TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
autor do original
FABIANO GONÇALVES DOS SANTOS
1ª edição SESES rio de janeiro 2015
Conselho editorial fernando fukuda, simone markenson, jeferson ferreira fagundes Autor do original fabiano gonçalves dos santos Projeto editorial roberto paes Coordenação de produção rodrigo azevedo de oliveira Projeto gráfico paulo vitor bastos Diagramação fabrico Revisão linguística aderbal torres bezerra Imagem de capa shutterstock
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2015.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip) G635n
Gonçalves, Fabiano Tecnologia da informação e da comunicação / Fabiano Gonçalves. Rio de Janeiro : SESES, 2014. 120 p. : il. ISBN 978-85-60923-46-5 1. Sociedade da informação. 2. Informação e conhecimento 3. Tecnologia da informação. 4. Tecnologia e sociedade.
I. SESES. II. Estácio. CDD 004
Diretoria de Ensino — Fábrica de Conhecimento Rua do Bispo, 83, bloco F, Campus João Uchôa Rio Comprido — Rio de Janeiro — rj — cep 20261-063
Sumário Prefácio 7
1. Ciência, tecnologia e sociedade
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Conceitos de ciência, tecnologia e sociedade 11 Relacionamento entre ciência, tecnologia e sociedade 13 Evolução social, científica e tecnológica 15 Neutralidade 16 O determinismo tecnológico 18 A associação em rede 20
2. Sociedade da informação e sociedade do conhecimento 28 Definição de sociedade da informação e sociedade do conhecimento Sociedade em rede
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Modelos de sociedade da informação 37 Reestruturação produtiva e sociedade da informação 41 Cadeias de negócio 42 OCDE 43 O livro verde da sociedade da informação no Brasil 45
3. A revolução digital A Internet O conhecimento digitalizado Tecnologia onipresente
50 51 65 66
4. Tecnologias da informação e comunicação Conceito de TIC Aplicações das TICs O impacto das TICs na sociedade Relação dialética entre a sociedade e as TICs
5. Aspectos éticos, legais e profissionais, TI verde e sustentabilidade
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Introdução 93 Aspectos éticos e legais relacionados ao exercício profissional na área de TI 94 Mercado de trabalho na área de TI e tendências 98 Mercado de trabalho 99 Perfil Profissional 101 Regulamentação da profissão na área de Tecnologia da Informação 106 TI Verde e Sustentabilidade 107 Uso de TI em prol do meio ambiente 112 Estratégias empresariais de TI “Verde” 115 Usando a TI para sustentabilidade ambiental 116
Prefácio Prezados(as) alunos (as) Todos possuem conceitos variados sobre os termos ciência, sociedade e tecnologia. Ao consultarmos o Dicionário Aurélio, encontramos a seguinte definição: “Um conjunto organizado e relativo aos conhecimentos de certas categorias que estão relacionados com os fatos ou fenômenos.” Toda ciência, para definir-se como tal, deve necessariamente recortar, no real, seu objeto próprio, assim como definir as bases de uma metodologia específica: ciências físicas e naturais. A sociedade, por sua vez, pode ser definida:“Reunião de homens, de animais, que vivem em grupos organizados; corpo social. Conjunto de membros de uma coletividade, sujeitos às mesmas leis. Cada um dos diversos estágios da evolução do gênero humano.” E a ciência: “Estudo dos instrumentos, processos e métodos empregados nos diversos ramos industriais.” Portanto,podemosperceberclaramentequeaciênciaestádiretamenterelacionada ao conhecimento, à sociedade, aos seres humanos e à tecnologia, às técnicas, aos métodos, processos e instrumentos. Nesta disciplina, estudaremos um pouco sobre este importante assunto: Ciência, sociedade e tecnologia. Ambientaremos o aluno neste tema, procurando mostrar-lhe que a tecnologia, de que tanto gostamos, precisa ser contextualizada juntamente com outros elementos. Bons estudos!
1 CiĂŞncia, tecnologia e sociedade
1 Ciência, tecnologia e sociedade Vamos estudar a ideia de neutralidade da ciência. A questão está no centro do debate entre os estudos sobre as características da ciência e seu papel na sociedade. A questão principal é se a ciência é ou não influenciada pelo contexto sociocultural, pelos valores sociais, interesses políticos e econômicos. Tal discussão é importante porque a visão da ciência neutra tem implicações na escolha dos temas, na política que define as prioridades de pesquisa e influencia as relações entre o ambiente científico e os outros setores da sociedade. É importante sabermos que a questão da neutralidade da ciência está relacionada a um modo de produzir conhecimento sobre os fenômenos da natureza baseado na matemática, que procurou definir leis gerais de alcance universal para controlar e transformar a natureza. Esse modo de fazer ciência separa a natureza (objeto) da sociedade (sujeito). Veremos que a visão dominante de ciência neutra, autônoma e universal está sendo negada pelo próprio avanço do conhecimento, com o surgimento de novas teorias nas ciências naturais que superam as anteriores, e por fatos históricos que estão relacionados ao uso da ciência para fins político-militares no desenvolvimento de armas e aplicação no processo de produção capitalista.
OBJETIVOS • Conceitos de ciência, tecnologia e sociedade; • Relacionamento entre ciência, tecnologia e sociedade; • Evolução social, científica e tecnológica; • Neutralidade; • Determinismo tecnológico; • Dialética; • Associação em rede.
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REFLEXÃO Há alguns anos passava um seriado na televisão cujo protagonista era um cientista maluco com dois ajudantes: um rato de laboratório gigante e uma assistente. Embora bem-humorado, o seriado era interessante porque ele, juntamente seus auxiliares, fazia várias experiências para mostrar as leis da física, química, matemática, mecânica e outras. Era bastante interessante e lúdico para quem lhe assistia. Ele mostrava a ciência na prática. Vamos estudar um pouco sobre a ciência neste capítulo.
1.1 Conceitos de ciência, tecnologia e sociedade As três palavras: ciência, tecnologia e sociedade formam um conjunto muito mais abrangente do que podemos imaginar. Existem vários autores com diferentes abordagens para tratar cada uma delas separadamente e em conjunto. Porém, nosso estudo será baseado numa definição geral e com aplicações nas áreas de informática a fim de dirigir e orientar os alunos desta área sobre esses conceitos importantes. Podemos iniciar observando que não é possível separar os conhecimentos científicos e artefatos tecnológicos, pois entendemos que ambos estão relacionados. Onde há ciência, há tecnologia, e nesse caso tecnologia não é apenas equipamentos de hardware ou infraestruturas complexas. A palavra tecnologia é derivada do grego tekhne, “relativo à arte, aos trabalhos de artesão” mais logos, “estudo, tratado, palavra”. Portanto tecnologia significa “estudo da técnica”. Segundo o dicionário Michaelis, tecnologia pode ser definida como “aplicação de conhecimentos científicos à produção em geral” (EDITORA MELHORAMENTOS, 2009). A palavra ciência provém do latim scientia e seu significado é “conhecimento” ou qualquer “conhecimento sistemático”. Esse conhecimento é adquirido por meio de métodos científicos, geralmente estudados na disciplina “Metodologia científica”, presente em vários cursos de graduação e pós (strictu ou latu sensu). Segundo (CHIBENI, 2014), existe uma definição estrita na qual a ciência é tratada como o conhecimento claro e evidente de alguma coisa fundamentado por princípios evidentes e demonstrações ou por raciocínios experimentais ou
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mesmo pela análise da sociedade e fatos humanos. Desta forma, aparecem três tipos de ciência: as ciências formais, as matemáticas e as sociais. A ciência é um campo de estudo muito abrangente. Existem vários autores, desde a Antiguidade, que pesquisam esse assunto, inclusive do ponto de vista filosófico. Para os cientistas tradicionais, a definição mais empregada é a definição estrita, citada no parágrafo anterior. Entre as correntes filosóficas que tratam da ciência, existe uma chamada empirismo. No empirismo, basicamente, a ciência e suas teorias são objetivas, testadas e previstas empiricamente.
CONCEITO Segundo o dicionário Michaelis (2009), o empirismo é um “Sistema filosófico que nega a existência de axiomas como princípios de conhecimento, logicamente independentes da experiência”. Outra definição é “Conhecimentos práticos devidos meramente à experiência”. Ou seja, quando tratamos de algo empírico, estamos lidando com algo que foi testado experimentalmente. ”.
Dentro do empirismo, encontramos o positivismo, que, fundamentado pelos estudos do filósofo Augusto Comte, defende a ideia central que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro. Ou, ainda, o positivismo busca, a partir da razão, formular leis para conhecer e ordenar a realidade. Ainda, o positivismo defende o uso da ciência a fim de governar as relações humanas. E, dessa forma, entramos na terceira palavra da tríade tecnologia, ciência e sociedade. Antes de tratarmos da palavra sociedade, é necessário comentar que essas posições filosóficas são objetos de críticas por vários autores, os quais defendem suas ideias filosóficas de acordo com outras abordagens. Porém, como nosso contexto aqui é outro, vamos adotar a linha exposta neste texto. Quando apresentamos a definição de ciência que vamos usar nessa disciplina, citamos que existem três campos da ciência, e um deles é chamado de ciências sociais. Como podemos perceber, o termo sociais está relacionado ao termo sociedade e, por sua vez, sociedade, na verdade, origina-se de uma palavra latina: societas, a qual significa “associação de amizade com vários”. Portanto, a sociedade é o assunto de estudo das ciências sociais, em especial a sociologia.
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Segundo FONSECA (2010), a sociedade constrói a ciência e a tecnologia e, ao mesmo tempo, a ciência e a tecnologia constroem a sociedade. Esta frase mostra bem como a tríade está relacionada. De acordo com CAMARGO (2014), a sociedade pode ser resumida como um sistema de interações humanas culturalmente padronizadas [...] A sociedade é um sistema de símbolos, valores e normas, como também um sistema de posições e papéis. A sociedade, na verdade, pode ser interpretada sob diversas formas. Algumas das formas são: positivismo, como vimos rapidamente, e outras como: funcionalismo, sociologia compreensiva, marxismo (histórico-crítica), estruturalismo, pós-estruturalismo, fenomenologia, existencialismo, hermenêutica, genealogia, perspectiva pós-moderna e outras, de acordo com os seus principais fundamentadores. Portanto, é outro campo de estudo bastante amplo que foge do nosso contexto. A sociedade portanto constitui-se de um conjunto baseado em regras e constituído de pessoas, as quais constroem conhecimentos pela ciência por meio da tecnologia. Vamos ver esse relacionamento no próximo tópico. Portanto, em vista dos vários estudos envolvendo ciência, sociedade e tecnologia, apareceu o movimento CTS na tentativa de obter maiores atitudes envolvendo discussões, questionamentos e críticas em relação ao que é chamado de tecnociência. O movimento CTS surgiu por volta de 1970 com o objetivo de ter como lema a necessidade do cidadão de conhecer os seus direitos e obrigações, de poder pensar por si mesmo e de adquirir uma visão crítica da sociedade da qual participa e vive e, principalmente, poder ter a disposição de transformar sua realidade, para melhor. Esse movimento tem ganhado muita força no contexto educacional.
1.2 Relacionamento entre ciência, tecnologia e sociedade Embora tenhamos apresentado os termos ciência, tecnologia e sociedade separadamente no tópico anterior, já podemos perceber que eles não podem ser totalmente separados. Porém, podemos estudá-los em duas grandes categorias: a primeira fazendo uma análise do elemento determinante da dinâmica da relação, a ciência e tecnologia (C&T), e a segunda categoria, a sociedade. A primeira forma de abordagem supõe que a C&T caminha de forma própria, podendo ou não influenciar a sociedade de alguma maneira.
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Na segunda abordagem, a C&T em si e não somente o uso que se faz dela é socialmente determinada. Em razão dessa função que existe entre a C&T e a sociedade em que foi gerada, ela tende a copiar as relações sociais existentes e até mesmo inibir a mudança social. Essas duas abordagens dão origens a duas ideias variantes do mesmo tema: a neutralidade da C&T e do determinismo tecnológico, e a neutralidade do construtivismo. Iremos abordar esses assuntos posteriormente. Podemos perceber que existe um forte relacionamento entre os termos. Eles estão ligados por uma relação dialética. A tradução da palavra dialética leva a “caminho entre as ideias”. É um método de diálogo no qual a atenção é voltada para a contraposição e contradição de ideias e pensamentos que levam a outras ideias. Porém, por ser outro termo filosófico de que estamos tratando nesta disciplina, ela é usada por diferentes doutrinas filosóficas e assume e, portanto, significados distintos. Quando dizemos que a relação entre ciência, tecnologia e sociedade é dialética, estamos estabelecendo a seguinte relação: • A sociedade determina os impactos na ciência e na tecnologia; • A ciência determina os impactos na sociedade e na tecnologia; • A tecnologia determina os impactos na sociedade e na ciência. Usando uma figura como representação, temos:
Ciência
Tecnologia
Sociedade
Figura 1 – Relação dialética entre ciência, tecnologia e sociedade
A figura 1 tenta representar, de maneira muito simples, a relação dialética entre os termos. As setas da figura indicam um duplo sentido simultâneo que indica o que “determina” e o que é “determinado”.
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Estudaremos este conceito mais à frente, no capítulo 4. Uma vez de posse do conhecimento adquirido a respeito da relação entre ciência, sociedade e tecnologia, devemos entender que cada termo reflete um momento histórico em nossa evolução moderna, carregado de crenças, valores, argumentos e conhecimentos próprios do cenário e do período evolutivo em questão. Portanto, há conceitos diferentes sobre sociedade, ciência e tecnologia, variando de acordo com o período histórico, a cultura, o contexto e a abordagem que lhes são atribuídos. Sociedade, ciência e tecnologia mantêm uma relação dialética contínua entre si, em constante interação e determinação mútua de impactos em sua evolução.
1.3 Evolução social, científica e tecnológica Como já comentamos, o desenvolvimento da ciência e da tecnologia tem ocasionado muitas transformações na sociedade moderna com reflexos nas áreas econômicas, políticas e sociais. Normalmente, consideramos a ciência e a tecnologia os maiores propulsores de todas essas transformações, pois proporcionam a evolução do desenvolvimento do saber humano e do próprio homem. Portanto, de certa forma, damos muito crédito a esses dois fatores. E isso pode ser perigoso, porque muitas pessoas ainda possuem dificuldades em perceber que, por trás desses avanços, amplamente divulgados pela mídia, podem se esconder interesses políticos, sociais e econômicos. Vários autores abordam o estudo das relações entre ciência, tecnologia e sociedade por duas abordagens principais, como já citamos no tópico anterior: • “Com foco na C&T”, onde existem duas variantes associadas a ela: a neutralidade da C&T e do determinismo tecnológico. Nesse foco, a C&T é caracterizada com o seu avanço próprio podendo ou não influenciar a sociedade de alguma maneira. • “Com foco na sociedade”, com a tese fraca da não neutralidade, também denominada construtivismo, e a tese forte da não neutralidade. Neste foco, a C&T é socialmente determinada.
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FOCO NA C&T A C&T avança contínua, linearmente e sem mudança, seguindo um caminho próprio.
A C&T não influencia a sociedade (neutralidade da C&T).
A C&T determina o desenvolvimento econômico (determinismo tecnológico).
FOCO NA SOCIEDADE O desenvolvimento da C&T não provém do seu interior, e sim é influenciado pela sociedade. As características da C&T são socialmente determinadas (tese fraca da não neutralidade). Devido à sua funcionalidade, ela inibe a mudança social (tese forte da não neutralidade).
Tabela 1 – Diferentes abordagens no estudo das CTS (DAGNINO, 2011).
CONCEITO Tecnociência é um conceito que tem sido bastante usado no campo de estudo da ciência e tecnologia; retrata o contexto social e tecnológico da ciência. Principalmente depois do período da Segunda Guerra Mundial, a comunidade científica se viu forçada a distinguir o que era ciência e o que era tecnologia. Como vimos, a ciência é confundida com a tecnologia, porém são distintas. Na prática, é impossível separá-las, pois o desenvolvimento e o progresso de cada uma residem na sua cooperação mútua. Dessa forma, precisam ser tratadas como uma unidada, a tecnociência! A evolução social, científica e tecnológica trata das questões envolvendo estes termos e, principalmente, da relação deles com o impacto da C&T na sociedade. É interessante abordar estas questões envolvendo também valores éticos, estéticos e culturais existentes na tecnologia.
1.4 Neutralidade A ideia da neutralidade na C&T nasceu juntamente com a própria ciência, no século XV, em oposição ao pensamento religioso, marcante na época. O pensamento religioso era considerado obviamente não neutro, porque exercia grande influência na realidade social.
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O Iluminismo foi um dos primeiros movimentos que questionaram o pensamento religioso e abordaram o assunto neutralidade. O positivismo, movimento que já foi citado anteriormente, contribuiu para reforçar a neutralidade. O positivismo aceita que a subjetividade deve estar dentro dos limites da objetividade e, da forma como prega, aceita a realidade do jeito que ela é e assim reforça que a ciência é uma expressão de uma verdade absoluta. A ideia da neutralidade aceita que a C&T não se relaciona com o contexto no qual ela é gerada. Além disso, ficar longe deste contexto é um objetivo e uma forma de se fazer ciência corretamente. Outra coisa é realmente isolar a C&T da sociedade. Dessa forma, existe uma impossibilidade da percepção dos interesses da sociedade e seu envolvimento com o desenvolvimento da C&T, indeterminando assim a sua trajetória. Portanto, essa ideia leva a um contexto em que não é possível o desenvolvimento alternativo de uma C&T que esteja num mesmo ambiente. Quer dizer, a C&T é única. Qualquer diferença: geográfica, cultural, ética e outras fica em segundo plano e deveria ser adaptável à C&T. Sendo assim, as contradições seriam resolvidas de uma maneira natural por meio de caminhos apontados pela própria ciência e através de conhecimentos e técnicas que se acumulariam com o passar do tempo e que acabariam por superar os antigos sem que fossem colocados em questão a ação e os interesses da sociedade no processo inovador.
CONEXÃO Abaixo apresentamos alguns links interessantes para você entender um pouco mais sobre a neutralidade da ciência: <http://www.mindmeister.com/pt/248053930/neutralidade-cientfica>. Esse link mostra um mapa mental a respeito da neutralidade. É muito interessante! <https://www.youtube.com/watch?v=WMhyK4t473U>. Esse vídeo mostra quanto a ciência pode ser usada para o bem ou para o mal.
Portanto, por meio desse ponto de vista, a ciência e a tecnologia não são nem boas nem más, são neutras. A sua evolução seria o resultado de um desnivelamento que aumentaria com o passar do tempo, numa progressão, e numa descoberta contínua e frequente da verdade e desta forma única, universal, e que fosse compatível com o progresso.
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Logo, a neutralidade é uma teoria na qual a ciência é imparcial, estabelecida e feita por observações simples, por fatos e experimentações a fim de se obterem conclusões científicas. Porém, como já abordamos brevemente, o cientista está sujeito a um contexto no qual são inseridas as suas concepções políticas, religiosas e filosóficas, consciente ou não, para poder gerar a ciência, e não somente por meio de observações.
1.5 O determinismo tecnológico De maneira geral, o determinismo tecnológico é uma suposição de que os novos avanços tecnológicos, sejam eles conceituais ou físicos, como os sistemas computacionais, gadgets móveis etc, seja um meio de comunicação, afetam a vida das pessoas de alguma forma. Por exemplo, vamos supor que um determinado cliente liga para o call center de sua operadora de cartões de crédito. O cliente se identifica e diz ao atendente que possui um determinado problema e gostaria de resolvê-lo o mais breve possível. Veja se você já passou por esta situação: O atendente então responde que não pode fazer nada, pois o problema que gerou a reclamação do usuário não foi gerado pelo atendente, e sim pelo sistema. E pior: pede ao usuário que ligue mais tarde porque o sistema, que gerou o problema, está fora do ar e nada pode ser feito naquele momento! Essa situação é muito comum, não é? Como pode o homem criar máquinas e sistemas para uma finalidade particular e limitada e estes controlarem e mudarem nossos hábitos e formas de pensar e agir? Isto é o determinismo tecnológico! Nesse caso, o sistema tem vida própria? Por que não pode ser feito nada? É claro que são perguntas exageradas, pois o atendente muitas vezes não tem mesmo poder ou autonomia, mas é uma situação bem característica, onde ficamos totalmente dependentes de uma máquina. Aliás, por trás de qualquer máquina ou sistema existirá sempre a participação humana, o responsável intelectual por tê-la criado, inclusive com as falhas as quais são de responsabilidade de seus criadores.
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Figura 2 – A junção entre a tecnologia e a participação humana.
Ainda para ilustrar o determinismo tecnológico, vamos observar um pouco nossa sociedade. Podemos notar que existem muitas pessoas que estão cada vez mais isoladas e, de uma certa maneira, o aparecimento e a popularização da internet acentuou este comportamento. A Internet, de fato, facilita muitas coisas: o trabalho em casa, a comunicação entre pessoas distantes por meio de voz e vídeo, solicitar serviços e produtos sem sair de casa e recebê-los dentro de um prazo determinado, porém isso tem tornado as pessoas mais individualistas, de modo que o contato físico passa cada vez mais a ser virtual. Porém, segundo os autores em que estamos nos baseando para este capítulo, a internet apenas acentuou um comportamento de individualização que já era histórico. A internet é apenas um reflexo da modernidade neste caso, ou, usando os termos que temos estudado, a tecnologia seria apenas mais um fator que estimula essa tendência individualista. Ainda usando o “ciberespaço” como exemplo, perceba o crescimento acelerado dos comunicadores pessoais. Há alguns anos era o ICQ, depois o MSN e agora temos os comunicadores das redes sociais como o Facebook Messenger e via telefone celular o Whats App, que, aliás, pertence ao Facebook. O Facebook percebeu o tamanho sucesso deste aplicativo que comprou a empresa que o desenvolvia. No uso desses comunicadores, até mesmo a linguagem empregada nos diálogos é nova, cheia de abreviaturas e neologismos. Para os deterministas, toda essa tecnologia está, na verdade, acabando com a estrutura da linguagem e do capítulo 1
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idioma. Para os não deterministas, a linguagem dos comunicadores só estaria envolvida neste ambiente, uma vez que na vida real não afetaria o idioma atual. Porém, nesse caso, existem outros problemas para serem acrescentados na situação: existem problemas na educação e problemas sociais que, somados à extrema liberdade desses comunicadores e forma de escrita, acabam por endossar a deturpação do idioma. De maneira geral, cada tecnologia possui sua linguagem, sua proposta e seu objetivo. Para finalizar este exemplo, não podemos negar que os meios de comunicação têm influência na forma e no conteúdo nas mensagens e, não considerar isso, é ignorar um processo de modernização existente. Porém, também não é possível “culpar” a tecnologia como a única responsável pelas mudanças que há no mundo.
