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Sinopse "Nosso medo mais profundo não é o de sermos inadequados. Nosso medo mais profundo é que somos poderosos além da medida. É a nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos assusta." - Marianne Williamson Vivemos em um mundo de trevas e sombras, onde monstros se escondem e visam à ruína. E eles fizeram. Eles nos arruinaram e viraram nossos sonhos em pesadelos. Mas agora estamos de volta. E nós estamos lutando. Não apenas por nós ou pelo outro, mas pela nossa luz.
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Todas as manhĂŁs vocĂŞ tem duas escolhas: continuar vivendo em seus sonhos ou acordar e persegui-los
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E quando tudo acabou, tudo o que me restou foi um coração partido.
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Prólogo Cinco semanas pós-Logan
Amanda Já se passaram cinco semanas desde que eu o tinha visto. Eu não tinha ouvido falar dele nenhuma vez. E acho que foi melhor assim. Acho que talvez eu precisasse desse tempo. Uma maneira de apagá-lo completamente da minha vida. Eu contei tudo a Micky e Lucy, e elas entenderam. Elas sabiam que estar ao seu redor pode significar ficar perto dele, ou até mesmo ouvir sobre ele. E eu não poderia fazer isso comigo mesmo. Não agora. Ainda não. Eu estava de volta para onde eu estava quando cheguei aqui. Tentando fazer tudo o que eu podia para evitá-lo. "Eu tenho algo para lhe dizer." Ethan desliga a TV e eu o encaro. Ele estava em casa com mais frequência, e eu sabia o porquê. Ele estava preocupado comigo. Ele acha que eu vou me transformar na mesma garota que fui no verão. Mas eu não iria. Não realmente. Eu estava longe de estar tão quebrada como eu fiquei. Talvez fosse porque eu estava imune das fodidas formas de Logan Matthews. Talvez tenha sido porque eu aceitei o fato de que talvez, apenas talvez, a culpa foi minha. Eu nunca deveria ter dado-lhe outra chance na primeira vez. Ou na segunda. Ou na terceira. Fosse o que fosse. Eu não me importava. "Dimmy." Ele tenta chamar minha atenção novamente. "O quê? O que você tem a me dizer? Se é sobre o quarto dele, ainda não, ok? Basta esperar. Outra semana. Tenho que ir lá e limpar as minhas coisas." Ok, então talvez eu me importasse ainda. Mas estava perto de terminar. "Não." Ele balança a cabeça. "Não é isso. Mas uh, é sobre ele." Eu desvio o olhar. "Então eu não quero saber." "Dimmy, eu acho que você precisa saber." "Eu acho que não preciso saber nada sobre ele mais." "Ele se foi." Minha cabeça se vira em sua direção. "O que quer dizer com: ele se foi?"
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"Tipo, se foi. Fora do país. Ele está viajando pelo mundo ou algo assim. Eu não sei." Ele dá de ombros. "O quê? Como? E a faculdade? A faculdade de medicina? Viajou para onde?" "Dim, eu não sei. Topei com James hoje e ele perguntou como você se sentia com Logan experimentando o mundo indefinidamente, ou algo assim." "Indefinidamente?" "Sério, eu não sei. Sei tanto quanto acabei de dizer. Olha, eu só estou dizendo para que você saiba que está tudo bem. Você não tem que se preocupar em encontrar com ele no campus ou algo assim. Você pode sair com seus amigos novamente. Ele não vai estar lá. Eu apenas queria que você soubesse. E honestamente, Dim, você malditamente merece saber. Ele deveria ter, pelo menos, lhe dito isso." Ele estava certo. Eu, pelo menos, merecia saber disso. "Não chore." Ele diz, levantando-se. Não sabia que eu estava chorando. "Ele não merece mais nenhuma de suas lágrimas. Eu não vou deixar isso acontecer." Eu não conseguia falar, e mesmo se pudesse, acho que eu não teria palavras. Poucos minutos depois que ele saiu da sala, ouço uma batida na porta. "Oi." Era Jake. Ele tira o boné e passa as mãos pelo seu cabelo escuro bagunçado. "Uh, como... Como você está? Isso é uma pergunta estúpida? Estúpida, certo? Claro que você não está bem. Quer dizer, com toda a surra e... Merda... Sinto muito... Hum, se eu puder fazer qualquer—" Jake diz. Eu o interrompo. "O que você está fazendo aqui?" Eu disse a Micky e Lucy que eu só precisava de algum tempo para superar o que havia acontecido, e que eu queria cortar todos os laços que tive com Logan. Isto inclui Jake — então eu não tinha ideia do que diabos ele estava fazendo em pé na minha porta. Eu levanto minhas sobrancelhas. "Oh." Seus olhos se arregalam de surpresa. Limpando a garganta, ele diz: "Olha, eu sei que você não quer falar comigo ou com qualquer um que tenha a ver—"
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Um carro para na calçada interrompendo seu discurso. Cameron sai de dentro do veiculo. Mas que diabos? "Ei." Jake diz a Cam. "Ei." Cam responde, caminhando em nossa direção. "Você nem demorou." Jake fala, olhando para o relógio. "Sem trânsito." Cam responde. "É isso?" Jake pergunta, empurrando a cabeça para trás. "Gente!" Eu grito. "O que vocês estão fazendo aqui?" Os dois se viram para me encarar. Jake pigarra novamente, e então suspira. Cam fala por ele. "Logan nos deu uma tarefa, na verdade foram duas tarefas, bem três, se você estiver incluída—" "O que você está falando?" Cruzo meus braços e os encaro. Eu estava irritada, perto de fechar a porta na cara deles. Jake continua. "Logan queria que cuidássemos de algumas coisas para ele." Eu espero. "Merda." Ele murmura. Cam fala: "Ele nos mandou vender seu carro, e consegui isso." Ele me entrega as chaves. Jogo-as de volta para ele como se fosse uma bola de fogo em minhas mãos. "Eu não quero nada dele." "É uma espécie de missão fazer você aceitá-las." Afirma, dando de ombros. "Seu pai preencheu um cheque com o dinheiro restante da venda e pagou algumas das suas aulas." Diz Jake. "O quê?" Eu não sabia se ficava com raiva ou chateada, machucada ou grata. "Eu não posso aceitar isso." "Você meio que—" Jake começa, mas Cam o corta. "Deixe isso para lá, cara." Ele diz a Jake, e lhe faz uma pergunta: "Você poderia nos dar um minuto?" Jake assente e se dirige para seu carro. Então,
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era só Cam e eu. Cara a cara. "Logan é um idiota." Ele diz, quebrando a tensão. "Não me diga." "Ele realmente queria te dar isso." Ele sacode a cabeça na direção do carro atrás dele. Era um Hatchback verde. "Eu não vou aceitar." Digo com firmeza, provavelmente sendo mais dura do que eu deveria ser. "Tudo bem." Ele suspira. "Olha, sei que realmente não conhecemos um ao outro muito bem, e nós realmente não frequentamos os mesmos círculos ou o que seja, mas hum, Lucy — ela meio que se preocupa com você. Então, eu não sei. Talvez você pudesse ligar para ela ou algo assim?"Eu balanço a cabeça. "Não chore." Ele diz. "Merda." Eu cuspo. "Eu continuo fazendo isso." "Fazendo o quê?" "Nada." Silêncio. "Eu posso vendê-lo, Amanda." "Tudo bem." Eu digo. Ele levanta o braço, joga as chaves para dentro da casa atrás de mim, e corre para a caminhonete de Jake. Minha cabeça gira para encontrar onde as chaves haviam caído, e pelo tempo que eu me viro, ele se foi, assim como Jake, e assim como a caminhonete de Jake. "Idiota." Eu digo para mim mesmo. Fecho a porta e pego as chaves. "O que foi aquilo?" Ethan pergunta. Seu cabelo estava molhado. Ele deve ter acabado de sair do chuveiro. "Logan vendeu seu carro e me comprou um, e usou o dinheiro de sobra para pagar a minha taxa de matrícula." Eu digo, sem rodeios. "Bom." Ele se acomoda no sofá, pega o controle remoto e liga a TV novamente. "Pelo menos ele fez uma coisa certa por você."
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CAPÍTULO 01 Amanda "Você realmente vai dirigi-lo hoje, ou apenas olhar para ele de novo?" "Cale a boca." Digo para Ethan quando ele sai de casa e começa a fazer o seu caminho até o seu próprio carro. "Tudo o que eu estou dizendo é, você pode dirigi-lo. Ele está parado aí por duas semanas. Quem malditamente se importa de onde ele veio? É seu, e você merece." Olho para as chaves na minha mão. "Ok." Eu digo baixinho. Passo meus dedos em torno do metal e balanço a cabeça. "Ok." Repito, me tranquilizando. Abro a porta do carro e sento-me no banco do motorista. E isso é tudo o que eu faço. Em seguida, a porta do passageiro se abre e Ethan senta no banco. "Dirija." Ele diz, de frente para mim. "Huh?" "Dirija. Vamos para casa. É o aniversário de Tristan. Vamos nos diverti, esqueça esse espaço por um tempo." Ele acena com a mão em um movimento circular. Ele não tem que dizer as palavras; Eu sabia onde ele queria chegar. Eu odiava esta casa, e todas as lembranças que vinham com ela. Ele me encara. "Ok?" Pergunta. "Eu tenho que trabalhar." Ele toma as chaves da minha mão, coloca-a na ignição, e vira-a. "Eu vou ligar para lá, e dizer que você está com cãibras ou qualquer outra coisa assim. Eles não vão questioná-la. Vamos, Amanda. Vamos... Não sei..." Ele dá de ombros. "Vamos encontrar uma forma de trazer a verdadeira você de volta, mesmo que por pouco tempo."
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*** Eu dirijo por duas horas e meia para casa, no meu carro novo. Eu não podia negar. Eu gostava de ter um carro; parecia que eu estava ganhando algum tipo de liberdade. Viro na calçada e estaciono. Ethan e eu saímos ao mesmo tempo. Ele queria ir a loja de bebidas e comprar algumas cervejas para ele e Tristan, e eu queria esticar as pernas. Éramos ambos menores de idade, nos próximos meses, pelo menos. Ethan tinha uma identidade falsa e estávamos em uma cidade diferente. Eu passei por essa área poucas vezes que eu vim para cá com ele. Devo ter sonhado acordada enquanto estava andando, porque não vi as portas da loja se abrir, ou o corpo que saiu de lá. Obviamente. Porque eu colidi nele. "Merda." Murmuro, tentando recuperar o equilíbrio. "Foda-se." Uma voz profunda vem de cima da minha cabeça. De alguma forma, as minhas mãos haviam achatado contra — o que eu assumo ser — o tórax da pessoa. Eu não podia ter certeza, porque parecia aço. As pessoas não são feitas de aço. Fecho os olhos com força. As mãos da pessoa agarram meus cotovelos, tentando me segurar. Eu finalmente encontro meu equilíbrio, mas minha cabeça ainda estava abaixada e meus olhos ainda estavam fechados. "Você está bem?" O homem de Aço pergunta. Eu balanço minha cabeça assentindo. Ele pigarra. "Amanda?" Minha cabeça se levanta. Meus olhos se abrem. "Ei, Dylan." Ele solta todo o ar em seus pulmões e dá um passo para trás. E então sorri — um enorme sorriso, que eu nunca tinha visto nele antes. "Como você está?" Eu sorrio de volta — verdadeiramente — pela primeira vez desde que Logan me deixou. "Eu estou bem."
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"Bom." Em seguida, ficamos em silêncio. Eu arrasto os pés. Ele cruza os braços sobre o peito largo. "Você está fazendo alguma coisa agora?" Ele pergunta. Suas palavras foram levadas às pressas, como se tivesse dado toda a sua energia para falar. Eu balanço minha cabeça. "Na verdade não." "Você quer ir, talvez em algum lugar e conversar? Olha, eu sei que nós realmente não nos conhecemos muito bem, mas acho que talvez eu precise falar com alguém sobre algo que—" "Claro." Eu o corto. Se eu não fizesse, ele nunca pararia de divagar. "Sim?" Ele ergue as sobrancelhas. Suas mãos vão para os bolsos da sua calça jeans. Eu desvio o olhar. Foi muito semelhante a alguém que eu conheço. Ou conhecia. Qualquer que seja. "Uh-huh." Eu murmuro, puxando meu celular para mandar uma mensagem para Ethan. Acabamos sentados na grama do parque do outro lado da estrada. Eu não sabia o que ele queria falar, então fico quieta, até que, finalmente, minutos mais tarde, ele fala: "Você não viu de onde eu estava vindo quando colidimos, não é?" Meus olhos se estreitam com a pergunta, em seguida, olho para onde nós colidimos. "Oh." Eu digo quando a compreensão me bate. Marine Corps Career Center. "Sim." Ele responde. "Você vai se juntar aos fuzileiros navais?" Ele limpa a garganta e se inclina para trás. Suas pernas se esticam na sua frente. "Eu acho que sim." "Huh." Ele se vira e me encara, seus olhos piscam para bloquear o sol. "Na verdade, eu não acho. Tenho quase certeza de que eu vou." "Wow." "Sim." "Ninguém sabe?"
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"Não. Eu não disse a ninguém." "Por quê?" "Por que eu não contei a alguém, ou por que estou fazendo isso?" "Os dois." "Eu não sei." Ele suspira. "Na verdade, eu sempre planejei fazer isso após o ensino médio, sabe? Mas então eu conheci Heidi—" Ele faz uma pausa, antes de continuar. "Eu conheci Heidi, e eu não queria ficar sem ela. Ela queria a vida da faculdade — eu a queria. Não foi uma decisão difícil. Eu teria a seguido para qualquer lugar." "E agora?" Ele dá de ombros. "Agora, ela ainda quer a vida da faculdade, e isso não é para mim." "Eu sinto muito." Eu digo a ele. Eu não conhecia qualquer um deles o suficiente para pedir apoio ou aconselhamento. Talvez seja por isso que ele pensasse que estava tudo bem falar comigo sobre isso. Talvez ele precisasse de alguém que não iria falar com ele sobre isso. "Eu também." Ele brinca. "Então, você e Heidi terminaram?" Ele balança a cabeça. "Eu acho que não importa mais." "Como não? Tenho certeza que ela—" "Amanda." Ele me corta, seu tom de voz era profundo, sério. Ele vira todo o seu corpo para me encarar. "Sinto muito." Eu recuo um pouco, surpresa com suas palavras. "Você sente muito?" Eu rio um pouco. "O quê? Por quê?" Ele dá de ombros. "Por Logan." "Eu não quero falar—" "Eu sei." Ele diz. "Micky e Lucy nos contou... Mas eu sinto muito."
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Engulo minhas emoções. "Você não precisa se desculpar." Ele fica em silêncio por um momento. Os pássaros cantam acima de nós. Seus sons pareciam ser ampliados pelo nosso silêncio. "Eu entendo por que ele fez isso, por que ele foi embora." Eu abro minha boca para falar, mas ele me para. "Você era a namorada dele, Amanda. Ele amava a merda fora de você. E de alguma forma, a sua vida, fundiu-se com a sua, causou um resultado horrível. Pergunte a qualquer homem decente... eles lhe diriam a mesma coisa. É o nosso trabalho proteger nossas meninas, para mantê-las seguras, para deixá-las felizes. Ele acha que não fez isso direito. Se fosse comigo, eu faria a mesma coisa. Eu iria correr. Inferno, eu provavelmente vou fazer isso agora, me juntar aos fuzileiros navais. Mas nem se compara com o que aconteceu com você. E Logan, ele é um grande cara, o melhor, mas ele não sabe como lidar com esse tipo de dor, sabe?" Pisco, e deixo as lágrimas caírem. Ele continua falando: "Eu sei que você o odeia, ou pelo menos deseja isso. Mas não o culpe pelo o que ele fez. Talvez fugir foi à única maneira que ele pensou em fazer a coisa certa." Eu balanço a cabeça. Era tudo o que eu poderia fazer. Talvez ele estivesse certo, ou talvez eu apenas queria que ele estivesse. Ele se levanta e me oferece sua mão. Eu pego. Em seguida, ficamos de frente um para outro, meu rosto em seu peito — o cara era enorme. Inclino minha cabeça para cima para que eu pudesse ver seus olhos. "Tudo o que Heidi está fazendo você sentir, ela está errada. Ela não tem ideia do que está prestes a perder." De repente, os braços estavam ao meu redor. "Obrigado pela sua atenção." Ele diz, sua voz áspera. "Não, Dylan, obrigado pela conversa. É raro." Ele ri. Então eu também. Eu sentir falta disso — de rir. *** "Feliz aniversário, homo." Ethan canta.
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Nós estávamos no quintal de Tristan, sentados no nosso local de costume, perto da doca em um trecho privado do lago. Seus pais estavam viajando, mas eles passam mais tempos ausentes do que ficavam em casa. Havíamos passado muitas noites tranquilas aqui. "Obrigado, querido." Tristan sopra-lhe um beijo. Ethan arrota. Eu cutuco Alexis ao meu lado. "Você ainda acha ele quente?" Seus olhos estavam semicerrados, seu rosto em uma sombra vermelha da fogueira á nossa frente. "Cara, seu irmão é quente. Você não pode negar." "Eu posso totalmente negar." "Cale a boca." Ela bufa. Nós dois assistimos os caras, cerca de dez metros de distância, com suas cervejas nas mãos, brincado de luta. "Ethan sempre foi quente." Foi a minha vez de mandá-la calar a boca. Ela bufa. "Você já disse a ele?" "O quê?" Ela se ajeita. "Que eu quero transar com ele?" Eu jogo minha cabeça para trás e rio. "Ethan!" Eu grito. "Cale a boca." Ela alerta. Eu não me importava. Eu estava me divertindo esta noite. Eu não estava bebendo, mas não estava meditando, também. "Lexi disse que quer transar com você." Eles param a luta e imediatamente nos encaram. "Oh meu Deus." Lexi geme em suas mãos, que estavam cobrindo seu rosto. Eu rio para ela, e depois olho para os rapazes. Eles estavam perto um do outro, tendo uma discussão acalorada. Tristan rir, empurrando Ethan em nossa direção. Eles dão alguns passos até que estivessem em torno de nós. Tristan se senta, enquanto Ethan fica na frente de Lexi. Seu rosto estava confuso, o que diabos estava acontecendo? Ele deve ter notado, porque me dá um olhar 'mantenha-a-boca-fechada', eu já tinha me acostumado com esse
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olhar em nossos quase 21 anos juntos. O rosto de Lexi ainda estava enterrado nas mãos. Ele limpa a garganta. Ela não se mexe. "Lex." Ele diz calmamente. "Vá embora." "Lex." Ele diz de novo, firme. Ela ainda não se mexeu. Ele suspira, e depois puxa suas mãos longe do seu rosto. Finalmente, ela olha para ele, com o rosto vermelho de vergonha, desta vez. Ele puxa sua mão para levantá-la. Ela levanta, mas seus olhos estavam enormes com o choque. Ele se senta em sua cadeira, em seguida, a puxa para seu colo, sussurrando algo em seu ouvido. Ela assente. Bom para eles, pensei. *** Foi o mais longe que eles foram. Ela no colo dele, com os braços livremente ao seu redor. Eles não fizeram nada a mais; eles nem sequer se beijaram. Em um ponto, eu a vi virar o seu boné para trás, de modo que seus rostos poderiam estar mais perto enquanto sussurravam um com o outro. Eu tive que desviar o olhar; foi demais. Muito familiar. Ele entra no carro depois de deixá-la em sua casa. Era quase quatro horas da manhã e estávamos indo para a casa da nossa mãe. "Eu gosto dela desde sempre." Ele murmura. Sua cabeça cai para trás contra o encosto. Observo por qualquer sinal de diversão ou zombaria no seu tom — não havia nenhum. "Sim? Por que demorou tanto?" "Ela é a sua melhor amiga." "E?" Ele se vira e me encara, mexendo com a cabeça para que eu começasse a dirigir. Eu faço. "Eu a ouvi uma vez dizendo-lhe que ela não sairia com um cara que não poderia estar em torno sempre que quisesse. Ela disse que tinha problemas de confiança, e não sabia como você fez isso com Tyson."
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Tyson. Meu coração ferido acelera. Gostaria de saber onde estaríamos, se nada daquilo tivesse acontecido... "Sinto muito." Ele puxa-me dos meus pensamentos. "Eu não deveria ter mencionado isso." Eu olho para ele e sorrio. "Está tudo bem." Realmente estava. Tyson não era um assunto delicado. "O que faz você pensar que ela não vai fazer uma exceção com você?" Eu pergunto. "Porque." Ele tira o boné. "Eu perguntei a ela. Ela disse que está feliz em ficar comigo, mas não quer nada mais sério, não quando eu estiver lá, e ela aqui. Ela não quer um vínculo emocional, ou o que quer que seja. Ela disse que não confia em mim." "Então é isso?" "É isso." Afirma.
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CAPÍTULO 02 Amanda Tinha se passado um mês desde o aniversário de Tristan. Um mês desde que eu conversei com Dylan, e um mês desde que eu decidi que não ia viver a minha vida em um estado de depressão pós-Logan, mais uma vez. Eu ia viver a minha vida por mim, e só por mim. Ethan era o único que estava me impedindo de fazer isso. Ele nunca saia de casa. Ele estava na sala de aula, ou em casa, e era isso. Eu nunca ficava em casa sozinha. Ele não namorava, festejava, e nunca saia. Se eu quisesse ir a algum lugar, ele estava comigo. Como o meu guarda-costas. Só que ele não era. Ele era meu irmão, e ele não deveria estar vivendo sua vida assim. Então, foi isso o que eu disse a ele. Ele apenas olhou para mim, sem piscar. Eu levantei minhas sobrancelhas. Ele ajeita-se na cadeira e apóia os cotovelos sobre os joelhos. Ele abre a boca para dizer algo, mas as palavras prendem em sua garganta, e, em seguida, ele solta um longo suspiro. "Não." Ele diz, sua voz firme. "Ethan." Seu nome sai como um gemido. "Eu vou ficar bem." "Não." Ele repete, ficando de pé. Ele aponta dois dedos para mim. "E nós terminamos de falar sobre isso." Ele caminha para o corredor e, segundos depois, o som da sua porta batendo ecoa pela casa. Deixo escapar um suspiro de frustração, levanto-me e caminho até seu quarto. Ele estava sentado na beirada da cama, olhando para o chão. "Ei." Tento chamar sua atenção. "Pare com isso, Dim." Ele alerta. "Você tem que parar de fazer isso. Não é seu trabalho me proteger." Ele se levanta. "Saia." Ele cospe, apontando para a porta.
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"O quê?" Eu recuo em surpresa. "Não fale comigo sobre qual é o meu papel, ou o que quer que seja." Ele estava chateado. "Sei o que eu devia ter feito. Sei que eu devia estar te protegendo." Ele estava gritando agora. "Acha que eu não sei que falhei com você varias vezes. Primeiro com o Greg, e agora essa merda—" Eu o corto. "Puta merda, Ethan, nada disso é culpa sua." Dou um passo para mais perto dele. "Você não pode culpar a si mesmo." "Cale a boca, Dimmy. Você não pode entender. Papai não está mais por perto. Esse é o meu trabalho agora." Ele prende a respiração, depois solta um longo suspiro e passa a mão pelo cabelo. Eu vejo seu peitoral subir e descer, tentando recuperar o controle da sua respiração. Ele caminha até sua mesa e recosta-se nela. "Sinto muito." Ele finalmente diz. "Eu apenas... Eu não sei o que devo fazer, mas não deveria estar gritando com você." Eu fico quieta. Eu não sabia o que dizer. Ethan sempre foi protetor, mas não assim. Eu nunca tinha considerado os sentimentos de Ethan. Eu nunca tinha pensado nele, ou como ele se sentia quando o nosso pai se foi, ou quando essa merda tinha acontecido com Tyson, Logan e Greg, e agora isso. "Não é o seu lugar ser meu pai. Temos um pai... Ele é apenas um idiota. Mas você não é isso. Você não é ele, e você nunca será. Você não poderia ter feito nada—" "Amanda." Meu nome verdadeiro saindo da sua boca me faz prestar atenção. "Eu deveria ter estado lá para protegê-la. Eu sou seu irmão." "Eu te amo, Ethan, mas você está certo. Você é meu irmão, e isso é tudo o que você é. Você não deve ser mais que isso para mim. Não faça isso para si mesmo. Prometa-me." Ele cruza os braços sobre o peito e olha para longe. "Ok." Ele acena com a cabeça. "Mas eu preciso que você faça uma coisa por mim." "O quê?" Ele abre a gaveta da escrivaninha e tira um folheto, em seguida, se aproxima de mim. "Aulas de auto-defesa." Ele entrega os papéis para mim, e então espera.
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Eu olho para o seu rosto ansioso. Ele parecia tanto com o papai; ele sempre pareceu. "Claro." Eu concordo. *** Então foi aí que eu me encontrei dois dias depois. Ethan estava comigo. Ele queria verificar o local antes que eu tivesse concordado com as lições. Era no mesmo ginásio que a minha yoga, então eu estava familiarizada com o edifício. Ethan nem sequer tentou esconder sua posição protetora na minha frente quando o instrutor se apresentou. "Jordan." O instrutor disse, apertando a mão de Ethan. "Esta é Amanda." Ethan aponta para mim. Eu levanto minha mão em um aceno. Jordan sorri calorosamente. "Amanda." Ele repete. Ele era apenas alguns anos mais velho do que nós, e bem construído. Tinha uma boa aparência, se eu me importasse — o que eu não fazia. Ethan pigarra. Eu reviro meus olhos. Jordan continua discutindo as minhas futuras aulas com Ethan. Eu deixo-o ter o controle. Acho que ele precisava saber que estava fazendo algo para ajudar a corrigir-me. Honestamente, acho que eu não estava tão quebrada assim. *** "Eu não gostei dele." Ethan diz, a partir do banco do motorista do seu carro. Nós estávamos em nosso caminho de volta para casa. "Quem?" Eu pergunto. "O tal de Jordan." "O quê? Por quê?" "Não gostei do jeito que ele olhou para você."
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Eu rio. "Não é engraçado, Dimmy. Da última vez que eu fiquei chateado com um cara que te olhou desse jeito, foi Logan. Olha como acabou." Meu humor acabou. "Ok." Eu digo a ele. Eu não iria discutir; ele estava certo. "Só não se envolva com ele—" "Eu nem sequer o conheço." "Basta dizer que você não vai começar a namorar ou o que quer que seja, ainda não, ok?" "Ok." Eu digo. Namoro era a última coisa que vinha a minha mente. *** Eu estava em casa meia hora antes de ficar entediada. Graças a sobra de dinheiro do aluguel de Logan, e o dinheiro que ele tinha pagado as minhas aulas, eu fui capaz de cortar um ou dois dias em meus turnos. Isso deixou Ethan feliz. E me deixou louca. Especialmente agora que eu estava sozinha, na maioria das vezes Ethan estava em casa, mas não era como se nós saíssemos, nem nada. Queria ouvir música, mas o meu iPod estava em seu quarto. Ele tinha estado lá desde aquela noite. Não entrei lá desde o dia em que cheguei em casa depois de sair do hospital, e descobri que ele tinha ido embora. "Vamos, idiota." Eu digo, sussurrando para mim mesmo. Minha mão estava na maçaneta da porta. "É apenas um quarto." Eu tomo uma respiração profunda e reuno toda a coragem que eu tinha. Viro a maçaneta, fecho meus olhos e entro, solto todo o ar em meus pulmões. Então eu sinto. Onde quer que esteja neste mundo, ele estava lá apenas
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fisicamente. Todo o resto se foi. Minha mão roça em algo macio, fazendo-me abrir os olhos. Minha respiração engata, e todas as lembranças voltam. Concentro-me na cama, não querendo tomar muito de uma vez. Isso me oprime. Isso iria me quebrar. Meu iPod estava no meio, com meus fones de ouvido enrolado em torno dele, junto ao meu e-reader. Eu estava lendo e ouvindo música quando ele chegou de uma corrida. Ele disse que queria me dizer algo. Ele queria dizer-me que era seu aniversário, mas eu já sabia. É claro que sabia, eu amava ele. Eu amava demais. Ignoro a dor em meu peito e olho ao redor do quarto. Tudo era tão Logan. Nem uma única coisa fora do lugar. Ele era tão meticuloso, e mantinha seu quarto tão limpo. Eu sempre me perguntei por que ele fazia isso. Até na casa da piscina era assim, mas eu percebi que sua governanta mantinha dessa forma. Eu nunca perguntei. Eu deveria ter perguntado. Eu deveria ter feito um monte de coisas. Acho que nunca tinha me ocorrido que o nosso tempo era limitado. Eu faço isso algumas vezes — penso ou falo dele, como se ele tivesse morrido. Morto. Nunca voltaria. Acho que foi a minha maneira de lidar com tudo isso. Sem saber, meus pés se movem pelo quarto, em direção a sua mesa. Ele mantinha um retrato emoldurado de nós bem no meio. Micky tinha tirado quando estávamos em sua casa uma vez. Nós não sabíamos o que ela tinha tirado até que nos mostrou semanas depois. Eu estava sentada no colo dele, com seus braços apertados em volta da minha cintura. Minha cabeça estava jogada para trás, rindo de algo que ele havia dito. Seu rosto estava tão perto do meu que poderia parecer que estávamos nos beijando, mas não estávamos, ele estava apenas me observando. Ele pediu pra Micky enviar imediatamente a imagem para o e-mail dele. Tínhamos parado em uma loja a caminho de casa e ele me pediu para escolher uma moldura para ela. Ele disse que a imagem lembrava quem éramos, e como ele queria lembrar para o resto de sua vida. Ele queria colocar em algum lugar que poderia ver todos os dias, para lembrar que nem todas as lembranças são momentos distintos. Algumas são apenas momentos que vale apena lembrar. Minha risada — ele disse — é uma memória que deveria ser valorizado e não apenas lembrada. Esse foi um dos momentos que me levaram a cair tão profundamente no amor por ele.
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Sinto o soluço rastejar até a minha garganta e eu seguro-o de volta. Agarrando a moldura no meu peito, eu silenciosamente fecho a porta do quarto e entro em seu closet, e fecho a porta, também. Meu choro era a última coisa que Ethan precisava ouvir. Sento-me no chão, acendo a lanterna no meu celular e olho para a foto na minha mão. Então eu deixo. A mágoa, raiva, tristeza e solidão saírem. Sinto tanta falta dele. Eu sinto falta dele pra caramba, e eu não conseguia nem chorar abertamente sobre isso. Minhas lágrimas pousam no vidro do quadro, e eu enxugo-as com o meu polegar. "Seu babaca." Sussurro, pensando se eu podia sentir a sua presença no quarto, então talvez ele pudesse me ouvir, onde quer que estivesse. "Te odeio." Mentira. Então eu vejo a caixa que coloquei seu presente de aniversário. Foi a última coisa que eu tinha dado a ele. Presente estúpido. Estetoscópio estúpido. Eu rio amargamente, e estudo os pulsos. Estúpido. Eu choro tanto que acabo em uma bola no chão. Não sei quanto tempo eu fiquei lá, até que, finalmente, os soluços me esgotaram e eu adormeci. *** A vibração do meu celular me acordou, logo antes da música encher todo o pequeno espaço do armário. Eu estava tão atordoada no meio do sono que nem percebi o que estava acontecendo. Minha cabeça latejava e meus olhos ardiam. Eu me sentia bêbada, mas eu não estava. Eu era apenas estúpida. Pego o celular e sento-me, e só então me dou o trabalho de ouvir Hey There Delilah tocando. Por alguma razão, eu sorrio. "Tyson." Falo baixinho ao celular. "Dimmy." Ele suspira. Ele foi menos entusiasmado do que eu. Alguma coisa estava errada. "Tyson? O que há de errado?"
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"Nada." Parecia que eu não era a única com disposição para mentir. Eu fico quieta e espero. Tyson era assim; ele só precisava de tempo. Ouço-o fungar. "Eu acabei de pegar Ally e um cara na nossa cama." "Oh meu Deus." "Na porra do nosso apartamento, Dimmy. Ela estava transando com um cara no espaço que compartilhamos." Meu sangue ferveu. "Foda-se ela." Ele rir tristemente. "Sério, Ty. Se foi assim que ela te tratou, foda-se ela." "Eu acho que o idiota já fez." "Eu sinto muito." "Sim. Eu também." "Então, o que você vai fazer?" "Não tenho ideia." "Você está chutando-a para fora?" "O contrato está em seu nome. Acabei embalado algumas merdas e agora estou sentado em um banco do parque, com duas mochilas e minha guitarra como uma classe superior, com um vagabundo de rua." Eu rio um pouco. "Não é engraçado, Dim." "Desculpe." Ele exala alto. "E suas aulas?" "Eu já terminei. Eu nem sequer tenho que estar aqui para me formar."
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As palavras saíram antes que eu pudesse detê-las. "Venha para cá. Temos um quarto de hóspedes."
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CAPÍTULO 03 Amanda Eu o peguei no aeroporto e o levei para casa. Ethan aprovou que ele vivesse conosco. Ele e Tyson sempre se deram bem, por isso nunca foi realmente uma questão. O momento embaraçoso foi decidir em que quarto ele iria ter que ficar. Nós três estávamos no corredor, nos encarando. Era quase como se o quarto de Logan fosse assombrado. Infectado. Arruinado. "Pedra, papel e tesoura?" Pergunta Ty. Ele sorri tristemente para mim. "Você fica com ele." Diz Ethan para mim. Era uma ordem. "O quê?" Eu entro em pânico. "Você tem que superar isso em algum momento. Este é o primeiro passo." Ele vai embora. "Ele está bem?" Os olhos de Tyson passam de Ethan para mim. Dou de ombros. "O que você quer dizer?" "Eu não sei. Ele apenas parece..." Ele rir um pouco. "Mais velho?" Reviro os olhos. "Ele acha que é o meu pai agora." "Oh." É tudo o que ele diz. Ele entra no meu quarto, ou meu antigo quarto agora, e eu entro no meu novo. Deveria ter sido nosso. *** "Quando você comprou um carro?" Tyson se joga no sofá ao meu lado. Só passou uma hora ou mais para desempacotar as malas e mudar as minhas coisas para o meu novo quarto. Logan tinha esvaziado a maior parte; ele não tinha muito coisa. "Um par de semanas atrás."
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"É bacana." "Obrigada." Eu respondo, não querendo entrar em detalhes. Finjo interesse em tudo o que estava passando na TV. Basebol. Ótimo. Ty pigarra. "Será que ele agarrou assim mesmo?" Meus olhos encaram os dele. "Ethan me disse." Afirma. "Nossa, fofocaram muito?" Ele dá de ombros. "Eu não sei. Seus amigos que espalharam isso..." Eu paro, observando seu rosto por qualquer emoção. Eu não podia ver nenhuma, mas ele parecia cansado, mais maduro. Ele não era o animado Tyson que eu conhecia quando nós namoramos. O Tyson que eu conhecia era um garoto; esse que está sentado na minha frente era um homem. Ele estava maior, mais masculino. Ele tinha sido um atleta na escola, mas no primeiro ano, ele decidiu se concentrar na música. Ele sempre foi bom em ambos, mas ele era incrível com sua guitarra. "O quê?" Ele pergunta. Devo ter sido pega o encarando. Seus profundos olhos castanhos perfuravam os meus. "Nada." Ele ri baixinho. "Você estava me olhando?" "Não!" Eu grito, e então rio. Era tão bom rir. "Eu sentir falta desse som." Ele diz. Aperto meus lábios em uma linha. Ele suspira e descansa a cabeça no encosto do sofá. "O que diabos aconteceu com a gente?" Eu imito a sua posição. "Eu sei, certo?"
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"Dimmy... Não estou dizendo isso para fazer você se sentir como uma merda, nem nada... Mas você já se perguntou? Quero dizer, você já pensou sobre onde estaríamos se tivéssemos ficados juntos?" Ele vira a cabeça para o lado e me encara. Eu faço o mesmo. "Às vezes." Digo a ele honestamente. Ele sorri, e então olha para o teto novamente. "Eu já sinto falta dela." "Ally?" Ajeito-me, querendo prestar mais atenção nele. "Sim. Eu não deveria, certo? Ela é uma prostituta." Ele faz uma careta com suas próprias palavras. "Eu não deveria dizer isso." "Está tudo bem." Eu digo a ele. "Ela é. Você não merece ser tratado assim." "Sim." Ele concorda. "Não duas vezes." Eu respiro fundo. Suas palavras machucam, especialmente agora. Agora que foi tudo por nada. "Sinto muito." Ele me cutuca. "Isso foi uma coisa idiota de se dizer." "Você está certo, apesar de tudo. Você não merece isso. Nem mereceu, Ty. Espero que você saiba disso. Você é um cara bom, um dos melhores, realmente." Ele ri um pouco. "Talvez seja esse o problema. Talvez eu devesse ter sido um idiota, porque com Logan funcionou. Ele ficou com a garota." Suas palavras doem. "Será? Porque eu estou aqui, e ele não está. Então, eu realmente não vejo como ele conseguiu a garota." Ele não diz nada. Nem eu. Nós apenas ficamos lá, olhando um para o outro. Eu ouço Ethan entrar e sentar-se na cadeira. Meus olhos não se movem. "Bem." Ethan quebra o silêncio. "Se preparem para a festa." "Festa?" Eu digo.
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"O quê?" Ambos perguntamos. Um sorriso puxa meus lábios. "Vamos ter uma festa." *** Algumas horas mais tarde, a casa estava cheia com o odor familiar de cerveja, perfume e suor. Estou sentada no lado de fora com um refrigerante na mão. Ethan estava ao meu lado, é claro. "Você deve ir se divertir. Aquela garota ficou encarando você a noite toda." Eu empurro minha cabeça em direção da loira a poucos metros de distância. Ele levanta a cabeça e olha para ela, mas só por um segundo, antes de virar para mim. "Será que você convidou a Alexis?" Ele pergunta sobre a musica. Eu aceno com a cabeça. "E?" Ele pergunta. Eu hesito, antes de dizer-lhe a verdade. "Ela tinha um encontro." "Justo." Ele inclina-se um pouco na cadeira e olha para a garota novamente. Tyson vem e se senta ao meu lado. "Fique com ela." Ethan ordena, então levanta-se e faz seu caminho para a loira. Tyson atinge minha perna com a palma da sua mão, chamando a minha atenção. "Eu vi uma garota bêbada transando a seco na perna de um cara no corredor... Ele estava latindo para ela." Eu rio tanto que cuspo meu refrigerante, fazendo escorrer pelo meu queixo. "Isso é tão sexy." Ele brinca. Tento engolir o restante na minha boca. Meus olhos ardiam por causa do ácido no meu nariz.
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Ele move suas mãos para cima e para baixo na minha costa. "Cuspa... Ou engula..." Eu cuspo. Ele solta uma risada lenta, que vira gargalhada. Limpo meu rosto com a costa da minha mão. Sua risada tinha se acalmado, enquanto ele se inclina para mais perto e limpa meu queixo com a manga da sua camisa. "Você parece uma criança." Ele murmura, balançando a cabeça de um lado para o outro. Ele estava tão perto que eu podia sentir o cheiro de cerveja em seu hálito. Minha própria respiração engata quando noto que seus olhos encontram os meu, depois minha boca. Ele lambe os lábios. Merda. Eu seguro sua mão que estava em meu rosto e tento empurrá-la para longe, mas ele agarra meu pulso e vira-me para ele. "O que foi?" Há uma confusão clara em seu tom. Eu puxo minha mão para fora do seu controle e tento me afastar dele. "O que foi?" Ele pergunta de novo "Nada, Tyson. Só me deixe em paz." "Quando você—" "Eu disse para me deixar em paz." Ele não mencionou isso de novo. *** O sol começou a aparecer no momento em que todos saíram. Eu queria ir para a cama mais cedo, mas eu sabia que Ethan iria acabar com a festa, se eu fizesse, então eu lidei com tudo. Eu não conseguia dormir, mesmo que eu quisesse. Deito na cama e olho para o teto, tentando abafar o silêncio com a música, mas isso me fez sentir pior.
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Tyson bate na minha porta antes de entrar. Ele não disse nada; apenas deitou na cama, em cima das cobertas. "Eu fiquei tão acostumado a ter alguém na cama. Parece estranho agora." Ele explica. "Sim." Eu sabia exatamente o que ele quis dizer. "Você já ouviu falar dela?" "Sim, eu acabei de desligar o telefone." "E?" "Nada. Ela disse que estava arrependida." "Você acha que poderia perdoá-la?" "Não. Se eu fosse capaz de perdoá-la, eu teria te perdoado, sabe?" Eu não sei o que deu em mim, mas estendo minha mão, sinto a mão dele e seguro-a. "Sim." Eu sussurro. "Eu estou triste, Dim." Sua voz falha. "Você está triste?" "Sim." Repito em voz baixa. "Você não parece triste." Eu penso sobre as minhas próximas palavras. "Eu tenho que me anestesiar emocionalmente, sabe? Quero dizer, não sou só eu que está nessa situação. Tem Ethan também. Se eu mostrar a ele o quanto estou sofrendo, ele vai querer corrigir, e ele não pode." Ele aperta minha mão. Eu continuo: "Nós vamos ficar bem, Tyson." "Sim." Ele concorda. "E se não ficarmos, vamos sofrer juntos." Alguns minutos de silêncio se passam até que ele comece a rir. "O quê?" Eu pergunto.
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Ele rir mais ainda. "O quê?" Pergunto novamente. "Você deveria ter visto o garoto latindo para aquela garota." Ele consegue dizer. Eu começo a rir. "O que quer dizer latir? Como, uivo?" "Não, Dim." Suas palavras saem em uma onda de excitação. "Eu quero dizer... Au, au... Au, au..." Eu rio no meu travesseiro. "Por que ele estava fazendo isso?" "Eu não sei." Ele se vira para mim, inclinando-se sobre o cotovelo e apoiando a cabeça na mão. "Esta é a sua faculdade. Você que tem que me dizer." "Oh, desculpe." Eu zombo sarcasticamente. "Nem todo mundo pode ir a escolas de gênios musicais." "Você pode dizer isso de novo." Seu sorriso veio através do seu tom. "Não há gênios musicais latindo de onde eu venho." Eu rio. "Bem, isso é uma vergonha. Você está perdendo." Um grito feminino ecoa pela casa. Reviro os olhos. "Ethan tem uma garota lá dentro?" Pergunta Ty. "Eu suponho que sim." Em seguida, um som de algo batendo enche meus ouvidos. "Oh Deus." Eu gemo. Não era a primeira vez que eu tinha ouvido, mas nunca fica mais fácil. Tyson ri. "Deve ser estranho para você, ter que ouvir o seu próprio irmão batendo-" "Cale a boca." Eu puxo o travesseiro debaixo da minha cabeça e uso-o para cobrir meus olhos e ouvidos. Em seguida, ouço-a falar de novo. "Diga!" "Não." A voz de Ethan era firme.
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O barulho parou. Eu puxo o travesseiro do meu rosto e olho para Tyson. Seus olhos estavam arregalados, à espera. "Eu sinto que estamos escutando como espiões." "Nós meio que estamos." Eu digo. Ela fala mais alto desta vez. "DIGA!" "Oww. Tudo bem!" Ethan grita. "Au, au... Au, au!" Instantaneamente, Tyson e eu estávamos chutando as pernas, rindo nos travesseiros. "De jeito nenhum!" Ty rir. Eu não consigo falar. Meu corpo não parava de tremer de tanto rir. Lágrimas tinham juntado em meus olhos. "Au, au... Au, au!" Ouvimos mais uma vez. O barulho ritmado começa novamente. *** Tyson e eu nos movemos para a sala para assistir TV, para não termos que ouvi-los... Hum... Latir? "O que você está pensando em fazer amanhã, na verdade, hoje?" Entrego-lhe um café e sento-me ao seu lado. "Eu não sei. Dormir um pouco, encontrar um emprego, eu acho." "Então você planeja ficar por um tempo?" Eu não podia deixar a emoção. Era bom tê-lo aqui. Parecia familiar. "Se estiver tudo bem para você. Eu meio que só quero me esconder um pouco. Eu ainda não disse aos meus pais que estou aqui." Eu balanço a cabeça. "Eu entendo. Está tudo bem." A porta se abre. Tyson e eu rapidamente olhamos um para o outro, e então fingimos prestar atenção na TV. "Vocês ainda estão acordados?" Ethan pergunta, caminhando em direção ao sofá. A morena caminha atrás dele, ajustando seu vestido.
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Tyson ri baixinho. "Sim." Eu respondo por nós dois. Assisto Tyson fingir prestar atenção no que estava passando na TV. "Dimmy, Tyson." Ethan começa. Tyson olha para cima. Ethan aponta para a garota atrás dele. "Esta é Kat." Tyson cai em um ataque de riso. "Prazer em conhecê-la, Kat. Desculpe—" Eu aponto meu polegar para Tyson. "Ele está bêbado." Ela sorrir, antes de Ethan levá-la para fora de casa com a mão em sua costa. Quando ouço a porta fechar, eu me viro para Tyson. Seu rosto estava vermelho da sua tentativa de conter o riso. Dou um tapa em seu ombro. "Puta merda, Dim." Ele segura seu estômago. "O nome dela é Kat e ela faz caras latirem como um cachorro. Que porra é essa?" Minha cabeça voa para trás com a risada. Ethan nos interrompe. "O que há de tão engraçado?" Ele pergunta sério. "Kat?" Eu pergunto, ao mesmo tempo em que Tyson começa a latir. "Foda-se." Ethan diz, mas ele estava rindo também. Ele sai da sala e deixa-nos no nosso estado de felicidade idiota. E por um momento, eu esqueço quem diabos Logan Matthews era. E, em breve, decido, tornar permanente.
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CAPÍTULO 04 Amanda Não demorou muito para que Tyson se sentisse em casa. Algumas semanas se passaram e ele conseguiu um emprego em uma loja de discos. Ele realmente não precisa de um emprego. Ele vivia de um fundo dos seus avós, e ele recebia pagamentos mensais por algumas músicas que tinham sido gravadas em álbuns de compilação. As coisas estavam apenas começando a decolar para ele em Nova York, quando aconteceram aquelas coisas com Ally. Ele disse que ia voltar eventualmente, mas estava feliz em apenas sentar-se por alguns meses e esperar. A música sempre estaria lá, ele disse, mas ser jovem tem uma responsabilidade limitada. Ele só queria viver um pouco. Bom para ele. O intervalo de verão passou rapidamente; muito rapidamente. Passamos o tempo trabalhando, e se espreguiçando. Os turnos de Ethan eram esporádicos, mas ele fez com que alguém sempre estivesse em casa comigo. Ele e Tyson tinham uma programação. Eu pensei que era estúpido, até que fiquei sozinha em casa, e já não parecia tão estúpido. Eu me senti como uma criança com medo de monstros. Talvez eu estivesse. Eu tentei ligar para Tyson em primeiro lugar, mas ele não respondeu. Ethan atendeu no primeiro toque. "Eu sinto muito." Digo a ele. "Onde você está?" "Em casa." "Onde está Tyson?" "Não sei." "Você está bem?"
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"Eu acho... Talvez... Não tenho certeza." Faço uma pausa, deixando o meu maldito orgulho de lado. "Você pode vim para casa, por favor?" "Eu estarei ai em breve." "Ethan..." "Sim?" "Eu estou me escondendo no armário." Ele amaldiçoa antes de desligar. Eu era fraca. Patética. Medrosa. Estúpida. *** "Dimmy." Ele grita. Ouço seus passos se aproximando antes da porta do armário se abrir. Sua expressão muda de pânico, para alívio, a simpatia. "Está tudo bem." Ele me acalma, sentando no chão ao meu lado. "Está tudo bem." Ele diz de novo, mas desta vez para si mesmo. "Eu sinto muito. Não queria preocupá-lo." Olho para ele. "Nunca peça desculpas por isso." Ele passa a mão pelo cabelo e se contorce um pouco no chão até que estivesse confortável. "Você quer falar sobre isso... sobre o que você está sentindo... Ou o que quer que seja?" Ele parecia desconfortável. "Eu não sei. Pensei que estivesse tudo bem. Eu realmente pensei. Mas então, eu fiquei sozinha e então... Comecei a lembrar..." "E ficou com medo?" Eu balanço a cabeça. "Você se lembrou?"
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Eu balanço a cabeça novamente, mordendo o lábio para parar o soluço. "Eu só queria que eles parassem. Eles não iriam parar, queriam apenas se divertir batendo nele—" "É isso?" Ele me corta. "Isso é o que você pensa? Que eles iriam machucá-lo?" Seu tom de voz era agudo. "E você, Dimmy? E sobre o fato de que eles te machucaram? O fato de que Logan apenas foi embora? Ou o fato de que ele ainda está te machucando? Todos os dias ele faz, e você está sofrendo. E tudo no que você pode pensar é no idiota?" Eu fico quieta, esperando que ele se acalmasse. "Como as aulas de auto-defesa estão indo?" Ele muda de assunto. "Boas." Eu digo a verdade. "Estou ficando mais confiante." Ele aperta minha mão. "Bom." Então se levanta e estuda meu pulso. "Ele não merece isso." Afirma, apontando com a cabeça para ele. Ele se levanta e me oferece sua mão. "Eu liguei para Tyson. Ele está voltando para casa, vamos no mini-golfe." "Mini-golfe?" Eu pergunto, incrédula. "Sim." Ele me tira de dentro do armário e me empurra para a sala de estar. "Vai ser um bom tempo, prometo." Tyson volta para casa cinco minutos mais tarde, pedindo desculpas por ter saído. Ele não tinha percebido que eu estava em casa. Ele se manteve pedindo desculpas, mesmo quando eu lhe disse que estava tudo bem. Eu não era sua responsabilidade. Eu não era a de Ethan, também. Uma hora depois, estávamos jogando mini golfe. Ethan e Ty compartilharam um frasco de bebida. Eu estava dirigi, optando por não participar da bebedeira. Foi a primeira noite desde que ele me deixou que eu me sentir como eu mesma novamente, mesmo que por pouco tempo. Nós rimos. Bastante. Foi realmente um bom tempo. ***
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Tyson bate na minha porta e coloca a cabeça para dentro. "Você está. decente?" Eu já estava na cama, pronta para encerrar a noite. "Sim." "Maldição." Ele brinca. Ele faz um show pulando na minha cama antes de se deitar ao meu lado. Ele vira a cabeça para me encarar, piscando com força algumas vezes. "Você está bêbado?" Eu pergunto, rindo quando ele torce o nariz. Eles não haviam parado de beber o que estava no frasco até poucos minutos atrás. Eu olho para ele, à espera de sua resposta. Ele tinha ficado tão bonito ao longo dos últimos anos. Suas feições eram mais definidas, viril. "Eu acho que sim. Eu não sei o que Ethan tinha naquele frasco, mas ele trabalhou sua mágica em meu sistema." Eu rio. "Magia?" Ele acena com a cabeça, virando todo o seu corpo para me encarar. Eu faço o mesmo. Seu cabelo escuro estava desalinhado. "Pare de me verificar." Ele brinca. Eu rio no meu travesseiro. Eu não ia negar isso, eu meio que estava. Sinto-o se mover até que seu corpo estava contra o meu. O calor dos seus braços enquanto eles estavam em volta de mim, me envolvendo. Ele me puxa para que meu rosto estivesse em seu peitoral. Eu abafo uma risada em seu peito. "O que você—" Ele me corta antes que eu pudesse terminar a frase. "Sshh, Dim. Apenas deixe-me fazer isso." Eu deixo meu corpo relaxar. Ele deve ter sentido isso, porque me puxa para ainda mais perto. "Eu queria te abraçar assim desde que me mudei." Ele diz, me puxando para trás para olhar para o meu rosto. "Você está bem?" A preocupação em seu rosto quebrou meu coração. "Sim, Tyson. Eu estou." Coloco meus braços em torno dele. "Eu prometo."
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"Eu não estou falando sobre ele. Quero dizer..." Ele limpa a garganta. "Você quase foi estuprada." Minha respiração engata. Ninguém nunca tinha dito essas palavras em voz alta. Não para mim, de qualquer maneira. "Eu não penso nisso. Quase não conta." "Isso é besteira. Tem que contar em alguma coisa." "Poderia ter sido muito pior." "Sim, ou poderia ter sido evitado completamente." Eu recuo um pouco, chateada com as suas palavras. "O que é que isso quer dizer?" Ele exala alto. "Nada. Não sei o que estou dizendo. Estou tonto. Desculpe." Ele puxa minha cabeça para mais perto dele, mas agora estávamos frente a frente: o nariz contra o meu, nossos lábios quase se tocando. Ele fecha os olhos lentamente. "Boa noite, Dim." Ele diz, pouco antes de me beijar. Eu deixo. Não foi apaixonado. Não foi íntimo. Não houve língua. Nenhum movimento. Era só ele. Quando ele se afasta, solta um suspiro. "Eu sei que você ainda está apaixonada por ele." Eu não digo nada. Eu não concordo. Não nego. Eu não sabia como me sentia. *** Eu acordo na manhã seguinte e ele já tinha ido embora. Devo ter caído no sono em seus braços. Algumas noites, eu tinha pesadelos. Ontem à noite, eu não tive.
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Eu realmente não entendo por que, mas o fato de que eu quase fui estuprada realmente não soa verdadeiro. Talvez eu tivesse bloqueado, ou talvez eu estava com tanto medo por Logan no momento, que eu realmente não entendi o que estava acontecendo até mais tarde. Lembro-me dele sendo sustentado, e eu gritando o seu nome, ele encontrando forças para se libertar, mas depois ele caiu no chão. Eu queria falar com ele. Eu ficava pensando que ele iria encontrar forças de novo, mas ele não conseguia se levantar, ele continuava rastejando em minha direção. Tudo tinha acontecido tão rapidamente, mas seus movimentos eram tão lentos. Eu o ouvir dizer meu nome, bem antes que ele fosse chutado na cabeça. Eu gritei. Foi tão alto, que tinha ecoado pela casa. Eu gritei mais um pouco, e eu tinha certeza de que, se ele pudesse me ouvir gritando, ele acordaria. Certamente, ele iria acordar. Ele tinha que fazer. Acho que fechei meu corpo, então, porque não me lembro de nada do que aconteceu depois. Quando acordei no hospital, a primeira coisa que me lembrei de pensar foi que talvez Logan e eu estivéssemos ligados de alguma forma, mais do que apenas um garoto e uma garota apaixonados. Talvez nossas almas machucadas se entrelaçaram. Se ele parasse de respirar, eu faria também. Se ele morresse, talvez eu morresse com ele. Eu estava viva. Eu estava acordada. O que significava que ele também estava. Mas eu não o vi; ele nunca veio para mim. Ele acabou indo embora. *** Decidimos ir para casa no fim de semana, para visitar nossa mãe. Ela começou a namorar um cara, e queria que nós o conhecêssemos. Eu tinha convidado Tyson para vir com a gente, ele disse que ia. Minha mãe amava Tyson. Pegamos o carro de Ethan, como o meu era muito pequeno, e Tyson não tinha um. Tyson queria parar em uma loja e comprar uma garrafa de vinho e algumas flores para nossa mãe. Ethan deixou o seu carregador em casa, então foi até a loja de eletrônicos para comprar um novo. Eu esperava no carro por ambos. Uma batida na janela me faz saltar de susto. Coloco minha mão sobre meu coração e me viro para ver um rosto familiar. Ele bate de novo.
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Eu deveria ter esperado para vê-lo; estávamos estacionados na frente do seu consultório. Eu abaixo o vidro. "Ei, Amanda." Ele cumprimenta. Em seguida, esfrega sua barba com as costa dos seus dedos. "Você tem um minuto? Eu gostaria de ter uma palavra rápida se estiver tudo bem?" Só podia ser sobre uma coisa, e por um segundo, eu hesito. Mas eu não iria deixar isso estragar o que passei meses tentando construir. "Claro." Eu sorrio para ele e saio do carro. Ele faz sinal para que eu sente em um banco a poucos metros de distância. Eu faço. "Como tem passado, Dr. Matthews?" "Você sabe que pode me chamar de Alan, Amanda." Eu rio. "Como tem passado, Alan?" Ele solta um suspiro, seu sorriso desaparece completamente. "Eu já estive melhor." Ele limpa a garganta. "É por isso que eu queria falar com você." Arqueio as minhas sobrancelhas. "O que você quer dizer?" Ele pega minha mão entre as suas. Eu deixo. Engulo minhas emoções e pisco para conter as lágrimas. Não sei como ele de repente fez eu me sentir assim. "Eu lhe devo desculpas—" Eu abro minha boca para interromper, mas ele levanta a mão para me parar. "Por favor, minha querida." Ele diz. "Eu preciso me desculpar com você. Logan—" Minha respiração fica presa. Ninguém mencionou seu nome desde que ele se foi. "Ele ficou muito mau depois do que aconteceu com você. E o que aconteceu com ele, também. Eu nunca tinha o visto daquele jeito. Tudo o que ele via era você. Ele culpou a si mesmo. Ele pensou que era culpa dele o que aconteceu. E ele pensou que se você não tivesse o conhecido tudo estaria bem." Ele solta todo o ar dos seus pulmões. Então ele olha para mim. Bem nos meus olhos. Eu deixo cair uma lágrima.
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"Eu pensei que estava ajudando ele. Foi minha ideia que ele saísse e viajasse. Pensei que talvez pudesse ajudá-lo se ele visse as coisas de forma diferente... mas inferno, eu nunca pensei em você." Ele faz uma pausa. "E eu sinto muito." Ele continua. "Eu sinto muito que ele se foi." "Por favor." Eu consigo dizer, tentando impedi-lo de continuar. Limpo meu rosto. "Eu aprecio o que você está dizendo. Eu realmente faço. Mas você não é o único que devia pedir desculpas." Ele acena com a cabeça. "Você quer saber sobre ele?" "Não." Eu digo rapidamente. "Eu não posso." "Ok." É tudo o que ele diz. Então ele tira as mãos da minha e recosta-se no banco. Eu imito sua posição. Olhamos para frente. "Sabe..." Ele diz, com um tom um pouco mais leve. "Quando ele foi para a faculdade, comecei a cair na real e percebi como eu fiquei solitário naquele casarão, mas ele me visitava nos finais de semana. Agora, porém, eu sinto falta dele." Engulo o nó em minha garganta. "Sim." Eu também. Mas eu não iria admitir isso para ninguém. Ele ri um pouco. "Eu pesquisei algumas receitas de Taco Casserole na internet." Eu sorrio. "Sim?" "Sim." Ele responde. "O meu saiu queimado, apesar de tudo." Eu rio. Do tipo de risada estranha misturado com choro. Limpo meu rosto e fungo. "Basta dizer-me que você já sentiu a necessidade de fazer isso, e que quer visitar um velho solitário em sua grande casa vazia, o convite está feito."
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Viro minha cabeça para encará-lo. "Talvez." "Aí está você!" Sua voz vem de trás de mim, interrompendo-nos. Levanto-me. Alan faz o mesmo. Espero até que ele estivesse perto de mim antes de fazer as apresentações. "Hum, esse é Tyson." Eu aponto meu dedo para ele. "Tyson, este é o Dr. Matthews." Eu sinto Tyson ficar tenso ao meu lado. Eles apertam as mãos. Alan sorri, e então me encara. "O convite estará sempre de pé, menina bonita."
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CAPÍTULO 05 Amanda "Eu juro, mamãe ama Tyson mais do que seus próprios filhos." Ethan fica ao meu lado enquanto nossa mãe se emociona toda com Ty. "Oh, meu—" Ela finge desmaio. "Você ficou tão malditamente bonito." Eu sorrio. Era verdade; ele tinha. Eu não perdi o olhar que ela me deu sobre seu ombro enquanto estava abraçando-o. "Bem." Começa Tyson. "Você não mudou nem um pouco. Eu juro que você e Dimmy poderiam ser irmãs." Eu suspiro, ao mesmo tempo em que Ethan zomba. "Idiota." Nossa mãe sorri calorosamente para mim. Enquanto Ethan parece ainda mais com o nosso pai, eu era uma boa mistura entre os dois. O meu pai era mexicano e Ethan tem todas as suas características escuras: sua pele escura, cabelos e olhos. Mamãe era quase o oposto. Ela tinha a pele clara e cabelo loiro natural; e seus olhos eram da cor do oceano. Ela parecia mais jovem do que sua idade, e mesmo depois de tudo o que ela tinha passado, não havia afetado sua aparência. "Então, quando é que vamos conhecer o idiota?" Ethan pergunta. Mamãe rir dele. "Em breve." Scott, era seu nome. O jantar correu bem. Ele ainda conseguiu responder as cinquenta questões de Ethan. Ethan agiu como o filho superprotetor perfeitamente. Acho que Scott achou mais divertido do que qualquer outra coisa, mas ele escondeu bem, e tratou Ethan com o respeito que ele merecia. Tyson sentou ao meu lado e, ocasionalmente, cutucou minha perna. Foi com esse tipo de jogo estúpido que agíamos quando estávamos namorando. Naquela época, começávamos com cotoveladas na perna, e, eventualmente, ele tentava esgueirar sua mão na minha coxa. Ele não fez isso hoje à noite.
