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Mariana Fortaleza Colli de Souza 2016
[MEU ABRIGO] [MEU LUGAR]
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O abrigo como solução compacta para residência sustentável e a possibilidade da autoconstrução
Ficha Catalográfica
S719a
SOUZA, Mariana Fortaleza Colli de. Meu abrigo – meu lugar: Abrigo como solução compacta para residência sustentável e a possibilidade da autoconstrução. Mariana Fortaleza Colli de Souza. - Ribeirão Preto, 2016. 111 f. il.. Orientador: Prof. Me. Luis Fernando Pereira Lopes. Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário Estácio Uniseb de Ribeirão Preto, como parte dos requisitos para obtenção do Grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo sob a orientação do Prof. Me. Luis Fernando Pereira Lopes. 1. Sustentável. 2. Reuso. 3. Eco-design. I. Título. II. LOPES, Luis Fernando Pereira. CDD 711
Curso de Arquitetura e Urbanismo
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO Ata de defesa
Em 07 de dezembro de 2016, às 14h20, na sala 1E da unidade Ribeirânea do Centro Universitário ESTÁCIO|UNISEB, presente a Comissão Julgadora, presidida pelo(a) Prof. Ms. Luiz Fernando Lopes, orientador(a) do(a) candidato(a), integrada pelos examinadores Prof. Esp. Denise Rosário e Prof. Dr. Marcela Cury Petenusci iniciou-se a defesa pública do Trabalho Final de Graduação em Arquitetura e Urbanismo de Mariana Fortaleza Colli de Souza, intitulado MEU ABRIGO - MEU LUGAR - Abrigo como solução compacta para residência e a possibilidade da autoconstrução. Concluída a arguição, em sessão secreta, procedeu-se ao julgamento na forma regulamentar, tendo a Comissão Julgadora atribuído as seguintes notas: Prof. Esp. Denise Rosário .................................................................................................... nota: 10,0 Prof. Dr. Marcela Cury Petenusci ........................................................................................ nota: 10,0 Acompanham esta ata cópias das súmulas de avaliação preenchidas pela Comissão Julgadora. De acordo com os critérios de avaliação definidos no Regulamento Interno do Trabalho Final de Graduação, considerando as médias obtidas nas disciplinas Projeto Integrado I – 8,9 e Projeto Integrado II – 9,5, o(a) candidato(a) foi considerado(a) APROVADO(A) no Trabalho Final de Graduação com nota: 9,6, cujo lançamento está sujeito à entrega, em mídia digital, do Caderno de Projeto finalizado, acompanhado da autorização para a publicação do trabalho pela Biblioteca Digital do Centro Universitário ESTÁCIO|UNISEB, assinada pelo(a) candidato(a) e pelo(a) professor(a) orientador(a). Para constar, é lavrada a presente ata, que vai assinada pela professora coordenadora do Trabalho Final de Graduação e pela Coordenadora do Curso de Arquitetura e Urbanismo. Ribeirão Preto, 07 de dezembro de 2016.
Prof.ª Dr.ª VERA LUCIA BLAT MIGLIORINI
Coordenadora do TFG
Prof. Ms. CATHERINE D’ANDREA
Coordenadora do Curso de Arquitetura e Urbanismo
Mariana Fortaleza Colli de Souza
Meu abrigo - Meu lugar O abrigo como solução compacta para residência e a possibilidade da autoconstrução.
Centro Universitário Estácio Uniseb Trabalho Final de Graduação (TFG) Orientador:Luiz Fernando Pereira Lopes
Ribeirão Preto 2016
Dedico este trabalho aos meus avós Maria Gessi e Walter , José Zeca e Ana Laurinda, os quais eu tive e tenho o privilégio de conviver e aprender até hoje , e por sempre serem meus exemplos de vida como pessoas justas e batalhadoras , que sempre tiveram um amor infinito por mim.
AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro lugar a Deus, por ter aberto as portas para que eu pudesse obter o tão sonhado diploma, por ter cuidado de todos os detalhes em minha vida e colocar pessoas maravilhosas ao longo dela para me ajudar e apoiar, porém sem ele nenhuma das minhas conquistas e vitórias seria de fato completa. Agradeço também a minha mãe Rizalva, por todo o empenho e amor que tem comigo, por sempre me apoiar em todos os momentos, por ser sempre a primeira pessoa a me ajudar e incentivar em todas as coisas, e também por sempre ser uma inspiração, me fazendo entender o valor dos estudos, acreditando na minha capacidade e nunca me deixando desistir. Agradeço a meu Pai Rogério pelo carinho, pelo amor, pela dedicação, pela preocupação comigo e por todos os dias me fazer sentir importante e querida. Agradeço também a minha Irmã Ana Carolina pela companhia e ajuda em todos os trabalhos e fases da faculdade, por toda palavra de incentivo e por simplesmente estar por perto. Ao meu grande Amor Alex, pela paciência, pelo amor, pela amizade sincera, por acreditar em mim ao longo desses cinco anos, e principalmente pelo companheirismo nos momentos bons e especialmente nos ruins. A minhas grandes companheiras de todos os dias Bianca e Layla, pois sem vocês nunca teria sido a mesma coisa e sempre vou guardar nossas memórias e histórias em meu coração.Ao meu orientador, querido Lufe pela ajuda, direcionamento e paciência para me conduzir até aqui . A minha querida Professora Marcela por todo o carinho e empenho em ajudar, e também aos meus professores e mestres de faculdade, sem a dedicação e o empenho de cada um nada disso se tornaria possível, em especial Francisco Gimenes, nosso querido Chiquinho minha inspiração e exemplo de profissional e de pessoa.
“Quanto a mim, acho maravilhoso viver bem perto de Deus. O soberano Senhor é a minha proteção, e por isso proclamarei ao mundi as grandes coisas que ele fez por mim” (Salmos 73:28)
“Um arquiteto é, necessariamente, um artista e um cidadão. Por isso mesmo ele tem responsabilidades como arquiteto, como artista e como cidadão. Nós, todos, temos que assumir um papel político, que nos cabe e na medida do impossível, fazer tudo para transformar a realidade brutal e injusta, melhorar a qualidade de vida do povo, lutar em defesa dos direitos de quem não tem voz, criar beleza e harmonia e promover a paz” (Oscar Niemeyer)
APRESENTAÇÃO
“O propósito da nossa vida é acrescentar valor à vida das pessoas desta geração e das gerações seguintes. ” (FULLER Apud ROSA, 2015)
Ao emergir em um busca por assuntos que me interessavam, Para esta pesquisa o que fizeram parte das minhas preocupações e discussões ao longo destes cinco anos de graduação e que fossem de maneira geral relevantes para a elaboração deste Trabalho Final de graduação, me deparei com alguns temas que me pareciam bons, relevantes e importantes .Uma das coisas que aprecio e que tenho aprendido até o momento é que não estamos nesse planeta simplesmente como telespectadores e coadjuvantes, mais temos a possibilidade de mudare ser protagonistas das nossas próprias vidas, de nos tornamos pessoas melhores a cada dia e de poder questionar na busca por um olhar crítico para problemas no tocante a nossa profissão e a devida seriedade no tema do habitar ao qual nos colocamos aqui diante do ainda não solucionado, ou mesmo de maneira mínima com as inspirações ou no que nos esforçamos para ter, desempenhando e dando o nosso melhor . Todos temos deveres e direitos no planeta, sendo um desses deveres de sermos preservadores do nosso habitat, cuidar do que não é nosso para que isso de certa forma permaneça, como herança, como vestígio e até mesmo como sinal de respeito a grandeza da natureza que nos foi dada por Deus. Considero de extrema importância também o olhar aos necessitados, o partilhar do pão e a empatia por quem não tem como se defender, nem tendo voz ativa na nessa “selva de pedra” que vivemos e que apelidamos carinhosamente de “cidades, estados e países”. Baseada nessas duas questões sobre a preservação e preocupação com o meio ambiente e sobre a importância da luta pelos que não tem voz, que norteiam minha vida pessoal e meu dia a dia, percebi que era possível conceber através dos meus próprios questionamentos e bandeiras que defendo a possibilidade de desenvolver um projeto que os abrangesse e os transformassem em algo bom juntos.
Apresentação
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O tema tratado tem como definição inicial o título “MEU ABRIGO – MEU LUGAR”. Aborda a questão de que todos deveriam ter um lugar para chamar de seu, um abrigo de fato , em que se sintam protegidos e acolhidos em meio as intemperes, e a hostilidade que temos fora de nossas casas. Por muitas vezes falamos sobre essa questão das pessoas carentes e sem condições financeiras para se obter uma moradia nos dias atuais e também acabamos por nos esquecer que não são necessariamente apenas as pessoas sem as devidas condições financeiras que gostariam de ser abrigadas, mas o modelo apresentado poderia servir também como questionar, criticar e propor mudanças (como proposta e materialidade , pois o programa ficaria a critério dos usuários) , a solução pré-fabricada para habitação a preços acessíveis em todos os lugares que podem melhorar a vida das pessoas, o ambiente, a sociedade e até mesmo inspiram maior diplomacia entre as várias culturas do mundo. Inclusive sendo oferecida para a população realmente carente, necessitada e que gostariam de ter um lugar em que pudessem se sentir acolhidas e mais do que isso que sentissem orgulho de estarem em um local autoconstruído e participando de todas as etapas da construção, tendo a noção de que suas moradias ao invés de destruir acabam que por muitas vezes diminuindo a extração de recursos naturais e ajudando o ecossistema mundial.
Não seria esta, uma maneira de criarmos de fato uma relação afetiva para contribuirmos naquilo que possa ser chamado realmente de “MEU LUGAR”?.Atender a pessoas que necessitam de um abrigo de maneira emergencial seria apenas um dos desdobramentos sugeridos pela proposta, porque de fato o tipo de materialidade sugerido para a elaboração do abrigo implica na durabilidade que ele poderia ter e na possível ampliação dos mesmos, fazendo com que cada família, ou morador adeque as casas de acordo com suas necessidades, tendo a possibilidade de transformar o que seria apenas emergencial em um abrigo temporário e futuramente até em uma moradia permanente , e isso tudo baseado nas condições futuras econômicas de cada morador. “MEU ABRIGO” torna-se genérico, podendo ser realmente de “qualquer um”, em qualquer lugar do mundo e por que não até no tornarse mais acessível o Design e na sua melhor forma como sustentável. Encontrar neste trabalho em meio ao design sustentável soluções e alternativas para que um abrigo seja desenvolvido sem que o mesmo gere impacto negativo na natureza, mas que pelo contrário , traga benefícios e diminua o atual descarte de materiais utilizados , dando a eles outra finalidade e uso, e que esse material sirva futuramente de base para outros estudos e avanços e até como realmente um “manual” simplificado de como podem ser feitos abrigos desse tipo.
[ SUMÁRIO ] DEDICATÓRIA AGRADECIMENTOS EPÍGRAFE APRESENTAÇÃO
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1 . INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTO DA INVESTIGAÇÃO 1.2 1 OBJETIVOS GERAIS 1.2.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS 1.3 JUSTIFICATIVAS 1.4 PRODECIMENTOS METODOLOGICOS 1.4.1 MÉTODOS E DESENVOLVIMENTO DE PESQUISA 1.4.2 ORGANIZAÇÃO DO CADERNO
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1.5 PROBLEMÁTICA
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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2.1 A FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE (UM LUGAR PARA CHAMAR DE SEU) 2.2 O TRABALHO PERANTE ARQUITETURA E O NASCIMENTO DO DESIGN ATRAVÉS DAS PROPOSTAS DE: TONET, MORRIS , GROPIOUS, HUNDERTWASSER E ULLER 2.3 O DESIGN COMO PENSAMENTO NO BRASIL 2.4 DO DESIGN AO DESIGN SUSTENTÁVEL COMO PROPOSTA DE TRABALHO
29 34 36 38 40 43 45 47 50 51 53 94 95 99
2.5 O EFÊMERO E A SUA FUTURA PERMANÊNCIA 2.6 A ESCASSEZ DE PROJETOS QUE NÃO VISAM APENAS LUCRO - PAPEL SOCIAL DO ARQUITETO 2.7 REFERÊNCIAS PROJETUAIS 2.7.1 CASA WICHITA 2.72 ABRIGO EFÊMERO PORTÁTIL DE CARÁTER EMERGENCIAL 2.7.3 PAPER LOG HOUSE 2.7.4 CASAS DE EMERGENGIA – ONG TETO 2.7.5 PALLET HOUSE 2.7.6 LITRO DE LUZ
3. PROJETO
3.1 PARTIDO PROJETUAL 3.2 O PALLET COMO MÉTODO DE CONSTRUÇÃO 3.3 DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA 3.4 CONCLUSÕES LISTA DE FIGURAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[I N T R O D U Ç Ã O ]
[ Contexto da Investigação ] No Brasil e no mundo quando falamos sobre habitação mínima, que proporcione uma vida digna ou um abrigo temporário para população de baixa renda, encontramos uma situação precária aonde milhares de pessoas vivem de maneira vergonhosa e desumana, sem muitos recursos ou ajudas externas, tendo que conviver com uma escassez de projetos que possam ajudar ou ao menos contribuir de maneira efetiva a vida desta população. Em uma pesquisa feita pelo Informativo Online (BBCG1,2015) em reportagem em março de 2015, o número de pessoas que não têm onde morar ultrapassou 60 mil em Nova York– com mais de 25 mil crianças entre eles, sendo a cidade com maior índice de desigualdade de renda dos EUA. Em São Paulo, segundo o censo mais recente feito pela prefeitura, em 2011, eram cerca de 14,5 mil pessoas em situação de rua. No Rio de Janeiro, o censo realizado em 2013 mostrou que havia 5.580 pessoas na mesma situação. E esses são os casos computados e registrados, sem falar nos que não tomamos conhecimento e que não chegam as mídias. Segundo Silvana Toazza (2014), que assina a coluna Caixa-Forte, uma outra informação nos assusta: Em São Paulo, são necessários 23 meses de trabalho para se comprar a moradia mais barata (US$ 38.936). Para comparar: em Bogotá (Colômbia), dispende-se 10 meses de esforços para se adquirir um imóvel mais em conta, de US$ 12.290, e em La Paz (Bolívia) é preciso juntar as economias de 22 meses para comprar uma habitação de US$ 10.983. Levando em conta a situação econômica de um país emergente em crise financeira e política, como é o caso do Brasil, a realidade das moradias para as populações de baixa renda se tornam cada dia mais distantes.
Além disso os fenômenos mundiais de diversas grandezas: como o derretimento das camadas polares e a elevação do nível do mar, terremotos e tsunamis, grandes vulcões em erupção , deslizamentos de terra, entre outros; têm feito parte de nossos noticiários e nos acarreta um grande problema a nível mundial quando falamos sobre moradias de baixa renda, pois essas vítimas precisam o quanto antes de um espaço para sobreviver em meio ao caos que lhe ofereça o mínimo de estabilidade e forças para lutar em meio as surpresas da vida. Diante de tantas informações e pesquisas sobre o quão sério e abrangente esse assunto pode ser é que nós lembramos que ao mesmo tempo em que o pais e o mundo sofrem com o exacerbado crescimento populacional e temos um número insuficiente de habitações para oferecer a essas pessoas, paralelamente nós também estamos na era da tecnologia, da sustentabilidade e do altruísmo exagerado nas grandes causas pela minoria , então porque não unir todos esses conceitos, facilidade em tentativas de inovação em um pensamento e uma proposta por uma causa nobre, justa e necessária que visa a junção das necessidades populacionais e da diminuição da extração de recursos naturais?
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[ Objetivo ]
[ Justificativas ]
Objetivo Geral
Justificativas
Identificar os impactos relacionados ao déficit habitacional mundial, e como o eco design pode contribuir para a diminuição desses danos que tem sido causados a natureza devido ao grande crescimento populacional.
Objetivos específicos
Refletindo sobre esta afirmação de Nicolau Sevcenko, um historiador renomado pela PUC e UNICAMP focando no âmbito social, o trabalho nasce de uma premissa pessoal e particular, a qual venho explorando e vivenciando as condições de vida de moradores de pessoas carentes, através de trabalhos e projetos sociais desenvolvidos pela igreja em que frequento, e que me fizeram enxergar essa parte marginalizada da sociedade por um lado mais humano e próximo. Essa população por condições adversas enfrentam o problema de não ter um lar ou ao menos um abrigo que garanta o mínimo de qualidade de vida e dignidade e detectando através de pesquisas uma carência em soluções que visam ajudar pessoas e mostrar a elas que é possível ter um “ ambiente habitável ” sem um gasto exorbitante, com soluções inovadoras, baratas e simples do dia a dia. Esse tipo de estudos e pesquisas se fazem de extrema importância e relevância nos dias atuais, uma vez que apenas no Brasil cerca de 60% das famílias não tem condições de ter uma moradia própria pelos meios tradicionais, mesmo sendo esse um direito garantido a elas em constituição federal. Enfatizaria também a atual conscientização e preocupação mundial em relação a preservação do meio natural, podendo ser fonte de análise e experimento, tanto quanto a sustentabilidade, a reutilização e melhor aproveitamento de materiais, evitando assim o acúmulo ou descarte de componentes de fácil acesso que podem ser utilizados de maneiras inovadoras. Seria uma ótima maneira de unir “o útil ao agradável”, dando a eles uma nova função e suprindo necessidades reais.
Conceituar o que é design e como ele se relaciona com a arquitetura. Apresentar as principais teorias sobre como o Design sustentável pode ser utilizado como ferramenta para projetos visando a inclusão social e a diminuição do déficit habitacional. Refletir enquanto pesquisa de materiais e técnicas construtivas focados numa proposta de um abrigo em quem o próprio morador ou usuário consiga executar e colocá-lo de pé. Um espaço simples, porém, com soluções inovadoras baseadas no eco design, na sustentabilidade e nas demais soluções encontradas ao longo de toda a pesquisa direcionados há um espaço habitável, de baixo custo e que possa ser replicado em situações de necessidade, urgência e baixo orçamento,como nos moldes proposto por Alejandro Sarmiento:
“...proponho o uso de tecnologias simples, muita energia humana e trabalho coletivo...para a criação de produtos que duram, com design de qualidade, dentro do que cada um alcance...felizmente, cada vez mais há uma maior tendência a usar materiais com produtos de parceiros certificações ambientais que permitam design de melhor qualidade e melhor uso de materiais...“(SARMIENTO, 2010).
“A arquitetura e o urbanismo social devem garantir o direito fundamental de todos à moradia digna, de qualidade, integrada à dinâmica da vida urbana e social, em harmonia com o ambiente natural ...” (SEVCENKO, 2014).
[ Procedimentos Metodológicos ] Métodos e desenvolvimento de pesquisas
Utilizamos como desenvolvimento: pesquisas teóricas e pesquisas documentais. Através de leitura de textos, artigos, teses, dissertações, livros e revistas sobre diversos assuntos que envolviam o design, o eco design e a função dele para a arquitetura, o estigma populacional em relação a moradia, a necessidade de projetos que agregassem baixo custo e ótimas soluções. Também debruçamos na constituição federal em busca dos direitos de moradia ali garantidos e foram analisados alguns tipos de medidas públicas para nos situarmos sobre que rumo está sendo dado a essa situação no Brasil e no mundo. Levantamos dados qualitativos e quantitativos por projetos e textos de referência como parâmetros de estudo para uma futura proposta.
Organização e padronagem do caderno O Caderno foi organizado em capitulos, sendo eles dividindo ainda em subcapitulos , para um melhor entendimento de todo o conteúdo. A primeira parte foi definida como introdução, onde esclarecemos os objetivos e parâmetros , justificando tambem nossas escolhas e apresentando a problemática a ser desenvolvida ao longo de todo o conteúdo do trabalho. No segundo capítulo definido como fundamentação teórica elencamos vários subcapitulos explicando toda a base teórica incluindo os projetos definidos como referênciais , sendo esta etapa material definidor do trabalho , dando suporte ao desenvolvimento e escolhas de projeto. No terceiro capítulo encontramos toda a parte de projeto, desde as diretrizes projetuais , o programa de necessidades, a escolha da materialidade e toda a parte do desenvolvimento do projeto. Por fim foram dispostas todas as referências bibliográficas e a lista de figuras utilizadas em todo o trabalho.
