Núcleo de Comunicação CEART
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O Centro de Artes da UDESC A Arte é a expressão do belo. Esta definição, comum até há algumas décadas, conduz a outra questão: O que é belo? Aí, a resposta se torna bem mais complicada. O que é motivo de escárnio para uns, transforma-se em emoção para outros. Arte é contradição. O artista interpreta o mundo em que vive e não pode estar alheio às mudanças da própria sociedade. Caminha com elas e até adiante delas, provocando escândalo e reações iradas dos mais conservadores. O artista não busca a unanimidade; não é um copista, é um desbravador: busca o diferente onde todo mundo só vê o igual. “Entretanto, dentro de um entendimento mais específico, arte envolve não apenas habilidade mas sobretudo imaginação, seja na música, na literatura, na apresentação visual ou na interpretação.” A arte é a interpretação peculiar de alguém diante dos acontecimentos passados, ou diante do comportamento social hoje e de seus supostos desdobramentos futuros, que anunciam modificações significativas no mundo todo, despercebidas ao cidadão comum, mas que são captadas e materializadas na pauta de um compositor, na imaginação de um designer, nos pincéis de um pintor ou no cinzel de um escultor. Boa leitura e até a próxima! Luís Emanuel Pedroso Professor
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Veja o que os leitores da Básica tem a dizer sobre as matérias anteriores, os assuntos internos do Centro de Artes e também as sugestões de temas para as próximas edições
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Agenda
Confira a programação completa dos eventos dos meses de agosto e setembro. As páginas da agenda são destacáveis para que você a tenha onde quer que esteja
Em foco Por trás dos bastidores
Em foco Eles vivem de arte
O dramaturgo não é apenas essencial, é a peça-chave na realização de um bom espetáculo
Nada de boêmios temperamentais ou sonhadores dispostos a um cotidiano em prol da facosma
Ping pong: Vicente Amorim
Ping pong: Carla Bianchi
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Ator e professor da da área de teatro-educação do departamento de Artes Cênicas fala sobre o avanço do teatro catarinense
Em foco Estudar artes no exterior
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Para os ceartianos que sempre quiseram realizar esse sonho, agora é a hora de começar
Ping pong: Taís Pontes
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Bate papo com a jornalista que deu início ao primeiro Núcleo de Comunicação da UDESC
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Seleção de grandes trabalhos, realizados pelos acadêmicos do curso de artes cênicas do CEART
Fica a dica
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Fique por dentro das últimas dicas, das novidades e dos assuntos mais interessantes que dizem respeito ao mundo das artes cênicas
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Sua experiência se extende da pintura a video e ciberarte, passando por temas como arte digital, arte e ciência
Portfolio
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Seleção de grandes trabalhos, realizados pelos acadêmicos do curso de artes visuais do CEART
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Fique por dentro das últimas dicas, das novidades e dos assuntos mais interessantes que dizem respeito ao mundo das artes visuais
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Em foco Razoável portfolio
Em foco A era do jeansmania
Em foco O maestro da era Youtube
Raymons Leowy criou as formas e os símbolos mais marcantes do século, conhecidos no mundo
Adaptado aos processos de mudanças da moda, o jeans é mais que um produto: é um fenômeno
Gustavo Dudamel é o regentesímbolo de nossa época, em que a internet é a melhor amiga dos fãs
Ping pong: Alessandra Zunne
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A professora Alessandra Zunne fala sobre sua trajetória e seus planos
Ping pong: Antônio Jorge Stolarski
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O designer de produto fala sobre as perspectivas do design no Brasil
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Seleção de grandes trabalhos, realizados pelos acadêmicos dos cursos de design do CEART
Fica a dica
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Fique por dentro das últimas dicas, e mais interessantes que dizem respeito ao mundo do design
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Ping pong: Mariana Ozzo
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Ela completou a graduação em moda pela UDESC, há pouco mais de 4 anos. Tem 25 anos, estudou e fez estágio em Paris
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Seleção de grandes trabalhos, realizados pelos acadêmicos do curso de moda do CEART
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Fique por dentro das últimas dicas, das novidades e dos assuntos mais interessantes que dizem respeito ao mundo da moda
Ping pong: Rodrigo Motta
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Rodrigo tem grande experiência em educação musical de crianças, jovens e adultos, performance e regência e análise musical
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Seleção de grandes trabalhos, realizados pelos acadêmicos do curso de música do CEART
Fica a dica
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Fique por dentro das últimas dicas, das novidades e dos assuntos mais interessantes que dizem respeito ao mundo da música
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Mirella Quem?
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Por que ele fez isso?
“Com os produtos cada vez mais parecidos entre si, ganha quem chama a atenção do consumidor, seja pelo preço, seja pela qualidade. Para empresas que já têm uma marca estabelecida e estão sob o ataque de concorrentes, o design oferece uma vantagem competitiva importante. Com os produtos cada vez mais parecidos entre si, ganha quem chama a atenção do consumidor, seja pelo preço, seja pela qualidade. Para empresas que já têm uma marca estabelecida e estão sob o ataque de concorrentes, importante o design oferece um estilo legal.” Joana Pereira Santos
“Apontavam que o produto tinha um visual envelhecido e muito conservador - o padrão de cores e o estilo.” Eduardo Pulita
“Bah!!! Como é tudo muito simples e belo nessa revista. Até a aquisição. Estou encantada. Quem são vocês? De qualquer forma, parabéns, parabéns, parabéns... Três vezes parabéns! E obrigada por responder meus e-mails tão rapidamente e com tanto zelo. Para empresas que já têm uma marca estabelecida e estão sob design oferece uma vantagem competitiva importante.” Gabriela Vieira
A UDESC não tem RU “Com os produtos cada vez mais parecidos entre si, ganha quem chama a atenção do consumidor, seja pelo preço, seja pela qual inteligente.” Marcos Perini
Opinando “Estava eu em meu tédio e resolvi ler a revista. Levei um susto com a pintura do Paulo, e depois confirmei seu talento. Se tudo continuar assim, será a melhor edição da revista!” Paula Aguilar
A UDESC tá pirando “Liderança, pesquisas com consumidores apontavam o produto tinha um visual.” Túlio Rigoni
quem faz o quê? Edição Michel Oliveira Ana Lúcia Friedrich Mariele Fantini Camila Nazzo
Redação Aderaldo L. Johs Gustavo Oliviera Joruge Vieira Karinna Fulias Lucas Kagdiel Fernando Abal Julia Siqueira Amanda C. Terras
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Direção Adriana Bebiano Andrea Brady Arjen Duinker Camila do Valle Cláudia Roquette-Pinto Cristina Babino Eduardo Portella Edson Cruz Fernando Perez Flávio Viegas Amoreira Floriano Martins Forrest Gander Gerardo Diriz Guilherme Zarvos Hirofumi Nogami João Rasteiro
Fotografia Norberto Buzzini Neuza Castro Fabiano Buzzini Milton Rodrigues Ligia Ottoboni Fabiano Ferreira Roberto Jr.
Marketing Américo Cardoso Evandro Rocha Fabíola Forni Pedro Marhz
Circulação Centro de Artes Universidade do Estado de Santa Catarina
Tiragem 1.000 exemplares
Contato Básica representações LTDA Av. Madre Benvenuta, 1584 CEP 29100-190 Florianópolis - Santa Catarina contato@basicaceart.com.br Telefone: (48) 3877 2521
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Itália: sempre uma boa opção para quem pretende estudar e respirar arte
Quando o assunto é estudar arte no exterior Para os ceartianos que sempre quiseram realizar esse sonho, agora é a hora por Camila Meyer
Quem quer tornar-se artista ou músico, pode estudar numa das 56 escolas superiores reconhecidas nestas áreas na Alemanha. Essas escolas têm como objetivo preparar os jovens Beuys e Beethovens do futuro e estão somente abertas aos estudantes de talento que conseguem passar por difíceis exames de admissão. Candidatos às faculdades de artes devem apresentar um dossiê com trabalhos próprios, sendo então eventualmente convocados para um teste de habilidade específica.
