O Lugar da Rua Larga_TGI I

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O

LUGAR

DA

RUA

LARGA

TGI_14 MARIANA RÖSEL DE LOURENÇO



Trabalho de Graduação Integrado I Mariana Rösel de Lourenço I IAU-USP I 2014



UNIVERSO PROJETUAL 06 AÇÕES PROJETUAIS 12 ÁREA 26 PROPOSTA PROJETUAL 62 BIBLIOGAFIA 72


UNIVERSO PROJETUAL A PRODUÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO CONTEMPORÂNEO A PRODUÇÃO DO “LUGAR”

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Busco neste trabalho de conclusão de curso levantar questões e entender qual o lugar ocupado pelo arquiteto e urbanista perante a produção do espaço público das cidades na contemporaniedade. A leitura do texto “Vu de la Fenetre“ de Henri Lefebvre no qual o autor descreve a maneira com que uma esquina de Paris passa a existir e se configura em diferentes momentos do dia quando as pessoas passam a usá-la de diversas maneiras e como no caos aparente dos fluxos existe uma ordem reguladora e contínua, que seguimos sem perceber, introduziu algumas diretrizes para entender o processo de produção do espaço urbano contenporâneo não como um objeto físico, mas sim como um produto contínuo do espaço social que deveria ser produzido pelos sujeitos.

Mercadorização do espaço

A prevalência do valor de troca sobre o valor de uso e sobre o próprio uso nas cidades contemporâneas, gerada por um sistema produtivo que visa nada mais que a produção de lucro e a manutenção do próprio sistema, fez com que o espaço se tornasse um objeto em si que pudesse ser comprado e vendido, e também servisse como meio de produção e consumo. Desta maneira, cada vez mais os espaços urbanos vem sendo usados para investimentos de interesses privados. Esse espaço mercadorizado é repleto de informações, símbolos, estímulos e sensações novas que acabam suprimindo ilusoriamente uma necessidade de diálogo e de convívio entre as pessoas.

Perda da vida social

Cada vez mais raros, os espaços públicos passaram a ser locais de passagem, onde as pessoas estão em constante movimento em meio aos mais diversos fluxos de mercadorias, capitais e informações. Quanto mais as pessoas puderem circular mais produtos elas irão visualizar e mais elas vão consumir. Quanto melhores forem os meios e as vias de locomoção, mais rápido e mais longe pode ocorrer o deslocamento entre local de produção e consumo. As ruas são cada vez menos um local de convivência e de estadia, a vida de relações passa a se fechar cada vez mais dentro dos limites das casas; as possiblidades de encontros são cada vez mais impostas pela sociedade produtivista.

E horas e horas, eles andam, reencontram os cruzamentos, giram ao redor dos lugares fechados e enclausurados. Quase não param, comem andando algum hot-dog. Sobre a praça às vezes cessam de andar, olhando direto para frente, fixamente; não sabem o que fazer. Olhando, escutando um pouco as bobagens, depois retomando a marcha incansável. (LEFEBVRE, 1992) 7


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Perda da Referência

Para que o sistema capitalista se desenvolva como está planejado, o tempo e o espaço devem seguir certas ordens. O tempo tem que seguir o ritmo do processo de trabalho, um calendário rígido. Já o espaço tem que ser dominado pelos fluxos de mercadorias, capitais e informações. Como consequência, existe uma tendência de reduzir as diferenças e homogeneizar a sociedade, ou seja, tornando-a um modelo padrão. É nesta lógica que muitas das referências urbanas são destruídas, e junto com elas a memória social. “Produz-se neste processo o estranhamento do cidadão diante da cidade que se transforma com incrível rapidez, eliminando as referências do lugar que diz respeito, diretamente à sua vida e onde se reconhece enquanto habitante de um lugar determinado.” (CARLOS, 2007)

Lugar como Referência _ O que é um lugar?

O termo “lugar” é usado de diferentes maneiras por diferentes autores. Fazendo algumas leituras é possível chegar a uma síntese de um conceito de lugar que se enquadra na linha de raciocínio aqui explicitada.

