Parque memorial: a reabilitação do cemitério de Nossa senhora da conceição

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PARQUE MEMORIAL A R E A B I L I TA Ç Ã O D O CEMITÉRIO DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO. POR MARÍLIA DOURADO


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO

PARQUE MEMORIAL A REABILITAÇÃO DO CEMITÉRIO DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO

MARÍLIA DOURADO VAREJÃO GARCÊS DE MENEZES ORIENTANDA

MARIA DE LOURDES NÓBREGA ORIENTADORA

RECIFE, DEZEMBRO DE 2017


"Do pรณ viemos e ao pรณ voltaremos (GN 3:19)"


AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à minha mãe por estar sempre fazendo o seu melhor para ver meu sucesso. Aos meus amigos queridos, pelo apoio e paciência comigo diante de tantas situações de provações superadas ao decorrer do curso. Meus agradecimentos especiais à amiga Carol, companheira dе trabalhos е irmã de coração, qυе fez parte dа minha formação е irá continuar presente еm minha vida. À todos оs mestres que passaram por mim no decorrer do curso, nãо somente pоr terem mе ensinado, mas por terem mе feito aprender. Em especial, agradeço à minha orientadora Lourdinha pelo empenho, dedicação e ensinamentos que possibilitaram a realização deste trabalho.


APRESENTAÇÃO


APRESENTAÇÃO O presente documento intitulado “Parque Memorial: A reabilitação do cemitério de Nossa Senhora da Conceição”, elaborado pela aluna Marília Dourado Varejão Garcês de Menezes e orientado pela professora Maria de Lourdes Nóbrega, visa o atendimento aos critérios de avaliação para graduação no curso de arquitetura e urbanismo da Universidade Católica de Pernambuco. A proposta é fazer um anteprojeto de requalificação no cemitério de Nossa Senhora da Conceição, localizado no bairro de Guadalupe, na cidade de Olinda, por meio da construção de um crematório e do tratamento paisagístico e urbanístico do área, para que o mesmo possa suprir mais eficientemente à população que vive no entorno e à alta demanda por sepultamentos existente na cidade.


SUMÁRIO


SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS................................................................................................. 1 APRESENTAÇÃO ..................................................................................................... 3 SUMÁRIO .................................................................................................................. 5 1

INTRODUÇÃO.................................................................................................... 9

2

NARRATIVA ..................................................................................................... 11

3

JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 15

3.1

OS CEMITÉRIOS DE OLINDA ...................................................................... 16

3.1.1

O cemitério de Nossa Senhora da Conceição ............................................ 22

3.1.2

O cemitério público de Águas compridas ................................................... 25

3.1.3

O cemitério e crematório Jardim Metropolitano .......................................... 26

3.1.4

O cemitério e crematório morada da paz .................................................... 28

3.2

O PROBLEMA DA CONTAMINAÇÃO NO ENTERRO TRADICIONAL .......... 30

3.3

A CREMAÇÃO .............................................................................................. 35

3.3.1 3.4 4

O processo de cremação ........................................................................... 36 O ENTERRO VERDE .................................................................................... 38

OBJETIVOS ..................................................................................................... 41

4.1

GERAL .......................................................................................................... 41

4.2

OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................... 41

5

METODOLOGIA ............................................................................................... 43

6

A ÁREA ............................................................................................................ 45


6.1

BREVE HISTÓRICO ..................................................................................... 46

6.2

O TERRENO ................................................................................................. 48

6.3

EQUIPAMENTOS E FLUXOS ....................................................................... 50

6.4

USOS ............................................................................................................ 52

6.5

GABARITO .................................................................................................... 54

6.6

TOPOGRAFIA ............................................................................................... 56

6.7

CHEIOS E VAZIOS ....................................................................................... 58

6.8

ASPECTOS LEGISLATIVOS ........................................................................ 62

7

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA: O PARQUE MEMORIAL POR UM

URBANISMO SUSTENTÁVEL. ............................................................................... 69 8

REFERÊNCIAS PROJETUAIS ......................................................................... 73

8.1

PARQUE DA JUVENTUDE ........................................................................... 73

8.2

UM CAMINHO NO BOSQUE ........................................................................ 74

8.3

SEDE EDP .................................................................................................... 78

8.4 CREMATÓRIO DE HOFHEIDE ......................................................................... 80 9

DIRETRIZES .................................................................................................... 85

10

A PROPOSTA....................................................................................................87

10.1

ESTUDOS PRELIMINARES...........................................................................88

10.2

O PARTIDO.....................................................................................................89

10.3

O ZONEAMENTO E DIMENSIONAMENTO....................................................90

10.3

DESENHOS ...................................................................................................92


LISTA DE ILUSTRAÇÕES/ TABELAS.................................................................. 117 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 121


1. INTRODUÇÃO


1

INTRODUÇÃO

A escolha do tema surgiu em um momento de reflexão gerado após o questionamento de como ser útil para o planeta mesmo após a morte. Após pesquisas, foram identificados grandes problemas nas necrópoles da região metropolitana do Recife, como por exemplo: a insuficiência das áreas destinadas para sepultamentos, áreas sem planejamento e desconfortáveis para velórios, falta de organização no arranjo dos jazigos, manutenção insuficiente, carência de fornos crematórios e principalmente o mais alarmante: a falta de discursão sobre os problemas. A princípio, seja por uma questão cultural, ou seja pela falta de enfrentamento político, as pessoas evitam falar sobre o assunto. Desta forma, o desconhecimento e a falta de argumentação sobre o assunto agravam muito mais a situação. Assim, o presente trabalho visa a elaboração de um anteprojeto de intervenção urbanística, paisagística e arquitetônica, no cemitério existente de Nossa Senhora da Conceição, em Olinda, de modo que possa esclarecer e trazer soluções muito mais voltadas à vida e à sustentabilidade.

O trabalho se estrutura da seguinte forma:

Nos capítulos 1, 2 e 3 encontram-se uma breve introdução do trabalho e todas as narrativas e justificativas que mostram e relevância para elaboração desse tema.

9


Nos capítulos 4 e 5 são apresentados os objetivos gerais e específicos tal como a metodologia utilizada nesse trabalho

Nos capítulos 6 e 7 são apresentados o local de escolha para desenvolvimento da proposta e as conceituações temáticas referentes ao urbanismo sustentável.

Nos capítulos 8 e 9 foram buscadas referências projetuais para, enfim, apresentar diretrizes que darão uma breve visão do proposta que está por vir.

Na última parte do trabalho, nos capítulos 10 e 11 e 12, é apresentada a proposta projetual para o projeto do parque memorial e crematório, desde a parte de estudos preliminares, até a proposta final do anteprojeto.

10


2. NARRATIVA


2

NARRATIVA

Segundo Perissé (2010), o cemitério é uma palavra que vem do grego e significa lugar onde as pessoas dormem, porque o ante positivo do grego koimétêrion ("lugar para dormir") é o verbo koiman ("dormir"). Ainda segundo outra definição: É o lugar reservado ao sepultamento dos mortos e ao respeito em sua memória. O cemitério expressa também crenças religiosas, atitudes sociais, preocupações estéticas e padrões sanitários de uma sociedade. O desejo de conservar os restos dos ancestrais perto da família e do lugar de origem permaneceu forte ao longo da história dos povos. (NOVA ENCICLOPÉDIA BARSA, Vol. 4. Companhia Melhoramentos. São Paulo, 1996).

Os primeiros cristãos começaram a usar a palavra cemitério, ao invés de necrópole, pois viam na morte um momento de descanso. Para eles, os mortos iriam dormir, na esperança de saírem do túmulo, assim como Jesus. Porém, via de regra, no Brasil, a palavra cemitério é comumente associada a um lugar macabro e triste, e às vezes e sujo. Assim, de maneira geral, as pessoas evitam o lugar e até mesmo falar do assunto, por motivos religiosos, medo ou preconceito. Em países como Argentina e França, os cemitérios Recoleta e Père Lachaise são endereços certos no roteiro de turistas do mundo inteiro. No Brasil, a cultura de encarar os

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cemitérios como local de visitação e consumo de cultura, que transcende os velórios e funerais, cresce cada dia mais. Todavia, na contramão deste pensamento que associa o cemitério a um lugar macabro, no Rio de Janeiro, o Cemitério da Penitência tem se empenhado em ampliar sua programação cultural que, hoje, inclui passeios guiados por historiadores, exposições de artes, encenações teatrais temáticas, estátuas vivas e até apresentações musicais (ver figura 1). Desta forma, fica claro, que os cemitérios não precisam ser lugares mortos e indiscutidos, além disso, a dor da perda se torna mais facilmente aceitável.

Figura 1: Cemitério da Penitência teve estátuas vivas e boa música no Dia de Finados Fonte: MOURÃO, André 2015

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De acordo com o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), o cemitério pode se apresentar segundo as seguintes classificações:

1. Cemitério horizontal São os tradicionais, onde pode existir construções de jazigos, tais como mausoléus (ver figura 2). 2. Cemitério parque ou jardim São os que as áreas ajardinadas predominam. Neles não são permitidas construções tumulares e as sepulturas são identificadas por lápides pequenas no solo (ver figura 3). 3. Cemitério vertical Se trata de uma edificação com um ou mais pavimentos onde existem gavetas para o sepultamento de corpos (ver figura 4).

