PRESSÃO
ESTÉTICA
por Mariana da Costa
Dentro da sociedade existe um padrão estético que determina quais são as características físicas consideradas bonitas. Que cor de pele, que tipo de cabelo, que formato de corpo, que traços do seu rosto vão te colocar no patamar das mulheres bonitas. Existe um padrão estético para homens também, mas a gente vive numa sociedade machista, por isso o peso dessas coisas vai ser diferente para homens e mulheres Existe também um padrão de feminilidade que é imposto para as mulheres desde que elas nascem. De acordo com esse padrão, mulheres deveriam seguir certos comportamentos, usar determinadas roupas, passar maquiagem, fazer a unha, tirar seus pelos, se relacionar com homens e somente com homens e várias outras opressões sociais. .
Esses dois padrões se intersecionam, pois, uma mulher “ideal” é aquela que corresponde tanto a um padrão estético, quanto a um padrão de feminilidade. Uma mulher gorda ou uma mulher negra que performa feminilidade se encaixa no padrão de feminilidade, mas não se encaixam no padrão estético. Outras mulheres não seguem padrão de feminilidade, mas correspondem ao padrão estético por ser magra e branca.
As consequências da existência de um padrão de beleza são terríveis e afeta todas as mulheres. Muitas mulheres sofrem por depressão, ansiedade, transtornos alimentares, passam por varias intervenções cirúrgicas, tem problema de autoestima e nunca vão se sentir boas e bonitas o suficiente. Esse padrão é sustentado pelas revistas, novelas, televisão, pelo cinema, por todos discursos em todos os lugares, na família, na escola, na vida. E ele é inalcançável porque modelos são coisas idealizadas e, portanto, inalcançáveis. Nenhuma mulher vai estar naturalmente no padrão até porque o padrão de feminilidade não algo natural. Muitas mulheres fazem cirurgias plásticas, passam por vários tratamentos estéticos, usam maquiagens para esconder manchas, rugas, espinhas. E fotos de revistas são editadas, porque a mulher “não pode ter ruga, não pode envelhecer, não pode ter celulite, não pode ter estria”.
Tudo isso parte de um sistema condicionador – já analisado pelo sociólogo francês Émile Durkhein (1858-1917), mesmo antes da mídia ser influenciadora de opinião. Durkheim usa como base a sua teoria nos “fatores sociais” que se trata de temáticas da sociologia que condicionam e influenciam os indivíduos. Os fatos sociais não são apenas exteriores ao indivíduo, mas “possuem poder coercitivo pelo qual se impõem a ele, independentemente de sua vontade individual”. A mulher moderna sofre muitas influências externas, principalmente quando o assunto for padrões de beleza que infelizmente, acabam trazendo problemas mais graves quando não tratados.
É fato social toda maneira de agir, fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou então ainda, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter.” ― Émile Durkheim