NASCER CIDADÃO | NASCER SOLIDÁRIO Finalmente vai para casa
Aqui vai encontrar algumas informações úteis, relativas aos cuidados após a alta da maternidade (até à ida ao médico assistente). Quando tiverem dúvidas não hesitem em pedir ajuda ou qualquer informação.
HCVP-Maternidade “Cumpre todas normas e exigências legais” • IGAS-Out 2008
ALTA DA MATERNIDADE Sair da maternidade com um filho recém-nascido começa uma nova vida. No caso de um primeiro filho/a os pais têm sempre muitas dúvidas e muitos medos. Estas informações pretendem dar orientações para os dias que se seguem à saída da maternidade, até à primeira consulta no médico assistente e, talvez até um pouco mais tarde.
©
Cada bebé é um ser único, que tem um comportamento próprio, individual, e que os pais estão a começar a conhecer. Ele é também um ser dependente, que para que cresça harmonioso e com saúde, necessita de atenção, de ser alimentado, de ter cuidados de higiene, medidas para prevenir doenças, etc... Não tenha medo do vosso bebé. Rapidamente vão sentir-se competentes para o tratar.
JO
RG
CONSULTAS MÉDICAS
V ZE EA
Depois da alta, a primeira ida ao médico assistente (pediatra), deve ocorrer entre os 5 e 10 dias depois do nascimento.
T OU OC
OS BOLETINS
ED
Esta é a altura ideal para se avaliar como decorre a alimentação, o comportamento (choro, sono etc...), as micções e as dejecções, o aumento de peso; saber se já foram efectuadas as vacinas e o teste pezinho; se caiu o cordão, etc... Esta primeira consulta serve também para tirar outras dúvidas, obter esclarecimentos e programar as consultas futuras.
Estes documentos que acabou de receber, contribuem para o bom seguimento da saúde individual desde o nascimento. Ambos devem ser guardados em local acessível, para que os leve sempre que for a uma consulta do médico assistente ou serviço de saúde.
H IN
O Boletim de Saúde Infantil (BSI), azul ou rosa conforme se é rapaz ou rapariga, contêm as informações acerca do nascimento e do período neonatal. Tem espaços para inscrever dados relativos a consultas, doenças, crescimento e desenvolvimento e tem as tabelas de percentis. Contém ainda informações para os pais relativos à alimentação, cuidados e medidas de segurança. No fim, tem a descrição do PNV (programa nacional de vacinação).
M CO O.
O Boletim Individual de Saúde (BIS) das vacinas é o amarelo, e serve para registar as vacinas efectuadas.
AS VACINAS
As primeiras vacinas administradas, são as vacinas contra a tuberculose (BCG) e a Hepatite B. Fazem parte do Programa Nacional de Vacinação e são gratuitas. Depois de ter feito no hospital a vacina contra a Hepatite B, deve fazer no primeiro mês de vida, no Centro de Saúde a vacina contra a tuberculose (BCG). Cada ampola desta vacina serve para várias administrações, razão pela qual os centros de saúde só as administram em alguns dias da semana. Por isso os pais devem telefonar para o centro de saúde para conhecer os horários das vacinações.
TESTE DO PEZINHO (DIAGNÓSTICO PRECOCE) Ele faz-se entre o 3º e o 6º dia, após o nascimento. É provável que neste momento já o tenha feito. Se não fez pode vir a fazê-lo no hospital em dia a combinar, ou então no Centro de Saúde ou no médico assistente. Este teste é assim conhecido pelo facto da recolha de sangue ser feita através de picada no calcanhar. O sangue colhido é depositado nuns cartões especiais que depois devem ser remetidos pelo correio para o laboratório, o Instituto de Genética Médica, no Porto.
©
É uma análise de rastreio, que deve ser feito a todos os recém-nascidos e que permite diagnosticar precocemente doenças congénitas do foro endócrino e metabólico. São todas elas doenças muito raras mas que quando presentes e não tratadas causam deficiência grave. A sua realização deve ser registada no BSI.
JO
AMAMENTAÇÃO
V ZE EA
RG
O pequeno cartão destacável contendo um código de barras e um número que lhe foi entregue, vai ser necessário para conhecer depois dos 15 dias do seu envio ao laboratório, o resultado do exame, na internet em www.diagnosticoprecoce.org
Apesar de estar cientificamente comprovado que o leite de mãe é o melhor e mais completo alimento que o ser humano tem à sua disposição ao longo da sua vida, amamentar é sempre uma escolha pessoal.