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[ Problemática ]
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Não existe a possibilidade nos dias atuais de se falar em abrigo, ou mínimo local habitável sem mencionar a situação econômica mundial e do Brasil, a qual, influencia diretamente o contexto de moradia da população. São dados assustadores e que nos fazem ter um olhar mais realista sobre o quão grande a desigualdade social é no mundo, onde cerca de 71% da população mundial concentra apenas 3% do valor total das riquezas no mundo, enquanto que menos de 1% da população mundial concentra 45% do valor total de riquezas. No Brasil essa relação não é muito diferente, onde mais da metade da população ganha menos de 3 salários mínimos. Em uma visão geral ,percebemos que mesmo o déficit habitacional sendo reduzido no País pelos programas como Minha casa minha vida, eles ainda não são suficientes para suprir as necessidades. Após anos do MCMV, o déficit habitacional aumentou em quase 1,5 milhão de moradias (RIBEIRO, et al., 2014) devido à grande crise econômica que desperta na população um falso poder de compra e também visto que apenas as pessoas das classes C1, C2 e aí por diante é que são beneficiadas, enquanto a população realmente necessitada, das classes D e E, não tem condições de arcar com as despesas de empreendimentos como esses em que o governo federal disponibiliza a verba e terceiriza os serviços. Podemos assim compreender melhor o porquê o número do déficit habitacional no país tem diminuído e as favelas aumentado. O governo federal não consegue suprir a necessidade do País devido à má distribuição de renda, de organização e da grande despesa e demanda de trabalho que projetos convencionais e tradicionais geram, pois, os mesmos, necessitam normalmente de estudos direcionados as áreas de implementação e normalmente o que se difere muito em cada proposta é a materialidade empregada na edificação que acaba por elevar o valor das construções.
Fig 1 - Distribuição de Renda no Brasil ( Fonte : FOLHA, 2013)
Fig 2 - Cconcentração de riqueza mundial (Fonte: EL PAIS, 2015)
Problemática
Levando em conta que em média 66% da população brasileira se encontra nas classes C, D e E, (CANZIAN, 2014) nós podemos perceber que existe uma grande troca de valores e inversão de prioridades em um país que gasta bilhões em obras para estádios maravilhosos e luxuosos e não tem tamanha preocupação em sanar de maneira legitima o déficit habitacional. Esse tipo de coleta de dados apresenta a nós uma realidade vista todos os dias a nossa volta, mas quase nunca notada de fato. Emergindo em nós um sentimento de indignação e inconformismo com o rumo que as coisas têm tomado e frente a essas discussões levantadas devemos pensar em uma arquitetura e design que sejam base de estudos e soluções para muitos desses casos e que possa ser efetuada de maneira simples e com custos viáveis pois esse que tem sido um divisor de águas em aprovação de projetos com âmbito social e implementada em qualquer local do mundo, dando suporte a essa população esquecida. Devemos nos lembrar também que com o grande crescimento populacional mundial consequentemente crescem também o número de pessoas desabrigadas e isso tem causado grandes danos aos meios naturais. Os números de favelas e assentamentos precários crescem a cada dia, e por conta disso a diminuição e até mesmo erradicação de muitas áreas verdes na cidade acabam se tornando comum comprometendo o equilíbrio ambiental do planeta e afetando inclusive a economia dos países.
Fig 3 - Moradia na América Latina - Infografico - parte 1 (Fonte: EXAME, Abril)
Qual será o impacto da falta de iniciativas em suprir esse déficit habitacional mundial e como o design sendo uma ferramenta dos arquitetos poderia contribuir para a diminuição dos impactos que tem sido causados para a natureza devido ao grande crescimento populacional?
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Fig 4 - Moradia na América Latina - Infografico - parte 2 (Fonte: EXAME, Abril)
[ FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ]
[ A função social da propriedade - Um lugar para chamar de seu] Um tema recorrente sobre moradia que nos apresentam como um dever do estado e um direito de todas as pessoas garantido por lei. Realmente em 6 de julho de 1992, por meio do Decreto 591, o Brasil ratificou o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos da ONU, fazendo-o ingressar na Ordem Jurídica Nacional com força de norma constitucional (Constituição do Brasil – 1988 – artigo 5º, §§ 2º e 3º). Esse Pacto (Tratado Internacional sobre direitos humanos), em seu artigo 11, prevê a obrigação do Estado brasileiro de proteger e promover o direito à moradia digna. A redação é a seguinte:
“Art. 11. 1. Os Estados-partes no presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoa a um nível de vida adequado para si próprio e sua família, inclusive à alimentação, vestimenta e moradia adequadas, assim como a uma melhoria contínua de suas condições de vida. Os Estados-partes tomarão medidas apropriadas para assegurar a consecução desse direito, reconhecendo nesse sentido, a importância essencial da cooperação internacional fundada no livre consentimento”.
Tal documento trouxe a possibilidade legal que existe atualmente de se desapropriar terrenos que não são usados para moradia e prestam-se à especulação imobiliária, além do lançamento de programas de governo para auxílio à moradia, Leis e outros instrumentos que desencadeiam significativas mudanças. Essa lei é válida no Brasil, porém como inúmeras outras não é aplicável a toda a parte da população. Muitas pessoas não entendem o valor subjetivo e imensurável que tem em poder chamar um espaço de “lar”. O direito de moradia encontra-se na base da maioria dos demais direitos fundamentais sociais assegurados pela Constituição Federal. Em outras palavras, pode-se dizer (sem risco de analogias eventualmente positivistas) que se trata da base material, física, a partir da qual vários outros direitos fundamentais podem ser exigidos utilmente pelos cidadãos.
(...). Partindo da afirmação de que a moradia é direito fundamental que empresta substrato físico à maioria dos direitos fundamentais sociais assegurados pela Constituição Federal, na medida em que constitui a base material a partir da qual vários outros direitos fundamentais podem ser exigidos utilmente pelos cidadãos, sendo de central importância para a ordem jurídico-urbanística a delimitação do conceito de moradia (BOHERER, at al., 2007) A função essencial da casa é abrigar e proteger, pois o homem só pode ser “tratado” como homem quando tem um lar, uma casa, um lugar no nosso imaginário, que temos como referencial simbólico de afeição. Lugar onde tudo é possível, e tudo é nosso.
A casa é uma das maiores forças de integração para os pensamentos, as lembranças e os sonhos do homem. Nessa integração, o princípio de ligação é o devaneio “(...). Sem ela, o homem seria um ser disperso. Ela mantém o homem através das tempestades do céu e das tempestades da vida. É corpo e é alma. É o primeiro mundo do ser humano. Antes de ser ‘jogado no mundo’ (...) O homem é colocado no berço da casa” (BACHELARD, 2008)
Um abrigo, por muitas vezes pequeno ou até mesmo que falte algumas coisas supérfluas garante ao seu morador a sua privacidade e sua individualidade, dando a eles uma motivação de vida e um incentivo para continuar a batalhar e garantir a cada dia um futuro melhor, trazendo ao homem um enraizamento mais profundo com as questões da vida e gerando através disso uma estabilidade “habitar não significa estar abandonado em qualquer lugar de um mundo hostil; mas significa estar abrigado graças ao amparo da casa”. Ao se limitar aos “espaços felizes” (sótão, pavimento térreo e porão), a casa de Bachelard deixa de fora os “espaços de ódio e de combate ( jardins, quintais, dependências, todas as áreas externas) ” (SOUSA, 2008) 8. Se todos tivessem realmente um lar adequado muitos dos traumas e doenças relacionadas aos sentimentos humanos poderiam ser escassos e teríamos um espaço habitável totalmente transformado. Guedes nos coloca: “A pessoa que tem sua casa tem sua individualidade preservada, tem mais condições de exercer um papel digno na sociedade”(COSTA Apud SOARES, 2002)
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[ O trabalho perante a arquitetura e o nascimento do Design por Tonet , Morris, Gropius, Ruskin, Hundertwasser e Fuller ]
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Ao longo de todo o conteúdo sobre arquitetura existem enormes parênteses em relação ao design e como os dois se relacionam. É valido ressaltar que o design é uma vertente em meio a tantas outras discutidas e produzidas em meio à arquitetura e que de fato propõe a transformação dos ambientes através do seu papel estético e por muitas vezes social. O termo utilizado design deriva da palavra inglesa, usada e colocada em frases como substantivo, querendo dizer (propósito, objetivo, intenção) e usada como verbo to design, significa projetar, simular, esquematizar, planificar. No latim a palavra significa desenhar, diagramar. Desenhar acaba sendo uma maneira de diagramar e planejar, desenhar e designar as formas. A palavra acabou passando por várias derivações ao longo dos anos sendo usada em diferentes línguas. Esta alteração no sentido da palavra design nos países de língua inglesa se acentuou com a Revolução Industrial que originou novos usos que respondessem ás novas atividades produtivas. “Nesse contexto se fez cada vez mais necessário diferenciar entre o ato de desenhar (to draw) e o ato de planificar, projetar, designar, esquematizar (to design) “ (MARTINS, 2007) Quando falamos de Revolução industrial (teve início no século XVIII) automaticamente já trazemos a mente os grandes avanços tecnológicos descobertos, a introdução dos motores elétricos e de combustão na vida e na rotina das pessoas, juntamente com os eletrodomésticos com o advento do rádio, da televisão, do telefone e de todos esses bens que causaram grande transformação na maneira de viver da população. Os processos de montagem, todos quanto puderam, foram mecanizados e por sua vez passaram a ser mais eficientes, tornando o mercado muito mais amplo e menos artesanal. As máquinas foram substituindo, aos poucos, a mão-de-obra humana e grande parte da população da época foi substituída pela máquina tornando cada vez mais o trabalho, em qualquer setor, menos pessoal e subjetivo.
Um do grandes nomes desse periodo de transição para a produção fábril e precursor do que podemos chamar de união do artesão á fábrica é o marceneiro e carpinteiro Michael Tonet, que nasceu na Alemanha e trabalhava com a produção de madeiras e fabricação de mobiliários pelos meios tradicionais de sua época, porém com a descoberta de alguns processos ele descobriu uma maneira de dobrar madeiras á vapor, tornando-as mais resistentes do que apenas com cola como eram feitas anteriormente, criando assim uma possibilidade infinitamente maior de criar outras formas e modelos de mobiliário, com uma maior facilidade em seu processo de produção e montage, aumentando de maneira consideravél sua produção .
Fig 5 - Michael Thonet (centro) com seus cinco filhos (da esquerda para a direita): Michael, Josef, Agosto, Franz, Jakob (Thonet GmbH, Frankenberg, Alemanha). (Fonte : Dearchiworld , 2014)
Essa técnica de produção foi precursora de muitos acontecimentos no mundo do design da época, e Thonet não parou por ai, percebeu que dobrando a madeira poderia combinar várias funções: as patas traseiras e o encosto pode ser uma peça que não precisava de cola ou articulações. O assento, em vez de fazê-lo quadrado, ele deixou rodada em uma única peça, em vez de quatro peças para encaixar juntos. Passou a procurar também oportunidades de usar a sua tecnologia de produção industrial, para fabricar novos modelos em grandes quantidades.Tornando assim o desenho de sua cadeira nº 14 o primeiro modelo a ser produzido em uma linha de produção em massa.
O trabalho perante a arquitetura e o nascimento do Design por Tonet, Morris, Gropius, Ruskin, Hundertwasser e Fuller.
Sua empresa começou a crescer de maneira rápida após isso e até hoje seus familiares tomam conta do seu negócio que se tornou conhecido muldiamente e produz novas peças até hoje.
Fig 6- Na foto estão 36 cadeiras desmontadas, embaladas numa caixa de um metro cúbico, que foram enviadas em todo o mundo. ( Fonte: Dearchiworld , 2014)
Mesmo neste cenário de transformações da sociedade , ainda existiam uma grande maioria das pessoas tradicionais e ligadas aos modos de produção do artefato tradicional, que pronunciaram e criticavam os novos processos de fabricação, como John Ruskin que foi e é até hoje o escritor mais lembrado por seu trabalho como critico de arte , critico social britânico, sociólogo, e um apaixonado pelo desenho e pela música.
Suas idéias adquiriram maior repercussão no ano de 1849 através do livro The Seven Lamps of Architecture , onde ele ressaltava e argumentava com uma postura totalmente contraditória as inovações técnicas da arquite-tura desde o Renascimento e, particularmente, a Revolução Industrial , e dizia que as mesmas tinham subordinado o seu conteúdo espiritual e minado sua vitalidade. John Ruskin foi um dos grandes influente na carreira e em toda a carga teórica em que se baseava William Morris . Ruskin examinou a relação entre a arte, a sociedade e trabalho. Morris colocou filosofias de Ruskin em prática, colocando grande valor no trabalho, a alegria do artesanato e da beleza natural dos materiais. Nascido no ano de 1834 na Inglaterra, posteriormente em 1848, Morris iniciou os seus estudos no Marlborough College, e completou no Exeter College de Oxford, onde estudou arquitetura, arte e teologia. Foi um grande pensador, crítico e colaborador no sentido de não querer perder a referência e a pessoalidade de de cada arFig 7- John Ruskin ( Fonte: Wikipedia) tesão nos trabalhos com seu pensamento saudosista e contemplativo da Idade média ele dizia que “cada homem que fabricava um objeto fazia ao mesmo tempo uma obra de arte e um instrumento útil” (MORRIS Apud SALVADOR,2011). Morris não foi contra o uso da máquina, dizia que esta poderia, ao invés de acirrar a divisão do trabalho desqualificando e alienando o operário, auxiliar a emancipá-lo. Criticou o tipo de máquina que explora o trabalho humano, dizendo que o homem deve dominá-la ao invés de ser dominado por ela. (MORRIS,1975 Apud AMARAL,2003)
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Ele condenava o sistema econômico estabelecido em seu tempo (capitalismo) e a princípio disse que as maquina eram apenas um mal a sociedade, porém em um devido ponto aonde ele percebeu que a introdução do maquinário era uma vertente sem volta , e introduziu no meio artístico a possibilidade de usar isso a favor dos artesãos, juntando as facilidades oferecidas pelos novos meios de fabricação e unindo forças com eles foi o grande precursor do movimento nomeado como Art & Crafts , onde na Grã Bretanha muitas oficinas e organizações se dedicavam a produzir artefatos em escala semi / artesanal dentro do que conhecemos por Artes e Ofícios. Esse movimento visava acabar com a distinção entre artesão e artista e fazê-los trabalhar de maneira empírica juntamente com os fabricantes para obterem materiais de boa qualidade e com um bom visual de maneira mais pratica, porem com o olhar e com a sensibilidade dos “artesão-artistas” Morris também tentou e fez vários avanços em áreas como: mobiliários, têxteis e objetos focando na identidade do artesão-artista, que futuramente seriam reconhecidos como “designers”. Conjuntamente ao Arts & Crafts e do movimento estético do séc. XIX denominado de Arte Nouveau que tinham como princípio e estavam muito mais abertos a aceitar o uso de novos materiais e a produção em massa. Se inspiraFig 8 - William Morris ( Fonte : William Morris, History) vam também no passado, porém tinham grande anseio pelas coisas novas, diferenciando-os completamente do movimento passado.
O nome é derivado da loja do negociante de arte Samuel Bing (Art Nouveau, inaugurada em Paris em 1895). Os principais designers da Europa foram convidados a exibir seus trabalhos lá. Walter Gropius, arquiteto alemão do séc. XIX, fundador da primeira escola de design do mundo unificou a visão de que as artes aplicadas e as atividades artesanais pudessem dar certo, e também foi influenciado pelos pensamentos do precursor do seu trabalho Willian Morris. Após os movimentos Art nouveau e Arts & Crafts terem falhado em alguns aspectos Gropius em sua sensibilidade institui com o apoio de alguns amigos e de um grupo de artistas de vanguarda em meio ao cenário do pós-guerra Das Staatliche Bauhaus (em alemão: casa estatal de construção) a escola Bauhaus, que viria a ser a principal ocorrência da arquitetura e design do séc. XX. Seu nome Bauhaus é a inversão do termo HAUSBAU (construção da casa) para BAUHAUS (casa da cons- Fig 9- Walter Gropius ( Fonte: Made for minds , 2007) trução). Criada na Alemanha. Foi gerada em resposta aos grandes estragos que foram ocasionados pela guerra e foi majoritariamente a junção e unificação dos movimentos de artes que surgiram após o advento da 1ª Guerra Mundial (ocasionada devido ao fato de que após a revolução industrial as industrias precisavam de matéria prima cada vez mais barata e de mercado que consumisse esses produtos, e essa industrialização foi de difundindo de maneira muito rápida por todo o território, e a procura pela chamada
O trabalho perante a arquitetura e o nascimento do Design por Tonet, Morris, Gropius, Ruskin, Hundertwasser e Fuller.
“civilização” dos países ainda não industrializados foi nomeada de Corrida Imperialista, acabando por intensificar essa competição no final do séc. XIX e começo do séc. XX fomentando o choque entre as grandes potências mundiais, culminando na primeira Guerra Mundial. Bauhaus é a primeira escola de design, arquitetura e artes em geral do mundo e sob a direção de Walter Gropius, funcionou até 1933 e foi uma das escolas mais influentes do século, tendo como principal objetivo da instituição formar artista para o trabalho ligado a indústria.
“Assim foi fundada a Bauhaus. Seu escopo científico era concretizar uma arquitetura moderna que, como a natureza humana, abrangesse a vida em sua totalidade. Seu trabalho se concentrava principalmente naquilo que hoje se tornou uma necessidade imperativa, ou seja, impedir a escravização do homem pela máquina, preservando da anarquia mecânica o produto de massa e o lar, insuflando-lhes novamente sentido prático e vida. Isto significa o desenvolvimento de objetos e construções projetados expressamente para a produção industrial. Nosso alvo era o de eliminar as desvantagens da máquina, sem sacrificar nenhuma de suas vantagens reais”. (GROPIUS, 2001, p.30)
A Bauhaus passou por muitas mudanças, foi fechada, reabriu e continua produtiva e propondo um design que não envelheceu. Propôs mudanças em conceitos sociais através da arquitetura, arte e funcionalismo de suas obras, que motivaram um século a pensar sobre o conceito de comunidade e espaço. Terminando esta viagem pela inovação e ousadia, ficamos com as duas principais metas da Bauhaus, ícones de uma era: “Por um lado deveria atingir, pela integração de todas as artes e manufaturas debaixo do primado da arquitetura, uma nova síntese estética. Por outro deveria atingir, pela execução de produção estética, as necessidades das camadas mais amplas da população, obtendo uma síntese social” (BÜRDEK, 2010, p.33) Fig 10 - Inauguração Bauhaus ( Fonte: Newer Design , 2015)
Gropius coloca: “Formaremos uma escola sem separação de gêneros que criam barreiras entre o artesão e o artista. Conceberemos uma arquitetura nova, para o futuro, em que a pintura, a escultura e a arquitetura formarão um só conjunto”, como consta no primeiro manifesto do movimento, escrito por Walter Gropius. (GROPIUS Apud GALANI, 2011).
Passados alguns anos, onde o modernismo iniciado pela Bauhaus não só na Alemanha mais no mundo todo já havia sido difundido, aplicado e reaplicado, paralelamente estudiosos e arquitetos fizeram algumas contribuições, tanto no quesito teórico quanto prático de grande relevância ao que chamamos hoje de design, como por exemplo Friedensreich Hundertwasser e Buckminster Fuller. Cada um tem em seu discurso uma peculiaridade, porém os dois já introduziam ainda no séc. XX e foram grandes precursores do Design Sustentável ou eco design .
