TCC - Joias inspiradas na obra de Monet

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DESENHO INDUSTRIAL - PROJETO DE PRODUTO

MARIANA MASSONI DE MIRANDA SILVA

JOIAS INSPIRADAS NA OBRA DE MONET

S達o Paulo Junho de 2014



UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DESENHO INDUSTRIAL - PROJETO DE PRODUTO

MARIANA MASSONI DE MIRANDA SILVA

JOIAS INSPIRADAS NA OBRA DE MONET

S達o Paulo Junho de 2014



MARIANA MASSONI DE MIRANDA SILVA

JOIAS INSPIRADAS NA OBRA DE MONET

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DA UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE para obtenção do título de BACHAREL em DESENHO INDUSTRIAL – HABILITAÇÃO EM PROJETO DE PRODUTO. Orientadora: Profª. Drª. Regina Lara Silveira Mello

São Paulo Junho de 2014



MARIANA MASSONI DE MIRANDA SILVA

JOIAS INSPIRADAS NA OBRA DE MONET

BANCA EXAMINADORA

___________________________ Orientadora: Profª. Drª. Regina Lara Silveira Mello

___________________________ Profª. Drª. Teresa Maria Riccetti

___________________________ Profª. Ms. Henny Aguiar Favaro

São Paulo Junho de 2014



Dedico este trabalho aos meus avós, Darcy e Milton, por terem sido um dos grandes motivos para tanto esforço em concluir este trabalho com êxito.



Agradecimentos Primeiramente agradeço à minha família por todo o apoio e compreensão durante esses anos, principalmente à minha mãe Ana pela paciência e toda forma de ajuda que pôde me oferecer, ao meu irmão Gabriel pelo entendimento de toda a falta de paciência que tive com ele e ao meu padrasto Fernando que sempre esteve disponível para qualquer dúvida em relação à montagem deste trabalho ou para reflexões sociais e políticas durante os momentos de distração. Agradeço à minha professora orientadora Regina Lara por toda disposição e incentivo durante este trabalho, além de toda compreensão nos momentos mais difíceis ao acreditar no meu potencial em concluir este projeto. Para mais, agradeço a todos os professores que fizeram parte desse caminho partilhando de seus conhecimentos para minha formação. A todos os meus amigos de sala por estarem sempre presentes em todos os momentos dessa jornada fazendo com que as noites e madrugadas fossem mais facéis ao lado de vocês: Renato André, Viviane Alves, Tarsila Iseno, Lucas Crepaldi, André Villamar, Rodrigo Furlanetto e à minha companheira especial, Stephanie Santos, por me aceitar como sua amiga desde o início mesmo com todas as diferenças latentes entre nós, o que só nos fez fazer com que

amizade e companheirismo fossem cada dia mais especiais e permanentes. Aos demais amigos de faculdade: Natalia Lima, Lais Battiato, Renata Valentini, Ricardo Cardoso, Leonardo Forgerini, Gustavo Pegorin, Bruno Domingues e Marcus Vinicius pelo apoio, pela ajuda, pelo interesse, pela amizade, pelas noites viradas juntos e pela trilha sonora do desenvolvimento deste projeto. Aos meus amigos com maior paciência e carinho, Amanda Moreira e Eduardo Quagliato, os dois por continuarem sendo meus amigos apesar de tanta loucura, sempre me incentivando a continuar em frente, tendo sido em questões profissionais ou pessoais. À Pré-CONDe São Paulo por acreditar no meu projeto e sempre compreender o motivo das minhas faltas e de demandas atrasadas, agradeço também por todo amor e amizade que vocês mostraram ser possíveis entre tantas pessoas que batalham por um projeto único que é movido por nós apenas pela paixão e vontade de fazê-lo. Em especial à Heloisa Zago que se mostrou compreensiva e amiga durante todo esse processo final, sendo conselheira e companheira também em todas as outras questões da vida. A todos os amigos que conheci pelo Brasil através dessa profissão que


escolhemos e que estiveram sempre interessados e dispostos a ajudar nas dificuldades, principalmente nessa etapa final, e a compartilhar alegrias da rotina, além de toda amizade e amor que enviam de longe; estar perto não é físico. Ao Fernando Almeida que apesar do repentino aparecimento sempre se mostrou interessado em me ajudar nos decisivos momentos a conquistar a minha última insígnia pokémon. E finalmente, aos meus avós que sempre estiveram ao meu lado e torceram pelo meu sucesso, sem nem mesmo em muitas vezes entender do que eu estava falando ou do que serei quando crescer.


Resumo

Abstract

O objetivo deste trabalho é projetar e produzir joias baseadas nas obras do artista impressionista Claude Monet. Após uma pesquisa de público-alvo, realizamos o levantamento e análise de obras da Art Nouveau a fim de idealizar peças que reproduzissem a mais significativa e destacada característica impressionista: a representação da luz e cor.

The aim of this study is to design and produce jewelry based on the works of the Impressionist artist Claude Monet. After a research of the target audience, we conducted a study and analysis of Art Nouveau works to idealize jewels that would reproduce the most significant and prominent Impressionist feature: the representation of light and color.

O projeto busca a identificação do usuário com joia através do apreço pela peça, o artista e o movimento e, com base nesse estudo, o resultado obtido foi a produção de um broche e de um bracelete.

The project seeks to identify the user with the jewel through the appreciation of the piece, the artist and motion and, based on this study, the result was the production of a brooch and a bracelet.

Palavras-chave: Desenho Industrial, Design de Joias, Impressionismo, Art Nouveau.

Keywords: Industrial Design, Jewlery Design, Impressionism, Art Nouveau.


Sumário

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1. Introdução 1.1 Tema 1.2 Problema 1.3 Objetivo 1.4 Fundamentação Teórica

20 21 23 23 23

2. Conceituação

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3. Projeto 3.1 Pesquisa IBGM 3.2 Concorrentes 3.2.1 Pandora 3.2.2 Vivara 3.2.3 H Stern 3.3 Briefing 3.4 Painel Semântico 3.5 Análises 3.5.1 Análise de Obras 3.5.2 Análise de Joias 3.5.3 Análise Gemas e Lapidação 3.6 Tipologia da Joia 3.7 Questionário 3.8 Joia Conceitual e Joia Comercial 3.9 Ergonomia 3.10 Material 3.11 Estudo de Luz e Cor

27 27 28 28 29 29 30 30 38 38 43 44 47 47 49 49 50 50

4. Criação 4.1 Clínica 1 Bracelete 4.2 Clínica 2 Bracelete 4.3 Clínica 3 Bracelete 4.3.1 Análise da Obra Escolhida 4.3.2 Desenho Técnico 4.3.3 Render 4.4 Clínica 1 Broche 4.5 Clínica 2 Broche 4.6 Clínica 3 Broche

57 57 59 60 60 61 65 66 67


4.6.1 Análise de Obra Escolhida 4.6.2 Desenho Técnico 4.6.3 Render 4.7 Modelo Físico

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67 68 70 71

5. Conclusão

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6. Bibliografia

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1. Introdução Com o objetivo de criar um produto,destacando características marcantes da obra de Monet e com isso, aprofundar e revelar sua obra de maneira expandida a todos os públicos, mas que esteja intrínseca a relação da joia criada com a obra do artista.

