TCC | A natureza da margem

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A N AT U R E Z A D A M A R G E M Proposta de requalificação do Córrego Botafogo Maria Gabriella Stabile Gomes



Universidade Federal de Goiás Faculdade de Artes Visuais Arquitetura e Urbanismo Trabalho de Conclusão de Curso

A N AT U R E Z A D A M A R G E M Proposta de requalificação do Córrego Botafogo

Maria Gabriella Stabile Gomes Orientador: Bráulio Romeiro

Goiânia, Brasil Dezembro, 2018



“O valor da arquitetura não resulta mais da criação de formas no espaço, mas sim da promoção de relacionamentos dentro dela. Relações e ações combinadas - reações em (e para) uma realidade definitivamente “aberta” e não predeterminada; quanto mais qualitativa, mais potencialmente interativa em sinergia positiva com o ambiente. Isso aponta para uma mudança latente na figura do arquiteto, não mais formada apenas em termos de um projetista de objetos, mas também na de “estrategista de processos”.

Bernard Tschumi



Em primeiro lugar, agradeço aos meus pais pelo apoio, incentivo e amor incondicionais, aos meus professores do departamento de arquitetura da FAV, que sempre se mostraram tão abertos a uma relação próxima de amizade, ao meu orientador pelas orientações de vida e projeto, ao Tiago, pelas doses de auto-confiança, e a tantas outras pessoas que passsaram pela minha vida e me marcaram. Assim como aprendemos na faculdade de arquitetura, um projeto nunca é meu. É nosso!



SUMÁRIO Introdução

I

10

O TEMA

Córrego Botafogo e Goiânia A descaracterização do Parque Botafogo O espaço da feira Formalização da feira: o espaço do Cepal – Setor Sul

II

ESTUDO DE SIMILARES

Parque Botânico do Rio Medellín Parque linear de Council Bluffs - Rio Missouri

III

LEITURA DO TERRITÓRIO

16 18 22 24

28 32

Área de estudo Inserção urbana e conectividade Fatores físicos e legislação Diagnóstico Caracterização da situação atual A nova imagem do eixo Botafogo

IV

40 42 48 52 56 60

A MARGEM

Divisão dos trechos Diretrizes gerais e específicas O edifício ponte

V

LISTA DE IMAGENS

108

VI REFERÊNCIAS VII

64 66 78

ANEXO

110

112


Introdução

Este trabalho surgiu de uma inquietação como usuária da cidade em relação à um espaço subutilizado inserido em uma área em potencial. Esse espaço é o Centro Popular de Abastecimento e Lazer (CEPAL), localizado no Setor Sul na cidade de Goiânia às margens da Marginal Botafogo. O CEPAL foi idealizado como um equipamento público que visava abrigar a feira livre e oferecer novas opções de lazer para a população. No entanto, pela falta de infraestrutura e pelo caráter temporário das atividades que nele se desenvolvem, se tornou um espaço urbano ermo, incapaz de atrair novos usos e usuários. O desenvolvimento do estudo da área deu origem à questionamentos mais abrangentes sobre a atual condição do Córrego Botafogo e das ocupações que se desenvolveram nas suas margens. Diante das possibilidades identificadas na área a partir desse estudo, surge a necessidade de repensar novas diretrizes de uso e ocupação para as margens, a fim de requalificá-las. O projeto se estabelece, portanto, como uma proposta de requalificação de um trecho do Córrego Botafogo, partindo das possibilidades que o espaço oferece e com a intenção de mostrar um cenário onde se é possível chegar, por meio do planejamento urbano e da democratização do espaço público. Só então, a partir das novas possibilidades, é que se define a proposta do novo edifício: um edifício público de integração social, que reinterpreta o espaço da rua por meio da sua atuação como um articulador de fluxos e espaços, e que é livre às mais diversas formas de apropriação e socialização.

Palavras-chave: Córrego Botafogo, requalificação, margem, eixo Botafogo, rua,

Figura 01 | Exemplo de requalificação

de rios urbanos.




CAPÍTULO I

Tema Objetivos, estratégias e intenções



Figura 02 | Vista sobre a ponte da Rua 243.



Figura 03 | Mapa do município de Goiânia com destaque para rede hidrográfica.

LEGENDA Região Central Região Sul Córrego Botafogo Hidrografia

Córrego Botafogo e Goiânia O Córrego Botafogo nasce no Jardim Botânico e deságua no Rio Meia-Ponte pouco depois de se juntar ao Ribeirão Anicuns. Durante o seu curso de 10,93 km de extensão recebe o deságue do Córrego do Areião, Córrego do Sumidouro e Córrego Capim Puba. Está inserido, segundo o do Macrozoneamento e Regionalização de Goiânia (2003), nas regiões Central e Sul. Essas regiões segundo o Capítulo III, Art. 132 do Plano Diretor do Município de Goiânia (2007) compreendem Áreas de Programas Especiais de Interesse Urbanístico, que são trechos do tecido urbano sujeitos às ações de requalificação urbanístico-ambiental e econômica, objetivando a valorização de suas peculiaridades e relações. Além disso, o Córrego Botafogo faz parte da bacia do Rio Meia Ponte, que é a responsável por todo o abastecimento hídrico da cidade de Goiânia e que atualmente enfrenta problemas de escassez hídrica.


A descaracterização do Parque Botafogo

O plano inicial de Goiânia, oficializado em 1938, foi desenvolvido por Attílio Corrêa Lima e ampliado pelo engenheiro e urbanista Armando Augusto de Godói. Attílio propunha um traçado simples e funcional, “em sintonia com a topografia, a necessidade de tráfego e zoneamento” (RIBEIRO, 2004, p. 59), respeitando, assim, as condições naturais e locais. Sua proposta abrigava uma rede de parques dispostos em concordância com os cursos d’água, que além de atuarem na preservação dos recursos naturais, formavam uma malha verde articulada com a vida da cidade.

todo o seu curso, mais a área que a atualmente corresponde ao Parque Mutirama, o que correspondia a uma área total de 54 hectares.

“O córrego Botafogo, a partir do açude onde serão represadas as águas para o abastecimento da cidade, será ajardinado numa faixa mínima de 50 metros de cada lado a contar do eixo do rio. Esse ajardinamento em forma de Park-Way se prolongará até atingir a mata situada ao sul da avenida Araguaia, que será transformada no grande parque da cidade. Esta mata que denominamos de parque “Bota Fogo” deverá ser protegida contra a devastação, e contra as explorações industriais, afim de não ser desperdiçado esse valioso patrimônio.” (MONTEIRO, 1938, p. 144 apud RIBEIRO, 2004, p. 65)

Áreas livres propostas por Attílio em hectares Parque Botafogo Parque Buritis (Bosque dos Buritis) Parque Paineira Park-ways* Jardins Públicos Playgrounds Praças ajardinadas Campos de esporte Total de áreas livres Fonte: (RIBEIRO, 2004, p. 62)

54 hectares 40 hectares 16 hectares 40 hectares 16 hectares 3 hectares 5 hectares 8 hectares 162 hectares

No entanto, ao longo dos anos a ocupação desordenada e o privilégio dado aos interesses privados sobre os públicos mudaram a configuração da cidade. O Parque Botafogo reflete como a malha verde que existia se transformou em áreas verdes pontuais e fragmentadas no contexto urbano.

*Faixas laterais de 50 metros nas margens dos córregos Botafogo e Capim Puba. O córrego Botafogo tinha grande importância dentro do planejamento desse primeiro núcleo central da cidade. O maior parque previsto era justamente o Parque Botafogo, situado em faixas de 50 metros nas margens do córrego em

LEGENDA Área prevista para o parque Botafogo


Figura 04 | (superior) Planta geral de Goiânia de 1933 por Attílio Corrêa Lima com destaque para área prevista para o Parque Botafogo.

Figura 05 | (inferior) Plano do núcleo inicial de Goiânia, com a proposta de Armando de Godoy para o Setor Sul, de 1938. Destaque para área prevista para o Parque Botafogo.


Outro fator que influenciou na descaracterização

do Parque Botafogo foram as ocupações irregulares que ocorreram na região leste da cidade. Segundo Ribeiro (2004, p. 37-38) até 1950 essa região era ocupada de forma provisória pelos operários que trabalhavam na construção de Goiânia, no entanto, essa ocupação que acontecera de modo desordenado tornou-se definitiva. Em paralelo, a cidade sofreu nessa década um grande crescimento populacional que levou ao adensamento de áreas já consolidadas e ao enfoque no sistema viário urbano. Esses fatores levaram, a novas invasões nas áreas periféricas e inclusive nos fundos de vale, e a alterações no sistema viário que gradativamente, alteraram o traçado urbano e fragmentaram ainda mais o que restava da malha verde proposta por Attílio Corrêa Lima. O ápice da descaracterização do Parque Botafogo deu-se em 1992 com a construção da Marginal Botafogo. A Marginal é uma via de fluxo rápido que configura-se como um importante eixo de ligação norte - sul em Goiânia e que situa-se em uma área de fundo de vale às margens do córrego Botafogo. A sua construção partiu da remoção da mata ciliar existente e da canalização do córrego.

Da área do Parque Botafogo planejada por Attílio o que resta atualmente, além do Parque Mutirama, que foi preservado, mas que se encontrada fragmentado pela marginal, são poucas manchas de vegetação na área posterior das quadras que a margeiam. A condição atual do Córrego Botafogo é a mesma que se repete em muitos corpos d’água das cidades brasileiras: canalizado, quase sem vegetação, com problemas de drenagem pluvial e com a qualidade da água comprometida pelo despejo de esgoto. A realidade é que esses corpos d’água são vistos pelo poder público muito mais como um estorvo, do que como um benefício. Como resultado, as cidades perdem espaços públicos de qualidade. O que pode ser claramente exemplificado pelo Parque Botafogo: de maior parque da cidade ao maior eixo viário de ligação norte-sul dentro da cidade.

ÁREA DO PARQUE BOTAFOGO PREVISTA NO PLANO ORIGINAL E ÁREA RESTANTE SOBREPOSTAS SOBRE A MALHA URBANA ATUAL BR

Deságue no Rio Meia Ponte

Fim da Marginal Botafogo

-15

3

Córrego da Onça

Rio Meia-Ponte

LEGENDA Quadras Área prevista para o parque Botafogo Área restante do Parque Botafogo Cursos d’água Recorte de estudo Vias existentes Limite de municípios BR-153

Bosque dos Bur

Córrego Capim Puba

ca do

id Aven

úbli a Rep

o

Líban


LEGENDA Área prevista para o parque Botafogo

Nascente do Córrego Botafogo

Início da Marginal Botafogo

Figura 06 | Planta geral de Urbanização de 1947, com destaque para área prevista para o Parque Botafogo.

