E. E. DR. ANDRÉ. CORTEZ GRANERO
AMANDA CRISTINA MARQUES ISABELA VERONEZE REQUENA FONSECA MARIANA MOTA DA SILVA
BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA NA DEPRESSÃO
Guaxupé – MG 2019
AMANDA CRISTINA MARQUES ISABELA VERONEZE REQUENA FONSECA MARIANA MOTA DA SILVA
BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA NA DEPRESSÃO
Trabalho de conclusão de curso do 3º ano do Ensino Médio da E. E. Dr. André Cortez Granero, como parte das exigências para a conclusão do Ensino Médio. Orientador: André Sotério
Nota: _________
Guaxupé, ________ de Novembro de 2019
BANCA EXAMINADORA
________________________________________ Prof. (Nome do professor avaliador) Afiliações
________________________________________ Prof. (Nome do professor avaliador) Afiliações
________________________________________ Prof. (Nome do professor avaliador) Afiliações
RESUMO A depressão é a doença que mais atinge a sociedade na atualidade. Sua causa varia de pessoa para pessoa, podendo ser originada por doenças graves, traumas, bullying, entre outros. Dentre seus sintomas estão o humor deprimido, desânimo, stress e várias outras alterações hormonais. A prática de atividade física libera hormônios que pessoas com depressão apresentam em níveis reduzidos, ou seja, ajudam no combate contra essa patologia, proporcionando benefícios físicos e emocionais. Palavras-chave: Depressão; Atividade física; Exercício físico.
ABSTRACT Depression is the disease that affects society the most today. Its cause varies from person to person, and may be caused by serious diseases, trauma, bullying, among others. Symptoms include depressed mood, discouragement, stress and various other hormonal changes. The practice of physical activity releases hormones that people with depression have at low levels, that is, help in combating this pathology, providing physical and emotional benefits. Keywords: Depression; Physical activity; Physical exercise.
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................05 2 METODOLOGIA......................................................................................................06 3 O QUE É DEPRESSÃO..........................................................................................07 4 SINTOMAS..............................................................................................................07 5 CAUSAS..................................................................................................................07 5.1 DOENÇAS GRAVES............................................................................................08 5.2 ACONTECIMENTOS MARCANTES NA VIDA.....................................................08 5.3 BULLYING OU CHANTAGEM EMOCIONAL.......................................................08 5.4 ALTERAÇÕES HORMONAIS..............................................................................09 5.5 USO DE REMÉDIOS............................................................................................09 6 DEPRESSÃO EM HOMENS E MULHERES...........................................................09 6.1 POR QUE AS MULHERES SÃO MAIS PROPENSAS À DEPRESSÃO?...........10 7 DEPRESSÃO E ATIVIDADE FÍSICA......................................................................10 7.1 HIPÓTESE DAS MONOAMINAS.........................................................................11 7.2 HIPÓTESE DA LATERALIZAÇÃO CEREBRAL...................................................12 7.3 HIPÓTESE DAS ENDORFINAS..........................................................................12 8 DESENVOLVIMENTO DAS ENTREVISTAS..........................................................12 9 CONCLUSÃO..........................................................................................................17
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1. INTRODUÇÃO Vive-se na era onde a depressão é considerada a "doença do século", e chega até a ser nomeada como o "câncer do século XXI". De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS Brasil), mais de 300 milhões de pessoas no mundo sofrem com esse transtorno. Entre os países da América Latina, o Brasil se destaca como o país que possui o maior número de pessoas com depressão, cerca de 11,5 milhões de brasileiros, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Um número alarmante que atinge de crianças a idosos - esse último tem sido mais afetado pela doença, e apresenta números maiores nas mulheres do que nos homens. Atualmente existem inúmeros tratamentos com o uso de medicamentos, acompanhamento psicológico e terapia, os quais são eficaz para a depressão. Porém o consumo de medicamentos
além de causar dependência, traz efeitos
colaterais. Estudos realizados pela Universidade de Bolonha, constatou que o uso de antidepressivos a longo prazo tem apresentado efeitos opostos a intenção inicial. Ou seja, uma piora no quadro da doença e maior instabilidade do paciente. Muitas pessoas acreditam que a depressão só pode ser curada com o uso de remédios e tratamentos, mas viemos através deste mostrar que esse conceito pode estar errado. O objetivo desse trabalho é mostrar como o exercício físico pode beneficiar a vida de pessoas que sofrem com essa doença. Indivíduos que praticam atividade física frequentemente sofrem uma notável diminuição do nível dos hormônios causadores do stress, como adrenalina, noradrenalina e cortisol. Os benefícios práticos com a adoção da pratica de exercício físico são o aumento da autoestima, melhora do sono, melhora da capacidade de memorização, retenção afetiva de acontecimentos, e como abordado no artigo, combate a depressão e a ansiedade.