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Este inclui uma série de tarefas tanto de caráter artístico prático como de programação visual. Em determinados casos, é possível iniciar o estudo superior de artes plásticas sem apresentação.
Destinos mais desejados Abitur ou outro certificado equivalente de conclusão dos pré-requisitos para admissão, como tipo, qualidade apresentada fielmente e quantidade dos trabalhos a serem apresentados, podem ser obtidas junto às respectivas instituições.
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Concentrações por área O núcleo dessas academias é formado pelos cursos de Pintura, Gravura, Design e Decoração, Escultura e licenciatura em Artes Plásticas. Arquitetura, Cenografia, Cerâmica, Pintura em Vidro, Restauração de Móveis ou Arte Multimídia. A partir do próximo ano, a comunidade acadêmica brasileira, composta de estudantes, professores e pesquisadores, poderá participar do programa de intercâmbio Erasmus Mundus, da União Européia. O programa, que oferece bolsas de estudos, é um dos mais conhecidos da Europa. Lançado em 2004, o Erasmus Mundus visa à cooperação entre as instituições de ensino superior e ao intercâmbio de estudantes, pesquisadores e professores dos países da União Européia e de outras nações para fins de estudo, ensino, formação e pesquisa. A iniciativa prevê a concessão de bolsas a estudantes de todo o mundo para cursos promovidos por consórcios universitários. Pela primeira vez, o Brasil fará parte do programa. “Isso mostra a importância que a Europa dá às parcerias acadêmicas com o Brasil”, afirma o assessor para
de ter equipe presente em todos os destinos. Quando disponibilizamos um novo destino, levamos em conta vários detalhes como localização das escolas e albergues, custo de vida, qualidade dos meios de transportes, atividades culturais e muito mais.
As raízes da Arte na Europa Ao comprar um pacote de intercâmbio para Espanha, Inglaterra, Irlanda ou Itália com a Destino Europa e chegar ao seu destino, você será recebido(a) por um membro da equipe Destino Europa que irá te acompanhar até o seu local de estadia. Os recursos destinados às bolsas para o Brasil são de 9,3 milhões de euros (R$ 24,1 milhões) para 2008. O mesmo valor será aplicado em 2009,
Países europeus estão entre os destinos mais desejados por estudantes de arte e comunicação
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Onde estudar na Europa Acesse os sites listados. Faça busca por curso desejado ou por universidade. Há opção de selecionar a cidade. www.estudela.com.br Preços de aluguel Se você está pensando em ficar em hotel 5 estrelas, melhor abrir a cabeça. Os hostels e aluguéis de quartos ou apartamentos estão, cada vez mais, sendo a opção favorita dos intercambistas que não querem rasgar dinheiro. www.hostelsworld.com Gastos totais em euro Para ter noção dos gastos que um intercambista tem por um período de seis meses, confira em www.eunaeuropa.com Passagens aéreas Quanto antes você comprar a passagem aérea, maior o desconto oferecido pelas empresas. Por isso, se você está decidido a viajar, acesse o site www.voetur.com.br Turistas de plantão Sempre tem pessoas camaradas que estão de plantão para tirar dúvidas e dar dicas. Acesse o site www.europafacil.com.br
assuntos internacionais do Ministério da Educação, Alessandro Candeas. Segundo ele, a participação do país no Erasmus Mundus é reflexo do memorando de entendimento na área da educação firmado em julho entre o Brasil e a União Européia. Intercâmbios para Inglaterra, Irlanda, Itália ou Espanha. Independente de onde na Europa você deseja estudar, a equipe da Destino Europa terá sempre os melhores pacotes de intercâmbio com os melhores preços do mercado, além de oferecer a vantagem
Vale saber
Acompanhando blogs Nada melhor do que ler as dicas de quem já passou pela incrível experiência! Vale conferir os textos em www.abigailviagem.blog.br Paris pode ser boa escolha para os alunos de artes visuais e cênicas
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em foco quando será lançado outro edital. Poderão participar estudantes de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado, além de professores e pesquisadores. A duração das bolsas vai de seis a dez meses para
A Secretaria de Cooperação Internacional (SCI) da UDESC realizou acordos de intercâmbio com mais de 14 universidades estrangeiras desde o ano passado graduação e pós-doutorado; seis a 22 para mestrado; seis a 34 para doutorado; um a três para a comunidade acadêmica. No mínimo três instituições de ensino superior brasileiras devem candidatar-se à parceria, duas das quais, universidades federais. As instituições devem estar distribuídas em, no mínimo, duas regiões brasileiras diferentes. As inscrições devem ser feitas até 15 de fevereiro de 2008. Os formulários de candidatura e mais informações estão disponíveis na página inicial de integração e participação do programa. produção: Michel Oliveira fotografia: Martina Meyer
As universidades mais procuradas para intercâmbio universitário oferecem cerca de 20% das vagas aos visitantes
Para ceartianos mochileiros de primeira viagem Quero trabalhar no exterior Há pessoas que vão na cara e coragem tentar algum trabalho informal, algumas se dão bem, outras nem tanto. Se quiser algo seguro, procure empresas especializadas nisto.
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E se eu só falo inglês? O inglês será suficiente em 99% dos casos. O que poderá acontecer é você encarar um nativo que não se dispõe a falar inglês. Nesse caso, procure outra pessoa. Alguém vai ajudar você.
Como conseguir passagens mais baratas? Quanto antes você comprar a passagem aérea, maior o desconto oferecido pelas empresas. Por isso, se você está decidido a viajar, comece organizando as datas dos vôos!
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Taís Pontes Bate papo com a jornalista que deu início ao primeiro Núcleo de Comunicação da UDESC Núcleo de Comunicação CEART
Qual sua formação e porque escolheu atuar na área de comunicação? Sou jornalista formada pela FIAM (Faculdades Integradas Alcântara Machado), de São Paulo. Fui uma menina tímida e procurava refúgio nos livros. Sempre gostei de ler e escrever. As palavras me encantam. Queria trabalhar com isso, mas não na frente de batalha, pois prefiro os bastidores aos holofotes. Então, fui me enfronhando no segmento de assessoria de imprensa/divulgação. Assim, me sinto duplamente gratificada. Tenho prazer em fazer o que faço e fico feliz em dar uma força para o trabalho dos outros aparecer. Além disso, construir um bom texto/uma boa imagem pode ser bem divertido.
Qual foi o seu primeiro estágio/emprego com jornalismo? Meu primeiro estágio foi na Rede Bandeirantes de Televisão em São Paulo. Tinha 18 anos, era inexperiente e não tinha muita iniciativa. O pessoal da redação não tinha tempo de ficar me explicando as coisas, pois o dia a dia de quem trabalha em TV é uma correria. O chefe de redação passa a pauta na hora do almoço, a equipe de reportagem sai correndo, faz as entrevistas, volta pra redação, edita tudo e a notícia tem que ir ao ar no jornal da noite. Tudo é
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feito em meio período. Então, tive que me virar para sobreviver lá dentro, senão me deixariam de lado ou me dispensariam. Assim, fui ficando mais cara de pau, o que me ajudou bastante na atividade jornalística. Mas, o ritmo de televisão é muito frenético. Há quem goste, eu não. Prefiro fazer as coisas com mais paciência e calma.