Como um fenômeno aristotélico, o lugar surge no plano simbólico com a significação consciente de um sentido social, no plano concreto, com o estabelecimento de uma região claramente definida em que o homem ou os homens podem passar a existir. (FRAMPTON, 1974). Para Certeau, a o lugar nada mais é do que uma “uma configuração instantânea de posições”, ou seja, a configuração espacial das coisas, ausente de significado. No entanto, seria através da ocupação, da vivência e da apropriação pelo sujeito que o lugar ganharia diversos significados e passa a ser visto como um espaço. Já para Augé o lugar pode ser entendido como oposto do não-lugar, ou seja: locais simbolizados, identitários e com o qual os sujeitos, em geral, estabelecem algum tipo de vínculo relacional enquanto o ocupam. Aqui fica claro que o conceito de lugar estaria ligado a um recorte específico do espaço material da cidade, mas são os usos, as apropriações, as relações estabelecidas entre os sujeitos e o espaço imediato que são responsáveis por construir o significado e a identidade que o constituem. O lugar é onde a vida urbana acontece e as pessoas não só identificam isso, mas também se identificam naquele espaço, como afirma Frampton, é onde elas passam a “existir”. O lugar diferencia-se dos demais espaços da cidade os quais não possuem um significado na nossa memória, que não colaboram na nossa constituição enquanto sujeito social uma vez que não proporcionam oportunidades de encontro com o diferente ou o inesperado, como ocorre nos espaços estéreis na maioria dos shoppings centers.

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Adaptação dos processos de produção do lugar

Uma vez que a parte estrutural urbana que é determinada pelo Estado e pelo Capital, está em um processo constante de mudança tanto físicas, econômicas, sociais e culturais, muitos dos lugares já estruturados que faziam parte da memória das pessoas estão desaparecendo. Mas não é só isso, a velocidade com que um mesmo espaço sofre alterações em um curto espaço de tempo também dificulta o processo de produção da vida social por meio da apropriação e da significação daquele espaço pelos sujeitos. Isso implica na necessidade desse sujeito social criar novas formas de se apropriar do espaço e de (re)significá-lo. Ou seja, a uma nova forma de “fazer” e de se enxergar um lugar. Existem nas cidades alguns espaços que mesmo que mantenham algumas das atividades que antes caracterizavam aquela área como um lugar, hoje não fazem mais parte da memória das pessoas. Ao mesmo tempo em que surgiram outros lugares a partir da adaptação a essas tranformações, uma vez que a necessidade por espaços que comportem a vida social está latente. Pode-se perceber, então, pelo menos duas formas desse processo de produção do lugar hoje, uma delas seria a tentativa da manutenção de atividades já existentes no local, adaptando-as a modos diferentes de apropriação do espaço físico; e a outra seria através da apropriação temporária do espaço. O mais importante é que ambas produzem novas formas de se desenvolver relações entre as pessoas e o local, criando não necessariamente um sentimento de pertencimento do sujeito ao lugar, mas um sentimento de referência e de significado daquele espaço produtor de vivência, que vai além do caráter efêmero de uma apropriação. Mesmo que os lugares sejam partes pequenas ou até fragmentos da cidade como um todo, eles são um potencial de manutenção de espaços de vivência, preservam (talvez justamente pela sua menor escala) a essência do urbano que está no encontro, no convívio com as diferenças, no espontâneo que se dá através da relação entre as pessoas e aquela parte da cidade. Dessa maneira, assegurar que essas relações, essas oportunidades de experiência da vida urbana não deixem existir, mesmo que em situações específicas, exigem um esforço de muitas partes. A arquitetura pode e deve fazer essa mediação entre o sujeito e o meio físico, proporcionando espaço de qualidade que sirvam para a manutenção de tais apropriações, usos e relações em uma determinada área, possibilitando assim a existência de um lugar na memória do sujeito uma vez que ele é capaz de significa-lo.

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AÇÕES PROJETUAIS QUALIDADE DOS ESPAÇOS PÚBLICOS DISPARADORES DE APROPRIAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO COMÉRCIO - comércio de rua - galerias - feiras livres - cafés/restaurantes - quermesses

FOOD PARKS

LAZER -

PLAYGROUNDS cinema ao ar livre música/teatro/performances lugares de leitura

POKET PARKS

ESPORTE - ciclovia - corrida/caminhada - aparelhos de exercícios - grupos de alongamento 12