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2. METODOLOGIA Foram realizadas pesquisas através de artigos científicos abordando sobre a depressão e mostrando como a atividade física beneficia pessoas com essa patologia e seus demais sintomas; como funcionam os hormônios liberados através do exercício e seus benefícios psicológicos, físicos e psiconeurofisiológico. Além disso, foram realizadas entrevistas com pessoas de variadas idades que já passaram por essa situação (ou ainda passam) e como a prática de algum exercício os ajudou na luta contra essa doença.
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3. O QUE É DEPRESSÃO O termo depressão era usado, inicialmente, para designar sintomas ou caracterizar estados mentais, sendo que o nome da doença era melancolia, termo cunhado há mais de 25 séculos, que, além de indicar uma das doenças mentais, também correspondia a um tipo de temperamento, um estado emocional baixo, infeliz, desanimado e triste. Após o século XVII, o conceito de melancolia, junto com todo o discurso psiquiátrico, modificou-se radicalmente. No século XIX, Pinel introduziu o termo melancolia ou delírio considerando-o uma insanidade parcial. (SONENREICH, 1995) O termo depressão, hoje, significa uma patologia de humor, ou seja, um transtorno do humor grave frequente sem diagnóstico e sem tratamento. Ocorre em todas as faixas etárias, mais elevadas entre jovens e idosos. Já existem evidências científicas suficientes que posiciona a depressão como uma doença comum, prejudicial e que causa mais custos sociais, representando um problema dos mais graves em saúde pública, com impacto em todos os níveis da sociedade. 4. SINTOMAS Além do humor deprimido (ou maníaco), a manifestação de determinados fenômenos tais como alterações no sono, alterações no apetite, incapacidade parcial ou total de sentir alegria e/ou prazer (anedonia), com perda da capacidade de planejar o futuro e alteração do juízo de realidade. Agitação ou retardo psicomotor, culpa excessiva, pensamentos de morte, desânimo (cansaço fácil), ideação suicida, dificuldade de concentração tentativa de suicido, etc., definem o quadro nas suas subdivisões em Transtornos Depressivos. 5. CAUSAS A depressão pode se iniciar por diversos motivos ou as vezes por nenhum, A pessoa que possui sente extremo cansaço físico e emocional, algumas pessoas ganham peso outras perdem sentem falta de sono ou excesso dele, além de sentir uma extrema e profunda tristeza.
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A doença pode surgir em homens e mulheres, crianças ou idosos não distingue idade, sexo, pode afetar qualquer um a qualquer momento. Um dos 5 principais motivos que podem ocasionar e dar ênfase a ela são: 5.1. DOENÇAS GRAVES Muitas pessoas quando descobrem que possuem uma doença fatal tendem a ficarem deprimidas e angustiadas por terem que lidar com preconceitos e o medo da morte, algumas doenças como Síndrome do Intestino Irritável, Diabetes, também possuem um grande índice de causar depressão pois devem fazer uma grande mudança na alimentação, muitas das vezes deixando de comer algo que gostava muito, gerando tristeza. Além de quem possui as doenças, pessoas que cuidam também podem ficar deprimidas pelo extremo cansaço físico e emocional de ter que cuidar de um amigo ou ente querido, e muitas das vezes lidar com a morte. 5.2. ACONTECIMENTOS MARCANTES NA VIDA Perda de um emprego, fim de um relacionamento, morte de um ente querido, perdas que a pessoa considerasse muito importante em sua vida, brigas e desentendimentos pode gerar a doença. Muitas vezes a pessoa cujo passa por tal situação tende a não acreditar mais em si mesma, no seu potencial, perde sua autoestima e entra em um ciclo de que não conseguira mais realizar seus sonhos e desejos pois não é capaz, acaba virando uma auto sabotagem com si mesmo. 5.3. BULLYING OU CHANTAGEM EMOCIONAL Os traumas emocionais que podem surgir quando se é vítima de bullying, podem ocasionar também a depressão, muitas pessoas quando passam um longo período ouvindo insultos, xingamentos começam a acreditar que são verdade e acabam prejudicando sua vida pessoal. Um exemplo seria de uma notícia que saiu no Jornal G1 no dia 25/10/2017 as 16h57:
