Reabilitação da Rua José Bonifácio, Ribeirão Preto

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REABILITAÇÃO

DA RUA JOSÉ BONIFÁCIO RIBEIRÃO PRETO 2016

MARILIA SQUARISI GUERRERO MERINO




MARILIA SQUARISI GUERRERO MERINO

REABILITAÇÃO DA RUA JOSÉ BONIFÁCIO RIBEIRÃO PRETO

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO APRESENTADO A FACULDADE ESTÁCIO UNISEB, PARA CUMPRIMENTO DAS EXIGÊNCIAS PARA OBTENÇÃO DO GRAU BACHAREL EM ARQUITETURA E URBANISMO SOB A ORIENTAÇÃO DA PROFESSORA DRA VERA LÚCIA BLAT MIGLIORINI

RIBEIRÃO PRETO 2016


DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a minha mãe Cássia Regina Zanetti Squarisi Merino pelo apoio, incentivo e por não ter medido esforços para que eu pudesse chegar ate aqui, e ao meu pai Francisco de Assis Guerrero Merino(in memoriam) que infelizmente não teve tempo de me ver formar, o que era seu sonho.


AGRADECIMENTO Agradeço a todos os professores pelo conhecimento e carinho passados durante esses cinco anos e principalmente a minha orientadora Vera Lúcia Blat Migliorini pelos ensinamentos, incentivos, carinho e muita paciência nas orientações que tornaram possível a conclusão deste trabalho. Agradeço também a professora Patrícia Ruivo pelas dicas e observações feitas que ajudaram de forma muito significativa no desenvolvimento do mesmo.


SUMÁRIO APRESENTAÇÃO

A ESCOLHA DA ÁREA LOCALIZAÇÃO CAPÍTULO 1 CONTEXTO HISTÓRICO ÁREAS CENTRAIS DEGRADADAS

CAÍTULO 2 A RUA JOSÉ BONIFÁCIO CAÍTULO 3 LEVANTAMENTOS DA ÁREA CAPÍTULO 4 LEITURAS PROJETUAIS CAPÍTULO 5 DIRETRIZES PROJETUAIS CAPÍTULO 6 O PROJETO BIBLIOGRAFIA

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APRESENTAÇÃO A proposta do trabalho consiste em fazer uma análise das construções da rua, de como ela foi inserida na cidade e suas transformações ao longo dos anos, e através dessa análise mostrar os seus problemas e potencialidades. A rua apresenta edificações com estilos diferentes (Art Deco, Eclético e Modernista), com uma relação direta com os períodos históricos que Ribeirão Preto passou. Apesar de ser um local que apresenta elementos negativos, como a prostituição, a marginalização, o tráfico de drogas, ele é a rua que conserva o maior conjunto arquitetônico histórico de Ribeirão Preto, por isso a escolha dessa rua. O trabalho vai buscar não somente a análise das construções, mas elaborar um plano de reabilitação e intervenção da mesma , pois há muito o que ser preservado e construído para que ela volte a ser considerada uma das ruas mais importantes da cidade, além de ser novamente inserida em Ribeirão, mas de uma forma diferente, onde ela funcione não só no horário comercial mas sim ao longo de todo o dia oferecendo ao público uma integração não somente com a rua mas também com os espaços vazios e miolos de quadra que serão transformados em pocket park, que se integram entre si. Apesar das construções em sua grande maioria estarem em péssimo estado de conservação, decorrentes da utilização e de reformas feitas sem estudo algum ao longo do tempo, a beleza dela ainda permanece. Além de conservar essas edificações, o objetivo é também a melhoria da acessibilidade, da paisagem urbana, trazendo a proposta de rua compartilhada.

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Imagem da Rua José Bonifácio 2016 Fonte: Acervo Pessoal

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A escolha da área A escolha da Rua José Bonifácio como tema do trabalho se deu por seu valor histórico. É impossível falar do valor histórico dessa rua sem falar de Ribeirão Preto e de como se deu sua formação na cidade. A rua José Bonifácio é uma das mais antigas da cidade de Ribeirão Preto. Suas origens remontam a uma vila situada perto do córrego do Retiro onde era praticado o comércio de bens de consumo, como vendas de bebidas, tecidos, armas, munições, confecção de roupas, produtos agrícolas, alimentos e ferragens. Além do comércio, acredita-se na influência da retificação do Córrego Ribeirão Preto para implantação da estação ferroviária Mogiana como determinante para seu desenho atual. . Pela proximidade que a rua tinha com a estação ferroviária, a José Bonifácio se tornou „‟ quase uma extensão da estrada de ferro‟‟, como diz Eder Donizeti da Silva , no livro „‟A História Contada Através da Arquitetura De Uma Rua‟‟. Desta maneira, o objetivo do trabalho é fazer com que a Rua José Bonifácio volte a ser uma rua de referência e de prestígio em Ribeirão Preto, assim como era na época de sua formação.

Para isso acontecer é preciso uma reabilitação e requalificação da área, fazendo com que a população volte a ter interesse em frequentar essa rua. A proposta de RUA COMPARTILHADA tem como objetivo inserir as pessoas na rua para que haja uma interação delas com o ambiente novo proposto, um lugar não só de passagem mas também de parada, onde as pessoas se sintam bem, com um clima e ambiente agradável o que hoje não acontece. A reabilitação, ou seja, a melhora da pavimentação, a inserção de áreas arborizadas, espaços de convívios , locais para entretenimento fora do horário comercial, farão com que a Rua José Bonifácio volte a ocupar seu papel de prestígio e referência .

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LOCALIZAÇÃO

Rua José Bonifácio

LOCALIZA ÇÃO

A rua José Bonifácio localiza-se no Município de Ribeirão Preto, SP, no chamado QUADRILATERO CENTRAL.

4 Fonte: Google Earth


CAPÍTULO 1 CONTEXTO HISTÓRICO

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CONTEXTO HISTÓRICO A FORMAÇÃO DE RIBEIRÃO PRETO

Planta da Cidade de Ribeirão Preto, em1925 Fonte: Arquivo Histórico Municipal de Ribeirão Preto

Rua Bernardino de Campos com Álvares Cabral, em 1951 (In Cagno, 1985: 107)

Fundação oficial Em 1856 foi feita a legalização da doação à Igreja e 19 de junho desse mesmo ano é considerado o dia da fundação de Ribeirão Preto. Os índios Caiapós foram os primeiros habitantes do atual município de Ribeirão Preto, localizado nas bacias dos córregos das Palmeiras, do Tanquinho, do Retiro Saudoso e do Ribeirão Preto. Durante o século XVIII a descoberta do ouro em Goiás intensificou o fluxo pela Estrada do Anhanguera, que saia de São Paulo e passava próximo à atual cidade de Ribeirão Preto. Na segunda metade do século XVIII , com o esgotamento das minas, migrantes instalaram-se na região motivados pela disponibilidade de terras ali encontrada e pela possibilidade de desenvolvimento da atividade agropecuária na região pois suas terras já haviam esgotados os recursos. Porém, foram os bandeirantes que adentraram realmente a região de Ribeirão Preto, e assim os posseiros foram permeando o “sertão desconhecido” na medida que iam esgotando os nutrientes do solo onde viviam antes.

No início do século XIX, foi solicitada a construção de uma igreja no local. Segundo consta em registro, o primeiro dono e doador de terras foi José Mateus dos Reis, dono da maior parte da Fazenda das Palmeiras. Após doação de terras das fazendas do Retiro e da Barra do Retiro à Igreja, foi autorizada a constituição do patrimônio de São Sebastião do Ribeirão Preto e, com isso, uma cidade passou a ser oficialmente configurada. Em 1863 a cidade se desenvolveu: a região entre os Córregos do Retiro Saudoso e o Ribeirão Preto, entre as ruas Tibiriçá, General Osório, Cerqueira César e Duque de Caxias, onde hoje localiza-se a Praça XV de Novembro. O traçado ortogonal e rígido ainda pode ser observado na região, conhecida nos dias de hoje como Quadrilátero central de Ribeirão Preto (o qual a rua José Bonifácio é inserida). A cafeicultura na região foi fundamental para a criação e expansão da cidade, que se desenvolveu graças ao capital agrícola.

