biblioteca da vila

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“Je vous salue, ruines solitaires, tombeaux saints, murs silencieux! C' est vous que j' invoque ! (...) Combien d' utiles leçons, de réflexions touchantes ou fortes n'offrez-vous pas

à l' esprit qui vous sait consulter !” (C-F

Chasseboeuf , Comte de Volney, Les

ruines, 1792)


universidade paulista unip │ arquitetura e urbanismo trabalho final de graduação, biblioteca pública municipal vila rialto, campinas – sp orientadora: claudia ribeiro co-orientadora: patrícia scarabelli máriam novaes chaaban, A09255-2 2015



A minha família e ao Gabriel Milhomens, pela paciência, força e carinho nos momentos mais fáceis e difíceis deste trabalho. As grandes amigas que me deram força. A coordenadora Patrícia Scarabelli, pelo apoio. A prof.ª Claudia Ribeiro, pela orientação. A prof.ª Ana Villanueva, pelo apoio e aulas de história.



sumário 1. 2. 3. 4. 5.

6.

7. 8.

9. 10.

introdução justificativa objetivos biblioteca no mundo biblioteca pública no brasil 5.1 perfil de leitura e utilização de bibliotecas atualmente no brasil biblioteca pública em campinas 6.1 biblioteca pública municipal “prof. Ernesto Manoel Zink” 6.2 biblioteca pública distrital de Sousas “Guilherme de Almeida” 6.3 biblioteca pública municipal “Joaquim de Castro Tibiriça” 6.4 biblioteca pública infantil “Monteiro Lobato” campinas 7.1 linha do tempo área de estudo 8.1 levantamento topográfico 8.2 sistema viário 8.3 densidade 8.4 equipamentos públicos 8.5 zoneamento plano intervenção escolha do local 10.1 levantamento entorno imediato

10.2 levantamento transporte público 11. referências projetuais 11.1 biblioteca central PUC campinas 11.2 biblioteca de são paulo 11.3 biblioteca brasiliana 11.4 parque das ruínas 11.5 parque da juventude 12. programa de necessidades 13. partido 14. projeto 14.1 implantação geral 14.2 planta nível 678 14.3 planta nível 682 14.4 planta nível 687 14.5 intervenção arquitetônica ruína e chaminé 14.6 intervenção arquitetônica casarão 14.7 cortes 14.8 sistema construtivo 14.9 perspectivas 15. considerações finais ANEXO I: MANIFESTO DAI IFLA/UNESCO SOBRE BIBLIOTECAS PÚBLICAS – 1994 ANEXO II: SNBP - TIPOS DE BIBLIOTECA ANEXO III: SNBP - ACERVO ANEXO IV: SNBP - ESPAÇOS E MOBILIÁRIOS referências bibliográficas




1. introdução Diferente de países europeus, o Brasil não

equipamentos para o uso da população, tem um

possui a tradição de resgate e valorização de

efeito multiplicador trazendo ganhos não só

sua história. Dentre as consequências desta

para o terreno específico, como também para

omissão do passado, tem-se atualmente nas

todo o seu entorno, a população que lá reside e

grandes cidades um conjunto de construções e

resultando numa melhor qualidade de vida

edifícios históricos que se encontram em estado

dentro da cidade.

de degradação.

Assim, este trabalho tem como proposta a

Estas áreas se tornam uma grande barreira no

revitalização de uma área histórica degradada

contexto da cidade, sejam estas barreiras

do

físicas visto que muitos destes prédios ficam em

instalação de uma biblioteca pública. Tendo esta

terrenos fechados, ou barreiras causadas por

biblioteca

problemas sociais, dado que a degradação

histórica do local, a permeabilidade e a

destes locais atraem usuários de drogas,

integração da sociedade com a história do

criminalidade, se tornando um local evitado pela

município.

município

de

como

Campinas princípios

população geral. Neste contexto, intervenções urbanísticas que visam recuperar estes espaços e torna-los convidativos através da instalação de parques e

FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL. Biblioteca Pública: princípios e diretrizes. Rio de Janeiro, 2000. Disponível em: <http://www.bn.br/portal/arquivos/pdf/ArquivoFinal28_08.pdf> Data de acesso 12/09/14. 09

a

através

da

valorização


2. justificativa Além das vantagens inegáveis da revalorização

Logo, uma biblioteca como instituição de caráter

de locais históricos degradados, a instalação de

cultural e educacional com acesso universal,

um biblioteca pública se justifica para atender

contribui com a formação de cidadãos e no

uma necessidade educacional do município.

desenvolvimento de uma sociedade mais justa.

Segundo a Fundação da Biblioteca Nacional, a

A Fundação da Biblioteca Nacional, na sua

capacidade de obter informações e gerar

publicação de princípios e diretrizes, afirma que

conhecimento é fator fundamental na sociedade

a biblioteca pública deve constituir-se em um

contemporânea, onde o fato de possuir a

ambiente realmente público, de convivência

informação ou não pode ser fundamental na

agradável, onde as pessoas possam se

geração de diferenças sociais e econômicas.

encontrar para conversar, trocar idéias, discutir

Historicamente a informação sempre foi um

problemas, auto-instruir-se e participar de

ativo fundamental das elites econômicas para

atividades culturais e de lazer.

manter o seu poder dominante perante as

Assim, a capacidade de unificar a valorização

outras classes. A socialização do conhecimento

histórica com a geração e disseminação de

através de bibliotecas públicas e acessíveis a

conhecimento

todos, ajuda a reduzir o grau de dominância de

justificam a escolha da implantação de uma

uma minoria rica sobre a população em geral

biblioteca em uma antiga fábrica abandonada,

carente.

no antigo bairro industrial da cidade de

e

formação

de

cidadania

Campinas.

10


3. objetivos O constante crescimento da população em

Assim, os objetivos deste trabalho são:

Campinas, que de 2010 a 2013 foi de 18%, faz

• Apresentar uma biblioteca que não seja vista

com

que

aumente

por

apenas como um espaço onde as pessoas

torna-se

buscam por livros e sim como um

necessário uma nova opção de biblioteca para a

instrumento de grande potencial, capaz de

cidade que atualmente apresenta quantidade e

impulsionar a integração social;

equipamentos

públicos,

a

demanda o

que

espaços de leitura inferiores e ultrapassados comparando-se

com

muitos

países

desenvolvidos.

atividade cultural. Um lugar buscado por seu silêncio, tecnologia ou programa.

A biblioteca contemporânea rompe a ideia do

• Revitalizar uma área urbana degradada

espaço formal de pesquisa e estudo não sendo

promovendo a reutilização de construções

necessário uma estrutura complexa mas sim

históricas que foram deixadas para trás nas

ambientes eficientes e interessantes que atraem

últimas

as pessoas por ser acolhedor, agradável, com

testemunho e marco da era industrial da

mobiliários adequados, com iluminação eficiente

cidade.

décadas,

mantendo

como

e ventilação adequada. Este ambiente também

• A criação de um novo marco arquitetônico

busca a junção da qualidade espacial e

que seja referencia na cidade de Campinas e

funcional, sobreposta ao papel social com

região, valorizando seu entorno.

grande potencial de interação.

11

• Unir um espaço público agradável à


• Criar

espaços

de

convivência

social,

entretenimento e troca de conhecimentos dentro da cidade de Campinas.

Para cumprir os objetivos propostos, este trabalho apresentará levantamentos da área de estudo e do terreno escolhido, o mapeamento das bibliotecas pré-existentes da região e o estudo preliminar de uma biblioteca pública municipal no bairro industrial Vila Rialto, composto por implantação geral, plantas de níveis, detalhes da intervenção arquitetônica nas construções existentes, cortes e fachadas, detalhes construtivos e representação do projeto em 3D.

12


4. biblioteca no mundo A palavra biblioteca tem sua origem da palavra

Apesar da aparente contradição, a biblioteca

grega bibliotheke, resultado da junção de duas

não surgiu com os livros. A primeira biblioteca

palavras do idioma grego, são elas biblio e tëke

da qual se tem notícia surgiu no ano 3.000 a.C.

que

e

na Mesopotâmia, a Biblioteca de Ninive, onde

depósito1, por isso era entendida como o

se armazenavam placas de argila com

depósito responsável pela guarda de materiais

manuscritos esculpidos. A Biblioteca de Ninive

escritos, papiros e pergaminhos2. Hoje está

chegou a possuir cerca de 25 mil placas no

definição já não se encaixa para definir o que é

reinado de Assurbanipal II, no século VII a.C.3.

uma biblioteca atual. A biblioteca moderna

Nos séculos seguintes, com o advento do papel,

ganhou um sentido mais amplo, deixando de

fabricado pelos árabes, começaram a se formar

ser um simples depósito de livros e se tornando

bibliotecas de papel e mais tarde as de livros,

um centro público para acesso, troca e

propriamente ditos.

significam

respectivamente

compartilhamento entretenimento e cultura.

13

de

livro

informações,


A Antiguidade nos apresenta uma biblioteca

Durante a idade média o clero era o agente

marcada pelos sentidos de restrição, onde

responsável pela educação e assim, também

poucos possuíam a possibilidade de adentrar e

responsável por grande parte das bibliotecas.

fazer uso de seus acervos. Até mesmo a

Dado o interesse em manter a informação

espessura arquitetônica dos prédios que

restrita aos grupos dominantes na época as

abrigavam as bibliotecas era projetada para

bibliotecas eram prédios e difícil acesso,

impedir que as obras circulassem, ficando

normalmente localizadas em mosteiros e todo o

restritas dentro daquele espaço1. Neste período,

acesso,

a biblioteca mais famosa foi a de Alexandria,

informação era controlado por religiosos,

cujo objetivo era tornar a cidade de Alexandria

principalmente pela igreja católica, no mundo

um grande polo cultural da época fazendo frente

ocidental.

reprodução

e

disseminação

da

à cidade grega de Atenas. A Biblioteca de Alexandria chegou a abrigar cerca de 700 mil

Existiu, por parte de muitos chefes da igreja

volumes, sendo destruída 900 anos após a sua

católica, o desejo de se destruir obras

criação devido a um grande incêndio no ano de

consideradas profanas. Assim, durante a idade

642 d.C.4.

média, muitas obras foram destruídas e outras tantas foram preservadas por monges que, desafiando o poder central, consideravam mais importante a preservação das obras por mais profanas que fossem consideradas4.

14


O século XVI é apontado como o início da

Existe um constante processo de reflexão na

existência das bibliotecas modernas, elas

Ciência da Informação acerca da situação de

apresentam quatro características fundamentais

paradoxo que ocorre em nosso país quando se

que se integram: laicização, democratização,

discute as bibliotecas públicas, retomando a

especialização e a socialização. A biblioteca

imagem de um espaço com pouca identificação

passa cada dia mais a responder novas

com os sujeitos-leitores brasileiros, decorrente

necessidades

uma

de um processo histórico continuo que marca o

constante

os brasileiros como pouco afeitos a gostar de

democratização. A concepção de um depósito

ler, onde a biblioteca pública contribuiu de

ou espaço onde a passividade impera não cabe

maneira significativa para a pouca aproximação

mais dentro das proposições das comunidades

de leitores, temos no Brasil ainda um leitor em

e leitores modernos, penetrando em ambientes

processo de formação e aproximação com ela,

antes inimagináveis, tais como o assentamento

que no país enfrenta uma série de dificuldades

rural, a favela ou a região em que moram os

para aproximar-se dela dada a ausência de

trabalhadores operários5.

bibliotecas de todo tipo6 7.

concepção

15

e

questões,

voltada

para

tendo

uma


O que ocorre é que a maioria dos sujeitosleitores brasileiros usam as bibliotecas públicas na época das atividades escolares, já que na maioria das vezes a disponibilidade de

bibliotecas escolares e livros nas casas da maioria desses estudantes é restrita, sendo o número de vezes que esses sujeitos buscam a biblioteca após período de escolarização muito reduzido, já que ela não possui materiais que satisfaçam seus desejos e interesses8.

