P.7 A moda na pista
ELAS CHEGARAM PRA DOMINAR AS RAMPAS ED.01 JUNHO 19
P.11 O skate no futuro
P.25 Qual o skate ideal RS. 01
L O O C OLD IS
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PRIMEIRAMENTE
A AS C E N S ÃO D E MULHERES NO S K AT E Naquela época eu nem pensava em preconceito, eu me sentia de igual para igual. não tinha meninas, não tinha nem banheiro feminino nas competições, quase não deixavam eu competir para falar a verdade. Eu tinha que ficar brigando para competir. Não tinha nem premiação para mim para falar a verdade. Já teve competição que a inscrição era 200 reais e eu competi, ganhei e levei apenas 100 reais. Aqui no Brasil quando eu passava para as semis era como se eu tivesse ganhado os campeonatos, porque tinha uns 60 caras mais ou menos e eu ficava em 30º lugar, parecia que eu tinha levado o título do campeonato.
Quando eu pegava pódio com os meninos, era massa. Naquela época eu nem pensava em preconceito, eu me sentia de igual para igual. É tudo muito novo, né? Agora eu me sinto mais em casa, é muito louco ver todo mundo de top e blusinha, um monte de menina no vestiário, a gente conversa sobre os nossos assuntos, coisas que não rolavam antes. Eu ficava muito oprimida de andar com roupa que mostrasse muito o corpo porque eu ficava envergonhada sabendo que os meninos iam olhar, ficava com medo de ser zoada o tempo inteiro. A gente já conquistou bastante coisa, mas ainda temos muito para conquistar. Se não fosse um movimento próprio nosso de conscientização, as premiações iguais não teriam acontecido. Eu acho que é o justo, mas ainda tem muita coisa para melhorar. Eu espero continuar enchendo o saco das pessoas como eu sempre enchi e continuar andando de skate e competindo. Vou continuar dando trabalho aí. As pessoas acham que, só por que eu tive filho e eu sou um pouco mais velha eu não tenho mais condição, mas estando aqui eu estou provando que não é bem assim - concluiu. Por Karen Jonz Skatista e Designer Karenjonz@gmail.com
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COMPOSIÇÃO
CONSELHO
Zoghaib Kachar Diretor-geral Frederic Diretor Editorial FernandoLuna Diretora de Mercado VirginiaAny ygaar N Diretor de Audiência Christiano
GALILEU
JUNHO DE 2019
POR
GIULIANA DE TOLEDO
DIRETORA DO GRUPO CASA E JARDIM, CRESCER, GALILEU, Tófoli MONET E TECHTUDO: Daniela
REDAÇÃO DIRETOR DE REDAÇÃO: LuísAlberto Noguei ra EDITORA-CHEFE: GiulianaToledo de DIRETOR DE ARTE: Felipe Eugênio (Fe u) EDITORES: Isabella Morei ra eThia go Tangi REPÓRTER: Felipe Floresti DESIGNERS: M ay Tanferri ayar e Ma Martins e GiToncione ESTAGIÁRIAS: Carina Britoovanna ESTAGIÁRIAS: Carina Britoovanna e GiToncione ra,Alineatista, B André Berna rdo, Caio coli, Dell COLABORADORES DESTA EDIÇÃO: A.JOlivei
Henrique Januario,roline Ka Gomes, Luiza Baptista, Maria ra Viei ra, ClaMarilia rança, F Camila Rosa,atarina C Bessel, Fernanda rari, Fer Fernando Molina, Iago Ozz, Uinverso
ESTRATÉGIA DIGITAL COORDENADOR: Santia go Carillo atz, Ha Ma rden DESENVOLVEDORES: Fabio Marciano, Fernando
EDIÇÃO 331
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Feverei ro de 2019
Nosso grupo conselhei de ros avalia edição que rdou abo o o uso excessi vo do celular
Passin ato, atheus M Domin gos e Raphael Rapolli.
