Tg 2 - Mercado Público na Comunidade do Pilar - Mariana Eugênia

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“Consagre ao Senhor tudo o que você faz, e os seus planos serão bem - sucedidos.” (Provérbios 16.3 - Biblia Sagrada)



AGRADECIMENTOS

Primeiramente quero agradecer a Deus pela a sua misericórdia e graça derramadas em minha vida e ter permitido de ter chegado na parte final do curso com saúde física e mental. O ingresso foi carregado de sonhos, o caminho foi difícil e de resistência, mas em todos os dias havia Ele. Louvo a Ele, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre. Aos meus pais, Joaquim Oliveira e Fernanda Oliveira, pois sem eles não teria conseguido. Obrigada por todo o investimento financeiro e emocional, por serem meus melhores e maiores exemplos de profissionais, estarem comigo nos meus piores dias e nunca terem deixado de acreditar em mim. Vocês são inspiração para muitos. Dedico esta vitória a vocês. Honro assim meu pai e minha mãe. Ao meu irmão e minha cunhada, Pedro Oliveira e Raissa Oliveira que foram grandes parceiros e incentivadores de todo o processo de desenvolvimento dos trabalhos acadêmicos desde do primeiro período, referencias de jovens atuantes em suas áreas de trabalho. Sempre lembrarei das noites acordados que ficaram comigo. Em todo o tempo me amaram e na angústia, foram meus irmãos. Ao meu avô, Adálio Romão que desde de criança me incentivou e ajudou a nutrir o sonho de me tornar uma arquiteta e urbanista. A minha amiga, futura sócia e dupla acadêmica Lianka Cirne, conseguimos amiga! Só crescemos com as noites que choramos, que viramos acordadas, as entregas nos prazos corretos, as correrias, os detalhamentos de projeto e tudo mais que passamos juntas, em todas essas coisas somos mais que vencedoras, por meio daquele que nos amou. Aos meus amigos em geral e familiares, aos que me ajudaram com programas para computador, compras de materiais, montagem de maquetes, fotos, entre outras atividades. Em especial a Rodrigo Ferreira, presente presencialmente, virtualmente e emocionalmente nesta reta final. Aos meus colegas de profissão que tive a oportunidade de conhecer durante meus períodos de estágio e na Universidade, especialmente a equipe da Urb - GPU, que hoje posso chamar de meus amigos! Obrigada pela as oportunidades e experiências que me proporcionaram. Aos meus orientadores Andrea Storch, durante a primeira parte deste trabalho e Igor Villares na parte final, me prestando apoio e incentivo para conclusão deste curso, agradeço os ensinamentos e a paciência. Eu plantei, eles me ajudaram a regar, mas Deus quem deu o crescimento.


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS - CCT

ARQUITETURA E URBANISMO Mariana Eugênia Silva de Oliveira

MERCADO PÚBLICO: AUTONOMIA FINANCEIRA PARA A COMUNIDADE DO PILAR

Segunda etapa do Trabalho Final de Graduação apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Pernambuco, desenvolvido pela aluna Mariana Eugênia Silva de Oliveira sob a orientação do Professor Igor Villares.

RECIFE JUNHO, 2020


Figura 01: Boxe de verduras – Mercado da Madalena Fonte: Autora | 2019

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Viver o mercado é buscar ambientes populares, sem requinte, mas com muita identidade cultural e histórica. É buscar conhecimento, raízes e sensações. (LINS, 2007)


ÍNDICE INTRODUÇÃO 02

JUSTIFICATIVA 2.1 Panorama Social 2.2 Panorama Arquitetônico

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OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral 3.2 Objetivos Específicos

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PROCEDIMENTOS METÓDOLOGICOS

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CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA Mercados Públicos no Recife: breve história 5.1 Economia e comércio na formação dos mercados e feiras livres 5.2 Principais atividades dos mercados do Recife

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Os principais mercados da cidade do Recife 6.1 Mercado de São José como patrimônio da cidade 6.2 Mercados do Recife

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Arquitetura da cidade e dos mercados públicos: sobre seus tipos de conexão 7.1 A Importância do entorno do mercado 7.2 A população de baixa renda no entorno implantada no entorno de mercados renda;


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Arquitetura e Restauro 8.1 Preservação 8.2 Restauração 8.3 Téorico

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Referências Projetuais 9.1 Mercado de Rua Dandaji / atelier masōmī 9.2 Mercado de Artesanato Tlaxco / Vrtical 9.3 Mercado da Vila / AOMO

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O território: A comunidade do Pilar 10.1 O recife, O bairro do Recife 10.2 A comunidade do Pilar 10.3 O lote 10.4 Análise 10.5 Aspectos Legislativos

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A PROPOSTA Diretrizes projetuais Programa e Dimensionamento Memorial Descritivo O PROJETO CONCLUISÃO

INTRODUÇÃO

7.3 Acessibilidade ao mercado 7.4- Visibilidade do mercado


Figura 02: Área de Alimentação – Mercado da Encruzilhada Fonte: Autora | 2019



Introdução


INTRODUÇÃO

A cidade não esconde mais sua miséria O sol que esquenta o centro também está na favela Há muitos sonhos e alguns perdidos nesse momento O povo grita, chora ou apenas fica em silêncio (Mauro Filho)

Com o avançar dos anos, a necessidade de procurar por melhorias urbanas vem crescendo e a arquitetura tem o papel de projetar e melhorar ambientes, edificações, ruas, áreas, bairros, comunidades, cidades e países. No Nordeste há a presença de bairros vulneráveis necessitados de avanço e intervenções urbanas devido ao crescimento do processo de favelização – expressão para desigualdade social manifesta no espaço geográfico das cidades, onde a classe com menor renda passa a residir em áreas precárias – que vem superlotado as cidades e crescendo urbanisticamente de forma desordenada. Segundo IBGE (2010), no nordeste do país são encontradas a maior quantidade de capitais com maior porcentagem de existência de comunidades, sendo elas Salvador, com 26% de sua população urbana residente em comunidades, Recife com 23%, e São Luís com 24,5% apenas perdendo para Belém no Norte do país. O Recife é encontrada como a 5ª cidade com maior concentração de comunidades de baixa renda totalizando 852mil pernambucanos que vivem em habitação com pouca estrutura. A necessidade de geração de renda para os moradores de aglomerados subnormais e a melhoria das comunidades é um grande desafio que vem crescendo para os arquitetos e urbanistas. O bairro do Recife, reflete a citação de Mauro Filho no inicio deste capítulo, no qual é uma área da cidade a menos de um quilometro do Marco Zero, com única população residente sendo a comunidade do Pilar, símbolo de resistência e precariedade, as famílias que ali já moraram residiam em casas de palafita, quando na ditadura militar foram demolidas para a construção de galpões e armazéns, entretanto resistiu e hoje tem seu nome, em referência a igreja católica existente na área. Atualmente a comunidade é de pequeno porte com cerca de 600 moradores com moradias de uso misto, residencial e comercial, os habitantes empreendem em suas residên:cias produtos feito por eles ou terceirizados, surgindo assim a demanda comercial da área, para arrecadação de renda para os mesmos sendo assim pedidos por eles a prefeitura inclusão de um mercado para o projeto de requalificação. A comunidade foi prometido um projeto de requalificação segundo a citação a seguir: A iniciativa prevê a entrega de um total 588 unidades habitacionais às famílias que hoje vivem na favela. Nesta primeira etapa (correspondente ao Lote 1) serão construídos um total de 332 unidades. O programa trabalha não só a construção de habitacionais, mas toda a revitalização da região, transformando o espaço num grande atrativo turístico. (PREFEITURA DO RECIFE, 2019)

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O intuito para o desenvolvimento do presente trabalho é baseado em propor para a comunidade do pilar um mercado público, que abrigue os comerciantes locais livrando o uso destinado a habitacional que está sendo usado indevidamente para geração de lucro. Os mercados públicos vêm passando por um processo de revalorização cultural na cidade sendo retomado o costume de entretenimento dentro deles como alternativa de lazer, e uso aos finais de semana tendo várias atividades não apenas relacionadas a mercado mais como valorização da gastronomia, boemia, carnaval e contanto com heranças culturais da cidade. Como pode ser visto na citação a seguir:

Reafirmando o caráter atrativo dos equipamentos, os mercados e posteriormente as feiras foram muito além do que fornecer mercadorias para os consumidores. Agiram também como locais de distração e divertimento, proporcionando atrações como as tão famosas quanto antigas, brigas de galo. (VARGAS, 2001:49/96)

Os mercados públicos estão muito além do entretenimento, por apresentarem grande fluxo de pessoas, criam nos seus observadores sensações epaciais, seus corredores abrigam histórias, são palcos de memórias da cidade do Recife, se destracando por experiências sensorials não só nos da região como nos turistas, a citação a seguir defende esse conceito: Nada existe de mais pictórico do que a multidão que se movimenta num mercado, onde a atenção não apenas é desviada de forma isolada do objeto pelo acúmulo e con¬fusão de pessoas e objetos, mas onde o observador, precis¬amente por ter diante de si todo em movimento, é levado a abandonar-se à mera pressão visual, sem examinas a forma plástica do objeto isolado. (WOLFFIN, 2000:34/35)

Para melhor compreensão dos mercados públicos e sua conexão com a área de estudo, encontrada na comunidade do Pilar, são conceituados os Mercados públicos no Recife: Breve história, que conta o inicio do comércio varejista na cidade tendo como foco o setor terciário e sua importância não apenas a cidade ou estado, mas também para o país no qual mostra que o comércio é baseado na forma de troca e que estava presente desde dos primordios de economia. O surgimento da economia local vem sendo consequência de trocas irformais, que transformaram-se em feiras livres, e mais tardiamente os mercados. Os mercados sediam atividades que surgiram antes de haver um espaço construído destinado ao comércio que até os dias atuais repercurtem, vindo do período de Brasil colônia até o séc 21. Como fonte de estudo atual foi feito o levantamento da história e importância dos mercados mais antigos da cidade do Recife sendo eles: O mercado de São José, o mercado da Boa Vista, o mercado da Madalena, o mercado público de Casa Amarela e o mercado público da Encruzilhada.

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no qual são citados da história do seu surgimento, arquitetura, estrutura, influência internacional, inauguração, partido do projeto, dimensões, design dos boxes, disposição do programa, lugar instalado e dias atuais. O último capítulo arquitetura da cidade e dos mercados públicos, mostra os tipos de conexão que a cidade tem com os mercados públicos locais, espeficiamente sendo foco da classe de baixa renda da cidade sendo encontrado cinco ZEIS que utilizam dos mercados citados anteriormente, como: ZEIS de Casa Amarela, ZEIS do Coque e ZEIS dos Torreõs. São conceituados três autores da bibliografia que defendem diretrizes para funcionamento dos comércios sendo eles: Vargas, Augé e Jacobs.

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Justificativa


Figura 03: Vendedor na feira do Mercado de Casa AmarelaFonte: Autora | 2019


PANORAMA SOCIAL JUSTIFICATIVA

O presente trabalho tem como proposta uma implantação de um mercado público na comunidade do Pilar, sendo essa uma das comunidades mais precárias da cidade, o Recife apresenta dados comparativos aos países citados a seguir: ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO NO RECIFE Em 2000, três Unidades de Desenvolvimento Humano (UDHs) do Recife superam o IDH da Noruega, país com o mais alto índice no Relatório da ONU. Por outro lado, as UDHs do município com os índices mais baixos aproximamse do valor encontrado para a Bolívia. Tal disparidade é exatamente a mesma verificada entre os municípios de Pernambuco .(ATLAS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO NO RECIFE, 2000)

Entretanto, o índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) apresenta diferenças significativas entre as Unidades de Desenvolvimento Humano (UDHs) tendo sua varianção da menor com 0,43 (Em Ilha Joana Bezerra/São José – Zeis Coque) para o índice mais baixo a 0,96 (Em Boa Viagem/Pina – Orla, Av. Herculano Bandeira). Para a composição do IDH, são levados em consideração subíndices para sua composição: educação, longevidade e renda.

No Recife o subíndice renda supera o de longevidade. Em todas as UDHs, em 2000, educação é também o subíndice mais alto, à exceção de duas, mesmo assim com valores bastante parecidos: Boa Viagem/Pina-Orla,Av.Herculano Bandeira e CasaForte/Parnamirim/Jaqueira/Monteiro, nas quais o subíndice renda é maior. Em apenas 17 Unidades de Desenvolvimento Humano o subíndice renda supera o de longevida” (IBGE, 2000) Gráfico 01: Comparativo dos IDH-M Fonte: Autora - 2020

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UNIDADES DE DESENVOLVIMENTO HUMANO DO RECIFE

DECRESCIMENTO

CRESCIMENTO

Todas as Unidades de Desenvolvimento Humano (UDHs) do Recife apresentaram crescimento do IDH-M durante a década de 90. Na maioria delas, tal como ocorre no município, quase sempre os incrementos mais altos se deram na dimensão educação. Entretanta, a área de estudo a comunidade do Pilar, Centro - Zeis Coelho/AP Comunidade Pilar registram-se decréscimos durante a década de 90, na dimensão renda, que passou de 0,640 para 0,627. No bairro do Recife, bairro fortemente marcado pela a presença do uso comercial e serviço se é encontrado uma comunidade desenvolvida centralizada no coração da cidade, entretanto não relevante para a mesma adensando uso habitacional ao bairro.

0,64>>>0,627 COMUNIDADE DO PILAR

Figura 04: Esquematização decrescimento Pilar. Fonte: Autora

Segundo os dados do IBGE a comunidade do Pilar, apresenta quase 28,5% de analfabetos segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano no Recife – 2005, o último atualizado onde a comunidade conhecida popularmente pelo seus moradores como ‘favela do rato’ foi o único decréscimo de IDH no Recife Centro – com a Zeis Coelho cujo subíndice passou de 0,640 para 0,627-. Para a conclusão final do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) são levados em consideração os subíndicies, sendo eles para sua composição: educação, longevidade e renda. Segundo a mesma fonte, “no Recife o subíndice renda supera o de longevidade. Em todas as UDHs, em 2000, educação é também o subíndice mais alto, à exceção de duas, mesmo assim com valores bastante parecidos: Boa Viagem/Pina-Orla,Av.Herculano Bandeira e CasaForte/Parnamirim/Jaqueira/Monteiro, nas quais o subíndice renda é maior. Em apenas 17 Unidades de Desenvolvimento Humano o subíndice renda supera o de longevidade, bairros aos quais não pertecem a atual comunidade do Pilar.”

