Quem sou eu?

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Quem sou eu?


Albrecht Dürer (Nuremberg, 21 de maio de 1471 — Nuremberg, 6 de abril de 1528) foi um gravador, pintor, ilustrador, matemático e teórico de arte alemão e, provavelmente, o mais famoso artista do Renascimento* nórdico, tendo influenciado artistas do século XVI no seu país e nos Países Baixos. Imagens: Grande Tufo de Relva, 1503. Aquarela, pena e tinta, lápis e aguada sobre papel, 40,3 x 31,1 cm; Albertina, Viena.

Lebre, 1502. Aquarela e guache sobre papel, 25 x 22,5 cm; Albertina Viena.


“Embora tivesse provado ser um mestre do fantástico e do visionário, legítimo herdeiro dos artistas góticos que criaram os pórticos das grandes catedrais, Dürer não repousou sobre os louros conquistados. Seus estudos e esboços mostram que ele também pretendia contemplar as belezas naturais e copiá-las - e com uma paciência e fidelidade de que nenhum artista fora capaz desde que Jan van Eyck havia revelado aos artistas do Norte sua vocação para espelhar a natureza. Alguns desses estudos de Dürer tornaram-se famosos: sua Lebre por exemplo, ou sua aquarela de um Tufo de Relva.” (Gombrich, 2006) Veja mais em “A história da Arte” de E.H. Gombrich

* Renascimento: Principais Características: Valorização da estética artística da antiguidade clássica (greco-romana). Os artistas renascentistas defendiam a ideia de que a arte na Grécia e Roma antigas tinha um valor estético e cultural muito maior do que na Idade Média. Por isso, que uma escultura renascentista, por exemplo, possui uma grande semelhança como as esculturas da Grécia Antiga. Visão de que o homem é o principal e decisivo elemento na condução da história da humanidade. Essa visão é conhecida como antropocentrismo (“homem no centro”) e fez oposição a visão teocêntrica (“Deus no centro”) da Idade Média. Grande importância dada às ciências e a razão. Os renascentistas defendiam a ideia de que há explicação científica para a maioria das coisas. Portanto, desprezavam as explicações elaboradas pela Igreja Católica ou por outras fontes que não fossem científicas. Este período da história foi muito significativo no tocante ao desenvolvimento das experiências científicas e do pensamento racional e lógico. Busca do conhecimento em várias áreas. Os renascentistas buscavam entender o mundo através do estudo de várias ciências (Biologia, Matemática, Física, Astronomia, Botânica, Anatomia, Química, etc.). Um ótimo exemplo desta visão de mundo foi Leonardo da Vinci que, além de ser pintor, também desenvolveu trabalhos e estudos em várias áreas do conhecimento. Acesse em: https://www.suapesquisa.com/renascimento/caracteristicas.htm


Caravaggio “Michelangelo Merisi (ou Amerighi), conhecido como Caravaggio (Caravaggio, 29 de setembro de 1571 – Porto Ercole, frazioni da comuna de Monte Argentario, 18 de julho de 1610), foi um dos mais notados pintores italianos, atuante em Roma, Nápoles, Malta e Sicília, entre 1593 e 1610. (...) Exceto em suas primeiras obras, Caravaggio pintou fundamentalmente temas religiosos. No entanto, foram várias as vezes em que as suas pinturas feriam as susceptibilidades dos seus clientes. Nos seus quadros, em vez de adotar nas suas pinturas belas figuras etéreas, delicadas, para representar acontecimentos e personagens da Bíblia, preferia escolher por entre o povo, modelos humanos tais como prostitutas, crianças de ruas e mendigos, que posavam como personagens para as suas obras.” (Acesse em https://pt.wikipedia.org/wiki/Caravaggio). “(...) Recear a feiura parecia-lhe uma fraqueza imperdoável. O que ele queria era a verdade, tal como seus olhos a viam; não gostava de modelos clássicos e desprezava a “beleza ideal”. Sua intenção era eliminar as convenções e repensar a arte de um modo geral. Há quem pense que seu objetivo central era chocar o público; que ele não tinha respeito por nenhum tipo de beleza ou tradição. Foi um dos primeiros artistas a ser alvo de tais acusações, e o primeiro cuja postura foi resumida por seus críticos num bordão: foi condenado por ser um “naturalista”. (...) Consideremos seu São Tomé: os três apóstolos olhando para Jesus, um deles enfiando o dedo na feridado do seu lado, já é pouco convencional o bastante. Pode-se imaginar o quanto esse quadro pareceu irreverente, ou mesmo ofensivo, aos devotos.” (Gombrich, 2006) Imagem: Caravaggio, Tomé, o Incrédulo, c. 1602-3. óleo sobre tela, 156 x 149 cm; Stiftung Schlossösser und Gärten, Sanssouci, Postdam.


