BIBLIOTECA PÚBLICA PARA LONDRINA - PR

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BIBLIOTECA PÚBLICA LONDRINA-PR


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MARIANA MASSEDO DALMAS

BIBLIOTECA PÚBLICA PARA LONDRINA-PR

Londrina 2020


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MARIANA MASSEDO DALMAS

BIBLIOTECA PÚBLICA PARA LONDRINA-PR

Trabalho Final de Graduação apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Filadélfia - UniFil, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientadora: Profª. Ma. Lucy Ana Vilela Staut

Londrina 2020


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MARIANA MASSEDO DALMAS

BIBLIOTECA PÚBLICA PARA LONDRINA-PR

Trabalho Final de Graduação apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Filadélfia - UniFil, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. BANCA EXAMINADORA

____________________________________ Orientadora: Profª. Ma. Lucy Ana Vilela Staut Centro Universitário Filadélfia - Unifil ____________________________________ Prof(a). Dr(a). Componente da Bancada Centro Universitário Filadélfia - Unifil Londrina, ____de ___________de 2020.


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Dedico esse trabalho à Deus, que sempre me deu saúde e forças para chegar até aqui, e a minha família, que nunca mediu esforços para me ajudar a alcançar meus sonhos.


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AGRADECIMENTOS Agradeço, primeiramente, a Deus por me capacitar a desenvolver esse trabalho, acima de quaisquer desafios enfrentados globalmente e pessoalmente, que me permitiram desenvolver novas habilidades e atingir um resultado satisfatório nessa etapa decisiva da minha vida profissional. À minha família, que nunca mediu esforços para me ajudar e amparar com muito amor sempre que precisei, me proporcionando experiências incríveis durante todos os anos do curso. À todos os professores, tanto da universidade como dos mais variados cursos que fiz ao longo da graduação, que participaram dessa trajetória e compartilharam ensinamentos que sem dúvidas fizeram a diferença nesse trabalho e também farão a diferença em minha vida profissional. Agradeço, em especial, a minha orientadora Profª Ma. Lucy Ana Staut, sempre solícita e esforçada em tentar tornar essa caminhada mais tranquila e prazerosa. Aos meus amigos que estiveram presente ao longo de todo o curso, compartilhando momentos de felicidade e nervosismo, mas que foram essenciais para tornar essa experiência mais leve e divertida. À todas as pessoas que me auxiliaram nessa etapa, em especial a arquiteta Taliana Cabrera, o engenheiro Júlio Mendes e ao meu amigo e parceiro João Pedro Grattão, que compartilharam comigo conhecimentos, me tranquilizaram e se colocaram a disposição para me ajudar sempre que precisei.


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“Ainda que a minha mente e o meu corpo enfraqueçam, Deus é a minha força, ele é tudo o que sempre preciso.” Salmos 73:26.


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11 DALMAS, Mariana Massedo. Biblioteca Pública para Londrina-PR. 2020. 161 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Arquitetura e Urbanismo) – Centro Universitário Filadélfia - UniFil, Londrina, 2020.

RESUMO Tendo em vista que a biblioteca é a base fundamental do sistema educacional e cultural e que a atual Biblioteca Pública de Londrina se localiza em um lugar adaptado e impossibilitado de expansão e flexibilidade, iniciou o trabalho sobre as bibliotecas, a fim de desenvolver e aplicar conhecimentos sobre arquitetura cultural, através do exercício projetual de uma Biblioteca Pública para Londrina-PR. A finalidade do projeto é integrar o papel social e educacional das bibliotecas, por meio de espaços de qualidade e flexíveis, que possuam o usuário como elemento primordial e onde devem ser aplicados os conceitos da psicologia ambiental, como espaço pessoal, territorialidade e orientabilidade. Para tanto, realizou-se pesquisas bibliográficas, para trazer embasamento teórico para a proposta, além de análises de obras correlatas, estudos da realidade onde o projeto será inserido e um questionário aplicado à população, com o intuito de lançar as diretrizes projetuais que serviram de base para o desenvolvimento do projeto. Como resultado desse trabalho, espera-se contribuir como fonte de consulta para futuros projetos e trabalhos acadêmicos e alcançar uma proposta de uma biblioteca viva, que se configura além dos livros e tem seu foco nos usuários e nas trocas de experiências, estimulando discussões a respeito das funções da biblioteca na atualidade e da existência de edifícios públicos que integrem todas as áreas da cidade. Palavras-chave: Biblioteca Pública. Psicologia Ambiental. Orientabilidade. Projeto de Arquitetura


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13 DALMAS, Mariana Massedo. Public Library of Londrina-PR. 2020. 161 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Arquitetura e Urbanism) – Centro Universitário Filadélfia - UniFil, Londrina, 2020.

ABSTRACT Considering that the library is the fundamental basis of the educational and cultural system and that the current Public Library of Londrina is located in a place adapted and impossible for expansion and flexibility, , it started the work on libraries, in order to develop and apply knowledge about cultural architecture, through the projecting exercise of a Public Library for Londrina-PR. The purpose of this project is integrate the social and educational role of libraries, through quality and flexible spaces, which have the user as a primordial element and where concepts of environmental psychology should be applied, such as personal space, territoriality and wayfinding. To this end, bibliographical research was carried out to provide theoretical basis for the proposal, in addition to analyses of related works, studies of the reality where the project will be inserted and a questionnaire applied to the population, in order to launch the project guidelines that served as the basis for the development of the project. As a result of this work, it is expected to contribute as a source of consultation for future projects and academic works and to achieve a proposal for a living library, which is configured beyond books and has its focus on users and exchanges of experiences, stimulating discussions about the functions of the library nowadays and the existence of public buildings that integrate all areas of the city. Keywords: Public Library. Environmental Psychology. Wayfinding. Architectural Design.


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LISTA DE FIGURAS


FIGURA 2.1 – Interior da Biblioteca de Alexandria, uma das mais significativas bibliotecas da antiguidade............39 FIGURA 2.2 – Ruínas da Biblioteca de Alexandria......40

15 FIGURA 2.17 – Vistas aéreas e planta baixa da Biblioteca de Viipuri............................................................................................................42

FIGURA 2.3 – Interior da Biblioteca de Laurenziana...40

FIGURA 2.18 – Fachada e planta baixa da Biblioteca Phillips Exeter...........................................................................................................42

FIGURA 2.4 – Croqui planta baixa e corte da Biblioteca de Laurenziana..............................................................................40

FIGURA 2.19 – Fachada e planta baixa da Biblioteca Phillips Exeter............................................................................................................42

FIGURA 2.5 – Interior da Biblioteca de Ambrosiana..40

FIGURA 2.20 – Fachada e planta baixa Biblioteca de Cottbus....43

FIGURA 2.6 – Croqui planta baixa e corte da Biblioteca de Ambrosiana.................................................................................40

FIGURA 2.21 – Fachada e planta baixa Biblioteca de Cottbus....43 FIGURA 2.22 – Fachada Biblioteca de Seattle................................43

FIGURA 2.7 – Esquema cúpula assente ao cubo na fachada da Biblioteca Wolfenbüttel...........................................40

FIGURA 2.23 – Fachada e planta baixa Biblioteca São Paulo ... 43

FIGURA 2.8 – Planta baixa da Biblioteca Wolfenbüttel...41

FIGURA 2.24 – Fachada e planta baixa Biblioteca São Paulo ... 43

FIGURA 2.9 – Primeira Biblioteca Pública do Brasil em Salvador....................................................................................41

FIGURA 2.25 – Vista externa e interna da Biblioteca Sem Acervo..........................................................................................................43

FIGURA 2.10 – Planta baixa da Biblioteca Modelo de Leopoldo Della Santa ................................................................................................. 41

FIGURA 2.26 – Vista externa e interna da Biblioteca Sem Acervo..........................................................................................................43

FIGURA 2.11 – Vista interior e planta baixa da Biblioteca de San Genevive ........................................................................................................ 41

FIGURA 2.27 – Fachada Biblioteca São Paulo...............................45

FIGURA 2.12 – Vista interior e planta baixa da Biblioteca de San Genevive......................................................................................................41 FIGURA 2.13 – Vista interior da Biblioteca Nacional de Paris .... 41 FIGURA 2.14 – Fachada, corte e planta baixa da Biblioteca de Estocolmo......................................................................................................42 FIGURA 2.15 – Fachada, corte e planta baixa da Biblioteca de Estocolmo......................................................................................................42 FIGURA 2.16 – Vistas aéreas e planta baixa da Biblioteca de Viipuri............................................................................................................42

FIGURA 2.28 – Fachada da Biblioteca Central da Universidade Positivo..........................................................................................................46 FIGURA 2.29 – Interior da Biblioteca Central da Universidade Positivo........................................................................................................46 FIGURA 2.30 – Fachada da Biblioteca Pública do Paraná..........46 FIGURA 2.31 – Projeto da nova BPP...............................................46 FIGURA 2.32 – Biblioteca Pública do Paraná: Proposta Estar Café...........................................................................................................47 FIGURA 2.33 – Proposta Estar Jogo...............................................47


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FIGURA 2.34 – Biblioteca Escola Umbrella: áreas de leitura e nicho.............................................................................................................47

17 FIGURA 2.51 – Exemplos de nichos temporários........................54

FIGURA 2.35 – Biblioteca Escola Umbrella: áreas de leitura e nicho..............................................................................................................47

FIGURA 2.52 – Exemplo de nichos fixos.........................................54

FIGURA 2.36 – Biblioteca Escola Umbrella: áreas de leitura e nicho.............................................................................................................47

FIGURA 2.53 – Biblioteca Telles, Instituto Insper, São Paulo, 2018 (Escritório Perkins+Will e Athié Wohnrath) – nicho com arranjo sociopetal.......................................................................................54

FIGURA 2.37 – Fachada Biblioteca Paulo Freire..........................48

FIGURA 2.54 – Exemplos de barreiras visuais..............................54

FIGURA 2.38 – Estrutura de madeira desenvolvida pelo engenheiro Ms. Everaldo Pletz..................................................................48

FIGURA 2.55 – Gradientes de intimidade.......................................55

FIGURA 2.39 – Diagrama da Biblioteca Paulo Freire............48

FIGURA 2.56 – Biblioteca Kew Gardens Hills: Gradiente de intimidade e espaços de transição.......................................................56

FIGURA 2.40 – Spijkenisse Book Mountain: Estantes de livros e áreas de estudo........................................................................................50

FIGURA 2.57 – Biblioteca Central de Castelldefels: Sinalização.........................................................................................................59

FIGURA 2.41 – Spijkenisse Book Mountain: Estantes de livros e áreas de estudo........................................................................................50

FIGURA 2.58 – Biblioteca Central de Castelldefels: Sinalização...................................................................................................................59

FIGURA 2.42 – Spijkenisse Book Mountain: Estantes de livros e áreas de estudo ............................................................................................ 50

FIGURA 2.59 – Biblioteca Central de Castelldefels: Sinalização...................................................................................................................59

FIGURA 2.43 – O ambiente afetando o comportamento........51

FIGURA 3.1 – Fachada Centro Cultural El Tranque...64

FIGURA 2.44 – O comportamento afetando o ambiente........51

FIGURA 3.2 – Diagramas de evolução da volumetria. Sem escala............................................................................................64

FIGURA 2.45 – Dimensionamento do Espaço Pessoal (Ampulheta)........................................................................................52 FIGURA 2.46 – Biblioteca Municipal Vila Franca de Xira: diferenciação de pé-direito.............................................................................53 FIGURA 2.47 – Nichos na Biblioteca Municipal Vila Franca de Xira..............................................................................................................53 FIGURA 2.48 – Grande abertura triangula para o Rio Tejo...... 53 FIGURA 2.49 – Esquema de volumetria da biblioteca................. 53 FIGURA 2.50 – Espaço Sociopetal e Sociofugal...............................54

FIGURA 3.3 – Vista da praça central a partir do pavimento superior.......................................................................65 FIGURA 3.4 – Vista da praça central a partir do térreo demonstrando a flexibilidade de usos.............................65 FIGURA 3.5 – Vista da praça central a partir do pavimento superior.......................................................................66 FIGURA 3.6 – Vista aérea Centro Cultural El Tranque demonstrando sua localização e entorno..................66


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FIGURA 3.7 – Planta de Cobertura do Centro Cultural El Tranque salientando a integração com a praça do terreno vizinho. Sem escala...............................................66 FIGURA 3.8 – Diagrama formal do edifício enfatizando a sensação de amplitude da obra. Sem escala................66 FIGURA 3.9 – Planta pavimento superior demonstrando os acessos. Sem escala...............................................................67

FIGURA 3.22 – Mobiliários flexíveis possibilitando diversos 19 usos..........................................................................................................73 FIGURA 3.23 – Espaços delimitados com divisórias, criando ambientes com maior privacidade................................................73 FIGURA 3.24 – Fachada da Biblioteca da Universidade de Birmingham ......................................................................................................74 FIGURA 3.25 – Fachada lateral da biblioteca..................................74

FIGURA 3.10 – Corte do edifício enfatizando a solução topográfica adotada. Sem escala ...........................................................67

FIGURA 3.26 – Planta baixa térreo com análise da composição formal. Sem escala.......................................................................74

FIGURA 3.11 – Fachada Centro de Recursos de Aprendizagem (LRC)........................................................................................................68

FIGURA 3.27 –Corte da biblioteca evidenciando os elementos com maior ênfase no projeto. Sem escala. ........................................75

FIGURA 3.12 – Diagramas de evolução formal. Sem escala...68

FIGURA 3.28 – : Planta baixa do edifício com análise formal. Sem escala.....................................................................................................75

FIGURA 3.13 – Lobby com iluminação natural e ladrilho acústico terracota................................................................................................68 FIGURA 3.14 – Corte perspectivado com ilustração dos elementos sustentáveis da obra. Sem escala...................................69 FIGURA 3.15 – Fachada da Biblioteca São Paulo.................70 FIGURA 3.16 – Planta baixa pavimento térreo com setorização e fluxos. Sem escala......................................................................70 FIGURA 3.17 – Planta baixa pavimento superior com setorização e fluxos. Sem escala. ....................................................................71 FIGURA 3.18 – Vista da biblioteca a partir do pavimento superior demonstrando a amplitude dos ambientes..........................71 FIGURA 3.19 – Vista da biblioteca a partir do pavimento superior dando ênfase para a integração dos ambientes...........72 FIGURA 3.20 – Mobiliários com possibilidade de leitura individual...............................................................................................72 FIGURA 3.21 – Terraço com espaço contemplativo ao ar livre... 73

FIGURA 3.29 – Estudo da hierarquia formal na fachada do edifício.............................................................................................................75 FIGURA 3.30 – Uso de cor e iluminação auxiliando a orientabilidade do edifício.....................................................................................75 FIGURA 3.31 – Setorização e iluminação auxiliando na orientabilidade.......................................................................................................75 FIGURA 3.32 – Croqui da fachada da biblioteca. Sem escala.....75 FIGURA 3.33 – Fachada da Universidade de Birmingham com superfícies em vidro..................................................................................76 FIGURA 3.34 – Painéis de alumínio na fachada da biblioteca....76 FIGURA 3.35 – Brises automáticos na fachada do edifício......76 FIGURA 3.36 – Forro do interior da biblioteca com defletores acústicos.......................................................................................................76 FIGURA 3.37 – Escadaria central funcionando como um grande defletor acústico...................................................................................76


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FIGURA 3.38 – Paredes da biblioteca feitas com painéis metálicos perfurados, auxiliando na acústica do edifício..............76 FIGURA 3.39 – Interior da biblioteca com mobiliários em tons pastéis....................................................................................................77 FIGURA 3.40 – Carpetes coloridos dando dinamismo aos espaços internos..............................................................................................77 FIGURA 3.41 – Estantes móveis proporcionando um maior aproveitamento de espaço....................................................................77 FIGURA 3.42 – Entrada do edifício recuada, com proteção para chuva e sol....................................................................................................77

FIGURA 4.1 – Mapa do Brasil evidenciando o Esta21 do do Paraná. Sem escala.............................................................84 FIGURA 4.2 – Mapa do Paraná evidenciando o Município de Londrina. Sem escala.........................................84 FIGURA 4.3 – Mapa com perímetro urbano de Londrina evidenciando a área de estudo. Sem escala......85 FIGURA 4.4 – Mapa da área de estudo evidenciando o terreno em análise. Sem escala.......................................85 FIGURA 4.5 – Mapa do entorno do terreno em estudo. Sem escala.....................................................................85

FIGURA 3.43 – Entrada do edifício com controle por catracas..77

FIGURA 4.6 – Foto da fachada da atual Biblioteca Pública Municipal de Londrina............................................84

FIGURA 3.44 – Fachada do Edifício Corujas com brises metálicos...................................................................................................................78

FIGURA 4.7 – Mapa com evolução da Avenida Higienópolis ao longo das décadas. Sem Escala............86

FIGURA 3.45 – Pátios internos do edifício com presença de vidro, concreto, madeira e metal..........................................................78

FIGURA 4.8 – Primeiro trecho da Avenida Higienópolis na década de 50.............................................................................86

FIGURA 3.46 – Detalhe em corte da estrutura do edifício. Sem escala.......................................................................................................79

FIGURA 4.9 – Construção da ponte sobre o Lago Igapó, que na imagem ainda não existia.........................................86

FIGURA 3.47 – Vista noturna do pátio do edifício com estrutura mista......................................................................................................79

FIGURA 4.10 – Vista área da ponte da Avenida Higienópolis sobre o Lago Igapó.......................................................................................87

FIGURA 3.48 – Croqui do Centro Cultural el Tranque..............81

FIGURA 4.11 – Vista do terreno para a Avenida Higienópolis..89

FIGURA 3.49 – Vista da escadaria da Biblioteca da Universidade de Birmingham.............................................................................................81

FIGURA 4.12 – Esqueleto de uma das construções abandonadas existentes no terreno.........................................................................89

FIGURA 3.50 – Perspectiva enfatizando a diversidade de técnicas construtivas empregadas no Edifício Corujas........................81

FIGURA 4.13 – Construção abandonada e degradada existente no terreno.................................................................................................... 89

FIGURA 3.51 – Vista do átrio central da Biblioteca São Paulo..81

FIGURA 4.14 – Vista das duas construções abandonadas dentro do terreno. ..................................................................................................... 89

FIGURA 3.52 – Átrio de entrada do Centro de Recursos de Aprendizagem (LRC).................................................................................. 81

FIGURA 4.15 – Visuais interessantes a partir do terreno em direção a face sul............................................................................................ 89


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FIGURA 4.16 – Imagem de satélite do terreno, com indicação das vias no seu entorno ................................................................90 FIGURA 4.17 – Mapa de localização do terreno na cidade e sua distância das demais instituições..........................................................91 FIGURA 4.18 – Rua da Lapa, entorno residencial.......................92 FIGURA 4.19 – Avenida Higienópolis, entorno comercial com geração de ruídos......................................................................................92 FIGURA 4.20 – Esquina com faixa de pedestres entre a Rua Aminthas de Barros e Avenida Higienópolis..................................92 FIGURA 4.21 – Esquina com faixa de pedestres entra a Rua Aminthas de Barros e Rua da Lapa................................................92 FIGURA 4.22 – Esquina com faixa de pedestre entre a Avenida Higienópolis e Rua Dulcídio Pereira........................................92 FIGURA 4.23 – Boa visibilidade do terreno a partir da Avenida Higienópolis...........................................................................................92 FIGURA 4.24 – Boa visibilidade do terreno a partir da Rua Aminthas de Barros.................................................................................92 FIGURA 4.25 – Mapa de malha viária, mostrando as conexões do terreno com as diversas áreas da cidade. Editado pela autora.....93 FIGURA 4.26 – Mapa com análise gráfica do terreno. Editado pela autora....................................................................................................94

FIGURA 4.31 – Visuais em potencial a partir do terreno em 23 direção a face sudoeste...........................................................................95 FIGURA 4.32 – Visuais em potencial a partir do terreno em direção a esquina entre a Avenida Higienópolis e a Rua Aminthas de Barros...............................................................................................95 FIGURA 4.33 – Vista aérea da Avenida Higienópolis, separando o Lago Igapó I e II, e ao fundo o terreno em estudo..........97 FIGURA 5.1 – Diagrama do volume original da obra, disposta em dois blocos retangulares perpendiculares.......101 FIGURA 5.2 – Diagrama de integração do edifício com a Rua Dulcídio Pereira.................................................................101 FIGURA 5.3 – Subtração no volume garantindo permeabilidade física para a obra.....................................................101 FIGURA 5.4 – Adição de um bloco suspenso, comportando assim todo o programa de necessidades..............102 FIGURA 5.5 – Ilustração da aplicação dos estudos de espaço pessoal e gradientes de intimidade no projeto.........103 FIGURA 5.6 – lustração da aplicação dos conceitos de wayfinding e amplidão na obra........................................103 FIGURA 5.7 – Gráfico com a porcentagem de pessoas que costumam frequentar bibliotecas...........................105

FIGURA 4.27 – Ciclovia existente na Rua Aminthas de Barros....94

FIGURA 5.8 – Gráfico com a porcentagem de pessoas que frequentariam bibliotecas se elas tivessem um caráter diferente...........................................................................................................105

FIGURA 4.28 – Ponto de ônibus existente na Avenida Higienópolis....................................................................................................94

FIGURA 5.9 – Gráfico de análise com os motivos pelos quais as pessoas não frequentam as bibliotecas.........105

FIGURA 4.29 – Corte do terreno auxiliando no entendimento da topografia original do mesmo........................................................95

FIGURA 5.10 – Gráfico mostrando quais ambientes tiveram maior adesão pelos entrevistados.................................................105

FIGURA 4.30 – Visuais em potencial a partir do terreno em direção a face sul.............................................................................................95

FIGURA 5.11 – Funcionograma com a hierarquia entre os setores da biblioteca...............................................................................109


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FIGURA 5.12 – Organograma mostrando a estrutura formal da biblioteca e a disposição das unidades funcionais no projeto...................................................................................................110

FIGURA 5.27 – Bolsão para ponto de ônibus.................................117 25

FIGURA 5.13 – Fluxograma demonstrando os fluxos dentro do projeto.....................................................................................................111

FIGURA 5.29 – Recepção com catracas............................................118

FIGURA 5.14 – Perspectiva da entrada do projeto, divisão em dois blocos..................................................................................................112 FIGURA 5.15 – Perspectiva esquina Rua Dulcídio Pereira e Rua da Lapa........................................................................................................112 FIGURA 5.16 – Acesso de veículos pela Rua Aminthas de Barros..................................................................................................113 FIGURA 5.17 – Acesso de pedestres pela Rua Aminthas de Barros..................................................................................................113 FIGURA 5.18 – Praça superior como extensão da calçada na Rua Dulcídio Pereira..............................................................................113

FIGURA 5.28 – Acessos dos blocos sob cobertura de vidro....118

FIGURA 5.30 – Acesso delimitado por pórtico laranja..............118 FIGURA 5.31 – Conexão visual interior/exterior na área de convívio..........................................................................................................118 FIGURA 5.32 – Conexão visual interior/exterior na face norte do edifício, com a cafeteria e arquibancada externa............119 FIGURA 5.33 – Fachada em vidro voltada para praça central do edifício...............................................................................................120 FIGURA 5.34 – Fachada em vidro voltada para Avenida Higienópolis...........................................................................................121 FIGURA 5.35 – Detalhamento brises móveis da fachada.......121

FIGURA 5.19 – Escadaria circular laranja......................................113

FIGURA 5.36 – Diagrama de instalação do telhado verde.....122

FIGURA 5.20 – Cinema ao ar livre com arquibancada verde e espaço para foodtrucks.........................................................................114

FIGURA 5.37 – Detalhamento das camadas do telhado verde.......................................................................................................122

FIGURA 5.21 – Acesso em nível pela Rua da Lapa..................114

FIGURA 5.38 – Praça superior com lanternim e letreiro BPL identificando o uso do edifício...........................................................123

FIGURA 5.22 – Perspectiva esquina Avenida Higienópolis e Rua Aminthas de Barros........................................................................115 FIGURA 5.23 – Nichos e espaços de permanência no pátio de exposições temporárias................................................................114 FIGURA 5.24 – Acesso facilitado ao longo da Avenida Higienópolis............................................................................................................116

FIGURA 5.39 – Perspectiva entrada da biblioteca, pé direito duplo com lanternim...............................................................................124 FIGURA 5.40 – Detalhamento lanternim biblioteca, com painéis fotovoltaicos, possibilitando a saída do ar quente..............125 FIGURA 5.41 – Separação do edifício em dois blocos..............125

FIGURA 5.25 – Floreiras, com vegetação, funcionando como bancos...................................................................................................116

FIGURA 5.42 – Vista da cafeteria para a praça central do edifício.....................................................................................................126

FIGURA 5.26 – Arquibancada área externa do edifício............116

FIGURA 5.43 – Cafeteria com destaque na fachada para Avenida Higienópolis.....................................................................................127


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FIGURA 5.44 – Livraria com vitrine para área externa da biblioteca......................................................................................................126

FIGURA 5.61 – Fachada norte envidraçada para praça cen27 tral.................................................................................................134

FIGURA 5.45 – Área para exposições com mobiliários flexíveis (área silenciosa)................................................................................128

FIGURA 5.62 – Fachada norte envidraçada para cinema ao ar livre.............................................................................................................134

FIGURA 5.46 – Setor infantil da biblioteca (área com ruídos).....................................................................................................128

FIGURA 5.63 – Iluminação e placas de sinalização auxiliando na orientabilidade dos usuários.........................................................134