Córrego do Sumidouro

Córrego do Areião

ritis

Rua S-1 _ Avenida 85

Figura 07 | Esquema do curso do Córrego Botafogo.

0

200

400

10000 m


O espaço da feira

As feiras não só fazem parte das cidades desde as primeiras civilizações, como foram cruciais em muitos casos pela definição dos centros urbanos. Esses espaços de comércio são extremamente importantes para o abastecimento local, mas além da sua importância econômica, se tornaram o lugar do encontro e da vivência coletiva dos mais diversos estratos sociais, e da construção da identidade cultural das cidades. Goiânia tem um viés comercial muito expressivo, que se deve em grande parte à presença tão forte das feiras no cenário da cidade e das atividades de produção, comércio e serviços ligadas a essa economia.

As feiras especiais comercializam produtos ligados ao vestuário, acessórios, artesanato e comidas variadas. Atraem compradores do Brasil todo e tem uma parcela importante na economia do município e na movimentação de turistas. A feira Hippie é um exemplo dessa categoria e da dimensão da importância desse comércio para Goiânia. Segundo dados da SEDEM (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico) de dezembro de 2009, são 6960 feirantes cadastrados, e é a maior e mais antiga feira de Goiânia.

“No ano 1960, a feira da Vila Operária em Goiânia era motivo de encontro, compra e vendas, nela os comerciantes marcavam sua área com pedras no chão, onde o produtor comercializava seu produto sem normas e regras de comercialização.” (CENTRAL DE ABASTECIMENTO DE GOIÁS – CEASA-GO, 2010).

Atualmente, são cerca de 150 feiras cadastradas pela Semic (Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Serviços) que se dividem entre livres e especiais. Nas feiras livres são comercializados produtos de hortifruti, carnes, condimentos e comidas. São de grande importância tanto para o abastecimento da população, quanto para o incentivo à agricultura familiar, já que é uma oportunidade de comprar diretamente de quem produz.

Figura 08 | Espaço da feira livre do CEPAL aos sábados.


O caráter social do comércio das feiras livres O território da feira segundo Mascarenhas e Dolzani (2008, p. 72), representa uma experiência específica de sociabilidade e de uso da rua. Assim, portanto, oferece algo que não encontramos nem mesmo nos estabelecimentos comerciais que utilizam de estratégias para satisfazer os padrões de consumo mais exigentes, como os hipermercados. A feira oferece a possibilidade de comprar direto de quem tem propriedade para falar do seu produto. A sua forma de apropriação do espaço permite o passeio despretencioso dos frequentadores, como quem nada procura, mas analisa e negocia, e leva as mais espontâneas formas de sociabilidade. [...] mercados municipais e feiras como lugares, não apenas de compra e venda de mercadorias, mas também, e significativamente, de contato humano face-a-face, a ser analisado como um espaço público no qual relações de trocas não comerciais encontram-se associadas à produção de sentimentos de pertencimento comum, reciprocidade e identidade coletiva em seus frequentadores. (DOULA, SERVILHA, 2009, p.141)

O lugar da feira é a rua, o espaço da vida coletiva. Essa prática informal da economia urbana tem como essência uma ocupação livre e periódica. As cores, os cheiros, o barulho, a aglomeração de pessoas, a disposição sem amarras, a conversa

despretenciosa. No entanto, em determinado momento a gestão municipal passou a enxergar uma necessidade de ordenar essas questões que envolvem o território urbano. Em outras palavras, o Estado vê o que Milton Santos (1979) chama de “circuito inferior da economia” como um setor que precisa ser formalizado, tanto pela questão da arrecadação tributária quanto pela ordenação do espaço público que as feiras ocupam. De certa maneira, essa formalização da feira livre garante a sua permanência nas ruas dos centros urbanos, agora ocupadas por um fluxo intenso de automóveis que rejeita outras formas de apropriação. Apesar disso, surge uma controvérsia em relação as tipologias desenvolvidas para abrigar as feiras livres.


Formalização da feira: o espaço do Cepal – Setor Sul O CEPAL (Centro Popular de Abastecimento e Lazer) – Setor Sul é um projeto que foi idealizado pela prefeitura de Goiânia em 1985. O propósito era criar um espaço que abrigasse a feira livre e oferecesse novas opções de lazer para a população. Existem mais duas unidades além da mencionada, o CEPAL Jardim América e o CEPAL Vila Abajá. A unidade do Setor Sul abriga feiras especiais nas quartas e sextas no período noturno e a feira livre aos sábados pela manhã. O espaço também abriga alguns eventos esporádicos como o encontro de colecionadores de carros de época, reuniões de grupos sindicalistas, associações e eventos da prefeitura. O projeto original previa uma cobertura metálica que abrigaria o espaço das feiras, quadras esportivas, bancas para açougues e banheiros públicos. No entanto, atualmente o que existe é uma grande área coberta que se torna na maior parte do tempo um espaço vazio e subutilizado que dá lugar a moradores de rua e usuários de droga. No caso do CEPAL – Setor Sul a sua localização privilegiada e de fácil acesso fez com que a sua imagem fosse reforçada no imaginário das pessoas ao longo dos anos e a sua presença adquirisse um caráter referencial na região. No entanto, essa área é circundada, por vias de grande movimento e alta velocidade, o que interfere na percepção que as pessoas têm do lugar. O espaço é então distanciado da vida da cidade e passa a atuar como uma referência espacial, mas não como uma referência do bairro, da comunidade, de uma identidade local. Como já foi dito anteriormente, reconhece-se o valor da intenção governamental que de alguma forma tenta orga-

nizar e formalizar esse comércio. Contudo, o que acontece no CEPAL, é que a construção de uma tipologia exclusiva para abrigar as feiras acaba findada ao fracasso, já que contradiz a essência dessa prática comercial como uma ocupação do espaço urbano livre e periódica. Não que isso afaste os frequentadores, ao contrário. A presença da população na feira em questão, justifica a continuidade dessa temática no desenvolvimento do presente trabalho. Mas há a necessidade de tornar esse espaço, um espaço público vivo dentro da cidade. A cidade com a sua diversidade de usos, é mais coerente com uma tipologia que não seja inerte, mas sim um objeto que agregue, que seja diverso e que seja um convite à apropriação pelos mais diversos grupos.

Figura 09 | Espaço do CEPAL sem a feira.




CAPร TULO II

Estudo de similares Anรกlise


Parque Botânico do Rio Medellín Tipologia: Planejamento urbano + parque linear Autor: Latitud Taller de Architecture y Ciudad Localização: Medellín, Colômbia Área: Ano: 2013 Fonte: Arch Daily

Atualmente a vegetação do Vale de Aburrá, ao longo do rio Medellín, encontra-se desarticulada da rede de espaço público e contida em pequenas franjas da cidade pouco permeáveis ao habitante. A área de extensão do projeto é, portanto, definida em função da disponibilidade de propriedades públicas ao longo dos principais eixos viários, que apresentam potenciais conexões com o vale.

Proposta O Parque Botânico da cidade de Medellin busca articular os corpos de água, os vazios verdes, e as infra-estruturas subutilizadas sobre o rio Medellín, por meio de sua recuperação e articulação a um corredor biótico metropolitano. O corredor possibilita a democratização do acesso à zonas de vegetação atualmente contidas, integrando-as a uma rede de outros sistemas de infraestrutura que garante a continuidade e a hierarquização dessa estrutura vegetal em torno do Rio Medellín.

Estratégias 1. 2. 3. 4. 5.

Rio como eixo estruturante Desenvolvimento ambiental Critérios viários e de mobilidade Reciclagem de áreas subutilizadas Espaços públicos


Figura 10 | Ilustração das atividades diurnas propostas.


Figura 11 | Ilustração do novo Figura 21 | Ilustração do novo programa. programa.


Costura: mobilidade x espaço público

Distribuição do programa urbano 1

Zona potencial de renovação urbana.

2

Reciclagem de estacionamentos existentes para gerar parques ambientais.

3

Zonas de espaço público com vínculo à água.

4

Geração de um novo equipamento cultural: ampliação

da sala alternativa para o teatro metropolitano.

5

Trilhas em percursos botânicos.

6

Construção de rampa de conectividade para as áreas mais elevadas.

7

Parque de convenções e eventos (grande praça).

8

Reciclagem de viaduto para novas conexões.

9

Qualificação das áreas sob pontes.

10

Qualificação do espaço hídrico atual.

11

Priorizar caminho de pedestres.

LEGENDA Espaço público Zonas verdes Figura 12 | Esquema de mobilidade.

Via subterrânea Vias existentes Ciclovia

Figura 13 | Esquema de distribuição do programa urbano.


Parque linear de Council Bluffs - Rio Missouri Tipologia: Planejamento urbano + parque linear Autor: Sasaki associates Localização: Council Bluffs, Iowa | EUA Área: aprox. 36 hectares Ano: 2013 Fonte: Architizer

O parque linear é resultado do planejamento urbano e paisagístico na margem do Rio Missouri do lado da cidade de Council Bluffs. Inicialmente, essa área já se encontrava ricamente arborizada em contraste com a paisagem urbanizada da outra margem.

Proposta O planejamento buscava permitir o acesso da população ao rio e preservar o seu habitat.

Estratégias 1. 2. 3. 4. 5.

20 acres de reflorestamento. Drenagem na áreas lindeiras as estradas. Pavimentação permeável. Plantações nativas diversas. Jardins de chuva nos estacionamentos.


Figura 15 | Gramado para eventos.


1

2

3

2

Figura 16 | Esquemas de zoneamento, acesso ao rio e fluxos.

Zoneamento

Percursos

Por meio do desenho paisagístico o projeto direciona diferentes intensidades de uso. Para isso são delimitadas quatro zonas que seguem diferentes princípios de planejamento de acordo com o nível de intensidade da intervenção: zona de intervenção mínima (1), duas zonas de média intensidade (2) e uma zona de aumento de intensidade (3).

Os caminhos foram traçados seguindo esse mesmo princípio. Na zona de intensidade mínima os trajetos permitem apenas o acesso de pedestres por entre a mata reflorestada. Nas zonas de média intensidade, além dos trajetos e de uma ponte para pedestres, uma pista compartilhada garante o fluxo de carros, pedestres e ciclistas dentro do parque. E na zona de aumento de intensidade, onde o fluxo é intensificado, uma rede de percursos foi delimitada, para garantir o deslocamento dos pedestres nas diferentes atividades que o espaço abriga.


Programa 1

Zona de intervenção mínima Percursos para pedestres

2

Zona de média densidade I Estacionamento 20 vagas Pista de uso compartilhado Ponte para pedestres II Quadras de basquete Estacionamento 148 vagas

3

Zona de aumento de densidade Praia Quadras de vôlei Gramado para eventos Restauração da orla natural do rio Pavilhões Caminho com desníveis Pier Mirantes Estacionamento 140 lugares

Figura 17 | Masterplan.