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CONTEXTO HISTÓRICO A FORMAÇÃO DE RIBEIRÃO PRETO

Avenida Jerônimo Gon- çalves, antes (1925) e depois (1927) do plantio de suas palmeiras imperais (In Cagno, 1985: 52-53) Fonte: Tese de Doutorado – Vera Lúcia Blat Migliorini

A expansão do café estimulou também investimentos no setor industrial e na urbanização. Um importante fator que contribuiu para o desenvolvimento do município foi a chegada da linha férrea da Mogiana em 1883, que possibilitou a expansão da cultura cafeeira que existia desde a década de 1870. As companhias de estradas de ferro Mogiana e Paulista foram responsáveis pela criação das estradas de ferro que garantiam maior eficiência no transporte do café. As estradas atraíram muitos trabalhadores para as terras prosperas de Ribeirão Preto. O café impulsionou o progresso econômico da cidade que viveu anos de glória. Mas a crise econômica mundial de 1929 encerrou a fase próspera do café na região. Outro ciclo econômico surgiu. As terras foram ocupadas com culturas, como o algodão e frutas. E, aos poucos, a cana-de-açúcar foi reintroduzida.

.Nos anos 20 houve a canalização e retificação dos córregos Ribeirão Preto e Retiro Saudoso e das avenidas que os margeavam, limitando a malha urbana central e criando acesso entre esta área e os bairros mais distantes que surgiam.

Durante as primeiras décadas de XX as redes de serviços e infraestrutura urbana começaram a ser implantadas efetivamente: expansão da malha viária, construção de redes de abastecimento de água, drenagem de águas pluviais e de escoamento de esgoto, serviços públicos de coleta de lixo, limpeza e iluminação.

Aspecto da Avenida Francisco Junqueira em 1956 (In Costa, 1956) Fonte: Tese de Doutorado – Vera Lúcia Blat Migliorini

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CONTEXTO HISTÓRICO O QUADRILÁTERO CENTRAL

Localização do Quadrilátero Central, na cidade de Ribeirão Preto. Fonte: Tese de Doutorado – Vera Lúcia Blat Migliorini

O Quadrilátero Central corresponde, como o nome já diz a área central de Ribeirão Preto, delimitada pelas avenidas Francisco Junqueira, Independência, Nove de Julho e Jerônimo Gonçalves, a partir de onde o tecido urbano da cidade começou a se desenvolver. Como a maioria das áreas centrais das cidades brasileiras, é uma região que concentra edifícios públicos, monumentos, marcos físicos e culturais, além de infraestrutura, equipamentos, atividades comerciais e de serviços (apesar da tendência de descentralização destas atividades). Toda a área do Quadrilátero Central pertence, ainda hoje, à Igreja; e por meio da enfiteuse, qualquer transação comercial que envolva imóveis ali localizados deve ser recolhido o laudêmio.

A rua José Bonifácio, assim como suas transversais, compõem a "Baixada", área onde os prédios históricos encontram-se abandonados, em precário estado de conservação. Eles dão espaço para cortiços e hotéis de curta permanência. Mas em compensação dão lugar também a jovens que vem fazendo diversos eventos culturais no Memorial da Classe Operária e no Estúdio Kaiser, por exemplo. Essas atividades buscam promover eventos parar chamar a população para o local, buscando recuperar sua cultura. Esses eventos e projetos sociais dão ainda mais força para o projeto de REABILITAÇÃO da área, pois mostra que os jovens estão engajados e tentam mudar a realidade dessa rua.

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ÁREAS CENTRAIS DEGRADADAS

reabilitação

degradação

recuperação

adaptação

As cidades estão sempre em constantes mudanças, devido a fatores sociais e econômicos. Essas mudanças fazem com que sempre haja um crescimento e um adensamento, intensificando o uso de algumas áreas da cidade. O surgimento de novas economias e novas possibilidades faz com quem a cidade comece a abranger novos locais, isso acaba interferindo na dinâmica dos antigos centros das cidades, fazendo com que as pessoas busquem novas oportunidades nesses novos lugares e abandonem o centro. O centro acaba sofrendo um esvaziamento demográfico, consequentemente isso interfere não somente na sua economia mas também na sua paisagem que fica comprometida afinal não há mais investimentos nessas áreas devido a novas centralidades, o que é o caso da Rua José Bonifácio, que acabou sendo ‟abandonada‟‟ não somente referente a circulação de pessoas mas também quanto a investimentos em sua economia.

periferização

habitação

urbanização

ampliação 9


SEGUNDO RAQUEL ROLNIK Edifícios antigos – alguns testemunhos do esplendor de outros tempos – em ruínas; armazéns, lojas, prédios de escritórios ou de apartamentos vazios ou semi-habitados; praças e calçadas maltratadas: esta paisagem se repete em quase todas as grandes cidades brasileiras. Desvalorizados pela lógica do mercado e imaginário de nossa cultura urbana estruturados em torno da identificação da noção de desenvolvimento com a abertura e expansão de fronteiras, estes espaços semi abandonados abrigam hoje o que “sobrou” de sua centralidade anterior – quem não teve renda para acompanhar os novos lugares „em voga”, quem sobrevive da própria condição de abandono. Desta forma, antigos centros das classes abastadas, que em algum momento já foram “o” centro da cidade , são hoje territórios populares numa condição física precária, tanto dos imóveis privados como dos espaços públicos. Excepcionalmente localizados em tecidos urbanos aonde a urbanidade é uma mercadoria de luxo, estes territórios ocupam em geral áreas dotadas de infra-estrutura básica (redes de água / esgoto / drenagem, sistema viário implantado com ruas, calçadas, bibliotecas públicas, praças e equipamentos como escolas, bibliotecas, etc) e, em geral, com ampla acessibilidade por transporte coletivo.

. Daí decorre um enorme paradoxo que marca nossas cidades – ao mesmo tempo em que temos uma vasta porção da cidade constituída por assentamentos precários que demandam urbanização e regularização e os números do déficit habitacional nos assombram (segundo os estudos da Fundação João Pinheiro a partir do censo IBGE são 15 milhões de domicílios a urbanizar e 7 milhões é o déficit de novas moradias), existem hoje quase 5 milhões de domicílios e apartamentos vagos. Em Recife e no Rio de Janeiro os imóveis vagos chegam a 18% do total de domicílios da área urbana. Só na cidade de São Paulo são 400 mil domicílios urbanos vagos, a maioria situada em áreas consolidadas e centrais. O déficit habitacional é formado principalmente por famílias de renda inferior a cinco salários mínimos. Ao promover a reforma de parte desses imóveis centrais destinando-os a esta demanda, a política pública cuida de incluir esta parcela da população na cidade formal, levando-a a habitar uma região consolidada provida de toda infra-estrutura e mais próxima de locais de trabalho. Além disto diminui a pressão pela expansão das fronteiras urbanas, a expansão da não–cidade.

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SEGUNDO RAQUEL ROLNIK Para as famílias que vão morar nessas áreas, essa mudança também é fundamental. Afinal, essas famílias economizarão recursos no transporte, terão maior acesso às oportunidades econômicas, culturais e de desenvolvimento econômico e humano que a cidade oferece. A reabilitação dos centros tem, portanto, um sentido para a política urbana no Brasil totalmente diferente do sentido e da agenda que os processos de revitalização de frentes portuárias e áreas centrais tiveram em cidades de países do norte, aonde uma grau básico de urbanidade já havia sido conquistado nas cidades. A reconquista destes centros para a ampliação de espaços públicos de qualidade; a implantação de projetos turísticos através do trinômio equipamentos culturais / entretenimento / gastronomia; a atração de escritórios inteligentes oferecendo mais uma localidade para a gestão de negócios globalizados – são programas que foram implementados em várias cidades do mundo, na tentativa destas de se reposicionar no ranking da competição global entre cidades, buscando um lugar na era pós industrial. Os atributos históricos de antigos centros foram assim mobilizados para construir uma nova imagem da cidade (no limite até em situações em que estes atributos foram literalmente inventados) capaz de alavancar uma estratégia de marketing para atrair investidores e, em grande parte dos casos, turistas.