FIGURA 5.47 – Corte com setorização da biblioteca............128

FIGURA 5.64 – Diferenciação de pisos auxiliando na orientabilidade...........................................................................................................135

FIGURA 5.48 – Cabines de empréstimo/devolução e de videochamadas..............................................................................................129 FIGURA 5.49 – Sala multimídia...........................................................129 FIGURA 5.50 – Ateliê de Artesanato..................................................129 FIGURA 5.51 – Entrada do setor infantil, nichos sociofugais ao fundo......................................................................................................130 FIGURA 5.52 – Área de convívio com nichos sociofugais......130 FIGURA 5.53 – Área de exposições com sofás sociopetais.......131 FIGURA 5.54 – Cave Space...................................................................132 FIGURA 5.55 – Área de convívio com mobiliários flexíveis.....132 FIGURA 5.56 – Sala de Workshop com mobiliários flexíveis....132 FIGURA 5.57 – Detalhamento do corrimão da rampa com rodapé iluminado..............................................................................................133 FIGURA 5.58 – Escadaria com arquibancada com pé direito duplo..............................................................................................................133 FIGURA 5.59 – Rampa circular laranja com pé direito duplo.................................................................................................133 FIGURA 5.60 – Fachada sul envidraçada para Rua Aminthas de Barros......................................................................................................134

FIGURA 5.65 – Numeração de salas auxiliando na orientabilidade..........................................................................................................135 FIGURA 5.66 – Acervo geral..............................................................136 FIGURA 5.67 – Vista área do edifício............................................138 FIGURA 5.68 – Rampa circular laranja...........................................138 FIGURA 5.69 – Detalhamento estrutural e de piso do edifício.......................................................................................................139 FIGURA 5.70 – Fachada sul do edifício com destaque para os pilares de sustentação............................................................................139


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LISTA DE TABELAS


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TABELA 2.1 – Comparação entre os espaços das bibliotecas tradicionais e atuais...................................................................................49 TABELA 4.1 – Análise da Lei Municipal Nº 12.236 de 29/0 1/2015..................................................................................................96 TABELA 5.1 – Sugestão de dimensionamento para centros de cultura....................................................................................................104 TABELA 5.2 – Programa de Necessidades e Pré-dimensionamento do Setor de Acessos, Área de Convívio e Setor Infanto-juvenil....................................................................................106 TABELA 5.3 – Programa de Necessidades e Pré-dimensionamento dos Espaços Multiusos, Setor Geral de Atendimento ao Público e Auditório....................................................................107 TABELA 5.4 – Programa de Necessidades e Pré-dimensionamento do Setor Administrativo e Serviço.......................................108 TABELA 5.5 – Capacidade de volumes por estantes simples..137 TABELA 5.6 – Quadro de Áreas.........................................................139


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SUMÁRIO


1. INTRODUÇÃO........................................................................................35 31 2. FUNDAMENTAÇÃO TEMÁTICA.....................................................37 2.1 Conceituação, Histórico E Evolução Espacial Das Bibliotecas................................................................................................38 2.1.1 Conceituação de Biblioteca Pública....................44 2.2 Edifícios de Bibliotecas no Cenário Brasileiro............... 45 2.3 O Futuro das Bibliotecas no Cenário Tecnológico......49 2.4 Estudos das Interações Homem e Ambiente Construído.....................................................................................................51 2.4.1 Espaço Pessoal ............................................................52 2.4.2 Territorialidade e Identidade de Lugar...............55 2.4.3 Wayfinding e Sinalética..........................................58 2.5 Considerações do Capítulo...................................................60 3. ANÁLISE DE CORRELATOS..............................................................63 3.1 Referência Conceitual..............................................................64 3.2 Referência Contextual.............................................................66 3.3 Referência Ambiental..............................................................68 3.4 Referência Funcional...............................................................70 3.5 Referência Estético-Compositiva........................................74 3.6 Referência Técnico-Construtiva...........................................78 3.7 Considerações do Capítulo...................................................80 4. CONTEXTO DA PROBLEMÁTICA..................................................83 4.1 Interpretação da Realidade..................................................84 4.1.1 Avenida Higienópolis...............................................86 4.2 Perfil do Usuário Alvo.............................................................88 4.3 Seleção do Terreno..................................................................88 4.4 Estudo de Viabilidade............................................................90 4.4.1 Localização...................................................................90 4.4.1.1 Aspectos Relativos ao Entorno................92 4.4.2 Análise Gráfica do Terreno..................................94 4.5 Legislação Específica do Terreno......................................96


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5. DIRETRIZES DE PROJETO..............................................................99 5.1 Conceito ..................................................................................100 5.2 Partido Arquitetônico.........................................................101 5.3 Programa de Necessidade e Pré-Dimensionamento.........................................................................................................104 5.3.1 Funcionograma........................................................109 5.3.2 Organograma ..........................................................110 5.3.3 Fluxograma................................................................111 5.4 Memorial de Projeto............................................................112 5.4.1 Contextual..................................................................112 5.4.2 Ambiental...................................................................120 5.4.3 Funcional.....................................................................125 5.4.4 Estético-Compositivo.............................................138 5.4.5 Técnico-Construtivo................................................139 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................141 REFERÊNCIAS...........................................................................................143 APÊNDICES..............................................................................................151 Apêndice A - Prancha Síntese....................................................153 Apêndice B - Prancha 1................................................................155 Apêndice C - Prancha 2................................................................157 Apêndice D - Prancha 3................................................................159 Apêndice E - Prancha 4................................................................161


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1 INTRODUÇÃO


FUNDAMENTAÇÃO TEMÁTICA Este trabalho reúne estudos sobre arquitetura cultural, com foco nas bibliotecas, trazendo uma sequência de capítulos com textos e ilustrações que tem o objetivo de compreender e discutir as funções das mesmas no cenário contemporâneo, a fim de desenvolver um anteprojeto de uma biblioteca pública para o município de Londrina, que enquadre-se nesse cenário e onde aplique-se conceitos da psicologia ambiental e coloque-se o usuário como elemento primordial. O desenvolvimento desse trabalho deu-se pela percepção de que a atual Biblioteca Municipal de Londrina localiza-se em um local adaptado e impossibilitado de expansão e flexibilidade, devido a configuração rígida da edificação em que se encontra - antigo Fórum de Londrina. Segundo Suaiden (1980) a biblioteca é a base fundamental do sistema educacional e cultural e, portanto, é imprescindível que o projeto se adapte as mudanças comportamentais que ocorrem dentro e fora delas, integrando aos espaços tecnologias e cultura.

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conceitos da psicologia ambiental que influenciam o desenvolvimento do trabalho. O terceiro capítulos analisa cinco obras correlatas de acordo com seis parâmetros distintos: conceitual, contextual, ambiental, funcional, estético-compositivo e técnico-construtivo, apontando pontos positivos e negativos de cada projeto, discutindo as diversas soluções adotadas nos diferentes parâmetros analisados, funcionando como ampliação de repertório e base para o desenvolvimento do projeto a ser elaborado. No quarto capítulo será exposto um breve histórico do município de Londrina-PR, demonstrando a evolução da cidade com o passar dos anos e contextualizando o projeto em estudo. Ainda será discutido o local da implantação do projeto e feito um estudo sobre as condicionantes ambientais do terreno selecionado.

O trabalho desenvolveu-se em seis capítulos, sendo que o primeiro deles apresenta um panorama geral do trabalho que será apresentado a seguir com detalhes.

O quinto capítulo aborda as diretrizes projetuais estabelecidas, isto é, o conceito do projeto e seus desdobramentos, expressados por meio de diagramas de partido, funcionograma, organograma e fluxograma, chegando a um memorial descritivo das soluções adotadas no projeto da Biblioteca Pública de Londrina-PR.

O segundo capítulo apresenta a pesquisa bibliográfica e traz embasamento teórico para a realização do projeto, abordando as alterações que ocorreram nas bibliotecas ao longo dos séculos, assim como

Por fim, o último capítulo, conclui o trabalho apresentando as considerações finais e abordando os resultados alcançados com esse projeto.


36

2

FUNDAMENTAÇÃO TEMÁTICA


FUNDAMENTAÇÃO TEMÁTICA Este capítulo tem como principal objetivo trazer embasamento teórico e entendimento das alterações conceituais, espaciais e funcionais que ocorreram nas bibliotecas desde seu surgimento até os dias de hoje, dando ênfase em questões da psicologia ambiental, como territorialidade e wayfinding. De acordo com Barbalho (2000, p. 11), “[...] o motivo que o leva [usuário] a entrar na biblioteca é expresso pelo trajeto que ele faz até encontrar a solução de seu problema informacional e que o mesmo é influenciado pela disposição espacial interna e externa”. O primeiro conteúdo discutido, Conceituação, Histórico e Evolução Espacial das Bibliotecas, apresenta a evolução dessas instituições, através de uma linha do tempo, que demostra as mudanças que ocorreram nas bibliotecas desde seu surgimento até a atualidade, no cenário tecnológico que vivemos hoje. O segundo conteúdo abordado, Edifícios de Bibliotecas no Cenário Brasileiro, diz respeito a evolução histórica das bibliotecas no Brasil, apresentando quais foram as principais instituições responsáveis pelo crescimento das mesmas e fazendo um breve panorama de propostas de qualidade no país.

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O terceiro conteúdo, O Futuro das Bibliotecas no Cenário Tecnológico, discorre sobre o novo conceito de bibliotecas que surgiu no século XIX e quais são as diferenças espaciais que devem ser consideradas para esse novo cenário. O quarto conteúdo, Estudos das Interações Homem e Ambiente Construído, apresenta a importância da psicologia ambiental nas propostas de edifícios de bibliotecas, com foco no espaço pessoal, na territorialidade, na identidade de lugar e no wayfinding, pois quando bem aplicados atraem um maior fluxo de usuários para o edifício e gera vínculos positivos entre o indivíduo e o espaço. E, por fim, as Considerações do Capítulo demostram a importância da biblioteca pública, assim como de todas as informações analisadas ao longo do capítulo, que servirão como base para o desenvolvimento projetual de uma Biblioteca Pública para Londrina, no Paraná.


38

2.1

CONCEITUAÇÃO, HISTÓRICO E EVOLUÇÃO ESPACIAL DAS BIBLIOTECAS

O termo biblioteca na língua latina, tem origem do grego biblionthêke, que é composto por dois radicais gregos biblion, livro e thêke, depósito (HOUAISS, 2001), ou seja, depósito de livros. A biblioteca surgiu cumprindo essa função de armazenar livros, com acesso restrito e associada aos museus, como é o caso da Biblioteca de Alexandria, porém foi apenas no Império Romano que ela assumiu também o papel de disseminar informações (BOTH, 2012). No Renascimento, com o surgimento da imprensa, o acesso a informações foi facilitado, o que contribuiu com o aumento da quantidade de bibliotecas, mas somente em 1710 foi construída a primeira biblioteca totalmente autônoma e desvinculada de outros edifícios, a Biblioteca de Wolfenbuttel em Berlim na Alemanha (BOTH, 2012).

Na linha do tempo, apresentada a seguir, é possível observar as mudanças espaciais e formais nas bibliotecas, que ocorrem de forma mais intensa entre os séculos XVIII e XX, principalmente por conta dos avanços tecnológicos, proporcionando a criação de novas técnicas e materiais construtivos que resultaram na biblioteca moderna do século XX. Outras grandes mudanças aconteceram no século XIX quando surgiram as bibliotecas contemporâneas, que incorporaram novos conceitos, usos e espaços mais flexíveis, priorizando o usuário.

FIGURA 2.1: Interior da Biblioteca de Alexandria, uma das mais significativas bibliotecas da antiguidade . Fonte: BOTH, 2012, p.16.


2.1

FUNDAMENTAÇÃO TEMÁTICA

39


FIGURA 2.2: Ruínas da Biblioteca de Alexandria. Fonte: DAHMER, 2012. | FIGURA 2.3: Interior da Biblioteca de Laurenziana. Fonte: REBELO, 2012, p. 32. | FIGURA 2.4: Croqui planta baixa e corte da Biblioteca de Laurenziana. Fonte: A AUTORA, 2020, s/p. | FIGURA 2.5: Interior da Biblioteca de Ambrosiana. Fonte: REBELO, 2012, p. 34. | FIGURA 2.6: Croqui planta baixa e corte da Biblioteca de Ambrosiana. Fonte: A AUTORA, 2020, s/p. |

LINHA DO TEMPO¹ ANTIGUIDADE

BIBLIOTECA DE ALEXANDRIA EGITO 2.2 • Associada ao edifício de um museu. • Abrigava o maior acervo bibliográfico, científico e cultural da época (Figura 2.2) • Acesso restrito • Leitura feita em pé • Espaços abertos com abóbadas

BIBLIOTECA DE AMBROSIANA MILÃO - ITÁLIA

2.6

• Iluminação zenital • Um único ambiente coberto por uma abóbada de berço (Figura 2.5 e 2.6) • Simetria, ritmo e eixo 2.5

XVI

XVII

2.3 2.7

• Intensa racionalização, ocasionando grandes mudanças na organização dos espaços • Propagação de informações e conhecimentos por conta da invenção da imprensa, que resultou em um aumento das construções de bibliotecas

RENASCIMENTO

40 40

BIBLIOTECA DE LAURENZIANA FLORENÇA - ITÁLIA • Arquiteto: Michelangelo Buonarroti • Interior ricamente trabalhado como uma fachada • Sala de leitura com geometria retangular e iluminação nas paredes laterais • Simetria e ritmo • Corredor central cercado por estantes (Figura 2.3 e 2.4)

2.4


FIGURA 2.7: Esquema cúpula assente ao cubo na fachada da Biblioteca Wolfenbüttel. Fonte: EDWARDS, 2009, p. 19. | FIGURA 2.8: Planta baixa da Biblioteca Wolfenbüttel. Fonte: REBELO, 2012, p. 38. | FIGURA 2.9 Primeira Biblioteca Pública do Brasil em Salvador. Fonte: GUIA GEOGRÁFICO, 200-?, s/p. | FIGURA 2.10: Planta baixa da Biblioteca Modelo de Leopoldo Della Santa. Fonte: REBELO, 2012, p. 42. | FIGURA 2.11 e 2.12: Vista interior e planta baixa da Biblioteca de San Genevive. Fonte: REBELO, 2012, p. 44. | FIGURA 2.13: Vista interior da Biblioteca Nacional de Paris. Fonte: EICHENBERG, 2017, s/p.

41 41

2.11

2.8

2.9

2.10

2.12

Entre esse séculos, foi-se desenvolvendo novas técnicas e materiais construtivos com o advento da tecnologia, como o ferro e o concreto estrutural, que proporcionaram que as bibliotecas se libertassem das antigas limitações, como o comprimento dos vãos e aberturas das janelas. Assim houve mais fluidez das formas, preocupação com o conforto ambiental e uma priorização dos usuários.

EVOLUÇÃO PARA A BIBLIOTECA MODERNA XVIII

XIX

1811

BIBLIOTECA WOLFENBÜTTEL BERLIM - ALEMANHA • Arquiteto: Herman Korb • Primeira biblioteca totalmente autônoma • A composição da forma da biblioteca é de uma cúpula inserida em um cubo permitindo a iluminação zenital sobre as salas de leitura e consulta (Figura 2.7 e 2.8)

XX

1816

1ª BIBLIOTECA PÚBLICA BIBLIOTECA MODELO DE DO BRASIL - SALVADOR LEOPOLDO DELLA SANTA • Surgiu a partir de uma • Propôs uma biblioteca ideal dividida em 3 setores: administrativo, sala de inciativa privada para leitura e armazenamento (Figura 2.10) um público seleto • Biblioteca reconhecida • Prioriza a função em detrimento da estética como “templo do saber” • Seu exterior é de estilo • A Biblioteca de San Genevive, em Paris na França, foi inspirada nesse modelo. eclético, com base, cor• Não existe mais cúpula, nem ilumipo e coroamento (Figura nação zenital (Figura 2.11) 2.9) • Possui ritmo e simetria (Figura 2.12)

1 Essa linha do tempo foi desenvolvida pela autora e pela estudante Beatriz Nicoli de Almeida, 2020. Os autores de referência para a produção da linha do tempo foram: EDWARDS, 2009; REBELO, 2012; SOUSA, 2012; SOUZA, 2018; OLIVEIRA, 1994; BIBLIOTECA CENTRAL DE SEATTLE, 2014; MERIN, 2017;

1875

BIBLIOTECA NACIONAL DE PARIS - FRANÇA • Exemplo das inovações das técnicas construtivas, utilizando ferro fundido (Figura 2.13) 2.13


2.14

FIGURA 2.14 e 2.15: Fachada, corte e planta baixa da Biblioteca de Estocolmo. Fonte: REBELO, 2012, p. 50. FIGURA 2.16 e 2.17: Vistas aéreas e planta baixa da Biblioteca de Viipuri. Fonte: REBELO, 2012, p. 54 e 56. FIGURA 2.18 e 2.19: Fachada e planta baixa da Biblioteca Phillips Exeter. Fonte: REBELO, 2012, p. 64 e 66.

BIBLIOTECA CONTEMPORÂNEA

LINHA DO TEMPO¹

42 42

2.16

2.17

2.15

Parte das mesmas ideias espaciais da biblioteca moderna, unindo ainda mais os espaços, com ambientes mais atrativos e flexíveis, que estimulam a interação entre os usuários e a troca de informações. Os edifícios se tornam mais heterogêneos contendo uma diversidade de usos, que se divide entre áreas de silêncio e áreas com múltiplas funções.

XXI

XX

2.18 1928

BIBLIOTECA DE ESTOCOLMO SUÉCIA • Arquiteto: Gunnar Asplund • Troca a cúpula pelo cilindro (Figura 2.14) • Remove todos os ornamentos clássicos • Formas geométricas puras • Centralidade da sala de leitura tendo o usuário no “centro do conhecimento” (Figura 2.15)

1933

BIBLIOTECA PÚBLICA DE VIIPURI - RÚSSIA • Arquiteto: Alvar Aalto • Exteriormente demonstra a separação funcional interna (Figura 2.16) • Planos envidraçados • Separação dos espaços de serviço e administrativo, linhas ortogonais; espaços de leitura, formas orgânicas (Figura 2.17)

1972

BIBLIOTECA DA PHILLIPS EXETER ACADEMY ESTADOS UNIDOS • Arquiteto: Louis Kahn • Seu exterior é composto por um único volume prismático revestido de tijolos para se integrar com os edifícios do entorno (Figura 2.18) • Solucionou a planta de forma centralizada, de- 2.19 marcando três espaços: periférico, dedicado a leitura; espaço intermediário, onde guardam os livros; grande espaço central, onde os leitores se reúnem (Figura 2.19) • Todas as fachadas tem desenho regular, simétrico e uma divisão em base, corpo e remate.

1 Essa linha do tempo foi desenvolvida pela autora e pela estudante Beatriz Nicoli de Almeida, 2020. Os autores de referência para a produção da linha do tempo foram: EDWARDS, 2009; REBELO, 2012; SOUSA, 2012; SOUZA, 2018; OLIVEIRA, 1994; BIBLIOTECA CENTRAL DE SEATTLE, 2014; MERIN, 2017;


FIGURA 2.20 e 2.21 Fachada e planta baixa Biblioteca de Cottbus. Fonte: MERIN, 2017, s/p. FIGURA 2.22: Fachada Biblioteca de Seattle. Fonte: REBELO, 2012, p. 82. FIGURA 2.23 e 2.24: Fachada e planta baixa Biblioteca São Paulo. Fonte: BIBLIOTECA SÃO PAULO, 2012, s/p. FIGURA 2.25 e 2.26: Vista externa e interna da Biblioteca Sem Acervo. Fonte: SOUZA, 2018, s/p.

BIBLIOTECA DE COTTBUS ALEMANHA • Arquiteto: Herzog e Meuron • Uma edificação que se assemelha a uma “ameba” • Curvo, envidraçado, com padrão abstrato na fachada, de letras que se sobrepõem para representar a literatura armazenada (Figuras 2.20 e 2.21) • Observasse que o exterior reflete o interior, possuindo uma organização de salas de leitura de diferentes tamanhos.

BIBLIOTECA DE SEATTLE ESTADOS UNIDOS

BIBLIOTECA SÃO PAULO BRASIL

BIBLIOTECA SEM ACERVO TÓQUIO - JAPÃO

• Arquiteto: Rem Kolhaas (OMA) • Exemplo de um novo conceito tecnológico de bibliotecas “sem paredes” • A execução desse conceito só foi possível graças às tecnologias da construção, que possibilitou a criação de grandes pisos onde podem se desenvolver diversos tipos de atividades (Figura 2.22) • Funciona como um centro comunitário e facilita o acesso as informações por meio das mídias digitais

• Arquiteto: Aflalo e Gasperini • Referência brasileira • Planta retangular com formas puras (Figuras 2.23 e 2.24) • Projetada como livraria • Foco sai do livro e vai para as tecnologias da informação • Inserida em uma área degradada, teve forte impacto urbano • Flexibilidade de layout com mobiliários flexíveis

• Estudante brasileiro: Alexandre R. Biselli • Novo conceito de biblioteca que surgiu de um concurso • Composto por grandes espaços de leitura e trabalho e bancas de café (Figuras 2.25 e 2.26) • Não há acervo, mas o usuário tem a possibilidade de imprimir seu próprio material • Cada usuário leva seu próprio dispositivo de estudo

2004

2.20

2.21

43 43

2004

2.22

2010

2.23

2.24

2018

2.25

2.26


44 44

2.1.1 Conceituação de Biblioteca Pública

Ao longo de todo processo novas tipologias de bibliotecas foram surgindo, como por exemplo, a biblioteca universitária, escolar, nacional, parque, entre outras. No entanto, nessa pesquisa será abordada a Biblioteca Pública que “[...] restringe-se à instituição mantida financeiramente pelo governo federal, estadual ou municipal, preferencialmente” (MEDEIROS, 2010, p.13). Milanesi (1995, p. 14) diz que “[...] cada biblioteca serve um determinado público. Quanto mais heterogêneo for esse público, mais diversificado será o acervo – como é o caso da biblioteca pública” que atende a todos os públicos. Segundo Suaiden (1980) a biblioteca pública é indispensável para a formação educacional e cultural da comunidade, sendo, portanto, de extrema importância para toda sociedade. De acordo com a Fundação Biblioteca Nacional (FBN): O conceito de biblioteca pública baseia-se na igualdade de acesso para todos, sem restrição de idade, raça, sexo, status social etc. e na disponibilização à comunidade de todo tipo de conhecimento. Deve oferecer todos os gêneros de obras que sejam do interesse da comunidade a que pertence, bem como literatura em geral, além de informações básicas sobre a organização do governo, serviços públicos em geral e publicações oficiais. [...]

Além disso, uma biblioteca pública deve constituir-se em um ambiente realmente público, de convivência agradável, onde as pessoas possam se encontrar para conversar, trocar ideias, discutir problemas, auto instruir-se e participar de atividades culturais e de lazer (FBN, 2010, p. 18).

No entanto, para uma biblioteca ser considerada verdadeiramente pública, deve cumprir quatro funções: educacional, informacional, cultural e recreativa. As duas últimas funções surgiram apenas no século XX com o Manifesto da UNESCO (IFLA/UNESCO, 1994) e entendem a biblioteca como um local que deve oferecer entretenimento por meio da leitura, estimulando esse hábito e despertando o interesse para o empréstimo de livros (ALMEIDA JÚNIOR, 2013). Nesse sentido Medeiros (2010, p.13) afirma que as bibliotecas: São instituições que se aproximam cada vez mais da condição de espaços plurais, oferecendo serviços que atendam à diversidade social e cultural de seus países. Elas acompanham as expectativas da comunidade e as suprem no acesso ao conhecimento, cuja necessidade muitas vezes não tinha sido sequer destacada nesta nova sociedade da informação.


2.2

EDIFÍCIOS DE BIBLIOTECAS NO CENÁRIO BRASILEIRO

A primeira biblioteca pública no Brasil, surgiu em 1811 em Salvador na Bahia, nascendo de uma iniciativa individual e particular, sendo destinada a elite letrada e não a população geral, que era em sua maioria analfabeta (OLIVEIRA, 1994). No início, a biblioteca pública brasileira preocupou-se apenas em preservar e armazenar os documentos e os livros, mas com o estímulo à cultura, impulsionado pela Semana de Arte Moderna de 1922, criou-se o Instituto Nacional do Livro em 1937, que tinha como objetivo promover o hábito da leitura e era o responsável pela propagação do livro e da biblioteca pública no país (ALMEIDA JÚNIOR, 2013; OLIVEIRA, 1994). Em 1961, Jânio Quadros implementou o Serviço Nacional de Bibliotecas que contribuiu para aumento significativo do número de bibliotecas públicas no Brasil (ROSA, 2018). No cenário atual, o Brasil é carente de bibliotecas contemporâneas de qualidade, mas como um bom exemplo nacional pode-se citar a Biblioteca de São Paulo² (Figura 2.27) do Aflalo/Gasperini Arquitetos. O projeto, inaugurado em 2010, tem 4.527m² e possui geometria regular com fechamento em placas de concreto pré-moldado com acabamento texturizado e iluminação zenital. A obra que foi inserida em uma área degradada, antigo Complexo Presidiário do Carandiru, teve um forte

FIGURA 2.27: Fachada Biblioteca São Paulo. Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.

