. Acho que eu te devo o mesmo, tenho que ser honesta com você. — Tem algo acontecendo? — Não é nada realmente, mas quero que você fique sabendo sobre o que aconteceu por mim, e quero que você entenda que não significou nada. — Estou com a sensação que não vou gostar disso. — Ele diz se afastando e me virando para me olhar nos olhos. — Aconteceu uma coisa... — Começo. — Foi no dia em que eu fui ao médico ver o resultado do meu exame de sangue e tive a certeza que estava grávida. Quando voltei para meu dormitório Vince estava lá me esperando. Nós conversamos brevemente, mas eu estava tão cansada, emocional e fisicamente, que acabei adormecendo no sofá. Eu achei que ele tinha ido embora, mas quando eu acordei ele estava...Bem, ele estava deitado no sofá, comigo. A expressão brava que surgiu em seu rosto assim que mencionei o nome do meu ex namorado, agora se tornou não apenas brava, mas sim furiosa. — Você está me dizendo que aquele filho da puta aproveitou que você estava dormindo e se deitou ao seu lado? — Ele claramente está tentando conter a voz. — Sim. — Então vocês dormirão juntos. Abraçados? — Posso ver o controle tentando fugir do seu poder, mas ele resiste e claramente luta contra a vontade de explodir. — Sim. — Respondo. Ele balança a cabeça e permanece em silêncio, encarando um ponto fixo no horizonte, além da janela atrás de mim. — Tem mais. — Digo e ele me olha com os olhos semicerrados. — O que? — Ele me beijou. — Conto me lembrando de quando Vince me apertou contra seu corpo e juntou sua boca com a minha. Vejo um fogo muito diferente daquele de quando ele está com desejo passar por seus olhos. Ele repousa as mãos na cintura e não me olha nos olhos quando pergunta: — Você sentiu algo, por menor que seja? — Sua voz treme. — Senti. Eu senti raiva, me afastei e o mandei embora. — Nada de coração acelerado? Nada de frio na barriga? — Ele pergunta e eu tenho que rir.

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— Eu só sinto essas coisas com você, meu amor. — Seguro seu queixo e faço-o olhar para mim. — O que eu sentia por Vince não existe mais há um bom tempo. Agora só existe você em minha mente e em meu coração. Eu te amo. Justin me puxa para si e me abraça, encaixando a cabeça em meu pescoço e puxando uma lufada de ar profunda. — Pensei naquela vez que você chorou em meus braços por causa dele, o quanto você disse que o amava e o queria. — Aquilo já passou, está tão distante do que eu sinto agora, que parasse que foi em outra vida. — Tenho muito medo de te perder. — Ele admite. — Você acha mesmo que corre esse risco? Quem tem medo de ser abandonada aqui sou eu. Eu te amo e nunca te trocaria por nenhum outro homem. — E eu não te trocaria por nada nesse mundo, não existe nada que eu queira mais do que ficar com você e nossa princesinha. Não vou ficar parado enquanto Eva, Vince e até mesmo Seth tentam nos separar. Assim que voltarmos a Dallas, vou tomar providências contra todos que desejam nos ver longe um do outro. — Justin, o que você pretende fazer? — Pergunto olhando-o com a testa franzida e com um pouco de medo do que ele tem em mente. — Tudo o que for necessário. — Ele responde.

Justin Entro no prédio com passadas largas e determinadas. Olho para meu celular pela terceira vez em um intervalo de tempo de dez minutos. Savannah iria faltar aula e ir até a fazenda para conferir quais foram os estragos de Eva, ela disse que me ligaria assim que pudesse para me manter informado. Enquanto isso, pretendo começar o meu plano de retaliação. Passo pelo saguão e olho para o lugar onde, poucos dias antes, Eva me mostrou aquele vídeo nojento e tentou me chantagear. Não tive nenhuma noticia dela até agora, ela não me ligou ou deixou mensagem, mas sei que deve estar furiosa por eu não ter cedido e ido encontra-la sexta, não sou ingênuo o suficiente para achar que as coisas vão ficar por isso mesmo. Vem chumbo grosso por aí, por isso mesmo eu pretendo dessa vez estar preparado para enfrenta-la. Desço no meu andar e pego os recados com minha secretária, entro em minha sala e me tranco lá dentro. Observo o porta retrato com uma foto de Savannah que enfeita minha mesa. Pai, eu vou ser pai. Essa mulher maravilhosa me deu dois presentes inestimáveis. Uma filha – não importa o que ela diga, eu sei que é menina – e uma resposta afirmativa ao meu pedido. Eu vou me casar com a mulher que eu mais amo e nos vamos ser pais.

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Não consigo nem começar a descrever o tamanho da alegria que estou sentindo desde do momento em que ela me deu essas duas coisas. É pensando nela e na minha filha, que pego o telefone e chamo Will até minha sala. Poucos minutos depois escuto uma batida em minha porta e a cabeça sorridente de Will aparece. — Hey, Justin. Que bom que já está de volta, achei que não viria trabalhar hoje. — Ele diz se aproximando de minha mesa. — Nem sei se estou com cabeça para trabalhar hoje, mas precisava falar com você urgente. — Aconteceu algo? — Ele se senta na cadeira a minha frente. — Sim. Primeiro de tudo, eu vou me casar. — Digo e uma risada me escapa quando vejo a cara engraçada que Will faz. — Como assim? Ah meu Deus, é sério isso? — Muito sério. Pedi Savannah em casamento esse final de semana e ela aceitou. — Cara, uau...Parabéns. É uma pena que você não fará mais parte do nosso grupo de solteiros, mas também, não acho que você vá sair perdendo, com uma mulher igual a que você tem, o que mais você poderia querer, não é? — Ele pisca e me lança um sorriso travesso. — Exatamente, eu já tenho tudo o que eu possa querer. E tem mais...Ela está grávida, eu vou ser pai, cara. — Meu sorriso se alarga e Will parece mais surpreso ainda. — O que? Cara...Nossa, deixa eu te dar os parabéns direito. — Ele se levanta e eu faço o mesmo, ele me dá um abraço e uns tapas nas costas. — Estou muito feliz por você, cara. Sei que essa mulher te mudou, todo mundo aqui viu como você ficou mais feliz e menos ranzinza. — Reviro os olhos e volto a me sentar em minha cadeira. — Obrigado...Eu acho. — Era esse o assunto urgente? — Não. O que eu tenho para falar com você é algo extremamente desagradável e que requer muita discrição. — Pode falar. — Sua expressão fica séria depois de ouvir a urgência em minha voz. — É uma situação delicada, mas eu sei que posso contar com você. — Ele balança a cabeça concordando. — Uma mulher com quem eu me envolvi alguns anos atrás ressurgiu em minha vida para atormentar o meu relacionamento, ela está me chantageando e eu gostaria de fazer algo a respeito. — Claro, no que eu puder ajudar...Só preciso que você me coloque a par da situação. Quem é ela?

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— Aí é que entra a parte mais complicada. Ela é a esposa do Carlson Thompson. — Assim que digo essas palavras e Will as assimila, seus olhos quase saltam para fora e seu queixo cai. — Você se envolveu com a esposa gostosona do poderoso dono das companhias Thompson? — Muito tempo atrás, Will. Antes dela ser casada com ele. — Puta merda, cara. Conta mais, isso vai ficar cada vez mais interessante, não é? — Ele se empertiga na cadeira e parece mais animado do que uma criança prestes a ouvir uma história que adora. — Ela é maluca cara, pirada. Me perseguiu durante meses anos atrás e agora que nos reencontramos ela voltou a fazer isso. Ela possui um vídeo, não adianta me peguntar que eu não vou dar detalhes, e ameaçou envia-lo para Savannah e a família dela se eu não dormisse com ela. O prazo acabou e eu não cedi a sua ameaça, não sei se ela pretende mostrar só para eles ou se para o mundo todo. — Colocar na internet? Isso não é nada bom. — Eu sei. Por isso preciso da sua ajuda, quero neutralizar essa ameaça e garantir que Eva nunca mais ameaçe eu ou Savannah. Hoje em dia existe leis contra esse tipo de coisa, não é? Você é o advogado aqui, me dê alguma luz. — Minha área não é a criminalística, mas posso te indicar vários colegas excelentes. — Ótimo, por favor, faça isso. Mas tem outra coisa que eu gostaria de te pedir. — Só falar. — Eu preciso que você monte um dossiê sobre Eva para mim. Eu quero saber todos os podres dela, desde a época em que estávamos juntos até hoje, preferencialmente as coisas ilegais que ela fez. — Tudo bem. Mas o que você pretende com isso? — Ela causou dor a pessoa mais importante da minha vida, e por causa disso, eu pretendo acabar com ela.

Savannah — Alguém em casa? — Chamo assim que abro a porta. O fato de eu não ter recebido nenhuma mensagem durante o final de semana não significa nada, mas confesso que me deu uma certa esperança que Eva não tenha agido ainda e dê tempo de Justin e eu tentarmos contornar a situação. — Filha. — Mamãe aparece com um sorriso no rosto e os braços abertos. — Como foi seu final de semana? — Foi ótimo. E por aqui, alguma novidade? — Pergunto apreensiva.

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— Não, nada de interessante. Tudo tranquilo como sempre. — Mesmo? — Sim. Porque, deveria ter acontecido algo? — Não, não. Só querendo saber, mas me diga... — Tento mudar de assunto e não deixar transparecer o tamanho do alívio que eu sinto ao constatar que pelo menos por enquanto, eles ainda não sabem da existência da filmagem. — Como está Jane? — Ah, ela está ótima. Ela e o seu irmão estão muito otimistas depois que falaram com a médica. — Que bom, torço muito por eles. — Savannah, quando você e Seth vão voltar a se falar? — Mamãe pergunta com uma expressão triste, sei que essa briga entre meu irmão e eu não afeta apenas nós dois. — Isso só depende dele. Quando Seth parar de ser um idiota e pedir desculpas a mim e Justin, aí talvez eu volte a falar com ele. — Ah filha. — Mamãe acaricia meu rosto e me dói ver a tristeza em seus olhos. Só me faz ter mais raiva de Seth. — Queria conversar com a senhora sobre uma coisa importante. — Pois fale. — Gostaria de organizar um jantar com toda a nossa família e os Cord. Justin e eu temos algo para contar para todos. — Um sorriso começa a se formar nos lábios de mamãe. — Ah meu Deus, vocês vão... — Nada disso, sem mais informações por enquanto. Vai ter que esperar até a hora do jantar. Será que você pode, por favor, preparar algo especial e avisar a todos que ele e eu queremos comunicar algo a todos. — Eu já posso imaginar o que seja, oh Deus. Por favor, me diga agora, filha. Ele pediu você em casa... — Psiu, mãe. Não estrague a surpresa, você vai saber junto com os outros. — Digo dando-lhe um sorriso travesso. Sabia que assim que eu falasse algo, minha mãe iria desconfiar sobre casamento, por isso vai ser muito mais divertido quando contarmos sobre o bebê. Ela nunca vai suspeitar. — Oh céus, vou começar a preparar as coisas. Preciso ver se tenho tudo, se não você terá que ir até Wills Point e comprar algumas coisas para mim...Ah, e tenho que ligar para Alyssa. — Mamãe diz se encaminhando para a cozinha. Só ela para querer começar a preparar o jantar às 9 horas da manhã. Sorrio com o seu evidente entusiasmo e me sinto um pouco diabólica por armar para que ela se concentre na possibilidade de Justin ter me pedido em casamento, e não que eu possa estar grávida. Será uma grande surpresa para todos. Bem, menos para Shanon.

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Vou atrás dela na cozinha e uma pilha de cartas em cima do balcão do corredor chama minha atenção. — Mãe, essas cartas são as correspondências que chegaram hoje? — Grito para ela observando o envelope pardo junto com os outros envelopes brancos. — É sim. Porque, está esperando algo? — Ignoro sua pergunta e pego o envelope que me chamou a atenção e me trouxe uma sensação ruim. Não a nada escrito, além de “Família Careton” em uma letra cursiva elegante e feminina. Sinto um arrepio na espinha. O envelope ainda está lacrado, então abro-o e retiro seu conteúdo. Um DVD e um papel dobrado que diz o seguinte: Tenho certeza que esse não é o homem que vocês querem para a sua adorável Savannah. Assistam esse DVD e vejam quem Justin Cord realmente é. E.M.T. Eles não sabem de nada não porque ela não enviou a filmagem, mas apenas porque eles ainda não abriram o envelope. Meu Deus, ainda bem que eu vi isso antes de papai e mamãe. Rapidamente guardo tudo dentro da bolsa e tento me recompor para ir falar com mamãe sem que ela perceba que algo aconteceu. Mas antes, envio uma rápida mensagem para Justin. Savannah: Eles não viram. Interceptei o dvd antes deles, está seguro. Por enquanto está tudo normal, mas tenho a sensação que ela não deixará por isso mesmo. Precisamos fazer algo. Sua S. Quase que imediatamente recebo uma resposta. Justin: Já estou fazendo algo a respeito. Falou para eles sobre o jantar? Savannah: Oq vc quer dizer com isso? Sim, mamãe desconfiou na hora que estamos noivos, mesmo eu não estando com o anel. Mas a outra noticia, ela nunca desconfiará, vamos pegar todos de surpresa ;) Justin: Apenas confie em mim, quando chegar a hora eu te conto tudo, ok? Como assim não está com o anel??? Não quero vê-la sem ele nunca!! Savannah: Eu confio. Usar um anel de noivado seria óbvio demais, não acha?? Queremos fazer uma SURPRESA, lembra? Depois disso prometo não tira-lo mais. Justin: Bom ponto, entendi. Vc pode trazer o dvd para mim?? Vou precisar dele para oq estou planejando. Savannah: Tudo bem. Chego aí daqui duas horas, pode ser? Justin: Perfeito...Lembre da sua promessa, não assista, mesmo que você queira muito.

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Savannah: Não vou, pode confiar. Nos vemos logo, te amoo!!! Justin: Eu amo mais. Você e nossa princesa!! Savannah: Ou príncipe... Justin: Não, é princesa mesmo!! Te amo, bjos!! Rio ao ler sua mensagem. Justin tem uma certeza irritante que nosso bebê é uma menina, não tem como ele saber e mesmo assim ele age como se estivesse certo. Só quero ver sua cara quando o médico nos falar que é um menino. Sim, eu aposto que é um menino. Vou até a cozinha para me despedir de mamãe, se eu ficar muito tempo por aqui, ela vai conseguir me irritar o suficiente para que eu lhe confirme que o motivo do jantar é o meu noivado com Justin. Além do mais, preciso entregar esse DVD para Justin. Só Deus sabe o que ele está planejando, mas eu confio nele e sei que na hora certa ele vai me contar.  Justin e eu chegamos juntos para o jantar, não sei por que, mas estou muito nervosa. — Relaxe, meu amor. — Justin diz quando percebe minha tensão. — Eu estou relaxada. — Minto, mas é mais para que eu mesma acredite do que ele. — Ah é mesmo? Então porque você está esmagando minha mão? — Ele diz com um sorriso divertido no rosto. Olho para baixo, para nossas mãos entrelaçadas. Não havia percebido que apertava sua mão com tanta força, afrouxo o aperto e lhe dou um sorriso de desculpas. — Está tudo bem, tudo vai ficar bem. Eles vão ficar felizes por nós. — Ele diz com tanta confiança que me tranquiliza. Ele tem razão, provavelmente é besteira que eu esteja tão nervosa. Eu tenho essa tendência a pensar o pior das reações das pessoas. — Você tem razão, vamos. Entramos na casa dos meus pais e assim que fazemos isso, um cheiro maravilhoso vindo da cozinha nos recebe. — Chegamos. — Justin anuncia. Andamos em direção as vozes que escutamos, vindas da sala de estar. Quando chegamos a porta, mamãe já estava fazendo seu caminho para nos receber. — Que bom que vocês chegaram, meus amores. — Mamãe me abraça e depois Justin. Olho para a sala e vejo todos ali; Alyssa, Mark, Jax, Kim, Shanon, Miguel e papai. Os únicos que faltam são Holly, Jane e Seth. Holly provavelmente não pode vir, já que ela mora em Austin e esse jantar foi organizado em cima da hora, mas quanto ao meu irmão?