Que tipo de experiências teve durante sua carreira jornalística? Atuo há mais de 15 anos na área de comunicação. Já trabalhei em Assessorias de Imprensa, Agência de Publicidade e Departamento de Marketing de uma grande empresa privada.
Como veio a trabalhar pela UDESC? Sou de São Paulo e estou em Florianópolis há 6 anos. Quando cheguei aqui, percebi que o mercado de trabalho é limitado, já que a ilha não possui indústrias ou grandes empresas. Assim, resolvi prestar concurso público para a UDESC, onde trabalho há 5 anos. No entanto, quando entrei no CEART, trabalhava como secretária do Departamento de Música.
Como surgiu o Núcleo de Comunicação? Um pouco antes de concluir seu mandato, a profes-
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sora Albertina, então diretora do CEART, me ofereceu a oportunidade de trabalhar na Assessoria de Comunicação da UDESC, na reitoria. Entretanto, antes mesmo de eu ir para lá, os professores Vargas e Monique assumiram a nova gestão do CEART e perguntaram se eu não gostaria de montar um setor de comunicação no Centro de Artes, já que há uma produção muito intensa aqui. Eu topei o desafio e não me arrependo. Gosto muito do ambiente do CEART e sinto que o setor é bastante reconhecido e valorizado pelos alunos, professores e técnicos.
Qual a função do Núcleo? Penso que a missão do Núcleo é servir de canal para que as notícias do CEART cheguem ao público. A gente faz o meio de campo, indica os melhores caminhos e facilita este trajeto. E, se for o caso, bota a boca no trombone. Gosto de pensar que a gente dá um empurrãozinho para os outros brilharem. Afinal “por traz de uma grande estrela, sempre há um
E por que o slogan do Núcleo é “Apareça e Cresça”? Como dizia o saudoso Chacrinha: Quem não se comunica, se estrumbica. E a falta de clareza na comunicação afeta a vida de todo mundo: casais se separam por que não conseguem conversar e empresas vão à falência porque não comunicam se, conseqüentemente, não vendem seus produtos. Quem trabalha em comunicação sabe que para a sua produção ser bem sucedida, é importante que ela seja conhecida. Por isso o slogan “apareça e cresça”. Isso é mais do que autopromoção, é uma atividade que envolve planejamento e ações continuadas. Através do site, da divulgação junto à mídia ou do trabalho de comunicação visual, procuramos transmitir, para o público interno e externo, a idéia de que o CEART é um Centro de Ensino criativo, dinâmico e organizado, o que nos enche de orgulho.
“Assim, a função do Núcleo de Comunicação é levar o que é criado para o conhecimento da comunidade.”
bom departamento de marketing”. Brincadeirinha. Claro que nem sempre as pessoas querem aparecer, mas muitas vezes é importante que o seu trabalho, a sua produção ou as suas idéias encontrem ressonância, atinjam a comunidade e alcancem seu objetivo. Parafraseando a definição dada pela professora Sandra Ramalho: Não se criam espetáculos apenas para ensaios; nem se cria uma obra para deleite próprio ou para ficar apenas no projeto. Assim, a função do Núcleo de Comunicação é levar o que é criado para o conhecimento da comunidade. E a comunicação (interna e externa) melhora o ambiente de trabalho. Internamente porque as coisas ficam claras e, consequentemente, os funcionários mais comprometidos e envolvidos com os objetivos
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da organização. Externamente porque quando notam a repercussão, o impacto na mídia, os funcionários sentem orgulho de pertencer à instituição.
Que novas medidas você pensa que poderiam ser tomadas para melhorar o trabalho do Núcleo? Na medida do possível, temos tido bastante apoio da Direção do CEART, mas a demanda é grande e crescente e o setor virou uma referência para outros Centros de Ensino da UDESC, que almejam criar departamentos similares.
Quais as principais atividades desenvolvidas dentro do Núcleo? O núcleo atende toda a demanda de comunicação necessária ao CEART. De cartazes de eventos realizados até manutenção do site.
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Lúcio Freitas, mestre do Departamento das Cênicas, explica que as funções de um dramaturgo podem ter vertentes
Por trás dos bastidores Desenvolver um roteiro de teatro é tudo para uma boa peça. O dramaturgo contribui mais do que se podia imaginar. Não é apenas importante, e sim, a peça-chave para o bom andamento de um bom espetáculo por Simone Gardelli
No Teatro, uma história e seu contexto se fazem reais e verídicos pela montagem de um cenário e a representação de atores em um palco, para um público de espectadores. Por exemplo: um indivíduo pode não acreditar na existência do fantasma em uma história que lê em um livro, mas terá a sensação de realidade desse fantasma se ele o vê no palco, e se o personagem lhe parecer autêntico, por agir do modo como, na sua concepção, um fantasma haveria de agir. Começa por dividir a história em atos e somente depois de toda a peça estar planejada ele volta ao início para escrever os diálogos. Pode ser dito, então, que o teatro é uma forma de manifestação artística em que uma história e seu contexto se fazem reais e verídicos pela montagem de um cenário e a representação de atores em um palco, para um público de espectadores, pela montagem de um cenário e a representação de atores em um palco, para um público de espectadores estarem atentos e ansiosos.
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Enfim, o dramaturgo entre em cena
decidir outros detalhes do elenco. Trabalhar o cenário
Pode ser dito, então, que o teatro é uma forma de
em detalhes.
manifestação artística em que uma história e seu
Deste modo, ao escrever o roteiro, o dramaturgo já
contexto se fazem reais e verídicos pela montagem
tem em mente os atores escolhidos, a categoria ou
de um cenário e a representação de atores em um
qualidade do teatro ou sala, se será um palco ou
palco, para um público de espectadores. A represen-
simples estrado, os recursos de iluminação, e o pú-
tação teatral será o resultado do trabalho de muitos
blico ao qual a representação é destinada é um fator
profissionais: do dramaturgo, dos atores maiores e
importante da peça.
menores, do diretor de palco, do pintor do cenário, do maestro da orquestra, e de outros de cujo talento
Etapas da dramaturgia clássica
e competência a arte da dramaturgia depende para
Clayton Hamilton (The Theory of the Theatre and
atingir seu objetivo. E como este é o de levar uma
Other Principles of Dramatic Criticism. Henry Holt and
mensagem em um trabalho artístico unificado.
Company, New York City, 1910 – Proj. Gutenberg),
“O dramaturgo, muitas vezes, deixa a estruturação dos diálogos para o final, depois de selecionar os atores e decidir outros detalhes de elenco.” Para que seja de fato Teatro necessita da presença e do interesse dos espectadores. No grande Teatro, uma performance de sucesso é a que consegue a harmonia perfeita entre todos esses elementos. O dramaturgo, muitas vezes, deixa a estruturação dos
considerando o progressivo desenvolvimento dos palcos, fala de três etapas na evolução do teatro. A primeira e longa etapa, – que ele chama Dramaturgia da Retórica – , vem da antiguidade até ao Renascimento, do período grego até à época de Shakespeare ao tempo de Isabel I. Nessa fase a expressão teatral recorria ao poder da Retórica e da Poesia. À segunda Etapa, ele chama Dramaturgia da Conversação, pois o dramaturgo apelava para o brilho dos diálogos, através dos quais ele sugeria o cenário para a Plateia. produção:Carol Suzano fotografia: Juliana Carla Zaragozzi
diálogos para o final, depois de selecionar os atores e
Acadêmicos de artes cênicas do CEART participam da XXI Mostra de Dramaturgia
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Vicente Amorim
Ator e professor da da área de teatro-educação do departamento de Artes Cênicas, licenciado e mestre pela Universidade de São Paulo, ele fala sobre o avanço do teatro catarinense. Núcleo de Comunicação CEART
Quanto aos espetáculos teatrais do nosso estado, o que você acha que mudou desde a Mostra? Se pensarmos que cada espetáculo do grupo resultou de uma pesquisa profunda que relaciona história, construção de dramaturgia e de criação em espaços teatrais não-convencionais, podemos pensar que o próprio grupo constrói conhecimento em sua busca artística. Mas além disso, interessa ao grupo dividir seus processos a atores e não-atores que tenham, interesse em investigar a maneira própria de trabalho do grupo. Dessa forma, em cada processo o Grupo ofereceu cursos e oficinas gratuitos que lidavam com as questões cruciais de cada espetáculo.