45

impacto urbano atraindo usuários de toda a cidade. Além disso, o edifício possui flexibilidade de layout interno, possuindo a maioria dos equipamentos móveis (BIBLIOTECA SÃO PAULO, 2012). 2.27


46

FUNDAMENTAÇÃO TEMÁTICA

Já no cenário estadual, uma grande referência contemporânea é a Biblioteca Central Universidade Positivo (Figuras 2.28 e 2.29), projetada pelo arquiteto Manoel Coelho) no ano de 2001 em Curitiba. A obra, inaugurada em 2002 com 6.300m², explorou a relação do edifício com a paisagem externa, trazendo um convite à contemplação dos belos visuais para o lago (BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE POSITIVO, 2017). Outra referência estadual é a Biblioteca Pública do Paraná - BPP (Figuras 2.30, 2.31, 2.32 e 2.33), projetada pelo engenheiro Romeu Paulo da Costa em 1954. Um exemplo da arquitetura moderna que foi recentemente revitalizada pelo escritório Manoel Coelho Arquitetura e Design em 2012. 2.28

2.30

2.29

2.31

FIGURA 2.28: Fachada da Biblioteca Central da Universidade Positivo. | FIGURA 2.29: Interior da Biblioteca Central da Universidade Positivo. Fonte: BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE POSITIVO, 2017, s/p. | FIGURA 2.30: Fachada da Biblioteca Pública do Paraná. Fonte: BIBLIOTECA PÚBLICA DO PARANÁ, 2019, s/p. | FIGURA 2.31: Projeto da nova BPP. Fonte: NOVA BIBLIOTECA, 2020, s/p.


2.32

2.33

47

Em Curitiba, um exemplo de ambiente para crianças em bibliotecas é a Biblioteca Escola Umbrella, projetada pelo escritório Savana Lazaretti Arquitetura e Design Sensorial em 2020, o espaço com apenas 115m² foi concebido com o intuito de criar um ambiente lúdico, sensorial e na escala dos usuários (Figuras 2.34, 2.35 e 2.36). 2.34

2.35

2.36

FIGURA 2.32: Biblioteca Pública do Paraná: Proposta Estar Café. | FIGURA 2.33: Proposta Estar Jogo. | Fonte: NOVA BIBLIOTECA, 2020, s/p. | FIGURAS 2.34 2.35 e 2.36: Biblioteca Escola Umbrella: áreas de leitura e nicho. Fonte: BIBLIOTECA DA ESCOLA UMBRELLA, 2020, s/p.


48

FUNDAMENTAÇÃO TEMÁTICA

No município de Foz do Iguaçu, podemos destacar a construção da nova biblioteca do Parque Tecnológico Itaipu (PTI), Biblioteca Paulo Freire, projetada pelo escritório 3C Arquitetura e Urbanismo em 2014, junto às ruínas dos antigos alojamentos dos construtores de Itaipu (Figuras 2.37, 2.38 e 2.39). O sítio escolhido para sua implantação tem simbolismo ímpar com a presença de um dos mais preservados registros da épica construção de Itaipu, na forma dos alojamentos dos barrageiros. Mesmo se encontrando em ruínas, o prédio ainda preservava várias das suas características originais e representava singularmente a história daquele local desde os anos 1970 (BIBLIOTECA PAULO FREIRE, 2014, s/p.).

2.37

Quando analisada a escala regional³, não se encontra expressão arquitetônica relevante e reconhecida de bibliotecas contemporâneas e a grande maioria delas são edifícios adaptados, que não foram idealizados para esse uso. “Os espaços das unidades de informação assumem hoje um papel inovador e interventivo no apoio às atividades de investigação, no auxílio ao conhecimento e na proximidade com os usuários” (SGODA, 2016, p. 18).

2.39

2.38

FIGURA 2.37: Fachada Biblioteca Paulo Freire | FIGURA 2.38: Estrutura de madeira desenvolvida pelo engenheiro Ms. Everaldo Pletz. | FIGURA 2.39: Diagrama da Biblioteca Paulo Freire. | Fonte: BIBLIOTECA PAULO FREIRE, 2014, s/p

3 Analises aprofundadas sobre a escala local serão abordadas no contexto da problemática no capítulo 4


2.3

O FUTURO DAS BIBLIOTECAS NO CENÁRIO TECNOLÓGICO

O advento das tecnologias, principalmente a digitalização e a internet, trouxe a possibilidade da redução física dos acervos das bibliotecas e o desafio de organizar volumes cada vez maiores de publicações. A partir da introdução dos meios digitais nas bibliotecas, surgiram os acervos online, que permitiram um acesso rápido, fácil, preciso e seguro às informações (MILANESI, 2013). Da mesma forma que a fotografia não desapareceu, mas se aperfeiçoou com os recursos digitais, com a biblioteca pública ocorrerá o mesmo. A sua função básica – prestar informações necessárias à coletividade – permanece e, com os novos recursos, poderá ser incrementada (MILANESI, 2013, p. 68-69).

Tabela 2.1 - Comparação entre os espaços das bibliotecas tradicionais e atuais BIBLIOTECA TRADICIONAL BIBLIOTECA MODERNA Escadaria e hall de entrada Entradas no nível da rua, intimidante como lojas comerciais Não atende a pessoas com Boa acessibilidade necessidades especiais Átrios e terraços com Domos e salões ovais cafés Escadas rolantes e Galerias e mezaninos elevadores Iluminação natural com Átrios para iluminação clerestórios natural Acesso restrito ao acervo

Para o autor, a trilogia essencial do futuro das bibliotecas públicas é informar, discutir e criar informações. O verbo informar pode ser feito de forma virtual, mas graças aos verbos discutir e criar, a biblioteca continuará necessitando de espaços físicos, porém com configurações físicas diferenciadas, incorporando novos usos e espaços, e com foco principal não mais no acervo, mas sim nos locais de interação entre os usuários e trocas de informações, conforme Tabela 2.1. De acordo com Sousa (2012, p. 1), o espaço físico da biblioteca pública "representa a possibilidade de acesso à informação para pessoas que de outro modo não a teriam” e, por este motivo, deve continuar existindo, adquirindo também uma função social e evoluindo para “uma instituição híbrida com acervo impresso e virtual”, que oferece serviços variados.

Estantes altas e inacessíveis Templo do conhecimento

Acesso livre ao acervo Estantes na escala do usuário Uma sala de estar na cidade

Mobiliário institucional

Mobiliário doméstico

Edifício de uso exclusivo

Espaço compartilhado com outras funções

Projeto e circulação hierarquizada

Planta livre

Posto de leituras individuais

Salas para seminários e ambientes de informática

Espaço defensivo

Espaço em rede

Bibliotecários como detentores do conhecimento

Bibliotecários como guias do conhecimento Cultura do respeito mútuo

A regra do silêncio

Fonte: SOUSA, 2012, p. 6, editada pela autora.

49 49


50

FUNDAMENTAÇÃO TEMÁTICA

2.41

Um exemplo interessante de biblioteca pública fazendo parte de um plano maior para fortalecer e intensificar o centro da cidade e seu papel social com o bairro adjacente, composto por 42 unidades de habitação social, pode-se destacar a Spijkenisse Book Mountain (Figura 2.40. 2.41 e 2.42), projetada pelo escritório MVRDV em 2003. A biblioteca possui uma rota de 480 metros, forrada com estantes de livros – montanha dos livros. “Habitação e biblioteca compartilham materialidade comum, espaço público e tecnologia ambiental” (ROSENFIELD, 2012, s/p.). A arquitetura, modificadora do espaço e da paisagem, deve atender social e esteticamente às necessidades humanas. Portanto, podemos entender que a função social do arquiteto está primordialmente ligada à elaboração de uma arquitetura adequada à sua realidade (SOARES, 2013, p. 13).

2.40

2.42

FIGURA 2.40, 2.41 e 2.42: Spijkenisse Book Mountain: Estantes de livros e áreas de estudo | Fonte: ROSENFIELD, 2012, s/p. FIGURA 2.43: O ambiente afetando o comportamento. Editado pela autora. | FIGURA 2.44: O comportamento afetando o ambiente. Editado pela autora. | Fonte: FONSECA, 2004, p. 39.


2.4

ESTUDOS DAS INTERAÇÕES HOMEM E AMBIENTE CONSTRUÍDO

O estudo da pessoa em seu contexto é o tema central da psicologia ambiental, visando a compreensão da inter-relações entre os espaços (meio ambiente físico e social) e o comportamento humano (MOSER, 1998; CORRAL VERDUGO, 2005). Esse conhecimento se mostra extremamente relevante, principalmente para a concepção de novas edificações, cujo foco deve ser a qualidade de vida de seus usuários.

2.43

O comportamento do indivíduo no espaço é gerado pelas suas particularidades e pela percepção do ambiente, que são comportamentos influenciados pelos estímulos ambientais (RANGEL; MONT’ALVÃO, 2015, p. 04). Okamoto (2002) adverte que os espaços devem beneficiar o comportamento do usuário, atendendo mais do que apenas suas necessidades básicas, pois a arquitetura deve atender os anseios do ser humano. As características do ambiente podem dificultar ou facilitar a realização das atividades, pois deve-se considerar a diversidade humana. [...] “Quando um ambiente físico responde às necessidades dos usuários tanto em termos funcionais (físico/ cognitivos) quanto formais (psicológicos), certamente terá um impacto positivo na realização das atividades” (VILLAROUCO; ANDRETO, p. 524). A resposta aos estímulos provenientes do meio se dá através da percepção, ou seja, é captada através dos sentidos humanos, mecanismos de interface com a realidade (OKAMOTO, 2002). A psicologia ambiental tem como papel fundamental garantir uma boa experiência do usuário no ambiente, portanto, torna-se coerente destacar conceitos e elementos arquitetônicos que os incorporam, como: espaço pessoal, territorialidade, identidade de lugar, wayfinding⁴ e sinalética. 4 Wayfinding pode ser traduzido para o português como navegabilidade ou navegação no ambiente e será abordado no subcapítulo 2.4.3

2.44

51


52

52

2.4.1 Espaço Pessoal

Espaço pessoal é a zona carregada de conteúdos emocionais em volta do corpo humano que as pessoas sentem como sendo “seu espaço”, um território portátil que representa uma margem de segurança (SOMMER, 2018). O espaço pessoal não possui limites visíveis e nem dimensões fixas, que variam dependendo dos estados internos, tipos de relacionamento, cultura, gênero, status e contexto em que o indivíduo está inserido, mas normalmente se configura no formato de uma ampulheta (Figura 2.45). A ampulheta demonstra que as pessoas normalmente toleram mais a presença de um estranho ao seu lado do que alguém diretamente a sua frente ou atrás, por exemplo. O grau de intimidade ou tipo de relacionamento é outro item que também afeta o espaço pessoal de cada indivíduo, por exemplo: a proximidade entre dois amigos será maior do que entre dois conhecidos, que por sua vez será maior do que entre dois estranhos (SOMMER, 2018). De modo geral, o povo brasileiro possui maior proximidade e interação, sem se sentir incomodado durante uma conversa, do que nos demais países. Porém, quando um indivíduo sente que sua “bolha”, isto é, que seu espaço pessoal foi invadido ele toma algumas medidas defensivas como: desviar ou se afastar do intruso; retirarse; reduzir movimentos e gestos; desviar o olhar; postura defensiva ou tensa, como ficar de braços cruzados (SOMMER, 2018).

2.45

Barros et al. (2005) defende que um ambiente confortável é aquele que permite o ajuste das distâncias interpessoais, variando de acordo com as circunstâncias e com a apropriação do usuário, situação que pode ser possibilitada com um ambiente amplo. Essa sensação de amplidão (Figuras 2.46 e 2.47) pode ser experimentada através de: iluminação abundante, materiais com cores claras, vista exterior, inexistência de cobertura e/ou fechamentos laterais ou pé direito alto, sendo o último item adequado para espaços com grande número de pessoas desconhecidas. Nesse ambiente, ainda é possível criar espaços com mais intimidade utilizando nichos formados com mobiliários ou delimitações.

FIGURA 2.45: Dimensionamento do Espaço Pessoal (Ampulheta). Fonte: A AUTORA, 2020. | FIGURA 2.46: Biblioteca Municipal Vila Franca de Xira: diferenciação de pé-direito | FIGURA 2.47: Nichos na Biblioteca Municipal Vila Franca de Xira. | FIGURA 2.48: Grande abertura triangula para o Rio Tejo | FIGURA 2.49: Esquema de volumetria da biblioteca. | Fonte: BIBLIOTECA MUNICIPAL VILA FRANCA DE XIRA, 2020, s/p.


FUNDAMENTAÇÃO TEMÁTICA A Biblioteca Municipal de Vila Franca de Xira, designada como “Fábrica de Palavras”, projetada pelo escritório Miguel Arruda Arquitectos Associados em Portugal é um exemplo de aplicação desse conceito, pois possui uma grande área envidraçada com 53 metros de altura, área de leitura e consulta multimídia, com níveis de isolamento e privacidade através de nichos e pisos sobrepostos de forma intencionalmente desalinhada, visando garantir contato visual claro entre os usuários e o espaço, conforme a figuras 2.46 e 2.47.

2.48

53

2.46 2.47

2.49

“Esse ‘espaço vertical’ é reforçado por uma ampla janela triangular (Figura 2.12) comum a todos os pisos, estabelecendo-se como uma chave de comunicação para o exterior enquanto exibe simultaneamente seu interior” (BIBLIOTECA MUNICIPAL VILA FRANCA DE XIRA, 2020, s/p.), contribui para o "ato de observar" a paisagem natural e urbana circundante (Figuras 2.48 e 2.49).


54

54

2.4.1 Espaço Pessoal

Existem ainda, segundo Barros et al. (2005), arranjos físicos que influenciam o espaço pessoal, são eles: arranjo sociopetal, aquele que propicia o contato social e o arranjo sociofugal, aquele que não propicia o contato social (Figura 2.50). Configurações sociofugais costumam desencorajar longas permanências e são mais apropriadas para pessoas que se encontram sozinhas e que não desejam interagir Seguindo essa ideia as autoras falam sobre nichos (Figuras 2.51 e 2.52), que podem ser configurados a partir de mobiliários e/ou estruturas físicas, como paredes e materiais de acabamento, proporcionando áreas de maior proteção, intimidade e interação social (Figura 2.52), em arranjos sociopetais (BARROS et al., 2005). Mobiliários e equipamentos flexíveis e adaptáveis (Figura 2.53), com rodízio por exemplo, são outros aliados para auxiliar nesse ajuste das distâncias interpessoais. Além disso, facilitam o desenvolvimento de diversas atividades com arranjos espaciais diferentes, de acordo com a necessidade de cada momento (BARROS et al., 2005). Barreiras visuais (Figura 2.54) e acústicas funcionam como uma segurança ou proteção para o usuário, dando maior privacidade, ou seja, possibilidade de o indivíduo controlar o contato de outro indivíduo consigo mesmo ou com seu ambiente ou de se reservar, permitindo uma comunicação limitada e protegida com pessoas de confiança. Essas barreiras podem ser feitas de diversas alturas, matérias e configurações, incluindo sociopetal e sociofugal. Alguns elementos, como o vidro, podem isolar acusticamente, mas continuar permitindo a visibilidade (CAVALCANTE; PINHEIRO, 2018; BARROS, 2005).

2.50

2.51

2.52

2.53

2.54

FIGURA 2.50: Espaço Sociopetal e Sociofugal. Fonte: A AUTORA, 2020, s/p. | FIGURA 2.51: Exemplos de nichos temporários.| FIGURA 2.52: Exemplo de nichos fixos. | Fonte: BARROS et al., 2005, p. 138 | FIGURA 2.53: Biblioteca Telles, Instituto Insper, São Paulo, 2018 (Escritório Perkins+Will e Athié Wohnrath) – nicho com arranjo sociopetal. Fonte: PERKINS+WILL, 2018, s/p. | FIGURA 5.54: Exemplos de barreiras visuais. Fonte: BARROS et al., 2005, p. 138. | FIGURA 5.55: Gradientes de intimidade. Fonte: ALEXANDER et al., 2013, p. 613


2.4.2 Territorialidade e Identidade de Lugar De acordo com Higuchi e Theodorovitz (2018, p.228), territorialidade “[...] trata de um padrão de conduta (intencional ou não, por parte de uma pessoa ou de um grupo) relativo à apropriação e posse de um lugar”, gerando afetividade e um sentimento de “estar em casa” e implicando em personalização, sinalização e defesa desse território. Existem vários tipos de territórios, como o público e o privado, que podem ser interpretados como coletivo e individual, respectivamente. No entanto, esses conceitos por vezes se confundem com espaços que abrangem ambos os termos e quando abordados em diferentes contextos e escalas (HERTZBERGER, 2015). Num sentido mais absoluto, podemos dizer: pública é uma área acessível a todos a qualquer momento; a responsabilidade por sua manutenção é assumida coletivamente. Privada é uma área cujo acesso é determinado por um pequeno grupo ou por uma pessoa, que tem a responsabilidade de mantê-la (HERTZBERGER, 2015, p. 12). Segundo Higuchi e Theodorovitz (2018), pode-se classificar os territórios em: primário, secundário/semipúblico e público. Território primário são lugares socializados, com marcas personalizadas, que expressa a personalidade de um indivíduo ou grupo. Ainda diz respeito a uma área de controle exclusivo e permanente, considerado refúgio pessoal, e onde todos os ocupantes reconhecem seus limites. Já os territórios secundários ou semipúblicos tratam de uma área

55 55

menos permanente e exclusiva, com regras informais e não explícitas, utilizada por indivíduos diferentes em espaços de tempos diferentes, ou seja, uma área compartilhada (HIGUCHI; THEODOROVITZ, 2018). Por fim, os territórios públicos, conforme afirmam Higuchi e Theodorovitz (2018), são abertos e fluídos, regido por normas e regras, que nem sempre são explícitas. Qualquer indivíduo tem direito de ocupálo, mas de forma provisória, isto é, não é posse definitiva do usuário e pertence a todos, com direito daquele que chegar primeiro. Esses conceitos são também discutidos por Alexander et al. (2013), que aborda uma escala menor, abrangendo os gradientes de intimidade (Figura 2.55), e dividindo os territórios em espaços de entrada, espaços mais públicos, espaços semipúblicos e espaços privativos, criando um zoneamento de ambientes de acordo com os graus de privacidade. O ideal é que os espaços de entrada e mais públicos, que são os mais movimentados, fiquem a frente, enquanto os espaços privativos tangenciam os demais, seguindo uma sequência e propiciando todos os tipos de interação social possíveis, conforme Figura 2.18. 2.55


56

56

2.4.2 Territorialidade e Identidade de Lugar

2.56

FIGURA 2.56: Biblioteca Kew Gardens Hills: Gradiente de intimidade e espaços de transição. Fonte: BIBLIOTECA KEW GARDENS HILLS, 2018, s/p.


A Biblioteca Kew Gardens Hills (Figura 2.56), projetada pelo escritório WORKac em 2017, no Queens-USA, é um exemplo de um espaço público contínuo e aberto. “O perímetro do edifício é ocupado por uma série de salas abertas conectadas a este espaço exterior, podendo ser utilizadas pelos diversos grupos de usuários da biblioteca, desde adultos, adolescentes, crianças além dos funcionários” (BIBLIOTECA KEW GARDENS HILLS, 2018, s/p.). A proposta demonstra com clareza os espaços de transição, que funcionam como um espaço de adequação, isto é, um ajuste na predisposição do usuário ao entrar em um ambiente com características diferentes. Essa transição exterior e interior, acontece através das entradas e influenciam a maneira como o indivíduo se sente dentro da edificação. Segundo Alexander et al. (2013) se a transição for muito repentina não existe a sensação de chegada no usuário e o interior da obra não consegue ser um espaço protegido. O território é, portanto, um importante elemento do próprio grupo que o estabeleceu e o controla, além de carregar as próprias características culturais da coletividade em que se insere [...] O vínculo com o território é, pois, o resultado de um processo gradual no qual atuam relações de várias ordens, entre atores diversos e em tempos diferenciados (HIGUCHI; THEODOROVITZ, 2018, p.231). Esse vínculo com o território também é abordado por Mourão e Cavalcante (2011, p. 215) como identidade de lugar, que é uma subestrutura da identidade pessoal “[...] construída a partir dos espaços de pertencimento e vivência, envolvendo tempo de exposição ao lugar e a possibilidade de transformá-lo em busca de satisfação”. Para que haja significado em um ambiente é necessário que, de alguma maneira, satisfaça às necessidades, exigências e desejos do indivíduo ou que

FUNDAMENTAÇÃO TEMÁTICA

57

atenda o princípio de eficácia, isto é, funcione como facilitador da atuação do sujeito no ambiente (MOURÃO; CALVALCANTE, 2011). Cavalcante e Nóbrega (2011) diferenciam os conceitos de espaço, como sem significado e relacionado à liberdade; e diferencia lugar, como com significado e relacionado à segurança e estabilidade. O espaço transforma-se em lugar, conforme o usuário o vivencia e atribui vínculos positivos, com valores afetivos. A identidade de lugar enfatiza a necessidade do ser humano de ter um lugar para expressar sua subjetividade, se vinculando, se enraizando e se apropriando dos espaços (MOURÃO; CALVALCANTE, 2011). A apropriação é um processo psicossocial focado na interação do indivíduo com o seu entorno, onde o sujeito se projeta no espaço, transformando-o em um prolongamento da sua pessoa, criando ‘um lugar seu’, onde atribui marcas e alterações visíveis, que funcionam como uma referência. Uma sala ou um escritório, quando moldados e adaptados às necessidades de seus usuários, são exemplos de apropriação (CAVALCANTE; ELIAS, 2011). A apropriação dos territórios públicos se dá por ocupação, mas sem o domínio legal do espaço, e, principalmente, por identificação, isto é, processos de modificação e personalização dos espaços para um uso definido pelo usuário, que confere significados ao entorno e o transforma em um lugar reconhecível para o sujeito ou grupo social. O indivíduo e a coletividade se identificam com esses significados criados e passam a buscar a preservação deles, gerando um sentimento de apego ao lugar (CAVALCANTE; ELIAS, 2011). O apego ao lugar, segundo Elali e Medeiros (2011), se desenvolve de forma gradual e exige algum tempo para se consolidar.


58

58

2.4.3 Wayfinding e Sinalética

Wayfinding é o processo por meio do qual o sujeito realiza um percurso proposital, dirigido e motivado, interagindo com o ambiente, entre o ponto de origem e o ponto de destino, que inicialmente não está no alcance do olhar do mesmo, ou seja, é encontrar o caminho que se está buscando no ambiente (ELALI; PINHEIRO, 2018). Normalmente fala-se sobre wayfinding quando o usuário se sente desorientado ou perdido, pois quando a orientabilidade funciona não costuma ser notada. Porém, a definição dessas rotas é complexa e engloba características do local, como os aspectos físicos e os recursos comunicacionais, e características do próprio usuário, seu conhecimento, capacidade de perceber e processar as informações, suas habilidades motoras e familiaridade com o lugar ou experiência anterior semelhante. “Para nos orientarmos utilizamos habilidades perceptivas (visuais, auditivas táteis, hápticas) e cognitivas, de modo a decodificar as informações espaciais e basear nelas nossas ações” (ELALI; PINHEIRO, 2018, p. 250).

dos órgãos do sentido, dos elementos indiretos e dos estímulos presentes nos ambientes, tornando-se um processo mais difícil e custoso. As rotas nem sempre são traçadas de forma direta, mas podem ser utilizados também desenhos, fotografias e mapas, para ajudar a encontrar o caminho no ambiente. Além disso, existem características do próprio espaço que influenciam na navegabilidade, como: a diferenciação de um elemento que pode ajudar para uma melhor representação ambiental; o grau de acesso visual do ambiente; e a complexidade do traçado espacial (ELALI; PINHEIRO, 2018). Iria (2014, p. 34) afirma que: [...] os elementos que se destacam no wayfinding são o planeamento espacial e a comunicação, a informação deve ser traduzida através de critérios como a legibilidade, visibilidade, compreensão estética, forma e cor e ainda que o wayfinding design varia consoante as circunstâncias em que o utilizador se encontra (lazer, trabalho, viagem) e a geometria do espaço (tipo de planta ser simétrica, assimétrica ou circular), os fluxos e as características arquitetônicas (fachada, cores, materiais)

De acordo com Elali e Pinheiro (2018), existem dois tipos de processo perceptual, que muitas vezes acontecem simultaneamente: o primeiro, conhecido como top down, acontece quando o indivíduo é influenciado por um conhecimento ou experiência anterior, tornando o

Segundo Elali e Pinheiro (2018) para auxiliar a navegação ambiental existem as características do ambiente, configurações

processo mais fácil; o outro, chamado de bottom up, acontece quando o indivíduo não possui experiências anteriores (quando conhece um local pela primeira vez, por exemplo), nesse caso, a percepção vai depender

espaciais e elementos referenciais, um sistema informativo, formal e informal, e os demais subsídios, verbais, gráficos, sonoros, táteis e/ ou luminosos, que podem ser adicionados para facilitar o processo.


FUNDAMENTAÇÃO TEMÁTICA

59

2.57 O wayfinding envolve diretamente o design ambiental, que: deve ser utilizado de maneira facilitada para reconhecimento; apoiar e fortalecer outros elementos que auxiliam na movimentação dos usuários; fornecer informações precisas e consistente em relação às instalações; diferenciar o interior do exterior; e, permitir rotas e marcos nos trajetos. Além disso, auxilia na orientabilidade incorporando elementos únicos aos espaços, proporcionando identidade e evitando circulações labirínticas (figura 2.19) (ELALI; PINHEIRO, 2018).