Pier à margem do rio em sua condição natural.

Terraço e pier em terreno escalonado.

Anfiteatro aberto.

Figura 18 | Esquemas de aproximação do rio.



CAPร TULO III

Leitura do territรณrio Anรกlise



Figura 19 | Marginal Botafogo vista da ponte da Rua 243 para o Centro.


Área de estudo TRECHO 06 - Rodoviária e Rua 44 • Proximidade a polo comercial de grande fluxo • Córrego canalizado por contenções de concreto • Ausência de vegetação ciliar • Presença de faixa de vegetação rasteira entre o curso do córrego e Marginal • Áreas permeáveis quase nulas e grande incidência de inundações • Trecho final da Marginal e consequente término da canalização

TRECHO 07 - Deságue • Ocupações irregulares • Grandes áreas permeáveis com pouca vegetação densa • Área sujeita a assoreamento • Trecho final da Marginal e deságue no Rio Meia-Ponte

Rio Meia-Ponte

TRECHO 05 - Mutirama e Parque Botafogo

Córrego Capim Puba

LEGENDA Quadras Cursos d’água Recorte de estudo Divisão entre trechos

• Área de preservação fragmentada pela Marginal • Córrego canalizado por contenções de concreto • Ausência de vegetação ciliar • Equipamento de lazer • Ocupações irregulares


Em razão dos fatores já mencionados que levaram a descaracterização do curso do Córrego Botafogo ele desenvolveu características e problemáticas distintas em diferentes trechos. É evidente como o córrego tem um papel fundamental não só na escala urbana na qual se insere, mas também na conectividade, na manutenção da infraestrutura verde e no potencial de uso público da cidade. No entanto, devido a sua grande extensão e problemáticas que envolvem trechos urbanos específicos, o presente trabalho busca elaborar uma proposta de recuperação e reestruturação das margens do Córrego Botafogo, em uma área que traz uma variação tanto na problemática ambiental, quanto no modo atual de ocupação, a fim de que esse estudo testemunhe o potencial do corredor do Córrego Botafogo como uma nova infraestrutura urbana.

O recorte definido para o estudo abrange os trechos 03 e 04, os quais articulam os bairros Jardim Goiás, Setor Sul e Setor Leste Universitário e Centro. Essa área foi definida por abranger o início da canalização do Córrego Botafogo e consequentemente da Marginal Botafogo, pelo seu grande potencial de conectividade dentro da cidade, por apresentar duas configurações de ocupação bem distintas, pelo seu potencial paisagístico e por abranger o CEPAL- Setor Sul, que foi o ponto inicial das reflexões sobre o lugar.

TRECHO 02 - Curso Natural do Córrego • Ocupações irregulares em áreas de proteção permanente • Vegetação ciliar escassa e pouco preservada TRECHO 04 - Praça Cívica/ Universitária

TRECHO 01 - Parque Jardim Botânico

• Córrego canalizado por contenções de concreto  • Proximidade de áreas de maior ocupação • Ausência de vegetação ciliar • Ausência de faixa de vegetação rasteira entre o curso do córrego e Marginal • Áreas permeáveis quase nulas • Ocupações muito próximas à Marginal

• Área da nascente do Córrego Botafogo • Parque e área de preservação com vegetação densa • Pequenas áreas pontuais de ocupação irregular

Córrego do Sumidouro

Córrego do Areião

TRECHO 03 - Início da Marginal Botafogo • Início da canalização do Córrego Botafogo • Córrego canalizado com gabiões • Proximidade de áreas mais densas • Ausência de vegetação ciliar • Estreita faixa de vegetação rasteira entre o curso do córrego e Marginal • Deságue do Córrego do Areião e do Córrego do Sumidouro • Maior área permeável nas quadras do entorno imediato da Marginal • Ocupações irregulares • Área de localização do CEPAL

Figura 20 | Mapa do curso do Córrego Botafogo.

0

200

400

10000 m


Inserção urbana e conectividade

Apesar da Marginal Botafogo ser um importante eixo de conectividade norte-sul na cidade, a sua presença rompe a conexão transversal entre os bairros e acentua a fragmentação do entorno. Um estudo da inserção urbana torna-se, portanto, necessário para entender os diferentes contextos de cada área, a fim de que o novo eixo Botafogo atue como uma infraestrutura pública que não só atenda às demandas, mas articule as potencialidades existentes. As conexões transversais existentes nesta área promovem a ligação entre diferentes equipamentos e pontos nodais. Como são pontos de grande geração e convergência de fluxos na malha urbana, essas conexões são bem abastecidas pela malha de transporte público da cidade. No entanto, embora seja um potencial facilitador do acesso de pessoas de diferentes áreas da cidade ao novo eixo Botafogo, é válido ressaltar como esses eixos não determinam, tanto na área quanto entre si, percursos para pedestres e nem uma rede de transporte intermodal. Com exceção do eixo da Avenida Universitária – Praça Cívica, que foi contemplado há pouco tempo com uma ciclovia e um sistema de bicicletas compartilhadas.

Para o desenvolvimento da análise a seguir sobre os bairros foi feito um estudo de densidade de algumas quadras que representam de forma sintética o caráter da ocupação dessas áreas. Para esse estudo, considerou-se a média de 3,2 moradores por domicílio em Goiânia, segundo dados do Censo Demográfico do IBGE de 2010.


Figura 21 | Ponte da Av. Fued JosĂŠ Sebba vista da ponte da Rua 243.


Densidade das regiões brasileiras: Fonte: Jornal Nexo, 25 Set 2017

Norte

4,7 hab/ km²

Centro-Oeste Nordeste

9,9 hab/ km² 38,1 hab/ km² 54,1 hab/ km²

Sul Sudeste

94 hab/ km²

Figura 22 | Gráfico de densidade das regiões.

Setor Jardim Goiás

Setor Sul

O Setor Jardim Goiás é produto dos primeiros loteamentos privados que surgiram em Goiânia entre as décadas de 50 e 60 nas áreas do entorno do núcleo central. Segundo Gonçalves (p.113, 2002), o surgimento desses loteamentos foi resultado do grande crescimento populacional nesse período, da ação do capital privado e dos interesses da administração municipal. O bairro sofreu um grande crescimento a partir da década de 80 quando o shopping Flamboyant e hipermercados se instalaram na região. A partir da década de 90, em decorrência desses grandes equipamentos e da consequente valorização do preço da terra, houve uma intensa verticalização da área que atualmente se configura como uma das mais nobres da cidade. A área é predominantemente residencial, com comércio e serviços voltados para os moradores. Destaca-se a presença do Parque Flamboyant, um dos parques mais estruturados em Goiânia e amplamente utilizado pela população. No entanto, o Jardim Goiás apresenta um grande contraste socioeconômico. Do lado sul da Avenida A, se localiza a área verticalizada, privilegiada com infraestrutura e grandes equipamentos. Já o lado norte, apresenta uma densidade demográfica muito baixa e inclusive áreas com ocupações irregulares se sobrepõe a APPs do Córrego do Sumidouro.

O Setor Sul é um dos bairros do núcleo central do Plano Inicial de Goiânia de 1938. Foi um bairro planejado segundo os princípios da Cidade Jardim e das Unidades de Vizinhança. O propósito era construir um bairro com áreas verdes abundantes, interligadas entre si e que permitissem o fortalecimento do espaço público e o desenvolvimento comunidades locais. Desse modo, todas as quadras teriam em seu interior áreas verdes para onde estariam voltadas as residências e por onde haveria a circulação de pedestres, separada da circulação dos carros que aconteceria nas vias entre as quadras. Entretanto, quando a ocupação do bairro se iniciou tardiamente por volta da década de 50, os moradores começaram a construir suas casas voltadas para as vias e não para as áreas verdes. Isso levou a descaracterização do bairro diante do que foi planejado. Atualmente, as áreas verdes dos miolos das quadras se encontram em sua maioria subutilizadas, isoladas do contexto urbano e em alguns casos até mesmo isoladas das moradias do entorno imediato. O bairro é predominantemente residencial, de baixa densidade demográfica e ocupado por uma parcela da população de classe média-alta. Com o desenvolvimento de eixos de mobilidade nas ruas 88, 86, houve um desenvolvimento mais expressivo de atividades comerciais e de serviços nos lotes voltados para elas. No entanto, ainda assim o bairro oferece poucos serviços voltados à população que nele reside e é carente de espaços públicos e de lazer de qualidade.


Densidade das quadras analisadas:

Centro

11,70 hab/ km²

Setor Leste Universitário

4,36 hab/ km²

Setor Sul

3,44 hab/ km²

Jardim Goiás

4,69 hab/ km²

(trecho norte)

106,26 hab/ km²

Jardim Goiás (trecho sul)

Figura 23 | Gráfico de densidade dos bairros.

Setor Leste Universitário

Setor Central

A ocupação do Setor Leste Universitário teve início nos primeiros anos da construção de Goiânia por operários e famílias de baixa renda que, sem condições de se instalarem no núcleo da cidade planejada, iniciaram ocupações irregulares às Margens do Córrego Botafogo e foram se espalhando no sentido leste da cidade. A área que correspondia ao Setor Leste e que atualmente é subdividida entre os setores Leste Universitário, Vila Nova e Nova Vila só foi legalizada em 1947. No entanto, o processo de urbanização no Setor Leste Universitário só começou de fato com a instalação da Universidade Católica de Goiás no final dos anos 50. De fato, a ocupação por universidades tornou-se não só uma característica do bairro como um fator importante para o seu desenvolvimento econômico. Destaca-se também a presença de grandes hospitais como o Hospital das Clínicas e o Hospital Araújo Jorge. As universidades juntamente com os hospitais geram uma demanda no setor por pequenas moradias para instalações temporárias e em razão disso, nos últimos anos houve uma verticalização na área. É uma área, portanto, que devido à presença desses polos geradores de viagem é bem abastecida pelo sistema de transporte público e atrai um grande contingente de pessoas durante certos períodos do dia.

O Centro foi o ponto de partida tanto do planejamento quanto da ocupação de Goiânia. Concentrava as atividades administrativas e era o núcleo do desenvolvimento da cidade com intensa atividade comercial. No entanto, com o surgimento dos loteamentos privados a partir da década de 50 e consequente desenvolvimento de novos centros, a população começou a migrar. Houve um esvaziamento progressivo que levou à desvalorização da área. Atualmente, o bairro mantém o seu caráter residencial, paralelo à intensa atividade comercial e prestação de serviços. Embora tenha uma ocupação densa, é pouco povoado. Existem muitos edifícios abandonados e o baixo valor comercial da área aliado ao grande fluxo de pessoas na área durante o dia levou à multiplicação das tipologias de estacionamentos. Pela intensa atividade comercial, um outro problema que o Centro enfrenta atualmente, é o esvaziamento após o horário comercial, agravado pela escassez de atividades noturnas da área. Além disso, é um bairro tem uma grande demanda por espaços de lazer e de áreas verdes. Apesar disso, o bairro tem um grande potencial para se estabelecer novamente como uma área viva dentro da cidade.