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Friedensreich Hundertwasser Regentag Dunkelbunt nasceu em 15 de dezembro de 1928 e faleceu aos 72 anos em 19 de fevereiro de 2000. Foi um arquiteto austríaco que além do amor pelas artes trabalhou também no domínio da proteção ambiental. Seu nome verdadeiro é Stowasser, seu pseudônimo Hundertwasser (como é lembrado mundialmente). Hundertwasser ficou conhecido por ser o “ pai do telhado verde” e pensava em um tipo de arquitetura que tivesse harmonia com a natureza e ao mesmo tempo garantisse o seu compromisso ecológico. Participou de várias campanhas Fig 11 - Friedensreich Hundertwasser para preservação do habitat natural ( Fonte : Sonja’s sockenland , 2011) e escreveu inúmeros manifestos, palda proteção da natureza, incluindo contra a nuclear, para salvar os oceanos e as baleias e para proteger a floresta tropical. Suas crenças, testemunhadas no seu manifesto The Holy Shit e seu guia de DIY para a construção de um banheiro de compostagem. Foi um grande inovador em meio ao modernismo do séc. XX, e valorizava as peculiaridades de cada edifício, dizendo que a “miséria humana era resultado de uma arquitetura monótona, estéril e repetitiva, gerada por uma produção industrial mecanizada. “ (ARCHIDAILY ,2013). Em seus discursos ele exigia a liberdade criativa da construção e o direito à individualidade que foi se perdendo com as iniciativas modernistas de padronização dos métodos e construções por todo o mundo.
Preconizava a construção de uma arquitetura mais próxima a vida real humana e sempre dizia em seus discursos e manifestos que “o objetivo principal da sua ação : proceder de forma a que o homem possa livremente exercer, em harmonia com a natureza, o seu direito a viver em espaços felizes. seu projeto de sociedade é acima de tudo a sua criação pessoal.(...)” (Acampamento Intercontinental da juventude , 2005 . As cinco peles de Hundertwasser) “Se o homem caminha em meio da natureza, então ele é o convidado da natureza e deve aprender a se comportar como um convidado bem-educado“ (O colorido Hundertwasser – Inspiration Green) O pensamento de Hundertwasser nos traz a memória todos os discursos sobre sustentabilidade, valorização dos espaços que integrem a natureza a arquitetura e o design contemporâneo com a reutilização e não destruição de matérias primas excedentes ao que já utilizamos, e em meio a esses pensamentos voltados a integração do homem com a natureza, o meio natural e a preocupação com tais métodos construtivos nos fazem acordar de outro personagem que foi Buckminster Fuller.
Fig 12 - Instituto Ronald MacDonald - Alemanha - telhado verde ( Fonte : French People,2013)
O trabalho perante a arquitetura e o nascimento do Design por Tonet, Morris, Gropius, Ruskin, Hundertwasser e Fuller.
Fuller foi um homem extremamente visionário. Um inventor do séc. XX que não teve limitações a apenas um campo de pesquisa, mais que foi um precursor e cientista antecipatório com projetos abrangentes “para resolver os problemas globais em torno da habitação, abrigo, transporte, educação, energia, destruição ecológica, e à pobreza que eram problemas globais que em sua época não eram ainda nem muito estudados e quem dirá questionados. De acordo com Buckminter Fuller, o afastamento do homem da natureza, na migração para os grandes centros urbanos, fez com que a humanidade perdesse essa noção de como a natureza funciona globalmente e passasse a consumir recursos de forma irracional e insustentável, devido a sua busca incessante por dinheiro. Ele também acreditava que “a tecnologia e os recursos que a humanidade dispõe já são suficientes para supri-la com alimentação, casa e transporte”. (FULLER , Apud XAVIER, 2010). No entanto, sempre indagou que essa tais mudanças e revoluções deveriam vir por uma revolução de design e não pelo controle das pessoas por meio de discursos ou de revoluções violentas, como eram feitas por muitos chefes de Estado.’
Sempre em seus projetos buscava propor soluções práticas e sustentáveis como alternativas para os problemas da humanidade, o que faria com que fosse muito mais rápida a adesão da população a um modo de vida sustentável, que é exatamente o discurso de grandes arquitetos nos dias atuais quando vamos falar em projetos de habitação social, abrigos emergências e até mesmo moradias sustentáveis de baixo custo.
Ao longo de toda a sua vida de pesquisas vida Fuller realizou 28 patentes, teve autoria sobre 28 livros e recebeu 47 títulos honorários. Sobre seu projeto mais divulgado temos, o domo geodésico, que foi reproduzido mais de 300.000 vezes em todo o mundo, o seu verdadeiro impacto no mundo de hoje pode ser encontrado em sua contínua influência sobre gerações de designers, arquitetos, cientistas e artistas que trabalham para criar uma vida mais sustentável planeta.
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Fig 14 - Buckiminster Fuller ( Fonte : Instituto Buckminster Fuller)
“Fazer o mundo funcionar para 100% da humanidade, por colaboração espontânea, sem danos ecológicos e sem prejudicar ninguém”. (FULLER , Apud XAVIER, 2010) É o que hoje chamamos de eco design ou design sustentável por ele desde o início do séc. XX, mas que só começa a ser de fato implementado no séc. XXI com esse alvoroço ao redor da sustentabilidade e das iniciativas de preservação da natureza. Fig 13 - Buckminster Fuller e sua Estrutura Tensegrity. ( Fonte : Interactive architecture, 2015)
[ O Design no Brasil ]
Quando falamos de design no Brasil a pioneira sobre o assunto foi a arquiteta italiana conhecida mundialmente como Lina Bo Bardi, veio de Roma para o Brasil já formada na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Roma durante a década de 1930 e posteriormente mudando-se para Milão, onde trabalhou para Giò Ponti. Após casar-se com o jornalista Pietro Maria Bardi em 1946, os dois muito comovidos devido aos traumas da guerra e à sensação de perda ao longo dos anos , se mudam para o Brasil, pois Lina via na américa do Sul o início de uma futura grande industrialização (como de fato foi feita) e sabia que ali também viviam muitos imigrantes italianos com boas condições financeiras, vendo assim uma boa oportunidade para os negócios e juntamente com isso para sair do meio do cenário de uma Europa arrasada pela 2ª guerra .
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“Chegada ao Rio de Janeiro de navio, em outubro. Deslumbre. Para quem chegava pelo mar, o Ministério da Educação e Saúde avançava como um grande navio branco e azul contra o céu. Primeira mensagem de paz após o grande dilúvio da Segunda Guerra Mundial. Me senti num país inimaginável, onde tudo era possível. ” (BARDI apud FERRAZ, 1993: p. 12)
Ela e seu marido (Os Bardi como eram lembrados) se tornaram grandes figuras na vida intelectual do país, criando laços com diferentes personalidades da cultura brasileira e sempre se fazendo presentes na elite social, trazendo consigo as discussões políticas e as vertentes em que acreditavam. No final dos anos 1950, Lina aceita um convite de Diógenes Rebouças, e vai até Salvador proferir uma série de palestras. É o início de uma temporada na Bahia e de uma experiência totalmente enriquecedora no âmbito da cultura popular brasileira, e responsável por diversas inspirações que Lina teve a partir disso para escrever e elaborar seus projetos. Dona Lina, como os baianos a chamavam, permaneceu em Salvador até 1964. Passados alguns anos retornou a Salvador em 1980 em um período conturbado e de redemocratização do país, quando elaborou projetos de restauração no centro histórico de Salvador, reconhecido pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade, sendo neste mesmo período elaborado seus apontamentos e dando início ao que no futuro viria a ser o catálogo Tempos de grossura (1994).
Morando no Rio de Janeiro que primeiramente Lina expandiu seus horizontes e se consolidou no cenário da arquitetura moderna. Se mudou para São Paulo depois de receberem um convite para que Pietro fundasse e dirigisse o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - MASP. Ela emergiu tanto na cultura brasileira e dedicou-se tanto a isso que acabou se destacando por compreender o povo através de suas obras, com uma perspectiva muito antropológica atenta principalmente à afluência entre vanguarda estética e tradição da cultura popular. E logo de início o brasil passa a ser o grande objeto de estudo e atuação do casal Bardi, naturalizam-se brasileiros neste país que os acolhe como lar e onde eles passariam o resto de suas vidas.
“Naturalizei-me brasileira. Quando a gente nasce, não escolhe nada, nasce por acaso. Eu não nasci aqui, escolhi este lugar para viver. Por isso, o Brasil é meu país duas vezes, e eu me sinto cidadã de todas as cidades, desde o Cariri ao Triângulo Mineiro, às cidades do interior e da fronteira” (BARDI Apud Outras palavras, 2014)
Fig 15 - Pietro Maria Bardi e Lina Bo Bardi, 1951 ( Fonte : Arquipélago)
Em suas observações e ao tema que deu até o subtítulo do catálogo ela dizia que o Design no Brasil estava num impasse, no setor econômico o país passava pela industrialização ocasionando a grande necessidade de uma restruturação do pensamento social brasileiro. Lina questionava e sempre dizia que o Brasil não havia cultura material que precisasse ser defendida, pois em nosso território nunca teria havido artesanato de fato. Esse tipo de demanda tido como meros “objetos” apareceria por aqui apenas com a imigração europeia do fim do século XIX. Foi nesse momento em que ela buscava uma valorização social e uma identidade nacional nunca vista antes, sem a intromissão e influências das culturas europeias, que viu na produção artesanal do povo do Nordeste, na humildade e na sua grande criatividade a transformação que poderia resultar em um design “autêntico” brasileiro a partir de coisas simples do dia a dia desse povo da seca. Ela foi uma das poucas a olhar para produção artesanal e avalia-la de fato como ela é, sem romantismos, com um olhar crítico e não os considerava menos do que eles eram. “[…] não olhava o produto do artesanato popular com o fascínio esnobe, pelo frescor, pelo ingênuo ou pelo espontâneo, não era das que interpretavam e engrandeciam imperfeições em “primitivismo‟. Nem submetia a idealizações o que estava comprometido pela miséria. Com ela, o objeto popular era visto em sua inteireza e dignidade. Respeitado como trabalho humano e como solução criativa diante de um certo problema e a partir de determinados materiais. ” (RISÉRIO, 1995: p. 116 Apud TAKAKI , 2010) “Lina queria que o Brasil tivesse uma indústria a partir das habilidades que estão na mão do povo, do olhar da gente com originalidade. Poderíamos reinventar os talheres de comer, os pratos, a camisa de vestir, o sapato. Havia toda uma possibilidade de que o mundo fosse refeito. O mundo do consumo como alguma coisa que tivesse ressonância em nosso coração. ” (RIBEIRO apud SUZUKI, 1993)
Ela sempre se preocupou com a situação do povo e com o que poderíamos fazer para melhorar a vida da população sofredora a partir de coisas tão peculiares e singulares de sua cultura. Ela sabia que existia algo que considerava ser um pré-artesanato, resultado de um trabalho muito ocasional e doméstico dos nordestinos e sabia que isso logo sumiria devido ao aumento da renda principal dos trabalhadores.
“0 Brasil se industrializou, a nova realidade precisa ser aceita para ser estudada. A volta a corpos sociais extintos e impossível, a criação de centros artesanais, o retorno a um artesanato como antidoto a uma industrialização estranha aos princípios culturais do pais errada. Porque o artesanato como corpo social nunca existiu no Brasil, o que existiu foi uma esparso, artesanato nunca”. (BARDI, 1994, P.12) Por ser feito de maneira ocasional, sem compromisso e por muitas vezes inclusive de maneira espontânea, esse pré-artesanato seria pouco desenvolvido e expandido, e não teria vez pois seria engolido pela industrialização parcial que ainda estava em transição no Brasil. Isso nunca a impediu , a fez regredir ou invalidou seus estudos sobre essa cultura nova que a fascinava , da qual tinha como posse a miséria dessas pessoas como causa própria e se dizia cumprindo seu papel de artista estando ali e lutando para que houvesse um reconhecimento dessa cultura tão tradicional brasileira.“ o papel do artista era exatamente o de compreender essa precariedade, depurar a estrutura e criatividade popular, para a concepção de sua própria forma artística, pois “um País em cuja base está a cultura do Povo é um país de enormes possibilidades” (BARDI,1993 p. 20). “Desde 1954 ocorre uma forte ascensão das forças populares em toda região Nordeste. O período conforma a luta intensa entre as forças populares contra as forças do capitalismo monopolista. A política populista de coligação entre proletariado e burguesia, que representava o governo de Juscelino Kubitschek e era modelo no Centro-Sul do país, não se reproduzia no Nordeste, onde a oposição entre proletariado e burguesia sempre esteve muito clara. Durante todo o período chamado da experiência democrática no Brasil (1945-1964), a burguesia industrial do Nordeste não conseguiu formular essa aliança. Estes dois pólos que estão convivendo no governo refletem a heterogeneidade e as contradições do país. Enquanto o centro-sul desenvolvesse, o norte-Nordeste assume uma posição de revelia contra este processo, a que teria sido excluído. As forças populares do Nordeste caminhavam no sentido do controle político, e estavam impondo sua hegemonia cultural e ideológica. O Nordeste será precursor em “descobrir” e “assumir” a importância do popular, criando organismos específicos para esta finalidade. “ (OLIVEIRA, 2013. p. 16 e 17).
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Defendendo e sendo uma apoiadora das tradições vernaculares, Lina conseguia fazer com que todos a sua volta enxergassem beleza ao que aos olhos da grande maioria eram meros desenhos, pinturas ou esculturas de gente pobre, trazendo para o nordeste a devida importância e os holofotes das “cidades grandes”. Lina dizia abertamente e sempre expressava a valorização que dava a conscientização do papel dos “artistas e “atuantes no campo do desenho” para uma inserção e valorização da cultura popular no país e no mundo, lembrando a toda a sociedade de que a maior responsabilidade é a de derrubar as fronteiras estéticas se importando com a sua responsabilidade social, admitindo que apenas com o trabalho coletivo é que poderiam haver novos caminhos para uma produção artesanal.
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Fig 16 - Lina Bo Bardi no Solar do Unhão, em Salvador (Fonte: Acervo/Instituto Lina Bo Bardi)
Em referência a realidade brasileira, Lina aponta um Brasil que ainda não começou uma produção nacional original de objetos industriais, mas que até o momento importou formas e desenhos estrangeiros, sem ter uma referência direta de produções nacionais desse tipo. Para Lina, “uma produção nacional não pode ser criada sem a ligação com a herança cultural do passado e sem ser fundada no terreno da realidade e das necessidades efetivas do País”. (BARDI apud PEREIRA, 2008, p. 245). Sua obra, entretanto, não engloba apenas projetos de arquitetura, mas envolve também trabalhos de cenografia, artes plásticas, desenho de mobiliários e design gráfico, e consequentemente carrega consigo todo o pensamento e propostas práticas sobre a cultura popular na qual ela se aprofundou e que de fato enriqueceu toa a sua obra. Lina veio a falecer em 1992, em um momento de rica produção em curso e diversos outros projetos em mente e trouxe a nossa sociedade uma discussão que permeia os corredores das instituições de Artes, Arquitetura e etc. Até hoje, o de que precisamos valorizar os trabalhos feitos em nossa nação, e precisamos sim ter iniciativas ousadas e propor em meio ao conformismo e a paisagem monótona no campo do design projetos que beneficiem a população e que ao mesmo tempo tenham em si uma ligação afetiva com as pessoas para que possa existir empatia e entendimento real das necessidades da população e para que isso seja expressa em ações e projetos que beneficiem essas necessidades .
“Se o problema é fundamentalmente político-econômico, a tarefa do “atuante” no campo do “desenho” é apesar de tudo, fundamental. É aquilo que Brecht chamava “a capacidade de dizer não”. A liberdade do artista foi sempre “individual”, mas a verdadeira liberdade só pode ser coletiva. Uma liberdade ciente da responsabilidade social, que derrube as fronteiras estéticas, campo de concentração da civilização ocidental; uma liberdade ligada às limitações e às grandes conquistas da Prática Científica (Prática Científica, não tecnologia decaída em tecnocracia). Ao suicídio romântico do não-planejamento”, reação ao fracasso tecnocrático, é urgente contrapor a grande tarefa do Planejamento Ambiental, desde o urbanismo e a arquitetura, até o desenho industrial e as outras manifestações culturais. Uma reintegração, uma unificação simplificada dos fatores componentes da cultura. ” (BARDI apud SUZUKI, 1994: p. 14).
“Lina via nessa inteligência da cultura popular, nessa capacidade de reaproveitar as coisas, uma base para a renovação da cultura moderna” (ANELLI, 2015). Foi um grande exemplo de profissional que priorizou a transformação social através do reaproveitamento de matérias primas e de objetos já utilizados mais que podem se tornar jóias nas mãos de quem sabe usufruir e transformar o obsoleto em novo modelo, trazendo a consciência popular o simples e ao mesmo tempo inovador.
[ Do design ao design sustentavel como proposta de trabalho ] A sustentabilidade e os métodos de reduzir os impactos causados a natureza tem sido temas que tem cercado a nossa vida cotidiana. Jornais, revistas, blogs, livros, dissertações de mestrado e doutorado e até mesmo filmes tem sido produtor de conteúdos imensos relacionados a reciclagem e a preservação do meio natural e incitado discussões saudáveis, gerando uma conscientização populacional em prol disso devido ao exacerbado número de problemas ambientais causados pelos meios de consumo e produção vigentes no mundo contemporâneo. O aquecimento global, o efeito estufa e o derretimentos das camadas polares são a consequência direta de uma vida sem essa preocupação. As grandes quantidades de lixo sendo produzidas diariamente onde segundo o Jornal Hoje de São Paulo, 30% de todo o lixo produzido poderia ser reciclado e atualmente esse número não chega a 3% no Brasil. (PAIVA,2015). Podemos citar também os grandes desmatamentos que passaram a ser é um dos mais graves problemas ambientais do mundo, porque além de devastar as florestas e os recursos naturais, compromete o equilíbrio do planeta e afeta a economia, provoca a erosão dos solos, a extinção de rios, a mudança dos efeitos climáticos e uma perda gigantesca de recursos naturais. Essa crise ambiental ao qual nós estamos emergidos é que gera o discurso da sustentabilidade e das preocupações com o meio ambiente, e para entendermos melhor essas questões devemos considerar o contexto ao qual elas estão inclusas. “A sociedade atual baseia-se na lógica do desenvolvimento econômico, que enxerga a natureza como uma fonte de recursos à disposição do homem. Deixando o ambiente natural extremamente vulnerável ao mercado econômico. Este pensamento iluminista e positivista que teve início no século XIX, e se estabeleceu a partir da Revolução Industrial, considera que o desenvolvimento técnico e científico seria suficiente para fomentar o progresso social e moral, dando origem à sociedade capitalista (SANTOS, 2005).
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“Consideremos inicialmente o nosso atual contexto evolutivo, onde a sobrevi-
vência humana em nossa sociedade e em sociedades futuras depende totalmente da capacidade produtiva dos complexos ecossistemas que compõem a natureza, porém o crescimento populacional desenfreado, a alta concentração demográfica nos grandes centros urbanos associados à globalização, tem promovido modelos insustentáveis de consumo e produção na maioria dos países. A conscientização acerca dos problemas ambientais aponta para a necessidade de se estabelecer um equilíbrio entre as questões ecológicas, sociais, culturais e econômicas, embora ainda existam grandes dificuldades em conceituar e implantar a almejada sustentabilidade “.(CASAGRANDE, 2004)
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Em outras palavras , o mundo e a sociedade que conhecemos e a qual estamos incluídos está acostumado à ter a sua disposição a matéria prima “inesgotável” que a natureza oferece , porém essa questão começou a mudar de rumo com o crescimento desenfreado da população e com a grande preocupação em apenas extrair os recursos da natureza sem a preocupação e a consciência de repô-los outra vez, acarretando a um desequilíbrio mundial e causando uma grande mudança na maneira como as coisas eram feitas , obrigando os grandes consumidores de matéria prima a repensarem seus métodos e a começarem uma busca por “produzir sem destruir”. Segundo Ezio Manzini, que é um designer e arquiteto italiano, “a transição rumo à sustentabilidade é um processo de aprendizagem a que seremos, gradualmente, submetidos e que consiste em viver melhor consumindo menos e regenerando a qualidade do ecossistema global e dos contextos locais em que estamos inseridos “ (MANZINI, 2008, p. 27). na maneira como as coisas eram feitas , obrigando os grandes consumidores de matéria prima a repensarem seus métodos e a começarem uma busca por “produzir sem destruir”. Ele sugere uma transformação do nosso conceito e entendimento do que seria de bem-estar, e diz que temos que nos basear na prática do compartilhamento de coisas e não na pratica da posse de coisas. Explicando também que isso é um processo gradual e a longo prazo, mas que deve ser iniciado HOJE, para que possamos colher os frutos ou ao menos deixar de prejudicar “os frutos” amanhã.