2.58

2.59 A sinalética é outro artifício que ajuda o processo de wayfinding e tem como objetivo informar e orientar as decisões e ações dos usuários, buscando uma comunicação ambiental que abrange o design gráfico, a arquitetura, a iluminação, a organização dos serviços, os signos icônicos, as cores e todo o espaço físico. A sinalética deve responder às necessidades de informação imediata, dando acesso ao público através de um conhecimento pontual, preciso e seguro, de forma a melhorar e agilizar a acessibilidade aos serviços procurados, funcionando através da interação por meio de mensagens que proporcionam segurança aos usuários nas ações a serem tomadas (IRIA, 2014).

O sistema de orientação busca unificar a linguagem do espaço, criando uma linguagem própria e singular. As mensagens podem incluir símbolos explícitos, marcos implícitos e/ou palavras, que procuram se comunicar de maneira precisa e imediata. O desafio encontra-se em traçar os caminhos que o visitante pode percorrer, para poder indicar o locar apropriado para a sinalética, de forma a fornecer as pistas necessárias para facilitar a circulação do usuário e permitir que se oriente sozinho, de maneira intuitiva, simples e eficaz (IRIA, 2014).

FIGURAS 2.57, 2.58 E 2.59 : Biblioteca Central de Castelldefels: Sinalização. Fonte: NDGA, 2016, s/p


2.5CONSIDERAÇÕES DO CAPÍTULO 60

O histórico e a conceituação das bibliotecas demostram toda a evolução dos edifícios culturais mesmas e são fundamentais para a compreensão do atual papel das bibliotecas, entendendo que o foco não são mais os livros, mas sim os usuários, suas interações entre si e suas relações com o espaço. Esses conhecimentos permitem a elaboração de um projeto condizente com a realidade e que continuará atualizado, mesmo com as mudanças digitais constantes Quando se compreende a nova realidade das bibliotecas, é possível e preciso, adaptar-se aos acervos online e agregar ao edifício novas atividades, usos e espaços, mais dinâmicos e flexíveis, como espaços para anfiteatro, cinema, jogos educativos, exposições, cursos, poesia entre tantos outros, imprescindíveis para que a biblioteca continue atraindo públicos cada vez maiores. Ao entender o novo foco das bibliotecas, compreende-se que o conforto dos usuários é primordial, e segundo Barros et al. (2005, p.136) “[...] as sensações de conforto traduzidas pelas reações fisiológicas do corpo humano associam-se as sensações de conforto psicológico, que se traduzem em reações de apego ou desprezo ao lugar”, demonstrando a importância do conforto ambiental nos espaços para que o ambiente ganhe significado e para que possa existir a identidade de lugar. Os elementos da psicologia ambiental que foram abordados são fundamentais para um projeto de qualidade em que o usuário crie relações com o espaço.


61

FUNDAMENTAÇÃO TEMÁTICA

[...] os elementos identificados, quando usados de maneira associada na concepção arquitetônica, podem enfatizar as relações interpessoais no ambiente construído, conduzindo a reações comportamentais positivas dos usuários, ou seja, contribuindo para o seu conforto (BARROS et al., 2005, p. 140). A partir desses conceitos, entende-se a complexidade que existe para que um usuário crie um vínculo positivo com um lugar e que isso demanda um certo tempo. Compreende-se também a necessidade de criar espaços amplos e flexíveis, com transições sutis e com distâncias interpessoais variadas para cada tipo de situação, gerando uma arquitetura que atenda às necessidades dos indivíduos e que o entenda como transformador desse espaço. Por fim, a orientabilidade do usuário no ambiente, através da hierarquia dos ambientes e da sinalética, por exemplo, garante auxilia no entendimento do espaço e autonomia espacial, pois “[...] o grau de controle de um indivíduo sobre uma situação afeta diretamente o nível de estresse no seu organismo. Quanto maior controle, menos estresse. [...] Dessa forma, a orientabilidade não só facilita o uso do espaço, como também previne ansiedade (VILLELA., 2017, p. 87).

61


62

3

ANÁLISE DE CORRELATOS


ANÁLISE DE CORRELATOS No presente capítulo serão apresentadas análises de cinco obras correlatas, desenvolvidas com objetivo de compreender os edifícios de bibliotecas e de contribuir para o desenvolvimento do projeto de uma Biblioteca Pública para Londrina, que será elaborado nesse trabalho. O capítulo foi organizado em seis critérios de análise, o primeiro tem como referência o conceito da obra, enquanto os outros cinco foram baseados nos Parâmetros Básicos de Infraestrutura para Instituições de Educação Infantil (BRASIL, 2006), que também podem ser utilizado como base para concepção de qualquer outra tipologia projetual, sendo eles: contextual, ambiental, funcional, estético-compositivo e técnico-construtivo. O primeiro e o segundo subcapítulo, analisa, respectivamente, tanto em sua essência conceitual, quanto como parâmetro contextual, o Centro Cultural El Tranque, escolhido por possuir um conceito de se abrir para o entorno, se integrando com seu contexto e reafirmando seu caráter público. O terceiro subcapítulo, referente ao parâmetro ambiental, analisa o Centro de Recursos de Aprendizagem (LRC) da Palomar College, selecionado por adotar várias soluções que fazem com que o edifício agrida o mínimo possível o meio ambiente, se aproveitando ao máximo da iluminação e ventilação natural, por exemplo.

63

O quarto subcapítulo, correspondente ao parâmetro funcional, analisa a Biblioteca São Paulo, obra escolhida por possuir espaços amplos e flexíveis, fluxos bem demarcados e um programa de necessidade completo e voltado para o digital, disponibilizando seu acervo também de forma online e vários computadores com acesso a internet. O quinto subcapítulo, relativo ao parâmetro estético-compositvo, analisa a Biblioteca da Universidade de Birmingham, que foi selecionada pois, além de possuir uma composição harmônica de formas simples, que mescla vidros, placas metálicas perfuradas, brises metálicos e a cor amarela, ainda apresenta boa orientabilidade e mobiliários ergonômicos e flexíveis. O sexto subcapítulo, referente ao parâmetro técnico-construtivo, analisa o Edifício Corujas, obra que foi selecionada por utilizar estrutura mista de concreto pré-moldado, moldado in loco e estrutura metálica, que em sua maioria foram utilizadas de forma aparente, mescladas com algumas partes que foram revestidas em madeira. O último subcapítulo, aborda as considerações finais de cada correlato, pontuando de que maneira cada um deles será aplicado no projeto da Biblioteca Pública para Londrina, que será desenvolvido nesse trabalho.


3.1REFERÊNCIA CONCEITUAL 64

Centro Cultural El Tranque

FICHA TÉCNICA NOME DA OBRA Centro Cultural El Tranque ARQUITETOS BiS Arquitectos LOCAL Santiago - Chile ANO E ÁREA DO PROJETO 2015 | 1.400 m²

3.1

3.2

CONCEITO O projeto (Figura 3.1) surgiu com o intuito de criar um espaço vazio de convergência e interação no centro do edifício, que intensifica-se o caráter público da obra, um local onde as diferenças fossem sobrepostas pela coesão social e os usuários se integrem com a cultura, que ocorreria de forma livre e cotidiana, tornando os espectadores participantes indiretos das atividades culturais (SANTIBAÑEZ, 2018).

PARTIDO E EVOLUÇÃO FORMAL

O vazio interno, que funciona como uma pra- usuários. Esse volume possui um programa semipúblico ça pública, surgiu a principio a partir de dois volumes (auditório, sala de exposição, cafeteria), cumprindo um retangulares, que posteriormente evoluíram para papel de transição (SANTIBAÑEZ, 2018). dois volumes em L (Figura 3.2). O volume vermelho foi suspenso do solo e feito Em seguida, o volume cinza foi apoiado no em estrutura metálica e laje pós-tensionada, sustentado solo e construído em concreto armado revestido por um conjunto de pilares que representa os usuários, em pedra, com a intenção de convidar e acolher os dando a ideia de quem sem eles o edifício não se susten-

taria. Foi pensado para ser mais contemporâneo e fluido, criando a fachada urbana do edifício, configurando a praça central com sua sombra (Figura 3.4) e possuindo um programa mais privado (área para oficinas), com acesso a cobertura verde, que encontra-se a cima do volume cinza e se integra com a paisagem, dando uma sensação de amplitude (SANTIBAÑEZ, 2018).

FIGURA 3.1: Fachada Centro Cultural El Tranque. | FIGURA 3.2: Diagramas de evolução da volumetria. Sem escala. | Fonte: SANTIBAÑEZ, 2018, s/p.


ANÁLISE DE CORRELATOS 3.3

ESPAÇOS FLEXÍVEIS

65

3.4

A praça central interna é um espaço amplo e flexível que permite uma grande variedade de uso, através das várias possibilidades de ocupação desse espaço (Figura 3.3 e 3.4).

e

s

s

ESPAÇOS DE TRANSIÇÃO A praça interna do edifício faz o papel do espaço mais público de acordo com os gradientes de intimidade abordados por Alexander et al. (2013), discutido no capítulo 2.4. Já o pavimento térreo, que encontra-se no volume cinza (Figura 3.2) representa os espaços semipúblicos, possuindo usos compatíveis com essa categoria. Por fim, o pavimento superior, possui os usos privativos, com áreas para oficinas.

ê

n

PONTOS POSITIVOS É possível entender o conceito da obra logo no primeiro olhar para ela. Além disso, a obra possui espaços de transição bem definidos e a praça interna central é um local de interação social, que permite usos flexíveis e diversos.

c

i

a

PONTOS NEGATIVOS Na prática, nem sempre os portões, que interligam a praça do edifício vizinho e a obra em estudo, ficam abertos, o que limita o acesso dos usuários e a sensação de livre acesso do edifício.

FIGURA 3.3: Vista da praça central a partir do pavimento superior. | FIGURA 3.4: Vista da praça central a partir do térreo demonstrando a flexibilidade de usos. | Fonte: SANTIBAÑEZ, 2018, s/p.


3.2REFERÊNCIA CONTEXTUAL 66

3.7

INTEGRAÇÃO COM A PRAÇA

ATIVIDADES VIZINHAS POTENCIAIS O edifício aproveita a praça pública existente no terreno vizinho para se abrir para ela, reforçando a ideia de que o centro cultural é um edifício público, que pode ser acessado por todas as pessoas (Figura 3.7).

3.8

NQ

PR

AP

ÚB

RA

O projeto localiza-se na Avenida El Tranque, ao lado de uma praça pública (Figura 3.6), em uma zona residencial em crescimento de uma comunidade aos pés da Cordilheira dos Andes de Lo Barnechea, em Santiago no Chile (SANTIBAÑEZ, 2018).

UE

3.6

LIC

LT

3.5

LOCALIZAÇÃO

A

AV .E

Centro Cultural El Tranque

AM

PL

ITU

DE

FIGURA 3.5: Vista da praça central a partir do pavimento superior. | FIGURA 3.6: Vista aérea Centro Cultural El Tranque demonstrando sua localização e entorno. Editada pela autora. | FIGURA 3.7: Planta de Cobertura do Centro Cultural El Tranque salientando a integração com a praça do terreno vizinho. Sem escala. Editada pela autora. | Fonte: SANTIBAÑEZ, 2018, s/p.


ANÁLISE DE CORRELATOS

3.9

67

IMPLANTAÇÃO, ACESSOS E SOLUÇÃO TOPOGRÁFICA

N

A obra possui um acesso de veículos e dois acessos de pedestres, sendo um pela Avenida El Tranque e outro pela praça pública (Figura 3.9).

Acesso de pedestres pela praça

Para implantação da obra são necessários alguns cortes no terreno,

3.10

Acesso de pedestres pela via

Acesso de veículos pela via

RELAÇÃO COM O ENTORNO O projeto considera a diversidade socioeconômica, criando um espaço central democrático para todos, e as diversas tipologias construtivas, mesclando a arquitetura tradicional e contemporânea (SANTIBAÑEZ, 2018). Além disso, a cobertura verde, existente em cima do volume que está fixo no chão, se integra com a paisagem do entorno, dando uma sensação de amplitude para a obra (Figura 3.8).

Acesso de pedestres (desnível com escadarias) Calçada

no entanto, nota-se uma tentativa de aproveitar ao máximo a topografia natural do terreno, criando 3 platôs, que acontecem nos 2 blocos e na praça central, e que são interligados por escadarias (Figura 3.10).

escadaria 1º Platô

PONTOS POSITIVOS

A integração com o entorno é uma característica muito marcante e positiva da obra, visto que corrobora o caráter público da edificação. Além disso, essa abertura do edifício para o entorno assemelha-se com a proposta que deseja-se para o projeto que será desenvolvido nesse trabalho.

2º Platô

3º Platô

Terreno natural

PONTOS NEGATIVOS Devido a localização em uma área em desenvolvimento, o projeto ainda não é muito notado e utilizado. Por conta da solução topográfica e do uso de escadarias, a obra dificulta a acessibilidade e também não disponibiliza grande quantidade de mobiliário urbano na praça interna, o que diminui sua atratividade.

FIGURA 3.8: Diagrama formal do edifício enfatizando a sensação de amplitude da obra. Sem escala. Editado pela autora. | FIGURA 3.9: Planta pavimento superior demonstrando os acessos. Sem escala. Editada pela autora. | FIGURA 3.10: Corte do edifício enfatizando a solução topográfica adotada. Sem escala. Editada pela autora. | Fonte: SANTIBAÑEZ, 2018, s/p.


3.3REFERÊNCIA AMBIENTAL 68

Centro de Recursos de Aprendizagem (LRC) Palomar College 3.11

FICHA TÉCNICA NOME DA OBRA Centro de Recursos de Apendizagem da Palomar College

ARQUITETOS LPA

LOCAL San Marcos - Estados Unidos

3.1

ANO E ÁREA DO PROJETO 2019 | 7.896 m²

EVOLUÇÃO FORMAL 3.12

IDEIA GERADORA

O projeto é uma reinterpretação contemporânea de uma biblioteca, que além de conter estantes de livros, possui salas de computadores, de estudo, de aulas particulares e áreas sociais, e foi pensando para atender aos padrões LEED Gold (PINTOS, 2019) Foi projetado para ser o coração do campus, conectando os edifícios a uma praça de chegada (Figura 3.11) para os estudantes e permitindo uma conexão visual por toda obra, o que gerou o empilhamento dos 4 pavimentos, que dão vista para o lobby com pé direito total (Figura 3.12).

PONTOS POSITIVOS PONTOS NEGATIVOS A obra, além de possuir todos os pontos que a tornam mais sustentável e ecologicamente correta, ainda possui uma relação com o entorno, uma volumetria interessante e um programa bem resolvido, de forma a permitir uma grande variedade de usos em diversos tipos de ambientes.

A principal desvantagem é a diferença climática entre o local da obra correlata e Londrina, local do projeto a ser desenvolvido nesse trabalho. Londrina possui temperaturas mais quentes e um clima mais abafado, necessitando um maior cuidado com o uso de vidros e preocupação com a ventilação natural.

3.13

FIGURA 3.11: Fachada Centro de Recursos de Aprendizagem (LRC). | FIGURA 3.12: Diagramas de evolução formal. Sem escala. | FIGURA 3.13 Lobby com iluminação natural e ladrilho acústico terracota. | FIGURA 3.14: Corte perspectivado com ilustração dos elementos sustentáveis da obra. Sem escala. Editado pela autora. | Fonte: PINTOS, 2019, s/p.


1 CONFORTO ACÚSTICO Diversos espaços com diferentes especificidades acústicas de modo a atender as mais variadas atividades, que se distribuem de acordo com o seu volume ao longo da obra. Além disso, foi utilizado no edifício um ladrilho acústico terracota (Figura 3.13).

6 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA As placas fotovoltaicas compensam 20% do uso de energia do edifício. Além, disso o sistema de climatização da obra se conecta com a central de água resfriada, que refrigera o ar do edifício.

3.14

2 VENTILAÇÃO NATURAL

VISUAIS

3

69

operáveis, que permite o aproveitamento dos ventos dominantes e favorece a ventilação cruzada.

As vistas elevadas para o vale circundante, que também possibilitam a visão interna do edifício, incentivam a descoberta e colaboração.

4 ILUMINAÇÃO NATURAL

5 APROVEITAMENTO DE ÁGUA

As estratégias de utilização da iluminação natural, com proteção dos raios solares, ajudam a reduzir o uso da luz artificial em 25% (Figura 3.13).

Toda a água da chuva é tratada no local por meio de lagoas de biorretenção e em seguida é absorvida naturalmente pelo solo.

O lobby utiliza ventilação mista, com janelas

4

21 JUN 6

4

4

21 DEZ

6 3

1

PRÊMIOS O projeto reduz em 70% o uso de combustíveis fósseis, atendendo os requisitos do 2030 Commitment da AIA, possui o certificado LEED Gold e tem uma performance 30% melhor que o Title-24.

2

VOLUME ALTO 5

TRANSIÇÃO 1

SILÊNCIO

5


3.4REFERÊNCIA FUNCIONAL 70

Biblioteca São Paulo 3.15

IDEIA GERADORA

FICHA TÉCNICA

A ideia era trazer um edifício que representasse a liberdade de conhecimentos e ideias, para o lugar em que antes funcionava o Complexo Presidiário Carandiru.

NOME DA OBRA Biblioteca São Paulo ARQUITETOS aflalo/gasperini arquitetos LOCAL São Paulo - Brasil ANO E ÁREA DO PROJETO 2010 | 4.527 m²

O projeto (Figura 3.15), além de contribuir para a revitalização da região, foi pensado para ser um modelo para as demais bibliotecas públicas paulistas e foi projetado como uma livraria, de forma que pudesse atrair todos os públicos, inclusive os não leitores (ARCHDAILY BRASIL, 2012).

SETORIZAÇÃO AUDITÓRIO CIRCULAÇÃO VERTICAL

CIRCULAÇÃO E FLUXOS USUÁRIOS SERVIÇO E ADMINISTRATIVO VISITANTES

PNE ESCADA

MULTIMÍDIA COMPUTADORES 0-3 ANOS 4-6 ANOS

SAÍDA DE EMERGÊNCIA

7-11 ANOS

RECEPÇÃO COM CATRACAS

ÁREA EXTERNA

BWC ELEV. FEM ESCADA

BWC MASC

ATENDIMENTO ÁREAS DE APOIO

N

TERRAÇO

ACERVO ADMINISTRATIVO

DEP BWC

CAFÉ

RECEPÇÃO E ENTRADA

COPA

3.16

12-17 ANOS 12-17 ANOS

ESCADA

MULTIMÍDIA - COMPUTADORES

MÚSICA

SAÍDA DE EMERGÊNCIA

SAÍDA DE EMERGÊNCIA

ACESSO

AUDITÓRIO 80 pessoas

GUARDA-VOLUMES 500 unidades


ÁREAS DE APOIO

ACERVO

ÁREA EXTERNA

ESCADA

MESAS FIXAS

PNE ELEV.

MESAS DEF. VISUAIS

STAFF

MESAS ERGONÔMICAS

TERRAÇO ESCADA

REVISTAS

ESTAÇÃO MULTIMÍDIA

ESTAÇÃO MULTIMÍDIA

REVISTA

BRAILE

SALA TÉCNICA

APOIO

SALA SERVIDOR

SEÇÃO RESTRITAPARA MAIORES DE 18 ANOS

DIRETOR

CIRCULAÇÃO VERTICAL

USUÁRIOS SERVIÇO E ADMINISTRATIVO VISITANTES

SALA REUNIÃO

ADMINISTRATIVO

ESCADA

AUDITÓRIO

BWC FEM

ATENDIMENTO

71

SALA TÉCNICA

BWC MASC

RECEPÇÃO E ENTRADA

MESA PNE

N

CIRCULAÇÃO E FLUXOS

SETORIZAÇÃO

3.17

TERRAÇO

ESTAÇÃO MULTIMÍDIA

PROGRAMA DE NECESSIDADES

3.18

O programa de necessidades da biblioteca é abrangente, mas não possui ambientes bem delimitados, pelo contrário integra a maioria deles em um grande espaço com usos diversificados que englobam acervo, espaços de leitura, estudos, multimídia e espaços com usos flexíveis (Figuras 3.16, 3.17 e 3.18). A área administrativa e de serviço se separa dos demais ambientes integrados, dando maior privacidade. Já o auditório está localizado antes das catracas para adentrar na biblioteca, proporcionando um melhor fluxo para os visitantes. FIGURA 3.15: Fachada da Biblioteca São Paulo. Fonte: A AUTORA, 2020, s/p. | FIGURA 3.16: Planta baixa pavimento térreo com setorização e fluxos. Sem escala. Editada pela autora. Fonte: ARCHDAILY BRASIL, 2012, s/p. | FIGURA 3.17: Planta baixa pavimento superior com setorização e fluxos. Sem escala. Editada pela autora. Fonte: ARCHDAILY BRASIL, 2012, s/p. | FIGURA 3.18: Vista da biblioteca a partir do pavimento superior demonstrando a amplitude dos ambientes. Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.


3.4REFERÊNCIA FUNCIONAL 72

Biblioteca São Paulo 3.19

DESEMPENHO DOS AMBIENTES

Os ambientes são praticamente todos integrados, permitindo uma boa visibilidade de tudo que acontece no ambiente interno (Figura 3.19). Reforçando essa integração, o acervo não possui um local específico mas se distribui ao longo de todo o edifício e se intercala com espaços de estudo e leitura, o que permite um maior dinamismo para a local. A disposição dos mobiliários cria espaços para usos em grupo ou individual, atendendo as diversas demandas da biblioteca (Figura 3.20). 3.20

FIGURA 3.19: Vista da biblioteca a partir do pavimento superior dando ênfase para a integração dos ambientes. | FIGURA 3.20: Mobiliários com possibilidade de leitura individual. | FIGURA 3.21: Terraço com espaço contemplativo ao ar livre. | FIGURA 3.22: Mobiliários flexíveis possibilitando diversos usos. | FIGURA 3.23: Espaços delimitados com divisórias, criando ambientes com maior privacidade. | Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.


ANÁLISE DE CORRELATOS

3.21

DESEMPENHO DOS AMBIENTES O projeto ainda conta com dois terraços (Figura 3.21) que permitem uma integração com o entorno e proporcionam espaços de leitura ao ar livre, com visuais contemplativos. A biblioteca ainda conta com mobiliários flexíveis e confortáveis, permitindo usos diversificados do espaço (Figura 3.22) e ainda cria alguns espaços separados que garantem diversos níveis de privacidade (Figura 3.23).

3.22

PONTOS POSITIVOS

O projeto possui dinamismo devido ao layout escolhido, onde se intercalam acervo e espaços de leitura. A integração dos ambientes permite uma boa orientabilidade, dando visibilidade para quase todos os espaços da biblioteca. Além disso, o fluxo do edifício é bem separado.

73

3.23

PONTOS NEGATIVOS Devido a integração da maioria dos ambientes, poucos lugares são realmente silenciosos, não possibilitando espaços para uso individual mais reservado e com baixo nível de ruídos. Além disso, a acessibilidade do edifício acontece apenas por um elevador, que está localizado em um local pouco visível.


3.5REFERÊNCIA ESTÉTICO-COMPOSITIVA 74

Biblioteca da Universidade de Birmingham FICHA TÉCNICA NOME DA OBRA Biblioteca da Universidade de Birmingham

ARQUITETOS Associated Architects

LOCAL West Midlands - Reino Unido

ANO E ÁREA DO PROJETO

DESTAQUE DESSE VOLUME NA COMPOSIÇÃO FORMAL

ACESSO PRINCIPAL

EIXO NORTE-SUL

TA S

VIS

DA VIA , FE RR OV IA E

N

EIX O

O projeto foi idealizado focando no usuário e não nos livros, o que gerou uma planta com uma secção central por meio de uma via de circulação no sentido norte-sul (Figura 3.26), onde acontecem as atividades colaborativas, e por onde foi desenvolvida toda organização interna da obra, que priorizou o perímetro do edifício com os locais de estudos silenciosos (BIBLIOTECA DA UNIVERSIDADE DE BIRMINGHAM, 2017).

3.26

O

IDEIA GERADORA

CA NA L

2016 | 17.000 m²

OB RA SEG UE

3.24 3.6

3.25

APONTANDO PARA A HISTÓRICA TORRE DO RELÓGIO DA UNIVERSIDADE


VOLUME DE DESTAQUE ELEMENTO DE DESTAQUE ILUMINAÇÃO ZENITAL

3.27

ANÁLISE DE CORRELATOS ANÁLISE VOLUMÉTRICA

3.28

EIXO NORTE-SUL

HIERARQUIA FORMAL

3.29

Tridimensionalmente, o volume marcado em azul (Figura 3.27 e 3.28) demonstra uma adição na forma do paralelepípedo (volume vermelho), destaque que foi utilizado para apontar para a torre do relógio da universidade. Além disso, existe outra saliência na volumetria indicada pela seta verde na Figura 3.27, que foi utilizada para propiciar uma iluminação zenital no eixo central da obra, evidenciado pela escadaria amarela. "A Biblioteca deve ser um destino inspirador, seja ele virtualmente visitado ou em um espaço 3.32 no coração do nosso campus. Deve ser onde as pessoas se conectam com informações, recursos, idéias, tecnologia e com os resultados criativos e pesquisas geradas na Universidade, mas acima de tudo, onde as pessoas se conectam." Diane Job Diretora de serviços da biblioteca (ASSOCIATED ARCHITECTS, 201?, s/p, tradução nossa).

75

Analisando a volumetria da obra podemos perceber, conforme demarcado na Figura 3.28, que ela é resultado da união de um paralelepípedo (forma vermelha) com um prisma triangular (forma amarela), que possui essa inclinação para acompanhar o eixo da via, ferrovia e canal existentes, proporcionar maior visibilidade para a obra e vistas mais interessantes para os usuários.