REPORTAGEM DE CAPA
ESTRATÉGIA E CONTEÚDO DIGITAL ro GERENTE: Silvia Baliei MERCADO ANUNCIANTE VAREJO, TELECOM, ELETROELETRÔNICOS, TI, TURISMO, ESPORTE, LAZER, CULTURA, ENTRETERIMENTO, MÍDIA ro Horta Hasim oto. Executivos Multiplataformas: Christian - Diretor de Negócios Multiplataformas: Ci Lopes Hambu rg eRoberto LozJunio r. MODA, SAÚDE, BELEZA, HIGIENE PESSOAL E DOMÉSTICA, Executivos TURISMO -Decoradora de Negócios Multiplataforma: Sandra Regina de Melo Pepe. Fagundes, Nunes Fátima Regina aviani, Ott Jéssica Multiplataformas: Caio Caprioli, Eliana MONTADORAS, MOBILIDADE, INDÚSTRIA, SERVIÇOS PÚBLICOS E SOCIAIS, GOVERNO SP, AGRO E COMPANHIAS . Executivos AÉREAS- Diretor de Negócios Multiplataformas: RenatoAugusto Casis Sinescauto Multiplataformas: Cristiane Soares ra, Noguei Diego Fabiano, João Carlos eyeMr e Priscila Ferrei ra da va Sil. MERCADO FINANCEIRO, SEGUROS, EDUCAÇÃO, IMOBILIÁRIOS E CONSULTORIAS -Diretos de Negócios Multiplataforma: Emiliano rMo ard Hansen. Executivos Multiplataforma: José Carlos ESCRITÓRIOS REGIONAIS -Diretor Multiplataforma- Larissa Ortiz. RIO DE JANEIRO -Executiva Multiplataforma: Daniela Nunes Lopes Chahim. Roberto De Sá e Douglas Costa.OPEC ONLINE: Danilo Panzarini. OPEC OFLINE: Carlos EGCN -Consultora de Marcas: Olivia Cipolla Bolonha. DESENVOLVIMENTO COMERCIAL E DIGITAL -Diretor de Desenvolvimento Comercial e Digital: Tiago Joaquim . PROJETOS ESPECIAIS/EVENTOS: Carlos Raíses. Afonso.G.LAB: Edw ard Pimenta
Bastan teinformati va,esem radi calism os. Muito bem fundamentada e sem falsas prom essasde resolvero problemado lei tor.Euti reivárias dicasmuito úteis, com certeza,ejaconsi go perceberdiferenças
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PEDRO TÁVORA
SãoJosé dos Campos, SP
ENTREVISTA DO MÊS Lindo de ver essa cientista (a quími ca brasileira Joana D´arc Félix) , tra zendo e buscando novos hori zontes para as pessoas que vivem próximas de suasraíz es.Que mulherincrí vel!
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DENIS GONÇALVES Duque de Caxias, RJ
AUDIÊNCIA Diretor de Planejamento de Vendas: Rica rdo Tarrazo Perrez.
MENSA BRASIL No Brasi l, que aindamuito discrimina racialmen te e socialmen te, segregar su perdotad osgerandoo preconceito e desa bilitando asdemaiscrian çase adul tos a aprenderem sobre potencial e igualdad e.
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ANTIMATÉRIA
MATÉRIAS
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A MODA NA PISTA
O CONFORTO DAS PEÇAS
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O ESTILO DESPOJADO
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O SKATE NO FUTURO
Entenda os novos modelos de skate da nova geração
TE CIRCULAR SKATE
Com duas rodas parece coisa do futuro,
AS MULHERES NA PISTA Visibilidade feminina nas pistas de skate
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STREET
Skate tradiicional e seus prós
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QUAL SKATE IDEIAL
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O layout deu uma forçada(nasfotogra fias)e porisso nos personagensretrata dos hipe rconhecid os,mas não nos brasi lei ros.Ora,a ma téria é essencialmen te sobre his tórias em quadrinh osnaconais...
CADU FONSECA Brasília, DF
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ANTIMATÉRIA FATOS
FEI TOS
NO TAS
NÚME ROS
INFOGRÁFICOS
A MODA NA PISTA
Até quem não pratica o esporte curte manter o estilo skatista. Descolada, irreverente e autêntica, essa maneira de se vestir traz muitos elementos urbanos para o visual, com peças características e que fazem toda diferença.