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Depois de dar um abraço e um beijo em todos, pergunto para ninguém especial: — Onde está Seth e Jane? — Eles não chegaram ainda. — Mamãe diz tentando fingir um sorriso. Nos sentamos na sala com todos para conversarmos até que o jantar esteja pronto. Ninguém toca no assunto, mas a ansiedade é perceptível no ar. Apesar de desconfiarem, eles estão esperando a nossa confirmação, é até engraçado ver suas expressões inquietas e o evidente esforço para não perguntarem nada. Eles sabem que quando chegar a hora, nós falaremos. De todos os presentes, quem parece mais prestes a explodir e nos chacoalhar procurando por respostas é Alyssa, a mãe de Justin. Ela sim, eu tenho certeza que ficará feliz com ambas as noticias. Quando mamãe anuncia que o jantar está pronto, todos nos dirigimos para a mesa posta. — Não podemos começar sem Seth. — Digo apreensiva por ele não ter chegado ainda. — Vou ligar para ele e perguntar o porquê da demora. — Mamãe diz e some pela porta. Todos nos sentamos no lugar. Olho para minha mão nua, meu anel está escondido seguramente em minha bolsa, depois de contar-lhes as novidades, vou coloca-lo e deixar que admirem. Shanon com certeza ficará louca. Mamãe retorna com um misto de tristeza e vergonha no rosto. — Ann...Ele e Jane não veem. — Assim que ela diz essas palavras um silêncio pesado e constrangedor se instala no ambiente. — Eu falei para aquele garoto que isso era importante. Que Savannah e Justin tinham algo importante para nos contar. — Papai diz evidentemente irritado com Seth. — Foi por isso mesmo que ele não veio. — Justin diz sem emoção. O clima pesado continua até que mamãe se esforça para mudar a situação. Ela serve a comida na mesa junto com uma garrafa de vinho. Comemos, conversamos e rimos durante pelo menos uma hora, depois disso mamãe serve a sobremesa. Que são as suas famosas tortas, é claro. Estou levando mais uma garfada a boca, quando de repente mamãe explode e bate da mesa. — Tudo bem, vocês já nos torturam o suficiente. Confirmem logo o que todos aqui já suspeitam. — Ela diz impaciente. Todos se calam e olham para mim e para Justin com expectativa. Sorrio para meu noivo e ele sorri para mim, segura minha mão por debaixo da mesa e entrelaçamos nossos dedos.

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— Savannah e eu quisemos reunir todos os que nós amamos nesse jantar para contar que...Sim, estamos noivos. — Assim que Justin diz essas palavras, Alyssa, Shanon, Kim e mamãe soltam um grito em uníssono que me obriga a largar a mão de Justin e tampar meus ouvidos. Os homens a mesa são mais contidos, mas todos se levantam com sorrisos nos rostos e vem nos cumprimentar. Alyssa sai apressadamente na frente de todos e me dá um abraço que quase leva nos duas ao chão. Logo mamãe se junta a ela e as duas me abraçam e falam ao mesmo tempo coisas que eu não compreendo muito bem. — Calma, calma...Vocês estão me sufocando. — Digo rindo. — Temos outra novidade. — A voz de Justin soa mais alta do que os gritinhos e falatório da minha mãe e sogra. Elas se afastam e nos olham extáticas. Os homens também com aquele olhar e sorriso bobo nos lábios. Justin se aproxima de mim e me envolve com um braço e repousa sua mão em meu estômago. — Vocês vão ser vovós. — Ele e eu falamos ao mesmo tempo, como tínhamos combinado. O queixo de todos caem, Alyssa coloca a mão no coração e ela e mamãe começam a chorar. Mark e papai se olham com emoção e se abraçam. Jax vem e dá um abraço de urso no irmão. Uma confusão se segue, todos querem nos abraçar e dar os parabéns ao mesmo tempo. Papai me abraça e começa a chorar, me fazendo chorar também. Todos estão em êxtase e junto com a emoção e choradeira vem as perguntas; Como foi o pedido, quando descobrimos sobre o bebê, qual a data do casamento, cadê o anel de noivado e assim por diante. Pego meu anel e coloco no dedo, mostrando para todos. Passamos as horas seguintes num estado de extrema excitação e alegria pura.  — Viu, eu disse que não tinha com que se preocupar. Todos estão muito felizes por nós. — Eu sei, fiquei tão feliz que tivemos o apoio de todos. — Digo para Justin enquanto ele nos leva de volta para Dallas. — Só queria que Seth tivesse vindo. — Complemento com tristeza. — Seu irmão é o maior cabeça dura que eu já vi na vida. — Justin diz soltando um suspiro. Eu sei que ele sente falta do melhor amigo. — Talvez depois que ele saiba sobre o casamento e o bebê, ele finalmente veja que você mudou e que nós nos amamos. — Sobre isso...Eu gostaria de contar para Seth, sozinho. — Ele diz e eu o olho confusa.

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— Como assim? Não acha que isso é algo que devemos fazer juntos? — Eu sei, por isso se você não concordar eu não vou fazer nada, mas é que...Eu não me esqueci do que ele fez. De quão idiota ele foi ao lhe contar sobre minha antiga vida e chamar aquilo filho da mãe do seu ex para o nosso almoço em família. Estou com isso entalado na minha garganta até agora. Quero de uma vez por todas ter uma conversa muito séria com seu irmão, vou deixar claro que nada que ele possa fazer vai nos separar. — Não sei se eu gosto muito dessa ideia, amor. Você lembra o que ele fez com você, Justin, você foi parar no hospital. Tenho medo que... — Não tenha. — Ele me corta e segura minha mão. — Confie em mim, meu amor. — Você sabe que eu confio. Se é isso que você quer, tudo bem, vá em frente. Mas tome cuidado, não deixe Seth lhe bater, se não eu juro que eu vou acabar com ele.

Justin Estaciono minha caminhonete em frente à casa onde meu ex melhor amigo mora. Ontem foi o cumulo da idiotice ele não aparecer no jantar. Eu vi o olhar de tristeza nos olhinhos de Savannah, e aquilo acabou comigo. Saber que ela ama tanto o irmão, mas mesmo assim se afastou dele por minha causa, faz meu coração pesar com culpa. Eu voltei da viagem a Vermont decidido a neutralizar todas as possíveis ameaças ao meu relacionamento com Savannah. Já comecei a fazer isso com relação a Eva, espero que até o final dessa semana o dossiê esteja pronto, também vou marcar uma reunião com o advogado especializado em crimes dessa espécie. Subo na varanda e bato a porta. Uma Jane surpresa me recebe, aposto que de todas as pessoas do mundo, eu seria a última que ela esperaria ver batendo a sua porta, devido as circunstâncias. — Justin, aconteceu algo? O que você está fazendo aqui? Se Seth te ver ele... — Eu vim para falar com ele. Onde aquele idiota está? — Ele foi procurar uma ovelha que escapou, logo deve estar de volta. Quer entrar? — Obrigado. — Entro e a sigo até a sala. — Como você tem estado, Jane? — Muito bem obrigada. — Ela remexe as mãos nervosamente. — Desculpe, não quero ser rude, mas...Não acho que você estar aqui seja uma boa ideia. — Eu entendo sua preocupação, mas vou lhe dizer o mesmo que disse para Savannah. Não precisa se preocupar, eu vim em paz, apenas para conversar.

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— O problema é que pode ser que Seth não veja dessa forma, ele pode encarar sua vinda até aqui como uma provocação. — Eu só vim para lhe contar algo que ele deveria ter ouvido no jantar de ontem, se vocês tivesse ido. — Lanço-lhe um olhar acusatório, mesmo sabendo que ela não tem culpa. Jane desvia o olhar para o chão e parece envergonhada. Aposto que ela queria ir, mas Seth deve ter impedido-a. — Sinto muito. Você pode me dizer agora se desejar. — Ela me dá um sorriso simpático. — Savannah e eu vamos nos casar. — Digo com um sorriso largo no rosto. — Oh meu Deus, Justin. — Ela leva as mãos até a boca. — Isso é maravilhoso, parabéns. — Jane se levanta e vem me abraçar. — Obrigado. E tem mais uma coisa também. — E o que é? — Savannah está grávida, eu vou ser pai. — Não profiro as palavras tão animadamente quanto gostaria, pois sei da situação delicada de Jane após a cirurgia. — Oh...Isso é...Isso é fantástico. — Ela diz com um sorriso vacilante e que não chega aos olhos. — Isso é fantástico mesmo. — Ela diz e me abraça. — Parabéns. — Sua voz sai chorosa. Me sinto horrível quando vejo seus olhos cheios d’água. Pobre Jane, ela não merece passar pelo que está passando. Talvez eu não devesse ter lhe contado. — Sinto muito, Jane. Eu sei que... — Oh não, eu é que sinto muito. Estou feliz por vocês, de verdade, é só que...É difícil. — Ela diz limpando as lágrimas do rosto. — Sinto muito mesmo. Espero que tudo de certo para vocês. — Obrigada, Justin. — Amor, você não vai acredita onde... — A voz de Seth se aproxima e ele se cala, assim que me vê parado perto de sua esposa. Sua expressão muda imediatamente para uma carranca. — O que diabos você está fazendo aqui? — Ele olha para Jane e vê seus olhos vermelhos pelo choro. — O que você fez para minha mulher, seu filho da mãe? — Justin não fez nada, amor. — Jane se apressa em esclarecer. — Ele veio te contar algo muito importante, acho melhor você ouvi-lo. — Nem fodendo. — Ele grunhe.

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— Seth, por favor, escute o que Justin tem a dizer. Vou deixa-los a sós. Com licença. — Quando ela passa por Seth, ele lhe dá um beijo rápido e carinhoso nos lábios, e então Jane some deixando apenas nós dois. — Não tem absolutamente nada que você possa dizer que me interesse. A não ser que você tenha resolvido criar vergonha na cara e acabar com essa palhaçada que você chama de relacionamento. — Ele diz ríspido. — Não, na verdade o que eu tenho para te dizer é justamente o contrário. — Como assim? — Ele franze a testa e cruza os braços. Vejo os músculos dos seus braços se apertarem na camisa e me lembro da dor de sentir toda a força deles investida contra meu rosto. — Seth...Sua irmã e eu vamos nos casar. Seus braços caem ao lado do corpo, seus olhos se arregalam e primeiro uma expressão de surpresa, depois de horror, se instala em suas feições. — Você está mentindo, não pode ser. — Ele diz incrédulo. — E tem mais...Ela está grávida de um filho meu. — Assim que digo essas palavras, Seth faz um barulho semelhante como se tivesse acabado de levar um soco no estômago. Ele dá alguns passos desnorteados para trás até bater na parede, onde se apoia, visivelmente abalado pela noticia. — Não pode ser verdade... — Ele diz balançando a cabeça. — Não acredito. — Nós anunciamos para todos ontem, no jantar. — E como ele reagiram? — Muito bem, todos ficaram muito felizes. — Bando de cegos. Será que só eu vejo que isso é um desastre? — Ele faz uma pergunta retórica, mas não posso deixar de responde-la. — Isso não tem nada de desastre. Sua irmã e eu nos amamos e... — Cala a boca. Chega, não aguento mais ouvir essas palavras saindo dessa sua boca suja. — Ele me olha com nojo. — É a verdade. — Você é o pior ser humano que eu conheço. Não posso acreditar que você engravidou minha irmã. Você vai casar com ela só por causa da criança, não é? Vai condena-la a uma vida infeliz. — Claro que não. Eu a pedi em casamento antes de saber sobre o bebê. Você acreditando ou não, gostando ou não, eu amo a sua irmã com todas as minhas forças. — Digo, mas é como se não tivesse, Seth parece não me escutar. — Você é mais baixo do que eu jamais poderia imaginar. Você é doente, sabia?

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— E você é teimoso, cego, idiota e a lista continua. — Digo cruzando os braços. — Você veio até a minha casa para me insultar, quem você pensa que é? — Não, eu vim até a sua casa para lhe contar que você será tio e que em breve, muito em breve, Savannah e eu vamos nos casar, e se você quiser receber um convite, é melhor você pedir perdão a ela e mudar sua atitude. — Sua cara de pau me assusta ao mesmo tempo que me enoja. Eu nunca vou mudar de opinião sobre você, eu nunca vou apoiar a maior besteira que minha irmã poderia fazer na vida. — Porque você é tão cego? De onde está vindo toda essa estupidez, essa raiva cega e essa teimosia? Você não enxerga que estou sendo sincero? — Digo indignado com como ele pode ser burro. — A única coisa que eu enxergo, é que você é um bom mentiroso. — E pensar que Savannah achou que a noticia do nosso casamento fosse fazer você mudar de ideia. — Digo balançando a cabeça tristemente. Coitada do meu amor, vai sofrer quando souber que seu irmão talvez não tenha mais concerto. — Só espero que ela veja quem você realmente é antes do casamento. Mas infelizmente o mal já está feito, e está crescendo na barriga dela. Em um mero segundo minha visão escurece e sinto meu sangue ferver. Atravesso a sala com dois passos longos e agarro Seth pela camisa. — Nunca, ouça bem, nunca mais ouse falar assim da minha filha, ou eu vou acabar com você. — Digo com os dentes cerrados, meu nariz a poucos centímetros de encostar no seu. — Vá embora daqui agora. — Ela retira minha mão com violência e arruma a camisa. — Eu vou, não tem mais nada que eu queira fazer aqui. Agora eu vejo que nossa amizade acabou e não tem mais salvação, tentei ser condescendente com você, mas chega. Agora quem não quer mais saber de você sou eu. Sua teimosia e ignorância estão machucando a pessoa que eu mais amo no mundo, e eu não vou te perdoar por isso. — Bom, porque eu nunca vou te perdoar pelo que você está fazendo com a minha família. — Eu não quero ver você perto de Savannah novamente. — Você não pode me impedir de ver minha irmã se eu quiser. — Ele diz petulantemente. — Posso sim, mas não será preciso, pois basta eu dizer sobre como você falou da nossa filha, para que ela nunca mais queira te ver. — Filho da puta, é isso que você quer? Fazer minha própria irmã me odiar?

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— Você já está fazendo isso muito bem sozinho. — Minhas palavras parecem pegar em algum ponto fraco dele, fazendo-o engolir suas próximas palavras. — Só vou lhe dizer uma última coisa, Seth. Nunca mais tente fazer ou dizer algo para nos separar, ou eu juro por Deus que eu vou esquecer tudo o que passamos juntos, e vou acabar com você com minhas próprias mãos. Você não tem ideia do tamanho do amor que eu sinto por Savannah, e eu vou fazer o que for necessário para que ninguém nos separe. Adeus. Afasto-me e vou embora. — Você está morto para mim. Você e ela, os dois. — Sua voz fria faz com que eu congele no lugar. Não posso acreditar que ele disse isso. Meu Deus, como ele tem coragem? A raiva se reascende dentro de mim ao ouvir suas palavras. Como poderei dizer isso para, Savannah? Ela ficará de uma maneira que eu não serei capaz de suportar vê-la. Ela sofrerá além do suportável, não posso contar sobre as palavras cruéis do irmão. Fecho os olhos e me permito por um breve segundo, sentir a dor que suas palavras me causam. “Você está morto para mim...”. Essas palavras calam profundamente dentro do meu coração, mas não há tempo para permitir que elas me dilacerem. O que está perdido está perdido. Tenho que me concentrar na minha futura esposa e na família que vamos formar. Tenho que protege-las a qualquer custo, não tenho tempo para usufruir da dor de uma amizade perdida. Caminho para fora da casa, querendo fugir do ar pesado. Sinto o vento e o ar fresco em meu rosto, que me fazem sentir melhor. As providências contra Eva já estão sendo tomadas. Seth já foi. Agora falta Vince.  Não foi tão difícil assim descobrir onde Vince estaria antes do almoço. A Universidade deveria proteger melhor os dados dos seus alunos. Estaciono há alguns metros do prédio onde ele deve estar terminando sua última aula de hoje e espero. O prédio de Savannah fica longe o suficiente daqui para que eu não me preocupe dela aparecer, mas caso eu seja pego, tenho a desculpa que vim encontra-la, pois combinamos de almoçar juntos hoje, para conversar sobre como Seth reagiu a noticia do casamento. Ainda não sei como serei capaz de mentir para ela, na verdade não sei se deveria, eu prometi nunca mais esconder nada dela, mas será que vale a pena cumprir essa promessa se isso for quebrar seu coração? Como posso dizer que Seth disse que para ele, ela está morta? Que nós dois estamos. Isso foi pesado e cruel demais. Cada vez tenho mais certeza que, assim como eu mudei, Seth também mudou. Infelizmente para pior. Não quero nem pensar que essa mudança possa ser culpa minha, talvez se eu tivesse sido honesto desde o começo...