Figura 2

Figura 3

Figura 4

Figura 2,3 e 4: Respectivamente: Cemitério de Nossa Senhora da Conceição, cemitério parque jardim metropolitano e cemitério vertical de Santos em São Paulo. Fonte: DOURADO, Marília 31/03/2017(2 e 3) e Pensamento Verde 11/02/2014 (4)

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3. JUSTIFICATIVA


3

JUSTIFICATIVA

Este capítulo visa apontar os problemas existentes nos cemitérios olindenses, principalmente nas necrópoles públicas, tais como: •

Insuficiência de áreas destinadas para sepultamentos;

Alta rotatividade de jazigos;

Alta criminalidade dentro e no entorno do cemitério;

Sepulturas e ossuários como focos de dengue;

Áreas sem planejamento e desconfortáveis para velórios;

Falta de equipamentos de apoio como lanchonetes e floriculturas próximas;

Falta de organização no arranjo dos jazigos;

Enterros em covas rasas, com possível contaminação do solo e lençóis freáticos decorrentes da liberação do necrochorume;

Manutenção deficiente, refletida no descaso com as sepulturas.

Eles variam desde a falta de infraestrutura e manutenção adequada até a incapacidade de suportar o estado em que se encontram por muito tempo. Além disso, é necessário apontar questões relativas ao sepultamento tradicional e desta forma mostrar a desvantagem do mesmo, principalmente quando comparado à cremação, e assim justificar porque é inegável a necessidade de um crematório público na cidade de Olinda.

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3.1

OS CEMITÉRIOS DE OLINDA

Atualmente existem três Cemitérios na cidade de Olinda, sendo dois deles administrados pela prefeitura e o outro particular (ver mapa 1). Além destes, também foi visualizado o contexto do cemitério Morada da Paz, na cidade de Paulista, por possuir um grande contingente de sepultamentos de olindenses e por ser o mais significativo cemitério e crematório da região metropolitana do Recife.

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1

Olinda 2

3

Legenda

1

Cemitério Jardim Metropolitano

2

Cemitério Público de Águas compridas

3

Cemitério de Guadalupe

N

Mapa 1: Localização dos cemitérios em Olinda Fonte: Desenho trabalhado pela autora sobre a unibase

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A proposta de intervenção no cemitério de Nossa Senhora da Conceição, em Olinda, foi fundamentada, principalmente, através da constatação de que as necrópoles públicas municipais não possuem mais capacidade para atender à crescente demanda, além de apresentar visíveis problemas referentes à infraestrutura e manutenção. Nas tabelas a seguir, 1,2 e 3, feitas baseadas a partir de entrevistas às necrópoles, é possível notar o baixo índice de sepultamentos que esses cemitérios suportam atualmente.

Nos último anos, a população olindense teve um intenso crescimento e, consequentemente, o aumento da taxa de mortalidade, este fato pode ser conferido no gráfico 1 a seguir. Então, Sabendo que a média anual de sepultamentos de todos os cemitérios de Olinda é de 2.208, e a taxa, estimada, de mortalidade no município, entre 2012 e 2015, segundo o IBGE e o site de estatísticas civil é de 2.914 por ano, é possível notar que a taxa de óbitos, na cidade, é superior à média de sepultamentos. Portanto, conclui-se que eles não acontecem apenas em Olinda, mas também em outras cidades, em cemitérios clandestinos ou até mesmo em propriedades particulares.

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Nome

Local

Área

Média de

Capacidade

sepultamento

total

Ocupação

Data de inauguração

por mês Cemitério

Guadalupe

9.200m²

3

2.000 covas

100%

1857

Cemitério

Águas

4.400m²

2

800 covas

100%

1888

de águas

Compridas

Ocupação

Data de

de Nossa senhora da conceição

compridas Tabela1: Dos cemitérios Públicos de Olinda Fonte: Entrevista com os administradores do cemitério

Nome

Local

Área

Média de

Capacidade

sepultamento

total

inauguração

por mês Cemitério e

Águas

crematório

Compridas

30.000m²

120

40.000

5%

2003

covas

jardim metropolitano Tabela 2: Do cemitério Privado de Olinda Fonte: Entrevista com os administradores do cemitério

19


Nome

Local

Área

Média de

Capacidade

sepultamento

total

Ocupação

Data de inauguração

por mês Cemitério e crematório

Paulista

15.000m²

180

25.0000

48%

2003

covas

Morada da Paz Tabela 3: Do cemitério Morada da Paz Fonte: Entrevista com o encarregado dos sepultamentos do cemitério

20


Taxa de natalidade e óbitos da cidade de Olinda 7000 6000

5440

5511

5689

5821

5000

4000 3000

2.834

2.926

2.858

2012

2013

2014

3039

2000 1000 0 Natalidade

2015

Óbitos

Gráfico 1: Natalidade e óbitos em Olinda Fonte: IBGE, Estatísticas do Registro Civil e MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade SIM

21


3.1.1 O cemitério de Nossa Senhora da Conceição

Segundo Paulo Melo, administrador do cemitério de Olinda, em entrevista realizada, a cremação seria uma grande ajuda para a situação polêmica em que se encontra o cemitério público. Ele destaca que o número de covas não é suficiente para atender a demanda dos olindenses e que o cemitério espera apenas 2 anos para fazer a exumação do copo e assim poder dar lugar para outra pessoa, ao invés de 3 anos, como é nos cemitérios particulares. Com cerca de 2000 covas rasas e com média de 3 enterros por mês, o administrador alega que muitas vezes o enterro tem que esperar por uma vaga e que possui uma grande rotatividade por falta de espaço. Ou seja, dos jazigos públicos, após 2 anos, os restos mortais são retirados para serem colocados em ossuários e aquela cova terá que dar espaço para outro corpo.

Nos jazigos particulares, que são em torno de 45, os restos ficam vitaliciamente mediante pagamento anual. Além disso, também é preciso ressaltar o problema do acúmulo de água que ocorre nas lápides e ossuários, devido a forma desarranjada, aleatória e incorreta que foram construídos (ver figura 5, 6, 8,11,12 e 13). Tais construções acabam tornando do cemitério um grande foco de doenças como a dengue para as pessoas que usufruem do entorno do equipamento. Além dessas questões de saúde pública, a população do entorno também sofre com a precariedade do local, principalmente no período da noite, que é quando o lugar é mais hostil, tanto pela iluminação insuficiente, quanto pela baixa visibilidade decorrido dos altos muros que cercam o cemitério (ver figura 7 e 10). Isto faz 22


das escondidas lápides um local ideal para marginais se apropriem do lugar, cometerem crimes e fazerem utilização de drogas.

Figura 5

Figura 6

Figura 7

Figura 8

Figura 9

Figura 10

Figura11

Figura12

Figura13

Figura 5, 6,7,8,9,10,11,12 e 13: Cemitério público de Nossa Senhora da Conceição Fonte: DOURADO, Marília 04/05/2017

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Por fim, o administrador também chama a atenção para o crescente número de mortes por homicídios que o cemitério recebe e faz lembrar o grande problema progressivo e incessável que se vive no estado pernambucano. O blog do diário de Pernambuco também traz essa realidade à tona com a manchete mostrada na figura 14.

Figura 14: Cresce a violência em Pernambuco Fonte: Blog diário de Pernambuco, 03/01/2017

24 Figura 9: Local inadequado para velórios no cemitério de Olinda Fonte: DOURADO, Marília 17/05/2017


3.1.2 O cemitério público de Águas compridas

Inaugurado em 1888, a realidade no cemitério de águas compridas não é muito diferente, a falta de infraestrutura para velórios e insuficiência de espaço para novos sepultamentos são problemas incontestáveis. Nas imagens 15 e 16, é possível ver a semelhança entre ambas necrópoles públicas.

Figura 15

Figura 16

Figura 15 e 16: Cemitério público de Águas Compridas Fonte: DOURADO, Marília 04/05/2017

25


3.1.3

O cemitério e crematório Jardim Metropolitano

Estabelecido em uma área afastada do meio urbano, o cemitério e crematório Jardim Metropolitano, localizado no bairro de Águas Compridas, precisa cumprir diversas normas para serem ativos, principalmente por estarem próximos a uma nascente de água. Dentre elas, está a forma como os jazigos são construídos e constante manutenção e fiscalização dos mesmo. A realidade em um cemitério particular é bastante diferente. Lá existem cerca de 2100 covas subterrâneas de alvenaria e uma grande possibilidade de expansão, em média 40 mil sepulturas, como pode ser visto nas imagens 16 e 17. Porém os irmãos e administradores Webert Domingues e Bethovem Domingues também reafirmam o fato de que é um mercado que só cresce principalmente por conta, principalmente, da situação de violência em que o país se encontra.