Impressionismo ao movimento por críticos da época; porém apenas no final da década de 1890, Monet foi reconhecido como um grande artista, e atualmente, suas obras são tratadas como verdadeiras relíquias da história da arte.

Por exemplo, Monet buscou retratar a impressão da luz que observava em cada obra que tencionou criar, o que o levou a representar as mesmas paisagens por muitas vezes e não se contentar com o resultado. (ANDERSON, Lena; BJÖRK, Christina. 1992). Esse fato o levou a representar diversas vezes os mesmos lugares e momentos, como a ponte japonesa em seu jardim em Giverny, as ninfeias, seus familiares, fazendo com que se tornassem representações ligadas a ele. Ele retrata assim, a passagem do tempo, a efemeridade e a mutabilidade da luz. Com isso, a forma de unir um produto com significado relacionando-o a obra de Monet foi pensada para que um objeto representasse estas obras como são vistas, guardadas e expostas. As obras de Monet foram notadas na década de 1870, quando sua obra Impressão – Nascer do Sol se tornou referência do nome 18

Figura 1 e 2 : Telas da série Álamos

Monet tornou-se um representante do Impressionismo, pela maneira como estudou a luz e transpôs para sua obra o resultado de suas experiências, criando novas técnicas, revolucionando o ato de pintar. Monet definia a operação pictória através dos seus estudos e suas obras que refletiam a natureza. Conforme Giulio Carlo Argan (1992,p.76):


“...demonstrar que a experiência da realidade que se realiza com a pintura é uma experiência plena e legítima, que não pode ser substituída por experiências realizadas de outras maneiras. A técnica pictória é, portanto, uma técnica de conhecimento que não pode ser excluída do sistema cultural do mundo moderno, eminentemente científico. Ou seja, o Impressionismo foi um movimento único de experimentação. Contudo, o objetivo inicial deste trabalho é a criação de joias inspiradas nas obras produzidas por Monet, tentar estabelecer uma relação entre o usuário e a obra do artista, uma relação de admiração e inspiração, por exemplo, que possa ser mostrada através de uma joia. Para que isso seja viável e possível, é necessário o estudo e aprofundamento das técnicas de representação do artista. 1.1 Tema Além da identificação pessoal gerada a partir da utilização das joias inspiradas na arte de Monet, é necessário buscar referências bibliográficas que mostrem os aspectos sociais que a joia teve através dos tempos na sociedade e como a obra de Monet influenciou a cultural atual, principalmente. Relacionando sua obra a sociedade da época, destacando a joalheria. Sobre a utilização das joias nos séculos XIX e XX, podemos citar Eliana Gola (1998): 19

“A produção artística neoclássica lembrava, cada vez mais, mercadorias destinadas a satisfazer os gostos mais superficiais da sua clientela – uma sociedade rica, estável, e que desejava a aparência dessa riqueza e estabilidade representada em todos os seus objetos.” Fazendo uma reflexão do que foi abordado por Karin Sagner-Düchting (1998), o capítulo Giverny mostra como o artista Monet começou a ser reconhecido e como agradava à sociedade ter espaços decorados com sua arte, como isso trazia elevação social a quem as possuía. Por exemplo, o inicio do reconhecimento de suas obras, seus quadros expostos na quarta Exposição de Arte Internacional em Petit. Ao observarmos os pintores impressionistas como Monet podemos extrair mais referências do movimento impressionista para maior detalhamento. A retratação de familiares, as cenas marcantes repetidamente analisadas na busca pela impressão da luz assim como era vista em suas obras, figuras calmas, delicadas, detalhes de adereços, tons suaves em suas representações para maior veracidade na representação da luz do momento, figuras de expressão, espaços de entretenimento, entre outros. Analisando os detalhes e as particularidades da obra de Monet é que podemos criar objetos nela referenciados. Por exemplo, no


capítulo dedicado ao Realismo e Impressionismo, H.W. Janson e Anthony F. Janson (1996, p.332), abordam diversos artistas, suas obras, suas maneiras de ilustração, de referência e como um se inspirou e se agregou ao outro: “...e, certamente, se adapta melhor a Monet do que a Manet. Monet adotara o conceito de pintura de Manet e o aplicara em paisagens realizadas ao ar livre, tal como O Rio. Ela é inundada por uma luz do sol tão clara que os críticos conservadores afirmavam que ela fazia-lhes doer os olhos.” Porém, a obra O Rio ainda não faz parte das consideradas obras impressionistas, mesmo contendo o mesmo aspecto de percepção e representação do momento. Manet também se inspirou em Monet, porém apresenta as qualidades adquiridas e presentes no Impressionismo somente no que viria a ser seu último quadro principal, Um Bar no Folies Bergère. O tema do TCC tem como objetivo promover mudanças culturais nos usuários que já conhecem o artista e àqueles que simpatizam previamente com o produto a ser criado, uma joia, para depois se aprofundar no conhecimento do movimento impressionista, pois passam a usar um acessório que os identifica e que foi criado a inspirado no Impressionismo. O estudo das relações de moda e de seus usuários, quais os possíveis 20

e prováveis benefícios que essa utilização trará ao consumidor e qual o resultado e alcance cultural chegará por usar tal objeto. Com isso, podemos citar Lipovestky e Roux (2005, p.15), numa abordagem sobre o luxo da exceção e como atualmente produtos luxuosos estão se tornando cada vez mais acessíveis à sociedade: “...o imperativo é abrir o luxo ao maior número, de tornar “o inacessível acessível”. Em nossos dias, o setor constrói-se sistematicamente como um mercado hierarquizado, diferenciado, diversificado, em que o luxo de exceção coexiste com um luxo intermediário e acessível.” Podemos afirmar que a acessibilidade a um produto luxuoso, com referências culturais importantes e significativas, é uma forma de benefício ao usuário, devido à inclusão dos consumidores a um patamar social que alguns consumidores buscam quando procuram um artigo de luxo diferenciado, como é destacado na pesquisa de Fabiana Pimentel (2012). E como novamente afirmam Lipovestky e Roux (2005), o domínio do luxo é o da excelência e da emoção. Contudo, podemos refletir com essa citação que o luxo, a imagem, a identidade, o eu e o fetiche estão conectados, e que se a disponibilidade do luxo é maior para aqueles que se identificam, todos os outros fatores sofrem alterações positivas.