Você acredita na existência de uma relação extremamente forte do método Stanislavski com a improvisação na dramaturgia? Todo diretor que desenvolveu uma pedagogia do trabalho do ator lida com improvisação, na medida em que é através do ato de improvisar que o ator cria elementos com que ele vai construir cena, não importando o resultado estético almejado. Desse modo, o trabalho do ator sempre lida com o risco, com experimentação, e esse espaço é o espaço da improvisação. Assim, no método stanislavskiano, a improvisação entra para construir a vida interior do
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personagem e de sua manifestação em forma de ações, ou vice-versa: como a ação gera emoção.
O que você acha dessa experiência? A Coordenação de Estágios é responsável por auxiliar os processos referentes aos estágios obrigatórios e não-obrigatórios de nossos alunos. Devemos garantir que nossos alunos atuem em espaços que auxiliem na sua formação profissional e tenham seus direitos garantidos. Nesse sentido, é muito interessante atuar em um cargo que exige conhecimento dos outros cursos, das especificidades de cada graduação oferecida pelo CEART. E além disso, buscar oportunidades de aprendizado profissional aos acadêmicos é uma função que oferece grande satisfação.
Que projetos, sobre o palco, estão vindo por aí? Bem, preciso acabar meu doutorado, o que já é um grande projeto, e, felizmente, Retrato de Augustine foi cointemplado pelo edital da PROEX, o que nos possibilitará apresentar o espetáculo em outos campi da UDESC no segundo semestre. Queremos que o espetáculo tenha vida longa para circularmos em outros estados do país, e fazer com que o teatro de Santa Catarina, mais especificamente do Centro de Artes, possa ser reconhecido.
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“Le Roi Soleil” Espetáculo vencedor na XXI Mostra de Dramaturgia Elenco: Lúcia Gerdaro, Heloísa Francis Costa, Marcello Votke, Raphael Otigger Direção: Dario Fingestein Neto
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“Prenda-me” Espetáculo produzido pelos acadêmicos da 6a fase Elenco: Maísa Souza Finnato, Eduardo Antônio Gouveia Direção: Túlio Stein Neto Figurino: Maria Eduarda Pires
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Livro: Teatro do Ornitorrinco
Teatro de Esquina
Ao completar 32 anos de existência, o Teatro do Ornitorrinco fundado em 1977, tem sua trajetória revisitada numa publicação diferenciada: um livro de 524 páginas, com vasto material iconográfico.
O Teatro de Esquina é um grupo que busca uma interpretação brasileira, a partir das idéias do escritor e diretor Carlos Alberto Soffredini, líder do grupo, voltada para uma investigação junto as raízes da comédia de costumes e do circo-teatro. Todo o espetáculo é desenvolvido a partir de pesquisa de campo sobre o circo-teatro, que envolve os integrantes do grupo durante oito meses de criação.
Otaviano Oliveira revive nas telas
Pré-estreia de “Presidiários”
Tendências dos palcos
Este livro traz depoimentos de empresários e estilistas bemsucedidos que formam um inédito painel sobre o mercado da moda existente no Brasil.
Dia 06 de julho, Alix Pinho estará lançando sua nova coleção feminina “Geometric”, no Lounge Music, a partir das 20h.
O desfile da Colcci no SPFW acontecerá na próxima sexta feira, 25, e contará com uma forte tendência para o tricô. Não perca!
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Obra “Galhos”, suspensa por fios de aço, mede cerca de 5 metros de comprimento e está entre as maiores obras da mostra
Eles vivem de arte Nada de boêmios temperamentais ou sonhadores dispostos a um cotidiano miserável em prol da fama na posteridade. Os jovens talentos da arte contemporânea brasileira são mais objetivos que românticos e enfrentam os percalços da carreira com profissionalismo e planejamento estratégico por Beatriz Portugal
Um avião feito com milhares de objetos pontiagudos, precisamente 10 mil tesouras, facas e canivetes confiscados em aeroportos. Uma enorme silhueta do Papa João Paulo II, formada por 3.500 militares fotografados de cima. Um Fusca pendurado num suporte de ferro. Essas são algumas das obras da 26ª Bienal de Arte, magaexposição com 135 artistas de 62 países, em cartaz até 19 de agosto em São Paulo. A Bienal é apenas um exemplo contundente do avanço das artes plásticas no Brasil - e, durante o evento, as galerias aproveitam o interesse renovado do público pelas artes para expor seus nomes de catálogo e divulgar novos talentos. Novos talentos que hoje não têm nada a ver com os boêmios desencanados do passado. São profissionais dispostos a construir carreira e viver disso. Para tanto, eles sabem que, além de vocação e criatividade, devem esbanjar persistência e dedicação. Para sobreviver da própria arte por aqui, diz a galerista Celina Leite Ribeiro, proprietária da Art&Art Galeria, em Brasília, a regra básica é conhecer a fundo as técnicas da especialidade escolhida, seja pintura, escultura ou gravura. ‘’O estudo é funda-
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mental para o artista desenvolver o talento pré-existente’’, diz Celina (mais dicas da galerista no quadro ‘’Passos fundamentais’’).
‘’Para o público brasileiro em geral, a arte é algo distante, caro e chato de entender’’, analisa Daniela Labra, pesquisadora e curadora independente em SP e no RJ. Muitas dificuldades A escola ou a universidade também são um local para se conhecer gente do meio, como outros artistas e bons professores - embora fora do espaço acadêmico também pipoquem alternativas de ‘’networking’’ (construção de uma rede de relações profissionais). A artista plástica Flavia Vivacqua, de 29 anos, organizou e fundou uma rede virtual de coletivos (grupos que funcionam como uma espécie de cooperativa) de artistas, o Rede Coro Coletivos em Rede e Ocupações. São cerca de 50 coletivos de todos os lugares do Brasil, com uma média de seis pessoas em cada um.
Peça decorativa Segundo a curadora Daniela Labra, existem vários tipos de mercado de arte: o setor dos apreciadores (quem compra porque gosta), o institucional (que incentiva pesquisas) e o decorativo. ‘’Este abriga as pessoas que simplesmente querem um quadro que combine com o sofá’’, explica ela. Apesar de especialistas não considerarem a arte para decoração como arte verdadeira, muitos profissionais se utilizam desse mercado no início da carreira. ‘’O artista não deve fazer sua arte pensando no dinheiro. Isso é mérito do trabalho. Não pode ser a premissa e sim a conseqüência’’, opina Rosana Ricalde, de 32 anos, casada com o colega de profissão Felipe Barbosa, de 26. Eles fizeram faculdade de artes plásticas. Ela se especializou em gravura e ele, em pintura. Há cerca de cinco anos, mantêm um ateliê a dois. Depois de formados, trabalharam como monitores, assistentes e restauradores. Também ralaram em um ateliê coletivo. Hoje a arte virou negócio de verdade. As famílias do casal, que antes se preocupavam com o sustento e o futuro dos dois, agora dormem sossegadas. produção:Julia Brows fotografia: Carlos Agostini Pereira
Surrealismo na arte Quero trabalhar no exterior O Surrealismo destacou-se nas artes, principalmente por quadros, esculturas ou produções literárias que procuravam expressar o fato inconsciente dos artistas, tentando driblar as amarras do pensamento racional e instituir o pensamento emocional e pessoal.