Sandro Botticelli “Foi um dos grandes nomes do início do Renascimento na segunda metade do século XV, embora sua arte tenha um tom mais sentimentalista e melodioso comparado as obras de Da Vinci ou Michelangelo. Nasceu Alessandro di Mariano di Vanni Filipepi, em Florença no dia 01 de março de 1445. O nome Sandro é um diminutivo de Alessandro, no entanto o sobrenome adotado pelo pintor, possivelmente é uma derivação do apelido dado por seu irmão “Botticillo” que significa “pequeno barril”. Pouco de se sabe sobre sua infância, porém sabe-se que na adolescência trabalhou em uma casa de ourives, oficio que aprendeu com seu irmão. Depois foi aprendiz de Filippino Lippi, um artista florentino, com quem iniciou sua carreira artística. Em 1970, Botticelli já tinha seu próprio ateliê e sua fama se alargou. Também foi nesse período que se aproximou da rica família Médice, grande mecenas da região, que lhes encomendaram inúmeros trabalhos. Parceria esta que duraria até o fim de vida do pintor.” Acesse em https://www.infoescola.com/biografias/sandro-botticelli/


“Um de seus quadros mais célebres representa não uma lenda cristã, mas um mitoclássico - o nascimento de Vênus. Embora a poesia clássica fosse conhecida durante toda a Idade Média, só na época da Renascença, com os apaixonados esforços dos italianos por recapturar as antigas glórias de Roma, os mitos greco-romanos se popularizaramentre leigos e cultos. Para estes, a mitologia desses povos tão admirados era mais que um conjunto de belos e alegres contos de fadas; estavam tão convencidos da superioridade da sabedoria dos antigos que acreditavam que essas lendas clássicas deviam encerrar alguma profunda e misteriosa verdade.” (Gombrich, 2006)

Imagem: Sandro Botticelli O nascimento de Vênus, c. 1485. Têmpera sobre tela, 172,5 x 278,5 cm; Uffizi, Florença.


Leonardo da Vinci Leonardo Da Vinci fez por merecer o título de mais versátil artista de que se tem notícia. Pintor, desenhista, escultor, arquiteto, astrônomo, além de engenheiro de guerra e engenheiro hidráulico entre outros ofícios, cuja mente será sempre objeto de admiração. Juntamente com Rafael e Michelangelo deram base ao Renascimento. Nascido no vilarejo de Vinci, na região de Florença, Itália, em 15 de abril de 1452, era filho ilegítimo de Ser Piero um proprietário rural e Catarine uma camponesa. Numa referência a cidade natal, adotou o sobrenome Da Vinci. Desde criança suas habilidades artísticas já eram notadas pelo pai que reuniu alguns de seus trabalhos e encaminhou a oficina de Andrea del Verrocchio (1435-1488), figura de grande importância no âmbito das artes e oficio da região. Leonardo com 14 anos de idade foi aceito na oficina de Verrocchio, passando a ser seu aprendiz. Logo, aos 20 anos, passou a compor a Corporação dos Pintores de Florença, nessa época já era admirado e aceito por outros artistas e intelectuais. Morou em Milão, Veneza e Roma até ser convidado em 1516 pelo soberano francês Francisco I, para morar no Castelo de Clous na França. Aos 67 anos, já abatido e com a mão direita paralisada, morreu em 02 de maio de 1519. Antes de morrer Da Vinci que era canhoto, deixou vários manuscritos que mais tarde seriam reunidos no Tratado sobre a pintura. Na oficina de Verrocchio, Leonardo teve o aprendizado que levaria para todo vida. Aprendeu as técnicas da fundição e seus segredos; a partir de modelos nus e vestes drapeadas, aprendeu a preparar quadros e esculturas; aprendeu a desenhar animais e plantas, bem como, teve uma base sólida no aprendizado na perspectiva e no uso das cores. Da Vinci foi um artista cuja genialidade despertou a curiosidade por quase tudo na natureza. Foi um dos primeiros a sondar os segredos do corpo humano e o desenvolvimento dos fetos no útero, dissecando cadáveres. Observou o voo dos pássaros e insetos, o crescimento das plantas, as formas, sons e cores da natureza, que por sua vez, dariam base a sua arte. Além disso, dedicou-se a escrever da direita para esquerda de maneira que suas anotações só poderiam ser lidas refletidas no espelho e foi o inventor de uma técnica que os italianos chamaram de “sfumato”, que consistia em fazer com que uma forma se misturasse a outra por meio de contornos embaçados e cores suaves. Leonardo Da Vinci recusava-se a entregar uma encomenda de um quadro enquanto não tivesse satisfeito com ela.