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“De notas baixas a depressão na vida adulta, as marcas do bullying na vida de agredidos e agressores” Uma das frases da reportagem que exemplificaria exatamente o título abordado seria: “ A longo prazo, o impacto pode ser notado não apenas no desempenho escolar do aluno, mas também em sua saúde física e mental. É o que dizem dois estudos - um americano e outro britânico.” (G1, 2017) Uma das causas mais preocupantes e que mais afeta jovens e adultos nos dias atuais. 5.4. ALTERAÇÕES HORMONAIS As alterações hormonais, principalmente a diminuição de estrogênios, que ocorre durante a gravidez, no pós-parto e na menopausa podem potenciar uma depressão. Além disso, a falta de ômega 3 também pode levar à depressão porque diminui a capacidade da pessoa de controlar suas emoções e o seu humor. 5.5. USO DE REMÉDIOS O Uso frequente de determinados tipos de remédios como Prolopa, Xanax, Zocor e Zovirax podem ocasionar a doença pois elas contribuem com a diminuição da produção da serotonina, que é um hormônio responsável pela sensação de bemestar. A depressão é um distúrbio psicológico capaz de impedir as pessoas de viverem da forma que gostariam, e muitas vezes sem motivo algum algumas pessoas começam a apresentar os quadros da doença como querer ficar o dia todo na cama, não tomar banho, falta de sono e fome, grande excesso de tristeza e falta de viver, é uma doença que deve ser tratada como todas outras, muitas pessoas tendem a levar como “frescura”, mas deve ser tratada antes de se agravar e ocasionar suicídios. 6. DEPRESSÃO EM HOMENS E MULHERES
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Muitas pesquisas afirmam que a depressão em mulheres possui um índice extremamente maior em relação aos homens, pois mulheres são mais sensíveis a tais assuntos e os homens tendem a ignorar a situação e fingir que está tudo bem. De acordo com De Deus, Persio (2016) O
homem,
apesar
de
já
estar
sem
energia
(pois depressão num conceito reducionista é falta de energia física e psíquica), ainda acredita que "dá conta" das responsabilidades. Existe também grande dose de preconceito e muitos homens enxergam o deprimido como um "fraco" e a depressão como uma "frescura", além da vergonha. Um Estudo na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos investigou a fundo o cérebro humano e é constatado que a mulher tem duas vezes mais chances de desenvolver depressão do que o homem. 6.1. POR QUE AS MULHERES SÃO MAIS PROPENSAS À DEPRESSÃO? Segundo o psiquiatra Antônio Egídio Nardi, da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ (2019) Depois da primeira crise, parece que a doença segue um curso próprio. Os fatores ambientais e emocionais vão perdendo a capacidade de influir, a genética e a flutuação hormonal seriam mais preponderantes no desenvolvimento da doença entre o sexo
feminino.
Antes
da menopausa,
a
incidência
de
depressão é pelo menos duas vezes maior nas mulheres. Após a menopausa, é a mesma para os dois sexos. 7. DEPRESSÃO E ATIVIDADE FÍSICA Dentre os benefícios da pratica da atividade física regularmente, estão maior estabilidade emocional e autocontrole, maior autoconfiança, controle do estresse, melhoria do humor e do conceito que a pessoa tem sobre si, melhoria da função intelectual, redução da ansiedade e da depressão.