SANTOS, Josiel Machado. O processo histórico evolutivo das bibliotecas da Antiguidade ao Renascimento. Vida de Ensino, Goiás, v. 1, n. 1, p. 0110, ago./fev. 2009/2010. Disponível em: <http://rioverde.ifgoiano.edu.br/periodicos/index.php/vidad eensino/article/view/58/40> Data de acesso 30/08/14. 1

SCHWARCZ, Lilia Moritz. A longa viagem da biblioteca dos reis: do terremoto de Lisboa à independência do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. 2

PINHEIRO, Carlos. História das Bibliotecas no Mundo Ocidental, Material didático, 2007. 3

BASTOS, Gustavo Grandini. Bibliotecas: uma reflex histórica acerca da constituição dessas instituições. Revista Linguasagem, 2010. 4

5 MARTINS,

Wilson. A palavra escrita: história do livro, da imprensa e da biblioteca. São Paulo: Editora Ática, 2002. 6 LAJOLO,

Marisa; ZILBERMAN, Regina. A formação da leitura no Brasil. São Paulo: Ática, 2003. INSTITUTO PRÓ-LIVRO. Retratos da leitura no Brasil. Instituto Pró-Livro, 2007. 7

RENESTO, Ana Paula Carneiro. Jovens leitores em meios populares: paradoxais constituições leitoras. 2009. 294 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Programa de Graduação em Ciência da Informação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. 8

16


5. biblioteca pública no brasil A história da biblioteca pública no Brasil

Hoje bibliotecas públicas municipais e estaduais

começou

cidade

são consideradas equipamentos de cultura no

de Salvador recebeu a primeira biblioteca

Brasil e são contempladas pelas políticas

pública do país e da América Latina e que,

públicas do Ministério da Cultura (MinC).

em

1811,

quando

a

desde então, representa um local para pesquisas estudantis e como abrigo para

Segundo o Sistema Nacional de Bibliotecas

registros valiosos da história.

Públicas (SNBP), 98% dos municípios do país tem pelo menos uma biblioteca pública, sendo

Atualmente, a principal biblioteca do país é a

um

Biblioteca Nacional do Brasil, localizada no Rio

compostas por: 5.984 bibliotecas públicas

de Janeiro, e considerada pela UNESCO uma

municipais, 3 bibliotecas públicas federais, 45

das dez maiores bibliotecas nacionais do

bibliotecas públicas estaduais, 30 bibliotecas

mundo e a maior da América Latina. O fato que

públicas distritais.

culminou com a sua origem ocorreu em 1808, quando a invasão de Portugal pelas forças de Napoleão Bonaparte fez com que a família real e a corte portuguesa fossem transferidas para o Rio de Janeiro e junto seu acervo, que hoje possui cerca de dez milhões de volumes.

17

total

de

6.062

bibliotecas

públicas


5.1 perfil de leitura e utilização de bibliotecas atualmente no brasil No ano de 2011 o Instituto Pró-Livro (IPL)

O oposto pode ser observado nas faixas mais

realizou

buscar

velhas da população, nas quais o número de

compreender o perfil de leitura do brasileiro e o

não leitores supera o de leitores, porém este

papel da biblioteca na formação deste perfil.

último grupo ainda se mostra bastante

Observa-se que atualmente, dentre as crianças

representativo. (Gráfico 1)

uma

pesquisa

para

em idade escolar, a grande maioria são leitoras. Tal fato pode ser explicado pelas exigências de leituras de livros didáticos nos currículos escolares.

Gráfico 1 - Perfil: Leitor e Não Leitor - Idade (%) 23

14

14 11

10

7

16 17 12

17 12

9 10

12 8

5

3

2

05-10

11-13

14-17

18-24

25-29

Leitor

30-39

40-49

50-69

70 e mais

Não Leitor

Gráfico retirado de Retratos da leitura no Brasil. Instituto Pró-Livro, 2007. 18


Gráfico 2 - Materiais Lidos (% de respondentes)

Revistas

53

Jornais

48

Livros indicados pela escola

47

Livros

47

História em quadrinhos

30

Textos escolares

24

Textos na internet

23

Entre o tipo de material mais lido pelos entrevistados, estão revistas, jornais, livros

Textos de trabalho

12

indicados pelas escolas e livros comuns

Livros técnicos

11

(Gráfico 2). Ainda é baixa a difusão de livros

Livros digitais Áudio-livros

4 2

digitais, porém a expectativa é que este método de leitura cresça nos próximos anos.

Gráfico retirado de Retratos da leitura no Brasil. Instituto Pró-Livro, 2007. 19


Gráfico 3 - Lugares onde costumam ler livros (% de respondentes) Em casa

93

Na sala de aula

33

Em bibliotecas

12

No trabalho

13

No transporte (metrô, aviões, ônibus)

6

Na casa de amigos ou parentes

4

Em consultórios, salões de beleza, barbeiro

3

Em parques e praças

2

Outros

Para entender em que locais os brasileiros costumam ler perguntou-se quais os locais mais frequentes de leitura, a resposta “em casa” foi dada por 93% dos entrevistados, seguida por “sala de aula” com 33% de respostas e “na biblioteca” com apenas 12% (Gráfico 3). Estes dados evidenciam o hábito de leitura caseira do brasileiro. O fato pode ser explicado pela ausência de lugares de fácil acesso, seguros e atrativos para uma leitura tranquila, tais como

8

parques, espaços de convivências e bibliotecas.

Gráfico retirado de Retratos da leitura no Brasil. Instituto Pró-Livro, 2007. 20


Apesar de não frequentarem, 67% dos

Gráfico 4 - biblioteca é de fácil ou difícil acesso?

entrevistados afirmaram saber da existência de uma biblioteca pública na sua cidade ou bairro.

9%

Além disso, dos que afirmaram conhecer, 71%

disseram que a biblioteca é de fácil acesso

Fácil acesso

20%

Difícil acesso

(Gráfico 4). Assim, a acessibilidade parece não

NS/NR

71%

ser uma dificuldade para o caso das bibliotecas. Então o que faz as pessoas não as frequentarem?

Gráfico 4 - Você sabe se existe na sua cidade ou bairro alguma biblioteca pública? (%)

67 Sabe que existe

18 Afirma não existir

Gráfico retirado de Retratos da leitura no Brasil. Instituto Pró-Livro, 2007. 21

15

Não sabe se existe


Gráfico 5 - O que a biblioteca representa? (%)

Um lugar para estudar

71

Um lugar para pesquisar

61

Um lugar voltado para estudantes

28

Aparentemente as respostas aparecem na

Um lugar para emprestar livros de literatura

17

próxima pergunta feita aos entrevistados

Um lugar para emprestar livros para trabalhos escolares

16

(Gráfico 5), na qual ao serem questionados o

Um lugar voltado para todas as pessoas

16

que a biblioteca representa para eles, as

Um lugar para lazer

12

Um lugar para passar o tempo

10

Um lugar para consultar documentos e outros materiais do acervo

6

Um lugar para ver filmes / escutar música

2

Um lugar para participar de concertos, exposições e eventos culturais

2

Um lugar para acessar a internet

2

respostas mais frequentes relacionaram a biblioteca a estudos e atividades acadêmicas. Apenas 17% dos respondentes identificaram a biblioteca como um local para emprestar livros de

literatura

e

apenas

16%

afirmaram

considerar a biblioteca um local para todas as pessoas. Assim, verifica-se a necessidade de se repensar o modelo atual de biblioteca,

buscando um espaço convidativo a todos e desmitificando a imagem de local unicamente para estudos. Gráfico retirado de Retratos da leitura no Brasil. Instituto Pró-Livro, 2007. 22


Gráfico 6 - O que faria você frequentar bibliotecas? (% de respondentes)

Ter mais livros novos

20

Ser mais próxima ou de fácil acesso

17

Ter títulos mais interessantes

13

Ter atividades culturais

11

Ter internet

10

Ter melhor disposição dos livros

7

Ter horários de funcionamento ampliados Ter ambientes mais parecidos com livrarias

8

Livros novos, fácil acesso, títulos mais interessantes, atividades culturais e internet foram as necessidades mais citadas pelos entrevistados ao serem perguntados sobre o que os fariam frequentar mais uma biblioteca (Gráfico 6).

5 3

Nada faria frequentar biblioteca Não sabe

para se formar o conceito de novas bibliotecas.

5

Ter um ambiente mais agradável Ter um bom bibliotecário

A pesquisa ainda forneceu uma boa direção

33 5

Gráfico retirado de Retratos da leitura no Brasil. Instituto Pró-Livro, 2007. 23


Desta

forma,

conclui-se

que

é

preciso

A biblioteca do futuro deve ser comunitária, com

urgentemente repensar o modelo tradicional de

participação ativa da sociedade ao redor dela

bibliotecas públicas. Estes espaços de leitura

na criação e proposição das atividades que ali

devem se renovar, buscando ser não apenas

acontecem, bem como na gestão do uso do

um centro de leitura e pesquisa, mas sim um

espaço, se tornando flexível e adaptável às

local onde os diversos tipos de mídia se

necessidades da sociedade.

encontrem, que ofereça um espaço agradável e seguro para atividades culturais, cursos e palestras de literatura, realização de trabalhos escolares em grupos e também para as formas

tradicionais de leitura.

24


6. biblioteca pública em campinas Campinas

é

uma

cidade

carente

em

equipamentos públicos de acesso a população, possuindo apenas 4 bibliotecas públicas municipais, totalizando aprox. 80 mil volumes,

40.000 habitantes – 14.000 livros – 0.35 livro/habitante (cálculo elaborado em cima de 1.154.617 habitantes do município segundo dados do IBGE estimado em 2014) Estudo dos percentuais entre a população e o tamanho do acervo a ser adequado e disponibilizado ao público (Fonte: FBN).

mas que segundo cálculos de recomendação de

volumes/habitantes da Fundação da Biblioteca Nacional, são necessários aproximadamente 404 mil volumes para atender a população.

pública municipal “prof. Ernesto Manoel Zink” biblioteca pública distrital de Sousas “Guilherme de Almeida” [3] biblioteca pública municipal “Joaquim de Castro Tibiriça” [4] biblioteca pública infantil “Monteiro Lobato” [2]

2

4

3

[1] biblioteca

1


Além das bibliotecas públicas municipais, Campinas conta com o Sistema de Bibliotecas da Unicamp (SBU), composto por 27 bibliotecas sendo uma delas Central e as outras em

unidades de ensino e pesquisa e colégios técnicos, onde todo o material catalogado são de livre acesso ao público, porém de empréstimo restrito a comunidade da Unicamp. O Centro de Ciências, Letras e Artes (CCLA) é uma entidade cultural particular e sem fins lucrativos que junto a sua inauguração em 1901, fundou a Biblioteca César Bierrenbach composta por 120 mil títulos que datam desde 1500, disponíveis a consultas no local somente as quintas-feiras.

