A semiotica do espaco aula 1

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SEMIÓTICA DO ESPAÇO “A ESTRUTURA AUSENTE” Prof.Ms.Mariangela Fazano



A EDUCAÇÃO DO OLHAR!  A EDUCAÇÃO PARA AS HABILIDADES E SENSIBILIDADES LEGÍVEIS E INTELIGÍVEIS

 APRENDEMOS SOBRE OS SIGNOS PARA MELHORAR OS OLHOS  O ATO DE VER NÃO É COISA NATURAL, PRECISA SER APRENDIDO



SEMIÓTICA  do grego semeiotiké (arte dos sinais) doutrina formal dos signos  Semeion = signo  Ótica= visão


O QUE É SEMIÓTICA? SEMIÓTICA  ciência dos signos

LINGUAGEM


SIGNO  SIGNIFICA REPRESENTAÇÃO


 A semiótica é uma filosofia científica da linguagem.

 Seu campo de estudo trata dos signos e dos

processos significativos e da maneira como se relacionam na natureza e na cultura (semiose:

criar e recriar significações).

 O objeto de investigação são todas as linguagens (O QUE É LINGUAGEM?) possíveis.


 A definição de signo como uma ação triádica interpretadora (signo-objeto-interpretante) é o conceito principal da Teoria Geral dos Signos, do matemático, cientista, filósofo norteamericano Charles Sanders Peirce (1839-1914).


 A Semiótica Peirceana é uma teoria sígnica do conhecimento, de caráter amplamente geral, uma teoria semiótica que se volta ao estudo de todo e qualquer tipo de representação, inclusive das representações da comunicação.


 É o caso de perguntar por que esta teoria se volta ao estudo da comunicação?



Semiótica Peirceana e Comunicação Ora, não há comunicação sem signos. Para comunicar, usamos signos. Tudo que comunica tem signos. Desafio: tente comunicar sem signos.


O objeto da semiótica e seu vasto campo de estudos O signo triádico e o vasto campo da semiótica

 Se signo é uma ação interpretadora que envolve três elementos, então, signo é processo.  Esta noção de signo como processo é importantíssima para compreender o objeto de estudos da semiótica.  Pois trata-se de um objeto que tem uma dinâmica, uma ação contínua que envolve tempo, processo, interpretação, representação.  Esta ação contínua se chama “semiose”, outra palavra para “signo”, conforme a Teoria Geral dos Signos (Peirce).


 Em outras palavras, o objeto de estudos da Semiótica é a semiose, a ação entre três elementos que envolve processos de interpretação, representação, comunicação.  Segundo a Semiótica, esta é uma ação que está em todas as esferas da vida e até mesmo no mundo puramente físico, onde quer que haja uma mente capaz de interpretar signos.  Por isso mesmo, o objeto de estudos da Semiótica são todos os processos sígnicos na natureza e na cultura.


O QUE É SIGNO? Segundo Peirce: “Um signo, ou representamen, é aquilo que, sob certo aspecto ou modo, representa algo para alguém.”

Portanto o signo não é o objeto é algo distinto dele, está ali presente para designar ou significar alguma coisa. E ele pode ser perceptível, imaginável ou mesmo inimaginável.


SEMIOSE


Ainda segundo Peirce... O signo é composto por:  Objeto (que pode ser uma coisa ou um fato);  Representamen, aquilo que visualizamos do objeto, corpo do signo e;  Significado (ou Interpretante) - interpretação que alguém venha a fazer do fato.


TEORIA GERAL DOS SIGNOS


 Phaneron, ou fenômeno,  é tudo aquilo que podemos sentir, perceber, inferir (deduzir por raciocínio), lembrar ou algo que podemos localizar na ordem espaço-temporal, melhor, o que identificamos como “mundo real”.


 Fenômeno:  é qualquer coisa que aparece à mente, seja ela sonhada, imaginada, concebida, vislumbrada, alucinada...  Um devaneio, um cheiro, um desejo, uma ideia geral e abstrata.  Enfim, qualquer coisa.


 Peirce observou como os fenômenos se apresentam à experiência.  Esse exame tinha como objetivo revelar os diferentes tipos de elementos detectáveis nos fenômenos.


 Agrupou os fenômenos a partir dos seus modos de combinação.  E conclui que há três elementos formais, ou categorias universalmente presentes em todos os fenômenos.


 Essas três categorias são tão gerais que podem ser vistas como tons, humores ou finos “esqueletos de pensamentos”, pontos para os quais tendem a convergir.