Figura 24 | Mapa de inserção urbana.

Setor Leste Universitário

Praça Universitária

Setor Leste Vila Nova Praça Botafogo

Setor Sul

Centro

Praça Cívica

Setor Oeste Bosque dos Buritis


PUC- Área V Estádio Serra Dourada Parque Flamboyant

Setor Jardim Goiás

Vila São João

Loteamento Areião

Praça do Cruzeiro Parque Areião

MAPA DE INSERÇÃO URBANA LEGENDA Pontos de ônibus Vegetação Cursos d’água Ciclovia

Setor Marista

Linhas de Ônibus

0

50

150

300 m


Fatores físicos e legislação

O Código Florestal Brasileiro – lei Federal n. 4771 de 15 de setembro de 1965 define como Área de Proteção Permanente (APP) as áreas situadas em uma faixa bilateral de 30 metros, medidos a partir das margens, para os cursos d’água de menos de 10 metros de largura. O Córrego Botafogo se enquadra nessa especificação, no entanto, ainda assim o Plano Diretor de Goiânia – lei complementar n. 171 de 29 de maio de 2007, determina como APP para todos os córregos da cidade, faixas de 50 metros bilaterais aos cursos d’água. Para a área do Córrego Botafogo, com início nos limites da APP e dentro de raio de 100 metros encontra-se a Unidade de Uso Sustentável. Nessa área são admitidos os usos citados no esquema ao lado. As edificações nas Unidades de Uso Sustentável (UUS) deverão atender as exigências urbanísticas estabelecidas na tabela a seguir:

Usos:

Unidade de uso sustentável definida por:

Habitação unifamiliar.

LEI COMPLEMENTAR n. 171 de 29/05/200

Habitação seriada. Habitação geminada.

LEI COMPLEMENTAR n. 246 de 29/04/2013

Habitação coletiva.

LEI 8617 de 09/01/2008

Atividades econômicas com área ocupada de até 5000 metros quadrados.*

OCUPAÇÃO

40% subsolo

40% em todos os pavimentos

PERMEABILIDADE

Índice de permeabilidade, conforme Art. 122 da Lei Complementar n. 171/2007. Índice de Controle de Captação de Água Pluvial e Índice Paisagístico conforme Art. 128 e 128A da Lei Complementar n. 246 de 29/04/2013

ALTURA DA EDIFICAÇÃO

AFASTAMENTOS

Lateral

Fundo

Frente

3 metros

100 metros 5 metros

6 metros

100 metros 5 metros

9 metros

100 metros 5 metros

AFASTAMENTOS INTERBLOCOS o dobro dos afastamentos laterais Fonte: Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação


Observações e excessões previstas em lei: * Acima de 5000 metros quadrados de área total construída, excluídas as áreas de estacionamento, poderão ser admitidos os usos considerados macro projetos, conforme estabelecido nos artigos 94 e 95. No entanto, somente se o empreendimento for pré-autorizado pela Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade (SMT) e pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano Sustentável (SEMDUS) que poderão exigir a apresentação do Estudo de Impacto no Trânsito (EIT) e do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV). Observar o Art. 54D da Lei Complementar 181/2008. Em casos exepcionais de lotes em que o limite do fundo coincida com a margem do curso d’água ou fundo do vale, deverão garantir o afastamento mínimo de fundo de 30 metros, medidos a partir da margem do curso d’água, em similaridade ao estabelecido no Código Florestal Brasileiro, lei federal n. 4771 de 15/09/1965.

Figura 25 | Desnível acentuado do terreno entre as habitações e a Marginal Botafogo na Rua 223.

O mapa de fatores físicos a seguir destaca as duas possíveis faixas de preservação. Sobrepostas à ocupação nas margens do Córrego Botafogo e à vegetação remanescente, atestam o total desrespeito às Leis Ambientais municipais e federais e a incoerência do governo municipal ao determinar uma área de preservação permanente ainda maior que o estabelecido pelo Código Florestal, e ainda assim, permitir a construção da Marginal Botafogo que ignora a existência de qualquer lei ambiental e levou a remoção da maior parte das APPs ao longo do Córrego Botafogo. A topografia representada em linhas com desnível de 5 em 5 metros, destaca o caráter de fundo de vale do recorte de estudo e as ocupações marginais que se localizam em terrenos acentuados, muito próximos à marginal e à possíveis inundações.


Figura 26 | Mapa de fatores fĂ­sicos.


MAPA DE FATORES FÍSICOS LEGENDA Ocupações existentes Vegetação Terrenos desocupados > 600 m² Cursos d’água Recorte de estudo APP 30 metros APP 50 metros 0

50

150

300 m


Diagnóstico - trecho 03

• USO: Residencial e comercial. Destaque para presença de supermercado de médio porte. • OCUPAÇÃO: ocupação muito densa. • Permeabilidade do solo extremamente baixa. • Área com grande desnível. • Área em processo de regularização fundiária. • USO: Residencial, com habitações unifamiliares. • OCUPAÇÃO: Quadra muito estreita com ocupações no limite da Marginal. • Baixa taxa de permeabilidade do solo. • Potencial paisagístico e vistas. • Área com grande desnível.

Ave ni

da

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a

Córrego do Sumidouro

5

Ru a

86

• USO: Residencial e mista, com habitações unifamiliares em conjunto com pequenos comércios. • OCUPAÇÃO: Quadra muito estreita com ocupações no limite da Marginal. • Permeabilidade do solo extremamente baixa. • Percursos de passagem muito estreitos que geram conflitos no sistema viário. • Área com grande desnível.

LEGENDA Áreas verdes Áreas irregulares Áreas regularizadas Cursos d’água APP 50 metros Fluxo lateral existente Divisão entre os trechos Eixos de fluxos transversais

• Área em processo de regularização fundiária. • USO: Predominantemente residencial com habitações unifamiliares e pequena atividade comercial. Destaque para presença de grande equipamento de comércio, o CEPAL. • OCUPAÇÃO: ocupação distinta pelo CEPAL e pelas habitações. • Presença de percurso para pedestres no limite dos lotes com a Marginal. • Baixa taxa de permeabilidade do solo. • Relevo com maior desnível.

Ru

• Área em processo de regularização fundiária. • USO: Residencial , com a presença de chácaras e habitações unifamiliares. • OCUPAÇÃO: asedificações encontramse espaçadas e distantes da Marginal, com acesso somente pela Rua 115. No entanto, há a presença de habitações muito próximas ao viaduto. • Alta taxa de permeabilidade do solo. • Potencial paisagístico e vistas. • Área com pouco desnível.

a8

8

Rua 11


• Unidade de conservação. • Área de deságue do Córrego do Sumidouro. • Área sem ocupação. • Cobertura vegetal pouco densa. • Única área que permite a aproximação direta ao Córrego Botafogo. • Fluxo em alta velocidade dos veículos da Marginal e a presença do viaduto inibem qualquer forma de aproximação. • Área com pouco desnível.

Av en

ida

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A

• Área em processo de regularização fundiária. • USO: Residencial, com apenas habitações unifamiliares. • OCUPAÇÃO: Residências muito próximas à marginal e com acesso direto por ela. • Baixa taxa de permeabilidade do solo. • Faixa de vegetação entre as residências e a marginal com circulação de pedestres.

Córrego do Areião

• Área em processo de regularização fundiária. • Área de deságue do Córrego Areião - com princípios de erosão. • USO: Pequena atividade comercial, habitação unifamiliar e chácaras. • OCUPAÇÃO: edificações espaçadas e distantes da Marginal e com acesso somente pela Rua 115. • Alta taxa de permeabilidade do solo. • Potencial paisagístico e vistas. • Área com pouco desnível.

• Área regularizada • USO: Residencial e comercial. Destaque para o expressivo comércio voltado para a Av. Deputado Jamel Cecílio. • OCUPAÇÃO: ocupação muito densa. • Permeabilidade do solo extremamente baixa. • Área com pouco desnível.

Figura 27 | Esquema de análise das quadras do trecho 03.

0

50

150

300 m


Diagnóstico - trecho 04 • USO: Residencial e pouco comercial. • OCUPAÇÃO: Trecho de ocupação residencial muito denso. • Faixa de vegetação mais expressiva entre os fundos de lote e a Marginal, com destaque para presença de vegetação de pequeno a médio porte. • Taxa de permeabilidade do solo baixa. • Área com declive acentuado.

• USO: Residencial. • Única quadra da área de estudo com área direcionada a lazer. • OCUPAÇÃO: Ocupação menos densa. • Taxa de permeabilidade do solo média. • Área com declive acentuado.

• USO: Lazer e residencial. • Única quadra da área de estudo com área direcionada a lazer. • OCUPAÇÃO: Trecho de ocupação residencial muito denso. • Taxa de permeabilidade do solo alta. • Área com declive acentuado.

LEGENDA Áreas verdes Áreas irregulares Áreas regularizadas Cursos d’água APP 50 metros Fluxo lateral existente Divisão entre os trechos Eixos de fluxos transversais

(análise trecho final) • USO: Comercial e residencial. • OCUPAÇÃO: Ocupação densa. • Estreira faixa de vegetação rasteira entre os fundos de lote e a Marginal. • Taxa de permeabilidade do solo muito baixa. • Área com declive acentuado. • Presença de muros de contenção no limite do quadra com a Marginal.


• USO: Predominantemente residencial. • OCUPAÇÃO: Ocupação mais consolidada em relação a outras quadras, mas ainda assim muito próxima à Marginal. • Destaque para a presença de tubulações de drenagem dos lotes com despejo direto na Marginal. • Estreira faixa de vegetação rasteira entre os fundos de lote e a Marginal. • Taxa de permeabilidade do solo baixa. • Área com declive acentuado.

• USO: Predominantemente residencial. • OCUPAÇÃO: Ocupação mais consolidada em relação a outras quadras. • Faixa de vegetação mais expressiva entre os fundos de lote e a Marginal, com destaque para presença de vegetação de pequeno a médio porte. • Taxa de permeabilidade do solo baixa. • Área com declive acentuado.

• USO: Predominantemente residencial. • OCUPAÇÃO: Ocupação na imediação da Marginal. • Destaque para a presença de tubulações de drenagem dos lotes com despejo direto na Marginal. • Taxa de permeabilidade do solo muito baixa. • Área com declive muito acentuado. • Presença de gabiões no limite do quadra com a Marginal.