26


Figura 17

Figura 18

Figura 17 e 18: Cemitério e crematório jardim metropolitano Fonte: DOURADO, Marília 04/05/2017

27 Figura 14: Cemitério e crematório jardim metropolitano Fonte: DOURADO, Marília 31/03/2017


3.1.4

O cemitério e crematório morada da paz

Segundo o Site do Jornal Diário de Pernambuco, na publicação de 29 de outubro de 2016, a cremação tem se tornado cada dia mais procurada. A matéria também diz que somente no cemitério Morada da paz, em Paulista, são realizados, em média, 53 procedimentos por mês e que atualmente, cerca de 40% das pessoas optam por esse tipo de medida póstuma. Á vista disso, nota-se a grande aceitação da população em relação à cremação, exclui-se alguns casos que envolvem crenças religiosas ou condições financeiras insuficientes para realizar tal procedimento, que custa por volta de R$ 5000,00 em crematórios particulares. Porém, comparado com enterro tradicional pago, este valor se trata de apenas de, em média, 5% do valor da compra e manutenção de um jazigo. Ainda sobre o contexto da cremação, o cemitério também oferece o programa árvore da vida, cujo consiste em enterrar as cinzas da pessoa, em uma urna cinerária biodegradável (ver figura 21), ao lado de uma árvore, criando assim, um bosque agradável para quem visita os entes queridos (ver figura 22).

Figura 15: Cemitério e crematório jardim metropolitano Fonte: DOURADO, Marília 31/03/2017

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Figura 19

Figura 21

Figura 20

Figura 22 29

Figura 19, 20, 21 e 22: Respectivamente, Cemitério e crematório morada da paz, cova, urna cinerária biodegradável e bosque da árvore da vida Fonte: DOURADO, Marília 24/04/2017


3.2

O PROBLEMA DA CONTAMINAÇÃO NO ENTERRO TRADICIONAL

Os problemas relacionados ao sepultamento tradicional são inúmeros; podem afetar o solo, a água e o ar (ver figura 23). A seguir, será explicado como exatamente acontece esse processo de contaminação e porque a cremação é uma medida póstuma que visa muito mais a sustentabilidade da vida na Terra.

30


1

Gases da decomposição como gás sulfídrico, metano, gás carbônico e amônia.

2

Contaminação da terra pela liberação do líquido da decomposição chamado de necrochorume, entre outros fatores poluentes.

3

Figura 23: Problemas do enterro tradicional Fonte: Elaboração da autora, abril 2017

A contaminação da terra pode chegar ao lençóis freáticos, espalhando a 31 contaminação para a população.


O artigo do Site da Scientific American Brasil, de 2016, aborda os cemitérios como fonte de contaminação. No texto é explicado que tais locais, como qualquer outra instalação que afete as condições naturais do solo e das águas subterrâneas, são classificados como atividade com risco de contaminação ambiental. A razão disso se dá pelo fato do solo em que estão instalados tais equipamentos funcionam como um filtro de impurezas depositadas sobre ele. O processo de decomposição de corpos libera diversos metais que formam o organismo humano, conta-se também com a decomposição do caixão, que quando é feito em madeira está fora das fontes significativas de contaminação, porém os caixões de metálicos podem provocar contaminação do solo por metais como ferro, cobre, chumbo e zinco. Além disso, também pode haver a contaminação por conta dos utensílios que o acompanham o corpo como as roupas.

O principal contaminante na decomposição dos corpos é um líquido chamado de necrochorume, este possui uma aparência viscosa e coloração castanho-acinzentada, contendo aproximadamente 60% de água, 30% de sais minerais e 10% de substancias orgânicas degradáveis. Em solos com alta umidade há um processo conhecido como saponificação pelo qual ocorre a quebra das gorduras corporais e a liberação de ácidos graxos. Esse composto liberado exibe alta acidez, o que inibe a ação de bactérias putrefativas, tornando assim o mecanismo de decomposição do cadáver mais lento e contaminante. Outra fonte significativa de impactos contaminantes por caixões funerários é a prata, com frequência utilizada nas alças, desta forma, a mesma é liberada no ambiente. Além dos metais convencionais, outro contaminante significativo é a 32


radioatividade. Em vida ou postumamente os corpos podem ter passado por aparelhos com emissão

de

radiação

e

podem,

eventualmente,

estarem

contaminados.

Consequentemente, essa radio emissão também é liberada no solo.

Túmulos em ruínas, negligenciados, e com rachaduras, como acontece no cemitério de Nossa Senhora da Conceição, são alvos da infiltração de água de chuva. Além disso, problemas provocados pela compactação do solo por raízes de árvores de maior porte, favorece, de maneira específica, a contaminação dos estoques subterrâneos, com impactos ambientais capazes de afetar a saúde pública. A maior parte dos organismos que causam doenças não toleram a alta concentração de oxigênios do solo e acaba eliminada, mas em aquíferos profundos, por exemplo, encontram um lugar propícios para se desenvolverem abundantemente.

Durante o processo de decomposição orgânica, além dos líquidos liberados há emissão também de alguns tipos de gases, entre eles principalmente os característicos da decomposição anaeróbica, como o gás sulfídrico (H2S), identificados popularmente como cheiro de “ovo podre”, incluindo dióxido de carbono, gás carbônico (CO2), metano (CH4), amônia (NH3) e hidrato de fósforo, a fosfina (PH3). Além desses elementos característicos, outros gases são emitidos, caso dos óxidos metálicos (titânio, cromo, cádmio, chumbo, ferro, manganês, mercúrio e níquel entre outros) lixiviados dos adereços das urnas mortuárias, incluindo formaldeído e metanol utilizados na prática do embalsamento.

33


Em contrapartida, segundo o site da empresa Brucker, que fabrica fornos crematórios, o ato da cremação também é um ato de consciência ambiental pois se trata de um procedimento totalmente higiênico e não poluente. A empresa alega que os fornos estão Dentro das normas do CONAMA, e atendem a todas as exigências ambientais. A Brucker também afirma que todo o processo leva cerca de duas horas para se concluir. Dessa forma contrasta radicalmente com o sepultamento tradicional, pois normalmente um corpo leva em torno de três anos para se decompor e finalmente liberar o espaço para o próximo. Consequentemente a cremação é a solução póstuma para a crise de espacial que se vive atualmente e que possui menor impacto ambiental, pois também não gera resíduos convencionais com potencial de contaminar o ambiente, tanto no solo quanto na atmosfera. A prática de cremação tem vantagens também quanto à eliminação de microrganismos patogênicos que o sepultamento convencional apresenta. As elevadas temperaturas da cremação eliminam por completo essas fontes naturais de poluição. Assim, a cremação, acompanhada de rituais que também se manifestam em sepultamentos convencionais, é uma forma de garantia e segurança ambiental aos que continuam vivos.

34


3.3

A CREMAÇÃO

Consiste em uma técnica funerária que visa reduzir um corpo a cinzas através da queima do cadáver. É um dos processos mais antigos praticados pelo homem. O fogo, bem antes da Era Cristã, era considerado um Deus e assim, o poder de purificação e proteção contra maus espíritos que o elemento representava aumentou a crença na cremação. O ato se tratava de um ritual sagrado, proibido para os suicidas, crianças que ainda não possuíam dentição e pessoas atingidas por raios, pois tinha-se a ideia de que esses contaminariam o fogo. Já em países nórdicos, acreditavam que a cremação era um ritual exclusivo para líderes e chefes de comando.

Com o passar do tempo, o ritual ganhou novas técnicas, ficou mais sofisticado e elaborado para que se possa reduzir um corpo a cinzas por completo.

Países mais evoluídos como a Inglaterra, já registravam altos índices de cremações nos anos 70. Cerca de 300 mil cremações por ano, o que é quase a metade do número de óbitos que ocorreu na época no país. Quanto ao número de crematórios, eram perto de 190. A cultura de cremação atualmente está espalhada por várias partes do mundo, mas possuem especial utilização em países como Suécia, Noruega, Dinamarca Islândia e Finlândia. Em muitos países europeus os crematórios estão instalados nas áreas mais densamente povoadas e, a cada dia, cresce a quantidade de cremações.

35


3.3.1 O processo de cremação

De acordo com a visita ao cemitério e crematório Jardim Metropolitano e entrevista com o administrador Webert Domingues, foi elaborado um diagrama que explica o processo de cremação utilizado naquele local (ver figura 24). O processo se resume em 5 etapas: o cerimonial de despedida, a despedida, a cremação e a entrega das cinzas.

Porém, em outros crematórios, o processo pode haver algumas variações como:

- O caixão pode descer por uma plataforma da sala de despedida para a sala do forno, fazendo uma alusão ao sepultamento tradicional. -Ter uma fila de espera para cremação, e consequentemente, a necessidade de uma geladeira de armazenamento dos corpos. -Fornos crematórios menos sofisticados que requerem a homogeneização das cinzas.

36


O processo de cremação - Crematório Jardim Metropolitano

1. Cerimonial Após o tradicional velório o corpo é levado a uma sala de cerimônia onde é feita a última homenagem ao falecido

1ª Câmara

2. O adeus Ao final da homenagem o caixão vai para uma construção onde está o forno crematório e entra por uma passagem na parede como forma de despedida.

2ª Câmara

4. Sem Fumaça ou odor A câmara primária é o local onde acontece a queima do corpo. O processo libera gases que são sugados e queimados na câmara secundária a uma temperatura de 1200° célsius, a fumaça final sai sem odor ou cor por uma chaminé.

3. Momento da cremação O corpo dentro do caixão, é colocado em um forno de combustão rápida e não poluente. O forno funciona por volta de 1200° célsius, por isso demora-se cerca de 3 horas para poder esfriar e retirar-se as cinzas

5. Cinzas As cinzas de um adulto pesam entre 1kg e 1,8 kg e são recolhidas por uma abertura debaixo do forno. Em seguida são entregues à família dentro de um saco plástico ou dentro de uma urna que a família escolheu.