O efeito imediato – enobrecimento destas áreas, superou através de processos de valorização imobiliária, os investimentos no mais das vezes públicos, que requalificaram estes antigos centros. Entretanto em nosso caso a agenda é bem mais complexa do que esta. Em primeiro lugar, se examinarmos o próprio movimento que esvaziou os centros da presença de classes mais abastadas, podemos perceber que o diminuto mercado de classe média em nosso país a cada vez que abre uma nova frente de expansão , esvazia a anterior. Isto significa que a produção de uma nova centralidade enobrecida será o decreto de morte de sua antecessora. Em segundo lugar, a expulsão das atividades e territórios populares que ocupam estes lugares – decorrência direta e imediata de seu enobrecimento – pressiona ainda mais a precarização da cidade. Cada porção do centro “enobrecida” é mais uma favela ou pedaço de periferia precária que se forma.

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ÁREAS CENTRAIS DEGRADADAS

PROGRAMA NACIONAL DE REABILITAÇÃO DE AREAS CENTRAIS O QUE É REABILITAÇÃO DE AREAS CENTRAIS? É o processo de recuperação e adaptação de áreas consolidadas, subutilizadas, degradadas ou em processo de degradação visando a contenção do processo de periferização e ampliação do acesso a habitação no mercado formal

Segundo o MINISTÉRIO DAS CIDADES porque é preciso promover habitação nos centros com permanência da população:    

Solução para o passivo histórico de habitação adequada e inclusiva para os pobres Garantia da diversidade de usos e rendas Antídoto para os efeitos da especialização excessiva Utilização do estoque imobiliário ocioso e subutilizado

Um dos pontos principais do projeto além da reabilitação da área é manter as habitações no centro através da habitação de interesse social. A reabilitação dessa área engloba um fator muito importa, o processo de gentrificação. Gentrificação se assemelha ao processo de reabilitação, pois a gentrificação corresponde ao processo de modificação do espaço urbano em que áreas periféricas são remodeladas e transformadas em espaços nobres ou comerciais. Porém, é muito importante que o fator social da gentrificação não ocorra, ppis com a valorização do local, o custo de vida aumenta, o preço dos produtos aumentam , isso faz muitas vezes que ocorra a gentrificação, ou seja, a população que ali residia, frequentada, acaba deixando aquela área , em busca de lugares mais baratos, que eles se sintam melhor inseridos. Assim, a proposta de utilizar os „‟hotéis de curta permanência „‟ como aluguel de interesse social faz com as pessoas de classe mais baixa possam pagar o aluguel com a prefeitura subsidiando uma parcela. Desta maneira ninguém fica no prejuízo, o dono do imóvel recebe seu aluguel, as pessoas que frequentavam esses hotéis de curta permanência irão para o projeto feito no antigo Hotel Brasil, uma casa justamente para a atividade da prostituição, que mesmo não muito bem quista ainda assim é uma profissão, e as pessoas de baixa renda terão uma casa para morar em uma área revitalizada conseguindo pagar seu aluguel e mantendo assim o fluxo de pessoas de todas as classes sociais na rua.

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Fonte: http://www.courb.org

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CAPÍTULO 2 A RUA JOSÉ BONIFÁCIO

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A RUA JOSÉ BONIFÁCIO A rua José Bonifácio é uma das mais antigas da cidade de Ribeirão Preto. Suas origens remontam a uma vila situada perto do córrego do Retiro onde era praticado o comércio de bens de consumo, como vendas de bebidas, tecidos, armas, munições, confecção de roupas, produtos agrícolas, alimentos e ferragens. Além do comércio, acredita-se na influência da retificação do Córrego Ribeirão Preto para implantação da estação ferroviária Mogiana como determinante para seu desenho atual. De qualquer forma sua origem se confunde com a criação da cidade. Suas edificações se dividem entre as mais primitivas de estilos marcadamente regionais (influência mineira e paulista) e outras com carga ornamental eclética mais acentuada. Nas construções de antes de 1883 as fachadas tinham grandes portas que eram destinadas ao comércio; no interior do edifício, salas de comércio na frente, quartos em área central, cozinha aos fundos e um corredor lateral que fazia a ligação da rua ao fundo da casa sem que fosse preciso entrar na loja; não aparecem banheiros na planta, ficavam distantes, nos quintais, grandes áreas livres, onde as crianças podiam brincar.

Nas residências após 1870, novas influencias começaram a compor a arquitetura da rua, com soluções higiênicas referentes a ventilação e iluminação, colocando janelas maiores em todos os cômodos. A inauguração da estação de trem Mogiana teve influência decisiva na arquitetura, sendo que sua estrutura comercial passou então a servir economicamente a estação. Seu comércio teve as vendas fortalecidas, pois o trem tornava mais Enchente na Rua José Bonifácio fácil, rápido e seguro o transporte de grandes cargas, fazendo as mercadorias Fonte: Tese de Doutorado – Vera Lúcia Blat Migliorini ficarem mais fáceis de serem conseguidas. Nesse contexto as edificações passam por reformas que tinham por objetivo ampliar as áreas úteis voltadas ao comércio e sofisticar esteticamente as fachadas. Construções que serviam como armazém e moradia começaram a ser compradas por comerciantes de maior poder aquisitivo e transformadas unicamente em comércio, pois a parte do prédio anteriormente destinada a família, não satisfazia à necessidade de espaço do novo dono. Rua José Bonifácio A história contada através da arquitetura de uma 14 rua, 2011


A história contada através da arquitetura de uma rua, 2011

Surgiram também novas construções exclusivamente residenciais, feitas pelos novos proprietários dos armazéns e empórios, ou pela Estação de Trens para abrigar seus funcionários mais graduados; com o crescimento da produção cafeeira, alguns armazéns foram transformados em depósitos exclusivos para a estocagem do café e produtos agrícolas. Nesse momento edificações voltadas a abrigar pensões, hospedarias e hotéis se tornaram necessárias para abrigar os viajantes e as pessoas que vinham para a vila tentar a sorte no novo “Eldorado”.

Em 5 de agosto de 2008 o CONPPAC (Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural do Município de Ribeirão Preto) aprova o tombamento provisório da rua José Bonifácio. Esse tombamento, deve recair somente sobre as fachadas de imóveis com verdadeiro valor histórico e cultural, com base em estudo técnico preliminar desenvolvido pelo Corpo Técnico de Apoio do referido órgão.

Com o deslocamento do foco de desenvolvimento urbano para a Praça XV de Novembro já no início do século XX e sua arquitetura de opulência e refinamento evidenciada pelos palacetes ecléticos, teatros e edifícios públicos, a rua José Bonifácio passa por uma processo de decadência que tem seu ápice na década de 1980, período em que a violência, a prostituição, o tráfico de drogas e o comércio ilegal marcaram a área com o depreciativo título de “baixada‟‟. A história contada através da arquitetura de uma rua, 2011

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Atualmente, a rua pode ser entendida pelas formas e relações contraditórias contidas no seu conteúdo. Ela se reestruturou e hoje é resultado da imposição da lógica do mercado que estrutura as cidades. Tendo em vista a localização, ela faz parte do corredor histórico e cultural da cidade. Foi e é uma das principais vias de acesso à área central. Tem grande valor cultural e histórico, agregado nas construções, nas pessoas mais idosas que trabalham no comércio local e nos produtos que ela oferece. Apesar de ser lugar onde se instalou o comércio de alguns produtos contrabandeados e plagiados das grandes empresas mundiais, é lugar de venda de produtos tradicionais que reforçam os hábitos regionais resistentes à cultura unificante e padronizada. A cidade, assim como a rua, são lugares das relações humanas. No ensino de Geografia, a leitura da paisagem tem como objetivo contribuir com a mudança de postura, realçar o olhar do cidadão para a cidade

Processo de Tombamento da rua José Bonifácio: Relatório de Tombamento e ser entregue dia 24/05/2011 Processo nº 02 2008 035020 4 lotado no Conpacc - Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural do Município de Ribeirão Preto. Relatores: Cláudia Morroni - CÂMARA MUNICIPAL Vanessa Pires Corrêa - ASSOCIAÇÃO PAU BRASIL Ruth Salles Machado - FUNDAÇÃO PEDRO II

Fonte: Acervo Pessoal

Fonte: Acervo Pessoal

Fonte: Acervo Pessoal

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O PROCESSO DE FORMAÇÃO DA RUA JOSÉ BONIFÁCIO

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A HISTÓRIA DA RUA JOSÉ BONIFÁCIO A rua no período da Vila de São Sebastião do Ribeirão Preto (1856-1889) O aparecimento de um local com pessoas aglomeradas que acabam formando cidades são definidos por inúmeros acontecimentos, porém a formação de Ribeirão Preto está ligada diretamente a migração e a cultura do café. “No final do século XIX, o comercio estava voltado para a venda de mantimentos aos colonos que se estabeleciam nas fazendas e, também, como entreposto de abastecimento para tropeiros que vinham da cidade de Santos e da capital paulista, em direção as Minas Gerais ou ao atual estado de Goiás.” (SILVA, 2011:12) A Vila era composta por algumas ruas e travessas, o traçado foi feito no formato de um tabuleiro de xadrez, ou seja impulsionando um conjunto urbano planejado. Esses traçados não seguiram um planejamento rígido, apenas o centro tinha um desenho padrão, retangular, e assim a medida que a Vila crescia esse traçado era formado de acordo com as necessidades e os limites das terras.