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Depois que Scott e minha mãe foram para a sala assistir TV, nós fomos para o meu quarto. Ethan tinha um encontro; Ele não disse com quem. Alexis também tinha um encontro naquela noite. Engraçado isso acontecer. "Eu vou dormi aqui?" Tyson pergunta, caminhando em volta do meu quarto. Ele estava reparando tudo; como se tivesse mudado desde a última vez que ele esteve aqui. "Eu não sei, eu realmente não pensei sobre isso. Quer dizer, podemos compartilhar a cama se estiver tudo bem para você." Ele olha para cama, e depois para mim. Um sorriso lento aparece em seus lábios. "Hey, lembra aquela vez..." Ele caminha até a cama e senta-se nela. "Entramos sorrateiramente aqui depois da escola. A primeira vez que nós... bem aqui, nesta cama." Eu balanço a cabeça, mordendo o lábio. Eu me lembro. Ele se inclina para mais perto. "Merda, foi bons tempos. Você era tão sensível, também." "Tyson." Eu aviso. Estávamos prestes a ir a algum lugar que eu não quero estar. Ele apenas acena com a cabeça e limpa a garganta. "Estou feliz que eu fui o seu primeiro." Ele diz, tirando as meias e o jeans. "Dessa forma, você vai sempre se lembrar de mim." Ele tira a camisa e fica em um par de shorts. Eu desvio o olhar. Eu espero até que ele deite na cama e desligue a luz na mesa de cabeceira. "Então, isso significa que você pode facilmente se esquecer de mim?" Eu pergunto a ele. Eu sabia que não fui a primeira de Tyson. Ele era dois anos mais velho, e tinha sido aberto sobre o fato de que tinha saido e dormido com outras garotas antes de mim. Nós nunca entramos em mais detalhes do ocorrido. Eu não queria saber. Algumas meninas poderiam querer uma lista de nomes e localizações, mas eu estava feliz sendo ingênua. Ele ri baixinho.
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"Não, Dim." Ele coloca a mão na minha barriga. "Eu nunca seria capaz de te esquecer. Eu acho que qualquer cara não seria capaz de te esquecer." Pergunto-me por um segundo se Logan tinha se esquecido de mim. Já faziam meses. "Confie em mim." Ele diz, puxando-me dos meus pensamentos. "Qualquer um." Eu fico de lado para encará-lo, fazendo com que sua mão fique ao redor da minha cintura. "Por que você é tão bom para mim, quero dizer — você não precisa ser. Eu fui horrível com você. Eu te tratei tão mal, e você ainda fala comigo. Você ainda se importa comigo. Por quê?" Movo-me para mais perto dele. "Eu não sei. Eu não vou mentir, doeu muito, o que você fez comigo, mas eu acho que aprendi a aceitar. A verdade é que eu sempre vou me importar com você. É a coisa de melhor amigo, Dim. A merda que aconteceu com você, e você continuou a se levantar e lutar. Você poderia facilmente ter virado para o outro lado. Podia ter se fechado e deixado se consumir, mas você não fez. E eu admiro isso. Eu admiro você. Na verdade, eu tenho certeza que eu te amo." Engulo em seco. "Cala a boca, idiota. Não desse jeito." Ele ri. "Oh." Alívio passa por mim. "Além disso, eu te mantenho por perto porque você é um colírio para os olhos." Eu balanço com risos e empurro-o. Ele me puxa para mais perto. "Estou falando sério, Dim. No colégio, você era bonita, sabe? Agora, você ficou tão gostosa—" "Cale a boca!" Eu tento me afastar dele, mas sua mão na minha cintura me manteve lá. "Ok." Ele suspira. "Você quer apenas brincar um pouco então?" "Ok." Eu brinco.
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"Simmmm!" Ele zomba. Nós não brincamos. Caímos no sono. Ele manteve seu aperto sobre mim. E eu deixei. *** Eu fui à loja no dia seguinte, comprei todos os ingredientes que precisava, e fui para sua casa. Uma parte de mim esperava que ele não estivesse lá. A outra parte de mim queria vê-lo. Eu bato na porta. Ele responde quase que imediatamente. Seus olhos vão do meu rosto para as sacolas em minha mão. "Amanda, você não tem ideia de quão feliz eu estou em vê-la." "Dr. Matth—" Ele ergue as sobrancelhas, o gesto me interrompe. Eu sorrio. "Alan." Empurro minha cabeça em saudação. Ele se senta no balcão, como se fosse a primeira vez que eu cozinhava para ele. Ele não falou muito, apenas me observou. Ele me ofereceu uma cerveja; Eu não quis, optando por um refrigerante. "Ele está seguro?" Pergunto. Ele engole o Taco Casserole antes de falar. "Sim. Ele está seguro." "Ele está feliz?" As palavras saem da minha boca antes que eu pudesse detêlas. Alan suspira e apóia os cotovelos em ambos os lados do seu prato. "Eu não diria que ele está feliz... Mas ele está... Tentando." Eu coloco meu garfo em cima da mesa. "Você fala com ele com frequência?" Minha voz se quebra. "Ele liga quando pode." Eu balanço a cabeça e olho para o meu prato. Ele se anima. "Você quer ver fotos de quando ele era criança?"
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Meus lábios se levantam nos cantos. "Sim." Eu digo timidamente. "Ele me mataria se descobrisse." Eu dou de ombros. "Ele não está realmente aqui para fazer isso, não é?" *** Nós movemos o nosso jantar para a sala e terminamos de comer lá. Alan encontrou seis álbuns de fotos e as colocou na mesa de café. "Eu sei que tudo é digital agora." Ele diz. "Mas eu gosto de ter algo físico para segurar, sabe?" Eu sorrio, lembrando das palavras de Logan. "Sim, Logan disse a mesma coisa sobre CDs." "Sério?" Ele sorri para mim. "Ele me disse que você dizia a mesma coisa sobre os livros." Eu balanço a cabeça timidamente. "Ele falava muito sobre mim?" "Você está brincando?" Diz. "Você era tudo o que ele falava." Ele tira os óculos e aperta a ponta do nariz com o polegar e o indicador. "Eu sei que não significa muito agora, mas ele realmente amava você, Amanda." Ignorando a conversa, eu pego o primeiro álbum na pilha e começo a folheá-lo. A primeira imagem é dele em seu pequeno uniforme de basebol. Você poderia dizer imediatamente que era Logan. Mesmo através do seu sorriso forçado, suas covinhas já apareciam. "Esse é um dos meus favoritos." Alan diz. "Olhe para ele. Ele era tão pequeno para sua idade, tão magro. Não como agora." Ele ri um pouco. "As roupas são tão grandes para ele." Eu assisto a emoção assumir o seu rosto. Com orgulho. "O chapéu é tão grande, ele está quase caindo sobre seus olhos." Ele pega o álbum das minhas mãos para que pudesse ter uma visão melhor. Um envelope cai no chão. Eu o pego.
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"Oh, não." Ele parecia em pânico. Ele estende a mão e diz: "Você não vai querer ver essas, querida." Minhas sobrancelhas arqueiam em confusão. "Elas não são... Imagens felizes dele." "O que você quer dizer?" Eu pergunto. Ele suspira e coloca o álbum de volta na mesa. "Eles são... Uh... evidencias." "Evidencias?" Eu sussurro. Ele balança a cabeça e limpa a garganta. Então, levanta os olhos para encontrar os meus, e eu soube imediatamente o que ele queria dizer. "Posso?" Pergunto. "Querida, elas não são—" Ele solta um suspiro, um olhar de aceitação toma seu rosto. "Tudo bem." Eu abro o envelope lentamente e pego as fotos. Tomo um fôlego enorme, eu cuidadosamente olho para elas. Eu paro de respirar ao mesmo tempo em que Alan engasga. Isto é o que os monstros são capazes de fazer. Eu empurro para baixo as minhas emoções e olho para Alan. "É assim que ele estava quando foi levado ao hospital?" Alan apenas balança a cabeça, seus olhos desfocados, sua mente em outro lugar. "Ele estava muito pior. Essa foto foi tirada algumas horas mais tarde, depois que limpamos todo o sangue." Eu lentamente folheio as fotos, uma por uma. Cada uma continha uma história diferente. A cada ângulo, cada parte do corpo, eu podia ver Logan quando criança, desaparecendo lentamente com cada hit. Então chego na última. Era diferente das outras. Ele estava sorrindo. Ouço Alan rir baixinho e tirar a foto da minha mão. "Ele está sorrindo para mim, porque eu não parava de rir. Sabe aqueles risos que se acumulam dentro da sua barriga. Quando você está apenas tão feliz que você não pode contê-lo? Foi a primeira vez que ele falou comigo." Ele enxuga os olhos e coloca seus óculos de volta.
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"O que ele disse?" "O quê, querida?" Eu sorrio e cobrindo a mão dele com a minha. "Suas primeiras palavras para você, o que ele disse?" Ele funga, seus lábios se curvando em um sorriso. "Ele tinha acabado de cair da sua bicicleta. Eu estava colocando um band-aid no seu joelho e ele disse: 'Você é um bom médico. Eu quero ser como você quando eu crescer'." Meus olhos se arregalaram de surpresa. "E olhe para ele agora. Ele está crescido e no caminho certo." Tento consolá-lo com as minhas palavras. "Sim." Ele fica em silêncio por um momento, enquanto eu folheava as fotos horríveis novamente. "Quanto tempo demorou para que ele falasse?" "Ele não fez. Só depois que você apareceu." Meus olhos encontram os dele. "O que você quer dizer?" Suas sobrancelhas se arqueiam enquanto ele me olhava. "Oh. Você quer dizer a primeira vez. Desculpe, minha mente estava—" "Espere houve uma segunda vez?" Minha voz se levanta. Eu não poderia controlá-la. Ele solta uma respiração lenta. "Querida." Ele hesita por um segundo. "Depois do que aconteceu naquela noite, com tudo o que aconteceu com você, e com ele. Ele bloqueou o mundo e voltou a ser o mesmo. Ele não saía da casa da piscina, ele não falava com ninguém. Ele mal comia. Ele praticamente não existia. Ele se transformou novamente no menino que eu conheci." "Eu sinto muito." "Você não tem necessidade de sentir. É como ele lida com as coisas. Ele não sabe como verbalizar as coisas corretamente. Sua psiquiatra infantil me alertou sobre isso, que ele nunca poderia resolver-se. Ela disse que talvez um dia, algo
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pudesse acontecer, e ele podia voltar a ser o mesmo. Acho que, naquela noite, quando o pai dele voltou — foi um dia." Eu tento imaginar isso na minha mente — Logan, sozinho naquela casa da piscina, mal existindo. E então eu me imagino — sozinha em nossa casa, mal existindo. Poderíamos ter mal existido juntos. "De qualquer forma." O tom de Alan se ilumina: "Eu tenho fotos aqui de quando ele tinha cerca de treze anos. Tenho certeza de que foi a época que ele começou a acreditar que era um presente de Deus para as mulheres." Eu não pude deixar de sorrir. "Isso é tão Logan." "Sim. Sim, é." Ele começa a folhear os álbuns. "Há alguns em que ele está flexionando seus pequenos músculos magros. Ele pensou que estava arrasando." Eu jogo minha cabeça para trás numa gargalhada. "Aqui está." Ele diz, entregando-me o álbum. Com certeza, lá estava ele, flexionando seus músculos inexistentes. Ele tinha aquele mesmo sorriso arrogante que era tão familiar para mim. Eu balanço a cabeça e passo o polegar sobre a imagem. "Isso é tão Logan." Meu Logan. Então é isso que nós fizemos — falamos sobre o passado de Logan — o resto da noite. E então, de alguma forma, eu encontrei-me cozinhando Taco Casserole em sua cozinha todos os domingos.
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CAPÍTULO 06 Amanda Eu não fiz muita coisa além de ir para a escola, trabalho e a sessão ocasional no ginásio. As aulas de auto-defesa que Ethan me fez fazer, foi realmente uma bênção. Eu aprendi mais sobre a genitália masculina que qualquer menina precisava saber, a não ser, é claro, que você esteja usando esse conhecimento para lutar contra monstros. Eu comecei a correr, muito — em uma esteira. Eu nunca entendi realmente o funcionamento dessa atividade. Sempre me confundia por que tantas garotas nos livros corriam. Então eu li um livro em que o herói explicava à heroína os benefícios de uma corrida, sobre como liberar endorfinas e faz você se sentir melhor. Eu precisava sentir, então pulei na esteira, e 45 minutos mais tarde, quando eu finalmente saí, me sentir diferente. Talvez fosse apenas coisa da minha cabeça, ou talvez isso realmente ajudou. "Você vai correr comigo?" Viro-me para encontrar Tyson no sofá ao meu lado. Seus olhos se movem da TV e lentamente fazem seu caminho para os meu. Ele tinha a boca cheia de pipoca. "O quê?" Diz, fazendo a pipoca cair para fora da sua boca. "Você é uma criança. Não fale com a boca cheia." Ele engole em seco. "Você quer que eu corra com você?" Eu aceno. Ele encolhe os ombros. A porta da frente se abre, e eu sinto Ethan atrás de mim. Ele dá um tapinha no meu ombro. Quando me viro para encará-lo, ele tinha um olhar solene em seu rosto. Então me mostra o envelope na sua mão. Eu estava confusa por um segundo, mas então vejo o selo internacional, e seu nome na frente. Logan.
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Fecho a porta do quarto e me sento na beirada da cama. Meu joelho salta como um louco. Minhas mãos tremem. Meu coração batia forte contra meu peito. Suor se formando na minha testa. Eu respiro fundo, e depois solto o ar lentamente. "Tudo bem." Me encorajo. Abro lentamente o envelope e tiro a carta. Menina bonita, Eu nem sei por onde começar. Você provavelmente já ouviu falar que eu estou viajado pelo mundo. Meu pai ligou para algumas pessoas, e estou trabalhando com os Médicos Sem Fronteiras. Eu não sei se você já ouviu falar deles, mas eles fazem um monte de trabalho de socorro em todo o mundo. Eu estava ajudando um garoto e a mãe dele entrou em trabalho de parto, bem na minha frente. Um dos médicos entregou o bebê e eu estava lá. Eu testemunhei tudo. Eu fui a segunda pessoa a segurar o bebê. E você está certa, sobre o que disse sobre eles. Eles são milagrosos. Eles realmente são. Eu queria tanto te ligar depois do que aconteceu, dizer-lhe tudo sobre ele. E te dizer que você deve fazer, deve se tornar uma parteira, ou pelo menos tentar, porque é um sentimento tão incrível, e você seria tão perfeita com isso. Mas eu não liguei, porque sabia que não seria justo com você. Nem está escrevendo esta carta, eu acho. Mas eu não sei. Eu meio que senti como se precisasse. Eu só precisava que você soubesse que eu estava pensando em você. De qualquer forma, tenho certeza que você não se importa com o que alguns milhares de quilômetros de distâncias imbecis podem fazer. Eu só queria te dizer que eu estou bem... Não que eu espere que você se preocupe comigo, nem nada. Acho que a verdadeira razão pela qual estou escrevendo é porque eu queria te dizer que espero que você esteja bem. E acho que eu queria que você soubesse que eu entendo. Eu entendo que você me odeia. E por mais que machuque, sei que eu mereço. Mas eu simplesmente não queria ficar mais um dia sem te dizer, apenas no caso de você ter alguma dúvida, que não há uma única parte de mim que se sente assim em relação a você. Tudo o que tivemos, cada momento que compartilhamos, foi tudo para mim. Tudo o que você sentiu, eu senti também. Foi a coisa mais difícil de fazer, me afastar de você, de nós, mas eu tinha que fazer isso, porque você merece muito mais. E eu espero que você veja isso. Espero que você encontre um cara que te trate como a incrivelmente e bela garota que você é. E que ele saiba
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como é sortudo por ter você. Espero que ele aprecie cada coisa a seu respeito. E eu espero que ele te ame e dei-lhe o mundo, Amanda. Porque eu teria. Se toda aquela merda não ficasse no nosso caminho, eu teria. Eu te daria todo o universo, porque é isso que você merece. E eu quero que você saiba, que eu não estava mentindo. Essas últimas palavras que eu disse a você, elas são suas. E minha também. Para sempre. Porque eu te amo, Amanda. E essa é a verdade. Logan. *** Ty preguiçosamente entra no quarto e senta na minha cadeira. Eu ainda estava olhando para a carta na minha mão. "Você está bem?" Ele pergunta, sacudindo a cabeça em direção a carta. Eu limpo minha garganta. "Sim." Coloco o pedaço de papel de volta no envelope e coloco-o na minha bolsa sobre a mesa. Eu começo a me afastar, mas ele segura minha mão, me parando. Eu me viro para olhá-lo. "O que está acontecendo?" Ele puxa minha mão e abre as pernas para que eu pudesse ficar entre elas. Uma parte de mim começa a entrar em pânico. Outra parte de mim estava curiosa. Ele balança a cabeça lentamente, seus olhos nunca deixando os meus. "Era dele?" Ele pergunta. Eu aceno afirmando. Ele coloca uma mão no meu quadril e me puxa para mais perto. "Venha aqui." Ele diz baixinho, me puxando para baixo até que eu estivesse sentada em seu colo. "Tyson, eu acho que não—"
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"Não pense." Ele interrompe, descansando a mão sobre o lado do meu rosto. Meus olhos se fecham. Minha respiração engata. Em seguida, seus lábios estavam nos meus. Lentamente e suavemente, ele me beija, e eu o beijo de volta. Ele solta um som e puxa meu rosto para mais perto dele, sua língua sai e lambe os meus lábios. Eu abro minha boca para ele. No instante em que nossas línguas se tocam, ambos nos afastamos. Ele tinha um olhar de desgosto em seu rosto; Não sei como eu parecia. "Isso foi nojento." Ele diz. Eu rio. "Que bela maneira de fazer uma garota se sentir especial." Ele me levanta até que eu estivesse de pé, e depois se levanta. "Quero dizer..." Ele me olha de cima a baixo. "Você é quente e tudo, não me leve a mal, mas cara, isso foi como beijar minha irmã." Eu rio. "Você é um idiota." Ele se senta na cama, e suas feições ficam sérias. "Então, eu tenho uma notícia." Anuncia. "Sim?" "Eu, uh, me ofereceram um emprego." "Você já tem um emprego." Sento-me na cama ao lado dele. "Não, quero dizer um bom trabalho. Uma onde a minha educação na Juilliard vai entrar em jogo." "Sim?" Balançando a cabeça, ele diz: "Eu fui convidado para ir a uma turnê mundial com uma banda. Na verdade, é um negócio muito grande." Eu não conseguia esconder meu sorriso. "Isso é incrível, Tyson. Quem é?" Seu sorriso se transforma em um enorme sorriso de comedor de merda. "John Mayer." "De jeito nenhum!" Eu o empurro. Eu estava tão animada por ele.
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Ele balança a cabeça, seu sorriso ficando enorme. "Não. Posso. Acreditar!" "Sim, acredite." Ele fala através de um sorriso. "Parabéns!" Eu pulo em cima dele e o abraço apertado. Ele começa a me puxar de cima dele. "Ok, louca, acalme-se." Nós nos sentamos na cama de frente um para o outro, com as pernas cruzadas. Ele pega minhas mãos. "Eu tenho que sair em dois dias." Ele diz, com a voz mais suave. "Oh." Eu não pude conter o tom de decepção que saiu em minha voz. "Isso é... Breve." "Sim." Ele solta um suspiro. "Olha, Dim. Se você precisar de mim aqui, eu vou ficar—" "O quê? Não, apenas... não—" "Mas se você não vai ficar bem—" "Cala a boca, Ty. Você vai. Eu vou ficar bem, prometo." "Eu não quero deixá-la—" "Tyson, eu te amo. Eu amo que você se importe comigo. Eu amo que você desistiria dessa oportunidade... por mim. Eu amo que você de alguma forma, ache que eu sou a sua responsabilidade. Mas eu não sou. Não sou a responsabilidade de ninguém além de mim mesma. Faz meses, eu estou bem." Ele se inclina e beija minha testa. "Eu te amo, Dim." Eu pulo da cama e puxo-o para cima. "Vamos embalar suas coisas." Ele sorri, e então me puxa para um abraço. "Eu vou sentir sua falta." Eu o seguro mais apertado. "Eu vou sentir sua falta também." ***
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Algumas horas mais tarde, a maior parte das suas coisas estavam arrumadas. Ele não tinha muita coisa, apenas duas mochilas que trouxe de Nova York. "Por que você me beijou?" Eu pergunto. Ele encolhe os ombros. "Para provar um ponto." "Um ponto?" Olho ao redor do seu quarto quase vazio. Meu antigo quarto. "Que você ainda pertence a ele, quer você saiba disso ou não. Uma parte de você se foi com ele, e não vai voltar até que ele volte." Meu coração afunda. Ele estava certo, eu não queria que ele fosse, mas ele tinha que ir. "Além disso..." Ele se levanta. "Eu estive aqui há meses, e você resistiu... a tudo isso..." Ele aponta de cima a baixo do seu corpo. "Se eu não pude tentála, então ninguém pode." Eu rio e jogo um travesseiro nele. Ele bloqueia, dá dois passos para frente, e me olha bem nos olhos. "Você quer brincar, para relembrar os velhos tempos?" Seu tom era sério, mas seus olhos dançavam com diversão. "Claro." Digo brincado. Nós não fizemos. *** Digo a Ethan que Tyson estava saindo. Ele ficou feliz por ele, mas eu sabia que ele iria se preocupar comigo. Acabou que ele não precisou se preocupar por muito tempo, porque Tristan ligou naquela noite. Quando Ethan tinha lhe dito que Tyson estava indo embora, Tristan aproveitou a chance para se mudar. Essa é a história que Ethan me contou. Pessoalmente, eu acho que ele pediu para Tristan ser o nosso companheiro de casa barra babá. De qualquer maneira, eu estava animada para ter Tris aqui.
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"Mini-golfe." Ethan anuncia. Ele levanta o frasco de bebida na mão e aponta para mim. "Você está dirigindo, Demander." Eu me viro para Tyson, que já estava se preparando para sair. "Tudo pronto." Ele se aproxima e coloca o braço em volta de mim. "Vamos para o mini golf." *** "Eu realmente vou sentir sua falta, Dimmy." Tyson e eu estávamos deitados na minha cama, eu estava com a cabeça apoiada em seu peitoral. Ele levanta meu queixo e me faz encará-lo. Eu podia sentir o cheiro da bebida em seu hálito. "Eu odeio que às vezes eu consiga ver você, sabe? Tipo, um vislumbre do que você costumava ser. Aos dezesseis anos de idade, a Amanda por quem eu me apaixonei. Aquela que vivia a vida e queria mais. Eu realmente espero que você encontre-a novamente. E quando fizer, espero que esse cara valorize essa parte sua, mesmo se esse cara for o Logan. Eu só quero que você seja feliz."
"Tyson." Minha voz falha. "Sabe..." Ele continua falando: "Você realmente partiu meu coração, Amanda. Foda-se." Seus olhos começam a se fechar. "Eu te amei pra caramba. Eu sonhei com isso a noite passada, você e eu, como o nosso futuro seria se você nunca tivesse o conhecido. Nós em um apartamento em Nova York, como eu queria que fosse... sabe... antes de você quebrar meu coração. Eu sempre disse para mim mesmo que foi o melhor para nós dois, mas eu não sei mais. Eu planejava me casar com você. Eu disse a Logan que.... quando eu disse a ele sobre o que aconteceu com você naquele verão... Eu disse a ele que queria. Talvez não seja bom para nós estarmos juntos, talvez foi melhor assim." Ele estava divagando. Eu deixo. "Espero que ele tenha valido a pena. Eu acho que a sua história ainda não acabou. Mas eu realmente, realmente espero que ele tenha valido a pena, Dim. Depois de tudo que passamos, tudo o que vivemos, é melhor que ele seja o certo para você."
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CAPÍTULO 07 Amanda Fazia quase seis meses desde que Tyson se foi. Ele ligava, mandava mensagens, ou entrava em contato comigo no Facebook quase todos os dias. Eu disse que ele não precisava fazer isso. Especialmente agora que está viajando pelo mundo. Ele me disse que eu o mantinha ligado a terra, que o faço se lembrar de casa. Eu não iria reclamar sobre isso, Tyson — ele fazia eu me sentir assim também. Eu precisava disso. Ele nunca trouxe a tona o que me disse naquela noite. Às vezes me pergunto se ele se lembra de tudo, ou era apenas coisa de bêbado. De qualquer forma, eu me lembro de suas palavras. Vou lembrar para sempre. "Então?" Tony puxa-me dos meus pensamentos. Ele estava secando alguns copos de vinho por trás do bar. Enrugo meu nariz. "Definitivamente não um encontro?" Ele suspira e revira os olhos. "Sim, Amanda. Não é um encontro. Você deixou muito claro nas últimas trinta vezes que eu lhe perguntei, sei que você não está interessada em namoro, ou em mim." "Não é nada pessoal." Eu tento acalmá-lo. "Eu apenas não estou pronta para—" Ele ergue as mãos em sinal de rendição. "Eu sei, eu sei. Entendi. Então, hoje à noite? É apenas um bando de amigos do Twiggy, não o pessoal da faculdade de costume. Vamos, vai ser divertido. É só um bando de maconheiros moderno. O que há para não gostar?" Eu rio baixinho. "Tudo bem." Eu cedo. "Mas eu estou dirigindo, e vou te encontrar lá." Eu aponto o dedo para ele. "Não é um encontro." "Não é um encontro." Ele repete. *** Algumas horas mais tarde, eu paro na frente da casa do Twiggy. Ele trabalhava a maioria dos turnos comigo e Tony, e mesmo que ele tivesse se aproximando dos trinta anos, não dava para sabre da forma como ele se comportava.
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Tony e eu nunca sabíamos quando ele estava bêbado ou quando estava sóbrio; talvez ele fosse apenas bêbado na vida. O cheiro de maconha era insuportável no momento em que a porta se abre. Bob Marley tocando através dos alto-falantes. Eu tive que rir com a forma como estereotipada tudo parecia. Ouço a voz de Tony a partir de algum lugar da casa. "Amanda!" Ele grita. Eu giro em um pequeno círculo até que o vejo pulando e acenando com a mão no ar. Eu cuidadosamente manobro através das pessoas na sala de estar, até que eu estava em sua frente. "Você quer uma bebida?" Ele grita no meu ouvido. Eu levanto a garrafa de água na mão. "Tudo bem." Ele diz, em seguida, faz um sinal para que eu sente na cadeira que ele tinha acabado de se levantar. Eu sento minha bunda no assento de plástico. Ele sai, mas volta segundos depois com outra cadeira e posiciona-se ao meu lado. Ele coloca seu braço no encosto do meu assento e se inclina para falar no meu ouvido. "Essa festa é exatamente o que eu imaginei que seria." Eu rio. "Eu sei, certo? Bob Marley e tudo mais." Ele se inclina para ainda mais perto. Sinto seu hálito quente no meu pescoço, logo antes dos seus lábios roçarem na minha orelha. "Eu sei que não estamos em um encontro." Ele diz, em voz baixa. "Mas você está maravilhosa esta noite." É bom ser elogiada, até mesmo se ele fosse nada mais do que apenas um amigo. Eu me viro para encará-lo para agradecer, mas algo, ou alguém, me chama a atenção. Meu coração bate contra o meu peito . Uma vez. Duas vezes.
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Thump. E depois nada. Ele para de bater. Meus olhos se fecham. Eu tinha que estar vendo coisas. Tony — ele deve ter tomado o caminho errado, porque a próxima coisa que eu sabia, era que seus lábios quentes encontraram os meus e ele estava me beijando. Eu não sei quanto tempo seus lábios ficaram lá, até que, finalmente, o meu coração começou a bater novamente. Thump, thump. Eu audivelmente chupo uma golfada de ar, e seguro-a. Ele se afasta. "Sinto muito." Solto todo ar dos meus pulmões. "Não é culpa sua." Ele se vira e olha para o chão. "Não é um encontro." Murmura. Minha respiração vem em pequenos jatos. Meus olhos se levantam e encontram com os dele. ***
Logan Nossos olhos se encontram. Não havia mais ninguém na sala. Ela levanta a mão em um pequeno aceno. Eu levanto minha cerveja em sua direção. Então ela sorri. Malditamente sorri. ***
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"Não seja um covarde." Eu digo ao meu reflexo no espelho do banheiro. Abaixo minha cabeça entre os ombros e jogo água no meu rosto, e em seguida, enfrento o espelho novamente. "Você sabia que iria vê-la em algum momento. Deixe de ser um maricas de merda." Reviro os olhos para mim mesmo. "Ótimo. Eu estou fodidamente falando sozinho." Empurro minha cabeça para o espelho. "Idiota." Ela estava aqui com Tony — eles estavam em um encontro. Se passou um ano, é claro que ela seguiu em frente. Ele parecia um cara legal. "Não é problema seu." Eu digo em voz alta. Eles se beijaram. Está tudo bem. Fecho os olhos e tento apagar a memória dela beijando outro idiota. Minha mão tremia enquanto eu girava a maçaneta da porta do banheiro. Ela ainda tinha o poder de me deixar nervoso. Tento reunir coragem para ir lá e falar com ela, esperando que seu namorado deixasse. Eu não sabia o que dizer. Talvez eu devesse deixá-la em paz. Talvez ela não se importasse que eu estivesse aqui. Xingo sob a minha respiração, abro a porta e saio. Mas antes que eu tivesse a chance de pensar em algo, o destino decidiu por mim. Seus olhos se arregalam quando ela me vê. "Logan." Ela suspira. Meu estômago torce. "Oi..." Minha voz falha. Foda-se, eu estava nervoso. Limpo a garganta. "Oi." Eu tento de novo. Ela estar de costa contra a parede do corredor, esperando para usar o banheiro. Eu mantenho meus olhos focados em seu rosto; Eu não queria ver o resto dela. Acho que eu não poderia lidar com isso. Um bando de meninas tentam passar. Movo-me para frente para que elas pudessem se mover, fazendo com que meu corpo se empurrasse contra o dela. "Desculpe." Eu digo a ela.
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"Está tudo bem." Ela diz tão baixinho que eu quase não consigo ouvir. Então, ela limpa sua garganta e fica reta. Ela aponta com a garrafa de água em direção a porta do banheiro. "É a minha vez." Informa. "Oh. Sim, claro." Eu dou um passo para trás e deixo-a passar. Era isso. Este foi o nosso adeus. Ela se afasta da parede e caminha em direção da porta. Meus olhos encarando o local onde ela tinha estado. "Logan?" Sinto sua mão no meu braço. Meus olhos se fecham, não querendo lembrar do que seu toque faz comigo. "Logan?" Ela repete. "Hum?" Ela aperta meu braço e me vira para encará-la. Ela morde o lábio, seus olhos cheios de incertezas. "Você vai esperar por mim?" Eu balanço a cabeça, minha boca estava seca demais para falar. Ela entra no banheiro e fecha a porta. Eu solto a respiração que não sabia que estava segurando. Só então eu deixo meu corpo relaxar.
Amanda "Não seja covarde." Digo para mim mesmo no espelho. Jogo água no meu rosto e pescoço e encho a minha garrafa de água. Por que eu lhe pedir para esperar por mim? Oh Deus, isso vai ser tão estranho. Ele deve está pensando que eu vou dizer ou fazer algo fenomenal, e eu nem sei o que diabos estou fazendo. Saio do banheiro e ele estava lá, apoiando o ombro contra a parede com as pernas cruzadas. Suas mãos estavam nos bolsos, fazendo com que os músculos dos seus braços e ombros flexionassem. Eu não queria lembrar de como seu corpo me fazia sentir.
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Limpo a garganta. Seus olhos verdes encontram os meus. Eu congelo. Thump. Thump. Abro minha boca para pedir desculpas, e deixá-lo curti o resto da sua noite, mas ele fala primeiro: "Você quer sair daqui?" Ele pergunta. Seus olhos estavam tão intensos, tão cheios de promessas. Em seguida, ele balança a cabeça, como se estivesse limpando seus pensamentos. "Eu sinto muito. Porra, eu sou um idiota. Você está aqui com seu namorado." Ele continua balançando a cabeça de um lado para o outro. Ele dá um passo para trás. Observo-o, confusa, mas então me lembro. "Oh!" Eu digo. "Ele não é. Quero dizer, Tony — ele não é meu namorado." "Está tudo bem." Ele fala. "Você não precisa explicar." Ele dá outro passo para trás e esbarra em alguém, que o empurra para frente e para perto mim. Eu tento ajudá-lo a recuperar o equilíbrio. "Desculpe." Ele diz. Noto que suas mãos estão enroladas em punho. Uma vez que ele tinha recuperado seu equilíbrio, solta um suspiro. "Você não precisa me dizer nada, apenas—" "Eu só vou dizer a ele que vou embora, tudo bem?" Ele balança a cabeça de novo. "Está tudo bem, você não precisa—" "Espere lá na frente por mim." Ele balança a cabeça, em seguida, vira-se e dirige-se para a porta da frente. Eu o assisto. E finalmente, deixo meu corpo relaxar. *** Eu saio pela porta da frente e olho em volta, procurando por ele. Ele estava encostado em um carro, um joelho dobrado com o pé na roda. Sua cabeça estava para baixo, olhando para suas mãos. Que ele aperta um par de vezes, e depois volta a examiná-la. Estranho.
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Eu caminho até ele; ele não deve ter me ouvido chegando, porque seus olhos nunca se levantam. Eu o chuto com o meu sapato, e seu olhar se move das suas mãos, para o meu sapato, pelas minhas pernas, mais alto, pelo meu corpo e, finalmente, depois do que pareceu uma vida inteira, meu rosto. Seus olhos se fecham quando ele olha para longe de mim. "Você está bem?" Ele estava agindo de forma estranha, ou talvez isso seja normal para ele agora. Quem sabe? Se passou um ano. Ele puxa duas latas de cerveja do bolso do seu casaco e silenciosamente oferece uma para mim. Eu balanço a cabeça, recusando. "Vamos?" Ele pergunta, se afastando do carro e coloca uma das cervejas de volta no bolso. A outra ele abre e leva a boca, inclina a cabeça para trás e bebe. Depois que seu pomo de Adão balança pela quarta vez, seus olhos se voltam para os meus. Jogando a lata fora, ele se endireita, mas seu olhar permanece em mim. Ele lambe os lábios. Eu inconscientemente faço o mesmo. Ele xinga baixinho e dá um passo em minha direção. Pânico toma conta de mim, mas ele apenas passa por mim e começa a me levar para longe da casa. Sigo-o, cruzando os braços sobre meu peito e escondo minhas mãos sob as axilas. Eu precisava esconder meus pulsos. Ele não podia vê-los.
Logan Ela ficou ainda mais quente, se fosse possível. Seus saltos apenas ajudaram a mostrar ainda mais suas pernas. Suas malditas pernas. Ela não era de usar saltos muitas vezes quando estávamos juntos, mas quando fazia, me deixava louco. Pergunto-me se eu já disse isso a ela. Eu deveria ter dito a ela um monte de coisas, e mais frequentemente. Como o fato de que eu a amava. Ou o fato de que eu ainda a amo.
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Paro de andar, viro-me para encará-la, e espero por ela. "Desculpe." Eu digo a ela. "Eu não deveria ter virado a costa para você." Vejo quando seus passos vacilam. Foda-se. Boa escolha de palavras, idiota. Andamos metade de um quarteirão até que estávamos em um campo de beisebol. Ela caminha até um balanço e senta-se. Eu faço o mesmo, sentado em frente, por isso ficamos cara a cara. Ela sorri para mim, mas não alcança seus olhos. Seus braços ainda estavam cruzados sobre seu peito. Ela deve estar com frio. Eu puxo a lata cheia de cerveja do bolso do meu casaco e o tiro, levanto-me, e, em seguida, coloco sobre seus ombros. "Oh." Ela diz surpresa. "Você não tem que fazer isso." Sento-me de volta no balanço. "Está tudo bem." Ela aperta o casaco sobre si. "Obrigado." "De nada."
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CAPÍTULO 08 Amanda Estar usando seu casaco foi uma má ideia. Eu podia sentir seu cheiro em volta de mim. Olho ao nosso redor. Estava tão escuro, a única luz vinha da lua e dos postes de iluminação que vinham do campo. É claro que iria acabar em um campo de beisebol. Eu rio baixinho. "Você sente falta?" Pergunto-lhe, sacudindo a cabeça para o campo. Claro que sim, Amanda. Todo dia. "Suas palavras foram levadas às pressas. Isso me surpreendeu. Devo ter mostrado em minha expressão, porque seus olhos se arregalam, e então encaram o campo. "Oh." Ele diz. "Você quer dizer do beisebol? Hum. Sim, eu acho. Na verdade, não. Quero dizer... Não sei." Ele divagava sob sua respiração, e depois aperta suas mãos varias vezes antes de examiná-las novamente. Algo estava errado. "Logan, você está bem?" Me viro e encaro-o. "Sim." Sua voz estava rouca. "Você fica olhando para a sua mão." Ele se concentra nela novamente. Eu sigo o seu olhar. "Ela não vai parar de tremer." Ele diz. Eu vejo como seus dedos tremiam. Ele os flexiona algumas vezes. "Por quê?" Ele riu um pouco. "Você me deixa nervoso." Afirma. "Você sempre me deixou nervoso." Ele olha para cima, seu olhar estava intenso. "Eu acho que nada mudou." Olho para longe. Sinto-me desfazendo, e eu não poderia sentir isso. "Tudo mudou." Digo a ele. Era verdade.
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Então apenas ficamos ali, no silêncio ensurdecedor dos nossos próprios pensamentos. Depois de um tempo, eu me levanto. Não sei por que, mas ficar sentada ali com ele era demais. Foi muito difícil. Mas também muito fácil — não deveria ser fácil. Ele se levanta, também. "Eu escrevi para você." Eu respiro fundo. "Eu sei. Eu li." Ele apenas acena com a cabeça e desvia o olhar. Eu acho que não seria necessário dizer-lhe que guardei na minha bolsa e levo-a em todos os lugares. "Olha..." Ele começa, levando suas mãos aos bolsos. "Podemos conversar um pouco? Sei que eu sou a última pessoa no mundo com quem você quer ser vista, mas eu não quero que isso seja difícil, e sei que não tenho o direito de pedir qualquer coisa para você, mas eu apenas..." Ele dá de ombros. "Significaria muito, se você pudesse falar comigo... Um pouco..." Ele pega minha mão e coloca-a contra seu coração. Eu podia senti-lo batendo contra a palma da minha mão. Ele abaixa a cabeça para que pudesse olhar claramente nos meus olhos. "Por favor, Amanda." Ele suplica, cobrindo minha mão com a sua e coloca a outra na lateral do meu rosto. Eu paro de respirar. Tudo o que eu podia ouvir era o sangue bombeando em meus ouvidos. Thump, thump, sinto contra seu peito. Sua boca se abre, mas ele não se mexe. Seus olhos ficam focados nos meus. Ele esfrega o polegar contra a minha bochecha. "Por favor." Ele diz novamente. "Ok." Eu balanço a cabeça. "Sim?" Suas feições se iluminam. Eu não pude evitar o sorriso que se formou no meu rosto. "Claro." Ele me leva para o campo e para no meio, nem uma vez liberando minha mão. Deita-se, de costas no chão, puxa minha mão até que eu estivesse no chão
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também. Sento-me ao seu lado, e espero, mas ele apenas olha para as estrelas e permanece em silêncio. Então, finalmente. "Você me odeia, não é?" Tento silenciar o meu suspiro, mas não sei se funcionou. "Eu queria." Digo a verdade a ele. "Quero dizer — como eu não poderia, né?" Seus olhos finalmente deixam as estrelas e se focam em mim. Ele espera que eu continue, então eu faço. "Há muitas razões pelas quais eu deveria odiar você, mas eu não posso, Logan." Engulo o nó em minha garganta. "Eu não posso te odiar." Eu repito. "Mas também não consigo sentir nada por você." Mentira. Ele suspira e acena com a cabeça, olhando para as estrelas. "Então, acredito que você ainda esteja na UNC?" Meu corpo relaxa. Eu poderia fazer isso. Poderíamos falar sobre isso. "Sim." "Ainda com puericultura?" Minhas sobrancelhas. "Não, hum, mudei de direção." Ele se vira, um sorriso toma conta do seu rosto. "Sério? Mudou para o quê? Enfermagem?" "Você não sabe?" Ele tinha que saber. Ele balança a cabeça. "Não." Ele rir. "Por que eu iria saber?" "Seu pai não te disse?" "O quê? Por que meu pai me contaria?" Ele se endireita e vira todo o seu corpo para me encarar. Fico mais confusa. "Espere. Seu pai sabe que você está em casa, certo?" Ele ri de novo. "Sim, é claro que ele sabe que eu estou em casa. Do que você está falando?" "Huh."
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"Huh?" Ele pergunta. "O que 'huh' pode significar?" Ele morde o lábio, mas o sorriso ainda estava lá, fazendo com que suas belas e malditas covinhas aparecessem. "Eu não sei..." Começo a zombar, imitando seu tom divertido. "Se ele não te contou..." Ele joga a cabeça para trás e solta um som frustrado. "Espere." De repente ele fica sério. "Você não começou a namorar o meu pai não é?" "Eca!" Eu grito, empurrando seu peito. Ele cai de costas no chão, rindo. "Isso é nojento." "Eu sei." Na verdade, ele parecia aliviado. "Você não precisa me dizer isso." Eu não pude deixar de rir. "Você é um idiota." "Eu sei. Você não precisa me dizer isso, também." Em seguida, ele fica quieto por um segundo. "Então?" Ele ergue as sobrancelhas. "Qual é o seu novo curso, e o que o meu pai tem a ver com isso?" Eu tento escolher as próximas palavras com cuidado. Não era só sobre o meu novo curso, ou seu pai. Era com ele também, mas ele não precisava saber disso. "Seu pai me ajudou a decidir, eu acho. Eu mudei para psicologia." Sua expressão era uma que eu conhecia bem; orgulho. Isso fez meu coração doer. Engulo em seco, com medo da sua reação. "Eu quero focar em serviços para crianças. Quero trabalhar com as negligenciadas e hum..." Faço uma pausa para tomar fôlego. "Crianças abusadas." Ele se ajeita, descansando seu peso em seus braços. "Huh." Seus olhos estavam sem foco, olhando para longe. Ele puxa os joelhos e estabelece os cotovelos sobre eles. "Isso é ótimo, Amanda." Ele inclina a cabeça para me encarar. "Você vai ser incrível." Sim, eu penso. Nós poderíamos ter sido incríveis juntos. "Então." Ele me cutuca, tentando aliviar o clima. "Como meu pai te ajudou a decidir?"
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"Eu acho que já falei demais. Talvez você precise perguntar isso a ele." Ele ri. "Ok, então..." Nós dois começamos a falar ao mesmo tempo, mas ele estende a mão para mim. "Primeiro as damas." Ele diz. "Há quanto tempo você voltou?" "Um par de semanas." "Então, todo mundo sabe que você está aqui?" "Não, apenas meu pai, e agora você." "Por quê?" "Eu não sei." Ele dá de ombros. "Você sabe, Micky iria querer dar uma festa." Eu rio. Ela faria. "Eu só quero deixar pra lá um pouco, ter tempo para juntar minhas coisas." Ele deita-se na grama e entrelaça os dedos atrás da sua cabeça. E quando eu vejo a palavras tatuadas no interior do seu bíceps. Meus dedos se movem por conta própria, levantando a manga da camisa para que eu pudesse ler o que estava escrito. Seu corpo inteiro fica tenso quando minha pele entra em contato com a sua. "Desculpe." Eu sussurro, mas não tiro minha mão. Inclino a cabeça para ler, eu digo as palavras em voz alta. "Transit umbra, lux permanet..." Olho para ele, confusa. Ele levanta a mão para mover o meu cabelo para trás da minha orelha. Thump. Thump.
Logan O celular dela toca, interrompendo-nos. "Hey There Delilah".
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Tyson. Eu vejo seu rosto se iluminar. Desculpa-se e atende a ligação. "Tyson." Ela cumprimenta. "Você tem alguma ideia de que horas são?" Ela espera por uma resposta, e depois solta uma risada lenta. "Eu estava em uma festa, sabe o Twiggy? Uh-huh... Sim." Ela faz uma pausa, olhando-me com uma seriedade que eu não esperava. "Não, nada emocionante, na verdade já estou indo para casa agora." Ela se levanta. "Skype amanhã, ok?" Eu fico de pé também. Ela mexia com a barra do meu casaco. "Sim." Ela diz em voz baixa, olhando para longe de mim. "Eu também te amo." Pela segunda vez naquela noite, meu estômago cai no chão. Ela ama Tyson. Ela coloca o celular na bolsa, em seguida olha para mim e sorri. "Você nunca vai adivinhar o que Tyson está fazendo agora." "Oh sim?" Eu finjo entusiasmo. "O que ele está fazendo?" Além de ter a menina que eu estou apaixonado. "Ele está em uma turnê mundial." Ela parecia tão orgulhosa; isso meio que me deixa mal. "Adivinha com quem?" "Quem?" Ela começa a andar de volta para a festa. "John Mayer." Eu engasgo com o ar. "Sério?" Ela assente com entusiasmo. "Então, isso deve dificultar o namoro de vocês." "O quê?" Ela bufa. "Nós não estamos namorando." "Mas você disse que o amava." "Eu o amo." Ela dá de ombros e começa a andar mais rápido.
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Amanda Eu não sei por que anunciei abertamente que amava Tyson. Talvez tenha sido porque eu queria ver a reação dele. Talvez, no fundo, eu queria que ele se machucasse. No segundo em que as palavras saíram da minha boca, parecia que uma luz se desligou dentro dele. Seus olhos vazios, suas feições achatadas. Eu ando mais rápido para longe dele. Eu não podia suportar vê-lo. Sua dor ainda faz meu coração quebrar, e eu não preciso disso. Eu não merecia isso. A caminhada de volta para o meu carro pareceu durar uma eternidade. Eu cometi o erro de me aproximar dele, quando um bando de rapazes passam em nossa direção. As aulas de auto-defesa tinham me ajudado, não só na minha confiança em situações desconhecidas, mas também o pânico imediato, como ser confrontada com a menor das ameaças. Sinto seu corpo enrijecer ao meu lado, e depois, lentamente, e com cuidado, ele coloca o braço em volta dos meus ombros, me puxando para ainda mais perto dele. Assim que me sinto segura, me afasto dele. Eu não quero mexer com sua cabeça. Eu não queria que ele pensasse que estava tudo bem em fazer coisas desse tipo, de sentir necessidade de me proteger. "Então, este é o meu." Abro a porta do meu carro e jogo minha bolsa dentro. Ele fica na minha frente, balançando a cabeça lentamente. "É isso, quero dizer — este é o que eles escolheram?" "Ha! Quer dizer, o que você me comprou?" As palavras saíram mais dura do que o pretendido. Ele deve ter notado, porque não respondeu, apenas se moveu em torno de mim, colocando a cabeça para dentro do carro e olhando em volta. "Então, ele é bom?" Ele pergunta. "Quero dizer, é seguro, certo?" Ele se afasta e espera pela minha resposta. A palavra segurança mudou algo em mim. "Sim, Logan." Eu começo a tirar seu casaco. "É seguro." Ele ergue as mãos como se para me impedir. "Fique com ele." Diz. Seu meio sorriso. "Devolva-me na próxima vez que eu te ver." Isso saiu como uma pergunta.
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Eu continuo tirando-o e entrego a ele. Sua expressão muda imediatamente, e tristeza toma conta dele. Ele pega das minhas mãos, limpa a garganta e balança a cabeça, como se entendesse as palavras não ditas que permaneceram entre nós. "Foi muito bom vê-lo, Logan. Fico feliz que fizemos isso. Estou feliz que você esteja... Seguro." Ele não fala, apenas balança a cabeça. Viro-me para entrar no meu carro, mas a sua mão no meu braço me para. Ele me gira para encará-lo e antes que eu percebesse, seus braços estavam em volta de mim e nossos corpos estavam entrelaçados. Seu peitoral duro contra o meu, uma mão na minha costa, a outra no meu cabelo. Eu podia sentir o calor da sua respiração no meu ombro. "Amanda." Ele sussurra, e então lentamente solta um suspiro. Minhas mãos sobem para descansar em sua costa. Sinto seus dedos curvados em mim, segurando-me apertado. Fecho os olhos e deixo-me ter este momento, este último momento em seus braços. Eu queria lembrar disso, saboreá-lo, me afogar nele. Eu engulo o caroço na minha garganta e empurro as lágrimas para trás. E é assim que ficamos. Poderiam ter sido horas, poderiam ter sido segundos — não importava. O tempo não existia. Nós nos afastamos ao mesmo tempo. Ele funga e enxuga os olhos rapidamente. Então seus olhos vermelhos encontram os meus com uma intensidade que me faz dar um passo para trás. Ele se inclina para frente, molha os lábios e beija minha testa. Era quente e macio, tudo o que eu lembrava do passado. Ele segura meu rosto e se afasta um pouco, mas não o suficiente para que eu pudesse vê-lo. Então ouço-o falar, com a voz baixa, mas clara: "Adeus, menina bonita." Ele dá um passo para trás, vira-se e vai embora. E eu o observo. Entro no meu carro, ligo-o e me afasto do meio-fio, viro uma esquina, estaciono ao lado da estrada, e paro lá. Eu o amo. Eu ainda o amo.
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Eu não conseguia controlar os soluços que abalaram o meu corpo. Eu chorei por Logan no passado, mas eu não vou chorar por Logan no presente, nem no futuro. E agora ele estava aqui. Eu não iria deixá-lo me quebrar. Depois de alguns minutos, tento recuperar o controle de mim mesmo. Pego meu celular e mando uma mensagem para Ethan, o deixando saber que eu estava bem. Ele me deu mais liberdade, desde que sabia onde eu estava. Acho que ajudou o fato de que ele começou a namorar oficialmente Alexis alguns meses atrás e queria passar algum tempo a sós com ela. Eu também acho que ela ajudou a convencê-lo a me dar um pouco de espaço. Ela estava aqui na maioria dos fins de semana, ou ele estava lá com ela. Funcionou, e eu não poderia estar mais feliz por eles. Estou contente que eles finalmente encontraram um ao outro. Ela era exatamente o que ele precisava para parar de se prostituir por aí. Eu rio para mim mesmo, me perguntando se os amigos de Logan já tinham pensado isso de mim. Foda-se Logan. Eu começo a chorar novamente. Minha cabeça bate no volante, e a buzina soa. Eu me assusto em surpresa. Em seguida, uma batida na minha janela me faz soltar um guincho. Pego na minha bolsa para usar como arma caso precisasse. Logan. Ele estava usando o casaco de novo, com o capuz sobre a cabeça. Abaixo a minha janela, um pouco desconfiada do por que dele estar aqui. "Você está me seguindo?" Seus olhos se estreitam. "Eu poderia te perguntar a mesma coisa." "O quê?" Ele vira a cabeça para o prédio atrás dele, mas seus olhos nunca deixam os meus. "Eu moro aqui." "Você está bem, cara?" Um cara atrás dele pergunta. Ele tinha uma garota debaixo do braço. A garota tinha os cabelos louros com dreads e piercings. Eles eram o tipo de pessoas que você esperaria ver na festa do Twiggy. Eu acho que é como Logan acabou em um lugar como aquele.
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"Eu estou bem pessoal." Diz. Ele se vira para mim e fala, preocupação escorrendo de suas palavras, "Você está bem? Quero dizer — você estava chorando?" Eu suspiro. "Sim. Quero dizer não. Eu não estou bem, e sim, eu estava chorando." Eu não vejo razão para mentir. "Por minha causa?" "Sim." Ele esfrega a parte de trás do pescoço com a mão, os olhos abaixados. "Você, quero dizer — você quer falar sobre isso? Sobre o que aconteceu com a gente?" Eu balanço a cabeça, mais por hábito mesmo, mas depois me acalmo o suficiente para pensar sobre isso. Talvez eu precisasse falar com ele. Talvez eu precisasse de alguma forma de encerramento. "Ok." Eu sussurro. "O quê?" Ele pergunta. Sua cabeça ergueu em surpresa. "Eu acho que pode ser uma boa ideia, sabe... uma forma de encerramento e tudo." "Encerramento." Ele repete as minhas palavras, como se lançasse a ideia em sua cabeça. "Tudo bem." Eu pego um casaco do banco de trás e coloco-o, certificando-me de cobrir meus pulsos. Ele abre a minha porta e me ajuda a sair. "Encerramento." Eu o ouço sussurrar.
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CAPÍTULO 09 Amanda "O elevador está quebrado, nós vamos ter que subir cinco andares de escada." Ele sorri para mim. "Você vai ficar bem, ou quer que eu te carregue?" "Ha ha." Eu digo, puxando as mangas da minha blusa até que cobrisse meus dedos. "Eu comecei a me exercitar mais." Eu levanto minhas sobrancelhas para ele. "Aaah." Ele tinha um olhar compreensivo no rosto. "O quê?" "Nada." Ele balança a cabeça levemente e faz sinal para que eu vá à frente dele na escada. Subo cinco degraus antes de me virar para ele. "O que você—" Paro de falar quando noto onde o seu olhar estava. Seus olhos se arregalam, como se tivesse sido pego fazendo algo que não deveria. Então entendo. "Você estava olhando para a minha bunda?" Ele ri, baixo em primeiro lugar, e, em seguida, solta uma risada alta. "Sinto muito." Ele diz. "Eu ainda sou um cara, e você... você ainda é quente pra caralho." Eu não sei qual a emoção no meu rosto, mas seu sorriso desaparece. "Sinto muito." Ele repete. "Eu não vou dizer coisas assim de novo." Ele engole em seco e dá dois passos para frente, até que estávamos no mesmo degrau. "Veja, eu não vou fazer nada pervertido. Prometo." Fizemos o resto do caminho até o quinto andar em silêncio. O prédio era velho, não é o lugar que eu esperava que Logan vivesse, não com o dinheiro que eu sabia que ele tinha. Paramos no meio do corredor quando vimos o mesmo casal que estava lá fora na frente de uma porta, o cara estava tentando empurrar a chave no buraco da fechadura enquanto pressionava a garota na porta. Logan ri baixinho e se aproxima do casal. Eu fico perto dele. "Ei, Eli." Logan tenta chamar sua atenção. Eles não se separam; eles nem sequer notam que ele estava lá. Ele coloca as mãos nos ombros do rapaz e o
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puxa para o outro lado do corredor. "Porta errada, pessoal." Diz para eles, antes de se virar para a porta onde o casal tinha acabado de estar. Ele tira as chaves do bolso, destranca e abre a porta, em seguida, faz um sinal para que eu entre. Eu faço. O apartamento era simples, para dizer o mínimo. Uma cozinha à esquerda, sala/quarto e era basicamente isso. Ele tinha um sofá-cama, e as suas bagagens e caixas ainda estavam empacotadas. "Lugar... Agradável." Digo a ele. Ele ri. "Claro." Eu olho em volta. "Então, é tipo um flat?" Faço um gesto em direção ao seu sofá-cama. Ele estreita os olhos, confuso. "Oh, não. Há dois quartos no corredor." Ele aponta para um corredor que eu não tinha visto. "Então, você tem colegas de quarto?" Era a minha vez de ficar confusa. "Não." Ele abre a geladeira e pega algo. "Então, você dorme no chão da sala de estar, porque..." Espero por ele para terminar a frase. Ele fecha a porta da geladeira, vira-se e encosta-se nela, e depois exala alto. "Porque eu tenho essa coisa com a necessidade de ser capaz de ver e ouvir a porta da frente." Confessa. Nossos olhares se encontram, concentrados um no outro, como se isso fosse o suficiente para me ajudar a entender o que ele quis dizer. Ou talvez pudesse explicar porque nós dois estávamos aqui juntos, mas não juntos. Finalmente, eu desvio o olhar, não sendo capaz de lidar com a intensidade do seu olhar. Meus olhos percorrem ao redor do pequeno espaço que ele criou para si mesmo. Mesmo com as caixas e malas em todos os lugares, ainda era organizado. Tudo em seu lugar. Havia pilhas de roupas no canto da sala, mas elas também estavam dobradas e empilhadas perfeitamente. Além desses itens, o apartamento estava vazio. Não havia toques pessoais, sem enfeites, sem lâmpadas, sem fotografias; nada. "Eu gosto do que você fez com este lugar." Eu digo.
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Ele estende a mão para um armário e tira um pacote de alguma coisa. Balas de goma. Ele coloca uma tigela em cima do balcão e começa a tirar todas as vermelhas. "Engraçado." Ele responde, sem levantar os olhos da sua tarefa. "Na verdade, a minha ex-namorada que sabia toda essas coisas de design de interiores, ela tinha um olho—" Ele para de falar, mas, em seguida, levanta a cabeça e olha para longe. Seus olhos se estreitam. "Huh." Ele diz para si mesmo. "Eu nunca te chamei assim antes, de exnamorada, quero dizer. Parece apenas errado. Você é muito mais do que apenas isso, sabe?" Ele se vira para mim. "Nós éramos mais do que isso, certo? Ou foi só comigo?" Minha respiração engata. Eu não poderia estar aqui com ele. Não quando ele diz coisas assim. Não quando ele não sabia o quanto isso me afetava. "Acho que eu deveria ir embora." Digo a ele. Eu entro em pânico. Não sabia mais o que dizer. "Não." Ele diz rapidamente, dando um passo na minha frente e bloqueando meu caminho. "Não, por favor. Fique. Sinto muito. Não vou dizer nenhuma merda assim mais, por favor. Apenas... Fique. Nós nem sequer temos que falar sobre nós. Nós podemos falar sobre qualquer coisa, ou nada. Não precisamos nem falar nada." Ele olha para sua mão e aperta-a novamente, em seguida, solta um suspiro pesado. Eu vi um monte de lados de Logan antes, mas eu nunca vi esse. Eu nunca vi este tipo de vulnerabilidade nele. Essa necessidade de aprovação ou apenas essa... Necessidade. "Por favor." Ele diz, sua voz falhando. E eu sabia o quanto de problemas em que eu estava me metendo. Porque Logan — ele ainda tinha esse poder sobre mim. "Ok." Eu digo a ele. "Eu só preciso de um pouco de ar." Seu sorriso foi instantâneo. "Eu tenho o lugar perfeito." Ele pega as chaves e segura minha mão, me levando para fora da porta e para uma escada diferente.
Logan
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Eu a levo para o terraço do edifício. Quando me mudei para cá, a dona do lugar me disse que este não era o tipo de construção que permitia o uso de drogas e festas. Eu ri, e disse-lhe que não era comigo. Eu disse a ela o quanto planejava fazer nada além de estudar, para tentar recuperar o atraso tanto quanto possível. Ela sorriu, e me fez segui-la até aqui. Ela me disse que era o único lugar do edifício que tinha calma suficiente para que meu cérebro funcionasse corretamente. Somente ela e eu tínhamos a chave, e ninguém mais sabia que existia. Eu comprei alguns móveis ao ar livre no dia seguinte, e este lugar se tornou o meu porto seguro. Digo tudo isso para Amanda. Ela apenas sorri calorosamente para mim e diz: "É muito legal, Logan." Como se eu fosse a porra de um garoto que precisava falar menos. Eu sei o que ela estava fazendo. Vi em seus olhos quando eu praticamente implorei para ela ficar. Eu sabia que ela tinha pena de mim, e é provavelmente a única razão pela qual ela estava aqui comigo agora. Mas eu não me importo. Eu vou pegar qualquer coisa que ela me desse. Eu a oriento até o sofá ao ar livre que comprei e faço um sinal para que ela se sente. "Então." Eu começo. "Então." Ela responde. "Como está Ethan?" Seus ombros visivelmente relaxam. Talvez ela ficasse feliz em falar, contanto que não se tratasse de nós. "Ele está bem. Ele e Lexi estão namorando há alguns meses." Sento-me e tento fingir conforto. Por dentro, eu estava um caco. Eu tento esconder minhas mãos trêmulas nos bolsos, tanto quanto possível. "Isso é bom, certo?" Pergunto. "Quero dizer — você está bem com isso?" Ela encolhe os ombros. "Sim, eu estou feliz por eles." Ela empurra as pernas para cima. "E Tristan mora com a gente agora, por isso é mais ou menos como nos velhos tempos." "Então Tristan, ele está no meu antigo quarto?" "Hum." Ela se inclina para trás de modo que a sua cabeça estivesse descansando no encosto do sofá e ela estava olhando para o céu. "Não. Na verdade, eu estou no seu antigo quarto."