Tabela 01: Resumo de indicadores da Comunidade do Pilar Fonte: Autora | 2019

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Gráfico 02: Pirâmide Etária Fonte: Prefeitura do Recife - 2000

Com a qualidade de habitação no bairro, a prefeitura do Recife propôs um Plano de Requalificação Urbana e Inclusão Social para a comunidade, com a construção de 588 unidades habitacionais, pavimentação das 3 principais ruas sendo elas: Rua Edgar Werneck, Rua Bernardo Vieira de Melo, Rua Ocidente e Rua São Jorge, implantação de equipamentos para melhoria geral como uma escola bairro, creche, posto de saúde, praça que abrirá para a Av. Alfredo Lisboa e mercado público. De acordo a grande demanda comercial da área, onde os moradores empreendiam pequenos negócios em sua moradia a prefeitura adotou o sistema de cadastramento dos comerciantes locais para a instalação futura no projeto do mercado, foram liberados 39,4 milhões do governo federal para o programa que tinha a previsão de está pronto em 2011 sendo o projeto de 2009. Dos 588 apartamentos 198 foram entregues, os demais tiveram sua obra interrompida em 2013 e sem retorno estando a obra parada até o ano de 2019.

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No fim do ano de 2017 houve uma readequação do projeto entrando no financiamento do Minha Casa minha vida, colocando a seletividade entre 192 ganharem seus imóveis os 396 restantes pagarem o imóvel, além que não foram levados em consideração a implantação de comerciantes que é marcante na comunidade, já que esse tipo de modalidade financeira apenas contempla o uso habitacional deixando os pequenos emprededores com vida incerta. Atualmente há moradores que encontram –se as margens das ruas da comunidade sem poderem desfrutar dos apartamentos prometidos, gerando insatisfação nos residentes da comunidade e criando movimentos e protestos em prol da causa..

Figura 05: Maquete eletrônica do Projeto de Requalificação da Comunidade do Pilar Fonte: Prefeitura do Recife | 2016

Figura 06: Maquete eletrônica do Projeto de Requalificação da Comunidade do Pilar Fonte: Prefeitura do Recife | 2016

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Figura 07: Posto de Saúde Fonte: Urb - 2019

Figura 08: Lote para Creche Fonte: Google Terra.

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Figura 09: Praça Fonte: Google Terra


Figura 10: Moradores do Pilar em protesto pelos habitacionais Fonte: Amigos do Pilar | 2018

Figura 11: Moradoras do Pilar em protesto pelos habitacionais Fonte: Amigos do Pilar | 2018


PANORAMA ARQUITETÔNICO JUSTIFICATIVA

A proposta de um estudo preliminar de um mercado para a comunidade do Pilar, tem como satisfação atender sua precariedade, ela esta situada no Bairro do Recife localizada no coração da cidade apesar de não ser notada a discrepância entre uma comunidade de baixa renda em situações precárias de saneamento básico, ausência de água, iluminação pública de qualidade, equipamentos públicos de lazer e também moradia entre o prédio da sede da prefeitura, o marco Zero e o Tribunal Regional Federal. A comunidade é ícone de resistência de moradia da área mais atrativa da Cidade do Recife, entretanto permanece oculta por detrás dos edifícios ícones, o diário de Pernambuco na publica na reportagem do dia 27/07/2018: “Pode parecer contraditório, mas o acesso à comunidade ocorre da extensão de um cartão-postal do Recife. É saindo da Rua do Bom Jesus em direção ao Moinho que se chega lá. A paisagem vai mudando no caminho. A via se torna São Jorge. Os sobrados dão lugar a casas simples de alvenaria e barracos de papelão. O chão de pedra entrecortado pelos trilhos é substituído pelo piso de terra batido, desenhado pelos buracos abertos da passagem do esgoto a céu aberto. Lá, numa contagem informal, vivem 700 famílias. Pessoas que carregam as marcas de uma área do centro histórico recifense que sempre esteve à margem. Até 1630, o Recife terminava no início da Rua do Bom Jesus. “Tudo o que tinha no entorno era chamado de fora de portas. Existia um caminho que ia até o antigo Forte de São Jorge. Quando o forte foi demolido e a Igreja do Pilar construída, ali passou a ser um bairro. “Era a habitação de gente que vivia do porto”, conta o arquiteto e urbanista José Luiz da Mota Menezes. “

Os mercados públicos são espaços onde geram pontos de encontro para as pessoas sendo elas vendedores e/ou compradores de qualquer espaço urbano. Os mercados em determinado período da história tanto do Brasil, como de Pernambuco, especificamente no Recife tiveram grande importância para o comércio e para o giro da economia, portanto atende a cidade, mas especificamente aos moradores em seu entorno, trazendo assim comodidade, baixo custo para compras e melhor qualidade de vida. Mercado próximo a lugares que tem grande demanda comercial é importante para o comércio do próprio local, girando a economia, criando autonomia através de melhorias com vagas de emprego e autonomia a certa área.. Contudo, os mercados locais entre eles o São José, o Boa Vista entre outros grandes nomes referencias para turismo e cultura local vem se eternizando por décadas, e tem si caracterizados como uma expressão que perpetua a cultura local, e atrativa para visitantes desfrutarem de experiências únicas. A prefeitura do Recife por meio da Autarquia de Serviços Urbanos do Recife (Csurb) em parceria com a Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer lança em 2017 uma proposta de resgate ao valor dos mercados com o projeto “Vivo o mercado” que realiza programações para turistas e moradores em eventos e shows com artistas locais, tendo como objetivo incrementar os mercados e torná-los mais atrativos gerando conseqüências como maior lucratividade para os comerciantes.

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MAPA DOS MERCADOS DO RECIFE 14

Figura 12: Mapa dos Mercados do Recife Fonte: Autora


Figura 13: Rua da Comunidade do Pilar Fonte: Aurelina Moura | 2019


Figura 09: Rua da Comunidade do Pilar Fonte: Aurelina Moura

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Objetivo


OBJETIVO ESPECÍFICO OBJETIVO GERAL OBJETIVO

OBJETIVO

OBJETIVO GERAL: Desenvolver um estudo preliminar de um Mercado público na comunidade do Pilar.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Compreender como um mercado público pode responder a identidade da comunidade e fonte de renda da mesma; Estudar as particularidades da comunidade do pilar, para que esta possa se configurar como um critério norteador do projeto; Compreender arquitetonicamente os mercados existentes na cidade do Recife e internacionalmente como: espacialidade, funcionalidade e estrutura. Propor programa baseado em mercados locais e necessidades da comunidade.

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Procedimentos Metodolรณgicos


PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O trabalho apresentado propõe um estudo preliminar de um mercado público na comunidade do Pilar, e para alcançar os objetivos citados: 1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA: Apos pesquisa sobre os mercados locais e a visita a comunidade foram utilizados seguintes obras para elaboração do conteúdo: 1.1 Para o entendimento da relação entre os mercados públicos e os supermercados e seus papeis o livro “Mercados Públicos, do mármore ao vidro” de Raquel Rennó; 1.2. Em aspectos ligados a história, os sistemas econômicos, função social e comércio foi adotado o livro “Espaço Terciáio: o lugar, a arquitetura e a imagem do comércio” de Heliana Comin Vargas; 1.3. No que se refere aos Mercados locais desde da fundação a seus dias atuais foi adotado o livro “Mercados do Recife, de Marcelo Lins” 1.4. Para compreensão do uso de estruturas de ferro nos mercados e seu uso no Recife o livro “Nos Caminhos do ferro” de Paulo M. Souto Maior. 2. COLETA DE DADOS: 2.1. Levantamento de dados sobre cinco mercados locais:: Mercado de São José, Mercado de Casa Amarela, Mercado da Madalena, Mercado da Boa Vista e Mercado Público da Encruzilhada; 2.2. Levantamento de dados sobre a Comunidade do Pilar; 2.3. Visita aos mercados e levantamento fotográfico 2.4 Visita a comundiade do Pilar 3. TERRITÓRIO 3.1. Consulta ao site da Prefeitura da Cidade do Recife (PCR) e ATLAS do Desenvolvimento Humano do Recife; 3.2. Estudo e análise sobre o território através da elaboração de mapas de vias, áreas verdes, orientação solar e direção dos ventos, usos e legislação; 3.3. Visitas ao local, levantamento de dados e fotografias que contemplam a área do projeto; 4. PROJETO

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Conceituação Temática


5. Mercados PĂşblicos no Recife: breve histĂłria


5. MERCADOS 5.1 ECONOMIA E COMÉRCIO

5. MERCADOS PÚBLICOS NO RECIFE: BREVE HISTÓRIA 5.1 Economia e comércio na formação dos mercados e feiras livres Os países e sua geração de renda podem ter várias classificações de setores para equilibrar a economia do mesmo, podendo ser dividida em setor primário, secundário e terciário, sendo eles de acordo com cada produto produzidos, modos de produção e os recursos que são utilizados para serem extraídos, fabricados e comercializados. Os setores citados anteriormente são o setor primário, que tem relação com a extração de recursos da natureza tendo como exemplos a: agricultura, mineração, pesca, pecuária, extração dos vegetais e a caça. O setor secundário tem relação direta com a o setor primário, tendo como função transformar as matérias – primas em produtos industrializados resultando em: roupas, máquinas, automóveis, alimentos industrializados, eletrônicos, casas, etc. O setor terciário, está totalmente relacionado a ação, não sendo materializados em produtos e sim em serviços, como pessoas ou empresas que prestam serviço sendo eles: comércio, educação, saúde, telecomunicação, serviços de informática, seguros, transporte, serviço de limpeza, serviço de alimentação, turismo, serviços bancários, serviços administrativos, transportes entre outros tipos de serviço. No Brasil, o setor de serviço é o que mais gera mais chances de trabalho tendo 72,9% do PIB do setor econômico.

Figura 14: Esquematização de Setore Econômicos Fonte: Autora - 2020

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O Setor terciário vem ganhando espaço nas cidades e principalmente na categoria de comércio que tem como base de ação a troca na atividade social, que só é ocasionado através do encontro. A troca está ligada também ao abastecimento, tanto para o vendedor como para o comprador. Com o crescimento da troca, criar-se a necessidade de ponto de encontro – que mais a frente será explicados o surgimento das feiras livres – que consequentemente precisa de um lugar propicio para esses tipos de encontros e trocas, levantando o questionamento de quais lugares específicos para isso. Sendo o início das especulações de praças, feiras e mercados. Em meados do século XVI a economia do Brasil colônia, estava começando o processo de exploração do país, com a extração do pau-brasil, madeira tintorial, e a produção de tecidos não resultando nenhum núcleo de povoamento, entretanto na década de 30 do mesmo século deu inicio a ocupação territorial conseqüentemente do processo de produção canavieira, destacando – se a capitania de Pernambuco. Além disso, no século XVII a produção canavieira se intensifica e a economia açucareira desenvolveu – se e passou a expandir para áreas maiores, contudo, a pecuária também se destaca como atividade complementar. A capital do estado de Pernambuco tinha seu comércio baseado na troca de mercadorias, que era abastecido pela relação campo e cidade que possuem uma dependência de ambos para os mesmos, o campo produz o que será comercializado nas cidades que provavelmente sempre foram o cenário desses tipos de abastecimentos, que, é onde a conexão campo e cidade se intensificam e valorizam a necessidade que um tem do outro. Guimarães (1982, p. 26) defende que: [.. ] as cidades haviam sido a extensão do domínio do campo a agricultura, como atividade dominante fizera com que o campo fosse o ‘senhor’ das cidades”.

Com esse formato de abastecimento, a migração de moradores rurais para a cidade aumentou e conseqüentemente a circulação de pessoas e o comércio local, colocando como a cidade e o desenvolvimento comercial que ela abriga superior ao campo. Com o aumento do comércio local os tipos de pessoas em seu público são os abastecedores, os comerciantes – que não necessariamente são os que produzem – e os compradores, que estendeu – se para os que também abasteciam e comercializava, entretanto esse tipo de comercialização não possuía local estável, ocorria de forma involuntária e sem endereço sendo esses comércios informais sem endereço fixo chamados mais a frente como as feiras livres, movimento que vinha criando espaço ao redor do mundo Segundo Mumford (1961:29) afirma que: : “As grandes feiras da Idade Média lançaram sem dúvida os fundamentos do capitalismo internacional do século dezesseis, localizando a princípio em Florença e em Augsburgo e mais tarde em Antuépia e Amsterdã, antes de finalmente chegar até Londres, no decorrer do século dezoito. Não menos que as cruzadas, as feiras promoveram os intercâmbio de costumes e padrões de vida regionais.”

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E segundo Vargas (2001:146/147) : “a feira livre (de feria, do latim, que significa festa de um santo) era, sobretudo o encontro de mercadores, freqüentemente vindos de muito longe, que durava muitas semanas” as feiras livres já tinham o caráter de forma de troca de mercadorias”.

Contundo, no Brasil, na cidade de São Paulo as feiras surgem mais afastadas dos centros em locais de pouso de tropas, Reis Filho (1994:119) cita a primeira feira em São Paulo e sua forma de abastecimento: “(.. ) foi estabelecida em 1797, no campo da Luz sendo conhecida como Feira de Pilatos. Até então, o abastecimento da cidade se fazia em canoas, através do Tamanduateí, pelo qual chegavam das fazendas das várias ordens religiosas e das aldeias indígenas, os produtos da terra, que eram vendidos no Porto Geral. Uma das ladeiras do velho centro guarda o nome do local. De forma improvisada, as vendas se faziam às margens do rio aos pés de três principais instituições religiosas (dos jesuítas, carmelitas e beneditinos), demonstrando a importância da contribuição dessas ordens para o abastecimento da cidade. “Mais tarde, existiu também a Travessa do Palácio, chamada Rua das Casinhas, com uma série de pequenas lojas, especialmente construídas para esse fim.”

Logo, as feiras livres eram a potencialidade dos mercados públicos, sendo pioneiras no abrigamento dos comércios e intensificando a necessidade da criação de um espaço projetado para elas. São nas feiras livres que ocorriam os pontos de encontro, a interação de campo e cidade, foi encontrada por todo o pais, contundo nas áreas nordestinas se intensificou, não apenas surgindo como nas demais regiões do pais, mas fazendo parte da história de um povo, crescendo como passar do tempo ao lado do crescimento da região além de movimentarem a economia. De acordo com Lima, Eliany Dionísio (s/d, p. 5): As feiras livres são analisadas na dimensão do sistema espaço-temporal de mercados periódicos e é caracterizada no domínio de alcance limitado das cidades dos países subdesenvolvido, mesmo as de tempo integral do padrão espacial de interações típica das cidades do nordeste do Brasil.