Como na Vila não havia meios de produzir muitos recursos necessários a sobrevivência da população, o comércio virou principal elemento para manter a Vila, afinal ela oferecia a população, que iria trocar mercadoria, e o comerciante oferecia o recurso que não estava ao alcance dessa população. Por muitos anos a principal atividade na Vila era o comércio, como a venda de tecidos, alimentos, ferramentas agrícolas. Esse tipo de comércio era conhecido como empório. A prestação de serviços também era bastante presente na Vila, como a profissão de sapateiro. No início ela teve influência dos costumes dos habitantes de Minas Gerais, o que refletiu na cozinha, na música, na dança e nos modos. Porém, com a expansão cafeeira esses costumes passaram a ficar mais diversificados devido a diversificação cultural que o café trouxe, trazendo pessoas de diversas regiões do Brasil e de outros países. Com a formação e o desenvolvimento da Vila, a Rua José Bonifácio foi edificada legalmente em 1883.

As construções anteriores a instalação da estrada de ferro não foram encontrados nenhuma documentação, pois além do progresso a estação de trem modificou a malha urbana da vila (vias, lotes e edificações), com sua chegada houve novas construções, dando início a muitas transformações.

A companhia Mogiana “O grande impulso para a prosperidade da Vila de São Sebastião do Ribeirão Preto ocorreu no momento em que se inaugurou a Estação de Trem. Este fato levou a transformação do espaço urbano e consequentemente a alteração no uso das construções. Novos tipos de prédios foram executados e os antigos remodelados. A partir de 1883 até a transformação da vila em cidade (1889), o espaço urbano passou por uma transformação muito rápida.” (SILVA, 2011:22)

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A HISTÓRIA DA RUA JOSÉ BONIFÁCIO A Estação Mogiana deu um grande impulso na economia da vila, ela serviu não somente para o transporte do café, mas também para o transporte de pessoas que estavam chegando de diversos lugares do Brasil. Os trens também abasteciam a vila com produtos para a população, como alimentos e tecidos. A chegada da estação fez com que a vila passasse a servi-la economicamente, toas as atividades voltaram-se para a estação. Os edifícios passaram a ter novas funções para atender as novas atividades. Serviam alguns como armazém das mercadorias trazidas pelos trens, moradias para os funcionários da estação com maior cargo, armazéns para estocagem do café e hospedarias e hotéis para atender os viajantes. A influência da estrada de ferro não foi vista somente na economia, ela interferiu de maneira expressiva na arquitetura da rua José Bonifácio, as fachadas passaram por modificações, elas aderiram um estilo eclético. Esse tipo de construção mostra a expansão social e cultural que a estrada de ferro trouxe.

Essa cultura mudou também os hábitos dos moradores, houve um maior cuidado com o conforto e a higiene nas residências, melhorou a ventilação, a iluminação, eles passaram a se preocupar com o conforto da família.

O auge Como visto no tópico anterior, o progresso econômico e as mudanças sociais tiveram um papel importante nas transformações do conjunto arquitetônico da rua.

Esse período foi o AUGE ( 1889 A 1929)da rua, não somente pela construção dos edifícios mais „‟ importantes‟‟, os quais se mantem até hoje, apesar das transformações sofridas com os anos, mas também pelo conjunto comercial que se formou na rua e o acúmulo de riqueza fruto das novas atividades. Tornando assim, o comércio a principal atividade e característica na rua. Essa época foi importante para a história da José Bonifácio, pois mesmo com as transformações econômicas e culturais a maioria das edificações se mantem até hoje, o que tornou um marco na história de Ribeirão Preto e tornou referência na cidade. O tão conhecido Mercadão foi essencial para a vida da Rua José Bonifácio. Ali se concentrava todos os moradores da cidade, cada um com um propósito. As donas de casa iam em busca dos alimentos, ele servia também para abastecer os hotéis e pensões, além de ser um ponto de „‟encontro‟‟ onde todas as fofocas eram contadas.

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A crise Ribeirão Preto vivia até então em função do café, com a crise que houve em todo o país houve um abalo na economia, porém com os recursos acumulados de outros segmentos da economia e também de alguns cafeicultores mais ricos que sobreviveram a crise passaram a investir em outros produtos como o algodão, o milho e também na pecuária, esses investimentos em outras atividades fizeram com que a cidade resistisse a crise. Na Rua José Bonifácio não foi diferente, como o comércio era a principal atividade da rua, as atividades ali exercidas tiveram que se adaptarem a nova economia. Muitos armazéns que dependiam só do café fecharam, outros mudaram e diversificaram os produtos. Os comerciantes tinham que sobreviver a crise e procuraram novos caminhos Os imigrantes tiveram papel fundamental nesse período de crise, pois trouxeram além de outros produtos, técnicas que eles aprenderam no seu país de origem. Com a crise o comércio desses imigrantes substituíram os antigos comércios que não deixaram de existir mas diminuíram significativamente.

Com essa nova faze na economia e com a dominação dos imigrantes, houve transformações no aspecto urbano e construtivo da rua. Essas transformações mostravam esse novo período do comércio, os imigrantes passaram a reformar os edifícios. 2.5 As mudanças Como já explicado anteriormente, esse período houve grande mudanças no uso dos edifícios na rua, houve algumas demolições e muitas transformações nas fachadas e no interior. Essas transformações foram feitas para adequar as atividades para superar a crise. A ideia era que essas transformações dessem inicio a arquitetura modernista, porém na Rua José Bonifácio não foi o que aconteceu. Com a crise, a dificuldade econômica e a tradição que ainda existia na rua não permitiu esse modernismo. Mesmo não sendo aplicada essas arquitetura moderna, houve muitas alterações externas e no interior para abrigar a nova economia, o que por um lado foi bom pois conservou a tradição construtiva da rua, porém por outro lado a falta de recursos para realizar de forma correta essa reforma modernista fez com que aparecesse

Na rua atividades inadequadas, como a prostituição, o tráfico de drogas e o comércio ilegal. Com o aparecimento dessas atividades ilegais começa a ocorrer uma certa aversão a essa rua e aos centros urbanos, sendo implantados novos comércios e moradias em outros bairros da cidade, o que acabou acelerando o abandono da Rua José Bonifácio, e por consequência esse abandono resultou na falta de investimento de recursos para a manutenção e conservação da rua, que é considerada atualmente um lugar perigoso depois do horário comercial. Outro fator que contribuiu de forma significativa para o abandono da rua foi o automóvel que chegou em grande escala, o que foi preciso implantar novas ruas e avenidas que davam acesso a toda a cidade, fazendo com que a população tivesse mais opções sem ser o centro. O trem também foi substituído pelo transporte rodoviário. Esses fatores fizeram com que mais uma vez as atividades da rua fossem mudadas. „‟As famílias antigas começaram a ser „‟expulsas‟‟ do local e os hotéis, pensões e hospedarias transformaram-se em cortiços, devido