1.6 A associação em rede A visão que tem ganhado destaque nos estudos sobre ciência, tecnologia e sociedade é a chamada associação em rede. A sociedade atual tem experimentado o intenso uso das redes de relacionamentos. E isto não vem apenas da internet, aparece em vários aspectos da sociedade moderna. É claro que as redes sociais digitais corroboram para esta afirmativa, mas, como citado, é possível ver o aumento das relações inter-pessoais em vários âmbitos da sociedade. A associação em rede, por sua vez, prega que a tecnologia está inserida e associada a esta rede de relacionamentos. Nesse caso, não apenas as pessoas estão envolvidas, mas atores não humanos também. Portanto, ampliam-se a atuação da tecnologia e suas mudanças. Vários elementos da sociedade passam a ser envolvidos, como, por exemplo, o campo técnico, o científico, o econômico, o político, militar e o organizacional. Esses elementos, então, se associam em redes para a construção de elementos tecnológicos. É evidente que as novas tecnologias fizeram surgir muitas possibilidades para a análise de redes sociais e, consequentemente, redes de colaboração. O advento da Internet é de fato o elemento mais significativo. As comunidades virtuais que são formadas são promovidas com suporte tecnológico valendo-se de elementos técnicos. Segundo REIS (2008), a associação em rede é uma visão pela qual a tecnologia é vista inserida numa rede de relações, na qual concorrem os diferentes as-
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pectos da vida em sociedade, tendo como protagonistas diferentes atores, que se movimentam em redes, movidos por interesses específicos. Atualmente, temos percebido a proliferação das redes sociais. No trabalho dos autores da figura 4, as redes sociais são analisadas como forma de colaboração científica. Uma rede social atualmente pode ser definida como uma estrutura social constituída de pessoas ou mesmo organizações ligadas por um ou vários tipos de conexões que compartilham objetivos comuns.
Figura 3 – Representação dos nós de uma rede social
A análise das redes sociais é uma técnica importante na análise da sociologia moderna. É um conceito antigo, proveniente do século passado, porém que tomou grande proporção no final do século XX e também passou a ser observada por meio de outro paradigma pelas ciências sociais. A figura “geométrica” que a rede acaba tendo, como mostrado na figura 3, é um grafo. O grafo é uma estrutura que possui muitos estudos e algoritmos de percursos. Um deles possibilita o cálculo da distância de cada nó, ou de cada participante da rede, ou da determinação do ponto central.
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BALANCIERI, BOVO, et al. (2005) contribuíram com um trabalho que resultou na figura 4. Essa figura mostra um quadro com as perguntas feitas pelo estudo e autores que possuem pesquisas para respondê-las. Estas perguntas, como podemos perceber, estão relacionadas com a tríade ciência, tecnologia e sociedade, de que estamos tratando neste capítulo aliada com a questão das redes sociais e colaborativas. Desse modo, percebe-se que as TICs podem vir a ser uma base para o desenvolvimento de sistemas em várias áreas de interesse para as redes sociais.
AUTORES
QUESTÕES DE INTERESSE ÀS TICS
MEDOWS; O’CONNOR, 1971
O que é cooperação científica? Caracteriza-se por trabalhos
SUBRAMA NYAM, 1983
O que caracteriza uma coautoria em um artigo? Há uma
LUUKONE N ET AL., 1992
Por que pesquisadores colaboram? Fatores cognitivos, eco-
cooperativos identificados por artigos coassinados
variedade de formas de colaborar.
nômicos e sociais, com diferenças por áreas do conhecimento. O que influencia a formação de redes? Exemplo: padrões
KATZ, 1994
de financiamento das agências e necessidade de compartilhar equipamentos também influenciam a formação de redes. O que é uma rede? É concebida como uma coesão tênue com
WEISZ; ROCO, 1996
diferentes indivíduos ou grupos conectados por vínculos de diversas naturezas.
KATZ; MARTIN, 1997
Como se comportam os vértices da rede? O grau de cooperação varia com a natureza do trabalho (experimentalistas cooperam mais que teóricos). O que é uma rede? Rede definida como conjunto de pessoas
NEWMAN, 2000
ou grupos com conexões originadas por diferentes formas de relacionamento social.
Figura 4 – Principais conclusões sobre os estudos de redes sociais, sob a ótica das possibilidades das TICs (BALANCIERI, BOVO, et al., 2005).
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Uma vez que obtemos os conceitos e relacionamentos entre ciência, tecnologia e sociedade e alguns dos muitos elementos que são usados para estudá-las, vamos desenvolver algumas atividades.
ATIVIDADE 1. Faça uma breve pesquisa sobre a formação da ciência moderna. Você vai encontrar referências que mostram que apareceram formas de conhecimento que se diferenciavam do conhecimento tradicional da Idade Média. Tente escrever quais características da ciência moderna permanecem até nossa época. 2. Pesquise a neutralidade da ciência, assunto que vimos neste capítulo. Escreva um texto argumentando contra ou a favor da neutralidade da ciência, respondendo à seguinte pergunta: a busca do conhecimento é independente de interesses pessoais, econômicos e políticos ou procura atender a objetivos específicos? O que você acha disso? 3. Explique as implicações da visão de neutralidade da ciência na relação entre ciência e sociedade. 4. Procure na Internet a palavra “tecnologia”. O que você encontrou? Liste os três primeiros links e faça um resumo do que eles contêm sobre tecnologia. Eles possuem alguma relação entre si? 5. Vamos fazer uma experiência. Pense em um período do seu dia (manhã, tarde ou noite) e com quais tecnologias você interage. Depois, imagine esse mesmo período sem as tecnologias às quais você está habituado a usar e escreva um texto explicando. 6. Escreva um breve texto que responda à seguinte questão: quais são as relações entre a ciência, a tecnologia e a sociedade?
REFLEXÃO Vimos que a ideia de neutralidade da ciência tem sua origem no modo de produzir conhecimento científico, que procurava identificar as leis que determinam o mundo, o que permitia que a sociedade pudesse controlar e transformar a natureza. De acordo com esse objetivo da ciência, de conhecer as leis de funcionamento da natureza para poder dominar os fe-
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nômenos naturais, as ciências naturais foram úteis para o desenvolvimento da sociedade industrial. Exemplificamos como os estudos da mecânica foram importantes para o desenvolvimento da navegação e da indústria do sistema capitalista. Entretanto, a ciência moderna deixou como herança uma forma de conceber o mundo na qual a sociedade se vê separada da natureza e o progresso significa controlar e transformar a natureza. Também foi passada uma visão determinista, na qual a evolução social e econômica da sociedade é resultado do desenvolvimento científico e tecnológico. Mostramos que a ciência não é neutra, isto é, ela é influenciada pelos interesses econômicos, políticos e valores de um determinado período.
LEITURA A ilha. Direção de Michael Bay. EUA: Dreamworks Distribution LLC, 2005. Na verdade, não é uma leitura, e sim um filme. Nele é mostrada uma situação na qual cientistas e empresários criam clones humanos. O filme pode ser uma boa sugestão para se pensar a respeito dos limites da ciência e os impactos na sociedade. PINHEIRO, N. A. M.; SILVEIRA, R. M. C. F.; BAZZO, W. A. O contexto científico-tecnológico e social acerca de uma abordagem crítico-reflexiva. Disponível em: <http://www.rieoei.org/ deloslectores/2846Maciel.pdf>. Acesso em: 17 maio 2014. Este artigo faz uma reflexão muito interessante a respeito de tecnociência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALANCIERI, et al. A análise de redes de colaboração científica sob as novas tecnologias de informação e comunicação: um estudo na Plataforma Lattes. Ciência da Informação, v. 34, n. 1, out. 2005. ISSN 1518-8353. CAMARGO, O. Sociedade. Brasil Escola, 2014. Disponível em: <http://www.brasilescola. com/sociologia/sociedade-1.htm>. Acesso em: 18 maio 2014. CHIBENI, S. S. O que é ciência. Campinas, 2014. Disponível em: <http://www.unicamp. br/~chibeni/textosdidaticos/ciencia.pdf>. Acesso em: 18 maio 2014. DAGNINO, R. Aulas. Instituto de Geociências ― Unicamp, 2011. Disponível em: <http:// www.ige.unicamp.br/site/aulas/138/UM_DEBATE_SOBRE_A_TECNOCIENCIA_ DAGNINO.pdf>. Acesso em: 19 maio 2014.
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EDITORA MELHORAMENTOS. Dicionário Online Michaelis. Dicionário Online Michaelis, 2009. Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/>. Acesso em: 18 maio 2014. FONSECA, R. Ciência, tecnologia e sociedade. Rede de tecnologia social, 2010. Disponível em: <http://www.rts.org.br/artigos/artigos_-_2009/ciencia-tecnologia-e-sociedade>. Acesso em: 17 maio 2014. REIS, D. R. Gestão da inovação tecnológica. 2. ed. São Paulo: Manole, 2008.
NO PRÓXIMO CAPÍTULO No próximo capítulo, iremos discutir e conhecer temas bastante importantes para a nossa formação profissional. Trata-se do estudo da sociedade da informação e do conhecimento e seus impactos de maneira geral. Até lá!
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2 Sociedade da informação e sociedade do conhecimento
2 Sociedade da informação e sociedade do conhecimento A jornalista Sally Burch fez a seguinte pergunta no livro Desafios de palavras: “Estamos vivendo uma época de mudanças ou uma mudança de época?”. Essa pergunta é intrigante e serve para introduzirmos este capítulo. A popularização da Internet, a necessidade de estar o tempo todo on-line, o mercado nos induzindo a comprar os últimos e mais modernos gadgets para permanecer on-line, as redes sociais digitais; enfim, é uma onda de muita tecnologia que estamos vivendo. É uma nova era da sociedade, e os termos “sociedade da informação” ou “sociedade do conhecimento” acabam aparecendo naturalmente. Neste capítulo, vamos estudar alguns tópicos desse assunto, o qual é muito mais abrangente e detalhado na academia, e que aqui vamos ter uma noção desta interessante área. Bons estudos!
OBJETIVOS • Definição de sociedade da informação e sociedade do conhecimento; • Sociedade em rede; • Modelos de sociedade da informação; • Reestruturação produtiva e sociedade; • Cadeias de negócio; • OCDE; • O livro verde.
REFLEXÃO Você já ouviu falar do Mosaic? Netscape? Já ouviu falar do Archie? Webcrawler? Estes foram os primeiros grandes produtos que os usuários utilizavam para acessar à Internet e, certamente, foram os softwares que deram um grande impulso para a sociedade da informação da forma que conhecemos hoje.
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2.1 Definição de sociedade da informação e sociedade do conhecimento Antes de definirmos os termos sociedade da informação e sociedade do conhecimento, é interessante conhecermos os conceitos de dados, informação e conhecimento. Segundo SETZER (2001), dado é: [...] uma sequência de símbolos quantificados ou quantificáveis. Portanto, um texto é um dado. De fato, as letras são símbolos quantificados, já que o alfabeto, sendo um conjunto finito, pode por si só constituir uma base numérica (a base hexadecimal emprega tradicionalmente, além dos 10 dígitos decimais, as letras de A a E). Também são dados fotos, figuras, sons gravados e animação, pois todos podem ser quantificados a ponto de se ter eventualmente dificuldade de distinguir a sua reprodução, a partir da representação quantificada, com o original. É muito importante notar-se que, mesmo se incompreensível para o leitor, qualquer texto constitui um dado ou uma sequência de dados [...]
Ainda segundo o autor, dado é uma entidade matemática puramente sintática, ou seja, os dados podem ser descritos por estruturas de representação. Assim sendo, podemos dizer que o computador é capaz de armazenar dados. Esses dados podem ser quantificados, conectados entre si e manipulados pelo Processamento de Dados. Podemos definir dado também como unidades básicas a partir das quais as informações poderão ser elaboradas ou obtidas. São fatos brutos, ainda não organizados nem processados. Já a informação seria:
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[...] uma abstração informal (isto é, não pode ser formalizada através de uma teoria lógica ou matemática), que está na mente de alguém, representando algo significativo para essa pessoa. Note-se que isto não é uma definição, é uma caracterização, porque “algo”, “significativo” e “alguém” não estão bem definidos; assumo aqui um entendimento intuitivo (ingênuo) desses termos. Por exemplo, a frase “Paris é uma cidade fascinante” é um exemplo de informação – desde que seja lida ou ouvida por alguém, desde que “Paris” signifique para essa pessoa a capital da França (supondo-se que o autor da frase queria referir-se a essa cidade) e “fascinante” tenha a qualidade usual e intuitiva associada com essa palavra.
Assim, a informação depende de algum tipo de relacionamento, avaliação ou interpretação dos dados. Veja também que informação e dado mantêm relações:
[...] Se a representação da informação for feita por meio de dados, como na frase sobre Paris, pode ser armazenada em um computador. Mas, atenção, o que é armazenado na máquina não é a informação, mas a sua representação em forma de dados. Essa representação pode ser transformada pela máquina, como na formatação de um texto, o que seria uma transformação sintática. A máquina não pode mudar o significado a partir deste, já que ele depende de uma pessoa que possui a informação. Obviamente, a máquina pode embaralhar os dados de modo que eles passem a ser ininteligíveis pela pessoa que os recebe, deixando de ser informação para essa pessoa. Além disso, é possível transformar a representação de uma informação de modo que mude de informação para quem a recebe (por exemplo, o computador pode mudar o nome da cidade de Paris para Londres). Houve mudança no significado para o receptor, mas no computador a alteração foi puramente sintática, uma manipulação matemática de dados. Assim, não é possível processar informação diretamente em um computador. Para isso é necessário reduzi-la a dados. No exemplo, “fascinante” teria que ser quantificado, usando-se por exemplo uma escala de zero a quatro. Mas então isso não seria mais informação [...].
Podemos agrupar dados isolados e torná-los consistentes ao se transformarem em informações. Por exemplo, se tivermos um conjunto de dados que descreva a temperatura do ambiente num local, horário e data, poderíamos ter a seguinte relação:
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Em Ribeirão Preto, SP, no dia 3 de fevereiro, às 15h10 estava uma temperatura de 24o.
15h10 3 de fevereiro
Entrada (dados)
24o
Processamento Classificar Filtrar Organizar
Saída (informações)
Ribeirão Preto/SP
Assim, o conjunto de dados inicial foi organizado de maneira que “faça sentido” àqueles que o estiverem lendo. Isso os torna informação. No entanto, a representação no computador é feita baseada nos dados. E como fica o conhecimento? Caracterizo conhecimento como uma abstração interior, pessoal, de algo que foi experimentado, vivenciado, por alguém. Continuando o exemplo, alguém tem algum conhecimento de São Paulo somente se já visitou.
Dessa maneira, o conhecimento precisa ser descrito por informações. [...] A informação pode ser inserida em um computador por meio de uma representação em forma de dados (se bem que, estando na máquina, deixa de ser informação). Como o conhecimento não é sujeito a representações, não pode ser inserido em um computador. Assim, neste sentido, é absolutamente equivocado falar-se de uma “base de conhecimento” em um computador. O que se tem é, de fato, é uma tradicional base (ou banco) de dados”. Um nenê de alguns meses tem muito conhecimento (por exemplo,reconhece a mãe, sabe que chorando ganha comida, etc.). Mas não se pode dizer que ele tem informações, pois não associa conceitos. Do mesmo modo, nesta conceituação não se pode dizer que um animal tem informação, mas certamente tem muito conhecimento. [...]
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A informação, segundo o autor, associa-se à semântica, enquanto o conhecimento está associado à pragmática, ou seja, algo existente no mundo real. Então, será que é impossível aos computadores manipularem conhecimento? Será que não há computadores capazes de armazenar tais conhecimentos? O termo “sociedade da informação” surgiu na década de 1970, nos EUA e Japão, a respeito do que seria a “sociedade pós-industrial” e quais seriam suas características principais. O conceito da sociedade da informação e do conhecimento também aparece com os evidentes avanços das tecnologias de informação e da comunicação. Uma das características mais marcantes desse conceito é a participação dos indivíduos e sua integração e adaptação às novas tecnologias. Portanto, como consequência, surge desse tipo de ambiente uma necessidade muito grande de desenvolver habilidades para controlar e armazenar dados, e a capacidade de criar combinações e aplicações da informação. A sociedade da informação e do conhecimento está baseada em uma rede dinâmica de relacionamentos na qual a compreensão e a intervenção humanas extrapolam o ambiente natural e cultural e entram no ambiente do ciberespaço. No ciberespaço, os relacionamentos sociais são ampliados e realizados por meio de vários recursos de tecnologia: imagem, som, vídeo etc. Mesmo distantes, os indivíduos são compensados com a rapidez da interação e da informação em máquinas cada vez mais modernas e cheias de recursos. Atualmente, os smartphones e tablets têm ampliado ainda mais o alcance da rede. Com esses equipamentos móveis e a facilidade de acesso à Internet, os limites territoriais passam a não existir. Porém, o acesso às informações e a produção de conhecimentos delimitam outro tipo de fronteira: a digital. As novas tecnologias fazem parte da nossa vida de uma maneira muito presente tanto no campo individual quanto no campo da estrutura econômica e social. Como exemplo, o conhecimento é um fator de produção. Isso ocorre porque a automação fez com que a informação tenha sido transformada em matéria-prima no processo de produção e manufatura de bens e serviços. Nesse processo, a manipulação da informação ocorre por meio da inserção, remoção e atualização dos conteúdos para buscar resultados eficientes desse modo. Portanto, observa-se que a qualificação não está mais limitada à execução de tarefas, pois isto foi automatizado, então novas capacidades e qualificações são exigidas da sociedade para a inserção de profissionais neste novo ambiente de produção. Neste novo ambiente, foram atribuídos outros valores às ideias e
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sua concretização. O conceito de capital intelectual, da década de 1980, aparece como uma forma de mostrar e reforçar estes recursos intangíveis. O capital intelectual pode ser quantificado e qualificado por meio do capital humano, o qual é medido por meio do nível de qualificação, de habilidades e conhecimentos e capacidade de geração de ideias de cada indivíduo. Assim, como consequência desse novo ambiente, as empresas perceberam a necessidade de valorização do capital humano porque as inovações não eram mais conseguidas por meio de equipamentos e de tecnologia, e sim por meio da capacidade e habilidade humanas de estruturar ideias e fabricar conhecimento. Portanto, somente a tecnologia não garante a produção de informações e conhecimentos. Nesse novo contexto, existem múltiplas informações acessíveis em um curto período de tempo que, ao serem manipuladas e interpretadas, tendem a gerar conhecimentos. Essa interpretação identifica as inter-relações do significado existente em cada informação e quais os impactos ao ambiente ela pode causar. As características e necessidades da sociedade da informação mostram que na sua estrutura existe além, do consumo de tecnologia, o acesso às novas formas de relacionamentos sociais e aos novos meios de produção.
2.2 Sociedade em rede Na década de 1990, o sociólogo espanhol Manuel Castells escreveu a trilogia “Sociedade em rede – A era da informação: economia, sociedade e cultura”. Nesse livro, o autor propõe que, a partir das décadas de 60 e 70, um novo mundo começa a surgir no qual a sociedade, economia e cultura estão inter-relacionadas devido à tecnologia, aparecendo assim uma sociedade em rede, também chamada de sociedade informacional. A economia interdependente é a nova característica desse novo mundo, onde vários países passaram a desejar fazer parte do crescimento na produção e no comércio. Essa participação teve sucesso por causa das tecnologias. A economia global fez com que surgissem regras econômicas comuns no mundo todo. Segundo Castells, existe uma redefinição nas relações produtivas de poder e experiência no meio dos três pilares (economia, sociedade e cultura). As relações de produção foram transformadas em uma forma de capitalismo informacional e, para que elas sejam entendidas, faz-se necessária a análise do processo produtivo, do trabalho e do capital.
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Segundo Castells, [...]a sociedade em rede está baseada em uma sociedade em que as estruturas sociais e as atividades principais estão organizadas em torno das redes de informação eletronicamente processadas. A sociedade em rede se caracteriza pela globalização das atividades econômicas decisivas e sua organização em redes; pela flexibilidade e instabilidade do trabalho, bem como por sua individualização; pela chamada cultura da “virtualidade real e pela transformação das bases materiais da vida: o espaço e o tempo mediante a constituição de um espaço de fluxos e de um tempo atemporal
CASTELLS (1999) propõe três modos de desenvolvimento que possuem os elementos específicos para o aumento da produtividade: • Agrário: sua resultante é o aumento de trabalho e de terra; • Industrial: seu desenvolvimento resulta de novas fontes de energia na produção e na circulação de produtos; • Informacional: sua origem de produtividade está nas tecnologias de geração de: • Conhecimento; • Processamento de informação; • Comunicação de símbolos.
CONEXÃO <https://www.youtube.com/watch?v=kXyGmZablp0>. Esse vídeo trata da revolução da tecnologia da informação e baseia-se no livro de Manuel Castells. <https://www.youtube.com/watch?v=6GBEF1aizwo>. Nesse vídeo, o doutor em sociologia Marcos Troyjo fala sobre a integração do homem à era digital. <https://www.youtube.com/watch?v=WuHQjrPnRtA>. Nesse vídeo, podemos ouvir o próprio Manuel Castells falar sobre a colaboração pela Internet. Encontra-se em espanhol porém de fácil compreensão.