Como inventor criou centenas de projetos de hidráulica, cosmologia, geologia, mecânica, música e audaciosos projetos de engenharia. Na década de 1960 em Madri, descobriu-se mais de 700 páginas de desenhos sobre aviação, arquitetura e engenharia mecânica, datadas entre 1491 e 1495. Muito embora a maioria de seus projetos nunca tenha saído do papel é inegável sua contribuição para as ciências. Entre suas obras mais famosas estão Mona Lisa ou Gioconda (1503-1505) na qual fez uso da técnica do esfumado que havia criado, encontra-se atualmente no Museu do Louvre em Paris; e A última ceia (1495-1497), um mural representando Cristo e seus apóstolos encomendado pela Igreja de Santa Maria dele Grazie, em Milão. O fato de não ter assinado suas obras, faz com que muitos de seus trabalhos ainda estejam perdidos, além disso, ganhou fama por deixar grande parte de suas obras inacabadas. O Papa Leão X ao se referir a essa característica proferiu: “Da Vinci gosta mais do caminho que da chegada, mais do processo que do resultado.” Acesse em https://www.infoescola.com/biografias/leonardo-da-vinci/

Imagem: Leonardo da Vinci, Mona Lisa, c. 1502. Óleo sobre madeira, 77 x 53 cm; Louvre, Paris.


- Mona Lisa “Uma reputação como a da “Mona Lisa” de Da Vinci não chega a ser uma bênção para uma obra de arte. Ficamos tão acostumados a vê-la em cartõespostais e até anúncios que acaba sendo difícil percebê-la com outros olhos, como uma pintura feita por um homem de carne e osso. Entretanto, vale a pena esquecer o que sabemos, ou o que acreditamos sabersobre o quasro e contemplá-lo como se fossemos as primeiras pessoas a nele pôr os olhos.” (Gombrich, 2006) “Mona Lisa, a mais célebre e intrigante obra de Leonardo Da Vinci e talvez de todo a história da arte, também conhecida por La Giocondo, representa uma dama florentina, cujo nome era Lisa, dona de um ligeiro sorriso que tem motivado grandes controvérsias ao longo dos tempos. Concebida entre 1503 a 1505, medindo 77cm x 53cm, este óleo sobre madeira encontra-se atualmente no Museu do Louvre em Paris onde e é a principal atração desse museu. Nessa obra Leonardo Da Vinci utilizou deliberadamente a técnica do sfumato, técnica criada pelo próprio artista que consiste em mesclar e suavizar as formas intensificando luz e sombra, sem a utilização de linhas de contorno. Da Vinci emprega essa técnica especialmente nos cantos da boca e nos arredores dos olhos da pintura. A utilização dessa técnica fez com que seja quase impossível desvendar a verdadeira expressão da modelo.” Acesse em https://www.infoescola.com/pintura/mona-lisa/


Édouard Manet “Édouard Manet (Paris, 23 de janeiro de 1832 — Paris, 30 de abril de 1883) foi um pintor e artista gráfico francês e uma das figuras mais importantes da arte do século XIX, considerado por estudiosos de artes plásticas como um dos mais importantes representantes do impressionismo francês, embora muitas de suas obras possuam fortes características do realismo*. Prefere os jogos de luz e de sombra, restituindo ao nu a sua crueza e a sua verdade, muito diferente dos nus adocicados da época. O trabalhado das texturas é apenas sugerido, as formas, simplificadas. Os temas deixaram de ser impessoais ou alegóricos, passando a traduzir a vida da época, e, em certos quadros, seguiam a estética naturalista de Zola e Maupassant. Manet era criticado não apenas pelos temas, mas também por sua técnica, que escapava às convenções acadêmicas. Frequentemente inspirado pelos mestres clássicos e em particular pelos espanhóis do Século de Ouro, Manet influenciou, entretanto, certos precursores do impressionismo*, em virtude da pureza de sua abordagem. A esta sua liberação das associações literárias tradicionais, cômicas ou moralistas, com a pintura, deve o fato de ser considerado um dos fundadores da arte moderna. Suas principais obras foram: Almoço na relva, Olímpia, A Sacada, O Tocador de Pífaro e A Execução de Maximiliano.” Acesse em https://pt.wikipedia.org/wiki/Édouard_Manet

* Realismo

O termo “realismo” geralmente é usado para designar desenhos, esculturas e pinturas que tenham uma representação objetiva da realidade, ou seja, uma forma de reproduzir a realidade tal como ela é. No entanto o termo realismo no âmbito das artes visuais diz respeito ao princípio estético que surgiu na segunda metade do século XIX, na França em reação ao Romantismo. Entre 1850 a 1890 o Realismo espalhou-se pelo Europa e outros continentes tanto nas artes visuais quanto na literatura. Diferentemente do tradicionalismo do Romantismo e do Neoclassicismo, o Realismo teve influência das transformações sociais ocorridas na política e na ciência, onde procurou incorporar o progresso científico da época, bem como trazer reflexões acerca da grande desigualdade social, mas acima de tudo foi uma forma de superar as tradições românticas e clássicas.