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“Em relação aos reflexos no campo emocional, a atividade física estimula a produção de endorfina e feniletilamina, substâncias químicas cerebrais relacionadas à sensação de bem-estar.“ (TEODORO. 2010, p. 153) Da perspectiva psicológica, os benefícios da atividade física estão vinculados à individualidade da pessoa, ao tipo de exercício e ao ambiente da realização, para que seja executado de forma agradável. Como aborda Da Silva, Paulo Sérgio Barros e Ferreira, Carlos Ernesto Santos (2011) No campo psicológica o exercício físico age de forma favorável na sensação de controle, no sentimento de competência ou auto eficácia (PELUSO e ANDRADE, 2005), na interação social positiva (KERSE et al, 2010), na autoestima (FECHIO et al , 1998), na fadiga e na raiva (WEINBERG e GOULD, 2001). A prática do exercício físico traz efeitos no condicionamento e na mudança corporal da pessoa, ajudando assim na sua autoimagem e autoestima. O modelo psiconeurofisiológico, trás três explicações dos efeitos psicológicos induzidos pelo exercício: hipótese das monoaminas; hipótese da lateralização cerebral e; hipótese das endorfinas. Este modelo trás que as mudanças existentes após a atividade física estão relacionadas normatização sistema cerebral monoaminérgico, do eixo hipotalâmico-pituitário-adrenocortical - que do ponto de vista endocrinológico, o eixo hipotalâmico-pituitário-adrenocortical é ativado pelo estresse e do aumento de ondas da atividade cerebral. 7.1. HIPÓTESE DAS MONOAMINAS Indivíduos que sofrem com a depressão apresentam diminuições na utilização dos neurotransmissores monoaminas (noradrenalina e dopamina) e serotonina, pois acontece uma queda da quantidade de neurotramismissores liberados. Assim sendo, um neurônio receptor captura uma menor quantidade de neurotransmissores e o sistema nervoso funciona com menos neurotransmissores do que o normal. Essa hipótese diz que a atividade física aumenta o nível desses neurotransmissores, noradrenalina e serotonina, ocasionando um progresso no
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estado de humor da pessoa. 7.2. HIPÓTESE DA LATERALIZAÇÃO CEREBRAL O exercício físico promove um aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca, o promove uma elevação de ondas alfa no hemisfério direito do cérebro em relação ao hemisfério esquerdo reduzindo o nível de ativação nesta região, ocasionando estímulos emocionais positivos. 7.3. HIPÓTESE DAS ENDORFINAS ”a hipótese das endorfinas preconiza que o aumento das endorfinas circulantes durante e após o exercício estaria associado a sentimentos de euforia e uma redução da ansiedade, tensão, raiva e confusão mental” (WERNECK; FILHO; RIBEIRO. 2005) Dentre os opióides endógenos (pequenas proteínas), a b-endorfina é a mais examinada para comprovar tal teoria. Segundo estudos, a b-endorfina e o ACTH são liberados em quantidades correspondentes após a atividade física. Tais endorfinas que possuem efeitos analgésicos, eufóricos e adictivos, tendo funcionalidade em diferentes sistemas do organismo. O aumento das endorfinas circulantes é dado pela pelo estímulo do eixo hipotalâmico-pituitário-adrenocortical, e pode ultrapassar até cinco vezes os valores basais, resposta que varia “tanto pelo volume (exercício aeróbio de duração superior a uma hora que proporcione uma produção de ácido lático superior a sua remoção), quanto pela alta intensidade (acima do limiar ventilatório II ou limiar anaeróbio).” (MIRANDA; DE MELLO; ANTUNES. 2011) do exercício. 8. DESENVOLVIMENTO DAS ENTREVISTAS Para comprovar tais fatos, foi realizada uma entrevista com dez pessoas, de idades entre quatorze e cinquenta e um anos. As perguntas foram montadas para entender o desenvolvimento da doença, e comprovar como a pratica de exercícios contribuiu para a luta contra a depressão. As cinco perguntas feitas foram: 1- Como você se sentia quando estava passando por essa situação? 2- Porque começou a fazer atividade física? Foi difícil?