Segundo CASTELLS (1999), o uso dessas tecnologias passou por três fases: a automação de tarefas, a experiência e a reconfiguração de aplicações. A primeira e a segunda fases (automação de tarefas e experiência) se baseavam no aprendizado pelo uso, isto é, o conhecimento era adquirido pelo tempo de trabalho em determinado produto.
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Para a terceira fase (reconfiguração de aplicações), o aprendizado é gerenciado pela elaboração, na concepção do conhecimento interagindo com o próprio conhecimento. A terceira fase permitiu o desenvolvimento de novas aplicações, que podiam ser implementadas com maior rapidez, isso fez com que os usuários se apropriassem da tecnologia, compreendendo melhor seus fundamentos e a capacidade de traduzi-las para seu cotidiano. A sociedade em rede também permitiu a constituição de novas formas de comunicação à medida que as possibilidades de novos conhecimentos e aplicações evoluíam abrindo novos horizontes profissionais. Como exemplo, temos a combinação das redes sociais e de seus meios de comunicação que estão moldando as organizações e as estruturas importantes em todos os seus níveis: individual, organizacional e social. Temos também uma lógica própria desse trabalho em rede, em que alteramos bastante os conceitos das operações e dos resultados nos processos de produção. Pode-se afirmar que as redes transformaram-se em um modelo de comunidade na sociedade atual. Segundo CASTELLS (1999): O tema das comunidades é ventilado, mas também delicado e levanta todo tipo de suspeitas, ironias e perigos. A verdade é que a Internet é apenas um instrumento que estimula, e não muda, certos comportamentos; ao contrário, é o comportamento que muda a Internet.[...]
E ainda acrescenta: A sociabilidade está se transformando em nova maneira de relação pessoal, por meio da qual se formam laços eletivos diferentes daqueles formados no trabalho ou no ambiente familiar, como andar de bicicleta ou jogar tênis.
Hoje é muito comum encontrarmos pessoas que fazem parte de alguma rede social como o Facebook, Twitter, Linkedin e outras. E isso tem feito o conceito de redes sociais se modificar atualmente sob diferentes perspectivas. A proliferação das redes sociais e sua popularização maciça é resultado de vários avanços na área de TI, tanto na parte de software, quanto de hardware e redes.
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Numa rede social, observamos as diversas possibilidades que podem ser compartilhadas, como: • Informações e conhecimento; • Interesses; • Ações para alcançar objetivos comuns etc. A estrutura de uma rede social é formada por pessoas e organizações conectadas através de algum tipo de relação ou interesse, possibilitando o compartilhamento de valores e objetivos em comum. Mas também é necessário entender que uma rede social possui sistemas abertos, podendo simplesmente, de uma hora para outra, desmanchar rapidamente os relacionamentos não hierárquicos de uma rede virtual. Em uma sociedade em rede nem tudo funciona ou trabalha de forma correta, pois também possui suas vantagens e desvantagens: Vantagens: o uso das redes possui efeitos benéficos quando abre portas para: • Aprendizado; • Interação social ou profissional; • Criação de redes de contatos; • Exposição positiva da imagem; • Divulgação de trabalhos, conhecimentos, produtos ou ideias; • Trocas de opiniões e compartilhamento de diferentes visões sobre um mesmo tema; • Mobilização social, e outros Desvantagens: • Gerar uma exposição exagerada ou negativa; • Facilitar crimes como pedofilia ou estelionato; • Compulsão; • Redução na produtividade durante o trabalho; • Ser levado a cometer atos insanos como por exemplo agendar manifestações violentas; • Trocar informações relacionadas com crime digital;
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2.3 Modelos de sociedade da informação Segundo POLIZELLI e OZAKI (2009), existem três modelos de sociedade da informação resultantes do que foi estudado até aqui sobre o assunto: o modelo americano, com foco no mercado; o modelo europeu, baseado nas instituições; e o modelo asiático, que privilegia as cadeias de negócios. Os Estados Unidos foram o primeiro país a avançar na área de computação, principalmente durante e após a Segunda Guerra Mundial, e também a área de negócios, representada por hardware e software. Devido a isso, os EUA se transformaram na principal referência da sociedade da informação para os modelos de negócio desse segmento. Além disso, foi nos EUA que houve os primeiros desenvolvimentos relacionados com a comunicação entre os computadores, como as redes, posteriormente a Internet e os sistemas de computadores pessoais. O modelo americano passou por algumas eras: a era do papel, a era do sistema de computação em massa e a era do computador. A era do papel mostra a importância do conhecimento desde a época da colonização pelos peregrinos no século XVII. Nessa época, começou a ser desenhado um dos grandes valores da administração pública daquele país: a governança por meio de informações escritas e publicadas. Nesse período é que o conhecimento começou a ser relacionado com as pessoas. Somente um cidadão bem-informado fazia parte da elite, e o conhecimento residia no que era impresso: nos contratos, nos acordos e demais atividades de pessoas relacionadas com a igreja, advogados e médicos. Durante a Guerra de Independência,vários planfetos eram usados para informar as pessoas a respeito do andamento das ações dos envolvidos. Em razão da educação e das atividades relacionadas, nos EUA, serem bem desenvolvidas, isso propiciou o desenvolvimento de uma grande rede de bibliotecas públicas, aumentando assim a rede de conhecimento. Como consequência, a imprensa também teve avanços e, por causa da crescente necessidade de comunicação, os correios e telégrafos também passaram a ter maior importância. Conforme a sociedade e as atividades em geral evoluíam, questões como a proteção dos direitos autorais começaram a aparecer. Ainda na área legal, também apareceu um conjunto de leis para proteção de encomendas que eram enviadas pelo correio, surgindo também um sistema de catálogos e compras a distância. Empresas como a Sears resultaram desse processo. A Sears é hoje uma
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grande loja de departamentos e, desde aquela época, desenvolveu uma grande rede de comunicação, informação e logística. De 1850 a 1870, ocorre a Segunda Revolução Industrial no país, alavancando assim um grande crescimento econômico relacionado principalmente com o desenvolvimento da indústria bélica, da indústria editorial e da mecânica. Durante as guerras, foi desenvolvida uma rede de coleta de informações que contribuiu para a cultura de valorizações dos registros, contribuindo para a expansão das empresas, gerando a criação de monitoramento do sistema de inovações. Alguns dos inventos mais importantes do século XIX apareceram nos EUA por meio dessa infraestrutura que foi criada ao longo do tempo. Os inventos eram protegidos por patentes e estão exemplificados nas figuras a seguir.
Figura 1 – Cartão perfurado
Figura 2 – Máquina analítica
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Figura 3 – Fotograma e cinema
Figura 4 – Maquina de escrever
Uma vez que o sistema de patentes provocou uma explosão de invenções, apareceu então a era da comunicação em massa. Outras invenções também contribuíram para a aceleração das comunicações, principalmente com o uso da eletricidade. Invenções como o fonógrafo,
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telefone, computador, a luz elétrica residencial, o rádio e a televisão aceleravam cada vez mais o acesso à informação. As invenções ampliaram muito a velocidade das comunicações dos negócios e começavam a dar uma face mais próxima a que conhecemos por escritórios e empresas. O desenvolvimento do computador nos Estados Unidos abre uma nova abordagem estratégica de implantações de tecnologias inéditas com início nos anos 1920. Sendo assim, uma nova era passa a ser concebida: a do computador. Os projetos militares foram os maiores patrocinadores da indústria da computação e os pioneiros no que é chamado de “modelo de gestão de TI com base em encomendas”. Em 1950, o modelo de negócios com base no mercado foi adotado por essa indústria, em particular nos escritórios para a parte de produção, contabilidade e finanças. Em 1952, a GM instalou o primeiro computador para o controle de operações comerciais. Nos anos 50 e 60, as aplicações para computador de grande porte, os mainframes, sustentam o seguimento de software e assim um novo tipo de negócio é gerado, o de comercialização de tecnologias. A constatação de que essa cadeia de negócios seria irreversível levou as empresas e universidades, com o apoio do governo, a organizar a ARPANET, que foi a precursora da Internet como conhecemos hoje. Os resultados desse novo tipo de negócio começam a aparecer em várias inovações: o ATM (Auto Teller Machine – caixa eletrônico) na área bancária, o POS (Point Of Sale – ponto de venda) e a automação. Em 1971, quatro supercomputadores localizados em universidades americanas permitiram a troca de informações entre os cientistas. Em 1987, o NSF (National Science Foundation) assume a responsabilidade de manter o backbone dessa rede. Foi o pontapé incial da World Wide Web, ampliando toda essa rede com a escala global. Em 1993, é criado o navegador Mosaic, pela Universidade de Illinois, tornando possível o acesso à Internet, levando a um crescimento exponencial do número de computadores conectados à rede.
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Outra inovação, decorrente da Internet, é o e-Governmebt (governo eletrônico), o qual disponibiliza informações para os cidadãos, de documentos, estatísticas e serviços em geral. Os grandes laboratórios passam a contar com um ambiente de intercâmbio digital. E com a consolidação da indústria de TI no mundo, as pesquisas se orientaram para produtos e soluções específicas, ampliando os estudos voltados para as tecnologias básicas e os fundamentos de negócios. Entre os modelos de sociedade da informação, o americano é o que mais se destaca. Sendo assim não iremos nos aprofundar nos modelos asiático e europeu.
2.4 Reestruturação produtiva e sociedade da informação A era do computador, apesar de ter sido uma época produtiva e positiva, teve seus impactos críticos nos anos 1980 e 90, principalmente na economia, no emprego e nos processos trabalhistas. Isso ocorreu porque o uso da tecnologia da informação atuou diretamente em alguns processos como o redesenho da produção em massa e introduziu novas formas de organização da produção e dos mercados de trabalho devido à globalização. Alguns autores chamam esse paradoxo de “Reestruturação produtiva”. Esse conceito tem relação com as novas formas de organização da produção possibilitada pelas TICs. Alguns autores mostram que as organizações perceberam duas estratégias para o uso das novas tecnologias a fim de reestruturar a produção: • A primeira estratégia privilegiou o emprego da tecnologia sobre as relações de trabalho; • A segunda estratégia foi marcada por uma abordagem de redução dos riscos, em que a ideia seria o de combinar o uso dos equipamentos com novas relações de trabalho mais horizontais, voltadas para a troca de informações entre departamentos.
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2.5 Cadeias de negócio Já mencionamos as cadeias de negócio anteriormente, e não podemos deixar de tratá-las sem falar do capitalismo americano. Uma grande força do capitalismo americano é o espírito empreendedor de seus executivos, que são permanentemente encorajados a investir e a competir nas mais diferentes áreas da economia, fazendo com que alguns negócios assumam proporções inéditas. A área de tecnologia da informação e comunicação (TIC) oferece grandes oportunidades de crescimento sustentável e competitividade para as empresas. Entretanto, a tecnologia por si só, sem alinhamento estratégico com o negócio, não faz sentido. Introduzir novos artefatos de hardware e software não garante aumento de produtividade do pessoal e melhoria de processos. Para que as iniciativas de tecnologia tenham sucesso, é necessário estabelecer uma linguagem comum e definir um mapa unificado entre o negócio e a TIC. Uma forma de buscar esse alinhamento e demonstrar o valor das iniciativas de TIC é utilizar uma matriz de valor focada em duas dimensões: criticidade do empreendimento e prática de inovação. Existem três questões polêmicas sobre tecnologia da informação e comunicação: 1. A TIC muda realmente os conceitos básicos da estratégia de gestão? Tecnologia e negócio são de naturezas diferentes. Enquanto a tecnologia avança rapidamente, as práticas de negócios evoluem de forma mais lenta e são mais estáveis. 2. A TIC gera efetivamente novos benefícios e vantagens competitivas para as empresas? Gira em torno da discussão sobre como medir o retorno de investimento das iniciativas de TIC nas áreas de negócios. 3. A disseminação da tecnologia não transforma a TIC numa commodity (mercadoria), que desta forma reduz sua importância relativa? Essa questão é polêmica e a que mais contribui para que a TIC tenha uma imagem de uma área para suporte aos negócios, sem muita importância estratégica relativa. Se a área de tecnologia é reativa (casual) às solicitações das áreas de negócios, sempre teremos a impressão de que as soluções são uma commodity
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(mercadoria), mesmo que essa solução introduza inovações tecnológicas (novas formas de tecnologia). Devido ao sucesso do modelo de capitalismo americano, muitas sociedades vêm adotando esse padrão, do qual o Brasil faz parte. No geral, baseia-se em redes de negócios de grandes empresas líderes em parceria com universidades para desenvolvimento de projetos. Seu foco passa a ser no cliente e os produtos e serviços, a serem adequados a esse cliente e aos seus desejos. Também temos a inovação como a mola-mestre nesse modelo, em que fornecedores e empresas líderes se aliam em cadeias de negócios para consolidar posição no mercado.
2.6 OCDE A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) é uma organização com sede em paris que agrega 34 países que adotam os princípios da democracia representativa e da economia de livre mercado.
CONCEITO Democracia representativa é a forma de exercer o poder político por meio de representantes eleitos pela população. Economia de livre mercado é uma forma de prática da economia quando existe pouca ou nenhuma intervenção dos governos. Neste caso, todas as ações econômicas e individuais respeitam a transferência de dinheiro, bens e serviços voluntariamente. Porém, quando há contratos voluntários, o cumprimento é obrigatório. A propriedade privada é protegida pela lei e ninguém pode ser forçado a trabalhar para terceiros.
A OCDE sucede uma outra organização chamada OECE (Organização Europeia para a Cooperação Econômica), que foi formada em 1947 com o objetivo de sustentar o Plano Marshall após a Segunda Guerra Mundial. A OCDE é, na verdade, um fórum entre os países participantes que fomenta políticas públicas entre os países que apresentam os maiores IDHs (Índices de Desenvolvimento Humano). A organização ajuda no desenvolvimento e na expansão econômica dos países participantes para proporcionar ações que possibilitem a estabilidade financeira e o fortalecimento da economia global.
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A organização possui um conselho formado por um representante de cada país, além de um representante da Comissão Europeia. A organização não trata somente dos aspectos econômicos, mas também promove projetos nas áreas social, ambiental, de educação e geração de emprego. Entre os principais objetivos, estão: • Promover o desenvolvimento econômico; • Proporcionar novos postos de emprego; • Melhorar a qualidade de vida; • Contribuir para o crescimento do comércio mundial; • Proporcionar acesso à educação para todos; • Reduzir a desigualdade social; • Disponibilizar sistemas de saúde eficazes. Atualmente, os países-membros são: Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Grécia, Islândia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Noruega, Países Baixos, Portugal, Reino Unido, Suécia, Suíça, Turquia, Alemanha, Espanha, Canadá, EUA, Japão, Finlândia, Austrália, Nova Zelândia, México, República Checa, Hungria, Polônia, Coreia do Sul, Eslováquia, Chile, Eslovênia e Israel. A OCDE influencia o desenvolvimento da sociedade da informação por meio de fóruns e congressos que estruturam as ações dos países-membros. Quando a OCDE foi criada, a sociedade da informação atuava em quatro pontos devido ao contexto dos anos 1990, com a Internet se consolidando e com sua formação ligada a questões de infraestrutura, preços e regulação: • Infraestrutura • Recursos públicos • Governo • Implementações
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Europa · Liderança institucional · Rede de inovação Bases dos modelos de sociedade da informação · Infraestrutura · Recursos humanos · Governo (legislação)
· Agências públicas · Regulamentação
EUA · Liderança do setor privado · Política das infovias Ásia · Redes de fornecedores · Ação de fomento do Estado
1995
1997
1999
Figura 5 – Workshops da OECD e os modelos de sociedade da informação.
2.7 O livro verde da sociedade da informação no Brasil No Brasil, foi elaborado um documento chamado “Livro Verde da Informação”, como uma proposta para a sociedade da informação brasileira. O documento sofreu influência da sociedade da informação americana e europeia daquele período. O objetivo do documento é esclarecer os objetivos do projeto e apresentar uma proposta política, traduzindo uma oferta de desenvolvimento da informática e da Internet no Brasil. Em 1991, a Rede Nacional de Pesquisa (RNP) criou o backbone brasileiro. Em 20 de dezembro de 1994, a Embratel lança um serviço experimental para conhecer melhor a Internet. Em 1995, a Internet é aberta ao setor privado no Brasil para a exploração comercial. A RNP fica responsável pela infraestrutura básica de interconexão e informação em âmbito nacional, tendo o controle do backbone. Em 1999, é lançado o Programa Sociedade da Informação (Sociinfo), com o objetivo maior de integrar o desenvolvimento econômico e social ao acesso às TICs e uso delas e promoção da inclusão social por meio da inclusão digital.
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O Livro Verde, em relação ao setor privado, assumia a nova economia com base na economia de mercado, na globalização e no comércio internacional. A elaboração do Livro Verde estimulou alguns avanços, em particular nas ações do governo eletrônico, Internet para pesquisadores e aumento da população com acesso à rede.
CONCEITO Governo eletrônico, ou e-gov, consiste nas ações das TIC aliada ao conhecimento nos processos internos de governo e que são relacionadas com a entrega dos produtos e serviços do governo para os cidadãos, indústria e demais componentes da sociedade.
ATIVIDADE 1. O que são sociedade da informação e sociedade do conhecimento? 2. Qual foi a contribuição de Castells e como ele a entende? 3. Quais foram os três modos de desenvolvimento propostos por Castells? Escolha um desses modos e explique-o? 4. Onde se originou a base da crise, segundo Castells? 5. O que você entende por “O modelo americano de sociedade da informação”? 6. Leia “A era do papel” e elabore uma conclusão sobre o assunto?
REFLEXÃO Vimos que, no modelo americano da sociedade da informação, do qual sofremos grande influência, existiram algumas eras: era do papel, era da informação etc. Com base nisso e verificando que a tecnologia se desenvolve muito rápido, assim como a ciência, na sociedade, será que no futuro teremos alguma outra grande mudança a tal ponto de caracterizar outra era? Qual seria esta “nova era”? E não estamos nos referindo à “nova era” (new age)! Fica a dica para esta reflexão.
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LEITURA Os seguintes livros são bem interessantes e complementam os assuntos que abordamos neste capítulo. LÉVY, P. A inteligência coletiva. São Paulo: Loyola, 1998. LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CASTELLS, M. A sociedade em rede – a era da informação. 10. ed. edição. Ed. Paz e Terra, 1999. POLIZELLI, D. L.; OZAKI, A. M. Sociedade da informação – os desafios da era da colaboração e da gestão do conhecimento. São Paulo: Saraiva, 2008. STAREC, C.; GOMES, E.; BEZERRA, J. Gestão estratégica da informação e inteligência competitiva. São Paulo: Saraiva, 2006. SETZER, V.W. Os meios eletrônicos e a educação: uma visão alternativa. São Paulo: Editora Escrituras, Coleção Ensaios Transversais. V. 10, 2001.
NO PRÓXIMO CAPÍTULO Estudaremos, no próximo capítulo, sobre a revolução digital e exploraremos um pouco a Internet, negócios eletrônicos e outros assuntos relacionados. Observaremos que esses temas estão totalmente relacionados ao que abordamos anteriormente: a sociedade da informação.
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3 A revolução digital
3 A revolução digital A Internet foi criada no final da década de 1960. Na verdade, podemos dizer que foi a primeira versão da Internet, chamada de Arpanet, usada pelos militares. O que nós conhecemos por Internet ganhou proporções maiores a partir da década de 90, com o advento da World Wide Web (www). Desde então, nossas vidas mudaram. A Internet passou a ser usada como vitrine e lojas pelas empresas; passou a publicar imagens, vídeos, áudios de uma maneira muito acessível, de modo que ganhou a população mundial. Até mesmo pessoas comuns poderiam ter seu próprio site e publicar suas opiniões, fotos e demais elementos pessoais de uma maneira muito rápida e prática. As comunicações ganharam outra proporção, apareceram os programas de bate-papo. Esses programas demandaram novos recursos e hoje é possível ter voz, áudio e vídeo pelo telefone, assim como tinha Dick Tracy nos quadrinhos a partir da década de 30 ou a tripulação da Star Trek, em Jornada nas Estrelas. É ou não é uma revolução digital? Vamos estudar um pouco sobre isso neste capítulo.
OBJETIVOS • A Internet; • Negócios digitais; • O conhecimento digitalizado; • Tecnologia onipresente.
REFLEXÃO Você sabe o que é um protocolo? Como a Internet funciona? Quando foi a primeira vez que você usou a Internet e para qual fim? Hoje você a usa para quê? Pense nestas perguntas.
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3.1 A internet A Internet, assim como muitos elementos da Tecnologia da Informação atual, provém de um projeto para a área militar dos Estados Unidos. A ideia desse projeto era ter uma forma de comunicação entre as bases militares que fosse eficiente e infalível a ataques nucleares. Na década de 1960, a Defense Advanced Projects Research Agency (DARPA) patrocinou um projeto para desenvolver uma tecnologia de rede que permitisse que pesquisadores, em várias localizações no país, pudessem compartilhar informações. Essa tecnologia também deveria ser resistente a falhas. O resultado deste projeto foi a ARPANET, lançada em setembro de 1969. A ARPANET conectava computadores em quatro localizações: • UCLA • Stanford Research Institute • UC Santa Barbara • Universidade de Utah Nos anos que se seguiram, a quantidade de computadores conectados cresceu de maneira bem rápida. Em 1972, foi introduzida a ferramenta de e-mail que se tornou a maior aplicação da rede. Em 1973, a ARPANET conectou-se à University College of London, no Reino Unido, e ao Royal Radar Establishment na Noruega, tornando-se internacional. Em 1986, a NSFnet (a grande rede da National Science Foundation) foi conectada à ARPANET, e o resultado passou a ser conhecido como Internet. Com o tempo, diversas outras companhias se conectaram à Internet (CAPRON e JOHNSON, 2004). Na arquitetura de funcionamento da Internet, os principais backbones (circuito de transmissão de alta velocidade análogo ao sistema de rodovias estaduais) conectam-se a redes regionais. Essas redes regionais, por sua vez, dão acesso a provedores de serviços, grandes empresas e instituições públicas. Os pontos de acesso à Internet (NAPs – Network Acess Point) e as Trocas de Internet Metropolitana (MAE – Metropolitan Area Exchanges) são grandes Hub, em que o backbone intercepta redes regionais e locais e em que os proprietários dos backbones se conectam uns aos outros (LAUDON e LAUDON, 2007).