Figura 24: o processo de cremação crematório Jardim Metropolitano Fonte: Elaboração da autora, abril 2017

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3.4

O ENTERRO VERDE

Após o processo de cremação, os restos mortais ainda poderão se tornar um bem para a humanidade. As cinzas que sobram são resíduos inorgânicos, provenientes da queima da matéria orgânica. Rica em carbonatos e fosfatos de cálcio, as cinzas humanas são um excelente adubo para plantas. Além disso, não há a preocupação de contaminação pois a combustão por uma temperatura alta elimina todos os componentes intoxicantes do corpo e assim pode ser colocada em qualquer lugar. Para completar o processo, as cinzas poderão ser enterradas em uma urna Biodegradável. Tal urna possui um compartimento com terra separado das cinzas, no qual se é colocada se semente da espécie escolhida pela pessoa quando ainda está viva. A única limitação de qual planta será plantada, é o local. No caso deste projeto, situado na faixa litorânea pernambucana, se fará necessário apenas o uso de árvores nativas da mata atlântica. O resultado final é mais do que surpreendente. Speck (2016) consegue explicar muito bem os benefícios que as árvores trazem. Elas dão sombras, reduzem a temperatura ambiente, absorvem emissões dos escapamentos de veículos e água de chuva. Além disso oferecem proteção UV e servem como barreiras para o vento forte. Acima de tudo, as árvores são insuperáveis em absorver CO², principalmente as árvores urbanas localizadas próximas às ruas, estas são dez vezes mais eficazes, pois absorvem os gases dos escapamentos antes que atinjam a atmosfera. Ele cita também, em seu livro, um estudo feito em Leincester, na Inglaterra, o qual diz que as vegetações que estão acima do solo

38


fazem o armazenamento de mais de duzentas mil toneladas de carbono da cidade. Ou seja, as árvores são os principais absorvedores, 97% comparados às forrações. Portanto, o enterro verde é muito mais do que uma opção, é um ideal que deve ser incentivado pois gera enormes benefícios à humanidade quando comparados aos sepultamentos tradicionais. A seguir, é possível observar na figura 25 a explicação desse processo pós-cremação.

39


2.Usar a capsula de cima para enterrar a semente E inserir as cinzas no corpo da urna. 1.Urna biodegradável para plantio. 3. Plantar a Urna em um solo fértil.

Co²

4.A árvore começará a crescer.

Figura 25: O enterro verde passo a passo Fonte: Elaboração da autora, abril 2017

40


4. OBJETIVOS


4

OBJETIVOS

4.1

GERAL

O objetivo deste trabalho é de propor um anteprojeto de intervenção arquitetônica, urbanística e paisagística para reabilitação do cemitério de Nossa Senhora da Conceição em Olinda. 4.2

OBJETIVOS ESPECÍFICOS 

Contextualizar o projeto ao entorno, incentivando a integração do espaço com o meio urbano em que está inserido e buscar que haja uma relação harmoniosa do equipamento com seus vizinhos;

Propor um anteprojeto fúnebre sem apologia a nenhuma religião específica, sendo assim um lugar neutro, para todos os tipos de culto, crenças e filosofias;

Explorar o local do equipamento para fins de contemplação e lazer, de modo que reconecte a comunidade do entorno com o terreno e que ofereça a infraestrutura adequada para os visitantes

41


5. METODOLOGIA


5

METODOLOGIA

Principais autores:

Fundamentação teórica: pesquisas em livros e internet

Farr (2013)

Speck (2016)

Referências projetuais

Pesquisa de projetos de referências que abordem os temas apresentados

Relatório final e planejamento estratégico das necrópoles 43


Visitação In Loco

Levantamento fotográfico

Coleta de dados do entorno

Depoimentos informais e entrevistas semiestruturadas com pessoas envolvidas no diaa-dia dos cemitérios

Mapas de equipamentos

Legislação de Olinda Mapas de usos

Análises territoriais Mapas gabaritos

Mapas de vias e acessos 44


6. A ÁREA


6

A ÁREA

Para a intervenção no cemitério de Nossa Senhora da Conceição, foi feito o recorte da área para ser analisada (ver mapa 2). Neste recorte será analisado características naturais, tipológicas e morfológicas do entorno, para poder se fazer um projeto consonante com a preexistência.

Paulista

Olinda

Recife

Mapa 2: Localização do cemitérios de Nossa Senhora da Conceição Fonte: Desenho trabalhado pela autora sobre a unibase

N

45


6.1

BREVE HISTÓRICO

De acordo com o relatório final e planejamento estratégico das necrópoles, o Cemitério Público de Nossa Senhora da Conceição, da cidade de Olinda, foi construído em uma antiga propriedade do mosteiro de São Bento, detrás da barreira de São João dos milagres. As terras haviam sido solicitadas para a criação do cemitério público devido ao grande número de sepultamentos e as doenças que assolavam a cidade naquele período, entre elas a cólera e a varíola. A construção iniciou-se em 8 de fevereiro de 1856 após a autorização pelo presidente e vereadores da câmara municipal de Olinda. Foi oficialmente inaugurado em 1 de dezembro de 1857, no entanto, o primeiro sepultamento ocorreu em 1 de outubro de 1857. O cemitério teve seu regulamento criado e aprovado em lei provincial nº 438 no dia 10 de abril de 1858 pela câmara dos vereadores de Olinda. Inicialmente o cemitério funcionava com 1 administrador, 1 coveiro e 2 negras africanas que auxiliavam nas inumações.

No entanto, hoje, o espaço físico do cemitério se tornou pequeno devido ao crescimento populacional da cidade, e encontra-se em situação crítica quanto a infraestrutura (ver figura 26).

46


47 Figura 26:Entrada do cemitério de Olinda Fonte: DOURADO, Marília 17/05/2017


6.2

O TERRENO

Após a análise da problemática dos cemitérios olindenses, fica claro a necessidade de propor uma requalificação destes equipamentos. Portanto, o local escolhido para se intervir foi o Cemitério de Nossa Senhora da Conceição (ver figura 27). Baseado no fato de que o mesmo se encontra em estado de precariedade, pela aceitação prévia da comunidade sobre a instalação de um equipamento de grande impacto e pela carência que esta área possui de reconexão e resgate.

48


N 49 Figura 27:Localização do terreno Fonte: Elaboração da autora sobre foto de satélite


6.3

EQUIPAMENTOS E FLUXOS

O cemitério de Nossa Senhora da Conceição está situado no bairro de Guadalupe, em Olinda, ao redor do centro histórico (ver mapa 3). Com grande aproximação à uma via de extrema importância para a região metropolitana do Recife, a Av. Pan nordestina, que liga Recife a Olinda e Paulista, a área possui um grande fator atrativo de pessoas. É nesta via que estão localizadas todas as paradas de ônibus próximas ao cemitério e a maioria das instalações comerciais e de serviços. O cemitério hoje constitui-se como uma barreira física para a área, visto que a população não o utiliza como passagem ou tem total acesso a ele.

50


51 Mapa 3:Mapa de equipamentos, paradas de Ă´nibus e fluxos do entorno do cemitĂŠrio Fonte: Desenho trabalhado pela autora sobre a unibase


6.4

USOS

O local para intervenção está inserido dentro de um contexto onde predomina-se o uso residencial, sendo 67% do território de estudo ocupado por habitações unifamiliares. A população que ali reside não possui nenhum espaço urbano público de lazer de qualidade para usufruírem, além de sofrerem com a marginalidade e desvalorização relacionadas à precariedade do cemitério. No entanto, o local possui a vantagem de já ter a aceitação da comunidade para a instalação de um equipamento que poderia gerar grande impacto em outra área. (ver gráfico 2 e mapa 4)

USOS (POR ÁREA) Residencial

Comercial

14%

Misto

Cemitério

Religioso

1%

17% 1%

67%

Gráfico 2: Usos Fonte: Elaboração da autora

52


53 Mapa 4: Mapa de usos Fonte: Desenho trabalhado pela autora sobre a unibase


6.5

GABARITO

Por se tratar do entorno do sítio histórico de Olinda, o gabarito do entorno do cemitério não ultrapassa o limiar de dois pavimentos (ver gráfico 3 e mapa 5).

GABARITO (POR QUANTIDADE) 1-2 pavimentos

100%

Gráfico 3: Gabarito Fonte: Elaboração da autora

54


55 Mapa 4: Mapa de gabarito Fonte: Desenho trabalhado pela autora sobre a unibase


6.6

TOPOGRAFIA

O terreno do cemitério de Nossa Senhora da Conceição está inserido em uma região com topografia acidentada. Porém, o declive na área do cemitério é pouco, com uma diferença de apenas 8 metros do ponto mais ato para o mais baixo (ver mapa 5).