Atividades realizadas nos espaços públicos

Segundo Jan Gehl as atividades realizadas nas ruas podem ser dividdidas em três categorias: as atividades necessárias, que são aquelas que independem do espaço externo, e que vão ocorrer sempre, como ir a escola, ao trabalho fazer compras, distribuir cartas; as atividades opcionais, que são aquelas que só acontecem se tiverem oportunidades físicas para acontecer, como caminhar para prazer, ler um livro em uma praça; e as atividades sociais, que só ocorrem com a presença de pessoas no espaço público, atividades de contato passivo baseadas em ver e conversar com outras pessoas. Essa classificação juntamente com a observação da qualidade oferecida por diferentes espaços públicos fez com que Gehl chegasse na seguinte tabela: Quality of the physical enviroment Good Poor Necessary acvtivities

Optional acvtivities

“Resultant” acvtivities (Social activities)

Ou seja, quanto maior for a qualidade daquele espaço público maior será o número de pessoas que vão fazer uso dele por vontade própria, e consequentemente maior será o número de interações que irão ocorrer entre as pessoas que fazem uso desse espaço, e maior será o vínculo da pessoa com aquele lugar. O arquiteto compara a situação de uma sociedade na qual a vida publica é dominada pelas atividades necessarias e que portanto a qualidade do espaço público não é uma questão importante (como pode percebido ena grande maioria dos países de econimía menos desenvolvida), com sociedades que nas quais o uso do espaço plúblico vem se tornando um interesse e uma escolha (por que não uma necessidade também?) e que portanto “a qualidade dos espaços se torna um fator crucial para a vida ou a morte das cidades modernas” (GEHL, 2007, tradução minha).

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LAZER -

PLAYGROUNDS cinema ao ar livre música/teatro/performances lugares de leitura

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ESPORTE - ciclovia - corrida/caminhada - aparelhos de exercícios - gramados para alongamento 14


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ÁREA

RUA LARGA

VILA PRADO SÃO CARLOS SÃO PAULO

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ÁREA SHOPPING IGUATEMI

RUA LARGA

VILA PRADO SÃO CARLOS SÃO PAULO

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COMÉRCIO CENTRAL CALÇADÃO

AV. SÃO CARLOS

A

NH

LI EA

RR FÉ

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ÁREA _

VILA PRADO

O bairro da Vila Prado foi o quinto parcelamento da cidade, fundado em 1893 com uma extensão de 57,7ha. Com um parcelamento composto por quadras regulares de 100 X100m e lotes originais com 15 X 45m em média, abrigava uma maioria de operários industriais com um nível de técnico mais especializado. A Avenida Dr. Teixeira de Barros - mais conhecida como Rua Larga - é o eixo estruturante das onze “travessas” que a cortam pendicularmente. A linha férrea separa físicamente a Vila Prado do centro, no entanto, a conexão visual existente a partir do bairro com o vale da cidade é muito forte. Uma vez que ele se encontra em uma cota bem alevada, é possível se ter uma vista privilegiada sobre a cidade.

SENAI ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE SÃO CARLOS

BIBLIOTÉCA EUCLIDES DA CUNHA CAPRICÓRNIO TEXTIL

ACESSOS

PARÓQUIA ST. ANTÔNIO

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ÁREA _

VILA PRADO

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ESTAÇÃO FERROVIÁRIA

A linha férrea que foi construída em 1883 ligando São Carlos á Rio Claro e por consequencia São Calos á Santos, hoje só é utilizada para o transporte de cargas. A sua estação também conhecida como Estação da Fepasa ou Estação Cultura abriga a sede da Fundação PróMemória da cidade e é local para diferentes exposições e apropriações artísticas.


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ÁREA _

VILA PRADO

A Avenida Sallum, paralela á Rua Larga, é conhecida por ser uma avenida comercial, possuindo desde bancos até utencílios domésticos, mas principalmente um grande número de lojas de vestuários. Nela também se situa um marco do bairro, a Paróquia Santo Antônio de Pádua, igraja que foi o primeiro patrimônio histórico-cultural de São Carlos, tonbada em 2009. A praça em que está inserida a Igreja já foi muito utilizada como local de quermesses e ponto de encontos dos habitantes do bairro. Hoje tem grande parte da sua área funcionando como estacionamento, mesmo assim, ainda é possivel encontrar grupos de senhores jogando cartas diariamente em algumas de suas mesas.