ORIENTABILIDADE

A orientabilidade no projeto se da a partir da utilização da cor amarelo ouro, que demarca claramente a circulação vertical (Figura 3.30). Além disso, a iluminação também auxilia no direcionamento do usuário, assim como as letras do alfabeto e os algarismos numéricos, que organizam os diversos setores da biblioteca (Figura 3.31).

3.30

3.31

FIGURA 3.24: Fachada da Biblioteca da Universidade de Birmingham. | FIGURA 3.25: Fachada lateral da biblioteca. | FIGURA 3.26: Planta baixa térreo com análise da composição formal. Sem escala. Editada pela autora. | FIGURA 3.27: Corte da biblioteca evidenciando os elementos com maior ênfase no projeto. Sem escala. Editado pela autora. | FIGURA 3.28: Planta baixa do edifício com análise formal. Sem escala. Editada pela autora. | FIGURA 3.29: Estudo da hierarquia formal na fachada do edifício. Editado pela autora. | FIGURA 3.30: Uso de cor e iluminação auxiliando a orientabilidade do edifício. | FIGURA 3.31: Setorização e iluminação auxiliando na orientabilidade. | FIGURA 3.32: Croqui da fachada da biblioteca. Sem escala. | Fonte: BIBLIOTECA DA UNIVERSIDADE DE BIRMINGHAM, 2017, s/p.


3.5REFERÊNCIA ESTÉTICO-COMPOSITIVA 76

Biblioteca da Universidade de Birmingham 3.33

3.36

3.37

MATERIAIS E TEXTURAS A biblioteca possui uma grande porcentagem de sua superfície feita em vidro (Figura 3.33), que possibilitou esse contato visual interno e externo e uma ótima iluminação natural.

3.34

3.35

Além disso, foram utilizados painéis de alumínio com desempenho térmico e brises automáticos (Figuras 3.34 e 3.35) que controlam a incidência dos raios solares e ainda acrescentam detalhes na fachada dinâmica do edifício, que varia ao longo do dia (BIBLIOTECA DA UNIVERSIDADE DE BIRMINGHAM, 2017). A preocupação acústica no projeto foi muito grande e auxiliou a definir os acabamentos internos. As paredes, os forros e a escadaria central (Figura 3.36, 3.37 e 3.38) foram feitos em painéis metálicos perfurados de diferentes cores, que funcionam como grandes defletores acústicos. (SAS INTERNATIONAL, 201?)

3.38

COR

O uso do amarelo ouro anodizado, remete ao início do século XX, período em que o centro universitário foi construído. A cor foi utilizada para quebrar a monocromia do restante dos elementos, que foram feitos em tons pasteis, e traz ao edifício um ar iluminado.


3.39

3.42

ANÁLISE DE CORRELATOS

77

CARACTERIZAÇÃO DOS AMBIENTES

Os ambientes e os mobiliários ergonômicos, na maior parte da biblioteca, foram projetados em tons pasteis ou preto, fazendo com que a cor amarelo ouro destaca-se nos espaços (Figura 3.39). Os arquitetos ainda utilizaram a madeira em alguns casos, trazendo aconchego para os espaços e nos ambientes de estudos exploraram o uso de carpetes coloridos que dinamizam e auxiliam no conforto acústico do local (Figura 3.40). Para guardar o acervo da biblioteca, utilizou-se prateleiras móveis (Figura 3.41), que otimizam o armazenamento e oferecem quase o dobro do espaço que quando comparado com as prateleiras estáticas. (ECOSPACE, 201?, s/p.)

3.40

CARACTERIZAÇÃO DA ENTRADA 3.43

3.41

FIGURA 3.33: Fachada da Universidade de Birmingham com superfícies em vidro. | FIGURA 3.34: Painéis de alumínio na fachada da biblioteca. | FIGURA 3.35: Brises automáticos na fachada do edifício. Fonte: ASSOCIATED ARCHTECTS, 201?, s/p. | FIGURA 3.36: Forro do interior da biblioteca com defletores acústicos. | FIGURA 3.37: Escadaria central funcionando como um grande defletor acústico. | FIGURA 3.38: Paredes da biblioteca feitas com painéis metálicos perfurados, auxiliando na acústica do edifício. | FIGURA 3.39: Interior da biblioteca com mobiliários em tons pastéis. | FIGURA 3.40: Carpetes coloridos dando dinamismo aos espaços internos. | Fonte: BIBLIOTECA DA UNIVERSIDADE DE BIRMINGHAM, 2017, s/p. | FIGURA 3.41: Estantes móveis proporcionando um maior aproveitamento de espaço. Fonte: ECOSPACE, 201?, s/p. | FIGURA 3.42: Entrada do edifício recuada, com proteção para chuva e sol. | FIGURA 3.43: Entrada do edifício com controle por catracas. Fonte: BIBLIOTECA DA UNIVERSIDADE DE BIRMINGHAM, 2017, s/p.

A entrada do edifício surgiu através de uma subtração, que permitiu a existência de um recuo coberto, que protege os usuários da chuva e do sol (Figura 3.42). Na parte interna (Figura 3.43), as catracas controlam o acesso do público, garantindo mais segurança.

PONTOS POSITIVOS

PONTOS NEGATIVOS

A escolha dos materiais, além de trazerem uma estética agradável, também proporcionam para o edifício conforto acústico e térmico, e se conversam desde seu exterior até o interior. Além disso, a cor amarelo ouro contribui com a sensação de um ambiente iluminado.

O projeto, apesar de trazer um ar contemporâneo ao campus, não conversa com os demais edifícios do seu entorno, construídos no século XX e feitos em tijolos vermelho. Além disso, o projeto não utiliza mobiliários flexíveis, que auxiliariam na adaptabilidade dos ambientes a novos usos.


3.6REFERÊNCIA TÉCNICO-CONSTRUTIVA 78

Edifício Corujas 3.44

3.1

FICHA TÉCNICA NOME DA OBRA Edifício Corujas ARQUITETOS FGMF Arquitetos LOCAL São Paulo - Brasil ANO E ÁREA DO PROJETO 2014 | 6.880 m² 3.45

IDEIA GERADORA O ponto inicial do projeto surgiu com a vontade dos arquitetos de criar um edifício que se relacionasse com a paisagem circundante (Figura 3.44) e que permitisse que os escritórios tivessem, além de suas áreas fechadas, grandes espaços avarandados para reuniões externas e jardins privativos. Eles desejavam criar espaços mais humanizados, que estimulassem a interação dos usuários (Figura 3.45) e que fosse na contramão dos tradicionais cubos de vidro espelhados existentes em São Paulo (FGMF, 2014).

3.10


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS E MATERIAIS DE ACABAMENTO

ANÁLISE DE CORRELATOS

79

O andar térreo do edifício é feito em estrutura de concreto prémoldado e laje protendida in loco e é todo revestido em madeira. Já nos andares superiores, essa estrutura não recebe fechamentos e foi trabalhada de forma aparente. O piso intermediário e as passarelas que ligam os blocos se destacam por serem feitas em estrutura metálica aparente na cor branca, transmitindo leveza para obra e possuindo fechamentos em vidro, que contrastam com o andar térreo com fechamentos em madeira opaca, conforme Figura 3.47 (MELLO, 2014). O edifício utiliza estrutura mista, de concreto pré-moldado, moldado in loco e estrutura metálica, combinando diferentes acabamentos, cores e texturas, como madeira, aço, vidro, revestimentos cimentício monolítico (sem junta de dilatação) e elementos galvanizados (brises), que aliados ao paisagismo, proporcionam conforto térmico e lumínico para a obra.

PONTOS POSITIVOS

O projeto utiliza de forma combinada vários tipos de técnicas construtivas diferentes, que permite aproveitar o melhor de cada uma delas. Além disso, os arquitetos souberam combinar todas as texturas e acabamentos de forma harmônica.

3.46

3.47

PONTOS NEGATIVOS Utilizar várias técnicas construtivas diferentes, exige cuidado para deixar o projeto equilibrado e bons detalhamentos, para que não hajam erros ou incompatibilidades na hora de unificar todas elas.

FIGURA 3.44: Fachada do Edifício Corujas com brises metálicos. Fonte: FGMF, 2014, s/p. | FIGURA 3.45: Pátios internos do edifício com presença de vidro, concreto, madeira e metal. Fonte: MELLO, 2014, s/p. | FIGURA 3.46: Detalhe em corte da estrutura do edifício. Sem escala. | FIGURA 3.47: Vista noturna do pátio do edifício com estrutura mista. | Fonte: FGMF, 2014, s/p.


3.7CONSIDERAÇÕES DO CAPÍTULO 80

O estudo das obras correlatas foi muito importante para o desenvolvimento do trabalho, porque permitiu a visualização de diversas soluções aplicadas em cada um dos parâmetros analisados, possibilitando, ainda, um aumento de repertório e base para o desenvolvimento do projeto a ser elaborado posteriormente. A obra conceitual (Figura 3.48) auxiliou na concepção do conceito da Biblioteca Pública para Londrina, que se relaciona com seu entorno e contexto, aproveitando a topografia natural e considerando as circunstâncias pré-existentes, como gabarito da região, orientação solar, visuais interessantes e níveis de ruídos. Já a obra de referência ambiental (Figura 3.52) auxiliou nas decisões de projeto que envolvem a concepção de uma obra com o máximo conforto térmico, acústico e lumínico, e menos agressiva ao meio ambiente, com aproveitamento de água das chuvas, energia, iluminação e ventilação natural. A análise da referência funcional (Figura 3.51) foi fundamental para auxiliar na organização espacial, pré-dimensionamento do programa de necessidades e também na decisão dos

acessos, percursos e mobiliários que serão propostos para o projeto da biblioteca pública que será desenvolvida nesse trabalho. A obra utilizada como referência estético-compositiva (Figura 3.49) foi imprescindível para auxiliar na escolha de materiais e acabamentos da biblioteca que será projetada, possibilitando criar composições que se tornem agradáveis em sua imagem e aparência, mas que, além disso, também sejam funcionais e contribuam com outros aspectos da biblioteca, como a acústica. Por fim, o correlato de referência técnico-construtiva (Figura 3.50) auxiliou no entendimento do funcionamento das estruturas mistas, que foram utilizadas de forma aparente resultando não apenas em uma obra estável como com uma estética onde os elementos estruturais fazem parte da composição. Em todos os correlatos analisados, é possível perceber que a preocupação dos arquitetos não foi apenas em relação ao parâmetro analisado, mas envolveu vários outros fatores, que quando utilizados em conjunto alcançaram um bom resultado final.


3.48

3.50

ANÁLISE DE CORRELATOS ANÁLISE DE CORRELATOS

81

3.49

3.51 3.52

FIGURA 3.48: Croqui do Centro Cultural el Tranque. Fonte: BIS ARQUITECTOS, 2012, s/p. | FIGURA 3.49: Vista da escadaria da Biblioteca da Universidade de Birmingham. Fonte: ARCHDAILY BRASIL, 2017, s/p. | FIGURA 3.50: Perspectiva enfatizando a diversidade de técnicas construtivas empregadas no Edifício Corujas. Fonte: ARCHDAILY BRASIL, 2016, s/p. | FIGURA 3.51: Vista do átrio central da Biblioteca São Paulo. Fonte: A AUTORA, 2020, s/p. | FIGURA 3.52: Átrio de entrada do Centro de Recursos de Aprendizagem (LRC). Fonte: PINTOS, 2019, s/p.


82

4

CONTEXTO DA PROBLEMÁTICA


CONTEXTO DA PROBLEMÁTICA

O seguinte capítulo abordará uma breve análise histórica do município de Londrina, contextualizando o projeto em estudo e demonstrando alguns dados da cidade e de sua evolução com o passar dos anos, abordando sua história cultural, que acontece praticamente desde a criação do município. Ainda será discutido sobre o local de implantação do projeto, analisando aspectos ambientais através de mapas e demais peças gráficas. O capítulo será organizado em cinco partes, a primeira tratará sobre a interpretação da realidade do município de Londrina, abrangendo sua localização, história, economia e contexto cultural, onde será comentado a respeito das bibliotecas existentes na cidade, com ênfase na Biblioteca Pública Municipal de Londrina. Ainda será discutido a importância da Avenida Higienópolis para a cidade, onde será contada sua história, década a década. A segunda parte esclarecerá qual o público alvo do projeto,

83

enquanto a terceira justificará a escolha do terreno, pontuando os pontos positivos para implantação do projeto naquele local. A quarta parte do capítulo falará sobre a viabilidade do projeto no local escolhido, analisando sua localização e proximidade com as demais instituições , assim como os aspectos relativos ao entorno imediato do terreno, como o uso e ocupação das edificações, os acessos e as conexões com as demais áreas da cidade e demais municípios, através da sua malha viária. Ainda serão feitas análises gráficas do terreno, considerando ventilação e insolação natural, ventos predominantes, topografia, construções e infraestruturas existentes, visuais interessantes e possíveis locais que gerem ruídos. No quinto subcapítulo será discutido sobre as legislações vigentes que abrangem o terreno em estudo, considerando as possíveis limitações que possam existir naquele local.


4.1INTERPRETAÇÃO DA REALIDADE

84

A área em estudo está localizada no município de Londrina, que fica ao norte e no interior do estado do Paraná, na região sul do país (Figura 4.1 e 4.2).

A cidade de Londrina, que hoje é a segunda mais populosa do estado, com 569.733 habitantes, segundo estimativas do IBGE (2019), nasceu em 1934 planejada pela Companhia de Terras Norte do Paraná e impulsionada pela produção cafeeira na região, principalmente nos anos 50, quando foi considerada a "Capital Mundial do Café" e sua população passou de 20.000 para 75.000 habitantes. Já na década de 90, a cidade se consolidou como Polo Regional de bens e serviços, o setor que até hoje é o mais ativo da economia londrinense e que contribui para que ela seja considerada uma das cinco cidades mais importantes da região sul do Brasil (BONI; SILVA, 2014; PREFEITURA DE LONDRINA, 2019). Em relação a cultura, Londrina sempre foi uma cidade a frente de seu tempo, em 1940 surgia a Biblioteca Pública Municipal da cidade e já em 1950 construía-se o Cine Ouro Verde, que de início abrigava um dos mais luxosos cinemas do país. A Biblioteca Pública Municipal de Londrina, surgiu nos porões do antigo prédio da prefeitura da cidade, mas

foi mudando de lugares várias vezes ao longo de sua história, pois os ambientes, que eram adaptados para esse uso, acabavam não comportando mais a demanda da biblioteca (PREFEITURA DE LONDRINA, 2020). Atualmente, Londrina possui sete bibliotecas públicas espalhadas pela cidade, conforme mapa da Figura 4.3. (PERFIL DE LONDRINA, 2019). No entanto, nenhuma delas foi construída para esse fim, necessitando, então, que se adaptassem a outros espaços, o que resultou em ambientes pouco atrativos e funcionais. Ainda, sabe-se que a Biblioteca Pública Municipal de Londrina, hoje localizada no edifício do antigo Fórum da cidade (Figura 4.6), possuí 1.792 m² e um acervo com 88.000 livros e 60.000 periódicos, não possuindo espaço para expansão dos mesmos, visto que, o atual edifício não tem para onde se ampliar (PERFIL DE LONDRINA, 2019). 4.6

4.1

N

ESTADO DO PARANÁ

4.2

N

MUNICÍPIO DE LONDRINA FIGURA 4.1: Mapa do Brasil evidenciando o Estado do Paraná. | FIGURA 4.2: Mapa do Paraná evidenciando o Município de Londrina. | FIGURA 4.3: Mapa com perímetro urbano de Londrina evidenciando a área de estudo. | FIGURA 4.4: Mapa da área de estudo evidenciando o terreno em análise. | FIGURA 4.5: Mapa do entorno do terreno em estudo. | Mapas sem escala. Editados pela autora. Fonte: BASE CARTOGRÁFICA DO MUNICÍPIO, 2019, s/p. | FIGURA 4.6: Foto da fachada da atual Biblioteca Pública Municipal de Londrina. Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.


4.3

CONTEXTO DA PROBLEMÁTICA

N

4.4

N

LAG OI GA PÓ II

PERÍMETRO URBANO ÁREA DE ESTUDO TERRENO EM ESTUDO AVENIDA HIGIENÓPOLIS

IGA PÓ

I

4.5

N R. DULCÍDIO PEREIRA R. DA LAPA

LEGENDA

BIBLIOTECA MUNICIPAL DE LONDRINA BIBLIOTECA INFANTIL MONTEIRO LOBATO BIBLIOTECA ESPECIALIZADA DO MUSEU DE ARTE BIBLIOTECA DA VILA NOVA BIBLIOTECA DO CEU (C. DE ARTES E ESPORTES U.) BIBLIOTECA MUNICIPAL LUPÉRCIO LUPPI BIBLIOTECA MUNICIPAL EUGÊNIA MONFRANATI

LA GO

AV. HIGIENÓPOLIS

BIBLIOTECAS PÚBLICAS

ZERÃO

AT ER RO

TERRENO EM ESTUDO

R. AMINTHAS DE BARROS IATE CLUBE

85


86

86

4.1.1 Avenida Higienópolis

4.7

R. SERGIPE

N

R. PIO XXI

4.8

O terreno em estudo localiza-se na Avenida Higienópolis, importante via que faz parte da história da cidade e pertence a memória do povo londrinense. A Avenida Higienópolis foi projetada em 1936, inspirada na Avenida Paulista de São Paulo. Na época Londrina não possuía avenidas largas, arborizadas, com duas pistas e canteiro central, foi então que surgiu a Higienópolis, como referência de luxo e status na cidade (BONI; SILVA, 2014).

R. ALAGOAS

4.9

A ocupação residencial começou nas primeiras quadras ao norte da avenida, entre as ruas Sergipe e Pio XII e até 1950 a avenida só existia até a Rua Alagoas, conforme Figura 4.7 e 4.8 (BONI; SILVA, 2014). Na década de 1950, houve o alargamento da via entre as ruas Alagoas e Dulcídio Pereira, em sentido ao local onde mais tarde, em 1959, seria inaugurado o Lago Igapó. Nesta mesma década, construiu-se a ponte (Figura 4.9 e 4.10) sobre o Lago e as obras da Higienópolis já se estendiam até a Avenida Madre Leônia Milito (BORTOLO, 2011).

R. DULCÍDIO PEREIRA

LAGO IGAPÓ II

AV. MADRE LEÔNIA MILITO

LAGO IGAPÓ I

TERRENO EM ESTUDO INÍCIO DA AVENIDA HIGIENÓPOLIS AV. HIGIENÓPOLIS (ATÉ DÉCADA DE 50) ALARGAMENTO DA AV. HIGIENÓPOLIS PONTE SOBRE O LAGO IGAPÓ AV. HIGIENÓPOLIS (APÓS DÉC. DE 50)

Nas décadas seguintes a avenida foi sendo cada vez mais utilizada, principalmente para acessar o Lago Igapó, mas foi na década de 1970 que a avenida, antes residencial, passou a ceder espaço para o comércio e começou gradativamente a verticalizar-se e abrigar mais estabelecimentos comerciais e mantem-se até hoje com esse novo caráter (BONI; SILVA, 2014). A Avenida Higienópolis, ícone londrinense, surgiu logo no início da cidade e foi um símbolo de inovação. Apesar das transformações sofridas ao longo das décadas a avenida, que desempenha papel importante na cidade, interligando o centro com o Lago Igapó, sempre foi considerada como um "cartão de visitas" da cidade.

FIGURA 4.7: Mapa com evolução da Avenida Higienópolis ao longo das décadas. Sem Escala. Editado pela autora. Fonte: A AUTORA, 2020, s/p. | FIGURA 4.8: Primeiro trecho da Avenida Higienópolis na década de 50. Fotógrafo: Oswaldo Leite. Fonte: BONI; SILVA, 2014, p.70 | FIGURA 4.9: Construção da ponte sobre o Lago Igapó, que na imagem ainda não existia. Fotógrafo: Oswaldo Leite. Fonte: BONI; SILVA, 2014, p.73 | FIGURA 4.10: Vista área da ponte da Avenida Higienópolis sobre o Lago Igapó. Editada pela autora. Fonte: VIERA, 2016, s/p.


4.10

CONTEXTO DA PROBLEMÁTICA

87


4.2PERFIL DO USUÁRIO ALVO 88

A biblioteca pública visa atender a todos os públicos e faixas etárias, desde o público infantil até a terceira idade, em nível municipal e regional. No entanto, devido ao local onde está instalada, pró-

xima a várias escolas, universidades e em uma área comercial, com a presença de coworkings, nota-se que será atraído uma maior parcela de público jovem e estudante, que já frequentam essa região.

De acordo com o Programa de Apoio às Bibliotecas Municipais (2009, p. 4) as bibliotecas "devem ser consideradas como elementos simbólicos estruturantes do tecido urbano, e possuir uma imagem bem identificada sob o ponto de vista arquitetônico e volumétrico".

O terreno atualmente é um vazio urbano na cidade, onde antigamente ficava a escola de circo, um local que já possuía cultura, mas que hoje, possuí duas construções abandonadas (Figura 4.12, 4.13 e 4.14), um terreno que, possivelmente, está apenas especulando em uma área nobre da cidade.

4.3SELEÇÃO DO TERRENO Esse mesmo programa também diz que a biblioteca deve estar localizada nas imediações de locais habitualmente frequentados pela população. Esse foi um dos motivos para a escolha do terreno, que está localizado na Avenida Higienópolis (Figura 4.11), importante via na história da cidade, que interliga o centro ao Lago Igapó, outro ícone londrinense, muito frequentado pela população (PROGRAMA DE APOIO ÀS BIBLIOTECAS MUNICIPAIS, 2009). Outro critério adotado era que o terreno estivesse próximo à escolas, coworkings, instituições públicas e em uma região comercial bem movimentada, para que o público da futura biblioteca também pudesse crescer.

A escolha foi feita pautada em não permitir que esse terreno seja ocupado por mais uma construção imobiliária, que atraía apenas um público seleto. A ideia é justamente devolver a esse espaço uma instituição de incentivo a educação e cultura, que reforce esse caráter público, desmistificando essa região e atendendo e agregando todos os bairros e comunidades, não apenas o entorno. Além disso, foi considerado um local que possuísse visuais interessantes (Figura 4.15) e que estivesse ligado ao lazer e a áreas verdes, critério suprido graças a sua proximidade com o Lago Igapó.

FIGURA 4.11: Vista do terreno para a Avenida Higienópolis. | FIGURA 4.12: Esqueleto de uma das construções abandonadas existentes no terreno. | FIGURA 4.13: Construção abandonada e degradada existente no terreno. | FIGURA 4.14: Vista das duas construções abandonadas dentro do terreno. | FIGURA 4.15: Visuais interessantes a partir do terreno em direção a face sul. | Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.


CONTEXTO DA PROBLEMÁTICA

4.11

4.12 4.13 4.14

4.15

89


4.4ESTUDO DE VIABILIDADE 90

Neste subcapítulo será apresentado o terreno escolhido e todas suas potencialidades relacionadas a sua localização, aspectos relativos à insolação, topografia, clima, análises de mobili-

dade com relação a acessos e malha viária e visuais interessantes, que ArcGIS Web dele Map contribuirão para o entendimento e de seu entorno, tanto imediato como em escala de cidade.

4.4.1 Localização

Nas proximidades encontram-se várias escolas, coworkings e outras instituições públicas, conforme Figura 4.17, outros possíveis públicos para a futura Biblioteca Pública. Além disso, nota-se que o terreno é facilmente acessado, principalmente por transportes não motorizados, através das ciclovias existentes ou em projeto (Figura 4.17) que interligam várias partes da cidade, e também por transportes públicos, através de um ponto de ônibus, localizado na Avenida Higienópolis. FIGURA 4.16: Imagem de satélite do terreno, com indicação das vias no seu entorno. Editada pela autora. Fonte: SIGLON, 2020, s/p. | FIGURA 4.17: Mapa de localização do terreno na cidade e sua distância das demais instituições. Editado pela autora. Fonte: BASE CARTOGRÁFICA DO MUNICÍPIO, 2019, s/p.

RUA DULCÍDIO PEREIRA

TERRENO DE ESTUDO QUADRA 1 LOTE 1/18

RUA DA LAPA

A área, considerada nobre na cidade, é bem movimentada e fica próxima ao Lago Igapó e a grandes eixos comerciais da cidade como a Avenida Higienópolis, Avenida Juscelino Kubitscheck e Avenida Madre Leônia Milito, avenidas que atraem grande fluxo de pessoas, possíveis usuários da biblioteca.

4.16

AVENIDA HIGIENÓPOLIS

O terreno está localizado no bairro Higienópolis, na gleba GLP e loteamento Parque Canaã, área bem adensada da cidade e ocupa toda a quadra número 1 e a data 1/18. O lote é circundado a oeste pela Avenida Higienópolis, a norte pela Rua Dulcídio Pereira, a leste pela Rua da Lapa e a sul pela Rua Aminthas de Barros (Figura 4.16).