56


57 Mapa 5: Mapa topogrĂĄfico Fonte: Desenho trabalhado pela autora sobre a unibase


6.7

CHEIOS E VAZIOS

O mapa de cheios e vazios (ver mapa 6) destaca a questão da irregularidade da ocupação da área e da falta de planejamento. Tal modo de ocupação gera alguns problemas como quadras muito grandes, com baixa permeabilidade física, com cerca de apenas 41% (ver gráfico 4). Ainda por cima, os vazios urbanos, como no caso do cemitério, estão subaproveitados e fechados com muros que impedem a livre passagem dos transeuntes. Desta forma, a abertura da quadra do cemitério para as pessoas transitarem livremente, trás para a comunidade uma melhor qualidade de caminhada, pois os caminhos serão mais curtos e confortáveis. Para complementar este estudo, foram elaborados mapas mentais junto com as pessoas que vivem no entorno do cemitério ou o frequentam, com o objetivo de entender o sentimento da presença do cemitério no que se diz respeito aos fluxos e permeabilidades do lugar. Nos mapas mentais (ver figura 27), é possível avaliar as características mais marcantes do local a se intervir. As pessoas que participaram, na maioria dos desenhos, destacaram principalmente o trecho de passagem principal, O segundo aspecto mais importante destacado por elas foram as duas edificações existentes na entrada do cemitério onde hoje funciona a administração e a capela. Alguns trazem a desordem dos jazigos, outros também desenharam as árvores existentes.

58


Cleyton Santos

Claudianne da Silva

Maria Barbosa

Josilene Pereira

Sandro Melo

José Antônio Silva

Maria Ivete Sousa

Clariele Lima

Severino Pinto 59

Figura 28: Mapas mentais Fonte: Desenhos elaborados através da entrevista in loco, maio 2017


CHEIOS E VAZIOS (POR ÁREA) Cheios

Vazios

41% 59%

Gráfico 4: Cheios e vazios Fonte: Elaboração da autora

60


61 Mapa 6: Mapa de cheios e vazios Fonte: Desenho trabalhado pela autora sobre a unibase


6.8

ASPECTOS LEGISLATIVOS

A legislação específica para crematórios é vasta, abrangendo as Leis Federais, Leis Estaduais, Leis Municipais, Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e legislação municipal específica.

Em

conformidade com a legislação brasileira pertinente ao assunto, a cremação será efetuada sempre após o decurso de 24 horas contadas a partir do falecimento, em caso de mortes naturais com a manifestação do desejo pelo procedimento da parte do falecido ainda em vida e em caso de mortes violentas, é preciso uma autorização judiciária ou um atestado de óbito firmado por um médico legista. Segundo a Lei nº 15645/92

Art. 1º - Os cemitérios situados no âmbito do município, assim como empresas permissionárias do serviço funerário, ficam sujeitas ao disposto nesta lei.

Art. 2º - O cemitérios destinados ao sepultamento de corpos cadavéricos humanos poderão ser:

I- Públicos, quando administrados pelo município II- Particulares quando pertencentes a iniciativa privada

62


Art.5º não se permitirá a instalação de cemitérios em locais inadequados, urbanisticamente impróprios ou esteticamente desaconselhados, assim considerados pelos órgão municipais competentes.

O Planejamento Estratégico 2009-2012 propõe algumas diretrizes em relação aos cemitérios, dentre elas destacam-se: 

Estimular o turismo fúnebre

Maior controle dos sepultamentos

Maior controle do espaço público quando for ocupado por comercio ambulante

Implementação crescimento (viabilizar a licitação para melhoria da estrutura do cemitério

Criar lei sobre regulamentação, norma e postura dos cemitérios. Digitalizar documentação, registo dos cemitérios, informatizar dados como já vem sendo feito em Recife (Santo Amaro)

Construção de crematório público

Recuperação e ampliação de sepulturas verticais mais antigas e patrimônio histórico

Implantar projeto de iluminação nos cemitérios e mercados

Colocar policiamento fixo (guarda)

Levantar muro e colocar grampos no entorno dos cemitério

Sala de primeiros socorros

Tratamento paisagístico da área 63


Há pontos são questionáveis, como o levantamento de muros e colocação de grampos no entorno do cemitério. Porém, tratamento paisagístico da área, implantação de projeto de iluminação e colocação de policiamento apenas evidenciam mais a necessidade de intervenção nesses locais.

64


Quanto à legislação da área em que se encontra o cemitério de Guadalupe, o Plano Diretor estabelece ações concernentes à estruturação do espaço urbano, de acordo com as diretrizes da Lei Orgânica do Município de Olinda, visando o desenvolvimento integrado entre a área urbana e rural do seu território. Desta forma, baseado no mesmo, foram feitos estudos legislativos sobre a localização escolhida, cujos serão apresentados a seguir:

A área se encontra na ZEPC (Zona Especial de Proteção ao Patrimônio).

Tais Zonas são classificadas nas seguintes categorias: I. SÍTIO HISTÓRICO (ZEPC 1); II. CONJUNTO OU MONUMENTO ISOLADO (ZEPC 2); III. RUÍNAS (ZEPC 3).

O Sítio Histórico (ZEPC 1) fica dividido em: I. CONJUNTO MONUMENTAL; II. ÁREA DE PROTEÇÃO DO CONJUNTO; III. EIXOS DE ATIVIDADES MÚLTIPLAS 3 (EAM 3).

I. O conjunto monumental é a área do Sítio Antigo formada pelos logradouros e edificações de interesse histórico, urbanístico, arquitetônico e paisagístico, cuja unidade e integração deverão ser preservadas.

65


II. A área de proteção do conjunto é a que envolve o Conjunto Monumental, cuja finalidade é de atenuar as diferenças entre este e as áreas circunvizinhas.

III. Consideram-se Eixos de Atividades Múltiplas 3 as áreas ao longo das principais vias de trafego que cortam a ZEPC 1. DAS OBRAS Nas ZEPC, poderão ser realizadas obras de: I. Conservação; II. Restauração: III. Reforma e novas edificações: IV. Demolição. Nas obras de reforma ou nova edificação deverão ser respeitadas as características da vizinhança, nos aspectos de volumetria, implantação, forma e densidade de ocupação do terreno, tipo e inclinação da coberta, materiais de revestimento externo e esquadrias. As demolições, referentes especificamente à eliminação de acréscimos desvinculados do contexto arquitetônico ambiental, ou à necessidade de substituir elementos que serão reconstruídos, só poderão ocorrer quando da liberação do licenciamento correspondente.

Da área de Proteção do Conjunto A área de proteção do conjunto, conforme a situação fundiária e urbanística, está dividida nos setores: 66


I. Setor Residencial (SR); II. Setor \especial de Interesse Social (SEIS). Considera-se SETOR RESIDENCIAL as áreas com uso predominantemente residencial, de ocupação posterior, contígua ao Conjunto Monumental. Considera-se SETOR ESPECIAL DE INTERESSE SOCIAL a área de ocupação espontânea, por população de baixa renda, que demanda regularização fundiária e urbanística, devendo submeter-se à legislação específica. Consideram-se ZONAS RESIDENCIAIS as áreas de uso predominantemente residencial, de média e baixa densidades, setorizadas em áreas planas e faixas de morros, das quais se preserve a visibilidade do Sítio Histórico e meio ambiente natural.

Desta forma, para a elaboração de um projeto na área, leva-se em consideração que o terreno escolhido assume uma grande importância visual para a cidade de Olinda pois se trata de uma área com uma importante vista para o centro histórico que deve ser mantida. Além disso, está cercado por edificações de limiar entre 1 e 2 pavimentos, assim, faz-se necessário manter este caráter do entorno para se ter uma edificação consonante com a preexistência.

67


7. CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA


7

CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA: O PARQUE MEMORIAL POR UM URBANISMO

SUSTENTÁVEL.

O urbanismo sustentável é aquele com um bom sistema de transporte público e com a possibilidade de deslocamento a pé integrado com edificações e infraestrutura de alto desempenho. Para se ter esse bairro sustentável, Farr (2013) aponta 5 atributos como pontos cruciais do urbanismo sustentável: definição, compacidade, totalidade, conexão e biofilia.

Definição: Farr (2013) Cita em seu livro a frase do ambientalista David Brower: "Pense globalmente, aja localmente". Desta forma, ele explica que é melhor trabalhar um perímetro limitado. O tamanho limitado de um bairro melhora a convivência e o valor das relações que acontecem dentro dele e dessa forma, estimula uma expansão para o entorno para uma mudança maior.

Compacidade: Diz respeito a densidade do local. Farr alega que o urbanismo sustentável é impossível em baixas densidades, inferiores a uma média de 17,5 ou 20 unidades habitacionais por hectare. O aumento da densidade reduz a distância caminhada e pode reduzir a compra e o uso de automóveis, favorecendo assim o deslocamento por modais não poluentes.

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Completude: Bairros existem para satisfazer tanto as necessidades diárias quanto as que surgem ao longo da vida. Para satisfazer a essas necessidades de curto prazo e para possibilitar opções de vida saudáveis, os bairros precisam incluir uma variedade de usos do solo, tipos de edificações e tipos de moradia. (FARR, 2013, P.32).

Toda essa diversidade faz com que as pessoas dependam menos dos automóveis e gera uma certa independência para o bairro. Além disso, por exemplo, quando se tem um parque, uma banca de revista, uma cafeteria, etc., existe um estimulo e uma razão para se caminhar. Essa completude de usos atrai os transeuntes, valorizam os imóveis e até mesmo atrai moradores, favorecendo no quesito de densidade, e como consequência acaba trazendo maior vitalidade e segurança para a área.