Pode – se considerar que muitas características dos primeiros mercados e que perduram em alguns até hoje, herança das feiras – livres, que são mercados involuntários. O seu valor não se limita a espacial, e sim cultural, gerando sensação nos usuários delas e criando laços com as atividades que foram executadas de acordo com elas. Na cidade do Recife, havia uma feira livre de pescadores que desenvolveram suas atividades comerciais em formas de logradouros no largo da Igreja do Corpo Santo, dando origem ao mercado velho, os mercados foram erguidos com o intuito de substituir as feiras livres tentando se adaptar as formas de venda e procura.

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Figura 15: Mercado da Ribeira - 1789 Fonte: Livro Mercados do Recife

No séc. XVII no governo de Diogo Lobo da Silva, governador de Pernambuco, foi decretado que o turno mais intenso do comércio, que era o da manhã, todos os comerciantes deveriam vender suas mercadorias em lugares fixos, que ia de encontro à forma de comércio local que eram em lugares a céu aberto, criando assim a necessidade de um mercado para a população e tirando os comerciantes das ruas, no formato de comércio em feiras livres. Conseqüentemente, após o governo de Diogo Lobo, já no governo de D. Tomás José de Melo, em 1789 a falta de um local adequado para o comércio, houve a construção de um mercado de peixes, sendo chamado de Mercado da Ribeira do Peixe, que foi implantado ao lado do convento e próximo ao terreno dos frades capuchinhos (A Ordem dos Frades Menores Capuchinhos (Ordo FratrumMinorumCapuccinorum em latim, OFM Cap.) é uma ordem religiosa da família franciscana, aprovada como um ramo da primeira ordem de São Francisco de Assis em 1517 pelo Papa Leão X.).

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Figura 16: Mercado de São José - 1900 Fonte: Livro Mercados do Recife

O terreno além de ser próximo aos terrenos da ordem, era também próximo a praia, afetando de forma positiva, pois no local implantado já ocorria a troca de mercadorias entre os pescadores e os interessados em adquirir peixe. A edificação era uma edificação em alvenaria, com telhado apoiado sobre arcos e colunas, formando uma praça com disposição de 62 casinhas e 128 barracas, seu zoneamento era baseado em dois grande blocos, que formavam a estrutura do mercado, as colunas que sustentavam o geral da estrutura tinham o estilo dórico sendo decoradas com volutas e ornamentos barrocos.


Os mercados surgiram após as situações precárias das trocas comerciais que eram abrigadas pelas as feiras livres, sendo considerados como feiras cobertas, tendo como sua principal atividade reunir pessoas e suas características, estudiosos como o poeta cubado Nicolás Guillén, dizem que “conhecer uma cidade é conhecer o mercado” acreditando ser “Lugar privilegiado de relações sociais, mas como experiência estética Wolfflin (2000: 34/35) defende: “Nada existe de mais pictórico do que a multidão que se movimenta num mercado, onde a atenção nãos apenas é desviada da forma isolada do objeto pelo o acúmulo e confusão de pessoas e objetos, mas onde o observador, precisamente por ter diante de si um todo em movimento, é levado a abandonar- se à mera pressão visual, sem examinar a forma plástica do objeto isolado.”

As edificações além de caráter construtivo e espacial trás características culturais e sociais. Os edifícios construídos de mercado têm em seu caráter, derivado do francês “Balle” tem como conceito, espaço de mercado cobertos tendo variações em outras línguas como: Hall em inglês, balle em alemão e balla em flamenca, tendo como sinônimo uma sala grande, com vão coletivo, tendo sua estrutura construtiva baseado em uma coberta grande com poucos pilares distribuídos para maior área livre, não deixando de lado áreas como para depósito, contração, exposição e venda de mercadorias. Os mercados têm influência das épocas que surgiram, no medievalismo e com derivações romanas, tendo seus espaços característicos por serem alongados como formato de implantação religiosa, especificamente de basílica. A disposição dos mobiliários tinha como base os produtos espalhados pelo o chão, ao avançar das tecnologias de layout, surgiram bancas, tendas com mesas tendo nelas próprias uma cobertura para proteção, barracas desmontáveis, barracas permanentes e após fileiras de lojas já implantadas na arquitetura sendo setorizadas pelos os tipos de produtos oferecidos. Os mercados públicos são palco central de trocas de mercadorias e ponto de encontro, marcando presença na cidade do Recife a partir do séc. XVI. Para a cidade do Recife eles nos trazem bagagem histórica e tradição, sendo uma lembrança edificada do passado e da identidade que veio sendo construída com o passar dos anos, décadas e períodos. Retrata em seus corredores a cultura de um povo, lembranças de familiares e amigos que por ali passaram, criando sensações de contato com cultura, buscando raízes. A principal atividade dos mercados públicos é reunir dois tipos de pessoas em seu público, pessoas que estão interessadas em vender produtos e pessoas interessadas em comprar desses produtos sendo em suas variedades no dias atuais: alimentos secos e molhados, utensílios domésticos, tecidos, roupas, animais, e até um determinado período histórico a comercialização de escravos.

Temática

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Figura 17: Corredor do mercado da Encruzilhada Fonte: Autora

Conclui - se que os mercados foram tão importantes na formação do comércio Pernambuco que até hoje são encontrados e usufruídos pela a população tendo alguns principais para a cidade como: O mercado de São José, o Mercado da Boa Vista, o mercado público da Madalena, Mercado público de Casa Amarela, Mercado público da Encruzilhada, Mercado público de água fria, Mercado Público de Santo Amaro. Teoricamente com a consolidação dos mercados na cidade do Recife acreditou – se que seria a extinção das feiras livres, entretanto esses tipos de arquitetura criou um zoneamento de boxes, que seriam custeados para manutenção do mesmo por pagamento da taxa do aluguel, alguns comerciantes que não estavam preparados para esse custo achavam mais vantajoso ocupar o espaço público ao redor do mercado do que pagar o alguel, criando assim concorrência entre os vendedores dentro do mercado e os das feiras livres, sendo os artigos da rua mais barato. As feiras repercutem na atualidade sendo elas 27, num total de 3.600 bancas em toda a cidade.

Recife: breve história 28 24


Figura 18: Fachada Mercado da Boa Vista Fonte: Flickr - Carlos Júnior

Figura 19: Fachada Mercado de São José Fonte: Autora

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Figura 20: Fachada Mercado da Encruzilhada Fonte: Autora

Figura 21: Fachada Mercado de Casa Amarela Fonte: Autora

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5.2 Atividades dos Mercados 5. MERCADOS

5.2 PRINCIPAIS ATIVIDADES DOS MERCADOS DO RECIFE As atividades locais dos mercados do Recife giram em torno da venda dos produtos produzidos pela as comunidades ou bairros que eles estão inseridos, visitar o mercado é encontrar identidade visual, histórias por toda parte sem requinte mais com muita bagagem história, mergulhar em sensações femenologicas e ícones que caracterizam e confirmam suas identidade e particularidade. Boa Vista, fundando na primeira metade do séc. XIX, com 32 boxes tendo e m suas principais atividades: Armarinho, artesanato, ração, frios, bomboniere, açougue, peixaria, hortifrutigranjeiro, casa de pamonha e canjica, cachaçaria, bares e lanchonetes, depósito de bebidas, salão de beleza, tendo seu funcionamento de segunda a sábado das 6h ás 19h e aos domingos e feriados das 6h ás 16h sendo o único mercado local que entra no horário noturno. A presença dos mascates – vendedores que percorriam a cidade a pé com seus produtos expostos em uma tira de madeira nos ombros e a cada lado dois cestos com suas iguarias, lembrando os atuais vendedores de amendoim de praia – é marcante circulando no mercado seja ele na parte interna ou externa, um fator atrativo para atividade é o que o bairro sedia a federação carnavalesca de Pernambuco e serviram de berço de nascimento de blocos famosos da cidade, para os amantes do carnaval vão em busca do gosto fora de época que o mercado pode oferecer, uma lembrança edificada marcante é a permanência das mercearias, que atravessou a diversidade cultural do tempo. O mercado de São José, fundando em 1875, com 561 boxes apresenta em suas atividades comerciais: Artesanato, açougue, peixaria, hortifrutigranjeiro, bares e lanchonetes, estivas, ervas, artigos religiosos, literatura de cordel, rendas, utensílios domésticos, roupas, calçados, bolsas, brinquedos regionais. As particularidades do São José são identificadas pelo o observador apenas ao caminhar pelo o seu percurso, a marca da religiosidade é encontrada nos boxes com imagens sejam elas independente de sua religião, o preto velho é uma marca registrada desse sincretismo, assim que se é entrado nos primeiros boxes são encontrados cestas de palha que ressaltam o artesanato nordestino e remetem as famosas festas juninas, devido a sua diversidade, história e localização é considerado o mercado mais importante para o estado e mais atrativo para a visita de turistas. O mercado da Madalena fundando em 1925, com 172 boxes apresenta suas atividades as seguintes: Armarinho, açougue, bares e lanchonetes, frios, hortifrutigranjeiros, mercearia, rações, pássaros, animais, artesanatos, peças de automóveis, peixes ornamentais, ervas, peixarias, serviços diversos. Encontramos boxes famosos como o bar do corno, trás histórias e atrai pessoas pela a sua irreverência e cria encontros dos sertanejos e simpatizantes, o seu foco principal se baseia em ponto de encontro para apreciar iguarias, independente do turno.

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Figura 22: Boxes de redes - Mercado de São José Fonte: Autora

O mercado de Casa Amarela fundando em 1930 com 100 boxes apresenta semelhança nos seu programa com: Armarinho, açougue, bar, frios, relógios, sapateiro, lanchonete, confecções, artesanato, bijuteria, peixes ornamentais, ervas, peixarias, hortifrutigranjeiros. Um fator atrativo para execução de atividades no local são as rodas de samba que o mercado proporciona tendo como a música como um fator aglomerador de pessoas, onde as escolas de samba que tinham influência nos arredores do mercado.

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O mercado da Encruzilhada fundando em 1950 com 214 boxes são encontrados serviços de: Frutas e verduras, cereais, miudezas em geral, artesanato, frios, carnes, aves, ervas, bares e lanchonetes, armarinhos, relojoeiro e cabeleireiro. Como parte da história e tradição do mercado, o serviço de aviamento ligado a corte e costura reparos em geral é bastante marcante no edifício, e principalmente os encontros proporcionados pelo a gastronomia e boemia, que são lembranças históricas e permanência atual.


6. Os principais mercados da cidade do Recife


6. MERCADOS DO RECIFE 6.1 MERCADO DE SÃO JOSÉ

6. OS PRINCIPAIS MERCADOS DA CIDADE DO RECIFE 6.1 MERCADO DE SÃO JOSÉ COMO PATRIMÔNIO DA CIDADE O Mercado de São José esta localizado no bairro de São José, bairro central da cidade do Recife, situado a frente da Basílica de Nossa Senhora da Penha – Instituída em 1655 pelos franciscanos capuchinhos franceses, apresenta hoje em dia estilo neoclássico que foi construído em 1870 e 1882, a arquitetura da igreja contrasta com a demais igrejas que predominam o estilo barroco tendo suas características neorrenascentistas. Hoje tradicionalmente é popular pelos os recifenses pela a benção de São Felix – e do comércio de rua do centro da cidade, em um dos bairros mais antigos da cidade. Sua principal oferta é a venda de artesanato regional, gastronomia particular do bairro. Seu volume e materialidade destacam – se do entorno sendo alvo de visitantes e turistas devido a importância histórica e cultural. Sua história acontece a partir do final do século XVII , onde a transferência do mercado de carne e peixe que acontecia na Praça do Polé atualmente a praça da Independência para a atual implantação do mercado tendo sua arquitetura inspirada no projeto do mercado público em ferro de Grenelle, Paris, o engenheiro francês Victor Lieutier, foi responsável e contratado pela a câmara municipal para elaboração e execução do projeto sendo considerado resultado da Revolução Industrial,

no Séc XIX, quando foram desenvolvidos programas arquitetônicos com um novo material: o ferro. A utilização do ferro no mercado foram iniciadas em 14 de junho de 1872, sendo peças moduladas a maioria importadas de fundições europeias, principalmente da França consequentemente gerando atraso na produção e refletindo no término da obra gerenciada pelo o francês Louis Léger Vauthier, que fez algumas alterações na proposta inicial focando o objetivo projetual para a funcionalidade e conforto climático, adequando as necessidades do clima tropical brasileiro e o calor do nordeste. As principais mudanças foram: a troca de folhas de ferro onduladas que estavam previstas para a coberta por telhas especiais de barro sendo materiais mais compatíveis com a localização e também a troca de parte das venezianas que pretendiam serem em vidro por venezianas em madeira para o fechamento externo. O sistema hidráulico que garante água e esgoto foi detalhado pelo o engenheiro mais mantido o inicial.

Figura 23: Coberta do Mercado de Casa Amarela Fonte: Autora

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PLANTA MERCADO DE SÃO JOSÉ Figura 24: Planta baixa do Mercado de São José Fonte: IPHAN - 2017

LEGENDA: 1. ENTRADA 2. SETOR ADMINISTRATIVO E BANHEIROS 3. SETOR DE BARES E ALIMENTOS EM GERAL 4. SETOR DE PEIXES E CRUSTÁCEOS 5. CÂMARA FRIGORIFICA 6. SETOR DE ARTESANATO E ARTIGOS POPULARES

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Figura 25: Fachada do Mercado de São José Fonte: Autora

Os detalhes do mercado até os dias atuais o caracteriza por art nouveau, entretanto o o mesmo passou por algumas reformas em: 1906, houve a execução de reparos e a retirada das barracas do pátio interno e intervenções urbanas como pavimentação, em 1941 foi elaborado a câmara frigorifica, atualmente desativada, após em 1950 no governo do prefeito Moraes Rego, houve a substituição das venezianas de madeira e vidro por cobogós de cimento acreditando que daria mais resistência e durabilidade mantendo assim a sua estrutura em ferro inicial.

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É destino certo do turismo nacional e internacional tendo em seu interior a subdivisão em boxes, com edifícios classicistas que são antecedentes ao acesso principal da área com sanitários do público em geral e para a administração local sendo próximos a frontões triangulares e coberta em duas águas, com janelas ornamentais com detalhes que foram reinterpretados na arquitetura do pórtico principal de acesso ao mercado tendo sua disposição com fachada principal voltada para a praça. O edifício pré – fábricado em ferro, é um raro exemplar da arquitetura típica do ferro do século XIX, além de ser patrimônio cultural é também referência construtiva já apresentando para delimitar o lote a dimensão do mercado um gradil de ferro no volume central vê-se um portão de ferro encimado por vitrais que dão destaque para a fachada formando o pórtico de acesso tendo sua planta distribuída por dois grandes pavilhões retangulares com estrutura portante em ferro fundido com colunas ocas que também ocorre o escoamento de água da chuva, a coberta em quatro águas e estrutura independentes, encontra – se um vão central de menor largura remetendo uma rua coberta com telhado em duas águas, sua área totaliza em 3.687,50m², servindo de contraste da preexistência do entorno que tem em sua maioria sobrados antigos e edificações religiosas, como anteriormente citado a coberta apresenta continuação da estrutura das colunas apoiando - se em tesouras de ferro atirantadas que vencem vão de 20,44 metros, finalizado a coberto em ferro perfilado, para melhor conforto térmico foram instaladas aberturas zenitais com laternins também em ferro e fechamento lateral em vidro e coberto em quatro águas.