Concluo assim, que o projeto de TCC tem como tema inicial buscar uma relação do mundo da joalheria com a obra do artista, se preocupando com a relação de aceitação, identificação e benefícios levados ao usuário de diversas maneiras pela utilização do novo acessório. 1.2 Problema O problema do projeto de TCC gira em torno da obra de Monet relacionada e representada em joias, essa harmonização da transcodificação das referências técnicas e tendências do estudo das joias com as referências estudadas da obra de Monet. A busca da transferência pelos detalhes da obra do artista quer seja feita a partir da organização de tendências, técnicas e meios de reprodução das obras do artista com técnicas de joalheria, de maneira a se complementarem criando um objeto que seja identificado com as obras do pintor impressionista. 1.3 Objetivo O objetivo geral do projeto de TCC é a criação de uma coleção de joias inspiradas na obra do artista Monet, apoiadas em referências do Art Nouveau e da Belle Époque. A criação desses acessórios sugere a necessidade de identificação do usuário com as peças criadas, com a arte representada nos objetos: que instigue a curiosidade pela peça, mas também pelo movimento artístico que a inspirou. Os possíveis usuários da peça, que conhecem o movimento impressionista assim como o artista Monet, o objetivo abrange o caráter emocional que o objeto possa e deva 21

passar, que a peça também traga um significado de status social e cultural ao indivíduo que o utiliza. 1.4 Fundamentação Teórica Para que a identificação das joias seja possível pelos seus usuários é necessário um estudo semiótico sobre os possíveis objetos criados e obras abordadas. É essencial o estudo do real significado de possuir determinada jóia e poder identificar o objeto que melhor se relacione com a obra de Monet e seu público – parte desses estudos foi realizada através do livro de Eliana Gola (2008), além da elaboração de paineis semânticos – que abordam a história da joia desde a antiguidade aos tempos atuais e seus significados. Conforme Gola (2008,99): “Na Belle Époque, a mulher era adorada como divindade profana. As joias complementavam as homenagens, as saudações polidas, as fórmulas de respeito e os murmúrios de adulação.” Com essa base, conseguir harmonizar a obra de Monet, as técnicas de joalheria, os objetos e seus significados passados e os que desejamos que sejam transmitidos. Monet nasceu antes do início da Belle Époque e morreu depois de seu fim, ou seja, esteve presente e atuante, principalmente, durante a época de ascensão, no início da Primeira Guerra Mundial. É importante relacionar as obras de Monet com as


técnicas, fundamentações teóricas e práticas da joalheria desta época, que trouxe grandes renovações e características detalhistas, críticas e de significado. São estas características que o projeto de TCC deseja levar ao usuário: de reconhecimento da obra do artista pelo consumidor, reconhecimento do movimento em que o artista transitava por usuários que não o reconheceriam de imediato, tons, símbolos ligados diretamente ao artista através das técnicas de joalherias da época que destacavam os detalhes, e trouxeram refinamento à produção de joia europeia.

Figura 3:Ponte Japonesa

O projeto separa a época atual da Belle Époque, as joias criadas são inspiradas na época, no movimento e no artista, mas devem também demonstrar ao usuário que são joias produzidas na atualidade, através das referências citadas. Partindo do estudo semântico das técnicas de produção das joias, juntamente com o estudo das obras do impressionista, foi possível identificar características conjuntas a serem passadas ao processo de criação e produção das peças, para que com essa união seja realmente 22

efetivo o processo de identificação do usuário da joia através do artista representado ou através do movimento a qual é pertencente.


2. Conceituação Conceituando o projeto através de suas principais influências temos o Impressionismo, o Art Nouveau e a Belle Époque.

as Ninfeias e a Ponte Japonesa; ambas foram pintadas dezenas de vezes, até mesmo quando Monet envelheceu e foi perdendo sua visão.

Claude Monet foi um artista impressionista, nascido em Paris, 1840, que ficou conhecido como o mais importante e notável artista do movimento. O Impressionismo teve como principal característica a busca da representação perfeita da luz. Monet, por exemplo, desenvolveu os mesmos cenários diversas vezes para retratar as diferentes fases da luz, bem como estudar e repetir cenários e momentos da luz, como nas obras retratando a Catedral de Rouen, que foi pintada em diferentes momentos do dia.

Figura 4: Oscar-Claude Monet

Oscar Claude Monet desenvolveu sua habilidade em pintura copiando trabalhos de outros pintores na Academia Suíça de Paris; mas somente quando foi estudar com Pissarro e Coubert foi que desenvolveram juntos a técnica de representação dos efeitos da luz com rápidas pinceladas. Monet passou grande parte de sua vida vivendo em Giverny na França, local que resultou na criação da maioria de suas obras mais conhecidas mundialmente, como

Figura 5: Terraço em Sainte-Adresse (1867)


O período que englobou o Impressionismo, 1890 a 1910, foi o mesmo que caracteriza o surgimento do Art Nouveau e consequentemente da Belle Époque, 1871 a 1914. O Art Nouveau abrangeu diversas vertentes como o design gráfico, a arquitetura, o design de móveis e o design de joias e suas principais características estão a utilização de linhas e estruturas naturais, curvas e com referências à natureza.

Figura 6: Alfons Muchá

Cada qual com o seu estilo de representação, o Art Nouveau foi absorvido por distintos artistas como Alfons Muchá e René Lalique; Muchá tornou o estilo popular com seus traços delicados, orgânicos e suntuosos, além de cores neutras e marcantes. Enquanto isso, Lalique esteve fortemente ligado à revitalização da joalheria durante a época, momento em que houve o experimento de introdução de novos materiais no processo de produção de joias e adornos, resultado da demasiada referência de arte e habilidades japonesas que o artista possuía.

Figura 7: Joia de René Lailique

Já a Belle Époque é o termo utilizado para determinar o período de grande renovação intelectual, artística e cultural que ocorreu principalmente na Europa no período em questão; além dos movimentos já citados, o Art Nouveau e o Impressionismo, a época marca também a era da inovação tecnológica, da alta costura e da literatura. Figura 8: Primeiro anúncio colorido na Bellé Époque

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3. Projeto 3.1 Pesquisa Público-Alvo

IBGM

e

A pesquisa IBGM do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos é importante ser destacada na classificação do público-alvo em relação às joias, assim são considerados cinco exemplos de consumidor: Econômico, Marca/ Garantia, Prático, Sensual/Glamour e Vanguarda, Tradicional/Familiar. Econômico: São os consumidores que apesar de econômicos, procuram na economia a busca apenas por joias de maior valor percebido com o objetivo de se sentir integrado ou integrar um grupo social. Marca/Garantia: São os consumidores que tem mais apelo por produtos de marcas famosas que tragam status e que representem valores sociais como sucesso e poder, e que sejam produtos de garantia. Prático: é o exemplo de consumidor que não acredita que a joia sirva como ferramenta de inserção em um grupo ou que tragam glamour ao usuário, é o consumidor que obtém a joia quando necessário como forma de presentear, por exemplo. Sensual/Glamour: Já esse são os consumidores que acreditam que a 25

a joia agrega glamour e sedução quando utilizadas, são consumistas e usam as joias com o objetivo de impactar. Vanguarda: São os consumidores que apreciam novidades, lançam tendências, apreciam luxo e marcas de grife, apreciam modernidade e singularidade nas joias que procuram obter. Tradicional/Familiar:É o mais prudente dos consumidores antes da compra, analisa precisamente antes da compra, tem a joia como produto supérfluo, porém o valoriza quando o objeto se torna uma lembrança de família, por exemplo. A partir da pesquisa IBGM podemos concluir que o público-alvo para qual a joia projetada se encaixa no consumidor de Vanguarda, pois a clara referência ao movimento impressionista na arte agrega valor ao objeto, sendo um fator importante na decisão de compra. Tem como características: - A classe social que mais se destaca é a classe C, sendo a faixa etária de 18 a 33 anos, com 33% dos consumidores. - Tem como maior objetivo de compra, o uso próprio da joia. - Adquire a joia que combine com a


que combine com a sua personalidade e para se destacar. - Procura por produtos de qualidade e garantia em lojas especializadas. - Como características das joias, as que mais agradam são as modernas e discretas. Isto posto, definimos que o produto terá como público alvo, consumidores do sexo feminino, com faixa etária predominante dos 20 aos 40 anos, consumidoras que prezem por cultura, moda, novidades e tendências, com renda familiar mínima de 11 salários mínimos - R$ 7.458,00. Com essas características, o produto será analisado e criado dentro desse perfil.