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Minhas duvidas e auto-condenação são interrompidos pela visão de uma cabeça ruiva e uma jaqueta do time de futebol americano da Universidade. É ele. Vince sai do prédio com mais dois caras, eles estão conversando e rindo. A visão dele me causa nojo e acima de tudo, raiva. Ele a abraçou, a beijou. Saio do carro e bato a porta com mais força que a necessária. Aproximo-me dele com passos determinados, os punhos cerrados ao lado do corpo. — Vince. — Chamo. Minha voz sai grossa e ameaçadora. Bom. Ele e seus amigos se viram para mim, vejo um sorriso impertinente surgir em seus lábios. — O que você quer? — Ele cruza os braços e seus amigos me olham desconfiados, com certeza já sentiram a tensão no ar. — Conversar sobre Savannah. — Digo simplesmente. Ele olha para seus amigos e faz um movimento de cabeça, eles se entreolham e então vão. — Aqui não. — Ele diz e caminha até a lateral do prédio. Pela sua postura posso dizer que ele já deve ter percebido o que eu quis dizer com ‘conversar’. Pelo menos o filho da mãe não é burro. — Pelo visto ela contou sobre o beijo. — Vince para de andar e se vira para mim, deixando sua mochila cair no chão. — Estava ansioso por esse momento. — Ele diz com um sorriso convencido no rosto. — Eu também. — Digo e parto para cima dele. Toda a minha raiva, toda a minha frustração, me dominam de uma só vez. Disfiro um soco em sua direção com toda a minha força e o mais rápido que consigo. Vince parece não esperar essa agilidade de minha parte e nada pode fazer para impedir que meu punho acerte seu queixo. Ele cambaleia para trás e eu deixo que se recomponha. Esse soco deve diminuir uma boa parte da sua arrogância. Ele me olha surpreso e com a mão no queixo. A petulância deixa seu rosto e dá lugar ao ódio. Ele solta um grunhido e vem para cima de mim, com velocidade e vontade, como se eu fosse um dos seus adversários em um jogo de futebol. Seus braços prendem minha cintura e ele me derruba no chão, disferindo logo que imediatamente um soco em meu rosto. Mas ele não tem a menor chance. A raiva que eu sinto por saber que ele beijou a minha mulher me impulsiona e sinto que sou capaz de brigar com o seu time inteiro e sair vitorioso. Ele beijou os lábios errados, abraçou o corpo que me pertence. E eu sou um louco ciumento da porra. Rapidamente e sem muito esforço, inverto a situação, bato suas costas com força no chão e fico em cima dele, acertando diversos socos em seu

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rosto. Com um golpe que ele deve ter aprendido em alguma aula de luta profissional, ele me joga para o lado e se levanta rapidamente. Esperto. Sabe que se continuar no chão suas chances são quase nulas. Ele levanta os punhos na altura no queixo e eu me jogo contra ele, nossos corpos se chocando com violência. Meu punho acertando seu rosto e o seu passando longe de mim, desvio com habilidade todas as suas investidas, e acerto todas as minhas em seu rosto ou estômago. Ele já aparenta cansaço, e me aproveito disso para recuperar o fôlego também. — Fique longe dela. — Ameaço. — Será necessário mais do que isso para me afastar dela. — Estou avisando, isso pode parar aqui. Nunca mais chegue perto de Savannah e eu vou embora agora. — O que, não aguenta mais? — Ele me provoca. Parto para cima dele de novo. Dou-lhe uma rasteira ao mesmo tempo que agarro seu braço e o torço dolorosamente para trás de suas costas. Ele cai de cara no chão e eu subo em suas costas, na primeira tentativa dele de se livrar de mim, estico seu braço e empurro para frente. Ele grita de dor. Apoio meu joelho com força em suas costas bem em cima das costelas e faço pressão. — Você nunca mais vai chegar perto dela, entendeu? — Digo, ameaçador. — Você não pode me impedir... — Empurro seu braço esticado mais para frente e ele grita novamente. — Estou perdendo minha paciência com você. Essa é sua última chance, não quero que você fale, olhe ou pense nela, entendeu? — Eu a amo e eu sei que ela... — Empurro mais seu braço em direção a cabeça, deixando-o numa posição não natural e que deve estar doendo pra caralho. — Será que vou ter que quebrar seu braço para que você entenda? — Digo forçando-o mais. — Não, não, não cara, eu entendi, eu juro que entendi...Por favor, esse é o braço que eu arremesso, por favor. — Então diga, quero ouvir você. — Ele demora para falar algo então eu forço mais seu braço. Basta um bom empurrão para frente e seu braço estará quebrado. Vince começa a chorar de dor e esconde o rosto. — Eu não vou chegar perto dela, ok? Não vou mais procura-la. Agora larga meu braço, porra. — Não estou blefando, se você aparecer em nossas vidas de novo, um braço quebrado será o menor dos seus problemas. — Digo e largo seu

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braço. Retiro meu joelho de suas costas e levanto-me. Vince permanece no chão, envergonhado ou dolorido demais para se levantar. Pela primeira vez me preocupo se alguém testemunhou o que aconteceu, mas parece que ninguém viu ou ouviu nada. Arrumo minha camisa e os cabelos e me dirijo para minha caminhonete, a satisfação de ter batido nesse filho da puta é indescritível. — Eu disse que ele tinha me pego desprevenido. — Digo com um sorriso vitorioso e satisfeito no rosto.

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O maior dos amores Justin Dois meses depois... — Como estão os preparativos, amor? — Seguro o celular entre o ombro e a orelha enquanto uso as duas mãos para fazer uma curva acentuada. — É? Ótimo! Você sabe que pode me passar mais coisas para fazer, não é? Não quero que você fique sobrecarregada com o casamento, o bebê, a faculdade e tudo o mais. Prometo fazer tudo direitinho e não estragar nada. — Rio com sua resposta. — O que? Ah sim, já cuidei dos convites, pode ficar tranquila...Sinto muito, mas hoje não vai dar. Tenho um almoço com Charlie...Sim, sim, não se preocupe. Eu aviso se eles mudarem a data da audiência...Não, eu já disse que não quero você lá, amor...Não interessa, quero você e minha princesinha o mais longe possível daquela maluca...Tudo bem, nos falamos mais tarde. Te amo. — Encerro a ligação com a sensação que eu ainda vou ter algum trabalho para convencer Savannah a não me acompanhar a audiência de Eva. Apesar de Savannah insistir que seu testemunho é necessário, temos tantas provas contra Eva que Charlie acredita não ser necessária a sua presença. Decisão da qual eu assino embaixo. Conseguimos juntar provas suficientes da chantagem de Eva, além do dossiê recheado que Will me entregou e que por sua vez, entreguei a Charlie que o anexou nas acusações contra Eva. Acontece que na investigação muito bem realizada por meu amigo, muitas coisas sujas do passado de Eva foram desenterradas, além das coisas mais recentes, como por exemplo, o fato dela estar fraudando documentos e desviando dinheiro da empresa do marido. Depois de dois meses de enrolações, a justiça finalmente será feita e ainda essa semana Eva será julgada, e segundo Charlie, condenada a pagar pelo que fez. Mas de qualquer forma, ela já recebeu o que merecia. Depois da suspeita levantada contra ela, pelo o que eu fiquei sabendo, uma bela de uma investigação muito mais minuciosa do que a de Will, foi feita pelos acionistas da Thompson Reuters Company. Carlson pediu o divórcio e a deixou com uma mão na frente e outra atrás. Não sei se essa parte é verdade, mas parece que ele a humilhou e a expulsou de casa, sem deixar que ela levasse suas joias, roupas ou nada que fosse de valor. E agora além do meu processo contra ela, ainda há o da própria T. R. Company. É, a situação de Eva não é muito promissora. Charlie – que é um excelente advogado por sinal – conseguiu uma ordem na justiça para apreender todas as cópias da filmagem, e graças

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a Deus, os pais de Savannah não sabem de sua existência, muito menos outras pessoas Chego a Townsend e vou direto para meu escritório, tenho que me esforçar para me concentrar em meus afazeres e não no almoço que terei com Charlie para esclarecer algumas últimas coisas antes da audiência.  Entrelaço meus dedos nos de Savannah e entramos no consultório. Como nas outras vezes, falamos com a recepcionista, Savannah lhe entrega um papel que ela destaca e depois carimba e vamos nos sentar na sala de espera. Essas cadeiras desconfortáveis e estreitas são perfeitas apenas por um motivo; Savannah tem que praticamente sentar em meu colo para não invadir o espaço da pessoa que senta no seu outro lado. Passo meu braço por seus ombros e a abraço, enfio meu nariz em seus cabelos e inalo o familiar e reconfortante perfume. Ela já tem cheiro de lar, meu lar. Espalmo minha mão em seu estômago e faço movimentos circulares e gentis. Depois de vários e vários minutos que pareciam não passar nunca, o nome de Savannah foi chamado e nós entramos para falar com a médica. Como sempre eu não entendo nada, Savannah balança a cabeça concordando e eu apenas fico olhando para a médica me pergunta o que diabos ela quer dizer. Ela examina Savannah, faz perguntas de como ela tem estado desde a última consulta e enfia aquele negocia dentro dela. Meu Deus, já começo a ter calafrios quando ela pede que Savannah coloque o avental e deite com as pernas abertas, quando ela pega aquele negocio e coloca uma camisinha e um gel e enfia no meio das pernas da minha mulher, eu juro que posso desmaiar, toda vez. — Como você espera assistir o parto se não consegue nem assistir a um exame de ultrassom transvaginal, papai? — A médica pergunta com um sorriso brincalhão nos lábios. Essa mulher tem zombado de mim desde a primeira vez que eu vim aqui com Savannah. “Quem é que disse que eu vou assistir o parto? Gritaria mais que Savannah quando a hora chegasse.” Ela continua o exame e não parece ter nada fora do normal, nem com Savannah nem com o bebê. Não consigo segurar minha ansiedade, apesar de Savannah já ter tentado me explicar que vai demorar algumas semanas ainda, mas quero ouvir o que a médica tem a dizer, por isso lhe pergunto: — Doutora, você não pode ver se é menino ou menina com esse aparelho aí? — Pergunto apontando para a enorme coisa que ela retira de dentro da minha futura esposa.

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— Ainda é cedo demais, papai. Existe procedimentos para descobrir o sexo da criança já com 8 semanas de gravidez, mas o mais recomendado é esperar até a 16ª semana. — Então vamos ter que esperar quase dois meses? — Savannah intervém. — Se vocês quiserem ter certeza, então sim. — Não precisamos desse procedimento, já sabemos que é uma menininha. — Digo me aproximando de Savannah e lhe fazendo um carinho na testa. — Ah, mais um pai vidente, que divertido. — A médica diz. Estou falando, ela não perde uma oportunidade de zombar de mim. Savannah tem permissão para se vestir e voltamos a nos sentar na mesa de frente para a doutora, que agora escreve algo em alguns papeis de receita. — Aqui está, querida. Tudo está normal, mas gostaria que você tomasse essas vitaminas. — Ela entrega as receitas. — Uma é logo quando você acorda e outra uma hora antes do jantar. Não há necessidade de você voltar antes que daqui um mês, mas caso aconteça qualquer coisa nesse período, sinta-se a vontade para me ligar ou vir aqui. — Muito obrigada, doutora. — Savannah levanta-se e elas trocam um aperto de mão. Nos despedimos e seguimos para o carro. Pego as receitas da mão de Savannah e tento me lembrar qual a farmácia mais perto.

Savannah Sei que Justin não deve estar nada feliz, e apesar de estar apreensiva, acho que o certo a fazer é ir assistir essa audiência. Não sei muito bem que roupa usar nesse tipo de ocasião, então coloco uma calça preta, uma blusa de seda e um blazer. Demorei para conseguir convencer Justin a me levar junto, foi necessário uma boa tática de persuasão, mas finalmente, meio de mau humor, ele cedeu. No horário combinado, desço e encontro Justin dentro de sua caminhonete me esperando. Quando ele me vê, sai e abre a porta para mim. — Oi, meu amor. — Digo dando-lhe um beijo. Pela expressão em seu rosto, posso dizer que ele não está nem um pouco confortável com essa situação. — Oi. — Ele diz simplesmente. — Ah Justin, não fique com essa cara. — Que cara?

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— Que cara? — Imito sua voz grossa e tento fazer graça, mas ele não sorri. — Essa cara que você está agora. — Eu não queria que você fosse, eu já disse isso. — Ele diz ficando emburrado como uma criança. — Mas acontece que eu vou, então trate de tirar essa carranca do rosto. — Digo entrando no carro e fechando a porta. Ele entra no carro e dá a partida, o caminho todo até o Tribunal é feito em silêncio. Posso sentir a tensão que emana de Justin. Ele está nervoso por ver Eva novamente, e eu também estou, confesso. Quando chegamos lá, a primeira pessoa que encontramos é Charlie, o advogado que está defendendo Justin nesse caso de chantagem. — Justin. — Charlie. — Eles trocam um aperto de mãos. — Lembra-se da minha noiva, Savannah? — Ah sim, mas é claro, como esquecer uma jovem tão linda. — Ele diz beijando minha mão. — Como vai a gravidez? — Muito bem, obrigada. Justin e Charlie conversam e usam termos legais que eu desconheço, então logo estou por fora e deixo de prestar atenção ao que se está sendo dito. Observo o grande e elegante saguão onde aguardamos o julgamento, ele é todo decorado em cores escuras, os barulhos das solas dos sapatos que se chocam contra o mármore do piso parecem trovões. Logo um homem na faixa dos 40 e poucos anos, bem apessoado, charmoso e com uma presença imponente entra no saguão acompanhado de três homens igualmente intimidantes. — Aquele é Carlson Thompson, o ex marido de Eva e o dono da empresa na qual ela estava desviando dinheiro. — Justin me esclarece em tom sussurrado. — E também o homem que fez a burrada de dispensar um contrato com vocês só porque a esposa o convenceu. — Complemento enquanto observo o Sr. Thompson de longe. Como um homem com um charme e uma aura de poder assim como ele, pode se deixar influência por uma mulher como Eva? Mesmo ela sendo sua esposa e advogada na época, ele deveria ter sido mais esperto e visto que ela estava errada. — Exatamente...Amor, tem certeza que você não quer ir para casa com a Serena e descansar? Olho-o com uma sobrancelha levantada e cruzo os braços. — Serena? — Sim. É que eu fiz uma lista de nomes de menina que eu acho bonito, aí resolvi começar a testar.

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— Eu acho que além dessa criança começar desde cedo a desenvolver transtorno de personalidade múltipla, também vai desenvolver um trauma, porque você vai ficar chamando por nomes de meninas, sendo que nosso bebê é um menino. — Justin ri e envolve os braços em minha cintura. — Você não acredita mesmo no meu sexto sentido de pai, não é? — Hey, são as mulheres que tem sexto sentido. — Vai ser menina. — Ele diz confiante. — Vai seu um menino. — Digo. — Quer saber, não importa. De qualquer forma, seja o que for, teremos que rapidamente fazer outro bebezinho para aquele que errar o sexo. Aí você fica com um menino e eu com uma menina. — Ah é? E quantos outros filhos você pretende fazer comigo? — Pergunto laçando seu pescoço e puxando sua boca para perto. — Pelo menos cinco. — Ele responde me pegando de surpresa. — Cinco? Não, três está bom. — Quatro. — Ele tenta negociar. — Três. — Digo balançando a cabeça. — Tudo bem, três. — Ele diz revirando os olhos e fingindo estar bravo. Eu rio dele e Justin me dá um beijo. Quando começo a me esquecer de onde estamos e o beijo começa a se aprofundar, um limpar de garganta no separa. — Vai começar. — Charlie diz desconfortavelmente, sem nos encarar nos olhos. — Tudo bem, obrigado. — Chegou a hora. — Digo com um misto de ansiedade e medo. — Tem certeza que você não... — Justin...Não. — Ele revira os olhos, dessa vez de verdade, e seguimos Charlie para a sala onde testemunharemos qual será o destino de Eva. Um pouco hesitante eu entro na sala, até que Justin me tranquiliza dizendo que Eva ainda não está presente. Justin se recusa a sentar ao lado do seu advogado e de Carlson e seus homens, vamos nós dois nos sentar nas cadeiras reservadas ao público, como essa não é uma sessão aberta não há mais ninguém presente, nem mesmo a imprensa. Aposto que Carlson fez tudo em seu poder para que essa história não vazasse na mídia. Não precisei nem vê-la, para saber que ela havia entrado na sala. De repente o ar ficou mais pesado, meu coração começou a bater rapidamente e um calafrio percorreu meu corpo. Logo em seguida, Eva passou com um homem – que suponho ser seu advogado – a ladeando. Impecável como sempre, ela usa um terninho preto com lapelas de