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A falta de estrutura e ao uso explorador sem manutenção, que tinha o aluguel para grande número de pessoas sua maior característica, fato que culminou com a péssima reputação adquirida pela rua‟‟ (SILVA, 2011:101) Adaptações Ribeirão Preto a partir dos anos 60 sofreu uma expansão urbana devido ao crescimento industrial e também a um novo produto que feio para alavancar a economia derrubada pelo café, a cana-de-açúcar. Com essa nova economia da cana, a cidade passou a ter novos locais de desenvolvimento e não mais o centro. Devido a essa nova grande expansão a José Bonifácio deixa de representar uma rua de prestígio, ela passa a ficar na história da cidade, passa a ser lembrada no passado, e assim ela passa a perder seu prestígio comercial, tendo que se adequar as novas formas e a um novo tipo de comércio e também a um novo público que começou a frequentá-la. Ela conseguiu se manter como a rua do comércio, porém o publico alvo mudou, passou a vender mercadorias em geral para um público de classe mais baixa; antes eram vendidos

produtos importados que os imigrantes trouxeram para o comércio, agora com essa nova fase, para sobreviver a rua passa a se adaptar a novas mercadorias para que sobreviva aos novos centros comerciais. Outra mudança sofrida pela rua já visto anteriormente foi a divisão que ela sofreu, de dia passou a abrigar um comércio popular e a noite era palco de atividades como a prostituição e a marginalidade. Com o passar dos anos os edifícios sofreriam ainda mais transformações e reformas que descaracterizaram a história da rua e aumentada a degradação desses edifícios. 2.7 Atualmente Hoje, a Rua José Bonifácio enfrenta os mesmos problemas da década de 60. Seus edifícios abandonados e sem manutenção abrigam ainda o comércio, que se manteve popular. Suas fachadas enfrentaram grande poluição visual com faixas e outdoors sem padrão e sem estudos, porém com a lei CIDADE LIMPA instituída em 2012 que dispõe sobre a ordenação dos elementos que compõem a paisagem urbana, visíveis a partir de logradouro público no território do Município de Ribeirão Preto, ou seja

tem por objetivo diminuir essa poluição visual, melhorou essas fachadas porém a rua continua sem padrão e sem planejamento. Ela ainda abriga esse „‟comércio‟‟ de prostituição e drogas, o que continua causando um certo preconceito e medo da população em frequentar a rua, principalmente depois do horário comercial. Uma rua que teve um papel tão importante na cidade não pode ser esquecida e deixada de lado, perdendo essa memória. É preciso uma reestruturação urbana, uma reabilitação adequada para que ela possa voltar a ser vista como uma rua importante não somente no comércio, mas que continue a ser vista como uma rua histórica que teve papel crucial na formação de Ribeirão Preto.

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Levantamento do Escritório Modelo Estácio Uniseb sobre os níveis temporais-estilísticos das edificações na Rua José Bonifácio:

Primeiro quarteirão (Rua Américo Brasiliense - Rua Florêncio de Abreu): 3 Art Déco; 16 sem interesses históricos.

Segundo quarteirão (Rua São Sebastião - Rua Américo Brasiliense): 4 Art Déco; 3 Modernistas; 7 sem interesses históricos.

Terceiro quarteirão (Rua General Osório - Rua São Sebastião): 11 Ecléticos; 10 sem interesses históricos.

Quarto quarteirão (Rua Duque de Caxias - Rua General Osório): 1 Art Déco; 1 Eclético; 1 Modernista; 22 sem interesses históricos.

Quinto quarteirão (Rua Mariana Junqueira - Rua Duque de Caxias): 1 Art Déco; 15 Ecléticos; 11 sem interesses históricos.

Sexto quarteirão (Rua Visconde do Rio Branco - Rua Mariana Junqueira): 4 Art Déco; 8 Ecléticos; 3 sem interesses históricos. Sétimo quarteirão (Av. Dr. Francisco Junqueira - Rua Visconde do Rio Branco): 3 Art Déco; 2 Ecléticos; 15 sem interesses históricos. Observando as edificações foi possível notar um problema presente em quase todas as edificações da Rua Jose Bonifácio: a presença de outdoors, toldos, placas entre outros, que prejudicam as fachadas e contribui para a poluição visual. A partir dessa observação, as fachadas foram classificadas em: Fachadas não encobertas por comunicação visual; aquelas que não têm sua volumetria encoberta por tais elementos; Fachadas parcialmente encobertas por comunicação visual; aquelas que possui algum tipo de comunicação tampando pequenas partes da fachada; Fachadas totalmente encobertas por comunicação visual; aquelas que em sua totalidade são encobertas por um ou mais tipos de comunicação prejudicando totalmente a apreensão de sua volumetria.

22


Fonte: Flรกvia Vilas Boas

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EdifĂ­cios de interesse histĂłrico patrimonial passĂ­veis de pedido de processo de tombamento por parte das autoridades executivas municipais.

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CAPÍTULO 3 LEVANTAMENTOS DA ÁREA

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LEVANTAMENTOS DA ÁREA LOCALIZAÇÃO

RIBEIRÃO PRETO

RUA JOSÉ BONIFÁCIO

Fonte: Google Earth A área de intervenção encontra-se no quadrilátero central de Ribeirão Preto, que está localizado entre as Avenidas Francisco Junqueira, Jeronimo Gonçalves, 9 de Julho e Independência. Essa área tem importante papel na formação da cidade, e a rua José Bonifácio, a área de intervenção desse trabalho, faz parte desse quadrilátero.

N 26


LEVANTAMENTOS DA ÁREA

Mapa de equipamentos urbanos

EQUIPAMENTOS URBANOS

área estudada, por ser região central da cidade, abrange uma grande quantidade e diversidade de equipamentos e é considerável a presença de equipamentos de administração pública; cultura e religião; e lazer; já que, na maioria das vezes, o centro da cidade comporta importantes edifícios que compõem a história da mesma. Além destes, a área contém um grande número de equipamentos de saúde e educação, e outros como abastecimento e assistência social. Nota-se que é uma área autossuficiente nesse aspecto, pois compreende equipamentos essenciais à escala do bairro, além de outros, que são considerados de escala do município. E por estarem localizados meio a quatro importantes vias arteriais são de fácil acesso.

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LEVANTAMENTOS DA ÁREA GABARITO

Mapa de ocupação do solo

Observando o mapa de ocupação da área, conclui-se que no bairro predominam-se edifícios de 1 ou 2 pavimentos e em seguida, prédios altos que são concentrados próximos ao shopping Santa úrsula e a praça e uma baixa quantidade de edifícios médios que também se concentram a praça.

1 a 2 pavimentos

3 a 7 pavimentos 8 a 18 pavimentos

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LEVANTAMENTOS DA ÁREA USO DO SOLO

Como pode-se observar, há predominância do comércio no bairro e a maioria encontra-se localizada próximo as avenidas, por serem responsáveis pelo maior fluxo. O mesmo serve para as prestações de serviços que estão em menor quantidade, mas também próximas as avenidas. As residências concentram-se mais no interior do bairro, próximos a instituições que pode-se considerar um pouco exagerada para uma escala de bairro. Exististe duas praças, de escala da vizinhança que não são suficientes para atender todo o bairro

Mapa de uso do solo

Comércio Prestação de Serviço Residência Área verde Institucional

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LEVANTAMENTOS DA ÁREA FIGURA FUNDO

Mapa de uso do solo Mapa de figura fundo

0 – 20% do lote ocupado 30 – 40% do lote ocupado 50 – 60% do lote ocupado 70 – 60% do lote ocupado 90 – 100% do lote ocupado Fonte: Guilherme Mazzei

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LEVANTAMENTOS DA ÁREA

SISTEMA DE CIRCULAÇÃO E TRANSORTE No mapa de hierarquia funcional é listado as vias arteriais, principais e secundárias, além de mostrar também as vias e avenidas que já foram implantadas e as que estão em projeto ainda. Isso ajuda a mostrar as avenidas de principal acesso na área estudada.

Mapa de hierarquia funcional

A rua José Bonifácio é uma via coletora, que apresenta grande movimento de veículos. Com a proposta da rua ser compartilhada, a velocidade com que os veículos passam na rua irá diminuir, pois além de mudar o perfil da rua, em cada esquina que corta a José Bonifácio será implanta uma faixa de pedestre elevada para que os veículos já entrem na rua com menor velocidade.