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Figura 26: Fachada principal do Mercado de SĂŁo JosĂŠ Fonte: Autora

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6.2 MERCADOS 6. OS PRINCIPAIS MERCADOS

6.2 MERCADOS DO RECIFE: Os mercados do Recife são o principal ponto de encontro entre vendedores e compradores, sendo transformador para a cidade carregando em suas estruturas experiências econômica de abastecimento, gastronômica, recreativa, musical e entretenimento não abandonando as características históricas entre tantos mercados da cidade do Recife, foram selecionados seis nos quais serão representados os atributos que eles carregam, sendo eles: O mercado da Boa Vista, o mercado de São José, mercado da Madalena, mercado de Casa Amarela e mercado da Encruzilhada. Serão identificados seus serviços, funcionalidades, variedade de sabores, cheiros, ambientes, e manifestações culturais. A arquitetura dos mercados é resultado de características européias e do processo de urbanização que consolidou no séc. XIX que tinha como partido arquitetônico focar em um ambiente limpo e higienizado e com relações diretas com a organização urbana, após o processo de revolução industrial o mercado sofreu mudanças tanto na sua disposição como no objetivo principal. A disposição urbana dos mercados do Recife era em sua maioria em ponto central de bairros formados da cidade e tendo ‘cercas’ formadas pelas as feiras livres que criaram diretrizes para um novo formato de venda.

As estruturas dos mercados são dinâmicas apesar de seguirem linhas de elementos europeus, entretanto o bairro da Boa Vista, do São José e o de Casa Amarela, tem a similaridade do uso do ferro, contudo o de Casa Amarela tem o uso do ferro mais tardio do modelo de mercado de ferro, o ferro não é o único utilizado no a alvenaria é utilizada nos mercados da Boa Vista, e da Madalena deixando mais fácil as reformas e ampliações futuras. O modernismo é encontrado nos nossos mercados no caso do Cordeiro e Encruzilhada que seguem linhas retas e minimalistas e estilo eclético tendo em sua estrutura lajes de concreto armado HISTÓRIA > ARQUITETURA - ESTRUTURA > INFLUÊNCIA > PROJETO E INAUGURAÇÃO > TAMANHO E BOXES – DISPOSIÇÃO > LUGAR INSTALADO > MERCADO NA ATUALIDADE . O MERCADO DA BOA VISTA O mercado da Boa Vista é tão antigo quanto o mercado anterior, foi construído na metade do séc. XIX, era habitado por “pessoas de fino trato”, nome dado as pessoas de boa renda na época sua primeira inauguração não se sabe o certo a data exata, seu nome é homenagem ao bairro implantado.

Figura 27: Mercado da Boa Vista Fonte: Flickr - Marco Zero Conteúdo

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Anteriormente o local era estrebaria e cemitério da Capela, que atualmente é Igreja de Santa Cruz, e também funcionou um mercado de escravos. A Arquitetura, em particularidade sua estrutura, permanece intacta apesar do tempo, tendo em sua fachada os arcos do velho mercado, destacando – se na Rua de Santa Cruz. Começando pela a fachada apresentam esquadrias utilizando materialidade em ferro, altos portões. O centro apresenta o ponto mais alto, o arco que delimita a entrada para o pátio interno de forma quadrada, é encontrado grande demanda de área verde e espaço sombreado, em seu paisagismo árvores de grande porte com grandes copas A Influência predominante é do antigo mercado da Ribeira do Peixe, que foi demolido para ser atualmente o Mercado de São José, tinha em sua materialidade a utilização de alvenaria, telhado apoiado em estruturas de colunas e arcos que sustentavam o arco de entrada, sendo o peso apoiado em duas colunas do estilo dórico – estilo dórico vindo da ordem dórica que era a mais antiga dos templos gregos vindo do povo Peloponeso, surge as colunas dóricas sendo simples e sem base – decorado com volutas e detalhamentos do estilo barroco, entretanto por apresentar características gregas, era encontrado também a implantação no formato romano, tipo átrio. O projeto deu – se seu primeiro andamento no governo de Diogo Lobo da Silva, governador da época do estado de Pernambuco que tinha o objetivo de extinguir as feiras livres das ruas do Recife, em 1822 é decidido a construção e uma praça e um açougue para atender a demanda comercial do bairro, sendo construído em um terreno vago na Rua de São Gonçalo que anteriormente era uma estrebaria e um cemitério da Cepa de Santa Cruz.

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A disposição espacial gira em torno do principal fator atrativo do mercado que são 9 bares como comidas regionais em seu cardápio servindo de café da manhã a jantar, tendo 63 boxes que comercializam frutas, legumes, verduras e cereais. Atualmente está localizado a Rua de Santa Cruz, no Bairro da Boa Vista.

Figura 28: Mercado da Boa Vista Fonte: Flickr - Juliana Alves

Figura 29: Mercado da Boa Vista Fonte: Flickr - Carnaval Recife


O MERCADO DA MADALENA O mercado trás grande bagagem histórica e memórias do período colonial, onde o local servia como área rentável da zona açucareira. As terras pertenciam a Jerônimo de Albuquerque, que foram doadas por Duarte Coelho, após sua morte, foi repartido entre seus filhos, não permanecendo na família e sim vendida a terceiros, um dos que adquiriu foi Pedro Afonso Durol, onde implantou um engenho de açúcar. A arquitetura original era dividida apenas na parte periférica, entretanto no centro existiam em sua materialidade pedras grandes nas partes com cobertas para abrigar as frutas e verduras. Relembrando um edifício do período colonial com quatro tipos de fachadas. A frontal e principal é a localizada na Rua Real da Torre tendo 60metros de fachada, as esquadrias utilizadas são em ferro encimado por vistoso frontão com o brasão da cidade do Recife, logo as demais fachadas restando três apresentam simplicidade contudo seguindo o ritmo e materialidade da principal com portões de ferro e frontões com painéis de azulejos. A planta baixa apresenta pátio central, quatro setores que disponibilizam em seu mobiliário balcões de pedras sem cobertas. O pavimento superior é encontrado o setor administrativo no formato de torre redonda com dois pavimentos. Sua implantação assentua com a paisagem do entorno demonstrando preo

cupação das autoridades em melhorar a área que conseqüentemente estimula o processo urbano local e atrair modernização. O local a resposta a uma busca na melhoria da qualidade de vida atual e saúde pública, sendo construído local especifico para a feira do bacurau – aglomeração de casebres construídos com matérias regionais e simples como: madeira, lata e aduelas de cimento, apresentavam barracas com pouca higiene – dando origem ao seu nome popular “Bacurau”. A influência principal do mercado, é como seqüência dos demais mercados citados anteriormente, européias o estilo neocolonial traziam técnicas modernas com elementos europeus, mas que simultaneamente são adaptados para o estilo do Brasil. A disposição interna é baseada em 180 compartimentos projetados para a venda de alimentos variados: verduras, legumes, frutas, cereais, carnes e peixes. A parte administrativa é separada e mais resguardada sendo preservada a estrutura original. A parte de serviço de banheiro, que são encontrados na parte térrea funcionava e permaneceram os sanitários e o depósito. Atualmente o mercado fica no bairro da Boa Vista, próximo Praça Solange Pinto Melo, Rua Real da Torre, serve como ponto de encontro por sua gastronomia e encontro para boêmios.

02 Figura 30: Mercado da Madalena Fonte: Autora

Figura 31: Mercado da Madalena Fonte: Autora

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Figura 32: Mercado da Madalena Fonte: Autora


O MERCADO PÚBLICO DE CASA AMARELA O mercado de Casa Amarela teve sua inauguração na década de 30, tendo seu terreno doado por Allain Teixeira na gestão do prefeito Pereira Borges, sofre grandes influências do bairro que tinha sua povoação considerada como um dos arrabaldes mais saudáveis e com maior povoação da cidade. . A partir do ano de 1871 a população começou a ser servida pela a Estrada de Ferro do Recife, a última estação ficava a frente de uma casa amarela dando origem ao nome do bairro.A política interfere no mercado e consequentemente transferido do seu local original – que atualmente é encontrado o terminal do ônibus da Várzea e transferido para o Largo de Casa Amarela. A arquitetura tem sua estrutura importadas pela a empresa Borrione em 1928, a reforma feita foi compartimentos adaptados as paredes das fachadas principais e posteriores, após a construção do anexo os locatórios foram transferidos para os existentes demolidos retornando ao projeto original. O armazém de Casa Amarela apesar de ser semelhante ao Mercado de São José e Mercado da Boa Vista com o uso de estrutura em ferro, se difere por não retratar elementos do ferro fundido. Sua arquitetura é baseada em detalhes ornamentais com jogo do uso de ferro e chapas recortadas e explorando a estética de parafusos. As paredes são usados em sua materialidade meia parede com alvenaria e tijolos aparentes completados até o telhado com grande de ferro, o conforto ambiental fica a recursos do uso de esquadrias que permitem a entrada de ar e iluminação natural, sua coberta é composta por telhas de tipo “Marselha” – A telha marselha, de origem francesa, constitui um dos formatos tipicamente usados no nosso país. São especialmente emblemáticas as coberturas em telha marselha de edifícios seculares existentes, parti

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Figura 33: Estrutura do Mercado de Casa Amarela Fonte: Autora

cularmente, no norte do país e na capital. Devido a um conjunto de vantagens técnicas, o telhado marselha é uma opção preferencial para projectos de restauro -. A disposição do mercado abriga 100 boxes na parte original, no anexo I, tem 640m² com 29 compartimentos, sendo 34 boxes ocupados com uso para bar, a área atual é superior a 817m² que era a metragem original apresentando formato retangular com 15 metros de lado e 40 metros de profundidade. Seu acesso é encontrado duas entradas principais na fachada indicados por portões de ferro. Após suas reformas foram anexados a área externa aumentando para 100 boxes e aumentando a área usada para comércio para 817m².


Figura 34: Estrutura do Mercado da Encruzilhada Fonte: Autora

O MERCADO PÚBLICO DA ENCRUZILHADA O mercado da encruzilhada foi construído na década de 50, sendo considerado para a época um orgulho e exemplo de progresso para a engenharia. A sua construção tinha como principio abrigar atividades de comercialização para tipos de gêneros alimentícios, o primeiro terreno do mercado anteriormente funcionava uma estação ferroviária desativada e que apresentava condições ruins. Entretanto, o terreno vizinho e o terreno da ferrovia aviaram-se a planta. A arquitetura do mercado tinha em sua estrutura, técnicas de engenharia que até os dias atuais repercutem como avançados para o período de construção. A disposição tem 156 compartimentos que são encontradas aberturas arejadas e iluminadas, placas de sinalização.

O programa tende com câmaras frigoríficas para atender a grande demanda de carnes, peixes, frutas e verduras em geral, ao lado do mercado predomina o uso gastronômico com a construção de dois restaurantes e dois bares e ao todo do mercado com 17 divididos em alas distintas. A setor administrativo é encontrado no andar superior, a parte comercial com vendas de alimentos, artesanatos e carnes são dividido em 214 boxes para mercado. O projeto abrange áreas livres e a construída com coberta com 3.850m² sendo superior a do mercado de São José. Atualmente o mercado da Encruzilhada fica na Rua Dr. José Maria, no bairro da Encruzilhada que deu origem ao seu nome, apesar de ter passado por muitas reformas mais não alteraram as sua proposta projetual original.

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7. Arquitetura da cidade e dos mercados pĂşblicos: sobre seus tipos de conexĂŁo


7. CIDADE E MERCADOS 7.1 ENTORNO

Com a implantação desse uso de arquitetu7. ARQUITETURA DA CIDADE E DOS MERCADOS PÚBLIra, seja ele serviço ou comércio, adensa a área o COS SOBRE SEUS TIPOS DE CONEXÃO crescimento a ocupação, a recepção de áreas 7.1 A IMPORTÂNCIA DO ENTORNO DO MERCADO urbanas deterioradas, viabilidade dos negócios O comércio e a sua implantação tem precursores, atende ao interesse da coletividade. relação direta com o local implantado influencia em Para melhor avaliação da área se é sugerido por seqüência, sendo influenciado pelo o seu entorno, o Richard Nelson o levantamento dos três objetivos processo econômico que o país apresenta e cria principais para partido da edificação comercial: alterações significantes no espaço e espaço nas 1. O propósito do consumidor ir ao mercado; arquiteturas comerciais. O comércio tem grande 2. Criar espaços atrativos, e até cita que muitos importância para as cidades e formação espacial compradores de pipoca nas orlas das cidades ou do traçado urbano, e defendida por vários pesquisa- aqueles que compram o famoso picolé na praia dores do sistema terciário para Munford, acredita não é a necessidade do consumo e sim a atração que através do comércio em um único espaço visual no momento; gera nas pessoas a abertura de criação de laços 3. A atração dos moradores – sejam ele habitacionais ou outros usos da área – partilharem o mercaextras de vendedor e consumir. Para Vargas, acredita que o espaço onde do. abriga o comércio está alem dos sentidos como Os tópicos listados anteriormente devem está em olfato, tato, paladar e vai alem da fenomenologia relação direta com os princípios básicos para a do observador criando um espaço de entreteni- escolha do local: 1. Potencial da área; mento, distração e diversão. Para Augé, defende a teoria que um 2. Acessibilidade; formato de motivação e estimulo para os que 3. Potencial de crescimento; trabalham no local. As formas de implantação 4. Localização entre moradias e compras rotineiras; comercial, especificamente os mercados, não 5. Atração cumulativa; podem ser implantados de forma aleatória no sítio 6. Compatibilidade com o interesse local; escolhido, deve ser levado em consideração todo a 7. Minimização de riscos de concorrência; relação que o seu entorno irá gerar para a edifica- 8. Custos do funcionamento. ção e seu funcionamento, não se pode citar sem Com o avanço das cidades e da tecnologia e com a abertura para o setor do empreendedorismo é ocorrer contextualização. Jacobs levanta a hipótese de que a impor- considerado na atualizado fatores que interferem tância do comércio é gerar segurança e circulação indiretamente de levantamento anterior ao projeto, de pessoas nas ruas, trazendo mais vida, conse- mas na execução de sua continuidade de comércio qüentemente aumentando o relacionamento entre como: o trabalho, o capital, a demanda, os transas pessoas e conhecimento de novos organicamen- portes, fluxos, organização empresarial e as políticas te indo de encontro ao sistema inserido da socieda- públicas, contexto sociocultural, tecnologia, espaço físico. de baseado no relacionamento virtuais.

