jeitos de criar 42 perguntas para inspirar gente que cria formuladas e organizadas por
Mariana Bandarra
jeitos de criar 42 perguntas para inspirar gente que cria formuladas e organizadas por
Mariana Bandarra (dez 2016 - versĂŁo 2.0)
Dedico este compêndio à mãe interior, que ensina a ensinar, e à filha interior, que aprende a aprender.
um e-book a partir do nada Em 2016, tive a honra de fazer parte da equipe de mulheres que organizou o primeiro Sonora - Ciclo Internacional de Compositoras na cidade de Porto Alegre. Me coube mediar o debate de abertura, uma roda de conversa entre compositoras de estilos variados e em diversos momentos de suas carreiras. Durante a preparação para esse evento, articulei algumas perguntas sobre os eixos de discussão que tinham sido sugeridos pela brilhante Isabel Nogueira (que encabeçou o projeto em POA). Na abertura do Sonora, deixei as perguntas espalhadas sobre as cadeiras e ouvi de algumas participantes que foram úteis. Durante todo o festival, fui atravessada por uma série de encontros e conversas que lidavam profundamente com essa mesma questão: jeitos de fazer as coisas. Saí da experiência tomada por um desejo de fazer algo com aquelas perguntas. Meses depois, em parceria com a jornalista Barbara Nickel, do podcast Coisas que a gente cria, comecei a investigar de maneira um pouco mais organizada os diferentes caminhos e estados que uma ideia percorre desde o desejo de criar algo até a materialização plena de uma forma “concreta”, um produto finalizado. Resolvemos chamar outra criadora e amiga, a Larissa Magrisso, pra participar de uma conversa e ver no que dava. Deu uma conversa muito rica, um arranhar na superfície de um lago profundo e cheio de mistérios. O que estas perguntas querem é confundir e esclarecer, refletir e trespassar. Pensar sobre nossas criações e criaturas é um jeito de celebrar todos aspectos do ato de criar. Mas o melhor jeito de criar não é refletindo e nem entendendo coisas sobre o processo: o melhor jeito de criar é romper com a inação e partir para ação. Criar se aprende criando, mesmo. Sujando a mão de barro quebrando pedra, não só filosofando no plano das ideias.
modo de usar Este livrinho é um presente pra quem cria mas ele gostaria de ser útil também pra quem ainda não se sente alguém que cria ou pra quem sente vontade de fazer as coisas que já faz de jeitos diferentes. Se você não sabe bem onde se encaixa nisso, saiba que, neste contexto, criar é simplesmente fazer algo que não existia passar a existir. Pode ser um omelete ou um romance, um longa-metragem ou uma empresa, uma metodologia nova ou um desenho ou qualquer outra coisa que faça sentido para você. Coletivamente, estas perguntas pretendem ser uma caixa de ferramentas para ativar, acolher e expandir os processos de criação que você já está vivenciando. Como disse (muito sabiamente) a Barbara Nickel, criatividade e criação são coisas diferentes. A verdade é que dá pra passar uma vida inteira sendo criativo sem criar coisa alguma. Ou seja, tudo o que importa pra você ser “gente que cria” é o seu interesse em fazer algo existir fora da sua cabeça. Algumas destas perguntas não vão ser úteis em todos os casos. Outras podem parecer repetitivas. Não se apegue muito à ordem ou ao formato. É claro que, se quiser, você usar o livro como um estudo dirigido sobre si mesma e responder todas na ordem, mas nada te impede de usá-lo de maneira mais oracular, aleatória, quando surgir um momento de dúvida ou quando você quiser ver algo por outro ângulo. O presente é seu e isso significa que cabe a você usá-lo da maneira mais útil. Se o encontro entre meus bilhetinhos e o seu olhar for útil de alguma forma, serei muito grata. E se não for útil, a utilidade pode ser você descobrir que tipo de coisa não te ajuda. Nesse caso não me ofendo (mesmo) se você jogar fora. Ainda assim, como tantos presentes inúteis, ele ainda pode ser útil pra outra pessoa. Se você conhece essa pessoa, passe adiante.
VocĂŞ sabe o que fazer. Agora se joga.
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Ilustração da capa: Camile Nunes Alexander