O grande objetivo dos pintores realistas era retratar a realidade do povo de maneira concreta e não uma forma ideal como nos movimentos anteriores. No Romantismo era valorizado nas pinturas o que se sentia e se idealizava, já no Realismo se valorizava o que realmente era e o homem não ocupava mais o centro das narrativas. Entre os temas mais desejados estão à paisagem e os retratos. As cores eram sóbrias e a pincelada era livre, o que resultava numa representação nítida da realidade que os cercava. Entre os pintores Realistas se destacam Édouard Manet, Gustave Courbet , Honoré Daumier, Jean-Baptiste Camille Corot e Jean-François Millet. Gustave Courbet foi a figura central do movimento Realista, por volta de 1848 chega a conclusão que a ênfase no movimento Romântico era apenas uma fuga da realidade. Um dos marcos iniciais do movimento foi sua obra “Enterro de Ornans”, de 1849. Outra obra de grande repercussão do artista é “Os quebradores de pedras”, um óleo sobre tela, também de 1849. Após avistar dois homens trabalhando numa estrada, um homem bastante jovem e outro mais velho, Courbet pergunta a eles se poderiam posar para o artista em seu ateliê. O artista representou a cena em tamanho natural, de modo prosaico e sem sentimentalismos, deixando evidente a diferença de idade entre os dois. Acesse em https://www.infoescola.com/movimentos-artisticos/realismo-na-pintura/

* Impressionismo O Impressionismo foi um movimento que se manifestou, especialmente nas artes plásticas no fim do século XIX na França. Os impressionistas rejeitavam as convenções da arte acadêmica vigente na época. As pinturas do Impressionismo captavam as impressões perceptivas de luminosidade, cor e sombra das paisagens, por isso pintavam o mesmo quadro em diferentes horários do dia. O termo “impressionista” deriva de uma das obras mais significativas obras desse movimento - Impressão: Nascer do Sol, de Monet. Outra explicação diz que o termo foi usado pela primeira vez pelos caluniadores do movimento, que consideravam as obras inacabadas e o nome foi aceito e adotado pelos artistas desse estilo. Paul Cézanne (1839-1906), Edgar Degas (1834-1917), Claude Monet (18401926), Camille Pissarro (1830-1903), Pierre-Auguste Renoir (1841-1919) estão entre os principais expoentes do Impressionismo.


Esses artistas estavam interessados em confinar com a tinta as impressões sensoriais de cor, luz, som e de movimento, por meio de cores claras e brilhantes bem como pinceladas mais livres e distintas. Assim como é do conhecimento de todos, as cores da natureza mudam conforme a luz incidente em determinado horário do dia, e eram essas impressões que os impressionistas queriam capturar. Os impressionistas estudavam muito sobre os efeitos ópticos, para isso usavam com frequência recursos fotográficos. Em função disso preferiam trabalhar ao ar livre, bem como, não se prenderam ao uso da perspectiva e ao uso de modelos. As figuras representadas não possuíam contornos nítidos, as sombras deveriam ser coloridas e as cores deveriam ser usadas puras, evitando a mistura de tonalidades. Claude Monet, principal expoente do Impressionismo, costumava afirmar que só é possível conhecer um objeto plenamente se for possível experenciar toda gama de possibilidades e impressões que ele provoca. Ao pintar a tela Catedral de Rouen, Harmonia em azul, de 1893, o artista pintou a catedral trinta vezes, tentando capturar os as variações de cores em sua fachada. Acesse em https://www.infoescola.com/movimentos-artisticos/impressionismo/

Imagem: Edouard Manet. Almoço na Relva, 1863. Óleo sobre tela, 213 x 269 cm. Museu d’Orsey, Paris.


