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ESTAMPAS
Agora vamos falar de estampas, padronagens e bordados. Como tem receptores pequenos na face (ver a seção de visagismo), biótipo endométrico e seu contraste de coloração é médio para baixo, o ideal são desenhos médios (nem muito pequenos e nem enormes), com pouco contraste de cores entre si. Há uma preferência também pelas cores de sua paleta nos elementos que compõe a estampa.
Na região superior, evitar além de alto contraste entre as formas e cores, também os fundos claros principalmente em estampas de desenhos mais afastados entre si, pois vão enaltecer o que não quer. Abaixo, sugestões:
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GEOMÉTRICA
As formas que gosta em modelagem aparecem na estampa, com linhas mais retas e definidas, trazendo muito do futurismo dos anos 60. Trazem um aspecto mais racional à imagem (claro que em linhas gerais; dependendo da composição isso se altera); nos faz viajar ao art déco e até o antigo Egito. Também trazem um aspecto mais artificial, pois as formas gráficas não são comuns na natureza.
No uso, tomar cuidado com o já orientado tamanho das formas e contraste de cor, pois costumam ser altos nesse tipo de estampa. Cuidado também com a parte de brincos, colares e acessórios, pois repetir as formas da estampa é enaltecer a mesma; contrapor com formas ali ausentes harmoniza. Vai depender de sua intenção...
ANIMAL PRINT
Os padrões que imitam bichos são um machado de duplo fio: dependendo da composição te elevam a altos patamares; dependendo é uma queda só. No seu caso, tem muito a ver, pois além de se conectar com o mesmo (conforme abordado no perfil), eles trazem o tipo de linhas e cores que tecnicamente se aplicam a você. De todos, só aconselho a ter cautela com as zebras, devido ao alto contraste. Os padrões tipo psicodélico, famosos nos anos 80, também merecem cuidados, pois além de cores muito acesas, costumam trazer contrastes altos. E não conversam tanto com seu estilo.
Piton é uma boa opção, pois assim como padrões de girafas e lezard, costumam ser verticais, alongando a silhueta. Onças prefira de fundo mais para o caramelo. As de tigre funcionam como listras horizontais porém menos marcadas, portanto, se for usar na região do abdômen, eleja uma terceira peça ou algum dos truques ensinados.
Outra questão desse padrão é a combinação. Para seu estilo, prefira com cores sóbrias da paleta (bege, caramelo, ocre...) quando uma peça mais chamativa (um vestido longo por exemplo); com peças menores (camisa, bermuda, blusa, lenço), pode apostar em cores mais chamativas da paleta (mostarda, laranja terroso). Aliás, sua paleta casa muito bem com esse tipo de padrão.
Por fim, o tipo de peça que “carregará” o padrão. Como já são desenhos que carregam em sua história certa sensualidade, se não quiser partir para esse lado, evite peças com tal apelo, como calças justas, top decotado ou fendas quilométricas... Cores como nude, vermelho e alguns rosas fechados também devem ser evitados nesse contexto.
GALAXY PRINT
Outra referência aos anos 60 e 70, as estampas de galáxia têm fundo escuro e elementos geralmente pequenos. O único porém aqui, é o contraste, que geralmente é mais alto. Contudo, caso queira usar em blusas, vestidos e casacos, a correção da maquiagem (subir um pouco seu contraste) além das outras técnicas já comentadas, resolvem o caso. Algumas versões são muito brilhantes, e devem ser evitadas próximo ao rosto.
Quando em um design mais discreto, a estampa se torna um coringa no guarda roupa, pois casa fácil com cores e até outras estampas, podendo ser levada inclusive para ambientes mais formais (repito: se for discreta!). Nesse caso, são cores sóbrias, sem brilho e desenhos muito pequenos.
Como traz certa profundidade visual, tecidos sem texturas são mais indicados. Para seu caso, é interessante em proporções menores (evitar macacão, vestido longo e conjunto, por exemplo, na estampa) e modelagens mais formais (ou se não o for, utilizadas de forma mais clássica, como aliás você já faz). O objetivo é descaracterizar um pouco o aspecto folk e geek do padrão, que não tem muito a ver com seu perfil.
POÁS
A dica é apostar em uma escala média no tamanho das bolinhas (pelo seu biótipo e receptores da face). Geralmente apresentam alto contraste, o que no seu caso, exige certos cuidados. Prefira contrastes de cor menores na estampa ou, caso queira alguma mais contrastante, pode usar das técnicas já mencionadas (subir o contraste na maquiagem, usar decote, uma franja caindo, lenço na cor da estação...).