CATEGORIAS DO PENSAMENTO  primeiridade: acaso, indeterminação, frescor, originalidade, qualidade.  secundidade: força bruta, ação-reação, conflito, aqui-eagora, esforço, resistência.  terceiridade: diz respeito às ideias de generalidade, continuidade, crescimento, representação, lei.


Voltando à definição de signo...  Signo é uma coisa que representa uma outra coisa. Só é signo se ele carregar com ele esse caráter de representar, ou seja, de substituir uma coisa que é diferente dele.


INTERPRETANTE

SIGNO

OBJETO


INTERPRETANTE CONOTAÇÃO

SIGNO OU REPRESENTAMEN

OBJETO DENOTAÇÃO


 Signo é alguma coisa que representa algo para alguém. Dirige-se à alguém, ou à uma mente. Para esse signo criado ele denominou interpretante do primeiro signo


Signo e representamen  o signo representa algo para alguém, mas não condiciona a sua existência à percepção desse alguém.

SIGNO OU REPRESENTAMEN


 Estas definições apontam para um engendramento lógico entre os três termos. Algo é gerado, produzido, originado da relação entre os termos: signo - objeto - interpretante.


SIGNO RELACIONADO AO OBJETO  Peirce afirma que o signo é determinado pelo objeto, isso nos leva a pensar que o objeto tem primazia sobre o signo. Mas na forma ordenada de um processo triádico, o objeto é um segundo em relação com o signo que é um primeiro.

 O objeto só é acessível pela mediação do signo.

 O objeto é algo diverso do signo, daí haver determinação do signo pelo objeto e não uma mera substituição.

OBJETO


INTERPRETANTE  O terceiro nesta relação triádica é o interpretante. Aqui aparece a forma de agir do signo, aqui está a sua lógica, a sua ação.  O interpretante é aquilo que é determinado pelo signo ou pelo próprio objeto através da mediação do signo.

INTERPRETANTE



SIGNOS IMEDIATOS E DINÂMICOS

ÍCONES

OBJETO

ÍNDICES

SÍMBOLOS


ÍCONES


 Quando vemos uma fotografia de um amigo p.e. João, reconhecemos nela uma representação de João; um mapa de nossa cidade representa a nossa cidade; há nesses casos, uma certa semelhança visual entre o significante e o significado.  As fotografias, cópias, imagens figurativas, impressões digitais, etc., possuem a particularidade de incluir uma relação necessária entre a parte que expressa, formalmente, o conteúdo (= significante) e o conteúdo expressado (= significado). Contudo, a fonte produtora dos ícones é a mente humana, por isso não dá para confundi-los com os índices.  O signo não é, pois, um objeto com determinadas propriedades, mas uma relação ou uma função.








SÍMBOLOS  São objetos materiais que representam noções abstratas: um pedaço de pano preto para significar o luto, uma cruz para significar o Cristianismo, são símbolos. É um signo que se refere ao objeto denotado em virtude de uma associação de idéias produzida por uma convenção.  A representação do símbolo é sempre deficiente ou inadequada parcialmente em relação ao conjunto das noções simbolizadas, pois ele é uma parte do todo que é o conteúdo abstrato com o qual ele se relaciona.  O conceito de justiça é muito mais amplo do que o conteúdo abrangido pela balança, que recorda apenas um dos atributos da justiça, a igualdade; e o conjunto de noções ligadas ao Cristianismo desborda, o primeiro significado da cruz, que recorda, apenas, o momento supremo da doutrina.




O que é o quadro de Magritte? Há um cachimbo. E uma frase: “Ceci n’est pas une pipe.” Uma frase que contradiz o que o olho enxerga. “Isto não é um cachimbo.” – como não?!



 “Ceci n’est pas une pipe” (“Isto não é um cachimbo”), de 1929, é uma das obras mais famosas do pintor surrealista belga René Magritte (1898 – 1967).

 Uma das possíveis respostas vem do próprio título da obra, que, na verdade, não é “Ceci n’est pas une pipe.”, nome pelo qual ficou famosa, mas sim “La trahison des images”, isto é, “A traição das imagens”.

 O que vemos não é um cachimbo real, mas uma representação de um cachimbo. A imagem é só um signo, um símbolo iconográfico, e não “a coisa em si”.