ED
T OU OC
O leite materno é um “alimento vivo”. Ele contém sempre todos os nutrientes necessários de um modo equilibrado, adequado e adaptado á espécie. Ele influencia favoravelmente o crescimento somático, o desenvolvimento, as funções neuro-sensoriais e o funcionamento dos sistemas do organismo contra as infecções e alergias. Os dias que se seguem ao nascimento são da maior importância na manutenção da amamentação.
H IN
Após os primeiros dias, em que o pouco leite segregado é chamado colostro, habitualmente por esta altura da alta, pelo 3º-4º dia, começa a produção de uma maior quantidade de leite que satisfaz todas as necessidades do bebé e alivia as angústias da mãe.
M CO O.
As necessidades alimentares de um recém-nascido são satisfeitas com mamadas sem um horário rígido, respeitando o ritmo e apetite de cada um (não impondo intervalos fixos entre mamadas, sempre iguais ao longo do dia). Uma mamada completa (refeição) não deve durar mais de 30 minutos, sabendo-se que cerca de 90% do leite necessário por cada refeição é retirado nos primeiros 10 minutos. Mamadas prolongadas e a utilização do mamilo como chucha deve evitar-se, porque lesa os mamilos da mãe e faz engolir ar provocando desconforto abdominal. Na mamada deve oferecer-se um primeiro lado, que se deixa mamar nos mais sôfregos, até 15 a 20 minutos. Depois dum pequeno intervalo para arrotar e eventual mudança de fralda, coloca-se no outro lado, não mais de 5 a 10 minutos, para completar a refeição. Se não aceitar o segundo peito, não se deve forçar. Os intervalos das refeições variam habitualmente entre 2 e 5 horas, com uma média de 3–4 horas. Muitas crianças fazem desde cedo, uma vez por dia, um intervalo maior (até 6 horas), que se for de noite não devem ser acordadas. Adormecer a mamar, é sinal de bem-estar, conforto e satisfação, pelo que não deve
preocupar as mães. Não há recém-nascidos preguiçosos. O sucesso da amamentação vai ser avaliado em primeiro lugar na balança, pela demonstração dum aumento de peso de 150-200g por semana, mas também ainda, pela verificação do bem estar e tranquilidade do bebé, pela sensação que a mãe tem de possuir leite e pela existência de micções (5-6x/dia) e dejecções (muito variável, desde em todas as mamadas a 1 dejecção cada 2 dias). A amamentação oferece toda a água que é precisa, pelo que não é necessário dar mais água.
©
O leite materno proporciona melhores digestões do que qualquer outra fórmula artificial, com fezes habitualmente moles (parece a muitas mães ser diarreia), granulosas, frequentes, de cor amarela mostarda, verdes ou alaranjadas e com um cheiro característico.
JO
V ZE EA
RG
Uma mãe que amamenta deve ter uma alimentação variada e equilibrada e não se pode falar em alimentos proibidos. Contudo, deve estar atenta ao que come e ao comportamento do filho, que poderá ter manifestações de desconforto com alguns alimentos que a sua mãe consome. Neste caso, se conseguir estabelecer alguma relação do alimento com o comportamento do bebé, este deverá ser evitado ou o seu consumo diminuído. São habituais situações de desconforto com alimentos que causam sabor no leite, ou com outros, como as leguminosas, os citrinos, as bebidas com cafeína, o chocolate e os mariscos.
LEITES ARTIFICIAIS
T OU OC
ED
Na internet encontra alguns sítios em português, que ajudam na amamentação: www.leitematerno.org; www.aleitamento.com; www.sosamamentação.org.pt
As diversas fórmulas lácteas existentes no mercado devem ser entendidas como alternativas ou “substitutas do leite materno”.
H IN
As mesmas são usadas ou porque a mãe não pode amamentar, não teve leite, ou porque simplesmente assim decidiu. A fórmula láctea, pode ser em exclusividade ou em simultâneo com o leite materno (regime misto) e deve ser indicada pelo médico. Elas estão à venda em farmácias ou em supermercados.
M CO O.