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No caso do anteprojeto do mercado da comunidade do Pilar o contexto sócio cultural é o mais significante para a sua continuidade nos mercados encontrados no recife notamos que o uso em seu entorno predomina o uso habitacional, sendo eles nos tempos passados a renda principal de um bairro, que eventualmente são os nomes dos mercados o nome do bairro que estão inseridos, habitação que os circurdam são os compradores e o foco principal atender suas expectativas, o contexto sócio cultural vária pois foram apresentados mercados inseridos a classes de alta e baixa renda, o entorno que são implantados deram origem ao seu surgimento e deram continuidade na sua fixação local, o avanço de melhoras e urbanizações recorrentes foram simultaneamente acontecendo sendo no caso do mercado de São José ele atraiu melhorias para os passeios urbanos e vias de transporte, mas no caso do de Casa Amarela a melhoria do bairro que impulsiona qualificação no mercado, a feira do bacurau que deu origem ao mercado da Madalena, por apresentar péssimas condições de saneamento básico e qualidade de vida, atraem a construção do mercado, tecnologias chegadas a cidade como as linhas de trem, impulsionaram significam ente a melhoria do entorno nos mercados público.

Figura 35: Comunidade do Pilar Fonte: Aurelina Moura

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7.2 POPULAÇÃO 46

7.2 A POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA IMPLANTADA NO ENTORNO DOS MERCADOS O zoneamento urbano mostra a classificação de áreas da cidade do Recife e reflete a diferença social dos âmbitos listados, entretanto seu objetivo de reconhecimento em especial das ZEIS, reconhecer a diversidade de ocupação existente na cidade e permite notar áreas que precisam de mais investimento e integrar áreas tradicionalmente marginalizadas e melhorar a qualidade de vida da população em geral, o objetivo de estabelecimento de zeis são: permitir a inclusão de população de baixa renda a cidade, e ordenar o crescimento desordenado de ocupação do solo urbano dentro das regras e segundo o Plano Diretor da Cidade, introduzir melhorias como serviços e infra – estrutura, saneamento básico nos locas onde não há esse tipo de melhoria urbana, regulamentar o total de terras urbanas e igualar o valor e potencialidade das áreas tornando homogênea a qualificação, introduzirem participação dos residentes nestas áreas no processo de investimento público em urbanização, aumentar a arrecadação do município criando condições para o pagamento de impostos e taxas e aumentar a oferta de terras para o mercado urbano de baixa renda. O recife apresenta o total de 61 Zeis, e entre elas serão citadas as demais por apresentarem localização próxima respectivamente aos mercados: Mercado de Casa Amarela, Mercado da Encruzilhada, Mercado da Madalena, Mercado da Boa Vista e São José. A ZEIS DE CASA AMARELA apresenta as comunidades do Alto do Mandú/Santa Izabel apresenta 1.351 domicílios, com renda média mensal de R$2.323,28. Segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, o índice de pessoas trabalhando são encontrados de 62% esta economicamente ativa, e os

38% restantes população economicamente desocupada e inativa. A parte de necessidades básicas não é considerada a das piores onde são encontrados: 99% com água encanada e coleta de lixo e finalizando para todos com energia elétrica.

Figura 36: Área da ZEIS - Alto do Mandú Fonte: Prefeitura do Recife - 2018

A ZEIS DO COQUE é uma comunidade de baixa da Cidade do Recife, próxima ao centro no Bairro de São José e Afogados tendo a comunidade destacada na Ilha Joana Bezerra com população de aproximadamente 40mil habitantes, segundo a URB – Empresa de Urbanização do Recife, as condições são inferiores a comunidade de Casa Amarela principalmente pela a renda mensal, que cai para R$705,83.

Figura 37: Área da ZEIS - Ilha de Joana Bezerra Fonte: Atlas Metropolitano - 2010

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Apresentado a seguir os acessos disponiveis A ZEIS DOS TORRÕES é um bairro do Recife com baixa renda, sendo localizados na Zona Oeste da para a comunidade do pilar para melhor entrada cidade, com comunidades de Vietnã e Torrões na área. próximos ao Cordeiro e Curado, no seu território é encontrado a comunidade de Roda de Fogo com sua população de aproximadamente 32.015 habitantes, segundo a prefeitura do Recife, com renda mensal de R$ 1.150,31.

Figura 39: Mapa de Pontos de Ônibus Fonte: Autora

7.3 ACESSO

Figura 38: Área da ZEIS - Torrões Fonte: Atlas Metropolitano - 2010

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7.3 ACESSIBILIDADE A O acesso dos mercados é feitos em sua maioria por transportes públicos, sendo alguns localizados com ruas propicias para chegada de carros e acesso ao pedestre. Serão apresentados a seguir mapas de: pontos de ônibus, fluxos de carros, fluxo de pessoas, acessibilidade de bicicletas, bicicletas do Itaú.

O mercado da Encruzilhada fundando em 1950 com 214 boxes são encontrados serviços de: Frutas e verduras, cereais, miudezas em geral, artesanato, frios, carnes, aves, ervas, bares e lanchonetes, armarinhos, relojoeiro e cabeleireiro. Como parte da história e tradição do mercado, o serviço de aviamento ligado a corte e costura reparos em geral é bastante marcante no edifício, e principalmente os encontros proporcionados pelo a gastronomia e boemia, que são lembranças históricas e permanência atual.

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7.4 VISIBILIDADE

7.4 VISIBILIDADE DO MERCADO A visibilidade que as propostas de mercados tendem a atrair pra eles são baseadas na sua imagem física, e reputação que aquele tipo de comércio desenvolveu ao longo do tempo, para se desenvolver uma boa imagem para os clientes a arquitetura pode ser usada favoravelmente para isso com o objetivo de ao máximo através das edificações passar a idéia de bom atendimento, organização espacial, permeabilidade visual, segurança, acolhimento ao visitante, limpeza, atratividade, facilidade para encontrar determinados artigos, movimentação interna, sendo também consonante com o seu entorno, transparecendo conectividade com o mesmo e sendo local de fácil acesso. Para o melhor encaixe no entorno e simultaneamente um estudo que deve ser mais aprofundado e encontrado vários percursos que levem a melhor escola é o jogo de fachada utilizado, pois nos imóveis comerciais sempre há a necessidade de a fachada remeter, ou contar uma história do uso e fluxo que se ocorre dentro da edificação, o uso de materiais translúcidos deixam claras o contato com a rua, cores fortes destacam o volume ao olhar do observador que passa na rua se for inserido em entorno com maior numero habitacional, buscar uma forma que o mesmo difere deixando clara a mensagem que o uso ali empregado é diferente da massa. O uso de letreiros, faixas e cartazes são bem utilizados. Além de tudo isso, o traçado urbano, como o uso das calçadas para a exposição dos produtos – muito comum em mercados públicos – serve como extensão e formato de ‘mostra grátis’ do que espera ao turista dentro do projeto, sempre levando o conceito de vitrine.

O mercado de São José é configurado com feiras em seu entorno e aberturas de acesso que levam os vendedores para sua entrada principal tornando um lugar atrativo no qual o observador andando pela a cidade sem notar esta passeando pelo os seus corredores, é considerado grande berço da cultura e turismo da cidade tem sua disposição confortável e agradável para a caminhada ao pedestre, o mercado da Boa Vista com seu principal convite as áreas alimentícias na sua área externa tem grande visibilidade por sua gastronomia e aglomeração de felicidade e comemoração. O mercado da Encruzilhada fundando em 1950 com 214 boxes são encontrados serviços de: Frutas e verduras, cereais, miudezas em geral, artesanato, frios, carnes, aves, ervas, bares e lanchonetes, armarinhos, relojoeiro e cabeleireiro. Como parte da história e tradição do mercado, o serviço de aviamento ligado a corte e costura reparos em geral é bastante marcante no edifício, e principalmente os encontros proporcionados pelo a gastronomia e boemia, que são lembranças históricas e permanência atual.

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7.4 VISIBILIDADE

8. Arquitetura e Restauro ReferĂŞncias Projetuais


PRESERVAÇÃO 7.4 VISIBILIDADE

PRESERVAÇÃO A valorização e o interesse pelas questões relacionadas a preservação do patrimônio cultural no Recife, foi característico de uma pequena população da cidade, mesmo após a criação do IPHANfinais dos anos 1930.

Deste então, mais de quatro dezenas de normas de conduta internacionais voltadas para a preservação do património histórico e cultural tem sido publicada como: •1931 - Carta de Atenas •1932 - Carta Italiana de Restauro •1964 - Carta de Veneza •1972 - Carta de Restauro •1987 - Carta da Conservação e do Restauro de Objetos de Arte e Cultura •2000 - Carta de Cracóvia RESTAURAÇÃO

Figura 40: Logotipo - IPHAN Fonte: CAURJ - https://www.caurj.gov.br/cau-rj-critica-corte-noorcamento-do-iphan/

Esse tipo de preocupação é influência do império Romano, na idade antiga que possuía uma postura de conservação da cidade, sendo transmitido até a moderna legislação sobre o tema, que teve seu inicio em outubro de 1931 com a carta de Atenas.

O termo restauração, derivado do latim é um conjunto de atividades que visam restabelecer danos decorrentes do tempo em um imóvel, sendo ressaltado pelo o arquiteto francês Eugène Viollet-le-Duc, no sec. XIX. O Restauro na arquitetura é voltado a funcionalidade com o objetivo de preservar a estrutura e a unidade da edificação, reparar rachaduras, pequenos defeitos aparentes na materialidade.

Figura 41: Novo urbanismo - Carta de Atenas Fonte: VITRUVIUS -

Figura 42: Eugène Viollet-le-Duc. Fonte: VITRUVIUS - https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/08.087/3045

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TEÓRICO

EUGÈNE VIOLLET-LE-DUC Eugène Emannuel Viollet-le-Duc, arquiteto francês nascido em Paris em 27 de janeiro de 1814, era ligado a arquitetura revivalista do séc. XIX sendo considerado precursor da arquitetura moderna e um dos primeiros teóricos da preservação do patrimônio histórico, estudou na escola de Belas Artes de Paris, tendo inicio as suas experiencias com arquitetura em obras de restauração em Saint Chapelle, participando dos restauros da Igreja de Vézelay, notre dame entre, nas quais ficou tutelado para várias igrejas francesas consolidando sua linha de ação e suas teorias sobre restauração conhecida atualmente como restauração estilística..

Figura 44: Restauração Notre Dame Fonte: VITRUVIUS - https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/08.087/3045

Figura 43: Restauração Fonte: VITRUVIUS - https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/08.087/3045

A restauração estilisita ou teoria do restauro estilístico, é um processo baseado na unidade formal e estilistica das edificações buscando criar um modelo que idealize a pureza de seu estilo ou seja, cada elemento arquitetônico se subordina ao conjunto, contribuindo para unidade do edifício, tendo como foco a recuperação do edifício como um todo. Essa metodologia adotada por Duc é comparada a teoria de Georges Couvier, que defendia que através de um osso se conseguiria reconstruir todo um esqueleto, semelhante a Le-Duc, que acreditava de apenas um perfil da edificação conseguiria ser restaurado o mesmo por completo.

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9. Arquitetura de mercados ReferĂŞncias Projetuais


Figura 54: Mercado de Rua Fonte: Archdaily

O mercado da Encruzilhada fundando em 1950 com 214 boxes são encontrados serviços de: Frutas e verduras, cereais, miudezas em geral, artesanato, frios, carnes, aves, ervas, bares e lanchonetes, armarinhos, relojoeiro e cabeleireiro. Como parte da história e tradição do mercado, o serviço de aviamento ligado a corte e costura reparos em geral é bastante marcante no edifício, e principalmente os encontros proporcionados pelo a gastronomia e boemia, que são lembranças históricas e permanência atual.

8. Arquitetura de mercados

Figura 45: Pátio - Mercado Dandaji Fonte: Archdaily. Disponível em:https://www.archdaily.com.br/br/922314/mercado-de-rua-

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ESPACIALIDADE

8. REFERÊNCIAS PROJETUAIS 8.1 MERCADO DE RUA DANDAJI Arquitetos: atelier masomi Área: 7530.0 m2 Equipe de Projeto: Mariam Kamara, Harouna Diallo Construtora: Entreprise Salou Alpha & Fils Fabricação Metal: Atelier de Technologie Métallique Cliente: Village of Dandaji O projeto é de um mercado em Tahoua, Níger pelo o escritório Atelier Masomi tendo como arquiteto responsável Mariam Kamara que propos um projeto para a vila de Dandaji, o projeto se basena na construnção de mobiliário leve remetendo a árvores em estrutura metálica para melhorar as condições da feira existente no local. “A feira está disposta a alcançar progressivamente a antiga árvore, cujos arredores são formalizados para se tornarem um verdadeiro espaço público com lugares para sentar e descansar onde todos se reúnem. Caminhando ao longo dos percursos sombreados, experimenta-se a simplicidade das bancas de tijolos e terra comprimida que contribuem para o arrefecimento do espaço, enquanto as alturas alternadas das estruturas de sombreamento ajudam o fluxo de ar.”

A feira coberta conta com a construnção de boxes fixos feitos em concreto e tijolo sendo contemplados pela as sombras formadas pelo o design da marquise de metal colorido com estrutura individual.

Figura 46: Planta baixa do Boxe - Mercado de Rua Fonte: Archdaily. Disponível em:https://www.archdaily.com.br/br/922314/

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Figura 47: Boxe - Mercado de Rua Fonte: Archdaily. Disponível em:atelierdaji-atelier-masomi/5d41efba284dd1d5f5000527-dandaji-daily-market-atelier-masomi-photo

A Implantação do projeto acontece com sua disposição de boxes após pátio central onde há árvore em grande porte com presença de desnível marcado por escadarias largas em concreto aparente e piso particular da área, aumentando assim área de circulação do mercado e criando outro tipo de uso, gerando a possibilidade de uma praça.