Fig 17- Professor Ezio Manzini, durante Munich criativa Business Week 2013 ( Fonte : Design Thinking and beyond , 2013)
Para Manzini e Vezzoli: O conceito de sustentabilidade ambiental refere-se às condições sistêmicas segundo as quais, em nível regional e planetário, as atividades humanas não devem interferir nos ciclos naturais em que se baseia tudo o que a resiliência do planeta permite e, ao mesmo tempo, não devem empobrecer seu capital natural, que será transmitido às gerações futuras (MANZINI et al, 2005, p. 27) Em outras palavras os recursos naturais existentes atualmente devem ser preservados para que no futuro possibilitem as mesmas condições de vida no planeta, sendo que o homem não deve degradar o ambiente, pois depende dele para sobreviver. Ainda citando Manzini e Vezzoli os produtos devem ser produzidos de forma ecologicamente correta, ou seja, se valendo de alternativas socialmente aceitáveis e favoráveis a manutenção do ambiente natural. (MANZINI et al., 2005 Apud PRUDÊNCIO, et al., 2011)
Victor Papanek foi um dos grandes nomes a pensar nessas questões, um grande precursor do design sustentável em sua época e também o primeiro designer a questionar a relação do design com o meio ambiente, isso nos anos 70, sendo um assunto a ser tratado de maneira mais incisivo décadas depois. Além de designer foi um educador e defensor de produtos, infraestruturas e ferramentas para a comunidade e que fossem socialmente e ecologicamente responsáveis.
Do design ao design sustentavel como proposta de trabalho
Era considerado um filósofo do design e escreveu que “o design se tornou a ferramenta mais poderosa com a qual o homem molda suas ferramentas e ambientes (e, por extensão, a sociedade e a si mesmo) ” (PAPANEK, 1974) Em seu livro “Design for the real world” fez várias contribuições e menções a essa questão do design e da ecologia humana. “O design deve se dedicar ao “princípio do menor esforço da natureza”. Em outras palavras, (...) deve fazer o máximo com o mínimo. Isso significa consumir menos, usar as coisas por mais tempo, reciclar materiais e, provavelmente, não desperdiçar papel imprimindo livros (...) as ideias, a abrangência, a não especialização, a visão geral interativa de uma equipe que o design pode trazer ao mundo, deve ser agora combinada a um senso de responsabilidade. Em muitas áreas, os designers deverão aprender a re projetar. Desta forma, será possível a sobrevivência através do design.” (PAPANEK, 1974) “Grande parte do design recente atende apenas as vontades e os desejos voláteis, enquanto as necessidades genuínas do homem têm sido frequentemente negligenciadas (...) As necessidades econômicas, psicológicas, espirituais, tecnológicas e intelectuais são quase sempre mais difíceis e menos lucrativas do que as “vontades” cuidadosamente construídas e manipuladas e impostas pela moda” (PAPANEK, 1974)
No contexto atual em que vivemos um dos grandes dilemas do designer é conciliar as questões ambientais com o modelo econômico, de modo a favorecer e a extrair menos da natureza sem deixar de produzir novas ideias. Não se pretende e nem é viável minimizar a produção e o consumo no meio capitalista do qual nos encontramos, porém devemos buscar a mudança de mentalidade. Vezzoli argumenta que “design é uma parte do problema, contudo, pode vir a se tornar um agente promotor da sustentabilidade ao buscar novas alternativas de projeto. ” (VEZOLLI, 2010) O que caracteriza a atividade de um design é sua ” concepção de artefatos “ (MANZINI E VEZZOLI, 2002) e nesse processo deveria estar inclusas suas preocupações com o ciclo de vida, pois isso gera impacto no meio ambiente e sendo assim responsabilidade do designer orientar e preconizar esse processo optando por critérios mais sustentáveis e ecológicos. Em meio a esses pensamentos desde a formação o profissional o design deve ser preparado para lidar com as questões ambientais ao longo de suas propostas e projetos.
“Essa necessidade de novos caminhos no âmbito projetual, aponta a responsabilidade do designer em conceber artefatos utilizando materiais e processos de baixo impacto ambiental; considerando o ciclo de vida inteiro do produto e, atuando de forma orientada para a sustentabilidade ambiental. O ciclo de vida compreende as etapas de pré-produção, produção, distribuição, uso e descarte e, em cada uma delas, os produtos acarretam impactos ambientais negativos. (KAZAZIAN,2005)
Tendo em vista o papel do designer nessa mudança de cenário, é importante que, desde asua formação, o profissional seja preparado para lidar com as questões ambientais e com as questões de consumo consciente ao longo do projeto. É ai que o DESIGN SUSTENTÁVEL deve se fazer presente. Como podemos ver na imagem acima a principal diferença desses dois termos é que Eco design está dentro do Design Sustentável. As metodologias e conceitos utilizados no Eco design atendem as necessidades quando o assunto é o meio ambiente, porém não inclui os aspectos sociais envolvidos, já o design sustentável abrange todas essas vertentes, mais um está diretamente relacionado a outro e sem o Eco design não é possível existis o design sustentável.
Fig 18 - Esquema - Design Sustentável - Ecodesign e design ( Fonte : Embalagem Sustentável, 2010)
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Definido como “um conjunto de práticas de projeto usadas na criação de produtos e processos ecoeficientes” ou “um sistema de projetar onde o desempenho respeita o meio ambiente, a saúde e segurança em todo o ciclo de vida do produto e do processo” (FIKSEL, 1995). Através dessa afirmação o que antes não tinha nome , e que já era feito ou ao menos idealizado por grandes arquitetos como Buckminster Fuller, Hundertwasser entre outros passou a ser reconhecido e entendido como uma nova maneira de produzir pensando em todas as partes do processos, se tornando uma ferramenta para os designers difundirem isso no mercado com uma proposta totalmente diferente do que estamos acostumados a “consumir” e que fosse a resposta a uma sociedade que busca e precisa de visões desse tipo para continuar sobrevivendo.
Mudar o consumo faz partes das alternativas em que pensa e trabalha o eco design, isto é, a integração do desenvolvimento sustentável na concepção dos bens e serviços(...) esse verdadeiro desafio planetário exige uma evolução maior: a passagem progressiva da sociedade de consumo para uma sociedade dita de uso (...), portanto o desafio consiste em imaginar objetos que se afastem de seu uso para aliviar o peso da economia do planeta. (KAZAZIAN, 2005, p.10)”
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È claro que esse tipo discurso só pode ser instituído como novo método de se pensar a produção mundial de todo o tipo de design se houver de fato uma mudança de pensamento e de comportamento nas industriais e na vida cotidiana das pessoas, quando uma conscientização de fato for implementada. “ A relação da sociedade com natureza vem se alterando aos poucos, infelizmente não porque foi criada uma consciência ambiental, mas sim porque constatou-se que senão houver uma mudança de consumo os recursos naturais se esgotariam, e isso seria inviável para a existência humana, causando assim implicações econômicas mundiais catastróficas. “. (Bobbio, 2000)]
Precisamos como seres pensantes e participantes de um mundo corrompido pelo consumo, pelo individualismo e pelo imediatismo entender que as necessidades das sociedades hoje em dia são totalmente diferentes do que eram há alguns anos atrás, que nós seres humanos somos os grandes causadores das degradações á natureza e nós é que devemos nos adequar a ela e não ao contrário. A grande maioria das soluções ou da diminuição da extração recursos naturais só será entendida ou causará o mínimo de impacto a natureza anos mais tarde da inserção desses novos pensamentos, nada é restituído ou refeito a curto prazo. “ O objetivo de um produto de eco design é tornar a economia mais “leve”. Esse processo também é chamado de “eco concepção”, uma abordagem que procura reduzir os impactos ambientais de um produto concebendo através da otimizando os recursos necessários para sua fabricação, ao mesmo tempo em que conserva sua qualidade de uso (funcionalidade e desempenho), para melhorar a qualidade de vida dos usuários de hoje e de amanhã” (KAZAZIAN, 2005, p.143)
A necessidade da preservação ambiental é um discurso um tanto quanto atrasado e que sempre precisará ser colocado em pauta, e o Eco design entra no nosso debate como um grande pacificador servindo de respostas a uma classe que precisa urgente ser a resposta e “produzir” para sociedade sem precisar buscar novos recursos ambientais, apenas utilizando-se do que já existe. “Satisfazer a necessidade da sociedade, utilizando-se menos recursos. Propõe então o eco design, que é o desenvolvimento de produtos e serviços planejados de forma sustentável, desde a sua concepção, até seu descarte para reciclagem. ” (KAZAZIAN, 2005, p.07)
Do design ao design sustentavel como proposta de trabalho
De uma maneira objetiva a principal função do Design sustentável é projetar produtos, lugares, serviços levando em consideração os aspectos ambientais em sua globalidade e em todas as fases de sua concepção, reduzindo de alguma forma os recursos não renováveis e minimizando assim o impacto ambiental. Satisfazendo também as necessidades humanas básicas e podendo incluir em sua visão mais ampla o atendimento à população menos favorecida como é o caso da nossa proposta.
“Eco design é a atividade que, ligando o tecnicamente possível com o ecologicamente necessário, faz nascer novas propostas que sejam social e culturalmente aceitáveis “ (MANZINI; VEZZOLI, 2002).
Fig 19 - Esquema - Design Sustentável -Ecologia -Social ( Fonte : Embalagem Sustentável, 2010)
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[ O efêmero e sua futura permanência ] “Efêmero é um termo de origem grega (em que “ephémeros” significa “apenas por um dia”) usado para designar uma situação que dura pouco tempo, que tem caráter passageiro, transitório, fugaz, de curta duração(...) “ (Dicionário de Significados, 2011)
Os primeiros indícios de arquitetura efêmera no Brasil eram as OCAS indígenas, que são um tipo de construção bem simples feitas para atender as necessidades básicas dos seus usuários e que serviam prioritariamente como local de abrigo e repouso. São abrigos feitos para diversas famílias pois tradicionalmente o índio brasileiro vive em moradias coletivas.
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Fig 21 - Oca WAIMIRI ATROARI ( Fonte : Sempre Tops ) Fig 20- Oca Jacarepagua - “KARI-OCA” –RIO +20 detalhe da construção ( Fonte : Pereira arquitetura e urbaniso, 2014)
Na cultura norte americana as tendas indígenas são feitas com varas cravadas no chão em formato de círculo e amarrados todos junto na parte superior, normalmente envolvidas com tecidos e peles animais para se protegerem do frio. São construções unifamiliares e que podem sem facilmente montadas e desmontadas de acordo com as necessidades. Existem diversos tipos tanto na américa, quanto na África e em diversas regiões do mundo do que podemos chamar de arquitetura efêmera na cultura de povos antigos, que foram sendo trazidos, adaptados e que deram origem a muitas das soluções construtivas encontradas nos dias atuais.
Fig 22 - Teepees - Casas dos nativos Norte Americanos ( Fonte: Amazing homes around the world )
Fig 23 - A tenda indígena da América do Norte ( Fonte: Arquitetura e Civilização , 2011)
Se colocarmos em pauta a discussão do que é ou deixa de ser efêmero acaba que entramos em uma discussão muito abrangente e colocando em debate a efemeridade de muitas coisas, inclusive de nossas próprias vidas, onde observamos o quão breve ela é, e o quão repentinamente ela pode acabar... ampliando nossa maneira de observar a vivência e a durabilidade de todas as coisas, inclusive do que julgamos “permanente” como diversas obras arquitetônicas. Entendemos que tudo tem um tempo determinado para existir, e que tudo acaba um dia, então quem poderia dizer e garantir que todas as pessoas, sentimentos, coisas, inclusive construções não são de fato passageiras ou transitórias? “O critério definidor da arquitetura efêmera não é a durabilidade potencial do objeto construído, mas sua durabilidade real. Um assentamento rural pode ser precário, mas pretender a permanência, e assim sê-lo por conta de contínuas manutenções. Ao contrário, edificações sólidas podem ser demolidas por esgotar-se, em curto intervalo de tempo, sua finalidade (PAZ, 2008)
Pode-se dizer que a proposta tem esse caráter pelo fato de que o abrigo sugerido tem uma especificidade de não ser destinado a nenhum tipo único e exclusivo de usuário, muito pelo contrário, a intenção é realmente de que várias pessoas de diferentes classes, raças, ocupações e situações financeiras possam fazer parte disso. O grande diferencial desse tipo de arquitetura está na sua capacidade de diversificação de projetos e de suas propriedades. Juntamente com o discurso do design sustentável, a arquitetura efêmera nos permite abranger um maior número de usuários, fazendo com que ela seja inserida separadamente da paisagem, sem alterar as características naturais do espaço que são marcantes de cada área e podendo ser montada e desmontada de tempos em tempos de acordo com a necessidade de cada morador. Através da materialidade proposta podemos definir previamente um período de durabilidade do abrigo, porém normalmente em espaços emergenciais ou de baixo custo esse período se torna curto em detrimento as questões dos moradores que na sua grande maioria não terão ainda condições de se mudar para outro local ou de viabilizar a ampliação e a reforma do abrigo para que o mesmo se torne permanente.
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O efêmero e sua futura permanência
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A proposta do abrigo se enquadra nessa classificação devido a uma necessidade de âmbito mundial em encontrar abrigos de baixo custo e de fácil execução que sirvam como casas provisórias ou que futuramente possam ser transformadas em lares permanentes, e ser replicados em diferentes lugares do Brasil e do mundo, apenas com uma previa terraplanagem do local de assentamento. Com a possibilidade de se tornarem efêmeros no sentido também do programa de cada abrigo, onde cada morador poderá modificar e adequar futuramente as suas necessidades, diferenciando-as das demais e tornando o ambiente cada vez mais particular e singular, com inúmeras possibilidades, sendo inclusive uma delas a demolição do abrigo e a reutilização do material para outros fins.
[ A escassez de projetos que
não visam apena o lucro e o papel social do arquiteto ]
“Quando uma catástrofe assola uma região, a palavra que mais se escuta é ‘reconstruir’, um arquiteto é, então, imprescindível” (PRITZKER,2014 Apud BAN,2014)
Na sociedade capitalista em que vivemos é muito intrigante e por muitas vezes um ato considerado “loucura” por colegas de profissão e pessoas do meio em que convivemos criar e poder contribuir com a sociedade sem que as vantagens e lucros próprios sejam o fator determinante e o que direciona todas as decisões profissionais que tomamos na vida. Quando falamos em exercer o nosso papel na sociedade é imprescindível levar em consideração que a demanda de projetos desse escalão é muito maior do que a demanda por projetos para a chamada “classe média alta “ , e que é necessário a conscientização e a iniciativa de ao menos alguns arquitetos como por exemplo o arquiteto Shigueru Ban , sempre ativo nessas causas para desmistificar a ideia da grande massa de que arquitetos não são necessários em concepções de espaços simples , que são dispensáveis a população de baixa renda , e muito pior que isso, de que arquitetos são exclusivamente prestadores de serviços de pessoas com alto poder aquisitivo por desempenharem uma função “desnecessário no dia a dia “ restrita apenas a quem pode pagar “caro” e acabando por se esquecer da nossa função social na cidade que foi aos poucos de degradando devidos a algumas exceções que fizeram sucesso e acabaram por estampar as revistas e os lugares de arquitetos para a população e tendo suas obras “endeusadas” como símbolo de única arquitetura “boa” , acabando por desqualificar as demais edificações . É triste pensar que a arquitetura só teria dois caminhos a seguir: a da arquitetura de “alta classe” e ultra qualidade, ou a arquitetura conformada por sua mediocridade preestabelecida pelos interesses do mercado e não do usuário final. Esse tipo de olhar sobre a profissão nos faz repensar uma série de fatores a serem considerados por nós, futuros Arquitetos e Urbanistas, como por exemplo a grande necessidade de ampliar a atuação dos arquitetos no Brasil
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e de começar a obter um sucesso mais importante do que o internacional; o sucesso como participantes que desempenham e são ativos na propagação da cultura social por todo o país. Esses e outros argumentos acabam por nos instigar a mudança desses paradigmas pré-estabelecidos pela sociedade. “A extrema centralização em torno de um único modelo profissional é apenas o reflexo de um processo social pelo qual a profissão da arquitetura colocou-se em uma posição de elitização e de afastamento da realidade urbana, como decorrência do longo período de autoritarismo e de políticas econômicas de extrema concentração da renda”. (FERREIRA, 2011)
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João Sette Whitaker Ferreira que é arquiteto-urbanista e economista, mestre em ciência política e doutor em urbanismo, é professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e da Universidade Mackenzie, e coordenador do Laboratório de Habitação e Assentamentos Humanos sempre levanta e aborda esse tema em seus estudos , e por esse ser um assunto muito válido e pouco discutido nas universidades e nos ambientes corporativos é que percebemos ser um assunto ainda a ser muito analisado no pais e o mundo é que precisa ser desmistificado , pois nós jovens arquitetos que acabamos por nos prejudicar ao entrar em um mundo de pensamentos e atitudes que se baseiam apenas na arquitetura de um mercado que às vezes nos parece tão restrito e competitivo. Como exemplifica bem o arquiteto:
“Pois fica claro que a arquitetura e o urbanismo são formações complementares extremamente amplas. Cabe aos cursos de arquitetura promover essa aproximação com a realidade e, consequentemente, uma sensível ampliação do campo profissional. Um arquiteto que queira fazer frente aos desafios que o Brasil hoje lhe apresenta deve ser um bom projetista, sem dúvida, mas deve entender da história econômica e social da nossa formação nacional (para compreender as causas dos problemas que enfrentará), deve transitar pelo campo da legislação urbanística, deve conhecer aspectos básicos de engenharia ambiental, deve saber de economia urbana, e assim por diante. Deve tornar-se um cidadão, um ser político capaz de colocar-se ativamente nas discussões sobre nosso futuro, em especial no que diz respeito ao ambiente construído. Se recebessem tal formação, as perspectivas profissionais dos nossos recém-formados, não só em escritórios, mas em instituições públicas, governos, ONGs, tornar-se-iam muito mais instigantes e diversas. (FERREIRA, 2011)
Outro autor que trata bem sobre esse tema e que discorre um pouco sobre como a arquitetura tem tido limítrofes a serem rompidos pelos próprios usuários é André Teruya Eichemberg, arquiteto e urbanista formado pela UNESP, desenvolvendo mestrado em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP com pesquisas voltadas para novas concepções espaciais na realidade virtual e espaços urbanos. (...) uma arquitetura cujo propósito essencial é o de funcionar como monumento ao dinheiro de quem a encomendou, uma arquitetura que, na muda linguagem das pedras, não passa de uma eloquente apologia do dinheiro. Com isso, a arquitetura torna-se incindível quanto a sua função atualmente, indecidível a atuação do arquiteto numa sociedade presa ainda nas filigranas podres de uma moral que rege tudo e a todos(...) Talvez se pudéssemos reconhecer no status do “arquiteto” a dignidade de uma vocação ética, num sério embate no ensino, na prática e nas mediações de seu exercício, começar a pensar arquitetura de fato (EICHEMBERG , 2004)
Como propor em meio ao ambiente de adversidades e contrariedades da profissão projetos que não visem apenas o lucro pessoal e particular, mas que abranjam a causa da grande maioria que precisa ter voz na sociedade? Não seria esse um papel dos grandes arquitetos envolvidos no setor político-econômico de desenvolvimento das cidades?