Com isso, a empresa tem como lema que cada mulher crie sua joia para representar momentos importantes da vida, presentear-se, e criar joias para ocasiões especiais. Sua equipe é composta de apenas quatro designers fixos que são encarregados por todas as peças da empresa. Porquê é concorrente: A concorrência da marca Pandora com as joias criadas neste projeto se dá através da criação de peças temáticas, que englobam diversos assuntos, e obtêm-se assim o desenvolvimento de diversos produtos com conceito similar às joias inspiradas nas obras de Monet.

3.2 Concorrentes Com o objetivo de identificar pontos positivos dos possíveis concorrentes ao projeto do produto foram feitas análises caracterizando três empresas do ramo, analisando público-alvo, conceitos e metodologias de trabalho. 3.2.1 Pandora

Figura 9 :Bracelete Pandora

A empresa dinamarquesa tem como principal característica tornar suas joias disponíveis a todo o seu público-alvo no mundo, em exclusivo, as mulheres, prezando principalmente pela singularidade. Sua peça icônica é o bracelete, que é composto por diversas peças menores, muitas vezes temáticas, que são vendidas separadamente, para que cada usuária possa compor seu bracelete como deseja. Figura 10:Aneis Personalizáveis

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3.2.2 Vivara Empresa nacional criada em São Paulo, tem como principal objetivo estar presente na vida de seus consumidores trazendo a eles peças que simbolizem momentos especiais, como casamentos, aniversários e formaturas. Possui extensa linha composta desde anéis, alianças, pulseiras, colares, relógios e brincos, por exemplo, com uma extensa diversificação de materiais utilizados. Possui cerca de 80 profissionais responsáveis por todas as criações das linhas, desde a criação até a fabricação da peça.

3.2.3 H Stern

Porquê é concorrente: A empresa brasileira se torna concorrente das novas joias criadas por destinar suas coleções, em grande parte, ao mesmo público-alvo.

A H Stern é uma empresa brasileira, mundialmente conhecida, tendo filiais nas mais importantes capitais do mundo. Fundada no Rio de Janeiro fez com que gemas encontradas no Brasil se tornassem valorizadas mundialmente, como ametista e o topázio, por exemplo.

Suas peças são produzidas a partir de uma grande variedade de materiais, como diamante, ouro, prata, pérolas, aço e madeira, por exemplo. Fazendo assim, com que as peças tenham maior alcance aos usuários dentre diferentes classes econômicas, responsável pela popularização da joalheria em território nacional.

A empresa possui cerca de três mil funcionários, não participando apenas do processo de garimpo das gemas, com isso estão entre eles gemólogos, artesãos e joalheiros; a empresa participa de todos esses processos de fabricação das joias para manter a qualidade e excelência que tem como objetivo de produção.

Figura 11:Alianças

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Figura 12: Coleção Paetês

Além disso, tem como característica a produção de linhas de joias inspiradas em artistas, movimentos ou datas comemorativas a partir do convite de outros designers para sua confecção, como os irmãos Campana para a coleção baseada no cotidiano urbano que moldou e construiu a fama e reconhecimento dos artistas, tendo sido essa uma das coleções


das coleções mais diferenciadas e exuberantes lançada pela empresa. Assim como a artista Anna Bella Geiger, que criou a coleção Orbis Descriptio da H Stern representando os 500 anos de Descobrimento do Brasil. Porquê é concorrente: A H Stern se torna uma empresa concorrente com o seu diferencial de artistas convidados designados à criação de novas linhas temáticas ou linhas que são conceituadas a partir da homenagem ou inspiração a algum artista, assim como este projeto é desenvolvido.

período, que também muito se inspirou nela, como cita Eliana Gola (2008, p. 98): “A estilização dos vegetais foi a linha mestra dos trabalhos artísticos desse período, embora ela possa parecer apenas um pormenor na evolução do estilo, que se pautou pela leveza, construída por meio de formas assimétricas e orgânicas.” Contudo, para relacionar o Impressionismo com a joalheria, é correto afirmar que, para esse projeto, as técnicas de joalheria deverão primar pelos detalhes, contendo detalhes significativos, e por isso, as técnicas e as representações usadas para a criação do objeto têm que focar nos detalhes das obras, utilizando de técnicas que as favoreçam. 3.4 Painel Semântico

Figura 13: Coleção Campana

3.3 Briefing O projeto deve conter características que facilitem a interpretação e associação do objeto com as obras de Monet, deverá ser de material que valorize a representação da luz e com cores assemelhadas aos tons usados por Monet, além das influências do Art Nouveau para o desenvolvimento. Além disso, deverá ter como característica a representação da natureza, aproximando-se do desenvolvimento da joalheria neste 28

A partir do método de trabalho estudado por Baxter, nos baseamos em seus conceitos para a elaboração dos paineis semânticos relacionados ao produto que desejamos elaborar. Baxter acredita que os produtos devem ser projetados para transmitir emoções e sentimentos e com isso, a elaboração dos paineis semânticos é importante para esse desenvolvimento. Provendo de adaptações em relação ao método utilizado por Baxter, foram desenvolvidos seis paineis semânticos, e não somente


três como Baxter mantinha como metodologia; a criação de mais paineis semânticos se deve ao afunilamento dentro da proposta e maior abrangência de temas que envolvam o produto. Foram criados o paineis de Idade e Etnia, Estilo de Vida, Social, Cores e Moda, Hobby e Lazer, Viagem e Férias.