Se você curte essa estética e quer conhecer melhor o estilo, precisa ler este post! Conheça mais sobre como a cultura do skate gerou uma moda só dela, veja os principais itens e como se vestir seguindo essa linha. Marcas como DC Shoes, Vans, Supreme, Antihero, HUF, Element e muitas outras contribuíram para construir esse estilo, produzindo o que os skatistas precisavam e queriam. O mercado de produtos relacionados a skate, como roupas e acessórios esportivos, movimenta mais de R$ 1 bilhão por ano e possui mais de 4 milhões de praticantes no Brasil, segundo uma pesquisa. O estudo foi feito pelo SGI Europe (Sports Good Intelligence), em parceria com a Adventure Sports Fair (ASF) e a promotora de eventos esportivos Ispo. Em uma loja da cidade, o proprietário Flavio Rodrigues conta que as vendas cresceram 30% no último ano. A procura maior é pelo shape, a parte de madeira do skate. O preço da peça varia de R$ 59 a R$ 200. Outros produtos com bastante saída são o rolamento e o truck, o eixo do equipamento, além de joelheiras, capacetes e rodinhas. “Tem uma fase de um ano a mais que tem um crescimento. O tema skate deu um ‘boom’ não só na cidade, mas como no país inteiro. O skate está tomando uma dimensão cada vez maior e o crescimento é constante”
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O CONFORTO DAS PEÇAS O conforto é fundamental na hora do rolê de skate, então é preciso ter roupas que ajudem nessa parte. O estilo skatista preza por tudo mais largo, trazendo duas ideias juntas: a pegada despojada e a liberdade para executar movimentos e manobras. Por mais que com o passar do tempo esse tamanho das peças tenha variado, ficando menores, o skatewear sempre prezou por roupas largas. Atualmente essa pegada tem voltado em um meio-termo bem legal!
‘‘Se é uma
O ESTILO DESPOJADO A irreverência e a rebeldia é marca registrada do skate, o que naturalmente influenciou a maneira de se vestir. Estampas grandes e divertidas, cortes mais amplos de camisetas e calças, além dos tênis descolados. Quem anda de skate também quer parecer estiloso e autêntico, o que faz toda diferença.
roupa para skatistas, precisa ser feita para eles�’
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O SKATE NO FUTURO O Spectra X é um skate elétrico com design futurista e que pode ser controlado de três formas: pelo movimento do corpo, por um controle remoto ou por meio de um aplicativo para celulares. O dispositivo foi uma das inovações que ganharam grande destaque durante a CES 2019, feira de eletrônicos que aconteceu na última semana em Las Vegas, nos Estados Unidos. Além de leve e portátil, ele é a prova d’água, o que permite sua utilização em ambientes com piso molhado ou durante chuvas.
Sistema com baterias recarregáveis e rolamentos com rodinhas substituíveis.
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Para usar o skate, o usuário deve baixar o aplicativo eBoard Go, disponível para celulares Android e iPhone (iOS). A ferramenta, além de oferecer total controle sobre o dispositivo, possui uma plataforma de compartilhamento para pessoas interessadas em comprar uma unidade do produto. A ideia do sistema é de promover um ecossistema inteligente e evitar o desperdício e descarte de materiais tecnológicos no meio ambiente.w
12 O Drift W1 promete ser a nova geração dos e-skates. Leve e portátil, o acessório é capaz de transformar qualquer tênis comum em um par de patins eletrônico. Cada peça pesa cerca de 3,5 kg e não fica preso ao pés do condutor, permitindo-o “descer” do aparelho quando quiser. A fixação entre o solado do calçado e o dispositivo ocorre graças a uma superfície de silicone antiderrapante. Desenvolvido pela Segway, fabricante de meios de transportes eletrônicos, o produto bateu a meta no site financiamento coletivo Indiegogo e deve começar a ser distribuído já em outubro deste ano O mercado de hoverboards vem crescendo e se diversificando rápido. Recentemente, algumas empresas divulgaram modelos ainda mais parecidos com o skate do filme .