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seda, que combina com seus longos e sedosos cabelos negros. Ela parece uma viúva negra, pronta para injetar seu veneno. Um brilho de surpresa passa em seus olhos azuis claros quando ela me vê sentada ao lado de Justin, mas logo é substituído por divertimento, como se ela estivesse achando tudo isso muito engraçado. Um teatro, um circo, uma palhaçada. Um sorriso lento desliza em seus lábios e ela se dirige para seu lugar. Não sem antes eu perceber o olhar que ela e Carlson trocam. As coisas não estão em um estado amigável entre eles, e imagino que não tinha como ser diferente, depois do que ela fez. Não demora muito para que a audiência comece. As próximas duas horas passam lentamente e são extremamente exaustivas, mas tento acompanhar tudo o que se está sendo dito. Depois de um intervalo de meia hora, onde podemos esticar as pernas e comer algo rapidamente, voltamos para escutar a sentença. O promotor se pronuncia e enrola um monte até dizer qual é a decisão final. Quando ele profere a palavra ‘culpada’ Eva parece realmente surpresa. Ela achou mesmo que iria se safar dessa? Mesmo com o melhor dos advogados, era uma causa perdida, depois de todas as provas... Seu advogado lhe segura pelo braço e sussurra lhe algo que imagino que seja um alerta para que se controle. Eva é condenada há passar sete anos na cadeia, podendo fazer um terço dessa pena em liberdade, caso haja bom comportamento, e realizando trabalhos comunitários. Eu achei uma pena leve, mas Eva não parece compartilhar da minha opinião, pois ela se levanta dando um tapa na mesa e começa e gritar, indignada por ter que ir para a cadeia. Carlson também se manifesta, expressando seu descontentamento com o que ele chamou de “absurdo”. Pela raiva em seus olhos, Eva passaria a vida toda presa. Seu advogado tenta acalma-la e logo os seguranças são chamados para conte-la. Depois de agredir um dos seguranças, ela é algemada e arrastada para fora da sala. Justin e eu nos levantamos quando os dois homens puxam-na pelo mesmo corredor no qual ela entrou com aquele sorriso prepotente e o queixo erguido em superioridade. Procuro pela mão de Justin atrás de conforto, e ele envolve seus braços em minha cintura. — Você vai me pegar, Justin. Você vai me pagar. — Ela grita, parecendo mais do que nunca, louca. Os seguranças tentam arrasta-la para fora, mas ela resiste com uma força e determinação impressionantes. — Vocês dois, você e essa sua vadia. Guarde bem minhas palavras, putinha, você vai me pagar. — Instintivamente minha mão vai

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protetoralmente até minha barriga, que com um pouco mais de oito semanas, está levemente saliente. Eva segue com os olhos o meu movimento, ela olha com choque o pequeno volume em meu estômago e depois olha diretamente em meus olhos. — Vocês dois vão se arrepender. Você vai se arrepender, eu vou acabar com a felicidade de vocês, eu vou destruí-los. — O olhar cego por vingança e a expressão diabólica que ela carrega em seu rosto me fazem tremer e Justin me abraça mais apertado. — Eu vou me vingar... — Essas são suas últimas palavras antes que Eva seja arrastada para fora, e seus gritos não passem de ecos de um mau presságio.  Minhas aulas de hoje terminaram e decido almoçar em casa mesmo, Aletta nunca está nesse horário por lá então devo ter um pouco de sossego. Faz uma semana desde o julgamento de Eva, e eu ainda não consigo tirar da cabeça os seus gritos histéricos jurando vingança. Justin tentou me tranquilizar, disse que ela nada pode fazer detrás das grades, mas acho que só agora estou começando a me sentir mais tranquila. Abro a porta do apartamento e a primeira coisa que vejo é a bolsa da minha insuportável colega de quarto jogada no chão. O que diabos ela faz aqui? Aletta nunca para em casa, um dos motivos de ter sido consideravelmente fácil continuar vivendo no campus. Assim que fecho a porta ela surge do nada atrás de mim, me dando um susto. — Até que enfim você chegou. — Ela diz cruzando os braços na frente do corpo e com um brilho estranho no olhar. — O que você está fazendo aqui? — Pergunto. — Eu moro aqui também, sabia? — Ela diz sarcasticamente. — Você sabe o que eu quis dizer. Você nunca está em casa para o almoço. — Digo passando por ela, deposito minhas chaves no balcão e retiro meu casaco. — Eu sei, mas eu estava querendo muito falar com você. — Alguma coisa com relação ao apartamento? Não me diga que você vai sair daqui! — Digo com animação e uma pontada de esperança. — Não é isso. — Ela revira os olhos e faz um som grotesco com a garganta. — Então fale logo, não tenho o dia todo. — Descanso as mãos na cintura. — Me diga uma coisa, o seu noivo se chama Justin Cord, não é?

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— Sim, por quê? — Ah, eu só queria ter certeza. Sabe, tá rolando um vídeo muito...Revelador dele na internet. — Ela pega seu celular do bolso da calça, clica na tela e vira o aparelho para mim. Gemidos sexuais enchem a sala vindos do pequeno aparelho em suas mãos. Não tenho nem tempo de alertar a mim mesma para virar o rosto, meus olhos parecem ser puxados para a tela onde o vídeo que Eva fez de Justin está passando. Levo a mão até a boca para impedir que um grunhido de dor me escape por entre os lábios. Claramente é Justin, muito mais novo, mas é ele. Meu noivo está de joelhos em uma cama com mais um homem e três mulheres. Ele investe contra uma mulher de quatro enquanto ela faz sexo oral em outra. Os gemidos são altos, frenéticos, obscenos, pura luxúria. — Desligue isso. — Digo apertando os olhos com força e virando a cabeça. — Pela sua reação você ainda não tinha visto, eu presumo. — Os gemidos continuam a chegar até meus ouvidos. Tampo-os com ambas as mãos tentando inutilmente não escuta-los. — Desligue isso, agora. — Grito para ela, mas Aletta não para o vídeo. Um gemido em particular fica mais alto e desesperado. Uma das mulheres deve estar chegando ao orgasmo. “Ah meu Deus!” Corro até meu quarto e fecho a porta com força, mas ela bate no pé de Aletta e volta para trás, batendo na parede com força. — Me deixe em paz. — O vídeo ainda está passando em seu celular e não quero nem imaginar o que eles estão fazendo agora, mas os gemidos são muito sugestivos. — Eu não consigo parar de ver esse vídeo, e aposto que muita gente também. Agora sim eu entendo o porquê você dispensou Vince para ficar com esse cara, ele é demais. Deve ser tão melhor que Vince na cama. Como eu gostaria de passar uma noite com ele... — Cala a boca. — Grito para ela. — Cala essa maldita boca, sua vadia. — Arranco o celular de sua mão e jogo com toda a minha força na parede. Ele se choca contra a parede e depois se desmonta no chão. Aletta me olha chocada e fica furiosa. — Sua idiota, meu celular. — Ela vai ajuntar o aparelho quebrado do chão. — Você vai me comprar um novo. — Eu disse para você parar. — Me defendo. — Você é louca mesmo. Bem feito que esse vídeo tenha vazado, e sabe o pior? Ele está bombando na internet. Já tem mais de 600 mil visualizações, e olha que foi postado somente há 6 horas.

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“Oh não! Cem mil visualizações por hora? Não acredito, isso não pode estar acontecendo. Como?” — Eu já achava que ele era homem demais para você, mas depois de vêlo em ação? Agora tenho certeza. Ele merece uma mulher como eu, ah sim, eu saberia dar um trato nele, pegar gostoso... Antes que eu possa assimilar o que estou prestes a fazer, minha mão levanta e então desce com toda a força no rosto de Aletta, fazendo sua cabeça virar com violência e provocando um estalo alto. Ela imediatamente esconde a marca vermelha da minha mão em seu rosto e me olha horrorizada. Ela não esperava esse tipo de reação de mim, confesso que eu também fiquei surpresa com a minha explosão. — Cretina, você me paga... — Não fico para escutar o resto, saio correndo em direção à saída. Mas Aletta vem atrás de mim, ela está bufando de raiva. Ela agarra meus cabelos e sua mão vai em direção ao meu pescoço, consigo me desvencilhar, mas não sem antes receber um arranhão, que me faz gemer de dor. Pego minha bolsa, quase derrubando o seu conteúdo na pressa de sair daqui. Desço as escadas correndo e me afasto o mais de pressa possível do prédio, olho para trás mas Aletta não me segue. Percebo que estou soluçando e tremendo, mal consigo enxergar de tantas lágrimas que escorrem de meus olhos. Agarro meu celular e ligo para Shanon, tenho que digitar duas vezes porque tremo tanto que aperto o numero errado. — Oi, sis. Como vai? — Ela atende animada. — Shanon... — Minha voz se quebra e ela assume um tom preocupado na hora. — Savannah, você está chorando? O que aconteceu? — Ah Shanon... — Choro e não consigo lhe dizer coisa alguma. — Calma, sis. Respire. Me diga onde você está que eu vou te encontrar. — Por favor, eu preciso de você... — Digo tampando a boca tentando conter os soluços.

Justin Assim que saio da reunião ligo o celular e vejo que tem quinze chamadas perdidas de Shanon e duas mensagens. Estranho. Abro a primeira mensagem e está escrito: Shanon: Justin, onde vc está? Te liguei várias vezes, me ligue assim que puder!! A outra tinha sido enviada sete minutos depois da primeira. Shanon: Justin, me ligue agora!!! É a Savannah!!

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Meu corpo todo gela e sinto um nó no estômago. A segunda mensagem foi enviada a mais de meia hora atrás. “Merda, merda, merda! O que será que aconteceu com Savannah?” Vou apressadamente para minha sala e chamo Shanon. Ela atende no segundo toque. — Alô, Shanon? Sou eu, o que houve? Savannah está bem? É o bebê? — Minhas perguntas saem atropeladas. — Calma, Justin. Ela está bem, por enquanto pelo menos. — O que aconteceu? Quero falar com ela, passe o celular. — Ela está dormindo agora, eu lhe dei um calmante. — Porque diabos você lhe deu um calmante? Ela está grávida, não pode ficar tomando essas coisas. — Sei que Shanon não tem culpa de eu estar nervoso, mas mesmo sem merecer grito com ela. — Porque eu não sabia mais o que fazer, você não atendia o celular...Fiquei perdida aqui. — O que aconteceu, Shanon? — Pergunto andando de um lado para o outro da minha sala. — Não sei ao certo. Savannah me ligou chorando e muito nervosa, fui busca-la e ela estava chorando muito e com um arranhão... — Um arranhão? Como assim um arranhão? Onde? Quem fez? — Calma, Justin. É na lateral do pescoço, não sei quem fez, ela não disse coisa com coisa. Quando eu perguntei o que aconteceu, ela só ficou falando sobre um tal vídeo que foi parar na internet e “como ela conseguiu fazer isso?” — Suas palavras me fazem congelar no lugar, sinto algo estranho, uma tontura e enjoo. — Você sabe do que ela está falando? — Shanon, ela disse se viu o vídeo? — Pergunto com medo na voz. — Ela não disse nada, mas acho que para ficar daquele jeito deve ter visto, não sei...O que está acontecendo, Justin? — Por favor, Shanon, fique com ela. Não a deixe sozinha, ok? E qualquer coisa me ligue, meu celular vai ficar ligado o tempo todo. Quando ela acordar me avise. — Tudo bem, mas o que... — Desligo em sua cara. “Deus, não! Savannah viu o vídeo, ela tinha prometido, caralho! O que eu faço agora, ela me viu fodendo outras mulheres...Ao mesmo tempo.” Cubro a boca com medo que a bile suba. “Foi ela...Foi Eva, aquela vadia desgraçada! Mas como?” Uma raiva descomunal se acende dentro de mim. Meu vídeo está na internet, para todos verem. E o pior, Savannah o viu.

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“É tudo culpa daquela mulher. Maldita, maldita, maldita, mil vezes maldita!” Começo a tremer de ódio e vejo vermelho. Vermelho de vingança, de sangue, quero estrangular Eva com minhas próprias mãos. Ela deu um jeito de colocar o maldito vídeo na internet, mesmo presa. Sinto vontade de gritar, então grito. Sinto vontade de destruir tudo, então destruo. Jogo todo o conteúdo de minha mesa no chão; Papeis, telefone, pastas, meu computador, até mesmo o porta retrato de Savannah. Pego a luminária e jogo contra o vidro da janela. Atiro as almofadas do sofá na parede, atingindo os quadros e os derrubando. Pego todas as decorações da estante e jogo no chão, na parede, em todas as direções. Quebro tudo, e minha raiva não diminui o suficiente. — Maldita. — Grito com todas as minhas forças. Quando não tem mais nada para que eu possa quebrar, me acalmo, respiro fundo e tento recuperar o fôlego. — Por quê? Por que meu Deus? Eu só quero paz, só isso. Só quero ser feliz. — Sinto o desespero tomando conta e começo a chorar. E agora? O que Savannah vai dizer? Ela vai ficar com nojo de mim, eu sei que ela disse que nunca iria me abandonar...Mas e se ela tiver ficado muito chocada? A porta da minha sala abre subitamente e minha secretária entra, parando assustada enquanto olha para todo o estrago que fiz. — Senhor... — Chame Will, e coloque Charlie Spencer no telefone...Agora! — Grito, fazendo-a dar um pulo. — Sim, senhor. — Ela fecha a porta apressadamente com uma cara de medo. Imagino que eu deva estar de dar medo mesmo.

Savannah Volto à consciência preguiçosamente. Sinto uma mão acariciando minha testa e meus cabelos, meus olhos tremem e estão pesados demais para abrirem. — Savannah, acorde. — Uma voz carinhosa me chama. — Acorde, minha linda. Com algum esforço abro os olhos e vejo Justin sentado na beirada da cama, ao meu lado. As caricias que eu senti ao acordar vinham dele. — Justin? — Pergunto meio grogue. — Como você está, amor? — Bem, eu... — Levanto-me e sento-me, tentando clarear minha mente confusa. Aos poucos minhas memórias vão voltando.

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— Justin, o vídeo... — Digo, minha voz saindo esganiçada pelo desespero. — Eu sei, amor, eu sei. — Ela disse que ia se vingar, ela disse...Oh Justin, já foi visto por muita gente, muita gente mesmo. — Sinto meus olhos marejarem. — Eu sei, linda. Charlie já está tomando as providências para tentar rastrear a fonte e tirar o vídeo do ar. — Ah meu Deus, minha cabeça. — Sinto uma dor no lado esquerdo. Escondo o rosto nas mãos procurando alivio para a dor. — Savannah... — Justin me chama com uma voz fraca. — Você viu, não viu? O vídeo. — A tristeza em sua voz esmaga meu coração. Olho para ele, mas não consigo responder, apenas balanço a cabeça. Aquelas imagens se repassando em minha mente, juro que ainda posso ouvir os gemidos. — Não. — Ele desvia o olhar e aperta o nariz, fechando os olhos com força. — Me perdoa, meu amor. — Ele balança a cabeça, inconformado. — Sinto muito, eu não queria ver, mas...Aletta me pegou desprevenida, ela simplesmente me mostrou e eu fui incapaz de desviar o olhar. Mas não assisti até o final. — Pelo menos isso. — Ela parece um pouco – bem pouco – aliviado. Me pergunto o que será que ele faz no final do vídeo? As coisas só devem ter ficado piores. — Aquele pedaço de merda que você chama de colega de quarto é quem te mostrou o vídeo? — Sim, eu fiquei sabendo que estava na internet por ela. — Quem fez isso no seu pescoço? — Ele pergunta apontando para o meu lado direito, levo a mão e me encolho na hora que toco minha pele rasgada e dolorida. — Foi ela, nós discutimos. Eu quebrei seu celular e lhe dei um tapa, ela puxou meus cabelos e me arranhou. Justin levanta da cama e dá um soco na parede. — Ela vai se arrepender. — Ele ameaça, sombrio. — Não, Justin, é melhor... — Você está bem? — Sim. — Tem certeza? — Tenho. — E Ivy? — Dou-lhe um sorriso triste, devido as circunstâncias, ao ouvir o outro nome que ele está testando para nosso bebê. — Tudo bem com nosso bebê. — Acaricio minha barriga.