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Idade e Etnia

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Figuras 14 a 18: Visual e Idade


Estilo de Vida

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Figuras 19 a 23: Cotidiano


Social

Figuras 24 a 28: ConvĂ­vio Social

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Cores e Moda

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Figuras 29 a 31: Moda e Gostos


Hobby e Lazer

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Figura 32 a 36: Pesquisa de Entretenimento


Viagem e FĂŠrias

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Figura 37 a 42: Pesquisa de destinos


3.5 Análises 3.5.1 Análises de Obras Como método de estudar e se aprofundar no que foi passado por Monet e aquilo que o autor queria que fosse passado, e para dar crédito ao fato de Monet tentar registrar diversos tons da luz e de captá-la, é que possui diversas obras com a mesma paisagem, em diversos momentos do dia e que mostram diferentes incidências da luz nas paisagens. Primeiramente foram analisadas duas obras que representam o Parlamento inglês em Londres, notase na primeira imagem os tons claros de um começo de amanhecer, com tons alaranjados e rosados que possuem uma continuidade leve que dão a entender que o dia está nascendo, assim como o reflexo claro e suave na água. Já no segundo quadro da série os tons ficam mais fortes e intensos,

caracterizando o pôr do Sol, os tons de laranja e vermelho se mesclam e são representados de uma forma que se contraem e juntamente com os tons de verde e roxo que impregnam o quadro desde sua borda, dão a impressão de estarem invadindo o ambiente e que logo os tons mais fortes que caracterizam a saída do Sol, irão sumir.

Figuras 43 e 44:O Parlamento Inglês (1903 e 1904)

Figuras 45 e 46:Recortes de O Parlamento Inglês

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Como segunda série de análise, temos duas obras das mais características e significativas pelo artista, a Ponte Japonesa, nas duas obras é clara a utilização da escala tonal de verde em grande parte das obras e como o artista consegue através da sobreposição passar o efeito de flutuação das ninfeias no lago e reflexo das árvores na água, por exemplo, e como as folhagens da vegetação se tornam claras pinceladas de diversos tons quando aproximadas. A série de obras pintadas por Monet representando a Ponte Japonesa é uma das comprovações que o artista buscou como pintor, a busca pela representação perfeita da luz que observava em diferentes períodos do dia e estações do ano, tendo sido representadas por ele desde a sua mudança para Giverny até o final da vida, período em que a cegueira fez com que as obras do artista seguissem por um diferente padrão, em questão de tonalidades utilizadas, por exemplo.

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Figuras 47 e 48: A Ponte Japonesa (1899)

Figuras 49 e 50: Recortes de A Ponte Japonesa


Já a terceira série de obras analisadas abrange duas representações dos Álamos representados por Monet. Na primeira obra, é possível notar a representação de um dia após o meio dia em que o Sol não está no topo, mas continua intenso, como é representado na vivacidade de tons de verde e amarelo utilizados por ele onde a luz ainda toca nas folhagens, assim como os tons são escuros na parte onde a luz não alcança mais e as folhagens estão por trás da luminosidade. Já na segunda pintura, os Álamos estão claramente representados no meio da tarde, onde o Sol está presente, mas não possui tons de claridade tão fortes, quando a sombra está presente mais abundantemente. Nessa série de obras do artista é mais fácil visualizar aspectos das obras de Monet, itens característicos de suas representações em busca da luz perfeita, como a refração, a atmosfera e os reflexos, presentes

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principalmente na segunda obra analisada.

Figuras 51 e 52: Álamos (1891)

Figuras 53 e 54: Recortes de Álamos


A Catedral Rouen foi representada por Monet dezenas de vezes, em cada uma o artista busca a mais perfeita representação da luz do momento, da sombra, e de seus reflexos, é clara a percepção da sombra pelo pintor e como ele pôde representá-la significativamente em pinturas.

É interessante destacar nessas duas obras, os claros borrões que são mínimos quando aproximados, mas que dão sentido e vivacidade à luz quando vista a obra completa, principalmente as pinceladas que querem transpassar a claridade do momento.

Figuras 55 e 56: A Catedral de Rouen (1884)

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Figuras 57 e 58: Recortes de A Catedral de Rouen


No último conjunto de obras analisadas, temos as representações das Ninféias, caracterizadas como umas das obras mais marcantes obras do pintor, principalmente por conter quadros enormes em que se enxerga mais claramente os borrões e como a distância se tornam uma obra completa, podemos destacar outra característica marcante do artista que é a representação sem linhas de contorno, e que as manchas e borrões que foram pintadas se complementam e destoam entre si através dos cromatismos e profundidades dadas com os tons utilizados.

elaborada com tons fortes tanto para expressá-la a luz como a sombra, e isso de fato ocorre pela perda de visão do artista, que assim passa a conceber suas obras em escalas tonais mais fortes, é importante destacar

Na primeira obra notamos um período de meia tarde de sombra, nessa pintura das Ninféias, Monet mostra claramente sua busca pela representação da profundidade e refração, por exemplo, através de uma pintura que flui suavemente em tons de azul, verde e rosados. Porém a segunda representação das Ninféias apresentada foi

Figuras 59 e 60: Ninfeias (1899 e 1904)

Figuras 61 e 62: Recortes de Ninféias

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esse período, pois com o passar dos anos as obras foram se tornando cada vez mais características de tons fortes e com definições de formas cada vez menos precisas, porém ainda é possível notar a busca pela representação da luz, do reflexo, por exemplo, através dos borrões mais claros que os sobrepõem. Com isso, é possível concluir e comprovar que o objetivo das pinturas do artista era a representação da luz, da refração, do reflexo, e como cada detalhe de sua obra é importante para a forma de um todo, como cada item representado torna-se único em cada pintura, porém não teria o mesmo sentido se isolado, mas como é importante analisá-lo e percebê-los aproximadamente, como foi feito nas visitas às galerias de arte de Londres onde Monet é exposto, pode-se sentir suas pinceladas, olhar suas pinceladas, notar suas texturas, perceber borrões e pinceladas estrategicamente posicionados para o efeito da luz, da sombra e do destaque que cada forma representada necessita para a objetividade da pintura da obra.

Figura 63: Pulseira

Já na análise do broche podemos notar que além da repetição do ouro ou da cor dourada para conceituar e caracterizar a joia há a representação de símbolos da natureza, como folhas e flores. Há o destaque para algumas gemas enquanto outras apenas compõem o objeto. Os traços são leves, orgânicos e compõe ornamentalmente o conjunto. As gemas que compõe a joia são confeccionadas na lapidação lágrima, brilhante e oito. O broche transmite os atributos de riqueza, luxo, natureza e composição por conjunto.

