Edifício E-co: Complexo Multifuncional

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Maria Eduarda Cordeiro

Universidade Católica de Pernambuco Atelier de Projeto VI

AP6


O Bairro das Graças, mais precisamente a avenida Rui Barbosa, nos oferece como cidadãos um cenário agradável e diverso, que reflete em seus usos, suas histórias, seus hábitos e sua conectividade. Pode-se até dizer que essa avenida revela o que temos de melhor em nossa cidade quando levamos em consideração uma cidade feita para as pessoas. O Bairro das Graças apresenta uma grande diversidade de usos, sendo ainda mais notável à face da avenida, porém, quando prolongamos nosso olhar, apartir do Hospital dos Servidores Públicos, se estendendo em direção ao Colégio Agnes Erskine e adiante, percebe-se que os usos passam a predominar às habitações formais multifamiliares, como na Rua das Graças. Sendo assim, com o objetivo de atingir a demanda apresentada, em face de fornecer à cidade um equipamento que atinja de forma positiva os seus habitantes, incorporando qualidades necessárias para beneficiar o bairro como um todo, localizado no terreno de esquina, no cruzamento da Avenidade Rui Barbosa com a Rua das Graças, desenvolvi uma proposta de edifício multifamiliar de uso misto, trazendo para a região uma maior diversidade e completude.

sentando assim, uma proposta diferente e singular em meio aos edifícios espalhados pela cidade do Recife. E, ainda, por ser um terreno de esquina, utilizei de um benefício para essa tipologia que se encontra no Artigo 80, ítem IV, da Lei de Uso e Ocupação do Solo, o qual afirma que as edificações poderão ter um dos afastamentos frontais reduzido em até o limite de 25% (vinte e cinco por cento) do afastamento exigido, de acordo com a fórmula indicada no § 4º do Artigo 78, desde que o afastamento resultante não seja inferior ao afastamento inicial previsto no Anexo 10 desta Lei, onde decidi aplicá-la na fachada oeste, face da Rua das Graças. Por fim, a taxa de solo natural, por sua vez é de 30% da metragem total do terreno, segundo o Artigo 65 da Lei de Uso e ocupação do solo, configurando o total de 300 m2 de solo natural e o gabarito, nesse caso, é de no máximo 48 metros - 16 pavimentos ao máximo - segundo o Anexo 6 da Lei dos 12 bairros.

QUADRO DE AFASTAMENTOS _Pavimento 1 Af1= 8 / Af2= 7 / Al= 3 / Afu= 3

_Pavimento 6 Af1= 8,75 / Af2= 7 / Al= 4,10 / Afu= 4,10

_Pavimento 2 Af1= 8 / Af2= 7 / Al= 3 / Afu= 3

_Pavimento 7 Af1= 9 / Af2= 7 / Al= 4,40 / Afu= 4,40

_Pavimento 3 Af1= 8 / Af2= 7 / Al= 3 / Afu= 3

_Pavimento 8 Af1= 9,25 / Af2= 7 / Al= 4,75 / Afu= 4,75

_Pavimento 4 Af1= 8,25 / Af2= 7 / Al= 3,35 / Afu= 3,35

_Pavimento 9 Af1= 9,50 / Af2= 7 / Al= 5,10 / Afu= 5,10

_Pavimento 5 Af1= 8,50 / Af2= 7 / Al= 3,70 / Afu= 3,70

_Pavimento 10 Af1= 9,75 / Af2= 7,25 / Al= 5,45 / Afu= 5,45

Fazendo uma análise das necessidades reais do bairro como um todo, estabeleci na edificação vertical de uso misto, os seguintes usos: Café, Lavanderia Sef Service, Bicicletário, Coworkig, Apartamentos e Flats do tipo Studio. Os usos comerciais, por sua vez foram pensados com a intenção de chamar o pedestre para o centro do edifício e-Co, à promover uma melhor caminhabilidade e maior vitalidade para a região, servindo tanto como ponto de passagem - respeitando o caminho que já “se corta” no terreno diariamente -, como também para chamá-los a permanecer no espaço. Sendo assim, deveriam ser esses usos abertos para grande praça localizada no centro do edifício e, ainda, o dimensionamento desse espaço foi estabelecido de acordo com a necessidade de cada uso, levando em consideração também o seu potencial construtivo. O terreno em questão dispõe de, aproximadamente, uma área de 1000 m2. Assim, para determinar o Potencial Construtivo, fez-se necessário multiplicar a área pelo coeficiente de utilização (µ), determinado no Artigo 32 da LEI Nº 16.719/2001, Lei dos 12 Bairros. Dessa forma, meu potencial construtivo ficou determinado, de acordo com o Anexo 6 dessa lei, em 300 m2, devido o coeficiente de utilização determinado em (µ)=3. Os Afastamentos das Divizas do Terreno, dessa forma, são determinados no Artigo 35 da ARU, parágrafo terceiro, onde é fornecida uma equação favorável aos limites do terreno e, dessa forma, utilizei os resultados adquiridos de cada pavimentos de forma particular, trabalhando com saques para promover o dinamismo da forma, apre-