Centro de Ciências, Letras e Artes. Biblioteca César Bierrenbach. Disponível em: <http://ccla.org.br/bibliotecacesar-bierrenbach/> Data de acesso 26/02/2015. Sistema de Bibliotecas da Unicamp. Disponível em: <http://www.sbu.unicamp.br/> Data de acesso 26/02/2015. 26


6.1 biblioteca pública municipal “prof. Ernesto Manoel Zink” av. beijamin constant, n°1633 – centro – Campinas / SP biblioteca.zink@campinas.sp.gov.br horário de funcionamento: de 2ª a 6ª feira, das 9:00 às 17:00 h fundada em 15 de setembro de 1946

Acervo

Atividades permanentes

Área Permanente: 9.882 volumes

Orientação à leitura

Área Circulante: 28.804 volumes

Consulta local

Infantil: 2.220 volumes

Pesquisa

Obras raras: 2.580 volumes

Leitura livre de livros, jornais e revistas na

Coleção Magalhães Teixeira: 356 volumes

biblioteca

Acervo de Campinas e Autores Campineiros:

Empréstimo de livros da Área Circulante,

1.603 volumes

inclusive infanto-juvenis

Hemeroteca: 3.057 pastas, organizadas por

Visitação sem agendamento prévio

assunto

Sarau literário

Mapoteca: 434 mapas

Serviço de reprografia (fotocópia) - suspenso

Revistas e Jornais

temporariamente

Dados disponíveis em: <http://www.campinas.sp.gov.br/governo/cultura/bibliotecas/ernesto-zink.php> 27


A principal biblioteca pública da cidade e com o

O acervo da biblioteca é dividido em setores por

maior acervo está situada atrás do edifício da

onde os usuários podem circular e retirar livros

Prefeitura Municipal, com entrada por um amplo

para leitura e pesquisa no local ou empréstimo.

jardim e de fácil acesso a população por estar

As áreas de leitura são dispostas por cadeiras e

próxima a dois importantes pontos de ônibus da

mesas coletivas. Mesmo tendo uma arquitetura

região por onde passam diversas linhas.

interna com disposição interna tradicional, a

Segundo o chefe, João Henrique Cuelbas, a

biblioteca recebe desde um público de

biblioteca recebe em torno de 150 a 200

pesquisadores, a usuários que estão apenas

pessoas diariamente em seus diferentes

para utilizar a rede wireless. A biblioteca oferece

setores, número que vem diminuindo nos

eventos relacionados a literatura e arte,

últimos três anos.

colaborando com a integração social.

Fotos tiraras in locu 03/03/15 28


6.2 biblioteca pública distrital de Sousas “Guilherme de Almeida” rua cabo oscar rossim, n°63 – distrito de sousas / Campinas - SP biblioteca.sousas@campinas.sp.gov.br horário de funcionamento: de 2ª a 6ª feira, das 9:00 às 12:00 h e das 13:00 às 17:00 h fundada em 21 de agosto de 1963

Acervo

Atividades permanentes

Livros: 15.248 volumes (estudo, literatura geral,

Orientação à leitura

literatura infanto-juvenil e obras de referência)

Consulta local

Hemeroteca: 185 pastas contendo assuntos

Pesquisa

sobre Sousas, Joaquim Egídio, Campinas e

Leitura livre de livros, jornais e revistas na

Geral

biblioteca

Revistas: 35 títulos

Empréstimo de livros da Área Circulante,

Jornais: 5 títulos

inclusive infanto-juvenis

Fotografias: 162 pastas com fotos antigas da

Visitação sem agendamento prévio para o

história de Sousas

público em geral e com agendamento prévio para escolas

Dados disponíveis em: <http://www.campinas.sp.gov.br/governo/cultura/bibliotecas/guilherme-de-almeida.php> 29


A biblioteca foi instalada em uma casa

aos dias de hoje, com suas novas tecnologias,

anteriormente residencial, que por sua vez

compreendendo e atendendo os anseios dos

interfere na disposição do acervo, mas não

novos leitores,

limitando seu uso. Um acervo de qualidade e

alternativas a um modelo banal de leitura

diferenciado, doado maior parte pelo público da

superficial que a internet propicia e acredita

região faz parte do cotidiano de muitos

também que o modelo da biblioteca de Sousas

professores que ali montam suas aulas e de

deva ser repensado para garantir o acesso das

pessoas que vão estudar para concurso. O

novas gerações. Existem propostas para uma

acervo infanto-juvenil também completo e de

horta comunitária no terreno dos fundos,

grande uso. O bibliotecário Adriano disse

fazendo divisa com o rio e atrairia a população

acreditar que as bibliotecas devem adaptar-se

local a frequentar ainda mais o local.

mas

também

oferecendo

Fotos tiraras in locu 12/05/14 30


6.3 biblioteca pública municipal “Joaquim de Castro Tibiriça” rua quintino bocaiúva, s/n° - bonfim (praça da ópera salvador rosa) / Campinas - SP biblioteca.bonfim@campinas.sp.gov.br horário de funcionamento: de 2ª a 6ª feira, das 8:30 às 12:00 h e das 13:30 às 16:30 h fundada em 07 de novembro de 1976

Acervo

Atividades permanentes

Livros: 12.631 volumes (estudo, literatura geral,

Orientação à leitura

literatura infanto-juvenil e obras de referência)

Consulta local

Hemeroteca: 320 pastas, organizadas por

Pesquisa

assunto

Leitura livre de livros, jornais e revistas na biblioteca Empréstimo de livros da Área Circulante, inclusive infanto-juvenis Visitação sem agendamento prévio para o público em geral e com agendamento prévio para escolas

Dados disponíveis em: <http://www.campinas.sp.gov.br/governo/cultura/bibliotecas/tibirica.php> 31


A Biblioteca Pública Municipal "Joaquim de

disponíveis ao público.

Castro Tibiriça" fica em uma pequena praça no

Muitos dos mobiliários da biblioteca estão em

bairro Bonfim, carente de manutenções, porém

ruim estado, como estantes que não se

com potencial de requalificação do espaço para

sustentam, impedindo assim que uma nova

que, junto a biblioteca, possam acontecer

formulação do espaço não possa ser feita.

diversos programas para a sociedade. Hoje o

Segundo Mônica Martins, chefe da biblioteca, a

acervo está com aproximadamente 15.000

área atualmente é pouco frequentada durante a

volumes mas que devido ao pequeno espaço

semana a não ser que ocorram eventos ou

para armazenamento, muitos não podem ser

parcerias. Ela acredita que o espaço possa ser

expostos ficando então guardados e não

grande indutor atrativo da biblioteca.

Fotos tiraras in locu 12/05/14 32


6.4 biblioteca pública infantil “Monteiro Lobato” rua paulo justi, s/n° - chapadão (bosque dos italianos) horário de funcionamento: de 2ª a 6ª feira, das 9:00 às 12:00 h e das 13:30 às 17:00 h reinaugurada no bosque em 12 de outubro de 1985

Acervo

Atividades Permanentes

Livros: 4.382

Consulta local

Revistas: 43 títulos e 264 fascículos

Orientação à leitura

Gibis: 16 títulos e 1.277 fascículos

Empréstimo de livros e gibis

Brinquedos: 337

Leitura livre de livros e gibis

Discos: 67

Audição de histórias infantis Visitação sem agendamento prévio para o público em geral e com agendamento prévio para escolas

Dados disponíveis em: <http://www.campinas.sp.gov.br/governo/cultura/bibliotecas/monteiro-lobato.php> 33


A biblioteca infantil também chama a atenção

turma se diverte com os livros e jogos, outra

dos adultos com os clássicos gibis e coleções

passeia pelo bosque para uma aula de

de Monteiro Lobato. A biblioteca que antes era

ecossistema. A biblioteca conta com a ajuda da

uma casinha tradicional do bosque, se tornou

Associação dos amigos do Bosque dos Italianos

um espaço agradável que se relaciona com a

e graças a eles possuí uma infraestrutura mais

natureza ao redor e faz questão de agradar as

adequada para receber as crianças. Em breve a

crianças que ali frequentam. Todas as sextas-

associação irá construir no fundo da biblioteca

feiras a bibliotecária Marcia Miklós recebe

um

aproximadamente 120 alunos de uma escola

apresentações de fantoches e peças e um

parceira onde, enquanto uma

jardim para as mães.

pequeno

teatro

de

arena

para

Fotos tiraras in locu 12/05/14 34


7. campinas Na última década Campinas vem mudando o

A região metropolitana de Campinas (RMC),

seu perfil econômico, com a saída das

constituída por 20 municípios, abriga cerca de

indústrias para cidades vizinhas e o crescimento

10.000 empresas de médio e grande porte, com

do setor de serviços na economia.

destaque para indústrias de alta tecnologia.

Atualmente Campinas é o terceiro município mais populoso do estado, contando com

A cidade oferece alto grau de qualidade de vida

1.154.617 habitantes (IBGE), e é o terceiro

para a sua população, tendo o IDH considerado

maior

sendo

muito alto de acordo com critérios da ONU.

responsável por 15% de toda a produção

Campinas tem o 28º IDH do Brasil e o 14º do

científica nacional. O município também conta

estado de São Paulo de acordo com o IBGE.

polo

científico

brasileiro

com uma das principais universidades do país, a Unicamp.

[1]

Brasil, destaque

estado de São Paulo. 123

35

Imagens elaborada pela autora.

[2]

São Paulo,

destaque Campinas.

[3]

Campinas, destaque

área de estudo.


7.1 linha do tempo

1722 O POUSO NO CAMINHO DOS 1745 GOIASES 1745 O BAIRRO MATO GROSSO DE 1774 CAMPINAS 1774 A FREGUESIA DE N. SRA. DA 1797 CONCEIÇÃO DE CAMPINAS 1797 A VILA DA CANA DE AÇUCAR 1842 1842 A CIDADE E O CAFÉ 1888

1888 A EPIDEMIA 1897 AMARELA

DE

FEBRE

1897 O DESPONTAR DA CIDADE 1933 INDUSTRIAL Linha do tempo. Breve histórico da formação e desenvolvimento do núcleo urbano de Campinas. [1]

BADARÓ, Ricardo. Campinas: o despontar da modernidade. Campinas: Publicações do Centro de Memória, UNICAMP, 1996. Nas páginas seguintes, Vista aérea do pontilhão anterior ao Viaduto Miguel Vicente Cury em 1950. Disponível em: <https://www.facebook.com/campinasdeantigamente> Data de acesso 19/05/2014. 1

Vista Aérea da Construção do Viaduto Miguel Vicente Cury década de 50. Disponível em: <https://www.facebook.com/campinasdeantigamente> Data de acesso 26/02/2015.

36




8. área de estudo A área de estudo do Trabalho Final de

Foram realizados pelos alunos levantamentos

Graduação 2014 é formada pelos bairros Vila

de estudos abrangendo 7 temas: Problemática

Industrial, Vila Rialto, São Bernardo, Pq.

Estrutural,

Industrial, Vila Anhanguera, Jd. Dom Nery, Jd.

Envoltório/Circulação, Equipamentos Públicos,

Miranda, Vila Aurocan, Jd. São Bento, Vila

Patrimônio Histórico e Áreas Verdes, Uso,

Saturnina e Júpiter, situados em um perímetro

Ocupação e Gabaritos, Legislação e Dados

marcado por eixos viários importantes da cidade

Estatísticos e Topografia e Meio Ambiente, onde

de Campinas, como o antigo Complexo

dados da área foram levantados, discutidos e

Ferroviário da Cia Paulista e Cia Mogiana,

analisados junto ao contexto urbano. Através

conhecida como Estação Fepasa, a Av. João

dos dados, foi possível observar a dimensão da

Jorge e Av. Prestes Maia, Rodovia Anhanguera

situação precária dos bairros que apresentam

e Av. John Boyd Dunlop, mas que apesar de

carência na infraestrutura desde equipamentos

estar próxima ao centro e pontos de alto fluxo

públicos, principalmente educacionais e de

viário e de pedestre, a área encontra-se

saúde, aos diversos terrenos ociosos que além

excluída dos polos culturais e econômicos

de se tornarem barreiras físicas apresentam um

apresentando assim diversas deficiências que

descaso com o patrimônio histórico da cidade.

Sistema

Viário

Incidente

resultam em abandono e segregação.