3.5.2 Análise de Joias A partir da análise de joias inspiradas na Belle Époque ou pertencentes à época, identificar características marcantes e recorrentes, para que possam ser repassadas às joias a serem desenvolvidas. Podemos observar na pulseira dourada desenvolvida com alguma determinada liga do ouro, possuindo traços delicados, detalhes de ornamentação, tem aspecto frágil, 41

Figura 64: Broche


3.5.3 Análise: Gemas e Lapidação

Figura 65: Brincos

Nesse par de brincos, podemos novamente notar o uso do tom dourado, ou utilização do ouro para representação, as formas orgânicas, além da simetria da peça individual. A joia possui gemas de diferentes cores que caracterizam o objeto e o valorizam. A peça ostenta riqueza e luxo de uma forma mais incisiva que as outras joias analisadas, isso se deve ao fato da joia ser destinada à uma parte do corpo com destaque e de rápida visualização por parte de quem interage com o usuário. Com isso, podemos concluir que em sua maioria, as joias que representam a época têm características bem similares, foram criadas a partir do ouro, necessitam do adorno das gemas para o destaque da joia além de sua complementação para que a joia transmita os atributos de riqueza, luxo, poder, além de outras características como as formas orgânicas e as representações da natureza que dão leveza ao produto. 42

Como o objetivo do projeto está focado na inspiração das obras de Monet, e com isso, na representação da luz, foram analisadas gemas que possam ser utilizadas na confecção da joia com a finalidade de dar destaque para a luz e que estejam disponíveis nas cores correspondentes às obras de Monet. Com isso, foram examinadas gemas que transpassem luz e que assim, juntamente com a lapidação escolhida deem destaque à peça pelo brilho e reflexão da luz. Além disso, foram considerados os valores médios de custo dessas gemas, partindo do princípio que o público alvo não pertence à classe mais alta economicamente na sociedade e que com isso, as gemas devem ser mais acessíveis para que o produto final enquadre-se com a renda dos consumidores-alvo e com o preço médio de valor utilizado pelos usuários na compra de objetivos no setor da joalheria. ZIRCÃO Cores: Incolor, Amarela, Alaranjada, Vermelha, Violeta, Azul, e Verde. Gema transparente frágil, encontrase em maior abundância nos tons acastanhados, sendo os tons esverdeados mais raros. As gemas de zircão incolores são lapidadas em brilhante, sendo a lapidação esmeralda utilizadas nas gemas coloridas.


CITRINO Cores: Tons de amarelo claro ao dourado.

Figura 66: Zircão

TURMALINA Cores:Predominantemente encontrada em tons rosáceos e esverdeados. Gema abundante encontrada em diversas localidades do mundo, como Sri Lanka e Brasil, há diferentes especificações para diferenciar as variedades de turmalina, sendo basicamente uma especificação por sua composição química, como o grupo das uvitas - possuem magnésio, ou das buergeritas – possuem ferro, por exemplo. É utilizada com diversos tipos de lapidação, porém dependendo do seu tom devem ser tomados cuidados para que a lapidação não prejudique a transparência da gema, ou quando se deseja um maior escurecimento da cor, por exemplo.

Gema transparente, a maioria das gemas de citrino provém de ametistas queimadas ou quartzos enfumaçados, possuindo estas, tons mais avermelhados, enquanto os citrinos naturais são em sua maioria amarelos, porém são raros. É lapidada de diversas formas, como a lapidação baguette, a oval e a lapidação oito.

Figura 68: Citrino

PERIDOTO Cores: tons amarelo-esverdeados, verde-oliva e acastanhados. Gema transparente, possui brilho vítreo, em sua maioria é encontrada nos tons esverdeados, é encontrada em diversos lugares do mundo, como Minas Gerais (Brasil) e Arizona (EUA), pode ser lapidada de diversas formas, como a lapidação octogonal, ceilão e oval.

Figura 67: Turmalina Figura 69: Peridoto

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TANZANITA Cores: azul, violeta e ametista. Gematransparente,com predominância de tons azuis, possui brilho vítreo e quando aquecida a mais de 400º C intensificam-se os tons azuis, fazendo com que os tons amarelados desapareçam. Assemelha-se com safira,e também pode ser lapidada de diversas maneiras, como a lapidação oval, navette e lágrima.

Figura 70: Tanzanita

LAPIDAÇÃO São encontradas no mercado 28 variações de lapidação em gemas, analisando-as brevemente, nota-se que determinadas lapidações podem valorizar a transparência e o brilho desejado da luz na joia a ser criada, como a lapidação Navette, Diamante, Meia-Rosa e Lágrima, por exemplo, isso devido às suas diversas facetas que fazem com que a reflexão e refração da luz aconteça por variados pontos da gema, fazendo com que o brilho se intensifique. Com isso, a lapidação será escolhida de acordo com a possibilidade de auxílio ao objetivo da representação e destaque da luz que se mostra na joia, assim como a possibilidade de determinada lapidação em decorrência da gema escolhida e suas propriedades que permitam determinada lapidação.

Figura 71: Lapidações

44


3.6 Tipologia da Joia As joias e as ideias que as representam podem ser representadas através de diversos tipos de acessórios, como por exemplo, brincos, colares, pulseiras, broches, braceletes e anéis. Com tudo, o estudo da tipologia da joia feita para o desenvolvimento do projeto de TCC, na procura por joias inspiradas ou usadas efetivamente durante a época do Art Nouveau; são peças marcantes com traços delicados, porém constantes e firmes, que demonstram leveza, delicadeza, mas transmitem também status, poder e riqueza. Também podemos notar com que algumas peças exemplificadas mostram a elaboração das peças pela representação de aspectos da natureza como folhas e animais, por exemplo, como vistas nas análises. Contudo, serão elaboradas duas peças, uma joia conceitual e uma joia comercial, essa determinação parte de uma metodologia própria de desenvolvimento, não caracteriza uma imposição ao processo de criação de joias. Em geral, a joia conceitual tem como objetivo a utilização de diversos materiais não usuais, assim como sua estética diferenciada e mais exagerada no aspecto de tamanho e forma, por exemplo, porém sem perder a estética, é funcional, porém sua funcionalidade é maior na questão de repassar uma mensagem quanto ao conceito de sua elaboração, pois muito raramente será oportuno o uso de uma joia conceitual em alguma 45

diretriz da moda do dia a dia, por isso serve de referência para a elaboração das peças comerciais. Analisando as peças, a peça conceitual será representada através de um bracelete, pois acreditamos que sejam peças que possam demonstrar fortemente o conceito da joia, sendo ela marcante na época atual quanto na época a qual representa. Sendo assim a joia comercial cumpre a função do uso no dia a dia, sendo uma joia mais simplificada que expresse os mesmos conceitos utilizados na elaboração da joia conceitual, a joia comercial será um broche, pois acredito que com o objetivo de querer transpassar o efeito de transcendência do tempo entre a joia, fazendo-a aparentar pertencer à outra época, mas também estar inserida no contexto atual, um broche pode ser utilizado por mulheres que admirem o artista, a obra ou também a peça, sendo um acessório de destaque quando numa posição que o favoreça, podendo se encaixar em diversas ocasiões de vestimenta. 3.7 Questionário Como forma de confirmação dos gostos e desejos do público-alvo, um questionário destinado somente a ele foi criado para este fim, contendo os seguintes questionamentos:


46


Totalizando 51 respostas, podemos confirmar as características significativas do público-alvo como o apreço por joias modernas e discretas; além disso é importante destacar que 50% do público-alvo ao qual a joia é destinada compraria a joia pela identificação pelo artista, sendo que 52% das entrevistadas reconhece facilmente as obras de Monet, fazendo assim com que o tema deste projeto seja possível. 3.8 Joia Comercial

Conceitual

e

Joia

Para a joia conceitual as características mais significativas do Art Nouveau foram transpostas para a elaboração da estrutura da joia, como as formas orgânicas, formas da natureza e repetição de estilo dentro de uma mesma criação. Outro objetivo do processo de desenvolvimento da peça foi o de referenciar o estilo de joias durante a Belle Époque, com isso a estrutura da peça foi projetada para ser fabricada em ouro.