Poás trazem movimento à produção, dinamismo. Além disso, proporcionam certo ar comemorativo; um certo bom humor. Dependendo da produção, pode conferir romantismo ou ares retrô (anos 60). Descontração também é uma palavra aqui, mas sem ser indiscreto. Por fim, dão ótimos combos de estampas, com florais, geométricos, algumas listras e até o próprio poá.
AZULEJOS
Os azulejos trazem a geometria que tanto gosta combinado à elementos da natureza e formas arquitetônicas. Também fazem alusão esse ambiente “de casa”, abordado no perfil, além da estética clássica. Costumam ser azul e branco, mas há variações coloridas (que lembram mosaicos). Os tradicionais, que imitam ladrilhos, por virem em azul e branco, combinam muito bem com o mostarda (cor de destaque da sua paleta) e também com ouro velho (aqui fica mais sério). Outras possibilidades interessantes são o verde celadon e o lima.
Por ser uma estampa de alto contraste, melhor evita- -la em peças na parte superior do corpo (próximo ao rosto) ou utilizar algum dos truques já mencionados (cuidado com o uso de colares e lenços aqui, pois já é uma estampa que traz muita informação). Quanto à tecidos, prefira planos, pois tecidos muito elásticos podem deformar os desenhos, dando ar de desleixo. Outra boa opção, são tecidos e modelagens leves, trazendo uma proposta “balneário” à produção.
A mensagem é requinte! Contemplação; valorizar e ser valorizado. É uma excelente pedida para momentos de obsessão com trabalho. Já para dias que precise de foco, não aconselho.
FLORAIS (FOLHAGENS E BOTÂNICO)
Os florais são uma das maiores famílias na estamparia, por isso, se faz necessária uma delimitação. Em linhas gerais, prefere florais definidos, desenhos medianos à grandes. Antes de especificar tipos, as sugestões de flores usadas em “referências” podem perfeitamente estampar suas peças com mais identidade (lírios, bananeiras, bromélia...). As folhagens são uma proposta, principalmente por trazerem profusões de verdes e marrons, além de alguns amarelos e vermelhos queimados, todos cores de sua cartela. Para esse tipo, valem as regras da estampa geométrica, pois se assemelham. Contudo, em mensagem, passam uma impressão mais natural, leveza, respiração...porém sem a delicadeza da maioria das flores (nem todas). Não é muito seu perfil misturar estampas, mas caso se aventure, as folhagens, por já serem muito gráficas normalmente, casam melhor com estampas mais indefinidas ou esfumaçadas nas formas, como aquarelas por exemplo.
O floral botânico é mais marcado na forma, pois prende-se à uma estética mais realística. Não possui estilização dos elementos (flores, galhos...). São o mais fiel possível ao real. Costumam trazer elementos medianos a grandes, por isso, deve ter atenção à cor e contraste. Prefira médios a baixos contrastes (conforme ensinado na coloração) e cores de sua paleta . É bom evitar categorias como os “dark floral”, pois por terem fundo escuro, aumentam o contraste com as flores coloridas.
Quanto à combinação, pode repetir uma das cores da estampa no resto da produção, ou, para ousar um pouco mais, um tom próximo, pois continua uma forma clássica de usar (que você gosta) porém sem ser tão previsível. Por exemplo, um floral em tons de bordô e rosa chá, ao invés de usar uma das duas, use um nude rosado. Por aí vai... (na dúvida, utilize o círculo cromático como foi ensinado na coloração).
Esse requer certa atenção para você. Como gosta, claro que estará presente, mas vale lembrar que para questões de harmonia visual, não é o mais indicado por ter um contraste alto (o fundo é sempre branco). Usar em calças, bermudas e saias é tranquilo. Na parte superior do corpo, já requer alguns cuidados. A maquiagem pode ser uma ferramenta, mas como esse padrão traz um ar mais descolado e despretensioso (as famosas toalhas de pique nique), talvez não seja interessante exagerar na mesma. Então vale apostar em outras técnicas, como deixar o colo à mostra, trazer acessórios nas cores de sua paleta para perto do rosto (brincos, colares, lenços). Até o próprio cabelo, que se estiver harmônico, pode usar solto para fazer uma moldura na face.
