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Editorial Esta 1ª edição traz um mix de matérias referentes ao Ver-o-Peso, que é conhecido por seu mercado de ferro. É lá que a cidade acorda há mais de três séculos, com a chegada dos barcos bem cedinho. A maior feira livre da América Latina. Nele está contido sua história, sua cultura e culinária, e em suas particularidades encontramos suas belezas naturais. Tudo que há, é único, e por isto tão conhecido. Encanta a todos com seus cheiros e sabores. Uma cidade cheia de encantos, acolhedora e única.

Maiara Drago

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Súmario

4 - Nosso Ver-o-Peso

5 - Belém, arte e cultura 6 - 7 Biodiversidade Paraense

8 - Feirantes do Ver-o-Peso 9 - Ver a rua de Belém 10 - Ver Belém pelo olhar de um turista

Coordenação Editorial Maiara Drago Araújo Supervisão Editorial Marília Gabriela Assunção dos Santos Thaynara Taylor Silva do Nascimento Conselho Editorial Maiara Drago Araújo Arte Maiara Drago Araújo Reportagem, Redação e Edição de Texto Erika Soares Mendes Evana do Socorro Rodrigues Jacquelene Uilene Maciel Costa Jessica Eduarda da Cunha Cruz Maiara Drago Araújo Marília Gabriela Assunção dos Santos Thaynara Taylor Silva do Nascimento Capa Maiara Drago Araújo Marília Gabriela Assunção dos Santos

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Nosso Ver-o-Peso

blog.brasilturista.com.br

Erika Soares Mendes

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lém de ser a maior feira a céu aberto da América Latina o Ver-o-Peso também é um dos mais visitados pontos turísticos de Belém. Isso se dá devido a sua história iniciada no período colonial onde os moradores de Belém dirigiam-se à área do igarapé do Piri e faziam lá aferição dos produtos que adquiriam. Iam Ver-o-Peso para saber se não estavam sendo enganados por alguns comerciantes. O ato de conferir o peso tornou-se mais substantivo do que objetivo da aferição quanto a língua popular batizou o lugar de “Ver-o-Peso”. O mais conhecido cartão postal de Belém, em torno da Doca e suas canoas, encanta e deslumbra todos os tipos de turistas que por ali passam, vindos de todas as partes do Brasil e do mundo. São centenas de barracas. Você vai encontrar todos os ingredientes necessários para preparar seu tacacá, açaí ou pato no tucupi. É comum dizer que no Ver-o-Peso, há remédios para todos os males e produtos para os mais variados gostos. Desde plantas medicinais mágicas, aos banhos de cheiros, as verduras, carne vermelha, peixes, frutas da terra e importadas, roupas, bebidas, ou comidas prontas.Quem visita a Feira pode encontram de tudo. O mercado Ver-o-Peso abastece a cidade e região. Além de frutas típicas, há uma infinidade de peixes amazônicos, temperos, ervas medicinais e as famosas garrafadas. Sabe aqueles vidrinhos com poções mágicas que prometem desde acabar com mau olhado, espinhela caída a até trazer o amado em três dias? Dá para encher a mala. É o tipo de lugar onde o detalhe converte o todo. Cada 4  Ver Belém

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barraca, um flash! O amarelo do tucupi. O rosadinho do camarão. O verde forte do jambu. O marrom rústico da castanha. O colorido das garrafinhas. A movimentação no mercado Ver-o-Peso começa na madrugada — especificamente às 3h30 — junto com a Feira do Açai, Com as toneladas da frutinha chegam os pescadores descarregando quilos e quilos de tucunaré, pirarucu, filhote, entre outros tipos de peixes. A construção do Ver-o-Peso que marca o imaginário do turista é o Mercado de Ferro. Com estrutura metálica e torres azuis, o prédio foi todo forjado em Londres e Nova York, depois transportado e montado no local. Século 19, Ciclo da Borracha. Explica? Aqueles delírios psico-espirituais dos tempos áureos do tem-dinheiro-sobrando-então-vamu-gastá! No interior são mais de 60 boxes que comercializam peixes, camarões e caranguejos. Juntamente com o Mercado do Ferro, outras construções históricas como o Mercado da Carne, a Praça do Relógio (ali pertinho) e a própria Feira do Açaí formam um conjunto de inestimável valor, tanto que toda a área foi tombada pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional) em 1997. Mas o Ver-o-Peso não é só pavê, não. É pacumê, também! Várias barracas oferecem açaí, peixinho frito na hora, tapioca, maniçoba e pratos à base de tucupi. É o passeio redondo: você desvenda uma cultura, prova o melhor da comida regional e ainda leva para casa a experiência pessoal que nenhum livro de história poderá contar.