Recepção

Café

Circulação Vertical

Zeladoria

WC externo

Apartamentos

Lavanderia

Coworking

Flats


QUADRO DE ÁREAS SUBSOLO Número de vagas Uso Habitacional (Apartamentos) Uso Habitacional (Flats) Coworking Vagas Preferênciais PAVIMENTO TÉRREO Café WC Comercial Lavanderia Zeladoria Recepção Lixo Gás Gerador Sala de Medidores PAVIMENTO VAZADO PAVIMENTO A1 Unidade Habitacional I Unidade Habitacional II Unidade Habitacional III PAVIMENTO B1 Unidade Habitacional I Unidade Habitacional II Unidade Habitacional III

605,03 m2 20 8 8 4 2 277,97 m2 33,14 m2 11,87 m2 15,00 m2 16,03 m2 63,85 m2 4,62 m2 6,00 m2 12,20 m2 10,75 m2 192,85 m2 213,00 m2 60,10 m2 44,00 m2 61,10m2 214,60 m2 59,60 m2 43,85 m2 68,00 m2

PAVIMENTO A2 Unidade Habitacional I Unidade Habitacional II Unidade Habitacional III

218,33 m2 45,40 m2 53,50 m2 68,00 m2

PAVIMENTO B2 Unidade Habitacional I Unidade Habitacional II Unidade Habitacional III

201,30 m2 45,52 m2 44,05 m2 64,20 m2

PAVIMENTO A3 Unidade Habitacional I Unidade Habitacional II Unidade Habitacional III

203,80 m2 45,52 m2 52,65 m2 63,35 m2

PAVIMENTO B3 Unidade Habitacional I Unidade Habitacional II Unidade Habitacional III

214,60 m2 59,60 m2 44,05 m2 63,22 m2

PAVIMENTO A4 Unidade Habitacional I Unidade Habitacional II Unidade Habitacional III PAVIMENTO B4 Unidade Habitacional I Unidade Habitacional II Unidade Habitacional III TOTAL DE ÁREA CONSTRUÍDA TAXA DE SOLO NATURAL

212,95 m2 45,52 m2 51,65 m2 70,50 m2 200,05 m2 45,52 m2 44,05 m2 63,25 m2 2754,50 m2 300,40 m2

Edifício e-Co nasceu da a vontade de promover a união entre a colaboração de diversos usos e a biofilia, tomada na ecologia dos tetos verdes, juntamente com a intensão sustentável do reaproveitamento de águas cinzas e pluviais. Para assim, construir um verdadeiro lar de diversidade para o seu variado público alvo, sejam eles moradores, usuários ou até mesmo para o cidadão que permeia sua calçada.

MEMORIAL DE CÁLCULO CÁLCULO DE PESSOAS Número Iotal de Quartos por Pavimento Número Total de Pavimentos

CÁLCULO DO RESERVATÓRIO (L) RESERVATÓRIO INFERIOR Reservatório Inferior de Águas Limpas Reservatório Inferior de Reaproveitamento de Águas Cinzas e Águas de Chuva Comercial Habitacional

RESERVATÓRIO SUPERIOR Reservatório Superior de Águas Limpas Célula 1 Célula 2 Reservatório Superior de Reaproveitamento de Águas Cinzas e Águas de Chuva Comercial Habitacional Reserva de Incêndio

48 pessoas 3 x (2 pessoas) 8 15. 650 L 10. 450 L 5. 200 L 2. 850 L 12. 800 L 14. 800 L 10. 450 L 3. 485 L 3. 485 L 3. 485 L 3. 200 L 800 L 10. 800 L

CÁLCULO DO LIXO (Total de Containers) Moradores (48 pessoas) Usuários (43 pessoas)

1 0,5 0,5

CÁLCULO DO GÁS (Total de Cilíndros) Unidades Habitacionais Unidades Comerciais

2 24 3 1 1

Cilíndro Habitacional Cilíndro Comercial

DIAGRAMA

CONCEITO A Criação da forma se iniciou com um recorte na lâmina total, adiquirida apartir dos recuos estabelecidos e adquiridos na legislação, tendo como objetivo principal, a distribuição os ventos vindos do sudeste, predominantes na cidade do Recife em todos os períodos do ano. Atrelado a isso, resgatei os princípios do urbanismo contemporâneo, onde o dinamismo, a diversidade e a vitalidade, estão como três pilares, aplicando-os ao meu projeto. Assim utilizei de saques, através das jardineiras, as quais não contabilizam área construída, até 70cm, segundo a Lei dos 12 bairros, como também saques mais expressivos, fazendo o uso de varandas, assegurando, assim, a dinâmica e a diversidade de formas e encaixes. A vitalidade foi incorporada apartir do uso do verde, que permite uma melhor qualidade de vida não só para o morador, mas também para a cidade como um todo. Além da diversidade de usos da tipologia do uso misto, que me assegurou por completo esses três pilares essenciais.


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85,40 m2

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