- Almoço na Relva ou Le déjeuner sur l’herbe “Uma mulher nua está sentada numa clareira, displicentemente, fazendo um piquenique com dois rapazes galantes, vestidos com trajes da época. A grande tela é tratada com amplas aplicações de cor, e a luz intensa e direta reduz a modelagem das figuras ao mínimo. Baseando suas figuras numa composição de Rafael e evocando a atmosfera pastoral de Giorgione. Manet tentou conscientemente evocar os ideais elevados da arte renascentista. Essa mistura ousada de antigo e moderno – conferindo à vida boêmia contemporânea o contexto e a escala da arte clássica levou esta pintura a ser amplamente condenada pelos críticos ao ser exibida pela primeira vez. O objetivo de Manet era libertar os artistas das doutrinas do academicismo e dos temas literários. Um rebelde da arte, desenvolveu uma técnica brilhante, utilizando muito preto. Mais tarde foi influenciado pelas cores mais claras dos impressionistas. Rejeitada pelo júri do Salão de 1863, Manet exibiu’Almoço na Relva’, sob o título ‘O Banho’ no Salão dos Recusados, iniciado no mesmo ano por Napoleão III, onde se tornou a principal atração, gerando tanto riso e escândalo. (...) A presença de uma mulher nua entre os homens vestidos não é justificada por precedentes mitológicos ou alegóricos. Isto lhe rendeu a estranheza da cena irreal e obscena aos olhos do público. O estilo e tratamento de Manet foram considerados muito chocantes. Ele não fez nenhuma transição entre os elementos leves e escuros da imagem, abandonando as gradações sutis habituais em favor de contrastes brutais. E os personagens parecem se encaixar desconfortavelmente em segundo plano esboçado na floresta a partir do qual Manet excluiu deliberadamente a profundidade e a perspectiva. O Almoço na Relva é um testemunho da recusa de Manet em seguir a convenção, iniciando uma nova liberdade de temas tradicionais e modos de representação, talvez essa obra possa ser considerada como o ponto de partida para a Arte Moderna.” Acesse em https://www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/almoco-na-relva-edouard-manet/


Paul Cézanne “Paul Cézanne (Aix-en-Provence, 19 de janeiro de 1839 — Aix-enProvence, 22 de outubro de 1906) foi um pintor pós-impressionista francês, cujo trabalho forneceu as bases da transição das concepções do fazer artístico do século XIX para a arte radicalmente inovadora do século XX. Cézanne pode ser considerado como a ponte entre o impressionismo do final do século XIX e o cubismo* do início do século XX. A frase atribuída a Matisse e a Picasso, de que Cézanne “é o pai de todos nós”, deve ser levada em conta. Após uma fase inicial dedicada aos temas dramáticos e grandiloquentes próprios da escola romântica, Paul Cézanne criou um estilo próprio, influenciado por Delacroix. Introduziu nas suas obras distorções formais e alterações de perspectiva em benefício da composição ou para ressaltar o volume e peso dos objetos. Concebeu a cor de um modo sem precedentes, definindo diferentes volumes que foram essenciais para suas composições únicas. Cézanne não se subordinava às leis da perspectiva e, sim, as modificava. A sua concepção da composição era arquitectônica; segundo as suas próprias palavras, o seu próprio estilo consistia em ver a natureza segundo as suas formas fundamentais: a esfera, o cilindro e o cone. Ele chamava seu método de modulação. Cézanne preocupava-se mais com a captação destas formas do que com a representação do ambiente atmosférico. Não é difícil ver nesta atitude uma reação de carácter intelectual contra o gozo puramente colorido do impressionismo. Sobre ele, Renoir escreveu, rebatendo o crítico de arte Castagnary: Eu me enfureço ao pensar que ele [Castagnary] não entendeu que Uma Moderna Olympia, de Cézanne, era uma obra prima clássica, mais próxima de Giorgione que de Claude Monet, e que diante dele estava um pintor já fora do Impressionismo.


Cézanne cultivava sobretudo a paisagem e a representação de naturezas-mortas, mas também pintou figuras humanas em grupo e retratos. Antes de começar as suas paisagens, estudava-as e analisava os seus valores plásticos, reduzindo-as depois a diferentes volumes e planos que traçava à base de pinceladas paralelas. Árvores, casas e demais elementos da paisagem subordinam-se à unidade de composição. As suas paisagens são sutilmente geométricas. Cézanne pintou, sobretudo, a sua Provença natal (O Golfo de Marselha e as célebres versões sucessivas de O Monte de Sainte-Victoire). Nas suas numerosas naturezas-mortas, tipicamente compostas por maçãs, levava, a cabo, uma exploração formal exaustiva que é a terra fecunda de onde surgirá o cubismo poucos anos mais tarde. Entre as representações de grupos humanos, são muito apreciadas as suas cinco versões de Os Jogadores de Cartas. A Mulher com Cafeteira, pela sua estrutura monumental e serena, marca o grande momento classicista de Cézanne.” Acesse em https://pt.wikipedia.org/wiki/Paul_Cézanne