[ Referências Projetuais ] Casa Wichita Informações do Projeto Autor: Buckminster Fuller - William Graham Casa Dymaxion - Wichita Projeto - Final séc 20 - Execução 1945 Local: Kansas, Estados Unidos Área do Projeto : Aproximadamente 100m² : Fuller era um visionário e foi um dos primeiros a se preocupar com essa questão de sustentabilidade a nivel mundial. Ele tinha uma série entitulada como Dymaxion que era a junção das palavras dynamics, maximum e tension). O pensamento dele para essa “marca” era mostrar que aquele artefato não era uma coisa única em seprado e que juntos, os demais artefatos por criados consistiam num plano maior para resolver os problemas de sustentabilidade.
Fig 22 - Abrigo carater emergencial - Imagem 2 (Fonte : Giovana Feres - UNICAMP)
O objetivo dele era que esse artefato fosse capaz de ser produzido em massa, tivesse um custo aceitável, fosse fácil de transportar e redu-
zisse o impacto ambiental, principalmente pra crise em que ele e toda a população mundial estavam vivendo no pós guerra.
Fig 24 - Casa Dymaxion - primeira tentativa frustrada ( Fonte : Instituto Buckminster Fuller) O projeto Dymaxion foi abandonado por Fuller até 1944, quando o déficit habitacional do pós-guerra gerou o arquiteto rever a sua ideia ante- A casa Wichita foi uma das propostas ( unica que depois de um tempo rior de produção em massa de unidades residenciais. Para tornar a casa uma e varios aprimoramentos conseguiu sair do papel ) de Bucky para o prorealidade, Fuller assinou uma investigação de dois anos com a Beech Air- blema de moradia de uma maneira sustentável e confortável. craft Industries, que tinha uma grande quantidade de alumínio no rescaldo da II Guerra Mundial. Em 1946, Fuller completou dois protótipos: o protótipo Barwise e protótipo de Danbury, embora nenhum foram produzidos em massa, principalmente devido à falta de vontade e compromisso de Fuller.
William Graham, em 1948 que foi um ex-investidor no projeto, comprou e combinou alguns dos os protótipos anteriores de fuller criando a “Casa Wichita”, que leva a uma visão refinada e revisada do Dymaxion original: o hexágono se tornou um círculo
suave, e o volume foi colocado apenas poucos centímetros do chão (em vez de ser totalmente sus-
pensos, como era na ideia original). Além da sua própria casa de banho, nenhuma das características originais da casa foi incluído no Wichita House.
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A casa Wichita é uma extensão e revisão da unidade Dymaxion e tinha um custo final menor do que um Cadilac na época, podendo ser erguida em apenas um dia por um grupo de trabalhadores. Sendo que nenhuma das partes metálicas que compunha a unidade pesava mais do que cinco quilos. No catálogo das unidades Dymaxion, Fuller as enumerava assim suas principais características: produção em massa, distribuição da unidade em pacotes ; construção rápida; baixo custo; orientação flexível; resistência ao fogo; resistências a abalos; desmontabilidade. Mesmo tendo sido replicada apenas 2 vezes, e os demais projetos de fuller terem mais aceitação , os princípios dele sobre sustentabilidade e sua filosofia de “mais com menos” são ainda muito influente no campo do design sustentável hoje.
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Considerações
A principal caracteristica referencial desse projeto para a proposta é o conceito de sustentabilidade e de baixo custo empregado as necessidades reais da época em que o projeto foi desenvolvido, pois esse também é o nosso pensamento ao longo de todo o projeto
Abrigo efêmero portátil de caráter emergencial Informações do Projeto Autora do projeto: Giovana Savietto Feres Trabalhos Finais de Graduação TFG-Unicamp 2009 -2010 Orientador: Leandro Silva Medrano Abriga em média 4 pessoas Área do Projeto : Aproximadamente 16m² Tempo útil : ~ 3 Meses O abrigo portátil é uma residência mínima modular a ser utilizada em situações emergenciais decorrentes de desastres naturais ou de situações as quais requeiram provisão imediata de abrigos provisórios . É uma proposta para a cidade São Luiz do Paraitinga, estado de São Paulo, que teve a maior enchente de sua história em janeiro de 2010, resultando em 80 imóveis tombados arruinados e em 4 mil desabrigados de um total de 11 mil habitantes.
Fig 26 - Abrigo carater emergencial - Imagem 2 (Fonte : Giovana Feres - UNICAMP)
Materialidade| Método construtivo
Tem como característica principal a utilização de materiais reciclados, como o piso de pneu e parte da estrutura de polietileno de alta densidade ( juntamente com outros materiais), material utilizado em dutos de ar condicionado. Possui ainda, painéis solares integrados podendo ser conectado também à energia disponível no local ou utilizados como fonte de energia primária por período curto de tempo.
Fig 27 - Abrigo carater emergencial - Imagem 1 (Fonte : Giovana Feres - UNICAMP)
Montagem| Programa
Cada módulo simples conta com 4 camas, 1 bancada para refeições e 1 para cozinha, e 1 banheiro químico, e na conformação do espaço projetado, o qual possui em um único módulo de cerca de 16m2 o substancial para abrigar uma família de 4 pessoas, sem desagregá-la. Torna-se ainda mais prático pelo fato de ser um abrigo emergencial montável e desmontável pelos próprios usuários, fornecidos através de kits, sob forma compactada, a fim de facilitar a instalação de um acampamento provisório e condicionar a convivência prolongada de cada uma das famílias .
Considerações
O projeto de abrigo efêmero foi analisado como referência para as soluções do “meu abrigo” , majoritariamente por sua idéia em atender uma questão de grande necessidades nos dias atuais em que grandes impactos ambientais estão cada dia mais presentes deixando um grande número de pessoas desabrigadas, por sua eficiência e também por utilizar materiais recicláveis , que melhoram o conforto térmico dos moradores de maneira simples e ao mesmo tempo eficaz.
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Fig 29 - Kit e perspectiva explodida das peças utilizadas (Fonte : Giovana Feres - UNICAMP)
Fig 28 - Planta e vista do abrigo (Fonte : Giovana Feres - UNICAMP)
Referências Projetuais
Paper Log House - Shigeru Ban Informações do Projeto Arquiteto: Shigeru Ban Local: 1ª execução - Kobe - Japão, 1995 2ª execução - Kayna-l -Turquia, 2000 3ª execução - Bhuj - Índia, 2001 Modelo feito por: Laboratório Ban, Keio University Shonan Fujisawa Campus Shun Ikeda, Shin-iti Utsumi, Yohei Hagiwara, Akihiro Miyashita Abriga em média 4-6 pessoas
The Log House Paper é um abrigo temporário construído para as vítimas do grande terremoto de Hanshin que destruiu a cidade de Kobe, Japão, em 1995. O projeto obteve um grande sucesso em sua execução , tanto pelo baixo custo, quanto pela eficiência em sua montagem e em seguida foi levado para abrigos semelhantes em outros países como o Ruanda, Turquia e Índia que também sofreram com desastres naturais, pós guerras e miséria em meio a tudo isso.
Fig 30 - Modelo Real Paper Log House ( Fonte : Faux Mouvement , 2007)
Arquiteto | Conceitos
Shigeru Ban é um arquiteto com destaque mundial que ao longo de 20 anos tem colaborado com criatividade e design de alta qualidade para ajudar pessoas em as situações extremas causadas por desastres naturais. Em seus projetos fornece abrigos, centros comunitários e locais de contemplação para aqueles que sofreram tremenda perda e destruição e que anda precisam de um tempo para se restabelecer como sociedade.
Em várias de suas colaborações ele muitas vezes acompanha no local, como aconteceu em Ruanda, Turquia, Índia, China, Itália e Haiti, bem como seu país natal o Japão. Disse em uma entrevista para o Jornal de Vallarta
Estava decepcionado que a arquitetura perdeu o seu caminho visualizando o dinheiro e poder dos ricos e privilegiados. Dedicou-se na criação de edifícios para a sociedade.”Ban recebeu o prêmio Prtzker em 2014 por construções de baixo custo com materiais descartáveis, além é claro, da questão humanitária.
Programa
O abrigo possui 15 m² e tem uma planta simples e de fácil entendimento , com apenas um local de acesso e 3 aberturas laterais para haver ventilação cruzada . Na parte interna não existe nenhum tipo de instalação ou divisória fixa pois o objetivo da edificação é de caráter emergencial e para que o abrigo consiga suprir as necessidades especificas de cada família foi pensado como realmente uma grande caixa aonde as pessoas
poderiam colocar seus pertences (os que restaram) e ir acomodando as demais coisas que forem conseguindo ao longo do tempo , sem restrições .
Montagem
O processo de montagem é extremamente simples e pode ser realizado em 6 horas com a ajuda de +- 15 pessoas.
1 - Alicerce / Base
6 – Montagem de parede
2 - Painel madeira compensada
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4 - Painel madeira compensada
Fig 31 - Possivel Layout interno - sugestão do proprio arquiteto Fonte : Indayear2studio)
5 - Pinos em cruz de madeira compensada para ancoragem do tubo Fig 32 - Processos de montagem ( tradução própria) ( Fonte : Work Different)
8 – Perfil em ao redor da estrutura feito em madeira compensada fixado na parte superior dos tubos para garantir a estabilidade da estrutura
Referências Projetuais
Custos | Materialidade
A lista de materiais contêm apenas 10 itens dos quais inclui tubos de papelão, engradados de cerveja, e lona ,podendo ser encontrados facilmente em qualquer local, custando apenas US $ 2.000 total. A questão do curto tempo de montagem e o custo final do projetos são fatores determinantes e para iniciativas desse tipo se tornarem realidade quando visamos a caracteristica emergencial do abrigo. Além de todas as suas vantagens já citadas , podemos exemplificar outra que seria a possibilidade da auto construção , sem depender de mão de obra especializada e podendo ser montada e desmontada de maneira rápida e eficiente em qualquer local sem grandes transtornos.
Fig 33 - Montagem in loco paper log ( Fonte : Efimeras)
Os alicerces da casa são feitas de caixas de cerveja mantidos por sacos de areia. As paredes são feitas de tubos de papel. Cada elemento é facilmente desmontado e os materiais são facilmente recicláveis, adaptando a estrutura para as condições do local, e utilizando materiais disponíveis facilmente
Considerações
O que nos faz utilizar este projeto como referência é o conceito defendido pelo Arquiteto Shigueru Ban que sempre está inserido em meio as causadas humanitárias , a preocupação do projeto como um todo em ser facilmente replicável para qualquer situação , a disponibilidade dos materiais utilizados em serem facilmente encontrados e coletados e também a maneira simples e prática no processo de montagem das habitações. Com esse projeto conseguimos iniciar o pensamento de um espaço simples , porém,
com soluções inovadoras baseadas no eco Design, na sustentabilidade e na mínima moradia digna, que são o foco da minha pesquisa.
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Casas de emergência - ONG TETO Informações do Projeto Autor do projeto : Um teto para meu país / TETO (ONG) Localização : Atuação da ONG - América Latina e Caribe Abriga em média 6 pessoas Área do Projeto : 18m² Tempo útil : Até 5 Anos - se não houver intervenções
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Montagem e Materialidade
A solução projetual sé um modelo chileno de habitação emergencial denominado “mediagua” feito de painéis pré-fabricados de madeira, duas janelas e uma porta, com cobertura de duas águas (MINISTÉRIO DE PLANIFICATION, GOBIERNO DE CHILE, 2010).
TETO é uma organização presente na América Latina e no Caribe, que busca superar a situação de pobreza em que vivem milhões de pessoas nos assentamentos precários, através da ação conjunta de seus moradores e jovens voluntários. Com a implementação de um modelo de intervenção focado no desenvolvimento comunitário, essa ONG busca, através da construção de moradias de emergência, programas de Habilitação Social e trabalho em rede, construir uma sociedade justa e sem pobreza, onde todas as pessoas tenham a oportunidade de desenvolver suas capacidades e exercer plenaFig 34- Painéis de montagem da habitação - imagem 1 - (Fonte : Giovana Feres - UNICAMP)
Fig 35- Montagem da Habitação - (Fonte : TETO) Fig 36- Painéis de montagem da habitação - imagem 2 ( Portal arquitetônico, 2011)
Referências Projetuais
Conceito Confeccionada para assentamentos informais e precários, as Casas de Emergência do TETO foram originadas a partir de modelo comum ao país de origem , e reproduzidas a outras localidades com características bem variadas sem alteração significativa do aspecto formal, da área e dos materiais empregados. São habitações ,implantadas em localidades em que as casas permanentes apresentam-se absolutamente inferiores ao modelo empregado, com presença de umidade, possibilidade de alagamento e até mesmo esgoto a céu aberto, como as formas de habitação presente em favelas. Com isso, reduz-se os riscos presentes e permite-se maior qualidade de vida aos usuários. Enquanto não se estabelecem moradias permanentes, esse tipo de habitação tende a tornar-se permanente com o tempo e, tendo em vista que não possui infraestrutura mínima necessária a tal condição (tais como elétrica e hidráulica), tornar-se-á novamente uma moradia precária pelo tempo de vida útil.
Fig 37 - Montagem in loco ( Fonte : Mais Santos)
Portanto, a partir de uma adequada estratégia global de construção permanente, esse tipo de abrigo atenderia coerentemente às expectativas dos que esperam por casas melhores já que proporcionariam condições de vida mais digna em relação às moradias anteriores , porém seriam necessários algumas modificações e ampliações com o passar dos anos para que as casas não se deteriorassem e obtivessem futuramente um caráter formal permanente.
Fig 38 - Voluntários da ONG no processo de montagem
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Considerações
Apesar da nossa proposta não ter essa mesma ligação com o contexto e local a ser inserido como a proposta de habitação mínima da ONG , é possível através desse tipo de iniciativa tomar como referencia projetual a ideologia de trabalho , agilidade e rápido processo de montagem das casas , apresentando características potenciais para ser aplicadas em situações de emer-
Pallet House - I Beam Design Informações do Projeto Arquitetas : Azin Valy e Suzan Wines Localização : Primeira construção feita em New York – NY Abriga em média 4 pessoas Área do Projeto : Aproximadamente 20m² Tempo útil : ~5 Anos - se não houver intervenções
O escritório de arquitetura Design I-Beam é formado pelas arquitetas Azin Valy e Suzan Wines que desenvolveram inicialmente o projeto PALLET HOUSE para os refugiados que voltavam do pós-guerra em Kosovo. Eles precisavam de uma solução eficiente e economicamente viavel e conseguiram isso através dos pallets, da sua facilidade construtiva e sua rápida execução.
Materialidade e Conceito
A materialidade utilizada para a estrutura da é quase que 100% feita em pallets, apenas com os fechamentos das laterais e do telhado feito em fibra de vidro e isopor , fazendo com que a moradia seja reproduzida de maneira mais rápida , com maior facilidade em encontrar esse tipo de material em qualquer local do mundo, e praticamente com as mesma dimensões , podendo dar outra utilizadade a esse material que vem sendo descartado de maneira errada ao longo de todos esses anos. Acaba que a ideia e a concepção gira em torno da sustentabilidade e da materialidade de facil acesso , onde inclusi ate os moveis são feitos de madeira de descarte, descomplicando a vida de muitas pessoas que optam por moradias temporárias desse tipo. Podemos perceber que na proposta é inexistente o espaço de sanitários e higiene, devido as complicações , custos e disponibilidade dessas instalações estarem conectadas ao funcionamento de toda a cidade, porém se a habitação for fixa em algum local isso pode ser feito de maneira simples , até porque os pallets tem em si um compartimento de alojamento para as instalações elétricas, e hidráulicas (local onde geralmente as empilhadeiras entram com suas lâminas para elevaram os paletes) . Facilitando assim a permanencia posterior dos usuários. Fig 39- Pallet House (Fonte: I Beam Architecture and Design)
Referências Projetuais
O mais sensacional é que com 84% dos desabrigados do mundo poderiam ser acomodados com um fornecimento anual de paletes reciclados do mercado americano. E com um ano e meio de paletes dos EUA, 33 milhões de desabrigados poderiam viver neste tipo de habitação. Seria uma enorme quantidade de alojamento e abrigos para grande parte das pessoas que precisam .
Considerações
A proposta do escritório de Arquitetura e Design I-Beam (Pallet House) é o principal referencial de ideologias e conceitos para o desenvolvimento da nossa proposta de um abrigo sustentável. Por ser uma solução barata e facilmente realizável é que optamos pelos pallets também como a materialidade e o método construtivo a ser implementados em nossa proposta, sendo ele fator determinante , tanto para o desenvolvimento do programa proposto, quanto pela facilidade de acesso a esse tipo de material em todo o mundo . Com a diferença da possibilidade de que o programa do nosso abrigo incluirá Enfatizando também a possibilidade da autoconstrução e das técnicas do design sustentável a ser implementadas
Fig 40- Pallet House (Fonte: I Beam Architecture and Design)
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Litro de Luz Na parte de iluminação existe um projeto com sede na Colômbia chamado UM LITRO DE LUZ , que busca a inserção de pontos de iluminação em casas e em bairros , sendo um projeto de inovação social , com objetivo de levar luz aos lugares menos favorecidos e melhorar a qualidade de vida nas comunidades mais vulneráveis do mundo Ja foi utilizado em diversos paises para melhorar a qualidade de ensino e atendimento em escolas e hospitais carentes.
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Fig 41 - Logo Litro de Luz (Fonte BETAEQ, 2015)
Fig 42 - Litro de Luz (Fonte ARCHIDAILY,2015)
Materialidade e Conceito
O objetivo principal deste projeto é propor uma alternativa sustentavel, ecologica e natural de iluminação em lugares vulneráveis sem energia elétrica. Tem impacto imediato no ato de sua implantação e são necessárias apenaas ferramentas simples para sua instalção como por exemplo uma telha metálica, apenas uma garrafa Pet de 1,5 litros, uma chapa de 22cm x 25cm do mesmo material da cobertura, água, cloro e cola. Utiliza -se uma rebitadeira, uma pistola de cola e uma serra para abrir o orifício na cobertura. O tempo médio estimado pelos desenvolvedores do projeto de vida útil de cada Litro de Luz é de aproximadamente 8 anos.
Fig 43 - Esquema de montagem Litro de Luz (Fonte NEDMED,2016)
Tipos e Aplicações Existem 3 tipos de iluminação diferentes oferecidos pelo programa.
Referências Projetuais
DIURNA - Modelo mais comum e de fácil acesso. A lâmpada diurna é composta por uma garrafa de plástico preenchida com uma solução de água e alvejante, colocada em pequenos buracos nos telhados das casas. A luz solar incide pelo topo da garrafa e pelo efeito de refração se espalha por todo ambiente. Equivalendo a potência de uma lâmpada de 55 watts.
POSTES DE LUZ Tem a mesma tecnologia da garrafa noturna, sendo instalado e tem como foco iluminar áreas públicas da comunidade. É composto por materiais acessíveis nas principais regiões do mundo, como PVC, garrafas pet, baterias, etc.
Fig 44- Lâmpadas diurnas em produção ( Fonte ARCHIDAILY,2015)
48 Fig 47- Postes de Luz (Fonte: Litro de Luz)
Fig 45- Lâmpada noturna ( Fonte : BETAEQ, 2015)
Fig 46- Lâmpada noturna crianças ( Fonte : BETAEQ, 2015)
LÂMPADA NOTURNA - É a solução mais completa para residências, essa lâmpada ilumina tanto durante o dia como durante a noite. Para isso utiliza um mecanismo de energia solar, onde uma placa fotovoltaica carrega uma bateria, que armazena até 32 horas de energia, acendendo pequenas lâmpadas leds localizadas dentro da garrafa.
Considerações
Esse projeto incrivel será utilizado na proposta como iluminação secundária , minimizando os gastos com energia eletrica pelos meios tradicionais e reaproveitando materias para um fim mais proveitoso.