Figura 48: Pátio - Mercado de Rua Fonte: Archdaily. Disponível em:https://www.archdaily.com.br/br/922314/mercado-de

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ENTORNO

8. ARQUITETURA DE MERCADOS 8.1 OS ENTORNOS DOS MERCADOS O entorno dos mercados como citado no capítulo anterior tem grande relevância principalmente para a visibilidade, fluxo de pessoas e para as atividades executadas. No projeto MERCADO DE RUA DANDALI o edifício comercial é inserido no Níger, que possui uma economia nacional pouco desenvolvida e é berço de crises socioeconômicas sendo listada entre uma das nações mais pobres, entretanto os produtos de maior produção do país são: o feijão e a cebola. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), 29% dos habitantes apresentam subnutrição, taxa de mortalidade infantil de: 85 mortos a cada 1.000 nascidos, apresenta saneamento ambiental insuficientes, taxa de renda inferior a 1,25 dolár ao dia e 72% de analfabetismo. O mercado surgiu, para melhor abrigar uma feira que funciona semanalmente com o objetivo de desenvolver uma economia local para a aldeia, infra- estrutura, dar autonomia e atrair maior desenvolvimento comercial para a área. O arquiteto Mariam Kamara descreve o objetivo como: “

“O objetivo era criar uma infra - estrutura que fosse visualmente impactante, incutir orgulho em seus usuários e atrair mais comércio para a área. Em última análise, um objetivo importante do projeto foi criar um espaço que desencadeasse uma maior confiança e aspirações para o futuro nos próprios usuários, oferecendo uma atualização drástica para essa infra - estrutura pública.”

Por ser inserido na área rural, seu entorno apresenta paisagem que dialoga com a volumetria havendo grande diferença entre jogo de cheio e vazio, tendo destaque por ser uma massa implantada em um espaço natural e pouco adensada.

Figura 49: Muro da fachada do Mercado Dandaji Fonte: Archdaily. Disponível em:< https://www.archdailycom.br/br/922314/mercado-de-

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Figura 50: Corte do Mercado de Rua Dandali Fonte: Archdaily. Disponível em:< https://www.archdaily.com.br/br/922314/mercado-de-rua-dandaji-

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ESTRUTURA E MATERIALIDADE 58 56

ESTRUTURA E MATERIALIDADE No local do mercado funcionava uma feira, onde havia uma árvore, que gerava sombra, criando um espaço de permanência em baixo dela para assento e descanso, como seqüência e marco inicial para o partido estrutural, o arquiteto propõe um mobiliário simples, minimalista e inspirado nas árvores encontradas no entorno. O mobiliário tem formato que remete as copas de árvores co uso de marquise de metal colorido produzida por uma sucessão de estruturas individuais de sombreamento. Ela fornece proteção solar e térmica para os espaços de venda abaixo. O resultado é um ambiente interessante que complementa os produtos coloridos expostos, protegendo os clientes do sol escaldante.

Figura 43: Corte estrutural - Mercado de Rua Fonte: Archdaily

Figura 41: Mercado de Rua Fonte: Archdaily. Disponível em:<https://www.archdaily.com.br/br/922314/mercado-

Figura 44: Estrutura - Mercado de Rua - Editada Fonte: Archdaily. Disponível em:<https://www.archdaily.com.br/br/922314/mercado-

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Figura 41: Circulação principal do Mercado Dandaji Fonte: Archdaily. Disponível em:https://www.archdaily.com.br/br/922314/mercado-

Figura 41: Circulação principal do Mercado Dandaji Fonte: Archdaily. Disponível em:https://www.archdaily.com.br/br/922314/mercado-

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ESPACIALIDADE

ESPACIALIDADE A espacialidade dos mercados em sua maioria, seguindo linhas de mercados consagrados pelo o Brasil e mundo, são baseados em vãos livres com estruturas de alinhamento de pilares que fogem de obstáculos para o passeio do visitante o Mercado da Rua Dandaji é formado por um espaço real público não apresentam muros, ou paredes que delimitam o espaço publico e espaço do mercado, com seu design de estrutura leve com simplicidade com bancas de tijolos e terra que contribuem a circulação no espaço, a disposição dos boxes comerciais apresentam distancias significativas entre si, criando grandes áreas de circulação e as alturas alternadas das estruturas ajudam a circulação do vento e o conforto ambiental tornando atrativo e agradável não restringindo ao sentido de passagem mas sim de permanência.

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FUNCIONALIDADE

ATIVIDADES A funcionalidade de um Mercado Público tem relação direta com o fluxo de pessoas que circulam que é uma grande demanda e problema levantado para responder ao melhor funcionamento do mesmo. O mercado da Rua Dandji é um mercado voltado para alimentos vendidos predominantes em feira como: arroz, feijão, legumes, verduras, cereais entre outros alimentos extraídos da terra e absorvidos diariamente em rotinas, apresentam em sua funcionalidade ambientes para venda e atende com boxes abertos dando independência por comerciantes por apresentar contato direto com o meio inserido, aberturas nas extremidades para carga e descarga e grandes corredores para circulação dos compradores.

Figura 60: Vendedores - Mercado de Rua Fonte: Archdaily. Disponível em:< http://www.ateliermasomi.com/dandaji-market

CONFORTO TÉRMICO

Figura 58: Vendedores - Mercado de Rua Fonte: Archdaily. Disponível em:< https://www.archdailycom.br/br/922314/mercado-de

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Figura 59: Circulação no Anfiteatro Fonte: Archdaily. Disponível em:https://images.adsttc.com/media/images/5d41/f199/284-

d/d1d5/f500/053f/large_jpg/Dandaji_Market_-_%C2%A9atelier_masomi_-_photocred_MauriceAsca ni_DSC5163.jpg?1564602744

O Niger apresenta um clima quente e áriido e para melhor vantagem térmica o arquiteto utilizou de CEBs que oferece método de integração a construção terrestre atedendo as demandas contemporaenas da industria e da construção, e criando vantagens térmicas. O mercado é planejado para avançar progressivamente até a árvore antiga, cujo ambiente é formalizado para se tornar um verdadeiro espaço público, com assentos e espaços de descanso para todos se reunirem. Era importante para nós torná-lo um ponto focal para sinalizar que reconhecemos sua importância, para protegê-lo daqui para frente, mas também para proporcionar uma maneira de as pessoas desfrutarem plenamente de sua presença. Caminhando pelas faixas sombreadas, experimenta-se a simplicidade das barracas de tijolos de terra compactada que contribuem para o resfriamento do espaço, enquanto as alturas alternadas das estruturas de sombreamento ajudam o fluxo de ar.

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Figura 61: Pรกtio - Mercado de Rua Fonte: Archdaily

Figura 62: ร rea interna - Mercado de Rua Fonte: Archdaily


Figura 60: Entrada - Mercado de Artesanato Fonte: Archdaily


8.2 MERCADO DE ARTESANATO

8.2 MERCADO DE ARTESANATO TLAXCO

Figura 64: Mercado de Artesanato Fonte: Archdaily. Disponível em:< https://www.archdaily.-

com.br/br/910810/mercado-de-artesanato-tlaxco-vrtical/5c1ad24708a5e516a3000b7e-tlaxco-artisans-market-vrtical-photo ?next_project=no

Arquitetos: Vrtical Área: 500.0 m2 Ano: 2017 Fotografias: Rafael Gamo, Enrique Márquez Abella Fabricantes: Metal y Madera Colaboradores: Alejandro Solano, Dolores Galicia, Hector Rojas, Ana Lourdes Esquer, Ximena Rebollo , Arelly Blas Construção: César Rivera Orçamento: $4,800,000.00 pesos mexicanos totalizando $1,056.000 reais O projeto é de um mercado em Tlaxco no México pelo o escritório Vrtical, como arquiteto responsável Luis Beltrán del Río, Andrew Sosa que propos um projeto de um mercado seguindo a linha de intervenções: buscando criar uma arquitetura que seja consonante com a preexistência e uso da luz natural. A materialidade é ressaltada no projeto sendo encontrada da estrutura para o mobiliário, e esquadrias contrastando com as tonalidades brancas e o piso cru. O jogo da luz refletindo nos materiais criam um ambiente leve e de contato com o jardim no fundo do lote. O projeto tem implantação em ‘L’ com grandes vãos livres e contato entre os boxes.

Figura 65: Mercado de Artesanato Fonte: Archdaily. Disponível em:< https://www.archdaily.-

com.br/br/910810/mercado-de-artesanato-tlaxco-vrtical/5c1b001708a5e516a3000c16-tlaxco-artisans-market-vrtical-p hoto

Figura 66: Mercado de Artesanato Fonte: Archdaily. Disponível em:< https://www.archdaily.-

com.br/br/910810/mercado-de-artesanato-tlaxco-vrtical/5c1ad2dd08a5e516a3000b82-tlaxco-artisans-market-vrtical-pho to

Figura 67: Mercado de Artesanato Fonte: Archdaily. Disponível em:< https://www.archdaily.com.br/br/910810/mercado-de-artesanato-tlaxco-vrtical/5c1b008e08a5e516a3000c19-tlaxco-artisans-market-vrtical-photo

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ENTORNO | ESTRUTURA E MATERIALIDADE

ENTORNO O projeto do Mercado de Artesanato Tlaxco/Vrtica é proposta direta do Plano Municipal de Desenvolvimento Urbano (PMDU) como a própria equipe do projete descreve: “O projeto desenvolvido pelo nosso escritório, no qual foi acordado de forma participativa que o primeiro projeto da recém-denominada "Cidade Mágica" deveria ser um gatilho para a economia local e para a arte de Tlaxco.” O Txlaco, município do Mexico apresenta como sua principal atividade econômica a agricultura, que conseqüentemente necessita de um abrigo comercial para a venda dos produtos extraídos na agricultura, sua implantação é feita em área histórica da cidade, e trazendo em seu projeto consonância com a preexistência, sendo utilizada a recuperação das paredes laterais e fundações de um edifício que estava abandonado e atualmente se encontra o mercado.

Figura 68: Entorno do Mercado de Artesanato Txlaco Fonte: Archdaily. Disponível em:< https://www.archdaily.com.br/br/910810/mercado-

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sem uso de forro trazem mais características rústicas para melhor dialogar com a recuperação das paredes laterais do edifício anterior sistema construtivo destribuido por todo o projeto com madeira clara e uso de parafusos metálicos para sustentação de coberta.

Figura 69: Esquema da estrutura modificada Fonte: Archdaily (2019)/Modificado

Figura 70: Estrutura - Mercado de Artesanato Fonte: Archdaily (2019)/Modificado

ESTRUTURA E MATERIALIDADEi O MERCADO DE ARTESANATO TLXACO/VRTICAL apresenta em seu sistema construtivo, o peso distribuídos em muros de carga e vigas de madeira laminada, brises diagonais de madeira aparentes Figura 71: Estrutura - Mercado de Artesanato Fonte: Archdaily (2019)/Modificado

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ESPACIALIDADE

ESPACIALIDADE O mercado de artesanato abriga em sua formação de layaout 14 lojas e duas naves senda elas: a menor com espaço que atende ao programa com oficinas destinadas aos turistas e estudantes que não se encerra apenas na área interna,, chega a uma área externa que acaba criando uma continuidade do espaço público e a nave superior com as lojas principais citadas no inicio do parágrafo, o espaço por ser um ponto de encontro dialoga com sua série de arcos e moldura retangular tranzendo a conexão de vernacular e o contemporâneo, tendo sua implantação de boxes em uma linha linear central e criando dois grandes corredores ao lado das exposições comerciais, apresentam distâncias significativas entre si, gerando grandes áreas de circulação e as alturas alternadas das estruturas ajudam a circulação de vento e o controle térmico interno, sendo atrativo e agradável.

Figura 72: Planta Baixa - Fluxos e Zonas Fonte: Archdaily (2019)/Modificado

Figura 73: Estrutura - Mercado de Artesanato Fonte: Archdaily (2019)/Modificado


FUNCIONALIDADE

ATIVIDADES E CONFORTO TÉRMICO O Mercado de Artesanato Tlaxco/Vrtical tem como sua principal atividade a venda de artesanato, e em sua funcionalidade atende a demanda de exposição, área para manutenção de peças, área de oficinas usado para aulas dos próprios artesãos amplamente repartidos, iluminados por aberturas zenitais e contato com a natureza, criado o pátio na parte externa do terreno.

Figura 76: Vendedores interno Fonte: Archdaily. Disponível em:<https://www.archdaily.com.br/br/910810/mercado-

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Figura 74: Vendedores interno Fonte: Archdaily. Disponível em:<https://www.archdaily.com.br/br/910810/mercado-

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Figura 75: Corte - Estudo de entrada Solar Fonte: Archdaily (2019)/Modificado

CONFORTO TÉRMICO Para melhor iluminação interna o mercado apresenta aberturas zenitais em todo o decorrer de sua implantaçãoe aberturas de vidro para os pátios criados com entrando luz, ventilação e renovação do ar.


Figura 77: Mercado da Villa Fonte: Archdaily (2019)/Modificada


8.3 MERCADO DA VILA

8.3 MERCADO DA VILA O projeto é de um mercado em Lat Krabang, Tailândia, pelo o escritório AOMO com arquitetos responsável: Sivichai Udomvoranun, Varat Limviboon com proposta de um mercado com área livre e aproveitamento de todo o terreno, explorando o tipo de estrutura. O marco do projeto é a sua estrutura corada com uma coberta com 3 módulos sendo eles 3 águas com mesma altura de inclinação e para o mesmo lado, com estruturas métalicas para sustentação e aparentes. O telhado cria uma linha renta entra as formas, com aberturas técnicas para conforto térmico: sua orientação conduz o ar quente para fora. O partido é explorar ao máximo a ventilação natural e a luz natural para melhorar devido ao clima tropical. Figura 78: Mercado da Villa Fonte: Archdaily. Disponível em:<https://www.archdaily.-

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Figura 80: Mercado da Villa Fonte: Archdaily. Disponível em:<https://www.archdaily.com.br/br/897628/-

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Figura 81: Mercado da Villa Fonte: Archdaily. Disponível em:<https://www.archdaily.com.br/br/897628/-

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66 19 Figura 82: Mercado da Villa Fonte: Archdaily (2019)/Modificada


ENTORNO | ESTRUTURA E MATERIALIDADE

ENTORNO Contudo, o MERCADO DA VILLA é um projeto que tentar explorar ao máximo o potencial cosntrutivo do lote, considerando que o entorno pode influênciar trazendo em seu partido arquitetônico a proposta de ampliação da área construída do mercado, sendo significativa de acordo com o contexto local dialogando com o clima, e comportamento do usuário, trás em sua volumetria forma arquitetônica simples e contrastante com as atividades desenvolvidas na sua arquitetura interna. ESTRUTURA

Figura 83: Esquema de Estrutura - Mercado da Villa Fonte: Archdaily. Disponível em:<https://www.archdaily.-

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O MERCADO DA VILLA, possui a sua estrutura aparente por todo sua implantação, com uso de estrutura metálica que sustenta telhado único com diferentes níveis, tendo o objetivo de simplificar o volume sua forma e criar uma linha reta entre as suas formas. MATERIALIDADE A materialidade destacada em sua volumetria é o metal com grandes paines de vidro sustentados para entrada de luzes. Figura 84: Estrutura - Mercado da Villa Fonte: Archdaily(2019)/Moificada Figura 85: Fachada Mercado da Vila Fonte: Archdaily(2019)/Modificada

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ESPACIALIDADE Figura 86: Planta Baixa - Fluxos e Zonas Fonte: Archdaily(2019)/Modificada

Logo, o MERCADO DA VILA com maior área construída chegando a 2.000m² por apresentar estrutura com pilares finos, os vãos livres são explorados no projeto e criam maior espacialidade, seu zoneamento é feito por uso e não repartido por divisórias comuns, tendo em sua planta baixa integração dos espaços, tendo a área de boxes cobertos em formato tradicionais de barracas, área de alimentação e administrativo, como o partido principal do projeto é tender aos recursos naturais como a ventilação natural e o uso da luz, as aberturas zenitais criam caminhos e percursos pela a fenomenologia para passeio do visitante.