Ao lado, mapa levantamento dos bairros situados dentro do perímetro da área de estudo sem escala, elaborado pela autora. 39

e



8.1 levantamento topográfico A área de estudo, marcada por uma extensa

além de outros não nomeados onde em

baixada central, possuí parte dos 7 km do

praticamente em toda sua extensão, a malha

Córrego do Piçarrão que faz parte da bacia

viária se sobrepõe a faixa marginal que deveria

hidrográfica do Rio Capivari e que está

pertencer a Área de Preservação Permanente

totalmente inserido dentro da área urbana do

(APP).

município

é

Com a sobreposição da topografia e a malha

considerado como uma fonte potencial de

viária da cidade, é possível analisar dois tipos

abastecimento de água, entretanto, desde o

de traçados viários, o primeiro caracterizado

processo de desenvolvimento da ocupação

pela geometria em forma de grelha ortogonal,

urbana, ficou ameaçado devido ao lançamento

que não segue o sentido das curvas de nível e é

contínuo de parte dos esgotos in natura da

formado pelos primeiros bairros urbanizados da

cidade. Recebe a contribuição de seus

área (Vila Industrial, São Bernardo e Parque

afluentes também presentes na área, como o

Industrial) e o segundo de traçado orgânico fiel

Córrego do Laranja, Córrego do Asilo, Delta,

as curvas, sendo este localizado principalmente

Cuscuzeiro e Banhado,

na área de várzea.

de

Campinas.

O

córrego

Ao lado, mapa levantamento topográfico da área de estudo sem escala, , elaborado pela autora em equipe. SERRA, Ana Luiza Roma Couto. Indicadores de Pressão para o Córrego do Piçarrão, dissertação de mestrado, UNICAMP, Campinas-SP, 2002. 41



8.2 sistema viário De acordo com os levantamentos topográficos e do desenvolvimento histórico dos bairros, observa-se que a área de estudo não apresenta uma hierarquia viária, o que causa problemas não somente ao entorno imediato mas também em outras localidades, já que importantes vias da cidade cruzam e passam pelas extremidades da área e estas apresentam uma sobrecarga de veículos, não sendo suficiente para a demanda principalmente em horários de pico. A malha viária é um dos fatores que influenciam o atual abandono da área por apresentar diversas barreiras segregadoras. Dentre as vias do perímetro, a Rodovia Anhanguera é a que mais se destaca por assumir este papel pois além de cortar a cidade e ser um trecho de grande tráfego usado não somente pela população campineira, dificultando a travessia de pedestres uma vez que são escassas as passarelas e fazendo então com que os lados não tenham relação entre si. O mesmo acontece com o terreno da Estação Fepasa, que dá as costas ao bairro operário da

Vila Industrial, impedindo a passagem e sendo como única opção de travessia um túnel destinado aos pedestres e outro a veículos ligando a Vila Industrial ao Centro, os leitos férreos desativados que dificultam o cruzamento e também fundo de vale caracterizado pelo córrego do Piçarrão, que marca ao longo de seu percurso diversas glebas não parceladas e que, de acordo com SERRA, 2002, possui aumento no volume e taxa de escoamento superficial e concentração de poluentes arrastados pelas águas de chuva devido a impermeabilização excessiva das vias. Todos os fatores citados anteriormente, afetam diretamente o funcionamento do transporte coletivo que circula na área de estudo. Os ônibus estão basicamente concentrados nas extensões das grandes avenidas expressas e arteriais, interligando muitas vezes terminais e pontos estratégicos em seu percurso porem sendo escasso nas vias coletoras e principalmente nas locais, dificultando para o pedestre o uso do transporte público e priorizando o uso do veículo particular.

Ao lado, mapa levantamento sistema e hierarquia viária da área de estudo sem escala, , elaborado pela autora. SERRA, Ana Luiza Roma Couto. Indicadores de Pressão para o Córrego do Piçarrão, dissertação de mestrado, UNICAMP, Campinas-SP, 2002. 43



8.3 densidade Analisando

o

levantamento

de

Dados

De acordo com MASCARÓ, 2001, a baixa

Estatísticos junto a leitura do livro A Cidade

densidade da área é resultado dos grandes

como um Jogo de Cartas (SANTOS, 1988), foi

lotes, da falta de continuidade da malha viária

possível enxergar a relação entre a população e

citado anteriormente e a falta de continuidade

a terra disponível da área de estudo, destacada

da malha urbana, resultante de um grande

por uma baixa densidade prejudicial a cidade. A

número de vazios urbanos dentro da área

baixa densidade caracteriza-se por um custo

urbanizada, estes causando um espalhamento

elevado e de pouco uso da infraestrutura

urbano onde o padrão de desenvolvimento é

urbana da cidade (água, luz, esgoto e

economicamente insuficiente em locais que o

pavimentação), onde redes de serviço e

custo da terra tende a ser baixo, tornando-o

equipamentos públicos ficam caros já que

indesejável.

poucos se beneficiam deste uso.

populacional faz com que a cidade cresça pra dentro,

O

aproveitando

existente.

Ao lado, mapa levantamento densidade da área de estudo sem escala, , elaborado pela sala. SANTOS, Carlos Nelson F. dos. A cidade como um jogo de cartas. Rio de Janeiro-RJ, 1988. MASCARÓ, Juan José. Densidades, ambiência e infra-estrutura urbana. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/02.017/842 > Data de acesso 02/06/14. 45

aumento a

da

densidade

infraestrutura



8.4 equipamentos públicos O levantamento dos equipamentos públicos da

A área apresenta equipamentos culturais,

área de estudo foi analisado com base na

educacionais, de saúde e segurança, porem em

metodologia usada no livro A Cidade como um

uma escala insuficiente para atender de modo

Jogo de Cartas (SANTOS, 1988), onde os são

qualitativo a área delimitada, sendo classificada

apresentados

então como precária em relação a abrangência

necessários

os para

raios

de

atender

abrangência os

diversos

necessária em escala de vizinhança.

equipamentos.

SANTOS, Carlos Nelson F. dos. A cidade como um jogo de cartas. Rio de Janeiro-RJ, 1988. 47


8.5 zoneamento A área delimitada para o estudo se encontra

A macrozona é caracterizada por representar a

dentro da Macrozona 4, que abrange o centro

malha urbana mais articulada e bem dotada de

histórico de Campinas e o centro expandido,

infraestrutura

onde se localizam os bairros de maior

apresentando diversos graus de adensamento e

intensidade de ocupação e verticalização,

usos.

delimitada pela Rod. Bandeirantes, MZ5, MZ9,

Encontrada

Rod. D. Pedro I e Valinhos.

Planejamento 20 (AP 20), a região é

Possui uma área de 159,137 km², que

considerada

corresponde a 19,97% do munícipio de

consolidada predominantemente residencial,

Campinas e segundo ao Censo 2000, a

com estabelecimentos comerciais e de serviços

população

ao longo das principais vias.

era

de

599.945

habitantes,

e

equipamentos

inteiramente como

na

uma

públicos,

Área

de

urbanização

correspondendo a 61,89% da população da cidade.

Macrozona 4, Prefeitura Municipal de Campinas. Disponível em <http://www.campinas.sp.gov.br/arquivos/seplama/macrozonas/MZ4_apresentacao_inicial_ABR-10.pdf> Data de acesso 29/06/14. 48


9. plano de intervenção Através das análises realizadas, o grupo

O principal plano adotado, trabalhando com a

formado pelos alunos Caio Ghizzi, Débora

interligação, é a valorização do transporte

Fernandes, Gilson Cabral, Máriam Chaaban,

público que não está somente no perímetro

Nathalia Gaspar e Solange Alves, traçou

levantado mas também na cidade através da

diretrizes que propõe melhorias para os bairros

criação de uma malha de metrô ligando

relacionados ao contexto do município como um

estações em pontos estratégicos, interligado

todo, onde a barreira entre o perímetro e a

com outros sistemas de transporte como o VLT

cidade foi rompida e a interligação sendo feita

(Veículo Leve sobre Trilhos), com proposta de

através da circulação tanto na escala do

reativação do trecho existente que já ligava ao

pedestre quanto dos veículos, que estes

Terminal Multimodal Ramos de Azevedo

passam pelo local mas tendo a opção de ficar e

(Rodoviária) e a ampliação dos trilhos que

realizar suas atividades.

levariam aos bairros Guanabara, Bonfim, Jd.

A proposta da setorização dos bairros permite

Aurélia, Vl. Teixeira, Cortume Cantúsio, Pq.

com que essa relação do público com a área

Industrial, Anhanguera, Pompéia e Campos

seja feita através dos equipamentos e usos

Elíseos. Dentre o circuito do VLT está a

necessários, que antes eram precários, e que

travessia dele pelo traçado do Rio Piçarrão

serão supridos atendendo ao raio mínimo de

passando por um Parque Linear e seguindo a

abrangência, tornando-a mais funcional e

Av. Washington Luís, ambos influenciando na

trazendo

requalificação das margens e a ligação entre o

maior

qualidade

moradores da região. 49

de

vida

aos

lado Norte e lado Sul do córrego.


Além dos meios citados, foi proposto também a

Dentre outras propostas está a necessidade em

implementação do corredor de ônibus que

trabalhar com a pré-existência já que esta área

circula pela Av. das Amoreiras pelo sistema de

possui grande valor histórico, dentre eles as

BRT (Bus Rapid Transit), qualificando o

Vilas Operárias Manoel Dias (1908) e Manoel

transporte de interbairros e que está dentro do

Freire (1918), antiga moradia dos ferroviários. A

plano municipal de 14,4 km de corredor Ouro

preservação trabalha paralelamente com a

Verde, saindo do Terminal Central Cury,

valorização da área com implantação novos

seguindo pela João Jorge, Amoreiras, Ruy

serviços e empreendimentos, mas sem que a

Rodrigues e Camucim até o Terminal Vida

especulação imobiliária incentive o processo de

Nova. Já o corredor Campo Grande terá 17,8

gentrificação.

km de extensão saindo do Terminal Multimodal

Os fatores citados e principalmente a

Ramos de Azevedo, seguindo pela John Boyd

mobilidade urbana implantada

no plano,

Dunlop e chegando ao Terminal Itajaí.

colaboram para que a área seja relocada na cidade e a implantação de uma Biblioteca Pública Central dentro deste perímetro de estudo seja favorecida, atingindo assim seus objetivos.

Páginas seguintes, mapa plano de intervenção sem escala, elaborado pela autora em equipe. 50


52


53


Malha metroviária. Proposta Plano de Intervenção, elaborada pela equipe. Ao lado, linha azul do metrô de São Paulo. Disponível em <http://correio.rac.com.br/_conteudo/2013/07/capa/campinas_e_rmc/78148-jonas-propoediscussao-sobre-metro-em-campinas.html> 53



10. escolha do local A escolha do terreno partiu da ligação entre o

grande barreira física ociosa levando a uma

potencial da área motivado pelo Plano de

desvalorização

Intervenção proposto, com a história dos bairros

diversas escalas.

Vila Industrial e Vila Rialto, principalmente do

A implantação de um novo edifício juntamente

edifício que funcionava no lote.

com a preservação do pré-existente fará com

A

Companhia

Cortidora

Campineira

e

problemas

públicos

de

foi

que a área volte a ser relevante no cenário

inaugurada em 1882 e após seu declínio nos

urbano de Campinas, trazendo um grande

anos 70 e falência em 1984, passou a aparecer

benefício à população local. Através do Plano

na paisagem urbana de 40 mil m² como ruínas

de Intervenção, podemos destacar diversos

do passado, testemunhando o desenvolvimento

eixos viários importantes para a cidade, como a

industrial que a cidade vivenciou, mas que

Av. Prefeito Faria Lima, Av. das Amoreiras, Av.

mesmo com desenvolvimento urbano no

João Jorge e a Rua Sales de Oliveira, que

entorno, foi esquecida e caracterizada como

facilitam o acesso na área e a criação de um


eixo cultural marcado pela Rua Conselheiro

sua implantação, incluindo o terreno objeto

Gomide que alinha-se ao terreno. A proximidade

deste estudo. Além da substituição do corredor

do Terminal Cury, que possui paradas de ônibus

de ônibus na Av. das Amoreiras pelo BRT, eixo

municipais e o Terminal Multimodal Ramos de

já previsto no Plano de Mobilidade Urbana de

Azevedo

Campinas.

(Rodoviária)

também

com

intermunicipais valorizam esse acesso.