Fusca VW pendurado por cordas elásticas coloridas, do austríaco Leo Schatz
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Quero trabalhar no exterior Como muitos dos primeiros participantes do Surrealismo foram originados do movimento Dadaísmo, uma separação enfática entre Surrealismo e Dadaísmo na teoria e prática pode ser difícil de ser estabelecida. É preciso determinar um limite fictício para desencadear uma visão racional do espírito das artes visuais e agragar valor. Para saber mais, acesse www.surrealartes.com.br
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Carla Bianchi Carla entrou no DAV da UDESC em 2007. Sua experiência se extende da pintura a video e ciberarte, passando por temas como arte digital, ilustração, arte e ciência. Núcleo de Comunicação CEART
A graduação em Odontologia destoa com o restante do currículo da professora Carla Bianchi. Foi nas Artes que ela desenvolveu seu mestrado e doutorado na Inglaterra durante os nove anos que morou no país, e o Pós-Doutorado que realizou após voltar ao Brasil.
Como foi a transição da Odontologia para as Artes? Você sempre teve essa afinidade artística?
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dos séculos, e que atualmente o discurso científico é crucial para a compreensão do ambiente natural, especialmente para se perceber o impacto humano no equilíbrio do sistema planetário.
Sua produção artística passa muito por temas e cenários da natureza. Como surgiu essa afinidade?
Acho que não houve uma transição lenta e sim uma mudança radical de profissão. No ano que me formei em Odontologia, participei também da minha primeira exposição coletiva. Acho que sempre tive interesse em arte, desde criança gostava de pintar e de ver livros, exposições e notícias relativas a artes visuais. Depois da graduação realizei diversos cursos informais em ateliers de artistas e frequentei aulas como ouvinte no curso graduação de artes plásticas da Universidade Federal de Goiás. Depois de trabalhar como artista durante anos, iniciei estudos formais.
Acho que talvez minha origem no Centro-oeste do Brasil tenha tido algum impacto nesta preocupação às questões ambientais. Tive uma infância com muito contato com a terra, plantas, animais, cachoeiras... minha mãe era também uma pessoa sensível ao sofrimento animal e desde cedo tive uma grande empatia por animais. Cada vez mais me interesso pela situação do meio ambiente e como a sociedade capitalista está direcionada para um consumo que se mostra definitivamente incompatível com a continuidade da vida de muitas espécies no ecossistema global e local.
Como se dão as relações entre ciência e arte no seu trabalho?
Quais projetos você considera mais importantes na sua carreira?
A relação com a ciência veio pelo interesse em aprofundar em pesquisas sobre a relação humana com a natureza, que é uma temática recorrente em meu trabalho artístico. Ao estudar os conceitos filosóficos associados à natureza, percebi que estes são historicamente construídos e mutáveis ao longo
Acho difícil eleger algum projeto como mais importante... todos foram significativos na minha trajetória, pois me levaram a percorrer novas direções.
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A Duquesa
Aline Rifi Castanheira, artes visuais, 6a fase
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Fragmentos Gabriela Ferreira Silva, 2ÂŞ fase
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XXI Mostra de Artes Visuais do Centro de Artes Foram apresentados diversas obras, tais como a Escadaria e VĂŠrtice
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Grotesco
Contemporâneo x Moderno:
As obras “Grotesco”, do artista Antônio Vargas retratam a vida real, nua e crua. Faz uso de cores marcantes, de forma a resgatar a consciência humana.
O James Lisboa Escritorio de Arte abrirá a exposição “Contemporâneo x Moderno”, na Galeria Daslu, a partir do dia 03 de julho e mostrará ao publico essas duas fases da arte brasileira, que se sucederam, com artistas que de destacaram em cada um dos períodos.
9º Encontro Internacional de Arte
Livro: Fulvio Pennacchi – Seu Tempo, Seu Percurso
Exposição: Roberto Burle Marx 10 anos depois
Aborda passagens significativas de sua vida multifacetada, de artista a dono de açougue e professor de Colégio, vendedor de picolés, artista de circo e ainda, além disso, artista de rua, assim como a maneira que adquiriu experiência como pintor.
Para inaugurar a exposição a Galeria reunirá mais de 70 obras do Artista. Entre elas você poderá apreciar panneaux, desenhos, óleos sobre e gravuras.
Promoverá e divulgará as pesquisas, eventos e mostras internacionais artísticas e tecnocientíficas realizadas nos principais centros de pesquisa do país e do exterior inseridas na comunicação entre acadêmicos de artes visuais.
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Razoável portfolio Pioneiro do desenho industrial, ele criou as formas mais marcantes do século e símbolos conhecidos no mundo inteiro. Suas obras ajudaram a fazer o retrato dos tempos modernos. por Camila Meyer
Já dizia Loewy: “o bom design dos produtos reduz os custos de produção, melhora o prestígio dos produtos, aumenta os lucros da empresa e aumenta o emprego”.
A primeira impressão era de que ali estava um concorrente de Warhol, que se celebrou nos anos 70 reproduzindo em seus quadros latas de sopa Campbell’s e garrafas de Coca-Cola. Mas não era bem isso: enquanto a primeira exposição contemplava o pintor que fazia arte com banais produtos de consumo a segunda era dedicada ao homem que passou a vida dando-lhes forma e appeal o desenhista industrial Raymond Loewy. Ironicamente, seu nome é conhecido apenas por uma ínfima parcela dos incontáveis milhões de pessoas que, há um punhado de gerações, nascem, crescem, ficam adultas e envelhecem cercadas de coisas objetos, símbolos e embalagens concebidas por Loewy. Foi esse francês naturalizado americano, com efeito, quem criou a forma branca, maciça e sem pés que se tornou sinônimo de geladeira; o emblema de um garfo e uma faca cruzados que indica restaurante nas estradas; o primeiro modelo de automóvel de passeio de linhas aerod-
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inâmicas; a concha que no mundo inteiro identifica a Shell; uma profusão de eletrodomésticos, materiais de escritório, máquinas fotográficas, ônibus enfim, até uma nave espacial. Ninguém mais ou melhor do que ele modelou tudo aquilo que, aos olhos da multidão, acabaria se confundindo com a própria noção de modernidade, a aparência mais sedutora do século XX. Escultor e ideólogo de seu tempo, Loewy se fez gente na vertigem das inovações tecnológicas que mergulhariam as sociedades humanas numa era de movimento e velocidade. Segundo dos três filhos de um economista austríaco, que se casara com uma francesa da Alsácia, nasceu em 1893 perto de uma Paris prestes a perder o fôlego diante dos inventos do
Durante a Primeira Guerra Mundial, sua obsessão pela estética o levou a forrar de papel as paredes de seu alojamento de forma extravagante dia o automóvel e o avião. Fascinado pelas peripécias de Santos-Dumont, o garoto não deixava porém de achar os primeiros aeroplanos “meio ridículos”, como escreveria muitos anos depois. Aos 15 anos, disposto
a criar um objeto voador mais bonito, inspirou-se na delicadeza da libélula para desenhar um aviãozinho de madeira capaz de percorrer 150 metros impulsionado por um elástico. O brinquedo virou moda; seu autor, que embora jovem teve o tino de patenteá-lo, ganhou com ele dinheiro suficiente para custear os estudos de Engenharia. Quando a Europa afundou nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial, em 1914, o universitário Loewy foi mobilizado e partiu para a frente de batalha aborrecido por causa do corte grosseiro de sua farda. Quase uma obsessão, as preocupações estéticas o levaram a forrar de papel as paredes de seu alojamento e, num gesto de extravagância e panache, típico da porção de seu temperamento. produção: Michel Oliveira fotografia: divulgação
Na capa
Revista TIME, 1949 Muito antes de se tornar uma celebridade pública, com a indispensável chancela da revista Time, que lhe inflou o ego com uma reportagem de capa em 1949, Raymond Loewy permitiase todos os luxos que o dinheiro pode comprar. Ainda nos anos 30, ele era dono de um enorme e luxuoso apartamento em Manhattan, uma vila belíssima na Côte d’Azur, no sul da França, e um castelo nos arredores de Paris.