Habitualmente de início, usa-se uma fórmula que para além do nome da marca tem a designação de 1 ou HA. Cada biberão, é sempre e em todas elas preparado com 1 medida rasa de pó para cada 30 ml de água. No caso de ser água da rede pública deve ser previamente fervida, deixando-a arrefecer antes da preparação do biberão. A água mineral engarrafada não necessita de fervura prévia. Primeiro coloca-se a água no biberão e só depois se adiciona o pó. Se a alimentação é exclusivamente artificial, pode facilmente calcular as necessidades para cada refeição com uma medida rasa de pó, por cada quilograma de peso do bebé. Num regime alimentar misto (leite de mãe e fórmula) começa-se sempre por dar uma pequena quantidade da fórmula, 30 a 60 ml. Muitas crianças bebem o leite à temperatura ambiente, não sendo necessário aquecer o biberão. O aquecimento em microondas deve ser evitado, pelo perigo de causar queimaduras na boca e faringe das crianças. Toda a água que cada criança necessita, está contida no leite. Nas crianças com leite “artificial” habitualmente as fezes são mais pastosas e mais
espaçadas, podendo ser emitidas em dias alternados.
VITAMINAS E OUTROS SUPLEMENTOS Só mais tarde se iniciam.
©
O médico assistente deverá recomendar que se iniciem por volta do fim do 1º mês. A vitamina D é a única realmente necessária e deve ser administrada todos os dias no primeiro ano de vida. Nos recém-nascidos “prematuros” é provável que mais tarde venham também a necessitar de suplemento oral de ferro. Por regra não são necessários outros suplementos alimentares.
JO
PESAGENS
RG
O ganho de peso dum recém-nascido, traduz o resultado da sua alimentação, do seu potencial de crescimento e da ausência de doenças.
V ZE EA
Na primeira semana após o nascimento, o seu filho perde peso. Na segunda começa a recuperar, atingindo de novo o peso com que nasceu por volta das duas semanas. A partir daí, o aumenta de peso oscila entre 20 e 30 gramas por dia. A pesagem é importante, na avaliação do seu filho, mas não se deve criar uma obsessão. A pesagem na primeira consulta é fundamental. Depois, o pediatra proporá o que achar melhor acerca da sua periodicidade.
ED
MICÇÕES E DEJECÇÕES
A existência de micções é um bom indicador do estado de hidratação do bebé.
T OU OC
Deseja-se que em cada 24 horas haja pelo menos 6 fraldas molhadas. Como o rim do recém-nascido ainda não concentra bem a urina, esta é geralmente clara e pouco visível nas fraldas. A noção da existência de micções aprecia-se muitas vezes pelo peso da fralda. A existência concomitante de fezes dificulta a percepção da existência de urina na fralda.
H IN
As fezes de início escuras e espessas passam por esta altura a clarear. Têm muitas vezes um com grande componente líquido e pequenas partículas ou grânulos. A cor pode ser variável, amarelas, mostarda ou esverdeadas. Elas ocorrem em todas as refeições ou apenas uma vez em cada 2 dias, sendo muito dependentes do tipo de leite ingerido (materno ou fórmula). Um bebé que ingira pouco leite, tem geralmente menos dejecções.
M CO O.
CUIDADOS DE HIGIENE
Como ser dependente, o recém-nascido, necessita que lhe sejam prestados cuidados de higiene e limpeza. Na maternidade aprenderam a cuidar do bebé (cada maternidade tem as suas regras e metodologias). Os cuidados de higiene são muito fáceis de prestar e que cada um sabe naturalmente e intuitivamente fazê-los. O banho – desde o início foi-lhe ensinado a dar um banho de imersão. No entanto, já em casa podem de início sentir-se mais seguros dando um banho “partes”. Mais importante do que o modo como dar o banho, é não ter medo de o fazer. Os bebés não precisam de tomar banho todos os dias e os dermatologistas aconselham-no apenas 2 a 3 vezes por semana.