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As pessoas se conectam à Internet de duas maneiras: • ISP (Internet Service Provider – Provedor de serviços de Internet): é uma organização comercial com conexões permanentes com a Internet e que vende conexões a assinantes. • Por meio de suas empresas, universidades ou centros de pesquisa que tenham domínios próprios. Backbone Domínio nyu.edu
MAE Linha T1
Host regionais
Hubs regionais (MAEs and NAPs) Domínio provedor local Host regionais Linha telefônica comum
Rede do campus
Escritórios
POP3 Mail Cliente IP
SMTP Mail
Residência Cliente IP
Figura 1 – Arquitetura da Internet
LAUDON e LAUDON, 2007. A Internet baseia-se na pilha de protocolos TCP/IP. Todos os computadores recebem um IP único (Internet Protocol), que é representado por um número de 32 bits, com séries de 0 a 255, separadas por pontos. O endereço 64.233.164.104 pertence ao Google, por exemplo. Quando um usuário envia uma mensagem a outro usuário da Internet, a mensagem é decomposta em vários pacotes por meio do TCP. Cada pacote contém seu endereço de destino. Os pacotes são enviados a um servidor de rede, que encaminha para quantos servidores forem necessários até que todos os pacotes cheguem ao destino e a mensagem seja remontada.
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capítulo 3
Servidores
Como vai você? A
B
C
Como vai você? A
Z
A
B
C
A
B
C
A
B Y
C
Gateway
A
B
C
A
B
C
Y
C
X
Gateway
Bem, obrigado! X
B
Bem, obrigado!
Z
X
Y
Z
Figura 2 – Comutação por pacotes
LAUDON e LAUDON, 2007. Para os usuários de Internet, seria muito difícil guardar os endereços baseando-se apenas em números. Devido a isto, foi criado o Sistema de Nomes de Domínio (Domain Name System – DNS), que converte os endereços IP em nomes de domínios. O DNS possui uma estrutura hierárquica: • No topo está o domínio raiz; • No domínio de primeiro nível, temos nomes com dois ou três caracteres, como .edu, .gov, e códigos de país, como .br, .uk, .ca etc; • No domínio de segundo, nível temos duas partes designando o nome de primeiro nível e o nome de segundo nível; • Um nome de hospedeiro (host) na base da hierarquia indica um computador específico da Internet ou na rede privada. Domínio-raiz edu
com
expedia sales.google.com
gov
org
google sales
computer1.sales.google.com
net
Domínios de primeiro nível
congress
Domínios de segundo nível Domínios de terceiro nível Hospedeiros
Computer 1
Figura 3 – Sistema de nomes de domínio da Internet
LAUDON e LAUDON, 2007. capítulo 3
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A Internet baseia-se na arquitetura cliente/servidor. As pessoas acessam à Internet por meio de aplicações clientes, como o navegador. Todas as informações trocadas (dados das aplicações, mensagens de e-mail, etc.) ficam armazenadas na máquina cliente ou em um servidor. Os clientes que acessam à Internet atualmente não o fazem apenas por computadores, mas também por diversos dispositivos, como os tablets, celulares etc. Quando você conecta seu computador cliente na Internet, passa a ter acesso a uma variedade de serviços, como e-mail, grupos de discussão, mensagens instantâneas, vídeos, redes sociais, serviços do governo, páginas de comércio eletrônico e serviços corporativos. Cada serviço na Internet é implementado por um conjunto de programas e pode funcionar a partir de um único servidor ou de servidores diferentes. As redes corporativas compreendem um conjunto de várias redes diferentes (desde a rede telefônica até a Internet e as redes locais) que conectam grupos de trabalho, departamentos ou escritórios. Uma rede corporativa pode oferecer aplicações comerciais aos seus clientes. Por exemplo, pode ser um portal onde o cliente, através de seu navegador web, acessa relatórios sobre as vendas da empresa. Para isso, a empresa precisa de uma arquitetura com sistemas backend. Esse tipo de sistema funciona no servidor como uma aplicação. Ele se conecta a bases de dados, faz transações com outros sistemas etc. Além disso, você precisará de um servidor de aplicações que tratará o envio de informações de uma aplicação cliente não apenas como requisições de páginas, mas como requisições de informações a programas.
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capítulo 3
Cliente
Internet
PDA · Navegador Web · Outro software cliente
Servidor
· Servidor Web (HTTP) · Simple Mail Transfer Protocol (SMTP) · Domain Name Serving (DNS) · File Transfer Protocol (FTP) · Network News Transfer Protocol (NNTP)
Servidor de aplicativo
Páginas Web
Servidor de banco de dados
Sistemas back-end
Vendas Produção Contabilidade RH
Arquivos de correio
Figura 4 – Modelo cliente servidor na Internet
LAUDON e LAUDON, 2007. 3.1.1 Internet, intranets e extranets A intranet de uma empresa é uma rede privada que utiliza a mesma tecnologia da Internet (ou tecnologia semelhante) para conectar computadores, recursos e aplicações de uma rede, tornando-os disponíveis somente ao seu público interno. Uma intranet deve ser protegida por medidas de segurança como firewalls, mecanismos para autenticação e controle de acesso, permitindo apenas que usuários autorizados possam fazer uso dos recursos disponíveis. As principais diferenças entre a Internet e a intranet são relacionadas ao conteúdo (que é restrito na intranet e liberado na Internet). As empresas podem usar intranets para diversos fins, como: • Ensino eletrônico; • Repositório de dados; • TV corporativa; • Comunicação instantânea (por texto ou voz); • Divulgação de notícias; • Gerenciamento de projetos; • Conectar aplicativos; etc.
capítulo 3
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Já a extranet pode ser considerada como um ponto de conexão externo a uma intranet, ou seja, um ponto onde a intranet fica passível de acesso ao público externo (como clientes, fornecedores, parceiros comerciais etc.). O acesso da extranet também deve ser controlado. Afinal, se não fosse assim e o acesso fosse público, estaríamos falando da Internet! As extranets fornecem recursos até parecidos com os das intranets, como troca de informações, ensino eletrônico, transmissão de dados, comunicação instantânea, dentre outros. Quando uma empresa conecta sua intranet à intranet de outra empresa, podemos dizer que há a formação de uma extranet (claro, se a conexão for com o fim de prover os recursos citados e, ainda, com a devida proteção – se for pública, não faz sentido chamá-la de extranet).
Internet
Intranet da Filial
Intranet da Matriz Extranet
Intranet do cliente ou fornecedor Figura 5 – Extranet composta de intranets diferentes
Em geral, a conexão para uma extranet exige a chamada rede privada virtual (VPN: Virtual Private Network). Em uma VPN, a conexão entre os elementos computacionais é protegida. Assim, você pode trafegar dados sobre a infraestrutura pública da Internet protegendo-os com mecanismos de criptografia. Mesmo que algum “intruso” tente observar os dados, estes estarão “embaralhados” de maneira que não farão nenhum sentido.
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A
C Internet
Dados Dados
B
D
Figura 6 – Criação de uma VPN
3.1.2 A Wold Wide Web (WWW) A World Wide Web é o mais conhecido serviço de Internet. É um padrão universalmente aceito para armazenar, recuperar, formatar e apresentar informações usando uma arquitetura cliente/servidor. Nesse padrão, páginas web são formatadas por meio do hipertexto que possui links, vinculando documentos. Para “navegarmos” na web, precisamos de um browser (navegador). O software faz as requisições de objetos usando a arquitetura cliente/servidor na web.
Figura 7 – Tela do Internet Explorer
capítulo 3
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A figura 7 mostra a tela do Internet Explorer, o navegador web que vem junto com o Windows. O Internet Explorer é o navegador mais usado no mundo. Ao digitarmos um endereço no navegador, o que acontece é o seguinte: • O endereço é o URL de um objeto: http://www.estudeadistancia.com; • Esta URL define um endereço único de um site ou arquivo na Internet; • O servidor usa o DNS para traduzir o endereço do computador host na Internet; • Feito isso, ele usa o protocolo apropriado para solicitar ao servidor o objeto desejado pelo usuário. As páginas web são baseadas numa linguagem-padrão chamada Linguagem de Marcação de Hipertextos (hypertext markup language – HTML). Essa linguagem é interpretada pelo navegador, que exibirá os resultados na tela de seu computador. O protocolo acima especificado é o HTTP (protocolo de transferência de hipertexto – hypertext transfer protocol), que é um padrão de comunicações usado para transferência de páginas web. 3.1.2.1 Negócios digitais Como já citamos, é comum lermos na Internet sobre e-commerce e e-business e encontrarmos textos que confundem suas definições e usos. Como são palavras provenientes do inglês, vamos traduzir os termos separadamente e dar o significado de cada um deles para entendermos a diferença entre eles. Segundo o dicionário online MICHAELIS:
Business: 1 serviço, trabalho, profissão, ocupação. 2 assunto, negócio. important business / negócios importantes. 3 negócio, atividade comercial, comércio. he went into business / ele ingressou no comércio. 4 empresa, firma, estabelecimento industrial ou comercial. 5 loja. 6 direito de agir, interesse. 7 ação em representação teatral. Commerce: 1 comércio, negócio, tráfico. 2 intercâmbio (comercial ou cultural). 3 relações pessoais. I have no commerce with him / não tenho relações com ele. Como podemos perceber, são termos diferentes. Enquanto “business” trata do negócio como um todo, do assunto, “commerce” é apenas a parte da troca comercial, do intercâmbio, como é mostrado em uma das traduções, e seria a parte principal da definição. Portanto, de certa forma, o e-commerce é uma parte integrante do e-business. Dá para perceber que um termo é bem relacionado
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com o outro. Porém, é natural que os termos se confundam, pois a infraestrutura usada para ambos é praticamente a mesma. Segundo os autores (LAUDON e LAUDON, 2007), e-business refere-se ao uso de tecnologia digital e de Internet para executar os principais processos de negócios de uma empresa. Neste contexto, todas as atividades relacionadas com a gestão interna da empresa e até mesmo com os fornecedores fazem parte do e-business incluindo o e-commerce que, segundo os autores, lida com a compra e a venda de mercadorias e serviços pela Internet. A figura 8 tenta estabelecer o relacionamento entre e-business e ecommerce e seu relacionamento com o mundo exterior, que são os clientes e usuários da empresa a qual possui processos baseados em e-business. Como podemos ver, o e-business engloba outros conceitos já vistos anteriormente em outras disciplinas como ERP, SCM, CRM e BI. A integração desses sistemas com os processos de negócio e aliados à estratégia corporativa, além de outros fatores que veremos no capítulo, são fatores críticos de sucesso para o bom relacionamento.
E-Business Processos de negócio, estratégias integradas, tecnologias atuais, Sistemas ERP, CRM, SCM
E-Commerce Trocas eletrônicas, comércio eletrônico, loja virtual, interface com o mundo externo
Mundo externo
Figura 8 – Relacionamento entre e-business, e-commerce e o mundo externo à empresa.
Uma vez que definimos e mostramos as diferenças entre os termos, vamos agora a algumas questões relacionadas com a disciplina. Toda organização tem suas preocupações imediatas e estratégicas. Lembre-se de que quando nos referimo à estratégia, estamos considerando ações a longo prazo. O que é melhor? Preocupar-se com o lucro atual e reduções de custo imediatas ou o posicionamento da organização daqui a alguns anos? E se estamos tentando analisar a situação daqui a alguns anos, como a Internet e o mundo digital estarão incluídos nesta análise? capítulo 3
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Para ajudar nesta análise, gostaria de apresentar alguns dados estatísticos sobre as redes sociais atualmente. Segundo o site Socialnomics (BBC BRASIL, 2012), o Facebook ultrapassou o número de 1 bilhão de usuários (número muito maior que a população de vários países juntos, incluindo o Brasil) e, dentro desse número, em média uma pessoa gasta cerca de 6 horas por mês “dentro” do Facebook. As redes sociais são usadas basicamente para entretenimento pessoal, porém é excelente para as empresas divulgarem produtos e serviços. Além disso, muitas redes sociais possuem APIs, as quais permitem que as empresas desenvolvam formas de integração com seus sistemas integrados ou de comércio eletrônico. Enfim, é uma grande possibilidade de negócio.
CONEXÃO Conheça um pouco algumas APIs dos principais sites: Google Maps: <https://developers.google.com/maps/>. É possível encontrar muitas formas de embutir os mapas do Google em aplicações desenvolvidas pelos programadores. Facebook: <http://developers.facebook.com/>. Possibilita que os programadores integrem seus sistemas ao Facebook. Java API: <http://docs.oracle.com/javase/7/docs/api/index.html. API> da linguagem Java. Por meio desta API, os programadores podem escrever diversos tipos de aplicações para diferentes plataformas. Twitter: <https://dev.twitter.com/>. Com esta API é possível conhecer as formas de integração do Twitter com outras aplicações.
Portanto, perante esses dados, as empresas não podem de forma nenhuma descartar a entrada no mundo digital. Trata-se de um posicionamento estratégico e de sobrevivência. Mas resta saber se as empresas estão preparadas atualmente para esta mudança. A entrada no mundo digital significa repensar os processos, os relacionamentos com fornecedores, com clientes, a tecnologia usada internamente, as pessoas e seu grau de relacionamento com essa nova realidade, enfim, um novo paradigma. A tecnologia ainda é um campo inexplorado para alguns gerentes e estes, se não entenderem devidamente os benefícios e possibilidades que ela oferece, certamente serão obstáculos para o avanço nesta área. Cabe ao gestor de TI intervir neste difícil processo.
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capítulo 3
Esta mudança de paradigma que deve acontecer nas empresas está relacionada com uma divisão sugerida por KALAKOTA & ROBINSON (2002) em períodos do e-commerce: • Primeira etapa (1994-1997): o que ocorreu foi uma corrida das empresas para garantir sua presença na Internet. De uma certa forma, não importava como seria o relacionamento pós-contato com o cliente ou interessado, o importante era estar presente na Internet! • Segunda etapa (1997-2000): o foco foi as transações eletrônicas: comprar e vender na Internet. Porém, um problema muito sério ocorreu nesta época e várias empresas “.com” acabaram por desaparecer após o “boom” inicial da Internet. Como já vimos na disciplina de Sistemas de Informações, não basta ter um bom sistema de venda sem que exista uma estrutura de supply chain suficientemente preparada para suprir as demandas de clientes e usuários. • Terceira etapa (2000-até hoje): o foco desse período está relacionado com a lucratividade. Uma vez que as empresas “.com” suportaram as crises anteriores, a meta agora é saber como a Internet afeta a lucratividade. Isto afeta não apenas a parte de compra e venda (e-commerce), mas todos os processos envolvidos nesta tarefa, inclusive os processos de retaguarda, também chamados de back office. Como já foi comentado, as apessoas estão cada vez mais conectadas e é natural que essa vida on-line seja explorada pelas empresas e atividades como o e-business e e-commerce tomem força e ganhem outras proporções. Por outro lado, com o avanço da tecnologia, muitos elementos tecnológicos que fundamentam as atividades digitais ficam mais baratos e acessíveis para as empresas que querem entrar nesse ramo ou mesmo expandir o que já existe. Essa nova economia trouxe novos tipos de negócios e organizações, e consequentemente a forma de lidar com esse novo contexto fez com que aparecessem novos modelos de negócio. Rappa (2010) fez uma taxonomia (classificação) envolvendo os tipos de modelos de negócio desse novo cenário. Porém, temos de tomar cuidado com um detalhe: esta área é muito volátil. Embora o trabalho de Rappa seja muito interessante e é um dos poucos que faz essa classificação, novos modelos têm aparecido, os quais não foram contemplados na taxonomia proposta por ele.
capítulo 3
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O quadro 3.1 apresenta a taxonomia proposta por RAPPA (2010) apud SIQUEIRA e CRISPIM (2012). Observe cada modelo e suas variantes: VARIANTES
MODELO COMERCIANTE Modelos de negócios que envolvem a comercialização de serviços ou produtos tangíveis/digitais para pessoas físicas ou jurídicas. Pode ser um negócio totalmente baseado na Internet ou com reforço de uma loja tradicional.
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DESCRIÇÃO
Comércio misto
Modelo de negócio tradicional baseado em instalações físicas e que utiliza a rede como mais um canal de comercialização para os seus produtos. [LivrariaSaraiva. com.br]
Comércio virtual
Comercialização de produtos/serviços exclusivamente pela Internet. [Submarino.com.br]
Comércio virtual puro
Comercialização de produtos digitais ou serviços cuja entrega é realizada pela própria Internet. É a forma mais pura de Comércio Eletrônico, uma vez que todo o processo do negócio é realizado on-line. [Symantec. com]
Mercantil
Empresas que vendem produtos ou serviços para outras empresas (B2B) utilizando-se a Internet como canal de comercialização.[Quickpack.com]
Mercantil direto
Empresas produtoras de mercadorias que se utilizam da web como canal direto de venda para o consumidor final, eliminando total ou parcialmente os intermediários. [Dell]
MODELO CORRETAGEM Modelos de negócios chamados de facilitadores de negócios na Internet. São sites que facilitam e estimulam a realização de transações, através da manutenção de um ambiente virtual; coloca em contato e aproxima os fornecedores e os potenciais compradores. Geralmente um corretor cobra uma taxa (mensal/anual) ou comissão por transação realizada.
Shopping virtual
Site que reúne diversas lojas virtuais. A receita é obtida através de taxa mensal + comissão sobre as vendas realizadas ou pagamentos por anúncios. [Shopfacil. com.br, Amazon.com]
Leilões on-line
Ambiente virtual que possibilita a oferta de mercadorias e a realização de lances até se chegar à melhor oferta disponível. A receita é obtida através de taxas de cadastramento + comissão no caso de empresas (B2B) ou comissão sobre venda no caso de pessoas físicas (C2C). Possui variantes como o Leilão reverso. [Superbid.net / Mercadolivre.com.br]
Portal vertical
Possibilita a interação entre empresas do mesmo setor e incentiva transações através de negociação direta ou leilões. Variantes: Agregador de compras – reúne compradores para obter maior volume e melhor negociação.[Chemconnect.com]
Metamediários
Aproxima compradores e vendedores; a receita é geralmente obtida através de comissões sobre as transações realizadas pelo site. É o caso dos Corretores Financeiros, que facilitam a realização de investimentos, disponibilizando acesso a fornecedores de serviços financeiros (investshop.com.br) como compra de ações, seguros, investimentos. Além de sites que dão prêmios aos consumidores (dotz.com.br) para incentivar a compra em sites parceiros. Outra variante são os agentes de transação financeira [Paypal.com], que também se enquadram nesta categoria.
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São grandes portais de conteúdo que oferecem con-
MODELO PUBLICIDADE Oferece produtos e serviços, geralmente gratuitos. Gera grande volume de tráfego e normalmente obtém receita através de anunciantes. Quando não gratuito, a forma de cobrança pode ser por assinatura ou “on-demand”.
Portais
teúdo gratuito ou parcialmente gratuito, além de ser-
genéricos
viços como mecanismo de busca [Google.com, Buscape.com.br] e servidores de e-mail. [Hotmail/Yahoo]. Sites especializados em determinado público ou seg-
Portais
mento de mercado. Geram menos volume de tráfego
especializa-
que os genéricos, mas com um perfil de público mais
dos
concentrado, o que é valorizado pelos anunciantes. [maisde50.com.br] Portais afiliados fornecem um link para compras em portais comerciantes parceiros – é um modelo de re-
Modelos afiliados
muneração por desempenho, se o afiliado não gerar compras, ele não representa custo para o comerciante parceiro. Variações incluem programas de intercâmbio, pay-per-click e partilha de receitas de banner. [Amazon.com] Softwares desenvolvidos colaborativamente por uma comunidade de programadores que compar-
Open
MODELO COMUNIDADE O modelo comunitário baseia-se na lealdade do usuário. A receita pode basear-se sobre a venda de serviços e produtos auxiliares ou contribuições voluntárias, ou pode ser vinculada à publicidade e assinaturas de serviços premium.
Source
tilham código abertamente. Em vez de licenciar o código fonte através de taxa, o modelo depende da receita gerada a partir de serviços relacionados como integração de sistemas, suporte ao produto, tutoriais e documentação de usuário. [Red Hat] Conteúdos acessíveis abertamente, desenvolvidos
Conteúdo
colaborativamente por uma comunidade global de
aberto
usuários que trabalham voluntariamente. [Wikipedia.com] Sites que possibilitam a um indivíduo se conectar a outros indivíduos com interesses em comum (professio-
Serviços de rede social
nal, passatempo, romance). Serviços de rede sociais podem fornecer oportunidades de publicidade contextual e assinaturas de serviços premium. [LinkedIn, Facebook, Orkut]. Outra variante são sites de compras coletivas [Groupon.com, PeixeUrbano.com.br].
Quadro 3.1 – Taxonomia dos modelos de negócio
RAPPA (2010) apud SIQUEIRA e CRISPIM (2012).
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capítulo 3
3.2 O conhecimento digitalizado Podemos perceber que todo o conhecimento que estamos mostrando com as tecnologias e avanços da ciência está relacionado com a mente das pessoas e como elas processam as informações. Portanto, o conhecimento digitalizado, na verdade, é um processo complexo que necessita de ferramentas de tecnologia corretas e apropriadas, de forma que o conhecimento possa ser apresentado e mostrado, armazenado, indexado, recuperado, compartilhado e também disponível para a sociedade. A tecnologia da informação possui vários recursos para poder digitalizar o conhecimento e novos recursos aparecem todo o tempo. A área de gestão do conhecimento tem ganhado bastante destaque, pois necessita dessas ferramentas e de material humano que as conheça e as utilize a fim de formar os sistemas gerenciadores de conhecimento. A revolução digital, assunto que trataremos em seguida, possui como base as ferramentas que permitem a digitalização do conhecimento e a convergência tecnológica. Notamos que cada vez mais a mobilidade tem baseado várias atividades relacionadas com a comunicação, com a produção, com os serviços e outros, e isso tem como consequência o aparecimento contínuo de novos e modernos smartphones, com funções que excedem a simples comunicação. Os jovens das Geração Y e mais novos têm aproveitado estas facilidades. Eles já são nativos digitais e lidam com os aparelhos celulares e demais dispositivos com um desembaraço natural. Usam as redes sociais de maneira maciça para várias finalidades, principalmente para comunicação, interação e diversão. Essa geração possui características marcantes como: • Independência e forte interação em rede; • Abertura intelectual; • Colaboração; • Interligação dos intelectos para a conscientização organizacional; • Cultura da inovação. Esse conhecimento digitalizado tem influenciado a tecnologia de forma que ela fique cada vez mais onipresente na sociedade.