SKATE PÓSMODERNO De volta para o futuro”. Ainda em 2014, a HUVr apresentou uma prancha flutuante idêntica àquela que fez Marty McFly voar no famoso longa Infelizmente para os fãs, o vídeo da empresa era apenas uma campanha de marketing.. Entretanto, de lá para cá hoverboards flutuantes também foram apresentados pela Hendo e pela Lexus: ambas mostraram protótipos que flutuam a uma pequena distância do chão através de forças eletromagnéticas. A Lenux também utilizou nitrogênio em gaseificação para fazer seu hoverboard “voar” – estratégia que tornou o efeito flutuante mais eficaz e até com ares de ficção científica.
THE CIRCULAR SKATES Skate com duas rodas parece coisa do futuro, não? Pois a empresa Hammacher Schlemmer desenvolveu o chamado “skate pós-moderno“, que usa apenas duas rodas, totalmente diferente do tradicional com tábua e quatro rodinhas. O usuário coloca os pés em uma plataforma e desliza sem tem quer empurrar os pés no chão. E aí, você encararia testar essa novidade? As rodas do “The Sidewinding Circular Skates” têm formato circular, como o próprio nome já diz, sendo possível realizar movimentos para frente e inclinar-se para os lados. Cada argola tem uma roda de silicone, que suporta até 100 quilos. Quem tiver dificuldades em equilibrar-se sobre as rodas separadas, pode usar uma haste de metal fornecida pela empresa que liga as duas partes.O produto é vendido por 100 dólares (aproximadamente 300 reais) e com certeza o investimento proporcionará uma experiência única.
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AS MULHERES NA PISTA 14
UM DOS ESPORTES QUE MAIS ADQUIRIU VISIBILIDADE NOS ÚLTIMOS TEMPOS É O SKATE.
POR MARINA VIEL PARAVISI
O s k a t e p o d e s e r co n s i d e r a d o u m a das práticas esportivas que mais adquiriu visibilidade nos últimos tempos. Mas para chegar ao patamar e m q u e s e e n co n t r a , u m a s é r i e d e m u d a n ç a s t e v e q u e s e r re a l i z a d a , co m re s s i g n i f i c a çõ e s d e s s a p r á t i c a . At é meados da década de 50 do sécul o p a s s a d o, o s k a t e n ã o p a s s a v a d e u m a m e r a b r i n c a d e i r a 3 , u m e n t re tenimento em que não havia tantos o b j e t i v o s ,co m o o s d e re a l i z a r m a n o b r a s , v e n ce r o b s t á c u l o s , d i s p u t a r co m p e t i çõ e s .
A partir de 1960 que esse brinquedo improvisado adquiriu novos significados. Com a irregularidade das ondas em praias californianas, vários surfistas norte-americanos apropriaram-se das tábuas com rodinhas e deram um outro sentido ao seu uso: após alterarem seus formatos, ficando semelhantes a uma pequena prancha, elas se tornaram uma espécie de surfe sobre rodas. Através das mesmas os surfistas podiam, de certo modo, surfar a qualquer momento e em muitos lugares, transpondo algunsdos movimentos antes feitos dentro d’água para diversos equipamentos urbanos. Por conta dessa proximidade com o universo do surfe, a prática do skate inicialmente foi chamada de sidewalk surfing. A partir do novo sentido atribuído à prática, o skate, que antes era feito de forma improvisada, passou a ser fabricado e vendido em larga escala. Foi um verdadeiro boom a sua utilização, que atraía cada vez mais a atenção de jovens que estavam à procura de uma atividade inovadora Com efeito, aos poucos foram delineadas distintas funções em meio à dinâmica responsável por transformar aquilo que antes era apenas uma brincadeira em um esporte.
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16 As skatistas buscam estratégias para desmistificar, perante a família, a imagem de que praticam um esporte de “macho”, e para isto tentam construir um discurso de que o skate é uma prática para qualquer um e como qualquer outra. Em muitos casos a família só passa a aceitar (ou pelo menos a diminuir o preconceito) após alguns resultados práticos da skatista como, por exemplo, quando ela consegue boas colocações em campeonatos; quando aparece em meios de comunicação; quando consegue um patrocínio; etc., pois isto indica uma possibilidade dela vir aconstruir uma carreira promissora no esporte. Mas não é só na família que as garotas sofrem preconceito. Dentro do próprio universo do skate há alguns skatistas que menosprezam ou zombam da presença feminina. No entanto, isto não é algo perceptível à primeira vista, pois caso se pergunte para qualquer um dos homens, a resposta será sempre em tom de aceitação. Em alguns contextos específicos as mulheres são intoleradas por alterarem aquilo que o skate masculino constrói.