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Eu tento não imaginá-la na nossa cama, provavelmente com outros caras. Eu não sabia se ela estava namorando alguém, ou se ela tinha no passado. Fodase, certamente ela teria tido relações sexuais com— "Então, Logan Matthews — o paquerador sem rumo ao redor do mundo durante um ano inteiro. Deve ter sido divertido, eu aposto que você deixou as senhoras selvagens." Seu tom era parte zombaria, provocação e raiva, e eu senti cada uma. "Não o paquerador. A não ser que dormi em sujeira conte, e ver crianças doentes ficarem ainda mais doentes. E não. Não houve nenhuma garota." Sua cabeça se vira para me encarar, seus olhos se estreitam. "Nenhuma garota?" Ela pergunta, incrédula. "Por que eu não acredito em você?" Eu dou de ombros. "E você?" Eu pergunto. Foi a sua vez de dar de ombros. "Realmente acho que não é importante. Não é?" Ela lentamente se vira para mim, e depois solta um suspiro, puxando a manga da sua blusa. "Tyson se mudou para lá depois que você saiu." Eu tento fazer a mesma reação que ela me deu, mas não consigo. "Huh." "Sim." Ela diz, devaneio em sua voz. Tyson do caralho. "Ele perguntou o que teria acontecido entre nós, se eu nunca tivesse te conhecido." Meu peito se aperta. Eu me perguntava a mesma coisa o tempo todo. "O que você disse a ele?" "Eu não sei. Horário diferente. Lugar diferente. Acho que qualquer coisa poderia ter acontecido." Eu não sabia o que ela queria dizer, mas eu não pressiono mais. Ficamos em silêncio por um longo tempo, nenhum de nós saber o que dizer, ou como passar da conversa estranha. Ela se mexe até que suas longas pernas se esticassem à sua frente, com os pés descansando sobre a mesa. Meus olhos se arrastam de seus pés, as pernas, todo o resto do seu corpo. "Por que você é tão organizado?" Ela pergunta, do nada. "O seu antigo quarto, e agora o seu apartamento, é tão limpo. Por quê?"
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Eu tive que rir. "Eu estive longe por um ano, e essa é a pergunta que você faz?" Ela endireita os ombros. "Tudo bem então, por que você me deixou?" Eu abro minha boca para falar, mas ela me para. "Na verdade. Quer saber? Eu não quero saber." Ela começa a se levantar, mas eu a puxo de volta e viro meu corpo para encará-la. Ela não para de olhar para frente, recusando-se a encontrar meus olhos. "Quando eu fui adotado, pensei que se eu não fosse bom o suficiente, meu pai me mandaria de volta, então eu mantive meu quarto limpo e esperei que fosse o suficiente, sabe? Que ele pudesse continuar comigo, se eu fosse uma boa criança. Essa foi a minha forma de mostrar a ele que eu era." Sinto sua mão quente na minha. "Sinto muito." Ela diz, virando-se para me encarar. Ela olha para baixo, para as nossas mãos unidas. "Eu não sabia que tinha a ver com isso." Ela passa a palma da mão suavemente na minha, e então começa a traçar meus dedos com os dela. Vejo como ela se concentra no que estava fazendo. "Amanda?" Eu resmungo. "Você nunca tem que se desculpar, por nada, nunca." "Por que você voltou?" Ela sussurra. Seus olhos se levantam e eu podia ver a dor lá. "Eu pensei que tinha superado tudo isso, superado você... Porque você tem que voltar e estragar tudo?" Ela levanta-se rapidamente, e começa a se afastar. Sigo-a, puxando seu braço para detê-la. "Babe." A palavra sai, como vômito verbal. "Babe?" Ela diz. "Babe?" Ela repete, desta vez mais alto. Em seguida, uma raiva liga dentro dela. Ela tinha ido de chateada para puta, em dois segundos. "Você não tem direito de me chamar de babe." Eu solto seu braço. "Eu sei, eu sinto muito." "Sério?" Suas palavras eram duras. "Porque você está agindo como se nada tivesse mudado. Mas mudou. Tudo mudou."
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Estendo a mão para ela novamente, mas ela recua, tropeçando em seus próprios pés. Suas mãos se levantam, como se estivesse se protegendo de mim. Ela não tinha nenhuma razão para ter medo. "Pare." Ela suspira. "Apenas pare." Ela vira-se e se dirige para a porta novamente. O sangue corre pelos meus ouvidos. Pisco, tentando me concentrar. Eu não podia deixá-la ir. Eu não podia perdê-la. Não outra vez. "Espere!" Seu corpo enrijece. "Espere. Favor." Eu digo. Eu estava implorando, e não dava a mínima. Ela se vira rapidamente, com os olhos cheios de lágrimas. "Esperar?" Ela cospe. "Foda-se, Logan, eu esperei. Esperei por você na porra do hospital. Esperei por você quando cheguei em casa, e você não estava lá. Esperei uma semana antes de ir a sua casa e pedir — não, implorei para você me aceitar de volta." Ela empurra meu peito. Eu dou um passo para trás. "E então eu esperei que você fosse voltar para mim. Mas você não fez, Logan. Você nunca voltou." Ela enxuga as lágrimas e funga, ajeitando o corpo. Então ela olha para mim, com os dentes cerrados, e diz: "Você apenas me deixou." Suas palavras me quebram.
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CAPÍTULO 10 Amanda Meu corpo tremia da raiva que me dominava. Ele não tinha o direito. Eu assisto a emoção em seu rosto. Ele parecia abatido, quebrado. Bom. Talvez ele compreendesse em apenas uma pequena quantidade de como fez eu me sentir. Seus ombros se movem com cada respiração, como se ele estivesse se esforçando para encontrar o ar. Pareceu uma eternidade. "Baby." Ele diz de novo. E algo em mim estala. Eu perco o controle. Eu não tive a intenção de fazer o que fiz em seguida. A palma da minha mão arde no instante em que entra em contato com seu rosto. Eu não sei o que foi mais alto, o som do tapa, ou o meu suspiro. "Merda." Dou um passo para frente. "Logan, eu sinto muito." Levo minha mão para seu rosto, mas seu aperto firme no meu braço me para. Ele empurra meu braço com força. Eu queria chorar. Eu nunca iria querer machucá-lo, especialmente assim. "Está tudo bem, Amanda." Ele resmunga. Eu tinha quebrado-o. Fecho meus olhos com força e deixo as lágrimas caírem. "Logan." Minha voz estava tensa. Ele lambe os lábios, e depois limpa-os com a costa da mão. Foi quando eu vi o sangue. Ele não me afetar da forma como costumava afetar. Eu tinha estudado algo semelhante em minha classe de psicologia, e aprendi a controlar. Eu tinha me ensinado a separar mentalmente o sangue com o acidente de Ethan. Amaldiçôo sob a minha respiração e dou um passo adiante, mas ele dá um passo para trás, com medo de mim. Deixo escapar um soluço. "Logan." Eu digo de novo. Eu não sabia mais o que dizer. Ele olha para longe de mim. "Acho que talvez você devesse ir. Eu vou levá-la até o seu carro."
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Eu apenas balanço a cabeça e sigo atrás dele. Nós caminhamos para o meu carro em silêncio. Ele abre a porta para mim quando chegamos até o carro. Ele até fez com que eu estivesse sentada corretamente antes de fechar a porta. Mas não disse uma palavra. Abaixo minha janela e abro a boca para falar. "Está tudo bem." Ele diz, interrompendo-me. Ele coloca as mãos nos bolsos e dá um passo para trás. "Tome cuidado, ok?" Tomo o tempo suficiente para balançar a cabeça e me afastar do meio-fio. Seguro o choro até que eu estivesse em casa e sob meus lençóis. Tristan veio depois de alguns minutos em silêncio e se juntou a mim. Ele passou os braços em volta de mim, e me garantiu que o que estava acontecendo iria ficar tudo bem. Eu olho em seus olhos verdes, semelhantes aos de Logan. "Eu acho que não vai ficar desta vez." "Sinto muito." Ele diz. Eu também sinto.
Logan Cinco lances de escada depois, eu estava de volta no meu apartamento. Verifico os quatro e as trancas da porta antes de finalmente me jogar na cama. "Foda-se." Eu esfrego meu rosto e tento ignorar o gosto metálico do sangue em meus lábios. Pego a pequena caixa ao lado da minha cama, me sento e seguro o couro desgastado do livro. Abro-o e passo pelas páginas, procurando por uma em branco. A fotografia cai de dentro dele. Estava um pouco apagada, mas isso não importava. Poderia ter estado completamente apagada, e a imagem ainda estaria gravada na minha memória. Era uma copia da imagem que estava na minha mesa de cabeceira em casa. Casa. Não havia mais lugar para mim lá. Não, a menos que contasse com Amanda como casa. Volto para o início e leio a primeira frase que escrevi. *
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Cinco semanas após Amanda. Não há datas aqui. Só o tempo que se passa com cada momento. Querido diário — diz a menina de doze anos em mim. Manny, um dos caras no campo, me disse que eu estava deprimido. Eu não acho que estou, mas o que quer que seja. Ele disse: "Loma, vai anotar seus sentimentos de merda em um diário e você vai se sentir melhor." Loma — sou eu. Aparentemente, ele representa LO-gan MA-tthews. É um tipo de coisa daqui. Perguntei-lhe como o seu nome ficou; ele olhou para mim como se eu fosse louco. "Ele não ficou nada, idiota, Manny é o meu nome." Então, é Manny. Eu não sei se ele estava brincando ou não, mas aqui estou eu, escrevendo meus sentimentos de merda em um diário. Eu sinto falta dela. Esse é o único sentimento que eu tenho. Eu sinto falta pra caralho dela. Eu me questiono a razão pela qual eu estou aqui, e fico ainda mais deprimido. Foda-se. Manny estava certo. Localização: África Estou fazendo isso certo? Eu deveria estar escrevendo onde estou no inicio? Foda-se. Contagem de pesadelo: 16 No lado positivo, todos os dias em que estou aqui, sinto que estou fazendo algo de bom para o mundo. Se eu morresse hoje, as pessoas diriam: 'Ei, esse idiota do Loma estava salvando o mundo com uma vacina contra a cólera no momento. Além disso, ele sentia falta pra caralho da sua garota.' Amanda. Foda-se. Quem teve a ideia estúpida de escrever em um diário? Esta merda não ajuda. Manny estúpido.
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* Sete semanas após Amanda. Hoje, um garoto me chamou de Senhor. E então ele me chutou na canela. O garoto ao lado dele riu. Suas risadas eram tão contagiantes que eu encontreime sorrindo. Um novo cara começou hoje. Jason Malone. Nós o chamamos de Jamal. Não combinava com ele em tudo, mas agora ele está preso aqui, e tem que lidar com isso. Nós ainda estamos indo forte com as vacinas. Eu ainda sinto falta pra caralho dela. Ontem eu sonhei com ela. Parecia tão real, que quando acordei eu realmente andei em torno do nosso acampamento à procura dela. Eu até sussurrei seu nome algumas vezes, pensando que ela pudesse realmente estar aqui. Talvez eu tenha ficado louco. Jamal perguntou se eu tinha uma garota esperando por mim em casa. Eu lhe disse que não queria falar sobre isso. Isso me fez pensar na fotografia na minha mesa de cabeceira. Fechei os olhos e tentei imaginar. Não havia nenhum problema em vê-la em minha mente. Então Jamal me chamou, me perguntou se eu estava prestes a chorar. Foda-se Jamal. Contagem de pesadelos: 20 * Dez semanas após Amanda. Eu estou chorando. Uma mulher perdeu seu bebê. Ela estava chorando histericamente. Dei uma rápida olhada em seu filho, e sabia que mesmo se a gente ajudasse seria tarde demais.
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Eu me virei e vomito. Manny disse-me para voltar para nossa barraca. Então é aqui que eu estou. Na barraca, chorando pra caramba, e questionando como diabos eu vou ser um médico um dia. Diário, se um dia eu reclamar da minha vida, me mande calar a boca e parar com isso. Merda, poderia ser fodidamente muito pior. * Dez semanas e meia pós Amanda. Uma pequena garota veio aqui hoje. Ela estava segurando a mão do seu irmão. Eles poderiam ter sido gêmeos. Ela me disse que seu nome era Amuhda. Definitivamente o ponto alto do meu dia. Contagem de pesadelos: 21 * Catorze semanas após Amanda. Eu ri hoje. Você acha que eu ficaria feliz com isso, mas eu me sinto uma merda. Pergunto-me o que ela está fazendo. Pergunto-me se ela está rindo. Porra, eu espero que sim. Caso contrário, tudo isso teria sido em vão. Não fui transferido do campo para a administração no momento. Eles fazem isso. Mudam as coisas. Eu não estou reclamando. Mesmo que ainda é uma espécie de parque de campismo, este tem telhados reais, paredes e chuveiros. Ontem à noite, a namorada de Jamal ligou. Ele não estava por perto para atender, então Manny fez isso por ele. Manny — disse a sua namorada que ele tinha estado doente nos últimos três dias, com o pior caso de diarréia que ele já tinha visto. O que é muito ruim, considerando que um dos nossos principais objetivos aqui é tratar das doenças. Aparentemente, era tão ruim que ele tinha que usar fraldas para adultos e estava em quarentena. Ele mesmo se referiu a ele como Jamal. Eu não sei o que sua namorada estava pensando. Então, é claro que Jamal me fez ajudá-lo a encontrar uma maneira de pegá-lo de volta.
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Esperamos até que ele estivesse em um desses chuveiros abertos, como os de piscinas públicas. De qualquer forma, Manny ficava na parte posterior da barraca onde o chuveiro estava, lavando o rosto, balançando a bunda e cantando 'Wrecking Ball' da Miley Cyrus. Eu tinha o celular de Jamal na mão, filmando. Jamal estava atrás dele com uma garrafa cheia de xampu... Esperamos até que ele começasse a lavar o cabelo, então quando ele fez, Jamal esguichou mais xampu lá. Depois de alguns minutos, Manny começou a ficar chateado porque ele não conseguia se livrar da espuma. Na verdade, estava piorando. Seus olhos estavam fechados o tempo todo enquanto Jamal e eu tentávamos conter a risada. Foda-se, nós somos idiotas. Manny estava xingando e girando em círculos, cego como uma merda porque o xampu excessivo estava em seus olhos. Depois de uns bons cinco minutos de filmagem, Jamal finalmente falou, só que ele gritou, assustando o Manny ainda cego. Jamal foi até a orelha direita de Manny, e gritou: I CAME IN LIKE A WRECKING BAAAALLLLLL!!! Manny abriu os olhos e começou a perseguir Jamal ao redor do acampamento, descalço, e com a bunda de fora. O pau balançando de um lado para outro. Ele nem sequer me ouviu rindo, ou filmando tudo. Uma vez que eles estavam fora de vista, eu enviei o vídeo para o YouTube e Facebook do Jamal e marquei Manny nele. Manny não tinha ideia até que sua mãe ligou. Bons tempos. Eu desejei poder ligar para Amanda e contar-lhe a história. Ela teria adorado isso. Eu podia imaginar como seu rosto ficaria quando eu dissesse a ela. Aquele sorriso lento. A risada baixa que se transformaria em algo muito maior. Eu até conseguia imaginar sua cabeça jogada para trás, com a mão sobre o estômago. Ela costumava fazer isso quando eu a fazia rir. Então, quando acabasse, ela suspiraria, quase como se estivesse grata por esse momento. Foda-se, eu sinto falta dela. Pra caralho. * 24 de setembro. Hoje merece uma comemoração. Amanda faz vinte e um hoje. Eu planejava levar ela e Ethan para Vegas. Eu me pergunto o que eles estão fazendo.
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Ela provavelmente se mudou. Tem um namorado ou qualquer outra coisa. Ele provavelmente acha que a ama mais do que ninguém jamais amou. Ele está fodidamente errado. Ninguém poderia amá-la tanto quanto eu. Eu estava tão fora de si hoje, Manny me disse para tirar o dia de folga. Valido. Agora estou sentado sozinho nesta cama estúpida sentindo pena de mim mesmo, como se eu não merecesse me sentir assim. Olho para o meu celular mil vezes querendo ligar para ela. Eu tenho seu número guardado. Eu mudei meu numero no aeroporto antes de chegar aqui. Eu pensei que talvez se ela fosse me ligar e me pedir para voltar, eu não seria capaz de dizer não. Eu cedi e liguei. Ela atendeu. Eu ouvi a voz dela. Ela só ficava dizendo Olá. Eu não disse nada. Esperava que talvez ela soubesse que era eu. Talvez ela soubesse que eu estava ligando para desejar-lhe um feliz aniversário. Depois de alguns segundos, eu ouvi a voz de um cara. Ela disse a ele para esperar, e disse: Olá mais algumas vezes. Eu ainda não disse nada. Eu juro por Deus que a ouvir suspirar meu nome. Eu desliguei e liguei para Jake. Ele perguntou se eu estava bem. Eu lhe disse que não estava. Ele sabia que era seu aniversário. Ele disse que Micky a tinha no Facebook, e soube por lá, mas elas ainda não estavam se falando. Desejos de Amanda. Pelo que ele sabia, ela estava bem. Isso foi o máximo que ele poderia me dizer. Pedi-lhe para que Micky me enviasse por e-mail a foto que estava na minha mesa de cabeceira. Eu desliguei, e um minuto depois recebi o e-mail. Olhei para ele por cinco horas. Então percebi que eu deveria fazer alguma coisa para me impedir de ficar louco. Peguei um dos livros de auto-ajuda de Jamal. É onde encontrei: Transit umbra, lux permanet. Quão apropriado. Diário, ninguém mais vai entender isso, então vou deixar como um pequeno segredo. Quando eu comecei a planejar a viagem para Las Vegas, uma parte de mim esperava que ela pensasse que eu queria levá-la lá, para nos casarmos. Eu teria. Se casado com ela, quero dizer. As pessoas poderiam não
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ter entendido. As pessoas poderiam ter odiado a escolha que fizemos ou ficado chateadas que não fizemos corretamente. Mas ela era a minha pessoa. Nada mais importava. Não naquela época. Agora tudo importa. Porque eu estava no inferno. * Dezessete semanas após Amanda. Contagem de pesadelos: Fodidamente muitos. Manny acha que eu estou ficando melhor. Eu não sei. Talvez eu esteja. Ou talvez eu tenha apenas começado a fingir melhor. * Dezoito semanas após Amanda. O pior dia da minha vida foi no meu vigésimo primeiro aniversario. O segundo pior dia foi hoje. Hoje, uma mulher entrou carregando uma menina nos braços. Havia sangue em cima delas. Especialmente entre as suas pernas. Um rapaz entrou atrás delas. Todos eles foram espancados e machucados, quase irreconhecíveis. Mas eu sabia quem era a menina imediatamente. Amuhda. Sua mãe e ela tinham sido espancadas e estupradas. Estuprada. Que diabos tem de errado com este mundo? O garotinho, mal conseguia ficar de pé, segurando a mão de Amuhda enquanto nós tentamos parar o sangramento. O tempo todo que nós trabalhamos em cima dela, ele continuou com a cabeça abaixada, sussurrando coisas em seu ouvido. Eu queria vomitar. Eu queria chorar. Eu queria gritar. Eu queria matar alguém. Eu queria voltar para casa e dormir com Amanda em meus braços e dizer a ela o quanto eu a amo. Eu queria ouvi-la rir, bufar, chorar, gritar, qualquer coisa. Eu só queria ela. Ontem sonhei com ela. Não pesadelos de merda. Apenas ela. Ela me disse que me amava. Parecia tão real, eu acho que meu coração realmente quebrou quando eu percebi que não era. Todo santo dia eu ouvi sua voz na minha cabeça. Eu te amo tanto, Logan. Isso é o que ela continuava dizendo — na minha cabeça, mais e mais.
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Talvez seja a minha punição. Tipo Karma. Ter este momento com a garota que você ama, e as palavras que você sempre quis ouvir e depois ver como uma mãe e seus filhos quase morreram em uma mesa lutando contra os monstros. Fodidos monstros. Eu não consegui dormi. A dor em meu peito me impediu. * 20 semanas após Amanda. Eu ainda não consigo dormir. Mentira. Eu consigo dormir. Só não quero. Toda vez que eu fecho meus olhos, há monstros. Só que desta vez, eles não são apenas meus; eles são os de Amuhda também. Eu sei que parece uma merda. Manny está começando a se preocupar. Ele disse que vai ligar para o meu pai. Eu o mandei se foder, então pedir desculpas depois, culpando a falta de sono. Dois dias atrás, eu percebi que não tinha tomado banho, por cinco dias. Eu ainda tinha sangue sob as unhas. Diário, você é um filho da puta, você não faz nada para me ajudar. Ninguém faz nada para me ajudar. O que há de errado comigo? Meu nome verdadeiro é Logan Declan Strauss. Você sabia disso, diário? E você? * Vinte e uma semanas após Amanda. As últimas três noites eu tive pesadelos. Eu acordei, gritando em uma poça de suor. Ontem à noite eu mijei na cama. Jamal ficou preocupado, ameaçou contar ao Manny. Eu não estou lidando com essa merda. Foi apenas um pesadelo. Eu fiquei trancado em um armário no meu sexto aniversário. Acho que foi por três dias. Lembro-me dos meus pais brigando; aparentemente, era um novo recorde. Parei de chorar após o primeiro dia. Depois que eu entendi que meu
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choro tornava pior. Engraçado, ter que entender essa merda com seis anos de idade. Eu compartilhei o aniversário com um garoto da minha classe. Eu nem consigo me lembrar do nome dele. Mas eu me lembro dele vindo para a escola com um novo Gameboy e roupas caras. Eu fui para a escola com um tapa-olho e o corpo machucado. Minha mãe disse aos professores que eu estava passando por uma fase de pirata. Minha mãe era esperta. * Ainda 21 semanas após Amanda. Localização: Eu não sei. Pesadelo: Mesmo quando eu não estou dormindo. Querido diário, Manny ligou para o meu pai e lhe disse que eu precisava de ajuda. Jogamos duas verdades por quinze, por três horas. Sinto falta dele. Quase tanto quanto de Amanda. Eu disse isso a ele. Ele disse que sabia. Ele sentia a minha falta também. Eu precisava ouvir isso. Ele me disse para voltar para casa. Que diabos eu iria fazer lá? Mas, novamente, o que diabos eu estou fazendo aqui? Manny falou com ele depois e ofereceu uma solução, um tipo de acordo. *Xanax. Seis semanas. Então eu iria para casa. Ou — eu poderia ir para casa agora. Eu escolhi o Xanax. Qualquer que seja. Nada estava me esperando lá. * Vinte e duas semanas após Amanda.
*Reduz a ansiedade moderada e ansiedade associada a depressão. Também possui propriedades sedativas, hipnóticas, anticonvulsionantes e de relaxamento muscular.
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Tratamento para a ansiedade. Eu admito, eu precisava disso. Meu pai ligou quase todos os dias. Ele disse que já podia ouvir a mudança em mim. Faz apenas uma semana, mas não me surpreende, ele me conhece melhor do que ninguém. Os pesadelos ainda estão lá, mas eu não entro em pânico. É quase como se eles estivessem entorpecidos. Eu sonhei com Amuhda apenas uma vez. Ela está curada, apenas para sua informação. Eu tinha funções muito claras aqui, mas Manny acha que eu deveria talvez ir para a cidade e ficar na administração, só até eu ajeitar minhas coisas. Há um posto médico lá, mas é mais perto da instalação e isso torna mais fácil. Ele disse que não vai me tirar completamente do lado médico; Estou aqui para aprender. Manny — ele é um idiota, mas ele se importa. Ele se preocupa mais do que deveria. * Vinte e quatro semanas após a Amanda. O Xanax está ajudando. Um monte. Virei o administrador do campo. Os sonhos são menos frequentes, mas há outros efeitos colaterais que eu estou esperando que vá passar. Eu tenho dito que Amuhda está se recuperando bem, pelo menos isso. As coisas estão muito menos agitadas por aqui. Eu sinto que não estou fazendo o suficiente, mas eu sei que é, provavelmente, tudo o que eu sou capaz de fazer no momento. A uma nova garota que começou hoje. Ela tem um sotaque, pelo que tenho ouvido falar dela. Ela não se apresentou ainda, mas eu a peguei olhando para mim algumas vezes. * Vinte e cinco semanas após Amanda. Eu ajudei a entregar um milagre hoje. Juro por Deus, este lugar... Eu não sei. Há tantas emoções que vêm em estar aqui. Tanta tristeza e mágoa, e então isso aconteceu. Eu pude ver o nascimento de uma nova vida. Rebeca, a garota que eu escrevi anteriormente,
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ela estava lá, também. Acho que nossos sorrisos combinavam um com o outro. Que experiência. Ela entrou no meu quarto depois, seu sorriso ainda era enorme. Nós conversamos sobre isso um pouco. Ela é da França. Ela se sentou na cama ao meu lado. Eu me assustei, levantei-me, e me movi para o mais longe possível dela. Isso é estranho? Eu acho que é estranho. Eu só não quero que ela tenha a ideia errada. Além disso, eu meio que só queria ter um tempo depois de pensar sobre Amanda. Eu queria ligar para ela. Eu queria dizer-lhe tudo sobre isso. Eu queria encorajá-la a seguir esse caminho, mas então eu pensei sobre isso um pouco mais... E realmente? Quem era eu para incentivá-la a fazer alguma coisa? Contagem de pesadelos: Excessivos. Contagem de flashback: Também excessivos. Sonhos com Amanda: não o suficiente. Eu olho para a nossa foto por muito tempo. Eu me pergunto se ela se esqueceu de mim completamente. * Vinte e oito semanas após Amanda. Eu tenho uma posição paga aqui. Candidatei-me a qualquer coisa e conseguir. Eu não estava pronto para sair. Ou, talvez, era que eu não estava pronto para ir para casa. São duas coisas completamente diferentes. Eu sou um covarde. Mas também sou realista. Eu simplesmente não estava pronto. Meu pai não estava feliz. Um psicólogo chegou ao acampamento hoje, contratado pelos Médicos Sem Fronteiras, para ter certeza de que estamos todos mentalmente estáveis. Eu fiquei com ele por duas horas. Eu tinha me acostumado com isso da consultas de quando eu era criança. Eu não sou mais uma criança, mas tudo é a mesma coisa. Ele disse que eu tinha *TEPT. *O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), é um transtorno psicológico que ocorre em resposta a uma situação ou evento estressante (de curta ou longa duração), de natureza excepcionalmente ameaçadora ou catastrófica.
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Eu não podia discutir com ele. Eu sabia que era algo similar. Eu implorei para meu pai me deixar ir para casa depois do que aconteceu na noite do meu aniversário. Eu não queria ficar no hospital. Não com ela lá, e sem poder fazer nada sobre seu estado. Eu estava mau, mas nada que um repouso e analgésicos decentes não poderiam consertar. Eu poderia lidar com a surra, mas o que aconteceu com Amanda eu não podia. Na primeira noite em que cheguei em casa, tive o primeiro de muitos pesadelos. Este não era um pesadelo, embora; era apenas uma repetição do que aconteceu naquela noite. A visão era tão crua, tão real, doeu tanto quanto na primeira vez. Então algo aconteceu, eu não estou inteiramente certo, mas foi como se eu voltasse para o garoto de sete anos de idade. Acho que foi a minha maneira de lidar com isso. Eu não queria que ninguém fizesse perguntas, e eu não queria oferecer nada. A verdade é que eu sei que a culpa foi minha. Primeiro a merda que aconteceu naquele verão com ela. E depois isso. Como não poderia ser minha culpa? Se ela não tivesse me conhecido, se ela não fosse parte da minha vida, essa merda ainda teria acontecido? Não tinha nenhuma chance. Troquei meu celular e me recusei a atender a porta. Eu sei que Jake estava lá algumas vezes, e até mesmo Cameron e Lucy, mas eles bateram algumas vezes e foram embora. Era isso. Meu pai chegou e disse que ela tinha recebido alta alguns dias depois, e que estava tudo bem. Claro, eu não disse nada. Eu ri sobre isso agora, porque pareceu tão patético, mas eu me escondi na escuridão do meu armário. Eu não tinha ideia do por que até que eu disse ao psicólogo hoje. Ele pensou que era a minha maneira de punir a mim mesmo, como antigamente, quando eu era criança. Faz sentido. Após o quinto dia, meu pai me contou sobre como ele se "encontrou" depois de Tina, sua namorada do colegial que morreu. Ele disse que deu a si mesmo seis meses para resolver sua merda, e então ele iria para casa. Ele disse que o ajudou. Ele mesmo o motivou a fazer a maior parte da sua vida, com ou sem ela. Eu queria isso. Eu queria a garantia de que eu ainda seria capaz de viver uma vida normal sem ela. Ele ofereceu-me a mesma coisa. Seis meses. Não mais. Eu aceitei. Ele fez a planos. Tudo sem me dizer uma palavra.
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Em seguida, Amanda apareceu. Diário, eu vou pular a parte em que meu coração se partiu, porque não há palavras. Eu quase fiquei. Eu quase levei os poucos passos que teriam levado para tê-la em meus braços e fingir que estava tudo bem. Mas me lembrei do que eu tinha causado. Lembrei-me do primeiro pensamento que tive quando eu decidi deixá-la ali naquele hospital. E se eu sair e sua vida ficar melhor? Como quando meus pais imbecis me deixaram, e meu pai apareceu. Ele me deu essa vida, me deu uma casa, e de alguma forma, me fez sentir digno dela. E se alguém lhe oferecesse isso? Outro cara que ela conhecesse daqui a uma semana, daqui a um mês, daqui a um ano? E se ele poderia lhe dar o mundo e tudo o que eu poderia lhe dar, era um coração e um braço quebrado? Então o que? Eu disse a ela que a amava. Ela precisava saber. E então eu a deixei. * Trinta e duas semanas após Amanda. Eu escrevi para ela. Foi preciso toda a coragem que eu ainda tinha para enviar a carta. Eu me pergunto se ela queimou. Eu provavelmente teria. * Trinta e cinco semanas após Amanda. Rebekah, aquela garota da França que eu escrevi sobre antes, ela tentou me beijar. Afastei-me tão rápido que eu acho que a assustei. Ela disse que não sabia que eu estava com alguém. Eu lhe disse que não estava. Não realmente. Será que isso faz sentido? Mesmo que ela não soubesse meu coração ainda pertencia a ela. "Diga sobre ela" Rebekah disse. Então eu fiz. Não tudo. Apenas as coisas boas. Era bom poder falar sobre ela. Lembrar dela do jeito que eu queria. Quando Rebekah saiu, meus pensamentos ainda estavam em Amanda. Eu sempre pensava nela. * Trinta e oito semanas após Amanda.
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Jamal e Manny organizaram minha volta para o acampamento médico, apenas por alguns dias. Eu estava animado para vê-los novamente. Mas o que foi ainda mais emocionante é por que eles me pediram para voltar. A Amuhda totalmente recuperada esperava por mim. Chame-me de covarde, mas ela era uma colírio para os olhos. Eu admito, eu chorei. "Olá Sr. Loma." Ela disse, com a mais silenciosa e suave voz que eu já ouvi. Me fez sorrir de verdade. Primeira vez que eu sorria assim desde que deixei Amanda. Ela teve que ter um tradutor, mas nós conversamos um pouco. Ela disse que eu era bonito, e que eu era o seu príncipe. Eu não era um príncipe, mas eu a deixei me chamar do que ela queria. Então ela me perguntou se eu iria casar com ela. Pobre menina. Eu lhe disse que não podia. Eu disse que meu coração pertencia à outra garota. O nome dela era Amanda. E brinquei com a coincidência. Amanda e Amuhda. Eu amei fazê-la rir. Ela segurou seu estômago como Amanda fazia. Diário, eu sei que você está cansado de ouvir isso. Mas eu sinto falta dela. Pesadelos: cada vez melhor. Sonhos com Amanda: excessivos. E todos eles são tão, tão bons, que dói muito, pra caralho. * Quarenta e três semanas após Amanda. Querido Diário, Demorou 43 semanas, mas adivinhem? Acho que estou curado. Estar aqui me abriu os olhos para muitas coisas, e mesmo que eu não viajei muito, eu vi o mundo. Vi o que eu precisava, e isso era o suficiente. Aprendi a controlar minha ansiedade quando necessário, mas, honestamente, ficou muito melhor, até o ponto onde eu posso ir um ou dois dias sem flashbacks. As palpitações são poucas e distantes, o tremor... Eles estão lá, mas é melhor do que gritar e mijar na minha cama à noite. Quando eu era criança, costumava achar que era estranho quando valentões faziam piadas com outras crianças e lhe mandavam chorar no colo da mamãe.
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Lembro-me de me perguntar se eles sabiam que a mãe de um garoto foi à causa dos seus gritos, e não o contrário. * Quarenta e cinco semanas após Amanda. Eu não tenho nada para escrever. Apenas estou aqui, e estou bem. * Cinquenta semanas após Amanda. Está na hora. Estou pronto. Meu pai e eu temos falado sobre o que eu vou fazer quando chegar em casa. Ele tinha organizado tudo, então a UNC ainda me aguardava. Eu não sei se Amanda ainda está lá. Eu não falei com ninguém ainda. Nada além de um telefonema com Jake, ninguém sabe de nada. Esse é o jeito que eu queria. Meu pai disse que os dormitórios já estavam lotados no campus — sábio, ele prefere que eu viva fora do campus de qualquer maneira, só no caso... Apenas no caso. Eu não sei o que ele quis dizer, mas tenho certeza que prefiro assim, também. Porque eu estava ficando para trás e faltava menos de um mês para as férias de verão, teríamos tempo o suficiente para organizar tudo: um lugar para ficar, um carro, toda essa merda. Tenho certeza que ele sabia que não iria gastar um único centavo comigo. Não até que eu chegasse lá. Dezesseis anos de idade, eu amaria ganhar uma Mercedes. Vinte e um anos? Nem tanto. Eu ficaria feliz com qualquer coisa. Vou ser honesto, uma parte de mim esperava que meu pai me transferisse para uma faculdade diferente, em algum lugar mais longe. Mas eu sabia que ele não iria. Ele queria que eu encarasse as coisas de frente, lidar com as consequências das minhas ações, toda essa merda. Estou preparado. Eu acho. Na verdade, eu não tenho nenhuma ideia. Tudo o que eu sei é que estou pronto para enfrentá-la. Eu estou pronto para enfrentar qualquer coisa que o mundo tem para me dar. "Você vai ficar na casa principal, quando chegar em casa" disse meu pai. Foi o meu castigo por ter voltado no prazo adicional de seis meses. Qualquer que seja. A casa da piscina só fazia eu me lembrar de Amanda, de qualquer maneira. Primeiro encontro. O adeus. Sinto falta dela, Diário.
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Próximas atualizações. Eu estarei em casa. * Em casa. Já se passaram três dias. Eu ainda estou me escondendo. Tenho um carro, no entanto, que é alguma coisa boa. É uma caminhonete velha de merda. Meu pai disse que quer vender a casa, encontrar algo menor. A grandeza dela lhe deixa solitário. Verdade é meio perturbador. Eu cresci nesta casa, aprendi a andar de bicicleta na calçada. Esta casa tem um monte de bons momentos para mim. Quando eu lhe disse, ele apenas sorriu, disse que talvez fosse apenas manter-la. Ele também tinha feito algumas mudanças em casa, cercas altas de cimento e um portão de segurança. Ele ainda tem luzes de segurança e câmeras em determinados pontos. Ele me disse que tinha havido uma série de assaltos na área. Eu sabia que não era verdade, mas eu não o perturbei. Honestamente, tendo essa segurança extra me ajudou a realmente dormir melhor à noite. Estou melhor, mas não, não realmente. Se eu fosse usar os termos de psicologia, eu diria a você que eu estava quieto, retraído, introvertido. Não no meu habitual. Eu fiz uma coisa estúpida hoje. Eu dirigi duas horas de distância. Adivinha onde? Não é difícil. Eu não sei por que fiz isso. Eu só queria vê-la, talvez apenas para me certificar de que ela estava bem. O jeep de Ethan estava na garagem, junto com um Hatchback verde. Poderia ser o dela. Três horas eu fico esperando na frente da casa, como um perseguidor, em seguida, a porta da frente se abre. Ethan sai primeiro, em seguida, Alexis, sua melhor amiga. E então Tristan. A luz de segurança foi ligada, e ela sai, tranca a porta e verifica o redor pelo menos cinco vezes. Minhas mãos tremiam. Movo-me ainda mais para baixo no meu lugar e puxo meu boné para baixo. Perseguidor do caralho. Então ouço sua risada.
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"Oh meu Deus" ela grita, segurando a barriga. Eu vou embora. Era demais. Eu não deveria ter feito isso. O que diabos eu estava pensando? Pelo menos ela estava feliz. Isso é alguma coisa, certo? Algumas horas mais tarde, eu tinha as palavras que pareciam tão apropriadas tatuadas no meu braço. Um dia, eu juro, vou olhar para ela, e talvez não vá doer tanto. * Três semanas em casa. Eu a vi. Eu acho que não entendi o quão quebrado eu estava até que meus olhos encontraram os dela e ela sorriu para mim. De repente, parecia que todos os pedaços se quebravam, um por um. Eu sentir fisicamente e mentalmente. Nós conversamos. Eu não posso parar de lembrar do que foi dito. É como se meu coração e minha mente estavam constantemente lutando, e eu não sei qual a voz. Em determinado momento, o meu coração ganhou, e eu deixei um conforto familiar resolver sobre minhas ações, ou que poderia ter sido o pânico. Babe, eu disse a ela. E ela me deu um tapa. Eu mereci o tapa. Assim como mereço toda e qualquer punição futura vindo dela.
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CAPÍTULO 11 Amanda Acordei na manhã seguinte sentindo-me pior do que na noite anterior. Eu não tinha a intenção de magoar Logan, nem mesmo emocionalmente. O que eu fiz foi horrível. A culpa me consumia. O que doeu mais foi a reação dele. Era como se ele me visse pela primeira vez, quem eu realmente era. Eu pensei que ele me conhecia melhor do que isso, mas acho que um ano pode mudar as perspectivas de uma pessoa. Com certeza mudou a minha. Em primeiro lugar, é claro que eu o odiava. Eu odiava que ele pudesse sair, sem uma única advertência, nem mesmo um adeus. Mas aos poucos, a cada dia que se passava e cada visita na casa do seu pai, as coisas começaram a ficarem mais fáceis. Com cada peça do quebra-cabeça que era a vida, suas decisões e ações começaram a fazer sentido para mim, de qualquer maneira. Não era como se eu tivesse o perdoado, e eu definitivamente não seria capaz de esquecer o que ele fez, mas eu lentamente comecei a aceitar. Cada conversa que tive com o pai dele era como descascar uma camada. Logan — ele construiu altos muros ao seu redor. Para que ninguém chegasse perto o suficiente para cuidar dele. Para mim, esses muros caíram. Eu não poderia te dizer por que ele me deixou entrar, ou o que sobre mim, ou sobre nós, o que levou a acreditar que estava tudo bem para nós se apaixonarmos da forma como fizemos. O tipo louco de amor profundo e destrutivo. Destrutivo. Isso é exatamente o que nós éramos.
Logan. Eu não conseguia dormir. Passei a noite inteira olhando para o teto da minha sala de estar. Tudo o que eu tinha pensado que ela poderia ter sentido quando fui embora, foi pior do que eu pensava. Eu sabia que ela iria ficar chateada,
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triste e magoada, mas ela foi devastada para além das palavras, o que é provavelmente por isso que, em vez de falar, ela optou por me dar um tapa. Eu não podia culpá-la. Eu merecia. Eu estraguei tudo. A pior parte é que em vez de falar com ela sobre isso, eu praticamente a empurrei para fora, porque eu era muito maricas para lidar com essas coisas. Eu deveria ter tentado acalmá-la, me acalmar, apenas o suficiente para que pudéssemos resolver toda a bagunça que tinha se criado. Mas eu fugir, porque, obviamente, é assim que eu lido com essas merdas. Eu amaldiçôo sob a minha respiração e tiro as cobertas da minha cama patética. Você acha que dormir em camas minúsculas e dobráveis iria me fazer querer o conforto de um colchão de luxo. Isso não aconteceu. *** Eu precisava sair da minha cabeça e do meu apartamento. Ninguém sabia ainda que eu estava de volta, então só havia um lugar onde eu poderia ir — a livraria. Era como se a história se repetisse. O estúpido e arrependido garoto solitário encontra consolo em uma livraria aleatória, enquanto anseia que a garota dos seus sonhos que ele tinha ferrado. Chantal — a proprietário da loja — parou de prestar atenção no café que estava servindo quando me viu. Eu tive que correr para impedi-la de derramar em todo lugar. Uma vez que ela colocou o café no balcão e entregou o copo para sua cliente, ela colocou os braços em volta de mim. "Você é um garoto estúpido." Ela sussurrou em meu ouvido. Ela se afasta e dá um tapa de brincadeira no meu peito. "Onde diabos você estava? Estou tão brava com você." Eu rio e reviro os olhos. "Entre na fila." Passo às horas seguintes, respondendo suas milhares de perguntas. Eu disse a ela sobre o trabalho com os Médicos Sem Fronteiras no ano passado. Eu não falei nada sobre Amanda, e ela não perguntou. Eu respeitei muito isso. Ela levantou-se quando um cliente foi até o balcão. "Eu sei que você acabou de voltar, mas posso pedir um favor?"
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"Claro." "Tenho uma entrega enorme ás quatro, você pode me ajudar?" Eu concordo. Não era como se eu tivesse coisas para fazer de qualquer maneira. As quatro em ponto eu estava de volta. "Ele ainda não está aqui." Ela disse, apontando para mim pegar um assento. Desde o primeiro dia em que entrei na loja, quando procurava por Amanda, eu sempre me sentava no mesmo lugar. "Eu tenho certeza que é naquele caminho." Poucos minutos depois, ouço a voz dela. Amanda. Parte de mim estava em pânico. Uma parte de mim estava agradecido por uma segunda chance. Ou, no meu caso, quarta, quinta e sexta chance. "Sente-se à sua mesa, eu vou trazê-lo para você." Disse Chantal para ela. Eu me preparo para quando ela se virasse e me visse sentado aqui. Minhas mãos agarram o lado da cadeira. Eu estava meio sentado, meio em pé, como se meu corpo estivesse pronto para um combate. Ela congela nos segundos em que seus olhos entram em contato comigo. "Whoa." Ela diz. Em seguida, dá um passo para frente, como se não soubesse o que fazer. Encontro-me sentando de volta, relaxando um pouco. Ela morde o lábio; os olhos lançados para baixo, e para a poucos metros de distância. "O que você está fazendo aqui?" Ela pergunta. Eu exalo alto. "Eu posso ir—" "Não!" Ela exclama, ao mesmo tempo em que Chantal volta. Ela coloca dois cafés e um livro sobre a mesa, em seguida, vira-se para mim e diz: "Você não pode ir. Além disso, essa é a sua cadeira. Ela tem o seu nome." Eu olho para ela confuso. "O quê?"
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Amanda olha para Chantal, que apenas ri. "No braço da cadeira. Você não escreveu isso?" Ela dá um sorriso de conhecimento para Amanda. "Bem. Isso não é algo..." Ouço Amanda murmurar baixinho, mas estava ocupado demais olhando para o meu nome gravado no braço de madeira da cadeira. Meus dedos traçando as letras. "Você quer que eu vá embora?" Sua voz era tão suave que eu quase não ouço. Levanto minha cabeça para encará-la. "Não. Você quer ir?" "Não." Então ela fica ali, com os olhos focados em meu rosto. Provavelmente, no corte no meu lábio, e na ligeira vermelhidão na minha bochecha. Chantal volta e solta um som de um bufado irritado. Ambos olhamos para ela. "O que vocês estão fazendo? Vocês não têm doze anos." Ela joga as mãos no ar. "Vai." Ela coloca as mãos nos ombros de Amanda e manobra-a para o assento à minha frente. O olhar de Amanda nunca deixa o meu. Chantal aponta para o livro e fala com Amanda: " Eu conseguir a assinatura para você." Amanda finalmente olha para Chantal. "Não, você não fez isso!" Ela diz, com emoção em sua voz. "Sim." Responde Chantal. "Olha." Amanda sorri quando abre o livro. Foda-se, eu sinto falta daquele sorriso. "Nunca se arrependa." Ela suspira, e então olha para Chantal em reverência. Chantal sorri de volta. "Nunca se arrependa." Repete. Ela manteve os olhos sobre o livro por um tempo, seu sorriso ficando maior a cada segundo. "Você vem muito aqui?" Pergunto-lhe, mas, em seguida, reviro os olhos para mim mesmo. Idiota. "Por que, Logan?" Ela sorri e coloca o livro na bolsa. "Você perdeu seu encanto. Essa foi uma cantada horrível." Eu não pude deixar de rir. Então ela faz. E de alguma forma, em um momento, o mundo se inclinou sobre o seu eixo e a atmosfera tornou-se algo mais próximo do normal.
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"Eu venho, na verdade." Ela mexe nas pulseiras em seu pulso, e depois abaixa o braço. "Sempre que eu tenho uma chance, entre as classes e outras coisas." Balanço a cabeça, agradecido que ela esteja falando comigo. "Então." Ela começa, olhando ao redor da loja. "Eu suponho que você vai voltar para UNC?" "Sim." Eu digo a ela. "No próximo semestre eu vou voltar, então vou ficar um ano atrás." Ela sorri suavemente. "Por que você não veio depois das férias de verão?" Eu sinto a tensão deixar os meus músculos. Ela estava conversando comigo; nós estávamos conversando um com o outro. As coisas estavam bem. "Eu queria chegar mais cedo e encontrar um lugar para ficar. Eu sei que se torna mais difícil à medida que nos aproximamos do ano letivo." Ela estava prestes a falar, mas Chantal nos interrompe colocando uma taça em cima da mesa: balas de goma vermelhas e sorvete. Os olhos de Amanda se arregalaram, e então um sorriso se forma em seus lábios. "Como é que ela sabe?" Ela me pergunta, puxando a taça para mais perto dela. Eu encolho os ombros. "Nenhuma pista." "Mentiroso." Eu rio. "O que aconteceu com seu rosto?" Pergunta Chantal. Eu esqueci que ela estava de pé aqui. Amanda engasga. "Nada." Eu digo. Amanda tosse. Chantal me olha, e depois Amanda. "Nada?" Ela levanta as sobrancelhas. Amanda se acalma. "Eu lhe dei um tapa." Responde ela por mim. Chantal coloca as mãos nos quadris. "Bem, você mereceu?" Ela me pergunta. "Sim." Respondo, ao mesmo tempo em que Amanda diz: "Não." Chantal balança a cabeça, e se afasta.
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Amanda coloca a taça para o lado e se inclina para frente, com os cotovelos sobre a mesa. "Você não merecia isso, Logan eu sinto muito, eu não sei o que deu em mim, eu nunca deveria ter colocado a mão em você." "Está tudo bem. Realmente—" "Não está tudo bem." Ela estende a mão e puxa minha camisa até que a minha posição imitasse a dela. Nossos rostos estavam tão perto que eu sentia sua respiração contra a minha pele. Então eu sinto sua mão no meu rosto. Meus olhos se fecharam. Seu polegar desliza sobre meu lábio. "Dói?" Eu cubro sua mão com a minha e aproximo meu rosto ainda mais do dela. Eu mantive meus olhos fechados. Eu não quero vê-la se afastar. Os nossos narizes se esfregam contra o outro. Meu coração batia forte. Minha mão tremia. "Você está tremendo." Ela sussurra. Merda. "Mm." Foi tudo o que podia dizer. Ela coloca minha mão entre as dela e se afasta. Eu queria dizer a ela para ficar. Eu queria que ela ficasse mais perto. "Você está bem?" Ela pergunta. "Mm." Eu digo de novo. Sinto-a puxando minha mão para cima e pressionar sua boca na palma da minha mão. Ela beija uma vez, duas vezes e no terceiro beijo eu tinha parado de tremer. Eu sabia que ela tinha o poder de fazer tudo melhorar. É por isso que eu precisava dela, mas era mais do que isso. Era muito mais do que isso. Abro os olhos lentamente, e foi aí que eu vi. A marca em seu pulso. Ela deve ter notado, porque começou a se afastar. Agarro-o e movo suas pulseiras para que eu pudesse ver claramente. E então eu engasgo. Como a porra de uma menina. "O que é isso?" Meus olhos deixam seu pulso e encontra seu rosto. Ela parecia doente, como se fosse vomitar. Ela puxa o braço para fora do meu alcance e se levanta. "Eu tenho que ir." Ela corre em direção da porta. Eu queria gritar.
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Eu queria pará-la. Mas eu não fiz merda nenhuma. Eu a deixei ir embora. Que porra é que aconteceu enquanto eu estava fora?
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CAPÍTULO 12 Logan Outra noite sem dormir. Eu não conseguia tirá-la da minha cabeça. Honestamente, ela estava sempre na minha cabeça. Ela só tinha desaparecido da minha vida novamente por dois dias. Dois malditos dias, e este era o efeito que ela tinha sobre mim. Eu tinha que ficar me lembrando que ela não era minha, e que foi a minha escolha. Houve uma batida na minha porta. Ninguém sabia que eu estava de volta. Ninguém sabia onde eu morava. Só Amanda. Levantei-me e corri para a porta tão rápido que minha cabeça girava. Mas não era Amanda. Ela estava chateada. Eu faço uma careta. "Seu filho da puta." Ela me empurra com força contra meu peito. "É bom ver você também." "Não!" Ela grita, batendo no meu peito por alguns minutos. Eu tento bloqueá-la, mas ela estava irredutível. "Foda-se, o que á com essa vontade de pessoas me baterem?" Ela para, com o punho levantado, mas depois estreita os olhos. "Você merece isso neste momento." Ela dá mais alguns acertos antes de começar a chorar. "Eu estava tão preocupada com você, Logan. Ninguém sabia de nada, e você estava aqui. Porque você não me ligou? Mandou-me um Email... Alguma coisa?" Ela diz, enquanto limpa freneticamente as lágrimas. "Eu sou um idiota, Lucy. Sinto muito. Venha aqui." Eu a puxo para um abraço. Ela resiste no início, mas acaba cedendo. "Eu te odeio." Ela diz, e então ouço-a fungar. "Eu senti sua falta pra caramba."
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Dez minutos mais tarde, depois que ela está mais calma, ela fala: "Como é que ninguém sabe que você está aqui?" Eu dou de ombros. "Eu só quero deixar pra lá por um tempo. Você não pode dizer a ninguém que estou aqui, Luce. Nem mesmo para o Cameron." Os olhos dela se arregalam. "Bem, isso vai ser difícil." "Tente, ok?" Ela assente com a cabeça. "Como você descobriu que eu estava aqui?" "Eu tenho os meus contatos." Ela ri. Sento-me no sofá-cama, e ela faz o mesmo. "Como está o Cam?" Seu sorriso é instantâneo. "Ele está bem. Nós estamos bem." "Isso é incrível." "E você? O que você anda fazendo? Onde você estava?" Eu digo a ela tudo sobre os Médicos Sem Fronteiras e meu tempo na África. Conto sobre Manny e Jamal. Ela me dá um olhar de advertência quando menciono Rebeca. Eu rio dela, ela não tinha ideia de onde o meu coração e a minha cabeça estavam. Eu até digo sobre Amuhda e sua mãe. Lucy, sendo Lucy, chorou mais um pouco. "Mas elas estão bem?" Ela ficava perguntando. Eu continuava assegurando que elas estavam. Então eu digo a ela sobre os remédios de TEPT que eu estava tomando. Ela fica em silêncio por um tempo, e depois ergue o queixo, como se estivesse ganhando coragem para falar. "Logan, ninguém sabe realmente o que aconteceu naquela noite. Quer dizer, dizer ninguém é nada. Jake e Kayla, eles parecem saber, mas não disseram muito. Sei que o seu melhor amigo é Jake, mas eu pensei que eu era a sua garota?" Ela faz uma careta, provavelmente não querendo mencionar Amanda. Eu seguro sua mão. Lucy era especial para mim, ela sempre tinha sido. Foi como se no momento em que Cameron a trouxe para o nosso círculo, ela tivesse me visto através das minhas besteiras. "Pergunte o que quiser, Lucy. Não há segredos entre nós. Nunca." Ela balança a cabeça, em seguida, calmamente fala: "Você os conhece? Essas pessoas ruins que fizeram isso com você?"
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Eu rio baixinho. Ela falava como uma criança de dez anos. "Sim, bem, dois deles. Uma deles era o meu pai biológico." Ela suspira alto. "O outro era o ex-namorado de Megan." Ela parecia confusa agora. "Megan, ex-melhor amiga de Micky, aquela que a traiu com James?" Eu espero até que ela entenda. Quando faz, eu continuo. "Ela é minha meia-irmã, por parte do meu pai biológico, e—" "Espera aí." Ela levanta a mão para me calar. "O que diabos está acontecendo agora?" Seus olhos estavam enormes, incrédulos. "Cara." Ela respira fundo e solta o ar num acesso de raiva. "Você está dizendo essa merda abertamente mesmo? Porque você pode querer esperar até que todo mundo saiba que você está de volta, para que possa responder às milhares de perguntas que todos nós vamos perguntar." Eu jogo minha cabeça para trás numa gargalhada. "Milhares?" Ela revira os olhos. "Meu irmão, Lachlan, jura que é uma coisa." Lachlan — o que me ajudou a ter o primeiro encontro com Amanda. Ela deve ter percebido que eu estava pensando porque aperta minha mão, e então me encara. "Você a viu?" Eu balanço a cabeça. "Ela que lhe deu esse lábio inchado?" Eu tinha me esquecido dessa parte. "Sim." Ela encolhe os ombros. "Eu provavelmente teria feito muito pior." "Sim." Eu concordo. "Você sente falta dela?" "A cada segundo, de cada hora, de cada dia." "Certo Nicholas Sparks." Ela brinca, e me dá uma cotovelada na costela. Finjo que está doendo. Ela empalidece instantaneamente, pânico claro em seu rosto. Eu tento acalmá-la. "Eu só estou brincando com você, Lucy. Merda." Seus olhos em pânico se transformam em um olhar de fúria, dirigido diretamente para mim. "Você é um idiota."
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Eu rio. Então, de repente, ela fica séria. "Estou feliz por sua volta, Logan. Realmente estou. Mas, desta vez, é melhor você estar pronto para lutar por ela. Ela não merece nada menos." *** Eu sinto como se tivesse acabado de correr uma maratona, com pesos amarrados em meu corpo, cinco vezes mais. Eu pensei que tinha mantido minha forma física enquanto estava fora, mas tudo o que eu fiz foi manter a massa muscular. Eu pulo da escada rolante e me preparo para sair. Estou tão ocupado brincando no meu celular, que não vejo o corpo vindo na minha direção, ou o punho vindo no meu rosto, ou o cotovelo no meu estômago. "Oomph." Seguro meu estômago e com o outro braço tento me segurar em algo, qualquer coisa, para me impedir de cair no chão. Eu não sabia o que estava segurando até que fosse tarde demais. Peitos. Merda. Eu rapidamente solto e tento encontrar o meu equilíbrio. Em seguida, uma joelhada no meu pau me arruína. Eu caio de joelhos. Eu não conseguia respirar. Meus olhos começam a lacrimejar. Fecho-os apertados. Eu não podia deixar que as pessoas me vissem chorar. Eu não sou um maldito maricas. Um grito alto me tira dos meus pensamentos. "Puta merda, Logan! Sinto muito." Amanda. Eu lentamente abro um olho, apenas no caso da sua voz ser uma alucinação. Ela estava de joelhos, inclinando-se para olhar no meu rosto. "Oh meu Deus." Ela sussurra, colocando a mão no rosto. "Você está bem?" "Ugh." Eu consigo dizer. Ela rir. Fodidamente rir. "Não é engraçado." Digo a ela. Ela faz uma careta. "Eu sinto muito. Você agarrou meus peitos, eu entrei em pânico."
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"E antes disso?" "Eu apenas... não sei." Um cara corre até ela e coloca a mão em seu ombro. "Está tudo bem?" "Sim." Ela diz a ele, mas seus olhos nunca me abandonam. "Esse cara está te incomodando?" "Que diabos?" Eu cuspo. "Eu sou o único na porra do chão." Ele olha para mim, seus olhos se estreitam. "Amanda, você precisa que eu chame a segurança para este idiota?" "Merda." Eu gemo, lutando para me sentar. "Obviamente, eu não sou a ameaça, mas, por favor... Vá em frente e chame a segurança para o Kung Fu Ninja aqui." Eu aponto para Amanda. Seus olhos estavam enormes. Ela estava em choque, tanto quanto eu estava com dor. O idiota não respondeu, apenas continuou olhando para os peitos dela e perguntando se ela estava bem. Ela confirmou, e ele saiu. "Aquele idiota estava olhando para os seus peitos." Informo a ela. Ela revira os olhos. "Pelo menos ele não estava agarrando-os." "Válido." Ela estende a mão para mim e me ajuda a levantar. Eu estava de pé, meu corpo dobrado em minha cintura, segurando minhas bolas, como se isso fosse de alguma forma, fazer tudo melhorar. Ela coloca a mão no meu braço e me leva até uma cadeira próxima, onde tomo um assento. Em pé na minha frente, ela levanta meu queixo com os dedos. Seu polegar acaricia debaixo do meu olho algumas vezes. "Dói?" Ela morde o lábio, antecipando a minha resposta. Minha mão toca sua perna. A ação era para ser um calmante, mas teve o efeito oposto. Seus olhos se arregalam levemente e sua respiração fica presa. Ela não se afasta, e não me impede. Eu abro minhas pernas e puxo-a para mais perto, pedindo-lhe para se aproximar. Ela faz. Sua mão fica no meu rosto enquanto ela se inclina para perto, inspecionando-o. "Merda, Logan. Vai ficar machucado."
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Eu balanço minha cabeça. Meus olhos nunca deixam os dela. "Está tudo bem. Nem se preocupe com isso." "Eu continuo te machucando." "Eu continuo merecendo isso." Ela sorri. Meu olhar se desvia para sua boca. Ela molha os lábios. "Não se atreva a me beijar." Ela avisa. Eu rio. "Eu não estava planejando isso." Mentira. Eu aproveito a oportunidade e envolvo meu braço em torno da sua cintura, puxando-a para baixo até que ela estivesse sentada na minha perna. Seu braço em volta do meu pescoço. Eu respiro, aliviado. Ela estava me deixando ter isto, e eu fodidamente não iria questioná-la. Eu vejo seus olhos concentrados em meus lábios. "Você me quer, não é?" "Huh?" Os olhos dela se erguem. "Você quer que eu te beije?" "Não." Ela finge desgosto. "Tudo bem." Eu digo a ela. "Você pode ficar aqui comigo, então, apenas até meus filhos voltarem ao normal?" Eu aponto para o meu colo. Ela ri e desvia o olhar, o seu aperto se afrouxa em volta do meu pescoço. Ela queria ir embora. Sem querer, aperto sua cintura. "Eu não vou a lugar nenhum." Ela diz. "Bom." Eu digo. "Nem eu." Ela me encara, uma emoção que eu não conseguia entender em seu rosto. Então ela se inclina, seu rosto tão perto do meu que eu podia sentir sua respiração. Meu coração bate com força. Meus olhos se fecham. Eu espero. E espero. Sinto seus lábios na minha bochecha, abaixo do meu olho. "Eu nunca quis te machucar." Ela diz em voz baixa.