Com a implantação de novos programas

A proposta do Plano também trouxe uma nova

institucionais propostos, junto com as escolas e

estruturação

da

creches existentes e a proximidade imediata

reativação do VLT e uma nova malha de metrô

com duas importantes organizações privadas,

interligando pontos estratégicos da cidade,

SENAI e SESI, torna-se favorável a instalação

sendo um deles a Estação Intermodal Mario

de uma biblioteca pública, que integraria a

Gatti que proporciona um raio de abrangência

população tanto do raio de 1,5 km, quanto os

de 800 metros de quadras supervalorizadas pós

mais distantes devido ao fácil acesso.

do

transporte

através




60


61


Companhia Cortume de Campinas, Campinas, SP, [189_]. Coleção Companhia Cortidora Campineira – Centro de Memória-Unicamp 62


Aéro Fotos, [Vista aérea da Companhia Cortidora Campineira, Campinas, SP, 11 fev. 1977]. Coleção Companhia Cortidora Campineira – Centro de Memória-Unicamp 63


Aéro Fotos, [Vista aérea da Companhia Cortidora Campineira, Campinas, SP, 11 fev. 1977]. Coleção Companhia Cortidora Campineira – Centro de Memória-Unicamp 64


[Antigo escritório da Companhia Cortidora Campineira, Campinas, SP, entre 1968 e 1970]. Coleção Companhia Cortidora Campineira – Centro de Memória-Unicamp 65


10.1 levantamento entorno imediato Grande parte do bairro Vila Industrial e Vila

Como proposta do Plano de Intervenção, o

Rialto

unifamiliar,

terreno está a menos de 800 metros de

caracterizado por casas antigas e em sua

distância da Estação de metrô Mario Gatti e do

maioria térreas, podendo habitar de uma a

existente Terminal Rodoviário Viaduto Cury.

é

de

uso

residencial

quatro pessoas. A presença de prestadores de serviços de âmbito local e de saúde (Hospital

A implantação de uma biblioteca neste terreno

Mario Gatti e Hospital Álvaro Ribeiro). Outra

colabora

referencia do entorno é a instituição do SENAI e

atualmente degradada, favorecendo o entorno,

SESI, que oferecem serviços como cursos

mas também extrapolando os limites do bairro.

técnicos,

profinalizantes

e

de

para

a

ensino

fundamental.

Ao lado, mapa levantamento do entorno imediato do terreno sem escala, elaborado pela autora. 65

revitalização

da

área



10.2 levantamento transporte público Localizado na Av. das Amoreiras, próximo ao

As linhas traçadas marcam o circuito de

n° 121, o mapa apresenta um ponto de ônibus

algumas das opções.

a aproximadamente 100 metros de uma das entradas para o terreno da biblioteca, por onde

linhas: 118, 121, 121-1, 131, 132, 133, 136,

passam 21 linhas com itinerário passando pelo

140, 141, 142, 153, 154, 161, 162, 163, 164,

Terminal Ouro Verde, Terminal Vila Nova,

199, 213, 213-1, 228, 317, 382, 404

Terminal Vila União, Terminal Viaduto Cury, Terminal do Mercado, Cambuí, Guanabara, Av. Princesa D'oeste, Campinas shopping, entre outras.

Ao lado, mapa levantamento transporte público próximo ao local do projeto sem escala, elaborado pela autora. Dados disponíveis em: <http://www.emdec.com.br/ABusInf/consultarlinha.asp?Endereco=av.%20das%20amoreiras&Numero=121&Bairr o=Vila%20Rialto&consulta=1&LOCALIZOU=1&GfTreID=20997&CODLOG=38&GfNosID=13952> 67



11. referências projetuais 11.1 biblioteca central PUC campinas De autoria do escritório paulistano Piratininga

A disposição interna é caracterizada por ser

Arquitetos Associados, a biblioteca está inserida

mais convencional, apresentando maior área de

em um terreno de 8.170 m², com área

acervo do que estudo e convívio. As estantes

construída de 3.200 m³, onde nestes estão

acompanham a forma longitudinal em dois

dispostos um acervo de 41.350 mil volumes

planos, liberando para a área de estudo.

disponíveis aos estudantes da universidade e

O campus II da PUC Campinas é conhecido

para consulta de usuários externos.

como “Cidade da Saúde” por estar junto ao

Os pavimentos da biblioteca foram elevados de

hospital universitário e aos cursos de ciências

modo a criar um abrigo que convida o usuário a

da vida. Doze linhas de ônibus atendem o

circular por ele, marcado pelo guarda-volumes e

campus, dentre elas estão as que passam pelo

pelo volume de vidro e estrutura metálica que

distrito de Barão Geraldo, Shopping D. Pedro,

recebem o uso da recepção e circulação vertical

Shopping Iguatemi, Terminal Ouro Verde,

do edifício. Ao cruzar o edifício por seu térreo,

Terminal Itajaí e Satélite Iris IV. A biblioteca está

encontra-se uma grande área livre pavimentada

situada entre dois importantes eixos rodoviários,

que pode receber diversas atividades.

sendo a Rod. Anhanguera e Rod. Bandeirantes,

O grande destaque do edifício está na

ligadas pela Av. John Boyd Dunlop, via de alto

integração do sistema construtivo ao sistema de

fluxo devido ao grande número de veículos.

armazenagem

metálicas,

Hoje a Av. John Boyd possui um dos principais

confirmando a vocação do espaço como

corredores de ônibus e está dentro do plano de

estrutura em suas estantes.

mobilidade urbana, com implantação do BRT.

das

estantes

Ao lado, croquis feitos pela autora. 69



11.2 biblioteca de são paulo Do escritório Aflalo & Gasperini Arquitetos, a

A forma da biblioteca se dá por dois planos

biblioteca foi instalada no antigo Complexo

longitudinais, sendo seu térreo recuado da

Penitenciário Carandiru, atual Parque da

fachada e liberado para a circulação. Seu amplo

Juventude de São Paulo e recebe cerca de 307

vazio central permite que os usuários visualizem

mil usuários sócios por ano. O público usufrui do

diversos ângulos, inclusive as instalações

acervo de 36.302 volumes, além ações culturais

penduradas no teto e que o mobiliário e o

promovidas pela biblioteca. A implantação da

acervo sejam dispostos de maneira intercalada,

biblioteca no local colaborou para que o impacto

prevalecendo em maior quantidade as áreas de

urbano desta revitalização extrapolasse os

estudo e convívio. A instalação de vidros em

limites do bairro, trazendo pessoas de toda a

todo o térreo e nos dois planos menores onde

cidade para aproveitar o parque e seus espaços

estão as varandas, permitiram o alto índice de

de educação e convívio de acesso a todos.

iluminação natural, além de possuir ampla área

O acesso ao parque pode ser feito através da

de iluminação zenital (shed), que favorecem

estação de metrô Carandiru, localizada na

para que o espaço seja claro e bem iluminado

mesma quadra, ou por linhas de ônibus

naturalmente, gerando também economia de

circulares que passem pela Av. Cruzeiro do Sul

energia.

ou Av. Zachi Narchi, 1300, além de possuir estacionamento disponível ao público.

Ao lado, croquis feitos pela autora. 71



11.3 biblioteca brasiliana guita e josé mindlin A arquitetura de Eduardo de Almeida e Rodrigo

O edifício está instalado no coração da cidade

Mindlin Loeb de 21.950 m² e um acervo de 60

universitária em São Paulo, que devido sua

mil volumes de José Mindlin e sua esposa Guita

extensão, não facilita o acesso dos usuários.

se destaca por seu eixo de praça coberto com

Diversos pontos de ônibus estão espalhados

lanternim central de vidro laminado, que articula

pela cidade universitária, onde passam tanto

uma passagem pública livre com acesso aos

circulares gratuitos oferecidos pela USP, quanto

blocos do edifício.

os comuns da cidade de São Paulo. A 4,5 km

Os blocos são separados de acordo com seus

da Rua da Biblioteca está localizada a estação

usos, sendo cada um deles: Biblioteca

Butantã do metrô, onde desta o usuário pode

Brasiliana Guita e José Mindlin, Cafeteria e

pegar o ônibus gratuito para ser levado até a

espaço para exposições, Biblioteca de obras

universidade e ao ponto de ônibus na frente da

raras e especiais, Departamento técnico SIBI e

Biblioteca Brasiliana. Do outro lado da Marginal

Auditório.

Pinheiros, está a estação de trem Cidade

Foram

aplicados

conceitos

Universitária da CPTM, mas que não dispõe de

bioclimáticos que contribuem ao aumento de

uma passarela para que os pedestres possam

eficiência

atravessar direto, necessitando então de

energética

no

projeto para

assegurar

as

condições de conforto para os usuários e a guarda adequada do acervo de obras raras.

Ao lado, croquis feitos pela autora. 73

ônibus.



11.4 parque das ruínas O projeto de revitalização das ruínas e

A intervenção buscou preservar a ruína, de

implantação de um programa complementar

modo a não recuperar ou restaurar sua

para o Museu da Chácara do Céu foi elaborado

arquitetura autentica. Os pisos e aberturas não

pelo escritório carioca Ernani Freire Arquitetos

foram reconstituídos, dando estão espaço a um

Associados em parceria com Sonia Lopes em

grande foyer onde seu acesso e passagem era

1996. Localizado no bairro de Santa Teresa no

feito através de passarelas e escadas metálicas

Rio de Janeiro, o projeto teve como premissa a

que criam sensações e vistas de diferentes

consolidação e conservação, juntamente a

ângulos tanto do casarão, quanto da cidade.

marca e técnica atual.

Alguns receberam fechamentos em vidro, para

Construído no fim do século XIX, o casarão

que não alterasse a luz existente da ruína. Ao

pertenceu a Laurinda Santos Lobo, que

ponto mais alto, a cobertura foi recuperada e

promovia

recebeu um mirante com vistas para o

grandes

saraus,

recebendo

importantes personalidades mas que após seu falecimento, a casa foi doada a um instituto que não teve condições de mantê-lo, ficando fechado durante anos, abandonado e sendo ocupado por moradores de rua e então entrando em processo de ruína.

Ao lado, croquis feitos pela autora. 75

corcovado e a baía de Guanabara.



11.5 parque da juventude Localizado na Zona Norte de São Paulo, o

Dois eixos cortam o parque, a alameda central

complexo cultural, recreativo e esportivo foi

que cruza as três etapas do parque e o córrego

implantado no antigo Complexo Penitenciário

Carajás, afluente do rio Tietê.

Carandiru como dito no item 11.2.

Em um dos dois maciços verdes preexistentes

Do escritório Aflalo & Gasperini em parceria com

no parque, a estrutura de um presídio

a paisagista paulistana Rosa Kliass, o terreno

abandonado em sua obra após o massacre dos

de 240.000 m² foi dividido em três etapas:

presos foi preservada como referencial histórico,

1) Parque esportivo, de 35.000 m² com

que além de receber o tratamento em sua

quadras e pistas de skate;

vegetação, ganhou passarelas de madeira e

2) Parque central, de 90.000 m² e sua característica de “oásis urbano”, com

pilares da estrutura.

espaços

Além desta intervenção, três escadas metálicas

de

retiro,

contemplação

e

estruturas da penitenciária;

em aço corten e madeira dão acesso a grande

3) Parque institucional, de 115.000 m² onde os

muralha por onde os visitantes podem circular e

dois edifícios do presídio foram preservados

ter diferentes vistas do conjunto. A obra do

e foi construído um novo pavilhão para

passadiço de 300 metros de extensão e 7

exposições, a atual Biblioteca de São

metros de altura também foi abandonada.

Paulo.