[ PROJETO ]
[ Partido Arquitetônico ] Para a elaboração do partido arquitetônico houve uma reflexão sobre quais condicionantes seriam de fato relevantes para a proposta final e foi definido como anseio principal que esse trabalho consiga ser executado em situações de necessidade e baixo orçamento, com materiais de fácil acesso em qualquer local do mundo, unindo duas necessidades reais da população em relação a falta de moradias de baixo custo e o desperdício na utilização de recursos naturais inexplorados e pouco aproveitados no mundo todo. Podendo ser além de um abrigo permanente, um abrigo temporário com apenas algumas mudanças no tipo de material utilizado e consequentemente em seu tempo de vida útil. Este tipo de alojamento preenche a lacuna entre o abrigo a tenda temporária e residência permanente , oferecendo uma solução
viável que aqui observamos em tempos da crise da habitação , permitindo que indivíduos com materiais e ferramentas simples possam construir suas vidas como bem quiserem e preferirem, tendo um local para chamarem de “MEU”. Utilizando como materialidade e estrutura principal o PALETE de madeira devido a suas grandes vantagens economicas em relaçao aos outros tipos de materiais também baseadas no design sustentavel e na facilidade de acesso ao mesmo . Tendo entre 20 e 25 m2 como estrutura primária principal já com instalação de equipamento feito para atender as necessidades primordiais de higiene de cada familia ou usuário e utilizando a modulação oferecida pelo próprio palete como elemento definidor de projeto .
Fig 48-Painel palavras chave -TFG( Fonte : Autoria própria)
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[ O pallet como método de construção ]
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Fig 49 - Loja e comércio de palets
Os pallets são plataformas de madeiras bem rígidas e utilizadas de inúmeras formas, principalmente no ramo da indústria de transporte, servindo de suporte á diversos tipos de mercadorias , podendo ter muitas aplicações. Eles são totalmente versáteis , de fácil montagem, completamente sustentáveis e recicláveis . Estão disponíveis na grande maioria dos países e o seu custo é insignificante quando utilizado para transportar carregamentos de alimentos, roupas, medicamentos, ajuda humanitária e etc. Existem , mais de 700 milhões de madeiras do tipo pallet produzido a cada ano apenas nos Estados Unidos – 150 milhões dos quais são destinados a aterros pois geralmente após a utilização dos mesmos eles são na sua grande maioria queimados , porque para transportá-los de volta muitas vezes custa mais do que adquirir novos, tornando o seu descarte um enorme desperdício.
Os pallets (ou paletes) tem uma enorme flexibilidade quando falamos da disposição dos ambientes, permitindo que cada família construa sua casa de acordo com suas necessidades e tamanho. Eles são baratos e podemos muitas vezes encontra-lo ate em locais de descarte e seu tamanho e forma são padronizados em todo o mundo , facilitando assim sua aplicabilidade . Um fator determinante na utilização dos paletes como métodos construtivos da proposta do abrigo é que eles são prontamente equipados com um alojamento para as instalações elétricas, e hidráulicas (local onde geralmente as empilhadeiras entram com suas lâminas para elevaram os paletes , e esses compartimentos atuarão como local de passagem para as fiações e demais instalações. E quando falamos em isolamento , o que temos de mais interessante neles é a sua facilidade de adaptação ao clima em que está inserido e podemos utilizar placas de isopor , fibra de vidro , cortiça e até mesmo a palha, depende do clima para ser fazer a melhor escolha. A estrutura simples de paletes pode evoluir de um abrigo emergencial á uma casa permanente apenas com a adição de materiais mais estáveis como por exemplo a madeira, areias , entulhos, pedras , terra, gesso , lama e ate mesmo concreto.
Fig 50 - Palete de Madeira
1
Existem diversos tipos de paletes disponives no mercado,de diversos tamanhos tipos de madeira diferentes, e as vezes até com 8 ou 9 ripas superiores, porém no Brasil (que importa e exporta muitos produtos) o tipo mais conhecido e utilizado é o de 100 x120 - com 7 ripas superiores e será o modelo utilizado no projeto. VISTA 2
52 1
VISTA 1
Fig 51 - Diferentes tipos de palete
Fig 52 - Dimensão do palete
[ Desenvolvimento de projeto ] Definição do programa de necessidades A principio foi feita a elaboração de diagramas e mapas conceituais sistemáticos que nos fornecessem e exemplificassem melhor as necessidades dos usuários do abrigo e em seguida a elaboração do programa de necessidades básico , sendo ele juntamente com a materialidade escolhida (palete de madeira) os definidores das formas estetica e formal do abrigo.
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Fig 54 - Diagramas conceituais (Fonte : Autoria própria)
Fig 53 - Programa e necessidades (Fonte : Autoria própria)
Concluimos com a elaboração e analise dos diagramas que tanto para abrigos temporários quanto para abrigos permanentes que em um programa de necessidades que atenda as duas situações simultaneamente, é necessario haver no programa ambientes funcionais e racionais e instalações que atendam as necessidades básicas do dia a dia de pessoas normais, e que para atender os diversos tipos de usuários , podemos utilizar móveis multifuncionais criados a partir do proprio palete ou das placas de OSB tambem utilizadas, podendo ser “transformados” , inseridos ou relocados de acordo com cada situação e usuário.
Análise dos espaços mínimos Depois da definição de um programa basico de necessidades , foram feitas alguns testes para inserir esse programa em uma estrutura compativel com a materialidade e a modulação definida analisando e escolhendo a melhor situação
Seguimos com o desenvolvimento das primeiras propostas com dimensões
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Fig 55 - Palete- primeiros estudos 1 (Fonte : Autoria própria)
Fig 56 - Plantas e vistas de estudo 1 (Fonte : Autoria própria)
Primeira proposta Foi feita em seguida a inserção dos espaços minimos de convivio e pensando na maneira mais simples de realizar a constução, simulando algumas disposições e tentando não deixar espaços “mortos” , já partindo para as primeiras propostas com dimensões e uma pré visualização do layout do abrigo.
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OPÇÃO 1 (ABRIGO TEMPORÁRIO)
OPÇÃO 1 - (ABRIGO PERMANENTE)
Fig 57 - Plantas e vistas de estudo 2 (Fonte : Autoria própria)
A seguir houve uma uma proposta prévia do layout interno do abrigo, ainda em fase inicial, com estudos sobre ter ou não uma área de possivel ampliação do abrigo e tambem sobre o pé direito inicial apenas com 2 paletes um em cima do outro na vertical. A proposta foi descartada, pois o partido ficou com aspecto muito banala, além disso, devido a forma OPÇÃO compacta do projeto 1 - VISTA FRONTAL (ABRIGO TEMPORÁRIO) prejudicava a ventilação cruzada, dificultava a permeabilidade aos ambientes. e seria dificil criar uma estrutura autoportante com com essa possivel ampliação futura.
OPÇÃO 1- VISTA FRONTAL - (ABRIGO PERMANENTE)
0
0.5
1.5
3.0
Segunda proposta Em seguida foi elaborado uma segunda proposta para apresentação em banca intermediária uma porposta com 30m² , já com o anexo de instalações hidráulicas inserido como parte essencial do programa , com a modificação do posicionamento dos paletes agora na posição horizontal , sendo eles 3 unidades um em cimada outra com um total de 3m de pé direito para melhor conforto térmico.
56 Fig 58- Segunda proposta abrigo - estudos (Fonte : Autoria própria)
Para a banca intermediária também foi feita a maquete fisica dos paletes na escala 1:20 e a montagem da proposta para verificar a posição da cobertura, a estrutura dos paletes e como seria a distribuição interna de maneira mais real.
Fig 59- Maque Fisica - Paletes (Fonte : Autoria própria)
Fig 60- Maque Fisica - 2 Proposta (Fonte : Autoria própria)
Segunda proposta
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Fig 61- Maque eletrônica - 2 Proposta (Fonte : Autoria própria)
Dentro dessa proposta houveram algumas correções a ser feitas em relação ao terraço que seria incorporado ao projeto e também em relação a cobertura que poderia ser melhor aproveitado ou feita de outra maneira. Também surgiram algumas questões como manter a estética do palete aparente e criar um ambiente com mais integração e aproveitamento.
[ Proposta Final ]
Depois de definidio por completo o programa de necessidades, o partido arquitetônico , as medidas minimas do espaço e as considerações e adequações sugeridas nas propostas anteriores chegamos a essa proposta final de projeto.
Fig 62- Maquete eletrônica-Vista frontal (Fonte : Autoria própria)
Programa O programa do abrigo se subdivide em 5 áreas especificas , sendo elas o banheiro, a cozinha , a parte de convívio e descanso no térreo e mezanino, o terraço também para convivio e lazer, e por fim o sótão de equipamentos”
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Banheiro Desenvolvido para ser um ambiente racional, a parede do chuveiro e da pia é a unica parede com instalaçõs hidráulicas do abrigo, pois ao utilizar deste recurso libera o restante da planta para outros usos e diminui consideralmente a quantidade de tubulação a ser utilizada. Para aquecer o chuveiro conta com captação de energia solar através das placas no telhado bem acima do forro-piso de madeira , que conectando diretamente o Boiler que recebe esse calor das placas aquece a agua e ja se mistura com a agua fria atraves de um misturador instalado no Chuveiro . Na parte do Sanitário foi definido como melhor opçao a instalação do sanitario seco que evita o despedicio de água Cozinha A cozinha é na parte posterior da mesma parede hidráulica do banheiro e conta tambem com pontos de instalação eletrica para o eletros, com uma cuba de inox para preparo dos alimentos, com armario e prateleiras feitos em placas de madeira tipo OSB e também com uma mesa de placa osb também , dobrável localizada no fechamento interno da janela, pois a janela tem tambem fechamento externo em vidro e assim conforme for a necessidade a mesa pode ser aberta e utilizada, e depois fechada para a utilização de outra maneira do espaço onde a mesa estaria.
Convívio e Descanso - Térreo e Mezanino A aréa de convivio no térreo foi pensada para sem um ambiente de multiplos usos, dependendo das necessidades e do tipo de mobiliario a ser inserido no espaço. O mezanino foi feito para haver um melhor aproveitamento do pé direito alto proporcionado pela cobertura inclinado do abrigo servindo como local de depósito ou armário e também como área de descanso ou ate mesmo um ambiente mais fresco para relaxar. Terraço O terraço foi feito para garantir uma boa vista e um local de respiro em qualquer lugar em que o abrigo for inserido, e tambem um garantir um melhor conforto termico no interior do mesmo. Ele foi feito com placa de madeira OSB impermeabilizada que tanto é o piso do terraço quanto o forro do ambiente térreo-mezanino sustentado por vigas abaixo do forro. Sótão de equipamentos No terraço também existe uma porta que dá acesso ao sótão de equipamentos , onde está instalada a caixa d’água, o boiler do aquecedor solar e tambem toda a parte de tubulação hidráulica e eletrica que desce para ou outros ambiente escondidas no meio dos paletes.
Implantação
A implantação foi feita a partir de uma proposta geral e universal, dependendo do ambiente a ser inserido e devido ao fato de cada usuário poder escolher instalar seu abrigo em qualquer local do mundo , onde cada terreno tem suas particularidades de acesso, fluxo e demais caracteristicas . O terreno apenas precisa ser préviamente terraplanado pois o abrigo necessita de um ambiente minimamente plano para ser executado.
N O
L L
Fig 63- Maquete eletrônica-Implantação (Fonte : Autoria própria)
Incidência solar e Ventilação O abrigo deve ser instalado no terreno preferencialmente de acordo com o esquema ao lado, aonde sua face posterior fica voltada para o NORTE, pois é a área aonde está instalada toda a parte hidráulica e também por ser o local que ficará mais exporto ao sol ao longo do dia e consequentemente captar mais energia nas placas solares. Sobre a direção dos ventos também depende de onde seu projeto será implatado, porém o abrigo foi desenvolvido com um numero bom de aberturas , com pé direito bem amplo e materiais termo/ acústicos como a madeira e a telha de fibra vegetal justamente para que haja mais circulação de ar e para que seja termicamente confortavel em qualquer região.
61
L N
S O
Fig 64- Maquete eletrônica-Incidência solar (Fonte : Autoria própria)
Layout Janela de vidro basculante com cordinha(cada) 1,20 x 0,46 1,54m
0.60
Janela de vidro (fechamento interno vira mesa) 1,75 x 1,00 1,00m
2.24
62 Janela basculante madeira 1,75 x 1,00 1,00m 4.35
Janela basculante madeira 1,75 x 1,00 1,00m
Janela fixa vidro simples 0,2 7x 2,54m
Planta de Layout - TĂŠrreo NĂvel +0.40 Escala 1:50
Janela fixa vidro simples 0,2 7x 2,54m
0
0.50
1.0
2.38
1.81
5.77
0.60
1.10
1.14
2.36
4.71
2.00
Mezanino h = 2,10m
63
2.14
Janela de vidro basculante com cordinha(cada) 106 x 46 254
Planta de Layout - Mezanino NĂvel +2.05
Escala 1:50
0
0.50
1.0
Vigas de madeira abaixo do forro
0.69
2.60
2.70
Caixa água 500 LT 0.50
Placas madeira tipo OSB 15mm para fechamento das laterais do telhado Horta vertical de garrafa pet
64 Guarda corpo de madeira h= 1,10m
1.75
Guarda corpo h= 1.10m
Planta de Layout - Terraço Nível +3,05 Escala 1:50
Placas madeira tipo OSB 15mm para fechamento das laterais do telhado
Vigas de madeira abaixo do forro
Pilar 16x16
5.45
0
0.50
1.0
Materiais utilizados e sistema construtivo Fundação
Fig X- Fundação - mini radiê (Fonte : Autoria própria)
A fundação é feita comum prévio preparo do terreno, depois é instalado o engradado de bebidas de plático, que tem grande resistência a inteméries e são super resistentes., servindo como um”falso radiê” para receber o abrigo. O engradado tem 55cm de comprimento , 35 cm de largura e 30 cm de altura
Fig 65- Engradado de bebida (Fonte : Mercado livre)
Pilares | Vigas 65
Os pilares são de madeira de forma quadrada com 16x16 cm e as vigas abaixo do forro também são em madeira apoiadas nos paletes e nos pilares também. As vigas da cobertura são um pouco mais grossas do que as vigas abaixo do terraço. Fig X- Pilares e escada (Fonte : Autoria própria) Fig 66 - Pilares e vigas de madeira (Fonte : ehow)
Piso O piso de todos os ambientes do abrigo será feito de placas de madeira tipo OSB impermeabilizadas com tinta náutica. O OSB é constituído a 100% por madeiras provenientes de plantação propositada para o efeito e exploradas no âmbito de uma gestão florestal sustentada ou de clareiras abertas por exigências de bom desenvolvimento das florestas. Como todos os derivados de madeira, as placas OSB respeitam os conceitos de sustentabilidade e eco-eficiência e contribuem para a minimização das alterações climáticas, atuando como armazéns de carbono de longa duração são alternativas muito económicas e estáveis e é também um material completamente reciclável. De acorco com as especificações técnicas, o material apresenta nas camadas externas, resinas fenólicas e, nas internas, MDI, que garantem alta adesão interna das tiras e uma resistência adequada para aplicações em ambientes externos.As bordas são seladas nas cores laranja e amarela oque garante resistência à umidade. Além disso, recebe aditivos a base de ciflutrina, inofensivo para o ser humano, e que protege contra o ataque de cupins e além das qualidades já faladas ela possui boa rigidez, estabilidade e estabilidade
Fig 67 - Placa de madeira OSB(Fonte : lpbrasil)
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Fig 68 - Casa com fechamento em madeira OSB(Fonte : lpbrasil)
Vedação
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A vedação terá como principal material o palete de madeira já especificado anteriormente e com todo o preparo feito do mesmo feito préviamente. Terá também um reforço de placas OSB na parte interna e externa para o ABRIGO PERMANENTE que é a proposta principal de projeto , e para o ABRIGO TEMPORÁRIO devido ao corte de custos ao invés de tulizarmos as placas de OSB em tudo, manteremos ela apenas no sanitário optando pelos fechamento feito com placas de lã de pet . Ela é feita de garrafas plásticas que são descartadas aleatoriamente e que causam transtornos, como enchentes. Também ajuda famílias que vivem da coleta seletiva, por ser feito exclusivamente da reciclagem de garrafas. De acordo com as especificações técnicas a lã pode ficar em contato com a umidade sem mofar, sem deteriorar e sem perder suas propriedades. Outro motivo á se utilizar a lâ é que ela é um material facil de encontrar, presente em todo Brasil e no mundo.Por se tratar de um material leve, a única recomendação é que ela deve ser bem fixada na hora da instalação com pregos .
Fig 69-Placa de lã de pet (Fonte : ecoeficientes)
Os paletes serão posicionados um em cima do outro e fixados nos pilares existentes no projeto para melhor sustentação do peso, sendo fixado um ao outro com chapas dentadas de aço com 6x5cm de largura e criando uma estrutura auto portante .
Fig 70-Posicionamento dos paletes (Fonte : Autoria própria)
Fig 71-Chapas dentadas de aço (Fonte : alvo maquinas conectores )
Tratamento dos materiais
Cobertura
Quando falmos sobre a preservação dos paletes e das placas OSB de madeira contra ações externas optamos por utilizar uma tinta impermeabilizante náutica para que todo o material tenha um periodo longo de duração e preservação. Esse tipo de tinta pode ser encontrada com grande facilidade em diversas marcas ao redor do mundo, desde que a tinta garanta a impermeabilização da madeira com cobertura que permita o contato da água á madeira sem maiores problemas. Optamos por fazer uma prévia preparação do terreno e de todo o material com cupinicida para evitar futuros problemas.
A cobertura será feita com telha de fibra vegetal que são feitas de fibras naturais ou materiais já reciclados, trazendo uma série de vantagens para o meio ambiente e também ao projeto. De acordo com o fabricante (Onduline e que atende em mais de 100 países inclusive com fábrica no Brasil) Diz que as telhas ecológicas são completamente impermeáveis, difíceis de quebrar, resistentes a ventos fortes e ainda deixam o interior do ambiente cerca de 20% mais fresco. Outra vantagem desse material é que a instalação é super fácil e rápida e tem várias vantagens como por exemplo : -A leveza dessas que telhas pesam em média três vezes menos que as telhas convencionais de argila. Essa leveza faz com que se possa utilizar menos madeiramento no telhado e é outra forma de economizar. As fibras vegetais dessas telhas proporcionam com que elas produzam menos ruídos, o que é um grande alento para nossos ouvidos, principalmente em dias de chuvas torrenciais. - Outra importante vantagem das telhas ecológicas são as baixas transmissões de calor. Se as telhas de barro esquentam muito com o calor e as de amianto são capazes de transformar qualquer residência em um verdadeiro forno, as ecológicas proporcionam um bom isolamento térmico, capaz de acalmar qualquer alma sobre sua sombra durante o verão. - Mais uma vantagem é que as telhas ecológicas, devido a sua vedação, impedem que fungos e limos se instalem nas mesmas. A única preocupação que se deve ter ao utilizar essas telhas é a instalação correta de acordo com as instruções do fabricante e a fixação bem feita para que as telhas permaneçam em seus devidos lugares.
Portas e janelas Eistência de 2 portas de abrir com batente tambem em madeira e 1 porta de correr feita com placa OSB apenas com instalação de roldanas na parte superior da mesma. Contamos no projeto com básicamente 3 tipos de janelas diferentes, sendo elas : -Janela simples de madeira OSB basculante . -Janela de vidro - fixa ou basculante simples com cordinha de metal -Janela de vidro simples de correr com fechamente de madeira OSB - janela que vira mesa
Fig 72-Telha fibra vegetal (Fonte : casa e construção)
Fig 73-Telha fibra vegetal utilizada em casa (Fonte : casa e construção)
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Instalações hidraulicas
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Sobre a parte hidráulica haverá apenas uma parede na casa para a instalação e passagem das tubulaçõs do sótão de equipamentos para o restante do abrigo. Haverá uma caixa d´’agua de 500 litros e um sistema de aquecedor solar para a água do chuveiro que diminui consideravelmente o consumo de energia elétrica comum, contribuindo assim para o meio ambiente. O sistema de aquecedor solar contará também com um sistema simples instalado no proprio chuveiro para fazer a misturada das águas fria e quente na hora do banho. Ainda sobre o sanitário, haverá uma base plástica de chuveiro abaixo da caida direta de agua para coleta dessa água e direcionamento dela para o esgoto. Na parte da cozinha haverá uma caixa de gordura comum do tamanho tradicional, de plástico instalada na área externa da casa para futuras inspeções e limpeza.