Suponho que a tolerância masculina efetiva-se mais quando as skatistas não estão praticando o esporte, isto é, quando não estão em ação, fazendo manobras no mesmo local em que eles, pois caso contrário, elas podem “atrapalhá-los”. Atualmente, para tentar resolver a disputa pelos espaços como nas pistas de skate –, na qual as skatistas saem sempre em desvantagens, alguns locais estabelecem horários fixos e distintos tanto para homens quanto para mulheres. O Circuito Sampa Skate, como é dividido em categorias, faz com que impere certa igualdade neste sentido, pois homens e mulheres possuem o mesmo tempo para andar na pista.
17 Por mais que o sexo pareça intratável em termos biológicos, o gênero é culturalmente construído: consequentemente, não é o resultado causal do sexo, nem tampouco tão aparentemente fixo quanto o sexo”. Estas diferenças revelam as múltiplas corporalidades construídas entre as skatistas como, por exemplo, entre Mônica e Fernanda. Ao observá-las em ação, notei como que elas se portavam de formas distintas no exercício de uma prática esportiva. Por outro lado, Jennifer e Mariana acusam às skatistas que possuem um nível técnico mais aperfeiçoado, e também estabelecem distinções até mesmo pelas manobras que são feitas, que podem ser classificadas como “manobras de homens” e “manobras de mulheres”
Essas mulheres reproduzem discursos recorrentes, que veiculam e produzem poder associando o corpo masculino a força e a agilidade, como sendo mais apto a realizar alguns tipos de esforços. Para elas o nível técnico é consequência desses fatores, e por isso as manobras feitas pelas mulheres não são tão boas quanto à dos homens. Nesse sentido, o efeito do gênero se produz pela estilização do corpo e deve ser entendido “como a forma corriqueira pela qual os gestos, movimewwntos e estilos corporais de vários tipos constituem a ilusão de um eu permanentemente marcado pelo gênero” (Butler, 2003, p.200). Mônica encara a suposta inferioridade técnica feminina como um reflexo do medo que as mulheres possuem em praticar o skate, de não se arriscarem com receio de se machucar. Ela se considera um exemplo à parte, como “uma criança, sem medo. Penso em evoluir. Se eu andar com confiança, eu sei que não vou me machucar”. No entanto, ela acredita que pode buscar uma “facilidade” no aprendizado, assim como os homens.
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AS MAIS PROVOCANTES ILUSTRAÇÕES EM SHAPES Nos anos 90, os skates eram usados como tela para expressão artística. Hoje, muitas marcas simplesmente reciclam e regurgitam seus logos chatos e pouco inspirados, regredindo nossa cultura ao tempo do slalom e do surf dos anos 70.
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BANFIlLED DE PAUL PARKER 2010. Nos anos 80 e 90, as imagens e os nomes de profissionais comandavam as vendas. Nessa época, parar na frente das prateleiras de uma loja de skate era uma experiência ofuscante e avassaladora – como a primeira visita ao Louvre. No final da década de 80, o skate deu uma guinada mais urbana, investindo num look mais focado nas ruas. Powell Peralta, com suas ilustrações de caveiras, espadas e dragões, perdeu importância, e a World Industries subiu ao poder com comentários mais ousados e satíricos graças ao papel fundamental dos designs de
Marc McKee e Sean Cliver. De repente, os desenhos não eram mais para criança. Eles se tornaram impertinentes, sujos, carregando ilustrações evidentemente sexuais, políticas e raciais que enojavam os pais, o que fazia destes modelos algo ainda mais cobiçado.