Conectividade: O urbanismo sustentável visa a promoção abundante de oportunidades para as pessoas caminharem, andarem de bicicleta e até utilizarem cadeiras de todas pelo bairro, assim como terem acesso a um bom serviço de transporte público para os bairros adjacentes e destinos regionais. Para que a conectividade interna seja possível, o bairro inteiro precisa de passeios nos dois lados das ruas, e a distância entre as intersecções precisa ser relativamente curta, de preferência não mais de 900-1200 metros. (FARR, 2013. P.33).

Ou seja, é preciso dar infraestrutura necessária para favorecer o caminhar. Calçadas inacessíveis, cheias de buracos, falta de iluminação noturna, falta de sombreamento, entre 70


outros fatores, agem como barreira para a utilização do espaço público que afastam as pessoas e tornam o lugar cada vez mais e mais hostil ao pedestre e favorável ao automóvel e criminalidade.

Biofilia: Biofilia é o nome dado ao amor dos homens pela natureza, com base na interdependência intrínseca entre os seres humanos e os outros sistemas vivos. “A vida humana não é viável e a saúde humana não é possível sem os inúmeros serviços gratuitos prestados pela terra.” (FARR, 2013. P.35).

Para o autor, esse contato com a natureza veio se perdendo a partir das décadas da industrialização, ao ponto que a maioria das pessoas vive sem contato diário com sistemas naturais. Ele enfatiza que cada vez mais se considera que essa falta de relações com a natureza é o que deixa a nossa sociedade cada vez mais doente, com problemas psicológicos e fisiológicos, como a obesidade, depressão e altos níveis de estresse.

Assim, a transformação do cemitério de Nossa Senhora da Conceição em um parque faz com que a área, hoje em estado de deterioração, passe a ser integrada à malha urbana existente, agindo assim como um elemento conector para aqueles que lá transitarem, contribuindo com a completude do lugar, na medida em que os habitantes poderão utilizála no seu dia-a-dia com atividades e lazer e culturais, além de contribuir com a biofilia e a sustentabilidade ambiental do território. 71


8. REFERÊNCIAS PROJETUAIS


8

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

8.1

PARQUE DA JUVENTUDE

Projeto: Rosa Kliass conjuntamente com Aflalo & Gasperini Local: São Paulo, SP Ano do projeto: 1999 Ano de construção: 2003-2007 Área: 240.000 m²

O Parque da Juventude (ver figuras 29,30,31 e 32), localizado na cidade de São Paulo, é o resultado de um longo processo que se iniciou em 2008 com um concurso para transformação do Complexo do Carandiru – o maior complexo penitenciário da América Latina, superlotado e palco de inúmeras tragédias – em um espaço público para a comunidade com a criação de um grande parque, com edifícios institucionais e equipamentos de lazer. A valorização do entorno urbano do parque é evidente, principalmente pela simples troca de uma condição de exclusão e sofrimento como o presídio, por um espaço de inclusão e integração como o parque. A comunidade circunvizinha é composta de zonas residenciais de diversos níveis sociais, além de corredores comerciais. Neste caso, o parque se apresenta como a principal e única opção de lazer num raio de alguns quilômetros. 73


Este é um referencial muito importante para o parque memorial, uma vez ambos compartilham a mesma essência de resgatar e reconectar uma área.

8.2

1 2

3

LEGENDA: 1- Parque Institucional 2- Parque central 3- parque esportivo

74 Figura 29: Parque da Juventude Fonte: Site Pura Arquitetura, 2010


Figura 30: Antigo complexo penitenciรกrio do Carandiru Fonte: Site BudMaps, 2016

Figura 31: Parque da Juvenude Fonte: Site Jovem Pan, 2014

Figura 32: Parque da Juventude Fonte: Site BudMaps, 2016

75


UM CAMINHO NO BOSQUE

Projeto: Transsoar & Tetsuo Kondo Local: Tallin, Estônia Ano do projeto: 2011 O projeto se trata da elaboração de um caminho que se esquiva das árvores com mais de 300 anos de idade do elegante bosque de Kadriorg, onde o visitante pode caminhar ao longo do percurso (ver figuras 33, 34, 35 e 36). Trata-se de uma peça de arquitetura que existe para o bosque como existe o bosque para a arquitetura. Desta maneira, este projeto foi fundamental para a inspiração do passeio entre as copas do Parque Memorial, de maneira que as pessoas possam estar convivendo sempre de forma direta com as árvores do lugar e caminhando entre suas copas.

76


Figura 33

Figura 34

Figura 35

Figura 36

77 Figura 33,34,35 e 36: Um caminho no bosque Fonte: Site Archdaily, 2014


8.3

SEDE EDP

Projeto de: Aires Mateus Local: Lisboa, Portugal. Ano do projeto: 2015 Área: 36.222 m²

Este edifício, sede da companhia energética de Portugal, desenha-se a partir de elementos verticais; modulação, estrutura, infraestrutura, proteção solar, resolve todo o edifício. Perfis variáveis modelam-se subtilmente num desenho de um relevo suave e continuo, onde planos se insinuam de forma delicada (ver figuras 37, 38 e 39). Desta maneira, o projeto do edifício do crematório do Parque Memorial, teve grande influência deste partido estrutural adotado pelos arquitetos Manuel e Francisco Aires Mateus, de modo que é possível observar na resolução arquitetônica uma grande similaridade entre ambos; uma estrutura metálica externa que formam brises verticais.

78


Figura 37

Figura 38

Figura 39

79 Figura 37,38 e 39: Sede da EDP, Portugal. Fonte: RODRIGUEZ, Juan, 02/2017


8.4 CREMATÓRIO DE HOFHEIDE

Projeto de: Coussée & Goris architecten RCR Arquitectes Local: Holsbeek, Bélgica Ano do projeto: 2006 Ano de construção: 2007- 2013 Área: 3.859 m² O projeto ganhou o primeiro lugar da competição para um crematório em Holsbeek, na Bélgica em 2006 e assim foi construído. A planície onde o projeto está situado contém uma paisagem vasta que dá forma a uma bacia hidrográfica (ver figuras 42, 43 e 44). Nesta, o crematório Hofheide encontra seu cenário e é possível passear pelo mesmo, caminhar em compahia, se reunir para consolar-se pois seu entorno é um parque que se espalha por todo o recinto, e toda essa conexão com a natureza, reforça a sensação de que fazemos parte dela. O crematório é um lugar de despedida e não está vinculado a qualquer crença pré-estabelecida ou Cultural. É apenas um espaço que oferece abrigo para sofrimento, música, abraço e palavras. Os aspectos mais funcionais são colocados em um nível diferente de pavilhão (ver figura 40 e 41). Este estudo de caso foi fundamental para a constituição do programa do crematório do Parque Memorial. Assim, espaços como: sala do forno crematório, salão de despedida, salas de velório, áreas adiministrativa e áreas de serviços, foram devidamente dimensionados ou mesmo serviram de base para o dimensionamento gerado na proposta final. 80


81 Figura 40: Implantação do crematório de Hofheide, Bélgica Fonte: Site Arqa Arquitetura


Primeiro pavimento

Segundo pavimento 0

Crematório 772m²

Cerimonias 1207m²

15m

Administração 656m²

Serviços 460m²

82 Figura 41,: Plantas com zoneamento do crematório de Hofheide, Fonte: Site Arqa Arquitetura


Figura 42

Figura 44

Figura 43

Figura 45

83 Figura 42,43,44 e 45,: Crematório de Hofheide, Bélgica Fonte:Figura Site Coussee e Goris architecten, 48: Crematório Hofheide 2013 Fonte: Coussée e Goris arquitetos


9. DIRETRIZES


9

DIRETRIZES

Garantir conectividade e completude reconectando e preservando o lugar

Figura 46: Croqui diretrizes Fonte: Elaboração da autora, junho 2017

É preciso remover barreiras físicas e visuais para que as pessoas possam enxergar e desta forma terem como vigiar o local. Também se faz necessário manter características importantes, as quais as pessoas estão acostumadas, como o eixo principal, a marcação da entrada principal e as edificações onde hoje funcionam a capela e a administração, para desta forma se manter aspectos da identidade do local e se manter a aceitação por parte da população do entorno. 85


Assegurar a biofilia

Figura 47: Croqui diretrizes Fonte: Elaboração da autora, junho 2017

É extremamente necessário o melhoramento da infraestrutura com a construção de espaços adequados para o bom funcionamento de um parque, cemitério e crematório. Além disso, segundo Speck (2016) um item essencial para garantir a qualidade do espaço urbano é o plantio de árvores, pois elas dão sombras, reduzem a temperatura ambiente, absorvem emissões dos escapamentos de veículos e água de chuva. Além disso oferecem proteção UV e servem como barreiras para o vento forte. Acima de tudo, as árvores são insuperáveis em absorver CO², principalmente as árvores urbanas localizadas próximas às ruas, estas são dez vezes mais eficazes, pois absorvem os gases dos escapamentos antes que atinjam a atmosfera. 86


10. A PROPOSTA


10.1

ESTUDOS PRELIMINARES

Para a elaboração do anteprojeto do crematório parque, foi necessária uma sucessão de estudos em relação ao entorno para que a implantação do edifício e o parque pudessem atender de forma ideal ao entorno. (ver figura 45). 3 2 an

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1

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Figura 45: Diagrama de estudos preliminares Fonte: Elaboração da autora

Situação atual:

Principais fluxos:

Conexões:

Implantação:

Plantio de árvores:

Falta de infraestrutura para atender aos usuários do cemitério;

Em verde destaca-se o principal fluxos de pessoas do entorno do cemitério, é para onde a entrada do cemitério está voltada. Já em vermelho, destaca-se o eixo principal de dentro do cemitério.

