Escada sem corrimão

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Escada sem corrim達o David Mour達o Ferreira


É uma escada em caracol e que não tem corrimão. Vai a caminho do Sol mas nunca passa do chão.

Poema constituído por 16 versos

distribuídos por Os degraus, quanto mais altos, mais estragados estão. Nem sustos, nem sobressaltos servem sequer de lição.

Quem tem medo não a sobe Quem tem sonhos também não. Há quem chegue a deitar fora o lastro do coração.

Sobe-se numa corrida. Correm-se p'rigos em vão. Adivinhaste: é a vida a escada sem corrimão.

4

Rimas

quadras

cruzadas em todas as as estrofes

solta na 3ª quadra versos 1 e 3


É uma escada em caracol e que não tem corrimão. Vai a caminho do Sol mas nunca passa do chão.

Os degraus, quanto mais altos, mais estragados estão Nem sustos, nem sobressaltos servem sequer de lição.

Quem tem medo não a sobe Quem tem sonhos também não. Há quem chegue a deitar fora o lastro do coração.

Sobe-se numa corrida. Correm-se p'rigos em vão. Adivinhaste: é a vida a escada sem corrimão.

rima cruzada

C rima cruzada

rima solta e cruzada

rima cruzada


Anรกlise Temรกtica


1ª Estrofe É uma escada em caracol e que não tem corrimão.

Metáfora da vida :

Escada

vida

A subida da escada

sem corrimão

Várias etapas da vida

sem apoios

Vai a caminho do Sol mas nunca passa do chão.

sol= sonho /

chão= não

conhecimento

concretização ignorância


2ª Estrofe À medida que vamos envelhecendo,

Os degraus, quanto mais altos,

vamos ficando marcados, “estragados”,

mais estragados estão.

e nem sempre aprendemos com os

Nem sustos, nem sobressaltos

nossos erros a lição da vida. Os degraus

etapas da vida

estragados

envelhecimento

servem sequer de lição.


3ª Estrofe Quem tem medo não a sobe

▪ Por vezes, não aproveitamos as oportunidades que a vida nos dá

Quem tem sonhos também não. ▪ Quem não arrisca, não alcança outros níveis de conhecimento Há quem chegue a deitar fora ▪

o lastro do coração.

(base)

quem não sonha nunca alcança nada

▪ nem sempre aprendemos com os nossos erros a lição da vida


4ª Estrofe Sobe-se numa corrida.

▪ A vida passa rapidamente

Correm-se p'rigos em vão.

▪ Podemos correr alguns perigos desnecessários

Adivinhaste: é a vida

▪ Devemos vivê-la com o apoio da a escada sem corrimão.

família e dos amigos que são a nossa proteção


Recursos Expressivos Vai a caminho do Sol

Antítese

mas nunca passa do chão. Os degraus, quanto mais altos,

mais estragados estão.

Aliteração dos S

Nem sustos nem sobressaltos servem sequer de lição Quem tem medo não a sobe. Quem tem sonhos também não. -

Anáfora


Recursos Expressivos Há quem chegue a deitar fora

O lastro do coração.

… é a vida , a escada sem corrimão

▪ Hipérbole

▪ Metáfora


David Mour達o Ferreira


Biografia  Data e local de nascimento:

 1927, em Lisboa.

 Data e local da morte:

 16 de junho de 1996, em Lisboa.

 Dados relevantes da sua vida:

 Em 1951, licenciou-se em Filologia Românica na Faculdade de Letras de Lisboa, onde, mais tarde, exerceu funções como professor.  Desempenhou um papel de relevo na vida cultural nacional.


Bibliografia Destacou-se : ▪ no domínio da crítica e da teoria literária ▪ na poesia, com uma incomparável mestria composicional ▪ na aliança entre a experiência dos sentimentos e a expressão poética A Revolução do 25 de Abril de 1974 marcou profundamente a sua vida,

tendo exercido funções governativas por duas vezes.


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