Figura 72: Referência Art Nouveau

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A joia será desenvolvida para mostrar conceitualmente a referência da moda durante a Belle Époque, com isso serão dois braceletes similares que unidos por uma delicada corrente simbolizam a manga dos vestidos da época, que produziam efeito estufado, mas também apertado onde os elásticos os prendiam.

Figura 73: Alta Costura na Belle Époque

3.9 Ergonomia Serão considerados alguns fatores ergonômicos na confecção das duas joias a serem elaboradas, que devem se integrar naturalmente ao uso, às funções operacionais e estéticas. - Modelagem: o formato, tamanho e dimensionamento da joia deve se adequar corretamente à média das medidas à parte do corpo à qual é destinada. - Funcionalidade: a joia deve ser funcional e adequar tamanho, dimensionamento, quantidade de gemas, fechos e encaixes que favoreçam e auxiliem o destaque para a representação da luz. Para que as peças se adaptem ao maior número possível de usuárias, um estudo ergonômico foi realizado para que o projeto fosse desenvolvido com uma medida padrão das dimensões da curvatura do bracelete.


A análise foi feita com 20 possíveis usuárias, com a soma e média dos tamanhos foi possível determinar uma padronagem. 3.10 Material Após análise das joias inspiradas ou utilizadas durante o período da Belle Époque, acreditamos que o material que mais se adeque às características da época em que quer acomodar o projeto seja o ouro, por sua maior recorrência de utilização na época, por ser um metal nobre, resistente e maleável que possibilita diversos formatos com fácil manuseamento, além de sua abundância e do valor ao qual agrega à joia ao ser utilizado. Contudo, para composição do broche o material a ser utilizado será a prata, para que possa se adequar mais fielmente as características de joalheria que agradam o público-alvo conceituando também seu desejo por peças modernas e discretas. 3.11 Estudo de Luz e Cor Como outra forma de análise das obras para estudar profundamente as questões de reprodução da luz foram feitos estudos de luz e cores com a aplicação de miçangas de plástico ao acetato, as peças foram ajustadas através de um guia de um recorte da obra por baixo da placa. As duas primeiras análises foram elaboradas na primeira etapa do projeto como experimento de estudo, foram escolhidas as obras O Parlamento Inglês (1904) e uma da telas das Ninféias (1905) 48

aleatoriamente para esse estudo de cores e luz. Os estudos 3 e 4 foram desenvolvidos a partir de outra tela das séries da Catedral de Rouen (1892) e da Ponte Japonesa (1899) para escolha de cores das gemas que irão compor o bracelete, foram escolhidas obras com quais as cores já se identificavam anteriormente ao material a ser utilizado na peça, o ouro. Já os estudos 5 e 6 foram elaborados com as obras Impressão - Nascer do Sol (1872) e uma das obras da série d’A Catedral de Rouen (1893) também pela correspondência de combinação à prata, material utilizado na confecção do broche.


Estudo 1 - O Parlamento Inglês (1904)

Figura 73: Identificação de Cores

Figura 74: Sobreposição

Figura 75: Visualização através da luz

49


Estudo 2 - Ninféias (1905)

Figura 76: Identificação de Cores

Figura 77: Sobreposição

Figura 78: Visualização através da luz

50


Estudo 3 - Catedral de Rouen (1892)

Figura 79: Identificação de Cores

Figura 80: Sobreposição

Figura 81: Visualização através da luz

51


Estudo 4 - A Ponte Japonesa (1899)

Figura 82: Identificação de Cores

Figura 83: Sobreposição

Figura 84: Visualização através da luz

52


Estudo 5 - Impressão - Nascer do Sol (1872)

Figura 85: Identificação de Cores

Figura 86: Sobreposição

Figura 87: Visualização através da luz

53


Estudo 6 - A Catedral de Rouen (1893)

Figura 88: Identificação de Cores

Figura 89: Sobreposição

Figura 90: Visualização através da luz

54


4. Criação 4.1 Clínica 1 Bracelete O início da criação da estrutura da joia foi completamente desenvolvido com as referências do Art Nouveau, e principalmente das inspirações gráficas de Afons Muchá. Nessa etapa foram produzidos seis roughs, tendo sido escolhida para continuidade de projeto a Prancha 2 por possuir mais características de leveza, de naturalidade da forma e alusão à natureza.

Figura 92: Prancha 1

55

Figura 91: Referência gráfica de Afons Muchá

Figura 93:Prancha 2


Figura 94: Prancha 3

Figura 95: Prancha 4

Figura 96: Prancha 5

56


4.2 Clínica 2 Bracelete Com definição da forma, a Clínica 2 foi desenvolvida como estudo de definição do local de gemas e de arranjos, além maior desenvolvimento estrutural, eliminando pontas soltas, fazendo com que a peça tenha maior rigidez e não possua ganchos.

Figura 97: Prancha 1

57


4.3 Clínica 3 Bracelete A partir do estudo ergonômico realizado, a estrutura da joia foi aprimorada e com isso foi definido local da gemas e encaixes. As gemas serão lapidadas em duas dimensões distintas de navette e uma de diamante.

4.3.1 Análise da Obra Escolhida Após estudo de luz e cor, ficou determinado que a tela que representaria a escolha de cores da joia conceitual seria a Ponte Japonesa (1899). Analisando-a podemos notar uma obra com grande abundância de tons que se mesclam, além de uma intensa interpretação da reflexão da luz a partir da ponte, céu e folhagens no lago. Novamente podemos notar o traço rápido do artista na tentativa de transpassar à pintura as tonalidades percebidas. Diferentemente da maioria das pinturas da série, nesta pintura a ponte não está centralizada, dando maior destaque aos ramos de flor no canto inferior esquerdo, sendo possível notar assim a nuance de tons das flores conforme mais próximas à origem da luz. Para composição final foram escolhidas as cores de maior destaque na composição e que aliadas ao material da estrutura, o ouro, representando uma das tonalidades; podem ser correspondidas facilmente à obra, sendo elas, o azul, o rosa e o verde.

Figura 98: Prancha 1

58

Figura 99: A Ponte Japonesa (1899)





4.3.3 Render

62


4.4 Clínica 1 Broche A primeira etapa de desenvolvimento do broche foi baseada na clínica final do bracelete, sendo assim foram extraídas particularidades e características presentes na outra peças para a elaboração da estrutura do broche.

Figura 101: Prancha 2

Figura 100: Prancha 1

Figura 102:Prancha 3

63


4.5 Clínica 2 Broche A segunda fase de criação foi feita pelo estudo de formatos que possuíssem bases e estruturas similares à escolha feita na clínica anterior, com isso quatro desenhos foram realizados. O estudo para dar sequência ao projeto foi escolhido devido à sua estrutura compacta e ao pequeno número de gemas que compõem a estrutura, fazendo com que a peça mantenha a leveza e equilíbrio quando presa à roupa.