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AVENIDA SALLUM

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ÁREA _

VILA PRADO

Quando se caminha pela pelas quadras que ficam a leste da Rua Larga é possível ter a sensação de estar caminhando por uma antiga vila ou um bairro de cidade pequena que quase parou no tempo. As edificações são em sua grande maioria residências, algumas antigas e em um estado baixo de conservação e outras recentemente construídas com um padrão mais alto de qualidade; praticamente todas tárreas. Oficinas mecânicas e bares são recorrentes na paisagem. Outra tipologia que ainda pode ser encontrada no local são os pequenos galpões industriais, alguns mudaram o tipo de produção que abrigam, mas mantém a edificação original.

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CARÁTER VISUAL

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ÁREA _

VILA PRADO

Mesmo que a grande maoria os moradores do bairro sejam adultos e idosos, é possível ver muitas crianças brincando na frente de suas casas ou nas ruas sem saída que são recorrentes no local.

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HABITANTES

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ÁREA _ RUA LARGA A Avenida Dr. Teixeira de Barros, popularmente conhecida como Rua Larga possui aproximadamente 1580m de extensão e 26m de largura total, e com 6,5m de canteiro central. Suas edificações são bastante variadas em termos de temporalidade mas não passam de dois pavimentos - com exessão de um único edifício residencial que se encontra para dentro da quada na Travessa 6 que tem sete andares. Seu uso ainda é bastante misto, com residências, comércios e serviços bem váriados. É possível notar que ambos os últimos sempre servíram uma demanda local, no entanto, eles vem crescendo em número, ocupando antigas residências ou demolíndo-as para a contrução de pequenos conjunto de lojas. Também é notável a vinda de pessoas de outras partes da cidade que buscam alguma mercadoria específica ou mesmo a facilidade de estacionar existante no bairro.

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CARÁTER VISUAL

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ÁREA _ RUA LARGA Diversas são as formas que as pessoas fazem uso do espaço em diferentes momentos do dia ou da semana. Comércio: Durante a semana e aos sábados de manhã as lojas são as grandes responsáveis pela circulação de pessoas nas ruas. Aos domingos no período da manhã e principalmente no almoço um açolgue também atrai muitos clientes de toda a cidade. Bares: Abertos praticamente o dia todo e todos os dias da semana ocupa algumas calçdas com mesas e cadeiras. Distribuidoras de Bebidas: Só funcionam no fim da tarde até de madrugada, principalmente nos finals de semana. São pontos de encontro de jóvens que ocupam a rua e o canteiro central na frente do estabelecimento. Muitas vezes escutando música com caixas de som no portamalas dos carros. ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE SÃO CARLOS

CAPRICÓRNIO TEXTIL

USUÁRIOS

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Canteiro central: O canteiro central é usado principalmente no início da manha, no fim da tarde e aos domingos por aqueles que querem praticar uma atividade física como caminhar, correr, passear com o cahorro. Também tem aquelas pessoas que se sentam para fumar um cigarro, ler um jornal, observar o movimento, ou mesmo conversar com um amigo, essas atividades não tem hora para acontecer, mas também não são tão recorrentes. Nas noites do final de semana alguns carrinhas ambulantes estacionam na rua e colocam suas mesas no canteiro central.

SENAI

Restaurantes: Um deles só serve almoço, fuincionando durante a semana das 11 - 15hrs. Enquanto os demais abrem das 18 - 23hrs.


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ÁREA _ RUA LARGA QUAL O LUGAR DA RUA LARGA?

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Como habitante de São Carlos decidi intervir na região da Rua Larga, uma vez que o lugar dela que tenho na memória parece estar se transformando ou talvez até se perdendo. Desta forma, busco entender qual seria esse novo lugar que ela poderia passar a ter/ser para que ela não se torne apenas mais uma rua da cidade. Ou seja, mesmo não sendo moradora do bairro, a Rua Larga sempre foi um lugar para mim, um lugar parecido com uma antiga vila de interior, onde todos os vizinhos se conhecem e colocam a cadeira na frente de suas casas para ver o movimento da rua nos fins de tarde. Onde as crianças ainda empinam pipa. Onde a rua é viva e não é ocupada apenas por carros. Hoje ainda é possível ver algumas das cenas descritas a cima, mas os fluxos, os ritmos, os usos e as temporalidades se alteraram. O comércio se tornou mais do que nunca, o instrumento determinante das relações e encontros que alí ocorrem. 45