Esse xadrez traz jovialidade, algo mais casual... evite peças muito “rígidas” ou formais (longos, blazer...) e aproveite a padronagem para trazer um despojamento e frescor à composição (vai muito bem em calças cropped, bermudas, camisas mais desconstruídas...). Por ser de um desenho pequeno, é fácil de casar com outras estampas também (os florais ficam ótimos inclusive). Caso queira trazer para a escola clássica, conjuntos e macaquinhos são uma boa, pois como é um padrão discreto, não fugirá à proposta de sobriedade.
CONCHAS E BÚZIOS
A ideia aqui é trazer os elementos marinhos que tanto gosta. De início, faria a sugestão da estampa oceânica (fundo do mar), porém, costuma ser bem exuberante e em tons brilhantes, fugindo um pouco do perfil. Então, uma boa solução, são as versões que trazem os elementos de búzios, conchas e estrelas do mar, pois costumam ter um contraste reduzido e cores opacas, além de puxar para o geométrico que também gosta.
Trazem muita informalidade à produção, mesmo quando em versões mais preciosas (tipo Versace). Por isso, atentar a ocasião de uso. Ficam muito interessantes em tecidos leves e modelagens mais frescas (vestidos, saias, calças de cordão, túnicas...). Há também a possibilidade de fazer a estampa com bordados, em peças lisas. Essas aplicações em conchas funcionarão da mesma forma que a estampa (nas referências inclusive indiquei os famosos bordados em concha de Jean Francois Lesage como inspiração).
CAXEMIRA OU PAISLEY
Outra forte referência dos anos 70 e da moda indiana. Em sua origem, dizem relacionar-se com o que seus criadores tinham de mais precioso (seus tesouros), que eram pintados em cornucópias como símbolo da fertilidade e riqueza, e reproduzidos em mantas e xales, que conferiam proteção e conforto aos viajantes.
A estampa foi muito estigmatizada nos anos 70, por isso, quando usar, prefira em peças que tragam essa impressão de “riqueza”, fidelizando o uso ao conceito original da estampa. Como dito, não tem a ver com peças caras, e sim que tragam conceito de algo precioso (pode ser uma paximina bordada nos motivos, um casaco mais alinhado...). Banalizar o uso desses desenhos fariam com que perdessem sua força (além de não ter nada a ver com seu estilo também).
As demais regras, de cores da paleta e contrastes médios ou baixos são válidas aqui também. Além disso, desenhos menores e sem muito espaçamento entre eles. Uma boa dica é comprar o tecido com a estampa e bordar ao seu gosto (de preferência seguindo algumas dicas para você que falo mais adiante em bordados), pois assim agregará o conceito a peça e com seu toque pessoal.
VITRAIS
Aqui a proposta parece com os azulejos, porém, o contraste costuma ser menor (embora mais colorido que os mesmos). Os cuidados de uso na parte supe- rior do corpo são os mesmos. Contudo, caso utiliza- dos na parte de baixo, uma proposta interessante são tecidos planos com certo acetinado... Apesar de não ser muito indicado para você, como estarão longe da face e região abdominal, e também prefere destacar a região das pernas, a proposta pode ser interessante, principalmente estética, pois o jogo de luzes ocasio- nado pelo leve brilho do tecido, iluminarão os vitrais conforme anda (trazendo o conceito fiel dos mesmos).
Quanto à mensagem, vitrais trazem uma estética gó- tica, contudo, os motivos estampados podem condu- zir à outras temáticas, que vão do seu gosto. Os mais comuns são os bíblicos, art Noveau e art Déco. Outra ideia interessante são estampas que imitam asas de borboleta, pois trarão conceito similar, com uma es- tética mais abstrata e cores mais transparentes.
BORDADOS
No seu caso, a proposta é apostar em bordados minerais, fugindo de aplicações muito preciosas e reluzentes, pelo menos perto do rosto (por ser outono suave) e na região abdominal (refletem muita luz). Por isso, bordados espelhados, paetês, lantejoulas... não são os mais aconselháveis (deixá-los para saias, calças ou parte baixa do vestido). Ou utilizar os truques já ensinados.
Perto do rosto, aplicações com pedras mais foscas (ver em acessórios as indicadas), conchas, passamanarias e bordados em tecido são mais indicados para você. Outra opção é trazer os bordados em regiões estratégicas, como lapelas de casacos, franjas de lenços...