• USO: Residencial e pouco comercial. • Destaque para a presença de poucos edifícios de habitação coletiva com 2 pavimentos. • OCUPAÇÃO: Ocupação mais consolidada em relação a outras quadras, mas ainda assim muito próxima à Marginal. • Estreira faixa de vegetação rasteira entre os fundos de lote e a Marginal. • Taxa de permeabilidade do solo baixa. • Área com declive pouco acentuado.

Figura 28 | Esquema de análise das quadras do trecho 04.

0

50

150

300 m


Caracterização da situação atual

A partir das análises foi possível construir um Mapa Síntese de caracterização da atual situação da área de intervenção. A ocupação da área, como já mencionado, partiu de ações irregulares em uma área de fundo de vale. Consequentemente, grande parte das Áreas de Proteção Permanente (APPs), foram ocupadas. Embora, a maioria tenha sido regularizada, a ocupação densa dessas áreas compromete a permeabilidade do solo e diminui drasticamente as áreas de infiltração das águas pluviais, o que é agravado pela presença da Marginal Botafogo e pela canalização do córrego. Como consequência, as enchentes e desmoronamentos que ocorrem na área após chuvas de grande volume. Além disso, a ocupação da área cria uma barreira que impede não só desenvolvimento de conexões transversais que poderiam integrar melhor o entorno, como também, dificulta o desenvolvimento de um ambiente público capaz de fortalecer a área e a paisagem da cidade. Embora a área, esteja sujeita à uma ocupação densa, ela é pouco povoada. Predominam residências térreas, e em um raio de 500 metros das margens do Córrego Botafogo a área correspondente ao trecho norte do Setor Jardim Goiás, apresenta uma grande quantidade de lotes vagos.

A análise de mobilidade salienta um grande potencial da área de estudo. Sobrepondo raios caminháveis sobre a área, atesta o seu potencial de caminhabilidade, fator que aliado à uma densidade populacional maior é de extrema importância para a potencializar os espaços públicos. Por fim, a existência de um eixo de mobilidade paralelo às margens aponta como em um cenário sem a existência da Marginal Botafogo essa importante ligação norte-sul dentro da cidade continuaria a existir. Tal ligação poderá compor um eixo de transporte intermodal muito mais benéfico à cidade, do que o eixo atual que prioriza o fluxo rápido de automóveis.


Reconhecimento

Potencialidades

• Importante eixo viário de ligação norte-sul. • Área com potencial de uso público.

• Eixo intermodal de ligação norte-sul. • Conexões leste-oeste. • Área de fácil acesso dentro da rede de transporte público de Goiânia. • Possibilidade de desenvolvimento de uma rede de transporte intermodal. • Áreas passíveis de adensamento. • Recuperação e conexão da infraestrutura verde. • Áreas com alto potencial de uso público.

Problemas • Ocupações irregulares em APPs. • Precariedade das ocupações: áreas de declive acentuado e sujeitas a inundações. • Baixa permeabilidade do solo. • Descontinuidade dos fluxos e fragmentação das atividades entre os bairros situados nas margens leste-oeste. • Distanciamento do curso d’água: alta velocidade como barreira. • Ausência de prioridade para pedestres no deslocameno pela área. • Carência de espaços públicos de qualidade. • Áreas verdes escassas, degradadas e segregadas do contexto urbano: canalização do rio, destruição da vegetação ciliar e áreas verdes subutilizadas.

Figura 29 | Ocupações irregulares nas imediações da Marginal.


Figura 30 | Mapa síntese.

Praça Universitária

Praça Cívica

Bosque dos Buritis


Estádio Serra Dourada Parque Flamboyant

Praça do Cruzeiro

6 min

12 min

500 metros

1 km

Parque Areião

MAPA SÍNTESE LEGENDA Terrenos desocupados > 600 m² Áreas verdes Áreas irregulares Áreas regularizadas Conjuntos habitacionais existentes Cursos d’água Raios caminháveis APP 50 metros Fluxo lateral existente Divisão entre os trechos Eixos de fluxos transversais 0

50

150

300 m


A nova imagem do Eixo Botafogo

Figura 31-32 | Cortes esquemรกticos.


PERFIL EXISTENTE

PERFIL PROPOSTO



CAPÍTULO IV

A margem Diretrizes gerais e específicas


Divisão dos trechos Diante das potencialidades identificadas, surge a necessidade de repensar novas diretrizes de uso e ocupação, com o objetivo de requalificar essa área e mostrar um cenário onde se é possível chegar, por meio do planejamento urbano aliado à preservação e democratização das margens. A proposta busca recuperar as margens do Córrego Botafogo por meio de uma infraestrutura verde que articule diferentes usos e diferentes formas de ocupação. O objetivo é que nessa nova ocupação seja estabelecida uma conexão entre água, margens e tecido urbano, que devolva ao curso d’água a posição de protagonista. Isso será feito por meio de uma nova configuração do espaço que trará programas complementares que estimulem a região e apoiem a construção de um ambiente público de integração social. De modo que, esse espaço se torne um espaço referencial para a cidade com novos visuais e novas formas de apropriação do curso d’água. Seguindo a metodologia adotada de divisão por trechos, a proposta geral abrange os trechos definidos como 3 e 4 durante o estudo do tecido urbano. No entanto, com a distribuição do programa foi adotada um subdivisão desses trechos em: trecho A, trecho B, trecho C. Em um primeiro momento uma proposta geral será apresentada para esses três trechos com aplicação das diretrizes gerais e específicas nas respectivas áreas. Em seguida, será apresentada de forma mais detalhada a ocupação definida para o trecho de lazer, assim com o projeto do edifício ponte que nele se insere.

A divisão dos trechos foi orientada pelas atividades existentes no entorno, assim como pelas características naturais de cada área.

TRECHO A Área circundada pelo Setor Jardim Goiás e pelo Setor Sul. São áreas majoritariamente residenciais, mas que foram historicamente pensadas separadas. Essa segregação é acentuada pela barreira física que o Córrego Botafogo e Marginal Botafogo representam atualmente. O Setor Jardim Goiás desfruta de áreas privadas de lazer e também do Parque Flamboyant, enquanto no Setor Sul os espaços de lazer previstos no planejamento do bairro encontram-se degradados e inutilizáveis. Portanto, a intenção é que este trecho articule melhor essas duas áreas distintas, favorecendo o deslocamento dos moradores por meio de novas conexões e atuando também como um novo espaço de lazer Além disso, por apresentar uma vasta área com a topografia plana e fora dos limites da APP, este trecho contará com uma Zona Especial de Interesse Social (ZEIS), onde serão realocadas as famílias desapropriadas das moradias localizadas nas APPs ao longo do Córrego Botafogo.

TRECHO C


TRECHO B Atualmente, este trecho atua como uma referência espacial na região pela presença do CEPAL. No novo eixo Botafogo, busca-se estimular essa característica, de modo que o caráter referencial se extenda a qualidade do espaço público. Para isso, o trecho de lazer dará lugar ao novo edifício ponte que irá substituir o CEPAL e também contará com uma infraestrutura de lazer, como quadras esportivas, playground e outros. É o lugar do encontro e da permanência.

Este trecho está inserido em uma área central da cidade. Próximo ao Centro e ao Setor Leste Universitário, essas são áreas de grande fluxo de pessoas e se encontram bastante ocupadas. A área do trecho livre apresenta um declive acentuado e está totalmente inserida na APP, deste modo irá se configurar como um respiro em meio ao tecido urbano consolidado e trará também atividades diversas que possam atender aos moradores e aos transeuntes.

TRECHO C

DIRETRIZES GERAIS

ÍNDICES URBANOS

01 Restabelecimento do eixo ambiental do Córrego. 02 Eixo Botafogo como intermediador de conexões. 03 Potencialização do espaço público. 04 Densidade habitacional.

Trecho habitação 20, 43 ha Trecho lazer 16, 31 ha Trecho livre 19,75 ha

TRECHO B TRECHO A

Figura 33 | Mapa do curso do Córrego Botafogo.

0

200

400

10 000 m


01 Restabelecimento do eixo ambiental do Córrego Botafogo A

Eixo Botafogo

Os estudos da evolução do Córrego Botafogo e da sua inserção urbana, denunciam como não só a paisagem, mas também o espaço urbano, se fragmentou em razão de um planejamento urbano que negligenciou a presença desse corpo d’água. O corpo d’água, dentro do contexto urbano brasileiro, é visto como um estorvo, raramente como potencial para o desenvolvimento do espaço público. A proposta parte da remoção da Marginal e da naturalização do córrego, a fim de devolver a hegemonia à paisagem natural, e contribuir para o desenvolvimento de um eixo articulador de conexões e atividades dentro da cidade.

B Desapropriações A ocupação existente nas margens do Córrego Botafogo é resultado das ações irregulares que aconteceram ao longo dos anos e como consequência encontra-se em áreas definidas como Áreas de Proteção Permanente. Na situação atual, com a presença da Marginal e quase que ausência de vegetação ciliar, a condição dessas ocupações se mantém sem alarde. No entanto, as consequências são claras. Ocupações em encostas e a área de fundos de vale com a permeabilidade do solo extremamente baixa.

Para viabilizar a recuperação do Eixo Botafogo será feita a desapropriação e posterior remoção dessas moradias. Segundo o Código Florestal Lei n. 12.651, de 25

de maio de 2012, Art. 65, na reurbanização de núcleos urbanos informais que ocupam APPs, a remoção das habitações que não estiverem em áreas identificadas como de risco, só é permitida se essas famílias forem realojadas. Nesse caso, a proposta irá prever áreas de Habitação de Interesse Social para contemplar a demanda.


A Remoção da Marginal

Botafogo e naturalização do curso do Córrego Botafogo.

B Remoção das ocupações ao longo das APPs.

Figura 34 | Esquemas de ilustração das diretrizes ambientais.


C - D

Áreas verdes

A fim de requalificar o espaço natural do Córrego Botafogo diante do seu atual cenário, será proposto o reflorestamento de áreas de fragilidade ambiental e o desenvolvimento de uma malha verde que conecte e requalifique o espaço natural em conjunto com o programa proposto.

E

Aproximação do rio

A aproximação do usuário será feita pelo visual, pelos percusos dentro do parque e por pontos estratégicos de contato direto.


C Recuperação das áreas de

vegetação e consequente aumento da área permeável.

D Requalificar e reconectar áreas verdes.

E Estratégias de aproximação do córrego.

Figura 35 | Esquemas de ilustração das diretrizes ambientais.


02 Eixo Botafogo como intermediador de conexões A

Eixo Norte-Sul

O eixo de deslocamento norte-sul localizado no tecido urbano existente e fora da APP irá atender ao fluxo que antes era totalmente desviado para a Marginal. Esse eixo integrado à rede de transporte intermodal proposta, irá garantir a mobilidade do transporte público, de pedestres e ciclistas, desprivilegiando o automóvel.