- Fruteita, Copo e Maças “(...)nos primeiros anos da década de 1870, já se tornara um pintor impressionista. Entretanto, no final da década ele começa a “fazer do impressionismo algo sólidp e durável, como a arte dos museus”. O que ele pretendia com isso pode ser visto em Fruteira, Copo e Maçãs: cada pincelada é como um bloco de uma construção, firmemente colocado dentro da arquitetura pictórica, e as cores são deliberadamente controladas, de modo a produzir “acodes” de tons quentes e frios que reverberam por toda a tela. Desde Chardin, simples objetos do cotidiano não haviam assumido tamanha importância para o olho de um pintor. Também observamos outro aspecto da maturidade de estilo de Cézanne: as formas são deliberadamente simplificadas e delineadas com contornos escuros; a perspectiva é “incorreta”, tanto para a fruteira quanto para as superfícies horizontais que parecem inclinar-se para cima. Quanto mais estudamos o quadro, mais compreendemos o acerto dessas distorções aparentemente arbitrárias.” (H. W. Janson, Anthony F. Janson; 2009)

Imagem: Paul Cézanne. Fruteira, Copo e Maçãs. 1879-82. 45 x 54 cm. Coleção René Lecomte, Paris.


* Fuvismo Fauvismo é uma tendência estética da pintura, surgida no final do século XIX e desenvolvida no início do século XX, que tinha por características principais o uso exacerbado de cores fortes e o teor dramático nas obras. O movimento foi tipicamente francês, iniciou-se por parte dos artistas da época que se opunham a seguir a regra da estética impressionista, em vigor na época. A tendência foi considerada movimento artístico apenas em 1905. O Fauvismo, ou Fovismo, tinha temática leve, baseada na alegria de viver e nas emoções, e não tinha fundamentação ou intenção crítica nem política. A gradiente de cores é consideravelmente reduzida nestas obras, mas o papel das cores é extremamente importante nelas, pois eram responsáveis pela noção de limites, volume, relevo e perspectiva. Além disso, as cores não tinham relação direta com a realidade, não correspondiam à cor real do objeto representado. O início do movimento, no final do século XIX, teve como representantes precursores Cézanne, Paul Gauguin e Vincent Van Gogh. Os estilos destes dois renomados artistas exerceram forte influência sobre os adeptos do Movimento Fauvista. O Fauvismo influenciou muito a ruptura da arte moderna com a antiga estética vigente, além disso, modificou a ideia de utilização das cores nas artes plásticas. O termo surgiu de uma expressão pejorativa, utilizada pelo crítico de arte Louis Vauxcelles ao ver uma obra de Henry Matisse, em 1905, no Salão de Outono, em Paris. A expressão utilizada pelo crítico, “Les Fauves”, significa “os selvagens”. Apesar dos artistas seguidores e dos adeptos do movimento renegarem a nomenclatura, esta acabou ficando na história da arte. Para o movimento Fauvista, as criações artísticas não possuem relação com intelecto ou sentimentos, ou seja, a criação artística deve ser livre e espontânea, baseada no instinto, nos impulsos primários. Também as cores, era levada amplamente em consideração a larga preferência por cores puras, elas são exaltadas no Fauvismo, e linhas e cores não possuem uma ordem predeterminada, são empregadas nas obras da mesma forma primária e instintiva que fazem crianças e selvagens, como diziam os próprios artistas. Algumas das características físicas da pintura fauvista são o colorido brutal, as pinceladas violentas e definitivas, irrealidade na correspondência das cores da realidade com a representação e a pintura por manchas largas, na formação de grandes planos. (...) Acesse em https://www.infoescola.com/artes/fauvismo/


Matisse Henri Émile Benoît Matisse foi um importante desenhista, escultor e pintor francês. Nasceu em 31 de dezembro de 1869 na cidade francesa de Le Cateau-Cambrésis e faleceu em 3 de novembro de 1954 na cidade de Nice (sul da França). Foi um dos principais representantes do movimento artístico conhecido como Fauvismo*. Em 1898, casa-se com Amélie Parayre, viaja para Londres, Córsega e Toulouse, cidade natal de sua mulher. Em 1899 deixa a scola de Belas Artes. O pai corta a mesada para que desista da loucura. Passa a trabalhar como decorador de frisos e sua mulher abre um salão de costura. Em 1901, expõe no Salão dos Independentes. Em 1904 realiza sua primeira exposição individual na Galeria Vollard. Em 1905, no Salão de Outono expõe, com os fauvistas, uma obra-prima pontilhada, “Luxo, Calma e Volúpia” (1904). O Fauvismo foi o primeiro movimento moderno do século XX, criado por Matisse e André Derain. Foi assim denominado por um crítico francês que, em 1905, os chamou de fauves (feras selvagens) ao se referir às suas cores fortes e chocantes. Em 1906 expõe no Salão dos Independentes, encabeça a rebelião dos “fauvistas”. São dessa época as telas: “Alegria de Viver” (1905), “Retrato de Madame Matisse” (1905) e “Natureza-morta com Tapete Vermelho” (1906). Entre 1908 e 1911, Matisse manteve sua academia em Paris e começa a ganhar fama no exterior. Expõe em Nova York, Londres e Moscou. Pinta “Harmonia em Vermelho” (1908) e “Natureza-Morta com Peixes Vermelhos” (1911), considerada sua obra de transição, onde as pinceladas claramente visíveis são o que resta do passado. Em 1918 tem contato com Renoir e expõe junto com Picasso. Em 1930 viaja para o Taiti, com Gauguin, em busca de paisagens. Pinta “Nu Vermelho” (1935) e “Natureza Morta com Ostras” (1940). Ainda em 1940 começou a desenvolver a técnica de colagem com papéis coloridos a qual se dedicou durante os últimos anos de sua vida, depois que passou por uma grave cirurgia no intestino, em 1941. São dessa época, a série de “Nu Azul”, com 4 telas de 1952 e “O Periquito e a Sereia” (1952). Em 1943, instala-se em Vence, onde inicia a arquitetura e a decoração da Capela do Rosário do Convento Dominicano de Vence. Pinta os vitrais e os azulejos. Em 1947, Matisse recebe a Legião de Honra e em 1950 recebe o Grande Prêmio na XXV Bienal de Veneza. Em 1952 é inaugurado o Museu Henri Matisse em Cateau-Cambrésis, sua terra natal.” Acesse em https://www.ebiografia.com/henri_matisse/