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3.3 Tecnologia onipresente Existe um termo na área de computação de que certamente você não ouviu falar chamado de computação ubíqua. Mas certamente você é um usuário desse tipo de conceito, mas não sabia que tinha esse nome! Esse termo foi usado pela primeira vez na década de 1980 e permanece até hoje, porém, com outro nome. Ela também é conhecida como computação pervasiva, tecnologia calma, everyware ou também encontramos como inteligência ambiental.
CONEXÃO Saiba mais sobre tecnologia vestível: <http://www.tecmundo.com.br/acer/40880-acer-pode-revelar-tecnologia-vestivel-no-inicio-de-2014.htm> <http://www.google.com/glass/start/>: Site do Google Glass http://blogs.estadao.com.br/link/amazon-inaugura-secao-de-tecnologia-vestivel/
Chega de suspense! A computação ubíqua tem como princípio tornar a interação entre homem e computador invisível, ou seja, tenta integrar a informática ao máximo na vida das pessoas de forma que ela se torne invisível. Atualmente, com tanta tecnologia que nos rodeia, isso é extremamente aplicável. Temos atualmente a tecnologia “vestível”, aquela que está embutida em relógios de pulso com boa parte dos recursos dos smartphones presentes, roupas inteligentes que se adaptam ao clima, calçados com chip eletrônicos para ajudar atletas, temos também como grande exemplo o Google Glass, e outros. O termo “invisível” da computação ubíqua não significa que a tecnologia não será visível aos nossos olhos, mas a tecnologia estará tão impregnada na vida das pessoas que ela praticamente não será notável, tornando-se onipresente. Porém, para chegar a essa “invisibilidade”, é uma longa jornada, mas estamos caminhando com passos largos nessa estrad. Por exemplo, o Google Glass já é vendido na Internet e os outros exemplos mencionados. O primeiro passo para essa invisibilidade é o uso de interfaces naturais, ou seja, deixar que a forma de interação com o computador seja a mais natural possível. Outro exemplo: em alguns aviões militares, o sistema de mira da artilharia do avião já pode ser controlado pelos olhos do piloto. É um exemplo de interface natural.
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capítulo 3
A interface natural pode ser por meio da fala, dos gestos (veja os novos vídeo-games e seus jogos de dança, tiro com arco, e outros) e outros modos e, dessa forma, o teclado e o mouse não seriam mais necessários. O outro passo é permitir um tipo de computação que seja sensível ao contexto, ou seja, os dispositivos usados seriam dotados de sensores que captam o ambiente do usuário e respondem a este ambiente. No ambiente, podem estar pessoas ou objetos e os sensores seriam capazes de captar qualquer movimentação do ambiente e processar as informações. Isso implica rapidez de processamento do computador e dispositivos pequenos e práticos dotados de tecnologia sem fio e ligados a computadores de maior processamento. O reconhecimento de voz e a escrita eram grandes desafios enfrentados pela ciência e tecnologia porque os erros de voz principalmente com a dicção do usuário eram difíceis de serem modelados, assim como a escrita. Mas com o lançamento do Iphone 4S da Apple, parece que algumas barreiras foram superadas. O Siri é um aplicativo embarcado do Iphone, o qual não tem apenas sistema de reconhecimento de voz, ele é usado como um “assistente inteligente” e executa algumas solicitações do usuário. Por exemplo, algumas perguntas como “Vai chover hoje?” ou ainda “Preciso levar guarda-chuva hoje?”, nesse caso o aplicativo irá consultar a previsão do tempo e responder às questões conforme foi pedido. Ou se for dito “Me acorde às 6 da manhã” ou ainda “Aniversário da minha esposa em 20 de dezembro”, nesse caso o aplicativo irá ajudar o usuário a não perder o horário nem esquecer o aniversário da esposa.
Figura 9 – Exemplo de dispositivo vestível
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ATIVIDADE 1. O que é comércio eletrônico? 2. O que são negócios eletrônicos? 3. Compare as respostas das perguntas 1 e 2. Negócios eletrônicos é um sinônimo de comércio eletrônico? Explique. 4. O que é computação ubíqua? 5. Como funciona o software como serviço? 6. Para que serve o DNS (Domain Name System)? 7. Pesquise e responda às questões: o que é http? Por que ele é importante? 8. O que é Internet? 9. O que é WWW? 10. Compare as respostas das perguntas 9 e 10. www e Internet são sinônimos? Explique.
REFLEXÃO A revolução digital é sem dúvida muito interessante. Com o advento da Internet e a possibilidade da expansão de oportunidades, negócios e serviços, muitas atividades relacionadas com a tecnologia apareceram. Realmente é interessante poder conversar com outras pessoas do outro lado do mundo em tempo real vendo a imagem delas, como era mostrado nos seriados e desenhos antigos. Pode parecer muito natural para a Geração Y, Z, mas para quem conheceu os telefones a disco e sabe da dificuldade que era fazer uma ligação telefônica no início da década de 80 vai entender. Até os mais novos devem ficar espantados com a tecnologia vestível e o seu grande exemplo, o Google Glass. É realmente uma revolução digital!
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LEITURA O artigo “The computer for the 21st century” de Mark Weiser é onde o termo computação ubíqua apareceu pela primeira vez. Vale a pena dar uma lida neste excelente artigo. Disponível em: <http://wiki.daimi.au.dk/pca/_files/weiser-orig.pdf>. Quer saber sobre uma tecnologia que vai modificar bastante os telefones celulares e outros dispositivos? Leia o Grafeno nestes dois links: <http://info.abril.com.br/noticias/ ciencia/2013/07/como-o-grafeno-mudara-o-mundo.shtml e http://e-fisica.fc.up.pt/fisica_ na_up/conteudos/grafeno>. Aprenda um pouco sobre a “Internet das coisas”. É muito interessante: <http://www.ibm. com/midmarket/br/pt/pm/Internet_coisas.html>
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BBC BRASIL. BBC Click: Facebook está perto de 1 bilhão de usuários. BBC Brasil, 2012. Disponível em: <http://www.bbc.co.uk/portuguese/videos_e_fotos/2012/04/120426_ videoclickebc.shtml>. Acesso em: 10 Maio 2012. CAPRON, H. L.; JOHNSON, J. A. Introdução à informática. São Paulo: Prentice Hall, 2004. LAUDON, K. C.; LAUDON, J. P. Sistemas de informações gerenciais. São Paulo: Pearson, 2007. KALAKOTA, R.; ROBINSON, M. E-business: estratégias para alcançar o sucesso no mundo digital. Porto Alegre: Bookman, 2002. RAPPA, M. Business Models on the Web: Managing the digital enterprise, 2010. Disponível em: <http://digitalenterprise.org/models/models.html>. Acesso em: 12 maio 2014.
NO PRÓXIMO CAPÍTULO No próximo capítulo, vamos estudar os conceitos de TIC (Tecnologia da informação e comunicação), e descobrir suas principais áreas de aplicação e analisar os impactos que elas exercem na sociedade.
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4 Tecnologias da informação e comunicação
4 Tecnologias da informação e comunicação Neste capítulo, vamos estudar um conceito muito importante e atual conhecido por TIC – Tecnologias da informação e comunicação. As TICs são empregadas em vários setores da nossa sociedade, e uma das que tem mais recebido mais influência é a área de Educação. A Educação a Distância (EAD) tem utilizado muito os produtos gerados pelas TIC. Quem imaginava, há 10 anos, que poderíamos ter salas de aula on-line com a participação de vários alunos e professores debatendo ao mesmo tempo, e em lugares diferentes? Refletiremos os conceitos, suas aplicações e impactos na sociedade. Bons estudos!
OBJETIVOS • Conceito de TIC; • Impacto das TICs na sociedade; • Relação dialética entre a sociedade e as TICs; • Aplicação das TICs.
REFLEXÃO Provavelmente você já deve ter pensado em como a tecnologia nos envolve nos dias de hoje. Em todo lugar que vamos, a trabalho ou a passeio, temos algum tipo de contato com tecnologia. Você já tentou imaginar como seria se não tivéssemos tantos aparatos tecnológicos? Como seria?
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capítulo 4
4.1 Conceito de TIC Já citamos anteriormente que TIC significa Tecnologia da Informação e Comunicação. Pesquisando na Internet sobre o conceito de TIC, vamos perceber que as definições são muito parecidas e convergentes. Segundo o site Infoescola, TIC é um conjunto de recursos de tecnologia integrados usados para o mesmo objetivo. As TICs usam o software, hardware e Internet em várias áreas da sociedade, especialmente na educional. (PACIEVITCH, 2014). Segundo a Wikipedia, as TICs representam todas as tecnologias que se relacionam com os processos de comunicação das pessoas. A Wikipedia também possui uma outra definição semelhante ao site Infoescola e também cita que as TICs estão aplicadas em vários setores, em especial no setor da educação. (WIKIPEDIA, 2012).
CONEXÃO Faça esse teste. Use o seu navegador e pesquise pela palavra “TIC” na Internet. Você observará que a maioria dos resultados relacionará as TICs com a área educacional. Use diferentes mecanismos de pesquisa, como o Google, Bing, Yahoo, e compare os resultados.
De acordo com o Portal Educação, as TICs podem ser conceituadas como uma junção dos meios de comunicação, tecnologias, serviços e produtos que possuem como objetivo disponibilizar funções automatizadas para o auxílio das pessoas (PORTAL EDUCAÇÃO, 2014). Em qualquer área, as TICs buscam minimizar os processos e possibilitar o acesso à informação e ao conhecimento. Além disso, também busca resolver problemas, apoiar as áreas do conhecimento e principalmente facilitar o acesso à Internet e às tecnologias de comunicação. Assim como qualquer outra área, as TICs passaram por várias fases até chegarem à forma que temos hoje. Desde o início, com os primeiros computadores valvulados e que ocupavam uma grande área, até meados da década de 1990, o termo mais usado era “computação”, porém, com o surgimento e popularização da Internet, esta área do conhecimento passou a ser chamada de “tecnologia da informação e comunicação”.
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Sem dúvida, as TICs provocaram uma revolução no que se refere ao acesso à informação. Diminuíram caminhos que antes eram tortuosos e demoravam para serem percorridos. Por exemplo, a Internet permite conectar por voz, vídeo e som, pessoas separadas fisicamente por milhares de quilômetros em poucos segundos, o que até pouco tempo atrás era impensável. E é claro que apresentam impacto na educação. Um professor pode dar sua aula para vários alunos simultânea e geograficamente dispersos por meio de um canal eletrônico como a Internet, via satélite e outras formas e interagir com eles em tempo real. Da mesma forma, as empresas podem utilizar estes mecanismos como apoio à divulgação e comercialização de seus produtos e serviços. A tomada de decisão fica facilitada, pois a informação é mais rápida, mais precisa, mais ágil. Ainda continuando com a definição de TIC, como já foi citado, trata dos procedimentos, métodos e equipamentos utilizados para o processamento da informação e comunicação aos seus interessados. O uso das TICs e a maneira como as organizações em geral, pessoas e a sociedade como um todo as usaram influenciou profundamente o aparecimento da chamada “sociedade da informação”. Temos percebido quanto o ser humano, a informação e o computador estão conectados. Na verdade, isso é a base da Sociedade da Informação. Notamos um crescente uso de computadores e uso das telecomunicações, o que nos proporciona ter mais acesso à informação. Autores como Pierre Levy e Manuel Castells definem a tecnologia da informação e comunicação como sendo o conjunto de procedimentos, métodos e equipamentos que processam a informação e propagar no contexto da Revolução Informática, Revolução Telemática ou Terceira Revolução Industrial. Desenvolveram-se gradualmente desde a segunda metade da década de 1970 e, principalmente, nos anos 90 do mesmo século. Essas tecnologias tornaram mais ágil e menos palpável o conteúdo da comunicação, por meio da digitalização e da comunicação em redes para a captação, transmissão e distribuição das informações que podem assumir a forma de texto, imagem estática, vídeo ou som.
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4.2 Aplicações das TICs As TICs podem ser aplicadas em três áreas, conforme explicita a figura 1 e segundo (RAMOS, 2008):
Áreas de aplicação das TICs
Computação
Comunicação
Controle e automação
Figura 1 – Áreas de aplicação das TICs
RAMOS, 2008. Na figura 1, existem diversos exemplos de aplicações em cada área que revolucionaram o quotidiano de pessoas e empresas. O termo computação provém da palavra computar, que significa calcular ou contar. Um computador é o instrumento que faz essa função. Um computador não é um sistema inteligente por definição. A vantagem que ele possui sobre nós é que as operações que ele executa são extremamente rápidas. Estas operações são programadas por pessoas e, é claro, podem estar sujeitas a erros. A palavra informática significa o tratamento da informação por meios automáticos. Considerando o estado atual da tecnologia, o computador e os sistemas eletrônicos em geral são o meio usado para este tratamento. O computador representa a parte física da computação, também chamado de hardware. O hardware é, portanto, o conjunto de componentes eletrônicos e mecânicos que formam o computador. Além do hardware temos o software, que representa a parte lógica, intangível, ou seja, o conjunto de instruções e dados que são processados pelo hardware. O software é o que transforma o computador útil para as pessoas. Normalmente encontramos a palavra hardware associada a todos os equipamentos incorporados em produtos que necessitam de processamento computacional, como, por exemplo, equipamentos hospitalares, parte eletrônica de automóveis, telefones celures e outros. capítulo 4
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Existe um termo, pouco falado, mas definido por RAMOS (2008), chamado burótica. A burótica é a junção das palavras bureau (escritório) com a palavra informática. Sendo assim, burótica é a aplicação da informática em ambientes de escritório com o objetivo de realizar as tarefas típicas desse ambiente, como, por exemplo, a organização de dados, o processamento de texto, a reprodução de documentos, a transmissão e recepção de informação sob diversas formas e execução de tarefas associadas à gestão.
Figura 2 – Sala de videoconferência
A figura 2 mostra uma aplicação das TICs em relação à burótica. Trata-se de uma sala equipada com telão, projetor multimídia e aparelhos de vídeoconferência. Dessa forma, funcionários que estejam longe fisicamente podem reunir-se e fazer a reunião com som e imagem. A figura 2 também tem relação com a outra grande aplicação das TICs: a comunicação. A comunicação, desde a antiguidade, é uma necessidade básica do ser humano e consiste na interação que existe entre dois ou mais participantes em termos de transmissão e recepção de informação. As telecomunicações têm se desenvolvido de maneira muito rápida nos últimos anos. Atualmente, são usados diversos meios, como linhas telefônicas, cabos coaxiais, cabos de fibra ótica, cabos submarinos e sistemas de rádio e de satélite.
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A seguir, apresentamos alguns exemplos de tecnologias e serviços de telecomunicações: • Tecnologia ADSL: nesse tipo de tecnologia, é possível usar linhas telefônicas convencionais para transmitir dados em alta velocidade; • Telefones celulares: usam sistemas de rádio para efetuar a comunicação sem fios; • EDI (Eletronic Data Interchange): Atualmente existem vários servidores de diferentes empresas que trocam informações entre si e permitem estreita colaboração entre fornecedores e clientes; • O serviço de videoconferência permite a ligação de som e imagens em tempo real, o que elimina custos de viagem e gastos de tempo. Outra palavra usada muito pouco, mas que contém um conceito importante, é telemática. Como já é possível perceber, trata-se da junção das palavras telecomunicações e informática. Novamente, não é difícil perceber quanto as duas palavras estão relacionadas. A Internet é um exemplo. É uma grande rede de computadores interligados mundialmente que oferece os mais variados serviços por meio de softwares e equipamentos apropriados. A última aplicação das TICs é o controle e automação. Essa área compreende o controle de mecanismos e de processos industriais. Alguns exemplos típicos desta área são: robótica, a simulação de veículos, o controle de processos por computador, o controle de processos na indústria química e farmacêutica, além de outros. A robótica, em especial, é um termo criado pelo escritor Isaac Asimov no seu livro Eu, Robô (1948). Esse livro virou filme nos anos 90 e é muito interessante. A robótica é uma área bastante abrangente, pois envolve outras áreas, como a eletrônica, mecânica, eletricidade, física e, além disso, trata de sistemas (software) compostos de máquinas e partes mecânicas que são controladas eletronicamente. Essa tecnologia tem sido muito empregada em montadoras de veículos e indústrias em geral. É uma área em constante desenvolvimento e tem se mostrado bastante interessante porque reduz o custo de produção e até mesmo de problemas de trabalho, aumentando a qualidade e a produtividade.
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Figura 3 – Um robô industrial e uma tela do software de controle
A figura 3 mostra um exemplo de robô industrial e uma tela de um software de controle do robô. Normalmente esses softwares são desenvolvidos e operados por trabalhadores do conhecimento (LAUDON e LAUDON, 2011). Os trabalhadores do conhecimento são representados pelos engenheiros, cientistas, arquitetos e outros que contribuem com o seu conhecimento e normalmente projetam produtos ou serviços e criam novos conhecimentos para a empresa. Outra área importante das TICs no mundo atual são as aplicações CAD/ CAM (Computer aided design – desenho assistido por computador e computer aided manufacturing – manufatura assistida por computador). Nessa área, encontram-se as aplicações de criação de produtos industriais, de construção civil (plantas e demais desenhos), desenho industrial e publicidade. Nesss áreas, o CAD/CAM ajuda muito nos cálculos e na criação de documentação técnica (desenhos). Em muitos casos, os produtos podem ser visualizados em 3D ainda na fase de concepção, o que traz muitas vantagens para os projetistas.
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Figura 4 – Imagem 3D de um sistema CAD.
No caso do CAM, as aplicações residem no campo industrial, principalmente na manufatura. O robô mostrado na figura 3 é um exemplo da aplicação do CAM na indústria. O CAM permite gestão automatizada das informações e diversos parâmetros relevantes para a produção, bem como o controle dos equipamentos.
4.3 O impacto das TICs na sociedade A sociedade como um todo, em particular as organizações, tem passado por muitas mudanças. Vamos citar alguns fatos relacionados com as TICs para fundamentar esta afirmação. Em 2009, as empresas dos EUA investiram quase 1 trilhão de dólares em hardware e software e isso significa mais da metade de todo o capital daquele país para investimento. Segundo (LAUDON e LAUDON, 2011), os EUA gastaram 275 bilhões de dólares em consultorias e serviços. Estamos falando de 2009 e certamente na metade da segunda década dos anos 2000 essa quantia deve ter mudado, e para mais. Dessa forma, todo esse investimento é refletido no ambiente da sociedade de alguma maneira.
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Um fator que comprova isso é a quantidade de abertura de contas de celulares que ultrapassa o número de aparelhos fixos instalados. Aparelhos como os smartphones, softwares de mensagens instantâneas, vídeoconferências e outros são fundamentais para os negócios e a sociedade atualmente. Imagine um grande evento esportivo sem o uso maciço da tecnologia! Não seria possível nos dias atuais. Para se ter uma ideia, em 2008 mais de 75 milhões de empresas tinham um site registrado na Internet. O número de usuários de Internet cresce de forma muito rápida e há autores que dizem que se você ou sua empresa não estiver conectado, você não está sendo tão eficiente quanto poderia. Os jornais tradicionais ainda existem, porém perde leitores para a modalidade on-line diariamente. Segundo estatísticas, 106 milhões leem parte da notícia on-line, 70 milhões leem todo o jornal de maneira on-line e mais de 1 bilhão de pessoas possui uma conta em alguma rede social digital. Na área empresarial, as TICs exercem uma grande influência. Como exemplo, na área de sistemas de informações, os autores LAUDON e LAUDON (2011) destacam: • A plataforma de computação em nuvem aparece como uma das grandes áreas de inovação empresarial; • Crescimento do software como serviço; • Plataforma móvel digital para competir com o PC como sistema operacional; • Gerentes adotam colaboração on-line e software de redes sociais para melhorar a coordenação, colaboração e compartilhamento de conhecimentos; • • • • •
Aplicações de inteligência empresarial aumentam cada vez mais; Reuniões virtuais aumentam; Aplicações da Web 2.0 são amplamente adotadas pelas empresas; Teletrabalho ganha força no ambiente de trabalho; Cocriação do valor de negócios: nesse caso, a fonte de valor de negócios passa de produtos para soluções e experiências, e de recursos internos para redes de fornecedores e colaboração com os clientes.
Mas, sem dúvida, a área em que as TICs possuem maior destaque, principalmente nas referências bibliográficas, é a área da educação.
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Nos últimos anos, notamos o grande aumento do ensino a distância (EAD) não só no Brasil, mas em todo o mundo. Podemos perceber a grande oportunidade de estudos pela Internet por meio da disponibilização de cursos de graduação a distância e até mesmo a oportunidade de cursar assuntos específicos, oferecidos por grandes faculdades espalhadas no mundo.
Software como serviço (SaaS): os softwares são distribuídos on-line como um serviço de Internet e não mais como um produto “encaixotado” ou sistema customizado. Web 2.0: a web 2.0 é um termo utilizado há pouco tempo para representar uma nova geração de serviços e formas de interação pela Internet. Apesar de ter várias abordagens em torno do conceito, para o usuário final a maior mudança é poder usar a web como se fosse um sistema em desktop. Computação em Nuvem ou Cloud Computing: é um conceito antigo que foi reinventado há pouco tempo. A computação em nuvem usa recursos compartilhados na Internet para prover recursos de armazenamento, processamento e outros para os usuários finais.