RUA AMINTHAS DE BARROS


UEL

5

6

13

CONTEXTO DA PROBLEMÁTICA OURO VERDE

BOSQUE

3

7

IBIPORÃ

CAMBÉ AT LAGERRO O I DO GA PÓ

21

1

2

m 800

500 m 1

LAGO IGAP Ó II

10

IATE CLUBE 9

LAG OI GA PÓ I

1

PIT ÁG OR AS

4.17 MAPA DE LOCALIZAÇÃO ESCALA 1:18.000

COLÉGIO UNIVERSITÁRIO

2

COLÉGIO ESTADUAL JOSÉ DE ANCHIETA

3

COLÉGIO ESTADUAL VICENTE RIJO

4

CENTRO UNIVERSITÁRIO FILADÉLFIA (UniFil)

5

COLÉGIO LONDRINENSE

6

COLÉGIO ATENEU

7

COLÉGIO MÃE DE DEUS

8

COLÉGIO MAXI - AV. DUQUE DE CAXIAS

9

COLÉGIO ESTADUAL BARÃO DO RIO BRANCO

10

COLÉGIO ESTADUAL NEWTON GUIMARÃES

11

COLÉGIO ESTADUAL HUGO SIMAS

12

COLÉGIO MAXI - AV. MARINGÁ

13

UNIVERSIDADE POSITIVO | ARTHUR THOMAS

14

HUB DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL SENAI

1

PREFEITURA DE LONDRINA

2

BIBLIOTECA PÚBLICA MUNICIPAL DE LONDRINA

3

BIBLIOTECA INFANTIL MONTEIRO LOBATO

COWORKING

UN OP AR

G PPIN SHOATUAI C

8

1

INSTITUIÇÕES PÚBLICAS

14

PGD

N

180

0

180

ESCALA GRÁFICA

360 540m

91

INSTITUIÇÕES DE ENSINO

m 00 15

3

ZERÃO

3

2

17 80 m

4

12

CENTRO HISTÓRICO

11

TERRENO ANALISADO

CICLOVIAS

1

SIX COWORKING

2

HUBUS COWORKING

3

JUNTUS


92

92

4.4.1.1 Aspectos Relativos ao Entorno

O entorno imediato do terreno é composto por duas vias coletoras B, Rua Dulcídio 4.18 Pereira, ocupada ao redor do lote principalmente por serviços, com 2 pavimentos e por um prédio residencial com 7 pavimentos, e a Rua da Lapa (Figura 4.18), com uso majoritariamente residencial com construções térreas, ambas as vias com menor fluxo de veículos.

4.19

As outras duas vias, que compõem esse entorno imediato, são arteriais, sendo elas a Avenida Higienópolis (Figura 4.19), ocupada principalmente por edificações com 2 pavimentos, com a exceção de um prédio residencial de 6 pavimentos, e a Rua Aminthas de Barros, com galpões, correspondentes ao Iate Clube de Londrina, com altura equivalente a 2 pavimentos, ambas as vias com uso majoritariamente comercial e com grande fluxo de veículos, o que acaba sendo um gerador de ruídos. 4.20

4.21

4.23

4.22

O terreno ainda possui boa visibilidade pela Avenida Higienópolis, conforme Figura 4.23 e também pela Rua Aminthas de Barros conforme Figura 4.24, o que aumenta as chances da obra ser notada e acessada pela população.

Além disso, o local possui acessos facilitados graças as faixas de pedestres existentes em todas as esquinas (Figuras 4.20, 4.21 e 4.22), com exceção da esquina entre as ruas Dulcídio Pereira e da Lapa. 4.24

FIGURA 4.18: Rua da Lapa, entorno residencial. | FIGURA 4.19: Avenida Higienópolis, entorno comercial com geração de ruídos. | FIGURA 4.20: Esquina com faixa de pedestres entre a Rua Aminthas de Barros e Avenida Higienópolis. | FIGURA 4.21: Esquina com faixa de pedestres entra a Rua Aminthas de Barros e Rua da Lapa. | FIGURA 4.22: Esquina com faixa de pedestre entre a Avenida Higienópolis e Rua Dulcídio Pereira. | FIGURA 4.23: Boa visibilidade do terreno a partir da Avenida Higienópolis. | FIGURA 4.26: Boa visibilidade do terreno a partir da Rua Aminthas de Barros. | Fonte: AUTORAL, 2020, s/p. | FIGURA 4.25: Mapa de malha viária, mostrando as conexões do terreno com as diversas áreas da cidade. Editado pela autora. Fonte: BASE CARTOGRÁFICA DO MUNICÍPIO, 2019, s/p.


CONTEXTO DA PROBLEMÁTICA

93 93

ZONA NORTE

IBIPOR Ã

Analisando a malha viária (Figura 4.25), nota-se que o terreno em estudo tem facilidade de acesso pelas principais vias da cidade. Todas as vias locadas no mapa de malha viária possuem sentido duplo, TO R inclusive a Avenida Higienópolis e PO RO E A a Rua Aminthas de Barros, que dão acesso ao terreno. As únicas exceções, com sentido único, são a Rua da Lapa e Rua Dulcídio Pereira, ruas adjacentes ao lote em estudo.

L UE

É MB CA

UEL

AR OP A UN PIZ

CAMBÉ

LEGENDA

UEL É B CAM

PGD

PIT ÁG OR AS

UN OP AR

G PPIN SHOATUAI C

4.25 MAPA DE MALHA VIÁRIA ESCALA 1:18.000

N

180

0

180

ESCALA GRÁFICA

360 540m

TERRENO EM ESTUDO AV. HIGIENÓPOLIS R. AMINTHAS DE BARROS R. DA LAPA R. DULCÍDIO PEREIRA AV. MARINGÁ AV. JUSCELINO KUBITSCHECK AV. AYRTON SENNA DA SILVA AV. MADRE LEÔNIA MILITO AV. DEZ DE DEZEMBRO RODOVIA CELSO GARCIA CID RUA HUMAITÁ RUA PREFEITO FARIA LIMA AV. PRES. CASTELO BRANCO AV. DUQUE DE CAXIAS


94 94

4.4.2 Análise Gráfica do Terreno M CA

IN H O D O

SO

L

ES OS NT NT A VE MIN O ED PR

A

94 m R. DULCÍDIO PEREIRA 553 552

ÁREA TOTAL 9.776 m²

549

Além disso, é facilmente acessado, principalmente por transportes não motorizados, através das ciclovias existente na Rua Aminthas de Barros e em projeto na Avenida Higienópolis, e por transportes públicos, através do ponto de ônibus existente na Avenida Higienópolis (Figura 4.27 e 4.28). 4.27

104 m

550

551

RUA DA LAPA

AV. HIGIENÓPOLIS

554

O terreno, com 9.788 m², ocupa uma quadra e possui duas construções abandonadas, que deverão ser demolidas (Figura 4.26). A face oeste do terreno está voltada para Avenida Higienópolis, o que torna necessário o uso de proteções solares nessa fachada, visto que o clima da cidade é subtropical úmido mesotérmico, caracterizado por verões quentes, chuvosos e com temperaturas médias de 28 graus centígrados.

4.28

548 547

S DE ES STA NT PE INA TEMDOM E PR

R. AMINTHAS DE BARROS A

RUÍDOS

SOL DA MANHÃ

SENTIDO DAS VIAS

SOL DA TARDE

TERRENO EM ESTUDO

VIA COLETORA B

CONSTRUÇÕES A DEMOLIR

VIA ARTERIAL

VENTOS PREDOMINANTES

VIA ARTERIAL PROJETADA

TEMPESTADES PREDOMINANTES

VISUAIS INTERESSANTES

PONTO DE ÔNIBUS

4.26 ANÁLISE GRÁFICA DO TERRENO ESCALA 1:2.000

N

20

0

20

ESCALA GRÁFICA

40

60m

O regime de ventos predominantes na cidade de Londrina é de leste e nordeste, porém, nessa região ele também sopra de norte. Principalmente na primavera e verão, eles mudam de direção, passando a soprar de oeste e sudoeste e podendo atingir velocidades acima de 120km/h, sendo, então, considerados de tempestades. (PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO, 2009).


1/500 CONTEXTO DA PROBLEMÁTICA 554 552 550 548 546

95

RUA DULCÍDIO PEREIRA

CORTE AA DO TERRENO

N

4.29

RUA AMINTHAS DE BARROS VIA

TOPOGRAFIA ORIGINAL

VISUAIS INTERESSANTES

5

0

5

10

15m

ESCALA GRÁFICA

ESCALA 1:500

Além disso, o terreno possui oito curvas de nível, conforme Figura 4.29, que vão desde a cota 547 até a cota 554 metros, um desnível que deve ser considerado na hora do projeto e que também contribui com as vistas em potencial a partir do terreno em direção a face sul, sudoeste e sudeste, conforme Figuras 4.30, 4.31 e 4.32, o que permite que o projeto explore grandes aberturas, proporcionando uma maior integração do interior com o exterior e trazendo uma atmosfera agradável para o interior do projeto. 4.30

4.31

4.32

FIGURA 4.26: Mapa com análise gráfica do terreno. Editado pela autora. Fonte: BASE CARTOGRÁFICA DO MUNICÍPIO, 2019, s/p. | FIGURA 4.27: Ciclovia existente na Rua Aminthas de Barros. | FIGURA 4.28: Ponto de ônibus existente na Avenida Higienópolis. | FIGURA 4.29: Corte do terreno auxiliando no entendimento da topografia original do mesmo. | FIGURA 4.30: Visuais em potencial a partir do terreno em direção a face sul. | FIGURA 4.31: Visuais em potencial a partir do terreno em direção a face sudoeste. | FIGURA 4.32: Visuais em potencial a partir do terreno em direção a esquina entre a Avenida Higienópolis e a Rua Aminthas de Barros. | Fonte: AUTORAL, 2020, s/p.


4.5LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA DO TERRENO 96

O terreno, de acordo com o uso e ocupação do solo de Londrina (Lei Municipal nº 12.236, de 29/01/2015), encontra-se na Zona Comercial 3 (ZC-3) na qual, dentre todos os usos permitidos, está o uso Institucional Local (INS-L), que permite a construção de uma biblioteca nesse local. Na Tabela 4.1 é possível ver todas as informações existentes nessa lei e que são aplicáveis a esse terreno, como recuos mínimos, coeficiente de aproveitamento e taxa de ocupação.

Tabela 4.1 - Análise da Lei Municipal Nº 12.236 de 29/01/2015

ZONA

USOS

ZC-3

INS-L (Institucional Local) e INS-G (Institucional em Geral)

ÁREA FRENTE MIN. COEFICIENTE DE MIN. DO DO LOTE (m) APROVEITAMENTO LOTE (m²) LOTE MEIO DE QUADRA 500

LOTE DE ESQUINA

15

BÁSICO

20 MÁXIMO

2, podendo chegar até 3,5 4,5 (outorga onerosa)

TAXA DE OCUPAÇÃO

RECUOS

R=H/10 m Mínimo: 5 m Af=(H/15)+4,4m 1º PAV. 80% FUNDO Mínimo: 6 m A=(H/15)+1,2m DEMAIS PAV. 50% LATERAIS Mínimo: 2,5 m TÉRREO

100%

FRENTE

Art. 227

É obrigatória a manutenção de uma área permeável com vegetação para infiltração das águas pluviais, na proporção de 20% (vinte por cento) da área total do lote, dentro de seus limites.

Art. 236

Nos lotes de esquina, só serão considerados os recuos de frente e laterais. Fonte: SOUSA, 2012, p. 6, editada pela autora.

FIGURA 4.33: Vista aérea da Avenida Higienópolis, separando o Lago Igapó I e II, e ao fundo o terreno em estudo. Fonte: VIERA (201?), s/p.


4.33

CONTEXTO DA PROBLEMÁTICA

97


98

5

DIRETRIZES DE PROJETO


DIRETRIZES DE PROJETO

Com base no estudo teórico e nas análises realizadas anteriormente foi possível compreender, não apenas necessidades referentes ao tema em estudo e a realidade na qual o mesmo está inserido, mas também a importância e a evolução dos edifícios de bibliotecas ao longo do tempo. As obras correlatas também foram importantes inspirações projetuais que permitiram um maior entendimento de diversas situações aplicadas à problemática. Toda essa trajetória de raciocínio possibilitou o estabelecimento de uma linha de pensamento, que auxiliou o desenvolvimento do projeto proposto, gerando um conceito e, consequentemente, a materialização do mesmo através do partido arquitetônico, ambos temas que serão abordados nesse capítulo.

99

Nesse capítulo será apresentado o programa de necessidades do projeto e seu pré-dimensionamento, além dos diagramas de funcionograma, organograma, fluxograma e setorização, que são imprescindíveis para o exercício projetual, resultando na elaboração de um projeto com fluxos melhores definidos e relações de hierarquia espacial melhor resolvidas. Por fim, será apresentado o memorial da proposta onde serão descritas e justificadas as escolhas referentes à estrutura, materiais, acabamentos, acessos, distribuição espacial com relação à funcionalidade e ao contexto em que a obra está inserida e, por fim, escolhas que permitem com que a obra agrida menos o meio ambiente.


5.1CONCEITO

100

O espaço público é um elemento essencial nas cidades e importante para a vida dos habitantes, pois é nele que se configura a cidadania. A área selecionada para a proposta da Biblioteca Pública é tradicionalmente conhecida como área nobre e elitizada. Inclusive o Lago Igapó, que deveria ser de uso público e atender toda a população, possui uma porção de sua área - Lago Igapó I - privatizada com residências alto padrão, acomodadas em grandes lotes, e clube náutico, onde apenas uma pequena parcela da população pode acessar e usufruir dos espaços. O lago perde seu caráter de “grande local de reunião da cidade” (OLIVEIRA, 2018, p. 72). O conceito de lugar urbano alia-se a uma base territorial e cultural, e, principalmente, à essência vivida. É o ponto de maior convergência entre espaço social e espaço geométrico. Corresponde à escala do pedestre, adequada e compatível com as dimensões do corpo humano, passível de ser percorrida a pé; dá-se a conhecer pelo “uso” (BARROS, 2004, p. 56).

A essência do projeto é baseada na conceituação de territórios públicos e privados que são, respectivamente, traduzidos em termos de “coletivo” e “íntimo”. A proposta apresenta-se como gradiente de transição entre os espaços de usos públicos e de usos privativos de maneira integrada e natural, objetivando atrair um maior número de usuários e permitir práticas sociais, interação social, de manifestações de vida urbana e comunitária - através de lugares intencionais para encontros e permanência, ou seja, praças externas e interna. A intenção do projeto estabelece relações de conectividade entre a área urbana, paisagem do entorno e o edifício, permitindo a permeabilidade visual, onde o edifício barra o mínimo possível os visuais potenciais, aproveitando a topografia e externalizando seu caráter público, de maneira que os visitantes, até sem perceber, acabam usufruindo dos espaços da biblioteca pública.


5.2PARTIDO ARQUITETÔNICO

101 101

ÇA PRA AL TR CEN

N

5.1

IS OL ÓP IEN IG .H AV

O projeto se materializou com origem em formas puras, com dois retângulos dispostos perpendicularmente em formato de L, criando uma praça central, que se abria para a Avenida Higienópolis e para a Rua Aminthas de Barros, vias mais movimentadas e se fechava para as outras duas ruas, que possuem um caráter residencial e de serviço.

OS RR A B DE S HA NT I M R. A

N

A intenção da praça central é justamente acolher os usuários, criando espaços públicos dentro do terreno que teoricamente deveria ser privado. A proposta buscava também aproveitar os visuais interessantes do terreno, através de vidros e um terraço voltados para a face sul do terreno (Figura 5.1). IRA 5.2 IO PERE Com intuito de melhorar a permeabilidade visual, aproveitando os visuais em potencial, e ÍD C L U D R. agredir menos o entorno, o pavimento superior do bloco localizado a norte foi removido e em seu luDE ILIDA B A E gar foi criada uma praça superior, que acontece como uma ampliação da calçada, criando mais um esPERM paço público dentro do terreno e acolhendo os usuários que vêm da Rua Dulcídio Pereira (Figura 5.2). S Além disso, para substituir o bloco que foi removido, foi adicionado um pavimento na parte inferior do RO R BA E bloco a oeste (Figura 5.2), que ficará semienterrado, aproveitando melhor a topografia do terreno. Essas mudanças D AS H auxiliaram na permeabilidade visual da proposta e também permitiram que o edifício não agredisse tanto seu entorno. NT MI A . R 5.3 EREIRA ÍDIO P Para que a obra tivesse também permeabilidade física foi feita uma subtração, que divide o A R R. DULC P ÇA

IS OL ÓP IEN IG .H AV

N

IOR SUPER

IS OL ÓP IEN IG .H AV

edifício em dois blocos independentes e que, posteriormente, além de funcionar como uma passagem permitindo vários fluxos diferentes através do terreno, ainda abrigará os acessos para ambos os blocos.

Essa abertura garantiu que os acessos se concentrassem em um mesmo local, possibilitando maior segurança para o edifício, acolhendo o público proveniente da Rua da Lapa, e também possibilitando que os pedestres, ainda que não acessem a biblioteca, também usufruam desse terreno com caráter público, contribuindo para a desmitificação da área (Figura 5.3).

OS RR A B DE S HA NT I M R. A

FIGURA 5.1: Diagrama do volume original da obra, disposta em dois blocos retangulares perpendiculares. | FIGURA 5.2: Diagrama de integração do edifício com a Rua Dulcídio Pereira. | FIGURA 5.3: Subtração no volume garantindo permeabilidade física para a obra. | Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.


5.2PARTIDO ARQUITETÔNICO A fim de comportar todo o programa de necessidades da biblioteca, foi necessário acrescentar mais um pavimento, que foi pensado suspenso e transpassando o bloco oeste já existente, sendo sustentado por pilares inclinados. A solução foi pensada de maneira a não prejudicar a permeabilidade física desejada para a obra, possibiAV litando a passagem dos usuários por baixo do desse bloco, e também . não deixando a obra ainda mais alta, o que funcionaria como uma bar- HIG I reira visual naquele espaço. Acrescentou-se ainda um volume para a ca- EN Ó PO feteria, que recebeu destaque na fachada, com uma cobertura pergolada LIS em madeira, de forma a atrair um número maior de usuários para a biblioteca.

Para conectar a praça superior com a entrada do edifício foi projetada uma rampa circular que interliga esses espaços. Além disso, para proporcionar uma melhor organização espacial, o pavimento que fica semienterrado foi pensado para acomodar as áreas silenciosas da biblioteca, com o acervo e áreas de leitura, enquanto o bloco suspenso foi pensado para acomodar as atividades com maior nível de ruídos, como a ludoteca, as salas de workshops, o setor multimídia e o setor infantil (Figura 5.4).

N

102

DE S A H INT M R. A

5.4

OS R R BA

Incorporando os estudos de gradiente de intimidade para dentro do edifício, o bloco de entrada da obra possui em suas extremidades os ambientes mais silenciosos com vistas para o exterior do edifício, enquanto em seu miolo estão as áreas comuns com maior nível de ruído. Além disso, como não foi possível criar pavimentos com pé direito alto, porque essa decisão projetual afetaria a permeabilidade visual, foi pensada uma escadaria localizada próxima a entrada, que utiliza o pé direito duplo e funciona também como arquibancada, o que possibilita que o usuário tenha uma boa visualização do pavimento inferior do edifício, auxiliando na sua orientação dentro da biblioteca e também garantindo uma maior sensação de amplidão. A mesma estratégia foi utilizada na rampa circular, que além de auxiliar na orientabilidade do usuário e na sensação de amplidão, ainda garante acessibilidade para o edifício (Figura 5.5). FIGURA 5.4: Adição de um bloco suspenso, comportando assim todo o programa de necessidades. | Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.


103

DIRETRIZES DE PROJETO

103

Ademais, foi priorizada na biblioteca essa relação interior e exterior, criando grandes aberturas para a face sul, que aproveitam os visuais, e outras aberturas voltadas para a praça central, onde os usuários de ambos os espaços podem se ver, criando uma certa curiosidade para quem está do lado de fora da obra, e contribuindo para iluminação natural dos ambientes. Corroborando com essa iluminação, foi criado um lanternim, que também possibilitou a instalação de painéis fotovoltaicos voltados a norte e auxiliou a demarcação de uma hierarquia espacial. Por fim, os espaços e os mobiliários da biblioteca também foram pensados para serem flexíveis possibilitando diversos arranjos espaciais, que se ajustam as distâncias interpessoais desejadas em cada momento e por cada usuário (Figurai 5.6).

PAINÉIS FOTOVOLTAICOS

O AÇÃ N I L M ILU ATURA N

R. AMINTHAS DE BARROS

ESPAÇOS PÚBLICOS ESPAÇOS PRIVADOS

ILU M NA INAÇÃ TUR O AL

N

AMPLIDÃO

ESPAÇOS SEMIPÚBLICOS

5.6

AMPLIDÃO

ESPAÇOS PRIVADOS

ESPAÇOS PRIVADOS

ES PA ÇO S INTERIOR/EXTERIOR

ESPAÇOS SEMIPÚBLICOS

N

PÚ BL IC O S

5.5

INTERIOR/EXTERIOR

ACESSO

VISUAIS INTERESSANTES - R. AMINTHAS DE BARROS ESPAÇOS PÚBLICOS FIGURA 5.5: Ilustração da aplicação dos estudos de espaço pessoal e gradientes de intimidade no projeto. | FIGURA 5.6: Ilustração da aplicação dos conceitos de wayfinding e amplidão na obra. | Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.


5.3 104

PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO

Milanesi, em seu livro "A casa da invenção" (2003), aborda sobre bibliotecas e centros de cultura, pontuando que as bibliotecas tem evoluído para esse segundo edifício, porém, com lentidão no Brasil. No mesmo livro, o autor sugere alguns dimensionamentos para esses então centros de cultura, conforme Tabela 5.4 a seguir, na qual já foram calculados os parâmetros para a realidade da cidade de Londrina, que possui aproximadamente 570 mil habitantes, segundo estimativas do IBGE (2019). Nota-se que alguns dos valores utilizados foram inferiores aos mínimos, pois os dados foram adaptados para a realidade londrinense, onde esta não seria a única biblioteca da cidade. Tabela 5.1 - Sugestão de dimensionamento para centros de cultura.

ITEM

MÍNIMO

MÁXIMO

UTILIZADO

ÁREA TOTAL DA BIBLIOTECA

100 habitantes/m² = 5.700 m²

30 habitantes/m² = 19.000 m²

8.280 m²

ÁREA INFANTIL

1/6 da área total = 950 m²

1/3 da área total = 6.333 m²

352 m²

ÁREA DE CONVIVÊNCIA

1/6 da área total = 950 m²

1/3 da área total = 6.333 m²

950 m²

ACERVO

8 habitantes/título = 71.250

3 títulos/habitantes = 1.710.000

64.650

NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS

1 funcionário/20.000 habitantes = 28,5

1 funcionário/2.000 habitantes = 285

29

AUDITÓRIO

150 lugares

330 lugares

150 lugares

MULTIMÍDIA

1/10.000 habitantes = 57

1/1.000 habitantes = 570

60

Fonte: MILANESI, 2003, p. 234-259. Editada pela autora.

Além dos parâmetros de dimensionamento sugeridos por Milanesi (2003), para que o projeto estivesse de acordo com a realidade da cidade em estudo, utilizou-se também como referência o Programa de Apoio as Bibliotecas Municipais (2009), que caracteriza as bibliotecas em três tipos de programa, de acordo com o número de habitantes. Londrina se enquadra no B.M.3, com população superior a 50.000 habitantes, onde a área útil prevista para a biblioteca é de 1.900 m², sendo 150 m² para o átrio, 650 m² para secção adulta, 400 m² para secção infantil, 140 m² para auditório, 70 m² para os sanitários e 470 m² para a área administrativa e de serviço.


FREQUENTA FREQUENTA BIBLIOTECAS? BIBLIOTECAS? COM NOVOS FREQUENTARIAAMBIENTES? BIBLIOTECA 65%

65%Acima de 40 anos

65%

FREQUENTARIA BIBLIOTECA 105

DIRETRIZES DE PROJETO

COM NOVOS AMBIENTES? COM NOVOS AMBIENTES? FREQUENTA BIBLIOTECAS? FREQUENTA BIBLIOTECAS?

Para entender a realidade do uso das bibliotecas, foi realizada uma enFREQUENTA BIBLIOTECAS? FREQUENTA FREQUENTARIA BIBLIOTECAS trevista com 109 pessoas, onde 77% dos entrevistados responderam que não BIBLIOTECAS? COM UM NOVO CARÁTER? costumam frequentar bibliotecas (Figura 5.7)

6% Quando questionados a respeito do porque não costumavam frequentar,

23% 23% as respostas mais obtidas foram que a biblioteca não é atrativa, fica muito longe 23% 23% ou não possui ambientes agradáveis (Figura 5.9).

POR QUE NÃO FREQUENTA? 6%

23%

A biblioteca não é atrativa

33%

Sim 23% 23% Sim A biblioteca fica muito longe Não 27% Não 6% 94% No entanto, após a sugestão de diversificação de uso com a inserção de Não Não Não Não 77% 18% alguns ambientes a esses edifícios, 94% dos entrevistados responderam que fre- Os ambientes não são agradáveisSim Sim 94% Sim Sim 5.8 quentariam uma biblioteca com esse novo caráter, mais atrativo, agradável e com 5.7 Não QUE gosto de ler Sim POR NÃO12%FREQUENTA? Sim PORQUE NÃO77% FREQUENTA? ênfase não apenas nos livros, mas na cultura de modo geral, que pode ser entre77% Não Outros motivos gue aos usuários de diversas formas e por meio de vários ambientes (Figura 5.8). A biblioteca não é atrativa 10% 33% 94% A biblioteca fica muito longe 27% 77% 77% No gráfico ao lado (Figura 5.10), seguem os dados que demonstram

77%

quais desses ambientes obtiveram maior adesão pelos entrevistados, dados que foram fundamentais para a escolha do programa de necessidades da biblioteca em estudo. Com base na entrevista, foram adicionados ao programa de necessidades todos o ambientes listados no questionário ao lado, com exceção dos três últimos, menos votados: salas de músicas com instrumentos musicais, brinquedoteca e sala de jogos, sendo que esse último ambiente foi incorporado juntamente ao espaço da ludoteca. Como resultado dos parâmetros e dos ambientes apresentados acima, elaborou-se o pré-dimensionamento a seguir, que está dividido por setores. FIGURA 5.7: Gráfico com a porcentagem de pessoas que costumam frequentar bibliotecas. | FIGURA 5.8: Gráfico com a porcentagem de pessoas que frequentariam bibliotecas se elas tivessem um caráter diferente. | FIGURA 5.9: Gráfico de análise com os motivos pelos quais as pessoas não frequentam as bibliotecas. | FIGURA 5.10: Gráfico mostrando quais ambientes tiveram maior adesão pelos entrevistados. | Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.