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3- Qual atividade fazia? 4- A prática dessa atividade te ajudou de alguma forma? Como? Se puder, relate! 5- Quais os benefícios que trouxe para sua vida? As respostas da primeira pergunta foram diversas, tais como: frustação; indisposição para fazer as coisas, para sair de casa; autoestima baixa; pensamentos de ser ruim em tudo que faz; revolta; não conseguir dormir; memória ruim; “sem vida”; desanimo; só querer ficar deitado; vontade de chorar como se nada tivesse sentido, mesmo sorrindo e fazendo piadinhas; sem vontade de se arrumar e cuidar de si, de lavar o cabelo e de fazer unhas; solidão, sentimento de que ninguém podia ajudar, como se fosse algo que não tivesse solução; pensamentos de suicídio; crises; só queria ficar trancado no quarto; cansaço; estresse; magoa; “vazio”; julgado, sem ajuda alguma; uma tristeza que não passava e que piorava por não conseguir procurar ajuda; sentimento de isolação por mudar de cidade; procrastinação; muito reprimido por estar acima do peso; usar roupas com numeração maior para disfarçar o corpo; limitações físicas, cansava muito, problemas respiratórios; bullying; anti social. O Entrevistado H, deu o seguinte relato: “Me sentia completamente vazia, julgada e sem ajuda alguma, eu me afundei por não procurar ajuda mesmo e era uma tristeza que não passava. Foi a pior fase da minha vida sem dúvidas.”. A resposta da segunda pergunta variou de um entrevistado para o outro, porém muitos deles começaram a fazer alguma atividade por indicação médica, pois estavam acima do peso (o que motivou o progresso da depressão). Alguns antes da doença
já
praticavam
exercícios,
porém,
com
o
desenvolvo
dela
foram
desanimando. Mas com a ajuda de familiares, amigos e até pessoas de influencia, se sentiram motivados para voltar a praticar. E como relatou o Entrevistado B, quando voltou a praticar sentiu prazer naquilo que fazia: “Eu sempre fiz algum tipo de esporte na infância até meados da adolescência, mas acabei parando com tudo. Depois de alguns anos voltei e comecei a fazer academia e acabei pegando gosto, a cada treino que eu fazia e sentia meus músculos queimarem isso era muito prazeroso. Comecei a ter resultados numéricos nas avaliações físicas e resultados visíveis nas roupas que eu vestia, isso fez eu viciar em querer evoluir todos os dias e
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foi onde eu comecei a me dedicar no meu objetivo lá dentro.”. Dentre as atividades e os exercícios praticados estão: caminhada, corrida, musculação, acompanhamento com nutricionista, futebol, basquete, hapkido, jiujitsu, judô muay thay, natação, natação, zumba, slackline e treino aeróbico. Com destaque para a musculação. De acordo com os relatos dos entrevistados, a prática de atividade física os ajudou de variadas forma, cada uma na sua particularidade. Alcançaram o objetivo de emagrecer e com isso melhorar sua saúde e condicionamento físico, aumentaram sua disposição para fazer coisas que antigamente não faziam, obtiveram uma melhora muito grande na sua autoestima e autoconfiança, adquiriram paciência e facilidade para lidar com as situações do dia a dia, vontade de cuidar de si próprio, esquecer (por mais que seja momentaneamente) seus problemas com o foco nas atividades, relaxamento para mente que como foi relatado pelo próprio entrevistado é extremamente necessário, diminuição da ansiedade, voltar a se interagir com as pessoas e fazer novas amizades e para o Entrevistado I serviu como forma de inclusão. Também respondendo a pergunta quatro, o Entrevistado E mencionou sobre a ajuda que o exercício físico trouxe em relação aos antidepressivos: “Quando tomava antidepressivos ficava muito cansada e isso me atrapalhava a treinar, então comecei a me convencer de que não precisava de remédios. Porque quando estava focada no treino, na maioria das vezes, acabava esquecendo alguns problemas e ficando mais tranquila.”. E para comprovar os benefícios da adoção da prática de atividade física, segue a resposta da pergunta número cinco de todos os entrevistados: Entrevistado A – “Hoje eu tenho uma vida ativa, melhor qualidade de vida porque entendi a importância da atividade física para o corpo em geral, não apenas o aspecto físico mas também para o emocional.”. Entrevistado B – “Quando eu era acima do peso fui ao médico fazer exames de rotina e acabei descobrindo que estava com quase diabetes, insulina alta e tinha hipertensão, isso com 15 anos de idade. Após eu ter mudado meu estilo de vida voltei a fazer exames e está tudo em dia. Pressão normal, glicose normal, colesterol tudo normal esse foi os benefícios que eu tive com relação a saúde. Os benefícios
