Apresentação de trabalhos escritos
As seguintes orientações têm um carácter global e aplicam-se a todos os trabalhos escritos a realizar no âmbito das unidades curriculares do curso em Gestão da Informação e Bibliotecas Escolares. Os elementos referem-se sobretudo a aspectos de carácter formal e não esgotam as normas que geralmente regem a escrita de um trabalho académico, pelo que o presente texto não substitui a consulta de manuais mais completos existentes nesta área (ver algumas indicações no final). Todavia, considera-se que o cumprimento destas orientações constitui um passo importante para a necessária normalização de procedimentos no âmbito dos trabalhos a realizar no curso e permite também a criação de rotinas de escrita que serão úteis para a elaboração posterior da dissertação de mestrado. Dá-se um destaque particular às regras relativas à apresentação de citações dentro do texto e à elaboração de uma bibliografia em virtude das dúvidas normalmente suscitadas. Neste caso, seguem-se as indicações sugeridas pela APA (American Psychological Association) devido à ampla aceitação que actualmente têm no meio académico e editorial.
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1. Capa •
Título do trabalho
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Nome do autor
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Filiação científica: identificação da Universidade, Curso, Disciplina
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Indicação de mês e ano
2. Organização e composição gráfica •
Texto em Times New Roman; letra corpo 12; linha com 1,5 espaço.
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Numerar as páginas.
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Os parágrafos são identificados com o avanço da primeira linha, não sendo necessário espaço suplementar entrelinhas (cf. os parágrafos introdutórios a estas orientações).
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Quando há índice, deve vir inserido no início do trabalho.
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Quando há anexos, devem vir no final do trabalho, devidamente identificados.
3. Recomendações gerais •
A natureza e a dimensão do trabalho poderão determinar o tipo de organização interna. Geralmente o corpo do trabalho divide-se em diversos pontos ou secções para facilitar a sua leitura e compreensão do tema ou temas debatidos.
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A correcção linguística e gramatical, a pontuação e a clareza de expressão são aspectos a ter em atenção. Os processadores de texto possuem um corrector automático, mas que não substitui uma leitura atenta do texto e, eventualmente, a consulta do dicionário ou de um prontuário.
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As ideias de outros autores devem estar claramente identificadas, quer sejam em transcrição literal (devendo então ser colocadas entre aspas) quer em paráfrase. Deve sempre identificar-se a fonte, seguindo as normas referidas adiante. Não cite livros ou outros documentos que não leu.
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A bibliografia de um trabalho – lista final alfabetizada de referências – deve ser constituída, sobretudo, pelas obras citadas no corpo do texto. Podem incluir-se alguns autores /obras não referidos no texto desde que efectivamente utilizados e com relevância na temática tratada. Em artigos de pequena dimensão (até 10 páginas) é usual que se incluam na bibliografia apenas as referências citadas.
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4. Referências bibliográficas dentro do texto A regra mais usual actualmente é a do método autor-data, em que se indica o apelido do autor do trabalho, seguido da data da publicação. Este método substitui a utilização da nota de rodapé para identificar o autor/obra referidos. Em seguida exemplificam-se algumas situações mais frequentes (alguns exemplos são fictícios). 1. Quando o nome do autor tratado não faz parte do texto, o nome do autor e a data de edição da obra são indicados entre parênteses: A questão da máxima comunicabilidade, tendo como reverso a máxima visibilidade e exposição ao controlo e exercício do poder (Foucault, 1987), poderá igualmente ser concebida como uma ponte que liga adultos e crianças. Nota : A referência a uma obra sem data leva a indicação s.d . . No caso de serem vários
os autores da obra – mais do que 3 – leva a indicação et al. . 2. Quando o nome do autor citado faz parte do texto, só o ano da edição do trabalho vai entre parênteses. Seguindo a perspectiva de Foucault (1987), podemos afirmar que a questão da máxima comunicabilidade, tendo como reverso a máxima visibilidade e exposição ao controlo e exercício do poder, poderá igualmente ser concebida como uma ponte que liga adultos e crianças.