Não

77%

Os ambientes não são agradáveis Não gosto de ler 5.9 Outros motivos

18%

12% NOVOS AMBIENTES PARA 10%

BIBLIOTECA AMBIENTES COM MAIOR ADESÃO Cafeteria Sala para workshops Exposições temporárias Livraria Sala de vídeos Gibiteca Serviço de tradução Ateliê para artesanato Ludoteca Auditório Sala de jogos Brinquedoteca Salas de músicas com instrumentos…

5.10 14%

11% 10% 9% 7% 7% 7% 7% 6% 6% 6% 5% 5%

Si

N


5.3 106

PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO

Tabela 5.2 - Programa de Necessidades e Pré-dimensionamento do Setor de Acessos, Área de Convívio e Setor Infanto-juvenil

PROGRAMA

ATIVIDADE SETOR DE ACESSOS

CAPACIDADE PRÉ-DIMENSIONAMENTO

Bicicletário

Armazenamento de bicicletas coberto

22

50 m²

Cabine de Videochamada Cabine de Empréstimos e Devoluções Estacionamento

Cabine, externa a biblioteca, para realização de videochamadas Cabine, externa a biblioteca, para empréstimos e devoluções de livros de forma rápida Estacionamento de automóveis no subsolo

2 cabines

131 vagas

2.445 m²

Hall de Entrada

Átrio de entrada do edifício, com elevador

-

30 m²

2 pessoas

TOTAL

2.525 m²

ÁREA DE CONVÍVIO Praça superior

Local de lazer e contemplação ao ar livre, que funciona como uma extensão da calçada Local de lazer, leitura e exposições ao ar livre

-

750 m²

-

2.250 m²

Espaço ao ar livre para lazer diurno ou noturno, com espaço para foodtrucks

-

465m²

Átrio com recepção, mapa tátil, catracas, área para retirada e devolução de livros e espaço para os usuários guardarem seus pertences

110 unidades

95 m²

Livraria

Comercialização de livros, revistas e produtos com a marca da biblioteca

-

65 m²

Cafeteria

Área interna e externa, com cozinha, para lanches rápidos, cafés e encontros.

-

135 m²

Área de convívio

Espaços para leitura, contemplação, conversas e trocas de ideias

-

700 m²

Praça central Arquibancada Verde e Cinema ao ar livre Recepção e Guarda-Volumes

SUBTOTAL (área construída)

995 m²

TOTAL

2.520 m²

SETOR INFANTO-JUVENIL Acervo infanto-juvenil e Gibiteca

Espaço lúdico da biblioteca com acervo e espaços de leitura voltado para esse público

12.000 títulos

80 m²

Espaços de leitura

Espaços para leitura, contemplação, conversas e trocas de ideias

-

150 m²

Área de Jogos

Espaço reservado para estimulo de aprendizagem através de jogos Espaço flexível para leitura em voz alta e desenvolvimento de outras atividades em grupo para esse público SUBTOTAL

-

12 m²

-

22 m²

Contação de histórias

264 m²

+ 30% para circulação

79,2 m²

TOTAL

343,2 m² Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.


Tabela 5.3 - Programa de Necessidades e Pré-dimensionamento dos Espaços Multiusos, Setor Geral de Atendimento ao Público e Auditório

PROGRAMA

ATIVIDADE ESPAÇOS MULTIUSOS

CAPACIDADE PRÉ-DIMENSIONAMENTO

Sala Tecnológica Sala de Vídeos Setor Multimídia

Sala para xerox e impressão 3D Local destinado a exibição de filmes e documentários Espaço com mesas e computadores com acesso a internet

42

39 m² 35 m² 110 m²

Ateliê para Artesanato

Sala destinada a confecção de artes e técnicas com trabalho manual

-

55 m²

Salas para Workshops

Sala destinada a realização de oficinas e outras atividade

-

55 m²

Ludoteca

Sala de descontração (estímulo a aprendizagem através de jogos e brincadeiras)

-

110 m²

-

60 m²

-

50 m²

Área para Exposições Cave Space

Área destinada a exposições provisórias e debates em grupo, com mobiliários adaptáveis e usos flexíveis Espaço para leitura descontraída e desenvolvimento de outras atividades mais lúdicas SUBTOTAL

510 m²

+ 30% para circulação

153 m²

TOTAL

663 m²

SETOR GERAL DE ATENDIMENTO AO PÚBLICO Acervo Geral

Setor que contém o acervo geral da biblioteca e áreas de leitura

47.000 títulos

400 m²

Setor Braile

1.150 títulos

50 m²

4.500 títulos

130 m²

Salas de Estudo em Grupo

Setor destinado a usuários com deficiência visual Espaços de leitura e armazenamento de jornais, revistas, periódicos e obras em série Salas reservadas para estudos em grupo

4 salas

40 m²

Sala de Estudo Individual

Sala reservada para estudo individual

22 pessoas

40 m²

Sanitários

Necessidades pessoais

4 unidades+4 PNE

100 m²

Hemeroteca

SUBTOTAL

1.530 m²

+ 30% para circulação

459 m²

TOTAL

1.989 m²

AUDITÓRIO Foyer

Área de entrada para o auditório

-

30 m²

Sanitários

Necessidades pessoais

2 unidades+1 PNE

30 m²

Auditório

Auditório para palestras, apresentações e peças de teatro

150 lugares

250 m²

Sala Audiovisual

Espaço para controle de luz e som das apresentações

-

TOTAL

Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.

300 m²

107


5.3 108

PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO Tabela 5.4 - Programa de Necessidades e Pré-dimensionamento do Setor Administrativo e Serviço

PROGRAMA

ATIVIDADE

CAPACIDADE PRÉ-DIMENSIONAMENTO

Diretoria

Coordenação da biblioteca

1 pessoa

15 m²

Secretaria

Recepção e atendimento do público e assessoria para os outros setores

1 pessoas

15 m²

Gabinetes de trabalho

Sala com área de trabalho para diversos funcionários, como tesoureiros, administradores, bibliotecários, entre outros profissionais.

18 pessoas

130 m²

Sala de Recebimento

Recebimento e triagem de acervo

2 pessoas

15 m²

Sala de Processamento

Catalogação, classificação e indexação

2 pessoas

15 m²

Sala de Restauração

Restauro do acervo

2 pessoas

15 m²

Área Técnica

Armazenamento multimídias e técnico

1 pessoa

15 m²

Sala de Reuniões

Reuniões

8 pessoas

15 m²

Depósito

Armazenamento de documentos

-

80 m²

Almoxarifado

Armazenamento de materiais de uso da biblioteca

-

10 m²

Copa

Preparo e realização de refeições

5 pessoas

10 m²

Sanitários

Necessidades pessoais

2 unidades+1 PNE

15 m²

DML

Armazenamento de materiais de limpeza

-

10 m²

Gerador de Energia Elétrica

Garantir energia elétrica em casos de falha na corrente elétrica

-

20 m²

Central Ar Condicionado

Armazenamento das máquinas de ar condicionado

-

20 m²

Cisterna/Caixa D'água

Reservatórios e bombas de recalque

-

50 m²

Reuso de água

Reservatório para armazenamento de águas pluviais para reuso

-

15 m²

Depósito de lixo

Local reservado para depósito de lixo originados da biblioteca

-

10 m²

SETOR ADMINISTRATIVO E SERVIÇO

SUBTOTAL

475 m²

+ 30% para circulação

142,5 m²

TOTAL

617,5 m²

ÁREA TOTAL CONSTRUÍDA DO EDIFÍCIO Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.

7.094,5 m²


5.3.1 Funcionograma

109 109 109

O funcionograma (Figura 5.11) representa a hierarquia entre os setores da biblioteca, onde nesse projeto as áreas de convívio e os espaços multiusos prevalecem com maior ênfase, justamente pelo novo caráter da biblioteca abordada no subcapítulo 2.3, onde Milanesi (2013) afirma que as novas funções das bibliotecas são informar, discutir e criar informações. Essas duas últimas funções apenas são possíveis graças às interações e debates entre os usuários, ações que são possibilitadas pelas áreas de convívio e pelos espaços multiusos.

5.11

SETOR GERAL

AUDITÓRIO

SETOR DE CHEGADA

ÁREA DE CONVÍVIO

ADMINISTRATIVO E SERVIÇO FIGURA 5.11: Funcionograma com a hierarquia entre os setores da biblioteca. | Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.

ESPAÇOS MULTIUSOS SETOR INFANTIL


110 110

5.3.2 Organograma LEGENDA

O organograma (Figura 5.12) é um gráfico que representa a estrutura formal da biblioteca, mostrando a disposição das unidades funcionais à hierarquia e as relações existentes entre estes.

SETOR INFANTIL

ADMINISTRAÇÃO E AUDITÓRIO SERVIÇO ÁREA DE CONVÍVIO SETOR DE SETOR GERAL CHEGADA

R. DULCÍDIO PEREIRA

R. AMINTHAS DE BARROS

SALAS DE ESTUDO EM GRUPO

PRAÇA SUPERIOR

ESTACIONAMENTO

SALAS DE ESTUDO INDIVIDUAL SANITÁRIOS DML

PRAÇA CENTRAL FOYER

SANITÁRIOS

AUDITÓRIO

R. AMINTHAS

ESTACIONAMENTO SANITÁRIO E VESTIÁRIO DIRETORIA SALA DE REUNIÕES

HALL DE ENTRADA HALL DE ENTRADA E RECEPÇÃO E RECEPÇÃO GUARDA-VOLUMES

ACERVO INFANTO-JUVENIL CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS GIBITECA

LIVRARIA CAFETERIA BICICLETÁRIO

SECRETARIA SALA DE RECEBIMENTO GABINETES DE TRABALHO

ÁREA DE CONVÍVIO

RUA DA LAPA

AV. HIGIENÓPOLIS R. AMINTHAS DE B.

5.12

SETOR MULTIUSO VIAS DE ACESSO

SETOR MULTIMÍDIA SALA DE VÍDEOS ATELIÊ PARA ARTESANATO ÁREA PARA EXPOSIÇÕES

SALA DE PROCESSAMENTO

DML

SALA DE RESTAURAÇÃO

DEPÓSITO

ÁREA TÉCNICA

COPA

ALMOXARIFADO

ACERVO GERAL

HEMEROTECA

SETOR BRAILE

SANITÁRIOS

FIGURA 5.12: Organograma mostrando a estrutura formal da biblioteca e a disposição das unidades funcionais no projeto. | Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.

LUDOTECA SALAS PARA WORKSHOPS


5.3.3 Fluxograma PRAÇA SUPERIOR

ESTACIONAMENTO

PRAÇA CENTRAL

CIRCUL. VERTICAL

SECRETARIA

CAFETERIA BICICLETÁRIO

SALA DE RECEBIMENTO SALA DE REUNIÕES

ACERVO INFANTO-JUVENIL

GABINETES DE TRABALHO

SALA DE PROCESSAMENTO

DML

SALA DE RESTAURAÇÃO

COPA

ÁREA TÉCNICA

DEPÓSITO

ALMOXARIFADO

CIRCULAÇÃO VERTICAL

LIVRARIA

AUDITÓRIO ESTACIONAMENTO

DIRETORIA

SANITÁRIOS ÁREA DE CONVÍVIO

GUARDA-VOLUMES

SANITÁRIOS R. AMINTHAS

SANITÁRIO E VESTIÁRIO

HEMEROTECA

HALL DE ENTRADA E RECEPÇÃO

RUA DA LAPA

FOYER

DML

ÁREA PARA EXPOSIÇÕES

CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS GIBITECA SETOR MULTIMÍDIA SALA DE VÍDEOS ATELIÊ PARA ARTESANATO LUDOTECA

SANITÁRIOS SETOR BRAILE

CIRCULAÇÃO VERTICAL

R. AMINTHAS DE BARROS CIRCUL. VERTICAL

R. DULCÍDIO PEREIRA CIRCUL. VERTICAL

AV. HIGIENÓPOLIS R. AMINTHAS DE B.

5.13

111 111 111

ACERVO GERAL SALAS ESTUDO EM GRUPO

SALAS PARA WORKSHOPS ÁREA COM RUÍDOS

SALAS ESTUDO ÁREA INDIVIDUAL SILENCIOSA

LEGENDA FLUXO USUÁRIOS

FLUXO ADM

SETOR MULTIUSO

SETOR DE CHEGADA

ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO

SETOR INFANTIL

FLUXO VISITANTES

FLUXO SERVIÇO

VIAS DE ACESSO

ÁREA DE CONVÍVIO

AUDITÓRIO

SETOR GERAL

FIGURA 5.13: Fluxograma demonstrando os fluxos dentro do projeto . | Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.


5.4 MEMORIAL DE PROJETO 112

Neste subcapítulo será abordado as justificativas das tomadas de decisões em relação ao mesmos Parâmetros Básicos de Infraestrutura para

Instituições de Educação Infantil (BRASIL, 2006) utilizados no capítulo 3: contextual, ambiental, funcional, estético-compositivo e técnico-construtivo.

5.4.1 Contextual Após análise do entorno do terreno, notou-se que a maioria dos edifícios ao seu redor possuía gabaritos baixos e que o terreno possuía um desnível de oito metros. Com a intenção de aproveitar a topografia original e obstruir o mínimo possível a visão do seu entorno, optou-se por colocar o pavimento térreo do edifício na cota 550, separando o edifício em dois blocos (Figura 5.14), sendo que um deles (administrativo e auditório) ficou semienterrado, criando uma praça superior quase em nível com a calçada da Rua Dulcídio Pereira (Figura 5.15), e o outro em T ficou com suas laterais suspensas em balanço, proporcionando os acessos a partir da Rua Aminthas de Barros, de um lado para os veículos levando ao subsolo (Figura 5.16), e do outro o acesso para os ciclistas e pedestres (Figura 5.17), que passam pelo bicicletário coberto, pela praça central e vão em direção a entrada do projeto.

5.14

FIGURA 5.14: Perspectiva da entrada do projeto, divisão em dois blocos. | FIGURA 5.15: Perspectiva esquina Rua Dulcídio Pereira e Rua da Lapa. | Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.

5.15


DIRETRIZES DE PROJETO

113 5.17

5.16

A biblioteca se configura de maneira a acolher os usuários de todas as vias que circundam o projeto, de forma a atrair um público ainda maior e permitir que os pedestres atravessem e usufruam do terreno, sem precisar entrar no edifício, garantindo, assim, uma permeabilidade física pelo terreno. Esses espaços de transição público/privados foram trabalhados de forma gradativa e suave, conforme abordado no capítulo 2, e seguindo a lógica exposta por Gehl, que diz que esses locais são uma oportunidade para dar vida as edificações, seja dentro ou logo a frente delas, gerando interações na cidade e oferecendo uma das melhores oportunidades de permanência para os usuários, seja em pé ou sentados. Então, as pessoas que chegam pela Rua Dulcídio Pereira são recebidas pela praça superior (Figura 5.18) e conduzidas pela escadaria circular (Figura 5.15 e 5.19) ao acesso do edifício. 5.18

5.19

FIGURA 5.16: Acesso de veículos pela Rua Aminthas de Barros. | FIGURA 5.17: Acesso de pedestres pela Rua Aminthas de Barros. | FIGURA 5.18: Praça superior como extensão da calçada na Rua Dulcídio Pereira | FIGURA 5.19: Escadaria circular laranja. | Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.


114 114

5.4.1 Contextual Quem acessa pela Rua da Lapa é acolhido por um espaço de lazer, com cinema ao ar livre, arquibancada verde e espaço para foodtrucks

(Figura 5.20), e possui acesso, em nível, próximo à entrada do projeto (Figura 5.21). Nessa mesma via, encontra-se a entrada de serviço para o bloco administrativo e a área de carga e descarga de livros.

5.20

5.21

Adentrando pela Rua Aminthas de Barros (Figura 5.22), via onde

5.23

localiza-se uma ciclovia e onde foi projetado um bolsão de embarque e desembarque, os usuários são recepcionados pelo pátio para exposições temporárias, com nichos e espaços para permanência (Figura 5.23), bicicletário coberto e cabines de empréstimos e devolução de livros e de videochamadas. Além disso, a área de acesso foi alongada em direção ao Bosque de Londrina, de maneira a acolher também os usuários vindos daquela região. FIGURA 5.20: Cinema ao ar livre com arquibancada verde e espaço para foodtrucks. | FIGURA 5.21: Acesso em nível pela Rua da Lapa. | FIGURA 5.22: Perspectiva esquina Avenida Higienópolis e Rua Aminthas de Barros. | FIGURA 5.23: Nichos e espaços de permanência no pátio de exposições temporárias. | Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.


5.22

DIRETRIZES DE PROJETO

115


116 116

5.4.1 Contextual

Por fim, o público que vêm da Avenida Higienópolis, possui 5.24 acesso facilitado por quase toda sua extensão (Figura 5.24), com praças e floreiras dispostas em diversos níveis seguindo as curvas topográficas originais e criando espaços de transição público/privado, com um traçado dinâmico. Ainda, trabalhou-se com bastante vegetação nas floreiras (Figura 5.25), com intuito de trazer sombreamento as mesmas, que funcionam como bancos, revestidos em madeira, material atérmico que garante conforto térmico aos usuários e propiciam locais de permanência agradáveis. Valendo-se desse desnível existente no terreno, criou-se uma arquibancada externa (Figura 5.26), permitindo os mais variados usos e nessa mesma via, incluiu-se um bolsão para o ponto de ônibus, garantindo um acesso facilitado ao edifício por meio dos transportes públicos (Figura 5.27).

5.25

5.26

FIGURA 5.24: Acesso facilitado ao longo da Avenida Higienópolis. | FIGURA 5.25: Floreiras, com vegetação, funcionando como bancos. | FIGURA 5.26: Arquibancada área externa do edifício. | FIGURA 5.27: Bolsão para ponto de ônibus. | Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.


5.27

5.4.2 Ambiental

DIRETRIZES DE PROJETO

117 117 117


118 118

5.4.1 Contextual 5.28

Os acessos aos blocos acontecem sob uma cobertura de vidro (Figura 5.28), que auxiliam na delimitação da entrada, que é orien-

5.29

tada pelo formato das floreiras da praça, que guiam o para o edifício (Figura 5.14). A biblioteca possui acesso único, recuado e delimitado por um pórtico laranja, com catracas na parte interna (Figura 5.29), garantindo assim maior controle e segurança aos livros e uma fácil visualização e orientação espacial dos usuários (Figura 5.30). Além disso, os espaços criados possuem conexão visual interior e exterior (Figura 5.31) , que visam geram curiosidade nos pedestres, convidando-os a entrarem na biblioteca (Figura 5.32).

5.30

5.31

FIGURA 5.28: Acessos dos blocos sob cobertura de vidro. | FIGURA 5.29: Recepção com catracas. | FIGURA 5.30: Acesso delimitado por pórtico laranja. | FIGURA 5.31: Conexão visual interior/ exterior na área de convívio. | FIGURA 5.32: Conexão visual interior/exterior na face norte do edifício, com a cafeteria e arquibancada externa. | Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.


DIRETRIZES DE PROJETO

119 119 119 5.32


120 120 5.33

5.4.2 Ambiental


BRI DET. 04

6.50

FIGURA 5.33: Fachada em vidro voltada para praça central do edifício. Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.

ÁREA DE 5.34: Fachada em vidro voltada para Avenida Higienópolis. Fonte: A AUTORA, 2020, s/p. FIGURA CONVÍVIO AVENIDA

121 121 121

TELHADO VERDE (VER DET. 01)

FIGURA 5.35: Detalhamento brises móveis da fachada. Sem escala. 549 Fonte: A AUTORA, 2020, s/p. PASSEIO HIGIENÓPOLIS

obra, utilizou-se bastante vegetação nas praças externas, que colaboram para barrar os raios solares. Além disso, os fechamentos do edifício foram feito em vidro laminado temperado insulado incolor, seguindo a NBR7199 para garantir a segurança dos usuários, e com gás argônio em seu interior, garantindo assim uma maior eficiência termoacústica para a obra, principalmente nas fachadas voltadas para a Avenida Higienópolis e a Rua Aminthas de Barros (Figura 5.34), que emitem ruídos, e nas fachadas norte, leste e oeste, que possuem uma maior incidência solar. O uso do fechamentos em vidro permitiu a entrada de iluminação natural no edifício, além de reforçar a conexão do edifício com seu entorno (Figura 5.33).

5.35

BRISE FIXADO NA LAJE

VENTILAÇÃO NATURAL

PÁTIO PARA EXPOSIÇÕES 546,5 Pensando TEMPORÁRIAS no conforto da

BRISES MÓVEIS METÁLICOS REVESTIDOS EM MADEIRA LAMINADA IMPERMEABILIZDA

5.34 BRAÇO DE ACIONAMENTO EM ESTRUTURA METÁLICA

PAINÉIS FOTOVOLTÁICOS VOLTADOS PARA NORTE 23º LAJE DE COBERTURA DO LANTERNIM EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO i=3% PILAR DE CONCRETO PARA SUSTENTAÇÃO EM VISTA FOLHA DE VIDRO 20mm INCLINADA PERMITINDO

Como auxílio no conforto térmico da obra, utilizou-se, nas fachadas leste e oeste, brises A SAÍDA DE AR QUENTE FOLHA DE VIDRO 20mm FIXA verticais móveis (Figura 5.33 e 5.35),PERMITINDO em estrutura metálica revestidos com madeira A ENTRADE DE ILUMINÇÃO NATURAL laminada impermeabilizada, funcionando como uma TELHADO VERDE barreira para os raios solares e (VER DET. 01) se adaptando as necessidade de cada momento do dia, graças a sua mobilidade. Eles LAJE DE CONCRETO PROTENDIDA E NERVURADA estão dispostos afastados da fachada, permitindo a ventilação natural da mesma. DET. 03 - LANTERNIM ESCALA 1:25

FACHADA COM FECHAMENTO EM VIDRO TEMPERADO LAMINADO INSULADO

PISO VINÍLICO ACABAMENTO AMADEIRADO CAMADA REGULARIZADORA MANTA ACÚSTICA LAJE DE CONCRETO PROTENDIDA E NERVURADA FECHAMENTO DA LAJE COM STELL DECK COM CONCRETO JATEADO PILAR EM CONCRETO MAÇIÇO

VENTILAÇÃO NATURAL

BARRA DE DIRECIONAMENTO EM ESTRUTURA METÁLICA


.50

122 122

CORTE CC

ESCALA 1:300 5.4.2 Ambiental

A cobertura escolhida para o edifício foi o telhado verde com laminar médio da Ecotelhado (Figura 5.36 e 37), sistema instalado sobre uma laje plana, que dispensa o desperdício de água potável para irrigação, pois reutiliza a água da chuva ou faz tratamento dos efluentes da edificação para reutilização. A vegetação rasteira escolhida para o cobertura foi a grama amendoim, que possui baixa manutenção e é resistente ao sol pleno. (ECOTELHADO, 20??). Nesse sistema, o uso do piso elevado (módulo laminar médio) faz com que a área abaixo dele se torne um reservatório de água, funcionando como uma cisterna, que não entra em contato com o ar, e, portanto, evita a proliferação de mosquitos. Todas as camadas do telhado verde auxiliam no isolamento termoacústico do edifício, contribuindo, também, na diminuição da temperatura do micro e macro ambiente externo e na reduz da poluição do ar pelo sequestro de carbono. Para entrada de iluminação e ventilação natural no bloco administrativo, que está semienterrado, foi projetado um lanternim, feito com uma laje maciça inclinada, que na praça superior se camufla, por se configurar como um banco (Figura 5.38). Os demais ambientes desse bloco possuem ventilação forçada.

5.37

PLATIBANDA EM CONCRETO IMPERMEABILIZADA DO LADO INTERNO E REVESTIDA EM MADEIRA LAMINADA IMPERMEABILIZADA DO LADO EXTERNO DRENO LIGADO AO SISTEMA DE ÁGUA PLUVIAL

VEGETAÇÃO SUBSTRATO MANTA DE ABSORÇÃO

12

5.36

MODULO LAMINAR 7CM

IRRIGAÇÃO POR CAPILARIDADE OBS: ECOTELHADO - SISTEMA DE TELHADO VERDE COM LAMINAR MÉDIO

MEMBRANA ANTI RAÍZES IMPERMEABILIZAÇÃO LAJE DE CONCRETO PROTENDIDA E NERVURADA

DET. 01 TELHADO VERDE ESCALA 1:15


DIRETRIZES DE PROJETO

123 123 5.38

FIGURA 5.36: Diagrama de instalação do telhado verde. Fonte: ECOTELHADO, 20?? | FIGURA 5.37: Detalhamento das camadas do telhado verde. | FIGURA 5.38: Praça superior com lanternim e letreiro BPL identificando o uso do edifício. | Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.


124 124

5.4.2 Ambiental

5.39

FIGURA 5.39: Detalhamento lanternim biblioteca, com painéis fotovoltaicos, possibilitando a saída do ar quente. | FIGURA 5.40: Perspectiva entrada da biblioteca, pé direito duplo com lanternim. | FIGURA 5.41: Separação do edifício em dois blocos. | Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.