“Henri Matisse (...) estudou os esquemas de cores de tapetes orientaise do cenário do Norte da África e desenvolveu um estilo que exerceu uma profunda influência sobre o design moderno. A pintura datada de 1908, intitulada “La Desserte” (“A Mesa”). Nota-se qie Matisse seguiu as linhas que Bonnard havia explorado - mas, enquanto este ainda queria preservar a impressão de luz e brilho. Matisse mergulhou muito mais fundo na transformação daquilo que via em um padrão decorativo. A inter-relação entre o desenho do papel de parede e o tecidoda toalha de mesa e os objetos da mesa é o principal motivo da pinturaMesmo a figura humana e a paisagem vista pela janela foram incorporadas ao padrão, de modo que é bastante coerente que a mulher e as árvores tenhamsuas linhas tão simplificadas e suas formas até distorcidas a fim de harmonizar-se com as flores do papel de parede.” (Gombrich, 2006)

Imagem: Henri Matisse, La desserte (A mesa de jantar), 1908. Óleo sobre tela, 180 x 220 cm; Hermitage, Londres.


* Cubismo O Cubismo foi um movimento artístico que teve como seus principais expoentes e pioneiros Pablo Picasso e Georges Braque por volta de 1907, muito embora Cézanne tenha usado, já em 1901, múltiplos pontos de vista numa única pintura. Fundado no início do século XX, o Cubismo é considerado um dos movimentos mais influentes desse período. Suas obras tratavam de maneira geométrica as formas da natureza, assim a representação do universo visual passou a não ter nenhuma obrigação com suas reais formas, no entanto não chegavam à abstração, pois as imagens representadas ainda permaneciam figurativas, ou seja, ainda eram reconhecíveis. Além de seus percursores Pablo Picasso e Georges Braque, outros artistas se destacaram nesse movimento que influenciou o mundo das artes visuais significativamente, são eles: Albert Gleizes, Fernand Léger, Francis Picabia, Marcel Duchamp, Robert Delaunay, Roger de La Fresnaye, e Juan Gris. Embora os temas das pinturas Cubistas tenham sido temas convencionais como autos-retratos e natureza morta, o modo como os artistas desse movimento representavam sua visão dos objetos era considerado muito ousado, pois rompia como a perspectiva tradicional e a linha de contorno. Os cubistas utilizavam pontos de vistas diversos e cambiantes. Desse modo, ao olharem para uma cadeira, por exemplo, a representavam na pintura, por diferentes ângulos: de cima, de baixo, de lado ou de cabeça para baixo. Assim, esses artistas tentavam capturar todos esses pontos de vistas num mesmo plano. Essa é a principal característica das pinturas cubistas. Para tanto se apropriaram do uso das formas geométricas, das linhas retas, da colagem e da perspectiva confusa. É possível dividir o movimento cubista em duas linhas: Cubismo Analítico que se baseou na observação, fragmentação e representação de um determinado tema e o Cubismo Sintético que se baseou em técnicas voltadas a colagem. Não há como falar de Cubismo sem citar o nome do seu grande expoente Pablo Picasso. A obra Les Demoiselles d’’Avignon (As Senhoritas de Avignon) de 1907 foi o marco zero do Cubismo, rompendo com o clássico e influenciado pelas esculturas de origem africanas. Nessa tela o autor tratou a nudez feminina, geralmente marcada por curvas, com linhas retas, planos e formas geométricas. Um escândalo para os padrões de arte daquele período. Picasso estudava e observava a forma dos objetos com afinco captando todas as suas possibilidades. A exploração de novos temas, cores, formas e movimento marcaram os objetivos dos integrantes desse movimento, transformando a arte para sempre. Acesse em https://www.infoescola.com/artes/cubismo/