Ao lado, croquis feitos pela autora. 77

guarda-corpo metálico que circulam entre os



nível 678

12. programa de necessidades ambiente Circulação horizontal Circulação vertical Vão livre Espaço multifuncional WC WC acessível Apoio

qnt 01 01 02 01 01

Depósito

01

Auditório (212 lugares) Cabide de som Camarim

01 01 01

Estacionamento e Doca (19 vagas)

01

Laboratório e oficina de pequenos restauros Processamento técnico Reserva acervo Almoxarifado

01 01 01 01

Copa

01

Área de serviço

01

Vestiários

02

descrição Espaços vazios que interligam o programa Acesso ao nível 682 fora da área restrita da biblioteca Espaço de convivência e atividades públicas Sanitários públicos feminino e masculino Sanitário unissex públicos para PNE Escritório de apoio ao Espaço Multifuncional Para armazenamento de mobílias como apoio ao Espaço Multifuncional, Auditório e área externa Para realização de palestras e outras atividades Apoio ao auditório Apoio ao auditório Acesso e vagas restrito aos funcionários e entrada e saída de cargas, com vaga destinada a carga e descarda de produtos da biblioteca Para reparos ou restauração de exemplares que chegaram ou sofreram danos Para digitalização de exemplares Onde ficarão arquivados acervo fora de circulação Para armazenagem de produtos Para atender a pequenas refeições de funcionários e a serviços do Auditório Equipamentos de limpeza da Biblioteca Feminino e masculino, disponível ao uso dos funcionários

m² (und) 235,95 114,80 661,85 474,20 50,75 4,00 11,70

64,75 368,50 9,60 12,25

619,75 47,10 47,10 47,10 22,75 47,10 25,40

50,75

Área total aprox.:2.915,40

79


80


nível 682

ambiente Circulação horizontal

descrição

m² (und)

-

Espaços vazios que interligam o programa

426,25

Circulação vertical

-

Acesso ao nível 678 fora da área restrita e ao nível 687 da biblioteca

192,70

Saguão

01

Área de acesso a biblioteca, com espaço para mural de informações e exposições itinerantes

409,70

Varanda mirante

01

Área de estar e convívio em um dos planos do edifício aberta ao público

235,35

Balcão de atendimento

01

Guarda-volumes

01

Depósito

01

Para cadastros, informações e controle de entrada e saída dos exemplares Área de armários privativos para guardar objetos pessoais de entrada não permitida Área de armazenamento de materiais de apoio ao nível 687

Bebedouros

01

Área com dois bebedouros disponíveis aos usuários da biblioteca

4,00

WC

02

Sanitários feminino e masculino restrito a usuários da biblioteca

50,75

WC acessível

01

4,00

Área estudo e estar

-

Sala multimídia

01

Sanitário unissex para PNE restrito a usuários da biblioteca Espaços com conjuntos de sofás e poltronas, mesas coletivas com infraestrutura para receber laptops, mesas com computadores fixos da biblioteca e mesa de jogos. Sala equipada para que grupos possam usar exemplares multimídia com maior libertade Áreas de estantes, com circulações entre elas e capacidade para aprox. 34.573 volumes Áreas estudo, estar lúdico e estantes, com circulações entre elas e capacidade para aprox. 3.328 volumes

Acervo geral Acervo infantojuvenil Varanda jardim lúdico Acesso funcionários Portaria e segurança 81

qnt

01

54,40 26,25 11,70

540,95 52,55 314,30 159,10

01

Área de estar e convívio voltada ao jardim lúdico

210,00

01

Acesso de pedestres restrito aos funcionários da biblioteca

41,25

01

Para controle de entrada e saída dos funcionários e câmeras de segurança para o sistema operacional da biblioteca

19,95


nível 682

Secretaria e telefonista Direção administrativa Sala de reuniões Assessoria de extensão, cultura e projetos Arquivos administrativos

01

Sala de espera e mesa da secretaria

52,25

01

Sala destinada ao uso do diretor administrativo

25,35

01

Sala de reuniões internas ou externas com capacidade para 10 pessoas

25,35

01

Sala destinada ao uso de assessoria a programas relacionados a cultura que serão oferecidos pela biblioteca

25,35

01

Área de armazenamento de arquivos internos da biblioteca

25,35

Capacidade aprox.: 37.901 vol. Área total aprox.: 2.906,85

82


nível 687

ambiente

descrição

m² (und)

Circulação horizontal

-

Espaços vazios que interligam o programa

603,00

Circulação vertical

-

Acesso ao nível 682 da biblioteca Para cadastros, informações e controle de entrada e saída dos exemplares

106,30

Balcão de atendimento

01

Guarda-volumes

01

Depósito

01

Bebedouros

01

WC

02

WC acessível

01

Área estudo e estar

-

Área de armários privativos para guardar objetos pessoais de entrada não permitida

54,40 26,25

Área de armazenamento de materiais de apoio ao 11,70 nível 687 Área com dois bebedouros disponíveis aos usuários da 4,00 biblioteca Sanitários feminino e masculino restrito a usuários da 50,75 biblioteca Sanitário unissex para PNE restrito a usuários da 4,00 biblioteca Espaços com conjuntos de sofás e poltronas, mesas coletivas e individuais com infraestrutura para receber 1.093,20 laptops, mesas com computadores fixos da biblioteca.

Sala reservada multimídia

04

Sala equipada para que grupos possam usar exemplares multimídia com maior libertade

101,50

Sala reservada para estudo em grupo

04

Sala com mesa para grupo de estudo proporcionando maior liberdade

101,50

Sala reservada para estar em grupo

02

Sala poltronas para grupos proporcionando maior liberdade

50,75

Áreas de estantes, com circulações entre elas e capacidade para aprox. 31.717 volumes

288,70

Acervo geral 83

qnt

-


nível 687

ambiente

qnt

descrição

m² (und)

Acervo periódicos

01

Áreas estudo, estar e estantes, com circulações entre elas e capacidade para aprox. 5.000 volumes

134,10

Acervo obras raras

01

Áreas estudo e estantes, com circulações entre elas e capacidade para aprox. 2.515 volumes

52,55

Varanda mirante

02

Área de estar e convívio nos dois grandes planos do edifício

470,75

Capacidade aprox.: 39.232 vol. Área total aprox.: 657,40

84


13. partido Permeabilidade + Pré-existência + Integração Hoje as cidades são fortalecidas por uma soma de espaços privados e não integrados. A

valorização do pedestre faz com que a cidade deixe de ser privatizada e seja devolvida a ele, além de desestimular o transporte individual e estimular o transporte público. O meio de transporte não é feito apenas por ônibus, mas também pelo caminhar, o andar de bicicleta e por essa razão, o projeto não é um ponto de interrupção do urbano, principalmente para o pedestre que tem a possibilidade de andar pelo entorno e atravessar o terreno como se fosse um percurso contínuo, seguindo pelos eixos de acesso que o induzem a chegar em diferentes pontos de interesse e principalmente as construções da Companhia Cortidora.

85


A decisão para a implantação do novo edifício buscou

relacionar

sua

forma,

as

três

construções pré-existentes do terreno, fazendo com que a história esteja presente não só pelo

contato visual, mas também no percurso, já que o acesso ao edifício da biblioteca se dá por cada uma delas, sendo a base da chaminé e seu embasamento, o esqueleto da fábrica em seus dois níveis e o casarão. A estrutura da ruína deu forma a biblioteca, que seguiu o mesmo alinhamento das vigas e pilares de concreto da primeira, formando uma nova malha metálica.

86


14. projeto 14.1 implantação geral

87

Três eixos diagonais se abrem diante a Av.

quanto o pátio no nível 682. O piso é recortado

Nestor Castanheira, Rua Prudente de Moraes e

por um diâmetro de 24m de onde desce uma

Rua Eng. Pereira Rebouças e levam o pedestre

rampa que abraça o embasamento da chaminé.

a circular até o piso de 36 x 109 metros e dando

Painéis para grafites de temas literários foram

acesso ao Casarão, ao esqueleto da antiga

dispostos em toda a extensão entre o acesso da

fábrica e a uma das entradas ao edifício. Esta

Av. Amoreiras e a Conselheiro Gomide,

grande praça preserva a função histórica e

marcando os ângulos e interagindo com o

popular por ser propensa a receber feiras e

pedestre. Entre os eixos de circulação, amplos

eventos. Tanto é que, mesmo sem nenhuma

espaços verdes foram ocupados por praças e

iniciativa oficial e em condições precárias,

espaços de convívio, permitindo atividades ao

acontecia a chamada Feira do Rolo, que reunia

ar livre. A vegetação proporciona conforto visual

mais de 10 mil pessoas por domingo segundo

para quem está tanto no espaço público quanto

reportagem do Correio Popular.

no interior do edifício e segundo o "Princípios

O eixo acessado pela Av. das Amoreiras, induz

Bioclimáticos para o Desenho Urbano" de Marta

o pedestre a cruzar o terreno, usando-o como

Romero colaboraria para o microclima do

passagem, ou a acessar o nível da Horta

espaço, melhorando as condições climáticas -

Comunitária, da passarela metálica que circula

temperatura, umidade - próximas a superfície

pela ruína e até mesmo o nível 682 do edifício.

do terreno (2m acima). O espelho d'água

No ponto mais alto do terreno, o eixo da Rua

proposto ajudaria também a trazer frescor para

Conselheiro Gomide, leva o usuário a uma

quem está embaixo ou próximo a ruína, além de

praça seca que acessa tanto o pavimento 687,

ser um elemento agradável.



14.2 nível 678 - térreo

89

O acesso ao pavimento térreo se dá

relacionados ao programa de cuidados ao

exclusivamente pela Praça da Ruína e do

acervo, que necessitam de uma ventilação

Casarão, onde a grande face do edifício foi

apropriada como laboratório e reserva do

recuada, dando a possibilidade de funcionar

acervo, além de todos possuírem aberturas

como abrigo para diversas atividades, além de

para o corredor de circulação ou para o

ser marcada por uma rampa linear que dá

estacionamento dos funcionários.

acesso ao pavimento superior.

O pavimento não possuí áreas restritas ao

Por apresentar duas de suas faces aterradas,

acervo e por essa razão, são livres ao público.

foi proposto que nele ficassem os ambientes de

O auditório tem capacidade de 212 lugares

serviços internos de menor uso como vestiários,

incluindo, com infraestrutura para receber

área de serviço e copa e aqueles

palestras, entre outras atividades.



14.3 nível 682 - intermediário

91

O pavimento concentra três diferentes acessos,

Neste pavimento destaca-se a área de acervo

que dão a um amplo saguão e a varanda

infanto-juvenil com layout distribuído de maneira

mirante com vista direta a ruína. Um deles é

flexível e separado por uma grande estante,

feito pela rampa do edifício, que liga o térreo

tornando-o mais reservado. Uma janela que

(nível 678) ao pavimento intermediário (nível

atravessa o acervo, tem vista para a varanda e

682), o segundo através da passarela metálica

o jardim lúdico de acesso restrito a quem está

que passa através da ruína e o terceiro pela

dentro da biblioteca. O pavimento também

rampa circular entorno a chaminé.

oferece uma sala multimídia para que possam

Para acessar a área restrita da biblioteca, o

ser realizadas atividades organizadas pela

usuário precisa passar pelo sensor, chegando

biblioteca. O acesso dos funcionários é feito por

então aos espaços de acervo e disposição dos

uma entrada separada dos visitantes e de

mobiliários de leitura e estar.

acesso restrito a eles.



14.4 nível 687 - superior

93

Por estar situado no nível mais alto e sem

durante todo o dia, prolongando o uso, mas

relação direta de acesso a ruína, este

sem que possa causar danos ao acervo.

pavimento concentra maior áreas com mesas

Neste pavimento, duas salas com parte de suas

de estudo e também salas reservadas a grupos.

faces em vidro são exclusivas para o acervo de

O acesso é feito através da praça seca,

obras raras e periódicos, sendo que a última

marcada pela chaminé e como o pavimento

possui uma ampla janela voltada a chaminé,

inferior, é necessário passar pelo sensor para

possibilitando a visão por diversos ângulos. Ao

entrar na biblioteca. Os dois planos de varanda

centro do pavimento, a rampa linear leva o

mirante garantem uma agradável área de estar

usuário ao pavimento intermediário (nível 682),

com vista para todo o terreno da biblioteca,

onde pode circular livremente pela área restrita

permitindo a entrada de iluminação natural

da biblioteca.