DIRETRIZES DE PROJETO 10

5.40

PAINÉIS FOTOVOLTÁICOS VOLTADOS PARA NORTE 23º

15

Na entrada do bloco da biblioteca, foi utilizada uma iluminação zenital por meio de outro lanternim (Figura 5.39), também CORRIMÃO EMBUTIDO NA VEGETAÇÃO RAMPA CONFORMEinclinada, com uma folha de viprojetado com uma laje maciça NBR9050 SUBSTRATO dro inclinada, permitindo então a saída do ar quente da edificaCORRIMÃO EMBUTIDO NA MANTA DE ABSORÇÃO RAMPA CONFORME ção assim, o uso de climatizadores MODULO LAMINAR 7CM (Figura 5.40), diminuindo, NBR9050 MEMBRANA ANTI RAÍZES artificiais e o gasto energético do GUARDA CORPO EM edifício. 15

LAJE DE COBERTURA DO LANTERNIM EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO i=3%

120

PILAR DE CONCRETO PARA SUSTENTAÇÃO EM VISTA FOLHA DE VIDRO 20mm INCLINADA PERMITINDO A SAÍDA DE AR QUENTE

92

ESTRUTURA METÁLICA

70

IMPERMEABILIZAÇÃO

Acima desse RODAPÉ lanternim projetou-se a colocação de paiDA RAMPA ILUMINADO COM FITA DE néis fotovoltaicos voltados paraNAnorte com inclinação de maior LED, AUXILIANDO ORIENTABILIDADE eficiência, 23 graus, RAMPA auxiliando na geração de energia para o CIRCULAR EM ESTRUTURA METÁLICA COM edifício. PINTURA ELETROSTÁTICA

E

AR QUENTE

FOLHA DE VIDRO 20mm FIXA PERMITINDO A ENTRADE DE ILUMINÇÃO NATURAL TELHADO VERDE (VER DET. 01)

25

LAJE DE CONCRETO PROTENDIDA E NERVURADA

LAJE DE CONCRETO PROTENDIDA E NERVURADA

LARANJA

DET. 03 - LANTERNIM

DET. 02 RAMPA CIRCULAR

5.4.3 Funcional

ESCALA 1:25

ESCALA 1:25

5.41 Como dito anteriormente o edifício foi dividido em dois blocos (Figura 5.41), com intuito de permitir vários percursos diferentes pelo terreno. Pensando na funcionalidade, optou-se por separar, a biblioteca em si, da área administrativa, evitando o cruzamento do fluxo dos usuários, funcionários e da área do auditório, levando em consideração que o último também pode ser utilizado em horários diferentes do funcionamento da biblioteca e pode, ainda, ser alugado, gerando até uma renda para a mesma.

125 125


126 126

5.4.3 Funcional

Corroborando com esse pensamento, no bloco 5.42 da biblioteca, posicionou-se a cafeteria e a livraria próximas a entrada, permitindo que elas atendam tanto o público que está utilizando a biblioteca, quanto os usuários que estiverem passando pelo terreno. Conforme abordado por Gehl, uma cidade viva está diretamente ligada a locais onde as pessoas permanecem, e não apenas transitam, sendo que esses locais acontecem, principalmente, ao ar livre com atividades opcionais. Foi com base nisso, que a cafeteria ganhou destaque na fachada do edifício (Figura 5.42 e 43) como forma de atrair um público maior, propor5.44 cionando um uso opcional de espaços de longa permanência e, também, possibilitando com que as atividades realizadas dentro da biblioteca sejam levadas para fora dela, como a leitura ao ar livre (GEHL, 2015). Já a livraria (Figura 5.44) ganhou um "anexo" interno, a sala tecnológica, que disponibiliza impressoras 3D e também oferece a possibilidade de venda de livros ou parte de livros, impressos na hora, como uma substituição legalizada do xerox, ideia que seria elaborada em conformidade com os direitos autorais dos escritores. | FIGURA 5.42: Vista da cafeteria para a praça central do edifício. | FIGURA 5.43: Cafeteria com destaque na fachada para Avenida Higienópolis. | FIGURA 5.44: Livraria com vitrine para área externa da biblioteca. | Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.


DIRETRIZES DE PROJETO 5.43

127 127


128 128

5.4.3 Funcional

No bloco da biblioteca, posicionou-se as áreas mais silenciosas (Figura 5.45), como as áreas de leitura, salas de estudo e o acervo propriamente dito, no pavimento inferior, que está semienterrado, colaborando para que os ambientes sejam mais silenciosos. Já as áreas com maior ruído, isto é, as área de convívio, hemeroteca, setor infantil (Figura 5.46) e salas com usos variados, com ambientes mais amplos, flexíveis e lúdicos, ficaram localizadas no pavimento térreo. O estacionamento do edifício possui acesso único pela Rua Aminthas de Barros e foi dividido em duas partes, uma para o público geral, que fica no subsolo e outra para os funcionários, localizando-se no pavimento inferior, ambos totalizando 131 vagas de estacionamento, entre carros e motos (Figura 5.49). Similar a essa divisão o edifício possui dois elevadores, um que atende o setor administrativo e o auditório, que pode barrar o acesso do público geral, quando não há eventos, e outro que atende o bloco da biblioteca, que só permite o acesso ao nível inferior com senha, em casos de transporte de acervo ou algo similar, funcionando, portanto, apenas para levar o público geral ao térreo da biblioteca, por onde deverão passar pela recepção para entrar no edifício. 5.46

.501.50

R. DULCÍDIO PEREIRA

HALL ESC.

ESTACIONAMENTO FUNCIONÁRIOS

ESTACIONAMENTO PÚBLICO GERAL

HALL AUD. ESC.

ESTACIONAMENTO PÚBLICO GERAL

ESTACIONAMENTO PÚBLICO GERAL (SUBSOLO) ESCALA 1:300 ESTACIONAMENTO FUNCIONÁRIOS (INFERIOR)

MEMORIAL

SETOR BRAILE

ACERVO GERAL 2

3.50

IB

CAVE SPACE

HALL BIB.

ÁREAS COM RUÍDOS (TÉRREO) ÁREAS SILENCIOSAS (INFERIOR)

AN

RAMPA

CA

DA

ÁREA PARA EXPOSIÇÕES

ÁREA DE CONVÍVIO

RAMPA

.50

QU

3.75

ESTACIONAMENTO FUNCIONÁRIOS

AR

RECEPÇÃO

5.47

.50

PATIO EXTERNO

GABINETES I.S. DE TRAB. FEM ESC.

RAMPA

ALMOXAR.

HALL

R. AMINTHAS DE BARROS

5.45

ESTACIONAMENTO PÚBLICO GERAL

ADMINISTRATIVO (TÉRREO) CIRCULAÇÃO VERTICAL

ACESSO ADMINISTRATIVO E AUDITÓRIO ACESSO BIBLIOTECA ACESSO VEÍCULOS

FIGURA 5.45: Área para exposições com mobiliários flexíveis (área silenciosa) | FIGURA 5.46: Setor infantil da biblioteca (área com ruídos) | FIGURA 5.47: Corte com setorização da biblioteca. | Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.

I


DIRETRIZES DE PROJETO Na área externa foi proposto uma cabine de empréstimos e devoluções de livros (Figura 5.48), que foi pensada para facilitar esse processo, permitindo que o usuário possa fazer essas atividades sem precisar entrar na biblioteca. Também foi proposta uma cabine de videochamadas, que foi idealizada como uma releitura do antigo orelhão público, a ideia é que essa cabine tenha tratamento acústico e equipamentos, como câmeras, microfones e chroma key, podendo ser utilizada tanto para ligações, como para reuniões ou gravações de vídeos e palestras.

129 129 5.49

A previsão do projeto é que haja um acervo virtual da biblioteca, adequando-a a nova realidade tecnológica que vivemos, onde os usuários podem acessar os exemplares de qualquer lugar. Ainda, é prevista a existência de uma rede Wi-Fi em toda a extensão do terreno e de tablets a serem disponibilizados no interior da biblioteca para que os usuários possam acessar seu acervo virtual, além de outros diversos serviços que serão oferecidos pela mesma, como cursos, workshops, sala multimídia (Figura 5.49) e ateliê de artesanato (Figura 5.50). 5.48

FIGURA 5.48: Cabines de empréstimo/devolução e de videochamadas. | FIGURA 5.49: Sala multimídia. | FIGURA 5.50: Ateliê de Artesanato. | Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.

5.50


130 130

5.4.3 Funcional

5.51

5.52

No interior da biblioteca foram utilizados os gradientes de intimidade, posicionando os ambientes mais privados no perímetro do edifício e os locais mais públicos em seu miolo ou em lugares com visuais interessantes. Além disso, foram trabalhadas diversas configurações de espaços pessoais, sejam eles mais privados (espaços sociofugais), como nos nichos e poltronas avulsas (Figura 5.51 e 5.52) ou mais públicos (espaços sociopetais), como nos sofás com mesas em grupo (Figura 5.53).


DIRETRIZES DE PROJETO

131

5.53

FIGURA 5.51: Entrada do setor infantil, nichos sociofugais ao fundo. | FIGURA 5.52: Área de convívio com nichos sociofugais. | FIGURA 5.53: Área de exposições com sofás sociopetais. | Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.


132 132

5.4.3 Funcional 5.55

Aproveitando o espaço ocioso embaixo da escada da biblioteca, criou-se um cave space (Figura 5.54), ambiente todo revestido em carpete verde, que proporciona aos usuários a possibilidade de uma leitura mas despojada em um ambiente mais confortável e aconchegante. Nesse ambiente, e em todos os outros da biblioteca, utilizou-se mobiliários modulares e flexíveis (Figura 5.55 e 5.56) que permitem adaptações de acordo com os diversos usos que podem ocorrer naqueles espaços.

5.54

5.56

FIGURA 5.54: Cave Space. | FIGURA 5.55: Área de convívio com mobiliários flexíveis. | FIGURA 5.56: Sala de Workshop com mobiliários flexíveis. | Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.


DIRETRIZES DE PROJETO

133 5.58

Para que o edifício fosse acessível a todos os públicos, além de possuir acessos em nível ao terreno, trabalhou-se internamente com uma circulação vertical em rampa circular (Figura 5.59) que respeita a norma de acessibilidade exigidas pelas NBR 9050/2004 (Figura 5.57). Além disso, foi feita uma escadaria que também funciona como arquibancada, possibilitando uma diversidade de usos (Figura 5.58). Em ambas as circulações verticais foram utilizados pé direito duplo, auxiliando na sensação de amplidão do espaço (Figura 5.58 e 5.59), conforme comentado no capítulo 2. 10

5.57

5.59 15

PAINÉIS FOTOVOLTÁICOS VOLTADOS PARA NORTE 23º

PILAR DE CONCRETO PARA SUSTENTAÇÃO EM VISTA

120

FOLHA DE VIDRO 20mm INCLINADA PERMITINDO A SAÍDA DE AR QUENTE

92

CORRIMÃO EMBUTIDO NA RAMPA CONFORME NBR9050

LAJE DE COBERTURA DO LANTERNIM EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO i=3%

15

CORRIMÃO EMBUTIDO NA RAMPA CONFORME NBR9050

70

GUARDA CORPO EM ESTRUTURA METÁLICA

FOLHA DE VIDRO 20mm FIXA PERMITINDO A ENTRADE DE ILUMINÇÃO NATURAL

RODAPÉ DA RAMPA ILUMINADO COM FITA DE LED, AUXILIANDO NA ORIENTABILIDADE

25

RAMPA CIRCULAR EM ESTRUTURA METÁLICA COM PINTURA ELETROSTÁTICA LARANJA

TELHADO VERDE (VER DET. 01)

DET. 02 RAMPA CIRCULAR

LAJE DE CONCRETO PROTENDIDA E NERVURADA

DET. 03 - LANTERNIM

FIGURA 5.57: Detalhamento do corrimão da rampa com rodapé iluminado. | FIGURA 5.58: Escadaria com arquibancada com pé direito duplo | FIGURA 5.59: Rampa circular laranja com pé direito duplo. | Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.

ESCALA 1:25

ESCALA 1:25


134 134

5.4.3 Funcional 5.60

5.61

Corroborando para criar essa sensação de amplidão e pensando nos espaços como paisagens, envidraçou-se toda a fachada sul do edifício, permitindo entrada de luz abundante e aproveitando os visuais interessantes para o Lago Igapó (Figura 5.60). A fachada norte, voltada para a praça central (Figura 5.61) e para o cinema ao ar livre (Figura 5.62), também foi envidraçada para permitir uma comunicação visual entre o exterior e o interior do edifício, que funciona como um atrativo para que o público conheça a biblioteca. Auxiliando na orientabilidade dos usuários, utilizou-se uma diferenciação na cor do piso (Figura 5.64), sendo que o mais escuro delimita as áreas de circulação, enquanto o mais claro delimita as áreas de permanência. Além disso, a iluminação do projeto (Figura 5.59 e 5.63) guia o público pelo edifício, assim como as placas (Figura 5.63) e os número (Figura 5.65), que também auxiliam e direcionam a orientação espacial dos usuários dentro do projeto. 5.63

5.62

FIGURA 5.60: Fachada sul envidraçada para Rua Aminthas de Barros. | FIGURA 5.61: Fachada norte envidraçada para praça central. | FIGURA 5.62: Fachada norte envidraçada para cinema ao ar livre. | FIGURA 5.63: Iluminação e placas de sinalização auxiliando na orientabilidade dos usuários. | Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.


DIRETRIZES DE PROJETO 5.64

5.65

135 O piso da área interna do bloco da biblioteca e do auditório é o vinílico (Figura 5.64), proporcionando conforto térmico ao público, enquanto, as áreas externas, como a cafeteria, as áreas molhadas, como os banheiros, e o bloco administrativo possuem piso de granilite, que garante uma melhor durabilidade. Já o piso da área externa da biblioteca é drenante, garantindo que não hajam alagamentos e impactando menos o meio ambiente. Valendo-se de um paredão da área externa, onde não haveriam aberturas, projetou-se uma arquibancada verde com palco que durante o dia funciona como um espaço para apresentações ou para fazer piquenique, por exemplo, e durante a noite como um cinema ao ar livre (Figura 5.20), com espaço reservado para foodtrucks, movimentando assim a biblioteca também no período da noite, trazendo mais segurança para o local. Esse local consegue ser observado também por quem utiliza a biblioteca no setor infantil (Figura 5.62). Auxiliando na funcionalidade das coberturas em vidro (Figura 5.61), utilizou-se o vidro autolimpante laminado 10mm, que quebra as moléculas de poeira orgânicas através dos raios ultravioletas e elimina a poeira inorgânica com a ajuda das chuvas, combatendo as sujeiras e os resíduos que se acumulam na cobertura do edifício, como, marcas d'água, poeira, resíduos de insetos, e, assim, reduzindo as manutenções. (ABRAVIDRO, 20??). Na área externa do edifício ainda foi trabalhado com um letreiro B, P, L que remete a Biblioteca Pública de Londrina, que além de funcionar como um indicador da funcionalidade do edifício, ainda serve como mobiliário urbano e atraindo pessoas para tirar fotos (Figuras 5.16 e 5.38).

FIGURA 5.64: Diferenciação de pisos auxiliando na orientabilidade. | FIGURA 5.65: Numeração de salas auxiliando na orientabilidade. | Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.


136 136

5.4.3 Funcional

5.66

FIGURA 5.66: Acervo geral. | Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.


DIRETRIZES DE PROJETO Para dimensionamento da caixa d'água do edifício, foram utilizadas as tabelas do livro Instalações Hidráulicas e Sanitárias, do Hélio Creder (1991, p.7), que para calcular a taxa de ocupação de edifício de bibliotecas o autor considera uma pessoa a cada 5,50m² de área. Considerando o projeto em estudo, utilizou-se uma área aproximada construída de 4.950 m², desconsiderando a área de estacionamento e áreas técnicas, sendo assim, a taxa de ocupação do edifício foi de 900 pessoas. Na tabela 1.2 (CREDER, 1991, p.7), o autor sugere uma média de consumo de água de 50 litros por pessoa para edifício públicos, resultando em um consumo diário de 45.000 litros. Segundo o autor é necessário prever uma reserva de incêndio estimada em 15% do consumo diário, o equivalente a 6.750 litros, totalizando e arredondando o valor para um reservatório com capacidade para 50.000 litros. Essa capacidade total se divide em um reservatório superior, com 40% da capacidade total (20.000 litros), e um reservatório inferior, com 60% da capacidade total (30.000 litros), de maneira a aliviar as cargas estruturais do edifício. O autor ainda aborda sobre o número mínimo de bacias sanitárias nos edifícios públicos na tabela 1.5 (CREDER, 1991, p.14), onde em um edifício com taxa de ocupação maior que 150 pessoas, como é o caso do projeto em estudo, são consideradas um bacia para cada 40 pessoas, totalizando em 22 bacias sanitárias, que serão dividas em quatro instalações, sendo duas por pavimento. Já a referência para lavatórios

137 é de um a cada 45 pessoas, totalizando em 19 lavatórios, que também serão divididos em quatro instalações, sendo duas por pavimento. Para dimensionamento do acervo, sabe-se que cada tipo de livro possui altura e espessura diferente, então para auxiliar nos cálculos utilizou-se uma média de volumes por metro linear em estantes com 5 prateleiras e com 1,80m de altura no acervo geral e no acervo infantil 4 prateleiras com 1,60m de altura, deixando os livros ao alcance dos usuários. Além disso, a capacidade das estantes foi calculada prevendo 25% de espaço livre para crescimento da coleção (BIBLIOTECA PÚBLICA, 2010). Tabela 5.5 - Capacidade de volumes por estantes simples

ITEM

Nº PRAT. VOL./PRAT. VOL./ESTANTE

Livros de referência

4

25-30

100-120

Livros de consulta

5

30-35

150-175

Livros p/ empréstimo

5

35-40

175-200

MÉDIA

5

32

160

Livros infantis

4

50-55

150-165

MÉDIA

4

52,5

155

Fonte: BIBLIOTECA PÚBLICA, 2010, p. 59 - Editada pela autora.

Considerando a média exposta na tabela acima sabe-se que a biblioteca em estudo conta com um acervo de 63.500 títulos, sendo 12.000 do acervo infanto-juvenil, 4.500 da hemeroteca, 1.150 do sertor braile e 47.000 do acervo geral (Figura 5.66). Além disso, as estantes propostas para o projeto são feitas em madeira e estrutura metálica, com fechamento no meio, aquecendo e dando mais leveza ao espaço (Figura 5.66).


138 138

5.4.4 Estético-Compositivo

O edifício é composto por formas retangulares puras (Figura 5.67), com 5.67 subtrações que divide a obra em dois blocos e que cria vãos livres externos que dão permeabilidade física ao terreno onde está inserido. Os pilares adotados para a obra, os brises e a rampa e escada circulares laranjas dão dinamismo para as fachadas, além de terem suas características funcionais para o projeto (Figura 5.70). Os materiais trabalhados no projeto harmonizam entre si, enquanto o concreto trás um ar urbano e frio para o projeto, o grafite urbano e os detalhes em madeira, na estrutura, piso, platibanda, cobertura e brise, aquecem os espaços e conversam com o contexto. No entanto, como forma de se destacar no entorno e na cidade, e de gerar uma identidade de lugar, o edifício combina aos seus materiais a cor laranja e grandes aberturas em vidro, que proporcionam uma comunicação visual interior/exterior. O laranja foi utilizado pontualmente no projeto, nas circulações verticais rampa (Figura 5.68) e escada circular -, como forma de atrair a atenção de quem passa por aquele lugar e de estimular a criatividade dos usuários da biblioteca. Segundo Heller (2012) o laranja representa o lúdico, a sociabilidade, a recreação e a transformação, pontos importantes nas novas funções da biblioteca abordadas no capítulo 2. Além disso, segundo a autora o laranja ainda auxilia a clarear e a aquecer o ambiente, sendo considerada ideal para alegrar o corpo e a mente, e portanto harmonizando com o restante do projeto. Ademais, o azul utilizado no setor infantil é complementar ao laranja da rampa, enquanto o verde profundo utilizado nos mobiliários é análogo ao azul, cirando, portanto, uma atmosfera agradável, que foge da monotonia das demais cores utilizadas no projeto.

5.68

FIGURA 5.67: Vista área do edifício. | FIGURA 5.68: Rampa circular laranja. | FIGURA 5.69: Detalhamento estrutural e de piso do edifício. | FIGURA 5.70: Fachada sul do edifício com destaque para os pilares de sustentação. | Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.


PAINÉIS FOTOVOLTÁICOS VOLTADOS PARA NORTE 23º

5.4.5 Técnico-Construtivo LAJE DE COBERTURA DO LANTERNIM EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO i=3% A técnica construtiva

considerada para o projeto foram as PILARprotendidas DE CONCRETO e PARA lajes nervuradas, pré-moldadas no próprio canteiro SUSTENTAÇÃO EM VISTA de obra, utilizadas tanto no piso, quanto na cobertura do edifício, e FOLHA DE VIDRO 20mm INCLINADA apoiadas emPERMITINDO pilares maciços de concreto, revestidos com madeira A SAÍDA DE AR QUENTE laminada impermeabilizada (Figura 5.69 e 5.70) e com fundação FOLHA DE VIDRO 20mm FIXA PERMITINDO A ENTRADEblocos DE feitas em grandes de concreto. As lajes nervuradas foram ILUMINÇÃO NATURAL fechadas TELHADO em steel deck com concreto jateado, dando a aparência VERDE DET. 01) de uma laje(VER maciça, e a rampa circular foi projetada em estrutura LAJE DE CONCRETO metálica, o Eque garantiu uma maior leveza estrutural. Para viabilizar PROTENDIDA NERVURADA a execução do projeto, é necessário que os projetos complementares estejam compatibilizados com o projeto estrutural, visto que as lajes não podem ser perfuradas depois que forem moldadas. Além disso, o projeto está de acordo com a legislação vigente naquela zona, conforme abordado no capítulo 4 e conforme tabela a seguir: Tabela 5.6 - Quadro de Áreas QUADRO DE ÁREAS TOTAL DO TERRENO

9.776 m²

PERMEÁVEL

1.962,16 m² (20,07%)

PAVIMENTO TÉRREO

3.783,47 m²

PAVIMENTO INFERIOR

2.250 m²

SUBSOLO

2.250 m²

TAXA DE OCUPAÇÃO

46,87% (4.582,20 m²)

COEF. DE APROVEITAM.

0,92 (9.082,20 m²)

Fonte: A AUTORA, 2020, s/p.

139 139 139 5.69

FACHADA COM FECHAMENTO EM VIDRO TEMPERADO LAMINADO INSULADO

PISO VINÍLICO ACABAMENTO AMADEIRADO CAMADA REGULARIZADORA MANTA ACÚSTICA LAJE DE CONCRETO PROTENDIDA E NERVURADA FECHAMENTO DA LAJE COM STELL DECK COM CONCRETO JATEADO PILAR EM CONCRETO MAÇIÇO REVESTIDO COM MADEIRA LAMINADA IMPERMEABILIZADA

DET. 04 - BRISE MÓVEL 5.70 ESCALA 1:25


140

6

CONSIDERAÇÕES FINAIS


CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização deste Trabalho Final de Graduação em Arquitetura e Urbanismo, objetivando o desenvolvimento de uma Biblioteca Pública para Londrina - PR em nível de anteprojeto resultou na ampliação e aperfeiçoamento dos conhecimentos teóricos e práticos adquiridos durante a graduação, graças ao caráter generalista e multidisciplinar do projeto. A pesquisa bibliográfica e o estudo sobre o tema foram importantes para a compreensão da evolução das bibliotecas e para entendimento do atual papel desses edifícios na sociedade. Além disso, a análise da realidade foi fundamental para escolha do terreno, que representa forte influência na cidade de Londrina, próximo a três importantes ícones, o Lago Igapó, a Avenida Higienópolis e o Zerão. Gehl (2015, p.16 e 17) diz que a renovação e melhoria de um espaço urbano, mesmo que isoladamente, em um banco de praça, por exemplo, é capaz de aumentar o uso daquele espaço e convidar as pessoas a desenvolverem um novo padrão de uso, totalmente novo. Com base nisso, a implantação do projeto nessa região

141

buscou incentivar a inclusão de todos os públicos naquele local, auxiliando na desmistificação dessa área muito valorizada da cidade. Essas análises, combinadas com os estudos de correlatos, permitiram o desenvolvimento de um projeto que conversa com seu entorno, e auxiliaram nas tomadas de decisões que aproveitassem ao máximo os potenciais do terreno, resultando em um biblioteca viva, que acontece além dos livros e que se destacando na cidade. Além disso, o foco do projeto está nos usuários e nas trocas de experiência, para isso foram aplicados os estudos sobre a psicologia ambiental, analisando os percursos dos usuários e trabalhando sua orientação espacial dentro e fora do edifício. Por fim, considerando a evolução do projeto a partir da revisão do estudo preliminar apresentado na primeira fase do trabalho, acredita-se que os objetivos desejados foram atingidos e espera-se que esse projeto possa servir de base para futuros estudos e trabalhos acadêmicos que envolvam esse tema.


142

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APÊNDICES


152

APÊNDICES


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APÊNDICE A - PRANCHA SÍNTESE

153


154

APÊNDICES


155

APÊNDICE B - PRANCHA 1

155


156

APÊNDICES


157

APÊNDICE C - PRANCHA 2

157


158

APÊNDICES


159

APÊNDICE D - PRANCHA 3

159


160

APÊNDICES


161

APÊNDICE E - PRANCHA 4

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