B

Rede de transporte intermodal

A análise de mobilidade demonstrou potenciais de,caminhabilidade da área, conectividade dentro da rede urbana e também a presença de um eixo de transporte norte-sul em potencial. A proposta busca aliar essas características de mobilidade em potencial a fim de estruturar uma rede de transporte intermodal, com novos percursos, conexões e travessias para o pedestre, o ciclista e com o devido espaço destinado à rede viária.


A Estruturação de um eixo

de mobilidade norte-sul fora da APP e utilizando a infraestrutura viária existente.

B Rede de transporte

Figura 36 | Esquemas de ilustração das diretrizes de mobilidade.

intermodal, com percursos, conexões e travessias no sentido norte-sul e lesteoeste.


03 Potencialização do espaço público A - B - C

Diversidade de usos

A investigação do presente trabalho partiu de uma inquietação quanto ao espaço público subutilizado do CEPAL e localizado nessa área com grande potencial. A reestruturação do córrego Botafogo busca, portanto, reconectar essa área aos contextos urbanos e por meio de um programa variado estimular diferentes usos e formas de apropriação do espaço que levem à construção de um ambiente público de integração social. A variedade de usos garante que o espaço seja ocupado em diferentes períodos do dia, o que traz vitalidade para os espaços urbanos e torna-os mais seguros. Serão propostas: • Áreas esportivas: equipamentos e quadras destinadas à diferentes práticas esportivas, assim como pistas de skate. • Áreas de eventos: áreas de permanência destinadas à eventos culturais e de lazer. • Playground: áreas de lazer para crianças que supram a demanda da área. • Infraestrutura: instalação de banheiros públicos para atender aos usuários do parque, assim como de mobiliário urbano. • Novo CEPAL: proposta de um novo edifício que abrigue as atividades do edifício existente diante do novo cenário e atue como articulador de fluxos na área.


A Áreas de lazer

B Infraestrutura

C Novo CEPAL Figura 37 | Esquemas de ilustração da distribuição do programa.


04 Densidade habitacional A

Áreas adensáveis

Diante do variado programa proposto e da baixa densidade demográfica identificada na área, a proposta de adensamento tem o objetivo de garantir a vivacidade desse espaço público e o melhor aproveitamento da infraestrutura proposta. Serão propostos no trecho A, edifícios de até 5 pavimentos, de uso misto e destinados à Habitação de Interesse Social.

A Zona Especial de Interesse Social (ZEIS) será implantada em uma área nas margens do Setor Sul, enquanto os edifícios de uso misto serão localizados na proximidade à área comercial da Av. Jamel Cecílio.

A Habitação de Interesse Social e edifícios de uso misto.


Figura 38| Esquema de ilustração das áreas destinadas à habitação.


PRODUCED BY AN AUTODESK S

Mapa geral de intervenção urbana

Figura 39| Mapa geral de intervenção urbana.


0

100

200

500 m


IMPLANTAÇÃO TRECHO B

Figura 40| Masterplan trecho B.


O edifício ponte

A proposta parte das premissas de um Centro Popular de Abastecimento e Lazer (CEPAL) e, da necessidade de propor um espaço público vivo dentro do novo cenário urbano. Dessa forma, o novo edifício deveria assumir as atividades e eventos que acontecem no CEPAL atualmente, sem deixar que elas ditassem um espaço inerte e exclusivo. Partindo dos estudos sobre o espaço da feira e das tentativas de ordenamento desse espaço pelo poder público, a questão que foi levantada é a de que o novo edifício deveria ir contra essa formalização, e para isso, deveria ser um espaço que reinterpretasse o espaço da rua. O intuito, não é só oferecer à feira um espaço para que suas atividades se desenvolvam,

mas devolvê-la ao seu lugar: o espaço da vida coletiva, de livre passagem e que representa uma experiência específica de sociabilidade. Como resultado, a nova tipologia atua como um articulador de fluxos e espaços, livre às mais diversas formas de apropriação.

0

25

50

150 m


Figura 41| Ampliação masterplan trecho B

O edifício se insere na área central do Trecho B, uma área de estreitamento que permite que a conexão entre as margens seja feita no menor percurso. Os blocos se assentam nas margens, fora da APP, de forma linear, acompanhando o percurso de quem transita pelo parque pelos caminhos propostos. Enquanto a passarela, parte do nível da rua e se extende à outra margem permitindo um visual panorâmico do fundo de vale. Devido à inserção em uma área de fragilidade ambiental, tomou-se partido dos visuais e da materialidade, a fim de que o edifício traduzisse a sutileza do ambiente não construído. Em vista disso, foi adotado o uso de estrutura metálica e de elementos de vedação não-opacos.

PLANTA DE SITUAÇÃO 0

12,5 25

75 m



BLOCO A O bloco A, voltado para a rua 115, abriga um bloco de apoio, o pátio coberto e praça. No nível da rua, possibilita a conexão com a outra margem pela passarela, a qual se estende lateralmente ligando-se ao bloco de apoio e ao acesso pelas rampas. Também possibilita as conexões do nível da rua para o nível inferior, de onde tem-se a vista de todo o vale. A estrutura segue uma modulação de 12 metros, onde pilares periféricos sustentam as treliças que vencem o vão transversal de 15 metros e se prolongam para dar suporte à estrutura da fachada, deslocada 1,10 m da malha estrutural do edifício. A estrutura da fachada é composta por treliças longitudinais ancoradas aos pilares, que dão suporte aos fixadores do tipo spider que prendem as chapas perfuradas de aço corten que fazem a vedação do edifício. As terças da cobertura são apoiadas pelas treliças transversais, nas quais são parafusados os clipes de fixação que ancoram as telhas metálicas do tipo zipada. O bloco de apoio tem uma estrutura independente do bloco principal. A vedação opaca em concreto com pigmento rosa, tem por finalidade destacar a sua volumetria e o seu caráter independente no espaço livre do pátio. Uma pele translúcida em vidro C glass, envolve o bloco de apoio e um bloco secundário de serviço, filtrando a visão para essas áreas e ainda, acentuando os volumes desse espaço.


Materialidade

COBERTURA telha zipada

ESTRUTURA treliças metálicas

FACHADA estr VEDAÇÕES chapas perduradas de aço corten

COBERTURA terças metálicas COBERTURA EXTENDIDA haletas metálicas

VEDAÇÃO vidro c glass

PISO PASSARELA módulos de concreto celular 60 x 60 cm

Figura 42| Perspectiva explodida bloco A.


Figura 43| Vista da passarela para o bloco A.



7,75 0,15

0,15

22,15

1,45

12

0,18

3,00

6,00

3,00

0,18

44,00

12

3,07

A

PASSARELA +0,00

11,30

1,65

3,00

B

14,95

56,95

BLOCO A PLANTA TÉRREO (0,00) escala 1:300 0

3

6

12 m

RUA 115


D

i = 3,8 %

7,75

C

PATAMAR -2,14

27,10

13,45

0,1

4,40

14

6,05

2,60

01

2,50

1,60

1,90

17,00

i = 8,33 %

4,42

1,05

04

0,13

02

01

A

03 BLOCO APOIO +0,00

B

7,30

1,65

3,05

4,42

02

6,95

3,00

ACESSO +0,00

C

D

4,00

PASSARELA +0,00

7,00

01

Banheiro fem. /masc. A= 21,55 m²

03

Elevador A= 5,84 m²

02

Banheiro PNE A= 3,74 m²

04

Casa de máquinas A= 5,84 m²


0,15

5,60

11,8

12,0

12,0

A 0,15 2,50

B

PÁTIO COBERTO -3,40

BLOCO A PLANTA PAVIMENTO INFERIOR(-3,40) escala 1:300 0

44,0

3

6

12 m

05


C

D

PATAMAR -2,14

7,00

i = 3,8 %

PRAÇA -3,40

4,20

06

2,85

5,10

i = 8,33 %

1,05

2,38

12,0

6,05

2,60

01

11,9

6,88

0,2

3,00

0,15

A 2,50

13,5

0,15

B

07 4,20

02

02

03 0,15 2,38

01

BLOCO APOIO -3,40

C

D

PATAMAR -2,40

01

Banheiro fem. /masc. A= 21,55 m²

05

Pátio coberto A= 652,2 m²

02

Banheiro PNE A= 3,74 m²

06

Praça A= 905,65 m²

03

Elevador A= 5,84 m²

07

Depósito A= 5,84 m²

04

Casa de Máquinas A= 5,84 m²


Figura 44| Vista da rampa de de acessso do bloco A. d



BLOCO A

+ 7,02

+ 3,40

0,00

- 3,40

BLOCO A


+ 7,02

+ 3,40

0,00

- 3,40

CORTE AA escala 1:250

CORTE BB escala 1:250


+ 7,02

+ 3,40

0,00

- 3,40

PRODUCED BY AN AUTODE

BLOCO A

BLOCO A


ESK STUDENT VERSION CORTE CC escala 1:200

+ 3,40

0,00

- 3,40

CORTE DD escala 1:200

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT

+ 7,02


Figura 45| Acesso bloco A pela rampa lateral.



BLOCO B O bloco B, voltado para a Rua 21, se alinha à Rua 20, permitindo uma perspectiva de vista emoldurada para o vale, desde a Av. Fued José Sebba. Abriga uma lanchonete, o bloco de apoio e o mirante. A cobertura metálica envolve os dois blocos independentes, como se pairasse sobre eles. No bloco B, seguiu-se a estratégia de destacar a volumetria dos blocos independentes. O bloco do restaurante, em concreto com pigmento rosa destaca-se na área do pátio, que apresenta um pé direito baixo para emoldurar a vista da paisagem. Enquanto o bloco do mirante, ergue-se como um elemento referencial de destaque visual. O espelho d’água, acompanha o acesso ao edifício e avança sobre seus limites criando ângulos visuais menos rígidos, em contraste à regularidade da ordenação dos espaços.


Materialidade

COBERTURA telha zipada

COBERTURA terças metálicas

ESTRUTURA treliças metálicas

VEDAÇÃO VEDAÇÕES vedações laterais em placas de aço corten

forro metálico módulos 6,25 x 6,25 cm BLOCO MIRANTE

BLOCO RESTAURANTE

concreto sem adição de pigmentos e moldado em fôrmas ripadas

concreto com pigmento rosa

Figura 46| Perspectiva explodida bloco B.


Figura 47| Acesso bloco B pela passarela.