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— Que bom. Vou pegar algo para cuidar do seu pescoço. Quer algo mais? — Água, por favor. — Claro. — Ele sai e dentro de poucos minutos está de volta. Enquanto ele limpa meu arranhão com algo que arde, tento convence-lo de que estou bem e que não deve se preocupar. — Estou bem, de verdade. Nós duas estamos. — Ela vai pagar, isso não vai ficar assim...Mulher nojenta. — Não. Deixe para lá. — Como? Ela te bateu. — Ele diz indignado. — Mas eu bati primeiro, eu perdi a razão quando levantei minha mão para ela. Vamos esquecer isso. — Não sei se posso. — Ele solta um suspiro frustrado. — Tente...Por mim. — Acaricio seu rosto. — Tudo bem, vou tentar. Mas você não pode continuar mais morando com ela. — Ele diz irritado. — Mas onde eu vou morar, Justin? — Comigo, é claro. Logo vamos nos casar mesmo. — Você está falando sério? — Só de pensar em trocar a companhia diária de Aletta por Justin, faz um sorriso brotar em meus lábios. — Sim, a menos que...A menos que você tenha mudado de ideia, ou esteja repensando sobre nós...Você sabe, por causa do que você viu. — Ele abaixa a cabeça tristemente. — Claro que não, eu te amo, nunca vou mudar de ideia. Se você estiver mesmo falando sério, eu aceito morar com você. — Ah meu amor, isso vai ser perfeito. — Ele me dá um sorriso fraco, mas sincero, e me abraça. — Eles tentam e tentam, mas nunca vão conseguir nos separar. Sua mãe tinha razão, nosso amor é o maior dos amores, Justin. Nada pode destruí-lo. — Sussurro com minha boca a apenas um suspiro de distância da sua. — Deus, eu te amo tanto, você não faz ideia. — Faço sim, porque eu te amo igual. — Ah Savannah... — Me beije, Justin. — Ordeno e ele não demora em obedecer, junta seus lábios aos meus e por esse breve momento, enquanto nossas línguas se acariciam, esqueço de todos os problemas. Imagino que ele e eu estamos na cabana nas montanhas, em Vermont. Que estamos à beira no lago, nos beijando, nos amando. Com apenas o céu e a natureza como testemunhas do nosso amor, que irá durar para sempre.

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A fragilidade da vida Savannah Um mês depois... Sinto um aperto no peito ao observar Justin sentando em sua mesa encarando fixamente um ponto invisível. Como eu gostaria de poder fazer algo para anima-lo um pouco, tirar essa carga de raiva e desânimo de cima dele, mesmo ele tendo todo o direito de se sentir dessa forma, odeio ver o olhar derrotado em seu rosto. Mesmo que Charlie tenha conseguido tirar o vídeo de Justin de circulação rapidamente, o pouco tempo em que ele ficou no ar, foi o suficiente para fazer alguns estragos. Justin perdeu o emprego na Townsend. Eles disseram que não poderiam manter um funcionário, especialmente um que ocupa um alto cargo dentro da empresa, depois de um escândalo desse gênero, eles não queriam a figura de Justin ligada a marca deles. Justin acha que o fato dele ter perdido o contrato com Carlson Thompson, também ajudou seus superiores a tomarem a decisão de o mandarem para o olho da rua. Justin ficou extremamente infeliz, porque além dele amar seu emprego, nós estamos planejando um casamento e vamos ter um bebê. “Pior hora para se perder o emprego” ele disse. Tentei tranquiliza-lo e lhe dizer que não precisamos fazer nada de extraordinário para o casamento, que poderíamos cancelar várias das coisas que planejamos fazer e que são, de fato, descartáveis. Faríamos uma cerimônia simples e familiar. Ele não gostou nada disso, disse que eu não deveria me preocupar porque tinha uma boa quantia guardada e que ele queria que eu tivesse o casamento dos meus sonhos. Ele parecia tão transtornado, que não me incomodei em lhe dizer que as fantasias do casamento dos meus sonhos nunca envolveram um vestido caro, uma comida fina ou uma decoração luxuosa. Minhas expectativas sempre estiveram voltadas ao noivo, o homem que estaria me esperando no final do corredor. Justin atingiu todas as expectativas e com certeza as ultrapassou. Ele é tudo o que eu poderia querer. Aproximo-me dele e quando Justin me vê, ergue o olhar e me dá um sorriso fraco. — Minha linda. — Ele estende a mão para mim e eu me sento em seu colo. Seus braços fortes aquecem meu corpo e eu descanso minha cabeça em seu peito.

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— Como está nossa pequena Winifred? — Urgh...De todos os nomes que você tem usado, esse é o pior. — Ele ri e eu fico feliz ao ouvir esse som, fico mais feliz ainda por ter sido eu quem provocou essa reação nele. — É um belo nome. — É horrível, Justin. Nossa filha sofrerá bulling na escola. — Sofrerá? Então você desistiu e vai assumir que eu estou certo? — Nunca, ainda acho que é um menino. — Digo encarando-o nos olhos e sorrindo com um misto de confiança e zombaria. Ele me abraça e ficamos algum tempo em silêncio, apenas escutando nossas respirações. Apoiada em seu peito, escuto o reconfortante bater do seu coração, que junto com o meu, se ajustaram para baterem em sincronia, como se fossemos um só. — Acho melhor você ir para a cama, precisa descansar. — Só se você for comigo. — Digo. — Acho que vou ficar aqui mais um pouco. — Levanto a cabeça e encaro-o seriamente nos olhos. — Odeio ver você assim, meu amor. Sei que essa situação toda envolvendo o...Bem, eu sei como você deve estar se sentindo, mas não desanime. Tudo vai dar certo no final, você vai ver. — Queria ter o seu otimismo...Eu perdi meu emprego, milhões de pessoas por todo o pais me viram fazendo coisas das quais eu me arrependo, incluindo seus colegas... — Já disse para você não se preocupar com eles, eu não ligo para os comentários maldosos, você também não deveria. — E tem seus pais. — Eles não viram o vídeo. — Mas agora eles sabem da existência dele, o que para mim é suficiente. — Eles foram muito compreensivos. — Eu sei, mas isso não diminui a vergonha que eu sinto. Aposto que eles devem estar tão orgulhosos do homem que vai casar com a filha deles. — Ele diz sarcasticamente. — Hey... — Seguro com ambas as mãos seu rosto. — Não fale assim. Você é um homem honesto, inteligente, de bom coração, carinhoso com sua família e comigo, é claro que você é alguém de quem se deve ter muito orgulho. Eu sei que eu tenho, e nossa filhinha também terá. Vejo seus olhos se enxerem de emoção, ele me trás para mais perto e me aperta firme contra seu corpo. — Eu te amo tanto. Vocês duas são tudo para mim.

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— Não se preocupe, eu sei que logo você vai arrumar outro emprego. Você é brilhante. — Digo encorajando-o. — E se eles não me quiserem por causa do escândalo? — Então são eles que vão sair perdendo. — Ela dá uma risada fraca e depois suspira. — Ah Savannah, não sei o que eu faria sem você, meu amor.

Justin Nunca fui uma pessoa muito paciente, sempre quis ter tudo na hora, por isso essa espera está me matando. Porque eles não ligam logo? Mesmo que seja para me recusar, assim pelo menos eu teria uma resposta. Até agora não recebi nenhuma ligação de nenhuma das três empresas nas quais eu deixei meu currículo. Talvez eu devesse começar a procurar emprego nas empresas menores, o salário não seria tão bom, mas pelo menos eu não estaria desempregado. Tomo mais um gole do meu uísque e tento não deixar meus pensamentos irem pelo caminho sombrio que eles parecem tanto quererem seguir. “Espero que ela sofra muito na prisão”. Fecho os olhos e tento pensar em qualquer coisa, menos na raiva que eu sinto de Eva. Eu prometi para mim mesmo que não iria mais pensar nela, mas é difícil quando o ódio que cresce em meu coração parece se enraizar cada vez mais. Eu quero tanto destruir essa mulher, tanto. Mas Savannah me fez prometer que eu não deixaria o ódio tomar conta, e eu estou tentando profundamente. Assim que ouço o toque do meu celular, atravesso a sala com três longas passadas e o pego, na pressa, esqueço-me de ver o nome no visor. — Alô? — Justin, sou eu. — Sinto uma pontada de decepção ao ouvir a voz de Charlie Spencer do outro lado. — Ah oi, Charlie. — Ainda bem que eu te encontrei, preciso falar com você agora mesmo. — O tom de urgência em sua voz me alerta que algo não está certo. — O que aconteceu, Charlie? — É sobre Eva...Ela fugiu da cadeia essa manhã.

Savannah Meu celular toca pela quinta vez só essa manhã, não preciso olhar o visor para saber quem é.

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— Oi amor. — Digo revirando os olhos. — Oi, onde você está agora? — Justin pergunta com aquele tom protetor e preocupado que assumiu há três dias, quando descobrimos que com a ajuda de seu advogado, Eva havia conseguido fugir da cadeia. — Estou na mesma loja que estava quando você me ligou há uma hora. — Digo passando pela sessão de carrinhos. — E está tudo bem? — Sim, tudo na mais perfeita ordem, não precisa se preocupar. — Não sei não, acho melhor eu ir te encontrar, podemos fazer as compras juntos. — E a sua entrevista, como fica? — Que se dane a entrevista, prefiro ficar ao seu lado e me certificar que você e nossa princesa vão ficar bem. — Justin, sinceramente, acho que você está se preocupando demais, amor. — Como você pode estar tão calma? Aquela maluca está solta por aí, Deus sabe onde e planejando Deus sabe o que. — Eva pode ser maluca, mas ela não é burra. Acha mesmo que ela correria o risco de ficar por aqui e ser presa novamente? — E Shanon, ela não pode ficar com você? — Esfrego a testa e solto um suspiro frustrado. — Você já perguntou isso, lembra? Ela tem as suas próprias coisas para resolver. — E a sua mãe, ela não pode te acompanhar? — Justin, até mamãe achar alguém para traze-la até Dallas e até ela chegar aqui, eu já terminei as minhas compras. — Mas e se... — Não se preocupe, ok? Estou quase terminando por aqui, comprei umas roupinhas lindas. — Digo acariciando minha barriga com a mão livre. Estou com 15 semanas e minha barriga já está bem grandinha e redonda, adoro ficar passando a mão por ela. — Tudo bem, só tome cuidado. E me avise quando estiver voltando. — Tudo bem, não se preocupe comigo. Se concentre em arrasar nessa entrevista, você vai conseguir o emprego, você é o melhor. — Quando ele responde, sinto o sorriso em suas palavras. — Vou fazer o meu melhor, obrigado acreditar em mim, amor. — Eu sempre acreditei em você, Justin, sempre. Tenho muito orgulho de você, amor. Te amo.

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— Eu também te amo, muito. Vou desligar, acho que está chegando minha vez. — Tudo bem, até logo. — Até logo...Ah, diga a nossa pequena Gina que papai mandou um oi. — Ok, eu digo. — Digo com um sorriso bobo se formando em meus lábios. Se Justin já é tão carinhoso agora, imagine depois que esse bebê nascer. Ele será um pai maravilhoso. Desligo o telefone e continuo andando pela enorme loja para crianças. Isso é muito divertido, estou adorando andar por esse lugar e ver as roupinhas, os sapatinhos e os brinquedos e imaginar que logo o meu bebezinho vai estar em meus braços e o apartamento de Justin vai estar cheio de brinquedos jogados pelo chão. Justin disse que queria comprar uma fazenda em Wills Point, uma de preferência ao lado da dos nossos pais, onde nossos filhos teriam muito espaço para correr e muitas árvores para subir, mas agora que ele perdeu o emprego, acho que não será possível. Bem, eles sempre terão a casa dos avós para fazerem isso. Como ainda não sabemos o sexo do bebê, e eu estava conversando com Justin e tentando convence-lo que seria uma boa ideia esperarmos o dia do parto para descobrir, comprei muitas coisas que servem tanto para menina como para menino. Mas admito que a sessão para meninas me chamou a atenção, e apesar de eu achar que é um menino, não pude resistir e comprei um vestidinho pelo qual me apaixonei assim que coloquei os olhos nele. É um vestidinho de verão de manga e com babadinhos na saia, é cheio de bolinhas e tem um laço rosa na frente. Depois de comprar várias roupinhas e alguns sapatinhos, vou até o caixa pagar por minhas compras. É nessa hora que meu celular toca de novo. — Oi, amor, estou pagando pelas compras agora mesmo e devo estar em casa em no máximo quinze minutos. — Ótimo, vá para casa direto e me espera lá, ok? — Ok, aconteceu alguma coisa? — Pergunto estranhando sua voz. — Não, não foi nada, é só que...Não sei, estou com uma sensação ruim no peito, um mau pressentimento. Me prometa que você vai pegar o carro e vai direto para casa. — Eu prometo, mas eu não estou de carro. — O que, porque não? — Ele parece irritado. — A médica me aconselhou a fazer um pouco de caminhada, lembra? Não tinha intenção de vir até tão longe, mas aí eu vi essa loja e tinha umas coisinhas tão lindas na vitrine que eu...

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— Tudo bem, termine aí e vá direto para casa. Nos encontramos lá...Ah merda, tenho que ir, acabaram de me chamar. Te amo, se cuide. — Também te amo, boa sor... — Ele desliga. Encaro a tela do celular com a testa franzida. Justin tem estado meio sobrecarregado nesse últimos dias, por causa da fuga de Eva e da pressão imposta por ele mesmo de conseguir um trabalho tão bom quanto o seu anterior. Entrego o dinheiro a moça e com um sorriso faceiro pego as sacolas e saio da loja. Ando pelas causadas lotadas de Dallas com o sorriso da mulher mais feliz do mundo. Daqui cinco meses e uma semana eu vou estar sofrendo provavelmente a pior dor da minha vida, mas tenho certeza que vai valer a pena quando eu estiver segurando meu filho ou filha nos braços, com meu marido ao meu lado. Não vejo a hora desse mês passar e o dia do meu casamento finalmente chegar. Paro na beira da calçada enquanto espero o sinal para pedestres mudar de vermelho para verde. Assim que o homem verde aparece para mim do outro lado da rua, piso na faixa de pedestres. Escuto um barulho alto e olho para o lado, um carro preto vem em alta velocidade. Não me preocupo já que o sinal está fechado para ele e continuo atravessando a rua. Quando o barulho do motor não diminui, muito pelo contrário, parece aumentar, olho para o lado de novo. O carro preto está muito rápido, com pavor percebo que não vai dar tempo dele parar, ele vai me acertar. Tento correr, mas não há tempo para que eu desvie. O carro vem com toda a sua velocidade e força destrutiva e me acerta. Sinto uma dor insuportável da cintura para baixo quando a frente do carro acerta minhas pernas. O impacto faz com que eu passe rolando pelo para-brisa e voe por cima do carro, as sacolas se soltam de minhas mãos e solto um grito, ou pelo menos acho que tentei gritar enquanto estava voando no ar e logo em seguida caindo em direção ao asfalto duro. Caio de costas com força, minha cabeça bate no chão e uma dor aguda se junta aquela que sinto em minhas pernas, sinto algo molhado escorrendo de minha cabeça, sinto gosto de sangue na boca. “O que acabou de acontecer? Eu fui...Eu fui atropelada?” Minha visão fica turva e a luz vai diminuindo, não consigo pensar, minha cabeça dói muito. “Onde eu estou? O que aconteceu?” Não consigo me concentrar em nada, meu corpo todo dói como se eu tivesse caído dentro de uma colheitadeira. Não consigo respirar, dói demais.

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Escuto alguns gritos, mas estão abafados, muito longe. “Será que estou sonhando?” A luz vai diminuindo cada vez mais, e a última coisa que eu vejo antes dela sumir por completo e eu mergulhar na escuridão, é um vestidinho com laço rosa caindo em câmera lenta no chão.

Justin A porta do elevador se abre, e eu com um sorriso no rosto e um buquê de flores nas mãos, entro no apartamento ansioso para contar a novidade para Savannah. Eu consegui o emprego. Ela vai ficar tão feliz e orgulhosa de mim. — Amor? Cheguei. — Grito e minha voz ecoa pelo apartamento vazio. Estranho. Fecho a porta atrás de mim olhando o apartamento com um vinco na testa. As luzes estão apagadas e tudo parece estar exatamente como eu deixei antes de sair. — Savannah, baby... — Acendo as luzes. — Amor? — Nada. Apenas o silêncio. Vou até nosso quarto, mas está vazio. Banheiro, também vazio. Cozinha, idem. Deposito o buquê em cima da mesa da sala de jantar e afrouxo a gravata. Que estranho, já era para Savannah estar em casa, onde será que ela se meteu? Pego meu celular para ligar para ela e solto uma maldição quando percebo que me esqueci de ligar o aparelho depois que sai da entrevista. Assim que a tela volta à vida, sou bombardeado com dezenas de notificações de ligações e mensagens perdidas. Antes que eu possa verificar cada uma, o aparelho começa a tocar. JAX chamando... — Oi, Jax. — Atendo. — Justin? Graças a Deus, estou igual a um louco atrás de você. — Acabei de chegar em casa, aconteceu alguma coisa? — Pergunto preocupado com o tom de desespero em sua voz. — Ah Justin, eu nem sei como te contar o que aconteceu. É a Savannah, irmão. Meu sangue gela na hora e tenho que me apoiar na mesa. — O que aconteceu com ela? Ela está bem? E a minha filha? Fale de uma vez, Jax. — Digo angustiado. — Justin, a Savannah está no hospital, ela foi...Ela foi atropelada. — Suas palavras não passam de sussurros, mas é como se ele tivesse as gritado para mim.