14.5 intervenção arquitetônica ruína e chaminé A conservação da chaminé e do esqueleto da

A intervenção buscou preservar a ruína da

antiga Cortidora Campineira de Calçados, pré-

maneira que foi encontrada, sem a intensão de

existentes no terreno, está baseada na Carta de

recuperar sua arquitetura original, mas fazendo

Veneza de 1964 que diz que o conceito de

com que esta ganhasse uso. Do nível 678, as

monumento

escadas levam os visitantes a circular por

histórico

engloba

criações

arquitetônicas que sejam testemunhos de uma

passarelas e mirantes em estrutura metálica

fase significativa do progresso, ou seja, a fase

suspensa, que dão acesso ao nível 682 da

industrial vivida pela nossa cidade, com o

biblioteca e a espaços de contemplação. O

objetivo então, de preservar a história.

esqueleto menor recebeu o programa de uma

Segundo John Ruskin, um grande crítico da

horta comunitária composta por estufins que

arte, a conservação da arquitetura do passado é

incentivam o aprofundamento teórico ao

uma expressão de arte e cultura, que se

assunto, através da disponibilidade de acervo e

mantido na cidade possibilita que os indivíduos

programas relacionados na biblioteca,

identifiquem nos espaços urbanos marcos

proporcionando também a educação ambiental

referenciais de identidade e memória. Manter o

daqueles que a utilizam. Já a chaminé, ficou

edifício em ruína testemunha a idade do

como marco vertical do terreno, abraçada por

envelhecimento e da memória, podendo nela

uma grande rampa circular metálica, que leva o

estar expressa a essência do monumento.

visitante da sua base, ao seu embasamento recuperado.

Ao lado, imagem retirada de: Notas de biblioteca 5: Biblioteca Viva, o que a biblioteca pode fazer pela comunidade. SP Leituras Biblioteca viva / SP Leituras. – São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, SP Leituras, 2013. 41 p.: il.: il. – (Notas de biblioteca; 5). Disponível em: <http://aprendersempre.org.br/arqs/Notas5_web.pdf> Data de acesso 02/02/15. 95





14.6 intervenção arquitetônica casarão Com a diretriz de receber um café e uma

Segundo o ART. 9 da Carta de Veneza de

livraria, o edifício do casarão apresenta uma

1964, qualquer operação de restauro deve

sobreposição de trabalhos realizados em

terminar no ponto em que as conjunturas

diferentes épocas. Por esta razão, a proposta

comecem, ou seja, as suposições/hipóteses

foi remover elementos de pouco interesse e

com fundamento não verificado. Por este motivo

substitui-los por de maior valor histórico e

o casarão recebeu a intervenção apenas em

estético, sendo estes a escada e o alpendre,

sua fachada, já que esta pode ser levantada

que remetem a construção autêntica da antiga

visualmente através das imagens.

construção. A intervenção em estrutura metálica segue a mesma linguagem do edifício da biblioteca.

Carta de Veneza, Maio de 1964. Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/portal/baixaFcdAnexo.do?id=236> Data de acesso 14/11/14. 99



14.7 tratamento fachadas O volume longitudinal, constituído por dois

As laterais do edifício possuem fechamentos em

grandes planos de quebra-sóis metálicos

placas cimentícias de tom natural e aberturas

pivotantes, permitem diversas angulações,

em janelas de vidros, colaborando para a

barrando a radiação solar e permitindo a

iluminação e ventilação natural de todos os

entrada de luz e ventilação natural e garantindo

ambientes da biblioteca.

a máxima flexibilidade funcional. Os quebra-sóis possuem um desenho de ripas verticais para que, mesmo em seu ângulo de 90 graus, possa proporcionar iluminação natural e visão mínima para a ruína e a externa da biblioteca. O tratamento dos dois planos longitudinais remetem ao primeiro momento da antiga fábrica de solados, inteiramente em ripas de madeira. Destaque fachada Companhia Cortume de Campinas, Campinas, SP, [189_]. Coleção Companhia Cortidora Campineira – Centro de Memória-Unicamp

101



14.8 sistema construtivo O edifício da biblioteca é formado por uma

de Yopanan C. P. Rebello e a laje alveolar de

modulação de 11,25 x 11,25 de estrutura

acordo com tabela de fornecedor, além de

metálica que acompanha o desenho de eixos do

seguir a diretriz da Fundação da Biblioteca

esqueleto da Companhia Cortidora e mantém a

Nacional que diz:

identidade industrial no novo edifício.

"Previsão de carga dos pavimentos

Os vãos permitem o uso de grandes vedações

Se a biblioteca for construída em prédio de mais

que prezam o máximo de conforto e

de um andar é importante, e mesmo essencial,

possibilitando a todos os ambientes, ventilação

verificar se os pavimentos superiores suportam,

e iluminação natural. Para isso, foram utilizados

sem colocar em risco a estrutura do prédio, o

tanto caixilhos em vidro duplo, quanto placas

peso das estantes e dos livros. Essa análise

cimentícias de 12 mm, que libera o espaço

deve ser feita por um engenheiro de estrutura.

vazio entre as placas para a colocação de

Segundo as determinações da NB-5/ABNT, a

mantas termo-acústicas e passagem de

capacidade de sobrecarga de cada andar

infraestrutura hidráulica e elétrica.

superior é de 700 (setecentos) quilos por

Os pilares e vigas foram pré-dimencionados de

metro quadrado, peso este que de maneira

acordo com o livro "A Concepção Estrutural e a

alguma pode ser ultrapassado. Para aumentar a

Arquitetura"

capacidade do espaço, podem-se construir mezaninos."

Ao lado, 1 2 3 4 imagens representativas da estrutura produzidas pela autora. REBELLO, Yopanan C. P. A Concepção Estrutural e a Arquitetura. São Paulo: Ed. Zigurate, 2003. FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL. Biblioteca Pública: princípios e diretrizes. Rio de Janeiro, 2000. Disponível em: <http://www.bn.br/portal/arquivos/pdf/ArquivoFinal28_08.pdf> Data de acesso 12/09/14. 103


[1]

Laje alveolar sobre

viga e pilar.

[2]

Conexão da vila

pela aba do pilar com cantoneira de conexão parafusada.

[3]

Fechamento com

duas placas de painel cimentício e manta

Base do

termo acústica no

[4]

vão.

pilar engastada.
















15. considerações finais A Biblioteca projetada cumpre com os objetivos

Assim, além de cumprir com os objetivos, o

propostos uma vez que foi implantado um

trabalho também trouxe para discussão

projeto de revitalização para uma área

propostas de transformação da cidade em um

atualmente degradada e interditada ao acesso e

local mais agradável e preparado, que

circulação da população, que além proporcionar

proporcione oportunidades e qualidade de vida

uso e convivência no terrero, trás a identidade e

a sua população.

memória do período industrial através da intervenção nas construções pré-existentes da antiga Cortidora, com características funcionais e referenciais da cidade. A forma convencional de se tratar o edifício de uma biblioteca é rompida com a formação de espaços tanto internos, quanto externos, que visam sempre a integração social através das áreas de convívio e da programação cultural que pode ser desenvolvida pela Biblioteca, oferecendo eventos e oficinas que colaboram ao fortalecimento do papel da sociedade.

119



ANEXO I: MANIFESTO DA IFLA/UNESCO SOBRE BIBLIOTECAS PÚBLICAS – 1994 A

liberdade,

a

prosperidade

e

o

Este Manifesto proclama a confiança que a

desenvolvimento da sociedade e dos indivíduos

UNESCO deposita na Biblioteca Pública,

são valores humanos fundamentais. Só serão

enquanto força viva para a educação, a cultura

atingidos quando os cidadãos estiverem na

e a informação, e como agente essencial para a

posse da informação que lhes permita exercer

promoção da paz e do bem-estar espiritual nas

os seus direitos democráticos e ter um papel

mentes dos homens e das mulheres.

ativo na sociedade. A participação construtiva e

Assim, a UNESCO encoraja as autoridades

o desenvolvimento da democracia dependem

nacionais e locais a apoiar ativamente e a

tanto de uma educação satisfatória, como de

comprometerem-se no desenvolvimento das

um acesso livre e sem limites ao conhecimento,

bibliotecas públicas.

ao pensamento, à cultura e à informação. A biblioteca pública – porta de acesso local ao conhecimento – fornece as condições básicas para uma aprendizagem contínua, para uma tomada de decisão independente e para o desenvolvimento cultural dos indivíduos e dos grupos sociais.

121


A Biblioteca Pública

Todos os grupos etários devem encontrar

A biblioteca pública é o centro local de

documentos adequados às suas necessidades.

informação, tornando prontamente acessíveis

As coleções e serviços devem incluir todos os

aos seus utilizadores o conhecimento e a

tipos de suporte e tecnologias modernas

informação de todos os gêneros.

apropriadas assim como materiais tradicionais.

Os serviços da biblioteca pública devem ser

É essencial que sejam de elevada qualidade e

oferecidos com base na igualdade de acesso

adequadas às necessidades e condições locais.

para todos, sem distinção de idade, raça, sexo,

As coleções devem refletir as tendências atuais

religião, nacionalidade, língua ou condição

e a evolução da sociedade, bem como a

social. Serviços e materiais específicos devem

memória da humanidade e o produto da sua

ser postos à disposição dos utilizadores que,

imaginação.

por qualquer razão, não possam usar os

As coleções e os serviços devem ser isentos de

serviços e os materiais correntes como, por

qualquer forma de censura ideológica, política

exemplo,

ou religiosa e de pressões comerciais.

minorias

linguísticas,

pessoas

deficientes, hospitalizadas ou reclusas.

122


Missões da Biblioteca Pública As

missões-chave

da

biblioteca

6. Possibilitar o acesso a todas as formas de pública

relacionadas com a informação, a alfabetização, a educação e a cultura são as seguintes:

1. Criar e fortalecer os hábitos de leitura nas crianças, desde a primeira infância; 2. Apoiar a educação individual e a autoformação, assim como a educação formal a todos os níveis; 3. Assegurar a cada pessoa os meios para evoluir de forma criativa; 4. Estimular a imaginação e criatividade das crianças e dos jovens;

123

expressão cultural das artes do espetáculo; 7. Fomentar o diálogo inter-cultural e a diversidade cultural;

8. Apoiar a tradição oral; 9. Assegurar o acesso dos cidadãos a todos os tipos de informação da comunidade local; 10. Proporcionar adequados

serviços às

de

informação

empresas

locais,

associações e grupos de interesse; 11. Facilitar o desenvolvimento da capacidade de utilizar a informação e a informática;

5. Promover o conhecimento sobre a herança

12. Apoiar, participar e, se necessário, criar

cultural, o apreço pelas artes e pelas

programas e atividades de alfabetização

realizações e inovações científicas;

para os diferentes grupos etários.


Financiamento, legislação e redes 

Para

assegurar

a

coordenação

e

Os serviços da biblioteca pública devem,

cooperação das bibliotecas, a legislação e

em princípio, ser gratuitos. A biblioteca

os planos estratégicos devem ainda

pública é da responsabilidade

das

definir e promover uma rede nacional de

autoridades locais e nacionais. Deve ser

bibliotecas, baseada em padrões de

objeto de uma legislação específica e

serviço previamente acordados.

financiada pelos governos nacionais e

A rede de bibliotecas públicas deve ser

locais. Tem de ser uma componente

concebida levando em consideração as

essencial de qualquer estratégia a longo

bibliotecas

prazo para a cultura, o acesso à

pesquisa e especializadas, assim como

informação, a alfabetização e a educação.

com

as

nacionais, bibliotecas

regionais, escolares

de e

universitárias.