Fig 76-Misturador de agua quente e fria (Fonte : Kerosol)
Fig 77-Caixa de gordura pvc (Fonte : Leroy Merlin )
Fig 74-Cuba de embutir cozinha (Fonte : hidronox)
Fig 78-Caixa de água (Fonte : Leroy Merlin)
Fig 75-Cuba de embutir sanitário (Fonte : deca)
Fig 79-Plataforma de chuveiro (Fonte : Leroy Merlin)
Instalações hidraulicas - Montagem aquecedor solar 1 - Inicialmente, o chuveiro elétrico estará funcionando normalmente apenas com entrada de água fria. 2- Desligar a Energia que alimenta o chuveiro elétrico no disjuntor. Em seguida, desconectar os fios e desenroscar o chuveiro. 3-Enroscar o Registro misturador no cotovelo de 90o onde estava conectado o chuveiro elétrico. 4- O registro misturador é temporariamente retirado para que com uma furadeira e uma broca adequada, se execute o furo na laje. 5- Medir a distância entre o teto e a parte superior do registro misturador para o corte do tubo cromado de acabamento. Colocar o tubo de cobre dentro do tubo cromado de acabamento e este na canopla do anel de borracha. Enroscar com veda rosca o tubo na parte superior do registro misturador. 6-Enroscar a ducha na parte frontal do registro misturador 7-Enroscar a haste com o parafuso na parte inferior do misturador. 8-Agora o comando de abertura de água fria passa a ser o registro de pressão original do chuveiro elétrico e o comando de abertura da Água Quente, a haste que equipa o misturador.
Fig 80-Kit de instalação aquecedor solar (Fonte : Manual Solartec instalação , pag 5)
Fig 81-Kit de instalação do misturador no chuveiro (Fonte : Kerosol-registro misturador solar)
Banheiro seco Ainda sobre o sanitário , optamos pela instalação do sanitário seco , para que seja um projeto condizente com o discurso da sustentabilidade , por também facilitar a vida do morador que talvez nao consiga ter água encanada de imediato no processo de montagem do abrigo, e tambem por ser a maneira mais barata de se ter um banheiro em casa . O processo de monategm do banheiro estará nos anexos do caderno.
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Fig 83-Esquema de montagem banheiro seco (Fonte : Produtores do Alto Xingu - CAMPPAX )
Instalações elétricas Sobre a instalação eletrica, será feito um ligamento comum através da companha de eletrecidade de onde o abrigo for instalado como iluminação primária , e como um apoio e auxilio visando a para diminuição de gastos e despesas com esse setor e um aproveitamento melhor da iluminação solar foram instaladas também o que chamamos de “litro de luz” , que são garrafas plasticas com placas de led e uma mistura que se transformam em lâmpadas ( já especificado na página X.), e podem ser até inseridos nas areas externas do abrigo como postes de luz. Para a distribuição da energia eletrica utilizaresmos eletrocalhas fixados no forro e conduites no interior dos paletes , com lâmpadas de led novamente visando a economia e a sustentabilidade. O quadro de energia ficará na parede de fora do banheiro, com ponto de subida direto para o sótão de equipamentos , onde é feita a distribuição de energia encaminhando-a para o terraço, e posteriormene para área de convivio e banheiro.
Móveis multifuncionais
A idéia dos móveis terem multiplas funções surgia na necessidade que o abrigo tem em atender tipos diferentes de usuários para diferentes ocasiões e possibilidades, portante cabe ao proprio usuário bucar por referências de móveis “curingas” e que unem essa versatilidade ao conforto como as possibilidades dadas logo abaixo para a instalação de seus móveis e torna-los tambem parte do que se pode chamar de “lar”.
Fig 86 -Banco-mesa(Fonte : Pinterest )
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Fig 87 - sofa-cama-madeira (Fonte : Blog oppa )
Fig 88- cadeira-escada(Fonte : Pinterest )
Fig 84-Eletrocalha e bocal de lâmpada (Fonte : fazer mais ) Fig 85-Cadeira-estante (Fonte : Pinterest )
Possíveis usuários Para remetermos aos tipos de usuário que possam se interessar pelo projeto é valido lembrar que trata-se de um abrigo não convencional, e que pequenas limitações para sua utilização são existentes, como por exemplo: O fato da autoconstrução requerer um bom desempenho fisico ou possíveis maneiras para executar em coletivo e cada um contribuindo nas possibilidades; A existência de escadas na parte interna do mesmo, sendo assim contra indicado para idosos e pessoas que tenham algum tipo de dificuldade em relação a isso ou ainda debruçar-nos diante de tais limites; 73
Segue alguns perfis de usuários muito favoraveis a esse tipo de moradia e que adorariam ter um abrigo como esse; 1. Jovens/Estudantes ativos e dinâmicos e que estejam dispostos a novas experiêcias; 2. Recém casados - na faixa classe média baixa, sendo inicio da vida a dois com menos despesas e com mais conforto do que a maioria das casas e apartamentos alugados; 3. Famílias - que buscam uma moradia digna com baixos custos e possibilidades de alteração no layout devido as necessidades de cada um; 4. Qualquer pessoa que engajada com a ,sustentabilidade, gostem da ideia de projeto e de ter uma moradia digna com baixo custo com possibilidades de alteração no layout devido suas próprias necessidades;
Fig 89- Silhueta pessoas (Fonte : alfa-img )
Fig 90- Maquete eletrĂ´nica - Vista frontal 2 (Fonte : Autoria prĂłpria )
Processo de Montagem do abrigo
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1 - Preparação do terreno com cupinicida e pequena terraplanagem + Preparação de todos os paletes e placas de compensado naval em seus devidos tamanhos e já impermeabilizados
2-Inicio do processo de montagem com posicionamento dos engradados de bebidas conforme projeto e também da bombona plástica –banheiro seco- e sua caixa feita em placa de madeira OSB. Fig 91- Maquete eletrônica - Montagem abrigo 1(Fonte : Autoria própria )
3-Inserção da placa de madeira OSB com recorte para bombona e posicionamento dos pilares estruturais e do acesso ao abrigo feito em escada de palete.
4-Posicionamento e fixação dos paletes conforme projeto e união deles através de chapas metálicas dentadas + pregos e parafusos.
5-Instalação dos batentes das portas e janelas + término da fixação dos paletes na parte inferior do abrigo
7-Aplicação dos fechamentos internos em madeira OSB e posicionamento de portas +Instalação caixa d’água + instalação de toda a parte hidráulica.
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6-Fechamentos feito em madeira OSB e aplicação de manta impermeabilizante em toda a primeira faixa de paletes + instalação das janelas de vidro e basculantes simples em madeira. Fig 92- Maquete eletrônica - Montagem abrigo 2(Fonte : Autoria própria )
8-Fixação de vigas internas abaixo do forro + instalação da lateral do telhado em madeira OSB + fixação de pilares e paletes no terraço .
Processo de Montagem do abrigo
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9-Instalação de vigas para telhado +de telha fibra vegetal na cobertura
Fig 93- Maquete eletrônica - Montagem abrigo 3(Fonte : Autoria própria )
10-Instalação de guarda corpo no terraço + finalização de toda a parte elétrica e montagem do mobiliário interno
Fig 94- Vista lateral direita (Fonte : Autoria prรณpria)
Fig 95- Vista posterior (Fonte : Autoria prรณpria)
Fig 96- Vista lateral esquerda 1 (Fonte : Autoria prรณpria)
Fig 97- Vista lateral esquerda 2 (Fonte : Autoria prรณpria)
Abertura superior no terraço para circulação de ar Horta vertical de garrafa pet Acesso ao sótão de equipamentos
Fig 98- Vista lateral direita -terraço (Fonte : Autoria própria)
Fig 99- Sótão de equipamentos (Fonte : Autoria própria)
Vigas de madeira
Boiler Caixa d´água acima de base com 15 cm
Visão de entrada ao abrigo Janela com fechamento de madeira que vira mesa aberta .
VisĂŁo de entrada ao abrigo Janela com fechamento de madeira que vira mesa aberta .
Fig 101- Entrada ao abrigo - fechamento de madeira da janela fechado (Fonte : Autoria prĂłpria)
Fig 100- Entrada ao abrigo - fechamento de madeira da janela aberto (Fonte : Autoria prĂłpria)
Visão de entrada ao abrigo .Janela aberta que vira mesa
Fig102- Entrada ao abrigo - mesa montada (Fonte : Autoria própria)
Lateral com proteção feita em madeira osb.
Fig 103- Vista para terraço e cobertura ( Fonte : Autoria própria)
Abertura superior no terraço para circulação de ar
Porta de correr para acesso ao terraço com roldana superior
Escada que vira cadeira
Fig 104- Vista para mezanino ( Fonte : Autoria própria)
Litro de luz para melhor iluminação natural
Fig 105- Vista para terraรงo e cobertura ( Fonte : Autoria prรณpria)
Fig 107 - Visรฃo ampla da porta do banheiro, quadro de energia , รกrea de convivio e mezanino.(Fonte : Autoria prรณpria)
Fig 106- Vista em baixo do mezanino - olhando para acesso principal, cozinha e outro lado do abrigo (Fonte : Autoria prรณpria)
Fig 108 - VisĂŁo ampla do porta do banheiro, -olhando de frente para parede hidrĂĄulica 1(Fonte : Autoria prĂłpria)
Fig 110 - Visรฃo ampla do porta do banheiro, -olhando de frente para parede hidrรกulica 2(Fonte : Autoria prรณpria)
Fig 109 - Sanitรกrio seco de frente para chuveiro(Fonte : Autoria prรณpria)
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Planilha de Custos - ABRIGO PERMANENTE
INSTALAÇÕES
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ESTRUTURA
A respeito dos custos foram feitas duas simulações. Uma com todos os materiais e especificações descritas em projeto e relacionadas as imagens já vistas de projeto para o ABRIGO PERMANENTE . MATERIAL Palete de madeira de reuso Engradado de bebida Cupinicida Chapa de OSB 15MM Tinta impermeabilizate náutica Chapas metalicas dentadas (Gang Neil) Pilares de madeira Batentes de janelas e portas Telha fibra vegetal Porta de madeira c/ fechadura Escada (reaproveitamento de paletes) Vigas de madeira-telhado e forro Fechamentos em vidro Pregos -dobradiças e peças em geral para montagem Bombona de agua kit porta de correr Caixa d'agua Chuveiro para aquecedor solar Cuba embutir cozinha Cuba embutir banheiro Caixa Gordura tigre Instalacoes eletricas e hidraulicas Kit energia solar Móveis de Reuso
DESCRIÇÃO Madeira Pinus 600 ML - de plástico 1L chapas seladas uma na outra 120 m2 por demão 6x5cm 16x 16 Madeira 2x0,95m Porta 1,20m - abrir Madeira Madeira 5cmx10cmx3,5m Vidro 6, m² Diversos 100 L porta em compensado naval 500l com desviador Inox com sifão Simples com sifão dn 100 (fiação e acessórios) Boiler + placas Madeira
Sobre a cotação dos preços, todos foram obtidos através de pesquisas em sites de construção e bricolagem e foi feita uma média de valores sobre os produtos que seriam utilizados em todos os sites pesquisados.
R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$
PREÇO 6,00 30,00 30,00 55,00 150,00 0,60 150,00 500,00 40,00 120,00 32,00 80,00 500,00 70,00 300,00 270,00 200,00 110,00 40,00 180,00 500,00 2.000,00 -
QUANTIDADE 65 48 1 55 5 240 9 1 21 2 1 29 6 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 TOTAL
R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$
TOTAL 390,00 1.440,00 30,00 3.025,00 750,00 144,00 1.350,00 500,00 840,00 240,00 928,00 480,00 500,00 70,00 300,00 270,00 200,00 110,00 40,00 180,00 500,00 2.000,00 14.287,00
Planilha de Custos - ABRIGO TEMPORÁRIO
INSTALAÇÕES
ESTRUTURA
Para os custos finais do abrigo temporário serem menores , precisamos descartar alguns tópicos que julgamos fora de questão devido ao corte de gastos na concepção desse tipo de moradia. MATERIAL Palete de madeira de reuso Engradado de bebida Cupinicida Placa de lã de PET Chapa de OSB 15MM Chapas metalicas dentadas (Gang Neil) Pilares de madeira Batentes de janelas e portas Telha fibra vegetal Porta de madeira c/ fechadura Escada (reaproveitamento de paletes) Vigas de madeira-telhado e forro Fechamentos em vidro Pregos -dobradiças e peças em geral para montagem Bombona de agua kit porta de correr Caixa d'agua Chuveiro para aquecedor solar Cuba embutir cozinha Cuba embutir banheiro Caixa Gordura tigre Instalacoes eletricas e hidraulicas Móveis de Reuso
DESCRIÇÃO Madeira Pinus 600 ML - de plástico 1L chapas seladas uma na outra 6x5cm 16x 16 Madeira 2x0,95m Porta 1,20m - abrir Madeira Madeira 5cmx10cmx3,5m Vidro 6, m² Diversos 100 L porta em compensado naval 500l com desviador Inox com sifão Simples com sifão dn 100 (fiação e acessórios) Madeira
R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$
PREÇO 6,00 30,00 30,00 15,00 55,00 0,60 150,00 500,00 40,00 120,00 32,00 80,00 500,00 70,00 300,00 270,00 200,00 110,00 40,00 180,00 500,00 -
QUANTIDADE 65 48 1 60 10 240 9 1 21 2 1 29 6 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 TOTAL
R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$
TOTAL 390,00 1.440,00 30,00 900,00 550,00 144,00 1.350,00 500,00 840,00 240,00 928,00 480,00 500,00 70,00 300,00 270,00 200,00 110,00 40,00 180,00 500,00 9.962,00
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ABRIGO TEMPORÁRIO No ABRIGO TEMPORÁRIO foram descartados alguns itens dispensáveis ao projeto para esse tipo de acomodação , como por exemplo o kit de aquecedor solar, a impermeabilização de todas as madeiras e a troca de materialidade para fechamento do projeto para lã de PET ao invéz de ser feito todo em placa OSB . julgamos como não sendo necessários caso o usuário só queira realmente um abrigo por pouco tempo.
Fig 111 - Visão ageral do ABRIGO TEMPORÁRIO - Fechamento em lã de PET (Fonte : Autoria própria)
Fig 112 - Vista frontal do ABRIGO TEMPORÁRIO - Fechamento em lã de PET (Fonte : Autoria própria)
CONCLUSÕES Após todas as pesquisas e estudos feitos a respeito do tema abordado, podemos concluir que a proposta de promover um abrigo mínimo utilizando o palete como principal método construtivo foi satisfária, uma vez que o mesmo se torna uma possibilidade real nos dias atuais principalmente devido ao seu baixo custo e também a grande falta de moradias para a população, que apenas no Brasil cerca de 60% das famílias não tem condições de ter uma moradia própria pelos meios tradicionais. Uma das grandes preocupações de projeto foi a de dar ao usuário autonomia ao usuário para modificar o espaço de acordo com as suas necessidades e por isso também é que o projeto foi pensado em um perido de tempo mais duradouro e outro mais curto, para que o usuário possa escolher por si mesmo. É valido lembrar também que esse projeto foi apenas uma das inumeras possibilidades que se pode ter quando reutilizamos materiais já em uso para outros fins e que o palete é apenas um dos muitos materiais disponiveis hoje em dia para ser reaproveitado no setor da construção.