©
Há crianças que, ou se excitam ou se acalmam com o banho. Consoante o caso e tendo este facto em conta, o banho pode ser dado de manhã, ao meio ou ao fim do dia. A água deve ser tépida, para não provocar nem queimadura nem arrefecimento e geralmente basta o uso da mão ou antebraço para ter a noção da boa temperatura da água. Contudo, se preferir usar um termómetro, deve colocar a água perto dos 36ºC. O banho deve ser rápido, apenas o suficiente para a limpeza necessária. O produto de limpeza a utilizar coloca-se na água, num pano ou numa esponja macia. Há muitas marcas e todos são naturalmente bons e com a composição muito semelhante. Pode naturalmente continuar o que usou na maternidade que é uma óptima opção. Contudo importa saber, que um simples um sabonete contendo glicerina e um óleo de amêndoas doces, são mais que suficientes para a higiene dum bebé normal. Não se costumam usar produtos com cheiro que pela sua composição são irritativos para a pele ou criar desconforto no seu bebé. A secagem, a seguir ao banho deve ser feita sem esfregar, para não lesar a pele. Depois do banho, se a pele se mostra muito seca, pode usar-se um óleo qualquer outro produto que mantenha gordura na superfície da pele.
JO
V ZE EA
RG
T OU OC
ED
O cordão umbilical – É um tecido morto, que não dói. Por poder ser um foco de uma infecção grave, gera muitos receios. Não há um produto ideal para a sua desinfecção e há mesmo quem desaconselhe a utilização de desinfectantes. Na maternidade ensinámos a fazer sua limpeza com uma compressa embebida em álcool a 70º, quer após o banho, quer durante o dia se estiver sujo. Enquanto ele não cair, deve manter-se seco e por isso deve secar-se após o banho. Ele deve ser deixado de fora da fralda, para assim evitar o contacto com fezes ou urina. A sua queda, ocorre geralmente até aos 15 dias, podendo nessa altura a cicatriz mostrar alguma serosidade ou vestígios de sangue. Basta continuar-se a limpar por mais 2 ou 3 dias com um cotonete ou compressa embebida em álcool. Deve prestar-se atenção à presença de sinais inflamatórios à volta da cicatriz umbilical. O umbigo inicialmente é saliente, mas com o tempo vai ficar para dentro.
H IN
Lavagem dos olhos, nariz e ouvidos – A limpeza destas áreas deve ser feitas com suavidade e não têm grandes segredos ou dificuldades. Deve usar-se a água fervida ou o soro fisiológico, evitando sabonetes ou outros produtos. Os olhos quando contêm secreções devem ser lavados de “dentro para fora”. Arrastar as secreções para o canto interno do olho pode agravar ou obstruir o canal lacrimal que aí se localiza. As narinas devem ser limpas com um cotonete, limpando apenas as sujidades que se encontram visíveis no exterior. Deve ter-se este cuidado porque o interior da narina é uma zona com muitos vasos sanguíneos que não deve ser traumatizada. Não se deve estar sempre a introduzir soro dentro das narinas. O seu uso pode também criar irritação e aumentar a produção de muco. A aplicação de soro fisiológico e a aspiração, devem apenas ser feitas quando há aumento do número de secreções ou obstrução. Os ouvidos do mesmo modo só devem ser limpos se visualiza cera no exterior e nunca introduzir cotonetes ou líquidos sem conselho médico dentro do canal auditivo.
M CO O.
Limpeza dos genitais e região anal – É a parte que mais se suja e que deve ser limpa com mais frequência. As fezes e urina podem provocar incómodo, causar choro e irritação da pele. As “toalhitas” são hoje uma grande ajuda para as mães, mas são também grandes inimigas da pele das crianças e tal com as fraldas descartáveis, do ambiente. Deve apenas usá-las fora de casa ou em circunstâncias especiais. Em casa,
deve dar-se preferência ao uso de discos de algodão com água e solutos de limpeza. Os genitais das raparigas devem ser limpos com suavidade não retirando a gordura existente. Nesta região as “toalhitas podem provocar irritação e aderência dos lábios. Nos rapazes não deve ser feita a retracção do prepúcio porque o aperto é fisiológico (normal). Uma pasta de água com zinco deve ser usada, no caso de haver tendência para as assaduras, como barreira, de modo a evitar o contacto da pele com fezes e urina.
©
Cortar as unhas – as unhas compridas causam em muitas crianças arranhaduras, na sua própria face ou mesmo nos olhos. É por isso importante cuidá-las, de modo a evitar estas lesões que ocorrem principalmente durante as crises de choro do bebé. Aconselha-se o uso de uma tesoura com pontas rombas, própria para unhas de recém-nascido, um corta-unhas ou uma simples lima para desgastar as pontas. É completamente errado e pode ser grave, puxar as pontas das unhas ou roê-las como se fazia no passado.
JO
V ZE EA
RG
CHORO
Todos os bebés choram.