ÍNDICES  Segundo Peirce, é aquele signo que tem uma relação direta, causal e real com seu objeto, como um indicador de caminhos, a agulha de relógio, um sintoma, etc.  Se a referencialidade for direta, isto é, se as mensagens indicarem aquilo a que elas se referem sem ambiguidades, sem dúvidas, então estaremos nos referindo a

índices.  Um índice tem com seu objeto uma conexão direta, forma com o objeto uma relação causal, isto é, de nexo.



Para Charles Sanders Peirce “Toda e qualquer produção, realização e expressão humana é uma questão semiótica”.


LINGUAGEM  Os signos estão nas linguagens  O código no qual se estrutura determinada linguagem, ou seja, a sua forma, está ligada a certos traços da matéria de expressão  O termo LINGUAGEM é usado para determinar um sistema de signos. Esse sistema pode ser verbal, visual e/ou oral. A linguagem dá forma à construção do pensamento.


 Assim, cada linguagem é uma combinação específica de códigos, isto significa que o agrupamento total de códigos de uma linguagem nunca é idêntico de uma linguagem para outra:


VAZIO AGUDO

ANDO MEIO

CHEIO DE TUDO.

Paulo Leminsky



 Existe em cada linguagem, códigos de expressão e códigos de conteúdo específicos.


 A linguagem é um instrumento que dá lugar à composição de signos, ou sistema de signos para possibilitar a comunicação.


 Onde quer que uma informação seja transmitida tem-se um ato de comunicação. Não há comunicação sem informação.


 Não há também transmissão de informação sem um canal ou veículo através do qual essa informação transite.


 Para que haja comunicação é preciso que partilhe-se, pelo menos parcialmente, o código através da qual essa informação se organiza na forma de mensagem.


 A linguagem é um instrumento que dá lugar à composição de signos, ou sistema de signos para possibilitar a comunicação


 A linguagem é usada para significar todos os tipos de signos e símbolos. Desta forma, não existe pensamento sem linguagem.



ARQUITETURA DESIGN E COMUNICAÇÃO  Todos os fenômenos de cultura são sistemas de signos – Isto é, a cultura é essencialmente comunicação.  Verificaremos que um dos setores onde ela tem sido mais desafiada pela realidade que procura dominar é a Arquitetura e o Design.


 A Arquitetura e o Design levantam desafios para a semiótica pois seus objetos aparentemente não “comunicam”, mas funcionam.


 Ninguém duvida que um teto sirva fundamentalmente para cobrir e um copo para recolher um líquido de modo que seja fácil engoli-lo.

 Essa constatação é imediata e indiscutível, e que se caracteriza como possibilidade de função.


 Mas essas funções podem também serem interpretadas sob o aspecto comunicacional?  É claro que sim!  Não só será permitido compreende-las e defini-las melhor como funções e nelas descobrir outros tipos de funcionalidade , essenciais, que a pura consideração funcionalista discernia.


 Uma consideração fenomenológica da nossa relação com o objeto arquitetônico e com o objeto do design diz-nos , antes de mais nada, que entendemos a Arquitetura e o Design como atos de comunicação, mesmo sem excluir suas funcionalidades.  Visão do homem da idade da pedra...


 O homem aprendeu que a caverna pode assumir várias aparências, embora sempre se trate da realização única de um modelo (conceito) abstrato reconhecido como tal, já codificado, ainda que não ao nível social, mas ao nível do indivíduo que o propõe e comunica de si para consigo.


 Não será difícil poder se comunicar com signos gráficos o conceito de caverna aos seus semelhantes.  O código Arquitetônico gera um código icônico tridimensional, e o “princípio caverna” torna-se objeto de troca comunicacional.  O desenho ou a imagem de uma caverna se tornam comunicação de uma função possível, e assim permanecem mesmo que a função não seja executada.


“A partir do momento em que existe sociedade, todo uso se converte em signo daquele uso”(Roland Barthes)


 Usar uma colher para levar o alimento à boca ainda é a execução de uma função através do emprego de um artefato que permite e promove o ato. Comunica a função de executar, isto é a comunicação de uma adequação do homem a certos usos.  A colher promove certo modo de comer e significa aquele modo de comer, enquanto que a caverna promove o ato de buscar abrigo e comunica a existência de uma função possível, ambos os objetos (caverna e colher) comunicam até mesmo quando não são usados.


ESTÍMULO E COMUNICAÇÃO  Será que o que entendemos por comunicação não é pura estimulação?  Um estímulo é um complexo de acontecimentos sensórios que provocam determinada resposta.