Sites como o Coursera, que oferece várias possibilidades de estudo de assuntos específicos e até mesmo cursos completos, estão cada vez mais populares na Internet. Alguns oferecem cursos gratuitos e outros possuem um esquema de ser gratuito até certo ponto e depois ter algum tipo de pagamento. Essa modalidade de curso tem sido chamada de OpenCourseWare (OCW).
CONEXÃO Alguns sites que oferecem cursos de qualidade gratuitos e pagos: <www.coursera.org> <www.veduca.com.br> <ocw.mit.edu>: portal de cursos do MIT <ocw.unicamp.br>
Atualmente, existe um termo usado nas empresas chamado BYOD (Bring Your Own Device – Traga seu próprio equipamento). Você também vai encontrar esse termo como consumerização de TI. Esse termo é muito interessante para analisarmos o grande impacto que as TICs exercem na sociedade como um todo.
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Nos dias atuais, com o barateamento dos equipamentos como telefones celulares, tablets e computadores, eles têm se tornado mais acessíveis para as pessoas. Como exemplo, a quantidade de celulares existentes no Brasil é maior que o número de habitantes! É muita coisa! Acontece que as pessoas acabam sendo influenciadas pela tecnologia disponível, compram esses dispositivos mais modernos e gostariam de ter a oportunidade de usá-los em todos os ambientes que frequenta. Se a pessoa é aluno de uma escola, certamente que gostaria de levar seu dispositivo às aulas para poder usar os recursos de Internet durante a aula como anotações, criação de figuras etc. Se vários alunos da mesma classe usam o recurso com sabedoria durante a aula, eles podem compartilhar as anotações e ter uma experiência de aprendizado melhor. No ensino presencial, notamos que o uso de laptops e tablets como substitutos aos cadernos tradicionais tem aumentado cada vez mais entre os alunos. O mesmo pode ocorrer nas empresas ou seja, o funcionário pode possuir um laptop ou tablet e ter o desejo de usá-lo como ferramenta de trabalho. Muitas vezes o aparelho levado pelo usuário é muito mais moderno do que aqueles oferecidos pela empresa. Essa é uma discussão abrangente, pois envolve vários assuntos: segurança de informações, ética e outros, porém não podemos desconsiderar que é uma realidade. De acordo com algumas fontes (STANISCI, 2010), as TICs têm causado um grande impacto na educação, em alguns países de uma maneira bastante interessante. Segundo o site, todas as crianças e jovens em idade escolar no Uruguai já possuem o seu próprio computador pessoal, assim como os professores da rede pública. Essa iniciativa faz parte de um plano do governo uruguaio e tem apresentado bons resultados. Interessante também é que o governo brasileiro também tem um programa semelhante, chamado de “Um computador por aluno”, porém ainda não foi “pra frente” como aconteceu naquele país. Segundo o site do UCA (Um Computador por Aluno – www.uca.gov.br), os dados mais recentes são de 2010. No caso do Uruguai, os computadores foram adaptados às necessidades dos estudantes. Trata-se de laptops à prova d’água e com teclados de tamanho reduzido para melhor uso das crianças. Ainda na área da educação, existem vários produtos atuais que ajudam tanto professores e alunos no dia a dia em sala de aula.
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Um dos exemplos é o ambiente virtual de aprendizagem (AVA). AVA é um conceito, e não um produto de uma empresa. O AVA também pode ser conhecido como LMS (Learning Management System) em alguns ambientes. Trata-se de um software que agrupa em uma mesma plataforma vários tipos de recursos, que podem ser usados pedagogicamente. Dentro dele é possível integrar vários tipos de mídias, linguagens e recursos além de apresentar informações organizadas e desenvolver interações entre alunos e formadores. Ainda em relação ao impacto das TICs na sociedade, observe o gráfico 1. Ele mostra um significativo aumento em quatro anos em relação ao número de usuários que usam o computador todos os dias da semana, em contraposição ao decréscimo de usuários que usam pelo menos uma vez por semana. São dados nacionais e importantes que concordam com o que estamos tentando mostrar no texto, ou seja, a tecnologia impacta sensivelmente a sociedade moderna. 100 Todos os dias ou quase todos os dias Pelo menos uma vez por semana
90 80
Pelo menos uma vez por mês Menos de uma vez por mês
70 60
53
58
67
69
24
23
60
50 40
35
30 20 10 0
10 2 2008
30
9
30
9 3
2009
7
7
2
1
1
2010
2011
2012
Gráfico 1 – Proporção de usuários de Internet, por frequência do acesso individual (2008 – 2012).
Disponível em: <http://www.cetic.br/publicacoes/2012/tic-domicilios-2012.pdf>.
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Veja o gráfico 2 e observe o grande aumento de usuários que possuem acesso à Internet da própria casa. Tanto o gráfico 1 quanto o gráfico 2 são proporcionais ao número de usuários de Internet considerados no período (81 milhões em 2012 segundo o TIC Domícilios e Empresas 2012, disponível em <http://www.cetic.br/>). 100 90 80
Em casa
Centro público de acesso gratuito
Centro público de acesso pago
74 68
70 56
60 50 40
48 42
48 45
35 27
30
19
20 10 0
4
4
4
6
4
2008
2009
2010
2011
2012
Gráfico 2 – Proporção de usuários de Internet, por local de acesso individual (2008 – 2012).
Disponível em: < http://www.cetic.br/publicacoes/2012/tic-domicilios-2012.pdf>. O site Socialnomics (QUALMAN, 2013) possui vários vídeos mostrando alguns dados muito expressivos a respeito do uso das mídias digitais no mundo moderno. Seguem alguns dados presentes na pesquisa feita pelo site: • O Facebook possui mais de 1 bilhão de usuários; • Se o Facebook fosse um país, ele teria a terceira maior população do mundo e o dobro da população dos EUA; • Mais de 50% da população do mundo têm menos de 30 anos; • A cada dia, 20% das pesquisas do Google nunca tinham sido feita antes; • Em 10 anos, 40% das empresas da Fortune 500 não existirão mais;
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• A mídia social ultrapassou a busca por pornografia na Internet; • Um a cada cinco casais se conhecem pela Internet; 3 em cada 5 casais gays se conhecem pela Internet; • Um a cada cinco divórcios culpa o Facebook; • A cada segundo, duas pessoas se cadastram no Linkedin; • A cada minuto, 72 horas de vídeos são postados no Youtube; • Se a Wikipedia fosse um livro, ela teria 2,25 milhões de páginas; • Lady gaga, Justin Bieber e Katy Perry têm mais seguidores no Twitter do que toda a população da Alemanha, Turquia, África do Sul, Canada, Argentina, Reino Unido e Egito ... juntos! O site apresenta outras estatísticas. São números grandiosos e até mesmo assustadores e que mostram quanto a tecnologia está presente na vida das pessoas. Essas informações na mão de pessoas que sabem trabalhar os dados, são preciosíssimas para as empresas que trabalham com marketing e comunicação. Existem muitas outras aplicações das TICs na sociedade. Em cada área do conhecimento, podem-se citar vários exemplos e aplicações. Apresentamos alguns exemplos, mas você vai perceber que há muitos outros semelhantes. Observe-os e analise o impacto que eles causam no seu dia a dia.
4.4 Relação dialética entre a sociedade e as TICs A palavra dialética provém da junção de duas palavras: do grego dia, que significa “troca”, e lekticós, que significa “apto à palavra”. Então, o termo dialética tem a mesma raiz de diálogo. Uma relação dialética implica uma contínua relação recíproca em que nenhum dos elementos participantes podem ser entendidos isoladamente e fora do contexto da sua realidade e sem as relações constantes de determinação mútua. A relação dialética entre sociedade, ciência, informação e tecnologia implica que cada um dos termos desta relação estão relacionados uns com os outros e não podem ser entendidos separadamente, como mostrado na figura 5.
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A tecnologia determina impacto na ciência e na sociedade
A sociedade determina impactos na ciência e na tecnologia
A ciência determina impactos na sociedade e na tecnologia
Figura 5 – Relação dialética entre ciência, tecnologia, informação e sociedade
Observe um exemplo dessa relação: o telefone celular. É uma necessidade básica da sociedade, do ser humano. Por meio de investigações científicas e experimentos, acumulando-se o conhecimento ao longo dos tempos, foi inventado o telefone, que possibilita a comunicação em longas distâncias. Ao longo do tempo, essa tecnologia foi se aprimorando, tornando a comunicação mais rápida, mais confiável, mais audível e estabelecida de diversas formas: via cabos, via satélite etc. A ciência possibilitou esse avanço, inclusive deu às pessoas a oportunidade de se comunicarem em deslocamento, ou seja, com mobilidade. Como funciona o celular? Como o nome já nos dá a dica, ele funciona por meio de células. O aparelho celular nada mais é do que um aparelho de rádio de ondas curtas. O aparelho fica conectado a uma central que identifica o aparelho na região em que a central atua (a célula). Com o uso de várias centrais, várias células, é possível a comunicação de um aparelho a outro lugar. Quando a distância de uma célula à outra é muito grande, a comunicação é interrompida e ocorre o que chamamos popularmente de “perda de sinal”. Conforme o usuário do telefone se movimenta, de célula para célula, existe uma sincronização de sinais entre as centrais e isso permite ao usuário se deslocar enquanto fala.
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Esse avanço é claro que foi possível com o uso da tecnologia. Conforme a ciência avançava, a tecnologia caminhava juntamente. Já vimos esse assunto no primeiro capítulo. Portanto, a sociedade começou a demandar essa necessidade: de fazer com que as pessoas se comunicassem em qualquer lugar que estivessem, usando o seu próprio aparelho, dando origem assim à telefonia celular móvel. E assim, com o uso cada vez maior do celular, outras facilidades foram incorporadas a ele, sempre com o auxílio da tecnologia, com o suporte da ciência. Atualmente, podemos tirar fotos com o celular e, em alguns casos, as fotos possuem qualidade melhor do que muitas câmeras fotográficas tradicionais, trocar mensagens instantâneas e rapidamente, acessar à Internet, sincronizar contatos e agenda, enfim, muitas possibilidades, até mesmo assistir à televisão! É interessante notar que essas facilidades possibilitaram até mesmo a troca de função do telefone celular: muitas pessoas preferem usá-lo para trocar mensagens instantâneas do que falar pelo telefone. Esse é um exemplo de como a tecnologia muda o comportamento das pessoas e da sociedade. O exemplo nos mostra que a sociedade demandou uma necessidade de novos conhecimentos por meio da ciência e esta demandou o desenvolvimento de novas tecnologias de comunicação. O aparelho celular, então representante da tecnologia e ciência na relação, fez com que novos comportamentos e formas de comunicação aparecessem na sociedade. Dessa forma, mostra-se a relação dialética entre tecnologia, informática, comunicação e sociedade. A figura 6 apresenta um esquema do que seriam as células na telefonia celular. Estações rádio base Células
Sinal
Figura 6 – Esquema de rede de telefonia celular
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Nesse texto, tentamos mostrar as diferentes abordagens sobre a relação entre ciência, sociedade e tecnologia. Porém, é importante entender que cada uma das abordagens reflete um momento histórico na evolução do homem atual e, como tal, as abordagens incluem crenças, valores, argumentos e conhecimentos próprios do cenário e do período evolutivo da ocasião. De qualquer forma, podemos chegar a algumas conclusões importantes para o profissional da área de TIC: Existem conceitos diferentes a respeito da sociedade, da ciência e da tecnologia que variam de acordo com o período histórico, a cultura, o contexto e a abordagem que lhes são atribuídos. A tecnologia, informação e a ciência, juntamente com a sociedade, mantêm uma relação dialética contínua entre si que está em constante interação e determinação mútua de impactos em sua evolução.
ATIVIDADE 1. Dê um exemplo de aplicação das TICs na área de comunicação diferente do que vimos no texto. Explique-o. 2. Dê um exemplo de aplicação das TICs na área de computação diferente do que vimos no texto. Explique-o. 3. Qual a diferença entre computação, informática e tecnologia da informação? 4. Além dos exemplos dados no texto, qual outra aplicação das TICs você poderia comentar? Dê um exemplo e comente-o. 5. No texto, usamos o aparelho celular para explicar a relação dialética entre as TICs e a sociedade. Comente outro exemplo que explica essa relação. 6. Existem muitas aplicações das TICs na educação. Pesquise algumas delas na Internet e comente aquela aplicação que você achou mais interessante. Explique o motivo.
REFLEXÃO As TICs têm dado origem a uma autêntica revolução em diversas profissões e atividades na investigação científica, na concepção e gestão de projetos, no jornalismo, na medicina, nas
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empresas, na administração pública, na arte e na escola. Certamente estamos cercados pela tecnologia. Porém, resta-nos saber aproveitar suas oportunidades e poder estabelecer uma relação de paz entre a sociedade e as TICs. De fato, as TICs são um fator de inovação em vários segmentos da sociedade que proporcionam novas práticas de trabalho, de comportamento que nos fazem aprender a obter a informação, para construir o conhecimento e adquirir novas competências.
LEITURA O livro Eu, Robô é uma leitura bastante interessante. A robótica possui três leis fundamentais, elaboradas pelo autor, Isaac Asimov, que são bastante discutidas no livro. O livro teve uma adaptação para o cinema que, mesmo sendo um filme de ação, trata dessas três leis. No link <http://www.edrev.info/reviews/revp49.pdf>, temos uma resenha sobre o livro A Galáxia Internet de Manuel Castells. Trata de um texto em que o leitor vai encontrar vários assuntos relacionados com as transformações sociais que fizeram a Internet aparecer no final do século XX. O livro O que é virtual?, de Pierre Levy, é uma excelente obra sobre as questões de que tratamos neste capítulo. Existe uma resenha interessante em <http://www.citador.pt/biblio. php?op=21&book_id=948> que pode dar uma noção a respeito do livro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LAUDON, K.; LAUDON, J. Sistemas de informações gerenciais. 9. ed. São Paulo: Pearson, 2011. PACIEVITCH, T. Tecnologia da informação e comunicação. Infoescola, 2014. Disponível em: <http://www.infoescola.com/informatica/tecnologia-da-informacao-e-comunicacao/>. Acesso em: 10 jun. 2014. PORTAL EDUCAÇÃO. Tecnologias da informação e comunicação. Portal Educação, 2014. Disponível em: <http://www.portaleducacao.com.br/informatica/artigos/53824/ tecnologias-de-informacao-e-comunicacao-tics>. Acesso em: 10 jun. 2014. QUALMAN, E. Social Media Video 2013. 2013. Disponível em: <http://www.socialnomics. net/2013/01/01/social-media-video-2013/>. Acesso em: 10 jun. 2014.
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RAMOS, S. Conceitos básicos em TIC. Livre, 10 jan. 2008. Disponível em: <http://livre. fornece.info/>. Acesso em: 10. jun. 2014. STANISCI, C. MEC apresenta ações para estimular uso das TICs nas escolas durante conferência. 2010. Disponível em: <http://blogs.estadao.com.br/ponto-edu/mec-apresentaacoes-para-estimular-uso-das-tics-nas-escolas-durante-conferencia/>. Acesso em: 10 jun. 2014. WIKIPEDIA. Tecnologias da informação e comunicação. Wikipedia, 2012. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Tecnologias_da_informa%C3%A7%C3%A3o_e_ comunica%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em: 10 jun. 2014.
NO PRÓXIMO CAPÍTULO No próximo capítulo, estudaremos algumas questões relacionadas com a ética, aspectos legais e profissionais envolvidos na relação e uso das TICs. Além disso, analisaremos TI Verde e sustentabilidade, que é um assunto bastante importante atualmente.
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5 Aspectos ĂŠticos legais e profissionais, TI Verde e sustentabilidade
5 Aspectos éticos, legais e profissionais, TI Verde e sustentabilidade É um dever do profissional de qualquer área da TI conhecer alguns aspectos além dos aspectos técnicos. Durante a época dos estudos na graduação, muitos alunos anseiam pela parte técnica e não dão a devida atenção aos elementos que farão parte do seu cotidiano após a conclusão do curso. Os aspectos relacionados com o exercício da profissão, como conhecer as principais referências de informação da área de TI, tratar com temas ambientais, é muito importante. Neste capítulo, iremos tratar de alguns destes assuntos e tentar despertar o interesse em áreas que, assim como as demais, mais técnicas, também demandam bons profissionais. Ainda mais na área de regulamentação da profissão no Brasil, que já é um assunto bem antigo, como veremos. Esperamos que você aproveite bastante os ensinamentos deste capítulo, pois certamente eles irão fazer parte de sua vida profissional posteriormente.
OBJETIVOS • Aspectos éticos e legais relacionados ao exercício profissional na área de TI; • Mercado de trabalho na área de TI e tendências; • Regulamentação da profissão na área de Tecnologia da Informação; • TI Verde e Sustentabilidade; • Informatização das Empresas; • Conceito de sustentabilidade; • Conceito de Tecnologia da Informação (TI) Verde ou Computação Verde; • Melhores práticas e experiências em TI Verde.
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REFLEXÃO Em 1992, houve uma conferência no Rio de Janeiro chamada Eco 92. Você já era nascido(a)? Os objetivos desta conferência eram discutir e tomar decisões a respeito da degradação ambiental já existente e garantir melhor qualidade de vida para as próximas gerações. Foi a primeira vez que mundialmente foi discutida a questão da TI Verde e sustentabilidade na área de TI. Quando puder, procure saber sobre a Eco 92, pois é uma excelente fonte de informação!
5.1 Introdução Alguns assuntos a serem tratados neste capítulo são bem antigos. E, para conhecê-los melhor, precisamos saber de algumas referências nacionais e mundiais na área de computação. O termo “Tecnologia da Informação” é recente. É um termo muito usado comercialmente, porém academicamente é um conceito relativamente novo. Se formos procurar a respeito da história da tecnologia da informação, vamos achar os mesmos componentes e fatos da história da “computação”, que é o termo original. Tocamos nesse assunto porque mundialmente existem algumas associações de classe que são muito influentes na área de computação e informática e surpreendentemente ignoradas pela maioria dos “profissionais de TI”. Essas organizações são a IEEE (Institute of Electrical and Electronic Engineers), ACM (Association of Computing Machinery), IEEE Computer Society e nacionalmente a SBC (Sociedade Brasileira de Computação). São essas associações que estudam os currículos de cada área da computação, recomendando disciplinas e sequenciamento de estudos, elaboram códigos de ética como referência, criam os padrões (de rede por exemplo) usados no nosso dia a dia, possuem comunidades ativas e colaborativas em prol do desenvolvimento da área de computação e informática nacional e mundialmente.
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CONEXÃO Para conhecer um pouco mais sobre as associações aqui mencionadas, convidamos você a acessar os links: IEEE (Institute of Electrical and Electronic Engineers): www.ieee.org IEEE Computer Society: www.computer.org ACM (Association of Computing Machinery): www.acm.org SBC (Sociedade Brasileira de Computação):<www.sbc.org.br>
Conhecer essas associações, talvez possuir uma afiliação, é muito importante. Por exemplo, citamos o caso dos padrões de rede: um profissional da área de rede deve (e tem de) conhecer o padrão IEEE 802.11. Como vemos, o IEEE é quem criou e publicou este padrão, mundialmente aceito e usado. Nessas associações, existem comunidades de profissionais, acadêmicos e demais colaboradores que, como dissemos, estudam, colaboram e organizam publicações que podem ser consultadas a fim de nos guiar em várias áreas. Portanto, para estudar os assuntos desse capítulo, usaremos essas associações como referência.
5.2 Aspectos éticos e legais relacionados ao exercício profissional na área de TI Os sistemas de computação estão cada dia mais presentes na nossa vida. Em todo lugar que vamos, a passeio ou não, conseguimos identificar algum elemento que esteja informatizado ou on-line. E será cada vez “pior”. Há benefícios e malefícios dessa invasão tecnológica que sofremos. Ao mesmo tempo que é bom sabermos a localização física e geográfica de um parente pelo celular, é ruim saber que os nossos passos estão sendo armazenados em um banco de dados. Quando gostamos de um determinado assunto numa rede social e o marcamos, essa preferência também é armazenada e, posteriormente, com o conjunto do que gostamos, é possível para os computadores traçarem um possível perfil que possuímos e assim nos atingir com informações a respeito daquele perfil. E por aí vai, esse conjunto de dados acumulados é chamado atualmente de Big Data. Porém, isso nos leva a pensar em algumas coisas. Querendo ou não, estamos sendo rastreados e por que não dizer vigiados? Isso é bom? É ruim?
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Como profissionais da computação, precisamos adotar algumas posturas, principalmente em relação à ética. A ética em computação pode abranger, de acordo com MASIERO (2000) e ACM (1992), os seguintes assuntos: • Profissionais da computação • Usuários e clientes • Ser humano A ética é uma área bastante estudada e cheia de discussões. Para o nosso contexto, vamos tentar aplicá-la à nossa área de computação e informática. Em primeiro lugar, se vamos aplicá-la, estamos nos referindo à conduta diária de uma pessoa. No campo profissional, a aplicação se dá com a conduta da pessoa a qual está atribuída a uma determinada profissão em particular. No caso da ética em computação, como já vimos, podemos considerar principalmente o profissional em computação e seus usuários. Nesse caso, os principais pontos de discussão que envolvem a ética em computação, de acordo com MASIERO (2000), ACM (1992), SBC (2013). são: Segundo a entrevista do filósofo Mario Sergio Cortella para o Instituto Ethos, disponível em http:// www.rts.org.br/entrevistas/entrevistas-2007/mario-sergio-cortella/, Ética é o conjunto de valores e princípios que utilizamos para decidir nossa conduta em sociedade. É o que orienta nossas ações em relação às três grandes questões da vida humana ― querer, dever e poder ―, que são exatamente os territórios da nossa ação. (...) Aquilo que nos faz conviver de forma fraterna. A palavra “ethos” significa, portanto, o lugar onde nos abrigamos, no qual é preciso haver princípios e valores que permitam a convivência. Esse conjunto de princípios e valores é exatamente o que chamamos de ética, ou seja, as regras da casa. A palavra “ética” remonta à ideia de vida coletiva. Seria impossível pensar em ética se só existisse o indivíduo. A ética faz sentido apenas porque vivemos em conjunto. Portanto, ética tem a ver com o plural, não com o singular.”