RUA 21

9,24

RUA

ACESSO +0,00

26,85

1,15

0,3

5

i = 7,7 %

ESTAC. -0,77

03

02

8,10

F

3,75

06

+0,00

04

PÁ +0

01 05

12,5

5

17,5

BLOCO B PLANTA TÉRREO (0,00) escala 1:300 0

3

*ver ampliação do bloco de apoio

6

12 m

1,55

1,55

2,35 0,13

6,95

12,7

0,13

3,10


RUA 20

10,07

G

21

27,05

12

0,15

3

PASSARELA +0,00

F 07

09

4,70

ÁTIO 0,00

09

4,95

08

1,30

4,95

3,7

19,7

1,85

08

11,2

G

19,7

01

Cozinha A= 31,72 m²

06

Circulação A= 10,66 m²

02

Depósito A= 8,48 m²

07

Pátio A= 250,75 m²

03

Administração A= 6,28 m²

08

Banheiro PNE A= 3,68 m²

04

Banheiro serviço A= 2,54 m²

09

Banheiro fem. /masc. A= 12,92 m²

05

Atendimento A= 19,80 m²


0,1

1,87 1,87 2,90 2,90 1,88 1,88 0,1

12

11,2511,25

PLANTA TÉRREO (0,00)

PLANTA 1° PAVIMENTO (+3,60)

escala 1:200

escala 1:200

08

Banheiro PNE A= 3,68 m²

10

Casa de máquinas A= 6,29 m²

09

Banheiro fem. /masc. A= 12,92 m²

11

Reservatório V= 7,68 m³

12

Área técnica A= 12,04 m²

8,80 1,05

0,1 1,85 8,80 0,1 0,40,11,053,50

11,2511,25

0,4

0,1 1,85 0,1

+3,60 +3,60

3,50

1,85 3,70

11

08

0,1

1,85 3,70

0,1

3,70

10 08

4,40 4,40 0,1

0,1 3,70

09 2,00 0,1 2,75 2,75 2,00 1,55 1,55 2,00 2,00 2,75 2,75 0,1 09

4,70

4,70

0,1

0,8 0,1

0,8 0,1

0,9

0,9

AMPLIAÇÕES - BLOCO B


1,9

1,9

1,00

1,00 3,70

3,70

0,9 0,1

0,9 0,1 3,60

3,60

+6,55+6,55

1,9

0,1

PLANTA 3° PAVIMENTO (+8,95)

escala 1:200

escala 1:200

Circulação A= 24,75 m²

14

Mirante A= 61,58 m²

1,9

0,1 0,1 1,901,90

PLANTA 2° PAVIMENTO (+6,55)

13

6,45

1,85

7,257,25

11,25 11,25

11,25 11,25

6,45

1,85

3,6

14

0,1

0,1

0,1 1,90 0,1 1,90

3,6

+8,95+8,95

0,1

5,55

5,55

0,1 0,1 2,002,00 2,352,35 2,352,35 2,352,35 2,002,00 0,1 0,1

10,25

10,25

13


BLOCO B

BLOCO B


+ 12,70

+ 8,95

+ 6,55

+ 3,60

0,00

CORTE FF escala 1:200

+ 12,70

+ 8,95

+ 6,55

+ 3,60

0,00

CORTE GG escala 1:200



CORTE EE 0

3

6

12 m


CORTE PASSARELA escala 1:100 *ver detalhe passarela


Treliça metálica com pintura protetora h = 130 cm Chapa perfurada em aço cortem Perfil metálico T 2 x 1/4”

Piso em placas de concreto celular 60 x 60 cm

Treliça metálica com pintura protetora h = 75 cm Conector metálico entre treliça e pilar

Pilar de concreto cilíndrico Ø 60 cm

DETALHE PASSARELA escala 1:20


Figura 48| Vista da Rua 21.



Lista de imagens Figura 01 Exemplo de requalificação de rios urbanos. Disponível em: <http://www.sasaki.com/project/382/houstonenergy-corridor-district-master-plan/> Figura 02 Vista sobre a ponte da Rua 243. Fonte: Acervo pessoal. Figura 03 Mapa do município de Goiânia com destaque para rede hidrográfica. Fonte: Mapa produzido pela autora a partir de dados da SEPLAM. Figura 04 (superior) Planta geral de Goiânia de 1933 por Attílio Corrêa Lima com destaque para área prevista para o Parque Botafogo. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/ arquitextos/17.195/6179> Figura 05 (inferior) Plano do núcleo inicial de Goiânia, com a proposta de Armando de Godoy para o Setor Sul, de 1938. Destaque para área prevista para o Parque Botafogo. Disponível em: <https://theurbanearth.wordpress. com/2009/03/10/attilio-correa-lima-o-inventor-de-goiania/> Figura 06 Planta geral de Urbanização de 1947, com destaque para área prevista para o Parque Botafogo. Disponível em: < http://www.lib.berkeley.edu/EART/maps/ goiania.html> Figura 07 Esquema do curso do Córrego Botafogo. Fonte: Mapa produzido pela autora a partir de dados da SEPLAM e de RIBEIRO, Maria Eliana Jubé. Figura 08 Espaço da feira livre do CEPAL aos sábados. Fonte: Acervo pessoal. Figura 09 Espaço do CEPAL sem a feira. Fonte: Acervo pessoal Figura 10 Ilustração das atividades diurnas propostas. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/01-165814/ primeiro-lugar-no-concurso-internacional-para-o-parque-dorio-em-medellin Figura 21 Ilustração do novo programa. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-165814/ primeiro-lugar-no-concurso-internacional-para-o-parque-dorio-em-medellin>

Figura 10 Panorama geral das redes ecológicas formadas através do corredor de biodiversidade. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-165814/ primeiro-lugar-no-concurso-internacional-para-o-parque-dorio-em-medellin> Figura 11 Identificação dos elementos das redes ecológicas. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-165814/

primeiro-lugar-no-concurso-internacional-para-o-parque-dorio-em-medellin> Figura 12 Esquemas de mobilidade. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-165814/ primeiro-lugar-no-concurso-internacional-para-o-parque-dorio-em-medellin>

Figura 13 Esquema de distribuição do programa urbano. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-165814/ primeiro-lugar-no-concurso-internacional-para-o-parque-dorio-em-medellin> Figura 14 Ilustração do novo programa. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-165814/ primeiro-lugar-no-concurso-internacional-para-o-parque-dorio-em-medellin> Figura 15 Gramado para eventos. Disponível em: <https://architizer.com/projects/council-bluffsriverfront-master-plan/> Figura 16 Esquemas de zoneamento, acesso ao rio e fluxos. Disponível em: <https://architizer.com/projects/council-bluffsriverfront-master-plan/> Figura 17 Masterplan. Disponível em: <https://architizer.com/projects/council-bluffsriverfront-master-plan/> Figura 18 Esquemas de aproximação do rio. Disponível em: <https://architizer.com/projects/council-bluffsriverfront-master-plan/> Figura 19 Marginal Botafogo vista da ponte da Rua 243 para o Centro. Fonte: Acervo pessoal. Figura 20 Mapa do curso do córrego Botafogo. Fonte: Mapa produzido pela autora a partir de dados da SEPLAM e de RIBEIRO, Maria Eliana Jubé. Figura 21 Ponte da Av. Fued José Sebba vista da ponte da Rua 243. Fonte: Acervo pessoal. Figura 22 Gráfico de densidade das regiões. Fonte: Gráfico produzido pela autora a partir de dados disponíveis em: <https://architizer.com/projects/council-bluffsriverfront-master-plan/> Figura 23 Gráfico de densidade dos bairros. Fonte: Gráfico produzido pela autora. Figura 24 Mapa de inserção urbana. Fonte: Mapa produzido pela autora a partir de dados da SEPLAM e Google Maps.


Figura 25 Desnível acentuado do terreno entre as habitações e a Marginal Botafogo na Rua 223. Fonte: Acervo pessoal. Figura 26 Mapa de fatores físicos. Fonte: Mapa produzido pela autora a partir de dados da SEPLAM e Google Maps. Figura 27 Esquema de análise das quadras do trecho 03. Fonte: Mapa produzido pela autora a partir de dados da SEPLAM, Google Maps e Mapa fácil da cidade de Goiânia. Figura 28 Esquema de análise das quadras do trecho 04. Fonte: Mapa produzido pela autora a partir de dados da SEPLAM, Google Maps e Mapa fácil da cidade de Goiânia.

Figura 29 Ocupações irregulares nas imediações da Marginal. Fonte: Acervo pessoal. Figura 30 Mapa síntese. Fonte: Mapa produzido pela autora a partir de dados da SEPLAM, Google Maps e Mapa fácil da cidade de Goiânia. Figura 31 – 32 Cortes esquemáticos. Fonte: Produzido pela autora. Figura 33 Mapa do curso do córrego Botafogo. Fonte: Mapa produzido pela autora a partir de dados da SEPLAM e de RIBEIRO, Maria Eliana Jubé. Figura 34 Esquemas de ambientais. Fonte: Produzido pela autora.

ilustração

das

diretrizes

Figura 35 Esquemas de ambientais. Fonte: Produzido pela autora.

ilustração

das

diretrizes

Figura 36 Esquemas de ilustração das diretrizes de mobilidade. Fonte: Produzido pela autora. Figura 37 Esquemas de ilustração da distribuição do programa. Fonte: Produzido pela autora. Figura 38 Esquema de ilustração das áreas destinadas a habitação. Fonte: Produzido pela autora. Figura 39 Mapa geral de intervenção urbana. Fonte: Produzido pela autora. Figura 40 Masterplan trecho B. Fonte: Produzido pela autora. Figura 41

Ampliação masterplan trecho B.

Fonte: Produzido pela autora. Figura 42 Perspectiva explodida bloco A. Fonte: Produzido pela autora. Figura 43 Vista da passarela para o bloco A. Fonte: Produzido pela autora. Figura 44 Vista da rampa de acesso do bloco A. Fonte: Produzido pela autora. Figura 45 Acesso bloco A pela rampa lateral. Fonte: Produzido pela autora. Figura 46 Perspectiva explodida bloco B. Fonte: Produzido pela autora. Figura 47 Acesso bloco B pela passarela. Fonte: Produzido pela autora. Figura 48 Vista da rua 21. Fonte: Produzido pela autora.