O sistema viário do Quadrilátero Central é composto por uma malha ortogonal de ruas com dimensões de vias locais, circundado por quatro avenidas – Nove de Julho, Jerônimo Gonçalves, Francisco Junqueira e Independência. Fonte: Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto José Bonifácio

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LEVANTAMENTOS DA ÁREA

PROPOSTA PARA O QUADRILÁTERO CENTRAL

Fonte: Transerp

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LEVANTAMENTOS DA ÁREA FOTOS DA ÁREA

Fonte: arquivo pessoal

Fonte: arquivo pessoal

Fonte: arquivo pessoal

Fonte: arquivo pessoal

Fonte: arquivo pessoal

Fonte: arquivo pessoal

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LEVANTAMENTOS DA ÁREA FOTOS DA ÁREA

Fonte: arquivo pessoal

Fonte: arquivo pessoal

Fonte: arquivo pessoal

Fonte: arquivo pessoal

Fonte: arquivo pessoal

Fonte: arquivo pessoal

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CAPÍTULO 4 LEITURAS PROJETUAIS

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Estação das Docas – Belém, Pará A capital do estado do Pará, Belém do Pará, está presente em importantes passagens da história do Brasil e também em poemas de grandes escritores de renome nacional, como Manoel Bandeira e Mário de Andrade. Além disso, Belém encanta os visitantes de diversas formas, seja pela história, pela cultura, pelo povo, pelas ruas cercadas por mangueiras ou pela costumeira chuva de todas as tardes, tais características a torna excepcional, deixando saciada a vontade de conhecer a cidade e salientando a admiração e boas lembranças do local. A origem de Belém está ligada à construção do Fortim “Presépio de Belém”, por Francisco Caldeira Castelo Branco, em 1616, que algum tempo depois veio a dar origem à cidade de Santa Maria de Belém do Grão-Pará, e, posteriormente, em Belém do Pará, sendo a primeira capital da Amazônia (Coimbra. 2002). Com quase 400 anos de idade, a cidade passou por profundas transformações urbanas e marcou importantes momentos na história do Brasil, como o período de seu povoamento (séculos XVII e XVIII), a cabanagem (início do século XIX) e o período da borracha (no século XX), nesse momento o município recebeu um grande número de famílias vindas da Europa. Todos esses fatos influenciaram diretamente na arquitetura da cidade, existindo até hoje as fachadas dos casarões do Centro Histórico de Belém, as igrejas e capelas do período colonial e os imponentes edifícios daquele período.

Estação das Docas Uma das ações de recuperação do centro urbano de Belém foi a revitalização da antiga área portuária, que ainda guardava elementos da história. A área estava em estado de abandono, favorecendo ações ilícitas. A ideia foi criar a Estação das Docas, um complexo de lazer, cultura e turismo, que sintetiza o projeto de urbanização e preservação do patrimônio arquitetônico da cidade.

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À beira da baia do Guajará, 500 metros de extensão voltados para orla comportam três armazéns, distribuídos em 32 mil metros quadrados, e um terminal para embarque e desembarque de passageiros. O armazém 1 foi batizado como Boulevard das Artes – oferta vários produtos como biojoias, roupas e artesanato regional. O armazém 2, é nomeado Boulevard da Gastronomia. E o armazém 3, como Boulevard de Feiras e Exposições.

O complexo turístico é referência nacional, por oferecer, em um só lugar, opções de gastronomia, moda, lazer e eventos, com conforto e segurança. Resultado de um cuidadoso trabalho de restauração do porto fluvial da capital paraense surgiu os boulevares. Os três armazéns de ferro inglês são uma mostra da arquitetura característica da segunda metade do século XIX. Dos Estados Unidos, datados do século XX, vieram os guindastes externos, que são a marca registrada do complexo turístico. A máquina a vapor fornecia energia para os equipamentos do porto, em meados de 1800. Para defender a orla belenense, foi construído o Forte São Pedro Nolasco. Destruído, em 1825, após a Cabanagem, as suas ruínas foram revitalizadas e deram lugar ao Anfiteatro. A ideia foi criar um complexo de lazer, cultura e turismo, sintetizando o projeto de urbanização e preservação do patrimônio arquitetônico. A Estação das Docas faz parte de uma série de trabalhos que estão sendo realizados em lugares outrora abandonados na capital paraense. A revitalização total da área gerou 800 novos empregos diretos e mais de 1.600 indiretos, além de propiciar lazer para a comunidade, com o aproveitamento da orla. No ano 2000, a região foi tombada, tendo seu valor histórico e cultural reconhecido. O complexo cultural da Estação das Docas foi inaugurado naquele ano, após um investimento governamental de cerca de 18 milhões de reais

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O PROJETO 32 mil metros quadrados, divididos em três armazéns e um terminal de passageiros. O Armazém 1 foi batizado de Boulevard das Artes e reúne a memória do Porto de Belém, com fotografias e exposição de objetos e peças arqueológicas oriundas do acervo da Companhia das Docas do Pará. Possui um palco suspenso e móvel, área administrativa, espaço para feiras e ainda o Teatro Maria Sylvia Nunes, equipado com moderno sistema de som e luz e capacidade para 428 lugares. O Armazém 2 passou a ser o Boulevard da Gastronomia. E o Armazém 3 é conhecido como Boulevard das Feiras e Exposições. O complexo ainda possui o anfiteatro do Forte de São Pedro Nolasco. A Estação das Docas oferece, além de diversos restaurantes, atividades culturais diárias, como teatro, música e dança, valorizando os artistas locais. Com o objetivo de levar cinema de qualidade a um público mais abrangente, há ainda um moderno cinema adaptado no Teatro Maria Sylvia Nunes. Entre as características marcantes da Estação das Docas estão o acesso gratuito às atividades culturais e o zelo com a manutenção dos espaços. Trata-se de um exemplo a ser seguido por outras capitais brasileiras. Armazém 1 foi batizado de Boulevard das Artes

Armazém 2 passou a ser o Boulevard da Gastronomia

Armazém 3 é conhecido como Boulevard das Feiras e Exposições

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A REVOVAÇÃO DE NOVA YORK Em 2009, Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York, fechou parte da Avenida Broadway para instalar praças provisórias para aumentar a área para os pedestres circularem, aumentando a segurança e diminuindo o transito de veículos Essa ideia foi de grande sucesso que resolveram implantar nas avenidas de Nova York. Porém, com o aumento dessa área houve uma preocupação em melhorar o mobiliário da área, pois as pessoas passaram a frequentar mais o local, não somente pelo tamanho do espaço, mas também por ter tornado um espaço agradável para o convívio. A distribuição dos bancos foi feita em todas as novas praças, para que em conjunto criem uma coluna vertebral na Times Square que servirá aos eventos públicos e como um sistema de orientação para os turistas.

Além de sua paginação de piso diferente para a identificação das áreas

Mobiliário pensado exclusivamente para a rua, para que ele tivesse diferentes usos e não somente como assento.

“Queríamos que ficasse mais fácil andar de transporte público, ter praças para as pessoas quererem ir e as ruas tinham que ser o mais seguras possível. Uma das maiores inovações pela qual nós somos bem conhecidos foi a transformação rápida nas nossas ruas.” Em seus projetos, privilegiou o pedestre, o ciclista e o transporte público, apresentando novos conceitos e aproveitamentos por meio de testes rápidos e ensaios regulares.‟‟ Assim disse em entrevista a urbanista norteamericana Janette Sadik-Khan responsável pelas mudanças.

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Rua compartilhada - Drachten, Holanda Drachten, fica ao norte da Holanda, na província da Frísia, distante a aproximadamente 140 quilômetros de Amsterdam, capital do país. Foi a primeira cidade a adotar tal conceito, batizado “shared space” ou “espaço compartilhado”. O idealizador do sistema viário “revolucionário” de Drachten foi o engenheiro holandês Hans Monderman, falecido de câncer em 2008 aos 62 anos de idade. Sua fama se consolidou mundialmente por achar que a infraestrutura tradicional de segurança de trânsito não somente é desnecessária como pode colocar em risco aqueles que intenciona proteger.