• Desenvolvimento de sistemas: as questões éticas nesse caso envolvem a responsabilidade com o cliente e sua participação a fim de garantir um produto adequado e com qualidade, além de reduzir os riscos no desenvolvimento. • Automação de decisões: nesse caso, elementos como o nível de automação de um sistema estão envolvidos a fim de garantir a distribuição
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adequada entre as tarefas executadas pelo computador e pelo usuário. Além disso, envolve garantir o conteúdo correto para a correta tomada de decisão. • Violação da informação: essas questões envolvem o acesso aos dados armazenados a fim de garantir a confidencialidade dos dados envolvidos; a violação da comunicação, para garantir e respeitar a segurança da comunicação; e os danos ao sistema computacional, principalmente relacionado, com vírus. • Internet: as questões tratam de conteúdos de sites, para poder garantir a veracidade e qualidade da informação, e do comércio eletrônico, para garantir a segurança e integridade das transações e o estabelecimento de regras bem definidas. • Sistemas críticos: são sistemas em que as falhas podem causar danos severos (inclusive morte) e danos ao meio ambiente. Exemplos: sistemas de controle de aeronaves, sistemas médicos, controle químico etc. Nesse caso, eles precisam de técnicas de avaliação e desenvolvimento que garantam a segurança do sistema. Os problemas com relação à ética na computação estão relacionados ainda com a forma de como os problemas éticos tradicionais são agravados ou transformados pela TI. Além disso, envolvem a definição de políticas sobre o que é e o que não é adequado sobre o uso de TI. Ainda mencionam como o impacto da TI atua sobre os valores humanos, tais como saúde, riqueza, oportunidades, liberdade, democracia, conhecimento, privacidade, segurança, realização pessoal etc., além de atuarem nos padrões de conduta de profissionais da computação, ou seja, a ética profissional. Para tanto, as associações de classe elaboraram códigos de ética de referência, que são documentos com várias diretrizes orientadoras em vários aspectos: pessoais, de postura, ideias que são moralmente aceitas ou toleradas pela sociedade. Dessa forma, o indivíduo pode ser enquadrado em uma postura politicamente correta e compatível com a boa imagem que a organização ou profissão deseja ocupar. Normalmente ele é elaborado pela sua entidade de classe ou organização competente de acordo com as atribuições da atividade desempenhada. No caso da computação e informática, um código de ética normalmente adotado é o da ACM (1992). Esse documento trata basicamente do comporta-
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mento do profissional de TI. O código da ACM trata de: • Imperativos morais gerais De acordo com a ACM, os tópicos são: • Devo contribuir para a sociedade e o bem-estar humano; • Devo evitar causar mal/danos a outros; • Devo ser honesto e digno de confiança; • Devo ser justo e agir para não discriminar; • Devo honrar direitos de propriedade, incluindo copyrights e patentes; • Devo dar crédito adequado à propriedade intelectual; • Devo respeitar a privacidade dos outros; • Devo honrar acordos de confiança. • Responsabilidades profissionais específicas • Devo tentar atingir a máxima qualidade, eficácia e dignidade nos processos e produtos de trabalho profissional; • Devo adquirir e manter competência profissional; • Devo conhecer e respeitar as leis relacionadas ao trabalho profissional; • Devo aceitar e prover avaliação (“review“) profissional apropriada; • Devo dar avaliações de sistemas de computadores e seu impacto de forma compreensiva e completa, incluindo uma análise de possíveis riscos; • Devo honrar contratos, acordos e responsabilidades designadas; • Devo melhorar o conhecimento público da computação e de suas consequências; • Devo acessar recursos de computação e comunicação apenas quando receber autorização para tal. • Imperativas de liderança organizacional • Articular responsabilidades sociais dos membros de uma unidade organizacional e encorajar a aceitação plena dessas responsabilidades; • Gerenciar recursos humanos e materiais para projetar e construir sistemas de informação que melhorem a qualidade de vida; • Reconhecer usos autorizados dos recursos computacionais e de comunicação de uma organização; • Assegurar que usuários e outros que serão afetados por um sistema tenham suas necessidades claramente articuladas durante a avaliação e o projeto de requisitos; eventualmente, o sistema deve ser validado contra esses requisitos; capítulo 5
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• Articular e dar suporte a políticas que protejam a dignidade de usuários e outros afetados por um sistema computacional; • Criar oportunidades para que os membros da organização aprendam os princípios e limitações de sistemas computacionais. O código de ética recomendado pela ACM é interessante, porém há um problema que ocorre no Brasil: a falta de regulamentação da profissão. Sendo assim, o que adianta adotar um código de ética que pode não ser seguido pelos profissionais regulamentados? No Brasil nem todos concordam com a regulamentação e isso ocasiona vários debates desde a década de 1980. No próximo tópico, iremos estudar um pouco mais sobre o mercado de trabalho e a regulamentação da profissão.
5.3 Mercado de trabalho na área de TI e tendências A TI é uma área que envolve programadores, engenheiros de software, administradores de rede, entre outros. Há muita confusão quando se fala dos profissionais de TI. É comum confundi-los com os programadores, por exemplo. Mas o programador é uma carreira específica dentro do universo da Tecnologia de Informação. Tecnologia da Informação (TI) é a área de conhecimento responsável por criar, administrar e manter a gestão da informação através de dispositivos e equipamentos para acesso, operação e armazenamento dos dados, de forma a gerar informações para tomada de decisão (WIKIPEDIA, 2014).
As profissões dessa área não são regulamentadas, como acontece com diversas outras áreas de conhecimento. Esse fato torna difícil o mapeamento da área de atuação dos profissionais de tecnologia. Veremos isso no próximo tópico. Observando as vagas disponíveis para estes profissionais, é possível selecionar algumas áreas e profissões de TI, com suas ramificações. A figura 1 mostra um QR code que liga para a página de carreiras e salários na área de TI da Info Exame. Convido você a acessar o link e observar a tabela.
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Figura 1 – Tabela de cargos e salários da Info Exame
Disponível em: <http://info.abril.com.br/carreira/salarios/>. As empresas que utilizam os serviços de profissionais de TI também dividem as funções e cargos em níveis, de acordo com a capacidade profissional dentro do cargo, por exemplo: o cargo Analista de Sistemas costuma ser dividido em Analista de Sistemas Trainee, Analista de Sistemas Júnior, Analista de Sistemas Pleno e Analista de Sistemas Sênior. Geralmente, a remuneração é diferenciada de acordo com o nível: quanto maior o seu nível, maior a remuneração. Há também os profissionais freelancers e autônomos, que, motivados pelo perfil empreendedor, atuam na prestação de serviços formais e informais, movimentando grande volume de recursos do mercado. O Mercado de trabalho de TI tem crescido muito nos últimos anos, demonstrando a importância cada vez maior desta área para os negócios.
5.4 Mercado de trabalho Até 2015, o mercado brasileiro de TI experimentará taxa de crescimento anual de 9,9%. As companhias da América Latina vão investir 384 bilhões de dólares em TI até 2015 e o Brasil responderá por mais de 40% dos negócios (TI INSIDE, 2012). Entre as tecnologias que vão levar a maior parte dos orçamentos estão soluções para cloud computing, mobilidade, redes sociais e gerenciamento de Big Data. O setor de Sistemas da Informação foi o que teve maior índice de crescimento em toda a economia nacional, alcançando 4,9% em 2012 (JORNAL DO BRASIL, 2012). Essa é uma oportunidade importante para o setor se estruturar cada vez mais, solucionando problemas como o déficit de mão de obra, a falta de regulamentação e o aumento dos salários de entrada da categoria.
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É um mercado estratégico, que precisa se organizar melhor. As profissões precisam ser regulamentadas e os salários ajustados para a realidade do mercado. A média dos salários dos trabalhos de TI é de R$ 2.950 reais, o que representa muito pouco, quando comparado com os salários de outras profissões estratégicas (BRASSCOM, 2012). Em tempo, a Brasscom é a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e recomenda um código de ética para os seus associados. Segundo pesquisa feita na CATHO (2014), utilizando 5 palavras-chave para os cargos, verificou-se a existência das seguintes vagas para os profissionais da área de TI: • Webdesigner – 269 vagas • Programador – 2.552 vagas • TI – 19.534 vagas • E-commerce – 115 vagas • Internet/Web – 800 – vagas • Gestor de TI – 159 vagas Todas as vagas estão distribuídas entre todas as carreiras da área de TI, como gerência, desenvolvimento, infraestrutura, consultoria, segurança, entre outras. Além do número de vagas disponíveis, também podemos observar os valores salariais para estes profissionais no guia salarial, que traz a remuneração média oferecida aos profissionais das áreas de tecnologia no mercado brasileiro, como mostra o link da figura 1. Ao comparar a pesquisa salarial com guias de anos anteriores, é possível perceber que houve uma valorização salarial média de 20% dos profissionais de TI. Vinte por cento em função da alta demanda por estes profissionais.
CONEXÃO A seguir, são apresentados alguns sites em que são divulgadas vagas exclusivas na área de informática e dicas para a carreira: <www.apinfo.com> <www.ceviu.com.br> <www.profissionaisti.com.br> <http://info.abril.com.br/noticias/carreira/10-dicas-para-iniciar-a-carreira-em-ti-06022012-3.shl> <http://geracaotec.sc.gov.br/?p=546 http://freelati.com/>
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Os salários variam de acordo com o cargo exercido pelo profissional. Observe novamente a tabela do link da figura 1. As faixas salariais apresentadas para cada cargo representam a média nacional de salário bruto, não incluem bônus e podem variar de acordo com a região e tamanho da empresa. Veja a seguir a tabela: Além da tabela anterior, é possível verificar os valores apresentados pela empresa Catho, que fez um estudo com mais de 260 mil profissionais em 4 mil cidades de todo o país, onde se verificou a média salarial dos profissionais que atuam no Brasil, em abril de 2014. Nessa pesquisa, é apresentada a remuneração detalhada de cada cargo aliada a uma determinada área específica. O ranking faz parte da “40ª Pesquisa Salarial e de Benefícios da Catho On-line”. Nessa pesquisa, o profissional respondeu a um formulário eletrônico com questões sobre o cargo, remuneração, benefícios, cidade, faturamento da empresa, sexo, idade, escolaridade, idiomas, entre outros dados.
5.5 Perfil profissional Qual é o perfil do profissional de TI? Esta pergunta é importante e precisa ser refletida pelos profissionais que desejam atuar neste Mercado. Os profissionais da área de TI passaram, ao longo das últimas décadas, a alinhar cada vez mais a área técnica com a área de negócios. A figura deste profissional como um “nerd” do final dos anos 1970 e início dos anos 1980 deu lugar a um profissional com formação mais abrangente e conhecimentos em várias áreas, como: administração, economia, gestão de projetos, liderança, empreendedorismo, fluência em idiomas, oratória, redação, gestão de pessoas, responsabilidade social e ambiental, entre outras. A área de TI não é vista mais hoje como uma área de suporte ou de bastidor. É uma área estratégica dentro das organizações, com forte presença nos níveis gerenciais da empresa. As carreiras relacionadas à área de Tecnologia da Informação são bem diversificadas, o que faz com que o perfil desses profissionais varie muito, de acordo com as suas áreas de atuação. Um programador, por exemplo, tem um perfil mais técnico e focado. Essa função exige concentração e o domínio profundo das tecnologias disponíveis. Seu relacionamento será mais fortemente com os integrantes de sua equipe de desenvolvimento, portanto uma visão ampla de negócio, geralmente, não faz parte do perfil deste profissional. Já o Analista de Sistemas possui um perfil
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com ampla visão dos negócios e das necessidades da empresa e de gestão empresarial. Seu relacionamento pode ultrapassar as fronteiras da área de TI, pois ele interage com as outras áreas da empresa, sendo necessário que ele tenha um perfil de solucionador de eventuais conflitos que possam aparecer. O profissional de TI pode levar a sua carreira para três grandes áreas: técnica, atuando na área de programação; desenvolvimento e análise de sistemas; estratégica, na gestão do departamento de tecnologia em uma grande empresa; ou uma mistura de ambas, ao criar seu próprio empreendimento. Algumas pesquisas mostram exigências do mercado, sendo importante ressaltar, como, por exemplo, a fluência em outro idioma, a experiência profissional, a formação acadêmica e as certificações. O conhecimento da língua inglesa é obrigatório e é aceitável que se conheçam também outros idiomas. A experiência profissional também é muito importante e o desligamento amigável do emprego anterior também representa um ponto positivo, pois é comum o contato entre os contratantes para discutirem sobre a atuação do profissional. A formação acadêmica, com formação de nível técnico ou superior, também é uma das características importantes no perfil do profissional desta área. Por fim, as certificações funcionam como complemento à formação acadêmica e representam uma forma de o profissional acompanhar as mudanças tecnológicas disponíveis no Mercado. Enfim, a formação profissional, juntamente com a experiência e as certificações, é um ponto chave no que se espera dos profissionais desta área. Além destas exigências essenciais ao profissional de TI, é possível citar outras características fundamentais para o sucesso na profissão, tais como capacidade técnica, boa expressão oral e escrita, capacidade de negociar, noções de gestão empresarial, trabalho em equipe, formação e aperfeiçoamento continuado, networking, responsabilidade social e ambiental. As capacidades técnicas são fundamentais, mas a habilidade de se relacionar, de negociar e de se comunicar é essencial para esses profissionais. Comunicar-se bem com os diferentes agentes envolvidos no processo, como clientes, gestores e outros profissionais, além de ser capaz de mediar situações de conflitos, são características que diferenciam os profissionais desta área. Ter noções de gestão empresarial é outra característica importante, pois os profissionais precisam possuir conhecimento dos processos empresariais para que possam criar e desenvolver ferramentas que possam agilizar processos e reduzir custos, gerando, assim, diferenciais competitivos para a empresa. Para
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aqueles que pretendem desenvolver suas carreiras na área gerencial, é necessário o desenvolvimento de uma ampla visão sobre a empresa em que atuam, para que o departamento de TI torne-se uma área estratégica, gerando resultados para a organização. Ter conhecimento de planejamento, organização, coordenação e controle é fundamental para a gestão dos recursos na área de TI. Para aqueles profissionais que desejam atuar na área técnica, é necessário o aprofundamento nas linguagens de programação atualizadas, com o conhecimento de novos métodos para o desenvolvimento de soluções e construção de aplicativos. Já para aqueles que desejam empreender seu próprio negócio, é imprescindível o desenvolvimento de habilidades para avaliar oportunidades, dimensionar mercado, conseguir financiamento e capital de risco, construir times, conhecer as implicações legais e aprender a lidar com o crescimento de seu empreendimento. Independentemente dos caminhos escolhidos, os profissionais de TI também precisam desenvolver e exercitar valores que facilitem o trabalho em equipe, como cooperação, colaboração, aceitação de outras ideias e opiniões, aberturas a críticas, comprometimento e suscetibilidade a mudanças. O profissional da área de TI tem de estar também em constante aperfeiçoamento de suas técnicas, pois a área de tecnologia sofre grandes mudanças num curto período. O profissional deve estar atento a toda e qualquer tendência importante para o mercado e sempre aberto às possibilidades de mudança. A capacidade de criar e explorar redes de relacionamentos é muito importante no cenário de tecnologia, pois o profissional passa a ter um leque maior de recursos que ele pode utilizar a seu favor em diversos momentos de sua carreira. Por fim, os profissionais de TI também precisam estar cientes de suas responsabilidades sociais e ambientais, buscando ferramentas, processos e recursos que reduzam o consumo, que promovam maior eficiência e ganhos ambientais e investimento em mecanismos que promovam o desenvolvimento social. A tabela 1 mostra a evolução da carreira sugerida para um profissional que queira seguir a carreira de CIO (Chief Information Officer, ou seja, o profissional responsável por toda a área de TI de empresa).
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PERFIL TÉCNICO Investimento em certificações em todas as etapas são imprescindíveis. Participação em grande número de pro5
jetos, ajudando assim na aquisição de experiência e visão crítica. Fluência em inglês e espanhol. Curso técnico ou superior. Atuação em segmentos mais específicos, como telecomunicações, redes ou projetos. Upgrades de certifica-
5 a 10
ções para o setor escolhido. Especialização nas áreas de administração, economias e marketing. Talvez seja necessária uma nova graduação ou certificação.
Tempo de
10 a 15
Investir em expressão oral e comunicação. Upgrades de
mercado
certificação nas áreas de sociologia ou psicologia.
em anos
A essa altura, você já é um especialista referencial em 15 a 20
TI. Talvez seja uma boa hora para mestrado e doutorado. Participe do máximo de fóruns e eventos na área. Você já possui todos os requisitos para atuar como CIO. Em média, com 20 anos de atuação de carreira, o profis-
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sional já atingiu todos os seus objetivos e pode começar a pensar em diversificar sua atuação, como, por exemplo, prestar consultoria ou investir no seu próprio negócio. Seguir com a carreira, buscar novos desafios, estar aten-
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to às tendências e conhecer todos os detalhes de gestão de processos.
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PERFIL DE NEGÓCIOS No início da carreira, a atitude e a personalidade cha5
mam a atenção dos gestores para os profissionais com potencial. Uma pós-graduação de alto reconhecimento ou no exterior é um grande diferencial. O ideal seria ser coordenador de alguma área ou projeto.
5 a 10
O ideal é abandonar o posto de executar para tornar-se um gestor. Relacionar-se com as pessoas. MBA em área complementar à sua formação. Não se acomode. Nesse ponto, você já conhece a em-
Tempo de
10 a 15
presa amplamente. Adquira mais competências em ges-
mercado
tão de negócios.
em anos
É o momento de tomar decisões importantes com crité15 a 20
rio e rigor. A fase mais crítica da profissão não permite erros. O auge da carreira para quem superou todos os obstá-
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culos exige excelência na relação com as pessoas. Sua especialização agora são as pessoas. Preocupe-se com o seu legado. A questão agora é con-
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duzir uma sucessão produtiva. Esteja atento a outras experiências e atitudes. Tenha bom senso, seja flexível e assuma riscos.
Tabela 1 – Evolução do perfil profissional (BAUER, 2006)
Como o mercado da tecnologia de informação tem crescido muito nos últimos anos e tem, igualmente, sofrido grandes transformações do ponto de vista técnico e tecnológico, é natural que o perfil dos professionais demandados pelo setor também venha se transformando ao longo do tempo. Algumas novas habilidades são cada vez mais solicitadas na profissão: capacidade de adaptação, autodesenvolvimento, jogo de cintura e proatividade.
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Verifica-se que há várias características inerentes ao perfil de TI. E estas características precisam ser abordadas para auxiliar os futuros profissionais da área no norteamento de uma carreira de sucesso e de muitas conquistas.
5.6 Regulamentação da profissão na área de Tecnologia da Informação No tópico sobre código de ética, citamos que somente o código de ética não é suficiente para garantir uma boa conduta nas organizações e projetos. É interessante que, assim como existe em outras profissões, que haja uma regulamentação da profissão. Este assunto é discutido no Brasil há muito tempo e até hoje não existe nenhum acordo sobre ele. Existem projetos de lei, porém a prática é que não há regulamentação suficiente para a área de computação e informática no Brasil. A Sociedade Brasileira de Computação (SBC) mostra-se desfavorável à regulamentação. De acordo com o seu ponto de vista, a regulamentação traria burocratização e limites nas funções do profissional. É claro que existem opositores e já existem no Congresso projetos para a criação do CONIN (Conselho Nacional de Informática), CREI (Conselho Regional de Informática) e do CONFREI (Confederação Nacional de Informática). Existem prós e contras de cada lado e os argumentos favoráveis e não favoráveis são bem convincentes. Os motivos favoráveis que sustentam a criação da regulamentação são: • Os serviços prestados seriam de melhor qualidade; • Formandos qualificados teriam emprego garantido; • A ética profissional seria mais bem estabelecida; • Trabalhadores anti-profissionais ou anti-éticos não teriam vez no mercado; • Um conjunto de normas técnicas seria criado; • Unificação das variadas profissões da área e nomenclatura apropriada; • Fim da separação entre os profissionais de computação e demais profissões regulamentadas; • Criação de um conselho de classe específico com normas mais cabíveis para a área.
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E os desfavoráveis: • Um diploma não é garantia de qualidade, assim como a falta dele não significa falta de profissionalismo; • Há uma grande dificuldade em definir quem exerce a profissão devido a grande quantidade de programadores informais que atuam em outras áreas; • Seria estabelecido um currículo mínimo, que num contexto dinâmico como o da informática, torná-se-ía obsoleto rapidamente; • A velocidade das mudanças no setor dificultaria a definição das atribuições do profissional e a legislação não conseguiria acompanhá-las com seu ritmo lento; • A sociedade já possui leis suficientes para punir um mal profissional da informática; • Normas Técnicas e um código de ética podem ser estabelecidos sem a necessidade de regulamentação da profissão; • Há necessidade de testes de qualidade apenas para os “produtos”, os softwares, não para os profissionais; • Devido a reserva de mercado, bons profissionais ficariam fora do mercado; • A fiscalização só pode ser realizada por outros integrantes da classe. • Aumento do preço dos produtos produzidos pelos “profissionais qualificados”; • A necessidade de registro para exercer a profissão criaria reserva de mercado para profissionais estrangeiros, auxiliando o crescimento do desemprego no Brasil; • As normas técnicas não poderão dar garantia de qualidade total aos programas, pois a natureza destes não permite que os programadores assumam total responsabilidade pelos problemas (bugs) que venham a apresentar.