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*** De alguma forma, eu a convenci de almoçar comigo. Nós dois estávamos em nosso estado suado pós-academia, então ela queria tomar banho. "Faça isso na minha casa." Digo a ela. "Eu tenho que ir para casa de qualquer maneira, eu não trouxe uma troca de roupa." Ela hesita por um momento antes de concordar. Eu nem sequer considerei que o pensamento dela nua no meu chuveiro iria me afetar até que eu estava ostentando uma ereção na minha sala. Eu ouço a porta do banheiro se abrir e rapidamente me ajusto. "Tudo pronto?" Pergunto a ela. Ela balança a cabeça, olhando para o chão. Ela está usando um vestido branco liso que mostrava suas pernas e sua pele bronzeada. "Eu vou estar pronto em poucos minutos, apenas sinta-se em casa."
Amanda Eu procurei em seu armário do banheiro por um aparelho de barbear descartável. Não era como se eu estivesse tentando impressioná-lo, mas minhas pernas tiveram um crescimento de quatro dias e eu realmente não queria que ele percebe, muito menos tocasse. Eu não achei as lâminas de barbear, mas encontrei uma garrafa de Xanax prescrito para ele. Agora, sozinha na sala, pego meu celular na minha bolsa e começo a pesquisar sobre medicação para ansiedade e seus efeitos colaterais. Eu não consigo ir muito longe antes que a porta do banheiro seja aberta. O vapor de dentro nublou quando ele saiu vestindo nada além de um moletom. Sem camisa. Limpo minha boca, para no caso de estar babando. Ele caminha em minha direção. Eu estava congelada. Ele não para até que estivéssemos frente a frente. Seu peito nu roçando nos meus seios. Minha respiração engata. Um arrepio viaja pela minha espinha. "Você." Ele diz, lambendo os lábios. "É bem-vinda para agarrar meus peitos quando quiser."
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*** "Desculpe, por ter que irmos tão longe." Ele morde seu hambúrguer e mastiga antes de falar novamente. Estávamos no restaurante um pouco fora da cidade. "Eu só não quero que ninguém saiba ainda, ok?" "Claro." "Então, você não quis manter contato com Micky e Lucy enquanto eu estive fora?" Como ele sabe disso? "Como você sabe disso?" "Através de Jake. Liguei para ele em seu—" Meu peito ferido se aperta. Por causa das suas palavras. Ele deve ter notado, porque pergunta: "O que há de errado?" Eu balanço minha cabeça e empurro a dor para baixo. "Amanda." Ele murmura. "Eu disse alguma coisa?" Ele se aproxima até que estivesse sentado ao meu lado. Eu me sinto patética. Eu era patética. "O que foi que eu fiz?" Ele pergunta. Eu não sei se ele estava falando para si mesmo ou para mim. Eu o ouço suspirar, e depois colocar o braço na parte de trás do meu assento. Sua outra mão se estende e ele usa os dedos para virar meu rosto para o dele. "Digame." Meu coração se parte. Eu respiro fundo, e deixo que as palavras saiam. "Você nunca me ligou. Você se foi por um ano inteiro, eu tenho apenas uma carta. Eu pensei que talvez você estivesse se afastado de todos, mas você ligou para Jake. Por que não—" "Eu liguei para Jake uma vez, porque eu precisava de uma coisa dele." Explica. "E o seu pai?" Minha voz fica mais alta. Ele encolhe os ombros. "É o meu pai. Devo-lhe muito." "E eu?" Tento falar com calma. "Você não acha que me deve alguma coisa? Você acha que o que tínhamos não valia alguma coisa? Você acha que eu não valia alguma coisa?"
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"Não é nada disso, Amanda." "Então o que? Explique isso para mim, por favor?" Seu olhar passa por todo o meu rosto. Então ele fala: "Por que você está aqui comigo agora? Por que você está falando comigo? Por que você está gastando seu tempo comigo?" "Eu não sei." Eu digo a verdade. "Eu não posso me parar, e eu não consigo explicar." "Exatamente." Ele suspira. "Eu não posso explicar, também. Ainda não, de qualquer maneira. Eu só não quero que você pense que é porque você não significa nada para mim. Você significava o mundo para mim. E se você não sabe, se você não podia ver, então é assim que eu vou mostrar. Todo dia eu vou te mostrar, e todos os dias eu vou provar para você o quanto você significa para mim. Quanto você ainda significa para mim."
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CAPÍTULO 13 Logan Logan: Eu vou fazer isso. Eu vou lutar por ela. Eu não posso existir sem ela. Ela é o meu ar. Lucy: Claro que ela é. Logan: Você já disse a alguém que eu estou de volta? Lucy: Eu disse que não faria. Logan: Nem mesmo Cam? Lucy: Nem mesmo Cam. Por que você está me mandando mensagens de texto? Você está entediado? Logan: Você me conhece tão bem. Lucy: Eu vou estar aí em 15 minutos Quinze minutos depois, ela entra no meu apartamento segurando um saco de papel. "O que é isso?" Eu pergunto, tirando-o das suas mãos. "Teve um jantar na casa dos pais do Jake na noite passada. Sua mãe fez cookies." Eu fico animado. Muito animado. Eu amo os cookies da mãe de Jake. Pego três e empurro-os em minha boca. "Caramba." Ela diz. "É como se você não tivesse comida decente por um ano." Ela ri para si mesma, e então olho ao redor do local. "Tipo o seu apartamento deprimente." Eu rio. "Eu sei. Estou esperando que eu possa convencer Amanda a me ajudar a consertá-lo."
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Ela sorri e tenta se sentar no balcão da cozinha. Em sua terceira tentativa, ela bufa e faz um sinal para que eu ajude-a. Levanto-a pela cintura e coloco-a sobre ele. "Você é tão pequena." Ela bufa. "Eu sei. Eu tenho o corpo de um menino de doze anos de idade" Jogo minha cabeça para trás numa gargalhada. "Não é verdade, Luce. Você é quente." "Ah, isso é bom." Eu dou de ombros e me encosto na geladeira. "É verdade." "Cameron quer que a gente more junto. Comprar um apartamento, e tudo isso." "Sim? Estou surpreso que vocês ainda não tenham feito isso." Ela olha para suas unhas. "Eu quero, mas meu pai quer que a gente espere até nos casarmos, ou pelo menos noivos." "O quê? Seu pai sabe que Cam praticamente vivia em sua cabana?" Ela ri baixinho. "Acho que ele estava em negação." "Então o que você vai fazer?" Ela encolhe os ombros. "Eu não sei. Acho que ele quer fazer pelas razões erradas." "O que você quer dizer?" Ela suspira. "Algumas coisas aconteceram quando você estava fora, e ele acha que fazendo isso pode corrigir tudo." "Que coisas?" Me ajeito um pouco, prestando atenção. "Corrigir o quê?" "Nada." Ela balança a cabeça. "Não é importante. Então, você e Amanda?" Eu não pude evitar o sorriso que apareceu no meu rosto. "Eu estou esperando que ela possa querer passar algum tempo comigo, sabe? Talvez eu possa tentar convencê-la a me dar outra chance. Digo — o que tínhamos antes de eu ir embora."
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"E você acha que ela ainda sente o mesmo?" "Eu não posso ter certeza, mas há sempre esta... não sei... intensidade? É como se quando a gente está junto, não existe nada mais." Faço uma pausa. "Você não falou com ela quando eu estava fora?" Ela balança a cabeça. "Não, ela nos disse que precisava de algum tempo, e que iria entrar em contato conosco quando estivesse pronta, mas ela nunca esteve. Eu sinto falta dela, mas o que eu posso fazer? Cam até falou com ela quando foi entregar o carro... ele disse a ela para me ligar, acho que foi muito doloroso para ela." Eu limpo o caroço na minha garganta. Ela continua: "Às vezes é apenas temporário, Logan. Dois corações podem bater como um só, mesmo que eles não estejam sincronizados. Talvez seja isso que aconteceu com vocês dois. Talvez você só precise encontrar o ritmo certo, no tempo certo. Talvez agora seja o tempo para vocês." "Talvez." Eu digo a ela. "Quer dizer, eu espero que sim. Eu quero que a gente fique junto, como você e Cameron. Eu quero que ela seja minha Lucy. Minha para sempre." Ela sorri enormemente. "Então o que você está esperando?" Ela pula do balcão. "Vá buscá-la." Pego minhas chaves do balcão. "Eu pretendo."
Amanda "O que deu em você?" Alexis me olha do outro lado da cozinha. Ambos estávamos de pijama, tomando café. "O que você quer dizer?" Ela estreita os olhos. "Não se faça de boba. Conheço você desde que saímos das barrigas das nossas mães, Quem é o cara?" "O quê?" Eu finjo ignorância. "Eu não sei do que diabos você está falando."
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Ela dá dois passos para frente e me prende contra o balcão. Espero enquanto seu olhar vagueia por todo o meu rosto. "Logan está de volta, não é?" "O quê?" Eu grito. "Quero dizer, não, eu não sei. Ele está?" "Sua vadia. Quando ele voltou, e por que você não me contou?" Eu suspiro, derrotada. "Eu o vi há três dias." Ela olha para o corredor, em seguida, de volta para mim. Meus olhos seguem os dela. "O quê?" Pergunto. Ela aperta meu braço mais forte do que o necessário, enquanto me puxa para o meu quarto. "Conte-me." Ela diz. "Eu não sei. Eu o vi em uma festa, e depois..." Dou de ombros. Eu não deveria ter acrescentado nada. "E depois?" Ela sussurra, inclinando-se contra a minha porta. "O que tem de errado com você?" "Nada, não mude de assunto. E depois, Dim?" Eu sento na minha cama. "E depois fomos para um parque e conversamos um pouco." "O que mais?" "Nada mais." Ela cruza os braços. "Pare de mentir." "Tudo bem." Eu bufo. "E então nós acabamos indo para o seu apartamento." "O QUÊ?" "Cale a boca! Nada aconteceu, nós apenas conversamos." "Vocês só conversaram?" Ela pergunta, com seu tom de voz incrédulo. "Sim." Eu tento convencê-la. "E eu lhe dei um tapa." "O QUÊ?" Que diabos? Eu posso também dizer-lhe tudo isso.
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"E então eu o vi na livraria, e academia, e lhe dei outro soco, e depois almoçamos..." "O QUÊ?" Ela diz de novo. Eu rio. "Você finalmente ficou sem nada para dizer?" "Cale a boca." Eu rio de novo. Ela se senta na cama e dramaticamente joga o corpo para trás. "Isso é ruim." Ela diz. "O que você está falando. É bom. Nada aconteceu." "Então todos esses encontros aleatórios, não foram planejado?" "Não, é claro que não foi planejado. Eu não faria isso." Ela senta-se e vira seu corpo para me encarar. "Amanda, eu preciso que você me dê uma responda séria por um segundo." Ela fala baixo comigo, como se eu fosse uma criança, e segura minhas mãos nas dela. "Você quer que aconteça alguma coisa?" Dou de ombros e desvio o olhar. "Eu não sei." "É uma pergunta simples. A resposta é sim ou não." Eu rio um pouco, mas foi amargo. "Você deve saber melhor do que ninguém que não é uma questão simples. Você sabe como eu me sinto." Sua cabeça cai para a frente. "Sinto muito." Ela diz. "Eu também." "Amanda?" Ela olha para cima agora. "Você não pode dizer a Ethan que ele está de volta. E você com certeza não pode dizer a ele que foi vê-lo." Eu recuo, surpresa com suas palavras. "O que você está falando?"
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"Como você não vê isso? Ethan odeia Logan. Tipo, odeia e odeia. Tal como — e estas são as suas palavras: 'Se um dia eu ver aquele idiota de novo, eu vou colocá-lo para fora'." Eu olho para ela. "Ele nunca disse nada para mim." Era a sua vez de rolar os olhos. "É claro que ele não disse. Ele odeia tocar no nome dele perto de você." Ela suspira. "Olha, eu não digo isto para te magoar... Mas Logan — ele te ferrou. Ethan — ele foi o único a juntar as peças. E não apenas na última vez, mas na primeira vez, também. Ele o perdoou uma vez, mas isso é tudo para ele. Ele não pode fazer isso de novo." Ela para por alguns momentos. Gostaria que ela tivesse terminado, mas ela continua. "Você sabe o quanto ele perdeu o sono para cuidar de você?" Eu abro minha boca para falar, mas ela me para. "Eu não estou dizendo que ele te culpa, ou que ele é amargo sobre isso. Só estou dizendo que ele se importa tanto assim. Uma vez que seu pai deixou vocês, ele está de alguma forma convencido de que é o seu trabalho cuidar de você e sua mãe. Você sabe por que ele me mandou uma mensagem no meio da noite? Ele podia ouvi-la chorando em seu quarto, e ele me perguntou o que deveria fazer, se deveria ou não entrar e conforta você. Sabe quantas vezes ele me ligou quando você estava tendo pesadelos, e ele podia ouvir você gritando? Você não foi a única que passou por isso, Amanda. Ele passou por isso também." "Você não acha que ele tinha problemas? Ou que ele não ficou mal? Ele viu um cara quase te estuprando. Sabe quando você desmaiou? Quando ele tentou acordá-la? Ele pensou que você estava morta, Dim. Ele pensou que tinha perdido você naquela noite. E de certa forma, ele meio que fez." Meus olhos estavam arregalados. Eles começaram a se encher de lágrimas. "Oh meu Deus..." Eu suspiro. Eu me sinto tão egoísta. Tão perdida nos meus próprios sentimentos. Ela coloca os braços em volta de mim. "Eu sinto muito ter que te dizer isso." Levanto minha cabeça. "Eu precisava saber." Ela concorda com a cabeça. "Você precisava." Ela move o cabelo para longe do meu rosto e faz com que eu estivesse olhando para ela. "Tudo o que você escolher fazer com Logan, eu vou apoiá-la. Mas lembre-se de Ethan em tudo isso, ok?" Engulo em seco assentindo.
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Ethan grita por ela, interrompendo-nos. Ela levanta-se rapidamente. "Você vai ficar bem?" Eu não conseguia falar. Eu levanto a cabeça em um aceno de cabeça. Ela sorri com tristeza. "Babe." Ele grita de novo. "Já vou!" Ela me dá um sorriso triste e depois sai.
Logan Eu bato na porta, ignorando as memórias que vem com esta casa. Ninguém responde. Bato novamente, e olho em volta. Seu carro era o único na garagem. Depois de cinco minutos e quatro séries de batidas, ela finalmente abre a porta. A trava na porta impediu que ela abrisse totalmente. "Ei." Ela diz em voz baixa. "O que você está fazendo aqui?" "Você pode abrir a porta? Eu não consigo ver você." Ela fecha, e um segundo depois, ouço-a abrindo a corrente. Quando ela abre a porta, eu sou capaz de ver seu estado. Ela estava de pijama, com os olhos vermelhos, e seu cabelo uma bagunça. "Você estava dormindo?" Eu pergunto. Ela balança a cabeça. "O que foi?" Ela pergunta em voz baixa, evitando contato com meus olhos. "Você está bem? Parece que você andou chorando." Ela olha por cima do meu ombro. "Eu estou bem." Ela diz. "O que está acontecendo? O que você quer?" Seu tom era plano, e me fez dar um passo pra trás. Honestamente, eu não sabia o que esperar, mas eu não estava esperando por isso. "Eu, hmm..." Eu esfrego minha mão em meu queixo, e depois coloco a mão no meu bolso. Tinha começado a tremer de novo. "Eu pensei que talvez você quisesse sair, ou algo assim."
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Ela morde o lábio, os olhos se lançam para baixo. "Eu não penso assim, Logan. Na verdade, eu acho que não seja certo você está aqui, ou em qualquer lugar, realmente. Quero dizer, eu não posso impedi-lo de existir, mas eu acho que você e eu, não é uma boa ideia que a gente fique junto." "Oh..." É tudo o que eu poderia dizer. "Tome cuidado." Ela diz, antes de fechar a porta na minha cara.
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CAPÍTULO 14 Logan Quatro dias. Quatro. Foi o tempo que levou para que eu ficasse louco sem ela. Como eu suportei um ano? Eu não faço ideia.
Amanda Sabe quando você é uma criança, e brinca de esconde-esconde, mas você é muito jovem para entender completamente o conceito disso? Então você está no meio de uma sala e fecha os olhos e pensa que de alguma forma, porque você não pode ver qualquer um, isso significa que eles não podem vê-lo? Bem, isso é o que eu estava fazendo agora. Só que eu não era uma criança, e ninguém estava olhando para mim. Independentemente disso, eu estava no meio da minha cama com os olhos fechados e meu celular em minhas mãos. Sim, eu estava me escondendo do meu celular. Alan tinha me mandado uma mensagem uma hora atrás, dizendo que estava ansioso para o jantar de hoje à noite. Eu sabia que era a nossa noite, mas uma parte de mim queria que talvez Logan tivesse dito algo a ele, e que ele não iria me esperar mais. Meu celular toca, me puxando dos meus pensamentos. Alan. "Oi." Eu respondo, esperando soar entusiasmada. "Então, eu estou na loja, mas eles não têm pimentas vermelhas, apenas verdes, serve?" Meu coração se partiu com a emoção em sua voz. Era ele quem comprava os ingredientes agora. Depois da quarta vez que eu apareci com mantimentos na
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mão, ele sabia que devia me esperar. Ele me pediu para escrever os ingredientes para o Taco Casserole e me fez prometer que eu não compraria os ingredientes novamente. Ele disse que era ruim o suficiente que eu estava o alimentando todos os domingos; Eu não deveria ter de estar usando o meu dinheiro suado com ele. "Verde serve." Eu digo a ele. Eu queria perguntar-lhe se Logan iria estar lá, ou perguntar por que ele não me disse que Logan estava de volta, mas tudo o que eu conseguir dizer foi: "Eu estarei ai em breve." *** Deixo escapar um suspiro de alívio quando paro na frente da sua casa e o único carro que estava estacionado lá era o de Alan. Eu disse a mim mesmo no carro que iria agir como se nada tivesse mudado. Logan não estava aqui. Ele não existia. Essa era a forma como sempre tinha sido com a gente, e essa era a maneira como ficaria. Sim, nós falávamos sobre Logan, mas nunca no presente. Era sempre sobre como ele era quando criança. "Talvez você devesse ajudar crianças como Logan." Disse Alan uma vez. "O que você quer dizer?" "Eu sei que você quer fazer enfermagem, mas eu vejo a sua compaixão, seu coração, sua necessidade de entender por que ele é do jeito que é. Talvez você devesse fazer algo com isso." E isso foi tudo o que precisou. Dois dias depois, eu decidi me formar em Psicologia Infantil. Ele abriu a porta antes que eu pudesse bater. Seu entusiasmo em me ver sempre me fazia sorrir. Ninguém sabia que eu vinha aqui; nós decidimos não contar a minha mãe. Poderia parecer estranho para algumas pessoas, e eu pude entender o porquê, mas todos os outros domingos, nas paredes da casa, ele me dava um pedaço da minha vida que eu nunca admiti que sentia falta. Ele também me deu um pai quando meu próprio parecia não existir mais. *** "Eu tenho uma coisa para você." Alan diz. Ele senta-se em seu lugar de sempre no balcão, tomando uma cerveja, enquanto eu fazia o jantar. Assim como na primeira vez, só que Logan estava aqui.
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"Você não precisa me dar coisas. Não acha que já faz o suficiente pagando as minhas aulas?" Ele levanta a mão e sai do banco. "Isso não me custou nada. Além disso, esse foi o dinheiro do Logan, não meu. É escolha dele." Reviro os olhos. "Será que Logan já lhe disse sobre a minha Tina?" Eu balanço a cabeça. Ele pega uma caixa de madeira e coloca em cima do balcão. "Ela era minha namorada, todo o ensino médio e na faculdade." Eu paro de cortar os pimentões e limpo as mãos no meu vestido, então me inclino sobre o balcão. Tudo o que ele tinha a dizer, eu queria dar-lhe toda a minha atenção. Ele sorri para os meus movimentos, mas não alcança seus olhos. "Ela realmente me lembra muito você." Ele diz. "Não fisicamente, mas muito mais... No coração. Vocês duas são..." Faz uma pausa e pensa por um segundo. "Verdadeiras. Seus corações são verdadeiros." Eu não tenho palavras; Eu fico em silêncio, em meus próprios pensamentos. Ele empurra a caixa para mim. "Isto era dela, eu quero que fique com ele." "Eu não posso—" "Faça um velho feliz." Ele me corta. Eu pego a caixa e abro a tampa. Dentro havia dezenas de pulseiras, neon coloridas de plástico, pulseiras grossas, pulseiras da amizade brilhantes, e umas correntes de ouro grossas. Eu não conseguia controlar meu sorriso. "É como se os anos 80 voltasse." Ele joga a cabeça para trás numa gargalhada. "Ela amava. Ela sempre tinha os pulsos cheios de pulseiras, como você." Ele aponta para o meu. Ele sabia que eu usava para esconder algo, mas nunca perguntou, e eu nunca ofereci. É por isso que a gente funcionava tão bem. Eu pego algumas da caixa e coloco-as, balançando as minhas mãos para deixar confortáveis. Eu tinha uns vinte em cada braço. No começo, eu fiz isso para esconder o que estava lá, e depois tornou-se um hábito usá-las. Eu estava plenamente consciente de que elas provavelmente chamavam mais atenção para essa área. Mas como eu disse, virou hábito.
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"Tem certeza de que não quer mantê-los, quero dizer, o sentimento é muito mais valioso para você do que se eu fosse tê-los." Ele dá de ombros e toma um gole da sua cerveja. "O que eu vou fazer com isso, Amanda? Dar para minha filha? Você está muito bem para mim." Meu peito se aperta com suas palavras. Olhando para a caixa na minha frente, eu limpo o nó que tinha se formado na minha garganta. Eu queria dizer a ele o quanto sua declaração me tocou, e que eu sentia o mesmo, que ele tinha se tornado como um pai para mim. Eu queria dizer a ele o quanto esses jantares de domingo significavam para mim. Eu começo a falar, mas sou cortada quando a porta da frente se abre. Seus olhos estavam arregalados. Assim como os meus. Nós ainda estávamos de pé, congelados, à espera de que algo aconteça. E então aconteceu. Sua voz parecia alta, mas talvez tenha sido coisa da minha cabeça. "Pai?" O sorriso de Alan foi instantâneo, mas desapareceu rápido quando ele olhou para o meu rosto. "Na cozinha." Alan grita. Inclino minha cabeça e meus olhos para baixo e me ocupo em preparar o jantar. "O que você está fazendo na cozi-" Suas palavras morrem. Ele deve ter me visto. Eu respiro fundo e fecho os olhos, lentamente construindo a coragem que eu precisava. Quando sinto que eu estava pronta, abro os olhos e levanto a cabeça. E ele estava lá. Quatro dias. Tinha se passado apenas quatro dias desde que eu o tinha visto, e a sua presença me deixava fraca. Como diabos eu conseguir aguentar um ano?
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Ela estava em pé na minha cozinha. Por que ela estava de pé na minha cozinha? Viro-me para meu pai. Ele não oferece nenhuma explicação. Por que ele não diz nada? Olho para ela. Ela apenas olha para baixo. Ela tinha uma faca na mão. Dou um passo para mais perto para ver o que ela estava fazendo; ela dá um passo para trás. Meu pai suspira. "Merda." Ela diz. "O quê?" Eu pergunto. Meu pai suspira de novo. "Eu tenho que ir." Ela coloca a faca em cima do balcão. "O quê?" Meu pai bufa. "Huh?" Eu digo a ela. O que diabos estava acontecendo? Eu instintivamente dou mais um passo para frente, e ela dá um passo para trás. Suas mãos estavam em uma posição defensiva. Meu pai rir. Fodidamente rir. Nós dois o encaramos. "O quê?" Ele pergunta, seu corpo ainda tremendo de tanto rir. Ele caminha até a geladeira, pega um refrigerante, e entrega-o para mim. "Bem vindo ao lar." Ele me dá um tapinha no ombro. "Parece que vocês dois tem muito o que conversa." E então ele sai. Simples assim. Eu me viro para Amanda. "Ei." Ela respira fundo. "Ei." Dou uma olhada ao nosso redor. "Você está cozinhando o jantar?"
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Ela acena com a cabeça tão rápido que eu quase não noto. Dou um passo para frente. Ela dá um passo para trás. "Você faz muito isso? Vim aqui e cozinhar o jantar, quero dizer?" Ela acena com a cabeça novamente, mas seus lábios estavam apertados. "Quantas vezes?" Eu me aproximo, e ela dá um passo para trás, só que desta vez sua costa bate no balcão atrás dela. Ela não responde. "Quantas vezes?" Pergunto novamente, dando mais um passo. Um suspiro fica preso na minha garganta. Movo-me de novo; Eu só queria estar mais perto de dela. Ela fixa os olhos no chão enquanto diz. "Todos os domingos." Eu deixo escapar um suspiro. Ela olha para mim, seus olhos azuis penetrantes. Assim como naquele momento. A primeira vez que a vi na casa de Jake com sangue em seu dedo e um olhar aterrorizado no rosto. Isso foi há três anos. Mas ela não tinha motivos para ficar apavorado, não agora. Arrisco minha sorte e fecho o espaço entre nós. Suas mãos se levantam contra o meu peito, mas ela não me afasta como eu tinha esperado que ela fizesse. "Por quanto tempo?" Pergunto. Ela engole em seco, mas seus olhos nunca deixam os meus. "Um ano." Meu estômago se aperta. Eu não sei se era o tipo bom ou o mau. "Por quê?" Minha mão toca seu rosto. Ele fecha os olhos com o toque. "Porque ele me pediu." Eu ergo seu queixo com a outra mão. "Amanda." "Mm?" Seus olhos ainda estavam fechados. Eu lhe peço para abrir eles. Ela faz. "E você vinha para cá, duas vezes por mês, durante um ano. Por quê?"
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Ela respira fundo, seu peito subindo com o esforço. Sua boca estava levemente aberta. Ela molha os lábios. "Por quê?" Pergunto novamente. "Porque..." Ela ergue o queixo. "Eu me sentia mais perto de você quando eu estava aqui. Sentia menos a sua falta." Thump. Thump. "Baby." Eu suspiro, movendo meu rosto para mais perto dela. Ela coloca as mãos no meu peitoral me impedindo de me aproximar. "Não se atreva a me beijar." Ela diz. Eu dou um passo para trás. "Você vai ter que me dar outra coisa para fazer, então, porque eu acho que não posso me controlar." Ela me empurra para fora do balcão, põem as mãos sobre meus ombros e me move para fora do caminho. "Ajude-me com o jantar." Ela diz. Então eu faço. Em um silêncio de merda. *** Meu pai preparou a mesa de jantar, por isso não me surpreende em tudo o jeito que ele fez: duas configurações de um lado, um sobre o outro. Ele já estava sentado e esperando por nós. Você pode adivinhar de que lado ele estava. "Estou morrendo de fome." Ele anuncia, uma vez que estávamos sentados. A perna de Amanda escovava contra a minha. Eu usava uma calça de exercício; Ela usava um vestido de verão azul solto. Sem sutiã. Não que eu estava olhando. "Desculpe." Ela sussurra baixinho. Limpo a garganta. "Está tudo bem." "Vocês são tão estranhos." Meu Pai diz. Amanda ri baixinho. Eu queria, mas me contive.
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Papai não falava muito, então quando fazia, ele fazia um impacto. "Como você está se sentindo?" Ele me pergunta. Havia um tom profundo em suas palavras, mas eu não quero discutir isso, não com Amanda aqui. Eu olho para ele, esperando que ele entendesse. "Tudo bem." Eu digo entre os dentes. Seus olhos vão de mim, para Amanda, e ele entende. Ficamos em silêncio por um tempo enquanto servimos a comida. Após a primeira colherada, eu juro, minha boca teve um orgasmo. Eu nem sequer engulo antes de anunciar. "Puta merda, está fodidamente bom!" "Logan Wilbur Matthews." Meu pai me repreende. A gargalhada de Amanda enche a sala. "Que engraçado." Ela diz para si mesma, e depois bufa. "Wilbur." Eu estava prestes a avisá-la para não contar a ninguém ou eu iria caçá-la, mas meu pai fala primeiro. "Você poderia ter tido Taco Casserole mais frequentemente se tivesse voltado quando disse que faria." Eu suspiro. Não quero discutir isso com ele. Não agora. "Desculpe." Meu pai murmura. "Eu não quis dizer desse jeito." Meus ombros se levantam, mas eu fico quieto. Estendo a mão para pegar meu copo, mas minha mão tremia. "Logan." Sua voz estava tensa. "Eu pensei que você estivesse ficando melhor." Eu não digo nada, apenas me concentro na minha boca seca e a necessidade de algum tipo de líquido. Agarro o copo, mas minha mão não melhora. Uma pequena quantidade de refrigerante vaza pelos meus lábios e cai na mesa, amaldiçôo sob a minha respiração. Sinto a mão dela em primeiro lugar; ela roça meu braço, em seguida, os dedos, eles lentamente entrelaçam nossas mãos. Viro-me para encará-la, mas ela estava olhando para nossas mãos unidas, seus lábios se curvam para baixo em uma careta. Na minha cabeça, eu contava os segundos que levou antes do tremor parar. Não iria demorar muito. Nunca demorava quando ela estava me confortando.
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Um. Dois. Em seguida, com a cabeça levantada e os olhos fechados. "Taco Casserole é bastante surpreendente." Ela declara. seu sorriso era verdadeiro. Não com pena. E nem forçado. Eu solto sua mão para tomar a bebida. Sem derramar desta vez. Eu pensei que ela iria afastar a mão uma vez que eu soltasse a dela, mas ela deixou lá, a palma para cima, esperando. Eu não hesito nem por um segundo. Ela tentou continuar comendo com a mão esquerda, mas era claramente uma luta. Eu ri baixinho enquanto a observava. Ela olha para mim, mas um sorriso brinca em seus lábios. Ela bufa, como se estivesse irritada, então coloco minha mão em sua perna e solto. Eu podia sentir o calor da sua pele através do tecido do vestido. Eu acho que gemi; Eu não tenho certeza, mas ela riu baixinho. Em seguida, o meu pai limpa a garganta. Eu tinha esquecido que ele estava aqui. Ele levanta-se, dramaticamente. "Estou cansado." Ele anuncia. "Eu vou para cama. Você deve mostrar a Amanda o seu antigo quarto e aqueles cartazes do 50 Cent." Então ele vai embora. "50 cent?" Ela rir. Eu nem me importo. Eu só queria ouvi-la rir.
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CAPÍTULO 15 Amanda "Por que você está corando?" Pergunto a ele. Ele ri. "Eu estou prestes a mostrar-lhe o meu quarto de quando eu tinha quinze anos." "Tem fotos de mulheres nuas?" Eu o provoco. "Honestamente?" Ele coloca a mão na maçaneta e empurra. "O mais provável." Ele abre a porta e eu entro. "Bem." Eu digo a ele. "Este é um anti-climax total. É apenas o quarto de um adolescente médio." "Desculpe desapontá-la." Eu ando a procura de algo que eu poderia irritar-lo, mas não havia nada. Além dos cartazes de rappers que eram legais a mais de dez anos atrás, não havia muito mais que isso. Certamente ele tinha um estoque de pornografia. Como qualquer rapaz de quinze anos de idade, não é? Vou até sua cama e verifico sob ela. Nada. "O que você está fazendo?" Ele me segue. Vou até o seu criado mudo e abro a gaveta. Nada. "Hmm." Bato no meu lábio com o dedo indicador. "Se eu fosse a coleção de pornografia do Logan Matthews, aonde iria me esconder?" Sua risada enche o quarto. Eu caminho em direção ao seu closet. "Aonde você vai?" Ele me bloqueia, com um olhar de pânico em seu rosto. Um passo mais perto e nós estaríamos peito a peito. Dou de ombros. "Eu disse, em busca da sua coleção de pornografia." Ele me deixa passar. Ligo a luz do pequeno closet e olho em volta. Ele morde o lábio, colocando as mãos no bolso. E então eu vejo: uma caixa na prateleira de cima. Eu sorrio para ele. Ele balança a cabeça. Um rubor se arrasta pelo seu rosto.
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"Pervertido." Digo a ele. Fico na ponta dos pés e tento alcançar a caixa. Sinto-o atrás de mim. O calor do seu peitoral duro contra minha costa me deixa tensa. "Não é o que você pensa que é." Sua voz estava rouca. "Sim?" Eu pergunto, esperando que meus nervos não aparecessem. Qualquer parte de nós que estava ligada, era mais do que apenas física. Ou até mesmo emocional. Era uma colisão de conforto e desconforto. Angustiante e emocionante. Ele faz isso comigo. A gente faz isso um com o outro. "O que é então?" Ouço sua respiração instável contra minha orelha. Então sua mão se estabelece no meu quadril enquanto ele pressionava em mim. Deixo escapar um gemido. Tinha sido um ano desde que eu senti um cara me tocar assim. Ele estende a mão livre e pega a caixa. Depois, com a mão ainda no meu quadril, ele me gira. Ele não deu um passo para trás; na verdade, ele se aproxima, e ainda mais, até que meu corpo estava contra a parede. Ele se afasta um pouco, com o braço levantado, segurando a barra a acima da minha cabeça. Não havia cabides, sem roupas; o pequeno espaço estava vazio, com exceção de algumas caixas no chão contra as paredes. A manga da sua camisa estava dobrada, permitindo-me ver sua tatuagem novamente. "Amanda." Ele sussurra, em seguida, abre a caixa entre nós. Dentro havia dezenas de frascos de vidro com pingentes, como o que ele tinha me dado naquele dia na chuva. O dia em que ele me prometeu que iríamos fazer novas memórias, para que eu não tivesse mais medo. Ele disse que seria incrível. Nós realmente poderíamos ter sido. Estendo minha mão para pegar um. Cada frasco tinha data e local escrito. "Toda vez que chovia, eu pensava em você." Ele sussurra. Meus olhos se levantam para encontrar os dele. "Eu queria enviar-lhe estes, mas eu... eu não sei..." "Há muitos por aqui." Ele acena com a cabeça. "Há mais quatro caixas." "Por quê?" "Pela mesma razão que você veio aqui a cada duas semanas. Fez-me sentir mais perto de você. Fez-me sentir menos culpa." "Por que você não voltou para casa depois?"
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Ele coloca a caixa de volta na prateleira, e pressiona seu corpo contra o meu. "Porque eu sou um covarde. E um idiota. E eu não mereço ter você em minha vida, e muito menos aqui, no meu quarto." Envolvendo sua mão em volta do meu pescoço, ele me puxa para mais perto. "Não se atreva a me beijar." Digo a ele. Eu não estava pronta para isso. Ainda não. Mas em breve. Talvez uma vez que a minha cabeça estivesse fora das nuvens e meu coração pudesse lidar com isso. "Ok." Ele concorda. Em seguida, inclina-se e roça os lábios nos meus. "O que você está fazendo?" Eu sussurro contra ele. Eu não me afasto. Eu deixo meu coração controlar minha cabeça, o que deixam as minhas ações confusas. "Não te beijando." Ele confirma. Ele move os lábios nos meus, arrasta-os até meu queixo e minha orelha. Ele mordisca suavemente, logo abaixo do lugar. Em seguida, seus lábios se separam e sua língua sai, enquanto ele se movia no meu pescoço, lentamente pra caralho. Ele faz uma pausa no meu ombro, movendo a alça do meu vestido para o lado, e os dentes passando ao longo da minha pele. Passo minhas mãos no seu estômago. Eu podia sentir seus músculos. "Você disse que não ia me beijar." Eu suspiro. "Eu não vou." Sua boca nunca sai do meu ombro. "Então o que você está fazendo?" Minha voz estava tensa. Minha respiração estava ofegante. Aperto minhas pernas juntas. Ele se afasta e olha nos meus olhos. "Lembrando de você." Minha cabeça se arremessa para trás e bate na parede atrás de mim. Eu ouço o seu gemido do fundo de sua garganta, um pouco antes de sentir sua boca em meu pescoço, sua língua sacudindo lentamente, suavemente contra a minha garganta. "Meu Deus." Eu suspiro. Minhas mãos se movem para mais abaixo. Eu não podia controlá-las, mesmo se eu tentasse. Passo-as pelo sua calça e roço-as em sua ereção. Ele geme em meu pescoço, fazendo minha pele vibrar. Eu sinto todo o caminho até meu núcleo. Meu corpo parecia que estava pegando fogo, pronto para entrar em combustão.
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Ele puxa a outra alça do meu ombro e lambe e chupa ali, bem antes da sua mão agarrar meu seio. Seu polegar desliza sobre o meu mamilo já duro. Ele coloca seu joelho entre as minhas pernas e as separa. Era demais. Muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo. Seu polegar sobre meu mamilo, sua boca na minha pele, e suas pernas entre as minhas, eu não podia aguentar muito mais. Ele se afasta abruptamente, e eu quase me sinto grata. Mas ele apenas olha para mim; seus olhos estavam mais escuro do que eu já tinha visto. Eles pareciam se alargar mais um pouco, como se algo tivesse lhe ocorrido. "Foda-se." Ele cospe entre os dentes. Eu podia sentir o material do meu vestido se deslocando contra meus seios com cada respiração. Seus olhos estavam fixos no meu seio. Num piscar de olhos, ele tinha tirado as tiras dos meus braços e estava ali, estudando-me, como se perguntando o que fazer a seguir. Ele sorri um pouco. Sua próxima ação havia sido decidida. E então ele faz isso. Ele puxa meu vestido para baixo, apenas o suficiente para que meus seios estivessem livres. Sua respiração estava tão ofegante, tão curta. Ele estava ofegante. Ele esfrega a mão contra seu pau, apenas uma vez. Mas a imagem foi o suficiente para me deixar louca. Então suas mãos seguram as minhas, puxando-as para longe dele e levantando-as acima da minha cabeça. Sua boca ainda estava no meu pescoço, lambendo, chupando. Sinto-o em todos os lugares. Ele segura minhas mãos até que eu estivesse segurando a barra à cima de mim. "Mantenha-as aí." E então ele se move. Sua boca cobre meu mamilo. Grito de prazer. Mas não foi o suficiente, não para ele. Ele abre minhas pernas — com a mão desta vez. Sinto seus dedos roçarem em minhas dobras através da minha calcinha. Eu poderia ter gozado. Se eu não tivesse tão embaraçada sobre como eu estava molhada, eu teria vindo. Ele troca de seios, certificando-se que ambos tenham a mesma atenção. Meus braços ainda estavam levantados, segurando apertado contra o metal frio. De alguma forma, sem perceber, meus quadris estavam se movendo. Sua mão em mim, movendo-se muito ligeiramente, apenas o suficiente para que meu clitóris podia sentir o atrito da sua mão. Sua língua no meu seio para de se mover. Pensei que ele tinha terminado. Mas ele chupa. Com força. Eu estava muito consumida com o prazer da sua boca que nem sequer sei como ou quando aconteceu. Sinto o ar frio em meu sexo molhado e minha
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calcinha em torno dos meus tornozelos. Ele começa do lado de fora, tocando e espalhando minha umidade, fazendo círculos em volta da minha entrada. Um dedo desliza para dentro, depois coloca um segundo. Ele começa a movê-los, lentamente. Eu me perco na neblina de suas ações. Eu queria tocá-lo. Eu queria que ele sentisse tão bem quanto estava me fazendo sentir. "Você está tão molhada." Ele observa meu rosto enquanto sua língua se move de um mamilo para o outro. "Eu quero tocar em você." Eu digo a ele. "Não." "Por favor." Eu imploro. Seus dedos se moviam mais rápido, mais forte, mais determinado. Sinto-me chegando. Eu queria aguentar. Era muito cedo. Eu queria sentir essa intensidade maior. Eu começo a empurrar suas mãos. Tinha sido apenas segundos, nem mesmo minutos. Não houve acumulação lenta, nenhum aviso. Seus dedos, a boca — tudo dele, estavam tão determinados a fazer-me sentir. Fazer-me querer. Fazer-me sua. E eu era. Eu sempre fui dele. Desde o dia do nosso primeiro encontro — eu me tornei sua. Seus dedos pegam um ritmo. Ele sabia que eu estava perto. "Baby." Ele murmura. Minhas pernas se apertam em torno da sua mão e— "Oh meu Deus." Eu gemo. Eu repito as palavras mais e mais, enquanto seus movimentos se acalmam e minha visão clareia. Quando minha respiração se acalma abro os olhos, assim quando ele enfia a mão na sua calça para ajustar-se. Sinto meus joelhos fracos. Eu deslizo pela parede até que minha bunda bate no chão. "Puta merda." Meu corpo ainda estava tremendo com as consequências do orgasmo mais intenso que eu já tive. Minha cabeça estava pesada, tão pesada. Eu mal podia levantála para ver sua reação. Ele sorri, pouco antes de sair do pequeno espaço no armário. Um segundo depois, ouço o barulho de água no chuveiro.
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CAPÍTULO 16 Amanda Sento-me em sua cama e espero enquanto ele estava no banheiro. Ele sai e para no meio do caminho, quando me vê. Eu não tinha certeza do porquê; Eu não sabia o que ele estava esperando. "Ei." Ele diz calmamente, se senta ao meu lado. Olho para o chão, sentindo-me um pouco estranha. "Ei." "Eu pensei que você iria fugir." O pensamento ainda não tinha passado pela minha cabeça. Eu me viro para encará-lo, mas seu olhar estava focado no chão. "Ta... Talvez eu devesse ir." Seus olhos me encaram. "O quê? Não." Ele se levanta. "Quero dizer — é claro que se você tem que ir, mas eu não quero que você vá." Ele xinga baixinho, e começa a andar pelo chão. "Eu queria pedir para você ficar comigo esta noite... Se você quiser." "Eu não—" Ele me corta. "É claro que você não quer. Eu sou um idiota—" Levanto-me e caminho até ele. "Eu só ia dizer que não tenho nada para vestir." "Oh." Um pequeno sorriso aparece em seu rosto. "É isso?" Eu balanço a cabeça. Meu próprio sorriso combinava com o seu. "Isso é fácil." Ele anuncia. Ele me leva até o seu banheiro, tira sua camisa e a entrega a mim. Quando volto, ele estava deitado na cama com as mãos atrás da cabeça, esperando por mim. Eu não sabia o que estávamos fazendo. E acho que nem ele, também.
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Nós não discutimos o assunto; talvez se fizéssemos isso teria arruinado o momento. Ele coloca o braço em minha volta, como costumava fazer todas as noites. Eu podia ver a tatuagem em forma tão clara. Deito-me ao lado dele e descanso minha cabeça onde ele queria. Sua mão começa a brincar com o meu cabelo. "Hum." Eu cantarolo. Era tão familiar. Tão perfeito. Eu me empurro para mais perto e me aninho em seu pescoço. Minha perna em cima da dele. Eu coloco minha mão sobre seu coração; Eu podia senti-lo batendo em seu peito. De repente, eu estava chorando. As lágrimas caiam silenciosamente em seu ombro. Seu coração batia mais rápido, mais forte. "Vai ficar tudo bem, Amanda." Ele beija minha cabeça. "Eu prometo." Ele diz. "Eu vou fazer tudo ficar bem." Deixo escapar um pequeno soluço. Ele não tinha ideia. Não era só ele que tinha culpa do que aconteceu. Nós dois tínhamos. Eu, também tinha. "Shh." Ele tenta me acalmar. Ele continua acariciando meus cabelos até as lágrimas diminuem e o sono me vence. *** Ele estava chorando. Ele estava dormindo, mas ele estava chorando. Ele murmura alguma coisa, e parecia ser o meu nome. Sua cabeça se vira de um lado para o outro. Sento-me e acendo a luz. Eu não sabia mais o que fazer. Seu rosto parecia estar com dor. Isso quebra o meu coração. "Pare." Ele estremece, ainda dormindo. E então as lágrimas caem dos seus olhos fechados. "Logan!" Eu balanço seus ombros pesados. "Acorde." Ele não acorda. Sacudoo de novo. Em velocidade relâmpago, ele agarra meu pulso, fazendo-me estremecer de dor. "Logan." Eu murmuro com dor. Seus olhos se abrem. Ele respira fundo, como se tivesse acabado de sair de um afogamento. Seus olhos estavam vidrados. Eu tento puxar minha mão do seu aperto, mas ele não me solta. "Logan, você está me machucando."
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"O quê?" Ele resmunga. Eu aponto para o meu braço. "Merda!" Ele me libera instantaneamente. "Porra, eu sinto muito." Sua respiração estava ofegante. "Está tudo bem." Eu massageio meu pulso, tentando fazer o sangue circular novamente. Ele segura-o com as duas mãos e faz isso por mim. Seus polegares massageiam a área que eu tentei tão dificilmente esconder. Ele leva até seus lábios e beija uma vez, duas vezes, então coloca minha mão sobre seu coração. Ele suspira. "Sinto muito." Repete. "Foi muito ruim?" Eu dou de ombros. "Não tenho nada para comparar." Ele balança a cabeça, pega minha mão de novo e olha para o meu pulso. "Eu não vou perguntar para você, mas você vai me dizer quando estiver pronta, certo?" "Sim." Eu digo a verdade. "Bom." "Isso acontece muitas vezes, os pesadelos?" Ele balança a cabeça novamente. O suor escorrendo pela sua testa; Limpo-o com meus dedos e sento-me com as pernas cruzadas ao lado dele. Eu sabia o que ele estava sentindo. As consequências dos pesadelos eram dolorosas. As imagens atormentado a memória e o alívio em saber que era apenas um sonho. Ele solta um suspiro e esfrega a mão contra sua mandíbula. "Eu me esqueci de tomar meus remédios." Admite em voz baixa. "Xanax?" Eu pergunto. Seus olhos se estreitam. "Eu os vi em seu banheiro. Eu não estava bisbilhotando, juro."
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Ele olha para o teto. "Sim." "Posso te perguntar sobre isso?" Ele me encara, com um olhar em seu rosto que eu não conseguia decifrar. "É claro." Ele diz. "Eu nunca vou esconder nada de você. Venha aqui." Ele estende o braço novamente, mas eu prefiro deitar em cima dele. Ele não reclama. Eu repouso sobre seu peitoral, minha cabeça a poucos centímetros de distância da sua. "Eu pesquisei sobre o Xanax — tratamento para a ansiedade... Você tem ansiedade... Ou ataques de pânico?" Ele balança a cabeça lentamente. "E isso faz essas batidas aqui." Eu coloco minha mão sobre o seu coração novamente. "Sim." Ele confirma. "E você deveria tomá-los hoje à noite, mas você estar aqui?" "Sim." Ele diz de novo. "Por qual motivo?" Seus olhos se ficam desconfortáveis, mas ele responde. "Eu tenho flashbacks. Não só quando eu durmo." "Sobre aquela noite?" Engulo o nó em minha garganta. "Não." Ele responde rápido. "Nem todos." Ele coloca a mão debaixo da minha camisa, e começa a esfregar círculos lentos na minha costa. "Não é apenas sobre aquela noite." Ele continua. "São as mesmas coisas de quando eu era criança, que eu tinha suprimido. Ainda estou trabalhando com isso, ou tentando, de qualquer maneira." "Eu sinto muito." Eu digo a ele. Ele lambe os lábios. "Não é sua culpa." "Você falou com ela, Megan?"
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Ele respira fundo. "Não, eu sei que ela está bem, isso é tudo que importa. Mas eu não quero vê-la, não até eu juntar minhas coisas." "Eu entendo isso." "Mais alguma pergunta?" Ele sorri para mim. E suas malditas covinhas aparecem. Meus dedos traçam-nas. Seus olhos se fecham. "Eu senti tanto sua falta." Ele diz. Eu queria dizer a ele que sentir sua falta, também. Todos os dias. Mas não iria curar-nos completamente. Não mudaria o passado. Meu olhar captura sua tatuagem e meus dedos se movem por conta própria, seguindo as palavras. Quando é que ele fez isso? Eu desejo poder esperar até ele estar pronto, mas as palavras saem antes que eu pudesse detê-las. "O que sua tatuagem significa?" Ele enfia os dedos pelo meu cabelo e move-os para longe do meu rosto. "Significa a sombra passa, a luz permanece. Você é minha luz, Amanda. Em uma vida cheia de sombras e escuridão, e monstros, você é minha luz. Quando a escuridão desaparece, e as lembranças desaparecem, você continua lá. Você sempre estará lá." Os cantos dos seus lábios se levantam. "Sabe, a primeira vez que te vi na casa do Jake, no velório? Na mais terrível das circunstâncias, você foi minha luz na escuridão. Isso é o que você se tornou, e isso é o que você é. Na minha cabeça. Em meu coração. Minha luz. Para sempre." Meu coração batia com força no meu peito. Eu queria pegá-lo e entregá-lo a ele, dizer-lhe que pertencia a ele, e que eu não tinha o direito de possuir. Mas eu não poderia fazer isso. Então faço a única coisa que eu poderia fazer. Eu o beijo. E assim como na primeira vez, e todas às vezes depois disso, eu me perco em seu toque, e em seu beijo. Eu me perco completamente em Logan Matthews. Eu não queria que o beijo levasse a algum lugar que não deveria ir, e mesmo que eu o sinta duro contra o meu estômago, ele deve se sentir da mesma maneira, porque nós nos afastamos após alguns minutos. Ele lambe os lábios e geme em aprovação. Movo-me para sair de cima dele, mas ele me segura lá. "Fique, por favor?"
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"Eu não estou te machucando?" "Não." Ele diz calmamente. "Você está me curando."
Logan Ela não estava na cama quando acordo. O pânico se estabelece na boca do estômago. Eu mantenho meus olhos fechados, não querendo enfrentar a realidade, mas então ouço um movimento e seus passos se aproximando. Rezo para que isto não fosse um dos meus sonhos habituais. Ontem à noite foi muito real. Acho que eu morreria se não fosse. Sinto a cama se afundar e as pontas dos seus dedos em minhas bochechas. Só então eu me sinto seguro o suficiente para abrir os olhos. Ela estar sobre mim, seu cabelo cobrindo seu rosto. "Ei garoto bonito." Ela me cumprimenta. Isso me faz sorrir como um idiota. Seu sorriso combinava com o meu, e seus dedos cutucam minhas bochechas. "Eu sentir falta dessas covinhas." Puxo-a para baixo dos lençóis comigo, e sussurro em seu ouvido: "Eu queria dizer uma coisa ontem à noite, mas as coisas ficaram um pouco... hum... fora do controle?" Ela ri em meu peito e coloca os braços e as pernas em volta de mim, ficando o mais próximo que podia. "Sim? E o que é?" Eu levanto o rosto e beijo-a nos lábios rapidamente. Uma vez. Duas vezes. Um trilhão de vezes mais. Eu não conseguia o suficiente. Ela ri na minha boca. Então eu digo. "Feliz aniversário de três anos." "De jeito nenhum!" Ela empurra meu peito. "Você se lembra?" "É claro que eu me lembro." Beijo-a novamente. "Como eu poderia esquecer o dia em que encontrei a minha pessoa?" *** Ela queria levar todos os frascos de vidro com ela. Eu não discuti. Eles eram dela, de qualquer maneira. O cheiro de café flutuando da cozinha a convenceu
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a ficar mais um pouco. Caminhamos de mãos dadas para lá, encontramos meu pai recolhendo suas coisas. Ele tenta esconder o sorriso, mas era claramente impossível para ele. "Bom dia." Ele cumprimenta Amanda e beija sua bochecha. "Tire as mãos da minha mulher." Eu brinco. Amanda ri. "Mulher que precisa de café do homem das cavernas louco." Papai ri e balança a cabeça enquanto sai da cozinha. Esfrego minhas mãos. "Parece que é só você e eu. O que nunca devemos fazer?" Ela se inclina no balcão e cruza os braços. "Eu disse a você. Sua mulher precisa de café. Vá pegar." "Jesus." Eu reviro os olhos. "Não é de admirar que eles te chamem de Demander." É claro que eu fiz o que ela pediu. Ela ainda tinha as minhas bolas nos seus bolsos. Entrego-lhe seu café, e coloco meus braços no balcão, em ambos os lados dela. "Eu gostaria que pudéssemos passar o dia juntos." Eu parecia um idiota desesperado por atenção, mas eu não me importava, era a verdade. Ela toma um gole do seu café e coloca a xícara de volta no balcão e, em seguida, os braços em volta do meu pescoço. "Eu sei, eu também." Ela suspira. "Mas eu tenho aulas, e então tenho que trabalhar." "Amanhã?" Ela faz uma careta. "Classes e depois academia." "Você não pode ignorar a academia?" Começo a beijar seu pescoço. "Eu tenho certeza que podemos encontrar uma maneira de nos exercitar juntos." Ela começa a rir. "Eu não posso. Tenho aulas de auto-defesa." Eu me afasto. "Então é assim que você aprendeu a me atacar." Ela acena com a cabeça, sorrindo enquanto faz isso. "Bem, eu estou feliz que você pode se proteger sozinha." Beijo-a novamente. Eu poderia beijá-la toda a minha maldita vida e não seria o suficiente. "Posso ir com você?" Seus olhos se arregalam. "Você quer?"
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"Eu vou fazer de tudo para passar um segundo sequer do meu tempo com vocĂŞ." Ela sorri. E era tudo o que eu sempre quis. Beijo-a de novo. E de novo. E entĂŁo um pouco mais. Mais e mais.
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CAPÍTULO 17 Logan Caminho até o carro dela, quando o vejo estacionado ginásio. Ela sai, com uma perna bronzeada em primeiro lugar, depois a outra. Perna, sobre a perna. É tudo o que eu podia ver. Então ela sai o resto do caminho. Seu short de ginástica mal cobria sua bunda. Sua regata apertada. "Ei." Ela diz, seu sorriso enorme. Eu não podia falar. Todos os neurônios fugiram do meu cérebro e foram direto para o meu pau. Eu nem sequer sei como acabei com o meu corpo pressionado contra o dela, empurrando-a contra o seu carro e beijando-a como se ela fosse meu oxigênio, minha água, minha comida, meu maldito tudo. Ela ri na minha boca e tenta se afastar. Não. Apenas Não. Eu precisava de mais dela. Eu tinha sentido tanto a falta dela quando estávamos separados. De alguma forma, eu consigo puxá-la para longe do carro, tempo suficiente para abrir a porta de trás e empurrar-nos para dentro. Ela ri de novo. "Logan, o que você está fazendo?" "Shh." Eu digo a ela. Minha língua varre em sua boca, e minha mão agarra o seu seio. Ela segura meu pulso e depois ri. "Ainda estamos do meio do dia. Controle-se." Eu solto um grunhido. Ela ri de novo. Eu bato no meu peito com o punho. Em seguida, em voz baixa o homem das cavernas, diz: "Eu, Logan precisa da sua mulher. Da sua mulher muito, muito sexy." Ela ri. Mas, em seguida, seus olhos escurecem. Ela se move até estar montando a minha cintura. Eu acho que nenhum de nós percebeu o quão desconfortável estávamos no pequeno espaço. Ela corre os dentes superiores
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contra seu lábio inferior. Sua mão se move para baixo e esfrega contra o meu pau duro sobre meu short, seus dedos enrolando em torno dele. "Mm." Ela geme. "Parece que o homem das cavernas Logan está feliz em me ver." Eu mordo o lábio e aceno com a cabeça. Suas mãos passam sob a minha camisa para o meu estômago vazio. Ela beija meu pescoço, passando a língua em círculos lentos, tão fodidamente lento. Deixa-me louco. As mãos dela descem ainda mais e mais, até que estivessem sob o meu short. "Eu me pergunto se o homem das cavernas Logan ficaria feliz em me sentir." Meu pau se contorce. Ela me beija mais uma vez. "Pena que temos que chegar no ginásio." Então, ela se afasta de mim, sai do carro e caminha em direção à entrada do ginásio. "Bolas azuis!" Eu grito para fora. Foda-se. *** Quando meu pau tinha finalmente se acalmado, eu entro no ginásio. Ela está sentada em uma mesa de frente ao bar de sucos, com um olhar presunçoso em seu rosto. Eu balanço a cabeça para ela. Ela ri de mim. O cara que estava lá no dia em que Amanda me deu uma surra. É claro que ele estava. "Jordan." Ele diz enquanto aperta a minha mão. Eu não perco o seu aperto extra forte, e a sua petulância em observa Amanda conversando com algumas garotas. "Então esse é o seu jogo, hein?" Ele perguntou, erguendo o queixo para mim. "Você pega os números das garotas da academia depois de fingir que elas te machucaram?" Idiota do caralho. "Não é o que aconteceu, mas talvez você devesse prestar atenção na sua boca."
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Ele solta minha mão para que pudesse levantar os braços em sinal de rendição. "Cara." Ele diz. "Eu só estou brincando com você." E é isso que ele decidiu fazer durante toda a sessão: mexer comigo. "Logan se ofereceu para ser o atacante." Anuncia. Eu não tinha me oferecido para porra nenhuma. Eu não iria deixá-lo vencer. Ele me olhava com diversão em seus olhos e um sorriso de satisfação que combinava com o de Amanda. Amanda sorri para mim. "Quem quer ser o primeiro defensor?" Jordan pergunta. Todas as garotas na sala levantam as mãos. O rosto de Amanda muda instantaneamente. Parecia que ela simultaneamente olhou para cada uma delas, uma por uma. Seu olhar parecia intensificar quando seus olhos pousaram em mim, e em meu sorriso recém-desenvolvido. A primeira avança. Ela era quente. O tipo Heidi quente. Ela não era Amanda, então ela não era o meu tipo. "Eu vou primeiro." Informa. Ela fica na minha frente de costas e pressiona contra mim. Então ela agarra meu braço e coloca-o sobre o seu ombro. Arrisco dá uma olhada em Amanda. Ela Tinha os braços cruzados sobre o peito, com os olhos semicerrados. Eu não pude evitar o sorriso que apareceu no meu rosoto. "Bolas azuis." Eu murmuro para ela. Seus olhos se arregalam. Ela recebe minha mensagem. Nos próximos 20 minutos eu deixei as garotas me baterem, o tempo todo observando a reação de Amanda. Foram bons tempos — até que era a vez dela. Eu acabei mancando para longe da classe. Eu não poderia ficar louco. Eu merecia. *** Ela se senta em uma pequena mesa em frente ao bar de sucos, enquanto eu estou comprando as nossas bebidas. "Oi, Logan." Eu ouço uma voz perto de mim. "Você se lembra de mim?" A garota parecia familiar, mas eu não conseguia lembrar.
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"Eu sinto muito." Eu digo a ela. Passei meu primeiro ano sendo um pegador, por isso não me surpreendo se ela tivesse sido um caso de uma noite. "Kellie." Ela diz, como se isso fosse me ajudar. "Kellie com IE." "Oh." Agora eu entendi. "Kellie com IE. Cara de emoticon triste?" "Huh?" Ela parecia surpresa. "Nada." O cara atrás do balcão entrega-nos as nossas bebidas. "PQP." Kellie diz bufando, enquanto olha dentro da sua bolsa. "OMG. WTF. Minha carteira não está na bolsa. Lol." Ela bate a palma da mão contra a testa. "Deixei no carro." Eu não tenho ideia do que diabos ela tinha acabado de dizer, mas eu entrego ao cara uma nota de vinte e pago as bebidas. "Aaaww." Ela murmura. Ela tinha aquela voz irritante de bebê que eu odiava tanto. "Você tinha que fazer isso. Foi muuuuito doce." "Não é nenhum problema." Eu começo a ir embora, mas ela agarra meu braço. "Talvez você possa me dar seu número, e eu poderia pagar de volta em algum momento." Eu olho para Amanda por cima do ombro. Ela estava assistindo, mas rapidamente olha para baixo, prestando atenção no seu celular. "Não é necessário." Eu respondo, afastando-me dela. Amanda se levanta quando eu chego à mesa. Ela puxa a bebida da minha mão e começa a se levantar. "Eu tenho que ir." Sua voz era firme. "O quê?" Eu bloqueio seu caminho. "Tem alguma coisa errada?" Um barulho estridente de risos enche a sala. Nós dois nos viramos para ver Kellie com IE, e algumas outras garotas, todas nos observando. "Eu realmente não me sinto bem com esse bando de garotas quentes caindo em cima de você." Ela murmura.