Figura 40: Fachada - Mercado da Villa Fonte: Archdaily

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FUNCIONALIDADE

ATIVIDADES O Mercado da Vila apresenta suas atividades baseadas em alimentos de hortifruti, restaurantes e serviços de gastrônomia com mobiliário adpto para várias configurações.

Figura 87: Clientes comprando - Parte interna Fonte: Archdaily. Disponível em:<https://www.archdaily.-

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Figura 89: SÍTIO Fonte: Archdaily(2019)/Modificada

Figura 90: Estudo de Massa Fonte: Archdaily(2019)/Modificada

Figura 88: Protótipo de Barracas e sua configuração espacial Fonte: Archdaily(2019)/Modificada

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Figura 73: Corte - Mercado da Villa Fonte: Archdaily

Figura 91: Maquete eltrônica de estrutra e aberturas Fonte: Archdaily(2019)/Modificada

Figura 92: Volumetria final Fonte: Archdaily(2019)/Modificada

Figura 93: Corte Longitudinal Fonte: Archdaily. Disponível em:<https://www.archdaily.com.br/br/897628/mercado-da-vila-aomo/5b153beaf197cc753f000397-market-land-village-aomo-section-1

Figura 94: Fachada principal Fonte: Archdaily. Disponível em:<https://www.archdaily.com.br/br/897628/mercado-da-vila-aomo/5b153bd4f197cc753f000396-market-land-village-aomo-east-elevation?next_project=no

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SÍNTESE DOS ESTUDOS DE CASO

REFERÊNCIAS PROJETUAIS Os estudos de casos análisados anteriormente são iguais por serem três projetos de estilos diferentes de comércio/mercado, sendo o primeiro encontrado no Níger, o segundo no México e o último Tailândia por serem em paises diferentes apresentam realidades completamente distintas, entretanto por terem programa com o mesmo objetivo encontram particularidades semelhantes e estratérgias de projeto repetidas. Foram selecionadas 9 conceitos relevantes encontrados nos projetos que servem como base para as diretrizes projetuais de implantação de um mercado público abastecendo a comunidade do Pilar, objetivo deste trabalho.

Tabela 2: Síntese das referências projetuais Fonte: Autora.

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9. O TERRITÓRIO A comunidade do Pilar


O RECIFE

A Cudade O Recife, apresenta 94 bairros entre eles o Bairro do Recife ou Recife antigo, um dos mais antigos e significantes bairros da cidade. Localizado na parte sudetes da capital ĂŠ prĂłximo ao rio Capibaribe.

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MERCADOS DO RECIFE


O BAIRRO DO RECIFE

O BAIRRO DO RECIFE A comunidade do pilar encontra-se no Bairro do Recife, conhecido popularmente por Recife Antigo que corresponde a parte leste do seu centro histórico. O bairro, surgiu na primeira metade do Sec XVI, que teve como inicio de sua povoação, a construnção do porto, para escoamento do pau brasil e produtos da atividade agro-açucareira refletindo no surgimento de arquitetura de armazens para guardar as mercadorias chegadas. Com a instalação do porto, atraiu a implantação de residências dos trabalhadores portuários, surgindo assim o uso habitacional na área que vinha crescendo de forma desordenada. As construções das casas seguia nenhum traçado urbano e eram implantadas de acordo com os desejos do morador, em 1637, durante o domínio holandês o bairrou passou a ter um planejamento urbano. Com o passar dos anos, Pernambuco constroi o Porto de Suape, deixando o Porto do Recife em segundo plano, consequentemente o bairro do Recife sofre, onde deixa de ser grande centro comercial, passa a abrigar edificações com uso de serviço e os moradores migram para outras regiões mais povoadas na cidade do Recife. Contundo, na década de 1990 deram inicio a projetos de recuperação do bairro, em 2003 já havia outro cenário com: prédios históricos restaurados, três pólos de lazer consolidados, e sua população chegava a 700 moradores, trazendo o título de segundo bairro menos populuoso. Hoje em dia, o bairro conta com grande atratividade turística com pontos marcantes como: Marco Zero, Paço Alfândega, Torre Malakoff, Sinagoga Kahal Zur Israel, a mais antiga sinagoga das Américas – recentemente restaurada, Forte do Brum, Caixa Cultural e Porto Digital, um dos maiores pólos de empresas de software do Brasil localizado no bairro desde julho de 2000 – possui diversas empresas incubadoras, escritórios de transnacionais, matrizes de empresas locais e edifícios de governo.

Figura 98: Marco Zero Fonte: Flickr. Disponível em:<https://www.flickr.com/phtos/54149102@N08/ 14839577679/

Figura 99: Paço Alfândega Fonte: Tripadviso. Disponível em:<https://www.tripadvisor.com.br/Attraction_ Review-g304560-d5567088-Reviews-Paco_Alfandega_Recife-Recife_State_of_ Pernambuco.html

Figura 100: Forte de São João Batista do Brum Fonte: Wikipédia. Disponível em:<https://pt.wikipedia.org/wiki/Forte_de_S%C 3%A3o_Jo%C3%A3o_Batista_do_Brum

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ÁREA DO BAIRRO


A COMUNIDDE DO PILAR

COMUNIDADE DO PILAR HISTÓRIA A comunidade do Pilar corresponde a atual parte habitacional do bairro do Recife sendo situada próxima do Forte de São João Batista do Brum e da Igreja de Nossa Senhora do Pilar, que foi a referência do seu nome. Anteriormente a comunidade, no local, havia um povoado chamado de Fora de Portas, por ser na área norte onde existia o forte, referência ao povoamento além das Portas do Recife de Olinda na área norte onde existia esse forte. O povoado é consequência da restauração das invasões holandesas que fizeram significativas modificações no bairro do Recife citado nos tópicos anteriores. Por ser consequência de invasões para moradia dos trabalhadores portuários, as famílias que ali habitavam moravam em casas de palafita, até que durante o período de ditadura militar as habitações foram demolidas para a construção de galpões e armazéns.

Figura 103: Comunidade do Pilar Fonte: Brasil de Fato. Disponível em:<https://www.brasildefatope.com.br/2019/09/19/comunidade-do-pilar-luta-por-reconhecimento-desde-a-sua-fundacao

DADOS

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Atualmente, segundo os dados da Prefeitura do Recife, o bairro do Recife apresenta 270 hectares e tendo na comunidade do pilar com 582 pessoas sendo a área total de habitantes do bairro em 602, sendo 52% femenina e 45% entre 25 e 59 anos, sendo a média de mensal por domicílio inferior ao salário mínimo.

Figura 104: Comunidade do Pilar Fonte: URB - Empresa de Urbanização do Recife | Aurelina Moura

Figura 102: Edificações antigas - Comunidade do Pilar Fonte: URB - Empresa de Urbanização do Recife | Aurelina Moura

Figura 105: Edificações antigas - Comunidade do Pilar Fonte: URB - Empresa de Urbanização do Recife | Aurelina Moura


ANÁLISE DE DANOS

NECESSIDADES GERAIS DA COMUNIDADE: 1. FALTA DE SANEAMENTO BÁSICO: Ruas alagas, sem pavimentação, sem escoamento de água.

Figura 106: Comunidade do Pilar Fonte: URB - Empresa de Urbanização do Recife | Aurelina Moura

2. CASAS COM FACHADAS EM MAL ESTADO: Casas derrubadas, com estruturas aparentes, mal conservação.

Figura 107: Comunidade do Pilar Fonte: URB - Empresa de Urbanização do Recife | Aurelina Moura

4. FACHADAS COM SIGNIFICADO HISTÓRICO EM MAL ESTADO.

Figura 109: Comunidade do Pilar Fonte: URB - Empresa de Urbanização do Recife | Aurelina Moura

5. RESIDENCIAS COM USO COMERCIAL

Figura 110: Comunidade do Pilar Fonte: URB - Empresa de Urbanização do Recife | Aurelina Moura

3. FALTA DE HIGIÊNE URBANO: Entulhos de lixo, residos de construção.

Figura 108: Edificações antigas - Comunidade do Pilar Fonte: URB - Empresa de Urbanização do Recife | Aurelina Moura

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ÁREA DA COMUNIDADE



Figura 113: Fachada rua do Brum Fonte: Wikipédia. Disponível em:<https://pt.wikipedia.org/wiki/Forte_de_S%C 3%A3o_Jo%C3%A3o_Batista_do_Brum

Figura 114: Fachada Bernardo Vieira de Melo Fonte: Wikipédia. Disponível em:<https://pt.wikipedia.org/wiki/Forte_de_S%C 3%A3o_Jo%C3%A3o_Batista_do_Brum

Figura 115: Esquina Rua do Brum Fonte: Wikipédia. Disponível em:<https://pt.wikipedia.org/wiki/Forte_de_S%C 3%A3o_Jo%C3%A3o_Batista_do_Brum


O TERRENO

Nota - se que o uso nĂŁo habitacional ĂŠ encontrado em maioria, sendo as residencias destinadas a outros tipos de uso.


MAPA DE CHEIOS E VAZIOS

As implantações são feias de formas densas e massentas, sendo implatado em todo o lote e alinhamento frontal das fachadas.

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MAPA DE SENTIDO DE VIAS


MAPA DE LEGISLAÇÃO


LEGISLAÇÃO

ASPECTOS LEGISLATIVOS Segundo o Plano Diretor dado pela Lei nº 17.511/2008, a área de estudo está dividida em dois tipos de zoneamento, sendo estas: Zona de Ambiente Construído de Ocupação Restrita I - ZAC Restrita I, estando sobreposta a esta zona, o Setor de Sustentabilidade Ambiental 2 - SSA 2 e a ZEIS I (Zona Especial de Interesse Social). A área de estudo, comunidade do Pilar, está situada no bairro do Recife tendo seus parâmetros urbanisticos e requisitos especiais segundo o anexo 11 com Condições de Ocupação e aproveitamento nas zonas especias de preservação do patrimônio histórico-cultural - ZEPH, segue anexo a baixo:

Tabela 3: Zona do Bairro do Recife Fonte: Prefeitura do Recife. Disponível em:<https://www.recife.pe.gov.br/pr/leis/luos/soloCondi_es_de_Ocupa_o_e_Aproveitam.html

Tabela 3: Parâmetros urbanísticos da área em estudo Fonte: Leis municipais (2010). Modificado pela autora.

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REQUISITOS ESPECIAIS - ZECP

REQUISITOS ESPECIAIS - SSA-2

A) As edificações com até 2 (dois) pavimentos poderão colar em 2 (duas) das divisas laterais e/ou de fundos, obedecendo às seguintes condições:

A) A Taxa de Solo Natural deverá ser a da zona em que se localiza o SSA 2, segundo a Lei nº 17.511/2008 .

I. Quando colar em 2 (duas) divisas laterais, deverão manter um afastamento mínimo de 3 (três) metros da divisa de fundos.

B) Será exigido o plantio ou a preservação de árvores equivalente a 5% (cinco por cento) da área do terreno, na proporção de 10,00m2 (dez metros quadrados) por árvore.

I . Quando colar em uma divisa lateral e uma divisa de fundos, deverão manter um afastamento mínimo de 1,50m (um metro e meio) da outra divisa lateral.

C) Poderá haver supressão da vegetação de porte existente, desde que tenha autorização do órgão gestor ambiental municipal.

I I. A altura total das edificações coladas nas divisas laterais e/ou de fundos não poderá exceder a cota de 7,50m (sete metros e cinquenta centímetros), cota esta medida a partir do nível do meio fio. B) As edificações com mais de dois pavimentos poderão colar em 2 (duas) das divisas laterais e/ou de fundos, os dois primeiros pavimentos, se houver, desde que atendido o disposto no item anterior. C) Para as edificações com até 2 (dois) pavimentos, quando não colarem nas divisas laterais e/ou de fundos e apresentem vãos abertos, o afastamento mínimo para as respectivas divisas será de 1,50m (um metro e cinqüenta centímetros). D) Para as edificações com mais de 2 (dois) pavimentos, quando não colarem nas divisas laterais e de fundos, o afastamento mínimo para os dois primeiros pavimentos será de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros).

D) O Afastamento frontal deverá ser de 3,00m, no mínimo, para o pavimento de subsolo ou semienterrado. E) O Afastamento frontal para o térreo e o 1º pavimento deverá obedecer à legislação vigente, respeitados os casos previstos em legislação específica. F) Os afastamentos para as edificações acima de 02 pavimentos deverão ser obtidos através das fórmulas definidas na legislação vigente. G) Os afastamentos lateral e de fundos mínimos deverão obedecer aos afastamentos iniciais definidos na legislação vigente, inclusive nos imóveis localizados na ZAC de Ocupação Controlada I . H) A Faixa de Amenização Ambiental deverá ser de 2,00m (dois metros), tratada com vegetação, conforme disposto no Art. 10 desta lei.

F) As edificações poderão colar os 4 (quatro) primeiros pavimentos nas divisas frontais e laterais, desde que afastem no mínimo 3m (três metros) da divisa dos fundos.

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LEGISLAÇÃO DOS MERCADOS NO RECIFE

LEGISLAÇÃO MUNICIPAL Em 28 de Abril de 2010, sanciona lei municipal que dispõe sobre o funcionamento e a administração dos mercados públicos, centros comerciais e equipamentos especiais de comercialização na cidade do Recife. Sendo esclarecido que os bens implantados nos Mercados públicos, foco deste trabalho, são bens de uso especial do Municipio. Cabendo a CSURB - Companhia de Serviços Urbanos do Recife, a administração dos mercados com respaldo pela a Lei Municipal nº 16.007, de 27 de janeiro de 1995, alterada pela Lei Municipal nº 17.108 de 28 de julho de 2005, nos termos do seu Estatuto Social..