Estes são os Principais fluxos potenciais, ou seja, os percursos que possuem maior poder para reconectar essas áreas atualmente sem comunicações entre si, usando a abertura física do cemitério.

Para implantação do volume do crematório foram levadas em consideração as linhas de força do eixo principal (1) e a do limite do terreno (3), que está em paralelo. A fim de reconectar as edificações do entorno, surge a linha de força reconectora (2), e, adjacentemente a ela, a segunda parte do volume é implantada. Também foi pensada na questões da insolação, o melhor posicionamento da edificação e dos brises para garantir um melhor conforto térmico.

O projeto todo consiste em um renascer. tanto um renascer de uma área urbana degradada, como também das pessoas. Desta forma, transformando-se em árvore após a morte, a pessoa estará contribuindo para a melhoria da vida dos que permanecem aqui, é uma linda forma de se manter vivo, de se tornar um bem precioso para a humanidade, ser natureza. É renascer para dar sombras, para ser flor, é renascer para o bem.

Covas desorganizadas e falta de espaço para novos sepultamentos; Insegurança devido à falta de permeabilidade ao cemitério, tanto visual quanto física.

As edificações em vermelho, são edifícios que possuem um valor atrativo de pessoas como escola, hospital, igreja e comércio.

87


10.2

O PARTIDO

A proposta para o parque memorial é tratar a morte não como o final, mas como parte da vida. O cemitério não precisa ser apenas um lugar de tristeza e morte, ele pode se tornar um local para homenagear os que deixaram suas lembranças aqui e faze-los renascerem. Desta forma, a vida se tornou o partido do projeto. O que é a vida? Cientificamente falado, a vida é uma troca de energia constante com o meio. Energia proveniente do oxigênio inspirado e transportado por meio dos vasos sanguíneos para todo o corpo. Assim, o que nos mantém vivos, é a toda essa conectividade. Linhas paralelas e perpendiculares à edificação foram traçadas para formar uma malha de 3x3m sobre a qual foram desenhados os caminhos que conectam cada ponto do terreno ao entorno. O eixo mais largo e principal foi mantido, no projeto, faz o papel da artéria aorta, a mais importante do sistema circulatório do corpo humano. O vermelho traz a vida ao projeto, se destacando e contrastando com verde em que está submergido. O caminho entre as copas foi pensado para ressaltar essa relação de que a morte não é o fim e é possível estar sempre em contato com os que partiram e renasceram.

Eixo Aorta

Figura 46: O partido Fonte: Elaboração da autora 88


10.3

ZONEAMENTO E DIMENSIONAMENTO

A elaboração do programa e dimensionamento do crematório e parque memorial originouse a partir das pesquisas em referenciais projetuais e das visitações a crematório na Região Metropolitana do Recife.

Parque Área verde

4500 m²

Área de circulação

3104 m²

Edificação

1360m²

Fontes

87m²

Passeio entre as copas

380m

Edificações existentes preservadas

26m²

89 87 Figura 50: Planta de coberta e áreas Fonte: Elaboração da autora, novembro 2017


90 88 Figura 51: zoneamento Fonte: Elaboração da autora, novembro 2017


1º pavimento Acesso restrito para velórios.

Térreo Acesso principal Livre circulação do público em geral e visitação aos lóculos.

Subsolo Acesso de automóvel Capacidade: 28 vagas 91 89 Figura 51: Diagrama zoneamento Fonte: Elaboração da autora, novembro 2017


11. DESENHOS


91


92


93


94


LEGENDA

05- Sala de exumação e tanatopraxia 06- Expurgo 07- DML 08- Copa e refeitório 09- Administração 10- Garagem

01- Estar crematório 02- Salão ecumênico 03- Sala do forno crematório 04- Vestiário de funcionários

11- Subestação 12- Gerador 13- Recepção 14- Wc’s 15- Lóculos 16- Loja

17- Lanchonete 18- Praça de alimentação 19- Velório 20- Auditório 21- Varanda 22- Reservatório superior

23- Reservatório Inferior 24- Lixo 25- Gás 26- Administração parque 27- Depósito parque 28- Estar Slacklines

29- Fontes

Detalhe 01

.8 .15 .24 .6 3.54

.004

3.0

.24 12.35 Visor em vidro fumê temperado de 6mm com dobradiças em aço inox

11.0

19

21

4.0 3.0

Detalhe 01 25

0.0 -1.1

18

24 2

-4.0

07 6

4

4

8

10

Estrutura em placa de concreto

12 11

23

-6.0 Residência

E d i fi c a ç ã o existente a manter e ser usada como administração e depósito para o parque

Muro e portão existente

Iluminação zenital

2.5

15

16 3

.003 .5 .06

Reservatório inferior. Capacidade: 100.000 L

Corrimão de aço

Detalhe 02

Corte AA’ 01

5

.05 .05 .8 .05

Fechamento em pedra granito sintético

3.11 Manta asfáltica com espessura de 5mm


LEGENDA 01- Estar crematório 02- Salão ecumênico 03- Sala do forno crematório 04- Vestiário de funcionários

05- Sala de exumação e tanatopraxia 06- Expurgo 07- DML 08- Copa e refeitório 09- Administração 10- Garagem

11- Subestação 12- Gerador 13- Recepção 14- Wc’s 15- Lóculos 16- Loja

17- Lanchonete 18- Praça de alimentação 19- Velório 20- Auditório 21- Varanda 22- Reservatório superior

23- Reservatório Inferior 24- Lixo 25- Gás 26- Administração parque 27- Depósito parque 28- Estar Slacklines

29- Fontes

12.35 11.0 19

4.0

20

0.0 10

1

9

-4.0

2

Corte BB’ 01

5

Detalhe do terraço em 3D

11.0

19

Rua Aurora

4.0 0.3 0.0 -4.0 -4.2

14

Av. Saudade Calçada

Corrimão em aço

10

Calçada

Árvore existente

Passarela para passeio entre as copas

Detalhe 03

Jardim Terraço de inverno

Calçada

Corrimão em aço

Corte CC’ 01

5


LEGENDA 01- Estar crematório 02- Salão ecumênico 03- Sala do forno crematório 04- Vestiário de funcionários 05- Sala de exumação e tanatopraxia 06- Expurgo 07- DML 08- Copa e refeitório 09- Administração 10- Garagem

11- Subestação 12- Gerador 13- Recepção 14- Wc’s 15- Lóculos 16- Loja 17- Lanchonete 18- Praça de alimentação 19- Velório 20- Auditório

21- Varanda 22- Reservatório superior 23- Reservatório Inferior 24- Lixo 25- Gás 26- Administração parque 27- Depósito parque 28- Estar Slacklines 29- Fontes

12.35

5.1 4.0 0.5 -1.1 -2.1

13 2

Iluminação zenital com vidro temperado fumê de .006 cm

Corte DD’ 01

12.35 11.0

22 19

14

4.0 0.0 -0.3 -4.0 -4.2 -6.0

5

17

13

1

18

14

21 16

03 23

Reservatório superor. Capacidade: 50.000 L

Jardim de inverno

Corte EE’ 01

5


Fachada Leste

01

Fachada Sudoeste

01

5

5


95 Perspectiva externa


96 Perspectiva externa


97 Vista da Av. Saudade


98 Terraรงo


99 Terraรงo


100 Passeio entre as copas


101 Estar Slacklines


102 Estar Slacklines


103 Perspectiva externa


104 Fontes no chĂŁo


105 Lรณculos


106 Lรณculos


107 Lanchonete e praça de alimentação


108 Lanchonete e praça de alimentação


109 Velรณrio


110 Velรณrio


111 Velรณrio


112 Varanda


113 Estar crematรณrio


114 Salão ecumênico


115 Salão ecumênico


Voou do pรกssaro 116


LISTA DE ILUSTRAÇÕES/ TABELAS FIGURA

Figura 2: Cemitério da Penitência teve estátuas .................................................................12 Figura 2: Cemitério horizontal .............................................................................................13 Figura 3: Cemitério parque .................................................................................................13 Figura 4: Cemitério vertical..................................................................................................13 Figura 5: Cemitério público de Nossa Senhora da Conceição.............................................23 Figura 6: Cemitério público de Nossa Senhora da Conceição.............................................23 Figura 7: Cemitério público de Nossa Senhora da Conceição............................................23 Figura 8: Cemitério público de Nossa Senhora da Conceição............................................23 Figura 9: Cemitério público de Nossa Senhora da Conceição............................................23 Figura 10: Cemitério público de Nossa Senhora da Conceição..........................................23 Figura 11: Cemitério público de Nossa Senhora da Conceição...........................................23 Figura 12: Cemitério público de Nossa Senhora da Conceição..........................................23 Figura 13: Cemitério público de Nossa Senhora da Conceição..........................................23 Figura 13: Cemitério público de Nossa Senhora da Conceição...........................................23 Figura 14: Cresce a violência em Pernambuco...................................................................24 Figura 15: Cemitério público de Águas compridas..............................................................25 Figura 16: Cemitério público de Águas compridas..............................................................25 Figura 17: Cemitério e crematório jardim metropolitano......................................................27 Figura 18: Cemitério e crematório jardim metropolitano......................................................27 117