Referências Anuário Estatístico de Goiânia. 2013, disponível <http://www.goiania.go.gov.br/shtml/seplam/anuario2013/anuario.html> Censo IBGE, 2010. Disponível < https://censo2010.ibge.gov.br/>. Acesso em junho de 2018. Código Florestal Brasileiro (2012) – Lei Federal n. 4771 de 15 de setembro de 1965. DOULA, S. M., SERVILHA, M. M. O mercado como um lugar social e as contribuições de Braudel e Geertz para o estudo Socioespacial de Mercados Públicos e Feiras. Revista Faz Ciência, v. 11, n.13, p. 123-142 jan/junho 2009. Disponível em <http://e-revista.unioeste.br/index.php/fazciencia/article/view/7610> Acesso em: 1 de abril de 2018 GONÇALVES, Alexandre Ribeiro. Goiânia: Uma modernidade possível. Brasília: Ministério da Integração Nacional: Universidade Federal de Goiás, 2002. 177 p. (Coleção Centro-Oeste de Estudos e Pesquisas, 10). MASCARENHAS, G; DOLZANI, M.C.S. Feira livre: territorialidade popular e cultura na metrópole contemporânea. Revista Eletrônica Ateliê Geográfico, v. 2, n. 4, agosto/2008, UFG/IESA p. 72-87. Plano Diretor do Município de Goiânia, 2007. Disponível em http://www.goiania.go.gov.br/download/legislacao/PLANO_DIRETOR_DO_MUNICIPIO_DE_GOIANIA_2007.pdf Acesso em junho de 2018. RIBEIRO, Maria Eliana Jubé. Goiânia: os planos, a cidade e o sistema de áreas verdes. Goiânia: Ed. UCG, 2004. SANTOS, José Erimar dos. Feiras livres: (re)apropriação do território na/da cidade, neste período técnico científico informacinal. Geografia Ensino & Pesquisa, Rio Grande do Norte, v. 2 n.17, p.39-56, maio 2013. SANTOS, Milton. O espaço dividido: os dois circuitos da economia urbana dos países subdesenvolvidos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1979. (Ciências sociais). VARGAS, Heliana Comin. Comércio, espaço público e cidadania. I Encontro da Associação nacional de Pós-graduação e pesquisa em ambiente e sociedade (ANPPAS). 2002.



Anexo

Pesquisa de Opinião A presente análise foi obtida a partir dos resultados de um questionário on-line direcionado a frequentadores da feira do CEPAL - Setor Sul e moradores da região. O questionário foi aplicado a 34 pessoas com o objetivo obter uma aproximação do perfil do usuário da feira do CEPAL, assim como um panorama da sua percepção e da percepção dos moradores da região quanto a área. E portanto, a partir dessas informações elaborar um diagnóstico dos principais problemas, potencialidades e carências da área, a fim de construir um novo espaço para a feira, que atenda às demandas dos usuários e dos moradores e que esteja integrado ao novo programa do Eixo Botafogo


Caracterização do usuário

Em qual bairro você mora?

6 1

Outros Bairro Feliz Setor Leste Universitário

2 1

Centro Bela Vista

2 12

Setor Sul Alto da Glória

2 quantidade

Jardim Goiás

8

A localização privilegiada do CEPAL – Setor Sul na divisa dos bairros Setor Sul, Setor Leste Universitário e Setor Jardim Goiás, e próxima a importantes vias de circulação como a Marginal Botafogo, tem a capacidade de atrair usuários de diferentes bairros devido à sua grande conectividade. Como previsto, a maior parcela dos usuários entrevistados reside no Setor Sul, bairro sede do CEPAL, fato que se justifica pelo caráter facilitador do uso decorrente do encurtamento das distâncias de locomoção. Também houveram números expressivos de usuários residentes no Jardim Goiás, Setor Leste Universitário, Bela Vista e Alto da Glória.

Em relação à idade, a feira livre atrai principalmente um público em uma variação de 48 a 60 anos (44,1%) e de 26 a 36 anos (29,1%). Pelo caráter online dessa pesquisa, foi possível também registrar um nicho mais jovem de 18 a 25 anos (14,7%) que não havia sido notado nas visitas a feira, mas que provavelmente frequenta o espaço de forma mais esporádica e/ ou em outros horários. Quanto ao deslocamento dos usuários, a maioria vai até o CEPAL de carro (64,7%), uma faixa de 29,4% a pé e uma minoria de 5,9% utiliza a bicicleta como meio de transporte.

Qual a sua idade?

Como você se desloca até o CEPAL - Setor Sul?

18 a 25 anos

37 a 47 anos

Bicileta

26 a 36 anos

48 a 60 anos

A pé

Carro


Com que frequência você vai a feira do CEPAL Setor Sul?

De 15 em 15 dias

Uma vez por mês

Uma vez por semana

Quase nunca

Por quais motivos você frequenta a feira do CEPAL- Setor Sul?

Proximidade de festas noturnas

Outros

Qualidade dos produtos

Preço

Proximidade de casa

Você frequenta o CEPAL - Setor Sul por algum outro motivo? Se sim, qual?

Só pela feira Pelas opções de comida

Pelos eventos culturais


Caracterização dos usos

A feira livre é a atividade mais expressiva que se desenvolve no CEPAL. Logo, buscar a caracterização desse uso fornece informações importantes sobre a forma como esse espaço é ocupado e em quais circunstâncias. Dos usuários entrevistados, 29,4% frequentam a feira uma vez por semana ou quase nunca. Considerando que a feira livre acontece aos sábados e que 70,9% dos entrevistados só frequentam o CEPAL em sua decorrência, percebe-se como essa atividade acaba por ser quase que totalmente responsável pela ocupação do espaço atualmente. Os principais motivos que levam as pessoas a frequentarem a feira são a proximidade de casa (50,1%) e a qualidade dos produtos que são vendidos (26,6%). Logo, a feira do CEPAL é reconhecida como uma atividade que atende sim a certas de-

mandas dos moradores da região. Vale ressaltar, que 20,8% dos entrevistados frequentam o CEPAL pelas opções de comida e uma pequena parcela de 8,3% pelos eventos culturais. Esses eventos tem pouca expressividade no contexto, mas são uma atividade em potencial. Quanto ao tempo que os usuários despendem na feira, 38,23% ficam de 30 a 45 minutos no espaço, enquanto 29,41% ficam de 1 a 1:30 hora.

Por quanto tempo você permanece na feira?

10-20 min 20,58%

30-45 min 38,23%

1h- 1:30h 29,41%

Mais de 2 h 5,88%


Caracterização do espaço

O que você considera ruim no espaço da feira?

2,94%

Nada

11,76 %

Infraestrutura oferecida (organização, banheiros)

11,76 %

Falta de sinalização para pedestres no entorno

8,82 %

Trânsito

23,52 %

Falta de manutenção do espaço

20,58 %

Poucos espaços para estacionamento

20,58 %

Falta de limpeza

O que você considera bom no espaço da feira? Estacionamento

2,94%

Utilização do espaço e organização das bancas Preço

11,76 % 2,94 %

Espaço amplo e aberto

29,41 %

Variedade/ qualidade dos produtos Local coberto Localização

20,58 % 11,76 % 20,58 %


Caracterização do espaço Avalie os seguintes aspectos, sendo: 0 - Péssimo 5 - Ótimo Limpeza 23,52%

32,35%

0

17,64%

1

23,52%

2

2,9%

3

4

Segurança 20,58%

20,58%

0

29,41%

1

26,47%

2

2,9%

4

3

Trânsito 38,23%

26,47%

0

20,58%

1

2

11,76%

2,9%

4

3

Facilidade de acesso 11,76%

0

26,47%

5,88%

1

2

14,70%

3

26,47%

14,7 %

4

4

5

Organização da feira 26,47%

5,88%

0

1

17,64%

2

A caracterização do espaço praticada por quem o frequenta ajuda a delimitar as reais carências e possibilidades que a área apresenta. Ao longo do questionário muitos aspectos ligados à infraestrutura foram abordados pelos entrevistados. Quanto ao que consideram ruim no espaço da feira, a maioria, correspondente a uma parcela de 23,52% julga que um dos principais problemas é a falta de manutenção da estrutura existente. Além disso, 20,58% criticam a falta de limpeza e 11,76% consideram a infraestrutura do espaço, como banheiros e a organização da feira, como um aspecto negativo. Além da infraestrutura, falhas ligadas ao trânsito e a acessibilidade são abordadas. A quantia de 20,58% aponta a dificuldade em encontrar vagas de estacionamento, enquanto 11,76% destacam a falta de sinalização para pedestres nas vias de acesso do CEPAL, o que dificulta a aproximação e apropriação do espaço. Fica claro como a questão da mobilidade é uma problemática do local, mesmo que apenas 8,82% dos entrevistados tenha listado o trânsito diretamente como um item negativo.

26,47%

3

20,58%

4

2,9%

5

Quanto aos pontos positivos relativos ao espaço da feira, as maiores porcentagens enfatizam aspectos da localização e do espaço existente. 29,41% dos entrevistados consideram o espaço amplo e aberto como uma característica muito positiva. Em seguida, 20,58% enfatizam a localização do CEPAL como um fator atrativo, assim como outros 20,58% o atribuem à variedade e qualidade dos produtos oferecidos. Ainda, 11,76% consideram o fato da área ser coberta como um facilitador para o desenvolvimento das atividades da feira e outra parcela de 11,76% se mostra satisfeita com o modo como ela se organiza e utiliza o espaço. Os principais itens listados nessa caracterização de positivo x negativo ainda foram avaliados em uma escala numérica de 0 a 5, sendo 0 identificado como péssimo e 5 como.


Caracterização do espaço

Para você o que falta no Setor Sul de maneira geral?

Segurança Vida noturna Limpeza

Estacionamento

27,27% 6,81% 4,54% 6,81%

Manutenção dos espaços públicos

13,63%

(calçadas, iluminação, arborização)

Sinalização para pedestres Organização do fluxos de trânsito

13,63% 6,81%

Atividades e lugares de lazer variados e com valores mais acessíveis

Valorização dos espaços públicos

11,36%

9,09%

No que se refere as impressões dos entrevistados sobre as carências do Setor Sul de maneira geral, tópicos muito pertinentes foram elencados. A maioria de 27,27% critica a falta de segurança no bairro, enquanto em paralelo são citados tópicos, também julgados como insuficientes, mas que merecem atenção, porque não só podem, como devem ser vistos como meios capazes de confrontar não só o problema de segurança, como o de ocupação da área em questão. Esses tópicos são: vida noturna, manutenção e valorização dos espaços públicos, atividades e lugares variáreis acessíveis a diferentes estratos sociais, acessibilidade para pedestres e organização dos fluxos de trânsito.

Por fim, com as diretrizes apontadas pelos entrevistados sobre o que eles acham que o espaço do CEPAL – Setor Sul deveria oferecer foi desenvolvido um infográfico que já sintetiza alguns princípios de projeto.


Caracterização do espaço

O que você acha que o espaço do CEPAL- Setor Sul deveria oferecer? Como melhorar a área? Estacionamento Segurança

Priorizar pedestres INFRAESTRUTURA Ocupação em períodos noturnos

Trânsito

Eventos culturais

Áreas verdes para amenizar o intenso fluxos de automóveis

Feiras variadas OCUPAÇÃO Iluminação

Áreas de esporte e lazer Limpeza MANUTENÇÃO Lanchonetes

Melhorar disposição da feira

Bancos

Bebedouros

EQUIPAMENTOS

Paraciclo

Playground

Restaurantes

Caixa eletrônico

Banheiros


• BRASIL • mgabriellastabile@gmail.com


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