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FUCK THE WORLD TRADE DE BRICE RAYSSEGUIER 2011. Sebastien Carayol, um escritor francês de Narbona, passou boa parte da vida imortalizando a era dos anos 90 do skate em vários livros, exposições e em seu site, Memory Screened. Carayol admite que não é um artista, por isso mesmo escolheu documentar esse lado da cultura skatista. “A única vez que me senti um artista foi quando tagueei ‘Zorlac’ – com o ‘O’ parecendo o logo de alvo do Public Enemy – em todos os muros da minha cidadezinha no sul da França, em 1989. A aclamação crítica que se seguiu me convenceu a desistir da carreira artística e me tornar um escritor.” Carayol lançou recentemente Agents Provocateurs(Gingko Press), livro com as 100 ilustrações de shape mais subversivas. Encontrei com ele para discutir o auge desse tipo de design em skates. Para evitar apresentar os shapes simplesmente em ordem cronológica, decidi escolher o tema “provocação”: shapes que tinham algo a dizer e que abordavam tabus clássicos como sexo, religião, violência, racismo, política, etc. Isso alimentou tanto minha admiração pela grandeza dos anos 90 – a época em que comecei a andar de skate – como pela história da provocação em geral.
Apresentei 52 shapes na “Public Domaine” e achei que seria legal transformar isso num livro. Graças à enorme contribuição de Sean Cliver, entrei em contato com a Gingko Press. Trabalhei no livro por cerca de um ano, alternando isso com outras exposições e projetos. No final das contas, o editor disse que essas eram as imagens mais doentes que ele já tinha colocado num livro. O que me deixou muito feliz.
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QUAL O SKATE IDEAL ? STREET . SEMI LONG . LONG . CRUISER Quem se amarra em aventura e adrenalina sabe que andar de skate traz isso e muito mais. Porém, muitos iniciantes ficam perdidos na hora de escolher os seus equipamentos. Para encontrar a melhor opção, é preciso antes conhecer os tipos de skates disponíveis e para quais modalidades eles são mais indicados. falaremos sobre 4 tipos de skates para você, seja novato ou veterano, que quer experimentar novos ares, possa escolher o melhor para o seu caso.
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STREET
STREET
STREET STREET STREET Mais conhecido por street, esse é o modelo mais conhecido de skate. Ele tem o shape — a prancha — mais fino, as rodas menores e o truck mais baixo. Ele é usado para várias modalidades, mas principalmente para manobras na rua mesmo. Por isso, o nome street, que significa rua, em inglês. Ele, inclusive, é apropriado para usar em corrimões, bancos de praça e demais obstáculos da própria via.
No skate, principalmente ao fazer qualquer tipo de manobra — e mesmo para andar em linha reta —, é necessário organizar o devido equipamento de segurança! Não coloque o seu bem-estar em risco, não importando o skate nem o estilo que você pretenda seguir.
tiveram a ideia de criar algo semelhante às pranchas de surfe para ser usado no chão durante as épocas do ano que não dava para surfar de verdade (baixa maré). Assim, os surfistas criaram uma nova forma de “surfar” no asfalto: o sidewalk surf. Por volta de 1965, os primeiros skates começaram a ser vendidos.
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CRUISER CRUISER CRUISER CRUISER O modelo Cruiser tem basicamente dois tipos: o cruiser normal e o mini cruiser. Ambos são como longs menores. É como se pegassem um long e o encolhessem — para o caso do mini, a redução é ainda maior. Muitos confundem o cruiser com brinquedo, pois a maioria dos modelos é de plástico e colorida. Mas isso não passa de uma ilusão, já que se trata de um skate como qualquer outro. Na hora de comprar um, principalmente sendo de plástico, é importante saber bem a qualidade do material de que o skate é feito, pois isso pode variar bastante.
Num extremo, é tão resistente quanto um de madeira e aguenta uma pessoa de 90 quilos pulando sem quebrar. Mas se o material não for de qualidade, o skate pode quebrar ao meio até mesmo na primeira remada! No skate, principalmente ao fazer qualquer tipo de manobra e mesmo para andar em linha reta é necessário organizar o devido equipamento de segurança! Não coloque o seu bem-estar em risco, não importando o skate nem o estilo que você pretenda seguir.
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QUER QUE EU DESENHE?
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