T OU OC
ED
O choro é considerado um comportamento normal, o modo do seu bebé se manifestar, apesar de haver uns que são mais chorões que outros. Ainda não se esqueceu da felicidade que foi ouvir o seu bebé chorar quando este nasceu e a ansiedade que tinha sobre este momento e se este choro não acontecesse. Como viu esse choro não foi por cólicas, fome ou outro motivo. O choro foi e é um sinal de vida e muito importante para um bebé e para os seus pais. É importante que conheçam o choro do bebé. O choro pode também ser sinal de pedido de afecto, necessidade de atenção, cansaço, frio, calor, fralda suja, precedendo a emissão de fezes, fome, tensão abdominal, etc... Não dramatizem o choro do vosso bebé, mesmo que este seja um grande chorão. Tenha muita paciência. Tente acalmá-lo e satisfazer os seus desejos. Há bebés que choram todos os dias á mesma hora e depois o resto do dia estão bem.
H IN
USO DE CHUPETAS
As chupetas são muito calmantes para muitas crianças.
DAR COLO OU AFECTO
M CO O.
Contudo devem evitar-se durante a fase em que os bebés ainda estão a adaptar-se ao mamilo da sua mãe e a aprender a mamar. Há por vezes bebés que as rejeitam e preferem um ou vários dos seus dedos, tal como fizeram “in utero”. As chupetas podem ser de borracha ou silicone. O tamanho e a forma das mesmas são da preferência de cada um.
Nunca fez mal dar afecto a um recém-nascido. É bom para os pais e para os bebés. Contudo, o estar ao colo não deve ser a regra. É importante que desde o início um bebé seja habituado a adormecer no berço e não ao colo. Quando um bebé está no berço e está calmo não deve ser retirado a menos que se vá cuidar dele.
ROUPAS O tipo de roupas que vão usar têm muito a ver com os gostos dos pais, com aspectos culturais, aspectos práticos, estilos, etc… As que ficam em contacto com o corpo devem ser de algodão. Em quantidade elas devem ser adaptadas à estação do ano. É preciso ter cuidado para não ficarem apertadas e conter fitas ou cordões que possam causar acidentes. Quando forem ao médico levem uma roupa fácil de vestir e despir.
©
PREVENÇÃO DE DOENÇAS
JO
É pelas mãos que se transmitem muitas das doenças. A lavagem das mãos é uma regra fundamental para evitar a transmissão de infecções a um recém-nascido.
V ZE EA
RG
O uso de anéis, pulseiras, unhas de gel, etc, aumenta o risco de transmissão de infecções. Portadores de infecções, respiratórias ou outras, devem manter-se afastados dum recém-nascido. Quem trata de bebés e estiver com uma infecção das vias aéreas superiores, deve usar máscara. Crianças mais velhas e que frequentam infantários são muitas vezes também portadoras de doenças que transmitem aos irmãos mais novos. Há que ter cuidado. São desaconselhados ambientes fechados e mal arejados.
TRANSPORTE DE CARRO
ED
Sempre que transportar o seu filho de carro, mesmo que seja em pequenos trajectos deve fazê-lo em cadeirinha e na posição apropriada.
SAÍDAS DE CASAS
T OU OC
As regras servem para evitar o drama das mortes e sequelas em crianças, devida a acidentes de automóvel.
As saídas não são proibidas, mas devem ser feitas com prudência e alguns cuidados.
H IN
Os bebés podem e devem sair para ir a consultas, vacinações, etc... Se forem a casa de familiares ou amigos devem ficar num ambiente calmo e tranquilo para que a própria mãe possa amamentar sem constrangimentos. Logo nos primeiros dias, devem evitar-se saídas prolongadas, locais muito frequentados, ambientes fechados e mal ventilados, locais com fumo de tabaco, (por exemplo centros comerciais), etc...
M CO O.
Podem dar-se pequenos passeios ao ar livre, em dias sem demasiado sol, chuva ventos ou poeiras. Idealmente estes passeios e de acordo com a época do ano podem-se fazer com mais assiduidade após os 15 dias de vida.
DEITAR NA CAMA
Salvo a existência de razões especiais o bebé para dormir deve ser deitado na posição de “costas na cama”. Esta parece ser a melhor posição para dormir e está associada a menor ocorrência do episódio da morte súbita. Quando está acordado e vigiado pode estar noutras posições. Na cama devem evitar-se rolos de posicionamento, espumas, edredões, fraldas na cabeça, etc...