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Seguro a mesa com força e sinto como se tivesse acabado de levar um soco no estômago, não consigo respirar. — Justin? Justin, ainda está aí? — Estou aqui, Jax. Pelo amor de Deus, me fale como ela está. — Digo sem fôlego, ainda lutando para conseguir respirar. — Não sabemos, ninguém nos disse nada. Ligaram para nós há meia hora dizendo que ela tinha dado entrada no hospital, viemos correndo para cá, mas até agora não nós deram mais nenhuma informação. Marie e Hank estão desesperados. — Como assim não deram informações? — Solto alguns palavrões e corro para a porta. — Estou indo para aí agora, tente descobrir como ela está, por favor. Preciso saber se ela e a minha filha estão bem. — Chamo o elevador e limpo as lágrimas que escorrem de meus olhos. — Tudo bem, vou tentar descobrir algo, venha o mais rápido possível, tem um detetive aqui querendo falar com você. — Um detetive? — Que porra um detetive quer falar comigo agora? — É, o motorista que acertou Savannah... — Escutar essas palavras faz com que eu me curve com a dor em meu coração. — Fugiu sem prestar socorro, as pessoas do local chamaram a ambulância e a policia. — Filho da puta, ele atropelou uma mulher grávida e simplesmente a deixou jogada na rua? É bom que descubram logo quem é, para que eu possa mata-lo. Dou um soco na parede do elevador com toda a minha força, uma raiva misturada com desespero toma conta de todo o meu corpo. Estou com medo, mas estou com tanta raiva de quem quer que seja esse motorista, que juro que poderia mata-lo com minhas próprias mãos. — Justin, por favor, se acalme. Saio pelo lobby e corro até meu carro, a adrenalina correndo junto com o sangue por minhas veias. — Estou indo, me dê dez minutos. — Não dirija igual a um lou... — Ele começa a dizer, mas encerro a chamada. Ligo o carro e saio dirigindo igual a um louco, como Jax mesmo falou. O desespero vai se infiltrando cada vez mais, e começo a imaginar diversos cenários, um mais horrível que o outro. E se ela perder o bebê? E se ela morrer? “NÃO! Deus, não, por favor, não leve nenhuma das duas, eu imploro!” Sinto uma dor insuportável no peito e tenho que levar a mão até o coração. Só de imaginar seu corpo sem vida...Piso mais fundo no acelerador, tenho que chegar até elas.

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Constantemente esfrego meus olhos para dispersar as lágrimas e conseguir enxergar a estrada a minha frente. Esse maldito hospital nunca pareceu tão longe. Exatamente sete minutos depois, paro o carro no estacionamento do hospital. Pulo para fora batendo a porta e corro para a porta de vidro automática que não para de se abrir para que o fluxo de pessoas entre e saia. Vejo Jax me esperando do lado de fora. — Jax. — Chamo-o e corro até meu irmão. — Justin. — Ele abre os braços e me puxa de encontro a si. — Descobriu algo, como ela está? — Agarro seus ombros e olho angustiado no fundo dos seus olhos. O que eu vejo lá não é bom, não é nada bom. Antes mesmo dele abrir a boca eu já sei que não será uma boa notícia, então começo a chorar em seu ombro. — Sinto muito, Justin, mas...O estado dela é grave. Não falaram nada mais que isso e que ela está...No centro cirúrgico. — Cirurgia? Porque ela precisa de cirurgia? O que está acontecendo, Jax? — Me agarro a ele como se meu irmão fosse aquele que está me impedindo de afundar e me perder na imensidão escura de um oceano tempestuoso. — Eu não sei, eu não sei. — E a minha filha? — Ele parece não ter coragem de me dizer que não sabe se ela está bem ou não, então apenas balança a cabeça. — Oh Deus, por quê? Por quê? — Sei que é difícil, mas tente se acalmar. Vamos subir e nos encontrar com os outros, quem sabe conseguimos mais alguma notícia. — Ele me escorra para dentro do hospital, eu apenas sigo-o, estou com muita dor agora para saber em qual direção estou indo. Ela tem que ficar bem. Elas tem que ficarem bem. Isso deve ser um pesadelo. É, isso é um pesadelo, só pode ser. Aquele Deus tão bondoso sobre o qual mamãe me falava quando criança, não pode ter me dado Savannah apenas para depois tira-la de mim. Ele não me daria a felicidade de ter criado um outro ser humano com a mulher da minha vida, apenas para me tirar os dois assim. Seria me pedir para aguentar uma dor impossível. Eu simplesmente não posso, não consigo seguir em frente sem elas. As primeiras pessoas que eu vejo na sala de espera, são Seth e Jane, eles estão abraçados em pé em um canto e Seth está com uma cara, que se possível, deve estar pior do que a minha. Marie está sentada com os ombros caídos, derrotados, e o rosto vermelho e os olhos inchados de tanto chorar. Hank está ao seu lado consolando-a, mas sua situação não está muito melhor que a da esposa.

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Shanon está com Miguel ao seu lado, ela parece perdida, como que sem sua gêmea ao lado, ela não soubesse o que fazer a seguir. Kim está com ela. Um homem baixo e gordo em um canto observa qualquer movimento com olhos de águia. Deve ser o tal detetive que Jax mencionou. Mamãe e papai também estão aqui, e apesar de desde garotinho minha mãe ter sido minha fortaleza, aquela a quem eu sempre corria quando precisava de colo, dessa vez eu corro para os braços de meu pai. — Pai. — Chamo, ele levanta o olhar e assim que me vê, abre os braços. Abraço-o forte e começo a chorar novamente. — Ela vai ficar bem, meu filho. — Como você sabe? Você falou com o médico? — Pergunto com esperança que nesse tempo com Jax lá embaixo, eles tenham ficado sabendo de algo. — Não, sem notícias ainda, mas temos que pensar positivo, ter fé. — Ah pai, eu não sei o que eu vou fazer se algo acontecer a elas. — Soluço em seu ombro. — Shhh, não diga nada. Ela vai ficar bem, ela e o bebê, você vai ver. — Ele passa a mão em meus cabelos, igual quando eu era criança, e isso de alguma forma me reconforta um pouco. Seus braços me soltam e são substituídos pelos de mamãe. — Ah mãe. — Agarro-a e puxo-a para mim. — Calma, meu menino, calma. — Escuto o choro em suas palavras. — Ela está em cirurgia, mãe. — Eu sei, filho. — Isso não é bom, quer dizer que ela não esta bem. Quer dizer que eu posso perde-la. — Enterro meu rosto em seu pescoço. — Você não vai, Savannah é forte e vai passar por essa, você vai ver. Escuto alguém limpar a garganta atrás de nós e me viro, o mesmo homem baixo e gordo está me olhando sem graça, mas ainda sim com um olhar duro e profissional. — Desculpe-me, sei que esse é um momento delicado, mas preciso lhe fazer algumas perguntas. — Deixe-o em paz, não vê que ele está sofrendo? — O instinto protetor de mamãe está em alerta total e ela grita com o detetive. — Desculpe-me Sra. Cord, mas eu preciso falar com seu filho, quanto mais rápido eu puder falar com ele, mas chances temos de conseguir prender o responsável por fazer isso com a Srta. Careton. — Tudo bem, mãe, eu falo com ele. — Digo para ela enquanto enxugo o rosto e tento me acalmar.

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— Eu sou o Detetive Gordon Race. — Ele diz estendendo a mão depois que chegamos a um canto longe o suficiente para que ninguém escute nossa conversa. — Justin Cord. — Sr. Cord, quando foi a última vez que você falou com sua noiva? — Ele pergunta levando a mão até o casaco e pegando algo, espero ver um bloquinho e uma caneta, mas ele tem um pequeno gravador na mão. — Algum problema se eu gravar nossa conversa? — Ele pergunta com uma sobrancelha levantada quando vê que eu observo o pequeno aparelho em sua mão. — Não. — Então, quando foi? — Hoje, eu liguei para ela um pouco antes de ir fazer uma entrevista de emprego. Ela disse que estava terminando de fazer compras e que iria para casa logo em seguida. — Entendi. Olha, Sr. Cord, eu vou ser honesto com você. A policia não está tratando desse caso apenas como um caso de atropelamento e negligência, temos motivos que nos levam a crer que a sua noiva sofreu uma tentativa de homicídio. — Homicídio? Porque vocês acham isso? — Várias testemunhas do atropelamento, relataram que o carro veio deliberadamente para cima dela, sem tentar frear ou desviar. Levo a mão a boca e me apoio na parede atrás de mim. — O Senhor sabe de alguma desavença ou alguém que poderia querer fazer mal a Srta. Careton? Fecho os olhos e sou transportado novamente para aquele dia no julgamento. “Ela jurou se vingar...Foi ela, só pode ter sido Eva. Vou mata-la”. — Eu sei quem foi, foi ela. — Ela quem, Sr.? — Eva McKenna Thompson. — Digo seu nome com nojo e raiva. — A ex-esposa do milionário Carlson Thompson? — Sim, ela. — Desculpe-me, mas como ela se encaixa nessa história? — Ela vazou um vídeo comprometedor meu como vingança. Eu a processei e ajudei a descobrir que ela estava desviando dinheiro, então ela foi presa e jurou que iria se vingar de mim. Ela sabe que não há melhor maneira de me atingir que indo atrás da pessoa que eu mais amo. — Entendo, mas ela não está presa? Como ela poderia...

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— Ela fugiu, alguns dias atrás com a ajuda do seu advogado. — Vejo o detetive Race ficar levemente pálido. — Vou tomar as devidas providências agora mesmo, se foi ela quem tentou matar sua noiva, vamos pega-la. Com licença. — Ele guarda o gravador no bolso e some de vista com passos apressados. Não acredito que Eva foi capaz de fazer algo assim, mas se não foi ela, quem mais poderia ter sido? Com certeza foi ela quem mandou que atropelassem Savannah, talvez ela mesma tenha dirigido o carro. Espero que o detetive Race a ache logo, eu vou estrangula-la com minhas próprias mãos. — Justin. — Mamãe me chama, uma enfermeira está parada no meio deles dizendo algo, vou até ela correndo. — A Srta. Careton está no centro cirúrgico e infelizmente não há muito que eu possa dizer agora. — Nos diga qualquer coisa, por favor. — Seth implora com lágrimas no rosto. — Bem... — A enfermeira nos lança um olhar de pena e parece se decidir se nos conta algo ou não. — Seu estado é grave. Ela perdeu muito sangue, bateu a cabeça com muita força o que acabou causando uma lesão, quebrou duas costelas e uma delas acabou perfurando o pulmão... — Sinto os braços de Jax me envolverem, me apoio nele para não cair no chão. Sinto-me doente e pronto para desmaiar. — Quebrou uma perna e possivelmente...Fraturou uma vértebra. Sinto muito, estamos fazendo o melhor que podemos. — Oh Deus, não. — Marie chora e abraça Hank. Seth chora nos braços de Jane, Miguel consola Shanon e eu sinto todo o meu mundo desmoronando. “Aquela maldita acabou com Savannah. Ela a machucou de um jeito, mas eu vou machuca-la muito mais. Eva vai me pagar”. — Sinto muito, assim que tiver mais notícias, eu lhes informo. — Ela diz e se vira. — Espere... — Peço tão baixo que ela não me escuta. — Espere, e a minha filha? — Pergunto ainda apoiado em Jax, como se eu fosse um moribundo. Ela se vira e me dá um olhar triste. — Sinto muito, mas não posso dizer mais nada, em breve o doutor deve vir falar com vocês. Em breve...Gostaria de achar essa enfermeira e lhe perguntar qual a sua noção de em breve, pois parece que já se passou uma eternidade e ninguém se dignou a vir falar conosco.

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Não consigo ficar parado, ando de um lado para o outro, sempre me recompondo apenas para em seguida me sentir quebrando novamente. A sala de espera mergulha em um silêncio perturbador e sombrio, de repente se ouve um choramingo dolorido, é Shanon ou Marie, mas sempre tem alguém perto o suficiente para consola-las imediatamente, então elas se acalmam e o silêncio volta a reinar. Às vezes escuto alguns gemidos angustiados e me viro para ver qual pobre alma atormentada que o soltou, então percebo que fui eu. O detetive Gordon Race não apareceu, espero que ele esteja atrás de Eva nesse exato momento, uma enfermeira passa e eu a agarro e exijo saber sobre Savannah, ela me olha como se eu fosse louco e apenas me responde que ela ainda está em cirurgia. Com horror descubro que se passou apenas uma hora. Deus, parece que faz semanas que estou aqui esperando por notícias. — Como ela está? — Uma voz recém-chegada chama a atenção de todos, me viro e vejo aqueles cabelos ruivos malditos. Por um momento acho que estou enganado, mas não, ele está aqui, ele realmente teve coragem de vir até aqui. Como ele ficou sabendo o que aconteceu? — O que você está fazendo aqui? Vá embora. — Grito para que Vince vá. — Eu vim por que eu preciso saber como ela está. — Seus olhos vermelhos indicam que ele estava chorando. Foda-se, eu não tenho pena. — Você não tem nada que saber dela, vá embora agora. — Dou passos longos e ansiosos para chegar logo até ele e descontar toda a minha frustração em sua cara, mas braços fortes me seguram, viro o rosto e vejo Seth. — Hora e lugar errados. — Ele diz. — Eu só quero saber como ela está, por favor. —Sua voz falha e uma lágrima escorre por seu rosto. — Ela está muito mal, ela está em cirurgia e esses médicos malditos não me dizem se eu vou perde-la ou não. — Grito com raiva para ele, grito tão alto que tenho certeza que os pacientes e médicos nos outros andares também escutaram. — Agora você já sabe, vá embora. — Como se para me provocar, ele caminha e se senta em um lugar vago. — Filho da... — Jax dá um puxão em meu braço. — Ele só está preocupado com ela, como todos nós. Apenas ignore-o. Estou prestes a agarrar Vince pela camisa e joga-lo para fora daqui, quando um homem vestido com uma roupa de cirurgião aparece, ele está sem luvas e sem a máscara e sua cara é indecifrável.

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— Familiares da Savannah Careton? — Como resposta todos nos aproximamos e o cercamos, olhando com expectativa. — Nós fizemos tudo o que pudemos, mas a situação dela é muito complicada. Estamos tentando de tudo para salvar ela e o bebê...A paciente teve uma parada respiratória na mesa de cirurgia, eu não sei se conseguiremos salvar mãe e filho, nem mesmo se conseguiremos salvar a mãe. Sinto muito. Eu caio. A dor da queda é amortecida pelo meu próprio estado de torpor. Minha visão fica nublada, os sons ao meu redor vão diminuindo, ficando abafados. — Justin? Justin? — Escuto alguém chamando meu nome, não faço a mínima ideia de quem seja. Vejo um vulto se ajoelhando na minha frente, mas não consigo distinguir quem é. — Justin? Você está me escutando? — A voz que chega aos meus ouvidos é lenta, distorcida. — Acho que ele está em choque. — Uma voz feminina diz, acho que foi mamãe. Vejo tudo ao meu redor em câmera lenta e como se fosse um borrão, a única coisa que está clara em minha mente são as palavras do médico. “A paciente teve uma parada respiratória na mesa de cirurgia, eu não sei se conseguiremos salvar mãe e filho, nem mesmo se conseguiremos salvar a mãe”. Se conseguiremos salvar mãe e filho...Mãe e filho...Mãe e filho... “Eu vou perde-las, eu vou perder as duas pessoas mais importantes da minha vida. Elas vão morrer e eu não posso fazer nada para impedir”. Sinto algo estranho, uma escuridão tomando conta do que sobrou do meu coração. Sinto que minha vida está lentamente escapando de mim, como a areia que escorre por entre os dedos, como a poeira que é tão facilmente carregada pelo vento, como o tempo que nos escapa sem que possamos fazer nada. Sinto toda a minha força e vontade de viver fluindo para longe de mim, sinto como se nunca mais fosse ser feliz de novo. Então eu desmaio, mas eu preferia que estivesse morrendo, porque eu me recuso a viver em um mundo sem Savannah e a nossa bebezinha.  Sinto minha cabeça girando e a boca seca, abro os olhos lentamente. Estou em um quarto que eu nunca vi antes, iluminado apenas pela luz do abajur ao lado da cama. Escuto um bipe e vejo uns aparelhos estranhos ao meu lado. Esfrego os olhos e reparo que tem alguém deitado no pequeno sofá do outro lado do quarto.