Figura 105: Prancha 3

Figura 103: Prancha 1

Figura 104; Prancha 2

Figura 106: Prancha 4

64


4.6 Clínica 3 Broche A última etapa de criação da peça foi desenvolvida para definição final de formato, tamanho e padronização de dimensões das gemas. As gemas terão lapidação em formato navette e diamante.

Figura: Impressão - Nascer do Sol (1872)

Conforme imagem, foram realçadas as cores predominantes na pintura e a partir delas foram escolhidas as que fazem a composição da peça. A disposição das gemas de tons azulados e rosáceos foi escolhida a partir de análise do círculo cromático, as cores foram dispostas em questão de complementação de colorações, da parte inferior à superior da joia.

Figura 107: Prancha 1

4.6 1 Análise da Obra Escolhida A obra escolhida para referenciar a escolha de cores para a composição do broche foi Impressão - Nascer do Sol (1872). A obra composta por tons complementares demonstra mais uma vez o traço espontâneo do artista, a busca pela representação da luz em como se apresenta no momento e por isso notam-se as pinceladas rápidas e com isso a pouca definição de formatos, como o porto e os barcos, pois há rápida mudança de cor e luz durante o amanhecer. 65

Já a gema de tom alaranjado foi disposta na parte superior da joia como uma posição de destaque, assim como o Sol representado na tela destaca-se pela sua tonalidade.

Figura 108: Guia de colação da gemas


2

5

1.30

4.6.2 Desenho Técnico

32

45

R55

7

45

37

15

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CURSO PROJETO ALUNO

Design - Projeto de Produto

TCCII TURMA

Mariana Massoni de Miranda Silva ESCALA

7:1

UNIDADE

mm

DATA

Junho de 2014

8D2

FOLHA

01/02


5

4

3

2

1

6

7

Número 1 2 3 4 5 6 7

Peça Base Estrutura - Caixas de Encaixe Garras Gema em Navette Gema em Diamante Fecho em Alfinete Encaixe do Fecho

Quantidade 1 1 18 3 2 1 1

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CURSO

Design - Projeto de Produto PROJETO ALUNO

TCCII TURMA

Mariana Massoni de Miranda Silva ESCALA

7:1

UNIDADE

mm

8D2

DATA

Junho de 2014

FOLHA

02/02


4.6.3 Render

68


4.7 Modelo Físico O modelo físico foi desenvolvido pela empresa Sarepta Joias; sua produção foi realizada totalmente à mão.

Por conta do custo e tempo de produção, somente a joia comercial foi produzida.

O material utilizado para modelar foi o latão, porém a peça foi banhada a prata quando finalizada; as gemas sintéticas utilizadas para representar as escolhidas para este projeto foram a zarcônia tanzanita, zarcônia lilás, zarcônia laranja, água marinha e rubi franci. Além disso, para que houvesse destaque da estrutura inicial criada, a base do broche sofreu um processo de oxidação, processo no qual a prata sofre uma reação química provocada pelo oxidante de prata.

69

Figura 108: Modelo Físico em processo de desenvolvimento


Figura 109 e 110: Modelo FĂ­sico em processo de desenvolvimento

70


5. Conclusão Para desenvolver um projeto com essa enorme significância é necessária uma grande organização antecipada prevendo surpresas e possíveis erros de condução de projeto para que eles possam ser resolvidos em tempo hábil, creio que esse seja um dos maiores desafios e aprendizados de um trabalho como este. Durante as diversas etapas, muitas dificuldades surgiram e muitas minúcias do desenvolvimento apareceram, as quais me fizeram perceber um projeto com muito mais complexidade de desenvolvimento do que imaginava, fato que me faz querer prosseguir com os estudos e maiores criações. O Impressionismo foi o movimento que desde a infância, com influência de minha mãe sempre a buscar e conhecer a história da arte, senti mais identificação e desde o início da graduação tive ciência que faria um projeto relacionado ao pintor mais significativo do movimento e meu preferido. Com esta etapa da vida acadêmica concluída, posso definir que me considero realizada no trajeto tomado até o momento, em especial deste projeto de conclusão de curso com o qual sempre me identifiquei e quis 71

desenvolver. Não me sinto aliviada concluindo este trabalho, mas sim orgulhosa por conseguir transmitir o que desejava com êxito, aliando um momento da história da arte com a criação de joias e a identificação que tenho pelos mesmos.


6. Bibliografia A MULHER E A JOIA na Belle Époque. Disponível em:<http:// www.infojoia.com.br/news_portal/ noticia_5256>. Acesso em: 30 abr. 2014. ANDERSON, Lena; BJÖRK, Christina. Linéia no Jardim de Monet. Tradução de Ana Maria Machado. 1ª ed. Rio de Janeiro. Salamandra Consultoria Editorial S.A., 1992. ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. Tradução: Denise Bottman e Federico Carotti. São Paulo. Companhia das Letras, 1992. BAXTER, Mike. Projeto de produto. Guia prático para o desenvolvimento de novos produtos. São Paulo: Ed. Blucher, 1998. CLAUDE MONET – PINTURAS EM SÉRIE. Disponível em: <http://abstracaocoletiva.com. br/2012/12/06/as-series-demonet/>. Acesso em: 10 abr. 2014. DESIGN CONCEITUAL DE JOIAS. Disponível em:<http://designzando. blogspot.com.br/2011/03/ design-conceitual-de-joias.html>. Acesso: 02 abr. 2014. GOLA, Eliana. A jóia: história e design. São Paulo. Editora Senac. 72

São Paulo, 2008. IBGM – Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos. Disponível em: <http://www.ibgm.com.br/>. Acesso em: 02 set. 2013. JANSON, H.W; JANSON F. Anthony. Iniciação à História da Arte. Tradução de Jefferson Luiz Camargo. 2ª ed. São Paulo. Martins Fontes, 1996. LIPOVESTKY, Gilles. O império do efêmero: a moda e seu destino nas sociedades modernas. Tradução de Maria Lucia Machado. 6ª ed. São Paulo. Companhia das Letras, 1989. LIPOVESTKY, Gilles ; ROUX, Elyette. O Luxo Eterno: da idade do sagrado ao tempo das marcas. Tradução: Maria Lucia Machado. São Paulo. Companhia das Letras, 2005. Ouro. Disponível em: < http:// pt.wikipedia.org/wiki/Ouro> . Acesso em: 15 maio 2014 PIMENTEL, Fabiana. Maioria dos consumidores da classe C prefere roupas de marca. Disponível em: <http://www.infomoney.com.br/ minhas-financas/noticia/2536226/ maioria-dos-consumidores-classeprefere-roupas-marca>. Disponível em: 22 abr. 2014.


SAGNER-DÜCHTING, Karin. Monet. Tradução de Casa das Línguas, Lda. Köln. Taschen, 1998. SANTANA, Ana Lucia. Belle Époque. Disponível em:<htttp:// www.infoescola.com/artes/belleepoque/>. Acesso em 30 out. 2013. SCHUMANN, Walter. Gemas do Mundo. Tradução de: Rui Ribeiro Franco e Mario Del Rey. 3ª ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1985.

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