SÍNDROME DA MORTE SÚBITA Situação felizmente pouco frequente ainda não totalmente compreendida e que parece ter como causa vários factores. É definida como a morte inesperada e sem explicação, dum recém-nascido ou lactente saudável, durante o sono. Através da implementação de algumas medidas simples, que devem ser iniciadas logo na maternidade, pode diminuir-se ainda mais, a sua ocorrência. Assim devem:
©
- deitar o recém-nascido de costas para dormir - não tapar a cabeça com fraldas - ter o ambiente entre 18-21ºC - não vestir nem aquecer demasiado, - não dormir na cama com os pais - pais não fumarem e viver num ambiente livre de fumo
JO
RG
MUITAS MANIFESTAÇÕES COMUNS
V ZE EA
Há muitas manifestações que são próprias dum recém-nascido e que por isso são entendidas como “normais”. Espirros – todos os bebés espirram, ou para auto limpeza do nariz ou reagindo a ambientes e temperaturas. Geralmente são salvas de 3-4 espirros seguidos. Não devem ser confundidos com constipação.
ED
T OU OC
Soluços – surgem geralmente após as refeições. O diafragma contrai-se estimulado pela dilatação do estômago. Passam bebendo uma pequena quantidade de água (uma a duas colheres de chá de água fervida) ou voltando de novo a mamar um pouco.
H IN
Bolçar – a imaturidade da passagem entre o esófago e estômago faz com que por vezes o conteúdo do estômago volte para trás. Este conteúdo sai muitas vezes pela boca e pelo nariz e às vezes com aspecto de requeijão (semi-digerido). Nuns bebés é mais frequente do que noutros. Distingue-se do vómito, não pela quantidade que sai, mas pelo bem-estar do bebé, que, apesar de ter projectado o alimento ingerido, nos momentos anteriores e depois do sucedido aparenta estar bem. É muito frequente naqueles que são insaciáveis e não conseguem parar a refeição. Não tem qualquer problema se a progressão ponderal é boa e não causam problemas respiratórios. Os bebés que bolçam muito, devem posicionar-se numa posição de pequeno declive, com a cabeça mais elevada que os pés. No caso de estar com leite artificial existem fórmulas anti-refluxo. Nas situações mais graves pode ser necessário administrar medicamentos.
M CO O.
Arrotar – é a saída ruidosa de ar, vindo do estômago. A sucção no biberão ou a sucção não nutritiva no dedo ou na chucha e ainda o choro, pode levar á deglutição de grande quantidade de ar. Este é depois expulso provocando um ruído característico. Após a refeição ou a meio dela, o bebé deve ser colocado numa posição vertical, para que a “bolha de ar” saia facilmente para o exterior. Ao fim de 10 minutos e se não se observa o arroto, o bebé deve deitar-se. Pode haver saída de ar sem o ruído. Por vezes o arroto associa-se com o bolçar. “Gases” – é frequente e normal num bebé haver uma a distensão do abdómen com
©
saída de gases. Acompanhado muitas vezes de choro e de vermelhidão na face, assustando muito os pais. Trata-se de um mecanismo fisiológico de fazer aumentar a pressão dentro abdómen para que os gases progridam no intestino até á saída. Os pais podem ajudar o bebé a expulsar os gases pressionando um pouco na região inferior esquerda do abdómen. Podem também introduzir no ânus ou uma pequena sonda ou um cotonete previamente lubrificado com creme, fazendo pequenos movimentos circulares que estimulam o esvaziamento do intestino. Os bebés que choram muito, que comem com grande sofreguidão ou que bebem biberãos com má técnica, engolem muito ar sendo muito atreitos a estas manifestações. Basta muitas vezes adoptar medidas que procurem minimizar esta entrada excessiva de ar.
JO
ED
V ZE EA
RG
Episódios de “engasgamento” – acontecem por vezes após as refeições e durante um refluxo de leite do estômago para o exterior. O bebé fica muitas vezes com uma coloração menos rosada parecendo ter alguma dificuldade em respirar e com restos alimentares na boca ou na cama. Quando isto acontece devem de imediato ser levantados e colocados numa posição de declive, com de barriga para baixo e com a cabeça em plano inferior de modo a desobstruírem as vias aéreas. Estes episódios são felizmente de curta duração e sem gravidade apesar do seu aparato. Deve-se manter vigilância nos momentos seguintes, para avaliar a benignidade da situação. No caso de ficar alguma dificuldade respiratória, apatia ou palidez, deve recorrer-se a um serviço de urgência pediátrico.