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Mamãe. Sento-me e à medida que a tontura vai passando, a dor excruciante da realidade destroça meu coração. — Savannah... — Choramingo seu nome. Deus, eu desmaiei. Por quanto tempo fiquei desacordado? A cirurgia já acabou? Será que eu estou respirando enquanto Savannah está em algum lugar dura, fria e sem vida? Ou os médicos conseguiram salvala? — Savannah...Savannah... — Chamo seu nome como se fosse uma oração. Mamãe desperta ao ouvir meus lamentos. Pulo para fora da cama. Onde estão minhas roupas? O que é isso em meu braço? Tiro a agulha que estava transportando algo diretamente para minha corrente sanguínea e vou procurar minhas coisas. — Filho? — Mamãe pergunta com a voz sonolenta. — Onde estão minhas roupas, mãe? Preciso sair daqui, preciso vê-la, mesmo que ela esteja...Morta. — Começo a chorar e passo a mão freneticamente pelo pescoço, tentando me livrar dessa coisa invisível que me sufoca. — Calma, filho, por favor, sente-se. — Não, não posso. Quanto tempo eu fiquei aqui? A cirurgia já acabou? — Já, filho, a cirurgia acabou. — Eles salvaram Savannah? — Pergunto me aproximando dela. — Sim, ela precisa de muito descanso, mas eles conseguiram salva-la. — E a minha filhinha, mãe? Eles salvaram ela? — Pergunto em um sussurro. Mamãe coloca as mãos em meu rosto e vejo lágrimas em seus olhos, mas então ela sorri. — Sim, eles conseguiram, meu filho. Eles salvaram as duas. Não consigo acreditar em suas palavras, não pode ser, Deus, muito obrigado. Abraço-a forte e ambos choramos, mas dessa vez de alivio. Mal posso acreditar, ela não morreu, eles conseguiram, eles salvaram as duas. Bendito sejam esses médicos, eles as salvaram. Mesmo com essa boa notícia, meu coração ainda encontra-se nas sombras, a dor e angustia da possibilidade de perder as duas foi real demais para ir embora tão rapidamente. — Eles conseguiram, mãe? Mesmo? Savannah está bem, e o bebê?

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— Sim, meu filho. Ela está em observação e ainda não pode receber visitas, mas ela conseguiu, eu disse que Savannah era forte. Eu disse, meu menino. — Ah, mamãe...Eu não sei o que eu faria se ela tivesse morrido. Mamãe me arrasta para o sofá onde ela estava dormindo e faz com que eu me deite com a cabeça em seu colo. — Pronto, meu menino, pronto, pode chorar. Coloque tudo para fora. — Ela diz acariciando meus cabelos. — Fiquei com tanto medo... — Digo soluçando em seu colo. Depois de ficar sem lágrimas, levanto-me e tiro a roupa de hospital que alguém colocou em mim e visto as minhas próprias. — Eu preciso vê-la, mãe. Só assim eu vou conseguir acreditar que ela está bem mesmo. — Ela não pode receber visitas, meu filho. — Não me importa, eles tem que me deixar entrar. — Eles não deixaram nem Marie e Hank. — Mas eu sou o noivo dela. — E eles os pais. Acalme-se, tome um café e coma algo, você ficou apagado por umas seis horas. — Seis horas? — Pergunto surpreso. — Sim, eles te deram um calmante. Parece que quando estavam te trazendo para cá, desmaiado, você acordou e começou a gritar. Eles acharam melhor te dopar. — E o detetive Race, alguma novidade da parte dele? — Filho, porque não conversamos sobre isso depois? Vamos nos concentrar no fato de que Savannah e o bebê estão vivos e vão ficar bem, ok? — Ok, mas eu vou vê-la. — Abro a porta do quarto e mamãe vem apressada me seguindo pelo corredor. Vejo um médico parado ao lado de uma porta analisando uns papeis em uma prancheta. — Oi, eu preciso ver minha noiva, ela acabou de sair da cirurgia. — Quem é a sua noiva? — O médico levanta os olhos dos seus papeis e me pergunta. — Savannah Careton. — A moça grávida que foi atropelada? — Faço que sim com a cabeça. — Sinto muito, mas ninguém pode vê-la por enquanto. — Mas eu preciso vê-la.

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— Ela nem está consciente, assim que ela estiver liberada para receber visitas, a família será informada. — Mas... — Mamãe segura meu braço e me puxa. — Você ouviu o médico, filho. Vamos esperar até que ela possa receber visitas. Venha, vamos nos encontrar com os outros antes que alguém perceba que você não está mais no quarto. Muito cansadamente arrasto meus pés e voltamos para a sala de espera. Todos estão com as expressões melhores, mais confiantes, porém ainda preocupadas. Dou um abraço forte em papai, Hank e Marie. Ninguém foi embora durante o tempo que eu fiquei apagado, com exceção de Vince. Graças a Deus alguém foi sensato o suficiente e o fez ir embora, não teria forças ou paciência para aguentar sua presença. Sento-me no sofá de dois lugares e faço algo que eu odeio, mas que é a única opção. Eu espero. E espero, e espero e espero. Horas se passam, mamãe me traz comida e café, mas não consigo comer nada, simplesmente não consigo fazer nada até que eu veja com meus próprios olhos que Savannah está bem. Mais uma eternidade se passa, sinto meus olhos pesados, meu corpo esgotado assim como minha mente. Miguel levou Shanon para casa para tomar um banho e descansar um pouco, papai achou melhor levar mamãe também. Ela queria que eu fosse junto, mas o único jeito de eu sair daqui, é quando Savannah receber alta. Caso contrário, eu não vou arredar o pé desse lugar. Apoio os cotovelos nos joelhos e descanso a cabeça em minhas mãos, fecho os olhos e tento não começar a chorar novamente de frustração. Sinto a presença de alguém na minha frente. Abro os olhos e levanto a cabeça, vejo Seth segurando dois copos de plástico da Starbucks. — É para você. — Ele diz me estendendo um dos copos. Olho em seus olhos e não vejo mais nenhum vestígio do ódio que eu vi na última vez que nos falamos. — Obrigado. — Pego o copo fumegante e sinto o cheirinho de café, dou um gole e queimo a língua. — Posso me sentar? — Ele aponta para o lugar vago ao meu lado. — Tanto faz. — Digo dando de ombros. Ele se senta e toma seu café em silêncio. Quando eu finalmente começo a achar que ele não vai dizer nada, ele começa: — Sei que eu fui o pior melhor amigo do mundo, assim como o pior irmão. Apesar de achar que estou pedindo muito, espero que um dia você e Savannah possam me perdoar.

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Viro-me para ele e vejo arrependimento em seu olhar, e dor. — Acho que é meio tarde para isso. — Digo. — Eu sei que eu fui um completo idiota... — Dou uma risada sarcástica. — Completo idiota é muito, muito pouco. Você me espancou, ameaçou, tentou me afastar da sua irmã, contou para ela coisas nojentas sobre mim, falou mal da minha filha e disse que eu e Savannah estávamos mortos para você. — Ao escutar minhas palavras, um tremor percorre seu corpo e ele abaixa a cabeça, envergonhado. — Eu não quis dizer aquilo, eu nunca quis que você ou Savannah estivessem...Deus, eu sei que aquilo foi horrível. Você imagina como eu me senti culpado quando aquilo que eu disse quase se tornou verdade hoje? Eu não sei o que faria se perdesse minha irmã. — O que você quer Seth? — Minha voz sai mais ríspida do que eu pretendia. — Eu quero meu melhor amigo de volta, eu quero minha irmãzinha de volta, eu quero ter a oportunidade de brincar e mimar o meu sobrinho ou sobrinha. — Sobrinha, é uma menininha. — É? Uma menina? — Vejo seus olhos cheios d’água e ele me dá um sorriso tímido. — Sim, e ela vai ser linda como a mãe. — Tenho certeza que sim. Eu quero tanto fazer parte da vida de vocês, agora eu vejo como agi de uma forma horrível. Por favor, me perdoe por não enxergar que você realmente amava minha irmã. Eu me senti tão traído e com tanta raiva e com ciúmes. Eu não sei o que deu em mim, eu me arrependo profundamente de tudo o que eu fiz e disse, Justin. — Eu não sei se consigo te perdoar, Seth. — Eu entendo, mas será que você pode tentar? — Eu não sei. Eu não estou com cabeça agora para pensar sobre isso, estou preocupado com Savannah e estou louco de vontade de vê-la e abraça-la, estou focado nela e na minha filha, e em fazer a pessoa que fez isso com elas pagar. Não tenho tempo para você agora. — Tudo bem, eu entendo. — Ele diz tentando disfarçar a magoa. — Eu não mereço mesmo o seu perdão, mas eu vou torcer para consegui-lo. Quando você estiver pronto, se você estiver pronto, sabe onde me encontrar. Ele se levanta e vai se sentar com Jane no outro lado da sala. Dou mais um gole em meu café e continuo esperando e esperando e esperando.  — Eu já conversei com Savannah, ela estava confusa e não se lembrava muito bem do que tinha acontecido. Ela perguntou pelo bebê e logo

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depois por você. Mas Justin, tem algo que você precisa saber antes de entrar lá dentro. — O que? — Savannah não está sentindo as pernas. — O que? Ah meu Deus. — Porque ninguém nos disse isso antes? Marie e Hank vão ficar arrasados. — Mas acalme-se, não temos motivos para achar que a lesão será permanente. Será preciso acompanhamento constante e muita fisioterapia, mas as chance dela estar cem por cento em poucos meses é muito grande. — Como ela reagiu quando percebeu que não estava sentindo as pernas? — Incrivelmente, ela reagiu bem. Muitos pacientes se desesperam e é necessário seda-los, mas Savannah compreendeu tudo o que dissemos para ela e ela sabe que se se esforçar, poderá voltar a andar normalmente. — Posso vê-la agora doutor? — Não consigo esconder a ansiosidade em minha voz. — Pode sim. — Ele me dá um sorriso e faz sinal para que eu entre. Abro a porta lentamente, não sei porque mas estou com medo, meu coração está quase saltando para fora do peito. Entro no quarto com receio, assim que a vejo deitada na cama, imóvel, eu congelo no lugar. — Justin? — Sua voz fraca, não mais que um fiapo, me chama e todo o controle que eu estava tentando manter vai embora pela janela. As lágrimas vêm com força como um tsunami e eu corro até ela. — Meu amor, meu amor. — Paro ao seu lado e me dói profundamente o coração ao vê-la cheia de hematomas e toda imobilizada devido a violência da batida que a machucou tanto. — Justin, não chore. — Seguro sua mão e beijo cada um dos seus dedos. — Eu achei que iria te perder. — Escondo o rosto com vergonha por estar chorando igual uma criancinha. — Mas eu prometi não te deixar nunca, lembra? — Ela me dá um sorriso fraco, demostrando o quanto está cansada. — Lembro, meu amor, eu lembro. — Digo e então beijo seus lábios. — Posso te abraçar? — Pergunto quando me afasto. — Com cuidado. — Ela responde. Hesitantemente envolvo meus braços nela, tenho vontade de esmaga-la contra mim, mas tenho que me contentar apenas com um abraço sem graça e superficial. Minha mão escorrega até sua barriga e eu a acaricio.

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— Como está nossa pequena Jessica? — Jessica? Eu gostei desse nome. — É o primeiro da minha lista que você gosta. — Digo sorrindo. — É o primeiro que é bonito. — Ela diz e eu rio. — Eu senti tanto medo, achei que iria perder vocês duas. Eu nunca quero sentir isso de novo, nunca. É o pior sentimento do mundo, o desespero e o medo que eu senti hoje vão me assombrar para o resto da vida. — Eu estou aqui, eu estou bem, quebrada mas bem. E não vou a lugar algum. — Eu te amo tanto, Savannah. — Eu também te...Oh. — O que foi? — Pergunto preocupado quando ela leva a mão até a barriga e faz uma cara estranha. — Acho que ela se mexeu. — Savannah diz com um sorriso enorme no rosto. — O que? Deixa eu sentir. — Tiro sua mão e substituo com a minha. Savannah ri da minha reação. — Ainda é cedo para isso, mas eu juro que senti algo. — Não estou sentindo nada. — Reclamo. — Acho que você não vai conseguir sentir, só eu. — Mas eu quero senti-la. — Calma, logo ela vai estar chutando como um bom jogador de futebol, você vai ver. — Eu amo tanto ela. Minha pequena Jessy. — Acaricio sua barriga e lhe dou um beijo. — Eu estou tão cansada, acho que vou dormir. — Savannah diz com os olhinhos já se fechando. — Você dormiu por horas, fique acordada e fale comigo. — Peço egoistamente. — Não consigo, amor. Fique aqui comigo, segure minha mão enquanto eu durmo. Seguro sua mão e beijo seu rosto. — Eu não vou a lugar nenhum, quando você acordar eu vou estar aqui. Prometo. Vejo Savannah adormecer, puxo uma cadeira e me sento ao seu lado, segurando sua mão e acariciando sua barriga.

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E pensar que eu poderia ter perdido isso. Mas Deus ouviu minhas preces, ele n達o as levou de mim, eu nunca vou esquecer o que Ele fez, o presente que ele me deu. Eu vou ser eternamente grato por esse milagre em minha vida.

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Epílogo Savannah Alguns meses depois... — Não filha, você se senta ali, ao lado de Justin. — Mamãe me repreende quando faço menção em me sentar em algum lugar aleatório. Reviro os olhos e com um sorriso divertido vou me sentar no lugar escolhido por ela. — Pessoal, venham logo, a ceia está na mesa. — Mamãe grita para os que ainda não vieram se sentar na enorme mesa posicionada no meio do jardim, nos fundos da casa. Sei que pode parecer meio estranho uma ceia de Natal ao ar livre, mas contrariando o clima típico para essa época do ano, o Texas está sofrendo com uma onda de calor mais intensa que o normal, tornando a comemoração impossível em um lugar fechado. Mas penso que deveríamos começar fazer nossas comemorações no lado de fora todos os anos, é muito mais agradável. Estou adorando ver a mesa enorme e farta, com tanta comida que quase não se pode ver a toalha por baixo, mas também, com todas as pessoas convidadas não poderia ser diferente. Não que eu esteja reclamando, estou adorando ter os nossos amigos e familiares reunidos. Mamãe, Jane e Kim fizeram um ótimo trabalho com a comida, eu e Shanon também ajudamos, e posso dizer com orgulho que pelo que eu provei, a minha parte ficou igualmente deliciosa. Além da comida e da companhia, o lugar foi enfeitado muito lindamente. A nossa árvore ficou lá dentro, é claro, mas a decoração da casa e do jardim ficaram de tirar o fôlego. Como eu adoro essa época do ano. Luzes pisca-pisca enfeitam toda a casa, além de se infiltrarem pelos galhos das árvores e dos arbustos. Logo vejo Justin surgir de dentro da casa, ele está conversando animadamente com seu melhor amigo, conhecido também como “meu irmão idiota que foi perdoado”. Um sorriso enorme toma conta do meu rosto quando vejo o pequeno embrulho de quase um aninho usando um vestidinho cor de rosa em seu colo. Não adianta, Justin é um pai tão coruja, não importa quantas vezes eu diga que ele vai acabar estragando-a sempre carregando-a no colo, basta eu virar as costas e ele pega Jessica nos braços. Mas sinceramente, eu amo isso. Ver ele com nossa filha só faz com que eu me apaixone cada dia mais por ele. Não poderia pedir um pai melhor para a minha pequena Jessica. Ele é sempre tão carinhoso com ela, ele a ama de uma forma que enche meu coração de amor pleno e puro, tão

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forte que sempre me provoca lágrimas. E ela o adora, quando ele chega do trabalho e vai vê-la, ela abre os bracinhos e os agita freneticamente, fazendo diversos barulhos que Justin jura ser ela falando ‘papai’. Ele que vá sonhando, sua primeira palavra será ‘mamãe’. Justin sorri quando se aproxima e vê que eu o observo. Ele vem e se senta ao meu lado, segurando nossa filha meio sonolenta nos braços. Acaricio as bochechas macias de Jessica e ela segura meu dedo indicador com sua mãozinha pequena e gorducha, soltando um bocejo. Ela é a coisinha mais linda que eu já vi. Puxou meus cabelos claros, mas seus olhos são azuis como os do pai. Nessa noite especial, muitos dos nossos amigos e parentes estão conosco, e enquanto eles vão se aproximando e sentando-se em qualquer lugar, deixando mamãe com uma expressão desesperada – que me faz rir – Trey, um menininho adorável de três anos para entre Justin e eu e fica encarando Jessica em silêncio. Ele é filho dos nossos novos vizinhos, Wayne e Amy Callahan, que compraram um pedaço de terra a alguns quilômetros de nós, cinco meses atrás. Trey ficou fascinado por Jessica desde o momento em que nós fomos com ela até sua casa para desejar boas vindas à família Callahan. Wayne e Amy não demoraram muito para conquistar a simpatia tanto dos Careton quanto dos Cord, e nossas famílias se tornaram amigas. Sempre que Jessica está presente, Trey fica rondando quem quer que esteja com ela no colo. Uma vez ele insistiu que queria segura-la, quando Amy disse que era melhor não, afinal ele era só uma criança e Jessica ainda era muito pequena e frágil, ele lhe disse: “Por favor, mamãe. Ela é tão bonita, prometo cuidar direitinho dela”. Jessica foi então para o seu colo, e ele a segurou em seus bracinhos e olhou no fundo dos seus olhos e sorriu. A partir desse dia Amy e eu sempre brincávamos com a possibilidade deles acabarem se apaixonando quando ficassem mais velhos, claro que não falávamos a sério, mas Justin não gostou nada disso mesmo assim. Não por fazer alguma objeção a Trey ou a sua família, mas por puro ciúmes da filha. “Não fale uma coisa dessas nem brincando. Jessica não vai namorar”. Ele disse quando eu comentei pela primeira vez sobre como Trey parecia hipnotizado por nossa filha, eu nada disse, apenas sorri. Doce ilusão. Não posso nem imaginar a tortura que será para Justin quando ela crescer e os meninos começarem a se interessar por ela, ou pior, quando ela começar a se interessar por eles. — Oi Trey, tudo bem, campeão? — Pergunto bagunçando lhe os cabelos.