 Esta resposta pode ser imediata (uma luz me ofuscando, fecho os olhos, o estímulo sensório ainda não aconteceu perceptivelmente, mas gerou uma força motriz) ou pode ser mediata ( vejo um carro aproximar-se em alta velocidade e me afasto para o lado).


 Mas na realidade, no momento da percepção(percebi o carro e as relações entre sua velocidade aparente, distância etc.) já passei de uma simples relação entre estímulo e resposta para um procedimento intelectivo onde intervieram processos sígnicos:


 de fato o carro só foi compreendido como um perigo pois foi interpretado como signo comunicante da situação “automóvel se aproximando em alta velocidade”

 signo que se me foi dado compreender com base em experiências passadas e num código da experiência que me diz que quando um carro se aproxima em alta velocidade quer dizer perigo.


 Ora, será que a arquitetura me propõe estímulos?


 Uma escada atua em mim como um estímulo necessitante: se eu quiser passar por uma escada devo levantar meus pés sucessiva e progressivamente.  A escada estimula-me a subir , ainda que no escuro eu tropece no primeiro degrau e não a veja.  É preciso levar em consideração dois fenômenos; para subir preciso ter aprendido o que é uma escada – aprendemos a subir, portanto aprendemos a responder ao estímulo, ciente de que a escada me estimula a subir passo a reconhecer o estímulo e a possibilidade oferecida de uma função executável.


 Reconhecendo o conceito geral de escada, este objeto isolado, comunica-me a função que permite.

 Nesse sentido, o que permite o uso da arquitetura (passar, entrar, parar, subir, estender-se, debruçar-se, apoiar-se, segurar, etc.);

 Não são apenas as funções possíveis, mas os significados relacionados que me dispõem para o uso funcional.


O SIGNO ARQUITETÔNICO  Estabelecido que a Arquitetura pode ser considerada como sistema de signos, cabe então caracterizar tais signos.


 Formas significantes; códigos elaborados com o auxílio de inferências dos usos, e propostos como modelos estruturais de relações comunicacionais; significados denotativos e conotativos que se aplicam aos significantes com base nos códigos: é o universo semiótico em que se pode mover uma leitura comunicacional da Arquitetura


 O objeto de uso é sob o aspecto comunicacional, o significante daquele significado exata e convencionalmente denotado que é a sua função - o objeto arquitetônico denota uma forma do habitar.


A DENOTAÇÃO ARQUITETÔNICA  O objeto de uso denota a função convencionalmente, segundo códigos.  Vamos procurar antes de mais nada, definir em que sentido um objeto pode denotar convencionalmente a sua função.


 Segundo uma codificação arquitetônica milenar, a escada ou a rampa denotam-me a possibilidade de subir, a escada portátil, ou em caracol, seja qual for o caso, sempre me acho diante de formas que se baseiam em soluções codificadas de uma função realizável.


 Mas também posso subir de elevador: e as características funcionais do elevador não devem consistir na estimulação de atos motores dos membros inferiores mas em certa acessibilidade, habitabilidade e manejabilidade de comandos mecânicos tornados “legíveis” mediante uma sinalética clara e um design de fácil interpretação.  um homem acostumado com as rampas e as escadas, ficaria desarvorado diante de um elevador; as melhores intenções do projetista não o tornam manobrável pelo ingênuo.


 toda a genialidade de um arquiteto ou de um designer não poderá tornar funcional uma forma nova (nem dar forma a uma nova função) se não se apoiar em processos de codificação existentes.


 Há um exemplo divertido dado por Koenig a propósito de certas casas fabricadas para populações rurais na Itália.


 a população local, acostumada a fazer suas necessidades no campo e despreparadas ante a chegada misteriosa das bacias sanitárias, usavam-nas como caixas de limpeza para azeitonas : suspendendo uma redezinha onde eram postas as azeitonas, davam a descarga e procediam assim à limpeza dos vegetais.


 Podemos assim observar que a forma denota a função só com base num sistema de expectativas e hábitos adquiridos, com base num código. Sobrepondo-se ao objeto outro código, a bacia passará a denotar outra função.


 Pode acontecer que um arquiteto venha a construir uma casa que se coloque fora de todos os códigos arquitetônicos existentes; e pode acontecer que essa casa me permita residir de modo agradável e “funcional”; mas o fato é que não aprenderei a habita-la se não reconhecer as direções de habitabilidade que me sugere e para as quais me orienta como complexo de estímulos – ou seja se não tiver enfim reconhecido a casa como contexto de signos referíveis a um código conhecido.