Figura 19: Cemitério e crematório morada da paz..............................................................29 Figura 20: Cova em cemitério e crematório morada da paz................................................29 Figura 21: Urna cinerária biodegradável..............................................................................29 Figura 22: Bosque árvore da vida........................................................................................29 Figura 23: Problemas do enterro tradicional........................................................................31 Figura 24: o processo de cremação crematório Jardim Metropolitano................................37 Figura 25: O enterro verde passo a passo...........................................................................40 Figura 26:Entrada do cemitério de Olinda...........................................................................47 Figura 27:Localização do terreno........................................................................................49 Figura 28: Mapas mentais...................................................................................................59 Figura 29: Parque da Juventude..........................................................................................74 Figura 30: Antigo complexo penitenciário do Carandiru......................................................75 Figura 31: Parque da Juventude..........................................................................................75 Figura 32: Parque da Juventude..........................................................................................75 Figura 33: Um caminho Bosque..........................................................................................77 Figura 34: Um caminho Bosque.........................................................................................77 Figura 35: Um caminho Bosque..........................................................................................77 Figura 36: Um passeio no Bosque......................................................................................77 Figura 37: Sede da EDP, Portugal.......................................................................................79 Figura 38: Sede da EDP, Portugal.......................................................................................79 Figura 39: Sede da EDP, Portugal.......................................................................................79 Figura 40: Implantação do crematório de Hofheide, Bélgica...............................................81 118


Figura 41: Plantas com zoneamento do crematório de Hofheide.........................................82 Figura 42: Crematório de Hofheide, Bélgica........................................................................83 Figura 43: Crematório de Hofheide, Bélgica........................................................................83 Figura 44: Crematório de Hofheide, Bélgica........................................................................83 Figura 45: Crematório de Hofheide, Bélgica........................................................................83 Figura 46: Croqui diretrizes.................................................................................................85 Figura 47: Croqui diretrizes.................................................................................................86 Figura 48: Diagrama de estudos preliminares.....................................................................87 Figura 49: O partido.............................................................................................................88 Figura 50: Planta de coberta e áreas...................................................................................89 Figura 51: zoneamento........................................................................................................90 Figura 51: Diagrama zoneamento.......................................................................................91

TABELA Tabela 1: Dos cemitérios públicos de Olinda..................................................................... 19 Tabela 2: Do cemitério privado de Olinda........................................................................... 19 Tabela 3: Do cemitérios Morada da paz.... ........................................................................ 20

119


GRÁFICO Gráfico 1: Mortalidade e natalidade.....................................................................................21 Gráfico 2: Usos................................................................................................................... 52 Gráfico 3: Gabarito............................................................................................................. 54 Gráfico 4: Cheios e vazios.................................................................................................. 60

MAPA Mapa 1: Os cemitérios de Olinda........................................................................................ 17 Mapa 2: Recorte da área ................................................................................................... 45 Mapa 3: Mapa de equipamentos e fluxos ........................................................................... 51 Mapa 5: Mapa de usos........................................................................................................ 53 Mapa 6: Mapa de gabarito.................................................................................................. 95 Mapa 7: Mapa de topografia................................................................................................57 Mapa 7: Mapa de Cheios e vazios...................................................................................... 61

120


REFERÊNCIAS


REFERÊNCIAS

Bibliográficas

PERISSÉ, Gabriel. Palavras e origens. 2. Ed. São Paulo. 2010

NOVA ENCICLOPÉDIA BARSA, Vol. 4. Companhia Melhoramentos. São Paulo, 1996

NEUFERT, Ernst. Arte de projetar em arquitetura: Princípios, normas e prescrições sobre construção, instalações, distribuição e programa de necessidades, dimensões de edifícios, locais e utensílios. 1 ed. São Paulo. G. Gili, 1976. V.: II.

SPECK, Jeff. Cidade caminhável. 1. Ed. São Paulo. 2016

LORENZI, Harri. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo. 2 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

FARR, Douglas. Urbanismo sustentável: Desenho urbano com a natureza/ Douglas Farr; tradução: alexandre Salvaterra. Porto Aleg. Bookman, 2013.

OLINDA. LEI COMPLEMENTAR Nº 026/2004. Plano diretor do município de Olinda. Olinda, 2004

121


OLINDA. Relatório final e planejamento estratégico das necrópoles. Olinda, 2008.

Relatório Final e Planejamento Estratégico das Necrópoles. Departamento de Feiras e Mercados Públicos. Prefeitura Municipal de Olinda. 2008

Periódicos

ARQA: arquitetura e arte. Lisboa: Futurmagazine sociedade editora, lda. 2ª trimestre de 2017.

Endereços eletrônicos

Figura

1:

Cemitério

da

penitência.

Disponível

em:

http://odia.ig.com.br/rio-de-

janeiro/2016-10-30/novo-conceito-torna-tradicao-do-dia-de-finados-menos-dolorosa.html; Acesso em: 20 março 2017

Figura

4:

Cemitério

vertical

de

Santos.

Disponível

em:

http://www2.uol.com.br/sciam/artigos/cemiterios_como_fonte_de_contaminacao_ambienta l.html: Acesso em 20 de março 2017

L.

Formolo.

Sobre

a

cremação.

Disponível

em:

http://www.lformolo.com.br/cremacao_historia.php: acesso em: 20 março 2017 122


Figura

14:

Cresce

a

violência

em

Pernambuco.

Disponível

em:

http://blogs.diariodepernambuco.com.br/segurancapublica/; Acesso em 01 abril 2017

Gráfico 1. Óbitos e enterros em Olinda. baseado em informações de: Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sim/cnv/obt10PE.def; Acesso em 28 abril 2017

Figura

29:

Parque

da

Juventude.

Disponível

em:

https://arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/aflalo-amp-gasperini-arquitetos-parquesao-31-10-2008; Acesso em 28 de Maio 2017

Figura

30:

Antigo

complexo

do

carandiru.

Disponível

em:

https://arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/aflalo-amp-gasperini-arquitetos-parquesao-31-10-2008; Acesso em 28 de Maio 2017

Figura

31:

Parque

da

Juventude.

Disponível

em:

https://arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/aflalo-amp-gasperini-arquitetos-parquesao-31-10-2008; Acesso em 28 de Maio 2017 Figura

32:

Parque

da

Juventude.

Disponível

em:

https://arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/aflalo-amp-gasperini-arquitetos-parquesao-31-10-2008; Acesso em 28 de Maio 2017 123


Figura

33:

Um

caminho

no

bosque.

Disponível

em:

https://www.archdaily.com.br/br/758905/um-caminho-no-bosque-transsolar-and-tetsuokondo-architects; Acesso em 01 de Dezembro 2017

Figura

34:

Um

caminho

no

bosque.

Disponível

em:

https://www.archdaily.com.br/br/758905/um-caminho-no-bosque-transsolar-and-tetsuokondo-architects; Acesso em 01 de Dezembro 2017

Figura

35:

Um

caminho

no

bosque.

Disponível

em:

https://www.archdaily.com.br/br/758905/um-caminho-no-bosque-transsolar-and-tetsuokondo-architects; Acesso em 01 de Dezembro 2017

Figura

36:

Um

caminho

no

bosque.

Disponível

em:

https://www.archdaily.com.br/br/758905/um-caminho-no-bosque-transsolar-and-tetsuokondo-architects; Acesso em 01 de Dezembro 2017

Figura 37: Sede da EDP. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/785804/edpheadquarters-aires-mateus; Acesso em 01 de Dezembro 2017

Figura 38: Sede da EDP. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/785804/edpheadquarters-aires-mateus; Acesso em 01 de Dezembro 2017 124


Figura 39: Sede da EDP. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/785804/edpheadquarters-aires-mateus; Acesso em 01 de Dezembro 2017

Figura

40:

Implantação

do

crematório

de

Hofheide.

Disponível

em:

http://hicarquitectura.com/2014/10/rcr-crematorio-de-hofheide-belgica/; Acesso em: 07 maio 2017

Figura 41: Plantas com zoneamento do crematório de Hofheide. Disponível em: http://hicarquitectura.com/2014/10/rcr-crematorio-de-hofheide-belgica/; Acesso em: 07 maio 2017

Figura

42:

Crematório

de

Hofheide.

Disponível

em:

http://www.coussee-

goris.com/index.php/portfolio/crematorium/; Acesso em: 07 maio 2017

Figura

43:

Crematório

de

Hofheide.

Disponível

em:

http://www.coussee-

goris.com/index.php/portfolio/crematorium/; Acesso em: 07 maio 2017

Figura

44:

Crematório

de

Hofheide.

Disponível

em:

http://www.coussee-

goris.com/index.php/portfolio/crematorium/; Acesso em: 07 maio 2017

125


Figura

45:

Crematório

de

Hofheide.

Disponível

em:

http://www.coussee-

goris.com/index.php/portfolio/crematorium/; Acesso em: 07 maio 2017

126


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