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— Aham... — Ele esconde as mãos atrás das costas e balança o corpinho timidamente. — Posso pegar ela? — Ah sinto muito, mas a Jessica está dormindo agora, vamos deixar ela no colo do pai por enquanto e depois do jantar você a segura, pode ser? Ele me olha decepcionado e assente, então se afasta cabisbaixo. — Ele é um amor, parece gostar tanto da Jessica. Tenho a sensação que eles serão grandes amigos e talvez... — Não comece, amor. — Justin diz me cortando e eu sorrio. Finalmente todos já estão à mesa. Todos os Careton e os Cord, inclusive Holly e seu novo namorado, Fernando, que foi seu psicólogo enquanto ela estava internada e acabou se apaixonando por ela. Meus avós e os de Justin, os pais de Kim, meus tios e tias e primos, Mitchie e Aaron – que estão noivos! – e Jason, Wayne, Amy, o pequeno Trey e o seu irmão, Tyler. Todos reunidos para celebrar o Natal. Justin deita Jessica em sua cadeirinha de bebê e a coloca entre nos dois. Papai se levanta e pede silêncio, pede que todos juntemos as mãos e oremos. Ele faz uma oração/discurso, agradecendo a Deus pela oportunidade de poder reunir aqueles que são importantes em nossas vidas. Agradecendo a minha recuperação total e a saúde de Jessica, agradecendo a paz e harmonia que se instaurou em nossas famílias, agradecendo nossos amigos antigos e os recém-chegados. E encerrando com um pedido que essa alegria nos acompanhe por muitos e muitos anos. — Amém. — Todos dizem em uníssono. Papai faz as honras e corta o peru enorme com molho de cranberry, distribuindo um pedaço para cada um. Sirvo-me com purê de batatas, bolinhos assados, legumes, além de é claro, um suculento e generoso pedaço de peru. Como sempre acontece em uma família grande, o barulho das conversas é ensurdecedor. Um grupinho conversa sobre algo aqui, outro grupo conversa sobre outro assunto ali, e pronto, a deliciosa bagunça está feita. Estamos todos conversando animadamente depois do jantar, esperando alguns minutos para fazer a digestão e finalmente comer a sobremesa. Adivinha o que mamãe preparou? Isso mesmo, torta. Dessa vez de abóbora, como manda a tradição. — Com licença...Humm...Com licença. — Uma voz se eleva e se sobrepõe a todas as outras, ficamos em silêncio imediatamente e olhamos curiosos para Seth. — Eu gostaria de falar algumas palavras. — Ele diz com um sorriso no rosto. Todos nos ajeitamos em nossos lugares e o encaramos estaticamente.

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— Primeiramente, queria dizer o quanto estou feliz por estar aqui reunido com a minha família e com nossos amigos. Queria agradecer Justin e Savannah por terem sidos compreensivos comigo e terem perdoado as burradas que eu fiz, queria agradecer a minha esposa linda por ter sido paciente comigo e por me aguentar todos esses anos. Queria agradecer a todos vocês por fazerem parte da minha vida, mas acima de tudo, gostaria de agradecer a Deus... — Ele estende a mão para Jane, ela a segura e se levanta, ficando ao lado do marido. — Por ter colocado essa linda mulher no meu caminho, e apesar das dificuldades, por ter me abençoado com a felicidade de ser pai. Nesse momento o caos – de um jeito bom – se instala na mesa. Todos se olham, sorriem e falam ao mesmo tempo. — Oh meu Deus, Jane, você está grávida? — Mamãe pergunta colocando a mão na boca e se levantando para abraça-la. — Você vai ser vovó de novo, mãe. — Seth diz com um sorriso enorme. Todos nos levantamos e vamos aos poucos dar os parabéns aos mais novos papais do pedaço. Estou imensamente feliz por Seth e Jane, depois de descobrir o tumor de Jane e dela fazer a cirurgia, todos ficamos com muito medo que ela não conseguisse engravidar. Eles ficaram todos esses messes tentando e agora, finalmente, eles vão realizar o sonho de ter um filho. “Ah meu Deus, eu vou ser titia”. Dou um abraço apertado em Jane e depois em Seth. — Parabéns, Jane. Quantas semanas? — Pergunto. — Seis. — Ela responde com um sorriso do tamanho do Texas, não, do tamanho da Rússia, e esfrega a barriga. — Estou tão feliz por vocês, Jane. Será que vai ser uma menininha para fazer companhia para a Jessy? — Pergunto passando a mão em sua barriga. — Será? Eu estou tão feliz que não pensei sobre se eu quero um menino ou uma menina. Seth quer os dois. — Ela diz rindo. A euforia que a notícia da gravidez de Jane provocou se segue, e quando Miguel pede a atenção de todos, mamãe já começa a balbuciar sobre mais um netinho. — Calma, Marie. Shanon não está grávida. Não está, não é amor? — Ele pergunta para ela fingindo preocupação e todos rimos. — Não, mas também temos uma novidade para vocês. — Ela diz se aconchegando nos braços de Miguel. Eles se olham com um sorriso apaixonado e parecem se esquecer de nós, ficamos encarando-os com expectativa e então finalmente eles dizem juntos. — Vamos nos casar. — Uma série de gritinhos, palmas e exclamações se seguem. Mamãe parece radiante, acho que nunca a vi tão feliz.

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Também, com tanta notícia boa, quem não ficaria assim? Corro para abraçar minha irmã e lhe dar os parabéns. É aquela confusão, todos querendo abraça-los ao mesmo tempo, no meio disso tudo mamãe começa a chorar, então Shanon chora junto com ela, Jane também vai na onda e quando vou ver eu também estou derramando lágrimas de felicidade. Essa noite com certeza vai ficar marcada em minha memória com uma das mais felizes da minha vida, claro que nenhuma memória vai superar a do dia do meu casamento e o dia em que vi pela primeira vez minha pequena Jessy. Ou quando vi Justin a fazendo dormir pela primeira vez, ah sim, aquele dia foi emocionante e feliz além dos níveis imagináveis. Nossa comemoração se estende noite adentro, presentes são trocados, histórias de infância são contadas, os sorrisos e risadas são fáceis e os corações de todos estão em paz. Essa noite quase parece algo mágico, daquelas que só se encontra nos finais felizes de livros. Ao passar das horas, nosso grupo vai diminuindo, quando Amy e Wayne decidem que está na hora de ir embora, Trey começa a chorar. — Mas Jessy e eu estamos brincando, não quero ir para casa. — Ele diz na sua voz melodiosa de criança e faz um biquinho. Na verdade ele está brincando sozinho, Jessy é tão pequena ainda que só fica olhando para ele com seus grandes olhos azuis, mas Trey parece não se importar que Jessy ainda não consegue responder as perguntas que ele faz para ela, ou que ela não possa correr com ele. Eu o escutei cochichando para ela uma vez: “Não vejo a hora de você falar e andar, Jessy. Vamos correr e brincar o dia inteiro, você vai ser minha melhor amiga, não vai?” Se Trey fosse filho único, até poderia achar que esse apego com Jessica fosse carência, mas ele e o irmão Tyler se dão bem e vivem brincando, acho que ele simplesmente ficou encantado com Jessica. Justin decide que é melhor irmos para casa também, Jessica parece exausta e admito que foram emoções demais hoje e eu também estou cansada. Então nos despedimos de todos e seguimos para o carro. — Não acredito que Jane está grávida, estou tão feliz por eles. — Comento enquanto Justin arruma a cadeirinha com Jessica no banco detrás. — Eu sei, eles merecem depois de tudo o que passaram com a doença de Jane. Fico feliz que Seth vai poder ter a alegria de ser pai, assim como eu. — Ele fecha a porta e espio pela janela Jessica dormindo. — E Shanon vai casar. — Essa noite realmente foi cheia de notícias boas. Quase achei que Jax iria se levantar e dizer que Kim estava grávida também.

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— Essa fazenda ficaria cheia de crianças. — Talvez possamos contribuir com mais uma ou duas crianças. — Um sorriso lento e safado surge em seus lábios, ele me puxa pela cintura e acaricia meu rosto gentilmente antes de me beijar apaixonadamente. Envolvo meus braços em seu pescoço e lhe dou total acesso, sua língua brinca com a minha e eu mordo seu lábio inferior, fazendo-o soltar um gemido baixo e torturado. — Vamos logo para casa, quero deitar minha linda esposa em nossa cama e fazer amor com ela o resto da noite. — Ele sussurra para mim, fazendo meu corpo se arrepiar. — Será um prazer lhe atender, Sr. Cord. — Ele me dá mais um beijo antes de abrir a porta do carro para que eu entre. Seguimos pela estrada de terra iluminada apenas pelos faróis do carro, a fazenda linda que Justin comprou não fica muito distante daqui, apenas alguns quilômetros, fica no meio do caminho entre a fazenda da minha família e a dos Callahan. — Eu já disse o quanto te amo hoje? — Justin pergunta tirando a mão do câmbio e entrelaçando seus dedos nos meus. — Não o suficiente. — Brinco com ele. — Bem, então tenho que me esforçar mais. — Ele pisca para mim. — Que tal eu te mostrar o quanto eu te amo quando chegarmos em casa? — Promessas, promessas... — Digo revirando os olhos. — Ah Savannah, assim você vai acabar levando umas palmadas. — Ele diz com a voz baixa e sedutora. — Mais promessas, Sr. Cord, espero que você tenha mesmo a intenção de cumpri-las. — Ele me lança um olhar cheio de luxúria e um sorriso malicioso. — Eu vou cumprir cada uma, Sra. Cord, cada uma. — Suas palavras lentas e sugestivas me aquecem, aperto sua mão e levo-a até a boca, dando-lhe um beijo. Um sorriso preguiçoso se forma em meus lábios. Essa é a vida que eu sempre quis, esse é o tipo de felicidade que eu tanto ansiava. Graças a Deus que eu aceitei aquela proposta. Fim... ...ou quase...

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Eu sei que vocês estão curiosos sobre o que aconteceu com Eva, Vince e Aletta. Não se preocupem, eu não iria embora sem lhes satisfazer essa curiosidade. Bem, vocês acreditariam se eu dissesse que Vince e eu meio que nos tornamos amigos? Pois é, eu sei, não nos falamos todos os dias, ou visitamos a casa um do outro – até porque ele não mora mais no Texas – mas depois de tudo o que aconteceu na minha vida, percebi que não adiantava de nada guardar rancor ou magoa em meu coração. É claro que a situação é complicada, mas eu o perdoei de coração e às vezes nos falamos por telefone, ele está morando em Nova York e – pasmem – ele conseguiu realizar o grande sonho de jogar no New York Giants. Ele está no começo da carreira, mas já está chamando bastante atenção da mídia, e das mulheres. Parece que Vince não tem jeito mesmo, ele é visto a cada semana com uma mulher diferente. Acho que esse simplesmente é o jeito dele, e eu só posso desejar que ele seja muito feliz com a vida que escolheu para si. Claro que Justin não gosta muito dessa amizade entre Vince e eu, sempre que os Giants vencem e ele liga para mim perguntando se eu assisti o jogo, Justin fica puto, sai da sala e vai brincar com Jessy. Mas Justin sabe que ele é o único homem na minha vida, e essa minha relação com Vince é apenas uma amizade que foi construída tendo como base o carinho que sobreviveu a toda a magoa do passado. É muito mais fácil esquecer, perdoar e deixar o passado no passado quando se esta casada e extremamente feliz, as minhas memórias com Vince são apenas isso, memórias. Nem boas ou ruins. São o que são e já não influenciam minha vida de forma alguma. Quanto a Aletta, bem, sinceramente não sei muito sobre ela e não faço questão de saber. Por causa do acidente e da minha gravidez, tive que tirar uma licença da faculdade, ainda não voltei a estudar, mas espero logo poder recomeçar de onde eu parei e me formar. A última vez que eu escutei sobre ela foi através de Shanon, parece que um dos caras com que ela dormiu tinha AIDS e Aletta levou um baita susto achando que poderia estar infectada também e que iria morrer. Acabou que ela está bem e saudável, mas sabe como são as más línguas da UTD, o boato de que ela tinha AIDS se espalhou por todo o campus e ninguém quis mais chegar perto dela, como se AIDS fosse igual gripe e pudesse passar através de um espirro. Não adiantou nada ela dizer que tinha feito o exame e tinha dado negativo, ela ainda sofre preconceito como se realmente estivesse doente. Deve estar sendo horrível, mas espero que isso sirva para ela mudar e aprender que nem sempre aqueles que estão na farra com você, podem ser considerados seus amigos. E quanto a Eva, bem, me desculpem mas esse é um assunto que não gosto muito de falar. Vocês me entendem, não é? Mas posso, com tremendo alivio no coração, dizer que sua ação desesperada e hedionda teve consequências. Ela foi capturada, transferida para a prisão da

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Califórnia e felizmente, só vai poder sair quando a minha pequena Jessy tiver seus próprios filhos. É, parece que teremos muitos e muitos anos de paz e alegria pela frente. Sei que eu não sou uma personagem de um livro e minha vida não é uma história de conto de fadas, mas me permitam terminar com uma frase que eu acho que se encaixa muito bem na minha vida ao lado de Justin e da minha filha... “E viveram felizes para sempre!”

Fim

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Agradecimentos Gostaria de agradecer a todos que acompanharam Justin e Savannah. Gostaria também de agradecer a todos que me mandaram mensagens e –mails de incentivo e com palavras amigas. Caso você tenha baixado esse arquivo e não tenha lido a estória no site onde ela foi postada originalmente (wattpad.com) preciso que você saiba de uma coisa, eu sou apenas uma amante de livro que gosta de compartilhar as estórias que escreve, então para deixar claro, eu não sou de fato uma escritora e talvez minhas estórias não sejam tão boas assim, mas eu as escrevo com muito carinho e me esforço bastante. E realmente sou grata a quem dá uma chance e lê o que eu escrevo. Se você está lendo isso, provavelmente leu todo o meu livro, e mesmo gostando ou não, obrigada por pelo menos me dar uma chance! Desculpem os erros, mil beijos!

R. R. Beatrice

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Playlist(zinha) 3 Doors Down – Here Without You Dan Torres – I can’t Live Without Your Love Ed Sheeran – Kiss me Lady Antebellum – Just a Kiss Vegas Audio Ninjas – Mo Cash! Westlife – Us Aganist the World

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Álbum das crianças Jessica Lisa Careton Cord - Um ano -

Jessica – 10 meses – e Justin

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Jessy – 2 anos -

Jessy – 3 anos -

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Os gêmeos Andrew e Ethan – 7 meses – (são 2 anos mais novos que Jessica)

Andrew – Um ano e dois meses – (sorriso safadinho desde criança) Hb

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Ethan – Um ano – (fazendo biquinho depois de aprontar)

Hannah Marie Careton Cord – 3 meses –

(um ano mais nova que os gêmeos)

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Jessy – 3 anos - e Hannah - 1 mês -

Andrew na praia – 6 anos -

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Jessy – 6 anos – e Trey – 9 anos -

Hannah – 2 anos -

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Jessy – 5 anos – e Trey – 8 anos -

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