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Meus olhos se estreitam para as garotas, e depois para ela. "Elas disseram alguma coisa para você?" Ela balançou a cabeça. "Elas não precisam falar nada." Amanda era incrível; ela realmente era. Sua confiança e atitude despreocupada era uma das coisas que me atraiu para ela, mas não havia essa parte dela que parecia se transformar nesta jovem insegura, em momentos como estes. Eu nunca soube o que causou isso, ou por que ela estava assim. Eu nunca perguntei. Eu deveria perguntar. "Eu só quero ir." Ela repete. As garotas riem novamente. "Amanda?" Ela fixa os olhos no chão. "Sim?" "Você está com ciúmes?" Ela acena com a cabeça. E olha para grupo cute. As garotas levantam-se e começam a caminhar em nossa direção. Ela abaixa a bolsa, se aproxima de mim e coloca os braços ao redor dos meus ombros. Meus ombros balançam com o riso silencioso. "O que você está fazendo?" Ela não olha para cima. "As cadelas precisam saber que você é meu." Eu ergo seu queixo com o dedo e deixo meus olhos percorrerem seu rosto. Um lento sorriso se forma em meus lábios. E então eu digo as palavras que eu queria dizer, desde que a vi naquela festa. "Eu te amo." Seus olhos ficam enormes. "O que você disse?" "Não aja como se estivesse surpresa. Você sabe que eu te amo. Você sabe que eu sempre te amei." Ela sorri. "Diga isso de novo." "Eu te amo." "Tudo bem." Ela suspira. "Agora não diga até que eu peça."
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"Sim, Demander." As garotas risonhas se aproximam ainda mais. "Eu te amo." Eu grito, alto e orgulhoso. E então eu a beijo. Não era só para provar um ponto para aquelas garotas; era para provar um ponto para ela. Ela precisava saber que não tinha nada para se preocupar. Ela era a minha pessoa. Ela era minha. Para sempre. *** Caminhamos até o seu carro, mas ela não entra. Segurando ambas as suas mãos nas minhas, eu pergunto a ela: "Será que estamos realmente fazendo isso? Você e eu?" Ela acena com a cabeça. "Ser incríveis, você quer dizer?" Beijo-a novamente. Eu não consigo parar de beijá-la. "Sim." Ela olha para o chão novamente. "Eu quero." Ela confirma. "Se você quer." Eu solto as mãos e seguro seu rosto em vez disso, certificando-me de que ela estava me vendo, realmente, verdadeiramente, me vendo. "Eu quero. Mais do que qualquer coisa. Você sabe como eu me sinto." Ela tira as mãos do seu rosto e coloca em sua cintura. Seus braços se enrolam em volta do meu pescoço, deixando-nos peito a peito. Coração com coração. "Eu apenas — eu quero, eu realmente quero... Mas talvez — podemos simplesmente manter entre a gente, até a poeira abaixar um pouco? Só até..." Ela solta um suspiro. "Só até que as pessoas se acostumem com a ideia." Eu sabia exatamente o que ela estava dizendo. Eu tento me afastar, mas ela me segura mais apertado. "Você quer dizer até que as pessoas não vão julgála por me aceitar de volta?" Dizer as palavras doeu mais do que o seu pontapé no meu estômago. Eu sabia que ela tinha algumas barreiras para superar, e eu iria vencê-las com ela. Eu não estava mentindo quando disse que iria lutar por ela. É o mínimo que ela merecia. "Sim." Ela diz calmamente.
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"Eu não gosto da ideia de nós termos que nos encontrar escondido." "Não vai ser escondido." Ela diz, sem me convencer. Eu a ignoro, e seguro-a em meus braços. "Fique comigo hoje à noite." Ela ri. "Você não está cansado de mim?" "Nunca." "Eu tenho que trabalhar." "Foda-se o trabalho." Ela ri de novo. Minha cabeça cai em seu o ombro. "Eu só quero estar com você o tempo todo." Ela começa a acariciar meu cabelo como se eu fosse um assustado, triste e perdido garotinho. Talvez isso seja exatamente o que eu era. Ela beija o lado da minha cabeça. "Baby, eu tenho mais três dias de aulas, e então eu vou ser toda sua." Eu a abraço mais apertado. "Minha?" Eu pergunto em seu ombro. "Toda sua."
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CAPÍTULO 18 Amanda Eu terminei o trabalho à meia-noite e estou esperando Tony termina do dele para que ele pudesse me levar até o meu carro. Estou sentada no banco do bar, pego o celular da minha bolsa e verifico as mensagens. Número desconhecido: Eu sei que você está trabalhando, e isso é bom. Mas se quiser passar por aqui quando sair daí. Sabe, no caso de você não está cansada e com sono... Número desconhecido: Ou não... Número desconhecido: Quero dizer, você é bem-vinda para vir, independentemente do tempo. Número desconhecido: Foda-se, eu estou enviando spam para sua caixa de entrada. De qualquer jeito. Você não precisa, mas o convite está de pé. Número desconhecido: Merda. Aqui é o Logan. Número desconhecido: Foda-se, ignore todas as minhas mensagens anteriores. Eu vou dormir. Número desconhecido: Eu menti. Estou bem acordado. A oferta ainda estar de pé. Número desconhecido: Eu disse que era Logan? Eu não posso evitar o sorriso que tomou conta do meu rosto. Ele responde no primeiro toque. "Eu sei o que você está pensando. Talvez uma garota de quinze anos de idade tenha roubado o meu celular e mandado aquelas mensagens pra você. Eu adoraria dizer que é verdade, mas eu estaria mentindo. Por favor, não pense que eu sou louco. Quer dizer, eu sou. Sobre você. Merda. Eu realmente quero ver você. Muito. Espere. Eu soei como o Nicholas Sparks?" Minha risada interrompe suas divagações. "Logan, pare. Deixe-me mandar uma mensagem para o Ethan e dizer-lhe que eu não vou dormi em casa—"
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"Espere." Era a sua vez de me interromper. "Eu só te convidei para vir." Seu tom mudou para divertido. "Eu não disse nada sobre passar a noite. É um pouco presunçoso da sua parte, não é?" "Sim." Eu provoco de volta. "Além disso, eu reservei um tipo de trio com os meus outros namorados. Eles podem ficar chateados." "Cale a boca, nem brinque com isso." Ele diz brincando, então, em um tom mais sério, diz: "ligue-me quando você estiver quase aqui. Vou te esperar na frente. Não saia do seu carro, a menos que eu esteja lá, ok?" Eu concordo. Amanda: Eu estou indo para uma sessão de estudo no fim de noite em um dos dormitórios. Eu provavelmente vou para cama depois disso. Ethan: O seu celular está carregado? Você ainda tem o bastão? O edifício é seguro? Amanda: Sim, papai. Eu vou ficar bem. Te amo. Ethan: Ligue-me de manhã. Ethan: Por favor. Ethan: Você sabe que eu me preocupo com você. Um nó se formou na boca do estômago. Eu odiava mentir para ele. Eu odiava esconder o que estava acontecendo. Olho para o meu celular, decidindo se devo ou não ligar para Logan e cancelar. Meu celular vibra em minha mão. Logan: Eu estou do lado de fora te esperando. Mal posso esperar para vê-la. *** Subimos os cinco lances de escadas de mãos dadas, mas não falamos nada. Não até que estávamos no apartamento dele. Ele fecha a porta atrás de nós, e verifica os quatro bloqueios, pelo menos, três vezes. Então nós apenas olhamos um para o outro, sem jeito. Mais ou menos como a primeira vez que você fica sozinha com um garoto e você quer fazer tantas coisas ao mesmo tempo, mas a ideia faz você se segurar, e você apenas fica lá e não faz nada. "Então." Isso foi ele.
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Isto foi eu. "Então." Suave, certo? Ele fecha o espaço entre nós e lentamente entrelaça nossos dedos. "Como foi o trabalho?" Há um ligeiro deboche em sua voz, como se a pergunta tivesse sido feita milhares de vezes no passado, ou mil vezes no nosso futuro. Meu peito se aperta com o pensamento. Este poderia ser o nosso futuro. Eu tento esconder meu sorriso. Seus dentes se apertam em torno do seu lábio inferior, fazendo o mesmo. Há uma certa energia que nos rodeia: animado, ansioso, nervoso, aterrorizante. Ele ergueu minhas mãos e coloca-as contra seu coração. Ele bate tão forte, tão rápido na minha pele. Ele suspira. "Eu sei que te vi hoje de manhã, mas porra, eu senti sua falta pra caramba." Meus olhos se fecham ao mesmo tempo em que seus lábios encontram os meus. Eu respiro rapidamente com o contato, deixo meu corpo relaxar, e deixo um gemido sair em sua boca. Sinto-me cair. Mais uma vez. Ele solta minhas mãos e segura na parte inferior da minha costa, a outra no meu cabelo. Ele aprofunda o beijo. Sua língua roça nos meus lábios, meus dentes, e depois na minha boca. Seguro em sua camisa. Eu precisava agarrar em algo, assim iria doer menos quando meus pés pousassem de volta na Terra. Ele me empurra para trás, até que minha costa bata na porta. Ele nunca se afasta do beijo. Nem uma vez. Minhas mãos passam sob a sua camisa. Eu precisava senti-lo. Minhas unhas se enterram em sua pele quando sua boca se move para o meu pescoço, beijando e mordendo suavemente. Eu respiro fundo, necessitando de ar em meus pulmões, tanto quanto eu precisava dele. Suas mãos agarram minhas coxas, puxando minhas pernas para cima e ao redor da sua cintura, enquanto ele me pressiona à parede. Eu não o impeço.
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Eu não me importava. De modo nenhum. A necessidade do meu corpo causava um zumbido no meu cérebro. Ele segura um seio e a outra mão em minha bunda. Um gemido gutural escapa dele, mesmo antes da sua boca encontrar a minha novamente. Esses beijos, eles eram diferentes. Eles não foram alimentados pela luxúria. Eles não são exigentes. Era apaixonado, mas lento. Tão lento. Como se ele estivesse me beijando pela primeira vez. De repente, ele se afasta e xinga em voz baixa. Eu lentamente deixo minhas pernas caírem no chão, enquanto ele dá um passo para trás e para longe de mim. "Eu sinto muito." Ele diz. "Não foi por isso que eu queria que você viesse. Perdi o controle. Sinto muito." Ele balança cabeça. "Ei." Eu balbucio. "Eu não tentei pará-lo." Eu coloco a mão em seu rosto, mas ele se afasta. "Eu sei. É, apenas..." Ele solta um suspiro. "Eu só não quero que você pense que isso é tudo o que eu quero, sabe? Isso não quer dizer que eu não quero. Foda-se." Ele abaixa seus olhos, olhando para suas mãos tremendo. Ele cobrea com a outra. Agonia consumido suas feições enquanto seu peito arfava. "Logan." Pego sua mão trêmula entre ambas as minhas e beijo-as algumas vezes. Pareceu ajudar quando eu tinha feito no passado. Sua respiração tornase constante, e depois de alguns segundos, sua mão para de tremer. "O que está acontecendo?" Ele morde o lábio, mas recusa-se a me olhar nos olhos, em vez de optar por olhar por mim. Em seguida, ele estava caminhando em direção da cozinha. Sigo-o. Ele pega duas cervejas na geladeira, e me oferece uma. Eu recuso, então ele troca e entrega-me uma garrafa de água. Sua cabeça se inclina para trás para tomar um gole, mas seus olhos estão focados em mim. Quando ele termina, coloca a garrafa sobre o balcão, mas em seguida, abaixa a cabeça. Ele esfrega a palma da mão contra a sua mandíbula. "Eu só não quero foder com isso." Ele diz isso tão calmamente, que eu não sabia se tinha ouvido direito. Eu caminho até estar na frente dele. Sua mão agarra minha cintura. "O quê?"
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Seus olhos encontram os meus, correndo ao redor, levando-me. "Sabe, todo esse tempo que passou, eu nunca parei de pensar em você. Eu sabia que assim que eu chegasse em casa, significaria talvez ir atrás de você. Eu juro, Eu esperava que você acabaria falando comigo." Ele engole em seco e balança a cabeça. "Eu só esperava que você falasse comigo, talvez aceitasse jantar uma ou duas vezes. Mas eu nunca pensei, quero dizer, nunca em meus sonhos eu cheguei a imaginar que poderia ter isso." Ele aponta o dedo entre nós. "Eu nunca pensei que você daria uma chance a nós novamente, não depois do que eu fiz. E agora estamos aqui. Você está aqui. E eu não quero estragar tudo. Não posso, Amanda. Não deixe-me estragar tudo." Seus olhos começam a lagrimar, mas ele enxuga-os antes que eu pudesse ver o que estava acontecendo. "Você não pode me deixar foder isso, Amanda. Por favor." Ele estava implorando para mim. Implorando. E então eu sinto uma gota de lágrima no meu braço. Era minha. Eu nem sabia que estava chorando. Puxo minhas emoções de volta, mas ele deve ter ouvido. "Não chore." Ele diz, enxugando meu rosto com o polegar. Ele me beija rapidamente. "Por favor, não chore." Ele me beijou de novo, mas não se afasta. "Eu não posso ser o único a continuar fazendo você chorar." *** Fomos até a cobertura; ambos de nós precisávamos de um pouco de ar. Ele se senta no sofá ao ar livre com a sua cerveja, e sento-me à mesa em frente a ele. "Ouvi dizer que não se deve beber enquanto está sob medicamentos." Eu digo a ele. Estudei bastante sobre Xanax, apenas para que eu soubesse o que esperar, se as coisas ficassem realmente ruins. Ele sorri e levanta uma sobrancelha para mim. "Você fez uma boa investigação."
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Eu balanço a cabeça, tentando manter o olhar severo no rosto. "E a pesquisa mostrou que não se deve beber." Seu sorriso fica mais largo. "Sim, senhora." Ele me oferece a cerveja, mas eu recuso. Ele coloca a garrafa sobre a mesa e, em seguida, empurra-a para longe. "Você não gosta de cerveja mais?" Eu balanço minha cabeça. "Não, eu não bebo mais." "Por quê?" Suas sobrancelhas estão arqueadas. "E é qualquer tipo de álcool?" "Sim." Espero pela pergunta que eu sabia que estava chegando. "Por que não?" Eu tive que escolher minhas palavras com cuidado. A única pessoa que sabia o motivo era Alexis, e ela não conseguia entender. Ela não tinha estado lá. "Eu só acho que talvez, se eu estivesse mais lúcida, naquela noite, as coisas poderiam ter terminado de forma diferente." Ele se inclina para frente, entre as minhas pernas. Ele ainda tinha o mesmo olhar confuso em seu rosto. "O que você está falando?" As palavras saem devagar, como se ele não pudesse compreender o que eu estava dizendo. Dou de ombros. "Eu não sei. Às vezes acho que se eu não estivesse tão tonta, eu teria tido melhor juízo naquela noite. Talvez isso—" "Amanda." Seu tom de voz era áspero. Eu recuo em surpresa, mas seus braços em volta das minhas pernas me impedem de fugir. Ele pede desculpas imediatamente. "Eu não quis que saísse assim, mas você não pode pensar desse jeito. Você não pode se culpar pelo que aconteceu." "Por quê?" Eu levanto meu queixo, pronta para uma luta. "Você fez." Seus olhos se arregalam um pouco, provavelmente pela minha abordagem direta. Fechamos os olhos pelo que pareceu uma eternidade, até que ele suspira, e suas feições relaxam.
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"Baby." Ele diz em voz baixa, fazendo com que minhas defesas se afastassem. Ele me puxa para o seu colo, me montando nele, do jeito que ele sempre quis. Afastando o meu cabelo do meu rosto, ele beija meu nariz. "Eu quero falar sobre essas coisas, eu realmente quero. Mas não agora. Agora, eu só quero ficar com você. Eu só quero te abraçar. Podemos fazer isso? Amanhã eu vou dar-lhe todas as respostas. Vou te dar tudo." Ele começa a brincar com o meu cabelo, mas faz uma pausa, só por um segundo, antes de continuar. Ele permanece em silêncio, mas eu podia sentir que algo não estava certo. "O que você está pensando?" Eu pergunto a ele. "Você não pode nem me ver. Como você sabe que eu estou pensando?" Ele responde. "Eu não preciso te ver para sentir." Ele beijou minha cabeça, mas espera um tempo para falar. "O que Ethan disse quando você contou a ele que estava aqui?" Eu fico tensa. Ele sente. "Você mentiu?" Eu me afasto o suficiente para olhá-lo nos olhos. Mordendo os lábios, eu balanço a cabeça. Ele balança a sua também. "Eu não gosto disso." "Eu sei." Lamento. "Mas o que você quer que eu faça? Você não acha que é melhor que nós apenas temos algum tempo juntos, pelo menos, quero dizer, como é que eu vou saber se você não está indo embora—" Minhas palavras morrem no ar quando vejo o desgosto em seu rosto. "Eu não vou." Ele sussurra. Eu poderia dizer que ele estava decepcionado. Comigo — ou eu não tinha certeza com o quê. "Você quer que eu fale com ele?" Ele pergunta. Eu balanço a cabeça freneticamente. "Não, ainda não, ok?" Tento acalmar os batimentos rápidos do meu coração contra o meu peito. O nó no estômago sobe pela a minha garganta. Eu tento limpá-la.
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"Olha." Eu começo. "Você não quer falar sobre o que aconteceu naquela noite, eu não quero falar sobre Ethan. Você tem suas razões. Eu tenho as minhas. Vamos apenas concordar em deixá-lo sem saber por enquanto, ok?" Ele me segura mais apertado. "Nós temos um monte de merda para resolver." "Sim." Eu concordo. "Mas uma vez que resolvermos, nós vamos ser incríveis." Sinto seu sorriso em meu rosto. *** Eu flutuava para baixo em uma superfície macia. "Shh." Ele diz. "Você caiu no sono." "Logan?" Eu sussurro. "Sim, baby. Eu estou aqui." "Você está aqui." Eu repito as palavras dele. Ele estava aqui, comigo. Não era um sonho. Não desta vez.
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CAPÍTULO 19 Logan Ela está vindo para cá hoje. É o primeiro dia de férias de Verão para ela, o que significa que ela é toda minha. As palavras eram dela, não minhas. Eu não sou realmente um homem das cavernas. Nós não nos víamos desde a noite em que ela adormeceu nos meus braços no terraço. Eu não posso nem contar a quantidade de vezes que sonhei com isso quando estava fora. E agora, era real. Nós estamos tão juntos quanto acho que poderia ser possível. Sabíamos que havia situações a serem superadas, questões que tínhamos que lidar, coisas para conversar. Nós não éramos ingênuos. Cedo ou mais tarde, teríamos de enfrentá-los. Mas agora, nós só queríamos um ao outro. Talvez precisávamos um do outro, como ar. Logan: Apresse-se e traga o seu traseiro para cá. Amanda: Eu já estou aqui fora. Desço correndo as escadas, tão rápido que eu quase torço o tornozelo na aterrissagem final. Eu me acalmo um pouco antes de abrir a porta. Não era como se eu fosse um idiota patético que estava esperando o dia todo só para vê-la, ou segurar a mão dela, ou beijá-la. Não. Não eu. Não em tudo. Seu sorriso se alarga quando ela me vê. Ela eatava uns bons vinte metros de distância, mas a distância entre nós era demais, e ela deve ter sentido isso também. Porque começa a correr em minha direção. Era exatamente como nos filmes de merda quando ela levanta-se e coloca as pernas em volta de mim. Eu a pego e começo a girá-la. "Nós estamos tão bregas." Eu digo a ela, meio que rindo. "Cala a boca. Você está estragando o momento. Mantenha fiação." Ela exige. "Você vai ficar tonta e vomitar." "Não vou."
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Eu a giro mais duas vezes antes que ela me fizesse parar; ela disse que se sentiu mal e tonta. Eu queria dizer 'eu avisei', mas não enchi seu saco. Eu estava feliz em vê-la. "Sentiu minha falta?" Ela pergunta. "Você não tem ideia do quanto." Eu nos oriento até a minha merda de caminhonete velha e abro a porta para ela. Seu nariz se enruga em desgosto. "É o seu carro?" Eu não poderia dizer se ela estava falando sério ou não. Levanto meus ombros, e digo: "Sim. Por quê?" Ela levanta os ombros dramaticamente com o nariz no ar. "Nada, eu acho." Ela estava me provocando. "Eu só namoro caras com carros caros." Eu a pego e jogo-a no banco da minha caminhonete. "Com quem quer que você estivesse saindo antes, ele é um idiota." Eu digo a ela, indo para o banco do motorista. "Você deve dizer isso a ele." *** Nove horas. Esse foi o tempo que levou para comprarmos os móveis e ajeitálos no meu apartamento. Ela me fez comprar uma cama para o quarto. Eu lhe disse que provavelmente não iria utilizá-la. Ela entendeu, mas disse que eu deveria ter uma de qualquer maneira. No momento em que tudo estava feito, estávamos exaustos. "Vamos ordenar tudo e ir para a cama." Ela sugere. "Parece perfeito." Realmente parecia. Meia hora depois, a comida chegou, e nós nos sentamos na minha nova mesa de jantar para comer. Ela coloca seus pés em meu colo e aponta o garfo para mim. "Conte-me mais sobre os Médicos Sem Fronteiras." Ela diz. Eu sorrio para ela. Nós não falamos sobre o porquê de eu ter ido embora, e ela não tinha perguntado. Era quase como se ela não quisesse saber, ou talvez ela
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já soubesse e não queria me pressionar. Talvez ela seguiu em frente, e como eu, só queria pensar no nosso futuro. Eu sabia que era ruim, viver nossas vidas assim, em nossa pequena bolha, longe de qualquer um que possa nos levar longe um do outro. Algo iria acabar acontecendo. Mas só tinha se passado uma semana. Certamente tínhamos tempo. Eu começo a contar-lhe tudo sobre o meu tempo na África, então penso em fazer melhor. Pego o meu diário. Eu esvazio o conteúdo das páginas. Dezenas de fotos caem. Começo a classificá-las para que eu pudesse mostrar a ela, mas seus olhos estavam fixos no diário. Limpo a garganta, seu olhar se levanta e foca em mim. "É o meu diário." Eu digo a ela. Seus olhos se estreitam um pouco. "Oh." Eu penso nas opções das minhas próximas palavras na minha cabeça, mas nada parecia ser capaz de parar a frase se formando. "Você deveria lê-lo, talvez—" "Oh, não." Ela me interrompe. "É pessoal, eu não posso fazer—" "Nada pessoal. Não quando se trata de você e eu não quero manter segredos. Se você quer saber sobre o meu tempo lá, basta você lê. Ou vai continuar não sabendo de nada. Cabe a você. Mas eu quero que você saiba de tudo. Talvez te ajude a entender um pouco." Ela acena com a cabeça, pega o diário das minhas mãos e, lentamente, folheia as páginas. Nossa foto cai de dentro. Estava um pouco gasta, mas ainda era visível. Ela a pega com cuidado, como se fosse desintegrá-la com os dedos. "O que é isso? Como?" "Fiz um telefonema para Jake, pedi-lhe para enviá-la para mim." Ela respira fundo, seu peito subindo e descendo com o movimento. "Meio que me salvou." Verdade. "O que você quer dizer?" "Leia-o." Levanto-me e começo a limpar a mesa. Quando eu tinha terminado a limpeza, ela ainda estava olhando para a imagem.
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"Babe." Eu tento chamar sua atenção. Ela me encara. "Huh?" Diz, mas sua mente estava em outro lugar. "Você vai ficar, né?" Ela acena com a cabeça e sai da cadeira, colocando a imagem cuidadosamente sobre a mesa. Eu caminho até o sofá para convertê-lo em cama, mas ela puxa minha mão para me impedir. "O que está acontecendo?" Eu pergunto, virando-me para ela. Ela parecia desconfortável. "Hum. Talvez você — ou — talvez nós poderíamos tentar usar quarto. Quer dizer, você não precisa... Mas se não funcionar, podemos apenas voltar para cá, certo? Ou não. Nós não precisamos." Suas palavras saem com pressa. Ela estava nervosa. "Eu não quero pressioná-lo, Logan." Ela encolhe os ombros. "Eu quero ajudá-lo." Meus olhos se fecham. Eu queria voltar no tempo e calar suas palavras. Era a última coisa que eu queria. Talvez porque se tratava dela. Talvez fosse apenas o meu orgulho maldito. Abro os olhos e fito-a. "Você acha que eu preciso de ajuda?" Eu afasto minha mão da dela. "Eu não preciso de ajuda." Eu me viro e começo a ajustar o sofá. "Pare com isso!" Ela quase grita. "Eu sabia que você ia ficar assim." Ela movese para que estivesse no meu caminho. Tento ignorá-la, e a dor em meu peito. "Logan!" "O quê? Que porra é essa que você quer de mim? Você acha que precisa me salvar? Bom. Você pode me salvar no conforto e segurança da sua própria cama maldita." Ela empurra com força contra meu peito. "Pare com isso." Ela grita. "Não fale assim comigo. Eu não mereço isso, e você sabe disso. Quer me tratar como lixo? Vá em frente. Não é como se eu esperava algo mais de você mesmo!" Ela estava chorando. Foda-se. Ela me empurra novamente para me fazer sair do seu caminho. A dor em meu peito fica pior. Meu coração batia com força. Eu estava esperando que isso fosse explodir a qualquer momento.
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"Saia!" Ela grita tão alto, que juro que os vizinhos podiam ouvir. Seguro seus pulsos e puxo-a para mais perto, então passo meus braços em torno dela. "Eu estou tão arrependido, Amanda. Por favor." Eu digo. "Eu estou fodendo isso, novamente. Eu não posso te perder. Por favor." E então algo me bate. "Você está certa." Digo ela. "Eu preciso de você. Preciso da sua ajuda. Sinto muito. Só por favor, por favor, seja paciente. Por favor." Eu estava implorando, mas era tudo verdade. Sinto a sacudida da sua cabeça no meu peito. "Eu sei que as coisas são difíceis para você, e eu não deveria pressioná-lo, mas eu não sou seu inimigo." "Eu sei. Você não me pressionou a nada. Você não fez nada. Eu sou apenas um idiota ." Eu nos oriento até a porta da frente, de mãos dadas, enquanto verifico as fechaduras. Ela limpa o rosto no meu braço; Sinto a umidade das suas lágrimas. Suspirando, eu encaro-a. "Eu realmente sinto muito, baby. Eu nunca mais quero agir assim com você. Juro. Eu não... eu nem sei como explicar o que aconteceu, mas eu odeio que aconteceu." "Eu sei. Eu te perdôo." "Você não deveria." "Mas eu perdôo." "Eu tenho uma coisa para você." "Um presente?" Seus olhos se iluminam e qualquer sinal de que ela estava chateada poucos minutos atrás havia desaparecido. "Sim." "Dê-me." Eu rio, e levo-a para o banheiro. Abrindo o armário sob a bancada, eu lhe entrego uma escova de dentes. Ela ri no instante em que a vê.
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"Hello Kitty?" "Sim." Beijo sua testa. "Só para você." "Ahhh." Ela murmura, segurando a escova de dentes contra o seu peito e fingindo devaneio em sua voz. "Você é o melhor namorado de todos." Ela sai do banheiro e volta segundos depois com o diário. Ela coloca-o na mesa de cabeceira, caminha até meu armário e começa a abrir e fechar todas as gavetas até encontrar o que estava procurando. Observo-a tirar sua calça jeans, então sua blusa. Tento não atacá-la quando ela fica apenas de sutiã e calcinha. Ela pega uma velha camisa minha de baseball, e veste-a. Eu caminho até ela, querendo tocá-la, só um pouco. "Eu senti falta de ver você com as minhas camisas." Enrolo meu braço em torno da sua cintura e a puxo-a para o mais perto que podia. "Não tanto quanto eu senti falta de usá-las." Eu sorrio de orelha a orelha. "Eu te amo." Seus olhos se fecham. "Pare com isso. Você não deveria dizer, até eu fazer." Eu dou de ombros. "Impossível. Você merece isso." Ela se afasta e caminha até a cama, desfazendo seu sutiã ao mesmo tempo. Olho para ela, depois para a porta do quarto. O pânico se estabelece. Ela deve ter notado, porque diz: "Eu sempre durmo com a porta aberta. Se estiver tudo bem para você?" Apago as luzes e vou para a cama. Ela pressiona seu corpo contra o meu. "Boa noite, menina bonita."
Amanda Ele adormece quase que instantaneamente. Eu me liberto do seu abraço, ligo o abajur, pego o diário e viro para a primeira página. Cinco semanas após Amanda.
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Não há datas aqui. Só o tempo que se passa com cada momento. Querido diário — diz a menina de doze anos em mim. Manny, um dos caras no campo, me disse que eu estava deprimido...
Logan Levei um tempo para descobrir que o som no quarto; era ela chorando baixinho. Eu tinha caído em um sono tão profundo que levou mais tempo do que eu esperava para abrir meus olhos, mas quando eu finalmente consigo, eu meio que desejei que não tivesse conseguido. Ela estava sentada na cama com os joelhos contra o peito, e meu diário descansando sobre eles. Sua mão cobria sua boca enquanto lágrimas escorriam pelo seu rosto. Eu não tinha certeza de qual parte ela estava lendo, então eu faço o que eu achava que era melhor: Fecho meus olhos e finjo dormir. Eu queria que ela tivesse esse momento — tempo para ler o que ela queria, entender o que precisava, e aceitar o que havia sido feito. Ainda assim, levou tudo de mim para não estender a mão e confortá-la de alguma forma. Não sei quanto tempo fiquei ali, ouvindo-a rir, suspirar e chorar. Ouvindo as páginas se virando, quase como um relógio, a cada poucos minutos. Eventualmente, eu ouvi o diario sendo fechado. Seu peso se deslocado na cama, o cobertor se movendo, e o calor do seu corpo me envolvendo. "Logan." Ela sussurra. Eu finjo não ouvir. Sinto sua respiração contra meus lábios. Ela deve ter se aproximado. "Eu te amo tanto, Logan." Meus olhos se abrem. Seu sorriso aumenta. "O quê?" Eu resmungo, minha voz áspera de sono. Ela balança a cabeça lentamente. "Você me ouviu. Eu te amo tanto." Ela se aproxima, até que estivéssemos peito a peito.
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Foi assim, que nem no dia do sonho. Ela deve ter lido. Ela deve saber o que essas palavras significam para mim. "Sim?" Minha voz se quebra. "Você não está dizendo isso por pressão?" Ela balança a cabeça, interrompendo-me. "Eu estou dizendo isso porque você nunca deixou-me dizer isso antes. Eu estou dizendo isso porque eu queria dizer desde que você me levou na livraria. Eu queria te dizer uma vez que você me pegou." Ela puxa uma corrente de ouro ao redor do seu pescoço e me mostra o pingente. "Quando você me beijou na chuva, e me disse que iríamos fazer novas memórias. Tirou algo que eu temia e transformou em algo incrível. Isso é o que você é para mim, Logan. Incrível. Eu quero que você saiba disso, e se isso significa dizer que eu te amo mais e mais e mais, então eu vou. Eu te amo tanto, Logan." Ela me beija. "Eu te amo." Outro beijo. "Eu te amo." Outro beijo, desta vez mais profundo. "Eu te amo." "Pare." Eu digo a ela. "Você vai desperdiçá-los." Ela se afasta. "Eu não posso desperdiçá-los, Logan. Você é a minha pessoa. Eu nunca vou deixar de amar você. Nunca."
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CAPÍTULO 20 Logan O sol estava nascendo no momento em que tínhamos decidido voltar a dormir. Ela fez milhões de perguntas, como eu sabia que ela faria. Respondi tudo da forma mais sincera possível. Algumas coisas eram mais difíceis do que outras. Foi duro falar sobre Amuhda, mas ela segurou minha mão e me ajudou a superar isso. A única coisa que não foi duro foi quando ela perguntou sobre a Rebeca. "Você jura que vocês não fizeram nada? Ela só tentou te beijar, certo? E você parou imediatamente, certo?" Ela pergunta, andando pelo quarto. "Juro." Eu lhe asseguro. "Você não tem que mentir para mim." Ela diz, quase como um aviso. Isso me faz sorrir. Isso a deixa chateada. Seus olhos se estreitam quando ela fala. "Eu não me importo, Logan. Isso não é como você e eu... sabe... Seja qual for!" Ela joga as mãos no ar. Ela está tão nervosa e tão irritada comigo rindo dela, que eu não podia deixar de rir mais ainda. Típico movimento de namorado babaca. Depois foi a minha vez de perguntar o que ela tinha feito com outros caras enquanto eu estava fora. Eu estava tentando não pressioná-la. Uma parte de mim queria saber, e outra parte me deixava louco só com o pensamento. Na verdade, só em imaginá-la, eu acho que iria vomitar. Quando ela me promete que não tinha tocado em outro cara e nem deixado qualquer um tocar nela... Eu melhorei um pouquinho. Nós nos pegamos por tanto tempo, que juro que meu pau estava prestes a se romper. Chegamos ao ponto de eu quase entrar dentro dela antes de pararmos. Nós dois concordamos que queríamos esperar. Nenhum de nós sabia realmente o porquê, só queríamos ir devagar, saborear o momento. Agora, há uma incessante alta batida na porta da frente. Nós dois pulamos para fora da cama rapidamente. Ela puxa minha camisa para cobrir suas coxas, com um olhar de pânico em seu rosto. "O que... Que está acontecendo?" Ela se aproxima de mim. Visto meu moletom rapidamente.
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"Eu não sei." Meu coração batia freneticamente contra meu peito. Eu não tinha sentido esse medo desde que tinha sete anos. Ela abraça meu braço com força e me viro para encará-la. Ela vacila quando o barulho começa de novo. "Vai ficar tudo bem." Eu tento manter minha voz, mas falho. "Você precisa ficar aqui, ok?" "Não." Ela geme, agarrando o meu braço com mais força. "Babe, vamos lá." Eu liberto meu braço das suas mãos, abro a gaveta da mesa de cabeceira, e tiro uma arma. Ouço seu suspiro. Tento acalmá-la: "É apenas..." Ela balança a cabeça, seus olhos nunca saindo da arma na minha mão. "Eu entendo." Eu acabo com os poucos passos entre nós, ignorando o barulho, e não apenas o da porta da frente, mas no meu peito e na minha cabeça. Eu a beijo. "É provavelmente apenas os meus vizinhos, está tudo bem." Eu minto. Não eram eles. Eles fizeram isso uma vez e me viram abrir a porta com uma arma na mão. Nunca fizeram novamente. Ela retorna meu beijo. "Eu te amo." Eu queria dizer a ela que a amava também, mas o barulho começa de novo. "Você tem que ficar aqui. Não importa o que aconteça, ok? Se você achar que precisa, ligue para polícia." A cada passo em direção à porta da frente, meus pés pareciam mais pesados. Até o momento que eu estava lá. O tremor em minha mão faz com que a arma balance contra a minha perna. Thump. Thump. O sangue corre para os meus ouvidos. Thump. Thump. Eu olho pelo olho mágico. Idiotas.
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Abro a porta. "Eu juro, eu tentei não contar a ele, mas ele sabia que eu estava guardando segredos. Eu não gosto de guardar segredos, Logan." Cameron entra em cena. "Seu imbecil." Então ele vê a arma na minha mão e dá um passo para trás. "Merda, cara." Depois que a minha mente e o corpo voltam ao lugar, eu coloco a arma na mesa de entrada ao lado da porta. "Merda." Cam diz novamente. "Sinto muito, cara. A batida e—" Ele xinga baixinho. "Eu nem sequer pensei." Ele levanta seu punho para mim bater. Eu bato, mas não posso falar ainda. Meu coração ainda estava acelerado. Vou até a cozinha para tomar uma bebida. Eles me seguem. "Sinto muito." Lucy guincha, enquanto tento encher o meu copo de água. Bebo como se minha vida dependesse disso. Eles assistem em silêncio. "Está tudo bem." Eu finalmente digo. "Só não façam essa merda de novo." "Sério." Cam começa. "Nós estávamos em um churrasco no campus e Lucy começou a beber, então ela me contou sobre você e—" Ele se interrompe, pensando que eu não queria ouvir o nome dela. "De qualquer forma." Ele continua. "Perguntei a ela se você estava de volta e, em seguida, ela me contou. Eu só tinha que vir ver por mim mesmo. Honestamente, eu estou um pouco chateado que ambos mentiram para mim. Se eu fosse um idiota, eu provavelmente iria acusá-lo de que vocês dois estavam trepando pelas minhas costas." Lucy começa a rir. Então soluça. Em seguida, ri um pouco mais. "Ela está bêbada." Ele me informa. "É bom vê-lo. Você está bem?" "Sim, cara." Eu começo a caminhar para a sala de estar. "Eu estou bem." Jogo meu corpo sobre o sofá ao mesmo tempo em que Lucy abre as cortinas. A sala se enche de luz solar. Eu olho para a mudança repentina. "Cara, você estava dormindo? É, tipo, três da tarde. Você parece uma merda." Cam diz. Ele é tão observador.
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"Logan?" Todos nós fazemos uma pausa e olhamos para o corredor quando ouvimos sua pequena voz. Depois suas cabeças viram para mim. "Você tem uma garota aqui?" Lucy quase grita. Cameron sorri como o gato Cheshire. "Sim, você tem!" Ele se aproxima e levanta a mão para me bater. Reviro os olhos, e dou-lhe o que ela queria. "Logan?" Amanda diz novamente, desta vez mais alto. Os olhos de Lucy ficam enormes. "Quem é?" Ela ainda estava gritando. Ao lado de Cameron, ela fica na ponta dos pés e sussurra em seu ouvido, "Logan tem uma menina aqui." Cam balança a cabeça. "Eu sei, querida, e estou bem aqui." "Quem é?" Ela pergunta a ele. Ele suspira, mas não reponde. Eu rio para mim e grito: "Babe, você pode sair." Em seguida, um segundo depois. "Coloque a calça antes." Cam sorri novamente. "Você é um cachorro louco." Ele estava se divertindo. Fico feliz que alguém estava. Amanda entra vestindo uma calça e minha camisa de baseball. Lucy suspira alto quando a vê. Isso faz Amanda fazer uma parada no meio do caminho. O olhar de Lucy passa de Amanda, para mim, depois Cameron. "Ela é real?" Ela pergunta a Cameron. "Sim, querida. Ela é real." Ele acaricia sua cabeça. Lucy lentamente dá alguns passos para mais perto de Amanda, como se ela fosse um animal ferido e Lucy era o seu salvador. As sobrancelhas de Amanda se arqueiam enquanto observa Lucy se aproxima lentamente. Cam se senta ao meu lado, mas nós dois continuamos observando as garotas. Então, quando Lucy se aproxima o suficiente, ela cutuca o braço de Amanda. Amanda se encolhe, mas permanece em silêncio. Lucy soluça, e depois estreita os olhos. "Você é real?" Ela pergunta. Amanda sorri, mas não alcança seus olhos.
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Lucy grita: "Você é real!" Em seguida, abraça-a com força. "Oh meu Deus." Ela diz, dando um passo para trás. Ela toca o rosto de Amanda com as duas mãos. "Eu senti sua falta." Soluça. Em seguida, Cameron diz ao meu lado. "Vocês deveriam fazer totalmente uma dupla, seria quente." Amanda e Lucy bufam em uníssono, em seguida, caminham até o sofá. Amanda se senta ao meu lado, agarrando meu braço e colocando-o sobre os seus ombros. "Ooooooooooohhhhhhhhh." Lucy sussurra, olhando ao redor do apartamento. "Agora faz sentido. Você tem um mobiliário real." Amanda esfrega o nariz no meu peito nu. Eu ainda não tinha colocado uma camisa. "Você está bem?" Pergunto em seu ouvido. Ela sorri para mim, mas foi forçado. Eu levanto seu queixo para poder olhar para ela corretamente. Ela ainda parecia assustada. "Nós já vamos." Cam anuncia, levantando-se. "Eu só queria vê-lo com meus próprios olhos." Eu queria, também, e estava grato que ele me conhecia bem o suficiente para nos deixar em paz. Eu caminho com eles até a porta. "Olha." Começa Cameron. "Eu entendo que você quer continuar escondido ou o que quer que seja, mas Jake ainda não sabe que você está aqui. Eu não quero te dizer o que fazer, mas se eu fosse ele, eu ficaria chateado se eu descobrisse que você estava aqui e nem se incomodou em dizer ao seu melhor amigo. E só vai piorar com o tempo, sabe?" Ele passa a mão pelo cabelo. "Você conhece Jake. Ele não ficar chateado. Mas essa merda não é legal." Ele estava certo. Jake não fica abertamente com raiva ou chateado com frequência, mas sei que isso iria perturbá-lo. Eu balanço a cabeça. "Oh, já sei." Lucy grita. "Fogueira amanhã à noite. Venha! Na minha cabana, como nos velhos tempos! Lembra-se, Logan? Lembra?" Cam a corta. "Ok. Vamos para casa. Vamos deixar Logan e Amanda sozinhos, está bem?" Ele a pega e joga-a por cima do ombro. Então, fala para mim. "Não é uma má ideia, na cabana amanhã à noite, vocês devem vir. Vai ser um tipo de boas vinda, sabe?"
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"Talvez." Eu respondo. "Eu quero dizer, Logan, é muito bom vê-lo." Seu tom era sério. Ele olha para Amanda, que ainda estava no sofá. "Você também, Amanda. Fico feliz que vocês dois estão juntos." *** "Eu deveria ir para casa." Ela diz. Eu me sento ao lado dela. "Por quê? Você não tem que sair." Deito-me e puxo seu corpo para cima do meu. "Eu preciso. Ethan vai começar a ficar preocupado." Acaricio sua costa, deixo escapar um suspiro. "Você deve apenas dizer-lhe que estar aqui." Ela fica quieta por um momento, e então diz: "Você não é o único que tem coisas a superar, Logan." Eu não sei o que ela queria dizer, mas fosse o que fosse, eu não iria pressionála. Ela sai de cima de mim e vai embora. Um segundo depois, ouço o chuveiro sendo ligado. Eu espero, observando o tremor em minha mão lentamente estável em si, e então me levanto e faço o meu caminho para o banheiro também. "Acho que eu deveria falar com Ethan." Digo, alto o suficiente para que ela pudesse me ouvir sobre o som do chuveiro. Ela desliga o chuveiro. "Toalha." Sua mão se estende para fora. Eu entrego-lhe. "Talvez não seja tão ruim. Talvez você esteja exagerando, eu não sei, talvez se eu for falar com ele, vai ficar tudo bem." Ela sai com seu cabelo amarrado desordenadamente, a toalha em torno do seu corpo e um olhar irritado em seu rosto. "A. Eu não estou exagerando. B. Ele não vai ficar bem. C. Confie em mim. Eu conheço Ethan." "Tudo bem." Olho para o chão. Parecia uma rejeição. Ouço-a suspirar. Seus pés invadem minha visão. Ela fica centímetros à frente de mim.
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"Você está chateado por que nós estamos mentindo para Ethan, ou por que eu tenho que ir?" "Ambos." Respondo calmamente, ainda olhando para o chão. "Qual mais?" "Um segundo." Eu chorava. Ela ri baixinho antes de envolver seus braços em volta de mim. Ela puxa minha cabeça para baixo contra o seu peito. "Eu vou sentir sua falta." Ela admite. "Então não vá ainda." "Você vai se enjoar de mim rápido." "Não é possível." Ela solta um zumbido quando eu abraço-a apertado. E é assim que ficamos. Segundos se transformam em minutos. "Eu estava tão assustada, Logan." Eu queria garantir-lhe que tudo ficaria bem. Eu mesmo abri minha boca para deixar as palavras saírem, mas elas morrem na minha garganta, junto com meu orgulho. Em vez disso, olho-a nos olhos. "Assim como eu."
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CAPÍTULO 21 Amanda Eu não queria deixá-lo, mas não queria que a gente se sufocasse um com o outro, também. Nós tínhamos passado tanto tempo juntos, e tinha sido pouco dias desde que estávamos de volta à vida um do outro. Não era apenas por gastar muito tempo com ele. Era também sobre Ethan. O fato de que eu estava mentindo para ele já era ruim o suficiente; Eu não queria dar-lhe mais motivos para se preocupar. E ele fez. Ele se preocupava muito mais do que devia. É provavelmente por isso que ele estava sentado na beira da minha cama, olhando para o celular, quando eu chego em casa. "Ei." Eu digo calmamente, sentando ao lado dele. Ele puxa uma respiração e solta em um acesso de raiva. "Ei." Ele diz, levantando a cabeça para me encarar. "Onde você estava?" Dou de ombros e finjo calma no meu tom. No fundo, eu estava destruída pela culpa. "Apenas com amigos." Ele acena com a cabeça. "Eu sinto muito. Você ficou preocupado?" "Um pouco." "Você poderia ter ligado. Eu teria dito que onde eu estava." Ele suspira, e olha de volta para o seu celular. "Sim, eu sei. Só sinto que eu preciso para dar-lhe algum espaço, sabe?" Eu não respondo, apenas deixo o silêncio preencher o espaço entre nós. "Na verdade." Ele diz. "Eu queria falar com você sobre algo bem rápido." Ele joga seu corpo na cama e cobre o rosto com as mãos. Classica atitude quando ele fica nervoso. Ele faz isso para esconder a vermelhidão em seu rosto quando vai dizer ou fazer algo que o constrange. "Isso vai ser bom." Eu provoco, e depois copio sua posição na cama.
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Ele tira as mãos do rosto, mas continua a olhando para o teto. "Eu quero perguntar o que você acha se eu convidar Alexis para morar com a gente?" "O quê?" Sento-me, prestando atenção nele. Ele ri. "Então, acho que ela não tocou no assunto com você?" Eu balanço minha cabeça, um riso incrédulo borbulhando dentro de mim. "Não, nem um pouco." Ele xinga baixinho. "É provavelmente muito cedo, né?" Ele quase parecia triste. "Não." Eu digo, com sinceridade. "Eu não sei. Talvez seja cedo demais, mas quem se importa, certo?" Eu sorrio, lembrando de como eu me senti a primeira vez que disse essas palavras para Logan. Ele me encara. "Você acha que ela diria que sim?" Seu joelho começa a balançar. Ele estava estupidamente nervoso. "Eu acho que ela—" "Eu procurei ao redor por trabalhos e outras coisas para ela." Ele me corta. Um sorriso lentamente se desenvolve no meu rosto. "Ela não quer ir para a faculdade, então ela pode trabalhar. Quero dizer — eu provavelmente poderia ajudá-la e apoiá-la, mas acho que ela não ficaria por isso. Você acha que ela aceitaria?" Ele murmura, suas palavras saem de uma vez. "Ethan, acalme-se. Você está apenas apaixona pela primeira vez. Não se questione. Basta deixar ser. Ela te ama também. Ela vai dizer que sim." Eu me levanto para ir ao banheiro, mas seu aperto no meu braço me para. "Honestamente, Dimmy. Acha que ela aceitaria? Porque eu não quero perguntar e ser rejeitado. Não sei se eu poderia lidar com isso." Eu me viro e rio dele. Eu não poderia me parar. "Você está tão desesperado e fofo." Ele recua, surpreso. "Cala a boca Apenas Lexi pode me chamar de fofo." Eu começo a ir embora, mas ele me para de novo. "Prometa-me que ela vai dizer que sim."
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Eu reviro os olhos. "Eu prometo que ela vai dizer sim." "Prometa com o cuspe de juramento." "O quê? Não! É nojento. O que há de errado com você?" Eu tentei ir ao banheiro, mas ele rapidamente bloqueia meu caminho. "Cuspe de juramento." Ele diz de novo, tentando conter o riso. Ele cospe na palma da mão e estende-a. "Credo, Ethan. Isso é nojento." Eu tento passar, mas ele me bloqueia novamente. "Faça isso!" Ele acena com a mão cheia de cuspe na frente do meu rosto. Empurrando-o para fora do caminho, tento novamente passar. Ele continua bloqueando o meu caminho. Seus ombros se erguem. E então ele faz isso. Ele passa a mão no meu rosto. "Seu imbecil!" Eu grito, mas nem dava para ouvir sobre o som da sua risada. Eu inclino meus ombros e estreito os olhos para ele. Ele entende. "Oh merda." Ele murmura, sua características ficam sérias. Eu levanto uma sobrancelha. "Que comecem os jogos." "Foda-se." Ele foge, pulando em cima da cama e correndo para fora do meu quarto. Eu o persigo, mas de alguma forma eu começo a rir também. Ele corre pelo corredor e em direção de Tristan. "Whoa." Tris diz, levantando as mãos para me bloquear. Ethan se esconde atrás dele. Covarde. Eu tento passar por ele para chegar em Ethan, mas ele também me bloqueia. "O que diabos está acontecendo agora?" Ele nos repreende. "Isso é como a batalha épica do Biscoito de 2003." Ele estava rindo também. Todos estávamos. "Parem com isso." Ele continua. "Eu comi os cookies."
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Ethan e eu paramos de rir imediatamente. A merda ficou séria. "O quê?" Nós gritamos ao mesmo tempo. Ele fica em silêncio quando vê o quão sério nós estávamos. Nós culpamos um ao outro sobre esses cookies por uns bons cinco meses e até paramos de falar um com o outro completamente. Doze anos não foram bons tempos. "Você comeu?" Ethan pergunta. Tristan engole em seco, olhando de Ethan para mim e vice-versa. Ele acena com a cabeça, os olhos arregalados. "Sim." "Jura?" Ethan pergunta. Ele acena com a cabeça. "Juramento de cuspe?" Eu digo. "O quê?" Ele franze a testa. Em uníssono, Ethan e eu cuspimos em nossas mãos e oferecemos a ele. "Faça isso.". Tristan nos dá um olhar de desgosto. "Fodidamente não." Os olhos de Ethan encontram os meus. "Que comecem os jogos." Eu anuncio, levantando meu braço. Simultaneamente, Ethan e eu limpamos as mãos em todo seu rosto. Ele grita. Nem um pouco viril. A cabeça de Ethan se inclina para trás com a gargalhada que toma conta dele. "Você parece gay." Ele grita. Tristan enxuga seu rosto com as mangas da sua camisa. "Eu sou gay, idiota." *** "Oooooook." Tristan zomba com uma voz estridente menina. "Quem é o garoto?" Ele entra no meu quarto depois que eu acabo de tomar banho. Sua pergunta me faz parar no meio do caminho. Por um momento, eu queria dizer-lhe tudo sobre Logan. Em vez disso, eu minto. "Eu não sei do que você está falando."
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"Grande merda." Ele diz calmamente, se sentando na minha cama. "Eu te conheço muito bem, Dim. Quem é ele?" Ele sorri ansiosamente, esperando pela minha resposta. Eu não podia mentir. Eu estava fazendo isso demais. Lentamente fecho minha porta, e o enfrento. "Você não pode dizer nada a ninguém, Tris. Jure." Ele ri. "Tão divertido quanto era fingir que éramos crianças naquele momento, não somos, somos adultos. Eu não preciso jurar por qualquer coisa. Você sabe que pode confiar em mim." "Tudo bem." Faço uma pausa, pensando em minhas próximas palavras. Sinto os cantos dos meus lábios se moverem, e antes que eu percebesse, eu estava sorrindo. Tristan suspira. "Há quanto tempo ele voltou?" Meus olhos se arregalam. "O quê? Como você sabe?" "Eu não sou um idiota. Você fechou a porta, está guardando segredos, e com esse olhar pateta em seu rosto." Ele soltou um suspiro. "Acho que Ethan não sabe, não é?" Eu balanço minha cabeça lentamente. A culpa lentamente em um nó na boca do meu estômago. Ele faz um barulho frustrado enquanto esfrega o rosto com as mãos. "Isso não vai acabar bem, Dim. Especialmente com você escondendo isso dele." "Eu sei." Digo rapidamente. Sento-me na cama ao seu lado e faço o meu melhor para convencer o contrário. "É complicado, Tristan. Sabemos que temos coisas a superar, e problemas para lidar, mas nós só queremos algum tempo. Nós apenas queremos estar juntos sem que o mundo nos julgue. Nós apenas queremos ser felizes, mesmo que seja por pouco tempo." Sinto o soluço subindo pela minha garganta e engulo-o de volta. Eu odiava isso. Eu odiava pensar no que poderia acontecer. Nem mesmo sobre quando viesse a público, apenas a reação de Ethan. Ele era o único que importava para mim. "Eu sei que é difícil de entender—" "Espere." Ele me corta. "Você percebe que eu sou gay, certo?" Ele ri. "Se alguém sabe o que é ter medo de julgamento, esse alguém sou eu." "Valido." Eu concordo. "Dim, há uma razão pela qual eu disse a você em primeiro lugar."
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"Sim? Por quê?" "Porque sim. Você não julga, você não faz perguntas, você apenas aceita as coisas como elas são. Você aceita as pessoas pelo que elas são, independentemente de quem elas amam. Eu acho que, no fundo, Ethan é o mesmo. Mas vai nos dois sentidos, Dim. Você não pode deixar de estar apaixonado por Logan, tanto quanto Ethan não pode deixar de amar você. E de qualquer forma você parece com ele, você e Ethan — vocês tentam proteger as pessoas que amam."
Logan Um sorriso estúpido toma conta do meu rosto. Eu não pude pará-lo, mesmo se você me pagasse. Colocando o celular no meu ouvido, eu digo: "Ei, menina bonita." Eu estive no terraço durante vinte minutos, pensando se deveria ou não ligar para ela. Eu sabia que ela disse que devíamos passar algum tempo separados. Isso não era o que eu queria. Ela pensou que eu iria me cansar dela. Como se isso fosse possível. Felizmente, eu não tive que ligar — pois ela foi a primeira a fazer isso. "Ei." Ela responde. "Eu sinto muito por ter ligado." "Você nunca tem que pedir desculpas por isso." Ela suspira. "O que você está fazendo?" "Honestamente?" "Não, minta para mim." Eu rio baixinho. "Eu estou sentado no terraço pensando sobre o quanto eu sinto sua falta." "Foi apenas algumas horas." Ela parecia triste. Tento aliviar o clima. "Ei, você me ligou, lembra?" "Sim." Ela diz suavemente. Alguma coisa estava errada.
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"O que está acontecendo, Amanda?" Ela suspira de novo. "Eu não sei. O que estamos fazendo?" Meu coração começa acelerar. "O que você quer dizer?" Outro maldito suspiro. "Quero dizer — o que estamos fazendo? Você e eu. Nós. Juntos?" Meu coração se afunda. Eu queria bater-me para acreditar que as coisas poderiam ser tão simples com a gente. Sento-me, meus joelhos fracos demais para segurar-me. Abaixo minha cabeça. Era a minha vez de suspirar. "Baby, Eu não sei o que você está dizendo, mas se você não quiser ficar comigo, é só dizer." Ficamos em silêncio por tanto tempo que eu tinha certeza de que ela tinha desligado, mas então ouço seu suspiro. "Eu acho que não é uma boa ideia continuar isso escondido. Eu tenho um sentimento de que isso vai explodir nas nossas caras, sabe? Eu quero estar com você, tipo, o tempo todo, e eu sinto que há um nó de culpa no meu estômago sempre que a gente faz isso escondido, ou algo assim, e eu não deveria me sentir assim. Eu não deveria me sentir culpada por querer estar com a pessoa que eu amo." A tensão em meus ombros desaparecem." Então você não está terminando comigo?" "O quê?" Um riso silencioso escapa dela. "Nem um pouco." Eu suspiro, aliviado. Ela deve ter percebido isso. "Sinto muito, babe. Eu não queria assustá-lo." Assegura. "Está tudo bem." Eu limpo as palmas das mãos suadas contra a minha bermuda. "Na verdade, eu queria falar com você sobre isso. Eu acho que quero ir para a fogueira da Lucy amanhã. Quero dizer — Cam está certo, isso só vai piorar com o tempo. Efeito Band-Aid, certo? Apenas puxe-o?" "Isso é bom. Eu acho que é uma boa ideia." "Obviamente, você vem comigo." Achei que ela iria, mas eu nunca perguntei. "Se você quiser, eu quero dizer."
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Eu podia ouvir o sorriso em sua resposta. "Sim, isso soa perfeito." "Sim." Eu concordo. "Então, normalmente começa em torno das seis. Eu acho que se levarmos em conta a viagem de duas horas para lá, isso significa que você deve vim para cá... assim que você acorda de manhã." Ela bufa com um riso. Isso me faz sorrir. "O que você está fazendo, menina bonita?" Ela suspira de novo, de forma diferente desta vez. "Deitada na cama, sentido sua falta." "Sim?" Eu sorrio para mim mesmo. "O que você está vestindo?"
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CAPÍTULO 22 Amanda Adormecemos ao telefone um com o outro. Era perto das quatro horas da manhã. Ele me disse que eu deveria ter ficado lá; ele estava certo. Eu decidi ligar antes de bater na porta, apenas no caso de assustá-lo. Mas não é ele que atende; em vez disso, era a voz de uma garota do outro lado. Meu estômago cai. Eu seguro o celular com mais força. "Olá?" Ela disse. Eu desligo. O que eu deveria dizer? Eu queria sair, correr para fora de lá, mas meus pés estavam colados ao chão. Então a porta se abre, e lá estava ele. Sem camisa, calça de moletom pendurado abaixo dos seus quadris. Seu V perfeito aparecendo, sabe, o que deixa as mulheres loucas. Seu abdômen. Seu abdômen estúpido. Quando finalmente chego em seu rosto, ele tinha um brilho nos olhos e um sorriso divertido. Eu queria lambê-lo e socá-lo, tudo ao mesmo tempo. Aparentemente, esse era o consenso geral quando se tratava do meu relacionamento com Logan Matthews. "O que você está fazendo aqui?" Ele pergunta através de um enorme sorriso. Eu arqueio uma sobrancelha. "É uma agradável surpresa." Ele diz, abrindo a porta ainda mais, ao mesmo tempo em que a Barbie Loira com dreads sai, seu cabelo molhado. "Ei, Amanda." Ela me cumprimenta enquanto passa por mim. "Me desculpe, eu atendi a sua ligação. Eu estava com o celular dele olhando o horário do ônibus. Eu nem pensei." Ela estava muito alegre para este início da manhã. Ou talvez fosse eu que estava mal-humorada. Ou ambos. Logan ri. Fodidamente ri. Ele espera até que eu entrasse antes de fechar a porta atrás de si. Inclinandose para trás contra a porta, ele me olha. Abre a boca para falar, mas uma risada sai em vez disso. Ele balança a cabeça. "Você fica tão bonita quando está com ciúmes. Eu não posso nem lidar com isso agora." Ele elimina o espaço entre nós, e, em seguida, passa um braço em volta da minha cintura, me puxando para mais perto. Ele coloca o polegar entre as
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minhas sobrancelhas e alisa os vincos. "Você está fazendo beicinho." Ele diz, beijando-me rapidamente. "E você está louca." Meus olhos se estreitam para ele. Suspirando dramaticamente, ele me pega e me joga por cima do ombro. Ele nos leva até seu quarto, me coloca na beirada da cama, tira uma camisa do seu armário e volta. Se ajoelhado na minha frente, então ficamos olho a olho, ele fala. "Você é louca em pensar que eu vou querer outra garota, nunca. A água dela foi cortada nesta manhã... Ela entrou para um banho antes do trabalho Isso é tudo, juro." Eu balanço a cabeça, mas fico quieta. Verdade? Uma vez que eu deixei o choque inicial de ele ter alguma garota aleatória em seu apartamento afundar, eu sabia que haveria uma explicação válida. "Você ainda está fazendo beicinho." Ele diz. Não sabia que eu estava. Ele suspira de novo, desta vez mais suave. "Você está mal-humorada porque não dormiu o suficiente?" Ele me conhecia muito bem. Eu balanço a cabeça novamente. Ele ri levemente sob sua respiração. "Vamos deixá-la dormir um pouco, menina bonita." Ele me puxa pelos braços até que eu estivesse de pé, e depois, lentamente, desabotoa minha calça jeans e a desliza pelos meus quadris, até que estivesse até meus tornozelos. Ele não espera que eu a tire completamente antes de começar a tirar minha blusa. Ele a deixa cair no chão antes de passar os olhos por todo o meu corpo, devagar, lentamente pra caralho, da cabeça aos pés. Eu juro, o tempo parou. Fecho os olhos e cerro os punhos ao meu lado. Eu fiz tudo o que pude para não me cobrir. Eu queria dar-lhe este momento, dar-lhe tempo para se lembrar de mim, exatamente como ele disse no armário da casa do seu pai. Ele solta um suspiro. Meus olhos se abrem. Ele não estava mais lá. Mas depois sinto seu braço em torno do meu estômago, me puxando para baixo até que eu estivesse sentada em seu colo. Eu podia sentir sua dureza contra a minha bunda. Ele começou a beijar minha costa, seus lábios macios. Ele mordisca de leve meu ombro nu antes de subir para o meu pescoço. Meus mamilos doíam contra o meu sutiã. Eu o queria, mas ele chegou antes de mim, o material cai dos braços no chão na minha frente. Minha bunda se movendo contra ele.