Iluminação e arborização delimitando a ciclofaixa e os veículos

Piso intertravado onde passam os veículos

Aspecto viário da rua

Uma tipologia de piso diferente da onde passam os veículos

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O ANTES E DEPOIS

DE RUAS COMPARTILHADAS

Auckland, Nova Zelândia

Sint-Niklass, Bélgica

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O ANTES E DEPOIS

DE RUAS COMPARTILHADAS

Auckland, Nova Zelândia

Auckland, Nova Zelândia

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CAPÍTULO 5 DIRETRIZES PROJETUAIS

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ESPAÇOS COMPARTILHADOS Muitas cidades na Europa vem implantando os chamados espaços compartilhados, que são espaços sem sinalização de transito, sem limites espaciais entre os diferentes meios de transporte, fazendo com que as vias virem grandes espaços para os pedestres. Porém, esse sistema é alvo de muita discussão sobre a segurança das pessoas, pois as ruas ficam sem sinalização, cabendo ao pedestre e ao motorista se policiar e respeitar um ao outro para haver uma boa convivência. Apesar dessas preocupação com a seguranças das pessoas, estudos comprovam que o número de acidentes de carro diminuiu muito com a implantação desses espaços compartilhados.

O desafio é diminuir a segregação da rua por cada modo de deslocamento, eliminando os dispositivos de controle de trânsito, nivelando em um só nível para criar uma superfície contínua que não priorize o trânsito veicular, de modo que todos os atores interajam e negociem seu deslocamento através do espaço. Isso implica retornar a rua como um espaço público, mais do que uma via de circulação, a partir de estratégias de pacificação do trânsito motorizado, assim como intensidade e em nível de serviço. 44


CRITÉRIOS DE QUALIDADE COM RESPEITO A PAISAGEM DO PEDESTRE SEGUNDO JAN GEHL

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ESTRATÉGIAS PRIORIZAÇÃO DO PEDESTRE A reabilitação da José Bonifácio valoriza o pedeste. A arquitetura deve ser pensada antes de tudo nas pessoas, olhar primeiro para elas, pensam nas necessidades e depois começar a planejar e projetar

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ESTRATÉGIAS PARA A RUA JOSÉ BONIFÁCIO

Reconhecimento de uma nova área através da mudança de pavimentação

Acesso ao local com controle de fluxo de veículos em determinados pontos Via que será interrompida para fazer a ligação CPC - MERCADÃO

Novos jardins e espaços de convívio através da requalificação dessas áreas.

Recuperação do eixo visual da rua através da sua reabilitação

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ESTRATÉGIAS ARBORIZAÇÃO COMO É

COMO PODE FICAR

A arborização representa um papel importante para a qualidade de vida da população, criando ambientes que melhoram a qualidade de vida dos que frequentam as áreas arborizadas, pois oferece um clima mais agradável, já que Ribeirão Preto é uma cidade de altas temperaturas, como também propicia encontro com outras pessoas, além de aliviar o estresse do dia a dia. Além de amenizar os efeitos do micro-clima urbano, moderando a temperatura, minimizando as ilhas de calor, amortecendo os ruídos e purificando o ar.

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LEITURA DOS EDIFÍCIOS DA RUA JOSÉ BONIFÁCIO

2

12

LEGENDA Edifícios de aluguel de interesse social

11

3

1

4 Edifícios sem uso

Estacionamentos

49


7

10

9

6

5

8

50


Quadra 1

Quadra 2

José Bonifácio

Na quadra 1 notamos que há um estacionamento grande, que irá ser transformado em pocket park e dois edifícios que terão seu segundo pavimento usados como alugueis de interesse social, sendo que o primeiro pavimento continua como comércio.

Edifícios de aluguel de interesse social

Edifícios sem uso

José Bonifácio

Na quadra 2 há um estacionamento que também será pocket park para interagir com a rua, um edifício de esquina que hoje é dividido e usado por várias lojas, e que também terá seu segundo pavimento como aluguel de interesse social, e também dois edifícios que estão sem uso. Assim serão usado para relocar as lojas do quarteirão 9 .

Estacionamentos

51


Quadra 3

Quadra 4

José Bonifácio

Na quadra 3 notamos que há 3 grandes estacionamentos que também servirão como mais um lugar de parada na rua(pocket park), para que as pessoas possam ter um local de descanso e entretenimento. Há também um grande edifício de esquina que será projeto de aluguel de interesse social.

Edifícios de aluguel de interesse social

Edifícios sem uso

José Bonifácio

Na quadra 3 notamos que há dois edifícios que terão seu segundo pavimento usados como aluguéis de interesse social e no primeiro continuará como comércio.

Estacionamentos

52


Quadra 5

Quadra 6

José Bonifácio

Na quadra 5 e 6 existem dois edifícios de interesse histórico que também serão voltados para o aluguel social, além do estacionamento entre os edifícios transformado em pocket park.

Edifícios de aluguel de interesse social

Edifícios sem uso

José Bonifácio

Na quadra de número 6 há quadro edifícios de interesse social, três estacionamentos e um edifício sem uso que será ocupado por uma loja remanejada do quarteirão 9 .

Estacionamentos

53


Quadra 7

Quadra 8

É uma quadra com muitas lojas e sem nenhum uso residencial, há apenas um edifício sem uso que irá receber a loja do quarteirão 8 .

O mesmo ocorre no 8, onde só há lojas e dois edifícios sem uso que irão se transformar em restaurantes e/ou bares .

José Bonifácio

José Bonifácio

Edifícios de aluguel de interesse social

Edifícios sem uso

Estacionamentos

54


Quadra 9

José Bonifácio

No quarteirão 9 há um grande número de edifícios que são ocupados por lojas que serão relocadas para os quarteirões 2,4,6 e 7 e assim esses imóveis serão transformados em bares e/ou restaurantes.

Edifícios de aluguel de interesse social

Edifícios sem uso

Estacionamentos

55


Quadra 10

José Bonifácio

É a quadra que concentra três edifícios históricos que serão voltados também para o aluguel social, além de dois estacionamentos e um edifício sem uso.

Edifícios de aluguel de interesse social

Edifícios sem uso

Estacionamentos

56


Quadra 11

Quadra 12

Há dois imóveis que serão usados como imóveis de interesse social e um estacionamento entre eles, que será utilizado como área pública para convívio coletivo.

Na quadra 12 em frente ao CPC há dois imóveis que serão ocupados como aluguel de interesse social e também um edifício sem uso que será demolido e transformado em pocket park.

José Bonifácio

José Bonifácio

Edifícios de aluguel de interesse social

Edifícios sem uso

Estacionamentos

57


CAPÍTULO 6 O PROJETO

581


PLANO DE MASSAS DA RUA JOSÉ BONIFÁCIO

LEGENDA Principal área de intervenção a tornar-se uma rua compartilhada

Lojas que serão remanejadas para outros edifícios

Imóveis que serão demolidos para a construção de equipamentos de suporte a rua

Edifícios sem uso para onde serão relocadas as lojas remanejadas

Novo CPC

Estacionamentos que darão lugar a espaços de convívio

Edifícios transformados em bares

Locais de convívio

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DETALHES Referencias Mobiliário Urbano JOSÉ BONIFÁCIO

Tipologias O novo mobiliário foi pensado para acompanhar o desenho da rua, no formato retangular e mais estreito, o que remete o formato de uma rua. Além do desenho, não há somente uma tipologia, os assentos foram pensados para diversos usos. Eles podem ser usados para sentar, trabalhar, comer, e até mesmo as crianças podem brincar. Fazendo assim com que a rua tenha uma diversidade, onde ao mesmo tempo pode estar acontecendo varias situações de descontração e descanso ao mesmo tempo. Eles são feitos de madeira de reflorestamento e concreto ecológico

Referência: Mobiliário do High Line

Mobiliário para trabalhar e estudar

Mobiliário para descansar

Mobiliário para sentar com grupo de pessoas, para comer, conversar

Mobiliário para as crianças brincarem

Mobiliário para as crianças brincarem

60


DETALHES Referências Mobiliário Urbano JOSÉ BONIFÁCIO

Iluminação e sinalização O mobiliário de iluminação e sinalização também segue o padrão dos assentos, com desenhos mais estreitos, finos e cumpridos fazendo lembrar o desenho da rua José Bonifácio. Ele é feito de concreto ecológico e aço. Além dos postes de iluminação de LED, as barreiras para veículo também são parte da iluminação, que são voltadas para iluminar o chão, facilitando assim a caminhada do pedestre. Além da iluminação, há também os totens de sinalização que indica onde estão localizados os pontos comerciais, bares e outros estabelecimentos na rua.