3. Quando se fazem referências a vários trabalhos do mesmo autor as datas são separadas por vírgula; referências a diferentes autores são separadas por ponto e vírgula: Segundo diversos investigadores na área da psicologia infantil (Piaget, 1971, 1976; Inhelder, 1972; Opie, 1982), o processo de socialização da criança é uma questão fundamental.
4. Quando se faz uma transcrição textual curta (até cerca de 3 linhas) insere-se a transcrição no texto, entre aspas, com indicação de autor, data da obra e página. Norma APA: Procura-se ter presente que a vida social não só é variada como profunda, tendo “muitos estratos de significado” (Berger, 1966, p. 112). Segundo Berger (1966), a vida social tem “muitos estratos de significado” (p. 112).
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NOTA: Também é corrente, a nível internacional, utilizar a forma a seguir apresentada. O importante é seguir em todo o trabalho uma única norma, de forma coerente. Procura-se ter presente que a vida social não só é variada como profunda, tendo “muitos estratos de significado” (Berger, 1966: 112). Segundo Berger, a vida social tem “muitos estratos de significado” (1966: 112).
4.1 Quando a citação é acedida através de fontes secundárias, deve indicar-se qual a fonte consultada. Procura-se ter presente que a vida social não só é variada como profunda, tendo “muitos estratos de significado” (Berger, 1966, citado por Woods, 1996, p. 53).
Nota: em trabalhos de investigação aprofundada (dissertações ou teses) deve evitar-se citar em “segunda mão”, sobretudo obras publicadas em Portugal ou de fácil acesso (por exemplo, obras que existem em bibliotecas portuguesas). 5. Quando se faz uma transcrição textual longa, esta surge separada do texto, num bloco com linhas avançadas, a um espaço e sem aspas. Ana Maria Pessoa (1994) comenta assim a importância da biblioteca escolar, numa escola em mudança: Num sistema de ensino com várias contradições é difícil encontrar o espaço merecido para a inovação sem que esta se transforme em algo mais do que a mudança de termos às quais não corresponde uma alteração efectiva na prática do estabelecimento de ensino/sala de aula. (p. 19)
6. A indicação de material omitido, alterado ou acrescentado a uma citação faz-se usando parênteses rectos: “Num sistema de ensino […] é difícil encontrar”
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5. Bibliografia Como se referiu atrás, a bibliografia de um trabalho deve ser constituída sobretudo (ou apenas) pelas obras citadas no corpo do trabalho. As referências são ordenadas por ordem alfabética pelo último nome do primeiro autor da obra. Em termos de disposição gráfica, a primeira linha aparece saída e as restantes retraídas. Seguem-se as normas da APA. 1. Livro Foucault, M. (1987). Vigiar e punir. História da violência nas prisões. Petrópolis: Edições Vozes. 2. Livro colectivo Reckert, Stephen e Centeno, Y. K. (Org.) (1983). A viagem (entre o real e o imaginário). Lisboa: Arcádia. 3. Capítulo em livro colectivo Pimenta, Alberto (1983). Viajar na palavra: até onde?. In Stephen Reckert e Y. K. Centeno (Org.), A viagem (entre o real e o imaginário). Lisboa: Arcádia, 23-43. 4. Artigo em revista científica Davies, B. (1982). The role pupils play in the social construction of classroom order. British Journal of Sociology of Education, 1(3), 257-278. 5. Dissertação de mestrado ou tese de doutoramento Conde, Elsa (2003). A integração das tecnologias de informação e comunicação na biblioteca escolar. Dissertação de mestrado, Universidade Aberta, Lisboa. 6. Textos/artigos consultados a partir de sites na internet É cada vez mais vulgar utilizar estes recursos disponíveis em forma electrónica, existindo igualmente uma norma para referenciar essas fontes. Na página da APA encontra-se disponível um conjunto de indicações a este respeito, pelo que remetemos para a sua consulta, dando-se aqui apenas um exemplo. VandenBos, G., Knapp, S., & Doe, J. (2001). Role of reference elements in the selection of resources by psychology undergraduates. Journal of Bibliographic Research, 5, 117-123. Acedido em 13 de Outubro de 2001 em http://jbr.org/articles.html
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