5.7 TI Verde e sustentabilidade Existem vários tipos de projetos na área de informática que variam em tamanho (do escopo, duração, equipe, etc) e quantidade de recursos (humanos e/ou materiais). Durante o planejamento desses projetos, fazem-se análises do atual parque tecnológico disponível e, muitas vezes, é necessária a substituição de
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alguns equipamentos, como servidores, desktops e compra de outros dispositivos. É claro que isso varia de caso para caso. Para não divagarmos em uma situação empresarial, vamos tomar como exemplo a nossa situação doméstica: a informática evolui, nosso telefone celular passa a ficar obsoleto, vemos uma propaganda de um novo celular mais potente, com mais recursos etc. O que fazemos com o antigo aparelho? Ou descartamos, literalmente, vendemos ou damos algum destino para ele. Mas e o que ocorre com este aparelho? Vira lixo em algum depósito de lixo da cidade? É devidamente reaproveitado como material de reciclagem? Não sabemos ao certo, não é? Esse foi um pequeno exemplo de um simples celular. Agora imagine, em um grande projeto, onde são inseridos servidores, desktops, equipamentos de rede etc.? Perceba que, quanto mais equipamentos usarmos, mais vamos precisar de energia elétrica para mantê-los funcionando? Os aparelhos eletrônicos dissipam calor, mesmo que pouco, mas dissipam. E sabemos que a alta temperatura no nosso computador faz com que ele literalmente trave e pare de funcionar, mas e em um data center? Precisaremos de mais refrigeração, quer dizer, ar-condicionado e mais energia elétrica! A energia elétrica infelizmente não é de graça e, se de mais energia precisamos, mais fontes de energia serão necessárias. Como sabemos que a maioria da geração de energia elétrica no Brasil provém de hidrelétricas, quer dizer que mais recursos destas usinas serão necessários ou talvez mais usinas deverão ser construídas. Enfim, é uma reação em cadeia. Contando que a TI está sendo cada vez mais utilizada e nunca retrocede, mais recursos naturais serão necessários a cada momento. É claro que isso sensibiliza a comunidade ambientalista e também aqueles que têm maior consciência sobre o meio ambiente. Não podemos ficar parados? Mas como atuar em uma situação que necessita de mais recursos sem agredir tanto o meio ambiente? É aí que entra a TI Verde! TI Verde refere-se a tudo que está relacionado com o meio ambiente e TI. É o estudo e a prática de projetos, manufatura, uso e descarte de computadores, servidores e subsistemas associados (monitores, impressoras, dispositivos de armazenamento, dispositivos de rede e sistemas de comunicação) eficiente e eficazmente com o mínimo (ou sem) de impacto no meio ambiente. Essa definição foi dada por San Murugesan (Murugesan, 2008) em um dos textos mais clássicos sobre TI Verde. Uma forma de se conseguir essa eficiência e eficácia no lidar com produtos
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de TI e não prejudicar o meio ambiente é usar os conceitos de sustentabilidade, como mostra o Guia para o Gestor de TI Sustentável (Itautec, 2011). O assunto é tão importante que algumas empresas estão selecionando os seus fornecedores, os quais devem possuir algum plano de descarte de seus produtos. Isso, na verdade, faz parte de uma política corporativa principalmente relacionada com os padrões da ISO, os quais a empresa possa ter. Segundo o Guia, a TI sustentável está diretamente relacionada ao desenvolvimento e à implementação de estratégias e ações que são consequências dos seguintes pontos de vista: • Econômico: que garante um equilíbrio de custo-eficiência. Dessa forma, os negócios obterão maior vantagem competitiva e a reputação da empresa será consolidada. • Ambiental: que gera padrões de aquisição e uso dos equipamentos e seus impactos na natureza em todo o seu ciclo de vida (fabricação, uso e descarte). • Social: que gera padrão e cultura de sustentabilidade nos stakeholders e, principalmente, nos funcionários, colaboradores e na cadeia de valor.
Redução de espaço
47
Melhoria do desempenho e uso de sistemas
55
Redução de emissão de carbono e impacto ambiental
56
Redução de custos
73
Consumo e redução de energia
75 0
20
40
60
80
100
Gráfico 1 – Razões e benefícios para se utilizar a TI Verde (Murugesan, 2008). Adaptado.
O gráfico 1 mostra algumas razões e benefícios para se usar a TI Verde de acordo com Murugesan (Murugesan, 2008). Pelo gráfico, percebemos que: • 75% referem-se à redução do consumo de energia; • 73% para diminuir custos; • 56% para diminuir a emissão de carbono e impacto ambiental; capítulo 5
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• 55% para melhorar o uso e desempenho dos sistemas; • 47% para economizar espaço físico. Porém, como elaborar uma estratégia para se conseguir algum resultado com TI Verde? Murugesan sugere adotar a abordagem holística para a TI Verde, conforme a figura 2.
MANUFATURA
MANUFATURA
TI VERDE
MANUFATURA
MANUFATURA Figura 2 – Abordagem holística da TI Verde (Murugesan, 2008). Adaptado.
Conforme mostra a figura 2, para compreendermos os impactos ambientais que envolvem a TI, precisamos passar pelos quatro caminhos complementares: Uso (Green Use): relacionado com a redução de energia de computadores e sistemas de informações e os usa de uma maneira ecologicamente correta. • Descarte (Green Disposal): relacionado com o reaproveitamento de computadores ou equipamentos antigos. Existem várias possibilidades de reaproveitamento de computadores antigos. • Projeto (Green Design): relacionado com o projeto de equipamentos (computadores, servidores etc.) com uso eficiente de energia e ambientalmente correto. • Manufatura (Green Manufacturing): relacionado com a manufatura de componentes eletrônicos, computadores e outros equipamentos derivados com o mínimo impacto ao meio ambiente.
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Toda vez que você observar nos seus estudos sobre holística, encontrará uma abordagem na qual o sujeito principal do estudo é um ser ou entidade indivisível e que precisa de outras partes que o complementam. Ou seja, para se entender o sujeito do estudo, ele deve ser encarado e entendido como uma coisa só, e não é pelo estudo de componentes separados que iremos entender sobre o todo. Uma empresa, por exemplo, pode ser entendida de acordo com a abordagem sistêmica (podemos estudar os departamentos separadamente para entendê-la). Na visão holística, que é a percepção da realidade, a visão sistêmica seria uma forma de operacionalizar esta visão. No nosso caso, vamos entender a TI Verde como um assunto único, mas que depende de componentes para o entendimento.
Focando os esforços nos quatro componentes apresentados, a sustentabilidade desejada poderá ser alcançada do lado da TI e do lado dos fornecedores. Para as empresas que aderem à TI Verde almejarem os resultados esperados, precisam estar de acordo com o ciclo de vida mostrado na figura 3.
PROJETO VERDE
MANUFATURA VERDE DE COMPUTADORES
REIMPLANTAÇÃO, REÚSO
USO CRITERIOSO DE INFORMÁTICA
REAPROVEITAMENTO, ATUALIZAÇÃO
USAR MATERIAL REPROCESSADO
RECUSAR PARTES
RECICLAGEM, REPROCESSAMENTO DE MATERIAIS
DESCARTE
DOAÇÃO
Figura 4 – Ciclo de vida da computação “verde” (Murugesan, 2008). Adaptado.
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5.8 Uso de TI em prol do meio ambiente O maior objetivo é reduzir o consumo de energia tanto em ambientes pequenos quanto em grandes data centers. Vamos mostrar algumas dicas em relação a esses dois ambientes. Em relação a PCs, podemos reduzir significativamente o consumo de energia adotando algumas medidas pessoais, que, em conjunto, irão apresentar bons resultados: um deles é o simples fato de desligar o PC quando ele não estiver sendo usado! Pode parecer uma coisa boba, mas em muitas empresas o consumo de energia pode ser reduzido bastante se os usuários desligarem seus PCs na hora do almoço, em intervalos e outros horários. Muitas pessoas não desligam seus computadores simplesmente pelo fato de não gostarem de ter de religá-los quando voltar a usá-los! Além de gastarem energia desnecessariamente, os computadores e monitores, quando estão ligados, liberam calor, sendo necessário um maior esforço do ar-condicionado para poder refrigerar adequadamente o ambiente. Uma alternativa é usar softwares ou formas de economia de energia quando os computadores não estão sendo usados. A maioria dos sistemas operacionais modernos oferece uma forma de economia de energia. Porém, é uma ação que depende do usuário e também de uma política corporativa para enfatizar isso. Até mesmo o uso de protetores de tela pode colaborar para a redução de energia. Uma outra alternativa é usar equipamentos como thin clients para o usuário. Os thin clients possuem muitas vantagens em relação ao uso de máquinas tradicionais, entre elas, além do consumo de energia, ter um considerável MTBF – o que pode ser o fator diferencial neste caso. Os data centers serão cada vez mais usados daqui para frente. Quanto mais aplicações de Internet aparecerem, maior será a sua procura. Com isso, as empresas que detêm data centers precisarão se preocupar, até mesmo por questões de funcionamento, com políticas ambientais adequadas. Logo, a energia elétrica para mantê-los será cada vez maior e tudo o que já falamos relacionado com energia caberá nesse exemplo também. Algumas alternativas para aumentar a eficiência de data centers podem ser feitas, entre elas usar equipamentos com maior eficiência energética, melhorar a parte de uso de ar-condicionado e alternativas de refrigeração a ar e água nos equipamentos, principalmente em servidores, investimento em softwares de gerenciamento de energia, e até mesmo ter projetos de arquitetura para os data
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centers que propiciem melhor aproveitamento das condições climáticas, além, é claro, de possuírem métricas para monitorar o consumo de energia. Parece uma tarefa fácil, mas a Gestão de TI nestes casos é fundamental, e o gestor será uma peça-chave para coordenar todos esses esforços. Segundo o site Data center Information (Techtarget, 2012), uma recente pesquisa detectou que: • Mais de 50% das pessoas que responderam à pesquisa disseram que economizam energia por meio de virtualização de servidores; • 32% fizeram esforços para melhorar o uso e a eficiência dos sistemas de refrigeração; • 17,5% implementaram políticas de desligamento dos servidores que não estavam sendo usados; • 11% tentaram usar energia DC (por meio de baterias) no data center; • Somente 7,7% tentaram usar refrigeração líquida para aumentar a eficiência geral do data center. O uso de refrigeração por líquido é muito mais eficiente que a refrigeração tradicional (a ar). Porém, este tipo de alternativa não tem sido tão utilizado porque a complexidade de projetar sistemas com esta tecnologia é mais complexa e isso “assusta” um pouco os envolvidos. Contudo, se a computação de alta densidade tem se tornado cada vez mais frequente, é necessário que os gestores de TI comecem a lidar com esta complexidade também. Uma alternativa que foi comentada anteriormente para data centers é o projeto da estrutura física ecologicamente eficiente. O termo é encontrado como “ecofriendly design” e pode ser feito usando-se borracha sintética para o teto e pintura, tapetes que contenham baixo VOC, bancadas e mobília feitas de produtos reciclados, e sistemas elétricos e mecânicos que gerenciam energia eficientemente. Projetos ecológicos também usam luz natural como forma de energia ou também energia eólica. Empresas que adotam esse tipo de energia têm incentivos do governo e conseguem vantagem competitiva, pois os clientes têm procurado parceiros que sejam ecologicamente corretos. Os funcionários do data center também devem ser influenciados e adotarem medidas ecológicas e a adotarem métricas para a redução de calor e descartarem material que tenham propriedades tóxicas, como é o exemplo de muitos tipos de plásticos que usamos no dia a dia.
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A virtualização é um grande fator para a redução de energia, segundo o site da Computerworld (Computerworld, 2009). Esse site é apenas um dos muitos que tratam deste tipo de alternativa. Como você já deve ter visto em outras disciplinas, a virtualização ocorre quando usamos várias máquinas virtuais hospedadas em uma máquina física. O uso de virtualização de servidores nos data centers é muito vantajoso porque diminui a necessidade de espaço físico e economiza energia, além de simplificar a organização do data center. Muitas empresas têm procurado o uso de data centers para entrarem na “onda verde” e usufruírem de suas facilidades como forma ecológica de estarem compatíveis com o meio ambiente em relação a seus servidores. Existe um grupo criado pelas grandes empresas de data center chamado Green Grid (www.thegreengrid.org), cujo objetivo é propagar o conhecimento das melhores práticas do uso de energia em data centers, assim como estabelecer padrões na construção, operação e outras atividades relacionadas com data centers ecologicamente corretos. Outra prática que pode ser adotada é reutilizar equipamentos antigos. O descarte simples destes equipamentos é prejudicial ao meio ambiente porque eles apresentam internamente componentes que são altamente corrosivos, dentre outros fatores. Atualmente, existem várias alternativas para o reaproveitamento de equipamentos antigos, principalmente PCs. Uma alternativa é transformar máquinas antigas em thin clients, como mostrado no site (Open Thin Client, 2012). Existem várias formas de implementar esta possibilidade e, principalmente a comunidade Open Source, com o uso de Linux, oferece várias maneiras para isso. Vale a pena pesquisar mais sobre isso. Portanto, é interessante reaproveitar ao máximo os equipamentos antigos. Outra abordagem que pode ser usada para diminuir os impactos ao meio ambiente e endossar a TI Verde é projetar novos computadores com componentes mais modernos e que tenham menor grau de agressão ao meio ambiente. O projeto deve contemplar também um balanço entre a viabilidade econômica, taxa de agressão ao meio ambiente e desempenho dos componentes. O projeto de componentes “verdes” chega a ser uma prática de negócio a ser explorada pelas empresas. As empresas fabricantes são também cobradas por questões “verdes”. Sendo assim, também procuram desenvolver formas de produção menos poluentes e agressivas. Os projetos acabam sendo finalizados com componentes com
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alta taxa de atualização e reúso. Um exemplo é a evolução dos núcleos de processadores nos PCs (saíram dos single core para os quad core) por razões tecnológicas e de consumo de energia. Essa alternativa é contrária à evolução de aumentar o clock do processador: quanto mais rápido, mais energia consome. Portanto, dividir as tarefas em mais núcleos e não degradar a performance desejada é uma forma de aumentar a “velocidade” geral do computador. Existem outras formas na produção de hardware também.
5.9 Estratégias empresariais de TI “Verde” Como já comentado, cada empresa pode desenvolver uma estratégia holística sobre a TI Verde e esta estar alinhada com uma política ambiental corporativa mais abrangente. A estratégia deve desenvolver uma política de TI Verde com objetivos, claros, metas, planos de ação e cronogramas. Em grandes empresas, onde esse tipo de iniciativa é mais facilmente suportads e aplicada, existem profissionais específicos para cuidar da implementação desta política “verde”. Para inserir a empresa na TI Verde, Murugesan (Murugesan, 2008) sugere uma combinação de uma ou mais das seguintes abordagens: • Abordagem tática incremental: a empresa preserva o que já existe de infraestrutura e políticas e insere pequenas e simples medidas para alcançar níveis moderados de objetivos ambientais, como redução de energia, por exemplo. Estas medidas incluem adotar políticas de gerenciamento de energia dos equipamentos, desligar os computadores quando não estiverem em uso, até mesmo adotar uso de lâmpadas fluorescentes compactas na iluminação dos ambientes e manutenção de uma temperatura adequada no ambiente de trabalho. São medidas relativamente fáceis de serem implantadas e com baixo custo. • Abordagem estratégica: é feita uma auditoria da infraestrutura da TI e de como é o seu uso em uma leitura ambiental. Com base nisso, é feito um planejamento abrangente que engloba os aspectos mais amplos da TI Verde por meio da implementação de novas iniciativas diferentes. Como exemplo, uma empresa pode partir para ter equipamentos mais aderentes às políticas ambientais por meio da compra de fornecedores que também possuem políticas semelhantes e também desenvolver políticas para a operação e descarte de equipamentos. Embora a redução do
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consumo de energia seja o objetivo principal, nesta abordagem podem ser priorizadas as áreas de marketing, marca, criação, entre outros, mostrando que a empresa tem preocupação e projetos ambientais. • Abordagem de “imersão total” na TI Verde: essa abordagem amplia consideravelmente os conceitos da abordagem estratégica. Nesse caso, medidas aprofundadas podem ser tomadas como políticas para a compensação de emissão de gás carbônico e neutralização das emissões de gás nocivos à camada de ozônio, plantio de árvores e uso de energia proveniente de fortes naturais, como, por exemplo, a energia solar e a energia eólica. Assim, até mesmo os funcionários em suas rotinas domésticas são incentivados a pensar “verde”. Há também por meio de outros incentivos para isso, como a doação de softwares para gerenciamento de energia de seus computadores pessoais, doação de sementes para o plantio de árvores em suas residências etc. Empresas menores também podem fazer sua parte adotando medidas incrementais simples e aumentando as possibilidades e projetos aos poucos para adquirir status de empresa que adota a TI Verde.
5.10 Usando a TI para sustentabilidade ambiental Este último tópico também é importante porque, além da própria TI se tornar “verde”, ela pode suportar e alavancar outras iniciativas ambientais, oferecendo modelagem inovadora, simulação e ferramentas de apoio à decisão, como: • Softwares para análise, modelagem e simulação de impacto ambiental e gestão de riscos ambientais; • Plataformas para a gestão ambiental de comércio de emissões, ou investimento ético; • Ferramentas de auditoria e relatórios de consumo de energia e de poupança e para o monitoramento das emissões de gases de efeito estufa; • Sistemas de conhecimento de gestão ambiental, incluindo sistemas de informação geográfica e padrões de metadados ambientais; • Ferramentas e sistemas de planejamento urbano; • Tecnologias e padrões para redes interoperáveis de monitoramento ambiental e inteligente em redes de sensores; • Integrar e otimizar as já existentes redes de monitoramento ambiental.
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Além de mover-se para uma direção mais “verde” e alavancar outras iniciativas ambientais, a TI poderia ajudar a criar uma consciência verde entre seus profissionais, empresas e público em geral, auxiliando na construção de comunidades, envolvendo grupos em decisões participativas, bem como campanhas de apoio à educação verde. Com base nestas ideias, algumas ferramentas, como portais ambientais, blogs, wikis e simulações interativas sobre o impacto ambiental de uma atividade, poderiam ser criadas para oferecer assistência e usar a TI como uma forma de criação de uma consciência “verde”. A TI é uma parte do problema ambiental, e também pode ser uma parte da solução. A TI Verde será obrigatória nas empresas em um futuro muito próximo. Tornar a TI “verde” é, e continuará a ser, uma necessidade, não uma opção. A TI Verde representa uma mudança dramática nas prioridades na indústria de TI. Até agora, a indústria tem apostado em poder de processamento de equipamentos e gastos com equipamentos associados e não existe claramente uma preocupação com outros requisitos, tais como energia, refrigeração e espaço de centro de dados. No entanto, a indústria de TI terá de lidar com todos os requisitos de infraestrutura e do impacto ambiental de TI e seu uso. Os desafios da TI Verde são enormes, mas os recentes desenvolvimentos indicam que a indústria de TI tem vontade e convicção para enfrentar os problemas ambientais de frente. As empresas podem se beneficiar tomando esses desafios como oportunidades estratégicas. O setor de TI e os usuários devem desenvolver uma atitude positiva para lidar com as preocupações ambientais e adotar posturas “verde” juntamente com suas políticas e práticas.
ATIVIDADE 1. Após a leitura dos temas, faça uma reflexão sobre o perfil do profissional do mercado de TI e o seu mercado de atuação. 2. Você conhece alguma empresa que tem iniciativas relacionadas com TI Verde? Quais as atividades que ela realiza para isso? 3. Quais medidas básicas que você proporia a uma pequena empresa para que iniciasse nos conceitos de TI Verde? 4. Quais são os benefícios reais para uma empresa ao adotar os conceitos de TI Verde?
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REFLEXÃO A TI está em constante evolução; assim, no momento em que você estiver lendo esse texto, provavelmente o que foi nele mencionado como atual, será assunto já ultrapassado e outro estará no lugar. TI Verde e questões éticas, bem como a gestão da carreira em TI, são, na sua essência, problemas que sempre existiram mas tratados de uma forma diferente. Conforme o mundo evolui, os conceitos e tecnologias, ainda mais na nossa área, evoluem conjuntamente e você, como futuro profissional de TI, terá de estar “antenado” com relação a essas mudanças. Ao escolher uma profissão, é importante que haja interesse em se aprofundar em tudo aquilo que a cerca. Conhecer o mercado, o perfil do profissional e aquilo que se espera dele é fundamental para que se construa uma carreira de sucesso, pautada no que há de mais novo. O interesse e a busca de crescimento levam os profissionais a buscarem uma qualificação cada vez melhor. Este capítulo buscou trabalhar um pouco desta realidade, trazendo elementos essenciais para que se iniciasse uma discussão sobre a trajetória que vocês irão trilhar profissionalmente.
LEITURA Os links a seguir possuem vários textos relacionados com os assuntos tratados neste capítulo. Recomendamos sua leitura para você obter maior detalhamento do que foi visto e guias de inspiração para os seus projetos. •
<http://info.abril.com.br/ti-verde/>. Este link da Info Exame mostra várias reportagens na área de TI Verde que podem ajudá-lo a entender os tópicos apresentados por meio de vários estudos de casos e novas tecnologias.
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<http://cpsustentaveis.planejamento.gov.br/>. Portal do governo sobre textos de portarias, decretos, resoluções e toda a legislação referente às normas de sustentabilidade ambiental que devem ser aplicadas às compras públicas, inclusive na área de informática.
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<http://blogs.intel.com/blog/2009/09/16/operacao-de-data-center-de-alta-temperatura/>. O blog da Intel é cheio de dicas e textos sobre TI Verde. Neste link é apresentado um artigo específico para a gestão de data centers que possuem alta temperatura.
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<http://computerworld.uol.com.br/gestao/2009/10/04/ti-verde-5-dicas-paramanter-sua-empresa-sustentavel/>. Artigo com cinco dicas para tornar uma empresa sustentável na área de tecnologia.
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Os links a seguir estão relacionados com a parte de carreira e possuem várias dicas: • <http://carreiradeti.com.br/> • <http://www.profissionaisdetecnologia.com.br/blog/> • <http://ogestor.eti.br/> • <http://computerworld.com.br/carreira/ > • <http://info.abril.com.br/corporate/> • <http://idgnow.uol.com.br/> • <http://www.michaelpage.com.br/> Não deixe de ler os códigos de ética da ACM e SBC que estão listados nas referências deste capítulo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIATION OF COMPUTING MACHINERY. Code of Ethics. Association of Computing Machinery - About, 1992. Disponível em: <http://www.acm.org/about/code-of-ethics>. Acesso em: 3 maio 2014. BAUER, M. Vida profissional: sempre em frente. Microsoft Business, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 26, ago. 2006. BRASSCOM.
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