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Belém, arte e cultura

©Jessica Cruz

Jessica E. da Cunha Cruz

orgulho ao vender o fruto do trabalho dos povos da Amazônia’. Ela também relata que ‘’ uma das melhores coisas é poder ter a oportunidade conhecer pessoas novas e aprender um pouco da cultura delas todos os dias, infelizmente o lado “sujo” de se trabalhar aqui é a falta de policiamento, isso deixa tanto eu quanto os meus clientes, a mercê da violência, fora o fedor de urina que me deixa constrangida diante da clientela’’ É também impossível ir no Ver-o-Peso e não visitar a barraca de plantas, tanto domésticas quanto medicinais, lá você encontra o Alex, que trabalha a 15 anos vendendo plantas domésticas e medicinais. Em relato, ele conta que com o que ganha dá para sobreviver, e que as pessoas ficam encantadas com a variedade de plantas que é encontrada por lá, seus clientes são em maior parte paraenses, mas não deixa de conhecer gente de outros estados e até países. Ele, assim como D.Cilene, se queixa da

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a maior feira livre da América Latina O Ver-oPeso, encontram-se diversas barraquinhas com vendas desde a pupunha e castanha do para à artesanatos de variadas origens, como o miriti e as cerâmicas marajoaras. As cerâmicas marajoaras são riquezas da região norte, elas são produzidas pelos moradores da ilha de Marajó-Para, A decoração e feita por traços harmoniosos e simétricos, com uma Beleza própria da região. D. Cilene é vendedora das cerâmicas marajoaras, a cerca de 30 anos na feira do Ver-o-Peso dona de uma barraquinha onde se tem a vista da Baía do Guajará, ela relata ‘vender as cerâmicas marajoaras e sentir

falta de segurança, pois o lugar possui muitos usuários de drogas e bandidos a espera de um único e pequeno descuido. Diante de relatos de feirantes, a policia relata que o policiamento no local é extensivo e que é feito a partir de escalas. Durante nossa passagem, foi possível encontrar apenas dois policiais em ronda, segundo o Cabo Vinício, geralmente quatro policiais fazem ronda, enquanto dois permanecem no Box contando de maneira geral um efetivo de seis policiais, mas que quando se tem eventos na cidade esse efetivo é reduzido prejudicando as pessoas que visitam e trabalham no mercado. O complexo do Ver-o-Peso, também abastece diversos tipos de ervas e gêneros alimentícios no interior da capital, funciona de domingo a domingo, vale muito a pena tirar um tempinho e ir visita-lo, fazer compras e tomar o famoso açaí com peixe frito. O complexo paisagístico conta com uma área de 35 mil m², com diversas construções históricas, dentre elas a Ladeira do Castelo e a Feira do Açaí que valem a pena conhecer.

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Biodiversidade Paraense

©Mai Drago

Maiara Drago Araújo

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©Mai Drago

ncravada em plena floresta amazônica, Belém desfruta de uma natureza riquíssima. O que possibilita a aplicação de milhares de substancias na perfumaria, cosmética e artesanato. São plantas, ervas,madeiras, raízes, sementes e frutas de onde podem ser retirados perfumes agradáveis, centenas de cremes para o corpo ou na fabricação de biojoias. Em função disso, algumas empresas se especializaram em manufaturar produtos da Amazônia.

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E para quem gosta de curtir a noite, Belém reserva boas opções. A Música paraense recepciona diversas influências através dos séculos. No século XX podese perceber um delineamento de suas características e de sua peculiaridade. É uma das mais ricas regiões do Brasil em termos de ritmos musicais: Brega, Tecno Brega, Boi-bumba, Carimbó, Cumbia, Guitarrada, Lundu, Marujada, Siriá, etc.

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Feirantes do Ver-o-Peso

©Everton de Jesus

Everton Valente de Jesus

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inte e quatro horas de movimento de uma vivacidade surpreendente, pessoas se movem no local. Na madrugada nem se fala, se movem clientes e vendedores de um intenso ir e vir, de uma multidão que chega às compras e é belo ver o amanhecer no Complexo do Ver-o-Peso, tudo isso misturado com as nossas riquezas de produtos alimentícios regionais. Peixes, frutas, farinhas, mandiocas chegam a toda hora nas embarcações que aportam no local, misturados com caminhões frigoríficos com peixes da região do salgado. Toda riqueza da nossa fauna e flora se expressa na feira a céu aberto; as muitas cores e cheiros se misturam com pessoas alegres que compram e vendem no local. O Complexo do Ver-oPeso é um importante centro econômico para muitas famílias que dependem do local para levarem sua sobrevivência para casa. Segundo um dos entrevistados Valdomiro Baía Cordeiro, 45 anos, vendedor no local, desde os dez anos de idade, afirma que “tudo o que se coloca vende”, fazendo referência das variedades a ser comercializadas no local. Outro entrevistado, Antônio Carlos Pereira, 39 anos, que já esta no Ver-o-Peso a 19 anos trabalhando, vendedor de tucupi e pimenta de cheiro, diz: “já teve tempos bons, hoje já não é assim”, perguntado sobre a sua renda econômica no 8  Ver Belém