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que tive na vida foi inúmeros que nem consigo explicar tudo, mas melhorei em tudo que tinha pra melhorar e além de tudo hoje eu estou feliz comigo mesmo coisa que eu não era.”. Entrevistado C – “Muitos, por exemplo, hoje eu do aula, luto para fora e tenho muita paciência. A cada dia ganho vários elogios dos meus professores e isso me motiva.”. Entrevistado D – “Com o quadro de depressão pós-parto e após receber a notícia que meu filho tinha uma doença autoimune síndrome de Guillan Barre, eu acabei engordando 22 kg. Como meu filho precisava fazer fisioterapia, mas ele não se deu bem com a "convencional", o pediatra pediu pra coloca-lo na natação. Então aproveitei e fui fazer também, 2 vezes por semana. Depois de 2 meses eu comecei na academia onde faço esteira/bicicleta e musculação, faço 4 vezes na semana. Pensei o seguinte já faço tanta coisa que não gosto, porque não fazer atividade física? Então comecei a fazer e a me sentir mais animada. Menos cansada, mais disposta. Junto com a dieta eliminei 15kg. Faz apenas 3 meses que comecei, mas infelizmente esses dias não estou conseguindo ir por motivos familiares e já estou sentindo falta.”. Entrevistado E – “Além de benefícios físicos, ela me ajudou muito em relação a minha saúde mental, acabou virando uma rotina, algo essencial.”. Entrevistado F – “Eu comecei a ter uma vida mas saudável com a pratica do esporte. Além da musculação como uma forma de pensar e de agir, aprendi a gostar de viver.”. Entrevistado G – “Eu me sinto menos ansioso após a prática.”. Entrevistado H – “Me trouxe ânimo e principalmente vontade de voltar a fazer minhas coisas.”. Entrevistado I – “Novas perspectivas, ânimo, pois a mente e o corpo precisam disso pra se sentir bem, e tudo torna mais prazeroso.”. Entrevistado J – “Eu sou 100% saudável, ainda sou um pouco fora de forma, mas estou feliz do jeito que estou e ninguém tem o direito de falar nada sobre isso. Também aprendi a ter uma alimentação bem mais saudável e pretendo continuar
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assim.”. E como exemplo de superação, temos o Entrevistado A, que após receber o diagnóstico de câncer de mama, e ter todos os índices para entrar em uma depressão profunda, teve forças e encontrou no exercício um grande auxílio para vencer esse obstáculo: “Quando a gente recebe o diagnóstico é muito difícil, mas depois que comecei o tratamento vi que dava para encarar. Logo que começou as quimioterapias a nutricionista do hospital me entregou uma dieta e disse que tinha que emagrecer ,comecei fazer caminhadas, porém não consegui emagrecer durante o tratamento. Após o trauma do tratamento, por conta da mastectomia fui a consulta com cirurgião para fazer a reconstrução mamária. Era o meu sonho sempre quis muito. Ai tive uma surpresa. Estava 10 quilos acima do peso, estava obesa! O cirurgião só fazia o procedimento se eu voltasse em 2 mês com 10 quilos a menos. Eu fui para casa frustrada achei que era impossível e quase desisti da cirurgia. Então comecei caminhar, fazer musculação e acompanhamento com nutricionista. E com isso vi a importância de ter uma boa alimentação. Consegui alcançar meu objetivo. Após o tempo estipulado pelo médico, eu eliminei 8,33kg de gordura e estava pronta pra fazer a cirurgia. Hoje eu tenho uma vida ativa, melhor qualidade de vida porque entendi a importância da atividade física para o corpo em geral, não apenas o aspecto físico, mas também para o emocional.”.
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9. CONCLUSÃO Diante das pesquisas e entrevistas, conclui-se que a atividade física trás benefícios para pessoas com depressão e problemas emocionais. É preciso então que medidas sejam tomadas para que isso se torne conhecimento de todos. Primeiramente, é preciso abordar mais sobre o tema, principalmente nas escolas, através de palestras e incentivo á prática de esportes. E com isso, que haja uma mobilização por parte da sociedade, não criticando pessoas que sofrem com a doença, mas incentivando e ajudando na luta contra ela. Outra ação necessária é a parceria entre educadores físicos e profissionais da saúde, ou seja, que os psicólogos, psiquiatras e médicos em geral indiquem a atividade física como uma ajuda para o tratamento e os educadores físicos fiquem mais atentos as necessidades emocionais de seus alunos e aconselhem o tratamento psicológico. E por mais que as pessoas tenham receio de tornar suas dores e problemas públicos, seria ideal que as pessoas que já passaram por essa situação pudessem indicar, ajudar e contar sobre suas vitórias.
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