124


Funcionamento e gestão 

Deve ser formulada uma política clara,

acessíveis a todos os membros da

definindo objetivos, prioridades e serviços,

comunidade,

relacionados com as necessidades da

existência de edifícios bem localizados,

comunidade local. A biblioteca pública

boas condições para a leitura e o estudo,

deve ser eficazmente organizada e

assim como o acesso à tecnologia

manter

adequada e horários convenientes para

padrões

profissionais

de

o

que

pressupõe

a

funcionamento.

os usuários, implicando na criação de

Deve ser assegurada a cooperação com

serviços destinados àqueles a quem é

parceiros relevantes, por exemplo, grupos

impossível frequentar a biblioteca.

de usuários e outros profissionais a nível

Os serviços têm de ser fisicamente

O bibliotecário é um intermediário ativo

local, regional, nacional e internacional.

entre

Os serviços da biblioteca devem ser

disponíveis.

adaptados às diferentes necessidades

contínua do bibliotecário é indispensável

das comunidades das zonas urbanas e

para assegurar serviços adequados.

rurais.

os

usuários

e

A formação

os

recursos profissional

Devem ser executados programas de capacitação de usuários, assegurando a plena utilização dos recursos disponíveis na biblioteca.

125


Implementação do Manifesto São instados a implementar os princípios expressos neste Manifesto, os governantes, em instância nacional ou local, em parceria com as

comunidades biblioteconômicas ao redor do mundo. Este Manifesto foi preparado em cooperação com a Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias (IFLA).

SNBP (Sistema Nacional de Biblioteca Pública). Manifesto da IFLA/UNESCO sobre Bibliotecas Públicas – 1994. Disponível em: <http://snbp.culturadigital.br/manifestos/manifesto-da-unesco-sobre-bibliotecas-publicas/> Data de acesso 23/04/14. 126


ANEXO II: SNBP – TIPOS DE BIBLIOTECA O tipo de uma biblioteca é determinado pelas

É considerada equipamento cultural e, portanto,

funções

pela

está no âmbito das políticas públicas do

comunidade que atende, e pelo seu vínculo

Ministério da Cultura (MinC). Em sua maioria é

institucional.

criada e mantida pelo Estado (Município, Estado

e

serviços

que

oferece,

ou Federação). BIBLIOTECA PÚBLICA

Existem bibliotecas públicas que possuem

Tem por objetivo atender por meio do seu

acervos especializados e, por isso vem sendo

acervo e de seus serviços, os diferentes

denominadas como Bibliotecas Públicas

interesses

Temáticas,

de

leitura

e

informação

comunidade

em

que

está

colaborando

para

ampliar

o

da

que

oferecem

serviços

localizada,

especializados para um determinado público e

acesso

por isso são identificadas pelo público, tal

à

informação, à leitura e ao livro, de forma

como

gratuita. Atende a todos os públicos, bebes,

ou Biblioteca Pública Especial.

crianças, jovens, adultos, pessoas da melhor idade e pessoas com necessidades especiais e segue os preceitos estabelecidos no Manifesto da IFLA/Unesco sobre Bibliotecas Públicas.

127

ou

Biblioteca

Pública

Infantil,


BIBLIOTECA PÚBLICA TEMÁTICA

PONTO DE LEITURA

São bibliotecas públicas que se caracterizam

Espaços de incentivo à leitura e acesso ao livro,

como bibliotecas especializadas em uma

criados em comunidades, fabricas, hospitais,

determinada

ambiente

presídios e instituições em geral, em sua

configura-se de maneira a representar a

maioria sua criação contou com o apoio do

área/assunto em foco, assim como as coleções

Programa Mais Cultura. É um estímulo à

que compõe o seu acervo, os serviços que

criação

oferecem e a programação cultural. Sendo uma

comunidades.

biblioteca

área/assunto.

pública,

O

diferenciam-se

de

bibliotecas

comunitárias

nas

das

bibliotecas especializadas por atender a todos

BIBLIOTECA NACIONAL

os públicos, bebes, crianças, jovens, adultos,

Tem por função reunir e preservar toda

pessoas da melhor idade e pessoas com

produção bibliográfica do país. Em cada país

necessidades especiais.

existe uma Biblioteca Nacional. Toda produção bibliográfica do país deve ser enviada para a

BIBLIOTECA COMUNITÁRIA

Biblioteca Nacional, isto é garantido pela lei de

Espaço de incentivo à leitura e acesso ao livro.

Deposito

É criada e mantida pela comunidade local, sem

Nacional está sediada no Rio de Janeiro.

Legal.

No

Brasil

a

Biblioteca

vínculo direto com o Estado.

128


BIBLIOTECA ESCOLAR

BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA

Tem por objetivo atender os interesses de

Tem por objetivo apoiar as atividades de ensino,

leitura e informação da sua comunidade e

pesquisa e extensão por meio de seu acervo e

trabalha em consonância com o projeto

dos seus serviços. Atende alunos, professores,

pedagógico da escola a qual está inserida.

pesquisadores e comunidade acadêmica em

Atende prioritariamente alunos, professores,

geral. É vinculada a uma unidade de ensino

funcionários da unidade de ensino, podendo

superior, podendo ser uma instituição pública ou

também ampliar sua ação para atender os

privada.

familiares de alunos e a comunidade moradora

continuidade ao trabalho iniciado pela Biblioteca

do entorno. Está localizada dentro de uma

Escolar

unidade de ensino pré-escolar, fundamental e/ou médio. Segue os preceitos do Manifesto da IFLA/UNESCO para a Biblioteca Escolar e no Brasil a Lei no. 12.244 dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino no país.

129

A

Biblioteca

Universitária


BIBLIOTECA ESPECIALIZADA Voltada

a

um

campo

BIBLIOTECA/CENTRO DE REFERÊNCIA

específico

do

Bibliotecas especializadas que atuam com o

conhecimento. Seu acervo e seus serviços

foco no acesso, disseminação, produção e

atendem às necessidades de informação e

utilização da informação para um determinado

pesquisa de usuários interessados em uma ou

público. Também denominados como Centro de

mais áreas específicas do conhecimento. É

Informação e Referência. Muitas delas não

vinculada a uma instituição pública, ou privada

possuem

podendo também se caracterizar como uma

exclusivamente

biblioteca universitária, quando vinculada a uma

documentos

unidade de ensino superior. Existem bibliotecas

(resumos e resenhas).

acervo com sobre

próprio a

e

trabalham

referenciação

determinado

de

assunto

públicas especializadas em literatura infantil e, por

isso,

costumam

ser

denominadas Bibliotecas Infantis. Outras especializadas no atendimento a pessoas com necessidades

especiais

e

por

isso

denominadas Bibliotecas Especiais.

SNBP (Sistema Nacional de Biblioteca Pública). Tipos de Bibliotecas. Disponível em: <http://snbp.bn.br/tiposde-bibliotecas/> Data de acesso 23/04/14. 130


ANEXO III: SNBP – ACERVO A formação e desenvolvimento do acervo de

COLEÇÕES BÁSICAS PARA COMPOSIÇÃO

uma biblioteca pública ou comunitária deve

DO ACERVO

atender

Obras de Referência: para consulta imediata e

às

necessidades

culturais,

informacionais, educativas e de lazer da

rápida

(dicionário

de

comunidade. Tendo em vista o perfil bastante

estrangeiras e bilíngues; enciclopédias atuais;

heterogêneo do público desse tipo de biblioteca,

atlas geográfico e histórico; listas telefônicas;

torna-se difícil estabelecer critérios gerais que

anuários

possam servir de orientação na formação de

turísticos; biografias; livros e materiais de

seu acervo. No entanto, alguns critérios básicos

informação utilitária e de técnicas variadas, tais

devem nortear a composição de um acervo.

como manuais, etc.);

estatísticos;

línguas

nacional,

almanaques;

guias

Obras Gerais: para consulta e leitura para fins de informação geral, estudos, pesquisas e trabalhos escolares, nas diversas áreas do conhecimento e biografias em geral; Literatura: romances, poesias, contos, crônicas e outros gêneros literários; é importante contemplar a produção literária local, estadual e/ou regional;

131


Materiais

especiais:

coleções

não-

convencionais e/ou destinadas a grupos especiais de usuários (áudio livros, gibis, jogos, brinquedos, discos, vídeos e etc.);

Histórico-documental: materiais relativos à memória sociocultural e histórico-documental local; Periódicos:

jornais,

revistas,

boletins

informativos, recortes e outros materiais de publicação periódica retrospectivos e correntes, para pronta-informação e pesquisa.

Anexo completo em: SNBP (Sistema Nacional de Biblioteca Pública). Acervo. Disponível em: <http://snbp.bn.br/diretrizesacervo/> Data de acesso 23/04/14. 132


ANEXO IV: SNBP – ESPAÇOS E MOBILIÁRIOS 15 recomendações para a definição e

5 – Materiais coloridos dão vida à biblioteca. Por

organização de espaços em bibliotecas

exemplo: uma parede de cor diferente, ou

públicas:

mobiliário com cores específicas para diferentes

1 – Uma biblioteca pública deve ter no mínimo

áreas e serviços;

de 80 m2;

6 – A temperatura entre 16° e 19°C resulta em

2 – A disposição dos setores e móveis da

substancial aumento da longevidade do acervo;

biblioteca deve ser definida a partir de sua

7 – Além da alta temperatura, outro grande

planta baixa;

inimigo dos livros e dos usuários é a umidade

3 – Os espaços devem ser amplos visando a

que provoca mofo. Existem aparelhos elétricos

separação de áreas com finalidades diferentes,

que desumidificam o ar. Na sua falta, uma sala

permitindo acomodações confortáveis para os

bem ventilada e um acervo tratado minimizam o

usuários

problema;

proporcionando

um

ambiente

agradável, um local aprazível onde seja bom

8 – A temperatura de 22° a 24°C é considerada,

permanecer;

pelos padrões internacionais, ideal para o

4 – As coleções que compõem o acervo não

conforto dos usuários e da equipe de trabalho;

devem ser colocadas muito próximas às janelas,

9 – Móveis de aço, além de serem mais

ou diretamente expostas ao sol, evitando o

resistentes para armazenagem, têm maior

possível extravio de obras e a sua deterioração;

durabilidade evitando a umidade e a infestação por insetos como cupim, broca, etc. A utilização de móveis de madeira depende de tratamento contra a ação de insetos;

133


10 – Móveis coloridos contribuem para que o

13 – Outros móveis que contribuem para o

ambiente fique ainda mais agradável;

funcionamento:

11 – A criatividade e improvisação para

bibliocanto, carro para transporte de material

aproveitamento dos recursos locais é muito útil

bibliográfico,

para mobiliar a biblioteca, ex.: livros infantis de

escaninhos, porta-jornais, portão eletrônico;

fácil leitura em caixas no chão (fundo da caixa

14 – Alguns equipamentos são essenciais:

revestido de material antiderrapante) são

fones de ouvido e aparelho de TV colorido

considerados

ligados a computadores com kit multimídia e

brinquedos

pelas

crianças,

balcão fichário,

de

empréstimos,

guarda-volumes

ou

incentivando assim seu uso desde a infância;

antena (canais abertos e pagos), impressora,

12 – A utilização de materiais e design nos

scanner, equipamentos para deficientes visuais,

móveis que remetam à cultura e produção

telefone, fax, ar condicionado, desumidificador,

locais propiciam um ambiente orgânico e de

bebedouros, relógio de parede, entre outros;

identificação com o usuário. A opção por estes

15 – Internamente, a biblioteca deve dispor de

materiais

a

placas de sinalização dos espaços com

sustentabilidade de comunidades em situação

indicações técnicas e quadros de informações,

de risco e do meio-ambiente local;

normas de conduta do usuário e avisos sobre

pode

contribuir

para

atividades da biblioteca.

SNBP (Sistema Nacional de Biblioteca Pública). Espaços e Mobiliários. Disponível em: <http://snbp.bn.br/espacosemobiliarios/> Data de acesso 23/04/14. 134


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139



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