A CONOTAÇÃO ARQUITETÔNICA  O objeto arquitetônico pode denotar a função ou conotar certa ideologia da função.  Mas pode, sem dúvida, conotar outras coisas.


 A gruta, que já usamos como exemplo anteriormente, chegava a denotar uma função abrigo, mas não há dúvida de que com o passar do tempo terá conotado também “família”, “núcleo comunitário”, “segurança”, etc.


 E é difícil dizer se essa sua natureza conotativa , essa sua função simbólica seria menos funcional do que a primeira.


 Uma cadeira me diz, antes de mais nada, que posso nela me sentar.


 Mas se cadeira for um trono, não deverá servir apenas para sentar, mas para fazer sentar com certa dignidade. Serve para confirmar o ato do “sentar com dignidade” signos acessórios que conotem a realeza (águias nos braços, espaldar alto encimado por coroa, etc.)  essas conotações de realeza são a tal ponto funcionais, que – uma vez presentes – pode-se mesmo relegar para segundo plano a função primária do “sentar comodamente”.


 Assim como a cadeira Rietveld conota uma função comunicacional de pensamento, é uma cadeira pensando uma cadeira, aspirando todas as cadeiras possíveis  Seu funcionalismo não é de natureza anatômica ou ergonômica  Seu encosto e assentos são ideiais, absolutos.


 Quando olho uma janela na fachada de uma casa, não penso, geralmente, na sua função, penso num significado janela, que se baseia na função, mas que a absorveu a ponto de eu poder esquece-la e ver a janela em relação a outras janelas como elementos de um ritmo arquitetônico;

assim como quem lê uma poesia , sem desprezar os significados das palavras isoladas, pode, no entanto, deixa-los em segundo plano, colocando em primeiro determinado jogo formal de aproximação contextual dos significantes.


Piazza el Campo e Torre Mangia, Siena - Itália

 como as questões relativas à linguagem aplicam-se aos diversos campos da expressão humana, é preciso limitar o campo de atuação da linguagem da arquitetura é preciso refletir sobre seu principal meio de expressão e de trabalho: este meio é o espaço


 é no espaço que a arquitetura efetivamente se manifesta e no qual os seus elementos podem ser arranjados


 A linguagem da arquitetura é, portanto, o espaço. Os invólucros formais que o definem (as paredes de uma construção, por exemplo),

 do ponto de vista da linguagem, são considerados não um fim, mas um instrumento: as alterações que se fazem neles têm como fim a alteração do espaço como ente a ser percebido pelo homem


Davi de Michelangelo,Florença- Itália

Acrópole, Atenas - Grécia

 “Quando a arquitetura quer entranhar-se em um conteúdo, tem que estranhar-se a si mesma, alienar-se de si mesma, saturando-se e superando-se num nível superior - que é o da escultura…”  “Assim como a arquitetura pertence a forma de arte simbólica, a escultura integra a forma de arte clássica, num percurso evolutivo de interiorização, de subjetivação do objetivo, de fora para dentro…” PIGNATARI, Décio - Semiótica da Arte e da Arquitetura


Colunas romanas - Parque de La Isla, Burgos - Espanha

 “em termos semióticos, temos que o mesmo significante (uma coluna, um capitel, uma arquitrave) toma significados diferentes: para os gregos, é a forma natural do aprimoramento estético de elementos construtivos primários para os romanos, de valor decorativo e simbólico, uma vez que a conjunção com os sistemas construtivos estava perdida” COLIN, Sílvio. Uma Introdução à Arquitetura


Plano Piloto - Brasília, Brasil - arquiteto Lúcio Costa, 1960

 no entendimento de Lúcio Costa (1995) sobre a arquitetura, domínio de uma certa linguagem arquitetônica, ou da própria arquitetura enquanto ação de ordenar e organizar espaços envolve o reconhecimento de que a criação arquitetônica surge a partir das relações formais e pragmáticas dos elementos a serem trabalhados e que diferentes formas de organização das informações existentes resultam em produtos mais ou menos adequados a uma certa intenção e finalidade


 “todos os meios e processos de comunicação não são apenas potencialmente criadores de espaço, como também definem a natureza espacial dos seres que nele interagem”


 COLIN, Sílvio. Uma Introdução à Arquitetura. Rio de Janeiro, Editora UAPÊ, 2000.  ECO, Umberto. Semiótica e Filosofia da Linguagem. São Paulo, Editora Ática, 1991.  PIGNATARI, Décio. Semiótica da Arte e da Arquitetura. 2004


OBRIGADA!


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