Raymond Loewy: Deu sugestões para melhoria das locomotivas, fez o redesign da embalagem da Lucky Strike e redesenhou a garrafa original da Coca adicionando a tipografia branca Coke & Coca-Cola.
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Alessandra Zunne Com experiência em programação visual de embalagens, identidade visual e ilustração, Alessandra Zunne foi tomar um café conosco para falar sobre sua trajetória e seus planos Núcleo de Comunicação do CEART
Como você descreveria sua experiência como professora e designer? Posso dizer que todas essas experiências, como professora e designer são bastante intensas e desafiantes e considero um grande privilégio atuar em uma área em que elas aparecem interligadas.
Como foi sua experiência criando conceitos e estratégias para embalagens e para a identidade visual de marcas famosas como a Knorr e Kibon? Prefiro dizer que participei desses projetos, pois não posso dizer que “criei os conceitos e estratégias”. Projetos dessa magnitude sempre envolvem uma grande equipe, passando por designers, profissionais do marketing e pesquisa. Justamente em função disso considero que participar desses projetos foi uma experiência bastante complexa dentro da área.
Que outras área de seu interesse você destaca? A área na qual tenho mais experiência profissional é em Design de Embalagens (Programação Visual de Embalagens). Já no campo da pesquisa, meu interesse, ao qual tenho me dedicado há um bom tempo, é em Ilustração de Livros Infantis, compreendendo também os estudos sobre a criança, as imagens e a ilustração em todas as suas formas. É claro que
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existem diversas outras áreas dentro do design que considero fascinantes, porém, atualmente o maior desafio ainda é ser “professora”, profissão que assumi há pouco tempo.
Que papel você dá ao ilustrador ao contribuir para a formação de uma criança? O ilustrador trabalha junto com o escritor na construção da história, podendo despertar o interesse da criança para a leitura e para o desenho, estimulando a sua imaginação e criatividade, entre tantos outros aspectos do seu desenvolvimento. Se irá realmente atingir a criança através de suas ilustrações, é difícil saber. Mas o que considero mais importante é que este não subestime a capacidade infantil.
Quais são seus projetos futuros? Recentemente desenvolvi as interessantes ilustrações para um livro infantil chamado Vida dos Bichos, da bióloga e pesquisadora Cristina Santos. Deverá ser publicado brevemente. Aguardo ansiosa por isso. Logo estarei finalizando um trabalho integral de ilustração para uma coleção de livos da escritora Sandra Allemberg. Este trabalho provavelmente será lançado em menos de um ano.
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Antônio Jorge Stolarski O designer de produto fala à Básica sobre sua trajetória profissional e as perspectivas do design no Brasil Núcleo de Comunicação do CEART
Qual a sua formação específica? Como foi sua trajetória profissional? Sou designer de produto formado em 1966 pela Fundação Universidade Mineira de Arte - FUMA, atual Escola de Design do Estado de Minas Gerais - UEMG. Aqui uma curiosidade que pouca gente sabe, ou seja, a FUMA foi a primeira Escola de design do Brasil (1957), mas só foi reconhecida como curso superior pelo MEC três anos portanto depois da ESDI.
O que você considera essencial para o desenvolvimento de produto? Recém formado fui trabalhar no L’Atelier Móveis (SP) junto a Jorge Zalzupin, onde eu desenvolvi mobiliário escolar com base em estudos alternativos também de escritório em termoplástico moldado à vácuo. Nesta época fui convidado para criar e coordenar um Setor de Desenho Industrial no Centro Tecnológico de Minas Gerais - CETEC, onde permaneci por 13 anos quando então fui para o CNPq atuar na coordenação técnica dos Laboratórios Associados de Desenvolvimento de Produto. Durante essa missão fui para Campina Grande (UFPB), Recife (UFPE) e finalmente , terminamos por vir para o Laboratório de Santa Catarina, eu e Eduardo Barroso, substituindo Guy Bonsiepe que ia para os Estados Unidos.
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Como foi trabalhar aqui em Florianópolis no LBDI? Como este laboratório foi o único que sobreviveu, foi transformado em Laboratório Brasileiro de Design (LBDI), com sede em Florianópolis/SC e atuação nacional e internacional. Com o tsunami Collor o LBDI perdeu o apoio do CNPq e foi para o SENAI/SC, onde em poucos anos morreu por falta de visão estratégica da então diretoria.
Que fatores devem ser considerados ao se projetar um produto? O principal é ter um briefing bem fundamentado, evitando perda de tempo e dinheiro; conhecimento das características do usuário final, do público; capacidade técnica da empresa contratante e trabalhar multidisciplinarmente facilmente.
E as perspectivas para o design no Brasil em 2011? Hoje mais do que nunca o design é ferramenta estratégica para o desenvolvimento do produto brasileiro. Não podemos competir com os preços praticados pelos asiáticos, e a tecnologia é mercadoria comercializada globalmente, o que nos possibilitará apresentar na UDESC no segundo semestre.
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Blue Rainbow Sky Projeto de peça publicitária e criação de logotipia para evento municipal. Produzido pelos acadêmicos formandos do design gráfico Emanuele Medeiros e Gabriel Teixeira.
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Oficina mecânica Projeto gráfico de ilustração para calendário da Pirelli Produzido pelo acadêmico Túlio da SIlveira, 5a fase de design gráfico
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Chairs in Broom Mobiliário desenvolvido pelos acadêmicos da 6a fase Maria Elena Gerdler, Eduardo Volny Keller. Professor orientador: João Augusto Veil
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Lumino Sustentabile Luminária conceito produzida a partir de objetos descartáveis Samanta Eleort, José Roberto Heringer, Luís Otávio Conde Neto
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Rendering automotivo Disciplina de Desenho de representação 6a fase Rael Marlon Reis
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Ambiente Hype em alta
Ilustrações fora do comum
Design de embalagens
As cores do estilo hype demonstram a tendência 2011 lançada pelo estúdio Zapet Decoração e Arquitetura para todos.
Você pensa que desenha razoavelmente bem? Espere para ver as ilustrações selecionadas pela última edição da revista Ilustre. É, vai treinando.
Encontramos um site que é perfeito para o gráfico e para o industrial. São vários trabalhos acadêmicos de design de embalagens. Acesse lovelypackage.com
What is design?
Mil e uma uitlidades
Mas afinal, o que é design? A maioria das pessoas relaciona design com estilo, mas os conceitos por trás dessa palavra vão muito além. Segundo John Heskett, “design is to design a design to produce a design”. Se traduzirmos a frase de uma forma simplista, teremos o seguinte: design é desenvolver um projeto para a produção de um produto. O processo e o resultado do processo estão relacionados à atividade profissonal.