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Ele amaldiçoa quando seus dedos roçam meu mamilo. Eles estavam duros de excitação. Do tipo que cortaria vidro. Assim como o pau dele debaixo de mim. Ele gentilmente segura meu seio com uma mão, e a outra se move pelo meu estômago, até a minha calcinha. Exatamente onde eu queria. Ele xinga novamente quando seu dedo corre entre as dobras úmidas. Eu ofegava. Minha boca estava seca. Eu precisava de água. Ar. Logan. Eu precisava de Logan. Viro a cabeça, e envolvo meu braço em volta do seu pescoço, pressiono minha boca na dele. Foi no exato momento em que seu dedo deslizou para dentro de mim. Nossos dentes batem com a rugosidade do nossa beijo. Estávamos apressados, carentes, e desesperados um pelo outro. "Porra, baby." Ele geme em minha boca. Em seguida, se esfrega contra mim, apenas uma vez, mas foi tudo o que eu precisava para perder o controle. Começo a me mover mais forte contra ele. Seus impulsos se tornaram mais rápido. Eu queria mais. Eu queria ele. Todo ele. Eu solto seu pescoço e movo as minhas mãos para a sua calça de moletom. "Pare." Ele se afasta, amaldiçoado novamente, e depois me move para o lado. Levantando-se, ele esfrega as duas palmas das mãos contra sua mandíbula. "Foda-se." Ele cospe. Ele me olha novamente, com o mesmo fogo de antes. Seu maxilar estava tenso, e os músculos mantidos em movimento, como se estivesse contemplando algo. Então, acontece. Algo nele estala. A decisão foi tomada. Ele fica entre minhas pernas, coloca dois dedos de cada mão contra meus ombros e lentamente, e com cuidado, me empurra até que eu estava deitada na cama com as pernas penduradas para fora da borda. Fecho os olhos. Meu corpo tremia. A ideia do que estava prestes a acontecer era grande. Eu estava muito excitada. O palpitante entre as minhas pernas ampliam. Sinto o calor dos seus dedos curvados em torno da minha calcinha, e, em seguida, o ar frio batendo contra o meu centro quente. Olho para o meu corpo para vê-lo no final da cama, suas mãos espalmadas contra as minhas coxas, espalhando-as ainda mais para ele. Devo ter feito um som, porque seus olhos encontram os meus. "Você sabe quantas vezes eu pensei em você assim? Exatamente como está agora." Eu respiro fundo, mas não digo uma palavra. Eu não tinha nenhuma.
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Ele se levanta, dava para ver o seu enorme pau duro em sua boxers. "Não." Ele diz. Ele estava falando para si mesmo. Ele estende a mão, segura as minhas e as coloca sobre meus seios. Tento engolir, mas minha boca estava muito seca. Ele fica entre minhas pernas novamente, seus olhos percorriam de minhas pernas abertas até meus seios, e permanece lá, então até meus olhos. "Aperte-os." Ele sussurra baixinho, mas era uma ordem. Isso me excita ainda mais. Abaixo minha cabeça de volta na cama e faço o que ele disse. Ouço-o grunhir, bem antes de senti-lo. Meus quadris se sacodem de prazer imediato dos seus lábios em mim. Seus dedos se moviam dentro de mim, sua língua fazia voltas, para trás, para cima e para baixo, dentro e ao redor. Sinto o orgasmo vindo. Era muito cedo. Em seguida, o ritmo dos seus dedos diminuem, e sua boca se foi. Eu levanto minha cabeça, querendo ver o que estava acontecendo. Seus olhos estavam fixos em minhas mãos: que estavam apertando e puxando meus mamilos. Não sabia que eu estava fazendo isso. Limpo a garganta. Seus olhos encontram com os meus, apenas por segundos, antes de voltar ao trabalho. Segundos depois, acontece. O orgasmo foi tão alucinante como a queda. Ele não para, não até que o último tremor passe por mim. Quando meu corpo para de tremer, minha mente clareia, e o zumbido havia desaparecido, eu abro meus olhos. Ele estava de pé novamente na borda da cama, com a mão dentro da calça. Meus olhos percorrem o seu corpo. Um brilho de suor revestido dele. "Ei." Ele sorri para mim. Então começa a se afastar. Sento-me e puxo sua calça para detê-lo. "O que está acontecendo?" Ele perguntou, suas sobrancelhas arqueadas. Eu caio de joelhos, e puxo sua calça e a cueca em um movimento rápido. Seus olhos se arregalam quando ele percebe o que estava prestes a acontecer. Não demorou muito em tudo. Quando terminamos, tomamos banho e escovamos os dentes. Subimos de volta em sua cama, nus e exaustos. Seus braços me rodeiam. "Você nem sequer disse olá para mim ainda." Ele diz. É verdade. Eu não tinha falado nenhuma palavra desde que tinha chegado aqui.
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CAPÍTULO 23 Logan "Nosso padrão de sono vai ser parafusado." Eu digo a ela. Nós tinha dormido até as três da tarde. E tínhamos planejado passar a noite na casa do meu pai após a fogueira. Ela tinha embalado suas roupas em uma mochila, para que pudesse trocar seu jeans e regata por um vestido. Eu disse a ela que não precisava disso. Ela disse que queria. Não porque iria ver os meus amigos, mas porque ela queria que eu visse. Eu disse que a amava independentemente de roupas ou qualquer coisa. Começamos a sessão de amassos de novo, mas parou antes de chegarmos muito longe. Meu pau ainda estava duro. Ela sabia disso, também, porque seus pés descalços ficavam esfregando contra ele. Estávamos na minha caminhonete, dirigindo até a cabana de Lucy. Amanda senta-se de lado, com suas longas pernas bronzeadas cobrindo todo o banco. Ela morde o lábio com um sorriso em seu rosto enquanto sentia meu pau ficar cada vez mais duro. "Pare com isso." Eu aviso, correndo minha mão até o interior da sua coxa. "Isso pode rapidamente se transformar em um jogo de dois jogadores." Ela aperta as coxas, prendendo minha mão entre elas. Rindo, ela a tira e endireita-se. Ela move-se para o meio do banco, pressiona seu corpo contra mim e coloca o braço em volta dos meus ombros. "Eu te amo." Ela diz. Eu não conseguia tirar o sorriso do meu rosto. "O quê?" Ela pergunta, olhando para mim. "Essas palavras — saindo dos seus lábios — acho que eu nunca poderia ter o suficiente disso." Ela beija meu rosto, e depois se move para minha orelha. "Eu te amo." Ela sussurra, e mordisca suavemente lá, ao mesmo tempo em que passa a mão sobre meu pau. Eu empurro sua mão. "Pare com isso." Eu aviso de novo. Ela ri, segura seu estômago e joga sua cabeça para trás. Paro, apenas para que eu pudesse vê-la. Lembrar-me disso. Saboreá-la. Quando ela finalmente se acalma e enxuga os olhos. Eu pergunto. "Terminou?" Honestamente, eu não me importava se ela continuasse, eu podia vê-la assim o resto da minha vida e ainda não seria suficiente.
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Ela assente com a cabeça, mas então, a seriedade assume suas feições. "Você está nervoso?" Eu me afasto para a estrada. "O que você quer dizer?" "Em ver seus amigos novamente? Quero dizer Jake, ele é seu melhor amigo. Você só ligou para ele uma vez. Nem sequer dizer-lhe que estava de volta. Você acha que ele vai ficar puto?" Eu não tinha nem mesmo pensado nisso. "Se ele ficar, eu vou conversa com ele. Preciso falar com ele de qualquer maneira, dizer-lhe tudo isso, sabe?" Ela assente com a cabeça, e coloco minha mão em sua perna. "Se eu fosse ele, eu iria acabar ficando feliz por você estar aqui. Voltar para casa. Onde você pertence." Casa, penso para mim mesmo. Olho para sua mão, agora cobrindo a minha. "Você é a minha casa." Eu digo a ela. Verdade. *** "Puta merda!" Foi a reação de Jake. Ele basicamente jogou Micky fora do seu colo e pisou em minha direção. Seus olhos estavam enormes, quase tão grandes quanto seu sorriso. Ele beija Amanda na bochecha primeiro, e depois fica na minha frente. "Espere." Ele diz, olhando ao redor da fogueira. Ele olha para Cam. "Você sabia que ele estava de volta?" Ele parecia chateado. Cam faz uma careta quando seus ombros se erguem em um encolher de ombros. Em seguida, o olhar de Jake volta para mim. "Eu nem me importo, eu estou tão feliz que você está em casa." Nos abraçamos. Quando nos separamos, ele encara Amanda. "Se importa se eu pegá-lo emprestado por um tempo?" Ele pergunta a ela. Amanda encolhe os ombros. "Ele é todo seu. Estou meio cansada dele, de qualquer maneira." Isso faz todos rirem. Jake e eu andamos para perto do cais privado, mais perto da casa principal de Lucy. Eu não conseguia sequer lembrar da quantidade de vezes que tínhamos
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vindo aqui durante o verão, uma vez que ela e Cameron tinham começado a namorar. "Lembra daquela vez que Cameron fez o back flip, e bateu a cabeça na borda?" Pergunta Jake. "Sim." Eu rio. "Lembra-se de como Lucy entrou em pânico porque nós todos tínhamos bebido, e ela não queria contar para o seu pai?" Jake também ri, e depois imita a voz de Lucy. "Se papa sai e vê vocês bebendo ele vai chutar seus traseiros, isso se ele não pegar a arma primeiro." Eu rio mais ainda. Jake continua. "Luce sempre se transforma em uma caipira quando fica ansiosa." "Eu sei, certo?" "Você deve ouvi-la agora." Ele pega algumas pedras do chão e começa a atirálas na água. Eu faço o mesmo. "Ela fez amizade com uma garota negra em uma de suas aulas, por isso agora, quando ela fica bêbada, ela diz coisas como... Mantenha-se, ho, você não vai continuar falando merda assim na minha cara." "De jeito nenhum." Eu digo entre uma risada. "Sim." Ele confirma. "Ela até faz aquela coisa de pressão no pescoço. É tão engraçado, porra." Esperamos até que nossos risos parassem antes de falarmos. "Desculpe." Dissemos ao mesmo tempo. "O quê? Por quê?" Mais uma vez, nós falamos ao mesmo tempo. Ele faz sinal para que eu comece, e assim eu faço. "Desculpe-me, eu não te disse que estava indo embora." "Eu entendo." Ele responde. "Quero dizer, não, na verdade, eu realmente não entendo. Mas tenho certeza que você tem suas razões." "Jake." Eu paro, esperando as palavras certas virem. Eu queria que ele soubesse que não era pessoal — manter as coisas escondidas dele.
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"Sinto muito." Ele diz, puxando-me dos meus pensamentos. "Eu sinto muito se fui um amigo de merda para você todos esses anos." Suas palavras me surpreendem. "O quê?" "Sim. Eu deveria saber o que estava acontecendo com você. Éramos garotos, melhores amigos, bem, pelo menos você era comigo. Eu deveria ter prestado mais atenção." "Pare." Eu digo calmamente. Ele não precisa se desculpar. Ele não tinha feito nada de errado. "Eu quero dizer isso, cara. Sério, foda-se minha vida. Tenho uma grande família, uma namorada incrível, as principais ligas batendo na minha porta. Não tenho nada para me preocupar na minha vida. Eu nunca tive que lidar com qualquer coisa. Nunca. Eu sempre pensei que era esse idiota arrogante, dotado de inteligência. Você nunca deixá-lo mostrar, sabe? Quão duro você trabalhou, ou o fato de que seus pais biológicos te bateram—" Ele se interrompe com uma careta. Talvez ele não quisesse ir por esse caminho. Eu acabo com o silêncio constrangedor que teria se seguido. "Sim, meus pais biológicos eram idiotas, Jake, mas isso não tem nada a ver com você, ou a nossa amizade. Você não percebeu porque eu não deixei. Eu poderia ter facilmente dito ao mundo. Mas isso não é comigo, e você sabe disso." Continuamos tacando as pedras malditas na água. "Eu não sei, cara." Ele para de jogar as pedras e se vira para mim. Tirando o boné, ele esfrega a parte de trás da sua cabeça, em seguida, coloca-o de volta, ajustando-o até que estivesse confortável. "Só acho que eu poderia ter sido um amigo melhor. Que não deveria ter saído quando você não abriu a porta. Eu deveria ter continuado batendo, até que você não tivesse escolha a não ser falar comigo. Eu poderia ter impedido você de sair. Eu devia ter feito você ficar. Em vez disso, eu tive que ouvir uma semana depois pelo seu pai que você se foi. Eu fui um amigo merda para você, Logan. Mas não vou ser mais. Você precisa saber disso. Não importa onde eu estiver, ou o que estiver fazendo; se você precisar de alguma coisa de mim, me diga. Eu não vou deixá-lo desaparecer de novo." Eu deixo suas palavras afundar. Silêncio enche o espaço que nos rodeia. "Eu aprecio isso, cara. Eu realmente faço. O passado é meu passado, no entanto. Eu estou feito com ele. Eu só quero seguir em frente. " Ele acena com a cabeça, e um sorriso lento aparece em seu rosto. "Com Amanda?"
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"Sim." "Há quanto tempo você voltou?" "Algumas semanas." "Será que ela sabia onde você estava?" "Não." "Então você voltou em algumas semanas, e já tem a garota?" Eu sorrio para ele. "Bem." Estufo meu peito como o idiota que eu estava fingindo ser. "Eu ainda sou Logan Matthews. Essa merda não mudou." Ele ri, balançando a cabeça. "Porra, eu sentir falta de ter você por perto." *** Amanda se levanta quando eu volto para a fogueira. Ela estava sentada em um banco com uma garrafa de água na mão. Ela me disse que não estava bebendo qualquer tipo de álcool, e que isso simplesmente não era algo que ela estava interessada agora. Eu respeito a sua decisão e nunca questionei isso, apesar de discorda com o raciocínio por trás disso. "Sentiu minha falta?" Eu pergunto a ela, sentando em seu lugar e puxando-a para o meu colo. Ela assente com a cabeça, com um sorriso nos cantos dos lábios. "Bom." Eu esfrego meu nariz ao longo da sua mandíbula. "Porque eu sentir falta pra caralho de você." Lucy salta. "Tudo bem, Nicholas Sparks. Deixe a garota em paz." Ela levanta uma lata de cerveja no ar como uma oferenda. "Está tudo bem, eu vou dirigir de volta." Amanda diz. Eu aceno para Lucy, logo antes dela jogar a lata direito na minha cabeça. Meus reflexos de rebatedor entram em ação. "Puta merda garota, você tem um bom braço." Eu balanço a minha mão com a dor causada pela batida. Lucy dá de ombros. "Jake está me treinando."
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Olho para Jake, que dá de ombros. "Eu precisava de algo para fazer enquanto você estava fora." Micky ri. Ela está sentada na frente de Jake enquanto ele esfrega seus ombros. "Ele meio que ficou um pouco louco sem você, Logan. Não desapareça novamente." "Sim, idiota." Esta foi Heidi. Foi a primeira vez que ela tinha falado algo desde que tínhamos chegado aqui. "É bom ver você também." Eu a cumprimento. Ela tinha uma cerveja na mão, com os olhos semicerrados. Sua cabeça inclinada para trás contra o assento. E então algo me bate. Ela estava sem Dylan. "Onde estar o Dylan?" Pergunto ao grupo, mas meus olhos nunca deixam Heidi. Ela ri. Era um riso amargo. Mais ou menos como aquele que Amanda usava. "Afeganistão." Ela diz. "O quê?" Olho para todos. "O que ele está fazendo lá?" "Marinha." Afirma. "Huh." Amanda fala. Todos se voltamos para ela, até mesmo Heidi. "O que quer dizer 'huh'?" Heidi pergunta. Seu tom era frio, gelado. Nem um pouco com a Heidi que eu conhecia. Amanda parece encolher-se em si mesma. "Quer dizer, que estou surpresa que ele decidiu ir em frente com isso." Eu queria perguntar o que ela queria dizer com isso, como ela sabia disso, mas Heidi chega antes de mim. Seus olhos se estreitam para Amanda. Meus braços se apertam ao redor dela. Foi instinto. "Você sabia?" Heidi cospe. "Como diabos — espera — eu não me importo. Sabia e não o impediu?" O corpo de Amanda fica tenso, mas suas palavras não mostram. "Eu sinto muito, Heidi, mas eu não conheço você ou Dylan muito bem. Eu só encontrei com ele uma vez, e ele me disse que estava pensando sobre isso. Isso é tudo." Heidi dá um passo para mais perto. "E daí? Você o encorajou?"
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"Eu só o ouvi. Só isso." Então Heidi explode. "Ele está na merda do Afeganistão! Ele terminou comigo, juntou-se aos fuzileiros navais, e está na merda do Afeganistão! E você sabia!" Ela dá mais um passo em nossa direção. "Você sabia e apenas o deixou ir." Ela estava gritando agora, com o rosto vermelho de raiva. Amanda tenta se levantar, mas eu a seguro-a para baixo. O que estava acontecendo com Heidi? Ela precisava deixá-la em paz. Amanda lentamente arranca meus dedos para que pudesse ficar de pé. Ela dá alguns passos para frente até que estivesse frente a frente com Heidi, os punhos cerrados ao lado do seu corpo. "Eu não fiz nada. Já lhe disse, tudo o que fiz foi ouvi-lo. Você sabe onde ele está, né?" Sua voz era calma. Suave. Heidi assente. Ela foi surpreendida pelas ações de Amanda. "Então, ele disse que estava indo embora? Ele lhe disse para onde ia? Ele manteve contato? Disse-lhe como estava? Escreveu para você?" Os olhos de Heidi estão arregalados agora, mas ela balança a cabeça de novo. "Bom." Amanda diz. "Isso é bom pra caralho." Sua voz fica mais alta, sua calma inicial desapareceu. "Isso é um inferno de muito mais do que eu tive de Logan. Pelo menos você pôde dizer adeus. Você sabe que ele está seguro." Sua voz muda. Ela estava segurando um soluço. Levanto-me e coloca a mão no seu ombro, tentando acalmá-la. Ela se afasta do meu toque. "Você pode escrever para ele. Ocasionalmente, receber um telefonema. Eu não tive nada. NADA. Ele poderia ter sido morto e eu não iria sequer saber." Ela limpa o rosto. "Amanda." Tento chamar sua atenção. Eu queria girar em torno dela para que eu pudesse vê-la. Eu queria que ela parasse de falar. Suas palavras não estavam apenas machucando-a, ou a Heidi — elas estavam me machucando também. Eventualmente, ela se vira, mas ainda estava chateada. "Não, Logan." Ela grunhe. "Ela pôde dizer adeus. Seu namorado, ou qualquer merda que ele é — está lá fora, servindo nosso país, fazendo algo em que acredita. Ele mantém contato. Ele pode escrever. Ele pode ligar. É muito mais do que eu tive. E eu não vou ficar aqui e ser culpada por essa merda." Ela se vira e olha para Heidi.
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"Basta ser fodidamente grata por ele te amar e se preocupa com você o suficiente para deixá-la saber que ele está seguro. Porque é certo como a merda muito mais do que eu tive, porra." Heidi dá um passo para trás e enxuga os olhos. Eu não sei por que ela estava chorando. Amanda se volta para mim. "Sinto muito." Ela diz, antes de passar por mim e ir embora. E eu fico ali, sem saber o que diabos aconteceu. Ouço Lucy. "É melhor você ir atrás da sua garota. É melhor lutar por ela, como prometeu. Você não vai deixá-la ir novamente. Nuh-uh, eu não vou deixar essa merda acontecer de novo." Então sinto uma lata cheia de cerveja de cara com meu estômago. "Oomph." Eu resmungo. "Porra, baby." Cam lamenta. "Não saia jogando cervejas ao redor." "Vá, Logan!" Jake diz. Tirando-me do meu torpor. "Merda!"
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CAPÍTULO 24 Logan Eu encontro-a sentada na parte traseira da minha caminhonete, seus joelhos contra o peito e a cabeça entre eles. Seus gritos suaves enchem o ar da noite. Subo e sento-me ao seu lado. Eu não toco-a, ou conforto-a. Honestamente, eu não tinha certeza se ela estava com raiva de mim ou não. "Ei, menina bonita." Ela funga um pouco, e em seguida, levanta a cabeça. Seus olhos azuis brilhavam com lágrimas. Ela enxuga suas bochechas. "Eu sinto muito, Logan." "O quê?" Eu digo. "Você não tem motivos para se desculpar." Ela se move para mais perto de mim e encosta a cabeça no meu ombro. "Eu não deveria ter dito todas aquelas coisas, especialmente na frente dos seus amigos, eu te envergonhei—" "Babe." Eu a corto. "Eu não me importo com os meus amigos, ou o que eles pensam. Eu só me importo com você." Ela olha para mim, com os olhos arregalados. "Você quer jogar um jogo comigo?" Pergunto. Ela assente com a cabeça. "Duas verdades por quinze?" "Tudo bem." Ela responde calmamente. Eu estico as pernas na minha frente e puxo sua mão até que ela seguisse a dica. Ocupando meus quadris, ela coloca os braços sobre os meus ombros, sua quantidade excessiva de pulseiras fazendo barulho. "Então, você me odeia?" Pergunto a ela. Ela revira os olhos. "Eu não odeio você." "Mas você está com raiva de mim?" Balançando a cabeça lentamente, ela deixa suas palavras saírem com pressa. "Eu estou. Quero dizer, você sabe que eu te amo, e eu tentei não ficar louca,
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eu realmente tentei. Mas eu não pude me parar. Estou feliz que você esteja de volta. Estou feliz que nós encontramos um ao outro, mas isso não muda o fato de que você foi embora. E sei que você teve suas razões, e isso é bom. Mas você poderia ter dito adeus. Eu estava bem ali, naquele dia, quando eu fui vêlo. Você poderia ter me dito que estava saindo. Passei um ano preocupada com você, me perguntando se estava tudo bem, se um dia eu iria te ver de novo. Eu tenho uma carta sua, e isso é tudo. Um ano inteiro, Logan. Certamente você sabia que eu me preocuparia com você. Você apenas me deixou, não foi justo comigo, e você sabe disso." "Eu sei." Digo baixinho, olhando para baixo entre nós. "E eu sinto muito. Acho que eu pensei que você se esqueceria de mim em breve, sabe?" Ela levanta meu queixo com o dedo, do jeito que eu tinha fazia com ela tantas vezes. "Eu não sei o que fez você pensar isso. Nós não éramos apenas um garoto e uma garota que se apaixonaram. O que tivemos, foi muito mais do que isso. Pelo menos, é assim que eu me sinto." Eu engulo o nó que tinha se formado na minha garganta. "Foi dessa forma para mim, também, babe." Eu a puxo para mais perto. "Acho que eu deveria ter conhecido melhor. Parece que eu tenho um ano de erros para compensar." "Hm." Ela diz, batendo o dedo indicador contra os seus lábios. Ela olha para o céu. "Por onde você deve começar?" Belisco seu corpo. Ela grita e se contorce. "Mostre-me sua bunda e eu vou lhe mostrar por onde vou começar." "Você é um porco." Ela dá uma risadinha. Rindo, eu começo a beijar seu pescoço, me movendo para sua mandíbula, depois para os lábios. "Eu te amo." Sussurro contra eles. "Você é meu coração, Amanda. E um dia, em breve, eu vou te dar o mundo, assim como eu disse que faria naquela carta." Ela se afasta um pouco. "Eu não preciso do mundo, Logan. Eu só preciso de você." *** Até o momento em que voltamos para a fogueira, Heidi tinha ido embora. Ela ligou para um amigo ir buscá-la, mas queria ter certeza de que Amanda sabia como ela estava arrependida pela forma como agiu. Ela disse aos outros que
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iria me ligar. Eu não estava muito perturbado. Não era eu que tinha que pedir desculpas. "Está tudo bem." Amanda diz a eles. "Não está bem." Eu digo. "Ela deveria pedir desculpas a você." "Logan." Ela diz meu nome como se eu fosse uma criança que precisava se acalmar. "O coração dela não estar no lugar certo, ela acabou deixando suas emoções assumirem." Cam levanta uma cerveja. Eu balanço a cabeça. Ele atira a garrafa, mas pousa a poucos metros na minha frente. Amanda levanta-se para pegá-la ao mesmo tempo em que Lucy brinca: "Fraco, babe. Estou tão envergonhada de você agora." Ela balança a cabeça. "Então." Jake começa. "Acho que você está de volta por um bom tempo?" "Sim." Eu respondo. "Ou, pelo tempo que esta senhora me quiser." Beijo Amanda na bochecha. "Oh não." Micky ri, depois olha para Lucy. "Ele se transformou no Nicholas Sparks." "Certo?" Lucy quase grita. "Eu disse a você." O corpo de Amanda balança com sua risada. "Quem é Nicholas Sparks?" Pergunta Jake. "Diário de uma Paixão?" Cam responde, em tom sério. "Como você não conhece o Diário de uma Paixão?" Jake bufa. "Que porra é o Diário de uma Paixão?" Cam engasga como uma menina. "Diário de uma Paixão!" Ele grita, como se repetisse as palavras de alguma forma iria fazer Jake entender o que diabos ele estava falando. "O que há de errado com você?" Nós rimos. "É muito bom ter você em casa, cara." Diz Jake. "Mas se você sair assim de novo, eu vou te procurar em todos os lugares possíveis e encontrar você, e quando eu te achar, vou chutar seu traseiro. Eu não brincando." Você pode sempre confirmar quando Jake estava zangado; seu sotaque fica mais forte.
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"Se eu fizer isto novamente, vou dar-lhe a permissão para fazer isso. Mas acredite em mim, não há como isso vai acontecer." Eu me agarro a Amanda. "Eu tenho muito a perder. Não vou passar por isso novamente." *** Acabamos saindo antes da meia-noite. Lucy e Cameron prometeram que levariam os irmãos dela ao parque de diversão no dia seguinte. Eles nos convidaram para ir junto. Eu sabia que Amanda iria querer. Ela não podia dizer não para a comida ou a roda-gigante. Jake e Micky tinham outros planos; eles iriam vijar cedo na manhã seguinte para ver a tia de Micky, que estava esperando um novo bebê — ou algo assim. "Você sente falta do seu antigo carro?" Ela pergunta do assento do motorista da minha caminhonete. Eu encolho os ombros. "Não na verdade. Quando eu tinha dezesseis anos, a Mercedes foi a melhor coisa do mundo. Agora, eu só quero ser capaz de ir de um lugar ao outro. Dinheiro pode ser gasto de forma melhor em outras coisas." Ela pega minha mão e coloca-a em sua perna. Eu adoro quando ela faz merdas assim. "Sim?" Ela pergunta. "Como o quê?" "Como eu não sei, por exemplo... a Malária é a quarta principal causa de morte nos países do terceiro mundo, por dez dólares você pode comprar um líquido que ajuda a evitar isso, talvez salvar a vida de uma criança, sabe? Sabe o que isso significa? Isso significa que o dinheiro gasto com o meu primeiro carro, poderia ter comprado dez mil líquidos. São dez mil vidas em potencial que eu poderia ter salvo. Eu não estou dizendo que não sou grato pelo meu pai ter comprado o carro, ou que eu não aprecio como ele trabalhou duro para ter sucesso monetário. E, quero dizer, você conhece meu pai, assim como eu, ele não faz isso por dinheiro. Eu não sei, só acho que as pessoas da nossa idade não sabem o suficiente sobre merdas como essa." Ela não responde, apenas continua dirigindo em silêncio. A lâmpada ocasional da rua ilumina seu rosto. Suas sobrancelhas estavam arqueadas, sua mente imersa em pensamentos. Eu aperto sua perna. "O que você está pensando?" Ela olha para mim, como se tivesse esquecido que eu estava aqui. "Parece que eu me apaixonei por você, pela primeira vez, tudo de novo."
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*** "Este lugar traz de volta todas as memórias." Ela diz em voz baixa. Estávamos deitados na cama da casa da piscina, lado a lado, de mãos dadas. "Sim, realmente trás." Ela vira de lado para me encarar. Eu faço o mesmo. "Boas ou ruins para você?" "Muitas coisas boas, muitas coisas ruins. Ambos, eu acho." Ela balança a cabeça lentamente. "Eu também." Ela se senta, com as pernas cruzadas do outro lado de mim. Seus dedos traçam meu abdômen. Ela tinha os pulsos cheios de pulseiras. Examino cuidadosamente cada uma delas. "Certamente você não pode dormir com tinze pulseiras?" Ela ri. "Tinze?" "O irmão de Lucy, Lachlan, ele fala assim." "O Lachlan que me fez sair com você?" Eu rio. "Sim." "Bom garoto." Ela começa a retirar as pulseiras e colocá-las na mesa de cabeceira. "Ele é o meu favorito." Observo-a removê-las uma por uma. A última se destaca; era mais brilhante e mais espessa do que o resto. Eu tinha visto isso antes. "Essa parece familiar." Ela a tira e examina rapidamente, antes de colocá-la com as outras. "Sim, seu pai me deu. Eram de Tina — sua namorada da escola." Agora eu me lembrava. Eu tinha visto nas fotos dela. Pego as mãos de Amanda e corro meus dedos no interior dos seus pulsos, direito sobre as marcas. Eu olho para ela, seus olhos intensamente concentrados aonde meus dedos estavam. Levanto-os e dou um beijo em cada um. Sua respiração fica presa. Sinto seu corpo tenso acima de mim.
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"Você quer saber sobre isso?" Ela pergunta. Claro que eu queria saber. Eu queria saber desde o dia em que as vi na livraria. "Sim." Minha voz falha. Limpo a garganta. Ela respira fundo. "Eu fiz isso no dia do seu aniversário. Era para ser uma surpresa. Eu estava indo mostrar-lhe naquela noite." Meu coração cai. Ela coloca seus braços em meu peito, com a palma para cima. "Está vendo?" Ela diz, traçando as letras da tatuagem. "LM, de um lado, do outro AM." Ela move seus braços para mostrar que as tatuagens eram metades conectadas. "Quando eu faço isso, as letras formam um coração. Porque é isso que você para mim." Sua voz se quebra. "Você é a minha pessoa, Logan. A outra metade do meu coração." Puxo-a para baixo para que eu pudesse abraçá-la mais de perto. Mais apertado. Seu corpo começa a tremer. "Esses malditos monstros roubaram o nosso momento. Eles roubaram todos os nossos momentos." Ela levanta a cabeça; seus olhos cheios de lagrimas fixos nos meu. "Eles roubaram você de mim." Eu seguro sua cabeça com minhas mãos e beijo-a com força. "Ninguém me roubou de você. Eu lhe disse que você é minha dona. Eu sempre vou pertencer a você. Sempre fui seu." Eu ergo seus punhos para os meus lábios e beijo-os novamente. Fechando os olhos, respiro fundo. Eu queria saborear este momento, com ela em meus braços e o nosso para sempre. "Você pensou em removê-los?" Eu pergunto. "Não." Ela responde rapidamente. "Nunca. No ano que você se foi, eu podia olhar para eles e me lembrar dos sentimentos que eu tinha quando fiz, e todos aqueles sentimentos que eu tinha por você. A maneira como você me fez sentir viva, e do jeito que você me fez sentir amada. A maneira como você me fez sentir como se eu fosse a única garota no mundo inteiro. E como você faria qualquer coisa e tudo por mim. Tirou meus pesadelos e os transformou em sonhos. Dez, vinte, trinta anos a partir de agora, eu olharia para eles e ainda sentiria todas essas coisas, ainda me lembraria do amor que eu sentir quando estava com você, então valeu a pena manter." "Você ainda se sente assim em relação a mim?"
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"Não." Ela balança a cabeça, mas seus olhos continuam fixos no meu. "Agora, eu sinto mais." "E se eu não tivesse voltado? E se você tivesse se casado com algum outro idiota?" "Então esse outro idiota sempre saberia que eu pertencia a você em primeiro lugar." Eu inalo lentamente, enquanto deixo suas palavras afundar. "Eu te amo pra caralho." Eu digo a ela antes de beijá-la. Eu precisava que ela soubesse como eu me sentia; Eu queria que esse beijo mostrasse. Ela sorri para mim. "Eu também te amo, babe." Eu engulo meus nervos. "Não, Amanda, eu acho que você não entendeu." Eu a seguro mais apertado e puxo sua cabeça contra meu peito. "Eu não só te amo. É como se a palavra que eu quisesse usar ainda não fosse inventada. Talvez seja porque ninguém nunca sentiu esse tipo de amor antes. Talvez eu seja o primeiro a sentir isso. Eu não sei. Não posso explicar. Mas essas palavras — eu te amo — elas simplesmente não parecem o suficiente. Não mais." Seguro a parte de trás da sua camisa com minha mão para tentar esconder o tremor. Não funciona. Ela sente imediatamente, como se fosse uma parte de mim. "Sua mão está tremendo." Ela coloca a mão no meu coração. Tenho certeza que ela podia sentir isso. Thump. Thump. "O que está acontecendo, Logan?" Eu tento acalmar minha respiração, assim como meu corpo, mas não mudaria o que estava acontecendo. Não mudaria o que eu sentia, ou o que eu queria dizer. Então eu digo a ela a verdade. "Eu estou tentando muito duro me impedir de fazer-lhe uma muito, muito, estúpida pergunta." Sua cabeça se levanta novamente. "Que estúpida pergunta?" "A pergunta." Eu queria perguntar se ela queria ser minha para sempre. Um suspiro escapa antes que pudesse detê-lo. "Oh." Ela diz, com os olhos arregalados.
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Ficamos em silêncio. Nós dois nos encarando. Esperando. Querendo que o outro falasse primeiro. Ela limpa a garganta. "Eu diria que sim." Ela sussurra. "Eu sei." Eu digo honestamente. "É por isso que eu não perguntei. Isso não pode ser assim. Agora não. Ainda não." "Eu teria dito sim se você tivesse me perguntado em Las Vegas, também." Meus olhos se estreitam. Como é que ela sabia sobre isso? Então me bate. O diário. "Eu pensei que estaria tudo bem, mas não está. Eu quero dar-lhe tudo. Todo o mundo, lembra? Quando fizermos isso, tudo precisa estar certo. Quando tivermos o apoio de todos." Ela sabia o que eu quis dizer. Tínhamos que dizer a Ethan. "Eu tenho uma ideia." Ela diz, beijando meu pescoço suavemente. "Mm?" Em poucos segundos, o tremor em minha mão e o meu ritmo cardíaco tinham se resolvido. "O quê?" Minha mão passa sob sua camisa, a outra em sua bunda; ela começa a mover os quadris, esfregando-se no meu pau. Leva apenas um segundo antes que eu fique duro como uma rocha. "Eu acho que..." Ela para. Sua boca suga com mais força, enquanto faz seu caminho até a minha mandíbula. Ela me deixa louco. Minha mão passa sob a sua calcinha, segurando sua bunda. Aperto forte. Ela geme em minha pele, pressionando cada vez mais em mim. Minha outra mão sobe em sua costa, através do buraco no pescoço da minha camisa que ela usava. Até que meus dedos estão em seu cabelo, agarro e puxo-o suavemente até que ela levantasse a cabeça. "Você acha o quê?" Ela se senta, suas mãos espalmadas contra o meu estômago. Ela molha os lábios, fecha os olhos, e move-se em mim. Só uma vez. Mas era tudo o que eu precisava, porra. Meu pau esfrega entre as suas pernas. A nossa única barreira eram as nossas roupas interiores. Eu queria tirar elas. Eu não queria nada entre nós. Ela abre os olhos. Seus quadris se movem para trás e mais algumas vezes. "Eu acho que..." Ela para de novo. Ela levanta o olhar e olha ao redor da casa da piscina. Ela morde o lábio inferior enquanto olhava para o espaço, então, finalmente, seus olhos pousam em mim. Ela tira o top, seus seios saltam para
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fora, esperando por mim. Levanto-me em meus cotovelos e coloco um na minha boca. Lentamente fazendo círculos. Saboreando esse momento. "Oh Deus..." Ela geme. Afasta-se, e seus dedos se enroscam em torno da minha boxers quando ela puxa para baixo, liberando a minha fúria de tesão. Ela corre a palma da mão na cabeça. Ele empurra contra sua mão. Os olhos dela se arregalam. Então ela se move de novo até que estivesse se movendo em mim. Meu pau nu contra sua vagina coberta pela calcinha. Sua cabeça se inclina para trás, com os olhos fechados. Ela começa a gemer. Eu queria mais. Lentamente, de leve, eu corro minhas mãos sobre o interior das suas coxas. Ela não me impede. Nem mesmo quando eu chego na sua calcinha. Enfio o dedo sob o material e movo-o para o lado. Nós dois gememos quando pele com pele entram em contato. Ela estava tão fodidamente molhada. Eu estava tão duro. "Você acha o quê?" Pergunto-lhe novamente. Ela começa a se mover com mais força, mais rápido. Amaldiçôo sob a minha respiração. "Eu acho que..." Ela para de se mexer e abre os olhos. Então ela desliza para fora de mim, puxando minha cueca para baixo. Eu estava deitado nu na cama com meu pau em pé no ar. Seus olhos passam por mim da cabeça aos pés, descansando mais tempo do que precisava no meu pau. Eu coloco minhas mãos atrás da minha cabeça e deixo-a tomar o seu tempo. Eu nunca poderia me cansar com a sua reação ao meu corpo. Nunca. "Eu acho que você e eu precisamos fazer novas memórias aqui." Ela empurra a calcinha sobre seus quadris e deixa-a cair no chão. Eu tento falar, mas ter ela nua na minha cama, oferecendo-se para mim, era demais. Eu tinha falhado na primeira vez, e na segunda. Na terceira, eu finalmente volto à razão. "Eu acho que é realmente uma ótima ideia."
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CAPÍTULO 25 Amanda Ele se aproxima de mim. Sua respiração aquece meu rosto, mas eu mantive meus olhos para frente, concentrando-me na cama. Um dos seus dedos roçam meu lábio, embaixo do meu queixo e entre os meus seios. Ele continua se movendo mais e mais até que eu o sinto entre as minhas pernas. Deixo escapar um suspiro. "Você quer fazer novas memórias?" Ele pergunta no meu ouvido. Sua voz era áspera e cheia de tesão. Eu respirei fundo e concordo. "Feche os olhos." Ordena. Era suave, mas exigente, assim como seu toque. Eu faço o que ele pediu. Ele ainda tinha esse poder sobre mim. Então ouço os seus passos, movendo-se ao redor do quarto. Eu exalo alto, assim que sinto sua mão em meus seios. Ele segura os dois, em seguida, corre o polegar sobre meus mamilos. Eu gemia, e apertava as pernas juntas. "Você confia em mim, certo?" Seu polegar sobre meu mamilo foi substituído por sua boca, sua língua fazendo círculos em torno dele. Minhas mãos se agarram ao meu lado, e minha costa se arqueia, empurrando meus seios ainda mais para ele. Eu queria abrir os olhos. Eu queria vê-lo. Minha respiração fica ofegante, minha boca seca. Então ele se foi. Meus olhos se abrem, e ele estava lá — no pequeno espaço entre a cama e eu. "Menina bonita." Ele suspira, balançando a cabeça lentamente. "Eu disse-lhe para fechar os olhos." Eu abro minha boca para falar, mas ele me interrompe com um beijo. "Está tudo bem." Ele diz em minha boca, e então se afasta, sorrindo, antes de levantar a mão para me mostrar uma venda. "Agora eu vou ter certeza disso." Ele dá um passo para frente, sua dureza pressionando contra o meu estômago. Ele me venda, amarrando-a firmemente na parte de trás da minha cabeça. Move-se para trás de mim, certificando-se de que era seguro, e então ele rosna por cima do meu ombro. "Eu quero você em suas mãos e joelhos, rastejando na cama."
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Eu soluço. "Logan." Gemo, cobrindo meus seios e sexo com as mãos. "Amanda." Ele me repreende. "O que há de errado? Estar constrangida?" Engulo meus nervos, mordo o lábio e aceno com a cabeça uma vez. Em seguida, ele estava na minha frente. "Você está brincando comigo?" Eu fico em silêncio. Ele tira meus braços e deixa meus seios expostos. Beijando meu pescoço lentamente, levando minha mão para seu pau, encorajando os meus dedos a embrulharem em torno dele. "Será que isto te deixa constrangida?" Deixo escapar um gemido quando ele lentamente bombeia em a minha mão. Em seguida, se afasta, movendo-se para trás de mim novamente. Sua palma espalhada contra meu estômago enquanto ele me empurra para frente. "Mãos e joelhos." Ele repete. Eu faço o que ele pediu, subindo em cima da cama e lentamente rastejando para frente. Tento ficar confiante, lembrando-me das suas palavras e de como ele se sentia sob o meu toque. "Isso mesmo bebê, continue." Sinto a cama afundar quando ele sobe atrás de mim. Suas mãos cobrem minha bunda enquanto ele aperta-as. Eu estava molhada pra caralho, eu podia sentir escorrendo pela minha perna. "Pare." Ele diz. Eu faço. Então, levantando minhas mãos lentamente, guia-as para a parte superior da cama. "Não se solte." Sinto a cama se afundando de novo; ele estava se afastando. "Abra suas pernas." Ele ordena. Puta. Merda. Eu já estive com Logan antes; ele sempre foi do tipo alpha na cama, mas nunca assim. O efeito que isso teve em mim deve ter sido evidente quando seu dedo deslizou sem esforço dentro de mim. "Oh merda." Ele murmura. E foi aí que eu sentir; seu hálito quente soprando contra minha umidade. Eu não tive tempo de lhe perguntar o que diabos ele estava fazendo antes da sua boca me cobrir. Meus quadris se sacodem instantaneamente quando sua língua entra em contato com o meu clitóris. "Puta merda, Logan." Começo a empurrar lentamente, incentivando a sua boca e a sua língua, para me foderem e me trazerem ao longo da borda. Levou apenas segundos, meu corpo já preparado para o orgasmo. Suas estocadas ficam mais rápidas, irregulares. Ele pega um punhado da minha bunda, me puxando para baixo em cima dele. E então ele chupa. Era tudo o que eu precisava. Grito seu nome, mais alto do que eu tinha imaginado.
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Tento me mover de cima dele, mas ele continua, com a boca insistente em obter tudo de mim. Eu monto em cada onda, cada choque, com o meu sexo latejante no seu rosto. Ele nunca desistiu, não até a última onda e meu corpo ficar mole. "Puta merda." Eu respiro. Tento abrir meus olhos para me orientar, mas a venda ainda estava lá. A cama se move de novo, enquanto ele puxou para fora debaixo de mim. Momentos depois, sinto sua dureza contra minha bunda, o peitoral contra a minha costa e sua respiração contra meu ouvido. "Nós não podemos ir mais longe." "O quê?" Meu peito arfava. "Por quê?" Eu ofegava, tentando encher meus pulmões de ar muito necessário. "Mas eu preciso de você." Ele morde suavemente minha orelha. "Eu preciso de você, também, baby. Mas eu não tenho nada." "Huh?" "Preservativos — eu não tenho nenhum." "Oh". Eu solto mais algumas respirações. "Será que você fez o teste quando voltou?" "Sim, estou limpo." "Então nós estamos bem, eu estou segura." Ele solta um suspiro. "Graças a Deus." Sinto o ar atingir minhas costas quando ele se endireita. Ele desliza seu pau entre minhas dobras, me abrindo para ele. "Você tem que ir devagar, babe. Já faz um tempo. Preciso me acostumar com o seu tamanho." Ele resmunga quando desliza lentamente para dentro de mim, centímetro por centímetro, deixando-me ficar confortável. "Ok." Eu asseguro-lhe, uma vez que eu tinha tomado tudo dele. Sinto sua mão achatar na minha costa enquanto ele tira quase todo o caminho e, em seguida, empurra para frente lentamente. Ele faz isso mais algumas vezes, cobrindo seu pênis com os meus sucos.
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"Porra, eu amo ver você me tirar assim. Sua bunda é incrível." Suas palavras me excitam ainda mais. Eu começo imitar seus impulsos. Ele estava tão lento, tão gentil. Eu queria mais. Eu precisava de mais. "Logan?" "Mm?" E eu não sei como as palavras se formaram ou como eu as deixei sair da minha boca. "Foda-me:" Eu peço. Ele geme. Em seguida, uma mão segura meu seio, a outra esfrega meu clitóris. "Você tem certeza, querida?" Ele beija minha espinha. "Por favor, Logan." Eu precisava dele. "Segure-se firme." Ele ordena, logo antes de se mover. Em poucos minutos, eu explodo novamente. Foi mais forte dessa vez, e eu me sinto pulsando em torno dele. Ele se afasta, largando meu seio e segurando meus quadris. Ele continua bombeando para dentro de mim, mais forte, mais rápido, do jeito que eu queria. "Foda-me!" Eu exijo. Então o sinto ficar maior dentro de mim, mesmo antes do seu corpo se acalmar e um rosnado escapar da sua boca.
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CAPÍTULO 26 Logan "Por que nós concordamos em acorda tão cedo?" Ouço sua risada baixa próxima de mim. "Porque nós não planejamos ficar acordados metade da noite." Eu me viro para encará-la. "Hum." Cantarolo enquanto olho para o seu corpo. Bermuda curta e uma regata apertada cobrindo apenas o suficiente da sua pele perfeitamente bronzeada. Suas longas pernas se esticam em sua frente, cruzando seus tornozelos. Estávamos sentados em um banco do lado de fora do portão de entrada do parque. Corro meus dedos contra sua coxa, viro meu boné para trás, e inclino-me para beijar seu pescoço. Ela ri de novo. "O que você está fazendo?" "Só lembrando da noite passada." Ela vira seu rosto para mim e aproxima seus lábios dos meus. "Sim?" Ela sussurra, beijando-me. "Você está lembrando da parte em que eu perguntei se eu poderia colocar meu dedo no-" Corto-a com um beijo, e depois aprofundo. Uma das suas mãos agarram minha camisa, a outra rodeia meu pescoço, me puxando para mais perto. Afasto-me um pouco. "Não traga isso à tona novamente." Ela ri na minha boca. "Tudo bem, apenas continue me beijando." Então eu faço. Ela geme quando minha mão passa sob a blusa e descansa em sua cintura. Meus dedos cravados em sua pele quando sua língua roça na minha. Eu começo a ficar duro. "Ei idiotas!" Nós imediatamente nos separamos e viramos para ver um garoto diante de nós. Era Lachlan, o irmão de Lucy. Ele estava mais velho agora. Não o mesmo garoto de quatro anos que me ajudou a convence Amanda a concordar com um encontro quando ela trabalhava na lanchonete. Ele se vira e olha para um grupo de meninos de pé a poucos metros atrás dele, o resto dos irmãos de
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Lucy. Todos tinham sorrisos patetas. Meus olhos saem dos meninos mais velhos para o garoto na minha frente. "E aí, pequeno?" Ele olha para mim, para Amanda, e vice-versa. "Vocês farão boteti um no outro?" Amanda bufa com o riso. "Oh, caramba." "O quê?" Eu tento esconder minha própria diversão. "Não boteti." Um dos meninos mais velhos, diz. Eu tenho certeza de que ele era o pequeno Logan. "BOQUETE!" Ele grita. Em seguida, todos os meninos começam a gritar. "Boquete! Boquete!" Lachlan apenas dá de ombros, mas fica onde estava. "Boquete!" Os outros meninos gritavam. "Que diabos?" Lucy grita, andando em direção a eles. "Por que vocês estão todos gritando boquete?" Os meninos caem em um ataque de riso. Então Lachlan entra na frente de Amanda. "Você é bonita." Diz a ela, em seguida, se sentar entre nós. Ele coloca sua pequena mão na dela. Ela sorri de orelha a orelha. "E você." Ela diz a ele. "É o menino mais bonito que eu já vi." Reviro os olhos. "Puxa, obrigado." Lucy e Cameron caminham até nós, e todos nós se levantamos. Lachlan segura a mão de Amanda. Lucy apresenta-nos todos os seus irmãos. "Eu não esperava que vocês se lembrassem de todos eles." Ela brinca. Uma vez que tínhamos pagado e entrado pelos portões do parque, Cam puxa a carteira e entrega a todos notas de dinheiro. "Eu quero ficar com a menina bonita." Lachlan diz a eles. Eu tive que rir com o seu apelido para ela. "Cara." Eu provoco. "Você está roubando todo o meu jogo." Ele rosna para mim com um sorriso nos lábios. Dou um passo para trás em choque, e Amanda ri. "Deixe-o ir com eles." O pequeno Logan insiste. "Então todos nós podemos ir nos brinquedos maiores, e não temos que se preocupar com ele."
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"Nós não nos importamos." Amanda fala. "Vamos levá-lo. Vocês se divirtam." *** "Ok, amigo." Eu falo baixinho no ouvido de Lachlan. "Eu vou mirar, você segurar o gatilho, ok?" Seus olhos ficam enormes. Ele combina com seu sorriso. Ele se senta no meu colo enquanto eles redefinem os pequenos patos de volta na linha de partida. Era um daqueles jogos com pistola de água. A nossa celebração quando ganhamos foi um pouco barulhenta. Estava tudo bem, até que o nosso prêmio — que era um panda de pelúcia — foi entregue, e a menina ao nosso lado começou a chorar. Lachlan faz beicinho quando a vê, e depois caminha para o lado dela. "Aqui está." Ele diz, entregando o urso a ela. "Meu tio, Logan, vai ganhar mais coisas para mim, você pode ficar com esse." Em seguida, ele a abraça. "Isso foi uma coisa boa que você fez, cara." Eu digo a ele. Ele dá de ombros. "Agora você tem que ganhar mais, caso contrário, eu menti, e mentirosos são ruins." *** Duas horas mais tarde, todos nós nos encontramos para comer. Eu rio quando Amanda me diz para pegar um pouco de tudo. Minhas características se endireitam quando percebo que ela estava falando sério. "Você tem certeza?" Pergunto cautelosamente. Ela olha para mim. "Você está me chamando de gorda?" Eu vou embora sem dizer uma palavra. Eu não era estúpido. *** Quando volto — após a terceira viagem do caralho — noto um dos irmãos de Lucy, Leo, olhando fixamente para uma menina a poucos metros de distância. "Leo!" Tento chamar a sua atenção. "O que foi? Está a fim dela?" Isso faz com que os outros meninos olhassem para cima e seguissem o seu olhar. "Oooh." Diz um deles. "Olha os peitos dela."
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"Cale a boca." Ele cospe entre os dentes. Eu os ignoro e pergunto: "Por que você não vai falar com ela?" Ele dá de ombros. "Ela está com o namorado." Olho em volta dela. Ela estava de pé sozinha, olhando para o chão. Eu faço uma varredura na área em torno dela. Havia um grupo de rapazes a poucos metros de distância, conversando com um grupo de meninas. "Onde está seu namorado?" Eu pergunto, sem me preocupar em desviar o olhar. "O na frente do grupo, conversando com a loira." Eu enfrento-o novamente, minhas sobrancelhas arqueadas. "Quer dizer que ele a deixou ali sozinha, enquanto ele estar com outra garota?" Ele dá de ombros. "Que idiota." Cam e Lucy riem. Minha atenção vai para eles. "O que é tão engraçado?" Cam fala primeiro. "O tipo de idiota que você era na escola." "Babaca." Amanda murmura. Eu não podia dizer nada; eles estavam certos. Olho para Leo. "Você sabe o que deve fazer..." "O quê?" Ele era todo ouvidos. "Você deve ir até ela, dizer que seu namorado é um idiota, e que você a trataria muito melhor. Porque você faria, certo?" "Oh, não..." Lucy geme. Leo balança a cabeça. "Então, sem dar-lhe chance, segure sua mão e beije-a. Se ela não te der uma joelhada no seu pau—" Faço uma pausa para deixar o riso de Amanda encher meus ouvidos. "Se ela não te mandar embora, e ela te beijar de volta, traga-a para cá."
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"O namorado dela vai chutar o seu traseiro." Um dos irmãos diz. Eu encolho os ombros. "Se ele tentar, você tem a mim e Cameron." Eu olho para Cam. "Certo?" Ele se inclina para frente e sacode a cabeça em um aceno. "Vá em frente, cara." Digo ao Leo. "Você nunca vai saber se não tentar." Leo olha para ela, depois para nós. Ele solta um suspiro e se levanta. Passando as mãos por cima da camisa, ele assente. "Ok, eu vou tentar." Ele limpa as mãos em sua bermuda. Eu conhecia aquela ação. Ele estava nervoso. Inferno, eu estava nervoso por ele. Todos nós o olhamos enquanto ele faz o seu caminho até ela. "De jeito nenhum que ele vai fazer isso." O pequeno Logan diz. Ele fica na frente dela e deve ter dito alguma coisa, porque seus olhos se levantam para encará-lo. Podemos ver sua boca em movimento, e então ela sorri. Ele estende a mão, agarra a dela, dá um passo para frente, e depois inclina-se para beijá-la. Nós todos respiramos fundo, esperando a sua reação. "Ele fez." Ouço Cam dizer. Nós esperamos. E esperamos. Em seguida, o braço dela se enrola em volta do seu pescoço, puxando-o para mais perto. Nós todos aplaudimos, e então rimos da nossa reação estúpida. Deve ter sido alto, porque faz com que eles se separem. Ele se vira e balança a cabeça em nossa direção. Sua boca começa a se mover novamente. Ela assente com a cabeça, com um sorriso enorme. Eles caminham em nossa direção, de mãos dadas, em seguida, o namorado chama ela. Ele se separa do seu pequeno grupo e os segue. No momento em que ele chega, eles já estavam na nossa mesa. Cameron se levanta e coloca as mãos punhos sobre a mesa. Ele olha para o garoto. "Algum problema, moleque?" O garoto para. Levanto-me. Ele ergue as mãos. "Sem problema." Ele vai embora. "Ótimo." O pequeno Logan diz. "Agora ele vai bater a merda fora de você quando Cam não estiver por perto."
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"Não, não vai." Diz Cam. Ele me olha e sacode a cabeça em direção ao garoto que tinha acabado de sair. "Nós vamos cuidar disso."
Amanda. "Homens da caverna." Lucy diz. Eu rio. "Eles têm boas intenções." Eu vejo quando Logan e Cam chegam no garoto. Logan coloca a mão em seu ombro e fala algo para ele. Ele pode ser intimidante quando quer. Ele também pode ser ridiculamente quente. Eu viro e olho para a comida na minha frente. Cachorros-quentes, bolos, nuggets, hambúrgueres, batatas fritas e milhos, estavam tudo sobre a mesa. "Ok, Lachlan. Qual você acha que deve entrar em primeiro lugar?" "Tudo isso." Ele grita, batendo palmas com entusiasmo. "Ok, então." Ele ri quando começo a lhe dar porções de todos os alimentos que Logan tinha comprado. "Ele pode comer tudo isso?" Pergunto a Lucy. "Ele não é alérgico a alguma coisa?" Ela balança a cabeça. "O garoto comeu cocô de cachorro quando ele tinha três anos. Ele pode comer qualquer coisa." A garota que estava com Leo ri ao lado dele. Ele olha para ela com um pequeno sorriso em seu rosto, assim como Logan faz comigo. "Ei, cara." Logan diz. Ele estava atrás de mim com as mãos sobre os meus ombros, mas ele estava falando com Lachlan. "Você acha que talvez eu possa ter a minha menina de volta? Talvez eu possa sentar ao lado dela um pouco?" Ele dá de ombros. "Talvez mais tarde." Eu contenho a minha risada enquanto continuava enchendo seu prato. Logan murmura algo baixinho, mas senta-se ao lado dele. "Você está pensando em
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roubar ela?" Ele pisca para mim, suas covinhas em um show completo. Eu não pude deixar de sorrir. "Talvez." Lachlan grita. "Provavelmente não. Eu a amo." Logan engasga com o refrigerante. "Na verdade." Lachlan começa. Ele olha para o céu, contemplando. "Você vai ser minha mamãe? Eu não tenho uma mãe. Pode ser ela, né?" Eu respiro enquanto seus olhos encontram com os meus, a intensidade neles eram muito mais do que seus anos devem permitir. Ele espera ansiosamente pela minha resposta. Eu abro minha boca para falar, mas as palavras ficam presa na minha garganta. Então Logan fala: "Ei, amigo." Lachlan se vira para ele. Eu solto uma respiração. "Sabe." Logan diz, olhando para mim rapidamente. "Eu não tenho uma mãe também. Mas é legal, porque o meu pai, ele é muito legal. Eu aposto que seu pai é incrível, também, certo?" Lachlan concorda com entusiasmo. "E você tem um monte de irmãos e irmãs impressionantes, também." A cabeça de Lachlan se vira quando ele olha em volta da mesa. "Sim." Em seguida, ele encara Logan novamente. "Você tem irmãos e irmãs?" Logan sorri, mas não alcança seus olhos. "Sim e não." Ele responde. Sua cabeça se inclina para que ele falasse só para Lachlan. "Quero dizer — sua irmã, Lucy, e nossos amigos Mikayla e Heidi, elas são mais ou menos como irmãs para mim. E Jake, Dylan, e mesmo Cameron — eles são meus irmãos." Lachlan balança a cabeça lentamente. "Cameron é meu irmão também." Anuncia. "Ele é meu tuna... tu... tunhado? Não!" Os cantos dos lábios de Logan se curvam em um sorriso. "Hum..." Lachlan olha para um dos meninos mais velhos. "Como é que vocês o chamam?" "Cunhado." Confirma seu irmão mais velho. "Cunhado." Lucy sorri e Cam coloca o braço em volta dos seus ombros, inclinando-se para beijar seu templo. "Sim — cunhado." Lachlan volta-se para Logan agora. "Então, isso significa que somos irmãos?"
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"Sim, cara, podemos ser irmãos. Eu gostaria disso." "Mas você seria um bom irmão, certo?" O tom de Lachlan era baixo, sério. "Não como eles." Ele sacode a cabeça na direção dos seus irmãos. "Todos eles me disseram para comer cocô de cachorro." Todos riem. Logan levanta os olhos para mim. Eu te amo, eu sussurro. Ele sorri, mas foi triste. *** "Vamos, Lachy. Vamos te limpar." Diz Lucy. Todo mundo se levanta e começa a limpar a mesa. "Ok!" Ele concorda. Ele fica no banco e estala os lábios no meu rosto, deixando molhado quando se afasta. "Me esperem, rapazes!" Ele pula e se junta do resto da sua família. Em seguida, era apenas Logan e eu. Ouço sua profunda risada perto de mim. Ele pega um guardanapo e limpa meu rosto. "Eu não posso levá-la em qualquer lugar." Brinca tranquilamente. Eu viro minha cabeça lentamente, beijando primeiro a palma da sua mão, e depois seus lábios. "Você está bem?" Ele dá de ombros e olha para longe. "Você pensa sobre elas?" "Minha mãe ou Megan?" "Ambos." Seus ombros se erguem novamente. Eu suspiro. "Eu te amo." Eu não sei mais o que dizer. Ele estava distraído quando respondeu: "Eu também te amo." Eu levanto minha mão e seguro o pingente que ele me deu. "Sabe, um dia, baby, eu vou tirar seus pesadelos e transformá-los em sonhos." Ele olha para minha mão segurando o pingente, e então nossos olhos se encontram. "Você já faz, Amanda. Todo santo dia."