Lista de Figuras Fig 1 - Distribuição de Renda no Brasil - Disponível em http://www1.folha.uol. com.br/colunas/fernandocanzian/2014/01/1398643-o-role-do-brasil.shtml
Fig 14 - Buckiminster Fuller - Disponivel em : https://bfi.org/about-fuller/biography
Fig 2 - Concentração de riqueza mundial- Disponível em : http://organicsnewsbrasil.com.br/midia/deu-no-el-pais-1-da-populacao-mundial-concentra-metade-detoda-riqueza-do-planeta/
Fig 15 - Pietro Maria Bardi e Lina Bo Bardi, 1951 - Disponivel em : http://arquipelago.in/?p=1092
Fig 3 - Moradia na América Latina - Infografico - parte 1 e Fig 4 - Moradia na América Latina - Infografico - parte 2 - Disponível em http://exame.abril.com.br/ brasil/noticias/quanto-tempo-leva-para-se-comprar-uma-casa-no-brasil?utm_ campaign=redesabril_exame&utm_medium=twitter&utm_source=redesabril_exame Fig 5 - Michael Thonet com seus cinco filhos e Fig 6 - 36 cadeiras desmonatdas Disponivel em : https://dearchiworld.wordpress.com/2014/10/14/no-14-chairmichael-thonet/
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Fig 7 - John Ruskin - Disponivel em : https://pt.wikipedia.org/wiki/John_Ruskin Fig 8 - William Morris - Disponivel em : http://william-morris.com/history/3/ Fig 9 - Walter Gropius- Disponivel em : http://www.dw.com/pt/1883-nasce-arquiteto-walter-gropius-fundador-da-bauhaus/a-3518662 Fig 10 - Inauguração Bauhaus - Disponivel em : https://newerdesign.wordpress.com/2015/07/10/la-das-staatliches-bauhaus/ Fig 11 - Friedensreich Hundertwasser - Disponivel em : https://sockenland.wordpress.com/category/besonderes/page/7/ Fig 12 - Instituto Ronald MacDonald - Alemanha - telhado verde - Disponivel em http://french.peopledaily.com.cn/Tourisme/8312001.html Fig 13 - Buckminster Fuller e sua Estrutura Tensegrity. - Disponivel em : http:// www.interactivearchitecture.org/when-architecture-goes-beyond.html
Fig 16 - Lina Bo Bardi no Solar do Unhão, em Salvador (Foto: Acervo/Instituto Lina Bo Bardi) - Disponivel em : http://g1.globo.com/bahia/salvador-466-anos/ noticia/2015/04/atenta-ao-social-lina-bo-bardi-tracou-alma-do-centro-de-salvador-projetos.html Fig 17 - Professor Ezio Manzini, durante Munich criativa Business Week 2013 - Disponivel em : http://www.design-thinking.com/in-conversation-with-professor-ezio-manzini-from-the-politecnico-di-milano/ Fig 18 - Esquema - Design Sustentável - Ecodesign e design e Fig 19 - Esquema Design Sustentável -Ecologia -Social - Disponvel em http://embalagemsustentavel.com.br/2010/10/21/design-sustentavel-ecodesign/ Fig 20- Oca Jacarepagua - “KARI-OCA” –RIO +20 detalhe da construção - Disponivel em : http://pereiraau.blogspot.com.br/2014/11/dando-certo-prosseguimento-ao-tema.html Fig 21 - Oca WAIMIRI ATROARI - Disponivel em : http://www.sempretops.com/ fotos/oca-indigena-fotos/ Fig 22 - Teepees - Casas dos nativos Norte Americanos - Disponivel em : http:// amazinghomesaroundtheworld.weebly.com/teepees.html Fig 23 - A tenda indígena da América do Norte- Disponivel em : http://arquiteturaecivilizacao.blogspot.com.br/
Fig 24 - Casa Dymaxion e Fig 25 - Casa Wichita - Disponivel em : https://www.bfi. org/about-fuller/big-ideas/dymaxion-world/dymaxion-house Fig 26 - Abrigo carater emergencial - Giovana Feres - UNICAMP- imagem 1 e Fig 27 - Abrigo carater emergencial - Giovana Feres - UNICAMP- imagem 2 Disponivel em : http://www.fec.unicamp.br/~evandrozig/posters_sal/sal_giovana_Feres.pdf Fig 28 - Planta e vista do abrigo : Disponivel em : http://www.fec.unicamp. br/~evandrozig/posters_sal/sal_giovana_Feres.pdf Fig 29 - Planta e vista do abrigo : Disponivel em : http://www.fec.unicamp. br/~evandrozig/posters_sal/sal_giovana_Feres.pdf Fig 30 - Modelo Real Paper Log House - Disponivel em : http://www.faux-mouvement.com/04Expositions/03_DEDANS/2006DD/200611DDP_BAN/DD200611_ BAN02ContExpdoc/DD200611_BAN02_PapLogHous.html Fig 31 - Planta Paper Log House - Disponivel em : http://indayear2studio-1314s1. blogspot.com.br/2013/09/pins-case-study-shigeru-bans-paper-log.html#.V0tS1ZErLIU Fig 32 - Processos de montagem ( tradução própria)- Disponivel em : https:// workdifferent.files.wordpress.com/2011/09/paper-log-house_-shigeru-ban_2.jpg Fig 33 - Montagem in loco paper log - Disponivel em : http://www.efimeras.com/ wordpress/?p=287
Fig 36- Painéis de montagem da habitação - imagem 2 - Disponivel em : http:// portalarquitetonico.com.br/voluntariado-por-um-teto/ Fig 37 - Montagem in loco e Fig 38- Voluntários da ONG no processo de montagem Disponivel em : http://www.maissantos.com.br/cidade/voluntarios-da-ong-tetoestarao-em-santos-em-abril/ Fig 39 e Fig 40 - Pallet House - I beam design - Disponivel em : http://www.i-beamdesign.com/the-pallet-house-newyork/ Fig 41 - Logo litro de Luz - Disponivel em : http://betaeq.com.br/index. php/2015/10/30/um-litro-capaz-de-trazer-luz/ Fig 42 - Litro de Luz - Disponivel em : http://www.archdaily.com.br/br/762680/ um-litro-de-luz-iluminacao-atraves-de-garrafas-recicladas Fig 43 - Esquema de Montagem Litro de luz - Disponivel em : http://nedmed.info/ article/como-iluminar-uma-garrafa-projeto-um-litro-de-luz Fig 44 - Lâmpadas diurnas em produção - Disponivel em : http://www.archdaily. com.br/br/762680/um-litro-de-luz-iluminacao-atraves-de-garrafas-recicladas Fig 45 - Lâmpada noturna e Fig 46 Lâmpada noturna crianças - Disponivel em : http://betaeq.com.br/index.php/2015/10/30/um-litro-capaz-de-trazer-luz/ Fig 47 - Postes de Luz - Disponivel em : http://www.litrodeluz.com/ Fig 48 - Painel palavras chave- TFG - Autoria própria
Fig 34- Painéis de montagem da habitação - imagem 1 - Disponivel em : 16- FERES, Giovana. Habitação Emergencial e temporária: Estudos de determinantes para o projeto de abrigos .15 Jul. 2014 . 194p. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) Universidade estadual de Campinas, Campinas , 2014
Fig 49- Loja e comércio de paletes - Disponivel em http://www.paljet.pt/?cat=123
Fig 35- Montagem da Habitação - TETO - Disponivel em : http://yrbrasil.com.br/ page/61/
Fig 51 - Diferentes tipos de palete - https://felixmaocho.wordpress.com/2013/01/31/ huerto-familiar-usos-variados-de-los-palets-en-el-huerto-familiares/
Fig 50 - Palete de madeira Disponível em http://www.abnpaletes.com.br/blog/ mudancas-mercado-dos-paletes/
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Fig 52 - Dimensão do palete - Disponivel em : http://www.mondopallets.it/img/ nuovi-new/120x100_tappo10.jpg Fig 53 - Programa e necessidades - Autoria própria Fig 54 - Diagrama conceitual - Autoria própria Fig 55 - Palete- primeiros estudos - Autoria própria Fig 56 - Plantas e vistas de estudo 1 -Autoria própria Fig 57 - Plantas e vistas de estudo 2 - Autoria própria Fig 58 - Segunda proposta abrigo - Autoria própria Fig 59 - Maquete fisica-paletes - Autoria própria
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Fig 60 - Maquete fisica - 2 proposta - Autoria própria Fig 61 - Maquete eletrônica - 2 proposta - Autoria própria Fig 62 - Maquete eletrônica - Vista frontal - Autoria própria Fig 63 - Maquete eletrônica - Implantação - Autoria própria Fig 64 - Maquete eletrônica - Incidência solar - Autoria própria Fig 65 - Engradado de bebida - Disponivel em : http://lista.mercadolivre.com.br/ cozinha/bar-e-petiscos/engradado-cerveja Fig 66 - Pilares e vigas de madeira - Disponivel em : http://www.ehow.com.br/ viga-pecas-pequenas-madeira-como_57258/ Fig 67 - Placa de madeira OSB e Fig 68 - Casa com fechamento em madeira OSBDisponivel em : http://www.lpbrasil.com.br/produtos/lp-osb-home-plus/ Fig 69 - Placa de lã de pet - Disponivel em : hhttp://ecoeficientes.com.br/ guia-de-empresas/isosoft-isolante-termoacustico/
Fig 70 - Posicionamento dos paletes - Autoria própria Fig 71 - Chapas dentadas de aço - Disponivel em : http://alvomaquinasconectores. blogspot.com.br/2012/06/alvo-conectores-anti-racha-chapa-prego.html Fig 72 - Telha fibra vegetal e Fig 73 - Telha fibra vegetal utilizada em casa - Disponivel em : http://casaeconstrucao.org/materiais/tipos-de-telhas/ Fig 74 - Cuba de embutir pia - Disponivel em : http://www.hidronox.com. br/produto/cuba-inox-400x340x140mm-polida-standard-3-12-tramontina/119577?SCP=10&gclid=Cj0KEQiA39_BBRD0w-_rmOrc__8BEiQA-ETxXZ1vT_aG5zynZyWD6CoMFvdrPV_DqehWElzl1lX5_a8aAu578P8HAQ Fig 75 - Cuba de embutir sanitário - Disponivel em : http://www.deca.com.br/ produtos/cuba-de-embutirsobrepor-retangular-cubas-de-embutir-branco-l106117 Fig 76 - Misturador de agua quente e fria - Disponivel em : http://www.kerosol. com.br/registro-misturador-solar/ Fig 77 - Caixa de gordura pvc - Disponivel em : http://www.leroymerlin.com. br/caixa-de-gordura-pvc-dn100-tigre_87642961?origin=8e66134804d29b92c27f303d Fig 78 - Caixa d’água - Disponivel em : http://www.leroymerlin.com.br/caixa-dagua-de-polietileno-500l-azul-0,63m-tigre_89252093?origin=90969c978cecd00677d5a452 Fig 79 - Plataforma de chuveiro - Disponivel em : http://www.leroymerlin.pt/Site/ Produtos/Casa-de-banho/Bases-de-duche/Quadradas/15979250_B-DUCHE-ACOSTANDARD-80X80-ENC-BR.aspx Fig 80 - Kir de instalação aquecedor solar - Disponivel em : http://www.solartec. com.br/download/manual-solartec-instalacao-aquecedor-solar.pdf Fig 81 - Kit de instalação do misturador no chuveiro - Disponivel em : http://www. kerosol.com.br/registro-misturador-solar/
Fig 82 - Diagrama conceitual - Autoria própria
Fig 98 - Vista lateral direita -terraço (Fonte : Autoria própria)
Fig 83 - Esquema de montagem banheiro seco - Disponivel em : http://www.imaflora.org/downloads/biblioteca/542c056b0629a_BANHEIRO_SECO_A2.pdf
Fig 99 - Sótão de equipamentos (Fonte : Autoria própria)
Fig 84 - Eletrocalha e bocal de lâmpada - Disponivel em : http://fazermais.info/saiba-como-fazer-uma-luminaria-de-trilho/ Fig 85 - Cadeira-estante - Disponivel em : https://br.pinterest.com/ pin/424886546071097988/ Fig 86 - Banco-mesa - Disponivel em : https://br.pinterest.com/ pin/302937512405086047 Fig 87 - Sofá-cama - Disponivel em : http://blog.oppa.com.br/um-sof-e-uma-cama/ Fig 88 - Cadeira-escada - Disponivel em : http://www.organizerfurniture.com/pt/ products/Solid-Wood-Library-and-Home-Ladder-Chair-GLC13001.html Fig 89 - Silhueta de pessoas - Disponivel em : http://alfa-img.com/show/ conocer-personas.html Fig 90 - Maquete eletrônica - Vista frontal 2 - Autoria própria
Fig 100 - Entrada ao abrigo - fechamento de madeira da janela aberto (Fonte : Autoria própria) Fig 101 - Entrada ao abrigo - fechamento de madeira da janela fechado (Fonte : Autoria própria) Fig102 - Entrada ao abrigo - mesa montada (Fonte : Autoria própria) Fig 103 - Vista para terraço e cobertura ( Fonte : Autoria própria) Fig 104 - Vista para mezanino ( Fonte : Autoria própria) Fig 105 - Vista para terraço e cobertura ( Fonte : Autoria própria) Fig 106 - Vista em baixo do mezanino - olhando para acesso principal, cozinha e outro lado do abrigo (Fonte : Autoria própria) Fig 107 - Visão ampla da porta do banheiro, quadro de energia , área de convivio e mezanino.(Fonte : Autoria própria)
Fig 91 - Maquete eletrônica - Montagem abrigo 1 - Autoria própria
Fig 108 - Visão ampla do porta do banheiro, -olhando de frente para parede hidráulica 1(Fonte : Autoria própria)
Fig 92 - Maquete eletrônica - Montagem abrigo 2 - Autoria própria
Fig 109 - Sanitário seco de frente para chuveiro(Fonte : Autoria própria)
Fig 93 - Maquete eletrônica - Montagem abrigo 3 - Autoria própria
Fig 110 - Visão ampla do porta do banheiro, -olhando de frente para parede hidráulica 2(Fonte : Autoria própria)
Fig 94 - Vista lateral direita (Fonte : Autoria própria) Fig 95 - Vista posterior (Fonte : Autoria própria) Fig 96 - Vista lateral esquerda 1 (Fonte : Autoria própria) Fig 97- Vista lateral esquerda 2 (Fonte : Autoria própria)
Fig 111 - Visão ageral do ABRIGO TEMPORÁRIO - Fechamento em lã de PET (Fonte : Autoria própria) Fig 112 - Vista frontal do ABRIGO TEMPORÁRIO - Fechamento em lã de PET (Fonte : Autoria própria)
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Referências Bibliográficas 1-Acampamento Intercontinental da Juventude. As cinco peles de Hundertwasser, 2005 Disponível em http://lproweb.procempa.com.br/pmpa/prefpoa/acampamentofsm/default.php?reg=32&p_secao=33 Acesso em 19 Maio 2016 2-AMARAL, Claudio. John Ruskin e o desenho no Brasil. Vitruvius. Arquitextos. 061.07 anos 06, jun. 2005 Disponível em http://www.vitruvius.com.br/revistas/ read/arquitextos/06.061/455 Acesso em 10 abr. 2016 3-ANELLI, Renato. Exposição na Casa de Vidro revela o diálogo entre a arquiteta italiana e a cultura brasileira. Revista Época 01 Jan 2015. Entrevista concedida a GABRIEL, Ruan. Disponível em: http://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/06/ como-lina-bo-bardi-se-tornou-brasileira.html Acesso em: 6 abr. 2016
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4-ARCHIDAILY, Os edifícios de Hundertwasser: manifestos construídos de uma arquitetura para o ser humano. 26 Dez. 2013. Disponível em http://www.archdaily.com.br/br/01-163014/os-edificios-de -hundertwasser-manifestos-construidos-de-uma-arquitetura-para-o-ser-humano Acesso em 20 Abr. 2016. 5-BACHELAR, G. A poética do habitar. São Paulo: Martins Fontes, 2008 6-BBC/ G1. Número de pessoas sem-teto chega a 60 mil em NY . 11 Mar. 2015. Disponível em: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/03/numero-de-pessoas-sem-teto-chega-a-60-mil-em-ny.html - Acesso em 20 fev. 2016 7-BARDI, Lina Bo. Tempos de Grossura: o design no impasse. Ed. Instituto Lina Bo e P. M. Bardi, São Paulo, 1994 8-BOHRER, C. C. F.; CABISTANI, L. H. Delimitação do Conceito de Moradia: o Atendimento aos Desígnios do “Mínimo Existencial” e a Questão dos Custos de Produção Habitacional em Porto Alegre. Revista Magister de Direito Ambiental e Urbanístico: caderno imobiliário, RS, v. 14 (out./nov.), p. 58-74, 2007.
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26-MARTINS, Luiz G.F. A etimologia da palavra desenho (e design) na sua língua de origem e em quatro dos seus provincianismos: desenho como forma de pensamento de conhecimento. In: XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, São Paulo. 2007. 27-O Colorido Hundertwasser – Inspiration Green . Disponível em http://www.inspirationgreen.com/hundertwasser.html Acesso em 19 Maio 2016
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20-GALANI, Luan. Bauhaus: conheça a escola que revolucionou a história do design.Gazeta do povo. Estilo e cultura. 28 Out. 2015 Disponível em http://www.gazetadopovo.com.br/haus/estilo-cultura/bauhaus/ Acesso em 18 Maio 2016.
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21-GROPIUS, Walter. NOVARQUITERA Bauhaus/ Walter Gropius; tradução J. Guinsburg e IngredDormien. São Paulo. 6ª Edição, 2001, 220 p.
30-PAIVA, Roberto. Apenas 3% de todo o lixo produzido no Brasil é reciclado. Jornal Hoje. São Paulo, 08 abr. 2015. Disponível em http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2015/04/apenas-3-detodo-o-lixo-produzido-no-brasil-e-reciclado.html Acesso em : 06 abr. 2016
22-KAZAZIAN, Thierry . Haverá a idade das coisas leves: design e desenvolvimento sustentável, 2ª. Ed., São Paulo: SENAC, 2005. 23-MANZINI, E. “Design para a inovação social e sustentabilidade”. Cadernos do Grupo de Altos Estudos, Programa de Engenharia de Produção da Coppe/UFRJ, Rio de Janeiro, vol. I, 2008. 24-MANZINI, Ezio; VEZZOLI, Carlo. O desenvolvimento de produtos sustentáveis: os requisitos ambientais dos produtos industriais. São Paulo: EDUSP, 2002. 366 p. Disponível em: http://www.autossustentavel.com/2015/04/design-orientado -para-sustentabilidade.html#ixzz42RNpVvBG Acesso em : 02 de Mar. 2016. 25-MANZINI, Ezio, VEZZOLI, Carlos. O Desenvolvimento de Produtos Sustentáveis. São Paulo: EDUSP, 2005. 368 p.
31-PAPANEK, Victor. Design for the real world – human ecology and social change. 2ª Ed. Academy Chicago Publishers, 1985 32-PAZ, Daniel. Arquitetura efêmera ou transitória - Esboços de uma caracterização. Vitruvius. Arquitextos -102.06 - ano 09, nov. 2008 Disponível em http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/09.102/97 Acesso em : 25 Abr 2016 33-PEREIRA, Juliano. Lina Bo Bardi: Bahia, 1958 – 1964. Uberlândia: EdUFU, 2007.
100
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101
Vista 3
Prumada placa- boiler Respiro
Vista 4
Vista 4
Telha fibra vegetal
Vista 1
0
0.50
1.0
MEU ABRIGO-MEU LUGAR - FOLHA 01
B
A
B
A
5.77
100 L - 70x40
0.65
Placas madeira tipo OSB 15mm para fechamento para fechamento interno
2.84
2.38
Pilares 16x16 0.35
Pilares 16x16
0.55
Engradado de bebida 35x55
0.05
e primeira camada de palates no fechamento externo Palete de madeira
0.66
Terreno
0.14
4.35
4.73
Pilares 16x16 0.16
2.36
Parede quadro energia
2.12
Pilares 16x16
0.16
2.12
0.16
Escada de palete
A
B
A
Planta de estrutura
B
Base 0
0.50
1.0
0
0.50
1.0
MEU ABRIGO-MEU LUGAR - FOLHA 02
B
A
B
A
2.38
1.81
Janela de vidro basculante com cordinha(cada) 1,20 x 0,46 1,54m
0.60
1.10
1.14
Janela de vidro (fechamento interno vira mesa) 1,75 x 1,00 1,00m
2.24
0.60
2.36
2.00
Mezanino h = 2,10m
Janela basculante madeira 1,75 x 1,00 1,00m 4.35
Janela basculante madeira 1,75 x 1,00 1,00m 2.14
Janela de vidro basculante com cordinha(cada) 106 x 46 254
A
Janela fixa vidro simples 0,2 7x 2,54m
B
A
Janela fixa vidro simples 0,2 7x 2,54m
B
Planta de Layout - Mezanino 0
0.50
1.0
0
0.50
1.0
MEU ABRIGO-MEU LUGAR - FOLHA 03
B
A
B
A
5.77
0.69
0.05
0.97
0.05
2.70
Vigas de madeira abaixo do forro
2.73
0.97
Pilar
2.60
0.05
0.67
Viga de madeira 05x 08 x 273
Pilar
500 LT 0.50
Placas madeira tipo OSB 15mm para fechamento das laterais do telhado
0.79
0.79
6
0.05
3.27
Guarda corpo de madeira h= 1,10m
1.38
1.38
Viga de madeira 05x 08 x 327
1.38
Guarda corpo h= 1.10m
Pilar 16x16
5.45
0.73
0.05
Pilar
Placas madeira tipo OSB 15mm para fechamento das laterais do telhado
Vigas de madeira abaixo do forro
1.75
0.79
1.38
A
B
A
B
Planta cobertura 2 0
0.50
1.0
0
0.50
1.0
MEU ABRIGO-MEU LUGAR - FOLHA 04
B
A
0.65
Telha fibra vegetal 95x200
Prumada placa- boiler Respiro
2.08
Telha fibra vegetal
A
B
Planta cobertura 1 0
0.50
1.0
LEGENDA Telha Fibra vegetal Prumada hidraulica - agua quente
MEU ABRIGO-MEU LUGAR - FOLHA 05
B
A
Prumada placa-boiler
A
0.89
Vai para consumo
B
Boiler Prumada respiro
agua fria
500 LT
1.15
A
B
A
B
0
1.35
A
0.50
1.0
B
0
0.50
1.0
forro)
LEGENDA
Tomada baixa
Prumada hidraulica - agua quente
MEU ABRIGO-MEU LUGAR - FOLHA 06
Litro de Luz Telhas fibras vegetal Placa de
Placa de Vigas de madeira abaixo do telhado
1.86
2.65
Litro de Luz
Palete aparente na parte externa e coberto na parte interna
1.1
1.86 1.14
Respiro aquecedor solar
Canaleta eletrica aparente
2.65
Respiro aquecedor solar
500 LT Janela basculante simples vidro
Vigas de madeira
Janela basculante simples vidro
0.95
Canaleta eletrica aparente
madeira OSB
Palete aparente na parte externa e coberto na parte interna
Fechamentos em compensado naval impermeabilizado
2.13
Boiler
Palete aparente na parte externa e coberto na parte interna
Canaleta eletrica aparente Mezanino apoiado na escada e na parte interna dos palates
Mezanino +2,05
Mezanino +2,05 Janela correr simples vidro
1.95
2.95
Placa madeira tipo OSB com
Escada de palete impermeabilizado
Piso em madeira tipo OSB
Corte AA
Fechamento interno da janela em compensado naval e sistema basculante que vira mesa
1,0m altura por toda a
0.95
Fechamentos placa de madeira tipo OSB impermeabilizado
Escada de palete impermeabilizado
Piso em compensado naval impermeabilizado Base feita com engradado de bebida
0
0.50
1.0
Caixa de gordura
Base feita com engradado de bebida
Corte BB 0
0.50
1.0
MEU ABRIGO-MEU LUGAR - FOLHA 07
Fixo
Fixo
Vista 1
0
0.50
1.0
Vista 2
0
0.50
1.0
MEU ABRIGO-MEU LUGAR - FOLHA 08
0.44
Vista 3
Vista 4
0
0.50
0
1.0
0.50
1.0
MEU ABRIGO-MEU LUGAR - FOLHA 09