Pablo Picasso “É impossível falar da arte do século XX sem mencionar o nome de Picasso, um dos maiores expoentes da Arte Moderna. Nascido Pablo Diego José Francisco de Paulo Juan Nepomuceno Maria de Los Remedios Críspin Crispiano Santíssima Trinidad Ruiz Y Picasso, em Málaga na Espanha no dia 25 de outubro de 1881, ele foi pintor, escultor e desenhista e seu trabalho influenciou e transformou o rumo da arte aquele século. Filho de um pintor e professor de desenho, Picasso aos 13 anos já havia desenvolvido habilidades artísticas que o fizeram pintar aos 15 anos seu primeiro quadro denominado “A primeira Comunhão”. Antes de completar 20 anos, vivendo em Barcelona, conheceu e conviveu com artistas entre eles Toulouse-Lautrec e montou com Carlos Casagemas um ateliê. Em seguida muda-se para Paris onde aperfeiçoa suas habilidades e realiza novos contatos. Morando no centro da Arte Moderna e capital das vanguardas europeias, ainda pobre e passando por necessidades, Picasso começava a ficar conhecido por sua extensa obra. Foi admirado por marchands que o incentivaram e logo seu nome começou a ganhar fama e, consequentemente, dinheiro. Inquieto e espirituoso, experimentou e passou por diversos estilos, buscando sempre inovar suas propostas. Em 1901 profundamente sentido pela morte do amigo Carlos Casagemas e encantado pelas obras de El Greco – pintor maneirista do século XVI -, Picasso inicia sua Fase Azul (1901-1904) onde suas pinturas eram dominadas pela graduação da cor azul e das cores frias. As pinturas dessa fase passam uma sensação sombria, dolorido e triste. Foi um período difícil financeiramente para o artista. Ladrões, mendigos, velhos e doentes, foram temas recorrentes em suas pinturas. Após esse período, morando definitivamente em Paris e seduzido pelas obras de Cézanne, inicia a Fase Rosa (1904-1906). Os temas tristes e depressivos de outrora deram lugar a arlequins e temas circenses, bem como a leveza da técnica. Foi nesse período também que realiza suas primeiras experiências com a escultura.


Após esse período, morando definitivamente em Paris e seduzido pelas obras de Cézanne, inicia a Fase Rosa (1904-1906). Os temas tristes e depressivos de outrora deram lugar a arlequins e temas circenses, bem como a leveza da técnica. Foi nesse período também que realiza suas primeiras experiências com a escultura. Insaciável, aproximadamente em 1907 entra em sua Fase Negra (1907-1909), caracterizada por uma visão sobrenatural do mundo. Nesse período dá suas primeiras pinceladas cubistas. As senhorias de Avignon (1907) se torna o marco inicial do movimento cubista que transforma significativamente a arte moderna. Em sua vasta trajetória experimentou diversos estilos que marcaram sua obra, dedicando-se também a cerâmica, a gravura e a escultura. Cada fase de suas pinturas estavam intimamente ligadas ao seu estado de espirito, mostrando-se fiel a suas emoções. Em plena Segunda Guerra Mundial se filiou ao Partido Comunista e realizou uma de suas obras mais significativas – Guernica (1907), onde retratou, em forma de protesto, os horrores da guerra na cidade basca. Seus relacionamentos, geralmente, conturbados com as mulheres são temas recorrentes e influenciaram suas pinturas. Quando estava prestes a se separar de sua primeira esposa, Olga Koklova, Picasso a retratou em Banhista sentada (1930). Seus filhos também foram temas de suas pinturas como na tela Paul, como um arlequim (1924). Também era um amante da fotografia. A fotografia o auxiliou no trato com a pintura como na obra Guernica onde 36 imagens fotográficas foram o ponto de partida para a pintura. Ainda, no fim de sua vida aos 87 anos, produziu 347 gravuras, encerrando sua produção alguns anos mais tarde depois de problemas de saúde. Aos 90 anos foi o primeiro artista vivo a receber uma exposição na Grande Galeria do Museu do Louvre. Morre em 08 de Abril de 1973 na França deixando uma vasta herança cultural e artística.” Acesse em https://www.infoescola.com/artes/pablo-picasso/


Imagem: Pablo Picasso. As Senhoritas de Avignon. 1907. Ă“leo sobre tela, 244 x 233 cm. Museu de Arte Moderna, Nova York.



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