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Meus pulmões se enchem com a respiração quando ele me beija. Foi lento, carente, e apaixonado. Ele estava se lembrando. Saboreando o momento. Um pequeno pigarro nos interrompe. Nós dois nos viramos para ver Lachlan, com um sorriso enorme no rosto. "Cara." Logan brinca. "Você continua matando meu jogo, aqui." Nós nos levantamos, assim como Lachlan se mete entre nós. Ele segura cada uma das nossas mãos nas dele. "Roda-gigante." Ele grita. Então é isso que nós fizemos. *** "Adoro viver aqui." Eu digo a ele. Estávamos quase no topo; você pode ver a cidade de onde estávamos. "Sim?" Ele pergunta. "Você planeja ficar por aqui?" Eu dou de ombros. "Depende, eu quero dizer — eventualmente, eu acho que sim." Ele espera um pouco antes de pergunta: "Eventualmente?" Olho para ele rapidamente, mas, em seguida, viro-me para a vista. "Depois de viver onde quer que você vá para a escola de medicina, talvez viajar um pouco, voltamos para cá e compramos uma casa..." Eu paro. "Eu estava esperando que você dissesse isso." *** Lachlan desmaia dentro de dois minutos na roda-gigante. Mando uma mensagem para Lucy e digo a ela para nos encontrar no estacionamento. Logan leva-o para a parte traseira da sua caminhonete e deita-o suavemente, tentando não acordá-lo. Nós sentamos na beirada, seus braços se apertam em torno de mim. "Eu finalmente consegui você só para mim." Eu rio em seu peitoral. "Você é tão carente."
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Seu corpo sacode com sua risada. "Eu sei. Só sinto falta pra caramba de você. Você é tipo minha droga." Ele fica em silêncio por um momento. "Eu acho que você precisa dizer a Ethan, e acho que—" "Eu vou lhe dizer, esta noite." Eu o corto. "Eu decidi esta manhã que na primeira chance que eu tiver vou contar, odeio mentir para ele. Odeio ter que ficar escondido com você." "Bom." Diz Logan. "E então talvez depois disso, uma vez que ele estiver bem com a gente, talvez, quero dizer, você não precise, mas talvez pudéssemos parar de sentir falta um do outro e você poderia simplesmente morar comigo." Minha cabeça se inclina para trás para que eu pudesse olhá-lo nos olhos. "Sério?" "Ou não." Ele balança a cabeça, sua confiança diminui. "Eu teria que esperar até que alguém pudesse assumir meu aluguel e o quarto. Eu não posso simplesmente sair imediatamente." Um sorriso enorme aparece em seu rosto. "Mas isso significa que 'sim', certo?" Mordo o lábio e aceno. Seu poder sobre mim fica mais apertado. "Oh meu Deus." Ele murmura, um riso incrédulo irrompe dele. "Como diabos eu tive tanta sorte?" Ele segura meu rosto em suas mãos, seu sorriso ainda no lugar. Ele me beija uma, duas vezes. Três vezes. Em seguida, se afasta, seu olhar vagando por todo o meu rosto. "Você e eu." Ele diz. "Nós vamos fazer tantos momentos malditos que vão valer apena lembrar."
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CAPÍTULO 27 Amanda "Babe." Eu podia ouvir a voz de Logan, mas ele parecia distante. "Você estar em casa." Abro os olhos lentamente, e olho ao meu redor. Estávamos em sua caminhonete na garagem da minha casa. Estava escuro lá fora. Eu devo ter caído no sono no caminho de casa. "Meu carro está em sua casa." "Sim, eu sei. Eu não queria que você dirigisse para casa cansada desse jeito." Ele ri. "Você adormeceu assim que chegamos na estrada." "Oh." Eu digo, ainda tentando ganhar o rumo. "Eu sei que você está trabalhando, amanhã à noite, então eu estava pensando que talvez eu poderia ir buscá-la para o almoço e pudéssemos passar o dia juntos?" Eu endireito-me e esfrego os olhos. "Tudo bem." Ele sorri. "Então, você ainda vai falar com Ethan hoje à noite?" Eu balanço a cabeça através de um bocejo. "Sim." Olho para casa. As luzes ainda estavam acesas. "Ok." Ele suspira. "Então, me ligue quando você acorda e eu venho buscá-la." Eu me aproximo e coloco o braço em volta da sua cintura. "Eu vou sentir sua falta esta noite." Rindo, ele levanta meu queixo com o dedo. "Você não tem ideia do quanto eu vou sentir sua falta, menina bonita." "Obrigado por hoje. Eu me diverti." Beijo-o. Ele me beija de volta. "Obrigado por todos os meus dias." Eu o beijo de novo, desta vez mais profundo. Afastando-se um pouco, ele sussurra "Eu sou meio louco e apaixonado por você, sabe disso não é?" Suas palavras fazem meus olhos se fecharem.
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Eu nunca me cansaria de ouvir palavras como essas. Nunca. Beijo-o novamente, mas é curto. "É melhor você ir. Isto vai fazer com que eu sinta ainda mais sua falta." Eu o abraço e sorrio em seus braços. "Você sabe com o que se parece?" Ele ri baixinho. "Nosso primeiro encontro?" "Uh-huh." Eu balanço a cabeça. "Eu não quero dizer adeus para você, então. Eu não quero dizer adeus para você agora." Ele vira todo o seu corpo para me encarar. Mastigando os lábios, ele entrelaça nossas mãos entre nós. "Foi a coisa mais difícil de fazer, de dizer adeus a você. Não apenas naquela noite, mas na noite em que eu saí." Sua voz falha. "Foi a decisão mais difícil e mais estúpida que eu já fiz." "Não foi estúpida." Eu digo a ele. Meus olhos caem para onde seu polegar desliza sobre as minhas tatuagens. "Talvez foi necessário ser feito. Quem sabe não era o nosso tempo, então. Talvez a gente precisasse desse tempo para crescer. Talvez agora seja a nossa vez. Talvez—" Uma alta batida na porta da casa me corta. "Amanda!" Ethan. Ele caminha em direção ao carro, a mão bloqueando a luz dos faróis. "É melhor ser você." "Merda." Eu murmuro. Logan segura minhas mãos mais apertado. "Vai ficar tudo bem." Suas palavras eram instáveis. Ele não acreditava também. Ethan chega perto o suficiente para que os faróis já não estivessem em seu caminho. Olhando para o carro, seus olhos se arregalam quando nos vê. "Que porra é essa?" Ele murmura. Raiva enche seus olhos. Sua mandíbula se aperta. Seus punhos se fecham. "Cai fora do carro, Amanda!" "Ethan." Eu tento acalmá-lo. Ele rapidamente move-se para o lado do motorista, abre a porta e puxa Logan para fora. Eu nem sequer tive tempo de reagir antes do seu punho encontrar a mandíbula de Logan.
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"Pare." Eu grito. "O que você está fazendo?" Eu pulo para fora do carro e vou direto para o Logan, mas Ethan segura meu braço e me empurra de volta. "Entre na casa do caralho, Amanda." Seu tom era tão alto quanto era duro. Ouço a porta da frente se abrir e passos, mas meus olhos estavam fixos no Logan. Ele fica de pé, com os braços esticados e as mãos contra a lateral da sua caminhonete. Ele cospe sangue. Eu dou um passo para frente, querendo ir para ele. Ethan bloqueia meu caminho. Seu peito arfava com suas respirações. "Eu não estou brincando, Amanda. Entre na maldita casa." "Foda-se, Ethan." "Não!" Ele grita. "Foda-se você, Amanda." Logan levanta a cabeça, o lábio rebentado, sangue escorrendo de sua boca. Ethan continua. "Você sabe o quanto eu estava preocupado, porra? Liguei para você o dia inteiro. Liguei para todos os seus amigos. Mamãe entrou em pânico. Eu liguei até mesmo para o nosso pai!" Eu respiro fundo. A culpa tomando conta de mim. Ele se aproxima. "O dia inteiro eu fiquei arrancando meus cabelos, e você estava brincando com ele? Com ele!" Ele aponta para Logan, mas manteve seu olhar em mim. As mãos de Logan vão para os seus bolsos da frente. "Você está de brincadeira com ele, e por trás da minha costa. Você sabia como eu me sentiria, porque você escondeu isso de mim? Você sabia que eu ficaria chateado e você ainda fez isso porra!" Sua voz fica mais alta. Dou um passo para trás, não querendo sentir a ira das suas palavras. "Eu vou falar mais uma vez." Ele diz em voz baixa. "Vá. Para. A. Porra. Da. Casa!" "Babe." Logan fala. Ele cospe mais sangue. "Vá." Diz calmamente. "Só vamos conversar."
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Ethan se vira para ele. "Não ouse dizer a ela o que fazer." Ele balança a cabeça, e aproxima-se dele. "Não se atreva a falar com ela. Sua opinião não conta mais, idiota." Logan apenas balança a cabeça, mas seus olhos estavam em mim. Implorando. Então sinto uma mão em volta do meu cotovelo. "Vamos lá, Dim." Alexis. "Vamos para dentro. Eles têm muito o que conversa." Eu olho para Logan. Ele levanta o queixo ligeiramente. Eu ando para trás em direção a casa, meus olhos nunca os deixam. Eles ficam cara a cara, nenhum movimento, nenhuma conversa. Alexis fecha a porta da frente, uma vez que estávamos lá dentro. "Está tudo bem." Ela me assegura. "Eles vão apenas conversa."
Logan Assim que a porta se fecha, seu punho estava no meu estômago. Eu estava esperando algo, mas não isso. Isso me faz cair de joelhos. "Você não pode simplesmente voltar e fingir que está tudo bem!" Ele chuta o mesmo lugar que tinha dado um soco. Meu corpo cai para frente, mas meus braços me seguram. "Levante-se." Ele grita. "Aja como um homem." Eu uso minha caminhonete para voltar aos meus pés. A dor em meu corpo não estava nem perto da dor no meu coração. Eu conhecia Ethan. Eu conhecia como o idiota arrogante que nunca levava nada muito a sério. Mas esse — esse não era Ethan. Pelo menos, não o de um ano atrás. "Oh, espere." Ele zomba. "Eu esqueci. Você não faz as coisas como um homem." Ele me dá um soco novamente. No meu rosto neste momento. Minha cabeça cai para o lado. Eu aceitaria qualquer coisa que ele me desse. Eu merecia tudo isso.
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"Sua namorada quase foi estuprada e você foge, certo? Você apenas foi embora?" Outro soco. Eles estavam ficando mais fracos. Eu seria capaz de levar um pouco mais antes que meu corpo falhasse. "Era eu que estava lá para ela. Eu que tinha que ouvir seus pesadelos, seus gritos durante a noite." Levanto a cabeça para encará-lo. Eu não sabia que ela tinha tido pesadelos. "Oh." Ele balança a cabeça lentamente com a compreensão. "É claro que ela não iria dizer-lhe sobre isso. Pobre de você, certo? É melhor proteger seus malditos sentimentos." Eu deixo suas palavras afundarem enquanto olho para o seu estado. Os nós dos seus dedos estavam sangrando, ou talvez fosse o meu sangue. Quem diabos sabe? Seus ombros levantados com sua respiração pesada, mas ele mal poderia ter uma golfada antes de me bater de novo. Outro chute no intestino. Mais fraco novamente. Eu deixo a dor me consumir. Eu precisava sentir. Eu merecia sentir. "Você não tem nada a dizer para mim, tem?" Outro soco no rosto. Os golpes doem menos, mas a dor era constante. "Ela lhe disse que não podia ficar em casa sozinha? Ou que ela dormia com a luz acesa? Aposto que ela não te disse nada dessa merda!" Tento engolir o nó em minha garganta. Ela não me disse, mas eu nunca perguntei. Eu deveria ter perguntado. Ele empurra contra meu peito, fraco demais para fazer qualquer outra coisa. O trovão soa e a chuva cai. Talvez fosse um sinal. Talvez ela tinha todos os motivos para ter medo dele. Eu não podia simplesmente transformar seus pesadelos em sonhos, não quando eu não sabia que existiam. Ele agarra minha camisa, a chuva molhando nós dois. Ele fica bem na minha cara. Eu espero. Ouço a voz dela. "Pare." Ela grita. Eu levanto meu queixo. "Pare com isso!" Ela grita novamente. Minha cabeça latejava, a batida finalmente a aproximar-se. Tento conciliar meus ombros. A voz de Ethan estava mais calma agora, destina-se apenas para mim. "Você sabe como é entrar e ver um cara em cima dela? Chegar bem na hora e ver ela desmaiada." Sua voz falha. Ele poderia estar chorando, mas a chuva escondia. "Ela desmaiou, e eu pensei que ela estava morta, porra. Eu pensei que ela tinha morrido, Logan. Pensei que eu teria a perdido." Fecho os olhos com força. A imagem mental daquela noite volta para mim. Eu tinha trancado — com o resto dos meus pesadelos. E agora ele estava aqui.
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Seu corpo em cima dela, segurando seu braço. Seu grito quando ele empurroua contra o chão. Eu, pateticamente rastejando para chegar até ela. Suas lágrimas fluindo. Seu corpo fraco. Ela tinha desistido. E então a escuridão. "Você sabe o que foi para mim?" Ethan grita de novo. E então aconteceu. As paredes que eu tinha construído para bloquear aquela noite desabaram em cima de mim. Eu o empurro. "Como diabos você acha que eu me sinto?" Eu grito de volta. Empurro-o de novo, minhas emoções assumem o controle. "Eu estava lá, porra, e eu não podia fazer nada." Ouço-a dizer meu nome, mas eu ignoro. "Eu não pude fazer nada para parar. É minha culpa que eles estavam lá! É minha culpa que ela se machucou! Você acha que eu não sei disso?" "Pare." Ela grita de novo. Eu mantenho meus olhos sobre Ethan. "Você não acha que eu tenho que viver com essa culpa todos os dias? Ethan, eu estava lá! Foi por mim. Não pude salvá-la, porra!" Eu estava chorando, soluçando como a porra de um bebê. "Foda-se." Ele grita, empurrando contra mim novamente. "Eu não pude salvá-la porra." Eu repito. "Porra, eu me odeio por ter deixado aqueles idiotas fazerem aquilo." "Pare com isso!" Seu estridente grito corta o ar da noite. Ambos olhamos para ela. Tristan estava segurando-a no lugar. Ela livra-se dele e dá um passo em nossa direção. "A culpa é minha." "O quê?" Ethan e eu falamos ao mesmo tempo. Ela olha para nós dois antes de falar. "A culpa é minha." Ela diz novamente. "Eu deveria ter ficado de fora como você tinha pedido." Ela se vira para mim agora. "A primeira coisa que você fez quando sabia que estávamos em perigo foi me tirar daquela casa. Você me pegou, me jogou para fora e trancou a porta. Disse-me para ligar para a polícia. Isso é tudo o que eu tinha que fazer." Ela grita por cima do barulho da chuva. Sua voz estava tensa por causa dos soluços. "Tudo o que eu tinha que fazer era ligar para polícia e esperar. Mas eu não podia fazer isso. Eu tive que entrar na casa... E para quê? Para salvá-lo? Como diabos eu poderia salvá-lo? Um minuto. Porra de minutos e os policiais estariam lá, e tudo teria mudado. Eu estaria a salvo, assim como você pretendia." Ela se vira para Ethan agora. "Você nunca teria me visto nessa posição. Se eu nunca tivesse entrado lá. E Logan, ele nunca teria ido embora."
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Ela me encarou novamente. "A culpa é minha. Você acha que é o culpado por tudo isso? Você está tão errado. Sou eu. Está tudo em mim." Ela cai no chão. Sua cabeça cai em suas mãos. Tento falar, mas o nó na minha garganta me impede. Eu queria dizer que ela estava errada. Ela estava fodidamente errada. "E agora você está aqui." Ela levanta a cabeça. Seus olhos encontram os meus. "Agora você está aqui, e Ethan te culpa." Ajoelho-me por isso ficamos cara a cara. Ela coloca a mão no meu rosto. Eu faço tudo o que podia para parar a sua dor. "Sinto muito." Ela diz. "Eu deveria ter lhe contado que era minha culpa, mas eu estava tão—" "Pare." Eu a beijo, ignorando a dor aguda no meu peito. "Você nunca pode pensar assim. Nunca. Prometa-me?" Ela balança a cabeça, seus soluços enchendo o espaço. "Os vizinhos estão assistindo. Vamos entrar." Tristão fala. A cabeça de Amanda se vira quando ela olha para nós. Então seus olhos encontram os meus. "Eu vou com você." Ela sussurra. Eu balanço minha cabeça. "Você não pode. Você precisa ficar aqui. Chega de se esconder." Eu beijo sua testa. "Nós vamos superar isso juntos, ok? Juro." "Mas eu quero ficar com você." Ela corre o dedo debaixo do meu olho. Ele tinha começado a inchar. Tristan diz. "Ninguém vai a lugar nenhum." Ele estende a mão para mim. "Você não pode dirigir, seus olhos estão inchados." Ele me ajuda a levantar, e ao mesmo tempo olha em torno de nós. "Vocês podem voltar para dentro, está tudo bem. Não há nada para ver aqui." Ele ri para si mesmo. "Eu sempre quis dizer isso."
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CAPÍTULO 28 Logan Eu solto um suspiro. "Sinto muito." Ela faz uma careta. "Está tudo bem." Corro minhas mãos por suas coxas. Ela está sentada no balcão do seu banheiro. Eu estava entre suas pernas enquanto ela tentava limpar meu rosto e a bagunça que Ethan havia criado. "Você não está surtando sobre o sangue. Ele não te incomoda mais?" Ela balança a cabeça, e calmamente repete: "Eu sinto muito. Ele não tinha o direito de fazer isso com você." "Sim, ele tinha." Verdade. "Nós fodemos tudo, Amanda. Não devíamos ter feito isso pela sua costa. Nós queríamos viver em nosso próprio mundo: a nossa própria pequena bolha tinha que estourar em algum momento. Este foi o ponto de explosão." Ela suspira. "Ele não tinha que bater em você." "Eu teria feito o mesmo." Movo sua mão do meu rosto e beijo seu pulso. "Quero dizer, eu sabia que ele ficaria chateado, mas não assim. Mas você sabia, não é?" Ela engole em seco e balança a cabeça lentamente. "Que porra é essa que você esperava que fosse acontecer, Lexi?" O grito alto no corredor chama a nossa atenção. A voz de Ethan ecoa pela casa. Os olhos de Amanda se arregalam. "Oh, não..." Ela me murmura. Movendo-se para o lado, ela pula o balcão e na ponta dos pés caminha até a porta fechada, colocando uma orelha, como se nós realmente tivéssemos que se esforçar para ouvi-los. "Foda-se, Ethan. Acha que agindo como um idiota vai me fazer querer morar com você? De jeito nenhum."
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Seus passos ficam mais altos, enquanto eles se aproximam. "Baby, vamos lá." Ethan estava bem na frente da porta agora. "Você já disse que sim, não pode simplesmente voltar atrás." "Mentira." Alexis grita. "Observe-me. Você pode me ver sair da porra da sua vida, também." "O quê?" Ele grita, o desespero claro em sua voz. Eu movo Amanda para fora do caminho e abro a porta. Eles estavam ali, ele com a mão segurando seu cotovelo para impedi-la de sair. Limpo a garganta. Os dois se viram para mim. "Olha o que você fez no seu rosto, seu imbecil." Ela aponta para mim, mas ela estava falando com ele. "Está tudo bem." Eu a corto. "Parece pior do que é." Mentira. Eu tento sorrir. "Como vai você, Alexis?" Seus olhos se estreitam em confusão. "Hum, eu estou bem." "Legal." Eu coloco minhas mãos em meus bolsos e encosto-me no batente da porta, fingindo uma calma que não existia. "Então, você está indo embora?" "Uhh..." Ela murmura. Eu arrisco um olhar para Ethan; Suas sobrancelhas estavam arqueadas, esperando que eu falasse algo. "Olha, eu não quero ficar no meio dessa merda, mas se você está saindo por minha causa, e pelo que aconteceu hoje à noite, então não vá. Não vale a pena. Eu sou o idiota. Eu mereci isso. Sinceramente, eu ficaria meio chateado se ele não reagisse dessa maneira. Ele está apenas protegendo-a, sabe? Meio que faz dele o mocinho. O melhor tipo de cara, na verdade." Sinto a mão de Amanda na minha costa. "Eu não sei." Dou de ombros. "Eu só acho que seria a decisão errada, se você fosse sair desse jeito. E confie em mim, eu sei tudo sobre decisões erradas." *** No momento em que vamos para cama, Alexis tinha se acalmado e decidido ficar. Nós ainda podíamos ouvi-los de onde nós estávamos na cama. Eles não estavam discutindo ou gritando um com o outro. "Foi legal da sua parte, dizer tudo aquilo sobre ele." Ela estende a mão e segura a minha.
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"Eu não fiz nada. Além disso, quantas mais pessoas precisam pagar pela nossa bagunça?" Ela inclina-se sobre o cotovelo e olha para mim. Levantando uma sobrancelha, ela fala em voz baixa. "Você acha que nós somos uma bagunça?" Olho para ela rapidamente antes de olhar para longe. Apertando os olhos com força, eu tento ignorar a dor batendo na minha cabeça. "Eu acho que nós fomos fodidos. Obviamente, não podemos parar a maneira que sentimos um pelo outro, mas se esconder, mentir para as pessoas, isso não deveria ter acontecido. Deveríamos ter esperado. E agora que aconteceu, eu vou ter que trabalhar cinco vezes mais duro para fazê-lo entender." Meus olhos começam a se fechar, o esgotamento do dia finalmente se aproximando de mim. "Eu acho que só preciso de—" "Vá dormir, babe." Ela beija-me suavemente. Que eu mal sinto. "Eu te amo tanto, Logan."
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CAPÍTULO 29 Amanda Eu acordo na manhã seguinte em uma cama vazia. "Logan?" Ele solta um grunhindo do banheiro. O meu sai como um assobio quando o vejo. Eu não o vi por uma semana depois do que tinha acontecido na noite do seu aniversário, então eu nunca tive que lidar com as consequências dele ferido fisicamente. Agora, ele estava me olhando. Ele estava com os braços estendidos, as mãos espalmadas no balcão do banheiro. Estava de costas para mim, mas eu podia ver seu reflexo no espelho. "Eu estou bem." Ele diz. "Não minta." Eu estava ao seu lado. Ele se vira e rodeia os braços em volta do meu pescoço, beijando minha cabeça. Um brilho de suor cobria seu corpo. "Eu estou bem." Sua voz era baixa, trêmula. "Eu não tomei os remédios ontem à noite, por isso estou um pouco assim." Eu o abraço de volta, mas mal coloco o braço em torno dele antes que ele fizesse uma careta de dor. Eu me afasto e olho para as suas costelas. Contusões que tinham apenas começado a aparecer na noite passada estavam agora completamente formadas. "Quão ruim estar?" Ele engole em seco enquanto seus olhos percorriam meu rosto. Ele hesita antes de responder. "Costelas machucadas, isso é tudo. Definitivamente não está quebrada, no entanto. Então, isso é bom." Eu nem sabia qual era a expressão no meu rosto, mas isso o fez rir. "Eu só preciso comprar alguns analgésicos. Vou ligar para meu pai mais tarde." "Não! O que você vai dizer a ele? Que meu irmão bateu em você? Você não pode dizer isso a ele. Eu me envergonharia." "Pare com isso. Ele não vai se importar."
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"Eu me importo!" Minha voz se levanta. "Ok." Ele tenta me acalmar. "Eu vou dar um jeito. Vai ficar tudo bem." "Ótimo." Reviro os olhos. "Agora você está me confortando quando eu deveria ser a única a confortá-lo." "Pare de ser mal-humorada." Eu faço beicinho. Ele sorri. "Logan das cavernas quer um pouco de café da manhã." Olho para o seu pau. Ele balança a cabeça, mas seu tom era divertido. "Nossa, você é uma menina tão suja." Eu tento o meu melhor para aliviar o clima. "Eu poderia ser uma menina suja." Ele me olha de cima a baixo, respira fundo, e depois estremece. Eu faço uma careta. "Desculpe, querida." Ele suspira. "Acho que vou ficar fora de combate por um tempo." Eu faço beicinho. "Pois bem, ontem à noite foi tudo por nada. Você é meio inútil para mim agora."
Logan Tristan solta um suspiro quando me vê sentado á mesa de jantar. Alexis o segue com um suspiro alto. Eu não acho que estava tão ruim, mas, novamente, eles não me viram nos dias depois da minha última surra. Isso não era nada. "Você parece uma bunda." Alexis diz, se jogando no assento ao meu lado. "Alguém disse bunda?" Tristan diz. "Eu gosto de bunda." As meninas riem. Eu cuspo meu cereal. Ethan entra na cozinha. Porra. Todos ficam em silencio. O som da minha colher batendo repetidamente na taça rompe o silêncio. Vejo minha mão tremendo incontrolavelmente. "Foda-se." Largo a colher e ajeito meus dedos. Minha respiração torna-se irregular. Tento acalmá-la, mas só faz a dor em minhas costelas piorarem. Eu amaldiçôo novamente.
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Amanda murmura. "Você quebrou suas costelas, Ethan." Ela entrelaça os dedos com os meus. Ouço Ethan xingar baixinho. Olhando para ele, eu tento manter meu rosto em linha reta. "Elas não estão quebradas. Apenas machucadas." Não era importante, mas eu não queria que ele pensasse que tinha feito mais danos do que já tinha. Em seguida, Amanda move-se. Sua cadeira raspa contra o chão quando ela se levanta. "Vamos lá, baby." Ela diz para mim. "Eu vou te levar para casa, eu preciso pegar meu carro de qualquer maneira, eu tenho que trabalhar hoje à noite." "Não, você não vai." Ethan fala. Todos os olhos se voltam para ele. "Eu liguei para o seu trabalho. Disse que você está com cãibras. Vamos ao mini-golfe hoje à noite." Ele beija a bochecha de Alexis, e senta-se ao lado dela. "Todos nós vamos." *** "Que diabos é mini-golfe?" Pergunto a ela. Ela fica ao meu lado e me ajuda a tirar minha camisa, depois faz o mesmo com a dela. "É a sua maneira de pedir desculpas sem realmente dizer as palavras. Sabe, Ethan é teimoso pra caramba. E estúpido." "Ok, mas por que mini-golfe?" Ela puxa a minha bermuda, e faz o mesmo com o seu moletom. "É uma coisa dele e de Tyson, eles costumavam fazer isso." "Tyson?" Eu levanto uma sobrancelha. "Sim, quando ele morava aqui." Ela se vira para verificar a temperatura da água no chuveiro, e depois tira o sutiã. Estendo a mão e seguro seu seio. Ela nem sequer reclama. "Nada aconteceu entre você e Tyson, certo?" Ela encolhe os ombros e puxa para baixo minhas boxers. Ela arregala os olhos quando meu pau estava exposto. Como se ela não esperava vê-lo ereto. Ela estava em pé na minha frente de topless, o que mais ela esperava acontecer?
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"Nós nos beijamos uma vez." Ela diz calmamente. Seus polegares enrolando em torno da sua calcinha, pronta para empurrá-la para baixo, mas eu a paro com a minha mão livre em seu ombro. "Você o beijou?" Eu queria vomitar. "Sim." Ela ri. Eu não sei por que ela estava rindo. Esta merda não era engraçada. "Foi muito nojento, era como se eu tivesse beijando Ethan." Ela estremece e tira sua calcinha. Nós ficamos lá com os braços enrolados em volta um do outro e minha mão no seu seio. Deixo escapar um gemido, irritado que não poderíamos ir mais longe. *** Logan: Eu vou precisar de alguns analgésicos. Pai: Está tudo bem? Logan: Sim, mas eu não posso dirigir. Você pode vir aqui? Pai: Eu estarei aí em poucas horas. Logan: Eu estou na casa da Amanda, minha antiga casa. Pai: Devo perguntar o que aconteceu? Logan: Tudo está bem. Estou seguro. *** Às vezes, você vive a vida em busca de momentos para recordar. Depois, há momentos que você preferiria esquecer. Seu rosto quando me viu foi um deles. Pensei que eu tinha me acostumado com isso. Quando eu era criança e ele tentou de tudo para me dizer, que o ferimento no meu rosto não ficaria ali para sempre. Durante anos depois, não apareceu. Não até a noite do meu vigésimo primeiro aniversário. E agora. Agora ele estava olhando para mim com a mesma expressão de dor. "Eu estou bem." Ele entra na casa sem responder. Eu assisto enquanto ele examina o lugar, provavelmente tentando esquecer as memórias que vinham com ele. E então seus olhos brilham e um sorriso aparece. "Menina bonita." Ele a cumprimenta.
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Ela se move lentamente em direção a ele. "Alan." Ela diz, abraçando-o rapidamente. Nós nos sentamos à mesa, enquanto ele examina minhas lesões. Ele estuda as no meu rosto, mas eu me afasto. "Eu não estou preocupado com o meu—" "Logan." Foi dito com finalidade. "Você tem um queixo machucado, olho roxo e o lábio inchado. Eu não sei o que aconteceu, mas de qualquer forma, eu preciso examiná-lo. Sua visão pode ficar danificada, o maxilar pode ficar fraturado, e sei que você vai esconder a dor antes de dizer a alguém como é ruim." Eu me sinto como uma criança que tinha acabado de ser educada. "Ok." Amanda abraça meu braço e esconde seu rosto. Em seguida, diz baixinho, eu quase não ouço: "Eu sinto muito." Os olhos do meu pai diminuem ligeiramente. Ele olha para ela e para mim, em busca de uma razão do por que ela disse isso. Eu sutilmente balanço minha cabeça. "Pare com isso." Eu digo baixinho em seu ouvido. "Você não tem nada do que se desculpar." Ele passa os próximos minutos examinando as minhas lesões e tomando notas. Eu sabia o que ele faria. Ele iria para casa e compararia aos meus ferimentos anteriores, de quando eu era criança, só para ter certeza de que não perdeu nada. "As costelas?" Ele pergunta. Eu balanço a cabeça. "Não estar quebrada. Apenas machucada." Ele faz um sinal para que eu levante e tire minha camisa. Eu faço. Amanda me ajuda com a camisa. Ele não diz nada sobre isso. "Inspire." Ele ordena. Eu faço. Ele percebe imediatamente o quanto a dor me causou. "Hm." Ele murmura, rabiscando mais notas. Eu sento-me, agradecido de que acabou. A porta que dava para o exterior se abre. Ethan, Lexi e Tristan entram. Meu pai sorri para eles, mas não era
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verdadeiro. Eu me pergunto se alguém pôde perceber. Ele os cumprimenta rapidamente e volta para suas anotações, a sua mente preocupada demais para manter-se na conversa. Eu queria perguntar-lhe como ele os conhecia, mas Amanda responde a minha pergunta não formulada. "Ele encontrou com eles em meu quarto do hospital depois do..." Ela para de falar. Eu não tinha idea. Eu procuro seu rosto, perguntando por que ele nunca tinha me dito isso. "E as pílulas de ansiedade? Você ainda está tomando-as? Você vai precisar de mais em breve." Meus olhos disparam para Ethan e os outros. Eles se sentam no sofá, fingindo não ouvir. "Ele não as tomou ontem à noite." Amanda entra na conversa. Olho para ela. Ela encolhe os ombros. "Foram duas noites em duas semanas que ele não tomou. Isso é ruim, certo?" Ela puxa o celular do bolso. "Eu deveria definir um alarme diário para lembrá-lo?" Isso faz com que meu pai sorria. Verdadeiro dessa vez. "Talvez você pudesse fazer isso, querida." "Tudo bem." Ela diz rapidamente, digitando freneticamente em seu celular. Eu o puxo das suas mãos. "Você não precisa fazer isso. Eu sou um menino crescido." Ela pega-o de volta e continua digitando. "E ele não deve misturar bebida com os analgésicos, certo?" Ela pergunta a ele. Eu reviro os olhos. Eu não tinha voz nesta conversa. Ele estende a mão e aperta a dela. "Isso mesmo." Ethan fala: "Não pode beber qualquer coisa?" Meu pai o encara. "Não, não, uma vez que ele comece a tomar os analgésicos, é uma combinação ruim. Pode nocauteá-lo." "Lá se vai mini golfe." Ele murmura.
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"Huh." Meu pai diz, enquanto se levanta. Ele me entrega os analgésicos e começa a arrumar suas coisas. "Obrigado por ter vindo até aqui." Eu digo a ele. Ele encolhe os ombros. "Você é meu filho, Logan. É o que eu faço." Então se vira para os outros. "Ethan?" Merda. Achei que ele fosse dizer alguma coisa. Fosse repreendê-lo de alguma forma. Falar com ele como se eu fosse uma criança e Ethan fosse o valentão. Em vez disso, ele dá alguns passos em sua direção e olha para ele no sofá. "Você precisa que eu examine seu corpo, meu filho?" Os olhos de Ethan se arregalam. Ele abre a boca para falar, mas as palavras não saem. Ele limpa a garganta e balança a cabeça. "Hum. Não, senhor. Tudo bem. Obrigada." Meu pai assente. "Se você tem certeza." "Eu tenho certeza." Confirma Ethan. Então meu pai se vira para mim. "Se você pode lidar com a dor por uma noite, talvez os meninos devessem tomar uma bebida juntos, conversar sobre algumas coisas. Limpar o ar. Comece com os analgésicos amanhã." Dois minutos depois ele foi embora. "Então, mini golfe?" Eu digo a todos. Ethan se levanta. "Se você pode lidar com a dor por uma noite, nós vamos." "Cara, seu pai é meu herói." Tristan declara. Sim. Ele é o meu também.
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CAPÍTULO 30 Logan "O que tem nele?" Os outros riem enquanto Ethan encolhe os ombros. "É mágico." Eu cautelosamente pego o frasco da sua mão e cheiro. Ele revira os olhos dramaticamente. "Isso não vai te matar. Você tem que fazer, essas são as regras do mini-golfe." Eu olho para Amanda. Ela apenas sorri e acena com a cabeça. "Você já bebeu isso antes?" Ela balança a cabeça e levanta as chaves do carro. "Alguém tem que ser o motorista, lembra?" Ethan bufa. "Só beba, idiota." Ele brinca. "O quê? Será que você se transformou em um maricas nesse ano que se foi?" Eu tomo um gole. Tinha gosto de gasolina. Meu rosto se contorce. Ethan rir. E é como foi. Aparentemente, as regras do mini-golfe eram estas: Para cada tacada, você bebe. É isso aí. Após o terceiro buraco, eu mal podia sentir a dor em meu corpo. "Esta merda é melhor do que analgésicos." Eu anuncio em voz alta. Amanda bufa com um riso. "Sim, amigo!" Ethan grita, em seguida, coloca seu taco entre as pernas e começa a se esfregar nele. "Oh meu Deus." Amanda murmura ao meu lado. "Você é tão maduro." Ele pisca para ela, mesmo antes de Tristan imitar suas ações. Então, lá estavam eles, lado a lado, se esfregando em seus tacos. A risada de Amanda borbulha para fora dela. Eu adorava ouvi-la rir. Viro-me e beijo-a, provavelmente, mais e mais profundo do que é publicamente aceitável. "Arranjem um quarto." Algum dos idiotas grita.
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Lexi fala. "Cai fora, idiotas. Eles ficaram separados por um ano. Deixe-os fazer o que eles quiserem." "Cara, essa é a minha irmã." Ethan faz um som de desgosto. "Poderia ser pior." Afirma Tristan. "Pelo menos não é Alexis novamente." Nós nos separamos do beijo, mas não do outro. Minhas mãos agarram sua cintura, suas mãos agarram minha camisa. "Será que ele sabe?" Eu sussurro. "Eu não sei." Ela sussurra de volta. Então, lentamente, e, simultaneamente, nos viramos para Ethan. Ele sorri, caminha até Lexi e coloca o braço em volta dos seus ombros. "Felizmente, ela mudou seu gosto para coisas maiores e melhores." *** No décimo buraco, fomos rebocados. Além de bêbados. Eu não conseguia sentir meu corpo, muito menos como dolorido ele poderia estar. Tudo estava dormente. Amanda teve que me manter em pé. "O efeito desaparece rapidinho." Amanda diz para mim. "Eu só quero fazer coisas com você o tempo todo." "O quê?" Ela ri. "Sua bunda." Ela ri de novo. "Você não está fazendo muito sentido, querido." Eu dou de ombros, enquanto observamos Tristan tomar seu décimo terceiro gole, tudo enquanto Ethan e Alexis apontam e riem dele. Então sinto sua mão em torno do meu braço, e de repente eu estava sendo arrastado. Ela me leva para um local escondido por uma palmeira e um mini moinho de vento. "Oooh, eu gosto dos seus pensamentos." Eu digo a ela. Ela pressiona seu corpo levemente contra o meu e inclina a cabeça para o lado, permitindo-me acesso para começar a beijar seu pescoço. Seus dedos se enroscam no meu cabelo.
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"Eu sinto muito." Ela suspira. "Eu me sinto mal, como se eu devesse estar realmente chateada com Ethan por ele ter feito isso com você, não estar aqui rindo e brincando com ele, ele nem sequer pediu desculpas ainda." "Está tudo bem." Eu chupo levemente seu ombro. "Poderia ter sido pior. Ele poderia ter acabado de bater a merda fora de mim e nos proíbe de ver um ao outro." Ela bufa. "Proibir. Que ano é esse? Além disso, você realmente acha que alguém poderia nos impedir de ver um ao outro?" Eu me afasto e vejo como seu rosto procura o meu, à espera de uma resposta. Eu queria dizer a ela que podiam. Que eu respeitaria Ethan o suficiente, se ele dissesse que não poderíamos nos vê, mas eu não faria. Mas eu não podia mentir para ela. "A verdade?" "Não." Ela responde brincando. "Minta para mim." "Eu acho que nada, nem ninguém, jamais vai me manter longe de você. Eu te amo demais. Você é meu coração, meu mundo, minha luz." *** Amanda estava certa. O que quer que Ethan tenha colocado no frasco era assassino, mas o efeito passa rápido o suficiente. No momento em que tínhamos chegado em casa, meu corpo ainda estava dormente, mas minha mente estava ficando sóbria. Foi a mesma coisa para todos, o que significava apenas uma coisa. Beber no quintal. As meninas ficaram dentro, algo sobre assistir algo na TV. Eu podia ouvi-las rindo sobre um cara que foi escalado para o filme 50 Tons. Qualquer que seja. Meia hora depois, estávamos uma bagunça de novo. "Eu não posso acreditar nas merdas que Amanda disse ontem à noite." Ethan diz, enquanto levanta sua cabeça para olhar o céu à noite. "Qual parte?" Tristan pergunta. Eu me endireito e espero Ethan falar. "Aquela merda, sabe, como ela se culpa pelo que aconteceu naquela noite." Eu estico minhas pernas à minha frente. "Eu sei, certo? Como se fosse culpa de alguém além de mim." "Psshh." Ele responde. "Cara, não é sua culpa, também."
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Meus olhos se estreitam para ele. "Como é que não é—" "Você sabe o que eu acho?" Tristan interrompe, colocando o dedo no ar, como se estivesse se preparando para nos iluminar com um pedaço de sabedoria. "Eu acho que é da natureza humana se culpar. Quando as coisas dão erradas na vida, você sempre quer encontrar uma razão para isso. Tem que haver uma razão, certo? Coisas ruins não acontecem por acaso, especialmente com pessoas boas. Então, nós nos sentamos em volta e tentamos achar sentido em tudo isso, e o único sentido que podemos fazer é, provavelmente, merecer, por isso, colocar essas ideias em nossas cabeças." Ele entrelaça os dedos atrás da cabeça. "Como, talvez se eu não tivesse comido o biscoito quando tínhamos treze anos que fez com que meus melhores amigos lutassem por meses, então talvez eu não tivesse me tornado gay." Eu não perdi o olhar que ele deu a Ethan antes de continuar. "Como aquela noite por vários meses eu me culpei, também." "O quê?" Ethan pergunta. Fico lá e deixo suas palavras afundarem. "Sim, lembra quando eu perguntei ao taxista se ele podia encostar para que eu pudesse mijar? O que teria acontecido se eu não fizesse? Talvez nós tivéssemos chegado a tempo, talvez ao mesmo tempo que eles. Tudo isso poderia ter sido evitado." "Isso é estúpido." Eu digo. Ele dá de ombros. "É tão estúpido quanto você pensar que estar relacionado com aqueles idiotas faz com que a culpa seja sua." "Concordo." Ethan levanta a cerveja. "Espere." Eu me viro para Ethan. "Você não acha que é culpa minha? A merda que aconteceu naquela noite? Você está com raiva de mim. Deve haver uma parte de você que me culpa." Ele balança a cabeça e me olha como se eu fosse estúpido. "Eu nunca te culpei por aquela noite. Estou chateado porque você a deixou. Quero dizer — eu tenho certeza que você tem suas razões, mas para mim, você tomou o caminho mais covarde de todos. Não é como se tivesse deixado só a Amanda, mas eu, nós éramos amigos, éramos companheiros de casa, nos víamos todos
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os dias. Quando você foi embora, você me deixou, também. E não é apenas sobre eu ter que cuidar dela, lidar com ela chorando por sentir sua falta, ou ela ficar com medo ou qualquer outra coisa. Estou chateado porque você deveria ter estado lá, também. Deveria ter sido o único a ajudá-la a se curar. Eu não sabia o que fazer na metade do tempo. E eu fiquei amargo pra caralho, porque eu sabia que você iria saber o que fazer. Você sempre soube o que fazer com ela. Pelo amor de Deus, você a ajudou a não ter medo de chuva. Eu tinha tentando fazer isso há anos, e então você apareceu e fez tudo melhor. Você poderia ter feito tudo melhor para ela, e eu não sabia como. É por isso que estou chateado." Ele faz uma pausa. "Então um dia eu abrir a caixa do correio, e havia uma carta sua, e eu podia dizer de imediato, apenas a partir do olhar em seu rosto, que ela ainda estava apaixonada por você. Isso me irritou ainda mais. E depois você volta e ela te perdoa, como se tivesse esquecido toda a merda que você a fez passar... mas eu entendo agora. Lexi falou comigo sobre isso ontem à noite. Dimmy — ela não vê dessa forma. Ela não te culpa por nada disso, mesmo na parte em que você foi embora. E eu entendo. Ela se lembra das coisas de forma diferente. Enquanto eu estava tentando fazê-la parar de chorar por sentir sua falta — ela estava fazendo exatamente isso, só sentindo sua falta. Quando eu pensei que ela estava tendo pesadelos sobre o que aqueles idiotas fizeram com ela — na verdade, ela estava sonhando com o que fizeram com você. Nós experimentamos coisas de forma diferente. Ela é louca, estupidamente apaixonada por você, e eu não teria entendido, não até que eu comecei a namorar Lexi. Agora que eu sou louco, estupidamente apaixonado por ela, tudo isso faz sentido." Eu fico em silêncio, repetindo suas palavras em minha mente. Olho para casa onde Amanda estava de pijama da Hello Kitty, rindo com Lexi. Volto-me para Ethan e abro minha boca para falar, mas sua mão no ar me para. "Você não precisa dizer nada. Eu entendo." Eu estou feliz que ele disse isso, porque eu não tinha ideia do que eu estava prestes a dizer. Tristan suspira, seu corpo caindo ainda mais para baixo em sua cadeira. "Vocês estão me fazendo querer me transformar em um homem de verdade." Nós rimos baixinho. "Vocês acham que é engraçado. Se eu conseguisse garotas como Dimmy e Lexi, eu provavelmente faria."
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Ethan ajeita-se, dando atenção total ao seu melhor amigo. "Eu tenho certeza que existem muitos caras interessados em você." Tristan levanta uma sobrancelha. "Tudo bem." Admite Ethan. "Eu realmente não sei nada sobre sua vida amorosa. Isso é estranho? Você quer que eu te pergunte sobre isso? Quero dizer..." Ele dá de ombros. "Eu só não sei como falar com você sobre tudo isso." A porta se abre e Amanda coloca a cabeça para fora. "Vocês vem para a cama?" "Sim, em um minuto." Dissemos em uníssono, então rimos. Lexi bufa. "É como se fôssemos donas de casa irritantes e eles fossem aqueles velhos pinguços." Elas fecham a porta, e Tristan continua. "Eu gostaria de estar em linha reta." "Não seja gay." Ethan brinca. "Você não pode escolher essa merda." Tristan arrota. "Eu sei, mas às vezes eu quando estou sentado no sofá e Amanda entra, em seus shorts apertados de ginástica, seu sutiã e sua bunda perfeita e maldita—" "Whoa." Eu digo, ao mesmo tempo em que Ethan diz. "Isso é nojento, cara." Tristan rir. "Basta me ouvir. Estou tentando provar um ponto." Seus olhos estavam semicerrados, o álcool estava afetando-o claramente. "Então ela anda vestindo quase nada com um corpo assassino, e eu olho para o meu pau." Ele abaixa a cabeça para olhar para o seu pau. "E eu olho para ele pensando, é só ficar duro, basta uma vez, se ela não pode fazer isso por você... então não há esperança." Agora, eu começo a rir. Ele continua, ficando cada vez mais animado. "Eu fico assim, Vamos lá, garoto!" Ele grita. "Fique. Duro." Ele fala mais alto. "DURO!" Ele estava gritando agora. Ethan estava no chão rindo. Eu seguro minhas costelas, tentando aliviar a dor. A imagem de um atleta de vinte e dois anos de idade como Tristan, gritando com seu pau para ficar duro era muito, muito engraçado.
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"EU VOU TE DAR UM DÓLAR! APENAS FIQUE DURO!" *** Eu ainda estava rindo quando vou para cama com Amanda. "O que é tão engraçado?" Eu balanço minha cabeça, contendo a minha risada. "O quê?" Ela pergunta através de um sorriso. "Apenas — Tristan tentando ficar duro quando ele olha para o seu traseiro." "O quê?" Ela grita. "Nada, querida." Eu ainda estava tonto. "Eu não consigo nem explicar isso agora." Ela não insiste mais, apenas puxa o cobertor até o queixo e fica mais confortável. "Você não tomou o seu Xanax novamente." Eu dou de ombros. "Eu estou bem, muito bem, sinceramente." Ela se aproxima mais, descansando a cabeça no meu peito. "Será que vai doer se eu te abraçar?" "Não tenho certeza, experimente." Ela faz. "Dói?" "Não." Mentira. "O que você e Ethan conversaram?" "Um monte de coisas." Ela beija meu peitoral. Meus dedos brincam com seu cabelo. "Você vai me dizer, ou é algum tipo de código de caras ou algo assim?" "Não é um código de caras, é só uma coisa entre eu e Ethan, e acho que eu prefiro que continue assim." "Tudo bem." Ela diz, desconfiada.
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"Não é nada ruim. Você só significa muito para nós dois, isso é tudo." Ela suspira. "Então, as coisas vão ficar melhores entre vocês? E com a gente?" "Sim." Verdade.
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CAPÍTULO 31 Logan Esperei por ela no bar enquanto ela terminava seu turno. Havíamos passado cada segundo livre juntos desde a confusão na sua casa. Isso foi há uma semana. "Tudo feito." Ela desamarra o avental e joga-o no ar de forma dramática. "Eu tenho o fim de semana livre e vou passar cada segundo com você, e é melhor não reclamar." Ela aponta o dedo para mim com os lábios franzidos. Como se eu reclamasse sobre isso. "Merda." Eu provoco. "Eu meio que planejava ver minhas outras namoradas em algum ponto." Ela engasga em um horror fingido. "Bem." Ela diz, com o nariz no ar enquanto faz seu caminho até a saída. Eu olho para sua bunda enquanto ela faz isso. "É melhor dizer para elas terem cuidado com você. Deve estar curado o suficiente para me deixar fazer..." Ela se vira e começa a andar para trás. "Algumas coisas realmente sujas para você." Eu solto um grunhido. Eu Apresso o passo para alcançá-la. "Que tipo de coisas sujas?" Eu pergunto, colocando meu braço em torno dela e agachando-me para que apenas eu pudesse ouvir. Ela encolhe os ombros. "Eu não sei." Diz, então belisca minha orelha. "Diga-me novamente sobre sair com as suas outras namoradas?" Eu me afasto, rindo. Ela solta minha orelha. "Eu amo quando você fica com ciúmes. Deixa-me fodidamente excitado." Chegamos na minha caminhonete e eu abro a porta para ela. Ela vira-se. Ficando de frente para mim antes de entrar. "Sério, quanto dolorido você estar?" Ela levanta minha camisa até o meu peitoral. Eu balanço minha cabeça. "Não dolorido em tudo." Ela molha os lábios com fogo em seus olhos. Eu dirijo para casa, completamente distraído com a sua mão no meu pau. Assim que chegamos no meu apartamento, não esperamos nem mais de um segundo até que nossas roupas estivessem fora dos nossos corpos e eu estava dentro dela. Tivemos que ir devagar. Eu tinha mentido. Eu ainda estava um pouco dolorido.
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*** "Será que Micky vai precisar que eu leve alguma coisa amanhã?" "Não." Eu falo do meu travesseiro. Eu estava meio dormindo quando viro minha cabeça em sua direção. "Eu nem sei como vai ser. Espero que seja apenas a mesma galera, sabe?" Ela se move para mais perto, então nós compartilhamos o mesmo travesseiro e seu nariz toca o meu. "É um bom motivo para comemorar, no entanto. Você estar em casa e tudo." Eu não pude evitar o sorriso que se formou. "Sim. Sabe o que mais é um bom motivo para comemorar?" "O quê?" Eu coloco meu braço em volta da sua cintura e puxo-a para mais perto. "Você." "Eu?" "Sim. Só você. Eu te amo, Amanda." Ela me beija suavemente. "Eu te amo tanto, Logan." E, assim como quando sonhei com ela, sua voz, suas palavras reproduzidas na minha cabeça, mais e mais até que o sono me consumisse. *** "Acorde." Ela sussurra contra meus lábios. Abro os olhos lentamente, me adaptando com a luz da manhã. Ela estava em cima de mim em suas mãos e joelhos, o cabelo solto cobrindo seu rosto. Eu levanto minha mão para afastá-lo para que eu pudesse vê-la claramente. "Jesus Cristo..." "Por que você está sorrindo assim?" Eu não tinha percebido que estava. "Estou muito feliz." "Por quê?"
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"Porque..." Faço uma pausa, procurando as palavras certas. Movendo-a para o meu lado, beijo cada um dos seus pulsos. "Porque você está aqui. Você é real. E você é minha." Ela sorri de orelha a orelha. "Eu tenho um presente para você." "O quê?" Eu recuo. Ela revira os olhos. "Tudo bem, não é realmente um presente. Mas..." Ela se senta e estende a mão para o criado, pega um prato. Cinco cupcakes. Com duas velas. "Eu perdi o seu último aniversário, e você não ganhou um bolo de aniversário antes. Assim..." Sua voz estava tensa quando ela acende as velas. "Feliz aniversário, querido. Eu te amo." Sento-me, por isso ficamos cara a cara. Eu não conseguia tirar os olhos dela, mesmo se eu tivesse tentado. Eu tomo meu tempo, querendo me lembrar deste momento. Saboreá-lo. Porque dez, vinte, trinta anos a partir de agora, quando eu disser aos nossos filhos no momento que eu sabia que meus pesadelos tinham acabado e que meus sonhos se tornaram realidade — eu teria todos os detalhes claros. "Babe." Ela sorri suavemente. "As velas vão queimar. Você precisa fazer um desejo e apagá-las." Eu não preciso desejar nada. Eu tinha tudo o que precisava bem na minha frente. "Eu te amo." Digo a ela, antes de tomar uma respiração profunda e exalar. Lambendo a cereja, eu pergunto. "Por que cinco cupcakes?" "Oh." Ela encolhe os ombros. "Dois são para mim." Minhas sobrancelhas se arqueiam. "E os outros?" Seu sorriso cresce. "É para isso." E mais rápido do que eu pensava ser possível, ela a pega um cupcake e suja todo o meu rosto. Eu congelo. Meu corpo ainda não estava tão acordado como minha mente. Seu riso fica mais forte e mais alto. "Você está em tantos problemas." Eu brinco, jogando as cobertas de cima de mim e me lançando em cima dela. Seu grito agudo enche o quarto, mas foi cortado de forma suficientemente rápido quando prendo seu corpo com o meu contra o colchão.
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Ela lambe o glacê do meu rosto. "Mm." Murmura. Meu nariz se enruga. "Isso é meio nojento." Eu rio. "Eu tenho outro lugar que você poderia lamber." E como um idiota, eu empurro meu pau contra ela, seus olhos se arregalam. "Isso Sr. Matthews, é uma ideia incrível." E é assim que passamos as próximas duas horas. Lambendo glacê um do outro. Melhor. Aniversário. De. Todos. *** Chegamos tarde na casa de Jake. Quem teria pensado que seria necessário tanto tempo para limpar glacê do corpo nu um do outro? Não que eu estivesse reclamando. "Então, você perdeu Lucy contra Jess, Batalha dos Cérebros." Cam ri. Tínhamos passado a última hora recuperando o atraso que tinha acontecido no ano que eu estava fora. Era apenas a mesma galera, como eu esperava. "Então me diga sobre essa batalha." Eu estico meus braços e coloco atrás da cadeira de Amanda. Um sorriso aparece nos cantos dos seus lábios. Ela faz isso, nota as pequenas coisas que eu faço naturalmente, e ela aproveita o tempo para apreciá-las. "Ela é uma puta." Lucy diz. Nós todos rimos. Cam começa a história: "Então, essa garota não gosta de Luce, porque ela é — top da classe — toda vez, o que é certo, porque você conhece Luce, minha garota perversa e inteligente." Ele fala em um sotaque de Boston as duas últimas palavras, imitando *Good Will Hunting. "Mas essa garota Jess—" "Puta." Lucy o corta. Nós rimos de novo. *Good Will Hunting é um filme estadunidense de 1997, do gênero drama, dirigido por Gus Van Sant.
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"De qualquer forma." Cam ri. "Nós fomos a um clube há alguns meses atrás." Lucy intervém. "Ela é apenas uma puta, Logan. Isso é tudo o que você precisa saber. Puta. Ela dá em cima do professor desde o primeiro ano. O cara tem tipo cinqüenta. É nojento." "Nojento." Amanda diz de perto de mim. Cam ri. "Então, Jess—" "Puta!" Lucy diz de novo. Cam vira-se para ela. "Baby, ele já sabe. Ela é uma puta." Então ele me encara: "Então Jess—" Ele se move rapidamente para cobrir a boca de Lucy. "Estávamos neste clube, e ela propositalmente derramou toda a sua bebida em Lucy. Claro, Lucy ficou puta. Espere; ela não ficou apenas chateada ou com raiva, ela entrou em erupção." Jake o corta, estalando os dedos no ar, e colocando uma voz de menina. "*Brilha brilha sua putinha, feche as pernas não a porta." Nós todos rimos, incluindo Lucy. "Ela realmente cantou essa." Cam ri de novo. Ele olha para mim. "Ela a prendeu contra a parede, com as mãos sobre os seus ombros. Jess—" "PUTA!" Cam balança a cabeça. "Ficou com os olhos arregalados. Ela achava que Lucy não reagiria daquele jeito. Então Luce fez um comentário sobre o seu hálito de puta cheirar a bolas enrugadas de velho." Amanda cospe a água que ela estava tomando, e depois começa a se afogar em sua risada. Tento acalmá-la, mas eu mesmo não consigo parar minha risada, qualquer um de nós. O estado bêbado clássico de Lucy sempre foi o melhor. "Espere." Micky grita. "Houve mais uma coisa." Ela enxuga os olhos enquanto tenta manter sua respiração. "Oh, sim! Doeu quando você caiu do topo da árvore das putas e pegou todos os velhos no meio do caminho?" *Versão da música Twinkle Twinkle Little Star. / Brilha Brilha Estrelinha.
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O rugido do nosso riso enche o quintal. Lucy apenas senta-se calmamente com um sorriso no seu rosto enquanto bebe sua cerveja. Ela me vê olhando para ela e pisca. Foda-se, eu tinha sentido falta dela. *** "Logan." Heidi grita do outro lado da fogueira. Ela nem espera a nossa conversa parar. Todo mundo se vira para ela. Ela não falou muito durante a noite. Imaginei que talvez ela estivesse constrangida na frente de Amanda pela forma como a tratou na última vez que tinha visto-a, mas olhando para ela agora, ela estava em um estado que tocou o resto de nós. Ela estava bêbada, o que ficou evidente quando ela murmura: "Você já pensou sobre o que teria acontecido se você e eu nunca tivéssemos terminado? Nós poderíamos ter sido bons — eu e você." Seus olhos estavam vermelhos. Ela se esforça para manter a cabeça erguida. Eu me esforço para responder. "Hum, acho que talvez—" "Quero dizer, eu sei que a gente apenas fodia... muito." Amanda tenta puxar sua mão da minha, mas eu aperto em punho. Eu sinto seu corpo se afastar, mas eu não conseguia tirar os olhos de Heidi. "E quando eu lhe disse que queria namorar outro cara — Dylan." Ela revira os olhos. "Eu pensei que você iria pelo menos tentar me parar, sabe. Pensei que tinha algo de bom. Não apenas o sexo." Amanda tenta novamente para puxar sua mão. Eu seguro-a com força. Todos nós ficamos em silêncio, mas Heidi continua. "Nós poderíamos ter funcionado. Você e eu poderíamos ter sido o casal quente do ensino médio, talvez até na faculdade. Então eu não seria uma Junior cujo o namorado terminou com ela para ir para os fuzileiros navais." Ela ri. "Lembrase de como ficávamos nus na cama o dia todo e ensinávamos um ao outro tudo. Aqueles foram bons tempos, Logan. Devemos fazer novamente algum dia." Minhas sobrancelhas se arqueiam. O que diabos tinha acontecido com ela enquanto eu estava fora? Tinha que ser mais do que apenas a saída de Dylan.
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Jake a corta. Fico feliz que ele fez, porque eu não poderia ter formado as palavras, mesmo se eu tivesse tentado. "Eu acho que você já bebeu o suficiente, Heids. Talvez seja o momento de encerrar a noite." Eu me viro para encará-lo. "Sim. Você está certo." Heidi concorda. "Eu mandei uma mensagem para minha amiga. Ela está a caminho." Eu estava muito ocupado olhando para Micky, que estava franzindo a testa. Sigo seu olhar. Amanda. Merda.
Amanda Eu mantive minha cabeça baixa, não querendo que eles notassem as lágrimas estúpidas em meus olhos. Então ouço-a falar: "Bem, Logan, foi muito bom vê-lo novamente. Estou muito feliz que você está em casa." Eu vejo seus pés se arrastarem para frente a partir do canto do meu olho. Eu ainda recuso-me a olhar para cima. Mas então ele solta minha mão que eu estava tentando retirar, e os movimentos me fazem olhar para cima. E eu desejei não ter feito isso. Seus braços estavam estendidos, um convite para um abraço. Ele se levanta. Ela coloca as mãos em volta do seu ombro. Ele envolve o seu braço ao redor dela. Seus dedos se enroscam em seus cabelos, puxando seu rosto para mais perto do dela. E então suas bocas se conectam. Ela geme. Thump. Thump. E então nada. Meus olhos se fecham. Meu estômago se contrai. Minha cabeça se abaixa. "Eu vou levá-la para fora." Ele diz. E então eles se foram. Segundos se passaram.
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Pareciam horas. "Amanda?" Micky murmura. Eu levanto os olhos para ela. "Ela não está em seu juízo perfeito. Ela está lutando com um monte de coisas ultimamente. Isso não quer dizer nada. Ele não a beijou de volta." Eu balanço a cabeça. Era tudo o que eu poderia fazer. Limpo minha garganta. "Não importa." Realmente não importava. Porque eu estava aqui, e ele estava com ela.