Tabela 3: Sintese de responsabilidades que competem a CSURB e aos permissionários. Fonte: Leis municipais (2010). Modificado pela autora.

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PROPOSTA


DIRETRIZES PROJETUAIS

Diretrizes Projetuais Após a analise das 3 referências projetuais internacionais e dos 5 mercados locais escolhidos para visitação foram traçadas as diretrizes projetuais com o objetivo de atender as demandas da comunidade do Pilar: 1. Preservação da ruína local na comunidade do Pilar; 2. Traçar implantação de acordo com áreas livres existentes; 3. Criar pátios;

Figura 120: Croqui ruína existente Fonte: Autora

Figura 122: Croqui pátios Fonte: Autora

Figura 121: Croqui pátios existentes Fonte: Autora

Figura 123: Croqui Iluminação Zenital Fonte: Autora

4. Fazer uso de luz natural; 5. Propor estrátergias para área interna ter conforto térmico;

Figura 124: Croqui Ventilação Natural Fonte: Autora

6. Coberta que contraste com a preexistência; 7. Propor estrutura leve e coberta leve;

Figura 125: Croqui estrutura e coberta leve Fonte: Autora

8. Utilizar de materiais de baixo custo. Figura 126: Croqui detalhe estrutural Fonte: Autora

Figura 127: Croqui Tijolos Fonte: Autora

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PROGRAMA E DIMENSIONAMENTO

PROGRAMA Baseado nos estudos de caso realizado e as pesquisas feitas a comunidade do Pilar, se foi levantado a necessidade de um pólo gastrônomico para abrigar os serviços de alimentação já existentes na área, comércio que serve como base para formação de mercados em geral, administração e serviço para melhor proporcionar as manutenções. DIMENSTIONAMENTO O dimensionamento também baseado nos estudos de caso, foram levados em onsideração de que a área de comércio necessita ser

o maior uso por metro quadrado, em segundo o serviço de alimentação, baseado nos dados a comunidade apresenta 600 moradores, tendo em média 3 residentes por casa contando que vendedores dos mercados locais tem sua base em economia familiar, acreditando que menos de 100% dos moradores do pilar irão trabalhar no mercado, foi proposto 80 boxes para atender a demanda local com o intuito de atender a 80 famílias com em média de 2 a 3 funcionários por boxe e totalizando 240 funcionários ao mercado.

Quadro de Áreas ZONAS

AMBIENTES

ÁREAS AMBIENTES

3 boxes na entrada

111m²

6 boxes na praça de alimentação

362m³

39 boxes de 8,20m²

319m²

Comércio

Circulação

322m²

Administração

Administração

16,7m²

16,7m²

Salas

5 salas

12,3m²

61,7m²

Carga e Descarga

106m²

Gás

8,5m²

Lixo

20,4m²

2 Depósito manutenção de limpeza

9,88m²

2 Acessíveis – Fem. e Masc.

6m²

2 WC - Femininos

19,4m²

2 WC - Masculinos

19,4m²

Vestiários

30,8m²

Banheiros Mezanino

11,5m²

Polo Gastronômico e entretenimento

Serviço

Banheiros

ÁREAS DAS ZONAS

473m²

642m²

154,6m²

19,7m²

87,1m²

Total: 1.454,8m² Tabela 03: Programa Fonte: Autora

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MEMORIAL DESCRITIVO

O projeto do Mercado da Comunidade do Pilar teve como objetivo criar um espaço público, capaz de gerar impacto social, cultural e econômico. Além disso, o desenvolvimento de um comércio local de identidade marcante para o Bairro do Recife.

A intervenção tem como propósito o resgate e a preservação da identidade do antigo mercado, marcado por arcos e aberturas, os quais foram mantidos com o intuito de dialogar com a preexistência para melhor consonância.

Figura 130: Imagem trata - Azul são o que serão mantidos Fonte: Google.

Figura 128: Resumo de objetivos. Fonte: Autora.

Nele é apresentado a proposta de preservação de parte da fachada do antigo mercado, construído em meados do ano 1711, com a finalidade de resgatar a memória do local. A fachada atualmente contém tijolos colônias, portas em formato de arco com aberturas maiores do que 2.5 metros de largura e estrutura comprometida.

Figura 129: Croqui preservada. Fonte: Autora.

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Atualmente o local possui quatro portas em arco alinhado com o limite do terreno, sem recuo frontal, mais duas portais na parte esquerda e uma seguindo a curvatura da quadra, com altura ultrapassando três metros e em estado deplorável para serem mantidos.

Figura 131: Croqui ruína esquinada. Fonte: Autora.


MEMORIAL DESCRITIVO

A proposta de novas portas e janelas para seus fechamentos foi realizada na intenção de trazer materiais regionais para o projeto. Sendo implantadas para as aberturas principais portas pivotantes em madeira com alisar em ferro e rebaixamento da anterior, agregando aproximação com o pedestre.

No caso desse lote, por já existir a fachada anterior com os acessos marcados, a partir deles foram criados os fluxos internos resultando em corredores que abrigam os boxes comerciais ligando ao pátio e a praça de alimentação. O resultado foi uma planta livre, integrada e circulações com grande área agregada.

Atualmente o local possui quatro portas em arco alinhado com o limite do terreno, sem recuo frontal, mais duas portais na parte esquerda e uma seguindo a curvatura da quadra, com altura ultrapassando três metros e em estado deplorável para serem mantidos. Figura 132: Resumo de objetivos. Fonte: Autora.

O terreno base do projeto possui aproximadamente 2.600m², configurando o início de uma invasão ocorrida devido a não finalização do complexo habitacional no qual moradores que aguardavam sua entrega invadiram a área.. Seus acessos principais, localizados na Rua do Brum, são marcados pelos portais da fachada atual que surgem como partido arquitetônico, gerando os fluxos principais e a forma na qual serão implantados os boxes internos com uso comercial sendo 8 aberturas, 7 reaproveitadas e 3 adicionadas. O projeto de um mercado, devido à grande circulação de pessoas nele existente, cria o desafio da forma da disposição e o dimensionamento dessas áreas de passagem.

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Figura 133: Croqui ruína esquinada. Fonte: Autora.


MEMORIAL DESCRITIVO

A proposta apresenta três grandes zonas: a Zona 1, com um tipo de boxe que é destinado ao comércio; a Zona 2, com outro tipo de boxe, destinado à alimentação; e a Zona 3, que é composta por um grande pátio em formato de praça, criado para permitir a entrada de iluminação natural, circulação de vento, trazer a natureza ao espaço criado e para se ter uma área de livre atividade.

Figura 135: Croqui ruína esquinada. Fonte: Autora.

Figura 134: Resumo de objetivos. Fonte: Autora.

A setorização dos espaços tem como objetivo criar a permeabilidade física do pedestre. Na Rua do Ocidente as aberturas dos boxes refletem na fachada criando acesso direto entre quem estiver fora do mercado, com os vendedores. O contato da parte interna com o externo, consequentemente, levam as mercadorias a serem expostas na rua e o maior uso da calçada, que cria a necessidade de passeios maiores. A organização urbana proposta foi o compartilhamento da rua para melhor disposição entre comércio, circulação de pessoas e fluxo de carro.

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A partir da definição dessas grandes zonas, o programa foi proposto com o intuito de integração dos ambientes, que foram abrigados por uma grande e única coberta com estrutura em metal aparente, fazendo referências aos mercados existentes da cidade e o uso do ferro em seu desenvolvimento. A coberta vista de cima, tem o formato de U com o recorte feito para a implantação do solo natural. O telhado utilizado é o telhado invertido, ou popularmente chamado de telhado borboleta, apresenta inclinação ao contrário no qual as quedas são inclinadas para uma grande calha central. A estrutura em ferro, citada anteriormente, permite a cobertura de grandes áreas oferecendo segurança e durabilidade, que é o caso do Mercado do Pilar, com 1.500m² de área construída. A utilização do ferro na coberta, desce para a planta, com poucas paredes, havendo apenas a disposição de pilares metálicos. Para melhorar o passeio do observador no pavimento térreo a disposição dos pilares pelo o lote foi determinante para atender o programa e resultar em circulações livres.


MEMORIAL DESCRITIVO

Figura 136: Croqui ruína esquinada. Fonte: Autora.

Figura 137: Croqui ruína esquinada. Fonte: Autora.: Croqui ruína esquinada.

A disposição dos boxes, que apresenta estrutura independente da principal se encontra em duas fileiras que se conectam ou com a rua, ou com o jardim interno. O térreo também apresenta áreas para carga e descarga, banheiros para os visitantes, vestiário para os funcionários, depósito de manutenção de limpeza, depósito de lixo e central de gás. Para a locação do setor administrativo do mercado e disposição de salas de serviços estéticos, comuns em construções domiciliares da região, foi criado o mezanino. A proposta desse pavimento é baseada no conceito de raumplan, com vazios para melhor integração entre os dois pavimentos, sendo conectados através de dois elevadores e uma escada.

Figura 138: Croqui ruína esquinada. Fonte: Autora.

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O estudo de fachada segue a linha da preservação e restauração da Rua do Brum, sendo respeitado o ritmo nela identificada com a repetição alinhada dos dois frisos na parte superior e a fenestração das portas em arco; e as cores e texturas com o revestimento das fachadas da rua do Ocidente e Bernardo vieira de melo remetendo aos tijolos coloniais. No fechamento de todo o projeto foi feito o uso de brise solei horizontal fixo, colocado de forma estratégica na fachada norte que cria o controle de radiação solar e conforto térmico interno. Assim, para movimentar e trazer a intervenção urbana como proposta paisagística de rua compartilhada, os boxes foram colocados na fachada com acesso para a rua. Portanto, como o terreno é esquinado, o acesso à parte interna do mercado pode ser feito por essas três citadas.Na materialidade são usadas nas portas e janelas serão utilizadas portas de rolo em madeira e metal, remetendo ao comércio local e os revestimentos externos das fachadas dos sobrados, tijolos aparentes, sendo consonante tanto com o entorno, como com a fachada já existente; e no piso, uso de granilit, atendendo a exigência da vigilância sanitária com material lavável. A coberta e os pilares serão estruturados em ferro, sendo ela feita por telha ondulada de fibrocimento e telha de polipropileno, materiais translúcidos, que permitem a entrada de luz natural, minimizando o uso de luz elétrica.. Por fim e não menos importante, o dimensionamento do armazenamento da utilização da água do mercado foi levado em consideração que a cada 1m² é utilizado 5l, e 25l por refeição, totalizando 15mil litros de água por dia no mercado e criada uma torre independente par reservatório de água. Desse modo, o projeto do Mercado do Pilar propõe além da permeabilidade física e da acessibilidade, a aplicação de práticas do paisagismo, o resgate de memórias, a inclusão histórica -que potencializa a identidade do local, social e cultural de um mercado pré-existente e também a utilização de materiais de baixo valor econômico, dando um cunho sustentável a ele.


PROJETO


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MATERIAIS

ANÁLISE CLIMÁTICA


LINHA DE FORร A ACESSOS

Figura 139: Linha de Forรงa. Fonte: Autora. Figura 140: Acessos principais. Fonte: Autora.

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LISTA DE FIGURAS: Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura

39: Estrutura – Mercado da Villa 40: Fachada – Mercado da Villa 41: Mercado de Rua 42: Esquema de Estrutura – Mercado da Villa 43: Corte Estrutural – Mercado de Rua 44: Estrutura – Mercado de Rua 45: Esquema Estrutural – Mercado de Artesanato 46: Estrutura – Mercado de Artesanato 47: Mercado de Artesanato 48: Planta Baixa – Mercado de Rua 49: Planta Baixa – Mercado de Artesanato 50: Planta Baixa – Mercado da Villa 51: Vendedores – Mercado de Rua 52: Vendedores – Mercado de Artesanato 53: Vendedores – Mercado da Villa 54: Mercado de Rua 55: Planta baixa do Boxe - Mercado de Rua 56: Boxe – Mercado de Rua 57: Pátio – Mercado de Rua 58: Pátio – mercado de Rua 59: Área Interna – Mercado de Rua 60: Entrada – Mercado de Artesanato 61: Mercado de Artesanato 62: Mercado de Artesanato 63: Mercado de Artesanato 64: Mercado de Artesanato 65: Corte – Mercado de Artesanato 66: Corte – Mercado de Artesanato 67: Fachada – Mercado de Artesanato 68: Mercado da Villa 69: Mercado da Villa 70: Mercado da Villa 71: Mercado da Villa 72: Mercado da Villa 73: Corte - Mercado da Villa 74: Corte - Mercado da Villa 75: Fachada - Mercado da Villa 76: Fachada - Mercado da Villa 77: Igreja Nossa Senhora do Pilar 78: Rua da Comunidade do Pilar

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LISTA DE GR´FICOS: Gráfico Gráfico Gráfico Gráfico

01: 02: 03: 04:

Anos de Estudo da Comunidade do Pilar – última atualização do IBGE (2000) Nível Educacional – 2000 Nível Educacional – 2000 Pirâmide Etária

LISTA DE TABELA TABELA: Tabela 01: Resumo de indicadores da Comunidade do Pilar Tabela 02: Problemas x Necessidades da Comunidade do Pilar

.

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REFERÊNCIAS GOMES, Geraldo. O Mercado de São José. Recife: Fundação da cultura da cidade, 1984 GOMES, Geraldo. Arquitetura do ferro. aU, São Paulo, Edição 90, Junho/2000. GUIMARÃES, Alberto Passos. A crise agrária. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982. Lima, Eliany Dionizio. A feira livre como elo entre campo e cidade: uma análise a partir de Feira de Santana, Bahia. Salvador: UNEV, s/d. LINS, Marcelo. Mercados do Recife. Recife no Bolso, 2007. MEDEIROS, Jussara Caetano de. O turista vai à feira: usos e possibilidades do turismo cultural na feira de Currais Novos/RN. 2012. 72 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Curso de Turismo, Departamento de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Currais Novos, 2012. REIS FILHO, Nestor Goulart. São Paulo e outras cidades – Produção social e degradação dos espaços urbanos. Série Arte e Vida Urbana. São Paulo: Hucitec, 1994. RENNÓ, Raquel. Do Mármore ao vidro. São Paulo: Anablume, 2006 VARGAS, Heliana Comin. Espaço Terciário: o lugar, a arquitetura e a imagem do comércio. São Paulo: Editora Senac, 2001. JACOBS, Jane. Morte e vida das grandes cidades. São Paulo: Martins Fontes, 2014

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