ÁREA _ RUA LARGA

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ÁREA _

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RUA LARGA


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RUA LARGA


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ÁREA _

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ÁREA _

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ÁREA _

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ÁREA _

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USOS

HABITAÇÃO

COMÉRCIO

SERVIÇO


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INSTITUIÇÃO

ESTACIONAMENTO

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ÁREA _

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CONDIÇÕES DO TERRENO

EDIF


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FICAÇÃO À VENDA

TERRENO A VENDA

TERRENO NÃO EDIFICADO

ÁREA VERDE À VENDA

ÁREA VERDE PARTICULAR

EDIFICAÇÃO EM CONSTRUÇÃO


PROPOSTA PROJETUAL ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE SÃO CARLOS

Assumindo que a Rua Larga vem iniciando um processo de mudanças de usos - perdendo residências e recebendo mais comércios e serviços - decidi tomar partido desses como atrativos para uma maior vivacidade da rua, somados as outras atividades cotidianas, que ocupam o espaço do canteiro central, propondo novas ocupações e organizações da rua e de alguns lotes e fundos de lotes.

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ÁREAS DE INTERESSE DE INTERV


B CAPRICÓRNIO TEXTIL

A

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VENÇÃO

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PROPOSTA PROJETUAL

corte A

corte B

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PROPOSTA PROJETUAL CICLOVIA Com o objetivo tanto de estimular o passeio de bicicleta enquanto atividade física e atividade de lazer - que já o ocorrem nas calçadas do bairro - quanto inserir o seu uso como meio de locomoção na cidade, a criação de uma ciclovia no canteiro central da Rua Larga é escencial. O uso da bicicleta implica uma interação maior entre as pessoas, tanto entre os ciclistas quanto com os pedestres ou mesmo motoristas. Dessa forma, vejo a ciclovia como outro elemento importante para a manutenção da vivacidade da Rua Larga. Tomei a liberdade de fazer uso do projeto de rede de ciclovias proposto para São Carlos pela ex-aluna do IAU, Raquel Pillon Almeida, em seu TGI_2013, como base projetual. Uma vez que ela já havia indicado a necessidade de uma ciclovia na Avenida Dr. Teixeira de Barros, fazendo ligação do bairro com o restante da cidade. 66


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PROPOSTA PROJETUAL

ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE SÃO CARLOS

Diversas são as formas que as pessoas fazem uso do espaço em diferentes momentos do dia ou da semaSENAI na.

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CAPRICÓRNIO TEXTIL


PROPOSTA PROJETUAL Assumindo que a Rua Larga vem iniciando um processo de mudanças de usos Em quanto o canteiro central terá um uso mais específico para a ciclovia e uma pista de corrida e caminhada, cada uma das quadras se destinará a espaços de usos distintos. Buscando atender aos diversos públicos - consumidores em geral, moradores locais, idosos, crianças, e jóvens - e os diferentes horários do dia e dias da semana, esses espaços vão desde galerias comerciais ao ar livre, food parks, até parques infantis e locais de descanso. Ao propormos espaços públicos de qualidade o número de atividades realizadas neles aumenta e juntamente com elas os encontros e as interações entre as pessoas. Dessa maneira as pessoas podem passar a se identificar com aquele lugar e a se reconhecerem como parte ativa da cidade.



BIBLIOGRAFIA CARLOS, Ana Fani Alessandri. O lugar no/do mundo. São Paulo: FFLCH, 2007, 85p. FRAMPTON, Kenneth. Uma leitura de Heidegger. In: NESBITT, Kate (org.). Uma nova agenda para a arquitetura. São Paulo: Cosac Naify, 2006, p. 474-480. GUATELLI, Igor. Contaminações constitutivas do espaço urbano:. Cultura urbana através da intertextualidade e do entre. Arquitextos, São Paulo, ano 08, n. 094.00, Vitruvius, mar. 2008. GEHL, Jan. Life Between Bildings. Nova Iorque: Van Nostrand Reinhold, 1987, 202 p. GEHL, Jan. Public Spaces for a Changing Public Life. Revista Topos, n. 61, 2007, p. 16-22. LEFEBVRE, Henri. Elements de Rytmanalyse: introduction à la connaissance de rytmes. Éditions Syllepse: Paris, 1992. SPERLING, David. Ready-Made City. Arquitextos, São Paulo, ano 12, n. 134.06, Vitruvius, ago. 2011. Rehabitar la calle [3], In. Exposição Domesticar la calle. Ministerio de Vivienda, Departamento de proyectos arquitetônicos, Universidad Politécnica de Cataluña, Barcelona, 2010. 24p. 72


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