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CAPÍTULO 32 Logan Eu tento segurar sua mão quando volto, mas ela cruza os braços sobre o peito e olha para baixo. Eu suspiro, e movo-me para que eu pudesse falar ao seu ouvido. "Eu não quis beijá-la de volta, querida. Eu me afastei assim que soube o que estava acontecendo." "Não importa." Ela diz em voz baixa, mas se recusa a olhar para mim. Obviamente, isso importasse. "Amanda." Eu tento novamente. Ela morde o lábio, soltando um suspiro. Inclino-me para perto e suavemente beijo sua bochecha. "Sinto muito." Eu sussurro. Ela levanta a mão e enxuga os olhos. "Está tudo bem. Falaremos sobre isso mais tarde, não aqui." Sua voz falha. Assim como o meu coração. Eu me afasto, não sabendo mais o que fazer. Eu coloco minha mão em sua perna, e vejo quando começa a tremer. Ela olha rapidamente, antes de olhar para longe novamente. Ela não entrelaça com a sua. Ela não me confortar. Ela não fala nada o restante do nosso tempo lá. Nós dizemos adeus mais cedo do que o esperado. Foi um pouco estranho, e não apenas para nós, mas para todos. Eu mantive minha mão em sua perna na viagem para casa. Não tinha parado de tremer. Ela ficou em silêncio, com os olhos fixos na estrada na sua frente. Eu falo primeiro. "Você, obviamente, não viu, mas eu a empurrei para longe assim que—" "Eu não me importo com isso." Ela me interrompe. Ela parecia triste e cansada... Talvez ela estivesse cansada de me ver ferrando tudo. "Então o que há de errado? Será que você poderia falar comigo?" "Se você não sabe." "Não, eu sinto muito. Obviamente, eu não sei. Você precisa me dizer."
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Ela suspira, olhando para mim rapidamente. "Eu não sei, Logan. Não é apenas sobre ela ter beijando você. É que você a deixou falar sobre vocês daquele jeito. Você nem sequer a interrompeu... Você não pediu para ela parar de falar, sabe como isso me fez sentir? Ela estava me desrespeitando, e você nem se importou." Merda. "Por que você não disse nada?" Ela pergunta. Eu fico na defensiva. Eu não sei o motivo. Talvez porque eu sabia que ela estava certa, e eu me senti como um idiota. "Por que você não disse nada?" Ela fala mais alto. "Porque ela é sua amiga, Logan. Não minha." "É simplesmente estúpido que estamos discutindo sobre isso agora." "Você acha que meus sentimentos são estúpidos?" Ela grita. "Não foi isso o que eu quis dizer." "Como diabos você reagiria se Tyson na sua frente e de todos os nossos amigos começasse a falar sobre nós, e como nós fodiamos." Ela cospe a última palavra, querendo me machucar. E consegue. Eu fico em silêncio. "Você acha que seria bom se ele lhe contasse sobre como tirou a minha virgindade? E que eu não tinha ideia do que estava fazendo, então ele me ensinou tudo, do jeito que ele gostava? Talvez as coisas que você gosta agora, que sei fazer, são coisas que ele me mostrou." Sinto a bile subir na minha garganta. Eu queria dizer para ela parar, mas ela continua falando. "Você gostaria de sentar lá e ouvir como ele costumava esgueirar-se em meu quarto à noite para que pudéssemos fazer sexo? Ou as vezes que fazíamos no seu carro, quando não tínhamos mais para onde ir? Ou sobre a primeira vez que fizemos um no outro—" "Pare!" Sai com mais força do que eu pretendia, mas eu me sentia doente. Eu queria vomitar. "Eu entendo, ok? Já é o suficiente." "Você entende?" Ela ri. O fodido riso amargo que eu odiava tanto. Mas foi diferente desta vez — mais calmo, como se ela estivesse ainda perdida em seus próprios pensamentos.
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"Esse não é o ponto, Logan. A questão é que eu nunca iria deixá-lo falar sobre essas coisas. Não na frente dos nossos amigos, e definitivamente não na sua frente. E você sabe por quê?" Não era uma pergunta. "Porque eu te respeito, e eu respeito o que temos. E você, você não. Você apenas deixou acontecer. E então você me deixou lá, sentindo-me desrespeitada e patética, enquanto a levou para fora, para se certificar de que ela estava bem." Ela toma algumas respirações para se acalmar. "Espero que ela estava bem, porque eu não estava." Finalmente, eu encontro minha voz. "O que você queria que eu fizesse? Eu queria ter certeza de que ela chegasse no seu carro." Ela balança a cabeça. "Ela tinha outros quatro amigos lá. Você deveria ter pedido a um deles. Você deveria saber como isso me faria sentir." A pior parte é que ela não estava com raiva. Ela apenas olhava para frente, deixando as lágrimas caírem silenciosamente. Ela não levanta sua voz. Talvez se ela estivesse com raiva, isso não iria doer tanto. Ela estava triste, chateada e desapontada. Fodidamente decepcionada comigo. Coloco minha mão em sua perna. Não tremia mais; agora era uma incontrolável agitação. Meu coração batia tão forte no meu peito, que fazia a minha costela doer. Eu esperava que ela fosse entrelaçar nossas mãos, ou talvez levantá-la e beijá-la como ela costumava fazer. Mas ela não faz. Em vez disso, eu a retiro da sua perna, sacudo-a duas vezes, esperando que pudesse ajudar. "Sinto muito." Eu digo baixinho, olhando para frente. Eu juro para mim mesmo que vou passar o resto da noite dizendo-lhe, e mostrando-lhe, como eu realmente sentia. Ela estaciona ao lado do seu carro quando chegamos à garagem do meu apartamento. Saio da minha caminhonete, mas ela não faz. Ando até o seu lado, abro a porta e estende a mão para ajudá-la. Ela não segura, apenas saí por conta própria. Ela encosta-se no seu carro, vasculhando algo em sua bolsa. "Eu acho que estou indo para casa." Ela diz em voz baixa, recusando-se a olhar para mim. "O quê?" Meu peito doía, não pelas batidas fortes do meu coração, mas por senti-lo quebrando. "Por favor, não faça isso." Eu estava implorando. Eu não
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me importava. "Quero dizer, eu sei que estraguei tudo. E eu sinto muito. Parece tão insignificante, tão—" Ela finalmente olha para mim com os olhos arregalados, cheios de lágrimas. Merda. "Isso não é—" Eu suspiro, tentando me acalmar. "Não foi isso que eu quis dizer. Eu só quero dizer em relação a tudo o que passamos—" "Talvez." Ela me interrompe. "Mas não vai parar de doer. Dor é dor, independentemente de como é causada. E eu preciso sentir essa dor, lidar com isso, e não posso fazer isso com você por perto. Simplesmente não posso." Ela tira as chaves e abre a porta do seu carro. Eu vejo quando ela se senta e liga o carro. Ela tenta sorri para mim, mas não consegue. Então ela se foi. Eu vejo as luzes traseiras desaparecerem enquanto eu esperava, rezava, implorava para que ela voltasse. Mas nunca acontece. Minha mão treme contra a minha perna. Levantando-a, inspeciono-a mais de perto. "Foda-se." Eu rosno. Viro-me e esmago-a contra a lateral da minha caminhonete. Isso faz o tremor piorar. *** Jake liga uma hora mais tarde. Eu estava acordado na cama, olhando para o teto. Eu atendo, mas não falo nada. Ele suspira. "Eu deveria ir aí?" "Não." Eu respondo rapidamente. Eu não queria ver ninguém. Mentira. Havia uma pessoa, mas ela não queria me ver. "Esta noite foi confusa." Ele diz. "Eufemismo." "Ela está aí?" "Não." "Merda. Ela está chateada?" "Sinceramente, eu não acho que ela esteja chateada. Ela disse que estava desapontada, pensa que eu deixe Heidi a desrespeitar."
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Ele ri. "Já ouvi essas mesmas palavra da boca de Kayla." "Sim?" "Sim." "Deve ser uma coisa menina." Ele ri de novo. "Não, cara, é uma espécie do que aconteceu." "Foda-se." Eu sabia que ele estava certo, mas ouvi-lo confirmar foi como um chute no estômago. "Sim." "Eu só queria ter certeza de Heidi estava bem, sabe?" "Sim." Ele concorda. "Eu entendo totalmente. Mas Heidi — ela tem sido um tipo de bagunça desde que Dylan se foi. As meninas tentaram falar com ela, mas ela não quer falar com ninguém. Honestamente, se eu tivesse que assistir o ex de Kayla tentar beijá-la, Eu tinha mais do que provável batido a merda fora dele. Nós todos vimos quando Amanda deu um tapa na menina que estava mexendo com Lucy. Estou surpreso que ela não fez o mesmo com Heidi." "Válido." Ele solta outro suspiro. "O que você vai fazer?" "Eu não sei." Verdade. *** Eu sei o que não fiz, e foi dormir. Nem um piscar de olhos, a noite inteira. Deitei na cama com as cortinas abertas e assisti a virada das trevas para a madrugada. Eu queria ligar para ela. Eu queria pedir-lhe para voltar. Mas ela queria passar por isso, e queria fazer isso sozinha. Olho para hora no meu celular; ele tinha estado na minha mão a noite inteira, esperando por uma ligação dela. 5:15. "Droga." Eu empurro as cobertas e me levanto. No tempo exato em que ouço uma leve batida na porta. Abro a gaveta do criado mudo para pegar minha
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arma. Olho para ela por um segundo antes de ouvir a batida novamente. Era suave, quase como se soubesse como eu reagiria se fosse mais alta. Deixo a arma e coloco uma camisa enquanto faço meu caminho até a porta. Olho pelo olho mágico. Ela estava de pé, com seu cabelo em uma completa bagunça empilhados em cima da sua cabeça, e um olhar nervoso em seu rosto. Ela aparecia tão ruim quanto eu me sentia. Liberto as quatro trancas, pareceu durar uma eternidade. Talvez fosse porque eu estava tão ansioso para chegar a ela que minhas mãos tremiam. Quando finalmente consigo abrir, seus olhos se erguem e percorrem meu rosto. Com certeza, ela seria capaz de ver a confusão que eu estava. Ela não fala nada quando entra. Fecho todas as fechaduras da porta, verificando-as mais de três vezes antes de segui-la. Ela para no meio do quarto, com as mãos ao lado do corpo e as lágrimas em seus olhos. Dou os poucos passos até que estava bem na sua frente. Eu queria falar, mas eu mentalmente não podia. Ela olha para mim com uma expressão de dor no rosto. As lágrimas que eu odiava lá. Eu odiava ser o único a causar essas lágrimas. Eu tento limpá-las, mas minha mão tremia contra sua bochecha. Ela segura-a contra seu rosto e respira fundo, e depois solta lentamente. E então beija minha mão. Uma vez. Duas vezes. Pela terceira vez, o tremor havia parado. Em seguida, ela a solta. Lentamente, ela desliza para fora do seu vestido, e levanta minha camisa sobre a minha cabeça e a veste. Eu assisto todos os seus movimentos em silêncio, querendo lembrar. Saboreá-la. Ela sobe na cama, mas encara a parede. Subo, cubro-nos com o cobertor e sorrateiramente fico atrás dela. Eu não sabia se ela queria ser tocada, ou conversar, então eu timidamente coloco minha mão em sua cintura. Ela se encolhe um pouco, mas não a remove. Movo-me para ainda mais perto, meu peitoral colado em sua costa. Eu passo meus braços em torno do seu estômago e puxando-nos para mais perto possível. "Dá para ouvir seu coração a milhões de quilômetros. Tomou seu Xanax?" Eu suspiro, aliviado que ela estava falando comigo. "Eu esqueci." Digo a ela a verdade. "Você não pode fazer isso, Logan. Sentir a sua mão na minha perna ontem à noite. Você não pode parar de tomá-lo." Engulo em voz alta. Esta não era a conversa que eu queria ter. "Por favor, você pode se virar? Odeio falar com você desse jeito, por favor."
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Ela se vira até ficarmos cara a cara. Colocando a palma da mão contra o meu peitoral, ela olha para mim. "Você conseguiu dormi?" Eu balanço minha cabeça. "Não?" Ela inclina-se e pressiono seus lábios sobre o meu coração. "Não." "Amanda." Eu boto pra fora. Limpando minha garganta, movo seu cabelo para longe dos seus olhos e ergo seu queixo para que ela me encarasse. "Eu sinto muito. Por tudo isso. Por não ter pensado em você, e da maneira que você reagiu com o aconteceu. Lamento ter feito você se sentir do jeito que se sentiu. A última coisa que eu quero é fazer você se sentir assim—" "Sshh." Ela me corta. "Sinto muito, também acho que exagerei—" "Não, você não fez. Você tinha todo o direito de ficar com raiva de mim. Você estava certa, e sei que sou estúpido—" "Pare de se chamar de estúpido." Ela faz uma pausa, esperando que suas palavras se unam. "Talvez seja apenas outra explosão da nossa bolha, sabe? Talvez algo como isto apenas precisava acontecer. Mas eu não gosto disso, Logan. Eu odeio ser perturbada, e eu odeio machucar um ao outro. Eu não... quero que a gente faça isso, e você está certo, depois de tudo o que passamos, é mesquinho deixa algo assim interferir-" "Não. Foi um grande negócio. Eu deveria ter falado para você. Eu nunca mais vou vê-la novamente." "Pare com isso." Ela me beija, lentamente, deixando os lábios permanecerem nos meus. "Isso não é o que eu quero." "O que você quer, então?" Eu a beijo de volta, em voz baixa. Deixo minha língua deslizar ao longo dos seus lábios, pedindo entrada. Ela abre a boca ligeiramente, correndo a língua para fora e escovando contra a minha. "Eu só quero você." "Você já me tem." "E eu quero dormir." Ela se esforça para manter os olhos abertos. "E eu quero acordar e estar em seus braços, e fingir que esta noite de merda nunca aconteceu."
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"Isso soa perfeito."
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CAPÍTULO 33 Logan "Amanda." Eu balanço seus ombros. "Babe, acorde." Ela empurra minhas mãos para longe. "Não." Ela reclama. "Você tem que se levantar." Ela se vira lentamente, seu cabelo por todo o lugar. Eu rio enquanto o movo para longe do seu rosto. Ela abre os olhos lentamente. Em seguida, um sorriso lento se forma em seu rosto. "Como você pode estar tão quente na parte da manhã?" Ela estende a mão e puxa minha cabeça para seu pescoço, inclinando-o para um melhor acesso. Passo a língua por seu pescoço até o queixo. "Eu poderia te perguntar a mesma coisa." "Hum." Ela geme. "Momentos sensuais de manhã." Ela enrola os dedos no meu cabelo e empurra minha cabeça para baixo do seu corpo, levantando sua camisa ao mesmo tempo. "Puta merda." Eu cubro seu mamilo com a minha boca, sentindo meu pau ficar cada vez mais duro. "Babe, temos que ser rápidos, e você tem que ficar quieta." "Eu posso fazer isso." Ela diz, ainda meio que dormindo. Ela puxa meu cabelo para mudar minha boca para o outro seio. "Eu já estou molhada." "Merda." Começo a beijar sua parte inferior, lambendo sua barriga até mais baixo. Ela se contorcia embaixo de mim, abrindo ainda mais suas pernas. Movo sua calcinha para o lado para que eu pudesse senti-la. Eu já podia sentir o cheiro da sua excitação. Eu olho para ela, mordendo o lábio, seus olhos ainda fechados. Eu questiono por um segundo se ela estava realmente ciente do que estava acontecendo. "Babe?" "Cale a boca, Logan. Basta entrar dentro de mim." Ela não teve que dizer duas vezes.
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"Meu Deus." Ela suspira, suas unhas finalmente relaxam contra minha pele. "Por que você estava cobrindo minha boca e me dizendo para ficar calada?" Por que mesmo? Esperando o zumbido pós-coito desvanecer-se, beijo ao longo da sua clavícula, enquanto uma das suas mãos passam pelo meu cabelo. E então eu me lembro. Afasto-me de repente, assustando-a. E então eu rio. Eu não pude me parar. "Você tem que se limpar e entrar no chuveiro. Heidi está aqui para ver você."
Amanda "Ei." Ela me cumprimenta. "Oi." Eu levanto minha mão em um pequeno aceno. "Hum. Fui até sua casa, mas seu irmão me disse que você estava aqui. Eu estava esperando poder falar com você, se estiver tudo bem para você e Logan — claro." Ele caminha para fora do quarto, com o cabelo ainda molhado do banho e seu laptop na mão. "Eu vou ficar no terraço, só me chamar quando vocês estiverem terminado." Então ele beija meu rosto rapidamente, uma e outra vez. "Pare." Eu rio, empurrando-o para longe. "Vá!" Ele ri. "Tranque a porta assim que eu sair." E então ele se foi. Eu faço o que ele disse, em seguida, viro-me para Heidi. "Então." Eu me mexo nos meus pés. "O que está acontecendo?" "Podemos sentar?" Eu a levo até o sofá e nos sentamos lá. Ela sorri, mas foi claramente falso. Então ela suspira, deixando os ombros caírem. "Obviamente, eu estou aqui para pedir desculpas." Ela faz uma pausa, esperando por minha reação. Se ela esperava que eu dissesse que estava tudo bem, e que ela não precisava fazer isso, ela estava errada. "Eu fui horrível com você, não apenas ontem à noite, mas naquela primeira noite na fogueira de Lucy..." Ela para de falar, se perdendo em seus próprios
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pensamentos. "Olha, eu sei que você não pode entender—" Ela para e solta um suspiro. "Posso ser honesta com você?" Eu balanço a cabeça. E espero. "Eu estava apenas sendo uma cadela com ciúmes. E bêbada. Muito bêbada." Minhas sobrancelhas se arqueiam. "Você estava com ciúmes? De mim? Por quê? Porque eu tenho Logan?" "Não." Ela diz rapidamente. "Bem, eu quero dizer sim e não. Não sei como explicar isso." "Apenas tente." "Ok." Ela assente com a cabeça, respira fundo, e deixa suas palavras saírem de uma só vez. "Eu estava grávida." Eu engasgo. Ela balança a cabeça em confirmação, com os olhos instantaneamente se enchendo lágrimas. "Quando Dylan me disse que tinha se alistado. Eu estava de sete semanas de gravidez. Eu não sabia. Ele foi em casa e eu queria dizer a ele, mas ele disse que tinha uma notícia, então eu o deixei dizer primeiro. Ele me disse que estava indo embora. Ele se alistou, e achava que não era uma boa ideia que a gente continuasse junto. Não quando seu futuro era incerto." "Heidi." Eu a consolo. "Você disse a ele?" Ela ri com tristeza. "O que eu deveria fazer?" Sua voz estava tensa quando ela enxuga os olhos. "Não é como se ele fosse ficar. Ele me disse que queria me deixar. Quero dizer, sim, eu podia ter dito ele. Ele poderia ter ficado, mas não teria sido por mim, teria sido pelo nosso bebê." Ela estar chorando agora. "O nosso bebê." Ela diz. "Então você..." "Eu tive que fazer, Amanda. Não tive escolha. Eu não poderia fazer isso sozinha, e não teria sido justo ter lhe pedido para ficar." Eu esfrego os meus próprios olhos. Fazia sentido agora, o porquê de ela estar agindo daquele jeito, e como ela escolheu lidar com isso. "Eu sinto muito, Heidi. Eu não tinha ideia."
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Ela balança a cabeça, freneticamente enxugando suas bochechas. "Ninguém sabe. Você não pode contar a ninguém." "Eu não vou. Juro." Ela respira fundo. "Eu sei que não faz sentido para você, mas foi por isso... Eu só queria alguém para culpar. E você estava lá. Quero dizer, ele disse que já estava pensando em se alistar... Ele nunca mencionou isso para mim. Entendo que tínhamos problemas, mas não valia apena terminarmos desse jeito. Mas ele lhe disse. E eu não sei. Só sentir como se você poderia ter sido a única a falar com ele sobre isso. Eu sei que é estúpido, e não há nenhuma maneira que você poderia saber..." "Eu entendo, no entanto. Eu entendo o que você está dizendo." "Eu acho que fiquei com raiva de você, porque Logan voltou, e vocês estão juntos, e eu estou feliz por você, eu realmente estou. Mas fiquei com ciúmes porque eu quero isso. Queria que Dylan voltasse e declarasse seu amor por mim, sabe?" Eu começo a chorar também. Eu não podia sequer imaginar o que ela tinha passado. E ela estava certa; Logan estava de volta, ele estava aqui, e estávamos juntos. Ela funga. "Eu só precisava de alguém para culpar, porque tinha que haver uma razão para tudo isso, e eu sinto muito que te fiz isso. Isso não é justo." "Está tudo bem." Eu digo com sinceridade. "Honestamente, eu entendo. Você não é uma pessoa ruim." Ela acena com a cabeça. Ambas tentando acalmar nossas emoções. "Você vai dizer a ele, Heidi?" Ela encolhe os ombros. "Que bom que isso vai fazer?" "Eu não sei. Eu só acho que ele tem o direito de saber." Ela se vira para mim. Nossos olhos se encontram por um longo tempo. "Quando você fez essas tatuagens?" Olhei para meus pulsos. "No aniversário dele, na noite em que aconteceu." Ela me dá um olhar simpático. "Será que ele sabia que você tinha feito isso?"
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Eu balanço minha cabeça negativamente. "Por que você não disse a ele?" "Porque não o traria de volta." "Exatamente."
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CAPÍTULO 34 Amanda "Ele te disse um monte de coisas embaraçosas sobre mim quando eu era um garotinho? É isso que vocês fizeram o tempo todo?" "Sim." Brinco. "Na verdade, isso é tudo o que nós fizemos. Ele mesmo me contou sobre como você era fã do rap *Vanilla Ice, palavra por palavra." Ele olha para mim rapidamente, seus olhos arregalados. "Ele não fez isso." Deixo escapar uma risada. "Ele não fez. Mas sua reação apenas me disse tudo." "Cale a boca." Ele tenta me empurrar para longe. Estávamos em sua caminhonete, no caminho para casa do seu pai. Eu estava sentada ao seu lado com a mão sob a sua camisa, tocando seu abdômen sarado. As coisas que tinham acontecido na noite passada — e hoje com Heidi — foram emocionalmente desgastantes. Eu estou tão feliz que as coisas voltaram ao normal. Pego seu iPod do seu suporte no painel e procuro na sua lista de reprodução. "O que você está fazendo?" Ele pergunta. Quando acho a música que eu queria, eu coloco para tocar. Eu vejo um sorriso espertinho no meu rosto, e espero que a faixa atual termine. Quando "Ice Ice Baby" começa a tocar, ele estreita os olhos para mim. "Eu não sei a letra." Ele declara. E bem na hora, ele começa: "Tudo bem, pare..." Minha risada era tão alta quanto o aparelho de som. Ele morde o lábio, tentando conter sua própria gargalhada. "Foda-se." Ele anuncia. Ele aumenta o volume e faz um show cantando todas as palavras, e jogando os dedos no ar no estilo Ice. Ele era tão lindo em seu estado feliz e despreocupado. *Vanilla Ice, é rapper norte-americano, mais conhecido pelo seu hit "Ice Ice Baby", lançado em 1990.
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Meu peito se aperta enquanto o assisto. Este menino poderia ter virado para fora de qualquer maneira, mas ele escolheu sua vida. Ele fez suas próprias decisões. Ele deixou o passado ficar no passado, e fez o seu próprio futuro e um que eu esperava fazer parte para sempre. Ele se vira para mim, suas covinhas se aprofundando. "O que está acontecendo?" Eu balanço minha cabeça. "Nada." Dando um beijo na minha bochecha, ele pergunta: "Tudo bem?" Ele coloca a mão na minha perna. "Sim, eu te amo muito. Só isso." Ele enrola o braço em volta dos meus ombros, me puxando para mais perto e beijando minha têmpora. "Isso não é tudo." Ele diz calmamente. "Isso é tudo." *** Ele me disse para esperar enquanto ele saía e abria a porta do carro para mim. "Você não tem que abrir as portas para mim." Eu digo, pegando sua mão enquanto ele me ajuda a sair. Ele dá de ombros. "Você é minha garota." Mantendo minha mão na sua, ele me leva até a frente da sua caminhonete e rapidamente se vira para mim. "E assim você vai saber que eu também te amo." Eu sorrio para ele e enrolo o braço em volta do seu pescoço, trazendo seus lábios para encontrar os meus. Ele coloca sua mão na parte inferior da minha costa, aprofundando o beijo e me empurrando até que minha costa bata na sua caminhonete. Minhas mãos agarram sua camisa, tentando agarrar em algo. Seus beijos me deixam fraca. Não apenas na altura dos joelhos, mas na minha cabeça e no meu coração. Ele me empurra ainda mais, até que minha bunda estava em seu capô e ele estava em cima de mim. Sua mão passa sob a minha camisa, segurando minha cintura levemente. "Aham." Nós nos separamos instantaneamente, e olhamos para o seu pai. Seus braços estavam cruzados sobre o peito; levantando ligeiramente com sua risada. "Bem, isto é um déjà vu." Ele diz. Nós sorrimos um para o outro. Realmente era.
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*** "Baby, você não precisa de um vídeo no YouTube para mostrar-lhe como cortar pimentão. Vou te mostrar." Ele move a mão, levando o celular para longe de mim. "Não." Ele adverte. "Eu vou assistir este vídeo. Espere, eu vou ser o melhor cortador de pimentão que você já conheceu." Reviro os olhos. "Eu poderia ter feito isso." Tento remover as pimentas da sua frente, mas ele bate em minhas mãos. "Não, esse não é o ponto. Preciso aprender a fazer essas coisas." Rindo, eu cruzo os braços e levanto meu queixo. "Por quê? Por que aprender a cortar pimentões é tão malditamente importante?" "Eu não sei." Seus ombros se erguem. "Você não deve sempre ser a cozinheira. É hora de aprender essa merda. E se você estiver grávida e muito cansada para cozinhar, o que devo fazer?" Eu ouço Alan se engasgando. Ambos nos viramos para ele. Seus olhos estão quase saltando da cabeça. "Eu não estou!" Asseguro-lhe, ao mesmo tempo em que Logan diz: "Ela não estar." Ele solta um suspiro de alívio antes de tomar um gole da sua cerveja. Ele aponta a garrafa para mim antes de colocá-la em cima do balcão. "Você já deveria saber que Logan precisa fazer as coisas da sua maneira. Ele precisa aprender os detalhes específicos de tudo o que faz. Essa é a maneira como seu cérebro funciona." "Está vendo? Mesmo meu pai sabe isso sobre mim." Ele olha para o seu celular, digitando freneticamente. "Nossa Amanda. Que tipo de futura esposa é você?" Alan engasga de novo. Logan ri dele. "Eu disse isso só para mexer com você."
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Logan "Vocês sabem que eu posso cozinhar outras refeições além de Taco Casserole, certo?" Meu pai e eu nos entreolhamos antes de encará-la. "O que há de errado com você?" Eu apenas estava metade brincando, mas as palavras foram abafadas pela minha boca cheia de comida. "Eu faço uma boa carne assada." Ela declara. Eu bufo e viro meu corpo para ela. "Baby, pare com isso. Você está arruinando este momento." Seus olhos se estreitam para mim. "Que momento?" Faço um sinal com os olhos para o prato de comida na minha frente. "Você está brincando, certo?" Ela ri. "Você está tendo um momento com a comida?" A risada do meu pai nos faz olhar para ele. "Querida." Ele diz a ela. "Acho que ele pode amar a sua comida mais do que te ama." Eu engasgo alto, e tapo os ouvidos com as mãos. Inclinando o nariz no ar, eu brinco: "Pai, não na frente das crianças." Ela torce o nariz, e golpeia minhas mãos para longe dela. Abaixo a voz e falo em seu ouvido: "Sério, querida. Eu nunca poderia amar qualquer coisa mais do que você. Nunca." Seus olhos se levantam para olhar rapidamente para o meu pai. Ela sorri um pouco, um rubor rastejando por suas bochechas. Beijo-a lá, deixando um pouco de molho de taco. Eu rio quando limpo minha boca com um guardanapo, e depois limpo seu rosto. "O que eu vou fazer com você? Honestamente, eu não posso te levar a lugar nenhum." Ela vira a cabeça e levanta o queixo para me encarar. O sorriso dela me pega desprevenido. Nossos olhos se encontram. Então: Thump. Thump.
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Mas foi diferente desta vez. Sem nervos ou ansiedade. Era como a maneira do mundo de me dizer que eu estava vivo, e prestar atenção, que a menina na minha frente, a única que poderia me quebrar, estava aqui. Mas ela não fez nenhuma dessas coisas. Em vez disso, ela me curou. Eu te amo, ela murmura. Isso faz o meu coração bater com força. Eu abro minha boca para falar, mas seu celular tocando nos corta. "Sinto muito." Ela faz uma careta. "É Ethan, eu deveria atender." Ela se levanta. "Eu tenho certeza de que disse a ele que não iria estar em casa." Ela murmura para si mesma antes de sair da sala. Meu pai pigarra. Dou-lhe a minha atenção. "Você parece feliz." "Claro que estou." Eu digo, uma arrogância repentina no meu tom de voz. Começo a contar nos dedos. "Primeiro. Tenho a minha menina." Faço uma pausa. "Segundo..." Eu paro. Não havia segundo. Nada mais realmente importava. Dando de ombros, eu digo. "Eu tenho a minha menina. Isso é tudo." Seu sorriso fica mais largo. "E ela não apenas fazê-lo feliz. Ela faz por você?" Eu balanço a cabeça. "E Ethan? Ele está bem com isso agora?" Ele deve ter saber que Ethan foi o único a causar danos em mim, mas ele nunca tocou no assunto, nunca o acusou. Essa é a coisa com meu pai; ele sempre dava um passo para trás e esperava que eu fizesse minhas próprias escolhas, mas nunca me pressionava, ele só incentivava. Como na sétima série, quando eu disse a ele que queria ser médico, ele sorriu, mas tudo o que ele disse foi: "Se é isso que você quer, é claro que eu vou apoiá-lo, mas você tem que ter a certeza de que está fazendo isso por você." Eu não entendo o que ele quis dizer na época, mas eu entendo agora. Ele não queria que eu fizesse isso por ele. Verdade; de certa forma, eu meio que estava. Eu acho que não estava fazendo isso por ele, mas fiz porque eu queria ser o tipo de homem que ele era. O tipo de homem que poderia dar a sua vida a um estranho, um menino que precisava de ajuda e sem nenhuma vez esperar um muito obrigado em troca. Então eu deixo as palavras fluírem de mim antes que eu ousasse detê-las. "Obrigado, pai." Seus olhos se arregalam de surpresa. "Obrigado por nunca desistir de mim, e por estar sempre lá. E compreender-me melhor do que ninguém. Você já fez tudo isso por mim, e eu não posso—" Minha voz falha. Limpo o nó em minha garganta. "Eu não posso agradecer o suficiente, por tudo isso. Levando-me—" Ele ergue a mão para interromper. "Isso é o suficiente." Eu não perco a umidade que brotam em seus olhos. "Você nunca tem que me agradecer por
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nada, Logan. Você pode pensar que eu te salvei, mas, para mim, foi o contrário. Você me deu uma família quando eu pensei que nunca iria ter uma. Estou tão malditamente orgulhoso de você." "Eu sinto muito." Sua voz vem ao meu lado. "Eu não queria interromper." Ela senta-se em sua cadeira e coloca o celular em cima da mesa, em seguida, coloca sua mão na minha perna. "Está tudo bem?" Eu pergunto. "É..." Ela parecia perdida em seus pensamentos. Eu entrelaço meus dedos com os dela e aperto sua mão. "O que está acontecendo?" Ela se vira para mim agora, com a mesma expressão distante como antes. "Era Ethan." Ela diz. Eu já sabia disso. "Tudo bem?" "Ele, hum, ele encontrou alguém para ficar com o meu quarto." Ela morde o lábio, seus olhos em busca de uma reação. Foi instantâneo o sorriso estúpido que tomou completamente conta do meu rosto. Seu próprio sorriso se alargou. "Então, você ainda quer que eu me mude?" "Que tipo de pergunta é essa? Você sabe que eu quero." Deixando de lado a mão dela, pego meu celular e começo digitar algumas notas. "Sabe o que devemos fazer? Dividir o quarto vago no meio e podemos criar uma mesa de cada lado, então eu vou ter as minhas coisas de um lado, e você pode ter todas as suas coisas femininas da Hello Kitty do outro. Eu deveria comprar mais algumas toalhas." Olho para ela rapidamente. "Sabe, aquelas fofas que você gosta. Ah, e balas de goma, precisamos encher a casa delas. Encontrei um lugar online que as vende pela cor—" Sua risada me corta. "Babe, não há pressa. Eu não estou me mudando amanhã." Meus olhos se estreitam. "O quê? Por que não?"
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"Oh." Seus olhos se arregalam. "Quero dizer, eu posso se você quiser, mas precisamos discutir isso corretamente, você meio que disse de passagem, e eu não tinha certeza se era sério, mas eu disse a Ethan de qualquer maneira—" "Claro eu estava falando sério. O que há para discutir? Não é como se nós não estamos juntos o tempo todo mesmo." Ela suspira. "É diferente, porém precisamos falar sobre o quanto de aluguel eu vou pagar—" "Não." Meu pai a corta e eu estava tão emocionado com a notícia, que tinha esquecido que ele estava lá. "Eu cubro seu apartamento por um ano, e você não estará colocando um centavo lá. Ou qualquer outra coisa que você precisa para avançar. Logan vai cobrir tudo." A voz de Amanda estava baixa. "Eu não posso aceitar isso, você precisa deixar-me pagar—" "Não." Ele diz com determinação. "Além disso, você precisa guarda o seu dinheiro para os meus netos." Ele se levanta, sua cadeira arranhando contra o chão quando ele faz. Amanda e eu ficamos boquiabertos, antes de se virar para ele. "Isso..." Ele aponta o dedo entre nós. "Eu disse só para mexer com você."
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CAPÍTULO 35 Um mês depois
Logan Ela disse que queria falar sobre algo importante e que era para encontrá-la no terraço quando eu tivesse chegado do campo. Ela vira-se na minha direção, quando ouve a porta se abrir. "Então, o que está acontecendo?" Pergunto depois de cumprimentá-la com um beijo, ou três deles. "Eu acho que é melhor nos sentarmos antes que eu comece." Eu nos levo até o sofá e sento-nos lá. Fosse o que fosse, tinha que ser sério. "O que está acontecendo? Você está me deixando ansioso aqui." Seus olhos se concentram em minhas mãos. Elas não estavam tremendo, sim. Eu suspiro e puxo-a até que ela estivesse sentada ao meu lado. "Seja o que for, diga-me. É sobre a mudança? Será que você não quer?" Meu peito doía. "Se você acha que ainda é cedo, então tudo bem, podemos trabalhar nisso, eu só quero ficar com você, Amanda—" "Pare. Não é isso." Ela solta um suspiro e fecha os olhos, como se estivesse criando coragem para falar. Eu estava além de ansioso agora, mas tento o meu melhor para não deixar transparecer. "Eu só não quero que você fique com raiva de mim, e tudo isso começou antes que você voltasse—" "Por que eu ficaria com raiva?" Ela olha para longe de mim antes de falar. "Porque eu quero ir ver o seu pai biológico na cadeia." E lá estava de novo, o tremor em minhas mãos. Eu amaldiçôo sob minha respiração. Ela se ajoelha na minha frente e pega minha mão, mas não beija minha palma. Ela parou de fazer isso semanas atrás. "Está tudo bem, baby." Ela assegura. Ela faz com que eu estivesse olhando para seu rosto quando ela diz as palavras: "Apenas se concentre." É essa coisa que ela estava tentando fazer desde que o meu pai parou a dosagem do
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Xanax. Ela estava tentando me convencer a controlar sem a ajuda de remédios. "Apenas se concentre." Ela diz novamente. Então eu fecho os olhos e faço o que ela disse. Ela me disse para me lembrar de um momento, onde eu poderia pensar sobre isso e sentir todas as emoções daquele momento único na minha vida. Eu a escolhi; ela não sabia, no entanto. Foi o momento em que ela disse que me amava pela primeira vez, e não apenas em meus sonhos. Seu rosto estava tão perto do meu, e ela me deu aquele sorriso fácil que eu tanto amava. "Eu te amo tanto, Logan." Ela disse. Eu pensei que estava na minha cabeça, mas quando abro meus olhos, ela tinha um olhar compreensivo no rosto. Talvez ela soubesse que era sobre ela que eu estava pensando. Ou talvez ela só disse isso por dizer. Fazíamos muito isso — lembrávamos mutuamente de como nos sentimos, levávamos as coisas devagar para que pudéssemos lembrar-nos delas. Elas se tornam nossos momentos. Parte de nossa vida. Sinto a palma da sua mão contra o meu peito. "Veja, você estar melhor." Eu respiro fundo e tento manter a compostura. Puxo-a até que ela estivesse sentada no meu colo. "Então, você quer ir visitá-lo?" "Sim." Ela diz em voz baixa, encarando o chão. Inclino seu queixo para que eu pudesse ver seu rosto. E então espero. "Eu só acho que seria bom, para encerrar o assunto, ou algo assim. Pensei muito sobre isso enquanto você estava fora, e depois que você voltou, pensei que talvez eu não precisasse mais, mas ainda está lá, no fundo da mente. Eu ainda sinto que é algo que preciso fazer." Eu respiro fundo e solto o ar lentamente. "Tudo bem..." Ficamos em silêncio por alguns minutos, enquanto eu pensava. Ela não insistiu, ela não me pediu para falar mais se eu estava pronto. Ela me conhecia bem; ela me conhecia melhor do que eu fingia. Eu continuo. "Se você quiser vê-lo, eu vou apoiá-la. Mas eu não vou. Eu não quero vê-lo ou até mesmo pensar sobre ele. Eu estou feito com isso." Ela balança a cabeça lentamente. "Eu entendo isso." Beijo-a rapidamente. "Você sabe onde ele está?" Ela assente com a cabeça novamente. "Quando você quer vê-lo?"
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Ela engole em seco. "Amanhã." Meus olhos se fecham. "Eu vou dirigir."
Amanda Tento ignorar os olhares que eu estava recebendo dos detentos. Eu sabia que Logan estava preocupado com isso, especialmente porque ele não estava entrando no prédio comigo. Ele tinha ligado e falado com alguém para ter certeza de que eu estaria sendo observava o tempo todo. Eu sabia que seria, e que eu estaria segura, mas se fazer aquele telefonema significava que ele ficaria melhor, enquanto eu estava lá, então quem diabos eu era para dizer alguma coisa? As batidas contra meu peito são fortes. Eu admito. Eu estava com medo. Eu não estava com medo de que ele fosse me machucar fisicamente, pelo menos. O que eu temia era olhar nos olhos do monstro que Logan tinha passado anos tentando esconder. E eu não queria isso para mim. Eu não quero ter que me esconder dele, ou ter medo do escuro, ou estar sozinha. Eu queria deixar ir o ódio no meu coração que eu carregava por causa dele. Não tanto pelo que ele fez quando apareceu naquela noite, mas pelo que ele fez para Logan todas as noites. Antes que ele fosse finalmente salvo. Seus olhos estavam lançados para baixo quando me sento na sua frente. Ele não se incomoda em levantar a cabeça. Limpo a garganta. Nada. "Ei, idiota." Isso chama sua atenção. Lentamente, ele ergue o queixo. Sangue e hematomas secam em seu rosto coberto. Nem uma única parte de mim sentiu pena. Talvez isso me torne uma pessoa ruim, mas eu duvido. "Quem é você?" Cospe. O imbecil não conseguia se lembrar de mim. Então ele ri levemente para si mesmo. "Não me diga que eu sou seu pai." "Não." Eu o asseguro. "Você não precisa se preocupar com isso. Meu pai, ele é um idiota. Você — você é um desperdício de porra no ar." Seus olhos se arregalam. "Oh. Você tem uma boca suja em."
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"Foda-se." Ele revira os olhos e suspira. Válido. Eu precisava me acalmar. Eu vim aqui para falar com ele, para ter um fim. Não xingá-lo. "Meu nome é Amanda—" "Foda-se." Ele rosna, e depois fixa seus olhos sobre a mesa à sua frente. "Então, você se lembra de mim agora?" Meu nome deve ter provocado alguma coisa. "O que você está fazendo aqui, menina?" Eu me inclino para frente e apoio os cotovelos sobre a mesa. "Menina?" Eu rio. Eu não estava indo lhe dizer o fato de que sua filha tinha a mesma idade que eu. A mesma cujo ele trocou por drogas. Seu maxilar fica tenso, mas ele ainda se recusa a olhar para mim. "Eu vim aqui porque pensei que você tinha o direito de saber. Não que você mereça, porque você não merece." Faço uma pausa, tentando encontrar um ponto para começar. "Logan, ele é uma pessoa incrível. O melhor, na verdade." Seus olhos se levantam um pouco. "Você sabe que ele é muito inteligente? Ele está estudando para ser médico, assim como seu pai." Ele ergue o queixo agora, prestando mais atenção. "E ele é tão verdadeiro. Ele se preocupa com todos e tudo, e sempre se coloca em último lugar." Puxo de volta minhas emoções. "Você sabe que ele sente tudo, aqui." Eu aponto para o meu peito. "Em seu coração. E ele ama. Ele ama ferozmente, com paixão e emoção. Cada parte dele. Ele dá cada pedaço." Enxugo as lágrimas enquanto me esforço para falar. "E te faz querer todas as peças, porque Logan — é o que ele merece." Eu rio para mim mesmo. "E ele é tão engraçado. Ele é arrogante e rude, mas ele é tão engraçado. Ele sempre faz esforço para me fazer rir. O tempo todo. Ele me olha, com tanta intensidade que me faz dar um passo para trás. Ele nem sabe que eu noto, porque ele está tão ocupado querendo me dar tudo." Eu deixo sair todos os sentimentos que eu tinha dentro de mim, e choro. Eu choro pela pessoa que eu amava. Minha pessoa. "Ele está sempre pensando. Sua mente está sempre agitada. Sabe, ele pensa sobre as coisas que as pessoas da nossa idade nem sequer se preocupam. Ele quer curar a fome, a
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luta pela paz no mundo, acabar com a escravidão, ele quer fazer tudo. Ele quer mudar o mundo. E sabe o quê? Um dia, ele fará." Eu me inclino para mais perto e baixo a voz. "Mas isso nunca vai ser por sua causa." Suas mãos se fecham em punhos sobre a mesa e um grunhido baixo escapa dele. Seus lábios se formam em um sorriso, mas ele se manteve em silêncio. "Não importa o que você fez com ele, você não conseguiu derrubá-lo. Você tentou." Eu rio amargamente. "Oh, como você tentou porra. Mas você não conseguiu. Porque Logan, ele é melhor do que você. Ele sempre foi melhor do que você. E você perdeu tudo. Você perdeu a chance de assistir o incrível menino brilhante, se transformar no melhor homem possível. E ele fez tudo isso sem você. Ele poderia ter usado a desculpa "pobre de mim, eu era uma criança abusada". Mas ele nunca fez. Nem uma vez. Ele te deixou exatamente onde você pertence, no passado, onde as pessoas deixam todos os seus arrependimentos e erros fodidos. Porque é isso que você é. Uma merda. E você merece saber isso. Assim que cinco, dez, 15 anos se passarem, quando você ouvir sobre o seu próprio filho, o que você abusou todos os dias de sua vida em que você o teve, fez algo incrível, você deve saber que ele fez tudo isso sem você. E tudo o que ele conseguiu, todo o sucesso que ele teve, foi tudo sem você." Levanto-me, pronto para sair, mas sua mão agarra meu pulso. Olho para ele e em pânico por um segundo, antes de me lembrar onde estávamos. Os guardas já tinham dado dois passos para frente, prontos para atacarem. "Amanda." Ele resmunga. Eu vacilo. Meu nome saindo da sua boca faz meu interior congelar. Olho do meu pulso para seus olhos. Tento segurar meu suspiro, mas não foi rápido o suficiente. Os olhos do monstro que eu tanto tinha medo, eram tão iguais daqueles que eu amo tanto. Só que eles não eram animados como os de Logan. Eles pareciam sem vida. Além da idade. Ele vira meu pulso para que pudesse ver as iniciais de Logan em exposição permanente. "Você ama ele, não é?" Eu balanço a cabeça. "Ele é a minha pessoa." Ele puxa um envelope velho do bolso da frente. "Jones." Ele grita para o guarda atrás mim. Ele toma as medidas para cobrir o espaço entre nós. E, em seguida, entrega para mim. Sinto como se uma bola de fogo estivesse entre meus dedos. Espero até que eu estivesse no hall de entrada antes de ler. ***
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Trinta e quatro semanas após a Amanda. Quão ruim é não saber como devo cumprimentá-lo. Querido papai? Caro perdedor? Talvez caro abusador de criança? De que eu devo chamá-lo? Doador de esperma? Monstro? Caro Monstro, lembra quando eu tinha seis anos, e você me disse que iria parar de me bater por uma semana, se eu não falasse por duas horas? Eu não falei durante um dia inteiro, mas na manhã seguinte, eu fui acordado com um punho no meu estômago. Você provavelmente não se lembra. Você estava muito perdido, bêbado, fodido em todos os outros aspectos. Sonhei com isso ontem à noite. Eu acordei suando. No meu próprio mijo. Eu diria que você teria orgulho de mim. Mas, honestamente, eu não poderia me importar menos com o que você pensa de mim. Aqui está uma coisa. Acordei hoje com uma nova perspectiva de vida. É isso; foda-se. Eu não vou viver mais um dia esperando a escuridão desaparecer ou as sombras passarem. Você e minha mãe — são monstros como vocês que se escondem nesses locais. Nas sombras e escuridão da minha vida, e meus pensamentos e meus sonhos. Por muito tempo eu ficava com medo de fechar os olhos. Mas não mais. Eu quase te deixei ganhar. Você voltou e transformou meus sonhos em pesadelo. Afasteime da única pessoa que eu amo e que me ama de volta, por causa de vocês. Porque você fez meu cérebro acreditar que eu não era digno, e que eu não merecia ter o tipo de felicidade que Amanda me dava. Então, foda-se. Porque você está errado. Eu trabalhei duro toda a minha vida para deixá-lo no passado, para não deixá-lo ter qualquer controle sobre mim. E em uma noite, você voltou e arruinou isso. Você me arruinou, e eu a perdi. E permitir que você me controlasse, deixando você possui essa parte de mim, foi o maior erro da minha vida, porra. Porque eu desisti de nós. Mas eu vou voltar, e quando eu fizer, vou lutar por ela. Pode levar dias, semanas, meses, anos. Não importa. Porque eu não vou apenas estar lutando por ela. Eu vou estar lutando contra você também. E se eu a tiver de volta, vai ser maior conquista da minha vida. E a maior merda que eu poderia lhe dar. Porque você não vai ganhar. Eu não vou deixar.
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Epílogo Logan Os olhos de Ethan estavam enormes enquanto ele fala. "Como diabos você conseguiu contratar todo o lugar?" Desbloqueio o portão para o centro do mini-golfe e viro-me para ele. "Vamos apenas dizer que eu tive sexo com um monte de pessoas diferentes, algumas eu prefiro esquecer." A raquete de Amanda bate em meu estômago. "Você é um idiota." Ela diz. Eu abro o portão e espero que eles entrem. "Baby, não fique louca. Pensei em você o tempo todo." A verdade é que eu entrei e perguntei se era possível alugar o lugar. Ele disse que se eu cobrisse o dobro da grana geral para uma noite de terça-feira, seria bom, desde que limpássemos tudo antes de abrir no dia seguinte. Ele estava me olhando esquisito o tempo todo, e eu sabia que ele tinha me reconhecido de imediato de algum lugar, porque ele deu um passo para trás. "Na verdade." Ele disse. "Isso não vai cobrir." Meus ombros caem e espero que ele continue. "Você é amigo de Jake Andrews, certo?" Não era realmente um questionamento. "Se nós pudéssemos fazer um contrato, tirar algumas fotos, talvez ele possa doar algumas camisas de beisebol assinadas, então eu vou alugar para você por nada." Eu sorrio. "Claro. Não será um problema." Não até que eu realmente dissesse a Jake sobre isso. Ethan caminha até mim e me cutuca. "Sério, cara. Este é o melhor presente de aniversário de todos. Eu não posso acreditar que você fez tudo isso." Eu dou de ombros, observando Amanda conversando com Lexi, Tristan e James — o ex de Micky e seu novo companheiro de casa. Tristan fala alguma coisa engraçada. Ela ri, tentando fazê-lo parar. "Eu tenho muito para compensar." Digo a ele.
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"Eu não sei." Começa Ethan. "Quero dizer, olhe para ela." Eu já estava. "Acho que você já fez. Você voltou. Vocês estão curados. Vocês estão seguindo em frente. O que mais você pode fazer?" Um sorriso lento se forma no meu rosto. "Dá-lhe todo o universo maldito." *** Uma hora mais tarde, o lugar estava lotado. Um monte de álcool e um punhado de caras estavam realmente tentando jogar mini-golfe. Jake estava chateado quando eu disse a ele que eu basicamente o troquei pelo lugar. Ele odiava fazer qualquer coisa que o fizesse ser o centro das atenções. Finjo piedade e digo a ele que eu só queria dar a Amanda e Ethan um bom tempo; eles mereciam depois do que eu os fiz passarem. Funcionou. Ele mudou de tom e disse que ficaria mais do que feliz em fazer. "Você tem falado com Megan desde que voltou?" Micky pergunta sobre a música. Inclino-me sobre a mesa para que ela pudesse me ouvir corretamente. "Ainda não, por quê?" "Ela está indo bem, Logan. Essa nova unidade que ela foi transferida ajudou muito." Ela sorri com orgulho. "Ela está limpa, e começou a ordenar sua vida." Então seu rosto se contorce. "Significaria muito para ela se você ligasse, ou apenas a deixasse saber que você está seguro, e que não a culpa pelo que aconteceu. Ela está carregando um monte de culpa—" "O quê?" Eu a interrompo. "Sim." Ela diz timidamente. "Ela acha que é culpa dela, o que aconteceu naquela noite que fez você ir embora. Ela até ligou para Amanda para pedir desculpas." Olho para Amanda que estava rindo porque Ethan perdeu uma tacada de centímetros de distância. "Vou ligar para ela." Eu prometo. "Eu não quero que ela pense que essa merda é culpa dela. Eu só queria ter tempo para fazer as coisas certas, sabe?" Encaro-a novamente. Ela estava balançando a cabeça, entendendo o que eu quis dizer. Eu só queria Amanda.
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Amanda Logan e eu saímos da festa logo após que Cameron e Lucy saem. Eles tinham que acordar cedo para ir para casa. Amanhã é o aniversário da morte da mãe de Lucy, e, como todos os anos, eles vão visitá-la com o resto de sua família. "Você promete que não pode ver nada?" Ele pergunta. Eu agarro seu braço e dou um passo para frente. "Você promete que isso vai ser como da última vez que meus olhos foram vendados?" "Puta merda, babe, meu pau se contraiu em minhas calças." "Sério?" "Sim." "Deixe-me tocá-lo." O calor da respiração da sua risada bate no meu rosto. "Ok." Ele anuncia. "Você está pronta?" "Sim." Pisco algumas vezes, ajustando os olhos para a pequena quantidade de luz noturna que filtra nos meus olhos assim que a venda estava fora. Nós estávamos no terraço, como eu suspeitava, mas não havia nada de diferente sobre isso. "Hum, eu não—" Sua risada me corta. "Espere aqui, está bem?" Ele move-se rapidamente para o lado da porta. "Pronta?" Ele pergunta. Eu aceno com a cabeça. Em seguida, todo o lugar se ilumina. Meus olhos disparam até as centenas de luzes que foram amarradas acima de nós. No centro havia um monte de diferentes lanternas de papel de vários tamanhos e cores. Mas não é isso que me fez ofegar; foram as dezenas de pequenos frascos de vidro através deles. "Está vendo?" Ele fica ao meu lado, e segue o meu olhar. "Agora é só esperar que chova, e podemos começar a recolher mais momentos."
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Eu lentamente me viro para ele. Seus olhos ainda estavam focados acima de nós. Mas ele não estava vendo o que eu estava vendo. O que eu vejo no meu futuro, minha vida, meu mundo. "Logan, isso é incrível." Seu sorriso foi instantâneo. Do tipo despreocupado de sorriso, com as covinhas em plena exibição. Ele pega minha mão. "Venha." Ele me leva até um tapete estabelecido sob o centro das luzes. Uma vez que estávamos sentados, ele diz: "Oi." Ele mastiga o canto do lábio e segura um fio solto do tapete. "Oi." Eu digo. Nós estamos sentados de pernas cruzadas, um de frente para o outro. Nossos sorrisos combinando. "Feliz Aniversário." "Obrigado." "Eu tenho uma coisa." "Não. Você já fez tanto. Você gastou muito dinheiro." Ele revira os olhos. "Isso não me custou nada." "Você tem certeza?" "Sim, querida." Ele fala lentamente. "Eu tenho certeza." Eu me animo. "Ok, então. Dei-me!" Eu estendo minha mão na sua frente. Ele suspira. "Não é—" Ele respira fundo e solta o ar com suas palavras. "Não é o que você pensa que é, e eu não quero que você fique animada, ou louca, ou desapontada, porque você vai, e é—" "Logan, pare!" "Tudo bem..." Move minha mão sugestivamente na sua frente. E então eu espero. E espero. Mas instante o metal bate na palma da minha mão e as luzes de cima brilham refletindo sobre o diamante — eu puxo minha mão e o deixo cair. Eu olho para ele, meus olhos quase saltando para fora da minha cabeça. Sua expressão combinava com a minha. Eu olho para o anel jogado sobre o tapete. Thump. Thump.
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Eu desvio o olhar. "Eu disse que não é o que você pensa que é." "Não!" É tudo o que eu poderia dizer. Minha mente estava correndo. Minhas mãos suavam. "Amanda." Ele tenta chamar minha atenção. Eu começo a levantar, mas suas mãos pesadas nas minhas pernas me fazem parar de me mover. "O que há de errado?" Ele começa a ri. Eu não sabia o que era tão engraçado. "Você está me dando um anel de noivado, Logan. Isso não é engraçado." Ele ri. Seu tom era sério quando ele diz: "É um anel de noivado, mas não é para você. Quero dizer que não é o seu anel de noivado." Meu rosto deve ter mostrado o quão confusa ele me deixou, porque ele baixa a cabeça e solta o suspiro de todos os suspiros. Quando ele finalmente levanta a cabeça, seus olhos estavam concentrados, determinados. Pegando o anel entre nós, ele me pede para me aproximar. Eu faço. "Se aproxime mais." Ele diz de novo. Eu me movo. "Mais." Eu estava sentada em seu colo no momento em que ele estava satisfeito. "Eu não estou pedindo para você se casar comigo." Ele começa. Meus ombros relaxam. Eu não estava pronta para isso ainda. "Eu não estou dizendo que não vou. Só não é o nosso momento ainda." Eu sorrio, tão feliz que estávamos na mesma página. Ele continua: "Lembra que eu te disse sobre a Tina do meu pai?" "A namorada do colegial? Aquela que..." Eu paro de falar. Ele desvia o olhar por um segundo. "Sim, essa mesmo." Minha respiração fica presa. "O meu pai..." Ele segura minha mão na vertical e coloca o anel em minha mão. Pego-o e começo a examiná-lo. Era lindo. Além de bonito. O ouro branco com uma única pedra, mas a pedra era enorme; triplicava a largura da banda. Suas palavras invadem meus pensamentos, mas eu mantive meus olhos no anel. "Ele me deu isso quando eu tinha dezesseis anos. Ele disse que eu estava me tornando um homem." Ele ri levemente para si mesmo. "Ele me disse que momentos, aqueles que eu crio, os que eu me agarro — eles só vão valer apena lembrar se eu tiver alguém para compartilhar com eles. Ele disse que quando eu encontrasse alguém, alguém que eu queira compartilhar todos os momentos do meu futuro — para dar-lhe isso. E esperar que cada vez que
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alguém olhar para ela, eles saberão. Eles vão saber que eu quero compartilhar a minha vida com ela. E é isso que eu quero. Eu quero que a pessoa seja você, Amanda. E se, por algum motivo, alguma merda acontecer de novo e as coisas não funcionarem para nós, eu preciso que você saiba disso. Eu preciso de você para ser capaz de olhar para isso, para o resto da sua vida, e sei que você é para mim. Porque eu te amo. Eu sempre te amei. Eu sempre vou te amar. E espero que seja isso que você sinta quando pensar sobre este momento. Amor." A lágrima cai antes que eu perceba que estava chorando. Levantando minha cabeça, eu tento acalmar minha respiração. Abro a boca, mas as palavras não saem. Ele se aproxima de mim e gentilmente puxa o cordão sobre a minha cabeça. Depois soltando, ele desliza o anel lá, e assim que termina coloca ao redor do meu pescoço novamente. Levanto-o para ver o anel. Enrolo meus dedos em torno deles, agarrando com força. "Esta cordão mantém todos os meus sonhos." Eu digo a ele. "Sim?" Ele sorri. "Você mantém todos os meus." Nós nos estabelecemos no tapete, eu deitada com a cabeça em seu ombro e seu braço em volta de mim. Nós olhamos para as luzes acima de nós. Só então eu percebo a obra-prima que ele tinha criado. As lanternas todas no meio, as luzes cintilantes, formando um círculo ao seu redor. "Logan, você sabe o que parece?" "O que você quer dizer?" Ele pergunta. Mas não era realmente uma pergunta. Ele já sabia a minha resposta. "Parece o universo."
Cameron Eu não me sentia assim desde a primeira vez que me aproximei dela na sua lavanderia no velório da sua mãe. As palmas das mãos suadas, o sangue bombeando em meus ouvidos. Pelo menos eles estavam todos a uma certa distância e não podiam me ver neste estado patético. Tenho certeza de que seus irmãos teriam me enchido de perguntas sobre isso. Eu estava tão
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fodidamente nervoso que meu olho começa a se contorcer. Maricas, é provavelmente o que os meninos me apelidaram por um ano. Eu fecho os olhos, tentando fazer parar. Certamente eu devo parecer um louco agora, de pé sob uma árvore aleatória, metros de distância de uma enorme família. Eu solto um suspiro. Eu precisava me acalmar. Apertando minha mão contra o meu peito, eu fecho os olhos e começo a contar na minha cabeça. Não parecia ficar melhor. Então eu sinto uma pequena mão contra a minha perna e dedos se envolverem em torno dos meus. Abro um olho e olho para Lachlan. Ele sorri para mim, com os dentes tortos em exposição. Ele começou a fazer isso quando seus dentes adultos estavam completamente lá. "Papai disse que já está na hora." Ele sussurra. Garoto doce. Ele não seria por muito tempo. Seus irmãos mais velhos já tinham começado a falar em fazer e dizer algumas merdas estúpidas, mas eu praticamente o vi crescer a partir de um pequeno bebê para este menino, e em breve, ele seria um adolescente. Aposto que ele vai ser como o pequeno Logan. Esse garoto é um punk. Seu nome combina com ele. Nós andamos de mãos dadas para a lápide de sua mãe. Eu queria dar-lhes todo o tempo para pagar seus respeitos como uma família. Ela espera na frente deles, com o mesmo sorriso triste que eu tinha me acostumado nos últimos seis anos. Seis anos. Puta merda. "Vai ficar tudo bem." Lachlan sussurra. Então ele corre em direção ao seu pai. E tudo começa de novo. Os nervos. As palmas das mãos suadas. O coração acelerado. A porra dos olhos se contorcendo. Eu estava na frente dela, minhas costelas doendo das batidas do meu coração contra elas. Parecia que poderia quebrar ossos e pele e rasgar-me a qualquer momento. Eu coloco minha mão no bolso e me sinto em torno de quem eu precisava. "Você está bem, Cam?" Sua voz estava cheia de preocupação. "Você parece um pouco pálido." Eu olho para o seu pai. Ele apenas acena com a cabeça, e tenta sorrir. Ele falha, mas eu entendi. Eu não podia sequer imaginar como ele estava se sentindo agora. Talvez ele se sinta como se estivesse prestes a perder a única mulher que esteve em sua vida, mas ele me conhecia melhor do que isso. Ele sabia que nunca iria levá-la embora. Olho para todos os seus irmãos, um por um, quase como se pedisse permissão.
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Ninguém me deu um fora. Termino em Lachlan, e seu sorriso não foi alterado. Ele acena com a cabeça com tanto entusiasmo como qualquer garoto de sete anos de idade. Eu dou toda a minha atenção para a garota na minha frente. Lucy. Ela devia estar seguindo meu olhar. Sua cabeça vira-se lentamente dos seus irmãos atrás dela para mim. Com os olhos apertados, ela pergunta: "O que está acontecendo?" Ela me olha da cabeça aos pés, e depois me encara novamente. Mas então seus olhos fixam sobre o que eu estava segurando. Eles se arregalam. Como se estivesse em câmera lenta e levanta a mão para cobrir a boca. Eu chupo uma respiração. Solto-a letamente. E é quando acontece. Eu fico de joelhos. "Lucy..."
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