T OU OC
Tremores – num bebé recém-nascido é habitual observarem-se pequenos movimentos bruscos ou tremores dos membros. Geralmente são causados pelo frio, mas também podem ter outras origens. Distinguem-se da convulsão pelo facto de pararem quando se agarra o membro que treme. Só raramente traduzem doença. Um bebé aquecido, que está em jejum e que apresenta tremores deve ser alimentado.
H IN
Erupções, arranhaduras e descamações da pele – são frequentes nos primeiros dias as pequenas erupções cutâneas. O eritema tóxico, é uma situação benigna, que varia em número, desde poucas a muitas pequenas pápulo/vesículas, dispersas, que rapidamente desaparecem após os primeiros dias. Pequenas descamações nos tornozelos, axilas, pulsos e abdómen, ocorrem com frequência nesta idade. Tal como para a pele seca, deve aplicar-se um óleo. As arranhaduras são geralmente provocadas pela própria criança com as unhas em momentos de choro intenso.
M CO O.
Icterícia – é a cor amarela da pele. Surge em cerca de 30% dos recém-nascidos e após os 2-3 dias de vida. A maioria inicia a icterícia, já depois da alta da maternidade. A icterícia pode ser prejudicial se for muito intensa e neste caso deve contactar o médico assistente.
TER ANIMAIS EM CASA Se há animais em casa (cães, gatos ou pássaros ou outros) devem ter a sua saúde vigiada. Nos primeiros tempos eles não devem estar muito próximos dos bebés que chegam a casa. Os seus pelos, penas ou dejectos em suspensão no ar, podem desencadear
sensibilização e futuras reacções de alergia. É também importante ter em conta e avaliar o tipo de reacção que alguns animais podem ter perante a criança, que pode ser de agressividade.
RISCOS A EVITAR Em qualquer idade devem ser cumpridas todas as regras de segurança.
©
Nesta idade há que tomar medidas para evitar acidentes, sejam eles de viação, sejam quedas em cadeirinhas, asfixias com roupa da cama, queimaduras da água do banho ou biberões, excesso de calor, luz solar directa, arrefecimento. Os bebés devem ser alvo de uma vigilância constante.
JO
SINAIS DE ALARME
RG
Um recém-nascido doente apresenta pouca variabilidade de sinais.
V ZE EA
Nesta idade deve ser prestada especial atenção ao aparecimento febre, recusa alimentar, menor actividade, palidez cutânea, vómitos, perda de peso, manchas cutâneas. Pela rapidez com que num bebé recém-nascido pode evoluir uma doença grave, a presença de qualquer um destes sinais indica a necessidade da sua observação.
QUANDO IR AO SERVIÇO DE URGÊNCIA
ED
Sinais comuns noutras idades, podem ser indicativos de doença grave quando ocorrem no período neonatal.
CONTACTOS ÚTEIS A TER À MÃO
T OU OC
Um recém-nascido que apresente algum dos sinais de alarme acima descritos ou ainda se mostrar icterícia acentuada, dificuldade respiratória, diarreia, ausência de micções, movimentos anómalos, etc... deve ser levado a um serviço de urgência hospitalar. O Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa não tem serviço de urgência pediátrica. Os hospitais públicos garantem a assistência urgente.
H IN
É importante que tenha à sua mão alguns contactos, que podem ser úteis e necessários quando menos espera.
M CO O.
São eles: saúde 24 (dói-dói trim-trim) 808242424, médico assistente, centro de saúde da zona de residência, hospital da área de influência, companhia seguradora, etc...
Folheto Informativo | Out.2011
JORGE AZEVEDO COUTINHO pediatria-neonatologia www.jorgeazevedocoutinho.com © Jorge Azevedo Coutinho | 2008-2011
HCVP-Maternidade “Cumpre todas normas e exigências legais” • IGAS-Out 2008 CONTACTOS Rua Duarte Galvão, 54 • 1549-008 Lisboa T.: 21 771 35 63 (Maternidade - piso 3) | 21 771 40 77 (Bloco de partos) | 21 771 40 00 (Geral) www.cruzvermelha.pt