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local. No que diz respeito à preferência, ainda hoje as donas de casa preferem o Ver-o-Peso para as compras, sabendo nós que temos boas redes de supermercados, Valdomiro Baía diz: “por chegar nos barcos, os preços ficam em conta e a qualidade é sempre melhor, peixes e frutas e acrescenta “os clientes sempre vão preferir o Ver-o-Peso para as compras, os turistas sempre vão preferir o Ver-o-Peso”. O Sr. Raimundo Ramalho Pinto Presidente do SINDIPESPA, (Sindicato dos Pequenos Empreendedores do Estado do Pará e Amapá), foi questionado sobre o que se espera da Prefeitura Municipal para melhoria dos feirantes e trabalhadores “deviam investir em cursos de línguas estrangeiras para capacitação dos feirantes, como: Inglês e espanhol, para atender os gringos” e faz referencia a uma Feirante: “A Dona Coló tem clientes até do estrangeiro e são clientes fiéis”. Perguntado se há alguma política de valorização dos feirantes ele afirma “se existe eu não conheço, fazem trabalho meia-sola; no governo do Edmilson Rodrigues ainda fizeram alguma coisa”. É importante sabermos que existe uma parcela de pessoas que dependem do Complexo do Ver-o-Peso, trabalhando e contribuindo com nossa cultura e precisam ser vistos por todos, com carinho e respeito.

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Ver a rua de Belém

Foto: Autor Desconhecido

Thaynara do Nascimento e Jacquelene Costa

©Thaynara do Nascimento

Belém do para é uma cidade encantadora que encanta até os mais viajados. Muitas de suas ruas centrais são ladeadas por frondosas e centenárias mangueiras e conhecida como ‘’cidade das mangueiras’’. Parte da cidade foi projetada pelo Intendente Antônio Lemos no início do século XX e guarda muitas preciosidades dos tempos áureos da borracha foi lemos que começou a pôr em pratica

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o projeto de uma Belém com tons e ares europeus, entre os projetos, a abertura de avenidas, praças e arborização pela cidade. Lemos sonhou e conseguiu colocar em pratica uma cidade civilizada, que foi esquecida com o passar dos anos pelos governantes da cidade, e que hoje tem sérios problemas como as fiações elétricas expostas, Ambulantes que enfeiam e sujam a cidade e atrapalham o transito de pedestres, pichações e o descuido dos empresários com os belos prédios. Não e novidade ao dizer que ir a João Alfredo no passado não significa somente ir às compras, e sim ir a uma área aonde circulava a elite da cidade. Assim como a João Alfredo, varias ruas do comercio de Belém abrigam inúmeras lojas de diversos departamentos. As ruas do comercio sofreram reformas ultimamente. Porém nada que valorize as historia dos lugares. A rua do centro de Belém possui inúmeros prédios coloniais históricos, com azulejos portugueses. O luxo europeu presente até hoje nas fachadas e estruturas do prédio de Belém, são um elo entre a origem da população de Belém e os dias de hoje.

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Ver Belém pelo olhar de um turista ©Marília dos Santos

Marília dos Santos e Evana Teran

Em 2014 o número de turistas que passaram pela cidade de Belém teve um aumento de 6% comparado ao ano anterior, segundo o Dieese-Pa (Departamento Internacional de Estatísticas e Estudos Econômicos do Para). Aproximadamente 21.000 turistas a mais, atraídos pelos encantos e peculiaridades da capital paraense. Com grande destaque entre os pontos turísticos por sua exuberância e exoticidade, o Ver-o-Peso é rota ©Mai Drago

garantida entre os viajantes. Com uma diversidade de sabores e cheiros tipicamente paraenses, o popularmente chamado, ’Veropa’ aquece a economia da cidade. O entrevistado húngaro, Béla soltész, relatou seu encanto por Belém: “Nunca na minha vida vi algo tão exótico como a feira do Ver-o-Peso, ainda não fui a China e a Tailândia, mas ali deve ter algo tão interessante e com tanta coisa que eu ainda não conhecia” disse com dificuldades de

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pronunciar algumas palavras em português, elogiou a revitalização da Estação das Docas, mas sentiu falta de um olhar turístico dos governantes para com eles, ’ Uma boa ideia seria um posto com ‘trocinhos’ para provarmos as frutas exóticas da cidade, porque não compraria um cupuaçu inteiro. ’ Apesar da beleza e de toda sua riqueza Belém ainda é uma capital perigosa. Ocupando o 10ª lugar no ranking sobre as 10 cidades mais perigosas do mundo, segundo a ONG mexicana Conselho Cidadão Para a segurança. Moradores e turistas sentemse inseguros ao andar pela cidade, os gaúchos Everaldo e Cláudia Rocha, que estavam a visitando a cidade, nos relataram a sensação de medo e ficaram impressionados com a quantidade de alertas recebidos pela população “Se tu saca o celular na rua para tirar uma foto, vem uma pessoa e diz: Olha guarda o celular é arriscado, abre o olho. Todas as pessoas desde o hotel, taxistas, moradores e eu nunca me senti assim, viajo bastante, mas é a primeira vez que eu tenho esse tipo de abordagem pelas pessoas do lugar” acrescentou também que estão evitando passar por ruas turísticas e a sensação de insegurança é constante. 10  Ver Belém

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