O lançamento da Tok&Stok se traduziu no conceito extraordinário de reter funcionalidade, praticidade e estilo. Inspire-se!
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A era da jeansmania Adaptado aos processos de mudanças da moda, o jeans é mais que um produto: é um fenômeno universal. por Priscila San Martin
O planeta Terra é mesmo azul, principalmente se pararmos para pensar na quantidade de pessoas que povoa o mundo usando jeans. Prova disso, são os números divulgados pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) em 2009. Só no País, são 400 mil metros lineares de tecido índigo produzidos por ano pelas 17 indústrias brasileiras juntas. Em produção, perdemos apenas para os Estados Unidos — 600 milhões de metros lineares por ano. Segundo Marli Vernille Guth, gerente de marketing da divisão de índigos da Vicunha Têxtil, o jeans brasileiro faz sucesso no exterior devido a sua qualidade e modelagem diferenciada. “A Vicunha, uma das maiores produtoras de índigo do Brasil, investe forte no segmento. Em 2004 foram cerca de R$ 60 milhões, ampliando as fábricas, para aumentar nossa produção de jeans”, conta. Além disso, a indústria segmentou os produtos para atender todos os tipos de consumidores. A Vicunha possui 60 artigos diferentes apenas na linha jeanswear, que vai desde o blue jeans até os tecidos com tratamentos e caimentos especiais.
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Sucesso não tem idade. Algumas peças de roupa foram decisivas para transformar os hábitos do homem do século 20.
“Não bastava usar calça jeans; era preciso ser rebelde como ela. Aqueles tempos da moda no pós-guerra procuravam novas afirmações. E o jeans, começou a se transformar em elemento de estilo”, escreve o editor de moda Fernando de Barros. A calça feita de denim, inventada pelos sócios Jacob Davis e Levi Strauss em 1873, foi o pontapé para uma nova febre mundial. O jeans confeccionado para os mineiros de ouro, como uma peça resistente para o trabalho, atravessou o século 19 ganhando novas composições. O tecido, que no início era grosseiro, pesado e marrom, passou a ser azul (por meio do tingimento com o corante índigo). Tornou-se astro do cinema junto a James Dean, Marlon Brando e Marilyn Monroe, virou o uniforme do hippies na década de 1970 e foi lavado com pedras (técnica do stone washed) para se tornar mais macio com o aspecto desbotado. O jeans virou fenômeno de moda. Sobre-
viveu às barreiras do tempo, aderindo aos processos de mudanças, sem perder suas características principais. Seu conceito de juventude, durabilidade e rebeldia permaneceu até os dias de hoje. Virou o uniforme de homens, mulheres, crianças e idosos. Foi além. O jeans é a única peça que não destingue classe social. Pode ser usado por ricos e pobres. Foi usado pela primeira vez nas passarelas da moda por Calvin Klein, causando choque e indignação dos mais conservadores. Hoje, o mercado de luxo rendeu-se aos encantos do jeans como é o caso das marcas Gucci e Versace.
Ainda bem que somos brasileiros Outro aspecto positivo do jeans nacional são suas modelagens. As peças descansam sobre o copo perfeitamente. A grife brasileira Ellus é um exemplo de sucesso quando o assunto é jeanswear e exportação. O estilo underground sempre foi uma das características da Ellus, lançando uma moda intimista e, ao mesmo tempo, despojada. Sempre apostando no jeanswear, as calças têm cortes retos e acinturados. “Nossa coleção é chique, porém relaxada”, diz Alvarenga que, nos últimos anos, vem investindo em exportações e marketing. produção: Michel Oliveira fotografia: Carlos Zambrotti / AgNews
David Butler para pôr ordem em um universo formado por 450 marcas de bebidas, A boa atuação do diretor é essencial
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Mariana Ozzo Mariana Ozzo completou a graduação em moda pela UDESC, há pouco mais de 4 anos. Tem 25 anos, estudou e fez estágio em Paris. Núcleo de Comunicação do CEART
A catarinense Mariana Ozzo, de 25 anos, formada em Moda pela UDESC, estudou e fez estágio em Paris.
Quando você se formou em na UDESC? Eu me formei em 2006 pela Udesc e em setembro do mesmo ano embarquei para fazer estágio em Paris.
Por que Paris para continuar seus estudos? Sempre busquei trabalhar com o universo do luxo e da alta-costura. Minha coleção de formatura, foi desenvolvida dentro dos preceitos da alta-costura e voltada para um universo luxuoso. Como sempre foquei meu trabalho nessa direção, Paris foi a escolha mais que perfeita.
Em que instituição você estudou? Que curso fez? Eu estudei na École de la Chambre Syndicale de la Couture Parisienne. Minha especialização foi em Moulage, uma técnica francesa em que a roupa é moldada diretamente sobre um manequim com as medidas da cliente, o que permite uma roupa personalizada, com melhor caimento e ajustes perfeitos.
Como surgiu a oportunidade de estágio na grife Balenciaga? Uma das modelistas da Balenciaga conheceu o meu trabalho durante o curso e mostrou interesse, suger-
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indo um estágio no ateliê. Lá, são feitas as roupas dos desfiles e também os vestidos usados por estrelas do cinema em grandes eventos, como Nicole Kidman e Salma Hayek.
O que acredita que essa experiência acrescenta à sua carreira? Este período em Paris foi importante na minha formação como profissional. O estágio na Balenciaga serviu para que eu colocasse em prática o que aprendi na graduação e na École. Além dos conhecimentos adquiridos no curso e no estágio, a vivência em uma cidade com inumeráveis opções culturais permitiu que eu ampliasse meu senso estético e artístico, fatores que, na minha opinião, são imprescindíveis para um bom desempenho na minha profissão.
O que você recomenda para quem quer estudar e fazer estágio em Moda fora do Brasil? Definir em que área se deseja atuar, pois isso vai pautar sua decisão por determinada escola ou país. Depois é persistir, pois nem sempre as escolas respondem na primeira tentativa. E, o mais importante, é acreditar na qualidade do ensino oferecido pela UDESC e aproveitá-lo, pois foi o que aprendi na graduação que me qualificou para ser aceita em uma escola concorrida e em um estágio desse porte.
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Croqui artístico de tendências Rafaela Lima, design de moda, 4a fase
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Campanha publicitรกria Zizzi Camila Banetotti, design de moda, 5a fase
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Donna Fashion DC Moda Praia Juliana Matadeiro de Faria, design de moda, 7a fase
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Fotografia de moda impressionista
Bonequinha de Luxo
A fotografia de moda é algo relativamente novo na história tanto da própria fotografia como da moda. As primeiras fotos que eram tiradas com o propósito de mostrar a roupa ao público prestavam-se tão somente a este propósito. No entanto, novas idéias aparecem e, enquanto na fotografia, temos Nan Goldin, que cria o chamado snap shot, começa um movimento de realidade nas passarelas.
Com a elegante e eterna Audrey Hepburn. Charme, humor, trilha sonora, e o figurino, então, nem se fala. Para quem gosta de moda e tendências, esse filme é praticamente considerado obrigatório!
Livro: A moda como ela é
Donna Fashion DC
Este livro traz depoimentos de empresários e estilistas bemsucedidos que formam um inédito painel sobre o mercado da moda no Brasil. Não deixe de ler esta obra que está na moda.
O 14º Donna Fashion DC acontecerá no shopping Beira Mar, em Florianópolis , de 23 à 30 de agosto. Este ano o Donna Fashion DC não será mais um evento só de moda, pois haverá música e arte também. Além de apresentar a moda primavera/verão, amplia seu conceito agregando informação e cultura às tendências com a Semana Cultural.