Referência : Escritório Mader

Diferentes tipologias de postes de iluminação de LED

Barreira de veículos e iluminação de LED

Barreira de veículos e iluminação de LED

Totens de sinalização

61


DETALHES Referencias Mobiliário Urbano JOSÉ BONIFÁCIO

Diversos Bebedouro acessível

Há também outros elementos do mobiliário como bicicletários , cabine telefônicas, lixeiras para coleta seletiva e bebedouros acessíveis .

Bicicletário

Lixeiras seletivas

Referencia: Escritório Mader

Cabine telefônica

62


DETALHES Referências Mobiliário Urbano JOSÉ BONIFÁCIO

Diferentes tipos de comércio

Por estar localizada no quadrilátero central, a Rua José Bonifácio é palco de um grande público, por ser também uma rua de fluxo intenso e intenso comércio. Por isso, é necessário que o público que circula por ela tenha áreas de descanso e descontração, como pocket parks que contenham lojas e „‟food trucks‟‟, um comércio itinerante, com os mais variados tipos de produtos para atrair o público que ali passa.

Comércio itinerante

Referencia: Escritório Mader

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DETALHES Referências Mobiliário Urbano JOSÉ BONIFÁCIO

Paisagismo e pavimentação

A pavimentação e o paisagismo são elementos essenciais na reabilitação da rua para que ela fique atrativa esteticamente e atenda ao programa proposto pela rua. No paisagismo, o porte, altura e sombra devem estar alinhados para tornar o paisagismo bonito e adequado. A escolha da espécie tem que combinar com a construção do espaço. Quanto a pavimentação, ela deve estar adequada para sustentar o intenso tráfego de pessoas e veículos e também é responsável pelo escoamento da água

Piso de concreto Inter travado

Piso ecológico

Quaresmeira Porte grande , típico de regiões tropicais

Cambuci Porte grande, típico de regiões troícais

Buchinha Porte pequeno, nativa do Brasil

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Circulação pessoas Circulação pessoas

Comércio

DETALHES DO MOBILIÁRIO E PONTOS IMPORTANTES NA RUA Mobiliário Urbano

Arborização

JOSÉ BONIFÁCIO Iluminaçã o em toda a rua

Comércio Arborização Mobiliário Iluminaçã o Circulação pessoas

Comércio

Arborização

CPC

Mercadão Municipal

Circulação de veículos

Comércio Arborização

Circulação pessoas

Circulação pessoas

Mobiliário

Arborização

Iluminaçã o Circulação pessoas

Mobiliário

Mobiliário em toda a Iluminaçã o rua

Comércio

Mobiliário

Mobiliário Iluminação

Arborização em toda a rua

Iluminaçã o

Ciclofaix a em toda a rua

UGT

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RELAÇAO DOS ESPAÇOS DE CONVÍVIO JOSÉ BONIFÁCIO

Possível trajeto de integração entre os novos espaços de convívio. O trajeto passaria por dentro do Estúdio Kaiser, no seu pátio. Fazendo uma ligação de um espaço com o outro.

Edifícios do Estúdio Kaiser

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Diagrama

Intervenções

Paisagismo/Pavimentação  3 tipologias de piso diferentes  3 tipologias de vegetação

Mobiliário e circulação  Diferentes tipos de mobiliário  Circulação do pedestre em toda a rua  Circulação de veículo na área determinada  Bicicleta na ciclofaixa

Iluminação e sinalização  2 tipos de iluminação  Barreira de veículos  Sinalização da rua através de totens

67


Diagrama

Intervenções

68


Diagrama

Intervenções

Stúdio Kaiser

As novas áreas de convívio têm como objetivo integrar as áreas da rua que não estão cumprindo de forma adequada o seu papel com a sociedade, porém nesse caso a nova área de convívio liga se ao Studio Kaiser, lugar de grande referência, onde acontecem sempre muitos eventos sociais, sendo essa ligação e integração com a Rua José Bonifácio muito importante.

69


Detalhes da planta e perspectiva de uma das ĂĄreas de convĂ­vio.

70


Detalhes da planta e perspectiva de uma das áreas de convívio

CENTRO POPULAR DE COMPRA

Entradas para mercadão

o

MERCADO MUNICIPAL Entrada para o CPC

71


Detalhes da planta e perspectiva de uma das ĂĄreas de convĂ­vio

72


Detalhes da planta e perspectiva de uma das ĂĄreas de convĂ­vio

73


Detalhes da planta e perspectiva de uma das ĂĄreas de convĂ­vio

74


Detalhes da planta e perspectiva de uma das ĂĄreas de convĂ­vio

75


Detalhes da planta e perspectiva de uma das áreas de convívio

Espaço público no pátio do Estúdio Kaiser

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3D ESQUEMÁTICO DE COMO FICARÁ

A RUA JOSÉ BONIFÁCIO

ILUMINAÇÃO ARBORIZAÇÃO

FAIXA DE PEDESTRE ELEVADA

SINALIZAÇÃO

CICLOFAIXA

Os cruzamentos da rua José Bonifácio terão todos faixa de pedestre elevada, para que o veículo entre na rua compartilhada com mais cuidado e devagar, pois há pedestres circulando por toda a via.

77


CONSIDERAÇÕES FINAIS O projeto desenvolvido nesse trabalho buscou a reabilitação de uma das ruas mais importantes da cidade de Ribeirão Preto. Para essa reabilitação foi preciso uma consolidação da permanência das pessoas durante todo o dia nessa rua, o que hoje em dia não acontece. Com esse trabalho espera- se fortalecer o centro da cidade, não somente por melhores físicas e urbanas, mas culturais e sociais também, afinal essa rua abriga um imenso conjunto da história de Ribeirão e também lugares que desenvolvem muitos eventos sociais e culturais para a cidade.

78


BIBLIOGRAFIA

 MARICATO, Ermínia. Planejamento para a Crise no Brasil, Brasil, cidades.

 SILVA, Eder Dinizeti. A história contada através da arquitetura de uma rua, 2011.

 GEHL, Jan. Cidades Para Pessoas, 2010.

 MIGLIORINI, Vera Lúcia Blat. Os padrões de desempenho do uso e ocupação do solo na previsão e controle do adensamento de áreas intra-urbanas. 1997. Tese de Doutorado.

 SILVA, Adriana Capretz Borges da; ELÍSEOS, Campos. Ipiranga: memórias do antigo Barracão. Ribeirão Preto: Editora COC, 2006.

79


BIBLIOGRAFIA  http://www.courb.org  http://www.archdaily.com.br  https://raquelrolnik.wordpress.com/  http://www.cidades.gov.br/  http://www.fau.usp.br/docentes/depprojeto/e_nobre/revitalizacao_centros.pdf  http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/transerp/mobilidade/  http://www.ambientelegal.com.br/wp-content/uploads/AntenorDachten5.bmp  https://planejamentourbanoribeiraopreto  http://www.vitruvius.com.br/revistas/  http://www.estacaodasdocas.com.br/  http://www.ppgau.ufba.br  http://www.camara.leg.br/internet/comissao/index/perm/cdui/milton.pdf  http://www.urb-i.com

801


Pronto Socorro e UBDS Central

Centro Popular de Compras

Mercado Municipal

Rua Sandanha Marinho

N esc: 1:1000

FLUXOS DE PEDESTRES

Pronto Socorro e UBDS Central

Centro Popular de Compras

Mercado Municipal Av Francisco Junqueira

Av Francisco Junqueira

Rua Visconde do Rio Branco

Rua Mariana Junqueira

Rua Duque de Caxias

Rua Martinico Prado

Rua Florencio de Abreu

Rua Lafaiete

Rua Prudente de Moraes

Rua Sandanha Marinho

N esc: 1:1000 Lote

Ciclofaixa

ESCALA 1:1000

MARILIA SQUARISI GUERRERO MERINO - COD 10073

Data 11/2016


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