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O Maestro da era do Youtube Gustavo Dudamel se tornou um popstar à parte do mundo dos CDs. Ele é o regente-símbolo de nossa época, em que a internet é a melhor amiga do fã de música clássica por Alex Ross
O mundo da música clássica tem um relacionamento tenso com a fama. Por um lado, todos sentem falta dos dias em que Arturo Toscanini, Leonard Bernstein e Leontyne Price estavam na crista da onda e apareciam sempre em capas de revistas. Por outro lado, sempre que um músico clássico se aproxima da celebridade - o que inclui um anúncio de Rolex, uma foto na revista People e, talvez, o último quadro do programa David Letterman - os céticos começam a se preocupar com sua integridade artística. Esta ansiedade não é totalmente injustificada: Luciano Pavarotti passou de grande tenor lírico da era moderna para tema de piadas sobre gordos. A noção de incompatibilidade entre o comércio e a arte tem origem no marxismo universitário, e se opõe ao ideal de Beethoven, Verdi e Mahler, que se relacionavam apaixonadamente com o público em geral. Logicamente, é possível que um compositor ou intérprete clássico fique famoso sem se render à cultura da celebridade. Tal virtuoso pode até persuadir uma nação distraída com fatos vazios a prestar atenção em uma sinfonia de quarenta e cinco minutos.
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Hoje, todos os olhos estão voltados para um maestro venezuelano de 29 anos, Gustavo Dudamel, que assumiu o cargo de diretor musical da Filarmônica de Los Angeles em outubro do ano passado. Há apenas cinco anos no circuito internacional, Dudamel já se tornou um dos mais famosos músicos clássicos vivos, com a ajuda de programas de TV, matérias nas primeiras páginas de jornais e vídeos no YouTube.
Entre a nova geração de maestros, não há promessa mais fulgurante que Gustavo Dudamel. “A música salvou minha vida”, diz ele. Ao assumir a Filarmônica, durante um concerto no Hollywood Bowl, foi ovacionado como um astro pop por uma plateia de 18 mil pessoas. E que - mais impressionante - acabou por fazer silêncio durante sua apresentação da Nona Sinfonia de Beethoven. Isso aconteceu no movimento lento da peça, quando Dudamel conduzia os sons expressivos e intrincados dos violinos contra o suave coral dos sopros - neste momento, o burburinho cessou e Beethoven reinou. Tais feitos - a ovação e o silêncio - explicam porque este jovem causou tremores inesperados de otimismo no mundo clássico.
Há três elementos básicos por trás da força de Dudamel. O primeiro é o comando surpreendentemente natural da arte da regência. A notícia de seu talento não foi espalhada por departamentos de relações públicas, mas sim por relatos maravilhados de colegas ilustres, como o italiano Claudio Abbado e o britânico Simon Rattle. O segundo é a energia contagiante que conquista almas endurecidas. A dura máscara da seriedade não é para ele; seus olhos brilhantes e feições contorcidas sugerem que ele adora o que faz. E, por último, sua origem latina empresta uma nova cor a uma arte vista como exclusivamente caucasiana. Ele é produto de El Sistema, a lendária rede venezuelana de jovens orquestras, que encontra talentos nas áreas mais pobres do país, e sua atitude é diametralmente oposta à dos músicos saídos de conservatórios do país inteiro.
produção: Alex Ross fotografia: Carlos Benetti
Dudamel: elogios de expoentes da regência e contrato com a Deutsche Grammophon.
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Rodrigo Motta Rodrigo tem experiência em educação musical de crianças e adultos, performance e regência e análise musical. Núcleo de Comunicação do CEART
Estudante de Música, 24 anos, fala da experiência que tem com educação musical da entrevista que deu ao jornal O Estado de São Paulo.
Por que foi entrevistado pelo jornal “O Estado de S.Paulo”? Sobre o que falou na matéria? Fui entrevistado pelo trabalho que venho desenvolvendo em produção musical e software livre. Na entrevista falei sobre minha experiência com música dentro de sistemas operacionais e softwares gratuitos. Falei sobre as grandes vantagens e também objeções ainda existentes dentro desse nicho.
Houve dificuldades de adaptação na troca dos programas do Windows pelos softwares livres? Nos primeiros meses de uso. Pelo meu desconhecimento de como operar um computador com linux, precisei entrar em fóruns na internet. A maioria das pessoas que nunca tiveram contato com esses sistemas desconhecem a amigabilidade e interatividade dos mesmos. Após iniciar o uso fui aprendendo bastante e quero contribuir com a divulgação desse importantíssimo conhecimento.
Com que idade começou a se interessar por música? Desde criança. Comecei a estudar piano aos 8, e me dedicar profissionalmente aos 14, dando aulas de teclado e piano para iniciantes.
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Quais foram ou são suas influências musicais? Tudo que escutamos nos influencia. Aquilo que não gostamos nos afasta, e o que gostamos nos atrai. Algumas das minhas influências musicais postivas são Os Beatles, Los Hermanos, Ed Motta, Tim Maia. Acredito que tudo que aparenta ter algum senso estético apurado me atraia de alguma forma.
Na sua opinião, a formação acadêmica é importante para a carreira? Para a área da educação musical, sem dúvida. A universidade tem a difícil tarefa de receber músicos práticos, proporcionar o aprofundamento de seus conhecimentos musicais e fornecer ferramentas para a educação musical de outras pessoas. Sem os aparatos fornecidos pelo curso, seria muito mais difícil (sendo muito otimista) desenvolver diversos trabalhos que desenvolvo atualmente na área.
Quais são seus planos para o futuro? Quero desenvolver mais conhecimentos acerca do uso de software livre em educação musical. Pretendo ingressar no mestrado em educação musical e desenvolver um pesquisa densa acerca do assunto e disponibilizar esse conhecimento para professor e profissionais da música em geral. Desejo aplicar esse aprendizado nas salas de aula da educação básica.
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Acústico Violão Adriana Cunha Merelles, música, 3ª fase
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Produção de palco: banda Alone João Perini e banda, música, 7ª fase
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“Rock Night” Pedro Henrique Pereira, música, 5ª fase
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Quarteto de cordas Uma composição para quatro músicos utilizando-se de instrumentos de corda pode apresentar qualquer estrutura, porém o termo, tradicionalmente, era composto em quatro movimentos, seguindo uma estrutura geral similar às das sinfonias clássicas.
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The Beatz em Floripa
Ray Charles
Os The Beatz surgiram em 1987, conforme contou ao Terra Diego Perez, 32 anos, que interpreta John Lennon no palco. “Meu irmão Patrício Perez, que faz o George Harrison, foi quem criou a banda. Fazemos um espetáculo teatral cênico que passa por todas fases dos famosos Beatles.”
Ray, lançado no Brasil e em Portugal sob o título original, é um filme norte-americano de 2004 baseado na vida do famoso cantor de R&B/ soul Ray Charles. Ele foi dirigido por Taylor Hackford e estrelado por Jamie Foxx. O filme recebeu dois prêmios.
Bandas de varias cidades do estado de São Paulo, participaram do circuito de Bandas do estado de São Paulo. Cidades como Bocaina, Bariri e Borborema, abriram as portas para a realizção desse grande circuito. No ultimo dia 15, as bandas se reuniram para a final na cidade de Cubatão. Com muito esforco e seriedade as bandas chegaram lá e fizeram um grande trabalho. Fanfarras, Bandas Marciais, Bandas de Tambores.
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Pitacos sugest천es
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